Revista Sou-Catequista 18-1
Revista Sou-Catequista 18-1
Revista Sou-Catequista 18-1
Editorial
Amigo(a) catequista. Paz e
Bem!
É tempo de oração, de jejum e
penitência. Período de introspecção, de avaliação e
preparação espiritual. É também um tempo favorável
à conversão e à caridade. Tudo isso, muitos de nós
aprendemos cedo, lá atrás, nos primeiros encontros
de catequese. Ainda crianças e jovens demais para
entender o sentido da abstinência, pode ter soado
estranho, algumas vezes, a missa mais curta e
menos festiva, as vestes roxas do padre e a ausência
da carne no almoço de domingo. Mas acompanhar a
lembrança do sofrimento de Cristo e o seu amor por
nós na cruz nos fez entender melhor, a cada ano, o
verdadeiro sentido da Quaresma. Edição 18 | Ano 5 | Março/2017
Então pergunto a você, leitor: qual foi o papel do Direção geral: Sérgio Fernandes
seu catequista nesta descoberta? E qual será a Editora-chefe: Francine de Almeida
importância desse tempo litúrgico para os seus Editora-assistente: Jacqueline Souza
catequizandos? Cabe também a você a missão de Consultor Eclesiástico: Pe. José Alem
incentivar a preparação interior de cada um – a Revisão: Marcus Facciollo
começar por si –, o aprendizado por meio dos nossos Projeto gráfico: Agência Minha Paróquia
próprios pecados e a possibilidade de crescermos Diagramação: Rodrigo Reis
ainda mais como cristãos. De nossa parte, Assistente de arte: João Vitor Pereira
oferecemos uma edição especial para ajudá-lo a Desenvolvimento Web: Matheus Moreira
trabalhar o tema, inclusive com o público jovem. Atendimento: Rafaela Julio
Comercial: Adriana Franco
“A Quaresma é o tempo favorável para nos Projetos: Elen Bechelli de Oliveira
renovarmos, encontrando Cristo vivo na sua Palavra, Banco de imagens: Shutterstock
nos Sacramentos e no próximo”. Que a mensagem do
Santo Padre, o Papa Francisco, também esteja bem
viva em seu coração. Uma santa e abençoada Páscoa
A revista digital Sou Catequista é uma publicação da agência
para você e seus catequizandos! Minha Paróquia, disponível gratuitamente para smartphones
e tablets nas plataformas IOS e Android. Os conteúdos
Francine de Almeida, publicados são de responsabilidade de seus autores e não
Editora-chefe expressam necessariamente a visão da agência Minha
Paróquia. É permitida a reprodução dos mesmos desde
que citada a fonte. O conteúdo dos anúncios é de total
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PARA LER A REVISTA, DESLIZE PARA AS
PRÁTICAS
REFLEXÃO
44 PARA QUEM
12 ALIMENTAR-SE DE JESUS QUER CRESCER
EM SANTIDADE
TEMPO LITÚRGICO
14 GRAÇA E CONVERSÃO
CATEQUESE
DINÂMICA
54 AMIGO ORANTE
57 O CATECISMO RESPONDE
CHAMADO
33 SENSIBILIDADE
VOCACIONAL 59 SUGESTÕES DE LEITURA
FORMAÇÃO
64 MENSAGEM DO PAPA
VOCÊ, CATEQUISTA, POSSUI
INTELIGÊNCIA EMOCIONAL?
38
65 CATECINE
NOSSOS LEITORES 8
6.000.000
auxiliam na emoção deste serviço.
Lucas Lima
visualizações de páginas
4.800
Roberta da Costa Ueira Fonseca
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Na última edição da Sou Catequista, a Editora Cinzas e termina no Domingo de Ramos. Ao
Ave-Maria, em parceria conosco, brindou longo deste tempo, sobretudo na liturgia do
a leitora Kelly de Morais César com um domingo, somos incentivados a recuperar o
exemplar exclusivo do livro "Maria poderia ter ritmo e o estilo de vida dos primeiros cristãos.
dito não?", de Valdeci Toledo. A prática dos quarenta dias data do século IV,
quando passou a ser considerada um tempo de
Considerando a importância da formação para penitência e de renovação para toda a Igreja e
catequistas e catequizandos, a Ave-Maria nos de jejum e abstinência para os fiéis.
enviou mais um livro para sorteio. Para recebê-
lo em sua casa, você precisará responder à Então responda: Qual é a importância da
questão-chave do desafio: ressurreição de Cristo na sua vida?
QUARESMA A resposta deve ser enviada em forma de
comentário no site (www.soucatequista.com.
A palavra quaresma vem do latim br). Vale lembrar que os textos publicados
"quadragésima", é o período de quarenta em nossa página oficial no Facebook serão
dias que antecedem a ressurreição de Jesus considerados inválidos. Reforçamos: use seu
Cristo, celebrada no Domingo de Páscoa. Este conhecimento e criatividade à vontade, mas
é o tempo litúrgico de conversão, para nos não se esqueça de ser objetivo. Nossa equipe
arrepender de nossos pecados e mudarmos analisará cada resposta e escolherá um (a)
algo, internamente, para sermos melhores e vencedor (a).
podermos viver mais próximos de Cristo.
O resultado será divulgado no dia 16/04/2017.
A Quaresma tem início na Quarta-feira de Boa sorte! :)
Sobre o livro
ORAÇÃO DE SÃO FRANCISCO TURMA DA MÔNICA
Com essa obra, os pequenos conhecerão a oração de
São Francisco na companhia da Turma da Mônica de
uma forma bem divertida!
REFLEXÃO 12
Alimentar-se de Jesus
Por Pe. Zezinho, SCJ
E
spiritualmente um católico pode alimentar-se de Jesus de muitas maneiras. Uma
delas é pela oração, outra, pela leitura da Bíblia, outra, pelo diálogo fraterno e
pela prática da solidariedade, e outra, pelos sacramentos, mais especialmente o da
Eucaristia. Jesus o deixou como um sinal de sua presença entre nós. Pediu aos discípulos
que quando estivessem reunidos repetissem o seu gesto de partir o pão e partilhá-lo com
o vinho em sua memória. Estava inaugurada a forma do novo culto.
É um milagre real que acontece todo dia. Jesus alimenta nosso espírito com seu corpo
glorificado. Creio que quando recebo aquele pedacinho de pão não estou
fazendo um teatrinho. Estou me comunicando (comungando) com Jesus. Estabeleço
comunhão com Ele.
Eu me comunico com Jesus através daquele gesto e daquele pão repartido. Preciso de
sinais, gosto deles e acredito neles. Jesus pode curar um cego com saliva e lama, pode
também vir a mim sob as formas de pão e de vinho. Sou daqueles que não rejeita milagres.
Não qualquer milagre. Mas o da Eucaristia que é um dos milagres nos quais acredito sem
duvidar. Jesus pode. Todo o poder lhe foi dado. E Ele disse que faria isso. E faz! É a minha
fé católica.
Chame-me de inculto, tolo, burro, ignorante, como queira. Mas há coisas maiores que a
minha inteligência e todos os livros que já li. A Eucaristia é essa experiência. Eu posso me
comunicar com Jesus através desse rito. É o que faço. Respeito quem não crê, mas respeito
é bom e eu gosto. Eu comungo e eu creio! No deserto desta vida, Jesus é o meu maná.
Conheça o livro
Crer - Sabendo que há mais
TEMPO LITÚRGICO 14
C
ada época do ano tem suas carac- tempo suficiente para que algo novo ou ex-
terísticas tanto na natureza, como traordinário se realize. É tempo de espera,
nas nossas organizações civis, so- preparação, de “gestação” do novo, de arru-
ciais. Também a vida cristã está organizada mação, de renovação, de reconciliação, de
de modo que possamos viver durante o ano os reordenamento, de conversão.
aspectos essenciais da fé e assim crescer na
graça e no conhecimento de Cristo. 3. A Igreja sempre celebrou o tempo da
A Quaresma é uma das estações do ano Quaresma? Sim. De início apenas como um
litúrgico com características próprias que fa- tempo, não definido em dias, de preparação
voreçam viver uma experiência de conversão para a celebração da ressurreição de Jesus.
e preparação para a Páscoa. Depois, a partir do final do quarto século,
Nesta edição você poderá ver, de forma a Quaresma começou a ser celebrada em
simples e organizada algumas informações “quarenta dias”, como a celebramos hoje. É
úteis para aprender a viver a Quaresma e cele- interessante salientar, mais uma vez, que o
brá-la com mais fervor. Assim também ajuda- número “quarenta” é simbólico, isto é, ele re-
rá os catequizandos a irem entendendo mais mete à ideia de um tempo especial, de uma
o que é Quaresma, porque celebrá-la, como oportunidade única, no ano litúrgico, de tro-
vive-la e a que ela nos conduz. car o coração de pedra por um coração de
carne (Ez 36,25-27). Assim sendo, “quarenta”
Veja abaixo as orientações e com criativi- dias se torna apenas uma referência de tempo
dade ajude crianças, adolescentes, jovens, e não a observância de exatos quarenta dias.
adultos a entenderem e viverem esse maravi- Mais vale o valor simbólico do que o tempo
lhoso tempo de graça e convesão. em dias.
8. Somente o
tempo de Quaresma
é tempo de conver-
"A Quaresma, além de ser são? Não! Todos os
dias são dias propí-
cios à conversão! O
um convite à conversão, é também tempo da Quaresma
é um tempo espe-
doce, renunciar a um lazer, deixar de assistir A privação que passamos ao renunciar a algo
a certos programas de TV etc. – têm valor re- legítimo nos remete do que é passageiro para
lativo, isto é, podem ser úteis e proveitosos o que é eterno, do que é superficial para o
ou inúteis. Serão úteis e proveitosos quando que é profundo, do que é criatura para Aque-
forem sinais externos de uma mudança (con- le que é o Criador. Ao jejuar purificamos não
versão interna), ou seja, quando eles não se somente o nosso corpo, mas também o espí-
esgotam em si mesmos, mas ajudam quem rito. E quanto menos apego e coisas houver
os faz a sentir-se forte para operar em si uma em nosso coração, mais espaço haverá para
mudança radical, abandonando o pecado e Deus, nele.
abrindo-se à graça. Contudo, eles serão inú-
teis quando não passarem de ‘rituais’ exter- 14. O jejum é também uma forma de abrir
nos, sem nenhuma correspondência interna, o coração para o próximo? Sim. Ao renunciar
sem que haja o verdadeiro propósito de mu- a bens desse mundo, entendemos que eles
dança de vida. não são exclusivamente nossos, mas que de-
vem ser partilhados com todos. O verdadeiro
11. Por que a Quaresma é tempo de oração? jejum é aquele que leva à conversão a Deus
Porque somos chamados a deixar-nos amar e ao próximo. Inclusive, ao sentir a falta que
por Deus e a amá-Lo; porque somos convida- o alimento nos faz, por exemplo, nós nos so-
dos a fazer a experiência de sermos por Ele lidarizamos com todos os empobrecidos, que
acolhidos e acolhê-Lo. É tempo de intensifi- vivem sem alimento digno o ano todo.
car a vida de oração para continuar a rezar,
de todo coração, durante todo o ano litúrgico. 15. Por que a Quaresma é tempo de dar es-
Ajudados e favorecidos pelo ambiente próprio mola? Porque é tempo de partilha. Se Deus se
da Quaresma, somos chamados para “mergu- entrega por nós, no filho, porque nós não po-
lhar” em Deus, absorvendo dÉle a misericór- demos nos doar uns aos outros, colocando em
dia para depois, no dia-a-dia, partilhá-la com comum o que somos e o que temos? A esmola
o próximo. é aquele gesto de dar até mesmo da nossa po-
breza; é a generosidade de colocarmo-nos ao
12. O tempo da Quaresma é tempo de oração serviço uns dos outros. Não é dar só o que so-
tanto pessoal como comunitária? Sim. A oração bra, nem é oferecer uma coisa qualquer, por
pessoal é necessária; a oração comunitária é desencargo de consciência. É antes abrir-se à
indispensável. Assim sendo, não podemos dis- misericórdia, reconhecer que o outro tem tan-
pensar nem uma nem outra. Ambas tem carac- to direito à realização, à felicidade e à vida,
terísticas que a individualizam e ambas tem ca- quanto nós temos.
racterísticas que as unem. No centro das duas
está a Missa, a “oração das orações”, em que o 16.Dar esmola não é uma forma de hu-
próprio Cristo reza em nós e por nós, oferecen- milhar aquele que a recebe? Não. A esmola,
do-se conosco ao Pai, no Espírito Santo. sendo uma forma de partilha, não humilha
13. Porque a Quaresma é tempo de jejum? e nem diminui aquele que a recebe. Antes o
Porque é tempo de procurar e encontrar o engrandece, porque o faz livrar-se de suas
que é essencial à nossa vida: o próprio Deus! necessidades básicas – estas sim, são sinais
18
VenhaVenha
vocêvocê
também seruma
também ser umaIrmãIrmã Paulina!
Paulina!
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MATÉRIA DE CAPA 20
Ouça a música
E
ssa música nos faz lembrar que nin- pertencer, querem estar em comu(m-u)nida-
guém é uma ilha. As pessoas sen- de com outras pessoas.
tem a necessidade de pertencer a O Evangelho é uma proposta de vida em
um grupo... Todos nós temos necessidade comunidade. O encontro e a conversão a Je-
de que nos deem certa atenção, que alguém sus Cristo necessariamente levam à comu-
nos conheça bem, nos aceite tal como somos nidade, como nos mostram os discípulos de
e se interesse por nós. Mas nos tempos de Emaús que encontrando Jesus, voltam para
hoje promove-se um individualismo agres- a comunidade de Jerusalém (cf. Lc 24, 13-
sivo onde cada um quer fazer girar tudo à 53).
volta do seu ego. Daí surgem as dificuldades
como ter um relacionamento estável, dificul- A comunidade de Jesus
dade em dialogar, em ouvir o outro, perdoar
e questionar a si próprio. Muita gente sofre Jesus formou um grupo e com eles quis
com o anonimato, com a solidão e com a cultivar verdadeiros laços de comunidade
falta de afeto. No fundo, as pessoas querem (Mt 4,18-22; Mc 1, 16-20), chamou-os pelo
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Catequese e comunidade: lugar de missão que lhes é anunciada. Nós precisamos mos-
trar exemplos e testemunhos de fé porque
Quão marcante você catequista tem sido estes sinais marcam, falam e convencem
na vida dos iniciandos? mais que do que as palavras. A comunidade
Essa é uma pergunta que demanda refle- cristã proporciona esses sinais que dão visi-
xão. “A vida é como uma viagem no mar do bilidade e credibilidade a Palavra nos gestos
mundo, com frequência um mar enevoado de caridade, de misericórdia, de perdão, nas
e tempestuoso, uma viagem na qual pers- celebrações, ritos e símbolos em que se ce-
crutamos os astros que nos indicam a rota. lebra a fé, na oração, no estilo de relação dos
As verdadeiras estrelas da nossa vida são discípulos de Cristo e nas pessoas exempla-
as pessoas que souberam viver com retidão. res que vivem a fé com fidelidade e dedica-
Elas são estrelas de esperança” (cf. Bento ção.
XVI, Spe Salvi, n. 49). O catequista é voca-
cionado a “estrelar” na vida dos iniciandos! Catequese evangelizadora
Ele é também convidado a reconhecer as x
estrelas que Deus pôs ao longo da sua vida Catequese sacramentalizadora
de fé. Se você é capaz de lembrar de alguém
importante na sua trajetória de fé, mesmo
que seja alguém que você sente saudades e
talvez não tenha mais contato, mas sabe do
valor e do papel singular dessa pessoa na-
quele momento da sua vida cristã é porque
você já experimentou o que é ser comunida-
de... talvez haja alguém que também se lem-
bre assim de você.
Com efeito, se não houver uma experiên-
cia de fraternidade e amizade dificilmente
o iniciando permanecerá na comunidade. É
fundamental que os iniciandos façam uma
experiência positiva de atenção, de amizade, Saiba mais
de alegria e que se sintam conhecidos, valo-
rizados e queridos na comunidade paroquial
pelo catequista e pelos outros comunitários. Encontrar Jesus na experiência
A comunidade cristã que inicia na fé são as de comunidade
pessoas que acolhem e partilham o carinho,
a amizade e a experiência de vida cristã. A As experiências de fraternidade, de ami-
comunidade é um espaço onde as crianças, zade, de acolhida, as atividades pastorais e
adolescentes, jovens e adultos experimen- as celebrações, embora sejam fundamen-
tam o amor fraterno que traduz o amor de tais, não são aquilo que definem uma comu-
Deus. nidade cristã. A comunidade se reúne em
Os iniciandos precisam ver sinais da fé torno da mesma fé em Cristo que orienta os
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projetos de vida de pessoas de diferentes cia pessoal do encontro com Jesus. Se não
tipos, etapas de vida e jeitos de ser. colaborarmos para suscitar esse encontro ao
Todo e cada um dos cristãos experimenta longo do tempo de catequese, o iniciando di-
a presença viva de Deus em sua vida quando ficilmente encontrará sentido em permane-
tem um encontro de fé com Jesus Cristo. A cer na comunidade.
catequese, graças à ação do Espírito Santo,
tem os instrumentos para despertar nos ini- A grande catequista é a própria comunidade
ciandos o fascínio pelo Mestre. O Documen-
to de Aparecida (parágrafo 243 e seguintes) Na catequese de iniciação à vida cristã de
nos guia a alguns lugares, pessoas e dons inspiração catecumenal a comunidade assu-
presentes na comunidade cristã que nos fa- me papel protagonista junto aos iniciandos:
lam de Jesus e nos colocam em comunhão plasmar pela força do Espírito Santo a iden-
com Ele. tidade dos novos discípulos missionários de
Jesus Cristo. “Discípulos” porque convoca-
Lugares de encontro com Jesus Cristo se- dos para seguir Jesus como integrantes da
gundo Documento de Aparecida: sua comunidade e “missionários” porque en-
viados para realizar no mundo a mesma mis-
são de Jesus, por meio do estilo de vida que
assumem. A identidade do discípulo missio-
nário – objetivo da catequese – é formada a
partir da identidade da comunidade eclesial
que comporta três elementos:
Para saber mais sobre a inspiração ca- movimentos, pastorais, que muitas vezes
tecumenal da Catequese assista ao vídeo convivem sem muito diálogo na instituição,
“Iniciação a Vida Cristã” mas que aqui colocam-se como uma espécie
de “introdutores” que acompanham de for-
ma personalizada o iniciando, o conhecem,
ajudam-no e são testemunhas de seus cos-
tumes, fé e desejo de discipulado (cf. Ritual
da Iniciação Cristã de Adultos, n. 42).
João Melo
Graduado em Filosofia e especialista em
Catequese. É acadêmico dos cursos de Teo-
logia (PUC-SP) e Jornalismo (FAPCOM).
Leciona Filosofia, Sociologia e História.
Atua na formação de agentes de pastorais
ligados a iniciação à vida cristã na Arqui-
diocese de São Paulo. J
Imagens de Resina
Imagens de resina importadas
A
sociedade atual tem demonstrado tir do desenrolar da novidade no cotidiano da
uma incessante busca por alguma vida surgem novas crenças, emergem novas
chama que a ilumine e aqueça a interpretações sobre a condição humana, ao
existência, à qual podemos denominá-la de passo que também desponta como alterna-
vida interior ou simplesmente, de espiritua- tiva aos desafios prementes – a dimensão
lidade. Na verdade, destaca-se no seio da transcendente da pessoa.
modernidade o desejo por algo que viabilize Diante do exposto, vale salientar que o
o rumo da existência ao mobilizar a dinâmica termo “espiritualidade” pode ser traduzido
dos seres na grande festa da vida com os ou- como caminho existencial de evolução espi-
tros. Sobressai-se cada vez mais a necessi- ritual de uma pessoa ou grupo, enquanto re-
dade de respostas concretas e efetivas aque- lacionado com a totalidade da realidade. No
las insistentes perguntas: Por que vivemos? contexto atual, a espiritualidade é a “ponte”
Para que existimos? Para onde vamos? Que pela qual será ressignificada os diversos ele-
mundo estamos construindo? mentos da realidade para que esta seja, efe-
É notório que o projeto de vida tanto a tivamente, mais promessa do que crise, de
nível coletivo, como no pessoal, se resume maneira que torne possível que os homens
numa preocupação frenética com o imedia- retornem a viver como seres humanos. A es-
to, projetos utópicos e/ou duradouros não piritualidade carrega como “aroma fundan-
entusiasmam. Infelizmente existe uma fragi- te” a novidade da história que caminha com
lidade na compreensão do sentido global da o conteúdo fundamental de propiciar a vida,
existência, as convicções perderam força e mesmo sem ser vista a potência espiritual
espaço nessa mudança de civilização. A par- garante vigor e fecundidade.
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MURAD, AFONSO. Gestão e Espiritualidade: uma porta entreaberta. São Paulo, Paulinas, 2007.
SOBRINO, JON. Espiritualidade da Libertação: Estruturas e Conteúdos. São Paulo, Loyola, 1992.
SOBRINO, JON. Espiritualidade da Libertação: Estruturas e Conteúdos. São Paulo, Loyola, 1992.
Vinde e Vede!
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(11) 98592-8893
FORMAÇÃO 38
O
lá querido e querida catequista! E claro, isto é um de-
Benção e paz para a vida de vocês! safio para todos cristãos
ou melhor para todos os
Quero falar com vocês sobre inteligên- seres humanos.
cia emocional para a função de catequista e A coerência da fé ou
vamos começar refletindo sobre o que é ser com a fé, é uma das maio-
catequista. res virtudes que todos deve-
Se buscarmos no dicionário acharemos a mos cultivar em todas as cir-
definição de catequista como: “Aquele que cunstancias do dia a dia, inclusive
ensina a Palavra de Deus e a doutrina da em nossos relacionamentos.
Igreja, é um anunciador de Cristo. ” Por tanto, ser catequista exige uma
Bonito e profundo, não é mesmo? postura de coerência muito especial, pois
Ser catequista é ser e levar a outros a se- como diz a sabedoria popular: “as palavras
rem também, um verdadeiro imitador de Je- convencem, enquanto os exemplos arras-
sus Cristo, é tê-Lo como centro da vida. tam”. Infelizmente a maioria dos exem-
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plos que tem ficado, em todos os setores da teligência emocional é preciso que procure-
sociedade não tem sido positivos. mos aprender sobre o universo das emoções,
É preciso que comecemos a pensar em entender como elas nos direcionam a fazer
coerência como algo a ser trabalhado com nossas escolhas diárias.
muito amor e dedicação. A simples decisão de ser catequista, foi
Para continuar nossa reflexão, vamos originada por uma emoção, uma forma de
pensar em inteligência como a ca- perceber o assunto, que originou uma rede
pacidade, que podemos desenvolver, de pensamentos, e estes originaram um sen-
• Conhecer a si próprio;
• Entender o outro;
• Treinar a Comunicação não
verbal;
• Treinar a comunicação verbal;
• Aprender a ouvir;
• Ser assertivo;
• Praticar a misericórdia;
julgar os outros. Jesus abordava as pessoas embora fosse um deles. Jesus não os cen-
com técnicas psicológicas que estamos surava pelo conhecimento que possuíam,
apenas começando a entender. Em vez de mas pela arrogância que demonstravam.
mostrar-se superior, dando palestras eru- Para ele era claro que quanto mais apren-
ditas baseadas no seu conhecimento teo- demos, mais deveríamos perceber que
lógico, ele humildemente dizia o que que- existem muitas coisas que ainda não sa-
ria através de simples histórias. Falava de bemos. A arrogância é sinal de inseguran-
um modo que levava as pessoas a ouvirem, ça. Jesus entendia que as ideias humanas
porque sabia o que as fazia querer escutar. nunca expressam totalmente a realidade,
Jesus foi um poderoso comunicador por- e seu estilo de ensinar sempre levou este
que compreendia o que a psicologia está fato em consideração. Acredito que se de-
nos ensinando hoje: que baseamos a nos- sejarmos ser comunicadores mais eficazes
sa vida mais no que acreditamos do que no precisamos aprender o que Jesus sabia a
que sabemos. Suas críticas mais severas respeito da relação entre o conhecimento
eram dirigidas aos professores de religião, e a humildade. 1 Os grandes pensadores
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são sempre humildes. Eles compreendem geralmente diz coisas muito proveitosas.
que a vida está mais ligada à fé do que ao Sempre o considerei um homem humilde,
conhecimento. POR QUE JESUS FALAVA no melhor sentido da palavra. Eu estava
POR MEIO DE PARÁBOLAS "E não lhes fa- sentado na cozinha da casa dele, com um
lava nada a não ser em parábolas." ar deprimido e sentindo-me sem esperan-
Marcos 4:34. Jesus compreendia a for- ças, quando meu irmão disse: "Sabe, Mark,
ma de pensar das pessoas. Ele foi um dos recentemente, quando eu estava fazendo
maiores professores da história porque uma pesquisa geológica, notei uma coisa
sabia que cada pessoa só pode compreen- interessante a respeito da maneira como
der as coisas a partir da sua perspectiva o mundo é feito. Nossa equipe escalou
pessoal. Por isso ele ensinava por meio a montanha mais alta da região e a vista
de parábolas. A parábola é uma história nos deixou emocionados. As experiências
que nos ajuda a compreender a realida- no alto das montanhas são magníficas.
de. Podemos extrair dela as verdades que No entanto, nessa altitude as árvores não
formos capazes de entender e aplicá-las conseguem sobreviver. No topo da mon-
em nossas vidas À medida que crescemos tanha nada cresce, mas quando olhamos
e evoluímos, podemos rever as parábolas para baixo notamos uma coisa interessan-
para descobrir novos significados que nos te: todo o crescimento está nos vales.”. A
guiem em nossos caminhos. As parábolas parábola de Tim me ensinou uma verdade
me ajudaram a entender a vida. Isso acon- essencial: o sofrimento nos causa dor, mas
teceu, sobretudo durante um dos períodos também nos faz crescer. Nunca esquecerei
mais difíceis, quando eu não estava con- o que Tim disse naquele dia. As palavras
seguindo compreender meu sofrimento. dele não eliminaram a minha dor, mas de
Foi uma época em que passei a ques- certa maneira a tornaram mais tolerável.
tionar tudo, pensando: como pode existir As parábolas não alteram os fatos da nossa
um Deus se estou sofrendo tanto? Eu es- vida - elas nos ajudam a olhá-los de outra
tava completamente desesperado e nada maneira. Era o que Jesus pretendia ao con-
era capaz de me ajudar. Nessa ocasião, fui tar as parábolas. PRINCÍPIO ESPIRITUAL:
à casa do meu irmão para me queixar da Só podemos entender as coisas a partir da
minha situação. Tim é geólogo e passa a nossa própria perspectiva. COMO CONHE-
maior parte do tempo ao ar livre. Ele não CEMOS A VERDADE "Eu sou o caminho, a
costuma falar muito, mas, quando o faz, verdade e a vida." João 14:6
Marilda Sene
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Psicologia Multifocal e
www.compartilhandointeligencia.com.br
Inteligência Emocional
QUARESMA 44
práticas para
santidade
T
odos são vocacionados à santida-
de. São Pedro escreve em sua carta:
“A exemplo da santidade daquele
que vos chamou, sede também vós santos,
em todas as vossas ações, pois está escri-
to: Sede santos, porque eu sou santo” (1Pd
1,15-16). A santificação, portanto, consiste
em cada cristão ser “um outro Cristo” como
diziam os santos Padres. Em outras pala-
vras, alguém se torna santo a medida que
se assemelha a Jesus.
E o que é ser santo? Ser santo não é ser
perfeito, alguém que nunca comete erros.
É preciso levar em conta o lado humano. O
caminho da santidade consiste em, dentre
algumas coisas, com a graça de Deus traba-
lhar as imperfeições, buscando a cada dia
ser melhor.
Assim como uma casa precisa de uma
reforma, o coração também necessita. Isso
leva tempo... e por que digo isso?
Porque adentramos na Quaresma. Época
a qual realizamos a preparação para a Pás-
coa. Um período de quarenta dias propícia
para o início – ou para a continuação - da
45
restauração que comentei. Tempo de re- da reconciliação com Deus leva a uma ver-
colhimento, para revisão concreta de vida dadeira «ressurreição espiritual», à resti-
a fim de ver se estamos verdadeiramente tuição da dignidade e dos bens próprios da
amando Deus sobre todas as coisas e aos vida dos filhos de Deus, o mais precioso dos
nossos irmãos assim como Jesus ensina. quais é a amizade do mesmo Deus” (CIC
(Cf. Mt 22,34-39). Isso será útil para a san- 1468).
tificação, para se ter os traços do Filho de Um coração purificado é atraído pro-
Deus. fundamente pelo amor de Deus através da
Então, assim como Cristo foi conduzido Sagrada Eucaristia. A hóstia consagrada
pelo Espírito Santo ao deserto (Mt 4,1), nós é o próprio Jesus. Ensina o Catecismo que
também devemos ser sensíveis ao apelo “receber a Eucaristia na comunhão traz
desse mesmo Espírito, que quer nos levar consigo, como fruto principal, a união ín-
ao deserto para nos falar ao coração (cf. Os tima com Cristo Jesus.” (CIC 1391). “A Co-
2,14). munhão afasta-nos do pecado” (CIC 1393).
No parágrafo 1438, o Catecismo da “Tal como o alimento corporal serve para
Igreja Católica nos ensina que os dias da restaurar as forças perdidas, assim também
Quaresma “são momentos fortes da práti- a Eucaristia fortifica a caridade que, na
ca penitencial da Igreja. Estes tempos são vida quotidiana, tende a enfraquecer-se; e
particularmente apropriados para os exer- esta caridade vivificada apaga os pecados
cícios espirituais, as liturgias penitenciais, veniais” (CIC 1394). “Pela mesma caridade
as peregrinações em sinal de penitência, as que acende em nós, a Eucaristia preser-
privações voluntárias como o jejum e a es- va-nos dos pecados mortais futuros” (CIC
mola, a partilha fraterna (obras caritativas 1395). Posto isto, o jovem que busca since-
e missionárias)”. ramente ir à Santa Missa mais vezes recebe
Partindo do exposto acima, será expla- em si mais graças para crescer nas virtudes.
nado um pouco sobre como podemos apro- Também, o rapaz e a moça que desejam
veitar de diversas maneiras este itinerário uma experiência profunda com o Senhor
quaresmal: também tem sede pela Palavra. A Igreja
Um jovem, uma jovem, que quer tri- «exorta com ardor e insistência todos os
lhar por esta via procura o Sacramento da fiéis [...] a que aprendam "a sublime ciência
Confissão. São Francisco de Sales ensina de Jesus Cristo" (Fl
em seu livro Filoteia: “nunca permitas, Fi- 3, 8) na leitura fre-
loteia, que o teu coração permaneça por quente da Sagrada
muito tempo contaminado do pecado, ten- Escritura”. Por-
do um remédio tão eficaz e simples contra que, como
a sua corrupção”. “Naqueles que recebem d i z
o sacramento da Penitência com coração
contrito e disposição religiosa, seguem-se-
-lhe «a paz e a tranquilidade da consciên-
cia, acompanhadas duma grande consola-
ção espiritual». Com efeito, o sacramento
46
São Jerônimo, "a ignorância das Escrituras que abram o acesso às suas insondáveis
é ignorância de Cristo". Há um trecho da Bí- riquezas”. Portanto, neste momento que
blia que diz muito: “Como é que pode um antecede a Páscoa, é muito pertinente a
jovem levar uma vida pura? Guardando tua contemplação dos mistérios dolorosos e,
palavra!” (Sl 119,9). E bem-aventurados os além disso, lembrar que na Igreja é feita a
puros de coração, porque verão Deus! (Mt Via Sacra recordando e meditando a Paixão
5,8) de Cristo e todo o seu sofrimento para a sal-
A Quaresma é tempo para a oração, pois vação da humanidade.
só vivendo uma vida de oração uma pessoa Algo muito oportuno também para
compreenderá a vontade de Deus para sua esses 40 dias – assim como tudo o que foi
vida, e assim, amar a sua vontade. Jesus dito, e também para o ano inteiro! – é o je-
por diversas vezes ensinou sobre isso: “É jum. Muitas vezes, os desequilíbrios vão
necessário orar sempre sem jamais deixar tomando espaço até que o coração seja
de fazê-lo” (Lc 18,1b); “Vigiai e orai para movido, predominantemente, por desejos
que não entreis em tentação” (Mt 26,41a); e impulsos mais instintivos. E praticando-a
“Pedi e se vos dará” (Mt 7,7). E São Paulo é recobrado o equilíbrio, a liberdade inte-
recomendou: “Orai sem cessar” (I Ts 5,17). rior. São Pedro Crisólogo afirma: “O jejum
Por meio da oração, por exemplo, o Espírito é o leme da vida humana e governa todo o
Santo suscitará atitudes que devem ser mu- navio do nosso corpo”. Neste caso, é acon-
dadas ou a serem tomadas. selhável procurar um padre ou uma pessoa
Seguindo ainda nesta linha, há o com conhecimento para indicar o tipo de
Santo Rosário ou Santo Terço. Diz São João jejum mais adequado.
Paulo II, em sua carta apostólica Rosarium As privações voluntárias também
Virginis Mariae, que “recitar o Rosário nada são válidas. O que seria isso? Basicamente,
mais é senão contemplar com Maria o ros- algo que implique em certo sacrifício. Pen-
to de Cristo”. Ainda inclusive diz: “por sua se: qual é o pecado que você precisa arran-
natureza, a recitação do Rosário requer car da sua vida? Se, por exemplo, a luxúria
um ritmo tranquilo e uma certa demora a lhe atrapalha, lute para a viver a castidade;
pensar, que favoreçam, naquele que ora, a se é o orgulho, procure a humildade; se é
meditação dos mistérios da vida do Senhor, a gula, corte ou reduza certas comidas ou
vistos através do Co- bebidas que são consumidas em excesso e
ração d'Aquela que lhe são bastante apetitosas (o que acha dos
mais de perto esteve doces e salgadinhos?). E assim por diante...
em contato com o Ademais, a Igreja nos orienta sobre
mesmo Se- a esmola e atitudes fraternas. É muito co-
n h o r, mum pensar que simplesmente se deve dar
e para os outros aquilo que sobra. A esmola
quaresmal é totalmente diferente. Aquilo
que é conquistado, pode ser ofertado a al-
guém. O que e como você poderia fazer isso
para os necessitados? Quanto aos atos de
47
fraternidade, que tal de aconselhar amigos pequenos papéis e dobre de maneira que
que estão trilhando por um caminho errado você possa sortear. Faça uma oração pedin-
ou que precisam de uma palavra de conso- do ao Espírito Santo que te ilumine e que
lo? O Papa Francisco nos incentiva muito à lhe auxilie a ser um jovem cheio de amor
cultura do encontro, ir até o outro. por Deus. Escolha um e pronto! Aproveite
Por fim, gostaria de partilhar uma ideia esta temporada para pedir sua intercessão
que eu e minha esposa aprendemos com a e conhecê-lo melhor, sabendo sobre os de-
Comunidade Católica Shalom e praticamos talhes de sua história.
em nossa casa com as pessoas que vem nos Espero ter lhe ajudado com as propostas,
visitar. Aproveitando que é início de ano que são muitas. Aliás, não se preocupe em
e preparação a grande festa do ano litúr- cumprir todas. Faça conforme houver pos-
gico, por que você não escolhe seu santo sibilidade. Comece aos poucos. O que im-
amigo e protetor para 2017? Como fazer porta é perseverar! Desejo do fundo do meu
isso? Por exemplo, escreva o nome dos san- coração que a sua vontade pela santidade
tos que você conhece - ou cresça cada vez mais. Que você faça uma
até pesquisou - em ótima preparação para a Páscoa, lembran-
do sempre de resplandecer em alegria, sen-
do luz do mundo e sal da terra em todos os
ambientes que esteja. O Senhor te chama e
diz: o teu lugar é o Céu!
Thiago Thomaz
Puccini
É formado em
administração de
empresas com
especialização
em Marketing.
Atualmente, é Mi-
nistro Extraordinário
da Sagrada Comunhão na Paróquia Santa
Teresinha, em São Paulo - Capital e tam-
bém gosta de colaborar com a produção
de artigos voltados ao catolicismo.
Paulinas Revistas
construindo com você
uma nova história
É s i m p l e s assinar! Esc
olha a
sua rev
ista
Por uma
M
uito se fala sobre a falta do formação cristã das nossas crianças.
envolvimento dos pais na Na família, aprendemos os valores
vida de catequese de seus morais e cristãos que irão nortear nos-
filhos. E, infelizmente, esta pode ser a sa vida. Também é na família que tere-
realidade de muitas das nossas paró- mos, ou não, o primeiro contato com
quias. Deus e poderemos, então, formar, a
Mas, ao invés de olharmos com pes- partir da crença praticada, a nossa pri-
simismo para esta questão, devemos meira imagem de Deus.
lançar uma luz de esperança sobre Se em casa a criança tem um am-
como as famílias podem participar da biente de amor, partilha e diálogo com
educação cristã de seus filhos. Deus, é esta imagem, é este Deus amor
Tertuliano, primeiro escritor latino, que, desde cedo começa a crer.
já dizia que “O cristão não se nasce, tor- A Palavra de Deus é clara: “Pais, não
na-se”. Portanto, é, desde os primeiros exaspereis os vossos filhos. Pelo con-
convívios familiares que damos inicio à trário, criai-os na educação e na dou-
50
www.stateresinha.org/
facebook.com/Stateresinha.org
facebook.com/PastoralFamiliar
SantaTeresinha
PÁSCOA 52
A
Páscoa já era celebrada solene-
mente pelo povo judeu desde Moi-
sés, para comemorar a passagem
do Mar Vermelho, onde sucumbiram as for-
ças do Faraó que perseguia o povo de Deus.
Foi a passagem da escravidão do Egito para
a liberdade da Terra Prometida por Deus a
Abraão. Por isso os judeus a celebravam, e
ainda celebram solenemente.
Cristo celebrava a Páscoa como bom ju-
deu, fiel às Sagradas Escrituras, e celebrou-
-a juntamente com os seus Apóstolos na
Última Ceia, onde nos deixou o memorial da
sua Paixão: a Eucaristia.
A Páscoa cristã, que tem as sua imagem
na dos judeus, é a celebração da Ressurrei-
ção de Cristo, a vitória da Vida sobre a mor-
te, o triunfo da graça sobre o pecado, da luz
sobre as trevas. Cristo desceu à mansão da
morte para destruir a morte. “Com a sua
morte destruiu a morte e com sua Ressurrei-
ção deu-nos a vida.”
Esta é a alegria e a esperança cristã. O
53
O
nome Quaresma vem da contração
da palavra latina quadragésima, re-
ferente ao quarentésimo dia que en-
cerrava esse período. O número quarenta tem
um simbolismo próprio na tradição bíblica e,
resumidamente, evoca um grande período de
tempo. A duração de quarenta dias rememora
os “quarenta anos” de peregrinação dos he-
breus no deserto após sua saída do Egito. A
palavra evoca também os “quarenta dias” de Materiais:
jejum passados no deserto por Jesus, entre o
seu batismo e o começo de sua vida pública. E • Filipetas de papel
a métrica simbólica do quarenta marca o ca-
lendário católico, seus dias santos e de tabela
os feriados do ano civil. Os domingos não fa-
zem parte da Quaresma e não são contados.
Na prática, a Quaresma não dura quarenta
dias e estende-se sobre quarenta e seis. • Canetas
(Fonte: Guia de Curiosidades Católicas,
VOZES)
Objetivos
Levantamento de expectativas individuais, • Imagem de Jesus crucificado
compromisso consigo mesmo e com o próxi-
mo, sensibilização e reflexão sobre a proposta
do tempo litúrgico.
Desenvolvimento
Distribua um pedaço de papel com o nome
de todos os catequizandos, inclusive do(s)
56
catequista(s). Cada um deve escrever no seu ção, ele nomeou cada um de nós para ser anjo
respectivo papel, alguma intenção especial na vida de alguém durante esses dias. Todos
para essa Quaresma. Ex: saúde ou recupera- devem rezar secretamente pela pessoa que
ção de um ente querido, mudança de atitude/ sorteou, pedindo a Deus, com muita fé, que
comportamento, união na família, ação soli- atenda a intenção especial do seu amigo. É
dária, etc. importante orientar as crianças para manter
sigilo e não contar para ninguém o nome do
Prepare uma imagem de Jesus crucificado amigo e o pedido dele. Somente você e Jesus
e coloque uma caixinha próximo da imagem. podem saber este segredo.
Pedir para todos dobrarem o papel e depo-
sitarem seus pedidos aos pés de Jesus. Em Ao final da Quaresma, o catequista prepa-
seguida, o catequista passa a cai- ra um momento especial para todos revela-
xinha para cada um sortear rem por quem eles rezaram. Neste momento,
um amigo, lembrando pode-se fazer uma reflexão sobre a importân-
que ninguém pode fi- cia de rezarmos uns pelos outros. Pedir para
car com seu próprio cada catequizando comentar um pouco sobre
nome. a sua experiência, perguntar se alguém teve
seu pedido atendido e se deseja partilhar com
Após o sorteio, todos... Enfim, é o momento de celebrar e for-
explique para os talecer ainda mais a união do grupo. Como
catequizandos que sugestão, pedir para que cada catequizando
nós recebemos a im- traga um presente, algo ele mesmo tenha
portante missão de confeccionado/preparado (uma planta, uma
ajudar Jesus nesta comida, um artesanato, uma poesia, etc.)
Quaresma. Como Je- para oferecer ao seu amigo orante.
sus recebe muitos pe-
didos de ora-
Rogério Bellini
Formado em Psi-
cologia (UNIP) e Ad-
ministração de Em-
presas (UNISO), possui
Especialização em Jogos
Cooperativos (UNIMONTE) e MBA
em Recursos Humanos com certificação in-
ternacional em Inovação pela UC Berkeley
School of Information. Escritor, Compositor
e Contador de Histórias. É também Formador
de Catequistas e Coordenador da Catequese
Infantil na Arquidiocese de Sorocaba/SP.
O CATECISMO RESPONDE 57
58
Jesus redimiu-nos cumprindo a Vontade de Deus Pai até morrer na Cruz pelos nossos
pecados, dando assim a sua vida para a nossa salvação, e ressuscitando gloriosamente.
Sim, os Apóstolos viram Jesus ressuscitado. Primeiro apareceu a São Pedro e depois
a todos os Apóstolos, em várias ocasiões, numa delas quando estavam juntas mais de
quinhentas pessoas. Viram as suas chagas gloriosas e até chegaram a comer com Ele.
Jesus ressuscitado permaneceu na Terra quarenta dias, para poder estar com os
Apóstolos, que eram os alicerces da Igreja Católica fundada por Ele.
A primeira data que é marcada no Calendário Civil é a data da Páscoa, isto varia
a cada ano por causa do ciclo da Lua; a Páscoa é no primeiro domingo depois da
primeira Lua Cheia, após 21 de março. Em função dessa data são marcadas todas
as festas que têm data variável. A quarta-feira de cinzas é marcada 40 dias antes
do domingo de Ramos, e o Carnaval são os dias antes.
SUGESTÕES DE LEITURA 59
Editora Paulinas
Essa é uma coleção para catequizar crianças de 3 a 7 anos. A coleção “Pequeninos do Se-
nhor” abrange dois livros para catequistas e duas pastas para catequizandos, recheadas de
fichas de atividades fundamentadas nos livros.
60
Catecismo Breve
De Enrique Pèlach
Editora Quadrante
Catequese Infantil
De Alaice Mariotto Kater
Elementos de didática na
catequese
De Solange Maria do Carmo
Editora Paulus
SUGESTÕES DE APP 61
NOVO
APLICATIVO
C
onheça o novo aplicativo Sou
Catequista! Agora, além de baixar as
revistas no seu smartphone ou tablet,
você também pode ler os artigos, dinâmicas
e acessar os temas do mês em qualquer
lugar e na palma de sua mão. Além disso,
o aplicativo traz a liturgia diária, diversas
orações, a bíblia online e a área restrita aos
sócios do Clube do Livro. E mais: conheça
a rede social para os catequistas com chat
para a interação entre os usuários.
Esperança Cristã
"É preciso amar como Deus ama, sem hipocrisia"
N
o mês de março, após o seu retiro quaresmal, o papa Francisco retomou o ciclo de
catequeses sobre a esperança cristã e falou sobre a alegria de amar, pedindo para
que os fiéis amem como Deus: sem hipocrisia, diante de 12 mil fiéis reunidos na
Praça São Pedro.
A reflexão foi inspirada em um trecho da Carta aos Romanos que fala sobre a alegria de
amar, o grande mandamento deixado por Jesus: amar a Deus e ao próximo como a si mesmo.
“Somos chamados ao amor, à caridade. Esta é a nossa vocação mais sublime, a nossa vo-
cação por excelência”.
Assista a catequese
na integra
65
CATECINE
C
omplexamente imersiva, esta nova certeza daquilo que esperamos e a prova das
produção dirigida pelo grande Mar- coisas que não vemos”.
tin Scorsese e baseada no livro do Um Scorsese muito mais contido e con-
escritor japonês Shûsaku Endô, é um mer- templativo, mas não menos pungente em
gulho pelas tortuosas águas da fé, seus de- sua proposta, por vezes visceralmente belo,
sígnios e consequências. Fé. Crer em algo por vezes dolorosamente revoltante, con-
ou alguém, ainda que não haja nenhum tipo tudo, sempre inexoravelmente profundo.
de evidência que comprove a veracidade da Uma produção que discute as extensões da
proposição em causa. No contexto religio- fé e suas implacáveis consequências dentro
so, a fé é uma virtude daqueles que aceitam do indivíduo. Neste caso, dois missionários
como verdade absoluta os princípios difun- católicos portugueses, Padre Sebastião Ro-
didos por sua religião. Ter fé em Deus é acre- drigues (Andrew Garfield) e Padre Francis-
ditar na sua existência e na sua onisciência. co Garupe (Adam Driver, o Kylo Ren de Star
A fé cristã implica crer na Bíblia Sagrada, na Wars: O Despertar da Força), que viajam para
palavra de Deus, e em todos os ensinamen- o Japão no século 17, à procura de seu men-
tos pregados por Jesus Cristo, o enviado de tor, o Padre Cristóvão Ferreira (Liam Nee-
Deus. Lê-se em Hebreus 11:1 que “a fé é a son), que desapareceu em terras nipônicas
66
enquanto tentava pregar o cristianismo no back Mountain, O Lobo de Wall Street), que
país, numa época em que tal vertente era imprime uma textura clássica e dramática à
proibida e punível com a morte. produção. Aqui, ao contrário de todo o res-
Silêncio é um trabalho monumental, e tante de sua carreira como diretor, Scorsese
também um trabalho extremamente doloro- acertadamente abdica do uso de trilha-so-
so. O filme coloca o espectador à bordo de nora, apoiando seu filme nos sons, e princi-
uma verdadeira viagem ao inferno, sem uma palmente, nos silêncios.
promessa de libertação. Além de cercar o Silêncio que, metaforicamente, funciona
público de questões e propostas, sensações como o fiel da balança de seu protagonista,
e experiências. A profundidade absurda do que tem sua fé testada incessantemente ao
texto de Endô ganha sua perfeita tradução longo de toda a produção. Vista como blas-
na mão do monstro Scorsese, que vinha tra- fêmia e pecaminosamente mortal pelos ja-
balhando na produção há décadas, desde poneses, a fé e a doutrina cristã são massa-
que ele leu pela primeira vez o livro no qual cradas no filme. Scorsese, católico confesso,
o filme é baseado, publicado em 1966. O não poupa sua fé de blasfêmias e opressão
compassado e rico roteiro de Jay Cocks (de violenta, seja ela física ou principalmente,
outros trabalhos de Scorsese, como Gan- espiritual. Os conflitos internos do persona-
gues de Nova York e A Época da Inocência), gem interpretado por Garfield, logo se tor-
em parceria com o próprio diretor, toma seu nam motor dos conflitos de todos no filme,
tempo, e escava fundo por dentro das tortu- o que garante um caráter reflexivo e religio-
radas almas de seus protagonistas, especial- samente perigoso para a produção, e rende
mente o Padre vivido por Garfield, mais uma algumas sequências primorosas ao filme. A
vez impecável. cena da crucificação em meio ao mar revol-
A produção é visualmente mesmerizan- to do Japão, por exemplo, é uma das cenas
te. As locações são de tirar o fôlego em sua mais belas e dramaticamente demolidoras
aparência estéril e estranhamente bela. O do cinema nos últimos anos.
design de produção à cargo do colaborador A mão sempre decisiva de Scorsese refle-
habitual do diretor, Dante Ferretti, é outro te-se também em seu elenco, todo irrepreen-
show à parte, mas nada no mesmo nível de
impecabilidade do que a fotografia à cargo
do mexicano Rodrigo Prieto (Babel, Broke-
67
sível. Apesar do pouco tempo em cena, o fan- valiosos esforços de Scorsese no âmbito do
tástico Liam Nesson e o feioso Adam Driver cinema diretamente teológico, com dramas
estão muito bem, assim como o japonês Ta- como Kundun (1997) e principalmente, A
danobu Asano (47 Ronins, Ichi: O Assassino), Última Tentação de Cristo (The Last Tempta-
no papel de um cínico intérprete, que serve tion of Christ, 1988). É exatamente no limbo
de tradutor para Rodrigues, quando este é entre estes dois gêneros tão distintos, entre
capturado pelos homens do Inquisidor ja- estes “silêncios” que permeiam seu cinema,
ponês responsável pela perseguição aos por assim dizer, que Scorsese captura e ex-
cristãos que vivem escondidos no país. Mas pressa-se tão bem em torno da concepção do
é mesmo Garfield, em um papel cujo per- caráter humano, inclusive o espiritual. Para
sonagem vive conflitos desoladores, quem um católico não tão praticante, o cineasta
comanda a ação, e simplesmente dá a alma com certeza enxerga o mundo em todos seus
que o filme precisa para funcionar. imponderáveis e seus testes espirituais. Tal-
Mas é na construção descomunal de seu vez, em uma realidade alternativa, Scorsese
drama, que Scorsese mais uma vez conquis- tenha se tornado um padre. E eu aposto que
ta público e crítica. Sempre mantendo o es- ele seria um dos bons.
pectador longe de sua zona de conforto, o
filme incomoda, machuca, às vezes à distân-
cia, às vezes, mantendo seus personagens
perto demais, quase que como mostrando o
ponto de vista do homem, e o ponto de vista
de Deus, para todas as atrocidades cometi-
das e testemunhadas por ambas as partes,
tudo, em nome da fé (ou de sua renúncia),
mas nunca de maneira que a negligencie ou ASSISTA O TRAILER DO
a desrespeite. FILME "SILÊNCIO"
Mesmo sendo um cineasta cuja verve re-
side no cinema “criminal” e marginal nor-
te-americano, onde títulos como Os Bons
Companheiros (Goodfellas, 1990), Taxi Dri-
ver (1976) e Os Infiltrados (The Departed,
2006) saltam à mente, é bom lembrar dos
GOSTOU?
A próxima edição chega em
breve e queremos que nos
ajude a torná-la ainda melhor.
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elogios, críticas, ou mesmo
um artigo ou depoimento.