Catequese e Família
Catequese e Família
Catequese e Família
Embora todas essas indicações pastorais sejam muito preciosas e colocá-las em prática
seja uma grande conquista, não podemos parar por aí...
O Instrumentum Laboris do sínodo sobre a família nos diz que “a obra pastoral
da Igreja é chamada a ajudar as famílias na sua tarefa educacional, a começar pela
iniciação cristã. A catequese e a formação paroquial constituem instrumentos
indispensáveis para apoiar a família nesta tarefa de educação, de modo particular por
ocasião da preparação para o batismo, a crisma e a eucaristia” (nº 133). Mas além da
catequese e dos encontros de formação paroquial, o documento aponta também o
“crescimento da igreja doméstica através de encontros pessoais e entre famílias,
sobretudo cuidando da oração” (nº 133). Eis aí um ponto chave! Os encontros pessoais,
ou melhor, o acompanhamento individual!
Ingressa na vida em comunidade aquele que se identifica com ela e só identifica-
se com a comunidade quem é acolhido, valorizado na sua individualidade e aberto ao
anúncio da Boa-Nova de Jesus Cristo, faz a experiência do encontro pessoal com Ele. A
Igreja é a facilitadora dessa experiência de encontro. A experiência de catequese
catecumenal feita pelos primeiros cristãos nos diz que essa adesão à fé e à Igreja
começa com um convite que é feito por alguém da comunidade dos crentes e que seja
próximo de quem é convidado ao seguimento de Jesus. Daí que para nós catequistas e
para toda a comunidade paroquial, isso implica, em primeiro lugar, num testemunho de
fé verdadeiro e no mínimo de proximidade e amizade com quem se pretende
evangelizar, sejam as crianças e jovens, sejam suas famílias. Ora, qual outra maneira
melhor de criar um vínculo saudável e verdadeiro com as famílias dos iniciandos se não
por meio de um atendimento personalizado?
Dito de maneira clara, não basta fazer alguns encontros com as famílias, é
preciso conhecê-las e deixar que elas conheçam você. O catequista também precisa
esforçar-se por ser amigo dos pais das crianças da catequese, precisa visitá-los.
Há diversas objeções em relação a essa proposta, há aqueles que inclusive dizem
que, da maneira como a apresentamos aqui, atribui-se a ela uma importância indevida.
Ouso dizer que minha experiência pessoal mostra o contrário e que a maior parte das
pessoas que recusam-se a visitar seus iniciandos e suas famílias, na verdade, optam por
uma atitude de comodidade. Estreitar os laços entre a paróquia e as famílias não é tarefa
fácil, mas o resultado é surpreendente!
Mas o que vai acontecer a partir dela, é o que pode mudar o contexto...
Numa visita, entrasse não só na casa, mas no lar de quem nos recebe, ou seja, no
lugar e símbolo da intimidade de quem nos acolhe (cf. Lc 19, 1-10). O catequista dá-se a
conhecer, fala de si, e cria as condições necessárias para que a família sinta-se à vontade
para se expressar. É possível que algumas famílias sintam-se “invadidas”,
desconfortáveis com a iniciativa do catequista, isso é normal. Abrir as portas de casa
para um “estranho” nunca é algo fácil, seja compreensivo e não se magoe caso a
acolhida não seja das melhores. É importante sempre manter o bom humor!
Amém.
Papa Francisco