Artigo Tati Final! PDF
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MACAPÁ/AP
2019
TATILENE GOMES DOS SANTOS
Nota: _________.
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Pro.ª Dr.ª Diney Adriana Nogueira de Oliveira
Orientadora – Faculdade Estácio do Amapá
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Nome
Titulação – Instituição
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Nome
Titulação – Instituição
MACAPÁ/AP
2019
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RESUMO
A presente pesquisa busca compreender e comparar a atuação da coordenação pedagógica nos diferentes modelos
de gestão existentes em três escolas da cidade de Macapá, estado do Amapá: Escola Estadual Professora Risalva
Freitas do Amaral, que funciona através da gestão militar, Escola Municipal Wilson Malcher que possui a gestão
por indicação política e a Escola Estadual General Azevedo Costa que pratica a gestão democrática. Trata-se de
uma pesquisa bibliográfica e de campo, de cunho qualitativo, através de entrevistas com coordenadores e gestores
das instituições pesquisadas. Esse estudo proporcionou respostas acerca das diferentes gestões escolares e até que
ponto elas influenciam no trabalho da coordenação pedagógica. Percebe-se que as mesmas possuem os mesmos
objetivos educacionais, porém, têm diferentes formas de atuação do trabalho técnico pedagógico, fato esse que se
pode comprovar através dessa pesquisa. Libâneo (2008), Luck (2011) e Silva (2010) são os principais teóricos nos
quais essa pesquisa foi embasada.
INTRODUÇÃO
A coordenação pedagógica é uma área de atuação nas instituições escolares que
serve para auxiliar o trabalho educacional no cotidiano escolar, buscando organizar e direcionar
essas atividades que são realizadas pelos alunos, professores ou demais sujeitos que fazem parte
da comunidade escolar. A coordenação pedagógica possui papel de suma importância para o
fazer educacional nas escolas. É ela quem viabiliza os métodos a serem praticados, as
atribuições e competências da comunidade escolar, logísticas e organizações materiais e
pessoais, dentre outras funções.
O artigo em questão visa pesquisar e comparar a atuação da coordenação
pedagógica em instituições de ensino com modelos de gestões diferenciadas, o caso das escolas:
Escola Estadual Prof. Risalva Freitas do Amaral, que funciona, atualmente, através da gestão
militar, Escola Municipal Wilson Malcher que possui a gestão por indicação política e a Escola
Estadual General Azevedo Costa que pratica a gestão democrática, todas situadas na cidade de
Macapá, estado do Amapá.
1
Acadêmica concluinte do curso de Licenciatura em Pedagogia da Faculdade Estácio do Amapá. E-mail:
[email protected]
2
Prof.ª Dr.ª e Orientadora de TCC do curso de Pedagogia da F aculdade Estácio do Amapá. E-mail:
[email protected]
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um longo processo de transformação que traz consigo as contradições sociais e dos interesses
políticos.
Destaca-se, então, a forma como se deu o desenvolvimento histórico da educação
brasileira, onde eventos paralelos influenciaram diretamente na conjectura atual, como em
momentos de crise, por exemplo, que refletiram em grandes mudanças na formação do ser
humano, nos níveis de ensino e no perfil do cidadão atuante e crítico. Dessa forma, serão
abordados, aqui, apontamentos históricos em relação à função do coordenador pedagógico
enquanto profissional atuante nas escolas, a finalidade do cargo, suas funções e os elementos
necessários para que se conheça o perfil do trabalhador da área educacional.
Os primeiros relatos sobre a educação escolar ocorrem no período dos Jesuítas, há
aproximadamente cinquenta anos após a chegada dos portugueses e tinham o objetivo de
aculturar e converter os nativos, afim de civilizar e convertê-los religiosamente. Possuíam uma
espécie de coordenador denominado de “Prefeito Geral dos estudos” e seguiam os planos de
estudo de Padre Manoel da Nóbrega. Seguiam regras rígidas e procedimentos que buscavam a
construção da hegemonia católica, as aulas eram repetitivas, com provas orais e escritas que
visassem o aproveitamento técnico apenas. (NEGRÃO, 2000)
A educação brasileira controlada pela coroa portuguesa permaneceu por mais de
dois séculos, mais precisamente entre nos séculos XVI e XVII, com total doutrinação baseada
nos modelos europeus. A educação jesuítica perdurou entre os anos de 1549 e 1719, com o
objetivo de garantir a hegemonia religiosa, tanto na catequese com os índios quanto na
formação da elite branca e masculina. Negrão (2000) ressalta:
Para que ocorresse essa doutrinação existiam mecanismos de controle, com aqueles
que controlavam e a forma como isso acontecia, com regras específicas que exerciam poderes
sobre a educação, inclusive relacionado ao currículo e as práticas docentes. Portanto, a religião
era tida como principal forma de domínio, onde qualquer outro conhecimento que não
condissesse com os dogmas da igreja seria excluído do meio.
Entende-se que essa função foi e é considerada como uma necessidade nas
instituições de ensino, sendo aplicada de variadas formas, levando em consideração cada
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momento histórico e a realidade da sociedade em que se vive. Pode-se afirmar, ainda, que em
um ambiente educacional sem a intervenção de um profissional técnico, podem ocorrer falhas
e o fazer pedagógico ser prejudicado.
Saviani (2006), ressalta que essa mudança não só reestruturou o processo
pedagógico já construído pelos Jesuítas como também descaracterizava a função do supervisor
pedagógico já implementado na figura do prefeito de estudos. Dessa forma, foi designada novas
funções ao cargo no período:
Tinha uma estrutura escolar propriamente dita, em que as matérias apresentavam uma
sequência lógica, os cursos tinham uma duração determinada e os estudantes eram
reunidos em classe e trabalhavam de acordo com um plano de ensino previamente
estabelecido (PILETTI, 1996, p. 37).
geral e dos comissários de estudo. Mas onde ocorreram mudanças relevantes na educação foi
após a independência do Brasil, a partir da criação do Método Mútuo, onde a figura do
coordenador pedagógico toma visibilidade, estando ele responsável pelo processo educacional
e desenvolvimento dos alunos.
A Supervisão Pedagógica foi oficializada através da primeira Lei de Diretrizes e
Bases no ano de 1971, essa atividade educacional vem sofrendo influências ao longo da história,
principalmente nos aspectos social, econômico, político e religioso, se buscando aprimorar mais
e mais essa prática em busca da melhoria na educação brasileira. O Artigo 33 da referida lei
refere-se às funções do coordenador como administradores, planejadores, orientadores,
inspetores, supervisores e demais especialistas em educação.
Shiroma et al (2011) ressalta que de 1964 a 1985, o Brasil enfrenta o período da
Ditadura Militar que abafou sem hesitação quaisquer entraves que pudessem impedir o processo
de adaptação e econômica que o país passava, de forma imposta, as decisões eram centralizadas
ao poder executivo e os discursos em prol de uma educação de qualidade foram silenciados.
Naquele momento a educação era voltada meramente ao mercado de trabalho, pois
o país passava por um momento de intensa industrialização, comandada por economistas e
baseadas no gerencialismo. O foco principal eram os interesses econômicos, ou seja, o ensino
fundamental era voltado a formação de mão-de-obra para os setores industriais e o ensino
superior englobava a elite intelectual, que pelo menor esboço de críticas sociais e políticas,
tinham suas falas suprimidas.
Como pode-se observar o cargo de Coordenador Pedagógico sofreu mudanças e
evolução no decorrer dos tempos, tanto na nomenclatura quanto em suas funções até chegar ao
que é conhecido atualmente com todas as suas atribuições e compromissos políticos e sociais
no âmbito escolar com o objetivo de direcionar as práticas pedagógicas a um crescimento
significativo.
O reconhecimento da Coordenação Pedagógica na história é relativamente recente,
tendo início nos anos 80, em substituição à Supervisão Pedagógica que tinha a função direta de
fiscalizar professores, por ter sido outorgada durante um regime autoritário, agora possui cunha
político e pedagógico diretamente influenciável na vida do aluno.
No final dos anos 80, se percebe que os termos coordenador, coordenador
pedagógico, de área ou disciplina, vêm em conjunto com as demais nomenclaturas para
mencionar a atuação pedagógica nas escolas, sendo que o cargo de coordenador pedagógico
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surge no ano de 1985 através do Regimento Comum das Escolas Municipais. (AUGUSTO,
2006)
Em 1985 o regime militar termina oficialmente, porém deixa como herança os
problemas decorrentes da má administração e desequilíbrio financeiro do setor público e da
divina externa. Por isso, existia a possibilidade do surgimento de novas políticas para atender a
situações sociais do momento. Portanto, no período denominado de “Nova República”
decorrentes do movimento “Diretas Já”, alguns presidentes como Tancredo Neves e José
Sarney passaram pelo poder com a pretensão de fazer o país chegar a uma conquista
democrática (SHIROMA et al, 2011).
A partir dos anos 90 a Coordenação Pedagógica foi reconhecida legalmente, por
meio da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996. Foi nessa época que surgiram
as primeiras necessidades de um especialista em educação no ambiente escolar afim de orientar
as práticas educativas, dando surgimento ao orientador educacional, ao supervisor educacional
e ao coordenador pedagógico, denominados especialistas da educação.
Mesmo após a preconização da LDB, a execução do trabalho pedagógico demonstra
múltiplas faces em todo o país, sendo comum também o descaso em algumas secretarias de
diversos municípios que acabam atribuindo funções fora dos padrões pedagógicos dificultando
assim o desenvolvimento eficaz de uma educação de qualidade. Nesse momento, também se
colocava em evidência a importância do supervisor escolar, visto como um especialista da
educação, que atuava diretamente na fiscalização voltada aos professores, coordenando a
atuação dos mesmos e contribuindo na resolução de assuntos administrativos e pedagógicos,
visando a melhoria do processo de ensino e aprendizagem.
Nesse argumento, “quem dera coordenar fosse simples como diz o dicionário:
dispor segundo certa ordem e método; organizar; arranjar; ligar” AUGUSTO, (2006, p.01). É
fato que esse profissional discorre inúmeras funções em seu cotidiano, muitas vezes além de
suas competências. A triste realidade é que, muitas vezes, ele não possui o reconhecimento
merecido por parte dos colegas professores, nem da sociedade escolar.
Independente do termo que se utiliza para designar esse profissional, o fato é que
ele é uma das peças fundamentais na construção do ensino e aprendizagem, suas contribuições
são fundamentais para que o trabalho escolar seja eficiente, seja juntamente com os professores,
com os alunos ou com a comunidade envolvida.
De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de Licenciatura
em Pedagogia, o graduado na área deverá atuar na função de professor, gestor ou na pesquisa,
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de tal forma que busque explorar os conhecimentos do campo em todas as vertentes frente a
questões que embasem o processo educativo e explorem discussões em nível nacional
(BRASIL, 2006).
Assim, atualmente o papel do Coordenador Pedagógico é de agente do ensino,
atuante na instituição educacional, desde a origem da educação brasileira até os dias de hoje,
com função de fazer pedagógico, apesar de seu enfoque ter sido desviado para outras atividades,
por muito tempo ficou impedido por questões políticas ou sociais de desenvolver um trabalho
eficaz.
Nesse sentido, a utilização do termo gestão na área educacional não significa apenas
a simples substituição de uma terminologia por outra, mas engloba novas expectativas em
relação aos processos de gerência das atividades relacionadas a escola, que assumiu diferentes
modelos de administração.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN, em seu artigo 3º,
inciso VIII, institui que o ensino será ofertado nos princípios da gestão democrática do ensino
público, com base na referida lei, bem como na legislação dos sistemas de ensino (BRASIL,
1996). A gestão democrática tem seu conceito fundamental voltado para uma concepção de
sociedade que visa como princípio básico a democracia, uma vez implantada, ela busca a efetiva
estruturação da qualidade da educação, já que cria vínculos com a comunidade onde está
inserida e envolve os diversos agentes em uma corresponsabilidade pela aprendizagem e
desenvolvimento estudantil.
De acordo com o artigo 14 da Lei nº 9394/96 (LDB), destacam-se principalmente
três aspectos essenciais: descentralização administrativa, participação da sociedade civil e
autonomia crescente dos sistemas e das escolas públicas, conferindo apoio à gestão
democrática. (BRASIL, 1996)
Apesar dessa conquista constar na lei e acompanhar a tendência da hegemonia
mundial, muitos impasses na prática ainda dificultam a sua aplicação, porém, enfrentar essas
limitações ainda é fator essencial para a produção de mudanças, pois isto não pode impedir a
escola de exercer seu papel fundamental, a educação, deve-se superar todas a divisões e
segmentações existentes na escola.
A gestão institucional participativa é uma atividade democrática e consiste em um
direito do cidadão, portanto exige deveres e responsabilidades, podendo assegurar que um
gestor sozinho não tem condições de aplicar a gestão democrática, pois, para que ela ocorra, se
faz necessária a participação de todos que estão inseridos no contexto educacional (HORA,
1994).
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Gerir é ensinar e ensinar é gerir, desta maneira, gestão e ensino são valores
simultâneos que caminham juntos em busca de apenas um objetivo, a evolução do processo de
ensino e aprendizagem, que visam consequentemente cidadãos críticos e preparados para a
vivência em sociedade, devendo também valorizar os profissionais do ensino, e só passando
por esse papel é que se conhece a verdadeira realidade da ocupação.
O gestor escolar deve ter o conhecimento e a capacidade de mediar ações, de saber
resolver os conflitos adversos, respeitando as pessoalidades do indivíduo, o que geralmente é
adquirido com experiência e formação acadêmica, portanto, para ser um excelente profissional
é necessário obter esses dois fatores preponderantes. ( LUCK 2011)
Assim, a sociedade deve se fazer presente na escola afim de colaborar e atingir
metas juntamente com o corpo docente, pedagógico e administrativo escolar, para que o
ambiente se torne fértil e salutar, para que ocorram as práticas pedagógicas e a democracia
possa fluir em uma gestão participativa que vise uma cultural organizacional permeada pela
autonomia e descentralização do poder.
Na segunda metade do século XIX a Administração Pública Burocrática surge
como forma de combate a corrupção e ao nepotismo, através de mudanças econômicas e sociais
do Estado, do desenvolvimento tecnológico e da globalização. Engloba fatores que visam a
noção geral do interesse público, garante o cumprimento das responsabilidades, controla
procedimentos, opera os sistemas administrativos, entre outras características que visam o
controle da administração (CORDEIRO, 2017).
Dessa forma, esse modelo de administração surgiu para exterminar ações
irregulares que ocorriam na administração pública, pondo em prática um maior controle nesses
ambientes gestacionais, garantindo que se cumprissem as responsabilidades de cada agente
participativo, defendendo, assim, a integridade desses setores.
Pereira (2005) ressalta que as organizações que são administradas como se fossem
máquinas, são classificadas como burocráticas e seu surgimento representou um progresso no
quesito organização, aspecto moral e de gestão. Baseada nos princípios de administração do
exército prussiano e implantada em diversos países europeus e nos Estados Unidos, surgiu como
substituição ao modelo patrimonialista muito vigente na monarquia em um período que não se
distinguiam o patrimônio público dos privados.
O autor também ressalta que no período monárquico, o Estado era considerado
propriedade do rei, o nepotismo e empreguismo eram corriqueiros. Esse tipo de administração
não condizia com os modelos em ascensão na época, dentre eles o capitalismo industrial e as
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Dessa forma a burocracia no Brasil tem diversas facetas nas mais diferenciadas
esferas, distinguindo em suas expressões e características, no meio político, diretorial, técnico,
profissional, auxiliar e proletária. Os modelos de administração passaram por transformações,
sendo primariamente como assistencialista, depois patrimonialista, para finalmente se chegar a
um modelo competente, eficiente e profundo que envolva os valores da sociedade.
Nas palavras de Cruz (2006), o modelo de gestão burocrática possui a rigidez como
sua maior característica, onde os gestores possuem total domínio no processo de trabalho,
seguindo as normas, de modo a dar à instituição uma organicidade rígida. A seguir, a autora
descreve a origem da organização formal burocrática:
referência no passado, seja no seio familiar, na sociedade ou mesmo com seus primeiros chefes,
que de repente, praticavam o autoritarismo em suas empresas.
De acordo com as diretrizes educacionais, os estabelecimentos de ensino devem ter
uma sugestão pedagógica própria, focada nos objetivos que se pretende alcançar mediante a
ação educacional, desse modo, os Colégios Militares se encaixam nesse modelo, pois priorizam
princípios e práticas atuais sem deixar de levar em consideração os costumes militares, levando
seus alunos a descobrirem suas potencialidades, autorrealização e a qualificação para o mercado
de trabalho e para a vida. (BRASIL, 1998)
Este estilo de liderança é vantajoso em alguns casos, em outros pode ser
problemático e trazer desvantagens, como em situações em que o líder começa a abusar do
poder e passa a ser visto pelos outros como um ditador, causando ressentimento entre os
mesmos. Nos colégios militares esse tipo de gestão é dito como disciplinar, criativo e que
desperta no aluno um espírito de liderança, produtividade e responsabilidade.
Souza (2002) afirma que, embora o Sistema Militar de Ensino procure uniformizar
a realização de suas atividades, há variações em suas unidades, elas procuram trabalhar de
forma singular quando se trata de aspectos relacionados à disciplina, trabalho pedagógico,
avaliação e trabalho docente.
Assim, para o político profissional, ter um gestor ao seu lado é uma forma de
controlar também a instituição que ele administra. Essa forma de escolha reforça o
autoritarismo, o que distancia a escola de um ambiente estimulador e democrático, muito
comum em escolas com gestão burocrática e autocrática. Uma maneira de inibir esse
“apadrinhamento político” seria através de concurso público para área, já bastante executado
em alguns estados brasileiros.
A eleição dos gestores é utilizada em modelos democráticos, porém apenas a
votação em si não define o modelo, pois como já relatado anteriormente, há a necessidade da
participação da comunidade escolar em geral nas decisões e propostas. Na seleção mista ocorre
a combinação de diferentes formas, englobando os conhecimentos técnicos do candidato e
participação de todos os agentes de ensino (MENDONÇA, 2001).
Assim, a escola pode ser um espaço de aprisionamento ou de libertação, podendo
vivenciar a participação. Porém, para que isso ocorra, é viável a realização da gestão
democrática, mesmo que todas as formas de gestão sejam encontradas no Brasil, sendo cada
uma delas alvos de críticas, a eleição ainda é a melhor forma de participação democrática.
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Para Souza (2002), a escola que possui sua gestão compartilhada com os militares
acaba se tornando referência educacional e devido a isso, contribui de forma significativa para
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a melhoria do local em que está situada, trazendo inúmeros benefícios, o mais visível é a maior
presença dos alunos na escola.
É evidente a mudança que a gestão militar compartilhada proporciona às escolas,
elas passam a ser mencionadas como um modelo a ser seguido e devido a isso, despertam o
interesse, não apenas da comunidade local, mas dos demais bairros da cidade e
consequentemente ocorre o aumento da procura por vagas nesses estabelecimentos. É
importante salientar, ainda, que os pais e/ ou responsáveis dos alunos da escola pesquisada,
possuem uma maior participação na vida escolar desses estudantes.
A gestora acrescentou que houve um período de turbulência que a escola teria
vivido no período de transição do modelo, onde houve a necessidade da adaptação de todos os
membros da escola, priorizando primeiramente outros fatores, levou um tempo para haver essa
adaptação e para que a gestão conhecesse todo o meio em que estava inserido para que por fim
viesse fazer alguma intervenção e a consolidação do mecanismo.
A segunda pergunta à gestora foi relacionada às funções da coordenação
pedagógica na escola e como se dá a relação entre gestão e coordenação, ela cita que o setor
apenas trata do rendimento dos alunos e o acompanhamento do trabalho dos professores, ou
seja, meramente do campo do ensino e aprendizagem.
competências. A triste realidade é que, muitas vezes, ele não possui o reconhecimento merecido
por parte dos colegas professores, nem da sociedade escolar.
No caso da gestão militar compartilhada, de acordo com as palavras da gestora, a
coordenação pedagógica desempenha as mesmas funções que nas demais escolas com outros
modelos de gestão, porém, quando ela fala que a coordenação precisou se adaptar aos
mecanismos da gestão militar, se percebe uma relevante singularidade nessa atuação,
diferenciando-a das demais.
Quando questionada sobre os pontos positivos relacionados ao modelo de gestão
compartilhada de ensino militar a resposta da gestora foi um tanto quanto positiva, afirmando
que essas mudanças são visíveis quando se trata do comportamento dos alunos, da presença dos
pais na escola e ainda, a autoridade do professor está sendo regatada na escola.
A educação é uma espécie de sociedade, onde todos os envolvidos com ela devem
ter participação e direito aos bônus e aos ônus, uma vez que fazê-la de forma individual é quase
impossível. Comunidade, pessoal de apoio, professores, coordenadores e direção, fazem parte
dos da educação em uma escola, é importante que todos caminhem juntos para que o ato
educacional ocorra nesse ambiente. (LIMA E SANTOS, 2007)
Pode-se dizer que a atuação não coordenada do professor, muitas vezes é
incompleta, levando em consideração as funções desempenhadas pelo coordenador pedagógico
que são inúmeras e essenciais para o trabalho dos docentes, dos alunos e de outros setores da
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escola. No caso da escola pesquisada que possui a política da democracia, é essencial que cada
área desempenhe seu papel em consonância com os demais.
A próxima pergunta ao coordenador 2 objetivou saber como se dá a dinâmica entre
coordenação escolar e gestão na Escola Municipal Wilson Malcher, o mesmo afirmou que o
gestor é também parte da coordenação pedagógica, que muito contribui para o andamento dos
afazeres diários.
Nessa visão, se percebe a importância do gestor escolar como um líder, mas não
como um ser que tudo sabe e que em tudo manda, o gestor deve ter a sabedoria de desenvolver
um trabalho juntamente com os outros participantes, envolvendo-os no processo, de maneira
dinâmica e coletiva.
Lima e Santos (2007), enfatizam a importância que o coordenador pedagógico
possui no cotidiano escolar do professor, ele precisa se conscientizar da função formativa que
a coordenação lhe proporciona, oferecendo novas metodologias, práticas e suporte necessário
para sua atuação em sala de aula juntamente com os alunos.
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Tabela 8 – Relação entre coordenação e direção na Escola Estadual General Azevedo Costa
Pergunta Como se dá a relação entre coordenação e gestão na Escola General
Azevedo Costa?
“Ela é importantíssima para o sucesso da escola, a gestão possui ótima
relação com o colegiado, no qual fazem parte o grêmio estudantil,
conselho escolar, associação de professores e associação de pais e
Resposta do gestor
mestres. Se essa relação não for boa, com certeza isso determinará o
3
fracasso escolar. É importante que cada um conheça seu papel dentro
da escola e a gestão precisa dar condições para a realização dos
trabalhos escolares.”
Fonte: SANTOS, Tatilene Gomes dos. 2019.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
dentre outras competências que são essenciais para um bom desempenho escolar, porém,
existem algumas particularidades no modo de trabalhar em cada uma delas, podendo destacar
a que mais chamou a atenção, a coordenação da escola com a gestão militar compartilhada,
onde se percebeu certa perda da autonomia do corpo técnico, pois precisaram se adequar ao
novo modelo gestacional, o que causou muito estranhamento por parte dos profissionais, alunos
e familiares.
ABSTRACT
This research aims to understand and compare the performance of pedagogical coordination in
the different management models existing in three schools in the city of Macapá, Amapá state:
Professor Risalva Freitas do Amaral State School, which works through military management,
Wilson Malcher Municipal School. it has management by political indication and the General
Azevedo Costa State School that practices democratic management. This is a bibliographic and
field research, of qualitative nature, through interviews with coordinators and managers of the
researched institutions. This study provided answers about the different school managements
and to what extent they influence the work of pedagogical coordination. It is noticed that they
have the same educational objectives, but have different ways of performing the pedagogical
technical work, a fact that can be proven through this research. Libaneio (2008), Luck (2011)
and Silva (2010) are the main theorists on which this research was based.
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Instituto Paulo Freire, 2005.
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Paraná/PR; Contemp. Campo Mourão, v.1, n.1, jan/jul., 2006.
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NEGRÃO, Ana Maria Melo. O método pedagógico dos jesuítas: o "Ratio Studiorum".
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PILETTI, Nelson. História da Educação no Brasil. 6. ed. São Paulo: Ática, 1996.
SOUZA, Hélio José Rello. Colégio Militar do Rio de Janeiro: uma escola por trás da
burocracia. Dissertação de Mestrado, UFRJ, Rio de Janeiro/2002.
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Contamos com sua colaboração neste trabalho, participando dessa entrevista, para a execução
desta pesquisa, intitulada “A ATUAÇÃO DA COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA EM
INSTITUIÇÕES DE ENSINO COM MODELOS DIFERENTES DE GESTÃO”.
Escola:________________________________________________
Nome: ________________________________________________
Função: _______________________________________________