PME Liturgias Da Igreja Cristã

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FAETAD

LITURGIAS DA IGREJA CRISTÃ


PROJETO DO MANUAL DE ESTUDOS

CLÁUDIA PACHECO MUCENECKI


RA 111270
AGOSTO, 2019
A IMPORTÂNCIA DA FORMA NO CULTO CRISTÃO

A palavra liturgia para muitos lembra algo excessivamente formal e carente de


espiritualidade. É imperioso entender que todas as atividades públicas ou particulares
de culto e tudo o que se possa chamar de liturgia, tem por origem e norma a Bíblia
Sagrada. Concluímos, portanto, que a Bíblia é a autoridade primeira e única de como se
deve cultuar a Deus.
Através da liturgia no culto, a igreja é conduzida a experimentar a verdadeira adoração
a Deus, com sentimento de gratidão pelas bênçãos e pela salvação. Por isso, o culto deve
ter decência e ordem. De forma alguma, a solenidade aprisiona o Espírito Santo. Ao
contrário, ela facilita o agir e operação sobrenatural de Deus nas vidas daqueles que
buscam um verdadeiro encontro com Cristo.

O DESENVOLVIMENTO BÍBLICO E HISTÓRICO DAS LITURGIAS CRISTÃS

O conceito litúrgico de adoração foi instituído pelo próprio Deus. Desde o início da
trajetória do povo de Deus, Ele fez questão de incluir os rituais como parte integrante
do processo de adoração. Ainda que a maioria dos ritos não façam parte dos serviços de
adoração hoje, é necessário compreendermos que a nossa forma de tributo está
relacionada à prática ritualística do Antigo Testamento, principalmente porque a
solenidade e a dignidade devem continuar sendo os elementos norteadores da
verdadeira adoração.
No início da era cristã, a igreja apresentava uma liturgia muito simples, carregando
elementos do judaísmo e que foram mantidas até a destruição do Templo de herodes,
no ano 70. Gradualmente, a igreja começou a deslocar-se para fora do contexto
religioso judaico, ampliando assim outra forma de reunião: a casa dos crentes. O dia de
culto mudou de sábado para o domingo. As orações e o partir do pão também foram
ganhando outros formatos.
Quando a estatização da igreja tornou-se real, uma nova realidade litúrgica tomou
conta do culto. Houve um completo relaxamento da doutrina, haja vista a igreja ser
financiada por pagãos não convertidos ao cristianismo.
O culto cristão foi profundamente afetado pela nova realidade das relações entre a
igreja e o estado, introduzindo-se então as imagens no culto e a separação entre o clero
e laicato, além da materialização da fé. O culto cristão deixa de ser um serviço a Deus,
com participação de todo o povo, para tornar-se um espetáculo centrado no clero.
Nesse ambiente totalmente desvirtuado, reformadores se levantaram pregando uma
volta aos preceitos originais estabelecidos pelo colégio apostólico. Surgem figuras como
Lutero e Calvino levantando a bandeira de que o culto não era um mecanismo para a
obtenção da graça e do perdão, mas sim um momento de adoração ao único e
verdadeiro Deus. Por causa da luta dos reformadores, a pregação da Palavra de Deus
ganhou espaço importante no ritual litúrgico e os cânticos ocuparam um espaço
congregacional de louvor a Deus.

O SENTIDO TEOLÓGICO DA LITURGIA

Deus é o centro da adoração. Somente Ele é digno de receber tais devoções. Através dos
elementos litúrgicos, a igreja deve ser levada a adorar o Senhor. Muito mais do que
discutir os rituais, entender o sentido teológico da liturgia é compreender que toda a
nossa vida deve ser levada a uma completa e verdadeira adoração a Deus. O ritual do
culto cristão deve exaltar e dignificar aquele que merece toda a adoração, pois ele é o
centro. Para isso, deve-se ter um interesse íntimo e voluntário de se buscar a Deus,
confissão e arrependimento e entrega total do espírito a Deus.
Compreendendo estas verdades, os elementos do culto cristão serão facilitadores na
busca pela verdadeira adoração a Deus.

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