Ensino Religioso 7ano

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CAMINHO PARA DEUS

7º ano

Secretaria de Prefeitura de
Educação Petrópolis
Dr. Rubens Bomtempo
PREFEITO

Maria Elisa Peixoto da Costa Badia


Secretária de Educação

Jaqueline Azevedo de Assis


Subsecretária de Educação Infantil

Mônica Vieira Freitas


Subsecretária de Ensino Fundamental

Kelly Cristina Félix Gonçalves Grandi


Diretora da Casa de Educação Visconde de Mauá

Cristiane Noel Souza da Cruz


Coordenadora do Ensino Religioso
Colaboradores
Professora Anna Maria Nardi
Professora Maria Marta Cabral Camacho
Professora Maria Cristina Julio da Silva Amorim
Professora Maria Nilva Corsini
Professora Neide de Araújo Chaves
Monsenhor Paulo Elias Daher Chédier
Professora Cristiane Noel Souza da Cruz
Professora Pathricia Maria da Silva
Bittencourt Pe. João Rosa de Miranda
Professora Mariangela Monteiro Nascimento
Professora Aline Nonato da Silva
Professora Rita de Cássia de Freitas Cordeiro de Oliveira
Professora Roberta Mantovani Heinen

Coordenação
Professora Bianca Della Nina
Aulas de Ensino Religioso?

A educação da consciência religiosa é direito de todos. Para garantir esse direito, a Lei
de Diretrizes e Bases, artigo 33, apresenta o Ensino Religioso (ER) como parte integrante da
educação básica. Há quatro grandes temas que fundamentam esse ensino. São eles: a
compreensão da história, a interpretação da cultura, a busca de sentido e a compreensão da
experiência religiosa.

A compreensão da história
O fato religioso está presente em diferentes grupos, nações e períodos e quem não o
compreende também não compreenderá a história humana. A saga dos faraós do Egito, dos
imperadores romanos, dos índios americanos; as carrancas escandinavas e asiáticas; a
colonização do Brasil; a história da arte, da arquitetura; a relação entre sagrado e profano e
tantos outros aspectos culturais não seriam entendidos na sua essência sem o reconhecimento
do fato religioso. O ER oferece uma outra perspectiva para a análise da história.

A interpretação da cultura
A antropologia fala do processo espontâneo que se dá no interior das culturas, responsável
pela manutenção e transmissão das tradições de geração em geração. Quanto mais consciente
e intencional for esse processo, tanto mais serão fortalecidas a própria identidade cultural e a
capacidade de conviver com o diferente e respeitá-lo. O ER será responsável por desenvolver
essa competência da questão religiosa.

A busca de sentido
As perguntas fundamentais da existência humana - De onde vim? Para onde vou? etc. - não
são apenas capricho de mentes desocupadas. Elas compõem a busca necessária ao
desenvolvimento humano. O papel fundamental da educação é abrir possibilidades de
respostas, para que o sentido da vida vá além da própria vida. O objetivo do ER não é
responder às questões, mas criar condições para que essa reflexão se dê num ambiente
educativo onde haja espaço para o diálogo, o debate, a pesquisa e a síntese pessoal e
coletiva.

Compreensão da experiência religiosa


O que caracteriza a experiência é a mudança gerada na relação sujeito e fato
(acontecimentos). Toda grande mudança nasce de um momento interior, íntimo, vivido na
relação com o eu e o não-eu. Por isso, podemos dizer que a experiência corresponde sempre a
um aspecto de envolvimento pessoal e um aspecto de interpretação do que foi vivido. Paulo
Freire, sobre isso, diz o seguinte: “O homem é um ser que está no mundo e com o mundo. Se
apenas estivesse no mundo não haveria transcendência nem se objetivaria a si mesmo. Mas
como pode objetivar-se, pode também distinguir entre um eu e um não-eu. Isso o torna um ser
capaz de relacionar-se; de sair de si; de projetar -se nos outros; de transcender. Essas
relações não se dão apenas com os outros, mas se dão no mundo, com o mundo e pelo
mundo, nisso se apoiaria o problema da religião”. (FREIRE, 1981) A religiosidade é inerente ao
ser humano. Se não a educamos estamos empobrecendo a sua humanidade. Dessa forma, o
ER deve criar condições para que o educando possa interpretar suas experiências religiosas,
trazê-las ao nível consciente e, assim, gerar mudanças significativas na própria vida e nas
relações sociorreligiosas.

OLIVEIRA, Adalgisa A. Mundo Jovem. Ano XLI, nº 333, Fevereiro, 2003.


Apresentação

Hoje em dia, a lei brasileira garante o respeito a todas as religiões e culturas. Veja
o que diz a Constituição brasileira, a lei máxima que rege nosso país, assinada em 5
de outubro de 1988:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre
exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de
culto e as suas liturgias.
Por isso, colocamos à disposição dos alunos da Rede Pública de Ensino de
Petrópolis um livro de orientação moral e religiosa para o Ensino Religioso do 6º ao 9º
ano.
A forma prática que achamos oportuna foi escolher textos próprios que ajudassem
no conhecimento e debates sobre os temas estabelecidos, seguidos de atividades e
dinâmicas.
A este livro denominamos: Caminho para Deus.
É uma oportunidade para proporcionar momentos de reflexão, de busca de
experiência espiritual que despertem maior amor a Deus e às pessoas.
Este tempo é de formação e preparação para a escolha de uma profissão. Para
isso, é preciso que conheçamos valores morais, éticos e religiosos para poder vivenciá-
los no dia a dia atual e no futuro.
Este caderno estrutura-se em quatro partes, a saber:
1) Textos e atividades que atendem aos conteúdos e objetivos do referencial
curricular. Os textos contemplam uma variedade de gêneros, como textos
religiosos, canções, fábulas, textos informativos, histórias em quadrinho,
charges, tiras, tabelas e gráficos a fim de subsidiar de forma ampla o trabalho do
professor;
2) Exemplos de vida, que expõem a história de pessoas que se tornaram
referências a serem seguidas por suas ações e por seus pensamentos;
3) Atividades interdisciplinares, que promovem a articulação com as demais
disciplinas do currículo.
4) Textos complementares, que podem ser utilizados pelo professor, conforme o
interesse e a necessidade da turma;
Sugestões de filmes, de documentários e de dinâmicas perpassam por todo o
conteúdo do livro de modo a oferecer ao professor uma maior variedade de recursos a
serem utilizados durante as aulas.
Face à variedade de textos, atividades e recursos oferecidos, faz-se necessário um
planejamento cuidadoso para uma utilização mais eficaz destas propostas aqui
contempladas.
SUMÁRIO

1. Conhecimento
1.1 Autoconhecimento 13
1.2 Conhecimento da realidade 18
1.3 Conhecimento do outro 25

2. A opção por Deus


2.1 O projeto de Deus 30
2.2 A falsa idolatria 34
2.3 O que é religião 37
2.4 Como surgiram as religiões 41
2.5 Líderes religiosos 47

3. Valores 52
3.1 Solidariedade 56
3.2 Gratidão 62
3.3 Verdade 64
3.4 Esperança 69

Exemplos de Vida 72
Atividades Interdisciplinares 75
Textos Complementares 78
Sugestões de Filmes 94
Referências 95
- 13 -

1– Conhecimento

1.1 Autoconhecimento

AUTOCONHECIMENTO

Autoconhecimento é conhecer a si mesmo, as características da personalidade, os próprios


sentimentos, inclinações, gostos, preferências, necessidades, sonhos, etc. O
autoconhecimento é muito importante para a nossa vida. Quando nos conhecemos
compreendemos melhor nossas próprias atitudes. Somos capazes de nos perdoar, porque
somos capazes de reconhecer nossos erros e recomeçar. Quando compreendemos as razões
das nossas ações é muito mais fácil mudá-las quando preciso.

Texto 1: O leão e o mosquito


Certa tarde, numa floresta distante, o rei dos animais
ridicularizava impiedosamente um mosquito dizendo:
- Saia de perto de mim, seu inseto imundo, excremento
do esgoto! Bicho nojento!
Muito irritado, o pequeno mosquito resolve declarar
guerra ao leão:
- Não pense você que conseguirá intimidar-me com a
altivez de sua cabeleira e com a posição que ocupa na cadeia
alimentar. Você está enganado! Eu não tenho medo de você,
pois muito mais corpulento é o touro e eu o conduzo de
acordo com a minha vontade!
E, decidida, toma distância e num voo rápido e certeiro
atinge o rei dos animais bem no peito. E tem início a batalha!
O felino põe-se a rugir encolerizado, seus olhos saltam de raiva, a boca incha-se, as
presas ficam à vista e toda a floresta se afasta e se esconde em lugar seguro.
Quem diria... e tudo por causa de um mísero inseto! Um mosquito! E o mosquito
continuava a ofender o rei da floresta de todos os modos. Foram picadas nas costas, no
focinho, nas patas, barriga, entrava pelas narinas deixando o leão tão desesperado que, sem
controle, se arranhava, mordia sem parar.
E, no máximo de sua ira, numa investida final sobre o mosquito, erra o alvo e acerta a si
próprio, rasgando seu ventre. A fera ainda golpeia o ar e, furioso e inconformado, já exausto,
lança-se ao chão.
Após a batalha sangrenta, o mosquito, orgulhoso é vitorioso, sai cantando vitória... E na
vontade de contar a novidade a todos da floresta, em voo veloz e hilariante, o mosquito é
interceptado por uma simples e delicada teia de aranha. Apanhado, mantém-se imóvel
esperando pela morte, fim de suas aventuras.
Moral: É preciso acreditar em si mesmo, mas também reconhecer suas limitações e
buscar superá-las.
La Fontaine

ATIVIDADE
Pense nas suas limitações e crie estratégias de como superá-las:

Texto 2: IDENTIDADE

Às vezes nem eu mesmo


sei quem sou.
às vezes sou.
"o meu queridinho",
às vezes sou
"moleque malcriado".
Para mim
tem vezes que eu sou rei,
herói voador,
cowboy, lutador,
jogador campeão.
às vezes sou pulga,
sou mosca também,
que voa e se esconde
de medo e vergonha.
Às vezes eu sou Hércules,
Sansão vencedor,
peito de aço
goleador!
Mas o que importa
o que pensam de mim?
Eu sou quem sou,
eu sou eu,
sou assim,
sou menino.
Pedro Bandeira

ATIVIDADES
Reflita sobre as seguintes questões:
Como eu sou? Aceito-me ou não como sou? O que posso mudar para viver melhor? O
que os adultos pensam que sou?
A Partir destas reflexões crie um poema com a mesma forma e estrutura do poema
lido, tendo como título: QUEM SOU EU?

Texto 3: Sonhar é preciso


Sem sonhos, as pedras do caminho se tornam
montanhas, os pequenos problemas ficam insuperáveis,
as perdas são insuportáveis, as decepções se
transformam em golpes fatais e os desafios se
transformam em fonte de medo.
Voltaire disse que os sonhos e a esperança nos
foram dados como compensação às dificuldades da vida.
Mas precisamos compreender que sonhos não são
desejos superficiais. Sonhos são bússolas do coração,
são projetos de vida. Desejos não suportam o calor das
dificuldades. Sonhos resistem às mais altas temperaturas
dos problemas. Renovam a esperança quando o mundo
desaba sobre nós.
John F. Kennedy disse que precisamos de seres humanos que sonhem o que nunca
foram. Tem fundamento seu pensamento, pois os sonhos abrem as janelas da mente, arejam a
emoção e produzem um agradável romance com a vida. Quem não vive um romance com sua
vida será um miserável no território da emoção, ainda que habite em mansões, tenha carros
luxuosos, viaje de primeira classe nos aviões e seja aplaudido pelo mundo.
Precisamos perseguir nossos mais belos sonhos. Desistir é uma palavra que tem que
ser eliminada do dicionário de quem sonha e deseja conquistar, ainda que nem todas as metas
sejam atingidas. Não se esqueça de que você vai falhar 100% das vezes em que não tentar,
vai perder 100% das vezes em que não procurar, vai estacionar 100% das vezes em que não
ousar caminhar.
Como disse o filósofo da música Raul Seixas: “Tenha fé em Deus, tenha fé na vida,
tente outra vez...” Se você sonhar, poderá sacudir o mundo, pelo menos o seu mundo...
Se você tiver de desistir de alguns sonhos, troque-os por outros. Pois a vida sem
sonhos é um rio sem nascente, uma praia sem ondas, uma manhã sem orvalho, uma flor sem
perfume. Sem sonhos, os ricos se deprimem, os famosos se entediam, os intelectuais se
tornam estéreis, os livres se tornam escravos, os fortes se tornam tímidos. Sem sonhos, a
coragem se dissipa, a inventividade se esgota, o sorriso vira um disfarce, a emoção envelhece.
Apesar dos nossos defeitos, precisamos enxergar que somos pérolas únicas no teatro
da vida e entender que não existem pessoas de sucesso ou pessoas fracassadas. O que existe
são pessoas que lutam pelos seus sonhos ou desistem deles. Por isso, desejo sinceramente
que você...

Os sonhos e a juventude
Jovens, vocês não precisarão de sonhos se optarem por gastar o dinheiro dos seus
pais, explorá-los e achar que eles são obrigados a satisfazer seus desejos. Também não
precisarão de sonhos para dizer que eles são chatos, caretas, ultrapassados, controladores,
impacientes e incompreensivos.
Mas precisarão de muitas lágrimas para garimpar o ouro que se esconde no coração de
seus pais. Precisarão de sonhos para entender que eles não deram tudo o que vocês
quiseram, mas deram tudo o que puderam. Precisarão dos “sonhos sábios” para entender e
suportar os “nãos” dos seus pais, pois os “nãos” de quem os amam irão prepará-los para
suportar um dia os “nãos” da vida.
Precisarão de sonhos para descobrir que seus pais perderam noites de sono para que
vocês dormissem tranquilos, derramassem lágrimas para que vocês fossem felizes, adiaram
alguns sonhos para que vocês sonhassem.
Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), o índice de desemprego entre os
jovens é altíssimo. Muitos não terão chance no mercado competitivo e agressivo. A situação
piora porque muitos estão despreparados para ousar, criar, empreender. Mas não tenham
medo. Saibam que seus pais e outras pessoas apostam em vocês, apesar das suas falhas;
acreditam em vocês, apesar dos seus defeitos.
Por isso, agora, vocês precisam de grandiosos sonhos para enfrentar a vida de peito
aberto, se preparar para trabalhar seus medos, vencer suas crises, superar sua passividade e
amar os desafios. Assim, escaparão do rol dos frustrados, sairão da sombra dos seus pais e
construirão sua própria história.
CURY, Augusto. Nunca desista de seus sonhos. Ed. Sextante, 2004.
NUNCA DESISTA DOS SEUS SONHOS!
ATIVIDADE
Responda
Faça uma relação das coisas de que você já desistiu. Você pensaria em retomá-las? Como?

MINHA BANDEIRA PESSOAL

Faça um desenho de uma bandeira, no caderno, e divida-a em 6 partes


Lembre-se que a bandeira geralmente representa um país e significa algo da história desse país.
Nesta atividade cada um vai construir sua própria bandeira a partir das seis perguntas:

1-Qual o seu maior sucesso individual?


2- O que gostaria de mudar em você?
3- Qual a pessoa que você mais admira?
4- Em que atividade você se considera muito bom?
5- O que mais valoriza na vida?
6- Qual a sua maior dificuldade?

As respostas podem ser por intermédio de um desenho ou de um símbolo na área adequada. Os


que não quiserem desenhar poderão escrever, não esqueça de colocar o número correspondente a
pergunta.
Pintar e enfeitar como quiser a sua bandeira.
Compartilhar a bandeira com a turma.
Os alunos comentam o que mais chamou a atenção de cada um em sua própria bandeira e na dos
companheiros. Contar o que descobriu sobre si mesmo e sobre o grupo.
http://www.mundojovem.com.br/dinamicas/minha-bandeira-pessoal

Para aprofundamento do tema texto complementar:

- Por que falam tanto de nós? – pág.81.

Sugestão de filme: Um doce olhar (1h43min) – sinopse pág.97.


https://www.youtube.com/watch?v=h68gsvNP05M
1.2 Conhecimento da realidade

Texto 1: A violência
Drogas e violência são irmãs

“Os dados são assustadores: segundo dados do Ministério da Justiça, no Brasil, a cada
13 minutos uma pessoa é assassinada; 50% dos moradores das capitais evitam sair a noite
com medo de assaltos; o Brasil é o terceiro maior mercado de carros blindados no mundo.
Enfim, se continuássemos nessas estatísticas, ficaríamos literalmente assustados. Surge
então a pergunta: Qual a causa de tanta violência? É dever da sociedade e de cada um tentar
analisar as causas mais profundas desse problema que deixa a população amedrontada e as
instituições governamentais constantemente em pé de guerra.

FALTAM OPORTUNIDADES

Uma sociedade que não trabalha para eliminar as desigualdades sociais, acabará
pagando muito caro pelas consequências dessa situação injusta. Aquela roupa da moda, o
carro, a casa própria… tão enaltecidos pela propaganda e que muitos já possuem e usam
normalmente, tornam-se bens praticamente proibidos por uma fatia considerável de pessoas da
mesma sociedade que, por diversos motivos, não tem poder de compra.

Dessa forma, o cidadão, não tendo possibilidade de obter seus direitos, tenta consegui-
los apelando à violência. O mercado das drogas emprega, atualmente, milhares de crianças e
adolescentes, dando, embora de forma imprópria, uma esperança econômica para eles e para
toda a família. É dinheiro fácil que chega ao bolso do traficante através do dependente químico,
cliente fiel."

https://portaldovoluntario.v2v.net/posts/9728

ATIVIDADES
Responda
1. Você concorda com a afirmação: “Quem compra drogas financia a violência?” Por
quê? Você acredita que você possa ser vítima dessa violência?
2. O que você faria para ajudar alguém que caiu nas garras da droga?
Texto 2: A violência contra a mulher

O que faz com que um homem reaja violentamente contra uma mulher?

• A genética
• O machismo
• A educação
• As mulheres
• Os amigos
• A bebida
• O estado de ânimo do homem
• Insegurança
• Ciúme
• Todas as anteriores
• Nenhuma das anteriores

Acho que a melhor resposta para essa pergunta é: nenhuma das anteriores. Nada
justifica a violência que milhares de mulheres sofrem no mundo inteiro.

Por trás da história da violência contra a mulher, há uma longa lista de fatos:
desconhecimento, falhas na legislação, descompromisso social, falta de solidariedade e, acima
de tudo, o silêncio e o medo de denunciar os agressores. Esses dois últimos itens são os
maiores aliados desse crime contra as mulheres.

A falta de compromisso das autoridades e das próprias vítimas, o medo de denunciar, o


desconhecimento da lei ou a total ausência de normas que punam o delito, entre outras coisas,
são o que tornaram essa prática tão comum nas sociedades latino-americanas e em todos os
lugares do mundo marcados por uma conduta machista.

A violência contra a mulher se define por todo ato que possa resultar em dano ou
sofrimento físico, sexual ou psicológico. Ameaças, coação ou privação de liberdade, violência
doméstica e qualquer outro tipo de ação, crimes passionais, exploração sexual de mulheres e
meninas, violação, mutilação genital feminina, casamento precoce e forçado, infanticídio de
meninas, ataques com ácido, entre outros.

De acordo com a Organização das Nações Unidas “(…) uma em cada três mulheres é
maltratada e coagida a manter relações sexuais, ou submetida a outros abusos. Entre 30% e
60% das mulheres que já tiveram um parceiro sofreram alguma vez violência física ou sexual
por parte do companheiro, e 48% das meninas e jovens com idades entre 10 e 24 anos
afirmam ter tido suas primeiras relações sexuais sob coação”.

Como podemos observar, essa é uma realidade para mulheres de todo o planeta, o que
confirma a necessidade de intervenção dos estados, das autoridades, da sociedade, da família
e, acima de tudo, das próprias mulheres.

Esses dados são um chamado às mulheres que vivem esta situação e às que ocupam
cargos políticos ou posições de liderança, para que conscientizem o mundo sobre essa
realidade.

Este é um convite a todas as mulheres, para que superem seus medos, ergam a voz,
superem os preconceitos e façam valer seus direitos como seres humanos.

Se você for vítima de:

Lesões à integridade física, emocional e sexual – o que inclui socos, empurrões, puxões de
cabelo, beliscões, insultos, gritos, ameaças, humilhações e relações sexuais não consentidas,
por exemplo, a primeira
Coisa que deve fazer é:

Quebrar o silêncio e falar com alguém sobre essa situação. Esse “alguém” pode ser sua melhor
amiga, um parente, um vizinho ou as autoridades da sua cidade.

O silêncio é seu pior inimigo e um dos principais motivos de você estar passando por isso.

Em caso de agressão, tente sair de perto ou fugir do agressor. Chame a polícia, vá a um


hospital ou à casa de um amigo que possa ajudá-la. E, o mais importante, DENUNCIE.

É preciso mudar a mentalidade de todas as mulheres. Nada justifica esses atos. Nem o álcool
ou as drogas, nem o ciúme ou a insegurança, nem o amor ou a falta dele, nem a religião, a
raça ou os fatores econômicos.

Nada justifica e nenhum homem, por qualquer motivo, tem o direito de maltratar, agredir,
ameaçar ou insultar a mulher.

http://discoverymulher.uol.com.br/familia/atitude-e-superacao/violencia-contra-a-mulher/

ATIVIDADE
Reflita
Reflita e discuta sobre as questões abaixo:
a) Menino não chora.
b) Meninas brincam de boneca. Meninos só brincam de luta, guerrinha.
c) Mulher deve aprender a cozinhar, lavar e passar.

Texto 3: Violência na escola

BULLYING

Bullying - É exercido por um ou mais indivíduos, causando dor e angústia, com o objetivo de
intimidar ou agredir outra pessoa. Bullying é um termo da língua inglesa (bully = “valentão”) que
se refere a todas as formas de atitudes agressivas, verbais ou físicas, intencionais e repetitivas,
que ocorrem sem motivação evidente e são exercidas por um ou mais indivíduos, causando dor
e angústia, com o objetivo de intimidar ou agredir outra pessoa sem ter a possibilidade ou
capacidade de se defender, sendo realizadas dentro de uma relação desigual de forças ou
poder.
O bullying se divide em duas categorias: a) bullying direto, que é a forma mais comum entre os
agressores masculinos e b) bullying indireto, sendo essa a forma mais comum entre mulheres e
crianças, tendo como característica o isolamento social da vítima. Em geral, a vítima teme o(a)
agressor(a) em razão das ameaças ou mesmo a concretização da violência, física ou sexual,
ou a perda dos meios de subsistência.
O bullying é um problema mundial, podendo ocorrer em praticamente qualquer contexto
no qual as pessoas interajam, tais como escola, faculdade/universidade, família, mas pode
ocorrer também no local de trabalho e entre vizinhos. Há uma tendência de as escolas não
admitirem a ocorrência do bullying entre seus alunos; ou desconhecem o problema ou se
negam a enfrentá-lo. Esse tipo de agressão geralmente ocorre em áreas onde a presença ou
supervisão de pessoas adultas é mínima ou inexistente. Estão inclusos no bullying os apelidos
pejorativos criados para humilhar os colegas.
As pessoas que testemunham o bullying, na grande maioria, alunos, convivem com a
violência e se silenciam em razão de temerem se tornar as “próximas vítimas” do agressor. No
espaço escolar, quando não ocorre uma efetiva intervenção contra o bullying, o ambiente fica
contaminado e os alunos, sem exceção, são afetados negativamente, experimentando
sentimentos de medo e ansiedade.
As crianças ou adolescentes que sofrem bullying podem se tornar adultos com
sentimentos negativos e baixa autoestima. Tendem a adquirir sérios problemas de
relacionamento, podendo, inclusive, contrair comportamento agressivo. Em casos extremos, a
vítima poderá tentar ou cometer suicídio.
O(s) autor(es) das agressões geralmente são pessoas que têm pouca empatia,
pertencentes à famílias desestruturadas, em que o relacionamento afetivo entre seus membros
tende a ser escasso ou precário. Por outro lado, o alvo dos agressores geralmente são
pessoas pouco sociáveis, com baixa capacidade de reação ou de fazer cessar os atos
prejudiciais contra si e possuem forte sentimento de insegurança, o que os impede de solicitar
ajuda.
No Brasil, uma pesquisa realizada em 2010 com alunos de escolas públicas e
particulares revelou que as humilhações típicas do bullying são comuns em alunos da 5ª e 6ª
séries. As três cidades brasileiras com maior incidência dessa prática são: Brasília, Belo
Horizonte e Curitiba.
Os atos de bullying ferem princípios constitucionais – respeito à dignidade da pessoa
humana – e ferem o Código Civil, que determina que todo ato ilícito que cause dano a outrem
gera o dever de indenizar. O responsável pelo ato de bullying pode também ser enquadrado no
Código de Defesa do Consumidor, tendo em vista que as escolas prestam serviço aos
consumidores e são responsáveis por atos de bullying que ocorram dentro do estabelecimento
de ensino/trabalho.

A escola é lugar de formação da ética e da moral dos alunos, professores ou demais


funcionários.
A violência é um problema social que está presente nas ações dentro das escolas, e se
manifesta de diversas formas entre todos os envolvidos no processo educativo. Isso não
deveria acontecer, pois escola é lugar de formação da ética e da moral dos sujeitos ali
inseridos, sejam eles alunos, professores ou demais funcionários.
Porém, o que vemos são ações coercitivas, representadas pelo poder e autoritarismo
dos professores, coordenação e direção, numa escala hierárquica, estando os alunos no meio
dos conflitos profissionais que acabam por refletir dentro da sala de aula.
Além disso, a violência estampada nas ruas das cidades, a violência doméstica, os
latrocínios, os contrabandos, os crimes de colarinho branco têm levado jovens a perder a
credibilidade quanto a uma sociedade justa e igualitária, capaz de promover o desenvolvimento
social em iguais condições para todos, tornando-os violentos, conforme esses modelos sociais.
Nas escolas, as relações do dia a dia deveriam traduzir respeito ao próximo, através de
atitudes que levassem à amizade, harmonia e integração das pessoas, visando atingir os
objetivos propostos no projeto político pedagógico da instituição.
Muito se diz sobre o combate à violência, porém, levando ao pé da letra, combater
significa guerrear, bombardear, batalhar, o que não traz um conceito correto para se revogar a
mesma. As próprias instituições públicas se utilizam desse conceito errôneo, princípio que deve
ser o motivador para a falta de engajamento dessas ações.
www.brasilescola.com/educacao/escola-x-violencia.htm

ATIVIDADE
Fale você
Que tipo de violência existe na sua escola? Promova uma campanha para a
conscientização da não-violência.

Texto 4: O mal se combate com violência?

Muita gente tem a ideia de que é preciso combater a violência com mais violência,
corrigir a injustiça castigando cruelmente os injustos, enfim, melhorar o mundo com armas e
guerras, e com o poder dos mais fortes. Poucas pessoas acreditam na força do amor.
No entanto, muitos homens e mulheres que realmente mudaram a sociedade humana
não possuíam exércitos nem mataram ninguém. Ao contrário: alguns até morreram pela paz.
Como eles conseguiram fazer isso em um mundo cheio de governos poderosos, armas
potentes, dinheiro em abundância? Acontece que os governos caem, as armas envelhecem, o
dinheiro acaba... mas a fé verdadeira, o exemplo do bem, as vidas de paz nunca se apagam do
coração humano.
Pense no exemplo do próprio Cristo: ele não comandava exércitos,
não era membro de nenhum governo. Mas seu amor foi tão grande, sua
morte pelo bem da humanidade foi tão impressionante, que até passamos
a contar o tempo, no Ocidente, em a.C. (antes de Cristo) e d.C. (depois de
Cristo). A história ficou profundamente marcada pela sua passagem na
Terra.
Agora, pense no exemplo de Gandhi. Ao morrer, deixou um par
de óculos, um par de sandálias, uma túnica, um livro e uma roca de
tecer. Era tudo o que possuía. Mas sua ideia e sua prática da não-
violência não morreram: inspiraram o pacifista Martin Luther King e
muitos movimentos de paz em todo o mundo.
Essas pessoas ensinaram justamente que o maior poder do
mundo está no amor, a maior riqueza está na capacidade de perdoar e a
única maneira de corrigir a injustiça é sensibilizar o coração dos homens
para a justiça e converter pessoas injustas em pessoas justas.
Em vez de punir, é preciso educar. Antes de julgar com crueldade,
deve-se perdoar com misericórdia. Todo ser humano tem alguma coisa
divina dentro de si, e exemplos de amor profundo, como foram Jesus,
Gandhi e São Francisco de Assis, podem despertar a vontade de ser bom.
A violência para com aquele que é violento apenas desperta ainda mais
revolta.
Praticar não-violência não é aceitar tudo calado e deixar de
combater o que é errado: é lutar pelo que é certo, mas com os meios da paz. É tentar acabar
com o erro salvando a pessoa que está errada.
Praticar não-violência é lutar ainda mais ativamente contra o mal. A não-violência é
superior à violência. O perdão é bem mais poderoso que o castigo.
Praticar não-violência significa sofrer conscientemente, não se submetendo à vontade
do malfeitor, mas empenhando-se, com todo o ânimo e sem ódio, contra o tirano. Por meio da
não-violência, um só indivíduo - Gandhi - desafiou os poderes de um império injusto e salvou
muitas pessoas da injustiça.
Embora no século XX tenham ocorrido muitos movimentos pela paz, tivemos também
inúmeras e desumanas guerras, entre nações e dentro de nações. Neste início de milênio, a
violência continua presente em todos os setores da sociedade. O caminho para a paz parece
difícil, mas precisamos procurá-lo.
Autor Desconhecido
ATIVIDADES
Responda
1. Você concorda que seja possível lutar sem violência? Por quê?
2. Quais são as armas da violência? E quais são as “armas” da paz?
3. Para você, o que dá mais resultado: a violência ou a paz? Por quê?

Faça Você
Sob a orientação do(a) professor(a), façam uma oração pela paz. Cada um deverá
fazer uma reflexão íntima: Tem alguma coisa contra alguém? Consegue perdoar? O
que pode fazer em contribuição à paz?

Para aprofundamento do tema textos complementares:

- Regras para se tornar humano – pág.83;


- Os animais e a peste – pág.84.

Atividade interdisciplinar: Tô com fome! – pág.78.


1.3 Conhecimento do outro

Texto 1: Amizade: sinal de vida em mim, no outro, em nós...


Durante a guerra da Vietnã, uma granada explodira perto de um orfanato e muitas
crianças ficaram feridas. Dentre elas, uma menina de aproximadamente nove anos fora levada
às pressas ao hospital, pois perdera muito sangue e sofrera traumatismos. Foram feitos testes
em toda a equipe médica americana, mas o tipo sanguíneo de ninguém era compatível com o
da garota. Os médicos, tentando de toda forma salvar a menina, chamaram toda a população
local, contaram o ocorrido entre gestos e palavras, a fim de conseguir um doador. Depois de
um momento de silêncio, viu-se um braço levantar-se. Era um garoto de aproximadamente 12
anos. Os médicos o levaram às pressas para o hospital, terminaram os preparativos e iniciaram
a transfusão.
O garoto sentiu a agulha silenciosamente, mas, passado algum tempo, deixou escapar
um soluço e tapou o rosto com a mão. O médico perguntou se estava doendo e ele apenas
balançou a cabeça demonstrando que não. Os soluços aumentaram e o médico, preocupado,
chamou uma enfermeira vietnamita para tentar saber o que acontecia com o garoto. Após
algumas palavras e carinhos, a enfermeira voltou sorrindo e disse ao médico que ele estava
com medo.
- Medo de quê? – perguntou o médico.
- Medo de morrer. Ele não havia entendido o que estava acontecendo. Pensou que seu
sangue passaria todo para a menina e que ele morreria.
- Então, por que ele se ofereceu para a transfusão?
- Eu lhe perguntei a mesma coisa. Ele me olhou com um brilho diferente e disse:
- Porque ela é minha amiga.
MIRANDA, Paula. Mundo Jovem. Julho/2002, p. 21
ATIVIDADE
Responda
Você seria capaz de renunciar algo em benefício do outro?

Texto 2: Visita a feira de informática


Pedro é um aluno novato na turma e na escola que frequenta. Ainda se adaptando e
muito tímido só fez amizade com Victor. Depois de algumas semanas de aula, surge a
oportunidade de uma visita/excursão a uma feira de informática que está acontecendo na
cidade.
O problema surge quando Pedro vê que seu único amigo, Victor, apanha um objeto
exposto e guarda consigo. De volta à escola, parece que tudo correu da melhor maneira
possível. Os alunos retornam para suas casas, porém, a direção da escola recebe um
telefonema da pessoa responsável pela feira dando queixa do sumiço de um objeto.
A professora comunica e o fato é discutido com outros educadores da escola. A
professora, apesar de constrangida, expõe a situação à turma do dia seguinte e sugere que o
aluno que está de posse do objeto o devolva, e nada acontecerá. Caso contrário, o objeto
deverá ser pago aos expositores da feira e o valor rateado entre todos os alunos da turma.
Autor Desconhecido

ATIVIDADES
Responda
1. O que Victor deve fazer?
2. O final desta história é assim: "Victor prefere calar-se e deixar que todos
paguem o objeto roubado". Você percebe que Pedro ficou distante de toda a
situação. Pedro foi realmente amigo de Victor?
3. Qual seria a reação de um amigo verdadeiro ao se deparar com um problema ou
uma falha do outro?

Comente
“O tapa de um amigo é legal, mas o beijo de um falso amigo é mentiroso” Provérbios
27, 6)

Texto 3: Aceitando pelo o que é


O dono de uma loja estava colocando um anúncio na porta: "Cachorrinhos a venda".
Esse tipo de anúncio sempre atrai às crianças e logo um menininho apareceu na loja
perguntando:
-"Qual é o preço dos cachorrinhos?"
O dono respondeu:
- "Entre R$ 30,00 e R$ 50,00".
O menininho colocou a mão em seu bolso e tirou umas moedas:
- "Só tenho R$ 2,37... posso vê-los?".
O homem sorriu e assobiou. De trás da loja saiu sua cadela correndo seguida por cinco
cachorrinhos. Um dos cachorrinhos estava ficando consideravelmente para trás. O menininho
imediatamente apontou o cachorrinho que estava mancando.
- "O que aconteceu com esse cachorrinho?", perguntou.
O homem lhe explicou que quando o cachorrinho nasceu, o veterinário lhe disse que
tinha uma perna defeituosa e que andaria mancando pelo resto de sua vida. O menininho se
emocionou muito e exclamou:
- "Esse é o cachorrinho que eu quero comprar!".
E o homem respondeu:
- "Não, você não vai comprar esse cachorro, se você realmente o quer, eu te dou de
presente".
O menininho não gostou, e olhando direto nos olhos do homem lhe disse:
- "Eu não quero que você me dê de presente. Ele vale tanto quanto os outros
cachorrinhos e eu pagarei o preço completo. Agora vou lhe dar meus R$ 2,37 e a cada mês
darei R$ 0,50 até que o tenha pago por completo".
O homem respondeu:
- "Você não quer de verdade comprar esse cachorrinho, filho. Ele nunca será capaz de
correr, saltar e brincar como os outros cachorrinhos".
O menininho se agachou e levantou a perna de sua calça para mostrar sua perna
esquerda, cruelmente retorcida e inutilizada, suportada por um grande aparato de metal. Olhou
de novo ao homem e lhe disse:
- "Bom, eu também não posso correr muito bem, e o cachorrinho vai precisar de alguém
que o entenda".
O homem estava agora envergonhado e seus olhos se encheram de lágrimas... sorriu e
disse:

- "Filho, só espero e oro para que cada um destes cachorrinhos tenham um dono como
você".

Na vida não importa como és, mas importa que alguém te aprecie pelo que és, te aceite
e te ame incondicionalmente.
Autor Desconhecido

ATIVIDADES
1. Procure, no caça-palavras, o que os cristãos devem ser para os irmãos e o mundo.
A E D I O V I N T E R E S S E C A
R Z V S H D E D I C A Ç Ã O X T O
Z V S A L M O X V Z T U A P B C D
P W N M S E R V I Ç O X Z A P M L
X V B N K L P U Y A L E G R I A W
F E R M E N T O W Z A M I Z A D E
X V C B C O M P R E E N S Ã O Ç W
D F G H T Y U N I Ã O Ç A P O Q W
H J N M L W E R D O A Ç Ã O Q W S

2. Relacione valores necessários para que possa acontecer uma amizade de verdade:

3. Você já descobriu:
a) Os dons que recebeu de Deus? Quais são?
b) O que faz ou pretende fazer com eles?

EM POUCAS PALAVRAS
Leia e reflita sobre as citações abaixo:

“Se os amigos fugirem de mim, fugirão todos os meus


tesouros”
Malba Tahan, pseudônimo de Julio César de Melo
e Sousa, escritor e professor brasileiro.

“Amigo verdadeiro é aquele que nos


quer apesar de nada” Luís Felipe
Angell, o Sofocleto, humorista
peruano.

O acaso nos dá parentes, mas a


escolha nos dá amigos” Júlio Dinis,
escritor português.
“Amigo não é aquele que faz sorrir, e sim o que não deixa
cair lágrimas.”
Anônimo
Para lembrar

Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativa


Antoine de Saint-Exupéry, escritor e aviador francês

Para aprofundamento do tema texto complementar:

- Um amigo de verdade – pág.85.


2- A opção por Deus

2.1 O projeto de Deus

Texto 1: A Cruz, símbolo e sinal do amor de Cristo por nós


Era professor de natação. Certa noite, não conseguia dormir. Eu morava perto do
ginásio e como eu tinha a chave do ginásio para lá me dirigi. Fui até a piscina para nadar. Não
acendi a luz porque conhecia bem o lugar. Lá do céu, numa noite até agradável a lua cheia
brilhava através do teto de vidro iluminando o recinto.
Subi a escadinha do trampolim. Fiquei fazendo exercício de respiração. Fui até a ponta.
Abri meus braços. Fechei os olhos. Assim fiquei por uns tempos. Quando abri os olhos, reparei
que meu corpo fazia uma grande sombra na parede em frente. Com os braços abertos, a
silhueta de meu corpo formava uma magnífica cruz.
Em vez de saltar, fiquei parado contemplando aquela imagem... Nesse momento pensei
na cruz de Jesus e em seu significado.
Relembrei minha vida. Eu era cristão, e quando criança aprendi que Jesus tinha morrido
na cruz para nos salvar. Mas tudo isso já havia passado. Agora se colocava só como uma
lembrança antiga embora boa.
Não sei por quanto tempo fiquei parado sobre o trampolim com os braços estendidos
em forma de cruz. Pensando. Pensando.
Eu não mergulhei na piscina, como fazia sempre. Afastei-me do trampolim, desci a
escadinha. Ia embaixo mergulhar na água. Movi minha perna direita para tocar na superfície da
água para quebrar um pouco o frio da água. Não consegui... Desci mais.
Também não. Só então percebi que haviam esvaziado a piscina naquela tarde. E eu nem havia
percebido!
Tremi todo e senti um calafrio percorrer toda a minha espinha. Meu coração começou a
disparar em meu peito.
Se tivesse saltado naquela noite, teria sido meu último salto.
Voltei para casa ainda impressionado. A imagem da cruz que minha figura compôs à luz
do luar, havia salvado minha vida.
Fiquei muito agradecido a Deus, que por me amar permitiu que eu continuasse vivo.
Tomei consciência de que não somente a minha vida física, mas meu espírito também
precisava ser salvo. Eu que há tanto tempo estava afastado de Deus.
Aquela noite foi o início de um retomo para a vida religiosa.
Monsenhor Paulo Daher
ATIVIDADE
Pesquise/entreviste
Uma pessoa que testemunhe a presença de um sinal de Deus em sua vida:

Texto 2: Senhor Deus, enfim, te encontro

Um dia me perguntaram se em Deus eu acreditava. Eu não lhes respondi da maneira


que eu pensava: “Entre a lua e as estrelas, num galope, num troféu, pisando nas nuvens
brancas, eu vi Deus passar no céu...”

Todo dia existe Deus num sorriso de criança, no canto dos passarinhos, num olhar,
numa esperança... Na harmonia das cores, na natureza esquecida, na fresca aragem da brisa,
na própria essência da vida. No regato cristalino, pequeno servo do mar, nas ondas lavando as
praias, na clara luz do luar.
Na escuridão do infinito, todo ponteado de estrelas, na amplidão do universo, no
simples prazer de vê-Ias. Nos segredos desta vida, no germinar da semente, nos movimentos
da Terra, que gira incessantemente.
No orvalho sobre a relva, na passarada que canta, no cheiro que vem da terra e no sol
que se levanta. Nas flores que desabrocham, perfumando a atmosfera, nas folhas novas que
brotam, anunciando a primavera.
Deus é a Paz, a Esperança, é o alento do aflito, é o criador do universo, da luz, do ar,
do infinito. Deus é a justiça perfeita, que emana do coração: ao perdoar quem O ofende, ele é o
próprio perdão. Será que você não viu o rosto calmo de Deus, no colorido mais belo dos olhos
dos filhos seus?
Eu sei que não me enganei em tudo que lhes dizia: Deus é a paz, é o amor, Deus é a
eterna poesia. Deus é constante, é perene, é divino de tal sorte, que sendo a essência da vida,
é o descanso da morte.
Não há ida sem volta, e nem há volta sem ida. A morte não é a morte, é só a porta da
vida. No ciclo da natureza, nesse ir e vir constante, no broto que se renova, na vida que segue
adiante.
Em quem semeia a bondade, em quem ajuda o irmão, colhendo felicidade, cumprindo a
sua missão. No suor de quem trabalha, no calor duro da mão, no homem que planta o trigo, no
trigo que faz o pão.
VOCÊ PODE SENTIR DEUS PULSAR EM SEU CORAÇÃO.
Otávio e Roberto Barbosa

ATIVIDADE
Crie
Com base no texto e no seu dia a dia, crie um acróstico com a expressão “Presença
de Deus”:

Texto 3: O que nos diz o livro Gênesis?

“Tal é a história da criação dos céus e da terra.” (Gn 2, 4a). O primeiro livro da Bíblia
nos fala da origem, isto é, o início de tudo e afirma que tudo foi criado por Deus e que tudo é
bom, pois tem sua origem em Deus: “e Deus viu que tudo era bom.” Portanto, Gênesis 1 nos
ensina:
1º) Que Deus ao criar não precisa de nada. Ao contrário do pedreiro, que para fazer uma casa
precisa de areia, tijolo, cimento, etc. Deus cria por meio de sua Palavra: “E Deus disse – ‘faça-
se a luz’ – e a luz foi feita.” (1,3) Deus cria tudo a partir do nada. Deus é a origem de tudo;
2º) “Deus viu que tudo era bom” (vers. 4. 10b. 12b. 18b. 21b. 25b.) Deus é bom, cria por amor e
tudo o que vem de Deus é bom. A criação é boa, a natureza é boa, tudo o que existe é bom;
3º) Somente no quarto dia é que Deus cria o sol e a lua, para presidir o dia e a noite, de modo
que por “dia” podemos entender que Deus criou tudo em etapas. Primeiro o reino mineral,
depois o vegetal, o animal e como parte deste, depois de uma reflexão do próprio Deus –
“façamos o homem a nossa imagem e semelhança” – criou o homem como obra prima, a quem
Deus confiou o cuidado e o governo de tudo e Deus observou “que tudo é muito bom.”
Por fim, Deus descansa da criação e confia seu cuidado ao homem. Agora depende do
ser humano manter e fazer crescer tudo o que Deus entregou sob o seu domínio. Infelizmente,
sabemos que o homem pecou e, com isto, não consegue corretamente governar o que Deus
criou.
Assim nós devemos cuidar bem de tudo, pois tudo é dom de Deus e para o uso do ser
humano.
Pe. João Rosa
Teto da Capela Sistina - A Criação de Adão (Michelangelo)

O propósito de Deus sobre todas as coisas


Ao criar todas as coisas, Deus teve sempre um propósito, um objetivo.
Conosco não é diferente! Não fomos criados por Deus para simplesmente vivermos
da maneira como quisermos, comermos, brincarmos, estudarmos. Ele tem planos
para cada um de nós, planos estes que cabe a nós realizarmos, segundo a Sua
vontade.
“Eu é que sei que pensamentos tenho de vós...”
Você pode imaginar então que pensamentos e planos Deus tem para você?

ATIVIDADES
1. Liste, pelo menos, 5 planos de Deus para você.
2. Divida a turma em grupos e peça que cada um elabore um cartaz sobre a criação.

Para lembrar

O Bem que se faz num dia é semente para felicidade no dia seguin

Dalai Lama

Para aprofundamento do tema texto complementar:

- Honestidade – pág.86.
2.2 A falsa idolatria

Sagrado significa santo, separado, especial. É algo ou alguém que incentiva nossa
vida sempre para o melhor. É como um pensamento ou sentimento que nos anima a
caminhar sempre para frente.

Texto 1: Religião e forma de ver e viver bem

Todas as religiões apresentam o lado da vida que não vemos, mas que mostram um
Ser Superior que cuida de nós. E o percebemos em todos os momentos de nossa vida. Isto
quando estamos ocupados com o que precisamos para manter nossa vida. Mas também em
momentos em que olhando para dentro de nós mesmos ocupamos pensamentos e
sentimentos em Alguém que pensa em nós e cuida de nós.
Por outro lado, quando idolatramos ou adoramos coisas passageiras, como bens
materiais, artistas ou modismos, desrespeitamos a santidade das coisas sagradas e violam-
se regras religiosas.

A manifestação do espírito religioso

A vida religiosa começa quando nós aceitamos a presença de um Ser Superior que
quer participar de nossa vida.
As três grandes religiões monoteístas (que acreditam num só Deus): judaísmo,
cristianismo e islamismo, consideram sagrados e dignos de respeito alguns lugares,
templos e pessoas. Seus seguidores se reúnem nestes lugares sagrados para suas
celebrações religiosas, comemorando suas datas especiais.

Como o Ser Superior (ou Deus) se comunica às pessoas

Os judeus e cristãos encontram no livro Sagrado da Bíblia que Deus cria o ser
humano à sua imagem e semelhança (Gn 1,26). Isto significa também para as grandes
religiões que cada pessoa é única e participa do caráter sagrado da vida divina.
Por isso mostram o aspecto sagrado do ser humano e afirmam que todos os
indivíduos devem ser respeitados e convivam em paz.
Devemos respeitar as pessoas e seus direitos como seres humanos mesmo com suas
diferenças culturais, religiosas, origem ou condição social.

Vivemos entre seres humanos que merecem ser sempre respeitados

A maneira de manter nosso relacionamento com o Ser Superior está ligada, pois ao nosso
bom relacionamento com as pessoas. Na Bíblia dos cristãos e nos livros sagrados das religiões só
estará unido ao Ser Superior se se aceitar conviver bem com todos.

Vida humana iluminada pela presença do divino

Quem tem fé e acredita em Deus, transforma toda a sua vida. Sua maneira de viver não
deve só ser vista pela forma como participa de celebrações religiosas (orações, cultos). Claro
para isso há lugares próprios para esses momentos. São os templos ou lugares especiais ou
momentos (datas) para essas ações sagradas.
Mas a maneira de pensar, sentir e agir segue o que o espírito religioso pede de cada um.
Se tenho fé em Deus e numa vida superior e eterna (como aceitam os cristãos) o meu dia será
conduzido por tudo que ouço e aprendo como orientação de minha fé. Isso comigo mesmo, em
minha família, no exercício de minha profissão e na sociedade.
Quem tem religião e quem não tem religião deve respeitar a maneira de viver do outro.
Respeitamos a maneira de falar das várias regiões, a maneira de vestir, os hábitos, as diferenças
das raças e línguas. Devemos também respeitar as diferenças na fé, na vida religiosa, naquilo que
não ofende ninguém, nem prejudica a vida dos outros.

Adaptado INCONTRI, Dori & BIGHETO, Alessando César. Todos os jeitos de crer: ensino inter-
religioso. v.1, v. 2, v.3. São Paulo: Ática, 2004.

ATIVIDADES
Reflita
A educadora e filósofa Tânia Zagury realizou uma pesquisa sobre a adolescência e sua
relação com a escola, a família, a religião, o sexo, a política. Em sete capitais e nove cidades
do interior do Brasil, fez diversas perguntas aos próprios adolescentes.
Imagine que você foi entrevistado pelos pesquisadores de Tânia Zagury. Responda em grupo
a cada uma das perguntas da pesquisa.
1. Discuta os resultados da pesquisa.
2. Qual a diferença entre “ter religião” e “ser religioso”?
Responda e justifique
1. Pode existir uma religião que não tenha nenhuma referência ao sagrado?
2. O ser humano pode ser considerado sagrado?
3. Uma religião que dá mais importância aos ritos e regras do que às pessoas é uma
verdadeira religião?
4. Você acredita que as religiões conseguem conduzir seus seguidores para a
paz? Por que, então, acontecem guerras, às vezes, por motivos religiosos?

Reflita
Imagine que líderes políticos de todo o mundo se reuniram para discutir e aprovar a
resolução abaixo:
“A paz é considerada efetivamente direito e dever de todas as pessoas e nações.
Cada cidadão do mundo terá direito à paz. E os cidadãos do mundo todo terão a
obrigação de preservá-la.
Os governantes de cada nação jurarão esse compromisso pessoalmente diante dos
demais cidadãos do mundo.
As entidades internacionais, juntamente com a “Nova Organização das Nações
Unidas pela Paz”, zelarão pelo cumprimento efetivo desta resolução”.
 Você foi convidado para criar um símbolo para a Nova Organização das Nações
Unidas pela Paz. Desenhe-o.
 Você agora vai fazer parte de uma comissão responsável por tornar viável essa
resolução. Escreva três iniciativas que os governantes devem tomar para garantir
que a paz exista efetivamente no mundo todo.

INCONTRI, Dori & BIGHETO, Alessando César. Todos os jeitos de crer: ensino inter-
religioso. v.1, v. 2, v.3. São Paulo: Ática, 2004.
2.3 O que é religião

Texto 1: Religião de costume ou religião de escolha?


Observa-se, hoje, uma grande valorização das diferentes culturas e formas de
manifestação do humano. Vêm se ampliando, também, o reconhecimento e o respeito pelas
diferentes religiões e suas maneiras de vivenciarem e de se relacionarem com o Supremo e o
Transcendente. Esse reconhecimento e valorização da diversidade religiosa têm possibilitado
um questionamento maior em relação à liberdade religiosa e à consequente escolha.

Cristianismo - Judaísmo – Hinduísmo – Islamismo - Budismo


Segundo a Constituição brasileira, cada indivíduo tem direito à livre escolha de sua
religião. Como é entendido, o respeito pela denominação religiosa e o poder religioso sobre os
sujeitos são influências que interferem na liberdade religiosa de cada um. Esta liberdade se vê
vinculada a uma série de preceitos e doutrinas. Muitos desses sujeitos ainda não sabem como
lidar com isso.

BONDADE
Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, ou por sua origem, ou sua religião.
er, e se elas aprendem a odiar, podem ser ensinadas a amar, pois o amor chega mais naturalmente
A bondade humana é uma chama que pode ser oculta, jamais extinta.
Nelson Mandela

Estudos atuais sobre os fenômenos religiosos têm fortalecido o conhecimento e o


reconhecimento das diferentes religiões. Esses estudos têm apresentado uma reflexão mais
clara e de muito respeito para com a identidade religiosa de cada sujeito. O surgimento de
novas religiões, o pluralismo religioso, a presença pública das religiões na sociedade vêm
contribuindo para o livre arbítrio, compreendendo melhor até mesmo os que se dizem sem
religião.

Entre a herança e a liberdade


Sabe-se que, apesar de predominar a religião de costume, no Brasil, existem religiões
que primam pelo ato da escolha. Encontram-se, sobretudo, hoje, denominações religiosas que
criam seus filhos em meio a uma liberdade muito tranquila, possibilitando uma escolha e opção
desejada. Conforme Reginaldo Prandi a religião que se professa hoje já não é aquela na qual
se nasce, mas a que se escolhe. A religião que alguém elege para si, hoje, escolhida de uma
plural idade em permanente expansão, também não é necessariamente mais a que seguirá
amanhã.
Segundo o padre José Ivo Follmann, estudioso em Ciências das Religiões, existem
quatro tipos de religião: 1) religião de herança vivida como um costume ou tradição; 2) religião
de herança, mas assumida em seu conteúdo fundamental através de formação, escolha e
consciência; 3) religião de herança, mas onde o sujeito vive numa atitude de abertura e busca,
experimentando outras religiões ou mesmo escolhendo, por opção, outra; 4) sem religião de
herança, podendo escolher, ou não, a sua religião na fase adulta.
Muitas religiões colocam as pessoas numa espécie de "horizonte fechado" desde o
nascimento, não possibilitando alternativas. O indivíduo é marcado pela religião de seus pais e
deve carregá-la consigo até o fim da vida e passá-la adiante. Não fazendo isto, sente-se
culpado e considerado infiel, pois não segue os costumes. A religião de costume tende a se
esvaziar no seu conteúdo e, sem um bom trabalho de formação, acaba limitando a consciência
religiosa.

A função do Ensino Religioso


Há casos em que a identidade religiosa é cultivada autenticamente desde o nascimento.
Em algumas religiões de matrizes africanas, os conhecimentos religiosos são passados de pai
para filho, ou seja, na gestação a criança já vai sendo preparada nas futuras obrigações e
responsabilidades religiosas. Na religião Católica, também, os pais procuram batizar seus filhos
logo ao nascer. Como bons religiosos, até a idade adulta são conduzidos a seguir os exemplos
dos pais e mães. São encaminhados sob orientações e costumes religiosos gerais como: ser
batizado, fazer primeira comunhão, receber a crisma, entre outros sacramentos.
Observando as leis e critérios em que cada religião se fundamenta, vemos claramente
que os sujeitos, na grande maioria, nascem num berço já determinado com uma opção
religiosa ou por algum costume religioso. Muitos dão continuidade, mas outros, ao chegarem à
idade adulta, preferem o ato da escolha de sua opção pessoal. Embora haja grande respeito
pela tradição religiosa dos pais, muitos jovens e adultos deixam para trás essa herança,
buscando outros costumes religiosos.
O Ensino Religioso nas escolas é convocado, por lei, a exercer um papel importante em
todo o Brasil. Hoje já há explícita mudança na maneira de ver o Ensino Religioso não mais
restrito a uma determinada orientação religiosa, mas observa-se um grande esforço em
apresentar e estudar a diversidade religiosa nas escolas. Este fato, sem dúvida, estará
contribuindo com a livre escolha e o respeito por todos os costumes religiosos.
Dessa maneira vemos a grande importância do diálogo com o diferente. O diálogo inter-
religioso é uma prática fundamental na vida de todos os sujeitos. O conhecimento sobre as
diversas religiões e o diálogo ajuda a fortalecer a identidade religiosa, além de possibilitar
grande estímulo para a religião de escolha. Aqueles que vivem a sua religião só por costume
ou tradição acabam não tendo coragem de dialogar sobre a mesma, perdendo a oportunidade
de conhecer e aprender a respeitar a dos outros.

Adevanir Aparecida Pinheiro, coordenadora dos projetos no Programa Gestando O Diálogo Inter-
Religioso e o Ecumenismo, da Unisinos em São Leopoldo, RS. Mundo Jovem. Junho/2006.

ATIVIDADES
1. Em que medida a família influencia na escolha da religião?
2. A liberdade de escolha religiosa entre os jovens pode levar a uma opção de interesse e
não de compromisso?
3. Em que medida e em que oportunidade os jovens estão estudando e debatendo a questão
religiosa para uma opção consciente e fundamentada?
4. Escreva perguntas e curiosidades que você tem sobre religião:

Texto 2: Os significados da palavra religião


Retomar a ligação com Deus
Não há acordo entre os estudiosos da religião sobre a etimologia da palavra "religião".
Muitos afirmam que ela vem do termo latino religio, que por sua vez deriva do verbo religare.
Neste sentido, religião é o conjunto de vínculos que nos religam a Deus.
O ser humano, de acordo com essa concepção de religião, é alguém que se separou de
Deus. A religião serviria para nos ligar novamente a Deus.

Ler os livros divinos


Outros estudiosos afirmam que a palavra religião deriva do verbo relegere, que significa
"reler". Deus se manifesta à humanidade por meio da palavra. A pessoa religiosa deve ler e
reler os textos sagrados para entender o plano de Deus e, a partir daí, reorientar sua vida.

A reeleição de Deus
Há ainda aqueles que consideram que o termo religião está relacionado a reeligere, que
significa "reeleger". Nesta acepção, os homens e as mulheres são vistos como seres que
sempre pecam. Mas apesar disso, depois do pecado que nos separa de Deus, queremos voltar
a ele. Portanto, reelegemos Deus para dirigir nossa vida.

Relação com Deus, a realidade suprema


Santo Tomás de Aquino, filósofo do século XIII, resume todas essas definições na
palavra relação. Para Santo Tomás, religião é a relação dos seres humanos com Deus.
Uma definição bastante aceitável de religião, hoje, é: "a aceitação de uma realidade
suprema que dá sentido a tudo, à vida, ao mundo e à história".
A partir dessa definição é possível classificar as religiões que existem.

Classificação das religiões


É possível classificar as religiões de diversas formas. Aqui, vamos usar a mais simples, que
divide as religiões em:
 Literárias: baseiam-se em geral na palavra, em um texto. Essa é a forma como os
deuses dessas religiões se revelam.
O cristianismo, o judaísmo e o islamismo são os exemplos mais evidentes de
religiões reveladas. A Bíblia, a Torá e o Corão são, respectivamente, seus livros
sagrados.
 Não-literárias:não possuem um texto com revelações e dogmas, pois baseiam-se
sobretudo na tradição. Os deuses dessas religiões são em geral elementos da
natureza ou do próprio cosmo.
As crenças e preceitos das religiões não-literárias são transmitidos oralmente, de
geração a geração.

SCHNEIDERS, Amélia & CORREA, A. Avelino. De mãos dadas: educação religiosa. São Paulo:
Scipione, 1997.

Reflita
Há um ditado popular que afirma: "Gosto e religião não se discute".
· Converse com três pessoas e anote suas opiniões a respeito desse ditado.
· Depois, compare suas anotações com as de alguns colegas e, em grupo, elabore um texto
sobre o assunto.

Texto 3: Religiosidade e Religião

Religiosidade é própria ao ser humano, isto significa que ele nasce com esta
dimensão.

A religiosidade pode ser desenvolvida de uma forma positiva a partir da


educação ou formação do senso ético. Essa educação pode acontecer principalmente
na família e na comunidade religiosa. Se refere a uma das forças mais profundas de
movimentação humana e intensa busca pelo sentido de tudo que nos cerca.Trata-se de
uma percepção e uma conexão com a Vida que procura captar, fruir e proteger tudo
aquilo que ultrapassa a materialidade e imediaticidade do Mundo.
Religião significa religação do ser humano consigo mesmo, com os outros, com
a natureza, com o sagrado e com o transcendente. É a maneira concreta de vivenciar o
sentimento religioso por meio das práticas religiosas ou espiritualidades, dos ritos ou
cerimônias, símbolos, textos sagrados e normas éticas de conduta.
Muitas religiões contribuem para a humanização das sociedades humanas
quando buscam ajudar as pessoas a serem felizes e solidárias umas com as outras,
bem como, quando promovem a defesa da vida, do bem comum, da justiça, da paz, da
fraternidade e do respeito entre todos os povos.
A religião faz parte da vida de muitas pessoas, sendo um valor importante para
elas. Todas as pessoas, não importa a religião que professam, merecem nosso
respeito e consideração.
Adaptado de Borres Guilouski
http://edmaatividadesbiblicas.blogspot.com/2011/03/religiosidade-e-religiao.html
CORTELLA, Mario Sergio. Educação, Ensino Religioso e formação docente. In. SENA,
Luzia (org.) Ensino Religioso e formação docente: ciências da religião e ensino religioso em
diálogo. São Paulo: Paulinas, 2006.

ATIVIDADES
1) O que é religião? E religiosidade?
2) Como as religiões podem contribuir para a humanização das sociedades humanas?
3) Você conhece ou frequenta alguma religião ou igreja? Cite um ensinamento
importante desta religião ou igreja que ajuda as pessoas serem mais éticas:
4) Reflita: o desamor, a intolerância e outros males estão relacionados à falta de
religiosidade?

Para aprofundamento do tema texto complementar:

- O que é compaixão? – pág.87.


2.4 Como surgiram as religiões

Texto 1: Como surgiram as religiões


Não se conhece uma época ou civilização que não tenha religião. Ao longo do
Paleolítico - período que se iniciou há dois milhões de anos e terminou há dez mil anos - o
homem pré-histórico elaborou formas de lidar com o desconhecido que revelam que ele
acreditava num mundo sobrenatural e em poderes mágicos. Há pelo menos duas evidências
sobre isso:
 A primeira são os desenhos que os primeiros humanos faziam nas cavernas, que era uma
forma de lidar com o desconhecido.
 A outra evidência é o sepultamento dos mortos, mais uma indicação de que a crença na
existência de um mundo transcendental surgiu com o próprio ser humano.
O homem de Neanderthal, há cem mil anos, também manifestava preocupação com o que
haveria além da morte. Quando sepultavam alguém, os neandertaloides punham junto objetos
que o morto pudesse precisar na outra vida.
Há também algumas pinturas em pedra que expressam a preocupação do homem pré-histórico
com o além.

O pastoreio, a agricultura e as religiões


As condições de vida no Neolítico, há 10 mil anos, fazem surgir dois tipos de religião:
O primeiro é a religião dos povos pastores, que de um modo geral, acreditavam na
existência de deuses celestes. Lá do céu os deuses-astros acompanhavam a procura e a
localização dos pastos férteis para os animais. Escutar e interpretar os sinais do céu era vital
para esses povos. Os sinais divinos, que passaram a ser anotados, iam se transformando num
texto. Daí a importância da palavra, característica das religiões de origem pastoril.
O segundo tipo de religião é a dos povos agrícolas. Eles acreditavam que os deuses
eram a própria natureza e que os ciclos das estações e a fertilidade da terra eram
manifestações divinas. A dependência dos fenômenos naturais fez com que valorizassem e
transmitissem cada aprendizado sobre os desígnios da natureza. Por conta disso, a tradição se
transformou no valor fundamental das religiões desses povos.
Autor desconhecido

ATIVIDADES
1. Podemos afirmar que o homem pré-histórico acreditava na existência de um mundo
transcendental?
2. Explique como os povos pastores construíram seu sistema de crenças.
3. Em que os povos agrícolas se basearam para expressar sua religiosidade?

Texto 2: Religiões e seitas no mundo


Religiões existem milhares, de acordo com o seu próprio jeito de reverenciar uma
divindade e de se posicionar no mundo, receberão nomes diferentes e seguidores próprios.
Vejamos algumas das principais religiões e seitas no mundo:

Afro-tradicionais - religião tradicional do continente africano. Tem como principal


característica a ausência de um livro sagrado, baseando-se em mitos e rituais que são
transmitidos oralmente. Suas crenças e costumes têm mais a ver com a experiência
diária do que com princípios morais de salvação espiritual. Apesar de se acreditar em
um Deus supremo, é dada uma atenção maior a espíritos secundários, principalmente
espíritos ancestrais, líderes ligados a algum clã ou tribo. Com a colonização europeia,
iniciada no século XVII, o contato com o islamismo e o cristianimo alterou algumas
concepções das religiões africanas tradicionais, ocorrendo o sincretismo religioso, ou
seja, a mistura de uma religião com outra. No Brasil as religiões afro-brasileiras
organizaram-se nas últimas décadas do século XIX, no período final da escravidão.
Estas formaram-se em diferentes regiões e estados do Brasil e em diferentes
momentos históricos. Como exemplos delas, temos o candomblé e a umbanda.

Budismo - religião fundada por Siddharta Gautama - o Buda - na Ásia Central, por
volta de 563-483 a.C., surgindo a partir do hinduísmo como um caminho individual para
a salvação. Segundo o budismo, todas as ações têm consequências, o princípio
propulsor por trás do ciclo nascimento-morte-renascimento são os pensamentos do
homem, suas palavras e seus atos (carma). Os ensinamentos básicos do budismo são:
evitar o mal, fazer o bem e cultivar a própria mente. O objetivo é o fim do ciclo de
sofrimento, samsara, despertando no praticante o entendimento da realidade última - o
Nirvana.

Catolicismo – Desde os primórdios do cristianismo, os cristãos ocidentais eram


chamados de católicos e os cristãos orientais de ortodoxos. Entende-se, então, que a
Igreja Católica é o conjunto de igrejas que estão em comunhão com o Papa; e a Igreja
Ortodoxa é o conjunto de dioceses do Oriente cujo chefe espiritual é o Patriarca
Ecumênico de Constantinopla (título simbólico, pois as igrejas ortodoxas são
independentes). A Igreja Católica Apostólica Romana abarca o maior número de
cristãos no mundo e apresenta uma rígida estrutura organizacional e hierárquica.
Possui 7 sacramentos (sinais visíveis de que Deus concede sua graça aos humanos):
batismo, crisma, eucaristia, penitência, unção dos enfermos, ordem e matrimônio.

Confucionismo - doutrina ética e política, fundada por Confúcio (551-479 a.C), que por
mais de dois mil anos constituiu o sistema filosófico dominante da China. Seu
pensamento consiste em definir as relações humanas individuais em função das
instituições sociais, principalmente família e Estado. Na verdade, o confucionismo e o
taoísmo tiveram predominância na educação e na vida intelectual da China, enquanto o
budismo exerceu importante influência na vida social.
Espiritismo/ Kardecismo – consiste num sistema filosófico-religioso cujo eixo principal
é a crença na reencarnação. A designação kardecismo deriva do pseudônimo Allan
Kardec, adotado pelo teórico da doutrina espírita francesa Leon Hipolyte Denizard
Rivail (1804-69). Graças ao mandamento do amor, os mortais podem contar, em seu
processo de purificação e evolução, com a ajuda e as orações dos espíritos de luz já
desencarnados, sujeitos também eles à norma ética máxima do kardecismo, a
caridade.

Protestantismo – é um dos grandes ramos do Cristianismo, surgido da Reforma


Protestante ocorrida na Europa, no século XVI. Inicialmente, a partir da Reforma,
surgiram as igrejas Luterana e Reformada, mas que ao longo dos tempos foi
frutificando em novas igrejas e denominações como os batistas, metodistas, calvinistas,
presbiterianos, pentecostais, entre outros (alguns denominados genericamente de
evangélicos). Devido a essas divisões as formas de composição, estrutura, doutrinas,
práticas e culto também podem diferir entre si. De forma geral, a Palavra de Deus, a
Bíblia (organizada diferentemente da Bíblia católica), é amplamente estudada e
seguida.

Hinduísmo - religião professada pela maioria dos povos da Índia. Cultua um grande
número de deuses e deusas e seus seguidores acreditam na reencarnação e na união
com o Deus supremo - Brama - pela libertação espiritual. Os hinduístas têm rituais
diários obrigatórios e também os não-obrigatórios, mas de enorme valor para eles,
como a peregrinação a lugares sagrados: rio Ganges, por exemplo.

Islamismo - religião fundada por Maomé (570-652 d.C); do islã, muçulmana. Afirma a
existência de um único Deus - Alá - e acredita que o Cristo foi um grande profeta.
Maomé, no entanto, não é cultuado em si mesmo nem considerado um intermediador
entre Deus e os homens. Para os muçulmanos, sua vida é o ponto máximo da era
profética, sendo as leis do islamismo o cumprimento das revelações anteriores feitas
pelos profetas das religiões reveladas, como o cristianismo e o judaísmo.

Judaísmo - religião do povo hebreu e a partir da qual surgiu o cristianismo. Os judeus


esperam pela vinda de um Messias. Algumas ramificações judaicas (reformistas)
creem, no entanto, que a era messiânica não envolva necessariamente uma pessoa,
mas sim que se trate de um período de paz, prosperidade e justiça na humanidade. O
livro sagrado é a Bíblia judaica, equivalente ao Antigo Testamento, porém organizada
de forma diferente. É uma religião intimamente ligada à história. As narrativas da Bíblia
se baseiam numa crença bem definida de que Deus fez uma aliança especial com o
povo hebreu.

Taoísmo - filosofia religiosa desenvolvida principalmente pelo filósofo Lao-tse (séc. VI


a.C). A noção fundamental dessa doutrina é o Tao - o Caminho - princípio sintetizador
e harmônico do Yin (feminino) e Yang (masculino). O acesso ao Caminho se dá pela
meditação e pela prática de exercícios físicos e respiratórios.

Xintoísmo – Antiga religião nacional do Japão. A partir de 500 d.C., o xintoísmo


enfrentou dura competição com o budismo, mas as duas religiões acabaram por
influenciar uma à outra. Não há um fundador, como em outras religiões. A essência
desta religião são a cerimônia e o ritual, que mantêm o contato com o divino. Costuma-
se dizer que o xintoísmo possui diversos deuses ou kamis, que se manifestam sob a
forma de árvores, montanhas, rios, animais e seres humanos. O culto aos espíritos
naturais e ancestrais sempre foi fundamental para o xintoísmo. 4 elementos estão
sempre presentes nas cerimônias: purificação, sacrifício, oração e refeição sagrada.

GAARDER, Jostein; HELLERN, Victor; NOTAKER, Henry. O livro das religiões. São Paulo:
Companhia das Letras, 2000.

Artigo 18 da Declaração Universal dos Direitos Humanos

reito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pe
“É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da le

ATIVIDADES:
1. Quais das religiões citadas você conhece?
2. Você gostaria de conhecer o sistema de crenças de alguma outra religião que não a sua?
Qual?
3. Consulte a programação da televisão em um jornal, revista ou internet. Localize os
programas de cunho religioso das principais emissoras nacionais. Preencha um quadro com a
emissora, programa e igreja:

SCHNEIDERS, Amélia & CORREA, A. Avelino. De mãos dadas: educação religiosa. São Paulo,
Scipione, 1997.
Texto 3: As Principais Religiões
RELIGIÕES NO MUNDO
Ranking Geral das RELIGIÕES no mundo

Cristianismo
1º lugar: Islamismo – 1,314 bilhão de adeptos
2º lugar: Catolicismo – 1,119 bilhão de seguidores
3º lugar: Hinduísmo – 870,1 milhões de praticantes
4º lugar: Sem religião – 768,6 milhões
5º lugar: Cristianismo Independente (Pentecostais e Neopentecostais) – 426,7 milhões de fiéis
6º lugar: Religiões Populares Chinesas (combinação de crenças taoístas, xintoístas e budistas
com divindades locais, comum em províncias do interior da China) – 405 milhões de seguidores
7º lugar: Budismo – 378,8 milhões de adeptos
8º lugar: Protestantismo (Reformados e Históricos) – 358 milhões de praticantes
9º lugar: Animismo e Xamanismo – 256,3 milhões de praticantes
10º lugar: Cristianismo Ortodoxo – 219,5 milhões de fiéis
11º lugar: Ateísmo – 151,6 milhões
12º lugar: Novas religiões orientais (movimentos sincréticos, neobudistas e neoxintoístas) –
108,1 milhões de seguidores
13º lugar: Anglicanismo – 79,7 milhões de adeptos
14º lugar: Cristianismo de Fronteira (Mórmons, Adventistas e Testemunhas de Jeová) – 51,9
milhões de seguidores
15º lugar: Siquismo (oriundo do Hinduísmo) – 25,4 milhões de adeptos
16º lugar: Judaismo – 15,1 milhões de fiéis
17º lugar: Crenças espíritas (religiões africanas, afro-brasileiras e espiritismo) – 13,1 milhões
de adeptos
18º lugar: Bahaismo (oriundo do Islamismo) – 7,6 milhões de seguidores
19º lugar: Confucionismo (China) – 6,5 milhões de praticantes
20º lugar: Jainismo (oriundo do Hinduísmo) – 4,6 milhões de adeptos
21º lugar: Espiritismo Kardecista (Allan Kardec – França) – 3,7 milhões de seguidores
22º lugar: Xintoísmo (Japão) – 2,8 milhões de praticantes
23º lugar: Taoísmo (China) – 2,7 milhões de fiéis
24º lugar: Zoroastrismo (surgida na antiga Pérsia) – 2,6 milhões de seguidores

http://ccbnovascriaturas.forumeiro.org/
http://www.lideranca.org/cgi- bin/index.cgi?
action=forum&board=atualidades&op=display&num=5993

A ideia acima não é que eu e você nos posicionemos com relação a nossa crença e
saibamos quantos "pensam" como nós, mas sim que saibamos quantos (milhares)
pensam de maneira diferente e que precisam ser respeitadas.

"A nossa pode não ser, e com certeza não é, a única verdade."
Glauco Tavares

As pessoas se relacionam com Deus de diversas maneiras. Essas formas de


relacionar-se com Deus constituem as distintas religiões existentes no mundo. Algumas
são politeístas, porque admitem a existência de vários deuses; outras são
monoteístas, porque afirmam que só existe um Deus. As três grandes religiões
monoteístas são: o judaísmo, o cristianismo e o islamismo.
ATIVIDADES:
Teça comentários a respeito das seguintes assertivas:
a) Todas as pessoas possuem uma religião.
b) A religião colabora para que as pessoas tenham esperança e vivam na busca da
felicidade.
c) A diferença religiosa afasta as pessoas umas das outras.
d) Uma religião é mais importante que a outra.
e) Através da religião busca-se a harmonia entre os seres humanos, a sociedade e a
natureza.

Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.


Antoine de Saint-Exupéry, escritor e aviador francês
2.5 Líderes religiosos

TEXTO 1: LÍDERES RELIGIOSOS

MOISÉS foi, de acordo com a bíblia hebraica, alcorão e escrituras da fé Baha'i, um líder
religioso, legislador e profeta, a quem a autoria da Torá é tradicionalmente atribuída. Ele é o
profeta mais importante do judaísmo, e igualmente reconhecido pelo Cristianismo e Islamismo,
assim como em outras religiões. É o grande libertador dos hebreus, tido por eles como seu
principal legislador e mais importante líder religioso. A Bíblia o denomina "o homem mais
manso da Terra" (Números 12:3). Também é considerado um grande profeta pelos
muçulmanos. De acordo com a Bíblia e a tradição judaico-cristã, Moisés realizou diversos
prodígios após uma Epifania. Libertou o povo judeu da escravidão no Antigo Egito, tendo
instituído a Páscoa Judaica. Depois guiou seu povo através de um êxodo pelo deserto durante
quarenta anos. Ainda segundo a Bíblia, recebeu no alto do Monte Sinai as Tábuas da Lei de
Deus, contendo os Dez Mandamentos.

SIDDHARTA GAUTAMA (século VI a.C. - c.563 a.C. - c. 483 a.C.), em Kapilavastu, no sopé
do Himalaia, território do atual Nepal. Mais conhecido como Buda, o iluminado. Filósofo,
professor e líder espiritual, fundador do Budismo. Buda (Buddha, que significa "Desperto" , do
radical Budh-, "despertar") é um título dado na filosofia budista àqueles que despertaram
plenamente para a verdadeira natureza dos fenômenos e se puseram a divulgar tal descoberta
aos demais seres. "A verdadeira natureza dos fenômenos", aqui, quer dizer o entendimento de
que todos os fenômenos são impermanentes, insatisfatórios e impessoais. Tornando-se
consciente dessas características da realidade, seria possível viver de maneira plena, livre dos
condicionamentos mentais que causam a insatisfação, o descontentamento, o sofrimento. Para
Sidarta Gautama, não há intermediário entre a humanidade e o divino; deuses distantes
também estão sujeitos ao carma em seus paraísos impermanentes. O Buda é apenas um
exemplo, guia e mestre para os seres vivos sencientes que devem trilhar o caminho por si
próprios.

JESUS CRISTO - Jesus (também chamado Jesus de Nazaré) nasceu entre 7–2 a.C e morreu
por volta de 30–33 d.C., é a figura central do cristianismo e aquele que os ensinamentos de
maior parte das denominações cristãs, além dos judeus messiânicos, consideram ser o Filho
de Deus. O cristianismo e o judaísmo messiânico consideram Jesus como o Messias
aguardado no Antigo Testamento e referem-se a ele como Jesus Cristo (Yeshua
Ha'Maschiach), um nome também usado fora do contexto cristão. Jesus foi um pregador judeu
da Galileia, foi batizado por João Batista e crucificado por ordem do governador romano Pôncio
Pilatos.

ABŪ AL-QĀSIM MUḥAMMAD IBN ʿABD ALLĀH IBN ʿABD AL-MUṭṭALIB IBN HĀSHIM,
MAIS CONHECIDO COMO MAOMÉ (Meca, ca. 6 de Abril de 570 — Medina, 8 de Junho de
632) foi um líder religioso e político árabe. Segundo a religião islâmica, Maomé é o mais
recente e último profeta do Deus de Abraão. Para os muçulmanos, Maomé foi precedido em
seu papel de profeta por Jesus, Moisés, Davi, Jacob, Isaac, Ismael e Abraão. Nascido em
Meca, Maomé foi durante a primeira parte da sua vida um mercador que realizou extensas
viagens no contexto do seu trabalho. Tinha por hábito retirar-se para orar e meditar nos montes
perto de Meca. Os muçulmanos acreditam que em 610, quando Maomé tinha quarenta anos,
enquanto realizava um desses retiros espirituais numa das cavernas do Monte Hira, foi visitado
pelo anjo Gabriel que lhe ordenou que recitasse os versos enviados por Deus, e comunicou
que Deus o havia escolhido como o último profeta enviado à humanidade. Maomé deu ouvidos
à mensagem do anjo e, após sua morte, estes versos foram reunidos e integrados no Alcorão.
Maomé não rejeitou completamente o judaísmo e o cristianismo, duas religiões monoteístas já
conhecidas pelos árabes. Em vez disso, declarou que é necessária proteção a estas religiões e
informou que tinha sido enviado por Deus para restaurar os ensinamentos originais destas
religiões, que tinham sido corrompidos e esquecidos. Muitos habitantes de Meca rejeitaram a
sua mensagem e começaram a persegui-lo, bem como aos seus seguidores. Em 622 Maomé
foi obrigado a abandonar Meca, tendo se mudado para Yathrib (atual Medina).Seguiram-se uns
anos de batalhas entre os habitantes de Meca e Medina, que resultaram em geral na vitória de
Maomé e de seus seguidores. A organização militar criada durante estas batalhas foi usada
para derrotar as tribos da Arábia. Por altura da sua morte, Maomé tinha unificado praticamente
todo o território sob o signo de uma nova religião, o islão.

AGENOR MIRANDA ROCHA, O PAI AGENOR, (Luanda, Angola, 8 de setembro de 1907 —


Rio de Janeiro, 17 de julho de 2004) foi um babalaô da Religião dos Orixás Candomblé. O
Professor Agenor, como era conhecido, foi professor catedrático aposentado do Colégio Pedro
II, nas cadeiras de matemática e latim, cantor lírico (seguindo os passos de sua mãe, o soprano
Zulmira Miranda e babalaô adivinho na referida tradição religiosa candomblé, um dos
ocidentais mais conhecedores da herança e da Cultura afro-brasileira, além de talvez uma das
mais respeitadas personalidades religiosas por todas as lideranças de tradicionais terreiros do
Brasil. Agenor Miranda também foi poeta e musicista. O filme (Brasil, 2001, 93 min.), mostra
Pai Agenor em sua casa no Engenho Novo, subúrbio do Rio de Janeiro, onde figuram desde
imagens de São Francisco e Buda até de Oxalá e outras divindades do candomblé. Suas
declarações são desconcertantes. “A força do candomblé está no sangue verde das plantas e
não no sangue vermelho dos animais”, comenta para condenar os sacrifícios em cultos.

www.wikipedia.org

ATIVIDADE:
Pesquise sobre o líder da sua religião e compartilhe com os colegas da turma:

Texto 2: São Francisco de Assis


Francisco era um jovem de família rica. Ele nasceu em 1182, em Assis, na Itália, e
faleceu no dia 4 de outubro de 1226. Era esbanjador e tinha fama de gozador.
Em sua juventude, abraçando ideais sociais e de justiça, Francisco lutou para defender
o seu povo e sua igreja, porém ficou doente e começou a entender o que Deus queria para sua
vida. Francisco passou a ajudar os pobres e a viver por eles.
Cantou louvores a Deus, agradecendo pelo Irmão Sol, pela Irmã Lua, pelas estrelas,
pela terra, pelo vento e por todas as criaturas.
Assim como Abraão, Francisco também teve dificuldades para seguir a sua escolha,
mas foi firme, confiante em Deus, e só espalhou a verdade e o amor à vida.

O Inventor do Presépio

Foi Francisco que, nos últimos tempos de sua vida, criou a ideia do presépio para comemorar
o nascimento de Jesus. O historiador Jacques Le Goff conta esta história:
O primeiro episódio é o do Natal de 1223. Francisco atende ao convite de um daqueles
nobres que ficaram impressionados com ele, Giovanni Velita, senhor de Grécio. Vai celebrar o
Nascimento de Cristo em meio a grutas e eremitérios no alto de uma montanha escarpada.
Pede a um amigo da montanha para reconstituir a manjedoura de Belém, de acordo
com a inspiração de sua imaginação poética. "Quero lembrar a criança que nasceu em Belém e
ver com meus olhos carnais as dificuldades de sua infância pobre, como ele dormiu na
manjedoura, e como, entre o boi e o burro, deitaram-no sobre o feno." De todas as partes, na
noite de Natal, homens e mulheres das vizinhanças sobem a montanha de Grécio com tantas
velas e tochas que a noite ali ficou toda iluminada. Eles cantam, a floresta carrega suas vozes,
os rochedos as repercutem. Celebra-se a missa. O santo de Deus está perto da manjedoura,
canta o Evangelho, prega "com sua voz veemente, com sua voz doce, com sua voz clara, com
sua voz sonora". Anuncia as recompensas eternas. Um homem entre os assistentes tem uma
visão: subitamente vê o menino deitado na manjedoura e Francisco se debruçar sobre ele para
acordá-lo. Grécio se tornou uma nova Belém.
Jacques Le Goff. São Francisco de Assis. Rio de Janeiro, Record, 2001.

eremitérios - locais onde vivem os eremitas, que se isolam da sociedade escarpada - íngreme, difícil de
subir

ATIVIDADES:
Responda
1. Na sua opinião, por que Francisco quis construir um presépio de Natal?
2. No texto, Jacques Le Goff diz que Grécio havia se transformado numa nova Belém. Por
quê?

Oração pela paz


CRISTO, quero ser instrumento
De tua paz e do teu infinito amor.
Onde houver ódio e rancor,
Que eu leve a concórdia,
Que eu leve o amor!
Onde houver ofensa que dói,
Que eu leve o perdão.
Onde houver a discórdia,
Que eu leve a união e tua paz!

Onde encontrar um irmão,


A chorar de tristeza,
Sem ter voz e nem vez,
Quero, bem no seu coração,
Semear alegria, para florir gratidão!
Mestre, que eu saiba amar,
Compreender, consolar
E dar sem receber!
Quero sempre mais perdoar.
Trabalhar na conquista da vitória e da paz!
Escreva
Você conhece alguma instituição ou pessoas cujas práticas lembrem a atitudes
franciscanas? Escreva um relato contando o que você descobriu.

Responda
1. Por que Francisco deixou sua herança e os direitos que tinha?
2. A família, os vizinhos e a sociedade de Assis se escandalizaram com a atitude de
Francisco. Que atitude você acha que terão as pessoas hoje se alguém resolver
ignorar a sociedade de consumo e se preocupar em ajudar os mais pobres?
3. Francisco de Assis ficou na História. Ainda hoje há gente empolgada com seu
exemplo querendo viver o ideal que ele deixou. Você poderia citar outras pessoas
que deram um exemplo de generosidade para o bem dos irmãos?

Sugestão de filme: SÃO FRANCISCO DE ASSIS


https://www.youtube.com/watch?v=9IizwRIIC3k

Texto 3: Martin Luther King


Martin Luther King é um exemplo de
vida, como Gandhi e outros que tudo fizeram
em favor do desenvolvimento intelectual,
social, político, cultural e moral de nossa
sociedade.
Luther King lutou pelos direitos civis
dos negros norte-americanos, e foi tão
importante que ainda hoje se ouvem
histórias a respeito dos discursos, protestos,
gestos e manifestações feitas por esse
grande líder negro em busca de liberdade e
igualdade entre as pessoas.
Entre os inúmeros prêmios que
recebeu está o Nobel da Paz, obtido em
1964, com apenas 35 anos de idade,
tornando-se o mais jovem homenageado.
Até os anos 1960, a sociedade norte-
americana tinha leis que proibiam os negros
de frequentar os mesmos locais que os
brancos. Esse regime de segregação racial é
conhecido como apartheid. Sociedades
secretas de cunho racista como a Ku Klux
Klan advogavam a discriminação e o
extermínio daqueles que lutavam pelos
direitos civis e pela igualdade entre os homens.
Apesar do apoio de vários movimentos sociais de brancos, Martin Luther King foi
assassinado em 1968.
“Eu tenho um sonho” é, sem dúvida, o mais conhecido e importante discurso de Martin
Luther King. Nele, o líder negro retrata sua vida e a de milhares de pessoas em busca de um
sonho. Com a liderança de King, o sonho de liberdade ganhou um sabor de vitória.
ATIVIDADES:
Pense e responda
 Martin Luther King lutava contra o preconceito racial, pela liberdade e pelo
desenvolvimento da sociedade, pelos pobres e marginalizados. Há alguma semelhança
entre a sua história de vida e a de Jesus? Qual?
 Um dos mais conhecidos sermões de King começava assim: “Eu tenho um sonho...”. E
você? Tem um sonho? Escreva sobre ele.

CAMINHOS DO MEDO – Luther King

Uma noite, lá pelos fins de janeiro, eu acabara de deitar-se depois de um dia cheio de
trabalhos. Coretta já estava dormindo e, mal eu comecei a cochilar, o telefone tocou... Uma voz
dizia então, cheia de ódio, quase rilhando os dentes:
"Escuta aqui, seu negro sujo! Já te aguentamos demais: antes do fim da próxima
semana tu vais te arrepender de ter nascido e de ter vindo aqui para Montgomery...". Eu
desliguei o aparelho e não consegui mais dormir.
Parecia-me que todos os temores haviam desabado sobre mim, todos. Ao mesmo
tempo... e me esmagavam com seu peso de chumbo...
Eu atingira o ponto de saturação. Levantei-me da cama e fui para a cozinha, onde me
pus a andar de um lado para o outro...
Depois fiz um café. A mão que segurava a xícara tremia, e senti nesse tremor um pavor
animal que em mim surgia, bem lá no fundo de mim mesmo, como alcateia de lobos de goelas
abertas para me devorar, avançando em câmara lenta. Então me pus a pensar como pular do
barco, abandonar o "time", fugir daqueles lobos, sem parecer covarde...
Foi naquele momento de exaustão, quando a coragem toda se fora, que eu decidi levar
o meu problema a Deus, Nosso Senhor.
Com a cabeça entre as mãos, rezei em voz alta, e a prece daquela noite continua bem
viva em minha mente:
"Senhor, estou tomando uma atitude em favor de uma causa justa... Mas agora, Senhor,
estou com medo! As pessoas me buscam, procurando conforto e liderança, agora, eu me vejo
diante delas assim cheio de medo... Se me virem assim, elas também vão perder a coragem e
ceder!
Cheguei ao fim de minhas forças; já nada mais me resta, e os lobos vêm aí! Cheguei ao
ponto em que não posso enfrentar tudo sozinho".
Foi exatamente neste momento que, de maneira luminosa, inexprimível, eu senti a
presença do Divino!
Jamais, em minha vida, sentira Deus assim tão perto, tão dentro de mim mesmo, como
naquela hora de impotência.

Para aprofundamento do tema textos complementares:

- Missionárias da Caridade – pág.89;

- A responsabilidade é de todos – pág.90.


3- Valores

Texto 1: O que é valor


Devemos considerar que cada um de nós é um ente no mundo em que estamos
incluídos. Vivemos num Universo composto de elementos que não são neutros, pois
dependemos uns dos outros. Pode-se dizer que todas as coisas e todos os seres têm uma nota
peculiar. São elas boas ou más, feias ou belas, úteis ou inúteis, em suma, representam alguma
coisa para nós.
Costumamos falar em valor quando dizemos do aspecto econômico. Quando afirmamos
por exemplo que uma televisão vale R$ 1.500,00 e um par de tênis custa R$ 200,00.
Valorizamos as mais diferentes coisas. O nosso valorar recai sobre todos os objetos
possíveis: água, pão, vestuário, saúde, livros, homens, opiniões, atos. Tudo isso é objeto das
nossas apreciações. Em realidade o valor serve para designar o que de qualquer modo vale
para o homem, logo, tudo aquilo que satisfaz ao homem vale, pois é objeto de seu interesse.
Os valores não existem por si mesmos, precisam de uma pessoa para que possa existir.
A beleza de um quadro é um bom exemplo, uma vez que se está a observá-lo, será
possível ver que ele possui qualidades objetivas como: a extensão, o peso e as cores. O
quadro não pode existir sem essas qualidades. Entretanto, a beleza do quadro, embora
objetiva, é atribuída a ele por outro subjetivamente. Numa reflexão sobre a educação não se
pode deixar de lado o papel do “não-valor” e do “contravalor”. Considera-se por não valor aquilo
que é indiferente, que nada representa para o sujeito por não corresponder as suas
necessidades.
O não-valor pode ser o resultado de uma desvalorização feita pelo homem, que retira
um valor dando origem ao não-valor. É o caso de quem vive na Serra não apreciar um passeio
de barco nas manhãs de boa maré. Não significa que tal distração não tenha valor.
No processo de desvalorização o valor permanece existindo independente do sujeito. O
homem é um ser que não pode viver em sociedade sem regras de justiça e respeito ao outro, o
que o faz criar normas e prescrições que regulamentam o comportamento dos indivíduos.
Quando se perde o parâmetro da moralidade, mesmo que seja em nome da modernidade,
estamos diante da instalação de um contravalor.
O contravalor é o que se opõe ao valor. O que visa a um objeto prejudicial.
Um exemplo claro de contravalor é o da economia com base na degradação ambiental,
como foi o caso da monocultura e do extrativismo do pau-brasil, que criaram grandes
extensões de área desértica no Brasil. Sabe-se hoje que tais formas de degradação poderão
levar o planeta Terra à extinção. Este é o caso de um contravalor vital, pois é nocivo por
restringir a vida e a saúde de todos.
Outro exemplo de nocividade refere-se ao ato de soltar balões em festas juninas, hábito
que se disseminou de tal forma que acabou virando tema de concursos e competições. Durante
muito tempo isto ocorreu, até por desconhecer-se a extensão do perigo ocasionado por tal
prática.
A luta da educação resume-se nesse esforço contínuo para a promoção do valor e o
combate ao contravalor.
Anna Maria Nardi

ATIVIDADES
Escreva
Escreva uma frase com cada par de palavras.

Perdão reconciliação

Deus misericórdia Sacramento alegria

Perdoar pedir perdão

Escreva como uma pessoa deve agir em cada situação.


 Quando outra pessoa o insulta e depois pede perdão.
 Quando recebe o perdão de Deus.

Para refletir
 Durante esta semana, à noite, antes de dormir, dedique um tempo
para pensar em que atitudes tem acertado e em que atitudes tem
errado e precisa mudar.
 Trace seus objetivos, você consigo mesmo!
Texto 2: Quais são os meus valores
Uma primeira coisa que a gente deve levar em conta quando vai discutir valor é o que
esta palavra pode significar. Porque, mesmo sendo uma das palavras mais usadas, quando
você pergunta o que é um valor, poucos conseguem dizer o que é. Portanto, a primeira coisa
que a gente precisa distinguir é que valor significa uma porção de coisas diferentes. O valor
pode significar o econômico, que é o preço, quanto você paga por alguma coisa.
Outro sentido, que já está mais próximo do que se vai falar aqui, é o valor natural, isto é,
o valor que provém do fato de algo ser da natureza, de algo não ter sido feito pelos homens.
Por exemplo, a terra, tem um valor natural, o ar, a água, que é o valor da natureza.
E há um terceiro sentido para a palavra valor: alguma convicção profunda que está
dentro da gente e dentro dos grupos, alguma convicção que faz com que a gente faça aquilo, e
ache que seja bom. É exatamente o que a gente poderia dizer do valor ético, que é aquela
atribuição que a gente dá às coisas. A gente pergunta: esta coisa é boa ou ruim? É o valor que
está encaixado nas coisas.
O interessante é que tudo tem valor, nesse sentido. Não há nada que seja neutro.
Todas as ações vêm enroladas em valores, tudo o que a gente faz, no fundo, no fundo é por
um motivo de valor. Então, o valor é aquilo que dá o impulso fundamental às nossas ações. Só
que a gente não pára para pensar: qual é a razão daquilo que estou dizendo? Por que decidi
fazer esse curso e não outro? Por que decidi responder dessa maneira e não de outra
maneira?
Mesmo quando a pessoa usa droga, ela tem algum valor, tem alguma razão para fazer
isso. Eu busco algo que não tenho. Só que alguns acham que isso é negativo. A gente nunca
se pergunta sobre o porquê de grande parte daquilo que fazemos. Talvez essa seja a questão
mais séria.
Pe. Pedrinho Guareschi. Mundo Jovem, Ano XLI, nº 333, fevereiro, 2003, p. 13
ATIVIDADES
Responda
Abaixo estão definições de oito atitudes e valores que contribuem para a
construção de um mundo melhor. Descubra quais são eles.
Sentimento que predispõe alguém a desejar o bem de outrem ou de alguma coisa:
A
Capacidade de cada um se decidir ou agir segundo a própria vontade ou
determinação: L
Harmonia. Momento em que não há guerras ou conflitos. Estado de humor de quem
está tranquilo: P
Qualidade que tem a pessoa que não desiste daquilo em que
acredita: P
Grande conhecimento acumulado, baseado geralmente na experiência de vida:
S
3.1 Solidariedade

Texto 1: A tenda fechada

Contam que um velho sacerdote persa dedicara-se à vida no deserto e instituíra a custa
de trabalho e sacrifício, num dos pontos mais áridos da região, um oásis pelo qual passavam
caravanas cansadas e sedentas; as quais ele socorria com dedicação e cuidado.
Certa vez, passou por ali o acompanhante de um príncipe, orgulhoso e prepotente, que
aos gritos exigiu água e alimento para os membros de sua comitiva. Silenciosamente, o velho
sacerdote atendeu a todos. Ao final do período de descanso, porém, eis que o príncipe se viu
acometido de um súbito mal e tombou, desacordado. Seus auxiliares, sem conseguirem
reanimá-lo, chamaram pelo ancião, que o recolheu em sua própria tenda e dele cuidou com
todo o carinho.
Passou a tarde, veio a noite e o príncipe delirava, febril, sob os cuidados incessantes do
velho sacerdote. Dos seus lábios saíam palavras de rancor, ordens grosseiras, e expressões
enraivecidas, nas quais exigia, sem reservas, dos médicos e de Deus, a cura para os seus
males, que desde muito o atormentavam.
No dia seguinte, um tanto fraco, embora com a mesma fisionomia a refletir orgulho e
inconformação, o príncipe se preparou para partir, mas o velho, aproximando-se dele,
convidou-o a retornar à tenda.
Lá chegando, pacientemente o ancião tapou todas as aberturas, até que o ambiente
ficasse em completa escuridão.
Interrogado pelo príncipe, que já principiava a encolerizar-se, respondeu:
- Enquanto Vossa Alteza se encontrava sob os meus cuidados, ouvi que exigíeis de
Deus a vossa cura, como se o Supremo Pai devesse obedecer-nos em nossos caprichos.
Vosso coração, meu príncipe, assemelha-se a esta tenda: fechada por todos os lados, escura
por dentro, embora o sol brilhe lá fora com todo o seu esplendor.
E, descobrindo novamente as aberturas, continuou:
- Vedes como a claridade penetra e varre a escuridão? Fazei o mesmo com o vosso
coração, meu príncipe! Não sejais uma tenda fechada às luzes do Senhor.
Sem ter o que responder ao velho, o príncipe, envergonhado, montou e partiu.

BRITO, Joaquim Torres Sousa e outros. Lendas daqui e de lá. 2. ed.


São Paulo: Mundo moderno, 1956.
ATIVIDADE
Responda
O velho sacerdote socorria pessoas cansadas e sedentas. Como você pode, a
exemplo do velho sacerdote, auxiliar pessoas necessitadas de:
Bens materiais –
Deus –

Texto 2: A união faz a força


por Eugênio Mussak | fotos André Spinola e Castro |
produção Silvia Goichman
A vida em sociedade fica mais fácil se entendermos
que dependemos uns dos outros para viver melhor

Cooperação pelo bem


Exemplos de força retirada da união contam-se aos milhares. Um deles é uma cidade
inteira: São Roque de Minas, uma pequena localidade da região centro-oeste de Minas Gerais,
plantada próximo da serra da Canastra, exatamente onde nasce, tímido, o rio São Francisco.
Localizada em uma região tradicionalmente pobre, São Roque vivia da agricultura e,
principalmente, da produção de queijo canastra, o orgulho daqueles mineiros. A pequena
economia era administrada pela agência da Minas Caixa, até que veio um golpe fatal: um dia o
banco simplesmente fechou as portas, alegando falta de movimento financeiro que justificasse
sua permanência. O impacto não poderia ser maior: não havia mais onde compensar cheques,
receber pagamentos, aposentadorias, pagar contas, depositar poupanças. Esse fato decretou a
morte de São Roque.
Começou o êxodo. Todos tentavam vender suas propriedades, só que não havia para
quem, mas mesmo assim a debandada foi grande, reduzindo a cidade quase à metade. Foi
nessa época que um filho do lugar, chamado João Carlos Leite, que havia ido estudar
agronomia, voltou para casa. Como tantos outros, ele parecia ter só uma alternativa: arrumar as
malas e procurar oportunidade na cidade grande. Mas aquele jovem de 26 anos recusou-se a
virar as costas à sua terra natal. Propôs a criação de uma cooperativa de crédito, para substituir
o banco que se fora, no melhor estilo da união criando a força.
Passada uma década, hoje São Roque de Minas é detentora de indicadores invejáveis
de desenvolvimento humano, pois conseguiu uma economia estável, baseada na produção do
queijo canastra, só que agora de forma conjunta, com os produtores colaborando uns com os
outros, utilizando a cooperativa como o promotor de seu bem-estar. Não sentem saudades do
banco que se foi, porque agora a cidade tem seu próprio banco, cujos donos são todos os
correntistas, ou seja, os filiados à cooperativa. A história de São Roque está contada no livro A
Cidade Morria Devagar - O Romance de uma Cooperativa, de André Carvalho e João Leite
(Editora Armazém de Ideias).
Conversa de mineiro? Não. Mas, se você gosta dos causos do povo das Gerais, aqui vai
um deles: um próspero fazendeiro lá de Minas estava gravemente enfermo. Preocupado com a
desarmonia entre seus quatro filhos, resolveu dar-lhes uma lição. Chamou-os, mostrou-lhes um
feixe de gravetos amarrados e disse: "Como vocês sabem, estou doente e posso morrer a
qualquer momento. Aquele que conseguir quebrar estes gravetos só com as mãos será meu
único herdeiro. Os filhos estranharam, mas aceitaram o desafio. Entretanto, nenhum deles
conseguiu quebrar os gravetos. Indignados com a tarefa impossível proposta pelo pai, puseram-
se a reclamar. Foi quando o fazendeiro pediu o feixe e anunciou que ele mesmo iria quebrá-lo.
Incrédulos, os filhos lhe alcançaram os gravetos e, atônitos, assistiram ao pai que, deitado, foi
retirando os gravetos e quebrando-os um a um, para depois concluir: “Vocês são como este
feixe. Enquanto estiverem unidos, sempre poderão contar com o apoio um do outro. Porém,
separados, vocês são tão frágeis quanto cada um destes gravetos.”
Trata-se apenas de uma fábula, como tantas outras que pregam essa mesma moral: a
união faz a força. Mas, se abrirmos os olhos e observarmos ao nosso redor, podemos perceber
que essa é uma das verdades menos questionáveis.

Juntos, mas nem tanto


Há outra fábula que parece mostrar o caminho das pedras. Durante a era glacial, a
maioria dos animais não resistia à baixa temperatura que se instalara na Terra e simplesmente
congelava e morria. Foi quando uma manada de porcos-espinhos percebeu que, para se
manterem vivos, seus membros deveriam ficar juntos para conservar a temperatura e a vida.
Dessa forma, o calor de um aquecia o corpo do outro, evitando desperdício térmico,
agasalhando-se mutuamente.
A solução parecia perfeita, entretanto um inconveniente veio para atrapalhar o plano:
quanto mais juntos ficavam, mais aquecidos se sentiam, mas também mais se feriam com os
espinhos uns dos outros. Magoados com as espetadas mútuas, voltaram a separar-se.
Separados, começaram a morrer de frio. Foi então que, premidos pela necessidade do convívio,
tiveram que aprender a coexistir. Mantiveram a ideia da aglutinação, mas agora respeitando um
pequeno espaço entre eles, o suficiente para que seus espinhos não ferissem uns aos outros.
O ser humano e os diferentes grupos que criou para viver, como a família, a cidade, a
empresa, o condomínio, o clube e a própria sociedade em si, não são diferentes disso. Só
conseguimos viver unidos, mas não sabemos muito bem como fazer isso, pois com o tempo nos
irritamos com os espinhos - as pequenas diferenças -, que naturalmente existem. Conservar o
pequeno espaço vital parece ser a solução. Temos que aprender com os porcos-espinhos da
era glacial.
A força do conjunto
Lembra-se da história do beija-flor que, ao presenciar um incêndio na floresta, passou a
encher o biquinho de água para tentar apagar o fogo? Obviamente sua boa intenção não valeu
de nada e a floresta transformou-se em um amontoado de cinzas. Não podemos deixar de
admirar a nobreza do passarinho, sua obstinação e sua esperança, mas fica claro que seu
esforço só teria surtido efeito se ele tivesse contado com a ajuda dos outros animais.
As ações individuais são essenciais, mas na maior parte das vezes é necessário um
pouco mais do que isso para que se observem os grandes resultados. Aliar-nos aos outros nos
faz mais fortes e nos deixa mais perto da vitória. Somos frágeis demais para desdenhar o apoio
dos outros e desprezar a força do conjunto.
MUSSAK, Eugênio. http://vidasimples.abril.com.br/edicoes/025/04.shtml

ATIVIDADES
1. Exemplifique uma situação que você presenciou e que a união fez a força, a
diferença:
2. Você já viveu algum momento em que apesar dos diferentes grupos a que
pertence, você preferiu se distanciar das pessoas devido às diferenças existentes?
Comente com os colegas como aconteceu:

Texto 3: A face de Deus

Havia um pequeno menino que queria se encontrar com Deus. Ele sabia que tinha um
longo caminho pela frente. Um dia, encheu sua mochila com pasteis e guaraná e saiu para
brincar no parque.
Quando ele havia andado umas 3 quadras, encontrou um velhinho sentado em um
banco da praça, olhando os pássaros. O menino sentou-se junto a ele, abriu sua mochila e ia
tomar um gole de guaraná, quando olhou o velhinho e viu que ele estava com fome, e
ofereceu-lhe um pastel. O velhinho, muito agradecido, aceitou e sorriu ao menino. Seu sorriso
era tão incrível que o menino quis ver de novo; então ele ofereceu-lhe seu guaraná. Mais uma
vez o velhinho sorriu ao menino.
O menino estava tão feliz! Ficaram sentados ali sorrindo, comendo pastel e bebendo
guaraná pelo resto da tarde sem falarem um ao outro.
Quando começou a escurecer, o menino estava cansado e resolveu voltar para casa,
mas antes de sair ele voltou-se e deu um grande abraço no velhinho. Aí o velhinho deu-lhe o
maior sorriso que o menino já havia recebido.
Quando o menino entrou em casa, sua mãe surpresa perguntou ao ver a felicidade
estampada em sua face: “O que você fez hoje que te deixou tão feliz assim?”
Ele respondeu: “Passei a tarde com Deus” - e acrescentou – “Você sabe, Ele tem o
mais lindo sorriso que eu jamais vi?”
Enquanto isso, o velhinho chegou em casa com o mais radiante sorriso na face, e seu
filho perguntou: “Por onde você esteve que está tão feliz?”
E o velhinho respondeu: “Comi pasteis e tomei guaraná no parque com Deus.”
Antes que seu filho pudesse dizer algo, falou:
— Você sabe que Ele é bem mais jovem do que eu pensava?
A face de Deus está em todas as pessoas e coisas se são vistas por nós com os olhos
do amor e do coração.
Autor Desconhecido

ATIVIDADES
Comente o texto
 Qual é a moral da história?

Copie o quadro e complete-o.


Toda pessoa pode fazer alguma coisa para melhorar o mundo.

O QUE POSSO FAZER

Em casa

Na escola

Com os amigos
Para aprofundamento do tema textos complementares:

- As seis regras de convivência – pág.91;


- Uma vela para Dario – pág.92.

Sugestão de filmes: SEMPRE AO SEU LADO (93 min) – sinopse pág.97.


https://www.youtube.com/watch?v=3tD2sknf5oA

A PEQUENA VENDEDORA DE FÓSFOROS (6’44) - sinopse pág.97.


https://www.youtube.com/watch?v=5-sKoct6JPc
3.2 Gratidão

Texto 1: Palavras de gratidão


O Prof. Luiz Jean Lauand, especialista em estudos sobre Santo Tomás de Aquino,
ensina que as palavras escondem ensinamentos morais de que muitas vezes não nos damos
conta. É que o ser humano costuma esquecer aquilo que é essencial, mas esse essencial está
na realidade e se revela nas expressões que usamos.
É interessante, por exemplo, a palavra "obrigado" em português. Para Santo Tomás,
existem três níveis de gratidão e cada língua expressa a gratidão de uma forma diferente,
mostrando um aspecto da virtude de ser grato. Em inglês, "thank" (agradecer) vem de "think"
(pensar); da mesma forma, o alemão "danken" (agradecer) vem de "denken" (pensar). Essas
línguas expressam o primeiro nível da gratidão. Trata-se de pensar no benfeitor, reconhecer
que ele nos beneficiou.
Já o italiano "grazie" e o castelhano "gracias" atingem o segundo nível de gratidão. Dar
graças é louvar, é falar no favor recebido. Ou seja: não basta pensar no benfeitor, é preciso
dizer o que ele fez. Assim também a expressão árabe de agradecimento "shukran", "shukran
jazylan", que indica louvor do benfeitor e do benefício recebido.
Mas veja que coisa incrível: é justamente a língua portuguesa, tão rica, e hoje tão
maltratada, que atinge o nível mais profundo da gratidão. Quando dizemos "obrigado" (no caso
das mulheres, "obrigada"), estamos reconhecendo que nos sentimos obrigados a retribuir o
benefício recebido.

Assim, o primeiro nível é reconhecer; o segundo, louvar; e o terceiro, agir em retribuição.

Adaptado de: Luiz Jean Lauand. "Antropologia e formas quotidianas - a filosofia de S. Tomás de
Aquino subjacente à nossa linguagem do dia-a-dia". http:/ /www.hottopos.com

ATIVIDADES
Escreva
1. Crie um poema com a palavra "obrigado", começando com os seguintes
versos: Obrigado, palavra obrigatória
Para qualquer um que tem memória.
Mas não basta dizer obrigado,
É preciso sentir-se ligado.
2. Somos seres incompletos. Localize no diagrama dez coisas de que necessitamos
para viver:
N E C E S S I T A M O S + D E + A M O R
F P A X Y R K V M N S T R A S D F G X N
T V R P S K A L I M E N T O S R D T Y T
Q R I Q Z N T R Z A S D F G A A S D F G
A S N D E F G S A D F G X L Ú P Q R S T
P O H R S S T N D P Q R S T D V X Z Y H
S R O U P A H F E L N A D F E S T A S F
G H X Z O C B L N A S D F G H I X Z V H
L B A S R D X H Z L M O R A D I A N F T
P C U L T U R A L T S N R S A S D F G H
M H T X E L F T U H N D F L P K X N L F

3. Complete cada frase com apenas uma palavra:


a) Todas as coisas de que necessitamos são .
b) Quando são importantes para todas as pessoas, os valores são chamados
.
c) Quando são importantes somente para determinado grupo de pessoas, os valores
são chamados .
d) Alimentos, ar e amor são exemplos de valores .

4. Elabore duas listas de valores: Valores que custam dinheiro/Valores que não
custam dinheiro.

Texto 2: FILHO ÉS, PAI SERÁS; ASSIM COMO FIZERES, ASSIM ACHARÁS
Em tempos que já lá vão, era costume, nalgumas terras, levarem os filhos os pais para
um monte e deixarem-nos lá morrer à míngua.
Ora, uma vez, um rapaz, seguindo aquele costume, levou o pai às costas, pô-lo no
monte e deu-lhe uma manta para ele se resguardar do frio até morrer.
O velho disse para o filho:
— Trazes uma faca?
— Trago, sim, senhor. Para que a quer?
— Olha! Corta ao meio a manta que me dás e leva a metade para te embrulhares,
quando o teu filho te trouxer para aqui.
O rapaz considerou; tomou outra vez o pai as costas e voltou para casa com ele.
Adolfo Coelho

ATIVIDADES
Responda
O que levou o filho a desistir de deixar seu pai no monte?
Que lições você pode tirar deste exemplo?

Para aprofundamento do tema texto complementar:


- A disciplina do amor – pág.93.
3.3 Verdade

A palavra verdade tem diferentes significados. Pesquise as diferentes definições e depois


escreva a sua própria definição.

Verdade é aquilo que está de acordo com os fatos ou a realidade com exatidão,
autenticidade. Princípio certo e verdadeiro. Procedimento sincero, honesto, verdadeiro.
Ser verdadeiro é estar comprometido com a verdade; é não dar espaço para a mentira,
para a falsidade, em seu coração; é falar sempre a verdade; é não iludir ninguém, não ser
hipócrita, não ser fingido. É ser coerente em suas ações e arcar com as consequências dos
seus atos.

Texto 1: O elogio da verdade

Buda contou a seguinte história a respeito de um rei, cujos súditos viviam em disputas
religiosas sem fim, cada qual se considerando o único representante da verdade:
(...) O rei serviu-se de cegos para fazer uma demonstração (...). Ordenou a seus
emissários que percorressem o reino em busca de todos os cegos de nascimento com o
objetivo de levá-los à porta do palácio. (...) O rei então foi informado de que todos se achavam
reunidos de acordo com seus desejos. Ele disse: "Ide e mostrai-lhes os elefantes."
Os oficiais obedeceram sem vacilar e levaram os cegos para junto dos elefantes,
guiando suas mãos para que pudessem tocá-los. Entre os cegos, um pegou uma perna, outro o
couro esburacado. O que tocou a cabeça disse que era como um grande dosador de grãos. O
que tinha tocado a presa afirmou que era como um grande chifre, e o que tocou a tromba
respondeu: "Oh, sábio rei, o elefante é como uma grande corda grossa."
Quando todos já haviam dado suas versões, começaram a discutir entre si diante do rei,
cada um assegurando que a verdade era tal como ele a tinha definido e não de acordo com os
outros.
Trecho do conto "A face do espelho", Contos budistas na China. São Paulo, Aquariana, 2003.

ATIVIDADES
Responda
1. O que simbolizam o elefante e os cegos nessa história narrada por Buda?
2. Qual é a moral, isto é, o ensinamento dessa história?

Texto 2: Escute a outra parte

Um ditado popular diz que Deus deu-nos uma boca para falar e dois ouvidos para ouvir.
E dois olhos também. A língua é órgão-símbolo da fala, conjugada com outros elementos
externos do aparelho fonador. Movimentada pelo nosso cérebro, é solicitado por nossa
capacidade de conhecer ao obedecer ao nosso comando, a língua parece que não se dá bem
com nosso ouvido. E muito menos respeita o ouvido dos outros. Quem fala muito, ouve pouco
e entende-se menos ainda com as pessoas.
Falar demais tem lá suas consequências fáceis de serem remediadas. Quando se trata,
porém, de entendimento para decisões familiares, profissionais, sociais, para solução de algum
problema, complica a vida.
Há gente que tem ouvido e nem ouve. Ou só ouve o que lhe interessa. Fazer-se de
surdo em questões sérias cria situações delicadas ou complicadas. A língua atinge nossos
ouvidos com um poder fora do comum. Fala o que pensa, conversa, troca de ideias, comunica
sentimentos, cria laços. Suplica, aconselha, corrige, convence, comanda, chama, canta,
consola. Fere, ofende, humilha. "A palavra é de prata. O silêncio é de ouro", diziam os antigos
filósofos gregos.
Ouvir, não ouvir, fechar-se. Falar, calar, pensar antes de falar. Quem não pensa no que
fala, vai falar do que não quer e se arrepender do que falou. Que órgão complicado este ouvido
para ouvir, ligado a outro órgão inquieto e guerreiro, a língua.
Houve e há oradores que treinam seus escritos, lendo para si mesmos em voz alta. Às
vezes até gesticulando à moda italiana. O meio mais natural de comunicação entre as pessoas
é o diálogo. Vale muito se precisamos falar e ouvir para conviver melhor. Há regras e
necessidades para um bom diálogo. Ele é o fiel da balança de uma amizade segura e
duradoura. Quem fala quer ser ouvido. Quem ouve precisa aceitar que se fale a verdade na
sinceridade.
Diálogo Mons. Paulo Daher
ATIVIDADE
Responda
Na sua opinião, o que é mais difícil: ouvir mais ou falar menos?
Texto 3: O respeito à verdade
Por que evitar a mentira e sempre dizer a verdade
Não levantar falsos testemunhos nem mentir significa evitar tudo o que atenta contra a
verdade. Por isso:
 Não se devem dizer coisas que sabemos serem falsas ou espalhar boatos a respeito de
pessoas e de fatos.
 Não se deve caluniar ou prejudicar a reputação dos outros. Além de pecado, as leis
preveem punição para os caluniadores.
 Não se deve agir de modo a prejudicar alguém em benefício próprio.
 Não se deve mentir sobre aquilo que fazemos ou desejamos fazer.
 Não se deve enganar ninguém, seja com palavras seja com obras.
A mentira sempre traz consequências graves. Ela pode inculpar um inocente, destruir a
reputação de alguém e até mesmo desestruturar uma família. Muito mais que um erro, a
mentira às vezes é um crime de difamação punido com leis severas.

Por que dizer a verdade


O oitavo mandamento diz que praticar e promover a verdade significa:
 Ter consciência entre o que se pensa, o que se diz e o que se faz.
 Cumprir as promessas feitas.
 Não ficar calado diante das injustiças e da desonestidade.
 Defender e promover a liberdade de expressão e o direito de estar bem informado por parte
dos meios de comunicação e dos governos.
 Ser digno de confiança, conservando os segredos e respeitando a palavra dada.

O respeito e a busca incessante da verdade são um ato de amor ao próximo. Saber calar em
várias situações é saber respeitar o direito à privacidade previsto na Declaração Universal dos
Direitos Humanos e nos mandamentos.
Autor Desconhecido

ATIVIDADES
Responda
1. Explique o significado dos seguintes termos:
 Limpos de coração:
 Hipócritas:
 Engano:
 Ser consequente:

2. Complete as frases:
O oitavo mandamento resume a exigência de respeitar ,
pois diz:m”não darás falso testemunho nem mentirás.”
Nas bem-aventuranças, Jesus defende os .
Jesus foi condenado por defender e por denunciar
.

3. Assinale a resposta correta:


Caluniar é...
adorar e só dizer o bem.
difamar, fazer acusações falsas contra alguém.
abandonar, rejeitar.

Honestidade é...
uma qualidade de pessoas decentes.
o jeito para fazer artesanato
o nome de um grupo de homens que estudam a Bíblia.

Testemunho é...
fofoca e conversa fiada.
um tipo de teste para vestibular.
o que se afirma de uma pessoa ou situação; depoimento.

4. Cite.
Três exemplos do que devemos evitar Três exemplos do que podemos fazer
para promover a verdade para promover a verdade

5. Responda:
a) Por que se silenciar diante das injustiças é atentar contra a verdade?
b) Que consequências uma mentira pode trazer? Explique.
c) Que responsabilidades têm os meios de comunicação a respeito do oitavo
mandamento?

Texto 4: O LAGO DE LEITE


Em um certo lugar no Oriente, um rei resolveu criar um lago diferente para as pessoas do
seu povoado. Ele quis criar um lago de leite, então pediu para que cada um dos residentes do
local levasse apenas 1 copo de leite; com a cooperação de todos, o lago seria preenchido. O rei
muito entusiasmado esperou até a manhã seguinte para ver o seu lago de leite. Mas, tal foi sua
surpresa no outro dia, quando viu o lago cheio de água e não de leite. Em seguida, o rei
consultou o seu conselheiro que o informou que as pessoas do povoado tiveram o mesmo
pensamento: "No meio de tantos copos de leite se só o meu for de água ninguém vai notar. . ."

ATIVIDADES
Responda
1. Que valor faltou para que a ideia do rei se completasse?
2-Se você fosse morador desse mesmo povoado teria que atitude diante do pedido
do rei? Por quê?
3-Quais as consequências na vida de uma pessoa que não age com a verdade?
http://www.cvdee.org.br/evangelize/pdf/2_0337.pdf
SABER MAIS
A palavra Verdade
 Em hebreu, o termo emunah é usado para referir-se às pessoas dignas de confiança.
Portanto, verdade significa também a confiança em quem cumpre o prometido.

 Em grego, utiliza-se a palavra alétheia para verdade. Significa “o que não está oculto”.
Assim, verdade é o descobrimento ou o conhecimento das coisas.

 Em latim, o termo usado é veritas, que se refere à exatidão daquilo que se diz. Assim,
verdade é veracidade, em oposição à mentira e ao engano.

Para lembrar

alivia mais do que machuca. E estará sempre acima de qualquer f


o óleo sobre a água.
Miguel de Cervantes, escritor espanhol

Para aprofundamento do tema textos complementares:

- Mentir nunca! – pág.94;


- O pastor e o lobo – pág.96.
3.4 Esperança

Esperança
A esperança é o sentimento que nos faz acreditar que é possível realizar nossos desejos e
sonhos. Ela nos proporciona força interior, nos faz acreditar, nos impulsiona, nos faz suportar
os problemas do dia-a-dia, pois quando temos esperança sabemos que tudo é possível de ser
realizado, alcançado, que tudo é passageiro, que tudo tem solução, que sempre existe uma luz
no fim do túnel, um caminho a ser explorado, algo a ser descoberto.
A esperança nos faz levantar quando arrasados, pois sabemos que sempre podemos
recomeçar. Ela nos faz crer que o impossível pode ser possível.

Texto 1: A rosa de Hiroxima

Vinícius de Moraes

Pensem nas crianças


Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas

Mas oh não se esqueçam


Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroxima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada.

ATIVIDADE
Responda
Explique como a inteligência humana é um dom de Deus e ao mesmo tempo pode se
voltar contra a humanidade:
Texto 2: A maior flor do mundo
(...) Na história que eu quis escrever, mas não escrevi, havia uma aldeia.
Não se temam, porém, aqueles que fora das cidades não concebem histórias nem
sequer infantis: o meu herói menino tem as suas aventuras aprazadas fora da sossegada terra
onde vivem os pais, suponho que uma irmã, talvez um resto de avós, e uma parentela
misturada de que não há notícia.
Logo na primeira página, sai o menino pelos fundos do
quintal, e, de árvore em árvore, como um pintassilgo, desce ao rio
e depois por ele abaixo, naquela vagarosa brincadeira que o
tempo alto, largo e profundo da infância a todos nós permitiu...
Em certa altura, chegou ao limite das terras até onde se
aventurara sozinho. Dali para diante começava o planeta Marte,
efeito literário de que ele não tem responsabilidade, mas com que
a liberdade do autor acha poder hoje aconchegar a frase. Dali
para diante, para o nosso menino, será só uma pergunta sem
literatura: «Vou ou não vou?» E foi.
O rio fazia um desvio grande, afastava-se, e de rio ele estava já um pouco farto, tanto
que o via desde que nascera. Resolveu cortar a direito pelos campos, entre extensos olivais,
ladeando misteriosas sebes cobertas de campainhas brancas, e outras vezes metendo por
bosques de altos freixos onde havia clareiras macias sem rasto de gente ou bicho, e ao redor
um silêncio que zumbia, e também um calor vegetal, um cheiro de caule sangrado de fresco
como uma veia branca e verde.
Ó que feliz ia o menino! Andou, andou, foram rareando as árvores, e agora havia uma
charneca rasa, de mato ralo e seco, e no meio dela uma inóspita colina redonda como uma
tigela voltada.
Deu-se o menino ao trabalho de subir a encosta, e quando chegou lá acima, que viu
ele? Nem a sorte nem a morte, nem as tábuas do destino... Era só uma flor. Mas tão caída, tão
murcha, que o menino se achegou, de cansado.
E como este menino era especial de história, achou que tinha de salvar a flor. Mas que
é da água? Ali, no alto, nem pinga. Cá por baixo, só no rio, e esse que longe estava!... Não
importa.
Desce o menino a montanha, atravessa o mundo todo, chega ao grande rio Nilo, no
côncavo das mãos recolhe quanto de água lá cabia. Volta o mundo a atravessar, pela vertente
se arrasta, três gotas que lá chegaram, bebeu-as a flor sedenta. Vinte vezes cá e lá, cem mil
viagens à Lua, o sangue nos pés descalços, mas a flor aprumada já dava cheiro no ar, e como
se fosse um carvalho deitava sombra no chão.
O menino adormeceu debaixo da flor. Passaram as horas, e os pais, como é costume
nestes casos, começaram a afligir-se muito. Saiu toda a família e mais vizinhos à busca do
menino perdido. E não o acharam. Correram tudo, já em lágrimas tantas, e era quase sol-pôr
quando levantaram os olhos e viram ao longe uma flor enorme que ninguém se lembrava que
estivesse ali. Foram todos de carreira, subiram a colina e deram com o menino adormecido.
Sobre ele, resguardando-o do fresco da tarde, estava uma grande pétala perfumada, com
todas as cores do arco-íris.
Este menino foi levado para casa, rodeado de todo o respeito, como obra de milagre.
Quando depois passava pelas ruas, as pessoas diziam que ele saíra da aldeia para ir fazer
uma coisa que era muito maior do que o seu tamanho e do que todos os tamanhos.
E essa é a moral da história. Este era o conto que eu queria contar. Tenho muita pena
de não saber escrever histórias para crianças. Mas ao menos ficaram sabendo como a história
seria, e poderão contá-la doutra maneira, com palavras mais simples do que as minhas, e
talvez mais tarde venham a saber escrever histórias para as crianças...
Quem sabe e um dia virei a ler outra vez esta história, escrita por ti que me lês, mas
muito mais bonita?...
José Saramago

ATIVIDADE
Responda
Você já faz uma boa ação que envolve grandes esforços como o menino da história?

Compartilhe com os colegas:

Para aprofundamento do tema texto complementar:

- Tente outra vez – pág.96.

Sugestão de filme: Em busca da felicidade – Sinopse – pág.97;


http://www.cinemenu.com.br/filmes/em-busca-da-felicidade-2006

TOLERÂNCIA (6’20’’) – Sinopse – pág.97.


https://www.youtube.com/watch?v=8DXNWa1JOdc
Exemplos de Vida
Betinho: Um Exemplo na Luta pela Não-Violência

Herbert de Souza, conhecido em todo o Brasil como Betinho, nasceu em 1935, na


cidade de Bocaiúva, Minas Gerais. Iniciou diversas campanhas a favor de condições mais
justas na sociedade. Seu trabalho diário contra a miséria e a fome foi inestimável para o povo
brasileiro.
Betinho considerava deplorável a pobreza em que vive grande parte dos brasileiros.
Essa pobreza é uma forma de violência. A violência não acontece apenas nas disputas
armadas, mas é tudo aquilo que fazemos contra a vida de um semelhante ou contra a natureza
à nossa volta. As atitudes violentas estão espalhadas por todo o país, seja nas grandes
cidades, seja nas zonas rurais, e podem ser vistas em todos os lugares: na derrubada das
matas, nas pessoas que passam fome nas ruas, na pobreza de muita gente que não tem
sequer onde morar, na exploração de um ser humano por outro ser humano - ou, pior ainda,
nas crianças que precisam trabalhar e não podem estudar, naquelas que ficam pelas ruas.
Tudo isso são formas cruéis de violência.
Diante de todas essas situações, Betinho não ficou de braços cruzados. Ainda
estudante, iniciou suas ações populares, sempre voltadas para a diminuição do sofrimento das
pessoas. Mesmo enfrentando as críticas de muitos que o consideravam apenas mais um
político interessado em cargos e poder, jamais parou de lutar.
Betinho não realizava campanhas somente contra a fome: desenvolveu projetos em
favor da educação, da saúde, de mais emprego, da democracia, da ética; enfim, dedicou sua
vida à luta pelos direitos humanos e pela não-violência. Por causa de suas ideias de mudança
social, quando estava em vigor a ditadura militar e não havia liberdade política no Brasil,
Betinho permaneceu exilado, isto é, precisou sair do país.
Betinho sofria de hemofilia, doença hereditária em que ocorrem hemorragias e não há
adequada coagulação do sangue. Numa das transfusões de sangue de que frequentemente
necessitava, foi contaminado pelo vírus da aids, o HIV - outra forma de violência, pois todo
sangue utilizado em transfusões deve ser examinado antes. Daí em diante, passou a trabalhar
com esse novo propósito: fundou a ABIA (Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids), uma
das instituições mais atuantes no movimento pelos direitos dos portadores do vírus HIV.
Mesmo com a doença, Betinho nunca deixou de lado sua dedicação aos problemas
sociais e políticos. Em 1992, foi um dos líderes do movimento pela ética na política, que
resultou na saída de Fernando Collor de Mello da presidência do Brasil. Nesse mesmo ano,
envolveu-se numa campanha pela mobilização da sociedade brasileira: a “Ação da Cidadania
contra a Fome, a Miséria e pela Vida”.
Betinho morreu no dia 9 de agosto de 1997, aos 61 anos, em sua casa, no Rio de
Janeiro. Seu exemplo de dedicação constante ao ser humano deve nos servir sempre de
inspiração.
Autor Desconhecido

Médico e missionário entre os pobres


Luís é médico e missionário. Depois de estudar medicina no Rio Grande do Sul, mudou-
se para Uganda, na África.
Vive em uma pequena casa de um bairro pobre de Kampala, a capital, junto a muitos
desempregados. Há também muitas crianças órfãs e algumas delas vivem nas ruas, porque
não há escolas suficientes para todos.
Seu ideal é ajudar a todos os vizinhos, que, além de estarem sem trabalho, têm muitas
doenças e dificuldades para conseguir remédios. Junto com seu companheiro, Bernardo,
procura também conseguir alimentos para todos.
Luís e Bernardo não se preocupam apenas com as necessidades materiais de seus
vizinhos. Também os ajudam a superar a angústia e o desespero, procuram soluções para
suas dificuldades e tentam colaborar em sua formação humana e religiosa, pois sabem que a
Palavra de Deus pode ajudar as pessoas a recuperar a esperança e a melhorar as relações
familiares e entre os vizinhos.
Autor Desconhecido

Responda
1. Por que os missionários decidem ajudar as pessoas pobres em outros países?
Quem eles desejam imitar?
2. O que eles esperam receber em Pagamento por seus trabalhos?
3. Podemos ajudar os necessitados sem ir a outros Países?
4. Você conhece alguém que ajude os outros no lugar onde você mora? O que essa
pessoa faz?
ACREDITAR SEMPRE
Em 1995, a irmã missionária Teresa Bello, junto com outras seis
colegas, foram sequestradas por guerrilheiros em Serra Leoa, um dos
países mais pobres do mundo, situado no oeste da África. Leia o
depoimento de irmã Teresa sobre o sequestro e a situação do país
onde trabalham.
“A guerrilha na Serra Leoa ataca diretamente o povo humilde (...)
e destrói as aldeias onde vive a população indefesa. A gente simples
vive no terror, obrigada a mudar de um lugar para outro para fugir à
fúria dos guerrilheiros. Quando eles não matam, destroem as colheitas
e agem com requintes de crueldade contra os prisioneiros, amputando-
lhes as mãos ou os pés (...)
Nosso sequestro aconteceu na cidade de Kambia, onde morávamos, às sete da manhã.
Entraram uns vinte guerrilheiros armados e nos mandaram sair de casa e começar a andar. Era
25 de janeiro de 1995. (...)
De Kambia, onde fomos capturadas, caminhamos durante uma semana, percorrendo
mais de 200 quilômetros. Fazia muito calor, estávamos cansadas, física e psicologicamente.
Atravessamos muitas aldeias. (...) Os rebeldes eram muito duros conosco. Mas, assim mesmo,
conseguimos dialogar com alguns deles (...). Eles vinham nos visitar frequentemente e quando
nos encontravam rezando, punham-se a rezar também.”

Dois meses depois, era 20 de março, irmã Teresa e suas amigas foram libertadas.
Esse acontecimento foi uma verdadeira graça para cada uma de nós.
Constatamos que Deus opera de uma maneira misteriosa em situações aparentemente
incompreensíveis.
BELLO, Teresa. Falamos de Deus com nossos sequestradores.
Mundo e missão, São Paulo, out. 1999. Disponível em: www.pime.org.br

SERRA LEOA
-SUPERFÍCIE: 72.000 km2
-POPULAÇÃO: 4,5 milhões de hab.
-CAPITAL: Freetown
-RELIGIÕES: Islamismo: 60%; Animismo: 30%; Cristianismo: 10%
-RENDA PER CAPITA: US$180
-EXPECTATIVA DE VIDA: a mais baixa do mundo:
Homens: 44 anos
Mulheres: 50 anos
ANALFABETISMO: entre os mais altos do mundo: 69%. Já não se fala de Terceiro Mundo, mas
de Quarto Mundo. Desde 1990, uma série de golpe de estado sacudiu a vida política do país. A
guerrilha, que continua até hoje, deixou milhares de mortos e mutilados e centenas de milhares
de refugiados. Forças ocultas estão lutando pela posse das ricas minas de diamantes que o
país possui.

Reflita sobre o texto


Por que podemos dizer que irmã Teresa e suas colegas deram testemunho de fé?
Atividades Interdisciplinares

Peça Teatral: Tô com fome!

A peça “Tô com fome” retrata a realidade brasileira de muitas famílias que
travam uma batalha diária para terem o que comer.
Neste contexto é que encontra sentido o programa “Fome Zero”. Alegra-nos
saber que o número de iniciativas desenvolvidas pela sociedade civil e pelas
comunidades religiosas tem aumentado.
Isso mostra que a população, quando motivada e organizada, não se omite em
contribuir na solução deste enorme problema. Nesta peça teatral, juntemo-nos ao
Chicó e gritemos.
Os atores entram cantando e formam uma roda. Inicia-se uma música apropriada.
ARAUTO 1: Vejo no mundo a cara da fome. Sim, vejo-a na minha rua, no meu
bairro, no meu estado... no meu país.
TODOS: (os que estão no palco) Fome?
ARAUTO 1: Sim, vejo fome. Inacreditável, não é?
ARAUTO 2: Atenção, atenção meninada e adultos desta linda baixada, vamos
mostrar para essa gente, gente que não sabe de nada, que não quer ver nada, quanta
gente está passando mal, porque o emprego sumiu, o salário diminuiu e, ninguém
estranha, a fome explodiu! Entram um a um na roda, enquanto uma criança pede.
CRIANÇA: Ei, seu Manoel, me dá um pastel.
MANOEL: Cai fora menino!
CRIANÇA: Ei, seu Machado, me dá um trocado.
MACHADO: Cai fora menino!
CRIANÇA: Ei, dona Chica, me dá uma canjica.
CHICA: Cai fora menino!
CRIANÇA: Ei, pessoal, me dá um mingau.
TODOS: Cai fora menino!
CRIANÇA: Cai fora pra onde? Nem força mais tenho para andar!
Música. Entram Manoel e Machado dentro da roda e começam o diálogo.
MACHADO: É Manoel, o negócio está difícil: o lucro da empresa não dá mais para
suprir as nossas necessidades. Acredite, estamos praticamente falidos e vou ser
obrigado a reduzir o número de funcionários da empresa. Infelizmente você é um
deles. É que você tem poucos anos de estudo!
MANOEL: Justamente eu Machado? Eu que tenho uma família para sustentar:
filhos, esposa, sogra e até os cunhados sanguessugas?!
MACHADO: Lamento muito Manoel, mas não posso lhe ajudar. Infelizmente, muitos
outros terão que perder o emprego! Mas não se preocupe (um tapinha nas costas),
quando as coisas melhorarem, o chamarei de volta. Sai Machado e fica Manoel.
Enquanto isso, as pessoas passam e ele fala.
MANOEL: Por favor, me ajude!
CHICA: Vai trabalhar vagabundo!
MANOEL: Ei, você, me dá uma ajuda?
MADONA: Vai trabalhar vagabundo!
MANOEL: Moço, estou precisando da sua ajuda!
MACHADO: Vai trabalhar vagabundo!
MANOEL: Pessoal, preciso de um...
TODOS: Vai trabalhar vagabundo!
MANOEL: Trabalhar aonde: em todo lugar que eu vou ninguém me acolhe! Infeliz de
mim: Agora virei até vagabundo!
Todos começam a rodar em círculo cantando repetidas vezes:
“Criança que não come, passa mal, passa mal, passa mal” (melodia da canção: “Quem
tem medo do lobo mal”). O menino começa a se sentir mal.
MENINO: Tô com fome; tô passando mal...! Me dá um trocado pra tomar um
mingau?
Cantam novamente: “Família que não come, passa mal, passa mal, passa mal...”.
Manoel começa a andar sem direção passando mal.
MANOEL: Tô sem dinheiro, desempregado, eu e minha família estamos com fome!
Me dá um trocado pra eu comprar feijão?
ARAUTO: E você? (perguntado para a plateia) já passou fome, ou... alguém de vocês
ainda está passando? Alguém já sentiu doer dentro de suas entranhas essa dor
corrosiva? Eh, minha gente, por causa da desigualdade e da ganância ela fere
inúmeras pessoas no mundo todo! E o pior é que, por causa dela, sim, por causa da
fome muitos entram no mundo do crime! Entra Madona gritando.
MADONA: Socorro, socorro... fui assaltada! Socorro, alguém me ajude... Levaram
todo meu dinheiro... Foi horrível, aquele homem com aquela arma na minha cabeça! O
que vai ser de nós neste país?!
Entra Chica gritando.
CHICA: Pega ladrão, pega ladrão! Aquele moleque levou minha bolsa com todos os
meus documentos.
ARAUTO 1: É, meus irmãos, o único jeito de quem está desempregado, sem
dinheiro, com fome e sem esperança, é partir para o crime!
ARAUTO 2: Agora, todo mundo se pergunta:
TODOS: O que haveremos de fazer?
Em forma de jogral.
PESSOA 1: Você tem fome de quê?
PESSOA 2: Tenho fome de justiça. E você, tem fome de quê?
PESSOA 3: Fome de dignidade, salário justo! E você tem fome de quê?
PESSOA 4: A minha fome? É lutar por um país melhor, onde todos possam comer
três vezes ao dia...
PESSOA 1: Onde pais e mães consigam alimentar seus filhos com dignidade.
PESSOA 3: Tenham certeza: ser formos mais solidários com os que precisam,
juntos venceremos!
PESSOA 2: Chega de fome!
PESSOA 4: Espere aí, ainda há uma pergunta:
Todos os atores se reúnem e juntos olhando para a plateia perguntam:
TODOS: E vocês, têm fome de quê?
Termine-se com uma canção conhecida que esteja de acordo com o tema.
Francisco Cruz de Souza
HTTP://www.pime.org.br/missaojovem/mjcelebracaodia2.htm
Textos Complementares

1. Conhecimento
1.1 Autoconhecimento
Jovens: Por que falam tanto de nós?

No dia 19 de setembro, comemoramos o dia desta galera pra lá de especial. Chegam


a ser 15% da população brasileira. Fazem diferença na hora das decisões familiares, nas
tendências da moda, dos contrastes culturais e do futuro da sociedade.
É a idade “do já e do ainda não”
Quando usamos esta expressão, queremos mostrar o quanto é bonita esta fase do
amadurecimento. Deixam a infância para serem adultos, autônomos, responsáveis... Só que
ainda não são, pois estão nesta transição “barulhenta”.
É a fase do “já e do ainda não”. Já não são mais crianças, mas ainda não são adultos.
Os educadores, contudo, não consideram a adolescência como puramente uma transição da
infância para a juventude, mas uma fase específica que deve ser vivida intensamente como as
outras.
Não são adolescentes, são aborrescentes
A complexidade desta fase revela um conflito de gerações.
O resultado é: de um lado adultos insatisfeitos com as atitudes dos
adolescentes, e do outro, adolescentes aborrecidos com a falta de
compreensão dos adultos. O adolescente parece nunca estar
satisfeito com a liberdade que a escola, a família e até os amigos
lhe dão. Este comportamento de insatisfação com o mundo que o
rodeia se apresenta aos adultos como rebeldia, como desejo de
sempre estar contrariando o que está estabelecido.
É uma pena que as escolas e as famílias não tenham
aprendido ainda a aproveitar esta característica dos adolescentes
para um crescimento mútuo. Esta insatisfação é a mola propulsora necessária para uma
sociedade não ficar parada no tempo. Bem dosada e equilibrada, esta deveria ser uma
característica de todas as pessoas, mesmo que fôssemos chamados de “adultos-
aborrescentes”.
É a fase mais difícil
Quando nos fixamos nas dificuldades que os adolescentes encontram nesta fase, é
quase impossível não afirmar que é a fase mais difícil. Mas não podemos prender nossa
atenção numa ou noutra situação simplesmente, pois desta forma não haveria fase que não
fosse difícil. Cada etapa da vida traz suas alegrias e tristezas, suas dificuldades e facilidades. A
adolescência pode ser uma fase difícil, mas também é uma fase alegre, diferente, cheia de
vida, de sentimentos e de coragem.

As drogas são um perigo para os adolescentes


Pais e educadores preocupam-se muito com a droga na vida destes desbravadores que
começam a sair de casa e iniciam um novo círculo de amizades. A preocupação é válida,
porém não podemos cair na ingenuidade e achar que esta é uma característica própria dos
adolescentes. A juventude também corre sério risco. Se pensarmos assim, estaremos
subestimando a maturidade, que, embora parcial, está presente em muitos dos adolescentes.
É uma fase violenta!
Longe de justificar comportamentos violentos por parte de alguns adolescentes,
queremos amenizar o impacto desta afirmação. A adolescência é um período em que o ser
humano é mais ativo, mais cheio de energia, topa tudo e, muitas vezes, sem ter a clareza das
consequências disso.
Agora pensemos: uma criança que desde os 4 ou 5 anos já fica diariamente horas na
frente do vídeo-game, brincando com jogos de lutas e guerras, assiste a filmes com conteúdos
violentos, presencia programas jornalísticos que apelam para mostrar a realidade violenta nua
e crua, em muitos casos presencia brigas dos pais, familiares e vizinhos.
Embora já existam iniciativas que refletem o conteúdo transmitido pela mídia, inclusive
por parte dos próprios adolescentes, é preciso também que os pais, em casa, sejam os
responsáveis pelo “controle remoto”.
Missão Jovem. Por que falam tanto de nós?: pág. n.º 5 - n.º 193 - mês de Setembro - Ano 2004

http://www.quadrinho.com/chantal/tiras
ATIVIDADES
Responda
1. Quais são as acusações que adolescentes e adultos lançam uns para os outros?
2. Como conciliar a energia dos adolescentes com os limites que se fazem
necessários nesta fase?
3. Reflita sobre o relacionamento com seus pais. O que você deve mudar? E eles?

1.2 Conhecendo a realidade

Regras para se tornar humano

1 - Você receberá um corpo. Poderá amá-lo ou odiá-lo, mas ele será seu todo o tempo.
2 - Você aprenderá lições. Você está matriculado numa escola informal de tempo integral
chamada vida. A cada dia, terá oportunidade de aprender lições. Você poderá amá-las ou
considerá-las idiotas e irrelevantes.
3 - Não há erros, apenas lições. O crescimento é um processo de ensaio e erro, de
experimentação.
Os experimentos "malsucedidos" são parte do processo, assim como os experimentos que, em
última análise, funcionam.
4 - Cada lição é repetida até ser aprendida. Ela será apresentada a você sob várias formas.
Quando você a tiver aprendido, poderá passar para a próxima.
5 - Aprender lições é uma tarefa sem fim. Não há nenhuma parte da vida que não contenha
lições. Se você está vivo, há lições a serem aprendidas e ensinadas.
6 - "Lá" só será melhor que "Aqui"... Quando o seu "Lá" se tornar um "Aqui", você
simplesmente terá um outro "Lá", que novamente parecerá melhor que "Aqui".
7 - Os outros são apenas espelhos. Você não pode amar ou odiar alguma coisa em outra
pessoa, a menos que ela reflita algo que você ame ou deteste em você mesmo.
8 - O que você faz de sua vida é problema seu. Você tem todas as ferramentas e recursos de
que precisa. O que você faz com eles não é da conta de ninguém. A escolha é sua.
9 – As respostas para as questões da vida estão dentro de você. Você só precisa olhar, ouvir e
confiar.
10 – Você se esquecerá de tudo isso... e, ainda assim, você se lembrará.

Autor Desconhecido

ATIVIDADE
Responda
Comente sobre algo que aprendeu na realidade em que você vive e que modificou o
seu comportamento:

OS ANIMAIS E A PESTE
Em certo ano terrível de peste entre os animais, o leão, apreensivo, consultou um mono
de barbas brancas.
— Esta peste é um castigo do céu - respondeu o mono - e o remédio é aplacarmos a
cólera divina sacrificando aos deuses um de nós.
— Qual? - perguntou o leão.
— O mais carregado de crimes.
O leão fechou os olhos, concentrou-se e, depois duma pausa, disse aos súditos
reunidos em redor:
— Amigos! É fora de dúvida que quem deve sacrificar-se sou eu. Cometi grandes
crimes, matei centenas de veados, devorei inúmeras ovelhas e até vários pastores. Ofereço-
me, pois, para o sacrifício necessário ao bem comum.
A raposa adiantou-se e disse:
— Acho conveniente ouvir a confissão das outras feras. Porque, para mim, nada do que
Vossa Majestade alegou constitui crime. Matar veados - desprezíveis criaturas; devorar
ovelhas - mesquinho bicho de nenhuma importância; trucidar pastores - raça vil, merecedora
de extermínio! Nada disso é crime. São coisas até que muito honram o nosso virtuosíssimo rei
leão.
Grandes aplausos abafaram as últimas palavras da bajuladora - e o leão foi posto de
lado como impróprio para o sacrifício.
Apresentou-se em seguida o tigre e repete-se a cena. Acusa-se ele de mil crimes, mas
a raposa prova que também o tigre era um anjo de inocência.
E o mesmo aconteceu com todas as outras feras.
Nisto chega a vez do burro. Adianta-se o pobre animal e diz:
— A consciência só me acusa de haver comido uma folha de couve na horta do senhor
vigário.
Os animais entreolhavam-se. Era muito sério aquilo. A raposa toma a palavra:
— Eis, amigos, o grande criminoso! Tão horrível o que ele nos conta, que é inútil
prosseguirmos na investigação. A vítima a sacrificar-se aos deuses não pode ser outra, porque
não pode haver crime maior do que furtar a sacratíssima couve do senhor vigário.
Toda a bicharia concordou e o triste burro foi unanimemente eleito para o sacrifício.
Aos poderosos tudo se desculpa; aos miseráveis nada se perdoa.
Monteiro Lobato
1.3 Conhecimento do outro

Um amigo de verdade

Há muitas coisas que podem ser ditas a respeito da amizade verdadeira. Amigo é
aquele que se preocupa com a felicidade do outro, com sua saúde, com sua realização. Amigo
é aquele que nunca trai a confiança, sempre está por perto, na alegria e na dor.
O amigo não conta fofoca a respeito do amigo; não sente inveja se o outro ganhou,
comprou ou conseguiu alguma coisa que ele não tem; não guarda mágoa. O amigo alegra-se
conosco, sofre conosco e sabe perdoar.
Amigo não é só companhia para a diversão. Às vezes, as pessoas confundem as
coisas, achando que amigos são aqueles que com elas saem para passear e se divertir. Mas,
quando chega a hora de uma necessidade, a gente vê que nem sempre os companheiros de
farra são os que estão ao nosso lado. Será que amigos são só pessoas da mesma idade, que
se encontram entre colegas de estudo, de trabalho, de diversão? Não só. Pais, irmãos, avós,
professores podem ser grandes amigos. Geralmente, acha-se que amigo é uma coisa, família é
outra. Não é verdade.
Uma das maiores felicidades é quando conseguimos ter amizade íntima com as
pessoas com quem vivemos todos os dias: significa ter confiança para trocar confidências
dentro da própria família e conversar sobre os assuntos que nos afligem ou nos alegram. Isso
depende muito da atitude que os mais velhos têm. Se eles só sabem gritar ou punir, fica difícil o
filho ou o aluno se abrir e confiar. Mas o adolescente e o jovem também podem tentar um
diálogo amistoso para criar uma relação de confiança e carinho.
Também acontece de alguém procurar companhias apenas para apoiar suas fraquezas.
Há gente que acha que só é amigo quem concorda com tudo. Quem quer amigos assim não
quer amizade, quer bajulação. Amigos podem e devem dar bons conselhos, quando preciso, e
ficar preocupados quando o outro está enveredando por um caminho errado. Por isso, às
vezes, alguns jovens não gostam de ter amizade com os mais velhos, pois sabem que
receberão conselhos que, às vezes, não querem ouvir.
Uma pergunta surge no coração das pessoas: a amizade um dia acaba? Quem já foi
nosso verdadeiro amigo, um dia poderá deixar de ser? Amizade verdadeira nunca acaba, pois
não deixamos de gostar de alguém. Se acabar, é porque não era amizade. Se alguém trair,
ferir, desrespeitar gravemente um amigo é porque nunca foi amigo de fato.
Os caminhos da vida é que podem afastar os amigos. Mudanças de cidade, de país, de
rumos profissionais, questões familiares, a correria do mundo contemporâneo - tudo isso pode
distanciar quem se gosta. Mas não é que a amizade tenha acabado. Quando há um
reencontro, tudo pode continuar como antes. E a alegria pode redobrar por se ter novamente
próximo alguém que a vida havia afastado.

INCONTRI, Dora & BIGHETO, Alessandro César. Todos os jeitos de crer.


Vol 2. São Paulo: Ática, 2004, p. 181-182

2. A opção por Deus


2.1 O projeto de Deus

HONESTIDADE

NO DICIONÁRIO: honradez; responsabilidade; compostura.

PARA REFLETIR:

· SER HONESTO É TER RESPEITO DE SI MESMO E DOS OUTROS.

· A HONESTIDADE É UMA VIRTUDE PRECIOSA.

· HONESTIDADE – VIRTUDE DE PESSOA POLIDA.

· PESSOA HONESTA É FELIZ, RESPEITADA E

ADMIRADA. PARA PENSAR...

#A PESSOA HONESTA NÃO MENTE, NÃO ENGANA, NÃO TRAPACEIA, NÃO


EXPLORA.

SOU HONESTO QUANDO:

· Não minto, em hipótese alguma;

· Não engano as pessoas;

· Não exploro o meu próximo;

· Não trapaceio com os outros;

· Transmito segurança para as pessoas;

· Transmito tranquilidade diante de diferentes situações;

· Renuncio a certas “vantagens” se elas forem prejudiciais ao próximo;


· Sou um benfeitor sobre a Terra;

· Tenho sempre a minha consciência tranquila diante dos homens e de Deus;

· Durmo à noite com tranquilidade, mas não me considero perfeito.


Autor Desconhecido

ATIVIDADES
1- Será que a honestidade de uma pessoa depende da situação?

2- Como podemos definir uma pessoa honesta?

3- Você concorda com a expressão: “Ser honesto é ser burro”. Justifique a

frase. 4- Coloque V ou F nos parênteses.

( ) A pessoa honesta mente sempre que possível.

( ) Ser honesto é ter consciência tranquila diante dos homens e de Deus.

( ) Ser honesto é o mesmo que ser um malfeitor sobre a Terra.

( ) Enganar, trapacear sempre as pessoas é um ato desonesto.

( ) Honestidade é transmitir segurança para as pessoas.

5- Dê um exemplo da vida real ou crie uma situação em que você expresse o que é
ser honesto:

2.3 O que é religião

O que é compaixão?
Nem todos sabem ao certo o que significa compaixão. Podemos, porém, dizer que ela é
uma das formas de amor ao próximo. As religiões a elegem como uma das principais virtudes
morais. Tanto no cristianismo como no budismo, ela é ponto central. O budista Dalai Lama
afirma que o cultivo do amor e da compaixão é a verdadeira essência da religião.
O filósofo André Comte-Sponville diz que ela não tem boa reputação, pois ter
compaixão significa “sofrer com” e ninguém gosta de sofrer. Mas, segundo ele, a compaixão
tem qualidades muito importantes; basta ver que ideias se opõem a ela: dureza, crueldade,
frieza, indiferença, secura de coração, insensibilidade... Ela nos faz participar da dor, da
tristeza, do sentimento do outro. Todos os sofrimentos merecem a nossa compaixão.
Mas será que a compaixão serve para todos os casos? Por exemplo, o sofrimento de
um invejoso diante da felicidade do outro merece compaixão? Ou, ainda, devemos ter
compaixão por um torturador, que gosta de ver o outro sofrer, matando e ferindo as pessoas?
Pois é importante saber que ele também precisa de compaixão, embora condenemos seus
atos. Comte-Sponville diz que devemos nos compadecer sim, pois o sofrimento, a dor, a
tristeza, o ódio estão presentes nessas situações.
A compaixão é o contrário da crueldade, que se satisfaz com o sofrimento do outro, e do
egoísmo, que impede a busca da cura dos sofrimentos alheios. Ter compaixão é não ser
indiferente a nenhum sofrimento, independentemente do motivo! É recusar-se a pagar o ódio
com o ódio! É procurar socorrer a todos os que sofrem! É como a compaixão de Cristo por seus
carrascos e de Buda pelos maus.
Ter um bom coração é muito importante na vida cotidiana, pois disso depende nossa
felicidade e a dos outros. Somente quando a compaixão fizer parte da vida cotidiana, teremos o
reino da felicidade na Terra, pois ela gera a não-violência, nos impede de agredir o próximo e
nos ensina a não usar a raiva e o ódio como armas, e sim o amor: a mesma arma que Gandhi
ensinou a usar.
Por isso, neste mundo de tantos sofrimentos, o papel da compaixão é fundamental.
Basta olharmos ao nosso lado para percebermos que o sofrimento está espalhado por todos os
cantos. Inúmeras pessoas sofrem por causa da fome, da pobreza, da injustiça, do abandono e
por falta de amor.
Os budistas dizem que muitas vezes a compaixão pode ser usada de forma simples:
podemos, por exemplo, apenas ouvir o desabafo de alguém sobre seus problemas e
compartilhar situações difíceis.
Atos de compaixão simples como esses foram usados por Jesus. Ele se compadeceu
dos sofrimentos humanos, ouviu o apelo dos sofredores, cuidou dos leprosos e agiu em favor
das pessoas que necessitavam de ajuda.
Sua vida foi intensamente dedicada a acabar com o sofrimento alheio. A compaixão de
Buda também era muito grande: ele mendigava pelas ruas para alimentar os que tinham fome.
Por meio dos exemplos de Buda e Jesus, entendemos que a compaixão não é apenas
para com nossos amigos ou pessoas próximas: também nossos inimigos e as pessoas que não
conhecemos merecem compaixão. A verdadeira compaixão baseia-se no direito de todo ser
humano a ser feliz: um inimigo nosso também é um ser humano e, como todos nós, busca a
felicidade e tem direito a ser feliz.
O Dalai Lama diz que a compaixão nos dá uma grande força interior e nos permite falar
com nossos semelhantes de coração a coração. Por outro lado, se tivermos maus sentimentos
em relação aos outros, eles poderão sentir o mesmo por nós. E isso acaba gerando isolamento
entre as pessoas.
Ora, você poderia perguntar: será que é tão fácil ter compaixão? Como desenvolvê-la?
Podemos cultivar a compaixão em todos os seres humanos? As religiões ensinam que sim! O
filósofo Jean-Jacques Rousseau, por sua vez, diz que todas as pessoas são boas e precisam
de educação adequada para cultivar essa bondade. Devemos cuidar das crianças, dos jovens
e de todos os seres humanos com amor e dedicação para que sintam e aprendam a
compaixão.
Temos duas opções: ou viver num mundo frio, de sofrimento e indiferença, ou viver num
mundo feliz, de amor e compaixão. No século que se passou tivemos muito mais sofrimento,
guerras e violência do que compaixão. Precisamos, hoje, sonhar e trabalhar por mais
compaixão e amor entre os seres humanos.
Autor Desconhecido

Responda
1. Explique com suas palavras o que é ter compaixão e responda: quais são os males
que esse sentimento cura?
2. Pense nisto: se há tantos exemplos de compaixão no mundo, por que há ainda
tanto sofrimento?

2.5 Líderes Religiosos

As Missionárias da Caridade
As Missionárias da Caridade são mulheres de todo o mundo que decidiram pôr sua vida a
serviço dos mais pobres, daqueles que são excluídos pela sociedade. É uma congregação de
religiosas fundada, em 1950, pela Madre Teresa de Calcutá. São mulheres de poucas palavras,
mas de muita ação, e ações concretas.
Não falam para convencer os outros de sua fé. Simplesmente servem, acompanham e
oferecem um lugar limpo e tranquilo para pessoas abandonadas.
De onde essas mulheres tiram forças para fazer tarefas que a maioria das pessoas não
faria e ainda transmitir alegria a todo momento? De Jesus. Elas oram muito e acreditam que o
que fazem para cada pessoa necessitada é como se fizessem para Jesus. (Prêmio Nobel da
Paz 1979)

VIVA A VIDA
A vida é uma oportunidade, aproveite-a...
A vida é beleza, admire-a...
A vida é felicidade, deguste-a...
A vida é um sonho, torne-o realidade...
A vida é um desafio, enfrente-o...
A vida é um dever, cumpra-o...
A vida é um jogo, jogue-o...
A vida é preciosa, cuide dela...
A vida é uma riqueza, conserve-a...
A vida é amor, goze-o...
A vida é um mistério, descubra-o...
A vida é promessa, cumpra-a...
A vida é tristeza, supere-a...
A vida é um hino, cante-o...
A vida é uma luta, aceite-a...
A vida é aventura, arrisque-a...
A vida é alegria, mereça-a...
A vida é vida, defenda-a...
(Madre Teresa de Calcutá)
“Mas eu sinto que o maior destruidor da paz hoje é o aborto, porque
é uma guerra contra a criança - um assassinato direto da criança inocente -
assassinato pela própria mãe. E se nós aceitamos que uma mãe pode matar
até mesmo sua própria criança, como nós podemos dizer para outras pessoas
que não matem uns aos outros?...”
(Madre Teresa de Calcutá)

“A pior calamidade para a humanidade não é a guerra ou o terremoto.


É viver sem Deus. Quando Deus não existe, se admite tudo. Se a lei permite o aborto
e a eutanásia, não nos surpreende que se promova a guerra!”
(Madre Teresa de Calcutá)

Responda
 Você conhece outras pessoas que agem como as Missionárias da Caridade?
Quem?
 Que atitudes das missionárias se assemelham às atitudes de Jesus?

A responsabilidade é de todos.
Este texto foi escrito por Tenzin Gyatso, também conhecido por Dalai Lama, líder dos
budistas no Tibete.
“No passado, as famílias e as pequenas comunidades podiam existir de forma mais ou menos
independentes umas das outras. Se levassem em conta o bem-estar dos vizinhos, tanto
melhor, mas eram capazes de sobreviver bastante bem isoladas. Não é mais assim. A
realidade atual é tão complexa e, ao menos no plano material, tão claramente interligada, que é
preciso ver as coisas sob novo ângulo. (...) O próprio tamanho da população mundial remete
para o fato de não podermos mais nos permitir ignorar os interesses dos outros. Esses
interesses estão, na realidade, tão entrelaçados que, ao atender aos nossos interesses,
estamos beneficiando os dos outros, mesmo que não tenha sido essa a nossa intenção.
Quando duas famílias utilizam a mesma fonte de água, cuidar para que não fique poluída é
uma atitude que beneficia ambas.”
Dalai Lama. Uma ética para o novo milênio. Rio de Janeiro.

Reflita sobre o texto


1. O que se entende por “responsabilidade universal”?
2. Conte uma pequena história de ficção, isto é, uma história escrita, criada por
você.
Escreva um conto em seu caderno a partir deste trecho: “Quando duas famílias
utilizam a mesma fonte de água, cuidar para que não fique poluída é uma atitude que
beneficia ambas.”

3. Valores
3.1 Solidariedade

As seis regras da convivência


As pessoas compromissadas com uma vida mais digna para todos vão discutindo,
apresentando propostas para conquistar e construir essa desejada convivência digna e
saudável. Uma dessas pessoas é o educador colombiano Bernardo Toro. Ele elaborou uma
proposta para que possamos ter uma convivência social boa. Eis a lista:

Não agredir o semelhante


Evitar e negar todo tipo de agressão, violência e imposição de miséria aos outros. Contribuir
para a aceitação das diferenças e para a promoção dos direitos humanos de todos.

Comunicar-se com as pessoas


Saber falar, expressar seus pensamentos e sentimentos, e saber ouvir a fala dos outros. A
comunicação é uma via de mão dupla e deve ter no diálogo sincero e aberto sua maior
garantia.

lnteragir com os outros


lnteragir é saber que não estamos sós no mundo e que viver bem significa viver bem com
outras pessoas.

Tomar decisões em grupo


Há aquele ditado: "várias cabeças pensam melhor que uma". Em grupo é possível juntar
forças e conseguir melhores resultados em nossas ações.

Cuidar do lugar em que se vive


Querendo ou não, gostando ou não, vivemos no planeta Terra e devemos ter com ele uma
relação saudável de cuidado e respeito. Maltratar e descuidar da natureza, do lugar onde
vivemos, é assinar um atestado de burrice pelo qual poderemos pagar muito caro.

Valorizar o saber social


O que sabemos foi construído ao l
conhecimentos. Podemos até sabe

Muitas delas podem parecer distantes e às vezes impraticáveis. Transforme-as em regras de conduta práticas para a s
Autor Desconhecido

ATIVIDADE
Pense e responda
1. Qual regra acima você tem mais dificuldade de seguir?
2. Que atitudes você pode tomar para melhorar esse comportamento?

UMA VELA PARA DARIO


Dario vinha apressado, de guarda-chuva no braço esquerdo e assim dobrou a esquina,
diminuiu o passo até parar, encostando-se à parede de uma casa. Foi escorregando por ela,
de costas, sentou-se na calçada ainda úmida da chuva e descansou no chão o cachimbo.
Dois ou três passantes rodearam-no, indagando se não estava se sentindo bem. Dario
abriu a boca, moveu os lábios, mas não se ouviu a resposta. Um senhor gordo, de branco,
sugeriu que ele devia sofrer de ataque.
Estendeu-se mais um pouco, deitado agora na calçada, o cachimbo ao seu lado tinha
apagado. Um rapaz de bigode pediu ao grupo que se afastasse, deixando-o respirar. E abriu-
lhe o paletó, o colarinho, a gravata e a cinta. Quando lhe tiraram os sapatos, Dario roncou pela
garganta e um fio de espuma saiu do canto da boca.
Cada pessoa que chegava se punha na ponta dos pés, embora não pudesse ver. Os
moradores da rua conversavam de uma porta a outra, as crianças foram acordadas e vieram
de pijamas à janela. O senhor gordo repetia que Dario sentara-se na calçada, soprando ainda
fumaça do cachimbo e encostando o guarda-chuva na parede. Mas não se via guarda-chuva
ou cachimbo ao lado dele.
Uma velhinha de cabeça grisalha gritou que Dario estava morrendo. Um grupo
transportou-o na direção do táxi estacionado na esquina. Já tinham introduzido no carro a
metade do corpo, quando o motorista protestou: e se ele morresse na viagem? A turma
concordou em chamar a ambulância. Dario foi conduzido de volta e encostado na parede. Não
tinha mais os sapatos e o alfinete de pérola na gravata.
Alguém informou que na outra rua havia uma farmácia. Carregaram Dario até a
esquina; a farmácia era no fim do quarteirão e, além do mais, ele estava muito pesado. Foi
largado ali na porta de uma peixaria. Imediatamente, um enxame de moscas lhe cobriu o rosto,
sem que fizessem o menor gesto para espantá-las. Dario ficara torto como o deixaram, no
degrau da peixaria, sem o relógio de pulso. Um terceiro sugeriu que lhe examinassem os
documentos. Vários objetos foram retirados de seus bolsos e alinhados sobre a camisa branca.
Ficaram sabendo seu nome, idade, cor dos olhos, sinais de nascença, o endereço na carteira
era de outra cidade.
Registrou-se tumulto na multidão de mais de duzentos curiosos que a essa hora
ocupava toda a rua e as calçadas: era a polícia. O carro negro investiu contra o povo e várias
pessoas tropeçaram no corpo de Dario, que foi pisoteado dezessete vezes.
O guarda aproximou-se do cadáver e não pôde identificá-lo – os bolsos vazios. Restava
apenas a aliança de ouro na mão esquerda que ele - quando vivo - não podia retirar do dedo
se não umedecendo-o com sabonete.
Ficou decidido que o caso era com o rabecão.
A última boca repetiu: - "Ele morreu, ele morreu", e então a gente começou a se
dispersar. Dario havia levado quase duas horas para morrer e ninguém sequer acreditava que
estivesse no fim. Agora, os que podiam olhá-lo viam que ele tinha todo ar de um defunto.
Um senhor, por piedade, despiu o paletó de Dario para sustentar-lhe a cabeça. Cruzou
suas mãos no peito. Não lhe pôde fechar os olhos nem a boca, onde as bolhas de espuma
haviam desaparecido. Era apenas um homem morto e a multidão se espalhou rapidamente, as
mesas de café voltaram a ficar vazias.
Um menino de cor e descalço veio com uma vela, que acendeu ao lado do cadáver.
Parecia morto há muito anos, quase um retrato de um morto desbotado pela chuva. Fecharam-
se uma a uma as janelas e, três horas depois, lá estava Dario esperando o rabecão. A cabeça
agora na pedra, sem o paletó, e o dedo sem a aliança. A vela tinha queimado até a metade e
apagando-se às primeiras gotas de chuva, que voltara a cair.
Dalton Trevisan

3.2 Gratidão

A DISCIPLINA DO AMOR
Foi na França, durante a segunda grande guerra: um jovem tinha um cachorro que
todos os dias, pontualmente, ia esperá-lo voltar do trabalho. Postava-se na esquina, um pouco
antes das seis da tarde. Assim que via o dono, ia correndo ao seu encontro e, na maior alegria,
acompanhava-o com seu passinho saltitante de volta a casa. A vila inteira já conhecia o
cachorro e as pessoas que passavam faziam-lhe festinhas e ele correspondia, chegava a
correr todo animado atrás dos mais íntimos. Para logo voltar atento ao seu posto e ali ficar
sentado até o momento em que seu dono apontava lá longe.
Mas eu avisei que o tempo era de guerra, o jovem foi convocado. Pensa que o cachorro
desistiu de esperá-Io? Continuou a ir diariamente até a esquina, fixo o olhar ansioso naquele
único ponto, a orelha em pé, atenta ao menor ruído que pudesse indicar a presença do dono
bem-amado. Assim que anoitecia, ele voltava para casa e levava sua vida normal de cachorro
até chegar o dia seguinte. Então, disciplinadamente, como se tivesse um relógio preso à pata,
voltava ao seu ponto de espera.
O jovem morreu num bombardeio, mas no pequeno coração do cachorro não morreu a
esperança. Quiseram prendê-lo, distraí-lo. Tudo em vão. Quando ia chegando aquela hora ele
disparava para o compromisso assumido, todos os dias.
Com o passar dos anos (a memória dos homens!) as
pessoas foram esquecendo do jovem soldado que não
voltou. Casou-se a noiva com um primo. Os familiares
voltaram-se para outros familiares.
Os amigos, para outros amigos. Só o cachorro já
velhíssimo (era jovem quando o jovem partiu) continuou
a esperá-lo na sua esquina. As pessoas estranhavam,
mas quem esse cachorro está esperando?... Uma tarde
(era inverno) ele lá ficou, o focinho voltado para aquela
direção.
Lygia Fagundes Telles

Mentir nunca!
E assim caminha esta nossa humanidade, amigos adolescentes. Foi estabelecido até um dia
para se enganar as outras pessoas, embora na brincadeira. Conta a história que, por volta
do séc. XVI, a França resolveu usar o calendário Gregoriano.

Com isso, mudou a data do ano novo, passando de primeiro de abril para primeiro de
janeiro. Mas muitos não gostaram e continuaram comemorando a virada do ano em abril. Para
tirar sarro com a cara dessas pessoas, outros franceses mandavam-lhes presentes estranhos e
convites para festas que não existiam.
Quando se usufrui apenas dos direitos, esquecendo-nos dos deveres, caímos na
libertinagem, isto é, numa vida sem regras. Um exemplo: Quando vocês dizem algo para seus
pais, o normal é que eles acreditem. Mas se descobrirem que vocês estavam mentindo, da
próxima vez que vocês disserem algo, certamente eles ficarão desconfiados. E tenham certeza,
a cada mentira, a desconfiança aumenta. Anotem: recuperar a confiança de alguém é bem
mais difícil do que perdê-la.
Quem não é fã do famoso Pinocchio, boneco feito pelas mãos do bom velhinho Gepetto
e que recebeu a vida pela vara de uma fada? Com vida, o boneco de pau pôde fazer opções e
tomar decisões. E é aí que este conto de fada alça voo. Para ser um menino de verdade, teria
que mostrar um coração bom, livre de toda mentira. Mas a parada não foi fácil para Pinocchio
e, a cada mentira, seu nariz ia aumentando, aumentando!
Certas situações, não restam dúvidas, podem colocá-los em apuros. Quebrar algo,
esquecer de fazer isso ou aquilo, precipitar-se em algumas decisões. Mas isso não pode ser
resolvido com uma “falsa verdade”. Seus narizes não crescerão, mas, com certeza, seus
sentimentos de culpa sim. Vocês não serão adolescentes para sempre, e tudo o que viverem
nesta fase da vida terá seus reflexos no futuro. Daí a importância de aprender a conviver,
desde já, com regras, direitos e deveres.
Caso isso não aconteça, as consequências podem ser desastrosas. Saibam, portanto,
usar bem de sua liberdade, sem usar de mentiras. Lembram do velho ditado que diz: “mentira
tem perna curta”. Confesso que jamais encontrei ditado tão verdadeiro! Mentira e verdade são
relativas? Sem querer ser pessimista, penso não ser fácil encontrar na sociedade pessoas que
tenham a verdade como princípio de vida.
Martinho Lutero bem disse: “A paz, se possível, mas a verdade a qualquer preço.” Que bom se assim fosse. Contudo, diariame
Outro exemplo: Quando vocês procuram encontrar seu grupo, aqueles com quem
vocês mais se identificam, muitas vezes esta “tribo” não é a que seus pais pensaram para
vocês. E daí surge o problema. Como lidar com tal fato? Talvez sonharam para vocês a
faculdade de medicina, mas o que mais vocês querem é fazer teatro. Todos os seus amigos
escolheram isso. Então, vamos lá: diálogo. Sem mentiras! Quando surge o confronto entre sua
forma de viver com os amigos e aquilo que seus pais sonham para vocês, é importante que
vocês tenham um propósito: jamais mentir.
Sem generalizar, vejam quantos adolescentes vivem passando uma imagem que não é
a deles. Descontentamento? Mentira? A reportagem dizia que a maioria das cirurgias servia
para aumentar os seios ou diminuir a barriga. Não seria melhor agradecer a Deus por aquilo
que somos, por respirarmos, por estarmos vivos, enfim, aceitar-nos como somos e admirar
mais as qualidades que temos? Mas pelo instinto competitivo que temos, é comum que vocês
queiram ser iguais a este ou aquele, ou querer ter algo que aquela pessoa tem ou faz.
Porém, cuidado com a imagem que vocês querem apresentar de vocês, pois a mentira
pode não vir apenas por palavras, mas também por uma falsa imagem com que vocês querem
se apresentar. Meus amigos e amigas, fiquem atentos e vivam suas vidas, acima de tudo,
com a verdade. É o que faz a pessoa ser autêntica!
Cristian Góes

ATIVIDADES
Responda
1. Por que a gente mente?
2. Quais são as situações em que facilmente se é levado a mentir?
3. Quais são as mentiras mais frequentes dos políticos?
4. Quais as piores consequências da mentira?

Comente
“A paz, se possível, mas a verdade a qualquer preço.” (Lutero)
Algumas pessoas não veem problema em ocultar a verdade ou até mentir, se esse ato
beneficia a si próprio ou a pessoas a elas ligadas. Você concorda ou não com essa atitude?
Explique:
O pastor e o lobo
Um pastor de ovelhas achava a vida muito monótona. Por isso, inventava de tudo para se distrair.
A sua diversão favorita era fingir que estava em apuros.
— Um lobo! Socorro! Socorro! - costumava gritar aos quatro ventos.
Quando as pessoas do povoado vinham em seu socorro, encontravam-no perfeitamente seguro,
rindo a valer.
Um dia apareceu um lobo de verdade na frente do pastor. Desesperado, ele começou a gritar
como sempre fazia:
— Um lobo! Socorro! Socorro!
Desta vez ninguém veio socorrê-lo, e o pastor teve de se esconder em cima de uma moita de
espinhos, enquanto o lobo devorava todas as suas ovelhas.
Quando os mentirosos falam a verdade, ninguém acredita.
http://www.bomjesus.br/virtudes/fabulas_exibir.vm?id=20719990

3.4 Esperança

TENTE OUTRA VEZ - Raul Seixas


Veja
Não diga que a canção está perdida
Tenha em fé em Deus, tenha fé na vida
Tente ou...tra vez

Beba
Pois a água viva ainda está na fonte
Você tem dois pés para cruzar a ponte
Nada acabou, não não não não

Tente
Levante sua mão sedenta e recomece a andar
Não pense que a cabeça aguenta se você parar,
Há uma voz que canta, uma voz que dança, uma voz que gira
Pairando no ar

Queira
Basta ser sincero e desejar profundo
Você será capaz de sacudir o mundo, vai
Tente ou...tra vez

Tente
E não diga que a vitória está perdida
Se é de batalhas que se vive a vida
Tente outra vez
SUGESTÕES DE FILMES
Item 1.1
UM DOCE OLHAR (1h43min)
https://www.youtube.com/watch?v=h68gsvNP05M
Sinopse: Yusuf (Bora Altas) é uma criança que mora com os pais numa isolada área
montanhosa. Para ele, a região de floresta torna-se um verdadeiro mistério e aventura
a partir do momento em que ele acompanha o pai em um dia de trabalho. O filme
acompanha sua incrível jornada pela busca de algum sentido a sua vida.

Item 3.1
SEMPRE AO SEU LADO (93 min)
https://www.youtube.com/watch?v=3tD2sknf5oA
Sinopse: É um filme de drama de 2009, com roteiro baseado em uma história verdadeira de
um cão japonês chamado Hachikō. O filme é uma refilmagem do original japonês, de 1987,
Hachiko monogatari.
A PEQUENA VENDEDORA DE FÓSFOROS (6’44)
https://www.youtube.com/watch?v=5-sKoct6JPc
Sinopse: Esse conto nos faz refletir questões importantes como: o abandono, a
miséria, a fome, a indiferença, a inveja, a exclusão. É importante que pensemos nessas
questões e no que podemos fazer para ajudar a tornar a vida do nosso próximo e por
conseqüência, a nossa melhor.

Item 3.4
TOLERÂNCIA (6’20’’)
https://www.youtube.com/watch?v=8DXNWa1JOdc
Sinopse: O tema abordado pelo filme é a intolerância entre as pessoas. O curta tem
como herói da história um personagem que acorda depois de um longo sono, no fim da
última era glacial. Seu raciocínio não é algo que deva ser invejado, mas mesmo assim
esse personagem é capaz de iniciar e realizar algo grandioso...
Em busca da felicidade
http://www.cinemenu.com.br/filmes/em-busca-da-felicidade-2006
Sinopse: Ben (Cayden Boyd) é um garoto de 13 anos, que está cansado da ausência
de carinho de seus pais. Quando ele conhece Cassie (AnnaSophia Robb), uma garota
da mesma idade que chega para morar com sua família, eles criam uma forte amizade.
Frustrados com a situação, os dois decidem embarcar em uma incrível viagem, em
busca dos tios de Cassie, na esperança de encontrar o lar perfeito para eles. Em suas
jornadas, eles cruzam com diferentes pessoas, entre elas o fazendeiro Henderson (Val
Kilmer), cada uma delas ensina à dupla, diferentes lições sobre o mundo. Quando
chegam ao final da jornada, eles percebem que a família nunca é perfeita, mas que é
provida de um amor raro e incondicional, que (...) floresce mesmo nos tempos mais
difíceis.
REFERÊNCIAS
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action=forum&board=atualidades&op=display&num=5993
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http://www.quadrinho.com/chantal/tiras
https://portaldovoluntario.v2v.net/posts/9728
O pastor e o lobo disponível em <
http://www.bomjesus.br/virtudes/fabulas_exibir.vm?id=20719990>
www.brasilescola.com/educacao/escola-x-violencia.htm
www.quandrinhos.com/chantal/tiras
www.wikipedia.org
HINO DE PETRÓPOLIS

Petrópolis,
Tens no passado gloriosas tradições;
Petrópolis,
Cultura e fibra de homens de outras nações,
Que lutaram e criaram as riquezas,
Guardaram as belezas que devemos defender

Petrópolis,
Tranquilidade, nossa fonte de saúde;
Petrópolis,
O teu futuro é a tua juventude
Que estuda e trabalha consciente
De que a luta no presente
Vitórias vai trazer

Para a frente, para o alto,


Construir
Com amor e com vontade,
Progredir

Vem viver aqui na serra,


Onde a sorte nos sorri
Quem pensa que é feliz em outra terra

É porque BIS
Ainda não viveu aqui

Letra e música de Geraldo Ventura Dias.


Hino escolhido em concurso realizado
pela Prefeitura de Petrópolis no ano de
1972.

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