Atividades Laboratoriais Física 11º

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ATIVIDADES LABORATORIAIS FÍSICA 11º

AL 1.1 - QUEDA LIVRE: FORÇA GRAVÍTICA E ACELERAÇÃO DA GRAVIDADE

OBJETIVO: Determinar a aceleração da gravidade num movimento de queda livre e verificar se depende da massa dos
corpos.

INTRODUÇÃO
Quando se deixa cair um corpo de uma determinada altura próxima da superfície terrestre, em condições em que é possível
desprezar a resistência do ar, diz-se que o mesmo entra em queda livre. Sobre o grave, corpo em queda livre, apenas atua a
força gravítica.

Durante a queda, como a força aplicada tem intensidade constante e sentido do movimento, o
módulo da velocidade do corpo aumenta linearmente com o tempo e o grave adquire um
movimento retilíneo uniformemente acelerado em que a componente escalar da aceleração é dada
por:

Esta aceleração, constante para qualquer corpo em queda, é designada aceleração gravítica e, ao nível médio das águas do
mar, tem módulo 9,8 m/s2 (≈ 10 m/s2).

A determinação do módulo da velocidade é obtida indiretamente com um digitímetro associado a uma célula fotoelétrica. O
digitímetro começa a contar o tempo quando o corpo passa à frente da célula, interrompendo o seu feixe luminoso, e
termina a contagem quando este atravessar o feixe por completo.

O digitímetro regista então o intervalo de tempo, ∆t, que um corpo de comprimento (diâmetro da esfera), ∆x,
demora a passar em frente à célula, pelo que se pode determinar a componente escalar da velocidade nessa
posição através da expressão:

POSSÍVEIS QUESTÕES
Q: Relacione a variação da velocidade do corpo com as características da aceleração adquirida durante o movimento de
queda livre.
R: Como a força a que o corpo está sujeito é a força gravítica de intensidade constante e aplicada no sentido do movimento,
a velocidade do grave vai aumentar linearmente com o tempo durante a queda. Como a velocidade aumenta em módulo
sempre na mesma proporção, segundo uma trajetória retilínea, a aceleração terá a direção do movimento, o mesmo sentido
que a velocidade do corpo e um valor constante durante o movimento.

Q: Classifique, justificando, o movimento do corpo em queda livre.


R: Trata-se de um movimento retilíneo uniformemente acelerado, uma vez que a velocidade está a aumentar uniformemente
e a aceleração tem a mesma direção e sentido da velocidade.

Q: Indique algumas condições que devem ser controladas durante a realização da atividade.
R: As variáveis a controlar serão: a posição de onde é largado o corpo e a velocidade com que é largado; as posições onde são
colocadas as células fotoelétricas, que devem ser as mesmas em cada ensaio; a forma como o corpo atravessa as células
fotoelétricas deve ser sempre igual e sempre na zona central do corpo; os corpos de diferentes massas devem ter formas e
tamanhos semelhantes.

Q: Nesta atividade a componente escalar da aceleração no movimento de queda será determinada indiretamente a partir da
definição de aceleração média. Justifique esta opção.
R: Durante a queda livre a intensidade da força gravítica aplicada é constante pelo que o módulo da velocidade
aumenta linearmente com o tempo e a aceleração a que o corpo em queda fica sujeito é, portanto, constante.
Assim, durante a queda a aceleração em cada instante será igual à aceleração média no intervalo de tempo de
queda podendo ser determinada pela expressão representada ao lado.
∆x
Q: Explique porque é possível utilizar a expressão v = no cálculo do módulo aproximado da velocidade.
∆t
R: Como o intervalo de tempo de passagem no sensor é muito pequeno, pode considerar-se que a velocidade do corpo se
mantém praticamente constante enquanto atravessa a célula. É, assim, possível calcular um valor aproximado dessa
velocidade com uma expressão relativa a um movimento retilíneo uniforme.

Q: Compare os módulos da aceleração da gravidade obtidos para cada um dos corpos estudados.
R: Os resultados deverão permitir concluir que, desprezando a resistência do ar, a aceleração da gravidade é independente
da massa do corpo. Convém, contudo, referir que o valor da aceleração da gravidade não é uma constante universal, uma vez
que depende do planeta assim como da altitude e latitude do lugar onde o corpo se encontra.

Q: Aponte possíveis erros que poderão ter afetado os resultados obtidos.


R: Alinhamento das células fotoelétricas. A proximidade das posições selecionadas, uma vez que quanto mais próximas forem
as posições escolhidas maior é o erro experimental. A forma como o corpo passou pela célula pode não corresponder ao
comprimento medido.

Q: A velocidade média no deslocamento entre as células X e Y é metade da velocidade da esfera em frente da célula Y, ‫ݒ‬Y.
Conclua, justificando, qual é a relação entre a velocidade da esfera no ponto médio e a sua velocidade média nesse
deslocamento, se maior, menor ou igual.
R: Como o movimento da esfera é uniformemente acelerado, o aumento de velocidade é diretamente proporcional ao
intervalo de tempo decorrido. Assim, a velocidade média é alcançada a metade do tempo de percurso. A primeira metade do
percurso é feita a velocidades menores, logo, é percorrida em mais tempo do que a segunda metade. Portanto, o ponto
médio entre as células é alcançado depois de ter decorrido mais de metade do tempo total de percurso. Então, conclui-se
que num instante posterior a metade do tempo de percurso – quando alcança o ponto médio –, a esfera tenha uma
velocidade maior do que a sua velocidade média em todo o deslocamento.
AL 1.3 - MOVIMENTO UNIFORMEMENTE RETARDADO: VELOCIDADE E DESLOCAMENTO

OBJETIVO: Relacionar a velocidade e o deslocamento num movimento uniformemente retardado e determinar a


aceleração e a resultante das forças de atrito.

INTRODUÇÃO
Para calcular experimentalmento a aceleração utiliza-se:

Partindo desta equação temos que:

l
v
Temos também de ter em conta que: 0= em que l é a largura da tira.
t

Uma célula fotoelétrica pode acionar o cronómetro digital quando o feixe de luz entre as suas hastes é interrompido,
parando-o quando o feixe é reposto. Se um corpo atravessar o feixe de luz da célula fotoelétrica, o cronómetro mede o
intervalo de tempo que a espessura do corpo demora a passar sobre esse feixe. Por isso, pode calcular-se a velocidade média
do corpo pelo quociente entre a espessura do corpo que atravessa o feixe e esse intervalo de tempo. Esta velocidade média
aproxima-se tanto mais da velocidade no instante em que o corpo passa pela posição B, quanto menor for o intervalo de
tempo que o corpo demora a atravessar o feixe de luz. Assim, deve-se utilizar um corpo estreito para que o tempo de
passagem seja pequeno, por exemplo, uma tira de cartolina com cerca de 1,0 cm de largura que se cola sobre o bloco.

As forças que atuam são a força gravítica, a reação normal e a força de atrito. A resultante das forças é a força de atrito. A
reação normal é perpendicular à superfície, e, neste caso, o peso também, dado que a superfície é horizontal. Sendo o
movimento retilíneo, a resultante das forças tem a direção do movimento, ou seja, horizontal. Assim, as forças que atuam
perpendicularmente ao movimento, a força normal e a força gravítica, anulam-se. Portanto, a resultante das forças é a força
de atrito.

A resultante das forças, a força de atrito, tem sentido oposto ao movimento e, pela Segunda Lei de Newton, a aceleração e a
resultante das forças têm sempre a mesma direção e o mesmo sentido. Sendo o sentido da aceleração oposto ao da
velocidade, tal significa que o módulo da velocidade diminui, isto é, o movimento é retardado. Prevê-se que a resultante das
forças, a força de atrito, se mantenha constante ao longo da superfície horizontal. Assim, a aceleração também será
constante, as variações de velocidade serão diretamente proporcionais aos intervalos de tempo correspondentes, ou seja, o
movimento será uniformemente retardado

Comparando diferentes blocos e diferentes superfícies, pode verificar-se que:

 blocos que deslizam com superfícies do mesmo tipo mas com massas diferentes, quando deslizam na mesma
superfície, apresentam acelerações de travagem semelhantes, ainda que sujeitos a forças de atrito diferentes.
 blocos que deslizam com superfícies diferentes na mesma superfície, ou o mesmo bloco a deslizar em superfícies de
diferentes materiais, apresentam acelerações de travagem diferentes.
POSSÍVEIS QUESTÕES
Q: Qual é a condição a que as forças de atrito exercidas sobre o bloco no plano horizontal devem obedecer para que o
movimento do bloco seja uniformemente retardado?
R: A soma das forças de atrito deve ser constante durante o seu movimento no plano horizontal. Um movimento retardado
uniformemente é um movimento com aceleração constante. Para que a aceleração do bloco seja constante é necessário que
a resultante das forças que nele atuam seja constante. Portanto, como o plano é horizontal, a resultante das forças é a soma
das forças de atrito (o peso e a reação normal, ambos perpendiculares ao deslocamento do bloco, anulam-se).

Q: esboço do gráfico da distância d da tira opaca à fotocélula em função do tempo t.

Q: Explique como se determina, para cada uma das marcas de que é largado o bloco, o valor mais provável da sua velocidade
quando a tira opaca passa pela fotocélula.
R: O módulo da velocidade é calculado a partir do quociente da largura da tira de cartão opaca pelo valor mais provável do
intervalo de tempo da sua passagem pela fotocélula (média dos tempos de passagem dos três ensaios em que se larga o
bloco da mesma marca do plano inclinado). Toma-se para a velocidade no instante em que a tira opaca atinge a fotocélula, a
velocidade média no intervalo de tempo que se segue a esse instante, e em que o deslocamento do bloco é igual à largura da
tira opaca, pois considera-se que a velocidade se mantém praticamente constante nesse intervalo de tempo.
AL 2.1 - CARACTERÍSTICAS DO SOM
OBJETIVO: Investigar características de um som (frequência, intensidade, comprimento de onda, timbre) a partir da
observação de sinais elétricos resultantes da conversão de sinais sonoros.

INTRODUÇÃO
As ondas sonoras são ondas mecânicas
que resultam de variações de pressão, que
se propagam no tempo e no espaço,
transportando energia.

A propagação temporal de uma onda pode


caracterizar-se pelo período, T,
correspondente ao tempo de duração de
uma oscilação completa, e pela
frequência, que indica o número de
oscilações efetuadas por unidade de
tempo, sendo, por isso, inversa do
período. A frequência mede-se em hertz
(Hz = s- 1) e depende da fonte sonora, mas
não do meio de propagação.

Na propagação da onda, as partículas do


meio oscilam em torno da sua posição
inicial, criando zonas de maior e menor
pressão. À variação máxima relativamente
à posição de equilíbrio, chama-se
amplitude. O comprimento de onda é a
distância entre dois pontos da onda na
mesma fase de vibração, sendo a sua
unidade SI o metro.

As ondas sonoras podem ser detetadas


pelo diafragma de um microfone, que
vibra, convertendo-as em sinais elétricos
com as mesmas características do sinal
sonoro. Pelo contrário, um altifalante
converte sinais elétricos em som,
colocando uma membrana a vibrar.

Para visualizar e caracterizar sinais elétricos utiliza-se um osciloscópio. Este aparelho é utilizado em diversas áreas
profissionais, desde a engenharia à medicina, uma vez que, através de um conversor adequado, é possível transformar em
sinais elétricos qualquer tipo de grandeza física. Os osciloscópios podem ser analógicos ou digitais, sendo os últimos os que
apresentam maior número de funcionalidades.

O osciloscópio mostra como um sinal elétrico varia no tempo. O eixo das ordenadas (Oy) representa a amplitude do sinal
(através da diferença de potencial elétrico ou tensão elétrica) e o eixo das abcissas (Ox) representa o tempo. Deste modo, a
amplitude e o período de um sinal podem ser determinados diretamente através do gráfico no ecrã do osciloscópio.

POSSÍVEIS QUESTÕES
Q: Qual é a relação entre o afastamento de um microfone da fonte sonora e a amplitude do sinal?
R: Quanto maior for o afastamento entre a fonte sonora e o microfone, menor será a amplitude da onda captada por este
pois à medida que um som se propaga no ar vai perdendo energia. Como a energia de uma onda sonora depende da
frequência e da amplitude e atendendo a que a frequência não muda, diminuindo a energia da onda diminui a amplitude do
sinal.

Q: Qual é a grandeza física a que corresponde a distância de afastamento entre os dois microfones, quando se sobrepõem os
sinais? Justifique a resposta.
R: Como os sinais se sobrepõem quando os dois picos voltam a coincidir e a distância entre dois picos consecutivos
corresponde ao comprimento de onda, então, a distância registada entre os dois microfones corresponde ao comprimento
de onda.
AL 2.2 VELOCIDADE DE PROPAGAÇÃO DO SOM
OBJETIVO: Determinar a velocidade de propagação de um sinal sonoro.

INTRODUÇÃO
Esta atividade laboratorial tem por objetivo determinar o intervalo de tempo que um som produzido na extremidade de uma
mangueira, de comprimento conhecido, demora a atingir a outra extremidade estabelecendo o quociente entre estas duas
grandezas físicas (comprimento e tempo) pode determinar-se a velocidade de propagação do som no ar. A velocidade de
propagação avalia a maior ou menor facilidade com que um som se propaga num dado meio e depende da elasticidade e da
densidade do meio. De um modo geral, verifica-se que quanto maior for a massa das partículas que constituem o meio
material, maior é a dificuldade com que o som se propaga, uma vez que a inércia das partículas é maior. Por outro lado,
quanto mais fortes forem as interações entre as partículas mais rapidamente cada uma delas volta à sua posição de equilíbrio
e mais rapidamente a onda se move. Assim, a velocidade de propagação de um som é, em geral, maior nos meios sólidos do
que nos meios líquidos e, por sua vez, maior nestes do que nos meios gasosos.

POSSÍVEIS QUESTÕES
Q: Justifique o uso de uma mangueira de plástico e não de borracha para a realização da atividade.
R: Dada a elevada elasticidade da borracha, parte da energia transportada pela onda sonora iria ser absorvida, diminuindo
gradualmente a sua amplitude (atenuação), podendo comprometer a obtenção de um sinal de saída.

Q: Se o comprimento da mangueira fosse o dobro, quais seriam as grandezas afetadas?


R: Se o comprimento da mangueira fosse o dobro seria afetada a distância percorrida pelo som, que também passaria para o
dobro. Como o meio de propagação se mantém, a velocidade de propagação não seria afetada por essa alteração pelo que o
intervalo de tempo que o som demoraria a percorrer a mangueira também passaria para o dobro. Além disso, como a
distância percorrida era maior, a energia perdida pelo som aumentaria pelo que a amplitude do pulso depois de percorrer a
mangueira seria menor e mais difícil de identificar.
AL 3.1 - ONDAS: ABSORÇÃO, REFLEXÃO, REFRAÇÃO E REFLEXÃO TOTAL
OBJETIVO: Investigar os fenómenos de absorção, reflexão, refração e reflexão total, determinar o índice de refração de um
meio em relação ao ar e prever o ângulo crítico.

INTRODUÇÃO
A ótica é o ramo da física que estuda os fenómenos relacionados com a luz. Uma vez que a visão é um dos sentidos que
melhor permite a aquisição do conhecimento, desde a Antiguidade foram vários os físicos que procuraram entender os
princípios por que se regem esses fenómenos óticos.

Quando uma radiação incide sobre uma superfície que separa dois meios com propriedades óticas distintas (diferentes
índices de refração) pode sofrer diferentes fenómenos em simultâneo: a absorção, que provoca uma diminuição da
intensidade do feixe enquanto atravessa o novo meio, a reflexão e a refração, que provocam uma mudança na direção da luz.
Quando a luz muda de direção há, no entanto, uma relação entre o ângulo de incidência e o ângulo de reflexão ou de
refração, medidos em relação à normal da superfície de separação dos dois meios, dada pelas Leis da Reflexão ou da
Refração da Luz, respetivamente.

No caso particular em que uma radiação se desloca num meio e incide na superfície que o separa de outro meio com índice
de refração inferior existe um ângulo limite a partir do qual nenhuma radiação é refratada, observandose o fenómeno da
reflexão total. É nesse fenómeno que se baseia o funcionamento das fibras óticas.

POSSÍVEIS QUESTÕES
Q: Que fenómenos óticos podem ocorrer como resultado da interação da radiação com a matéria, comuns a vários tipos de
ondas?
R: Reflexão, refração, reflexão total, absorção e difração.

Q: Estabeleça a relação entre o ângulo crítico e o índice de refração relativo entre dois meios.
R: Para que se verifique o fenómeno da reflexão total da luz, o índice de refração do meio 1 (n1) tem de ser superior ao
índice de refração do meio 2 (n2). Quanto menor for o valor do quociente dos índices de refração dos meios , menor será a
amplitude do ângulo crítico.

Q: Nas situações em que, interpondo diversos materiais, o luxímetro não detetou radiação, é possível concluir que esta foi
totalmente absorvida pelo material? Justifique.
R: Os fenómenos óticos como a reflexão, refração e absorção podem ocorrer simultaneamente daí que, o facto de o detetor
não percecionar radiação não implica, que esta tenha sido completamente absorvida.

Q: Relacione o funcionamento da fibra ótica com as observações efetuadas quando o ângulo de incidência é superior ao
ângulo crítico.
R: A fibra ótica é constituída por um núcleo e um revestimento de materiais diferentes, sendo o núcleo um material com
índice de refração mais elevado em relação ao do revestimento. Quando, no núcleo, o ângulo de incidência da radiação é
superior ao ângulo crítico, ocorre reflexão total da luz. As múltiplas reflexões da luz, no interior da fibra ótica, permitem o
transporte da informação a uma velocidade próxima da velocidade da luz no vazio.

Q: Indique quais as características determinantes na escolha do material que constitui a fibra ótica.
R: O núcleo deve ser constituído por um material transparente, de modo a minimizar as perdas de informação, e com um
elevado índice de refração, de modo que não ocorra refração.

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