Diario 2926 4 3 2020

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Caderno Judiciário do Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região

DIÁRIO ELETRÔNICO DA JUSTIÇA DO TRABALHO


PODER JUDICIÁRIO REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

Nº2926/2020 Data da disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020. DEJT Nacional

Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região Agravante(s): SERT ENGENHARIA DE INSTALACOES LTDA

Advogado(a)(s): ANTONIO CLETO GOMES (CE - 5864)


Desembargador PLAUTO CARNEIRO PÔRTO
Agravado(a)(s): ANA RAFAELA PEREIRA DE OLIVEIRA
Presidente
Advogado(a)(s): SOCORRO MICHELLE SALDANHA VIANA (CE -

Desembargadora REGINA GLÁUCIA CAVALCANTE 33895)

NEPOMUCENO Vistos.
Vice-Presidente Mantenho a decisão agravada por seus próprios fundamentos.

Notifique-se a parte contrária, para, no prazo legal, oferecer


Desembargador EMMANUEL TEÓFILO FURTADO
resposta ao agravo e ao recurso principal.
Corregedor Regional
No prazo de 8 (oito) dias a contar da intimação desta decisão,

Av. Santos Dumont, 3384 também deverão as partes, querendo, manifestar interesse na
Aldeota designação de audiência para fins conciliatórios. O silêncio será
Fortaleza/CE interpretado como desinteresse.
CEP: 60150162
Havendo anseio comum entre ao menos uma parte autora e uma

parte demandada, deverá ser o feito encaminhado ao Juízo


Telefone(s) : (85) 3388.9400/3388.9300
Conciliador dos Feitos em Segundo Grau, a fim de que se adotem

os procedimentos necessários para que se chegue a uma

composição amigável, nos termos do Ato da Presidência do TRT da


GABINETE DA PRESIDÊNCIA
7ª Região nº. 420/2014.
Decisão Monocrática
Decisão Inviável a conciliação ou inexistindo interesse comum em conciliar,
Processo Nº ROT-0001401-57.2018.5.07.0010 uma vez decorrido o prazo legal, com ou sem a apresentação de
Relator PAULO REGIS MACHADO BOTELHO
RECORRENTE SERT ENGENHARIA DE contraminuta/contrarrazões, deverão ser os autos remetidos ao
INSTALACOES LTDA
Colendo Tribunal Superior do Trabalho, independentemente de
ADVOGADO ANTONIO CLETO GOMES(OAB:
5864/CE) nova decisão/despacho.
RECORRIDO ANA RAFAELA PEREIRA DE
OLIVEIRA À Divisão de Acórdãos e Recursos Processuais.
ADVOGADO SOCORRO MICHELLE SALDANHA Fortaleza, 02 de março de 2020.
VIANA(OAB: 33895/CE)
REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO
Intimado(s)/Citado(s): DESEMBARGADOR(A) VICE-PRESIDENTE, no exercício da
- ANA RAFAELA PEREIRA DE OLIVEIRA Presidência
- SERT ENGENHARIA DE INSTALACOES LTDA

/csac

PODER JUDICIÁRIO Assinatura


JUSTIÇA DO TRABALHO FORTALEZA, 3 de Março de 2020.

Fundamentação
REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO

Desembargador(a) do Trabalho
AGRAVO DE INSTRUMENTO
Decisão
Lei 13.015/2014 Processo Nº ROT-0001278-17.2018.5.07.0024
Lei 13.467/2017

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 2
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Relator FRANCISCO JOSÉ GOMES DA


SILVA contraminuta/contrarrazões, deverão ser os autos remetidos ao
RECORRENTE A M DE SOUSA HOTEIS - ME Colendo Tribunal Superior do Trabalho, independentemente de
ADVOGADO CARLOS ALBERTO CAMARA DE
VASCONCELOS(OAB: 15334/CE) nova decisão/despacho.
ADVOGADO JACQUELINE DA SILVA BENTO(OAB: À Divisão de Acórdãos e Recursos Processuais.
15335/CE)
RECORRENTE ELIONE VALENTIM DE SOUSA Fortaleza, 02 de março de 2020.
ADVOGADO CARLOS NAGERIO COSTA(OAB: REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO
29372/CE)
RECORRIDO ELIONE VALENTIM DE SOUSA DESEMBARGADOR(A) VICE-PRESIDENTE, no exercício da
ADVOGADO CARLOS NAGERIO COSTA(OAB: Presidência
29372/CE)
RECORRIDO A M DE SOUSA HOTEIS - ME
ADVOGADO CARLOS ALBERTO CAMARA DE /csac
VASCONCELOS(OAB: 15334/CE)
ADVOGADO JACQUELINE DA SILVA BENTO(OAB:
15335/CE)
Assinatura
Intimado(s)/Citado(s): FORTALEZA, 3 de Março de 2020.
- A M DE SOUSA HOTEIS - ME
- ELIONE VALENTIM DE SOUSA
REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO

Desembargador(a) do Trabalho
Decisão
Processo Nº RORSum-0001712-73.2018.5.07.0034
PODER JUDICIÁRIO
Relator MARIA JOSE GIRAO
JUSTIÇA DO TRABALHO RECORRENTE M DIAS BRANCO S.A. INDUSTRIA E
COMERCIO DE ALIMENTOS
Fundamentação ADVOGADO JULIANA DE ABREU TEIXEIRA(OAB:
13463/CE)
RECORRENTE VITOR PEREIRA SILVA
AGRAVO DE INSTRUMENTO ADVOGADO ANDRE ALVES CARNEIRO(OAB:
26492/CE)
Lei 13.015/2014 ADVOGADO POLIANA BEZERRA DE SOUZA(OAB:
17623/CE)
Lei 13.467/2017
ADVOGADO ADRIANO DE ALCANTARA
Agravante(s): A M DE SOUSA HOTEIS - ME CAMARGO(OAB: 17403/CE)
RECORRIDO M DIAS BRANCO S.A. INDUSTRIA E
Advogado(a)(s): CARLOS ALBERTO CAMARA DE COMERCIO DE ALIMENTOS
VASCONCELOS (CE - 15334) ADVOGADO JULIANA DE ABREU TEIXEIRA(OAB:
13463/CE)
JACQUELINE DA SILVA BENTO (CE - 15335) RECORRIDO VITOR PEREIRA SILVA
Agravado(a)(s): ELIONE VALENTIM DE SOUSA ADVOGADO ANDRE ALVES CARNEIRO(OAB:
26492/CE)
Advogado(a)(s): CARLOS NAGERIO COSTA (CE - 29372) ADVOGADO POLIANA BEZERRA DE SOUZA(OAB:
17623/CE)
Vistos.
ADVOGADO ADRIANO DE ALCANTARA
Mantenho a decisão agravada por seus próprios fundamentos. CAMARGO(OAB: 17403/CE)
PERITO JOSE DA SILVA BACELAR JUNIOR
Notifique-se a parte contrária, para, no prazo legal, oferecer

resposta ao agravo e ao recurso principal. Intimado(s)/Citado(s):

No prazo de 8 (oito) dias a contar da intimação desta decisão, - M DIAS BRANCO S.A. INDUSTRIA E COMERCIO DE
ALIMENTOS
também deverão as partes, querendo, manifestar interesse na - VITOR PEREIRA SILVA
designação de audiência para fins conciliatórios. O silêncio será

interpretado como desinteresse.

Havendo anseio comum entre ao menos uma parte autora e uma


PODER JUDICIÁRIO
parte demandada, deverá ser o feito encaminhado ao Juízo
JUSTIÇA DO TRABALHO
Conciliador dos Feitos em Segundo Grau, a fim de que se adotem

os procedimentos necessários para que se chegue a uma Fundamentação

composição amigável, nos termos do Ato da Presidência do TRT da

7ª Região nº. 420/2014. AGRAVO DE INSTRUMENTO

Inviável a conciliação ou inexistindo interesse comum em conciliar, Lei 13.015/2014

uma vez decorrido o prazo legal, com ou sem a apresentação de Lei 13.467/2017

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 3
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

ADVOGADO JOAO VIANEY NOGUEIRA


Agravante(s): M DIAS BRANCO S.A. INDUSTRIA E COMERCIO MARTINS(OAB: 15721/CE)
ADVOGADO ANA VIRGINIA PORTO DE
DE ALIMENTOS FREITAS(OAB: 9708/CE)
Advogado(a)(s): JULIANA DE ABREU TEIXEIRA (CE - 13463) ADVOGADO ROBERTA UCHOA DE SOUZA(OAB:
9349/CE)
Agravado(a)(s): VITOR PEREIRA SILVA RECORRIDO BANCO BRADESCO S.A.
Advogado(a)(s): ANDRE ALVES CARNEIRO (CE - 26492) ADVOGADO FRANCISCO SAMPAIO DE MENEZES
JUNIOR(OAB: 9075/CE)
POLIANA BEZERRA DE SOUZA (CE - 17623) CUSTOS LEGIS MINISTERIO PUBLICO DO
TRABALHO
ADRIANO DE ALCANTARA CAMARGO (CE - 17403)

Vistos. Intimado(s)/Citado(s):
Mantenho a decisão agravada por seus próprios fundamentos. - BANCO BRADESCO S.A.
Notifique-se a parte contrária, para, no prazo legal, oferecer - FRANCISCO PAULINO DE CARVALHO

resposta ao agravo e ao recurso principal.

No prazo de 8 (oito) dias a contar da intimação desta decisão,

também deverão as partes, querendo, manifestar interesse na PODER JUDICIÁRIO


designação de audiência para fins conciliatórios. O silêncio será JUSTIÇA DO TRABALHO
interpretado como desinteresse.
Fundamentação
Havendo anseio comum entre ao menos uma parte autora e uma

parte demandada, deverá ser o feito encaminhado ao Juízo


AGRAVO DE INSTRUMENTO
Conciliador dos Feitos em Segundo Grau, a fim de que se adotem
Lei 13.015/2014
os procedimentos necessários para que se chegue a uma
Lei 13.467/2017
composição amigável, nos termos do Ato da Presidência do TRT da
Agravante(s): FRANCISCO PAULINO DE CARVALHO
7ª Região nº. 420/2014.
Advogado(a)(s): ANATOLE NOGUEIRA SOUSA (CE - 22578)
Inviável a conciliação ou inexistindo interesse comum em conciliar,
CARLOS ANTONIO CHAGAS (CE - 6560)
uma vez decorrido o prazo legal, com ou sem a apresentação de
PATRICIO WILIAM ALMEIDA VIEIRA (CE - 7737)
contraminuta/contrarrazões, deverão ser os autos remetidos ao
JOAO VIANEY NOGUEIRA MARTINS (CE - 15721)
Colendo Tribunal Superior do Trabalho, independentemente de
ANA VIRGINIA PORTO DE FREITAS (CE - 9708)
nova decisão/despacho.
ROBERTA UCHOA DE SOUZA (CE - 9349)
À Divisão de Acórdãos e Recursos Processuais.
Agravado(a)(s): BANCO BRADESCO S.A.
Fortaleza, 02 de março de 2020.
Advogado(a)(s): FRANCISCO SAMPAIO DE MENEZES JUNIOR
REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO
(CE - 9075)
DESEMBARGADOR(A) VICE-PRESIDENTE, no exercício da
Vistos.
Presidência
Mantenho a decisão agravada por seus próprios fundamentos.

Notifique-se a parte contrária, para, no prazo legal, oferecer


/csac
resposta ao agravo e ao recurso principal.

No prazo de 8 (oito) dias a contar da intimação desta decisão,


Assinatura
também deverão as partes, querendo, manifestar interesse na
FORTALEZA, 3 de Março de 2020.
designação de audiência para fins conciliatórios. O silêncio será

interpretado como desinteresse.


REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO
Havendo anseio comum entre ao menos uma parte autora e uma
Desembargador(a) do Trabalho
parte demandada, deverá ser o feito encaminhado ao Juízo
Decisão
Processo Nº ROT-0001249-58.2017.5.07.0005 Conciliador dos Feitos em Segundo Grau, a fim de que se adotem
Relator MARIA JOSE GIRAO
os procedimentos necessários para que se chegue a uma
RECORRENTE FRANCISCO PAULINO DE
CARVALHO composição amigável, nos termos do Ato da Presidência do TRT da
ADVOGADO Anatole Nogueira Sousa(OAB:
22578/CE) 7ª Região nº. 420/2014.
ADVOGADO Carlos Antonio Chagas(OAB: 6560/CE) Inviável a conciliação ou inexistindo interesse comum em conciliar,
ADVOGADO PATRICIO WILIAM ALMEIDA
VIEIRA(OAB: 7737/CE) uma vez decorrido o prazo legal, com ou sem a apresentação de

contraminuta/contrarrazões, deverão ser os autos remetidos ao

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 4
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Colendo Tribunal Superior do Trabalho, independentemente de ROBERTA UCHOA DE SOUZA (CE - 9349)

nova decisão/despacho. JOAO VIANEY NOGUEIRA MARTINS (CE - 15721)

À Divisão de Acórdãos e Recursos Processuais. PATRICIO WILIAM ALMEIDA VIEIRA (CE - 7737)

Fortaleza, 02 de março de 2020. CARLOS ANTONIO CHAGAS (CE - 6560)

REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO ANATOLE NOGUEIRA SOUSA (CE - 22578)

DESEMBARGADOR(A) VICE-PRESIDENTE, no exercício da Vistos.

Presidência Mantenho a decisão agravada por seus próprios fundamentos.

Notifique-se a parte contrária, para, no prazo legal, oferecer

/csac resposta ao agravo e ao recurso principal.

No prazo de 8 (oito) dias a contar da intimação desta decisão,

Assinatura também deverão as partes, querendo, manifestar interesse na

FORTALEZA, 3 de Março de 2020. designação de audiência para fins conciliatórios. O silêncio será

interpretado como desinteresse.

REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO Havendo anseio comum entre ao menos uma parte autora e uma

Desembargador(a) do Trabalho parte demandada, deverá ser o feito encaminhado ao Juízo


Decisão Conciliador dos Feitos em Segundo Grau, a fim de que se adotem
Processo Nº ROT-0001709-36.2017.5.07.0008
Relator REGINA GLAUCIA CAVALCANTE os procedimentos necessários para que se chegue a uma
NEPOMUCENO
composição amigável, nos termos do Ato da Presidência do TRT da
RECORRENTE BANCO DO BRASIL SA
ADVOGADO RAFAEL LIMA DE ANDRADE(OAB: 7ª Região nº. 420/2014.
592-B/SE)
Inviável a conciliação ou inexistindo interesse comum em conciliar,
ADVOGADO ANDRESSA LICAR
FERNANDES(OAB: 9459/MA) uma vez decorrido o prazo legal, com ou sem a apresentação de
RECORRIDO GILMARIO MARTINS BRAGA
contraminuta/contrarrazões, deverão ser os autos remetidos ao
ADVOGADO ANA VIRGINIA PORTO DE
FREITAS(OAB: 9708/CE) Colendo Tribunal Superior do Trabalho, independentemente de
ADVOGADO ROBERTA UCHOA DE SOUZA(OAB:
9349/CE) nova decisão/despacho.
ADVOGADO JOAO VIANEY NOGUEIRA À Divisão de Acórdãos e Recursos Processuais.
MARTINS(OAB: 15721/CE)
ADVOGADO PATRICIO WILIAM ALMEIDA Fortaleza, 02 de março de 2020.
VIEIRA(OAB: 7737/CE)
REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO
ADVOGADO Carlos Antonio Chagas(OAB: 6560/CE)
ADVOGADO Anatole Nogueira Sousa(OAB: DESEMBARGADOR(A) VICE-PRESIDENTE, no exercício da
22578/CE)
Presidência

Intimado(s)/Citado(s):
- BANCO DO BRASIL SA /csac
- GILMARIO MARTINS BRAGA

Assinatura

FORTALEZA, 3 de Março de 2020.

PODER JUDICIÁRIO

JUSTIÇA DO TRABALHO REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO

Desembargador(a) do Trabalho
Fundamentação
Decisão
Processo Nº ROT-0001748-98.2015.5.07.0009
Relator JUDICAEL SUDARIO DE PINHO
AGRAVO DE INSTRUMENTO
RECORRENTE BANCO DO BRASIL SA
Lei 13.015/2014 ADVOGADO GELTER THADEU MAIA
RODRIGUES(OAB: 15456/CE)
Lei 13.467/2017
ADVOGADO RAFAEL LIMA DE ANDRADE(OAB:
Agravante(s): BANCO DO BRASIL SA 592-B/SE)
ADVOGADO ANTONIO DE PADUA DE SOUSA
Advogado(a)(s): RAFAEL LIMA DE ANDRADE (SE - 592) RAMOS JUNIOR(OAB: 4445/PI)
ANDRESSA LICAR FERNANDES (MA - 9459) ADVOGADO MARIO BARBOSA MACIEL(OAB:
25677/CE)
Agravado(a)(s): GILMARIO MARTINS BRAGA RECORRIDO HERMES PONTE DE HOLANDA
Advogado(a)(s): ANA VIRGINIA PORTO DE FREITAS (CE - 9708)

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 5
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

ADVOGADO ROBERTA UCHOA DE SOUZA(OAB:


9349/CE) Colendo Tribunal Superior do Trabalho, independentemente de
ADVOGADO ANA VIRGINIA PORTO DE nova decisão/despacho.
FREITAS(OAB: 9708/CE)
ADVOGADO Anatole Nogueira Sousa(OAB: À Divisão de Acórdãos e Recursos Processuais.
22578/CE)
Fortaleza, 02 de março de 2020.
ADVOGADO Carlos Antonio Chagas(OAB: 6560/CE)
ADVOGADO PATRICIO WILIAM ALMEIDA REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO
VIEIRA(OAB: 7737/CE)
DESEMBARGADOR(A) VICE-PRESIDENTE, no exercício da
Intimado(s)/Citado(s): Presidência
- BANCO DO BRASIL SA
- HERMES PONTE DE HOLANDA
/csac

Assinatura
PODER JUDICIÁRIO FORTALEZA, 3 de Março de 2020.
JUSTIÇA DO TRABALHO

REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO


Fundamentação
Desembargador(a) do Trabalho
Decisão
AGRAVO DE INSTRUMENTO Processo Nº RORSum-0001360-48.2017.5.07.0003
Lei 13.015/2014 Relator MARIA JOSE GIRAO
RECORRENTE CARLOS JOSE DE ARAUJO
Lei 13.467/2017
ADVOGADO YURI COSTA FREIRE(OAB:
Agravante(s): BANCO DO BRASIL SA 27524/CE)
RECORRIDO J A S SANTIAGO - ME
Advogado(a)(s): MARIO BARBOSA MACIEL (CE - 25677-B)
ADVOGADO ALMIR RICARDO SILVA(OAB:
GELTER THADEU MAIA RODRIGUES (CE - 15456) 22744/CE)

RAFAEL LIMA DE ANDRADE (SE - 592) Intimado(s)/Citado(s):


ANTONIO DE PADUA DE SOUSA RAMOS JUNIOR (PI - 4445) - CARLOS JOSE DE ARAUJO
Agravado(a)(s): HERMES PONTE DE HOLANDA - J A S SANTIAGO - ME

Advogado(a)(s): ROBERTA UCHOA DE SOUZA (CE - 9349)

ANA VIRGINIA PORTO DE FREITAS (CE - 9708)

ANATOLE NOGUEIRA SOUSA (CE - 22578) PODER JUDICIÁRIO


CARLOS ANTONIO CHAGAS (CE - 6560) JUSTIÇA DO TRABALHO
PATRICIO WILIAM ALMEIDA VIEIRA (CE - 7737)
Fundamentação
Vistos.

Mantenho a decisão agravada por seus próprios fundamentos.


AGRAVO DE INSTRUMENTO
Notifique-se a parte contrária, para, no prazo legal, oferecer
Lei 13.015/2014
resposta ao agravo e ao recurso principal.
Lei 13.467/2017
No prazo de 8 (oito) dias a contar da intimação desta decisão,
Agravante(s): CARLOS JOSE DE ARAUJO
também deverão as partes, querendo, manifestar interesse na
Advogado(a)(s): YURI COSTA FREIRE (CE - 27524)
designação de audiência para fins conciliatórios. O silêncio será
Agravado(a)(s): J A S SANTIAGO - ME
interpretado como desinteresse.
Advogado(a)(s): ALMIR RICARDO SILVA (CE - 22744)
Havendo anseio comum entre ao menos uma parte autora e uma
Vistos.
parte demandada, deverá ser o feito encaminhado ao Juízo
Mantenho a decisão agravada por seus próprios fundamentos.
Conciliador dos Feitos em Segundo Grau, a fim de que se adotem
Notifique-se a parte contrária, para, no prazo legal, oferecer
os procedimentos necessários para que se chegue a uma
resposta ao agravo e ao recurso principal.
composição amigável, nos termos do Ato da Presidência do TRT da
No prazo de 8 (oito) dias a contar da intimação desta decisão,
7ª Região nº. 420/2014.
também deverão as partes, querendo, manifestar interesse na
Inviável a conciliação ou inexistindo interesse comum em conciliar,
designação de audiência para fins conciliatórios. O silêncio será
uma vez decorrido o prazo legal, com ou sem a apresentação de
interpretado como desinteresse.
contraminuta/contrarrazões, deverão ser os autos remetidos ao

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 6
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Havendo anseio comum entre ao menos uma parte autora e uma Fundamentação

parte demandada, deverá ser o feito encaminhado ao Juízo

Conciliador dos Feitos em Segundo Grau, a fim de que se adotem AGRAVO DE INSTRUMENTO

os procedimentos necessários para que se chegue a uma RA 874/TST

composição amigável, nos termos do Ato da Presidência do TRT da Lei 13.015/2014

7ª Região nº. 420/2014. Agravante(s): FRANCISCO DAGER MOURAO DE ALBUQUERQUE

Inviável a conciliação ou inexistindo interesse comum em conciliar, e outro(s)

uma vez decorrido o prazo legal, com ou sem a apresentação de Advogado(a)(s): KESSIA PINHEIRO CAMPOS CIDRACK (CE -

contraminuta/contrarrazões, deverão ser os autos remetidos ao 25484)

Colendo Tribunal Superior do Trabalho, independentemente de MAURICIO DE MELO BEZERRA (CE - 8419)

nova decisão/despacho. Agravado(a)(s): MARIA DAS DORES CAVALCANTE DE SOUSA

À Divisão de Acórdãos e Recursos Processuais. Advogado(a)(s): WILLIAM BERGSON PHILIP FERREIRA DA SILVA

Fortaleza, 02 de março de 2020. (CE - 17958)

REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO Vistos.

DESEMBARGADOR(A) VICE-PRESIDENTE, no exercício da Mantenho a decisão agravada por seus próprios fundamentos.

Presidência Notifique-se a parte contrária, para, no prazo legal, oferecer

resposta ao agravo e ao recurso principal.

/csac No prazo de 8 (oito) dias a contar da intimação desta decisão,

também deverão as partes, querendo, manifestar interesse na

Assinatura designação de audiência para fins conciliatórios. O silêncio será

FORTALEZA, 3 de Março de 2020. interpretado como desinteresse.

Havendo anseio comum entre ao menos uma parte autora e uma

REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO parte demandada, deverá ser o feito encaminhado ao Juízo

Desembargador(a) do Trabalho Conciliador dos Feitos em Segundo Grau, a fim de que se adotem
Decisão os procedimentos necessários para que se chegue a uma
Processo Nº ROT-0001291-83.2017.5.07.0013
Relator CLAUDIO SOARES PIRES composição amigável, nos termos do Ato da Presidência do TRT da
RECORRENTE FERNANDA EUGENIA DE MACEDO 7ª Região nº. 420/2014.
DUTRA DE ALBUQUERQUE
ADVOGADO KESSIA PINHEIRO CAMPOS Inviável a conciliação ou inexistindo interesse comum em conciliar,
CIDRACK(OAB: 25484/CE)
uma vez decorrido o prazo legal, com ou sem a apresentação de
RECORRENTE FRANCISCO DAGER MOURAO DE
ALBUQUERQUE contraminuta/contrarrazões, deverão ser os autos remetidos ao
ADVOGADO KESSIA PINHEIRO CAMPOS
CIDRACK(OAB: 25484/CE) Colendo Tribunal Superior do Trabalho, independentemente de
ADVOGADO MAURICIO DE MELO BEZERRA(OAB: nova decisão/despacho.
8419/CE)
RECORRIDO MARIA DAS DORES CAVALCANTE À Divisão de Acórdãos e Recursos Processuais.
DE SOUSA
Fortaleza, 02 de março de 2020.
ADVOGADO WILLIAM BERGSON PHILIP
FERREIRA DA SILVA(OAB: REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO
17958/CE)
TESTEMUNHA ROSERIA GOMES FREITAS DESEMBARGADOR(A) VICE-PRESIDENTE, no exercício da
TESTEMUNHA MARIA DA CONCEICAO RIPARDO Presidência
LIMA

Intimado(s)/Citado(s): /csac
- FERNANDA EUGENIA DE MACEDO DUTRA DE
ALBUQUERQUE
- FRANCISCO DAGER MOURAO DE ALBUQUERQUE Assinatura
- MARIA DAS DORES CAVALCANTE DE SOUSA FORTALEZA, 3 de Março de 2020.

REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO

PODER JUDICIÁRIO Desembargador(a) do Trabalho

JUSTIÇA DO TRABALHO Decisão

Código para aferir autenticidade deste caderno: 147944


2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 7
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Processo Nº ROT-0001408-65.2017.5.07.0016
composição amigável, nos termos do Ato da Presidência do TRT da
Relator MARIA JOSE GIRAO
RECORRENTE JOSE EVANDRO NOGUEIRA 7ª Região nº. 420/2014.
BANDEIRA
Inviável a conciliação ou inexistindo interesse comum em conciliar,
ADVOGADO LUCIANO DE OLIVEIRA
MARIANO(OAB: 24605/CE) uma vez decorrido o prazo legal, com ou sem a apresentação de
ADVOGADO EMANUEL BRUNO PEIXOTO
MOTA(OAB: 24616/CE) contraminuta/contrarrazões, deverão ser os autos remetidos ao
RECORRIDO SERVIS SEGURANCA LTDA Colendo Tribunal Superior do Trabalho, independentemente de
ADVOGADO STEPHANIE DA SILVA
HOLANDA(OAB: 35970/CE) nova decisão/despacho.
ADVOGADO PEDRO JOÃO CARVALHO PEREIRA À Divisão de Acórdãos e Recursos Processuais.
FILHO(OAB: 22155/CE)
ADVOGADO MANUEL LUIS DA ROCHA Fortaleza, 02 de março de 2020.
NETO(OAB: 7479/CE)
REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO
ADVOGADO FERNANDO ANTONIO PRADO DE
ARAUJO SOBRINHO(OAB: 10577/CE) DESEMBARGADOR(A) VICE-PRESIDENTE, no exercício da
TERCEIRO MARINALDO CORREIA SAMPAIO
INTERESSADO Presidência

Intimado(s)/Citado(s):
/csac
- JOSE EVANDRO NOGUEIRA BANDEIRA
- SERVIS SEGURANCA LTDA
Assinatura

FORTALEZA, 3 de Março de 2020.

PODER JUDICIÁRIO
REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO
JUSTIÇA DO TRABALHO
Desembargador(a) do Trabalho
Fundamentação Decisão
Processo Nº ROT-0001695-25.2017.5.07.0017
Relator PAULO REGIS MACHADO BOTELHO
AGRAVO DE INSTRUMENTO RECORRENTE CARLOS SIDNEY DOS SANTOS
CIDADE NASCIMENTO
Lei 13.015/2014
ADVOGADO CICERO ANTONIO DE MENESES
Lei 13.467/2017 SOBREIRA(OAB: 9443/CE)
RECORRIDO EDUCADORA ASC LTDA
Agravante(s): SERVIS SEGURANCA LTDA
ADVOGADO ALFREDO LEOPOLDO FURTADO
Advogado(a)(s): FERNANDO ANTONIO PRADO DE ARAUJO PEARCE(OAB: 9698/CE)

SOBRINHO (CE - 10577) Intimado(s)/Citado(s):


STEPHANIE DA SILVA HOLANDA (CE - 35970) - CARLOS SIDNEY DOS SANTOS CIDADE NASCIMENTO
PEDRO JOÃO CARVALHO PEREIRA FILHO (CE - 22155) - EDUCADORA ASC LTDA

MANUEL LUIS DA ROCHA NETO (CE - 7479)

Agravado(a)(s): JOSE EVANDRO NOGUEIRA BANDEIRA

Advogado(a)(s): LUCIANO DE OLIVEIRA MARIANO (CE - 24605) PODER JUDICIÁRIO


EMANUEL BRUNO PEIXOTO MOTA (CE - 24616) JUSTIÇA DO TRABALHO
Vistos.
Fundamentação
Mantenho a decisão agravada por seus próprios fundamentos.

Notifique-se a parte contrária, para, no prazo legal, oferecer


AGRAVO DE INSTRUMENTO
resposta ao agravo e ao recurso principal.
Lei 13.015/2014
No prazo de 8 (oito) dias a contar da intimação desta decisão,
Lei 13.467/2017
também deverão as partes, querendo, manifestar interesse na
Agravante(s): EDUCADORA ASC LTDA
designação de audiência para fins conciliatórios. O silêncio será
Advogado(a)(s): ALFREDO LEOPOLDO FURTADO PEARCE (CE -
interpretado como desinteresse.
9698)
Havendo anseio comum entre ao menos uma parte autora e uma
Agravado(a)(s): CARLOS SIDNEY DOS SANTOS CIDADE
parte demandada, deverá ser o feito encaminhado ao Juízo
NASCIMENTO
Conciliador dos Feitos em Segundo Grau, a fim de que se adotem
Advogado(a)(s): CICERO ANTONIO DE MENESES SOBREIRA
os procedimentos necessários para que se chegue a uma
(CE - 9443)

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 8
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

ADVOGADO Bernardo Aderaldo Demetrio de


Vistos. Souza(OAB: 13222/CE)
ADVOGADO VLADIMAR CAVALCANTE DE
Mantenho a decisão agravada por seus próprios fundamentos. AQUINO(OAB: 16814/CE)
Notifique-se a parte contrária, para, no prazo legal, oferecer RECORRIDO LEONARDO ABREU FONSECA
ADVOGADO MARCELO AUGUSTO FERNANDES
resposta ao agravo e ao recurso principal. DA SILVA(OAB: 25905/CE)
No prazo de 8 (oito) dias a contar da intimação desta decisão, ADVOGADO FRANCISCA JANE EIRE CALIXTO DE
ALMEIDA MORAIS(OAB: 6295/CE)
também deverão as partes, querendo, manifestar interesse na

designação de audiência para fins conciliatórios. O silêncio será Intimado(s)/Citado(s):

interpretado como desinteresse. - LEONARDO ABREU FONSECA


- SERVICO FEDERAL DE PROCESSAMENTO DE DADOS
Havendo anseio comum entre ao menos uma parte autora e uma (SERPRO)
parte demandada, deverá ser o feito encaminhado ao Juízo

Conciliador dos Feitos em Segundo Grau, a fim de que se adotem

os procedimentos necessários para que se chegue a uma


PODER JUDICIÁRIO
composição amigável, nos termos do Ato da Presidência do TRT da
JUSTIÇA DO TRABALHO
7ª Região nº. 420/2014.

Inviável a conciliação ou inexistindo interesse comum em conciliar, Fundamentação

uma vez decorrido o prazo legal, com ou sem a apresentação de

contraminuta/contrarrazões, deverão ser os autos remetidos ao AGRAVO DE INSTRUMENTO

Colendo Tribunal Superior do Trabalho, independentemente de Lei 13.015/2014

nova decisão/despacho. Lei 13.467/2017

À Divisão de Acórdãos e Recursos Processuais. Agravante(s): SERVICO FEDERAL DE PROCESSAMENTO DE

Fortaleza, 21 de fevereiro de 2020. DADOS (SERPRO)

REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO Advogado(a)(s): VLADIMAR CAVALCANTE DE AQUINO (CE -

DESEMBARGADOR(A) VICE-PRESIDENTE, no exercício da 16814)

Presidência BERNARDO ADERALDO DEMETRIO DE SOUZA (CE - 13222)

MARCELO ANDRE ISER (PE - 1358-B)

/csac Agravado(a)(s): LEONARDO ABREU FONSECA

Advogado(a)(s): FRANCISCA JANE EIRE CALIXTO DE ALMEIDA

Assinatura MORAIS (CE - 6295)

FORTALEZA, 3 de Março de 2020. MARCELO AUGUSTO FERNANDES DA SILVA (CE - 25905)

Vistos.

REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO Mantenho a decisão agravada por seus próprios fundamentos.

Desembargador(a) do Trabalho Notifique-se a parte contrária, para, no prazo legal, oferecer

Decisão resposta ao agravo e ao recurso principal.


Processo Nº ROT-0001757-62.2017.5.07.0018
No prazo de 8 (oito) dias a contar da intimação desta decisão,
Relator FRANCISCO JOSÉ GOMES DA
SILVA também deverão as partes, querendo, manifestar interesse na
RECORRENTE SERVICO FEDERAL DE
PROCESSAMENTO DE DADOS designação de audiência para fins conciliatórios. O silêncio será
(SERPRO)
interpretado como desinteresse.
ADVOGADO VLADIMAR CAVALCANTE DE
AQUINO(OAB: 16814/CE) Havendo anseio comum entre ao menos uma parte autora e uma
ADVOGADO Bernardo Aderaldo Demetrio de
Souza(OAB: 13222/CE) parte demandada, deverá ser o feito encaminhado ao Juízo
ADVOGADO MARCELO ANDRE ISER(OAB: Conciliador dos Feitos em Segundo Grau, a fim de que se adotem
1358/PE)
RECORRENTE LEONARDO ABREU FONSECA os procedimentos necessários para que se chegue a uma
ADVOGADO FRANCISCA JANE EIRE CALIXTO DE composição amigável, nos termos do Ato da Presidência do TRT da
ALMEIDA MORAIS(OAB: 6295/CE)
ADVOGADO MARCELO AUGUSTO FERNANDES 7ª Região nº. 420/2014.
DA SILVA(OAB: 25905/CE)
Inviável a conciliação ou inexistindo interesse comum em conciliar,
RECORRIDO SERVICO FEDERAL DE
PROCESSAMENTO DE DADOS uma vez decorrido o prazo legal, com ou sem a apresentação de
(SERPRO)
contraminuta/contrarrazões, deverão ser os autos remetidos ao

Código para aferir autenticidade deste caderno: 147944


2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 9
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Colendo Tribunal Superior do Trabalho, independentemente de No prazo de 8 (oito) dias a contar da intimação desta decisão,

nova decisão/despacho. também deverão as partes, querendo, manifestar interesse na

À Divisão de Acórdãos e Recursos Processuais. designação de audiência para fins conciliatórios. O silêncio será

Fortaleza, 02 de março de 2020. interpretado como desinteresse.

REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO Havendo anseio comum entre ao menos uma parte autora e uma

DESEMBARGADOR(A) VICE-PRESIDENTE, no exercício da parte demandada, deverá ser o feito encaminhado ao Juízo

Presidência Conciliador dos Feitos em Segundo Grau, a fim de que se adotem

os procedimentos necessários para que se chegue a uma

/csac composição amigável, nos termos do Ato da Presidência do TRT da

7ª Região nº. 420/2014.

Assinatura Inviável a conciliação ou inexistindo interesse comum em conciliar,

FORTALEZA, 3 de Março de 2020. uma vez decorrido o prazo legal, com ou sem a apresentação de

contraminuta/contrarrazões, deverão ser os autos remetidos ao

REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO Colendo Tribunal Superior do Trabalho, independentemente de

Desembargador(a) do Trabalho nova decisão/despacho.


Decisão À Divisão de Acórdãos e Recursos Processuais.
Processo Nº ROT-0001706-72.2018.5.07.0032
Relator DURVAL CESAR DE VASCONCELOS Fortaleza, 02 de março de 2020.
MAIA
REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO
RECORRENTE SUPERMERCADO N. S. DE FATIMA
LTDA - ME DESEMBARGADOR(A) VICE-PRESIDENTE, no exercício da
ADVOGADO EDUARDO CÉSAR SOUSA
ARAGÃO(OAB: 14750/CE) Presidência
RECORRIDO SANDRA LIMA RODRIGUES
ADVOGADO YURI COSTA FREIRE(OAB:
27524/CE) /csac
ADVOGADO DANIEL SCARANO DO
AMARAL(OAB: 26832/CE)
Assinatura
Intimado(s)/Citado(s): FORTALEZA, 3 de Março de 2020.
- SANDRA LIMA RODRIGUES
- SUPERMERCADO N. S. DE FATIMA LTDA - ME
REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO

Desembargador(a) do Trabalho
Decisão
Processo Nº ROT-0001473-66.2017.5.07.0014
PODER JUDICIÁRIO
Relator REGINA GLAUCIA CAVALCANTE
JUSTIÇA DO TRABALHO NEPOMUCENO
RECORRENTE COMPANHIA CEARENSE DE
TRANSPORTES METROPOLITANOS
Fundamentação
ADVOGADO PEDRO JOÃO CARVALHO PEREIRA
FILHO(OAB: 22155/CE)
ADVOGADO MANUEL LUIS DA ROCHA
AGRAVO DE INSTRUMENTO NETO(OAB: 7479/CE)
Lei 13.015/2014 ADVOGADO AMANDA ARRAES DE ALENCAR
ARARIPE NUNES(OAB: 32111/CE)
Lei 13.467/2017 RECORRIDO FRANCISCO ELIZEU DE OLIVEIRA
MACIEL
Agravante(s): SUPERMERCADO N. S. DE FATIMA LTDA - ME
ADVOGADO TATIANE VASQUES
Advogado(a)(s): EDUARDO CÉSAR SOUSA ARAGÃO (CE - MONTEIRO(OAB: 30785/CE)
ADVOGADO NADIA SA LOPES(OAB: 18304/CE)
14750)
ADVOGADO CLAUDIA MARIA DIOGENES
Agravado(a)(s): SANDRA LIMA RODRIGUES VASQUES(OAB: 32377/CE)

Advogado(a)(s): YURI COSTA FREIRE (CE - 27524)


Intimado(s)/Citado(s):
DANIEL SCARANO DO AMARAL (CE - 26832) - COMPANHIA CEARENSE DE TRANSPORTES
METROPOLITANOS
Vistos.
- FRANCISCO ELIZEU DE OLIVEIRA MACIEL
Mantenho a decisão agravada por seus próprios fundamentos.

Notifique-se a parte contrária, para, no prazo legal, oferecer

resposta ao agravo e ao recurso principal.

Código para aferir autenticidade deste caderno: 147944


2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 10
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

FORTALEZA, 3 de Março de 2020.


PODER JUDICIÁRIO

JUSTIÇA DO TRABALHO
REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO
Fundamentação Desembargador(a) do Trabalho
Decisão
Processo Nº ROT-0001466-26.2011.5.07.0001
AGRAVO DE INSTRUMENTO
Relator FRANCISCO JOSÉ GOMES DA
Lei 13.015/2014 SILVA
RECORRENTE CONSORCIO CONSTRUTOR QGCC
Lei 13.467/2017
ADVOGADO ANTONIO MARIO DE ABREU
Agravante(s): COMPANHIA CEARENSE DE TRANSPORTES PINTO(OAB: 7687/PE)
RECORRIDO JOSE CARDOSO DOS SANTOS
METROPOLITANOS
ADVOGADO HARLEY XIMENES DOS
Advogado(a)(s): PEDRO JOÃO CARVALHO PEREIRA FILHO (CE - SANTOS(OAB: 12397/CE)
ADVOGADO LIVIA MARIA DE OLIVEIRA
22155) PEDROSA(OAB: 25183/CE)
MANUEL LUIS DA ROCHA NETO (CE - 7479)
Intimado(s)/Citado(s):
AMANDA ARRAES DE ALENCAR ARARIPE NUNES (CE - 32111)
- CONSORCIO CONSTRUTOR QGCC
Agravado(a)(s): FRANCISCO ELIZEU DE OLIVEIRA MACIEL - JOSE CARDOSO DOS SANTOS
Advogado(a)(s): TATIANE VASQUES MONTEIRO (CE - 30785)

NADIA SA LOPES (CE - 18304)

CLAUDIA MARIA DIOGENES VASQUES (CE - 32377)


PODER JUDICIÁRIO
Vistos.
JUSTIÇA DO TRABALHO
Mantenho a decisão agravada por seus próprios fundamentos.

Notifique-se a parte contrária, para, no prazo legal, oferecer Fundamentação

resposta ao agravo e ao recurso principal.

No prazo de 8 (oito) dias a contar da intimação desta decisão, AGRAVO DE INSTRUMENTO

também deverão as partes, querendo, manifestar interesse na Lei 13.015/2014

designação de audiência para fins conciliatórios. O silêncio será Lei 13.467/2017

interpretado como desinteresse. Agravante(s): CONSORCIO CONSTRUTOR QGCC

Havendo anseio comum entre ao menos uma parte autora e uma Advogado(a)(s): ANTONIO MARIO DE ABREU PINTO (PE - 7687)

parte demandada, deverá ser o feito encaminhado ao Juízo Agravado(a)(s): JOSE CARDOSO DOS SANTOS

Conciliador dos Feitos em Segundo Grau, a fim de que se adotem Advogado(a)(s): HARLEY XIMENES DOS SANTOS (CE - 12397)

os procedimentos necessários para que se chegue a uma LIVIA MARIA DE OLIVEIRA PEDROSA (CE - 25183)

composição amigável, nos termos do Ato da Presidência do TRT da Vistos.

7ª Região nº. 420/2014. Mantenho a decisão agravada por seus próprios fundamentos.

Inviável a conciliação ou inexistindo interesse comum em conciliar, Notifique-se a parte contrária, para, no prazo legal, oferecer

uma vez decorrido o prazo legal, com ou sem a apresentação de resposta ao agravo e ao recurso principal.

contraminuta/contrarrazões, deverão ser os autos remetidos ao No prazo de 8 (oito) dias a contar da intimação desta decisão,

Colendo Tribunal Superior do Trabalho, independentemente de também deverão as partes, querendo, manifestar interesse na

nova decisão/despacho. designação de audiência para fins conciliatórios. O silêncio será

À Divisão de Acórdãos e Recursos Processuais. interpretado como desinteresse.

Fortaleza, 02 de março de 2020. Havendo anseio comum entre ao menos uma parte autora e uma

REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO parte demandada, deverá ser o feito encaminhado ao Juízo

DESEMBARGADOR(A) VICE-PRESIDENTE, no exercício da Conciliador dos Feitos em Segundo Grau, a fim de que se adotem

Presidência os procedimentos necessários para que se chegue a uma

composição amigável, nos termos do Ato da Presidência do TRT da

/csac 7ª Região nº. 420/2014.

Inviável a conciliação ou inexistindo interesse comum em conciliar,

Assinatura uma vez decorrido o prazo legal, com ou sem a apresentação de

Código para aferir autenticidade deste caderno: 147944


2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 11
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

contraminuta/contrarrazões, deverão ser os autos remetidos ao Agravante(s): M DIAS BRANCO S.A. INDUSTRIA E COMERCIO

Colendo Tribunal Superior do Trabalho, independentemente de DE ALIMENTOS

nova decisão/despacho. Advogado(a)(s): JULIANA DE ABREU TEIXEIRA (CE - 13463)

À Divisão de Acórdãos e Recursos Processuais. Agravado(a)(s): DIONEIA NUNES FERREIRA

Fortaleza, 02 de março de 2020. Advogado(a)(s): ANDRE ALVES CARNEIRO (CE - 26492)

REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO POLIANA BEZERRA DE SOUZA (CE - 17623)

DESEMBARGADOR(A) VICE-PRESIDENTE, no exercício da ADRIANO DE ALCANTARA CAMARGO (CE - 17403)

Presidência Vistos.

Mantenho a decisão agravada por seus próprios fundamentos.

/csac Notifique-se a parte contrária, para, no prazo legal, oferecer

resposta ao agravo e ao recurso principal.

Assinatura No prazo de 8 (oito) dias a contar da intimação desta decisão,

FORTALEZA, 3 de Março de 2020. também deverão as partes, querendo, manifestar interesse na

designação de audiência para fins conciliatórios. O silêncio será

REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO interpretado como desinteresse.

Desembargador(a) do Trabalho Havendo anseio comum entre ao menos uma parte autora e uma
Decisão parte demandada, deverá ser o feito encaminhado ao Juízo
Processo Nº RORSum-0001701-44.2018.5.07.0034
Relator JOSE ANTONIO PARENTE DA SILVA Conciliador dos Feitos em Segundo Grau, a fim de que se adotem
RECORRENTE M DIAS BRANCO S.A. INDUSTRIA E os procedimentos necessários para que se chegue a uma
COMERCIO DE ALIMENTOS
ADVOGADO JULIANA DE ABREU TEIXEIRA(OAB: composição amigável, nos termos do Ato da Presidência do TRT da
13463/CE)
7ª Região nº. 420/2014.
RECORRENTE DIONEIA NUNES FERREIRA
ADVOGADO ANDRE ALVES CARNEIRO(OAB: Inviável a conciliação ou inexistindo interesse comum em conciliar,
26492/CE)
uma vez decorrido o prazo legal, com ou sem a apresentação de
ADVOGADO POLIANA BEZERRA DE SOUZA(OAB:
17623/CE) contraminuta/contrarrazões, deverão ser os autos remetidos ao
ADVOGADO ADRIANO DE ALCANTARA
CAMARGO(OAB: 17403/CE) Colendo Tribunal Superior do Trabalho, independentemente de
RECORRIDO M DIAS BRANCO S.A. INDUSTRIA E nova decisão/despacho.
COMERCIO DE ALIMENTOS
ADVOGADO JULIANA DE ABREU TEIXEIRA(OAB: À Divisão de Acórdãos e Recursos Processuais.
13463/CE)
Fortaleza, 02 de março de 2020.
RECORRIDO DIONEIA NUNES FERREIRA
ADVOGADO ANDRE ALVES CARNEIRO(OAB: REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO
26492/CE)
DESEMBARGADOR(A) VICE-PRESIDENTE, no exercício da
ADVOGADO POLIANA BEZERRA DE SOUZA(OAB:
17623/CE) Presidência
ADVOGADO ADRIANO DE ALCANTARA
CAMARGO(OAB: 17403/CE)
PERITO JOSE DA SILVA BACELAR JUNIOR /csac

Intimado(s)/Citado(s):
Assinatura
- DIONEIA NUNES FERREIRA
- M DIAS BRANCO S.A. INDUSTRIA E COMERCIO DE FORTALEZA, 3 de Março de 2020.
ALIMENTOS

REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO

Desembargador(a) do Trabalho
PODER JUDICIÁRIO Decisão
Processo Nº ROT-0001393-29.2017.5.07.0006
JUSTIÇA DO TRABALHO
Relator JOSE ANTONIO PARENTE DA SILVA
RECORRENTE COMPANHIA CEARENSE DE
Fundamentação TRANSPORTES METROPOLITANOS
ADVOGADO PEDRO JOÃO CARVALHO PEREIRA
FILHO(OAB: 22155/CE)
AGRAVO DE INSTRUMENTO ADVOGADO MANUEL LUIS DA ROCHA
NETO(OAB: 7479/CE)
Lei 13.015/2014
ADVOGADO AMANDA ARRAES DE ALENCAR
Lei 13.467/2017 ARARIPE NUNES(OAB: 32111/CE)

Código para aferir autenticidade deste caderno: 147944


2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 12
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

RECORRIDO ESPÓLIO DE JOÃO BOSCO COSTA


À Divisão de Acórdãos e Recursos Processuais.
ADVOGADO TATIANE VASQUES
MONTEIRO(OAB: 30785/CE) Fortaleza, 02 de março de 2020.
ADVOGADO CLAUDIA MARIA DIOGENES
VASQUES(OAB: 32377/CE) REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO
ADVOGADO NADIA SA LOPES(OAB: 18304/CE) DESEMBARGADOR(A) VICE-PRESIDENTE, no exercício da

Intimado(s)/Citado(s): Presidência

- COMPANHIA CEARENSE DE TRANSPORTES


METROPOLITANOS
/csac
- ESPÓLIO DE JOÃO BOSCO COSTA

Assinatura

FORTALEZA, 3 de Março de 2020.


PODER JUDICIÁRIO

JUSTIÇA DO TRABALHO
REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO

Fundamentação Desembargador(a) do Trabalho


Decisão
Processo Nº ROT-0001309-43.2017.5.07.0001
AGRAVO DE INSTRUMENTO Relator CLAUDIO SOARES PIRES
Lei 13.015/2014 RECORRENTE WALTER CORREIA LIMA FILHO
ADVOGADO Anatole Nogueira Sousa(OAB:
Lei 13.467/2017 22578/CE)
Agravante(s): COMPANHIA CEARENSE DE TRANSPORTES ADVOGADO Carlos Antonio Chagas(OAB: 6560/CE)
ADVOGADO PATRICIO WILIAM ALMEIDA
METROPOLITANOS VIEIRA(OAB: 7737/CE)
Advogado(a)(s): PEDRO JOÃO CARVALHO PEREIRA FILHO (CE - ADVOGADO JOAO VIANEY NOGUEIRA
MARTINS(OAB: 15721/CE)
22155) ADVOGADO ANA VIRGINIA PORTO DE
FREITAS(OAB: 9708/CE)
MANUEL LUIS DA ROCHA NETO (CE - 7479)
ADVOGADO ROBERTA UCHOA DE SOUZA(OAB:
AMANDA ARRAES DE ALENCAR ARARIPE NUNES (CE - 32111) 9349/CE)
RECORRIDO BANCO DO BRASIL SA
Agravado(a)(s): ESPÓLIO DE JOÃO BOSCO COSTA
ADVOGADO ANDRESSA LICAR
Advogado(a)(s): TATIANE VASQUES MONTEIRO (CE - 30785) FERNANDES(OAB: 9459/MA)
ADVOGADO ANTONIO DE PADUA DE SOUSA
CLAUDIA MARIA DIOGENES VASQUES (CE - 32377) RAMOS JUNIOR(OAB: 4445/PI)
NADIA SA LOPES (CE - 18304) ADVOGADO ALINE SANTOS DA SILVA(OAB:
39921-B/CE)
Vistos.
Intimado(s)/Citado(s):
Mantenho a decisão agravada por seus próprios fundamentos.
- BANCO DO BRASIL SA
Notifique-se a parte contrária, para, no prazo legal, oferecer
- WALTER CORREIA LIMA FILHO
resposta ao agravo e ao recurso principal.

No prazo de 8 (oito) dias a contar da intimação desta decisão,

também deverão as partes, querendo, manifestar interesse na


PODER JUDICIÁRIO
designação de audiência para fins conciliatórios. O silêncio será
JUSTIÇA DO TRABALHO
interpretado como desinteresse.

Havendo anseio comum entre ao menos uma parte autora e uma Fundamentação
parte demandada, deverá ser o feito encaminhado ao Juízo

Conciliador dos Feitos em Segundo Grau, a fim de que se adotem AGRAVO DE INSTRUMENTO
os procedimentos necessários para que se chegue a uma Lei 13.015/2014
composição amigável, nos termos do Ato da Presidência do TRT da Lei 13.467/2017
7ª Região nº. 420/2014. Agravante(s): WALTER CORREIA LIMA FILHO
Inviável a conciliação ou inexistindo interesse comum em conciliar, Advogado(a)(s): ANATOLE NOGUEIRA SOUSA (CE - 22578)
uma vez decorrido o prazo legal, com ou sem a apresentação de CARLOS ANTONIO CHAGAS (CE - 6560)
contraminuta/contrarrazões, deverão ser os autos remetidos ao PATRICIO WILIAM ALMEIDA VIEIRA (CE - 7737)
Colendo Tribunal Superior do Trabalho, independentemente de JOAO VIANEY NOGUEIRA MARTINS (CE - 15721)
nova decisão/despacho. ANA VIRGINIA PORTO DE FREITAS (CE - 9708)

Código para aferir autenticidade deste caderno: 147944


2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 13
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Intimado(s)/Citado(s):
ROBERTA UCHOA DE SOUZA (CE - 9349)
- LEROY MERLIN COMPANHIA BRASILEIRA DE BRICOLAGEM
Agravado(a)(s): BANCO DO BRASIL SA - WALKER FERREIRA SOUTO JUNIOR
Advogado(a)(s): ALINE SANTOS DA SILVA (CE - 39921)

ANDRESSA LICAR FERNANDES (MA - 9459)

ANTONIO DE PADUA DE SOUSA RAMOS JUNIOR (PI - 4445)


PODER JUDICIÁRIO
Vistos.
JUSTIÇA DO TRABALHO
Mantenho a decisão agravada por seus próprios fundamentos.

Notifique-se a parte contrária, para, no prazo legal, oferecer Fundamentação

resposta ao agravo e ao recurso principal.

No prazo de 8 (oito) dias a contar da intimação desta decisão, RECURSO DE REVISTA

também deverão as partes, querendo, manifestar interesse na Lei 13.015/2014

designação de audiência para fins conciliatórios. O silêncio será Lei 13.467/2017

interpretado como desinteresse. Recorrente(s): WALKER FERREIRA SOUTO JUNIOR

Havendo anseio comum entre ao menos uma parte autora e uma Advogado(a)(s): ITALO SILVEIRA DA CUNHA (CE - 33907)

parte demandada, deverá ser o feito encaminhado ao Juízo Recorrido(a)(s): LEROY MERLIN COMPANHIA BRASILEIRA DE

Conciliador dos Feitos em Segundo Grau, a fim de que se adotem BRICOLAGEM

os procedimentos necessários para que se chegue a uma Advogado(a)(s): TATIANE DE CICCO NASCIMBEM CHADID (SP -

composição amigável, nos termos do Ato da Presidência do TRT da 201296)

7ª Região nº. 420/2014. MARIA HELENA VILLELA AUTUORI ROSA (SP - 102684)

Inviável a conciliação ou inexistindo interesse comum em conciliar, PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS

uma vez decorrido o prazo legal, com ou sem a apresentação de Tempestivo o recurso (decisão publicada em 16/12/2019 - aba

contraminuta/contrarrazões, deverão ser os autos remetidos ao expediente e recurso apresentado em 27/01/2020 - ID. 2ce2762).

Colendo Tribunal Superior do Trabalho, independentemente de Regular a representação processual (ID. b946b4e).

nova decisão/despacho. Desnecessário o preparo por se tratar de recurso interposto pela

À Divisão de Acórdãos e Recursos Processuais. parte reclamante, beneficiária da justiça gratuita.

Fortaleza, 02 de março de 2020. PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS

REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO Nos termos do artigo 896-A da Consolidação das Leis do Trabalho,

DESEMBARGADOR(A) VICE-PRESIDENTE, no exercício da cabe ao Tribunal Superior do Trabalho analisar se a causa oferece

Presidência transcendência em relação aos reflexos gerais de natureza

econômica, política, social ou jurídica.

/csac Art. 896-A. [...]

§ 1o São indicadores de transcendência, entre outros:

Assinatura I - econômica, o elevado valor da causa;

FORTALEZA, 3 de Março de 2020. II - política, o desrespeito da instância recorrida à jurisprudência

sumulada do Tribunal Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal

REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO Federal;

Desembargador(a) do Trabalho III - social, a postulação, por reclamante-recorrente, de direito social

Decisão constitucionalmente assegurado;


Processo Nº ROT-0001569-78.2017.5.07.0015
IV - jurídica, a existência de questão nova em torno da interpretação
Relator FRANCISCO TARCISIO GUEDES
LIMA VERDE JUNIOR da legislação trabalhista.
RECORRENTE WALKER FERREIRA SOUTO JUNIOR
§ 2o Poderá o relator, monocraticamente, denegar seguimento ao
ADVOGADO ITALO SILVEIRA DA CUNHA(OAB:
33907/CE) recurso de revista que não demonstrar transcendência, cabendo
RECORRIDO LEROY MERLIN COMPANHIA
BRASILEIRA DE BRICOLAGEM agravo desta decisão para o colegiado.
ADVOGADO TATIANE DE CICCO NASCIMBEM § 3o Em relação ao recurso que o relator considerou não ter
CHADID(OAB: 201296/SP)
ADVOGADO MARIA HELENA VILLELA AUTUORI transcendência, o recorrente poderá realizar sustentação oral sobre
ROSA(OAB: 102684/SP)
a questão da transcendência, durante cinco minutos em sessão.

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§ 4o Mantido o voto do relator quanto à não transcendência do contrário, a fase processual serviu para demonstrar a real indução

recurso, será lavrado acórdão com fundamentação sucinta, que das testemunhas da Recorrida, bem como a inexistência de motivo

constituirá decisão irrecorrível no âmbito do tribunal. probo que dê ensejo à caracterização de uma dispensa motivada.".

§ 5o É irrecorrível a decisão monocrática do relator que, em agravo Sustenta que "Quanto à alegativa de que o Reclamante se utilizou

de instrumento em recurso de revista, considerar ausente a dos vales para "cobrir a retirada, a Recorrida não comprova, por

transcendência da matéria. mínimo que seja, o que aduz, pois limitou-se apenas a lanças nos

§ 6o O juízo de admissibilidade do recurso de revista exercido pela autos informações com nome e valor do crédito de supsotos cliente

Presidência dos Tribunais Regionais do Trabalho limita-se à análise (página 218), onde, em momento algum aparece como responsável

dos pressupostos intrínsecos e extrínsecos do apelo, não o nome do Reclamante.".

abrangendo o critério da transcendência das questões nele Assevera que "Dessa forma, não satisfeito o ônus probatório da

veiculadas." Recorrida em demonstrar os motivos que a levaram a desligar o

DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO TRABALHO / Atos Recorrente por justa causa, a qual lhe incubia, não merece

Processuais / Nulidade. prosperar seus fundamentos, posto que infudados e

Alegação(ões): incompreensíveis.".

- violação do(s) inciso LV do artigo 5º da Constituição Federal. Prossegue argumentando que "Conforme disposto no documento

- violação ao art. 128, §1º, do Regimento Interno do TRT. interno da Reclamada - colacionado aos autos sob ID n° 93a8914,

O recursante aponta nulidade do acórdão "posto que o patrono do página 210 do PDF - a mesma afirma que o suposto procedimento

reclamante, ao realizar o pedido de inscrição para sustentação oral, errôneo do Reclamante acarretou prejuízos financeiros ao

foi informado, erroneamente, que a pauta de julgamento seria estabelecimento, porém, em momento algum citar os valores de

remarcada, tendo, obviamente, deixado de comparecer a sessão prejuízo, e, principalmente, ONDE restou configurado o dano.".

para exercer o amplo exercício de defesa ." Consta do acórdão do recurso ordinário:

Aduz, por fim, que "Dessa forma, frente a notória afronta ao direito "[...]

constitucional da ampla defesa requer que o acórdão ora combatido MÉRITO

seja declarado nulo e, por conseguinete, realizada nova sessão de Inconformado com a decisão que julgou improcedentes seus

julgamento ". pedidos, recorre o reclamante, ordinariamente, alegando que a

À análise. reclamada não se desincumbiu do ônus de provar, de forma

A iterativa, notória e atual jurisprudência do c. TST, assenta-se no robusta, seu justo despedimento. Afirma, em síntese, que não teria

sentido de que ofende o artigo 5º, inciso LV, da Constituição incorrido em qualquer fraude ou causado prejuízos financeiros à

Federal, a não observância da prerrogativa do advogado manifestar reclamada, tendo agido "na clara e única intenção de adequação

-se na tribuna, ainda que inexistente declaração dessa intenção por dos procedimentos da reclamada".

meio de inscrição prévia. Pugna, desta feita, pela reforma da sentença para que sejam

Outrossim, calha registrar, não há falar em ausência de reconhecidas a despedida sem justa causa e a indenização por

prequestionamento da matéria, eis que o vício de procedimento dano moral perseguidas.

censurado no recurso de revista originou-se no próprio acórdão Razão, entretanto, não lhe assiste.

regional (inteligência da OJ-SBDI-1-119). Acerca da justa causa reconhecida, a sentença assim julgou (fls.

Por vislumbrar possível afronta à literalidade do art.5º, LV, da 321/324):

Constituição Federal, determino o processamento do recurso de "2.4.2. Do término contratual - justa causa obreira - ocorrência

revista, em atendimento ao artigo 896, alínea "c", da Consolidação Aduz a reclamada que o reclamante fora demitido por justa causa

das Leis do Trabalho. em razão de ato de improbidade. Esclarece que o autor solicitou a

DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO TRABALHO / Processo e retirada de valores do caixa, cometendo fraude.

Procedimento / Provas / Ônus da Prova. Explicou o preposto da reclamada :"Que acontece de, por erro

Rescisão do Contrato de Trabalho / Justa Causa / Falta Grave. interno, haver cancelamento e faturamento de pedidos; que nesse

Alegação(ões): caso a verificação é feita pelo gerente de plantão; que trabalhou

- violação da (o) artigo 818 da Consolidação das Leis do Trabalho. com o reclamante; que o reclamante foi demitido por improbidade;

Afirma que "Concluída a instrução do feito, a Reclamada não que no dia da demissão o gerente de seção, às 09:30h, verificou

demonstrou, a contento, os fatos que sustentam suas alegativas, ao que suas vendas estavam negativas em R$ 2.000,00; que o gerente

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comunicou ao reclamante o fato; que o reclamante disse que era comandava as equipes de SAC, frente de caixa, tesouraria e o

um erro de sistema, já que estava fazendo uma limpeza no mesmo Cartão Celebre; que não assinava ponto; que ganhava gratificação

e que seria regularizado; que de fato foi regularizado; ocorre que a título de prêmios em valor superior ao salário base; que estava

nesse ínterim o reclamante solicitou da tesouraria o valor de R$ subordinado somente ao diretor da empresa; que em

3.800,00, informando que era para fazer um acordo com um cliente; setembro/2017, mas não se recorda o dia, no fim do expediente foi

que a empresa, ao apurar, verificou que a solicitação foi feita às chamado na sala do diretor e demitido por justa causa; que o diretor

7:30h; que o valor de R$ 3.800,00 foi entregue ao reclamante em alegou que sua pessoa havia feito cancelamento de um pedido sem

espécie e não mais retornou ao caixa da empresa; que chegou às a presença do cliente; que não se recorda do valor desse pedido;

15h e perguntou ao reclamante se tinha acontecido alguma coisa e ocorre que habitualmente são feitos vários pedidos e cancelados na

ele disse-lhe que não e começou a trabalhar normalmente; que as loja, uma vez que o cliente não comparece para retirar a mercadoria

imagens mostram que o reclamante colocou o dinheiro no bolso, foi ou não é encontrado; que cabia à sua equipe a alimentação do

feito uma vistoria na saída de mercadorias e a partir daí as imagens sistema e nunca sua pessoa fez cancelamento no sistema; que o

só mostram o reclamante retornando para prestar serviço; que o cancelamento, por ordem sua, foi feito pela funcionária Bruna; que

reclamante, como recebeu o dinheiro, foi na saída de mercadoria no mesmo dia, inclusive, o gerente de gestão já tinha lhe pedido

para gerar os créditos correspondentes à saída do dinheiro, para verificar este pedido que foi cancelado; que sua pessoa

gerando dois créditos em nome de outros dois clientes para fechar o verificou e mandou refazer; que quando o diretor lhe chamou, o

caixa; que esse fato aconteceu no sábado, houve a apuração e o pedido já estava refeito; que ratifica que esse procedimento era

reclamante foi demitido na segunda-feira; que tem conhecimento habitual na empresa; que não há norma na empresa específica

que a empresa fez o procedimento criminal; que todos os processos regulamentada no sentido que o cancelamento de um pedido, por

da empresa são regulamentados por escrito; que em caso de erro interno, tenha que ser feito na presença do cliente; que esse foi

situações atípicas o gerente de plantão tem poder decisório; que os o caso; que ratifica que já tinha determinado vários cancelamentos

cancelamentos de pedidos podem acontecer de uma a cinco vezes de pedidos na mesma condição e nunca tinha sido advertido; que

por dia; que a empresa suportou o valor do prejuízo, no que reabriu nunca sofreu qualquer penalidade; que a loja não sofreu qualquer

o créditos desses dois clientes para a retirada de mercadorias; que prejuízo; que na ocasião não assinou qualquer documento,entregou

os dois créditos gerados, um foi no valor de R$ 656,00 e outro no a chave de sua sala e o carimbo e procurou o sindicato; que o

valor de R$ 3.056,00; que o documento de fls. 217 refere-se a nota preposto trabalhou poucos meses com sua pessoa"

que o reclamante pediu para a operadora de caixa devolver o A dispensa por justa causa, pena mais severa aplicável ao

produto; que essa solicitação foi interna, para algum tipo de ajuste, empregado, carece de prova irrefutável por parte do empregador,

sem a presença do cliente; que os valores são correspondentes às visto que se trata de fato impeditivo do direito às verbas rescisórias

notas; que os produtos foram devolvidos e foi gerado um crédito, postuladas pelo trabalhador, gerando, em consequência, efeitos

retirado do caixa para compor o dinheiro em espécie da tesouraria; morais e financeiros que lhe são extremamente desfavoráveis.

que foi gerado uma nova nota para essa cliente no mesmo valor Portanto, a teor do art. 818, da CLT, e do art. 373, II, do Novo

retirado; que a senha é de uso pessoal; que a empresa não autoriza Código de Processo Civil, de aplicação subsidiária, ao empregador

a troca de senha entre funcionários, em especial de funcionários cabe o ônus de demonstrar a veracidade das alegações ao

hierarquicamente diversos; que as colaboradores de fls. 227/230 enquadrar a atitude do empregado nas hipóteses do art. 482, da

redigiram as declarações de livre e espontânea vontade; que é CLT.

obrigatório o preenchimento do formulário de retirada de valores da No caso dos autos, a alegativa contestatória de justa causa para

tesouraria pelo gerente de atendimento; que o reclamante quebrou demissão do obreiro fora por suposto ato de improbidade, que teria

tal procedimento ao não preencher o formulário; que o reclamante resultado em prejuízo à empresa, por haver ele se valido de uma

tinha poderes, desde que documentado, para retirar valores, bem venda aperfeiçoada para forjar um suposto crédito nunca solicitado

como fazer a checagem de valores." (Ata de ID. 9C5d179- chave de pelo cliente.

acesso 18072414170089000000016078958) Diante da lide proposta , cabe a este juízo verificar se de fato o

O Reclamante, por sua vez, negou o fato, dizendo que não pode ser reclamante agiu com improbidade. Nesse aspecto a terceira

responsabilizado porque houve um cancelamento indevido de uma testemunha da reclamada fora inequívoca em atestar que:

compra. Alega que realizou o procedimento padrão da empresa a "o reclamante foi demitido devido a uma quebra no processo de

fim de solucionar a demanda: "que além da parte de serviços, emissão e devolução de valores; que houve a devolução de um vale

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crédito, de forma virtual, isto acontece quando não há o produto ato de improbidade por parte do obreiro.

físico e apenas é gerada uma nota de devolução; que de posse Outrossim, a prova documental (ID. 93A8914- chave de acesso

desse vale foi retirado o valor do fundo fixo e dito pelo reclamante 18030617154334800000014541452) demonstra que a ré realizou

que era para devolver a um cliente; que esse cliente não existiu; sindicância interna, em que constatou, por meio da declaração de

que por conta disso, o gerente do setor de decoração e tapetes vários outros empregados a veracidade dos fatos, conforme termos

verificou que houve uma devolução nas suas vendas de declaração anexados ao ID 93A8914 que confirmam exatamente

correspondente ao valor retirado pelo reclamante; que com essa os fatos que culminaram com a aplicação da justa causa.

reclamação o reclamante bipou as mercadorias que teriam sido Nitidamente, pela conduta do reclamante houve a ruptura da fidúcia

retiradas do gerente de decoração e utilizou de dois créditos de contratual ensejando o rompimento do pacto. A gravidade da

clientes que estavam no cadastro da loja para suprir o caixa da Sra. conduta justifica a punição, e neste caso, não há que se falar em

Bruna; que ligou para o primeiro cliente do produto devolvido, que gradação das penas.

seria o piso laminado, que lhe disse que não esteve na loja Alice Monteiro de Barros elenca os seguintes requisitos para a justa

efetuando nenhuma devolução e que o piso inclusive já estava causa: previsão legal; caráter determinante da falta; atualidade ou

instalado; que ligou também para os dois clientes referentes aos imediatidade da falta e a proporcionalidade que deverá existir entre

créditos gerados e nenhum dos dois tinham utilizado seus crédito; a falta e a natureza da punição. Sobre este último elemento ensina

que quando acontece cancelamento de notas e pedidos, isto é feito a autora que quando a hipótese versar sobre comportamento

com a mercadoria na loja; que quando há a devolução da doloso, não se exige seja aplicada a proporcionalidade. (Alice

mercadoria os acordo são feitos de forma extrajudicial e na Monteiro de Barros, in Curso de Direito do Trabalho, 2008, LTR,

presença do cliente; que o cancelamento de nota acontece umas p.p.879).

duas vezes por semana, mas sempre com a mercadoria ainda na O grau de confiança ou conduta do empregado que exerce

loja; que o reclamante, como solicitante, teria que preencher um determinadas funções deve ser considerado. Não é razoável exigir

relatório juntamente com a pessoa da tesouraria para retirar do empregador manter em seus quadros empregado que exercia a

dinheiro do fundo fixo; que na prática isso realmente acontece; que função de gerente, o qual, repita-se, efetuou uma retirada de

os créditos informados pelo reclamante são correspondentes aos valores do Caixa com desvio de conduta e quebra de procedimento

créditos de retirada." trazendo prejuízos financeiros para a unidade quebrando a

A Segunda Testemunha da Reclamada afirma que o Reclamante confiança na relação contratual entre as partes.

solicitou dinheiro no caixa e afirmou, ainda, que o procedimento Com relação à imediatividade da punição, observa-se que o fato

adotado pelo reclamante nunca tinha sido solicitado antes por ocorreu em 02.09.2017(sábado), foi apurado pela empresa, tendo o

nenhum gerente : "que não era habitual o reclamante pedir dinheiro sido despedido no dia 04/09/2017(segunda-feira).

no caixa, mas tinha poderes para isso; que o reclamante retirou o Assim, não há que se falar em falta de imediatividade da punição.

dinheiro e o vale entregue correspondia a uma compra de um Assim, sendo certo o ato de improbidade cometido pelo reclamante

cliente que não tinha dado certo, há um tempo, e o cliente tinha este no exercício de suas funções, havendo quebra da fidúcia

crédito para com a loja; que o vale era no valor da retirada; que indispensável à subsistência do liame laboral, correta a atitude da

tinha que pegar esse vale e solicitar aos coordenadores que o empresa em despedir o autor por justa causa.

dinheiro físico fosse retirado dos caixas para reembolsar o cofre; Diante de todo o exposto, tem-se por válida a justa causa aplicada

que assim o crédito ficaria no caixa; que o reclamante ou qualquer em desfavor do reclamante, uma vez que preenchidos todos os

gerente de atendimento nunca tinha feito tal procedimento antes; requisitos legais pertinentes.Insista-se que não cabe a este juízo

que não sabe o que o reclamante fez com o dinheiro, mas este lhe verificar a tipificação de qualquer ilícito penal, mas na seara

passou que era para entregar a um cliente; que o reclamante foi trabalhista a conduta faltosa resta devidamente tipificada. Assim,

demitido justamente porque o dinheiro era para ser repassado para reconhece este juízo a conduta ilícita e grave suficiente do

o cliente e o cliente não recebeu o valor; que tem a notícia de que reclamante, e declara a legalidade da resolução contratual por justa

entraram em contato com o cliente e o cliente não teria ido à loja, causa." (grifou-se e sublinhou-se)

mas também não houve a devolução do valor pelo reclamante." À análise.

O reclamante, por sua vez, não faz prova em contrário neste tópico, A respeito da justa causa, sabe-se que, por ser medida extrema,

sequer testemunhal, de forma de que devem prevalecer como principalmente em face dos efeitos de sua aplicação na vida

verdadeiras as afirmações da reclamada no que tange à prática de profissional e pessoal do empregado, somente pode ser

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reconhecida quando a falta grave que a ensejou restar provada pelo juízo de origem em cognição ampla e exauriente. Ressalte-se

estreme de dúvidas. que as supostas contradições alegadas pela parte recorrente entre

Dessa forma, cabe à empregadora produzir prova robusta acerca da as testemunhas não prosperam, mormente alteram o

alegada justa causa, já que o ordinário se presume e o posicionamento deste julgador, e que a prova de efetivo prejuízo

extraordinário se prova. No presente caso, a reclamada financeiro não se mostra imprescindível para o reconhecimento de

desincumbiu-se a contento do seu ônus processual. tentativa de fraude com esse fim, como a evidenciada nos autos.

As testemunhas ouvidas em audiência confirmaram, com precisão, Verifica-se, assim, que o juízo de origem cotejou detalhadamente a

fatos detalhadamente apurados em sindicância interna (cuja cópia prova oral e apontou os elementos que levaram à correta conclusão

foi acostada aos autos, fls. 209/230), na qual restou claro que não pela improcedência do pedido. Nesse contexto, não se verificando

havia qualquer habitualidade no procedimento adotado pelo qualquer elemento na prova oral ou inconsistência capaz de colocar

reclamante, o qual corretamente ensejou a justa causa aplicada - em xeque a conclusão alçada pelo juízo de primeira instância - que

diante da gravidade de sua conduta. deve ter a sua percepção, desde que devidamente fundamentada

A prova oral também não deixou dúvidas quanto ao cabimento da (caso dos autos), privilegiada, uma vez que teve contato direto com

referida penalidade (já transcrita, em parte, na sentença), e, por via as partes e as testemunhas em audiência -, entende-se que deve

de consequência, dos danos morais postulados, citando-se, ainda, o prevalecer, em homenagem ao Princípio da Imediatidade e por seus

depoimento da primeira testemunha, de forma a corroborar o próprios fundamentos, a sentença de origem (cujas razões foram

posicionamento adotado (fl. 292): transcritas mais acima no relatório).

"Que confirma as informações que escreveu de próprio punho; que Ressalta-se que tal procedimento, conforme já consolidado pelo

não era habitual o: o reclamante pedir dinheiro no caixa, mas tinha Supremo Tribunal Federal e, inclusive, autorizado explicitamente

poderes para isso; que o reclamante retirou o dinheiro e o vale pela legislação nos casos de processos que tramitam sob o rito

entregue correspondia a uma compra de um cliente que não tinha sumaríssimo (art. 895, §1º, IV, da CLT), está em estrita

dado certo, há um tempo, e o cliente tinha este crédito para com a conformidade com o mandamento constitucional de que as decisões

loja; que o vale era no valor da retirada; que tinha que pegar esse judiciais sejam fundamentadas (art. 93, IX, da CF). Veja-se aresto

vale e solicitar aos coordenadores que o dinheiro físico fosse do STF nesse sentido:

retirado dos caixas para reembolsar o cofre; que assim o crédito "[[...] E, ao fazê-lo, indefiro-o, considerando, para tanto, em juízo de

ficaria no caixa; que o reclamante ou qualquer gerente de sumária cognição, os fundamentos da decisão ora questionada na

atendimento nunca tinha feito tal procedimento antes; que não sabe presente sede mandamental, sem prejuízo do exame definitivo da

o que o reclamante fez com o dinheiro, mas este lhe passou que era controvérsia em momento ulterior. Acentuo, por necessário, que a

para entregar a um cliente; que o reclamante foi demitido presente denegação do pedido de medida cautelar apóia-se no

justamente porque o dinheiro era para ser repassado para o cliente pronunciamento emanado do E. Conselho Nacional de Justiça,

e o cliente não recebeu o valor; que tem a notícia de que entraram incorporadas, a esta decisão, as razões que deram suporte ao

em contato com o cliente e o cliente não teria ido à loja, mas acórdão proferido pelo órgão apontado como coator. Valho-me,

também não houve a devolução do valor pelo reclamante; que para para tanto, da técnica da motivação per relationem, o que basta

a retirada de valores em espécie da tesouraria o gerente de para afastar eventual alegação de que este ato decisório apresentar

atendimento tem que assinar o vale; que na verdade esse -se-ia destituído de fundamentação. Não se desconhece, na linha

procedimento não é para existir junto à tesouraria, mas, como era de diversos precedentes que esta Suprema Corte estabeleceu a

cedo, ainda não havia caixa aberto; que o correto é a retirada ser propósito da motivação por referência ou por remissão (RTJ

direto do caixa; que como era subordinada ao reclamante, atendeu 173/805-810, 808/809, Rel. Min. CELSO DE MELLO - RTJ 195/183-

a sua solicitação; que realmente há exigência de que seja 184, Rel. Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, v.g.),que se revela

preenchido o formulário de retirada de crédito, mas nesse dia não legítima, para efeito do que dispõe o art. 93, inciso IX, da

fez o procedimento com o reclamante, posto que este lhe disse que Constituição da República, a motivação per relationem, desde que

seria rápido a entrega do dinheiro ao cliente; que o formulário é os fundamentos existentes aliunde, a que se haja explicitamente

utilizado tanto em procedimento interno como externo." (grifou-se e reportado a decisão questionada, atendam às exigências

sublinhou-se) estabelecidas pela jurisprudência constitucional do Supremo

Nesses termos, enfrentar os pormenores da lide, neste momento Tribunal Federal. É que a remissão feita pelo magistrado, referindo-

processual, implicaria, tão somente, repisar matéria já apreciada se, expressamente, aos fundamentos que deram suporte ao ato

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impugnado ou a anterior decisão (ou a pareceres do Ministério do artigo 896, alínea "c", da Consolidação das Leis do Trabalho.

Público ou, ainda, a informações prestadas por órgão apontado Nesse sentido, constata-se que a violação de norma constitucional

como coator, p.ex.), constitui meio apto a promover a formal apontada pela recorrente não atende os requisitos legais, pois

incorporação, ao novo ato decisório, da motivação a que este último implica a interpretação da legislação infraconstitucional, de certo

se reportou como razão de decidir:Acórdão. Está fundamentado que, se ofensa houvesse, seria reflexa/indireta.

quando se reporta aos fundamentos do parecer do SubProcurador- Ademais, observa-se que o entendimento manifestado pela Turma

Geral, adotando-os; e, assim, não é nulo. (RE 37.879/MG, Rel. Min. está assentado no substrato fático-probatório existente nos autos.

LUIZ GALLOTTI - grifei) Nulidade de acórdão. Não existe, por falta Para se concluir de forma diversa seria necessário revolver fatos e

de fundamentação, se ele se reportou ao parecer do Procurador- provas, propósito insuscetível de ser alcançado nesta fase

Geral do Estado, adotando-lhe os fundamentos. (RE 49.074/MA, processual, à luz da Súmula 126 do Tribunal Superior do Trabalho.

Rel. Min. LUIZ GALLOTTI - grifei) 'Habeas corpus'. Fundamentação As assertivas recursais não encontram respaldo na moldura fática

da decisão condenatória. Não há ausência de fundamentação, retratada na decisão recorrida, o que afasta a tese de violação aos

quando, ao dar provimento à apelação interposta contra a sentença preceitos da legislação federal e de divergência jurisprudencial.

absolutória, a maioria da Turma julgadora acompanha o voto Nesses termos, nega-se seguimento ao recurso de revista.

divergente, que, para condenar o réu,se reporta expressamente ao CONCLUSÃO

parecer da Procuradoria-Geral da Justiça, onde, em síntese, estão Isto posto, RECEBO PARCIALMENTE o recurso quanto ao tema

expostos os motivos pelos quais esta opina pelo provimento do "DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO TRABALHO / Atos

recurso. 'Habeas corpus' indeferido. (HC 54.513/DF, Rel. Min. Processuais / Nulidade".

MOREIRA ALVES - grifei) - O Supremo Tribunal Federal tem Intimem-se, para fins do artigo 900, da Consolidação das Leis do

salientado, em seu magistério jurisprudencial, a propósito da Trabalho.

motivação 'per relationem', que inocorre ausência de Publique-se.

fundamentação, quando o ato decisório - o acórdão, inclusive - No prazo de 8 (oito) dias a contar da intimação desta decisão,

reporta-se, expressamente, a manifestações ou a peças também deverão as partes, querendo, manifestar interesse na

processuais outras, mesmo as produzidas pelo Ministério Público, designação de audiência para fins conciliatórios. O silêncio será

desde que nestas se achem expostos os motivos, de fato ou de interpretado como desinteresse.

direito, justificadores da decisão judicial proferida. Precedentes. Havendo anseio comum entre ao menos uma parte autora e uma

Doutrina. (HC 69.438/SP, Rel. Min. CELSO DE MELLO) - A parte demandada, deverá ser o feito encaminhado ao Juízo

jurisprudência do Supremo Tribunal Federal orienta-se no sentido Conciliador dos Feitos em Segundo Grau, a fim de que se adotem

de reconhecer a plena validade constitucional da motivação 'per os procedimentos necessários para que se chegue a uma

relationem'. Em conseqüência, o acórdão do Tribunal, ao adotar os composição amigável, nos termos do Ato da Presidência do TRT 7

fundamentos de ordem fático-jurídica mencionados nas contra- n. 420/2014.

razões recursais da Promotoria de Justiça - e ao invocá-los como Inviável a conciliação ou inexistindo interesse comum em conciliar,

expressa razão de decidir - revela-se fiel à exigência jurídico- uma vez decorrido o prazo legal, com ou sem a apresentação de

constitucional de motivação que se impõe ao Poder Judiciário na contrarrazões, deverão ser os autos remetidos ao Colendo Tribunal

formulação de seus atos decisórios. Precedentes.(HC 72.009/RS, Superior do Trabalho, independentemente de nova

Rel. Min. CELSO DE MELLO) [[...]" (STF - MS: 27350 DF , Relator: decisão/despacho.

Min. CELSO DE MELLO, Data de Julgamento: 29/05/2008, Data de À Divisão de Acórdãos e Recursos Processuais.

Publicação: DJe-100 DIVULG 03/06/2008 PUBLIC 04/06/2008) Fortaleza, 27 de fevereiro de 2020.

Por todo o exposto, inexistem elementos nos autos que justifiquem REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO

a reforma da sentença de origem. DESEMBARGADOR(A) VICE-PRESIDENTE, no exercício da

Nega-se provimento. Presidência

[...]".

À análise /jncf

Inicialmente, cumpre esclarecer que afronta a dispositivo da

Constituição Federal, autorizadora do conhecimento do recurso de Assinatura

revista, é aquela que se verifica de forma direta e literal, nos termos FORTALEZA, 3 de Março de 2020.

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Colendo Tribunal Superior do Trabalho, independentemente de

REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO nova decisão/despacho.

Desembargador(a) do Trabalho À Divisão de Acórdãos e Recursos Processuais.


Decisão Fortaleza, 02 de março de 2020.
Processo Nº RORSum-0001779-38.2018.5.07.0034
Relator MARIA JOSE GIRAO REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO
RECORRENTE M DIAS BRANCO S.A. INDUSTRIA E DESEMBARGADOR(A) VICE-PRESIDENTE, no exercício da
COMERCIO DE ALIMENTOS
ADVOGADO JULIANA DE ABREU TEIXEIRA(OAB: Presidência
13463/CE)
RECORRIDO JOCILENE ALVES DO NASCIMENTO
ADVOGADO NAIRA MARIA FARIAS /csac
MARTINS(OAB: 30504/CE)
PERITO JOSE DA SILVA BACELAR JUNIOR
Assinatura
Intimado(s)/Citado(s): FORTALEZA, 3 de Março de 2020.
- JOCILENE ALVES DO NASCIMENTO
- M DIAS BRANCO S.A. INDUSTRIA E COMERCIO DE
ALIMENTOS REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO

Desembargador(a) do Trabalho
Decisão
Processo Nº ROT-0000110-40.2019.5.07.0025
PODER JUDICIÁRIO Relator FRANCISCO JOSÉ GOMES DA
SILVA
JUSTIÇA DO TRABALHO RECORRENTE MUNICIPIO DE CRATEUS
ADVOGADO GABRIELLE SOARES MELO(OAB:
Fundamentação 39811/CE)
ADVOGADO EMANOELL YGOR COUTINHO DE
CASTRO(OAB: 25708/CE)
AGRAVO DE INSTRUMENTO RECORRIDO JOSE CLADENILSON MARTINS
ADVOGADO ANTONIO CARLOS CARDOSO
Lei 13.015/2014 SOARES(OAB: 8928/CE)
Lei 13.467/2017 CUSTOS LEGIS MINISTERIO PUBLICO DO
TRABALHO
Agravante(s): M DIAS BRANCO S.A. INDUSTRIA E COMERCIO

DE ALIMENTOS Intimado(s)/Citado(s):
- JOSE CLADENILSON MARTINS
Advogado(a)(s): JULIANA DE ABREU TEIXEIRA (CE - 13463)
- MUNICIPIO DE CRATEUS
Agravado(a)(s): JOCILENE ALVES DO NASCIMENTO

Advogado(a)(s): NAIRA MARIA FARIAS MARTINS (CE - 30504)

Vistos.

Mantenho a decisão agravada por seus próprios fundamentos. PODER JUDICIÁRIO

Notifique-se a parte contrária, para, no prazo legal, oferecer JUSTIÇA DO TRABALHO

resposta ao agravo e ao recurso principal. Fundamentação


No prazo de 8 (oito) dias a contar da intimação desta decisão,

também deverão as partes, querendo, manifestar interesse na RECURSO DE REVISTA


designação de audiência para fins conciliatórios. O silêncio será Lei 13.015/2014
interpretado como desinteresse. Lei 13.467/2017
Havendo anseio comum entre ao menos uma parte autora e uma Recorrente(s): MUNICIPIO DE CRATEUS
parte demandada, deverá ser o feito encaminhado ao Juízo Advogado(a)(s): GABRIELLE SOARES MELO (CE - 39811)
Conciliador dos Feitos em Segundo Grau, a fim de que se adotem EMANOELL YGOR COUTINHO DE CASTRO (CE - 25708)
os procedimentos necessários para que se chegue a uma Recorrido(a)(s): JOSE CLADENILSON MARTINS
composição amigável, nos termos do Ato da Presidência do TRT da Advogado(a)(s): ANTONIO CARLOS CARDOSO SOARES (CE -
7ª Região nº. 420/2014. 8928)
Inviável a conciliação ou inexistindo interesse comum em conciliar, PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS
uma vez decorrido o prazo legal, com ou sem a apresentação de Tempestivo o recurso (decisão publicada em 25/11/2019 - aba
contraminuta/contrarrazões, deverão ser os autos remetidos ao expediente e recurso apresentado em 17/12/2019 - ID. 7d98b45).

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 20
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Regular a representação processual (nos termos da Súmula nº 436 atos decisórios exarados e determinar a remessa dos autos à

do c. TST). origem, para que sejam encaminhados à Justiça Comum do Estado,

Isento de preparo (artigo 790-A, inciso I, da Consolidação das Leis nos termos do art. 64, do NCPC " .

do Trabalho c/c artigo 1º, inciso IV, do Decreto- Lei 779/69). Noutro ponto, requer "Subsidiariamente, que seja conhecido e

PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS provido o presente recurso, para julgar improcedente o adicional de

Nos termos do artigo 896-A da Consolidação das Leis do Trabalho, periculosidade, pois ausentes os requisitos de implementação do

cabe ao Tribunal Superior do Trabalho analisar se a causa oferece adicional de periculosidade, pois o mesmo não se enquadra na

transcendência em relação aos reflexos gerais de natureza categoria de vigilantes".

econômica, política, social ou jurídica. Colaciona arestos para confronto de teses.

Art. 896-A. [...] Consta do acórdão:

§ 1o São indicadores de transcendência, entre outros: "[...]

I - econômica, o elevado valor da causa; PRELIMINARMENTE

II - política, o desrespeito da instância recorrida à jurisprudência INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. INTERVALO

sumulada do Tribunal Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal INTRAJORNADA. VERBA TRABALHISTA. TEORIA DA

Federal; ASSERÇÃO. REJEITADA.

III - social, a postulação, por reclamante-recorrente, de direito social O recorrente suscita a incompetência da Justiça do Trabalho para

constitucionalmente assegurado; julgar o feito, sob o argumento de que a relação dos servidores com

IV - jurídica, a existência de questão nova em torno da interpretação o ente público municipal possui natureza nitidamente administrativa

da legislação trabalhista. e que sobre isso não há controvérsia instalada.

§ 2o Poderá o relator, monocraticamente, denegar seguimento ao Sem razão o recorrente.

recurso de revista que não demonstrar transcendência, cabendo A competência da justiça do Trabalho deve ser definida nos limites

agravo desta decisão para o colegiado. propostos pela petição inicial, ou seja, em razão da matéria alegada

§ 3o Em relação ao recurso que o relator considerou não ter no pedido e na causa de pedir. Dessa forma, de se acatar a decisão

transcendência, o recorrente poderá realizar sustentação oral sobre que dá pela competência absoluta da Justiça do Trabalho em razão

a questão da transcendência, durante cinco minutos em sessão. da matéria porque, no caso, a pretensão autoral é de natureza

§ 4o Mantido o voto do relator quanto à não transcendência do trabalhista, decorrendo daí a competência desta Justiça

recurso, será lavrado acórdão com fundamentação sucinta, que Especializada para processar e julgar a lide, nos termos do art. 114,

constituirá decisão irrecorrível no âmbito do tribunal. da Constituição Federal.

§ 5o É irrecorrível a decisão monocrática do relator que, em agravo "Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:

de instrumento em recurso de revista, considerar ausente a I - as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes

transcendência da matéria. de direito público externo e da administração pública direta e

§ 6o O juízo de admissibilidade do recurso de revista exercido pela indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos

Presidência dos Tribunais Regionais do Trabalho limita-se à análise Municípios."

dos pressupostos intrínsecos e extrínsecos do apelo, não Nesse passo, a Constituição da República estabelece ser da Justiça

abrangendo o critério da transcendência das questões nele do Trabalho a competência para julgar as demandas que envolvam

veiculadas." matéria de natureza trabalhista, ainda que o polo passivo seja

DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO TRABALHO / Jurisdição e ocupado por ente de direito público interno.

Competência / Competência / Competência da Justiça do Trabalho. Logo, consoante a Teoria da Asserção, a aferição dos pedidos, é

Remuneração, Verbas Indenizatórias e Benefícios / Adicional / realizada em abstrato, a partir da narrativa contida na peça de

Adicional de Periculosidade. ingresso da ação.

Alegação(ões): A teoria da asserção é a que melhor se coaduna com a

- violação do(s) inciso I do artigo 114 da Constituição Federal. característica abstrata do direito de ação e determina que a

- divergência jurisprudencial. legitimidade "ad causam" é a pertinência subjetiva para participar da

O recorrente requer, preliminarmente, "Seja acolhido o presente relação processual, que deve ser analisada de plano.

Recurso de Revista para fins de declarar a incompetência absoluta Assim, ajuizada a ação, a competência deve ser definida nos limites

da Justiça do Trabalho para julgar o feito, decretar a nulidade dos propostos pela petição inicial, ou seja, em razão da matéria alegada

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 21
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

no pedido e na causa de pedir, posicionamento dominante no Afirma que o recorrido "(...)Reclamantenão faz jus ao ADICIONAL

âmbito da Justiça do Trabalho. DE PERICULOSIDADE, pois não exerce atividade de

Não importa, a priori, se o ente demandado é ou não empregador, segurança/vigilância patrimonial dos bens públicos e não está

mas que a causa de pedir e o pedido tomem por base uma alegada exposto regularmente a situação de risco". Defende ainda que o

relação de emprego, pois, a nenhum outro ramo do Poder Judiciário adicional de periculosidade exige prova pericial.

cabe a apreciação de um pleito salarial, deduzido por alguém que Sem razão.

se diz empregado celetista de Ente Municipal. Com efeito, não se olvida a diferença entre as atividades exercidas

Dessa forma, não se pode declarar a incompetência absoluta da pelo vigia e pelo vigilante, posicionando-se a jurisprudência no

Justiça do Trabalho, porque a pretensão é de natureza trabalhista, sentido de ser devido o adicional de periculosidade apenas a este

decorrendo daí a competência desta Justiça Especializada, nos último.

termos do art. 114, da Constituição Federal de 1988, para processar Ocorre que, no caso vertente, relatou o reclamante na inicial que, a

e julgar a lide. despeito de ocupar a função de vigia, laborava sob condições

Por outro lado, com a devida vênia de eventual posicionamento em perigosas. Trouxe ainda o Laudo Técnico de Condições Ambientais

contrário, de se refutar o argumento de que o STF, ao apreciar a do Trabalho, elaborado pela Prefeitura Municipal de Crateús, no

ADIN N.º 3.395/DF, teria incluído na competência da Justiça qual são noticiadas as ocupações com direito ao adicional de

Comum o litígio judicial envolvendo toda e qualquer pessoa periculosidade, dentre ela incluindo-se a de vigia (ID.93f3519 ) .

contratada por Ente Público, seja a que título for, pois assim agindo Assim, diante de tal constatação, resta devido o adicional de

faria letra morta dos incisos I e II, do art. 37, da Carta Magna, que periculosidade.

admitem, expressamente, a existência de empregados públicos. Sobre a matéria, assim já decidiu este relator:

Nesse sentido, cite-se precedente de minha lavra: ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. VIGIA. MUNICÍPIO. Estando o

COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. TEORIA DA trabalhador em exposição permanente a roubos ou outras espécies

ASSERÇÃO - OFENSA À DECISÃO LIMINAR PROFERIDA PELO de violência física nas atividades profissionais de segurança

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NA ADIN N.º 3395-6 - pessoal ou patrimonial, faz jus ao pagamento do adicional de

INOCORRÊNCIA. Ainda que se venha a considerar válida a periculosidade, nos termos do artigo 193, inciso II, da CLT, alterado

instituição do regime administrativo no âmbito da municipalidade, o pela Lei n. 12.740/2012, a partir da data da regulamentação da lei

rol de pedidos deduzidos pela reclamante, com base nas pelo Anexo 3 da NR 16 do Ministério do Trabalho e Emprego.

disposições consolidadas, apresenta-se suficiente para atrair a (Recurso Ordinário: 0000284-19.2014.5.07.0027. Acórdão.

competência da Justiça do Trabalho para apreciar o feito, a teor do Desembargador Francisco José Gomes Da Silva. Data de

art. 114, inciso I, da Constituição Federal de 1988. Tal aferição, Julgamento: 07/12/2015. Data da Assinatura: 11/12/2015. Fonte:

consoante a Teoria da Asserção, é realizada em abstrato, a partir Pje- JT)

da narrativa contida na peça de ingresso da ação. Por outro lado, Cumpre observar que este Regional vem decidindo nesse sentido.

não há se falar em ofensa à exegese proferida pelo STF na liminar Mantém-se a sentença.

exarada nos autos da ADIN N.º 3.395-6/DF, pois a Suprema Corte Quanto a arguição da prova técnica, é falacioso o argumento de que

não generalizou, incluindo na competência da Justiça Comum toda não existiu, uma vez que o reclamante apresentou laudo técnico

e qualquer pessoa contratada por ente público, seja a que título for, utilizado em processo semelhante e o juiz aquiesceu. Veja trechos

pois, a ser assim, faria letra morta dos incisos I e II, do art. 37, da da decisão:

Carta Magna, que admitem, expressamente, a existência de [[...]2.1.4. Da prova emprestada

empregados públicos regidos pela CLT. Recurso conhecido e Com fundamento no princípio da economia processual defiro a

provido. (TRT 7ª Região, RO 345-46.2015.5.07.0025, utilização de prova emprestada (laudo técnico de ID. 93f3519), uma

Desembargador Relator: Francisco José Gomes da Silva, DJ vez que a perícia teve como objeto o mesmo da presente ação

14.09.2015) (vigia que exerce função no período noturno em prédio público),

Preliminar rejeitada. sendo certo que o artigo o artigo 472 do CPC autoriza o juiz a

MÉRITO dispensar a prova técnica quando as partes, na inicial e na

Argumenta o município, em resumo, que, conforme entendimento contestação, apresentarem, sobre as questões de fato, pareceres

jurisprudencial do TST, as atividades de vigia não são equiparadas técnicos ou documentos elucidativos que considerar suficientes.

às do vigilante e não geram direito ao adicional de periculosidade. Desta feita, entendo que a lide encontra-se muito bem instruída e

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 22
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

apta ao julgamento de mérito, não se justificando a realização de Dalazen, acórdão publicado no DEJT de 29/04/2016; TST-AIRR-163

nova perícia técnica, pelo que rejeito o pedido da reclamada neste -91.2013.5.11.0551, 5ª Turma, Relator Ministro João Batista Brito

aspecto..[[...] Pereira, acórdão publicado no DEJT de 22/04/2016; TST-AIRR-

Nada a rever. 1410-22.2013.5.07.0001, 6ª Turma, Relator Ministro Augusto C¿r

PARCELAS RETROATIVAS E REFLEXOS DO ADICIONAL DE Leite de Carvalho, acórdão publicado no DEJT de 06/05/2016; TST-

PERICULOSIDADE. AIRR-11680-81.2014.5.03.0163, 7ª Turma, Relator Ministro Cláudio

Aduz o município que a impossibilidade das parcelas do adicional Brandão, acórdão publicado no DEJT de 04/03/2016.

de periculosidade retroativas e dos reflexos dessas verbas nas Inviável, portanto, o conhecimento do recurso de revista porque a

demais, porquanto, seria necessário uma contrapartida do obreiro, e parte recorrente não atendeu o inciso I do § 1º-A do artigo 896 da

isso não aconteceu nesse caso. Equivoca-se. Consolidação das Leis do Trabalho, haja vista que, ao invés de

O obreiro iniciou suas atividades no Município por meio de concurso comprovar o prequestionamento com a transcrição textual e

público e foi admitido em 1/9/2007 na função de vigia do patrimônio destacada da tese adotada pela Turma para cada tema,

dos bens públicos do município. Entretanto, a condenação ao simplesmente transcreveu o inteiro teor do acórdão recorrido..

pagamento do adicional de periculosidade se refere ao período CONCLUSÃO

contratual vigente entre o ajuizamento da ação, 20/2/2019, e os Isto posto, DENEGO seguimento ao recurso de revista.

últimos 5 (cinco) anos imprescritos. Intime-se.

Logo, irretorquível a decisão. O obreiro desempenha a função há Publique-se.

mais de 5 (cinco), sendo reparado somente o interregno legal. À Divisão de Acórdãos e Recursos Processuais.

Assim, são devidas as parcelas retroativas e os reflexos em férias Fortaleza, 02 de março de 2020.

com o terço constitucional e 13º salário. REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO

[...]" DESEMBARGADOR(A) VICE-PRESIDENTE, no exercício da

À análise. Presidência

Não se viabiliza o recurso de revista, pois a parte recorrente não

transcreveu o trecho do acórdão que demonstraria o /jgtr

prequestionamento da controvérsia que pretende ver transferida à

cognição do Tribunal Superior do Trabalho. Assinatura

A exigência consiste em apontar o prequestionamento, salvo vício FORTALEZA, 3 de Março de 2020.

nascido na própria decisão, e comprová-lo com a transcrição textual

e destacada da tese adotada pela Turma. A jurisprudência REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO

predominante no Tribunal Superior do Trabalho tem definido que o Desembargador(a) do Trabalho

pressuposto legal não se atende com a mera indicação da folha do Decisão


Processo Nº AP-0001294-36.2016.5.07.0025
trecho do acórdão, da sinopse da decisão, da transcrição da Relator CLAUDIO SOARES PIRES
ementa, da parte dispositiva ou do inteiro teor do acórdão AGRAVANTE SA CAVALCANTE PARTICIPACOES
SA
recorrido . ADVOGADO WILLIANE GOMES PONTES
IBIAPINA(OAB: 12538/CE)
No sentido do acima exposto são os seguintes precedentes do
ADVOGADO RUBENS EMIDIO COSTA KRISCHKE
Tribunal Superior do Trabalho: TST-AIRR-1160-68.2014.5.02.0073, JUNIOR(OAB: 149172/RJ)
AGRAVADO MANOEL FERREIRA DE OLIVEIRA
Relator Ministro Cláudio Mascarenhas Brandão, julgado em
ADVOGADO ANTONIO COUTINHO SABOIA(OAB:
14/12/2016, 7ª Turma, acórdão publicado no DEJT de 03/02/2017; 20097/CE)
ADVOGADO ANTONIO BRUNO ROLIM CALDAS
TST-RR-18177-29.2013.5.16.0020 1ª Turma, Relator Ministro SABOIA(OAB: 30521/CE)
Walmir Oliveira da Costa, acórdão publicado no DEJT de
Intimado(s)/Citado(s):
29/04/2016; TST-AIRR-104-15.2014.5.08.0014, 2ª Turma, Relatora
- MANOEL FERREIRA DE OLIVEIRA
Ministra Maria Helena Mallmann, acórdão publicado no DEJT de - SA CAVALCANTE PARTICIPACOES SA
06/05/2016; TST-AIRR-10033-37.2014.5.14.0101, 3ª Turma, Relator

Ministro Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, acórdão

publicado no DEJT de 29/04/2016; TST-AIRR-10982-

58.2014.5.14.0005, 4ª Turma, Relator Ministro João Oreste

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 23
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

procedimentos a serem adotados quando da aplicação da multa.


PODER JUDICIÁRIO
Contudo, o aumento do valor da multa e a sua incidência sobre o
JUSTIÇA DO TRABALHO
valor total implica em desrespeitos ao devido processo legal,
Fundamentação implicando em enriquecimento ilícito da parte adversa, que obterá

beneficio além daquele previsto em lei".


RECURSO DE REVISTA Assevera que "é lícito e procedente o pedido de que sejam
Lei 13.015/2014 apurados os valores devidos com aplicação da multa prevista na
Recorrente(s): SA CAVALCANTE PARTICIPACOES SA legislação; afastando, pois, a penalidade em 100%; bem como a
Advogado(a)(s): WILLIANE GOMES PONTES IBIAPINA (CE - consideração dos valores já pagos".
12538) À análise
RUBENS EMIDIO COSTA KRISCHKE JUNIOR (RJ - 149172) Não se viabiliza o recurso de revista, pois a parte recorrente não
Recorrido(a)(s): MANOEL FERREIRA DE OLIVEIRA transcreveu o trecho do acórdão que demonstraria o
Advogado(a)(s): ANTONIO COUTINHO SABOIA (CE - 20097) prequestionamento da controvérsia que pretende ver transferida à
ANTONIO BRUNO ROLIM CALDAS SABOIA (CE - 30521) cognição do Tribunal Superior do Trabalho.
PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS A exigência consiste em apontar o prequestionamento, salvo vício
Tempestivo o recurso (decisão publicada em 30/08/2019 - aba nascido na própria decisão, e comprová-lo com a transcrição textual
expedientes e recurso apresentado em 11/09/2019 - ID. 75edf23). e destacada da tese adotada pela Turma. A jurisprudência
Regular a representação processual (ID. 18bd34b). predominante no Tribunal Superior do Trabalho tem definido que o
O juízo está garantido (ID. ae34492). pressuposto legal não se atende com a mera indicação da folha do
PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS trecho do acórdão, da sinopse da decisão, da transcrição da
Esclarece-se, inicialmente, que, via de regra, a admissibilidade do ementa, da parte dispositiva ou do inteiro teor do acórdão recorrido.
recurso de revista interposto contra acórdão proferido em agravo de No sentido do acima exposto são os seguintes precedentes do
petição depende de demonstração inequívoca de ofensa direta e Tribunal Superior do Trabalho: TST-AIRR-1160-68.2014.5.02.0073,
literal de norma da Constituição Federal, nos termos do artigo 896, Relator Ministro Cláudio Mascarenhas Brandão, julgado em
§ 2º, da CLT, e Súmula nº 266 do TST. As exceções recentemente 14/12/2016, 7ª Turma, acórdão publicado no DEJT de 03/02/2017;
criadas pela Lei 13.015/2014, não abrangem a hipótese dos autos TST-RR-18177-29.2013.5.16.0020 1ª Turma, Relator Ministro
(art. 896, §10, CLT - "Cabe recurso de revista por violação a lei Walmir Oliveira da Costa, acórdão publicado no DEJT de
federal, por divergência jurisprudencial e por ofensa à Constituição 29/04/2016; TST-AIRR-104-15.2014.5.08.0014, 2ª Turma, Relatora
Federal nas execuções fiscais e nas controvérsias da fase de Ministra Maria Helena Mallmann, acórdão publicado no DEJT de
execução que envolvam a Certidão Negativa de Débitos 06/05/2016; TST-AIRR-10033-37.2014.5.14.0101, 3ª Turma, Relator
Trabalhistas (CNDT), criada pela Lei no 12.440, de 7 de julho de Ministro Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, acórdão
2011"). publicado no DEJT de 29/04/2016; TST-AIRR-10982-
Alegações que não sejam constitucionais serão, portanto, 58.2014.5.14.0005, 4ª Turma, Relator Ministro João Oreste
consideradas como meros argumentos de reforço. Dalazen, acórdão publicado no DEJT de 29/04/2016; TST-AIRR-163
DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO TRABALHO / Liquidação / -91.2013.5.11.0551, 5ª Turma, Relator Ministro João Batista Brito
Cumprimento / Execução. Pereira, acórdão publicado no DEJT de 22/04/2016; TST-AIRR-
Alegação(ões): 1410-22.2013.5.07.0001, 6ª Turma, Relator Ministro Augusto C.
- violação do(s) inciso II do artigo 5º da Constituição Federal. Leite de Carvalho, acórdão publicado no DEJT de 06/05/2016; TST-
Afirma que não há "qualquer fundamento legal ou razoável que AIRR-11680-81.2014.5.03.0163, 7ª Turma, Relator Ministro Cláudio
justifique a aplicação da multa de 100% determinada sobre o juízo e Brandão, acórdão publicado no DEJT de 04/03/2016.
de uma multa aplicada sobre o valor total da execução, Inviável o conhecimento do recurso de revista porque a parte
especialmente que possa utilizar como argumento a ideia de a recorrente não atendeu o inciso I do § 1º-A do artigo 896 da
determinação contida no inciso II do §5º do art. 916 do CPC, é Consolidação das Leis do Trabalho.
passível de interpretações além do que a literal". CONCLUSÃO
Sustenta que "Ao fixar os procedimentos e limites previstos para a Isto posto, DENEGO seguimento ao recurso de revista.
aplicação do parcelamento, o legislador delimitou com clareza os Intime-se.

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 24
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Publique-se. 2. WIND POWER ENERGIA S/A - EM RECUPERACAO JUDICIAL

À Divisão de Acórdãos e Recursos Processuais. Advogado(a)(s): 1. FLÁVIO CESAR WEYNE DA CUNHA (CE -

Fortaleza, 27 de fevereiro de 2020. 10579)

REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO Vistos.

DESEMBARGADOR(A) VICE-PRESIDENTE, no exercício da Mantenho a decisão agravada por seus próprios fundamentos.

Presidência Notifique-se a parte contrária, para, no prazo legal, oferecer

resposta ao agravo e ao recurso principal.

/ecs No prazo de 8 (oito) dias a contar da intimação desta decisão,

também deverão as partes, querendo, manifestar interesse na

Assinatura designação de audiência para fins conciliatórios. O silêncio será

FORTALEZA, 3 de Março de 2020. interpretado como desinteresse.

Havendo anseio comum entre ao menos uma parte autora e uma

REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO parte demandada, deverá ser o feito encaminhado ao Juízo

Desembargador(a) do Trabalho Conciliador dos Feitos em Segundo Grau, a fim de que se adotem
Decisão os procedimentos necessários para que se chegue a uma
Processo Nº ROT-0001426-90.2015.5.07.0005
Relator FERNANDA MARIA UCHOA DE composição amigável, nos termos do Ato da Presidência do TRT da
ALBUQUERQUE
7ª Região nº. 420/2014.
RECORRENTE ENERGIMP S.A.
ADVOGADO TULIO CLAUDIO IDESES(OAB: Inviável a conciliação ou inexistindo interesse comum em conciliar,
95180/RJ)
uma vez decorrido o prazo legal, com ou sem a apresentação de
ADVOGADO NESTOR SOUSA FACUNDO(OAB:
18505/CE) contraminuta/contrarrazões, deverão ser os autos remetidos ao
RECORRENTE JOSE CARLOS DE OLIVEIRA
FRANCO Colendo Tribunal Superior do Trabalho, independentemente de
ADVOGADO FLÁVIO CESAR WEYNE DA nova decisão/despacho.
CUNHA(OAB: 10579-A/CE)
RECORRIDO ENERGIMP S.A. À Divisão de Acórdãos e Recursos Processuais.
ADVOGADO TULIO CLAUDIO IDESES(OAB: Fortaleza, 27 de fevereiro de 2020.
95180/RJ)
ADVOGADO NESTOR SOUSA FACUNDO(OAB: REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO
18505/CE)
DESEMBARGADOR(A) VICE-PRESIDENTE, no exercício da
RECORRIDO WIND POWER ENERGIA S/A - EM
RECUPERACAO JUDICIAL Presidência
RECORRIDO JOSE CARLOS DE OLIVEIRA
FRANCO
ADVOGADO FLÁVIO CESAR WEYNE DA /fpp
CUNHA(OAB: 10579-A/CE)

Intimado(s)/Citado(s): Assinatura
- ENERGIMP S.A. FORTALEZA, 3 de Março de 2020.
- JOSE CARLOS DE OLIVEIRA FRANCO

REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO

Desembargador(a) do Trabalho
PODER JUDICIÁRIO Decisão
Processo Nº ROT-0001769-37.2017.5.07.0031
JUSTIÇA DO TRABALHO
Relator CLAUDIO SOARES PIRES
RECORRENTE VULCABRAS AZALEIA - CE,
Fundamentação CALCADOS E ARTIGOS
ESPORTIVOS S/A
ADVOGADO JOSEFA MARIA ARAUJO VIANA DE
AGRAVO DE INSTRUMENTO ALENCAR(OAB: 6481-A/CE)
RECORRIDO PAULO ROBERTO PATRICIO
Lei 13.015/2014 SANTOS
Lei 13.467/2017 ADVOGADO SUENIA ANDRADE DE SOUZA LIMA
MEDEIROS(OAB: 24578-A/CE)
Agravante(s): 1. ENERGIMP S.A.

Advogado(a)(s): 1. TULIO CLAUDIO IDESES (RJ - 95180) Intimado(s)/Citado(s):


- PAULO ROBERTO PATRICIO SANTOS
1. NESTOR SOUSA FACUNDO (CE - 18505)
- VULCABRAS AZALEIA - CE, CALCADOS E ARTIGOS
Agravado(a)(s): 1. JOSE CARLOS DE OLIVEIRA FRANCO ESPORTIVOS S/A

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 25
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO

PODER JUDICIÁRIO Desembargador(a) do Trabalho

JUSTIÇA DO TRABALHO
Decisão
Processo Nº ROT-0001776-22.2017.5.07.0001
Relator MARIA JOSE GIRAO
Fundamentação RECORRENTE AURIMAR BARROSO BRITO
ADVOGADO MARCELO AUGUSTO FERNANDES
DA SILVA(OAB: 25905/CE)
AGRAVO DE INSTRUMENTO ADVOGADO FRANCISCA JANE EIRE CALIXTO DE
ALMEIDA MORAIS(OAB: 6295/CE)
Lei 13.015/2014
ADVOGADO FLAVIO HENRIQUE LUNA
Lei 13.467/2017 SILVA(OAB: 31252/CE)
ADVOGADO LUIZA MARIA SOARES
Agravante(s): VULCABRAS AZALEIA - CE, CALCADOS E CAVALCANTE(OAB: 4711/CE)
ARTIGOS ESPORTIVOS S/A RECORRIDO COMPANHIA ENERGETICA DO
CEARA
Advogado(a)(s): JOSEFA MARIA ARAUJO VIANA DE ALENCAR ADVOGADO ANTONIO CLETO GOMES(OAB:
5864/CE)
(CE - 6481)

Agravado(a)(s): PAULO ROBERTO PATRICIO SANTOS Intimado(s)/Citado(s):


Advogado(a)(s): SUENIA ANDRADE DE SOUZA LIMA MEDEIROS - AURIMAR BARROSO BRITO
(CE - 24578) - COMPANHIA ENERGETICA DO CEARA

Vistos.

Mantenho a decisão agravada por seus próprios fundamentos.

Notifique-se a parte contrária, para, no prazo legal, oferecer PODER JUDICIÁRIO


resposta ao agravo e ao recurso principal. JUSTIÇA DO TRABALHO
No prazo de 8 (oito) dias a contar da intimação desta decisão,
Fundamentação
também deverão as partes, querendo, manifestar interesse na

designação de audiência para fins conciliatórios. O silêncio será


AGRAVO DE INSTRUMENTO
interpretado como desinteresse.
Lei 13.015/2014
Havendo anseio comum entre ao menos uma parte autora e uma
Lei 13.467/2017
parte demandada, deverá ser o feito encaminhado ao Juízo
Agravante(s): AURIMAR BARROSO BRITO
Conciliador dos Feitos em Segundo Grau, a fim de que se adotem
Advogado(a)(s): MARCELO AUGUSTO FERNANDES DA SILVA
os procedimentos necessários para que se chegue a uma
(CE - 25905)
composição amigável, nos termos do Ato da Presidência do TRT da
FRANCISCA JANE EIRE CALIXTO DE ALMEIDA MORAIS (CE -
7ª Região nº. 420/2014.
6295)
Inviável a conciliação ou inexistindo interesse comum em conciliar,
FLAVIO HENRIQUE LUNA SILVA (CE - 31252)
uma vez decorrido o prazo legal, com ou sem a apresentação de
LUIZA MARIA SOARES CAVALCANTE (CE - 4711)
contraminuta/contrarrazões, deverão ser os autos remetidos ao
Agravado(a)(s): COMPANHIA ENERGETICA DO CEARA
Colendo Tribunal Superior do Trabalho, independentemente de
Advogado(a)(s): ANTONIO CLETO GOMES (CE - 5864)
nova decisão/despacho.
Vistos.
À Divisão de Acórdãos e Recursos Processuais.
Mantenho a decisão agravada por seus próprios fundamentos.
Fortaleza, 02 de março de 2020.
Notifique-se a parte contrária, para, no prazo legal, oferecer
REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO
resposta ao agravo e ao recurso principal.
DESEMBARGADOR(A) VICE-PRESIDENTE, no exercício da
No prazo de 8 (oito) dias a contar da intimação desta decisão,
Presidência
também deverão as partes, querendo, manifestar interesse na

designação de audiência para fins conciliatórios. O silêncio será


/csac
interpretado como desinteresse.

Havendo anseio comum entre ao menos uma parte autora e uma


Assinatura
parte demandada, deverá ser o feito encaminhado ao Juízo
FORTALEZA, 3 de Março de 2020.
Conciliador dos Feitos em Segundo Grau, a fim de que se adotem

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os procedimentos necessários para que se chegue a uma Recorrente(s): 1. ANA REGIA DOS SANTOS PINTO

composição amigável, nos termos do Ato da Presidência do TRT da Advogado(a)(s): 1. RODRIGO GOUVEIA COIMBRA (PE - 24158)

7ª Região nº. 420/2014. Recorrido(a)(s): 1. BANCO BRADESCO S.A.

Inviável a conciliação ou inexistindo interesse comum em conciliar, 2. BRADESCO VIDA E PREVIDENCIA S.A.

uma vez decorrido o prazo legal, com ou sem a apresentação de Advogado(a)(s): 1. ANDRE LUIS ANDRADE DE OLIVEIRA (CE -

contraminuta/contrarrazões, deverão ser os autos remetidos ao 29223)

Colendo Tribunal Superior do Trabalho, independentemente de 1. ANDRE GRIPP CAMARA (CE - 35337)

nova decisão/despacho. 1. FRANCISCO SAMPAIO DE MENEZES JUNIOR (CE - 9075)

À Divisão de Acórdãos e Recursos Processuais. 2. FRANCISCO SAMPAIO DE MENEZES JUNIOR (CE - 9075)

Fortaleza, 02 de março de 2020. PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS

REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO Tempestivo o recurso (decisão publicada em 17/12/2019 - aba

DESEMBARGADOR(A) VICE-PRESIDENTE, no exercício da expediente e recurso apresentado em 17/12/2019 - ID. 7735117).

Presidência Regular a representação processual (ID. 117248f).

Desnecessário o preparo por se tratar de recurso interposto pela

/csac parte reclamante, beneficiária da justiça gratuita.

PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS

Assinatura Nos termos do artigo 896-A da Consolidação das Leis do Trabalho,

FORTALEZA, 3 de Março de 2020. cabe ao Tribunal Superior do Trabalho analisar se a causa oferece

transcendência em relação aos reflexos gerais de natureza

REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO econômica, política, social ou jurídica.

Desembargador(a) do Trabalho Art. 896-A. [...]


Decisão § 1o São indicadores de transcendência, entre outros:
Processo Nº ROT-0001511-09.2017.5.07.0037
Relator FRANCISCO TARCISIO GUEDES I - econômica, o elevado valor da causa;
LIMA VERDE JUNIOR
II - política, o desrespeito da instância recorrida à jurisprudência
RECORRENTE BRADESCO VIDA E PREVIDENCIA
S.A. sumulada do Tribunal Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal
ADVOGADO FRANCISCO SAMPAIO DE MENEZES
JUNIOR(OAB: 9075/CE) Federal;
RECORRENTE BANCO BRADESCO S.A. III - social, a postulação, por reclamante-recorrente, de direito social
ADVOGADO ANDRE LUIS ANDRADE DE
OLIVEIRA(OAB: 29223/CE) constitucionalmente assegurado;
ADVOGADO ANDRE GRIPP CAMARA(OAB: IV - jurídica, a existência de questão nova em torno da interpretação
35337/CE)
ADVOGADO FRANCISCO SAMPAIO DE MENEZES da legislação trabalhista.
JUNIOR(OAB: 9075/CE)
§ 2o Poderá o relator, monocraticamente, denegar seguimento ao
RECORRIDO ANA REGIA DOS SANTOS PINTO
ADVOGADO RODRIGO GOUVEIA COIMBRA(OAB: recurso de revista que não demonstrar transcendência, cabendo
24158/PE)
agravo desta decisão para o colegiado.

Intimado(s)/Citado(s): § 3o Em relação ao recurso que o relator considerou não ter

- ANA REGIA DOS SANTOS PINTO transcendência, o recorrente poderá realizar sustentação oral sobre
- BANCO BRADESCO S.A. a questão da transcendência, durante cinco minutos em sessão.
- BRADESCO VIDA E PREVIDENCIA S.A.
§ 4o Mantido o voto do relator quanto à não transcendência do

recurso, será lavrado acórdão com fundamentação sucinta, que

constituirá decisão irrecorrível no âmbito do tribunal.


PODER JUDICIÁRIO § 5o É irrecorrível a decisão monocrática do relator que, em agravo
JUSTIÇA DO TRABALHO de instrumento em recurso de revista, considerar ausente a

transcendência da matéria.
Fundamentação
§ 6o O juízo de admissibilidade do recurso de revista exercido pela

Presidência dos Tribunais Regionais do Trabalho limita-se à análise


RECURSO DE REVISTA
dos pressupostos intrínsecos e extrínsecos do apelo, não
Lei 13.015/2014
abrangendo o critério da transcendência das questões nele
Lei 13.467/2017

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veiculadas." imóveis, oferecendo serviços de débito automático e empréstimos,

Contrato Individual de Trabalho / Reconhecimento de Relação de tendo chegado inclusive a atender clientes nos caixas eletrônicos.

Emprego. Aduz a obreira que passados alguns meses da contratação, já em

Direito Coletivo / Enquadramento Sindical. pleno exercício de suas atividades, os reclamados lhe exigiram a

Alegação(ões): constituição de uma pessoa jurídica, para que, por intermédio dela,

- divergência jurisprudencial. fosse operada uma contratação entre empresas, com o objetivo de

A recursante pretende a reforma do acórdão regional no que toca bular a legislação trabalhista e previdenciária, ocultando a relação

ao não reconhecimento do vínculo de emprego com o banco empregatícia existente. Aduz que foi determinado pelos

reclamado. demandados que o tipo da sociedade deveria ser sociedade por

Para tanto, afirma que "Atente-se que a reclamante laborou para o cotas limitadas, inclusive com a exigência da figura de um sócio,

banco reclamado (mesmo empregador) por mais de 14 (catorze) condição que foi atribuída à sua irmã, cujo papel foi meramente

anos, de forma exclusiva, com pessoalidade, onerosidade, em sua decorativo, haja vista que não trabalhava para nenhum das

atividade fim, além de subordinação jurídica, quando tinha que reclamadas/reconvintes e nem mesmo podia atuar nas vendas dos

comparecer diariamente à agência bancária realizando diversas produtos do Grupo Bradesco, tampouco tinha acesso aos locais da

atividades." prestação de serviço.

Complementa aduzindo que "Os documentos também comprovam Assegura a obreira que as reclamadas/reconvintes permitiam

que a autora comercializava diversos produtos do banco Bradesco e apenas que fossem vendidos produtos do Grupo Bradesco,

encontrava-se subordinado ao gerente da agência e ainda realizava estipulando metas para cada tipo de produto, determinando o

funções de um verdadeiro empregado bancário, com metas, cumprimento de jornada de trabalho, a qual ocorria das 8h às 18h,

horários, pessoalidade, subordinação, habitualidade, onerosidade." das segundas-feiras às sextas-feiras, com apenas 30 (trinta)

Acrescenta que "Com efeito, considerando a negativa do vínculo minutos de intervalo para refeição e descanso. Afirma a

empregatício pelas reclamadas, mediante a oposição de fato trabalhadora que no dia a dia, era compelida a usar crachá de

extintivo do direito da autora, ou seja, o trabalho autônomo como identificação do Bradesco, a trajar vestimentas sociais completas, a

corretora de seguros, conclui-se que o onus probandi desse entregar diariamente relatórios de vendas, a atender telefonemas

caracter é imposto à parte promovida, nos termos do inciso II, do enquanto a agência estava fechada ao público, estando sujeita às

art. 373 do Código de Processo Civil e artigo 818 Consolidado, o mesmas restrições impostas aos empregados bancários comuns,

que não se desvencilhou a contento." notadamente no que se refere à condição de inexistência de

Colaciona arestos com vistas a demonstrar o dissenso restrições de crédito.

jurisprudencial alegado. Dessa forma, com base no art. 9º da Consolidação das Leis do

Consta do acórdão: Trabalho, a reclamante/reconvinda requer que seja declarada a

"[...] nulidade da contratação entabulada pelas reclamadas e, via de

VÍNCULO EMPREGATÍCIO. consequência, que seja reconhecida a existência da relação

A sentença de origem assim decidiu: empregatícia, haja vista estarem presentes todos os requisitos

"DO ENQUADRAMENTO FUNCIONAL DO exigidos pela legislação trabalhista. A obreira pretende ser

RECLAMANTE/RECONVINDA reconhecida como empregada bancária e, sucessivamente, como

Relata a parte reclamante/reconvinda que, após ser submetida a securitária.

testes pelo primeiro reclamado, dentre eles a realização de exames Assevera a parte reclamante/reconvinda que a partir de meados do

escritos e entrevista psicológica, em 25/3/2003 foi contratada para mês de fevereiro para março de 2017, o Banco resolveu retirar a

exercer a função de vendedora de seguros de vida e planos de venda de consórcios e planos de previdência privada do rol de suas

previdência privada, embora tenha sido qualificada como atividades, sendo esses itens responsáveis por mais de 80% da sua

Concessionária. A despeito disso, alega que sempre desenvolveu remuneração mensal, eis que os outros produtos negociados eram

também atividades típicas de bancários no interior das agências do de baixa rentabilidade, e o exercício das demais atividades não era

Banco Bradesco, atendendo aos clientes na abertura de contas remunerado. Por tal motivo, afirma que a situação ficou

correntes de pessoas físicas e jurídicas, de contas-poupança, insustentável, a ponto de ver-se obrigada a vir perante o Poder

efetuando cobranças, oferendo cartões de créditos, vendendo Judiciário requerer que seja declarada a rescisão indireta, em razão

títulos de capitalização, além de consórcios de automóveis e do cometimento das faltas graves dispostas nas alíneas "d" e "g" do

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art. 483 da Consolidação das Leis do Trabalho, optando por com a segunda reclamada/reconvinte, Bradesco Vida e Previdência

permanecer no emprego, como lhe faculta o parágrafo terceiro do S/A, declarando-a beneficiária das cláusulas integrantes das

art. 483 Consolidado. normas coletivas dos securitários.

Após o ajuizamento desta ação, a parte reclamante/reconvinda Segundo a teoria da distribuição do ônus probatório, a prova das

informou nos autos que teria se tornado impossível dar continuidade alegações incumbe à parte que as formular, cabendo à

ao labor, em face do clima hostil que se instalou no ambiente laboral reclamante/reconvinda demonstrar a existência da relação de

após a ciência dos reclamados acerca da presente reclamação, de emprego, desde que negada, pelo suposto empregador a prestação

modo que no dia 10/10/2017 resolveu se afastar do emprego e de serviço, sob qualquer forma jurídica.

aguardar a decisão deste feito. Porém, uma vez rechaçada a modalidade contratual sustentada

Em contestação, as reclamadas/reconvintes negaram pelo trabalhador, mas admitido labor sob rotulação jurídica diversa,

peremptoriamente a existência de vínculo de emprego. Asseveram ao empregador se transfere esse encargo, cabendo-lhe demonstrar

que a natureza da relação jurídica mantida entre a empresa de forma inconteste a relação de trabalho na ótica que defende, à

BRADESCO VIDA E PREVIDÊNCIA S/A e a reclamante/reconvinda luz do art. 818 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT c/c o

possui natureza eminentemente cível/comercial, haja vista que a inciso II do art. 373 do Código de Processo Civil - CPC, de

obreira exercia atividade autônoma de Corretor de Seguros de Vida aplicação supletiva e subsidiária ao processo do trabalho. Não se

e Previdência Privada, nos moldes da Lei nº 4.594/64, nunca tendo trata de impor ao empregador fazer prova negativa, mas, ao

desenvolvido nenhuma tarefa bancária ou securitária nem contrário, explicitar a certeza da natureza pactual por ele alegada.

trabalhado nas dependências do Banco Bradesco, conforme Inicialmente vale registrar que as consequências do reconhecimento

sustentado na exordial. da relação de emprego pretendida nesta ação são por demais

Salientam que a reclamante/reconvinda encontra-se regularmente comprometedoras, em face das obrigações que gera em desfavor

inscrita junto à Superintendência de Seguros Privados - SUSEP, da parte reclamada/reconvinte, e em virtude disso, as provas das

órgão que habilita o corretor de seguros a desenvolver suas alegações lançadas aos autos devem ser inquestionáveis.

atividades, conforme determina o Decreto-lei nº 73/66, No caso dos autos, é incontroverso que a reclamante/reconvinda

regulamentado pelo Decreto nº 60.459/67. Por essa razão, manteve relação de trabalho em benefício do grupo econômico que

entendem que o demandante jamais possuiu qualquer vínculo de pertencem as reclamada/reconvintes, restando somente a este

emprego. Magistrado definir a natureza jurídica dessa relação e, para isso,

Aduzem que a Lei nº 4.594/64, em seu art. 17, proíbe socorrer-me-ei ao conjunto probatório carreado aos autos.

expressamente o corretor de seguros de ser empregado de É cediço que para a configuração do vínculo empregatício, é

Empresa de Seguros ou Capitalização. necessário o preenchimento dos requisitos estabelecidos no caput

Também sustentam que os Decretos acima citados são claros em dos artigos 2º e 3º Consolidados, quais sejam: trabalho prestado por

proibirem, também, que o corretor seja empregado de uma empresa pessoa física, pessoalidade, não-eventualidade, onerosidade,

de seguros. subordinação jurídica e alteridade (o risco da atividade econômica

Dizem as reclamadas/reconvintes que a reclamante/reconvinda pertence ao empregador).

jamais teve sua jornada de trabalho controlada ou fiscalizada por No caso em testilha, diversamente do alegado pelas

quaisquer prepostos seus. Asseveram que não restaram reclamadas/reconvintes a prestação de serviços da

configurados os requisitos exigidos para a caracterização da relação reclamante/reconvinda não era caracterizada pela autonomia, muito

de emprego, quais sejam: subordinação, onerosidade, pessoalidade menos pela liberdade de negociação e isonomia entre os

e habitualidade. Segundo aduzem, a relação contratual se encerrou interessados que pudesse caracterizar um trabalho autônomo.

por iniciativa da trabalhadora. Longe disso. As provas carreadas aos autos demonstram que a

Pois bem. O pedido principal é o reconhecimento da existência do reclamante/reconvinda, na condição de concessionária, não seguia

vínculo empregatício com a primeira reclamada/reconvinte, Banco seus próprios desígneos na condução do trabalho, mas recebiam

Bradesco S/A, nos exatos termos do art. 224 da Consolidação das ordens superiores. Isso fica bastante claro no estabelecimento de

Leis do Trabalho, como beneficiário das cláusulas que integram as metas mensais de produção a serem cumpridas. A parte

normas coletivas dos bancários. Sucessivamente, caso seja reclamante/reconvinda juntou aos autos documentos que espelham

indeferido o pedido de enquadramento como bancária, requer a a imposição dessas metas, cobrança de resultados, entrega de

reclamante/reconvinda que o vínculo empregatício seja reconhecido relatórios diários. Outros documentos que foram anexados aos

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autos comprovam que o labor despendido pela final do ano é feito um reconhecimento; que se agência for alvo de

reclamante/reconvinda, era efetivamente dirigido pela parte um Bacen perderá a pontuação no ranking do POBJ"; Perguntas

reclamada/reconvinte, em especial na mensagem eletrônica onde a realizadas pelo Juízo: "Que trabalha para o 1º reclamado desde

administração do grupo econômico trata os concessionários como 17/12/2010; que nunca trabalhou para a 2ª reclamada; (...) que

seus "funcionários", pedindo seus empenhos na venda de produtos durante o período em questão a reclamante não trabalhou

do grupo empresarial. juntamente com a depoente (...) Pergunta s realizadas pelo

Alinhando-se à prova documental, os depoimentos prestados pela advogado que assiste a parte reclamante: "Que na agência existe

preposta e pela única testemunha convidada pela parte uma mesa que qualquer corretor poderá utilizar, inclusive de outras

reclamada/reconvinte, faz ruir por terra a tese da autonomia cidades; que na agência quem administra o POBJ é o gerente geral;

defendida pela defesa, corroborando a existência dos requisitos que o gerente sempre cobrou dos empregados da agência a

caracterizadores da relação de emprego noticiada na inicial, senão comercialização dos produtos, inclusive consórcios; (...) que não

vejamos: sabe a depoente se a reclamante realizou vendas de produtos que

Depoimento da preposta do 1º reclamado: Perguntas realizadas não fossem do Bradesco; (...)"

pelo advogado que assiste a parte reclamante: "(...) que os produtos O depoimento testemunhal supratranscrito revela de forma

vida e previdência, consórcio, cartão e capitalização fazem parte do inconteste que a reclamante trabalhava como subordinada ao

POBJ; que o gerente geral é o responsável por gerir o POBJ; que gerente geral da agência, cumpria jornada de trabalho, utilizava os

POBJ significa programa de objetivos da organização; que os móveis e utensílios pertencentes ao Banco para prestação de seus

produtos incluídos no POBJ também servirão de base para o serviços, contribuindo de forma direta com o seu trabalho para a

ranking entre agencias ressaltando que não apenas entre agências premiação da agência, através de metas que eram aferidas pelo

regionais, mas sim a nível nacional; que a partir do início de 2017, o Programa de Objetivos do Banco - POBJ. Sua subordinação era

produto consórcio e previdência passou a ser vendido pelos direta ao primeiro reclamado.

empregados do Bradesco S/A; (...) que o gerente geral em reunião Inclusive, ficou demonstrado que existe as metas da agência e que

com os empregados informa os produtos que devem ser todos aqueles que vendem produtos que alavancam referidas metas

negociados para atingir o POBJ; que o banco reclamado fornece sejam cobrados para o seu atingimento. Com isso, não restam

mesa, cadeira e um computador para o corretor, ressalta a dúvidas de que a reclamante/reconvinda era submetida às mesmas

depoente que esse procedimento é feito semelhante ao que se faz cobranças de todos os demais trabalhadores da agência bancária.

com qualquer terceirizado, salienta ainda que a mesa e os demais É oportuno destacar também que o fato de a reclamação movida

bens citados são colocados em local distinto de onde trabalha os pelo Sr. Ilo Terceiro Alcantara Moreira Junior ter sido julgada

empregados do banco; diz que há um terminal telefônico á improcedente não afeta a conclusão a ser obtida neste feito, visto

disposição do corretor, mas a linha é disponibilizada através de um que naquela ação foi produzido um conjunto probatório específico

PABX, e que quando de uma ligação não há o toque nesse terminal, capaz de autorizar o não reconhecimento da existência da relação

e caso a pessoa deseje falar com o corretor a ligação é transferida; de emprego. Diferentemente, na presente reclamação as provas

que para o corretor fazer uma ligação ele clica o zero, puxa a linha e são por demais suficientes para autorizar o reconhecimento da

procede à ligação; que o local afastado fica no mesmo salão da relação de emprego, eis que restaram demonstrados os requisitos

agência; (...)" legais exigidos para sua existência.

Primeira testemunha arrolada pela parte reclamada, Sr(a). O que se conclui então, a partir da prova produzida nos presentes

KUELISSA BEZERRA BEM GREGÓRIO: "Que a depoente conhece autos, é que restou amplamente comprovado que a

o POBJ; que o POBJ é o programa de objetivos de desempenho do reclamante/reconvinda não tinha liberdade para dirigir a sua

banco; que o banco faz o fechamento para seu objetivo no ano atividade, mas a realizava sob as ordens e fiscalização da parte

subsequente e com isso ele avalia os itens que compõe o POBJ; reclamada/reconvinte, restando caracterizada a subordinação

que no eixo negócios dentro do POBJ existem: investimentos, jurídica, principal requisito caracterizador da avença empregatícia. A

créditos, tudo que é comercializado pela agencia esta dentro do continuidade e a onerosidade são incontroversas nos autos. As

POBJ; que existem também no POBJ o eixo qualidade; que esses 2 reclamadas/reconvintes reconhecem a "prestação de serviços" de

eixos geram pontuações; que os produtos seguro de vida, forma contínua e a retribuição pecuniária sob a forma de comissão.

previdência e consorcio fazem parte das pontuações; que as Sendo assim, tem-se que o conjunto de provas carreado aos autos

pontuações ervem para classificar as agencias e os gerentes, e no não tem o condão de afastar a presunção de veracidade dos fatos

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alegados pela reclamante/reconvinda, decorrente da aplicação dos convencer este Magistrado de que a reclamante/reconvinda, de

efeitos da confissão ficta à parte reclamada/reconvinte. Pelo fato, exercia atividades típicas de bancários, devendo ser

contrário, todos os elementos probantes nos leva a concluir que as enquadrada nessa categoria especial de empregados. Por ilação,

provas orais produzidas corroboram a tese posta na exordial. todos os seus direitos trabalhistas e as verbas resilitórias deverão

Ademais, em que pese a existência de previsão legal impeditiva do ser quitados com base nos direitos próprios da categoria

reconhecimento do vínculo de emprego invocada pelos supracitada.

demandados, tal previsão não pode beneficiar justamente os DECLARO, pois, que a relação jurídica mantida entre os litigantes

infratores da norma. Frise-se, ademais, que as vedações previstas foi de natureza empregatícia e, por consequência, reconheço o

nos arts. 17 da Lei n° 4.594/64 e 9º do Decreto nº 56.903/65 vínculo de emprego entre a reclamante/reconvinda, ANA REGIA

(vedação aos corretores de assumirem posição de empregado de DOS SANTOS PINTO e o BANCO da BRADESCO S/A no período

empresas de seguros ou capitalização) têm por escopo assegurar a de 25/3/2003 a 10/10/2017, restando, portanto, prejudicado o

autonomia destes profissionais frente às sociedades seguradoras, pedido sucessivo formulado em face da Bradesco Vida e

de modo a possibilitar independência funcional, mormente na Previdência S/A.

defesa dos interesses dos clientes consumidores. Diante disso, os No tocante à forma de ruptura contratual, a própria parte

referidos dispositivos legais jamais poderiam ser manejados para reclamada/reconvinte confessou que, de fato, o Banco retirou da

camuflar verdadeira relação de emprego, uma vez que desvirtuaria reclamante/reconvinda a venda de produtos, passando para

até mesmo o fim para o qual foram editados. responsabilidade dos empregados formalizados, senão vejamos:

Dentre os princípios que norteiam o direito do trabalho, temos o da Depoimento da preposta do 1º reclamado: Perguntas realizadas

primazia da realidade, segundo o qual, o julgador deve investigar a pelo advogado que assiste a parte reclamante:"(...) que a partir do

prática concreta efetivada ao longo da prestação de serviços, início de 2017, o produto consórcio e previdência passou a ser

independente da vontade eventualmente manifestada pelas partes vendido pelos empregados do Bradesco S/A; esclarece a depoente

na respectiva relação jurídica. A prática habitual tem o condão de que qualquer pessoa a nível Brasil pode vender consórcios; que

alterar o contrato inicialmente pactuado, gerando direitos e anteriormente os corretores vendiam consórcio e previdência; (...)"

obrigações novos às partes contratantes. A única testemunha inquirida confirmou tais assertivas, conforme se

Diante do acima expendido, em homenagem ao princípio da vê nos trechos do seu depoimento a seguir transcritos:

primazia da realidade, declaro que o contrato que existiu entre os Primeira testemunha arrolada pela parte reclamada, Sr(a).

litigantes caracterizou-se, na sua essência, pela existência de KUELISSA BEZERRA BEM GREGÓRIO: "(...) que previdência e

vínculo de natureza empregatícia, mormente porque revelou-se que seguro de vida eram comercializados pelos corretores, há

o Grupo Bradesco impunha o estabelecimento de metas e cobrava aproximadamente 1 ano os corretores não negociam mais

os resultados às "concessionárias", controlando e supervisionando previdência; esclarece a depoente que o seguro de vida é

seus trabalhos, horários e ausências, o que não se coaduna com a comercializado pelos corretores porque é preciso ter o SUSEP; que

natureza e execução do contrato de corretagem autônoma, como os corretores tambem comercializam consórcio, assim como

pretende fazer crer a defesa. qualquer pessoa, ressaltando que previdência e consórcio os

O que se extrai dos autos é que a reclamante/reconvinda esteve corretores não mais negociam, isso deixou de ser negociados por

diretamente subordinada à gerência geral da agência bancária e, eles há aproximadamente 1 ano; (...)"

além de vender produtos vinculados à segunda reclamada, no caso, Portanto, não restam dúvidas de que a parte reclamada/reconvinte,

seguros de vida, vendia uma gama de produtos disponibilizados além de ter descumprido obrigações contratuais, reduziu o trabalho

exclusivamente pelo primeiro reclamado. Sendo assim, mostra-se da reclamante/reconvinda de modo que afetou sensivelmente a

forçoso reconhecer que sua relação empregatícia ocorreu com o quantia mensal por ela auferida.

primeiro reclamado, visto que a segunda reclamada figurou apenas Portanto, entendo que tais condutas se amoldam com perfeição às

como empresa interposta para contratação da obreira. diretrizes inseridas nas alíneas "d" e "g" do art. 483 da Consolidação

Diante das razões acima expendidas e em homenagem ao princípio das Leis do Trabalho, o que nos autoriza a declarar a rescisão

da primazia da realidade, declaro que o contrato que existiu entre os indireta do contrato de trabalho nos termos postulados na inicial.

litigantes caracterizou-se, na sua essência, pela existência de Destaque-se que, a despeito de a parte reclamada/reconvinte ter

vínculo de natureza empregatícia. juntado aos autos um documento denominado de "Notificação da

O conjunto probatório produzido nos autos foi suficiente para Rescisão" (fls. 1606), em seus termos não há nenhuma referência

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de que teria a trabalhadora externado a pretensão de romper o (entre pessoas jurídicas que exercem, com autonomia, atividade

pacto até então estabelecido. econômica).

Por todo o exposto, RECONHEÇO que a parte Vale salientar, inclusive, que a prova documental não confirma a

reclamada/reconvinte incorreu nas faltas graves dispostas nas narrativa inicial de que a prestação de serviços teria se iniciado

alíneas "d" e "g" do art. 483 da Consolidação das Leis do Trabalho somente em 25/03/2003 (a data alegada na inicial foi 25/03/2013,

e, por conseguinte, DECLARO que a relação de emprego discutida porém foi oferecida e admitida emenda na audiência de fls.

neste feito se extinguiu por meio de rescisão indireta ocorrida em 1791/1793), quando a prova documental revela que a reclamante,

10/10/2017, nos exatos termos pretendidos pela obreira, devendo a por intermédio de sua empresa (A REGIS CORRETORA DE

empresa reclamada arcar com o pagamento das verbas rescisórias SEGUROS LTDA ME) teria começado a perceber pagamentos e,

relativas a essa modalidade de ruptura contratual." portanto, prestar serviços, a partir de dezembro/2003.

As reclamadas sustentam, em síntese, que a autora exercia a Passa-se à apreciação da prova oral.

atividade autônoma de corretora de seguros, com registro na O depoimento da parte autora indica, no mínimo, uma certa

SUSEP, nunca tendo desenvolvido a atividade bancária ou laborado inverossimilhança da tese inicial, uma vez que, na peça de ingresso,

como empregada para quaisquer das reclamadas. é dito que a reclamante realizava a abertura de contas de pessoas

Aponta, com base nas provas produzidas, a ausência dos requisitos físicas e jurídicas), enquanto que no depoimento pessoal reconhece

configurados da relação de empregatícia. -se que essa atividade não era efetivamente desenvolvida pela

À análise. demandante:

As reclamadas comprovam (fls. 1491/1531) que, desde "que a depoente ajudava na abertura de contas para pessoas

dezembro/2003, paga comissões para a A REGIS CORRETORA naturais; que a depoente não tinha acesso ao sistema do banco

DE SEGUROS LTDA ME (CNPJ 05.885.602/0001-97), empresa na para abertura de contas pessoa natural, e por essa razão não sabe

qual a parte reclamante é sócia majoritária (95% do capital social) e o passo a passo para esse procedimento").

administradora, vide contrato social de fls. 1563/1567. Afinal, quem, em tese, realizava abertura de contas deveria saber

As reclamadas demonstram, ainda, que, ao menos desde explicar os detalhes procedimentais atinentes.

09/12/2005, foi pactuado/formalizado acordo operacional entre a O depoimento pessoal da primeira reclamada, por outro lado,

segunda ré (BRADESCO VIDA E PREVIDENCIA S.A.) e a A REGIS aponta que havia um espaço, dentro das agências do BANCO

CORRETORA DE SEGUROS LTDA ME (CNPJ 05.885.602/0001- BRADESCO, destinado aos corretores:

97), na qual são regulados os direitos e obrigações das partes na "que o banco reclamado fornece mesa, cadeira e um computador

atividade que esta exercia de angariação e intermediação de para o corretor, ressalta a depoente que esse procedimento é feito

contratos de seguro de vida em qualquer de suas modalidades e de semelhante ao que se faz com qualquer terceirizado, salienta ainda

planos de previdência privada, operados ou instituídos pela que a mesa e os demais bens citados são colocados em local

BRADESCO VIDA E PREVIDENCIA S.A. distinto de onde trabalha os empregados do banco; diz que há um

No contrato, não foi combinada exclusividade da A REGIS terminal telefônico à disposição do corretor, mas a linha é

CORRETORA DE SEGUROS LTDA ME na comercialização de disponibilizada através de um PABX, e que quando de uma ligação

produtos da seguradora BRADESCO VIDA E PREVIDENCIA S.A., não há o toque nesse terminal, e caso a pessoa deseje falar com o

tendo sido, por outro lado, disponibilizada àquela o uso dos canais corretor a ligação é transferida; que para o corretor fazer uma

disponibilizados por esta, para fins de melhor efetivar a venda de ligação ele clica o zero, puxa a linha e procede à ligação; que o

produtos da BRADESCO VIDA E PREVIDENCIA S.A. local afastado fica no mesmo salão da agência".

Foi comprovado, também, que a reclamante possui, desde Ora, o simples fato de corretores venderem produtos que também

09/07/2003, o necessário registro na SUSEP (Superintendência de estavam incluídos nas metas da agência não implica, por si só, na

Seguros Privados) para exercício da profissão de corretor de ocorrência de subordinação da autora perante as reclamadas. A

seguros (art. 123 do Decreto-lei do Decreto 73/1966), conforme disponibilização de um espaço de trabalho para os corretores nas

documento de fl. 1560. agências da primeira demandada (o que é confirmado tanto pelo

Assim, a prova documental confirma a tese defensiva de que a depoimento pessoal da primeira ré quanto pela testemunha ouvida)

relação entre a reclamante e a BRADESCO VIDA E PREVIDENCIA também não significa que havia subordinação da parte reclamante,

S.A. seria de prestação de serviços autônomos, até mesmo porque em sua atuação, às reclamadas.

o liame formal firmado entre as partes foi de cunho empresarial Tais elementos, apesar de servirem de indício de ocorrência de uma

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possível subordinação, são inconclusivos, mormente diante da reclamante que comprovou ser tratada como uma verdadeira

sólida prova documental produzida. empregada (pessoalidade, subordinação, não eventual e

Ademais, a prova oral revela, ao contrário do que alega a autora, remuneração). Fica o registro! Daí requer a embargante que seja

que não havia confusão entre os empregados e os corretores em analisado quem detinha o ônus da prova e se foi desvencilhado".

atuação na agência, havendo um espaço de atividades e de Em relação ao ponto, o acórdão expressamente entendeu "que as

atuação separado e diferenciado. Não há, por outro lado, promovidas se desincumbiram do encargo probatório de demonstrar

demonstração sobre a ocorrência de qualquer forma de a ocorrência de relação de trabalho autônoma, devendo, por

subordinação direta (imposição de horário, cobrança frequente de consequência, ser dado provimento ao apelo das reclamadas, a fim

metas, obediência a determinações de chefias das reclamadas etc.) de se julgar improcedentes os pedidos iniciais". Ou seja, o acórdão

ou sobre a imposição de "pejotização" ou qualquer outra fraude foi claro ao atribuir às reclamadas o encargo de comprovar a

formal decorrente de determinação das rés. ocorrência de relação de trabalho autônoma e ao entender que as

Nesse contexto, entende-se que as promovidas se desincumbiram demandadas se desincumbiram desse ônus.

do encargo probatório de demonstrar a ocorrência de relação de Em prosseguimento, a parte autora salienta que a testemunha

trabalho autônoma, devendo, por consequência, ser dado ouvida no feito teria demonstrado a ocorrência de subordinação: "A

provimento ao apelo das reclamadas, a fim de se julgar subordinação dava-se tanto no plano jurídico, pois o autor estava

improcedentes os pedidos iniciais. sujeito a direção da atividade pelo empregador, como no estrutural,

Dá-se provimento. pois ainda que houvesse certa flexibilidade de horário, a atividade

Diante do não reconhecimento do vínculo empregatício, restam do reclamante estava totalmente integrada a atividade-fim dos

prejudicados os pedidos reconvencionais. demandados e sujeita as metas e objetivos superiores. Em suma, a

CONCLUSÃO DO VOTO reclamante não era típica trabalhadora autônoma, gerente de seu

Recurso da parte reclamada conhecido e parcialmente provido. próprio negócio e dono dos meios de produção, MAS um

DISPOSITIVO empregado comum. Diante de tudo que foi exposto, cabe a este E.

ACORDAM OS INTEGRANTES DA TERCEIRA TURMA DO TRT responder as seguintes indagações: Qual seria a atividade-fim

TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 7ª REGIÃO, por do demandados? Atendimentos aos clientes e comercialização de

unanimidade, conhecer do recurso ordinário das partes reclamadas todos os produtos do banco fazem parte dessa atividade-fim? As

e, no mérito, dar-lhe parcial provimento, a fim de julgar tarefas do autor beneficiavam diretamente os demandados? A

improcedentes os pedidos iniciais. venda dos produtos do banco pode ser considerada uma atividade

Custas processuais de R$4.000,00, calculadas sobre o valor fundamental para a instituição? Com a devida permissão, as

atribuído à causa, a cargo da parte reclamante, porém dispensadas, respostas sinalizam em um único sentido, portanto, faz parte de sua

tendo em vista ser a demandante beneficiária da justiça gratuita, atividade-fim."

consoante deferido em sentença. Em relação ao ponto, entende-se que alguns esclarecimentos

Participaram do julgamento os Desembargadores Fernanda Maria merecem ser realizados. Não há dúvidas de que a atividade da

Uchôa de Albuquerque (presidente), José Antonio Parente da Silva parte reclamante estava inserida dentro da atividade-fim das

e Francisco Tarcisio Guedes Lima Verde Junior. Presente ainda reclamadas e de que estas eram beneficiárias da força de trabalho

representante do Ministério Público do Trabalho. da demandante. A questão toda é que houve a compreensão, com

Fortaleza, 12 de setembro de 2019 base no cotejo entre a prova documental e oral, no sentido de que a

FRANCISCO TARCISIO GUEDES LIMA VERDE JUNIOR autora teria autonomia no desenvolvimento de suas atividades.

Relator No que diz respeito ao relato da testemunha apontada, salienta-se

[...]" que, a circunstância de o gerente geral administrar o "programa de

E, nos embargos de declaração, assim pontuou a Turma objetivos de desempenho do banco" (POBJ) - e não há dúvidas de

julgadora: que os produtos vendidos pela reclamante estavam inseridos nesse

"[...] programa que, afinal, segunda a própria testemunha, "tudo que é

MÉRITO comercializado pela agência esta dentro do POBJ" -, não altera a

A parte reclamante sustenta que "caberiam aos reclamados o ônus conclusão alçada no acórdão no sentido de que não houve a

de provar que as atividades da reclamante se dava de forma "demonstração sobre a ocorrência de qualquer forma de

autônoma, o que não ocorreu nos autos, pelo contrário, a subordinação direta (imposição de horário, cobrança frequente de

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metas, obediência a determinações de chefias das reclamadas etc.) Inexistiu, entre as partes, qualquer contrato equiparado ao contrato

ou sobre a imposição de 'pejotização' ou qualquer outra fraude de trabalho previsto na CLT.

formal decorrente de determinação das rés". Isso porque esse [[...]

"administrar" não significa que o gerente geral comandava a A reclamante nunca prestou serviços ao Banco Bradesco S/A,

atividade dos corretores. nunca exerceu qualquer atividade bancária como aplicação de

Por outro lado, se o simples fato de a prestação de serviços ocorrer recursos em poupança, CDB, concessão de empréstimos,

na área-fim e em prol do banco caracterizasse subordinação autenticação de título, boletos e tributos, realização de pagamentos,

estrutural, isso implicaria no necessário reconhecimento do vínculo gestão de numerários de agências, abertura de conta corrente,

empregatício, com o tomador, de todos os corretores e venda de cartão de crédito, liberação de talonário de cheques ou

correspondentes bancários, o que não seria razoável e engessaria qualquer outra operação controlada pelo banco, se limitava a parte

excessivamente a dinâmica das relações negociais. Por tal motivo, autora a comercializar seguros, produtos estes oferecidos pela

avaliou-se a existência de vínculo empregatício tomando por base a Bradesco Vida e Previdência S/A, empresa completamente distinta."

ocorrência ou não de subordinação direta com as rés. Nesse contexto, como a tese defensiva era de negativa de

A reclamante argumenta, ainda, que "o objeto da ação é justamente prestação de serviços da autora em relação ao primeiro reclamado

o reconhecimento do vínculo de emprego, diante das questões de (BANCO BRADESCO S.A.), não se pode considerar que a ausência

fatos que envolveu a relação do dia a dia da reclamante e o banco de conhecimento, pela preposta do banco, sobre a rotina de

reclamado, dentro da agência bancária, pelo que o preposto do trabalho da demandante implica em confissão "ficta".

banco deveria (dever legal) de ter conhecimento como se dava, mas O desconhecimento fático, nesse caso, é justificado e compatível

optou por desconhecer por completo o dia a dia da reclamante com a tese defensiva, uma vez que não é exigível, nem razoável,

(mais de 14 anos de trabalho dentro da agência bancária). São que o preposto da reclamada possuísse informações sobre o labor

condições elementares para um preposto ter conhecimento como se de uma pessoa que, em tese, sequer prestou serviços para a

dava o labor da reclamante junto ao banco reclamado, de modo que primeira demandada.

representa o cerne do conflito de interesses em exame, logo, não é Assim, deve ser afastada a confissão "ficta" aplicada pelo juízo de

escusável que o preposto não tivesse conhecimento acerca desse origem."

fato, máxime quando na peça contestatória a reclamada cuidou de Por fim, a promovente aponta que o "MM. Juízo deferiu as provas

especificar como se dava o labor da reclamante (as atribuições), emprestadas juntadas por ambas as partes contidas nos autos e

nem se tinha empresa, nem em que agência trabalhou, nem horário não foram verificadas pelo douto julgador quando do julgamento do

etc. Desse modo, requer que o nobre desembargador se pronuncie Recurso Ordinário patronal, pelo que merece também que seja

acerca da matéria no sentido de saber se o preposto precisa ou não verificado para que haja um julgamento a contento."

ter conhecimentos dos fatos que envolvem o litígio". Em relação ao ponto, não se constata nenhuma omissão, uma vez

Em relação ao ponto, o acórdão já apreciou, com clareza, a que a parte sequer indica especificamente quais provas teriam

controvérsia posta, inexistindo qualquer omissão: deixado de ser apreciadas e, ademais, também não demonstra a

"A contestação das reclamadas apresenta a seguinte tese fática (fl. relevância das aludidas provas emprestadas para infirmar as

1754): conclusões alçadas pelo acórdão.

"Entre a reclamante e os Reclamados jamais existiu vínculo Assim, entende-se inexistir qualquer mácula na decisão

empregatício que pudesse ensejar as pretensões da Autora. (omissão/contradição/obscuridade) impugnada, razão pela qual não

Na realidade Excelência, o BRADESCO VIDA E PREVIDÊNCIA SA podem os embargos declaratórios ser acolhidos.

firmou contrato de natureza cível/comercial - com a reclamante, no Nega-se provimento, portanto, prestando-se, contudo, os

qual o contratado, ora Reclamante, poderia angariar clientes e esclarecimentos supra.

promover a venda dos produtos fornecidos pelo contratante. CONCLUSÃO DO VOTO

A reclamante exercia a atividade autônoma de Corretor de Seguros, Voto por conhecer dos embargos declaratórios da parte autora e, no

nunca tendo desenvolvido nenhuma atividade bancária ou mérito, negar-lhes provimento, prestando-se, contudo, os

securitária, como quer fazer crer em sua petição inicial. esclarecimentos constantes na fundamentação.

Competia aa [[sic] autora apenas promover a venda de produtos do DISPOSITIVO

Bradesco Vida e Previdência SA, sem com isto manter qualquer dos ACORDAM OS INTEGRANTES DA TERCEIRA TURMA DO

elementos essenciais para caracterizar relação de emprego. TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 7ª REGIÃO, por

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Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

RECORRIDO JOSE AUGUSTO MACEDO DE


unanimidade, conhecer dos embargos declaratórios da parte autora FREITAS
ADVOGADO ROBERTA UCHOA DE SOUZA(OAB:
e, no mérito, negar-lhes provimento, prestando-se, contudo, os 9349/CE)
esclarecimentos constantes na fundamentação. Participaram do ADVOGADO Anatole Nogueira Sousa(OAB:
22578/CE)
julgamento os Desembargadores Fernanda Maria Uchôa de ADVOGADO Carlos Antonio Chagas(OAB: 6560/CE)
Albuquerque (presidente), Maria José Girão e Francisco Tarcisio ADVOGADO PATRICIO WILIAM ALMEIDA
VIEIRA(OAB: 7737/CE)
Guedes Lima Verde Junior. Presente ainda representante do ADVOGADO JOAO VIANEY NOGUEIRA
MARTINS(OAB: 15721/CE)
Ministério Público do Trabalho.
ADVOGADO ANA VIRGINIA PORTO DE
Fortaleza, 28 de novembro de 2019 FREITAS(OAB: 9708/CE)

FRANCISCO TARCISIO GUEDES LIMA VERDE JUNIOR


Intimado(s)/Citado(s):
Relator
- BANCO DO BRASIL SA
[...]" - JOSE AUGUSTO MACEDO DE FREITAS
À análise

Observa-se que o entendimento manifestado pela Turma está

assentado no substrato fático-probatório existente nos autos. Para


PODER JUDICIÁRIO
se concluir de forma diversa seria necessário revolver fatos e
JUSTIÇA DO TRABALHO
provas, propósito insuscetível de ser alcançado nesta fase

processual, à luz da Súmula 126 do Tribunal Superior do Trabalho. Fundamentação

As assertivas recursais de que restou provada a presença dos

elementos caracterizadores da relação de emprego com o Banco AGRAVO DE INSTRUMENTO

Bradesco S.A. não encontram respaldo na moldura fática retratada Lei 13.015/2014

na decisão recorrida, o que afasta a tese de violação aos preceitos Lei 13.467/2017

da legislação federal e de divergência jurisprudencial. Agravante(s): BANCO DO BRASIL SA

CONCLUSÃO Advogado(a)(s): ALINE SANTOS DA SILVA (CE - 39921)

Isto posto, DENEGO seguimento ao recurso de revista. ANTONIO DE PADUA DE SOUSA RAMOS JUNIOR (PI - 4445)

Intime-se. ANDRESSA LICAR FERNANDES (MA - 9459)

Publique-se. Agravado(a)(s): JOSE AUGUSTO MACEDO DE FREITAS

À Divisão de Acórdãos e Recursos Processuais. Advogado(a)(s): ROBERTA UCHOA DE SOUZA (CE - 9349)

Fortaleza, 27 de fevereiro de 2020. ANATOLE NOGUEIRA SOUSA (CE - 22578)

REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO CARLOS ANTONIO CHAGAS (CE - 6560)

DESEMBARGADOR(A) VICE-PRESIDENTE, no exercício da PATRICIO WILIAM ALMEIDA VIEIRA (CE - 7737)

Presidência JOAO VIANEY NOGUEIRA MARTINS (CE - 15721)

ANA VIRGINIA PORTO DE FREITAS (CE - 9708)

/jncf Vistos.

Mantenho a decisão agravada por seus próprios fundamentos.

Assinatura Notifique-se a parte contrária, para, no prazo legal, oferecer

FORTALEZA, 3 de Março de 2020. resposta ao agravo e ao recurso principal.

No prazo de 8 (oito) dias a contar da intimação desta decisão,

REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO também deverão as partes, querendo, manifestar interesse na

Desembargador(a) do Trabalho designação de audiência para fins conciliatórios. O silêncio será

Decisão interpretado como desinteresse.


Processo Nº ROT-0001783-81.2017.5.07.0011
Havendo anseio comum entre ao menos uma parte autora e uma
Relator CLAUDIO SOARES PIRES
RECORRENTE BANCO DO BRASIL SA parte demandada, deverá ser o feito encaminhado ao Juízo
ADVOGADO ANTONIO DE PADUA DE SOUSA Conciliador dos Feitos em Segundo Grau, a fim de que se adotem
RAMOS JUNIOR(OAB: 4445/PI)
ADVOGADO ANDRESSA LICAR os procedimentos necessários para que se chegue a uma
FERNANDES(OAB: 9459/MA)
composição amigável, nos termos do Ato da Presidência do TRT da
ADVOGADO ALINE SANTOS DA SILVA(OAB:
39921-B/CE) 7ª Região nº. 420/2014.

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 35
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Inviável a conciliação ou inexistindo interesse comum em conciliar, TEREZA CHRISTINNI VASCONCELOS DE OLIVEIRA (CE - 21753)

uma vez decorrido o prazo legal, com ou sem a apresentação de PATRICIA FERREIRA FREITAS (CE - 30715)

contraminuta/contrarrazões, deverão ser os autos remetidos ao Recorrido(a)(s): CAIXA ECONOMICA FEDERAL

Colendo Tribunal Superior do Trabalho, independentemente de Advogado(a)(s): LUIZ ARTHUR MARQUES SOARES (CE - 7521)

nova decisão/despacho. RAFAELLE PORTELA DE ARRUDA COELHO (CE - 13525)

À Divisão de Acórdãos e Recursos Processuais. PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS

Fortaleza, 02 de março de 2020. Tempestivo o recurso (decisão publicada em 22/11/2019 - aba

REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO expediente e recurso apresentado em 04/12/2019 - ID. 4226379).

DESEMBARGADOR(A) VICE-PRESIDENTE, no exercício da Regular a representação processual (ID. 233ddb8).

Presidência Dispensado o preparo, em razão do pleito recursal de concessão

dos benefícios da gratuidade judiciária. (inteligência do que

/csac preceituado na OJ 269, da SBDI-I e no art. 99, §7º, do CPC/2015).

PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS

Assinatura Nos termos do artigo 896-A da Consolidação das Leis do Trabalho,

FORTALEZA, 3 de Março de 2020. cabe ao Tribunal Superior do Trabalho analisar se a causa oferece

transcendência em relação aos reflexos gerais de natureza

REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO econômica, política, social ou jurídica.

Desembargador(a) do Trabalho Art. 896-A. [...]


Decisão § 1o São indicadores de transcendência, entre outros:
Processo Nº ROT-0001355-36.2016.5.07.0011
Relator JEFFERSON QUESADO JUNIOR I - econômica, o elevado valor da causa;
RECORRENTE CAIXA ECONOMICA FEDERAL II - política, o desrespeito da instância recorrida à jurisprudência
ADVOGADO Luiz Arthur Marques Soares(OAB:
7521/CE) sumulada do Tribunal Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal
ADVOGADO RAFAELLE PORTELA DE ARRUDA Federal;
COELHO(OAB: 13525/CE)
RECORRIDO MARIA IRACY BARRETO MEDEIROS III - social, a postulação, por reclamante-recorrente, de direito social
ADVOGADO MARCELO MAGALHAES constitucionalmente assegurado;
FERNANDES(OAB: 10108-A/CE)
ADVOGADO MATHEUS MENDES REZENDE(OAB: IV - jurídica, a existência de questão nova em torno da interpretação
15581/CE)
da legislação trabalhista.
ADVOGADO TEREZA CHRISTINNI
VASCONCELOS DE OLIVEIRA(OAB: § 2o Poderá o relator, monocraticamente, denegar seguimento ao
21753/CE)
ADVOGADO PATRICIA FERREIRA FREITAS(OAB: recurso de revista que não demonstrar transcendência, cabendo
30715/CE)
agravo desta decisão para o colegiado.

Intimado(s)/Citado(s): § 3o Em relação ao recurso que o relator considerou não ter

- CAIXA ECONOMICA FEDERAL transcendência, o recorrente poderá realizar sustentação oral sobre
- MARIA IRACY BARRETO MEDEIROS a questão da transcendência, durante cinco minutos em sessão.

§ 4o Mantido o voto do relator quanto à não transcendência do

recurso, será lavrado acórdão com fundamentação sucinta, que

PODER JUDICIÁRIO constituirá decisão irrecorrível no âmbito do tribunal.

JUSTIÇA DO TRABALHO § 5o É irrecorrível a decisão monocrática do relator que, em agravo

de instrumento em recurso de revista, considerar ausente a


Fundamentação
transcendência da matéria.

§ 6o O juízo de admissibilidade do recurso de revista exercido pela


RECURSO DE REVISTA
Presidência dos Tribunais Regionais do Trabalho limita-se à análise
Lei 13.015/2014
dos pressupostos intrínsecos e extrínsecos do apelo, não
Lei 13.467/2017
abrangendo o critério da transcendência das questões nele
Recorrente(s): MARIA IRACY BARRETO MEDEIROS
veiculadas."
Advogado(a)(s): MARCELO MAGALHAES FERNANDES (CE -
Remuneração, Verbas Indenizatórias e Benefícios / Gratificação /
10108)
Gratificação de Função.
MATHEUS MENDES REZENDE (CE - 15581)

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 36
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Alegação(ões): gratificação é eventual, posto que é paga enquanto o empregado

- divergência jurisprudencial. estiver lotado na unidade, variando seu valor de acordo com a

A recorrente sustenta que "Por mais que a parcela "Porte" tenha unidade.

sido repassada pelo exercício da função gratificada entre julho/2010 Ora, é sabido que o c. Tribunal Superior do Trabalho, em nome do

até março/2016, ou seja, durante 6 anos, a reclamante exerceu princípio da estabilidade financeira, reconhece aos empregados o

funções gratificadas por mais de 10 anos, sendo a parcela porte direito à incorporação da função gratificada exercida por dez anos

INTEGRANTE DA BASE DE CÁLCULO DO ADICIONAL DE ou mais (v. inciso I da Súmula 372). Vejamos:

INCORPORAÇÃO, que FOI CALCULADO SEM CONSIDERAR O "Gratificação de função. Supressão ou redução. Limites.

PORTE EM SUA BASE, O QUE É ERRADO, POIS TAL RUBRICA I - Percebida a gratificação de função por dez ou mais anos pelo

SEMPRE FOI CONTRAPRESTAÇÃO PELA GRATIFICAÇÃO DE empregado, se o empregador, sem justo motivo, revertê-lo a seu

FUNÇÃO. É inconteste nos autos que a reclamante exerceu por cargo efetivo, não poderá retirar-lhe a gratificação tendo em vista o

mais de dez anos função gratificada, fato este não impugnado pela princípio da estabilidade financeira."

reclamada. In casu, é incontroverso o recebimento da verba "Porte Unidade -

Por fim, aduz que "Diante do exposto e considerando que a norma Função Gratificada" por período inferior a dez anos, uma vez que,

interna da reclamada se demonstra mais favorável à autora quanto conforme se verifica nos contracheques (Id 03b866e), a reclamante

a dualidade normativa quanto a metódica do cálculo da passou a perceber a mencionada rubrica somente em julho/2010,

incorporação (média últimos 10 anos x média últimos 5 anos), a recebendo até março de 2016.

reclamante pede seja o presente recurso julgado totalmente Desse modo, e tendo-se em conta que a gratificação de função

procedente para modificar in totum o acórdão vergastado, haja vista "Porte Unidade" foi concedida por menos de 06 (seis) anos, ou seja,

a transcendência política relacionada à súmula nº 372 deste C. TST, tempo inferior aquele disposto na Súmula nº 372 do TST, não há

convertendo o mérito da demanda para inteira procedência, que se falar em incorporação da gratificação recebida pela autora,

determinando, outrossim, a incorporação (reintegração) da parcela pelo que deve ser reformada a sentença, julgando improcedentes

porte à remuneração da autora, pela média quinquenal, bem como todos os pedidos constantes da presente reclamatória.

seu pagamento, no vencido e vincendo, a partir da supressão Prejudicada a análise dos demais tópicos do recurso.

(março/2016) até a efetiva reintegração ao salário, com os CONCLUSÃO DO VOTO

conseguintes reflexos em todas as parcelas que possuem como Considerando que a reclamante recebeu a gratificação "Porte de

base a gratificação pela função, a exemplo do 13º, 1/3 férias, VG- Unidade" por período inferior a dez anos, não há que se falar em

GIP, RSR, ATS, horas extras laboradas, LP's e APIP's e FGTS." incorporação da gratificação recebida pela autora, devendo ser

Aponta dissenso jurisprudencial. reformada a sentença, para julgar improcedentes todos os pedidos

Consta do acórdão: constantes da presente reclamatória. Custas invertidas.

"[...] DISPOSITIVO

II - MÉRITO ACORDAM OS DESEMBARGADORES INTEGRANTES DA 2ª

O Juízo de origem entendeu que a gratificação "Porte de Unidade" TURMA DO TRIBUNAL DO TRABALHO DA 7ª REGIÃO, por

possui natureza salarial e era quitada com habitualidade, devendo, unanimidade, conhecer do recurso e dar-lhe provimento, para julgar

portanto, ser incorporada ao salário, condenando a reclamada a improcedentes todos os pedidos constantes da presente

incorporar ao salário da autora a rubrica "Porte de Unidade", pela reclamatória. Custas invertidas.

média ponderada dos valores recebidos nos últimos cinco anos, Participaram do julgamento os Exmos. Srs. Desembargadores

bem como pagar as diferenças salariais, vencidas e vincendas, a Francisco José Gomes da Silva (Presidente), Jefferson Quesado

partir de março de 2016 (data da supressão da rubrica "Porte de Junior (Relator) e Cláudio Soares Pires. Presente ainda o(a)

Unidade"), bem como os reflexos em 13º salário, férias, FGTS, Exmo(a). Sr(a). membro do Ministério Público do Trabalho.

gratificação por temo de serviço, horas extras, APIP e licença Fortaleza, 04 de novembro de 2019.

prêmio. JEFFERSON QUESADO

Pugna a recorrente pelo julgamento improcedente dos pedidos, haja Desembargador Relator

vista que a gratificação em questão só passou a existir em [...]"

01.07.2010, não tendo, portanto, direito a autora à incorporação, À análise

posto que recebeu bem menos que dez anos. Aduz que referida Observa-se que o entendimento manifestado pela Turma está

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assentado no substrato fático-probatório existente nos autos. Para


PODER JUDICIÁRIO
se concluir de forma diversa seria necessário revolver fatos e
JUSTIÇA DO TRABALHO
provas, propósito insuscetível de ser alcançado nesta fase

processual, à luz da Súmula 126 do Tribunal Superior do Trabalho. Fundamentação

As assertivas recursais de que o exercício em função gratificada

deu-se por mais de dez anos não encontram respaldo na moldura RECURSO DE REVISTA

fática retratada na decisão recorrida, o que afasta a tese de violação Lei 13.015/2014

aos preceitos da legislação federal e de divergência jurisprudencial. Lei 13.467/2017

Denega-se, pois, seguimento. Recorrente(s): ITAU UNIBANCO S.A.

CONCLUSÃO Advogado(a)(s): MOISES NETO DE OLIVEIRA (CE - 8012)

Isto posto, DENEGO seguimento ao recurso de revista. BARBARA GREYCE RODRIGUES PEREIRA (CE - 23697)

Intime-se. Recorrido(a)(s): MARCELLA TEIXEIRA PIRES

Publique-se. Advogado(a)(s): ARTUR RIBEIRO DE OLIVEIRA (CE - 19605)

À Divisão de Acórdãos e Recursos Processuais. PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS

Fortaleza, 28 de fevereiro de 2020. Tempestivo o recurso (decisão publicada em 22/11/2019 - aba

REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO expediente e recurso apresentado em 03/12/2019 - ID. 39938b2).

DESEMBARGADOR(A) VICE-PRESIDENTE, no exercício da Regular a representação processual (ID. 18283e9; bc2bafd).

Presidência Satisfeito o preparo (ID(s). 6986b43, 60ecfe3, d16ae78, 6ee7064 e

2c8d901).

/jncf PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS

Nos termos do artigo 896-A da Consolidação das Leis do Trabalho,

Assinatura cabe ao Tribunal Superior do Trabalho analisar se a causa oferece

FORTALEZA, 3 de Março de 2020. transcendência em relação aos reflexos gerais de natureza

econômica, política, social ou jurídica.

REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO Art. 896-A. [...]

Desembargador(a) do Trabalho § 1o São indicadores de transcendência, entre outros:

Decisão I - econômica, o elevado valor da causa;


Processo Nº ROT-0001375-39.2016.5.07.0007
II - política, o desrespeito da instância recorrida à jurisprudência
Relator PAULO REGIS MACHADO BOTELHO
RECORRENTE MARCELLA TEIXEIRA PIRES sumulada do Tribunal Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal
ADVOGADO ARTUR RIBEIRO DE OLIVEIRA(OAB: Federal;
19605/CE)
RECORRENTE ITAU UNIBANCO S.A. III - social, a postulação, por reclamante-recorrente, de direito social
ADVOGADO MOISES NETO DE OLIVEIRA(OAB: constitucionalmente assegurado;
8012/CE)
ADVOGADO BARBARA GREYCE RODRIGUES IV - jurídica, a existência de questão nova em torno da interpretação
PEREIRA(OAB: 23697/CE)
da legislação trabalhista.
RECORRIDO ITAU UNIBANCO S.A.
ADVOGADO MOISES NETO DE OLIVEIRA(OAB: § 2o Poderá o relator, monocraticamente, denegar seguimento ao
8012/CE)
recurso de revista que não demonstrar transcendência, cabendo
ADVOGADO BARBARA GREYCE RODRIGUES
PEREIRA(OAB: 23697/CE) agravo desta decisão para o colegiado.
RECORRIDO MARCELLA TEIXEIRA PIRES
§ 3o Em relação ao recurso que o relator considerou não ter
ADVOGADO ARTUR RIBEIRO DE OLIVEIRA(OAB:
19605/CE) transcendência, o recorrente poderá realizar sustentação oral sobre
TESTEMUNHA LUCYENE CHRISTINA PIMENTA DA
SILVA a questão da transcendência, durante cinco minutos em sessão.

§ 4o Mantido o voto do relator quanto à não transcendência do


Intimado(s)/Citado(s):
recurso, será lavrado acórdão com fundamentação sucinta, que
- ITAU UNIBANCO S.A.
- MARCELLA TEIXEIRA PIRES constituirá decisão irrecorrível no âmbito do tribunal.

§ 5o É irrecorrível a decisão monocrática do relator que, em agravo

de instrumento em recurso de revista, considerar ausente a

transcendência da matéria.

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§ 6o O juízo de admissibilidade do recurso de revista exercido pela 224 da CLT.

Presidência dos Tribunais Regionais do Trabalho limita-se à análise Todavia, contrariamente à conclusão a que chegara o Julgador de

dos pressupostos intrínsecos e extrínsecos do apelo, não Primeiro Grau, constata-se que a reclamante, a despeito de sua

abrangendo o critério da transcendência das questões nele designação formal para esse mister, não desempenhava efetiva

veiculadas." função de confiança.

Duração do Trabalho / Horas Extras / Cargo de Confiança. É o que se extrai à leitura do depoimento prestado pelo preposto da

Alegação(ões): instituição financeira reclamada, abaixo parcialmente transcrito:

- Contrariedade à(ao) : Súmula nº 287 do Tribunal Superior do "que exerce na reclamada a função de representante legal, sendo

Trabalho. lotada na unidade do reclamada situada na Avenida Bezerra de

- divergência jurisprudencial. Menezes, nº 30, setor jurídico trabalhista; que a reclamante já

- violação ao art. 224, §2º da CLT. trabalhou na agência Bezerra de Menezes, porém depoente e

Alega o recorrente que "Enquanto o acórdão recorrido afasta a reclamante trabalhavam em setores diferentes; que o supervisor

fidúcia diferenciada da autora, mesmo que incontroversa a atividade operacional é o responsável pelo numerário de toda a base da

de coordenação de caixas, assinatura de cheques administrativos e unidade, ou seja, é o chefe dos caixas; que em caso de

de responsabilidade pelo numerário da agência, o acórdão necessidade o supervisor poderá atuar na função de caixa; que a

paradigma caminha em sentido oposto, determinando o reclamante não atuou como caixa na agência Bezerra de Menezes;

enquadramento na exceção do art. 224, §2º da CLT, inclusive pelo (...) que a autoridade máxima de uma unidade do banco reclamado

fato de que o reclamante daquele processo assinava cheque é o gerente geral comercial e da área operacional é o gerente

administrativo - ainda que em conjunto com outro gerente ." operacional; que abaixo do gerente operacional está o supervisor,

Em complemento, assevera que "Enquanto o acórdão recorrido bem como os caixas da unidade; que o supervisor e os caixas são

NÃO considera o exercício de cargo de confiança mediana da parte subordinados ao gerente operacional; que o assessor operacional

recorrida, que ocupava cargo de SUPERVISOR OPERACIONAL, empresa é subordinado ao gerente de plataforma; que como

afastando a aplicação da exceção prevista no §2º, do art. 224, da assessora operacional empresa a reclamante não tinha

CLT, os acórdãos paradigmas, diante da mesma hipótese fática, subordinados; que no período em que exerceu a função de

afasta o pleito em horário extraordinário, por considerar que supervisora a reclamante tinham como subordinados todos os

presentes atribuições de relevo aptas a ensejar a aplicação imediata caixas; que a supervisora tinha poderes para advertir verbalmente

do art. 224, §2º, da CLT, bem como da Súmula 287 desse C. TST. um caixa, em caso de necessidade; que em caso de aplicação de

Assim, ao contrário do que entendeu a Egrégia Turma a quo, NÃO é suspensão a competência era do gerente operacional; (...) que na

exigível que os ocupantes de cargo de confiança mediana condição de assessora operacional empresa a reclamante não tinha

detenham poderes de mando e gestão, ou mesmo os de admitir, poderes para punir funcionário, visto que não tinha subordinado;

demitir e aplicar penalidades a eventuais subordinados." que o supervisor pode assinar cheque administrativo; que o

Finda aduzindo que "Desta forma, comprovada a flagrante ofensa assessor operacional também pode assinar cheque administrativo

ao art. 224, §2º, da CLT, à Súmula 287, do TST, bem como com o gerente; que todo gerente pode assinar cheque

divergência jurisprudencial, requer-se o conhecimento e provimento administrativo; que o gerente pode assinar cheque administrativo

deste recurso pelas alíneas "a" e "c" do art. 896, da CLT." isoladamente, enquanto os assessores só podem assinar

Consta do acórdão: conjuntamente com os gerentes; (...) que como supervisora

"[...] operacional a reclamante tinha procuração outorgada pelo banco;

2. MÉRITO que como assessora a reclamante salvo engano tinha procuração

2.1 RECURSO DA RECLAMANTE outorgada pelo banco; que todo supervisor e assessor fazem

2.1.1 Das horas extras (7ª e 8ª), no período em que exercida a vendas de produtos do banco dentro da sua área de atuação; que a

função de Supervisora Operacional reclamante como assessora operacional empresa assessora o

A Sentença recorrida negou o pagamento, como extras, das 7ª e 8ª gerente de plataforma e empresa, enquanto que como supervisora

horas trabalhadas no período em que a autora desempenhara o é a responsável pelo numerário da unidade, conforme acima

ofício de Supervisora Operacional (de 01/04/2015 a 11/08/2015), ao mencionado." (Ata ID a202d07).

entendimento de que esta seria uma função de confiança, o que Como se percebe, o preposto até procura corroborar a linha de

atrairia a aplicação da regra exceptiva estabelecida no § 2º do art. argumentação da defesa, asseverando que o Supervisor

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Operacional possui empregados subordinados e realiza tarefas Operacional", função de confiança, com grau de fidúcia especial. A

revestidas de maior grau de confiança, porém algumas passagens tese de confiança intermediária ou mediata não passa de uma

de seu depoimento denunciam a inexistência de uma fidúcia tentativa frustrada de contornar o limite legal (seis horas), impondo

especial no desempenho desse mister: o preposto informa que o à trabalhadora uma jornada de oito horas, sem remunerá-la para tal.

Supervisor Operacional tem poderes para advertir verbalmente um No Direito Laboral, vigora o princípio da primazia da realidade,

Caixa, mas uma suspensão só poderia ser imposta pelo Gerente razão pela qual os documentos encartados (na quase totalidade

Operacional; o Supervisor pode assinar cheque administrativo, o unilaterais) não têm o condão de mudar a realidade, prevalecendo,

que também é permitido ao Assessor Operacional, que não é portanto, a premissa de que a reclamante no seu dia a dia atuava

função de confiança; a reclamante teria uma procuração outorgada de forma técnica, sem qualquer resquício da incorporação de uma

pelo Banco, no entanto esse documento não veio aos autos; demais fidúcia especial.

disso, um Assessor Operacional também possuía essa outorga de O conjunto probatório induz à convicção de que as atribuições de

poderes; por fim, o depoente admite que tanto o Supervisor como o "Supervisor Operacional" são meramente técnicas, desprovidas de

Assessor vendem produtos do Banco. elementos que qualifiquem tal função como cargo de confiança.

Não se vê, portanto, uma diferenciação muito nítida no grau de Nesse cenário, a gratificação percebida pelo exercício das

confiança depositado pela instituição em face do Assessor atribuições respectivas remunera apenas o trabalho exercido com

Operacional, em comparação com o Supervisor Operacional. maiores responsabilidades, mas nem de longe serve para qualificá-

Registre-se que a prova oral, composta dos depoimentos de duas la como de confiança, razão pela qual não há que se falar em

testemunhas, indicadas pelas partes litigantes, nada pode restituição ou compensação pelas horas laboradas acima da

esclarecer a respeito da controvérsia em análise, porquanto as jornada do bancário de seis horas diárias.

depoentes não trabalharam com a reclamante no período em que Destarte, de se deferir o pagamento, como extras, das horas

exercida a função de Supervisora Operacional. excedentes à sexta diária, no intervalo de 01/04/2015 a 11/08/2015,

Dito isso, sabe-se que é fato, hodiernamente, no mundo corporativo, com os mesmos reflexos discriminados na Sentença para a jornada

a proliferação de termos como "gerente", "coordenador", suplementar anterior a esse lapso.

"supervisor" etc., acompanhados das mais diversas denominações, 2.1.2 Das horas excedentes à oitava diária

sem que, na prática, o empregado assim denominado tenha um À vista da prova oral produzida por iniciativa da reclamante, há que

mínimo poder de decisão ou mesmo autonomia e destaque, não se lhe reconhecer o direito ao pagamento por horas extraordinárias

passando de um trabalho meramente técnico-específico. trabalhadas além da jornada de oito diárias, ao longo de todo o

In casu, o reclamado sustenta que a reclamante tinha subordinados, período empregatício.

porém seu poder diretivo, quanto a eles, era claramente limitado, Confira-se o depoimento de sua testemunha, nas passagens

segundo declarações do próprio preposto, uma vez que até para relacionadas ao horário de trabalho:

aplicar punições disciplinares seu alcance decisório era restrito. "que trabalhou para o reclamado no período de janeiro de 1989 a

Não tinha, portanto, poder de mando, procuração em nome do junho de 2014; que trabalhou juntamente com a reclamante na

banco, ou autonomia para conceder empréstimos, ou seja, era agência Bezerra de Menezes (agência 8144); que trabalho com a

apenas uma empregada comum. reclamante na referida de início de 2012 até março/abril de 2013;

O título de "Supervisora Operacional" impressiona à primeira vista, que a depoente exercia a função de gerente de agência enquanto

entretanto não corresponde à realidade vivenciada pela autora, pois que a reclamante exercia a função de assessora operacional; (...)

esta desenvolvia atividade meramente técnica, inclusive atuando que a reclamante tinha a jornada controlada eletronicamente; que o

eventualmente no Caixa e vendendo, habitualmente, produtos banco reclamado pagava hora extra aos seus empregados dentro

daquela instituição. de um limite estabelecido; que a depoente iniciava sua jornada

A excepcionalidade prevista no art. 224, § 2º da CLT, específica em 7/7h30min e encerrava às 19/19h30min; que a depoente fazia

relação à categoria dos bancários, é taxativa ao permitir o refeição no próprio local de trabalho utilizando em média 30

extrapolamento da jornada máxima de seis horas para quem minutos; que a reclamante trabalhava das 8h30min às 19 horas;

exercer funções de direção, gerência, fiscalização, chefia e que às vezes a reclamante fazia refeição na agência e que em

equivalentes ou outros cargos de confiança e que perceba outras vezes a reclamante fazia refeição fora da agência; que não

gratificação não inferior a 1/3 do salário. sabe precisar o número de vezes em que a depoente viu a

A reclamante não exerceu, na rotulada função de "Supervisora reclamante fazer refeições na agência; (...) que a jornada

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extraordinária trabalhada pelos empregados era registrada no ponto tratados de forma desigual, na medida de suas desigualdades,

eletrônico, porém o banco só pagava o limite de horas pré- autoriza tratamento especial às mulheres relativamente aos

estabelecido; que o banco não pagava as horas extras que intervalos para descanso.

extrapolassem o limite das horas extras por ele estabelecidas; que o Nesse sentido tem se pronunciado, reiteradamente, a Corte

empregado pode alterar o registro de sua jornada do dia anterior, Superior Trabalhista:

desde que sua alteração seja ratificada pela sua chefia imediata; "(...) TRABALHO DA MULHER. INTERVALO PREVISTO NO ART.

que é possível trabalhar no banco sem estar logado no sistemas; 384 DA CLT. RECEPÇÃO PELA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE

que diversas atividades podem ser desempenhadas no banco sem 1988. A jurisprudência desta Corte consagrou o entendimento de

estar logada no sistema, por exemplo, telemarketing, atendimento que a recepção do artigo 384 da CLT pela Constituição Federal de

ao cliente, arquivo de documentos, dentre outras; (...)." (Ata ID 1988 decorre da proteção ao trabalhador diante dos riscos à sua

6b1972b). saúde e à segurança no trabalho, uma vez que a falta de intervalo

Como se vê, a testemunha, tendo exercido a função de Gerente de entre as jornadas ordinária e extraordinária é fator que propicia

Agência, com horário de trabalho mais extenso do que a autora, é esgotamento, perda de reflexos, acidentes e doenças por cansaço

capaz de confirmar fatos de ciência própria, com a necessária com reflexos econômicos previdenciários e, mormente em relação à

convicção, assegurando o cumprimento, por esta, de jornada das mulher, pelo aspecto fisiológico e pelo papel social que ocupa no

8h30min às 19h, de segunda a sexta-feira. É imprecisa apenas ao meio familiar, como mãe e dona de casa, impondo-lhe dupla

informar sobre o intervalo intrajornada, cuja duração não aponta. jornada. Destaca-se que não há na legislação de regência nem na

Relevante destacar que a depoente relata a possibilidade de jurisprudência ressalva sobre a limitação das horas prestadas para

alteração no registro de ponto, o que infirma a tese de defesa de o deferimento do referido intervalo. Dessa forma, a inobservância do

que a jornada era fielmente retratada. intervalo previsto no referido dispositivo implica o pagamento das

Em assim, considerando que essa testemunha somente trabalhou horas extras correspondentes ao período, por se tratar de medida

com a autora durante pouco mais de um ano, do início de 2012 até de higiene, saúde e segurança das trabalhadoras. E o

março ou abril de 2013 (v. Ata ID 6b1972b), o acolhimento do pleito descumprimento do intervalo previsto no artigo 384 da

em apreço deve se limitar a esse intervalo. Consolidação das Leis do Trabalho não importa mera penalidade

Portanto, defere-se o pagamento de 1h30min extras por dia, de administrativa, mas o pagamento de horas extras correspondentes

segunda a sexta-feira, no período de janeiro de 2012 a março de àquele período, a exemplo do que ocorre nas hipóteses de

2013, com o acréscimo sobre a hora normal e os reflexos sobre descumprimento do intervalo intrajornada para repouso e

aviso prévio, gratificações natalinas, férias acrescidas de 1/3 e alimentação do artigo 71, caput, da Consolidação das Leis do

FGTS com a multa de 40%. Trabalho e do intervalo interjornada. Precedentes. Agravo de

2.1.3 DO INTERVALO PREVISTO NO ART. 384 DA CLT instrumento conhecido e desprovido. CONCLUSÃO: Agravo de

Cabível a condenação ao pagamento de horas extras pela não- instrumento integralmente conhecido e desprovido." (AIRR - 436-

concessão do intervalo previsto no art. 384 da CLT. 03.2016.5.23.0108, Relator Ministro: Alexandre de Souza Agra

No caso dos autos, é inconteste a sonegação desse intervalo, Belmonte, Data de Julgamento: 10/04/2019, 3ª Turma, Data de

limitando-se a reclamada a advogar a inaplicabilidade do dispositivo Publicação: DEJT 12/04/2019).

em foco. Destarte, de se deferir o de pagamento de 15 minutos extras diários

Nesse tocante, importante esclarecer que em sessão de julgamento pela não concessão do intervalo previsto no art. 384 da CLT,

realizada em 27/11/2014, o Excelso Supremo Tribunal Federal durante todo o período laboral, observados os dias efetivamente

julgou o Recurso Extraordinário nº 658312, com repercussão geral trabalhados, com reflexos sobre aviso prévio, férias + 1/3, 13º

reconhecida, sedimentando o entendimento de que o indigitado salário e FGTS com multa de 40%, em face da habitualidade.

Comando Celetário foi recepcionado pela nova ordem 2.1.4 Da extensão do direito à equiparação salarial até o termo do

constitucional, instaurada em 1988, e deve ser aplicado a todas as contrato de trabalho

trabalhadoras. A reclamante postula se reconheça que as diferenças decorrentes

Outrossim, o Colendo Tribunal Superior do Trabalho, na apreciação da equiparação salarial são devidas até a data de sua dispensa

de Incidente de Inconstitucionalidade arguido em face desse artigo (11/08/2015), não se limitando ao período em que trabalhara com o

da CLT (processo IIN-RR-1.540/2005-046-12-00.5), concluiu que o empregado paradigma em uma mesma agência (fixado na

princípio da isonomia, segundo o qual os desiguais devem ser Sentença de 01/10/2013 a 01/07/2014).

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Assiste-lhe razão. mesmo salário pago ao paradigma até a extinção do contrato de

Com efeito, uma vez reconhecido que a autora tinha direito a um trabalho. Ademais, a retirada das diferenças após o período em que

valor remuneratório superior ao que lhe pagava o Banco reclamado, a reclamante e o paradigma não mais trabalharam juntos acarreta

pelo exercício da função de Assessora Operacional, esse direito se redução salarial. Dessa forma, a limitação dos efeitos integrais da

incorporou a seus estipêndios mensais, não podendo deles ser equiparação salarial acarreta ofensa ao disposto no artigo 7º, inciso

subtraído pelo simples fato de o paradigma, que ensejara a decisão VI, da Constituição Federal, que assegura a irredutibilidade salarial,

judicial que lhe fora favorável, ter sido dispensado do emprego. salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo. Recurso de

Entender de modo diverso implicaria a redução da remuneração, o revista conhecido e provido. (...)". (TST; 2ª Turma; RR - 852-

que é inadmissível, tendo em conta a garantia constitucional da 02.2012.5.04.0023; 05/12/2016; Relator Ministro José Roberto

irredutibilidade de salários. Freire Pimenta; DEJT 09/12/2016).

Nessa direção tem decidido, repetidamente, o Colendo TST, "RECURSO DE REVISTA DA RECLAMANTE - EQUIPARAÇÃO

conforme ementas abaixo: SALARIAL - DIFERENÇAS SALARIAIS - LIMITAÇÃO TEMPORAL -

"(...) II - RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO PELO IRREDUTIBILIDADE. O deferimento da equiparação salarial

RECLAMANTE NA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014 E DA significa reconhecer novo valor para o salário do empregado e

INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 40 DO TST E ANTES DA LEI Nº enseja o pagamento de parcelas futuras. O valor salarial majorado

13.467/2017. EQUIPARAÇÃO SALARIAL. PARCELAS integra o patrimônio jurídico do obreiro e não pode ser reduzido. A

VINCENDAS. LIMITAÇÃO TEMPORAL. IRREDUTIBILIDADE posterior diminuição dos rendimentos fere o princípio constitucional

SALARIAL. 1 - Esta Corte firmou entendimento de que o da irredutibilidade salarial. Recurso de revista da reclamante

reconhecimento do direito às diferenças salariais por equiparação conhecido e provido." (TST; 7ª Turma; RR - 1170-

salarial enseja o deferimento das parcelas vincendas, pois esse 52.2011.5.05.0003 Relator Ministro Luiz Philippe Vieira de Mello

direito implica incorporação irreversível ao patrimônio do Filho; DEJT 19/08/2016).

empregado, ainda que a situação fática que determinou a "(...) 3. IRREDUTIBILIDADE SALARIAL. EQUIPARAÇÃO

equiparação seja posteriormente alterada. 2 - A limitação dos SALARIAL. LIMITAÇÃO DOS EFEITOS AO DESLIGAMENTO DO

efeitos da equiparação salarial traz como consequência a ofensa ao PARADIGMA. A controvérsia dos autos se refere a definir se os

princípio da irredutibilidade salarial, previsto no art. 7º, VI, da efeitos pecuniários da equiparação salarial podem, ou não, ser

Constituição da República. Julgados. 3 - Recurso de revista de que limitados ao período em que o paradigma se encontra em exercício.

se conhece e a que se dá provimento. (...)." (TST; 6ª Turma; ARR - Ora, uma vez deferida a equiparação salarial por se encontrarem

20147-32.2015.5.04.0019; Relatora Ministra Kátia Magalhães presentes os respectivos requisitos, tem-se que é incabível a

Arruda; DEJT 05/10/2018). limitação dos efeitos pecuniários ao desligamento do paradigma,

"RECURSO DE REVISTA DA RECLAMANTE. EQUIPARAÇÃO tendo em vista que se houve o reconhecimento do direito do

SALARIAL. DIFERENÇAS SALARIAIS. PARCELAS VINCENDAS. reclamante em receber remuneração idêntica à do paradigma, ou

NÃO LIMITAÇÃO TEMPORAL AO PERÍODO EM QUE A seja, se houve o reconhecimento da identidade de função e do

RECLAMANTE E O PARADIGMA TRABALHARAM JUNTOS. O incorreto desnível salarial, por certo tem o reclamante direito ao

artigo 461 da CLT não autoriza que se exclua o direito à igualdade mesmo salário do paradigma, direito esse que se incorpora ao seu

de salário com relação ao período em que o trabalhador e o patrimônio jurídico. Por conseguinte, reduzir o montante salarial

paradigma não mais trabalharam juntos, já que apenas prevê que, diante do desligamento do paradigma, resulta na vedada

sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado ao irredutibilidade salarial insculpida no inciso VI do art. 7° da CF.

mesmo empregador, corresponderá igual salário. O Tribunal de Recurso de revista conhecido e provido, no aspecto" (TST; 8ª

origem destacou que a identidade de funções entre paradigma e Turma; RR - 1469-25.2012.5.03.0108; Relatora Ministra Dora Maria

paragonado foi comprovada. Assim, não se pode cogitar da da Costa; DEJT 30/05/2016).

limitação dos efeitos pecuniários da isonomia somente ao período Em assim, acolhe-se o Recurso da reclamante, para o fim de

em que ambos laboravam conjuntamente, pois o requisito da determinar que as diferenças resultantes da equiparação salarial

ausência de simultaneidade previsto no § 2º do artigo 461 da CLT já devem ser apuradas até a data do término do contrato de trabalho.

foi afastado pelo Regional. Esse é o único critério temporal para [...]"

impedir o direito à equiparação salarial. A comprovação da E, nos embargos de declaração, assim pontuou a Turma julgadora :

identidade de funções é suficiente para que a reclamante perceba o "[...]

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MÉRITO isoladamente, enquanto os assessores só podem assinar

Sem razão o embargante, não padecendo o Acórdão embargado da conjuntamente com os gerentes; (...) que como supervisora

falha que lhe é atribuída. operacional a reclamante tinha procuração outorgada pelo banco;

As alegações e matérias objeto do Recurso Ordinário e das que como assessora a reclamante salvo engano tinha procuração

contrarrazões foram devidamente apreciadas por este Órgão outorgada pelo banco; que todo supervisor e assessor fazem

Julgador, com esteio na prova reunida nos autos, conforme se pode vendas de produtos do banco dentro da sua área de atuação; que a

conferir na transcrição abaixo: reclamante como assessora operacional empresa assessora o

"A Sentença recorrida negou o pagamento, como extras, das 7ª e 8ª gerente de plataforma e empresa, enquanto que como supervisora

horas trabalhadas no período em que a autora desempenhara o é a responsável pelo numerário da unidade, conforme acima

ofício de Supervisora Operacional (de 01/04/2015 a 11/08/2015), ao mencionado." (Ata ID a202d07).

entendimento de que esta seria uma função de confiança, o que Como se percebe, o preposto até procura corroborar a linha de

atrairia a aplicação da regra exceptiva estabelecida no § 2º do art. argumentação da defesa, asseverando que o Supervisor

224 da CLT. Operacional possui empregados subordinados e realiza tarefas

Todavia, contrariamente à conclusão a que chegara o Julgador de revestidas de maior grau de confiança, porém algumas passagens

Primeiro Grau, constata-se que a reclamante, a despeito de sua de seu depoimento denunciam a inexistência de uma fidúcia

designação formal para esse mister, não desempenhava efetiva especial no desempenho desse mister: o preposto informa que o

função de confiança. Supervisor Operacional tem poderes para advertir verbalmente um

É o que se extrai à leitura do depoimento prestado pelo preposto da Caixa, mas uma suspensão só poderia ser imposta pelo Gerente

instituição financeira reclamada, abaixo parcialmente transcrito: Operacional; o Supervisor pode assinar cheque administrativo, o

"que exerce na reclamada a função de representante legal, sendo que também é permitido ao Assessor Operacional, que não é

lotada na unidade do reclamada situada na Avenida Bezerra de função de confiança; a reclamante teria uma procuração outorgada

Menezes, nº 30, setor jurídico trabalhista; que a reclamante já pelo Banco, no entanto esse documento não veio aos autos; demais

trabalhou na agência Bezerra de Menezes, porém depoente e disso, um Assessor Operacional também possuía essa outorga de

reclamante trabalhavam em setores diferentes; que o supervisor poderes; por fim, o depoente admite que tanto o Supervisor como o

operacional é o responsável pelo numerário de toda a base da Assessor vendem produtos do Banco.

unidade, ou seja, é o chefe dos caixas; que em caso de Não se vê, portanto, uma diferenciação muito nítida no grau de

necessidade o supervisor poderá atuar na função de caixa; que a confiança depositado pela instituição em face do Assessor

reclamante não atuou como caixa na agência Bezerra de Menezes; Operacional, em comparação com o Supervisor Operacional.

(...) que a autoridade máxima de uma unidade do banco reclamado Registre-se que a prova oral, composta dos depoimentos de duas

é o gerente geral comercial e da área operacional é o gerente testemunhas, indicadas pelas partes litigantes, nada pode

operacional; que abaixo do gerente operacional está o supervisor, esclarecer a respeito da controvérsia em análise, porquanto as

bem como os caixas da unidade; que o supervisor e os caixas são depoentes não trabalharam com a reclamante no período em que

subordinados ao gerente operacional; que o assessor operacional exercida a função de Supervisora Operacional.

empresa é subordinado ao gerente de plataforma; que como Dito isso, sabe-se que é fato, hodiernamente, no mundo corporativo,

assessora operacional empresa a reclamante não tinha a proliferação de termos como "gerente", "coordenador",

subordinados; que no período em que exerceu a função de "supervisor" etc., acompanhados das mais diversas denominações,

supervisora a reclamante tinham como subordinados todos os sem que, na prática, o empregado assim denominado tenha um

caixas; que a supervisora tinha poderes para advertir verbalmente mínimo poder de decisão ou mesmo autonomia e destaque, não

um caixa, em caso de necessidade; que em caso de aplicação de passando de um trabalho meramente técnico-específico.

suspensão a competência era do gerente operacional; (...) que na In casu, o reclamado sustenta que a reclamante tinha subordinados,

condição de assessora operacional empresa a reclamante não tinha porém seu poder diretivo, quanto a eles, era claramente limitado,

poderes para punir funcionário, visto que não tinha subordinado; segundo declarações do próprio preposto, uma vez que até para

que o supervisor pode assinar cheque administrativo; que o aplicar punições disciplinares seu alcance decisório era restrito.

assessor operacional também pode assinar cheque administrativo Não tinha, portanto, poder de mando, procuração em nome do

com o gerente; que todo gerente pode assinar cheque banco, ou autonomia para conceder empréstimos, ou seja, era

administrativo; que o gerente pode assinar cheque administrativo apenas uma empregada comum.

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 43
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

O título de "Supervisora Operacional" impressiona à primeira vista, passível de saneamento por meio de recurso aclaratório, quando o

entretanto não corresponde à realidade vivenciada pela autora, pois órgão julgador deixa de se pronunciar sobre matéria ou elemento de

esta desenvolvia atividade meramente técnica, inclusive atuando prova a respeito do qual era essencial a análise.

eventualmente no Caixa e vendendo, habitualmente, produtos Não é esse o caso, porquanto o teor de tais documentos é incapaz

daquela instituição. de alterar a conclusão a que se chegou no julgamento agora

A excepcionalidade prevista no art. 224, § 2º da CLT, específica em embargado, uma vez que a simples participação da autora no grupo

relação à categoria dos bancários, é taxativa ao permitir o de empregados que monitoram a conta centralizadora da agência

extrapolamento da jornada máxima de seis horas para quem não revela a ocupação de cargo de confiança, enquanto que a

exercer funções de direção, gerência, fiscalização, chefia e certificação ANBIMA é apenas um título expedido por instituição

equivalentes ou outros cargos de confiança e que perceba privada, que atesta a habilitação de empregados de bancos e

gratificação não inferior a 1/3 do salário. financeiras para lidar com produtos de investimentos dos clientes.

A reclamante não exerceu, na rotulada função de "Supervisora Em suma, omissão não se reconhece no Acórdão sitiado, sendo,

Operacional", função de confiança, com grau de fidúcia especial. A pois, improcedentes os Embargos.

tese de confiança intermediária ou mediata não passa de uma CONCLUSÃO DO VOTO

tentativa frustrada de contornar o limite legal (seis horas), impondo Conhecer dos Embargos, mas lhes negar provimento.

à trabalhadora uma jornada de oito horas, sem remunerá-la para tal. [...]"

No Direito Laboral, vigora o princípio da primazia da realidade, À análise

razão pela qual os documentos encartados (na quase totalidade Observa-se que o entendimento manifestado pela Turma está

unilaterais) não têm o condão de mudar a realidade, prevalecendo, assentado no substrato fático-probatório existente nos autos. Para

portanto, a premissa de que a reclamante no seu dia a dia atuava se concluir de forma diversa seria necessário revolver fatos e

de forma técnica, sem qualquer resquício da incorporação de uma provas, propósito insuscetível de ser alcançado nesta fase

fidúcia especial. processual, à luz da Súmula 126 do Tribunal Superior do Trabalho.

O conjunto probatório induz à convicção de que as atribuições de As assertivas recursais de que a reclamante não exercia cargo de

"Supervisor Operacional" são meramente técnicas, desprovidas de confiança com a fidúcia necessária ao enquadramento na

elementos que qualifiquem tal função como cargo de confiança. excepcionalidade do art. 224, §2º da CLT, não encontram respaldo

Nesse cenário, a gratificação percebida pelo exercício das na moldura fática retratada na decisão recorrida, o que afasta a tese

atribuições respectivas remunera apenas o trabalho exercido com de violação aos preceitos da legislação federal e de divergência

maiores responsabilidades, mas nem de longe serve para qualificá- jurisprudencial.

la como de confiança, razão pela qual não há que se falar em Denega-se, pois, seguimento.

restituição ou compensação pelas horas laboradas acima da .

jornada do bancário de seis horas diárias. CONCLUSÃO

Destarte, de se deferir o pagamento, como extras, das horas Isto posto, DENEGO seguimento ao recurso de revista.

excedentes à sexta diária, no intervalo de 01/04/2015 a 11/08/2015, Intime-se.

com os mesmos reflexos discriminados na Sentença para a jornada Publique-se.

suplementar anterior a esse lapso." (Acórdão ID V, págs. 04/06). À Divisão de Acórdãos e Recursos Processuais.

À leitura do texto decisório supra, constata-se que não existem as Fortaleza, 28 de fevereiro de 2020.

lacunas apontadas pela embargante. REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO

Houve expressa menção à alegativa de que a autora possuía DESEMBARGADOR(A) VICE-PRESIDENTE, no exercício da

assinatura autorizada e subscrevia cheques administrativos, tendo- Presidência

se explicitado no Aresto embargado as razões pelas quais esses

elementos, no caso em análise, eram insuficientes para caracterizar /jncf

o sustentado desempenho de função de confiança.

Por esse viés, portanto, os Embargos não prosperam. Assinatura

E quanto à "Ata de conferência da conta centralizadora" e à FORTALEZA, 3 de Março de 2020.

"Certificação ANBIMA", documentos anexados à defesa do

reclamado, assevere-se que somente se configura a omissão REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO

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Desembargador(a) do Trabalho constitucionalmente assegurado;


Decisão IV - jurídica, a existência de questão nova em torno da interpretação
Processo Nº ROT-0001672-55.2016.5.07.0004
Relator MARIA JOSE GIRAO da legislação trabalhista.
RECORRENTE THIAGO WESLEY ALVES CABRAL § 2o Poderá o relator, monocraticamente, denegar seguimento ao
ADVOGADO JOSE FABIANO LIMA(OAB: 7331/CE)
recurso de revista que não demonstrar transcendência, cabendo
RECORRIDO GUARARAPES CONFECCOES S/A
ADVOGADO FRANCISCO JOSÉ RAMOS DE agravo desta decisão para o colegiado.
LIMA(OAB: 4452/CE)
§ 3o Em relação ao recurso que o relator considerou não ter
RECORRIDO LOJAS RIACHUELO S/A
CONFECÇÕES E VESTUARIOS transcendência, o recorrente poderá realizar sustentação oral sobre
ADVOGADO FRANCISCO JOSE RAMOS DE LIMA
JUNIOR(OAB: 28344/CE) a questão da transcendência, durante cinco minutos em sessão.
TERCEIRO FRANCISCO DEUSIMAR TEIXEIRA § 4o Mantido o voto do relator quanto à não transcendência do
INTERESSADO DE MATOS
recurso, será lavrado acórdão com fundamentação sucinta, que
Intimado(s)/Citado(s): constituirá decisão irrecorrível no âmbito do tribunal.
- GUARARAPES CONFECCOES S/A § 5o É irrecorrível a decisão monocrática do relator que, em agravo
- LOJAS RIACHUELO S/A CONFECÇÕES E VESTUARIOS
de instrumento em recurso de revista, considerar ausente a
- THIAGO WESLEY ALVES CABRAL
transcendência da matéria.

§ 6o O juízo de admissibilidade do recurso de revista exercido pela

Presidência dos Tribunais Regionais do Trabalho limita-se à análise


PODER JUDICIÁRIO
dos pressupostos intrínsecos e extrínsecos do apelo, não
JUSTIÇA DO TRABALHO
abrangendo o critério da transcendência das questões nele

Fundamentação veiculadas."

DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO TRABALHO / Atos

RECURSO DE REVISTA Processuais / Nulidade / Cerceamento de Defesa / Indeferimento de

Lei 13.015/2014 Produção de Prova.

Lei 13.467/2017 Alegação(ões):

Recorrente(s): THIAGO WESLEY ALVES CABRAL - violação do(s) inciso LV do artigo 5º; artigo 7º da Constituição

Advogado(a)(s): JOSE FABIANO LIMA (CE - 7331) Federal.

Recorrido(a)(s): GUARARAPES CONFECCOES S/A Afirma que "Conforme se depreende dos autos o recorrente arrolou

Advogado(a)(s): FRANCISCO JOSÉ RAMOS DE LIMA (CE - 4452) testemunha para ser ouvido em seu processo, tendo levado a

PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS mesma testemunha em (02) duas oportunidades, na primeira e

Tempestivo o recurso (decisão publicada em 13/12/2019 - aba segunda audiências, ocorre que em decorrência de incidentes,

expediente e recurso apresentado em 21/01/2020 - ID. 286eea8). designação de perícia técnica e outros motivos, o mesmo não

Regular a representação processual (ID. 3948053). chegou a ser ouvido, tendo por último após envio de notificações ao

Desnecessário o preparo por se tratar de recurso interposto pela mesmo e requerimento do recorrente para oitiva da referida

parte reclamante, beneficiária da justiça gratuita. testemunhas e outras, teve sua prova cerceada e encerrada.".

PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS Sustenta que "Limitou-se a ouvir o recorrente e preposto das

Nos termos do artigo 896-A da Consolidação das Leis do Trabalho, recorridas, sem exauridas de forma satisfativa os motivos que

cabe ao Tribunal Superior do Trabalho analisar se a causa oferece motivaram a sua dispensa e ao proferir a sentença de primeiro grau,

transcendência em relação aos reflexos gerais de natureza de forma totalmente equivocada, fez uma interpretação totalmente

econômica, política, social ou jurídica. errada do depoimento pessoal do recorrente, agindo em erro in

Art. 896-A. [...] judicando, e em razão desta errada interprestação, além de ter

§ 1o São indicadores de transcendência, entre outros: referendado motivos da dispensa equivocados e documentos

I - econômica, o elevado valor da causa; viciados que lhe davam sustentação, ainda, lhe aplicou o ônus da

II - política, o desrespeito da instância recorrida à jurisprudência litigância de má-fé, quando da inicial, provas, depoimentos

sumulada do Tribunal Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal pessoais, do recorrente e recorrido, memorais, e documentos

Federal; constantes dos autos, restou comprovado que os motivos da

III - social, a postulação, por reclamante-recorrente, de direito social dispensa, restaram pífios e vazio, na medida em que se

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entremostram dos autos que o recorrente não pediu dispensa respondida até agora. O reclamante também pede o adiamento

voluntaria do emprego; foi dispensado porque vinha FALTANDO ao porque tentou trazer outras testemunhas e nenhuma compareceu

trabalho, conforme carta via AR, enviado pelas próprias recorridas espontaneamente, e o reclamante não sabia que podia explicar as

ao argumento de ABANDONO DE EMPREGO; enviada e recebido suas testemunhas que elas poderiam faltar ao serviço, já que a

pelo recorrente dia antes da dispensa e da assinatura da suposta Vara iria dar uma Declaração."

CARTA DE DEMISSAO, controle de frequência do último mês Compulsando os autos, observa-se que: I) Na audiência do dia

trabalhado juntado pelos recorridos do próprio TERMO DE 21/11/2017 (Ata de fls. 527) foi concedido às partes o prazo

RESCISAO acostado aos autos se comprovam descontos de faltas, preclusivo de 10 dias para arrolar testemunhas, sob pena de ser

e os vícios insanáveis dos documentos que produziram a dispensa considerado que a parte desistiu da oitiva de testemunha ou

do recorrente.". assumiu o ônus de trazê-las, independentemente de notificação,

Assevera que "Não bastasse, o juízo não enfrentou, nem levou em restando registrado na referida Ata, que não seriam deferidos

consideração na sentença de primeiro grau as questões suscitadas pedidos de adiamento em razão de ausência injustificada de

pelo recorrente quanto aos reais motivos da dispensa e ainda testemunhas não arroladas; II) O reclamante, cumprindo a

emprestou validade absoluta aos documentos da rescisão que determinação deste Juízo, atravessou a petição de fls. 529,

pendiam impugnação quanto ao conteúdo e forma, por se arrolando apenas a testemunha FRANCISCO DEUSIMAR

encontrarem RASURADOS e terem sido obtidos mediante ato vil e TEIXEIRA DE MATOS, e indicando endereço na qual a mesma,

enganador, simulação e fraude a rescisão do contrato de trabalho.". entretanto, não foi localizada, consoante certidão de fls. 534; III) O

Consta do acórdão do recurso ordinário: reclamante foi então notificado, em atenção ao despacho de fls.

"[...] 535, a informar, no prazo de 10 dias, o endereço CORRETO da

PRELIMINARES referida testemunha, sob pena das mesmas cominações acima

DO CERCEAMENTO DE DEFESA referenciadas lhe serem aplicadas; IV) O reclamante, neste prazo,

Argui a recorrente preliminar de nulidade da sentença por peticionou (fls. 537/538) informando outro endereço para a referida

cerceamento de defesa, tendo em vista o indeferimento da testemunha, todavia, descumpriu o comando judicial, uma vez que

produção de prova testemunhal, essencial à demonstração da não indicou o endereço correto e atual da testemunha, consoante

rescisão contratual sem justa causa. certidão de fls. 552; IV) O Reclamante foi novamente instado, desta

Afirma que "arrolou testemunha para ser ouvido em seu processo, feita por conta do despacho de fls. 553, a fornecer o endereço atual

tendo levado a mesma testemunha em (02) duas oportunidades, na da referida testemunha, sob pena de lhe serem aplicadas as

primeira e segunda audiências, ocorre que em decorrência de mesmas cominações outrora destacadas e, V) O reclamante, então,

incidentes, designação de perícia técnica e outros motivos, o peticionou às fls. 560, informando que não sabia o endereço atual e

mesmo não chegou a ser ouvido, tendo por último após envio de correto da referida testemunha, que tentara contato por via

notificações ao mesmo e requerimento do recorrente para oitiva da telefônica com a mesma, mas não obtivera êxito e, que se

referidatestemunhas e outras, teve sua prova cerceada e comprometia a produzir prova testemunhal, independentemente do

encerrada". rol anterior, comprometendo-se, ainda, na referida petição, a

Requer, portanto, a decretação de nulidade da sentença, com apresentar suas testemunhas 'no dia da audiência,

retorno dos autos à Vara de origem para reabertura da instrução espontaneamente'.

processual e oitiva de suas testemunhas. Registre-se, ainda que, diante de todo esse histórico processual, foi

Razão, contudo, não lhe assiste. prolatado o despacho de fls. 553, no qual foi registrado que o autor,

O recorrente requereu o adiamento da audiência de instrução, para considerando a manifestação de fls. 560/561, assumira o ônus de

oitiva da testemunha anteriormente arrolada, restando o pedido, de trazer suas testemunhas para a audiência, independentemente de

pronto, rejeitado pelo Juízo de primeiro grau, sob a seguinte notificação judicial, ficando advertido, pelo referido despacho, que

fundamentação (Id ab98f9b- Pág. 2/3)": não seriam deferidos pedidos de adiamento em razão de ausência

"(...) O reclamante não trouxe testemunhas. injustificada de testemunhas.

Pedindo e obtendo a palavra, o patrono do reclamante requereu: "O Por todo o exposto, indefere-se o pedido do autor para adiamento

adiamento da presente audiência para oitiva da testemunha da presente audiência.

DEUSIMAR TEIXEIRA, convocada pelo reclamante no dia de ontem O reclamante apresentou protestos e requereu: "O registro nesta

em mensagem enviada pelo reclamante, via whatsapp, que não foi Ata de que exibira a tela de seu celular com as mensagens que

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enviara, por whatsapp, à testemunha DEUSIMAR TEIXEIRA." Dispensa / Rescisão do Contrato de Trabalho.

Encerrada a produção de prova oral do reclamante. (...)" Duração do Trabalho / Horas Extras.

Como se pode ver do trecho da Ata de Audiência acima Remuneração, Verbas Indenizatórias e Benefícios / Adicional /

colacionado, o que, de fato, ocorreu nos autos com relação à Adicional de Insalubridade.

produção da prova testemunhal autoral, em nada comunga com o DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO TRABALHO / Processo e

alegado nas razões recursais. Além disso, o recorrente em Procedimento / Provas / Ônus da Prova.

momento algum impugna os fatos descritos na decisão do Juízo de Rescisão do Contrato de Trabalho / Verbas Rescisórias / Multa do

primeiro grau, limitando-se a afirmar que levou a testemunha de Artigo 477 da CLT.

nome DEUSIMAR TEIXEIRA por duas vezes para depor em Alegação(ões):

audiência, enquanto constam nos autos diversas manifestações - Contrariedade à(ao) : item II da Súmula nº 378 do Tribunal

suas, nas quais afirma que não tem ciência do endereço da Superior do Trabalho.

testemunha. - violação da (o) artigo 9º da Consolidação das Leis do Trabalho;

Nesse passo, verifica-se que o Juízo de primeiro grau, ao contrário artigo 818 da Consolidação das Leis do Trabalho; artigo 8º da

do alegado pelo recorrente, empreendeu todos os esforços para a Consolidação das Leis do Trabalho; artigo 464 da Consolidação das

fiel observância dos princípios do contraditório e ampla defesa, Leis do Trabalho; artigo 477 da Consolidação das Leis do Trabalho;

tendo notificado o reclamante diversas vezes para que artigo 830 da Consolidação das Leis do Trabalho.

apresentasse o endereço da testemunha, até que, diante da - divergência jurisprudencial.

afirmação do recorrente de que se responsabilizaria pela condução Afirma que "Já a tese da exordial, mesmo sem a produção da prova

de suas testemunhas, deu ciência expressa da parte acerca da testemunhal em razão do flagrante cerceio ao contraditório e a

impossibilidade de adiamento posterior da audiência de instrução, ampla defesa, se confirmou através dos vícios demonstrados na

em perfeita consonância com o princípio da celeridade processual. documentação das recorridas, e através do depoimento pessoal da

Não pode o recorrente, portanto, transferir para o Juízo a própria recorrida, que se conduziu de forma duvidosa e findou por

responsabilidade pelo insucesso no contato com as suas apresentar um depoimento que contradisse a própria tese de

testemunhas, quando assumiu expressamente o ônus de conduzi- defesa, foi incapaz de convalidar os motivos da dispensa

las à audiência. sustentados na defesa, quanto mais, quanto a tese proeminal,

Preliminar rejeitada, portanto. quando há nos autos, advertências e suspensões, envio de carta via

[...]". AR, por suposto abandono de emprego que restou recepcionada

À análise. pelo recorrente no mesmo dia da assinatura da carta de demissão,

De plano, percebe-se que não foram satisfeitos os requisitos para o e quando o próprio preposto declara que o pedido teria se dado em

manejo da revista, pois a parte elaborou peça genérica que: razão do recorrente ter arranjado um outro emprego, quando o

a) Ignora os fundamentos fático-jurídicos concretamente aduzidos recorrente se encontra desempregado até hoje, enfim, motivos

no acórdão para analisar as temáticas impugnadas, deixando assim pífios e vazios.".

de atacar de forma específica e pormenorizada as razões de decidir Sustenta que "No tocante ao acumulo de funções, dos autos

do Regional e de formular seu apelo com base nas premissas constam documentos juntados pelas empresas, que comprovam

fáticas que foram efetivamente firmadas - exigência do art. 896, §1º- que o recorrente exercera as funções de AUXILIAR DE

A, II e III, CLT, e da Súmula 422, I, TST; PRODUCAO E OPERADOR DE MAQUINAS, enquanto empregado,

b) Não transcreve os trechos objeto de prequestionamento - e em que pese os documentos demonstrarem uma suposta

exigência do art. 896, §1º-A, I, CLT; promoção, o exercicio de uma função seguida da outra, com o

c) Anseia o vedado reexame de fatos e provas, para fins de apontamento da função de OPERADOR DE MAQUINAS a partir de

(Súmula 126/TST), inviabilizando o seguimento do recurso, inclusive ABRIL DE 2013, desde que teve a CTPS anotada como AUXILIAR

por divergência jurisprudencial; DE PRODUCAO, passou a acumular " DE FATO" as funções de

d) Não aponta de forma clara, analítica e fundamentada hipótese de AUXILIAR DE PRODUCAO com as funções de OPERADOR DE

cabimento da revista, previstas no taxativo rol do art. 896, CLT - MAQUINAS, pelas razoes exaustivamente expendidas na inicial, e o

exigência do art. 896, §1º-A, incisos II e III, CLT; fato de entender que o recorrente não conseguiu provar suas

Portanto, nega-se seguimento. alegações, isto não pode ser levado em consideração como prova

Direito Coletivo / Direito de Greve / Abusividade / Ilegalidade / absoluta, para lhe condenar por litigante de má fé, pois não

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podemos confundir e entender que o fato que não é provado no RECURSO DE REVISTA enfrentar a questão dos motivos da

processo é tido como simulação e fraude, como interpretou dispensa de forma motivada, levando em consideração a

equivocadamente este juízo.". documentação alegada, depoimento pessoal do preposto e não

Assevera que "Diante do quadro que se apresenta no caso concreto apenas pelo fundamento de que o recorrente não se desonerou do

dos autos, não existe razoes plausíveis que levem ao encargo, como entendeu equivocadamente o juízo de primeiro

reconhecimento do pedido de demissão voluntaria, como entendeu grau.".

equivocadamente o Juizo de primeiro grau, pelo contrario, na pior Consta do acórdão do recurso ordinário:

da hipótese, estaríamos diante da rescisão indireta do contrato de "[...]

trabalho em razão do ato simulado perpetrado pelo primeiro MÉRITO

recorrido GUARARAPES CONFECÇÕES S.A que forjou uma DA MODALIDADE DE RESCISÃO CONTRATUAL

situação e se beneficiou dela; obteve a assinatura da recorrente em Postula o recorrente a reforma da sentença para que seja

documento forjado( suposto pedido de demissão que contem reconhecida a rescisão injusta do contrato de trabalho, tendo em

RASURAS na data/ano e no TRCT constam descontos de FALTAS vista o vício de vontade no pedido de demissão, com consequente

com reflexo na produção da empresa, comprovando-se que os condenação das reclamadas ao pagamento das verbas rescisórias

motivos da dispensa, decorreram de faltas, suposto abandono de elencadas na exordial.

emprego e não que o recorrente teria voluntariamente motivos para Argumenta que, "diante do quadro que se apresenta no caso

pedir a dispensa; enfim, face a quebra da fidúcia, tentativa de fraude concreto dos autos, não existe razoes plausíveis que levem ao

ao contrato de trabalho, flagrantes abusos perpetrados pelas reconhecimento do pedido de demissão voluntaria, como entendeu

recorridas que depõem contra a função social do contrato de equivocadamente o Juizo de primeiro grau, pelo contrario, na pior

trabalho, convenções e recomendações da OIT, art. 9º, 795, 818 e da hipótese, estaríamos diante da rescisão indireta do contrato de

830 da CLT.". trabalho em razão do ato simulado perpetrado pelo primeiro

No tocante as horas extras, argumenta que "O recorrente pugna recorrido GUARARAPES CONFECÇÕES S.A que forjou uma

pela verdade e os espelhos da frequência apresentados não situação e se beneficiou dela; obteve a assinatura da recorrente em

refletem a jornada real nem a verdade real e a MM. Juiza não podia documento forjado( suposto pedido de demissão que contem

emprestar validade absoluta ao controle de freqüência juntado de RASURAS na data/ano e no TRCT constam descontos de FALTAS

forma irregular e incompleta nos autos, em verdadeira contrariedade com reflexo na produção da empresa, comprovando-se que os

ao disposto do art. 74º, & 2º da CLT, sumulas 172, 221 e 338 do motivos da dispensa, decorreram de faltas, suposto abandono de

C.TST.". emprego e não que o recorrente teria voluntariamente motivos para

Prossegue afirmando que "Não bastasse a ausência do controle da pedir a dispensa; enfim, face a quebra da fidúcia, tentativa de fraude

frequência regular e valido a as recorridas também não produziram ao contrato de trabalho, flagrantes abusos perpetrados pelas

prova testemunhal que pudesse convalidar os referidos controles de recorridas que depõem contra a função social do contrato de

ponto e a jornada defendida. De forma que não poderiam ter sido trabalho, convenções e recomendações da OIT, art. 9º, 795, 818 e

convalidados.". 830 da CLT".

Por fim, pertinente ao adicional de insalubridade, sustenta que Sem razão.

"Quanto ao adicional de insalubridade, a pericia ficou aquém da O Juízo de primeiro grau entendeu pela rescisão contratual a pedido

legalidade, feita por perito que se pediu fosse decretado o seu do empregado, sob os seguintes fundamentos (ID. 67f2464 - Pág.

impedimento, em razão da falta de isenção e no mérito, se mostrou 10):

inconclusivo e não referendado pela prova e documentos "(...) 4.7 Da Ruptura Contratual

constantes dos autos. Requerendo a reforma da sentença neste Ainda vindica o autor a conversão de seu pedido de demissão em

aspecto. Apesar das verdades que foram colocadas, o juízo de rescisão imotivada por iniciativa empresarial, alegando, para tanto,

primeiro grau não enfrentou de forma direta os motivos da dispensa a ocorrência de vício de consentimento.

, já que resta claro nos autos, os reais motivos que levaram a A demandada, em contrapartida, alegou inexistir máculas na

dispensa do autor, ora recorrrente.". exteriorização da vontade do autor e que o rompimento do pacto

Conclui elecando que "Diante das teses aventadas, dos ocorreu em virtude de válido pedido de demissão formulado pelo

documentos e depoimento pessoal do reclamado, vem requerer, se obreiro, que assim o fez ao alegar que encontrou oportunidade

digne este COLENDO TRIBUNAL receber as presentes razoes de melhor.

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 48
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Ora, o ônus de provar que a manifestação de vontade quando da são plenamente compatíveis com a tese segundo a qual o obreiro

formulação do pedido de demissão estava eivada de vício era do optou por rescindir o contrato de trabalho mantido com as

próprio autor, que dele não se desincumbiu. reclamadas por ter conseguido outro emprego, mormente pelo fato

Compulsando-se a apostila processual, verifico que nenhuma prova de inexistir, nos autos, qualquer indício de prova que demonstre que

produziu o autor que confirmasse suas alegações de vício de as citadas faltas se deram por motivos de saúde, conforme alega o

consentimento. Não logrou o reclamante, portanto, demonstrar que recorrente em suas razões.

houve mácula em sua manifestação de vontade. Isto posto, ausente a prova de vício de vontade no pedido de

Sendo assim, a teor do disposto nos artigos 818 da CLT e 373, demissão, prevalece a rescisão do contrato de trabalho por iniciativa

inciso I, do NCPC, o encargo de comprovar a irregularidade na do empregado, razão pela qual indevidas as verbas rescisórias

forma da extinção do pacto laboral era do reclamante, que dele não pleiteadas na exordial, devendo ser mantida a sentença, por seus

se desvencilhou a contento, razão pela qual é imperioso considerar próprios fundamentos.

que a resolução contratual ocorreu por sua iniciativa. DAS HORAS EXTRAS

Por conseguinte, à míngua de provas em sentido contrário, reputo Prossegue o recorrente

válido o pedido de demissão de fls. 274, realizado pelo obreiro em requerendo a reforma da sentença para ver deferido o pleito de

01/07/2015. (...)" horas extras, aduzindo, em síntese, que não comprovou as suas

A controvérsia posta em discussão consiste basicamente na alegações em virtude do cerceamento de defesa sofrido, que

averiguação da veracidade do pedido de demissão de ID. 30a7d90. impossibilitou a produção de prova testemunhal.

Consistindo o citado documento em declaração de próprio punho Aduz que "os espelhos da frequência apresentados não refletem a

feita pelo recorrente (fato por ele não impugnado), cabia ao jornada real nem a verdade real e a MM. Juiza não podia emprestar

reclamante o ônus de provar o vício de vontade na confecção do validade absoluta ao controle de freqüência juntado de forma

citado documento, por ser fato constitutivo de seu direito, conforme irregular e incompleta nos autos, em verdadeira contrariedade ao

preconizado no art. 818 da CLT c/c art. 373, I, do CPC, encargo do disposto do art. 74º, & 2º da CLT, sumulas 172, 221 e 338 do

qual não se desincumbiu a contento. C.TST".

Com efeito, o recorrente não produziu qualquer prova capaz de Sem razão.

infirmar a veracidade do documento em questão. Já a prova oral A matéria foi apreciada em primeiro grau, nos seguintes termos (Id

produzida pela recorrida corrobora a tese defensiva acerca do 67f2464 - Pág. 8):

pedido de demissão, conforme se vê do depoimento pessoal "(...) 4.4 Das Horas Extras

prestado pelo preposto das empresas, no qual afirma o seguinte: Em sua exordial, afirmou o reclamante que, "em que pese ter sido

"[[...] o reclamante saiu da empresa porque pediu demissão, já que contratado para laborar das 06:00hs as 14:00hs e compelido a

havia conseguido outro emprego; (...) que o depoente trabalha no anotar do controle de frequência jornada diversa, em media (03)

Departamento de Pessoal e foi lá que tomou conhecimento de que três vezes por semana era compelido a cumprir jornada de Segunda

o reclamante pediu demissão, não sabendo em que novo emprego a Sábado das 05:30hs ás 16:00hs, com intervalo de 40 minutos

ele foi trabalhar; que os avisos de advertência e suspensão de fls. após o segundo ano de trabalho". Por isso requereu fossem as

268 a 270, bem como a convocação de fls. 271/273, dizem respeito reclamadas condenadas a pagar "as horas intrajornada e extras

às faltas do reclamante ao trabalho que ocorreram sem que ele trabalhadas e não pagas no decorrer de todo o contrato de trabalho"

desse justificativa; que o reclamante pediu demissão em julho de A reclamada refutou o labor em sobrejornada, aduzindo que "a

2015, através do pedido de fls. 274; que em meses anteriores o empresa cumpriu todas as normas legais, sendo acompanhado

reclamante vinha faltando injustificadamente e, por isso, quando ele inclusive pelo sindicato classista, bem como não extrapolou o limite

retornava ao trabalho e não trazia justificativa, lhe foram aplicadas vigente na CLT, não há que se falar em HORAS

penas de advertência e suspensão; que o documento de fls. 274 foi EXTRAORDINÁRIAS, seja por extra jornada ou intrajornada".

redigido pelo próprio reclamante; que o reclamante solicitou Por conseguinte, cabia ao empregado provar o labor em

demissão ao seu gerente e este o encaminhou ao Departamento de sobrejornada, pois o fato normal se presume enquanto o

Pessoal para formalizar o seu pedido; que algumas pessoas têm excepcional depende de provas.

dificuldade de escrever e, por isso, é comum que haja rasuras no Essa obrigação, contudo, não foi cumprida pelo reclamante, que

pedido de demissão; [[...]" não trouxe à colação dos autos sequer um início de prova para

Ora, as faltas do empregado ao trabalho, frequentes e injustificadas, confirmar a jornada alegada. Não comprovou, ademais, que era

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 49
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

compelido a anotar nos controle de ponto uma jornada diversa Ali, o perito inicia seu trabalho descrevendo as funções e o local da

daquela realmente cumprida. prestação do serviço do reclamante. Ao contrário do que declinou o

Ante ao exposto, julga-se improcedente o pedido de condenação da autor em sua inicial, esclareceu o expert que as atividades do

reclamada no pagamento de horas extras e seus consectários reclamante consistiam em "Operar máquina de pregar botão ferro -

legais. (...)" pegar uma calça na mesinha ao lado e posicionar na máquina,

A questão atinente ao alegado cerceamento de defesa já se acionar o pedal e pregar o botão; descartar na mesinha do outro

encontra superada, conforme fundamentado em tópico pretérito, lado." Ressalta, ainda, que o ambiente possuía ventilação adequada

prevalecendo o entendimento segundo o qual o reclamante não se e que o maquinário não era obsoleto.

desincumbiu do ônus de provar os fatos constitutivos do pretenso O autor impugnou o laudo pericial, alegando, neste particular, que

direito às horas extras. trabalhava no "setor de lavanderia (caldeira e tingimento), setor de

Assim, nada obstante o inconformismo do recorrente, razão não lhe arrebite, setor de corte e setor de costura". Aduziu, ainda, que o

assiste, cabendo, na espécie, confirmar-se a decisão por seus perito atuou de forma parcial e tendenciosa ao declarar que o

próprios fundamentos, porquanto proferida nos estritos limites da reclamante não laborou nos referidos setores.

prova e do direito aplicáveis ao caso concreto. Todavia, a instrução processual revelou que o autor não conduziu

DO ADICIONAL DE INSALUBRIDADE sua impugnação ao laudo de modo a observar a boa fé processual

Argumenta o reclamante, também, que, "quanto ao adicional de que deve nortear os litigantes quando da atuação em um processo

insalubridade, a pericia ficou aquém da legalidade, feita por perito judicial.

que se pediu fosse decretado o seu impedimento, em razão da falta Com efeito, ao ser ouvido em juízo, o obreiro confessou que sempre

de isenção e no mérito, se mostrou inconclusivo e não referendado trabalhou no setor de rebites, nunca trabalhando em qualquer

pela prova e documentos constantes dos autos", requerendo, por tal função ou setor diverso:

razão, a reforma da sentença para ver o pleito em epígrafe deferido. "(...) trabalhou nas máquinas eletrônicas que colocam rebite e

Aqui, também, não lhe assiste razão. botões nas peças de roupas; que também operou a máquina

Veja-se o teor da sentença, ao apreciar o pedido de adicional de pneumática que também coloca rebites e botões nas peças de

insalubridade (Id 67f2464 - Pág. 9): roupas; que só operou essas máquinas de colocar rebites e botões,

"(...) 4.6 Do Adicional de Insalubridade e mais nenhuma outra, de nenhum tipo, no período em que

No caso vertente, o autor alega que trabalhava nos setores trabalhou na reclamada; que essas máquinas ficam operando no

"REBITES, CORTE, LAVANDERIA COM CALDEIRAS, SETOR DE setor de rebite . Destaquei. Ata de fls. 564.

TINGIMENTO, EMBALAGEM, LAEZER, BORDADOS, locais com Como se vê, a atuação pericial revelou-se alinhada à realidade

centenas de maquinas operando ao mesmo tempo, ambiente laboral, pelo que merece total crédito em suas conclusões.

quente, exposto a maquinas antigas e absoletas e a choques Indefiro, por conseguinte, os adicionais pleiteados. (...)"

elétricos". Sic. Da análise detida dos autos, verifica-se que o laudo pericial de ID.

Em sua defesa, a parte promovida alega basicamente que o obreiro 44b3668 foi categórico ao afirmar a inexistência de condições

jamais teve contato com qualquer tipo de agente ou produto químico técnicas de insalubridade no exercício das atividades do reclamante

que pudesse ensejar adicional de insalubridade e/ou de junto à reclamada.

periculosidade Isto porque foi constatado, durante a perícia técnica, que o

Por conseguinte, cumpre observar a prova pericial produzida para reclamante não era exposto aos agentes ruído e calor em

averiguar as condições de trabalho do reclamante, conforme quantidades acima dos limites permitidos pelas Normas

determinação contida na ata de fls. 457. Regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE; e

Nela, a perícia concluiu pela inexistência de condições técnicas de que não exercia suas funções em contato com agentes químicos.

insalubridade periculosidade (Laudo de fls. 487/497): Com base na Tal fato foi corroborado pelo próprio recorrente durante a prova oral,

análise das atividades e condições de trabalho do reclamante e no ao afirmar, em seu depoimento, "que trabalhou nas máquinas

conteúdo da Portaria Ministerial 3.214/78, NR 15, Anexo 1 (Ruído), eletrônicas que colocam rebite e botões nas peças de roupas; que

Anexo 3 (Calor), Anexos 11 e 13 (agentes químicos) e NR 16 é de também operou a máquina pneumática que também coloca rebites

nosso parecer que INEXISTEM CONDIÇÕES TÉCNICAS DE e botões nas peças de roupas; que só operou essas máquinas de

INSALUBRIDADE /PERICULOSIDADE. O laudo apresentado é colocar rebites e botões, e mais nenhuma outra, de nenhum tipo, no

minudente e não merece reproche. período em que trabalhou na reclamada" e que "o setor de rebite

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 50
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fica em um galpão que não é fechado por paredes e tem ventilação, quando cientes de que são destituídas de fundamento. Já o art. 80,

inclusive, mecânica com ventiladores". II do citado diploma legal caracteriza como litigante de má-fé aquele

Ante o exposto, inexistindo nos autos qualquer elemento de prova que altera a verdade dos fatos.

capaz de infirmar os fatos atestados pela prova pericial, não há o Nesse diapasão, reputa-se correta a sentença ao reconhecer a

que se falar em direito do recorrente ao recebimento de adicional de litigância de má-fé praticada pelo recorrente, por restar claro, da

insalubridade, devendo a sentença ser mantida, também aqui, por análise dos autos, que o autor formula seus pedidos de forma

seus próprios fundamentos. dissociada da verdade.

DAS MULTAS DOS ARTS. 467 E 477 DA CLT É o que se observa dos pleitos de acúmulo de funções e adicional

Mantida a sentença no tocante à modalidade de rescisão contratual, de insalubridade, fundados em pretensas condições de labor

não há o que se falar em atraso no pagamento de verbas totalmente diversas daquelas declinadas pelo próprio reclamante

rescisórias, razão pela qual resta improvido o recurso, no tocante ao em seu depoimento pessoal, como bem assentado na sentença.

pleito de condenação ao pagamento da multa do art. 477 da CLT. Importante frisar que o reclamante prossegue com tais atitudes em

Incabível, do mesmo modo, a multa do art. 467 da CLT, por sede de recurso, conforme se conclui das afirmações esposadas

inexistirem nos autos parcelas incontroversas. em suas razões, a respeito do alegado cerceamento de defesa,

Nada a reformar, portanto. quando, na verdade, não logrou êxito em se desincumbir do ônus

DA LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ assumido espontaneamente de conduzir a sua testemunha no dia

Pugna o recorrente, por fim, pela exclusão da condenação ao da audiência de instrução.

pagamento de multa por litigância de má-fé, aduzindo que o seu Sentença mantida, por seus próprios fundamentos.

depoimento pessoal não demonstra tentativa de fraude, simulação, É como voto.

dolo ou culpa. [...]".

Razão, contudo, não lhe assiste. À análise.

O Juízo de primeiro grau entendeu pela caracterização má-fé A Lei 13.015/2014 acrescentou o § 1º-A ao artigo 896 da

processual do reclamante, sob os seguintes fundamentos (ID. Consolidação das Leis do Trabalho:

67f2464 - Pág. 12): § 1º-A. Sob pena de não conhecimento, é ônus da parte:

"(...) 4.11 Da Litigância de Má-fé I - indicar o trecho da decisão recorrida que consubstancia o

Pugnam as reclamadas pela aplicação da pena por litigância de má- prequestionamento da controvérsia objeto do recurso de revista;

fé haja vista ter o obreiro alterado a verdade dos fatos. II - indicar, de forma explícita e fundamentada, contrariedade a

Com efeito, restou evidenciado nos presentes autos que o dispositivo de lei, súmula ou orientação jurisprudencial do Tribunal

reclamante, propositadamente, faltou com a verdade em sua Superior do Trabalho que conflite com a decisão regional;

exordial ao afirmar que acumulava funções indevidamente. Também III - expor as razões do pedido de reforma, impugnando todos os

faltou com a verdade quando, no afã de desconstituir a prova fundamentos jurídicos da decisão recorrida, inclusive mediante

pericial em seu favor, alegou trabalhar em setores na empresa no demonstração analítica de cada dispositivo de lei, da Constituição

qual jamais atuou. Federal, de súmula ou orientação jurisprudencial cuja contrariedade

Tais circunstâncias ficaram evidenciadas quando da oitiva do autor aponte.

em juízo, conforme demonstrado alhures (tópicos 4.2 e 4.6 do Não se viabiliza o recurso de revista, pois a parte recorrente não

decisum). transcreveu o trecho do acórdão que demonstraria o

Desta forma, entendo que a parte autora desrespeitou as prequestionamento da controvérsia que pretende ver transferida à

orientações contidas no art. 77, incisos I e II do novo CPC, cognição do Tribunal Superior do Trabalho.

incidindo, portanto, nas previsões contidas no inciso I do art. 80 A exigência consiste em apontar o prequestionamento, salvo vício

daquele mesmo livro de ritos. nascido na própria decisão, e comprová-lo com a transcrição textual

Sendo assim, condeno a parte autora a pagar multa no importe de e destacada da tese adotada pela Turma. A jurisprudência

1% (um por cento) sob o valor atribuído à causa, por litigância de predominante no Tribunal Superior do Trabalho tem definido que o

má-fé, nos moldes do art. 81 do NCPC. (...)" pressuposto legal não se atende com a mera indicação da folha do

O Código de Processo Civil determina, em seu art. 77, incisos I e II, trecho do acórdão, da sinopse da decisão, da transcrição da

serem deveres das partes, "expor os fatos em juízo conforme a ementa, da parte dispositiva ou do inteiro teor do acórdão recorrido.

verdade" e "não formular pretensão ou de apresentar defesa No sentido do acima exposto são os seguintes precedentes do

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Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

CUSTOS LEGIS MINISTERIO PUBLICO DO


Tribunal Superior do Trabalho: TST-AIRR-1160-68.2014.5.02.0073, TRABALHO

Relator Ministro Cláudio Mascarenhas Brandão, julgado em


Intimado(s)/Citado(s):
14/12/2016, 7ª Turma, acórdão publicado no DEJT de 03/02/2017;
- INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO TECNOLOGICO E
TST-RR-18177-29.2013.5.16.0020 1ª Turma, Relator Ministro APOIO A GESTAO EM SAUDE

Walmir Oliveira da Costa, acórdão publicado no DEJT de

29/04/2016; TST-AIRR-104-15.2014.5.08.0014, 2ª Turma, Relatora

Ministra Maria Helena Mallmann, acórdão publicado no DEJT de PODER JUDICIÁRIO


06/05/2016; TST-AIRR-10033-37.2014.5.14.0101, 3ª Turma, Relator JUSTIÇA DO TRABALHO
Ministro Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, acórdão

publicado no DEJT de 29/04/2016; TST-AIRR-10982-


EDITAL PJE
58.2014.5.14.0005, 4ª Turma, Relator Ministro João Oreste
Fica a parte indicado no campo "DESTINATÁRIO", a qual se
Dalazen, acórdão publicado no DEJT de 29/04/2016; TST-AIRR-163
encontra em lugar incerto e não sabido, notificada para tomar
-91.2013.5.11.0551, 5ª Turma, Relator Ministro João Batista Brito
ciência da decisão abaixo transcrita:
Pereira, acórdão publicado no DEJT de 22/04/2016; TST-AIRR-
AGRAVO DE INSTRUMENTO
1410-22.2013.5.07.0001, 6ª Turma, Relator Ministro Augusto César
Lei 13.015/2014
Leite de Carvalho, acórdão publicado no DEJT de 06/05/2016; TST-
Lei 13.467/2017
AIRR-11680-81.2014.5.03.0163, 7ª Turma, Relator Ministro Cláudio
Agravante(s): 1. MUNICIPIO DE FORTALEZA
Brandão, acórdão publicado no DEJT de 04/03/2016.
Agravado(a)(s): 1. RUTY DE ARAUJO NERI
Inviável o conhecimento do recurso de revista porque a parte
2. INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO TECNOLOGICO E APOIO
recorrente não atendeu o inciso I do § 1º-A do artigo 896 da
A GESTAO EM SAUDE
Consolidação das Leis do Trabalho.
Advogado(a)(s): 1. JARI CELIO DE CASTRO ALCANTARA (CE -
CONCLUSÃO
15471)
Isto posto, DENEGO seguimento ao recurso de revista.
Vistos.
Intime-se.
Mantenho a decisão agravada por seus próprios fundamentos.
Publique-se.
Notifique-se a parte contrária, para, no prazo legal, oferecer
À Divisão de Acórdãos e Recursos Processuais.
resposta ao agravo e ao recurso principal.
Fortaleza, 28 de fevereiro de 2020.
No prazo de 8 (oito) dias a contar da intimação desta decisão,
REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO
também deverão as partes, querendo, manifestar interesse na
DESEMBARGADOR(A) VICE-PRESIDENTE, no exercício da
designação de audiência para fins conciliatórios. O silêncio será
Presidência
interpretado como desinteresse.

Havendo anseio comum entre ao menos uma parte autora e uma


/jncf
parte demandada, deverá ser o feito encaminhado ao Juízo

Conciliador dos Feitos em Segundo Grau, a fim de que se adotem


Assinatura
os procedimentos necessários para que se chegue a uma
FORTALEZA, 3 de Março de 2020.
composição amigável, nos termos do Ato da Presidência do TRT da

7ª Região nº. 420/2014.


REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO
Inviável a conciliação ou inexistindo interesse comum em conciliar,
Desembargador(a) do Trabalho
uma vez decorrido o prazo legal, com ou sem a apresentação de
Edital
contraminuta/contrarrazões, deverão ser os autos remetidos ao
Processo Nº ROT-0001900-83.2014.5.07.0009 Colendo Tribunal Superior do Trabalho, independentemente de
Relator PAULO REGIS MACHADO BOTELHO
nova decisão/despacho.
RECORRENTE MUNICIPIO DE FORTALEZA
RECORRIDO INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO À Divisão de Acórdãos e Recursos Processuais.
TECNOLOGICO E APOIO A GESTAO
EM SAUDE Fortaleza, 20 de fevereiro de 2020.
RECORRIDO RUTY DE ARAUJO NERI REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO
JARI CELIO DE ADVOGADO(OAB: 15471/CE)
CASTRO ALCANTARA DESEMBARGADOR(A) VICE-PRESIDENTE, no exercício da

Presidência

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 52
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Regular a representação processual (ID. 454addc).

/fpp Desnecessário o preparo por se tratar de recurso interposto pela

parte exequente.

Mantenho a decisão agravada por seus próprios fundamentos.

FORTALEZA, 27 de Fevereiro de 2020. Recebo o agravo.

Notifique-se a parte contrária, para, no prazo legal, oferecer

resposta ao agravo e ao recurso principal.

REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO No prazo de 8 (oito) dias a contar da intimação desta decisão,

Desembargador(a) do Trabalho também deverão as partes, querendo, manifestar interesse na

FORTALEZA/CE, 28 de fevereiro de 2020. designação de audiência para fins conciliatórios. O silêncio será

interpretado como desinteresse.

MARCOS VENICIUS SARAIVA MARTINS Havendo anseio comum entre ao menos uma parte autora e uma

Assessor parte demandada, deverá ser o feito encaminhado ao Juízo

Conciliador dos Feitos em Segundo Grau, a fim de que se adotem


Processo Nº AP-0000856-44.2015.5.07.0025
Relator FRANCISCO TARCISIO GUEDES os procedimentos necessários para que se chegue a uma
LIMA VERDE JUNIOR
composição amigável, nos termos do Ato da Presidência do TRT da
AGRAVANTE ANTONIO CESAR SOARES DA
ROCHA 7ª Região nº. 420/2014.
Jose Lucio de Sousa ADVOGADO(OAB: 9095-D/CE)
Inviável a conciliação ou inexistindo interesse comum em conciliar,
RODRIGO FERNANDES ADVOGADO(OAB: 25735/CE)
DE AZEVEDO uma vez decorrido o prazo legal, com ou sem a apresentação de
FERNANDA PRADO ADVOGADO(OAB: 32568/CE)
FERNANDES contraminuta/contrarrazões, deverão ser os autos remetidos ao
AGRAVADO RICARDO CESAR BEZERRA TELES Colendo Tribunal Superior do Trabalho, independentemente de
AGRAVADO RICARDO CESAR BEZERRA TELES
nova decisão/despacho.

Intimado(s)/Citado(s): À Divisão de Acórdãos e Recursos Processuais.

- RICARDO CESAR BEZERRA TELES Fortaleza, 15 de janeiro de 2020.

REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO

DESEMBARGADOR(A) VICE-PRESIDENTE, no exercício da

Presidência
PODER JUDICIÁRIO
/fpp
JUSTIÇA DO TRABALHO

FORTALEZA, 17 de Janeiro de 2020


EDITAL PJE

DESTINATÁRIO: RICARDO CESAR BEZERRA TELES REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO


Fica a parte indicado no campo "DESTINATÁRIO", a qual se Desembargador(a) do Trabalho
encontra em lugar incerto e não FORTALEZA/CE, 02 de março de 2020.
sabido, notificada para tomar ciência da decisão Id. 3878268,

abaixo transcrita: ROBERTO CARNEIRO OLIVEIRA


AGRAVO DE INSTRUMENTO Assessor
Lei 13.015/2014
Processo Nº AP-0000407-12.2017.5.07.0027
Lei 13.467/2017
Relator FERNANDA MARIA UCHOA DE
Agravante(s): ANTONIO CESAR SOARES DA ROCHA ALBUQUERQUE
AGRAVANTE MUNICIPIO DE ASSARE
Advogado(a)(s): JOSE LUCIO DE SOUSA (CE - 9095)
WINSTON FERNANDES ADVOGADO(OAB: 25860/CE)
RODRIGO FERNANDES DE AZEVEDO (CE - 25735) LEITE
JESSICA LEITE BRITO ADVOGADO(OAB: 34194/CE)
FERNANDA PRADO FERNANDES (CE - 32568)
AGRAVADO F L. SERVICOS & TERCEIRIZACAO
Agravado(a)(s): RICARDO CESAR BEZERRA TELES EIRELI - ME
AGRAVADO SINVAL LIMA DA SILVA
Tempestivo o recurso (decisão publicada em 22/11/2019 - aba
WELLDER XAVIER ADVOGADO(OAB: 137727/MG)
expedientes e recurso apresentado em 04/12/2019 - ID. a1a98bc). ARAUJO

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 53
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

CUSTOS LEGIS MINISTERIO PUBLICO DO


TRABALHO contraminuta/contrarrazões, deverão ser os autos remetidos ao

Colendo Tribunal Superior do Trabalho, independentemente de


Intimado(s)/Citado(s):
nova decisão/despacho.
- F L. SERVICOS & TERCEIRIZACAO EIRELI - ME
À Divisão de Acórdãos e Recursos Processuais.

Fortaleza, 31 de janeiro de 2020.

REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO


PODER JUDICIÁRIO
DESEMBARGADOR(A) VICE-PRESIDENTE, no exercício da
JUSTIÇA DO TRABALHO
Presidência

/csac

EDITAL PJE

DESTINATÁRIO: F L. SERVICOS & TERCEIRIZACAO EIRELI - ME FORTALEZA, 6 de Fevereiro de 2020

Fica a parte indicado no campo "DESTINATÁRIO", a qual se

encontra em lugar incerto e não REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO

sabido, notificada para tomar ciência da decisão Id. 2e51bd6, Desembargador(a) do Trabalho"

abaixo transcrita: FORTALEZA/CE, 02 de março de 2020.

"AGRAVO DE INSTRUMENTO

Lei 13.015/2014 ROBERTO CARNEIRO OLIVEIRA

Lei 13.467/2017 Assessor

Agravante(s): 1. MUNICIPIO DE ASSARE


Processo Nº ROT-0001247-44.2015.5.07.0010
Advogado(a)(s): 1. WINSTON FERNANDES LEITE (CE - 25860) Relator JEFFERSON QUESADO JUNIOR
1. JESSICA LEITE BRITO (CE - 34194) RECORRENTE FRANCISCO CARLOS MOURA DE
SOUZA
Agravado(a)(s): 1. SINVAL LIMA DA SILVA Marcos Martins dos ADVOGADO(OAB: 20087-A/CE)
Santos Neto
2. F L. SERVICOS & TERCEIRIZACAO EIRELI - ME
TICIANO CORDEIRO ADVOGADO(OAB: 19255/CE)
Advogado(a)(s): 1. WELLDER XAVIER ARAUJO (MG - 137727) AGUIAR
RECORRIDO EMPRESA BRASILEIRA DE
Tempestivo o recurso (decisão publicada em 04/12/2019 - aba INFRAESTRUTURA
AEROPORTUARIA - INFRAERO
expedientes e recurso apresentado em 10/12/2019 - ID. 995b864).
JOILSON LUIZ DE ADVOGADO(OAB: 11277/CE)
Regular a representação processual (nos termos da Súmula nº 436 OLIVEIRA
RECORRIDO TECHSERVICE
do c. TST). HIDROELETROMECANICA E
SERVICOS TECNICOS - EIRELI -
Isento de preparo (artigo 790-A, inciso I, da Consolidação das Leis EPP
do Trabalho c/c artigo 1º, inciso IV, do Decreto- Lei 779/69).
Intimado(s)/Citado(s):
Mantenho a decisão agravada por seus próprios fundamentos.
- TECHSERVICE HIDROELETROMECANICA E SERVICOS
Recebo o agravo. TECNICOS - EIRELI - EPP

Notifique-se a parte contrária, para, no prazo legal, oferecer

resposta ao agravo e ao recurso principal.

No prazo de 8 (oito) dias a contar da intimação desta decisão, PODER JUDICIÁRIO


também deverão as partes, querendo, manifestar interesse na JUSTIÇA DO TRABALHO
designação de audiência para fins conciliatórios. O silêncio será

interpretado como desinteresse.


PODER JUDICIÁRIO FEDERAL
Havendo anseio comum entre ao menos uma parte autora e uma
JUSTIÇA DO TRABALHO
parte demandada, deverá ser o feito encaminhado ao Juízo
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO 7ª REGIÃO
Conciliador dos Feitos em Segundo Grau, a fim de que se adotem
Gabinete da Presidência
os procedimentos necessários para que se chegue a uma

composição amigável, nos termos do Ato da Presidência do TRT da

7ª Região nº. 420/2014.


PROCESSO: 0001247-44.2015.5.07.0010
Inviável a conciliação ou inexistindo interesse comum em conciliar,
CLASSE: Recurso Ordinário Trabalhista
uma vez decorrido o prazo legal, com ou sem a apresentação de

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 54
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

uma vez decorrido o prazo legal, com ou sem a apresentação de

RECORRENTE: FRANCISCO CARLOS MOURA DE SOUZA contraminuta/contrarrazões, deverão ser os autos remetidos ao

RECORRIDO: TECHSERVICE HIDROELETROMECANICA E Colendo Tribunal Superior do Trabalho, independentemente de

SERVICOS TECNICOS - EIRELI - EPP e outros (2) nova decisão/despacho.

À Divisão de Acórdãos e Recursos Processuais.

Fortaleza, 24 de janeiro de 2020.

EDITAL PJe-JT REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO

DESEMBARGADOR(A) VICE-PRESIDENTE, no exercício da

DESTINATÁRIO: {val nome_destinatario_ato_comunicacao} Presidência

/csac

FORTALEZA, 6 de Fevereiro de 2020

Fica a parte identificada no campo "DESTINATÁRIO", ora em local

incerto e não sabido, notificado(a) para tomar ciência da decisão a REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO

seguir, cujo inteiro teor é o seguinte: Desembargador(a) do Trabalho

AGRAVO DE INSTRUMENTO Fortaleza, 03 de março de 2020.

Lei 13.015/2014

Lei 13.467/2017

Agravante(s): 1. EMPRESA BRASILEIRA DE INFRAESTRUTURA

AEROPORTUARIA - INFRAERO

Advogado(a)(s): 1. JOILSON LUIZ DE OLIVEIRA (CE - 11277) FORTALEZA/CE, 03 de março de 2020.

Agravado(a)(s): 1. FRANCISCO CARLOS MOURA DE SOUZA

2. TECHSERVICE HIDROELETROMECANICA E SERVICOS ROBERTO CARNEIRO OLIVEIRA

TECNICOS - EIRELI - EPP Assessor

Advogado(a)(s): 1. MARCOS MARTINS DOS SANTOS NETO (CE -


Processo Nº ROT-0001594-29.2014.5.07.0005
20087) Relator JEFFERSON QUESADO JUNIOR
1. TICIANO CORDEIRO AGUIAR (CE - 19255) RECORRENTE SIND DOS OF MARCEN TRAB NAS
IND SER MOV DE MAD COMP LAM
Tempestivo o recurso (decisão publicada em 06/11/2019 - aba AGL CHAPS FIBRA DE MAD MOV DE
JUNC VIM VAS CORT ESTOF ESCOV
expedientes e recurso apresentado em 17/11/2019 - ID. cf21d30). PINC CARP TAN DE MAD DO EST
DO CE
Regular a representação processual (ID. 28479b4). LYA CARVALHO VERAS ADVOGADO(OAB: 30269/CE)
Depósito recursal efetuado (Id. 5c0670f) no valor integral da HARLEY XIMENES DOS ADVOGADO(OAB: 12397/CE)
SANTOS
condenação. Custas recolhidas (Id. 327f6ac). RONALDO FERREIRA ADVOGADO(OAB: 17384/DF)
TOLENTINO
Mantenho a decisão agravada por seus próprios fundamentos.
ANA CAROLINE FARIAS ADVOGADO(OAB: 61702/DF)
Recebo o agravo. GOMES
CAROLINA CABRAL ADVOGADO(OAB: 46709/DF)
Notifique-se a parte contrária, para, no prazo legal, oferecer MORI
resposta ao agravo e ao recurso principal. RECORRIDO F J DA COSTA SOUSA - ME

No prazo de 8 (oito) dias a contar da intimação desta decisão,


Intimado(s)/Citado(s):
também deverão as partes, querendo, manifestar interesse na - F J DA COSTA SOUSA - ME
designação de audiência para fins conciliatórios. O silêncio será

interpretado como desinteresse.

Havendo anseio comum entre ao menos uma parte autora e uma


PODER JUDICIÁRIO
parte demandada, deverá ser o feito encaminhado ao Juízo
JUSTIÇA DO TRABALHO
Conciliador dos Feitos em Segundo Grau, a fim de que se adotem

os procedimentos necessários para que se chegue a uma

composição amigável, nos termos do Ato da Presidência do TRT da EDITAL PJE


7ª Região nº. 420/2014. DESTINATÁRIO: F J DA COSTA SOUSA - ME
Inviável a conciliação ou inexistindo interesse comum em conciliar,

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 55
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Fica a parte indicado no campo "DESTINATÁRIO", a qual se

encontra em lugar incerto e não /csac

sabido, notificada para tomar ciência da decisão abaixo transcrita:

"AGRAVO DE INSTRUMENTO

Lei 13.015/2014 FORTALEZA, 6 de Fevereiro de 2020

Lei 13.467/2017

Agravante(s): SIND DOS OF MARCEN TRAB NAS IND SER MOV REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO

DE MAD COMP LAM AGL CHAPS FIBRA DE MAD MOV DE JUNC Desembargador(a) do Trabalho"

VIM VAS CORT ESTOF ESCOV PINC CARP TAN DE MAD DO FORTALEZA/CE, 03 de março de 2020.

EST DO CE

Advogado(a)(s): LYA CARVALHO VERAS (CE - 30269) ROBERTO CARNEIRO OLIVEIRA

HARLEY XIMENES DOS SANTOS (CE - 12397) Assessor

RONALDO FERREIRA TOLENTINO (DF - 17384)


Processo Nº ROT-0000323-68.2017.5.07.0008
ANA CAROLINE FARIAS GOMES (DF - 61702) Relator JOSE ANTONIO PARENTE DA SILVA
CAROLINA CABRAL MORI (DF - 46709) RECORRENTE SINDICATO DOS TRAB EM
EMPRESAS DE ASSEIO E CONSERV
Agravado(a)(s): F J DA COSTA SOUSA - ME LOC E ADM DE IMOV COM E DE
LIMP PUBL E PRIVADA NO ESTADO
Tempestivo o recurso (decisão publicada em 12/11/2019 - aba DO CEARA
Carlos Davi Martins ADVOGADO(OAB: 20436/CE)
expedientes e recurso apresentado em 12/11/2019 - ID. 12ef26b). Marques
Regular a representação processual (ID. 2018223 c/c 0fa195b c/c RECORRIDO MMRH SERVICOS LTDA EIRELI - ME
RECORRIDO Instituto Nacional do Seguro Social
d65392a).
CUSTOS LEGIS MINISTERIO PUBLICO DO
Recurso interposto pela parte autora. Custas recolhidas (ID. TRABALHO

f4303d0).
Intimado(s)/Citado(s):
Mantenho a decisão agravada por seus próprios fundamentos. - MMRH SERVICOS LTDA EIRELI - ME
Recebo o agravo.

Notifique-se a parte contrária, para, no prazo legal, oferecer

resposta ao agravo e ao recurso principal.


PODER JUDICIÁRIO
No prazo de 8 (oito) dias a contar da intimação desta decisão,
JUSTIÇA DO TRABALHO
também deverão as partes, querendo, manifestar interesse na

designação de audiência para fins conciliatórios. O silêncio será

interpretado como desinteresse. EDITAL PJE


Havendo anseio comum entre ao menos uma parte autora e uma DESTINATÁRIO: MMRH SERVICOS LTDA EIRELI - ME
parte demandada, deverá ser o feito encaminhado ao Juízo Fica a parte indicado no campo "DESTINATÁRIO", a qual se
Conciliador dos Feitos em Segundo Grau, a fim de que se adotem encontra em lugar incerto e não
os procedimentos necessários para que se chegue a uma sabido, notificada para tomar ciência da decisão Id. 540ad9e,
composição amigável, nos termos do Ato da Presidência do TRT da abaixo transcrita:
7ª Região nº. 420/2014. "AGRAVO DE INSTRUMENTO
Inviável a conciliação ou inexistindo interesse comum em conciliar, Lei 13.015/2014
uma vez decorrido o prazo legal, com ou sem a apresentação de Lei 13.467/2017
contraminuta/contrarrazões, deverão ser os autos remetidos ao Agravante(s): 1. INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL
Colendo Tribunal Superior do Trabalho, independentemente de Agravado(a)(s): 1. SINDICATO DOS TRAB EM EMPRESAS DE
nova decisão/despacho. ASSEIO E CONSERV LOC E ADM DE IMOV COM E DE LIMP
À Divisão de Acórdãos e Recursos Processuais. PUBL E PRIVADA NO ESTADO DO CEARA
Fortaleza, 24 de janeiro de 2020. 2. MMRH SERVICOS LTDA EIRELI - ME
REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO Advogado(a)(s): 1. CARLOS DAVI MARTINS MARQUES (CE -
DESEMBARGADOR(A) VICE-PRESIDENTE, no exercício da 20436)
Presidência Tempestivo o recurso (decisão publicada em 18/11/2019 - aba

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 56
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

CAROLINA CABRAL ADVOGADO(OAB: 46709/DF)


expedientes e recurso apresentado em 10/12/2019 - ID. d92ad8f). MORI
THAIZA OLIVEIRA ADVOGADO(OAB: 35856/DF)
Regular a representação processual (nos termos da Súmula nº 436 WEISS DE CARVALHO
do c. TST). HARLEY XIMENES DOS ADVOGADO(OAB: 12397/CE)
SANTOS
Isento de preparo (artigo 790-A, inciso I, da Consolidação das Leis RECORRIDO KOOK FORNECIMENTO DE
REFEICOES COLETIVAS LTDA.
do Trabalho c/c artigo 1º, inciso IV, do Decreto- Lei 779/69).
CUSTOS LEGIS MINISTERIO PUBLICO DO
Mantenho a decisão agravada por seus próprios fundamentos. TRABALHO

Recebo o agravo.
Intimado(s)/Citado(s):
Notifique-se a parte contrária, para, no prazo legal, oferecer
- KOOK FORNECIMENTO DE REFEICOES COLETIVAS LTDA.
resposta ao agravo e ao recurso principal.

No prazo de 8 (oito) dias a contar da intimação desta decisão,

também deverão as partes, querendo, manifestar interesse na


PODER JUDICIÁRIO
designação de audiência para fins conciliatórios. O silêncio será
JUSTIÇA DO TRABALHO
interpretado como desinteresse.

Havendo anseio comum entre ao menos uma parte autora e uma

parte demandada, deverá ser o feito encaminhado ao Juízo EDITAL PJE


Conciliador dos Feitos em Segundo Grau, a fim de que se adotem DESTINATÁRIO: KOOK FORNECIMENTO DE REFEICOES
os procedimentos necessários para que se chegue a uma COLETIVAS LTDA.
composição amigável, nos termos do Ato da Presidência do TRT da Fica a parte indicado no campo "DESTINATÁRIO", a qual se
7ª Região nº. 420/2014. encontra em lugar incerto e não sabido, notificada para tomar
Inviável a conciliação ou inexistindo interesse comum em conciliar, ciência da decisão abaixo transcrita:
uma vez decorrido o prazo legal, com ou sem a apresentação de RECURSO DE REVISTA
contraminuta/contrarrazões, deverão ser os autos remetidos ao Lei 13.015/2014
Colendo Tribunal Superior do Trabalho, independentemente de Lei 13.467/2017
nova decisão/despacho. Recorrente(s): SINDICATO DOS TRABALHADORES NAS
À Divisão de Acórdãos e Recursos Processuais. EMPRESAS DE REFEICOES COLETIVAS E AFINS NO ESTADO
Fortaleza, 29 de janeiro de 2020. DO CEARA
REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO Advogado(a)(s): RONALDO FERREIRA TOLENTINO (DF - 17384)
DESEMBARGADOR(A) VICE-PRESIDENTE, no exercício da CAROLINA CABRAL MORI (DF - 46709)
Presidência THAIZA OLIVEIRA WEISS DE CARVALHO (DF - 35856)
/fpp HARLEY XIMENES DOS SANTOS (CE - 12397)

Recorrido(a)(s): KOOK FORNECIMENTO DE REFEICOES


FORTALEZA, 7 de Fevereiro de 2020 COLETIVAS LTDA.

PRESSUPOSTOS EXTRÍNSECOS
REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO Tempestivo o recurso (decisão publicada em 30/08/2019 - Aba
Desembargador(a) do Trabalho" expedientes e recurso apresentado em 10/09/2019 - ID. 42a9738 ).
FORTALEZA/CE, 03 de março de 2020. Regular a representação processual (ID. 11f9bfe).

Dispensado o preparo.
ROBERTO CARNEIRO OLIVEIRA PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS
Assessor Nos termos do artigo 896-A da Consolidação das Leis do Trabalho,

cabe ao Tribunal Superior do Trabalho analisar se a causa oferece


Processo Nº ROT-0000253-32.2018.5.07.0003
Relator FERNANDA MARIA UCHOA DE transcendência em relação aos reflexos gerais de natureza
ALBUQUERQUE
econômica, política, social ou jurídica.
RECORRENTE SINDICATO DOS TRABALHADORES
NAS EMPRESAS DE REFEICOES Art. 896-A. [...]
COLETIVAS E AFINS NO ESTADO
DO CEARA § 1o São indicadores de transcendência, entre outros:
RONALDO FERREIRA ADVOGADO(OAB: 17384/DF)
TOLENTINO I - econômica, o elevado valor da causa;

II - política, o desrespeito da instância recorrida à jurisprudência

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 57
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

sumulada do Tribunal Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal Assevera que "Além disso, o acórdão regional, ao vedar a

Federal; possibilidade do desconto da contribuição sindical a partir de

III - social, a postulação, por reclamante-recorrente, de direito social autorização prévia e expressa por meio de assembleia geral da

constitucionalmente assegurado; categoria, violou frontalmente o art. 8º, caput, I e III, da Constituição

IV - jurídica, a existência de questão nova em torno da interpretação Federal. Isto porque tal autorização está plenamente abarcada

da legislação trabalhista. pelos princípios da liberdade e autonomia sindical (art. 8º, caput e I,

§ 2o Poderá o relator, monocraticamente, denegar seguimento ao da CF/88), por se enquadrar no âmbito da livre organização e

recurso de revista que não demonstrar transcendência, cabendo autogestão sindical".

agravo desta decisão para o colegiado. Consta do acórdão:

§ 3o Em relação ao recurso que o relator considerou não ter "[...]

transcendência, o recorrente poderá realizar sustentação oral sobre II - MÉRITO

a questão da transcendência, durante cinco minutos em sessão. Inobstante o inconformismo do recorrente, razão não lhe assiste.

§ 4o Mantido o voto do relator quanto à não transcendência do Através da Lei 13.467/2017, que modificou a redação de diversos

recurso, será lavrado acórdão com fundamentação sucinta, que dispositivos da CLT, as contribuições sindicais perderam sua

constituirá decisão irrecorrível no âmbito do tribunal. natureza compulsória e tributária e passaram a ser facultativas,

§ 5o É irrecorrível a decisão monocrática do relator que, em agravo devendo sua cobrança ser precedida de expressa autorização do

de instrumento em recurso de revista, considerar ausente a empregado.

transcendência da matéria. Saliente-se, por oportuno, que a questão da constitucionalidade das

§ 6o O juízo de admissibilidade do recurso de revista exercido pela alterações que tornaram a contribuição sindical facultativa foi

Presidência dos Tribunais Regionais do Trabalho limita-se à análise enfrentada pelo STF, conforme notícia publicada no sítio eletrônico

dos pressupostos intrínsecos e extrínsecos do apelo, não desta Corte Suprema de Justiça, por cujo teor abaixo transcreve-se:

abrangendo o critério da transcendência das questões nele "Sexta-feira, 29 de junho de 2018

veiculadas." STF declara constitucionalidade do fim da contribuição sindical

Direito Coletivo / Contribuição Sindical. obrigatória.

Alegação(ões): Por 6 votos a 3, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, na

- violação do(s) incisos I e II do caput do artigo 8º da Constituição manhã desta sexta-feira (29), declarar a constitucionalidade do

Federal. ponto da Reforma Trabalhista que extinguiu a obrigatoriedade da

- violação da (o) artigos 513, 545, 578, 579, 582 e 602 da contribuição sindical. O dispositivo foi questionado na Ação Direta

Consolidação das Leis do Trabalho. de Inconstitucionalidade (ADI) 5794, em outras 18 ADIs ajuizadas

- divergência jurisprudencial. contra a nova regra e na Ação Declaratória de constitucionalidade

Afirma que "Ao contrário do que exposto no acórdão recorrido, a (ADC) 55, que buscava o reconhecimento da validade da mudança

redação do art. 579 da CLT, ao dispor que "o desconto da na legislação. Como as ações tramitaram de forma conjunta, a

contribuição sindical está condicionado à autorização prévia e decisão de hoje aplica-se a todos os processos.

expressa dos que participarem de não indica que a lei uma Prevaleceu o entendimento do ministro Luiz Fux, apresentado

determinada categoria econômica ou profissional", facultou a ontem (28), quando o julgamento foi iniciado. Entre os argumentos

contribuição sindical tão somente mediante autorização individual expostos por ele e pelos ministros Alexandre de Moraes, Luís

do empregado". Roberto Barroso, Gilmar Mendes, Marco Aurélio e Cármen Lúcia,

Sustenta que "Dizer que a interpretação teleológica conduz à está o de não se poder admitir que a contribuição sindical seja

autorização individual, com todas as venias, é contrariar o próprio imposta a trabalhadores e empregadores quando a Constituição

texto dos dispositivos ora apontados como violados (arts. 545, 578, determina que ninguém é obrigado a se filiar ou a se manter filiado

579, 582 E 602, da CLT). Se o legislador tivesse optado apenas a uma entidade sindical. Além disso, eles concordaram que o fim da

pela autorização individual, certamente que a literalidade destes obrigatoriedade da contribuição sindical não ofende a Constituição.

artigos traria expressamente tal menção. Se a Lei foi genérica ao O ministro Fux foi o primeiro a divergir do relator dos processos,

tratar da autorização prévia e expressa para o desconto da ministros Edson Fachin, que votou pela inconstitucionalidade do fim

contribuição sindical, não há como dizer que o espírito da Lei contribuição sindical obrigatória. Entre os argumentos expostos por

apontou para a autorização individual". Fachin e pelo ministro Dias Toffoli e pela ministra Rosa Weber, o fim

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 58
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

da obrigatoriedade do tributo vai impedir os sindicatos de buscar apelo para que o Poder Legislativo conclua a Reforma Trabalhista,

formas de organização mais eficazes para defender os direitos dos acabando com a chamada unicidade sindical.

trabalhadores perante os interesses patronais. Para Barroso, o princípio constitucional envolvido no caso é o da

A ADI 5794, à qual as demais ações foram apensadas, norteou o liberdade sindical, o direito de o trabalhador filiar-se ou não, ou e de

julgamento. A ação foi ajuizada pela Confederação Nacional dos contribuir ou não, a uma entidade. Nesse sentido, ele considera o

Trabalhadores em Transporte Aquaviário e Aéreo, na Pesca e nos modelo de contribuição compulsória ruim porque não estimula a

Portos (CONTTMAF). Nela e nos demais processos, o objeto de competitividade e a representatividade, levando um verdadeiro

contestação foi o artigo 1º da Lei 13.467/2017 (Reforma "business" privado. "O sistema é bom para os sindicalistas, mas não

Trabalhista), que deu nova redação aos artigos 545, 578, 579, 582, é bom para os trabalhadores."

583, 587 e 602 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) para Também seguindo a divergência, o ministro Gilmar Mendes não

condicionar o recolhimento da contribuição sindical à expressa verificou nenhuma inconstitucionalidade nas novas regras sobre a

autorização dos trabalhadores contribuição sindical. A seu ver, o modelo anterior causou uma

Contribuição facultativa "brutal distorção" com a criação de 16,8 mil sindicatos no país. "Era

Nesta manhã, o julgamento foi retomado com o voto do ministro um modelo de associativismo subsidiado pela contribuição sindical.

Alexandre de Moraes, para quem a liberdade associativa, uma A África do Sul tem 191 sindicatos, os Estados Unidos, 160, e a

premissa constitucional, é a questão primordial envolvida na Argentina, 91", citou.

discussão sobre o fim da obrigatoriedade da contribuição sindical. Para ele, o novo regime não suprime a sustentabilidade do sistema.

Na avaliação do ministro, essa regra constitucional amplia a "Simplesmente irá fazer com que os sindicatos sejam sustentados

liberdade do trabalhador de se associar ou não a um sindicato e de como todas as demais associações por contribuições voluntárias",

contribuir ou não com essa representação. ponderou.

Segundo o ministro, desde a Constituição de 1988 houve uma O ministro Marco Aurélio, por sua vez, ressaltou que não considera

diminuição do tradicional "sistema de cabresto", instituído pelo a contribuição sindical como tributo propriamente dito. "Não

Estado Novo em 1937, tanto no nível do Estado perante os concebo que pessoa jurídica de direito privado seja parte ativa

sindicatos, quanto no dos sindicatos sobre os trabalhadores. Nesse tributária", sustentou.

sentido, em sua avaliação, a Reforma Trabalhista busca a evolução Na sua avaliação, a contribuição sindical não se enquadra no artigo

de um sistema sindical centralizador, arcaico e paternalista para um 149 da Constituição Federal, que trata das contribuições sociais, de

modelo mais moderno, baseado na liberdade. "Se o empregador intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias

tem a opção de se filiar a um sindicato, ele também tem a opção de profissionais ou econômicas. "Não me consta que essa contribuição

se não se filiar, de não recolher essa contribuição", disse. vise a atuação do estado. Visa sim a atuação do fortalecimento das

"Não há autonomia enquanto um sistema sindical depender de entidades sindicais", assinalou.

dinheiro estatal para sobreviver", complementou, acrescentando O ministro Marco Aurélio frisou ainda que o artigo 8º da Carta

que o legislador constituinte não constitucionalizou a contribuição Magna repete duas vezes que é livre a associação profissional ou

sindical, mas apenas recepcionou a legislação que a havia criado e sindical e o inciso X do artigo 7º prevê a proteção do salário na

permitiu a existência da contribuição sindical de forma subsidiária, forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa.

mas não compulsória. "Não criou e também não vetou", disse. A presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, finalizou o julgamento

O ministro Luís Roberto Barroso também acompanhou a avaliando que as novas regras não ofendem a Constituição Federal.

divergência iniciada pelo ministro Fux ao defender que o fim da "Seria conveniente haver normas de transição. Entretanto, não

contribuição sindical obrigatória não está em desarmonia com a considero que isso seja suficiente para tornar incompatível com a

Constituição Federal. Na avaliação dele, não há que se falar em Constituição Federal as normas promulgadas", apontou.

inconstitucionalidade formal ou material, uma vez que é o Para a presidente do Supremo, a mudança leva a um novo pensar

Congresso Nacional o protagonista dessa discussão que é da sociedade de como lidar com todas as categorias econômicas e

eminentemente política, por envolver modelo de gestão sindical que trabalhistas e com todas as formas de atuação na sociedade, sem

se pretende adotar no Brasil. depender necessariamente do Estado, que nem sempre pode

"O Congresso Nacional é o cenário para que essas decisões sejam acudir todas as demandas de forma automática.

tomadas. O STF deve ser autocontido, de forma a respeitar as Contribuição compulsória

escolhas políticas do Legislativo", disse, aproveitando para fazer um Na sessão de hoje, a primeira a acompanhar o voto do ministro

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 59
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Edson Fachin foi a ministra Rosa Weber. Ela iniciou sua fala autorizados, as contribuições devidas ao sindicato, quando por este

destacando não ter "simpatia nenhuma pela contribuição sindical notificados.

obrigatória", porém destacou que da Constituição Federal emerge Art. 578. As contribuições devidas aos sindicatos pelos participantes

um sistema sindical que tem três pilares. "Não podemos mexer em das categorias econômicas ou profissionais ou das profissões

parte sem que haja uma alteração do todo, sob pena de uma liberais representadas pelas referidas entidades serão, sob a

desarmonia que atenta contra os comandos constitucionais", disse a denominação de contribuição sindical, pagas, recolhidas e aplicadas

ministra. "É um tripé. Afasta um, a casa cai", complementou. na forma estabelecida neste Capítulo, desde que prévia e

Rosa Weber explicou que a Constituição Federal, sem materializar expressamente autorizadas.(Redação dada pela Lei nº 13.467, de

em sua completude o princípio da liberdade sindical, afasta de 2017)

forma expressa o pluralismo e impõe a unicidade sindical para a Art. 579.O desconto da contribuição sindical está condicionado à

legitimidade da representação da atuação sindical. De acordo com autorização prévia e expressa dos que participarem de uma

ela, é nessa perspectiva que se insere a contribuição compulsória, determinada categoria econômica ou profissional, ou de uma

receita fundamental para o fortalecimento e manutenção dos profissão liberal, em favor do sindicato representativo da mesma

sindicatos. categoria ou profissão ou, inexistindo este, na conformidade do

A ministra citou dados que apontam para uma queda de 79,6% na disposto no art. 591 desta Consolidação.

arrecadação da contribuição sindical, a maior fonte de receita do Art. 582.Os empregadores são obrigados a descontar da folha de

sistema, após a Reforma Trabalhista. "É inegável, portanto, o pagamento de seus empregados relativa ao mês de março de cada

enorme prejuízo na arrecadação do sistema sindical brasileiro, com ano a contribuição sindical dos empregadosque autorizaram prévia

profundos reflexos na atuação das entidades sindicais como e expressamente o seu recolhimento aos respectivos sindicatos.

agentes centrais da representação coletiva trabalhista, responsáveis (Grifou-se)

pela defesa dos interesses e direitos de todos os integrantes das Conclui-se, pois, que a mens legis objetivou atribuir à contribuição

respectivas categorias". sindical caráter voluntário, condicionando seu desconto à prévia e

O ministro Dias Toffoli, por sua vez, deu o terceiro voto expressa autorização dos integrantes da categoria profissional ou

acompanhando o relator. "Do ponto de vista constitucional, me econômica.

convenceram os votos dos ministros Edson Fachin e o veemente Da análise dos autos, verifica-se que o sindicato autor pretendeu

voto da ministra Rosa Weber." Toffoli disse concordar com impor a toda a categoria, ou seja, a empregados sindicalizados ou

afirmação feita pelo ministro Barroso no sentido de que o país não (conforme editais constantes IDs. 3487544, 753a3ba,

precisa de mais sociedade, argumentando que, "no Brasil, o Estado 4ed3e69), a realização de desconto de contribuição sindical

veio antes da sociedade". facultativa, em decorrência de aprovação de tal cobrança em

Mas ponderou que seria necessário que o Congresso fizesse uma assembleia geral extraordinária da categoria.

reforma gradativa na área, e não, "da noite para o dia", subverter Ora, admitir que o desconto de contribuição sindical, ainda que

todo o sistema sem ter uma regra de transição, sem ter uma aprovado em assembleia da categoria convocada para tal fim, se

preparação para a substituição desse financiamento. "Penso que aí estenda indiscriminadamente a todos os integrantes da categoria,

está a grande fragilidade do ponto específico que estamos a filiados ou não, fere de morte o princípio da liberdade sindical

discutir. Não é possível essa subtração que houve da contribuição contemplado pela Carta Magna de 1988.

sindical sem ter preparado essa transição, sem ter preparado a Logo, o desconto autorizado em assembleia da categoria só poderá

assunção de mais sociedade civil com menos Estado", finalizou. ser imposto aos membros filiados, ou seja, àqueles que

Os ministros Ricardo Lewandowski e Celso de Mello não voluntariamente se associaram ao ente sindical.

participaram do julgamento, pois estavam ausentes DO PEDIDO DE ISENÇÃO DE CUSTAS PROCESSUAIS

justificadamente. O ministro Luiz Fux será o redator do acórdão. Cediço que a pessoa jurídica, in casu, o sindicato autor, para fazer

Feitas as considerações supra, passa-se à análise do caso sub jus ao benefício da gratuidade, não basta a afirmação pura e

oculis. simples de sua dificuldade financeira, mas sim a prova cabal da sua

Assim dispõem as novas redações dos arts. 545, 578, 579 e 582 do hipossuficiência, o que não se verificou no caso em apreço.

Diploma Celetista: Assim dispõe a Súmula 481 do C. TST:

Art. 545.Os empregadores ficam obrigados a descontar da folha de "Faz jus ao benefício da justiça gratuita a pessoa jurídica com ou

pagamento dos seus empregados, desde que por eles devidamente sem fins lucrativos que demonstrar sua impossibilidade de arcar

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com os encargos processuais". Destarte, nega-se provimento.

Nesse sentido, colhem-se os seguintes julgados: [...]".

"(...) 3. SINDICATO. GRATUIDADE DE JUSTIÇA. CUSTAS. À análise

AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE INSUFICIÊNCIA DE De pronto, constata-se que a parte recorrente demonstrou a

RECURSOS. 1. O art. 514, alínea b, da CLT atribui ao sindicato o existência de divergência jurisprudencial apta a ensejar o

dever de - manter serviços de assistência judiciária para os seguimento do recurso com os arestos colacionados dos autos (ID.

associados-, encargo reafirmado pelo art. 14 da Lei nº 5.584/70 e 42a9738 - Pág. 27/28), provenientes do TRT-4ª e TRT-22ª Região.

referendado pela Constituição Federal, quando diz caber-lhe -a Dá-se seguimento ao recurso.

defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO TRABALHO / Partes e

categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas- (art. Procuradores / Assistência Judiciária Gratuita.

8º, III). Para fazer face a tais despesas, os sindicatos contam com a Alegação(ões):

contribuição sindical obrigatória (CF, art. 8º, IV; CLT, arts. 578 a - violação do(s) inciso III do artigo 8º da Constituição Federal.

670), com as mensalidades de seus associados e, eventualmente, - violação da (o) inciso II do parágrafo único do artigo 81 do Código

com contribuições assistenciais. 2. A mesma CLT, no art. 790, § 1º, de Defesa do Consumidor; caput do artigo 87 do Código de Defesa

afirma que o sindicato, naqueles casos em que -houver intervindo-, do Consumidor.

responderá, solidariamente, pelas custas impostas ao empregado - divergência jurisprudencial.

que não tenha obtido isenção. 3. Os arts. 790, § 3º, da CLT e 14 da Afirma que "O Sindicato é uma modalidade de associação de

Lei nº 5.584/70 direcionam a gratuidade de justiça às pessoas pessoas, nos termos do art. 53, caput, do Código Civil, apesar das

físicas. Não há dúvidas, no entanto, de que a jurisprudência, em prerrogativas peculiares que o distingue das demais associações.

casos especiais e desde que efetivamente demonstrada a Neste contexto, observando-se o disposto no caput do art. 53 do

fragilidade de suas finanças, tem-na estendido às pessoas jurídicas. CC/02, verifica-se que os sindicatos (como todas as demais

4. O ordenamento jurídico, ao tempo em que define as atribuições associações) não possuem fins econômicos, ou seja, não objetivam

sindicais, oferece receitas para que tais entidades as atendam. 5. A lucro a partir das atividades por eles realizadas".

concessão de assistência judiciária a sindicato encontra óbvias Sustenta que "Em razão do interesse coletivo da categoria

restrições no ordenamento jurídico: dependeria, na melhor das defendido na presente lide, o sindicato ora recorrente ingressou

hipóteses, de demonstração de franca impossibilidade de arcar com com a presente AÇÃO COLETIVA a partir da legitimação

a responsabilidade legal. Agravo de instrumento conhecido e extraordinária (substituição processual) autorizada expressamente

desprovido." (TST - AIRR - 1768/2005-007-17-40.0, Relator pela Constituição Federal de 1988, especificamente em seu art. 8º,

Ministro: Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, Data de III".

Julgamento: 18/03/2009, 3ª Turma, Data de Publicação: 17.04.09) Alega que "Ao concluir de forma contrária, o acórdão recorrido

"AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA - divergiu especificamente do entendimento do TRT da 22ª Região

ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA - PESSOA JURÍDICA - acerca da matéria".

SINDICATO - DESERÇÃO - A Assistência Judiciária Gratuita À análise

prevista na Lei nº 1.060/50 configura benefício concedido às partes O cabimento do recurso de revista interposto contra decisão

hipossuficientes, desde que comprovem sua miserabilidade. Apenas proferida em causa sujeita ao rito sumaríssimo está restrito às

em situações excepcionalíssimas, esta Corte tem concedido o hipóteses de contrariedade à súmula de jurisprudência do Tribunal

benefício da justiça gratuita, relativo à isenção das custas Superior do Trabalho ou a súmula vinculante do Supremo Tribunal

processuais, sendo a parte pessoa jurídica. Ainda assim, a Federal, ou ainda por violação direta da Constituição Federal, nos

concessão depende de demonstração inequívoca de que o termos do art. 896, §9º, da CLT, in verbis:

sindicato não poderia responder pelo pagamento das custas, "(...)

exigindo-se cabal demonstração da dificuldade financeira, o que § 9º Nas causas sujeitas ao procedimento sumaríssimo, somente

não ocorreu no presente caso. Agravo de instrumento não provido" ser admitido recurso de revista por contrariedade a súmula de

(TST - AIRR 469/2006-031-24-00.0 - 1ª T. - Relª Min. Dora Maria da jurisprudência uniforme do Tribunal Superior do Trabalho ou a

Costa - DJU 09.11.2007)'. súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal e por violação

Ademais, de se frisar que inexiste na petição inicial qualquer pedido direta da Constituição Federal.

de justiça gratuita. (...)".

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Dessa forma, descabe análise de violação à legislação Desembargador(a) do Trabalho

infraconstitucional (Consolidação das Leis Trabalhistas), bem como FORTALEZA/CE, 03 de março de 2020.

divergência jurisprudencial.

Além de que, cumpre esclarecer que afronta a dispositivo da MARCOS VENICIUS SARAIVA MARTINS

Constituição Federal, autorizadora do conhecimento do recurso de Assessor

revista, é aquela que se verifica de forma direta e literal, nos termos


Processo Nº AP-0000151-62.2018.5.07.0018
do artigo 896, alínea "c", da Consolidação das Leis do Trabalho, Relator FRANCISCO TARCISIO GUEDES
LIMA VERDE JUNIOR
sendo indispensável, portanto, que trate especificamente da matéria
AGRAVANTE LOUIZIANE CABRAL DE FARIAS
discutida. Nesse passo, não socorre a recorrente a invocação de PEDRO JOÃO ADVOGADO(OAB: 22155/CE)
CARVALHO PEREIRA
preceitos genéricos, que nada dispõem em específico sobre tema FILHO
em discussão. AMANDA ADVOGADO(OAB: 28800/CE)
MONTENEGRO
Sendo assim, denego seguimento. CARVALHO
LUIZ AUGUSTO ADVOGADO(OAB: 24064-B/CE)
CONCLUSÃO GUIMARAES
WLODARCZYK
Isto posto, RECEBO PARCIALMENTE o recurso quanto ao tema
AGRAVANTE L&S SOLUCOES EM SERVICOS DE
"Direito Coletivo / Contribuição Sindical". LIMPEZA LTDA
PEDRO JOÃO ADVOGADO(OAB: 22155/CE)
Intimem-se, para fins do artigo 900, da Consolidação das Leis do CARVALHO PEREIRA
FILHO
Trabalho.
AMANDA ADVOGADO(OAB: 28800/CE)
Publique-se. MONTENEGRO
CARVALHO
No prazo de 8 (oito) dias a contar da intimação desta decisão, LUIZ AUGUSTO ADVOGADO(OAB: 24064-B/CE)
GUIMARAES
também deverão as partes, querendo, manifestar interesse na WLODARCZYK
designação de audiência para fins conciliatórios. O silêncio será AGRAVADO ROBERTO EDNEI OTAVIANO DA
SILVA
interpretado como desinteresse. AGRAVADO ELIZANGELO ANDRADE ARAUJO
Havendo anseio comum entre ao menos uma parte autora e uma Alberto Fernandes de ADVOGADO(OAB: 4608/CE)
Farias Neto
parte demandada, deverá ser o feito encaminhado ao Juízo

Conciliador dos Feitos em Segundo Grau, a fim de que se adotem Intimado(s)/Citado(s):


- ROBERTO EDNEI OTAVIANO DA SILVA
os procedimentos necessários para que se chegue a uma

composição amigável, nos termos do Ato da Presidência do TRT 7

n. 420/2014.

Inviável a conciliação ou inexistindo interesse comum em conciliar, PODER JUDICIÁRIO


uma vez decorrido o prazo legal, com ou sem a apresentação de JUSTIÇA DO TRABALHO
contrarrazões, deverão ser os autos remetidos ao Colendo Tribunal

Superior do Trabalho, independentemente de nova


EDITAL PJE
decisão/despacho.
DESTINATÁRIO: ROBERTO EDNEI OTAVIANO DA SILVA
À Divisão de Acórdãos e Recursos Processuais.
Fica a parte indicado no campo "DESTINATÁRIO", a qual se
Fortaleza, 06 de fevereiro de 2020.
encontra em lugar incerto e não
REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO
sabido, notificada para tomar ciência da decisão Id. 0454c2b, abaixo
DESEMBARGADOR(A) VICE-PRESIDENTE, no exercício da
transcrita:
Presidência
"AGRAVO DE INSTRUMENTO

Lei 13.015/2014
/gmba
Lei 13.467/2017

Agravante(s): 1. L&S SOLUCOES EM SERVICOS DE LIMPEZA

LTDA e outro(s)
FORTALEZA, 10 de Fevereiro de 2020.
Advogado(a)(s): 1. PEDRO JOÃO CARVALHO PEREIRA FILHO

(CE - 22155)

1. AMANDA MONTENEGRO CARVALHO (CE - 28800)


REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO
1. LUIZ AUGUSTO GUIMARAES WLODARCZYK (CE - 24064)

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Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

ALCINA MENEZES DO ADVOGADO(OAB: 19721/CE)


Agravado(a)(s): 1. ELIZANGELO ANDRADE ARAUJO AMARAL
RECORRIDO MMRH SERVICOS LTDA EIRELI - ME
2. ROBERTO EDNEI OTAVIANO DA SILVA
CUSTOS LEGIS MINISTERIO PUBLICO DO
Advogado(a)(s): 1. ALBERTO FERNANDES DE FARIAS NETO (CE TRABALHO

- 4608)
Intimado(s)/Citado(s):
Tempestivo o recurso (decisão publicada em 27/11/2019 - aba
- MMRH SERVICOS LTDA EIRELI - ME
expedientes e recurso apresentado em 09/12/2019 - ID. 0f0b6d7).

Regular a representação processual (ID. 1cb8409 e 940b3b9).

O juízo está garantido (ID. 02b04e3 e 4845b6c).


PODER JUDICIÁRIO
Mantenho a decisão agravada por seus próprios fundamentos.
JUSTIÇA DO TRABALHO
Recebo o agravo.

Notifique-se a parte contrária, para, no prazo legal, oferecer

resposta ao agravo e ao recurso principal. EDITAL PJE


No prazo de 8 (oito) dias a contar da intimação desta decisão, DESTINATÁRIO: MMRH SERVICOS LTDA EIRELI - ME
também deverão as partes, querendo, manifestar interesse na Fica a parte indicado no campo "DESTINATÁRIO", a qual se
designação de audiência para fins conciliatórios. O silêncio será encontra em lugar incerto e não sabido, notificada para tomar
interpretado como desinteresse. ciência da decisão, id.2fd472b, abaixo transcrita:
Havendo anseio comum entre ao menos uma parte autora e uma AGRAVO DE INSTRUMENTO
parte demandada, deverá ser o feito encaminhado ao Juízo Lei 13.015/2014
Conciliador dos Feitos em Segundo Grau, a fim de que se adotem Lei 13.467/2017
os procedimentos necessários para que se chegue a uma Agravante(s): 1. INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL
composição amigável, nos termos do Ato da Presidência do TRT da Agravado(a)(s): 1. PATRICIA MARTINS DA SILVA
7ª Região nº. 420/2014. 2. MMRH SERVICOS LTDA EIRELI - ME
Inviável a conciliação ou inexistindo interesse comum em conciliar, Advogado(a)(s): 1. ALCINA MENEZES DO AMARAL (CE - 19721)
uma vez decorrido o prazo legal, com ou sem a apresentação de Tempestivo o recurso (decisão publicada em 19/12/2019 - aba
contraminuta/contrarrazões, deverão ser os autos remetidos ao expedientes e recurso apresentado em 20/12/2019 - ID. 45c08dc).
Colendo Tribunal Superior do Trabalho, independentemente de Regular a representação processual (nos termos da Súmula nº 436
nova decisão/despacho. do c. TST).
À Divisão de Acórdãos e Recursos Processuais. Isento de preparo (artigo 790-A, inciso I, da Consolidação das Leis
Fortaleza, 10 de fevereiro de 2020. do Trabalho c/c artigo 1º, inciso IV, do Decreto- Lei 779/69).
REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO Mantenho a decisão agravada por seus próprios fundamentos.
DESEMBARGADOR(A) VICE-PRESIDENTE, no exercício da Recebo o agravo.
Presidência Notifique-se a parte contrária, para, no prazo legal, oferecer
/csac resposta ao agravo e ao recurso principal.
FORTALEZA, 12 de Fevereiro de 2020. No prazo de 8 (oito) dias a contar da intimação desta decisão,

também deverão as partes, querendo, manifestar interesse na

designação de audiência para fins conciliatórios. O silêncio será


REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO interpretado como desinteresse.
Desembargador(a) do Trabalho" Havendo anseio comum entre ao menos uma parte autora e uma
FORTALEZA/CE, 04 de março de 2020. parte demandada, deverá ser o feito encaminhado ao Juízo

Conciliador dos Feitos em Segundo Grau, a fim de que se adotem


ROBERTO CARNEIRO OLIVEIRA os procedimentos necessários para que se chegue a uma
Assessor composição amigável, nos termos do Ato da Presidência do TRT da

7ª Região nº. 420/2014.


Processo Nº ROT-0000874-36.2017.5.07.0012
Relator FERNANDA MARIA UCHOA DE Inviável a conciliação ou inexistindo interesse comum em conciliar,
ALBUQUERQUE
uma vez decorrido o prazo legal, com ou sem a apresentação de
RECORRENTE Instituto Nacional do Seguro Social
RECORRIDO PATRICIA MARTINS DA SILVA contraminuta/contrarrazões, deverão ser os autos remetidos ao

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Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Colendo Tribunal Superior do Trabalho, independentemente de DESTINATÁRIO: ADRISAM INDUSTRIA DE ESTRUTURA

nova decisão/despacho. METALICA E SERVICOS LTDA

À Divisão de Acórdãos e Recursos Processuais. Fica a parte indicado no campo "DESTINATÁRIO", a qual se

Fortaleza, 12 de fevereiro de 2020. encontra em lugar incerto e não sabido, notificada para tomar

REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO ciência da decisão id.6865161, abaixo transcrita:AGRAVO DE

DESEMBARGADOR(A) VICE-PRESIDENTE, no exercício da INSTRUMENTO

Presidência Lei 13.015/2014

Lei 13.467/2017

/fpp Agravante(s): 1. PETROLEO BRASILEIRO S A PETROBRAS

Advogado(a)(s): 1. SILVIA RAFAELLY LIRA DA SILVA (RN - 9699)

1. LUCIANA MARIA DE MEDEIROS SILVA (RN - 6293)

FORTALEZA, 13 de Fevereiro de 2020. Agravado(a)(s): 1. GERARDO PAIVA CAMARA JUNIOR

2. ADRISAM INDUSTRIA DE ESTRUTURA METALICA E

SERVICOS LTDA

REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO Advogado(a)(s): 1. RAYANNE DAIARA HOLANDA COSTA (CE -

Desembargador(a) do Trabalho 33181)

FORTALEZA/CE, 04 de março de 2020. 1. LEANDRO LIMA PINHEIRO (CE - 26157)

Vistos.

MARCOS VENICIUS SARAIVA MARTINS Mantenho a decisão agravada por seus próprios fundamentos.

Assessor Notifique-se a parte contrária, para, no prazo legal, oferecer

resposta ao agravo e ao recurso principal.


Processo Nº ROT-0000866-75.2017.5.07.0039
Relator FERNANDA MARIA UCHOA DE No prazo de 8 (oito) dias a contar da intimação desta decisão,
ALBUQUERQUE
também deverão as partes, querendo, manifestar interesse na
RECORRENTE PETROLEO BRASILEIRO S A
PETROBRAS designação de audiência para fins conciliatórios. O silêncio será
SILVIA RAFAELLY LIRA ADVOGADO(OAB: 9699/RN)
DA SILVA interpretado como desinteresse.
LUCIANA MARIA DE ADVOGADO(OAB: 6293/RN) Havendo anseio comum entre ao menos uma parte autora e uma
MEDEIROS SILVA
RECORRIDO PETROLEO BRASILEIRO S A parte demandada, deverá ser o feito encaminhado ao Juízo
PETROBRAS
Conciliador dos Feitos em Segundo Grau, a fim de que se adotem
DIOGO JACOME ADVOGADO(OAB: 8054/RN)
BEZERRA DINIZ os procedimentos necessários para que se chegue a uma
SILVIA RAFAELLY LIRA ADVOGADO(OAB: 9699/RN)
DA SILVA composição amigável, nos termos do Ato da Presidência do TRT da
LUCIANA MARIA DE ADVOGADO(OAB: 6293/RN) 7ª Região nº. 420/2014.
MEDEIROS SILVA
RECORRIDO GERARDO PAIVA CAMARA JUNIOR Inviável a conciliação ou inexistindo interesse comum em conciliar,
RAYANNE DAIARA ADVOGADO(OAB: 33181/CE) uma vez decorrido o prazo legal, com ou sem a apresentação de
HOLANDA COSTA
LEANDRO LIMA ADVOGADO(OAB: 26157/CE) contraminuta/contrarrazões, deverão ser os autos remetidos ao
PINHEIRO
Colendo Tribunal Superior do Trabalho, independentemente de
RECORRIDO ADRISAM INDUSTRIA DE
ESTRUTURA METALICA E nova decisão/despacho.
SERVICOS LTDA
À Divisão de Acórdãos e Recursos Processuais.
Intimado(s)/Citado(s): Fortaleza, 14 de fevereiro de 2020.
- ADRISAM INDUSTRIA DE ESTRUTURA METALICA E REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO
SERVICOS LTDA
DESEMBARGADOR(A) VICE-PRESIDENTE, no exercício da

Presidência

PODER JUDICIÁRIO
/fdbs
JUSTIÇA DO TRABALHO

EDITAL PJE FORTALEZA, 18 de Fevereiro de 2020.

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 64
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

2. CLEONILCE RAFAEL BARBOSA DUTRA

Advogado(a)(s): 2. HIURY SARAIVA AGUIAR (CE - 24803)

REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO 2. DANIEL FELINTO DOS SANTOS NETO (CE - 24823)

Desembargador(a) do Trabalho Mantenho a decisão agravada por seus próprios fundamentos.

Notifique-se a parte contrária, para, no prazo legal, oferecer

FORTALEZA/CE, 04 de março de 2020. resposta ao agravo e ao recurso principal.

No prazo de 8 (oito) dias a contar da intimação desta decisão,

MARCOS VENICIUS SARAIVA MARTINS também deverão as partes, querendo, manifestar interesse na

Assessor designação de audiência para fins conciliatórios. O silêncio será

interpretado como desinteresse.


Processo Nº AIRO-0000788-74.2017.5.07.0009
Relator REGINA GLAUCIA CAVALCANTE Havendo anseio comum entre ao menos uma parte autora e uma
NEPOMUCENO
parte demandada, deverá ser o feito encaminhado ao Juízo
AGRAVANTE FIORI INDUSTRIA E COMERCIO DE
CONFECCOES LTDA Conciliador dos Feitos em Segundo Grau, a fim de que se adotem
RUI BARROS LEAL ADVOGADO(OAB: 16411/CE)
FARIAS os procedimentos necessários para que se chegue a uma
RODRIGO MACÊDO DE ADVOGADO(OAB: 15470/CE) composição amigável, nos termos do Ato da Presidência do TRT da
CARVALHO
MATHEUS DE ADVOGADO(OAB: 40100/CE) 7ª Região nº. 420/2014.
AZEVEDO MENDES
Inviável a conciliação ou inexistindo interesse comum em conciliar,
AGRAVADO ARTEZANALLE INDUSTRIA DE
CONFECCOES LTDA - ME uma vez decorrido o prazo legal, com ou sem a apresentação de
AGRAVADO CLEONILCE RAFAEL BARBOSA
DUTRA contraminuta/contrarrazões, deverão ser os autos remetidos ao
HIURY SARAIVA ADVOGADO(OAB: 24803/CE) Colendo Tribunal Superior do Trabalho, independentemente de
AGUIAR
DANIEL FELINTO DOS ADVOGADO(OAB: 24823/CE) nova decisão/despacho.
SANTOS NETO
À Divisão de Acórdãos e Recursos Processuais.

Intimado(s)/Citado(s): Por se tratar de empresa em comprovada recuperação judicial, a

- ARTEZANALLE INDUSTRIA DE CONFECCOES LTDA - ME recorrente é isenta do depósito recursal (art. 899, §10, da CLT).

Fortaleza, 14 de fevereiro de 2020.

REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO

DESEMBARGADOR(A) VICE-PRESIDENTE, no exercício da


PODER JUDICIÁRIO
Presidência
JUSTIÇA DO TRABALHO

/csac
EDITAL PJE

DESTINATÁRIO: ARTEZANALLE INDUSTRIA DE CONFECCOES

LTDA - ME FORTALEZA, 18 de Fevereiro de 2020.


Fica a parte indicado no campo "DESTINATÁRIO", a qual se

encontra em lugar incerto e não sabido, notificada para tomar

ciência da decisão id.390a9cc, abaixo transcrita: REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO


AGRAVO DE INSTRUMENTO Desembargador(a) do Trabalho
Lei 13.015/2014 FORTALEZA/CE, 04 de março de 2020.
Lei 13.467/2017

Agravante(s): 1. FIORI INDUSTRIA E COMERCIO DE MARCOS VENICIUS SARAIVA MARTINS


CONFECCOES LTDA Assessor
Advogado(a)(s): 1. RUI BARROS LEAL FARIAS (CE - 16411)
Processo Nº ROT-0001462-76.2017.5.07.0001
1. RODRIGO MACÊDO DE CARVALHO (CE - 15470)
Relator FERNANDA MARIA UCHOA DE
1. MATHEUS DE AZEVEDO MENDES (CE - 40100) ALBUQUERQUE
RECORRENTE VANESSA DE SA SOUSA
Agravado(a)(s): 1. ARTEZANALLE INDUSTRIA DE CONFECCOES
YURI COSTA FREIRE ADVOGADO(OAB: 27524/CE)
LTDA - ME

Código para aferir autenticidade deste caderno: 147944


2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 65
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

DANIEL SCARANO DO ADVOGADO(OAB: 26832/CE)


AMARAL nova decisão/despacho.
RECORRIDO SHIRLEY S. SILVEIRA EIRELI À Divisão de Acórdãos e Recursos Processuais.
RECORRIDO NARFU INDUSTRIA & COMERCIO DE
CONFECCOES LTDA - ME Fortaleza, 21 de fevereiro de 2020.
MATHEUS ANDERSON ADVOGADO(OAB: 26624/CE) REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO
BEZERRA XIMENES
DESEMBARGADOR(A) VICE-PRESIDENTE, no exercício da
Intimado(s)/Citado(s):
Presidência
- SHIRLEY S. SILVEIRA EIRELI

/fpp

PODER JUDICIÁRIO

JUSTIÇA DO TRABALHO FORTALEZA, 3 de Março de 2020.

EDITAL PJE
REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO
DESTINATÁRIO: SHIRLEY S. SILVEIRA EIRELI
Desembargador(a) do Trabalho
Fica a parte indicado no campo "DESTINATÁRIO", a qual se
FORTALEZA/CE, 04 de março de 2020.
encontra em lugar incerto e não sabido, notificada para tomar

ciência da decisão id.2a42360, abaixo transcrita:


MARCOS VENICIUS SARAIVA MARTINS
AGRAVO DE INSTRUMENTO
Assessor
Lei 13.015/2014

Lei 13.467/2017 Processo Nº ROT-0000369-03.2016.5.07.0005


Agravante(s): 1. VANESSA DE SA SOUSA Relator MARIA JOSE GIRAO
RECORRENTE JOSE NOGUEIRA DE SOUSA NETO
Advogado(a)(s): 1. YURI COSTA FREIRE (CE - 27524)
YURI COSTA FREIRE ADVOGADO(OAB: 27524/CE)
1. DANIEL SCARANO DO AMARAL (CE - 26832) DANIEL SCARANO DO ADVOGADO(OAB: 26832/CE)
AMARAL
Agravado(a)(s): 1. SHIRLEY S. SILVEIRA EIRELI
RECORRIDO SAMSUNG ELETRONICA DA
2. NARFU INDUSTRIA & COMERCIO DE CONFECCOES LTDA - AMAZONIA LTDA
CARLOS FERNANDO ADVOGADO(OAB: 5426/TO)
ME DE SIQUEIRA CASTRO
Advogado(a)(s): 2. MATHEUS ANDERSON BEZERRA XIMENES OTAVIO PINTO E SILVA ADVOGADO(OAB: 155471/RJ)
RECORRIDO TC TELECOMUNICACOES LTDA -
(CE - 26624) ME
Vistos.
Intimado(s)/Citado(s):
Mantenho a decisão agravada por seus próprios fundamentos.
- TC TELECOMUNICACOES LTDA - ME
Notifique-se a parte contrária, para, no prazo legal, oferecer

resposta ao agravo e ao recurso principal.

No prazo de 8 (oito) dias a contar da intimação desta decisão,


PODER JUDICIÁRIO
também deverão as partes, querendo, manifestar interesse na
JUSTIÇA DO TRABALHO
designação de audiência para fins conciliatórios. O silêncio será

interpretado como desinteresse.

Havendo anseio comum entre ao menos uma parte autora e uma EDITAL PJE
parte demandada, deverá ser o feito encaminhado ao Juízo DESTINATÁRIO: TC TELECOMUNICACOES LTDA - ME
Conciliador dos Feitos em Segundo Grau, a fim de que se adotem Fica a parte indicado no campo "DESTINATÁRIO", a qual se
os procedimentos necessários para que se chegue a uma encontra em lugar incerto e não sabido, notificada para tomar
composição amigável, nos termos do Ato da Presidência do TRT da ciência da decisão id.e38c39f, abaixo transcrita:
7ª Região nº. 420/2014. AGRAVO DE INSTRUMENTO
Inviável a conciliação ou inexistindo interesse comum em conciliar, Lei 13.015/2014
uma vez decorrido o prazo legal, com ou sem a apresentação de Lei 13.467/2017
contraminuta/contrarrazões, deverão ser os autos remetidos ao Agravante(s): 1. JOSE NOGUEIRA DE SOUSA NETO
Colendo Tribunal Superior do Trabalho, independentemente de Advogado(a)(s): 1. YURI COSTA FREIRE (CE - 27524)

Código para aferir autenticidade deste caderno: 147944


2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 66
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

RECORRENTE FRANCISCA TERESINHA TOMAZ DE


1. DANIEL SCARANO DO AMARAL (CE - 26832) OLIVEIRA
Sérgio Ellery Santos ADVOGADO(OAB: 15154-A/CE)
Agravado(a)(s): 1. TC TELECOMUNICACOES LTDA - ME Girão
2. SAMSUNG ELETRONICA DA AMAZONIA LTDA RECORRIDO BANCO BRADESCO S.A.
FRANCISCO SAMPAIO ADVOGADO(OAB: 9075/CE)
Advogado(a)(s): 2. CARLOS FERNANDO DE SIQUEIRA CASTRO DE MENEZES JUNIOR
(TO - 5426-A) JOSÉ NEWTON ADVOGADO(OAB: 5632/CE)
CARVALHO DE
2. OTAVIO PINTO E SILVA (RJ - 155471) BARROS

Vistos.
Intimado(s)/Citado(s):
Mantenho a decisão agravada por seus próprios fundamentos.
- FRANCISCA TERESINHA TOMAZ DE OLIVEIRA
Notifique-se a parte contrária, para, no prazo legal, oferecer

resposta ao agravo e ao recurso principal.

No prazo de 8 (oito) dias a contar da intimação desta decisão,


PODER JUDICIÁRIO
também deverão as partes, querendo, manifestar interesse na
JUSTIÇA DO TRABALHO
designação de audiência para fins conciliatórios. O silêncio será

interpretado como desinteresse.

Havendo anseio comum entre ao menos uma parte autora e uma AGRAVO DE INSTRUMENTO
parte demandada, deverá ser o feito encaminhado ao Juízo Lei 13.015/2014
Conciliador dos Feitos em Segundo Grau, a fim de que se adotem Lei 13.467/2017
os procedimentos necessários para que se chegue a uma Agravante(s): FRANCISCA TERESINHA TOMAZ DE OLIVEIRA
composição amigável, nos termos do Ato da Presidência do TRT da Agravado(a)(s): BANCO BRADESCO S.A.
7ª Região nº. 420/2014. Advogado(a)(s): FRANCISCO SAMPAIO DE MENEZES JUNIOR
Inviável a conciliação ou inexistindo interesse comum em conciliar, (CE - 9075)
uma vez decorrido o prazo legal, com ou sem a apresentação de JOSÉ NEWTON CARVALHO DE BARROS (CE - 5632)
contraminuta/contrarrazões, deverão ser os autos remetidos ao Tempestivo o recurso (decisão publicada em 26/02/2018 - aba
Colendo Tribunal Superior do Trabalho, independentemente de expedientes e recurso apresentado em 08/03/2018 - ID. 8cc6139).
nova decisão/despacho. Regular a representação processual (ID. 3d3cc8c).
À Divisão de Acórdãos e Recursos Processuais. Recurso interposto pela parte reclamante, beneficiária da justiça
Fortaleza, 21 de fevereiro de 2020. gratuita.
REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO Mantenho a decisão agravada por seus próprios fundamentos.
DESEMBARGADOR(A) VICE-PRESIDENTE, no exercício da Recebo o agravo.
Presidência Notifique-se a parte contrária, para, no prazo legal, oferecer

resposta ao agravo e ao recurso principal.


/fpp No prazo de 8 (oito) dias a contar da intimação desta decisão,

também deverão as partes, querendo, manifestar interesse na

designação de audiência para fins conciliatórios. O silêncio será


FORTALEZA, 3 de Março de 2020. interpretado como desinteresse.

Havendo anseio comum entre ao menos uma parte autora e uma

parte demandada, deverá ser o feito encaminhado ao Juízo


REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO Conciliador dos Feitos em Segundo Grau, a fim de que se adotem
Desembargador(a) do Trabalho os procedimentos necessários para que se chegue a uma
FORTALEZA/CE, 04 de março de 2020. composição amigável, nos termos do Ato da Presidência do TRT da

7ª Região nº. 420/2014.


MARCOS VENICIUS SARAIVA MARTINS Inviável a conciliação ou inexistindo interesse comum em conciliar,
Assessor uma vez decorrido o prazo legal, com ou sem a apresentação de
Notificação contraminuta/contrarrazões, deverão ser os autos remetidos ao

Colendo Tribunal Superior do Trabalho, independentemente de


Processo Nº ROT-0001639-16.2012.5.07.0001
Relator PAULO REGIS MACHADO BOTELHO nova decisão/despacho.

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 67
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

LUIZ AUGUSTO ADVOGADO(OAB: 24064-B/CE)


À Divisão de Acórdãos e Recursos Processuais. GUIMARAES
WLODARCZYK
Fortaleza, 03 de fevereiro de 2020. RECORRIDO MAGNA BATISTA SILVA
REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO LUZIRENE ADVOGADO(OAB: 7523/CE)
GONÇALVES DA SILVA
DESEMBARGADOR(A) VICE-PRESIDENTE, no exercício da CHARDSON ADVOGADO(OAB: 20593/CE)
GONCALVES DA SILVA
Presidência

FORTALEZA/CE, 03 de março de 2020. Intimado(s)/Citado(s):


- L&S SOLUCOES EM SERVICOS DE LIMPEZA LTDA
FRANCISCO PATRICIO PINHEIRO

Assessor

PODER JUDICIÁRIO
CORREGEDORIA
JUSTIÇA DO TRABALHO
Notificação

Processo Nº PP-0080073-41.2020.5.07.0000
Fica a recorrente L&S SOLUCOES EM SERVICOS DE LIMPEZA
Relator EMMANUEL TEOFILO FURTADO
REQUERENTE MARIA CICERA NOE OLIVEIRA LTDA notificada para tomar ciência da Decisão Id:338d722, que
ERIVANDA ADVOGADO(OAB: 13636/CE) indeferiu o pedido de gratuidade da justiça, assinando-lhe prazo de
CAVALCANTE MENDES
DE VASCONCELOS 05 (cinco) dias para realização do recolhimento e respectiva
REQUERIDO LAGOA LAZER HOTEL LTDA
comprovação do preparo recursal nos presentes autos, sob pena de

Intimado(s)/Citado(s): não conhecimento do apelo, por deserção.


- MARIA CICERA NOE OLIVEIRA FORTALEZA/CE, 25 de fevereiro de 2020.

MARILSA FERREIRA DE ARAUJO

PODER JUDICIÁRIO Assessor

JUSTIÇA DO TRABALHO
Processo Nº ROT-0001397-64.2017.5.07.0039
Relator CLAUDIO SOARES PIRES
RECORRENTE CSP - COMPANHIA SIDERURGICA
DO PECEM
INTIMAÇÃO
DANIEL CIDRAO ADVOGADO(OAB: 19976/CE)
Fica V. Sa. intimado para tomar ciência da Decisão ID e663652 FROTA
AMANDA ARRAES DE ADVOGADO(OAB: 32111/CE)
proferido nos autos. ALENCAR ARARIPE
NUNES
Para visualizar o referido documento acesse o site
PEDRO JOÃO ADVOGADO(OAB: 22155/CE)
https://pje.trt7.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/list CARVALHO PEREIRA
FILHO
View.seam com a chave de acesso MANUEL LUIS DA ADVOGADO(OAB: 7479/CE)
ROCHA NETO
20030212014596800000006961465
RECORRIDO JANAINA FERREIRA DE SOUSA
EMMANUEL TEOFILO FURTADO MARCOS ANTONIO ADVOGADO(OAB: 20417-A/CE)
INACIO DA SILVA
Magistrado
BERVELLY OLIVEIRA E ADVOGADO(OAB: 32291/CE)
NOBREGA

GABINETE DO DESEMBARGADOR CLÁUDIO


Intimado(s)/Citado(s):
SOARES PIRES - JANAINA FERREIRA DE SOUSA
Notificação

Processo Nº RORSum-0000846-64.2018.5.07.0002
Relator CLAUDIO SOARES PIRES
RECORRENTE CONSELHO REG DE CORRETORES PODER JUDICIÁRIO
DE IMOVEIS - 15ª REGIAO - CRECI-
CE JUSTIÇA DO TRABALHO
FRANCISCO ADVOGADO(OAB: 8137/CE)
ALEXANDRE ARAUJO
GOMES
Fica V.Sª. notificado(a), através de seu patrono, para no prazo de
RECORRENTE L&S SOLUCOES EM SERVICOS DE
LIMPEZA LTDA 05(cinco) dias, apresentar manifestação acerca dos Embargos de

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 68
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Declaração (Id. d117e28), interpostos por CSP - COMPANHIA

SIDERÚRGICA DO PECÉM.

FORTALEZA/CE, 27 de fevereiro de 2020. PODER JUDICIÁRIO

JUSTIÇA DO TRABALHO
JOAO BATISTA LOPES DE SOUZA

Assessor
Fica V.Sª. notificado(a), através de seu patrono, para no prazo de
Processo Nº ROT-0001142-17.2017.5.07.0004 05(cinco) dias, apresentar manifestação acerca dos Embargos de
Relator CLAUDIO SOARES PIRES
Declaração (Id. 9eb0955), interpostos por OK
RECORRENTE MARIA EDNI MAGALHAES ALMEIDA
SILAS OLIVEIRA ADVOGADO(OAB: 25763/CE) EMPREENDIMENTOS CONSTRUÇÕES E SERVIÇOS LTDA.
CAVALCANTE
FORTALEZA/CE, 27 de fevereiro de 2020.
FRANCISCO SALAS ADVOGADO(OAB: 16226/CE)
MELO MACEDO
CAVALCANTE
RECORRIDO BANCO DO BRASIL SA JOAO BATISTA LOPES DE SOUZA
ANTONIO DE PADUA ADVOGADO(OAB: 4445/PI) Assessor
DE SOUSA RAMOS
JUNIOR
RAFAEL LIMA DE ADVOGADO(OAB: 592-B/SE) Processo Nº ROT-0000076-62.2018.5.07.0005
ANDRADE Relator CLAUDIO SOARES PIRES
ANDRESSA LICAR ADVOGADO(OAB: 9459/MA) RECORRENTE FRANCISCO JOSE SIQUEIRA
FERNANDES FREIRE
TERCEIRO CHRISTIAN EMMANUEL DANTAS TATIANE VASQUES ADVOGADO(OAB: 30785/CE)
INTERESSADO ROQUE MONTEIRO
NADIA SA LOPES ADVOGADO(OAB: 18304/CE)
Intimado(s)/Citado(s): CLAUDIA MARIA ADVOGADO(OAB: 32377/CE)
- MARIA EDNI MAGALHAES ALMEIDA DIOGENES VASQUES
RECORRIDO COMPANHIA CEARENSE DE
TRANSPORTES METROPOLITANOS
MANUEL LUIS DA ADVOGADO(OAB: 7479/CE)
ROCHA NETO
PODER JUDICIÁRIO PEDRO JOÃO ADVOGADO(OAB: 22155/CE)
CARVALHO PEREIRA
JUSTIÇA DO TRABALHO FILHO
AMANDA ARRAES DE ADVOGADO(OAB: 32111/CE)
ALENCAR ARARIPE
NUNES
Fica V.Sª. notificado(a), através de seu patrono, para no prazo de
Intimado(s)/Citado(s):
05(cinco) dias, apresentar manifestação acerca dos Embargos de
- FRANCISCO JOSE SIQUEIRA FREIRE
Declaração (Id. 878dc0a), interpostos por BANCO DO BRASIL S.A

FORTALEZA/CE, 27 de fevereiro de 2020.


PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
JOAO BATISTA LOPES DE SOUZA

Assessor

Fica V.Sª. notificado(a), através de seu patrono, para no prazo de


Processo Nº ROT-0000452-51.2018.5.07.0004
Relator CLAUDIO SOARES PIRES 05(cinco) dias, apresentar manifestação acerca dos Embargos de
RECORRENTE O K EMPREENDIMENTOS Declaração (Id. 2a35a7d), interpostos por COMPANHIA
CONSTRUCOES E SERVICOS LTDA
Thiago Bonavides ADVOGADO(OAB: 19880/CE) CEARENSE DE TRANSPORTES METROPOLITANOS.
Borges da Cunha Bitar
FORTALEZA/CE, 27 de fevereiro de 2020.
RECORRIDO DJARINO BRAZ DOS SANTOS
CINTHIA PAOLA SILVA ADVOGADO(OAB: 31038/CE)
DAMASCENO
JOAO BATISTA LOPES DE SOUZA
BRUNO PAOLO SILVA ADVOGADO(OAB: 34998/CE)
DAMASCENO Assessor
TESTEMUNHA ELEN DIANE BATISTA TORRES
TESTEMUNHA SAMARA QUEIROZ PEREIRA
Processo Nº ROT-0000621-92.2019.5.07.0007
Relator CLAUDIO SOARES PIRES
Intimado(s)/Citado(s): RECORRENTE ESTILO COMERCIO DE OTICA LTDA
- DJARINO BRAZ DOS SANTOS - ME

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 69
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

GILVAN MELO SOUSA ADVOGADO(OAB: 16383/CE) RECORRENTE ANTONIO RODRIGUES DO


NASCIMENTO
NIVIA COSTA DE ADVOGADO(OAB: 30317/CE)
ARAUJO TALES JESUM ARRAIS ADVOGADO(OAB: 27464/CE)
DE LAVOR LUNA
RECORRIDO FRANCISCO LEONARDO CHAVES
SOUSA GUSTAVO BARRETO ADVOGADO(OAB: 26494/CE)
MACHADO DIAS
SAMUEL NOGUEIRA ADVOGADO(OAB: 28553/CE)
MATOSO BENEVAL REMIGIO ADVOGADO(OAB: 24306/CE)
FEITOSA FILHO
Intimado(s)/Citado(s): RECORRIDO CONDOMINIO DO EDIFICIO CARIRI
SHOPPING CENTER
- FRANCISCO LEONARDO CHAVES SOUSA HUMBERTO ROSSETTI ADVOGADO(OAB: 91263/MG)
PORTELA

Intimado(s)/Citado(s):
- CONDOMINIO DO EDIFICIO CARIRI SHOPPING CENTER
PODER JUDICIÁRIO

JUSTIÇA DO TRABALHO

PODER JUDICIÁRIO
Fica V.Sª. notificado(a), através de seu patrono, para no prazo de
JUSTIÇA DO TRABALHO
05(cinco) dias, apresentar manifestação acerca dos Embargos de

Declaração (Id. bdf55b2), interpostos por ESTILO COMERCIO DE

ÓTICA LTDA - ME. Fica V.Sª. notificado(a), através de seu patrono, para no prazo de

FORTALEZA/CE, 27 de fevereiro de 2020. 05(cinco) dias, apresentar manifestação acerca dos Embargos de

Declaração (Id. 35ef6f0), interpostos por ANTONIO RODRIGUES

JOAO BATISTA LOPES DE SOUZA DO NASCIMENTO.

Assessor FORTALEZA/CE, 27 de fevereiro de 2020.

Processo Nº RORSum-0001321-87.2019.5.07.0033
Relator CLAUDIO SOARES PIRES JOAO BATISTA LOPES DE SOUZA
RECORRENTE ANCORA DISTRIBUIDORA LTDA Assessor
DANIEL ARAGÃO ADVOGADO(OAB: 20005-A/CE)
ABREU
Processo Nº ROT-0001306-06.2018.5.07.0017
RECORRIDO FRANCISCO RIBEIRO DO Relator CLAUDIO SOARES PIRES
NASCIMENTO NETO
RECORRENTE JOAO FERNANDO SANTA CRUZ
THIAGO ADVOGADO(OAB: 27471/CE) MARQUES FILHO
ALBUQUERQUE
ARAUJO SOUZA PATRICIO WILIAM ADVOGADO(OAB: 7737/CE)
SANTOS ALMEIDA VIEIRA
Carlos Antonio Chagas ADVOGADO(OAB: 6560/CE)
Intimado(s)/Citado(s): Anatole Nogueira Sousa ADVOGADO(OAB: 22578/CE)
- ANCORA DISTRIBUIDORA LTDA ANA VIRGINIA PORTO ADVOGADO(OAB: 9708/CE)
DE FREITAS
JOAO VIANEY ADVOGADO(OAB: 15721/CE)
NOGUEIRA MARTINS
ROBERTA UCHOA DE ADVOGADO(OAB: 9349/CE)
SOUZA
PODER JUDICIÁRIO
RECORRIDO BANCO DO BRASIL SA
JUSTIÇA DO TRABALHO ANTONIO DE PADUA ADVOGADO(OAB: 4445/PI)
DE SOUSA RAMOS
JUNIOR
ANDRESSA LICAR ADVOGADO(OAB: 9459/MA)
Considerando o teor do Despacho ID.a14543b , fica V. Sª notificado FERNANDES
MARIO BARBOSA ADVOGADO(OAB: 25677/CE)
para, no prazo 05 (cinco) dias, para sanar o vício apontado,juntando MACIEL
cópia da GRU relativa às custas processuais.
Intimado(s)/Citado(s):
FORTALEZA/CE, 27 de fevereiro de 2020.
- JOAO FERNANDO SANTA CRUZ MARQUES FILHO

JOAO BATISTA LOPES DE SOUZA

Assessor
PODER JUDICIÁRIO
Processo Nº RORSum-0000175-33.2018.5.07.0037 JUSTIÇA DO TRABALHO
Relator CLAUDIO SOARES PIRES

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 70
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Fica V.Sª. notificado(a), através de seu patrono, para no prazo de

05(cinco) dias, apresentar manifestação acerca dos Embargos de


PODER JUDICIÁRIO
Declaração (Id. 96e6483), interpostos por BANCO DO BRASIL S.A.
JUSTIÇA DO TRABALHO
FORTALEZA/CE, 27 de fevereiro de 2020.

JOAO BATISTA LOPES DE SOUZA Fica V.Sª. notificado(a), através de seu patrono, para no prazo de

Assessor 05(cinco) dias, apresentar manifestação acerca dos Embargos de

Declaração (Id. f29638d), interpostos por Adriano Dantas de


Processo Nº RORSum-0000638-80.2019.5.07.0023
Relator CLAUDIO SOARES PIRES França.
RECORRENTE PROTEMAXI SEGURANCA FORTALEZA/CE, 27 de fevereiro de 2020.
PATRIMONIAL ARMADA LTDA - EPP
MANUEL LUIS DA ADVOGADO(OAB: 7479/CE)
ROCHA NETO
JOAO BATISTA LOPES DE SOUZA
RECORRIDO MARCOS FELICIO FREIRE
PAULO VICTOR FARIAS ADVOGADO(OAB: 34705/CE) Assessor
PINHEIRO
Processo Nº ROT-0000636-44.2018.5.07.0024
Intimado(s)/Citado(s): Relator CLAUDIO SOARES PIRES
- MARCOS FELICIO FREIRE RECORRENTE NARCELIO BEZERRA MESQUITA
BRUNO RAFAEL ADVOGADO(OAB: 26189/CE)
GOMES SILVA
ROBERTO REBOUCAS ADVOGADO(OAB: 34625/CE)
DE SOUSA
PODER JUDICIÁRIO JOAO VIANEY ADVOGADO(OAB: 15721/CE)
NOGUEIRA MARTINS
JUSTIÇA DO TRABALHO JOSELENA DOURADO ADVOGADO(OAB: 25786/CE)
ARAUJO
RECORRIDO INSTITUTO PARA
DESENVOLVIMENTO DE
Fica V.Sª. notificado(a), através de seu patrono, para no prazo de TECNOLOGIAS EM SAUDE DA
FAMILIA - IDETSF
05(cinco) dias, apresentar manifestação acerca dos Embargos de JOSE INACIO ADVOGADO(OAB: 16526/CE)
LINHARES
Declaração (Id. 5dc80f6), interpostos por Protemaxi Segurança
RECORRIDO MUNICIPIO DE
Patrimonial Armada LTDA - EPP. SOBRAL/PREFEITURA MUNICIPAL
DENIO DE SOUZA ADVOGADO(OAB: 27990/CE)
FORTALEZA/CE, 27 de fevereiro de 2020. ARAGAO
FRANCISCO VINICIUS ADVOGADO(OAB: 28708/CE)
FERNANDES DE
JOAO BATISTA LOPES DE SOUZA SOUSA
RAFAELY MARINA ADVOGADO(OAB: 25523/CE)
Assessor VASCONCELOS DE
AQUINO
Processo Nº ROT-0001302-18.2017.5.07.0012 PERITO SERGIO COSTA LIMA
Relator CLAUDIO SOARES PIRES CUSTOS LEGIS MINISTERIO PUBLICO DO
TRABALHO
RECORRENTE ADRIANO DANTAS DE FRANCA
PRISCILA CHAVES ADVOGADO(OAB: 27777/CE)
CAVALCANTE FERRER Intimado(s)/Citado(s):
FERNANDO ANTONIO ADVOGADO(OAB: 10575/CE) - NARCELIO BEZERRA MESQUITA
BENEVIDES FÉRRER
RECORRIDO BOMPRECO SUPERMERCADOS DO
NORDESTE LTDA
CARLA ELISANGELA ADVOGADO(OAB: 18855/PE)
FERREIRA ALVES
TEIXEIRA PODER JUDICIÁRIO
ANDRE LUIS TORRES ADVOGADO(OAB: 19503/BA) JUSTIÇA DO TRABALHO
PESSOA
IGOR TEIXEIRA ADVOGADO(OAB: 35687/BA)
SANTOS
FAGNER SAMPAIO ADVOGADO(OAB: 41620/BA) Fica V.Sª. notificado(a), através de seu patrono, para no prazo de
FILADELFO
PAULA GABRIELA ADVOGADO(OAB: 26962-D/PE) 05(cinco) dias, apresentar manifestação acerca dos Embargos de
FERREIRA BARBOSA
Declaração (Id. de244e3), interpostos por Municipio de Sobral.

Intimado(s)/Citado(s): FORTALEZA/CE, 27 de fevereiro de 2020.

- BOMPRECO SUPERMERCADOS DO NORDESTE LTDA

JOAO BATISTA LOPES DE SOUZA

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 71
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

RECORRIDO INSTITUTO PARA


Assessor DESENVOLVIMENTO DE
TECNOLOGIAS EM SAUDE DA
FAMILIA - IDETSF
Processo Nº ROT-0000636-44.2018.5.07.0024 JOSE INACIO ADVOGADO(OAB: 16526/CE)
Relator CLAUDIO SOARES PIRES LINHARES
RECORRENTE NARCELIO BEZERRA MESQUITA RECORRIDO MUNICIPIO DE
BRUNO RAFAEL ADVOGADO(OAB: 26189/CE) SOBRAL/PREFEITURA MUNICIPAL
GOMES SILVA DENIO DE SOUZA ADVOGADO(OAB: 27990/CE)
ROBERTO REBOUCAS ADVOGADO(OAB: 34625/CE) ARAGAO
DE SOUSA FRANCISCO VINICIUS ADVOGADO(OAB: 28708/CE)
JOAO VIANEY ADVOGADO(OAB: 15721/CE) FERNANDES DE
NOGUEIRA MARTINS SOUSA
JOSELENA DOURADO ADVOGADO(OAB: 25786/CE) RAFAELY MARINA ADVOGADO(OAB: 25523/CE)
ARAUJO VASCONCELOS DE
AQUINO
RECORRIDO INSTITUTO PARA
DESENVOLVIMENTO DE PERITO SERGIO COSTA LIMA
TECNOLOGIAS EM SAUDE DA CUSTOS LEGIS MINISTERIO PUBLICO DO
FAMILIA - IDETSF TRABALHO
JOSE INACIO ADVOGADO(OAB: 16526/CE)
LINHARES Intimado(s)/Citado(s):
RECORRIDO MUNICIPIO DE
SOBRAL/PREFEITURA MUNICIPAL - MUNICIPIO DE SOBRAL/PREFEITURA MUNICIPAL
DENIO DE SOUZA ADVOGADO(OAB: 27990/CE)
ARAGAO
FRANCISCO VINICIUS ADVOGADO(OAB: 28708/CE)
FERNANDES DE
SOUSA PODER JUDICIÁRIO
RAFAELY MARINA ADVOGADO(OAB: 25523/CE)
VASCONCELOS DE JUSTIÇA DO TRABALHO
AQUINO
PERITO SERGIO COSTA LIMA
CUSTOS LEGIS MINISTERIO PUBLICO DO
TRABALHO Fica V.Sª. notificado(a), através de seu patrono, para no prazo de

05(cinco) dias, apresentar manifestação acerca dos Embargos de


Intimado(s)/Citado(s):
Declaração (Id. 98494a3), interpostos por NARCELIO BEZERRA
- INSTITUTO PARA DESENVOLVIMENTO DE TECNOLOGIAS
EM SAUDE DA FAMILIA - IDETSF MESQUITA.

FORTALEZA/CE, 27 de fevereiro de 2020.

PODER JUDICIÁRIO JOAO BATISTA LOPES DE SOUZA

JUSTIÇA DO TRABALHO Assessor

Processo Nº ROT-0001403-27.2018.5.07.0010
Relator CLAUDIO SOARES PIRES
Fica V.Sª. notificado(a), através de seu patrono, para no prazo de RECORRENTE JOSE AMARILDO RIBEIRO LIMA
05(cinco) dias, apresentar manifestação acerca dos Embargos de Carlos Antonio Chagas ADVOGADO(OAB: 6560/CE)
Anatole Nogueira Sousa ADVOGADO(OAB: 22578/CE)
Declaração (Ids. 98494a3 e Id.de244e3), interpostos por
PATRICIO WILIAM ADVOGADO(OAB: 7737/CE)
NARCÉLIO BEZERRA MESQUITA e MUNICÍPIO DE SOBRAL. ALMEIDA VIEIRA
JOAO VIANEY ADVOGADO(OAB: 15721/CE)
FORTALEZA/CE, 27 de fevereiro de 2020. NOGUEIRA MARTINS
ANA VIRGINIA PORTO ADVOGADO(OAB: 9708/CE)
DE FREITAS
JOAO BATISTA LOPES DE SOUZA ROBERTA UCHOA DE ADVOGADO(OAB: 9349/CE)
SOUZA
Assessor
RECORRIDO BANCO DO BRASIL SA
MARIO BARBOSA ADVOGADO(OAB: 25677/CE)
Processo Nº ROT-0000636-44.2018.5.07.0024 MACIEL
Relator CLAUDIO SOARES PIRES
ANDRESSA LICAR ADVOGADO(OAB: 9459/MA)
RECORRENTE NARCELIO BEZERRA MESQUITA FERNANDES
BRUNO RAFAEL ADVOGADO(OAB: 26189/CE) ANTONIO DE PADUA ADVOGADO(OAB: 4445/PI)
GOMES SILVA DE SOUSA RAMOS
ROBERTO REBOUCAS ADVOGADO(OAB: 34625/CE) JUNIOR
DE SOUSA
JOAO VIANEY ADVOGADO(OAB: 15721/CE) Intimado(s)/Citado(s):
NOGUEIRA MARTINS
- JOSE AMARILDO RIBEIRO LIMA
JOSELENA DOURADO ADVOGADO(OAB: 25786/CE)
ARAUJO

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 72
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

PODER JUDICIÁRIO PODER JUDICIÁRIO

JUSTIÇA DO TRABALHO JUSTIÇA DO TRABALHO

Fica V.Sª. notificado(a), através de seu patrono, para no prazo de Fica V.Sª. notificado(a), através de seu patrono, para no prazo de

05(cinco) dias, apresentar manifestação acerca dos Embargos de 05(cinco) dias, apresentar manifestação acerca dos Embargos de

Declaração (Id. aaae8b1), interpostos por BANCO DO BRASIL S.A. Declaração (Id. 490bd5b), interpostos por BAIÃO DE DOIS FILMES

FORTALEZA/CE, 27 de fevereiro de 2020. LTDA.

FORTALEZA/CE, 27 de fevereiro de 2020.

JOAO BATISTA LOPES DE SOUZA

Assessor JOAO BATISTA LOPES DE SOUZA

Assessor
Processo Nº ROT-0000779-81.2018.5.07.0008
Relator CLAUDIO SOARES PIRES
Processo Nº ROT-0001403-27.2018.5.07.0010
RECORRENTE BAIÃO DE DOIS FILMES LTDA Relator CLAUDIO SOARES PIRES
CNPJ:09.473.743/0001-53
RECORRENTE JOSE AMARILDO RIBEIRO LIMA
OSVALDO DE SOUSA ADVOGADO(OAB: 5542/CE)
ARAÚJO FILHO Carlos Antonio Chagas ADVOGADO(OAB: 6560/CE)
RECORRENTE AFRO AUGUSTO SILVA SANTOS Anatole Nogueira Sousa ADVOGADO(OAB: 22578/CE)
STELIO BRAGA ADVOGADO(OAB: 20088/CE) PATRICIO WILIAM ADVOGADO(OAB: 7737/CE)
MAGALHAES ALMEIDA VIEIRA
RECORRENTE CIBELLE RAYANNE SANTOS JOAO VIANEY ADVOGADO(OAB: 15721/CE)
FRAZAO NOGUEIRA MARTINS
STELIO BRAGA ADVOGADO(OAB: 20088/CE) ANA VIRGINIA PORTO ADVOGADO(OAB: 9708/CE)
MAGALHAES DE FREITAS
RECORRENTE SOLANGE SILVA SANTOS ROBERTA UCHOA DE ADVOGADO(OAB: 9349/CE)
SOUZA
STELIO BRAGA ADVOGADO(OAB: 20088/CE)
MAGALHAES RECORRIDO BANCO DO BRASIL SA
RECORRENTE IZABELLY ADNA SILVA SANTOS MARIO BARBOSA ADVOGADO(OAB: 25677/CE)
MACIEL
STELIO BRAGA ADVOGADO(OAB: 20088/CE)
MAGALHAES ANDRESSA LICAR ADVOGADO(OAB: 9459/MA)
FERNANDES
RECORRENTE AGOSTINHO NASCIMENTO DOS
SANTOS ANTONIO DE PADUA ADVOGADO(OAB: 4445/PI)
DE SOUSA RAMOS
STELIO BRAGA ADVOGADO(OAB: 20088/CE) JUNIOR
MAGALHAES
RECORRIDO AGOSTINHO NASCIMENTO DOS
SANTOS Intimado(s)/Citado(s):
STELIO BRAGA ADVOGADO(OAB: 20088/CE) - BANCO DO BRASIL SA
MAGALHAES
RECORRIDO CIBELLE RAYANNE SANTOS
FRAZAO
STELIO BRAGA ADVOGADO(OAB: 20088/CE)
MAGALHAES
PODER JUDICIÁRIO
RECORRIDO BAIÃO DE DOIS FILMES LTDA
CNPJ:09.473.743/0001-53 JUSTIÇA DO TRABALHO
OSVALDO DE SOUSA ADVOGADO(OAB: 5542/CE)
ARAÚJO FILHO
RECORRIDO IZABELLY ADNA SILVA SANTOS
STELIO BRAGA ADVOGADO(OAB: 20088/CE) Fica V.Sª. notificado(a), através de seu patrono, para no prazo de
MAGALHAES
05(cinco) dias, apresentar manifestação acerca dos Embargos de
RECORRIDO AFRO AUGUSTO SILVA SANTOS
STELIO BRAGA ADVOGADO(OAB: 20088/CE) Declaração (Id. 5b75422), interpostos por JOSÉ AMARILDO
MAGALHAES
RIBEIRO LIMA.
RECORRIDO SOLANGE SILVA SANTOS
STELIO BRAGA ADVOGADO(OAB: 20088/CE) FORTALEZA/CE, 27 de fevereiro de 2020.
MAGALHAES

Intimado(s)/Citado(s): JOAO BATISTA LOPES DE SOUZA


- AGOSTINHO NASCIMENTO DOS SANTOS Assessor

Processo Nº ROT-0000779-81.2018.5.07.0008
Relator CLAUDIO SOARES PIRES
RECORRENTE BAIÃO DE DOIS FILMES LTDA
CNPJ:09.473.743/0001-53

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 73
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

OSVALDO DE SOUSA ADVOGADO(OAB: 5542/CE) RECORRENTE AFRO AUGUSTO SILVA SANTOS


ARAÚJO FILHO STELIO BRAGA ADVOGADO(OAB: 20088/CE)
RECORRENTE AFRO AUGUSTO SILVA SANTOS MAGALHAES
STELIO BRAGA ADVOGADO(OAB: 20088/CE) RECORRENTE CIBELLE RAYANNE SANTOS
MAGALHAES FRAZAO
RECORRENTE CIBELLE RAYANNE SANTOS STELIO BRAGA ADVOGADO(OAB: 20088/CE)
FRAZAO MAGALHAES
STELIO BRAGA ADVOGADO(OAB: 20088/CE) RECORRENTE SOLANGE SILVA SANTOS
MAGALHAES STELIO BRAGA ADVOGADO(OAB: 20088/CE)
RECORRENTE SOLANGE SILVA SANTOS MAGALHAES
STELIO BRAGA ADVOGADO(OAB: 20088/CE) RECORRENTE IZABELLY ADNA SILVA SANTOS
MAGALHAES STELIO BRAGA ADVOGADO(OAB: 20088/CE)
RECORRENTE IZABELLY ADNA SILVA SANTOS MAGALHAES
STELIO BRAGA ADVOGADO(OAB: 20088/CE) RECORRENTE AGOSTINHO NASCIMENTO DOS
MAGALHAES SANTOS
RECORRENTE AGOSTINHO NASCIMENTO DOS STELIO BRAGA ADVOGADO(OAB: 20088/CE)
SANTOS MAGALHAES
STELIO BRAGA ADVOGADO(OAB: 20088/CE) RECORRIDO AGOSTINHO NASCIMENTO DOS
MAGALHAES SANTOS
RECORRIDO AGOSTINHO NASCIMENTO DOS STELIO BRAGA ADVOGADO(OAB: 20088/CE)
SANTOS MAGALHAES
STELIO BRAGA ADVOGADO(OAB: 20088/CE) RECORRIDO CIBELLE RAYANNE SANTOS
MAGALHAES FRAZAO
RECORRIDO CIBELLE RAYANNE SANTOS STELIO BRAGA ADVOGADO(OAB: 20088/CE)
FRAZAO MAGALHAES
STELIO BRAGA ADVOGADO(OAB: 20088/CE) RECORRIDO BAIÃO DE DOIS FILMES LTDA
MAGALHAES CNPJ:09.473.743/0001-53
RECORRIDO BAIÃO DE DOIS FILMES LTDA OSVALDO DE SOUSA ADVOGADO(OAB: 5542/CE)
CNPJ:09.473.743/0001-53 ARAÚJO FILHO
OSVALDO DE SOUSA ADVOGADO(OAB: 5542/CE) RECORRIDO IZABELLY ADNA SILVA SANTOS
ARAÚJO FILHO STELIO BRAGA ADVOGADO(OAB: 20088/CE)
RECORRIDO IZABELLY ADNA SILVA SANTOS MAGALHAES
STELIO BRAGA ADVOGADO(OAB: 20088/CE) RECORRIDO AFRO AUGUSTO SILVA SANTOS
MAGALHAES STELIO BRAGA ADVOGADO(OAB: 20088/CE)
RECORRIDO AFRO AUGUSTO SILVA SANTOS MAGALHAES
STELIO BRAGA ADVOGADO(OAB: 20088/CE) RECORRIDO SOLANGE SILVA SANTOS
MAGALHAES STELIO BRAGA ADVOGADO(OAB: 20088/CE)
RECORRIDO SOLANGE SILVA SANTOS MAGALHAES
STELIO BRAGA ADVOGADO(OAB: 20088/CE)
MAGALHAES Intimado(s)/Citado(s):
- SOLANGE SILVA SANTOS
Intimado(s)/Citado(s):
- AFRO AUGUSTO SILVA SANTOS

PODER JUDICIÁRIO

JUSTIÇA DO TRABALHO
PODER JUDICIÁRIO

JUSTIÇA DO TRABALHO

Fica V.Sª. notificado(a), através de seu patrono, para no prazo de

05(cinco) dias, apresentar manifestação acerca dos Embargos de


Fica V.Sª. notificado(a), através de seu patrono, para no prazo de
Declaração (Id. 490bd5b), interpostos por BAIÃO DE DOIS FILMES
05(cinco) dias, apresentar manifestação acerca dos Embargos de
LTDA.
Declaração (Id. 490bd5b), interpostos por BAIÃO DE DOIS FILMES
FORTALEZA/CE, 27 de fevereiro de 2020.
LTDA.

FORTALEZA/CE, 27 de fevereiro de 2020.


JOAO BATISTA LOPES DE SOUZA

Assessor
JOAO BATISTA LOPES DE SOUZA

Assessor
Processo Nº ROT-0000779-81.2018.5.07.0008
Relator CLAUDIO SOARES PIRES
Processo Nº ROT-0000779-81.2018.5.07.0008 RECORRENTE BAIÃO DE DOIS FILMES LTDA
Relator CLAUDIO SOARES PIRES CNPJ:09.473.743/0001-53
RECORRENTE BAIÃO DE DOIS FILMES LTDA OSVALDO DE SOUSA ADVOGADO(OAB: 5542/CE)
CNPJ:09.473.743/0001-53 ARAÚJO FILHO
OSVALDO DE SOUSA ADVOGADO(OAB: 5542/CE) RECORRENTE AFRO AUGUSTO SILVA SANTOS
ARAÚJO FILHO

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 74
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

STELIO BRAGA ADVOGADO(OAB: 20088/CE) RECORRENTE CIBELLE RAYANNE SANTOS


MAGALHAES FRAZAO
RECORRENTE CIBELLE RAYANNE SANTOS STELIO BRAGA ADVOGADO(OAB: 20088/CE)
FRAZAO MAGALHAES
STELIO BRAGA ADVOGADO(OAB: 20088/CE) RECORRENTE SOLANGE SILVA SANTOS
MAGALHAES STELIO BRAGA ADVOGADO(OAB: 20088/CE)
RECORRENTE SOLANGE SILVA SANTOS MAGALHAES
STELIO BRAGA ADVOGADO(OAB: 20088/CE) RECORRENTE IZABELLY ADNA SILVA SANTOS
MAGALHAES STELIO BRAGA ADVOGADO(OAB: 20088/CE)
RECORRENTE IZABELLY ADNA SILVA SANTOS MAGALHAES
STELIO BRAGA ADVOGADO(OAB: 20088/CE) RECORRENTE AGOSTINHO NASCIMENTO DOS
MAGALHAES SANTOS
RECORRENTE AGOSTINHO NASCIMENTO DOS STELIO BRAGA ADVOGADO(OAB: 20088/CE)
SANTOS MAGALHAES
STELIO BRAGA ADVOGADO(OAB: 20088/CE) RECORRIDO AGOSTINHO NASCIMENTO DOS
MAGALHAES SANTOS
RECORRIDO AGOSTINHO NASCIMENTO DOS STELIO BRAGA ADVOGADO(OAB: 20088/CE)
SANTOS MAGALHAES
STELIO BRAGA ADVOGADO(OAB: 20088/CE) RECORRIDO CIBELLE RAYANNE SANTOS
MAGALHAES FRAZAO
RECORRIDO CIBELLE RAYANNE SANTOS STELIO BRAGA ADVOGADO(OAB: 20088/CE)
FRAZAO MAGALHAES
STELIO BRAGA ADVOGADO(OAB: 20088/CE) RECORRIDO BAIÃO DE DOIS FILMES LTDA
MAGALHAES CNPJ:09.473.743/0001-53
RECORRIDO BAIÃO DE DOIS FILMES LTDA OSVALDO DE SOUSA ADVOGADO(OAB: 5542/CE)
CNPJ:09.473.743/0001-53 ARAÚJO FILHO
OSVALDO DE SOUSA ADVOGADO(OAB: 5542/CE) RECORRIDO IZABELLY ADNA SILVA SANTOS
ARAÚJO FILHO STELIO BRAGA ADVOGADO(OAB: 20088/CE)
RECORRIDO IZABELLY ADNA SILVA SANTOS MAGALHAES
STELIO BRAGA ADVOGADO(OAB: 20088/CE) RECORRIDO AFRO AUGUSTO SILVA SANTOS
MAGALHAES STELIO BRAGA ADVOGADO(OAB: 20088/CE)
RECORRIDO AFRO AUGUSTO SILVA SANTOS MAGALHAES
STELIO BRAGA ADVOGADO(OAB: 20088/CE) RECORRIDO SOLANGE SILVA SANTOS
MAGALHAES STELIO BRAGA ADVOGADO(OAB: 20088/CE)
RECORRIDO SOLANGE SILVA SANTOS MAGALHAES
STELIO BRAGA ADVOGADO(OAB: 20088/CE)
MAGALHAES Intimado(s)/Citado(s):
- CIBELLE RAYANNE SANTOS FRAZAO
Intimado(s)/Citado(s):
- IZABELLY ADNA SILVA SANTOS

PODER JUDICIÁRIO

JUSTIÇA DO TRABALHO
PODER JUDICIÁRIO

JUSTIÇA DO TRABALHO

Fica V.Sª. notificado(a), através de seu patrono, para no prazo

de 05(cinco) dias, apresentar manifestação acerca dos


Fica V.Sª. notificado(a), através de seu patrono, para no prazo de
Embargos de Declaração (Id. 490bd5b), interpostos por BAIÃO
05(cinco) dias, apresentar manifestação acerca dos Embargos de
DE DOIS FILMES LTDA.
Declaração (Id. 490bd5b), interpostos por BAIÃO DE DOIS FILMES
FORTALEZA/CE, 27 de fevereiro de 2020.
LTDA.

FORTALEZA/CE, 27 de fevereiro de 2020.


JOAO BATISTA LOPES DE SOUZA

Assessor
JOAO BATISTA LOPES DE SOUZA

Assessor
Processo Nº ROT-0000636-40.2019.5.07.0014
Relator CLAUDIO SOARES PIRES
Processo Nº ROT-0000779-81.2018.5.07.0008 RECORRENTE REGIA MARIA DE SOUSA ROCHA
Relator CLAUDIO SOARES PIRES GUSTAVO RIBEIRO DE ADVOGADO(OAB: 16375/CE)
RECORRENTE BAIÃO DE DOIS FILMES LTDA ARAUJO
CNPJ:09.473.743/0001-53 RECORRENTE TELEFONICA BRASIL S.A.
OSVALDO DE SOUSA ADVOGADO(OAB: 5542/CE) JOSE ALBERTO ADVOGADO(OAB: 513/DF)
ARAÚJO FILHO COUTO MACIEL
RECORRENTE AFRO AUGUSTO SILVA SANTOS RECORRIDO REGIA MARIA DE SOUSA ROCHA
STELIO BRAGA ADVOGADO(OAB: 20088/CE)
MAGALHAES

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 75
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

GUSTAVO RIBEIRO DE ADVOGADO(OAB: 16375/CE)


ARAUJO Declaração (Id. fcf39aa), interpostos por MUNICÍPIO DE SOBRAL.
RECORRIDO TELEFONICA BRASIL S.A. FORTALEZA/CE, 27 de fevereiro de 2020.
JOSE ALBERTO ADVOGADO(OAB: 513/DF)
COUTO MACIEL

JOAO BATISTA LOPES DE SOUZA


Intimado(s)/Citado(s):
Assessor
- REGIA MARIA DE SOUSA ROCHA

Processo Nº ROT-0001392-53.2018.5.07.0024
Relator CLAUDIO SOARES PIRES
RECORRENTE ROGELANE DA SILVA RODRIGUES
PODER JUDICIÁRIO ROBERTO REBOUCAS ADVOGADO(OAB: 34625/CE)
DE SOUSA
JUSTIÇA DO TRABALHO
JOSELENA DOURADO ADVOGADO(OAB: 25786/CE)
ARAUJO
JOAO VIANEY ADVOGADO(OAB: 15721/CE)
NOGUEIRA MARTINS
Fica V.Sª. notificado(a), através de seu patrono, para no prazo de
BRUNO RAFAEL ADVOGADO(OAB: 26189/CE)
05(cinco) dias, apresentar manifestação acerca dos Embargos de GOMES SILVA
RECORRIDO MUNICIPIO DE
Declaração (Id. be6a637), interpostos por Telefônica Brasil S.A. SOBRAL/PREFEITURA MUNICIPAL
FORTALEZA/CE, 27 de fevereiro de 2020. RAFAELY MARINA ADVOGADO(OAB: 25523/CE)
VASCONCELOS DE
AQUINO
FRANCISCO VINICIUS ADVOGADO(OAB: 28708/CE)
JOAO BATISTA LOPES DE SOUZA FERNANDES DE
SOUSA
Assessor
RECORRIDO INSTITUTO PARA
DESENVOLVIMENTO DE
TECNOLOGIAS EM SAUDE DA
Processo Nº ROT-0001392-53.2018.5.07.0024 FAMILIA - IDETSF
Relator CLAUDIO SOARES PIRES
JOSE INACIO ADVOGADO(OAB: 16526/CE)
RECORRENTE ROGELANE DA SILVA RODRIGUES LINHARES
ROBERTO REBOUCAS ADVOGADO(OAB: 34625/CE) CUSTOS LEGIS MINISTERIO PUBLICO DO
DE SOUSA TRABALHO
JOSELENA DOURADO ADVOGADO(OAB: 25786/CE) PERITO JOSE DA SILVA BACELAR JUNIOR
ARAUJO
JOAO VIANEY ADVOGADO(OAB: 15721/CE)
NOGUEIRA MARTINS Intimado(s)/Citado(s):
BRUNO RAFAEL ADVOGADO(OAB: 26189/CE) - MUNICIPIO DE SOBRAL/PREFEITURA MUNICIPAL
GOMES SILVA
RECORRIDO MUNICIPIO DE
SOBRAL/PREFEITURA MUNICIPAL
RAFAELY MARINA ADVOGADO(OAB: 25523/CE)
VASCONCELOS DE
AQUINO PODER JUDICIÁRIO
FRANCISCO VINICIUS ADVOGADO(OAB: 28708/CE) JUSTIÇA DO TRABALHO
FERNANDES DE
SOUSA
RECORRIDO INSTITUTO PARA
DESENVOLVIMENTO DE Fica V.Sª. notificado(a), através de seu patrono, para no prazo de
TECNOLOGIAS EM SAUDE DA
FAMILIA - IDETSF 05(cinco) dias, apresentar manifestação acerca dos Embargos de
JOSE INACIO ADVOGADO(OAB: 16526/CE)
LINHARES Declaração (Id. d51e37a), interpostos por ROGELANE DA SILVA
CUSTOS LEGIS MINISTERIO PUBLICO DO RODRIGUES.
TRABALHO
PERITO JOSE DA SILVA BACELAR JUNIOR FORTALEZA/CE, 27 de fevereiro de 2020.

Intimado(s)/Citado(s):
JOAO BATISTA LOPES DE SOUZA
- ROGELANE DA SILVA RODRIGUES
Assessor

Processo Nº ROT-0001392-53.2018.5.07.0024
Relator CLAUDIO SOARES PIRES
PODER JUDICIÁRIO
RECORRENTE ROGELANE DA SILVA RODRIGUES
JUSTIÇA DO TRABALHO ROBERTO REBOUCAS ADVOGADO(OAB: 34625/CE)
DE SOUSA
JOSELENA DOURADO ADVOGADO(OAB: 25786/CE)
ARAUJO
Fica V.Sª. notificado(a), através de seu patrono, para no prazo de JOAO VIANEY ADVOGADO(OAB: 15721/CE)
NOGUEIRA MARTINS
05(cinco) dias, apresentar manifestação acerca dos Embargos de

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 76
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

BRUNO RAFAEL ADVOGADO(OAB: 26189/CE) KARLA CRISTINA DE ADVOGADO(OAB: 28426/DF)


GOMES SILVA MELO OLIVEIRA
RECORRIDO MUNICIPIO DE ANTONIO BRAZ DA ADVOGADO(OAB: 8736/AL)
SOBRAL/PREFEITURA MUNICIPAL SILVA
RAFAELY MARINA ADVOGADO(OAB: 25523/CE) CARLOS JOSÉ ELIAS ADVOGADO(OAB: 10424/DF)
VASCONCELOS DE JÚNIOR
AQUINO RECORRIDO RM SERVICOS AUXILIARES DE
FRANCISCO VINICIUS ADVOGADO(OAB: 28708/CE) TRANSPORTE AEREO S/A
FERNANDES DE GUSTAVO BRASIL ADVOGADO(OAB: 22192/PE)
SOUSA VIEIRA DA SILVA
RECORRIDO INSTITUTO PARA ELBER ALENCAR NERY ADVOGADO(OAB: 21906/PE)
DESENVOLVIMENTO DE BIONDI
TECNOLOGIAS EM SAUDE DA
FAMILIA - IDETSF RECORRIDO CICERO JOSE ALBUQUERQUE
MIRANDA
JOSE INACIO ADVOGADO(OAB: 16526/CE)
LINHARES JOAO VIANEY ADVOGADO(OAB: 15721/CE)
NOGUEIRA MARTINS
CUSTOS LEGIS MINISTERIO PUBLICO DO
TRABALHO BRUNO RAFAEL ADVOGADO(OAB: 26189/CE)
GOMES SILVA
PERITO JOSE DA SILVA BACELAR JUNIOR
FRANCISCO SOUSA ADVOGADO(OAB: 24168/CE)
SANTOS
Intimado(s)/Citado(s):
JOSELENA DOURADO ADVOGADO(OAB: 25786/CE)
- INSTITUTO PARA DESENVOLVIMENTO DE TECNOLOGIAS ARAUJO
EM SAUDE DA FAMILIA - IDETSF RECORRIDO AZUL LINHAS AEREAS
BRASILEIRAS S.A.
ITALLO GUSTAVO DE ADVOGADO(OAB: 7413-O/MT)
ALMEIDA LEITE
DANILO VALOIS ADVOGADO(OAB: 26639/BA)
PODER JUDICIÁRIO VILASBOAS

JUSTIÇA DO TRABALHO
Intimado(s)/Citado(s):
- AZUL LINHAS AEREAS BRASILEIRAS S.A.

Fica V.Sª. notificado(a), através de seu patrono, para no prazo de

05(cinco) dias, apresentar manifestação acerca dos Embargos de

Declaração (Ids. fcf39aa e d51e37a), interpostos por MUNICÍPIO PODER JUDICIÁRIO


DE SOBRAL e ROGELANE DA SILVA RODRIGUES. JUSTIÇA DO TRABALHO
FORTALEZA/CE, 27 de fevereiro de 2020.

Fica V.Sª. notificado(a), através de seu patrono, para no prazo de


JOAO BATISTA LOPES DE SOUZA
05(cinco) dias, apresentar manifestação acerca dos Embargos de
Assessor
Declaração (Id. 830ebc0), interpostos por GOL LINHAS AÉREAS

Processo Nº ROT-0001102-94.2015.5.07.0007 S/A.


Relator CLAUDIO SOARES PIRES
FORTALEZA/CE, 27 de fevereiro de 2020.
RECORRENTE RM SERVICOS AUXILIARES DE
TRANSPORTE AEREO S/A
GUSTAVO BRASIL ADVOGADO(OAB: 22192/PE)
VIEIRA DA SILVA JOAO BATISTA LOPES DE SOUZA
ELBER ALENCAR NERY ADVOGADO(OAB: 21906/PE) Assessor
BIONDI
RECORRENTE AZUL LINHAS AEREAS
BRASILEIRAS S.A. Processo Nº ROT-0000826-40.2019.5.07.0034
Relator CLAUDIO SOARES PIRES
ITALLO GUSTAVO DE ADVOGADO(OAB: 7413-O/MT)
ALMEIDA LEITE RECORRENTE ANTONIO SAMPAIO MOURA
DANILO VALOIS ADVOGADO(OAB: 26639/BA) ADRIANA FRANCA DA ADVOGADO(OAB: 45454/PE)
VILASBOAS SILVA
RECORRENTE GOL LINHAS AEREAS RECORRIDO M DIAS BRANCO S.A. INDUSTRIA E
INTELIGENTES S.A. COMERCIO DE ALIMENTOS
ANTONIO BRAZ DA ADVOGADO(OAB: 8736/AL) JULIANA DE ABREU ADVOGADO(OAB: 13463/CE)
SILVA TEIXEIRA
KARLA CRISTINA DE ADVOGADO(OAB: 28426/DF)
MELO OLIVEIRA Intimado(s)/Citado(s):
OSMAR MENDES ADVOGADO(OAB: 15553/DF)
PAIXAO CORTES - ANTONIO SAMPAIO MOURA
CARLOS JOSÉ ELIAS ADVOGADO(OAB: 10424/DF)
JÚNIOR
RECORRIDO GOL LINHAS AEREAS
INTELIGENTES S.A.
OSMAR MENDES ADVOGADO(OAB: 15553/DF)
PAIXAO CORTES

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 77
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

PODER JUDICIÁRIO PODER JUDICIÁRIO

JUSTIÇA DO TRABALHO JUSTIÇA DO TRABALHO

Fica V.Sª. notificado(a), através de seu patrono, para no prazo de Fica V.Sª. notificado(a), através de seu patrono, para no prazo de

05(cinco) dias, apresentar manifestação acerca dos Embargos de 05(cinco) dias, apresentar manifestação acerca dos Embargos de

Declaração (Id. 2960945), interpostos por M. DIAS BRANCO S/A Declaração (Id. 8db9342), interpostos por FUNDAÇÃO EDSON

INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE ALIMENTOS. QUEIROZ.

FORTALEZA/CE, 27 de fevereiro de 2020. FORTALEZA/CE, 27 de fevereiro de 2020.

JOAO BATISTA LOPES DE SOUZA JOAO BATISTA LOPES DE SOUZA

Assessor Assessor

Processo Nº ROT-0000826-40.2019.5.07.0034 Processo Nº ROT-0001102-94.2015.5.07.0007


Relator CLAUDIO SOARES PIRES Relator CLAUDIO SOARES PIRES
RECORRENTE ANTONIO SAMPAIO MOURA RECORRENTE RM SERVICOS AUXILIARES DE
TRANSPORTE AEREO S/A
ADRIANA FRANCA DA ADVOGADO(OAB: 45454/PE)
SILVA GUSTAVO BRASIL ADVOGADO(OAB: 22192/PE)
VIEIRA DA SILVA
RECORRIDO M DIAS BRANCO S.A. INDUSTRIA E
COMERCIO DE ALIMENTOS ELBER ALENCAR NERY ADVOGADO(OAB: 21906/PE)
BIONDI
JULIANA DE ABREU ADVOGADO(OAB: 13463/CE)
TEIXEIRA RECORRENTE AZUL LINHAS AEREAS
BRASILEIRAS S.A.
Intimado(s)/Citado(s): ITALLO GUSTAVO DE ADVOGADO(OAB: 7413-O/MT)
ALMEIDA LEITE
- M DIAS BRANCO S.A. INDUSTRIA E COMERCIO DE DANILO VALOIS ADVOGADO(OAB: 26639/BA)
ALIMENTOS VILASBOAS
RECORRENTE GOL LINHAS AEREAS
INTELIGENTES S.A.
ANTONIO BRAZ DA ADVOGADO(OAB: 8736/AL)
SILVA
PODER JUDICIÁRIO KARLA CRISTINA DE ADVOGADO(OAB: 28426/DF)
MELO OLIVEIRA
JUSTIÇA DO TRABALHO
OSMAR MENDES ADVOGADO(OAB: 15553/DF)
PAIXAO CORTES
CARLOS JOSÉ ELIAS ADVOGADO(OAB: 10424/DF)
JÚNIOR
Fica V.Sª. notificado(a), através de seu patrono, para no prazo de
RECORRIDO GOL LINHAS AEREAS
05(cinco) dias, apresentar manifestação acerca dos Embargos de INTELIGENTES S.A.
OSMAR MENDES ADVOGADO(OAB: 15553/DF)
Declaração (Id. 4ff9e8b), interpostos por ANTONIO SAMPAIO PAIXAO CORTES
MOURA. KARLA CRISTINA DE ADVOGADO(OAB: 28426/DF)
MELO OLIVEIRA
FORTALEZA/CE, 27 de fevereiro de 2020. ANTONIO BRAZ DA ADVOGADO(OAB: 8736/AL)
SILVA
CARLOS JOSÉ ELIAS ADVOGADO(OAB: 10424/DF)
JOAO BATISTA LOPES DE SOUZA JÚNIOR
RECORRIDO RM SERVICOS AUXILIARES DE
Assessor TRANSPORTE AEREO S/A
GUSTAVO BRASIL ADVOGADO(OAB: 22192/PE)
Processo Nº ROT-0001033-16.2016.5.07.0011 VIEIRA DA SILVA
Relator CLAUDIO SOARES PIRES ELBER ALENCAR NERY ADVOGADO(OAB: 21906/PE)
BIONDI
RECORRENTE FUNDACAO EDSON QUEIROZ
RECORRIDO CICERO JOSE ALBUQUERQUE
GUSTAVO HITZSCHKY ADVOGADO(OAB: 17561/CE) MIRANDA
FERNANDES VIEIRA
JUNIOR JOAO VIANEY ADVOGADO(OAB: 15721/CE)
NOGUEIRA MARTINS
RECORRIDO VALMIR SILVANO DA SILVA
BRUNO RAFAEL ADVOGADO(OAB: 26189/CE)
CAROLINA PINTO ADVOGADO(OAB: 22522/CE) GOMES SILVA
MARZAGAO
FRANCISCO SOUSA ADVOGADO(OAB: 24168/CE)
SANTOS
Intimado(s)/Citado(s): JOSELENA DOURADO ADVOGADO(OAB: 25786/CE)
- VALMIR SILVANO DA SILVA ARAUJO
RECORRIDO AZUL LINHAS AEREAS
BRASILEIRAS S.A.

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 78
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

ITALLO GUSTAVO DE ADVOGADO(OAB: 7413-O/MT) JOAO VIANEY ADVOGADO(OAB: 15721/CE)


ALMEIDA LEITE NOGUEIRA MARTINS
DANILO VALOIS ADVOGADO(OAB: 26639/BA) BRUNO RAFAEL ADVOGADO(OAB: 26189/CE)
VILASBOAS GOMES SILVA
FRANCISCO SOUSA ADVOGADO(OAB: 24168/CE)
Intimado(s)/Citado(s): SANTOS
JOSELENA DOURADO ADVOGADO(OAB: 25786/CE)
- RM SERVICOS AUXILIARES DE TRANSPORTE AEREO S/A ARAUJO
RECORRIDO AZUL LINHAS AEREAS
BRASILEIRAS S.A.
ITALLO GUSTAVO DE ADVOGADO(OAB: 7413-O/MT)
ALMEIDA LEITE
PODER JUDICIÁRIO DANILO VALOIS ADVOGADO(OAB: 26639/BA)
VILASBOAS
JUSTIÇA DO TRABALHO

Intimado(s)/Citado(s):
- CICERO JOSE ALBUQUERQUE MIRANDA
Fica V.Sª. notificado(a), através de seu patrono, para no prazo de

05(cinco) dias, apresentar manifestação acerca dos Embargos de

Declaração (Id. 830ebc0), interpostos por GOL LINHAS AÉREAS

S/A. PODER JUDICIÁRIO

FORTALEZA/CE, 27 de fevereiro de 2020. JUSTIÇA DO TRABALHO

JOAO BATISTA LOPES DE SOUZA Fica V.Sª. notificado(a), através de seu patrono, para no prazo de
Assessor 05(cinco) dias, apresentar manifestação acerca dos Embargos de

Declaração (Id. 830ebc0), interpostos por GOL LINHAS AÉREAS


Processo Nº ROT-0001102-94.2015.5.07.0007
Relator CLAUDIO SOARES PIRES S/A.
RECORRENTE RM SERVICOS AUXILIARES DE
TRANSPORTE AEREO S/A FORTALEZA/CE, 27 de fevereiro de 2020.
GUSTAVO BRASIL ADVOGADO(OAB: 22192/PE)
VIEIRA DA SILVA
ELBER ALENCAR NERY ADVOGADO(OAB: 21906/PE) JOAO BATISTA LOPES DE SOUZA
BIONDI
Assessor
RECORRENTE AZUL LINHAS AEREAS
BRASILEIRAS S.A.
ITALLO GUSTAVO DE ADVOGADO(OAB: 7413-O/MT) Processo Nº ROT-0001830-40.2018.5.07.0037
ALMEIDA LEITE Relator CLAUDIO SOARES PIRES
DANILO VALOIS ADVOGADO(OAB: 26639/BA) RECORRENTE BANCO DO BRASIL SA
VILASBOAS GELTER THADEU MAIA ADVOGADO(OAB: 15456/CE)
RECORRENTE GOL LINHAS AEREAS RODRIGUES
INTELIGENTES S.A. ALINE SANTOS DA ADVOGADO(OAB: 39921-B/CE)
ANTONIO BRAZ DA ADVOGADO(OAB: 8736/AL) SILVA
SILVA MARIO BARBOSA ADVOGADO(OAB: 25677/CE)
KARLA CRISTINA DE ADVOGADO(OAB: 28426/DF) MACIEL
MELO OLIVEIRA RICARDO FASSINA ADVOGADO(OAB: 209984/SP)
OSMAR MENDES ADVOGADO(OAB: 15553/DF) RECORRENTE FRANCISCO DEON SAMPAIO DE
PAIXAO CORTES LACERDA
CARLOS JOSÉ ELIAS ADVOGADO(OAB: 10424/DF) VLADIMIR MACEDO ADVOGADO(OAB: 22761/CE)
JÚNIOR CRUZ CORDEIRO
RECORRIDO GOL LINHAS AEREAS RECORRIDO FRANCISCO DEON SAMPAIO DE
INTELIGENTES S.A. LACERDA
OSMAR MENDES ADVOGADO(OAB: 15553/DF) VLADIMIR MACEDO ADVOGADO(OAB: 22761/CE)
PAIXAO CORTES CRUZ CORDEIRO
KARLA CRISTINA DE ADVOGADO(OAB: 28426/DF) RECORRIDO BANCO DO BRASIL SA
MELO OLIVEIRA
ALINE SANTOS DA ADVOGADO(OAB: 39921-B/CE)
ANTONIO BRAZ DA ADVOGADO(OAB: 8736/AL) SILVA
SILVA
GELTER THADEU MAIA ADVOGADO(OAB: 15456/CE)
CARLOS JOSÉ ELIAS ADVOGADO(OAB: 10424/DF) RODRIGUES
JÚNIOR
MARIO BARBOSA ADVOGADO(OAB: 25677/CE)
RECORRIDO RM SERVICOS AUXILIARES DE MACIEL
TRANSPORTE AEREO S/A
RICARDO FASSINA ADVOGADO(OAB: 209984/SP)
GUSTAVO BRASIL ADVOGADO(OAB: 22192/PE)
VIEIRA DA SILVA
ELBER ALENCAR NERY ADVOGADO(OAB: 21906/PE) Intimado(s)/Citado(s):
BIONDI
- FRANCISCO DEON SAMPAIO DE LACERDA
RECORRIDO CICERO JOSE ALBUQUERQUE
MIRANDA

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 79
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

RECORRENTE EMPRESA BRASILEIRA DE


CORREIOS E TELEGRAFOS
PODER JUDICIÁRIO
RECORRIDO PERILO CESAR PIMENTEL JUNIOR
JUSTIÇA DO TRABALHO SAMIA MARIA RIBEIRO ADVOGADO(OAB: 7585/CE)
LEITAO
FRANCISCO MAILSON ADVOGADO(OAB: 26527/CE)
DE OLIVEIRA SILVA
Fica V.Sª. notificado(a), através de seu patrono, para no prazo de CUSTOS LEGIS MINISTERIO PUBLICO DO
TRABALHO
05(cinco) dias, apresentar manifestação acerca dos Embargos de

Declaração (Id. 03eeb34), interpostos por BANCO DO BRASIL S/A. Intimado(s)/Citado(s):


FORTALEZA/CE, 27 de fevereiro de 2020. - PERILO CESAR PIMENTEL JUNIOR

JOAO BATISTA LOPES DE SOUZA

Assessor
PODER JUDICIÁRIO

JUSTIÇA DO TRABALHO
Processo Nº ROT-0021500-49.2007.5.07.0005
Relator CLAUDIO SOARES PIRES
RECORRENTE RAYLANE ARAUJO MAIA
TARCIANO ADVOGADO(OAB: 11208/CE) Fica o recorrido (PERILO CESAR PIMENTEL JUNIOR)
CAPIBARIBE BARROS
Sergio Luis Tavares ADVOGADO(OAB: 14259-A/CE) notificado(a), através de seu patrono, para no prazo de 05(cinco)
Martins
dias, apresentar manifestação acerca dos Embargos de Declaração
RECORRENTE AREZZO INDUSTRIA E COMERCIO
S.A. (Id. 1dcc2d3), interpostos por EMPRESA BRASILEIRA DE
RENATA PEREIRA ADVOGADO(OAB: 33819/RS)
ZANARDI CORREIOS E TELÉGRAFOS.
TIZIANE MARIA ADVOGADO(OAB: 201311/SP) FORTALEZA/CE, 03 de março de 2020.
ONOFRE MACHADO
RECORRIDO AREZZO INDUSTRIA E COMERCIO
S.A.
JOAO BATISTA LOPES DE SOUZA
TIZIANE MARIA ADVOGADO(OAB: 201311/SP)
ONOFRE MACHADO Assessor
RENATA PEREIRA ADVOGADO(OAB: 33819/RS)
ZANARDI
Processo Nº ROT-0209400-81.2007.5.07.0004
RECORRIDO RAYLANE ARAUJO MAIA Relator CLAUDIO SOARES PIRES
TARCIANO ADVOGADO(OAB: 11208/CE) RECORRENTE FLAVIA CORDEIRO GADELHA
CAPIBARIBE BARROS
CARLOS HENRIQUE DA ADVOGADO(OAB: 5496/CE)
Sergio Luis Tavares ADVOGADO(OAB: 14259-A/CE) ROCHA CRUZ
Martins
ANA FLAVIA RABELO ADVOGADO(OAB: 26655-A/CE)
SILVA
Intimado(s)/Citado(s):
KALLINA GOMES FLOR ADVOGADO(OAB: 4085/RN)
- AREZZO INDUSTRIA E COMERCIO S.A. DOS SANTOS
FELIPE MELLO SILVA ADVOGADO(OAB: 24387/CE)
RECORRIDO CAIXA ECONOMICA FEDERAL
RECORRIDO FUNDACAO DOS ECONOMIARIOS
FEDERAIS FUNCEF
PODER JUDICIÁRIO WILSON SALES ADVOGADO(OAB: 17314/CE)
BELCHIOR
JUSTIÇA DO TRABALHO
FRANCISCO ADVOGADO(OAB: 16045/CE)
ALDAIRTON RIBEIRO
CARVALHO JUNIOR

Fica a recorrente (AREZZO INDÚSTRIA E COMERCIO S.A.)


Intimado(s)/Citado(s):
notificado(a), através de seu patrono, para no prazo de 05 (cinco) - FUNDACAO DOS ECONOMIARIOS FEDERAIS FUNCEF
dias, apresentar manifestação acerca dos Embargos de Declaração

(Id. d6c090a), interpostos por RAYLANE ARAÚJO MAIA.

FORTALEZA/CE, 03 de março de 2020.


PODER JUDICIÁRIO

JUSTIÇA DO TRABALHO
JOAO BATISTA LOPES DE SOUZA

Assessor

Fica a recorrida (FUNDAÇÃO DOS ECONOMIÁRIOS FEDERAIS


Processo Nº ROT-0001814-28.2017.5.07.0003
Relator CLAUDIO SOARES PIRES FUNCEF) notificado(a), através de seu patrono, para no prazo de

05(cinco) dias, apresentar manifestação acerca dos Embargos de

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 80
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

ANDRE DE ALMEIDA ADVOGADO(OAB: 74489/MG)


Declaração (Id. 4f70cef e Id. 5c034c2), interpostos por FLAVIA RODRIGUES
RECORRIDO MSC CRUISES S.A.
CORDEIRO GADELHA e CAIXA ECONÔMICA FEDERAL,
ANDRE DE ALMEIDA ADVOGADO(OAB: 74489/MG)
respectivamente. RODRIGUES
RECORRIDO MSC CRUZEIROS DO BRASIL LTDA.
FORTALEZA/CE, 03 de março de 2020.
ANDRE DE ALMEIDA ADVOGADO(OAB: 74489/MG)
RODRIGUES
TESTEMUNHA ERICA DE FATIMA LIMA GADELHA
JOAO BATISTA LOPES DE SOUZA

Assessor Intimado(s)/Citado(s):
- CLAUDIA DA SILVA CARVALHO
Processo Nº RORSum-0000967-52.2019.5.07.0004
Relator CLAUDIO SOARES PIRES
RECORRENTE LUCAS BRAGA LEITE
JOAO VIANEY ADVOGADO(OAB: 15721/CE)
NOGUEIRA MARTINS PODER JUDICIÁRIO
BRUNO RAFAEL ADVOGADO(OAB: 26189/CE)
GOMES SILVA JUSTIÇA DO TRABALHO
FRANCISCO SOUSA ADVOGADO(OAB: 24168/CE)
SANTOS
JOSELENA DOURADO ADVOGADO(OAB: 25786/CE)
ARAUJO Fica a parte recorrente (CLAUDIA DA SILVA CARVALHO)
RECORRIDO FRAPORT BRASIL S.A AEROPORTO notificados(a), através de seu patrono, para no prazo de 05(cinco)
DE FORTALEZA
HELÂNZIA DE ARAÚJO ADVOGADO(OAB: 14948/CE) dias, apresentar manifestação acerca dos Embargos de Declaração
XAVIER WICHMANN
(Id. 2578895), interpostos por MSC CRUISES S.A. E OUTROS.
JULIANA DE ABREU ADVOGADO(OAB: 13463/CE)
TEIXEIRA FORTALEZA/CE, 03 de março de 2020.
RECORRIDO IN-HAUS SERVICOS DE LOGISTICA
LTDA
MARIA CLARA FREITAS ADVOGADO(OAB: 22543/CE) JOAO BATISTA LOPES DE SOUZA
DE MENDONCA
CARLA ELISANGELA ADVOGADO(OAB: 18855/PE) Assessor
FERREIRA ALVES
TEIXEIRA
Processo Nº ROT-0000094-86.2019.5.07.0025
Relator CLAUDIO SOARES PIRES
Intimado(s)/Citado(s):
RECORRENTE REGINA ALIMENTOS S A
- FRAPORT BRASIL S.A AEROPORTO DE FORTALEZA
ROBERTO LINCOLN DE ADVOGADO(OAB: 329848/SP)
SOUSA GOMES
JUNIOR
Luisa de Marilac de ADVOGADO(OAB: 27173/CE)
Oliveira Barros
PODER JUDICIÁRIO RECORRENTE CEZAR CARLOS MESQUITA
ANA CRISTINA SALES ADVOGADO(OAB: 25235/CE)
JUSTIÇA DO TRABALHO CIRINO
RECORRIDO REGINA ALIMENTOS S A
ROBERTO LINCOLN DE ADVOGADO(OAB: 329848/SP)
SOUSA GOMES
Fica o recorrido (FRAPORT BRASIL S.A AEROPORTO DE JUNIOR
FORTALEZA ) notificados(a), através de seu patrono, para no prazo Luisa de Marilac de ADVOGADO(OAB: 27173/CE)
Oliveira Barros
de 05(cinco) dias, apresentar manifestação acerca dos Embargos RECORRIDO CEZAR CARLOS MESQUITA
de Declaração (Id. 2740206), interpostos por LUCAS BRAGA ANA CRISTINA SALES ADVOGADO(OAB: 25235/CE)
CIRINO
LEITE.

FORTALEZA/CE, 03 de março de 2020. Intimado(s)/Citado(s):


- CEZAR CARLOS MESQUITA

JOAO BATISTA LOPES DE SOUZA

Assessor

PODER JUDICIÁRIO
Processo Nº ROT-0000131-74.2018.5.07.0017
Relator CLAUDIO SOARES PIRES JUSTIÇA DO TRABALHO
RECORRENTE CLAUDIA DA SILVA CARVALHO
JOSE HILTON SILVEIRA ADVOGADO(OAB: 8223/PB)
DE LUCENA
Fica a parte recorrente (CEZAR CARLOS MESQUITA) notificado(a),
RECORRIDO MSC MALTA SEAFARERS COMPANY
LIMITED através de seu patrono, para no prazo de 05(cinco) dias, apresentar

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 81
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

RECORRIDO GAIA ENGENHARIA AMBIENTAL


manifestação acerca dos Embargos de Declaração (Id. 15bba7e), LTDA
GERARDO MAGELA ADVOGADO(OAB: 9078/CE)
interpostos por MSC REGINA ALIMENTOS S/A. ARAUJO FONTELES
JUNIOR
FORTALEZA/CE, 03 de março de 2020.
RECORRIDO MANUELA GOMES VASCONCELOS
REINALDO SZYDLOSKI ADVOGADO(OAB: 23211-A/CE)
JOAO BATISTA LOPES DE SOUZA
Intimado(s)/Citado(s):
Assessor
- GAIA ENGENHARIA AMBIENTAL LTDA

Processo Nº ROT-0001813-25.2017.5.07.0009
Relator CLAUDIO SOARES PIRES
RECORRENTE JOSE FERNANDES LEDO
FRANCISCO MAILSON ADVOGADO(OAB: 26527/CE) PODER JUDICIÁRIO
DE OLIVEIRA SILVA
SAMIA MARIA RIBEIRO ADVOGADO(OAB: 7585/CE) JUSTIÇA DO TRABALHO
LEITAO
RECORRENTE EMPRESA BRASILEIRA DE
CORREIOS E TELEGRAFOS
GEORGIA LIMA ADVOGADO(OAB: 17025/CE) Fica a recorrente (GAIA ENGENHARIA AMBIENTAL LTDA)
AZEVEDO E
NASCIMENTO notificado(a), através de seu patrono, para no prazo de 05(cinco)
RECORRIDO EMPRESA BRASILEIRA DE dias, apresentar manifestação acerca dos Embargos de Declaração
CORREIOS E TELEGRAFOS
GEORGIA LIMA ADVOGADO(OAB: 17025/CE) (Id. adc84d2), interpostos por MANUELA GOMES
AZEVEDO E
NASCIMENTO VASCONCELOS.
RECORRIDO JOSE FERNANDES LEDO FORTALEZA/CE, 03 de março de 2020.
FRANCISCO MAILSON ADVOGADO(OAB: 26527/CE)
DE OLIVEIRA SILVA
SAMIA MARIA RIBEIRO ADVOGADO(OAB: 7585/CE) JOAO BATISTA LOPES DE SOUZA
LEITAO
CUSTOS LEGIS MINISTERIO PUBLICO DO Assessor
TRABALHO

Processo Nº ROT-0209400-81.2007.5.07.0004
Intimado(s)/Citado(s): Relator CLAUDIO SOARES PIRES
- JOSE FERNANDES LEDO RECORRENTE FLAVIA CORDEIRO GADELHA
CARLOS HENRIQUE DA ADVOGADO(OAB: 5496/CE)
ROCHA CRUZ
ANA FLAVIA RABELO ADVOGADO(OAB: 26655-A/CE)
SILVA
PODER JUDICIÁRIO KALLINA GOMES FLOR ADVOGADO(OAB: 4085/RN)
DOS SANTOS
JUSTIÇA DO TRABALHO FELIPE MELLO SILVA ADVOGADO(OAB: 24387/CE)
RECORRIDO CAIXA ECONOMICA FEDERAL
RECORRIDO FUNDACAO DOS ECONOMIARIOS
FEDERAIS FUNCEF
Fica o recorrido (JOSÉ FERNANDES LEDO) notificado(a), através
WILSON SALES ADVOGADO(OAB: 17314/CE)
de seu patrono, para no prazo de 05(cinco) dias, apresentar BELCHIOR
FRANCISCO ADVOGADO(OAB: 16045/CE)
manifestação acerca dos Embargos de Declaração (Id. 010587f), ALDAIRTON RIBEIRO
CARVALHO JUNIOR
interpostos por EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E

TELÉGRAFOS. Intimado(s)/Citado(s):
FORTALEZA/CE, 03 de março de 2020. - FLAVIA CORDEIRO GADELHA

JOAO BATISTA LOPES DE SOUZA

Assessor
PODER JUDICIÁRIO

Processo Nº ROT-0000102-82.2017.5.07.0009 JUSTIÇA DO TRABALHO


Relator CLAUDIO SOARES PIRES
RECORRENTE GAIA ENGENHARIA AMBIENTAL
LTDA
Fica a recorrente (FLAVIA CORDEIRO GADELHA) notificado(a),
GERARDO MAGELA ADVOGADO(OAB: 9078/CE)
ARAUJO FONTELES através de seu patrono, para no prazo de 05(cinco) dias, apresentar
JUNIOR
RECORRENTE MANUELA GOMES VASCONCELOS manifestação acerca dos Embargos de Declaração (Id. 3bc7f51 e
REINALDO SZYDLOSKI ADVOGADO(OAB: 23211-A/CE) Id. 5c034c2 ), interpostos por CAIXA ECONÔMICA FEDERAL e

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 82
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

FUNDAÇÃO DOS ECONOMIÁRIOS FEDERAIS FUNCEF, Intimado(s)/Citado(s):


respectivamente. - MARIA HELENA DE ALMEIDA FERNANDES
FORTALEZA/CE, 03 de março de 2020.

JOAO BATISTA LOPES DE SOUZA


PODER JUDICIÁRIO
Assessor
JUSTIÇA DO TRABALHO

Processo Nº ROT-0001556-09.2017.5.07.0006
Relator CLAUDIO SOARES PIRES
RECORRENTE JOAO ALMEIDA SOARES Fica a recorrente (MARIA HELENA DE ALMEIDA FERNANDES)
ANA VIRGINIA PORTO ADVOGADO(OAB: 9708/CE) notificado(a), através de seu patrono, para no prazo de 05(cinco)
DE FREITAS
Anatole Nogueira Sousa ADVOGADO(OAB: 22578/CE) dias, apresentar manifestação acerca dos Embargos de Declaração
Carlos Antonio Chagas ADVOGADO(OAB: 6560/CE) (Id. ec9a32f), interpostos por BANCO BRADESCO S.A.
JOAO VIANEY ADVOGADO(OAB: 15721/CE)
NOGUEIRA MARTINS FORTALEZA/CE, 03 de março de 2020.
PATRICIO WILIAM ADVOGADO(OAB: 7737/CE)
ALMEIDA VIEIRA
ROBERTA UCHOA DE ADVOGADO(OAB: 9349/CE) JOAO BATISTA LOPES DE SOUZA
SOUZA
Assessor
RECORRIDO BANCO DO BRASIL SA
MARIO BARBOSA ADVOGADO(OAB: 25677/CE)
MACIEL Processo Nº RORSum-0000967-52.2019.5.07.0004
ANTONIO DE PADUA ADVOGADO(OAB: 4445/PI) Relator CLAUDIO SOARES PIRES
DE SOUSA RAMOS RECORRENTE LUCAS BRAGA LEITE
JUNIOR
JOAO VIANEY ADVOGADO(OAB: 15721/CE)
NOGUEIRA MARTINS
Intimado(s)/Citado(s): BRUNO RAFAEL ADVOGADO(OAB: 26189/CE)
- JOAO ALMEIDA SOARES GOMES SILVA
FRANCISCO SOUSA ADVOGADO(OAB: 24168/CE)
SANTOS
JOSELENA DOURADO ADVOGADO(OAB: 25786/CE)
ARAUJO
RECORRIDO FRAPORT BRASIL S.A AEROPORTO
PODER JUDICIÁRIO DE FORTALEZA
JUSTIÇA DO TRABALHO HELÂNZIA DE ARAÚJO ADVOGADO(OAB: 14948/CE)
XAVIER WICHMANN
JULIANA DE ABREU ADVOGADO(OAB: 13463/CE)
TEIXEIRA
Fica o recorrente (JOÃO ALMEIDA SOARES) notificado(a), através RECORRIDO IN-HAUS SERVICOS DE LOGISTICA
LTDA
de seu patrono, para no prazo de 05(cinco) dias, apresentar MARIA CLARA FREITAS ADVOGADO(OAB: 22543/CE)
DE MENDONCA
manifestação acerca dos Embargos de Declaração (Id. 71bca3f),
CARLA ELISANGELA ADVOGADO(OAB: 18855/PE)
interpostos por BANCO DO BRASIL S.A. FERREIRA ALVES
TEIXEIRA
FORTALEZA/CE, 03 de março de 2020.
Intimado(s)/Citado(s):

JOAO BATISTA LOPES DE SOUZA - IN-HAUS SERVICOS DE LOGISTICA LTDA

Assessor

Processo Nº ROT-0000417-30.2019.5.07.0013
Relator CLAUDIO SOARES PIRES PODER JUDICIÁRIO
RECORRENTE MARIA HELENA DE ALMEIDA JUSTIÇA DO TRABALHO
FERNANDES
ADRIANA EMANUELLI ADVOGADO(OAB: 18902/BA)
DE OLIVEIRA MELO
CINTIA DE ALMEIDA ADVOGADO(OAB: 24026/CE) Fica o recorrido (IN-HAUS SERVIÇOS DE LOGÍSTICA LTDA)
PARENTE
EDUARDO MENELEU ADVOGADO(OAB: 23833-A/CE) notificado(a), através de seu patrono, para no prazo de 05(cinco)
GONCALVES MORENO
dias, apresentar manifestação acerca dos Embargos de Declaração
RECORRIDO BANCO BRADESCO S.A.
MOZART VICTOR ADVOGADO(OAB: 29340/DF) (Id. 2740206), interpostos por LUCAS BRAGA LEITE.
RUSSOMANO NETO
FORTALEZA/CE, 03 de março de 2020.
FRANCISCO SAMPAIO ADVOGADO(OAB: 9075/CE)
DE MENEZES JUNIOR

Código para aferir autenticidade deste caderno: 147944


2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 83
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

JOAO BATISTA LOPES DE SOUZA

Assessor JOAO BATISTA LOPES DE SOUZA

Assessor
Processo Nº ROT-0000764-78.2019.5.07.0008
Relator CLAUDIO SOARES PIRES
Processo Nº ROT-0000764-78.2019.5.07.0008
RECORRENTE TREZE DE MAIO COMERCIO DE Relator CLAUDIO SOARES PIRES
ALIMENTOS LTDA
RECORRENTE TREZE DE MAIO COMERCIO DE
PAULO MARIA ADVOGADO(OAB: 6989/CE) ALIMENTOS LTDA
TEIXEIRA LIMA
PAULO MARIA ADVOGADO(OAB: 6989/CE)
RECORRENTE BENFICA COMERCIO DE TEIXEIRA LIMA
ALIMENTOS S/A
RECORRENTE BENFICA COMERCIO DE
PAULO MARIA ADVOGADO(OAB: 6989/CE) ALIMENTOS S/A
TEIXEIRA LIMA
PAULO MARIA ADVOGADO(OAB: 6989/CE)
RECORRENTE JOAB ALVES DOS SANTOS TEIXEIRA LIMA
ADRIANA FRANCA DA ADVOGADO(OAB: 45454/PE) RECORRENTE JOAB ALVES DOS SANTOS
SILVA
ADRIANA FRANCA DA ADVOGADO(OAB: 45454/PE)
RECORRENTE SANTA MARIA COMERCIO DE SILVA
ALIMENTOS EIRELI
RECORRENTE SANTA MARIA COMERCIO DE
PAULO MARIA ADVOGADO(OAB: 6989/CE) ALIMENTOS EIRELI
TEIXEIRA LIMA
PAULO MARIA ADVOGADO(OAB: 6989/CE)
RECORRENTE SANTANA JUNIOR COMERCIO DE TEIXEIRA LIMA
ALIMENTOS S/A
RECORRENTE SANTANA JUNIOR COMERCIO DE
PAULO MARIA ADVOGADO(OAB: 6989/CE) ALIMENTOS S/A
TEIXEIRA LIMA
PAULO MARIA ADVOGADO(OAB: 6989/CE)
RECORRENTE AB COMERCIO DE ALIMENTOS S/A TEIXEIRA LIMA
PAULO MARIA ADVOGADO(OAB: 6989/CE) RECORRENTE AB COMERCIO DE ALIMENTOS S/A
TEIXEIRA LIMA
PAULO MARIA ADVOGADO(OAB: 6989/CE)
RECORRIDO JOAB ALVES DOS SANTOS TEIXEIRA LIMA
ADRIANA FRANCA DA ADVOGADO(OAB: 45454/PE) RECORRIDO JOAB ALVES DOS SANTOS
SILVA
ADRIANA FRANCA DA ADVOGADO(OAB: 45454/PE)
RECORRIDO SANTA MARIA COMERCIO DE SILVA
ALIMENTOS EIRELI
RECORRIDO SANTA MARIA COMERCIO DE
PAULO MARIA ADVOGADO(OAB: 6989/CE) ALIMENTOS EIRELI
TEIXEIRA LIMA
PAULO MARIA ADVOGADO(OAB: 6989/CE)
RECORRIDO AB COMERCIO DE ALIMENTOS S/A TEIXEIRA LIMA
PAULO MARIA ADVOGADO(OAB: 6989/CE) RECORRIDO AB COMERCIO DE ALIMENTOS S/A
TEIXEIRA LIMA
PAULO MARIA ADVOGADO(OAB: 6989/CE)
RECORRIDO BENFICA COMERCIO DE TEIXEIRA LIMA
ALIMENTOS S/A
RECORRIDO BENFICA COMERCIO DE
PAULO MARIA ADVOGADO(OAB: 6989/CE) ALIMENTOS S/A
TEIXEIRA LIMA
PAULO MARIA ADVOGADO(OAB: 6989/CE)
RECORRIDO SANTANA JUNIOR COMERCIO DE TEIXEIRA LIMA
ALIMENTOS S/A
RECORRIDO SANTANA JUNIOR COMERCIO DE
PAULO MARIA ADVOGADO(OAB: 6989/CE) ALIMENTOS S/A
TEIXEIRA LIMA
PAULO MARIA ADVOGADO(OAB: 6989/CE)
RECORRIDO TREZE DE MAIO COMERCIO DE TEIXEIRA LIMA
ALIMENTOS LTDA
RECORRIDO TREZE DE MAIO COMERCIO DE
PAULO MARIA ADVOGADO(OAB: 6989/CE) ALIMENTOS LTDA
TEIXEIRA LIMA
PAULO MARIA ADVOGADO(OAB: 6989/CE)
TEIXEIRA LIMA
Intimado(s)/Citado(s):
- SANTA MARIA COMERCIO DE ALIMENTOS EIRELI Intimado(s)/Citado(s):
- TREZE DE MAIO COMERCIO DE ALIMENTOS LTDA

PODER JUDICIÁRIO

JUSTIÇA DO TRABALHO PODER JUDICIÁRIO

JUSTIÇA DO TRABALHO

Fica a parte recorrente (SANTA MARIA COMERCIO DE

ALIMENTOS EIRELI) notificado(a), através de seu patrono, para no Fica a parte recorrente (TREZE DE MAIO COMERCIO DE

prazo de 05(cinco) dias, apresentar manifestação acerca dos ALIMENTOS LTDA) notificado(a), através de seu patrono, para no

Embargos de Declaração (Id. 66c920b), interpostos por JOAB prazo de 05(cinco) dias, apresentar manifestação acerca dos

ALVES DOS SANTOS. Embargos de Declaração (Id. 66c920b), interpostos por JOAB

FORTALEZA/CE, 03 de março de 2020. ALVES DOS SANTOS.

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 84
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

PAULO MARIA ADVOGADO(OAB: 6989/CE)


FORTALEZA/CE, 03 de março de 2020. TEIXEIRA LIMA
RECORRENTE AB COMERCIO DE ALIMENTOS S/A
PAULO MARIA ADVOGADO(OAB: 6989/CE)
JOAO BATISTA LOPES DE SOUZA TEIXEIRA LIMA
RECORRIDO JOAB ALVES DOS SANTOS
Assessor
ADRIANA FRANCA DA ADVOGADO(OAB: 45454/PE)
SILVA
Processo Nº ROT-0000505-87.2018.5.07.0018 RECORRIDO SANTA MARIA COMERCIO DE
Relator CLAUDIO SOARES PIRES ALIMENTOS EIRELI
RECORRENTE LUCIANA ARAGAO LIMA PAULO MARIA ADVOGADO(OAB: 6989/CE)
PAULO VICTOR ADVOGADO(OAB: 41195/CE) TEIXEIRA LIMA
RODRIGUES RECORRIDO AB COMERCIO DE ALIMENTOS S/A
DAMASCENO
PAULO MARIA ADVOGADO(OAB: 6989/CE)
FRANCISCO REGIS ADVOGADO(OAB: 31631/CE) TEIXEIRA LIMA
OLIVEIRA ABREU
RECORRIDO BENFICA COMERCIO DE
PAULO RONALTH ADVOGADO(OAB: 28306/CE) ALIMENTOS S/A
FARIAS BERNARDO
PAULO MARIA ADVOGADO(OAB: 6989/CE)
RECORRIDO COOSAUDE - COOPERATIVA DOS TEIXEIRA LIMA
TRABALHADORES E
PROFISSIONAIS DE SAUDE DO RECORRIDO SANTANA JUNIOR COMERCIO DE
ESTADO DO CEARA LTDA ALIMENTOS S/A
Rubens Ferreira Studart ADVOGADO(OAB: 16081/CE) PAULO MARIA ADVOGADO(OAB: 6989/CE)
Filho TEIXEIRA LIMA
RECORRIDO TREZE DE MAIO COMERCIO DE
ALIMENTOS LTDA
Intimado(s)/Citado(s):
PAULO MARIA ADVOGADO(OAB: 6989/CE)
- LUCIANA ARAGAO LIMA TEIXEIRA LIMA

Intimado(s)/Citado(s):
- JOAB ALVES DOS SANTOS

PODER JUDICIÁRIO

JUSTIÇA DO TRABALHO

PODER JUDICIÁRIO

Fica a parte recorrente (LUCIANA ARAGÃO LIMA) notificado(a), JUSTIÇA DO TRABALHO

através de seu patrono, para no prazo de 05(cinco) dias, apresentar

manifestação acerca dos Embargos de Declaração (Id. 566be07),


Fica a parte recorrente (JOAB ALVES DOS SANTOS) notificado(a),
interpostos por COOSAUDE - COOPERATIVA DOS
através de seu patrono, para no prazo de 05(cinco) dias, apresentar
TRABALHADORES E PROFISSIONAIS DE SAÚDE DO ESTADO
manifestação acerca dos Embargos de Declaração (Id. 85b2b6c),
DO CEARA LTDA.
interpostos por TREZE DE MAIO COMERCIO DE ALIMENTOS
FORTALEZA/CE, 03 de março de 2020.
LTDA E OUTROS.

FORTALEZA/CE, 03 de março de 2020.


JOAO BATISTA LOPES DE SOUZA

Assessor
JOAO BATISTA LOPES DE SOUZA

Assessor
Processo Nº ROT-0000764-78.2019.5.07.0008
Relator CLAUDIO SOARES PIRES
RECORRENTE TREZE DE MAIO COMERCIO DE Processo Nº ROT-0000764-78.2019.5.07.0008
ALIMENTOS LTDA Relator CLAUDIO SOARES PIRES
PAULO MARIA ADVOGADO(OAB: 6989/CE) RECORRENTE TREZE DE MAIO COMERCIO DE
TEIXEIRA LIMA ALIMENTOS LTDA
RECORRENTE BENFICA COMERCIO DE PAULO MARIA ADVOGADO(OAB: 6989/CE)
ALIMENTOS S/A TEIXEIRA LIMA
PAULO MARIA ADVOGADO(OAB: 6989/CE) RECORRENTE BENFICA COMERCIO DE
TEIXEIRA LIMA ALIMENTOS S/A
RECORRENTE JOAB ALVES DOS SANTOS PAULO MARIA ADVOGADO(OAB: 6989/CE)
ADRIANA FRANCA DA ADVOGADO(OAB: 45454/PE) TEIXEIRA LIMA
SILVA RECORRENTE JOAB ALVES DOS SANTOS
RECORRENTE SANTA MARIA COMERCIO DE ADRIANA FRANCA DA ADVOGADO(OAB: 45454/PE)
ALIMENTOS EIRELI SILVA
PAULO MARIA ADVOGADO(OAB: 6989/CE) RECORRENTE SANTA MARIA COMERCIO DE
TEIXEIRA LIMA ALIMENTOS EIRELI
RECORRENTE SANTANA JUNIOR COMERCIO DE PAULO MARIA ADVOGADO(OAB: 6989/CE)
ALIMENTOS S/A TEIXEIRA LIMA

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 85
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

RECORRENTE SANTANA JUNIOR COMERCIO DE PAULO MARIA ADVOGADO(OAB: 6989/CE)


ALIMENTOS S/A TEIXEIRA LIMA
PAULO MARIA ADVOGADO(OAB: 6989/CE) RECORRENTE SANTANA JUNIOR COMERCIO DE
TEIXEIRA LIMA ALIMENTOS S/A
RECORRENTE AB COMERCIO DE ALIMENTOS S/A PAULO MARIA ADVOGADO(OAB: 6989/CE)
TEIXEIRA LIMA
PAULO MARIA ADVOGADO(OAB: 6989/CE)
TEIXEIRA LIMA RECORRENTE AB COMERCIO DE ALIMENTOS S/A
RECORRIDO JOAB ALVES DOS SANTOS PAULO MARIA ADVOGADO(OAB: 6989/CE)
TEIXEIRA LIMA
ADRIANA FRANCA DA ADVOGADO(OAB: 45454/PE)
SILVA RECORRIDO JOAB ALVES DOS SANTOS
RECORRIDO SANTA MARIA COMERCIO DE ADRIANA FRANCA DA ADVOGADO(OAB: 45454/PE)
ALIMENTOS EIRELI SILVA
PAULO MARIA ADVOGADO(OAB: 6989/CE) RECORRIDO SANTA MARIA COMERCIO DE
TEIXEIRA LIMA ALIMENTOS EIRELI
RECORRIDO AB COMERCIO DE ALIMENTOS S/A PAULO MARIA ADVOGADO(OAB: 6989/CE)
TEIXEIRA LIMA
PAULO MARIA ADVOGADO(OAB: 6989/CE)
TEIXEIRA LIMA RECORRIDO AB COMERCIO DE ALIMENTOS S/A
RECORRIDO BENFICA COMERCIO DE PAULO MARIA ADVOGADO(OAB: 6989/CE)
ALIMENTOS S/A TEIXEIRA LIMA
PAULO MARIA ADVOGADO(OAB: 6989/CE) RECORRIDO BENFICA COMERCIO DE
TEIXEIRA LIMA ALIMENTOS S/A
RECORRIDO SANTANA JUNIOR COMERCIO DE PAULO MARIA ADVOGADO(OAB: 6989/CE)
ALIMENTOS S/A TEIXEIRA LIMA
PAULO MARIA ADVOGADO(OAB: 6989/CE) RECORRIDO SANTANA JUNIOR COMERCIO DE
TEIXEIRA LIMA ALIMENTOS S/A
RECORRIDO TREZE DE MAIO COMERCIO DE PAULO MARIA ADVOGADO(OAB: 6989/CE)
ALIMENTOS LTDA TEIXEIRA LIMA
PAULO MARIA ADVOGADO(OAB: 6989/CE) RECORRIDO TREZE DE MAIO COMERCIO DE
TEIXEIRA LIMA ALIMENTOS LTDA
PAULO MARIA ADVOGADO(OAB: 6989/CE)
Intimado(s)/Citado(s): TEIXEIRA LIMA

- BENFICA COMERCIO DE ALIMENTOS S/A


Intimado(s)/Citado(s):
- AB COMERCIO DE ALIMENTOS S/A

PODER JUDICIÁRIO

JUSTIÇA DO TRABALHO PODER JUDICIÁRIO

JUSTIÇA DO TRABALHO

Fica a parte recorrente (BENFICA COMERCIO DE ALIMENTOS

S/A) notificado(a), através de seu patrono, para no prazo de Fica a parte recorrente (AB COMERCIO DE ALIMENTOS S/A)
05(cinco) dias, apresentar manifestação acerca dos Embargos de notificado(a), através de seu patrono, para no prazo de 05(cinco)
Declaração (Id. 66c920b), interpostos por JOAB ALVES DOS dias, apresentar manifestação acerca dos Embargos de Declaração
SANTOS. (Id. 66c920b), interpostos por JOAB ALVES DOS SANTOS.
FORTALEZA/CE, 03 de março de 2020. FORTALEZA/CE, 03 de março de 2020.

JOAO BATISTA LOPES DE SOUZA JOAO BATISTA LOPES DE SOUZA


Assessor Assessor

Processo Nº ROT-0000764-78.2019.5.07.0008 Processo Nº ROT-0000764-78.2019.5.07.0008


Relator CLAUDIO SOARES PIRES Relator CLAUDIO SOARES PIRES
RECORRENTE TREZE DE MAIO COMERCIO DE RECORRENTE TREZE DE MAIO COMERCIO DE
ALIMENTOS LTDA ALIMENTOS LTDA
PAULO MARIA ADVOGADO(OAB: 6989/CE) PAULO MARIA ADVOGADO(OAB: 6989/CE)
TEIXEIRA LIMA TEIXEIRA LIMA
RECORRENTE BENFICA COMERCIO DE RECORRENTE BENFICA COMERCIO DE
ALIMENTOS S/A ALIMENTOS S/A
PAULO MARIA ADVOGADO(OAB: 6989/CE) PAULO MARIA ADVOGADO(OAB: 6989/CE)
TEIXEIRA LIMA TEIXEIRA LIMA
RECORRENTE JOAB ALVES DOS SANTOS RECORRENTE JOAB ALVES DOS SANTOS
ADRIANA FRANCA DA ADVOGADO(OAB: 45454/PE) ADRIANA FRANCA DA ADVOGADO(OAB: 45454/PE)
SILVA SILVA
RECORRENTE SANTA MARIA COMERCIO DE RECORRENTE SANTA MARIA COMERCIO DE
ALIMENTOS EIRELI ALIMENTOS EIRELI

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 86
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

PAULO MARIA ADVOGADO(OAB: 6989/CE) RECORRIDO LUCIVANIA CAVALCANTE RIPARDO


TEIXEIRA LIMA CARLOS HENRIQUE DA ADVOGADO(OAB: 5496/CE)
RECORRENTE SANTANA JUNIOR COMERCIO DE ROCHA CRUZ
ALIMENTOS S/A
PAULO MARIA ADVOGADO(OAB: 6989/CE) Intimado(s)/Citado(s):
TEIXEIRA LIMA
RECORRENTE AB COMERCIO DE ALIMENTOS S/A - LUCIVANIA CAVALCANTE RIPARDO
PAULO MARIA ADVOGADO(OAB: 6989/CE)
TEIXEIRA LIMA
RECORRIDO JOAB ALVES DOS SANTOS
ADRIANA FRANCA DA ADVOGADO(OAB: 45454/PE)
SILVA PODER JUDICIÁRIO
RECORRIDO SANTA MARIA COMERCIO DE JUSTIÇA DO TRABALHO
ALIMENTOS EIRELI
PAULO MARIA ADVOGADO(OAB: 6989/CE)
TEIXEIRA LIMA
RECORRIDO AB COMERCIO DE ALIMENTOS S/A Fica a parte recorrente (LUCIVÂNIA CAVALCANTE RIPARDO)
PAULO MARIA ADVOGADO(OAB: 6989/CE)
TEIXEIRA LIMA notificado(a), através de seu patrono, para no prazo de 05(cinco)
RECORRIDO BENFICA COMERCIO DE dias, apresentar manifestação acerca dos Embargos de Declaração
ALIMENTOS S/A
PAULO MARIA ADVOGADO(OAB: 6989/CE) (Id. 566be07), interpostos por SADOC CAMBIO E TURISMO LTDA
TEIXEIRA LIMA
- ME.
RECORRIDO SANTANA JUNIOR COMERCIO DE
ALIMENTOS S/A FORTALEZA/CE, 03 de março de 2020.
PAULO MARIA ADVOGADO(OAB: 6989/CE)
TEIXEIRA LIMA
RECORRIDO TREZE DE MAIO COMERCIO DE JOAO BATISTA LOPES DE SOUZA
ALIMENTOS LTDA
PAULO MARIA ADVOGADO(OAB: 6989/CE) Assessor
TEIXEIRA LIMA
Processo Nº ROT-0001912-35.2016.5.07.0007
Intimado(s)/Citado(s): Relator CLAUDIO SOARES PIRES
- SANTANA JUNIOR COMERCIO DE ALIMENTOS S/A RECORRENTE AURY SOUZA SILVA
RAIMUNDO FEITOSA ADVOGADO(OAB: 13398/CE)
CARVALHO GOMES
RECORRENTE CINTHYA MARIA FERREIRA DE
MORAES
PODER JUDICIÁRIO RAIMUNDO FEITOSA ADVOGADO(OAB: 13398/CE)
CARVALHO GOMES
JUSTIÇA DO TRABALHO RECORRENTE ESCRITORIO DE ADVOCACIA AURY
SILVA E MORAES S/S
RAIMUNDO FEITOSA ADVOGADO(OAB: 13398/CE)
CARVALHO GOMES
Fica a parte recorrente (SANTANA JUNIOR COMERCIO DE RECORRIDO ANTONIO AIRTON SAMPAIO DE
CASTRO
ALIMENTOS S/A ) notificado(a), através de seu patrono, para no
Virgínia Diniz Arcoverde ADVOGADO(OAB: 7218-A/CE)
prazo de 05(cinco) dias, apresentar manifestação acerca dos Teófilo
MÁRCIO AUGUSTO ADVOGADO(OAB: 12359/CE)
Embargos de Declaração (Id. 66c920b), interpostos por JOAB RIBEIRO CAVALCANTE
ALVES DOS SANTOS. CASSANDRA MARIA ADVOGADO(OAB: 8020/CE)
ARCOVERDE E
FORTALEZA/CE, 03 de março de 2020. ASSUNÇÃO
TERCEIRO SR. COMANDANTE DA DÉCIMA
INTERESSADO REGIÃO MILITAR
JOAO BATISTA LOPES DE SOUZA TESTEMUNHA ROSINALDO PEREIRA ALENCAR

Assessor
Intimado(s)/Citado(s):
- ANTONIO AIRTON SAMPAIO DE CASTRO
Processo Nº ROT-0000776-50.2018.5.07.0001
Relator CLAUDIO SOARES PIRES
RECORRENTE SADOC CAMBIO E TURISMO LTDA -
ME
RAIMUNDO FEITOSA ADVOGADO(OAB: 13398/CE)
CARVALHO GOMES PODER JUDICIÁRIO
RECORRENTE LUCIVANIA CAVALCANTE RIPARDO JUSTIÇA DO TRABALHO
CARLOS HENRIQUE DA ADVOGADO(OAB: 5496/CE)
ROCHA CRUZ
RECORRIDO SADOC CAMBIO E TURISMO LTDA -
ME Fica a parte recorrida (ANTONIO AIRTON SAMPAIO DE CASTRO)
RAIMUNDO FEITOSA ADVOGADO(OAB: 13398/CE)
CARVALHO GOMES notificado(a), através de seu patrono, para no prazo de 05(cinco)

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 87
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

dias, apresentar manifestação acerca dos Embargos de Declaração Assessor

(Id. 3f77d26), interpostos por ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA AURY


Processo Nº ROT-0002009-68.2017.5.07.0017
SILVA E MORAES S/S E OUTROS. Relator CLAUDIO SOARES PIRES
FORTALEZA/CE, 03 de março de 2020. RECORRENTE LUIZ CARLOS ANTUNES
NEPOMUCENO
YURI COSTA FREIRE ADVOGADO(OAB: 27524/CE)
JOAO BATISTA LOPES DE SOUZA RECORRENTE ESTADO DO CEARA
RECORRENTE M. C. J . - MOVIMENTO
Assessor CONSCIENCIA JOVEM
DANIELE BARBOSA DE ADVOGADO(OAB: 24401/CE)
Processo Nº ROT-0000687-06.2018.5.07.0008 OLIVEIRA
Relator CLAUDIO SOARES PIRES RAUL DE PONTES ADVOGADO(OAB: 21022/CE)
AGUIAR
RECORRENTE JOSE ALCIDES MESQUITA
MARTINIANO RENATA COLARES ADVOGADO(OAB: 27375/CE)
DOS SANTOS SOARES
JOAO VIANEY ADVOGADO(OAB: 15721/CE)
NOGUEIRA MARTINS RECORRIDO M. C. J . - MOVIMENTO
CONSCIENCIA JOVEM
Anatole Nogueira Sousa ADVOGADO(OAB: 22578/CE)
DANIELE BARBOSA DE ADVOGADO(OAB: 24401/CE)
Carlos Antonio Chagas ADVOGADO(OAB: 6560/CE) OLIVEIRA
PATRICIO WILIAM ADVOGADO(OAB: 7737/CE) RAUL DE PONTES ADVOGADO(OAB: 21022/CE)
ALMEIDA VIEIRA AGUIAR
ANA VIRGINIA PORTO ADVOGADO(OAB: 9708/CE) RENATA COLARES ADVOGADO(OAB: 27375/CE)
DE FREITAS DOS SANTOS SOARES
ROBERTA UCHOA DE ADVOGADO(OAB: 9349/CE) RECORRIDO LUIZ CARLOS ANTUNES
SOUZA NEPOMUCENO
RECORRENTE BANCO DO BRASIL SA YURI COSTA FREIRE ADVOGADO(OAB: 27524/CE)
JOSE MAURO ADVOGADO(OAB: 14149/CE) RECORRIDO ESTADO DO CEARA
AUGUSTO CHAVES
CUSTOS LEGIS MINISTERIO PUBLICO DO
RAFAEL LIMA DE ADVOGADO(OAB: 592-B/SE) TRABALHO
ANDRADE
RECORRIDO JOSE ALCIDES MESQUITA
MARTINIANO Intimado(s)/Citado(s):
ANA VIRGINIA PORTO ADVOGADO(OAB: 9708/CE) - M. C. J . - MOVIMENTO CONSCIENCIA JOVEM
DE FREITAS
Anatole Nogueira Sousa ADVOGADO(OAB: 22578/CE)
Carlos Antonio Chagas ADVOGADO(OAB: 6560/CE)
JOAO VIANEY ADVOGADO(OAB: 15721/CE)
NOGUEIRA MARTINS PODER JUDICIÁRIO
PATRICIO WILIAM ADVOGADO(OAB: 7737/CE)
ALMEIDA VIEIRA JUSTIÇA DO TRABALHO
ROBERTA UCHOA DE ADVOGADO(OAB: 9349/CE)
SOUZA
RECORRIDO BANCO DO BRASIL SA
Fica V. Sa. intimado para tomar ciência do Despacho ID. 4d5079a
RAFAEL LIMA DE ADVOGADO(OAB: 592-B/SE)
ANDRADE proferido nos autos.
JOSE MAURO ADVOGADO(OAB: 14149/CE)
AUGUSTO CHAVES FORTALEZA/CE, 04 de março de 2020.

Intimado(s)/Citado(s):
JOAO BATISTA LOPES DE SOUZA
- JOSE ALCIDES MESQUITA MARTINIANO
Assessor

Processo Nº ROT-0002009-68.2017.5.07.0017
Relator CLAUDIO SOARES PIRES
PODER JUDICIÁRIO RECORRENTE LUIZ CARLOS ANTUNES
NEPOMUCENO
JUSTIÇA DO TRABALHO
YURI COSTA FREIRE ADVOGADO(OAB: 27524/CE)
RECORRENTE ESTADO DO CEARA
RECORRENTE M. C. J . - MOVIMENTO
Fica a parte recorrida (JOSÉ ALCIDES MESQUITA MARTINIANO) CONSCIENCIA JOVEM
DANIELE BARBOSA DE ADVOGADO(OAB: 24401/CE)
notificado(a), através de seu patrono, para no prazo de 05(cinco) OLIVEIRA
dias, apresentar manifestação acerca dos Embargos de Declaração RAUL DE PONTES ADVOGADO(OAB: 21022/CE)
AGUIAR
(Id. 21fac3f), interpostos por BANCO DO BRASIL S.A . RENATA COLARES ADVOGADO(OAB: 27375/CE)
DOS SANTOS SOARES
FORTALEZA/CE, 03 de março de 2020.
RECORRIDO M. C. J . - MOVIMENTO
CONSCIENCIA JOVEM

JOAO BATISTA LOPES DE SOUZA

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 88
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

DANIELE BARBOSA DE ADVOGADO(OAB: 24401/CE)


OLIVEIRA comprovação do preparo recursal nos presentes autos, sob pena de
RAUL DE PONTES ADVOGADO(OAB: 21022/CE) não conhecimento do apelo, por deserção.
AGUIAR
RENATA COLARES ADVOGADO(OAB: 27375/CE) FORTALEZA/CE, 04 de março de 2020.
DOS SANTOS SOARES
RECORRIDO LUIZ CARLOS ANTUNES
NEPOMUCENO JOAO BATISTA LOPES DE SOUZA
YURI COSTA FREIRE ADVOGADO(OAB: 27524/CE)
Assessor
RECORRIDO ESTADO DO CEARA
CUSTOS LEGIS MINISTERIO PUBLICO DO
TRABALHO
GABINETE DA DESEMBARGADORA MARIA
Intimado(s)/Citado(s): ROSELI MENDES ALENCAR
- LUIZ CARLOS ANTUNES NEPOMUCENO Notificação

Processo Nº RORSum-0001026-87.2017.5.07.0011
Relator MARIA ROSELI MENDES ALENCAR
RECORRENTE ANA RITA BATISTA GUSMAO
PODER JUDICIÁRIO
ODILO MAIA GONDIM ADVOGADO(OAB: 6375/CE)
JUSTIÇA DO TRABALHO NETO
Sandra Maria Leite ADVOGADO(OAB: 8055/CE)
Noleto
RECORRIDO WR ENGENHARIA LTDA
Fica V. Sa. intimado para tomar ciência do Despacho ID. 4d5079a NELSON WILIANS ADVOGADO(OAB: 16599-A/CE)
FRATONI RODRIGUES
proferido nos autos.
RECORRIDO MONTE CASTELO
FORTALEZA/CE, 04 de março de 2020. EMPREENDIMENTO IMOBILIARIO
SPE LTDA
NELSON WILIANS ADVOGADO(OAB: 16599-A/CE)
FRATONI RODRIGUES
JOAO BATISTA LOPES DE SOUZA
RECORRIDO FABIO GERALDO PEREIRA
Assessor ANDRADE - ME
RAIMUNDO GERALDO ADVOGADO(OAB: 6544/PA)
MARAMALDO DE
Processo Nº RORSum-0000846-64.2018.5.07.0002 ANDRADE
Relator CLAUDIO SOARES PIRES
RECORRENTE CONSELHO REG DE CORRETORES Intimado(s)/Citado(s):
DE IMOVEIS - 15ª REGIAO - CRECI-
CE - ANA RITA BATISTA GUSMAO
FRANCISCO ADVOGADO(OAB: 8137/CE)
ALEXANDRE ARAUJO
GOMES
RECORRENTE L&S SOLUCOES EM SERVICOS DE
LIMPEZA LTDA
PODER JUDICIÁRIO
LUIZ AUGUSTO ADVOGADO(OAB: 24064-B/CE)
GUIMARAES JUSTIÇA DO TRABALHO
WLODARCZYK
RECORRIDO MAGNA BATISTA SILVA
LUZIRENE ADVOGADO(OAB: 7523/CE)
GONÇALVES DA SILVA INTIMAÇÃO
CHARDSON ADVOGADO(OAB: 20593/CE)
GONCALVES DA SILVA Fica V. Sa. intimado para tomar ciência do Despacho ID f44071f

proferido nos autos.


Intimado(s)/Citado(s):
Para visualizar o referido documento acesse o site
- L&S SOLUCOES EM SERVICOS DE LIMPEZA LTDA
https://pje.trt7.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/list

View.seam com a chave de acesso

20022013374136700000006937652
PODER JUDICIÁRIO
MARIA ROSELI MENDES ALENCAR
JUSTIÇA DO TRABALHO
Magistrado

Fica a recorrente L&S SOLUÇÕES EM SERVIÇOS DE LIMPEZA GABINETE DA DESEMBARGADORA MARIA JOSÉ
LTDA notificada para tomar ciência da Decisão Id:338d722, que GIRÃO
indeferiu o pedido de gratuidade da justiça, assinando-lhe prazo de Notificação

05 (cinco) dias para realização do recolhimento e respectiva


Processo Nº MSCiv-0080020-60.2020.5.07.0000

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 89
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Relator MARIA JOSE GIRAO


IMPETRANTE FREE LIFE OPERADORA DE
PLANOS DE SAUDE LTDA
DRAUZIO CORTEZ ADVOGADO(OAB: 16424/CE)
LINHARES FORTALEZA/CE, 28 de fevereiro de 2020.
IMPETRADO Juízo da 18ª Vara do Trabalho de
Fortaleza
IMPETRADO ANGELA MARIA DIAS DE LIMA RAQUEL FONTENELE GARCIA PONTES
RONALDO PEREIRA DE ADVOGADO(OAB: 14427/CE) Assessor
ANDRADE
CUSTOS LEGIS MINISTERIO PUBLICO DO
TRABALHO Processo Nº MSCiv-0080053-50.2020.5.07.0000
Relator MARIA JOSE GIRAO
Intimado(s)/Citado(s): IMPETRANTE BANCO DO BRASIL SA
- ANGELA MARIA DIAS DE LIMA ANTONIO DE PADUA ADVOGADO(OAB: 4445/PI)
DE SOUSA RAMOS
JUNIOR
IMPETRADO Juízo da Única Vara do Trabalho de
Aracati
TERCEIRO ALESSANDRO PEREIRA REBOUCAS
PODER JUDICIÁRIO INTERESSADO
JUSTIÇA DO TRABALHO JULIANNY AMARAL DA ADVOGADO(OAB: 22747/CE)
COSTA
CUSTOS LEGIS MINISTERIO PUBLICO DO
TRABALHO
Por determinação da Exma. Desembargadora Maria José Girão, fica
Intimado(s)/Citado(s):
V.Sa. notificada para, no prazo 10 dias, responder, como
- ALESSANDRO PEREIRA REBOUCAS
litisconsorte passiva, aos termos da presente ação.

PODER JUDICIÁRIO
FORTALEZA/CE, 28 de fevereiro de 2020.
JUSTIÇA DO TRABALHO

RAQUEL FONTENELE GARCIA PONTES

Assessor Por determinação da Exma. Desembargadora Maria José Girão, fica

V.Sa. notificado para, no prazo 10 dias, responder, como


Processo Nº MSCiv-0080552-68.2019.5.07.0000
Relator MARIA JOSE GIRAO litisconsorte passivo, aos termos da presente ação.
IMPETRANTE MUNICIPIO DE COREAU FORTALEZA/CE, 28 de fevereiro de 2020.
DEYLANE XIMENES DE ADVOGADO(OAB: 33571/CE)
AGUIAR
ELIOENAI PONTE ADVOGADO(OAB: 22740/CE) RAQUEL FONTENELE GARCIA PONTES
FROTA
IMPETRADO Juízo da 1ª Vara do Trabalho de Assessor
Sobral
IMPETRADO BENEDITO MOREIRA DE
ALBUQUERQUE
GABINETE DO DESEMBARGADOR FRANCISCO
GEANIO ANTONIO DE ADVOGADO(OAB: 33662/CE)
ALBUQUERQUE TARCÍSIO GUEDES LIMA VERDE JÚNIOR
CUSTOS LEGIS MINISTERIO PUBLICO DO Notificação
TRABALHO

Intimado(s)/Citado(s): Processo Nº ROT-0000160-75.2018.5.07.0001


Relator FRANCISCO TARCISIO GUEDES
- BENEDITO MOREIRA DE ALBUQUERQUE LIMA VERDE JUNIOR
RECORRENTE JOSE CLEILTON DA SILVA
FARIDES DA SILVA ADVOGADO(OAB: 34438/CE)
GONCALVES
SANDRA MARIA DE ADVOGADO(OAB: 24412/CE)
PODER JUDICIÁRIO MOURA BARROS
TEIXEIRA
JUSTIÇA DO TRABALHO RECORRIDO PICANHA DO COWBOY LTDA - ME
RAFAEL VICTOR ADVOGADO(OAB: 27628/CE)
ALBUQUERQUE
RODRIGUES DE LIMA
Por determinação da Exma. Desembargadora Maria José Girão, fica

V.Sa. notificado para, no prazo 10 dias, responder, como Intimado(s)/Citado(s):

litisconsorte passivo, aos termos da presente ação. - JOSE CLEILTON DA SILVA

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 90
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

RECORRIDO MARCOS VENICIUS DE CASTRO


DOS ANJOS
nathercia lima leitao ADVOGADO(OAB: 19682/CE)

PODER JUDICIÁRIO Intimado(s)/Citado(s):

JUSTIÇA DO TRABALHO - KIOMA SEGURANCA E SERVICOS LTDA

Fica(m) a(s) parte(s) embargada(s) notificada(s) para, no prazo de


PODER JUDICIÁRIO
cinco dias úteis, querendo, manifestar(em)-se sobre os embargos
JUSTIÇA DO TRABALHO
de declaração veiculados pela(s) parte(s) adversa(s) (art. 897-A,

§2º, da CLT).

FORTALEZA/CE, 21 de fevereiro de 2020. DESPACHO

O Recurso Ordinário de fls. 163/175 foi assinada digitalmente por


CHARLES DA COSTA BRUXEL advogado que não possui procuração nos autos, nem compareceu
Assessor em nenhuma audiência no feito, razão pela qual se verifica a

irregularidade de representação processual.


Processo Nº ROT-0002020-37.2017.5.07.0037
Relator FRANCISCO TARCISIO GUEDES Frise-se, no entanto, que o artigo 3°, I, da Instrução Normativa n° 39
LIMA VERDE JUNIOR
do TST dispõe que se aplica ao processo do trabalho o artigo 76,
RECORRENTE COMISSÃO PRÓ-FUNDAÇÃO
SINDICATO DA AGRICULTURA §2° do CPC de 2015, que trata sobre a possibilidade de
FAMILIAR DE PORTEIRAS
LUIZ GUILHERME ADVOGADO(OAB: 21516/CE) saneamento de irregularidade de representação no âmbito dos
ELIANO PINTO
Tribunais:
RECORRIDO SINDICATO DOS TRABALHADORES
RURAIS AGRICULTORES E “Art. 3° Sem prejuízo de outros, aplicam-se ao Processo do
AGRICULTORAS FAMILIARES DE
PORTEIRAS Trabalho, em face de omissão e compatibilidade, os preceitos do
FRANCISCO ADVOGADO(OAB: 27120/CE)
ANASTACIO DE SOUSA Código de Processo Civil que regulam os seguintes temas:I – art.
CUSTOS LEGIS MINISTERIO PUBLICO DO 76, §§ 1º e 2° (saneamento de incapacidade processual ou de
TRABALHO
irregularidade de representação);”
Intimado(s)/Citado(s):
“Art. 76. Verificada a incapacidade processual ou a irregularidade da
- COMISSÃO PRÓ-FUNDAÇÃO SINDICATO DA AGRICULTURA
FAMILIAR DE PORTEIRAS representação da parte, o juiz suspenderá o processo e designará

prazo razoável para que seja sanado o vício.(...)§ 2 Descumprida a

determinação em fase recursal perante tribunal de justiça, tribunal

regional o federal ou tribunal superior, o relator:I - não conhecerá do


PODER JUDICIÁRIO
recurso, se a providência couber ao recorrente;II - determinará o
JUSTIÇA DO TRABALHO
desentranhamento das contrarrazões, se a providência couber ao

recorrido.”
Fica(m) a(s) parte(s) embargada(s) notificada(s) para, no prazo de Desta feita, intime-se ao patrono recorrente para que, no prazo de
cinco dias úteis, querendo, manifestar(em)-se sobre os embargos 05 (cinco) dias, proceda à regularização de sua representação
de declaração veiculados pela(s) parte(s) adversa(s) (art. 897-A, processual, sob pena de não conhecimento do seu apelo.
§2º, da CLT). Publique-se.
FORTALEZA/CE, 21 de fevereiro de 2020. FORTALEZA/CE, 27 de fevereiro de 2020.

CHARLES DA COSTA BRUXEL ROVENA PINTO MARTINS


Assessor Assessor

Processo Nº RORSum-0000579-59.2019.5.07.0034 Processo Nº RORSum-0000296-82.2018.5.07.0030


Relator FRANCISCO TARCISIO GUEDES Relator FRANCISCO TARCISIO GUEDES
LIMA VERDE JUNIOR LIMA VERDE JUNIOR
RECORRENTE KIOMA SEGURANCA E SERVICOS RECORRENTE RENATO FELIPE DE SOUSA
LTDA
YURI COSTA FREIRE ADVOGADO(OAB: 27524/CE)
ROBERTO HENRIQUE ADVOGADO(OAB: 27795/CE)
GIRAO

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 91
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

RECORRIDO AERIS INDUSTRIA E COMERCIO DE


EQUIPAMENTOS PARA GERACAO
DE ENERGIA S.A Processo Nº ROT-0000844-58.2018.5.07.0014
PEDRO HENRIQUE ADVOGADO(OAB: 27526/CE) Relator FRANCISCO TARCISIO GUEDES
BEZERRIL MIRANDA LIMA VERDE JUNIOR
FONTENELE RECORRENTE BRADESCO SAUDE S/A
FRANCISCO SAMPAIO ADVOGADO(OAB: 9075/CE)
Intimado(s)/Citado(s): DE MENEZES JUNIOR
- RENATO FELIPE DE SOUSA RECORRENTE BANCO BRADESCO S.A.
FRANCISCO SAMPAIO ADVOGADO(OAB: 9075/CE)
DE MENEZES JUNIOR
RECORRIDO ELIETE OSORIO BEZERRA
CINTIA DE ALMEIDA ADVOGADO(OAB: 24026/CE)
PODER JUDICIÁRIO PARENTE

JUSTIÇA DO TRABALHO Intimado(s)/Citado(s):


- BANCO BRADESCO S.A.
- BRADESCO SAUDE S/A
INTIMAÇÃO

Fica V. Sa. intimado para tomar ciência do Despacho ID de6dbf6

proferido nos autos.


PODER JUDICIÁRIO
Para visualizar o referido documento acesse o site
JUSTIÇA DO TRABALHO
https://pje.trt7.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/list

View.seam com a chave de acesso

20022809435383500000006953793 INTIMAÇÃO
FRANCISCO TARCISIO GUEDES LIMA VERDE JUNIOR Fica V. Sa. intimado para tomar ciência da Decisão ID df0ec3f
Magistrado proferido nos autos.

Para visualizar o referido documento acesse o site


Processo Nº ROT-0000844-58.2018.5.07.0014
Relator FRANCISCO TARCISIO GUEDES https://pje.trt7.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/list
LIMA VERDE JUNIOR
View.seam com a chave de acesso
RECORRENTE BRADESCO SAUDE S/A
FRANCISCO SAMPAIO ADVOGADO(OAB: 9075/CE) 20022712180416000000006950926
DE MENEZES JUNIOR
FRANCISCO TARCISIO GUEDES LIMA VERDE JUNIOR
RECORRENTE BANCO BRADESCO S.A.
FRANCISCO SAMPAIO ADVOGADO(OAB: 9075/CE) Magistrado
DE MENEZES JUNIOR
RECORRIDO ELIETE OSORIO BEZERRA
Processo Nº AIRO-0000775-52.2015.5.07.0007
CINTIA DE ALMEIDA ADVOGADO(OAB: 24026/CE) Relator FRANCISCO TARCISIO GUEDES
PARENTE LIMA VERDE JUNIOR
AGRAVANTE IGREJA PRESBITERIANA NOVA
Intimado(s)/Citado(s): JERUSALEM
- ELIETE OSORIO BEZERRA IGOR CESAR LEITE ADVOGADO(OAB: 30345/CE)
PEREIRA MARTINS
JORGE ALOISIO PIRES ADVOGADO(OAB: 9982/CE)
AGRAVADO FRANCISCO UIATAN CAVALCANTE
RODRIGUES
PODER JUDICIÁRIO PAULO HENRIQUE DE ADVOGADO(OAB: 21259/CE)
OLIVEIRA ALVES
JUSTIÇA DO TRABALHO CHARLES MAIA ADVOGADO(OAB: 8510/CE)
MENDONÇA

Intimado(s)/Citado(s):
INTIMAÇÃO
- IGREJA PRESBITERIANA NOVA JERUSALEM
Fica V. Sa. intimado para tomar ciência da Decisão ID df0ec3f

proferido nos autos.

Para visualizar o referido documento acesse o site


PODER JUDICIÁRIO
https://pje.trt7.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/list
JUSTIÇA DO TRABALHO
View.seam com a chave de acesso

20022712180416000000006950926

FRANCISCO TARCISIO GUEDES LIMA VERDE JUNIOR INTIMAÇÃO


Magistrado Fica V. Sa. intimado para tomar ciência do Despacho ID dca4c0c

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 92
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

proferido nos autos.


PODER JUDICIÁRIO
Para visualizar o referido documento acesse o site
JUSTIÇA DO TRABALHO
https://pje.trt7.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/list

View.seam com a chave de acesso

20022114505129900000006944473 INTIMAÇÃO

FRANCISCO TARCISIO GUEDES LIMA VERDE JUNIOR Fica V. Sa. intimado para tomar ciência do Despacho ID de6dbf6

Magistrado proferido nos autos.

Para visualizar o referido documento acesse o site


Processo Nº AIRO-0000775-52.2015.5.07.0007
https://pje.trt7.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/list
Relator FRANCISCO TARCISIO GUEDES
LIMA VERDE JUNIOR View.seam com a chave de acesso
AGRAVANTE IGREJA PRESBITERIANA NOVA
JERUSALEM 20022809435383500000006953793
IGOR CESAR LEITE ADVOGADO(OAB: 30345/CE) FRANCISCO TARCISIO GUEDES LIMA VERDE JUNIOR
PEREIRA MARTINS
JORGE ALOISIO PIRES ADVOGADO(OAB: 9982/CE) Magistrado
AGRAVADO FRANCISCO UIATAN CAVALCANTE
RODRIGUES Processo Nº AP-0001389-24.2015.5.07.0018
PAULO HENRIQUE DE ADVOGADO(OAB: 21259/CE) Relator FRANCISCO TARCISIO GUEDES
OLIVEIRA ALVES LIMA VERDE JUNIOR
CHARLES MAIA ADVOGADO(OAB: 8510/CE) AGRAVANTE LUDIMILLA HOLANDA ANDRADE
MENDONÇA
RAFAEL HENRIQUE ADVOGADO(OAB: 24675/CE)
DIAS SALES
Intimado(s)/Citado(s): SERZEDELA FACUNDO ADVOGADO(OAB: 29408/CE)
- FRANCISCO UIATAN CAVALCANTE RODRIGUES ARAUJO DE FREITAS
AGRAVADO RB EVENTOS LTDA - ME
AGRAVADO ANDRES CUADRADO GARCIA

Intimado(s)/Citado(s):
PODER JUDICIÁRIO
- LUDIMILLA HOLANDA ANDRADE
JUSTIÇA DO TRABALHO

INTIMAÇÃO PODER JUDICIÁRIO


Fica V. Sa. intimado para tomar ciência do Despacho ID dca4c0c JUSTIÇA DO TRABALHO
proferido nos autos.

Para visualizar o referido documento acesse o site


INTIMAÇÃO
https://pje.trt7.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/list
Fica V. Sa. intimado para tomar ciência do Despacho ID 388c5a7
View.seam com a chave de acesso
proferido nos autos.
20022114505129900000006944473
Para visualizar o referido documento acesse o site
FRANCISCO TARCISIO GUEDES LIMA VERDE JUNIOR
https://pje.trt7.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/list
Magistrado
View.seam com a chave de acesso
Processo Nº RORSum-0000296-82.2018.5.07.0030 20022009324415600000006933109
Relator FRANCISCO TARCISIO GUEDES
LIMA VERDE JUNIOR FRANCISCO TARCISIO GUEDES LIMA VERDE JUNIOR
RECORRENTE RENATO FELIPE DE SOUSA Magistrado
YURI COSTA FREIRE ADVOGADO(OAB: 27524/CE)
RECORRIDO AERIS INDUSTRIA E COMERCIO DE Processo Nº ROT-0000679-29.2019.5.07.0029
EQUIPAMENTOS PARA GERACAO
DE ENERGIA S.A Relator FRANCISCO TARCISIO GUEDES
LIMA VERDE JUNIOR
PEDRO HENRIQUE ADVOGADO(OAB: 27526/CE)
BEZERRIL MIRANDA RECORRENTE MUNICIPIO DE CAMOCIM
FONTENELE RECORRIDO GOLD SERVICOS E CONSTRUCOES
EIRELI
Intimado(s)/Citado(s): Mikael Pinheiro de ADVOGADO(OAB: 24800/CE)
Oliveira
- AERIS INDUSTRIA E COMERCIO DE EQUIPAMENTOS PARA
GERACAO DE ENERGIA S.A RECORRIDO JOSE WILSON RODRIGUES FILHO
ANA MARGARETE YAE ADVOGADO(OAB: 32126/CE)
SUZUKI MATSUI

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 93
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

CUSTOS LEGIS MINISTERIO PUBLICO DO


TRABALHO Magistrado

Intimado(s)/Citado(s): Processo Nº AIRO-0001209-76.2017.5.07.0005


- GOLD SERVICOS E CONSTRUCOES EIRELI Relator REGINA GLAUCIA CAVALCANTE
NEPOMUCENO
- JOSE WILSON RODRIGUES FILHO
AGRAVANTE LUIS CARLOS PAULA DA SILVA
FRANCISCO EUGENIO ADVOGADO(OAB: 20945-B/CE)
SOUZA REGIS
AGRAVADO NORDEX LOGISTICA E
TRANSPORTES LTDA
PODER JUDICIÁRIO
CARLOS ALEXANDRE ADVOGADO(OAB: 16803/ES)
JUSTIÇA DO TRABALHO PASCOAL
BITTENCOURT E SILVA

Intimado(s)/Citado(s):
INTIMAÇÃO - NORDEX LOGISTICA E TRANSPORTES LTDA
Fica V. Sa. intimado para tomar ciência da Decisão ID 4303940

proferido nos autos.

Para visualizar o referido documento acesse o site


PODER JUDICIÁRIO
https://pje.trt7.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/list
JUSTIÇA DO TRABALHO
View.seam com a chave de acesso

20030310584938900000006967437

FRANCISCO TARCISIO GUEDES LIMA VERDE JUNIOR INTIMAÇÃO

Magistrado Fica V. Sa. intimado para tomar ciência do Despacho ID b197584

proferido nos autos.

GABINETE DA DESEMBARGADORA REGINA Para visualizar o referido documento acesse o site

GLÁUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO https://pje.trt7.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/list

Notificação View.seam com a chave de acesso

20022513141773600000006947373
Processo Nº RORSum-0001480-27.2019.5.07.0034
Relator REGINA GLAUCIA CAVALCANTE REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO
NEPOMUCENO
Magistrado
RECORRENTE KIOMA LOCACAO E SERVICOS
LTDA - EPP
ROBERTO HENRIQUE ADVOGADO(OAB: 27795/CE)
GIRAO GABINETE DO DESEMBARGADOR DURVAL
RECORRIDO ANTONIO MARCOS ARRUDA DOS CÉSAR DE VASCONCELOS MAIA
SANTOS
EDNAMAI RODRIGUES ADVOGADO(OAB: 27233/CE) Despacho
NOBREGA SEGUNDO
Processo Nº ROT-0001249-40.2017.5.07.0011
Intimado(s)/Citado(s): Relator DURVAL CESAR DE VASCONCELOS
MAIA
- KIOMA LOCACAO E SERVICOS LTDA - EPP
RECORRENTE JOSE UBIRAJARA ALVES MOREIRA
TATIANE VASQUES ADVOGADO(OAB: 30785/CE)
MONTEIRO
NADIA SA LOPES ADVOGADO(OAB: 18304/CE)
PODER JUDICIÁRIO CLAUDIA MARIA ADVOGADO(OAB: 32377/CE)
DIOGENES VASQUES
JUSTIÇA DO TRABALHO RECORRENTE COMPANHIA CEARENSE DE
TRANSPORTES METROPOLITANOS
MANUEL LUIS DA ADVOGADO(OAB: 7479/CE)
ROCHA NETO
INTIMAÇÃO PEDRO JOÃO ADVOGADO(OAB: 22155/CE)
CARVALHO PEREIRA
Fica V. Sa. intimado para tomar ciência do Despacho ID 7fb1483 FILHO
proferido nos autos. AMANDA ARRAES DE ADVOGADO(OAB: 32111/CE)
ALENCAR ARARIPE
Para visualizar o referido documento acesse o site NUNES
RECORRIDO COMPANHIA CEARENSE DE
https://pje.trt7.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/list TRANSPORTES METROPOLITANOS
View.seam com a chave de acesso MANUEL LUIS DA ADVOGADO(OAB: 7479/CE)
ROCHA NETO
20022108125920800000006941594

REGINA GLAUCIA CAVALCANTE NEPOMUCENO

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 94
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

PEDRO JOÃO ADVOGADO(OAB: 22155/CE)


CARVALHO PEREIRA
FILHO
AMANDA ARRAES DE ADVOGADO(OAB: 32111/CE)
ALENCAR ARARIPE
NUNES PODER JUDICIÁRIO
RECORRIDO JOSE UBIRAJARA ALVES MOREIRA JUSTIÇA DO TRABALHO
TATIANE VASQUES ADVOGADO(OAB: 30785/CE)
MONTEIRO
NADIA SA LOPES ADVOGADO(OAB: 18304/CE)
CLAUDIA MARIA ADVOGADO(OAB: 32377/CE) Fica V. Sa. notificada do despacho de ID bd5067f.
DIOGENES VASQUES
FORTALEZA/CE, 03 de março de 2020.

Intimado(s)/Citado(s):
- JOSE UBIRAJARA ALVES MOREIRA ELIETE ANDRADE DE FREITAS

Assessor
Notificação

PODER JUDICIÁRIO
Processo Nº AIRO-0000135-66.2017.5.07.0011
JUSTIÇA DO TRABALHO Relator DURVAL CESAR DE VASCONCELOS
MAIA
AGRAVANTE COOTRAPS - COOPERATIVA DOS
TRANSPORTADORES AUTONOMOS
DE PASSAGEIROS DO ESTADO DO
Fica V. Sa. notificada do despacho de ID bd5067f. CEARA
FORTALEZA/CE, 03 de março de 2020. DAVID SOMBRA ADVOGADO(OAB: 16477/CE)
PEIXOTO
ADRIANO SILVA ADVOGADO(OAB: 17038-A/CE)
HULAND
ELIETE ANDRADE DE FREITAS
AGRAVANTE R K & S - SEGURANCA E
Assessor VIGILANCIA PRIVADA LTDA - ME
HUGO LEONARDO ADVOGADO(OAB: 19810/CE)
BEZERRA GONDIM
Processo Nº ROT-0001249-40.2017.5.07.0011
AGRAVADO ANTONIO JOSE MOTA DE PAULA
Relator DURVAL CESAR DE VASCONCELOS
MAIA CICERO COSTA LIMA ADVOGADO(OAB: 28319/CE)
RECORRENTE JOSE UBIRAJARA ALVES MOREIRA
TATIANE VASQUES ADVOGADO(OAB: 30785/CE) Intimado(s)/Citado(s):
MONTEIRO
- R K & S - SEGURANCA E VIGILANCIA PRIVADA LTDA - ME
NADIA SA LOPES ADVOGADO(OAB: 18304/CE)
CLAUDIA MARIA ADVOGADO(OAB: 32377/CE)
DIOGENES VASQUES
RECORRENTE COMPANHIA CEARENSE DE
TRANSPORTES METROPOLITANOS
PODER JUDICIÁRIO
MANUEL LUIS DA ADVOGADO(OAB: 7479/CE)
ROCHA NETO JUSTIÇA DO TRABALHO
PEDRO JOÃO ADVOGADO(OAB: 22155/CE)
CARVALHO PEREIRA
FILHO
AMANDA ARRAES DE ADVOGADO(OAB: 32111/CE) Fica V. Sa. notificada para tomar ciência do despacho de ID
ALENCAR ARARIPE
NUNES d06d39c.
RECORRIDO COMPANHIA CEARENSE DE
TRANSPORTES METROPOLITANOS FORTALEZA/CE, 21 de fevereiro de 2020.
MANUEL LUIS DA ADVOGADO(OAB: 7479/CE)
ROCHA NETO
PEDRO JOÃO ADVOGADO(OAB: 22155/CE) ELIETE ANDRADE DE FREITAS
CARVALHO PEREIRA
FILHO Assessor
AMANDA ARRAES DE ADVOGADO(OAB: 32111/CE)
ALENCAR ARARIPE Processo Nº RORSum-0000432-90.2019.5.07.0015
NUNES
Relator DURVAL CESAR DE VASCONCELOS
RECORRIDO JOSE UBIRAJARA ALVES MOREIRA MAIA
TATIANE VASQUES ADVOGADO(OAB: 30785/CE) RECORRENTE BRAVSEC - SERVICOS AUXILIARES
MONTEIRO DE TRANSPORTE AEREO EIRELI
NADIA SA LOPES ADVOGADO(OAB: 18304/CE) MARCELO DE ADVOGADO(OAB: 106067/RJ)
CLAUDIA MARIA ADVOGADO(OAB: 32377/CE) OLIVEIRA RODRIGUES
DIOGENES VASQUES MARCELO PEREIRA ADVOGADO(OAB: 213086/RJ)
PRIMO
Intimado(s)/Citado(s): RECORRIDO TATIANA DOS SANTOS COUTO
JOAO VIANEY ADVOGADO(OAB: 15721/CE)
- COMPANHIA CEARENSE DE TRANSPORTES NOGUEIRA MARTINS
METROPOLITANOS

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 95
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Intimado(s)/Citado(s): - MUNICIPIO DE PORANGA


- BRAVSEC - SERVICOS AUXILIARES DE TRANSPORTE
AEREO EIRELI

PODER JUDICIÁRIO

JUSTIÇA DO TRABALHO
PODER JUDICIÁRIO

JUSTIÇA DO TRABALHO

Fica V. Sa. notificada para tomar ciência do despacho de ID

d637b79.
Advogados da empresa BRAVSEC- SERVIÇOS AUXILIARES DE
FORTALEZA/CE, 28 de fevereiro de 2020.
TRANSPORTE AÉREO

Dr. MARCELO DE OLIVEIRA RODRIGUES, OAB-RJ 106067


ELIETE ANDRADE DE FREITAS
DR. MARCELO PEREIRA PRIMO, OAB-RJ 213086
Assessor
Ficam os Srs. advogados da parte recorrente notificado para tomar

ciência do despacho de ID 003ab0b.


Processo Nº ROT-0000720-02.2019.5.07.0027
FORTALEZA/CE, 21 de fevereiro de 2020. Relator DURVAL CESAR DE VASCONCELOS
MAIA
RECORRENTE MUNICIPIO DE MISSAO VELHA
ELIETE ANDRADE DE FREITAS THIAGO RODRIGUES ADVOGADO(OAB: 40412/BA)
BORGES
Assessor RECORRIDO JOANA DARC CRUZ PEREIRA
JOSE WILLIAN ADVOGADO(OAB: 38742/CE)
Processo Nº RORSum-0000394-05.2019.5.07.0007 PEREIRA DA SILVA
Relator DURVAL CESAR DE VASCONCELOS CUSTOS LEGIS MINISTERIO PUBLICO DO
MAIA TRABALHO
RECORRENTE SAMER ALBADIN FOOD
PEDRO HENRIQUE ADVOGADO(OAB: 9815/CE) Intimado(s)/Citado(s):
BEZERRA DOS
SANTOS - JOANA DARC CRUZ PEREIRA
RECORRIDO MARCIANA SALDANHA DE SOUSA
DIANA DE LIMA ADVOGADO(OAB: 15732/CE)
MACHADO

PODER JUDICIÁRIO
Intimado(s)/Citado(s):
- SAMER ALBADIN FOOD JUSTIÇA DO TRABALHO

Fica V. Sa. notificada para tomar ciência do despacho de ID

PODER JUDICIÁRIO 11b68ee .

JUSTIÇA DO TRABALHO FORTALEZA/CE, 28 de fevereiro de 2020.

ELIETE ANDRADE DE FREITAS


Fica V. Sa. notificada para tomar ciência do ID 61f9981.
Assessor
FORTALEZA/CE, 21 de fevereiro de 2020.

Processo Nº ROT-0000179-66.2019.5.07.0027
Relator DURVAL CESAR DE VASCONCELOS
ELIETE ANDRADE DE FREITAS MAIA
Assessor RECORRENTE MUNICIPIO DE MISSAO VELHA
ICARO DAVI TAVARES ADVOGADO(OAB: 27039/CE)
MONTEIRO
Processo Nº AR-0080392-48.2016.5.07.0000
THIAGO RODRIGUES ADVOGADO(OAB: 40412/BA)
Relator DURVAL CESAR DE VASCONCELOS BORGES
MAIA
RECORRIDO FRANCISCA MARTINS SILVA
AUTOR MUNICIPIO DE PORANGA
JOSE WILLIAN ADVOGADO(OAB: 38742/CE)
ANTONIO JOSAFA ADVOGADO(OAB: 19683/CE) PEREIRA DA SILVA
MARTINS MESQUITA
CUSTOS LEGIS MINISTERIO PUBLICO DO
RÉU GONCALA DE SOUSA GOMES TRABALHO
ANTONIO PADUA DO ADVOGADO(OAB: 7820/CE)
NASCIMENTO
Intimado(s)/Citado(s):

Intimado(s)/Citado(s): - FRANCISCA MARTINS SILVA

Código para aferir autenticidade deste caderno: 147944


2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 96
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Intimado(s)/Citado(s):
- COMPANHIA CEARENSE DE TRANSPORTES
METROPOLITANOS
PODER JUDICIÁRIO

JUSTIÇA DO TRABALHO

PODER JUDICIÁRIO
Fica v. Sa. notificada para tomar ciência do despacho de ID JUSTIÇA DO TRABALHO
6ec7ce1.

FORTALEZA/CE, 28 de fevereiro de 2020.


Fica V. Sa. notificada do despacho de ID cf59405.

FORTALEZA/CE, 03 de março de 2020.


ELIETE ANDRADE DE FREITAS

Assessor
ELIETE ANDRADE DE FREITAS
Processo Nº AR-0080392-48.2016.5.07.0000 Assessor
Relator DURVAL CESAR DE VASCONCELOS
MAIA
AUTOR MUNICIPIO DE PORANGA Processo Nº ROT-0000299-18.2018.5.07.0004
Relator DURVAL CESAR DE VASCONCELOS
ANTONIO JOSAFA ADVOGADO(OAB: 19683/CE) MAIA
MARTINS MESQUITA
RECORRENTE COMPANHIA CEARENSE DE
RÉU GONCALA DE SOUSA GOMES TRANSPORTES METROPOLITANOS
ANTONIO PADUA DO ADVOGADO(OAB: 7820/CE) PEDRO JOÃO ADVOGADO(OAB: 22155/CE)
NASCIMENTO CARVALHO PEREIRA
FILHO
Intimado(s)/Citado(s): MANUEL LUIS DA ADVOGADO(OAB: 7479/CE)
ROCHA NETO
- GONCALA DE SOUSA GOMES
RECORRIDO AGLIBERTO PEDRO DE SOUSA
NADIA SA LOPES ADVOGADO(OAB: 18304/CE)
TATIANE VASQUES ADVOGADO(OAB: 30785/CE)
MONTEIRO
PODER JUDICIÁRIO CLAUDIA MARIA ADVOGADO(OAB: 32377/CE)
DIOGENES VASQUES
JUSTIÇA DO TRABALHO SANDRA MARIA GIRAO ADVOGADO(OAB: 39009/CE)
BRITO
MARIA VANIA DE ADVOGADO(OAB: 38357/CE)
FREITAS REBOUCAS
Fica V. Sa. notificada para tomar ciência do despacho de ID
Intimado(s)/Citado(s):
d637b79.
- AGLIBERTO PEDRO DE SOUSA
FORTALEZA/CE, 28 de fevereiro de 2020.

ELIETE ANDRADE DE FREITAS

Assessor PODER JUDICIÁRIO


JUSTIÇA DO TRABALHO
Processo Nº ROT-0000299-18.2018.5.07.0004
Relator DURVAL CESAR DE VASCONCELOS
MAIA
RECORRENTE COMPANHIA CEARENSE DE Fica V. Sa. notificada do despacho de ID cf59405.
TRANSPORTES METROPOLITANOS
FORTALEZA/CE, 03 de março de 2020.
PEDRO JOÃO ADVOGADO(OAB: 22155/CE)
CARVALHO PEREIRA
FILHO
MANUEL LUIS DA ADVOGADO(OAB: 7479/CE) ELIETE ANDRADE DE FREITAS
ROCHA NETO
Assessor
RECORRIDO AGLIBERTO PEDRO DE SOUSA
NADIA SA LOPES ADVOGADO(OAB: 18304/CE)
TATIANE VASQUES ADVOGADO(OAB: 30785/CE)
MONTEIRO GABINETE DO DESEMBARGADOR FRANCISCO
CLAUDIA MARIA ADVOGADO(OAB: 32377/CE) JOSÉ GOMES DA SILVA
DIOGENES VASQUES
Notificação
SANDRA MARIA GIRAO ADVOGADO(OAB: 39009/CE)
BRITO
MARIA VANIA DE ADVOGADO(OAB: 38357/CE) Processo Nº AP-0001188-90.2014.5.07.0010
FREITAS REBOUCAS

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 97
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Relator FRANCISCO JOSÉ GOMES DA


SILVA
PODER JUDICIÁRIO
AGRAVANTE RAMOS & SILVA SOLUCOES EM
FINANCAS E NEGOCIOS LTDA - ME JUSTIÇA DO TRABALHO
EMANUELLA CLARA ADVOGADO(OAB: 22476/CE)
GOMES DA SILVA
AGRAVANTE BANCO SANTANDER (BRASIL) S.A.
WILLIANE GOMES ADVOGADO(OAB: 12538/CE) INTIMAÇÃO
PONTES IBIAPINA
Fica V. Sa. intimado para tomar ciência do Despacho ID e19e0b3
PAULO AUGUSTO ADVOGADO(OAB: 119729/SP)
GRECO proferido nos autos.
CRISTOVAO TAVARES ADVOGADO(OAB: 77988/RJ)
MACEDO SOARES Para visualizar o referido documento acesse o site
GUIMARAES
https://pje.trt7.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/list
AGRAVADO JOCIANE DE QUEIROZ ANDRADE
MARCOS ANTONIO ADVOGADO(OAB: 31799/PE) View.seam com a chave de acesso
ABREU DE LIMA
20030214293596300000006964175

Intimado(s)/Citado(s): FRANCISCO JOSÉ GOMES DA SILVA


- BANCO SANTANDER (BRASIL) S.A. Magistrado
- RAMOS & SILVA SOLUCOES EM FINANCAS E NEGOCIOS
LTDA - ME
Processo Nº RORSum-0000594-15.2019.5.07.0006
Relator FRANCISCO JOSÉ GOMES DA
SILVA
RECORRENTE EMANUELLE FERNANDES BARROS
- ME
PODER JUDICIÁRIO FRANCISCO ERIVELTO ADVOGADO(OAB: 23857/CE)
GONCALVES JUNIOR
JUSTIÇA DO TRABALHO
FRANCISCO JOSE ADVOGADO(OAB: 28344/CE)
RAMOS DE LIMA
JUNIOR
RECORRIDO KATIANE DE OLIVEIRA VENANCIO
INTIMAÇÃO
Luiz Gonzaga Vieira ADVOGADO(OAB: 26056/CE)
Fica V. Sa. intimado para tomar ciência do Despacho ID e19e0b3 Andrade

proferido nos autos.


Intimado(s)/Citado(s):
Para visualizar o referido documento acesse o site - EMANUELLE FERNANDES BARROS - ME
https://pje.trt7.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/list

View.seam com a chave de acesso

20030214293596300000006964175
PODER JUDICIÁRIO
FRANCISCO JOSÉ GOMES DA SILVA
JUSTIÇA DO TRABALHO
Magistrado

Processo Nº AP-0001188-90.2014.5.07.0010
Relator FRANCISCO JOSÉ GOMES DA INTIMAÇÃO
SILVA
Fica V. Sa. intimado para tomar ciência da Decisão ID 49bd349
AGRAVANTE RAMOS & SILVA SOLUCOES EM
FINANCAS E NEGOCIOS LTDA - ME proferido nos autos.
EMANUELLA CLARA ADVOGADO(OAB: 22476/CE)
GOMES DA SILVA Para visualizar o referido documento acesse o site
AGRAVANTE BANCO SANTANDER (BRASIL) S.A. https://pje.trt7.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/list
WILLIANE GOMES ADVOGADO(OAB: 12538/CE)
PONTES IBIAPINA View.seam com a chave de acesso
PAULO AUGUSTO ADVOGADO(OAB: 119729/SP) 20030215250254500000006964556
GRECO
CRISTOVAO TAVARES ADVOGADO(OAB: 77988/RJ) FRANCISCO JOSÉ GOMES DA SILVA
MACEDO SOARES
GUIMARAES Magistrado
AGRAVADO JOCIANE DE QUEIROZ ANDRADE
MARCOS ANTONIO ADVOGADO(OAB: 31799/PE) Processo Nº RORSum-0000594-15.2019.5.07.0006
ABREU DE LIMA Relator FRANCISCO JOSÉ GOMES DA
SILVA
Intimado(s)/Citado(s): RECORRENTE EMANUELLE FERNANDES BARROS
- ME
- JOCIANE DE QUEIROZ ANDRADE FRANCISCO ERIVELTO ADVOGADO(OAB: 23857/CE)
GONCALVES JUNIOR
FRANCISCO JOSE ADVOGADO(OAB: 28344/CE)
RAMOS DE LIMA
JUNIOR

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 98
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

RECORRIDO KATIANE DE OLIVEIRA VENANCIO


20030208342569300000006959471
Luiz Gonzaga Vieira ADVOGADO(OAB: 26056/CE)
Andrade EMMANUEL TEOFILO FURTADO

Intimado(s)/Citado(s): Magistrado

- KATIANE DE OLIVEIRA VENANCIO


Processo Nº AR-0080070-86.2020.5.07.0000
Relator EMMANUEL TEOFILO FURTADO
AUTOR LUZIANA MARIA FERREIRA
JOSE WILSON DE ADVOGADO(OAB: 37730/CE)
PODER JUDICIÁRIO MELO
RÉU MARIA DAS GRACAS DA SILVA
JUSTIÇA DO TRABALHO
Intimado(s)/Citado(s):
- LUZIANA MARIA FERREIRA
INTIMAÇÃO

Fica V. Sa. intimado para tomar ciência da Decisão ID 49bd349

proferido nos autos.


PODER JUDICIÁRIO
Para visualizar o referido documento acesse o site
JUSTIÇA DO TRABALHO
https://pje.trt7.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/list

View.seam com a chave de acesso

20030215250254500000006964556 INTIMAÇÃO
FRANCISCO JOSÉ GOMES DA SILVA Fica V. Sa. intimado para tomar ciência da Decisão ID 28e22a0
Magistrado proferido nos autos.

Para visualizar o referido documento acesse o site


GABINETE DO DESEMBARGADOR EMMANUEL https://pje.trt7.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/list
TEÓFILO FURTADO View.seam com a chave de acesso
Notificação 20030208554808800000006959619

EMMANUEL TEOFILO FURTADO


Processo Nº MSCiv-0080064-79.2020.5.07.0000
Relator EMMANUEL TEOFILO FURTADO Magistrado
IMPETRANTE MARIA LUCIANA MACHADO
SOARES
Processo Nº MSCiv-0080065-64.2020.5.07.0000
THIAGO ARAUJO DE ADVOGADO(OAB: 28711/CE) Relator EMMANUEL TEOFILO FURTADO
PAIVA DANTAS
IMPETRANTE LEONARDO JORGE BESSA TAJRA
IMPETRADO Juízo da 2ª Vara do Trabalho de
Maracanaú Fernando Antonio ADVOGADO(OAB: 17842/CE)
Pinheiro Goiana Filho
CUSTOS LEGIS MINISTERIO PUBLICO DO
TRABALHO IMPETRADO Juízo da 15ª Vara do Trabalho de
Fortaleza
TERCEIRO JOAO FELIPE RODRIGUES DA
INTERESSADO SILVA CUSTOS LEGIS MINISTERIO PUBLICO DO
TRABALHO
TALLES CORREA DO ADVOGADO(OAB: 41349/CE)
NASCIMENTO TERCEIRO Medley Farmac?utica Ltda.
INTERESSADO
Intimado(s)/Citado(s): DANIEL DOMINGUES ADVOGADO(OAB: 173117/SP)
CHIODE
- JOAO FELIPE RODRIGUES DA SILVA
Intimado(s)/Citado(s):
- LEONARDO JORGE BESSA TAJRA

PODER JUDICIÁRIO

JUSTIÇA DO TRABALHO
PODER JUDICIÁRIO

JUSTIÇA DO TRABALHO
INTIMAÇÃO

Fica V. Sa. intimado para tomar ciência da Decisão ID 1259293


INTIMAÇÃO
proferido nos autos.
Fica V. Sa. intimado para tomar ciência da Decisão ID eab06be
Para visualizar o referido documento acesse o site
proferido nos autos.
https://pje.trt7.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/list
Para visualizar o referido documento acesse o site
View.seam com a chave de acesso

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 99
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

https://pje.trt7.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/list
PODER JUDICIÁRIO
View.seam com a chave de acesso
JUSTIÇA DO TRABALHO
20030211073748000000006961053

EMMANUEL TEOFILO FURTADO

Magistrado INTIMAÇÃO

Fica V. Sa. intimado para tomar ciência da Decisão ID eab06be


Processo Nº MSCiv-0080064-79.2020.5.07.0000
proferido nos autos.
Relator EMMANUEL TEOFILO FURTADO
IMPETRANTE MARIA LUCIANA MACHADO Para visualizar o referido documento acesse o site
SOARES
https://pje.trt7.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/list
THIAGO ARAUJO DE ADVOGADO(OAB: 28711/CE)
PAIVA DANTAS View.seam com a chave de acesso
IMPETRADO Juízo da 2ª Vara do Trabalho de
Maracanaú 20030211073748000000006961053
CUSTOS LEGIS MINISTERIO PUBLICO DO EMMANUEL TEOFILO FURTADO
TRABALHO
TERCEIRO JOAO FELIPE RODRIGUES DA Magistrado
INTERESSADO SILVA
TALLES CORREA DO ADVOGADO(OAB: 41349/CE) Processo Nº AR-0080586-43.2019.5.07.0000
NASCIMENTO
Relator EMMANUEL TEOFILO FURTADO
AUTOR SP ENGENHARIA LTDA - ME
Intimado(s)/Citado(s):
BRENA KERCIA ADVOGADO(OAB: 38869/CE)
- MARIA LUCIANA MACHADO SOARES SOARES DO CARMO
AUTOR ROBSON LIMA DE BARROS
BRENA KERCIA ADVOGADO(OAB: 38869/CE)
SOARES DO CARMO
AUTOR BRENA KERCIA SOARES DO
PODER JUDICIÁRIO CARMO
BRENA KERCIA ADVOGADO(OAB: 38869/CE)
JUSTIÇA DO TRABALHO SOARES DO CARMO
RÉU BRUNILO RODRIGUES DE OLIVEIRA
CUSTOS LEGIS MINISTERIO PUBLICO DO
TRABALHO
INTIMAÇÃO

Fica V. Sa. intimado para tomar ciência da Decisão ID 1259293 Intimado(s)/Citado(s):


proferido nos autos. - BRENA KERCIA SOARES DO CARMO
Para visualizar o referido documento acesse o site - ROBSON LIMA DE BARROS
- SP ENGENHARIA LTDA - ME
https://pje.trt7.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/list

View.seam com a chave de acesso

20030208342569300000006959471

EMMANUEL TEOFILO FURTADO PODER JUDICIÁRIO

Magistrado JUSTIÇA DO TRABALHO

Processo Nº MSCiv-0080065-64.2020.5.07.0000
Relator EMMANUEL TEOFILO FURTADO INTIMAÇÃO
IMPETRANTE LEONARDO JORGE BESSA TAJRA
Fica V. Sa. intimado para tomar ciência da Decisão ID 36037b5
Fernando Antonio ADVOGADO(OAB: 17842/CE)
Pinheiro Goiana Filho proferido nos autos.
IMPETRADO Juízo da 15ª Vara do Trabalho de
Fortaleza Para visualizar o referido documento acesse o site
CUSTOS LEGIS MINISTERIO PUBLICO DO https://pje.trt7.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/list
TRABALHO
TERCEIRO Medley Farmac?utica Ltda. View.seam com a chave de acesso
INTERESSADO
20030215485670100000006964580
DANIEL DOMINGUES ADVOGADO(OAB: 173117/SP)
CHIODE EMMANUEL TEOFILO FURTADO

Magistrado
Intimado(s)/Citado(s):
- Medley Farmac?utica Ltda.
Processo Nº AR-0080447-91.2019.5.07.0000
Relator EMMANUEL TEOFILO FURTADO
AUTOR INGRID MARIA PORTELA SOUSA
ROBERLEIDE GOES ADVOGADO(OAB: 22875/CE)
FELICIANO

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 100
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

PLINIO BELCHIOR ADVOGADO(OAB: 23838/CE) JEAN BRUNO TERTO ADVOGADO(OAB: 27223/CE)


FERNANDES MONTENEGRO
MAGALHAES FILHO MARCOS DA SILVA ADVOGADO(OAB: 8030/CE)
RÉU ANTONIO NILDO DE MELO BALBINO MOREIRA
CUSTOS LEGIS MINISTERIO PUBLICO DO JOAO HENRIQUE ADVOGADO(OAB: 12422/CE)
TRABALHO SABOYA MARTINS
IMPETRADO Juízo da 16ª Vara do Trabalho de
Intimado(s)/Citado(s): Fortaleza
CUSTOS LEGIS MINISTERIO PUBLICO DO
- INGRID MARIA PORTELA SOUSA TRABALHO
TERCEIRO MARIA IVANISE DA SILVA SOUZA
INTERESSADO
ARI FERREIRA DO ADVOGADO(OAB: 31173/CE)
NASCIMENTO
PODER JUDICIÁRIO

JUSTIÇA DO TRABALHO Intimado(s)/Citado(s):


- MARIA IVANISE DA SILVA SOUZA

INTIMAÇÃO

Fica V. Sa. intimado para tomar ciência da Decisão ID b64bc8e


PODER JUDICIÁRIO
proferido nos autos.
JUSTIÇA DO TRABALHO
Para visualizar o referido documento acesse o site

https://pje.trt7.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/list

View.seam com a chave de acesso INTIMAÇÃO

20030308511186700000006965889 Fica V. Sa. intimado para tomar ciência da Decisão ID 71c1d1f

EMMANUEL TEOFILO FURTADO proferido nos autos.

Magistrado Para visualizar o referido documento acesse o site

https://pje.trt7.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/list
Processo Nº AR-0080058-72.2020.5.07.0000
Relator EMMANUEL TEOFILO FURTADO View.seam com a chave de acesso
AUTOR MUNICIPIO DE MUCAMBO 20030311462679700000006967628
CARLOS EDUARDO ADVOGADO(OAB: 11677/CE)
MACIEL PEREIRA EMMANUEL TEOFILO FURTADO
RÉU MARLENE RODRIGUES DE ARAUJO Magistrado

Intimado(s)/Citado(s): Processo Nº MSCiv-0080076-93.2020.5.07.0000


- MUNICIPIO DE MUCAMBO Relator EMMANUEL TEOFILO FURTADO
IMPETRANTE ANDREA FREITAS DE ARAUJO
JEAN BRUNO TERTO ADVOGADO(OAB: 27223/CE)
MONTENEGRO
MARCOS DA SILVA ADVOGADO(OAB: 8030/CE)
PODER JUDICIÁRIO MOREIRA
JOAO HENRIQUE ADVOGADO(OAB: 12422/CE)
JUSTIÇA DO TRABALHO SABOYA MARTINS
IMPETRADO Juízo da 16ª Vara do Trabalho de
Fortaleza
CUSTOS LEGIS MINISTERIO PUBLICO DO
INTIMAÇÃO TRABALHO
Fica V. Sa. intimado para tomar ciência do Despacho ID e2dc5dc TERCEIRO MARIA IVANISE DA SILVA SOUZA
INTERESSADO
proferido nos autos. ARI FERREIRA DO ADVOGADO(OAB: 31173/CE)
NASCIMENTO
Para visualizar o referido documento acesse o site

https://pje.trt7.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/list Intimado(s)/Citado(s):
View.seam com a chave de acesso - ANDREA FREITAS DE ARAUJO

20030310061255100000006966891

EMMANUEL TEOFILO FURTADO

Magistrado
PODER JUDICIÁRIO

JUSTIÇA DO TRABALHO
Processo Nº MSCiv-0080076-93.2020.5.07.0000
Relator EMMANUEL TEOFILO FURTADO
IMPETRANTE ANDREA FREITAS DE ARAUJO
INTIMAÇÃO

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 101
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Fica V. Sa. intimado para tomar ciência da Decisão ID 71c1d1f

proferido nos autos.


PODER JUDICIÁRIO
Para visualizar o referido documento acesse o site
JUSTIÇA DO TRABALHO
https://pje.trt7.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/list

View.seam com a chave de acesso

20030311462679700000006967628 INTIMAÇÃO

EMMANUEL TEOFILO FURTADO Fica V. Sa. intimado para tomar ciência da Decisão ID 58e267f

Magistrado proferido nos autos.

Para visualizar o referido documento acesse o site


Processo Nº MSCiv-0080059-57.2020.5.07.0000
Relator EMMANUEL TEOFILO FURTADO https://pje.trt7.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/list
IMPETRANTE IVAN COELHO ALBUQUERQUE View.seam com a chave de acesso
ADRIANA FRANCA DA ADVOGADO(OAB: 45454/PE)
SILVA 20030314320756100000006968744
IMPETRADO Juízo da 12ª Vara do Trabalho de EMMANUEL TEOFILO FURTADO
Fortaleza
TERCEIRO ITAU UNIBANCO S.A. Magistrado
INTERESSADO
MOISES NETO DE ADVOGADO(OAB: 8012/CE) Processo Nº AR-0080071-71.2020.5.07.0000
OLIVEIRA Relator EMMANUEL TEOFILO FURTADO
CUSTOS LEGIS MINISTERIO PUBLICO DO AUTOR ODILIA DE FATIMA DE OLIVEIRA
TRABALHO CEDRO
DIEGO PETTERSON ADVOGADO(OAB: 19667/CE)
Intimado(s)/Citado(s): BRANDAO CEDRO
- ITAU UNIBANCO S.A. RÉU LUCAS DE OLIVEIRA PAIVA

Intimado(s)/Citado(s):
- ODILIA DE FATIMA DE OLIVEIRA CEDRO

PODER JUDICIÁRIO

JUSTIÇA DO TRABALHO

PODER JUDICIÁRIO

INTIMAÇÃO JUSTIÇA DO TRABALHO

Fica V. Sa. intimado para tomar ciência da Decisão ID 58e267f

proferido nos autos. INTIMAÇÃO


Para visualizar o referido documento acesse o site Fica V. Sa. intimado para tomar ciência da Decisão ID 2bb1c8b
https://pje.trt7.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/list proferido nos autos.
View.seam com a chave de acesso Para visualizar o referido documento acesse o site
20030314320756100000006968744 https://pje.trt7.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/list
EMMANUEL TEOFILO FURTADO View.seam com a chave de acesso
Magistrado 20030408395777300000006971122

EMMANUEL TEOFILO FURTADO


Processo Nº MSCiv-0080059-57.2020.5.07.0000
Relator EMMANUEL TEOFILO FURTADO Magistrado
IMPETRANTE IVAN COELHO ALBUQUERQUE
ADRIANA FRANCA DA ADVOGADO(OAB: 45454/PE)
SILVA GABINETE DO DESEMBARGADOR PAULO RÉGIS
IMPETRADO Juízo da 12ª Vara do Trabalho de
Fortaleza MACHADO BOTELHO
TERCEIRO ITAU UNIBANCO S.A. Decisão Monocrática
INTERESSADO
Decisão
MOISES NETO DE ADVOGADO(OAB: 8012/CE)
OLIVEIRA Processo Nº TutCautAnt-0080583-88.2019.5.07.0000
Relator PAULO REGIS MACHADO BOTELHO
CUSTOS LEGIS MINISTERIO PUBLICO DO
TRABALHO REQUERENTE COSAMPA SERVICOS ELETRICOS
LTDA
ADVOGADO MARIA IMACULADA GORDIANO
Intimado(s)/Citado(s): OLIVEIRA BARBOSA(OAB: 8667/CE)
- IVAN COELHO ALBUQUERQUE

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 102
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

REQUERIDO ALINE MOURA FLORENCIO DA


SILVA ver conferido efeito suspensivo.
ADVOGADO BRUNO GOMES BEZERRA(OAB: Naquela oportunidade, o Colegiado ratificou a antecipação da tutela,
35667/CE)
relativamente ao pagamento da pensão mensal decorrente do dano
Intimado(s)/Citado(s):
material reconhecido em juízo.
- ALINE MOURA FLORENCIO DA SILVA
Nesse contexto, resta clarificada a perda do objeto da vertente
- COSAMPA SERVICOS ELETRICOS LTDA
tutela cautelar de urgência, razão pela qual a extingo.

Notifiquem-se as partes.

PODER JUDICIÁRIO
Assinatura
JUSTIÇA DO TRABALHO
FORTALEZA, 4 de Março de 2020.

Fundamentação

Vistos etc. PAULO REGIS MACHADO BOTELHO

Desembargador(a) do Trabalho

Trata-se de pedido de Tutela Provisória de Urgência, em caráter Despacho


incidental, intentada pela COSAMPA SERVIÇOS ELÉTRICOS Despacho
Processo Nº ROT-0001951-14.2011.5.07.0005
LTDA, com o fito de conferir efeito suspensivo ao seu Recurso Relator PAULO REGIS MACHADO BOTELHO
RECORRENTE SEBASTIAO PINHEIRO DE LIMA
Ordinário interposto contra a Sentença de Primeiro Grau, proferida
ADVOGADO GUSTAVO COSTA LEITE
nos autos da Reclamatória nº 000397-49.2018.5.07.0021 em que é MENESES(OAB: 13798/CE)
RECORRIDO MSC CRUISES S.A.
reclamante ALINE MOURA FLORÊNCIO DA SILVA (inventariante
ADVOGADO ALDERITO RAIMUNDO DE
do ESPÓLIO DE MAURILIO PEREIRA DA SILVA e representante OLIVEIRA(OAB: 13429/CE)
ADVOGADO MARIA LUCIA MENEZES
do seu filho menor impúbere YURI FLORÊNCIO DA SILVA), a teor GADOTTI(OAB: 123774/SP)
da qual a MM. Juíza Titular da Única Vara do Trabalho de Baturité, RECORRIDO MSC CRUZEIROS DO BRASIL LTDA.
ADVOGADO ALDERITO RAIMUNDO DE
Lena Marcílio Xerez, julgou PARCIALMENTE PROCEDENTE OLIVEIRA(OAB: 13429/CE)
referida ação para condenar, solidariamente, a ora promovente e a ADVOGADO MARIA LUCIA MENEZES
GADOTTI(OAB: 123774/SP)
COMPANHIA ENERGÉTICA DO CEARÁ, ao pagamento de

importância correspondente a 50 salários do empregado falecido a Intimado(s)/Citado(s):

cada um dos beneficiários, reclamante e o filho menor YURI - MSC CRUISES S.A.
- MSC CRUZEIROS DO BRASIL LTDA.
FLORÊNCIO DA SILVA, a título de indenização por danos morais,
- SEBASTIAO PINHEIRO DE LIMA
bem como, pelos danos materiais, com antecipação da tutela, de

uma pensão mensal equivalente a 70% do último valor

remuneratório (salário e média das parcelas variáveis habitualmente


PODER JUDICIÁRIO
recebidas) pago ao obreiro, desde o seu óbito até a idade esperada
JUSTIÇA DO TRABALHO
de sobrevida, em condições naturais, qual seja, setenta e cinco

anos, limitada à própria sobrevivência dos dependentes (esposa e Fundamentação


filho), assegurado o direito de reversão.

Este Relator, através da Decisão de ID. 346f7bd, indeferiu a liminar DESPACHO PJe-JT
requestada, sob o fundamento de que ausente um dos requisitos

insculpidos no art. 300 do CPC, a saber, a probabilidade do direito Vistos etc.


alegado pela requerente. Compulsando os autos, observo tratar-se de processo físico, que
A parte requerida não apresentou contestação. fora convertido para o sistema eletrônico, constituídos,
Pois bem. exclusivamente, das peças digitais produzidas a partir da petição de
Compulsando o andamento do Processo nº 000397- ID.c31b1b2.
49.2018.5.07.0021, através do Sistema de Processo Judicial O Ato nº 267/2016, da Presidência deste Regional, alterado pelo
Eletrônico (PJe), constata-se a apreciação por este Tribunal, Ato nº 27/2017, todavia, estabelece em seu art. 2º que, verbis:
através de sua 2ª Turma, em sessão de julgamento realizada em "Art. 2º Os processos físicos que tiverem recursos interpostos,
17/02/2020, do Recurso Ordinário ao qual o ora requerente almeja deverão ser, obrigatoriamente, convertidos em processos

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 103
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

AGRAVADO EDILANE CABRAL CAMARA


eletrônicos através da funcionalidade CCLE, para somente após AGRAVADO CONSCEPA SERVICOS DE
CONSTRUCOES PREDIAIS LTDA ME
serem encaminhados para a apreciação do Tribunal Regional do
EMERSON ADVOGADO(OAB: 25555/CE)
Trabalho da 7ª Região. FERNANDES DOS
SANTOS JUNIOR
§ 1º Antes da remessa dos autos convertidos ao Tribunal, para

distribuição de recurso em Segundo Grau, a Vara de origem Intimado(s)/Citado(s):

deverá remetê-los ao "Posto Avançado CLE - Secretaria - FRANCISCO JOSE RODRIGUES DA SILVA

Judiciária", para anexação das peças digitalizadas ao processo

eletrônico.

§ 2º As Varas deverão juntar, aos autos físicos, a certidão PODER JUDICIÁRIO


automática gerada pelo sistema SPT1, de conversão do processo, JUSTIÇA DO TRABALHO
antes da remessa à Secretaria Judiciária.

§ 3º Os autos físicos deverão ser remetidos à Secretaria


PROCESSO: 0000113-81.2013.5.07.0032
Judiciária, que procederá à digitalização de cada processo, na
CLASSE: Agravo de Petição
íntegra, bem como fará a anexação das peças ao processo

eletrônico, mediante a inserção de um só arquivo, no que diz


AGRAVANTE: FRANCISCO MOURA MACIEL
respeito às peças produzidas na fase de conhecimento, e a
AGRAVADO: CONSCEPA SERVICOS DE CONSTRUCOES
inserção de todos os arquivos, individualmente, em relação às
PREDIAIS LTDA ME e outros (5)
da fase de liquidação e execução.
EDITAL PJe-JT
§ 4º A Secretaria Judiciária, após a anexação dos documentos,
DESTINATÁRIO: FRANCISCO JOSE RODRIGUES DA SILVA
movimentará os processos eletrônicos e físicos às respectivas

Varas de origem para o regular processamento.

§ 5º Fica vedado a remessa de recursos de processos para o


Fica a parte identificada no campo "DESTINATÁRIO", ora em local
Tribunal, através de autos físicos, sob pena de devolução à Vara de
incerto e não sabido, notificado(a) para tomar ciência do despacho a
origem, pela Divisão de Cadastramento Processual para realizar a
seguir, cujo inteiro teor é o seguinte:
devida conversão."
"Contraminutar Agravo de Petição no prazo de 8 dias. "
Sendo assim, converto o feito em diligência, determinando o retorno
Fortaleza, 02 de março de 2020.
dos presentes autos ao juízo de origem, a fim de que, observado o
Obs; O prazo do presente edital começará correr 20 dias após sua
regramento supra referido, adote as providências pertinentes a
publicação.
juntada da integralidade das peças constantes do processo físico.

Providencie-se, com urgência.

_____________________________

SYLVIANNE FONTENELLE SANTOS

Assessor
Assinatura
FORTALEZA/CE, 02 de março de 2020.
FORTALEZA, 4 de Março de 2020.

SYLVIANNE FONTENELLE SANTOS


PAULO REGIS MACHADO BOTELHO
Assessor
Desembargador(a) do Trabalho
Edital Processo Nº AP-0000113-81.2013.5.07.0032
Relator PAULO REGIS MACHADO BOTELHO
Processo Nº AP-0000113-81.2013.5.07.0032 AGRAVANTE FRANCISCO MOURA MACIEL
Relator PAULO REGIS MACHADO BOTELHO FRANCISCO DAVID ADVOGADO(OAB: 7561/CE)
AGRAVANTE FRANCISCO MOURA MACIEL MACHADO
FRANCISCO DAVID ADVOGADO(OAB: 7561/CE) AGRAVADO FRANCISCO JOSE RODRIGUES DA
MACHADO SILVA
AGRAVADO FRANCISCO JOSE RODRIGUES DA AGRAVADO LUIZ MARCELINO DA SILVA
SILVA AGRAVADO PAULO SERGIO DE SOUZA
AGRAVADO LUIZ MARCELINO DA SILVA AGRAVADO EDILANE CABRAL CAMARA
AGRAVADO PAULO SERGIO DE SOUZA

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 104
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

AGRAVADO CONSCEPA SERVICOS DE FELIPE BAYMA ADVOGADO(OAB: 23238/CE)


CONSTRUCOES PREDIAIS LTDA ME MARQUES
EMERSON ADVOGADO(OAB: 25555/CE)
FERNANDES DOS Intimado(s)/Citado(s):
SANTOS JUNIOR
- SKYTECH TECNOLOGIA E COMERCIO DE EQUIPAMENTOS
ELETRONICOS EIRELI - ME
Intimado(s)/Citado(s):
- LUIZ MARCELINO DA SILVA

PODER JUDICIÁRIO

JUSTIÇA DO TRABALHO
PODER JUDICIÁRIO

JUSTIÇA DO TRABALHO

INTIMAÇÃO

Fica V. Sa. intimado para tomar ciência da Decisão ID 3b9e6e4

proferido nos autos.


PROCESSO: 0000113-81.2013.5.07.0032
Para visualizar o referido documento acesse o site
CLASSE: Agravo de Petição
https://pje.trt7.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/list

View.seam com a chave de acesso


AGRAVANTE: FRANCISCO MOURA MACIEL
20022016164876300000006939651
AGRAVADO: CONSCEPA SERVICOS DE CONSTRUCOES
PAULO REGIS MACHADO BOTELHO
PREDIAIS LTDA ME e outros (5)
Magistrado
EDITAL PJe-JT

DESTINATÁRIO: LUIZ MARCELINO DA SILVA


Processo Nº RORSum-0001376-23.2019.5.07.0038
Relator PAULO REGIS MACHADO BOTELHO
RECORRENTE EMP DE ASSIST TEC E EXT RURAL
Fica a parte identificada no campo "DESTINATÁRIO", ora em local DO EST DO CE EMATERCE
incerto e não sabido, notificado(a) para tomar ciência do despacho a FERNANDO ANTONIO ADVOGADO(OAB: 23555/CE)
COSTA OLIVEIRA
seguir, cujo inteiro teor é o seguinte: JUNIOR
RECORRIDO MARIA IVONEIDE SOARES MARTINS
"Contraminutar Agravo de Petição no prazo de 8 dias. " CASTRO
Fortaleza, 02 de março de 2020. CARLOS EUDENES ADVOGADO(OAB: 10341/CE)
GOMES DA FROTA
Obs; O prazo do presente edital começará correr 20 dias após sua CUSTOS LEGIS MINISTERIO PUBLICO DO
TRABALHO
publicação.

Intimado(s)/Citado(s):
- EMP DE ASSIST TEC E EXT RURAL DO EST DO CE
EMATERCE

_____________________________

SYLVIANNE FONTENELLE SANTOS

Assessor PODER JUDICIÁRIO

FORTALEZA/CE, 02 de março de 2020. JUSTIÇA DO TRABALHO

SYLVIANNE FONTENELLE SANTOS


INTIMAÇÃO
Assessor
Fica V. Sa. intimado para tomar ciência da Decisão ID 1157516
Notificação
proferido nos autos.

Processo Nº RORSum-0000079-77.2019.5.07.0006 Para visualizar o referido documento acesse o site


Relator PAULO REGIS MACHADO BOTELHO https://pje.trt7.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/list
RECORRENTE ISABEL VANAS FIRMINO ROCHA
View.seam com a chave de acesso
ROBERTO BRUNO ADVOGADO(OAB: 23935/CE)
DANTAS 20021813514254400000006920454
VASCONCELOS
RECORRIDO SKYTECH TECNOLOGIA E PAULO REGIS MACHADO BOTELHO
COMERCIO DE EQUIPAMENTOS
ELETRONICOS EIRELI - ME Magistrado

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 105
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Processo Nº RORSum-0000079-77.2019.5.07.0006
Relator PAULO REGIS MACHADO BOTELHO
RECORRENTE ISABEL VANAS FIRMINO ROCHA INTIMAÇÃO
ROBERTO BRUNO ADVOGADO(OAB: 23935/CE) Fica V. Sa. intimado para tomar ciência do Despacho ID 59ece44
DANTAS
VASCONCELOS proferido nos autos.
RECORRIDO SKYTECH TECNOLOGIA E
COMERCIO DE EQUIPAMENTOS Para visualizar o referido documento acesse o site
ELETRONICOS EIRELI - ME
https://pje.trt7.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/list
FELIPE BAYMA ADVOGADO(OAB: 23238/CE)
MARQUES View.seam com a chave de acesso

Intimado(s)/Citado(s): 20022009440871900000006933348

- ISABEL VANAS FIRMINO ROCHA PAULO REGIS MACHADO BOTELHO

Magistrado

Processo Nº AP-0001546-65.2018.5.07.0026
PODER JUDICIÁRIO Relator PAULO REGIS MACHADO BOTELHO
AGRAVANTE MUNICIPIO DE ICO - PREFEITURA
JUSTIÇA DO TRABALHO MUNICIPAL
ANGELICA VIDAL ADVOGADO(OAB: 35412/CE)
LANDIM
FAGUNDES ADVOGADO(OAB: 32545/CE)
INTIMAÇÃO LOURENCO DE MELO
Fica V. Sa. intimado para tomar ciência da Decisão ID 3b9e6e4 DANIEL DOS SANTOS ADVOGADO(OAB: 26360/CE)
LIMA
proferido nos autos. ROMULO MARTINS DE ADVOGADO(OAB: 25562/CE)
MEDEIROS
Para visualizar o referido documento acesse o site
JOSE FERREIRA DE ADVOGADO(OAB: 27080/CE)
https://pje.trt7.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/list ABREU NETO
ROBSON GOMES DOS ADVOGADO(OAB: 32721/CE)
View.seam com a chave de acesso SANTOS
20022016164876300000006939651 ANA ANGELICA DA ADVOGADO(OAB: 30982/CE)
SILVEIRA NOJOSA
PAULO REGIS MACHADO BOTELHO AGRAVADO CICERA ETELVINA DA SILVA
Magistrado ORLANDO SILVA DA ADVOGADO(OAB: 11920-B/CE)
SILVEIRA
CUSTOS LEGIS MINISTERIO PUBLICO DO
Processo Nº AP-0001546-65.2018.5.07.0026 TRABALHO
Relator PAULO REGIS MACHADO BOTELHO
AGRAVANTE MUNICIPIO DE ICO - PREFEITURA Intimado(s)/Citado(s):
MUNICIPAL
- MUNICIPIO DE ICO - PREFEITURA MUNICIPAL
ANGELICA VIDAL ADVOGADO(OAB: 35412/CE)
LANDIM
FAGUNDES ADVOGADO(OAB: 32545/CE)
LOURENCO DE MELO
DANIEL DOS SANTOS ADVOGADO(OAB: 26360/CE)
LIMA PODER JUDICIÁRIO
ROMULO MARTINS DE ADVOGADO(OAB: 25562/CE)
MEDEIROS JUSTIÇA DO TRABALHO
JOSE FERREIRA DE ADVOGADO(OAB: 27080/CE)
ABREU NETO
ROBSON GOMES DOS ADVOGADO(OAB: 32721/CE) INTIMAÇÃO
SANTOS
ANA ANGELICA DA ADVOGADO(OAB: 30982/CE) Fica V. Sa. intimado para tomar ciência do Despacho ID 59ece44
SILVEIRA NOJOSA
proferido nos autos.
AGRAVADO CICERA ETELVINA DA SILVA
ORLANDO SILVA DA ADVOGADO(OAB: 11920-B/CE) Para visualizar o referido documento acesse o site
SILVEIRA
https://pje.trt7.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/list
CUSTOS LEGIS MINISTERIO PUBLICO DO
TRABALHO View.seam com a chave de acesso

Intimado(s)/Citado(s): 20022009440871900000006933348

- CICERA ETELVINA DA SILVA PAULO REGIS MACHADO BOTELHO

Magistrado

Processo Nº ROT-0000857-79.2018.5.07.0039
PODER JUDICIÁRIO Relator PAULO REGIS MACHADO BOTELHO
RECORRENTE RIP SERVICOS INDUSTRIAIS LTDA
JUSTIÇA DO TRABALHO

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 106
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

ANTONIO CLETO ADVOGADO(OAB: 5864/CE)


GOMES Fica V. Sa. intimado para tomar ciência da Decisão ID 086c17a
RECORRENTE CARLOS DIEGO GAMA proferido nos autos.
LUCAS ACCIOLY ADVOGADO(OAB: 35905/CE)
BARROSO Para visualizar o referido documento acesse o site
PAULA MICHELLI ADVOGADO(OAB: 35765/CE) https://pje.trt7.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/list
MESQUITA PAIVA
RECORRIDO RIP SERVICOS INDUSTRIAIS LTDA View.seam com a chave de acesso
ANTONIO CLETO ADVOGADO(OAB: 5864/CE) 20022815241781200000006956766
GOMES
RECORRIDO CARLOS DIEGO GAMA PAULO REGIS MACHADO BOTELHO
LUCAS ACCIOLY ADVOGADO(OAB: 35905/CE) Magistrado
BARROSO
PAULA MICHELLI ADVOGADO(OAB: 35765/CE)
MESQUITA PAIVA Processo Nº MSCiv-0080067-34.2020.5.07.0000
Relator PAULO REGIS MACHADO BOTELHO
Intimado(s)/Citado(s): IMPETRANTE PAULO ROBERTO SUCUPIRA
GIRAO
- CARLOS DIEGO GAMA
GUSTAVO BRIGIDO ADVOGADO(OAB: 18031/CE)
- RIP SERVICOS INDUSTRIAIS LTDA BEZERRA CARDOSO
IMPETRADO Desembargador Presidente do TRT7
CUSTOS LEGIS MINISTERIO PUBLICO DO
TRABALHO
TERCEIRO M DIAS BRANCO S.A. INDUSTRIA E
PODER JUDICIÁRIO INTERESSADO COMERCIO DE ALIMENTOS
JUSTIÇA DO TRABALHO JULIANA DE ABREU ADVOGADO(OAB: 13463/CE)
TEIXEIRA

Intimado(s)/Citado(s):
INTIMAÇÃO - M DIAS BRANCO S.A. INDUSTRIA E COMERCIO DE
ALIMENTOS
Fica V. Sa. intimado para tomar ciência do Despacho ID 66bdcab

proferido nos autos.

Para visualizar o referido documento acesse o site

https://pje.trt7.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/list PODER JUDICIÁRIO

View.seam com a chave de acesso JUSTIÇA DO TRABALHO

20022714104485600000006951312

PAULO REGIS MACHADO BOTELHO


No termos da decisão Id:704b530: Cite-se a empresa executada, M
Magistrado
Dias Branco S/A Indústria e Comércio de Alimentospara, no prazo

Processo Nº MSCiv-0080067-34.2020.5.07.0000 de 10 (dez) dias, oferecer, querendo, razões contestativas do


Relator PAULO REGIS MACHADO BOTELHO Mandado deSegurança, na condição de litisconsorte passiva
IMPETRANTE PAULO ROBERTO SUCUPIRA
GIRAO necessária.
GUSTAVO BRIGIDO ADVOGADO(OAB: 18031/CE) FORTALEZA/CE, 02 de março de 2020.
BEZERRA CARDOSO
IMPETRADO Desembargador Presidente do TRT7
CUSTOS LEGIS MINISTERIO PUBLICO DO SYLVIANNE FONTENELLE SANTOS
TRABALHO
TERCEIRO M DIAS BRANCO S.A. INDUSTRIA E Assessor
INTERESSADO COMERCIO DE ALIMENTOS
JULIANA DE ABREU ADVOGADO(OAB: 13463/CE)
TEIXEIRA Processo Nº TutAntAnt-0080037-96.2020.5.07.0000
Relator PAULO REGIS MACHADO BOTELHO
REQUERENTE CASA DE SAUDE E MATERNIDADE
Intimado(s)/Citado(s): SAO RAIMUNDO SA
- PAULO ROBERTO SUCUPIRA GIRAO MARIA IMACULADA ADVOGADO(OAB: 8667/CE)
GORDIANO OLIVEIRA
BARBOSA
REQUERIDO UNIÃO FEDERAL (PGFN)

PODER JUDICIÁRIO Intimado(s)/Citado(s):

JUSTIÇA DO TRABALHO - CASA DE SAUDE E MATERNIDADE SAO RAIMUNDO SA

INTIMAÇÃO

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 107
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

PAULO ROBERTO ADVOGADO(OAB: 6778/CE)


UCHOA DO AMARAL
PODER JUDICIÁRIO
RECORRENTE ERNESTO GUIMARAES SABOYA DE
JUSTIÇA DO TRABALHO ALBUQUERQUE
FRANCISCO HERMINIO ADVOGADO(OAB: 23066/CE)
NETO
RECORRIDO CONSTRAM - CONSTRUCOES E
INTIMAÇÃO ALUGUEL DE MAQUINAS LTDA - ME
PAULO ROBERTO ADVOGADO(OAB: 6778/CE)
Fica V. Sa. intimado para tomar ciência da Decisão ID bf528ca UCHOA DO AMARAL
proferido nos autos. RECORRIDO ERNESTO GUIMARAES SABOYA DE
ALBUQUERQUE
Para visualizar o referido documento acesse o site FRANCISCO HERMINIO ADVOGADO(OAB: 23066/CE)
NETO
https://pje.trt7.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/list

View.seam com a chave de acesso Intimado(s)/Citado(s):


20030312083496200000006967743 - CONSTRAM - CONSTRUCOES E ALUGUEL DE MAQUINAS
LTDA - ME
PAULO REGIS MACHADO BOTELHO

Magistrado

Processo Nº ROT-0001922-42.2017.5.07.0008 PODER JUDICIÁRIO


Relator PAULO REGIS MACHADO BOTELHO
RECORRENTE CONSTRAM - CONSTRUCOES E JUSTIÇA DO TRABALHO
ALUGUEL DE MAQUINAS LTDA - ME
PAULO ROBERTO ADVOGADO(OAB: 6778/CE)
UCHOA DO AMARAL
RECORRENTE ERNESTO GUIMARAES SABOYA DE INTIMAÇÃO
ALBUQUERQUE
Fica V. Sa. intimado para tomar ciência do Despacho ID c625b1f
FRANCISCO HERMINIO ADVOGADO(OAB: 23066/CE)
NETO proferido nos autos.
RECORRIDO CONSTRAM - CONSTRUCOES E
ALUGUEL DE MAQUINAS LTDA - ME Para visualizar o referido documento acesse o site
PAULO ROBERTO ADVOGADO(OAB: 6778/CE) https://pje.trt7.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/list
UCHOA DO AMARAL
RECORRIDO ERNESTO GUIMARAES SABOYA DE View.seam com a chave de acesso
ALBUQUERQUE
20030315360108700000006969261
FRANCISCO HERMINIO ADVOGADO(OAB: 23066/CE)
NETO PAULO REGIS MACHADO BOTELHO

Magistrado
Intimado(s)/Citado(s):
- ERNESTO GUIMARAES SABOYA DE ALBUQUERQUE
Processo Nº AP-0000507-75.2019.5.07.0033
Relator PAULO REGIS MACHADO BOTELHO
AGRAVANTE MH DISTRIBUIDORA DE ALIMENTOS
NATURAIS LTDA - ME
CAROLINE CRISTINA ADVOGADO(OAB: 232960/SP)
PODER JUDICIÁRIO CARREIRA MARCIANO
PINTO
JUSTIÇA DO TRABALHO
AGRAVANTE MEDIERVAS INDUSTRIA DE
PRODUTOS FARMACEUTICOS LTDA
- ME
CAROLINE CRISTINA ADVOGADO(OAB: 232960/SP)
INTIMAÇÃO CARREIRA MARCIANO
PINTO
Fica V. Sa. intimado para tomar ciência do Despacho ID c625b1f
AGRAVADO CARLOS DHONATAN BATISTA DA
proferido nos autos. COSTA
VICTOR MACIEL BRITO ADVOGADO(OAB: 26153/CE)
Para visualizar o referido documento acesse o site AGUIAR DE ARRUDA
https://pje.trt7.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/list
Intimado(s)/Citado(s):
View.seam com a chave de acesso
- CARLOS DHONATAN BATISTA DA COSTA
20030315360108700000006969261

PAULO REGIS MACHADO BOTELHO

Magistrado
PODER JUDICIÁRIO
Processo Nº ROT-0001922-42.2017.5.07.0008 JUSTIÇA DO TRABALHO
Relator PAULO REGIS MACHADO BOTELHO
RECORRENTE CONSTRAM - CONSTRUCOES E
ALUGUEL DE MAQUINAS LTDA - ME
INTIMAÇÃO

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 108
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

RECORRIDO FEDERACAO DOS


Fica V. Sa. intimado para tomar ciência da Decisão ID d93941a TRABALHADORES NO SERVICO
PUBLICO MUNICIPAL DO ESTADO
proferido nos autos. DO CEARA - FETAMCE
ANTONIO JOSE ADVOGADO(OAB: 5472-A/CE)
Para visualizar o referido documento acesse o site SAMPAIO FERREIRA
https://pje.trt7.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/list ANTONIO JOSE DE ADVOGADO(OAB: 23968/CE)
SOUSA GOMES
View.seam com a chave de acesso CUSTOS LEGIS MINISTERIO PUBLICO DO
TRABALHO
20030408551402500000006971607

PAULO REGIS MACHADO BOTELHO Intimado(s)/Citado(s):


Magistrado - FEDERACAO DOS TRABALHADORES NO SERVICO
PUBLICO MUNICIPAL DO ESTADO DO CEARA - FETAMCE

Processo Nº AP-0000507-75.2019.5.07.0033
Relator PAULO REGIS MACHADO BOTELHO
AGRAVANTE MH DISTRIBUIDORA DE ALIMENTOS
NATURAIS LTDA - ME
PODER JUDICIÁRIO
CAROLINE CRISTINA ADVOGADO(OAB: 232960/SP)
CARREIRA MARCIANO JUSTIÇA DO TRABALHO
PINTO
AGRAVANTE MEDIERVAS INDUSTRIA DE
PRODUTOS FARMACEUTICOS LTDA
- ME
INTIMAÇÃO
CAROLINE CRISTINA ADVOGADO(OAB: 232960/SP)
CARREIRA MARCIANO Fica V. Sa. intimado para tomar ciência da Decisão ID 853b2a6
PINTO
AGRAVADO CARLOS DHONATAN BATISTA DA proferido nos autos.
COSTA
Para visualizar o referido documento acesse o site
VICTOR MACIEL BRITO ADVOGADO(OAB: 26153/CE)
AGUIAR DE ARRUDA https://pje.trt7.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/list

View.seam com a chave de acesso


Intimado(s)/Citado(s):
- MEDIERVAS INDUSTRIA DE PRODUTOS FARMACEUTICOS 20022808055046400000006952425
LTDA - ME
ANTONIO TEOFILO FILHO
- MH DISTRIBUIDORA DE ALIMENTOS NATURAIS LTDA - ME
Magistrado

Processo Nº AP-0001796-59.2017.5.07.0018
Relator ANTONIO TEOFILO FILHO
PODER JUDICIÁRIO AGRAVANTE FRANCISCO ANTONIO CESAR
JUSTIÇA DO TRABALHO JOSE AILSON REGO ADVOGADO(OAB: 6353/CE)
BALTAZAR
AGRAVADO BANCO BRADESCO S.A.
HENRIQUE BRUNO ADVOGADO(OAB: 31217/CE)
INTIMAÇÃO SOUZA DE ALMEIDA
FRANCISCO SAMPAIO ADVOGADO(OAB: 9075/CE)
Fica V. Sa. intimado para tomar ciência da Decisão ID d93941a DE MENEZES JUNIOR
proferido nos autos. PERITO CLAUDINE SALES BESSA AGUIAR

Para visualizar o referido documento acesse o site


Intimado(s)/Citado(s):
https://pje.trt7.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/list
- BANCO BRADESCO S.A.
View.seam com a chave de acesso

20030408551402500000006971607

PAULO REGIS MACHADO BOTELHO


PODER JUDICIÁRIO
Magistrado
JUSTIÇA DO TRABALHO

GABINETE DO JUIZ CONVOCADO ANTÔNIO


TEÓFILO FILHO INTIMAÇÃO
Notificação Fica V. Sa. intimado para tomar ciência do Despacho ID 2a826dc

proferido nos autos.


Processo Nº ROT-0000040-32.2019.5.07.0022
Relator ANTONIO TEOFILO FILHO Para visualizar o referido documento acesse o site
RECORRENTE MUNICIPIO DE QUIXADA https://pje.trt7.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/list
ROMARIO FERNANDES ADVOGADO(OAB: 25393/CE)
RAFAEL View.seam com a chave de acesso

Código para aferir autenticidade deste caderno: 147944


2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 109
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

20022814484945400000006956312 INTIMAÇÃO

ANTONIO TEOFILO FILHO Fica V. Sa. intimado para tomar ciência do Despacho ID c5f544e

Magistrado proferido nos autos.

Para visualizar o referido documento acesse o site


Processo Nº AP-0001796-59.2017.5.07.0018
Relator ANTONIO TEOFILO FILHO https://pje.trt7.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/list
AGRAVANTE FRANCISCO ANTONIO CESAR View.seam com a chave de acesso
JOSE AILSON REGO ADVOGADO(OAB: 6353/CE)
BALTAZAR 20022814404124100000006956293
AGRAVADO BANCO BRADESCO S.A. ANTONIO TEOFILO FILHO
HENRIQUE BRUNO ADVOGADO(OAB: 31217/CE)
SOUZA DE ALMEIDA Magistrado
FRANCISCO SAMPAIO ADVOGADO(OAB: 9075/CE)
DE MENEZES JUNIOR Processo Nº AP-0001672-12.2017.5.07.0007
PERITO CLAUDINE SALES BESSA AGUIAR Relator ANTONIO TEOFILO FILHO
AGRAVANTE CLARO S.A.
Intimado(s)/Citado(s): LEONARDO SANTANA ADVOGADO(OAB: 17266/PE)
DA SILVA COELHO
- FRANCISCO ANTONIO CESAR
GLADSON WESLEY ADVOGADO(OAB: 10587/CE)
MOTA PEREIRA
MARIANA PORTELA ADVOGADO(OAB: 22168/CE)
VIDAL
AGRAVADO GERARDO MAGELA ANTUNES DA
PODER JUDICIÁRIO SILVA
JUSTIÇA DO TRABALHO FRANCISCO HELIO ADVOGADO(OAB: 4661/CE)
FERNANDES DE
SOUZA

INTIMAÇÃO Intimado(s)/Citado(s):
- CLARO S.A.
Fica V. Sa. intimado para tomar ciência do Despacho ID 2a826dc

proferido nos autos.

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https://pje.trt7.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/list PODER JUDICIÁRIO


View.seam com a chave de acesso JUSTIÇA DO TRABALHO
20022814484945400000006956312

ANTONIO TEOFILO FILHO


INTIMAÇÃO
Magistrado
Fica V. Sa. intimado para tomar ciência do Despacho ID c5f544e

Processo Nº AP-0001672-12.2017.5.07.0007 proferido nos autos.


Relator ANTONIO TEOFILO FILHO
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AGRAVANTE CLARO S.A.
LEONARDO SANTANA ADVOGADO(OAB: 17266/PE) https://pje.trt7.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/list
DA SILVA COELHO
View.seam com a chave de acesso
GLADSON WESLEY ADVOGADO(OAB: 10587/CE)
MOTA PEREIRA 20022814404124100000006956293
MARIANA PORTELA ADVOGADO(OAB: 22168/CE)
VIDAL ANTONIO TEOFILO FILHO
AGRAVADO GERARDO MAGELA ANTUNES DA Magistrado
SILVA
FRANCISCO HELIO ADVOGADO(OAB: 4661/CE)
FERNANDES DE Processo Nº AP-0001906-21.2014.5.07.0032
SOUZA Relator ANTONIO TEOFILO FILHO
AGRAVANTE JULIANA TRAVASSOS DOS REIS
Intimado(s)/Citado(s): LUIZ AUGUSTO ADVOGADO(OAB: 24064-B/CE)
GUIMARAES
- GERARDO MAGELA ANTUNES DA SILVA WLODARCZYK
Helen Luiza Korobinski ADVOGADO(OAB: 24227/CE)
Mendes
DIEGO RODRIGUES E ADVOGADO(OAB: 31744/CE)
SILVA FALCAO
PODER JUDICIÁRIO AGRAVADO BANCO BRADESCO S.A.
JUSTIÇA DO TRABALHO EDUARDO MENELEU ADVOGADO(OAB: 23833-A/CE)
GONCALVES MORENO
FRANCISCO SAMPAIO ADVOGADO(OAB: 9075/CE)
DE MENEZES JUNIOR

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 110
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Helen Luiza Korobinski ADVOGADO(OAB: 24227/CE)


Intimado(s)/Citado(s): Mendes
DIEGO RODRIGUES E ADVOGADO(OAB: 31744/CE)
- JULIANA TRAVASSOS DOS REIS SILVA FALCAO
AGRAVADO BANCO BRADESCO S.A.
EDUARDO MENELEU ADVOGADO(OAB: 23833-A/CE)
GONCALVES MORENO
FRANCISCO SAMPAIO ADVOGADO(OAB: 9075/CE)
PODER JUDICIÁRIO DE MENEZES JUNIOR
JUSTIÇA DO TRABALHO
Intimado(s)/Citado(s):
- BANCO BRADESCO S.A.

INTIMAÇÃO

Fica V. Sa. intimado para tomar ciência da Decisão ID 07dfa1d

proferido nos autos.


PODER JUDICIÁRIO
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JUSTIÇA DO TRABALHO
https://pje.trt7.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/list

View.seam com a chave de acesso


INTIMAÇÃO
20022815222611900000006956764
Fica V. Sa. intimado para tomar ciência da Decisão ID 07dfa1d
ANTONIO TEOFILO FILHO
proferido nos autos.
Magistrado
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Processo Nº AP-0000243-83.2018.5.07.0036 https://pje.trt7.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/list
Relator ANTONIO TEOFILO FILHO
AGRAVANTE ATLANTICO CONSTRUCOES E View.seam com a chave de acesso
INCORPORACOES LTDA
20022815222611900000006956764
GEMA GALGANI ADVOGADO(OAB: 25626/CE)
MACEDO CAVALCANTE ANTONIO TEOFILO FILHO
AGRAVADO LEONE JANUARIO DA SILVA NETO
Magistrado
NICOLAS MARCO ADVOGADO(OAB: 34389/CE)
PEDROZA SALES
Processo Nº AP-0000243-83.2018.5.07.0036
Intimado(s)/Citado(s): Relator ANTONIO TEOFILO FILHO
AGRAVANTE ATLANTICO CONSTRUCOES E
- ATLANTICO CONSTRUCOES E INCORPORACOES LTDA INCORPORACOES LTDA
GEMA GALGANI ADVOGADO(OAB: 25626/CE)
MACEDO CAVALCANTE
AGRAVADO LEONE JANUARIO DA SILVA NETO
NICOLAS MARCO ADVOGADO(OAB: 34389/CE)
PODER JUDICIÁRIO PEDROZA SALES
JUSTIÇA DO TRABALHO
Intimado(s)/Citado(s):
- LEONE JANUARIO DA SILVA NETO

INTIMAÇÃO

Fica V. Sa. intimado para tomar ciência do Despacho ID 135c61d

proferido nos autos.


PODER JUDICIÁRIO
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JUSTIÇA DO TRABALHO
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INTIMAÇÃO
20022815285649400000006956770
Fica V. Sa. intimado para tomar ciência do Despacho ID 135c61d
ANTONIO TEOFILO FILHO
proferido nos autos.
Magistrado
Para visualizar o referido documento acesse o site
Processo Nº AP-0001906-21.2014.5.07.0032 https://pje.trt7.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/list
Relator ANTONIO TEOFILO FILHO
AGRAVANTE JULIANA TRAVASSOS DOS REIS View.seam com a chave de acesso
LUIZ AUGUSTO ADVOGADO(OAB: 24064-B/CE) 20022815285649400000006956770
GUIMARAES
WLODARCZYK ANTONIO TEOFILO FILHO

Magistrado

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 111
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

RECLAMADO MARIA HELENA ESTEVES GURGEL


DO AMARAL BRAYNER
TERCEIRO OCUPANTE DO IMÓVEL
DIVISÃO DE EXECUÇÕES UNIFICADAS, LEILÕES INTERESSADO
E ALIENAÇÕES JUDICIAIS TERCEIRO REGISTRO DE IMOVEIS DA 1 ZONA
INTERESSADO
Edital
Intimado(s)/Citado(s):
Processo Nº ATSum-0002941-90.2012.5.07.0030
- FRANCISCO SILVANATO SILVA
RECLAMANTE AURILENE DE SOUSA DOS ANJOS
VICTOR MACIEL BRITO ADVOGADO(OAB: 26153/CE)
AGUIAR DE ARRUDA
RECLAMADO POR DO SOL RESTAURANTE DE
COLETIVIDADE LTDA - ME
Antonio Werner Feitosa ADVOGADO(OAB: 21574/CE) PODER JUDICIÁRIO
BRUNO HENRIQUE DE ADVOGADO(OAB: 31262/CE) JUSTIÇA DO TRABALHO
LAVOR ARAUJO
RECLAMADO CICERO EDIVAN OLIVEIRA LIMA
RECLAMADO MARINGA INDUSTRIA E COMERCIO
DE AGUAS LTDA - ME
ANA MARIA FERREIRA ADVOGADO(OAB: 9015/CE) Fica o(a) EXEQUENTE, RECLAMANTE: FRANCISCO SILVANATO
SALES E SOUZA
ETHEL ROSA SUDARIO ADVOGADO(OAB: 10570/CE) SILVA, notificado(a), por seu(s) advogados(s), acerca da realização

de Leilão Público Unificado designado para o dia 24/03/2020, às


Intimado(s)/Citado(s):
09:00 horas.Leiloeiro(a) Oficial: GRAÇAS MEDEIROS Local:
- CICERO EDIVAN OLIVEIRA LIMA
AVENIDA DUQUE DE CAXIAS,1150, CENTRO, 4ª ANDAR

(AUDITÓRIO)-FÓRUM AUTRAN NUNES,FORTALEZA-CE.

Bem(ns): o(s) constante(s) no Auto de Penhora e Avaliação dos


PODER JUDICIÁRIO
autos supra.
JUSTIÇA DO TRABALHO

Pelo presente edital, fica a parteCicero Edivan Oliveira Lima, ora

em local incerto e não sabido, notificado(a) para tomar ciência do Fortaleza/CE, 28 de fevereiro de 2020.

ato judicial, cujo teor é o seguinte:

"Fica(m) a(s) parte(s),reclamado(s), notificada(s) acerca da SERGIO ADRIANO BANHOS DE MENEZES

realização de Leilão Público Unificado designado para o dia Assessor

24/03/2020, às 09:00 horas.Leiloeiro Oficial: Local: AVENIDA


Processo Nº ATSum-0000116-91.2017.5.07.0033
DUQUE DE CAXIAS,1150, CENTRO, 4ª ANDAR (AUDITÓRIO)- RECLAMANTE GIULIA HELEN SILVA MOURA
FÓRUM AUTRAN NUNES, FORTALEZA-CE. Bem(ns): o(s) Silvio Roberto Rebouças ADVOGADO(OAB: 14410-A/CE)
Barroso
constante(s) no Auto de Penhora e Avaliação dos autos supra. Adagvan Maia ADVOGADO(OAB: 24852/CE)
Fernandes
Os documentos do processo poderão ser acessados por
RECLAMADO ANARJORY ROMAO DE SOUSA
advogado(a) habilitado(a) no PJe ou poderá acessar o processo MICHELLE SEVERO DE ADVOGADO(OAB: 31635/CE)
MESQUITA
através do site https://pje.trt7.jus.br/primeirograu através da
RECLAMADO FRANCISCO SIDCLEYTON DE
opção Consultas ao andamento processual. CASTRO LIMA
MICHELLE SEVERO DE ADVOGADO(OAB: 31635/CE)
MESQUITA
Fortaleza/CE, 04 de março de 2020. TERCEIRO PACATUBA CARTORIO DO
INTERESSADO SEGUNDO OFICIO DE NOTAS
TERCEIRO OCUPANTE DO IMÓVEL
INTERESSADO
SERGIO ADRIANO BANHOS DE MENEZES

Assessor Intimado(s)/Citado(s):
Notificação - GIULIA HELEN SILVA MOURA

Processo Nº ATOrd-0071300-05.2006.5.07.0030
RECLAMANTE FRANCISCO SILVANATO SILVA
alencarina maria pereira ADVOGADO(OAB: 4652/CE)
de alencar PODER JUDICIÁRIO
RECLAMADO M H E GURGEL DO AMARAL JUSTIÇA DO TRABALHO
BRAYNER

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 112
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

SERGIO ADRIANO BANHOS DE MENEZES

Fica o(a) EXEQUENTE, RECLAMANTE: GIULIA HELEN SILVA Assessor

MOURA, notificado(a), por seu(s) advogados(s), acerca da


Processo Nº ATOrd-0236900-75.2006.5.07.0031
realização de Leilão Público Unificado designado para o dia RECLAMANTE ANYLSON ALVES DE SOUSA
24/03/2020, às 09:00 horas.Leiloeiro(a) Oficial: GRAÇAS Márcio Marcel Bandeira ADVOGADO(OAB: 8696/CE)
Magalhães
MEDEIROS Local: AVENIDA DUQUE DE CAXIAS,1150, CENTRO, RECLAMADO JEAN SIDNEY PICARTE DIAS
4ª ANDAR (AUDITÓRIO)-FÓRUM AUTRAN NUNES,FORTALEZA- RECLAMADO JOSE OSMAR PONTES
RECLAMADO GERARD ROBERT GRADVOHL
CE. Bem(ns): o(s) constante(s) no Auto de Penhora e Avaliação dos
RECLAMADO ETIQUETAS DO NORDESTE LTDA
autos supra.
Intimado(s)/Citado(s):
- ANYLSON ALVES DE SOUSA

Fortaleza/CE, 28 de fevereiro de 2020.

PODER JUDICIÁRIO
SERGIO ADRIANO BANHOS DE MENEZES JUSTIÇA DO TRABALHO
Assessor

Processo Nº ATSum-0000116-91.2017.5.07.0033 Fica o(a) EXEQUENTE, RECLAMANTE: ANYLSON ALVES DE


RECLAMANTE GIULIA HELEN SILVA MOURA
SOUSA, notificado(a), por seu(s) advogados(s), acerca da
Silvio Roberto Rebouças ADVOGADO(OAB: 14410-A/CE)
Barroso realização de Leilão Público Unificado designado para o dia
Adagvan Maia ADVOGADO(OAB: 24852/CE)
Fernandes 24/03/2020, às 09:00 horas. Leiloeiro(a) Oficial: GRAÇAS
RECLAMADO ANARJORY ROMAO DE SOUSA MEDEIROS. Local: AVENIDA DUQUE DE CAXIAS, 1150,
MICHELLE SEVERO DE ADVOGADO(OAB: 31635/CE)
MESQUITA CENTRO, 4ª ANDAR (AUDITÓRIO)-FÓRUM AUTRAN NUNES,
RECLAMADO FRANCISCO SIDCLEYTON DE FORTALEZA-CE. Bem(ns): o(s) constante(s) no Auto de Penhora e
CASTRO LIMA
MICHELLE SEVERO DE ADVOGADO(OAB: 31635/CE) Avaliação dos autos supra.
MESQUITA
TERCEIRO PACATUBA CARTORIO DO
INTERESSADO SEGUNDO OFICIO DE NOTAS LETÍCIA BEATRIZ ARRUDA GOMES
TERCEIRO OCUPANTE DO IMÓVEL
INTERESSADO (Estagiária)

Fortaleza/CE, 28 de fevereiro de 2020.


Intimado(s)/Citado(s):
- ANARJORY ROMAO DE SOUSA
SERGIO ADRIANO BANHOS DE MENEZES

Assessor

PODER JUDICIÁRIO Processo Nº ATSum-0018000-20.2009.5.07.0032


RECLAMANTE FRANCISCO VAGNER UCHOA
JUSTIÇA DO TRABALHO DUARTE
JORGE LUIZ COSTA ADVOGADO(OAB: 9670-B/CE)
TAVARES
RECLAMADO L. BELCHIOR SILVA - ESMALTACAO
Fica(m) a(s) parte(s), RECLAMADO: ANARJORY ROMAO DE - ME
ANDREI BARBOSA DE ADVOGADO(OAB: 19250/CE)
SOUSA, reclamado(s) por seu(s) advogado(s), notificada(s) acerca AGUIAR
da realização de Leilão Público Unificado designado para o dia RECLAMADO JULITA FONTENELE BELCHIOR
RECLAMADO LAURO BELCHIOR SILVA
24/03/2020, às 09:00 horas.Leiloeiro Oficial: Local: AVENIDA
JOSÉ IDARLAN GOMES ADVOGADO(OAB: 19576-A/CE)
DUQUE DE CAXIAS,1150, CENTRO, 4ª ANDAR (AUDITÓRIO)- CHAVES
TERCEIRO OCUPANTE DO IMÓVEL
FÓRUM AUTRAN NUNES, FORTALEZA-CE. Bem(ns): o(s) INTERESSADO
constante(s) no Auto de Penhora e Avaliação dos autos supra. TERCEIRO Cartório de 2º Ofício de Registro
INTERESSADO Imóveis de Fortaleza

Fortaleza/CE, 28 de fevereiro de 2020. Intimado(s)/Citado(s):

Código para aferir autenticidade deste caderno: 147944


2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 113
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

- L. BELCHIOR SILVA - ESMALTACAO - ME


CENTRO, 4ª ANDAR (AUDITÓRIO)-FÓRUM AUTRAN NUNES,

FORTALEZA-CE. Bem(ns): o(s) constante(s) no Auto de Penhora e

Avaliação dos autos supra.


PODER JUDICIÁRIO

JUSTIÇA DO TRABALHO LETÍCIA BEATRIZ ARRUDA GOMES

(Estagiária)

Fortaleza/CE, 28 de fevereiro de 2020.


Fica(m) a(s) parte(s), RECLAMADO: L. BELCHIOR SILVA -

ESMALTACAO - ME,reclamado(s), notificada(s), por seu(s)


SERGIO ADRIANO BANHOS DE MENEZES
advogado(s), acerca da realização de Leilão Público Unificado
Assessor
designado para o dia 24/03/2020, às 09:00 horas. Leiloeiro Oficial:

GRAÇAS MEDEIROS. Local: AVENIDA DUQUE DE CAXIAS, 1150, Processo Nº ATSum-0018000-20.2009.5.07.0032


RECLAMANTE FRANCISCO VAGNER UCHOA
CENTRO, 4ª ANDAR (AUDITÓRIO)-FÓRUM AUTRAN NUNES, DUARTE
FORTALEZA-CE. Bem(ns): o(s) constante(s) no Auto de Penhora e JORGE LUIZ COSTA ADVOGADO(OAB: 9670-B/CE)
TAVARES
Avaliação dos autos supra. RECLAMADO L. BELCHIOR SILVA - ESMALTACAO
- ME
ANDREI BARBOSA DE ADVOGADO(OAB: 19250/CE)
LETÍCIA BEATRIZ ARRUDA GOMES AGUIAR
RECLAMADO JULITA FONTENELE BELCHIOR
(Estagiária)
RECLAMADO LAURO BELCHIOR SILVA
Fortaleza/CE, 28 de fevereiro de 2020. JOSÉ IDARLAN GOMES ADVOGADO(OAB: 19576-A/CE)
CHAVES
TERCEIRO OCUPANTE DO IMÓVEL
SERGIO ADRIANO BANHOS DE MENEZES INTERESSADO
TERCEIRO Cartório de 2º Ofício de Registro
Assessor INTERESSADO Imóveis de Fortaleza

Processo Nº ATSum-0018000-20.2009.5.07.0032 Intimado(s)/Citado(s):


RECLAMANTE FRANCISCO VAGNER UCHOA
DUARTE - LAURO BELCHIOR SILVA
JORGE LUIZ COSTA ADVOGADO(OAB: 9670-B/CE)
TAVARES
RECLAMADO L. BELCHIOR SILVA - ESMALTACAO
- ME
ANDREI BARBOSA DE ADVOGADO(OAB: 19250/CE) PODER JUDICIÁRIO
AGUIAR
JUSTIÇA DO TRABALHO
RECLAMADO JULITA FONTENELE BELCHIOR
RECLAMADO LAURO BELCHIOR SILVA
JOSÉ IDARLAN GOMES ADVOGADO(OAB: 19576-A/CE)
CHAVES Fica(m) a(s) parte(s), RECLAMADO: LAURO BELCHIOR
TERCEIRO OCUPANTE DO IMÓVEL
INTERESSADO SILVA,reclamado(s), notificada(s), por seu(s) advogado(s), acerca
TERCEIRO Cartório de 2º Ofício de Registro da realização de Leilão Público Unificado designado para o dia
INTERESSADO Imóveis de Fortaleza
24/03/2020, às 09:00 horas. Leiloeiro Oficial: GRAÇAS MEDEIROS.
Intimado(s)/Citado(s): Local: AVENIDA DUQUE DE CAXIAS, 1150, CENTRO, 4ª ANDAR
- FRANCISCO VAGNER UCHOA DUARTE
(AUDITÓRIO)-FÓRUM AUTRAN NUNES, FORTALEZA-CE.

Bem(ns): o(s) constante(s) no Auto de Penhora e Avaliação dos

autos supra.
PODER JUDICIÁRIO

JUSTIÇA DO TRABALHO LETÍCIA BEATRIZ ARRUDA GOMES

(Estagiária)

Fortaleza/CE, 28 de fevereiro de 2020.


Fica o(a) EXEQUENTE, RECLAMANTE: FRANCISCO VAGNER

UCHOA DUARTE, notificado(a), por seu(s) advogado(s), acerca da


SERGIO ADRIANO BANHOS DE MENEZES
realização de Leilão Público Unificado designado para o dia
Assessor
24/03/2020, às 09:00 horas. Leiloeiro(a) Oficial: GRAÇAS

MEDEIROS. Local: AVENIDA DUQUE DE CAXIAS, 1150, Processo Nº ATSum-0001191-47.2012.5.07.0032

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 114
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

RECLAMANTE FRANCISCO RICARDO DOS


SANTOS SILVA
MARIA LUCIA GUEDES ADVOGADO(OAB: 9632/CE)
DE SOUZA
RECLAMADO FRANCISCO INOCENCIO PIMENTA PODER JUDICIÁRIO
DE SOUZA
FERNANDO GOUVEIA ADVOGADO(OAB: 12566-A/CE) JUSTIÇA DO TRABALHO
DA PAZ FILHO
RECLAMADO José Ignácio Guedes Pereira Bisneto
RECLAMADO HIDROTEX INDUSTRIA E
COMERCIO DE TINTAS LTDA Fica(m) a(s) parte(s), RECLAMADO: FACULDADE KURIOS - FAK,
RODRIGO FEIJO ABUD ADVOGADO(OAB: 22093/CE) reclamado(s), notificada(s), por seu(s) advogado(s), acerca da
RECLAMADO LEONARDO PINHEIRO BARROS
realização de Leilão Público Unificado designado para o dia
TERCEIRO FRANCISCA VERAS DE ALMEIDA
INTERESSADO SOUZA 24/03/2020, às 09:00 horas. Leiloeiro Oficial: GRAÇAS MEDEIROS.
TERCEIRO OCUPANTE DO IMÓVEL
INTERESSADO Local: AVENIDA DUQUE DE CAXIAS, 1150, CENTRO, 4ª ANDAR

(AUDITÓRIO)-FÓRUM AUTRAN NUNES, FORTALEZA-CE.


Intimado(s)/Citado(s):
Bem(ns): o(s) constante(s) no Auto de Penhora e Avaliação dos
- FRANCISCO RICARDO DOS SANTOS SILVA
autos supra.

LETÍCIA BEATRIZ ARRUDA GOMES


PODER JUDICIÁRIO
(Estagiária)
JUSTIÇA DO TRABALHO
Fortaleza/CE, 28 de fevereiro de 2020.

Fica o(a) EXEQUENTE, RECLAMANTE: FRANCISCO RICARDO SERGIO ADRIANO BANHOS DE MENEZES

DOS SANTOS SILVA, notificado(a), por seu(s) advogado(s), acerca Assessor

da realização de Leilão Público Unificado designado para o dia


Processo Nº ATOrd-0001235-58.2015.5.07.0033
24/03/2020, às 09:00 horas. Leiloeiro(a) Oficial: GRAÇAS RECLAMANTE CARLOS EDUARDO RODRIGUES DE
FREITAS
MEDEIROS. Local: AVENIDA DUQUE DE CAXIAS, 1150, Frederico Afrânio Cysne ADVOGADO(OAB: 21698/CE)
Santa Cruz Marques
CENTRO, 4ª ANDAR (AUDITÓRIO)-FÓRUM AUTRAN NUNES,
RECLAMADO COMUNIDADE EVANGELICA
FORTALEZA-CE. Bem(ns): o(s) constante(s) no Auto de Penhora e BATISTA KURIOS
CARLOS GIOVANE ADVOGADO(OAB: 19437/CE)
Avaliação dos autos supra. BARBOSA REBOUCAS
RECLAMADO FACULDADE KURIOS - FAK
CARLOS GIOVANE ADVOGADO(OAB: 19437/CE)
LETÍCIA BEATRIZ ARRUDA GOMES BARBOSA REBOUCAS
(Estagiária) TERCEIRO OCUPANTE DO IMÓVEL
INTERESSADO
Fortaleza/CE, 28 de fevereiro de 2020.
Intimado(s)/Citado(s):

SERGIO ADRIANO BANHOS DE MENEZES - CARLOS EDUARDO RODRIGUES DE FREITAS

Assessor

Processo Nº ATOrd-0001235-58.2015.5.07.0033
RECLAMANTE CARLOS EDUARDO RODRIGUES DE PODER JUDICIÁRIO
FREITAS
JUSTIÇA DO TRABALHO
Frederico Afrânio Cysne ADVOGADO(OAB: 21698/CE)
Santa Cruz Marques
RECLAMADO COMUNIDADE EVANGELICA
BATISTA KURIOS
Fica o(a) EXEQUENTE, RECLAMANTE: CARLOS EDUARDO
CARLOS GIOVANE ADVOGADO(OAB: 19437/CE)
BARBOSA REBOUCAS RODRIGUES DE FREITAS, notificado(a), por seu(s) advogado(s),
RECLAMADO FACULDADE KURIOS - FAK
acerca da realização de Leilão Público Unificado designado para o
CARLOS GIOVANE ADVOGADO(OAB: 19437/CE)
BARBOSA REBOUCAS dia 24/03/2020, às 09:00 horas. Leiloeiro(a) Oficial: GRAÇAS
TERCEIRO OCUPANTE DO IMÓVEL
INTERESSADO MEDEIROS. Local: AVENIDA DUQUE DE CAXIAS, 1150,

CENTRO, 4ª ANDAR (AUDITÓRIO)-FÓRUM AUTRAN NUNES,


Intimado(s)/Citado(s):
FORTALEZA-CE. Bem(ns): o(s) constante(s) no Auto de Penhora e
- FACULDADE KURIOS - FAK
Avaliação dos autos supra.

Código para aferir autenticidade deste caderno: 147944


2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 115
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

RECLAMADO FRANCISCO ANTONIO


ALBUQUERQUE DE LIMA
LUCAS MOREIRA DOS ADVOGADO(OAB: 27273/CE)
LETÍCIA BEATRIZ ARRUDA GOMES SANTOS
(Estagiária) TERCEIRO CAIXA ECONOMICA FEDERAL
INTERESSADO
Fortaleza/CE, 28 de fevereiro de 2020. FLORIANO BENEVIDES ADVOGADO(OAB: 12602/CE)
DE MAGALHAES NETO

SERGIO ADRIANO BANHOS DE MENEZES Intimado(s)/Citado(s):


Assessor - VILLAROUCA CONSTRUTORA LTDA

Processo Nº ATOrd-0001235-58.2015.5.07.0033
RECLAMANTE CARLOS EDUARDO RODRIGUES DE
FREITAS
Frederico Afrânio Cysne ADVOGADO(OAB: 21698/CE) PODER JUDICIÁRIO
Santa Cruz Marques
JUSTIÇA DO TRABALHO
RECLAMADO COMUNIDADE EVANGELICA
BATISTA KURIOS
CARLOS GIOVANE ADVOGADO(OAB: 19437/CE)
BARBOSA REBOUCAS
Pelo presente expediente, fica(m) a(s) parte(s),
RECLAMADO FACULDADE KURIOS - FAK
CARLOS GIOVANE ADVOGADO(OAB: 19437/CE) reclamada,VILLAROUCA CONSTRUTORA LTDA E OUTROS, por
BARBOSA REBOUCAS
meio de seu(sua)(s) advogado(a)(s), notificado(a)(s) para tomar(em)
TERCEIRO OCUPANTE DO IMÓVEL
INTERESSADO ciência do Ato do(a) Juiz(íza) abaixo transcrito, e, em sendo o caso,

tomar(em) as providências cabíveis e necessárias.


Intimado(s)/Citado(s):
- COMUNIDADE EVANGELICA BATISTA KURIOS "DESPACHO

Vistos etc.

Ante o teor da certidão supra, defiro a proposta oferecida por Ana


PODER JUDICIÁRIO
Carine Pereira Falcão, conforme fl. retro apresentada pelo leiloeiro
JUSTIÇA DO TRABALHO
Willian Augusto. Assinalo o prazo de 05(cinco) dias para efetivação

e comprovação do depósito referente ao sinal/lanço, a contar da


Fica(m) a(s) parte(s), RECLAMADO: COMUNIDADE EVANGELICA ciência deste despacho, a cargo do Sr. leiloeiro. Decorrido o prazo
BATISTA KURIOS, reclamado(s), notificada(s), por seu(s) sem a ocorrência do depósito, será considerada vencedora a
advogado(s), acerca da realização de Leilão Público Unificado segunda proposta mais vantajosa, caso tenha sido apresentada,
designado para o dia 24/03/2020, às 09:00 horas. Leiloeiro Oficial: sem prejuízo das sanções impostas ao proponente remisso.
GRAÇAS MEDEIROS. Local: AVENIDA DUQUE DE CAXIAS, 1150, Notifiquem-se os demais leiloeiros acerca do deferimento, para fins
CENTRO, 4ª ANDAR (AUDITÓRIO)-FÓRUM AUTRAN NUNES, de baixa na venda do(s) bem(ns).
FORTALEZA-CE. Bem(ns): o(s) constante(s) no Auto de Penhora e Expeça o Sr. leiloeiro, o competente Auto de Alienação, o qual
Avaliação dos autos supra. deverá vir aos autos devidamente assinado por si e pelo adquirente

e acompanhado do depósito judicial, para a formalização do ato,


LETÍCIA BEATRIZ ARRUDA GOMES conforme disposto no parágrafo 2º do art. 880 do novo CPC. Após,
(Estagiária) intime-se o executado para se manifestar no prazo legal. Decorrido
Fortaleza/CE, 28 de fevereiro de 2020. o prazo sem manifestação da parte interessada, expeça-se a Carta

de Alienação, para fins de transcrição do imóvel no Cartório


SERGIO ADRIANO BANHOS DE MENEZES competente.
Assessor Fortaleza, 11 de Fevereiro de 2020

Processo Nº ATSum-0000948-58.2010.5.07.0005
RECLAMANTE RODRIGO DOS SANTOS DE RAFAELA QUEIROZ DE SA E BENEVIDES
OLIVEIRA
Juiz do Trabalho Titular"
JOÃO BATISTA MELO ADVOGADO(OAB: 20763/CE)
LIMA OBSERVAÇÕES:
RECLAMADO VILLAROUCA CONSTRUTORA LTDA
1) No processo eletrônico, conforme Lei nº 11.419/2006, existindo
DANIEL RANGEL DE ADVOGADO(OAB: 12570/CE)
PAULA PESSOA advogado(a) habilitado(a) nos autos, os expedientes serão dirigidos

Código para aferir autenticidade deste caderno: 147944


2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 116
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

única e exclusivamente ao(s) causídico(s) da parte ou à Juiz(íza) abaixo transcrito, e, em sendo o caso, tomar(em) as

procuradoria competente, ficando o(s) patrono(s) com a providências cabíveis e necessárias.

incumbência de informar seu(s) respectivo(s) cliente(s) acerca "DESPACHO

da data e do horário da audiência designada, alertando-o(s)

sobre a necessidade de seu(s) comparecimento(s) e sobre os Vistos etc.

efeitos decorrentes de eventual ausência. Ante o teor da certidão supra, defiro a proposta oferecida por Ana

2) O deferimento para que intimações e publicações sejam Carine Pereira Falcão, conforme fl. retro apresentada pelo leiloeiro

realizadas com exclusividade só serão aceitos quando observados Willian Augusto. Assinalo o prazo de 05(cinco) dias para efetivação

o § 10 do Art. 5º da RESOLUÇÃO CSJT Nº185/2017 c/c o inciso I, e comprovação do depósito referente ao sinal/lanço, a contar da

§ 5º do Art. 9º da RESOLUÇÃO TRT Nº 188/2016. ciência deste despacho, a cargo do Sr. leiloeiro. Decorrido o prazo

Art. 5º § 10. O advogado que fizer o requerimento para que as sem a ocorrência do depósito, será considerada vencedora a

intimações sejam dirigidas a este ou à sociedade de advogados a segunda proposta mais vantajosa, caso tenha sido apresentada,

que estiver vinculado, deverá requerer a habilitação automática nos sem prejuízo das sanções impostas ao proponente remisso.

autos, peticionando com o respectivo certificado digital. Notifiquem-se os demais leiloeiros acerca do deferimento, para fins

RESOLUÇÃO CSJT Nº 185, DE 24 DE MARÇO DE 2017. de baixa na venda do(s) bem(ns).

Expeça o Sr. leiloeiro, o competente Auto de Alienação, o qual

Art. 9º § 5º I - A habilitação de advogado deve ser realizada pela deverá vir aos autos devidamente assinado por si e pelo adquirente

funcionalidade habilitação nos autos, mesmo que já exista e acompanhado do depósito judicial, para a formalização do ato,

advogado cadastrado para a parte e que a procuração já esteja nos conforme disposto no parágrafo 2º do art. 880 do novo CPC. Após,

autos. RESOLUÇÃO Nº 188/2016 do TRT da 7ª Região intime-se o executado para se manifestar no prazo legal. Decorrido

Fortaleza/CE, 03 de março de 2020. o prazo sem manifestação da parte interessada, expeça-se a Carta

de Alienação, para fins de transcrição do imóvel no Cartório

SERGIO ADRIANO BANHOS DE MENEZES competente.

Assessor Fortaleza, 11 de Fevereiro de 2020

Processo Nº ATSum-0000948-58.2010.5.07.0005
RECLAMANTE RODRIGO DOS SANTOS DE RAFAELA QUEIROZ DE SA E BENEVIDES
OLIVEIRA
Juiz do Trabalho Titular"
JOÃO BATISTA MELO ADVOGADO(OAB: 20763/CE)
LIMA OBSERVAÇÕES:
RECLAMADO VILLAROUCA CONSTRUTORA LTDA
1) No processo eletrônico, conforme Lei nº 11.419/2006, existindo
DANIEL RANGEL DE ADVOGADO(OAB: 12570/CE)
PAULA PESSOA advogado(a) habilitado(a) nos autos, os expedientes serão dirigidos
RECLAMADO FRANCISCO ANTONIO
ALBUQUERQUE DE LIMA única e exclusivamente ao(s) causídico(s) da parte ou à
LUCAS MOREIRA DOS ADVOGADO(OAB: 27273/CE) procuradoria competente, ficando o(s) patrono(s) com a
SANTOS
TERCEIRO CAIXA ECONOMICA FEDERAL incumbência de informar seu(s) respectivo(s) cliente(s) acerca
INTERESSADO
da data e do horário da audiência designada, alertando-o(s)
FLORIANO BENEVIDES ADVOGADO(OAB: 12602/CE)
DE MAGALHAES NETO sobre a necessidade de seu(s) comparecimento(s) e sobre os

efeitos decorrentes de eventual ausência.


Intimado(s)/Citado(s):
2) O deferimento para que intimações e publicações sejam
- FRANCISCO ANTONIO ALBUQUERQUE DE LIMA
realizadas com exclusividade só serão aceitos quando observados

o § 10 do Art. 5º da RESOLUÇÃO CSJT Nº185/2017 c/c o inciso I,

§ 5º do Art. 9º da RESOLUÇÃO TRT Nº 188/2016.


PODER JUDICIÁRIO
Art. 5º § 10. O advogado que fizer o requerimento para que as
JUSTIÇA DO TRABALHO
intimações sejam dirigidas a este ou à sociedade de advogados a

que estiver vinculado, deverá requerer a habilitação automática nos

Pelo presente expediente, fica(m) a(s) parte(s),reclamado, autos, peticionando com o respectivo certificado digital.

Francisco Antonio Albuquerque de Lima, por meio de seu(sua)(s) RESOLUÇÃO CSJT Nº 185, DE 24 DE MARÇO DE 2017.

advogado(a)(s), notificado(a)(s) para tomar(em) ciência do Ato do(a)

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 117
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Art. 9º § 5º I - A habilitação de advogado deve ser realizada pela deverá vir aos autos devidamente assinado por si e pelo adquirente

funcionalidade habilitação nos autos, mesmo que já exista e acompanhado do depósito judicial, para a formalização do ato,

advogado cadastrado para a parte e que a procuração já esteja nos conforme disposto no parágrafo 2º do art. 880 do novo CPC. Após,

autos. RESOLUÇÃO Nº 188/2016 do TRT da 7ª Região intime-se o executado para se manifestar no prazo legal. Decorrido

Fortaleza/CE, 03 de março de 2020. o prazo sem manifestação da parte interessada, expeça-se a Carta

de Alienação, para fins de transcrição do imóvel no Cartório

SERGIO ADRIANO BANHOS DE MENEZES competente.

Assessor Fortaleza, 11 de Fevereiro de 2020

Processo Nº ATSum-0000948-58.2010.5.07.0005
RECLAMANTE RODRIGO DOS SANTOS DE RAFAELA QUEIROZ DE SA E BENEVIDES
OLIVEIRA
Juiz do Trabalho Titular"
JOÃO BATISTA MELO ADVOGADO(OAB: 20763/CE)
LIMA OBSERVAÇÕES:
RECLAMADO VILLAROUCA CONSTRUTORA LTDA
1) No processo eletrônico, conforme Lei nº 11.419/2006, existindo
DANIEL RANGEL DE ADVOGADO(OAB: 12570/CE)
PAULA PESSOA advogado(a) habilitado(a) nos autos, os expedientes serão dirigidos
RECLAMADO FRANCISCO ANTONIO
ALBUQUERQUE DE LIMA única e exclusivamente ao(s) causídico(s) da parte ou à
LUCAS MOREIRA DOS ADVOGADO(OAB: 27273/CE) procuradoria competente, ficando o(s) patrono(s) com a
SANTOS
TERCEIRO CAIXA ECONOMICA FEDERAL incumbência de informar seu(s) respectivo(s) cliente(s) acerca
INTERESSADO
da data e do horário da audiência designada, alertando-o(s)
FLORIANO BENEVIDES ADVOGADO(OAB: 12602/CE)
DE MAGALHAES NETO sobre a necessidade de seu(s) comparecimento(s) e sobre os

efeitos decorrentes de eventual ausência.


Intimado(s)/Citado(s):
2) O deferimento para que intimações e publicações sejam
- RODRIGO DOS SANTOS DE OLIVEIRA
realizadas com exclusividade só serão aceitos quando observados

o § 10 do Art. 5º da RESOLUÇÃO CSJT Nº185/2017 c/c o inciso I,

§ 5º do Art. 9º da RESOLUÇÃO TRT Nº 188/2016.


PODER JUDICIÁRIO
Art. 5º § 10. O advogado que fizer o requerimento para que as
JUSTIÇA DO TRABALHO
intimações sejam dirigidas a este ou à sociedade de advogados a

que estiver vinculado, deverá requerer a habilitação automática nos

Pelo presente expediente, fica(m) a(s) parte(s), RODRIGO DOS autos, peticionando com o respectivo certificado digital.

SANTOS DE OLIVEIRA, por meio de seu(sua)(s) advogado(a)(s), RESOLUÇÃO CSJT Nº 185, DE 24 DE MARÇO DE 2017.

notificado(a)(s) para tomar(em) ciência do Ato do(a) Juiz(íza) abaixo

transcrito, e, em sendo o caso, tomar(em) as providências cabíveis Art. 9º § 5º I - A habilitação de advogado deve ser realizada pela

e necessárias. funcionalidade habilitação nos autos, mesmo que já exista

"DESPACHO advogado cadastrado para a parte e que a procuração já esteja nos

autos. RESOLUÇÃO Nº 188/2016 do TRT da 7ª Região

Vistos etc.

Ante o teor da certidão supra, defiro a proposta oferecida por Ana

Carine Pereira Falcão, conforme fl. retro apresentada pelo leiloeiro Fortaleza/CE, 03 de março de 2020.

Willian Augusto. Assinalo o prazo de 05(cinco) dias para efetivação

e comprovação do depósito referente ao sinal/lanço, a contar da SERGIO ADRIANO BANHOS DE MENEZES

ciência deste despacho, a cargo do Sr. leiloeiro. Decorrido o prazo Assessor

sem a ocorrência do depósito, será considerada vencedora a


Processo Nº ATOrd-0000273-39.2018.5.07.0030
segunda proposta mais vantajosa, caso tenha sido apresentada, RECLAMANTE JOSE AIRTON MAGALHAES
SANTIAGO
sem prejuízo das sanções impostas ao proponente remisso.
EDAILSON ROBSON ADVOGADO(OAB: 25216/CE)
Notifiquem-se os demais leiloeiros acerca do deferimento, para fins SILVEIRA GOMES
RECLAMADO FEIJO & MACIEL INDUSTRIA
de baixa na venda do(s) bem(ns). CERAMICA LTDA - ME
Expeça o Sr. leiloeiro, o competente Auto de Alienação, o qual

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 118
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

MARCUS VINICIUS ADVOGADO(OAB: 31419/CE)


TABOSA AMARAL dia 24/03/2020, às 09:00 horas.Leiloeiro(a) Oficial: GRAÇAS
DANIEL CARLOS MARIZ ADVOGADO(OAB: 14623/CE) MEDEIROS Local: AVENIDA DUQUE DE CAXIAS,1150, CENTRO,
SANTOS
ARISA PAULA DA ADVOGADO(OAB: 25051/CE) 4ª ANDAR (AUDITÓRIO)-FÓRUM AUTRAN NUNES,FORTALEZA-
FONSECA REGIS
CE. Bem(ns): o(s) constante(s) no Auto de Penhora e Avaliação dos
Intimado(s)/Citado(s): autos supra.
- FEIJO & MACIEL INDUSTRIA CERAMICA LTDA - ME

PODER JUDICIÁRIO Fortaleza/CE, 03 de março de 2020.

JUSTIÇA DO TRABALHO
SERGIO ADRIANO BANHOS DE MENEZES

Assessor
Fica(m) a(s) parte(s), RECLAMADO: FEIJO & MACIEL INDUSTRIA

CERAMICA LTDA - ME,reclamado(s) por seu(s) advogado(s), Processo Nº ATSum-0002941-90.2012.5.07.0030


RECLAMANTE AURILENE DE SOUSA DOS ANJOS
notificada(s) acerca da realização de Leilão Público Unificado
VICTOR MACIEL BRITO ADVOGADO(OAB: 26153/CE)
designado para o dia 24/03/2020, às 09:00 horas.Leiloeiro Oficial: AGUIAR DE ARRUDA
RECLAMADO POR DO SOL RESTAURANTE DE
Local: AVENIDA DUQUE DE CAXIAS,1150, CENTRO, 4ª ANDAR COLETIVIDADE LTDA - ME
(AUDITÓRIO)-FÓRUM AUTRAN NUNES, FORTALEZA-CE. Antonio Werner Feitosa ADVOGADO(OAB: 21574/CE)
BRUNO HENRIQUE DE ADVOGADO(OAB: 31262/CE)
Bem(ns): o(s) constante(s) no Auto de Penhora e Avaliação dos LAVOR ARAUJO
autos supra. RECLAMADO CICERO EDIVAN OLIVEIRA LIMA
RECLAMADO MARINGA INDUSTRIA E COMERCIO
DE AGUAS LTDA - ME
Fortaleza/CE, 03 de março de 2020. ANA MARIA FERREIRA ADVOGADO(OAB: 9015/CE)
SALES E SOUZA
ETHEL ROSA SUDARIO ADVOGADO(OAB: 10570/CE)
SERGIO ADRIANO BANHOS DE MENEZES
Intimado(s)/Citado(s):
Assessor
- POR DO SOL RESTAURANTE DE COLETIVIDADE LTDA - ME

Processo Nº ATOrd-0000273-39.2018.5.07.0030
RECLAMANTE JOSE AIRTON MAGALHAES
SANTIAGO
EDAILSON ROBSON ADVOGADO(OAB: 25216/CE)
SILVEIRA GOMES PODER JUDICIÁRIO
RECLAMADO FEIJO & MACIEL INDUSTRIA JUSTIÇA DO TRABALHO
CERAMICA LTDA - ME
MARCUS VINICIUS ADVOGADO(OAB: 31419/CE)
TABOSA AMARAL
DANIEL CARLOS MARIZ ADVOGADO(OAB: 14623/CE) Fica(m) a(s) parte(s), RECLAMADO: POR DO SOL
SANTOS
RESTAURANTE DE COLETIVIDADE LTDA - ME,,reclamado(s) por
ARISA PAULA DA ADVOGADO(OAB: 25051/CE)
FONSECA REGIS seu(s) advogado(s), notificada(s) acerca da realização de Leilão

Intimado(s)/Citado(s): Público Unificado designado para o dia 24/03/2020, às 09:00

- JOSE AIRTON MAGALHAES SANTIAGO horas.Leiloeiro Oficial: Local: AVENIDA DUQUE DE CAXIAS,1150,

CENTRO, 4ª ANDAR (AUDITÓRIO)-FÓRUM AUTRAN NUNES,

FORTALEZA-CE. Bem(ns): o(s) constante(s) no Auto de Penhora e

Avaliação dos autos supra.


PODER JUDICIÁRIO

JUSTIÇA DO TRABALHO
Fortaleza/CE, 04 de março de 2020.

SERGIO ADRIANO BANHOS DE MENEZES


Fica o(a) EXEQUENTE, RECLAMANTE: JOSE AIRTON Assessor
MAGALHAES SANTIAGO, notificado(a), por seu(s) advogados(s),
Processo Nº ATSum-0002941-90.2012.5.07.0030
acerca da realização de Leilão Público Unificado designado para o
RECLAMANTE AURILENE DE SOUSA DOS ANJOS

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 119
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

VICTOR MACIEL BRITO ADVOGADO(OAB: 26153/CE)


AGUIAR DE ARRUDA
RECLAMADO POR DO SOL RESTAURANTE DE
COLETIVIDADE LTDA - ME
PODER JUDICIÁRIO
Antonio Werner Feitosa ADVOGADO(OAB: 21574/CE)
BRUNO HENRIQUE DE ADVOGADO(OAB: 31262/CE) JUSTIÇA DO TRABALHO
LAVOR ARAUJO
RECLAMADO CICERO EDIVAN OLIVEIRA LIMA
RECLAMADO MARINGA INDUSTRIA E COMERCIO Fica(m) a(s) parte(s), RECLAMADO: MARINGA INDUSTRIA E
DE AGUAS LTDA - ME
ANA MARIA FERREIRA ADVOGADO(OAB: 9015/CE) COMERCIO DE AGUAS LTDA ,reclamado(s) por seu(s)
SALES E SOUZA
advogado(s), notificada(s) acerca da realização de Leilão Público
ETHEL ROSA SUDARIO ADVOGADO(OAB: 10570/CE)
Unificado designado para o dia 24/03/2020, às 09:00 horas.Leiloeiro
Intimado(s)/Citado(s):
Oficial: Local: AVENIDA DUQUE DE CAXIAS,1150, CENTRO, 4ª
- AURILENE DE SOUSA DOS ANJOS
ANDAR (AUDITÓRIO)-FÓRUM AUTRAN NUNES, FORTALEZA-

CE. Bem(ns): o(s) constante(s) no Auto de Penhora e Avaliação dos

autos supra.
PODER JUDICIÁRIO

JUSTIÇA DO TRABALHO Fortaleza/CE, 04 de março de 2020.

SERGIO ADRIANO BANHOS DE MENEZES

Assessor
Fica o(a) EXEQUENTE, RECLAMANTE: AURILENE DE SOUSA

DOS ANJOS, notificado(a), por seu(s) advogados(s), acerca da


SECRETARIA DA 1ª TURMA
realização de Leilão Público Unificado designado para o dia
Edital
24/03/2020, às 09:00 horas.Leiloeiro(a) Oficial: GRAÇAS

MEDEIROS Local: AVENIDA DUQUE DE CAXIAS,1150, CENTRO, Processo Nº ROT-0001232-95.2017.5.07.0013


4ª ANDAR (AUDITÓRIO)-FÓRUM AUTRAN NUNES,FORTALEZA- Relator DURVAL CESAR DE VASCONCELOS
MAIA
CE. Bem(ns): o(s) constante(s) no Auto de Penhora e Avaliação dos RECORRENTE VALMIR BATISTA DO NASCIMENTO
FILHO
autos supra.
SU-HELEN TEIXEIRA ADVOGADO(OAB: 23901/CE)
DEDE E PACHECO
RECORRIDO PL CONSTRUCOES
INCORPORACOES E
EMPREENDIMENTOS IMOBILIARIOS
LTDA - EPP
Fortaleza/CE, 04 de março de 2020. RECORRIDO IMEDIATA SERVICOS DE
CONDOMINIO LTDA - ME
RECORRIDO PAOLA ANDRADE LIMA - ME
SERGIO ADRIANO BANHOS DE MENEZES RECORRIDO PAOLA ANDRADE LIMA

Assessor Intimado(s)/Citado(s):
- PAOLA ANDRADE LIMA
Processo Nº ATSum-0002941-90.2012.5.07.0030
RECLAMANTE AURILENE DE SOUSA DOS ANJOS
VICTOR MACIEL BRITO ADVOGADO(OAB: 26153/CE)
AGUIAR DE ARRUDA
RECLAMADO POR DO SOL RESTAURANTE DE
COLETIVIDADE LTDA - ME PODER JUDICIÁRIO
Antonio Werner Feitosa ADVOGADO(OAB: 21574/CE) JUSTIÇA DO TRABALHO
BRUNO HENRIQUE DE ADVOGADO(OAB: 31262/CE)
LAVOR ARAUJO
RECLAMADO CICERO EDIVAN OLIVEIRA LIMA
PODER JUDICIÁRIO FEDERAL
RECLAMADO MARINGA INDUSTRIA E COMERCIO
DE AGUAS LTDA - ME JUSTIÇA DO TRABALHO
ANA MARIA FERREIRA ADVOGADO(OAB: 9015/CE)
SALES E SOUZA TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO 7ª REGIÃO
ETHEL ROSA SUDARIO ADVOGADO(OAB: 10570/CE) Gab. Des. Durval Cesar de Vasconcelos Maia

Intimado(s)/Citado(s):
- MARINGA INDUSTRIA E COMERCIO DE AGUAS LTDA - ME
PROCESSO: 0001232-95.2017.5.07.0013

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 120
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

CLASSE: Recurso Ordinário Trabalhista

RECORRENTE: VALMIR BATISTA DO NASCIMENTO FILHO

RECORRIDO: PAOLA ANDRADE LIMA - ME e outros (4) RELATÓRIO

EDITAL PJe-JT Colhe-se da peça decisória às fls. 187/193 que o Excelentíssimo

Juiz Titular da 13ª Vara do Trabalho de Fortaleza, após discorrer

DESTINATÁRIO: PAOLA ANDRADE LIMA (CPF:668.260.393-20) sobre as razões formadoras de seu entendimento, julgou

parcialmente procedentes as pretensões deduzidas na prefacial,

condenando as reclamadas a, solidariamente, pagarem o laborista

Fica a parte identificada no campo "DESTINATÁRIO", ora em local as seguintes parcelas: "aviso prévio de 30 dias (R$985,47); 06/12

incerto e não sabido, notificado(a) para tomar ciência do Acórdão a de férias proporcionais + 1/3 (R$656,97); 05/12 de 13º salário

seguir, cujo inteiro teor é o seguinte: proporcional de 2017 (R$410,61); FGTS do período contratual e

"PROCESSO nº 0001232-95.2017.5.07.0013 (ROT) sobre as verbas rescisórias (aviso prévio e 13º salário) (R$512,04);

RECORRENTE: VALMIR BATISTA DO NASCIMENTO FILHO multa de 40% sobre o FGTS (R$204,82); multa do art. 477 da CLT

RECORRIDO: PAOLA ANDRADE LIMA - ME, IMEDIATA (R$985,47); 13º salário de 2016 (01/12) (R$77,05); multa prevista

SERVICOS DE CONDOMINIO LTDA - ME, PL CONSTRUCOES no parágrafo primeiro da cláusula quarta das CCTs de 2016 e 2017,

INCORPORACOES E EMPREENDIMENTOS IMOBILIARIOS em relação ao atraso salarial dos seguintes meses: dez/2016 - 10

LTDA - EPP, PAOLA ANDRADE LIMA dias (R$160,27); fev/2017 - 2 dias (R$39,41); mar/2017 - 5 dias

RELATOR: DURVAL CESAR DE VASCONCELOS MAIA (R$98,54); abr/2017 - 8 dias (R$157,67); diferenças salariais de

janeiro/2017 e fevereiro/2017 (R$96,94); diferenças de auxílio

alimentação do período contratual, no valor de R$800,40; cestas

EMENTA básicas do período contratual, no importe de R$295,00; multa por

descumprimento da CCT (R$4.686,13); e 19 horas extras durante o

curso do contrato (R$148,77), acrescidas dos reflexos sobre: 13º

RECURSO ORDINÁRIO. MULTA PELO ATRASO NO salários (R$15,66); férias + 1/3 (R$20,88); FGTS (R$14,40) + 40%

PAGAMENTO DO 13º SALÁRIO. PREVISÃO EM CONVENÇÃO (R$5,76)."

COLETIVA DE TRABALHO DA CATEGORIA OBREIRA. Uma vez Como se vê às fls. 213/215, os embargos de declaração

que, na petição inicial, há pedido expresso de condenação das rés apresentados pelo autor foram julgados improcedentes.

no pagamento de multa pelo atraso no pagamento do 13º salário Externando seu inconformismo, o reclamante interpôs o recurso

com base em cláusula convencional específica dispondo nesse ordinário às fls. 221/228, no qual aduz que merece reforma a

sentido, deve ser reformada a decisão, na qual se entendeu pela decisão resistida, vez que o julgador monocrático, considerando

inexistência de previsão convencional quanto à aplicação da multa inexistir previsão específica no parágrafo primeiro da cláusula

sob enfoque. Recurso provido, no aspecto. MULTA EM FACE quarta da Convenção Coletiva de Trabalho quanto à aplicação de

DO DESCUMPRIMENTO DE CLÁUSULAS CONVENCIONAIS. multa convencional em face do atraso no pagamento do 13º salário,

ADOÇÃO DO MAIOR PISO SALARIAL DA CATEGORIA. Se há indeferiu o pedido, todavia, conforme indicado na incoativa, a

previsão convencional estabelecendo que, no caso de pretensão encontra abrigo no parágrafo segundo da cláusula sexta

descumprimento de qualquer cláusula da CCT que não disponha da CCT, a qual não foi analisada na sentença.

especificamente acerca de sanção pecuniária, fica a parte infratora Expõe, outrossim, que o sentenciante a quo estipulou o pagamento

sujeita ao pagamento de multa equivalente ao prejuízo de multa pelo descumprimento da Convenção Coletiva de Trabalho,

proporcionado, que não poderá ser inferior, em qualquer hipótese, limitando-a ao montante condenatório, todavia, na cláusula

ao valor do maior piso salarial a ser pago em proveito da parte quinquagésima do instrumento coletivo, há disposição clara no

prejudicada, não há razão jurídica para que aludida multa seja sentido de que aludida multa não pode ser inferior ao valor do maior

limitada ao quantum condenatório. Recurso provido, no piso salarial da categoria.

particular. Apelo conhecido e provido. Regularmente notificadas por edital, as reclamadas não

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 121
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

apresentaram contrarrazões. cláusula quinquagésima da Convenção Coletiva de Trabalho, limitou

Dispensada a remessa dos autos ao Ministério Público do Trabalho, -a ao valor da condenação, todavia, na mencionada cláusula, há

visto que não configuradas quaisquer das hipóteses previstas no disposição clara no sentido de que aludida multa não pode ser

art. 109, do Regimento Interno deste Regional. inferior ao maior piso salarial da categoria.

É o relatório. De fato, merece reforma a decisão.

Como se observa na decisão objurgada, o sentenciante

monocrático condenou as rés ao pagamento da multa estabelecida

na cláusula quinquagésima da CCT de 2017, mas no valor de R$

FUNDAMENTAÇÃO 4.686,13, entrementes, a cláusula em alusão dispõe,

inequivocamente, que, no caso de descumprimento de qualquer

cláusula da CCT que não disponha especificamente acerca de

I - ADMISSIBILIDADE sanção pecuniária, fica a parte infratora sujeita ao pagamento de

Considerando as informações constantes da certidão à fl. 230, multa equivalente ao prejuízo proporcionado, que não poderá ser

conheço do recurso, ratificando o despacho de admissibilidade inferior , em qualquer hipótese, ao valor do maior piso salarial a ser

exarado pelo Juízo a quo. pago em proveito da parte prejudicada. Veja-se:

II - MÉRITO CLÁUSULA QUINQUAGÉSIMA - MULTA POR

DA MULTA PELO ATRASO NO PAGAMENTO DO 13º SALÁRIO DESCUMPRIMENTO

Conforme relatado, o recorrente expõe que o julgador singular, Na hipótese de descumprimento de qualquer cláusula da presente

considerando inexistir previsão específica no parágrafo primeiro da Convenção Coletiva de Trabalho, sem previsão de sanção

cláusula quarta da Convenção Coletiva de Trabalho quanto à pecuniária específica, fica a parte infratora sujeita à multa

aplicação de multa convencional em face do atraso no pagamento equivalente ao prejuízo proporcionado, não sendo inferior, em

do 13º salário, indeferiu o pedido, todavia, conforme indicado na qualquer caso, ao valor do maior piso salarial a ser pago em

peça de entrada, a pretensão encontra abrigo no parágrafo segundo favor da parte prejudicada.

da cláusula sexta da CCT, a qual não foi analisada na sentença. Ao lume do exposto, uma vez que a cláusula terceira da CCT de

Razão assiste ao recorrente. 2017 estabelece o valor de R$ 7.031,73 como maior piso salarial da

De fato, na peça inicial, há pedido expresso de condenação das rés categoria (34ª FAIXA, ANALISTA DE SEGURANÇA BANCÁRIA E

no pagamento de multa convencional pelo atraso no pagamento do PATRIMONIAL II), dou provimento ao apelo para condenar as rés a

13º salário com base no parágrafo segundo da cláusula sexta da pagarem ao reclamante multa convencional no valor de R$

CCT (fl. 11), que assim dispõe: 7.031,73.

CLÁUSULA SEXTA - PAGAMENTO DO 13° SALÁRIO As

empresas pagarão o 13° salário de 2016 na forma estipulada em

Lei.

(...) CONCLUSÃO DO VOTO

Parágrafo segundo - Fica estipulada uma multa, de 2% (dois por

cento) do valor do salário, por dia de atraso, revertido em benefício

do empregado prejudicado, salvo se a mora se operar por culpa do Recurso conhecido e provido.

empregado.

Sendo assim, dou provimento ao apelo ordinário para condenar as

promovidas a pagarem ao recorrente a multa estatuída no parágrafo DISPOSITIVO

segundo da cláusula sexta da Convenção Coletiva de Trabalho de

2016 (fl. 28 e seguintes)

Recurso provido, no aspecto.

DA MULTA PELO DESCUMPRIMENTO DA CONVENÇÃO

COLETIVA DE TRABALHO

Como já relatado, o recorrente propugna que o sentenciante a quo,

ao condenar as rés no pagamento da multa estabelecida na

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 122
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Processo Nº ROT-0001232-95.2017.5.07.0013
ACORDAM OS DESEMBARGADORES DA 1ª TURMA DO Relator DURVAL CESAR DE VASCONCELOS
MAIA
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 7ª REGIÃO, por
RECORRENTE VALMIR BATISTA DO NASCIMENTO
unanimidade, conhecer e dar provimento ao recurso para incluir na FILHO
SU-HELEN TEIXEIRA ADVOGADO(OAB: 23901/CE)
condenação as seguintes verbas: multa estatuída no parágrafo DEDE E PACHECO
segundo da cláusula sexta da Convenção Coletiva de Trabalho de RECORRIDO PL CONSTRUCOES
INCORPORACOES E
2016 e multa estabelecida na cláusula quinquagésima da CCT de EMPREENDIMENTOS IMOBILIARIOS
LTDA - EPP
2017 no valor de R$ 7.031,73. Vencida a Desembargadora Regina RECORRIDO IMEDIATA SERVICOS DE
CONDOMINIO LTDA - ME
Gláucia Cavalcante Nepomuceno, que não incluía a multa
RECORRIDO PAOLA ANDRADE LIMA - ME
estabelecida na cláusula quinquagésima da CCT de 2017. RECORRIDO PAOLA ANDRADE LIMA
Participaram do julgamento os Desembargadores Durval César de
Intimado(s)/Citado(s):
Vasconcelos Maia (Presidente e Relator), Maria Roseli Mendes
- PAOLA ANDRADE LIMA - ME
Alencar e Regina Gláucia Cavalcante Nepomuceno. Presente,

ainda, o Procurador Regional do Trabalho, Francisco Gérson

Marques de Lima. Fortaleza, 12 de fevereiro de 2020.


PODER JUDICIÁRIO

JUSTIÇA DO TRABALHO

DURVAL CESAR DE VASCONCELOS MAIA


PODER JUDICIÁRIO FEDERAL
Relator
JUSTIÇA DO TRABALHO

TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO 7ª REGIÃO

Gab. Des. Durval Cesar de Vasconcelos Maia


VOTOS

PROCESSO: 0001232-95.2017.5.07.0013

CLASSE: Recurso Ordinário Trabalhista

Voto do(a) Des(a). REGINA GLAUCIA CAVALCANTE


RECORRENTE: VALMIR BATISTA DO NASCIMENTO FILHO
NEPOMUCENO / Gab. Des. Regina Gláucia Cavalcante
RECORRIDO: PAOLA ANDRADE LIMA - ME e outros (4)
Nepomuceno

EDITAL PJe-JT
Entendo que a aplicação da CLÁUSULA QUINQUAGÉSIMA seja

um típico caso de "bis in idem" pois a CLÁUSULA SEXTA já prevê


DESTINATÁRIO: PAOLA ANDRADE LIMA - ME
sanção pecuniária específica para os casos de descumprimento,
(CNPJ:09.476.880/0001-41)
qual seja, multa, de 2% (dois por cento) do valor do salário.

"

Fortaleza, 21 de fevereiro de 2020.


Fica a parte identificada no campo "DESTINATÁRIO", ora em local

incerto e não sabido, notificado(a) para tomar ciência do Acórdão a

seguir, cujo inteiro teor é o seguinte:

"PROCESSO nº 0001232-95.2017.5.07.0013 (ROT)

RECORRENTE: VALMIR BATISTA DO NASCIMENTO FILHO


FORTALEZA/CE, 21 de fevereiro de 2020.
RECORRIDO: PAOLA ANDRADE LIMA - ME, IMEDIATA

SERVICOS DE CONDOMINIO LTDA - ME, PL CONSTRUCOES


CESAR DE ALMEIDA MARINHO
INCORPORACOES E EMPREENDIMENTOS IMOBILIARIOS
Diretor de Secretaria
LTDA - EPP, PAOLA ANDRADE LIMA

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 123
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

RELATOR: DURVAL CESAR DE VASCONCELOS MAIA (R$98,54); abr/2017 - 8 dias (R$157,67); diferenças salariais de

janeiro/2017 e fevereiro/2017 (R$96,94); diferenças de auxílio

alimentação do período contratual, no valor de R$800,40; cestas

EMENTA básicas do período contratual, no importe de R$295,00; multa por

descumprimento da CCT (R$4.686,13); e 19 horas extras durante o

curso do contrato (R$148,77), acrescidas dos reflexos sobre: 13º

RECURSO ORDINÁRIO. MULTA PELO ATRASO NO salários (R$15,66); férias + 1/3 (R$20,88); FGTS (R$14,40) + 40%

PAGAMENTO DO 13º SALÁRIO. PREVISÃO EM CONVENÇÃO (R$5,76)."

COLETIVA DE TRABALHO DA CATEGORIA OBREIRA. Uma vez Como se vê às fls. 213/215, os embargos de declaração

que, na petição inicial, há pedido expresso de condenação das rés apresentados pelo autor foram julgados improcedentes.

no pagamento de multa pelo atraso no pagamento do 13º salário Externando seu inconformismo, o reclamante interpôs o recurso

com base em cláusula convencional específica dispondo nesse ordinário às fls. 221/228, no qual aduz que merece reforma a

sentido, deve ser reformada a decisão, na qual se entendeu pela decisão resistida, vez que o julgador monocrático, considerando

inexistência de previsão convencional quanto à aplicação da multa inexistir previsão específica no parágrafo primeiro da cláusula

sob enfoque. Recurso provido, no aspecto. MULTA EM FACE quarta da Convenção Coletiva de Trabalho quanto à aplicação de

DO DESCUMPRIMENTO DE CLÁUSULAS CONVENCIONAIS. multa convencional em face do atraso no pagamento do 13º salário,

ADOÇÃO DO MAIOR PISO SALARIAL DA CATEGORIA. Se há indeferiu o pedido, todavia, conforme indicado na incoativa, a

previsão convencional estabelecendo que, no caso de pretensão encontra abrigo no parágrafo segundo da cláusula sexta

descumprimento de qualquer cláusula da CCT que não disponha da CCT, a qual não foi analisada na sentença.

especificamente acerca de sanção pecuniária, fica a parte infratora Expõe, outrossim, que o sentenciante a quo estipulou o pagamento

sujeita ao pagamento de multa equivalente ao prejuízo de multa pelo descumprimento da Convenção Coletiva de Trabalho,

proporcionado, que não poderá ser inferior, em qualquer hipótese, limitando-a ao montante condenatório, todavia, na cláusula

ao valor do maior piso salarial a ser pago em proveito da parte quinquagésima do instrumento coletivo, há disposição clara no

prejudicada, não há razão jurídica para que aludida multa seja sentido de que aludida multa não pode ser inferior ao valor do maior

limitada ao quantum condenatório. Recurso provido, no piso salarial da categoria.

particular. Apelo conhecido e provido. Regularmente notificadas por edital, as reclamadas não

apresentaram contrarrazões.

Dispensada a remessa dos autos ao Ministério Público do Trabalho,

visto que não configuradas quaisquer das hipóteses previstas no

RELATÓRIO art. 109, do Regimento Interno deste Regional.

É o relatório.

Colhe-se da peça decisória às fls. 187/193 que o Excelentíssimo

Juiz Titular da 13ª Vara do Trabalho de Fortaleza, após discorrer

sobre as razões formadoras de seu entendimento, julgou FUNDAMENTAÇÃO

parcialmente procedentes as pretensões deduzidas na prefacial,

condenando as reclamadas a, solidariamente, pagarem o laborista

as seguintes parcelas: "aviso prévio de 30 dias (R$985,47); 06/12 I - ADMISSIBILIDADE

de férias proporcionais + 1/3 (R$656,97); 05/12 de 13º salário Considerando as informações constantes da certidão à fl. 230,

proporcional de 2017 (R$410,61); FGTS do período contratual e conheço do recurso, ratificando o despacho de admissibilidade

sobre as verbas rescisórias (aviso prévio e 13º salário) (R$512,04); exarado pelo Juízo a quo.

multa de 40% sobre o FGTS (R$204,82); multa do art. 477 da CLT II - MÉRITO

(R$985,47); 13º salário de 2016 (01/12) (R$77,05); multa prevista DA MULTA PELO ATRASO NO PAGAMENTO DO 13º SALÁRIO

no parágrafo primeiro da cláusula quarta das CCTs de 2016 e 2017, Conforme relatado, o recorrente expõe que o julgador singular,

em relação ao atraso salarial dos seguintes meses: dez/2016 - 10 considerando inexistir previsão específica no parágrafo primeiro da

dias (R$160,27); fev/2017 - 2 dias (R$39,41); mar/2017 - 5 dias cláusula quarta da Convenção Coletiva de Trabalho quanto à

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 124
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

aplicação de multa convencional em face do atraso no pagamento equivalente ao prejuízo proporcionado, não sendo inferior, em

do 13º salário, indeferiu o pedido, todavia, conforme indicado na qualquer caso, ao valor do maior piso salarial a ser pago em

peça de entrada, a pretensão encontra abrigo no parágrafo segundo favor da parte prejudicada.

da cláusula sexta da CCT, a qual não foi analisada na sentença. Ao lume do exposto, uma vez que a cláusula terceira da CCT de

Razão assiste ao recorrente. 2017 estabelece o valor de R$ 7.031,73 como maior piso salarial da

De fato, na peça inicial, há pedido expresso de condenação das rés categoria (34ª FAIXA, ANALISTA DE SEGURANÇA BANCÁRIA E

no pagamento de multa convencional pelo atraso no pagamento do PATRIMONIAL II), dou provimento ao apelo para condenar as rés a

13º salário com base no parágrafo segundo da cláusula sexta da pagarem ao reclamante multa convencional no valor de R$

CCT (fl. 11), que assim dispõe: 7.031,73.

CLÁUSULA SEXTA - PAGAMENTO DO 13° SALÁRIO As

empresas pagarão o 13° salário de 2016 na forma estipulada em

Lei.

(...) CONCLUSÃO DO VOTO

Parágrafo segundo - Fica estipulada uma multa, de 2% (dois por

cento) do valor do salário, por dia de atraso, revertido em benefício

do empregado prejudicado, salvo se a mora se operar por culpa do Recurso conhecido e provido.

empregado.

Sendo assim, dou provimento ao apelo ordinário para condenar as

promovidas a pagarem ao recorrente a multa estatuída no parágrafo DISPOSITIVO

segundo da cláusula sexta da Convenção Coletiva de Trabalho de

2016 (fl. 28 e seguintes)

Recurso provido, no aspecto.

DA MULTA PELO DESCUMPRIMENTO DA CONVENÇÃO

COLETIVA DE TRABALHO

Como já relatado, o recorrente propugna que o sentenciante a quo,

ao condenar as rés no pagamento da multa estabelecida na

cláusula quinquagésima da Convenção Coletiva de Trabalho, limitou

-a ao valor da condenação, todavia, na mencionada cláusula, há ACORDAM OS DESEMBARGADORES DA 1ª TURMA DO

disposição clara no sentido de que aludida multa não pode ser TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 7ª REGIÃO, por

inferior ao maior piso salarial da categoria. unanimidade, conhecer e dar provimento ao recurso para incluir na

De fato, merece reforma a decisão. condenação as seguintes verbas: multa estatuída no parágrafo

Como se observa na decisão objurgada, o sentenciante segundo da cláusula sexta da Convenção Coletiva de Trabalho de

monocrático condenou as rés ao pagamento da multa estabelecida 2016 e multa estabelecida na cláusula quinquagésima da CCT de

na cláusula quinquagésima da CCT de 2017, mas no valor de R$ 2017 no valor de R$ 7.031,73. Vencida a Desembargadora Regina

4.686,13, entrementes, a cláusula em alusão dispõe, Gláucia Cavalcante Nepomuceno, que não incluía a multa

inequivocamente, que, no caso de descumprimento de qualquer estabelecida na cláusula quinquagésima da CCT de 2017.

cláusula da CCT que não disponha especificamente acerca de Participaram do julgamento os Desembargadores Durval César de

sanção pecuniária, fica a parte infratora sujeita ao pagamento de Vasconcelos Maia (Presidente e Relator), Maria Roseli Mendes

multa equivalente ao prejuízo proporcionado, que não poderá ser Alencar e Regina Gláucia Cavalcante Nepomuceno. Presente,

inferior , em qualquer hipótese, ao valor do maior piso salarial a ser ainda, o Procurador Regional do Trabalho, Francisco Gérson

pago em proveito da parte prejudicada. Veja-se: Marques de Lima. Fortaleza, 12 de fevereiro de 2020.

CLÁUSULA QUINQUAGÉSIMA - MULTA POR

DESCUMPRIMENTO

Na hipótese de descumprimento de qualquer cláusula da presente

Convenção Coletiva de Trabalho, sem previsão de sanção DURVAL CESAR DE VASCONCELOS MAIA

pecuniária específica, fica a parte infratora sujeita à multa Relator

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 125
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

JUSTIÇA DO TRABALHO

TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO 7ª REGIÃO

VOTOS Gab. Des. Durval Cesar de Vasconcelos Maia

PROCESSO: 0001232-95.2017.5.07.0013

CLASSE: Recurso Ordinário Trabalhista

Voto do(a) Des(a). REGINA GLAUCIA CAVALCANTE

NEPOMUCENO / Gab. Des. Regina Gláucia Cavalcante RECORRENTE: VALMIR BATISTA DO NASCIMENTO FILHO

Nepomuceno RECORRIDO: PAOLA ANDRADE LIMA - ME e outros (4)

Entendo que a aplicação da CLÁUSULA QUINQUAGÉSIMA seja EDITAL PJe-JT

um típico caso de "bis in idem" pois a CLÁUSULA SEXTA já prevê

sanção pecuniária específica para os casos de descumprimento, DESTINATÁRIO: IMEDIATA SERVICOS DE CONDOMINIO LTDA -

qual seja, multa, de 2% (dois por cento) do valor do salário. ME (CNPJ:13.058.795/0001-30)

"

Fortaleza, 21 de fevereiro de 2020. Fica a parte identificada no campo "DESTINATÁRIO", ora em local

incerto e não sabido, notificado(a) para tomar ciência do Acórdão a

seguir, cujo inteiro teor é o seguinte:

"PROCESSO nº 0001232-95.2017.5.07.0013 (ROT)

RECORRENTE: VALMIR BATISTA DO NASCIMENTO FILHO

FORTALEZA/CE, 21 de fevereiro de 2020. RECORRIDO: PAOLA ANDRADE LIMA - ME, IMEDIATA

SERVICOS DE CONDOMINIO LTDA - ME, PL CONSTRUCOES

CESAR DE ALMEIDA MARINHO INCORPORACOES E EMPREENDIMENTOS IMOBILIARIOS

Diretor de Secretaria LTDA - EPP, PAOLA ANDRADE LIMA

RELATOR: DURVAL CESAR DE VASCONCELOS MAIA


Processo Nº ROT-0001232-95.2017.5.07.0013
Relator DURVAL CESAR DE VASCONCELOS
MAIA
RECORRENTE VALMIR BATISTA DO NASCIMENTO
FILHO EMENTA
SU-HELEN TEIXEIRA ADVOGADO(OAB: 23901/CE)
DEDE E PACHECO
RECORRIDO PL CONSTRUCOES
INCORPORACOES E
EMPREENDIMENTOS IMOBILIARIOS RECURSO ORDINÁRIO. MULTA PELO ATRASO NO
LTDA - EPP
RECORRIDO IMEDIATA SERVICOS DE PAGAMENTO DO 13º SALÁRIO. PREVISÃO EM CONVENÇÃO
CONDOMINIO LTDA - ME
COLETIVA DE TRABALHO DA CATEGORIA OBREIRA. Uma vez
RECORRIDO PAOLA ANDRADE LIMA - ME
RECORRIDO PAOLA ANDRADE LIMA que, na petição inicial, há pedido expresso de condenação das rés

no pagamento de multa pelo atraso no pagamento do 13º salário


Intimado(s)/Citado(s):
com base em cláusula convencional específica dispondo nesse
- IMEDIATA SERVICOS DE CONDOMINIO LTDA - ME
sentido, deve ser reformada a decisão, na qual se entendeu pela

inexistência de previsão convencional quanto à aplicação da multa

sob enfoque. Recurso provido, no aspecto. MULTA EM FACE


PODER JUDICIÁRIO DO DESCUMPRIMENTO DE CLÁUSULAS CONVENCIONAIS.
JUSTIÇA DO TRABALHO ADOÇÃO DO MAIOR PISO SALARIAL DA CATEGORIA. Se há

previsão convencional estabelecendo que, no caso de

descumprimento de qualquer cláusula da CCT que não disponha


PODER JUDICIÁRIO FEDERAL

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 126
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

especificamente acerca de sanção pecuniária, fica a parte infratora Expõe, outrossim, que o sentenciante a quo estipulou o pagamento

sujeita ao pagamento de multa equivalente ao prejuízo de multa pelo descumprimento da Convenção Coletiva de Trabalho,

proporcionado, que não poderá ser inferior, em qualquer hipótese, limitando-a ao montante condenatório, todavia, na cláusula

ao valor do maior piso salarial a ser pago em proveito da parte quinquagésima do instrumento coletivo, há disposição clara no

prejudicada, não há razão jurídica para que aludida multa seja sentido de que aludida multa não pode ser inferior ao valor do maior

limitada ao quantum condenatório. Recurso provido, no piso salarial da categoria.

particular. Apelo conhecido e provido. Regularmente notificadas por edital, as reclamadas não

apresentaram contrarrazões.

Dispensada a remessa dos autos ao Ministério Público do Trabalho,

visto que não configuradas quaisquer das hipóteses previstas no

RELATÓRIO art. 109, do Regimento Interno deste Regional.

É o relatório.

Colhe-se da peça decisória às fls. 187/193 que o Excelentíssimo

Juiz Titular da 13ª Vara do Trabalho de Fortaleza, após discorrer

sobre as razões formadoras de seu entendimento, julgou FUNDAMENTAÇÃO

parcialmente procedentes as pretensões deduzidas na prefacial,

condenando as reclamadas a, solidariamente, pagarem o laborista

as seguintes parcelas: "aviso prévio de 30 dias (R$985,47); 06/12 I - ADMISSIBILIDADE

de férias proporcionais + 1/3 (R$656,97); 05/12 de 13º salário Considerando as informações constantes da certidão à fl. 230,

proporcional de 2017 (R$410,61); FGTS do período contratual e conheço do recurso, ratificando o despacho de admissibilidade

sobre as verbas rescisórias (aviso prévio e 13º salário) (R$512,04); exarado pelo Juízo a quo.

multa de 40% sobre o FGTS (R$204,82); multa do art. 477 da CLT II - MÉRITO

(R$985,47); 13º salário de 2016 (01/12) (R$77,05); multa prevista DA MULTA PELO ATRASO NO PAGAMENTO DO 13º SALÁRIO

no parágrafo primeiro da cláusula quarta das CCTs de 2016 e 2017, Conforme relatado, o recorrente expõe que o julgador singular,

em relação ao atraso salarial dos seguintes meses: dez/2016 - 10 considerando inexistir previsão específica no parágrafo primeiro da

dias (R$160,27); fev/2017 - 2 dias (R$39,41); mar/2017 - 5 dias cláusula quarta da Convenção Coletiva de Trabalho quanto à

(R$98,54); abr/2017 - 8 dias (R$157,67); diferenças salariais de aplicação de multa convencional em face do atraso no pagamento

janeiro/2017 e fevereiro/2017 (R$96,94); diferenças de auxílio do 13º salário, indeferiu o pedido, todavia, conforme indicado na

alimentação do período contratual, no valor de R$800,40; cestas peça de entrada, a pretensão encontra abrigo no parágrafo segundo

básicas do período contratual, no importe de R$295,00; multa por da cláusula sexta da CCT, a qual não foi analisada na sentença.

descumprimento da CCT (R$4.686,13); e 19 horas extras durante o Razão assiste ao recorrente.

curso do contrato (R$148,77), acrescidas dos reflexos sobre: 13º De fato, na peça inicial, há pedido expresso de condenação das rés

salários (R$15,66); férias + 1/3 (R$20,88); FGTS (R$14,40) + 40% no pagamento de multa convencional pelo atraso no pagamento do

(R$5,76)." 13º salário com base no parágrafo segundo da cláusula sexta da

Como se vê às fls. 213/215, os embargos de declaração CCT (fl. 11), que assim dispõe:

apresentados pelo autor foram julgados improcedentes. CLÁUSULA SEXTA - PAGAMENTO DO 13° SALÁRIO As

Externando seu inconformismo, o reclamante interpôs o recurso empresas pagarão o 13° salário de 2016 na forma estipulada em

ordinário às fls. 221/228, no qual aduz que merece reforma a Lei.

decisão resistida, vez que o julgador monocrático, considerando (...)

inexistir previsão específica no parágrafo primeiro da cláusula Parágrafo segundo - Fica estipulada uma multa, de 2% (dois por

quarta da Convenção Coletiva de Trabalho quanto à aplicação de cento) do valor do salário, por dia de atraso, revertido em benefício

multa convencional em face do atraso no pagamento do 13º salário, do empregado prejudicado, salvo se a mora se operar por culpa do

indeferiu o pedido, todavia, conforme indicado na incoativa, a empregado.

pretensão encontra abrigo no parágrafo segundo da cláusula sexta Sendo assim, dou provimento ao apelo ordinário para condenar as

da CCT, a qual não foi analisada na sentença. promovidas a pagarem ao recorrente a multa estatuída no parágrafo

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 127
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

segundo da cláusula sexta da Convenção Coletiva de Trabalho de

2016 (fl. 28 e seguintes)

Recurso provido, no aspecto.

DA MULTA PELO DESCUMPRIMENTO DA CONVENÇÃO

COLETIVA DE TRABALHO

Como já relatado, o recorrente propugna que o sentenciante a quo,

ao condenar as rés no pagamento da multa estabelecida na

cláusula quinquagésima da Convenção Coletiva de Trabalho, limitou

-a ao valor da condenação, todavia, na mencionada cláusula, há ACORDAM OS DESEMBARGADORES DA 1ª TURMA DO

disposição clara no sentido de que aludida multa não pode ser TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 7ª REGIÃO, por

inferior ao maior piso salarial da categoria. unanimidade, conhecer e dar provimento ao recurso para incluir na

De fato, merece reforma a decisão. condenação as seguintes verbas: multa estatuída no parágrafo

Como se observa na decisão objurgada, o sentenciante segundo da cláusula sexta da Convenção Coletiva de Trabalho de

monocrático condenou as rés ao pagamento da multa estabelecida 2016 e multa estabelecida na cláusula quinquagésima da CCT de

na cláusula quinquagésima da CCT de 2017, mas no valor de R$ 2017 no valor de R$ 7.031,73. Vencida a Desembargadora Regina

4.686,13, entrementes, a cláusula em alusão dispõe, Gláucia Cavalcante Nepomuceno, que não incluía a multa

inequivocamente, que, no caso de descumprimento de qualquer estabelecida na cláusula quinquagésima da CCT de 2017.

cláusula da CCT que não disponha especificamente acerca de Participaram do julgamento os Desembargadores Durval César de

sanção pecuniária, fica a parte infratora sujeita ao pagamento de Vasconcelos Maia (Presidente e Relator), Maria Roseli Mendes

multa equivalente ao prejuízo proporcionado, que não poderá ser Alencar e Regina Gláucia Cavalcante Nepomuceno. Presente,

inferior , em qualquer hipótese, ao valor do maior piso salarial a ser ainda, o Procurador Regional do Trabalho, Francisco Gérson

pago em proveito da parte prejudicada. Veja-se: Marques de Lima. Fortaleza, 12 de fevereiro de 2020.

CLÁUSULA QUINQUAGÉSIMA - MULTA POR

DESCUMPRIMENTO

Na hipótese de descumprimento de qualquer cláusula da presente

Convenção Coletiva de Trabalho, sem previsão de sanção DURVAL CESAR DE VASCONCELOS MAIA

pecuniária específica, fica a parte infratora sujeita à multa Relator

equivalente ao prejuízo proporcionado, não sendo inferior, em

qualquer caso, ao valor do maior piso salarial a ser pago em

favor da parte prejudicada. VOTOS

Ao lume do exposto, uma vez que a cláusula terceira da CCT de

2017 estabelece o valor de R$ 7.031,73 como maior piso salarial da

categoria (34ª FAIXA, ANALISTA DE SEGURANÇA BANCÁRIA E

PATRIMONIAL II), dou provimento ao apelo para condenar as rés a

pagarem ao reclamante multa convencional no valor de R$ Voto do(a) Des(a). REGINA GLAUCIA CAVALCANTE

7.031,73. NEPOMUCENO / Gab. Des. Regina Gláucia Cavalcante

Nepomuceno

CONCLUSÃO DO VOTO Entendo que a aplicação da CLÁUSULA QUINQUAGÉSIMA seja

um típico caso de "bis in idem" pois a CLÁUSULA SEXTA já prevê

sanção pecuniária específica para os casos de descumprimento,

Recurso conhecido e provido. qual seja, multa, de 2% (dois por cento) do valor do salário.

"

DISPOSITIVO Fortaleza, 21 de fevereiro de 2020.

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 128
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

incerto e não sabido, notificado(a) para tomar ciência do Acórdão a

seguir, cujo inteiro teor é o seguinte:

"PROCESSO nº 0001232-95.2017.5.07.0013 (ROT)

RECORRENTE: VALMIR BATISTA DO NASCIMENTO FILHO

FORTALEZA/CE, 21 de fevereiro de 2020. RECORRIDO: PAOLA ANDRADE LIMA - ME, IMEDIATA

SERVICOS DE CONDOMINIO LTDA - ME, PL CONSTRUCOES

CESAR DE ALMEIDA MARINHO INCORPORACOES E EMPREENDIMENTOS IMOBILIARIOS

Diretor de Secretaria LTDA - EPP, PAOLA ANDRADE LIMA

RELATOR: DURVAL CESAR DE VASCONCELOS MAIA


Processo Nº ROT-0001232-95.2017.5.07.0013
Relator DURVAL CESAR DE VASCONCELOS
MAIA
RECORRENTE VALMIR BATISTA DO NASCIMENTO
FILHO EMENTA
SU-HELEN TEIXEIRA ADVOGADO(OAB: 23901/CE)
DEDE E PACHECO
RECORRIDO PL CONSTRUCOES
INCORPORACOES E
EMPREENDIMENTOS IMOBILIARIOS RECURSO ORDINÁRIO. MULTA PELO ATRASO NO
LTDA - EPP
RECORRIDO IMEDIATA SERVICOS DE PAGAMENTO DO 13º SALÁRIO. PREVISÃO EM CONVENÇÃO
CONDOMINIO LTDA - ME
COLETIVA DE TRABALHO DA CATEGORIA OBREIRA. Uma vez
RECORRIDO PAOLA ANDRADE LIMA - ME
RECORRIDO PAOLA ANDRADE LIMA que, na petição inicial, há pedido expresso de condenação das rés

no pagamento de multa pelo atraso no pagamento do 13º salário


Intimado(s)/Citado(s):
com base em cláusula convencional específica dispondo nesse
- PL CONSTRUCOES INCORPORACOES E
EMPREENDIMENTOS IMOBILIARIOS LTDA - EPP sentido, deve ser reformada a decisão, na qual se entendeu pela

inexistência de previsão convencional quanto à aplicação da multa

sob enfoque. Recurso provido, no aspecto. MULTA EM FACE

DO DESCUMPRIMENTO DE CLÁUSULAS CONVENCIONAIS.


PODER JUDICIÁRIO
ADOÇÃO DO MAIOR PISO SALARIAL DA CATEGORIA. Se há
JUSTIÇA DO TRABALHO
previsão convencional estabelecendo que, no caso de

descumprimento de qualquer cláusula da CCT que não disponha


PODER JUDICIÁRIO FEDERAL especificamente acerca de sanção pecuniária, fica a parte infratora
JUSTIÇA DO TRABALHO sujeita ao pagamento de multa equivalente ao prejuízo
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO 7ª REGIÃO proporcionado, que não poderá ser inferior, em qualquer hipótese,
Gab. Des. Durval Cesar de Vasconcelos Maia ao valor do maior piso salarial a ser pago em proveito da parte

prejudicada, não há razão jurídica para que aludida multa seja

limitada ao quantum condenatório. Recurso provido, no


PROCESSO: 0001232-95.2017.5.07.0013 particular. Apelo conhecido e provido.
CLASSE: Recurso Ordinário Trabalhista

RECORRENTE: VALMIR BATISTA DO NASCIMENTO FILHO

RECORRIDO: PAOLA ANDRADE LIMA - ME e outros (4) RELATÓRIO

EDITAL PJe-JT Colhe-se da peça decisória às fls. 187/193 que o Excelentíssimo

Juiz Titular da 13ª Vara do Trabalho de Fortaleza, após discorrer


DESTINATÁRIO: PL CONSTRUCOES INCORPORACOES E sobre as razões formadoras de seu entendimento, julgou
EMPREENDIMENTOS IMOBILIARIOS LTDA - EPP parcialmente procedentes as pretensões deduzidas na prefacial,
(CNPJ:11.938.231/0001-67) condenando as reclamadas a, solidariamente, pagarem o laborista
Fica a parte identificada no campo "DESTINATÁRIO", ora em local as seguintes parcelas: "aviso prévio de 30 dias (R$985,47); 06/12

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de férias proporcionais + 1/3 (R$656,97); 05/12 de 13º salário Considerando as informações constantes da certidão à fl. 230,

proporcional de 2017 (R$410,61); FGTS do período contratual e conheço do recurso, ratificando o despacho de admissibilidade

sobre as verbas rescisórias (aviso prévio e 13º salário) (R$512,04); exarado pelo Juízo a quo.

multa de 40% sobre o FGTS (R$204,82); multa do art. 477 da CLT II - MÉRITO

(R$985,47); 13º salário de 2016 (01/12) (R$77,05); multa prevista DA MULTA PELO ATRASO NO PAGAMENTO DO 13º SALÁRIO

no parágrafo primeiro da cláusula quarta das CCTs de 2016 e 2017, Conforme relatado, o recorrente expõe que o julgador singular,

em relação ao atraso salarial dos seguintes meses: dez/2016 - 10 considerando inexistir previsão específica no parágrafo primeiro da

dias (R$160,27); fev/2017 - 2 dias (R$39,41); mar/2017 - 5 dias cláusula quarta da Convenção Coletiva de Trabalho quanto à

(R$98,54); abr/2017 - 8 dias (R$157,67); diferenças salariais de aplicação de multa convencional em face do atraso no pagamento

janeiro/2017 e fevereiro/2017 (R$96,94); diferenças de auxílio do 13º salário, indeferiu o pedido, todavia, conforme indicado na

alimentação do período contratual, no valor de R$800,40; cestas peça de entrada, a pretensão encontra abrigo no parágrafo segundo

básicas do período contratual, no importe de R$295,00; multa por da cláusula sexta da CCT, a qual não foi analisada na sentença.

descumprimento da CCT (R$4.686,13); e 19 horas extras durante o Razão assiste ao recorrente.

curso do contrato (R$148,77), acrescidas dos reflexos sobre: 13º De fato, na peça inicial, há pedido expresso de condenação das rés

salários (R$15,66); férias + 1/3 (R$20,88); FGTS (R$14,40) + 40% no pagamento de multa convencional pelo atraso no pagamento do

(R$5,76)." 13º salário com base no parágrafo segundo da cláusula sexta da

Como se vê às fls. 213/215, os embargos de declaração CCT (fl. 11), que assim dispõe:

apresentados pelo autor foram julgados improcedentes. CLÁUSULA SEXTA - PAGAMENTO DO 13° SALÁRIO As

Externando seu inconformismo, o reclamante interpôs o recurso empresas pagarão o 13° salário de 2016 na forma estipulada em

ordinário às fls. 221/228, no qual aduz que merece reforma a Lei.

decisão resistida, vez que o julgador monocrático, considerando (...)

inexistir previsão específica no parágrafo primeiro da cláusula Parágrafo segundo - Fica estipulada uma multa, de 2% (dois por

quarta da Convenção Coletiva de Trabalho quanto à aplicação de cento) do valor do salário, por dia de atraso, revertido em benefício

multa convencional em face do atraso no pagamento do 13º salário, do empregado prejudicado, salvo se a mora se operar por culpa do

indeferiu o pedido, todavia, conforme indicado na incoativa, a empregado.

pretensão encontra abrigo no parágrafo segundo da cláusula sexta Sendo assim, dou provimento ao apelo ordinário para condenar as

da CCT, a qual não foi analisada na sentença. promovidas a pagarem ao recorrente a multa estatuída no parágrafo

Expõe, outrossim, que o sentenciante a quo estipulou o pagamento segundo da cláusula sexta da Convenção Coletiva de Trabalho de

de multa pelo descumprimento da Convenção Coletiva de Trabalho, 2016 (fl. 28 e seguintes)

limitando-a ao montante condenatório, todavia, na cláusula Recurso provido, no aspecto.

quinquagésima do instrumento coletivo, há disposição clara no DA MULTA PELO DESCUMPRIMENTO DA CONVENÇÃO

sentido de que aludida multa não pode ser inferior ao valor do maior COLETIVA DE TRABALHO

piso salarial da categoria. Como já relatado, o recorrente propugna que o sentenciante a quo,

Regularmente notificadas por edital, as reclamadas não ao condenar as rés no pagamento da multa estabelecida na

apresentaram contrarrazões. cláusula quinquagésima da Convenção Coletiva de Trabalho, limitou

Dispensada a remessa dos autos ao Ministério Público do Trabalho, -a ao valor da condenação, todavia, na mencionada cláusula, há

visto que não configuradas quaisquer das hipóteses previstas no disposição clara no sentido de que aludida multa não pode ser

art. 109, do Regimento Interno deste Regional. inferior ao maior piso salarial da categoria.

É o relatório. De fato, merece reforma a decisão.

Como se observa na decisão objurgada, o sentenciante

monocrático condenou as rés ao pagamento da multa estabelecida

na cláusula quinquagésima da CCT de 2017, mas no valor de R$

FUNDAMENTAÇÃO 4.686,13, entrementes, a cláusula em alusão dispõe,

inequivocamente, que, no caso de descumprimento de qualquer

cláusula da CCT que não disponha especificamente acerca de

I - ADMISSIBILIDADE sanção pecuniária, fica a parte infratora sujeita ao pagamento de

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multa equivalente ao prejuízo proporcionado, que não poderá ser Alencar e Regina Gláucia Cavalcante Nepomuceno. Presente,

inferior , em qualquer hipótese, ao valor do maior piso salarial a ser ainda, o Procurador Regional do Trabalho, Francisco Gérson

pago em proveito da parte prejudicada. Veja-se: Marques de Lima. Fortaleza, 12 de fevereiro de 2020.

CLÁUSULA QUINQUAGÉSIMA - MULTA POR

DESCUMPRIMENTO

Na hipótese de descumprimento de qualquer cláusula da presente

Convenção Coletiva de Trabalho, sem previsão de sanção DURVAL CESAR DE VASCONCELOS MAIA

pecuniária específica, fica a parte infratora sujeita à multa Relator

equivalente ao prejuízo proporcionado, não sendo inferior, em

qualquer caso, ao valor do maior piso salarial a ser pago em

favor da parte prejudicada. VOTOS

Ao lume do exposto, uma vez que a cláusula terceira da CCT de

2017 estabelece o valor de R$ 7.031,73 como maior piso salarial da

categoria (34ª FAIXA, ANALISTA DE SEGURANÇA BANCÁRIA E

PATRIMONIAL II), dou provimento ao apelo para condenar as rés a

pagarem ao reclamante multa convencional no valor de R$ Voto do(a) Des(a). REGINA GLAUCIA CAVALCANTE

7.031,73. NEPOMUCENO / Gab. Des. Regina Gláucia Cavalcante

Nepomuceno

CONCLUSÃO DO VOTO Entendo que a aplicação da CLÁUSULA QUINQUAGÉSIMA seja

um típico caso de "bis in idem" pois a CLÁUSULA SEXTA já prevê

sanção pecuniária específica para os casos de descumprimento,

Recurso conhecido e provido. qual seja, multa, de 2% (dois por cento) do valor do salário.

"

DISPOSITIVO Fortaleza, 21 de fevereiro de 2020.

FORTALEZA/CE, 21 de fevereiro de 2020.

CESAR DE ALMEIDA MARINHO

Diretor de Secretaria

ACORDAM OS DESEMBARGADORES DA 1ª TURMA DO


Processo Nº AP-0001784-20.2013.5.07.0007
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 7ª REGIÃO, por Relator ANTONIO TEOFILO FILHO
unanimidade, conhecer e dar provimento ao recurso para incluir na AGRAVANTE MUNICIPIO DE FORTALEZA
AGRAVADO CINTIA NOVAIS CAVALCANTE
condenação as seguintes verbas: multa estatuída no parágrafo
ROCHELLY GOMES ADVOGADO(OAB: 27756/CE)
segundo da cláusula sexta da Convenção Coletiva de Trabalho de FREIRE
AGRAVADO INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO
2016 e multa estabelecida na cláusula quinquagésima da CCT de TECNOLOGICO E APOIO A GESTAO
EM SAUDE
2017 no valor de R$ 7.031,73. Vencida a Desembargadora Regina
AGRAVADO SAMIA CAVALCANTE PEREIRA
Gláucia Cavalcante Nepomuceno, que não incluía a multa ROCHELLY GOMES ADVOGADO(OAB: 27756/CE)
FREIRE
estabelecida na cláusula quinquagésima da CCT de 2017.
CUSTOS LEGIS MINISTERIO PUBLICO DO
Participaram do julgamento os Desembargadores Durval César de TRABALHO

Vasconcelos Maia (Presidente e Relator), Maria Roseli Mendes


Intimado(s)/Citado(s):

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- INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO TECNOLOGICO E


APOIO A GESTAO EM SAUDE execução, postular a reanálise de matéria atinente à fase de

conhecimento, sob pena de ofensa ao disposto no artigo 5º, inciso

XXXVI, da Constituição Federal/88. Inaplicável a tese recursal

embasada no § 5º do art. 884 da CLT, por força de sua


PODER JUDICIÁRIO
inconstitucionalidade declarada pelo Pleno deste Tribunal.
JUSTIÇA DO TRABALHO
AGRAVO DE PETIÇÃO. EXECUÇÃO. DEVEDOR SUBSIDIÁRIO.

Não encontrado bens do devedor principal, correta a decisão que


PODER JUDICIÁRIO FEDERAL manda citar o devedor subsidiário, nos termos do art. 535, do CPC,
JUSTIÇA DO TRABALHO por ser Fazenda Pública, para, querendo, embargar a execução.
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO 7ª REGIÃO INEXIGIBILIDADE DA CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA.O
Gab. Juiz Convocado Antônio Teófilo Filho tomador dos serviços, no caso o Município de Fortaleza, responde,

de forma subsidiária, pelo inadimplemento de todas as obrigações

trabalhistas devidas ao empregado, inclusive multas e encargos


PROCESSO: 0001784-20.2013.5.07.0007 previdenciários, consoante inciso VI, da Súmula 331, do C.TST.
CLASSE: Agravo de Petição

AGRAVANTE: MUNICIPIO DE FORTALEZA RELATÓRIO


AGRAVADO: CINTIA NOVAIS CAVALCANTE e outros (3)

Trata-se de Agravo de Petição interposto pelo Município de


EDITAL PJe-JT Fortaleza em face da sentença de fls. 132/135 que julgou

procedentes em parte os Embargos à Execução por ele interpostos.


DESTINATÁRIO: INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO Alega, a inexigibilidade do título executivo, por entender ser este
TECNOLOGICO E APOIO A GESTAO EM SAUDE incompatível com a Constituição Federal, bem assim a
Fica a parte identificada no campo "DESTINATÁRIO", ora em local inobservância da gradação das responsabilidades, defendendo que
incerto e não sabido, notificado(a) para tomar ciência do Acórdão a a execução deveria prosseguir em relação ao patrimônio do
seguir, cujo inteiro teor é o seguinte: responsável principal, e somente após comprovada sua
"PROCESSO nº 0001784-20.2013.5.07.0007 (AP) insuficiência patrimonial é que o agravante deveria ser citado para
AGRAVANTE: MUNICIPIO DE FORTALEZA pagar a execução. Defende, ainda, que não pode ser
AGRAVADO: CINTIA NOVAIS CAVALCANTE, SAMIA responsabilizado pelo pagamento da contribuição previdenciária, eis
CAVALCANTE PEREIRA, INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO que a responsabilidade subsidiária somente deve ser aplicada em
TECNOLOGICO E APOIO A GESTAO EM SAUDE relação aos créditos trabalhistas, restando patente que o título
RELATOR: ANTONIO TEOFILO FILHO exequendo carece de exigibilidade.

Regularmente citada, a exequente não apresentou contraminuta ao

Agravo de petição, conforme certidão de fl. 155.


EMENTA A Procuradoria Regional do Trabalho apresentou manifestação às

fls. 158/159.

AGRAVO DE PETIÇÃO. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA.

SÚMULA 331 DO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO. FUNDAMENTAÇÃO


INEXIGIBILIDADE DO TÍTULO JUDICIAL. AFRONTA À DECISÃO

PROFERIDA NA ADC N. 16. INOCORRÊNCIA. OFENSA AO

PRINCÍPIO DA COISA JULGADA MATERIAL.Tendo a decisão REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE


exequenda estabelecido expressamente a responsabilidade Atendidos os requisitos extrínsecos de admissibilidade -
subsidiária do Município de Fortaleza, resulta, que, ante a incidência tempestividade e capacidade postulatória - e delimitados a matéria
da coisa julgada, não pode a agravante, agora, em sede de e os valores impugnados, nos termos do art. 897, §1º, da CLT,

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passo ao exame do Agravo de Petição. Ademais, a matéria em apreço já foi objeto de decisão da 1ª Turma

INEXIGIBILIDADE DE TÍTULO EXECUTIVO desta Corte de Trabalho, a saber:

O Município de Fortaleza interpôs agravo de petição, pugnando pela "RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. SÚMULA 331 DO

reconhecimento da inexigibilidade do título executivo, sob o TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO. INEXIGIGIBILIDADE DO

fundamento de que houve, com relação à aplicação da TÍTULO JUDICIAL. MODIFICAÇÃO DA COISA JULGADA. A

responsabilidade subsidiária ao Ente Estatal, uma interpretação rediscussão de matéria acobertada pelo manto da coisa julgada

incompatível com a Constituição Federal, suscitando a aplicação do resta incabível através de agravo de petição, nos termos do art.

art. 884, §5º, da CLT, art. 917, I, do CPC e art. 769 da CLT, pois o 884, §1º, do Texto Consolidado. Ressalte-se que, operando-se a

STF já declarou na ADC nº 16 a constitucionalidade do §1º do art. "res judicata", a decisão torna-se insuscetível de alteração, salvo

71 da Lei 8.666/1993. Suscita, dessa forma, rediscussão acerca da por meio de ação rescisória (art. 836 do diploma legal retrocitado).

responsabilidade subsidiária da municipalidade. BENEFÍCIO DE ORDEM. REDIRECIONAMENTO DA EXECUÇÃO

Sem razão. CONTRA O RESPONSÁVEL SUBSIDIÁRIO. DESNECESSIDADE

Vejamos. DE PERSECUÇÃO ANTERIOR DOS BENS DOS SÓCIOS DO

O instituto da coisa julgada (art. 502, CPC/2015) torna imutável e DEVEDOR PRINCIPAL. Conforme reiterada jurisprudência do TST,

indiscutível a decisão a quo não mais passível de recurso. inexiste, no ordenamento jurídico pátrio, qualquer norma instituidora

A matéria que o agravante busca ressuscitar na fase de execução de benefício de ordem que privilegie o responsável subsidiário em

para fundamentar o seu pedido de inexigibilidade do título, já foi detrimento dos sócios do devedor principal. Possível, pois, o

devidamente analisada na fase de conhecimento, estando, pois, redirecionamento da execução contra o responsável subsidiário, tão

acobertada pelo manto da coisa julgada. logo verificada a inexistência de bens em nome do principal, sendo

Acrescente-se que na presente fase processual não se pode desnecessário que se proceda à anterior desconsideração da

modificar ou inovar a sentença liquidanda, nem discutir questão já personalidade jurídica deste. JUROS DA MORA - FAZENDA

analisada na fase de conhecimento, sob pena de se ofender o art. PÚBLICA - RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA -

5º, inciso XXXVI, da Lei Maior. INAPLICABILIDADE DA MEDIDA PROVISÓRIA N.° 2.180-35- o

Ademais, em recente decisão o Pleno deste Regional acolheu o dispositivo previsto no art. 1º-F, da Lei 9.494/97 tem por objeto as

incidente de inconstitucionalidade suscitado nos autos do processo dívidas da Fazenda Pública, enquanto devedora direta ou principal,

n.º 026600-02.2005.5.07.0022 e declarou, por unanimidade, a não se aplicando aquela disposição legal às hipóteses em que o

inconstitucionalidade material do §5.º do artigo 884 da CLT, por ferir Ente Público é reconhecido apenas como devedor subsidiário.

o princípio constitucional insculpido no art. 5º, inciso XXXVI, e Processo 0000210-61.2015.5.07.0016 Agravo de Petição.

também em razão de o referido dispositivo legal ter sido introduzido Desembargadora Relatora: REGINA GLAUCIA CAVALCANTE

no nosso ordenamento jurídico por intermédio de medida provisória, NEPOMUCENO; Data do Julgamento: 27/07/2016.

sem a observância dos requisitos da relevância e urgência, próprios Coleciono ainda decisão da 3ª Turma desde Regional quanto a

dessa medida, que não se configuram em questões processuais presente matéria.

dessa natureza. "AGRAVO DE PETIÇÃO. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA

Em face da relevância de tal decisão e por medida de economia DO ENTE PÚBLICO. COISA JULGADA. O reconhecimento da

processual declaro, incidentalmente, a inconstitucionalidade do responsabilidade subsidiária do ora agravante, o qual se deu em

disposto no § 5º, do artigo 884 da CLT ao presente caso, conforme consonância com os termos prescritos pelo posicionamento do STF

autoriza o disposto no parágrafo único do art. 481 do CPC que na ADC 16/DF, constitui matéria protegida pelo manto da "res

assim dispõe: "Os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão judicata", não havendo se falar, por conseguinte, em inexigibilidade

ao plenário, ou a órgão especial, a arguição de do título executivo, nos moldes preceituados nos arts. 884, § 5º, da

inconstitucionalidade, quando já houver pronunciamento destes ou CLT e 741, II, parágrafo único, do CPC/73, cuja redação resta

do plenário do Supremo Tribunal Federal sobre a questão". mantida no art. 535, III, § 5º, do NCPC." Processo nº 0000585-

Assim sendo, inviável o acatamento da arguição da inexigibilidade 93.2014.5.07.0017; Relator: Des. JOSE ANTONIO PARENTE DA

do título executivo com fulcro em artigo declarado inconstitucional SILVA; Julgamento: 13/10/2016

por esta Corte, devendo ser mantida a decisão de origem que Nego provimento.

estabeleceu a impossibilidade de modificação da coisa julgada pela RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. BENEFÍCIO DE ORDEM.

via ora eleita. Em suas razões, o agravante alega, em suma, que a aplicação da

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subsidiaridade na presente execução deve observar o princípio da do CPC, bem como no art. 827, do CC, in verbis:

gradação das responsabilidades, devendo ser perseguido o " Art. 794. O fiador, quando executado, tem o direito de exigir que

patrimônio do responsável principal e, somente no caso de primeiro sejam executados os bens do devedor situados na mesma

insuficiência patrimonial para saldar o débito, é que o Município de comarca, livres e desembargados, indicando-os

Fortaleza poderia ter sido citado para a execução. pormenorizadamente à penhora.

Razão não lhe assiste. § 1oOs bens do fiador ficarão sujeitos à execução se os do devedor,

Do exame dos autos, observa-se que o Juízo de origem determinou situados na mesma comarca que os seus, forem insuficientes à

a expedição de ofício eletrônico BACENJUD, com a finalidade de satisfação do direito do credor."

bloquear patrimônio financeiro nas contas bancárias da executada, "Art. 827. O fiador demandado pelo pagamento da dívida tem direito

INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO E APOIO A a exigir, até a contestação da lide, que sejam primeiro executados

GESTÃO EM SAÚDE, bem como a inclusão dos dados cadastrais os bens do devedor.

da devedora no Banco Nacional de Devedores Trabalhistas. Parágrafo único. O fiador que alegar o benefício de ordem, a que se

Em seguida, autorizou o redirecionamento da execução ao refere este artigo, deve nomear bens do devedor, sitos no mesmo

patrimônio do devedor subsidiário (Município de Fortaleza), senão município, livres e desembargados, quantos bastem para solver o

vejamos: débito".

" Vistos etc. Neste diapasão, cito os seguintes arestos:

Defiro o pedido formulado pela Reclamante (ID. 887b38f). "RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. BENEFÍCIO DE ORDEM.

Considerando que, devidamente citada, a 1ª reclamada não indicou DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA.

bens à penhora e, ainda, que as providências executórias adotadas RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA EM TERCEIRO GRAU. O

por este Juízo restaram infrutíferas, determino que a execução se Regional afastou a aplicação do benefício de ordem pleiteado pela

volte contra o 2º reclamado, Município de Fortaleza, condenado de segunda reclamada, ao fundamento de que o devedor subsidiário

forma subsidiária. sempre poderá se valer do benefício de ordem, desde que indique

Cite-se o Município de Fortaleza para, querendo, embargar a bens do devedor principal. No entanto, a recorrente não se

execução no prazo de 30 dias" (fl. 109). desincumbiu do ônus de nomear bens da devedora principal, livres

Ao alegar o benefício de ordem, o executado subsidiário, ora e desembaraçados, suficientes para quitar o débito trabalhista. Além

agravante, deveria ter indicado bens passíveis de penhora do mais, a exigência do prévio exaurimento da via executiva contra

pertencentes à executada principal e/ou de seus sócios, não sendo, os sócios da devedora principal (a chamada -responsabilidade

portanto, razoável transferir esse ônus ao exequente, parte subsidiária em terceiro grau-) equivale a transferir para o

hipossuficiente na relação. empregado hipossuficiente ou para o próprio Juízo da execução

Considerando ainda que se trata de verba alimentar, devendo a trabalhista o pesado encargo de localizar o endereço e os bens

execução se dar de forma mais célere possível, tem-se que não se particulares passíveis de execução daquelas pessoas físicas, tarefa

aplica o instituto da desconsideração da personalidade jurídica do demorada e, na grande maioria dos casos, inútil. Assim, mostra-se

devedor principal, de imediato, podendo a execução, após mais compatível com a natureza alimentar dos créditos trabalhistas

infrutíferas as tentativas de execução dos bens do devedor e com a consequente exigência de celeridade em sua satisfação o

principal, ser redirecionada ao executado subsidiário, bastando que entendimento de que, não sendo possível a penhora de bens

este participe da relação jurídica e conste do título executivo judicial, suficientes e desimpedidos da pessoa jurídica empregadora, deverá

nos termos do inciso IV da Súmula Nº. 331, do TST e § 3º do art. 4º o tomador dos serviços do exequente, como responsável

da Lei n.º 6.830/80 (LEF). subsidiário, sofrer logo em seguida a execução trabalhista, cabendo

A esse respeito, a Lei nº 6.830/80 (LEF), no seu art. 4º, § 3º, assim -lhe postular posteriormente na Justiça Comum o correspondente

dispõe: ressarcimento por parte dos sócios da pessoa jurídica que, afinal,

"§ 3º Os responsáveis, inclusive as pessoas indicadas no § 1º deste ele próprio contratou. Recurso de revista não conhecido." (TST-RR-

artigo, poderão nomear bens livres e desembaraçados do devedor, 24000-17.2006.5.15.0065, Relator Ministro: José Roberto Freire

tantos quantos bastem para pagar a dívida. Os bens dos Pimenta, 2ª Turma, DEJT 05/10/2012)".

responsáveis ficarão, porém, sujeitos à execução, se os do devedor "RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA- BENEFÍCIO DE ORDEM

forem insuficientes à satisfação da dívida". DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA DOS

No mesmo sentido, apontam as normas contidas no artigo 794, § 1º, SÓCIOS DA EMPRESA PRINCIPAL. 1. Nos termos do item IV da

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Súmula 331 do TST, para que a execução alcance o devedor ISTO POSTO, conheço do agravo de petição para, no mérito, negar

subsidiário basta que ele tenha participado da relação processual e -lhe o provimento.

que seu nome conste do título executivo judicial, restando, por

óbvio, frustradas as tentativas de cobrança da devedora principal. 2.

Na verdade, se, para dar efetividade à decisão transitada em DISPOSITIVO

julgado, o direito pátrio comporta até a medida mais drástica da

disregard of legal entity, mediante aceitação da desconsideração da

personalidade jurídica do devedor, alcançando o próprio patrimônio

individual, com mais razão se admite a responsabilidade subsidiária,

de menor impacto na esfera dos direitos patrimoniais. 3. Nesse

contexto, não satisfeito o débito pelo devedor principal, o

responsável subsidiário responderá pelo adimplemento, não sendo

o caso de lançar mão da desconsideração da personalidade jurídica

da empresa prestadora de serviços. Entendimento contrário ACORDAM OS DESEMBARGADORES DA 1ª TURMA DO

implicaria delegar ao trabalhador a árdua tarefa de localizar bens TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 7ª REGIÃO, por

dos sócios, com todas as dificuldades inerentes a esse tipo de unanimidade, conhecer do agravo de petição para, no mérito, negar

procedimento, o que é incompatível com a celeridade que se deve -lhe provimento. Participaram do julgamento os Desembargadores

imprimir à satisfação do crédito trabalhista, de natureza Durval César de Vasconcelos Maia (Presidente), Maria Roseli

eminentemente alimentar. Recurso de revista não conhecido." Mendes Alencar e o Juiz Convocado Antônio Teófilo Filho (Relator).

(TSTRR-102900-44.2009.5.17.0003, Relator Ministro: Ives Gandra Presente, ainda, o (a) Procurador (a) Regional do Trabalho, 13 de

Martins Filho, 7ª Turma, DEJT 21/09/2012)". fevereiro de 2020.

De se frisar, ainda, que a responsabilidade subsidiária é de 2º grau

e não de terceiro, tendo cabimento quando a execução se mostra

inviável quanto à devedora principal.

Destarte, não merece reforma a sentença impugnada.

INEXIGIBILIDADE DA CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA EM

RELAÇÃO AO RESPONSÁVEL SUBSIDIÁRIO

O agravante aduz que o Município foi condenado de forma ANTONIO TEOFILO FILHO

subsidiária pelas verbas trabalhistas não adimplidas pela reclamada Relator

principal, tendo sido condenado com fulcro na Súmula no 331 do

Colendo TST. Sustenta restar evidente que a responsabilidade

subsidiária prevista na Súmula 331, IV, do TST é concernente VOTOS

apenas às obrigações trabalhistas, não englobando as obrigações

de natureza previdenciária.

Sem razão.

Nos termos do Inciso, IV, da Súmula Nº. 331, do TST, o tomador "

dos serviços responde, de forma subsidiária, pelo inadimplemento Fortaleza, 21 de fevereiro de 2020.

das obrigações trabalhistas devidas ao trabalhador, sem qualquer

ressalva ou exceção em relação às verbas rescisórias, multas e

encargos previdenciários.

Dessa forma, não merece reforma a sentença.

FORTALEZA/CE, 21 de fevereiro de 2020.

CONCLUSÃO DO VOTO CESAR DE ALMEIDA MARINHO

Diretor de Secretaria

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Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Processo Nº ROT-0001199-38.2018.5.07.0024
RELATOR: ANTONIO TEOFILO FILHO
Relator ANTONIO TEOFILO FILHO
RECORRENTE MUNICIPIO DE COREAU
KARINA XIMENES ADVOGADO(OAB: 40514/CE)
ALBUQUERQUE
DEYLANE XIMENES DE ADVOGADO(OAB: 33571/CE) EMENTA
AGUIAR
RECORRIDO INSTITUTO DE APOIO
HUMANIZACAO E
DESENVOLVIMENTO DE SERVICOS
DE SAUDE - IAHDS ILEGITIMIDADE PASSIVA. REJEIÇÃO. O Município de Coreau
RECORRIDO REGINALDO LOPES DE AGUIAR
não foi acionado como ex-empregador do reclamante, mas sim
CLEBIO FRANCISCO ADVOGADO(OAB: 20402/CE)
ALMEIDA DE como beneficiário de seus serviços, logo, potencialmente, pode ser
ALBUQUERQUE
CUSTOS LEGIS MINISTERIO PUBLICO DO responsabilizado subsidiariamente em face dos direitos vindicados,
TRABALHO
o que o legitima para figurar do polo passivo da demanda.
Intimado(s)/Citado(s): RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. ENTE PÚBLICO.
- INSTITUTO DE APOIO HUMANIZACAO E CONTRATO DE GESTÃO. DEVER DE FISCALIZAR. APLICAÇÃO
DESENVOLVIMENTO DE SERVICOS DE SAUDE - IAHDS
DA SÚMULA Nº 331 DO TST. O regime de parceria pactuado com

pessoa jurídica de direito privado, seja sob a modalidade de

contrato de gestão (Lei nº 9.637/98) ou de gestão por colaboração


PODER JUDICIÁRIO
(Lei nº 9.790/99), qualifica-se como convênio administrativo, em
JUSTIÇA DO TRABALHO
virtude da comunhão de interesses e da mútua cooperação entre os

pactuantes para a realização de serviços de utilidade pública,

PODER JUDICIÁRIO FEDERAL atuando o ente público como verdadeiro tomador de mão de obra.

JUSTIÇA DO TRABALHO Dessa forma, haverá responsabilidade subsidiária do ente público,

TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO 7ª REGIÃO caso resulte comprovado que não cumprira com as obrigações

Gab. Juiz Convocado Antônio Teófilo Filho previstas na Lei nº 8.666/93, aplicáveis ao convênio por força da Lei

nº 9.637/98. Assim, inexistindo nos autos prova de que o Município

fiscalizou o fiel cumprimento do contrato de gestão, quanto às

PROCESSO: 0001199-38.2018.5.07.0024 obrigações trabalhistas dos empregados, deverá responder de

CLASSE: Recurso Ordinário Trabalhista forma subsidiária, nos termos da Súmula nº 331 do TST.

RECORRENTE: MUNICIPIO DE COREAU

RECORRIDO: REGINALDO LOPES DE AGUIAR e outros (2) RELATÓRIO

EDITAL PJe-JT Inconformado com a decisão do Juiz da 2ª Vara do Trabalho de

Sobral, que afastou as preliminares de exceção de incompetência e

DESTINATÁRIO: INSTITUTO DE APOIO HUMANIZACAO E de ilegitimidade passiva ad causam e julgou procedentes em parte

DESENVOLVIMENTO DE SERVICOS DE SAUDE - IAHDS os pedidos formulados na exordial, o Município de Coreau interpôs

recurso ordinário com vistas à reforma do julgado.

Em suas razões recursais, o recorrente suscita a preliminar de

Fica a parte identificada no campo "DESTINATÁRIO", ora em local ilegitimidade passiva, e, no mérito, nega o vínculo de emprego com

incerto e não sabido, notificado(a) para tomar ciência do Acórdão a o reclamante, aduzindo a existência de contrato de gestão firmado

seguir, cujo inteiro teor é o seguinte: entre os reclamados, não se sujeitando, pois, à incidência da

"PROCESSO nº 0001199-38.2018.5.07.0024 (ROT) Súmula nº 331 do TST. Outrossim, aduz que "Há que se reconhecer

RECORRENTE: MUNICIPIO DE COREAU a inexistência de vínculo empregatício junto ao ente federativo, bem

RECORRIDO: REGINALDO LOPES DE AGUIAR, INSTITUTO DE como a impossibilidade de atribuição automática de

APOIO HUMANIZACAO E DESENVOLVIMENTO DE SERVICOS responsabilidade subsidiária, nos termos de jurisprudência do

DE SAUDE - IAHDS supremo Tribunal Federal, que, por meio do Recurso Extraordinário

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RE 760.931/DF, com reconhecimento de Repercussão Geral e "RECURSO DE REVISTA - RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA

Efeitos Vinculantes, definiu que "O inadimplemento dos encargos DO TOMADOR DE SERVIÇOS - ARGUIÇÃO DE ILEGITIMIDADE

trabalhistas dos empregados do contratado não transfere PASSIVA AD CAUSAM - NÃO ACOLHIMENTO - TEORIA DA

automaticamente ao Poder Público contratante a responsabilidade ASSERÇÃO.I - No ordenamento jurídico brasileiro adota-se a teoria

pelo seu pagamento, seja em caráter solidário ou subsidiário, nos da asserção, a qual dispõe que as condições da ação deverão ser

termos do art. 71, § 1º, da Lei nº 8.666/93"(fls. 115/116). Entende verificadas em abstrato, considerando-se, por hipótese, que as

não haver transferência automática ao poder público dos encargos assertivas da autora veiculadas na inicial são verdadeiras.

trabalhistas inadimplidos e que é do recorrido, nos termos dos arts. Entendimento diverso findaria por legitimar a ideia de que só tem

818, I, da CLT c/c 373, inciso I, do CPC/2015, o ônus de comprovar ação quem tem o direito material, o que não revela harmonia com a

a culpa/dolo do Município. Por fim, requer a reforma da sentença, sistemática processual vigente. II - Atribuído ao segundo

alegando que a responsabilidade subsidiária calcada na Súmula nº litisconsorte passivo a condição de tomador de serviços, não há

331 do TST, viola os arts. 71, §1º da Lei n.º 8.666/1993 e 2º, 5º, II, falar na sua ilegitimidade passiva ad causam. III - Recurso não

c/c art. 37, caput, art. 22, I, e 48 da Constituição Federal vigente. conhecido" (RR 99800-52.2007.5.15.0021, Relator Ministro Antônio

Contrarrazões não foram apresentadas pelo reclamante. José de Barros Levenhagen, 4ª Turma, DEJT 11/12/2009).

A manifestação do Ministério Público do Trabalho é pelo "RECURSO DE REVISTA. ILEGITIMIDADE PASSIVA AD

conhecimento e improvimento do recurso, confirmando a sentença CAUSAM. A pertinência subjetiva da ação se faz presente na

de origem. hipótese diante do pleito de responsabilidade subsidiária da

É o relatório. segunda reclamada, pelos elementos de fato e de direito deduzidos.

Segundo a teoria da asserção, adotada pelo ordenamento

processual pátrio, a legitimidade, por ser condição da ação, deve

FUNDAMENTAÇÃO ser examinada em abstrato, por isso sequer pressupõe a existência

real da relação de direito substancial. Basta que o autor afirme ser o

titular de um direito em face de um suposto responsável, desde que

REQUISITOS EXTRÍNSECOS DE ADMISSIBILIDADE os fatos alegados na inicial tenham uma correspondência lógica

Atendidos os requisitos extrínsecos de admissibilidade - com a relação processual formada. Assim, eventual vulneração ao

tempestividade, capacidade postulatória e preparo (dispensado) -, artigo 3º, consolidado, bem como inaplicabilidade da Súmula nº

passo a análise do apelo. 331/TST, somente é possível no exame do mérito. não conhecido,

PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE PASSIVA no particular" (RR 77400-27.2006.5.06.0022, Relator Ministro

Segundo a teoria da asserção, a legitimidade para figurar nos polos Emmanoel Pereira, 5ª Turma, DEJT 27/11/2009).

ativo e passivo da relação processual deve ser aferida à luz das No presente caso, o reclamante indicou o recorrente como tomador

alegações constantes da petição inicial. Em relação ao polo ativo, dos serviços terceirizados, de quem pleiteia o pagamento das

parte legítima é aquela que se diz credora da obrigação. Em relação verbas trabalhistas discutidas nos autos. Disso decorre a sua

ao polo passivo, legítima é a parte apontada pelo demandante como legitimidade para figurar no polo passivo da relação processual.

devedora da obrigação cujo cumprimento se postula, Rejeita-se.

independentemente da procedência (ou não) do pedido formulado. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA DO MUNICÍPIO

Assim, a aferição da legitimidade ativa e passiva é abstrata: não se Pacífica é a jurisprudência pátria no sentido de que o tomador dos

questiona se os fatos alegados na petição inicial são verídicos nem serviços tem responsabilidade subsidiária quanto às obrigações

se realmente existe a relação jurídica de direito material invocada, trabalhistas inadimplidas pela empresa prestadora, desde que tenha

muito menos se o pedido formulado é procedente, pois essas são participado da relação processual e conste do título executivo

questões relativas ao mérito da causa. O que deve ser examinado é judicial, nos termos da Súmula no 331, item IV, do Colendo TST.

se o demandante afirmou na petição inicial ser o detentor do direito A responsabilidade subsidiária do tomador de serviço decorre do

postulado (legitimidade ativa) e se o demandado foi apontado na inadimplemento das obrigações trabalhistas por parte do prestador

exordial como o responsável pelo adimplemento da obrigação (empregador direto) com o qual realizou o contrato de prestação de

(legitimidade passiva). serviços, nos termos da Súmula nº. 331 TST; do art. 37, § 6º, da

Os seguintes julgados mostram a aplicação da teoria da asserção CF/88 e arts. 186 e 927 do Código Civil. Essa responsabilidade

pela Corte Superior: independe da existência de vínculo empregatício e decorre da culpa

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"in vigilando", devendo o tomador do serviço, sob pena de suportar III - (...)

os danos advindos da sua inércia, fiscalizar a empresa prestadora a IV - O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do

fim de impedir a violação dos direitos daqueles que lhe prestam empregador, implica a responsabilidade subsidiária do tomador dos

serviços, sobretudo porque esses direitos envolvem parcelas serviços quanto àquelas obrigações, desde que haja participado da

salariais, de natureza alimentar. relação processual e conste também do título executivo judicial.

O Supremo Tribunal Federal, no julgamento da ADC 16, ao declarar V - Os entes integrantes da Administração Pública direta e indireta

a constitucionalidade do art. 71, § 1º, da Lei nº 8.666/93, ressalvou respondem subsidiariamente, nas mesmas condições do item IV,

a possibilidade de a Justiça do Trabalho constatar, no caso caso evidenciada a sua conduta culposa no cumprimento das

concreto, a culpa "in vigilando" da Administração Pública e, diante obrigações da Lei n.º 8.666, de 21.06.1993, especialmente na

disso, atribuir responsabilidade ao ente público pelas obrigações, fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais e legais da

inclusive trabalhistas. prestadora de serviço como empregadora. A aludida

Ora, a Lei nº 8.666/93 (Lei de Licitações) é clara ao impor responsabilidade não decorre de mero inadimplemento das

responsabilidade ao ente público, em relação à execução do obrigações trabalhistas assumidas pela empresa regularmente

contrato, quando estabelece que o ente estatal, ao contratar contratada.

serviços, tem a obrigação de acompanhar e fiscalizar a execução do VI - A responsabilidade subsidiária do tomador de serviços abrange

contrato, nos termos dos seus arts. 58, II e 67. todas as verbas decorrentes da condenação referentes ao período

Tratando-se de Administração Pública, espera-se a observância e o da prestação laboral".

cumprimento da lei - nem mais, nem menos. Isso implica além de Tal responsabilização resulta do benefício auferido pelo tomador

contratar, verificar o exato cumprimento do contrato por parte do dos serviços, decorrente do trabalho do empregado, haja vista este

contratado, especialmente em relação às obrigações trabalhistas e não poder ser prejudicado, em caso de inadimplência de seu real

previdenciárias contraídas junto a seus empregados, justamente empregador.

para evitar o dano ao erário. Destaque-se, ainda, que a responsabilização subsidiária do tomador

Ainda em razão do princípio da legalidade, a regra de que o ônus de de serviços, ao contrário do que muitos pensam, não é baseada

provar a culpa é de quem alega a conduta irregular não se aplica à somente na Súmula nº 331 do C. TST, que não tem, inclusive, efeito

Administração Pública, cabendo a esta o encargo de demonstrar vinculante, mas, também, nos arts. 186 e 927 do Código Civil, que

que cumpriu a lei, isto é, que não teve culpa. tratam da responsabilidade civil subjetiva e da necessidade de

Nesse diapasão, é do reclamado o ônus de provar que contratou reparação do dano pela culpa em eleger uma prestadora de

regularmente (inexistência de culpa "in eligendo"), e que serviços inidônea, inidoneidade esta que se configura no momento

acompanhou e exigiu a execução fiel do contratado, muito em que se omite em adimplir os direitos dos trabalhadores.

especialmente, repito, quanto ao cumprimento das obrigações Eis o que preceituam os citados dispositivos legais:

trabalhistas e previdenciárias do contratado (inexistência de culpa "Art. 186 - Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência

"in vigilando"), por tratar-se de fato impeditivo ao acolhimento da ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que

pretensão autoral (art. 373, II, do CPC/2015), o que, porém, não exclusivamente moral, comete ato ilícito."

ocorreu no caso dos autos. "Art. 927 - Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano

Em que pese a existência de contrato de gestão, o certo é que a a outrem, fica obrigado a repará-lo."

municipalidade foi beneficiária da força de trabalho da reclamante, o Dessa forma, a Administração tem que fiscalizar a execução do

que justifica essa proteção ampliativa dada ao trabalhador, nos contrato, seja para evitar prejuízos para si, seja para impedir

casos de terceirizações lícitas. prejuízos para terceiros, inclusive, e em especial, para o trabalhador

Destaque-se que a Súmula 331 do TST, foi alterada em face da que lhe presta serviços por interposta pessoa. Portanto, em

decisão do STF, passando a ter a seguinte redação: havendo prejuízos para terceiro, é a própria Constituição Federal,

"Súmula nº 331 do TST - CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE que, no art. 37, § 6º determina tal obrigação, ao estabelecer:

SERVIÇOS. LEGALIDADE (nova redação do item IV e inseridos os "As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado

itens V e VI à redação) - Res. 174/2011, DEJT divulgado em 27, 30 prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que

e 31.05.2011 seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurados

I- (...) o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou

II - (...) culpa".

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No caso em exame, é incontroverso que o autor, na qualidade de presente caso, o ente público tomador dos serviços não cumpriu

empregado do INSTITUTO DE APOIO HUMANIZAÇÃO E adequadamente essa obrigação, permitindo que a empresa

DESENVOLVIMENTO DE SERVIÇOS DE SAÚDE - IAHDS, prestadora contratada deixasse de pagar regularmente à sua

prestou serviços ao Município recorrente, como Agente Comunitário empregada as verbas trabalhistas que lhe eram devidas. Saliente-

de Saúde (fl. 23), tendo sua contratação ocorrida em meio à se que essa conclusão não implica afronta ao art. 97 da CF e

celebração de Contrato de Gestão entre os reclamados, consoante contrariedade à Súmula Vinculante nº 10 do STF, nem desrespeito

salienta o Ente Público. à decisão do STF na ADC nº 16, porque não parte da declaração de

Ora, o regime de parceria pactuado com pessoa jurídica de direito inconstitucionalidade do art. 71, § 1º, da Lei nº 8.666/93, mas da

privado, seja sob a modalidade de contrato de gestão (Lei nº definição do alcance das normas inscritas nessa Lei, com base na

9.637/98) ou de gestão por colaboração (Lei nº 9.790/99), qualifica- interpretação sistemática. Agravo de instrumento conhecido e

se como convênio administrativo, em virtude da comunhão de não provido." Processo: AIRR - 606-03.2013.5.07.0018 Data de

interesses e da mútua cooperação entre os pactuantes para a Julgamento: 02/12/2015, Relatora Ministra: Dora Maria da Costa,

realização de serviços de utilidade pública, atuando o ente público 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT 04/12/2015."

como verdadeiro tomador de mão de obra. Dessa forma, haverá "RECURSO DE REVISTA. TERCEIRIZAÇÃO.

responsabilidade subsidiária do ente público, caso resulte RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. ENTE PÚBLICO.

comprovado que não cumprira com as obrigações previstas na Lei CONVÊNIO. ENTIDADE PRIVADA. SÚMULA Nº 331, V, DO

nº 8.666/93, aplicáveis ao convênio por força da Lei nº 9.637/98. TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO. 1. O regime de parceria

Dada a natureza e a relevância dos interesses envolvidos, prevê pactuado com pessoa jurídica de direito privado, seja sob a

aludida lei: modalidade de "contrato de gestão" (Lei nº 9.637/98) ou de "gestão

"Art. 8º A execução do contrato de gestão celebrado por por colaboração" (Lei nº 9.790/99), qualifica-se como convênio

organização social será fiscalizada pelo órgão ou entidade administrativo em virtude da comunhão de interesses e da mútua

supervisora da área de atuação correspondente à atividade cooperação entre os pactuantes para realização de serviços de

fomentada. [...] interesse social e utilidade pública. 2. Em tais contratações o ente

Art. 9º Os responsáveis pela fiscalização da execução do contrato público atua como verdadeiro tomador de mão de obra mediante

de gestão, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou contratação de pessoa jurídica interposta, razão por que responde

ilegalidade na utilização de recursos ou bens de origem pública por subsidiariamente se resultar comprovado que este não cumpriu ou

organização social, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da falhou em cumprir as obrigações previstas na Lei nº 8.666/93,

União, sob pena de responsabilidade solidária." aplicáveis ao convênio por força do disposto no art. 116 desse

Assim é que o Poder Público tem a obrigação legal de vigiar e diploma legal. 3. O Tribunal Pleno do Supremo Tribunal Federal, no

fiscalizar a fiel execução dos Contratos de Gestão, inclusive no que julgamento do Agravo Regimental em Reclamação Constitucional nº

se refere ao cumprimento das obrigações trabalhistas daqueles que, Rcl 12.580-AgR/SP (Rel. Min. CELSO DE MELLO, DJe de

em seu favor, despendem sua força de trabalho. 13/3/2013), consagrou o entendimento de que a decisão com efeito

Desse modo, configurada a conduta culposa na fiscalização, não há vinculante proferida no julgamento da ADC nº16/DF não exime os

como afastar a responsabilidade subsidiária do Ente Público. entes públicos do poder-dever legal de fiscalizar tanto a idoneidade

Neste sentido, vale transcrever precedentes do TST, inclusive da empresa prestadora de serviços terceirizados quanto o

envolvendo o IDGS, atribuindo a responsabilidade subsidiária aos cumprimento das obrigações trabalhistas referentes aos

entes públicos na hipótese de convênios firmados para execução de empregados vinculados ao contrato celebrado (arts. 27 e 67 da Lei

serviços essenciais: nº 8.666/93). 4. Não enseja a imputação de responsabilidade

"AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. subsidiária ao ente público, todavia, a superficial menção, pelo TRT

CONTRATO DE GESTÃO. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. de origem, à existência de culpa in eligendo ou in vigilando, sem

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. CULPA IN VIGILANDO. O Tribunal que haja ocorrido o exame detido da prova com os olhos fitos na

Regional decidiu a controvérsia em consonância com os artigos 186 apreciação do caso concreto. 5. Recurso de revista de que se

e 927 do Código Civil, que preveem a culpa in vigilando. Ademais, conhece e a que se dá provimento."

os artigos 58, III, e 67 da Lei nº 8.666/93 impõem à Administração Cumpre ressaltar, ainda, que recentemente a Subseção I

Pública o dever de fiscalizar a execução dos contratos Especializada em Dissídios Individuais (SDI-1) do Tribunal Superior

administrativos de prestação de serviços por ela celebrados. No do Trabalho, no E-RR nº 0000925-07.2016.5.05.0284, decidiu que o

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Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

STF, quando do julgamento do Recurso Extraordinário 760.931/DF,

com repercussão geral reconhecida (Tema nº 246), não fixou

balizas a respeito das regras de distribuição do ônus da prova,

ficando a definição a cargo do TST, e que pelo princípio da aptidão

para a prova cabe à administração pública o ônus de demonstrar

que fiscalizou de forma adequada o contrato para que não seja

responsabilizada.

Logo, comprovada a culpa do agente público, ainda que por ACORDAM OS DESEMBARGADORES DA 1ª TURMA DO

omissão na fiscalização e vigilância dos serviços que terceirizou ou TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 7ª REGIÃO, por

solvabilidade financeira das empresas que contratou, resta unanimidade, conhecer do recurso, rejeitar a preliminar suscitada, e,

configurada a responsabilidade da Administração em relação a no mérito, negar-lhe provimento. Participaram do julgamento os

terceiro, não havendo, por isso, que se falar em ofensa ao art. 71, § Desembargadores Durval César de Vasconcelos Maia (Presidente),

1º, da Lei nº 8.666/93, eis que o seu conteúdo deve ser lido em Maria Roseli Mendes Alencar e o Juiz Convocado Antônio Teófilo

consonância com o que determina o art. 37, § 6º, da CF/88. Filho (Relator). Presente, ainda, o (a) Procurador (a) Regional do

O reconhecimento da responsabilidade subsidiária alcança, Trabalho, 13 de fevereiro de 2020.

também, as de cunho indenizatório e punitivo, inclusive as

decorrentes da mora patronal e do descumprimento de norma legal

ou convencional, sendo, destarte, imponível o pagamento de todas

as parcelas que sejam inicialmente de responsabilidade do devedor ANTONIO TEOFILO FILHO

principal, sem exceção (item VI da Súmula nº 331), portanto, correta Relator

a sentença de piso quanto a responsabilização do recorrente.

Nessa seara, não há que se falar em ofensa ao art. 37, inc. II da CF.

Com isso, nada a reformar. VOTOS

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

O recorrente alega que o autor não preencheu os requisitos

previstos nas Súmulas nºs 219 e 329 do TST, razão pela qual não "

faz jus ao pagamento dos honorários advocatícios. Fortaleza, 21 de fevereiro de 2020.

Sem razão.

No caso dos autos, a reclamação trabalhista foi ajuizada após a

edição da Lei nº 13.467/2017. Portanto, havendo sucumbência total

do reclamado não é possível isentá-lo dos honorários advocatícios.

Sendo assim, considerando-se os critérios previstos no art. 791-A, § FORTALEZA/CE, 21 de fevereiro de 2020.

2º, da CLT, correta a sentença ao arbitrar em 10% o valor dos

honorários advocatícios devidos ao patrono do reclamante. CESAR DE ALMEIDA MARINHO

Diretor de Secretaria

Processo Nº ROT-0001050-05.2018.5.07.0004
CONCLUSÃO DO VOTO Relator MARIA ROSELI MENDES ALENCAR
RECORRENTE ESTADO DO CEARA
RECORRIDO FERNANDO FERREIRA DE SOUSA
HARLEY XIMENES DOS ADVOGADO(OAB: 12397/CE)
Do exposto, conheço do recurso, rejeito a preliminar suscitada, e, SANTOS
LYA CARVALHO VERAS ADVOGADO(OAB: 30269/CE)
no mérito, nego-lhe provimento.
RECORRIDO E MENDES FERREIRA - ME
CUSTOS LEGIS MINISTERIO PUBLICO DO
TRABALHO

DISPOSITIVO Intimado(s)/Citado(s):

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 140
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

- E MENDES FERREIRA - ME

RELATÓRIO
PODER JUDICIÁRIO

JUSTIÇA DO TRABALHO

A Juíza da 4ª Vara do Trabalho de Fortaleza, em sentença de Id.

8ff3d66, declarou prescritos os créditos postulados anteriores a


PODER JUDICIÁRIO FEDERAL
27/09/2013 e, no mérito, julgou parcialmente procedentes os
JUSTIÇA DO TRABALHO
pedidos formulados por FERNANDO FERREIRA DE SOUSA em
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO 7ª REGIÃO
face de E. MENDES FERREIRA - ME, para condená-la e,
Gab. Des. Maria Roseli Mendes Alencar
subsidiariamente, o ESTADO DO CEARÁ, a pagar ao reclamante

as parcelas a seguir: "I)Aviso Prévio (45 dias); Saldo de Salário

(02 dias de julho de 2016); 13º Salário Proporcional de 2016


PROCESSO: 0001050-05.2018.5.07.0004
(09/12); Férias simples relativas ao período aquisitivo
CLASSE: Recurso Ordinário Trabalhista
2014/2015, acrescidas de 1/3; Férias proporcionais 2015/2016

(12/12), acrescidas de 1/3; Férias proporcionais (01/12),


RECORRENTE: ESTADO DO CEARA
acrescidas de 1/3; Multa do art. 477, §8º, da CLT. Verbas a serem
RECORRIDO: FERNANDO FERREIRA DE SOUSA e outros (2)
calculadas com base na remuneração reconhecida (R$ 1.144,00);

II) FGTS não depositado do período imprescrito do pacto -

ressalvada a dedução do montante acaso depositado pelas


EDITAL PJe-JT
reclamadas na conta vinculada de FGTS do reclamante com

relação ao mesmo período e, III) Multa de 40% sobre FGTS -


DESTINATÁRIO: E MENDES FERREIRA - ME CNPJ:
Verba a ser apurada considerando os montantes relativos ao pacto,
11.287.718/0001-27
depositados ou não"; além de honorários advocatícios à base de
Fica a parte identificada no campo "DESTINATÁRIO", ora em local
10% do valor da condenação.
incerto e não sabido, notificado(a) para tomar ciência do Acórdão a
Irresignado, o ESTADO DO CEARÁ interpôs recurso ordinário (Id.
seguir, cujo inteiro teor é o seguinte:
966250d), aduzindo, inicialmente, a inaplicabilidade dos efeitos da
"PROCESSO nº 0001050-05.2018.5.07.0004 (ROT)
revelia a Ente Público e, no mérito propriamente dito, pleiteia o
RECORRENTE: ESTADO DO CEARÁ
reconhecimento da insubsistência dos itens IV e V da Súmula 331
RECORRIDOS: FERNANDO FERREIRA DE SOUSA E E.
do TST, por manifesta contrariedade ao artigo 71, §1º, da Lei nº
MENDES FERREIRA - ME
8.666/1993, afastando a responsabilidade secundária do Poder
RELATORA: DES. MARIA ROSELI MENDES ALENCAR
Público pelo adimplemento do objeto da condenação.

Embora regularmente notificado, o reclamante deixou transcorrer o

prazo legal sem apresentar contrarrazões, consoante certidão de Id.


EMENTA
840925c.

O Ministério Público do Trabalho ofertou Parecer (Id. f2b68d0).

É, no essencial, o relatório.
RECURSO DO ESTADO DO CEARÁ. TERCEIRIZAÇÃO DE

SERVIÇOS. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA ENTE

PÚBLICO. Evidenciado que o recorrente descurou de seu dever

fiscalizatório, não tomando as medidas protetivas que estavam ao


FUNDAMENTAÇÃO
seu alcance, com vistas a evitar o inadimplemento das obrigações

contratuais da empresa prestadora de serviço em relação ao seu

empregado, mormente das rescisórias, vislumbra-se, in casu, a


ADMISSIBILIDADE
omissão culposa a respaldar a responsabilidade subsidiária do ora
Deflagrados os pressupostos recursais extrínsecos (tempestividade,
recorrente. Recurso conhecido e improvido.
regularidade formal e inexistência de fato impeditivo do direito de

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recorrer) e intrínsecos (legitimidade, interesse, cabimento e de serviço, não se podendo reputar válida a interpretação que cria

inexistência de fato extintivo do direito de recorrer), de se conhecer uma culpa presumida do Ente Público como, por exemplo, na

do recurso ordinário interposto pelo Estado do Ceará. hipótese de se considerar que o Estado teria sido negligente no

MÉRITO acompanhamento e fiscalização do convênio, por não ter verificado

1. INAPLICABILIDADE DOS EFEITOS DA REVELIA AO ENTE o pagamento de horas extras e adicional noturno, não sendo

PÚBLICO. razoável a tese da irresponsabilidade total do Estado para com os

Pretende o Estado recorrente sejam consideradas sem efeito as direitos trabalhistas dos empregados que prestavam relevante

penas de revelia e confissão que lhes foram aplicadas, serviço público em seu favor e da sociedade".

argumentando que, contra a Fazenda Pública, ditas penalidades Acrescenta, ainda, que "o Supremo Tribunal Federal em regime de

não podem ser aplicadas, a teor do que prescreve o art. 844, §4º, Repercussão Geral pontuou que a Lei 9.032/95 que alterou o

inciso II, da CLT, tendo em vista tratar a lide de direitos disposto no §2º do art.71 da Lei 8.666/93, decidiu que deve haver

indisponíveis. prova da ausência de fiscalização, não podendo responsabilizar o

Não merece acolhimento tal insurgência recursal, porquanto mesmo ente público através de simples culpa 'in eligendo' ou 'in vigilando'".

sendo o recorrente pessoa jurídica de direito público não À análise.

desautoriza a aplicação da pena de confissão ficta, prevista no art. Conquanto tenha o E. Supremo Tribunal Federal, em decisão

844 da CLT, que é imposta com base no princípio constitucional da proferida na ADC nº 16, declarado a constitucionalidade do § 1º do

igualdade entre as partes, do contraditório e da ampla defesa, art. 71 da Lei nº 8.666/93 (Lei de Licitações), deixou certo, todavia,

sendo-lhes, portanto, igualmente incidentes os efeitos desse que o referido dispositivo não afasta, de forma peremptória, a

instituto jurídico processual, visto que a lei não os excluiu. responsabilização subsidiária do ente público tomador de serviços,

Tanto é assim, que o C. TST consolidou entendimento, por meio da permitindo seja essa reconhecida tendo por base as circunstâncias

Orientação Jurisprudencial nº 152 da SDI-I, no sentido de que fáticas do caso concreto trazido à apreciação judicial.

"Pessoa jurídica de direito público sujeita-se à revelia prevista no Assim, mesmo que a contratação da empresa prestadora de

artigo 844 da CLT". serviços tenha ocorrido mediante licitação pública, o que poderia

Ressalte-se que os privilégios conferidos às pessoas jurídicas de afastar a configuração da culpain eligendo, a responsabilidade

direito público encontram-se expressamente previstos em lei, dentre secundária da contratante tem como substrato a teoria da culpain

os quais não se vislumbra a isenção ao ente público no tocante aos vigilando, que está associada à concepção de inobservância pelas

efeitos da revelia e confissão quanto à matéria fática, não tomadoras do dever de zelar pela incolumidade dos direitos

alcançando, todavia, a matéria de direito. trabalhistas dos empregados das empresas interpostas que lhes

Portanto, não tendo comparecido o ente reclamado à audiência prestam serviço.

inaugural, tem-se por verdadeiros os fatos declinados na petição Segundo a decisão do STF, que reconheceu ser constitucional o

inicial, no sentido de imputar-lhe a responsabilização subsidiária dispositivo do art. 71, § 1º, da Lei federal nº 8.666/93, há de se

pelo pagamento dos créditos trabalhistas decorrentes do contrato entender que não se pode transferir para a Administração Pública a

de terceirização de serviço mantido com a reclamada principal, e responsabilidade "contratual" pelo pagamento dos encargos

acaso não pagos. trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais, mesmo quando

Rejeita-se, portanto. não adimplidos pelo contratado.

2. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA DA ADMINISTRAÇÃO Todavia, a responsabilidade decorrente de atos ilícitos não foi

PÚBLICA excluída nesse julgamento. Ao contrário, os votos dos Ministros do

Insurge-se o recorrente em face da responsabilidade subsidiária STF são claros em não excluir a responsabilidade da Administração

pelo pagamento das parcelas trabalhistas deferidas. Pública, quando seus agentes agirem com dolo ou culpa.

Defende, outrossim, que, nos termos da decisão proferida pelo STF Em outras palavras, o Pleno do STF, ao declarar a

no bojo do RE 760.931/DF, com reconhecimento de repercussão constitucionalidade do art. 71 da Lei nº 8.666/93, somente vedou a

geral e efeitos vinculantes, "a imputação da culpa in vigilando ao transferência automática, fundada no mero inadimplemento, da

Poder Público, por deficiência na fiscalização do contrato celebrado responsabilidade da empresa prestadora de serviços para o ente

com a prestadora de serviços, somente pode prevalecer nos casos público tomador de serviços, ressalvando que "isso não impedirá

em que se tenha a efetiva comprovação da ausência de fiscalização que a Justiça do Trabalho recorra a outros princípios constitucionais

do cumprimento das obrigações contratuais e legais da prestadora e, invocando fatos da causa, reconheça a responsabilidade da

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Administração, não pela mera inadimplência, mas por outros fatos". regra, constituem a parte hipossuficiente da relação triangular. Isso

Exatamente sob este matiz é que foi firmado o entendimento porque detém a pessoa jurídica de direito público melhores

consolidado no item V da Súmula nº 331 do TST (reeditado após o condições para tanto, além de estar incumbida de tal mister, como

julgamento da mencionada ADC 16), cujo teor estabelece que os se pode inferir da Lei Geral de Licitações que a obriga a nomear

entes integrantes da Administração Pública direta e indireta gestor para acompanhar a execução dos contratos (art. 67).

respondem subsidiariamente, nas mesmas condições do item IV, Com efeito, o acompanhamento e supervisionamento da execução

caso evidenciada a sua conduta culposa no cumprimento das do contrato firmado é imposição legal da Administração Pública,

obrigações da Lei nº 8.666, de 21.06.1993, especialmente na cabendo ao ente público o ônus de demonstrar a efetiva fiscalização

fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais e legais da do cumprimento das obrigações contratuais por parte da empresa

prestadora de serviço enquanto empregadora, bem como que a interposta.

aludida responsabilidade não decorre de mero inadimplemento das No que se refere à tese de repercussão geral fixada pelo STF

obrigações trabalhistas assumidas pela empresa regularmente acerca do tema no RE 760.931, observe-se o seguinte trecho da

contratada. respectiva decisão, in verbis:

Isso, portanto, se encontra em perfeita sintonia com a exegese do "O inadimplemento dos encargos trabalhistas dos empregados do

art. 71 da Lei Geral de Licitações, segundo interpretação conferida contratado não transfere automaticamente ao Poder Público

pelo Excelso Pretório. contratante a responsabilidade pelo seu pagamento, seja em

Ora, cediço que foi adotada pelo Código Civil a teoria da caráter solidário ou subsidiário, nos termos do art. 71, § 1º, da Lei nº

responsabilidade civil subjetiva para reparação do dano, segundo a 8.666/93."

qual o dever de indenizar nasce quando presentes os seguintes Infere-se que os termos da presente decisão encontram-se em

elementos: conduta ilícita qualificada pela existência de culpa, dano consonância com o julgado do RE 760.931 do E. STF, haja vista

a outrem e nexo de causalidade entre o dano e o fato antijurídico que, no presente caso, não se aplica a responsabilização

imputável ao agente. Tal responsabilização nasce, outrossim, da automática da Administração, mas, sim, a decorrente da

combinação das normas insculpidas no caput do art. 927 e no art. configuração da culpa, cuja prova foi aferida considerando os

186, da mesma lei substantiva civil. termos supra analisados.

A culpa em questão deve ser entendida lato sensu, para alcançar Outrossim, entende-se não ser ônus do reclamante a prova de suas

além do dolo, caracterizado pela livre vontade do agente de praticar alegações, no sentido de que falhara a fiscalização do ente público,

o ilícito, aquela conduta que causa dano a outrem, em virtude de porquanto tal importaria em exigência da prova de fato negativo, o

sua negligência, imprudência ou imperícia. que não encontra acolhida no nosso ordenamento jurídico. Em

A Lei nº 8.666/93 é clara em impor responsabilidades ao ente verdade, é da Administração Pública a melhor aptidão para

público, quando estabelece que este, ao contratar serviços comprovar as medidas que teriam sido adotadas na fiscalização do

terceirizados, tem a obrigação de acompanhar e fiscalizar a contrato, daí porque o seu ônus probatório também se justifica pelo

execução do contrato, a teor, por exemplo, do que está disposto nos princípio da aptidão da prova.

artigos 58, III, e 67, e cinge-se não apenas ao cumprimento do O fato é que, do acervo probatório repousante nos presentes autos,

objeto pactuado, mas se estende à verificação de estar ou não a não há provas do efetivo acompanhamento pelo fiscal do contrato

tomadora de serviços honrando seus encargos trabalhistas. Isso quanto ao efetivo cumprimento daquelas obrigações impostas à

porque a mesma Lei Geral de Licitações impõe em seu art. 55, contratada, tampouco da idoneidade da prestadora dos serviços,

inciso XIII, a obrigação do contratado de manter, durante toda a como a exibição de certidões negativas do INSS e FGTS, e o

execução do contrato, em compatibilidade com as obrigações por condicionamento dos repasses da fatura mensal à apresentação da

ele assumidas, todas as condições de habilitação e qualificação quitação dos encargos adimplidos no mês anterior.

exigidas na licitação, estando dentre as condições de habilitação, No caso, o Estado do Ceará, por intermédio da Procuradoria-Geral

expressamente, a regularidade fiscal e trabalhista (art. 27, IV), de tal de Justiça, firmou contrato nº 072/2010 - CPL/PGJ, em 29/09/2010,

sorte que não há falar em violação do pacto federativo. com a empresa E. Mendes Ferreira - ME LTDA, tendo como objeto

Assim é que o Poder Público, dotado de mecanismos de a prestação de serviços bancários e entrega de notificação em zona

fiscalização, deve acompanhar a fiel execução dos termos do rural, incluindo o Município de Fortaleza, através de moto (Id.

contrato, inclusive no que se refere ao cumprimento dos direitos 37e4d60).

trabalhistas daqueles que laboram em seu benefício e que, via de Em que pese os argumentos expendidos no apelo e os documentos

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aportados aos autos pelo segundo réu (Id. 37e4d60 - págs. 1/61) empregado, vislumbra-se, in casu, a omissão culposa a respaldar a

por ocasião de sua defesa, tem-se que o Estado do Ceará, através responsabilidade subsidiária do ora recorrente.

da Procuradoria Geral de Justiça, não fiscalizou o contrato de Registre-se que a responsabilidade do segundo reclamado abrange

prestação de serviços a contento, isto porque não ficou comprovado todas as parcelas condenatórias, inclusive as de caráter punitivo,

o acompanhamento mensal do cumprimento das obrigações como a multa de 40% sobre FGTS, consoante entendimento

trabalhistas por parte da primeira reclamada, tampouco de que firmado no item VI da Súmula 331 do TST.

tenha tomado providências eficazes ao cumprimento dos direitos Diante de tais razões, de se manter a decisão que atribuiu ao

laborais de seus prestadores de serviço, incluindo o reclamante. Estado do Ceará a responsabilidade subsidiária pelo pagamento

Ora, a imediata retenção ou a glosa das faturas pendentes pelo das parcelas deferidas em favor da reclamante.

tomador de serviços, com vistas à quitação de todas as parcelas 3. LIBERAÇÃO DO FGTS. OBRIGAÇÃO PERSONALÍSSIMA DO

salariais, indenizatórias e rescisórias resultantes do contrato de EMPREGADOR.

trabalho poderia ter sido providenciada anteriormente, o que não O recorrente requer que, na eventualidade de vir a ser mantida a

ocorreu no caso tratado nos autos. responsabilidade subsidiária do Estado do Ceará pelo

Note-se que o descumprimento das obrigações trabalhistas por adimplemento dos créditos trabalhistas do reclamante, seja o

parte da prestadora de serviços, inclusive quanto ao atraso no reclamado eximido da responsabilidade por obrigações

pagamento dos salários dos empregados que lhe prestavam personalíssimas que somente dizem respeito ao real empregador,

serviços, já era de conhecimento do Estado do Ceará desde, pelo tais como: liberação do FGTS ou a anotação da CTPS do autor.

menos, fevereiro de 2014, conforme demonstram os documentos de Todavia, a referida insurgência carece de interesse recursal, tendo

Id. 37e4d60 - págs. 47/48, e nem assim foram adotaram medidas em vista que inexiste determinação nesse sentido na sentença

efetivas com vistas à evitar a inadimplência dos créditos trabalhistas recorrida.

reconhecidos nestes autos. Assim, nada a reformar, no particular.

Se a legislação brasileira exige somente o pagamento dos valores

contratados a posteriori, patente a falta de demonstração de efetiva

fiscalização, diante do descumprimento pela contratada, primeira CONCLUSÃO DO VOTO

reclamada, das exigências legais mais elementares, a exemplo do

recolhimento do FGTS.

Registre-se, por oportuno, que a sentença de primeiro grau não Conhecer do recurso ordinário e negar-lhe provimento.

declarou qualquer relação jurídica entre o reclamante e o Ente

Público recorrente, mas tão somente a sua responsabilidade

subsidiária pelas obrigações trabalhistas inadimplidas pela empresa ACÓRDÃO

prestadora de serviços.

Assim, segundo a iterativa jurisprudência da Superior Corte

Trabalhista, a condenação subsidiária do tomador de serviços é de

natureza objetiva e, portanto, abrange todas as verbas não

adimplidas pelo devedor principal, inclusive as de caráter punitivo

ou indenizatório, porquanto se tratam de parcelas oriundas do

contrato de trabalho. Demais disso, tal abrangência tem razão de

ser tendo em vista a culpa "in vigilando" da tomadora de serviços,

não podendo o trabalhador sofrer prejuízos decorrentes do ACORDAM OS DESEMBARGADORES DA 1ª TURMA DO

inadimplemento das obrigações trabalhistas por parte da empresa TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 7ª REGIÃO, por

prestadora de serviços, cuja contratação e fiscalização não lhe unanimidade, conhecer do recurso ordinário e negar-lhe provimento.

competiam. Participaram do julgamento os Desembargadores Durval César de

Desse modo, evidenciado que o recorrente descurou de seu dever Vasconcelos Maia (Presidente), Maria Roseli Mendes Alencar

fiscalizatório, não tomando as medidas protetivas que estavam ao (Relatora) e Regina Gláucia Cavalcante Nepomuceno. Presente,

seu alcance, com vistas a evitar o inadimplemento das obrigações ainda, o Procurador Regional do Trabalho, Francisco Gérson

contratuais da empresa prestadora de serviço em relação ao seu Marques de Lima. Fortaleza, 12 de fevereiro de 2020.

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RELATOR: DURVAL CESAR DE VASCONCELOS MAIA

MARIA ROSELI MENDES ALENCAR EMENTA

Desembargadora Relatora

RECURSO ORDINÁRIO. MULTA PELO ATRASO NO

VOTOS PAGAMENTO DO 13º SALÁRIO. PREVISÃO EM CONVENÇÃO

COLETIVA DE TRABALHO DA CATEGORIA OBREIRA. Uma vez

que, na petição inicial, há pedido expresso de condenação das rés

no pagamento de multa pelo atraso no pagamento do 13º salário

" com base em cláusula convencional específica dispondo nesse

Fortaleza, 21 de fevereiro de 2020. sentido, deve ser reformada a decisão, na qual se entendeu pela

inexistência de previsão convencional quanto à aplicação da multa

sob enfoque. Recurso provido, no aspecto. MULTA EM FACE

DO DESCUMPRIMENTO DE CLÁUSULAS CONVENCIONAIS.

ADOÇÃO DO MAIOR PISO SALARIAL DA CATEGORIA. Se há

FORTALEZA/CE, 21 de fevereiro de 2020. previsão convencional estabelecendo que, no caso de

descumprimento de qualquer cláusula da CCT que não disponha

CESAR DE ALMEIDA MARINHO especificamente acerca de sanção pecuniária, fica a parte infratora

Diretor de Secretaria sujeita ao pagamento de multa equivalente ao prejuízo


Notificação proporcionado, que não poderá ser inferior, em qualquer hipótese,

ao valor do maior piso salarial a ser pago em proveito da parte


Processo Nº ROT-0001232-95.2017.5.07.0013
Relator DURVAL CESAR DE VASCONCELOS prejudicada, não há razão jurídica para que aludida multa seja
MAIA
limitada ao quantum condenatório. Recurso provido, no
RECORRENTE VALMIR BATISTA DO NASCIMENTO
FILHO particular. Apelo conhecido e provido.
SU-HELEN TEIXEIRA ADVOGADO(OAB: 23901/CE)
DEDE E PACHECO
RECORRIDO PL CONSTRUCOES
INCORPORACOES E
EMPREENDIMENTOS IMOBILIARIOS
LTDA - EPP
RECORRIDO IMEDIATA SERVICOS DE RELATÓRIO
CONDOMINIO LTDA - ME
RECORRIDO PAOLA ANDRADE LIMA - ME
RECORRIDO PAOLA ANDRADE LIMA
Colhe-se da peça decisória às fls. 187/193 que o Excelentíssimo
Intimado(s)/Citado(s):
Juiz Titular da 13ª Vara do Trabalho de Fortaleza, após discorrer
- VALMIR BATISTA DO NASCIMENTO FILHO
sobre as razões formadoras de seu entendimento, julgou

parcialmente procedentes as pretensões deduzidas na prefacial,

condenando as reclamadas a, solidariamente, pagarem o laborista


PODER JUDICIÁRIO as seguintes parcelas: "aviso prévio de 30 dias (R$985,47); 06/12
JUSTIÇA DO TRABALHO de férias proporcionais + 1/3 (R$656,97); 05/12 de 13º salário

proporcional de 2017 (R$410,61); FGTS do período contratual e

sobre as verbas rescisórias (aviso prévio e 13º salário) (R$512,04);


PROCESSO nº 0001232-95.2017.5.07.0013 (ROT)
multa de 40% sobre o FGTS (R$204,82); multa do art. 477 da CLT
RECORRENTE: VALMIR BATISTA DO NASCIMENTO FILHO
(R$985,47); 13º salário de 2016 (01/12) (R$77,05); multa prevista
RECORRIDO: PAOLA ANDRADE LIMA - ME, IMEDIATA
no parágrafo primeiro da cláusula quarta das CCTs de 2016 e 2017,
SERVICOS DE CONDOMINIO LTDA - ME, PL CONSTRUCOES
em relação ao atraso salarial dos seguintes meses: dez/2016 - 10
INCORPORACOES E EMPREENDIMENTOS IMOBILIARIOS
dias (R$160,27); fev/2017 - 2 dias (R$39,41); mar/2017 - 5 dias
LTDA - EPP, PAOLA ANDRADE LIMA

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(R$98,54); abr/2017 - 8 dias (R$157,67); diferenças salariais de aplicação de multa convencional em face do atraso no pagamento

janeiro/2017 e fevereiro/2017 (R$96,94); diferenças de auxílio do 13º salário, indeferiu o pedido, todavia, conforme indicado na

alimentação do período contratual, no valor de R$800,40; cestas peça de entrada, a pretensão encontra abrigo no parágrafo segundo

básicas do período contratual, no importe de R$295,00; multa por da cláusula sexta da CCT, a qual não foi analisada na sentença.

descumprimento da CCT (R$4.686,13); e 19 horas extras durante o Razão assiste ao recorrente.

curso do contrato (R$148,77), acrescidas dos reflexos sobre: 13º De fato, na peça inicial, há pedido expresso de condenação das rés

salários (R$15,66); férias + 1/3 (R$20,88); FGTS (R$14,40) + 40% no pagamento de multa convencional pelo atraso no pagamento do

(R$5,76)." 13º salário com base no parágrafo segundo da cláusula sexta da

Como se vê às fls. 213/215, os embargos de declaração CCT (fl. 11), que assim dispõe:

apresentados pelo autor foram julgados improcedentes. CLÁUSULA SEXTA - PAGAMENTO DO 13° SALÁRIO As

Externando seu inconformismo, o reclamante interpôs o recurso empresas pagarão o 13° salário de 2016 na forma estipulada em

ordinário às fls. 221/228, no qual aduz que merece reforma a Lei.

decisão resistida, vez que o julgador monocrático, considerando (...)

inexistir previsão específica no parágrafo primeiro da cláusula Parágrafo segundo - Fica estipulada uma multa, de 2% (dois por

quarta da Convenção Coletiva de Trabalho quanto à aplicação de cento) do valor do salário, por dia de atraso, revertido em benefício

multa convencional em face do atraso no pagamento do 13º salário, do empregado prejudicado, salvo se a mora se operar por culpa do

indeferiu o pedido, todavia, conforme indicado na incoativa, a empregado.

pretensão encontra abrigo no parágrafo segundo da cláusula sexta Sendo assim, dou provimento ao apelo ordinário para condenar as

da CCT, a qual não foi analisada na sentença. promovidas a pagarem ao recorrente a multa estatuída no parágrafo

Expõe, outrossim, que o sentenciante a quo estipulou o pagamento segundo da cláusula sexta da Convenção Coletiva de Trabalho de

de multa pelo descumprimento da Convenção Coletiva de Trabalho, 2016 (fl. 28 e seguintes)

limitando-a ao montante condenatório, todavia, na cláusula Recurso provido, no aspecto.

quinquagésima do instrumento coletivo, há disposição clara no DA MULTA PELO DESCUMPRIMENTO DA CONVENÇÃO

sentido de que aludida multa não pode ser inferior ao valor do maior COLETIVA DE TRABALHO

piso salarial da categoria. Como já relatado, o recorrente propugna que o sentenciante a quo,

Regularmente notificadas por edital, as reclamadas não ao condenar as rés no pagamento da multa estabelecida na

apresentaram contrarrazões. cláusula quinquagésima da Convenção Coletiva de Trabalho, limitou

Dispensada a remessa dos autos ao Ministério Público do Trabalho, -a ao valor da condenação, todavia, na mencionada cláusula, há

visto que não configuradas quaisquer das hipóteses previstas no disposição clara no sentido de que aludida multa não pode ser

art. 109, do Regimento Interno deste Regional. inferior ao maior piso salarial da categoria.

É o relatório. De fato, merece reforma a decisão.

Como se observa na decisão objurgada, o sentenciante

monocrático condenou as rés ao pagamento da multa estabelecida

na cláusula quinquagésima da CCT de 2017, mas no valor de R$

FUNDAMENTAÇÃO 4.686,13, entrementes, a cláusula em alusão dispõe,

inequivocamente, que, no caso de descumprimento de qualquer

cláusula da CCT que não disponha especificamente acerca de

I - ADMISSIBILIDADE sanção pecuniária, fica a parte infratora sujeita ao pagamento de

Considerando as informações constantes da certidão à fl. 230, multa equivalente ao prejuízo proporcionado, que não poderá ser

conheço do recurso, ratificando o despacho de admissibilidade inferior , em qualquer hipótese, ao valor do maior piso salarial a ser

exarado pelo Juízo a quo. pago em proveito da parte prejudicada. Veja-se:

II - MÉRITO CLÁUSULA QUINQUAGÉSIMA - MULTA POR

DA MULTA PELO ATRASO NO PAGAMENTO DO 13º SALÁRIO DESCUMPRIMENTO

Conforme relatado, o recorrente expõe que o julgador singular, Na hipótese de descumprimento de qualquer cláusula da presente

considerando inexistir previsão específica no parágrafo primeiro da Convenção Coletiva de Trabalho, sem previsão de sanção

cláusula quarta da Convenção Coletiva de Trabalho quanto à pecuniária específica, fica a parte infratora sujeita à multa

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equivalente ao prejuízo proporcionado, não sendo inferior, em

qualquer caso, ao valor do maior piso salarial a ser pago em

favor da parte prejudicada. VOTOS

Ao lume do exposto, uma vez que a cláusula terceira da CCT de

2017 estabelece o valor de R$ 7.031,73 como maior piso salarial da

categoria (34ª FAIXA, ANALISTA DE SEGURANÇA BANCÁRIA E

PATRIMONIAL II), dou provimento ao apelo para condenar as rés a

pagarem ao reclamante multa convencional no valor de R$ Voto do(a) Des(a). REGINA GLAUCIA CAVALCANTE

7.031,73. NEPOMUCENO / Gab. Des. Regina Gláucia Cavalcante

Nepomuceno

CONCLUSÃO DO VOTO Entendo que a aplicação da CLÁUSULA QUINQUAGÉSIMA seja

um típico caso de "bis in idem" pois a CLÁUSULA SEXTA já prevê

sanção pecuniária específica para os casos de descumprimento,

Recurso conhecido e provido. qual seja, multa, de 2% (dois por cento) do valor do salário.

FORTALEZA/CE, 21 de fevereiro de 2020.

DISPOSITIVO

CESAR DE ALMEIDA MARINHO

Diretor de Secretaria

Processo Nº RORSum-0000170-07.2019.5.07.0027
Relator MARIA ROSELI MENDES ALENCAR
RECORRENTE S A PAULISTA DE CONSTRUCOES E
COMERCIO
JOSE JONES DE ADVOGADO(OAB: 24526/CE)
SOUZA FILHO
ADOLPHO LUIZ ADVOGADO(OAB: 144997/SP)
MARTINEZ
RECORRIDO SILVEIRA CONSTRUTORA DE
ACORDAM OS DESEMBARGADORES DA 1ª TURMA DO EDIFICIOS EIRELI
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 7ª REGIÃO, por RECORRIDO ERIVAN BATISTA DE SANTANA
JOSE LAIR DE SOUSA ADVOGADO(OAB: 12467/CE)
unanimidade, conhecer e dar provimento ao recurso para incluir na MANGUEIRA
condenação as seguintes verbas: multa estatuída no parágrafo
Intimado(s)/Citado(s):
segundo da cláusula sexta da Convenção Coletiva de Trabalho de
- S A PAULISTA DE CONSTRUCOES E COMERCIO
2016 e multa estabelecida na cláusula quinquagésima da CCT de

2017 no valor de R$ 7.031,73. Vencida a Desembargadora Regina

Gláucia Cavalcante Nepomuceno, que não incluía a multa

estabelecida na cláusula quinquagésima da CCT de 2017. PODER JUDICIÁRIO

Participaram do julgamento os Desembargadores Durval César de JUSTIÇA DO TRABALHO

Vasconcelos Maia (Presidente e Relator), Maria Roseli Mendes

Alencar e Regina Gláucia Cavalcante Nepomuceno. Presente,


PROCESSO nº 0000170-07.2019.5.07.0027 (ROPS)
ainda, o Procurador Regional do Trabalho, Francisco Gérson
RECORRENTE: S A PAULISTA DE CONSTRUÇÕES E
Marques de Lima. Fortaleza, 12 de fevereiro de 2020.
COMERCIO

RECORRIDO: ERIVAN BATISTA DE SANTANA, SILVEIRA

CONSTRUTORA DE EDIFÍCIOS EIRELI

RELATORA: DES. MARIA ROSELI MENDES ALENCAR


DURVAL CESAR DE VASCONCELOS MAIA

Relator

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aviso prévio indenizado (30 dias); b.3) indenização dos depósitos do

FGTS (8% e 40%), compensando-se o valor depositado na conta

vinculada de R$ 138,22; b.4) férias proporcionais 03/12, acrescidas

RELATÓRIO de 1/3; b.5) 13º salário proporcional de 2018 03/12; b.6) multa do

art. 477, § 8º da CLT; b.7) multa do art. 467 da CLT; b.8) o valor

devido de R$ 250,00 referente ao mês de novembro de 2018

Dispensado o relatório, nos termos do artigo 895, § 1º, IV, da CLT. relativo a cesta básica; b.9) multa convencional no valor de R$

562,70, conforme cláusula 11ª do ACT 2018;", além dos honorários

advocatícios fixados em 15% sobre o valor da liquidação. (Sentença

FUNDAMENTAÇÃO ID. 83113ac).

Irresignada, a segunda reclamada, S A PAULISTA DE

CONSTRUÇÕES E COMÉRCIO interpôs Recurso Ordinário (ID.

8d46e5a), insurgindo-se contra a responsabilidade subsidiária que

lhe foi atribuída.

ADMISSIBILIDADE Outrossim, postula a aplicação da TR como índice de atualização

de créditos decorrentes de condenações trabalhistas, a partir da

vigência da Lei nº 13.467/2017. Por fim, requer seja invertido o ônus

Deflagrados os pressupostos recursais extrínsecos (tempestividade, da sucumbência.

preparo, regularidade formal e inexistência de fato impeditivo do Ao exame.

direito de recorrer) e intrínsecos (legitimidade, interesse, cabimento 1) RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. CONTRATO DE

e inexistência de fato extintivo do direito de recorrer), de se SUBEMPREITADA.

conhecer do recurso interposto pela segunda reclamada. Pretende a recorrente ver-se eximida da responsabilização a que foi

condenada, alegando que é da empresa empregadora do

reclamante/recorrido a responsabilidade por todos os encargos

trabalhistas que incidir sobre o empregado.

Oportuno ser observado que a recorrente reconhece a celebração

de contrato de prestação de serviços com a primeira ré, de natureza

civil, para realização de obra certa, porém, afirma que é de

responsabilidade da empresa contratada (1ª reclamada) a

satisfação dos encargos trabalhista devidos ao autor, haja vista que

MÉRITO "não lhe exigiu a prestação de quaisquer serviços e nem lhe pagou

qualquer salário, jamais controlou seus horários, ou lhe deu ordens,

não havendo desta forma, qualquer subordinação econômica ou

jurídica" com o obreiro, sendo deste, portanto, o ônus de provar que

prestou serviços em seu favor.

Sustenta que, na condição de dono da obra, não pode ser

A Juíza da 1ª Vara do Trabalho da Região do Cariri rejeitou a responsabilizada, mesmo que de forma subsidiária, por falta de

preliminar de ilegitimidade passiva e, no mérito, julgou parcialmente amparo legal, visto que cabe ao empreiteiro a execução de

procedentes os pedidos formulados por ERIVAN BATISTA DE determinado serviço em benefício do tomador, inclusive, direção e

SANTANA na ação trabalhista ajuizada contra SILVEIRA remuneração de seus empregados.

CONSTRUTORA DE EDIFÍCIOS LTDA - ME e S A PAULISTA DE Outrossim, defende a ausência de comprovação da prestação de

CONSTRUÇÕES E COMÉRCIO, para condenar as reclamadas, serviços com o objetivo de dar cumprimento às obrigações

sendo a segunda de forma subsidiária, no pagamento das seguintes decorrentes do contrato celebrado com a 1ª Reclamada, ônus que,

verbas, com base na remuneração de R$ 1.698,58: "b.1) saldo de segundo a recorrente, incimbia ao reclamante.

salário do mês de novembro de 2018 (22 dias), descontado o valor Aponta violação ao art. 5º, inciso II, da CF/1988, bem como alega

de R$ 1.000,00 recebido pelo autor e informado em sua inicial; b.2) que não se aplica ao caso o entendimento contido na Súmula nº

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331 do c. TST. Em virtude do referido contrato de subempreitada, conclui-se que a

Pois bem. segunda acionada beneficiou-se, efetivamente, do trabalho

De início, de se destacar que, ante a ausência injustificada da realizado pelo reclamante.

primeira reclamada, SILVEIRA CONSTRUTORA DE EDIFÍCIOS Ressalte-se que se inserem os serviços contratados dentre os

LTDA - ME, fora-lhe aplicada a pena de revelia e confissão ficta, de englobados na dinâmica normal do objeto social das empresas de

modo que se presumem verdadeiros os fatos alegados na peça construção civil, atividade empresarial da recorrente (tomadora dos

exordial. serviços), tratando-se, portanto, efetivamente de atividade-fim, e

Compulsando os autos, verifica-se que o reclamante afirmou em não de atividade-meio.

sua petição inicial que fora contratado pela primeira ré, em Sendo assim, não há se falar em violação do art. 5º, inciso II, da

05/09/2018, na função de "pedreiro", exercendo seus serviços na Constituição Federal, porquanto pacífica a responsabilidade do

Região do Cariri, em prol da tomadora dos serviços S A PAULISTA empreiteiro principal, nos termos do art. 455 da CLT, naqueles

DE CONSTRUÇÕES E COMÉRCIO, segunda reclamada, e casos em que o subempreiteiro não honra com os créditos

demitido sem justa causa em 22/11/2018 (ID. 540f99f - Pág. 4). trabalhistas de seus empregados, independendo, inclusive, de

Demais disso, constata-se que a segunda ré, (S/A PAULISTA DE prova de fraude ou insolvência do empregador.

CONSTRUÇÕES E COMÉRCIO), subempreitou a execução da Não se reconhece com isso o vínculo de emprego direto entre o

obra "Cinturão das Águas - Lote 02 CAC Ceará", mediante empreiteiro principal e o trabalhador, apenas promove-se a justa

celebração de CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS POR tutela de direitos do empregado, protegendo-o de prejuízos

EMPREITADA DE MÃO DE OBRA (ID. ea69a23) com a reclamada advindos de eventuais inadimplementos das obrigações

SILVEIRA CONSTRUTORA DE EDIFÍCIOS LTDA - ME, trabalhistas, mormente nos casos em que sua força de trabalho é

empregadora do reclamante, para a execução das obras civis, ao despendida em benefício direto de outrem, além de seu próprio

longo da área localizada em diversos Municípios do Estado do empregador.

Ceará. O c. TST, a propósito, não deixa margem à interpretação diversa. É

Ao ser inquirido em audiência (Ata ID. 98462fa - Pág. 1), declarou o o que se extrai dos seguintes julgados:

reclamante "que trabalhou no trecho que vai a partir de Brejo Santo; "AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. (...) 2.

que não sabe dizer o numero do lote". RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. SUBEMPREITADA (ART. 455

Por sua vez, o preposto da ora recorrente declarou "que a obra do DA CLT). Não merece reparos o decidido na origem, porquanto a

Cinturão das Águas é dividido em 05 lotes, ficando à cargo da decisão regional pela responsabilização solidária entre os

Reclamada o lote 02, que vai do município de Brejo Santo até o empreiteiros encontra-se em consonância com a jurisprudência

município de Barbalha", e confessou a prestação de serviços dos desta Corte Superior. Com efeito, nos termos do art. 455 da CLT, o

empregados da primeira ré no período entre o ano de 2017 a subempreiteiro responde pelas obrigações derivadas do contrato de

outubro de 2018. trabalho de subempreitada que celebrar, cabendo, todavia, aos

Assim, diante da pena de confissão aplicada, bem como, empregados, o direito de reclamação contra o empreiteiro principal

considerando os termos do contrato constante nos autos e da prova pelas obrigações inadimplidas. 3. (...). Agravo de Instrumento

oral produzida, conclui-se que incumbia à segunda ré produzir prova conhecido e desprovido." (AIRR - 2104-07.2012.5.18.0102, Rel.

desconstitutiva da presunção de veracidade dos fatos articulados na Des. Convocada: Vania Maria da Rocha Abensur, Data de

petição inicial, do qual não se desincumbiu, de forma que merece Julgamento: 19/08/2015, 3ª Turma, Data de Publicação: DEJT

ser mantida inalterada a sentença recorrida no que diz respeito a 21/08/2015)

esse particular. "AGRAVO DE INSTRUMENTO. (...). RESPONSABILIDADE

Passa-se à análise da responsabilização da segunda reclamada. SOLIDÁRIA. CONTRATO DE SUBEMPREITADA. O subempreiteiro

Inicialmente, de se afastar a aplicação do entendimento e o empreiteiro principal respondem solidariamente pelo

jurisprudencial contido na Súmula 331 do c.TST, cujo teor trata, inadimplemento das obrigações trabalhistas decorrentes do contrato

especificamente, da contratação de serviços mediante a de trabalho celebrado pelo subempreiteiro, conforme se extrai do

intermediação de mão de obra. artigo 455 da Consolidação das Leis do Trabalho. Agravo de

Conforme pontuado nas razões retro, as promovidas celebraram Instrumento a que se nega provimento." (AIRR - 1960-

contrato de empreitada de mão-de-obra, para execução da obra 52.2010.5.06.0000, Rel. Des. Convocado: Marcelo Lamego

"Cinturão das Águas - lote 02 CAC Ceará". Pertence, Data de Julgamento: 05/08/2015, 1ª Turma, Data de

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Publicação: DEJT 07/08/2015) devendo ser utilizado a TR como índice de atualização dos débitos

Outrossim, não há que se falar em contrariedade ao entendimento trabalhistas no período anterior a 24.03.2015 e posterior a

contido na OJ nº 191 da SDI1/TST, por não figurar a ora recorrente 11.11.2017 (nos termos do artigo 879, § 7º, da CLT). Recurso de

como "dono da obra". De fato, na espécie dos autos, o Estado revista de que se conhece e a que se dá parcial provimento." (TST-

Ceará, contratante principal, é quem ostenta essa qualidade. A RR-10260-88.2016.5.15.0146, Ac. 4ª Turma, Relator Min. Caputo

recorrente, em verdade, como dito alhures, atuou como empreiteira Bastos, Dt. Julgamento: 09/10/2018).

e, como tal, responde pelas obrigações derivadas do contrato de Efetivamente, nos autos da ADI nº 4357, o Supremo Tribunal

trabalho de subempreitada que celebrar. Federal declarou a inconstitucionalidade da expressão "índice oficial

Registre-se, por oportuno, que, a despeito da responsabilidade da de remuneração básica da caderneta de poupança" prevista no art.

parte recorrente enquadrar-se, em verdade, na modalidade 100, §12º, da CF/88, afastando, assim, a aplicação da Taxa

solidária, mantém-se a sentença de primeiro grau, que atribuiu a Referencial - TR, no que culminou com a inconstitucionalidade, por

responsabilidade subsidiária, ante a observância do princípio arrastamento, do art. 1º-F da Lei nº 9.494, com a redação dada pelo

"reformatio in pejus". art. 5º da Lei nº 11.960, de 29/06/2009.

Repele-se, pois, a insurgência recursal neste tocante, não havendo Em decorrência da referida decisão do STF, o Pleno do TST, ao

se falar em inversão do ônus da sucumbência. apreciar a Arguição de Inconstitucionalidade nº 479-

2) ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. 60.2011.5.04.0231, suscitada pelo Min. Cláudio Mascarenhas

Postula a aplicação da TR como índice de atualização de créditos Brandão, declarou a inconstitucionalidade, por arrastamento, da

decorrentes de condenações trabalhistas, a partir da vigência da Lei expressão "equivalente à TRD" contida no art. 39, caput, da Lei nº

nº 13.467/2017. 8.177/91 e acabou dando interpretação conforme a Constituição

A Magistrada sentenciante determinou a adoção do IPCA-E como Federal ao restante da norma e definiu como índice de atualização

índice de correção monetária. monetária dos créditos trabalhistas na Justiça do Trabalho o Índice

Com efeito, prospera a irresignação recursal. de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E) a partir de

Em decisão recente, o C. TST firmou o seguinte entendimento: 30.06.2009, quando entrou em vigor a Lei nº 11.960/2009, que

"RECURSO DE REVISTA. CRÉDITOS TRABALHISTAS. acrescentou o art. 1º-F à Lei nº 9.494/1997, o qual foi declarado

CORREÇÃO MONETÁRIA. ATUALIZAÇÃO PELO IPCA-E. TAXA inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal.

REFERENCIAL. APLICAÇÃO DO ARTIGO 39 DA LEI Nº 8.177/91. O entendimento acerca da aplicação do IPCA-E encontrava-se

PARCIAL PROVIMENTO. Este colendo Tribunal Superior do suspenso em face do deferimento de liminar, pela mesma Corte

Trabalho, em sua composição plena, nos autos do processo n° TST Suprema, nos autos da Reclamação nº 22.012/RS. Contudo, não

-ArgInc-479-60.2011.5.04.0231, analisou a constitucionalidade da mais subsiste a suspensão da decisão do Tribunal Superior do

diretriz insculpida no caput do artigo 39 da Lei n° 8.177/91, na parte Trabalho conferida liminarmente pelo Supremo Tribunal Federal nos

em que determina a utilização da variação acumulada da TRD para autos da Reclamação 22.012/RS, pois restou julgada improcedente,

fins de atualização monetária, à luz da interpretação dada pelo em data de 05/12/2017, prevalecendo, desse modo, o julgado do

Supremo Tribunal Federal, no julgamento da ADI 4357-DF. Assim, Pleno do TST no julgamento do processo ArgInc-479-

prevaleceu o entendimento do Tribunal Pleno desta Corte Superior 60.2011.5.04.0231, de sorte a manter-se a aplicação do índice

no sentido de que o IPCA-E como índice de correção monetária oficial de remuneração básica da caderneta de poupança (TRD)

para atualização dos débitos trabalhistas somente deve ser adotado para os débitos trabalhistas devidos até o dia 24/3/2015, e, após, a

a partir de 25/03/2015. Ocorre que, com a entrada em vigor da Lei partir do dia 25/3/2015, a correção deve ser realizada pelo Índice de

nº 13.467/2017, em 11/11/2017, foi acrescentado o § 7º ao artigo Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E).

879 da CLT, determinando que a atualização dos créditos Ocorre que a Lei nº 13.467/2017, em vigor desde 11/11/2017,

decorrentes de condenação judicial deverá ser feita pela Taxa acrescentou o § 7º ao artigo 879 da CLT, com o seguinte teor:

Referencial (TR). Nesse contexto, de acordo com voto divergente "§ 7º A atualização dos créditos decorrentes de condenação judicial

proferido pelo Ministro Alexandre Luiz Ramos nos autos do será feita pela Taxa Referencial (TR), divulgada pelo Banco Central

processo nº TST-RR-2493-67.2012.5.12.0034, esta colenda Turma do Brasil, conforme a Lei no 8.177, de 1o de março de 1991.

decidiu, por maioria, adotar o entendimento de que o IPCA-E (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)"

somente deverá ser adotado como índice de atualização dos E em se tratando de normativo novo, tal não é afetado pela

débitos trabalhistas no interregno de 25.03.15 a 10.11.2017, declaração de inconstitucionalidade proferida em período anterior

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ao início da sua vigência.

Esse o quadro, de se prover o recurso, nesse tocante, para

determinar a aplicação da TR como índice de correção monetária,

tendo em vista se tratar de verbas oriundas de período posterior a

11/11/2017. Voto do(a) Des(a). DURVAL CESAR DE VASCONCELOS MAIA /

Gab. Des. Durval Cesar de Vasconcelos Maia

EMENTA

[...] CORREÇÃO MONETÁRIA PELO TR X IPCA-E. O TST tem

Conclusão do recurso assentado o entendimento de que o IPCA-E deve ser aplicado

mesmo após a reforma trabalhista, considerando, para isso, que o

§7º, do art. 879, da CLT, perdeu sua eficácia normativa, em virtude

Conhecer do recurso e lhe dar parcial provimento, tão somente para da declaração parcial de inconstitucionalidade do art. 39 da Lei nº

determinar a aplicação da TR como índice de correção monetária. 8.177/1991, que lhe conferia conteúdo. Diante disso, a correção

monetária dos débitos trabalhistas deve observar a aplicação da TR

até 24/03/2015 (Arg Inc nº 479-60.2011.5.04.0231/TST x

ACÓRDÃO Reclamação nº 22012/STF), e do IPCA-E a contar de 25/03/2015.

Recurso ordinário conhecido e improvido.

FUNDAMENTAÇÃO

IPCA-E COMO ÍNDICE DE CORREÇÃO MONETÁRIA DOS

DÉBITOS TRABALHISTAS

Calha lembrar que, em primórdios da análise do tema, o TST, por

intermédio da decisão proferida no processo nº 479-

60.2011.5.04.0231 (ArgInc), afastou o uso da Taxa Referencial

Diária (TRD) e determinou a adoção do Índice de Preços ao

ACORDAM OS DESEMBARGADORES DA 1ª TURMA DO Consumidor Amplo Especial (IPCA-E), no que tange à correção

TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 7ª REGIÃO, por monetária a ser aplicada aos débitos trabalhistas.

unanimidade, conhecer do recurso e, por maioria, lhe dar parcial Porém, quando do julgamento da Reclamação nº 22012, os

provimento, tão somente para determinar a aplicação da TR como Ministros integrantes da 2ª Turma do STF, modularam os efeitos da

índice de correção monetária. Mantido o valor condenatório decisão promanada do TST (processo nº 479-60.2011.5.04.0231

arbitrado em primeiro grau. Vencido o Desembargador Durval César (ArgInc) para determinar a aplicação da TRD no cálculo da correção

de Vasconcelos Maia, que negava provimento ao apelo. monetária dos débitos trabalhistas exigíveis até o dia 24/03/2015 e,

Participaram do julgamento os Desembargadores Durval César de a partir daí, do IPCA-E.

Vasconcelos Maia (Presidente), Maria Roseli Mendes Alencar Note-se que o § 7º do art. 879, da CLT, acrescentado pela Lei nº

(Relatora) e Regina Gláucia Cavalcante Nepomuceno. Presente, 13.467/2017, expressamente prevê que "A atualização dos créditos

ainda, o Procurador Regional do Trabalho, Francisco Gérson decorrentes de condenação judicial será feita pela Taxa Referencial

Marques de Lima. Fortaleza, 12 de fevereiro de 2020. (TR), divulgada pelo Banco Central do Brasil, conforme a Lei n.

8177, de 1º de março de 1991".

Impende destacar que o Supremo Tribunal Federal, nos autos do

RE 870.947, firmou o entendimento de que a correção monetária

MARIA ROSELI MENDES ALENCAR pela TR para condenações impostas à Fazenda Pública é

Desembargadora Relatora inconstitucional, devendo ser aplicado o IPCA-E, uma vez a TR não

reflete a desvalorização da moeda brasileira. De acordo com o voto

do relator, Ministro Luiz Fux, "O art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, com a

VOTOS redação dada pela Lei nº 11.960/09, na parte em que disciplina a

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atualização monetária das condenações impostas à Fazenda

Pública segundo a remuneração oficial da caderneta de poupança,

revela-se inconstitucional ao impor restrição desproporcional ao

direito de propriedade (CRFB, art. 5º, XXII), uma vez que não se

qualifica como medida adequada a capturar a variação de preços da RELATÓRIO

economia, sendo inidônea a promover os fins a que se destina".

De par com a decisão do STF referenciada, a mais recente

jurisprudência do TST tem assentado o entendimento de que o Dispensado o relatório, nos termos do artigo 895, § 1º, IV, da CLT.

IPCA-E deve ser aplicado mesmo após a reforma trabalhista,

considerando, para isso, que o §7º, do art. 879, da CLT, perdeu sua

eficácia normativa, em virtude da declaração parcial de FUNDAMENTAÇÃO

inconstitucionalidade do art. 39 da Lei nº 8.177/1991, que lhe

conferia conteúdo.

Assim, impõe-se a aplicação do índice de correção monetária pela

TR até 24/03/2015 (Arg Inc nº 479-60.2011.5.04.0231/TST x

Reclamação nº 22012/STF), e pelo IPCA-E a contar de 25/03/2015 ADMISSIBILIDADE

para atualização dos débitos trabalhistas.

FORTALEZA/CE, 21 de fevereiro de 2020. Deflagrados os pressupostos recursais extrínsecos (tempestividade,

preparo, regularidade formal e inexistência de fato impeditivo do

CESAR DE ALMEIDA MARINHO direito de recorrer) e intrínsecos (legitimidade, interesse, cabimento

Diretor de Secretaria e inexistência de fato extintivo do direito de recorrer), de se

conhecer do recurso interposto pela segunda reclamada.


Processo Nº RORSum-0000170-07.2019.5.07.0027
Relator MARIA ROSELI MENDES ALENCAR
RECORRENTE S A PAULISTA DE CONSTRUCOES E
COMERCIO
JOSE JONES DE ADVOGADO(OAB: 24526/CE)
SOUZA FILHO
ADOLPHO LUIZ ADVOGADO(OAB: 144997/SP)
MARTINEZ
RECORRIDO SILVEIRA CONSTRUTORA DE
EDIFICIOS EIRELI
RECORRIDO ERIVAN BATISTA DE SANTANA
JOSE LAIR DE SOUSA ADVOGADO(OAB: 12467/CE)
MANGUEIRA
MÉRITO
Intimado(s)/Citado(s):
- ERIVAN BATISTA DE SANTANA

PODER JUDICIÁRIO

JUSTIÇA DO TRABALHO A Juíza da 1ª Vara do Trabalho da Região do Cariri rejeitou a

preliminar de ilegitimidade passiva e, no mérito, julgou parcialmente

procedentes os pedidos formulados por ERIVAN BATISTA DE


PROCESSO nº 0000170-07.2019.5.07.0027 (ROPS)
SANTANA na ação trabalhista ajuizada contra SILVEIRA
RECORRENTE: S A PAULISTA DE CONSTRUÇÕES E
CONSTRUTORA DE EDIFÍCIOS LTDA - ME e S A PAULISTA DE
COMERCIO
CONSTRUÇÕES E COMÉRCIO, para condenar as reclamadas,
RECORRIDO: ERIVAN BATISTA DE SANTANA, SILVEIRA
sendo a segunda de forma subsidiária, no pagamento das seguintes
CONSTRUTORA DE EDIFÍCIOS EIRELI
verbas, com base na remuneração de R$ 1.698,58: "b.1) saldo de
RELATORA: DES. MARIA ROSELI MENDES ALENCAR
salário do mês de novembro de 2018 (22 dias), descontado o valor

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 152
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

de R$ 1.000,00 recebido pelo autor e informado em sua inicial; b.2) que não se aplica ao caso o entendimento contido na Súmula nº

aviso prévio indenizado (30 dias); b.3) indenização dos depósitos do 331 do c. TST.

FGTS (8% e 40%), compensando-se o valor depositado na conta Pois bem.

vinculada de R$ 138,22; b.4) férias proporcionais 03/12, acrescidas De início, de se destacar que, ante a ausência injustificada da

de 1/3; b.5) 13º salário proporcional de 2018 03/12; b.6) multa do primeira reclamada, SILVEIRA CONSTRUTORA DE EDIFÍCIOS

art. 477, § 8º da CLT; b.7) multa do art. 467 da CLT; b.8) o valor LTDA - ME, fora-lhe aplicada a pena de revelia e confissão ficta, de

devido de R$ 250,00 referente ao mês de novembro de 2018 modo que se presumem verdadeiros os fatos alegados na peça

relativo a cesta básica; b.9) multa convencional no valor de R$ exordial.

562,70, conforme cláusula 11ª do ACT 2018;", além dos honorários Compulsando os autos, verifica-se que o reclamante afirmou em

advocatícios fixados em 15% sobre o valor da liquidação. (Sentença sua petição inicial que fora contratado pela primeira ré, em

ID. 83113ac). 05/09/2018, na função de "pedreiro", exercendo seus serviços na

Irresignada, a segunda reclamada, S A PAULISTA DE Região do Cariri, em prol da tomadora dos serviços S A PAULISTA

CONSTRUÇÕES E COMÉRCIO interpôs Recurso Ordinário (ID. DE CONSTRUÇÕES E COMÉRCIO, segunda reclamada, e

8d46e5a), insurgindo-se contra a responsabilidade subsidiária que demitido sem justa causa em 22/11/2018 (ID. 540f99f - Pág. 4).

lhe foi atribuída. Demais disso, constata-se que a segunda ré, (S/A PAULISTA DE

Outrossim, postula a aplicação da TR como índice de atualização CONSTRUÇÕES E COMÉRCIO), subempreitou a execução da

de créditos decorrentes de condenações trabalhistas, a partir da obra "Cinturão das Águas - Lote 02 CAC Ceará", mediante

vigência da Lei nº 13.467/2017. Por fim, requer seja invertido o ônus celebração de CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS POR

da sucumbência. EMPREITADA DE MÃO DE OBRA (ID. ea69a23) com a reclamada

Ao exame. SILVEIRA CONSTRUTORA DE EDIFÍCIOS LTDA - ME,

1) RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. CONTRATO DE empregadora do reclamante, para a execução das obras civis, ao

SUBEMPREITADA. longo da área localizada em diversos Municípios do Estado do

Pretende a recorrente ver-se eximida da responsabilização a que foi Ceará.

condenada, alegando que é da empresa empregadora do Ao ser inquirido em audiência (Ata ID. 98462fa - Pág. 1), declarou o

reclamante/recorrido a responsabilidade por todos os encargos reclamante "que trabalhou no trecho que vai a partir de Brejo Santo;

trabalhistas que incidir sobre o empregado. que não sabe dizer o numero do lote".

Oportuno ser observado que a recorrente reconhece a celebração Por sua vez, o preposto da ora recorrente declarou "que a obra do

de contrato de prestação de serviços com a primeira ré, de natureza Cinturão das Águas é dividido em 05 lotes, ficando à cargo da

civil, para realização de obra certa, porém, afirma que é de Reclamada o lote 02, que vai do município de Brejo Santo até o

responsabilidade da empresa contratada (1ª reclamada) a município de Barbalha", e confessou a prestação de serviços dos

satisfação dos encargos trabalhista devidos ao autor, haja vista que empregados da primeira ré no período entre o ano de 2017 a

"não lhe exigiu a prestação de quaisquer serviços e nem lhe pagou outubro de 2018.

qualquer salário, jamais controlou seus horários, ou lhe deu ordens, Assim, diante da pena de confissão aplicada, bem como,

não havendo desta forma, qualquer subordinação econômica ou considerando os termos do contrato constante nos autos e da prova

jurídica" com o obreiro, sendo deste, portanto, o ônus de provar que oral produzida, conclui-se que incumbia à segunda ré produzir prova

prestou serviços em seu favor. desconstitutiva da presunção de veracidade dos fatos articulados na

Sustenta que, na condição de dono da obra, não pode ser petição inicial, do qual não se desincumbiu, de forma que merece

responsabilizada, mesmo que de forma subsidiária, por falta de ser mantida inalterada a sentença recorrida no que diz respeito a

amparo legal, visto que cabe ao empreiteiro a execução de esse particular.

determinado serviço em benefício do tomador, inclusive, direção e Passa-se à análise da responsabilização da segunda reclamada.

remuneração de seus empregados. Inicialmente, de se afastar a aplicação do entendimento

Outrossim, defende a ausência de comprovação da prestação de jurisprudencial contido na Súmula 331 do c.TST, cujo teor trata,

serviços com o objetivo de dar cumprimento às obrigações especificamente, da contratação de serviços mediante a

decorrentes do contrato celebrado com a 1ª Reclamada, ônus que, intermediação de mão de obra.

segundo a recorrente, incimbia ao reclamante. Conforme pontuado nas razões retro, as promovidas celebraram

Aponta violação ao art. 5º, inciso II, da CF/1988, bem como alega contrato de empreitada de mão-de-obra, para execução da obra

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"Cinturão das Águas - lote 02 CAC Ceará". Pertence, Data de Julgamento: 05/08/2015, 1ª Turma, Data de

Em virtude do referido contrato de subempreitada, conclui-se que a Publicação: DEJT 07/08/2015)

segunda acionada beneficiou-se, efetivamente, do trabalho Outrossim, não há que se falar em contrariedade ao entendimento

realizado pelo reclamante. contido na OJ nº 191 da SDI1/TST, por não figurar a ora recorrente

Ressalte-se que se inserem os serviços contratados dentre os como "dono da obra". De fato, na espécie dos autos, o Estado

englobados na dinâmica normal do objeto social das empresas de Ceará, contratante principal, é quem ostenta essa qualidade. A

construção civil, atividade empresarial da recorrente (tomadora dos recorrente, em verdade, como dito alhures, atuou como empreiteira

serviços), tratando-se, portanto, efetivamente de atividade-fim, e e, como tal, responde pelas obrigações derivadas do contrato de

não de atividade-meio. trabalho de subempreitada que celebrar.

Sendo assim, não há se falar em violação do art. 5º, inciso II, da Registre-se, por oportuno, que, a despeito da responsabilidade da

Constituição Federal, porquanto pacífica a responsabilidade do parte recorrente enquadrar-se, em verdade, na modalidade

empreiteiro principal, nos termos do art. 455 da CLT, naqueles solidária, mantém-se a sentença de primeiro grau, que atribuiu a

casos em que o subempreiteiro não honra com os créditos responsabilidade subsidiária, ante a observância do princípio

trabalhistas de seus empregados, independendo, inclusive, de "reformatio in pejus".

prova de fraude ou insolvência do empregador. Repele-se, pois, a insurgência recursal neste tocante, não havendo

Não se reconhece com isso o vínculo de emprego direto entre o se falar em inversão do ônus da sucumbência.

empreiteiro principal e o trabalhador, apenas promove-se a justa 2) ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA.

tutela de direitos do empregado, protegendo-o de prejuízos Postula a aplicação da TR como índice de atualização de créditos

advindos de eventuais inadimplementos das obrigações decorrentes de condenações trabalhistas, a partir da vigência da Lei

trabalhistas, mormente nos casos em que sua força de trabalho é nº 13.467/2017.

despendida em benefício direto de outrem, além de seu próprio A Magistrada sentenciante determinou a adoção do IPCA-E como

empregador. índice de correção monetária.

O c. TST, a propósito, não deixa margem à interpretação diversa. É Com efeito, prospera a irresignação recursal.

o que se extrai dos seguintes julgados: Em decisão recente, o C. TST firmou o seguinte entendimento:

"AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. (...) 2. "RECURSO DE REVISTA. CRÉDITOS TRABALHISTAS.

RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. SUBEMPREITADA (ART. 455 CORREÇÃO MONETÁRIA. ATUALIZAÇÃO PELO IPCA-E. TAXA

DA CLT). Não merece reparos o decidido na origem, porquanto a REFERENCIAL. APLICAÇÃO DO ARTIGO 39 DA LEI Nº 8.177/91.

decisão regional pela responsabilização solidária entre os PARCIAL PROVIMENTO. Este colendo Tribunal Superior do

empreiteiros encontra-se em consonância com a jurisprudência Trabalho, em sua composição plena, nos autos do processo n° TST

desta Corte Superior. Com efeito, nos termos do art. 455 da CLT, o -ArgInc-479-60.2011.5.04.0231, analisou a constitucionalidade da

subempreiteiro responde pelas obrigações derivadas do contrato de diretriz insculpida no caput do artigo 39 da Lei n° 8.177/91, na parte

trabalho de subempreitada que celebrar, cabendo, todavia, aos em que determina a utilização da variação acumulada da TRD para

empregados, o direito de reclamação contra o empreiteiro principal fins de atualização monetária, à luz da interpretação dada pelo

pelas obrigações inadimplidas. 3. (...). Agravo de Instrumento Supremo Tribunal Federal, no julgamento da ADI 4357-DF. Assim,

conhecido e desprovido." (AIRR - 2104-07.2012.5.18.0102, Rel. prevaleceu o entendimento do Tribunal Pleno desta Corte Superior

Des. Convocada: Vania Maria da Rocha Abensur, Data de no sentido de que o IPCA-E como índice de correção monetária

Julgamento: 19/08/2015, 3ª Turma, Data de Publicação: DEJT para atualização dos débitos trabalhistas somente deve ser adotado

21/08/2015) a partir de 25/03/2015. Ocorre que, com a entrada em vigor da Lei

"AGRAVO DE INSTRUMENTO. (...). RESPONSABILIDADE nº 13.467/2017, em 11/11/2017, foi acrescentado o § 7º ao artigo

SOLIDÁRIA. CONTRATO DE SUBEMPREITADA. O subempreiteiro 879 da CLT, determinando que a atualização dos créditos

e o empreiteiro principal respondem solidariamente pelo decorrentes de condenação judicial deverá ser feita pela Taxa

inadimplemento das obrigações trabalhistas decorrentes do contrato Referencial (TR). Nesse contexto, de acordo com voto divergente

de trabalho celebrado pelo subempreiteiro, conforme se extrai do proferido pelo Ministro Alexandre Luiz Ramos nos autos do

artigo 455 da Consolidação das Leis do Trabalho. Agravo de processo nº TST-RR-2493-67.2012.5.12.0034, esta colenda Turma

Instrumento a que se nega provimento." (AIRR - 1960- decidiu, por maioria, adotar o entendimento de que o IPCA-E

52.2010.5.06.0000, Rel. Des. Convocado: Marcelo Lamego somente deverá ser adotado como índice de atualização dos

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débitos trabalhistas no interregno de 25.03.15 a 10.11.2017, declaração de inconstitucionalidade proferida em período anterior

devendo ser utilizado a TR como índice de atualização dos débitos ao início da sua vigência.

trabalhistas no período anterior a 24.03.2015 e posterior a Esse o quadro, de se prover o recurso, nesse tocante, para

11.11.2017 (nos termos do artigo 879, § 7º, da CLT). Recurso de determinar a aplicação da TR como índice de correção monetária,

revista de que se conhece e a que se dá parcial provimento." (TST- tendo em vista se tratar de verbas oriundas de período posterior a

RR-10260-88.2016.5.15.0146, Ac. 4ª Turma, Relator Min. Caputo 11/11/2017.

Bastos, Dt. Julgamento: 09/10/2018).

Efetivamente, nos autos da ADI nº 4357, o Supremo Tribunal

Federal declarou a inconstitucionalidade da expressão "índice oficial

de remuneração básica da caderneta de poupança" prevista no art.

100, §12º, da CF/88, afastando, assim, a aplicação da Taxa

Referencial - TR, no que culminou com a inconstitucionalidade, por Conclusão do recurso

arrastamento, do art. 1º-F da Lei nº 9.494, com a redação dada pelo

art. 5º da Lei nº 11.960, de 29/06/2009.

Em decorrência da referida decisão do STF, o Pleno do TST, ao Conhecer do recurso e lhe dar parcial provimento, tão somente para

apreciar a Arguição de Inconstitucionalidade nº 479- determinar a aplicação da TR como índice de correção monetária.

60.2011.5.04.0231, suscitada pelo Min. Cláudio Mascarenhas

Brandão, declarou a inconstitucionalidade, por arrastamento, da

expressão "equivalente à TRD" contida no art. 39, caput, da Lei nº ACÓRDÃO

8.177/91 e acabou dando interpretação conforme a Constituição

Federal ao restante da norma e definiu como índice de atualização

monetária dos créditos trabalhistas na Justiça do Trabalho o Índice

de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E) a partir de

30.06.2009, quando entrou em vigor a Lei nº 11.960/2009, que

acrescentou o art. 1º-F à Lei nº 9.494/1997, o qual foi declarado

inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal.

O entendimento acerca da aplicação do IPCA-E encontrava-se

suspenso em face do deferimento de liminar, pela mesma Corte ACORDAM OS DESEMBARGADORES DA 1ª TURMA DO

Suprema, nos autos da Reclamação nº 22.012/RS. Contudo, não TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 7ª REGIÃO, por

mais subsiste a suspensão da decisão do Tribunal Superior do unanimidade, conhecer do recurso e, por maioria, lhe dar parcial

Trabalho conferida liminarmente pelo Supremo Tribunal Federal nos provimento, tão somente para determinar a aplicação da TR como

autos da Reclamação 22.012/RS, pois restou julgada improcedente, índice de correção monetária. Mantido o valor condenatório

em data de 05/12/2017, prevalecendo, desse modo, o julgado do arbitrado em primeiro grau. Vencido o Desembargador Durval César

Pleno do TST no julgamento do processo ArgInc-479- de Vasconcelos Maia, que negava provimento ao apelo.

60.2011.5.04.0231, de sorte a manter-se a aplicação do índice Participaram do julgamento os Desembargadores Durval César de

oficial de remuneração básica da caderneta de poupança (TRD) Vasconcelos Maia (Presidente), Maria Roseli Mendes Alencar

para os débitos trabalhistas devidos até o dia 24/3/2015, e, após, a (Relatora) e Regina Gláucia Cavalcante Nepomuceno. Presente,

partir do dia 25/3/2015, a correção deve ser realizada pelo Índice de ainda, o Procurador Regional do Trabalho, Francisco Gérson

Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E). Marques de Lima. Fortaleza, 12 de fevereiro de 2020.

Ocorre que a Lei nº 13.467/2017, em vigor desde 11/11/2017,

acrescentou o § 7º ao artigo 879 da CLT, com o seguinte teor:

"§ 7º A atualização dos créditos decorrentes de condenação judicial

será feita pela Taxa Referencial (TR), divulgada pelo Banco Central MARIA ROSELI MENDES ALENCAR

do Brasil, conforme a Lei no 8.177, de 1o de março de 1991. Desembargadora Relatora

(Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)"

E em se tratando de normativo novo, tal não é afetado pela

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VOTOS redação dada pela Lei nº 11.960/09, na parte em que disciplina a

atualização monetária das condenações impostas à Fazenda

Pública segundo a remuneração oficial da caderneta de poupança,

revela-se inconstitucional ao impor restrição desproporcional ao

direito de propriedade (CRFB, art. 5º, XXII), uma vez que não se

Voto do(a) Des(a). DURVAL CESAR DE VASCONCELOS MAIA / qualifica como medida adequada a capturar a variação de preços da

Gab. Des. Durval Cesar de Vasconcelos Maia economia, sendo inidônea a promover os fins a que se destina".

De par com a decisão do STF referenciada, a mais recente

jurisprudência do TST tem assentado o entendimento de que o

EMENTA IPCA-E deve ser aplicado mesmo após a reforma trabalhista,

[...] CORREÇÃO MONETÁRIA PELO TR X IPCA-E. O TST tem considerando, para isso, que o §7º, do art. 879, da CLT, perdeu sua

assentado o entendimento de que o IPCA-E deve ser aplicado eficácia normativa, em virtude da declaração parcial de

mesmo após a reforma trabalhista, considerando, para isso, que o inconstitucionalidade do art. 39 da Lei nº 8.177/1991, que lhe

§7º, do art. 879, da CLT, perdeu sua eficácia normativa, em virtude conferia conteúdo.

da declaração parcial de inconstitucionalidade do art. 39 da Lei nº Assim, impõe-se a aplicação do índice de correção monetária pela

8.177/1991, que lhe conferia conteúdo. Diante disso, a correção TR até 24/03/2015 (Arg Inc nº 479-60.2011.5.04.0231/TST x

monetária dos débitos trabalhistas deve observar a aplicação da TR Reclamação nº 22012/STF), e pelo IPCA-E a contar de 25/03/2015

até 24/03/2015 (Arg Inc nº 479-60.2011.5.04.0231/TST x para atualização dos débitos trabalhistas.

Reclamação nº 22012/STF), e do IPCA-E a contar de 25/03/2015.

Recurso ordinário conhecido e improvido. FORTALEZA/CE, 21 de fevereiro de 2020.

FUNDAMENTAÇÃO

IPCA-E COMO ÍNDICE DE CORREÇÃO MONETÁRIA DOS CESAR DE ALMEIDA MARINHO

DÉBITOS TRABALHISTAS Diretor de Secretaria

Calha lembrar que, em primórdios da análise do tema, o TST, por

intermédio da decisão proferida no processo nº 479- SECRETARIA DA 2ª TURMA


60.2011.5.04.0231 (ArgInc), afastou o uso da Taxa Referencial Acórdão
Diária (TRD) e determinou a adoção do Índice de Preços ao
Processo Nº ROT-0000419-19.2018.5.07.0018
Consumidor Amplo Especial (IPCA-E), no que tange à correção Relator CLAUDIO SOARES PIRES
monetária a ser aplicada aos débitos trabalhistas. RECORRENTE BRC - BRAZIL COSMETICS LTDA
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
Porém, quando do julgamento da Reclamação nº 22012, os MENDES
Ministros integrantes da 2ª Turma do STF, modularam os efeitos da LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRENTE MULT DISTRIBUIDORA DE
decisão promanada do TST (processo nº 479-60.2011.5.04.0231 COSMETICOS LTDA
(ArgInc) para determinar a aplicação da TRD no cálculo da correção EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE)
SOUSA ARAGÃO
monetária dos débitos trabalhistas exigíveis até o dia 24/03/2015 e, RECORRENTE JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME
a partir daí, do IPCA-E. ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES
Note-se que o § 7º do art. 879, da CLT, acrescentado pela Lei nº LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
13.467/2017, expressamente prevê que "A atualização dos créditos RECORRENTE ROBERTO NENDZA - ME
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
decorrentes de condenação judicial será feita pela Taxa Referencial MENDES
(TR), divulgada pelo Banco Central do Brasil, conforme a Lei n. LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRENTE CRX COMERCIO DE COSMETICOS E
8177, de 1º de março de 1991". BIJUTERIAS LTDA - ME
Impende destacar que o Supremo Tribunal Federal, nos autos do ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES
RE 870.947, firmou o entendimento de que a correção monetária LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
pela TR para condenações impostas à Fazenda Pública é RECORRENTE AL PARTICIPACOES LTDA
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE)
inconstitucional, devendo ser aplicado o IPCA-E, uma vez a TR não SOUSA ARAGÃO
reflete a desvalorização da moeda brasileira. De acordo com o voto RECORRENTE HNV INDUSTRIA E COMERCIO DE
COSMETICOS LTDA - ME
do relator, Ministro Luiz Fux, "O art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, com a

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Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE) LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)


SOUSA ARAGÃO ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
RECORRENTE ALENCARINE COSMETICOS MENDES
COMERCIO VAREJISTA E RECORRIDO ALENCARINE COSMETICOS
TREINAMENTOS EIRELI COMERCIO VAREJISTA E
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) TREINAMENTOS EIRELI
MENDES LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
RECORRENTE LUCHELYS DE ALENCAR MARTINS MENDES
EDUARDO FONTENELE ADVOGADO(OAB: 19970/CE) RECORRIDO CRX COMERCIO DE COSMETICOS E
MOTA BIJUTERIAS LTDA - ME
RAFFAEL DUTRA LIMA ADVOGADO(OAB: 29332/CE) LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RIBEIRO ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
RECORRENTE ERICA PONTES DE MENESES MENDES
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) RECORRIDO J R COMERCIO DE COSMETICOS
MENDES LTDA - ME
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRENTE HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
- ME MENDES
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) RECORRIDO ERICA PONTES DE MENESES
MENDES LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
RECORRENTE ORIGINAL COMERCIO DE MENDES
COSMETICOS LTDA - ME RECORRIDO JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
MENDES
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) MENDES
RECORRIDO ANDERSON LUID DOS SANTOS RECORRIDO DISTRIBUIDORA HELGA
SEVERO - ME COSMETICOS LTDA - ME
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE) LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
SOUSA ARAGÃO
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
RECORRIDO AL PARTICIPACOES LTDA MENDES
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE) RECORRIDO HELGA COSMETICOS LTDA - ME
SOUSA ARAGÃO
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRIDO MULT DISTRIBUIDORA DE
COSMETICOS LTDA ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE)
SOUSA ARAGÃO RECORRIDO VRX COMERCIO DE COSMETICOS E
BIJUTERIAS LTDA - ME
RECORRIDO ROBERTO NENDZA - ME
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) MENDES
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
MENDES
TERCEIRO JOSE ALENCAR SALES JUNIOR
RECORRIDO HNV INDUSTRIA E COMERCIO DE INTERESSADO
COSMETICOS LTDA - ME
TERCEIRO ERICA PONTES DE MENESES
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE) INTERESSADO
SOUSA ARAGÃO
RECORRIDO BRC - BRAZIL COSMETICS LTDA
Intimado(s)/Citado(s):
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) - JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME
MENDES
RECORRIDO MULTIPLA COMERCIO DE
COSMETICOS LTDA - EPP
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) PODER JUDICIÁRIO
MENDES
JUSTIÇA DO TRABALHO
RECORRIDO BELLA COSMETICOS LTDA - EPP
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES PROCESSO nº 0000419-19.2018.5.07.0018 (RO)
RECORRIDO HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA
- ME RECORRENTE: JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, HELGA
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) NENDZA SALES & CIA LTDA - ME, ORIGINAL COMERCIO DE
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES COSMÉTICOS LTDA - ME, ERICA PONTES DE MENESES,
RECORRIDO LUCHELYS DE ALENCAR MARTINS ALENCARINE COSMÉTICOS COMERCIO VAREJISTA E
RAFFAEL DUTRA LIMA ADVOGADO(OAB: 29332/CE)
RIBEIRO TREINAMENTOS EIRELI, CRX COMERCIO DE COSMÉTICOS E
EDUARDO FONTENELE ADVOGADO(OAB: 19970/CE) BIJUTERIAS LTDA - ME, ROBERTO NENDZA - ME, HNV
MOTA
RECORRIDO ORIGINAL COMERCIO DE INDÚSTRIA E COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME, AL
COSMETICOS LTDA - ME
PARTICIPACOES LTDA, MULT DISTRIBUIDORA DE

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Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

COSMÉTICOS LTDA, BRC - BRAZIL COSMETICS LTDA, DE COSMÉTICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME; VRX COMERCIO

LUCHELYS DE ALENCAR MARTINS DE COSMÉTICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME; ROBERTO

RECORRIDO: LUCHELYS DE ALENCAR MARTINS, VRX NENDZA - ME; HANOVA INDUSTRIA E COMERCIO DE

COMERCIO DE COSMÉTICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, COSMÉTICOS LTDA - ME; AL PARTICIPACOES LTDA;

ANDERSON LUID DOS SANTOS SEVERO - ME, BRC - BRAZIL ANDERSON LUID DOS SANTOS SEVERO - ME; MULT

COSMÉTICOS LTDA, MULT DISTRIBUIDORA DE COSMÉTICOS DISTRIBUIDORA DE COSMÉTICOS LTDA; BRC - BRAZIL

LTDA, AL PARTICIPACOES LTDA, HNV INDÚSTRIA E COSMETICS LTDA a pagar à reclamante LUCHELYS DE

COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME, ROBERTO NENDZA - ALENCAR MARTINS as seguintes parcelas: a.Saldo de salário (29

ME, CRX COMERCIO DE COSMÉTICOS E BIJUTERIAS LTDA - dias); b. Aviso prévio (51 dias); com reflexos no 13º salário e férias;

ME, ALENCARINE COSMÉTICOS COMERCIO VAREJISTA E c. Férias simples 2016/2017 e proporcionais (8/12 avos), acrescidas

TREINAMENTOS EIRELI, ERICA PONTES DE MENESES, J R de 1/3 constitucional; d. 13º salário proporcional 2018 (3/12 avos); e.

COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME, BELLA COSMÉTICOS FGTS + 40%; f. Multa do art. 467 da CLT, incidente sobre os valores

LTDA - EPP, MULTIPLA COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - e parcelas rescisórias constantes no TRCT (ID. 7ad3499), bem

EPP, ORIGINAL COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME, como sobre o FGTS não depositado e multa de 40% sobre todos os

HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ME, HELGA valores devidos a título de FGTS ao longo da contratualidade; g.

COSMÉTICOS LTDA - ME, DISTRIBUIDORA HELGA Multa do art. 477,§8º da CLT; h. Honorários advocatícios.

COSMÉTICOS LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - A sentença fora complementada pelos aclaratórios de ID. 7081a1b,

ME com o fito de sanear a sentença embargada, determinando a

RELATOR: FRANCISCO JOSÉ GOMES DA SILVA compensação do valor de R$ 10.710,34, vez que a quantia foi

REDATOR DESIGNADO: CLAUDIO SOARES PIRES recebida pela parte embargada, conforme comprovante de

transferência bancária de ID. 619A9a4.

EMENTA Aduz a recorrente, preliminarmente, que houve cerceamento de seu

RECURSO ORDINÁRIO. GRUPO ECONÔMICO. direito de defesa, ao argumento de que o juízo, ao adotar

CONFIGURAÇÃO. Confirma-se a sentença de origem que integralmente a motivação da sentença proferido na reclamatória

reconheceu a formação de grupo econômico entre as empresas trabalhista 0000471-51.2018.5.07.0006, construiu o seu

demandadas, quando se constata que além da complementaridade entendimento, por consequência, a partir das provas orais ali

entre os objetos sociais destas, há o interesse integrado, a consignadas, mas que, tais elementos probatórios não foram

comunhão de interesses e a atuação conjunta das empresas dele publicizadas à ora recorrente no presente feito, com vistas à

integrantes. Recurso conhecido e improvido. garantia do contraditório e da ampla defesa, verificando-se, pois,

RELATÓRIO uma patente violação ao que dispõe o art. 312 do CPC/15.

Designado para redigir o acórdão, peço vênia para adotar o relatório Destaca, em seguida, que os aludidos depoimentos também não

da lavra do Excelentíssimo Desembargador Relator Francisco José integram o arcabouço das provas emprestadas acostada aos autos,

Gomes da Silva, a seguir: mediante convenção de ambas as partes; que o Juízo a quo utilizou

"Trata-se de recurso ordinário ajuizado pela reclamada HNV como fundamento da procedência da pretensão autoral, da mera

INDUSTRIA E COSMÉTICOS LTDA interposto em face da decisão cópia de uma transcrição parcial realizada no bojo de uma sentença

do Juízo da 18ª Vara do Trabalho de Fortaleza (ID. 984dd8d), que proferida em processo paradigma, a qual, por sua vez, utilizou,

JULGOU a reclamatória PROCEDENTE EM PARTE, para naquele momento, o depoimento testemunhal na condição de prova

condenar, SOLIDARIAMENTE, as reclamadas DISTRIBUIDORA emprestada, a qual, por certo, não integra o presente feito.

HELGA COSMÉTICOS LTDA - ME; HELGA COSMÉTICOS LTDA Ressalta, igualmente, que as reportadas transcrições carregam

- ME; HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ME; ORIGINAL relatos fáticos que não integram as razões da exordial, impondo

COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME; MULTIPLA reconhecer a total inovação da lide, em absoluta violação ao art.

COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - EPP; BELLA 141 do CPC/15.

COSMÉTICOS LTDA - EPP; J R COMERCIO DE COSMÉTICOS Em razão do exposto, requer a nulidade da sentença e o retorno

LTDA - ME; JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME; ERICA dos autos para que haja um novo julgamento, desta feita, em

PONTES DE MENESES; ALENCARINE COSMÉTICOS conformidade com o acervo fático-probatório do caso sub examine.

COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS; CRX COMERCIO Adiante, requer o reconhecimento da inépcia do pedido relativo às

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parcelas de FGTS + 40%, a extinção do pleito sem resolução de "DA NULIDADE DA SENTENÇA- DA UTILIZAÇÃO DA PROVA

mérito, à luz do que dispõe o art. 485, I, do CPC/15, sob o EMPRESTADA - DO ALEGADO CERCEAMENTO DE DEFESA

fundamento de que, a parte recorrida, em sua peça de ingresso, Aduz a recorrente, preliminarmente, que houve cerceamento de seu

inobstante tenha somente assentado as datas de ingresso e de direito de defesa, ao argumento de que o juízo, ao adotar

dispensa, realizou o pedido correspondente às parcelas de FGTS integralmente a motivação da sentença proferida na reclamatória

em conjunto com a indenização adicional de 40% sobre o saldo trabalhista 0000471-51.2018.5.07.0006, construiu o seu

fundiário. entendimento, a partir das provas orais ali consignadas, mas que,

No mérito, defende a recorrente, em síntese, a inexistência de fusão tais elementos probatórios não foram publicizadas à ora recorrente

e formação de grupo econômico com o GRUPO HELGA, sendo no presente feito, com vistas à garantia do contraditório e da ampla

indevida a sua responsabilidade solidária pelos créditos deferidos defesa, verificando-se, pois, uma patente violação ao que dispõe o

ao autor na presente reclamação trabalhista. art. 312 do CPC/15.

Argumenta, em que pese tenha havido, nas redes sociais, um Destaca, em seguida, que os aludidos depoimentos também não

anúncio de fusão entre os conglomerados Helga e Hanova, por integram o arcabouço das provas emprestadas acostada aos autos,

certo, tal reagrupamento não ocorreu, máxime porque a sucessão mediante convenção de ambas as partes; que o Juízo a quo utilizou

empresarial somente é possível em face de pessoas jurídicas como fundamento da procedência da pretensão autoral, da mera

regularmente constituídas, o que não é o caso dos grupos cópia de uma transcrição parcial realizada no bojo de uma sentença

econômicos, os quais não possuem personalidade jurídica própria, proferida em processo paradigma, a qual, por sua vez, utilizou,

mas tão somente exteriorizam a arregimentação de sociedades que naquele momento, o depoimento testemunhal na condição de prova

possuam atuação integrante em face da comunhão de interesses, o emprestada, a qual, por certo, não integra o presente feito.

que, também, não retrata o caso dos autos. Ressalta, igualmente, que as reportadas transcrições carregam

Esclarece, adiante, que há uma mera relação comercial, havendo relatos fáticos que não integram as razões da exordial, impondo

total independência entre as empresas do GRUPO HANOVA em reconhecer a total inovação da lide, em absoluta violação ao art.

relação às componentes do GRUPO HELGA, sendo a recorrente, 141 do CPC/15.

mera fornecedora de produtos para o conglomerado empresarial Em razão do exposto, requer a nulidade da sentença e o retorno

HELGA, sem haver contudo, qualquer integração de interesses dos autos para que haja um novo julgamento, desta feita, em

entre as empresas ou atuação conjunta. conformidade com o acervo fático-probatório do caso sub examine.

Por fim, requer a reforma da decisão de modo a afastar a À análise.

inconstitucionalidade declarada de forma incidental do art. 791-A, Em audiência de instrução, as Reclamadas requereram a juntada

§4º, da CLT, haja vista inexistir afronta à Carga Magna, mormente de provas emprestadas, relativo aos depoimentos testemunhais dos

porque, nos ditames do art. 133 da Lei Maior, o advogado é processos 461-92.2018.5.07.0010, 470-54.2018.5.07.0010 e 471-

indispensável à administração da justiça, e, caso esta Colenda 39.2018.5.07.0010 (ID. bae0442, ID. ed35241, ID. 5cd9c24, ID.

Turma entenda de modo diverso, que seja observada o art. 97 da 8eb6395).

CRFB/1988, o qual prevê a cláusula de reserva de plenário para a O Juízo, ao proferir a sentença, utilizou para o reconhecimento da

manutenção da declaração de inconstitucionalidade. existência de Grupo Econômico entre as acionadas (Grupo Hanova-

Após devidamente notificada, a recorrida apresentou suas Helga) como prova emprestada, os fundamento os lançados na

contrarrazões, conforme documento de ID. 15ffc62. sentença prolatada nos autos do processo nº 0000471-

A matéria versada no presente recurso dispensa a obrigatoriedade 51.2018.5.07.0006, de lavra da magistrada Taciana Orlovicin

de parecer prévio da douta PRT (art. 109, do Regimento Interno)" Gonçalves Pita (ID. 984dd8d).

FUNDAMENTAÇÃO Nesse ponto, destaco, inicialmente, que o novo CPC trouxe

ADMISSIBILIDADE permissivo expresso quanto à possibilidade de utilização da prova

Acolhe-se o presente recurso, uma vez que preenchidos os emprestada, desde que observado o contraditório, conforme

requisitos de admissibilidade. previsão no art. 372, que assim dispõe:

PRELIMINARES Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em

Peço vênia para adotar os fundamentos do voto do Excelentíssimo outro processo, atribuindo-lhe o valor que considerar adequado,

Desembargador Relator Francisco José Gomes da Silva, quanto à observado o contraditório".

apreciação das preliminares, nos seguintes termos: Assim, havendo previsão legal para utilização da prova emprestada

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e, observando que no processo nº 0000471-51.2018.5.07.0006 as caso em julgamento, assim como ocorrido nesta hipótese, em que o

partes foram submetidas ao contraditório e, havendo identidade dos Regional registrou que"a prova emprestada foi produzida em

fatos probandos nos processos, rejeita-se a alegativa de processo judicial que envolvia as mesmas rés da presente ação,

cerceamento de defesa. tendo sido observadas as formalidades estabelecidas em lei para a

Quanto a alegativa de que as reportadas transcrições dos sua produção, bem como o princípio do contraditório. Segundo,

depoimentos carregam relatos fáticos que não integram as razões porque os fatos a serem comprovados guardam correlação com os

da exordial, não merece acolhida, posto que a causa de pedir da da presente ação. Terceiro, porque a referida prova emprestada foi

autora, no que se refere a responsabilidade solidária das acionadas, valorada pelo Juízo segundo o princípio do livre convencimento

trata justamente na alegada formação de grupo econômico entre as motivado, em conjunto com as demais provas dos autos".

empresas, objeto da prova naqueles autos. Importante salientar também que a utilização de prova emprestada

Os depoimentos constantes na prova emprestada utilizada pelo não está condicionada à prévia anuência e concordância das

Juízo a quo dizem respeito aos fatos relacionados pela autora, no partes. Assim, a mera alegação da reclamada de que não

que pertine a alegada formação de grupo econômico entre as concordou com a utilização de prova emprestada não é suficiente

acionadas GRUPO HELGA (DISTR IBUIDORA HELGA para inviabilizar a sua utilização nestes autos. Precedentes.

COSMETICOS LTDA - ME, HELGA COSMETICOS LTDA - ME, Recurso de revista não conhecido" (TST, ARR - 3600-

HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ME, ORIGINAL 29.2010.5.12.0031 Data de Julgamento: 15/02/2017, Relator

COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, MULTIPLA Ministro: José Roberto Freire Pimenta, 2ª Turma, Data de

COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - EPP, BELLA Publicação: DEJT 17/02/2017).

COSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE COSMETICOS "B) RECURSO DE REVISTA. 1. NULIDADE DA SENTENÇA.

LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, ERICA CERCEAMENTO DE DEFESA. UTILIZAÇÃO DE PROVA

PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS EMPRESTADA SEM ANUÊNCIA. O Regional entendeu que a

COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX utilização de prova emprestada consubstanciada em certidão de

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX averiguação produzida em outros autos, no qual a reclamada figura

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME e como parte, não configura cerceamento de defesa, ante a

ROBERTO NENDZA - ME) e GRUPO HANOVA - HNV (HANOVA semelhança fática existente entre os processos, assim como da

INDUSTRIA E COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, AL observância do contraditório e da ampla defesa. Com efeito, esta

PARTICIPAÇÕES LTDA, ANDERSON LUID DOS SANTOS Corte tem se posicionado no sentido de ser possível a utilização da

SEVERO - ME e MULT DISTRIBUIDORA DE COSMETICOS prova emprestada, não sendo imprescindível a anuência da parte

LTDA), assim como referem-se as mesmas demandadas, sendo adversa. Recurso de revista não conhecido" (TST, RR - 940-

permitido sua valoração como se houvesse sido produzida 27.2013.5.18.0181 Data de Julgamento: 09/11/2016, Relatora

diretamente nos autos examinados. Ministra: Dora Maria da Costa, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT

Nesse ponto, frise-se, não há vício em virtude de o Juízo ter 11/11/2016).

utilizado a fundamentação da sentença, a qual considerou para Preliminar rejeitada.

formação do convencimento da magistrada, depoimentos os quais INÉPCIA DA INICIAL

foram respeitados o contraditório quando produzida em processos Requer o Recorrente, o reconhecimento da inépcia do pedido

judiciais, máxime,quando envolvendo a mesma empresa e quando relativo às parcelas de FGTS + 40%, e a extinção do pleito sem

os fatos guardam correlação com os da presente ação. resolução de mérito, à luz do que dispõe o art. 485, I, do CPC/15,

Nesse mesmo entendimento, colaciona-se a atual jurisprudência do sob o fundamento de que, a parte recorrida, em sua peça de

Tribunal Superior do Trabalho, in verbis: ingresso, inobstante tenha somente assentado as datas de ingresso

UTILIZAÇÃO DE PROVA EMPRESTADA. POSSIBILIDADE. e de dispensa, realizou o pedido correspondente às parcelas de

IDENTIDADE FÁTICA. MESMAS RECLAMADAS. FGTS, em conjunto com a indenização adicional de 40% sobre o

DESNECESSIDADE DE PRÉVIA CONCORDÂNCIA DA PARTE saldo fundiário.

CONTRÁRIA. AUSÊNCIA DE CERCEAMENTO DE DEFESA. Sem razão.

NULIDADE PROCESSUAL NÃO CONFIGURADA. Esta Corte O processo trabalhista é regido pelo princípio da simplicidade das

admite a utilização da prova emprestada, desde que haja a formas, consagrado no art. 840, § 1º, da CLT, segundo o qual basta

identidade dos fatos considerados no documento emprestado e no uma breve exposição dos fatos para se considerar apta a exordial.

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Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal. todas acrescidas do terço constitucional, FGTS e multa de 40%.

§ 1º - Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do Em relação ao rol dos pedidos, o autor requereu a condenação da

Presidente da Junta, ou do juiz de direito a quem for dirigida, a reclamada ao pagamento das verbas rescisórias, incluindo FGTS E

qualificação do reclamante e do reclamado, uma breve exposição MULTA DE 40% DO FGTS.

dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, a data e a assinatura Em decorrência do princípio da simplicidade, que norteia o processo

do reclamante ou de seu representante. trabalhista, o qual não sofreu alterações com a Lei nº 13.467, de

§ 1o Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do 2017, a petição inicial ora em análise preencheu os requisitos do

juízo, a qualificação das partes, a breve exposição dos fatos de que art. 840 , da CLT, a qual, frise-se, não dificultou a defesa das

resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser certo, determinado e acionadas.

com indicação de seu valor, a data e a assinatura do reclamante ou Rejeita-se."

de seu representante. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) DO MÉRITO

§ 2º - Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em 2 (duas) GRUPO ECONÔMICO. CONFIGURAÇÃO.

vias datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no A sentença reconheceu o grupo econômico entre as empresas

que couber, o disposto no parágrafo anterior. demandadas, consoante os seguintes fundamentos:

§ 2o Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em duas vias "Diante da identidade da matéria (fática e jurídica), adoto

datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no que integralmente os fundamentos lançados na brilhante sentença

couber, o disposto no § 1o deste artigo. (Redação dada pela Lei nº prolatada nos autos da 0000471-51.2018.5.07.0006, de lavra da

13.467, de 2017) magistrada Taciana Orlovicin Gonçalves Pita, acerca da

§ 3o Os pedidos que não atendam ao disposto no § 1o deste artigo responsabilidade das empresas demandadas, nos termos a seguir:

serão julgados extintos sem resolução do mérito. (Incluído pela Lei 'Afirma a parte reclamante que as empresas que compõem o antigo

nº 13.467, de 2017) GRUPO HELGA (DISTRIBUIDORA HELGA COSMETICOS LTDA -

Como se observa, a Lei n. 13.467/17 fez referência expressa aos ME, HELGA COSMETICOS LTDA - ME, HELGA NENDZA SALES

requisitos da petição inicial trabalhista, dispondo no § 1º do art. 840 & CIA LTDA - ME, ORIGINAL COMERCIO DE COSMETICOS

da CLT que o pedido deva "ser certo, determinado e com indicação LTDA - ME, MULTIPLA COMERCIO DE COSMETICOS LTDA -

de seu valor". EPP, BELLA COSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE

No caso, em relação ao pedido de pagamento do FGTS e multa COSMETICOS LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME,

rescisória, o reclamante fez pedido certo, determinado e com ERICA PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS

indicação do valores pois da sua causa de pedir, entende-se COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX

logicamente que o autor fora demitido sem justa causa e sem COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX

recebimento de suas verbas rescisórias, fato este, incontroverso COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME e

nos autos. ROBERTO NENDZA - ME) são dirigidas e coordenadas pelos

Na narrativa dos fatos, o acionante afirmou que ingressou na sócios José Alencar Sales Júnior e Érica Pontes de Meneses. Alega

reclamada no dia 01/08/2010, para exercer a função de gerente, que, em meados de 2017, os sócios do Grupo Helga iniciaram

sendo demitida sem justa causa em 29/03/2018; que o último negociações para fusão com o Grupo Hanova (HNV), fusão de

salário percebido foi de R$ 3.200,00 (três mil e duzentos reais); que empresas esta que foi oficialmente tornada pública em julho de

quando de sua demissão não recebeu qualquer valor, assim como 2017, expondo o rol de empresas que compõem o Grupo Hanova -

não fora liberado Seguro Desemprego e FGTS, motivo pelo qual HNV (HANOVA INDUSTRIA E COMERCIO DE COSMETICOS

pleiteia a liberação dos mesmos em sede de tutela antecipada; que LTDA - ME, AL PARTICIPAÇÕES LTDA, ANDERSON LUID DOS

o FGTS se encontra depositado apenas de forma parcial, apenas o SANTOS SEVERO - ME e MULT DISTRIBUIDORA DE

valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais). COSMETICOS LTDA), à época todas dirigidas pelos sócios

Em seguida, requereu que, Tendo em vista os argumentos jurídicos Anderson Luid Santos Severo e Aline Cristina Silva Souza Severo.

apresentados, ajuíza-se a presente Reclamação Trabalhista no Sustenta que, a partir de julho de 2017, independentemente do

intuito de serem satisfeitos todos os direitos da reclamante, quais cumprimento das obrigações legais para efetivação da fusão, qual

sejam: Saldo Salário, Aviso Prévio de 51 dias, 13º salário e férias seja a extinção das pessoas jurídicas da empresa incorporada com

sobre aviso prévio, FGTS sobre rescisão, 13º salário proporcional o surgimento de uma nova, tal fusão de fato ocorreu e todos os

3/12 de 2018, férias simples 2016/2017 e proporcionais 2017/2018 empregados passaram à subordinação do Grupo Hanova-Helga, o

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qual configura grupo econômico por coordenação, impondo a fornecedor-cliente. Informam, ainda, que os fundos de comércio de

responsabilização solidária entre as empresas do grupo. Entende empresas do Grupo Helga foram alienados por seus sócios-

que a fusão entre as empresas com a criação, em outubro de 2017, proprietários da Helga para a empresa DX GROUP

da empresa MULT DISTRIBUIDORA DE COSMÉTICOS (de que PARTICIPAÇÕES E INVESTIMENTOS LTDA, que, por sua vez,

eram sócios o filho dos sócios do Grupo Helga e a mãe do sócio do não possuiria qualquer ligação com o Grupo Hanova, tratando-se de

Grupo Hanova), teria como única finalidade ocultar os sócios de fato empresa de investimentos de proveniente São Paulo.

da nova empresa e ainda o de conseguir nova linha de crédito na A demandada AL PARTICIPACOES LTDA nega a formação de

praça. Postula, caso não se conclua pela existência de grupo grupo econômico com quaisquer das demais empresas.

econômico, que se reconheça a sucessão empresarial de todas as A reclamada MULT DISTRIBUIDORA DE COSMETICOS LTDA

empresas do Grupo Helga por HNV INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE alega que nunca existiu de fato e nega a formação de grupo

COSMÉTICOS LTDA. Alega, ainda, que a empresa BRC BRAZIL econômico com quaisquer das demais empresas.

COSMÉTICOS LTDA adquiriu em Recuperação Judicial os direitos A ré BRC - BRAZIL COSMETICS LTDA informa que comprou os

da marca mista "Helga" por cinco anos, sem jamais exercer direitos de uso da marca HELGA, não estando a reclamante sob

qualquer gerência direta, pois o Sr. José Alencar Sales Júnior suas ordens, refutando a formação de grupo econômico com

continuou a exercer a direção, gerência e coordenação das quaisquer das demais empresas reclamadas e pleiteia que, em

empresas. Por essa razão, pretende a responsabilização solidária caso de condenação, seja de forma subsidiária.

da ré BRC BRAZIL COSMÉTICOS LTDA, uma vez identificada a Pois bem.

fraude ocorrida e a evidente direção do efetivo sócio do Grupo Inicialmente, declaro a responsabilidade solidária das empresas

Helga. DISTRIBUIDORA HELGA COSMETICOS LTDA - ME, HELGA

Em suas contestações, as rés negam a formação de grupo COSMETICOS LTDA - ME, HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA -

econômico entre as empresas do Grupo Helga e Hanova As ME, ORIGINAL COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME,

reclamadas DISTRIBUIDORA HELGA COSMETICOS LTDA - ME, MULTIPLA COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - EPP, BELLA

HELGA COSMETICOS LTDA - ME, HELGA NENDZA SALES & CIA COSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE COSMETICOS

LTDA - ME, ORIGINAL COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, ERICA

MULTIPLA COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - EPP, PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS

BELLACOSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX

COSMETICOS LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX

ERICA PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME,

COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX ROBERTO NENDZA - ME (1ª a 13ª reclamadas), nos termos do §

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX 2º do art. 2º da CLT, as quais reconheceram a formação de grupo

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, econômico entre si, encontrando-se, dentre estas, a empregadora.

ROBERTO NENDZA - ME (1ª a 13ª reclamadas), não refutam o Quanto ao grupo econômico alegado em relação aos grupos

grupo econômico entre si, tendo contestado a formação de grupo HELGA e HANOVA, a autora juntou aos autos várias fotografias

com as empresas do Grupo HANOVA (14ª a 16ª reclamadas), com com os Srs. Anderson Luid Dos Santos Severo, José Alencar Sales

a MULT DISTRIBUIDORA (17ª reclamada) e com a BCR (18ª Junior, Aline Cristina Silva Souza Severo e Érica Pontes de

reclamada), alegando que o grupo HANOVA tem como objeto social Meneses, sócios das empresa Hanova e Helga, divulgadas em meio

a produção de produtos de beleza, e que inexiste hierarquia e/ou digital em julho de 2017, anunciando a fusão entre as empresas do

coordenação entre as empresas. Sustenta que a BCR está sob a Grupo Helga com aquelas do Grupo Hanova (HNV), com

égide da Lei 11.101//05, tendo comprado o direito de utilização da fundamento na expansão e aquisições realizadas pelo grupo

marca "Helga" por cinco anos. HANOVA, podendo se perceber que nas fotos, aparece o diretor do

As reclamadas HANOVA INDUSTRIA E COMERCIO DE grupo HANOVA, o qual veste camisa com o nome HELGA NOVO

COSMETICOS LTDA - ME e ANDERSON LUID DOS SANTOS TEMPO e ainda uma figura que demonstra a junção de duas peças

SEVERO - ME reconhecem o grupo entre si e negam a formação de de quebra-cabeça nas quais constam os nomes dos dois grupos

grupo com as demais reclamadas, noticiando que são fornecedoras HANOVA e HELGA. Em que pese não haver alterações nas

de produtos à rede varejista, sendo uma das principais, o grupo estruturas das empresas formadoras dos grupos, resta claro que

HELGA, não tendo havido a fusão alegada, apenas relação houve uma intensa comunhão de interesses

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econômicos/profissionais entre as empresas formadoras dos dois que só veio a ocorrer em julho de 2017.

grupos. De acordo com a Lei 13.467/2017 são requisitos para a Diante do exposto, reconheço a existência de grupo econômico por

configuração do grupo econômico: a demonstração do interesse coordenação entre todas as empresas dos Grupos HELGA e

integrado, a efetiva comunhão de interesses e a atuação conjunta HANOVA, as quais declaro responsáveis solidárias pelas verbas

das empresas integrantes. A inexistência de uma hierarquia entre decorrentes da condenação, nos termos dos arts. 2º, § 2º, e 9º da

as empresas não descaracteriza o grupo econômico, se há a CLT.

demonstração de que entre as empresas ocorre clara atuação No que concerne à reclamada AL PARTICIPAÇÕES LTDA, verifica-

conjunta, em linha de coordenação e comunhão de interesses, o se que na defesa das empresas formadoras do GRUPO HELGA

que se verifica no caso em tela. restou afirmado que as empresas HANOVA INDUSTRIA E

Ademais, a primeira testemunha laboral afirmou em seu COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, ANDERSON LUID

depoimento: DOS SANTOS SEVERO - ME e AL PARTICIPACOES LTDA

"(...) que havia comentários dentro da empresa de que ocorreu uma formam o grupo HANOVA. Nessa senda, o contrato social de

fusão entre as empresas Helga e Hanova; que o gerente do constituição da reclamada AL PARTICIPAÇÕES LTDA demonstra

depoente comentou que ocorreria a fusão e que o depoente que essa empresa tem como sócios os Srs. Anderson Liud dos

continuaria a prestar serviços para as duas empresas; que o Santos Severo e Aline Cristina Silva Souza Severo, os quais se

depoente já chegou, mesmo prestando serviços para a Helga, fizeram presentes ao evento em que foi anunciada a "fusão" entre

prestar serviços para a Hanova, tais como rotulagem de produtos, os grupos empresariais, conforme fotografias anexadas aos autos.

embalagem de mercadorias e fazendo entregas; que depois dos Ainda, o endereço eletrônico da AL PARTICIPAÇÕES LTDA

comentários da fusão, o depoente também começou a receber registrado no CNPJ é "anderson@hanovacosméticos.com.br".

ordens do Sr. Paulo, empregado da Hanova, responsável pela Ademais, a Sra. Aline Cristina Silva Souza Severo é também sócia

logística." da empresa HNV INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE COSMÉTICOS

Ainda, a segunda testemunha da autora noticiou: LTDA, cujo endereço eletrônico é

"que trabalhou para Helga de 01/02/2010 a 14/04/2018 na função "anderson@hanovacosméticos.com.br", conquanto o Sr. Anderson

de estoquista; que trabalhou com a reclamante; que o gerente, Liud dos Santos Severo não faça parte do corpo societário dessa

Sr.Evandro comentou com o depoente que havia sido feita uma empresa. O Sr. Anderson Liud dos Santos Severo atua, ainda,

sociedade entre a Helga e a Hanova; que, após o comentário, o como empresário individual da ANDERSON LUID DOS SANTOS

depoente também começo a prestar serviços para a Hanova SEVERO ME. Por fim, saliento que as empresas HNV INDÚSTRIA

abastecendo e descarregando as mercadorias da empresa Hanova E COMÉRCIO DE COSMÉTICOS LTDA, AL PARTICIPAÇÕES

nas seções das lojas Helga, limpando as mercadorias; que o LTDA, ANDERSON LUID DOS SANTOS SEVERO - ME e MULT

depoente não recebia ordens de nenhum empregado da Hanova; DISTRIBUIDORA DE COSMETICOS LTDA, em audiência, se

que as lojas Helga também vendiam produtos de outras indústrias e fizeram representar pelo mesmo preposto, o Sr. Luiz Gustavo

não só da empresa Hanova; que, em relação às mercadorias das Santana Severo, neste feiro e nos processos nº0000470-

outras indústrias, o abastecimento e o descarregamento de 54.2018.5.07.0010, 0000471-39.2018.5.07.0010 e 0000476-

mercadorias eram feitos por empregados destas indústrias; que a 61.2018.5.07.0010, cujos termos de audiência foram anexados aos

reclamante vendia produtos da indústria Hanova bem como de presentes autos.

outras indústrias." O fato de a empresa AL PARTICIPAÇÕES LTDA ter objetivo social

Saliente-se que o fato de terem sido alienados fundos de comércio diverso das empresas do grupo HANOVA não é suficiente para

de empresas do Grupo Helga para a empresa DX GROUP afastar a formação do grupo econômico com HNV INDÚSTRIA E

PARTICIPAÇÕES E INVESTIMENTOS LTDA não afeta a presente COMÉRCIO DE COSMÉTICOS LTDA e ANDERSON LUID DOS

demanda, pois apenas houve a alienação parcial das quotas SANTOS SEVERO - ME.

empresariais de somente algumas das empresas do Grupo. Sendo assim, reconheço que a empresa AL PARTICIPAÇÕES

Insta destacar, também, que a alegação da reclamada ANDERSON LTDA pertence ao grupo econômico HANOVA, o qual restou

LUID DOS SANTOS SEVERO ME de que a relação havida entre os condenada solidariamente, aplicando a esta a mesma

apontados conglomerados empresariais era de apenas fornecedor- responsabilidade, nos termos dos arts. 2º, § 2º, e 9º da CLT.

cliente não se sustenta, ressaltando que a mensagem eletrônica e a No que tange à reclamada MULT DISTRIBUIDORA DE

confissão de dívida datam de período anterior à "fusão" noticiada, o COSMETICOS LTDA, observa-se efetivamente formalizada em

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 163
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24/10/2017 pouco tempo após a fusão dos grupos HELGA e pratica tudo continuou do mesmo jeito, pois continuou

HANOVA, com atuação na vendas de produtos de higiene, tendo chegando produtos da marca própria da Helga (lavi) e da Helga,

como sócios os Srs. Matheus Pontes Sales e Maria de Fátima dos os quais tinham prioridade para serem vendidos" - depoimento

Santos Severo, os quais são, respectivamente, o filho dos titulares de Maria Irlane Silva Santos Desiderio) e ("que houve uma

do Grupo Helga e a mãe de um dos proprietários do Grupo Hanova reunião num domingo de julho/2017 onde foi comunicada a

(Anderson Luid dos Santos Severo), fato não contestado em defesa. fusão da Hanova com a Helga Cosmeticos onde foram

Sendo assim, tenho que a empresa MULT DISTRIBUIDORA DE apresentados os novos patrões como sendo: Aline Severo e

COSMETICOS LTDA também participa dos Grupos Helga e seu esposo Anderson ambos donos da Hanova; que a a partir

Hanova, utilizando-se da mesma estrutura empresarial para a daí a prioridade era para vender os produtos da Hanova e Lavi"

consecução de seus objetivos financeiros, diante do que, resta - depoimento de Francisca Edinusia Alves de Sousa)."

condenada solidariamente, nos termos dos arts. 2º, § 2º, e 9º da A empresa recorrente manifesta no presente recurso ordinário o seu

CLT. inconformismo, alegando, em síntese: "que a fusão e o grupo

Por fim, quanto à ré BRC BRAZIL COSMETICS COMÉRCIO econômico ostentam características diametralmente opostas"; "em

VAREJISTA DE COSMÉTICOS EIRELI, verifica-se que ela que pese tenha havido, nas redes sociais, um anúncio de fusão

apresentou defesa através do mesmo escritório que a empregadora, entre os conglomerados Helga e Hanova, por certo, tal

na qual passou a repetir as mesmas alegações já apresentadas reagrupamento não ocorreu, máxime porque a sucessão

pelas 1ª a 13ª Reclamadas, além disso, observa-se que no empresarial somente é possível em face de pessoas jurídicas

comprovante de inscrição cadastral (CNPJ) consta endereço regularmente constituídas, o que não é o caso dos grupos

eletrônico pertencente ao domínio da HELGA COSMÉTICOS. econômicos, os quais não possuem personalidade jurídica própria,

Ademais, apresentou carta de preposição que revelou mas tão somente exteriorizam a arregimentação de sociedades que

representação através do mesmo preposto que a empregadora, possuam atuação integrante em face da comunhão de interesses";

razão pela qual, deve ser solidariamente responsável pelos créditos "que a sentença de origem, em nenhum momento, cuidou de

oriundos da presente demanda, nos moldes dos arts. 2º, § 2º, e 9º demonstrar a integração de interesses entre as empresas, a

da CLT." atuação conjunta, tampouco a comunhão de interesses, mas

Pontue-se, por oportuno, que as atas de audiência em nada apenas limitou-se a discorrer, de forma bastante confusa, sobre

corroboram com a tese da demandada, uma vez que se verifica, "fusão", sendo esta manifestante inexistente no caso vertente"; "que

com extrema facilidade, que a testemunha da reclamada, Sr. os depoimentos coligidos aos autos sob a rubrica de prova

Emanuel Rodrigues de Albuquerque, arrolada em todos os emprestada fulminam a pretensão autoral, quer pelo viés da fusão,

processos, busca, sem nenhum sucesso, sustentar os termos da seja sob a óptica de agrupamento empresarial."

defesa. Não se vê nas razões recursais, com a devida vênia da parte

Ademais, por mais que tenha declarado que "que na metade do recorrente, fundamentos que infirmem convincentemente as

segundo semestre de 2017 houve uma reunião da Helga com a conclusões do juízo de primeiro grau, razão pela qual se há perfilhar

Hanova para uma parceria de fornecimento de produtos", com os motivos da decisão vergastada, ora endossados e

afirmou, posteriormente, que "soube que foi feita uma postagem integrantes das presentes razões de decidir.

no instagram da Helga onde foi usado o termo fusão com a Consoante o § 2º do art. 2º da CLT, "sempre que uma ou mais

Hanova". empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica

Por outro lado, as testemunhas Francisca Edinusia Alves de Sousa própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de

e Maria Irlane Silva Santos outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua

Desiderio, apresentadas pelas partes autoras, nas referidas atas de autonomia, integrem grupo econômico, serão responsáveis

audiências, possuem depoimentos uníssonos no que tange à solidariamente pelas obrigações decorrentes da relação de

reunião em que foi publicizada à fusão das demandadas aos emprego".

empregados são uníssonas ("que no final de julho/2017 foram Nesta esteira, o delineamento do que se convencionou chamar

convocadas para uma reunião no hotel meridional no centro da grupo econômico, pela dicção da Consolidação das Leis do

cidade onde foi comunicada por Alencar Junior, Erica Pontes e Trabalho, importa na evidência da integração dos

Aline Severo, a fusão da Helga e Hanova, com promessas de empreendimentos, de forma a vincular, direta ou indiretamente, as

que tudo iria mudar com a chegada de novos produtos, mas na empresas.

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Este aspecto restou caracterizado nos autos, sendo certo que se operandi das vendas dos produtos e não à ausência de formação

verificam elementos suficientes para que seja corroborada a de grupo. A testemunha em questão ainda revelou que as diversas

conclusão da sentença recorrida. marcas apresentavam seus produtos e realizavam treinamentos,

Como bem destacado pela sentença, restou demonstrada nos autos mas que com a Hanova o processo foi diferente, pois, além de ter

a ampla divulgação realizada nas redes sociais, em julho de 2017, sido comunicada a fusão, não houve interrupção do fornecimento de

acerca da fusão das empresas do Grupo Helga com aquelas do mercadorias para serem vendidas nas lojas Helga, o que ocorreu

Grupo Hanova. Eis os dizeres da publicação (V. ID 0d53e9e - Pág. com outros fornecedores em face das dívidas da empregadora

2): "Temos o orgulho de anunciar que começou um novo tempo. O originária.

Grupo HNV detentor de várias marcas como a Hanova, em um Não se olvida o depoimento da testemunha convidada pelas

processo de expansão e aquisições, realizou a fusão com o Grupo reclamadas, Sr. Emanuel Rodrigues de Albuquerque, ouvida nos

Helga Cosméticos. Tudo isso para que os nossos clientes possam processos (461-92.2018.5.07.0010, 470-54.2018.5.07.0010 e 471-

ter sempre à disposição o melhor atendimento, os melhores 39.2018.5.07.0010) trazidos por empréstimo ao conjunto probatório,

produtos e a melhor experiência. Transformando para melhor, o seu cujas declarações transparecem a ideia de demonstrar ter havido

visual e a sua vida. #HelgaNovoTempo #Hanova #GrupoHNV apenas uma relação comercial, mas não uma fusão, entre as

#GrupoHelga #Beleza #Cabelos". Com a devida vênia da parte empresas do grupo Helga e do grupo Hanova. Contudo, diante dos

recorrente, este aspecto é relevante para a caracterização do grupo demais elementos probatórios dos autos, não há de prevalecer o

econômico sob investigação, demonstrando a plena possibilidade quadro traçado pelo depoente, sendo de se destacar que ele próprio

de que as marcas de cada um dos grupos estejam sob a admite não ter participado da reunião ocorrida em julho de 2017 (V.

coordenação de um único conglomerado, o que afasta a tese ID's 5cd9c24 - Pág. 6 e 8eb6395 - Pág. 6), na qual fora anunciada a

recursal a respeito da estranheza de haver empresas concorrentes fusão aos trabalhadores.

no mesmo grupo econômico. Cumpre ressaltar, ainda, porquanto oportuno, que a estreita relação

Além disso, vigora no Direito do Trabalho o princípio da primazia da comercial entre as empresas dos grupos empresariais, consoante

realidade, de modo a ser imprescindível destacar a prevalência dos se denota pelas notas ficais de vendas de mercadorias anexadas

fatos da relação de emprego sobre os aspectos formais. Dessa aos autos, a meu sentir, não rechaça a formação de grupo

forma, ainda que não ultimada, ao menos formalmente, com as econômico, mas, em verdade, a reforça, evidenciando além da

devidas baixas das pessoas jurídicas, a fusão mencionada nas complementaridade entre os objetos sociais das empresas

redes sociais, não há se desconhecer que houve a junção das contratantes, o interesse integrado, a comunhão de interesses e a

empresas, que passaram a atuar integradas a um único grupo. atuação conjunta das empresas dele integrantes.

Igualmente, salvo melhor juízo, os depoimentos das testemunhas Destarte, o quadro encontrado no presente feito permite a

não afastam o reconhecimento do grupo econômico. Ao revés, conclusão de que a empresa ora recorrente integra grupo

confirmam a fusão entre as empresas. Destaca-se, a este respeito, econômico com as reclamadas do grupo Helga. Importa examinar a

o depoimento da primeira testemunha da parte reclamante, Sra. presença de elementos objetivos capazes de demonstrar que as

Maria Irlane Silva Santos Desiderio, ouvida no processo nº 0000470 empresas estavam integradas no mesmo grupo. É o que se

-54.2018.5.07.0010 (Ata de audiência de ID 5cd9c24 - Pág. 4), constatou à exaustão no presente feito.

trazido por empréstimo ao conjunto probatório pelas próprias Por oportuno, colhe-se o seguinte precedente jurisprudencial:

reclamadas, revelador de "(...) que no final de julho/2017 foram "Grupo econômico. Relação inter-empresarial. O grupo econômico

convocadas para uma reunião no hotel meridional no centro da para fins justrabalhistas não necessita se revestir das modalidades

cidade onde foi comunicada por Alencar Junior, Erica Pontes e Aline jurídicas típicas do Direito Econômico ou Direito Comercial

Severo, a fusão da Helga e Hanova, com promessas de que tudo (holdings, consórcios, pools etc.). Não se exige, sequer, a prova

iria mudar com a chegada de novos produtos, mas na pratica tudo de sua formal institucionalização cartorial: pode-se acolher a

continuou do mesmo jeito, pois continuou chegando produtos da existência do grupo desde que surjam evidências probatórias

marca propria da Helga (lavi) e da Helga, os quais tinham prioridade de que estão presentes os elementos de integração inter-

para serem vendidos, e das outras marcas continuaram escassos". empresarial (abrangência subjetiva e nexo relacional) de que

Veja-se que a fusão foi comunicada aos empregados em reunião, fala a CLT (art. 2º, § 2º)" (Processo 00409002020085010025, TRT

constatação que reforça a ideia do grupo econômico, referindo-se a 1ª Região - 8ª Turma, Relatora Desembargadora Dalva Amélia de

depoente a tudo ter "continuado do mesmo jeito" ao modus Oliveira, Publicado em 30/06/2014)(destaquei).

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Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

NEGA-SE PROVIMENTO. responsabilidade solidária pretendida pela autora.

CONCLUSÃO DO VOTO RECURSO CONHECIDO E DADO PROVIMENTO PARCIAL

Por unanimidade, conhecer do recurso ordinário para, rejeitar as FUNDAMENTAÇÃO:

preliminares suscitadas e, no mérito, por maioria, negar-lhe ADMISSIBILIDADE

provimento. Acolhe-se o presente recurso, uma vez que preenchidos os

DISPOSITIVO requisitos de admissibilidade.

ACORDAM OS INTEGRANTES DA 2.ª TURMA DO TRIBUNAL DO MÉRITO

REGIONAL DO TRABALHO DA 7.ª REGIÃO, por unanimidade, PRELIMINARES

conhecer do recurso ordinário para, rejeitar as preliminares DA NULIDADE DA SENTENÇA- DA UTILIZAÇÃO DA PROVA

suscitadas e, no mérito, por maioria, negar-lhe provimento. Vencido EMPRESTADA - DO ALEGADO CERCEAMENTO DE DEFESA

o Desembargador Relator, que dava provimento ao apelo, para Aduz a recorrente, preliminarmente, que houve cerceamento de seu

excluir da condenação a responsabilidade solidária da reclamada direito de defesa, ao argumento de que o juízo, ao adotar

HNV INDÚSTRIA E COSMÉTICOS LTDA. Redigirá o acórdão o integralmente a motivação da sentença proferida na reclamatória

Desembargador Cláudio Soares Pires, com a integração do voto trabalhista 0000471-51.2018.5.07.0006, construiu o seu

vencido. entendimento, a partir das provas orais ali consignadas, mas que,

Participaram do julgamento os Exmos. Srs. Desembargadores tais elementos probatórios não foram publicizadas à ora recorrente

Francisco José Gomes da Silva (Presidente e Relator), Cláudio no presente feito, com vistas à garantia do contraditório e da ampla

Soares Pires e Paulo Régis Machado Botelho. Presente ainda o(a) defesa, verificando-se, pois, uma patente violação ao que dispõe o

Exmo(a). Sr(a). membro do Ministério Público do Trabalho. Em gozo art. 312 do CPC/15.

de férias o Exmo. Sr. Desembargador Jefferson Quesado Junior. Destaca, em seguida, que os aludidos depoimentos também não

Fortaleza, 14 de outubro de 2019. integram o arcabouço das provas emprestadas acostada aos autos,

INTEGRA O PRESENTE ACÓRDÃO O VOTO VENCIDO DO EXMº mediante convenção de ambas as partes; que o Juízo a quo utilizou

DESEMBARGADOR FRANCISCO JOSÉ GOMES DA SILVA, in como fundamento da procedência da pretensão autoral, da mera

verbis: cópia de uma transcrição parcial realizada no bojo de uma sentença

EMENTA: PROVA EMPRESTADA. PREVISÃO LEGAL. proferida em processo paradigma, a qual, por sua vez, utilizou,

CONTRADITÓRIO OBSERVADO. O novo CPC trouxe permissivo naquele momento, o depoimento testemunhal na condição de prova

expresso quanto à possibilidade de utilização da prova emprestada, emprestada, a qual, por certo, não integra o presente feito.

desde que observado o contraditório, conforme previsão no art. 372. Ressalta, igualmente, que as reportadas transcrições carregam

Assim, havendo previsão legal para utilização da prova emprestada relatos fáticos que não integram as razões da exordial, impondo

e, observando que no processo nº 0000471-51.2018.5.07.0006 as reconhecer a total inovação da lide, em absoluta violação ao art.

partes foram submetidas ao contraditório e, havendo identidade dos 141 do CPC/15.

fatos probandos nos processos, rejeita-se a alegativa de Em razão do exposto, requer a nulidade da sentença e o retorno

cerceamento de defesa. Preliminar rejeitada. dos autos para que haja um novo julgamento, desta feita, em

PETIÇÃO INICIAL. ART. 840, §1º DA CLT. O processo trabalhista conformidade com o acervo fático-probatório do caso sub examine.

é regido pelo princípio da simplicidade das formas, consagrado no À análise.

art. 840, § 1º, da CLT, segundo o qual basta uma breve exposição Em audiência de instrução, as Reclamadas requereram a juntada

dos fatos para se considerar apta a exordial. Em decorrência do de provas emprestadas, relativo aos depoimentos testemunhais dos

princípio da simplicidade, que norteia o processo trabalhista, o qual processos 461-92.2018.5.07.0010, 470-54.2018.5.07.0010 e 471-

não sofreu alterações com a Lei nº 13.467, de 2017, verifica-se que 39.2018.5.07.0010 (ID. bae0442, ID. ed35241, ID. 5cd9c24, ID.

a petição inicial atendeu integralmente os requisitos do art. 840, da 8eb6395).

CLT. Preliminar rejeitada. O Juízo, ao proferir a sentença, utilizou para o reconhecimento da

EXISTÊNCIA DE GRUPO ECONÔMICO. ART. 2º, DA CLT. ÔNUS existência de Grupo Econômico entre as acionadas (Grupo Hanova-

DA PROVA. ART. 818, DA CLT C/C ART. 373, DO NCPC. Helga) como prova emprestada, os fundamento os lançados na

AUSÊNCIA DE PROVA. Não tendo a reclamante comprovado a sentença prolatada nos autos do processo nº 0000471-

existência do alegado grupo econômico Helga-Hanova, composto 51.2018.5.07.0006, de lavra da magistrada Taciana Orlovicin

de diversas empresas, reforma-se a sentença para afastar a Gonçalves Pita (ID. 984dd8d).

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Nesse ponto, destaco, inicialmente, que o novo CPC trouxe Tribunal Superior do Trabalho, in verbis:

permissivo expresso quanto à possibilidade de utilização da prova UTILIZAÇÃO DE PROVA EMPRESTADA. POSSIBILIDADE.

emprestada, desde que observado o contraditório, conforme IDENTIDADE FÁTICA. MESMAS RECLAMADAS.

previsão no art. 372, que assim dispõe: DESNECESSIDADE DE PRÉVIA CONCORDÂNCIA DA PARTE

Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em CONTRÁRIA. AUSÊNCIA DE CERCEAMENTO DE DEFESA.

outro processo, atribuindo-lhe o valor que considerar adequado, NULIDADE PROCESSUAL NÃO CONFIGURADA. Esta Corte

observado o contraditório". admite a utilização da prova emprestada, desde que haja a

Assim, havendo previsão legal para utilização da prova emprestada identidade dos fatos considerados no documento emprestado e no

e, observando que no processo nº 0000471-51.2018.5.07.0006 as caso em julgamento, assim como ocorrido nesta hipótese, em que o

partes foram submetidas ao contraditório e, havendo identidade dos Regional registrou que"a prova emprestada foi produzida em

fatos probandos nos processos, rejeita-se a alegativa de processo judicial que envolvia as mesmas rés da presente ação,

cerceamento de defesa. tendo sido observadas as formalidades estabelecidas em lei para a

Quanto a alegativa de que as reportadas transcrições dos sua produção, bem como o princípio do contraditório. Segundo,

depoimentos carregam relatos fáticos que não integram as razões porque os fatos a serem comprovados guardam correlação com os

da exordial, não merece acolhida, posto que a causa de pedir da da presente ação. Terceiro, porque a referida prova emprestada foi

autora, no que se refere a responsabilidade solidária das acionadas, valorada pelo Juízo segundo o princípio do livre convencimento

trata justamente na alegada formação de grupo econômico entre as motivado, em conjunto com as demais provas dos autos".

empresas, objeto da prova naqueles autos. Importante salientar também que a utilização de prova emprestada

Os depoimentos constantes na prova emprestada utilizada pelo não está condicionada à prévia anuência e concordância das

Juízo a quo dizem respeito aos fatos relacionados pela autora, no partes. Assim, a mera alegação da reclamada de que não

que pertine a alegada formação de grupo econômico entre as concordou com a utilização de prova emprestada não é suficiente

acionadas GRUPO HELGA (DISTR IBUIDORA HELGA para inviabilizar a sua utilização nestes autos. Precedentes.

COSMETICOS LTDA - ME, HELGA COSMETICOS LTDA - ME, Recurso de revista não conhecido" (TST, ARR - 3600-

HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ME, ORIGINAL 29.2010.5.12.0031 Data de Julgamento: 15/02/2017, Relator

COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, MULTIPLA Ministro: José Roberto Freire Pimenta, 2ª Turma, Data de

COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - EPP, BELLA Publicação: DEJT 17/02/2017).

COSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE COSMETICOS "B) RECURSO DE REVISTA. 1. NULIDADE DA SENTENÇA.

LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, ERICA CERCEAMENTO DE DEFESA. UTILIZAÇÃO DE PROVA

PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS EMPRESTADA SEM ANUÊNCIA. O Regional entendeu que a

COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX utilização de prova emprestada consubstanciada em certidão de

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX averiguação produzida em outros autos, no qual a reclamada figura

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME e como parte, não configura cerceamento de defesa, ante a

ROBERTO NENDZA - ME) e GRUPO HANOVA - HNV (HANOVA semelhança fática existente entre os processos, assim como da

INDUSTRIA E COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, AL observância do contraditório e da ampla defesa. Com efeito, esta

PARTICIPAÇÕES LTDA, ANDERSON LUID DOS SANTOS Corte tem se posicionado no sentido de ser possível a utilização da

SEVERO - ME e MULT DISTRIBUIDORA DE COSMETICOS prova emprestada, não sendo imprescindível a anuência da parte

LTDA), assim como referem-se as mesmas demandadas, sendo adversa. Recurso de revista não conhecido" (TST, RR - 940-

permitido sua valoração como se houvesse sido produzida 27.2013.5.18.0181 Data de Julgamento: 09/11/2016, Relatora

diretamente nos autos examinados. Ministra: Dora Maria da Costa, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT

Nesse ponto, frise-se, não há vício em virtude de o Juízo ter 11/11/2016).

utilizado a fundamentação da sentença, a qual considerou para Preliminar rejeitada.

formação do convencimento da magistrada, depoimentos os quais INÉPCIA DA INICIAL

foram respeitados o contraditório quando produzida em processos Requer o Recorrente, o reconhecimento da inépcia do pedido

judiciais, máxime,quando envolvendo a mesma empresa e quando relativo às parcelas de FGTS + 40%, e a extinção do pleito sem

os fatos guardam correlação com os da presente ação. resolução de mérito, à luz do que dispõe o art. 485, I, do CPC/15,

Nesse mesmo entendimento, colaciona-se a atual jurisprudência do sob o fundamento de que, a parte recorrida, em sua peça de

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 167
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

ingresso, inobstante tenha somente assentado as datas de ingresso o FGTS se encontra depositado apenas de forma parcial, apenas o

e de dispensa, realizou o pedido correspondente às parcelas de valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais).

FGTS, em conjunto com a indenização adicional de 40% sobre o Em seguida, requereu que, Tendo em vista os argumentos jurídicos

saldo fundiário. apresentados, ajuíza-se a presente Reclamação Trabalhista no

Sem razão. intuito de serem satisfeitos todos os direitos da reclamante, quais

O processo trabalhista é regido pelo princípio da simplicidade das sejam: Saldo Salário, Aviso Prévio de 51 dias, 13º salário e férias

formas, consagrado no art. 840, § 1º, da CLT, segundo o qual basta sobre aviso prévio, FGTS sobre rescisão, 13º salário proporcional

uma breve exposição dos fatos para se considerar apta a exordial. 3/12 de 2018, férias simples 2016/2017 e proporcionais 2017/2018

Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal. todas acrescidas do terço constitucional, FGTS e multa de 40%.

§ 1º - Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do Em relação ao rol dos pedidos, o autor requereu a condenação da

Presidente da Junta, ou do juiz de direito a quem for dirigida, a reclamada ao pagamento das verbas rescisórias, incluindo FGTS E

qualificação do reclamante e do reclamado, uma breve exposição MULTA DE 40% DO FGTS.

dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, a data e a assinatura Em decorrência do princípio da simplicidade, que norteia o processo

do reclamante ou de seu representante. trabalhista, o qual não sofreu alterações com a Lei nº 13.467, de

§ 1o Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do 2017, a petição inicial ora em análise preencheu os requisitos do

juízo, a qualificação das partes, a breve exposição dos fatos de que art. 840 , da CLT, a qual, frise-se, não dificultou a defesa das

resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser certo, determinado e acionadas.

com indicação de seu valor, a data e a assinatura do reclamante ou Rejeita-se.

de seu representante. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) DO MÉRITO

§ 2º - Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em 2 (duas) FORMAÇÃO DE GRUPO ECONÔMICO.

vias datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no Na peça de ingresso, requer o reclamante que seja caracterizada a

que couber, o disposto no parágrafo anterior. condição da segunda (VRX COMÉRCIO COSMÉTICOS E

§ 2o Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em duas vias BIJUTERIAS LTDA) e terceira reclamada (HANOVA

datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no que COSMÉTICOS), de responsáveis solidárias pelos encargos

couber, o disposto no § 1o deste artigo. (Redação dada pela Lei nº trabalhistas da primeira reclamada, HELGA COSMÉTICOS, em

13.467, de 2017) função da existência de grupo econômico.

§ 3o Os pedidos que não atendam ao disposto no § 1o deste artigo Afirma que a primeira, segunda e terceira reclamadas foram

serão julgados extintos sem resolução do mérito. (Incluído pela Lei criadas, são dirigidas e controladas pelo pela Sra. Erica Pontes de

nº 13.467, de 2017) Meneses, que não aparece no contrato social da terceira

Como se observa, a Lei n. 13.467/17 fez referência expressa aos reclamada, HANOVA COSMÉTICOS, pois utilizou terceiro como

requisitos da petição inicial trabalhista, dispondo no § 1º do art. 840 laranja.

da CLT que o pedido deva "ser certo, determinado e com indicação Ressalta, que os objetos sociais das empresas são

de seu valor". complementares, visto todas possuírem o mesmo objeto social e

No caso, em relação ao pedido de pagamento do FGTS e multa finalidade, sendo patente a formação de grupo econômico entre

rescisória, o reclamante fez pedido certo, determinado e com elas.

indicação do valores pois da sua causa de pedir, entende-se No mérito, defende a recorrente, em síntese, a inexistência de fusão

logicamente que o autor fora demitido sem justa causa e sem e formação de grupo econômico com o GRUPO HELGA, sendo

recebimento de suas verbas rescisórias, fato este, incontroverso indevida a sua responsabilidade solidária pelos créditos deferidos

nos autos. ao autor na presente reclamação trabalhista.

Na narrativa dos fatos, o acionante afirmou que ingressou na Argumenta que, em que pese tenha havido, nas redes sociais, um

reclamada no dia 01/08/2010, para exercer a função de gerente, anúncio de fusão entre os conglomerados Helga e Hanova, por

sendo demitida sem justa causa em 29/03/2018; que o último certo, tal reagrupamento não ocorreu, máxime porque a sucessão

salário percebido foi de R$ 3.200,00 (três mil e duzentos reais); que empresarial somente é possível em face de pessoas jurídicas

quando de sua demissão não recebeu qualquer valor, assim como regularmente constituídas, o que não é o caso dos grupos

não fora liberado Seguro Desemprego e FGTS, motivo pelo qual econômicos, os quais não possuem personalidade jurídica própria,

pleiteia a liberação dos mesmos em sede de tutela antecipada; que mas tão somente exteriorizam a arregimentação de sociedades que

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 168
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possuam atuação integrante em face da comunhão de interesses, o haverá, no grupo horizontal, uma empresa controladora e outra(s)

que, também, não retrata o caso dos autos. controlada(s), uma líder (holding) e outras lideradas. Todas são

Esclarece, adiante, que há uma mera relação comercial, havendo interligadas entre si e, apesar de autônomas e independentes, estão

total independência entre as empresas do GRUPO HANOVA em interligadas pela ingerência, administração comum, como se

relação às componentes do GRUPO HELGA, sendo a recorrente, subordinadas umas às outras administrativamente. Por trás desta

mera fornecedora de produtos para o conglomerado empresarial administração comum pode estar um sócio ou alguns sócios ou

HELGA, sem haver contudo, qualquer integração de interesses pessoa física no controle.(CASSAR, 2017,p.429).

entre as empresas ou atuação conjunta. Logo, o aproveitamento dos serviços prestados pelo trabalhador por

À análise. sociedades empresárias que mantenham relação de coordenação

A lei nº 13.467, de 13 de julho de 2017 que alterou a Consolidação entre si, formando o grupo econômico trabalhista, serão todas, por

das Leis do Trabalho (CLT) trouxe novos parâmetros para consequência, responsabilizadas pela contraprestação devida ao

responsabilização de empresas terceiras. obreiro, atraindo a incidência do § 2º do artigo 2º da CLT

A nova redação alterou o parágrafo 2º e acrescentou o parágrafo 3º (coordenação interempresarial).

a este artigo, conforme transcrição seguinte: Estabeleceu, igualmente, que "não caracteriza grupo econômico a

Art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, mera identidade de sócios. Assim, o patrimônio de empresas que

que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria têm sócios comuns, porém com atuam em setores diversos, estarão

e dirige a prestação pessoal de serviço. resguardadas.

§ 1º - Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da Portanto, a análise da existência ou não da formação de um grupo

relação de emprego, os profissionais liberais, as instituições de econômico, deve-se observar o princípio da primazia da realidade,

beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem para que cada caso seja analisado com suas peculiaridades, sendo

fins lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados. ônus do autor a prova de suas alegações ( art. 818, da CLT c/c art.

§ 2º Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada 373, do NCPC).

uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a No caso em análise, o autor fundamenta sua pretensão com base

direção, controle ou administração de outra, ou ainda quando, em notícias veiculadas nas redes sociais de possível fusão entre os

mesmo guardando cada uma sua autonomia, integrem grupo grupos Helga Cosméticos e HNV, assim como colaciona fotos em

econômico, serão responsáveis solidariamente pelas que retrata parcerias entre as duas empresas, ID. 0d53e9e, sem,

obrigações decorrentes da relação de emprego. contudo, apresentar qualquer prova que indique ter realmente

§ 3º Não caracteriza grupo econômico a mera identidade de ocorrido a "FUSÃO" das empresas, ou qualquer relação de

sócios, sendo necessárias, para a configuração do grupo, a coordenação entre elas.

demonstração do interesse integrado, a efetiva comunhão de Ao revés, a acionada Hanova Indústria e Comércio de Cosméticos

interesses e a atuação conjunta das empresas dele integrantes. Ltda colacionou aos autos documentos que demonstram a relação

(destaquei) de vendas de mercadorias para as empresas integrantes do grupo

A nova redação do art. 2º, além de manter a hipótese do grupo Helga (CRX COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA

econômico hierarquizado ou sob subordinação, introduz, ME, ALENCARINE COSMETICOS COMERCIO VAREJISTA E

expressamente, o outro modelo de grupo econômico, vertical, ou TREINAMENTO EIREL, HELGA MEDZA SALES & CIA LTDA -ME,

sob coordenação, trazendo para o texto legal, o entendimento dos ORIGINAL COMERCIO DE COSMETICOS LTDA ME, VRX

Tribunais Regionais do Trabalho e do TST quanto a configuração de COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA ME, JOSE

grupo econômico. ALENCAR SALES JUNIOR- ME, ORIGINAL COMERCIO DE

Com relação a este modelo de grupo econômico coordenado, a COSMETICOS LTDA- ME, tais como notas fiscais de vendas de

Desembargadora Dra. Vólia Bomfim Cassar, do TRT da 1ª Região, mercadorias, termo de confissão de dívida e e-mails em que se

em seu livro Direito do Trabalho, afirma que: evidencia a parceria comercial entre as empresas ( venda de

Os grupos econômicos por coordenação se apresentam quando mercadorias), ID. de4b07e, ID. 4c4a838.

houver reunião de interesses para execução de determinado Na audiência de instrução, as reclamadas requerem a juntada de

empreendimento, tendo ou não o mesmo controle ou administração provas emprestadas (processos nºs. 461-92.2018.5.07.0010, 470-

comum. Logo, os grupos por coordenação podem ter relação de 54.2018.5.07.0010 e 471-39.2018.5.07.0010, tendo a autora

controle entre si, numa linha horizontal e não vertical. Isto é, não concordado com a juntada dos referidos depoimentos.

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No termo de audiência relativo ao processo nº. 0000461- COSMETICOS LTDA, Sr(a). Emanuel Rodrigues de Albuquerque

92.2018.5.07.0010, a testemunha da reclamante afirmou que: (...): "que trabalha na Hanova desde março/2016 como gerente

Primeira testemunha arrolada pela parte Reclamante Sr(a). administrativo financeiro; ." ÀS PERGUNTAS DO(A) PATRONO(A)

Francisca Edinusia Alves de Sousa: " (...)"que trabalhou na DO(A) PARTE RECLAMADA RESPONDEU: "que na metade do

reclamada Helga Cosméticos de 01/06/2006 a 23/02/2018 na segundo semestre de 2017 houve uma reunião da Helga com a

função de vendedora; que o reclamante, depoente e todos os Hanova para uma parceria de fornecimento de produtos, pois a

funcionários foram demitidos sem pagamento de verbas rescisórias Hanova é uma industria; que o fornecimento dos produtos continuou

e nem do salário do último mês; que depoente trabalhou até da mesma forma, pois a Helga permaneceu como uma cliente

23/fevereiro/2018, não sabendo o ultimo dia labutado pelo norma; que a parceria teve o objetivo de aumentar o volume de

reclamante; que recebia ordem direta dos gerentes Luxeles, vendas nas lojas e de fato aumentou, mas só no primeiro mês,

Rosângela, Francisca Cirlane, os quais eram gerentes da loja pois logo em seguida a Helga entrou novamente em dificuldades

do shopping Central da Helga Nendza Sales .". ÀS PERGUNTAS financeiras e não conseguiu pagar os produtos que comprava, pois

DO(A) PATRONO(A) DO(A) PARTE RECLAMANTE RESPONDEU: a divida já estava muito alta, de modo que a Helga não conseguia

"que houve uma reunião num domingo de julho/2017 onde foi pagar nada na sua totalidade; que é uma prática comum serem

comunicada a fusão da Hanova com a Helga Cosmeticos onde feitas ações com as distribuidoras para estimular as vendas, e

foram apresentados os novos patrões como sendo: Aline os proprietários da Hanova comparecem pelo fato de que o

Severo e seu esposo Anderson ambos donos da Hanova; que a distribuidor Helga ser de grande porte, como também de outros

a partir daí a prioridade era para vender os produtos da Hanova distribuidores; que na época da parceria a Helga já estava em

e Lavi, mesmo tendo outras marcas, mas a Hanova e Lavi débito com a Hanova; que a Hanova não colocou pessoas na

deveriam estar em primeiro lugar nas vendas; que antes da lojas da Helga, muito menos assumiu o comando dessa; que a

reunião já vendiam todo tipo de produto e de varias marcas, continuou a vendendo normalmente para as outras lojas, como

inclusive dos ora citados; que os proprietários da Helga e Hanova Cosbel, Anavi, Iap e outras; que não houve a fusão da Hanova com

estavam presentes na reunião, sendo Erica PontesMenezes e a Helga; que havia procedimento de cobrança normal das vendas

Alencar Junior proprietários da Helga.". ÀS PERGUNTAS DO DO(A) dos produtos Hanova;." ÀS PERGUNTAS DO DO(A) PATRONO(A)

PATRONO(A) DO(A) PARTE RECLAMADA RESPONDEU: "que DO(A) PARTE RECLAMANTE RESPONDEU: "que a reunião tem

depois da reunião depoente continuou trabalhando na mesma um caráter de marketing e não para apresentar fusão; que não

loja e o reclamante também, mas ambos trabalhavam em lojas houve comunicação formal da fusão entre a Hanova e Helga, mas

diferentes; que na reunião estavam os vendedores e gerentes; depoente soube que foi feita uma postagem no instagram da

que a faixada das lojas continuaram iguais; que não houve Helga onde foi usado o termo fusão com a Hanova; que quanto

mudança da chefia após a reunião, mas a sua chefe Luxeles ao doc. de fl. 8 se tratam das pessoas de Anderson (proprietário da

teve um problema de saúde e foi transferida para loja de Hanova) e Junior (proprietária da Helga) e o doc. de fl. 9 tratam das

Messejana, tendo ficado como gerente Rosangela; que Luxeles pessoas Aline (proprietária da Hanova) e Erica (proprietária da

e Rosangela eram gerentes da Helga; (...)." ( grifos nosso) Helga); (...)."( grifos nosso)

Conforme se extrai do depoimento supra, não se trata o caso de " No termo de audiência relativo ao processo nº. 0000470-

fusão" entre as empresas, tanto que a partir da reunião ocorrida em 54.2018.5.07.0010, o reclamante afirmou que :

julho de 2017, nada foi alterado na estrutura organizacional da O DEPOIMENTO PESSOAL DO RECLAMANTE: '" que depoente

empresa, assim como layout das lojas, tratando-se, na verdade, de era subgerente, que atuava em várias lojas da Helga e trabalhou até

um marketing e ações para incremento das vendas, através da 07/04/2018 porque as lojas fecharam, tendo a sra. Erica Pontes

fornecedora dos produtos, empresa HANOVA INDUSTRIA E (dona da Helga, esposa de Alencar Junior) comunicado a dispensa

COMERCIO DE COSMETICOS LTDA, fato este, confirmado pelos os quais eram chefes do depoente; (...) ; que a Helga vendia

depoimentos de reclamantes e testemunhas dos processos produtos de marca própria (Lavi), mas também da Hanova, Fatore,

utilizados como provas emprestadas nos autos, vejamos: Corpo Dourado e outros; que em julho/2017 houve a fusão da

Convocada a primeira testemunha arrolada pelas Reclamadas Hanova com a Helga, no que a prioridade passou a ser para vender

HANOVA INDUSTRIA E COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - produtos da Hanova e Lavi, mas ainda assim, a Helga continuou a

ME, AL PARTICIPACOES LTDA, ANDERSON LUID DOS vender produtos de outras marcas que já tinham estoque nas

SANTOS SEVERO - ME e MULT DISTRIBUIDORA DE lojas, e também continuou comprando produtos de outras

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Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

marcas para vender nas suas lojas; que as fachadas das lojas presente apelo, no ponto, segue a sorte do principal.

da Helga continuaram com o mesmo nome, após a fusão, e as CONCLUSÃO DO VOTO VENCIDO:

notas fiscais das vendas eram com o nome da Helga; que a

fusão da Helga e Hanova foi para o crescimento da Helga, mas Isto posto, voto pelo conhecimento do recurso ordinário para,

o dia a dia de trabalho continuou o mesmo de antes, porém rejeitar as preliminares suscitadas e, no mérito, dar-lhe provimento

com a informação de que deveriam vender mais os produtos da para excluir a responsabilidade solidária da reclamada HNV

Helga. ( grifos nosso) INDÚSTRIA E COSMÉTICOS LTDA."

Primeira testemunha arrolada pela parte Reclamante Sr(a).

Maria Irlane Silva Santos Desiderio: " (...) que no final de CLAUDIO SOARES PIRES

julho/2017 foram convocadas para uma reunião no hotel meridional Desembargador Redator Designado

no centro da cidade onde foi comunicada por Alencar Junior, Erica

Pontes e Aline Severo, a fusão da Helga e Hanova, com promessas FORTALEZA/CE, 27 de fevereiro de 2020.

de que tudo iria mudar com a chegada de novos produtos, mas na

pratica tudo continuou do mesmo jeito, pois continuou MARIA DO SOCORRO RODRIGUES GONCALVES

chegando produtos da marca propria da Helga (lavi) e da Helga, Diretor de Secretaria

os quais tinham prioridade para serem vendidos, e das outras


Processo Nº ROT-0000419-19.2018.5.07.0018
marcas continuaram escassos; que sempre recebeu ordens Relator CLAUDIO SOARES PIRES
das mesmas pessoas (Erica e Alencar), os quais pagavam o RECORRENTE BRC - BRAZIL COSMETICS LTDA
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
salário da depoente; que todas as lojas da Helga fecharam; .". MENDES
(...).( grifos nosso) LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRENTE MULT DISTRIBUIDORA DE
No termo de audiência relativo ao processo nº. 0000471- COSMETICOS LTDA
39.2018.5.07.0010 a reclamante afirmou que: EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE)
SOUSA ARAGÃO
DEPOIMENTO PESSOAL DO RECLAMANTE MARIA CLEOMAR RECORRENTE JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME
FERREIRA DE SOUSA ALMEIDA: " (...) que depoente era gerente ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES
da loja Helga situada na Rua Floriano Peixoto 577, e trabalhou de LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
01/03/2003 até 14/04/2018: " (...)que as fachadas das lojas da RECORRENTE ROBERTO NENDZA - ME
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
Helga continuaram com o mesmo nome, após a fusão, e as notas MENDES
fiscais das vendas eram com o nome da Helga; que a fusão da LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRENTE CRX COMERCIO DE COSMETICOS E
Helga e Hanova foi para o crescimento da Helga, mas o dia a dia de BIJUTERIAS LTDA - ME
trabalho continuou o mesmo de antes, porém com a informação de ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES
que deveriam vender mais os produtos da Hanova; (...)." LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
Havendo fusão ou incorporação de empresas, há a alteração na RECORRENTE AL PARTICIPACOES LTDA
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE)
estrutura jurídica da empresa, o que in casu, não há provas nos SOUSA ARAGÃO
autos, não sendo suficiente a propaganda disseminada em reunião RECORRENTE HNV INDUSTRIA E COMERCIO DE
COSMETICOS LTDA - ME
de empregados e redes sociais. EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE)
SOUSA ARAGÃO
O que extrai dos depoimentos, é que a ideia inicial de postar nas
RECORRENTE ALENCARINE COSMETICOS
redes sociais de que haveria a fusão das empresas, trata-se, tão COMERCIO VAREJISTA E
TREINAMENTOS EIRELI
somente, de marketing para alavancar as vendas da empresa ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES
Helga, a qual, na época, já se encontrava com dificuldades
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
financeiras. RECORRENTE LUCHELYS DE ALENCAR MARTINS
Diante do exposto, considerando que a autora não se desincumbiu EDUARDO FONTENELE ADVOGADO(OAB: 19970/CE)
MOTA
de seu ônus probatório, reforma-se a sentença para excluir a RAFFAEL DUTRA LIMA ADVOGADO(OAB: 29332/CE)
RIBEIRO
responsabilidade solidária da reclamada HNV INDÚSTRIA E
RECORRENTE ERICA PONTES DE MENESES
COSMÉTICOS LTDA. ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES
DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
Uma vez excluída a responsabilidade solidária da ora recorrente, o

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 171
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

RECORRENTE HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
- ME MENDES
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) RECORRIDO ERICA PONTES DE MENESES
MENDES LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
RECORRENTE ORIGINAL COMERCIO DE MENDES
COSMETICOS LTDA - ME RECORRIDO JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
MENDES
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) MENDES
RECORRIDO ANDERSON LUID DOS SANTOS RECORRIDO DISTRIBUIDORA HELGA
SEVERO - ME COSMETICOS LTDA - ME
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE) LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
SOUSA ARAGÃO
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
RECORRIDO AL PARTICIPACOES LTDA MENDES
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE) RECORRIDO HELGA COSMETICOS LTDA - ME
SOUSA ARAGÃO
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRIDO MULT DISTRIBUIDORA DE
COSMETICOS LTDA ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE)
SOUSA ARAGÃO RECORRIDO VRX COMERCIO DE COSMETICOS E
BIJUTERIAS LTDA - ME
RECORRIDO ROBERTO NENDZA - ME
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) MENDES
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
MENDES
TERCEIRO JOSE ALENCAR SALES JUNIOR
RECORRIDO HNV INDUSTRIA E COMERCIO DE INTERESSADO
COSMETICOS LTDA - ME
TERCEIRO ERICA PONTES DE MENESES
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE) INTERESSADO
SOUSA ARAGÃO
RECORRIDO BRC - BRAZIL COSMETICS LTDA
Intimado(s)/Citado(s):
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) - HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ME
MENDES
RECORRIDO MULTIPLA COMERCIO DE
COSMETICOS LTDA - EPP
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) PODER JUDICIÁRIO
MENDES
JUSTIÇA DO TRABALHO
RECORRIDO BELLA COSMETICOS LTDA - EPP
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES PROCESSO nº 0000419-19.2018.5.07.0018 (RO)
RECORRIDO HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA
- ME RECORRENTE: JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, HELGA
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) NENDZA SALES & CIA LTDA - ME, ORIGINAL COMERCIO DE
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES COSMÉTICOS LTDA - ME, ERICA PONTES DE MENESES,
RECORRIDO LUCHELYS DE ALENCAR MARTINS ALENCARINE COSMÉTICOS COMERCIO VAREJISTA E
RAFFAEL DUTRA LIMA ADVOGADO(OAB: 29332/CE)
RIBEIRO TREINAMENTOS EIRELI, CRX COMERCIO DE COSMÉTICOS E
EDUARDO FONTENELE ADVOGADO(OAB: 19970/CE) BIJUTERIAS LTDA - ME, ROBERTO NENDZA - ME, HNV
MOTA
RECORRIDO ORIGINAL COMERCIO DE INDÚSTRIA E COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME, AL
COSMETICOS LTDA - ME
PARTICIPACOES LTDA, MULT DISTRIBUIDORA DE
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) COSMÉTICOS LTDA, BRC - BRAZIL COSMETICS LTDA,
MENDES
LUCHELYS DE ALENCAR MARTINS
RECORRIDO ALENCARINE COSMETICOS
COMERCIO VAREJISTA E RECORRIDO: LUCHELYS DE ALENCAR MARTINS, VRX
TREINAMENTOS EIRELI
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) COMERCIO DE COSMÉTICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME,
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) ANDERSON LUID DOS SANTOS SEVERO - ME, BRC - BRAZIL
MENDES
RECORRIDO CRX COMERCIO DE COSMETICOS E COSMÉTICOS LTDA, MULT DISTRIBUIDORA DE COSMÉTICOS
BIJUTERIAS LTDA - ME
LTDA, AL PARTICIPACOES LTDA, HNV INDÚSTRIA E
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME, ROBERTO NENDZA -
MENDES
ME, CRX COMERCIO DE COSMÉTICOS E BIJUTERIAS LTDA -
RECORRIDO J R COMERCIO DE COSMETICOS
LTDA - ME ME, ALENCARINE COSMÉTICOS COMERCIO VAREJISTA E
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
TREINAMENTOS EIRELI, ERICA PONTES DE MENESES, J R

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COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME, BELLA COSMÉTICOS FGTS + 40%; f. Multa do art. 467 da CLT, incidente sobre os valores

LTDA - EPP, MULTIPLA COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - e parcelas rescisórias constantes no TRCT (ID. 7ad3499), bem

EPP, ORIGINAL COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME, como sobre o FGTS não depositado e multa de 40% sobre todos os

HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ME, HELGA valores devidos a título de FGTS ao longo da contratualidade; g.

COSMÉTICOS LTDA - ME, DISTRIBUIDORA HELGA Multa do art. 477,§8º da CLT; h. Honorários advocatícios.

COSMÉTICOS LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - A sentença fora complementada pelos aclaratórios de ID. 7081a1b,

ME com o fito de sanear a sentença embargada, determinando a

RELATOR: FRANCISCO JOSÉ GOMES DA SILVA compensação do valor de R$ 10.710,34, vez que a quantia foi

REDATOR DESIGNADO: CLAUDIO SOARES PIRES recebida pela parte embargada, conforme comprovante de

transferência bancária de ID. 619A9a4.

EMENTA Aduz a recorrente, preliminarmente, que houve cerceamento de seu

RECURSO ORDINÁRIO. GRUPO ECONÔMICO. direito de defesa, ao argumento de que o juízo, ao adotar

CONFIGURAÇÃO. Confirma-se a sentença de origem que integralmente a motivação da sentença proferido na reclamatória

reconheceu a formação de grupo econômico entre as empresas trabalhista 0000471-51.2018.5.07.0006, construiu o seu

demandadas, quando se constata que além da complementaridade entendimento, por consequência, a partir das provas orais ali

entre os objetos sociais destas, há o interesse integrado, a consignadas, mas que, tais elementos probatórios não foram

comunhão de interesses e a atuação conjunta das empresas dele publicizadas à ora recorrente no presente feito, com vistas à

integrantes. Recurso conhecido e improvido. garantia do contraditório e da ampla defesa, verificando-se, pois,

RELATÓRIO uma patente violação ao que dispõe o art. 312 do CPC/15.

Designado para redigir o acórdão, peço vênia para adotar o relatório Destaca, em seguida, que os aludidos depoimentos também não

da lavra do Excelentíssimo Desembargador Relator Francisco José integram o arcabouço das provas emprestadas acostada aos autos,

Gomes da Silva, a seguir: mediante convenção de ambas as partes; que o Juízo a quo utilizou

"Trata-se de recurso ordinário ajuizado pela reclamada HNV como fundamento da procedência da pretensão autoral, da mera

INDUSTRIA E COSMÉTICOS LTDA interposto em face da decisão cópia de uma transcrição parcial realizada no bojo de uma sentença

do Juízo da 18ª Vara do Trabalho de Fortaleza (ID. 984dd8d), que proferida em processo paradigma, a qual, por sua vez, utilizou,

JULGOU a reclamatória PROCEDENTE EM PARTE, para naquele momento, o depoimento testemunhal na condição de prova

condenar, SOLIDARIAMENTE, as reclamadas DISTRIBUIDORA emprestada, a qual, por certo, não integra o presente feito.

HELGA COSMÉTICOS LTDA - ME; HELGA COSMÉTICOS LTDA Ressalta, igualmente, que as reportadas transcrições carregam

- ME; HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ME; ORIGINAL relatos fáticos que não integram as razões da exordial, impondo

COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME; MULTIPLA reconhecer a total inovação da lide, em absoluta violação ao art.

COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - EPP; BELLA 141 do CPC/15.

COSMÉTICOS LTDA - EPP; J R COMERCIO DE COSMÉTICOS Em razão do exposto, requer a nulidade da sentença e o retorno

LTDA - ME; JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME; ERICA dos autos para que haja um novo julgamento, desta feita, em

PONTES DE MENESES; ALENCARINE COSMÉTICOS conformidade com o acervo fático-probatório do caso sub examine.

COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS; CRX COMERCIO Adiante, requer o reconhecimento da inépcia do pedido relativo às

DE COSMÉTICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME; VRX COMERCIO parcelas de FGTS + 40%, a extinção do pleito sem resolução de

DE COSMÉTICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME; ROBERTO mérito, à luz do que dispõe o art. 485, I, do CPC/15, sob o

NENDZA - ME; HANOVA INDUSTRIA E COMERCIO DE fundamento de que, a parte recorrida, em sua peça de ingresso,

COSMÉTICOS LTDA - ME; AL PARTICIPACOES LTDA; inobstante tenha somente assentado as datas de ingresso e de

ANDERSON LUID DOS SANTOS SEVERO - ME; MULT dispensa, realizou o pedido correspondente às parcelas de FGTS

DISTRIBUIDORA DE COSMÉTICOS LTDA; BRC - BRAZIL em conjunto com a indenização adicional de 40% sobre o saldo

COSMETICS LTDA a pagar à reclamante LUCHELYS DE fundiário.

ALENCAR MARTINS as seguintes parcelas: a.Saldo de salário (29 No mérito, defende a recorrente, em síntese, a inexistência de fusão

dias); b. Aviso prévio (51 dias); com reflexos no 13º salário e férias; e formação de grupo econômico com o GRUPO HELGA, sendo

c. Férias simples 2016/2017 e proporcionais (8/12 avos), acrescidas indevida a sua responsabilidade solidária pelos créditos deferidos

de 1/3 constitucional; d. 13º salário proporcional 2018 (3/12 avos); e. ao autor na presente reclamação trabalhista.

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Argumenta, em que pese tenha havido, nas redes sociais, um Destaca, em seguida, que os aludidos depoimentos também não

anúncio de fusão entre os conglomerados Helga e Hanova, por integram o arcabouço das provas emprestadas acostada aos autos,

certo, tal reagrupamento não ocorreu, máxime porque a sucessão mediante convenção de ambas as partes; que o Juízo a quo utilizou

empresarial somente é possível em face de pessoas jurídicas como fundamento da procedência da pretensão autoral, da mera

regularmente constituídas, o que não é o caso dos grupos cópia de uma transcrição parcial realizada no bojo de uma sentença

econômicos, os quais não possuem personalidade jurídica própria, proferida em processo paradigma, a qual, por sua vez, utilizou,

mas tão somente exteriorizam a arregimentação de sociedades que naquele momento, o depoimento testemunhal na condição de prova

possuam atuação integrante em face da comunhão de interesses, o emprestada, a qual, por certo, não integra o presente feito.

que, também, não retrata o caso dos autos. Ressalta, igualmente, que as reportadas transcrições carregam

Esclarece, adiante, que há uma mera relação comercial, havendo relatos fáticos que não integram as razões da exordial, impondo

total independência entre as empresas do GRUPO HANOVA em reconhecer a total inovação da lide, em absoluta violação ao art.

relação às componentes do GRUPO HELGA, sendo a recorrente, 141 do CPC/15.

mera fornecedora de produtos para o conglomerado empresarial Em razão do exposto, requer a nulidade da sentença e o retorno

HELGA, sem haver contudo, qualquer integração de interesses dos autos para que haja um novo julgamento, desta feita, em

entre as empresas ou atuação conjunta. conformidade com o acervo fático-probatório do caso sub examine.

Por fim, requer a reforma da decisão de modo a afastar a À análise.

inconstitucionalidade declarada de forma incidental do art. 791-A, Em audiência de instrução, as Reclamadas requereram a juntada

§4º, da CLT, haja vista inexistir afronta à Carga Magna, mormente de provas emprestadas, relativo aos depoimentos testemunhais dos

porque, nos ditames do art. 133 da Lei Maior, o advogado é processos 461-92.2018.5.07.0010, 470-54.2018.5.07.0010 e 471-

indispensável à administração da justiça, e, caso esta Colenda 39.2018.5.07.0010 (ID. bae0442, ID. ed35241, ID. 5cd9c24, ID.

Turma entenda de modo diverso, que seja observada o art. 97 da 8eb6395).

CRFB/1988, o qual prevê a cláusula de reserva de plenário para a O Juízo, ao proferir a sentença, utilizou para o reconhecimento da

manutenção da declaração de inconstitucionalidade. existência de Grupo Econômico entre as acionadas (Grupo Hanova-

Após devidamente notificada, a recorrida apresentou suas Helga) como prova emprestada, os fundamento os lançados na

contrarrazões, conforme documento de ID. 15ffc62. sentença prolatada nos autos do processo nº 0000471-

A matéria versada no presente recurso dispensa a obrigatoriedade 51.2018.5.07.0006, de lavra da magistrada Taciana Orlovicin

de parecer prévio da douta PRT (art. 109, do Regimento Interno)" Gonçalves Pita (ID. 984dd8d).

FUNDAMENTAÇÃO Nesse ponto, destaco, inicialmente, que o novo CPC trouxe

ADMISSIBILIDADE permissivo expresso quanto à possibilidade de utilização da prova

Acolhe-se o presente recurso, uma vez que preenchidos os emprestada, desde que observado o contraditório, conforme

requisitos de admissibilidade. previsão no art. 372, que assim dispõe:

PRELIMINARES Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em

Peço vênia para adotar os fundamentos do voto do Excelentíssimo outro processo, atribuindo-lhe o valor que considerar adequado,

Desembargador Relator Francisco José Gomes da Silva, quanto à observado o contraditório".

apreciação das preliminares, nos seguintes termos: Assim, havendo previsão legal para utilização da prova emprestada

"DA NULIDADE DA SENTENÇA- DA UTILIZAÇÃO DA PROVA e, observando que no processo nº 0000471-51.2018.5.07.0006 as

EMPRESTADA - DO ALEGADO CERCEAMENTO DE DEFESA partes foram submetidas ao contraditório e, havendo identidade dos

Aduz a recorrente, preliminarmente, que houve cerceamento de seu fatos probandos nos processos, rejeita-se a alegativa de

direito de defesa, ao argumento de que o juízo, ao adotar cerceamento de defesa.

integralmente a motivação da sentença proferida na reclamatória Quanto a alegativa de que as reportadas transcrições dos

trabalhista 0000471-51.2018.5.07.0006, construiu o seu depoimentos carregam relatos fáticos que não integram as razões

entendimento, a partir das provas orais ali consignadas, mas que, da exordial, não merece acolhida, posto que a causa de pedir da

tais elementos probatórios não foram publicizadas à ora recorrente autora, no que se refere a responsabilidade solidária das acionadas,

no presente feito, com vistas à garantia do contraditório e da ampla trata justamente na alegada formação de grupo econômico entre as

defesa, verificando-se, pois, uma patente violação ao que dispõe o empresas, objeto da prova naqueles autos.

art. 312 do CPC/15. Os depoimentos constantes na prova emprestada utilizada pelo

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Juízo a quo dizem respeito aos fatos relacionados pela autora, no partes. Assim, a mera alegação da reclamada de que não

que pertine a alegada formação de grupo econômico entre as concordou com a utilização de prova emprestada não é suficiente

acionadas GRUPO HELGA (DISTR IBUIDORA HELGA para inviabilizar a sua utilização nestes autos. Precedentes.

COSMETICOS LTDA - ME, HELGA COSMETICOS LTDA - ME, Recurso de revista não conhecido" (TST, ARR - 3600-

HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ME, ORIGINAL 29.2010.5.12.0031 Data de Julgamento: 15/02/2017, Relator

COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, MULTIPLA Ministro: José Roberto Freire Pimenta, 2ª Turma, Data de

COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - EPP, BELLA Publicação: DEJT 17/02/2017).

COSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE COSMETICOS "B) RECURSO DE REVISTA. 1. NULIDADE DA SENTENÇA.

LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, ERICA CERCEAMENTO DE DEFESA. UTILIZAÇÃO DE PROVA

PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS EMPRESTADA SEM ANUÊNCIA. O Regional entendeu que a

COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX utilização de prova emprestada consubstanciada em certidão de

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX averiguação produzida em outros autos, no qual a reclamada figura

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME e como parte, não configura cerceamento de defesa, ante a

ROBERTO NENDZA - ME) e GRUPO HANOVA - HNV (HANOVA semelhança fática existente entre os processos, assim como da

INDUSTRIA E COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, AL observância do contraditório e da ampla defesa. Com efeito, esta

PARTICIPAÇÕES LTDA, ANDERSON LUID DOS SANTOS Corte tem se posicionado no sentido de ser possível a utilização da

SEVERO - ME e MULT DISTRIBUIDORA DE COSMETICOS prova emprestada, não sendo imprescindível a anuência da parte

LTDA), assim como referem-se as mesmas demandadas, sendo adversa. Recurso de revista não conhecido" (TST, RR - 940-

permitido sua valoração como se houvesse sido produzida 27.2013.5.18.0181 Data de Julgamento: 09/11/2016, Relatora

diretamente nos autos examinados. Ministra: Dora Maria da Costa, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT

Nesse ponto, frise-se, não há vício em virtude de o Juízo ter 11/11/2016).

utilizado a fundamentação da sentença, a qual considerou para Preliminar rejeitada.

formação do convencimento da magistrada, depoimentos os quais INÉPCIA DA INICIAL

foram respeitados o contraditório quando produzida em processos Requer o Recorrente, o reconhecimento da inépcia do pedido

judiciais, máxime,quando envolvendo a mesma empresa e quando relativo às parcelas de FGTS + 40%, e a extinção do pleito sem

os fatos guardam correlação com os da presente ação. resolução de mérito, à luz do que dispõe o art. 485, I, do CPC/15,

Nesse mesmo entendimento, colaciona-se a atual jurisprudência do sob o fundamento de que, a parte recorrida, em sua peça de

Tribunal Superior do Trabalho, in verbis: ingresso, inobstante tenha somente assentado as datas de ingresso

UTILIZAÇÃO DE PROVA EMPRESTADA. POSSIBILIDADE. e de dispensa, realizou o pedido correspondente às parcelas de

IDENTIDADE FÁTICA. MESMAS RECLAMADAS. FGTS, em conjunto com a indenização adicional de 40% sobre o

DESNECESSIDADE DE PRÉVIA CONCORDÂNCIA DA PARTE saldo fundiário.

CONTRÁRIA. AUSÊNCIA DE CERCEAMENTO DE DEFESA. Sem razão.

NULIDADE PROCESSUAL NÃO CONFIGURADA. Esta Corte O processo trabalhista é regido pelo princípio da simplicidade das

admite a utilização da prova emprestada, desde que haja a formas, consagrado no art. 840, § 1º, da CLT, segundo o qual basta

identidade dos fatos considerados no documento emprestado e no uma breve exposição dos fatos para se considerar apta a exordial.

caso em julgamento, assim como ocorrido nesta hipótese, em que o Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal.

Regional registrou que"a prova emprestada foi produzida em § 1º - Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do

processo judicial que envolvia as mesmas rés da presente ação, Presidente da Junta, ou do juiz de direito a quem for dirigida, a

tendo sido observadas as formalidades estabelecidas em lei para a qualificação do reclamante e do reclamado, uma breve exposição

sua produção, bem como o princípio do contraditório. Segundo, dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, a data e a assinatura

porque os fatos a serem comprovados guardam correlação com os do reclamante ou de seu representante.

da presente ação. Terceiro, porque a referida prova emprestada foi § 1o Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do

valorada pelo Juízo segundo o princípio do livre convencimento juízo, a qualificação das partes, a breve exposição dos fatos de que

motivado, em conjunto com as demais provas dos autos". resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser certo, determinado e

Importante salientar também que a utilização de prova emprestada com indicação de seu valor, a data e a assinatura do reclamante ou

não está condicionada à prévia anuência e concordância das de seu representante. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

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§ 2º - Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em 2 (duas) GRUPO ECONÔMICO. CONFIGURAÇÃO.

vias datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no A sentença reconheceu o grupo econômico entre as empresas

que couber, o disposto no parágrafo anterior. demandadas, consoante os seguintes fundamentos:

§ 2o Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em duas vias "Diante da identidade da matéria (fática e jurídica), adoto

datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no que integralmente os fundamentos lançados na brilhante sentença

couber, o disposto no § 1o deste artigo. (Redação dada pela Lei nº prolatada nos autos da 0000471-51.2018.5.07.0006, de lavra da

13.467, de 2017) magistrada Taciana Orlovicin Gonçalves Pita, acerca da

§ 3o Os pedidos que não atendam ao disposto no § 1o deste artigo responsabilidade das empresas demandadas, nos termos a seguir:

serão julgados extintos sem resolução do mérito. (Incluído pela Lei 'Afirma a parte reclamante que as empresas que compõem o antigo

nº 13.467, de 2017) GRUPO HELGA (DISTRIBUIDORA HELGA COSMETICOS LTDA -

Como se observa, a Lei n. 13.467/17 fez referência expressa aos ME, HELGA COSMETICOS LTDA - ME, HELGA NENDZA SALES

requisitos da petição inicial trabalhista, dispondo no § 1º do art. 840 & CIA LTDA - ME, ORIGINAL COMERCIO DE COSMETICOS

da CLT que o pedido deva "ser certo, determinado e com indicação LTDA - ME, MULTIPLA COMERCIO DE COSMETICOS LTDA -

de seu valor". EPP, BELLA COSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE

No caso, em relação ao pedido de pagamento do FGTS e multa COSMETICOS LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME,

rescisória, o reclamante fez pedido certo, determinado e com ERICA PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS

indicação do valores pois da sua causa de pedir, entende-se COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX

logicamente que o autor fora demitido sem justa causa e sem COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX

recebimento de suas verbas rescisórias, fato este, incontroverso COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME e

nos autos. ROBERTO NENDZA - ME) são dirigidas e coordenadas pelos

Na narrativa dos fatos, o acionante afirmou que ingressou na sócios José Alencar Sales Júnior e Érica Pontes de Meneses. Alega

reclamada no dia 01/08/2010, para exercer a função de gerente, que, em meados de 2017, os sócios do Grupo Helga iniciaram

sendo demitida sem justa causa em 29/03/2018; que o último negociações para fusão com o Grupo Hanova (HNV), fusão de

salário percebido foi de R$ 3.200,00 (três mil e duzentos reais); que empresas esta que foi oficialmente tornada pública em julho de

quando de sua demissão não recebeu qualquer valor, assim como 2017, expondo o rol de empresas que compõem o Grupo Hanova -

não fora liberado Seguro Desemprego e FGTS, motivo pelo qual HNV (HANOVA INDUSTRIA E COMERCIO DE COSMETICOS

pleiteia a liberação dos mesmos em sede de tutela antecipada; que LTDA - ME, AL PARTICIPAÇÕES LTDA, ANDERSON LUID DOS

o FGTS se encontra depositado apenas de forma parcial, apenas o SANTOS SEVERO - ME e MULT DISTRIBUIDORA DE

valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais). COSMETICOS LTDA), à época todas dirigidas pelos sócios

Em seguida, requereu que, Tendo em vista os argumentos jurídicos Anderson Luid Santos Severo e Aline Cristina Silva Souza Severo.

apresentados, ajuíza-se a presente Reclamação Trabalhista no Sustenta que, a partir de julho de 2017, independentemente do

intuito de serem satisfeitos todos os direitos da reclamante, quais cumprimento das obrigações legais para efetivação da fusão, qual

sejam: Saldo Salário, Aviso Prévio de 51 dias, 13º salário e férias seja a extinção das pessoas jurídicas da empresa incorporada com

sobre aviso prévio, FGTS sobre rescisão, 13º salário proporcional o surgimento de uma nova, tal fusão de fato ocorreu e todos os

3/12 de 2018, férias simples 2016/2017 e proporcionais 2017/2018 empregados passaram à subordinação do Grupo Hanova-Helga, o

todas acrescidas do terço constitucional, FGTS e multa de 40%. qual configura grupo econômico por coordenação, impondo a

Em relação ao rol dos pedidos, o autor requereu a condenação da responsabilização solidária entre as empresas do grupo. Entende

reclamada ao pagamento das verbas rescisórias, incluindo FGTS E que a fusão entre as empresas com a criação, em outubro de 2017,

MULTA DE 40% DO FGTS. da empresa MULT DISTRIBUIDORA DE COSMÉTICOS (de que

Em decorrência do princípio da simplicidade, que norteia o processo eram sócios o filho dos sócios do Grupo Helga e a mãe do sócio do

trabalhista, o qual não sofreu alterações com a Lei nº 13.467, de Grupo Hanova), teria como única finalidade ocultar os sócios de fato

2017, a petição inicial ora em análise preencheu os requisitos do da nova empresa e ainda o de conseguir nova linha de crédito na

art. 840 , da CLT, a qual, frise-se, não dificultou a defesa das praça. Postula, caso não se conclua pela existência de grupo

acionadas. econômico, que se reconheça a sucessão empresarial de todas as

Rejeita-se." empresas do Grupo Helga por HNV INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE

DO MÉRITO COSMÉTICOS LTDA. Alega, ainda, que a empresa BRC BRAZIL

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 176
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COSMÉTICOS LTDA adquiriu em Recuperação Judicial os direitos A ré BRC - BRAZIL COSMETICS LTDA informa que comprou os

da marca mista "Helga" por cinco anos, sem jamais exercer direitos de uso da marca HELGA, não estando a reclamante sob

qualquer gerência direta, pois o Sr. José Alencar Sales Júnior suas ordens, refutando a formação de grupo econômico com

continuou a exercer a direção, gerência e coordenação das quaisquer das demais empresas reclamadas e pleiteia que, em

empresas. Por essa razão, pretende a responsabilização solidária caso de condenação, seja de forma subsidiária.

da ré BRC BRAZIL COSMÉTICOS LTDA, uma vez identificada a Pois bem.

fraude ocorrida e a evidente direção do efetivo sócio do Grupo Inicialmente, declaro a responsabilidade solidária das empresas

Helga. DISTRIBUIDORA HELGA COSMETICOS LTDA - ME, HELGA

Em suas contestações, as rés negam a formação de grupo COSMETICOS LTDA - ME, HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA -

econômico entre as empresas do Grupo Helga e Hanova As ME, ORIGINAL COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME,

reclamadas DISTRIBUIDORA HELGA COSMETICOS LTDA - ME, MULTIPLA COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - EPP, BELLA

HELGA COSMETICOS LTDA - ME, HELGA NENDZA SALES & CIA COSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE COSMETICOS

LTDA - ME, ORIGINAL COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, ERICA

MULTIPLA COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - EPP, PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS

BELLACOSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX

COSMETICOS LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX

ERICA PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME,

COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX ROBERTO NENDZA - ME (1ª a 13ª reclamadas), nos termos do §

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX 2º do art. 2º da CLT, as quais reconheceram a formação de grupo

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, econômico entre si, encontrando-se, dentre estas, a empregadora.

ROBERTO NENDZA - ME (1ª a 13ª reclamadas), não refutam o Quanto ao grupo econômico alegado em relação aos grupos

grupo econômico entre si, tendo contestado a formação de grupo HELGA e HANOVA, a autora juntou aos autos várias fotografias

com as empresas do Grupo HANOVA (14ª a 16ª reclamadas), com com os Srs. Anderson Luid Dos Santos Severo, José Alencar Sales

a MULT DISTRIBUIDORA (17ª reclamada) e com a BCR (18ª Junior, Aline Cristina Silva Souza Severo e Érica Pontes de

reclamada), alegando que o grupo HANOVA tem como objeto social Meneses, sócios das empresa Hanova e Helga, divulgadas em meio

a produção de produtos de beleza, e que inexiste hierarquia e/ou digital em julho de 2017, anunciando a fusão entre as empresas do

coordenação entre as empresas. Sustenta que a BCR está sob a Grupo Helga com aquelas do Grupo Hanova (HNV), com

égide da Lei 11.101//05, tendo comprado o direito de utilização da fundamento na expansão e aquisições realizadas pelo grupo

marca "Helga" por cinco anos. HANOVA, podendo se perceber que nas fotos, aparece o diretor do

As reclamadas HANOVA INDUSTRIA E COMERCIO DE grupo HANOVA, o qual veste camisa com o nome HELGA NOVO

COSMETICOS LTDA - ME e ANDERSON LUID DOS SANTOS TEMPO e ainda uma figura que demonstra a junção de duas peças

SEVERO - ME reconhecem o grupo entre si e negam a formação de de quebra-cabeça nas quais constam os nomes dos dois grupos

grupo com as demais reclamadas, noticiando que são fornecedoras HANOVA e HELGA. Em que pese não haver alterações nas

de produtos à rede varejista, sendo uma das principais, o grupo estruturas das empresas formadoras dos grupos, resta claro que

HELGA, não tendo havido a fusão alegada, apenas relação houve uma intensa comunhão de interesses

fornecedor-cliente. Informam, ainda, que os fundos de comércio de econômicos/profissionais entre as empresas formadoras dos dois

empresas do Grupo Helga foram alienados por seus sócios- grupos. De acordo com a Lei 13.467/2017 são requisitos para a

proprietários da Helga para a empresa DX GROUP configuração do grupo econômico: a demonstração do interesse

PARTICIPAÇÕES E INVESTIMENTOS LTDA, que, por sua vez, integrado, a efetiva comunhão de interesses e a atuação conjunta

não possuiria qualquer ligação com o Grupo Hanova, tratando-se de das empresas integrantes. A inexistência de uma hierarquia entre

empresa de investimentos de proveniente São Paulo. as empresas não descaracteriza o grupo econômico, se há a

A demandada AL PARTICIPACOES LTDA nega a formação de demonstração de que entre as empresas ocorre clara atuação

grupo econômico com quaisquer das demais empresas. conjunta, em linha de coordenação e comunhão de interesses, o

A reclamada MULT DISTRIBUIDORA DE COSMETICOS LTDA que se verifica no caso em tela.

alega que nunca existiu de fato e nega a formação de grupo Ademais, a primeira testemunha laboral afirmou em seu

econômico com quaisquer das demais empresas. depoimento:

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"(...) que havia comentários dentro da empresa de que ocorreu uma formam o grupo HANOVA. Nessa senda, o contrato social de

fusão entre as empresas Helga e Hanova; que o gerente do constituição da reclamada AL PARTICIPAÇÕES LTDA demonstra

depoente comentou que ocorreria a fusão e que o depoente que essa empresa tem como sócios os Srs. Anderson Liud dos

continuaria a prestar serviços para as duas empresas; que o Santos Severo e Aline Cristina Silva Souza Severo, os quais se

depoente já chegou, mesmo prestando serviços para a Helga, fizeram presentes ao evento em que foi anunciada a "fusão" entre

prestar serviços para a Hanova, tais como rotulagem de produtos, os grupos empresariais, conforme fotografias anexadas aos autos.

embalagem de mercadorias e fazendo entregas; que depois dos Ainda, o endereço eletrônico da AL PARTICIPAÇÕES LTDA

comentários da fusão, o depoente também começou a receber registrado no CNPJ é "anderson@hanovacosméticos.com.br".

ordens do Sr. Paulo, empregado da Hanova, responsável pela Ademais, a Sra. Aline Cristina Silva Souza Severo é também sócia

logística." da empresa HNV INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE COSMÉTICOS

Ainda, a segunda testemunha da autora noticiou: LTDA, cujo endereço eletrônico é

"que trabalhou para Helga de 01/02/2010 a 14/04/2018 na função "anderson@hanovacosméticos.com.br", conquanto o Sr. Anderson

de estoquista; que trabalhou com a reclamante; que o gerente, Liud dos Santos Severo não faça parte do corpo societário dessa

Sr.Evandro comentou com o depoente que havia sido feita uma empresa. O Sr. Anderson Liud dos Santos Severo atua, ainda,

sociedade entre a Helga e a Hanova; que, após o comentário, o como empresário individual da ANDERSON LUID DOS SANTOS

depoente também começo a prestar serviços para a Hanova SEVERO ME. Por fim, saliento que as empresas HNV INDÚSTRIA

abastecendo e descarregando as mercadorias da empresa Hanova E COMÉRCIO DE COSMÉTICOS LTDA, AL PARTICIPAÇÕES

nas seções das lojas Helga, limpando as mercadorias; que o LTDA, ANDERSON LUID DOS SANTOS SEVERO - ME e MULT

depoente não recebia ordens de nenhum empregado da Hanova; DISTRIBUIDORA DE COSMETICOS LTDA, em audiência, se

que as lojas Helga também vendiam produtos de outras indústrias e fizeram representar pelo mesmo preposto, o Sr. Luiz Gustavo

não só da empresa Hanova; que, em relação às mercadorias das Santana Severo, neste feiro e nos processos nº0000470-

outras indústrias, o abastecimento e o descarregamento de 54.2018.5.07.0010, 0000471-39.2018.5.07.0010 e 0000476-

mercadorias eram feitos por empregados destas indústrias; que a 61.2018.5.07.0010, cujos termos de audiência foram anexados aos

reclamante vendia produtos da indústria Hanova bem como de presentes autos.

outras indústrias." O fato de a empresa AL PARTICIPAÇÕES LTDA ter objetivo social

Saliente-se que o fato de terem sido alienados fundos de comércio diverso das empresas do grupo HANOVA não é suficiente para

de empresas do Grupo Helga para a empresa DX GROUP afastar a formação do grupo econômico com HNV INDÚSTRIA E

PARTICIPAÇÕES E INVESTIMENTOS LTDA não afeta a presente COMÉRCIO DE COSMÉTICOS LTDA e ANDERSON LUID DOS

demanda, pois apenas houve a alienação parcial das quotas SANTOS SEVERO - ME.

empresariais de somente algumas das empresas do Grupo. Sendo assim, reconheço que a empresa AL PARTICIPAÇÕES

Insta destacar, também, que a alegação da reclamada ANDERSON LTDA pertence ao grupo econômico HANOVA, o qual restou

LUID DOS SANTOS SEVERO ME de que a relação havida entre os condenada solidariamente, aplicando a esta a mesma

apontados conglomerados empresariais era de apenas fornecedor- responsabilidade, nos termos dos arts. 2º, § 2º, e 9º da CLT.

cliente não se sustenta, ressaltando que a mensagem eletrônica e a No que tange à reclamada MULT DISTRIBUIDORA DE

confissão de dívida datam de período anterior à "fusão" noticiada, o COSMETICOS LTDA, observa-se efetivamente formalizada em

que só veio a ocorrer em julho de 2017. 24/10/2017 pouco tempo após a fusão dos grupos HELGA e

Diante do exposto, reconheço a existência de grupo econômico por HANOVA, com atuação na vendas de produtos de higiene, tendo

coordenação entre todas as empresas dos Grupos HELGA e como sócios os Srs. Matheus Pontes Sales e Maria de Fátima dos

HANOVA, as quais declaro responsáveis solidárias pelas verbas Santos Severo, os quais são, respectivamente, o filho dos titulares

decorrentes da condenação, nos termos dos arts. 2º, § 2º, e 9º da do Grupo Helga e a mãe de um dos proprietários do Grupo Hanova

CLT. (Anderson Luid dos Santos Severo), fato não contestado em defesa.

No que concerne à reclamada AL PARTICIPAÇÕES LTDA, verifica- Sendo assim, tenho que a empresa MULT DISTRIBUIDORA DE

se que na defesa das empresas formadoras do GRUPO HELGA COSMETICOS LTDA também participa dos Grupos Helga e

restou afirmado que as empresas HANOVA INDUSTRIA E Hanova, utilizando-se da mesma estrutura empresarial para a

COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, ANDERSON LUID consecução de seus objetivos financeiros, diante do que, resta

DOS SANTOS SEVERO - ME e AL PARTICIPACOES LTDA condenada solidariamente, nos termos dos arts. 2º, § 2º, e 9º da

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CLT. inconformismo, alegando, em síntese: "que a fusão e o grupo

Por fim, quanto à ré BRC BRAZIL COSMETICS COMÉRCIO econômico ostentam características diametralmente opostas"; "em

VAREJISTA DE COSMÉTICOS EIRELI, verifica-se que ela que pese tenha havido, nas redes sociais, um anúncio de fusão

apresentou defesa através do mesmo escritório que a empregadora, entre os conglomerados Helga e Hanova, por certo, tal

na qual passou a repetir as mesmas alegações já apresentadas reagrupamento não ocorreu, máxime porque a sucessão

pelas 1ª a 13ª Reclamadas, além disso, observa-se que no empresarial somente é possível em face de pessoas jurídicas

comprovante de inscrição cadastral (CNPJ) consta endereço regularmente constituídas, o que não é o caso dos grupos

eletrônico pertencente ao domínio da HELGA COSMÉTICOS. econômicos, os quais não possuem personalidade jurídica própria,

Ademais, apresentou carta de preposição que revelou mas tão somente exteriorizam a arregimentação de sociedades que

representação através do mesmo preposto que a empregadora, possuam atuação integrante em face da comunhão de interesses";

razão pela qual, deve ser solidariamente responsável pelos créditos "que a sentença de origem, em nenhum momento, cuidou de

oriundos da presente demanda, nos moldes dos arts. 2º, § 2º, e 9º demonstrar a integração de interesses entre as empresas, a

da CLT." atuação conjunta, tampouco a comunhão de interesses, mas

Pontue-se, por oportuno, que as atas de audiência em nada apenas limitou-se a discorrer, de forma bastante confusa, sobre

corroboram com a tese da demandada, uma vez que se verifica, "fusão", sendo esta manifestante inexistente no caso vertente"; "que

com extrema facilidade, que a testemunha da reclamada, Sr. os depoimentos coligidos aos autos sob a rubrica de prova

Emanuel Rodrigues de Albuquerque, arrolada em todos os emprestada fulminam a pretensão autoral, quer pelo viés da fusão,

processos, busca, sem nenhum sucesso, sustentar os termos da seja sob a óptica de agrupamento empresarial."

defesa. Não se vê nas razões recursais, com a devida vênia da parte

Ademais, por mais que tenha declarado que "que na metade do recorrente, fundamentos que infirmem convincentemente as

segundo semestre de 2017 houve uma reunião da Helga com a conclusões do juízo de primeiro grau, razão pela qual se há perfilhar

Hanova para uma parceria de fornecimento de produtos", com os motivos da decisão vergastada, ora endossados e

afirmou, posteriormente, que "soube que foi feita uma postagem integrantes das presentes razões de decidir.

no instagram da Helga onde foi usado o termo fusão com a Consoante o § 2º do art. 2º da CLT, "sempre que uma ou mais

Hanova". empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica

Por outro lado, as testemunhas Francisca Edinusia Alves de Sousa própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de

e Maria Irlane Silva Santos outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua

Desiderio, apresentadas pelas partes autoras, nas referidas atas de autonomia, integrem grupo econômico, serão responsáveis

audiências, possuem depoimentos uníssonos no que tange à solidariamente pelas obrigações decorrentes da relação de

reunião em que foi publicizada à fusão das demandadas aos emprego".

empregados são uníssonas ("que no final de julho/2017 foram Nesta esteira, o delineamento do que se convencionou chamar

convocadas para uma reunião no hotel meridional no centro da grupo econômico, pela dicção da Consolidação das Leis do

cidade onde foi comunicada por Alencar Junior, Erica Pontes e Trabalho, importa na evidência da integração dos

Aline Severo, a fusão da Helga e Hanova, com promessas de empreendimentos, de forma a vincular, direta ou indiretamente, as

que tudo iria mudar com a chegada de novos produtos, mas na empresas.

pratica tudo continuou do mesmo jeito, pois continuou Este aspecto restou caracterizado nos autos, sendo certo que se

chegando produtos da marca própria da Helga (lavi) e da Helga, verificam elementos suficientes para que seja corroborada a

os quais tinham prioridade para serem vendidos" - depoimento conclusão da sentença recorrida.

de Maria Irlane Silva Santos Desiderio) e ("que houve uma Como bem destacado pela sentença, restou demonstrada nos autos

reunião num domingo de julho/2017 onde foi comunicada a a ampla divulgação realizada nas redes sociais, em julho de 2017,

fusão da Hanova com a Helga Cosmeticos onde foram acerca da fusão das empresas do Grupo Helga com aquelas do

apresentados os novos patrões como sendo: Aline Severo e Grupo Hanova. Eis os dizeres da publicação (V. ID 0d53e9e - Pág.

seu esposo Anderson ambos donos da Hanova; que a a partir 2): "Temos o orgulho de anunciar que começou um novo tempo. O

daí a prioridade era para vender os produtos da Hanova e Lavi" Grupo HNV detentor de várias marcas como a Hanova, em um

- depoimento de Francisca Edinusia Alves de Sousa)." processo de expansão e aquisições, realizou a fusão com o Grupo

A empresa recorrente manifesta no presente recurso ordinário o seu Helga Cosméticos. Tudo isso para que os nossos clientes possam

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ter sempre à disposição o melhor atendimento, os melhores 39.2018.5.07.0010) trazidos por empréstimo ao conjunto probatório,

produtos e a melhor experiência. Transformando para melhor, o seu cujas declarações transparecem a ideia de demonstrar ter havido

visual e a sua vida. #HelgaNovoTempo #Hanova #GrupoHNV apenas uma relação comercial, mas não uma fusão, entre as

#GrupoHelga #Beleza #Cabelos". Com a devida vênia da parte empresas do grupo Helga e do grupo Hanova. Contudo, diante dos

recorrente, este aspecto é relevante para a caracterização do grupo demais elementos probatórios dos autos, não há de prevalecer o

econômico sob investigação, demonstrando a plena possibilidade quadro traçado pelo depoente, sendo de se destacar que ele próprio

de que as marcas de cada um dos grupos estejam sob a admite não ter participado da reunião ocorrida em julho de 2017 (V.

coordenação de um único conglomerado, o que afasta a tese ID's 5cd9c24 - Pág. 6 e 8eb6395 - Pág. 6), na qual fora anunciada a

recursal a respeito da estranheza de haver empresas concorrentes fusão aos trabalhadores.

no mesmo grupo econômico. Cumpre ressaltar, ainda, porquanto oportuno, que a estreita relação

Além disso, vigora no Direito do Trabalho o princípio da primazia da comercial entre as empresas dos grupos empresariais, consoante

realidade, de modo a ser imprescindível destacar a prevalência dos se denota pelas notas ficais de vendas de mercadorias anexadas

fatos da relação de emprego sobre os aspectos formais. Dessa aos autos, a meu sentir, não rechaça a formação de grupo

forma, ainda que não ultimada, ao menos formalmente, com as econômico, mas, em verdade, a reforça, evidenciando além da

devidas baixas das pessoas jurídicas, a fusão mencionada nas complementaridade entre os objetos sociais das empresas

redes sociais, não há se desconhecer que houve a junção das contratantes, o interesse integrado, a comunhão de interesses e a

empresas, que passaram a atuar integradas a um único grupo. atuação conjunta das empresas dele integrantes.

Igualmente, salvo melhor juízo, os depoimentos das testemunhas Destarte, o quadro encontrado no presente feito permite a

não afastam o reconhecimento do grupo econômico. Ao revés, conclusão de que a empresa ora recorrente integra grupo

confirmam a fusão entre as empresas. Destaca-se, a este respeito, econômico com as reclamadas do grupo Helga. Importa examinar a

o depoimento da primeira testemunha da parte reclamante, Sra. presença de elementos objetivos capazes de demonstrar que as

Maria Irlane Silva Santos Desiderio, ouvida no processo nº 0000470 empresas estavam integradas no mesmo grupo. É o que se

-54.2018.5.07.0010 (Ata de audiência de ID 5cd9c24 - Pág. 4), constatou à exaustão no presente feito.

trazido por empréstimo ao conjunto probatório pelas próprias Por oportuno, colhe-se o seguinte precedente jurisprudencial:

reclamadas, revelador de "(...) que no final de julho/2017 foram "Grupo econômico. Relação inter-empresarial. O grupo econômico

convocadas para uma reunião no hotel meridional no centro da para fins justrabalhistas não necessita se revestir das modalidades

cidade onde foi comunicada por Alencar Junior, Erica Pontes e Aline jurídicas típicas do Direito Econômico ou Direito Comercial

Severo, a fusão da Helga e Hanova, com promessas de que tudo (holdings, consórcios, pools etc.). Não se exige, sequer, a prova

iria mudar com a chegada de novos produtos, mas na pratica tudo de sua formal institucionalização cartorial: pode-se acolher a

continuou do mesmo jeito, pois continuou chegando produtos da existência do grupo desde que surjam evidências probatórias

marca propria da Helga (lavi) e da Helga, os quais tinham prioridade de que estão presentes os elementos de integração inter-

para serem vendidos, e das outras marcas continuaram escassos". empresarial (abrangência subjetiva e nexo relacional) de que

Veja-se que a fusão foi comunicada aos empregados em reunião, fala a CLT (art. 2º, § 2º)" (Processo 00409002020085010025, TRT

constatação que reforça a ideia do grupo econômico, referindo-se a 1ª Região - 8ª Turma, Relatora Desembargadora Dalva Amélia de

depoente a tudo ter "continuado do mesmo jeito" ao modus Oliveira, Publicado em 30/06/2014)(destaquei).

operandi das vendas dos produtos e não à ausência de formação NEGA-SE PROVIMENTO.

de grupo. A testemunha em questão ainda revelou que as diversas CONCLUSÃO DO VOTO

marcas apresentavam seus produtos e realizavam treinamentos, Por unanimidade, conhecer do recurso ordinário para, rejeitar as

mas que com a Hanova o processo foi diferente, pois, além de ter preliminares suscitadas e, no mérito, por maioria, negar-lhe

sido comunicada a fusão, não houve interrupção do fornecimento de provimento.

mercadorias para serem vendidas nas lojas Helga, o que ocorreu DISPOSITIVO

com outros fornecedores em face das dívidas da empregadora ACORDAM OS INTEGRANTES DA 2.ª TURMA DO TRIBUNAL

originária. REGIONAL DO TRABALHO DA 7.ª REGIÃO, por unanimidade,

Não se olvida o depoimento da testemunha convidada pelas conhecer do recurso ordinário para, rejeitar as preliminares

reclamadas, Sr. Emanuel Rodrigues de Albuquerque, ouvida nos suscitadas e, no mérito, por maioria, negar-lhe provimento. Vencido

processos (461-92.2018.5.07.0010, 470-54.2018.5.07.0010 e 471- o Desembargador Relator, que dava provimento ao apelo, para

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excluir da condenação a responsabilidade solidária da reclamada direito de defesa, ao argumento de que o juízo, ao adotar

HNV INDÚSTRIA E COSMÉTICOS LTDA. Redigirá o acórdão o integralmente a motivação da sentença proferida na reclamatória

Desembargador Cláudio Soares Pires, com a integração do voto trabalhista 0000471-51.2018.5.07.0006, construiu o seu

vencido. entendimento, a partir das provas orais ali consignadas, mas que,

Participaram do julgamento os Exmos. Srs. Desembargadores tais elementos probatórios não foram publicizadas à ora recorrente

Francisco José Gomes da Silva (Presidente e Relator), Cláudio no presente feito, com vistas à garantia do contraditório e da ampla

Soares Pires e Paulo Régis Machado Botelho. Presente ainda o(a) defesa, verificando-se, pois, uma patente violação ao que dispõe o

Exmo(a). Sr(a). membro do Ministério Público do Trabalho. Em gozo art. 312 do CPC/15.

de férias o Exmo. Sr. Desembargador Jefferson Quesado Junior. Destaca, em seguida, que os aludidos depoimentos também não

Fortaleza, 14 de outubro de 2019. integram o arcabouço das provas emprestadas acostada aos autos,

INTEGRA O PRESENTE ACÓRDÃO O VOTO VENCIDO DO EXMº mediante convenção de ambas as partes; que o Juízo a quo utilizou

DESEMBARGADOR FRANCISCO JOSÉ GOMES DA SILVA, in como fundamento da procedência da pretensão autoral, da mera

verbis: cópia de uma transcrição parcial realizada no bojo de uma sentença

EMENTA: PROVA EMPRESTADA. PREVISÃO LEGAL. proferida em processo paradigma, a qual, por sua vez, utilizou,

CONTRADITÓRIO OBSERVADO. O novo CPC trouxe permissivo naquele momento, o depoimento testemunhal na condição de prova

expresso quanto à possibilidade de utilização da prova emprestada, emprestada, a qual, por certo, não integra o presente feito.

desde que observado o contraditório, conforme previsão no art. 372. Ressalta, igualmente, que as reportadas transcrições carregam

Assim, havendo previsão legal para utilização da prova emprestada relatos fáticos que não integram as razões da exordial, impondo

e, observando que no processo nº 0000471-51.2018.5.07.0006 as reconhecer a total inovação da lide, em absoluta violação ao art.

partes foram submetidas ao contraditório e, havendo identidade dos 141 do CPC/15.

fatos probandos nos processos, rejeita-se a alegativa de Em razão do exposto, requer a nulidade da sentença e o retorno

cerceamento de defesa. Preliminar rejeitada. dos autos para que haja um novo julgamento, desta feita, em

PETIÇÃO INICIAL. ART. 840, §1º DA CLT. O processo trabalhista conformidade com o acervo fático-probatório do caso sub examine.

é regido pelo princípio da simplicidade das formas, consagrado no À análise.

art. 840, § 1º, da CLT, segundo o qual basta uma breve exposição Em audiência de instrução, as Reclamadas requereram a juntada

dos fatos para se considerar apta a exordial. Em decorrência do de provas emprestadas, relativo aos depoimentos testemunhais dos

princípio da simplicidade, que norteia o processo trabalhista, o qual processos 461-92.2018.5.07.0010, 470-54.2018.5.07.0010 e 471-

não sofreu alterações com a Lei nº 13.467, de 2017, verifica-se que 39.2018.5.07.0010 (ID. bae0442, ID. ed35241, ID. 5cd9c24, ID.

a petição inicial atendeu integralmente os requisitos do art. 840, da 8eb6395).

CLT. Preliminar rejeitada. O Juízo, ao proferir a sentença, utilizou para o reconhecimento da

EXISTÊNCIA DE GRUPO ECONÔMICO. ART. 2º, DA CLT. ÔNUS existência de Grupo Econômico entre as acionadas (Grupo Hanova-

DA PROVA. ART. 818, DA CLT C/C ART. 373, DO NCPC. Helga) como prova emprestada, os fundamento os lançados na

AUSÊNCIA DE PROVA. Não tendo a reclamante comprovado a sentença prolatada nos autos do processo nº 0000471-

existência do alegado grupo econômico Helga-Hanova, composto 51.2018.5.07.0006, de lavra da magistrada Taciana Orlovicin

de diversas empresas, reforma-se a sentença para afastar a Gonçalves Pita (ID. 984dd8d).

responsabilidade solidária pretendida pela autora. Nesse ponto, destaco, inicialmente, que o novo CPC trouxe

RECURSO CONHECIDO E DADO PROVIMENTO PARCIAL permissivo expresso quanto à possibilidade de utilização da prova

FUNDAMENTAÇÃO: emprestada, desde que observado o contraditório, conforme

ADMISSIBILIDADE previsão no art. 372, que assim dispõe:

Acolhe-se o presente recurso, uma vez que preenchidos os Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em

requisitos de admissibilidade. outro processo, atribuindo-lhe o valor que considerar adequado,

DO MÉRITO observado o contraditório".

PRELIMINARES Assim, havendo previsão legal para utilização da prova emprestada

DA NULIDADE DA SENTENÇA- DA UTILIZAÇÃO DA PROVA e, observando que no processo nº 0000471-51.2018.5.07.0006 as

EMPRESTADA - DO ALEGADO CERCEAMENTO DE DEFESA partes foram submetidas ao contraditório e, havendo identidade dos

Aduz a recorrente, preliminarmente, que houve cerceamento de seu fatos probandos nos processos, rejeita-se a alegativa de

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cerceamento de defesa. tendo sido observadas as formalidades estabelecidas em lei para a

Quanto a alegativa de que as reportadas transcrições dos sua produção, bem como o princípio do contraditório. Segundo,

depoimentos carregam relatos fáticos que não integram as razões porque os fatos a serem comprovados guardam correlação com os

da exordial, não merece acolhida, posto que a causa de pedir da da presente ação. Terceiro, porque a referida prova emprestada foi

autora, no que se refere a responsabilidade solidária das acionadas, valorada pelo Juízo segundo o princípio do livre convencimento

trata justamente na alegada formação de grupo econômico entre as motivado, em conjunto com as demais provas dos autos".

empresas, objeto da prova naqueles autos. Importante salientar também que a utilização de prova emprestada

Os depoimentos constantes na prova emprestada utilizada pelo não está condicionada à prévia anuência e concordância das

Juízo a quo dizem respeito aos fatos relacionados pela autora, no partes. Assim, a mera alegação da reclamada de que não

que pertine a alegada formação de grupo econômico entre as concordou com a utilização de prova emprestada não é suficiente

acionadas GRUPO HELGA (DISTR IBUIDORA HELGA para inviabilizar a sua utilização nestes autos. Precedentes.

COSMETICOS LTDA - ME, HELGA COSMETICOS LTDA - ME, Recurso de revista não conhecido" (TST, ARR - 3600-

HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ME, ORIGINAL 29.2010.5.12.0031 Data de Julgamento: 15/02/2017, Relator

COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, MULTIPLA Ministro: José Roberto Freire Pimenta, 2ª Turma, Data de

COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - EPP, BELLA Publicação: DEJT 17/02/2017).

COSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE COSMETICOS "B) RECURSO DE REVISTA. 1. NULIDADE DA SENTENÇA.

LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, ERICA CERCEAMENTO DE DEFESA. UTILIZAÇÃO DE PROVA

PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS EMPRESTADA SEM ANUÊNCIA. O Regional entendeu que a

COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX utilização de prova emprestada consubstanciada em certidão de

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX averiguação produzida em outros autos, no qual a reclamada figura

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME e como parte, não configura cerceamento de defesa, ante a

ROBERTO NENDZA - ME) e GRUPO HANOVA - HNV (HANOVA semelhança fática existente entre os processos, assim como da

INDUSTRIA E COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, AL observância do contraditório e da ampla defesa. Com efeito, esta

PARTICIPAÇÕES LTDA, ANDERSON LUID DOS SANTOS Corte tem se posicionado no sentido de ser possível a utilização da

SEVERO - ME e MULT DISTRIBUIDORA DE COSMETICOS prova emprestada, não sendo imprescindível a anuência da parte

LTDA), assim como referem-se as mesmas demandadas, sendo adversa. Recurso de revista não conhecido" (TST, RR - 940-

permitido sua valoração como se houvesse sido produzida 27.2013.5.18.0181 Data de Julgamento: 09/11/2016, Relatora

diretamente nos autos examinados. Ministra: Dora Maria da Costa, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT

Nesse ponto, frise-se, não há vício em virtude de o Juízo ter 11/11/2016).

utilizado a fundamentação da sentença, a qual considerou para Preliminar rejeitada.

formação do convencimento da magistrada, depoimentos os quais INÉPCIA DA INICIAL

foram respeitados o contraditório quando produzida em processos Requer o Recorrente, o reconhecimento da inépcia do pedido

judiciais, máxime,quando envolvendo a mesma empresa e quando relativo às parcelas de FGTS + 40%, e a extinção do pleito sem

os fatos guardam correlação com os da presente ação. resolução de mérito, à luz do que dispõe o art. 485, I, do CPC/15,

Nesse mesmo entendimento, colaciona-se a atual jurisprudência do sob o fundamento de que, a parte recorrida, em sua peça de

Tribunal Superior do Trabalho, in verbis: ingresso, inobstante tenha somente assentado as datas de ingresso

UTILIZAÇÃO DE PROVA EMPRESTADA. POSSIBILIDADE. e de dispensa, realizou o pedido correspondente às parcelas de

IDENTIDADE FÁTICA. MESMAS RECLAMADAS. FGTS, em conjunto com a indenização adicional de 40% sobre o

DESNECESSIDADE DE PRÉVIA CONCORDÂNCIA DA PARTE saldo fundiário.

CONTRÁRIA. AUSÊNCIA DE CERCEAMENTO DE DEFESA. Sem razão.

NULIDADE PROCESSUAL NÃO CONFIGURADA. Esta Corte O processo trabalhista é regido pelo princípio da simplicidade das

admite a utilização da prova emprestada, desde que haja a formas, consagrado no art. 840, § 1º, da CLT, segundo o qual basta

identidade dos fatos considerados no documento emprestado e no uma breve exposição dos fatos para se considerar apta a exordial.

caso em julgamento, assim como ocorrido nesta hipótese, em que o Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal.

Regional registrou que"a prova emprestada foi produzida em § 1º - Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do

processo judicial que envolvia as mesmas rés da presente ação, Presidente da Junta, ou do juiz de direito a quem for dirigida, a

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qualificação do reclamante e do reclamado, uma breve exposição MULTA DE 40% DO FGTS.

dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, a data e a assinatura Em decorrência do princípio da simplicidade, que norteia o processo

do reclamante ou de seu representante. trabalhista, o qual não sofreu alterações com a Lei nº 13.467, de

§ 1o Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do 2017, a petição inicial ora em análise preencheu os requisitos do

juízo, a qualificação das partes, a breve exposição dos fatos de que art. 840 , da CLT, a qual, frise-se, não dificultou a defesa das

resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser certo, determinado e acionadas.

com indicação de seu valor, a data e a assinatura do reclamante ou Rejeita-se.

de seu representante. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) DO MÉRITO

§ 2º - Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em 2 (duas) FORMAÇÃO DE GRUPO ECONÔMICO.

vias datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no Na peça de ingresso, requer o reclamante que seja caracterizada a

que couber, o disposto no parágrafo anterior. condição da segunda (VRX COMÉRCIO COSMÉTICOS E

§ 2o Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em duas vias BIJUTERIAS LTDA) e terceira reclamada (HANOVA

datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no que COSMÉTICOS), de responsáveis solidárias pelos encargos

couber, o disposto no § 1o deste artigo. (Redação dada pela Lei nº trabalhistas da primeira reclamada, HELGA COSMÉTICOS, em

13.467, de 2017) função da existência de grupo econômico.

§ 3o Os pedidos que não atendam ao disposto no § 1o deste artigo Afirma que a primeira, segunda e terceira reclamadas foram

serão julgados extintos sem resolução do mérito. (Incluído pela Lei criadas, são dirigidas e controladas pelo pela Sra. Erica Pontes de

nº 13.467, de 2017) Meneses, que não aparece no contrato social da terceira

Como se observa, a Lei n. 13.467/17 fez referência expressa aos reclamada, HANOVA COSMÉTICOS, pois utilizou terceiro como

requisitos da petição inicial trabalhista, dispondo no § 1º do art. 840 laranja.

da CLT que o pedido deva "ser certo, determinado e com indicação Ressalta, que os objetos sociais das empresas são

de seu valor". complementares, visto todas possuírem o mesmo objeto social e

No caso, em relação ao pedido de pagamento do FGTS e multa finalidade, sendo patente a formação de grupo econômico entre

rescisória, o reclamante fez pedido certo, determinado e com elas.

indicação do valores pois da sua causa de pedir, entende-se No mérito, defende a recorrente, em síntese, a inexistência de fusão

logicamente que o autor fora demitido sem justa causa e sem e formação de grupo econômico com o GRUPO HELGA, sendo

recebimento de suas verbas rescisórias, fato este, incontroverso indevida a sua responsabilidade solidária pelos créditos deferidos

nos autos. ao autor na presente reclamação trabalhista.

Na narrativa dos fatos, o acionante afirmou que ingressou na Argumenta que, em que pese tenha havido, nas redes sociais, um

reclamada no dia 01/08/2010, para exercer a função de gerente, anúncio de fusão entre os conglomerados Helga e Hanova, por

sendo demitida sem justa causa em 29/03/2018; que o último certo, tal reagrupamento não ocorreu, máxime porque a sucessão

salário percebido foi de R$ 3.200,00 (três mil e duzentos reais); que empresarial somente é possível em face de pessoas jurídicas

quando de sua demissão não recebeu qualquer valor, assim como regularmente constituídas, o que não é o caso dos grupos

não fora liberado Seguro Desemprego e FGTS, motivo pelo qual econômicos, os quais não possuem personalidade jurídica própria,

pleiteia a liberação dos mesmos em sede de tutela antecipada; que mas tão somente exteriorizam a arregimentação de sociedades que

o FGTS se encontra depositado apenas de forma parcial, apenas o possuam atuação integrante em face da comunhão de interesses, o

valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais). que, também, não retrata o caso dos autos.

Em seguida, requereu que, Tendo em vista os argumentos jurídicos Esclarece, adiante, que há uma mera relação comercial, havendo

apresentados, ajuíza-se a presente Reclamação Trabalhista no total independência entre as empresas do GRUPO HANOVA em

intuito de serem satisfeitos todos os direitos da reclamante, quais relação às componentes do GRUPO HELGA, sendo a recorrente,

sejam: Saldo Salário, Aviso Prévio de 51 dias, 13º salário e férias mera fornecedora de produtos para o conglomerado empresarial

sobre aviso prévio, FGTS sobre rescisão, 13º salário proporcional HELGA, sem haver contudo, qualquer integração de interesses

3/12 de 2018, férias simples 2016/2017 e proporcionais 2017/2018 entre as empresas ou atuação conjunta.

todas acrescidas do terço constitucional, FGTS e multa de 40%. À análise.

Em relação ao rol dos pedidos, o autor requereu a condenação da A lei nº 13.467, de 13 de julho de 2017 que alterou a Consolidação

reclamada ao pagamento das verbas rescisórias, incluindo FGTS E das Leis do Trabalho (CLT) trouxe novos parâmetros para

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 183
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

responsabilização de empresas terceiras. obreiro, atraindo a incidência do § 2º do artigo 2º da CLT

A nova redação alterou o parágrafo 2º e acrescentou o parágrafo 3º (coordenação interempresarial).

a este artigo, conforme transcrição seguinte: Estabeleceu, igualmente, que "não caracteriza grupo econômico a

Art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, mera identidade de sócios. Assim, o patrimônio de empresas que

que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria têm sócios comuns, porém com atuam em setores diversos, estarão

e dirige a prestação pessoal de serviço. resguardadas.

§ 1º - Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da Portanto, a análise da existência ou não da formação de um grupo

relação de emprego, os profissionais liberais, as instituições de econômico, deve-se observar o princípio da primazia da realidade,

beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem para que cada caso seja analisado com suas peculiaridades, sendo

fins lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados. ônus do autor a prova de suas alegações ( art. 818, da CLT c/c art.

§ 2º Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada 373, do NCPC).

uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a No caso em análise, o autor fundamenta sua pretensão com base

direção, controle ou administração de outra, ou ainda quando, em notícias veiculadas nas redes sociais de possível fusão entre os

mesmo guardando cada uma sua autonomia, integrem grupo grupos Helga Cosméticos e HNV, assim como colaciona fotos em

econômico, serão responsáveis solidariamente pelas que retrata parcerias entre as duas empresas, ID. 0d53e9e, sem,

obrigações decorrentes da relação de emprego. contudo, apresentar qualquer prova que indique ter realmente

§ 3º Não caracteriza grupo econômico a mera identidade de ocorrido a "FUSÃO" das empresas, ou qualquer relação de

sócios, sendo necessárias, para a configuração do grupo, a coordenação entre elas.

demonstração do interesse integrado, a efetiva comunhão de Ao revés, a acionada Hanova Indústria e Comércio de Cosméticos

interesses e a atuação conjunta das empresas dele integrantes. Ltda colacionou aos autos documentos que demonstram a relação

(destaquei) de vendas de mercadorias para as empresas integrantes do grupo

A nova redação do art. 2º, além de manter a hipótese do grupo Helga (CRX COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA

econômico hierarquizado ou sob subordinação, introduz, ME, ALENCARINE COSMETICOS COMERCIO VAREJISTA E

expressamente, o outro modelo de grupo econômico, vertical, ou TREINAMENTO EIREL, HELGA MEDZA SALES & CIA LTDA -ME,

sob coordenação, trazendo para o texto legal, o entendimento dos ORIGINAL COMERCIO DE COSMETICOS LTDA ME, VRX

Tribunais Regionais do Trabalho e do TST quanto a configuração de COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA ME, JOSE

grupo econômico. ALENCAR SALES JUNIOR- ME, ORIGINAL COMERCIO DE

Com relação a este modelo de grupo econômico coordenado, a COSMETICOS LTDA- ME, tais como notas fiscais de vendas de

Desembargadora Dra. Vólia Bomfim Cassar, do TRT da 1ª Região, mercadorias, termo de confissão de dívida e e-mails em que se

em seu livro Direito do Trabalho, afirma que: evidencia a parceria comercial entre as empresas ( venda de

Os grupos econômicos por coordenação se apresentam quando mercadorias), ID. de4b07e, ID. 4c4a838.

houver reunião de interesses para execução de determinado Na audiência de instrução, as reclamadas requerem a juntada de

empreendimento, tendo ou não o mesmo controle ou administração provas emprestadas (processos nºs. 461-92.2018.5.07.0010, 470-

comum. Logo, os grupos por coordenação podem ter relação de 54.2018.5.07.0010 e 471-39.2018.5.07.0010, tendo a autora

controle entre si, numa linha horizontal e não vertical. Isto é, não concordado com a juntada dos referidos depoimentos.

haverá, no grupo horizontal, uma empresa controladora e outra(s) No termo de audiência relativo ao processo nº. 0000461-

controlada(s), uma líder (holding) e outras lideradas. Todas são 92.2018.5.07.0010, a testemunha da reclamante afirmou que:

interligadas entre si e, apesar de autônomas e independentes, estão Primeira testemunha arrolada pela parte Reclamante Sr(a).

interligadas pela ingerência, administração comum, como se Francisca Edinusia Alves de Sousa: " (...)"que trabalhou na

subordinadas umas às outras administrativamente. Por trás desta reclamada Helga Cosméticos de 01/06/2006 a 23/02/2018 na

administração comum pode estar um sócio ou alguns sócios ou função de vendedora; que o reclamante, depoente e todos os

pessoa física no controle.(CASSAR, 2017,p.429). funcionários foram demitidos sem pagamento de verbas rescisórias

Logo, o aproveitamento dos serviços prestados pelo trabalhador por e nem do salário do último mês; que depoente trabalhou até

sociedades empresárias que mantenham relação de coordenação 23/fevereiro/2018, não sabendo o ultimo dia labutado pelo

entre si, formando o grupo econômico trabalhista, serão todas, por reclamante; que recebia ordem direta dos gerentes Luxeles,

consequência, responsabilizadas pela contraprestação devida ao Rosângela, Francisca Cirlane, os quais eram gerentes da loja

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 184
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do shopping Central da Helga Nendza Sales .". ÀS PERGUNTAS financeiras e não conseguiu pagar os produtos que comprava, pois

DO(A) PATRONO(A) DO(A) PARTE RECLAMANTE RESPONDEU: a divida já estava muito alta, de modo que a Helga não conseguia

"que houve uma reunião num domingo de julho/2017 onde foi pagar nada na sua totalidade; que é uma prática comum serem

comunicada a fusão da Hanova com a Helga Cosmeticos onde feitas ações com as distribuidoras para estimular as vendas, e

foram apresentados os novos patrões como sendo: Aline os proprietários da Hanova comparecem pelo fato de que o

Severo e seu esposo Anderson ambos donos da Hanova; que a distribuidor Helga ser de grande porte, como também de outros

a partir daí a prioridade era para vender os produtos da Hanova distribuidores; que na época da parceria a Helga já estava em

e Lavi, mesmo tendo outras marcas, mas a Hanova e Lavi débito com a Hanova; que a Hanova não colocou pessoas na

deveriam estar em primeiro lugar nas vendas; que antes da lojas da Helga, muito menos assumiu o comando dessa; que a

reunião já vendiam todo tipo de produto e de varias marcas, continuou a vendendo normalmente para as outras lojas, como

inclusive dos ora citados; que os proprietários da Helga e Hanova Cosbel, Anavi, Iap e outras; que não houve a fusão da Hanova com

estavam presentes na reunião, sendo Erica PontesMenezes e a Helga; que havia procedimento de cobrança normal das vendas

Alencar Junior proprietários da Helga.". ÀS PERGUNTAS DO DO(A) dos produtos Hanova;." ÀS PERGUNTAS DO DO(A) PATRONO(A)

PATRONO(A) DO(A) PARTE RECLAMADA RESPONDEU: "que DO(A) PARTE RECLAMANTE RESPONDEU: "que a reunião tem

depois da reunião depoente continuou trabalhando na mesma um caráter de marketing e não para apresentar fusão; que não

loja e o reclamante também, mas ambos trabalhavam em lojas houve comunicação formal da fusão entre a Hanova e Helga, mas

diferentes; que na reunião estavam os vendedores e gerentes; depoente soube que foi feita uma postagem no instagram da

que a faixada das lojas continuaram iguais; que não houve Helga onde foi usado o termo fusão com a Hanova; que quanto

mudança da chefia após a reunião, mas a sua chefe Luxeles ao doc. de fl. 8 se tratam das pessoas de Anderson (proprietário da

teve um problema de saúde e foi transferida para loja de Hanova) e Junior (proprietária da Helga) e o doc. de fl. 9 tratam das

Messejana, tendo ficado como gerente Rosangela; que Luxeles pessoas Aline (proprietária da Hanova) e Erica (proprietária da

e Rosangela eram gerentes da Helga; (...)." ( grifos nosso) Helga); (...)."( grifos nosso)

Conforme se extrai do depoimento supra, não se trata o caso de " No termo de audiência relativo ao processo nº. 0000470-

fusão" entre as empresas, tanto que a partir da reunião ocorrida em 54.2018.5.07.0010, o reclamante afirmou que :

julho de 2017, nada foi alterado na estrutura organizacional da O DEPOIMENTO PESSOAL DO RECLAMANTE: '" que depoente

empresa, assim como layout das lojas, tratando-se, na verdade, de era subgerente, que atuava em várias lojas da Helga e trabalhou até

um marketing e ações para incremento das vendas, através da 07/04/2018 porque as lojas fecharam, tendo a sra. Erica Pontes

fornecedora dos produtos, empresa HANOVA INDUSTRIA E (dona da Helga, esposa de Alencar Junior) comunicado a dispensa

COMERCIO DE COSMETICOS LTDA, fato este, confirmado pelos os quais eram chefes do depoente; (...) ; que a Helga vendia

depoimentos de reclamantes e testemunhas dos processos produtos de marca própria (Lavi), mas também da Hanova, Fatore,

utilizados como provas emprestadas nos autos, vejamos: Corpo Dourado e outros; que em julho/2017 houve a fusão da

Convocada a primeira testemunha arrolada pelas Reclamadas Hanova com a Helga, no que a prioridade passou a ser para vender

HANOVA INDUSTRIA E COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - produtos da Hanova e Lavi, mas ainda assim, a Helga continuou a

ME, AL PARTICIPACOES LTDA, ANDERSON LUID DOS vender produtos de outras marcas que já tinham estoque nas

SANTOS SEVERO - ME e MULT DISTRIBUIDORA DE lojas, e também continuou comprando produtos de outras

COSMETICOS LTDA, Sr(a). Emanuel Rodrigues de Albuquerque marcas para vender nas suas lojas; que as fachadas das lojas

(...): "que trabalha na Hanova desde março/2016 como gerente da Helga continuaram com o mesmo nome, após a fusão, e as

administrativo financeiro; ." ÀS PERGUNTAS DO(A) PATRONO(A) notas fiscais das vendas eram com o nome da Helga; que a

DO(A) PARTE RECLAMADA RESPONDEU: "que na metade do fusão da Helga e Hanova foi para o crescimento da Helga, mas

segundo semestre de 2017 houve uma reunião da Helga com a o dia a dia de trabalho continuou o mesmo de antes, porém

Hanova para uma parceria de fornecimento de produtos, pois a com a informação de que deveriam vender mais os produtos da

Hanova é uma industria; que o fornecimento dos produtos continuou Helga. ( grifos nosso)

da mesma forma, pois a Helga permaneceu como uma cliente Primeira testemunha arrolada pela parte Reclamante Sr(a).

norma; que a parceria teve o objetivo de aumentar o volume de Maria Irlane Silva Santos Desiderio: " (...) que no final de

vendas nas lojas e de fato aumentou, mas só no primeiro mês, julho/2017 foram convocadas para uma reunião no hotel meridional

pois logo em seguida a Helga entrou novamente em dificuldades no centro da cidade onde foi comunicada por Alencar Junior, Erica

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Pontes e Aline Severo, a fusão da Helga e Hanova, com promessas FORTALEZA/CE, 27 de fevereiro de 2020.

de que tudo iria mudar com a chegada de novos produtos, mas na

pratica tudo continuou do mesmo jeito, pois continuou MARIA DO SOCORRO RODRIGUES GONCALVES

chegando produtos da marca propria da Helga (lavi) e da Helga, Diretor de Secretaria

os quais tinham prioridade para serem vendidos, e das outras


Processo Nº ROT-0000419-19.2018.5.07.0018
marcas continuaram escassos; que sempre recebeu ordens Relator CLAUDIO SOARES PIRES
das mesmas pessoas (Erica e Alencar), os quais pagavam o RECORRENTE BRC - BRAZIL COSMETICS LTDA
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
salário da depoente; que todas as lojas da Helga fecharam; .". MENDES
(...).( grifos nosso) LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRENTE MULT DISTRIBUIDORA DE
No termo de audiência relativo ao processo nº. 0000471- COSMETICOS LTDA
39.2018.5.07.0010 a reclamante afirmou que: EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE)
SOUSA ARAGÃO
DEPOIMENTO PESSOAL DO RECLAMANTE MARIA CLEOMAR RECORRENTE JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME
FERREIRA DE SOUSA ALMEIDA: " (...) que depoente era gerente ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES
da loja Helga situada na Rua Floriano Peixoto 577, e trabalhou de LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
01/03/2003 até 14/04/2018: " (...)que as fachadas das lojas da RECORRENTE ROBERTO NENDZA - ME
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
Helga continuaram com o mesmo nome, após a fusão, e as notas MENDES
fiscais das vendas eram com o nome da Helga; que a fusão da LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRENTE CRX COMERCIO DE COSMETICOS E
Helga e Hanova foi para o crescimento da Helga, mas o dia a dia de BIJUTERIAS LTDA - ME
trabalho continuou o mesmo de antes, porém com a informação de ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES
que deveriam vender mais os produtos da Hanova; (...)." LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
Havendo fusão ou incorporação de empresas, há a alteração na RECORRENTE AL PARTICIPACOES LTDA
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE)
estrutura jurídica da empresa, o que in casu, não há provas nos SOUSA ARAGÃO
autos, não sendo suficiente a propaganda disseminada em reunião RECORRENTE HNV INDUSTRIA E COMERCIO DE
COSMETICOS LTDA - ME
de empregados e redes sociais. EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE)
SOUSA ARAGÃO
O que extrai dos depoimentos, é que a ideia inicial de postar nas
RECORRENTE ALENCARINE COSMETICOS
redes sociais de que haveria a fusão das empresas, trata-se, tão COMERCIO VAREJISTA E
TREINAMENTOS EIRELI
somente, de marketing para alavancar as vendas da empresa ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES
Helga, a qual, na época, já se encontrava com dificuldades
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
financeiras. RECORRENTE LUCHELYS DE ALENCAR MARTINS
Diante do exposto, considerando que a autora não se desincumbiu EDUARDO FONTENELE ADVOGADO(OAB: 19970/CE)
MOTA
de seu ônus probatório, reforma-se a sentença para excluir a RAFFAEL DUTRA LIMA ADVOGADO(OAB: 29332/CE)
RIBEIRO
responsabilidade solidária da reclamada HNV INDÚSTRIA E
RECORRENTE ERICA PONTES DE MENESES
COSMÉTICOS LTDA. ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES
DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
Uma vez excluída a responsabilidade solidária da ora recorrente, o RECORRENTE HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA
- ME
presente apelo, no ponto, segue a sorte do principal.
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
CONCLUSÃO DO VOTO VENCIDO: MENDES
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRENTE ORIGINAL COMERCIO DE
Isto posto, voto pelo conhecimento do recurso ordinário para, COSMETICOS LTDA - ME
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
rejeitar as preliminares suscitadas e, no mérito, dar-lhe provimento MENDES
para excluir a responsabilidade solidária da reclamada HNV LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRIDO ANDERSON LUID DOS SANTOS
INDÚSTRIA E COSMÉTICOS LTDA." SEVERO - ME
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE)
SOUSA ARAGÃO
CLAUDIO SOARES PIRES RECORRIDO AL PARTICIPACOES LTDA
Desembargador Redator Designado EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE)
SOUSA ARAGÃO

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Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

RECORRIDO MULT DISTRIBUIDORA DE LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)


COSMETICOS LTDA ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE) MENDES
SOUSA ARAGÃO RECORRIDO VRX COMERCIO DE COSMETICOS E
RECORRIDO ROBERTO NENDZA - ME BIJUTERIAS LTDA - ME
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRIDO HNV INDUSTRIA E COMERCIO DE TERCEIRO JOSE ALENCAR SALES JUNIOR
COSMETICOS LTDA - ME INTERESSADO
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE) TERCEIRO ERICA PONTES DE MENESES
SOUSA ARAGÃO INTERESSADO
RECORRIDO BRC - BRAZIL COSMETICS LTDA
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) Intimado(s)/Citado(s):
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) - ORIGINAL COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME
MENDES
RECORRIDO MULTIPLA COMERCIO DE
COSMETICOS LTDA - EPP
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) PODER JUDICIÁRIO
MENDES
RECORRIDO BELLA COSMETICOS LTDA - EPP JUSTIÇA DO TRABALHO
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES
PROCESSO nº 0000419-19.2018.5.07.0018 (RO)
RECORRIDO HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA
- ME RECORRENTE: JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, HELGA
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
NENDZA SALES & CIA LTDA - ME, ORIGINAL COMERCIO DE
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES COSMÉTICOS LTDA - ME, ERICA PONTES DE MENESES,
RECORRIDO LUCHELYS DE ALENCAR MARTINS
ALENCARINE COSMÉTICOS COMERCIO VAREJISTA E
RAFFAEL DUTRA LIMA ADVOGADO(OAB: 29332/CE)
RIBEIRO TREINAMENTOS EIRELI, CRX COMERCIO DE COSMÉTICOS E
EDUARDO FONTENELE ADVOGADO(OAB: 19970/CE)
MOTA BIJUTERIAS LTDA - ME, ROBERTO NENDZA - ME, HNV
RECORRIDO ORIGINAL COMERCIO DE INDÚSTRIA E COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME, AL
COSMETICOS LTDA - ME
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) PARTICIPACOES LTDA, MULT DISTRIBUIDORA DE
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) COSMÉTICOS LTDA, BRC - BRAZIL COSMETICS LTDA,
MENDES
RECORRIDO ALENCARINE COSMETICOS LUCHELYS DE ALENCAR MARTINS
COMERCIO VAREJISTA E
TREINAMENTOS EIRELI RECORRIDO: LUCHELYS DE ALENCAR MARTINS, VRX
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) COMERCIO DE COSMÉTICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME,
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES ANDERSON LUID DOS SANTOS SEVERO - ME, BRC - BRAZIL
RECORRIDO CRX COMERCIO DE COSMETICOS E COSMÉTICOS LTDA, MULT DISTRIBUIDORA DE COSMÉTICOS
BIJUTERIAS LTDA - ME
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) LTDA, AL PARTICIPACOES LTDA, HNV INDÚSTRIA E
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME, ROBERTO NENDZA -
MENDES
RECORRIDO J R COMERCIO DE COSMETICOS ME, CRX COMERCIO DE COSMÉTICOS E BIJUTERIAS LTDA -
LTDA - ME
ME, ALENCARINE COSMÉTICOS COMERCIO VAREJISTA E
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) TREINAMENTOS EIRELI, ERICA PONTES DE MENESES, J R
MENDES
COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME, BELLA COSMÉTICOS
RECORRIDO ERICA PONTES DE MENESES
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) LTDA - EPP, MULTIPLA COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA -
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) EPP, ORIGINAL COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME,
MENDES
RECORRIDO JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ME, HELGA
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) COSMÉTICOS LTDA - ME, DISTRIBUIDORA HELGA
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES COSMÉTICOS LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR -
RECORRIDO DISTRIBUIDORA HELGA ME
COSMETICOS LTDA - ME
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) RELATOR: FRANCISCO JOSÉ GOMES DA SILVA
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) REDATOR DESIGNADO: CLAUDIO SOARES PIRES
MENDES
RECORRIDO HELGA COSMETICOS LTDA - ME
EMENTA

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 187
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

RECURSO ORDINÁRIO. GRUPO ECONÔMICO. direito de defesa, ao argumento de que o juízo, ao adotar

CONFIGURAÇÃO. Confirma-se a sentença de origem que integralmente a motivação da sentença proferido na reclamatória

reconheceu a formação de grupo econômico entre as empresas trabalhista 0000471-51.2018.5.07.0006, construiu o seu

demandadas, quando se constata que além da complementaridade entendimento, por consequência, a partir das provas orais ali

entre os objetos sociais destas, há o interesse integrado, a consignadas, mas que, tais elementos probatórios não foram

comunhão de interesses e a atuação conjunta das empresas dele publicizadas à ora recorrente no presente feito, com vistas à

integrantes. Recurso conhecido e improvido. garantia do contraditório e da ampla defesa, verificando-se, pois,

RELATÓRIO uma patente violação ao que dispõe o art. 312 do CPC/15.

Designado para redigir o acórdão, peço vênia para adotar o relatório Destaca, em seguida, que os aludidos depoimentos também não

da lavra do Excelentíssimo Desembargador Relator Francisco José integram o arcabouço das provas emprestadas acostada aos autos,

Gomes da Silva, a seguir: mediante convenção de ambas as partes; que o Juízo a quo utilizou

"Trata-se de recurso ordinário ajuizado pela reclamada HNV como fundamento da procedência da pretensão autoral, da mera

INDUSTRIA E COSMÉTICOS LTDA interposto em face da decisão cópia de uma transcrição parcial realizada no bojo de uma sentença

do Juízo da 18ª Vara do Trabalho de Fortaleza (ID. 984dd8d), que proferida em processo paradigma, a qual, por sua vez, utilizou,

JULGOU a reclamatória PROCEDENTE EM PARTE, para naquele momento, o depoimento testemunhal na condição de prova

condenar, SOLIDARIAMENTE, as reclamadas DISTRIBUIDORA emprestada, a qual, por certo, não integra o presente feito.

HELGA COSMÉTICOS LTDA - ME; HELGA COSMÉTICOS LTDA Ressalta, igualmente, que as reportadas transcrições carregam

- ME; HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ME; ORIGINAL relatos fáticos que não integram as razões da exordial, impondo

COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME; MULTIPLA reconhecer a total inovação da lide, em absoluta violação ao art.

COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - EPP; BELLA 141 do CPC/15.

COSMÉTICOS LTDA - EPP; J R COMERCIO DE COSMÉTICOS Em razão do exposto, requer a nulidade da sentença e o retorno

LTDA - ME; JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME; ERICA dos autos para que haja um novo julgamento, desta feita, em

PONTES DE MENESES; ALENCARINE COSMÉTICOS conformidade com o acervo fático-probatório do caso sub examine.

COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS; CRX COMERCIO Adiante, requer o reconhecimento da inépcia do pedido relativo às

DE COSMÉTICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME; VRX COMERCIO parcelas de FGTS + 40%, a extinção do pleito sem resolução de

DE COSMÉTICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME; ROBERTO mérito, à luz do que dispõe o art. 485, I, do CPC/15, sob o

NENDZA - ME; HANOVA INDUSTRIA E COMERCIO DE fundamento de que, a parte recorrida, em sua peça de ingresso,

COSMÉTICOS LTDA - ME; AL PARTICIPACOES LTDA; inobstante tenha somente assentado as datas de ingresso e de

ANDERSON LUID DOS SANTOS SEVERO - ME; MULT dispensa, realizou o pedido correspondente às parcelas de FGTS

DISTRIBUIDORA DE COSMÉTICOS LTDA; BRC - BRAZIL em conjunto com a indenização adicional de 40% sobre o saldo

COSMETICS LTDA a pagar à reclamante LUCHELYS DE fundiário.

ALENCAR MARTINS as seguintes parcelas: a.Saldo de salário (29 No mérito, defende a recorrente, em síntese, a inexistência de fusão

dias); b. Aviso prévio (51 dias); com reflexos no 13º salário e férias; e formação de grupo econômico com o GRUPO HELGA, sendo

c. Férias simples 2016/2017 e proporcionais (8/12 avos), acrescidas indevida a sua responsabilidade solidária pelos créditos deferidos

de 1/3 constitucional; d. 13º salário proporcional 2018 (3/12 avos); e. ao autor na presente reclamação trabalhista.

FGTS + 40%; f. Multa do art. 467 da CLT, incidente sobre os valores Argumenta, em que pese tenha havido, nas redes sociais, um

e parcelas rescisórias constantes no TRCT (ID. 7ad3499), bem anúncio de fusão entre os conglomerados Helga e Hanova, por

como sobre o FGTS não depositado e multa de 40% sobre todos os certo, tal reagrupamento não ocorreu, máxime porque a sucessão

valores devidos a título de FGTS ao longo da contratualidade; g. empresarial somente é possível em face de pessoas jurídicas

Multa do art. 477,§8º da CLT; h. Honorários advocatícios. regularmente constituídas, o que não é o caso dos grupos

A sentença fora complementada pelos aclaratórios de ID. 7081a1b, econômicos, os quais não possuem personalidade jurídica própria,

com o fito de sanear a sentença embargada, determinando a mas tão somente exteriorizam a arregimentação de sociedades que

compensação do valor de R$ 10.710,34, vez que a quantia foi possuam atuação integrante em face da comunhão de interesses, o

recebida pela parte embargada, conforme comprovante de que, também, não retrata o caso dos autos.

transferência bancária de ID. 619A9a4. Esclarece, adiante, que há uma mera relação comercial, havendo

Aduz a recorrente, preliminarmente, que houve cerceamento de seu total independência entre as empresas do GRUPO HANOVA em

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 188
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

relação às componentes do GRUPO HELGA, sendo a recorrente, 141 do CPC/15.

mera fornecedora de produtos para o conglomerado empresarial Em razão do exposto, requer a nulidade da sentença e o retorno

HELGA, sem haver contudo, qualquer integração de interesses dos autos para que haja um novo julgamento, desta feita, em

entre as empresas ou atuação conjunta. conformidade com o acervo fático-probatório do caso sub examine.

Por fim, requer a reforma da decisão de modo a afastar a À análise.

inconstitucionalidade declarada de forma incidental do art. 791-A, Em audiência de instrução, as Reclamadas requereram a juntada

§4º, da CLT, haja vista inexistir afronta à Carga Magna, mormente de provas emprestadas, relativo aos depoimentos testemunhais dos

porque, nos ditames do art. 133 da Lei Maior, o advogado é processos 461-92.2018.5.07.0010, 470-54.2018.5.07.0010 e 471-

indispensável à administração da justiça, e, caso esta Colenda 39.2018.5.07.0010 (ID. bae0442, ID. ed35241, ID. 5cd9c24, ID.

Turma entenda de modo diverso, que seja observada o art. 97 da 8eb6395).

CRFB/1988, o qual prevê a cláusula de reserva de plenário para a O Juízo, ao proferir a sentença, utilizou para o reconhecimento da

manutenção da declaração de inconstitucionalidade. existência de Grupo Econômico entre as acionadas (Grupo Hanova-

Após devidamente notificada, a recorrida apresentou suas Helga) como prova emprestada, os fundamento os lançados na

contrarrazões, conforme documento de ID. 15ffc62. sentença prolatada nos autos do processo nº 0000471-

A matéria versada no presente recurso dispensa a obrigatoriedade 51.2018.5.07.0006, de lavra da magistrada Taciana Orlovicin

de parecer prévio da douta PRT (art. 109, do Regimento Interno)" Gonçalves Pita (ID. 984dd8d).

FUNDAMENTAÇÃO Nesse ponto, destaco, inicialmente, que o novo CPC trouxe

ADMISSIBILIDADE permissivo expresso quanto à possibilidade de utilização da prova

Acolhe-se o presente recurso, uma vez que preenchidos os emprestada, desde que observado o contraditório, conforme

requisitos de admissibilidade. previsão no art. 372, que assim dispõe:

PRELIMINARES Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em

Peço vênia para adotar os fundamentos do voto do Excelentíssimo outro processo, atribuindo-lhe o valor que considerar adequado,

Desembargador Relator Francisco José Gomes da Silva, quanto à observado o contraditório".

apreciação das preliminares, nos seguintes termos: Assim, havendo previsão legal para utilização da prova emprestada

"DA NULIDADE DA SENTENÇA- DA UTILIZAÇÃO DA PROVA e, observando que no processo nº 0000471-51.2018.5.07.0006 as

EMPRESTADA - DO ALEGADO CERCEAMENTO DE DEFESA partes foram submetidas ao contraditório e, havendo identidade dos

Aduz a recorrente, preliminarmente, que houve cerceamento de seu fatos probandos nos processos, rejeita-se a alegativa de

direito de defesa, ao argumento de que o juízo, ao adotar cerceamento de defesa.

integralmente a motivação da sentença proferida na reclamatória Quanto a alegativa de que as reportadas transcrições dos

trabalhista 0000471-51.2018.5.07.0006, construiu o seu depoimentos carregam relatos fáticos que não integram as razões

entendimento, a partir das provas orais ali consignadas, mas que, da exordial, não merece acolhida, posto que a causa de pedir da

tais elementos probatórios não foram publicizadas à ora recorrente autora, no que se refere a responsabilidade solidária das acionadas,

no presente feito, com vistas à garantia do contraditório e da ampla trata justamente na alegada formação de grupo econômico entre as

defesa, verificando-se, pois, uma patente violação ao que dispõe o empresas, objeto da prova naqueles autos.

art. 312 do CPC/15. Os depoimentos constantes na prova emprestada utilizada pelo

Destaca, em seguida, que os aludidos depoimentos também não Juízo a quo dizem respeito aos fatos relacionados pela autora, no

integram o arcabouço das provas emprestadas acostada aos autos, que pertine a alegada formação de grupo econômico entre as

mediante convenção de ambas as partes; que o Juízo a quo utilizou acionadas GRUPO HELGA (DISTR IBUIDORA HELGA

como fundamento da procedência da pretensão autoral, da mera COSMETICOS LTDA - ME, HELGA COSMETICOS LTDA - ME,

cópia de uma transcrição parcial realizada no bojo de uma sentença HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ME, ORIGINAL

proferida em processo paradigma, a qual, por sua vez, utilizou, COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, MULTIPLA

naquele momento, o depoimento testemunhal na condição de prova COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - EPP, BELLA

emprestada, a qual, por certo, não integra o presente feito. COSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE COSMETICOS

Ressalta, igualmente, que as reportadas transcrições carregam LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, ERICA

relatos fáticos que não integram as razões da exordial, impondo PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS

reconhecer a total inovação da lide, em absoluta violação ao art. COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 189
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX averiguação produzida em outros autos, no qual a reclamada figura

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME e como parte, não configura cerceamento de defesa, ante a

ROBERTO NENDZA - ME) e GRUPO HANOVA - HNV (HANOVA semelhança fática existente entre os processos, assim como da

INDUSTRIA E COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, AL observância do contraditório e da ampla defesa. Com efeito, esta

PARTICIPAÇÕES LTDA, ANDERSON LUID DOS SANTOS Corte tem se posicionado no sentido de ser possível a utilização da

SEVERO - ME e MULT DISTRIBUIDORA DE COSMETICOS prova emprestada, não sendo imprescindível a anuência da parte

LTDA), assim como referem-se as mesmas demandadas, sendo adversa. Recurso de revista não conhecido" (TST, RR - 940-

permitido sua valoração como se houvesse sido produzida 27.2013.5.18.0181 Data de Julgamento: 09/11/2016, Relatora

diretamente nos autos examinados. Ministra: Dora Maria da Costa, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT

Nesse ponto, frise-se, não há vício em virtude de o Juízo ter 11/11/2016).

utilizado a fundamentação da sentença, a qual considerou para Preliminar rejeitada.

formação do convencimento da magistrada, depoimentos os quais INÉPCIA DA INICIAL

foram respeitados o contraditório quando produzida em processos Requer o Recorrente, o reconhecimento da inépcia do pedido

judiciais, máxime,quando envolvendo a mesma empresa e quando relativo às parcelas de FGTS + 40%, e a extinção do pleito sem

os fatos guardam correlação com os da presente ação. resolução de mérito, à luz do que dispõe o art. 485, I, do CPC/15,

Nesse mesmo entendimento, colaciona-se a atual jurisprudência do sob o fundamento de que, a parte recorrida, em sua peça de

Tribunal Superior do Trabalho, in verbis: ingresso, inobstante tenha somente assentado as datas de ingresso

UTILIZAÇÃO DE PROVA EMPRESTADA. POSSIBILIDADE. e de dispensa, realizou o pedido correspondente às parcelas de

IDENTIDADE FÁTICA. MESMAS RECLAMADAS. FGTS, em conjunto com a indenização adicional de 40% sobre o

DESNECESSIDADE DE PRÉVIA CONCORDÂNCIA DA PARTE saldo fundiário.

CONTRÁRIA. AUSÊNCIA DE CERCEAMENTO DE DEFESA. Sem razão.

NULIDADE PROCESSUAL NÃO CONFIGURADA. Esta Corte O processo trabalhista é regido pelo princípio da simplicidade das

admite a utilização da prova emprestada, desde que haja a formas, consagrado no art. 840, § 1º, da CLT, segundo o qual basta

identidade dos fatos considerados no documento emprestado e no uma breve exposição dos fatos para se considerar apta a exordial.

caso em julgamento, assim como ocorrido nesta hipótese, em que o Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal.

Regional registrou que"a prova emprestada foi produzida em § 1º - Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do

processo judicial que envolvia as mesmas rés da presente ação, Presidente da Junta, ou do juiz de direito a quem for dirigida, a

tendo sido observadas as formalidades estabelecidas em lei para a qualificação do reclamante e do reclamado, uma breve exposição

sua produção, bem como o princípio do contraditório. Segundo, dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, a data e a assinatura

porque os fatos a serem comprovados guardam correlação com os do reclamante ou de seu representante.

da presente ação. Terceiro, porque a referida prova emprestada foi § 1o Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do

valorada pelo Juízo segundo o princípio do livre convencimento juízo, a qualificação das partes, a breve exposição dos fatos de que

motivado, em conjunto com as demais provas dos autos". resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser certo, determinado e

Importante salientar também que a utilização de prova emprestada com indicação de seu valor, a data e a assinatura do reclamante ou

não está condicionada à prévia anuência e concordância das de seu representante. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

partes. Assim, a mera alegação da reclamada de que não § 2º - Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em 2 (duas)

concordou com a utilização de prova emprestada não é suficiente vias datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no

para inviabilizar a sua utilização nestes autos. Precedentes. que couber, o disposto no parágrafo anterior.

Recurso de revista não conhecido" (TST, ARR - 3600- § 2o Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em duas vias

29.2010.5.12.0031 Data de Julgamento: 15/02/2017, Relator datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no que

Ministro: José Roberto Freire Pimenta, 2ª Turma, Data de couber, o disposto no § 1o deste artigo. (Redação dada pela Lei nº

Publicação: DEJT 17/02/2017). 13.467, de 2017)

"B) RECURSO DE REVISTA. 1. NULIDADE DA SENTENÇA. § 3o Os pedidos que não atendam ao disposto no § 1o deste artigo

CERCEAMENTO DE DEFESA. UTILIZAÇÃO DE PROVA serão julgados extintos sem resolução do mérito. (Incluído pela Lei

EMPRESTADA SEM ANUÊNCIA. O Regional entendeu que a nº 13.467, de 2017)

utilização de prova emprestada consubstanciada em certidão de Como se observa, a Lei n. 13.467/17 fez referência expressa aos

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 190
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

requisitos da petição inicial trabalhista, dispondo no § 1º do art. 840 & CIA LTDA - ME, ORIGINAL COMERCIO DE COSMETICOS

da CLT que o pedido deva "ser certo, determinado e com indicação LTDA - ME, MULTIPLA COMERCIO DE COSMETICOS LTDA -

de seu valor". EPP, BELLA COSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE

No caso, em relação ao pedido de pagamento do FGTS e multa COSMETICOS LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME,

rescisória, o reclamante fez pedido certo, determinado e com ERICA PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS

indicação do valores pois da sua causa de pedir, entende-se COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX

logicamente que o autor fora demitido sem justa causa e sem COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX

recebimento de suas verbas rescisórias, fato este, incontroverso COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME e

nos autos. ROBERTO NENDZA - ME) são dirigidas e coordenadas pelos

Na narrativa dos fatos, o acionante afirmou que ingressou na sócios José Alencar Sales Júnior e Érica Pontes de Meneses. Alega

reclamada no dia 01/08/2010, para exercer a função de gerente, que, em meados de 2017, os sócios do Grupo Helga iniciaram

sendo demitida sem justa causa em 29/03/2018; que o último negociações para fusão com o Grupo Hanova (HNV), fusão de

salário percebido foi de R$ 3.200,00 (três mil e duzentos reais); que empresas esta que foi oficialmente tornada pública em julho de

quando de sua demissão não recebeu qualquer valor, assim como 2017, expondo o rol de empresas que compõem o Grupo Hanova -

não fora liberado Seguro Desemprego e FGTS, motivo pelo qual HNV (HANOVA INDUSTRIA E COMERCIO DE COSMETICOS

pleiteia a liberação dos mesmos em sede de tutela antecipada; que LTDA - ME, AL PARTICIPAÇÕES LTDA, ANDERSON LUID DOS

o FGTS se encontra depositado apenas de forma parcial, apenas o SANTOS SEVERO - ME e MULT DISTRIBUIDORA DE

valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais). COSMETICOS LTDA), à época todas dirigidas pelos sócios

Em seguida, requereu que, Tendo em vista os argumentos jurídicos Anderson Luid Santos Severo e Aline Cristina Silva Souza Severo.

apresentados, ajuíza-se a presente Reclamação Trabalhista no Sustenta que, a partir de julho de 2017, independentemente do

intuito de serem satisfeitos todos os direitos da reclamante, quais cumprimento das obrigações legais para efetivação da fusão, qual

sejam: Saldo Salário, Aviso Prévio de 51 dias, 13º salário e férias seja a extinção das pessoas jurídicas da empresa incorporada com

sobre aviso prévio, FGTS sobre rescisão, 13º salário proporcional o surgimento de uma nova, tal fusão de fato ocorreu e todos os

3/12 de 2018, férias simples 2016/2017 e proporcionais 2017/2018 empregados passaram à subordinação do Grupo Hanova-Helga, o

todas acrescidas do terço constitucional, FGTS e multa de 40%. qual configura grupo econômico por coordenação, impondo a

Em relação ao rol dos pedidos, o autor requereu a condenação da responsabilização solidária entre as empresas do grupo. Entende

reclamada ao pagamento das verbas rescisórias, incluindo FGTS E que a fusão entre as empresas com a criação, em outubro de 2017,

MULTA DE 40% DO FGTS. da empresa MULT DISTRIBUIDORA DE COSMÉTICOS (de que

Em decorrência do princípio da simplicidade, que norteia o processo eram sócios o filho dos sócios do Grupo Helga e a mãe do sócio do

trabalhista, o qual não sofreu alterações com a Lei nº 13.467, de Grupo Hanova), teria como única finalidade ocultar os sócios de fato

2017, a petição inicial ora em análise preencheu os requisitos do da nova empresa e ainda o de conseguir nova linha de crédito na

art. 840 , da CLT, a qual, frise-se, não dificultou a defesa das praça. Postula, caso não se conclua pela existência de grupo

acionadas. econômico, que se reconheça a sucessão empresarial de todas as

Rejeita-se." empresas do Grupo Helga por HNV INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE

DO MÉRITO COSMÉTICOS LTDA. Alega, ainda, que a empresa BRC BRAZIL

GRUPO ECONÔMICO. CONFIGURAÇÃO. COSMÉTICOS LTDA adquiriu em Recuperação Judicial os direitos

A sentença reconheceu o grupo econômico entre as empresas da marca mista "Helga" por cinco anos, sem jamais exercer

demandadas, consoante os seguintes fundamentos: qualquer gerência direta, pois o Sr. José Alencar Sales Júnior

"Diante da identidade da matéria (fática e jurídica), adoto continuou a exercer a direção, gerência e coordenação das

integralmente os fundamentos lançados na brilhante sentença empresas. Por essa razão, pretende a responsabilização solidária

prolatada nos autos da 0000471-51.2018.5.07.0006, de lavra da da ré BRC BRAZIL COSMÉTICOS LTDA, uma vez identificada a

magistrada Taciana Orlovicin Gonçalves Pita, acerca da fraude ocorrida e a evidente direção do efetivo sócio do Grupo

responsabilidade das empresas demandadas, nos termos a seguir: Helga.

'Afirma a parte reclamante que as empresas que compõem o antigo Em suas contestações, as rés negam a formação de grupo

GRUPO HELGA (DISTRIBUIDORA HELGA COSMETICOS LTDA - econômico entre as empresas do Grupo Helga e Hanova As

ME, HELGA COSMETICOS LTDA - ME, HELGA NENDZA SALES reclamadas DISTRIBUIDORA HELGA COSMETICOS LTDA - ME,

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 191
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

HELGA COSMETICOS LTDA - ME, HELGA NENDZA SALES & CIA COSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE COSMETICOS

LTDA - ME, ORIGINAL COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, ERICA

MULTIPLA COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - EPP, PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS

BELLACOSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX

COSMETICOS LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX

ERICA PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME,

COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX ROBERTO NENDZA - ME (1ª a 13ª reclamadas), nos termos do §

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX 2º do art. 2º da CLT, as quais reconheceram a formação de grupo

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, econômico entre si, encontrando-se, dentre estas, a empregadora.

ROBERTO NENDZA - ME (1ª a 13ª reclamadas), não refutam o Quanto ao grupo econômico alegado em relação aos grupos

grupo econômico entre si, tendo contestado a formação de grupo HELGA e HANOVA, a autora juntou aos autos várias fotografias

com as empresas do Grupo HANOVA (14ª a 16ª reclamadas), com com os Srs. Anderson Luid Dos Santos Severo, José Alencar Sales

a MULT DISTRIBUIDORA (17ª reclamada) e com a BCR (18ª Junior, Aline Cristina Silva Souza Severo e Érica Pontes de

reclamada), alegando que o grupo HANOVA tem como objeto social Meneses, sócios das empresa Hanova e Helga, divulgadas em meio

a produção de produtos de beleza, e que inexiste hierarquia e/ou digital em julho de 2017, anunciando a fusão entre as empresas do

coordenação entre as empresas. Sustenta que a BCR está sob a Grupo Helga com aquelas do Grupo Hanova (HNV), com

égide da Lei 11.101//05, tendo comprado o direito de utilização da fundamento na expansão e aquisições realizadas pelo grupo

marca "Helga" por cinco anos. HANOVA, podendo se perceber que nas fotos, aparece o diretor do

As reclamadas HANOVA INDUSTRIA E COMERCIO DE grupo HANOVA, o qual veste camisa com o nome HELGA NOVO

COSMETICOS LTDA - ME e ANDERSON LUID DOS SANTOS TEMPO e ainda uma figura que demonstra a junção de duas peças

SEVERO - ME reconhecem o grupo entre si e negam a formação de de quebra-cabeça nas quais constam os nomes dos dois grupos

grupo com as demais reclamadas, noticiando que são fornecedoras HANOVA e HELGA. Em que pese não haver alterações nas

de produtos à rede varejista, sendo uma das principais, o grupo estruturas das empresas formadoras dos grupos, resta claro que

HELGA, não tendo havido a fusão alegada, apenas relação houve uma intensa comunhão de interesses

fornecedor-cliente. Informam, ainda, que os fundos de comércio de econômicos/profissionais entre as empresas formadoras dos dois

empresas do Grupo Helga foram alienados por seus sócios- grupos. De acordo com a Lei 13.467/2017 são requisitos para a

proprietários da Helga para a empresa DX GROUP configuração do grupo econômico: a demonstração do interesse

PARTICIPAÇÕES E INVESTIMENTOS LTDA, que, por sua vez, integrado, a efetiva comunhão de interesses e a atuação conjunta

não possuiria qualquer ligação com o Grupo Hanova, tratando-se de das empresas integrantes. A inexistência de uma hierarquia entre

empresa de investimentos de proveniente São Paulo. as empresas não descaracteriza o grupo econômico, se há a

A demandada AL PARTICIPACOES LTDA nega a formação de demonstração de que entre as empresas ocorre clara atuação

grupo econômico com quaisquer das demais empresas. conjunta, em linha de coordenação e comunhão de interesses, o

A reclamada MULT DISTRIBUIDORA DE COSMETICOS LTDA que se verifica no caso em tela.

alega que nunca existiu de fato e nega a formação de grupo Ademais, a primeira testemunha laboral afirmou em seu

econômico com quaisquer das demais empresas. depoimento:

A ré BRC - BRAZIL COSMETICS LTDA informa que comprou os "(...) que havia comentários dentro da empresa de que ocorreu uma

direitos de uso da marca HELGA, não estando a reclamante sob fusão entre as empresas Helga e Hanova; que o gerente do

suas ordens, refutando a formação de grupo econômico com depoente comentou que ocorreria a fusão e que o depoente

quaisquer das demais empresas reclamadas e pleiteia que, em continuaria a prestar serviços para as duas empresas; que o

caso de condenação, seja de forma subsidiária. depoente já chegou, mesmo prestando serviços para a Helga,

Pois bem. prestar serviços para a Hanova, tais como rotulagem de produtos,

Inicialmente, declaro a responsabilidade solidária das empresas embalagem de mercadorias e fazendo entregas; que depois dos

DISTRIBUIDORA HELGA COSMETICOS LTDA - ME, HELGA comentários da fusão, o depoente também começou a receber

COSMETICOS LTDA - ME, HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ordens do Sr. Paulo, empregado da Hanova, responsável pela

ME, ORIGINAL COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, logística."

MULTIPLA COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - EPP, BELLA Ainda, a segunda testemunha da autora noticiou:

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 192
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

"que trabalhou para Helga de 01/02/2010 a 14/04/2018 na função "anderson@hanovacosméticos.com.br", conquanto o Sr. Anderson

de estoquista; que trabalhou com a reclamante; que o gerente, Liud dos Santos Severo não faça parte do corpo societário dessa

Sr.Evandro comentou com o depoente que havia sido feita uma empresa. O Sr. Anderson Liud dos Santos Severo atua, ainda,

sociedade entre a Helga e a Hanova; que, após o comentário, o como empresário individual da ANDERSON LUID DOS SANTOS

depoente também começo a prestar serviços para a Hanova SEVERO ME. Por fim, saliento que as empresas HNV INDÚSTRIA

abastecendo e descarregando as mercadorias da empresa Hanova E COMÉRCIO DE COSMÉTICOS LTDA, AL PARTICIPAÇÕES

nas seções das lojas Helga, limpando as mercadorias; que o LTDA, ANDERSON LUID DOS SANTOS SEVERO - ME e MULT

depoente não recebia ordens de nenhum empregado da Hanova; DISTRIBUIDORA DE COSMETICOS LTDA, em audiência, se

que as lojas Helga também vendiam produtos de outras indústrias e fizeram representar pelo mesmo preposto, o Sr. Luiz Gustavo

não só da empresa Hanova; que, em relação às mercadorias das Santana Severo, neste feiro e nos processos nº0000470-

outras indústrias, o abastecimento e o descarregamento de 54.2018.5.07.0010, 0000471-39.2018.5.07.0010 e 0000476-

mercadorias eram feitos por empregados destas indústrias; que a 61.2018.5.07.0010, cujos termos de audiência foram anexados aos

reclamante vendia produtos da indústria Hanova bem como de presentes autos.

outras indústrias." O fato de a empresa AL PARTICIPAÇÕES LTDA ter objetivo social

Saliente-se que o fato de terem sido alienados fundos de comércio diverso das empresas do grupo HANOVA não é suficiente para

de empresas do Grupo Helga para a empresa DX GROUP afastar a formação do grupo econômico com HNV INDÚSTRIA E

PARTICIPAÇÕES E INVESTIMENTOS LTDA não afeta a presente COMÉRCIO DE COSMÉTICOS LTDA e ANDERSON LUID DOS

demanda, pois apenas houve a alienação parcial das quotas SANTOS SEVERO - ME.

empresariais de somente algumas das empresas do Grupo. Sendo assim, reconheço que a empresa AL PARTICIPAÇÕES

Insta destacar, também, que a alegação da reclamada ANDERSON LTDA pertence ao grupo econômico HANOVA, o qual restou

LUID DOS SANTOS SEVERO ME de que a relação havida entre os condenada solidariamente, aplicando a esta a mesma

apontados conglomerados empresariais era de apenas fornecedor- responsabilidade, nos termos dos arts. 2º, § 2º, e 9º da CLT.

cliente não se sustenta, ressaltando que a mensagem eletrônica e a No que tange à reclamada MULT DISTRIBUIDORA DE

confissão de dívida datam de período anterior à "fusão" noticiada, o COSMETICOS LTDA, observa-se efetivamente formalizada em

que só veio a ocorrer em julho de 2017. 24/10/2017 pouco tempo após a fusão dos grupos HELGA e

Diante do exposto, reconheço a existência de grupo econômico por HANOVA, com atuação na vendas de produtos de higiene, tendo

coordenação entre todas as empresas dos Grupos HELGA e como sócios os Srs. Matheus Pontes Sales e Maria de Fátima dos

HANOVA, as quais declaro responsáveis solidárias pelas verbas Santos Severo, os quais são, respectivamente, o filho dos titulares

decorrentes da condenação, nos termos dos arts. 2º, § 2º, e 9º da do Grupo Helga e a mãe de um dos proprietários do Grupo Hanova

CLT. (Anderson Luid dos Santos Severo), fato não contestado em defesa.

No que concerne à reclamada AL PARTICIPAÇÕES LTDA, verifica- Sendo assim, tenho que a empresa MULT DISTRIBUIDORA DE

se que na defesa das empresas formadoras do GRUPO HELGA COSMETICOS LTDA também participa dos Grupos Helga e

restou afirmado que as empresas HANOVA INDUSTRIA E Hanova, utilizando-se da mesma estrutura empresarial para a

COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, ANDERSON LUID consecução de seus objetivos financeiros, diante do que, resta

DOS SANTOS SEVERO - ME e AL PARTICIPACOES LTDA condenada solidariamente, nos termos dos arts. 2º, § 2º, e 9º da

formam o grupo HANOVA. Nessa senda, o contrato social de CLT.

constituição da reclamada AL PARTICIPAÇÕES LTDA demonstra Por fim, quanto à ré BRC BRAZIL COSMETICS COMÉRCIO

que essa empresa tem como sócios os Srs. Anderson Liud dos VAREJISTA DE COSMÉTICOS EIRELI, verifica-se que ela

Santos Severo e Aline Cristina Silva Souza Severo, os quais se apresentou defesa através do mesmo escritório que a empregadora,

fizeram presentes ao evento em que foi anunciada a "fusão" entre na qual passou a repetir as mesmas alegações já apresentadas

os grupos empresariais, conforme fotografias anexadas aos autos. pelas 1ª a 13ª Reclamadas, além disso, observa-se que no

Ainda, o endereço eletrônico da AL PARTICIPAÇÕES LTDA comprovante de inscrição cadastral (CNPJ) consta endereço

registrado no CNPJ é "anderson@hanovacosméticos.com.br". eletrônico pertencente ao domínio da HELGA COSMÉTICOS.

Ademais, a Sra. Aline Cristina Silva Souza Severo é também sócia Ademais, apresentou carta de preposição que revelou

da empresa HNV INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE COSMÉTICOS representação através do mesmo preposto que a empregadora,

LTDA, cujo endereço eletrônico é razão pela qual, deve ser solidariamente responsável pelos créditos

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 193
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

oriundos da presente demanda, nos moldes dos arts. 2º, § 2º, e 9º demonstrar a integração de interesses entre as empresas, a

da CLT." atuação conjunta, tampouco a comunhão de interesses, mas

Pontue-se, por oportuno, que as atas de audiência em nada apenas limitou-se a discorrer, de forma bastante confusa, sobre

corroboram com a tese da demandada, uma vez que se verifica, "fusão", sendo esta manifestante inexistente no caso vertente"; "que

com extrema facilidade, que a testemunha da reclamada, Sr. os depoimentos coligidos aos autos sob a rubrica de prova

Emanuel Rodrigues de Albuquerque, arrolada em todos os emprestada fulminam a pretensão autoral, quer pelo viés da fusão,

processos, busca, sem nenhum sucesso, sustentar os termos da seja sob a óptica de agrupamento empresarial."

defesa. Não se vê nas razões recursais, com a devida vênia da parte

Ademais, por mais que tenha declarado que "que na metade do recorrente, fundamentos que infirmem convincentemente as

segundo semestre de 2017 houve uma reunião da Helga com a conclusões do juízo de primeiro grau, razão pela qual se há perfilhar

Hanova para uma parceria de fornecimento de produtos", com os motivos da decisão vergastada, ora endossados e

afirmou, posteriormente, que "soube que foi feita uma postagem integrantes das presentes razões de decidir.

no instagram da Helga onde foi usado o termo fusão com a Consoante o § 2º do art. 2º da CLT, "sempre que uma ou mais

Hanova". empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica

Por outro lado, as testemunhas Francisca Edinusia Alves de Sousa própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de

e Maria Irlane Silva Santos outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua

Desiderio, apresentadas pelas partes autoras, nas referidas atas de autonomia, integrem grupo econômico, serão responsáveis

audiências, possuem depoimentos uníssonos no que tange à solidariamente pelas obrigações decorrentes da relação de

reunião em que foi publicizada à fusão das demandadas aos emprego".

empregados são uníssonas ("que no final de julho/2017 foram Nesta esteira, o delineamento do que se convencionou chamar

convocadas para uma reunião no hotel meridional no centro da grupo econômico, pela dicção da Consolidação das Leis do

cidade onde foi comunicada por Alencar Junior, Erica Pontes e Trabalho, importa na evidência da integração dos

Aline Severo, a fusão da Helga e Hanova, com promessas de empreendimentos, de forma a vincular, direta ou indiretamente, as

que tudo iria mudar com a chegada de novos produtos, mas na empresas.

pratica tudo continuou do mesmo jeito, pois continuou Este aspecto restou caracterizado nos autos, sendo certo que se

chegando produtos da marca própria da Helga (lavi) e da Helga, verificam elementos suficientes para que seja corroborada a

os quais tinham prioridade para serem vendidos" - depoimento conclusão da sentença recorrida.

de Maria Irlane Silva Santos Desiderio) e ("que houve uma Como bem destacado pela sentença, restou demonstrada nos autos

reunião num domingo de julho/2017 onde foi comunicada a a ampla divulgação realizada nas redes sociais, em julho de 2017,

fusão da Hanova com a Helga Cosmeticos onde foram acerca da fusão das empresas do Grupo Helga com aquelas do

apresentados os novos patrões como sendo: Aline Severo e Grupo Hanova. Eis os dizeres da publicação (V. ID 0d53e9e - Pág.

seu esposo Anderson ambos donos da Hanova; que a a partir 2): "Temos o orgulho de anunciar que começou um novo tempo. O

daí a prioridade era para vender os produtos da Hanova e Lavi" Grupo HNV detentor de várias marcas como a Hanova, em um

- depoimento de Francisca Edinusia Alves de Sousa)." processo de expansão e aquisições, realizou a fusão com o Grupo

A empresa recorrente manifesta no presente recurso ordinário o seu Helga Cosméticos. Tudo isso para que os nossos clientes possam

inconformismo, alegando, em síntese: "que a fusão e o grupo ter sempre à disposição o melhor atendimento, os melhores

econômico ostentam características diametralmente opostas"; "em produtos e a melhor experiência. Transformando para melhor, o seu

que pese tenha havido, nas redes sociais, um anúncio de fusão visual e a sua vida. #HelgaNovoTempo #Hanova #GrupoHNV

entre os conglomerados Helga e Hanova, por certo, tal #GrupoHelga #Beleza #Cabelos". Com a devida vênia da parte

reagrupamento não ocorreu, máxime porque a sucessão recorrente, este aspecto é relevante para a caracterização do grupo

empresarial somente é possível em face de pessoas jurídicas econômico sob investigação, demonstrando a plena possibilidade

regularmente constituídas, o que não é o caso dos grupos de que as marcas de cada um dos grupos estejam sob a

econômicos, os quais não possuem personalidade jurídica própria, coordenação de um único conglomerado, o que afasta a tese

mas tão somente exteriorizam a arregimentação de sociedades que recursal a respeito da estranheza de haver empresas concorrentes

possuam atuação integrante em face da comunhão de interesses"; no mesmo grupo econômico.

"que a sentença de origem, em nenhum momento, cuidou de Além disso, vigora no Direito do Trabalho o princípio da primazia da

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realidade, de modo a ser imprescindível destacar a prevalência dos se denota pelas notas ficais de vendas de mercadorias anexadas

fatos da relação de emprego sobre os aspectos formais. Dessa aos autos, a meu sentir, não rechaça a formação de grupo

forma, ainda que não ultimada, ao menos formalmente, com as econômico, mas, em verdade, a reforça, evidenciando além da

devidas baixas das pessoas jurídicas, a fusão mencionada nas complementaridade entre os objetos sociais das empresas

redes sociais, não há se desconhecer que houve a junção das contratantes, o interesse integrado, a comunhão de interesses e a

empresas, que passaram a atuar integradas a um único grupo. atuação conjunta das empresas dele integrantes.

Igualmente, salvo melhor juízo, os depoimentos das testemunhas Destarte, o quadro encontrado no presente feito permite a

não afastam o reconhecimento do grupo econômico. Ao revés, conclusão de que a empresa ora recorrente integra grupo

confirmam a fusão entre as empresas. Destaca-se, a este respeito, econômico com as reclamadas do grupo Helga. Importa examinar a

o depoimento da primeira testemunha da parte reclamante, Sra. presença de elementos objetivos capazes de demonstrar que as

Maria Irlane Silva Santos Desiderio, ouvida no processo nº 0000470 empresas estavam integradas no mesmo grupo. É o que se

-54.2018.5.07.0010 (Ata de audiência de ID 5cd9c24 - Pág. 4), constatou à exaustão no presente feito.

trazido por empréstimo ao conjunto probatório pelas próprias Por oportuno, colhe-se o seguinte precedente jurisprudencial:

reclamadas, revelador de "(...) que no final de julho/2017 foram "Grupo econômico. Relação inter-empresarial. O grupo econômico

convocadas para uma reunião no hotel meridional no centro da para fins justrabalhistas não necessita se revestir das modalidades

cidade onde foi comunicada por Alencar Junior, Erica Pontes e Aline jurídicas típicas do Direito Econômico ou Direito Comercial

Severo, a fusão da Helga e Hanova, com promessas de que tudo (holdings, consórcios, pools etc.). Não se exige, sequer, a prova

iria mudar com a chegada de novos produtos, mas na pratica tudo de sua formal institucionalização cartorial: pode-se acolher a

continuou do mesmo jeito, pois continuou chegando produtos da existência do grupo desde que surjam evidências probatórias

marca propria da Helga (lavi) e da Helga, os quais tinham prioridade de que estão presentes os elementos de integração inter-

para serem vendidos, e das outras marcas continuaram escassos". empresarial (abrangência subjetiva e nexo relacional) de que

Veja-se que a fusão foi comunicada aos empregados em reunião, fala a CLT (art. 2º, § 2º)" (Processo 00409002020085010025, TRT

constatação que reforça a ideia do grupo econômico, referindo-se a 1ª Região - 8ª Turma, Relatora Desembargadora Dalva Amélia de

depoente a tudo ter "continuado do mesmo jeito" ao modus Oliveira, Publicado em 30/06/2014)(destaquei).

operandi das vendas dos produtos e não à ausência de formação NEGA-SE PROVIMENTO.

de grupo. A testemunha em questão ainda revelou que as diversas CONCLUSÃO DO VOTO

marcas apresentavam seus produtos e realizavam treinamentos, Por unanimidade, conhecer do recurso ordinário para, rejeitar as

mas que com a Hanova o processo foi diferente, pois, além de ter preliminares suscitadas e, no mérito, por maioria, negar-lhe

sido comunicada a fusão, não houve interrupção do fornecimento de provimento.

mercadorias para serem vendidas nas lojas Helga, o que ocorreu DISPOSITIVO

com outros fornecedores em face das dívidas da empregadora ACORDAM OS INTEGRANTES DA 2.ª TURMA DO TRIBUNAL

originária. REGIONAL DO TRABALHO DA 7.ª REGIÃO, por unanimidade,

Não se olvida o depoimento da testemunha convidada pelas conhecer do recurso ordinário para, rejeitar as preliminares

reclamadas, Sr. Emanuel Rodrigues de Albuquerque, ouvida nos suscitadas e, no mérito, por maioria, negar-lhe provimento. Vencido

processos (461-92.2018.5.07.0010, 470-54.2018.5.07.0010 e 471- o Desembargador Relator, que dava provimento ao apelo, para

39.2018.5.07.0010) trazidos por empréstimo ao conjunto probatório, excluir da condenação a responsabilidade solidária da reclamada

cujas declarações transparecem a ideia de demonstrar ter havido HNV INDÚSTRIA E COSMÉTICOS LTDA. Redigirá o acórdão o

apenas uma relação comercial, mas não uma fusão, entre as Desembargador Cláudio Soares Pires, com a integração do voto

empresas do grupo Helga e do grupo Hanova. Contudo, diante dos vencido.

demais elementos probatórios dos autos, não há de prevalecer o Participaram do julgamento os Exmos. Srs. Desembargadores

quadro traçado pelo depoente, sendo de se destacar que ele próprio Francisco José Gomes da Silva (Presidente e Relator), Cláudio

admite não ter participado da reunião ocorrida em julho de 2017 (V. Soares Pires e Paulo Régis Machado Botelho. Presente ainda o(a)

ID's 5cd9c24 - Pág. 6 e 8eb6395 - Pág. 6), na qual fora anunciada a Exmo(a). Sr(a). membro do Ministério Público do Trabalho. Em gozo

fusão aos trabalhadores. de férias o Exmo. Sr. Desembargador Jefferson Quesado Junior.

Cumpre ressaltar, ainda, porquanto oportuno, que a estreita relação Fortaleza, 14 de outubro de 2019.

comercial entre as empresas dos grupos empresariais, consoante INTEGRA O PRESENTE ACÓRDÃO O VOTO VENCIDO DO EXMº

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DESEMBARGADOR FRANCISCO JOSÉ GOMES DA SILVA, in como fundamento da procedência da pretensão autoral, da mera

verbis: cópia de uma transcrição parcial realizada no bojo de uma sentença

EMENTA: PROVA EMPRESTADA. PREVISÃO LEGAL. proferida em processo paradigma, a qual, por sua vez, utilizou,

CONTRADITÓRIO OBSERVADO. O novo CPC trouxe permissivo naquele momento, o depoimento testemunhal na condição de prova

expresso quanto à possibilidade de utilização da prova emprestada, emprestada, a qual, por certo, não integra o presente feito.

desde que observado o contraditório, conforme previsão no art. 372. Ressalta, igualmente, que as reportadas transcrições carregam

Assim, havendo previsão legal para utilização da prova emprestada relatos fáticos que não integram as razões da exordial, impondo

e, observando que no processo nº 0000471-51.2018.5.07.0006 as reconhecer a total inovação da lide, em absoluta violação ao art.

partes foram submetidas ao contraditório e, havendo identidade dos 141 do CPC/15.

fatos probandos nos processos, rejeita-se a alegativa de Em razão do exposto, requer a nulidade da sentença e o retorno

cerceamento de defesa. Preliminar rejeitada. dos autos para que haja um novo julgamento, desta feita, em

PETIÇÃO INICIAL. ART. 840, §1º DA CLT. O processo trabalhista conformidade com o acervo fático-probatório do caso sub examine.

é regido pelo princípio da simplicidade das formas, consagrado no À análise.

art. 840, § 1º, da CLT, segundo o qual basta uma breve exposição Em audiência de instrução, as Reclamadas requereram a juntada

dos fatos para se considerar apta a exordial. Em decorrência do de provas emprestadas, relativo aos depoimentos testemunhais dos

princípio da simplicidade, que norteia o processo trabalhista, o qual processos 461-92.2018.5.07.0010, 470-54.2018.5.07.0010 e 471-

não sofreu alterações com a Lei nº 13.467, de 2017, verifica-se que 39.2018.5.07.0010 (ID. bae0442, ID. ed35241, ID. 5cd9c24, ID.

a petição inicial atendeu integralmente os requisitos do art. 840, da 8eb6395).

CLT. Preliminar rejeitada. O Juízo, ao proferir a sentença, utilizou para o reconhecimento da

EXISTÊNCIA DE GRUPO ECONÔMICO. ART. 2º, DA CLT. ÔNUS existência de Grupo Econômico entre as acionadas (Grupo Hanova-

DA PROVA. ART. 818, DA CLT C/C ART. 373, DO NCPC. Helga) como prova emprestada, os fundamento os lançados na

AUSÊNCIA DE PROVA. Não tendo a reclamante comprovado a sentença prolatada nos autos do processo nº 0000471-

existência do alegado grupo econômico Helga-Hanova, composto 51.2018.5.07.0006, de lavra da magistrada Taciana Orlovicin

de diversas empresas, reforma-se a sentença para afastar a Gonçalves Pita (ID. 984dd8d).

responsabilidade solidária pretendida pela autora. Nesse ponto, destaco, inicialmente, que o novo CPC trouxe

RECURSO CONHECIDO E DADO PROVIMENTO PARCIAL permissivo expresso quanto à possibilidade de utilização da prova

FUNDAMENTAÇÃO: emprestada, desde que observado o contraditório, conforme

ADMISSIBILIDADE previsão no art. 372, que assim dispõe:

Acolhe-se o presente recurso, uma vez que preenchidos os Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em

requisitos de admissibilidade. outro processo, atribuindo-lhe o valor que considerar adequado,

DO MÉRITO observado o contraditório".

PRELIMINARES Assim, havendo previsão legal para utilização da prova emprestada

DA NULIDADE DA SENTENÇA- DA UTILIZAÇÃO DA PROVA e, observando que no processo nº 0000471-51.2018.5.07.0006 as

EMPRESTADA - DO ALEGADO CERCEAMENTO DE DEFESA partes foram submetidas ao contraditório e, havendo identidade dos

Aduz a recorrente, preliminarmente, que houve cerceamento de seu fatos probandos nos processos, rejeita-se a alegativa de

direito de defesa, ao argumento de que o juízo, ao adotar cerceamento de defesa.

integralmente a motivação da sentença proferida na reclamatória Quanto a alegativa de que as reportadas transcrições dos

trabalhista 0000471-51.2018.5.07.0006, construiu o seu depoimentos carregam relatos fáticos que não integram as razões

entendimento, a partir das provas orais ali consignadas, mas que, da exordial, não merece acolhida, posto que a causa de pedir da

tais elementos probatórios não foram publicizadas à ora recorrente autora, no que se refere a responsabilidade solidária das acionadas,

no presente feito, com vistas à garantia do contraditório e da ampla trata justamente na alegada formação de grupo econômico entre as

defesa, verificando-se, pois, uma patente violação ao que dispõe o empresas, objeto da prova naqueles autos.

art. 312 do CPC/15. Os depoimentos constantes na prova emprestada utilizada pelo

Destaca, em seguida, que os aludidos depoimentos também não Juízo a quo dizem respeito aos fatos relacionados pela autora, no

integram o arcabouço das provas emprestadas acostada aos autos, que pertine a alegada formação de grupo econômico entre as

mediante convenção de ambas as partes; que o Juízo a quo utilizou acionadas GRUPO HELGA (DISTR IBUIDORA HELGA

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COSMETICOS LTDA - ME, HELGA COSMETICOS LTDA - ME, Recurso de revista não conhecido" (TST, ARR - 3600-

HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ME, ORIGINAL 29.2010.5.12.0031 Data de Julgamento: 15/02/2017, Relator

COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, MULTIPLA Ministro: José Roberto Freire Pimenta, 2ª Turma, Data de

COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - EPP, BELLA Publicação: DEJT 17/02/2017).

COSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE COSMETICOS "B) RECURSO DE REVISTA. 1. NULIDADE DA SENTENÇA.

LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, ERICA CERCEAMENTO DE DEFESA. UTILIZAÇÃO DE PROVA

PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS EMPRESTADA SEM ANUÊNCIA. O Regional entendeu que a

COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX utilização de prova emprestada consubstanciada em certidão de

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX averiguação produzida em outros autos, no qual a reclamada figura

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME e como parte, não configura cerceamento de defesa, ante a

ROBERTO NENDZA - ME) e GRUPO HANOVA - HNV (HANOVA semelhança fática existente entre os processos, assim como da

INDUSTRIA E COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, AL observância do contraditório e da ampla defesa. Com efeito, esta

PARTICIPAÇÕES LTDA, ANDERSON LUID DOS SANTOS Corte tem se posicionado no sentido de ser possível a utilização da

SEVERO - ME e MULT DISTRIBUIDORA DE COSMETICOS prova emprestada, não sendo imprescindível a anuência da parte

LTDA), assim como referem-se as mesmas demandadas, sendo adversa. Recurso de revista não conhecido" (TST, RR - 940-

permitido sua valoração como se houvesse sido produzida 27.2013.5.18.0181 Data de Julgamento: 09/11/2016, Relatora

diretamente nos autos examinados. Ministra: Dora Maria da Costa, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT

Nesse ponto, frise-se, não há vício em virtude de o Juízo ter 11/11/2016).

utilizado a fundamentação da sentença, a qual considerou para Preliminar rejeitada.

formação do convencimento da magistrada, depoimentos os quais INÉPCIA DA INICIAL

foram respeitados o contraditório quando produzida em processos Requer o Recorrente, o reconhecimento da inépcia do pedido

judiciais, máxime,quando envolvendo a mesma empresa e quando relativo às parcelas de FGTS + 40%, e a extinção do pleito sem

os fatos guardam correlação com os da presente ação. resolução de mérito, à luz do que dispõe o art. 485, I, do CPC/15,

Nesse mesmo entendimento, colaciona-se a atual jurisprudência do sob o fundamento de que, a parte recorrida, em sua peça de

Tribunal Superior do Trabalho, in verbis: ingresso, inobstante tenha somente assentado as datas de ingresso

UTILIZAÇÃO DE PROVA EMPRESTADA. POSSIBILIDADE. e de dispensa, realizou o pedido correspondente às parcelas de

IDENTIDADE FÁTICA. MESMAS RECLAMADAS. FGTS, em conjunto com a indenização adicional de 40% sobre o

DESNECESSIDADE DE PRÉVIA CONCORDÂNCIA DA PARTE saldo fundiário.

CONTRÁRIA. AUSÊNCIA DE CERCEAMENTO DE DEFESA. Sem razão.

NULIDADE PROCESSUAL NÃO CONFIGURADA. Esta Corte O processo trabalhista é regido pelo princípio da simplicidade das

admite a utilização da prova emprestada, desde que haja a formas, consagrado no art. 840, § 1º, da CLT, segundo o qual basta

identidade dos fatos considerados no documento emprestado e no uma breve exposição dos fatos para se considerar apta a exordial.

caso em julgamento, assim como ocorrido nesta hipótese, em que o Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal.

Regional registrou que"a prova emprestada foi produzida em § 1º - Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do

processo judicial que envolvia as mesmas rés da presente ação, Presidente da Junta, ou do juiz de direito a quem for dirigida, a

tendo sido observadas as formalidades estabelecidas em lei para a qualificação do reclamante e do reclamado, uma breve exposição

sua produção, bem como o princípio do contraditório. Segundo, dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, a data e a assinatura

porque os fatos a serem comprovados guardam correlação com os do reclamante ou de seu representante.

da presente ação. Terceiro, porque a referida prova emprestada foi § 1o Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do

valorada pelo Juízo segundo o princípio do livre convencimento juízo, a qualificação das partes, a breve exposição dos fatos de que

motivado, em conjunto com as demais provas dos autos". resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser certo, determinado e

Importante salientar também que a utilização de prova emprestada com indicação de seu valor, a data e a assinatura do reclamante ou

não está condicionada à prévia anuência e concordância das de seu representante. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

partes. Assim, a mera alegação da reclamada de que não § 2º - Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em 2 (duas)

concordou com a utilização de prova emprestada não é suficiente vias datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no

para inviabilizar a sua utilização nestes autos. Precedentes. que couber, o disposto no parágrafo anterior.

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§ 2o Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em duas vias BIJUTERIAS LTDA) e terceira reclamada (HANOVA

datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no que COSMÉTICOS), de responsáveis solidárias pelos encargos

couber, o disposto no § 1o deste artigo. (Redação dada pela Lei nº trabalhistas da primeira reclamada, HELGA COSMÉTICOS, em

13.467, de 2017) função da existência de grupo econômico.

§ 3o Os pedidos que não atendam ao disposto no § 1o deste artigo Afirma que a primeira, segunda e terceira reclamadas foram

serão julgados extintos sem resolução do mérito. (Incluído pela Lei criadas, são dirigidas e controladas pelo pela Sra. Erica Pontes de

nº 13.467, de 2017) Meneses, que não aparece no contrato social da terceira

Como se observa, a Lei n. 13.467/17 fez referência expressa aos reclamada, HANOVA COSMÉTICOS, pois utilizou terceiro como

requisitos da petição inicial trabalhista, dispondo no § 1º do art. 840 laranja.

da CLT que o pedido deva "ser certo, determinado e com indicação Ressalta, que os objetos sociais das empresas são

de seu valor". complementares, visto todas possuírem o mesmo objeto social e

No caso, em relação ao pedido de pagamento do FGTS e multa finalidade, sendo patente a formação de grupo econômico entre

rescisória, o reclamante fez pedido certo, determinado e com elas.

indicação do valores pois da sua causa de pedir, entende-se No mérito, defende a recorrente, em síntese, a inexistência de fusão

logicamente que o autor fora demitido sem justa causa e sem e formação de grupo econômico com o GRUPO HELGA, sendo

recebimento de suas verbas rescisórias, fato este, incontroverso indevida a sua responsabilidade solidária pelos créditos deferidos

nos autos. ao autor na presente reclamação trabalhista.

Na narrativa dos fatos, o acionante afirmou que ingressou na Argumenta que, em que pese tenha havido, nas redes sociais, um

reclamada no dia 01/08/2010, para exercer a função de gerente, anúncio de fusão entre os conglomerados Helga e Hanova, por

sendo demitida sem justa causa em 29/03/2018; que o último certo, tal reagrupamento não ocorreu, máxime porque a sucessão

salário percebido foi de R$ 3.200,00 (três mil e duzentos reais); que empresarial somente é possível em face de pessoas jurídicas

quando de sua demissão não recebeu qualquer valor, assim como regularmente constituídas, o que não é o caso dos grupos

não fora liberado Seguro Desemprego e FGTS, motivo pelo qual econômicos, os quais não possuem personalidade jurídica própria,

pleiteia a liberação dos mesmos em sede de tutela antecipada; que mas tão somente exteriorizam a arregimentação de sociedades que

o FGTS se encontra depositado apenas de forma parcial, apenas o possuam atuação integrante em face da comunhão de interesses, o

valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais). que, também, não retrata o caso dos autos.

Em seguida, requereu que, Tendo em vista os argumentos jurídicos Esclarece, adiante, que há uma mera relação comercial, havendo

apresentados, ajuíza-se a presente Reclamação Trabalhista no total independência entre as empresas do GRUPO HANOVA em

intuito de serem satisfeitos todos os direitos da reclamante, quais relação às componentes do GRUPO HELGA, sendo a recorrente,

sejam: Saldo Salário, Aviso Prévio de 51 dias, 13º salário e férias mera fornecedora de produtos para o conglomerado empresarial

sobre aviso prévio, FGTS sobre rescisão, 13º salário proporcional HELGA, sem haver contudo, qualquer integração de interesses

3/12 de 2018, férias simples 2016/2017 e proporcionais 2017/2018 entre as empresas ou atuação conjunta.

todas acrescidas do terço constitucional, FGTS e multa de 40%. À análise.

Em relação ao rol dos pedidos, o autor requereu a condenação da A lei nº 13.467, de 13 de julho de 2017 que alterou a Consolidação

reclamada ao pagamento das verbas rescisórias, incluindo FGTS E das Leis do Trabalho (CLT) trouxe novos parâmetros para

MULTA DE 40% DO FGTS. responsabilização de empresas terceiras.

Em decorrência do princípio da simplicidade, que norteia o processo A nova redação alterou o parágrafo 2º e acrescentou o parágrafo 3º

trabalhista, o qual não sofreu alterações com a Lei nº 13.467, de a este artigo, conforme transcrição seguinte:

2017, a petição inicial ora em análise preencheu os requisitos do Art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva,

art. 840 , da CLT, a qual, frise-se, não dificultou a defesa das que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria

acionadas. e dirige a prestação pessoal de serviço.

Rejeita-se. § 1º - Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da

DO MÉRITO relação de emprego, os profissionais liberais, as instituições de

FORMAÇÃO DE GRUPO ECONÔMICO. beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem

Na peça de ingresso, requer o reclamante que seja caracterizada a fins lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados.

condição da segunda (VRX COMÉRCIO COSMÉTICOS E § 2º Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada

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uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a No caso em análise, o autor fundamenta sua pretensão com base

direção, controle ou administração de outra, ou ainda quando, em notícias veiculadas nas redes sociais de possível fusão entre os

mesmo guardando cada uma sua autonomia, integrem grupo grupos Helga Cosméticos e HNV, assim como colaciona fotos em

econômico, serão responsáveis solidariamente pelas que retrata parcerias entre as duas empresas, ID. 0d53e9e, sem,

obrigações decorrentes da relação de emprego. contudo, apresentar qualquer prova que indique ter realmente

§ 3º Não caracteriza grupo econômico a mera identidade de ocorrido a "FUSÃO" das empresas, ou qualquer relação de

sócios, sendo necessárias, para a configuração do grupo, a coordenação entre elas.

demonstração do interesse integrado, a efetiva comunhão de Ao revés, a acionada Hanova Indústria e Comércio de Cosméticos

interesses e a atuação conjunta das empresas dele integrantes. Ltda colacionou aos autos documentos que demonstram a relação

(destaquei) de vendas de mercadorias para as empresas integrantes do grupo

A nova redação do art. 2º, além de manter a hipótese do grupo Helga (CRX COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA

econômico hierarquizado ou sob subordinação, introduz, ME, ALENCARINE COSMETICOS COMERCIO VAREJISTA E

expressamente, o outro modelo de grupo econômico, vertical, ou TREINAMENTO EIREL, HELGA MEDZA SALES & CIA LTDA -ME,

sob coordenação, trazendo para o texto legal, o entendimento dos ORIGINAL COMERCIO DE COSMETICOS LTDA ME, VRX

Tribunais Regionais do Trabalho e do TST quanto a configuração de COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA ME, JOSE

grupo econômico. ALENCAR SALES JUNIOR- ME, ORIGINAL COMERCIO DE

Com relação a este modelo de grupo econômico coordenado, a COSMETICOS LTDA- ME, tais como notas fiscais de vendas de

Desembargadora Dra. Vólia Bomfim Cassar, do TRT da 1ª Região, mercadorias, termo de confissão de dívida e e-mails em que se

em seu livro Direito do Trabalho, afirma que: evidencia a parceria comercial entre as empresas ( venda de

Os grupos econômicos por coordenação se apresentam quando mercadorias), ID. de4b07e, ID. 4c4a838.

houver reunião de interesses para execução de determinado Na audiência de instrução, as reclamadas requerem a juntada de

empreendimento, tendo ou não o mesmo controle ou administração provas emprestadas (processos nºs. 461-92.2018.5.07.0010, 470-

comum. Logo, os grupos por coordenação podem ter relação de 54.2018.5.07.0010 e 471-39.2018.5.07.0010, tendo a autora

controle entre si, numa linha horizontal e não vertical. Isto é, não concordado com a juntada dos referidos depoimentos.

haverá, no grupo horizontal, uma empresa controladora e outra(s) No termo de audiência relativo ao processo nº. 0000461-

controlada(s), uma líder (holding) e outras lideradas. Todas são 92.2018.5.07.0010, a testemunha da reclamante afirmou que:

interligadas entre si e, apesar de autônomas e independentes, estão Primeira testemunha arrolada pela parte Reclamante Sr(a).

interligadas pela ingerência, administração comum, como se Francisca Edinusia Alves de Sousa: " (...)"que trabalhou na

subordinadas umas às outras administrativamente. Por trás desta reclamada Helga Cosméticos de 01/06/2006 a 23/02/2018 na

administração comum pode estar um sócio ou alguns sócios ou função de vendedora; que o reclamante, depoente e todos os

pessoa física no controle.(CASSAR, 2017,p.429). funcionários foram demitidos sem pagamento de verbas rescisórias

Logo, o aproveitamento dos serviços prestados pelo trabalhador por e nem do salário do último mês; que depoente trabalhou até

sociedades empresárias que mantenham relação de coordenação 23/fevereiro/2018, não sabendo o ultimo dia labutado pelo

entre si, formando o grupo econômico trabalhista, serão todas, por reclamante; que recebia ordem direta dos gerentes Luxeles,

consequência, responsabilizadas pela contraprestação devida ao Rosângela, Francisca Cirlane, os quais eram gerentes da loja

obreiro, atraindo a incidência do § 2º do artigo 2º da CLT do shopping Central da Helga Nendza Sales .". ÀS PERGUNTAS

(coordenação interempresarial). DO(A) PATRONO(A) DO(A) PARTE RECLAMANTE RESPONDEU:

Estabeleceu, igualmente, que "não caracteriza grupo econômico a "que houve uma reunião num domingo de julho/2017 onde foi

mera identidade de sócios. Assim, o patrimônio de empresas que comunicada a fusão da Hanova com a Helga Cosmeticos onde

têm sócios comuns, porém com atuam em setores diversos, estarão foram apresentados os novos patrões como sendo: Aline

resguardadas. Severo e seu esposo Anderson ambos donos da Hanova; que a

Portanto, a análise da existência ou não da formação de um grupo a partir daí a prioridade era para vender os produtos da Hanova

econômico, deve-se observar o princípio da primazia da realidade, e Lavi, mesmo tendo outras marcas, mas a Hanova e Lavi

para que cada caso seja analisado com suas peculiaridades, sendo deveriam estar em primeiro lugar nas vendas; que antes da

ônus do autor a prova de suas alegações ( art. 818, da CLT c/c art. reunião já vendiam todo tipo de produto e de varias marcas,

373, do NCPC). inclusive dos ora citados; que os proprietários da Helga e Hanova

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estavam presentes na reunião, sendo Erica PontesMenezes e a Helga; que havia procedimento de cobrança normal das vendas

Alencar Junior proprietários da Helga.". ÀS PERGUNTAS DO DO(A) dos produtos Hanova;." ÀS PERGUNTAS DO DO(A) PATRONO(A)

PATRONO(A) DO(A) PARTE RECLAMADA RESPONDEU: "que DO(A) PARTE RECLAMANTE RESPONDEU: "que a reunião tem

depois da reunião depoente continuou trabalhando na mesma um caráter de marketing e não para apresentar fusão; que não

loja e o reclamante também, mas ambos trabalhavam em lojas houve comunicação formal da fusão entre a Hanova e Helga, mas

diferentes; que na reunião estavam os vendedores e gerentes; depoente soube que foi feita uma postagem no instagram da

que a faixada das lojas continuaram iguais; que não houve Helga onde foi usado o termo fusão com a Hanova; que quanto

mudança da chefia após a reunião, mas a sua chefe Luxeles ao doc. de fl. 8 se tratam das pessoas de Anderson (proprietário da

teve um problema de saúde e foi transferida para loja de Hanova) e Junior (proprietária da Helga) e o doc. de fl. 9 tratam das

Messejana, tendo ficado como gerente Rosangela; que Luxeles pessoas Aline (proprietária da Hanova) e Erica (proprietária da

e Rosangela eram gerentes da Helga; (...)." ( grifos nosso) Helga); (...)."( grifos nosso)

Conforme se extrai do depoimento supra, não se trata o caso de " No termo de audiência relativo ao processo nº. 0000470-

fusão" entre as empresas, tanto que a partir da reunião ocorrida em 54.2018.5.07.0010, o reclamante afirmou que :

julho de 2017, nada foi alterado na estrutura organizacional da O DEPOIMENTO PESSOAL DO RECLAMANTE: '" que depoente

empresa, assim como layout das lojas, tratando-se, na verdade, de era subgerente, que atuava em várias lojas da Helga e trabalhou até

um marketing e ações para incremento das vendas, através da 07/04/2018 porque as lojas fecharam, tendo a sra. Erica Pontes

fornecedora dos produtos, empresa HANOVA INDUSTRIA E (dona da Helga, esposa de Alencar Junior) comunicado a dispensa

COMERCIO DE COSMETICOS LTDA, fato este, confirmado pelos os quais eram chefes do depoente; (...) ; que a Helga vendia

depoimentos de reclamantes e testemunhas dos processos produtos de marca própria (Lavi), mas também da Hanova, Fatore,

utilizados como provas emprestadas nos autos, vejamos: Corpo Dourado e outros; que em julho/2017 houve a fusão da

Convocada a primeira testemunha arrolada pelas Reclamadas Hanova com a Helga, no que a prioridade passou a ser para vender

HANOVA INDUSTRIA E COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - produtos da Hanova e Lavi, mas ainda assim, a Helga continuou a

ME, AL PARTICIPACOES LTDA, ANDERSON LUID DOS vender produtos de outras marcas que já tinham estoque nas

SANTOS SEVERO - ME e MULT DISTRIBUIDORA DE lojas, e também continuou comprando produtos de outras

COSMETICOS LTDA, Sr(a). Emanuel Rodrigues de Albuquerque marcas para vender nas suas lojas; que as fachadas das lojas

(...): "que trabalha na Hanova desde março/2016 como gerente da Helga continuaram com o mesmo nome, após a fusão, e as

administrativo financeiro; ." ÀS PERGUNTAS DO(A) PATRONO(A) notas fiscais das vendas eram com o nome da Helga; que a

DO(A) PARTE RECLAMADA RESPONDEU: "que na metade do fusão da Helga e Hanova foi para o crescimento da Helga, mas

segundo semestre de 2017 houve uma reunião da Helga com a o dia a dia de trabalho continuou o mesmo de antes, porém

Hanova para uma parceria de fornecimento de produtos, pois a com a informação de que deveriam vender mais os produtos da

Hanova é uma industria; que o fornecimento dos produtos continuou Helga. ( grifos nosso)

da mesma forma, pois a Helga permaneceu como uma cliente Primeira testemunha arrolada pela parte Reclamante Sr(a).

norma; que a parceria teve o objetivo de aumentar o volume de Maria Irlane Silva Santos Desiderio: " (...) que no final de

vendas nas lojas e de fato aumentou, mas só no primeiro mês, julho/2017 foram convocadas para uma reunião no hotel meridional

pois logo em seguida a Helga entrou novamente em dificuldades no centro da cidade onde foi comunicada por Alencar Junior, Erica

financeiras e não conseguiu pagar os produtos que comprava, pois Pontes e Aline Severo, a fusão da Helga e Hanova, com promessas

a divida já estava muito alta, de modo que a Helga não conseguia de que tudo iria mudar com a chegada de novos produtos, mas na

pagar nada na sua totalidade; que é uma prática comum serem pratica tudo continuou do mesmo jeito, pois continuou

feitas ações com as distribuidoras para estimular as vendas, e chegando produtos da marca propria da Helga (lavi) e da Helga,

os proprietários da Hanova comparecem pelo fato de que o os quais tinham prioridade para serem vendidos, e das outras

distribuidor Helga ser de grande porte, como também de outros marcas continuaram escassos; que sempre recebeu ordens

distribuidores; que na época da parceria a Helga já estava em das mesmas pessoas (Erica e Alencar), os quais pagavam o

débito com a Hanova; que a Hanova não colocou pessoas na salário da depoente; que todas as lojas da Helga fecharam; .".

lojas da Helga, muito menos assumiu o comando dessa; que a (...).( grifos nosso)

continuou a vendendo normalmente para as outras lojas, como No termo de audiência relativo ao processo nº. 0000471-

Cosbel, Anavi, Iap e outras; que não houve a fusão da Hanova com 39.2018.5.07.0010 a reclamante afirmou que:

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 200
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

JOSE AILSON REGO ADVOGADO(OAB: 6353/CE)


DEPOIMENTO PESSOAL DO RECLAMANTE MARIA CLEOMAR BALTAZAR
RECORRIDO BANCO BRADESCO S.A.
FERREIRA DE SOUSA ALMEIDA: " (...) que depoente era gerente
FRANCISCO SAMPAIO ADVOGADO(OAB: 9075/CE)
da loja Helga situada na Rua Floriano Peixoto 577, e trabalhou de DE MENEZES JUNIOR

01/03/2003 até 14/04/2018: " (...)que as fachadas das lojas da


Intimado(s)/Citado(s):
Helga continuaram com o mesmo nome, após a fusão, e as notas
- BANCO BRADESCO S.A.
fiscais das vendas eram com o nome da Helga; que a fusão da

Helga e Hanova foi para o crescimento da Helga, mas o dia a dia de

trabalho continuou o mesmo de antes, porém com a informação de


PODER JUDICIÁRIO
que deveriam vender mais os produtos da Hanova; (...)."
JUSTIÇA DO TRABALHO
Havendo fusão ou incorporação de empresas, há a alteração na

estrutura jurídica da empresa, o que in casu, não há provas nos

autos, não sendo suficiente a propaganda disseminada em reunião EMENTA


de empregados e redes sociais. EMENTA: BANCO BRADESCO. 1. GERENTE DE CONTAS
O que extrai dos depoimentos, é que a ideia inicial de postar nas PESSOA JURÍDICA. NÃO-ENQUADRAMENTO NA EXCEÇÃO DO
redes sociais de que haveria a fusão das empresas, trata-se, tão § 2º DO ART. 224 DA CLT. DIREITO A HORAS EXTRAS. A
somente, de marketing para alavancar as vendas da empresa excepcionalidade prevista no art. 224, § 2º da CLT, específica em
Helga, a qual, na época, já se encontrava com dificuldades relação à categoria dos bancários, é taxativa ao permitir o
financeiras. extrapolamento da jornada máxima de seis horas para quem
Diante do exposto, considerando que a autora não se desincumbiu exercer funções de direção, gerência, fiscalização, chefia e
de seu ônus probatório, reforma-se a sentença para excluir a equivalentes ou outros cargos de confiança e perceber gratificação
responsabilidade solidária da reclamada HNV INDÚSTRIA E não inferior a um terço do salário. No caso dos autos, entretanto, o
COSMÉTICOS LTDA. conjunto probatório induz à convicção de que as atribuições de
DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS Gerente de Contas Pessoa Jurídica, desempenhadas pelo
Uma vez excluída a responsabilidade solidária da ora recorrente, o reclamante, são meramente técnicas, desprovidas de elementos
presente apelo, no ponto, segue a sorte do principal. que qualifiquem tais funções como cargo de confiança. A
CONCLUSÃO DO VOTO VENCIDO: gratificação percebida pelo exercício das atribuições respectivas

remunera apenas o trabalho exercido com maiores


Isto posto, voto pelo conhecimento do recurso ordinário para, responsabilidades, mas nem de longe serve para qualificá-la como
rejeitar as preliminares suscitadas e, no mérito, dar-lhe provimento de confiança. Impõe-se, assim, o pagamento, como extras, das
para excluir a responsabilidade solidária da reclamada HNV sétima e oitava horas trabalhadas. 2. DESVIO DE FUNÇÃO.
INDÚSTRIA E COSMÉTICOS LTDA." OCORRÊNCIA. DIFERENÇAS SALARIAIS. Emergindo da prova

dos autos haver-se cometido à demandante o desempenho de


CLAUDIO SOARES PIRES atividades estranhas ao rol de atribuições próprias de sua função
Desembargador Redator Designado contratual, impõe-se confirmada Sentença que lhe deferira o

pagamento das correspondentes diferenças salariais. 3.


FORTALEZA/CE, 27 de fevereiro de 2020. PROGRAMA DE INCENTIVO À DEMISSÃO VOLUNTÁRIA.

IMPLEMENTAÇÃO NO CURSO DO AVISO-PRÉVIO. DIREITO DE


MARIA DO SOCORRO RODRIGUES GONCALVES ADESÃO DO EMPREGADO DISPENSADO. Na trilha da
Diretor de Secretaria jurisprudência do Colendo TST, tem-se que a implantação de

Programa de Desligamento Voluntário no curso do aviso prévio


Processo Nº ROT-0001975-38.2017.5.07.0003
Relator PAULO REGIS MACHADO BOTELHO indenizado não impede a adesão do empregado dispensado,
RECORRENTE RAIMUNDO SAVIO XAVIER GOMES considerando-se que o período do aviso integra o contrato de
JOSE AILSON REGO ADVOGADO(OAB: 6353/CE)
BALTAZAR trabalho para todos os efeitos legais.
RECORRENTE BANCO BRADESCO S.A. RELATÓRIO
FRANCISCO SAMPAIO ADVOGADO(OAB: 9075/CE)
DE MENEZES JUNIOR Mediante os termos sentenciais de ID f6c5c6d, a MM. Juíza
RECORRIDO RAIMUNDO SAVIO XAVIER GOMES Substituta Daiana Gomes Almeida, atuante na 3ª Vara do Trabalho

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 201
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

de Fortaleza, declarou a prescrição quinquenal das pretensões benesse, haja vista a elevada remuneração percebida quando da

anteriores a 06/12/2012 e julgou parcialmente procedentes os vigência de seu contrato de trabalho.

pedidos formulados pelo reclamante, Raimundo Sávio Xavier Finalmente, pede a exclusão dos honorários de advogado, por não

Gomes,para condenar o Banco Bradesco S/A "ao pagamento de estar o demandante assistido pelo sindicato de sua categoria,

diferenças remuneratórias entre as funções de Gerente de Contas requerendo, em caráter sucessivo, a redução do percentual

Pessoa Jurídica I e II, no período em que o reclamante as exerceu, arbitrado para 5%.

e a de Gerente de Contas Pessoa Jurídica III, com todos os reflexos Contrarrazões ID a26900b e f709dfb.

legais, no período compreendido entre o corte prescricional e a FUNDAMENTAÇÃO

rescisão contratual, bem como ao pagamento da PLR proporcional 1. ADMISSIBILIDADE

relativa ao ano de 2017, considerando, para tanto, a projeção do Atendidos os respectivos pressupostos legais, merecem

aviso prévio indenizado no cálculo da proporcionalidade dos meses, conhecimento ambos os Recursos.

bem como, por fim, condenar as partes reciprocamente ao 2. MÉRITO

pagamento de honorários advocatícios, no percentual de 10% da 2.1 RECURSO DO RECLAMANTE

condenação, no percentual constante em tópico próprio e com 2.1.1 DA SÉTIMA E OITAVA HORAS COMO EXTRAS. DO

exigibilidade suspensa para aqueles devidos pelo reclamante". ALEGADO EXERCÍCIO DE FUNÇÃO DE CONFIANÇA.

O autor recorre ordinariamente (ID 198b6a4), pleiteando o Pretende o autor a reforma da Sentença que indeferiu seu pedido

pagamento, como extras, das sétima e oitava horas trabalhadas, de pagamento, como extras, das sétima e oitava horas laboradas,

sob a alegativa de que o desempenho da função de Gerente diariamente, sob o fundamento de que, no exercício da função de

Pessoa Jurídica não se revestia das características próprias do Gerente de Contas Pessoa Jurídica III, não detinha fidúcia especial

cargo de confiança, de modo a enquadrá-lo nos ditames do § 2º do a justificar seu enquadramento no parágrafo 2º do art. 224 da CLT.

artigo 224 da CLT, uma vez que não possuía subordinados, nem A Sentença indeferiu essa pretensão, entendendo tratar-se de

autonomia administrativa ou operacional, por isso somente lhe seria função de confiança, pelo que estaria ele enquadrado na exceção

exigível a jornada bancária típica de seis horas de trabalho. prevista no supracitado dispositivo celetista.

Na sequência, postula o direito de aderir ao Plano de Desligamento É cediço que a excepcionalidade prevista no art. 224 celetário,

Voluntário Especial (PDVE) instituído em julho de 2017 pelo específica em relação à categoria dos bancários, é taxativa ao

reclamado, período no qual se projetava seu prazo de aviso prévio, permitir o extrapolamento da jornada máxima de seis horas para

que somente veio a encerrar-se em 21 de setembro do mesmo ano. quem exercer funções de direção, gerência, fiscalização, chefia e

Por fim, pleiteia a aplicação, ao cálculo liquidatório, da correção equivalentes ou outros cargos de confiança e perceber gratificação

monetária pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo - Especial não inferior a 1/3 do salário.

(IPCA-E). Todavia, como é de óbvia sabença, hodiernamente, no mundo

O reclamado se utiliza do mesmo instrumento recursal (ID corporativo, prolifera o termo "gerente", acompanhado das mais

3788104), para sustentar que o autor não teria direito à PLR diversas qualificações (gerente de marketing; gerente de operação;

proporcional de 2017, por haver sido dispensado do emprego em gerente de tráfego; gerente de relacionamento; gerente de contas;

23/05/2017, enquanto a regra da Convenção Coletiva de Trabalho gerente comercial etc.), sem que, na realidade, o empregado assim

que prevê o pagamento proporcional dessa vantagem estabelecia denominado tenha um mínimo poder de decisão ou mesmo

que somente poderiam dela usufruir os trabalhadores cujos autonomia e destaque, não passando de um trabalho meramente

contratos se encerraram no intervalo entre 02/08/2017 e técnico-específico.

31/12/2017. A seu juízo, a Decisão violaria o inciso XXVI do art. 7º Ora, é evidente que esse tipo de estratégia patronal tem dado

da Constituição Federal, que preconiza o reconhecimento das ensejo a abusos quanto à jornada de trabalho sob o pálido

normas coletivas. argumento de que a função é de confiança e que, portanto, o

Objurga, outrossim, o reconhecimento de desvio funcional, empregado bancário ocupante desse tipo de cargo não está sujeito

alegando que o obreiro recorrido somente desempenhara à carga horária especial de seis horas diárias.

atribuições inerentes à função para a qual fora designado, ou com In casu, o reclamante/recorrente não tinha subordinados, não

ela compatíveis. comandava equipes, não tinha poder de mando, não tinha

Questiona, ademais, a concessão da gratuidade judiciária ao procuração em nome do banco, não tinha autonomia para conceder

reclamante, que não preencheria os requisitos para a fruição dessa empréstimos, ou seja, era apenas um empregado comum.

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 202
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

O título de "Gerente de Contas Pessoa Jurídica" é pomposo, negócios, basicamente isso; que perguntada se o reclamante

entretanto não corresponde à realidade vivenciada pelo autor, pois autorizava pagamento de cheques sem provisão de fundos,

este desenvolvia atividade meramente técnica, sem grau de fidúcia respondeu que não, até porque isso é proibido no Bradesco; que o

especial, revelando retro referido título, apenas, uma tentativa reclamante não substituía o gerente da agência, mas sim quem

frustrada de contornar o limite legal (seis horas), impondo ao substituía este último era o gerente administrativo ou o comercial;

reclamante uma jornada de oito horas, sem remunerá-lo para tal. que na agência quem tem poderes para deferir operações de

É o que se conclui ao exame do depoimento do próprio preposto, crédito era o gerente de agência, sendo que algumas operações,

conforme reprodução parcial abaixo: principalmente pessoa jurídica, por meio de comitê de crédito,

"(...) que a avaliação de desempenho do gerente assistente é feita composto pelo gerente geral, do administrativo, do comercial e dos

pelo gerente geral; que o gerente de contas acompanha o trabalho gerentes PJ, os quais davam seu parecer, mas quem decidia era o

do assistente e diz o que este deve fazer; que quando o gerente gerente geral; (...)." (Ata ID a9f4cca).

assistente precisa se ausentar ele comunica ao gerente de contas "(...) que o reclamante era gerente de PJ III, cujas atribuições eram:

dele e ao gerente geral; que o gerente assistente trabalha dando prospectar clientes, vender produtos do banco e outras das quais

suporte ao gerente de contas, ou seja, pode ser subordinado a um não se lembra detalhadamente; que o reclamante não tinha

gerente, a dois ou a mais, atuando nas carteiras dos respectivos subordinados; que o gerente assistente era subordinado ao gerente

gerentes; que o gerente assistente não tem carteira de clientes; que administrativo; que não tem certeza, mas acredita que o gerente

perguntado se o gerente de contas podia aplicar punições aos assistente recebia ordens também do gerente geral; que quem tinha

empregados, respondeu que "ele podia levar ao conhecimento do autonomia para autorizar era só o gerente geral e dependendo da

gerente geral e este era quem aplicava a punição, mas ele, gerente instância, o regional; que o reclamante não tinha poderes para

de contas, podia dizer 'faça, faça aquilo, não faça isso, não faça aplicar punições aos empregados do banco; que não sabe dizer

aquilo' ou mudar-lhe a tarefa"; que perguntado se o reclamante tinha instrumento formal procuratório para representar o banco; que

tinha procuração consistente em documento público ou particular o reclamante não podia assinar cheques administrativos; que o

para representar o banco, respondeu que "se ele tinha eu não sei reclamante fazia parte do comitê de crédito e quem tinha a palavra

dizer, mas ele poderia ter, assim querendo dizer que estava final nesse comitê de crédito era o gerente de agência; que a função

habilitado a ter"; que como não trabalhou com o reclamante não do reclamante no comitê de crédito era levar o processo dele,

sabe se ele assinava cheque administrativo, mas afirma que estava reclamante, para análise no comitê, não sabendo se o reclamante

habilitado a fazê-lo; que na agência quem tem poderes para assinar tinha ou não direito a voto no referido comitê pois não participava

cheques administrativos é o gerente geral ou gerente administrativo, dele e não tem conhecimento a esse respeito; que quem assinava

mas estes poderiam delegar esse poder ao gerente de contas, cheques administrativos na agência, na época do depoente, era o

desde que isso viesse em uma ata de procuração solicitada à gerente geral ou administrativo; que o reclamante não podia

matriz, caso necessário, mas isso nunca aconteceu com o autorizar pagamento de cheque sem provisão de saldo, mas só o

reclamante; que na agência quem tem poderes para liberar créditos gerente geral podia fazê-lo; que não sabe se o reclamante tinha

é o gerente geral; (...)." (Ata ID a9f4cca). cartão de autógrafo ou assinatura autorizada e nem se o reclamante

Os depoimentos das duas testemunhas do reclamante seguem na tinha acesso a informações sigilosas do banco; que não sabe se o

mesma direção, como se pode ver a seguir: gerente assistente tinha ou não carteira de clientes; que os

"(...) que o reclamante não tinha subordinados na agência; que o supervisores administrativos, escriturários e chefes de serviços são

gerente assistente era subordinado ao gerente geral da agência; subordinados diretamente ao gerente administrativo; (...) que os

que quem faz a avaliação de desempenho do gerente assistente na gerentes assistentes trabalhavam diretamente com os gerentes de

agência é o gerente geral; que quando o gerente assistente precisa conta pessoa jurídica, mas o acompanhamento deles era feito pelo

se ausentar do trabalho ele comunica ao gerente geral ou na falta gerente administrativo, sendo subordinados ao gerente

desde ao gerente administrativo; que o reclamante não tinha administrativo e ao gerente geral; que acima dos gerentes de contas

poderes para punir empregados na agência e nem assinava PJ, hierarquicamente, vem o gerente geral." (...)." (Ata ID a9f4cca).

cheques administrativos na agência, pois quem os assinava era o O conjunto probatório acima transcrito permite formar convicção de

gerente administrativo ou o gerente geral; que as atribuições do que as atribuições de "Gerente de Contas Pessoa Jurídica" são

gerente de contas PJ era vender produtos, atender clientes, meramente técnicas, desprovidas de elementos que qualifiquem tais

acompanhar a conta do cliente, ligar para clientes para fazer funções como cargos de confiança. A gratificação percebida pelo

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 203
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

exercício das atribuições respectivas remunera apenas o trabalho caso, a conclusão fática diversa, seria necessário o revolvimento do

exercido com maiores responsabilidades, sem revelar grau de conteúdo fático-probatório constante dos autos, o que fica

confiança destacada, como pretende fazer crer o Banco demandado inviabilizado nesta instância recursal, nos termos das Súmulas 102,

e entendeu a Magistrada sentenciante, daí se ter por inadmissível o I e 126/TST. Agravo de instrumento desprovido." (AIRR - 522-

enquadramento do reclamante na excepcionalidade prevista no § 2º 50.2014.5.09.0005, Relator Ministro: Mauricio Godinho Delgado,

do artigo 224 da CLT. Data de Julgamento: 18/12/2018, 3ª Turma, Data de Publicação:

Pensar de forma diferente, data venia, serviria para incentivar o DEJT 07/01/2019).

demandado a criar outras denominações de gerente nas suas "RECURSO DO BANCO SANTANDER S.A. - CARGO DE

agências, a ponto de chegar em determinado momento em que só CONFIANÇA - ART. 62, II, DA CLT - ART. 224, § 2º, DA CLT. O

existirão empregados gerentes, fazendo letra morta da norma legal Tribunal Regional, alicerçado na avaliação dos depoimentos

da jornada de seis horas. testemunhais, registrou quadro fático segundo o qual o reclamante

Aliás, a Corte Superior da Justiça Laboral, em processos análogos, "não possuía poderes para liberar ou realizar operações com total

movidos contra entidades bancárias, já se pronunciou no mesmo autonomia, tampouco praticar atos isoladamente, sem qualquer

sentido. Observe-se: autorização colegiada ou superior". Concluiu que o reclamante não

"AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. dispunha de poderes diferenciados em relação aos demais

PROCESSO SOB A ÉGIDE DA LEI 13.015/2014 E ANTERIOR À empregados, razão pela qual afastou o enquadramento nos cargos

LEI 13.467/2017. 1. MULTA DO ART. 523, §1º, DO CPC/2015 de confiança previstos nos art. 62, II, da CLT e 224, § 2º, da CLT.

(ART. 475-J DO CPC/1973). 2. BANCÁRIO. CARGO DE Diante dessas premissas fáticas, insuscetíveis de reapreciação em

CONFIANÇA. ART. 224, § 2º, DA CLT. CARACTERIZAÇÃO. sede extraordinária, não há como se vislumbrar contrariedade à

MATÉRIA FÁTICA. SÚMULAS 102, I E 126/TST. 3. HORAS Súmula nº 287 do TST, que trata da presunção juris tantum dos

EXTRAS. DIVISOR. AUSÊNCIA DE INTERESSE RECURSAL. 4. poderes de gestão do gerente geral de agência que, no caso, restou

DANO MORAL. VALOR DA INDENIZAÇÃO. O cargo de confiança afastada pela prova produzida nos autos. Igualmente em relação ao

no Direito do Trabalho recebeu explícita tipificação legal, quer no cargo de confiança previsto no art. 224, § 2º, da CLT, registrado

padrão amplo do art. 62, II, da CLT, quer no tipo jurídico específico pelo Tribunal Regional que não havia diferenciação de poderes

bancário do art. 224, § 2º, da Consolidação. Para enquadrar o entre o reclamante e os demais empregados no exercício das suas

empregado nas disposições contidas no art. 224, § 2º, da CLT, é atribuições, o conhecimento do recurso de revista esbarra no óbice

necessário ficar comprovado que ele exercia, efetivamente, as da Súmula nº 102, I, do TST. Recurso de revista não conhecido.

funções aptas a caracterizar o cargo de confiança e, ainda, que elas (...)." (RR - 681-55.2011.5.02.0049, Relator Ministro: Luiz Philippe

se revestiam de fidúcia especial, que extrapola aquela básica, Vieira de Mello Filho, Data de Julgamento: 31/08/2016, 7ª Turma,

inerente a qualquer empregado. No caso concreto, o Tribunal Data de Publicação: DEJT 09/09/2016).

Regional, amparado no conjunto probatório produzido nos autos, Há precedentes, também, neste Regional, conforme exemplificado

concluiu que o Reclamante não se enquadra no art. 224, § 2º, da abaixo:

CLT. Para tanto, asseverou que: "No caso, o réu insiste que se "RECURSO ORDINÁRIO. 1 - RECURSO DA PARTE RECLAMADA.

desvencilhou de seu ônus. Porém, não é o que se extrai da prova 1.1 - HORAS EXTRAS. CARGO DE CONFIANÇA. ARTIGO 224, §

oral, a qual revela que o autor não contava com subordinados, não 2º DA CLT. CARGO DENOMINADO CHEFE DE SERVIÇOS

tinha alçada especial e tampouco poderes que o diferenciasse dos BANCÁRIOS. Ao defender o exercício de tarefas suficientes para o

demais empregados". Acrescentou que "a prova oral não permite se enquadramento do empregado no § 2º do art. 224 da CLT, atrai o

reconheça que o autor contava com poderes que a diferenciavam patrão o ônus da prova, consoante inteligência do art. 818 da CLT e

dos demais empregados, mostra-se correta a sentença na parte em do art. 373, II, do CPC. Não se tem por comprovado o exercício da

que não reconheceu seu enquadramento na exceção do artigo 224, função de confiança a que se refere o art. 224, § 2º, da CLT

§ 2º, da CLT". Diante desses dados fáticos, constata-se que o (Súmula 102/TST), quando revelam as provas dos autos, todavia,

Reclamante não ocupava típico cargo de confiança bancário, nos tarefas corriqueiras acometidas à obreira, sem qualquer fidúcia.

moldes do art. 224, § 2º, da CLT, pois ficou comprovado que as (...)." (TRT-7 - RO: 00010708020155070010, Relator: CLAUDIO

funções exercidas delineavam-se como meramente técnicas, sem SOARES PIRES, Data de Julgamento: 17/09/2018, Data de

maiores poderes ou mesmo responsabilidades que demandassem Publicação: 17/09/2018).

maior grau de fidúcia. Para que se pudesse chegar, se fosse o "FUNÇÃO DE CONFIANÇA NÃO CARACTERIZADA - HORAS

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 204
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

EXTRAS DEVIDAS. Apesar de o autor laborar 08 (oito) horas VOLUNTÁRIO ESPECIAL. INSTITUIÇÃO NO CURSO DO AVISO

diárias e perceber gratificação pelo exercício da função de Gerente, PRÉVIO INDENIZADO. DIREITO À ADESÃO. O parágrafo primeiro

superior a 1/3 do salário do cargo efetivo, não há que se enquadrar do art. 487, da CLT garante a integração do período correspondente

o caso da presente lide na exceção do § 2º do art. 224, da CLT, vez ao aviso prévio indenizado no tempo de serviço do trabalhador, não

que não restou comprovada nos autos qualquer relação entre as havendo qualquer restrição aos efeitos pecuniários, de sorte que o

atividades por ele desempenhadas e aquelas típicas dos que contrato de trabalho permanece em vigor, para todos os fins, até a

exercem a chefia ou postos de comando." (TRT-7 - RO: data final do período respectivo (Orientação Jurisprudencial nº 82 da

00002101920145070009, Relator: JEFFERSON QUESADO SDI-1, do TST). Instituído o Plano de Desligamento Voluntário

JUNIOR, Data de Julgamento: 22/01/2018, Data de Publicação: Especial 2017 ofertado pelo réu durante a vigência do contrato de

23/01/2018). trabalho do autor, tem este jus ao direito de adesão ao aludido

Destarte, merece reparo a r. Sentença para deferir o pedido de plano, bem assim aos direitos nele estabelecidos, vez que vez

pagamento, como extras, das sétima e oitava horas trabalhadas, preenchidos os requisitos de elegibilidade. Sentença reformada, no

relativamente ao lapso temporal a salvo da prescrição quinquenal, particular. (...)" (TRT 7ª Região; 1ª Turma; RO 0001368-

com os reflexos sobre férias, acrescidas do terço constitucional, 80.2017.5.07.0017; Relator Des. Durval César de Vasconcelos

gratificações natalinas, depósitos de FGTS, com a multa de 40%, Maia; DEJT 19/02/2019).

repouso semanal remunerado (incluindo sábados, domingos e "RECURSO ORDINÁRIO. PLANO DE DEMISSÃO VOLUNTÁRIA

feriados) e verbas rescisórias constantes do TRCT, observados os INSTITUÍDO NO CURSO DO AVISO PRÉVIO INDENIZADO.

dias efetivamente laborados, a evolução salarial e o divisor 180. ADESÃO DO TRABALHADOR. POSSIBILIDADE. A garantia da

Diga-se que não há de repercutir sobre a PLR, por se tratar de integração do aviso prévio indenizado ao tempo de serviço, prevista

verba desvinculada da remuneração, consoante prescreve a pelo § 1º do art. 487 da CLT, assegura ao obreiro o direito aos

Constituição Federal. benefícios estabelecidos em plano de demissão instituído no curso

2.1.2 Do direito de aderir ao PDVE do aviso. Precedentes. Recurso conhecido e improvido." (TRT 7ª

Com razão o reclamante neste tópico. Região; 2ª Turma; RO 0001657-13.2017.5.07.0017; Relator Des.

O prazo do aviso prévio integra o contrato de trabalho, para todos Cláudio Soares Pires; DEJT 19/12/2018).

os fins, conforme se extrai à leitura da parte final do § 1º do art. 487 "RECURSO ORDINÁRIO. PLANO DE DEMISSÃO VOLUNTÁRIA

da CLT, assim redigido: ESPECIAL - PDVE. INSTITUIÇÃO NO CURSO DO AVISO PRÉVIO

"Art. 487 - omissis INDENIZADO. DISPENSA OBSTATIVA. CONFIGURAÇÃO. BOA-

(...) FÉ OBJETIVA. ADESÃO DO TRABALHADOR. POSSIBILIDADE. "A

§ 1º - A falta do aviso prévio por parte do empregador dá ao cláusula geral de boa-fé objetiva, prevista nos artigos 113 e 422 do

empregado o direito aos salários correspondentes ao prazo do Código Civil, representa regra de valoração da conduta das partes

aviso, garantida sempre a integração desse período no seu tempo como honesta, correta e leal e induz expectativa legítima nos

de serviço." contratantes, especialmente hipossuficientes. A atitude do

Vê-se que o texto legal supra não faz restrição, nenhuma limitação empregador, de dispensar o empregado poucos dias antes da

estabelecendo a efeitos meramente financeiros. instituição do plano de demissão voluntária, representa violação a

No caso dos autos, o Plano de Desligamento Voluntário Especial esse dever geral de conduta e torna este último credor das

(PDVE) foi instituído pelo Banco Bradesco S/A em 17 de julho de diferenças postuladas, porque manifestamente obstativa ao direito

2017, enquanto a projeção do aviso prévio indenizado do de aderir ao PDV. O artigo 487, § 1º, da CLT, expressamente,

reclamante se estendeu até 21 de setembro do mesmo ano. garante a integração do período correspondente ao aviso-prévio

Assim, tem-se que a implementação desse programa de demissão indenizado no tempo de serviço, não havendo limitação aos efeitos

incentivada ocorreu no curso do aviso prévio do autor, portanto pecuniários. Nesse sentido, esta Corte Superior consolidou seu

quando ainda vigorante seu contrato de trabalho, por isso de se entendimento de que o contrato de trabalho permanece em vigor

reconhecer a ele o direito de usufruir das vantagens estipuladas para todos os fins, até a data final do período respectivo (Orientação

pelo reclamado. Jurisprudencial nº 82 da SBDI-1 do TST)." (E-ED-RR - 1001919-

Nessa linha de pensamento, há precedentes das três Turmas deste 13.2013.5.02.0473, Relator Ministro: Cláudio Mascarenhas

Regional: Brandão, Data de Julgamento: 02/02/2017, Subseção I

"RECURSO ORDINÁRIO. PLANO DE DESLIGAMENTO Especializada em Dissídios Individuais, Data de Publicação: DEJT

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10/02/2017). No caso, levada em conta a projeção de 120 (cento e "índice oficial de remuneração básica da caderneta de poupança" e

vinte) dias do aviso prévio, a dispensa da reclamante somente se "independentemente de sua natureza", constantes do § 12, todos

efetivou após a instituição do PDVE do BRADESCO, conferindo à dispositivos do art. 100 da CF, com a redação dada pela EC nº

bancária o direito à adesão ao referido plano e aos benefícios nele 62/2009", afastando, assim, a aplicação da Taxa Referencial - TR, o

previstos. Recurso improvido." (TRT 7ª Região; 3ª Turma; RO que culminou com a inconstitucionalidade por arrastamento do art.

0001373-02.2017.5.07.0018; Relator Des. José Antônio Parente da 1º-F da Lei nº 9.494, com a redação dada pelo art. 5º da Lei nº

Silva; DEJT 07/03/2019). 11.960, de 29/06/2009.

Assim também tem decidido o Colendo TST: Em decorrência da referida decisão do STF, o Pleno do TST, ao

"PLANO DE DEMISSÃO VOLUNTÁRIA. INSTITUIÇÃO NO CURSO apreciar a Arguição de Inconstitucionalidade nº 479-

DE AVISO PRÉVIO INDENIZADO. ADESÃO DO EMPREGADO. 1. 60.2011.5.04.0231, suscitada pelo Min. Cláudio Mascarenhas

Se a lei assegura a projeção do aviso prévio para todos os efeitos Brandão, por sua vez, declarou a inconstitucionalidade por

legais (art. 487, § 1º, da CLT), o empregado beneficia-se de plano arrastamento da expressão "equivalente à TRD" presente no art. 39,

de demissão voluntária instituído pela empresa nesse interregno, caput, da Lei nº 8.177/91 e, dando interpretação conforme a

quando ainda em vigor o contrato de trabalho. Incidência da Súmula Constituição ao restante da norma, definiu como índice de

nº 371 do TST e, por analogia, do entendimento perfilhado nas atualização monetária dos créditos trabalhistas na Justiça do

Orientações Jurisprudenciais nos 82 e 83 da SbDI-1 do TST. Trabalho o IPCA-E (Índice de Preços ao Consumidor Amplo

Precedentes. 2. Embargos da Reclamada de que se conhece, por Especial) a partir de 30.06.2009, quando entrou em vigor a Lei nº

divergência jurisprudencial, e a que se nega provimento." (TST; 11.960/2009, que acrescentou o art. 1º-F à Lei nº 9.494/1997, o qual

SBDI-I; E-ED-RR-2002-83.2012.5.02.0472; Relator Ministro João foi declarado inconstitucional pelo STF.

Oreste Dalazen; DEJT 17/02/2017). Posteriormente, na sessão de julgamento dos embargos de

"RECURSO DE EMBARGOS INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI declaração opostos contra o Acórdão que dirimira a ArgInc nº 479-

13.015/2014. AVISO-PRÉVIO INDENIZADO . PROJEÇÃO. 60.2011.5.04.0231, publicado em 30/6/2017, modularam-se os

EFEITOS. DIREITO À ADESÃO AO PROGRAMA DE DEMISSÃO efeitos do retro citado Aresto para fixar como fator de correção dos

VOLUNTÁRIA. O art. 487, § 1º, da CLT expressamente garante a débitos trabalhistas a Taxa TR (índice oficial da remuneração básica

integração do período do aviso prévio no tempo de serviço do da caderneta de poupança), até 24/3/2015, e o IPCA-E (Índice de

empregado, não limitando esse benefício aos efeitos meramente Preços ao Consumidor Amplo Especial), a partir de 25/3/2015, na

pecuniários. Dessa forma, estando em vigor o contrato de trabalho forma deliberada pelo Colendo Supremo Tribunal Federal.

até o final do aviso prévio, tem o empregado direito a aderir a De se registrar, ainda, que a Reclamação nº 22.012/RS, onde

eventual plano de demissão voluntária que sobrevenha no curso deferida liminar suspensiva dos efeitos do Decisum proferido pelo

desse período. Recurso de Embargos de que se conhece e a que TST nos autos da ArgInc nº 479-60.2011.5.04.0231, fora julgada

se nega provimento. (TST; SBDI-I; E-ED-RR-2303- improcedente pelo STF, conforme síntese jurisprudencial abaixo

30.2012.5.02.0472; Relator Ministro João Batista Brito Pereira; reproduzida:

DEJT 27/5/2016). "RECLAMAÇÃO. APLICAÇÃO DE ÍNDICE DE CORREÇÃO DE

Em assim, de se reformar a Sentença, para o fim de reconhecer ao DÉBITOS TRABALHISTAS. TR. AUSÊNCIA DE IDENTIDADE

reclamante o direito de aderir ao Plano de Desligamento Voluntário MATERIAL ENTRE OS FUNDAMENTOS DO ATO RECLAMADO E

Especial (PDVE) instituído em julho de 2017 pelo reclamado, Banco O QUE FOI EFETIVAMENTE DECIDIDO NAS ADIS 4.357/DF E

Bradesco S/A, e deferir o pagamento dos incentivos pecuniários 4.425/DF. NÃO CABIMENTO DA RECLAMAÇÃO. ATUAÇÃO DO

nele previstos. TST DENTRO DO LIMITE CONSTITUCIONAL QUE LHE É

2.1.3 Do índice de correção monetária ATRIBUÍDO. RECLAMAÇÃO IMPROCEDENTE.

Pleiteia o autor que se aplique ao cálculo liquidatório, como índice I - A decisão reclamada afastou a aplicação da TR como índice de

de atualização monetária, o IPCA-E. correção monetária nos débitos trabalhistas, determinando a

A razão lhe acompanha, mas apenas em parte. utilização do IPCA em seu lugar, questão que não foi objeto de

É cediço que o Supremo Tribunal Federal, nos autos da ADI nº deliberação desta Suprema Corte no julgamento das Ações Diretas

4.357/DF, declarou, nos termos do voto do Ministro Relator Ayres de Inconstitucionalidade 4.357/DF e 4.425/DF, não possuindo,

Britto, "a inconstitucionalidade da expressão "na data de expedição portanto, a aderência estrita com os arestos tidos por

do precatório", contida no § 2º; os §§ 9º e 10; e das expressões desrespeitados.

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II - Apesar da ausência de identidade material entre os fundamentos utilização de índice diverso da TR para atualização monetária dos

do ato reclamado e o que foi efetivamente decidido na ação direta débitos trabalhistas não possui aderência com o decidido pelo STF

de inconstitucionalidade apontada como paradigma, o decisum ora nas duas ADIs". 1.3. A decisão é corroborada pelo julgado proferido

impugnado está em consonância com a ratio decidendi da pelo excelso Supremo Tribunal Federal, no RE nº 870.947 RG/SE,

orientação jurisprudencial desta Suprema Corte. com repercussão geral, publicada no DJe de 20.11.2017, no qual se

III - Reclamação improcedente." (DATA DE PUBLICAÇÃO DJE considerou inconstitucional a atualização monetária das

27/02/2018 - ATA Nº 17/2018. DJE nº 37, divulgado em condenações impostas à Fazenda Pública segundo a remuneração

26/02/2018). oficial da caderneta de poupança, prevista no art. 1º-F da Lei

Oportuno, também, transcrever recentes manifestações 9.494/1997, por impor "restrição desproporcional ao direito de

jurisprudenciais emanadas do Colendo TST sobre a temática ora propriedade (CRFB, art. 5º, XXII), uma vez que não se qualifica

sob exame: como medida adequada a capturar a variação de preços da

"AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. economia", inflação essa que somente é corretamente aferida pelo

EXECUÇÃO. CORREÇÃO MONETÁRIA DOS CRÉDITOS IPCA-E, calculado pelo IBGE, "índice escolhido pelo Banco

TRABALHISTAS. ÍNDICE APLICÁVEL. Consoante entendimento Central". 1.4. Definido o índice, aplica-se a modulação de efeitos

adotado pela 8ª Turma, com base na decisão do Tribunal Pleno fixada pelo Pleno do TST, no julgamento dos embargos de

desta Corte Superior (TST - ArgInc - 479-60.2011.5.04.0231 e ED - declaração à arguição de inconstitucionalidade, em 20.3.2017,

ArgInc - 479-60.2011.5.04.0231), na correção dos créditos segundo a qual o IPCA-E incide a partir de 25 de março de 2015.

trabalhistas, aplica-se a TR até 24/3/2015 e o IPCA a partir de (...)" (Processo: AIRR - 110200-61.2007.5.04.0012 Data de

25/3/2015. Esta Turma considera, ainda, entendimento a que me Julgamento: 13/02/2019, Relator Ministro: Alberto Luiz Bresciani de

submeto por disciplina judiciária, que o art. 879, § 7º, da CLT perdeu Fontan Pereira, 3ª Turma, Data de Publicação: DEJT 22/02/2019).

a sua eficácia normativa, em face da declaração de Frise-se, por relevante, que o § 7º do art. 879 da CLT, com a

inconstitucionalidade parcial do art. 39 da Lei nº 8.177/91, na redação conferida pela Lei nº 13.467/17, perdera sua eficácia

medida em que o dispositivo da legislação esparsa conferia normativa, por se reporta aor critério de atualização monetária

conteúdo à norma da CLT, tendo em vista a adoção de fórmula previsto na Lei nº 8.177/91, que foi declarado inconstitucional pelo

remissiva pelo legislador. Agravo de instrumento conhecido e não Tribunal Pleno do TST, em observância à decisão do Excelso STF.

provido." (Processo: AIRR-AIRR - 20019-18.2013.5.04.0751 Data É o teor de supra referido dispositivo celetário:

de Julgamento: 27/02/2019, Relatora Ministra: Dora Maria da Costa, "Art. 879 - Sendo ilíquida a sentença exeqüenda, ordenar-se-á,

8ª Turma, Data de Publicação: DEJT 01/03/2019). previamente, a sua liquidação, que poderá ser feita por cálculo, por

"AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA arbitramento ou por artigos.

INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DAS LEIS Nos 13.015/2014 E (...)

13.105/2015 E ANTES DA VIGÊNCIA DA LEI No 13.467/2017 - § 7º A atualização dos créditos decorrentes de condenação judicial

DESCABIMENTO. EXECUÇÃO. 1. CORREÇÃO MONETÁRIA DE será feita pela Taxa Referencial (TR), divulgada pelo Banco Central

DÉBITOS TRABALHISTAS. IPCA-E. DECISÃO DO TRIBUNAL do Brasil, conforme a Lei nº 8.177, de 1º de março de 1991."

PLENO DO TST. TEMA 810. REPERCUSSÃO GERAL Em assim, de se acolher a insurgência obreira, para o fim de

RECONHECIDA PELO STF. JULGAMENTO DEFINITIVO DO STF estabelecer como fator de correção dos débitos trabalhistas a Taxa

NA RECLAMAÇÃO Nº 22012/RS. 1.1. O Pleno do TST, por meio da TR (índice oficial da remuneração básica da caderneta de

Arguição de Inconstitucionalidade nº 479-60.2011.5.04.0231, poupança) até 24/3/2015, e o IPCA-E (Índice de Preços ao

declarou inconstitucional a expressão "equivalentes à TRD", inscrita Consumidor Amplo Especial) a partir de 25/3/2015.

no art. 39, "caput", da Lei n° 8.177/91, aplicando a técnica de 2.2 RECURSO DO RECLAMADO

interpretação conforme a Constituição para o texto remanescente 2.2.1 Da PLR proporcional de 2017

da norma impugnada. Definiu, ainda, a variação do Índice de Preços A instituição financeira recorrente alega em seu apelo que o autor

ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E) como fator de atualização não teria direito à supra referida PLR, por haver sido dispensado do

a ser utilizado na tabela de atualização monetária dos débitos emprego em 23/05/2017, enquanto a regra da Convenção Coletiva

trabalhistas na Justiça do Trabalho. 1.2. No julgamento definitivo da de Trabalho que prevê o pagamento proporcional dessa vantagem

Reclamação 22012 MC/RS, contra a decisão do Pleno desta Corte, estabelece que somente poderiam dela usufruir os trabalhadores

o STF concluiu que "o conteúdo das decisões que determinam a cujos contratos se encerraram no intervalo entre 02/08/2017 e

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31/12/2017. de afastamento, que ocorreu em 23/05/2017, e somente se

Não procede, no entanto, sua argumentação. extinguiu em 21/09/2017, dentro, portanto, do período de

A Convenção Coletiva do Trabalho que trata da Participação nos abrangência da CCT em comento.

Lucros e Resultados dos anos de 2016 e 2017 assim dispõe: Destarte, nada a reformar quanto a esse aspecto da condenação,

"CLÁUSULA 3ª - PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS OU não existindo qualquer ofensa ao inciso XXVI do art. 7º da Carta

RESULTADOS (P.L.R.) - EXERCÍCIO 2017 Republicana, mas, ao revés, sua estrita observância, em se

Ao empregado admitido até 31.12.2016, em efetivo exercício em aplicando ao reclamante as disposições convencionais coletivas

31.12.2017, convenciona-se o pagamento pelo banco, até pactuadas com o reclamado, à luz do princípio constitucional da

01.03.2018, a título de 'PLR', até 15% (quinze por cento) do lucro isonomia.

líquido do exercício de 2017, mediante a aplicação das regras 2.2.2 Do desvio de função

estabelecidas nesta cláusula: O Banco reclamado insurge-se contra a imposição ao pagamento

(...) de diferenças salariais por desvio de função, sustentando que o

Parágrafo Terceiro autor, no período condenatório delimitado pela Sentença, de

Ao empregado que venha a ser dispensado sem justa causa, entre 06/12/2012 até o termo contratual, sempre recebera remuneração

02.08.2017 e 31.12.2017, será devido o pagamento, até compatível com as atividades desempenhadas, nunca lhe sendo

01.03.2018, de 1/12 (um doze avos) do valor estabelecido no caput, exigida tarefas que estivessem acima de seu nível funcional.

por mês trabalhado, ou fração igual ou superior a 15 (quinze) dias." Todavia, não é essa a conclusão que se extrai ao exame da prova

(ID 5c6b42a, pág. 05). reunida nos autos, sobretudo da oral.

Ora, a Participação nos Lucros e Resultados consiste no Deve-se frisar que o próprio preposto, ao depor em juízo, deixou

pagamento espontâneo, previsto em norma coletiva ou regulamento certo que o reclamante, embora designado como Gerente de Conta

empresarial, que a empresa realiza em favor do empregado em Pessoa Jurídica II, desempenhava atribuições do nível III. Confira-

virtude da distribuição de lucros ou resultados. se:

No caso vertente, tem-se por acertado o julgado de origem quanto à "(...) que oreclamante tinha alçada de até R$ 30.000,00 para

verba em análise, pois afrontaria os princípios da razoabilidade e da pagamento de TED, cheque administrativo, transferência,

isonomia excluir o obreiro da percepção proporcional desse autorização de débito, mas para liberação de crédito a decisão final

benefício, por ter sido dispensado do emprego, sem justa causa, era do gerente geral; que na agência o reclamante desempenhava o

pouco mais de dois meses antes da data inicial estipulada na norma cargo de gerente pessoa jurídica II; que quem era responsável pela

coletiva acima transcrita. carteira dos clientes com maior faturamento anual era o PJ III, mas

Dúvida não pode haver de que ele também contribuiu para o poderia ser também o PJ II, pois essa denominação I, II e III não era

alcance dos resultados do banco, quando menos no primeiro necessariamente em função dos faturamentos dos clientes, pois o

semestre daquele ano. depoente já viu PJ I e II atuar na carteira PJ III e PJ III atuar na

Com base nessa principiologia, a Corte Superior Trabalhista carteira PJ I; que na agência em que o reclamante trabalhava quem

consolidou seu entendimento através da Súmula 451, in verbis: fazia as funções de PJ III era o reclamante atuando com o

"PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E RESULTADOS. RESCISÃO faturamento de clientes acima de R$ 5.000.000,00, mas não sabe

CONTRATUAL ANTERIOR À DATA DA DISTRIBUIÇÃO DOS dizer se ele atuava com faturamento menor de R$ 5.000.000,00;

LUCROS. PAGAMENTO PROPORCIONAL AOS MESES que essa carteira de clientes com faturamento superior a R$

TRABALHADOS. PRINCÍPIO DA ISONOMIA. Fere o princípio da 5.000.000,00 não necessariamente caracteriza o gerente de contas

isonomia instituir vantagem mediante acordo coletivo ou norma como PJ III; que reconhece o documento de fls. 458 como do

regulamentar que condiciona a percepção da parcela participação normativo do banco, reconhecendo que há uma descrição de

nos lucros e resultados ao fato de estar o contrato de trabalho em definição de carteiras, mas acrescentando que essa definição existe

vigor na data prevista para a distribuição dos lucros. Assim, mas não necessariamente é levada exatamente como está sendo

inclusive na rescisão contratual antecipada, é devido o pagamento disposta no referido normativo, pois, por exemplo, "eu já tive em

da parcela de forma proporcional aos meses trabalhados, pois o ex- uma agência com dois PJ III, tendo apenas uma carteira de clientes

empregado concorreu para os resultados positivos da empresa." PJ III, de modo que um dos PJ III atuava com os clientes de PJ II,

Diga-se, ademais, que, considerada a projeção do prazo de aviso sem prejuízo de salário, não sabendo dizer se isso aconteceu com o

prévio indenizado, seu contrato produziu efeitos para além da data reclamante". (Ata ID a9f4cca).

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Como se percebe, o preposto confessou a veracidade do fato pagamento da verba em apreço, no índice arbitrado na Sentença.

alegado pelo reclamante, qual seja, o exercício de atribuições de CONCLUSÃO DO VOTO

Gerente de Conta Pessoa Jurídica III, embora ocupasse função de Conhecer de ambos os Recursos, negar provimento ao do

nível inferior a esta, tendo isso sido corroborado, também, pelas reclamado e dar parcial provimento ao do reclamante, para incluir

testemunhas ouvidas na instrução processual. no dispositivo sentencial o pagamento de 02 (duas) horas extras,

E nem se alegue que, na falta de Quadro de Carreira Organizado, o com acréscimo de 50% sobre as normais e reflexos sobre férias

reclamante estaria obrigado ao desempenho de quaisquer acrescidas do terço constitucional, gratificações natalinas, depósitos

atividades compatíveis com sua condição pessoal, nos termos do de FGTS com a multa de 40%, repouso semanal remunerado

parágrafo único do art. 456 da CLT, pois a complexidade e (incluindo sábados, domingos e feriados) e verbas rescisórias

diversidade das atividades bancárias, notadamente considerando- constantes do TRCT, observados os dias efetivamente laborados, a

se o porte do Banco demandado, exige toda uma estrutura evolução salarial e o divisor 180, bem como para reconhecer seu

hierárquica/organizacional para viabilizar o atingimento dos direito de aderir ao Plano de Desligamento Voluntário Especial

objetivos empresariais, sendo notória, in casu, a divisão do corpo (PDVE) instituído em julho de 2017 pelo reclamado, Banco

funcional em funções e níveis distintos, com atribuições específicas, Bradesco S/A, e deferir o pagamento dos incentivos pecuniários

conforme a atividade a ser exercida pelo empregado contratado e o nele previstos, além de estabelecer como fator de correção dos

cliente por ele atendido. débitos trabalhistas a Taxa TR até 24/3/2015 e o IPCA-E a partir de

Diante do acima exposto, de se manter a condenação ao 25/3/2015. Outrossim, arbitrar à condenação o novo valor de R$

pagamento de diferenças remuneratórias decorrentes de desvio 200.000,00 (duzentos mil reais).

funcional. DISPOSITIVO

2.2.3 Da gratuidade judiciária ISTO POSTO:

Tem-se que a simples declaração de que é pobre na forma legal e ACORDAM OS DESEMBARGADORES INTEGRANTES DA 2ª

não reúne condições econômicas para arcar com as despesas TURMA DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 7ª

processuais, sem grave prejuízo próprio ou de sua família, como se REGIÃO, por unanimidade, conhecer de ambos os Recursos,

tem no caso dos autos (doc. ID 0814c45), é suficiente e merecedora negar provimento ao do reclamado e dar parcial provimento ao do

de fé para a concessão do benefício da Justiça Gratuita, conforme reclamante, para incluir no dispositivo sentencial o pagamento de 02

art. 98 c/c art. 99, § 3º do CPC, de aplicação supletiva e subsidiária (duas) horas extras, com acréscimo de 50% sobre as normais e

à ritualística trabalhista. reflexos sobre férias acrescidas do terço constitucional,

Ademais, o recorrente nada trouxe com o condão de elidir a gratificações natalinas, depósitos de FGTS com a multa de 40%,

presunção de insuficiência decorrente da declaração supra referida. repouso semanal remunerado (incluindo sábados, domingos e

Nada, pois, a reformar quanto a isso. feriados) e verbas rescisórias constantes do TRCT, observados os

2.2.4 Dos honorários advocatícios impostos ao reclamado dias efetivamente laborados, a evolução salarial e o divisor 180,

De permanecer na condenação essa verba. bem como para reconhecer seu direito de aderir ao Plano de

Consoante os termos do art. 6º da Instrução Normativa nº 41/2018 Desligamento Voluntário Especial (PDVE) instituído em julho de

do Colendo TST, a condenação em honorários advocatícios 2017 pelo reclamado, Banco Bradesco S/A, e deferir o pagamento

sucumbenciais, prevista no art. 791-A da CLT, será aplicável, dos incentivos pecuniários nele previstos, além de estabelecer

apenas, às ações propostas após 11 de novembro de 2017, data como fator de correção dos débitos trabalhistas a Taxa TR até

em que passou a viger a Lei nº 13.467/2017 (Reforma Trabalhista), 24/3/2015 e o IPCA-E após esta data. Outrossim, arbitrar à

que incluiu referido dispositivo legal ao Diploma Consolidado. condenação o novo valor de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais).

É a hipótese dos autos, em tendo sido ajuizada a vertente Participaram do julgamento os Exmos. Srs. Desembargadores

Reclamatória em 06/12/2017. Francisco José Gomes da Silva (Presidente), Paulo Régis Machado

Nesse compasso, observando-se o grau de zelo do profissional Botelho (Relator) e Cláudio Soares Pires. Presente ainda o(a)

(acompanhamento do reclamante em audiência, prática de atos Exmo(a). Sr(a). membro do Ministério Público do Trabalho.

processuais tempestivos etc.), o lugar de prestação do serviço, a Fortaleza, 10 de fevereiro de 2020.

natureza e a importância da causa, o trabalho realizado e o tempo

exigido para o seu serviço, inclusive com atuação no segundo grau,

tem-se por cabível e justa a condenação do reclamado ao PAULO REGIS MACHADO BOTELHO

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Relator contratual, impõe-se confirmada Sentença que lhe deferira o

pagamento das correspondentes diferenças salariais. 3.

FORTALEZA/CE, 27 de fevereiro de 2020. PROGRAMA DE INCENTIVO À DEMISSÃO VOLUNTÁRIA.

IMPLEMENTAÇÃO NO CURSO DO AVISO-PRÉVIO. DIREITO DE

MARIA DO SOCORRO RODRIGUES GONCALVES ADESÃO DO EMPREGADO DISPENSADO. Na trilha da

Diretor de Secretaria jurisprudência do Colendo TST, tem-se que a implantação de

Programa de Desligamento Voluntário no curso do aviso prévio


Processo Nº ROT-0001975-38.2017.5.07.0003
Relator PAULO REGIS MACHADO BOTELHO indenizado não impede a adesão do empregado dispensado,
RECORRENTE RAIMUNDO SAVIO XAVIER GOMES considerando-se que o período do aviso integra o contrato de
JOSE AILSON REGO ADVOGADO(OAB: 6353/CE)
BALTAZAR trabalho para todos os efeitos legais.
RECORRENTE BANCO BRADESCO S.A. RELATÓRIO
FRANCISCO SAMPAIO ADVOGADO(OAB: 9075/CE)
DE MENEZES JUNIOR Mediante os termos sentenciais de ID f6c5c6d, a MM. Juíza
RECORRIDO RAIMUNDO SAVIO XAVIER GOMES Substituta Daiana Gomes Almeida, atuante na 3ª Vara do Trabalho
JOSE AILSON REGO ADVOGADO(OAB: 6353/CE)
BALTAZAR de Fortaleza, declarou a prescrição quinquenal das pretensões
RECORRIDO BANCO BRADESCO S.A. anteriores a 06/12/2012 e julgou parcialmente procedentes os
FRANCISCO SAMPAIO ADVOGADO(OAB: 9075/CE)
DE MENEZES JUNIOR pedidos formulados pelo reclamante, Raimundo Sávio Xavier

Gomes,para condenar o Banco Bradesco S/A "ao pagamento de


Intimado(s)/Citado(s):
diferenças remuneratórias entre as funções de Gerente de Contas
- RAIMUNDO SAVIO XAVIER GOMES
Pessoa Jurídica I e II, no período em que o reclamante as exerceu,

e a de Gerente de Contas Pessoa Jurídica III, com todos os reflexos

legais, no período compreendido entre o corte prescricional e a


PODER JUDICIÁRIO rescisão contratual, bem como ao pagamento da PLR proporcional
JUSTIÇA DO TRABALHO relativa ao ano de 2017, considerando, para tanto, a projeção do

aviso prévio indenizado no cálculo da proporcionalidade dos meses,

bem como, por fim, condenar as partes reciprocamente ao


EMENTA
pagamento de honorários advocatícios, no percentual de 10% da
EMENTA: BANCO BRADESCO. 1. GERENTE DE CONTAS
condenação, no percentual constante em tópico próprio e com
PESSOA JURÍDICA. NÃO-ENQUADRAMENTO NA EXCEÇÃO DO
exigibilidade suspensa para aqueles devidos pelo reclamante".
§ 2º DO ART. 224 DA CLT. DIREITO A HORAS EXTRAS. A
O autor recorre ordinariamente (ID 198b6a4), pleiteando o
excepcionalidade prevista no art. 224, § 2º da CLT, específica em
pagamento, como extras, das sétima e oitava horas trabalhadas,
relação à categoria dos bancários, é taxativa ao permitir o
sob a alegativa de que o desempenho da função de Gerente
extrapolamento da jornada máxima de seis horas para quem
Pessoa Jurídica não se revestia das características próprias do
exercer funções de direção, gerência, fiscalização, chefia e
cargo de confiança, de modo a enquadrá-lo nos ditames do § 2º do
equivalentes ou outros cargos de confiança e perceber gratificação
artigo 224 da CLT, uma vez que não possuía subordinados, nem
não inferior a um terço do salário. No caso dos autos, entretanto, o
autonomia administrativa ou operacional, por isso somente lhe seria
conjunto probatório induz à convicção de que as atribuições de
exigível a jornada bancária típica de seis horas de trabalho.
Gerente de Contas Pessoa Jurídica, desempenhadas pelo
Na sequência, postula o direito de aderir ao Plano de Desligamento
reclamante, são meramente técnicas, desprovidas de elementos
Voluntário Especial (PDVE) instituído em julho de 2017 pelo
que qualifiquem tais funções como cargo de confiança. A
reclamado, período no qual se projetava seu prazo de aviso prévio,
gratificação percebida pelo exercício das atribuições respectivas
que somente veio a encerrar-se em 21 de setembro do mesmo ano.
remunera apenas o trabalho exercido com maiores
Por fim, pleiteia a aplicação, ao cálculo liquidatório, da correção
responsabilidades, mas nem de longe serve para qualificá-la como
monetária pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo - Especial
de confiança. Impõe-se, assim, o pagamento, como extras, das
(IPCA-E).
sétima e oitava horas trabalhadas. 2. DESVIO DE FUNÇÃO.
O reclamado se utiliza do mesmo instrumento recursal (ID
OCORRÊNCIA. DIFERENÇAS SALARIAIS. Emergindo da prova
3788104), para sustentar que o autor não teria direito à PLR
dos autos haver-se cometido à demandante o desempenho de
proporcional de 2017, por haver sido dispensado do emprego em
atividades estranhas ao rol de atribuições próprias de sua função

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23/05/2017, enquanto a regra da Convenção Coletiva de Trabalho gerente comercial etc.), sem que, na realidade, o empregado assim

que prevê o pagamento proporcional dessa vantagem estabelecia denominado tenha um mínimo poder de decisão ou mesmo

que somente poderiam dela usufruir os trabalhadores cujos autonomia e destaque, não passando de um trabalho meramente

contratos se encerraram no intervalo entre 02/08/2017 e técnico-específico.

31/12/2017. A seu juízo, a Decisão violaria o inciso XXVI do art. 7º Ora, é evidente que esse tipo de estratégia patronal tem dado

da Constituição Federal, que preconiza o reconhecimento das ensejo a abusos quanto à jornada de trabalho sob o pálido

normas coletivas. argumento de que a função é de confiança e que, portanto, o

Objurga, outrossim, o reconhecimento de desvio funcional, empregado bancário ocupante desse tipo de cargo não está sujeito

alegando que o obreiro recorrido somente desempenhara à carga horária especial de seis horas diárias.

atribuições inerentes à função para a qual fora designado, ou com In casu, o reclamante/recorrente não tinha subordinados, não

ela compatíveis. comandava equipes, não tinha poder de mando, não tinha

Questiona, ademais, a concessão da gratuidade judiciária ao procuração em nome do banco, não tinha autonomia para conceder

reclamante, que não preencheria os requisitos para a fruição dessa empréstimos, ou seja, era apenas um empregado comum.

benesse, haja vista a elevada remuneração percebida quando da O título de "Gerente de Contas Pessoa Jurídica" é pomposo,

vigência de seu contrato de trabalho. entretanto não corresponde à realidade vivenciada pelo autor, pois

Finalmente, pede a exclusão dos honorários de advogado, por não este desenvolvia atividade meramente técnica, sem grau de fidúcia

estar o demandante assistido pelo sindicato de sua categoria, especial, revelando retro referido título, apenas, uma tentativa

requerendo, em caráter sucessivo, a redução do percentual frustrada de contornar o limite legal (seis horas), impondo ao

arbitrado para 5%. reclamante uma jornada de oito horas, sem remunerá-lo para tal.

Contrarrazões ID a26900b e f709dfb. É o que se conclui ao exame do depoimento do próprio preposto,

FUNDAMENTAÇÃO conforme reprodução parcial abaixo:

1. ADMISSIBILIDADE "(...) que a avaliação de desempenho do gerente assistente é feita

Atendidos os respectivos pressupostos legais, merecem pelo gerente geral; que o gerente de contas acompanha o trabalho

conhecimento ambos os Recursos. do assistente e diz o que este deve fazer; que quando o gerente

2. MÉRITO assistente precisa se ausentar ele comunica ao gerente de contas

2.1 RECURSO DO RECLAMANTE dele e ao gerente geral; que o gerente assistente trabalha dando

2.1.1 DA SÉTIMA E OITAVA HORAS COMO EXTRAS. DO suporte ao gerente de contas, ou seja, pode ser subordinado a um

ALEGADO EXERCÍCIO DE FUNÇÃO DE CONFIANÇA. gerente, a dois ou a mais, atuando nas carteiras dos respectivos

Pretende o autor a reforma da Sentença que indeferiu seu pedido gerentes; que o gerente assistente não tem carteira de clientes; que

de pagamento, como extras, das sétima e oitava horas laboradas, perguntado se o gerente de contas podia aplicar punições aos

diariamente, sob o fundamento de que, no exercício da função de empregados, respondeu que "ele podia levar ao conhecimento do

Gerente de Contas Pessoa Jurídica III, não detinha fidúcia especial gerente geral e este era quem aplicava a punição, mas ele, gerente

a justificar seu enquadramento no parágrafo 2º do art. 224 da CLT. de contas, podia dizer 'faça, faça aquilo, não faça isso, não faça

A Sentença indeferiu essa pretensão, entendendo tratar-se de aquilo' ou mudar-lhe a tarefa"; que perguntado se o reclamante

função de confiança, pelo que estaria ele enquadrado na exceção tinha procuração consistente em documento público ou particular

prevista no supracitado dispositivo celetista. para representar o banco, respondeu que "se ele tinha eu não sei

É cediço que a excepcionalidade prevista no art. 224 celetário, dizer, mas ele poderia ter, assim querendo dizer que estava

específica em relação à categoria dos bancários, é taxativa ao habilitado a ter"; que como não trabalhou com o reclamante não

permitir o extrapolamento da jornada máxima de seis horas para sabe se ele assinava cheque administrativo, mas afirma que estava

quem exercer funções de direção, gerência, fiscalização, chefia e habilitado a fazê-lo; que na agência quem tem poderes para assinar

equivalentes ou outros cargos de confiança e perceber gratificação cheques administrativos é o gerente geral ou gerente administrativo,

não inferior a 1/3 do salário. mas estes poderiam delegar esse poder ao gerente de contas,

Todavia, como é de óbvia sabença, hodiernamente, no mundo desde que isso viesse em uma ata de procuração solicitada à

corporativo, prolifera o termo "gerente", acompanhado das mais matriz, caso necessário, mas isso nunca aconteceu com o

diversas qualificações (gerente de marketing; gerente de operação; reclamante; que na agência quem tem poderes para liberar créditos

gerente de tráfego; gerente de relacionamento; gerente de contas; é o gerente geral; (...)." (Ata ID a9f4cca).

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Os depoimentos das duas testemunhas do reclamante seguem na tinha acesso a informações sigilosas do banco; que não sabe se o

mesma direção, como se pode ver a seguir: gerente assistente tinha ou não carteira de clientes; que os

"(...) que o reclamante não tinha subordinados na agência; que o supervisores administrativos, escriturários e chefes de serviços são

gerente assistente era subordinado ao gerente geral da agência; subordinados diretamente ao gerente administrativo; (...) que os

que quem faz a avaliação de desempenho do gerente assistente na gerentes assistentes trabalhavam diretamente com os gerentes de

agência é o gerente geral; que quando o gerente assistente precisa conta pessoa jurídica, mas o acompanhamento deles era feito pelo

se ausentar do trabalho ele comunica ao gerente geral ou na falta gerente administrativo, sendo subordinados ao gerente

desde ao gerente administrativo; que o reclamante não tinha administrativo e ao gerente geral; que acima dos gerentes de contas

poderes para punir empregados na agência e nem assinava PJ, hierarquicamente, vem o gerente geral." (...)." (Ata ID a9f4cca).

cheques administrativos na agência, pois quem os assinava era o O conjunto probatório acima transcrito permite formar convicção de

gerente administrativo ou o gerente geral; que as atribuições do que as atribuições de "Gerente de Contas Pessoa Jurídica" são

gerente de contas PJ era vender produtos, atender clientes, meramente técnicas, desprovidas de elementos que qualifiquem tais

acompanhar a conta do cliente, ligar para clientes para fazer funções como cargos de confiança. A gratificação percebida pelo

negócios, basicamente isso; que perguntada se o reclamante exercício das atribuições respectivas remunera apenas o trabalho

autorizava pagamento de cheques sem provisão de fundos, exercido com maiores responsabilidades, sem revelar grau de

respondeu que não, até porque isso é proibido no Bradesco; que o confiança destacada, como pretende fazer crer o Banco demandado

reclamante não substituía o gerente da agência, mas sim quem e entendeu a Magistrada sentenciante, daí se ter por inadmissível o

substituía este último era o gerente administrativo ou o comercial; enquadramento do reclamante na excepcionalidade prevista no § 2º

que na agência quem tem poderes para deferir operações de do artigo 224 da CLT.

crédito era o gerente de agência, sendo que algumas operações, Pensar de forma diferente, data venia, serviria para incentivar o

principalmente pessoa jurídica, por meio de comitê de crédito, demandado a criar outras denominações de gerente nas suas

composto pelo gerente geral, do administrativo, do comercial e dos agências, a ponto de chegar em determinado momento em que só

gerentes PJ, os quais davam seu parecer, mas quem decidia era o existirão empregados gerentes, fazendo letra morta da norma legal

gerente geral; (...)." (Ata ID a9f4cca). da jornada de seis horas.

"(...) que o reclamante era gerente de PJ III, cujas atribuições eram: Aliás, a Corte Superior da Justiça Laboral, em processos análogos,

prospectar clientes, vender produtos do banco e outras das quais movidos contra entidades bancárias, já se pronunciou no mesmo

não se lembra detalhadamente; que o reclamante não tinha sentido. Observe-se:

subordinados; que o gerente assistente era subordinado ao gerente "AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA.

administrativo; que não tem certeza, mas acredita que o gerente PROCESSO SOB A ÉGIDE DA LEI 13.015/2014 E ANTERIOR À

assistente recebia ordens também do gerente geral; que quem tinha LEI 13.467/2017. 1. MULTA DO ART. 523, §1º, DO CPC/2015

autonomia para autorizar era só o gerente geral e dependendo da (ART. 475-J DO CPC/1973). 2. BANCÁRIO. CARGO DE

instância, o regional; que o reclamante não tinha poderes para CONFIANÇA. ART. 224, § 2º, DA CLT. CARACTERIZAÇÃO.

aplicar punições aos empregados do banco; que não sabe dizer MATÉRIA FÁTICA. SÚMULAS 102, I E 126/TST. 3. HORAS

tinha instrumento formal procuratório para representar o banco; que EXTRAS. DIVISOR. AUSÊNCIA DE INTERESSE RECURSAL. 4.

o reclamante não podia assinar cheques administrativos; que o DANO MORAL. VALOR DA INDENIZAÇÃO. O cargo de confiança

reclamante fazia parte do comitê de crédito e quem tinha a palavra no Direito do Trabalho recebeu explícita tipificação legal, quer no

final nesse comitê de crédito era o gerente de agência; que a função padrão amplo do art. 62, II, da CLT, quer no tipo jurídico específico

do reclamante no comitê de crédito era levar o processo dele, bancário do art. 224, § 2º, da Consolidação. Para enquadrar o

reclamante, para análise no comitê, não sabendo se o reclamante empregado nas disposições contidas no art. 224, § 2º, da CLT, é

tinha ou não direito a voto no referido comitê pois não participava necessário ficar comprovado que ele exercia, efetivamente, as

dele e não tem conhecimento a esse respeito; que quem assinava funções aptas a caracterizar o cargo de confiança e, ainda, que elas

cheques administrativos na agência, na época do depoente, era o se revestiam de fidúcia especial, que extrapola aquela básica,

gerente geral ou administrativo; que o reclamante não podia inerente a qualquer empregado. No caso concreto, o Tribunal

autorizar pagamento de cheque sem provisão de saldo, mas só o Regional, amparado no conjunto probatório produzido nos autos,

gerente geral podia fazê-lo; que não sabe se o reclamante tinha concluiu que o Reclamante não se enquadra no art. 224, § 2º, da

cartão de autógrafo ou assinatura autorizada e nem se o reclamante CLT. Para tanto, asseverou que: "No caso, o réu insiste que se

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desvencilhou de seu ônus. Porém, não é o que se extrai da prova 1.1 - HORAS EXTRAS. CARGO DE CONFIANÇA. ARTIGO 224, §

oral, a qual revela que o autor não contava com subordinados, não 2º DA CLT. CARGO DENOMINADO CHEFE DE SERVIÇOS

tinha alçada especial e tampouco poderes que o diferenciasse dos BANCÁRIOS. Ao defender o exercício de tarefas suficientes para o

demais empregados". Acrescentou que "a prova oral não permite se enquadramento do empregado no § 2º do art. 224 da CLT, atrai o

reconheça que o autor contava com poderes que a diferenciavam patrão o ônus da prova, consoante inteligência do art. 818 da CLT e

dos demais empregados, mostra-se correta a sentença na parte em do art. 373, II, do CPC. Não se tem por comprovado o exercício da

que não reconheceu seu enquadramento na exceção do artigo 224, função de confiança a que se refere o art. 224, § 2º, da CLT

§ 2º, da CLT". Diante desses dados fáticos, constata-se que o (Súmula 102/TST), quando revelam as provas dos autos, todavia,

Reclamante não ocupava típico cargo de confiança bancário, nos tarefas corriqueiras acometidas à obreira, sem qualquer fidúcia.

moldes do art. 224, § 2º, da CLT, pois ficou comprovado que as (...)." (TRT-7 - RO: 00010708020155070010, Relator: CLAUDIO

funções exercidas delineavam-se como meramente técnicas, sem SOARES PIRES, Data de Julgamento: 17/09/2018, Data de

maiores poderes ou mesmo responsabilidades que demandassem Publicação: 17/09/2018).

maior grau de fidúcia. Para que se pudesse chegar, se fosse o "FUNÇÃO DE CONFIANÇA NÃO CARACTERIZADA - HORAS

caso, a conclusão fática diversa, seria necessário o revolvimento do EXTRAS DEVIDAS. Apesar de o autor laborar 08 (oito) horas

conteúdo fático-probatório constante dos autos, o que fica diárias e perceber gratificação pelo exercício da função de Gerente,

inviabilizado nesta instância recursal, nos termos das Súmulas 102, superior a 1/3 do salário do cargo efetivo, não há que se enquadrar

I e 126/TST. Agravo de instrumento desprovido." (AIRR - 522- o caso da presente lide na exceção do § 2º do art. 224, da CLT, vez

50.2014.5.09.0005, Relator Ministro: Mauricio Godinho Delgado, que não restou comprovada nos autos qualquer relação entre as

Data de Julgamento: 18/12/2018, 3ª Turma, Data de Publicação: atividades por ele desempenhadas e aquelas típicas dos que

DEJT 07/01/2019). exercem a chefia ou postos de comando." (TRT-7 - RO:

"RECURSO DO BANCO SANTANDER S.A. - CARGO DE 00002101920145070009, Relator: JEFFERSON QUESADO

CONFIANÇA - ART. 62, II, DA CLT - ART. 224, § 2º, DA CLT. O JUNIOR, Data de Julgamento: 22/01/2018, Data de Publicação:

Tribunal Regional, alicerçado na avaliação dos depoimentos 23/01/2018).

testemunhais, registrou quadro fático segundo o qual o reclamante Destarte, merece reparo a r. Sentença para deferir o pedido de

"não possuía poderes para liberar ou realizar operações com total pagamento, como extras, das sétima e oitava horas trabalhadas,

autonomia, tampouco praticar atos isoladamente, sem qualquer relativamente ao lapso temporal a salvo da prescrição quinquenal,

autorização colegiada ou superior". Concluiu que o reclamante não com os reflexos sobre férias, acrescidas do terço constitucional,

dispunha de poderes diferenciados em relação aos demais gratificações natalinas, depósitos de FGTS, com a multa de 40%,

empregados, razão pela qual afastou o enquadramento nos cargos repouso semanal remunerado (incluindo sábados, domingos e

de confiança previstos nos art. 62, II, da CLT e 224, § 2º, da CLT. feriados) e verbas rescisórias constantes do TRCT, observados os

Diante dessas premissas fáticas, insuscetíveis de reapreciação em dias efetivamente laborados, a evolução salarial e o divisor 180.

sede extraordinária, não há como se vislumbrar contrariedade à Diga-se que não há de repercutir sobre a PLR, por se tratar de

Súmula nº 287 do TST, que trata da presunção juris tantum dos verba desvinculada da remuneração, consoante prescreve a

poderes de gestão do gerente geral de agência que, no caso, restou Constituição Federal.

afastada pela prova produzida nos autos. Igualmente em relação ao 2.1.2 Do direito de aderir ao PDVE

cargo de confiança previsto no art. 224, § 2º, da CLT, registrado Com razão o reclamante neste tópico.

pelo Tribunal Regional que não havia diferenciação de poderes O prazo do aviso prévio integra o contrato de trabalho, para todos

entre o reclamante e os demais empregados no exercício das suas os fins, conforme se extrai à leitura da parte final do § 1º do art. 487

atribuições, o conhecimento do recurso de revista esbarra no óbice da CLT, assim redigido:

da Súmula nº 102, I, do TST. Recurso de revista não conhecido. "Art. 487 - omissis

(...)." (RR - 681-55.2011.5.02.0049, Relator Ministro: Luiz Philippe (...)

Vieira de Mello Filho, Data de Julgamento: 31/08/2016, 7ª Turma, § 1º - A falta do aviso prévio por parte do empregador dá ao

Data de Publicação: DEJT 09/09/2016). empregado o direito aos salários correspondentes ao prazo do

Há precedentes, também, neste Regional, conforme exemplificado aviso, garantida sempre a integração desse período no seu tempo

abaixo: de serviço."

"RECURSO ORDINÁRIO. 1 - RECURSO DA PARTE RECLAMADA. Vê-se que o texto legal supra não faz restrição, nenhuma limitação

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 213
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estabelecendo a efeitos meramente financeiros. instituição do plano de demissão voluntária, representa violação a

No caso dos autos, o Plano de Desligamento Voluntário Especial esse dever geral de conduta e torna este último credor das

(PDVE) foi instituído pelo Banco Bradesco S/A em 17 de julho de diferenças postuladas, porque manifestamente obstativa ao direito

2017, enquanto a projeção do aviso prévio indenizado do de aderir ao PDV. O artigo 487, § 1º, da CLT, expressamente,

reclamante se estendeu até 21 de setembro do mesmo ano. garante a integração do período correspondente ao aviso-prévio

Assim, tem-se que a implementação desse programa de demissão indenizado no tempo de serviço, não havendo limitação aos efeitos

incentivada ocorreu no curso do aviso prévio do autor, portanto pecuniários. Nesse sentido, esta Corte Superior consolidou seu

quando ainda vigorante seu contrato de trabalho, por isso de se entendimento de que o contrato de trabalho permanece em vigor

reconhecer a ele o direito de usufruir das vantagens estipuladas para todos os fins, até a data final do período respectivo (Orientação

pelo reclamado. Jurisprudencial nº 82 da SBDI-1 do TST)." (E-ED-RR - 1001919-

Nessa linha de pensamento, há precedentes das três Turmas deste 13.2013.5.02.0473, Relator Ministro: Cláudio Mascarenhas

Regional: Brandão, Data de Julgamento: 02/02/2017, Subseção I

"RECURSO ORDINÁRIO. PLANO DE DESLIGAMENTO Especializada em Dissídios Individuais, Data de Publicação: DEJT

VOLUNTÁRIO ESPECIAL. INSTITUIÇÃO NO CURSO DO AVISO 10/02/2017). No caso, levada em conta a projeção de 120 (cento e

PRÉVIO INDENIZADO. DIREITO À ADESÃO. O parágrafo primeiro vinte) dias do aviso prévio, a dispensa da reclamante somente se

do art. 487, da CLT garante a integração do período correspondente efetivou após a instituição do PDVE do BRADESCO, conferindo à

ao aviso prévio indenizado no tempo de serviço do trabalhador, não bancária o direito à adesão ao referido plano e aos benefícios nele

havendo qualquer restrição aos efeitos pecuniários, de sorte que o previstos. Recurso improvido." (TRT 7ª Região; 3ª Turma; RO

contrato de trabalho permanece em vigor, para todos os fins, até a 0001373-02.2017.5.07.0018; Relator Des. José Antônio Parente da

data final do período respectivo (Orientação Jurisprudencial nº 82 da Silva; DEJT 07/03/2019).

SDI-1, do TST). Instituído o Plano de Desligamento Voluntário Assim também tem decidido o Colendo TST:

Especial 2017 ofertado pelo réu durante a vigência do contrato de "PLANO DE DEMISSÃO VOLUNTÁRIA. INSTITUIÇÃO NO CURSO

trabalho do autor, tem este jus ao direito de adesão ao aludido DE AVISO PRÉVIO INDENIZADO. ADESÃO DO EMPREGADO. 1.

plano, bem assim aos direitos nele estabelecidos, vez que vez Se a lei assegura a projeção do aviso prévio para todos os efeitos

preenchidos os requisitos de elegibilidade. Sentença reformada, no legais (art. 487, § 1º, da CLT), o empregado beneficia-se de plano

particular. (...)" (TRT 7ª Região; 1ª Turma; RO 0001368- de demissão voluntária instituído pela empresa nesse interregno,

80.2017.5.07.0017; Relator Des. Durval César de Vasconcelos quando ainda em vigor o contrato de trabalho. Incidência da Súmula

Maia; DEJT 19/02/2019). nº 371 do TST e, por analogia, do entendimento perfilhado nas

"RECURSO ORDINÁRIO. PLANO DE DEMISSÃO VOLUNTÁRIA Orientações Jurisprudenciais nos 82 e 83 da SbDI-1 do TST.

INSTITUÍDO NO CURSO DO AVISO PRÉVIO INDENIZADO. Precedentes. 2. Embargos da Reclamada de que se conhece, por

ADESÃO DO TRABALHADOR. POSSIBILIDADE. A garantia da divergência jurisprudencial, e a que se nega provimento." (TST;

integração do aviso prévio indenizado ao tempo de serviço, prevista SBDI-I; E-ED-RR-2002-83.2012.5.02.0472; Relator Ministro João

pelo § 1º do art. 487 da CLT, assegura ao obreiro o direito aos Oreste Dalazen; DEJT 17/02/2017).

benefícios estabelecidos em plano de demissão instituído no curso "RECURSO DE EMBARGOS INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI

do aviso. Precedentes. Recurso conhecido e improvido." (TRT 7ª 13.015/2014. AVISO-PRÉVIO INDENIZADO . PROJEÇÃO.

Região; 2ª Turma; RO 0001657-13.2017.5.07.0017; Relator Des. EFEITOS. DIREITO À ADESÃO AO PROGRAMA DE DEMISSÃO

Cláudio Soares Pires; DEJT 19/12/2018). VOLUNTÁRIA. O art. 487, § 1º, da CLT expressamente garante a

"RECURSO ORDINÁRIO. PLANO DE DEMISSÃO VOLUNTÁRIA integração do período do aviso prévio no tempo de serviço do

ESPECIAL - PDVE. INSTITUIÇÃO NO CURSO DO AVISO PRÉVIO empregado, não limitando esse benefício aos efeitos meramente

INDENIZADO. DISPENSA OBSTATIVA. CONFIGURAÇÃO. BOA- pecuniários. Dessa forma, estando em vigor o contrato de trabalho

FÉ OBJETIVA. ADESÃO DO TRABALHADOR. POSSIBILIDADE. "A até o final do aviso prévio, tem o empregado direito a aderir a

cláusula geral de boa-fé objetiva, prevista nos artigos 113 e 422 do eventual plano de demissão voluntária que sobrevenha no curso

Código Civil, representa regra de valoração da conduta das partes desse período. Recurso de Embargos de que se conhece e a que

como honesta, correta e leal e induz expectativa legítima nos se nega provimento. (TST; SBDI-I; E-ED-RR-2303-

contratantes, especialmente hipossuficientes. A atitude do 30.2012.5.02.0472; Relator Ministro João Batista Brito Pereira;

empregador, de dispensar o empregado poucos dias antes da DEJT 27/5/2016).

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Em assim, de se reformar a Sentença, para o fim de reconhecer ao DÉBITOS TRABALHISTAS. TR. AUSÊNCIA DE IDENTIDADE

reclamante o direito de aderir ao Plano de Desligamento Voluntário MATERIAL ENTRE OS FUNDAMENTOS DO ATO RECLAMADO E

Especial (PDVE) instituído em julho de 2017 pelo reclamado, Banco O QUE FOI EFETIVAMENTE DECIDIDO NAS ADIS 4.357/DF E

Bradesco S/A, e deferir o pagamento dos incentivos pecuniários 4.425/DF. NÃO CABIMENTO DA RECLAMAÇÃO. ATUAÇÃO DO

nele previstos. TST DENTRO DO LIMITE CONSTITUCIONAL QUE LHE É

2.1.3 Do índice de correção monetária ATRIBUÍDO. RECLAMAÇÃO IMPROCEDENTE.

Pleiteia o autor que se aplique ao cálculo liquidatório, como índice I - A decisão reclamada afastou a aplicação da TR como índice de

de atualização monetária, o IPCA-E. correção monetária nos débitos trabalhistas, determinando a

A razão lhe acompanha, mas apenas em parte. utilização do IPCA em seu lugar, questão que não foi objeto de

É cediço que o Supremo Tribunal Federal, nos autos da ADI nº deliberação desta Suprema Corte no julgamento das Ações Diretas

4.357/DF, declarou, nos termos do voto do Ministro Relator Ayres de Inconstitucionalidade 4.357/DF e 4.425/DF, não possuindo,

Britto, "a inconstitucionalidade da expressão "na data de expedição portanto, a aderência estrita com os arestos tidos por

do precatório", contida no § 2º; os §§ 9º e 10; e das expressões desrespeitados.

"índice oficial de remuneração básica da caderneta de poupança" e II - Apesar da ausência de identidade material entre os fundamentos

"independentemente de sua natureza", constantes do § 12, todos do ato reclamado e o que foi efetivamente decidido na ação direta

dispositivos do art. 100 da CF, com a redação dada pela EC nº de inconstitucionalidade apontada como paradigma, o decisum ora

62/2009", afastando, assim, a aplicação da Taxa Referencial - TR, o impugnado está em consonância com a ratio decidendi da

que culminou com a inconstitucionalidade por arrastamento do art. orientação jurisprudencial desta Suprema Corte.

1º-F da Lei nº 9.494, com a redação dada pelo art. 5º da Lei nº III - Reclamação improcedente." (DATA DE PUBLICAÇÃO DJE

11.960, de 29/06/2009. 27/02/2018 - ATA Nº 17/2018. DJE nº 37, divulgado em

Em decorrência da referida decisão do STF, o Pleno do TST, ao 26/02/2018).

apreciar a Arguição de Inconstitucionalidade nº 479- Oportuno, também, transcrever recentes manifestações

60.2011.5.04.0231, suscitada pelo Min. Cláudio Mascarenhas jurisprudenciais emanadas do Colendo TST sobre a temática ora

Brandão, por sua vez, declarou a inconstitucionalidade por sob exame:

arrastamento da expressão "equivalente à TRD" presente no art. 39, "AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA.

caput, da Lei nº 8.177/91 e, dando interpretação conforme a EXECUÇÃO. CORREÇÃO MONETÁRIA DOS CRÉDITOS

Constituição ao restante da norma, definiu como índice de TRABALHISTAS. ÍNDICE APLICÁVEL. Consoante entendimento

atualização monetária dos créditos trabalhistas na Justiça do adotado pela 8ª Turma, com base na decisão do Tribunal Pleno

Trabalho o IPCA-E (Índice de Preços ao Consumidor Amplo desta Corte Superior (TST - ArgInc - 479-60.2011.5.04.0231 e ED -

Especial) a partir de 30.06.2009, quando entrou em vigor a Lei nº ArgInc - 479-60.2011.5.04.0231), na correção dos créditos

11.960/2009, que acrescentou o art. 1º-F à Lei nº 9.494/1997, o qual trabalhistas, aplica-se a TR até 24/3/2015 e o IPCA a partir de

foi declarado inconstitucional pelo STF. 25/3/2015. Esta Turma considera, ainda, entendimento a que me

Posteriormente, na sessão de julgamento dos embargos de submeto por disciplina judiciária, que o art. 879, § 7º, da CLT perdeu

declaração opostos contra o Acórdão que dirimira a ArgInc nº 479- a sua eficácia normativa, em face da declaração de

60.2011.5.04.0231, publicado em 30/6/2017, modularam-se os inconstitucionalidade parcial do art. 39 da Lei nº 8.177/91, na

efeitos do retro citado Aresto para fixar como fator de correção dos medida em que o dispositivo da legislação esparsa conferia

débitos trabalhistas a Taxa TR (índice oficial da remuneração básica conteúdo à norma da CLT, tendo em vista a adoção de fórmula

da caderneta de poupança), até 24/3/2015, e o IPCA-E (Índice de remissiva pelo legislador. Agravo de instrumento conhecido e não

Preços ao Consumidor Amplo Especial), a partir de 25/3/2015, na provido." (Processo: AIRR-AIRR - 20019-18.2013.5.04.0751 Data

forma deliberada pelo Colendo Supremo Tribunal Federal. de Julgamento: 27/02/2019, Relatora Ministra: Dora Maria da Costa,

De se registrar, ainda, que a Reclamação nº 22.012/RS, onde 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT 01/03/2019).

deferida liminar suspensiva dos efeitos do Decisum proferido pelo "AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA

TST nos autos da ArgInc nº 479-60.2011.5.04.0231, fora julgada INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DAS LEIS Nos 13.015/2014 E

improcedente pelo STF, conforme síntese jurisprudencial abaixo 13.105/2015 E ANTES DA VIGÊNCIA DA LEI No 13.467/2017 -

reproduzida: DESCABIMENTO. EXECUÇÃO. 1. CORREÇÃO MONETÁRIA DE

"RECLAMAÇÃO. APLICAÇÃO DE ÍNDICE DE CORREÇÃO DE DÉBITOS TRABALHISTAS. IPCA-E. DECISÃO DO TRIBUNAL

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Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

PLENO DO TST. TEMA 810. REPERCUSSÃO GERAL Em assim, de se acolher a insurgência obreira, para o fim de

RECONHECIDA PELO STF. JULGAMENTO DEFINITIVO DO STF estabelecer como fator de correção dos débitos trabalhistas a Taxa

NA RECLAMAÇÃO Nº 22012/RS. 1.1. O Pleno do TST, por meio da TR (índice oficial da remuneração básica da caderneta de

Arguição de Inconstitucionalidade nº 479-60.2011.5.04.0231, poupança) até 24/3/2015, e o IPCA-E (Índice de Preços ao

declarou inconstitucional a expressão "equivalentes à TRD", inscrita Consumidor Amplo Especial) a partir de 25/3/2015.

no art. 39, "caput", da Lei n° 8.177/91, aplicando a técnica de 2.2 RECURSO DO RECLAMADO

interpretação conforme a Constituição para o texto remanescente 2.2.1 Da PLR proporcional de 2017

da norma impugnada. Definiu, ainda, a variação do Índice de Preços A instituição financeira recorrente alega em seu apelo que o autor

ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E) como fator de atualização não teria direito à supra referida PLR, por haver sido dispensado do

a ser utilizado na tabela de atualização monetária dos débitos emprego em 23/05/2017, enquanto a regra da Convenção Coletiva

trabalhistas na Justiça do Trabalho. 1.2. No julgamento definitivo da de Trabalho que prevê o pagamento proporcional dessa vantagem

Reclamação 22012 MC/RS, contra a decisão do Pleno desta Corte, estabelece que somente poderiam dela usufruir os trabalhadores

o STF concluiu que "o conteúdo das decisões que determinam a cujos contratos se encerraram no intervalo entre 02/08/2017 e

utilização de índice diverso da TR para atualização monetária dos 31/12/2017.

débitos trabalhistas não possui aderência com o decidido pelo STF Não procede, no entanto, sua argumentação.

nas duas ADIs". 1.3. A decisão é corroborada pelo julgado proferido A Convenção Coletiva do Trabalho que trata da Participação nos

pelo excelso Supremo Tribunal Federal, no RE nº 870.947 RG/SE, Lucros e Resultados dos anos de 2016 e 2017 assim dispõe:

com repercussão geral, publicada no DJe de 20.11.2017, no qual se "CLÁUSULA 3ª - PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS OU

considerou inconstitucional a atualização monetária das RESULTADOS (P.L.R.) - EXERCÍCIO 2017

condenações impostas à Fazenda Pública segundo a remuneração Ao empregado admitido até 31.12.2016, em efetivo exercício em

oficial da caderneta de poupança, prevista no art. 1º-F da Lei 31.12.2017, convenciona-se o pagamento pelo banco, até

9.494/1997, por impor "restrição desproporcional ao direito de 01.03.2018, a título de 'PLR', até 15% (quinze por cento) do lucro

propriedade (CRFB, art. 5º, XXII), uma vez que não se qualifica líquido do exercício de 2017, mediante a aplicação das regras

como medida adequada a capturar a variação de preços da estabelecidas nesta cláusula:

economia", inflação essa que somente é corretamente aferida pelo (...)

IPCA-E, calculado pelo IBGE, "índice escolhido pelo Banco Parágrafo Terceiro

Central". 1.4. Definido o índice, aplica-se a modulação de efeitos Ao empregado que venha a ser dispensado sem justa causa, entre

fixada pelo Pleno do TST, no julgamento dos embargos de 02.08.2017 e 31.12.2017, será devido o pagamento, até

declaração à arguição de inconstitucionalidade, em 20.3.2017, 01.03.2018, de 1/12 (um doze avos) do valor estabelecido no caput,

segundo a qual o IPCA-E incide a partir de 25 de março de 2015. por mês trabalhado, ou fração igual ou superior a 15 (quinze) dias."

(...)" (Processo: AIRR - 110200-61.2007.5.04.0012 Data de (ID 5c6b42a, pág. 05).

Julgamento: 13/02/2019, Relator Ministro: Alberto Luiz Bresciani de Ora, a Participação nos Lucros e Resultados consiste no

Fontan Pereira, 3ª Turma, Data de Publicação: DEJT 22/02/2019). pagamento espontâneo, previsto em norma coletiva ou regulamento

Frise-se, por relevante, que o § 7º do art. 879 da CLT, com a empresarial, que a empresa realiza em favor do empregado em

redação conferida pela Lei nº 13.467/17, perdera sua eficácia virtude da distribuição de lucros ou resultados.

normativa, por se reporta aor critério de atualização monetária No caso vertente, tem-se por acertado o julgado de origem quanto à

previsto na Lei nº 8.177/91, que foi declarado inconstitucional pelo verba em análise, pois afrontaria os princípios da razoabilidade e da

Tribunal Pleno do TST, em observância à decisão do Excelso STF. isonomia excluir o obreiro da percepção proporcional desse

É o teor de supra referido dispositivo celetário: benefício, por ter sido dispensado do emprego, sem justa causa,

"Art. 879 - Sendo ilíquida a sentença exeqüenda, ordenar-se-á, pouco mais de dois meses antes da data inicial estipulada na norma

previamente, a sua liquidação, que poderá ser feita por cálculo, por coletiva acima transcrita.

arbitramento ou por artigos. Dúvida não pode haver de que ele também contribuiu para o

(...) alcance dos resultados do banco, quando menos no primeiro

§ 7º A atualização dos créditos decorrentes de condenação judicial semestre daquele ano.

será feita pela Taxa Referencial (TR), divulgada pelo Banco Central Com base nessa principiologia, a Corte Superior Trabalhista

do Brasil, conforme a Lei nº 8.177, de 1º de março de 1991." consolidou seu entendimento através da Súmula 451, in verbis:

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"PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E RESULTADOS. RESCISÃO faturamento de clientes acima de R$ 5.000.000,00, mas não sabe

CONTRATUAL ANTERIOR À DATA DA DISTRIBUIÇÃO DOS dizer se ele atuava com faturamento menor de R$ 5.000.000,00;

LUCROS. PAGAMENTO PROPORCIONAL AOS MESES que essa carteira de clientes com faturamento superior a R$

TRABALHADOS. PRINCÍPIO DA ISONOMIA. Fere o princípio da 5.000.000,00 não necessariamente caracteriza o gerente de contas

isonomia instituir vantagem mediante acordo coletivo ou norma como PJ III; que reconhece o documento de fls. 458 como do

regulamentar que condiciona a percepção da parcela participação normativo do banco, reconhecendo que há uma descrição de

nos lucros e resultados ao fato de estar o contrato de trabalho em definição de carteiras, mas acrescentando que essa definição existe

vigor na data prevista para a distribuição dos lucros. Assim, mas não necessariamente é levada exatamente como está sendo

inclusive na rescisão contratual antecipada, é devido o pagamento disposta no referido normativo, pois, por exemplo, "eu já tive em

da parcela de forma proporcional aos meses trabalhados, pois o ex- uma agência com dois PJ III, tendo apenas uma carteira de clientes

empregado concorreu para os resultados positivos da empresa." PJ III, de modo que um dos PJ III atuava com os clientes de PJ II,

Diga-se, ademais, que, considerada a projeção do prazo de aviso sem prejuízo de salário, não sabendo dizer se isso aconteceu com o

prévio indenizado, seu contrato produziu efeitos para além da data reclamante". (Ata ID a9f4cca).

de afastamento, que ocorreu em 23/05/2017, e somente se Como se percebe, o preposto confessou a veracidade do fato

extinguiu em 21/09/2017, dentro, portanto, do período de alegado pelo reclamante, qual seja, o exercício de atribuições de

abrangência da CCT em comento. Gerente de Conta Pessoa Jurídica III, embora ocupasse função de

Destarte, nada a reformar quanto a esse aspecto da condenação, nível inferior a esta, tendo isso sido corroborado, também, pelas

não existindo qualquer ofensa ao inciso XXVI do art. 7º da Carta testemunhas ouvidas na instrução processual.

Republicana, mas, ao revés, sua estrita observância, em se E nem se alegue que, na falta de Quadro de Carreira Organizado, o

aplicando ao reclamante as disposições convencionais coletivas reclamante estaria obrigado ao desempenho de quaisquer

pactuadas com o reclamado, à luz do princípio constitucional da atividades compatíveis com sua condição pessoal, nos termos do

isonomia. parágrafo único do art. 456 da CLT, pois a complexidade e

2.2.2 Do desvio de função diversidade das atividades bancárias, notadamente considerando-

O Banco reclamado insurge-se contra a imposição ao pagamento se o porte do Banco demandado, exige toda uma estrutura

de diferenças salariais por desvio de função, sustentando que o hierárquica/organizacional para viabilizar o atingimento dos

autor, no período condenatório delimitado pela Sentença, de objetivos empresariais, sendo notória, in casu, a divisão do corpo

06/12/2012 até o termo contratual, sempre recebera remuneração funcional em funções e níveis distintos, com atribuições específicas,

compatível com as atividades desempenhadas, nunca lhe sendo conforme a atividade a ser exercida pelo empregado contratado e o

exigida tarefas que estivessem acima de seu nível funcional. cliente por ele atendido.

Todavia, não é essa a conclusão que se extrai ao exame da prova Diante do acima exposto, de se manter a condenação ao

reunida nos autos, sobretudo da oral. pagamento de diferenças remuneratórias decorrentes de desvio

Deve-se frisar que o próprio preposto, ao depor em juízo, deixou funcional.

certo que o reclamante, embora designado como Gerente de Conta 2.2.3 Da gratuidade judiciária

Pessoa Jurídica II, desempenhava atribuições do nível III. Confira- Tem-se que a simples declaração de que é pobre na forma legal e

se: não reúne condições econômicas para arcar com as despesas

"(...) que oreclamante tinha alçada de até R$ 30.000,00 para processuais, sem grave prejuízo próprio ou de sua família, como se

pagamento de TED, cheque administrativo, transferência, tem no caso dos autos (doc. ID 0814c45), é suficiente e merecedora

autorização de débito, mas para liberação de crédito a decisão final de fé para a concessão do benefício da Justiça Gratuita, conforme

era do gerente geral; que na agência o reclamante desempenhava o art. 98 c/c art. 99, § 3º do CPC, de aplicação supletiva e subsidiária

cargo de gerente pessoa jurídica II; que quem era responsável pela à ritualística trabalhista.

carteira dos clientes com maior faturamento anual era o PJ III, mas Ademais, o recorrente nada trouxe com o condão de elidir a

poderia ser também o PJ II, pois essa denominação I, II e III não era presunção de insuficiência decorrente da declaração supra referida.

necessariamente em função dos faturamentos dos clientes, pois o Nada, pois, a reformar quanto a isso.

depoente já viu PJ I e II atuar na carteira PJ III e PJ III atuar na 2.2.4 Dos honorários advocatícios impostos ao reclamado

carteira PJ I; que na agência em que o reclamante trabalhava quem De permanecer na condenação essa verba.

fazia as funções de PJ III era o reclamante atuando com o Consoante os termos do art. 6º da Instrução Normativa nº 41/2018

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 217
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

do Colendo TST, a condenação em honorários advocatícios 2017 pelo reclamado, Banco Bradesco S/A, e deferir o pagamento

sucumbenciais, prevista no art. 791-A da CLT, será aplicável, dos incentivos pecuniários nele previstos, além de estabelecer

apenas, às ações propostas após 11 de novembro de 2017, data como fator de correção dos débitos trabalhistas a Taxa TR até

em que passou a viger a Lei nº 13.467/2017 (Reforma Trabalhista), 24/3/2015 e o IPCA-E após esta data. Outrossim, arbitrar à

que incluiu referido dispositivo legal ao Diploma Consolidado. condenação o novo valor de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais).

É a hipótese dos autos, em tendo sido ajuizada a vertente Participaram do julgamento os Exmos. Srs. Desembargadores

Reclamatória em 06/12/2017. Francisco José Gomes da Silva (Presidente), Paulo Régis Machado

Nesse compasso, observando-se o grau de zelo do profissional Botelho (Relator) e Cláudio Soares Pires. Presente ainda o(a)

(acompanhamento do reclamante em audiência, prática de atos Exmo(a). Sr(a). membro do Ministério Público do Trabalho.

processuais tempestivos etc.), o lugar de prestação do serviço, a Fortaleza, 10 de fevereiro de 2020.

natureza e a importância da causa, o trabalho realizado e o tempo

exigido para o seu serviço, inclusive com atuação no segundo grau,

tem-se por cabível e justa a condenação do reclamado ao PAULO REGIS MACHADO BOTELHO

pagamento da verba em apreço, no índice arbitrado na Sentença. Relator

CONCLUSÃO DO VOTO

Conhecer de ambos os Recursos, negar provimento ao do FORTALEZA/CE, 27 de fevereiro de 2020.

reclamado e dar parcial provimento ao do reclamante, para incluir

no dispositivo sentencial o pagamento de 02 (duas) horas extras, MARIA DO SOCORRO RODRIGUES GONCALVES

com acréscimo de 50% sobre as normais e reflexos sobre férias Diretor de Secretaria

acrescidas do terço constitucional, gratificações natalinas, depósitos


Processo Nº ROT-0000277-11.2019.5.07.0008
de FGTS com a multa de 40%, repouso semanal remunerado Relator JEFFERSON QUESADO JUNIOR
(incluindo sábados, domingos e feriados) e verbas rescisórias RECORRENTE BANCO BRADESCO S.A.
NELSON WILIANS ADVOGADO(OAB: 16599-A/CE)
constantes do TRCT, observados os dias efetivamente laborados, a FRATONI RODRIGUES
evolução salarial e o divisor 180, bem como para reconhecer seu RECORRIDO ALBERTO JORGE OLIVEIRA DA
SILVA
direito de aderir ao Plano de Desligamento Voluntário Especial JOSE AILSON REGO ADVOGADO(OAB: 6353/CE)
BALTAZAR
(PDVE) instituído em julho de 2017 pelo reclamado, Banco

Bradesco S/A, e deferir o pagamento dos incentivos pecuniários Intimado(s)/Citado(s):


nele previstos, além de estabelecer como fator de correção dos - BANCO BRADESCO S.A.

débitos trabalhistas a Taxa TR até 24/3/2015 e o IPCA-E a partir de

25/3/2015. Outrossim, arbitrar à condenação o novo valor de R$

200.000,00 (duzentos mil reais).


PODER JUDICIÁRIO
DISPOSITIVO
JUSTIÇA DO TRABALHO
ISTO POSTO:

ACORDAM OS DESEMBARGADORES INTEGRANTES DA 2ª

TURMA DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 7ª EMENTA

REGIÃO, por unanimidade, conhecer de ambos os Recursos, GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO. BANCÁRIO. BASE DE CÁLCULO.

negar provimento ao do reclamado e dar parcial provimento ao do O valor pago ao reclamante sob as rubricas "horas extras

reclamante, para incluir no dispositivo sentencial o pagamento de 02 integração" e "verba de representação" remunera a jornada habitual

(duas) horas extras, com acréscimo de 50% sobre as normais e do reclamante, tendo, portanto, cunho salarial, devendo, por esse

reflexos sobre férias acrescidas do terço constitucional, motivo, compor a base de cálculo da gratificação de função, como

gratificações natalinas, depósitos de FGTS com a multa de 40%, deferido na sentença de origem.

repouso semanal remunerado (incluindo sábados, domingos e JUSTIÇA GRATUITA. Considerando ser faculdade do julgador a

feriados) e verbas rescisórias constantes do TRCT, observados os concessão dos benefícios da justiça gratuita ao trabalhador, de par

dias efetivamente laborados, a evolução salarial e o divisor 180, com o fato de que, mesmo após a reforma trabalhista, não há

bem como para reconhecer seu direito de aderir ao Plano de limitação de que a concessão somente deva ser deferida a quem

Desligamento Voluntário Especial (PDVE) instituído em julho de receba salário igual ou inferior a 40% do limite máximo dos

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 218
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

benefícios do RGPS, mantenho a concessão dos benefícios da serem devidos os honorários advocatícios, posto não atendidos os

justiça gratuita ao reclamante. requisitos legais, além de requerer que os juros de mora sejam

IPCA-E. DATA DE INÍCIO DA APLICAÇÃO. Considerando que o calculados a partir da distribuição da ação

art. 879, § 7º da CLT perdeu a sua eficácia normativa em face da Contrarrazões do reclamante (Id 92177dd).

declaração de inconstitucionalidade parcial do art. 39 da Lei nº Dispensada a remessa ao Ministério Público do Trabalho para

8.177/91, dispositivo que conferia conteúdo à norma da CLT, deve emissão de parecer.

ser aplicada na correção monetária do débito reconhecido ao autor FUNDAMENTAÇÃO

a TR-Taxa Referencial até 24.03.2015 e o IPCA-e a partir de I - ADMISSIBILIDADE

25.03.2015. O recurso preenche as exigências processuais no que tange aos

Recurso conhecido e provido em parte. pressupostos, portanto merece ser conhecido.

RELATÓRIO II - MÉRITO

O MM. Juízo da 08ª Vara do Trabalho de Fortaleza, por meio da JUSTIÇA GRATUITA

sentença (Id 99968bb), julgou parcialmente procedentes os pedidos Inicialmente, deve ser registrado que a presente ação foi ajuizada

constantes na reclamação trabalhista proposta por ALBERTO em 22.03.2019, ou seja, após a entrada em vigor da reforma

JORGE OLIVEIRA DA SILVA em face do BANCO BRADESCO trabalhista. A sentença deferiu os benefícios da justiça gratuita ao

S.A., condenando o reclamado no "pagamento de diferenças de reclamante. Requer, pois, a reclamada a reforma nesse tocante,

gratificação de função decorrentes da inserção, em sua base considerando que o autor não juntou qualquer documento que

de cálculo, das verbas "horas extras integração" e "verba de comprove sua alegada pobreza.

representação", no percentual de 55% destas, bem com Vejamos.

reflexos em todas as parcelas remunratórias que utilizem em A lei 13.467/2017 alterou o art. 790, §3º, da CLT, o qual dispõe:

sua base de cálculo a dita gratificação, a exceção de possíveis "É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos

reflexos nas próprias verbas cuja inserção (na base de cálculo) tribunais do trabalho de qualquer instância conceder, a

se determinou, em especial em 13º salários, férias acrescidas requerimento ou de ofício, o benefício da justiça gratuita,

de 1/3, FGTS, acrescido da multa de 40%, aviso prévio, PLR inclusive quanto a traslados e instrumentos, àqueles que

(desde que a forma de cálculo leve em conta a remuneração), perceberem salário igual ou inferior a 40% (quarenta por cento)

bem como em honorários advocatícios, no percentual de 10% do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de

da condenação", observado o período imprescrito. Previdência Social."

O reclamado apresentou embargos de declaração (Id 37c9d07), os Assim, caso o trabalhador receba até 40% do limite máximo do

quais foram providos em parte (Id 13f5f24), determinando a RGPS, há presunção de miserabilidade jurídica. Além desse valor,

utilização da TR até 26.03.2015 e do IPCA-e a partir daí. deve provar sua condição.

Inconformado, interpôs o reclamado recurso ordinário (Id 7c80841), No entanto, mesmo após a reforma trabalhista, restou

aduzindo que as parcelas "horas extras integração" e "verba de regulamentado pela CLT ser uma faculdade do julgador a

representação" não têm natureza salarial, não podendo servir de concessão dos benefícios da justiça gratuita ao trabalhador. De par

base de cálculo para a gratificação de função, a qual sempre foi com isso, deve ser ressaltado que a reforma não limitou a

calculada corretamente. Aduz, ainda, que o reclamante sempre concessão somente a quem receba salário igual ou inferior a 40%

exerceu a função de gerente, enquadrando-se na hipótese contida do limite máximo dos benefícios do RGPS.

no art. 62, II, da CLT e não naquela contida no art. 224, §2º da CLT, Interpretando extensivamente os parágrafos 3º e 4º da CLT, após a

não tendo direito, portanto, ao recebimento de horas extras. Alega reforma, entendo que deve ser concedido ao trabalhador o direito à

que a gratificação de função é calculada com base no salário-base, gratuidade da justiça quando o mesmo juntar declaração de

sem acréscimo de nenhuma outra verba, mais o adicional por tempo hipossuficiência econômica para demandar sem prejuízo de seu

de serviço. Requer que, caso mantida a condenação, sejam próprio sustento ou de sua família, não tendo havido prova robusta

abatidos os valores pagos ao título e que os cálculos devem ser em contrário.

realizados com base nas verbas pagas mês a mês, observando a Assim, mantida a concessão dos benefícios da justiça gratuita ao

evolução salarial do autor. Com relação ao índice de correção autor.

monetária, requer a aplicação da TR ou, caso não deferida, que GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO PAGA A MENOR - "HORAS

seja aplicado o constante no art. 879, §7º da CLT. Aduz, ainda, não EXTRAS INTEGRAÇÃO" E "VERBA DE REPRESENTAÇÃO"

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 219
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Pretende o recorrente a reforma da sentença a fim de que seja Não vem ao caso o fato do reclamante ser ou não gerente, já que o

excluído o pagamento das diferenças de gratificação de função, por mesmo sempre recebeu referidas verbas ("horas extras integração"

entender que as verbas "horas extras integração" e "verba de e "verba de representação"), posto que aqui não se discute se o

representação" não têm natureza salarial e que, portanto, não reclamante tem ou não direito a receber horas extras, mas sim o

devem integrar a base de cálculo da gratificação de função, a qual é fato de que o cálculo da gratificação de função deve incluir ou não

calculada sobre o salário-base. as verbas que o mesmo já recebia ("horas extras integração" e

Razão não assiste ao recorrente. "verba de representação").

Cumpre transcrever o que estabelece a Súmula 199 do Colendo À vista do conjunto probatório dos autos, deduz-se que há valores

TST: pagos na forma de "horas extras integração" e "verba de

"BANCÁRIO. PRÉ-CONTRATAÇÃO DE HORAS EXTRAS representação" com habitualidade, conforme se observa nos

(incorporadas as Orientações Jurisprudenciais nºs 48 e 63 da contracheques juntados (Id 426c4cd e a89ad44). Além disso, o

SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005 valor das referidas rubricas são fixos, sendo alterados somente

I - A contratação do serviço suplementar, quando da admissão quando há o reajuste salarial, através do índice de correção

do trabalhador bancário, é nula. Os valores assim ajustados monetária previsto em CCT.

apenas remuneram a jornada normal, sendo devidas as horas Dessa forma, patente o cunho salarial de referidas verbas, as quais

extras com o adicional de, no mínimo, 50% (cinqüenta por remuneram a jornada normal do autor.

cento), as quais não configuram pré-contratação, se pactuadas Nesse sentido vem se manifestando o Colendo Regional:

após a admissão do bancário. (ex-Súmula nº 199 - alterada pela "GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO PAGA A MENOR -

Res. 41/1995, DJ 21.02.1995 - e ex-OJ nº 48 da SBDI-1 - inserida DESCUMPRIMENTO DA CONVENÇÃO COLETIVA. Em

em 25.11.1996)" consonância com a súmula 199, I, do TST e a cláusula 11 da

Por sua vez, a cláusula 11ª da Convenção Coletiva do Trabalho dos CCT dos Bancários, observa-se que o valor pago relativamente

bancários (Id 4e9590f) dispõe que a forma de cálculo da gratificação às "horas extras integração" remunera a jornada normal, tendo

de função não poderá ser inferior a 55%, calculado sobre o salário nítido caráter salarial, servindo, portanto, de base de incidência

do cargo efetivo acrescido do adicional de tempo de serviço. Senão da gratificação de função. BANCÁRIO. GERENTE GERAL DE

vejamos: AGÊNCIA. ENQUADRAMENTO NO ART. 62, II, DA CLT. HORAS

"CLÁUSULA 11 - GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO EXTRAS INDEVIDAS. No presente caso, restou provado que o

O valor da Gratificação de Função, de que trata o § 2º do artigo autor, na condição de gerente geral da agência, ocupava cargo

224, da Consolidação das Leis do Trabalho, não será inferior a de elevado grau de gestão, enquadrando -se na exceção

55% (cinquenta e cinco por cento), à exceção do Estado do Rio prevista no artigo 62, II, da CLT, o que afasta o direito à

Grande do Sul, cujo percentual é de 50% (cinquenta por cento), percepção de horas extras. Recurso parcialmente provido.

sempre incidente sobre o salário do cargo efetivo acrescido do HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. Indevidos conforme Súmula nº

adicional por tempo de serviço, já reajustados nos termos da 2 deste Tribunal. Recurso parcialmente provido." (Proc.

cláusula primeira, respeitados os critérios mais vantajosos e as 0000494-02.2015.5.07.0006, Recurso Ordinário, TRT7, TURMA 1,

demais disposições específicas previstas nas Convenções Rel. Des. Emmanuel Teofilo Furtado, j. 05/10/2016, p.

Coletivas de Trabalho Aditivas." 05/10/2016) .

Dessa forma, o cálculo da gratificação de função dever ser realizado "RECURSO ORDINÁRIO. VERBA DENOMINADA "HORAS

com base no salário do cargo efetivo acrescido do adicional de EXTRAS INTEGRAÇÃO". NATUREZA SALARIAL. INCIDÊNCIA

tempo de serviço. O cerne da questão é a natureza salarial ou não NA GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO. Reconhecida a natureza

das rubricas "horas extras integração" e "verba de representação". salarial da verba denominada "Horas Extras Integração", eis

Inicialmente, deve ser ressaltado que o reclamante foi contratado que percebida de forma habitual e ininterrupta, deve a mesma

pelo BEC em 1986 e percebia a verba "prorrogação de expediente", compor a base de cálculo da gratificação de função,

a qual, a partir de maio de 2006, quando da sucessão do BEC pelo considerando os termos da Cláusula 11ª da CCT da categoria

Bradesco, passou a ser denominada "horas extras integração". Ou dos bancários e tendo em vista a inteligência do artigo 457 da

seja, o reclamante recebia anteriormente a verba "prorrogação de CLT. Precedentes. Recurso conhecido e improvido." (TRT-7 -

expediente" e continuou a receber sob a nomenclatura "horas extras RO: 00011855720175070002, Relator: CLAUDIO SOARES

integração". PIRES, Data de Julgamento: 13/08/2018, Data de Publicação:

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 220
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

13/08/2018)" norma da CLT, tendo em vista a adoção de fórmula remissiva

Assim, ante o caráter salarial das verbas "horas extras integração" e pelo legislador. É oportuno ressaltar que, na hipótese do art.

"verba de representação", as mesmas estão inclusas no 879, §7º, da CLT, não houve reversão legislativa da orientação

denominado pelo reclamado como "ordenado", devendo, portanto, jurisprudencial, tampouco inovação na ordem jurídica,

servir de base para o cálculo da gratificação de função. Dessa porquanto mantida a disciplina legal vigente à época de sua

forma, faz jus o reclamante ao pagamento das diferenças da edição, o que é ratificado pela opção do legislador em fazer

gratificação de função paga a menor, devendo sua base de cálculo remissão à Lei nº 8.177/91. Ademais, o entendimento não viola

incluir as verbas "horas extras integração" e "verba de a cláusula de reserva de plenário, pois não se está

representação", conforme determinado na sentença de origem, bem reconhecendo a inconstitucionalidade do art. 879, §7º, da CLT,

como os respectivos reflexos, observando-se a prescrição dos mas o seu esvaziamento normativo diante da remissão a

créditos trabalhistas anteriores a 22.03.2014. dispositivo já declarado inconstitucional pelo Tribunal Pleno.

Não há que se falar em compensação, considerando que foi No mesmo sentido: (...) AGRAVO. AGRAVO DE INSTRUMENTO.

deferido o pagamento da diferença da gratificação de função, a qual RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI Nº

foi paga a menor, posto que não incluiu as verbas acima indicadas 13.015/2014. FASE DE EXECUÇÃO. TAXA REFERENCIAL - TR.

na base de cálculo de referida gratificação. INCIDÊNCIA RETROATIVA DO DISPOSTO NO ART. 879, § 7º,

Nada há a deferir no tocante aos juros de mora, posto que a DA CLT, INTRODUZIDO PELA LEI Nº 13.467/2017.

sentença já determinou que serão contados a partir do ajuizamento APLICABILIDADE. A parte agravante não consegue viabilizar o

da ação, nos termos constantes da lei (art. 883 CLT e art. 39 da Lei acesso à via recursal de natureza extraordinária, à míngua de

8177/91). comprovação de inequívoca violação de dispositivo da

No que tange à forma de correção do débito, não se olvida que a Constituição da República, nos moldes da Súmula nº 266 do

Lei n° 13.467/2017, em vigência a partir de 11.11.2017, acrescentou TST. Na hipótese, o disposto no art. 879, § 7º, da CLT,

o §7º ao art. 879 da CLT, o qual dispõe que "a atualização dos introduzido pela Lei nº 13.467/2017, única questão articulada no

créditos decorrentes de condenação judicial será feita pela Taxa presente agravo, em nada altera a decisão do Plenário do TST

Referencial (TR), divulgada pelo Banco Central do Brasil, conforme que declarou a inconstitucionalidade da Taxa Referencial como

a Lei nº 8.177, de 1º de março de 1991". fator de correção monetária dos débitos trabalhistas, com

Contudo, sabe-se que o art. 879, § 7º da CLT perdeu a sua eficácia respaldo em decisão vinculante do STF. Agravo a que se nega

normativa em face da declaração de inconstitucionalidade parcial do provimento. (Ag-AIRR- 71300-30.2005.5.02.0078, Relator

art. 39 da Lei nº 8.177/91, dispositivo que conferia conteúdo à Ministro Walmir Oliveira da Costa, 1ª Turma, DEJT 20/4/2018)".

norma da CLT. Atualmente, adota o c. Tribunal Superior do Trabalho entendimento

Nesse sentido foi o voto proferido pela Ministra Maria Cristina com base em efeitos modulados da declaração de

Irigoyen Peduzzi, nos autos do processo n° TST-RR-976- inconstitucionalidade parcial do art. 39 da Lei nº 8.177/91, conforme

56.2015.5.09.0567, in verbis: se vê nos recentíssimos julgados abaixo reproduzidos, in verbis:

"Por fim, cabe analisar a previsão de adoção da TR introduzida "EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE

pela Lei nº 13.467/17 no art. 879, §7º, da CLT, cujo teor é o REVISTA. EXECUÇÃO. CORREÇÃO MONETÁRIA DOS

seguinte: Art. 879 - § 7o A atualização dos créditos decorrentes CRÉDITOS TRABALHISTAS. ÍNDICE APLICÁVEL. Consoante

de condenação judicial será feita pela Taxa Referencial (TR), entendimento adotado pela 8ª Turma, com base na decisão do

divulgada pelo Banco Central do Brasil, conforme a Lei no Tribunal Pleno desta Corte Superior (TST- ArgInc - 479-

8.177, de 1o de março de 1991. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 60.2011.5.04.0231 e ED- ArgInc - 479-60.2011.5.04.0231), na

2017) O dispositivo em análise determina a aplicação da TR correção dos créditos trabalhistas, aplica-se a TR até 24/3/2015

com expressa referência à Lei nº 8.177/91, que regulamenta a e o IPCA a partir de 25/3/2015. Esta Turma considera, ainda,

atualização de débitos trabalhistas especificamente em seu art. entendimento a que esta relatora se submete por disciplina

39, caput, declarado inconstitucional pelo Tribunal Pleno desta judiciária, que o art. 879, § 7º, da CLT perdeu a sua eficácia

Corte. Nesse contexto, entendo que o art. 897, §7º, da CLT normativa, em face da declaração de inconstitucionalidade

perdeu a sua eficácia normativa com a declaração de parcial do art. 39 da Lei nº 8.177/91, porquanto o dispositivo da

inconstitucionalidade parcial do art. 39 da Lei nº 8.177/91. Isso legislação esparsa conferia conteúdo à norma da CLT, tendo

porque o dispositivo da legislação esparsa conferia conteúdo à em vista a adoção de fórmula remissiva pelo legislador. Agravo

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 221
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

de instrumento conhecido e não provido." (Processo: AIRR - 13.7.2017)

10538-43.2011.5.04.0511 Data de Julgamento: 12/06/2019, § 1º Os honorários são devidos também nas ações contra a

Relatora Ministra: Dora Maria da Costa, 8ª Turma, Data de Fazenda Pública e nas ações em que a parte estiver assistida

Publicação: DEJT 14/06/2019)". ou substituída pelo sindicato de sua categoria. (Incluído pela

"AGRAVO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE Lei nº 13.467, de 13.7.2017)

REVISTA. CORREÇÃO MONETÁRIA. TR E IPCA-E. O § 2º Ao fixar os honorários, o juízo observará: (Incluído pela Lei

entendimento fixado nos autos é de que a TR se aplica apenas nº 13.467, de 13.7.2017)

até 25/3/2015 e a partir daí o IPCA-E. Tal decisão, na forma I - o grau de zelo do profissional; (Incluído pela Lei nº 13.467, de

como já registrado pelo ministro relator, está em perfeita 13.7.2017)

harmonia com a jurisprudência desta Corte. Precedente. II - o lugar de prestação do serviço; (Incluído pela Lei nº 13.467,

Ademais, em decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal de 13.7.2017)

em 3/10/2019, nos autos do RE 870.947/SE, por maioria, foram III - a natureza e a importância da causa; (Incluído pela Lei nº

rejeitados todos os embargos de declaração, não havendo, 13.467, de 13.7.2017)

assim, modulação dos efeitos da decisão anteriormente IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para

proferida que fixou o IPCA-E como índice de correção o seu serviço. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 13.7.2017)

monetária a todas as condenações. Sendo assim, não se § 3º Na hipótese de procedência parcial, o juízo arbitrará

vislumbra a ofensa legal indicada, não sendo o caso de reforma honorários de sucumbência recíproca, vedada a compensação

da decisão recorrida, lembrando que, diante da rejeição da entre os honorários.

modulação dos efeitos da decisão do STF, a modificação da § 4ºVencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não

decisão seria em prejuízo à recorrente, o que não é admitido tenha obtido em juízo, ainda que em outro processo, créditos

pela norma processual vigente . Agravo conhecido e capazes de suportar a despesa, as obrigações decorrentes de

desprovido" (Ag-AIRR-1319-37.2013.5.04.0381, 3ª Turma, sua sucumbência ficarão sob condição suspensiva de

Relator Ministro Alexandre de Souza Agra Belmonte, DEJT exigibilidade e somente poderão ser executadas se, nos dois

06/12/2019)." anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as

Desse modo, impõe-se a reforma da sentença apenas para certificou, o credor demonstrar que deixou de existir a situação

determinar que na correção monetária do débito reconhecido ao de insuficiência de recursos que justificou a concessão de

autor seja aplicada a TR-Taxa Referencial até 24.03.2015 e o IPCA- gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais

e a partir de 25.03.2015. obrigações do beneficiário.

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. § 5º São devidos honorários de sucumbência na reconvenção."

Reputa o reclamado ser inadmissível a condenação na verba Portanto, os honorários advocatícios foram fixados observando a

honorária, uma vez que o reclamante, apesar de se encontrar legislação vigente. Assim, nada a modificar na sentença de origem

assistido pelo sindicato de sua categoria, não comprovou sua no tocante.

condição de pobreza, o que contraria ao consolidado nas súmulas No tocante aos honorários advocatícios em prol dos advogados do

219 e 329, do TST. reclamado nada a deferir, considerando que o reclamante foi

No tocante à verba honorária, a Corte Superior Trabalhista sucumbente em pequena parte dos pleitos.

entendeu que as disposições da Lei 13.467/2017, devem ser CONCLUSÃO DO VOTO

aplicadas nas ações propostas após 11 de novembro de 2017. Ante todo o acima exposto, deve ser mantida a sentença de origem,

Através do exame dos autos, verifica-se que a presente ação foi que, reconhecendo a natureza salarial das verbas "horas extras

ajuizada em 2019, ou seja, quando já em vigor a lei 13.467/2017. integração" e "verba de representação", condenou a reclamada a

O art. 791-A da CLT dispõe o seguinte: pagar as diferenças de gratificação de função, devendo incluir no

"Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos cálculo aludidas verbas, com o pagamento dos reflexos daí

honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% decorrentes. Deve ser reformada a sentença apenas no tocante à

(cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre correção monetária do débito reconhecido ao autor, devendo ser

o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito aplicada a TR-Taxa Referencial até 24.03.2015 e o IPCA-e a partir

econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o de 25.03.2015.

valor atualizado da causa. (Incluído pela Lei nº 13.467, de DISPOSITIVO

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 222
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

ACORDAM OS DESEMBARGADORES INTEGRANTE DA 2ª receba salário igual ou inferior a 40% do limite máximo dos

TURMA DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 7ª benefícios do RGPS, mantenho a concessão dos benefícios da

REGIÃO, por unanimidade, conhecer do recurso ordinário e, no justiça gratuita ao reclamante.

mérito, dar-lhe parcial provimento, apenas para determinar que na IPCA-E. DATA DE INÍCIO DA APLICAÇÃO. Considerando que o

correção monetária do débito reconhecido ao autor seja aplicada a art. 879, § 7º da CLT perdeu a sua eficácia normativa em face da

TR-Taxa Referencial até 24.03.2015 e o IPCA-e a partir de declaração de inconstitucionalidade parcial do art. 39 da Lei nº

25.03.2015. Custas inalteradas. 8.177/91, dispositivo que conferia conteúdo à norma da CLT, deve

Participaram do julgamento os Exmos. Srs. Desembargadores ser aplicada na correção monetária do débito reconhecido ao autor

Francisco José Gomes da Silva (Presidente), Jefferson Quesado a TR-Taxa Referencial até 24.03.2015 e o IPCA-e a partir de

Júnior (Relator) e Cláudio Soares Pires. Presente ainda o(a) 25.03.2015.

Exmo(a). Sr(a). membro do Ministério Público do Trabalho. Recurso conhecido e provido em parte.

Fortaleza, 10 de fevereiro de 2020. RELATÓRIO

O MM. Juízo da 08ª Vara do Trabalho de Fortaleza, por meio da

Jefferson Quesado sentença (Id 99968bb), julgou parcialmente procedentes os pedidos

Desembargador Relator constantes na reclamação trabalhista proposta por ALBERTO

JORGE OLIVEIRA DA SILVA em face do BANCO BRADESCO

FORTALEZA/CE, 27 de fevereiro de 2020. S.A., condenando o reclamado no "pagamento de diferenças de

gratificação de função decorrentes da inserção, em sua base

MARIA DO SOCORRO RODRIGUES GONCALVES de cálculo, das verbas "horas extras integração" e "verba de

Diretor de Secretaria representação", no percentual de 55% destas, bem com

reflexos em todas as parcelas remunratórias que utilizem em


Processo Nº ROT-0000277-11.2019.5.07.0008
Relator JEFFERSON QUESADO JUNIOR sua base de cálculo a dita gratificação, a exceção de possíveis
RECORRENTE BANCO BRADESCO S.A. reflexos nas próprias verbas cuja inserção (na base de cálculo)
NELSON WILIANS ADVOGADO(OAB: 16599-A/CE)
FRATONI RODRIGUES se determinou, em especial em 13º salários, férias acrescidas
RECORRIDO ALBERTO JORGE OLIVEIRA DA de 1/3, FGTS, acrescido da multa de 40%, aviso prévio, PLR
SILVA
JOSE AILSON REGO ADVOGADO(OAB: 6353/CE) (desde que a forma de cálculo leve em conta a remuneração),
BALTAZAR
bem como em honorários advocatícios, no percentual de 10%

Intimado(s)/Citado(s): da condenação", observado o período imprescrito.

- ALBERTO JORGE OLIVEIRA DA SILVA O reclamado apresentou embargos de declaração (Id 37c9d07), os

quais foram providos em parte (Id 13f5f24), determinando a

utilização da TR até 26.03.2015 e do IPCA-e a partir daí.

Inconformado, interpôs o reclamado recurso ordinário (Id 7c80841),


PODER JUDICIÁRIO
aduzindo que as parcelas "horas extras integração" e "verba de
JUSTIÇA DO TRABALHO
representação" não têm natureza salarial, não podendo servir de

base de cálculo para a gratificação de função, a qual sempre foi


EMENTA calculada corretamente. Aduz, ainda, que o reclamante sempre
GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO. BANCÁRIO. BASE DE CÁLCULO. exerceu a função de gerente, enquadrando-se na hipótese contida
O valor pago ao reclamante sob as rubricas "horas extras no art. 62, II, da CLT e não naquela contida no art. 224, §2º da CLT,
integração" e "verba de representação" remunera a jornada habitual não tendo direito, portanto, ao recebimento de horas extras. Alega
do reclamante, tendo, portanto, cunho salarial, devendo, por esse que a gratificação de função é calculada com base no salário-base,
motivo, compor a base de cálculo da gratificação de função, como sem acréscimo de nenhuma outra verba, mais o adicional por tempo
deferido na sentença de origem. de serviço. Requer que, caso mantida a condenação, sejam
JUSTIÇA GRATUITA. Considerando ser faculdade do julgador a abatidos os valores pagos ao título e que os cálculos devem ser
concessão dos benefícios da justiça gratuita ao trabalhador, de par realizados com base nas verbas pagas mês a mês, observando a
com o fato de que, mesmo após a reforma trabalhista, não há evolução salarial do autor. Com relação ao índice de correção
limitação de que a concessão somente deva ser deferida a quem monetária, requer a aplicação da TR ou, caso não deferida, que

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 223
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

seja aplicado o constante no art. 879, §7º da CLT. Aduz, ainda, não EXTRAS INTEGRAÇÃO" E "VERBA DE REPRESENTAÇÃO"

serem devidos os honorários advocatícios, posto não atendidos os Pretende o recorrente a reforma da sentença a fim de que seja

requisitos legais, além de requerer que os juros de mora sejam excluído o pagamento das diferenças de gratificação de função, por

calculados a partir da distribuição da ação entender que as verbas "horas extras integração" e "verba de

Contrarrazões do reclamante (Id 92177dd). representação" não têm natureza salarial e que, portanto, não

Dispensada a remessa ao Ministério Público do Trabalho para devem integrar a base de cálculo da gratificação de função, a qual é

emissão de parecer. calculada sobre o salário-base.

FUNDAMENTAÇÃO Razão não assiste ao recorrente.

I - ADMISSIBILIDADE Cumpre transcrever o que estabelece a Súmula 199 do Colendo

O recurso preenche as exigências processuais no que tange aos TST:

pressupostos, portanto merece ser conhecido. "BANCÁRIO. PRÉ-CONTRATAÇÃO DE HORAS EXTRAS

II - MÉRITO (incorporadas as Orientações Jurisprudenciais nºs 48 e 63 da

JUSTIÇA GRATUITA SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005

Inicialmente, deve ser registrado que a presente ação foi ajuizada I - A contratação do serviço suplementar, quando da admissão

em 22.03.2019, ou seja, após a entrada em vigor da reforma do trabalhador bancário, é nula. Os valores assim ajustados

trabalhista. A sentença deferiu os benefícios da justiça gratuita ao apenas remuneram a jornada normal, sendo devidas as horas

reclamante. Requer, pois, a reclamada a reforma nesse tocante, extras com o adicional de, no mínimo, 50% (cinqüenta por

considerando que o autor não juntou qualquer documento que cento), as quais não configuram pré-contratação, se pactuadas

comprove sua alegada pobreza. após a admissão do bancário. (ex-Súmula nº 199 - alterada pela

Vejamos. Res. 41/1995, DJ 21.02.1995 - e ex-OJ nº 48 da SBDI-1 - inserida

A lei 13.467/2017 alterou o art. 790, §3º, da CLT, o qual dispõe: em 25.11.1996)"

"É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos Por sua vez, a cláusula 11ª da Convenção Coletiva do Trabalho dos

tribunais do trabalho de qualquer instância conceder, a bancários (Id 4e9590f) dispõe que a forma de cálculo da gratificação

requerimento ou de ofício, o benefício da justiça gratuita, de função não poderá ser inferior a 55%, calculado sobre o salário

inclusive quanto a traslados e instrumentos, àqueles que do cargo efetivo acrescido do adicional de tempo de serviço. Senão

perceberem salário igual ou inferior a 40% (quarenta por cento) vejamos:

do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de "CLÁUSULA 11 - GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO

Previdência Social." O valor da Gratificação de Função, de que trata o § 2º do artigo

Assim, caso o trabalhador receba até 40% do limite máximo do 224, da Consolidação das Leis do Trabalho, não será inferior a

RGPS, há presunção de miserabilidade jurídica. Além desse valor, 55% (cinquenta e cinco por cento), à exceção do Estado do Rio

deve provar sua condição. Grande do Sul, cujo percentual é de 50% (cinquenta por cento),

No entanto, mesmo após a reforma trabalhista, restou sempre incidente sobre o salário do cargo efetivo acrescido do

regulamentado pela CLT ser uma faculdade do julgador a adicional por tempo de serviço, já reajustados nos termos da

concessão dos benefícios da justiça gratuita ao trabalhador. De par cláusula primeira, respeitados os critérios mais vantajosos e as

com isso, deve ser ressaltado que a reforma não limitou a demais disposições específicas previstas nas Convenções

concessão somente a quem receba salário igual ou inferior a 40% Coletivas de Trabalho Aditivas."

do limite máximo dos benefícios do RGPS. Dessa forma, o cálculo da gratificação de função dever ser realizado

Interpretando extensivamente os parágrafos 3º e 4º da CLT, após a com base no salário do cargo efetivo acrescido do adicional de

reforma, entendo que deve ser concedido ao trabalhador o direito à tempo de serviço. O cerne da questão é a natureza salarial ou não

gratuidade da justiça quando o mesmo juntar declaração de das rubricas "horas extras integração" e "verba de representação".

hipossuficiência econômica para demandar sem prejuízo de seu Inicialmente, deve ser ressaltado que o reclamante foi contratado

próprio sustento ou de sua família, não tendo havido prova robusta pelo BEC em 1986 e percebia a verba "prorrogação de expediente",

em contrário. a qual, a partir de maio de 2006, quando da sucessão do BEC pelo

Assim, mantida a concessão dos benefícios da justiça gratuita ao Bradesco, passou a ser denominada "horas extras integração". Ou

autor. seja, o reclamante recebia anteriormente a verba "prorrogação de

GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO PAGA A MENOR - "HORAS expediente" e continuou a receber sob a nomenclatura "horas extras

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 224
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

integração". PIRES, Data de Julgamento: 13/08/2018, Data de Publicação:

Não vem ao caso o fato do reclamante ser ou não gerente, já que o 13/08/2018)"

mesmo sempre recebeu referidas verbas ("horas extras integração" Assim, ante o caráter salarial das verbas "horas extras integração" e

e "verba de representação"), posto que aqui não se discute se o "verba de representação", as mesmas estão inclusas no

reclamante tem ou não direito a receber horas extras, mas sim o denominado pelo reclamado como "ordenado", devendo, portanto,

fato de que o cálculo da gratificação de função deve incluir ou não servir de base para o cálculo da gratificação de função. Dessa

as verbas que o mesmo já recebia ("horas extras integração" e forma, faz jus o reclamante ao pagamento das diferenças da

"verba de representação"). gratificação de função paga a menor, devendo sua base de cálculo

À vista do conjunto probatório dos autos, deduz-se que há valores incluir as verbas "horas extras integração" e "verba de

pagos na forma de "horas extras integração" e "verba de representação", conforme determinado na sentença de origem, bem

representação" com habitualidade, conforme se observa nos como os respectivos reflexos, observando-se a prescrição dos

contracheques juntados (Id 426c4cd e a89ad44). Além disso, o créditos trabalhistas anteriores a 22.03.2014.

valor das referidas rubricas são fixos, sendo alterados somente Não há que se falar em compensação, considerando que foi

quando há o reajuste salarial, através do índice de correção deferido o pagamento da diferença da gratificação de função, a qual

monetária previsto em CCT. foi paga a menor, posto que não incluiu as verbas acima indicadas

Dessa forma, patente o cunho salarial de referidas verbas, as quais na base de cálculo de referida gratificação.

remuneram a jornada normal do autor. Nada há a deferir no tocante aos juros de mora, posto que a

Nesse sentido vem se manifestando o Colendo Regional: sentença já determinou que serão contados a partir do ajuizamento

"GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO PAGA A MENOR - da ação, nos termos constantes da lei (art. 883 CLT e art. 39 da Lei

DESCUMPRIMENTO DA CONVENÇÃO COLETIVA. Em 8177/91).

consonância com a súmula 199, I, do TST e a cláusula 11 da No que tange à forma de correção do débito, não se olvida que a

CCT dos Bancários, observa-se que o valor pago relativamente Lei n° 13.467/2017, em vigência a partir de 11.11.2017, acrescentou

às "horas extras integração" remunera a jornada normal, tendo o §7º ao art. 879 da CLT, o qual dispõe que "a atualização dos

nítido caráter salarial, servindo, portanto, de base de incidência créditos decorrentes de condenação judicial será feita pela Taxa

da gratificação de função. BANCÁRIO. GERENTE GERAL DE Referencial (TR), divulgada pelo Banco Central do Brasil, conforme

AGÊNCIA. ENQUADRAMENTO NO ART. 62, II, DA CLT. HORAS a Lei nº 8.177, de 1º de março de 1991".

EXTRAS INDEVIDAS. No presente caso, restou provado que o Contudo, sabe-se que o art. 879, § 7º da CLT perdeu a sua eficácia

autor, na condição de gerente geral da agência, ocupava cargo normativa em face da declaração de inconstitucionalidade parcial do

de elevado grau de gestão, enquadrando -se na exceção art. 39 da Lei nº 8.177/91, dispositivo que conferia conteúdo à

prevista no artigo 62, II, da CLT, o que afasta o direito à norma da CLT.

percepção de horas extras. Recurso parcialmente provido. Nesse sentido foi o voto proferido pela Ministra Maria Cristina

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. Indevidos conforme Súmula nº Irigoyen Peduzzi, nos autos do processo n° TST-RR-976-

2 deste Tribunal. Recurso parcialmente provido." (Proc. 56.2015.5.09.0567, in verbis:

0000494-02.2015.5.07.0006, Recurso Ordinário, TRT7, TURMA 1, "Por fim, cabe analisar a previsão de adoção da TR introduzida

Rel. Des. Emmanuel Teofilo Furtado, j. 05/10/2016, p. pela Lei nº 13.467/17 no art. 879, §7º, da CLT, cujo teor é o

05/10/2016) . seguinte: Art. 879 - § 7o A atualização dos créditos decorrentes

"RECURSO ORDINÁRIO. VERBA DENOMINADA "HORAS de condenação judicial será feita pela Taxa Referencial (TR),

EXTRAS INTEGRAÇÃO". NATUREZA SALARIAL. INCIDÊNCIA divulgada pelo Banco Central do Brasil, conforme a Lei no

NA GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO. Reconhecida a natureza 8.177, de 1o de março de 1991. (Incluído pela Lei nº 13.467, de

salarial da verba denominada "Horas Extras Integração", eis 2017) O dispositivo em análise determina a aplicação da TR

que percebida de forma habitual e ininterrupta, deve a mesma com expressa referência à Lei nº 8.177/91, que regulamenta a

compor a base de cálculo da gratificação de função, atualização de débitos trabalhistas especificamente em seu art.

considerando os termos da Cláusula 11ª da CCT da categoria 39, caput, declarado inconstitucional pelo Tribunal Pleno desta

dos bancários e tendo em vista a inteligência do artigo 457 da Corte. Nesse contexto, entendo que o art. 897, §7º, da CLT

CLT. Precedentes. Recurso conhecido e improvido." (TRT-7 - perdeu a sua eficácia normativa com a declaração de

RO: 00011855720175070002, Relator: CLAUDIO SOARES inconstitucionalidade parcial do art. 39 da Lei nº 8.177/91. Isso

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Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

porque o dispositivo da legislação esparsa conferia conteúdo à em vista a adoção de fórmula remissiva pelo legislador. Agravo

norma da CLT, tendo em vista a adoção de fórmula remissiva de instrumento conhecido e não provido." (Processo: AIRR -

pelo legislador. É oportuno ressaltar que, na hipótese do art. 10538-43.2011.5.04.0511 Data de Julgamento: 12/06/2019,

879, §7º, da CLT, não houve reversão legislativa da orientação Relatora Ministra: Dora Maria da Costa, 8ª Turma, Data de

jurisprudencial, tampouco inovação na ordem jurídica, Publicação: DEJT 14/06/2019)".

porquanto mantida a disciplina legal vigente à época de sua "AGRAVO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE

edição, o que é ratificado pela opção do legislador em fazer REVISTA. CORREÇÃO MONETÁRIA. TR E IPCA-E. O

remissão à Lei nº 8.177/91. Ademais, o entendimento não viola entendimento fixado nos autos é de que a TR se aplica apenas

a cláusula de reserva de plenário, pois não se está até 25/3/2015 e a partir daí o IPCA-E. Tal decisão, na forma

reconhecendo a inconstitucionalidade do art. 879, §7º, da CLT, como já registrado pelo ministro relator, está em perfeita

mas o seu esvaziamento normativo diante da remissão a harmonia com a jurisprudência desta Corte. Precedente.

dispositivo já declarado inconstitucional pelo Tribunal Pleno. Ademais, em decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal

No mesmo sentido: (...) AGRAVO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. em 3/10/2019, nos autos do RE 870.947/SE, por maioria, foram

RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI Nº rejeitados todos os embargos de declaração, não havendo,

13.015/2014. FASE DE EXECUÇÃO. TAXA REFERENCIAL - TR. assim, modulação dos efeitos da decisão anteriormente

INCIDÊNCIA RETROATIVA DO DISPOSTO NO ART. 879, § 7º, proferida que fixou o IPCA-E como índice de correção

DA CLT, INTRODUZIDO PELA LEI Nº 13.467/2017. monetária a todas as condenações. Sendo assim, não se

APLICABILIDADE. A parte agravante não consegue viabilizar o vislumbra a ofensa legal indicada, não sendo o caso de reforma

acesso à via recursal de natureza extraordinária, à míngua de da decisão recorrida, lembrando que, diante da rejeição da

comprovação de inequívoca violação de dispositivo da modulação dos efeitos da decisão do STF, a modificação da

Constituição da República, nos moldes da Súmula nº 266 do decisão seria em prejuízo à recorrente, o que não é admitido

TST. Na hipótese, o disposto no art. 879, § 7º, da CLT, pela norma processual vigente . Agravo conhecido e

introduzido pela Lei nº 13.467/2017, única questão articulada no desprovido" (Ag-AIRR-1319-37.2013.5.04.0381, 3ª Turma,

presente agravo, em nada altera a decisão do Plenário do TST Relator Ministro Alexandre de Souza Agra Belmonte, DEJT

que declarou a inconstitucionalidade da Taxa Referencial como 06/12/2019)."

fator de correção monetária dos débitos trabalhistas, com Desse modo, impõe-se a reforma da sentença apenas para

respaldo em decisão vinculante do STF. Agravo a que se nega determinar que na correção monetária do débito reconhecido ao

provimento. (Ag-AIRR- 71300-30.2005.5.02.0078, Relator autor seja aplicada a TR-Taxa Referencial até 24.03.2015 e o IPCA-

Ministro Walmir Oliveira da Costa, 1ª Turma, DEJT 20/4/2018)". e a partir de 25.03.2015.

Atualmente, adota o c. Tribunal Superior do Trabalho entendimento HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.

com base em efeitos modulados da declaração de Reputa o reclamado ser inadmissível a condenação na verba

inconstitucionalidade parcial do art. 39 da Lei nº 8.177/91, conforme honorária, uma vez que o reclamante, apesar de se encontrar

se vê nos recentíssimos julgados abaixo reproduzidos, in verbis: assistido pelo sindicato de sua categoria, não comprovou sua

"EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE condição de pobreza, o que contraria ao consolidado nas súmulas

REVISTA. EXECUÇÃO. CORREÇÃO MONETÁRIA DOS 219 e 329, do TST.

CRÉDITOS TRABALHISTAS. ÍNDICE APLICÁVEL. Consoante No tocante à verba honorária, a Corte Superior Trabalhista

entendimento adotado pela 8ª Turma, com base na decisão do entendeu que as disposições da Lei 13.467/2017, devem ser

Tribunal Pleno desta Corte Superior (TST- ArgInc - 479- aplicadas nas ações propostas após 11 de novembro de 2017.

60.2011.5.04.0231 e ED- ArgInc - 479-60.2011.5.04.0231), na Através do exame dos autos, verifica-se que a presente ação foi

correção dos créditos trabalhistas, aplica-se a TR até 24/3/2015 ajuizada em 2019, ou seja, quando já em vigor a lei 13.467/2017.

e o IPCA a partir de 25/3/2015. Esta Turma considera, ainda, O art. 791-A da CLT dispõe o seguinte:

entendimento a que esta relatora se submete por disciplina "Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos

judiciária, que o art. 879, § 7º, da CLT perdeu a sua eficácia honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5%

normativa, em face da declaração de inconstitucionalidade (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre

parcial do art. 39 da Lei nº 8.177/91, porquanto o dispositivo da o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito

legislação esparsa conferia conteúdo à norma da CLT, tendo econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 226
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

valor atualizado da causa. (Incluído pela Lei nº 13.467, de DISPOSITIVO

13.7.2017) ACORDAM OS DESEMBARGADORES INTEGRANTE DA 2ª

§ 1º Os honorários são devidos também nas ações contra a TURMA DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 7ª

Fazenda Pública e nas ações em que a parte estiver assistida REGIÃO, por unanimidade, conhecer do recurso ordinário e, no

ou substituída pelo sindicato de sua categoria. (Incluído pela mérito, dar-lhe parcial provimento, apenas para determinar que na

Lei nº 13.467, de 13.7.2017) correção monetária do débito reconhecido ao autor seja aplicada a

§ 2º Ao fixar os honorários, o juízo observará: (Incluído pela Lei TR-Taxa Referencial até 24.03.2015 e o IPCA-e a partir de

nº 13.467, de 13.7.2017) 25.03.2015. Custas inalteradas.

I - o grau de zelo do profissional; (Incluído pela Lei nº 13.467, de Participaram do julgamento os Exmos. Srs. Desembargadores

13.7.2017) Francisco José Gomes da Silva (Presidente), Jefferson Quesado

II - o lugar de prestação do serviço; (Incluído pela Lei nº 13.467, Júnior (Relator) e Cláudio Soares Pires. Presente ainda o(a)

de 13.7.2017) Exmo(a). Sr(a). membro do Ministério Público do Trabalho.

III - a natureza e a importância da causa; (Incluído pela Lei nº Fortaleza, 10 de fevereiro de 2020.

13.467, de 13.7.2017)

IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para Jefferson Quesado

o seu serviço. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 13.7.2017) Desembargador Relator

§ 3º Na hipótese de procedência parcial, o juízo arbitrará

honorários de sucumbência recíproca, vedada a compensação FORTALEZA/CE, 27 de fevereiro de 2020.

entre os honorários.

§ 4ºVencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não MARIA DO SOCORRO RODRIGUES GONCALVES

tenha obtido em juízo, ainda que em outro processo, créditos Diretor de Secretaria

capazes de suportar a despesa, as obrigações decorrentes de


Processo Nº ROT-0000236-24.2018.5.07.0026
sua sucumbência ficarão sob condição suspensiva de Relator FRANCISCO JOSÉ GOMES DA
SILVA
exigibilidade e somente poderão ser executadas se, nos dois
RECORRENTE C W M COELHO DE ALENCAR
anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as Henrique Garcia Ferreira ADVOGADO(OAB: 22007/CE)
de Souza
certificou, o credor demonstrar que deixou de existir a situação
LEONARDO FEITOSA ADVOGADO(OAB: 23110/CE)
de insuficiência de recursos que justificou a concessão de ARRAIS MINETE
RECORRIDO JOSE RUBENS VIEIRA DOS SANTOS
gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais
SAMYR BEZERRA DA ADVOGADO(OAB: 35431/CE)
obrigações do beneficiário. SILVA
FRANCISCO TAITALO ADVOGADO(OAB: 35936/CE)
§ 5º São devidos honorários de sucumbência na reconvenção." MOTA MELO
Portanto, os honorários advocatícios foram fixados observando a CUSTOS LEGIS MINISTERIO PUBLICO DO
TRABALHO
legislação vigente. Assim, nada a modificar na sentença de origem

no tocante. Intimado(s)/Citado(s):
- C W M COELHO DE ALENCAR
No tocante aos honorários advocatícios em prol dos advogados do

reclamado nada a deferir, considerando que o reclamante foi

sucumbente em pequena parte dos pleitos.

CONCLUSÃO DO VOTO PODER JUDICIÁRIO


Ante todo o acima exposto, deve ser mantida a sentença de origem, JUSTIÇA DO TRABALHO
que, reconhecendo a natureza salarial das verbas "horas extras

integração" e "verba de representação", condenou a reclamada a


EMENTA
pagar as diferenças de gratificação de função, devendo incluir no

cálculo aludidas verbas, com o pagamento dos reflexos daí

decorrentes. Deve ser reformada a sentença apenas no tocante à


PRELIMINAR DE OFÍCIO DE INCOMPETÊNCIA MATERIAL DA
correção monetária do débito reconhecido ao autor, devendo ser
JUSTIÇA DO TRABALHO. PRESO EM REGIME SEMI-ABERTO.
aplicada a TR-Taxa Referencial até 24.03.2015 e o IPCA-e a partir
NÃO REGIDO PELA CLT. RECONHECIMENTO DE VÍNCULO DE
de 25.03.2015.
EMPREGO. NÃO POSSIBILIDADE. A teor do art. 64, § 1º, do

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 227
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CPC/2015, declara-se de ofício a incompetência material da Justiça trabalhistas deve ser realizada mediante a aplicação do índice

do Trabalho para apreciar a suposta relação de trabalho entre o oficial de remuneração básica da caderneta de poupança (TRD)

autor e a reclamada no período de 13/08/2013 a 02/11/2015, visto para os créditos trabalhistas devidos ao obreiro até o dia 24/3/2015,

que o reclamante se encontrava na condição de preso no regime e, a partir do dia 25/3/2015, a correção deve ser realizada pelo

semi-aberto, regido pelo art. 28, § 2º, da Lei Nº 7.210/1984 (Lei de Índice de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E) nos

Execução Penal), não estando sujeito à CLT. Sentença alterada termos modulação temporal aplicada pela Jurisprudência do TST.

neste ponto. Sentença reformada parcialmente neste item.

HORAS EXTRAS E RSR. REDUÇÃO DO PERÍODO DA RECURSO CONHECIDO E DADO PROVIMENTO PARCIAL.

CONDENAÇÃO. RECONHECIDO. A teor da prova testemunhal

produzida pelo obreiro, confirma-se a condenação na quantidade de

horas extras e RSR, bem como nos reflexos reconhecidos pela RELATÓRIO

sentença. Porém, reduz-se o período da condenação das referidas

horas extraordinárias e do RSR para o interstício de 03.11.2015

(data de admissão do obreiro em sua CTPS) a 14/10/2017 (data da Trata-se de recurso ordinário (ID. ddc15e9) interposto pela

rescisão indireta do contrato de trabalho). Sentença modificada reclamada, CWM COELHO DE ALENCAR, inconformada com a

parcialmente neste item. sentença da MM.° Vara do Trabalho de Iguatu, (ID. 389cd70), que

DA MULTA DO ART. 477, § 8º, DA CLT. RESCISÃO INDIRETA. julgou procedentes em parte os pedidos autorais, reconhecendo o

MULTA DEVIDA. A Jurisprudência do Tribunal Superior do vínculo de emprego desde 13/08/2013, devendo ser retificada a

Trabalho entende que a multa do art. 477, § 8º, da CLT, é devida data de admissão do reclamante, bem como reconheceu a rescisão

quando houver reconhecimento em juízo da rescisão indireta do indireta do contrato de trabalho, com extinção do contrato do

contrato de trabalho, visto que a mora salarial ocorreu por culpa da trabalho em 25/11/2017 (já projetados os 42 dias do aviso prévio

empregadora. Sentença mantida neste item. proporcional), e a condenando ao pagamento (nos limites do

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. REDUÇÃO DO PERCENTUAL. pedido) as seguintes parcelas: a) referentes ao período de

NÃO PROVIDO. No caso, entende-se que deve ser mantido o 13/08/2013 a 02/11/2015: diferença de salário em relação ao salário

percentual dos honorários advocatícios sucumbenciais devidos pela mínimo, considerando os salários recebidos de R$300,00, no ano

reclamada de 15% (quinze por cento) incidentes sobre o valor da de 2013, passando a R$400,00, a partir de 2014, férias+1/3, 13º

condenação a ser apurado em liquidação, uma vez que a presente salário, FGTS (8%); b) pagamento de aviso prévio de 42 dias; c)

causa exigiu grau de zelo do profissional, bem como considerando o multa de 40% do FGTS e liberação do FGTS depositado por alvará;

trabalho realizado pelo patrono do obreiro e o tempo despendido na d) multa do art. 477, §8º, da CLT; e) referente a todo o contrato de

lide. Sentença confirmada neste ponto. trabalho (13/08/2013 a 14/10/2017) de 68 horas e 28min, a serem

DA JUSTIÇA GRATUITA. DEFERIMENTO. O §3º do art. 98, do pagas acrescidas de adicional de 50% mensalmente e 40h horas

CPC/2015 estabeleceu a inversão do ônus da prova quanto à laboradas aos domingos a serem pagas com adicional de 100%,

hipossuficiência, cabendo, neste sentido, à parte adversa infirmar, tudo com reflexo em aviso prévio, férias + 1/3, 13º salário e FGTS

mediante prova idônea, a presunção da condição econômica da (8%+40%) e reflexo em RSR.

autora. No caso dos autos, a promovida não apresentou qualquer Em suas razões recursais (ID. ddc15e9), a reclamada alega que o

substrato probatório de suas alegações, razão por que merece ser reclamante não demonstrou satisfatoriamente que teve relação de

reconhecida a presunção da hipossuficiência da obreira. Sentença emprego com a empresa reclamada, no período do dia 01/02/213

mantida neste ponto. ao dia 02/11/2015, consequentemente não demonstrou ter laborado

ÍNDICE DE CORREÇÃO MONETÁRIA PARA ATUALIZAÇÃO em horas extras e não demonstrou não ter tido direito ao Descanso

DOS CRÉDITOS TRABALHISTAS DO OBREIRO NA JUSTIÇA Semana Remunerado - DSR, visto que o autor se encontrava preso

DO TRABALHO. APLICAÇÃO DA MODULAÇÃO TEMPORAL DO em cadeia pública.

TST. TRD X IPCA-E. A liminar concedida na RCL 22012, que Outrossim, aduz a recorrente que se analisando a peça

suspendia os efeitos da decisão do Tribunal Pleno do TST para contestatória da reclamada (ID d5b026c) e os documentos

aplicação do índice IPCA-E foi revogada pela 2ª Turma do E. anexados pela mesma, constata-se que a reclamada negou

Supremo Tribunal Federal. Nessa linha, a teor da Jurisprudência do qualquer tipo de vínculo trabalhista com o reclamante no período de

Tribunal Superior do Trabalho, a correção monetária dos créditos 01/02/2013 a 02/11/2015, portanto, recai sobre o obreiro o ônus de

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 228
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

demonstrar a existência de liame empregatício com a demandada

no período negado. Nesse sentido, a prova testemunhal produzida FUNDAMENTAÇÃO

pelo obreiro na audiência de instrução (ID 1429ee1) se apresentou

frágil, inconsistente e contraditória, em razão das testemunhas não

haverem presenciado o labor diário do reclamante em prol da ADMISSIBILIDADE

empresa reclamada (não eventual), e tampouco soube informar Conheço do recurso ordinário porque presentes os pressupostos de

quem o contratou, quem pagava o seu salário, como era a forma de admissibilidade.

pagamento do salário (onerosidade), quem dava as ordens PRELIMINAR DE OFÍCIO DA INCOMPETÊNCIA MATERIAL DA

(subordinação) e a rotina laboral do reclamante. JUSTIÇA DO TRABALHO REFERENTE AO TRABALHO COMO

Ademais, entende a demandada que ante a validade dos cartões, PRESO

cabia ao reclamante apontar as eventuais horas extras e a ausência

do Descanso Semanal Remunerado - DSR que entendia serem Compulsando-se os autos, percebe-se que parte da controvérsia se

devidas, uma vez que se trata de fato constitutivo de seu direito cinge à apuração da existência ou não de vínculo empregatício

(artigo 818, da Consolidação das Leis do Trabalho c/c 373, inciso I, entre o reclamante e a reclamada, no período de 13/08/2013 a

do novo Código de Processo Civil), ônus do qual não se 02/11/2015.

desincumbiu. Em face da ausência de apontamentos de diferenças, Porém, alega a reclamada por meio da contestação que o

improcede o pedido de pagamento das horas extras com seus reclamante não poderia ser seu empregado nesse período, visto

reflexos e improcedente o DSR. que se encontrava na condição de preso sujeito ao regime semi-

Outrossim, aduz a recorrente que o reclamante não impugnou aberto.

especificamente as frequências anexadas pela empresa reclamada Assiste-lhe razão.

na contestação nos ID's 39308c2, 70402a2, d833561, 3a629ca, O termo de audiência da Justiça Comum (ID. ee8d594 - Pág. 1)

914feff, eb84dca, 4b9e086, bdb5035, 6015790, b28295f, e614d04, comprova que o obreiro encontrava-se na condição de preso no

67cb712, ec994a0, c5efe07, c1764d5, 8465bde, 5c41e17, portanto, regime semi-aberto a partir de 12.08.2013, fato não contestado pelo

é ônus do reclamante demonstrar ter laborado em horas extras e obreiro.

não ter tido direito ao Descanso Semana Remunerado - DSR. Além disso, o art. 28, § 2º, da Lei Nº 7.210/1984, estabelece que o

Além disso, requer a recorrente que seja afastada a multa do art. preso não está submetido ao regime celetista, nestes termos:

477, § 8º, da CLT; que seja redimensionada a condenação em "Art. 28. O trabalho do condenado, como dever social e condição de

Honorários Advocatícios do percentual de 15% (quinze por cento) dignidade humana, terá finalidade educativa e produtiva.

sobre o valor que resultar da liquidação da sentença para 5% (cinco § 1º Aplicam-se à organização e aos métodos de trabalho as

por cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, precauções relativas à segurança e à higiene.

visto que desproporcional e irrazoável; seja afastada a concessão § 2º O trabalho do preso não está sujeito ao regime da

da gratuidade da Justiça ao obreiro; manifestar-se sobre a Consolidação das Leis do Trabalho".

declaração de inconstitucionalidade declarado pelo juízo "a quo" Ademais, a Jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho

concernente a inconstitucionalidade do §7º; do artigo 879; da entende que o preso em regime semi-aberto não é regido pela CLT,

consolidação das leis do trabalho e do § 1°; do artigo 39, da lei n°.: não podendo haver reconhecimento de vínculo de emprego, nos

8.177/91, mantendo-a ou reformando-a, posto que existe matéria termos do art. 28, § 2º, da Lei Nº 7.210/1984, bem como entende

constitucional que merece a devida apreciação pelo tribunal e que não é da competência material da Justiça do

eventual tribunal constitucional (Supremo Tribunal Federal), Trabalhoprocessar e julgar pedidos decorrentes do trabalho

evitando-se julgamentos conflitantes em primeiro grau e respeitando realizado pelo presidiário no cumprimento da pena, conforme se

da jurisprudência dos tribunais superiores. verifica nos seguintes arestos:

Contrarrazões ao recurso ordinário não foram apresentadas pelo "I. AGRAVO. AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE

reclamante, conforme certidão de ID. 38E7dfa. REVISTA. REGIDO PELA LEI 13.015/2014. ACÓRDÃO REGIONAL

Dispensado parecer prévio do Ministério Público do Trabalho, nos NO QUAL DECLARADA A COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO

termos de norma interna deste Tribunal. TRABALHO PARA PROCESSAR E JULGAR AÇÕES QUE

VERSAM SOBRE O LABOR REALIZADO PELO PRESIDIÁRIO NO

CUMPRIMENTO DA PENA E DETERMINADO O RETORNO DOS

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 229
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AUTOS À VARA DE ORIGEM PARA EXAME DOS PEDIDOS natureza interlocutória do acórdão regional, o recurso de revista

DECORRENTES. DECISÃO INTERLOCUTÓRIA. deve ser admitido de imediato, afastando-se a aplicação da Súmula

JURISPRUDÊNCIA DESTA CORTE EM SENTIDO DIVERSO. ADI- 214/TST. Agravo provido. II. AGRAVO DE INSTRUMENTO EM

MC 3684/STF. DECLARAÇÃO DA INCOMPETÊNCIA DESTA RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI

JUSTIÇA ESPECIALIZADA PARA PROCESSAR E JULGAR 13.015/2014. JUSTIÇA DO TRABALHO. INCOMPETÊNCIA PARA

AÇÕES PENAIS. RECORRIBILIDADE IMEDIATA. SÚMULA PROCESSAR E JULGAR AÇÕES QUE VERSAM SOBRE O

214/TST. NÃO APLICAÇÃO. 1. Caso em que o Tribunal Regional LABOR REALIZADO PELO PRESIDIÁRIO NO CUMPRIMENTO DA

reformou a sentença para reconhecer a competência desta Justiça PENA. RELAÇÃO JURÍDICA REGIDA PELA LEI Nº 7.214/84 (LEI

Especializada para processar e julgar o feito, determinando o DE EXECUÇÃO PENAL). ADI-MC 3684/STF. O Tribunal Regional

retorno dos autos à origem para apreciação dos pedidos reformou a sentença para reconhecer a competência desta Justiça

formulados. 2. Na forma do § 1º do artigo 893 da CLT, no âmbito da Especializada para processar e julgar ações que versem acerca do

Justiça do Trabalho, as decisões interlocutórias são irrecorríveis de trabalho realizado pelo presidiário no cumprimento da pena. Ocorre

imediato, admitindo-se o exame do merecimento correspondente que esta Corte Superior tem firmado jurisprudência no sentido de

por ocasião do recurso cabível contra a decisão final proferida. No ser esta Justiça Especializada incompetente para processar e julgar

entanto, por imposição dos princípios da celeridade e da economia feitos decorrentes do trabalho realizado pelo preso no cumprimento

processuais, a jurisprudência desta Corte flexibilizou o rigor da da pena, em razão de a relação ser regida pela Lei de Execução

dicção legal, passando a admitir recursos aviados contra acórdãos Penal (Lei nº 7.214/84). Ademais, o excelso Supremo Tribunal

regionais que resolvem, em caráter interlocutório, capítulos Federal, no julgamento da ADI 3684 MC, em 01/02/2007,

prejudiciais dos litígios e determinam o retorno dos autos à primeira reconheceu a incompetência da Justiça do Trabalho para processar

instância para continuação do julgamento. Essa exceção, no e julgar ações penais. Julgados desta Corte. Possível violação do

entanto, apenas é admissível nas situações em que a questão artigo 114, I, da CF. Agravo de instrumento provido. III. RECURSO

jurídica resolvida, em sede interlocutória, é objeto de pacificação DE REVISTA INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI 13.015/2014.

mediante inscrição em Súmula ou Orientação Jurisprudencial deste JUSTIÇA DO TRABALHO. INCOMPETÊNCIA PARA PROCESSAR

Tribunal Superior do Trabalho. Ainda oportuno admitir essa E JULGAR AÇÕES QUE VERSAM SOBRE O LABOR REALIZADO

recorribilidade imediata nos casos em que contrariada a PELO PRESIDIÁRIO NO CUMPRIMENTO DA PENA. RELAÇÃO

jurisprudência pacífica e reiterada, fixada no sistema de direito JURÍDICA REGIDA PELA LEI Nº 7.214/84 (LEI DE EXECUÇÃO

jurisprudencial inaugurado pelo CPC de 2015 ou ainda quando PENAL). ADI-MC 3684/STF. 1. O Tribunal Regional reformou a

contrária a teses fixadas pelo STF no controle concentrado de sentença para reconhecer a competência desta Justiça

constitucionalidade, em súmulas vinculantes ou repercussão geral. Especializada para processar e julgar ações que versem acerca do

Nesses casos, não se justificaria, evidentemente, permitir a dilação trabalho realizado pelo presidiário durante o cumprimento da pena.

da marcha processual, com a prática - verdadeiramente inútil - de 2. A Lei 7.210/84 (Lei de Execução Penal - LEP), que trata sobre a

atos pelas partes e pelos órgãos judiciários, em clara afronta aos execução da pena do condenado e do internado e da sua

postulados da economia processual (CPC, artigo 125, II), razoável reintegração à sociedade, dispõe acerca do trabalho - interno ou

duração dos processos e eficiência (CF, artigos 5º, LXXVIII, e 37). externo -, realizado pelo presidiário, registrando que possui

3. No presente caso, discute-se a competência da Justiça do finalidade educativa, produtiva e de integração à sociedade. Prevê,

Trabalho para processar e julgar pedidos decorrentes do trabalho ainda, que, além de constituir direito e dever do preso, o trabalho

realizado pelo presidiário no cumprimento da pena. 4. Esta Corte integra a própria pena, estabelecendo, de forma criteriosa, questões

Superior, muito embora ainda não tenha editado verbete sumular ou relativas à remuneração, indenizações, jornada de trabalho,

jurisprudencial acerca do tema, tem firmado jurisprudência no segurança e higiene do ambiente laboral, dentre outras, e

sentido de ser esta Justiça Especializada incompetente para discorrendo, também, que ao trabalho do presidiário não se aplica a

processar e julgar feitos decorrentes do trabalho realizado por Consolidação das Leis do Trabalho. 3. De fato, toda relação

presidiários no cumprimento da pena, em razão de a relação estar estabelecida entre o presidiário e o Estado - estabelecimento

vinculada à Lei de Execução Penal (Lei nº 7.214/84). Ainda, o prisional ou empresa privada autorizada pelo Estado - está regida

excelso Supremo Tribunal Federal, no julgamento da ADI 3684 MC, pela Lei de Execução Penal, ainda que decorra da prestação

em 01/02/2007, reconheceu a incompetência da Justiça do Trabalho laboral, não competindo a esta Justiça Especializada, portanto,

para processar e julgar ações penais. Nesse contexto, a despeito da processar e julgar feitos que versem acerca de pedidos relativos

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aos serviços prestados pelo apenado. 4. Aliás, o excelso Supremo "I. AGRAVO. AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE

Tribunal Federal, no julgamento da ADI 3684 MC, em 01/02/2007, REVISTA. REGIDO PELA LEI 13.015/2014. ACÓRDÃO REGIONAL

reconheceu a incompetência da Justiça do Trabalho para processar NO QUAL DECLARADA A COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO

e julgar ações de natureza penal, firmando que "O disposto no TRABALHO PARA PROCESSAR E JULGAR AÇÕES QUE

artigo 114, incs. I, IV e IX, da Constituição da República, acrescidos VERSAM SOBRE O LABOR REALIZADO PELO PRESIDIÁRIO NO

pela Emenda Constitucional nº 45, não atribui à Justiça do Trabalho CUMPRIMENTO DA PENA E DETERMINADO O RETORNO DOS

competência para processar e julgar ações penais" (STF, ADI 3684 AUTOS À VARA DE ORIGEM PARA EXAME DOS PEDIDOS

MC / DF, Tribunal Pleno, Relator Ministro Cezar Peluso, DJ DECORRENTES. DECISÃO INTERLOCUTÓRIA.

03/08/2007). 5. Refoge, portanto, à competência da Justiça do JURISPRUDÊNCIA DESTA CORTE EM SENTIDO DIVERSO. ADI-

Trabalho processar e julgar as ações penais e, por conseguinte, as MC 3684/STF. DECLARAÇÃO DA INCOMPETÊNCIA DESTA

questões alusivas aos efeitos da pena, dentre elas, os pedidos JUSTIÇA ESPECIALIZADA PARA PROCESSAR E JULGAR

decorrentes do trabalho do presidiário, devidamente regulado pela AÇÕES PENAIS. RECORRIBILIDADE IMEDIATA. SÚMULA

Lei 7.210/84 (Lei de Execução Penal - LEP). Julgados desta Corte. 214/TST. NÃO APLICAÇÃO. 1. Caso em que o Tribunal Regional

Recurso de revista conhecido e provido". (TST - RR: reformou a sentença para reconhecer a competência desta Justiça

10091020115090010, Relator: Douglas Alencar Rodrigues, Data de Especializada para processar e julgar o feito, determinando o

Julgamento: 07/08/2019, 5ª Turma, Data de Publicação: DEJT retorno dos autos à origem para apreciação dos pedidos

09/08/2019). formulados. 2. Na forma do § 1º do artigo 893 da CLT, no âmbito da

"TRABALHO DO PRESO - RECONHECIMENTO DE VÍNCULO DE Justiça do Trabalho, as decisões interlocutórias são irrecorríveis de

EMPREGO - IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA - ART. 28 DA LEI DE imediato, admitindo-se o exame do merecimento correspondente

EXECUÇÃO PENAL. O pedido de reconhecimento de relação por ocasião do recurso cabível contra a decisão final proferida. No

empregatícia, em que o prestador de serviços é réu-preso, encontra entanto, por imposição dos princípios da celeridade e da economia

óbice intransponível na normatização legal em vigor. A Lei de processuais, a jurisprudência desta Corte flexibilizou o rigor da

Execução Penal (Lei nº 7.210/84), ao cuidar do trabalho do réu- dicção legal, passando a admitir recursos aviados contra acórdãos

preso e suas consequências jurídicas, deixa explicitado que não se regionais que resolvem, em caráter interlocutório, capítulos

sujeita à CLT e Legislação Complr (art. 28, § 2º), mas que objetiva, prejudiciais dos litígios e determinam o retorno dos autos à primeira

dentre outros, possibilitar sua recuperação, através de processo instância para continuação do julgamento. Essa exceção, no

socioeducativo e produtivo, para que possa ser reintegrado à entanto, apenas é admissível nas situações em que a questão

sociedade. Por isso mesmo, a contraprestação remuneratória pelo jurídica resolvida, em sede interlocutória, é objeto de pacificação

trabalho que executa não possui o significado técnico-jurídico de mediante inscrição em Súmula ou Orientação Jurisprudencial deste

salário, daí a impossibilidade de se reconhecer, em relação ao Tribunal Superior do Trabalho. Ainda oportuno admitir essa

tomador de seus serviços, um contrato de trabalho com suas recorribilidade imediata nos casos em que contrariada a

consequências trabalhistas. Finalmente, revela ressaltar que seu jurisprudência pacífica e reiterada, fixada no sistema de direito

direito ao trabalho não se altera pelo fato de ter obtido progressão jurisprudencial inaugurado pelo CPC de 2015 ou ainda quando

do regime para semiaberto ou aberto, porque a norma não faz contrária a teses fixadas pelo STF no controle concentrado de

qualquer distinção quanto a forma em que deve cumprir a pena. constitucionalidade, em súmulas vinculantes ou repercussão geral.

Recurso de revista conhecido e não provido. (TST - RR: Nesses casos, não se justificaria, evidentemente, permitir a dilação

909420105030051 90-94.2010.5.03.0051, Relator: Milton de Moura da marcha processual, com a prática - verdadeiramente inútil - de

França, Data de Julgamento: 11/05/2011, 4ª Turma, Data de atos pelas partes e pelos órgãos judiciários, em clara afronta aos

Publicação: DEJT 20/05/2011). postulados da economia processual (CPC, artigo 125, II), razoável

Outrossim, a Jurisprudência dos Tribunais Regionais do Trabalho duração dos processos e eficiência (CF, artigos 5º, LXXVIII, e 37).

tem se manifestado no mesmo sentido de que o preso em regime 3. No presente caso, discute-se a competência da Justiça do

semi-aberto não se encontra sujeito à CLT e, portanto, não há Trabalho para processar e julgar pedidos decorrentes do trabalho

vínculo emprego, bem como entende que não é da competência da realizado pelo presidiário no cumprimento da pena. 4. Esta Corte

Justiça do Trabalho processar e julgar pedidos decorrentes do Superior, muito embora ainda não tenha editado verbete sumular ou

trabalho realizado pelo presidiário no cumprimento da pena, nestes jurisprudencial acerca do tema, tem firmado jurisprudência no

termos: sentido de ser esta Justiça Especializada incompetente para

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processar e julgar feitos decorrentes do trabalho realizado por Consolidação das Leis do Trabalho. 3. De fato, toda relação

presidiários no cumprimento da pena, em razão de a relação estar estabelecida entre o presidiário e o Estado - estabelecimento

vinculada à Lei de Execução Penal (Lei nº 7.214/84). Ainda, o prisional ou empresa privada autorizada pelo Estado - está regida

excelso Supremo Tribunal Federal, no julgamento da ADI 3684 MC, pela Lei de Execução Penal, ainda que decorra da prestação

em 01/02/2007, reconheceu a incompetência da Justiça do Trabalho laboral, não competindo a esta Justiça Especializada, portanto,

para processar e julgar ações penais. Nesse contexto, a despeito da processar e julgar feitos que versem acerca de pedidos relativos

natureza interlocutória do acórdão regional, o recurso de revista aos serviços prestados pelo apenado. 4. Aliás, o excelso Supremo

deve ser admitido de imediato, afastando-se a aplicação da Súmula Tribunal Federal, no julgamento da ADI 3684 MC, em 01/02/2007,

214/TST. Agravo provido. II. AGRAVO DE INSTRUMENTO EM reconheceu a incompetência da Justiça do Trabalho para processar

RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI e julgar ações de natureza penal, firmando que "O disposto no

13.015/2014. JUSTIÇA DO TRABALHO. INCOMPETÊNCIA PARA artigo 114, incs. I, IV e IX, da Constituição da República, acrescidos

PROCESSAR E JULGAR AÇÕES QUE VERSAM SOBRE O pela Emenda Constitucional nº 45, não atribui à Justiça do Trabalho

LABOR REALIZADO PELO PRESIDIÁRIO NO CUMPRIMENTO DA competência para processar e julgar ações penais" (STF, ADI 3684

PENA. RELAÇÃO JURÍDICA REGIDA PELA LEI Nº 7.214/84 (LEI MC / DF, Tribunal Pleno, Relator Ministro Cezar Peluso, DJ

DE EXECUÇÃO PENAL). ADI-MC 3684/STF. O Tribunal Regional 03/08/2007). 5. Refoge, portanto, à competência da Justiça do

reformou a sentença para reconhecer a competência desta Justiça Trabalho processar e julgar as ações penais e, por conseguinte, as

Especializada para processar e julgar ações que versem acerca do questões alusivas aos efeitos da pena, dentre elas, os pedidos

trabalho realizado pelo presidiário no cumprimento da pena. Ocorre decorrentes do trabalho do presidiário, devidamente regulado pela

que esta Corte Superior tem firmado jurisprudência no sentido de Lei 7.210/84 (Lei de Execução Penal - LEP). Julgados desta Corte.

ser esta Justiça Especializada incompetente para processar e julgar Recurso de revista conhecido e provido". (TST - RR:

feitos decorrentes do trabalho realizado pelo preso no cumprimento 10091020115090010, Relator: Douglas Alencar Rodrigues, Data de

da pena, em razão de a relação ser regida pela Lei de Execução Julgamento: 07/08/2019, 5ª Turma, Data de Publicação: DEJT

Penal (Lei nº 7.214/84). Ademais, o excelso Supremo Tribunal 09/08/2019).

Federal, no julgamento da ADI 3684 MC, em 01/02/2007, RECURSO ORDINÁRIO - RELAÇÃO DE EMPREGO. Escapa da

reconheceu a incompetência da Justiça do Trabalho para processar relação de trabalho amparada pela CLT a prestação de serviços

e julgar ações penais. Julgados desta Corte. Possível violação do realizada em cumprimento de pena no regime semiaberto para

artigo 114, I, da CF. Agravo de instrumento provido. III. RECURSO prestar atividades sociolaborativas, nos termos da Lei de Execução

DE REVISTA INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI 13.015/2014. Penal. Em casos tais, por expressa vedação legal, consoante

JUSTIÇA DO TRABALHO. INCOMPETÊNCIA PARA PROCESSAR dicção § 2º da citada lei, não há como se reconhecer o vínculo

E JULGAR AÇÕES QUE VERSAM SOBRE O LABOR REALIZADO empregatício, o que afasta a tese recursal em torno da presença

PELO PRESIDIÁRIO NO CUMPRIMENTO DA PENA. RELAÇÃO dos requisitos caracterizadores do vínculo empregatício. Recurso

JURÍDICA REGIDA PELA LEI Nº 7.214/84 (LEI DE EXECUÇÃO conhecido e improvido". (TRT-7 - RO: 00006795920145070011,

PENAL). ADI-MC 3684/STF. 1. O Tribunal Regional reformou a Relator: CLAUDIO SOARES PIRES, Data de Julgamento:

sentença para reconhecer a competência desta Justiça 22/08/2016, Data de Publicação: 22/08/2016)

Especializada para processar e julgar ações que versem acerca do "VÍNCULO DE EMPREGO - TRABALHO DE PRESO EM REGIME

trabalho realizado pelo presidiário durante o cumprimento da pena. SEMI-ABERTO. O trabalho do preso em regime semi-aberto, por

2. A Lei 7.210/84 (Lei de Execução Penal - LEP), que trata sobre a meio de entidade vinculada a Órgão de Execução Penal, tem

execução da pena do condenado e do internado e da sua caráter educativo e objetiva o seu reingresso no meio social, razão

reintegração à sociedade, dispõe acerca do trabalho - interno ou pela qual, nos termos do artigo 28, caput e § 2º, da Lei n.

externo -, realizado pelo presidiário, registrando que possui 7.210/1984, não há falar em vínculo de emprego. Recurso

finalidade educativa, produtiva e de integração à sociedade. Prevê, desprovido". (TRT-24 00001631920105240007, Relator: ANDRÉ

ainda, que, além de constituir direito e dever do preso, o trabalho LUÍS MORAES DE OLIVEIRA, 1ª TURMA, Data de Publicação:

integra a própria pena, estabelecendo, de forma criteriosa, questões 28/02/2011)

relativas à remuneração, indenizações, jornada de trabalho, "RECURSO ORDINÁRIO DO RECLAMADO. INCOMPETÊNCIA DA

segurança e higiene do ambiente laboral, dentre outras, e JUSTIÇA DO TRABALHO. TRABALHO DO APENADO. LEI DE

discorrendo, também, que ao trabalho do presidiário não se aplica a EXECUÇÃO PENAL. Ainda que o trabalho do presidiário se dê em

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benefício de empresa privada e esteja presente o caráter vez."

econômico da prestação de serviços, prepondera o caráter Assim, conclui-se que o obreiro começou a trabalhar para auferir o

reabilitador e educativo, não estando inserido, portanto, no âmbito benefício previsto na Lei de Execução Penal, para fins de redução

de competência desta Justiça Especializada. Aplicação do art. 28, § da pena.

2º, da Lei nº. 7.210/84". Recurso provido. (TRT-4 - RO: Desta forma, a teor do art. 64, § 1º, do CPC/2015, declara-se de

00200493020185040702, Data de Julgamento: 19/07/2019, 9ª ofício a incompetência material da Justiça do Trabalho para apreciar

Turma). a suposta relação de trabalho entre o autor e a reclamada no

No presente caso, a terceira testemunha do reclamante, Sr JOSE período de 13/08/2013 a 02/11/2015, visto que o reclamante se

MARIA ARAUJO DA SILVA, (ID. 1429ee1) afirmou que o encontrava na condição de preso no regime semi-aberto, regido

reclamante passou a trabalhar a partir de 2013 como cozinheiro na pelo art. 28, § 2º, da Lei Nº 7.210/1984 (Lei de Execução Penal).

Cadeia Pública de Mombaça para remir sua pena, visto que a cada Ademais, afastam-se as condenações decorrentes do

3 dias diminuía um dia da pena, nestes termos: reconhecimento de vínculo de emprego no período clandestino

"Que nunca trabalhou para a reclamada, que trabalha na Cadeia retromencionado, inclusive a prevista no item "a" do dispositivo da

Pública de Mombaça há 08 anos, como ajudante geral, sendo sentença, bem como a retificação da anotação da data de admissão

servidor municipal; que cumpre jornada das 08:00 às 18:00, com do obreiro em sua CTPS, o pagamento de horas extras, RSR, aviso

intervalo de 1 hora, trabalhando em escala de 3 dias seguidos e prévio, FGTS e demais verbas trabalhistas.

folgando nos 3 dias seguintes, sendo que só trabalha durante o dia; MÉRITO

que o reclamante começou a trabalhar na cozinha da cadeia a partir DAS HORAS EXTRAS E DO DSR

de 2013, como cozinheiro, não se recordando a partir de que mês; Aduz a demandada que ante a validade dos cartões, cabia ao

que mesmo no regime fechado, o reclamante já trabalhava para a reclamante apontar as eventuais horas extras e a ausência do

reclamada como cozinheiro na cadeia por que ele estava na Descanso Semanal Remunerado - DSR que entendia serem

remição de pena, trabalhando 3 dias para reduzir 1 dia de pena; que devidas, uma vez que se trata de fato constitutivo de seu direito

a esposa do reclamante também trabalhava na cozinha, sendo que (artigo 818, da Consolidação das Leis do Trabalho c/c 373, inciso I,

ela entrou bem depois dele; que o reclamante e sua esposa do novo Código de Processo Civil), ônus do qual não se

trabalharam até 2017, não sabendo indicar o mês; que o reclamante desincumbiu. Em face da ausência de apontamentos de diferenças,

deixou de trabalhar por que foi afastado por problemas de saúde; improcede o pedido de pagamento das horas extras com seus

que depois disso, ele não voltou a trabalhar mais lá; que a esposa reflexos e improcedente o DSR.

do reclamante foi dispensada no mesmo dia do reclamante; que o Outrossim, aduz a recorrente que o reclamante não impugnou

reclamante recebia salário da empresa na época em que ele estava especificamente as frequências anexadas pela empresa reclamada

no regime fechado, embora não saiba precisar valor nem forma de na contestação nos ID's 39308c2, 70402a2, d833561, 3a629ca,

pagamento; que a esposa dele também recebia salário da empresa, 914feff, eb84dca, 4b9e086, bdb5035, 6015790, b28295f, e614d04,

mas também não sabe precisar valor nem forma de pagamento; que 67cb712, ec994a0, c5efe07, c1764d5, 8465bde, 5c41e17, portanto,

o reclamante e sua esposa cumpriam jornada das 06:00 às 18:00, é ônus do reclamante demonstrar ter laborado em horas extras e

com intervalo de 2 horas para almoço, domingo a domingo, sem não ter tido direito ao Descanso Semana Remunerado - DSR.

folga; que conhece o encarregado da empresa que passava lá (sr. Assiste-lhe razão em parte.

Márcio Gladson), umas 2 vezes por mês; que esse encarregado Ressalte-se que será apreciado a insurgência da reclamada quanto

dava ordens e instruções ao reclamante e à sua esposa, inclusive à condenação nas horas extras e no RSR a partir de 03.11.2015,

no período em que o reclamante estava no regime fechado; que não data de admissão anotada na CTPS do obreiro pela reclamada,

sabe informar a forma de pagamento do reclamante e sua esposa; visto que a partir desta data deixou a condição de preso e passou a

que ela era ajudante de cozinha; que ficou sabendo, mas não tem ser empregado da reclamada.

certeza, que o reclamante se apresentou para trabalhar mas voltou A terceira testemunha do reclamante, Sr. JOSÉ MARIA ARAÚJO

por que ainda estava incapaz por causa do problema de saúde; que DA SILVA, em audiência (ID. 1429Ee1), que laborou durante todo o

não presenciou esse fato; que mesmo nos seus dias de folga, período em que o obreiro trabalhou junto à reclamada, disse que a

costuma frequentar a cadeia por que mora perto de lá; que às vezes jornada de trabalho do reclamante era a seguinte:

nos dias de folga, é chamado para ir lá dar um apoio, o que ocorre "Que o reclamante e sua esposa cumpriam jornada das 06:00 às

de 1 a 2 vezes/semana, demorando cerca de 2 a 3 horas em cada 18:00, com intervalo de 2 horas para almoço, domingo a domingo,

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 233
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sem folga". pagamento, e não ao fato de haver controvérsia sobre a forma de

Assim, entende-se que deve prevalecer o depoimento da terceira extinção da relação de emprego, ou mesmo sobre a própria

testemunha, visto que foi a que laborou durante todo o período do existência do vínculo. Assim, apenas se o empregado der causa à

contrato de trabalho. Ademais, não se pode considerar como mora no pagamento das verbas rescisórias não será devida a

válidas as folhas de ponto acostadas aos autos, visto que o referida multa, o que não se verifica na hipótese. Recurso de revista

reclamante era analfabeto e assinava a folha de frequência com o conhecido e provido". (TST - RR: 7604720165110004, Relator: Dora

polegar, e poderia ser enganado facilmente por quem anotava os Maria da Costa, Data de Julgamento: 26/06/2019, 8ª Turma, Data

horários. de Publicação: DEJT 28/06/2019).

Desta forma, entende-se com base do depoimento da terceira "RECURSO DE REVISTA. RECLAMANTE. MULTA DO ART. 477

testemunha do reclamante que a sua jornada de trabalho semanal DA CLT. RESCISÃO INDIRETA. 1 - A multa do art. 477, § 8º, da

era das 06h às 18h, com intervalo de 2 horas para almoço, domingo CLT, que tem natureza penal de sanção (E-ED-RR-585300-

a domingo, sem folga, isto é, laborava 10 (dez) horas por dia 26.2008.5.12.0035, Ministro Augusto César Leite de Carvalho,

segunda a domingo. DEJT 24/8/2012), fundada em norma cogente que impõe dever à

Portanto, confirma-se a sentença quanto à quantidade de horas empregadora, e não faculdade (E-RR-367-57.2010.5.03.0004,

extras, isto é, fazendo jus a 68 horas e 28min, a serem pagas Ministro Augusto César Leite de Carvalho, DEJT 10/8/2012),

acrescidas de adicional de 50% mensalmente e 40h horas somente não é devida quando houver culpa do empregado pelo

laboradas aos domingos a serem pagas com adicional de 100%, atraso no pagamento das verbas rescisórias (E-RR-67600-

tudo com reflexo em aviso prévio, férias + 1/3, 13º salário e FGTS 20.2005.5.03.0013, Ministro Renato de Lacerda Paiva, DEJT

(8%+40%) e reflexo em RSR. Porém, reduz-se o período da 10/8/2012). 2 - Tratando-se de reconhecimento de rescisão indireta

condenação para o interstício de 03.11.2015 (data de admissão do do contrato de trabalho, não há como se reconhecer a culpa da

obreiro em sua CTPS) a 14/10/2017 (data da rescisão indireta do empregada pela demora no recebimento das verbas rescisórias,

contrato de trabalho). razão pela qual é devido o pagamento da multa do art. 477, § 8º, da

Outrossim, a condenação em horas extras e RSR deverão incidir no CLT. 3 - Recurso de revista a que se dá provimento". (TST - RR:

período do afastamento da licença médica com recebimento de 79300-96.2009.5.01.0501, Relator: Kátia Magalhães Arruda, Data

auxílio-doença pelo INSS, visto que este benefício teria sido pago de Julgamento: 04/09/2013, 6ª Turma, Data de Publicação: DEJT

em maior valor se houvesse a incidência da contribuição 06/09/2013).

previdenciária sobre estas rubricas, fato que prejudicou o obreiro "RECURSO DE REVISTA (...) MULTA DOS ARTS. 467 e 477 DA

por culpa da reclamada. CLT. RESCISÃO INDIRETA. O fato de ter sido reconhecida em

DA MULTA DO ART. 477, DA CLT juízo a rescisão indireta do contrato de trabalho não obsta o

Requer a recorrente que seja afastada a multa do art. 477, § 8º, da deferimento das multas previstas nos arts. 467 e 477 § 8º da CLT,

CLT, tendo em vista a existência de controvérsias, inclusive sobre o mormente quando fica evidenciado que o contrato se resolveu em

vínculo de emprego e sobre a rescisão indireta no dia 13/10/2017, razão de inescusável mora salarial. Recurso de revista conhecido e

somente esclarecidas em juízo, o que não caracteriza a provido." (Processo: RR - 24700-65.2009.5.04.0203 Data de

inobservância do disposto no §6°, da Consolidação das Leis do Julgamento: 15/02/2012, Relator Ministro: Augusto César Leite de

Trabalho. Carvalho, 6ª Turma, Data de Publicação: DEJT 24/02/2012) ;

Não lhe assiste razão. "RECURSO DE REVISTA. MULTA DO ART. 477, § 8º, DA CLT.

A Jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho entende que a RESCISÃO INDIRETA RECONHECIDA NA SENTENÇA. A multa

multa do art. 477, § 8º, da CLT, é devida quando houve do art. 477, § 8º, da CLT é cabível nos casos em que o empregador

reconhecimento em juízo da rescisão indireta do contrato de deixa de efetuar o correto pagamento das verbas rescisórias ao

trabalho. Nesse sentido, vejam-se os seguintes arestos do TST: empregado, ou seja, no prazo definido pelo § 6º do referido

"RECURSO DE REVISTA. MULTA DO ART. 477 DA CLT. dispositivo. Com o cancelamento da OJ 351 da SBDI-1 desta Corte,

RESCISÃO INDIRETA. O Tribunal Regional concluiu que a rescisão não mais subsiste o entendimento de que a fundada controvérsia ou

indireta reconhecida em juízo não enseja a aplicação da multa dúvida sobre as obrigações isentaria o empregador do pagamento

prevista no art. 477, § 8º, da CLT. No entanto, o fato gerador da da multa. Assim, ainda que reconhecida a rescisão indireta somente

referida multa é a inadimplência na quitação das verbas rescisórias, em juízo, cabível a sanção. Recurso de revista conhecido e não

e as sanções previstas se relacionam à pontualidade no provido. (...)" (Processo: RR - 100400-53.2009.5.04.0201 Data de

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Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Julgamento: 15/02/2012, Relator Ministro: Augusto César Leite de IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o

Carvalho, 6ª Turma, Data de Publicação: DEJT 24/02/2012); seu serviço".

"RECURSO DE REVISTA. (...) RESCISÃO INDIRETA. MULTA DO No caso, entende-se que deve ser mantido o percentual dos

ART. 477, § 8º, DA CLT. CABIMENTO. Cabe a multa do art. 477, honorários advocatícios sucumbenciais devidos pela reclamada de

CLT, caso a rescisão indireta diga respeito a reconhecimento de 15% (quinze por cento) incidentes sobre o valor da condenação a

ruptura precedente do contrato, por culpa empresarial - caso dos ser apurado em liquidação, uma vez que a presente causa exigiu

autos. Em tal situação, o atraso rescisório é manifesto. Recurso de grau de zelo do profissional, bem como considerando o trabalho

revista conhecido e provido no aspecto." (Processo: RR - 33100- realizado pelo patrono do obreiro e o tempo despendido na lide.

68.2009.5.04.0203 Data de Julgamento: 08/02/2012, Relator Sentença confirmada neste ponto.

Ministro: Mauricio Godinho Delgado, 6ª Turma, Data de Publicação: DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA

DEJT 24/02/2012). Pleiteia a recorrente que seja afastada a concessão da gratuidade

No presente caso, restou configurada a rescisão indireta do contrato da Justiça do obreiro, sob pena de malferimento ao texto expresso

de trabalho por culpa da empregadora, visto que não permitiu o do artigo 790, §§3° e 4°, da Consolidação das Leis do Trabalho -

retorno do obreiro após o fim da licença-saúde custeada pelo INSS. CLT, pois o reclamante/recorrido não comprovou que recebe salário

Assim, é devida a multa do art. 477, § 8º, da CLT, visto que não igual ou inferior a 40% (quarenta por cento) do limite máximo dos

houve o pagamento das verbas rescisórias por culpa da reclamada. benefícios do Regime Geral de Previdência Social e não comprovou

Portanto, confirma-se a sentença quanto a este ponto. a insuficiência de recursos para o pagamento das custas do

DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS processo

Requer a recorrente que seja redimensionada a condenação em Não lhe assiste razão.

honorários advocatícios do percentual de 15% (quinze por cento) De acordo com o art. 99, § 3.º, do CPC/2015, a declaração de

sobre o valor que resultar da liquidação da sentença para 5% (cinco insuficiência é presumida no caso de pessoa física, nestes termos:

por cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, "§ 3o Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida

visto que desproporcional e irrazoável. exclusivamente por pessoa natural".

Sem razão. Ademais, o §3º do art. 98, do CPC/2015, estabeleceu a inversão do

O art. 791-A, da CLT, fixa o percentual de honorários advocatícios ônus da prova quanto à hipossuficiência, cabendo, neste sentido, à

entre 5% (cinco por cento) e 15% (quinze por cento) sobre o valor parte adversa infirmar, mediante prova idônea, a presunção da

da liquidação da sentença, conforme critérios estabelecidos no §2º, condição econômica do autor.

nestes termos: No caso dos autos, a promovida não apresentou qualquer substrato

"Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão probatório de suas alegações, razão por que merece ser mantida a

devidos honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% sentença vergastada, que declarou a presunção de hipossuficiência

(cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o da parte autora e lhe concedeu os benefícios da Justiça Gratuita.

valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico DA CORREÇÃO MONETÁRIA

obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado Requer a reclamada que haja manifestação sobre a declaração de

da causa. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) inconstitucionalidade manejada pelo juízo "a quo" concernente a

§ 1o Os honorários são devidos também nas ações contra a inconstitucionalidade do §7º, do artigo 879; da CLT, e do § 1°, do

Fazenda Pública e nas ações em que a parte estiver assistida ou artigo 39, da Lei N° 8.177/91, mantendo-a ou reformando-a, visto

substituída pelo sindicato de sua categoria. (Incluído pela Lei nº que existe matéria constitucional que merece a devida apreciação

13.467, de 2017) pelo tribunal e eventual tribunal constitucional (Supremo Tribunal

§ 2o Ao fixar os honorários, o juízo observará: (Incluído pela Lei nº Federal), evitando-se julgamentos conflitantes em primeiro grau e

13.467, de 2017) respeitando-se a jurisprudência dos tribunais superiores.

I - o grau de zelo do profissional; (Incluído pela Lei nº 13.467, de A sentença atacada declarou a inconstitucionalidade do §7º, do art.

2017) 879, da CLT e do § 1º, do art. 39, da Lei nº 8.177/91, para afastar a

II - o lugar de prestação do serviço; (Incluído pela Lei nº 13.467, de aplicação da Taxa Referencial (TR) e adotar como índice de

2017) correção monetária o IPCA-E.

III - a natureza e a importância da causa; (Incluído pela Lei nº Assiste razão parcial à recorrente.

13.467, de 2017) Quanto à matéria da correção monetária, nos autos da ADI nº 4357,

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o Supremo Tribunal Federal declarou a inconstitucionalidade da julgamento das ADIs 4.357, 4.372, 4.400 e 4.425. 2. Ainda na

expressão "índice oficial de remuneração básica da caderneta de mesma ocasião, determinou esta Colenda Corte a modulação dos

poupança" prevista no art. 100, §12º, da CRFB, afastando, assim, a efeitos da decisão, a fim de que os créditos trabalhistas alvos de

aplicação da Taxa Referencial - TR, o que culminou com a execuções judicias fossem corrigidos pelo IPCA-E a contar de 30 de

inconstitucionalidade por arrastamento do art. 1º-F da Lei nº 9.494, junho de 2009 (data posteriormente retificada para 25.3.2015, por

com a redação dada pelo art. 5º da Lei nº 11.960, de 29/06/2009. ocasião do exame de embargos de declaração), observada, porém,

Em decorrência da referida decisão do STF, o Pleno do TST, ao a preservação das situações jurídicas consolidadas resultantes dos

apreciar a Arguição de Inconstitucionalidade nº 479- pagamentos efetuados nos pro- cessos judiciais, em andamento ou

60.2011.5.04.0231, suscitada pelo Min. Cláudio Mascarenhas extintos, em virtude dos quais foi adimplida e extinta a obrigação,

Brandão, por sua vez, declarou a inconstitucionalidade por ainda que parcialmente, sobretudo em decorrência da proteção ao

arrastamento da expressão "equivalente à TRD" presente no art. 39, ato jurídico perfeito (artigos 5º, XXXVI, da Constituição e 6º da Lei

caput, da Lei nº 8.177/91 e acabou dando interpretação conforme a de Introdução ao Direito Brasileiro - LIDB). 3. Em face da relevância

Constituição ao restante da norma e definiu como índice de da matéria e de seus expressivos impactos econômicos, a

atualização monetária dos créditos trabalhistas na Justiça do Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) apresentou ao Excelso

Trabalho o Índice de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA- Supremo Tribunal Federal a Reclamação Constitucional nº 22012,

E) a partir de 30.06.2009, quando entrou em vigor a Lei nº distribuída ao Ministro Dias Toffoli, sobrevindo decisão deferitória de

11.960/2009, que acrescentou o art. 1º-F à Lei nº 9.494/1997, o qual liminar, "para suspender os efeitos da decisão reclamada e da

foi declarado inconstitucional pelo STF. "tabela única" editada pelo CSJT em atenção a ordem nela contida,

O entendimento acerca da aplicação do IPCA-E encontrava-se sem prejuízo do regular trâmite da Ação Trabalhista nº 0000479-

suspenso em face do deferimento, pelo STF, de liminar nos autos 60.2011.5.04.0231, inclusive prazos recursais". 4. Nada obstante,

da Reclamação nº 22.012/RS. Contudo, não mais subsiste a seguindo a jurisprudência consagrada no âmbito da própria

suspensão da decisão do TST conferida liminarmente pelo STF nos Suprema Corte, a Segunda Turma do STF julgou improcedente a

autos da Reclamação 22.012/RS, pois foi julgada improcedente no Reclamação Constitucional nº 22012. Desse modo, viabilizada a

dia 5/12/2017, prevalecendo, desse modo, o julgado do Pleno do retomada dos debates voltados à adoção de critério adequado para

TST no julgamento do processo ArgInc-479-60.2011.5.04.0231, correção dos débitos trabalhistas, deve prevalecer a compreensão

sendo mantida a aplicação do índice oficial de remuneração básica desta Corte, no sentido de que a aplicação do Índice de Preços ao

da caderneta de poupança (TRD) para os débitos trabalhistas Consumidor Amplo Especial (IPCA-E), em detrimento da Taxa

devidos até o dia 24/3/2015, e, após, a partir do dia 25/3/2015, a Referencial Diária (TRD), permite a justa e adequada atualização de

correção deve ser realizada pelo Índice de Preços ao Consumidor débitos trabalhistas, não se cogitando de desrespeito ao julgamento

Amplo Especial (IPCA-E). lavrado nas Ações Diretas de Inconstitucionalidade 4.357 e 4.425.

Esse, ademais, tem sido o entendimento já adotado pela 5. À luz dessas considerações, impõe-se a adoção do IPCA-E para

jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho, conforme as a atualização dos créditos trabalhistas, não apenas sob a

ementas a seguir transcritas: perspectiva da efetiva recomposição do patrimônio dos credores

"RECURSOS DE REVISTA DO BANCO DO BRASIL S.A. e DA trabalhistas, mas como medida de estímulo efetivo ao cumprimento

CAIXA DE PREVIDÊNCIA DOS FUNCIONÁRIOS DO BANCO DO dos direitos sociais por parte de devedores recalcitrantes, que se

BRASIL - PREVI. REGIDOS PELA LEI 13.015/2014. FASE DE valem da Justiça do Trabalho, lamentavelmente, para postergar

CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. MATÉRIA COMUM. indefinidamente suas obrigações. No caso, aplicado pelo Tribunal

CORREÇÃO MONETÁRIA DOS CRÉDITOS TRABALHISTAS. Regional o IPCA-E para a atualização dos débitos trabalhistas,

INCONSTITUCIONALIDADE DO ARTIGO 39 DA LEI 8.177/91. inviável a admissibilidade das revistas. Recursos de revista não

SUSPENSÃO DOS EFEITOS DA DECISÃO. ÍNDICE APLICÁVEL. conhecidos." (TST, Processo: RR - 70-55.2011.5.04.0661 Data de

IPCA-E. 1. Esta Colenda Corte, em julgamento plenário realizado no Julgamento: 06/12/2017, Relator Ministro: Douglas Alencar

dia 04.08.2015, examinou a Arguição de Inconstitucionalidade Rodrigues, 7ª Turma, Data de Publicação: DEJT 15/12/2017).

suscitada pela Egrégia 7ª Turma deste Tribunal, nos autos do AIRR- "RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI Nº

479-60.2011.5.04.0231, e pronunciou a inconstitucionalidade por 13.015/2014. CORREÇÃO MONETÁRIA DO DÉBITO

arrastamento do artigo 39 da Lei 8.177/91, elegendo como TRABALHISTA. TAXA REFERENCIAL (TR).

fundamento a "ratio decidendi" exposta pela Excelsa Corte, no INCONSTITUCIONALIDADE. PRECEDENTE DO SUPREMO

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TRIBUNAL FEDERAL. ADOÇÃO DO ÍNDICE DE PREÇOS AO entre o autor e a reclamada no período de 13/08/2013 a 02/11/2015,

CONSUMIDOR AMPLO ESPECIAL (IPCA-E). 1. Ao concluir o extinguindo sem resolução de mérito os pleitos autorias referente a

julgamento do RE nº 870.947/SE (Relator: Min. LUIZ FUX), em que este interstício, visto que o reclamante se encontrava na condição

se discutia a aplicação de juros de mora e correção monetária nos de preso no regime semi-aberto, regido pelo art. 28, § 2º, da Lei Nº

casos de condenação impostas ao Poder Público, o Tribunal Pleno 7.210/1984 (Lei de Execução Penal) e, por conseguinte, afastar as

do Supremo Tribunal Federal, por maioria, decidiu afastar a condenações decorrentes do reconhecimento de vínculo de

utilização da Taxa Referencial (TR) como índice de atualização dos emprego no período clandestino de 13/08/2013 a 02/11/2015,

débitos judiciais da Fazenda Pública, mesmo em período anterior à inclusive excluir da condenação o item "a" do dispositivo da

expedição de precatório, e adotar o Índice de Preços ao sentença, bem como a retificação da anotação da data de admissão

Consumidor Amplo Especial (IPCA-E). 2. O Tribunal Pleno deste do obreiro em sua CTPS, o pagamento de horas extras, RSR, aviso

Tribunal Superior, nos autos do Proc. ArgInc 479- prévio, FGTS e demais verbas trabalhistas referente a este período.

60.2011.5.04.0231, declarou a inconstitucionalidade da expressão No mérito, dar-lhe parcial provimento para reduzir a condenação em

"equivalentes à TRD", contida no "caput" do artigo 39 da Lei n° horas extras e RSR para o período de 03.11.2015 (data de

8.177/91, e, adotando a técnica de interpretação conforme a admissão do obreiro em sua CTPS) a 14/10/2017 (data da rescisão

Constituição Federal para o texto remanescente do dispositivo indireta do contrato de trabalho), porém, mantém-se a quantidade

impugnado, fixou a variação do Índice de Preços ao Consumidor de 68 horas e 28min a título de horas extras, a serem pagas

Amplo Especial (IPCA-E) como fator de correção a ser utilizado na acrescidas de adicional de 50% mensalmente e 40h horas

tabela de atualização monetária dos débitos trabalhistas na Justiça laboradas aos domingos a serem pagas com adicional de 100%,

do Trabalho. 3. Ao julgar os Embargos de Declaração interpostos tudo com reflexo em aviso prévio, férias + 1/3, 13º salário e FGTS

naqueles autos, esta Corte Superior fixou novos parâmetros para a (8%+40%) e reflexo em RSR. Ademais, determinar que na correção

modulação dos efeitos da decisão, definindo o dia 25/3/2015 como monetária dos créditos trabalhistas devidos ao reclamante seja

o marco inicial para a aplicação da variação do Índice de Preços ao aplicado o índice oficial de remuneração básica da caderneta de

Consumidor Amplo Especial (IPCA-E) como fator de atualização, de poupança (TRD) para os créditos trabalhistas devidos ao autor até o

modo que deve ser mantida a aplicação do índice oficial de dia 24/3/2015, e, a partir do dia 25/3/2015, a correção deve ser

remuneração básica da caderneta de poupança (TRD) para os realizada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo Especial

débitos trabalhistas devidos até o dia 24/3/2015, e, a partir do dia (IPCA-E). Custas pela reclamada no valor de R$ 1.000,00 (um mil

25/3/2015, a correção deve ser realizada pelo Índice de Preços ao reais) calculadas sobre o valor arbitrado de R$ 50.000,00 (cinquenta

Consumidor Amplo Especial (IPCA-E). Recurso de revista mil reais).

conhecido e provido, no particular." (Processo nº TST-RR-351-

51.2014.5.09.0892, Relator Ministro Walmir Oliveira da Costa, Data

de julgamento; 28/02/2018) DISPOSITIVO

Assim sendo, reforma-se a sentença para que seja aplicado o índice

oficial de remuneração básica da caderneta de poupança (TRD)

para os débitos trabalhistas devidos até o dia 24/3/2015, e, a partir ACORDAM OS DESEMBARGADORES DA 2.ª TURMA DO

do dia 25/3/2015, a correção deve ser realizada pelo Índice de TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 7.ª REGIÃO, por

Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E) nos termos da unanimidade, conhecer do recurso ordinário, para, preliminarmente,

Jurisprudência do TST retromencionada. declarar de ofício a incompetência material da Justiça do Trabalho

para apreciar a suposta relação de trabalho entre o autor e a

reclamada no período de 13/08/2013 a 02/11/2015, visto que o

reclamante se encontrava na condição de preso no regime semi-

CONCLUSÃO DO VOTO aberto, regido pelo art. 28, § 2º, da Lei Nº 7.210/1984 (Lei de

Execução Penal) e, por conseguinte, afastar as condenações

decorrentes do reconhecimento de vínculo de emprego no período

Ante o exposto, voto pelo conhecimento do recurso ordinário, para, clandestino de 13/08/2013 a 02/11/2015, inclusive excluir da

preliminarmente, declarar de ofício a incompetência material da condenação o item "a" do dispositivo da sentença, bem como a

Justiça do Trabalho para apreciar a suposta relação de trabalho retificação da anotação da data de admissão do obreiro em sua

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CTPS, o pagamento de horas extras, RSR, aviso prévio, FGTS e

demais verbas trabalhistas referente a este período. No mérito, por FORTALEZA/CE, 27 de fevereiro de 2020.

maioria, parcial provimento ao apelo, para reduzir a condenação em

horas extras e RSR para o período de 03.11.2015 (data de ROMULO DE SOUSA FROTA

admissão do obreiro em sua CTPS) a 14/10/2017 (data da rescisão Diretor de Secretaria

indireta do contrato de trabalho), porém, mantém-se a quantidade


Processo Nº ROT-0000236-24.2018.5.07.0026
de 68 horas e 28min a título de horas extras, a serem pagas Relator FRANCISCO JOSÉ GOMES DA
SILVA
acrescidas de adicional de 50% mensalmente e 40h horas
RECORRENTE C W M COELHO DE ALENCAR
laboradas aos domingos a serem pagas com adicional de 100%, Henrique Garcia Ferreira ADVOGADO(OAB: 22007/CE)
de Souza
tudo com reflexo em aviso prévio, férias + 1/3, 13º salário e FGTS
LEONARDO FEITOSA ADVOGADO(OAB: 23110/CE)
(8%+40%) e reflexo em RSR. Ademais, determinar que na correção ARRAIS MINETE
RECORRIDO JOSE RUBENS VIEIRA DOS SANTOS
monetária dos créditos trabalhistas devidos ao reclamante seja
SAMYR BEZERRA DA ADVOGADO(OAB: 35431/CE)
aplicado o índice oficial de remuneração básica da caderneta de SILVA
FRANCISCO TAITALO ADVOGADO(OAB: 35936/CE)
poupança (TRD) para os créditos trabalhistas devidos ao autor até o MOTA MELO
dia 24/3/2015, e, a partir do dia 25/3/2015, a correção deve ser CUSTOS LEGIS MINISTERIO PUBLICO DO
TRABALHO
realizada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo Especial

(IPCA-E). Custas pela reclamada no valor de R$ 1.000,00 (um mil Intimado(s)/Citado(s):


- JOSE RUBENS VIEIRA DOS SANTOS
reais) calculadas sobre o valor arbitrado de R$ 50.000,00 (cinquenta

mil reais). Vencido o Desembargador Paulo Régis Machado

Botelho, que mantinha a sentença recorrida. Pedido e obtendo a

palavra, o douto representante do Ministério Público do Trabalho, o PODER JUDICIÁRIO


Procurador Regional Francisco Gérson Marques de Lima, sustentou JUSTIÇA DO TRABALHO
que o trabalho realizado pelo trabalhador a empregador, em regime

semi-aberto, não se confunde com o trabalho desenvolvido pelo


EMENTA
presidiário durante a execução da pena, sob o julgo das

formalidades específicas da legislação penal. Então, a

incompetência da Justiça do Trabalho não alcança a primeira


PRELIMINAR DE OFÍCIO DE INCOMPETÊNCIA MATERIAL DA
modalidade, haja vista que é manifesta a relação de trabalho regida
JUSTIÇA DO TRABALHO. PRESO EM REGIME SEMI-ABERTO.
pela CLT. Somente no caso de execução de pena é que a
NÃO REGIDO PELA CLT. RECONHECIMENTO DE VÍNCULO DE
jurisprudência afasta a competência da Justiça do Trabalho, o que
EMPREGO. NÃO POSSIBILIDADE. A teor do art. 64, § 1º, do
não é o caso dos autos. Em razão disso, pugnou pelo
CPC/2015, declara-se de ofício a incompetência material da Justiça
reconhecimento da competência da Justiça do Trabalho no presente
do Trabalho para apreciar a suposta relação de trabalho entre o
caso.
autor e a reclamada no período de 13/08/2013 a 02/11/2015, visto
Participaram do julgamento os Exmos. Srs. Desembargadores
que o reclamante se encontrava na condição de preso no regime
Francisco José Gomes da Silva (Presidente e Relator), Cláudio
semi-aberto, regido pelo art. 28, § 2º, da Lei Nº 7.210/1984 (Lei de
Soares Pires e Paulo Régis Machado Botelho. Presente ainda o(a)
Execução Penal), não estando sujeito à CLT. Sentença alterada
Exmo(a). Sr(a). membro do Ministério Público do Trabalho. Em gozo
neste ponto.
de férias o Exmo. Sr. Desembargador Jefferson Quesado Junior.
HORAS EXTRAS E RSR. REDUÇÃO DO PERÍODO DA
Fortaleza, 28 de outubro de 2019.
CONDENAÇÃO. RECONHECIDO. A teor da prova testemunhal

produzida pelo obreiro, confirma-se a condenação na quantidade de

horas extras e RSR, bem como nos reflexos reconhecidos pela

sentença. Porém, reduz-se o período da condenação das referidas


FRANCISCO JOSÉ GOMES DA SILVA
horas extraordinárias e do RSR para o interstício de 03.11.2015
Desembargador Relator
(data de admissão do obreiro em sua CTPS) a 14/10/2017 (data da

rescisão indireta do contrato de trabalho). Sentença modificada

parcialmente neste item.

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DA MULTA DO ART. 477, § 8º, DA CLT. RESCISÃO INDIRETA. julgou procedentes em parte os pedidos autorais, reconhecendo o

MULTA DEVIDA. A Jurisprudência do Tribunal Superior do vínculo de emprego desde 13/08/2013, devendo ser retificada a

Trabalho entende que a multa do art. 477, § 8º, da CLT, é devida data de admissão do reclamante, bem como reconheceu a rescisão

quando houver reconhecimento em juízo da rescisão indireta do indireta do contrato de trabalho, com extinção do contrato do

contrato de trabalho, visto que a mora salarial ocorreu por culpa da trabalho em 25/11/2017 (já projetados os 42 dias do aviso prévio

empregadora. Sentença mantida neste item. proporcional), e a condenando ao pagamento (nos limites do

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. REDUÇÃO DO PERCENTUAL. pedido) as seguintes parcelas: a) referentes ao período de

NÃO PROVIDO. No caso, entende-se que deve ser mantido o 13/08/2013 a 02/11/2015: diferença de salário em relação ao salário

percentual dos honorários advocatícios sucumbenciais devidos pela mínimo, considerando os salários recebidos de R$300,00, no ano

reclamada de 15% (quinze por cento) incidentes sobre o valor da de 2013, passando a R$400,00, a partir de 2014, férias+1/3, 13º

condenação a ser apurado em liquidação, uma vez que a presente salário, FGTS (8%); b) pagamento de aviso prévio de 42 dias; c)

causa exigiu grau de zelo do profissional, bem como considerando o multa de 40% do FGTS e liberação do FGTS depositado por alvará;

trabalho realizado pelo patrono do obreiro e o tempo despendido na d) multa do art. 477, §8º, da CLT; e) referente a todo o contrato de

lide. Sentença confirmada neste ponto. trabalho (13/08/2013 a 14/10/2017) de 68 horas e 28min, a serem

DA JUSTIÇA GRATUITA. DEFERIMENTO. O §3º do art. 98, do pagas acrescidas de adicional de 50% mensalmente e 40h horas

CPC/2015 estabeleceu a inversão do ônus da prova quanto à laboradas aos domingos a serem pagas com adicional de 100%,

hipossuficiência, cabendo, neste sentido, à parte adversa infirmar, tudo com reflexo em aviso prévio, férias + 1/3, 13º salário e FGTS

mediante prova idônea, a presunção da condição econômica da (8%+40%) e reflexo em RSR.

autora. No caso dos autos, a promovida não apresentou qualquer Em suas razões recursais (ID. ddc15e9), a reclamada alega que o

substrato probatório de suas alegações, razão por que merece ser reclamante não demonstrou satisfatoriamente que teve relação de

reconhecida a presunção da hipossuficiência da obreira. Sentença emprego com a empresa reclamada, no período do dia 01/02/213

mantida neste ponto. ao dia 02/11/2015, consequentemente não demonstrou ter laborado

ÍNDICE DE CORREÇÃO MONETÁRIA PARA ATUALIZAÇÃO em horas extras e não demonstrou não ter tido direito ao Descanso

DOS CRÉDITOS TRABALHISTAS DO OBREIRO NA JUSTIÇA Semana Remunerado - DSR, visto que o autor se encontrava preso

DO TRABALHO. APLICAÇÃO DA MODULAÇÃO TEMPORAL DO em cadeia pública.

TST. TRD X IPCA-E. A liminar concedida na RCL 22012, que Outrossim, aduz a recorrente que se analisando a peça

suspendia os efeitos da decisão do Tribunal Pleno do TST para contestatória da reclamada (ID d5b026c) e os documentos

aplicação do índice IPCA-E foi revogada pela 2ª Turma do E. anexados pela mesma, constata-se que a reclamada negou

Supremo Tribunal Federal. Nessa linha, a teor da Jurisprudência do qualquer tipo de vínculo trabalhista com o reclamante no período de

Tribunal Superior do Trabalho, a correção monetária dos créditos 01/02/2013 a 02/11/2015, portanto, recai sobre o obreiro o ônus de

trabalhistas deve ser realizada mediante a aplicação do índice demonstrar a existência de liame empregatício com a demandada

oficial de remuneração básica da caderneta de poupança (TRD) no período negado. Nesse sentido, a prova testemunhal produzida

para os créditos trabalhistas devidos ao obreiro até o dia 24/3/2015, pelo obreiro na audiência de instrução (ID 1429ee1) se apresentou

e, a partir do dia 25/3/2015, a correção deve ser realizada pelo frágil, inconsistente e contraditória, em razão das testemunhas não

Índice de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E) nos haverem presenciado o labor diário do reclamante em prol da

termos modulação temporal aplicada pela Jurisprudência do TST. empresa reclamada (não eventual), e tampouco soube informar

Sentença reformada parcialmente neste item. quem o contratou, quem pagava o seu salário, como era a forma de

RECURSO CONHECIDO E DADO PROVIMENTO PARCIAL. pagamento do salário (onerosidade), quem dava as ordens

(subordinação) e a rotina laboral do reclamante.

Ademais, entende a demandada que ante a validade dos cartões,

RELATÓRIO cabia ao reclamante apontar as eventuais horas extras e a ausência

do Descanso Semanal Remunerado - DSR que entendia serem

devidas, uma vez que se trata de fato constitutivo de seu direito

Trata-se de recurso ordinário (ID. ddc15e9) interposto pela (artigo 818, da Consolidação das Leis do Trabalho c/c 373, inciso I,

reclamada, CWM COELHO DE ALENCAR, inconformada com a do novo Código de Processo Civil), ônus do qual não se

sentença da MM.° Vara do Trabalho de Iguatu, (ID. 389cd70), que desincumbiu. Em face da ausência de apontamentos de diferenças,

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 239
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improcede o pedido de pagamento das horas extras com seus reclamante não poderia ser seu empregado nesse período, visto

reflexos e improcedente o DSR. que se encontrava na condição de preso sujeito ao regime semi-

Outrossim, aduz a recorrente que o reclamante não impugnou aberto.

especificamente as frequências anexadas pela empresa reclamada Assiste-lhe razão.

na contestação nos ID's 39308c2, 70402a2, d833561, 3a629ca, O termo de audiência da Justiça Comum (ID. ee8d594 - Pág. 1)

914feff, eb84dca, 4b9e086, bdb5035, 6015790, b28295f, e614d04, comprova que o obreiro encontrava-se na condição de preso no

67cb712, ec994a0, c5efe07, c1764d5, 8465bde, 5c41e17, portanto, regime semi-aberto a partir de 12.08.2013, fato não contestado pelo

é ônus do reclamante demonstrar ter laborado em horas extras e obreiro.

não ter tido direito ao Descanso Semana Remunerado - DSR. Além disso, o art. 28, § 2º, da Lei Nº 7.210/1984, estabelece que o

Além disso, requer a recorrente que seja afastada a multa do art. preso não está submetido ao regime celetista, nestes termos:

477, § 8º, da CLT; que seja redimensionada a condenação em "Art. 28. O trabalho do condenado, como dever social e condição de

Honorários Advocatícios do percentual de 15% (quinze por cento) dignidade humana, terá finalidade educativa e produtiva.

sobre o valor que resultar da liquidação da sentença para 5% (cinco § 1º Aplicam-se à organização e aos métodos de trabalho as

por cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, precauções relativas à segurança e à higiene.

visto que desproporcional e irrazoável; seja afastada a concessão § 2º O trabalho do preso não está sujeito ao regime da

da gratuidade da Justiça ao obreiro; manifestar-se sobre a Consolidação das Leis do Trabalho".

declaração de inconstitucionalidade declarado pelo juízo "a quo" Ademais, a Jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho

concernente a inconstitucionalidade do §7º; do artigo 879; da entende que o preso em regime semi-aberto não é regido pela CLT,

consolidação das leis do trabalho e do § 1°; do artigo 39, da lei n°.: não podendo haver reconhecimento de vínculo de emprego, nos

8.177/91, mantendo-a ou reformando-a, posto que existe matéria termos do art. 28, § 2º, da Lei Nº 7.210/1984, bem como entende

constitucional que merece a devida apreciação pelo tribunal e que não é da competência material da Justiça do

eventual tribunal constitucional (Supremo Tribunal Federal), Trabalhoprocessar e julgar pedidos decorrentes do trabalho

evitando-se julgamentos conflitantes em primeiro grau e respeitando realizado pelo presidiário no cumprimento da pena, conforme se

da jurisprudência dos tribunais superiores. verifica nos seguintes arestos:

Contrarrazões ao recurso ordinário não foram apresentadas pelo "I. AGRAVO. AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE

reclamante, conforme certidão de ID. 38E7dfa. REVISTA. REGIDO PELA LEI 13.015/2014. ACÓRDÃO REGIONAL

Dispensado parecer prévio do Ministério Público do Trabalho, nos NO QUAL DECLARADA A COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO

termos de norma interna deste Tribunal. TRABALHO PARA PROCESSAR E JULGAR AÇÕES QUE

VERSAM SOBRE O LABOR REALIZADO PELO PRESIDIÁRIO NO

CUMPRIMENTO DA PENA E DETERMINADO O RETORNO DOS

AUTOS À VARA DE ORIGEM PARA EXAME DOS PEDIDOS

FUNDAMENTAÇÃO DECORRENTES. DECISÃO INTERLOCUTÓRIA.

JURISPRUDÊNCIA DESTA CORTE EM SENTIDO DIVERSO. ADI-

MC 3684/STF. DECLARAÇÃO DA INCOMPETÊNCIA DESTA

ADMISSIBILIDADE JUSTIÇA ESPECIALIZADA PARA PROCESSAR E JULGAR

Conheço do recurso ordinário porque presentes os pressupostos de AÇÕES PENAIS. RECORRIBILIDADE IMEDIATA. SÚMULA

admissibilidade. 214/TST. NÃO APLICAÇÃO. 1. Caso em que o Tribunal Regional

PRELIMINAR DE OFÍCIO DA INCOMPETÊNCIA MATERIAL DA reformou a sentença para reconhecer a competência desta Justiça

JUSTIÇA DO TRABALHO REFERENTE AO TRABALHO COMO Especializada para processar e julgar o feito, determinando o

PRESO retorno dos autos à origem para apreciação dos pedidos

formulados. 2. Na forma do § 1º do artigo 893 da CLT, no âmbito da

Compulsando-se os autos, percebe-se que parte da controvérsia se Justiça do Trabalho, as decisões interlocutórias são irrecorríveis de

cinge à apuração da existência ou não de vínculo empregatício imediato, admitindo-se o exame do merecimento correspondente

entre o reclamante e a reclamada, no período de 13/08/2013 a por ocasião do recurso cabível contra a decisão final proferida. No

02/11/2015. entanto, por imposição dos princípios da celeridade e da economia

Porém, alega a reclamada por meio da contestação que o processuais, a jurisprudência desta Corte flexibilizou o rigor da

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dicção legal, passando a admitir recursos aviados contra acórdãos Penal (Lei nº 7.214/84). Ademais, o excelso Supremo Tribunal

regionais que resolvem, em caráter interlocutório, capítulos Federal, no julgamento da ADI 3684 MC, em 01/02/2007,

prejudiciais dos litígios e determinam o retorno dos autos à primeira reconheceu a incompetência da Justiça do Trabalho para processar

instância para continuação do julgamento. Essa exceção, no e julgar ações penais. Julgados desta Corte. Possível violação do

entanto, apenas é admissível nas situações em que a questão artigo 114, I, da CF. Agravo de instrumento provido. III. RECURSO

jurídica resolvida, em sede interlocutória, é objeto de pacificação DE REVISTA INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI 13.015/2014.

mediante inscrição em Súmula ou Orientação Jurisprudencial deste JUSTIÇA DO TRABALHO. INCOMPETÊNCIA PARA PROCESSAR

Tribunal Superior do Trabalho. Ainda oportuno admitir essa E JULGAR AÇÕES QUE VERSAM SOBRE O LABOR REALIZADO

recorribilidade imediata nos casos em que contrariada a PELO PRESIDIÁRIO NO CUMPRIMENTO DA PENA. RELAÇÃO

jurisprudência pacífica e reiterada, fixada no sistema de direito JURÍDICA REGIDA PELA LEI Nº 7.214/84 (LEI DE EXECUÇÃO

jurisprudencial inaugurado pelo CPC de 2015 ou ainda quando PENAL). ADI-MC 3684/STF. 1. O Tribunal Regional reformou a

contrária a teses fixadas pelo STF no controle concentrado de sentença para reconhecer a competência desta Justiça

constitucionalidade, em súmulas vinculantes ou repercussão geral. Especializada para processar e julgar ações que versem acerca do

Nesses casos, não se justificaria, evidentemente, permitir a dilação trabalho realizado pelo presidiário durante o cumprimento da pena.

da marcha processual, com a prática - verdadeiramente inútil - de 2. A Lei 7.210/84 (Lei de Execução Penal - LEP), que trata sobre a

atos pelas partes e pelos órgãos judiciários, em clara afronta aos execução da pena do condenado e do internado e da sua

postulados da economia processual (CPC, artigo 125, II), razoável reintegração à sociedade, dispõe acerca do trabalho - interno ou

duração dos processos e eficiência (CF, artigos 5º, LXXVIII, e 37). externo -, realizado pelo presidiário, registrando que possui

3. No presente caso, discute-se a competência da Justiça do finalidade educativa, produtiva e de integração à sociedade. Prevê,

Trabalho para processar e julgar pedidos decorrentes do trabalho ainda, que, além de constituir direito e dever do preso, o trabalho

realizado pelo presidiário no cumprimento da pena. 4. Esta Corte integra a própria pena, estabelecendo, de forma criteriosa, questões

Superior, muito embora ainda não tenha editado verbete sumular ou relativas à remuneração, indenizações, jornada de trabalho,

jurisprudencial acerca do tema, tem firmado jurisprudência no segurança e higiene do ambiente laboral, dentre outras, e

sentido de ser esta Justiça Especializada incompetente para discorrendo, também, que ao trabalho do presidiário não se aplica a

processar e julgar feitos decorrentes do trabalho realizado por Consolidação das Leis do Trabalho. 3. De fato, toda relação

presidiários no cumprimento da pena, em razão de a relação estar estabelecida entre o presidiário e o Estado - estabelecimento

vinculada à Lei de Execução Penal (Lei nº 7.214/84). Ainda, o prisional ou empresa privada autorizada pelo Estado - está regida

excelso Supremo Tribunal Federal, no julgamento da ADI 3684 MC, pela Lei de Execução Penal, ainda que decorra da prestação

em 01/02/2007, reconheceu a incompetência da Justiça do Trabalho laboral, não competindo a esta Justiça Especializada, portanto,

para processar e julgar ações penais. Nesse contexto, a despeito da processar e julgar feitos que versem acerca de pedidos relativos

natureza interlocutória do acórdão regional, o recurso de revista aos serviços prestados pelo apenado. 4. Aliás, o excelso Supremo

deve ser admitido de imediato, afastando-se a aplicação da Súmula Tribunal Federal, no julgamento da ADI 3684 MC, em 01/02/2007,

214/TST. Agravo provido. II. AGRAVO DE INSTRUMENTO EM reconheceu a incompetência da Justiça do Trabalho para processar

RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI e julgar ações de natureza penal, firmando que "O disposto no

13.015/2014. JUSTIÇA DO TRABALHO. INCOMPETÊNCIA PARA artigo 114, incs. I, IV e IX, da Constituição da República, acrescidos

PROCESSAR E JULGAR AÇÕES QUE VERSAM SOBRE O pela Emenda Constitucional nº 45, não atribui à Justiça do Trabalho

LABOR REALIZADO PELO PRESIDIÁRIO NO CUMPRIMENTO DA competência para processar e julgar ações penais" (STF, ADI 3684

PENA. RELAÇÃO JURÍDICA REGIDA PELA LEI Nº 7.214/84 (LEI MC / DF, Tribunal Pleno, Relator Ministro Cezar Peluso, DJ

DE EXECUÇÃO PENAL). ADI-MC 3684/STF. O Tribunal Regional 03/08/2007). 5. Refoge, portanto, à competência da Justiça do

reformou a sentença para reconhecer a competência desta Justiça Trabalho processar e julgar as ações penais e, por conseguinte, as

Especializada para processar e julgar ações que versem acerca do questões alusivas aos efeitos da pena, dentre elas, os pedidos

trabalho realizado pelo presidiário no cumprimento da pena. Ocorre decorrentes do trabalho do presidiário, devidamente regulado pela

que esta Corte Superior tem firmado jurisprudência no sentido de Lei 7.210/84 (Lei de Execução Penal - LEP). Julgados desta Corte.

ser esta Justiça Especializada incompetente para processar e julgar Recurso de revista conhecido e provido". (TST - RR:

feitos decorrentes do trabalho realizado pelo preso no cumprimento 10091020115090010, Relator: Douglas Alencar Rodrigues, Data de

da pena, em razão de a relação ser regida pela Lei de Execução Julgamento: 07/08/2019, 5ª Turma, Data de Publicação: DEJT

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09/08/2019). formulados. 2. Na forma do § 1º do artigo 893 da CLT, no âmbito da

"TRABALHO DO PRESO - RECONHECIMENTO DE VÍNCULO DE Justiça do Trabalho, as decisões interlocutórias são irrecorríveis de

EMPREGO - IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA - ART. 28 DA LEI DE imediato, admitindo-se o exame do merecimento correspondente

EXECUÇÃO PENAL. O pedido de reconhecimento de relação por ocasião do recurso cabível contra a decisão final proferida. No

empregatícia, em que o prestador de serviços é réu-preso, encontra entanto, por imposição dos princípios da celeridade e da economia

óbice intransponível na normatização legal em vigor. A Lei de processuais, a jurisprudência desta Corte flexibilizou o rigor da

Execução Penal (Lei nº 7.210/84), ao cuidar do trabalho do réu- dicção legal, passando a admitir recursos aviados contra acórdãos

preso e suas consequências jurídicas, deixa explicitado que não se regionais que resolvem, em caráter interlocutório, capítulos

sujeita à CLT e Legislação Complr (art. 28, § 2º), mas que objetiva, prejudiciais dos litígios e determinam o retorno dos autos à primeira

dentre outros, possibilitar sua recuperação, através de processo instância para continuação do julgamento. Essa exceção, no

socioeducativo e produtivo, para que possa ser reintegrado à entanto, apenas é admissível nas situações em que a questão

sociedade. Por isso mesmo, a contraprestação remuneratória pelo jurídica resolvida, em sede interlocutória, é objeto de pacificação

trabalho que executa não possui o significado técnico-jurídico de mediante inscrição em Súmula ou Orientação Jurisprudencial deste

salário, daí a impossibilidade de se reconhecer, em relação ao Tribunal Superior do Trabalho. Ainda oportuno admitir essa

tomador de seus serviços, um contrato de trabalho com suas recorribilidade imediata nos casos em que contrariada a

consequências trabalhistas. Finalmente, revela ressaltar que seu jurisprudência pacífica e reiterada, fixada no sistema de direito

direito ao trabalho não se altera pelo fato de ter obtido progressão jurisprudencial inaugurado pelo CPC de 2015 ou ainda quando

do regime para semiaberto ou aberto, porque a norma não faz contrária a teses fixadas pelo STF no controle concentrado de

qualquer distinção quanto a forma em que deve cumprir a pena. constitucionalidade, em súmulas vinculantes ou repercussão geral.

Recurso de revista conhecido e não provido. (TST - RR: Nesses casos, não se justificaria, evidentemente, permitir a dilação

909420105030051 90-94.2010.5.03.0051, Relator: Milton de Moura da marcha processual, com a prática - verdadeiramente inútil - de

França, Data de Julgamento: 11/05/2011, 4ª Turma, Data de atos pelas partes e pelos órgãos judiciários, em clara afronta aos

Publicação: DEJT 20/05/2011). postulados da economia processual (CPC, artigo 125, II), razoável

Outrossim, a Jurisprudência dos Tribunais Regionais do Trabalho duração dos processos e eficiência (CF, artigos 5º, LXXVIII, e 37).

tem se manifestado no mesmo sentido de que o preso em regime 3. No presente caso, discute-se a competência da Justiça do

semi-aberto não se encontra sujeito à CLT e, portanto, não há Trabalho para processar e julgar pedidos decorrentes do trabalho

vínculo emprego, bem como entende que não é da competência da realizado pelo presidiário no cumprimento da pena. 4. Esta Corte

Justiça do Trabalho processar e julgar pedidos decorrentes do Superior, muito embora ainda não tenha editado verbete sumular ou

trabalho realizado pelo presidiário no cumprimento da pena, nestes jurisprudencial acerca do tema, tem firmado jurisprudência no

termos: sentido de ser esta Justiça Especializada incompetente para

"I. AGRAVO. AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE processar e julgar feitos decorrentes do trabalho realizado por

REVISTA. REGIDO PELA LEI 13.015/2014. ACÓRDÃO REGIONAL presidiários no cumprimento da pena, em razão de a relação estar

NO QUAL DECLARADA A COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO vinculada à Lei de Execução Penal (Lei nº 7.214/84). Ainda, o

TRABALHO PARA PROCESSAR E JULGAR AÇÕES QUE excelso Supremo Tribunal Federal, no julgamento da ADI 3684 MC,

VERSAM SOBRE O LABOR REALIZADO PELO PRESIDIÁRIO NO em 01/02/2007, reconheceu a incompetência da Justiça do Trabalho

CUMPRIMENTO DA PENA E DETERMINADO O RETORNO DOS para processar e julgar ações penais. Nesse contexto, a despeito da

AUTOS À VARA DE ORIGEM PARA EXAME DOS PEDIDOS natureza interlocutória do acórdão regional, o recurso de revista

DECORRENTES. DECISÃO INTERLOCUTÓRIA. deve ser admitido de imediato, afastando-se a aplicação da Súmula

JURISPRUDÊNCIA DESTA CORTE EM SENTIDO DIVERSO. ADI- 214/TST. Agravo provido. II. AGRAVO DE INSTRUMENTO EM

MC 3684/STF. DECLARAÇÃO DA INCOMPETÊNCIA DESTA RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI

JUSTIÇA ESPECIALIZADA PARA PROCESSAR E JULGAR 13.015/2014. JUSTIÇA DO TRABALHO. INCOMPETÊNCIA PARA

AÇÕES PENAIS. RECORRIBILIDADE IMEDIATA. SÚMULA PROCESSAR E JULGAR AÇÕES QUE VERSAM SOBRE O

214/TST. NÃO APLICAÇÃO. 1. Caso em que o Tribunal Regional LABOR REALIZADO PELO PRESIDIÁRIO NO CUMPRIMENTO DA

reformou a sentença para reconhecer a competência desta Justiça PENA. RELAÇÃO JURÍDICA REGIDA PELA LEI Nº 7.214/84 (LEI

Especializada para processar e julgar o feito, determinando o DE EXECUÇÃO PENAL). ADI-MC 3684/STF. O Tribunal Regional

retorno dos autos à origem para apreciação dos pedidos reformou a sentença para reconhecer a competência desta Justiça

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Especializada para processar e julgar ações que versem acerca do questões alusivas aos efeitos da pena, dentre elas, os pedidos

trabalho realizado pelo presidiário no cumprimento da pena. Ocorre decorrentes do trabalho do presidiário, devidamente regulado pela

que esta Corte Superior tem firmado jurisprudência no sentido de Lei 7.210/84 (Lei de Execução Penal - LEP). Julgados desta Corte.

ser esta Justiça Especializada incompetente para processar e julgar Recurso de revista conhecido e provido". (TST - RR:

feitos decorrentes do trabalho realizado pelo preso no cumprimento 10091020115090010, Relator: Douglas Alencar Rodrigues, Data de

da pena, em razão de a relação ser regida pela Lei de Execução Julgamento: 07/08/2019, 5ª Turma, Data de Publicação: DEJT

Penal (Lei nº 7.214/84). Ademais, o excelso Supremo Tribunal 09/08/2019).

Federal, no julgamento da ADI 3684 MC, em 01/02/2007, RECURSO ORDINÁRIO - RELAÇÃO DE EMPREGO. Escapa da

reconheceu a incompetência da Justiça do Trabalho para processar relação de trabalho amparada pela CLT a prestação de serviços

e julgar ações penais. Julgados desta Corte. Possível violação do realizada em cumprimento de pena no regime semiaberto para

artigo 114, I, da CF. Agravo de instrumento provido. III. RECURSO prestar atividades sociolaborativas, nos termos da Lei de Execução

DE REVISTA INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI 13.015/2014. Penal. Em casos tais, por expressa vedação legal, consoante

JUSTIÇA DO TRABALHO. INCOMPETÊNCIA PARA PROCESSAR dicção § 2º da citada lei, não há como se reconhecer o vínculo

E JULGAR AÇÕES QUE VERSAM SOBRE O LABOR REALIZADO empregatício, o que afasta a tese recursal em torno da presença

PELO PRESIDIÁRIO NO CUMPRIMENTO DA PENA. RELAÇÃO dos requisitos caracterizadores do vínculo empregatício. Recurso

JURÍDICA REGIDA PELA LEI Nº 7.214/84 (LEI DE EXECUÇÃO conhecido e improvido". (TRT-7 - RO: 00006795920145070011,

PENAL). ADI-MC 3684/STF. 1. O Tribunal Regional reformou a Relator: CLAUDIO SOARES PIRES, Data de Julgamento:

sentença para reconhecer a competência desta Justiça 22/08/2016, Data de Publicação: 22/08/2016)

Especializada para processar e julgar ações que versem acerca do "VÍNCULO DE EMPREGO - TRABALHO DE PRESO EM REGIME

trabalho realizado pelo presidiário durante o cumprimento da pena. SEMI-ABERTO. O trabalho do preso em regime semi-aberto, por

2. A Lei 7.210/84 (Lei de Execução Penal - LEP), que trata sobre a meio de entidade vinculada a Órgão de Execução Penal, tem

execução da pena do condenado e do internado e da sua caráter educativo e objetiva o seu reingresso no meio social, razão

reintegração à sociedade, dispõe acerca do trabalho - interno ou pela qual, nos termos do artigo 28, caput e § 2º, da Lei n.

externo -, realizado pelo presidiário, registrando que possui 7.210/1984, não há falar em vínculo de emprego. Recurso

finalidade educativa, produtiva e de integração à sociedade. Prevê, desprovido". (TRT-24 00001631920105240007, Relator: ANDRÉ

ainda, que, além de constituir direito e dever do preso, o trabalho LUÍS MORAES DE OLIVEIRA, 1ª TURMA, Data de Publicação:

integra a própria pena, estabelecendo, de forma criteriosa, questões 28/02/2011)

relativas à remuneração, indenizações, jornada de trabalho, "RECURSO ORDINÁRIO DO RECLAMADO. INCOMPETÊNCIA DA

segurança e higiene do ambiente laboral, dentre outras, e JUSTIÇA DO TRABALHO. TRABALHO DO APENADO. LEI DE

discorrendo, também, que ao trabalho do presidiário não se aplica a EXECUÇÃO PENAL. Ainda que o trabalho do presidiário se dê em

Consolidação das Leis do Trabalho. 3. De fato, toda relação benefício de empresa privada e esteja presente o caráter

estabelecida entre o presidiário e o Estado - estabelecimento econômico da prestação de serviços, prepondera o caráter

prisional ou empresa privada autorizada pelo Estado - está regida reabilitador e educativo, não estando inserido, portanto, no âmbito

pela Lei de Execução Penal, ainda que decorra da prestação de competência desta Justiça Especializada. Aplicação do art. 28, §

laboral, não competindo a esta Justiça Especializada, portanto, 2º, da Lei nº. 7.210/84". Recurso provido. (TRT-4 - RO:

processar e julgar feitos que versem acerca de pedidos relativos 00200493020185040702, Data de Julgamento: 19/07/2019, 9ª

aos serviços prestados pelo apenado. 4. Aliás, o excelso Supremo Turma).

Tribunal Federal, no julgamento da ADI 3684 MC, em 01/02/2007, No presente caso, a terceira testemunha do reclamante, Sr JOSE

reconheceu a incompetência da Justiça do Trabalho para processar MARIA ARAUJO DA SILVA, (ID. 1429ee1) afirmou que o

e julgar ações de natureza penal, firmando que "O disposto no reclamante passou a trabalhar a partir de 2013 como cozinheiro na

artigo 114, incs. I, IV e IX, da Constituição da República, acrescidos Cadeia Pública de Mombaça para remir sua pena, visto que a cada

pela Emenda Constitucional nº 45, não atribui à Justiça do Trabalho 3 dias diminuía um dia da pena, nestes termos:

competência para processar e julgar ações penais" (STF, ADI 3684 "Que nunca trabalhou para a reclamada, que trabalha na Cadeia

MC / DF, Tribunal Pleno, Relator Ministro Cezar Peluso, DJ Pública de Mombaça há 08 anos, como ajudante geral, sendo

03/08/2007). 5. Refoge, portanto, à competência da Justiça do servidor municipal; que cumpre jornada das 08:00 às 18:00, com

Trabalho processar e julgar as ações penais e, por conseguinte, as intervalo de 1 hora, trabalhando em escala de 3 dias seguidos e

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folgando nos 3 dias seguintes, sendo que só trabalha durante o dia; MÉRITO

que o reclamante começou a trabalhar na cozinha da cadeia a partir DAS HORAS EXTRAS E DO DSR

de 2013, como cozinheiro, não se recordando a partir de que mês; Aduz a demandada que ante a validade dos cartões, cabia ao

que mesmo no regime fechado, o reclamante já trabalhava para a reclamante apontar as eventuais horas extras e a ausência do

reclamada como cozinheiro na cadeia por que ele estava na Descanso Semanal Remunerado - DSR que entendia serem

remição de pena, trabalhando 3 dias para reduzir 1 dia de pena; que devidas, uma vez que se trata de fato constitutivo de seu direito

a esposa do reclamante também trabalhava na cozinha, sendo que (artigo 818, da Consolidação das Leis do Trabalho c/c 373, inciso I,

ela entrou bem depois dele; que o reclamante e sua esposa do novo Código de Processo Civil), ônus do qual não se

trabalharam até 2017, não sabendo indicar o mês; que o reclamante desincumbiu. Em face da ausência de apontamentos de diferenças,

deixou de trabalhar por que foi afastado por problemas de saúde; improcede o pedido de pagamento das horas extras com seus

que depois disso, ele não voltou a trabalhar mais lá; que a esposa reflexos e improcedente o DSR.

do reclamante foi dispensada no mesmo dia do reclamante; que o Outrossim, aduz a recorrente que o reclamante não impugnou

reclamante recebia salário da empresa na época em que ele estava especificamente as frequências anexadas pela empresa reclamada

no regime fechado, embora não saiba precisar valor nem forma de na contestação nos ID's 39308c2, 70402a2, d833561, 3a629ca,

pagamento; que a esposa dele também recebia salário da empresa, 914feff, eb84dca, 4b9e086, bdb5035, 6015790, b28295f, e614d04,

mas também não sabe precisar valor nem forma de pagamento; que 67cb712, ec994a0, c5efe07, c1764d5, 8465bde, 5c41e17, portanto,

o reclamante e sua esposa cumpriam jornada das 06:00 às 18:00, é ônus do reclamante demonstrar ter laborado em horas extras e

com intervalo de 2 horas para almoço, domingo a domingo, sem não ter tido direito ao Descanso Semana Remunerado - DSR.

folga; que conhece o encarregado da empresa que passava lá (sr. Assiste-lhe razão em parte.

Márcio Gladson), umas 2 vezes por mês; que esse encarregado Ressalte-se que será apreciado a insurgência da reclamada quanto

dava ordens e instruções ao reclamante e à sua esposa, inclusive à condenação nas horas extras e no RSR a partir de 03.11.2015,

no período em que o reclamante estava no regime fechado; que não data de admissão anotada na CTPS do obreiro pela reclamada,

sabe informar a forma de pagamento do reclamante e sua esposa; visto que a partir desta data deixou a condição de preso e passou a

que ela era ajudante de cozinha; que ficou sabendo, mas não tem ser empregado da reclamada.

certeza, que o reclamante se apresentou para trabalhar mas voltou A terceira testemunha do reclamante, Sr. JOSÉ MARIA ARAÚJO

por que ainda estava incapaz por causa do problema de saúde; que DA SILVA, em audiência (ID. 1429Ee1), que laborou durante todo o

não presenciou esse fato; que mesmo nos seus dias de folga, período em que o obreiro trabalhou junto à reclamada, disse que a

costuma frequentar a cadeia por que mora perto de lá; que às vezes jornada de trabalho do reclamante era a seguinte:

nos dias de folga, é chamado para ir lá dar um apoio, o que ocorre "Que o reclamante e sua esposa cumpriam jornada das 06:00 às

de 1 a 2 vezes/semana, demorando cerca de 2 a 3 horas em cada 18:00, com intervalo de 2 horas para almoço, domingo a domingo,

vez." sem folga".

Assim, conclui-se que o obreiro começou a trabalhar para auferir o Assim, entende-se que deve prevalecer o depoimento da terceira

benefício previsto na Lei de Execução Penal, para fins de redução testemunha, visto que foi a que laborou durante todo o período do

da pena. contrato de trabalho. Ademais, não se pode considerar como

Desta forma, a teor do art. 64, § 1º, do CPC/2015, declara-se de válidas as folhas de ponto acostadas aos autos, visto que o

ofício a incompetência material da Justiça do Trabalho para apreciar reclamante era analfabeto e assinava a folha de frequência com o

a suposta relação de trabalho entre o autor e a reclamada no polegar, e poderia ser enganado facilmente por quem anotava os

período de 13/08/2013 a 02/11/2015, visto que o reclamante se horários.

encontrava na condição de preso no regime semi-aberto, regido Desta forma, entende-se com base do depoimento da terceira

pelo art. 28, § 2º, da Lei Nº 7.210/1984 (Lei de Execução Penal). testemunha do reclamante que a sua jornada de trabalho semanal

Ademais, afastam-se as condenações decorrentes do era das 06h às 18h, com intervalo de 2 horas para almoço, domingo

reconhecimento de vínculo de emprego no período clandestino a domingo, sem folga, isto é, laborava 10 (dez) horas por dia

retromencionado, inclusive a prevista no item "a" do dispositivo da segunda a domingo.

sentença, bem como a retificação da anotação da data de admissão Portanto, confirma-se a sentença quanto à quantidade de horas

do obreiro em sua CTPS, o pagamento de horas extras, RSR, aviso extras, isto é, fazendo jus a 68 horas e 28min, a serem pagas

prévio, FGTS e demais verbas trabalhistas. acrescidas de adicional de 50% mensalmente e 40h horas

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 244
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laboradas aos domingos a serem pagas com adicional de 100%, atraso no pagamento das verbas rescisórias (E-RR-67600-

tudo com reflexo em aviso prévio, férias + 1/3, 13º salário e FGTS 20.2005.5.03.0013, Ministro Renato de Lacerda Paiva, DEJT

(8%+40%) e reflexo em RSR. Porém, reduz-se o período da 10/8/2012). 2 - Tratando-se de reconhecimento de rescisão indireta

condenação para o interstício de 03.11.2015 (data de admissão do do contrato de trabalho, não há como se reconhecer a culpa da

obreiro em sua CTPS) a 14/10/2017 (data da rescisão indireta do empregada pela demora no recebimento das verbas rescisórias,

contrato de trabalho). razão pela qual é devido o pagamento da multa do art. 477, § 8º, da

Outrossim, a condenação em horas extras e RSR deverão incidir no CLT. 3 - Recurso de revista a que se dá provimento". (TST - RR:

período do afastamento da licença médica com recebimento de 79300-96.2009.5.01.0501, Relator: Kátia Magalhães Arruda, Data

auxílio-doença pelo INSS, visto que este benefício teria sido pago de Julgamento: 04/09/2013, 6ª Turma, Data de Publicação: DEJT

em maior valor se houvesse a incidência da contribuição 06/09/2013).

previdenciária sobre estas rubricas, fato que prejudicou o obreiro "RECURSO DE REVISTA (...) MULTA DOS ARTS. 467 e 477 DA

por culpa da reclamada. CLT. RESCISÃO INDIRETA. O fato de ter sido reconhecida em

DA MULTA DO ART. 477, DA CLT juízo a rescisão indireta do contrato de trabalho não obsta o

Requer a recorrente que seja afastada a multa do art. 477, § 8º, da deferimento das multas previstas nos arts. 467 e 477 § 8º da CLT,

CLT, tendo em vista a existência de controvérsias, inclusive sobre o mormente quando fica evidenciado que o contrato se resolveu em

vínculo de emprego e sobre a rescisão indireta no dia 13/10/2017, razão de inescusável mora salarial. Recurso de revista conhecido e

somente esclarecidas em juízo, o que não caracteriza a provido." (Processo: RR - 24700-65.2009.5.04.0203 Data de

inobservância do disposto no §6°, da Consolidação das Leis do Julgamento: 15/02/2012, Relator Ministro: Augusto César Leite de

Trabalho. Carvalho, 6ª Turma, Data de Publicação: DEJT 24/02/2012) ;

Não lhe assiste razão. "RECURSO DE REVISTA. MULTA DO ART. 477, § 8º, DA CLT.

A Jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho entende que a RESCISÃO INDIRETA RECONHECIDA NA SENTENÇA. A multa

multa do art. 477, § 8º, da CLT, é devida quando houve do art. 477, § 8º, da CLT é cabível nos casos em que o empregador

reconhecimento em juízo da rescisão indireta do contrato de deixa de efetuar o correto pagamento das verbas rescisórias ao

trabalho. Nesse sentido, vejam-se os seguintes arestos do TST: empregado, ou seja, no prazo definido pelo § 6º do referido

"RECURSO DE REVISTA. MULTA DO ART. 477 DA CLT. dispositivo. Com o cancelamento da OJ 351 da SBDI-1 desta Corte,

RESCISÃO INDIRETA. O Tribunal Regional concluiu que a rescisão não mais subsiste o entendimento de que a fundada controvérsia ou

indireta reconhecida em juízo não enseja a aplicação da multa dúvida sobre as obrigações isentaria o empregador do pagamento

prevista no art. 477, § 8º, da CLT. No entanto, o fato gerador da da multa. Assim, ainda que reconhecida a rescisão indireta somente

referida multa é a inadimplência na quitação das verbas rescisórias, em juízo, cabível a sanção. Recurso de revista conhecido e não

e as sanções previstas se relacionam à pontualidade no provido. (...)" (Processo: RR - 100400-53.2009.5.04.0201 Data de

pagamento, e não ao fato de haver controvérsia sobre a forma de Julgamento: 15/02/2012, Relator Ministro: Augusto César Leite de

extinção da relação de emprego, ou mesmo sobre a própria Carvalho, 6ª Turma, Data de Publicação: DEJT 24/02/2012);

existência do vínculo. Assim, apenas se o empregado der causa à "RECURSO DE REVISTA. (...) RESCISÃO INDIRETA. MULTA DO

mora no pagamento das verbas rescisórias não será devida a ART. 477, § 8º, DA CLT. CABIMENTO. Cabe a multa do art. 477,

referida multa, o que não se verifica na hipótese. Recurso de revista CLT, caso a rescisão indireta diga respeito a reconhecimento de

conhecido e provido". (TST - RR: 7604720165110004, Relator: Dora ruptura precedente do contrato, por culpa empresarial - caso dos

Maria da Costa, Data de Julgamento: 26/06/2019, 8ª Turma, Data autos. Em tal situação, o atraso rescisório é manifesto. Recurso de

de Publicação: DEJT 28/06/2019). revista conhecido e provido no aspecto." (Processo: RR - 33100-

"RECURSO DE REVISTA. RECLAMANTE. MULTA DO ART. 477 68.2009.5.04.0203 Data de Julgamento: 08/02/2012, Relator

DA CLT. RESCISÃO INDIRETA. 1 - A multa do art. 477, § 8º, da Ministro: Mauricio Godinho Delgado, 6ª Turma, Data de Publicação:

CLT, que tem natureza penal de sanção (E-ED-RR-585300- DEJT 24/02/2012).

26.2008.5.12.0035, Ministro Augusto César Leite de Carvalho, No presente caso, restou configurada a rescisão indireta do contrato

DEJT 24/8/2012), fundada em norma cogente que impõe dever à de trabalho por culpa da empregadora, visto que não permitiu o

empregadora, e não faculdade (E-RR-367-57.2010.5.03.0004, retorno do obreiro após o fim da licença-saúde custeada pelo INSS.

Ministro Augusto César Leite de Carvalho, DEJT 10/8/2012), Assim, é devida a multa do art. 477, § 8º, da CLT, visto que não

somente não é devida quando houver culpa do empregado pelo houve o pagamento das verbas rescisórias por culpa da reclamada.

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Portanto, confirma-se a sentença quanto a este ponto. a insuficiência de recursos para o pagamento das custas do

DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS processo

Requer a recorrente que seja redimensionada a condenação em Não lhe assiste razão.

honorários advocatícios do percentual de 15% (quinze por cento) De acordo com o art. 99, § 3.º, do CPC/2015, a declaração de

sobre o valor que resultar da liquidação da sentença para 5% (cinco insuficiência é presumida no caso de pessoa física, nestes termos:

por cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, "§ 3o Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida

visto que desproporcional e irrazoável. exclusivamente por pessoa natural".

Sem razão. Ademais, o §3º do art. 98, do CPC/2015, estabeleceu a inversão do

O art. 791-A, da CLT, fixa o percentual de honorários advocatícios ônus da prova quanto à hipossuficiência, cabendo, neste sentido, à

entre 5% (cinco por cento) e 15% (quinze por cento) sobre o valor parte adversa infirmar, mediante prova idônea, a presunção da

da liquidação da sentença, conforme critérios estabelecidos no §2º, condição econômica do autor.

nestes termos: No caso dos autos, a promovida não apresentou qualquer substrato

"Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão probatório de suas alegações, razão por que merece ser mantida a

devidos honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% sentença vergastada, que declarou a presunção de hipossuficiência

(cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o da parte autora e lhe concedeu os benefícios da Justiça Gratuita.

valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico DA CORREÇÃO MONETÁRIA

obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado Requer a reclamada que haja manifestação sobre a declaração de

da causa. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) inconstitucionalidade manejada pelo juízo "a quo" concernente a

§ 1o Os honorários são devidos também nas ações contra a inconstitucionalidade do §7º, do artigo 879; da CLT, e do § 1°, do

Fazenda Pública e nas ações em que a parte estiver assistida ou artigo 39, da Lei N° 8.177/91, mantendo-a ou reformando-a, visto

substituída pelo sindicato de sua categoria. (Incluído pela Lei nº que existe matéria constitucional que merece a devida apreciação

13.467, de 2017) pelo tribunal e eventual tribunal constitucional (Supremo Tribunal

§ 2o Ao fixar os honorários, o juízo observará: (Incluído pela Lei nº Federal), evitando-se julgamentos conflitantes em primeiro grau e

13.467, de 2017) respeitando-se a jurisprudência dos tribunais superiores.

I - o grau de zelo do profissional; (Incluído pela Lei nº 13.467, de A sentença atacada declarou a inconstitucionalidade do §7º, do art.

2017) 879, da CLT e do § 1º, do art. 39, da Lei nº 8.177/91, para afastar a

II - o lugar de prestação do serviço; (Incluído pela Lei nº 13.467, de aplicação da Taxa Referencial (TR) e adotar como índice de

2017) correção monetária o IPCA-E.

III - a natureza e a importância da causa; (Incluído pela Lei nº Assiste razão parcial à recorrente.

13.467, de 2017) Quanto à matéria da correção monetária, nos autos da ADI nº 4357,

IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o o Supremo Tribunal Federal declarou a inconstitucionalidade da

seu serviço". expressão "índice oficial de remuneração básica da caderneta de

No caso, entende-se que deve ser mantido o percentual dos poupança" prevista no art. 100, §12º, da CRFB, afastando, assim, a

honorários advocatícios sucumbenciais devidos pela reclamada de aplicação da Taxa Referencial - TR, o que culminou com a

15% (quinze por cento) incidentes sobre o valor da condenação a inconstitucionalidade por arrastamento do art. 1º-F da Lei nº 9.494,

ser apurado em liquidação, uma vez que a presente causa exigiu com a redação dada pelo art. 5º da Lei nº 11.960, de 29/06/2009.

grau de zelo do profissional, bem como considerando o trabalho Em decorrência da referida decisão do STF, o Pleno do TST, ao

realizado pelo patrono do obreiro e o tempo despendido na lide. apreciar a Arguição de Inconstitucionalidade nº 479-

Sentença confirmada neste ponto. 60.2011.5.04.0231, suscitada pelo Min. Cláudio Mascarenhas

DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA Brandão, por sua vez, declarou a inconstitucionalidade por

Pleiteia a recorrente que seja afastada a concessão da gratuidade arrastamento da expressão "equivalente à TRD" presente no art. 39,

da Justiça do obreiro, sob pena de malferimento ao texto expresso caput, da Lei nº 8.177/91 e acabou dando interpretação conforme a

do artigo 790, §§3° e 4°, da Consolidação das Leis do Trabalho - Constituição ao restante da norma e definiu como índice de

CLT, pois o reclamante/recorrido não comprovou que recebe salário atualização monetária dos créditos trabalhistas na Justiça do

igual ou inferior a 40% (quarenta por cento) do limite máximo dos Trabalho o Índice de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-

benefícios do Regime Geral de Previdência Social e não comprovou E) a partir de 30.06.2009, quando entrou em vigor a Lei nº

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 246
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11.960/2009, que acrescentou o art. 1º-F à Lei nº 9.494/1997, o qual liminar, "para suspender os efeitos da decisão reclamada e da

foi declarado inconstitucional pelo STF. "tabela única" editada pelo CSJT em atenção a ordem nela contida,

O entendimento acerca da aplicação do IPCA-E encontrava-se sem prejuízo do regular trâmite da Ação Trabalhista nº 0000479-

suspenso em face do deferimento, pelo STF, de liminar nos autos 60.2011.5.04.0231, inclusive prazos recursais". 4. Nada obstante,

da Reclamação nº 22.012/RS. Contudo, não mais subsiste a seguindo a jurisprudência consagrada no âmbito da própria

suspensão da decisão do TST conferida liminarmente pelo STF nos Suprema Corte, a Segunda Turma do STF julgou improcedente a

autos da Reclamação 22.012/RS, pois foi julgada improcedente no Reclamação Constitucional nº 22012. Desse modo, viabilizada a

dia 5/12/2017, prevalecendo, desse modo, o julgado do Pleno do retomada dos debates voltados à adoção de critério adequado para

TST no julgamento do processo ArgInc-479-60.2011.5.04.0231, correção dos débitos trabalhistas, deve prevalecer a compreensão

sendo mantida a aplicação do índice oficial de remuneração básica desta Corte, no sentido de que a aplicação do Índice de Preços ao

da caderneta de poupança (TRD) para os débitos trabalhistas Consumidor Amplo Especial (IPCA-E), em detrimento da Taxa

devidos até o dia 24/3/2015, e, após, a partir do dia 25/3/2015, a Referencial Diária (TRD), permite a justa e adequada atualização de

correção deve ser realizada pelo Índice de Preços ao Consumidor débitos trabalhistas, não se cogitando de desrespeito ao julgamento

Amplo Especial (IPCA-E). lavrado nas Ações Diretas de Inconstitucionalidade 4.357 e 4.425.

Esse, ademais, tem sido o entendimento já adotado pela 5. À luz dessas considerações, impõe-se a adoção do IPCA-E para

jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho, conforme as a atualização dos créditos trabalhistas, não apenas sob a

ementas a seguir transcritas: perspectiva da efetiva recomposição do patrimônio dos credores

"RECURSOS DE REVISTA DO BANCO DO BRASIL S.A. e DA trabalhistas, mas como medida de estímulo efetivo ao cumprimento

CAIXA DE PREVIDÊNCIA DOS FUNCIONÁRIOS DO BANCO DO dos direitos sociais por parte de devedores recalcitrantes, que se

BRASIL - PREVI. REGIDOS PELA LEI 13.015/2014. FASE DE valem da Justiça do Trabalho, lamentavelmente, para postergar

CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. MATÉRIA COMUM. indefinidamente suas obrigações. No caso, aplicado pelo Tribunal

CORREÇÃO MONETÁRIA DOS CRÉDITOS TRABALHISTAS. Regional o IPCA-E para a atualização dos débitos trabalhistas,

INCONSTITUCIONALIDADE DO ARTIGO 39 DA LEI 8.177/91. inviável a admissibilidade das revistas. Recursos de revista não

SUSPENSÃO DOS EFEITOS DA DECISÃO. ÍNDICE APLICÁVEL. conhecidos." (TST, Processo: RR - 70-55.2011.5.04.0661 Data de

IPCA-E. 1. Esta Colenda Corte, em julgamento plenário realizado no Julgamento: 06/12/2017, Relator Ministro: Douglas Alencar

dia 04.08.2015, examinou a Arguição de Inconstitucionalidade Rodrigues, 7ª Turma, Data de Publicação: DEJT 15/12/2017).

suscitada pela Egrégia 7ª Turma deste Tribunal, nos autos do AIRR- "RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI Nº

479-60.2011.5.04.0231, e pronunciou a inconstitucionalidade por 13.015/2014. CORREÇÃO MONETÁRIA DO DÉBITO

arrastamento do artigo 39 da Lei 8.177/91, elegendo como TRABALHISTA. TAXA REFERENCIAL (TR).

fundamento a "ratio decidendi" exposta pela Excelsa Corte, no INCONSTITUCIONALIDADE. PRECEDENTE DO SUPREMO

julgamento das ADIs 4.357, 4.372, 4.400 e 4.425. 2. Ainda na TRIBUNAL FEDERAL. ADOÇÃO DO ÍNDICE DE PREÇOS AO

mesma ocasião, determinou esta Colenda Corte a modulação dos CONSUMIDOR AMPLO ESPECIAL (IPCA-E). 1. Ao concluir o

efeitos da decisão, a fim de que os créditos trabalhistas alvos de julgamento do RE nº 870.947/SE (Relator: Min. LUIZ FUX), em que

execuções judicias fossem corrigidos pelo IPCA-E a contar de 30 de se discutia a aplicação de juros de mora e correção monetária nos

junho de 2009 (data posteriormente retificada para 25.3.2015, por casos de condenação impostas ao Poder Público, o Tribunal Pleno

ocasião do exame de embargos de declaração), observada, porém, do Supremo Tribunal Federal, por maioria, decidiu afastar a

a preservação das situações jurídicas consolidadas resultantes dos utilização da Taxa Referencial (TR) como índice de atualização dos

pagamentos efetuados nos pro- cessos judiciais, em andamento ou débitos judiciais da Fazenda Pública, mesmo em período anterior à

extintos, em virtude dos quais foi adimplida e extinta a obrigação, expedição de precatório, e adotar o Índice de Preços ao

ainda que parcialmente, sobretudo em decorrência da proteção ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E). 2. O Tribunal Pleno deste

ato jurídico perfeito (artigos 5º, XXXVI, da Constituição e 6º da Lei Tribunal Superior, nos autos do Proc. ArgInc 479-

de Introdução ao Direito Brasileiro - LIDB). 3. Em face da relevância 60.2011.5.04.0231, declarou a inconstitucionalidade da expressão

da matéria e de seus expressivos impactos econômicos, a "equivalentes à TRD", contida no "caput" do artigo 39 da Lei n°

Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) apresentou ao Excelso 8.177/91, e, adotando a técnica de interpretação conforme a

Supremo Tribunal Federal a Reclamação Constitucional nº 22012, Constituição Federal para o texto remanescente do dispositivo

distribuída ao Ministro Dias Toffoli, sobrevindo decisão deferitória de impugnado, fixou a variação do Índice de Preços ao Consumidor

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Amplo Especial (IPCA-E) como fator de correção a ser utilizado na acrescidas de adicional de 50% mensalmente e 40h horas

tabela de atualização monetária dos débitos trabalhistas na Justiça laboradas aos domingos a serem pagas com adicional de 100%,

do Trabalho. 3. Ao julgar os Embargos de Declaração interpostos tudo com reflexo em aviso prévio, férias + 1/3, 13º salário e FGTS

naqueles autos, esta Corte Superior fixou novos parâmetros para a (8%+40%) e reflexo em RSR. Ademais, determinar que na correção

modulação dos efeitos da decisão, definindo o dia 25/3/2015 como monetária dos créditos trabalhistas devidos ao reclamante seja

o marco inicial para a aplicação da variação do Índice de Preços ao aplicado o índice oficial de remuneração básica da caderneta de

Consumidor Amplo Especial (IPCA-E) como fator de atualização, de poupança (TRD) para os créditos trabalhistas devidos ao autor até o

modo que deve ser mantida a aplicação do índice oficial de dia 24/3/2015, e, a partir do dia 25/3/2015, a correção deve ser

remuneração básica da caderneta de poupança (TRD) para os realizada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo Especial

débitos trabalhistas devidos até o dia 24/3/2015, e, a partir do dia (IPCA-E). Custas pela reclamada no valor de R$ 1.000,00 (um mil

25/3/2015, a correção deve ser realizada pelo Índice de Preços ao reais) calculadas sobre o valor arbitrado de R$ 50.000,00 (cinquenta

Consumidor Amplo Especial (IPCA-E). Recurso de revista mil reais).

conhecido e provido, no particular." (Processo nº TST-RR-351-

51.2014.5.09.0892, Relator Ministro Walmir Oliveira da Costa, Data

de julgamento; 28/02/2018) DISPOSITIVO

Assim sendo, reforma-se a sentença para que seja aplicado o índice

oficial de remuneração básica da caderneta de poupança (TRD)

para os débitos trabalhistas devidos até o dia 24/3/2015, e, a partir ACORDAM OS DESEMBARGADORES DA 2.ª TURMA DO

do dia 25/3/2015, a correção deve ser realizada pelo Índice de TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 7.ª REGIÃO, por

Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E) nos termos da unanimidade, conhecer do recurso ordinário, para, preliminarmente,

Jurisprudência do TST retromencionada. declarar de ofício a incompetência material da Justiça do Trabalho

para apreciar a suposta relação de trabalho entre o autor e a

reclamada no período de 13/08/2013 a 02/11/2015, visto que o

reclamante se encontrava na condição de preso no regime semi-

CONCLUSÃO DO VOTO aberto, regido pelo art. 28, § 2º, da Lei Nº 7.210/1984 (Lei de

Execução Penal) e, por conseguinte, afastar as condenações

decorrentes do reconhecimento de vínculo de emprego no período

Ante o exposto, voto pelo conhecimento do recurso ordinário, para, clandestino de 13/08/2013 a 02/11/2015, inclusive excluir da

preliminarmente, declarar de ofício a incompetência material da condenação o item "a" do dispositivo da sentença, bem como a

Justiça do Trabalho para apreciar a suposta relação de trabalho retificação da anotação da data de admissão do obreiro em sua

entre o autor e a reclamada no período de 13/08/2013 a 02/11/2015, CTPS, o pagamento de horas extras, RSR, aviso prévio, FGTS e

extinguindo sem resolução de mérito os pleitos autorias referente a demais verbas trabalhistas referente a este período. No mérito, por

este interstício, visto que o reclamante se encontrava na condição maioria, parcial provimento ao apelo, para reduzir a condenação em

de preso no regime semi-aberto, regido pelo art. 28, § 2º, da Lei Nº horas extras e RSR para o período de 03.11.2015 (data de

7.210/1984 (Lei de Execução Penal) e, por conseguinte, afastar as admissão do obreiro em sua CTPS) a 14/10/2017 (data da rescisão

condenações decorrentes do reconhecimento de vínculo de indireta do contrato de trabalho), porém, mantém-se a quantidade

emprego no período clandestino de 13/08/2013 a 02/11/2015, de 68 horas e 28min a título de horas extras, a serem pagas

inclusive excluir da condenação o item "a" do dispositivo da acrescidas de adicional de 50% mensalmente e 40h horas

sentença, bem como a retificação da anotação da data de admissão laboradas aos domingos a serem pagas com adicional de 100%,

do obreiro em sua CTPS, o pagamento de horas extras, RSR, aviso tudo com reflexo em aviso prévio, férias + 1/3, 13º salário e FGTS

prévio, FGTS e demais verbas trabalhistas referente a este período. (8%+40%) e reflexo em RSR. Ademais, determinar que na correção

No mérito, dar-lhe parcial provimento para reduzir a condenação em monetária dos créditos trabalhistas devidos ao reclamante seja

horas extras e RSR para o período de 03.11.2015 (data de aplicado o índice oficial de remuneração básica da caderneta de

admissão do obreiro em sua CTPS) a 14/10/2017 (data da rescisão poupança (TRD) para os créditos trabalhistas devidos ao autor até o

indireta do contrato de trabalho), porém, mantém-se a quantidade dia 24/3/2015, e, a partir do dia 25/3/2015, a correção deve ser

de 68 horas e 28min a título de horas extras, a serem pagas realizada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo Especial

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 248
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ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)


(IPCA-E). Custas pela reclamada no valor de R$ 1.000,00 (um mil MENDES
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
reais) calculadas sobre o valor arbitrado de R$ 50.000,00 (cinquenta
RECORRENTE CRX COMERCIO DE COSMETICOS E
mil reais). Vencido o Desembargador Paulo Régis Machado BIJUTERIAS LTDA - ME
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
Botelho, que mantinha a sentença recorrida. Pedido e obtendo a MENDES
palavra, o douto representante do Ministério Público do Trabalho, o LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRENTE AL PARTICIPACOES LTDA
Procurador Regional Francisco Gérson Marques de Lima, sustentou
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE)
que o trabalho realizado pelo trabalhador a empregador, em regime SOUSA ARAGÃO
RECORRENTE HNV INDUSTRIA E COMERCIO DE
semi-aberto, não se confunde com o trabalho desenvolvido pelo COSMETICOS LTDA - ME
presidiário durante a execução da pena, sob o julgo das EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE)
SOUSA ARAGÃO
formalidades específicas da legislação penal. Então, a RECORRENTE ALENCARINE COSMETICOS
COMERCIO VAREJISTA E
incompetência da Justiça do Trabalho não alcança a primeira TREINAMENTOS EIRELI
modalidade, haja vista que é manifesta a relação de trabalho regida ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES
pela CLT. Somente no caso de execução de pena é que a LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
jurisprudência afasta a competência da Justiça do Trabalho, o que RECORRENTE LUCHELYS DE ALENCAR MARTINS
EDUARDO FONTENELE ADVOGADO(OAB: 19970/CE)
não é o caso dos autos. Em razão disso, pugnou pelo MOTA
reconhecimento da competência da Justiça do Trabalho no presente RAFFAEL DUTRA LIMA ADVOGADO(OAB: 29332/CE)
RIBEIRO
caso. RECORRENTE ERICA PONTES DE MENESES
Participaram do julgamento os Exmos. Srs. Desembargadores ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES
Francisco José Gomes da Silva (Presidente e Relator), Cláudio LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
Soares Pires e Paulo Régis Machado Botelho. Presente ainda o(a) RECORRENTE HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA
- ME
Exmo(a). Sr(a). membro do Ministério Público do Trabalho. Em gozo ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES
de férias o Exmo. Sr. Desembargador Jefferson Quesado Junior.
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
Fortaleza, 28 de outubro de 2019. RECORRENTE ORIGINAL COMERCIO DE
COSMETICOS LTDA - ME
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRIDO ANDERSON LUID DOS SANTOS
FRANCISCO JOSÉ GOMES DA SILVA SEVERO - ME
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE)
Desembargador Relator SOUSA ARAGÃO
RECORRIDO AL PARTICIPACOES LTDA
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE)
SOUSA ARAGÃO
RECORRIDO MULT DISTRIBUIDORA DE
COSMETICOS LTDA
FORTALEZA/CE, 27 de fevereiro de 2020. EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE)
SOUSA ARAGÃO
RECORRIDO ROBERTO NENDZA - ME
ROMULO DE SOUSA FROTA LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
Diretor de Secretaria ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES
RECORRIDO HNV INDUSTRIA E COMERCIO DE
Processo Nº ROT-0000419-19.2018.5.07.0018 COSMETICOS LTDA - ME
Relator CLAUDIO SOARES PIRES
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE)
RECORRENTE BRC - BRAZIL COSMETICS LTDA SOUSA ARAGÃO
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) RECORRIDO BRC - BRAZIL COSMETICS LTDA
MENDES
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
RECORRENTE MULT DISTRIBUIDORA DE MENDES
COSMETICOS LTDA
RECORRIDO MULTIPLA COMERCIO DE
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE) COSMETICOS LTDA - EPP
SOUSA ARAGÃO
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRENTE JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) MENDES
MENDES
RECORRIDO BELLA COSMETICOS LTDA - EPP
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRENTE ROBERTO NENDZA - ME

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 249
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)


MENDES PROCESSO nº 0000419-19.2018.5.07.0018 (RO)
RECORRIDO HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA RECORRENTE: JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, HELGA
- ME
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) NENDZA SALES & CIA LTDA - ME, ORIGINAL COMERCIO DE
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) COSMÉTICOS LTDA - ME, ERICA PONTES DE MENESES,
MENDES
RECORRIDO LUCHELYS DE ALENCAR MARTINS ALENCARINE COSMÉTICOS COMERCIO VAREJISTA E
RAFFAEL DUTRA LIMA ADVOGADO(OAB: 29332/CE) TREINAMENTOS EIRELI, CRX COMERCIO DE COSMÉTICOS E
RIBEIRO
EDUARDO FONTENELE ADVOGADO(OAB: 19970/CE) BIJUTERIAS LTDA - ME, ROBERTO NENDZA - ME, HNV
MOTA
INDÚSTRIA E COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME, AL
RECORRIDO ORIGINAL COMERCIO DE
COSMETICOS LTDA - ME PARTICIPACOES LTDA, MULT DISTRIBUIDORA DE
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
COSMÉTICOS LTDA, BRC - BRAZIL COSMETICS LTDA,
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES LUCHELYS DE ALENCAR MARTINS
RECORRIDO ALENCARINE COSMETICOS
COMERCIO VAREJISTA E RECORRIDO: LUCHELYS DE ALENCAR MARTINS, VRX
TREINAMENTOS EIRELI
COMERCIO DE COSMÉTICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME,
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) ANDERSON LUID DOS SANTOS SEVERO - ME, BRC - BRAZIL
MENDES
COSMÉTICOS LTDA, MULT DISTRIBUIDORA DE COSMÉTICOS
RECORRIDO CRX COMERCIO DE COSMETICOS E
BIJUTERIAS LTDA - ME LTDA, AL PARTICIPACOES LTDA, HNV INDÚSTRIA E
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME, ROBERTO NENDZA -
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES ME, CRX COMERCIO DE COSMÉTICOS E BIJUTERIAS LTDA -
RECORRIDO J R COMERCIO DE COSMETICOS
LTDA - ME ME, ALENCARINE COSMÉTICOS COMERCIO VAREJISTA E
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) TREINAMENTOS EIRELI, ERICA PONTES DE MENESES, J R
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME, BELLA COSMÉTICOS
RECORRIDO ERICA PONTES DE MENESES LTDA - EPP, MULTIPLA COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA -
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
EPP, ORIGINAL COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME,
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ME, HELGA
RECORRIDO JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME
COSMÉTICOS LTDA - ME, DISTRIBUIDORA HELGA
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) COSMÉTICOS LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR -
MENDES
ME
RECORRIDO DISTRIBUIDORA HELGA
COSMETICOS LTDA - ME RELATOR: FRANCISCO JOSÉ GOMES DA SILVA
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
REDATOR DESIGNADO: CLAUDIO SOARES PIRES
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES
RECORRIDO HELGA COSMETICOS LTDA - ME
EMENTA
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) RECURSO ORDINÁRIO. GRUPO ECONÔMICO.
MENDES
CONFIGURAÇÃO. Confirma-se a sentença de origem que
RECORRIDO VRX COMERCIO DE COSMETICOS E
BIJUTERIAS LTDA - ME reconheceu a formação de grupo econômico entre as empresas
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES demandadas, quando se constata que além da complementaridade
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) entre os objetos sociais destas, há o interesse integrado, a
TERCEIRO JOSE ALENCAR SALES JUNIOR
INTERESSADO comunhão de interesses e a atuação conjunta das empresas dele
TERCEIRO ERICA PONTES DE MENESES integrantes. Recurso conhecido e improvido.
INTERESSADO
RELATÓRIO
Intimado(s)/Citado(s):
Designado para redigir o acórdão, peço vênia para adotar o relatório
- ROBERTO NENDZA - ME
da lavra do Excelentíssimo Desembargador Relator Francisco José

Gomes da Silva, a seguir:

"Trata-se de recurso ordinário ajuizado pela reclamada HNV


PODER JUDICIÁRIO INDUSTRIA E COSMÉTICOS LTDA interposto em face da decisão
JUSTIÇA DO TRABALHO do Juízo da 18ª Vara do Trabalho de Fortaleza (ID. 984dd8d), que

JULGOU a reclamatória PROCEDENTE EM PARTE, para

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 250
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

condenar, SOLIDARIAMENTE, as reclamadas DISTRIBUIDORA emprestada, a qual, por certo, não integra o presente feito.

HELGA COSMÉTICOS LTDA - ME; HELGA COSMÉTICOS LTDA Ressalta, igualmente, que as reportadas transcrições carregam

- ME; HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ME; ORIGINAL relatos fáticos que não integram as razões da exordial, impondo

COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME; MULTIPLA reconhecer a total inovação da lide, em absoluta violação ao art.

COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - EPP; BELLA 141 do CPC/15.

COSMÉTICOS LTDA - EPP; J R COMERCIO DE COSMÉTICOS Em razão do exposto, requer a nulidade da sentença e o retorno

LTDA - ME; JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME; ERICA dos autos para que haja um novo julgamento, desta feita, em

PONTES DE MENESES; ALENCARINE COSMÉTICOS conformidade com o acervo fático-probatório do caso sub examine.

COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS; CRX COMERCIO Adiante, requer o reconhecimento da inépcia do pedido relativo às

DE COSMÉTICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME; VRX COMERCIO parcelas de FGTS + 40%, a extinção do pleito sem resolução de

DE COSMÉTICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME; ROBERTO mérito, à luz do que dispõe o art. 485, I, do CPC/15, sob o

NENDZA - ME; HANOVA INDUSTRIA E COMERCIO DE fundamento de que, a parte recorrida, em sua peça de ingresso,

COSMÉTICOS LTDA - ME; AL PARTICIPACOES LTDA; inobstante tenha somente assentado as datas de ingresso e de

ANDERSON LUID DOS SANTOS SEVERO - ME; MULT dispensa, realizou o pedido correspondente às parcelas de FGTS

DISTRIBUIDORA DE COSMÉTICOS LTDA; BRC - BRAZIL em conjunto com a indenização adicional de 40% sobre o saldo

COSMETICS LTDA a pagar à reclamante LUCHELYS DE fundiário.

ALENCAR MARTINS as seguintes parcelas: a.Saldo de salário (29 No mérito, defende a recorrente, em síntese, a inexistência de

dias); b. Aviso prévio (51 dias); com reflexos no 13º salário e férias; fusão e formação de grupo econômico com o GRUPO HELGA,

c. Férias simples 2016/2017 e proporcionais (8/12 avos), acrescidas sendo indevida a sua responsabilidade solidária pelos créditos

de 1/3 constitucional; d. 13º salário proporcional 2018 (3/12 avos); e. deferidos ao autor na presente reclamação trabalhista.

FGTS + 40%; f. Multa do art. 467 da CLT, incidente sobre os valores Argumenta, em que pese tenha havido, nas redes sociais, um

e parcelas rescisórias constantes no TRCT (ID. 7ad3499), bem anúncio de fusão entre os conglomerados Helga e Hanova, por

como sobre o FGTS não depositado e multa de 40% sobre todos os certo, tal reagrupamento não ocorreu, máxime porque a sucessão

valores devidos a título de FGTS ao longo da contratualidade; g. empresarial somente é possível em face de pessoas jurídicas

Multa do art. 477,§8º da CLT; h. Honorários advocatícios. regularmente constituídas, o que não é o caso dos grupos

A sentença fora complementada pelos aclaratórios de ID. 7081a1b, econômicos, os quais não possuem personalidade jurídica própria,

com o fito de sanear a sentença embargada, determinando a mas tão somente exteriorizam a arregimentação de sociedades que

compensação do valor de R$ 10.710,34, vez que a quantia foi possuam atuação integrante em face da comunhão de interesses, o

recebida pela parte embargada, conforme comprovante de que, também, não retrata o caso dos autos.

transferência bancária de ID. 619A9a4. Esclarece, adiante, que há uma mera relação comercial, havendo

Aduz a recorrente, preliminarmente, que houve cerceamento de total independência entre as empresas do GRUPO HANOVA em

seu direito de defesa, ao argumento de que o juízo, ao adotar relação às componentes do GRUPO HELGA, sendo a recorrente,

integralmente a motivação da sentença proferido na reclamatória mera fornecedora de produtos para o conglomerado empresarial

trabalhista 0000471-51.2018.5.07.0006, construiu o seu HELGA, sem haver contudo, qualquer integração de interesses

entendimento, por consequência, a partir das provas orais ali entre as empresas ou atuação conjunta.

consignadas, mas que, tais elementos probatórios não foram Por fim, requer a reforma da decisão de modo a afastar a

publicizadas à ora recorrente no presente feito, com vistas à inconstitucionalidade declarada de forma incidental do art. 791-A,

garantia do contraditório e da ampla defesa, verificando-se, pois, §4º, da CLT, haja vista inexistir afronta à Carga Magna, mormente

uma patente violação ao que dispõe o art. 312 do CPC/15. porque, nos ditames do art. 133 da Lei Maior, o advogado é

Destaca, em seguida, que os aludidos depoimentos também não indispensável à administração da justiça, e, caso esta Colenda

integram o arcabouço das provas emprestadas acostada aos autos, Turma entenda de modo diverso, que seja observada o art. 97 da

mediante convenção de ambas as partes; que o Juízo a quo utilizou CRFB/1988, o qual prevê a cláusula de reserva de plenário para a

como fundamento da procedência da pretensão autoral, da mera manutenção da declaração de inconstitucionalidade.

cópia de uma transcrição parcial realizada no bojo de uma sentença Após devidamente notificada, a recorrida apresentou suas

proferida em processo paradigma, a qual, por sua vez, utilizou, contrarrazões, conforme documento de ID. 15ffc62.

naquele momento, o depoimento testemunhal na condição de prova A matéria versada no presente recurso dispensa a obrigatoriedade

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 251
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

de parecer prévio da douta PRT (art. 109, do Regimento Interno)" Gonçalves Pita (ID. 984dd8d).

FUNDAMENTAÇÃO Nesse ponto, destaco, inicialmente, que o novo CPC trouxe

ADMISSIBILIDADE permissivo expresso quanto à possibilidade de utilização da prova

Acolhe-se o presente recurso, uma vez que preenchidos os emprestada, desde que observado o contraditório, conforme

requisitos de admissibilidade. previsão no art. 372, que assim dispõe:

PRELIMINARES Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em

Peço vênia para adotar os fundamentos do voto do Excelentíssimo outro processo, atribuindo-lhe o valor que considerar adequado,

Desembargador Relator Francisco José Gomes da Silva, quanto à observado o contraditório".

apreciação das preliminares, nos seguintes termos: Assim, havendo previsão legal para utilização da prova emprestada

"DA NULIDADE DA SENTENÇA- DA UTILIZAÇÃO DA PROVA e, observando que no processo nº 0000471-51.2018.5.07.0006 as

EMPRESTADA - DO ALEGADO CERCEAMENTO DE DEFESA partes foram submetidas ao contraditório e, havendo identidade dos

Aduz a recorrente, preliminarmente, que houve cerceamento de seu fatos probandos nos processos, rejeita-se a alegativa de

direito de defesa, ao argumento de que o juízo, ao adotar cerceamento de defesa.

integralmente a motivação da sentença proferida na reclamatória Quanto a alegativa de que as reportadas transcrições dos

trabalhista 0000471-51.2018.5.07.0006, construiu o seu depoimentos carregam relatos fáticos que não integram as razões

entendimento, a partir das provas orais ali consignadas, mas que, da exordial, não merece acolhida, posto que a causa de pedir da

tais elementos probatórios não foram publicizadas à ora recorrente autora, no que se refere a responsabilidade solidária das acionadas,

no presente feito, com vistas à garantia do contraditório e da ampla trata justamente na alegada formação de grupo econômico entre as

defesa, verificando-se, pois, uma patente violação ao que dispõe o empresas, objeto da prova naqueles autos.

art. 312 do CPC/15. Os depoimentos constantes na prova emprestada utilizada pelo

Destaca, em seguida, que os aludidos depoimentos também não Juízo a quo dizem respeito aos fatos relacionados pela autora, no

integram o arcabouço das provas emprestadas acostada aos autos, que pertine a alegada formação de grupo econômico entre as

mediante convenção de ambas as partes; que o Juízo a quo utilizou acionadas GRUPO HELGA (DISTR IBUIDORA HELGA

como fundamento da procedência da pretensão autoral, da mera COSMETICOS LTDA - ME, HELGA COSMETICOS LTDA - ME,

cópia de uma transcrição parcial realizada no bojo de uma sentença HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ME, ORIGINAL

proferida em processo paradigma, a qual, por sua vez, utilizou, COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, MULTIPLA

naquele momento, o depoimento testemunhal na condição de prova COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - EPP, BELLA

emprestada, a qual, por certo, não integra o presente feito. COSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE COSMETICOS

Ressalta, igualmente, que as reportadas transcrições carregam LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, ERICA

relatos fáticos que não integram as razões da exordial, impondo PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS

reconhecer a total inovação da lide, em absoluta violação ao art. COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX

141 do CPC/15. COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX

Em razão do exposto, requer a nulidade da sentença e o retorno COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME e

dos autos para que haja um novo julgamento, desta feita, em ROBERTO NENDZA - ME) e GRUPO HANOVA - HNV (HANOVA

conformidade com o acervo fático-probatório do caso sub examine. INDUSTRIA E COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, AL

À análise. PARTICIPAÇÕES LTDA, ANDERSON LUID DOS SANTOS

Em audiência de instrução, as Reclamadas requereram a juntada SEVERO - ME e MULT DISTRIBUIDORA DE COSMETICOS

de provas emprestadas, relativo aos depoimentos testemunhais dos LTDA), assim como referem-se as mesmas demandadas, sendo

processos 461-92.2018.5.07.0010, 470-54.2018.5.07.0010 e 471- permitido sua valoração como se houvesse sido produzida

39.2018.5.07.0010 (ID. bae0442, ID. ed35241, ID. 5cd9c24, ID. diretamente nos autos examinados.

8eb6395). Nesse ponto, frise-se, não há vício em virtude de o Juízo ter

O Juízo, ao proferir a sentença, utilizou para o reconhecimento da utilizado a fundamentação da sentença, a qual considerou para

existência de Grupo Econômico entre as acionadas (Grupo Hanova- formação do convencimento da magistrada, depoimentos os quais

Helga) como prova emprestada, os fundamento os lançados na foram respeitados o contraditório quando produzida em processos

sentença prolatada nos autos do processo nº 0000471- judiciais, máxime,quando envolvendo a mesma empresa e quando

51.2018.5.07.0006, de lavra da magistrada Taciana Orlovicin os fatos guardam correlação com os da presente ação.

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 252
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Nesse mesmo entendimento, colaciona-se a atual jurisprudência do sob o fundamento de que, a parte recorrida, em sua peça de

Tribunal Superior do Trabalho, in verbis: ingresso, inobstante tenha somente assentado as datas de ingresso

UTILIZAÇÃO DE PROVA EMPRESTADA. POSSIBILIDADE. e de dispensa, realizou o pedido correspondente às parcelas de

IDENTIDADE FÁTICA. MESMAS RECLAMADAS. FGTS, em conjunto com a indenização adicional de 40% sobre o

DESNECESSIDADE DE PRÉVIA CONCORDÂNCIA DA PARTE saldo fundiário.

CONTRÁRIA. AUSÊNCIA DE CERCEAMENTO DE DEFESA. Sem razão.

NULIDADE PROCESSUAL NÃO CONFIGURADA. Esta Corte O processo trabalhista é regido pelo princípio da simplicidade das

admite a utilização da prova emprestada, desde que haja a formas, consagrado no art. 840, § 1º, da CLT, segundo o qual basta

identidade dos fatos considerados no documento emprestado e no uma breve exposição dos fatos para se considerar apta a exordial.

caso em julgamento, assim como ocorrido nesta hipótese, em que o Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal.

Regional registrou que"a prova emprestada foi produzida em § 1º - Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do

processo judicial que envolvia as mesmas rés da presente ação, Presidente da Junta, ou do juiz de direito a quem for dirigida, a

tendo sido observadas as formalidades estabelecidas em lei para a qualificação do reclamante e do reclamado, uma breve exposição

sua produção, bem como o princípio do contraditório. Segundo, dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, a data e a assinatura

porque os fatos a serem comprovados guardam correlação com os do reclamante ou de seu representante.

da presente ação. Terceiro, porque a referida prova emprestada foi § 1o Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do

valorada pelo Juízo segundo o princípio do livre convencimento juízo, a qualificação das partes, a breve exposição dos fatos de que

motivado, em conjunto com as demais provas dos autos". resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser certo, determinado e

Importante salientar também que a utilização de prova emprestada com indicação de seu valor, a data e a assinatura do reclamante ou

não está condicionada à prévia anuência e concordância das de seu representante. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

partes. Assim, a mera alegação da reclamada de que não § 2º - Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em 2 (duas)

concordou com a utilização de prova emprestada não é suficiente vias datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no

para inviabilizar a sua utilização nestes autos. Precedentes. que couber, o disposto no parágrafo anterior.

Recurso de revista não conhecido" (TST, ARR - 3600- § 2o Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em duas vias

29.2010.5.12.0031 Data de Julgamento: 15/02/2017, Relator datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no que

Ministro: José Roberto Freire Pimenta, 2ª Turma, Data de couber, o disposto no § 1o deste artigo. (Redação dada pela Lei nº

Publicação: DEJT 17/02/2017). 13.467, de 2017)

"B) RECURSO DE REVISTA. 1. NULIDADE DA SENTENÇA. § 3o Os pedidos que não atendam ao disposto no § 1o deste artigo

CERCEAMENTO DE DEFESA. UTILIZAÇÃO DE PROVA serão julgados extintos sem resolução do mérito. (Incluído pela Lei

EMPRESTADA SEM ANUÊNCIA. O Regional entendeu que a nº 13.467, de 2017)

utilização de prova emprestada consubstanciada em certidão de Como se observa, a Lei n. 13.467/17 fez referência expressa aos

averiguação produzida em outros autos, no qual a reclamada figura requisitos da petição inicial trabalhista, dispondo no § 1º do art. 840

como parte, não configura cerceamento de defesa, ante a da CLT que o pedido deva "ser certo, determinado e com indicação

semelhança fática existente entre os processos, assim como da de seu valor".

observância do contraditório e da ampla defesa. Com efeito, esta No caso, em relação ao pedido de pagamento do FGTS e multa

Corte tem se posicionado no sentido de ser possível a utilização da rescisória, o reclamante fez pedido certo, determinado e com

prova emprestada, não sendo imprescindível a anuência da parte indicação do valores pois da sua causa de pedir, entende-se

adversa. Recurso de revista não conhecido" (TST, RR - 940- logicamente que o autor fora demitido sem justa causa e sem

27.2013.5.18.0181 Data de Julgamento: 09/11/2016, Relatora recebimento de suas verbas rescisórias, fato este, incontroverso

Ministra: Dora Maria da Costa, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT nos autos.

11/11/2016). Na narrativa dos fatos, o acionante afirmou que ingressou na

Preliminar rejeitada. reclamada no dia 01/08/2010, para exercer a função de gerente,

INÉPCIA DA INICIAL sendo demitida sem justa causa em 29/03/2018; que o último

Requer o Recorrente, o reconhecimento da inépcia do pedido salário percebido foi de R$ 3.200,00 (três mil e duzentos reais); que

relativo às parcelas de FGTS + 40%, e a extinção do pleito sem quando de sua demissão não recebeu qualquer valor, assim como

resolução de mérito, à luz do que dispõe o art. 485, I, do CPC/15, não fora liberado Seguro Desemprego e FGTS, motivo pelo qual

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 253
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

pleiteia a liberação dos mesmos em sede de tutela antecipada; que LTDA - ME, AL PARTICIPAÇÕES LTDA, ANDERSON LUID DOS

o FGTS se encontra depositado apenas de forma parcial, apenas o SANTOS SEVERO - ME e MULT DISTRIBUIDORA DE

valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais). COSMETICOS LTDA), à época todas dirigidas pelos sócios

Em seguida, requereu que, Tendo em vista os argumentos jurídicos Anderson Luid Santos Severo e Aline Cristina Silva Souza Severo.

apresentados, ajuíza-se a presente Reclamação Trabalhista no Sustenta que, a partir de julho de 2017, independentemente do

intuito de serem satisfeitos todos os direitos da reclamante, quais cumprimento das obrigações legais para efetivação da fusão, qual

sejam: Saldo Salário, Aviso Prévio de 51 dias, 13º salário e férias seja a extinção das pessoas jurídicas da empresa incorporada com

sobre aviso prévio, FGTS sobre rescisão, 13º salário proporcional o surgimento de uma nova, tal fusão de fato ocorreu e todos os

3/12 de 2018, férias simples 2016/2017 e proporcionais 2017/2018 empregados passaram à subordinação do Grupo Hanova-Helga, o

todas acrescidas do terço constitucional, FGTS e multa de 40%. qual configura grupo econômico por coordenação, impondo a

Em relação ao rol dos pedidos, o autor requereu a condenação da responsabilização solidária entre as empresas do grupo. Entende

reclamada ao pagamento das verbas rescisórias, incluindo FGTS E que a fusão entre as empresas com a criação, em outubro de 2017,

MULTA DE 40% DO FGTS. da empresa MULT DISTRIBUIDORA DE COSMÉTICOS (de que

Em decorrência do princípio da simplicidade, que norteia o processo eram sócios o filho dos sócios do Grupo Helga e a mãe do sócio do

trabalhista, o qual não sofreu alterações com a Lei nº 13.467, de Grupo Hanova), teria como única finalidade ocultar os sócios de fato

2017, a petição inicial ora em análise preencheu os requisitos do da nova empresa e ainda o de conseguir nova linha de crédito na

art. 840 , da CLT, a qual, frise-se, não dificultou a defesa das praça. Postula, caso não se conclua pela existência de grupo

acionadas. econômico, que se reconheça a sucessão empresarial de todas as

Rejeita-se." empresas do Grupo Helga por HNV INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE

DO MÉRITO COSMÉTICOS LTDA. Alega, ainda, que a empresa BRC BRAZIL

GRUPO ECONÔMICO. CONFIGURAÇÃO. COSMÉTICOS LTDA adquiriu em Recuperação Judicial os direitos

A sentença reconheceu o grupo econômico entre as empresas da marca mista "Helga" por cinco anos, sem jamais exercer

demandadas, consoante os seguintes fundamentos: qualquer gerência direta, pois o Sr. José Alencar Sales Júnior

"Diante da identidade da matéria (fática e jurídica), adoto continuou a exercer a direção, gerência e coordenação das

integralmente os fundamentos lançados na brilhante sentença empresas. Por essa razão, pretende a responsabilização solidária

prolatada nos autos da 0000471-51.2018.5.07.0006, de lavra da da ré BRC BRAZIL COSMÉTICOS LTDA, uma vez identificada a

magistrada Taciana Orlovicin Gonçalves Pita, acerca da fraude ocorrida e a evidente direção do efetivo sócio do Grupo

responsabilidade das empresas demandadas, nos termos a seguir: Helga.

'Afirma a parte reclamante que as empresas que compõem o antigo Em suas contestações, as rés negam a formação de grupo

GRUPO HELGA (DISTRIBUIDORA HELGA COSMETICOS LTDA - econômico entre as empresas do Grupo Helga e Hanova As

ME, HELGA COSMETICOS LTDA - ME, HELGA NENDZA SALES reclamadas DISTRIBUIDORA HELGA COSMETICOS LTDA - ME,

& CIA LTDA - ME, ORIGINAL COMERCIO DE COSMETICOS HELGA COSMETICOS LTDA - ME, HELGA NENDZA SALES & CIA

LTDA - ME, MULTIPLA COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - LTDA - ME, ORIGINAL COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME,

EPP, BELLA COSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE MULTIPLA COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - EPP,

COSMETICOS LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, BELLACOSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE

ERICA PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS COSMETICOS LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME,

COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX ERICA PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME e COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX

ROBERTO NENDZA - ME) são dirigidas e coordenadas pelos COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME,

sócios José Alencar Sales Júnior e Érica Pontes de Meneses. Alega ROBERTO NENDZA - ME (1ª a 13ª reclamadas), não refutam o

que, em meados de 2017, os sócios do Grupo Helga iniciaram grupo econômico entre si, tendo contestado a formação de grupo

negociações para fusão com o Grupo Hanova (HNV), fusão de com as empresas do Grupo HANOVA (14ª a 16ª reclamadas), com

empresas esta que foi oficialmente tornada pública em julho de a MULT DISTRIBUIDORA (17ª reclamada) e com a BCR (18ª

2017, expondo o rol de empresas que compõem o Grupo Hanova - reclamada), alegando que o grupo HANOVA tem como objeto social

HNV (HANOVA INDUSTRIA E COMERCIO DE COSMETICOS a produção de produtos de beleza, e que inexiste hierarquia e/ou

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coordenação entre as empresas. Sustenta que a BCR está sob a Grupo Helga com aquelas do Grupo Hanova (HNV), com

égide da Lei 11.101//05, tendo comprado o direito de utilização da fundamento na expansão e aquisições realizadas pelo grupo

marca "Helga" por cinco anos. HANOVA, podendo se perceber que nas fotos, aparece o diretor do

As reclamadas HANOVA INDUSTRIA E COMERCIO DE grupo HANOVA, o qual veste camisa com o nome HELGA NOVO

COSMETICOS LTDA - ME e ANDERSON LUID DOS SANTOS TEMPO e ainda uma figura que demonstra a junção de duas peças

SEVERO - ME reconhecem o grupo entre si e negam a formação de de quebra-cabeça nas quais constam os nomes dos dois grupos

grupo com as demais reclamadas, noticiando que são fornecedoras HANOVA e HELGA. Em que pese não haver alterações nas

de produtos à rede varejista, sendo uma das principais, o grupo estruturas das empresas formadoras dos grupos, resta claro que

HELGA, não tendo havido a fusão alegada, apenas relação houve uma intensa comunhão de interesses

fornecedor-cliente. Informam, ainda, que os fundos de comércio de econômicos/profissionais entre as empresas formadoras dos dois

empresas do Grupo Helga foram alienados por seus sócios- grupos. De acordo com a Lei 13.467/2017 são requisitos para a

proprietários da Helga para a empresa DX GROUP configuração do grupo econômico: a demonstração do interesse

PARTICIPAÇÕES E INVESTIMENTOS LTDA, que, por sua vez, integrado, a efetiva comunhão de interesses e a atuação conjunta

não possuiria qualquer ligação com o Grupo Hanova, tratando-se de das empresas integrantes. A inexistência de uma hierarquia entre

empresa de investimentos de proveniente São Paulo. as empresas não descaracteriza o grupo econômico, se há a

A demandada AL PARTICIPACOES LTDA nega a formação de demonstração de que entre as empresas ocorre clara atuação

grupo econômico com quaisquer das demais empresas. conjunta, em linha de coordenação e comunhão de interesses, o

A reclamada MULT DISTRIBUIDORA DE COSMETICOS LTDA que se verifica no caso em tela.

alega que nunca existiu de fato e nega a formação de grupo Ademais, a primeira testemunha laboral afirmou em seu

econômico com quaisquer das demais empresas. depoimento:

A ré BRC - BRAZIL COSMETICS LTDA informa que comprou os "(...) que havia comentários dentro da empresa de que ocorreu uma

direitos de uso da marca HELGA, não estando a reclamante sob fusão entre as empresas Helga e Hanova; que o gerente do

suas ordens, refutando a formação de grupo econômico com depoente comentou que ocorreria a fusão e que o depoente

quaisquer das demais empresas reclamadas e pleiteia que, em continuaria a prestar serviços para as duas empresas; que o

caso de condenação, seja de forma subsidiária. depoente já chegou, mesmo prestando serviços para a Helga,

Pois bem. prestar serviços para a Hanova, tais como rotulagem de produtos,

Inicialmente, declaro a responsabilidade solidária das empresas embalagem de mercadorias e fazendo entregas; que depois dos

DISTRIBUIDORA HELGA COSMETICOS LTDA - ME, HELGA comentários da fusão, o depoente também começou a receber

COSMETICOS LTDA - ME, HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ordens do Sr. Paulo, empregado da Hanova, responsável pela

ME, ORIGINAL COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, logística."

MULTIPLA COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - EPP, BELLA Ainda, a segunda testemunha da autora noticiou:

COSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE COSMETICOS "que trabalhou para Helga de 01/02/2010 a 14/04/2018 na função

LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, ERICA de estoquista; que trabalhou com a reclamante; que o gerente,

PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS Sr.Evandro comentou com o depoente que havia sido feita uma

COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX sociedade entre a Helga e a Hanova; que, após o comentário, o

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX depoente também começo a prestar serviços para a Hanova

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, abastecendo e descarregando as mercadorias da empresa Hanova

ROBERTO NENDZA - ME (1ª a 13ª reclamadas), nos termos do § nas seções das lojas Helga, limpando as mercadorias; que o

2º do art. 2º da CLT, as quais reconheceram a formação de grupo depoente não recebia ordens de nenhum empregado da Hanova;

econômico entre si, encontrando-se, dentre estas, a empregadora. que as lojas Helga também vendiam produtos de outras indústrias e

Quanto ao grupo econômico alegado em relação aos grupos não só da empresa Hanova; que, em relação às mercadorias das

HELGA e HANOVA, a autora juntou aos autos várias fotografias outras indústrias, o abastecimento e o descarregamento de

com os Srs. Anderson Luid Dos Santos Severo, José Alencar Sales mercadorias eram feitos por empregados destas indústrias; que a

Junior, Aline Cristina Silva Souza Severo e Érica Pontes de reclamante vendia produtos da indústria Hanova bem como de

Meneses, sócios das empresa Hanova e Helga, divulgadas em meio outras indústrias."

digital em julho de 2017, anunciando a fusão entre as empresas do Saliente-se que o fato de terem sido alienados fundos de comércio

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de empresas do Grupo Helga para a empresa DX GROUP afastar a formação do grupo econômico com HNV INDÚSTRIA E

PARTICIPAÇÕES E INVESTIMENTOS LTDA não afeta a presente COMÉRCIO DE COSMÉTICOS LTDA e ANDERSON LUID DOS

demanda, pois apenas houve a alienação parcial das quotas SANTOS SEVERO - ME.

empresariais de somente algumas das empresas do Grupo. Sendo assim, reconheço que a empresa AL PARTICIPAÇÕES

Insta destacar, também, que a alegação da reclamada ANDERSON LTDA pertence ao grupo econômico HANOVA, o qual restou

LUID DOS SANTOS SEVERO ME de que a relação havida entre os condenada solidariamente, aplicando a esta a mesma

apontados conglomerados empresariais era de apenas fornecedor- responsabilidade, nos termos dos arts. 2º, § 2º, e 9º da CLT.

cliente não se sustenta, ressaltando que a mensagem eletrônica e a No que tange à reclamada MULT DISTRIBUIDORA DE

confissão de dívida datam de período anterior à "fusão" noticiada, o COSMETICOS LTDA, observa-se efetivamente formalizada em

que só veio a ocorrer em julho de 2017. 24/10/2017 pouco tempo após a fusão dos grupos HELGA e

Diante do exposto, reconheço a existência de grupo econômico por HANOVA, com atuação na vendas de produtos de higiene, tendo

coordenação entre todas as empresas dos Grupos HELGA e como sócios os Srs. Matheus Pontes Sales e Maria de Fátima dos

HANOVA, as quais declaro responsáveis solidárias pelas verbas Santos Severo, os quais são, respectivamente, o filho dos titulares

decorrentes da condenação, nos termos dos arts. 2º, § 2º, e 9º da do Grupo Helga e a mãe de um dos proprietários do Grupo Hanova

CLT. (Anderson Luid dos Santos Severo), fato não contestado em defesa.

No que concerne à reclamada AL PARTICIPAÇÕES LTDA, verifica- Sendo assim, tenho que a empresa MULT DISTRIBUIDORA DE

se que na defesa das empresas formadoras do GRUPO HELGA COSMETICOS LTDA também participa dos Grupos Helga e

restou afirmado que as empresas HANOVA INDUSTRIA E Hanova, utilizando-se da mesma estrutura empresarial para a

COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, ANDERSON LUID consecução de seus objetivos financeiros, diante do que, resta

DOS SANTOS SEVERO - ME e AL PARTICIPACOES LTDA condenada solidariamente, nos termos dos arts. 2º, § 2º, e 9º da

formam o grupo HANOVA. Nessa senda, o contrato social de CLT.

constituição da reclamada AL PARTICIPAÇÕES LTDA demonstra Por fim, quanto à ré BRC BRAZIL COSMETICS COMÉRCIO

que essa empresa tem como sócios os Srs. Anderson Liud dos VAREJISTA DE COSMÉTICOS EIRELI, verifica-se que ela

Santos Severo e Aline Cristina Silva Souza Severo, os quais se apresentou defesa através do mesmo escritório que a empregadora,

fizeram presentes ao evento em que foi anunciada a "fusão" entre na qual passou a repetir as mesmas alegações já apresentadas

os grupos empresariais, conforme fotografias anexadas aos autos. pelas 1ª a 13ª Reclamadas, além disso, observa-se que no

Ainda, o endereço eletrônico da AL PARTICIPAÇÕES LTDA comprovante de inscrição cadastral (CNPJ) consta endereço

registrado no CNPJ é "anderson@hanovacosméticos.com.br". eletrônico pertencente ao domínio da HELGA COSMÉTICOS.

Ademais, a Sra. Aline Cristina Silva Souza Severo é também sócia Ademais, apresentou carta de preposição que revelou

da empresa HNV INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE COSMÉTICOS representação através do mesmo preposto que a empregadora,

LTDA, cujo endereço eletrônico é razão pela qual, deve ser solidariamente responsável pelos créditos

"anderson@hanovacosméticos.com.br", conquanto o Sr. Anderson oriundos da presente demanda, nos moldes dos arts. 2º, § 2º, e 9º

Liud dos Santos Severo não faça parte do corpo societário dessa da CLT."

empresa. O Sr. Anderson Liud dos Santos Severo atua, ainda, Pontue-se, por oportuno, que as atas de audiência em nada

como empresário individual da ANDERSON LUID DOS SANTOS corroboram com a tese da demandada, uma vez que se verifica,

SEVERO ME. Por fim, saliento que as empresas HNV INDÚSTRIA com extrema facilidade, que a testemunha da reclamada, Sr.

E COMÉRCIO DE COSMÉTICOS LTDA, AL PARTICIPAÇÕES Emanuel Rodrigues de Albuquerque, arrolada em todos os

LTDA, ANDERSON LUID DOS SANTOS SEVERO - ME e MULT processos, busca, sem nenhum sucesso, sustentar os termos da

DISTRIBUIDORA DE COSMETICOS LTDA, em audiência, se defesa.

fizeram representar pelo mesmo preposto, o Sr. Luiz Gustavo Ademais, por mais que tenha declarado que "que na metade do

Santana Severo, neste feiro e nos processos nº0000470- segundo semestre de 2017 houve uma reunião da Helga com a

54.2018.5.07.0010, 0000471-39.2018.5.07.0010 e 0000476- Hanova para uma parceria de fornecimento de produtos",

61.2018.5.07.0010, cujos termos de audiência foram anexados aos afirmou, posteriormente, que "soube que foi feita uma postagem

presentes autos. no instagram da Helga onde foi usado o termo fusão com a

O fato de a empresa AL PARTICIPAÇÕES LTDA ter objetivo social Hanova".

diverso das empresas do grupo HANOVA não é suficiente para Por outro lado, as testemunhas Francisca Edinusia Alves de Sousa

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e Maria Irlane Silva Santos outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua

Desiderio, apresentadas pelas partes autoras, nas referidas atas de autonomia, integrem grupo econômico, serão responsáveis

audiências, possuem depoimentos uníssonos no que tange à solidariamente pelas obrigações decorrentes da relação de

reunião em que foi publicizada à fusão das demandadas aos emprego".

empregados são uníssonas ("que no final de julho/2017 foram Nesta esteira, o delineamento do que se convencionou chamar

convocadas para uma reunião no hotel meridional no centro da grupo econômico, pela dicção da Consolidação das Leis do

cidade onde foi comunicada por Alencar Junior, Erica Pontes e Trabalho, importa na evidência da integração dos

Aline Severo, a fusão da Helga e Hanova, com promessas de empreendimentos, de forma a vincular, direta ou indiretamente, as

que tudo iria mudar com a chegada de novos produtos, mas na empresas.

pratica tudo continuou do mesmo jeito, pois continuou Este aspecto restou caracterizado nos autos, sendo certo que se

chegando produtos da marca própria da Helga (lavi) e da Helga, verificam elementos suficientes para que seja corroborada a

os quais tinham prioridade para serem vendidos" - depoimento conclusão da sentença recorrida.

de Maria Irlane Silva Santos Desiderio) e ("que houve uma Como bem destacado pela sentença, restou demonstrada nos autos

reunião num domingo de julho/2017 onde foi comunicada a a ampla divulgação realizada nas redes sociais, em julho de 2017,

fusão da Hanova com a Helga Cosmeticos onde foram acerca da fusão das empresas do Grupo Helga com aquelas do

apresentados os novos patrões como sendo: Aline Severo e Grupo Hanova. Eis os dizeres da publicação (V. ID 0d53e9e - Pág.

seu esposo Anderson ambos donos da Hanova; que a a partir 2): "Temos o orgulho de anunciar que começou um novo tempo. O

daí a prioridade era para vender os produtos da Hanova e Lavi" Grupo HNV detentor de várias marcas como a Hanova, em um

- depoimento de Francisca Edinusia Alves de Sousa)." processo de expansão e aquisições, realizou a fusão com o Grupo

A empresa recorrente manifesta no presente recurso ordinário o seu Helga Cosméticos. Tudo isso para que os nossos clientes possam

inconformismo, alegando, em síntese: "que a fusão e o grupo ter sempre à disposição o melhor atendimento, os melhores

econômico ostentam características diametralmente opostas"; "em produtos e a melhor experiência. Transformando para melhor, o seu

que pese tenha havido, nas redes sociais, um anúncio de fusão visual e a sua vida. #HelgaNovoTempo #Hanova #GrupoHNV

entre os conglomerados Helga e Hanova, por certo, tal #GrupoHelga #Beleza #Cabelos". Com a devida vênia da parte

reagrupamento não ocorreu, máxime porque a sucessão recorrente, este aspecto é relevante para a caracterização do grupo

empresarial somente é possível em face de pessoas jurídicas econômico sob investigação, demonstrando a plena possibilidade

regularmente constituídas, o que não é o caso dos grupos de que as marcas de cada um dos grupos estejam sob a

econômicos, os quais não possuem personalidade jurídica própria, coordenação de um único conglomerado, o que afasta a tese

mas tão somente exteriorizam a arregimentação de sociedades que recursal a respeito da estranheza de haver empresas concorrentes

possuam atuação integrante em face da comunhão de interesses"; no mesmo grupo econômico.

"que a sentença de origem, em nenhum momento, cuidou de Além disso, vigora no Direito do Trabalho o princípio da primazia da

demonstrar a integração de interesses entre as empresas, a realidade, de modo a ser imprescindível destacar a prevalência dos

atuação conjunta, tampouco a comunhão de interesses, mas fatos da relação de emprego sobre os aspectos formais. Dessa

apenas limitou-se a discorrer, de forma bastante confusa, sobre forma, ainda que não ultimada, ao menos formalmente, com as

"fusão", sendo esta manifestante inexistente no caso vertente"; "que devidas baixas das pessoas jurídicas, a fusão mencionada nas

os depoimentos coligidos aos autos sob a rubrica de prova redes sociais, não há se desconhecer que houve a junção das

emprestada fulminam a pretensão autoral, quer pelo viés da fusão, empresas, que passaram a atuar integradas a um único grupo.

seja sob a óptica de agrupamento empresarial." Igualmente, salvo melhor juízo, os depoimentos das testemunhas

Não se vê nas razões recursais, com a devida vênia da parte não afastam o reconhecimento do grupo econômico. Ao revés,

recorrente, fundamentos que infirmem convincentemente as confirmam a fusão entre as empresas. Destaca-se, a este respeito,

conclusões do juízo de primeiro grau, razão pela qual se há perfilhar o depoimento da primeira testemunha da parte reclamante, Sra.

com os motivos da decisão vergastada, ora endossados e Maria Irlane Silva Santos Desiderio, ouvida no processo nº 0000470

integrantes das presentes razões de decidir. -54.2018.5.07.0010 (Ata de audiência de ID 5cd9c24 - Pág. 4),

Consoante o § 2º do art. 2º da CLT, "sempre que uma ou mais trazido por empréstimo ao conjunto probatório pelas próprias

empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica reclamadas, revelador de "(...) que no final de julho/2017 foram

própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de convocadas para uma reunião no hotel meridional no centro da

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cidade onde foi comunicada por Alencar Junior, Erica Pontes e Aline jurídicas típicas do Direito Econômico ou Direito Comercial

Severo, a fusão da Helga e Hanova, com promessas de que tudo (holdings, consórcios, pools etc.). Não se exige, sequer, a prova

iria mudar com a chegada de novos produtos, mas na pratica tudo de sua formal institucionalização cartorial: pode-se acolher a

continuou do mesmo jeito, pois continuou chegando produtos da existência do grupo desde que surjam evidências probatórias

marca propria da Helga (lavi) e da Helga, os quais tinham prioridade de que estão presentes os elementos de integração inter-

para serem vendidos, e das outras marcas continuaram escassos". empresarial (abrangência subjetiva e nexo relacional) de que

Veja-se que a fusão foi comunicada aos empregados em reunião, fala a CLT (art. 2º, § 2º)" (Processo 00409002020085010025, TRT

constatação que reforça a ideia do grupo econômico, referindo-se a 1ª Região - 8ª Turma, Relatora Desembargadora Dalva Amélia de

depoente a tudo ter "continuado do mesmo jeito" ao modus Oliveira, Publicado em 30/06/2014)(destaquei).

operandi das vendas dos produtos e não à ausência de formação NEGA-SE PROVIMENTO.

de grupo. A testemunha em questão ainda revelou que as diversas CONCLUSÃO DO VOTO

marcas apresentavam seus produtos e realizavam treinamentos, Por unanimidade, conhecer do recurso ordinário para, rejeitar as

mas que com a Hanova o processo foi diferente, pois, além de ter preliminares suscitadas e, no mérito, por maioria, negar-lhe

sido comunicada a fusão, não houve interrupção do fornecimento de provimento.

mercadorias para serem vendidas nas lojas Helga, o que ocorreu DISPOSITIVO

com outros fornecedores em face das dívidas da empregadora ACORDAM OS INTEGRANTES DA 2.ª TURMA DO TRIBUNAL

originária. REGIONAL DO TRABALHO DA 7.ª REGIÃO, por unanimidade,

Não se olvida o depoimento da testemunha convidada pelas conhecer do recurso ordinário para, rejeitar as preliminares

reclamadas, Sr. Emanuel Rodrigues de Albuquerque, ouvida nos suscitadas e, no mérito, por maioria, negar-lhe provimento. Vencido

processos (461-92.2018.5.07.0010, 470-54.2018.5.07.0010 e 471- o Desembargador Relator, que dava provimento ao apelo, para

39.2018.5.07.0010) trazidos por empréstimo ao conjunto probatório, excluir da condenação a responsabilidade solidária da reclamada

cujas declarações transparecem a ideia de demonstrar ter havido HNV INDÚSTRIA E COSMÉTICOS LTDA. Redigirá o acórdão o

apenas uma relação comercial, mas não uma fusão, entre as Desembargador Cláudio Soares Pires, com a integração do voto

empresas do grupo Helga e do grupo Hanova. Contudo, diante dos vencido.

demais elementos probatórios dos autos, não há de prevalecer o Participaram do julgamento os Exmos. Srs. Desembargadores

quadro traçado pelo depoente, sendo de se destacar que ele próprio Francisco José Gomes da Silva (Presidente e Relator), Cláudio

admite não ter participado da reunião ocorrida em julho de 2017 (V. Soares Pires e Paulo Régis Machado Botelho. Presente ainda o(a)

ID's 5cd9c24 - Pág. 6 e 8eb6395 - Pág. 6), na qual fora anunciada a Exmo(a). Sr(a). membro do Ministério Público do Trabalho. Em gozo

fusão aos trabalhadores. de férias o Exmo. Sr. Desembargador Jefferson Quesado Junior.

Cumpre ressaltar, ainda, porquanto oportuno, que a estreita relação Fortaleza, 14 de outubro de 2019.

comercial entre as empresas dos grupos empresariais, consoante INTEGRA O PRESENTE ACÓRDÃO O VOTO VENCIDO DO EXMº

se denota pelas notas ficais de vendas de mercadorias anexadas DESEMBARGADOR FRANCISCO JOSÉ GOMES DA SILVA, in

aos autos, a meu sentir, não rechaça a formação de grupo verbis:

econômico, mas, em verdade, a reforça, evidenciando além da EMENTA: PROVA EMPRESTADA. PREVISÃO LEGAL.

complementaridade entre os objetos sociais das empresas CONTRADITÓRIO OBSERVADO. O novo CPC trouxe permissivo

contratantes, o interesse integrado, a comunhão de interesses e a expresso quanto à possibilidade de utilização da prova emprestada,

atuação conjunta das empresas dele integrantes. desde que observado o contraditório, conforme previsão no art. 372.

Destarte, o quadro encontrado no presente feito permite a Assim, havendo previsão legal para utilização da prova emprestada

conclusão de que a empresa ora recorrente integra grupo e, observando que no processo nº 0000471-51.2018.5.07.0006 as

econômico com as reclamadas do grupo Helga. Importa examinar a partes foram submetidas ao contraditório e, havendo identidade dos

presença de elementos objetivos capazes de demonstrar que as fatos probandos nos processos, rejeita-se a alegativa de

empresas estavam integradas no mesmo grupo. É o que se cerceamento de defesa. Preliminar rejeitada.

constatou à exaustão no presente feito. PETIÇÃO INICIAL. ART. 840, §1º DA CLT. O processo trabalhista

Por oportuno, colhe-se o seguinte precedente jurisprudencial: é regido pelo princípio da simplicidade das formas, consagrado no

"Grupo econômico. Relação inter-empresarial. O grupo econômico art. 840, § 1º, da CLT, segundo o qual basta uma breve exposição

para fins justrabalhistas não necessita se revestir das modalidades dos fatos para se considerar apta a exordial. Em decorrência do

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 258
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princípio da simplicidade, que norteia o processo trabalhista, o qual processos 461-92.2018.5.07.0010, 470-54.2018.5.07.0010 e 471-

não sofreu alterações com a Lei nº 13.467, de 2017, verifica-se que 39.2018.5.07.0010 (ID. bae0442, ID. ed35241, ID. 5cd9c24, ID.

a petição inicial atendeu integralmente os requisitos do art. 840, da 8eb6395).

CLT. Preliminar rejeitada. O Juízo, ao proferir a sentença, utilizou para o reconhecimento da

EXISTÊNCIA DE GRUPO ECONÔMICO. ART. 2º, DA CLT. ÔNUS existência de Grupo Econômico entre as acionadas (Grupo Hanova-

DA PROVA. ART. 818, DA CLT C/C ART. 373, DO NCPC. Helga) como prova emprestada, os fundamento os lançados na

AUSÊNCIA DE PROVA. Não tendo a reclamante comprovado a sentença prolatada nos autos do processo nº 0000471-

existência do alegado grupo econômico Helga-Hanova, composto 51.2018.5.07.0006, de lavra da magistrada Taciana Orlovicin

de diversas empresas, reforma-se a sentença para afastar a Gonçalves Pita (ID. 984dd8d).

responsabilidade solidária pretendida pela autora. Nesse ponto, destaco, inicialmente, que o novo CPC trouxe

RECURSO CONHECIDO E DADO PROVIMENTO PARCIAL permissivo expresso quanto à possibilidade de utilização da prova

FUNDAMENTAÇÃO: emprestada, desde que observado o contraditório, conforme

ADMISSIBILIDADE previsão no art. 372, que assim dispõe:

Acolhe-se o presente recurso, uma vez que preenchidos os Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em

requisitos de admissibilidade. outro processo, atribuindo-lhe o valor que considerar adequado,

DO MÉRITO observado o contraditório".

PRELIMINARES Assim, havendo previsão legal para utilização da prova emprestada

DA NULIDADE DA SENTENÇA- DA UTILIZAÇÃO DA PROVA e, observando que no processo nº 0000471-51.2018.5.07.0006 as

EMPRESTADA - DO ALEGADO CERCEAMENTO DE DEFESA partes foram submetidas ao contraditório e, havendo identidade dos

Aduz a recorrente, preliminarmente, que houve cerceamento de seu fatos probandos nos processos, rejeita-se a alegativa de

direito de defesa, ao argumento de que o juízo, ao adotar cerceamento de defesa.

integralmente a motivação da sentença proferida na reclamatória Quanto a alegativa de que as reportadas transcrições dos

trabalhista 0000471-51.2018.5.07.0006, construiu o seu depoimentos carregam relatos fáticos que não integram as razões

entendimento, a partir das provas orais ali consignadas, mas que, da exordial, não merece acolhida, posto que a causa de pedir da

tais elementos probatórios não foram publicizadas à ora recorrente autora, no que se refere a responsabilidade solidária das acionadas,

no presente feito, com vistas à garantia do contraditório e da ampla trata justamente na alegada formação de grupo econômico entre as

defesa, verificando-se, pois, uma patente violação ao que dispõe o empresas, objeto da prova naqueles autos.

art. 312 do CPC/15. Os depoimentos constantes na prova emprestada utilizada pelo

Destaca, em seguida, que os aludidos depoimentos também não Juízo a quo dizem respeito aos fatos relacionados pela autora, no

integram o arcabouço das provas emprestadas acostada aos autos, que pertine a alegada formação de grupo econômico entre as

mediante convenção de ambas as partes; que o Juízo a quo utilizou acionadas GRUPO HELGA (DISTR IBUIDORA HELGA

como fundamento da procedência da pretensão autoral, da mera COSMETICOS LTDA - ME, HELGA COSMETICOS LTDA - ME,

cópia de uma transcrição parcial realizada no bojo de uma sentença HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ME, ORIGINAL

proferida em processo paradigma, a qual, por sua vez, utilizou, COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, MULTIPLA

naquele momento, o depoimento testemunhal na condição de prova COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - EPP, BELLA

emprestada, a qual, por certo, não integra o presente feito. COSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE COSMETICOS

Ressalta, igualmente, que as reportadas transcrições carregam LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, ERICA

relatos fáticos que não integram as razões da exordial, impondo PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS

reconhecer a total inovação da lide, em absoluta violação ao art. COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX

141 do CPC/15. COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX

Em razão do exposto, requer a nulidade da sentença e o retorno COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME e

dos autos para que haja um novo julgamento, desta feita, em ROBERTO NENDZA - ME) e GRUPO HANOVA - HNV (HANOVA

conformidade com o acervo fático-probatório do caso sub examine. INDUSTRIA E COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, AL

À análise. PARTICIPAÇÕES LTDA, ANDERSON LUID DOS SANTOS

Em audiência de instrução, as Reclamadas requereram a juntada SEVERO - ME e MULT DISTRIBUIDORA DE COSMETICOS

de provas emprestadas, relativo aos depoimentos testemunhais dos LTDA), assim como referem-se as mesmas demandadas, sendo

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 259
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permitido sua valoração como se houvesse sido produzida 27.2013.5.18.0181 Data de Julgamento: 09/11/2016, Relatora

diretamente nos autos examinados. Ministra: Dora Maria da Costa, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT

Nesse ponto, frise-se, não há vício em virtude de o Juízo ter 11/11/2016).

utilizado a fundamentação da sentença, a qual considerou para Preliminar rejeitada.

formação do convencimento da magistrada, depoimentos os quais INÉPCIA DA INICIAL

foram respeitados o contraditório quando produzida em processos Requer o Recorrente, o reconhecimento da inépcia do pedido

judiciais, máxime,quando envolvendo a mesma empresa e quando relativo às parcelas de FGTS + 40%, e a extinção do pleito sem

os fatos guardam correlação com os da presente ação. resolução de mérito, à luz do que dispõe o art. 485, I, do CPC/15,

Nesse mesmo entendimento, colaciona-se a atual jurisprudência do sob o fundamento de que, a parte recorrida, em sua peça de

Tribunal Superior do Trabalho, in verbis: ingresso, inobstante tenha somente assentado as datas de ingresso

UTILIZAÇÃO DE PROVA EMPRESTADA. POSSIBILIDADE. e de dispensa, realizou o pedido correspondente às parcelas de

IDENTIDADE FÁTICA. MESMAS RECLAMADAS. FGTS, em conjunto com a indenização adicional de 40% sobre o

DESNECESSIDADE DE PRÉVIA CONCORDÂNCIA DA PARTE saldo fundiário.

CONTRÁRIA. AUSÊNCIA DE CERCEAMENTO DE DEFESA. Sem razão.

NULIDADE PROCESSUAL NÃO CONFIGURADA. Esta Corte O processo trabalhista é regido pelo princípio da simplicidade das

admite a utilização da prova emprestada, desde que haja a formas, consagrado no art. 840, § 1º, da CLT, segundo o qual basta

identidade dos fatos considerados no documento emprestado e no uma breve exposição dos fatos para se considerar apta a exordial.

caso em julgamento, assim como ocorrido nesta hipótese, em que o Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal.

Regional registrou que"a prova emprestada foi produzida em § 1º - Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do

processo judicial que envolvia as mesmas rés da presente ação, Presidente da Junta, ou do juiz de direito a quem for dirigida, a

tendo sido observadas as formalidades estabelecidas em lei para a qualificação do reclamante e do reclamado, uma breve exposição

sua produção, bem como o princípio do contraditório. Segundo, dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, a data e a assinatura

porque os fatos a serem comprovados guardam correlação com os do reclamante ou de seu representante.

da presente ação. Terceiro, porque a referida prova emprestada foi § 1o Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do

valorada pelo Juízo segundo o princípio do livre convencimento juízo, a qualificação das partes, a breve exposição dos fatos de que

motivado, em conjunto com as demais provas dos autos". resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser certo, determinado e

Importante salientar também que a utilização de prova emprestada com indicação de seu valor, a data e a assinatura do reclamante ou

não está condicionada à prévia anuência e concordância das de seu representante. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

partes. Assim, a mera alegação da reclamada de que não § 2º - Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em 2 (duas)

concordou com a utilização de prova emprestada não é suficiente vias datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no

para inviabilizar a sua utilização nestes autos. Precedentes. que couber, o disposto no parágrafo anterior.

Recurso de revista não conhecido" (TST, ARR - 3600- § 2o Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em duas vias

29.2010.5.12.0031 Data de Julgamento: 15/02/2017, Relator datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no que

Ministro: José Roberto Freire Pimenta, 2ª Turma, Data de couber, o disposto no § 1o deste artigo. (Redação dada pela Lei nº

Publicação: DEJT 17/02/2017). 13.467, de 2017)

"B) RECURSO DE REVISTA. 1. NULIDADE DA SENTENÇA. § 3o Os pedidos que não atendam ao disposto no § 1o deste artigo

CERCEAMENTO DE DEFESA. UTILIZAÇÃO DE PROVA serão julgados extintos sem resolução do mérito. (Incluído pela Lei

EMPRESTADA SEM ANUÊNCIA. O Regional entendeu que a nº 13.467, de 2017)

utilização de prova emprestada consubstanciada em certidão de Como se observa, a Lei n. 13.467/17 fez referência expressa aos

averiguação produzida em outros autos, no qual a reclamada figura requisitos da petição inicial trabalhista, dispondo no § 1º do art. 840

como parte, não configura cerceamento de defesa, ante a da CLT que o pedido deva "ser certo, determinado e com indicação

semelhança fática existente entre os processos, assim como da de seu valor".

observância do contraditório e da ampla defesa. Com efeito, esta No caso, em relação ao pedido de pagamento do FGTS e multa

Corte tem se posicionado no sentido de ser possível a utilização da rescisória, o reclamante fez pedido certo, determinado e com

prova emprestada, não sendo imprescindível a anuência da parte indicação do valores pois da sua causa de pedir, entende-se

adversa. Recurso de revista não conhecido" (TST, RR - 940- logicamente que o autor fora demitido sem justa causa e sem

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 260
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recebimento de suas verbas rescisórias, fato este, incontroverso indevida a sua responsabilidade solidária pelos créditos deferidos

nos autos. ao autor na presente reclamação trabalhista.

Na narrativa dos fatos, o acionante afirmou que ingressou na Argumenta que, em que pese tenha havido, nas redes sociais, um

reclamada no dia 01/08/2010, para exercer a função de gerente, anúncio de fusão entre os conglomerados Helga e Hanova, por

sendo demitida sem justa causa em 29/03/2018; que o último certo, tal reagrupamento não ocorreu, máxime porque a sucessão

salário percebido foi de R$ 3.200,00 (três mil e duzentos reais); que empresarial somente é possível em face de pessoas jurídicas

quando de sua demissão não recebeu qualquer valor, assim como regularmente constituídas, o que não é o caso dos grupos

não fora liberado Seguro Desemprego e FGTS, motivo pelo qual econômicos, os quais não possuem personalidade jurídica própria,

pleiteia a liberação dos mesmos em sede de tutela antecipada; que mas tão somente exteriorizam a arregimentação de sociedades que

o FGTS se encontra depositado apenas de forma parcial, apenas o possuam atuação integrante em face da comunhão de interesses, o

valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais). que, também, não retrata o caso dos autos.

Em seguida, requereu que, Tendo em vista os argumentos jurídicos Esclarece, adiante, que há uma mera relação comercial, havendo

apresentados, ajuíza-se a presente Reclamação Trabalhista no total independência entre as empresas do GRUPO HANOVA em

intuito de serem satisfeitos todos os direitos da reclamante, quais relação às componentes do GRUPO HELGA, sendo a recorrente,

sejam: Saldo Salário, Aviso Prévio de 51 dias, 13º salário e férias mera fornecedora de produtos para o conglomerado empresarial

sobre aviso prévio, FGTS sobre rescisão, 13º salário proporcional HELGA, sem haver contudo, qualquer integração de interesses

3/12 de 2018, férias simples 2016/2017 e proporcionais 2017/2018 entre as empresas ou atuação conjunta.

todas acrescidas do terço constitucional, FGTS e multa de 40%. À análise.

Em relação ao rol dos pedidos, o autor requereu a condenação da A lei nº 13.467, de 13 de julho de 2017 que alterou a Consolidação

reclamada ao pagamento das verbas rescisórias, incluindo FGTS E das Leis do Trabalho (CLT) trouxe novos parâmetros para

MULTA DE 40% DO FGTS. responsabilização de empresas terceiras.

Em decorrência do princípio da simplicidade, que norteia o processo A nova redação alterou o parágrafo 2º e acrescentou o parágrafo 3º

trabalhista, o qual não sofreu alterações com a Lei nº 13.467, de a este artigo, conforme transcrição seguinte:

2017, a petição inicial ora em análise preencheu os requisitos do Art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva,

art. 840 , da CLT, a qual, frise-se, não dificultou a defesa das que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria

acionadas. e dirige a prestação pessoal de serviço.

Rejeita-se. § 1º - Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da

DO MÉRITO relação de emprego, os profissionais liberais, as instituições de

FORMAÇÃO DE GRUPO ECONÔMICO. beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem

Na peça de ingresso, requer o reclamante que seja caracterizada a fins lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados.

condição da segunda (VRX COMÉRCIO COSMÉTICOS E § 2º Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada

BIJUTERIAS LTDA) e terceira reclamada (HANOVA uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a

COSMÉTICOS), de responsáveis solidárias pelos encargos direção, controle ou administração de outra, ou ainda quando,

trabalhistas da primeira reclamada, HELGA COSMÉTICOS, em mesmo guardando cada uma sua autonomia, integrem grupo

função da existência de grupo econômico. econômico, serão responsáveis solidariamente pelas

Afirma que a primeira, segunda e terceira reclamadas foram obrigações decorrentes da relação de emprego.

criadas, são dirigidas e controladas pelo pela Sra. Erica Pontes de § 3º Não caracteriza grupo econômico a mera identidade de

Meneses, que não aparece no contrato social da terceira sócios, sendo necessárias, para a configuração do grupo, a

reclamada, HANOVA COSMÉTICOS, pois utilizou terceiro como demonstração do interesse integrado, a efetiva comunhão de

laranja. interesses e a atuação conjunta das empresas dele integrantes.

Ressalta, que os objetos sociais das empresas são (destaquei)

complementares, visto todas possuírem o mesmo objeto social e A nova redação do art. 2º, além de manter a hipótese do grupo

finalidade, sendo patente a formação de grupo econômico entre econômico hierarquizado ou sob subordinação, introduz,

elas. expressamente, o outro modelo de grupo econômico, vertical, ou

No mérito, defende a recorrente, em síntese, a inexistência de fusão sob coordenação, trazendo para o texto legal, o entendimento dos

e formação de grupo econômico com o GRUPO HELGA, sendo Tribunais Regionais do Trabalho e do TST quanto a configuração de

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 261
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grupo econômico. ALENCAR SALES JUNIOR- ME, ORIGINAL COMERCIO DE

Com relação a este modelo de grupo econômico coordenado, a COSMETICOS LTDA- ME, tais como notas fiscais de vendas de

Desembargadora Dra. Vólia Bomfim Cassar, do TRT da 1ª Região, mercadorias, termo de confissão de dívida e e-mails em que se

em seu livro Direito do Trabalho, afirma que: evidencia a parceria comercial entre as empresas ( venda de

Os grupos econômicos por coordenação se apresentam quando mercadorias), ID. de4b07e, ID. 4c4a838.

houver reunião de interesses para execução de determinado Na audiência de instrução, as reclamadas requerem a juntada de

empreendimento, tendo ou não o mesmo controle ou administração provas emprestadas (processos nºs. 461-92.2018.5.07.0010, 470-

comum. Logo, os grupos por coordenação podem ter relação de 54.2018.5.07.0010 e 471-39.2018.5.07.0010, tendo a autora

controle entre si, numa linha horizontal e não vertical. Isto é, não concordado com a juntada dos referidos depoimentos.

haverá, no grupo horizontal, uma empresa controladora e outra(s) No termo de audiência relativo ao processo nº. 0000461-

controlada(s), uma líder (holding) e outras lideradas. Todas são 92.2018.5.07.0010, a testemunha da reclamante afirmou que:

interligadas entre si e, apesar de autônomas e independentes, estão Primeira testemunha arrolada pela parte Reclamante Sr(a).

interligadas pela ingerência, administração comum, como se Francisca Edinusia Alves de Sousa: " (...)"que trabalhou na

subordinadas umas às outras administrativamente. Por trás desta reclamada Helga Cosméticos de 01/06/2006 a 23/02/2018 na

administração comum pode estar um sócio ou alguns sócios ou função de vendedora; que o reclamante, depoente e todos os

pessoa física no controle.(CASSAR, 2017,p.429). funcionários foram demitidos sem pagamento de verbas rescisórias

Logo, o aproveitamento dos serviços prestados pelo trabalhador por e nem do salário do último mês; que depoente trabalhou até

sociedades empresárias que mantenham relação de coordenação 23/fevereiro/2018, não sabendo o ultimo dia labutado pelo

entre si, formando o grupo econômico trabalhista, serão todas, por reclamante; que recebia ordem direta dos gerentes Luxeles,

consequência, responsabilizadas pela contraprestação devida ao Rosângela, Francisca Cirlane, os quais eram gerentes da loja

obreiro, atraindo a incidência do § 2º do artigo 2º da CLT do shopping Central da Helga Nendza Sales .". ÀS PERGUNTAS

(coordenação interempresarial). DO(A) PATRONO(A) DO(A) PARTE RECLAMANTE RESPONDEU:

Estabeleceu, igualmente, que "não caracteriza grupo econômico a "que houve uma reunião num domingo de julho/2017 onde foi

mera identidade de sócios. Assim, o patrimônio de empresas que comunicada a fusão da Hanova com a Helga Cosmeticos onde

têm sócios comuns, porém com atuam em setores diversos, estarão foram apresentados os novos patrões como sendo: Aline

resguardadas. Severo e seu esposo Anderson ambos donos da Hanova; que a

Portanto, a análise da existência ou não da formação de um grupo a partir daí a prioridade era para vender os produtos da Hanova

econômico, deve-se observar o princípio da primazia da realidade, e Lavi, mesmo tendo outras marcas, mas a Hanova e Lavi

para que cada caso seja analisado com suas peculiaridades, sendo deveriam estar em primeiro lugar nas vendas; que antes da

ônus do autor a prova de suas alegações ( art. 818, da CLT c/c art. reunião já vendiam todo tipo de produto e de varias marcas,

373, do NCPC). inclusive dos ora citados; que os proprietários da Helga e Hanova

No caso em análise, o autor fundamenta sua pretensão com base estavam presentes na reunião, sendo Erica PontesMenezes e

em notícias veiculadas nas redes sociais de possível fusão entre os Alencar Junior proprietários da Helga.". ÀS PERGUNTAS DO DO(A)

grupos Helga Cosméticos e HNV, assim como colaciona fotos em PATRONO(A) DO(A) PARTE RECLAMADA RESPONDEU: "que

que retrata parcerias entre as duas empresas, ID. 0d53e9e, sem, depois da reunião depoente continuou trabalhando na mesma

contudo, apresentar qualquer prova que indique ter realmente loja e o reclamante também, mas ambos trabalhavam em lojas

ocorrido a "FUSÃO" das empresas, ou qualquer relação de diferentes; que na reunião estavam os vendedores e gerentes;

coordenação entre elas. que a faixada das lojas continuaram iguais; que não houve

Ao revés, a acionada Hanova Indústria e Comércio de Cosméticos mudança da chefia após a reunião, mas a sua chefe Luxeles

Ltda colacionou aos autos documentos que demonstram a relação teve um problema de saúde e foi transferida para loja de

de vendas de mercadorias para as empresas integrantes do grupo Messejana, tendo ficado como gerente Rosangela; que Luxeles

Helga (CRX COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA e Rosangela eram gerentes da Helga; (...)." ( grifos nosso)

ME, ALENCARINE COSMETICOS COMERCIO VAREJISTA E Conforme se extrai do depoimento supra, não se trata o caso de "

TREINAMENTO EIREL, HELGA MEDZA SALES & CIA LTDA -ME, fusão" entre as empresas, tanto que a partir da reunião ocorrida em

ORIGINAL COMERCIO DE COSMETICOS LTDA ME, VRX julho de 2017, nada foi alterado na estrutura organizacional da

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA ME, JOSE empresa, assim como layout das lojas, tratando-se, na verdade, de

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 262
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

um marketing e ações para incremento das vendas, através da 07/04/2018 porque as lojas fecharam, tendo a sra. Erica Pontes

fornecedora dos produtos, empresa HANOVA INDUSTRIA E (dona da Helga, esposa de Alencar Junior) comunicado a dispensa

COMERCIO DE COSMETICOS LTDA, fato este, confirmado pelos os quais eram chefes do depoente; (...) ; que a Helga vendia

depoimentos de reclamantes e testemunhas dos processos produtos de marca própria (Lavi), mas também da Hanova, Fatore,

utilizados como provas emprestadas nos autos, vejamos: Corpo Dourado e outros; que em julho/2017 houve a fusão da

Convocada a primeira testemunha arrolada pelas Reclamadas Hanova com a Helga, no que a prioridade passou a ser para vender

HANOVA INDUSTRIA E COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - produtos da Hanova e Lavi, mas ainda assim, a Helga continuou a

ME, AL PARTICIPACOES LTDA, ANDERSON LUID DOS vender produtos de outras marcas que já tinham estoque nas

SANTOS SEVERO - ME e MULT DISTRIBUIDORA DE lojas, e também continuou comprando produtos de outras

COSMETICOS LTDA, Sr(a). Emanuel Rodrigues de Albuquerque marcas para vender nas suas lojas; que as fachadas das lojas

(...): "que trabalha na Hanova desde março/2016 como gerente da Helga continuaram com o mesmo nome, após a fusão, e as

administrativo financeiro; ." ÀS PERGUNTAS DO(A) PATRONO(A) notas fiscais das vendas eram com o nome da Helga; que a

DO(A) PARTE RECLAMADA RESPONDEU: "que na metade do fusão da Helga e Hanova foi para o crescimento da Helga, mas

segundo semestre de 2017 houve uma reunião da Helga com a o dia a dia de trabalho continuou o mesmo de antes, porém

Hanova para uma parceria de fornecimento de produtos, pois a com a informação de que deveriam vender mais os produtos da

Hanova é uma industria; que o fornecimento dos produtos continuou Helga. ( grifos nosso)

da mesma forma, pois a Helga permaneceu como uma cliente Primeira testemunha arrolada pela parte Reclamante Sr(a).

norma; que a parceria teve o objetivo de aumentar o volume de Maria Irlane Silva Santos Desiderio: " (...) que no final de

vendas nas lojas e de fato aumentou, mas só no primeiro mês, julho/2017 foram convocadas para uma reunião no hotel meridional

pois logo em seguida a Helga entrou novamente em dificuldades no centro da cidade onde foi comunicada por Alencar Junior, Erica

financeiras e não conseguiu pagar os produtos que comprava, pois Pontes e Aline Severo, a fusão da Helga e Hanova, com promessas

a divida já estava muito alta, de modo que a Helga não conseguia de que tudo iria mudar com a chegada de novos produtos, mas na

pagar nada na sua totalidade; que é uma prática comum serem pratica tudo continuou do mesmo jeito, pois continuou

feitas ações com as distribuidoras para estimular as vendas, e chegando produtos da marca propria da Helga (lavi) e da Helga,

os proprietários da Hanova comparecem pelo fato de que o os quais tinham prioridade para serem vendidos, e das outras

distribuidor Helga ser de grande porte, como também de outros marcas continuaram escassos; que sempre recebeu ordens

distribuidores; que na época da parceria a Helga já estava em das mesmas pessoas (Erica e Alencar), os quais pagavam o

débito com a Hanova; que a Hanova não colocou pessoas na salário da depoente; que todas as lojas da Helga fecharam; .".

lojas da Helga, muito menos assumiu o comando dessa; que a (...).( grifos nosso)

continuou a vendendo normalmente para as outras lojas, como No termo de audiência relativo ao processo nº. 0000471-

Cosbel, Anavi, Iap e outras; que não houve a fusão da Hanova com 39.2018.5.07.0010 a reclamante afirmou que:

a Helga; que havia procedimento de cobrança normal das vendas DEPOIMENTO PESSOAL DO RECLAMANTE MARIA CLEOMAR

dos produtos Hanova;." ÀS PERGUNTAS DO DO(A) PATRONO(A) FERREIRA DE SOUSA ALMEIDA: " (...) que depoente era gerente

DO(A) PARTE RECLAMANTE RESPONDEU: "que a reunião tem da loja Helga situada na Rua Floriano Peixoto 577, e trabalhou de

um caráter de marketing e não para apresentar fusão; que não 01/03/2003 até 14/04/2018: " (...)que as fachadas das lojas da

houve comunicação formal da fusão entre a Hanova e Helga, mas Helga continuaram com o mesmo nome, após a fusão, e as notas

depoente soube que foi feita uma postagem no instagram da fiscais das vendas eram com o nome da Helga; que a fusão da

Helga onde foi usado o termo fusão com a Hanova; que quanto Helga e Hanova foi para o crescimento da Helga, mas o dia a dia de

ao doc. de fl. 8 se tratam das pessoas de Anderson (proprietário da trabalho continuou o mesmo de antes, porém com a informação de

Hanova) e Junior (proprietária da Helga) e o doc. de fl. 9 tratam das que deveriam vender mais os produtos da Hanova; (...)."

pessoas Aline (proprietária da Hanova) e Erica (proprietária da Havendo fusão ou incorporação de empresas, há a alteração na

Helga); (...)."( grifos nosso) estrutura jurídica da empresa, o que in casu, não há provas nos

No termo de audiência relativo ao processo nº. 0000470- autos, não sendo suficiente a propaganda disseminada em reunião

54.2018.5.07.0010, o reclamante afirmou que : de empregados e redes sociais.

O DEPOIMENTO PESSOAL DO RECLAMANTE: '" que depoente O que extrai dos depoimentos, é que a ideia inicial de postar nas

era subgerente, que atuava em várias lojas da Helga e trabalhou até redes sociais de que haveria a fusão das empresas, trata-se, tão

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 263
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

RECORRENTE ALENCARINE COSMETICOS


somente, de marketing para alavancar as vendas da empresa COMERCIO VAREJISTA E
TREINAMENTOS EIRELI
Helga, a qual, na época, já se encontrava com dificuldades ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES
financeiras.
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
Diante do exposto, considerando que a autora não se desincumbiu RECORRENTE LUCHELYS DE ALENCAR MARTINS
de seu ônus probatório, reforma-se a sentença para excluir a EDUARDO FONTENELE ADVOGADO(OAB: 19970/CE)
MOTA
responsabilidade solidária da reclamada HNV INDÚSTRIA E RAFFAEL DUTRA LIMA ADVOGADO(OAB: 29332/CE)
RIBEIRO
COSMÉTICOS LTDA.
RECORRENTE ERICA PONTES DE MENESES
DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES
Uma vez excluída a responsabilidade solidária da ora recorrente, o
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
presente apelo, no ponto, segue a sorte do principal. RECORRENTE HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA
- ME
CONCLUSÃO DO VOTO VENCIDO:
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
Isto posto, voto pelo conhecimento do recurso ordinário para,
RECORRENTE ORIGINAL COMERCIO DE
rejeitar as preliminares suscitadas e, no mérito, dar-lhe provimento COSMETICOS LTDA - ME
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
para excluir a responsabilidade solidária da reclamada HNV MENDES
INDÚSTRIA E COSMÉTICOS LTDA." LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRIDO ANDERSON LUID DOS SANTOS
SEVERO - ME
CLAUDIO SOARES PIRES EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE)
SOUSA ARAGÃO
Desembargador Redator Designado RECORRIDO AL PARTICIPACOES LTDA
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE)
SOUSA ARAGÃO
FORTALEZA/CE, 28 de fevereiro de 2020. RECORRIDO MULT DISTRIBUIDORA DE
COSMETICOS LTDA
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE)
MARIA DO SOCORRO RODRIGUES GONCALVES SOUSA ARAGÃO
RECORRIDO ROBERTO NENDZA - ME
Diretor de Secretaria
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
Processo Nº ROT-0000419-19.2018.5.07.0018 MENDES
Relator CLAUDIO SOARES PIRES
RECORRIDO HNV INDUSTRIA E COMERCIO DE
RECORRENTE BRC - BRAZIL COSMETICS LTDA COSMETICOS LTDA - ME
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE)
MENDES SOUSA ARAGÃO
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) RECORRIDO BRC - BRAZIL COSMETICS LTDA
RECORRENTE MULT DISTRIBUIDORA DE LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
COSMETICOS LTDA
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE) MENDES
SOUSA ARAGÃO
RECORRIDO MULTIPLA COMERCIO DE
RECORRENTE JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME COSMETICOS LTDA - EPP
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
MENDES
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) MENDES
RECORRENTE ROBERTO NENDZA - ME RECORRIDO BELLA COSMETICOS LTDA - EPP
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
MENDES
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) MENDES
RECORRENTE CRX COMERCIO DE COSMETICOS E RECORRIDO HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA
BIJUTERIAS LTDA - ME - ME
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
MENDES
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) MENDES
RECORRENTE AL PARTICIPACOES LTDA RECORRIDO LUCHELYS DE ALENCAR MARTINS
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE) RAFFAEL DUTRA LIMA ADVOGADO(OAB: 29332/CE)
SOUSA ARAGÃO RIBEIRO
RECORRENTE HNV INDUSTRIA E COMERCIO DE EDUARDO FONTENELE ADVOGADO(OAB: 19970/CE)
COSMETICOS LTDA - ME MOTA
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE) RECORRIDO ORIGINAL COMERCIO DE
SOUSA ARAGÃO COSMETICOS LTDA - ME
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 264
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)


MENDES LUCHELYS DE ALENCAR MARTINS
RECORRIDO ALENCARINE COSMETICOS RECORRIDO: LUCHELYS DE ALENCAR MARTINS, VRX
COMERCIO VAREJISTA E
TREINAMENTOS EIRELI COMERCIO DE COSMÉTICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME,
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
ANDERSON LUID DOS SANTOS SEVERO - ME, BRC - BRAZIL
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES COSMÉTICOS LTDA, MULT DISTRIBUIDORA DE COSMÉTICOS
RECORRIDO CRX COMERCIO DE COSMETICOS E
BIJUTERIAS LTDA - ME LTDA, AL PARTICIPACOES LTDA, HNV INDÚSTRIA E
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME, ROBERTO NENDZA -
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES ME, CRX COMERCIO DE COSMÉTICOS E BIJUTERIAS LTDA -
RECORRIDO J R COMERCIO DE COSMETICOS ME, ALENCARINE COSMÉTICOS COMERCIO VAREJISTA E
LTDA - ME
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) TREINAMENTOS EIRELI, ERICA PONTES DE MENESES, J R
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME, BELLA COSMÉTICOS
MENDES
RECORRIDO ERICA PONTES DE MENESES LTDA - EPP, MULTIPLA COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA -
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) EPP, ORIGINAL COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME,
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ME, HELGA
RECORRIDO JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME COSMÉTICOS LTDA - ME, DISTRIBUIDORA HELGA
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
COSMÉTICOS LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR -
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES ME
RECORRIDO DISTRIBUIDORA HELGA
COSMETICOS LTDA - ME RELATOR: FRANCISCO JOSÉ GOMES DA SILVA
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) REDATOR DESIGNADO: CLAUDIO SOARES PIRES
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES
RECORRIDO HELGA COSMETICOS LTDA - ME EMENTA
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECURSO ORDINÁRIO. GRUPO ECONÔMICO.
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES CONFIGURAÇÃO. Confirma-se a sentença de origem que
RECORRIDO VRX COMERCIO DE COSMETICOS E
BIJUTERIAS LTDA - ME reconheceu a formação de grupo econômico entre as empresas
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) demandadas, quando se constata que além da complementaridade
MENDES
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) entre os objetos sociais destas, há o interesse integrado, a
TERCEIRO JOSE ALENCAR SALES JUNIOR comunhão de interesses e a atuação conjunta das empresas dele
INTERESSADO
TERCEIRO ERICA PONTES DE MENESES integrantes. Recurso conhecido e improvido.
INTERESSADO
RELATÓRIO
Intimado(s)/Citado(s): Designado para redigir o acórdão, peço vênia para adotar o relatório
- HNV INDUSTRIA E COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME da lavra do Excelentíssimo Desembargador Relator Francisco José

Gomes da Silva, a seguir:

"Trata-se de recurso ordinário ajuizado pela reclamada HNV

PODER JUDICIÁRIO INDUSTRIA E COSMÉTICOS LTDA interposto em face da decisão

JUSTIÇA DO TRABALHO do Juízo da 18ª Vara do Trabalho de Fortaleza (ID. 984dd8d), que

JULGOU a reclamatória PROCEDENTE EM PARTE, para

condenar, SOLIDARIAMENTE, as reclamadas DISTRIBUIDORA


PROCESSO nº 0000419-19.2018.5.07.0018 (RO)
HELGA COSMÉTICOS LTDA - ME; HELGA COSMÉTICOS LTDA
RECORRENTE: JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, HELGA
- ME; HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ME; ORIGINAL
NENDZA SALES & CIA LTDA - ME, ORIGINAL COMERCIO DE
COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME; MULTIPLA
COSMÉTICOS LTDA - ME, ERICA PONTES DE MENESES,
COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - EPP; BELLA
ALENCARINE COSMÉTICOS COMERCIO VAREJISTA E
COSMÉTICOS LTDA - EPP; J R COMERCIO DE COSMÉTICOS
TREINAMENTOS EIRELI, CRX COMERCIO DE COSMÉTICOS E
LTDA - ME; JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME; ERICA
BIJUTERIAS LTDA - ME, ROBERTO NENDZA - ME, HNV
PONTES DE MENESES; ALENCARINE COSMÉTICOS
INDÚSTRIA E COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME, AL
COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS; CRX COMERCIO
PARTICIPACOES LTDA, MULT DISTRIBUIDORA DE
DE COSMÉTICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME; VRX COMERCIO
COSMÉTICOS LTDA, BRC - BRAZIL COSMETICS LTDA,

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DE COSMÉTICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME; ROBERTO mérito, à luz do que dispõe o art. 485, I, do CPC/15, sob o

NENDZA - ME; HANOVA INDUSTRIA E COMERCIO DE fundamento de que, a parte recorrida, em sua peça de ingresso,

COSMÉTICOS LTDA - ME; AL PARTICIPACOES LTDA; inobstante tenha somente assentado as datas de ingresso e de

ANDERSON LUID DOS SANTOS SEVERO - ME; MULT dispensa, realizou o pedido correspondente às parcelas de FGTS

DISTRIBUIDORA DE COSMÉTICOS LTDA; BRC - BRAZIL em conjunto com a indenização adicional de 40% sobre o saldo

COSMETICS LTDA a pagar à reclamante LUCHELYS DE fundiário.

ALENCAR MARTINS as seguintes parcelas: a.Saldo de salário (29 No mérito, defende a recorrente, em síntese, a inexistência de

dias); b. Aviso prévio (51 dias); com reflexos no 13º salário e férias; fusão e formação de grupo econômico com o GRUPO HELGA,

c. Férias simples 2016/2017 e proporcionais (8/12 avos), acrescidas sendo indevida a sua responsabilidade solidária pelos créditos

de 1/3 constitucional; d. 13º salário proporcional 2018 (3/12 avos); e. deferidos ao autor na presente reclamação trabalhista.

FGTS + 40%; f. Multa do art. 467 da CLT, incidente sobre os valores Argumenta, em que pese tenha havido, nas redes sociais, um

e parcelas rescisórias constantes no TRCT (ID. 7ad3499), bem anúncio de fusão entre os conglomerados Helga e Hanova, por

como sobre o FGTS não depositado e multa de 40% sobre todos os certo, tal reagrupamento não ocorreu, máxime porque a sucessão

valores devidos a título de FGTS ao longo da contratualidade; g. empresarial somente é possível em face de pessoas jurídicas

Multa do art. 477,§8º da CLT; h. Honorários advocatícios. regularmente constituídas, o que não é o caso dos grupos

A sentença fora complementada pelos aclaratórios de ID. 7081a1b, econômicos, os quais não possuem personalidade jurídica própria,

com o fito de sanear a sentença embargada, determinando a mas tão somente exteriorizam a arregimentação de sociedades que

compensação do valor de R$ 10.710,34, vez que a quantia foi possuam atuação integrante em face da comunhão de interesses, o

recebida pela parte embargada, conforme comprovante de que, também, não retrata o caso dos autos.

transferência bancária de ID. 619A9a4. Esclarece, adiante, que há uma mera relação comercial, havendo

Aduz a recorrente, preliminarmente, que houve cerceamento de total independência entre as empresas do GRUPO HANOVA em

seu direito de defesa, ao argumento de que o juízo, ao adotar relação às componentes do GRUPO HELGA, sendo a recorrente,

integralmente a motivação da sentença proferido na reclamatória mera fornecedora de produtos para o conglomerado empresarial

trabalhista 0000471-51.2018.5.07.0006, construiu o seu HELGA, sem haver contudo, qualquer integração de interesses

entendimento, por consequência, a partir das provas orais ali entre as empresas ou atuação conjunta.

consignadas, mas que, tais elementos probatórios não foram Por fim, requer a reforma da decisão de modo a afastar a

publicizadas à ora recorrente no presente feito, com vistas à inconstitucionalidade declarada de forma incidental do art. 791-A,

garantia do contraditório e da ampla defesa, verificando-se, pois, §4º, da CLT, haja vista inexistir afronta à Carga Magna, mormente

uma patente violação ao que dispõe o art. 312 do CPC/15. porque, nos ditames do art. 133 da Lei Maior, o advogado é

Destaca, em seguida, que os aludidos depoimentos também não indispensável à administração da justiça, e, caso esta Colenda

integram o arcabouço das provas emprestadas acostada aos autos, Turma entenda de modo diverso, que seja observada o art. 97 da

mediante convenção de ambas as partes; que o Juízo a quo utilizou CRFB/1988, o qual prevê a cláusula de reserva de plenário para a

como fundamento da procedência da pretensão autoral, da mera manutenção da declaração de inconstitucionalidade.

cópia de uma transcrição parcial realizada no bojo de uma sentença Após devidamente notificada, a recorrida apresentou suas

proferida em processo paradigma, a qual, por sua vez, utilizou, contrarrazões, conforme documento de ID. 15ffc62.

naquele momento, o depoimento testemunhal na condição de prova A matéria versada no presente recurso dispensa a obrigatoriedade

emprestada, a qual, por certo, não integra o presente feito. de parecer prévio da douta PRT (art. 109, do Regimento Interno)"

Ressalta, igualmente, que as reportadas transcrições carregam FUNDAMENTAÇÃO

relatos fáticos que não integram as razões da exordial, impondo ADMISSIBILIDADE

reconhecer a total inovação da lide, em absoluta violação ao art. Acolhe-se o presente recurso, uma vez que preenchidos os

141 do CPC/15. requisitos de admissibilidade.

Em razão do exposto, requer a nulidade da sentença e o retorno PRELIMINARES

dos autos para que haja um novo julgamento, desta feita, em Peço vênia para adotar os fundamentos do voto do Excelentíssimo

conformidade com o acervo fático-probatório do caso sub examine. Desembargador Relator Francisco José Gomes da Silva, quanto à

Adiante, requer o reconhecimento da inépcia do pedido relativo às apreciação das preliminares, nos seguintes termos:

parcelas de FGTS + 40%, a extinção do pleito sem resolução de "DA NULIDADE DA SENTENÇA- DA UTILIZAÇÃO DA PROVA

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EMPRESTADA - DO ALEGADO CERCEAMENTO DE DEFESA partes foram submetidas ao contraditório e, havendo identidade dos

Aduz a recorrente, preliminarmente, que houve cerceamento de seu fatos probandos nos processos, rejeita-se a alegativa de

direito de defesa, ao argumento de que o juízo, ao adotar cerceamento de defesa.

integralmente a motivação da sentença proferida na reclamatória Quanto a alegativa de que as reportadas transcrições dos

trabalhista 0000471-51.2018.5.07.0006, construiu o seu depoimentos carregam relatos fáticos que não integram as razões

entendimento, a partir das provas orais ali consignadas, mas que, da exordial, não merece acolhida, posto que a causa de pedir da

tais elementos probatórios não foram publicizadas à ora recorrente autora, no que se refere a responsabilidade solidária das acionadas,

no presente feito, com vistas à garantia do contraditório e da ampla trata justamente na alegada formação de grupo econômico entre as

defesa, verificando-se, pois, uma patente violação ao que dispõe o empresas, objeto da prova naqueles autos.

art. 312 do CPC/15. Os depoimentos constantes na prova emprestada utilizada pelo

Destaca, em seguida, que os aludidos depoimentos também não Juízo a quo dizem respeito aos fatos relacionados pela autora, no

integram o arcabouço das provas emprestadas acostada aos autos, que pertine a alegada formação de grupo econômico entre as

mediante convenção de ambas as partes; que o Juízo a quo utilizou acionadas GRUPO HELGA (DISTR IBUIDORA HELGA

como fundamento da procedência da pretensão autoral, da mera COSMETICOS LTDA - ME, HELGA COSMETICOS LTDA - ME,

cópia de uma transcrição parcial realizada no bojo de uma sentença HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ME, ORIGINAL

proferida em processo paradigma, a qual, por sua vez, utilizou, COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, MULTIPLA

naquele momento, o depoimento testemunhal na condição de prova COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - EPP, BELLA

emprestada, a qual, por certo, não integra o presente feito. COSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE COSMETICOS

Ressalta, igualmente, que as reportadas transcrições carregam LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, ERICA

relatos fáticos que não integram as razões da exordial, impondo PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS

reconhecer a total inovação da lide, em absoluta violação ao art. COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX

141 do CPC/15. COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX

Em razão do exposto, requer a nulidade da sentença e o retorno COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME e

dos autos para que haja um novo julgamento, desta feita, em ROBERTO NENDZA - ME) e GRUPO HANOVA - HNV (HANOVA

conformidade com o acervo fático-probatório do caso sub examine. INDUSTRIA E COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, AL

À análise. PARTICIPAÇÕES LTDA, ANDERSON LUID DOS SANTOS

Em audiência de instrução, as Reclamadas requereram a juntada SEVERO - ME e MULT DISTRIBUIDORA DE COSMETICOS

de provas emprestadas, relativo aos depoimentos testemunhais dos LTDA), assim como referem-se as mesmas demandadas, sendo

processos 461-92.2018.5.07.0010, 470-54.2018.5.07.0010 e 471- permitido sua valoração como se houvesse sido produzida

39.2018.5.07.0010 (ID. bae0442, ID. ed35241, ID. 5cd9c24, ID. diretamente nos autos examinados.

8eb6395). Nesse ponto, frise-se, não há vício em virtude de o Juízo ter

O Juízo, ao proferir a sentença, utilizou para o reconhecimento da utilizado a fundamentação da sentença, a qual considerou para

existência de Grupo Econômico entre as acionadas (Grupo Hanova- formação do convencimento da magistrada, depoimentos os quais

Helga) como prova emprestada, os fundamento os lançados na foram respeitados o contraditório quando produzida em processos

sentença prolatada nos autos do processo nº 0000471- judiciais, máxime,quando envolvendo a mesma empresa e quando

51.2018.5.07.0006, de lavra da magistrada Taciana Orlovicin os fatos guardam correlação com os da presente ação.

Gonçalves Pita (ID. 984dd8d). Nesse mesmo entendimento, colaciona-se a atual jurisprudência do

Nesse ponto, destaco, inicialmente, que o novo CPC trouxe Tribunal Superior do Trabalho, in verbis:

permissivo expresso quanto à possibilidade de utilização da prova UTILIZAÇÃO DE PROVA EMPRESTADA. POSSIBILIDADE.

emprestada, desde que observado o contraditório, conforme IDENTIDADE FÁTICA. MESMAS RECLAMADAS.

previsão no art. 372, que assim dispõe: DESNECESSIDADE DE PRÉVIA CONCORDÂNCIA DA PARTE

Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em CONTRÁRIA. AUSÊNCIA DE CERCEAMENTO DE DEFESA.

outro processo, atribuindo-lhe o valor que considerar adequado, NULIDADE PROCESSUAL NÃO CONFIGURADA. Esta Corte

observado o contraditório". admite a utilização da prova emprestada, desde que haja a

Assim, havendo previsão legal para utilização da prova emprestada identidade dos fatos considerados no documento emprestado e no

e, observando que no processo nº 0000471-51.2018.5.07.0006 as caso em julgamento, assim como ocorrido nesta hipótese, em que o

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 267
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Regional registrou que"a prova emprestada foi produzida em § 1º - Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do

processo judicial que envolvia as mesmas rés da presente ação, Presidente da Junta, ou do juiz de direito a quem for dirigida, a

tendo sido observadas as formalidades estabelecidas em lei para a qualificação do reclamante e do reclamado, uma breve exposição

sua produção, bem como o princípio do contraditório. Segundo, dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, a data e a assinatura

porque os fatos a serem comprovados guardam correlação com os do reclamante ou de seu representante.

da presente ação. Terceiro, porque a referida prova emprestada foi § 1o Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do

valorada pelo Juízo segundo o princípio do livre convencimento juízo, a qualificação das partes, a breve exposição dos fatos de que

motivado, em conjunto com as demais provas dos autos". resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser certo, determinado e

Importante salientar também que a utilização de prova emprestada com indicação de seu valor, a data e a assinatura do reclamante ou

não está condicionada à prévia anuência e concordância das de seu representante. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

partes. Assim, a mera alegação da reclamada de que não § 2º - Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em 2 (duas)

concordou com a utilização de prova emprestada não é suficiente vias datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no

para inviabilizar a sua utilização nestes autos. Precedentes. que couber, o disposto no parágrafo anterior.

Recurso de revista não conhecido" (TST, ARR - 3600- § 2o Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em duas vias

29.2010.5.12.0031 Data de Julgamento: 15/02/2017, Relator datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no que

Ministro: José Roberto Freire Pimenta, 2ª Turma, Data de couber, o disposto no § 1o deste artigo. (Redação dada pela Lei nº

Publicação: DEJT 17/02/2017). 13.467, de 2017)

"B) RECURSO DE REVISTA. 1. NULIDADE DA SENTENÇA. § 3o Os pedidos que não atendam ao disposto no § 1o deste artigo

CERCEAMENTO DE DEFESA. UTILIZAÇÃO DE PROVA serão julgados extintos sem resolução do mérito. (Incluído pela Lei

EMPRESTADA SEM ANUÊNCIA. O Regional entendeu que a nº 13.467, de 2017)

utilização de prova emprestada consubstanciada em certidão de Como se observa, a Lei n. 13.467/17 fez referência expressa aos

averiguação produzida em outros autos, no qual a reclamada figura requisitos da petição inicial trabalhista, dispondo no § 1º do art. 840

como parte, não configura cerceamento de defesa, ante a da CLT que o pedido deva "ser certo, determinado e com indicação

semelhança fática existente entre os processos, assim como da de seu valor".

observância do contraditório e da ampla defesa. Com efeito, esta No caso, em relação ao pedido de pagamento do FGTS e multa

Corte tem se posicionado no sentido de ser possível a utilização da rescisória, o reclamante fez pedido certo, determinado e com

prova emprestada, não sendo imprescindível a anuência da parte indicação do valores pois da sua causa de pedir, entende-se

adversa. Recurso de revista não conhecido" (TST, RR - 940- logicamente que o autor fora demitido sem justa causa e sem

27.2013.5.18.0181 Data de Julgamento: 09/11/2016, Relatora recebimento de suas verbas rescisórias, fato este, incontroverso

Ministra: Dora Maria da Costa, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT nos autos.

11/11/2016). Na narrativa dos fatos, o acionante afirmou que ingressou na

Preliminar rejeitada. reclamada no dia 01/08/2010, para exercer a função de gerente,

INÉPCIA DA INICIAL sendo demitida sem justa causa em 29/03/2018; que o último

Requer o Recorrente, o reconhecimento da inépcia do pedido salário percebido foi de R$ 3.200,00 (três mil e duzentos reais); que

relativo às parcelas de FGTS + 40%, e a extinção do pleito sem quando de sua demissão não recebeu qualquer valor, assim como

resolução de mérito, à luz do que dispõe o art. 485, I, do CPC/15, não fora liberado Seguro Desemprego e FGTS, motivo pelo qual

sob o fundamento de que, a parte recorrida, em sua peça de pleiteia a liberação dos mesmos em sede de tutela antecipada; que

ingresso, inobstante tenha somente assentado as datas de ingresso o FGTS se encontra depositado apenas de forma parcial, apenas o

e de dispensa, realizou o pedido correspondente às parcelas de valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais).

FGTS, em conjunto com a indenização adicional de 40% sobre o Em seguida, requereu que, Tendo em vista os argumentos jurídicos

saldo fundiário. apresentados, ajuíza-se a presente Reclamação Trabalhista no

Sem razão. intuito de serem satisfeitos todos os direitos da reclamante, quais

O processo trabalhista é regido pelo princípio da simplicidade das sejam: Saldo Salário, Aviso Prévio de 51 dias, 13º salário e férias

formas, consagrado no art. 840, § 1º, da CLT, segundo o qual basta sobre aviso prévio, FGTS sobre rescisão, 13º salário proporcional

uma breve exposição dos fatos para se considerar apta a exordial. 3/12 de 2018, férias simples 2016/2017 e proporcionais 2017/2018

Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal. todas acrescidas do terço constitucional, FGTS e multa de 40%.

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 268
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Em relação ao rol dos pedidos, o autor requereu a condenação da responsabilização solidária entre as empresas do grupo. Entende

reclamada ao pagamento das verbas rescisórias, incluindo FGTS E que a fusão entre as empresas com a criação, em outubro de 2017,

MULTA DE 40% DO FGTS. da empresa MULT DISTRIBUIDORA DE COSMÉTICOS (de que

Em decorrência do princípio da simplicidade, que norteia o processo eram sócios o filho dos sócios do Grupo Helga e a mãe do sócio do

trabalhista, o qual não sofreu alterações com a Lei nº 13.467, de Grupo Hanova), teria como única finalidade ocultar os sócios de fato

2017, a petição inicial ora em análise preencheu os requisitos do da nova empresa e ainda o de conseguir nova linha de crédito na

art. 840 , da CLT, a qual, frise-se, não dificultou a defesa das praça. Postula, caso não se conclua pela existência de grupo

acionadas. econômico, que se reconheça a sucessão empresarial de todas as

Rejeita-se." empresas do Grupo Helga por HNV INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE

DO MÉRITO COSMÉTICOS LTDA. Alega, ainda, que a empresa BRC BRAZIL

GRUPO ECONÔMICO. CONFIGURAÇÃO. COSMÉTICOS LTDA adquiriu em Recuperação Judicial os direitos

A sentença reconheceu o grupo econômico entre as empresas da marca mista "Helga" por cinco anos, sem jamais exercer

demandadas, consoante os seguintes fundamentos: qualquer gerência direta, pois o Sr. José Alencar Sales Júnior

"Diante da identidade da matéria (fática e jurídica), adoto continuou a exercer a direção, gerência e coordenação das

integralmente os fundamentos lançados na brilhante sentença empresas. Por essa razão, pretende a responsabilização solidária

prolatada nos autos da 0000471-51.2018.5.07.0006, de lavra da da ré BRC BRAZIL COSMÉTICOS LTDA, uma vez identificada a

magistrada Taciana Orlovicin Gonçalves Pita, acerca da fraude ocorrida e a evidente direção do efetivo sócio do Grupo

responsabilidade das empresas demandadas, nos termos a seguir: Helga.

'Afirma a parte reclamante que as empresas que compõem o antigo Em suas contestações, as rés negam a formação de grupo

GRUPO HELGA (DISTRIBUIDORA HELGA COSMETICOS LTDA - econômico entre as empresas do Grupo Helga e Hanova As

ME, HELGA COSMETICOS LTDA - ME, HELGA NENDZA SALES reclamadas DISTRIBUIDORA HELGA COSMETICOS LTDA - ME,

& CIA LTDA - ME, ORIGINAL COMERCIO DE COSMETICOS HELGA COSMETICOS LTDA - ME, HELGA NENDZA SALES & CIA

LTDA - ME, MULTIPLA COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - LTDA - ME, ORIGINAL COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME,

EPP, BELLA COSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE MULTIPLA COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - EPP,

COSMETICOS LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, BELLACOSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE

ERICA PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS COSMETICOS LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME,

COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX ERICA PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME e COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX

ROBERTO NENDZA - ME) são dirigidas e coordenadas pelos COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME,

sócios José Alencar Sales Júnior e Érica Pontes de Meneses. Alega ROBERTO NENDZA - ME (1ª a 13ª reclamadas), não refutam o

que, em meados de 2017, os sócios do Grupo Helga iniciaram grupo econômico entre si, tendo contestado a formação de grupo

negociações para fusão com o Grupo Hanova (HNV), fusão de com as empresas do Grupo HANOVA (14ª a 16ª reclamadas), com

empresas esta que foi oficialmente tornada pública em julho de a MULT DISTRIBUIDORA (17ª reclamada) e com a BCR (18ª

2017, expondo o rol de empresas que compõem o Grupo Hanova - reclamada), alegando que o grupo HANOVA tem como objeto social

HNV (HANOVA INDUSTRIA E COMERCIO DE COSMETICOS a produção de produtos de beleza, e que inexiste hierarquia e/ou

LTDA - ME, AL PARTICIPAÇÕES LTDA, ANDERSON LUID DOS coordenação entre as empresas. Sustenta que a BCR está sob a

SANTOS SEVERO - ME e MULT DISTRIBUIDORA DE égide da Lei 11.101//05, tendo comprado o direito de utilização da

COSMETICOS LTDA), à época todas dirigidas pelos sócios marca "Helga" por cinco anos.

Anderson Luid Santos Severo e Aline Cristina Silva Souza Severo. As reclamadas HANOVA INDUSTRIA E COMERCIO DE

Sustenta que, a partir de julho de 2017, independentemente do COSMETICOS LTDA - ME e ANDERSON LUID DOS SANTOS

cumprimento das obrigações legais para efetivação da fusão, qual SEVERO - ME reconhecem o grupo entre si e negam a formação de

seja a extinção das pessoas jurídicas da empresa incorporada com grupo com as demais reclamadas, noticiando que são fornecedoras

o surgimento de uma nova, tal fusão de fato ocorreu e todos os de produtos à rede varejista, sendo uma das principais, o grupo

empregados passaram à subordinação do Grupo Hanova-Helga, o HELGA, não tendo havido a fusão alegada, apenas relação

qual configura grupo econômico por coordenação, impondo a fornecedor-cliente. Informam, ainda, que os fundos de comércio de

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 269
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empresas do Grupo Helga foram alienados por seus sócios- grupos. De acordo com a Lei 13.467/2017 são requisitos para a

proprietários da Helga para a empresa DX GROUP configuração do grupo econômico: a demonstração do interesse

PARTICIPAÇÕES E INVESTIMENTOS LTDA, que, por sua vez, integrado, a efetiva comunhão de interesses e a atuação conjunta

não possuiria qualquer ligação com o Grupo Hanova, tratando-se de das empresas integrantes. A inexistência de uma hierarquia entre

empresa de investimentos de proveniente São Paulo. as empresas não descaracteriza o grupo econômico, se há a

A demandada AL PARTICIPACOES LTDA nega a formação de demonstração de que entre as empresas ocorre clara atuação

grupo econômico com quaisquer das demais empresas. conjunta, em linha de coordenação e comunhão de interesses, o

A reclamada MULT DISTRIBUIDORA DE COSMETICOS LTDA que se verifica no caso em tela.

alega que nunca existiu de fato e nega a formação de grupo Ademais, a primeira testemunha laboral afirmou em seu

econômico com quaisquer das demais empresas. depoimento:

A ré BRC - BRAZIL COSMETICS LTDA informa que comprou os "(...) que havia comentários dentro da empresa de que ocorreu uma

direitos de uso da marca HELGA, não estando a reclamante sob fusão entre as empresas Helga e Hanova; que o gerente do

suas ordens, refutando a formação de grupo econômico com depoente comentou que ocorreria a fusão e que o depoente

quaisquer das demais empresas reclamadas e pleiteia que, em continuaria a prestar serviços para as duas empresas; que o

caso de condenação, seja de forma subsidiária. depoente já chegou, mesmo prestando serviços para a Helga,

Pois bem. prestar serviços para a Hanova, tais como rotulagem de produtos,

Inicialmente, declaro a responsabilidade solidária das empresas embalagem de mercadorias e fazendo entregas; que depois dos

DISTRIBUIDORA HELGA COSMETICOS LTDA - ME, HELGA comentários da fusão, o depoente também começou a receber

COSMETICOS LTDA - ME, HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ordens do Sr. Paulo, empregado da Hanova, responsável pela

ME, ORIGINAL COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, logística."

MULTIPLA COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - EPP, BELLA Ainda, a segunda testemunha da autora noticiou:

COSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE COSMETICOS "que trabalhou para Helga de 01/02/2010 a 14/04/2018 na função

LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, ERICA de estoquista; que trabalhou com a reclamante; que o gerente,

PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS Sr.Evandro comentou com o depoente que havia sido feita uma

COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX sociedade entre a Helga e a Hanova; que, após o comentário, o

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX depoente também começo a prestar serviços para a Hanova

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, abastecendo e descarregando as mercadorias da empresa Hanova

ROBERTO NENDZA - ME (1ª a 13ª reclamadas), nos termos do § nas seções das lojas Helga, limpando as mercadorias; que o

2º do art. 2º da CLT, as quais reconheceram a formação de grupo depoente não recebia ordens de nenhum empregado da Hanova;

econômico entre si, encontrando-se, dentre estas, a empregadora. que as lojas Helga também vendiam produtos de outras indústrias e

Quanto ao grupo econômico alegado em relação aos grupos não só da empresa Hanova; que, em relação às mercadorias das

HELGA e HANOVA, a autora juntou aos autos várias fotografias outras indústrias, o abastecimento e o descarregamento de

com os Srs. Anderson Luid Dos Santos Severo, José Alencar Sales mercadorias eram feitos por empregados destas indústrias; que a

Junior, Aline Cristina Silva Souza Severo e Érica Pontes de reclamante vendia produtos da indústria Hanova bem como de

Meneses, sócios das empresa Hanova e Helga, divulgadas em meio outras indústrias."

digital em julho de 2017, anunciando a fusão entre as empresas do Saliente-se que o fato de terem sido alienados fundos de comércio

Grupo Helga com aquelas do Grupo Hanova (HNV), com de empresas do Grupo Helga para a empresa DX GROUP

fundamento na expansão e aquisições realizadas pelo grupo PARTICIPAÇÕES E INVESTIMENTOS LTDA não afeta a presente

HANOVA, podendo se perceber que nas fotos, aparece o diretor do demanda, pois apenas houve a alienação parcial das quotas

grupo HANOVA, o qual veste camisa com o nome HELGA NOVO empresariais de somente algumas das empresas do Grupo.

TEMPO e ainda uma figura que demonstra a junção de duas peças Insta destacar, também, que a alegação da reclamada ANDERSON

de quebra-cabeça nas quais constam os nomes dos dois grupos LUID DOS SANTOS SEVERO ME de que a relação havida entre os

HANOVA e HELGA. Em que pese não haver alterações nas apontados conglomerados empresariais era de apenas fornecedor-

estruturas das empresas formadoras dos grupos, resta claro que cliente não se sustenta, ressaltando que a mensagem eletrônica e a

houve uma intensa comunhão de interesses confissão de dívida datam de período anterior à "fusão" noticiada, o

econômicos/profissionais entre as empresas formadoras dos dois que só veio a ocorrer em julho de 2017.

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Diante do exposto, reconheço a existência de grupo econômico por HANOVA, com atuação na vendas de produtos de higiene, tendo

coordenação entre todas as empresas dos Grupos HELGA e como sócios os Srs. Matheus Pontes Sales e Maria de Fátima dos

HANOVA, as quais declaro responsáveis solidárias pelas verbas Santos Severo, os quais são, respectivamente, o filho dos titulares

decorrentes da condenação, nos termos dos arts. 2º, § 2º, e 9º da do Grupo Helga e a mãe de um dos proprietários do Grupo Hanova

CLT. (Anderson Luid dos Santos Severo), fato não contestado em defesa.

No que concerne à reclamada AL PARTICIPAÇÕES LTDA, verifica- Sendo assim, tenho que a empresa MULT DISTRIBUIDORA DE

se que na defesa das empresas formadoras do GRUPO HELGA COSMETICOS LTDA também participa dos Grupos Helga e

restou afirmado que as empresas HANOVA INDUSTRIA E Hanova, utilizando-se da mesma estrutura empresarial para a

COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, ANDERSON LUID consecução de seus objetivos financeiros, diante do que, resta

DOS SANTOS SEVERO - ME e AL PARTICIPACOES LTDA condenada solidariamente, nos termos dos arts. 2º, § 2º, e 9º da

formam o grupo HANOVA. Nessa senda, o contrato social de CLT.

constituição da reclamada AL PARTICIPAÇÕES LTDA demonstra Por fim, quanto à ré BRC BRAZIL COSMETICS COMÉRCIO

que essa empresa tem como sócios os Srs. Anderson Liud dos VAREJISTA DE COSMÉTICOS EIRELI, verifica-se que ela

Santos Severo e Aline Cristina Silva Souza Severo, os quais se apresentou defesa através do mesmo escritório que a empregadora,

fizeram presentes ao evento em que foi anunciada a "fusão" entre na qual passou a repetir as mesmas alegações já apresentadas

os grupos empresariais, conforme fotografias anexadas aos autos. pelas 1ª a 13ª Reclamadas, além disso, observa-se que no

Ainda, o endereço eletrônico da AL PARTICIPAÇÕES LTDA comprovante de inscrição cadastral (CNPJ) consta endereço

registrado no CNPJ é "anderson@hanovacosméticos.com.br". eletrônico pertencente ao domínio da HELGA COSMÉTICOS.

Ademais, a Sra. Aline Cristina Silva Souza Severo é também sócia Ademais, apresentou carta de preposição que revelou

da empresa HNV INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE COSMÉTICOS representação através do mesmo preposto que a empregadora,

LTDA, cujo endereço eletrônico é razão pela qual, deve ser solidariamente responsável pelos créditos

"anderson@hanovacosméticos.com.br", conquanto o Sr. Anderson oriundos da presente demanda, nos moldes dos arts. 2º, § 2º, e 9º

Liud dos Santos Severo não faça parte do corpo societário dessa da CLT."

empresa. O Sr. Anderson Liud dos Santos Severo atua, ainda, Pontue-se, por oportuno, que as atas de audiência em nada

como empresário individual da ANDERSON LUID DOS SANTOS corroboram com a tese da demandada, uma vez que se verifica,

SEVERO ME. Por fim, saliento que as empresas HNV INDÚSTRIA com extrema facilidade, que a testemunha da reclamada, Sr.

E COMÉRCIO DE COSMÉTICOS LTDA, AL PARTICIPAÇÕES Emanuel Rodrigues de Albuquerque, arrolada em todos os

LTDA, ANDERSON LUID DOS SANTOS SEVERO - ME e MULT processos, busca, sem nenhum sucesso, sustentar os termos da

DISTRIBUIDORA DE COSMETICOS LTDA, em audiência, se defesa.

fizeram representar pelo mesmo preposto, o Sr. Luiz Gustavo Ademais, por mais que tenha declarado que "que na metade do

Santana Severo, neste feiro e nos processos nº0000470- segundo semestre de 2017 houve uma reunião da Helga com a

54.2018.5.07.0010, 0000471-39.2018.5.07.0010 e 0000476- Hanova para uma parceria de fornecimento de produtos",

61.2018.5.07.0010, cujos termos de audiência foram anexados aos afirmou, posteriormente, que "soube que foi feita uma postagem

presentes autos. no instagram da Helga onde foi usado o termo fusão com a

O fato de a empresa AL PARTICIPAÇÕES LTDA ter objetivo social Hanova".

diverso das empresas do grupo HANOVA não é suficiente para Por outro lado, as testemunhas Francisca Edinusia Alves de Sousa

afastar a formação do grupo econômico com HNV INDÚSTRIA E e Maria Irlane Silva Santos

COMÉRCIO DE COSMÉTICOS LTDA e ANDERSON LUID DOS Desiderio, apresentadas pelas partes autoras, nas referidas atas de

SANTOS SEVERO - ME. audiências, possuem depoimentos uníssonos no que tange à

Sendo assim, reconheço que a empresa AL PARTICIPAÇÕES reunião em que foi publicizada à fusão das demandadas aos

LTDA pertence ao grupo econômico HANOVA, o qual restou empregados são uníssonas ("que no final de julho/2017 foram

condenada solidariamente, aplicando a esta a mesma convocadas para uma reunião no hotel meridional no centro da

responsabilidade, nos termos dos arts. 2º, § 2º, e 9º da CLT. cidade onde foi comunicada por Alencar Junior, Erica Pontes e

No que tange à reclamada MULT DISTRIBUIDORA DE Aline Severo, a fusão da Helga e Hanova, com promessas de

COSMETICOS LTDA, observa-se efetivamente formalizada em que tudo iria mudar com a chegada de novos produtos, mas na

24/10/2017 pouco tempo após a fusão dos grupos HELGA e pratica tudo continuou do mesmo jeito, pois continuou

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chegando produtos da marca própria da Helga (lavi) e da Helga, verificam elementos suficientes para que seja corroborada a

os quais tinham prioridade para serem vendidos" - depoimento conclusão da sentença recorrida.

de Maria Irlane Silva Santos Desiderio) e ("que houve uma Como bem destacado pela sentença, restou demonstrada nos autos

reunião num domingo de julho/2017 onde foi comunicada a a ampla divulgação realizada nas redes sociais, em julho de 2017,

fusão da Hanova com a Helga Cosmeticos onde foram acerca da fusão das empresas do Grupo Helga com aquelas do

apresentados os novos patrões como sendo: Aline Severo e Grupo Hanova. Eis os dizeres da publicação (V. ID 0d53e9e - Pág.

seu esposo Anderson ambos donos da Hanova; que a a partir 2): "Temos o orgulho de anunciar que começou um novo tempo. O

daí a prioridade era para vender os produtos da Hanova e Lavi" Grupo HNV detentor de várias marcas como a Hanova, em um

- depoimento de Francisca Edinusia Alves de Sousa)." processo de expansão e aquisições, realizou a fusão com o Grupo

A empresa recorrente manifesta no presente recurso ordinário o seu Helga Cosméticos. Tudo isso para que os nossos clientes possam

inconformismo, alegando, em síntese: "que a fusão e o grupo ter sempre à disposição o melhor atendimento, os melhores

econômico ostentam características diametralmente opostas"; "em produtos e a melhor experiência. Transformando para melhor, o seu

que pese tenha havido, nas redes sociais, um anúncio de fusão visual e a sua vida. #HelgaNovoTempo #Hanova #GrupoHNV

entre os conglomerados Helga e Hanova, por certo, tal #GrupoHelga #Beleza #Cabelos". Com a devida vênia da parte

reagrupamento não ocorreu, máxime porque a sucessão recorrente, este aspecto é relevante para a caracterização do grupo

empresarial somente é possível em face de pessoas jurídicas econômico sob investigação, demonstrando a plena possibilidade

regularmente constituídas, o que não é o caso dos grupos de que as marcas de cada um dos grupos estejam sob a

econômicos, os quais não possuem personalidade jurídica própria, coordenação de um único conglomerado, o que afasta a tese

mas tão somente exteriorizam a arregimentação de sociedades que recursal a respeito da estranheza de haver empresas concorrentes

possuam atuação integrante em face da comunhão de interesses"; no mesmo grupo econômico.

"que a sentença de origem, em nenhum momento, cuidou de Além disso, vigora no Direito do Trabalho o princípio da primazia da

demonstrar a integração de interesses entre as empresas, a realidade, de modo a ser imprescindível destacar a prevalência dos

atuação conjunta, tampouco a comunhão de interesses, mas fatos da relação de emprego sobre os aspectos formais. Dessa

apenas limitou-se a discorrer, de forma bastante confusa, sobre forma, ainda que não ultimada, ao menos formalmente, com as

"fusão", sendo esta manifestante inexistente no caso vertente"; "que devidas baixas das pessoas jurídicas, a fusão mencionada nas

os depoimentos coligidos aos autos sob a rubrica de prova redes sociais, não há se desconhecer que houve a junção das

emprestada fulminam a pretensão autoral, quer pelo viés da fusão, empresas, que passaram a atuar integradas a um único grupo.

seja sob a óptica de agrupamento empresarial." Igualmente, salvo melhor juízo, os depoimentos das testemunhas

Não se vê nas razões recursais, com a devida vênia da parte não afastam o reconhecimento do grupo econômico. Ao revés,

recorrente, fundamentos que infirmem convincentemente as confirmam a fusão entre as empresas. Destaca-se, a este respeito,

conclusões do juízo de primeiro grau, razão pela qual se há perfilhar o depoimento da primeira testemunha da parte reclamante, Sra.

com os motivos da decisão vergastada, ora endossados e Maria Irlane Silva Santos Desiderio, ouvida no processo nº 0000470

integrantes das presentes razões de decidir. -54.2018.5.07.0010 (Ata de audiência de ID 5cd9c24 - Pág. 4),

Consoante o § 2º do art. 2º da CLT, "sempre que uma ou mais trazido por empréstimo ao conjunto probatório pelas próprias

empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica reclamadas, revelador de "(...) que no final de julho/2017 foram

própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de convocadas para uma reunião no hotel meridional no centro da

outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua cidade onde foi comunicada por Alencar Junior, Erica Pontes e Aline

autonomia, integrem grupo econômico, serão responsáveis Severo, a fusão da Helga e Hanova, com promessas de que tudo

solidariamente pelas obrigações decorrentes da relação de iria mudar com a chegada de novos produtos, mas na pratica tudo

emprego". continuou do mesmo jeito, pois continuou chegando produtos da

Nesta esteira, o delineamento do que se convencionou chamar marca propria da Helga (lavi) e da Helga, os quais tinham prioridade

grupo econômico, pela dicção da Consolidação das Leis do para serem vendidos, e das outras marcas continuaram escassos".

Trabalho, importa na evidência da integração dos Veja-se que a fusão foi comunicada aos empregados em reunião,

empreendimentos, de forma a vincular, direta ou indiretamente, as constatação que reforça a ideia do grupo econômico, referindo-se a

empresas. depoente a tudo ter "continuado do mesmo jeito" ao modus

Este aspecto restou caracterizado nos autos, sendo certo que se operandi das vendas dos produtos e não à ausência de formação

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 272
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

de grupo. A testemunha em questão ainda revelou que as diversas CONCLUSÃO DO VOTO

marcas apresentavam seus produtos e realizavam treinamentos, Por unanimidade, conhecer do recurso ordinário para, rejeitar as

mas que com a Hanova o processo foi diferente, pois, além de ter preliminares suscitadas e, no mérito, por maioria, negar-lhe

sido comunicada a fusão, não houve interrupção do fornecimento de provimento.

mercadorias para serem vendidas nas lojas Helga, o que ocorreu DISPOSITIVO

com outros fornecedores em face das dívidas da empregadora ACORDAM OS INTEGRANTES DA 2.ª TURMA DO TRIBUNAL

originária. REGIONAL DO TRABALHO DA 7.ª REGIÃO, por unanimidade,

Não se olvida o depoimento da testemunha convidada pelas conhecer do recurso ordinário para, rejeitar as preliminares

reclamadas, Sr. Emanuel Rodrigues de Albuquerque, ouvida nos suscitadas e, no mérito, por maioria, negar-lhe provimento. Vencido

processos (461-92.2018.5.07.0010, 470-54.2018.5.07.0010 e 471- o Desembargador Relator, que dava provimento ao apelo, para

39.2018.5.07.0010) trazidos por empréstimo ao conjunto probatório, excluir da condenação a responsabilidade solidária da reclamada

cujas declarações transparecem a ideia de demonstrar ter havido HNV INDÚSTRIA E COSMÉTICOS LTDA. Redigirá o acórdão o

apenas uma relação comercial, mas não uma fusão, entre as Desembargador Cláudio Soares Pires, com a integração do voto

empresas do grupo Helga e do grupo Hanova. Contudo, diante dos vencido.

demais elementos probatórios dos autos, não há de prevalecer o Participaram do julgamento os Exmos. Srs. Desembargadores

quadro traçado pelo depoente, sendo de se destacar que ele próprio Francisco José Gomes da Silva (Presidente e Relator), Cláudio

admite não ter participado da reunião ocorrida em julho de 2017 (V. Soares Pires e Paulo Régis Machado Botelho. Presente ainda o(a)

ID's 5cd9c24 - Pág. 6 e 8eb6395 - Pág. 6), na qual fora anunciada a Exmo(a). Sr(a). membro do Ministério Público do Trabalho. Em gozo

fusão aos trabalhadores. de férias o Exmo. Sr. Desembargador Jefferson Quesado Junior.

Cumpre ressaltar, ainda, porquanto oportuno, que a estreita relação Fortaleza, 14 de outubro de 2019.

comercial entre as empresas dos grupos empresariais, consoante INTEGRA O PRESENTE ACÓRDÃO O VOTO VENCIDO DO EXMº

se denota pelas notas ficais de vendas de mercadorias anexadas DESEMBARGADOR FRANCISCO JOSÉ GOMES DA SILVA, in

aos autos, a meu sentir, não rechaça a formação de grupo verbis:

econômico, mas, em verdade, a reforça, evidenciando além da EMENTA: PROVA EMPRESTADA. PREVISÃO LEGAL.

complementaridade entre os objetos sociais das empresas CONTRADITÓRIO OBSERVADO. O novo CPC trouxe permissivo

contratantes, o interesse integrado, a comunhão de interesses e a expresso quanto à possibilidade de utilização da prova emprestada,

atuação conjunta das empresas dele integrantes. desde que observado o contraditório, conforme previsão no art. 372.

Destarte, o quadro encontrado no presente feito permite a Assim, havendo previsão legal para utilização da prova emprestada

conclusão de que a empresa ora recorrente integra grupo e, observando que no processo nº 0000471-51.2018.5.07.0006 as

econômico com as reclamadas do grupo Helga. Importa examinar a partes foram submetidas ao contraditório e, havendo identidade dos

presença de elementos objetivos capazes de demonstrar que as fatos probandos nos processos, rejeita-se a alegativa de

empresas estavam integradas no mesmo grupo. É o que se cerceamento de defesa. Preliminar rejeitada.

constatou à exaustão no presente feito. PETIÇÃO INICIAL. ART. 840, §1º DA CLT. O processo trabalhista

Por oportuno, colhe-se o seguinte precedente jurisprudencial: é regido pelo princípio da simplicidade das formas, consagrado no

"Grupo econômico. Relação inter-empresarial. O grupo econômico art. 840, § 1º, da CLT, segundo o qual basta uma breve exposição

para fins justrabalhistas não necessita se revestir das modalidades dos fatos para se considerar apta a exordial. Em decorrência do

jurídicas típicas do Direito Econômico ou Direito Comercial princípio da simplicidade, que norteia o processo trabalhista, o qual

(holdings, consórcios, pools etc.). Não se exige, sequer, a prova não sofreu alterações com a Lei nº 13.467, de 2017, verifica-se que

de sua formal institucionalização cartorial: pode-se acolher a a petição inicial atendeu integralmente os requisitos do art. 840, da

existência do grupo desde que surjam evidências probatórias CLT. Preliminar rejeitada.

de que estão presentes os elementos de integração inter- EXISTÊNCIA DE GRUPO ECONÔMICO. ART. 2º, DA CLT. ÔNUS

empresarial (abrangência subjetiva e nexo relacional) de que DA PROVA. ART. 818, DA CLT C/C ART. 373, DO NCPC.

fala a CLT (art. 2º, § 2º)" (Processo 00409002020085010025, TRT AUSÊNCIA DE PROVA. Não tendo a reclamante comprovado a

1ª Região - 8ª Turma, Relatora Desembargadora Dalva Amélia de existência do alegado grupo econômico Helga-Hanova, composto

Oliveira, Publicado em 30/06/2014)(destaquei). de diversas empresas, reforma-se a sentença para afastar a

NEGA-SE PROVIMENTO. responsabilidade solidária pretendida pela autora.

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 273
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

RECURSO CONHECIDO E DADO PROVIMENTO PARCIAL permissivo expresso quanto à possibilidade de utilização da prova

FUNDAMENTAÇÃO: emprestada, desde que observado o contraditório, conforme

ADMISSIBILIDADE previsão no art. 372, que assim dispõe:

Acolhe-se o presente recurso, uma vez que preenchidos os Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em

requisitos de admissibilidade. outro processo, atribuindo-lhe o valor que considerar adequado,

DO MÉRITO observado o contraditório".

PRELIMINARES Assim, havendo previsão legal para utilização da prova emprestada

DA NULIDADE DA SENTENÇA- DA UTILIZAÇÃO DA PROVA e, observando que no processo nº 0000471-51.2018.5.07.0006 as

EMPRESTADA - DO ALEGADO CERCEAMENTO DE DEFESA partes foram submetidas ao contraditório e, havendo identidade dos

Aduz a recorrente, preliminarmente, que houve cerceamento de seu fatos probandos nos processos, rejeita-se a alegativa de

direito de defesa, ao argumento de que o juízo, ao adotar cerceamento de defesa.

integralmente a motivação da sentença proferida na reclamatória Quanto a alegativa de que as reportadas transcrições dos

trabalhista 0000471-51.2018.5.07.0006, construiu o seu depoimentos carregam relatos fáticos que não integram as razões

entendimento, a partir das provas orais ali consignadas, mas que, da exordial, não merece acolhida, posto que a causa de pedir da

tais elementos probatórios não foram publicizadas à ora recorrente autora, no que se refere a responsabilidade solidária das acionadas,

no presente feito, com vistas à garantia do contraditório e da ampla trata justamente na alegada formação de grupo econômico entre as

defesa, verificando-se, pois, uma patente violação ao que dispõe o empresas, objeto da prova naqueles autos.

art. 312 do CPC/15. Os depoimentos constantes na prova emprestada utilizada pelo

Destaca, em seguida, que os aludidos depoimentos também não Juízo a quo dizem respeito aos fatos relacionados pela autora, no

integram o arcabouço das provas emprestadas acostada aos autos, que pertine a alegada formação de grupo econômico entre as

mediante convenção de ambas as partes; que o Juízo a quo utilizou acionadas GRUPO HELGA (DISTR IBUIDORA HELGA

como fundamento da procedência da pretensão autoral, da mera COSMETICOS LTDA - ME, HELGA COSMETICOS LTDA - ME,

cópia de uma transcrição parcial realizada no bojo de uma sentença HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ME, ORIGINAL

proferida em processo paradigma, a qual, por sua vez, utilizou, COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, MULTIPLA

naquele momento, o depoimento testemunhal na condição de prova COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - EPP, BELLA

emprestada, a qual, por certo, não integra o presente feito. COSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE COSMETICOS

Ressalta, igualmente, que as reportadas transcrições carregam LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, ERICA

relatos fáticos que não integram as razões da exordial, impondo PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS

reconhecer a total inovação da lide, em absoluta violação ao art. COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX

141 do CPC/15. COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX

Em razão do exposto, requer a nulidade da sentença e o retorno COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME e

dos autos para que haja um novo julgamento, desta feita, em ROBERTO NENDZA - ME) e GRUPO HANOVA - HNV (HANOVA

conformidade com o acervo fático-probatório do caso sub examine. INDUSTRIA E COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, AL

À análise. PARTICIPAÇÕES LTDA, ANDERSON LUID DOS SANTOS

Em audiência de instrução, as Reclamadas requereram a juntada SEVERO - ME e MULT DISTRIBUIDORA DE COSMETICOS

de provas emprestadas, relativo aos depoimentos testemunhais dos LTDA), assim como referem-se as mesmas demandadas, sendo

processos 461-92.2018.5.07.0010, 470-54.2018.5.07.0010 e 471- permitido sua valoração como se houvesse sido produzida

39.2018.5.07.0010 (ID. bae0442, ID. ed35241, ID. 5cd9c24, ID. diretamente nos autos examinados.

8eb6395). Nesse ponto, frise-se, não há vício em virtude de o Juízo ter

O Juízo, ao proferir a sentença, utilizou para o reconhecimento da utilizado a fundamentação da sentença, a qual considerou para

existência de Grupo Econômico entre as acionadas (Grupo Hanova- formação do convencimento da magistrada, depoimentos os quais

Helga) como prova emprestada, os fundamento os lançados na foram respeitados o contraditório quando produzida em processos

sentença prolatada nos autos do processo nº 0000471- judiciais, máxime,quando envolvendo a mesma empresa e quando

51.2018.5.07.0006, de lavra da magistrada Taciana Orlovicin os fatos guardam correlação com os da presente ação.

Gonçalves Pita (ID. 984dd8d). Nesse mesmo entendimento, colaciona-se a atual jurisprudência do

Nesse ponto, destaco, inicialmente, que o novo CPC trouxe Tribunal Superior do Trabalho, in verbis:

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 274
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

UTILIZAÇÃO DE PROVA EMPRESTADA. POSSIBILIDADE. e de dispensa, realizou o pedido correspondente às parcelas de

IDENTIDADE FÁTICA. MESMAS RECLAMADAS. FGTS, em conjunto com a indenização adicional de 40% sobre o

DESNECESSIDADE DE PRÉVIA CONCORDÂNCIA DA PARTE saldo fundiário.

CONTRÁRIA. AUSÊNCIA DE CERCEAMENTO DE DEFESA. Sem razão.

NULIDADE PROCESSUAL NÃO CONFIGURADA. Esta Corte O processo trabalhista é regido pelo princípio da simplicidade das

admite a utilização da prova emprestada, desde que haja a formas, consagrado no art. 840, § 1º, da CLT, segundo o qual basta

identidade dos fatos considerados no documento emprestado e no uma breve exposição dos fatos para se considerar apta a exordial.

caso em julgamento, assim como ocorrido nesta hipótese, em que o Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal.

Regional registrou que"a prova emprestada foi produzida em § 1º - Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do

processo judicial que envolvia as mesmas rés da presente ação, Presidente da Junta, ou do juiz de direito a quem for dirigida, a

tendo sido observadas as formalidades estabelecidas em lei para a qualificação do reclamante e do reclamado, uma breve exposição

sua produção, bem como o princípio do contraditório. Segundo, dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, a data e a assinatura

porque os fatos a serem comprovados guardam correlação com os do reclamante ou de seu representante.

da presente ação. Terceiro, porque a referida prova emprestada foi § 1o Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do

valorada pelo Juízo segundo o princípio do livre convencimento juízo, a qualificação das partes, a breve exposição dos fatos de que

motivado, em conjunto com as demais provas dos autos". resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser certo, determinado e

Importante salientar também que a utilização de prova emprestada com indicação de seu valor, a data e a assinatura do reclamante ou

não está condicionada à prévia anuência e concordância das de seu representante. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

partes. Assim, a mera alegação da reclamada de que não § 2º - Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em 2 (duas)

concordou com a utilização de prova emprestada não é suficiente vias datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no

para inviabilizar a sua utilização nestes autos. Precedentes. que couber, o disposto no parágrafo anterior.

Recurso de revista não conhecido" (TST, ARR - 3600- § 2o Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em duas vias

29.2010.5.12.0031 Data de Julgamento: 15/02/2017, Relator datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no que

Ministro: José Roberto Freire Pimenta, 2ª Turma, Data de couber, o disposto no § 1o deste artigo. (Redação dada pela Lei nº

Publicação: DEJT 17/02/2017). 13.467, de 2017)

"B) RECURSO DE REVISTA. 1. NULIDADE DA SENTENÇA. § 3o Os pedidos que não atendam ao disposto no § 1o deste artigo

CERCEAMENTO DE DEFESA. UTILIZAÇÃO DE PROVA serão julgados extintos sem resolução do mérito. (Incluído pela Lei

EMPRESTADA SEM ANUÊNCIA. O Regional entendeu que a nº 13.467, de 2017)

utilização de prova emprestada consubstanciada em certidão de Como se observa, a Lei n. 13.467/17 fez referência expressa aos

averiguação produzida em outros autos, no qual a reclamada figura requisitos da petição inicial trabalhista, dispondo no § 1º do art. 840

como parte, não configura cerceamento de defesa, ante a da CLT que o pedido deva "ser certo, determinado e com indicação

semelhança fática existente entre os processos, assim como da de seu valor".

observância do contraditório e da ampla defesa. Com efeito, esta No caso, em relação ao pedido de pagamento do FGTS e multa

Corte tem se posicionado no sentido de ser possível a utilização da rescisória, o reclamante fez pedido certo, determinado e com

prova emprestada, não sendo imprescindível a anuência da parte indicação do valores pois da sua causa de pedir, entende-se

adversa. Recurso de revista não conhecido" (TST, RR - 940- logicamente que o autor fora demitido sem justa causa e sem

27.2013.5.18.0181 Data de Julgamento: 09/11/2016, Relatora recebimento de suas verbas rescisórias, fato este, incontroverso

Ministra: Dora Maria da Costa, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT nos autos.

11/11/2016). Na narrativa dos fatos, o acionante afirmou que ingressou na

Preliminar rejeitada. reclamada no dia 01/08/2010, para exercer a função de gerente,

INÉPCIA DA INICIAL sendo demitida sem justa causa em 29/03/2018; que o último

Requer o Recorrente, o reconhecimento da inépcia do pedido salário percebido foi de R$ 3.200,00 (três mil e duzentos reais); que

relativo às parcelas de FGTS + 40%, e a extinção do pleito sem quando de sua demissão não recebeu qualquer valor, assim como

resolução de mérito, à luz do que dispõe o art. 485, I, do CPC/15, não fora liberado Seguro Desemprego e FGTS, motivo pelo qual

sob o fundamento de que, a parte recorrida, em sua peça de pleiteia a liberação dos mesmos em sede de tutela antecipada; que

ingresso, inobstante tenha somente assentado as datas de ingresso o FGTS se encontra depositado apenas de forma parcial, apenas o

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valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais). que, também, não retrata o caso dos autos.

Em seguida, requereu que, Tendo em vista os argumentos jurídicos Esclarece, adiante, que há uma mera relação comercial, havendo

apresentados, ajuíza-se a presente Reclamação Trabalhista no total independência entre as empresas do GRUPO HANOVA em

intuito de serem satisfeitos todos os direitos da reclamante, quais relação às componentes do GRUPO HELGA, sendo a recorrente,

sejam: Saldo Salário, Aviso Prévio de 51 dias, 13º salário e férias mera fornecedora de produtos para o conglomerado empresarial

sobre aviso prévio, FGTS sobre rescisão, 13º salário proporcional HELGA, sem haver contudo, qualquer integração de interesses

3/12 de 2018, férias simples 2016/2017 e proporcionais 2017/2018 entre as empresas ou atuação conjunta.

todas acrescidas do terço constitucional, FGTS e multa de 40%. À análise.

Em relação ao rol dos pedidos, o autor requereu a condenação da A lei nº 13.467, de 13 de julho de 2017 que alterou a Consolidação

reclamada ao pagamento das verbas rescisórias, incluindo FGTS E das Leis do Trabalho (CLT) trouxe novos parâmetros para

MULTA DE 40% DO FGTS. responsabilização de empresas terceiras.

Em decorrência do princípio da simplicidade, que norteia o processo A nova redação alterou o parágrafo 2º e acrescentou o parágrafo 3º

trabalhista, o qual não sofreu alterações com a Lei nº 13.467, de a este artigo, conforme transcrição seguinte:

2017, a petição inicial ora em análise preencheu os requisitos do Art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva,

art. 840 , da CLT, a qual, frise-se, não dificultou a defesa das que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria

acionadas. e dirige a prestação pessoal de serviço.

Rejeita-se. § 1º - Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da

DO MÉRITO relação de emprego, os profissionais liberais, as instituições de

FORMAÇÃO DE GRUPO ECONÔMICO. beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem

Na peça de ingresso, requer o reclamante que seja caracterizada a fins lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados.

condição da segunda (VRX COMÉRCIO COSMÉTICOS E § 2º Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada

BIJUTERIAS LTDA) e terceira reclamada (HANOVA uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a

COSMÉTICOS), de responsáveis solidárias pelos encargos direção, controle ou administração de outra, ou ainda quando,

trabalhistas da primeira reclamada, HELGA COSMÉTICOS, em mesmo guardando cada uma sua autonomia, integrem grupo

função da existência de grupo econômico. econômico, serão responsáveis solidariamente pelas

Afirma que a primeira, segunda e terceira reclamadas foram obrigações decorrentes da relação de emprego.

criadas, são dirigidas e controladas pelo pela Sra. Erica Pontes de § 3º Não caracteriza grupo econômico a mera identidade de

Meneses, que não aparece no contrato social da terceira sócios, sendo necessárias, para a configuração do grupo, a

reclamada, HANOVA COSMÉTICOS, pois utilizou terceiro como demonstração do interesse integrado, a efetiva comunhão de

laranja. interesses e a atuação conjunta das empresas dele integrantes.

Ressalta, que os objetos sociais das empresas são (destaquei)

complementares, visto todas possuírem o mesmo objeto social e A nova redação do art. 2º, além de manter a hipótese do grupo

finalidade, sendo patente a formação de grupo econômico entre econômico hierarquizado ou sob subordinação, introduz,

elas. expressamente, o outro modelo de grupo econômico, vertical, ou

No mérito, defende a recorrente, em síntese, a inexistência de fusão sob coordenação, trazendo para o texto legal, o entendimento dos

e formação de grupo econômico com o GRUPO HELGA, sendo Tribunais Regionais do Trabalho e do TST quanto a configuração de

indevida a sua responsabilidade solidária pelos créditos deferidos grupo econômico.

ao autor na presente reclamação trabalhista. Com relação a este modelo de grupo econômico coordenado, a

Argumenta que, em que pese tenha havido, nas redes sociais, um Desembargadora Dra. Vólia Bomfim Cassar, do TRT da 1ª Região,

anúncio de fusão entre os conglomerados Helga e Hanova, por em seu livro Direito do Trabalho, afirma que:

certo, tal reagrupamento não ocorreu, máxime porque a sucessão Os grupos econômicos por coordenação se apresentam quando

empresarial somente é possível em face de pessoas jurídicas houver reunião de interesses para execução de determinado

regularmente constituídas, o que não é o caso dos grupos empreendimento, tendo ou não o mesmo controle ou administração

econômicos, os quais não possuem personalidade jurídica própria, comum. Logo, os grupos por coordenação podem ter relação de

mas tão somente exteriorizam a arregimentação de sociedades que controle entre si, numa linha horizontal e não vertical. Isto é, não

possuam atuação integrante em face da comunhão de interesses, o haverá, no grupo horizontal, uma empresa controladora e outra(s)

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controlada(s), uma líder (holding) e outras lideradas. Todas são 92.2018.5.07.0010, a testemunha da reclamante afirmou que:

interligadas entre si e, apesar de autônomas e independentes, estão Primeira testemunha arrolada pela parte Reclamante Sr(a).

interligadas pela ingerência, administração comum, como se Francisca Edinusia Alves de Sousa: " (...)"que trabalhou na

subordinadas umas às outras administrativamente. Por trás desta reclamada Helga Cosméticos de 01/06/2006 a 23/02/2018 na

administração comum pode estar um sócio ou alguns sócios ou função de vendedora; que o reclamante, depoente e todos os

pessoa física no controle.(CASSAR, 2017,p.429). funcionários foram demitidos sem pagamento de verbas rescisórias

Logo, o aproveitamento dos serviços prestados pelo trabalhador por e nem do salário do último mês; que depoente trabalhou até

sociedades empresárias que mantenham relação de coordenação 23/fevereiro/2018, não sabendo o ultimo dia labutado pelo

entre si, formando o grupo econômico trabalhista, serão todas, por reclamante; que recebia ordem direta dos gerentes Luxeles,

consequência, responsabilizadas pela contraprestação devida ao Rosângela, Francisca Cirlane, os quais eram gerentes da loja

obreiro, atraindo a incidência do § 2º do artigo 2º da CLT do shopping Central da Helga Nendza Sales .". ÀS PERGUNTAS

(coordenação interempresarial). DO(A) PATRONO(A) DO(A) PARTE RECLAMANTE RESPONDEU:

Estabeleceu, igualmente, que "não caracteriza grupo econômico a "que houve uma reunião num domingo de julho/2017 onde foi

mera identidade de sócios. Assim, o patrimônio de empresas que comunicada a fusão da Hanova com a Helga Cosmeticos onde

têm sócios comuns, porém com atuam em setores diversos, estarão foram apresentados os novos patrões como sendo: Aline

resguardadas. Severo e seu esposo Anderson ambos donos da Hanova; que a

Portanto, a análise da existência ou não da formação de um grupo a partir daí a prioridade era para vender os produtos da Hanova

econômico, deve-se observar o princípio da primazia da realidade, e Lavi, mesmo tendo outras marcas, mas a Hanova e Lavi

para que cada caso seja analisado com suas peculiaridades, sendo deveriam estar em primeiro lugar nas vendas; que antes da

ônus do autor a prova de suas alegações ( art. 818, da CLT c/c art. reunião já vendiam todo tipo de produto e de varias marcas,

373, do NCPC). inclusive dos ora citados; que os proprietários da Helga e Hanova

No caso em análise, o autor fundamenta sua pretensão com base estavam presentes na reunião, sendo Erica PontesMenezes e

em notícias veiculadas nas redes sociais de possível fusão entre os Alencar Junior proprietários da Helga.". ÀS PERGUNTAS DO DO(A)

grupos Helga Cosméticos e HNV, assim como colaciona fotos em PATRONO(A) DO(A) PARTE RECLAMADA RESPONDEU: "que

que retrata parcerias entre as duas empresas, ID. 0d53e9e, sem, depois da reunião depoente continuou trabalhando na mesma

contudo, apresentar qualquer prova que indique ter realmente loja e o reclamante também, mas ambos trabalhavam em lojas

ocorrido a "FUSÃO" das empresas, ou qualquer relação de diferentes; que na reunião estavam os vendedores e gerentes;

coordenação entre elas. que a faixada das lojas continuaram iguais; que não houve

Ao revés, a acionada Hanova Indústria e Comércio de Cosméticos mudança da chefia após a reunião, mas a sua chefe Luxeles

Ltda colacionou aos autos documentos que demonstram a relação teve um problema de saúde e foi transferida para loja de

de vendas de mercadorias para as empresas integrantes do grupo Messejana, tendo ficado como gerente Rosangela; que Luxeles

Helga (CRX COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA e Rosangela eram gerentes da Helga; (...)." ( grifos nosso)

ME, ALENCARINE COSMETICOS COMERCIO VAREJISTA E Conforme se extrai do depoimento supra, não se trata o caso de "

TREINAMENTO EIREL, HELGA MEDZA SALES & CIA LTDA -ME, fusão" entre as empresas, tanto que a partir da reunião ocorrida em

ORIGINAL COMERCIO DE COSMETICOS LTDA ME, VRX julho de 2017, nada foi alterado na estrutura organizacional da

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA ME, JOSE empresa, assim como layout das lojas, tratando-se, na verdade, de

ALENCAR SALES JUNIOR- ME, ORIGINAL COMERCIO DE um marketing e ações para incremento das vendas, através da

COSMETICOS LTDA- ME, tais como notas fiscais de vendas de fornecedora dos produtos, empresa HANOVA INDUSTRIA E

mercadorias, termo de confissão de dívida e e-mails em que se COMERCIO DE COSMETICOS LTDA, fato este, confirmado pelos

evidencia a parceria comercial entre as empresas ( venda de depoimentos de reclamantes e testemunhas dos processos

mercadorias), ID. de4b07e, ID. 4c4a838. utilizados como provas emprestadas nos autos, vejamos:

Na audiência de instrução, as reclamadas requerem a juntada de Convocada a primeira testemunha arrolada pelas Reclamadas

provas emprestadas (processos nºs. 461-92.2018.5.07.0010, 470- HANOVA INDUSTRIA E COMERCIO DE COSMETICOS LTDA -

54.2018.5.07.0010 e 471-39.2018.5.07.0010, tendo a autora ME, AL PARTICIPACOES LTDA, ANDERSON LUID DOS

concordado com a juntada dos referidos depoimentos. SANTOS SEVERO - ME e MULT DISTRIBUIDORA DE

No termo de audiência relativo ao processo nº. 0000461- COSMETICOS LTDA, Sr(a). Emanuel Rodrigues de Albuquerque

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(...): "que trabalha na Hanova desde março/2016 como gerente da Helga continuaram com o mesmo nome, após a fusão, e as

administrativo financeiro; ." ÀS PERGUNTAS DO(A) PATRONO(A) notas fiscais das vendas eram com o nome da Helga; que a

DO(A) PARTE RECLAMADA RESPONDEU: "que na metade do fusão da Helga e Hanova foi para o crescimento da Helga, mas

segundo semestre de 2017 houve uma reunião da Helga com a o dia a dia de trabalho continuou o mesmo de antes, porém

Hanova para uma parceria de fornecimento de produtos, pois a com a informação de que deveriam vender mais os produtos da

Hanova é uma industria; que o fornecimento dos produtos continuou Helga. ( grifos nosso)

da mesma forma, pois a Helga permaneceu como uma cliente Primeira testemunha arrolada pela parte Reclamante Sr(a).

norma; que a parceria teve o objetivo de aumentar o volume de Maria Irlane Silva Santos Desiderio: " (...) que no final de

vendas nas lojas e de fato aumentou, mas só no primeiro mês, julho/2017 foram convocadas para uma reunião no hotel meridional

pois logo em seguida a Helga entrou novamente em dificuldades no centro da cidade onde foi comunicada por Alencar Junior, Erica

financeiras e não conseguiu pagar os produtos que comprava, pois Pontes e Aline Severo, a fusão da Helga e Hanova, com promessas

a divida já estava muito alta, de modo que a Helga não conseguia de que tudo iria mudar com a chegada de novos produtos, mas na

pagar nada na sua totalidade; que é uma prática comum serem pratica tudo continuou do mesmo jeito, pois continuou

feitas ações com as distribuidoras para estimular as vendas, e chegando produtos da marca propria da Helga (lavi) e da Helga,

os proprietários da Hanova comparecem pelo fato de que o os quais tinham prioridade para serem vendidos, e das outras

distribuidor Helga ser de grande porte, como também de outros marcas continuaram escassos; que sempre recebeu ordens

distribuidores; que na época da parceria a Helga já estava em das mesmas pessoas (Erica e Alencar), os quais pagavam o

débito com a Hanova; que a Hanova não colocou pessoas na salário da depoente; que todas as lojas da Helga fecharam; .".

lojas da Helga, muito menos assumiu o comando dessa; que a (...).( grifos nosso)

continuou a vendendo normalmente para as outras lojas, como No termo de audiência relativo ao processo nº. 0000471-

Cosbel, Anavi, Iap e outras; que não houve a fusão da Hanova com 39.2018.5.07.0010 a reclamante afirmou que:

a Helga; que havia procedimento de cobrança normal das vendas DEPOIMENTO PESSOAL DO RECLAMANTE MARIA CLEOMAR

dos produtos Hanova;." ÀS PERGUNTAS DO DO(A) PATRONO(A) FERREIRA DE SOUSA ALMEIDA: " (...) que depoente era gerente

DO(A) PARTE RECLAMANTE RESPONDEU: "que a reunião tem da loja Helga situada na Rua Floriano Peixoto 577, e trabalhou de

um caráter de marketing e não para apresentar fusão; que não 01/03/2003 até 14/04/2018: " (...)que as fachadas das lojas da

houve comunicação formal da fusão entre a Hanova e Helga, mas Helga continuaram com o mesmo nome, após a fusão, e as notas

depoente soube que foi feita uma postagem no instagram da fiscais das vendas eram com o nome da Helga; que a fusão da

Helga onde foi usado o termo fusão com a Hanova; que quanto Helga e Hanova foi para o crescimento da Helga, mas o dia a dia de

ao doc. de fl. 8 se tratam das pessoas de Anderson (proprietário da trabalho continuou o mesmo de antes, porém com a informação de

Hanova) e Junior (proprietária da Helga) e o doc. de fl. 9 tratam das que deveriam vender mais os produtos da Hanova; (...)."

pessoas Aline (proprietária da Hanova) e Erica (proprietária da Havendo fusão ou incorporação de empresas, há a alteração na

Helga); (...)."( grifos nosso) estrutura jurídica da empresa, o que in casu, não há provas nos

No termo de audiência relativo ao processo nº. 0000470- autos, não sendo suficiente a propaganda disseminada em reunião

54.2018.5.07.0010, o reclamante afirmou que : de empregados e redes sociais.

O DEPOIMENTO PESSOAL DO RECLAMANTE: '" que depoente O que extrai dos depoimentos, é que a ideia inicial de postar nas

era subgerente, que atuava em várias lojas da Helga e trabalhou até redes sociais de que haveria a fusão das empresas, trata-se, tão

07/04/2018 porque as lojas fecharam, tendo a sra. Erica Pontes somente, de marketing para alavancar as vendas da empresa

(dona da Helga, esposa de Alencar Junior) comunicado a dispensa Helga, a qual, na época, já se encontrava com dificuldades

os quais eram chefes do depoente; (...) ; que a Helga vendia financeiras.

produtos de marca própria (Lavi), mas também da Hanova, Fatore, Diante do exposto, considerando que a autora não se desincumbiu

Corpo Dourado e outros; que em julho/2017 houve a fusão da de seu ônus probatório, reforma-se a sentença para excluir a

Hanova com a Helga, no que a prioridade passou a ser para vender responsabilidade solidária da reclamada HNV INDÚSTRIA E

produtos da Hanova e Lavi, mas ainda assim, a Helga continuou a COSMÉTICOS LTDA.

vender produtos de outras marcas que já tinham estoque nas DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

lojas, e também continuou comprando produtos de outras Uma vez excluída a responsabilidade solidária da ora recorrente, o

marcas para vender nas suas lojas; que as fachadas das lojas presente apelo, no ponto, segue a sorte do principal.

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 278
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)


CONCLUSÃO DO VOTO VENCIDO: MENDES
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRENTE ORIGINAL COMERCIO DE
Isto posto, voto pelo conhecimento do recurso ordinário para, COSMETICOS LTDA - ME
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
rejeitar as preliminares suscitadas e, no mérito, dar-lhe provimento MENDES
para excluir a responsabilidade solidária da reclamada HNV LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRIDO ANDERSON LUID DOS SANTOS
INDÚSTRIA E COSMÉTICOS LTDA." SEVERO - ME
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE)
SOUSA ARAGÃO
CLAUDIO SOARES PIRES RECORRIDO AL PARTICIPACOES LTDA
Desembargador Redator Designado EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE)
SOUSA ARAGÃO
RECORRIDO MULT DISTRIBUIDORA DE
COSMETICOS LTDA
FORTALEZA/CE, 28 de fevereiro de 2020.
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE)
SOUSA ARAGÃO
RECORRIDO ROBERTO NENDZA - ME
MARIA DO SOCORRO RODRIGUES GONCALVES
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
Diretor de Secretaria ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES
Processo Nº ROT-0000419-19.2018.5.07.0018 RECORRIDO HNV INDUSTRIA E COMERCIO DE
Relator CLAUDIO SOARES PIRES COSMETICOS LTDA - ME
RECORRENTE BRC - BRAZIL COSMETICS LTDA EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE)
SOUSA ARAGÃO
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES RECORRIDO BRC - BRAZIL COSMETICS LTDA
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRENTE MULT DISTRIBUIDORA DE ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
COSMETICOS LTDA MENDES
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE) RECORRIDO MULTIPLA COMERCIO DE
SOUSA ARAGÃO COSMETICOS LTDA - EPP
RECORRENTE JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES MENDES
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) RECORRIDO BELLA COSMETICOS LTDA - EPP
RECORRENTE ROBERTO NENDZA - ME LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES MENDES
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) RECORRIDO HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA
- ME
RECORRENTE CRX COMERCIO DE COSMETICOS E
BIJUTERIAS LTDA - ME LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES MENDES
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) RECORRIDO LUCHELYS DE ALENCAR MARTINS
RECORRENTE AL PARTICIPACOES LTDA RAFFAEL DUTRA LIMA ADVOGADO(OAB: 29332/CE)
RIBEIRO
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE)
SOUSA ARAGÃO EDUARDO FONTENELE ADVOGADO(OAB: 19970/CE)
MOTA
RECORRENTE HNV INDUSTRIA E COMERCIO DE
COSMETICOS LTDA - ME RECORRIDO ORIGINAL COMERCIO DE
COSMETICOS LTDA - ME
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE)
SOUSA ARAGÃO LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRENTE ALENCARINE COSMETICOS ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
COMERCIO VAREJISTA E MENDES
TREINAMENTOS EIRELI RECORRIDO ALENCARINE COSMETICOS
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) COMERCIO VAREJISTA E
MENDES TREINAMENTOS EIRELI
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRENTE LUCHELYS DE ALENCAR MARTINS ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES
EDUARDO FONTENELE ADVOGADO(OAB: 19970/CE)
MOTA RECORRIDO CRX COMERCIO DE COSMETICOS E
BIJUTERIAS LTDA - ME
RAFFAEL DUTRA LIMA ADVOGADO(OAB: 29332/CE)
RIBEIRO LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRENTE ERICA PONTES DE MENESES ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES RECORRIDO J R COMERCIO DE COSMETICOS
LTDA - ME
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRENTE HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA
- ME ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 279
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

RECORRIDO ERICA PONTES DE MENESES


LTDA - EPP, MULTIPLA COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA -
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) EPP, ORIGINAL COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME,
MENDES
HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ME, HELGA
RECORRIDO JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) COSMÉTICOS LTDA - ME, DISTRIBUIDORA HELGA
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) COSMÉTICOS LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR -
MENDES
RECORRIDO DISTRIBUIDORA HELGA ME
COSMETICOS LTDA - ME
RELATOR: FRANCISCO JOSÉ GOMES DA SILVA
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) REDATOR DESIGNADO: CLAUDIO SOARES PIRES
MENDES
RECORRIDO HELGA COSMETICOS LTDA - ME
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) EMENTA
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) RECURSO ORDINÁRIO. GRUPO ECONÔMICO.
MENDES
RECORRIDO VRX COMERCIO DE COSMETICOS E CONFIGURAÇÃO. Confirma-se a sentença de origem que
BIJUTERIAS LTDA - ME
reconheceu a formação de grupo econômico entre as empresas
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES demandadas, quando se constata que além da complementaridade
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
entre os objetos sociais destas, há o interesse integrado, a
TERCEIRO JOSE ALENCAR SALES JUNIOR
INTERESSADO comunhão de interesses e a atuação conjunta das empresas dele
TERCEIRO ERICA PONTES DE MENESES
INTERESSADO integrantes. Recurso conhecido e improvido.

RELATÓRIO
Intimado(s)/Citado(s):
Designado para redigir o acórdão, peço vênia para adotar o relatório
- ERICA PONTES DE MENESES
da lavra do Excelentíssimo Desembargador Relator Francisco José

Gomes da Silva, a seguir:

"Trata-se de recurso ordinário ajuizado pela reclamada HNV


PODER JUDICIÁRIO
INDUSTRIA E COSMÉTICOS LTDA interposto em face da decisão
JUSTIÇA DO TRABALHO
do Juízo da 18ª Vara do Trabalho de Fortaleza (ID. 984dd8d), que

JULGOU a reclamatória PROCEDENTE EM PARTE, para

PROCESSO nº 0000419-19.2018.5.07.0018 (RO) condenar, SOLIDARIAMENTE, as reclamadas DISTRIBUIDORA

RECORRENTE: JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, HELGA HELGA COSMÉTICOS LTDA - ME; HELGA COSMÉTICOS LTDA

NENDZA SALES & CIA LTDA - ME, ORIGINAL COMERCIO DE - ME; HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ME; ORIGINAL

COSMÉTICOS LTDA - ME, ERICA PONTES DE MENESES, COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME; MULTIPLA

ALENCARINE COSMÉTICOS COMERCIO VAREJISTA E COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - EPP; BELLA

TREINAMENTOS EIRELI, CRX COMERCIO DE COSMÉTICOS E COSMÉTICOS LTDA - EPP; J R COMERCIO DE COSMÉTICOS

BIJUTERIAS LTDA - ME, ROBERTO NENDZA - ME, HNV LTDA - ME; JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME; ERICA

INDÚSTRIA E COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME, AL PONTES DE MENESES; ALENCARINE COSMÉTICOS

PARTICIPACOES LTDA, MULT DISTRIBUIDORA DE COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS; CRX COMERCIO

COSMÉTICOS LTDA, BRC - BRAZIL COSMETICS LTDA, DE COSMÉTICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME; VRX COMERCIO

LUCHELYS DE ALENCAR MARTINS DE COSMÉTICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME; ROBERTO

RECORRIDO: LUCHELYS DE ALENCAR MARTINS, VRX NENDZA - ME; HANOVA INDUSTRIA E COMERCIO DE

COMERCIO DE COSMÉTICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, COSMÉTICOS LTDA - ME; AL PARTICIPACOES LTDA;

ANDERSON LUID DOS SANTOS SEVERO - ME, BRC - BRAZIL ANDERSON LUID DOS SANTOS SEVERO - ME; MULT

COSMÉTICOS LTDA, MULT DISTRIBUIDORA DE COSMÉTICOS DISTRIBUIDORA DE COSMÉTICOS LTDA; BRC - BRAZIL

LTDA, AL PARTICIPACOES LTDA, HNV INDÚSTRIA E COSMETICS LTDA a pagar à reclamante LUCHELYS DE

COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME, ROBERTO NENDZA - ALENCAR MARTINS as seguintes parcelas: a.Saldo de salário (29

ME, CRX COMERCIO DE COSMÉTICOS E BIJUTERIAS LTDA - dias); b. Aviso prévio (51 dias); com reflexos no 13º salário e férias;

ME, ALENCARINE COSMÉTICOS COMERCIO VAREJISTA E c. Férias simples 2016/2017 e proporcionais (8/12 avos), acrescidas

TREINAMENTOS EIRELI, ERICA PONTES DE MENESES, J R de 1/3 constitucional; d. 13º salário proporcional 2018 (3/12 avos); e.

COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME, BELLA COSMÉTICOS FGTS + 40%; f. Multa do art. 467 da CLT, incidente sobre os valores

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e parcelas rescisórias constantes no TRCT (ID. 7ad3499), bem anúncio de fusão entre os conglomerados Helga e Hanova, por

como sobre o FGTS não depositado e multa de 40% sobre todos os certo, tal reagrupamento não ocorreu, máxime porque a sucessão

valores devidos a título de FGTS ao longo da contratualidade; g. empresarial somente é possível em face de pessoas jurídicas

Multa do art. 477,§8º da CLT; h. Honorários advocatícios. regularmente constituídas, o que não é o caso dos grupos

A sentença fora complementada pelos aclaratórios de ID. 7081a1b, econômicos, os quais não possuem personalidade jurídica própria,

com o fito de sanear a sentença embargada, determinando a mas tão somente exteriorizam a arregimentação de sociedades que

compensação do valor de R$ 10.710,34, vez que a quantia foi possuam atuação integrante em face da comunhão de interesses, o

recebida pela parte embargada, conforme comprovante de que, também, não retrata o caso dos autos.

transferência bancária de ID. 619A9a4. Esclarece, adiante, que há uma mera relação comercial, havendo

Aduz a recorrente, preliminarmente, que houve cerceamento de total independência entre as empresas do GRUPO HANOVA em

seu direito de defesa, ao argumento de que o juízo, ao adotar relação às componentes do GRUPO HELGA, sendo a recorrente,

integralmente a motivação da sentença proferido na reclamatória mera fornecedora de produtos para o conglomerado empresarial

trabalhista 0000471-51.2018.5.07.0006, construiu o seu HELGA, sem haver contudo, qualquer integração de interesses

entendimento, por consequência, a partir das provas orais ali entre as empresas ou atuação conjunta.

consignadas, mas que, tais elementos probatórios não foram Por fim, requer a reforma da decisão de modo a afastar a

publicizadas à ora recorrente no presente feito, com vistas à inconstitucionalidade declarada de forma incidental do art. 791-A,

garantia do contraditório e da ampla defesa, verificando-se, pois, §4º, da CLT, haja vista inexistir afronta à Carga Magna, mormente

uma patente violação ao que dispõe o art. 312 do CPC/15. porque, nos ditames do art. 133 da Lei Maior, o advogado é

Destaca, em seguida, que os aludidos depoimentos também não indispensável à administração da justiça, e, caso esta Colenda

integram o arcabouço das provas emprestadas acostada aos autos, Turma entenda de modo diverso, que seja observada o art. 97 da

mediante convenção de ambas as partes; que o Juízo a quo utilizou CRFB/1988, o qual prevê a cláusula de reserva de plenário para a

como fundamento da procedência da pretensão autoral, da mera manutenção da declaração de inconstitucionalidade.

cópia de uma transcrição parcial realizada no bojo de uma sentença Após devidamente notificada, a recorrida apresentou suas

proferida em processo paradigma, a qual, por sua vez, utilizou, contrarrazões, conforme documento de ID. 15ffc62.

naquele momento, o depoimento testemunhal na condição de prova A matéria versada no presente recurso dispensa a obrigatoriedade

emprestada, a qual, por certo, não integra o presente feito. de parecer prévio da douta PRT (art. 109, do Regimento Interno)"

Ressalta, igualmente, que as reportadas transcrições carregam FUNDAMENTAÇÃO

relatos fáticos que não integram as razões da exordial, impondo ADMISSIBILIDADE

reconhecer a total inovação da lide, em absoluta violação ao art. Acolhe-se o presente recurso, uma vez que preenchidos os

141 do CPC/15. requisitos de admissibilidade.

Em razão do exposto, requer a nulidade da sentença e o retorno PRELIMINARES

dos autos para que haja um novo julgamento, desta feita, em Peço vênia para adotar os fundamentos do voto do Excelentíssimo

conformidade com o acervo fático-probatório do caso sub examine. Desembargador Relator Francisco José Gomes da Silva, quanto à

Adiante, requer o reconhecimento da inépcia do pedido relativo às apreciação das preliminares, nos seguintes termos:

parcelas de FGTS + 40%, a extinção do pleito sem resolução de "DA NULIDADE DA SENTENÇA- DA UTILIZAÇÃO DA PROVA

mérito, à luz do que dispõe o art. 485, I, do CPC/15, sob o EMPRESTADA - DO ALEGADO CERCEAMENTO DE DEFESA

fundamento de que, a parte recorrida, em sua peça de ingresso, Aduz a recorrente, preliminarmente, que houve cerceamento de seu

inobstante tenha somente assentado as datas de ingresso e de direito de defesa, ao argumento de que o juízo, ao adotar

dispensa, realizou o pedido correspondente às parcelas de FGTS integralmente a motivação da sentença proferida na reclamatória

em conjunto com a indenização adicional de 40% sobre o saldo trabalhista 0000471-51.2018.5.07.0006, construiu o seu

fundiário. entendimento, a partir das provas orais ali consignadas, mas que,

No mérito, defende a recorrente, em síntese, a inexistência de tais elementos probatórios não foram publicizadas à ora recorrente

fusão e formação de grupo econômico com o GRUPO HELGA, no presente feito, com vistas à garantia do contraditório e da ampla

sendo indevida a sua responsabilidade solidária pelos créditos defesa, verificando-se, pois, uma patente violação ao que dispõe o

deferidos ao autor na presente reclamação trabalhista. art. 312 do CPC/15.

Argumenta, em que pese tenha havido, nas redes sociais, um Destaca, em seguida, que os aludidos depoimentos também não

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integram o arcabouço das provas emprestadas acostada aos autos, que pertine a alegada formação de grupo econômico entre as

mediante convenção de ambas as partes; que o Juízo a quo utilizou acionadas GRUPO HELGA (DISTR IBUIDORA HELGA

como fundamento da procedência da pretensão autoral, da mera COSMETICOS LTDA - ME, HELGA COSMETICOS LTDA - ME,

cópia de uma transcrição parcial realizada no bojo de uma sentença HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ME, ORIGINAL

proferida em processo paradigma, a qual, por sua vez, utilizou, COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, MULTIPLA

naquele momento, o depoimento testemunhal na condição de prova COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - EPP, BELLA

emprestada, a qual, por certo, não integra o presente feito. COSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE COSMETICOS

Ressalta, igualmente, que as reportadas transcrições carregam LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, ERICA

relatos fáticos que não integram as razões da exordial, impondo PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS

reconhecer a total inovação da lide, em absoluta violação ao art. COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX

141 do CPC/15. COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX

Em razão do exposto, requer a nulidade da sentença e o retorno COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME e

dos autos para que haja um novo julgamento, desta feita, em ROBERTO NENDZA - ME) e GRUPO HANOVA - HNV (HANOVA

conformidade com o acervo fático-probatório do caso sub examine. INDUSTRIA E COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, AL

À análise. PARTICIPAÇÕES LTDA, ANDERSON LUID DOS SANTOS

Em audiência de instrução, as Reclamadas requereram a juntada SEVERO - ME e MULT DISTRIBUIDORA DE COSMETICOS

de provas emprestadas, relativo aos depoimentos testemunhais dos LTDA), assim como referem-se as mesmas demandadas, sendo

processos 461-92.2018.5.07.0010, 470-54.2018.5.07.0010 e 471- permitido sua valoração como se houvesse sido produzida

39.2018.5.07.0010 (ID. bae0442, ID. ed35241, ID. 5cd9c24, ID. diretamente nos autos examinados.

8eb6395). Nesse ponto, frise-se, não há vício em virtude de o Juízo ter

O Juízo, ao proferir a sentença, utilizou para o reconhecimento da utilizado a fundamentação da sentença, a qual considerou para

existência de Grupo Econômico entre as acionadas (Grupo Hanova- formação do convencimento da magistrada, depoimentos os quais

Helga) como prova emprestada, os fundamento os lançados na foram respeitados o contraditório quando produzida em processos

sentença prolatada nos autos do processo nº 0000471- judiciais, máxime,quando envolvendo a mesma empresa e quando

51.2018.5.07.0006, de lavra da magistrada Taciana Orlovicin os fatos guardam correlação com os da presente ação.

Gonçalves Pita (ID. 984dd8d). Nesse mesmo entendimento, colaciona-se a atual jurisprudência do

Nesse ponto, destaco, inicialmente, que o novo CPC trouxe Tribunal Superior do Trabalho, in verbis:

permissivo expresso quanto à possibilidade de utilização da prova UTILIZAÇÃO DE PROVA EMPRESTADA. POSSIBILIDADE.

emprestada, desde que observado o contraditório, conforme IDENTIDADE FÁTICA. MESMAS RECLAMADAS.

previsão no art. 372, que assim dispõe: DESNECESSIDADE DE PRÉVIA CONCORDÂNCIA DA PARTE

Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em CONTRÁRIA. AUSÊNCIA DE CERCEAMENTO DE DEFESA.

outro processo, atribuindo-lhe o valor que considerar adequado, NULIDADE PROCESSUAL NÃO CONFIGURADA. Esta Corte

observado o contraditório". admite a utilização da prova emprestada, desde que haja a

Assim, havendo previsão legal para utilização da prova emprestada identidade dos fatos considerados no documento emprestado e no

e, observando que no processo nº 0000471-51.2018.5.07.0006 as caso em julgamento, assim como ocorrido nesta hipótese, em que o

partes foram submetidas ao contraditório e, havendo identidade dos Regional registrou que"a prova emprestada foi produzida em

fatos probandos nos processos, rejeita-se a alegativa de processo judicial que envolvia as mesmas rés da presente ação,

cerceamento de defesa. tendo sido observadas as formalidades estabelecidas em lei para a

Quanto a alegativa de que as reportadas transcrições dos sua produção, bem como o princípio do contraditório. Segundo,

depoimentos carregam relatos fáticos que não integram as razões porque os fatos a serem comprovados guardam correlação com os

da exordial, não merece acolhida, posto que a causa de pedir da da presente ação. Terceiro, porque a referida prova emprestada foi

autora, no que se refere a responsabilidade solidária das acionadas, valorada pelo Juízo segundo o princípio do livre convencimento

trata justamente na alegada formação de grupo econômico entre as motivado, em conjunto com as demais provas dos autos".

empresas, objeto da prova naqueles autos. Importante salientar também que a utilização de prova emprestada

Os depoimentos constantes na prova emprestada utilizada pelo não está condicionada à prévia anuência e concordância das

Juízo a quo dizem respeito aos fatos relacionados pela autora, no partes. Assim, a mera alegação da reclamada de que não

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concordou com a utilização de prova emprestada não é suficiente vias datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no

para inviabilizar a sua utilização nestes autos. Precedentes. que couber, o disposto no parágrafo anterior.

Recurso de revista não conhecido" (TST, ARR - 3600- § 2o Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em duas vias

29.2010.5.12.0031 Data de Julgamento: 15/02/2017, Relator datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no que

Ministro: José Roberto Freire Pimenta, 2ª Turma, Data de couber, o disposto no § 1o deste artigo. (Redação dada pela Lei nº

Publicação: DEJT 17/02/2017). 13.467, de 2017)

"B) RECURSO DE REVISTA. 1. NULIDADE DA SENTENÇA. § 3o Os pedidos que não atendam ao disposto no § 1o deste artigo

CERCEAMENTO DE DEFESA. UTILIZAÇÃO DE PROVA serão julgados extintos sem resolução do mérito. (Incluído pela Lei

EMPRESTADA SEM ANUÊNCIA. O Regional entendeu que a nº 13.467, de 2017)

utilização de prova emprestada consubstanciada em certidão de Como se observa, a Lei n. 13.467/17 fez referência expressa aos

averiguação produzida em outros autos, no qual a reclamada figura requisitos da petição inicial trabalhista, dispondo no § 1º do art. 840

como parte, não configura cerceamento de defesa, ante a da CLT que o pedido deva "ser certo, determinado e com indicação

semelhança fática existente entre os processos, assim como da de seu valor".

observância do contraditório e da ampla defesa. Com efeito, esta No caso, em relação ao pedido de pagamento do FGTS e multa

Corte tem se posicionado no sentido de ser possível a utilização da rescisória, o reclamante fez pedido certo, determinado e com

prova emprestada, não sendo imprescindível a anuência da parte indicação do valores pois da sua causa de pedir, entende-se

adversa. Recurso de revista não conhecido" (TST, RR - 940- logicamente que o autor fora demitido sem justa causa e sem

27.2013.5.18.0181 Data de Julgamento: 09/11/2016, Relatora recebimento de suas verbas rescisórias, fato este, incontroverso

Ministra: Dora Maria da Costa, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT nos autos.

11/11/2016). Na narrativa dos fatos, o acionante afirmou que ingressou na

Preliminar rejeitada. reclamada no dia 01/08/2010, para exercer a função de gerente,

INÉPCIA DA INICIAL sendo demitida sem justa causa em 29/03/2018; que o último

Requer o Recorrente, o reconhecimento da inépcia do pedido salário percebido foi de R$ 3.200,00 (três mil e duzentos reais); que

relativo às parcelas de FGTS + 40%, e a extinção do pleito sem quando de sua demissão não recebeu qualquer valor, assim como

resolução de mérito, à luz do que dispõe o art. 485, I, do CPC/15, não fora liberado Seguro Desemprego e FGTS, motivo pelo qual

sob o fundamento de que, a parte recorrida, em sua peça de pleiteia a liberação dos mesmos em sede de tutela antecipada; que

ingresso, inobstante tenha somente assentado as datas de ingresso o FGTS se encontra depositado apenas de forma parcial, apenas o

e de dispensa, realizou o pedido correspondente às parcelas de valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais).

FGTS, em conjunto com a indenização adicional de 40% sobre o Em seguida, requereu que, Tendo em vista os argumentos jurídicos

saldo fundiário. apresentados, ajuíza-se a presente Reclamação Trabalhista no

Sem razão. intuito de serem satisfeitos todos os direitos da reclamante, quais

O processo trabalhista é regido pelo princípio da simplicidade das sejam: Saldo Salário, Aviso Prévio de 51 dias, 13º salário e férias

formas, consagrado no art. 840, § 1º, da CLT, segundo o qual basta sobre aviso prévio, FGTS sobre rescisão, 13º salário proporcional

uma breve exposição dos fatos para se considerar apta a exordial. 3/12 de 2018, férias simples 2016/2017 e proporcionais 2017/2018

Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal. todas acrescidas do terço constitucional, FGTS e multa de 40%.

§ 1º - Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do Em relação ao rol dos pedidos, o autor requereu a condenação da

Presidente da Junta, ou do juiz de direito a quem for dirigida, a reclamada ao pagamento das verbas rescisórias, incluindo FGTS E

qualificação do reclamante e do reclamado, uma breve exposição MULTA DE 40% DO FGTS.

dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, a data e a assinatura Em decorrência do princípio da simplicidade, que norteia o processo

do reclamante ou de seu representante. trabalhista, o qual não sofreu alterações com a Lei nº 13.467, de

§ 1o Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do 2017, a petição inicial ora em análise preencheu os requisitos do

juízo, a qualificação das partes, a breve exposição dos fatos de que art. 840 , da CLT, a qual, frise-se, não dificultou a defesa das

resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser certo, determinado e acionadas.

com indicação de seu valor, a data e a assinatura do reclamante ou Rejeita-se."

de seu representante. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) DO MÉRITO

§ 2º - Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em 2 (duas) GRUPO ECONÔMICO. CONFIGURAÇÃO.

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 283
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

A sentença reconheceu o grupo econômico entre as empresas da marca mista "Helga" por cinco anos, sem jamais exercer

demandadas, consoante os seguintes fundamentos: qualquer gerência direta, pois o Sr. José Alencar Sales Júnior

"Diante da identidade da matéria (fática e jurídica), adoto continuou a exercer a direção, gerência e coordenação das

integralmente os fundamentos lançados na brilhante sentença empresas. Por essa razão, pretende a responsabilização solidária

prolatada nos autos da 0000471-51.2018.5.07.0006, de lavra da da ré BRC BRAZIL COSMÉTICOS LTDA, uma vez identificada a

magistrada Taciana Orlovicin Gonçalves Pita, acerca da fraude ocorrida e a evidente direção do efetivo sócio do Grupo

responsabilidade das empresas demandadas, nos termos a seguir: Helga.

'Afirma a parte reclamante que as empresas que compõem o antigo Em suas contestações, as rés negam a formação de grupo

GRUPO HELGA (DISTRIBUIDORA HELGA COSMETICOS LTDA - econômico entre as empresas do Grupo Helga e Hanova As

ME, HELGA COSMETICOS LTDA - ME, HELGA NENDZA SALES reclamadas DISTRIBUIDORA HELGA COSMETICOS LTDA - ME,

& CIA LTDA - ME, ORIGINAL COMERCIO DE COSMETICOS HELGA COSMETICOS LTDA - ME, HELGA NENDZA SALES & CIA

LTDA - ME, MULTIPLA COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - LTDA - ME, ORIGINAL COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME,

EPP, BELLA COSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE MULTIPLA COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - EPP,

COSMETICOS LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, BELLACOSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE

ERICA PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS COSMETICOS LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME,

COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX ERICA PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME e COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX

ROBERTO NENDZA - ME) são dirigidas e coordenadas pelos COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME,

sócios José Alencar Sales Júnior e Érica Pontes de Meneses. Alega ROBERTO NENDZA - ME (1ª a 13ª reclamadas), não refutam o

que, em meados de 2017, os sócios do Grupo Helga iniciaram grupo econômico entre si, tendo contestado a formação de grupo

negociações para fusão com o Grupo Hanova (HNV), fusão de com as empresas do Grupo HANOVA (14ª a 16ª reclamadas), com

empresas esta que foi oficialmente tornada pública em julho de a MULT DISTRIBUIDORA (17ª reclamada) e com a BCR (18ª

2017, expondo o rol de empresas que compõem o Grupo Hanova - reclamada), alegando que o grupo HANOVA tem como objeto social

HNV (HANOVA INDUSTRIA E COMERCIO DE COSMETICOS a produção de produtos de beleza, e que inexiste hierarquia e/ou

LTDA - ME, AL PARTICIPAÇÕES LTDA, ANDERSON LUID DOS coordenação entre as empresas. Sustenta que a BCR está sob a

SANTOS SEVERO - ME e MULT DISTRIBUIDORA DE égide da Lei 11.101//05, tendo comprado o direito de utilização da

COSMETICOS LTDA), à época todas dirigidas pelos sócios marca "Helga" por cinco anos.

Anderson Luid Santos Severo e Aline Cristina Silva Souza Severo. As reclamadas HANOVA INDUSTRIA E COMERCIO DE

Sustenta que, a partir de julho de 2017, independentemente do COSMETICOS LTDA - ME e ANDERSON LUID DOS SANTOS

cumprimento das obrigações legais para efetivação da fusão, qual SEVERO - ME reconhecem o grupo entre si e negam a formação de

seja a extinção das pessoas jurídicas da empresa incorporada com grupo com as demais reclamadas, noticiando que são fornecedoras

o surgimento de uma nova, tal fusão de fato ocorreu e todos os de produtos à rede varejista, sendo uma das principais, o grupo

empregados passaram à subordinação do Grupo Hanova-Helga, o HELGA, não tendo havido a fusão alegada, apenas relação

qual configura grupo econômico por coordenação, impondo a fornecedor-cliente. Informam, ainda, que os fundos de comércio de

responsabilização solidária entre as empresas do grupo. Entende empresas do Grupo Helga foram alienados por seus sócios-

que a fusão entre as empresas com a criação, em outubro de 2017, proprietários da Helga para a empresa DX GROUP

da empresa MULT DISTRIBUIDORA DE COSMÉTICOS (de que PARTICIPAÇÕES E INVESTIMENTOS LTDA, que, por sua vez,

eram sócios o filho dos sócios do Grupo Helga e a mãe do sócio do não possuiria qualquer ligação com o Grupo Hanova, tratando-se de

Grupo Hanova), teria como única finalidade ocultar os sócios de fato empresa de investimentos de proveniente São Paulo.

da nova empresa e ainda o de conseguir nova linha de crédito na A demandada AL PARTICIPACOES LTDA nega a formação de

praça. Postula, caso não se conclua pela existência de grupo grupo econômico com quaisquer das demais empresas.

econômico, que se reconheça a sucessão empresarial de todas as A reclamada MULT DISTRIBUIDORA DE COSMETICOS LTDA

empresas do Grupo Helga por HNV INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE alega que nunca existiu de fato e nega a formação de grupo

COSMÉTICOS LTDA. Alega, ainda, que a empresa BRC BRAZIL econômico com quaisquer das demais empresas.

COSMÉTICOS LTDA adquiriu em Recuperação Judicial os direitos A ré BRC - BRAZIL COSMETICS LTDA informa que comprou os

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 284
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

direitos de uso da marca HELGA, não estando a reclamante sob fusão entre as empresas Helga e Hanova; que o gerente do

suas ordens, refutando a formação de grupo econômico com depoente comentou que ocorreria a fusão e que o depoente

quaisquer das demais empresas reclamadas e pleiteia que, em continuaria a prestar serviços para as duas empresas; que o

caso de condenação, seja de forma subsidiária. depoente já chegou, mesmo prestando serviços para a Helga,

Pois bem. prestar serviços para a Hanova, tais como rotulagem de produtos,

Inicialmente, declaro a responsabilidade solidária das empresas embalagem de mercadorias e fazendo entregas; que depois dos

DISTRIBUIDORA HELGA COSMETICOS LTDA - ME, HELGA comentários da fusão, o depoente também começou a receber

COSMETICOS LTDA - ME, HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ordens do Sr. Paulo, empregado da Hanova, responsável pela

ME, ORIGINAL COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, logística."

MULTIPLA COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - EPP, BELLA Ainda, a segunda testemunha da autora noticiou:

COSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE COSMETICOS "que trabalhou para Helga de 01/02/2010 a 14/04/2018 na função

LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, ERICA de estoquista; que trabalhou com a reclamante; que o gerente,

PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS Sr.Evandro comentou com o depoente que havia sido feita uma

COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX sociedade entre a Helga e a Hanova; que, após o comentário, o

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX depoente também começo a prestar serviços para a Hanova

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, abastecendo e descarregando as mercadorias da empresa Hanova

ROBERTO NENDZA - ME (1ª a 13ª reclamadas), nos termos do § nas seções das lojas Helga, limpando as mercadorias; que o

2º do art. 2º da CLT, as quais reconheceram a formação de grupo depoente não recebia ordens de nenhum empregado da Hanova;

econômico entre si, encontrando-se, dentre estas, a empregadora. que as lojas Helga também vendiam produtos de outras indústrias e

Quanto ao grupo econômico alegado em relação aos grupos não só da empresa Hanova; que, em relação às mercadorias das

HELGA e HANOVA, a autora juntou aos autos várias fotografias outras indústrias, o abastecimento e o descarregamento de

com os Srs. Anderson Luid Dos Santos Severo, José Alencar Sales mercadorias eram feitos por empregados destas indústrias; que a

Junior, Aline Cristina Silva Souza Severo e Érica Pontes de reclamante vendia produtos da indústria Hanova bem como de

Meneses, sócios das empresa Hanova e Helga, divulgadas em meio outras indústrias."

digital em julho de 2017, anunciando a fusão entre as empresas do Saliente-se que o fato de terem sido alienados fundos de comércio

Grupo Helga com aquelas do Grupo Hanova (HNV), com de empresas do Grupo Helga para a empresa DX GROUP

fundamento na expansão e aquisições realizadas pelo grupo PARTICIPAÇÕES E INVESTIMENTOS LTDA não afeta a presente

HANOVA, podendo se perceber que nas fotos, aparece o diretor do demanda, pois apenas houve a alienação parcial das quotas

grupo HANOVA, o qual veste camisa com o nome HELGA NOVO empresariais de somente algumas das empresas do Grupo.

TEMPO e ainda uma figura que demonstra a junção de duas peças Insta destacar, também, que a alegação da reclamada ANDERSON

de quebra-cabeça nas quais constam os nomes dos dois grupos LUID DOS SANTOS SEVERO ME de que a relação havida entre os

HANOVA e HELGA. Em que pese não haver alterações nas apontados conglomerados empresariais era de apenas fornecedor-

estruturas das empresas formadoras dos grupos, resta claro que cliente não se sustenta, ressaltando que a mensagem eletrônica e a

houve uma intensa comunhão de interesses confissão de dívida datam de período anterior à "fusão" noticiada, o

econômicos/profissionais entre as empresas formadoras dos dois que só veio a ocorrer em julho de 2017.

grupos. De acordo com a Lei 13.467/2017 são requisitos para a Diante do exposto, reconheço a existência de grupo econômico por

configuração do grupo econômico: a demonstração do interesse coordenação entre todas as empresas dos Grupos HELGA e

integrado, a efetiva comunhão de interesses e a atuação conjunta HANOVA, as quais declaro responsáveis solidárias pelas verbas

das empresas integrantes. A inexistência de uma hierarquia entre decorrentes da condenação, nos termos dos arts. 2º, § 2º, e 9º da

as empresas não descaracteriza o grupo econômico, se há a CLT.

demonstração de que entre as empresas ocorre clara atuação No que concerne à reclamada AL PARTICIPAÇÕES LTDA, verifica-

conjunta, em linha de coordenação e comunhão de interesses, o se que na defesa das empresas formadoras do GRUPO HELGA

que se verifica no caso em tela. restou afirmado que as empresas HANOVA INDUSTRIA E

Ademais, a primeira testemunha laboral afirmou em seu COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, ANDERSON LUID

depoimento: DOS SANTOS SEVERO - ME e AL PARTICIPACOES LTDA

"(...) que havia comentários dentro da empresa de que ocorreu uma formam o grupo HANOVA. Nessa senda, o contrato social de

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constituição da reclamada AL PARTICIPAÇÕES LTDA demonstra Por fim, quanto à ré BRC BRAZIL COSMETICS COMÉRCIO

que essa empresa tem como sócios os Srs. Anderson Liud dos VAREJISTA DE COSMÉTICOS EIRELI, verifica-se que ela

Santos Severo e Aline Cristina Silva Souza Severo, os quais se apresentou defesa através do mesmo escritório que a empregadora,

fizeram presentes ao evento em que foi anunciada a "fusão" entre na qual passou a repetir as mesmas alegações já apresentadas

os grupos empresariais, conforme fotografias anexadas aos autos. pelas 1ª a 13ª Reclamadas, além disso, observa-se que no

Ainda, o endereço eletrônico da AL PARTICIPAÇÕES LTDA comprovante de inscrição cadastral (CNPJ) consta endereço

registrado no CNPJ é "anderson@hanovacosméticos.com.br". eletrônico pertencente ao domínio da HELGA COSMÉTICOS.

Ademais, a Sra. Aline Cristina Silva Souza Severo é também sócia Ademais, apresentou carta de preposição que revelou

da empresa HNV INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE COSMÉTICOS representação através do mesmo preposto que a empregadora,

LTDA, cujo endereço eletrônico é razão pela qual, deve ser solidariamente responsável pelos créditos

"anderson@hanovacosméticos.com.br", conquanto o Sr. Anderson oriundos da presente demanda, nos moldes dos arts. 2º, § 2º, e 9º

Liud dos Santos Severo não faça parte do corpo societário dessa da CLT."

empresa. O Sr. Anderson Liud dos Santos Severo atua, ainda, Pontue-se, por oportuno, que as atas de audiência em nada

como empresário individual da ANDERSON LUID DOS SANTOS corroboram com a tese da demandada, uma vez que se verifica,

SEVERO ME. Por fim, saliento que as empresas HNV INDÚSTRIA com extrema facilidade, que a testemunha da reclamada, Sr.

E COMÉRCIO DE COSMÉTICOS LTDA, AL PARTICIPAÇÕES Emanuel Rodrigues de Albuquerque, arrolada em todos os

LTDA, ANDERSON LUID DOS SANTOS SEVERO - ME e MULT processos, busca, sem nenhum sucesso, sustentar os termos da

DISTRIBUIDORA DE COSMETICOS LTDA, em audiência, se defesa.

fizeram representar pelo mesmo preposto, o Sr. Luiz Gustavo Ademais, por mais que tenha declarado que "que na metade do

Santana Severo, neste feiro e nos processos nº0000470- segundo semestre de 2017 houve uma reunião da Helga com a

54.2018.5.07.0010, 0000471-39.2018.5.07.0010 e 0000476- Hanova para uma parceria de fornecimento de produtos",

61.2018.5.07.0010, cujos termos de audiência foram anexados aos afirmou, posteriormente, que "soube que foi feita uma postagem

presentes autos. no instagram da Helga onde foi usado o termo fusão com a

O fato de a empresa AL PARTICIPAÇÕES LTDA ter objetivo social Hanova".

diverso das empresas do grupo HANOVA não é suficiente para Por outro lado, as testemunhas Francisca Edinusia Alves de Sousa

afastar a formação do grupo econômico com HNV INDÚSTRIA E e Maria Irlane Silva Santos

COMÉRCIO DE COSMÉTICOS LTDA e ANDERSON LUID DOS Desiderio, apresentadas pelas partes autoras, nas referidas atas de

SANTOS SEVERO - ME. audiências, possuem depoimentos uníssonos no que tange à

Sendo assim, reconheço que a empresa AL PARTICIPAÇÕES reunião em que foi publicizada à fusão das demandadas aos

LTDA pertence ao grupo econômico HANOVA, o qual restou empregados são uníssonas ("que no final de julho/2017 foram

condenada solidariamente, aplicando a esta a mesma convocadas para uma reunião no hotel meridional no centro da

responsabilidade, nos termos dos arts. 2º, § 2º, e 9º da CLT. cidade onde foi comunicada por Alencar Junior, Erica Pontes e

No que tange à reclamada MULT DISTRIBUIDORA DE Aline Severo, a fusão da Helga e Hanova, com promessas de

COSMETICOS LTDA, observa-se efetivamente formalizada em que tudo iria mudar com a chegada de novos produtos, mas na

24/10/2017 pouco tempo após a fusão dos grupos HELGA e pratica tudo continuou do mesmo jeito, pois continuou

HANOVA, com atuação na vendas de produtos de higiene, tendo chegando produtos da marca própria da Helga (lavi) e da Helga,

como sócios os Srs. Matheus Pontes Sales e Maria de Fátima dos os quais tinham prioridade para serem vendidos" - depoimento

Santos Severo, os quais são, respectivamente, o filho dos titulares de Maria Irlane Silva Santos Desiderio) e ("que houve uma

do Grupo Helga e a mãe de um dos proprietários do Grupo Hanova reunião num domingo de julho/2017 onde foi comunicada a

(Anderson Luid dos Santos Severo), fato não contestado em defesa. fusão da Hanova com a Helga Cosmeticos onde foram

Sendo assim, tenho que a empresa MULT DISTRIBUIDORA DE apresentados os novos patrões como sendo: Aline Severo e

COSMETICOS LTDA também participa dos Grupos Helga e seu esposo Anderson ambos donos da Hanova; que a a partir

Hanova, utilizando-se da mesma estrutura empresarial para a daí a prioridade era para vender os produtos da Hanova e Lavi"

consecução de seus objetivos financeiros, diante do que, resta - depoimento de Francisca Edinusia Alves de Sousa)."

condenada solidariamente, nos termos dos arts. 2º, § 2º, e 9º da A empresa recorrente manifesta no presente recurso ordinário o seu

CLT. inconformismo, alegando, em síntese: "que a fusão e o grupo

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econômico ostentam características diametralmente opostas"; "em produtos e a melhor experiência. Transformando para melhor, o seu

que pese tenha havido, nas redes sociais, um anúncio de fusão visual e a sua vida. #HelgaNovoTempo #Hanova #GrupoHNV

entre os conglomerados Helga e Hanova, por certo, tal #GrupoHelga #Beleza #Cabelos". Com a devida vênia da parte

reagrupamento não ocorreu, máxime porque a sucessão recorrente, este aspecto é relevante para a caracterização do grupo

empresarial somente é possível em face de pessoas jurídicas econômico sob investigação, demonstrando a plena possibilidade

regularmente constituídas, o que não é o caso dos grupos de que as marcas de cada um dos grupos estejam sob a

econômicos, os quais não possuem personalidade jurídica própria, coordenação de um único conglomerado, o que afasta a tese

mas tão somente exteriorizam a arregimentação de sociedades que recursal a respeito da estranheza de haver empresas concorrentes

possuam atuação integrante em face da comunhão de interesses"; no mesmo grupo econômico.

"que a sentença de origem, em nenhum momento, cuidou de Além disso, vigora no Direito do Trabalho o princípio da primazia da

demonstrar a integração de interesses entre as empresas, a realidade, de modo a ser imprescindível destacar a prevalência dos

atuação conjunta, tampouco a comunhão de interesses, mas fatos da relação de emprego sobre os aspectos formais. Dessa

apenas limitou-se a discorrer, de forma bastante confusa, sobre forma, ainda que não ultimada, ao menos formalmente, com as

"fusão", sendo esta manifestante inexistente no caso vertente"; "que devidas baixas das pessoas jurídicas, a fusão mencionada nas

os depoimentos coligidos aos autos sob a rubrica de prova redes sociais, não há se desconhecer que houve a junção das

emprestada fulminam a pretensão autoral, quer pelo viés da fusão, empresas, que passaram a atuar integradas a um único grupo.

seja sob a óptica de agrupamento empresarial." Igualmente, salvo melhor juízo, os depoimentos das testemunhas

Não se vê nas razões recursais, com a devida vênia da parte não afastam o reconhecimento do grupo econômico. Ao revés,

recorrente, fundamentos que infirmem convincentemente as confirmam a fusão entre as empresas. Destaca-se, a este respeito,

conclusões do juízo de primeiro grau, razão pela qual se há perfilhar o depoimento da primeira testemunha da parte reclamante, Sra.

com os motivos da decisão vergastada, ora endossados e Maria Irlane Silva Santos Desiderio, ouvida no processo nº 0000470

integrantes das presentes razões de decidir. -54.2018.5.07.0010 (Ata de audiência de ID 5cd9c24 - Pág. 4),

Consoante o § 2º do art. 2º da CLT, "sempre que uma ou mais trazido por empréstimo ao conjunto probatório pelas próprias

empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica reclamadas, revelador de "(...) que no final de julho/2017 foram

própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de convocadas para uma reunião no hotel meridional no centro da

outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua cidade onde foi comunicada por Alencar Junior, Erica Pontes e Aline

autonomia, integrem grupo econômico, serão responsáveis Severo, a fusão da Helga e Hanova, com promessas de que tudo

solidariamente pelas obrigações decorrentes da relação de iria mudar com a chegada de novos produtos, mas na pratica tudo

emprego". continuou do mesmo jeito, pois continuou chegando produtos da

Nesta esteira, o delineamento do que se convencionou chamar marca propria da Helga (lavi) e da Helga, os quais tinham prioridade

grupo econômico, pela dicção da Consolidação das Leis do para serem vendidos, e das outras marcas continuaram escassos".

Trabalho, importa na evidência da integração dos Veja-se que a fusão foi comunicada aos empregados em reunião,

empreendimentos, de forma a vincular, direta ou indiretamente, as constatação que reforça a ideia do grupo econômico, referindo-se a

empresas. depoente a tudo ter "continuado do mesmo jeito" ao modus

Este aspecto restou caracterizado nos autos, sendo certo que se operandi das vendas dos produtos e não à ausência de formação

verificam elementos suficientes para que seja corroborada a de grupo. A testemunha em questão ainda revelou que as diversas

conclusão da sentença recorrida. marcas apresentavam seus produtos e realizavam treinamentos,

Como bem destacado pela sentença, restou demonstrada nos autos mas que com a Hanova o processo foi diferente, pois, além de ter

a ampla divulgação realizada nas redes sociais, em julho de 2017, sido comunicada a fusão, não houve interrupção do fornecimento de

acerca da fusão das empresas do Grupo Helga com aquelas do mercadorias para serem vendidas nas lojas Helga, o que ocorreu

Grupo Hanova. Eis os dizeres da publicação (V. ID 0d53e9e - Pág. com outros fornecedores em face das dívidas da empregadora

2): "Temos o orgulho de anunciar que começou um novo tempo. O originária.

Grupo HNV detentor de várias marcas como a Hanova, em um Não se olvida o depoimento da testemunha convidada pelas

processo de expansão e aquisições, realizou a fusão com o Grupo reclamadas, Sr. Emanuel Rodrigues de Albuquerque, ouvida nos

Helga Cosméticos. Tudo isso para que os nossos clientes possam processos (461-92.2018.5.07.0010, 470-54.2018.5.07.0010 e 471-

ter sempre à disposição o melhor atendimento, os melhores 39.2018.5.07.0010) trazidos por empréstimo ao conjunto probatório,

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cujas declarações transparecem a ideia de demonstrar ter havido HNV INDÚSTRIA E COSMÉTICOS LTDA. Redigirá o acórdão o

apenas uma relação comercial, mas não uma fusão, entre as Desembargador Cláudio Soares Pires, com a integração do voto

empresas do grupo Helga e do grupo Hanova. Contudo, diante dos vencido.

demais elementos probatórios dos autos, não há de prevalecer o Participaram do julgamento os Exmos. Srs. Desembargadores

quadro traçado pelo depoente, sendo de se destacar que ele próprio Francisco José Gomes da Silva (Presidente e Relator), Cláudio

admite não ter participado da reunião ocorrida em julho de 2017 (V. Soares Pires e Paulo Régis Machado Botelho. Presente ainda o(a)

ID's 5cd9c24 - Pág. 6 e 8eb6395 - Pág. 6), na qual fora anunciada a Exmo(a). Sr(a). membro do Ministério Público do Trabalho. Em gozo

fusão aos trabalhadores. de férias o Exmo. Sr. Desembargador Jefferson Quesado Junior.

Cumpre ressaltar, ainda, porquanto oportuno, que a estreita relação Fortaleza, 14 de outubro de 2019.

comercial entre as empresas dos grupos empresariais, consoante INTEGRA O PRESENTE ACÓRDÃO O VOTO VENCIDO DO EXMº

se denota pelas notas ficais de vendas de mercadorias anexadas DESEMBARGADOR FRANCISCO JOSÉ GOMES DA SILVA, in

aos autos, a meu sentir, não rechaça a formação de grupo verbis:

econômico, mas, em verdade, a reforça, evidenciando além da EMENTA: PROVA EMPRESTADA. PREVISÃO LEGAL.

complementaridade entre os objetos sociais das empresas CONTRADITÓRIO OBSERVADO. O novo CPC trouxe permissivo

contratantes, o interesse integrado, a comunhão de interesses e a expresso quanto à possibilidade de utilização da prova emprestada,

atuação conjunta das empresas dele integrantes. desde que observado o contraditório, conforme previsão no art. 372.

Destarte, o quadro encontrado no presente feito permite a Assim, havendo previsão legal para utilização da prova emprestada

conclusão de que a empresa ora recorrente integra grupo e, observando que no processo nº 0000471-51.2018.5.07.0006 as

econômico com as reclamadas do grupo Helga. Importa examinar a partes foram submetidas ao contraditório e, havendo identidade dos

presença de elementos objetivos capazes de demonstrar que as fatos probandos nos processos, rejeita-se a alegativa de

empresas estavam integradas no mesmo grupo. É o que se cerceamento de defesa. Preliminar rejeitada.

constatou à exaustão no presente feito. PETIÇÃO INICIAL. ART. 840, §1º DA CLT. O processo trabalhista

Por oportuno, colhe-se o seguinte precedente jurisprudencial: é regido pelo princípio da simplicidade das formas, consagrado no

"Grupo econômico. Relação inter-empresarial. O grupo econômico art. 840, § 1º, da CLT, segundo o qual basta uma breve exposição

para fins justrabalhistas não necessita se revestir das modalidades dos fatos para se considerar apta a exordial. Em decorrência do

jurídicas típicas do Direito Econômico ou Direito Comercial princípio da simplicidade, que norteia o processo trabalhista, o qual

(holdings, consórcios, pools etc.). Não se exige, sequer, a prova não sofreu alterações com a Lei nº 13.467, de 2017, verifica-se que

de sua formal institucionalização cartorial: pode-se acolher a a petição inicial atendeu integralmente os requisitos do art. 840, da

existência do grupo desde que surjam evidências probatórias CLT. Preliminar rejeitada.

de que estão presentes os elementos de integração inter- EXISTÊNCIA DE GRUPO ECONÔMICO. ART. 2º, DA CLT. ÔNUS

empresarial (abrangência subjetiva e nexo relacional) de que DA PROVA. ART. 818, DA CLT C/C ART. 373, DO NCPC.

fala a CLT (art. 2º, § 2º)" (Processo 00409002020085010025, TRT AUSÊNCIA DE PROVA. Não tendo a reclamante comprovado a

1ª Região - 8ª Turma, Relatora Desembargadora Dalva Amélia de existência do alegado grupo econômico Helga-Hanova, composto

Oliveira, Publicado em 30/06/2014)(destaquei). de diversas empresas, reforma-se a sentença para afastar a

NEGA-SE PROVIMENTO. responsabilidade solidária pretendida pela autora.

CONCLUSÃO DO VOTO RECURSO CONHECIDO E DADO PROVIMENTO PARCIAL

Por unanimidade, conhecer do recurso ordinário para, rejeitar as FUNDAMENTAÇÃO:

preliminares suscitadas e, no mérito, por maioria, negar-lhe ADMISSIBILIDADE

provimento. Acolhe-se o presente recurso, uma vez que preenchidos os

DISPOSITIVO requisitos de admissibilidade.

ACORDAM OS INTEGRANTES DA 2.ª TURMA DO TRIBUNAL DO MÉRITO

REGIONAL DO TRABALHO DA 7.ª REGIÃO, por unanimidade, PRELIMINARES

conhecer do recurso ordinário para, rejeitar as preliminares DA NULIDADE DA SENTENÇA- DA UTILIZAÇÃO DA PROVA

suscitadas e, no mérito, por maioria, negar-lhe provimento. Vencido EMPRESTADA - DO ALEGADO CERCEAMENTO DE DEFESA

o Desembargador Relator, que dava provimento ao apelo, para Aduz a recorrente, preliminarmente, que houve cerceamento de seu

excluir da condenação a responsabilidade solidária da reclamada direito de defesa, ao argumento de que o juízo, ao adotar

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 288
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integralmente a motivação da sentença proferida na reclamatória Quanto a alegativa de que as reportadas transcrições dos

trabalhista 0000471-51.2018.5.07.0006, construiu o seu depoimentos carregam relatos fáticos que não integram as razões

entendimento, a partir das provas orais ali consignadas, mas que, da exordial, não merece acolhida, posto que a causa de pedir da

tais elementos probatórios não foram publicizadas à ora recorrente autora, no que se refere a responsabilidade solidária das acionadas,

no presente feito, com vistas à garantia do contraditório e da ampla trata justamente na alegada formação de grupo econômico entre as

defesa, verificando-se, pois, uma patente violação ao que dispõe o empresas, objeto da prova naqueles autos.

art. 312 do CPC/15. Os depoimentos constantes na prova emprestada utilizada pelo

Destaca, em seguida, que os aludidos depoimentos também não Juízo a quo dizem respeito aos fatos relacionados pela autora, no

integram o arcabouço das provas emprestadas acostada aos autos, que pertine a alegada formação de grupo econômico entre as

mediante convenção de ambas as partes; que o Juízo a quo utilizou acionadas GRUPO HELGA (DISTR IBUIDORA HELGA

como fundamento da procedência da pretensão autoral, da mera COSMETICOS LTDA - ME, HELGA COSMETICOS LTDA - ME,

cópia de uma transcrição parcial realizada no bojo de uma sentença HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ME, ORIGINAL

proferida em processo paradigma, a qual, por sua vez, utilizou, COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, MULTIPLA

naquele momento, o depoimento testemunhal na condição de prova COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - EPP, BELLA

emprestada, a qual, por certo, não integra o presente feito. COSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE COSMETICOS

Ressalta, igualmente, que as reportadas transcrições carregam LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, ERICA

relatos fáticos que não integram as razões da exordial, impondo PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS

reconhecer a total inovação da lide, em absoluta violação ao art. COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX

141 do CPC/15. COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX

Em razão do exposto, requer a nulidade da sentença e o retorno COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME e

dos autos para que haja um novo julgamento, desta feita, em ROBERTO NENDZA - ME) e GRUPO HANOVA - HNV (HANOVA

conformidade com o acervo fático-probatório do caso sub examine. INDUSTRIA E COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, AL

À análise. PARTICIPAÇÕES LTDA, ANDERSON LUID DOS SANTOS

Em audiência de instrução, as Reclamadas requereram a juntada SEVERO - ME e MULT DISTRIBUIDORA DE COSMETICOS

de provas emprestadas, relativo aos depoimentos testemunhais dos LTDA), assim como referem-se as mesmas demandadas, sendo

processos 461-92.2018.5.07.0010, 470-54.2018.5.07.0010 e 471- permitido sua valoração como se houvesse sido produzida

39.2018.5.07.0010 (ID. bae0442, ID. ed35241, ID. 5cd9c24, ID. diretamente nos autos examinados.

8eb6395). Nesse ponto, frise-se, não há vício em virtude de o Juízo ter

O Juízo, ao proferir a sentença, utilizou para o reconhecimento da utilizado a fundamentação da sentença, a qual considerou para

existência de Grupo Econômico entre as acionadas (Grupo Hanova- formação do convencimento da magistrada, depoimentos os quais

Helga) como prova emprestada, os fundamento os lançados na foram respeitados o contraditório quando produzida em processos

sentença prolatada nos autos do processo nº 0000471- judiciais, máxime,quando envolvendo a mesma empresa e quando

51.2018.5.07.0006, de lavra da magistrada Taciana Orlovicin os fatos guardam correlação com os da presente ação.

Gonçalves Pita (ID. 984dd8d). Nesse mesmo entendimento, colaciona-se a atual jurisprudência do

Nesse ponto, destaco, inicialmente, que o novo CPC trouxe Tribunal Superior do Trabalho, in verbis:

permissivo expresso quanto à possibilidade de utilização da prova UTILIZAÇÃO DE PROVA EMPRESTADA. POSSIBILIDADE.

emprestada, desde que observado o contraditório, conforme IDENTIDADE FÁTICA. MESMAS RECLAMADAS.

previsão no art. 372, que assim dispõe: DESNECESSIDADE DE PRÉVIA CONCORDÂNCIA DA PARTE

Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em CONTRÁRIA. AUSÊNCIA DE CERCEAMENTO DE DEFESA.

outro processo, atribuindo-lhe o valor que considerar adequado, NULIDADE PROCESSUAL NÃO CONFIGURADA. Esta Corte

observado o contraditório". admite a utilização da prova emprestada, desde que haja a

Assim, havendo previsão legal para utilização da prova emprestada identidade dos fatos considerados no documento emprestado e no

e, observando que no processo nº 0000471-51.2018.5.07.0006 as caso em julgamento, assim como ocorrido nesta hipótese, em que o

partes foram submetidas ao contraditório e, havendo identidade dos Regional registrou que"a prova emprestada foi produzida em

fatos probandos nos processos, rejeita-se a alegativa de processo judicial que envolvia as mesmas rés da presente ação,

cerceamento de defesa. tendo sido observadas as formalidades estabelecidas em lei para a

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 289
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

sua produção, bem como o princípio do contraditório. Segundo, dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, a data e a assinatura

porque os fatos a serem comprovados guardam correlação com os do reclamante ou de seu representante.

da presente ação. Terceiro, porque a referida prova emprestada foi § 1o Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do

valorada pelo Juízo segundo o princípio do livre convencimento juízo, a qualificação das partes, a breve exposição dos fatos de que

motivado, em conjunto com as demais provas dos autos". resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser certo, determinado e

Importante salientar também que a utilização de prova emprestada com indicação de seu valor, a data e a assinatura do reclamante ou

não está condicionada à prévia anuência e concordância das de seu representante. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

partes. Assim, a mera alegação da reclamada de que não § 2º - Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em 2 (duas)

concordou com a utilização de prova emprestada não é suficiente vias datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no

para inviabilizar a sua utilização nestes autos. Precedentes. que couber, o disposto no parágrafo anterior.

Recurso de revista não conhecido" (TST, ARR - 3600- § 2o Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em duas vias

29.2010.5.12.0031 Data de Julgamento: 15/02/2017, Relator datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no que

Ministro: José Roberto Freire Pimenta, 2ª Turma, Data de couber, o disposto no § 1o deste artigo. (Redação dada pela Lei nº

Publicação: DEJT 17/02/2017). 13.467, de 2017)

"B) RECURSO DE REVISTA. 1. NULIDADE DA SENTENÇA. § 3o Os pedidos que não atendam ao disposto no § 1o deste artigo

CERCEAMENTO DE DEFESA. UTILIZAÇÃO DE PROVA serão julgados extintos sem resolução do mérito. (Incluído pela Lei

EMPRESTADA SEM ANUÊNCIA. O Regional entendeu que a nº 13.467, de 2017)

utilização de prova emprestada consubstanciada em certidão de Como se observa, a Lei n. 13.467/17 fez referência expressa aos

averiguação produzida em outros autos, no qual a reclamada figura requisitos da petição inicial trabalhista, dispondo no § 1º do art. 840

como parte, não configura cerceamento de defesa, ante a da CLT que o pedido deva "ser certo, determinado e com indicação

semelhança fática existente entre os processos, assim como da de seu valor".

observância do contraditório e da ampla defesa. Com efeito, esta No caso, em relação ao pedido de pagamento do FGTS e multa

Corte tem se posicionado no sentido de ser possível a utilização da rescisória, o reclamante fez pedido certo, determinado e com

prova emprestada, não sendo imprescindível a anuência da parte indicação do valores pois da sua causa de pedir, entende-se

adversa. Recurso de revista não conhecido" (TST, RR - 940- logicamente que o autor fora demitido sem justa causa e sem

27.2013.5.18.0181 Data de Julgamento: 09/11/2016, Relatora recebimento de suas verbas rescisórias, fato este, incontroverso

Ministra: Dora Maria da Costa, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT nos autos.

11/11/2016). Na narrativa dos fatos, o acionante afirmou que ingressou na

Preliminar rejeitada. reclamada no dia 01/08/2010, para exercer a função de gerente,

INÉPCIA DA INICIAL sendo demitida sem justa causa em 29/03/2018; que o último

Requer o Recorrente, o reconhecimento da inépcia do pedido salário percebido foi de R$ 3.200,00 (três mil e duzentos reais); que

relativo às parcelas de FGTS + 40%, e a extinção do pleito sem quando de sua demissão não recebeu qualquer valor, assim como

resolução de mérito, à luz do que dispõe o art. 485, I, do CPC/15, não fora liberado Seguro Desemprego e FGTS, motivo pelo qual

sob o fundamento de que, a parte recorrida, em sua peça de pleiteia a liberação dos mesmos em sede de tutela antecipada; que

ingresso, inobstante tenha somente assentado as datas de ingresso o FGTS se encontra depositado apenas de forma parcial, apenas o

e de dispensa, realizou o pedido correspondente às parcelas de valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais).

FGTS, em conjunto com a indenização adicional de 40% sobre o Em seguida, requereu que, Tendo em vista os argumentos jurídicos

saldo fundiário. apresentados, ajuíza-se a presente Reclamação Trabalhista no

Sem razão. intuito de serem satisfeitos todos os direitos da reclamante, quais

O processo trabalhista é regido pelo princípio da simplicidade das sejam: Saldo Salário, Aviso Prévio de 51 dias, 13º salário e férias

formas, consagrado no art. 840, § 1º, da CLT, segundo o qual basta sobre aviso prévio, FGTS sobre rescisão, 13º salário proporcional

uma breve exposição dos fatos para se considerar apta a exordial. 3/12 de 2018, férias simples 2016/2017 e proporcionais 2017/2018

Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal. todas acrescidas do terço constitucional, FGTS e multa de 40%.

§ 1º - Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do Em relação ao rol dos pedidos, o autor requereu a condenação da

Presidente da Junta, ou do juiz de direito a quem for dirigida, a reclamada ao pagamento das verbas rescisórias, incluindo FGTS E

qualificação do reclamante e do reclamado, uma breve exposição MULTA DE 40% DO FGTS.

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 290
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Em decorrência do princípio da simplicidade, que norteia o processo A nova redação alterou o parágrafo 2º e acrescentou o parágrafo 3º

trabalhista, o qual não sofreu alterações com a Lei nº 13.467, de a este artigo, conforme transcrição seguinte:

2017, a petição inicial ora em análise preencheu os requisitos do Art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva,

art. 840 , da CLT, a qual, frise-se, não dificultou a defesa das que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria

acionadas. e dirige a prestação pessoal de serviço.

Rejeita-se. § 1º - Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da

DO MÉRITO relação de emprego, os profissionais liberais, as instituições de

FORMAÇÃO DE GRUPO ECONÔMICO. beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem

Na peça de ingresso, requer o reclamante que seja caracterizada a fins lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados.

condição da segunda (VRX COMÉRCIO COSMÉTICOS E § 2º Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada

BIJUTERIAS LTDA) e terceira reclamada (HANOVA uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a

COSMÉTICOS), de responsáveis solidárias pelos encargos direção, controle ou administração de outra, ou ainda quando,

trabalhistas da primeira reclamada, HELGA COSMÉTICOS, em mesmo guardando cada uma sua autonomia, integrem grupo

função da existência de grupo econômico. econômico, serão responsáveis solidariamente pelas

Afirma que a primeira, segunda e terceira reclamadas foram obrigações decorrentes da relação de emprego.

criadas, são dirigidas e controladas pelo pela Sra. Erica Pontes de § 3º Não caracteriza grupo econômico a mera identidade de

Meneses, que não aparece no contrato social da terceira sócios, sendo necessárias, para a configuração do grupo, a

reclamada, HANOVA COSMÉTICOS, pois utilizou terceiro como demonstração do interesse integrado, a efetiva comunhão de

laranja. interesses e a atuação conjunta das empresas dele integrantes.

Ressalta, que os objetos sociais das empresas são (destaquei)

complementares, visto todas possuírem o mesmo objeto social e A nova redação do art. 2º, além de manter a hipótese do grupo

finalidade, sendo patente a formação de grupo econômico entre econômico hierarquizado ou sob subordinação, introduz,

elas. expressamente, o outro modelo de grupo econômico, vertical, ou

No mérito, defende a recorrente, em síntese, a inexistência de fusão sob coordenação, trazendo para o texto legal, o entendimento dos

e formação de grupo econômico com o GRUPO HELGA, sendo Tribunais Regionais do Trabalho e do TST quanto a configuração de

indevida a sua responsabilidade solidária pelos créditos deferidos grupo econômico.

ao autor na presente reclamação trabalhista. Com relação a este modelo de grupo econômico coordenado, a

Argumenta que, em que pese tenha havido, nas redes sociais, um Desembargadora Dra. Vólia Bomfim Cassar, do TRT da 1ª Região,

anúncio de fusão entre os conglomerados Helga e Hanova, por em seu livro Direito do Trabalho, afirma que:

certo, tal reagrupamento não ocorreu, máxime porque a sucessão Os grupos econômicos por coordenação se apresentam quando

empresarial somente é possível em face de pessoas jurídicas houver reunião de interesses para execução de determinado

regularmente constituídas, o que não é o caso dos grupos empreendimento, tendo ou não o mesmo controle ou administração

econômicos, os quais não possuem personalidade jurídica própria, comum. Logo, os grupos por coordenação podem ter relação de

mas tão somente exteriorizam a arregimentação de sociedades que controle entre si, numa linha horizontal e não vertical. Isto é, não

possuam atuação integrante em face da comunhão de interesses, o haverá, no grupo horizontal, uma empresa controladora e outra(s)

que, também, não retrata o caso dos autos. controlada(s), uma líder (holding) e outras lideradas. Todas são

Esclarece, adiante, que há uma mera relação comercial, havendo interligadas entre si e, apesar de autônomas e independentes, estão

total independência entre as empresas do GRUPO HANOVA em interligadas pela ingerência, administração comum, como se

relação às componentes do GRUPO HELGA, sendo a recorrente, subordinadas umas às outras administrativamente. Por trás desta

mera fornecedora de produtos para o conglomerado empresarial administração comum pode estar um sócio ou alguns sócios ou

HELGA, sem haver contudo, qualquer integração de interesses pessoa física no controle.(CASSAR, 2017,p.429).

entre as empresas ou atuação conjunta. Logo, o aproveitamento dos serviços prestados pelo trabalhador por

À análise. sociedades empresárias que mantenham relação de coordenação

A lei nº 13.467, de 13 de julho de 2017 que alterou a Consolidação entre si, formando o grupo econômico trabalhista, serão todas, por

das Leis do Trabalho (CLT) trouxe novos parâmetros para consequência, responsabilizadas pela contraprestação devida ao

responsabilização de empresas terceiras. obreiro, atraindo a incidência do § 2º do artigo 2º da CLT

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 291
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

(coordenação interempresarial). DO(A) PATRONO(A) DO(A) PARTE RECLAMANTE RESPONDEU:

Estabeleceu, igualmente, que "não caracteriza grupo econômico a "que houve uma reunião num domingo de julho/2017 onde foi

mera identidade de sócios. Assim, o patrimônio de empresas que comunicada a fusão da Hanova com a Helga Cosmeticos onde

têm sócios comuns, porém com atuam em setores diversos, estarão foram apresentados os novos patrões como sendo: Aline

resguardadas. Severo e seu esposo Anderson ambos donos da Hanova; que a

Portanto, a análise da existência ou não da formação de um grupo a partir daí a prioridade era para vender os produtos da Hanova

econômico, deve-se observar o princípio da primazia da realidade, e Lavi, mesmo tendo outras marcas, mas a Hanova e Lavi

para que cada caso seja analisado com suas peculiaridades, sendo deveriam estar em primeiro lugar nas vendas; que antes da

ônus do autor a prova de suas alegações ( art. 818, da CLT c/c art. reunião já vendiam todo tipo de produto e de varias marcas,

373, do NCPC). inclusive dos ora citados; que os proprietários da Helga e Hanova

No caso em análise, o autor fundamenta sua pretensão com base estavam presentes na reunião, sendo Erica PontesMenezes e

em notícias veiculadas nas redes sociais de possível fusão entre os Alencar Junior proprietários da Helga.". ÀS PERGUNTAS DO DO(A)

grupos Helga Cosméticos e HNV, assim como colaciona fotos em PATRONO(A) DO(A) PARTE RECLAMADA RESPONDEU: "que

que retrata parcerias entre as duas empresas, ID. 0d53e9e, sem, depois da reunião depoente continuou trabalhando na mesma

contudo, apresentar qualquer prova que indique ter realmente loja e o reclamante também, mas ambos trabalhavam em lojas

ocorrido a "FUSÃO" das empresas, ou qualquer relação de diferentes; que na reunião estavam os vendedores e gerentes;

coordenação entre elas. que a faixada das lojas continuaram iguais; que não houve

Ao revés, a acionada Hanova Indústria e Comércio de Cosméticos mudança da chefia após a reunião, mas a sua chefe Luxeles

Ltda colacionou aos autos documentos que demonstram a relação teve um problema de saúde e foi transferida para loja de

de vendas de mercadorias para as empresas integrantes do grupo Messejana, tendo ficado como gerente Rosangela; que Luxeles

Helga (CRX COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA e Rosangela eram gerentes da Helga; (...)." ( grifos nosso)

ME, ALENCARINE COSMETICOS COMERCIO VAREJISTA E Conforme se extrai do depoimento supra, não se trata o caso de "

TREINAMENTO EIREL, HELGA MEDZA SALES & CIA LTDA -ME, fusão" entre as empresas, tanto que a partir da reunião ocorrida em

ORIGINAL COMERCIO DE COSMETICOS LTDA ME, VRX julho de 2017, nada foi alterado na estrutura organizacional da

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA ME, JOSE empresa, assim como layout das lojas, tratando-se, na verdade, de

ALENCAR SALES JUNIOR- ME, ORIGINAL COMERCIO DE um marketing e ações para incremento das vendas, através da

COSMETICOS LTDA- ME, tais como notas fiscais de vendas de fornecedora dos produtos, empresa HANOVA INDUSTRIA E

mercadorias, termo de confissão de dívida e e-mails em que se COMERCIO DE COSMETICOS LTDA, fato este, confirmado pelos

evidencia a parceria comercial entre as empresas ( venda de depoimentos de reclamantes e testemunhas dos processos

mercadorias), ID. de4b07e, ID. 4c4a838. utilizados como provas emprestadas nos autos, vejamos:

Na audiência de instrução, as reclamadas requerem a juntada de Convocada a primeira testemunha arrolada pelas Reclamadas

provas emprestadas (processos nºs. 461-92.2018.5.07.0010, 470- HANOVA INDUSTRIA E COMERCIO DE COSMETICOS LTDA -

54.2018.5.07.0010 e 471-39.2018.5.07.0010, tendo a autora ME, AL PARTICIPACOES LTDA, ANDERSON LUID DOS

concordado com a juntada dos referidos depoimentos. SANTOS SEVERO - ME e MULT DISTRIBUIDORA DE

No termo de audiência relativo ao processo nº. 0000461- COSMETICOS LTDA, Sr(a). Emanuel Rodrigues de Albuquerque

92.2018.5.07.0010, a testemunha da reclamante afirmou que: (...): "que trabalha na Hanova desde março/2016 como gerente

Primeira testemunha arrolada pela parte Reclamante Sr(a). administrativo financeiro; ." ÀS PERGUNTAS DO(A) PATRONO(A)

Francisca Edinusia Alves de Sousa: " (...)"que trabalhou na DO(A) PARTE RECLAMADA RESPONDEU: "que na metade do

reclamada Helga Cosméticos de 01/06/2006 a 23/02/2018 na segundo semestre de 2017 houve uma reunião da Helga com a

função de vendedora; que o reclamante, depoente e todos os Hanova para uma parceria de fornecimento de produtos, pois a

funcionários foram demitidos sem pagamento de verbas rescisórias Hanova é uma industria; que o fornecimento dos produtos continuou

e nem do salário do último mês; que depoente trabalhou até da mesma forma, pois a Helga permaneceu como uma cliente

23/fevereiro/2018, não sabendo o ultimo dia labutado pelo norma; que a parceria teve o objetivo de aumentar o volume de

reclamante; que recebia ordem direta dos gerentes Luxeles, vendas nas lojas e de fato aumentou, mas só no primeiro mês,

Rosângela, Francisca Cirlane, os quais eram gerentes da loja pois logo em seguida a Helga entrou novamente em dificuldades

do shopping Central da Helga Nendza Sales .". ÀS PERGUNTAS financeiras e não conseguiu pagar os produtos que comprava, pois

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 292
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

a divida já estava muito alta, de modo que a Helga não conseguia de que tudo iria mudar com a chegada de novos produtos, mas na

pagar nada na sua totalidade; que é uma prática comum serem pratica tudo continuou do mesmo jeito, pois continuou

feitas ações com as distribuidoras para estimular as vendas, e chegando produtos da marca propria da Helga (lavi) e da Helga,

os proprietários da Hanova comparecem pelo fato de que o os quais tinham prioridade para serem vendidos, e das outras

distribuidor Helga ser de grande porte, como também de outros marcas continuaram escassos; que sempre recebeu ordens

distribuidores; que na época da parceria a Helga já estava em das mesmas pessoas (Erica e Alencar), os quais pagavam o

débito com a Hanova; que a Hanova não colocou pessoas na salário da depoente; que todas as lojas da Helga fecharam; .".

lojas da Helga, muito menos assumiu o comando dessa; que a (...).( grifos nosso)

continuou a vendendo normalmente para as outras lojas, como No termo de audiência relativo ao processo nº. 0000471-

Cosbel, Anavi, Iap e outras; que não houve a fusão da Hanova com 39.2018.5.07.0010 a reclamante afirmou que:

a Helga; que havia procedimento de cobrança normal das vendas DEPOIMENTO PESSOAL DO RECLAMANTE MARIA CLEOMAR

dos produtos Hanova;." ÀS PERGUNTAS DO DO(A) PATRONO(A) FERREIRA DE SOUSA ALMEIDA: " (...) que depoente era gerente

DO(A) PARTE RECLAMANTE RESPONDEU: "que a reunião tem da loja Helga situada na Rua Floriano Peixoto 577, e trabalhou de

um caráter de marketing e não para apresentar fusão; que não 01/03/2003 até 14/04/2018: " (...)que as fachadas das lojas da

houve comunicação formal da fusão entre a Hanova e Helga, mas Helga continuaram com o mesmo nome, após a fusão, e as notas

depoente soube que foi feita uma postagem no instagram da fiscais das vendas eram com o nome da Helga; que a fusão da

Helga onde foi usado o termo fusão com a Hanova; que quanto Helga e Hanova foi para o crescimento da Helga, mas o dia a dia de

ao doc. de fl. 8 se tratam das pessoas de Anderson (proprietário da trabalho continuou o mesmo de antes, porém com a informação de

Hanova) e Junior (proprietária da Helga) e o doc. de fl. 9 tratam das que deveriam vender mais os produtos da Hanova; (...)."

pessoas Aline (proprietária da Hanova) e Erica (proprietária da Havendo fusão ou incorporação de empresas, há a alteração na

Helga); (...)."( grifos nosso) estrutura jurídica da empresa, o que in casu, não há provas nos

No termo de audiência relativo ao processo nº. 0000470- autos, não sendo suficiente a propaganda disseminada em reunião

54.2018.5.07.0010, o reclamante afirmou que : de empregados e redes sociais.

O DEPOIMENTO PESSOAL DO RECLAMANTE: '" que depoente O que extrai dos depoimentos, é que a ideia inicial de postar nas

era subgerente, que atuava em várias lojas da Helga e trabalhou até redes sociais de que haveria a fusão das empresas, trata-se, tão

07/04/2018 porque as lojas fecharam, tendo a sra. Erica Pontes somente, de marketing para alavancar as vendas da empresa

(dona da Helga, esposa de Alencar Junior) comunicado a dispensa Helga, a qual, na época, já se encontrava com dificuldades

os quais eram chefes do depoente; (...) ; que a Helga vendia financeiras.

produtos de marca própria (Lavi), mas também da Hanova, Fatore, Diante do exposto, considerando que a autora não se desincumbiu

Corpo Dourado e outros; que em julho/2017 houve a fusão da de seu ônus probatório, reforma-se a sentença para excluir a

Hanova com a Helga, no que a prioridade passou a ser para vender responsabilidade solidária da reclamada HNV INDÚSTRIA E

produtos da Hanova e Lavi, mas ainda assim, a Helga continuou a COSMÉTICOS LTDA.

vender produtos de outras marcas que já tinham estoque nas DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

lojas, e também continuou comprando produtos de outras Uma vez excluída a responsabilidade solidária da ora recorrente, o

marcas para vender nas suas lojas; que as fachadas das lojas presente apelo, no ponto, segue a sorte do principal.

da Helga continuaram com o mesmo nome, após a fusão, e as CONCLUSÃO DO VOTO VENCIDO:

notas fiscais das vendas eram com o nome da Helga; que a

fusão da Helga e Hanova foi para o crescimento da Helga, mas Isto posto, voto pelo conhecimento do recurso ordinário para,

o dia a dia de trabalho continuou o mesmo de antes, porém rejeitar as preliminares suscitadas e, no mérito, dar-lhe provimento

com a informação de que deveriam vender mais os produtos da para excluir a responsabilidade solidária da reclamada HNV

Helga. ( grifos nosso) INDÚSTRIA E COSMÉTICOS LTDA."

Primeira testemunha arrolada pela parte Reclamante Sr(a).

Maria Irlane Silva Santos Desiderio: " (...) que no final de CLAUDIO SOARES PIRES

julho/2017 foram convocadas para uma reunião no hotel meridional Desembargador Redator Designado

no centro da cidade onde foi comunicada por Alencar Junior, Erica

Pontes e Aline Severo, a fusão da Helga e Hanova, com promessas FORTALEZA/CE, 28 de fevereiro de 2020.

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 293
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE)


SOUSA ARAGÃO
RECORRIDO ROBERTO NENDZA - ME
MARIA DO SOCORRO RODRIGUES GONCALVES
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
Diretor de Secretaria ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES
Processo Nº ROT-0000419-19.2018.5.07.0018 RECORRIDO HNV INDUSTRIA E COMERCIO DE
Relator CLAUDIO SOARES PIRES COSMETICOS LTDA - ME
RECORRENTE BRC - BRAZIL COSMETICS LTDA EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE)
SOUSA ARAGÃO
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES RECORRIDO BRC - BRAZIL COSMETICS LTDA
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRENTE MULT DISTRIBUIDORA DE ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
COSMETICOS LTDA MENDES
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE) RECORRIDO MULTIPLA COMERCIO DE
SOUSA ARAGÃO COSMETICOS LTDA - EPP
RECORRENTE JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES MENDES
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) RECORRIDO BELLA COSMETICOS LTDA - EPP
RECORRENTE ROBERTO NENDZA - ME LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES MENDES
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) RECORRIDO HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA
- ME
RECORRENTE CRX COMERCIO DE COSMETICOS E
BIJUTERIAS LTDA - ME LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES MENDES
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) RECORRIDO LUCHELYS DE ALENCAR MARTINS
RECORRENTE AL PARTICIPACOES LTDA RAFFAEL DUTRA LIMA ADVOGADO(OAB: 29332/CE)
RIBEIRO
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE)
SOUSA ARAGÃO EDUARDO FONTENELE ADVOGADO(OAB: 19970/CE)
MOTA
RECORRENTE HNV INDUSTRIA E COMERCIO DE
COSMETICOS LTDA - ME RECORRIDO ORIGINAL COMERCIO DE
COSMETICOS LTDA - ME
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE)
SOUSA ARAGÃO LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRENTE ALENCARINE COSMETICOS ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
COMERCIO VAREJISTA E MENDES
TREINAMENTOS EIRELI RECORRIDO ALENCARINE COSMETICOS
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) COMERCIO VAREJISTA E
MENDES TREINAMENTOS EIRELI
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRENTE LUCHELYS DE ALENCAR MARTINS ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES
EDUARDO FONTENELE ADVOGADO(OAB: 19970/CE)
MOTA RECORRIDO CRX COMERCIO DE COSMETICOS E
BIJUTERIAS LTDA - ME
RAFFAEL DUTRA LIMA ADVOGADO(OAB: 29332/CE)
RIBEIRO LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRENTE ERICA PONTES DE MENESES ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES RECORRIDO J R COMERCIO DE COSMETICOS
LTDA - ME
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRENTE HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA
- ME ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES RECORRIDO ERICA PONTES DE MENESES
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRENTE ORIGINAL COMERCIO DE ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
COSMETICOS LTDA - ME MENDES
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) RECORRIDO JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME
MENDES LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
RECORRIDO ANDERSON LUID DOS SANTOS MENDES
SEVERO - ME RECORRIDO DISTRIBUIDORA HELGA
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE) COSMETICOS LTDA - ME
SOUSA ARAGÃO LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRIDO AL PARTICIPACOES LTDA ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE) MENDES
SOUSA ARAGÃO RECORRIDO HELGA COSMETICOS LTDA - ME
RECORRIDO MULT DISTRIBUIDORA DE LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
COSMETICOS LTDA

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 294
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)


MENDES RECURSO ORDINÁRIO. GRUPO ECONÔMICO.
RECORRIDO VRX COMERCIO DE COSMETICOS E CONFIGURAÇÃO. Confirma-se a sentença de origem que
BIJUTERIAS LTDA - ME
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) reconheceu a formação de grupo econômico entre as empresas
MENDES
demandadas, quando se constata que além da complementaridade
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
TERCEIRO JOSE ALENCAR SALES JUNIOR entre os objetos sociais destas, há o interesse integrado, a
INTERESSADO
comunhão de interesses e a atuação conjunta das empresas dele
TERCEIRO ERICA PONTES DE MENESES
INTERESSADO integrantes. Recurso conhecido e improvido.

Intimado(s)/Citado(s): RELATÓRIO

- ALENCARINE COSMETICOS COMERCIO VAREJISTA E Designado para redigir o acórdão, peço vênia para adotar o relatório
TREINAMENTOS EIRELI
da lavra do Excelentíssimo Desembargador Relator Francisco José

Gomes da Silva, a seguir:

"Trata-se de recurso ordinário ajuizado pela reclamada HNV


PODER JUDICIÁRIO INDUSTRIA E COSMÉTICOS LTDA interposto em face da decisão
JUSTIÇA DO TRABALHO do Juízo da 18ª Vara do Trabalho de Fortaleza (ID. 984dd8d), que

JULGOU a reclamatória PROCEDENTE EM PARTE, para

condenar, SOLIDARIAMENTE, as reclamadas DISTRIBUIDORA


PROCESSO nº 0000419-19.2018.5.07.0018 (RO)
HELGA COSMÉTICOS LTDA - ME; HELGA COSMÉTICOS LTDA
RECORRENTE: JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, HELGA
- ME; HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ME; ORIGINAL
NENDZA SALES & CIA LTDA - ME, ORIGINAL COMERCIO DE
COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME; MULTIPLA
COSMÉTICOS LTDA - ME, ERICA PONTES DE MENESES,
COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - EPP; BELLA
ALENCARINE COSMÉTICOS COMERCIO VAREJISTA E
COSMÉTICOS LTDA - EPP; J R COMERCIO DE COSMÉTICOS
TREINAMENTOS EIRELI, CRX COMERCIO DE COSMÉTICOS E
LTDA - ME; JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME; ERICA
BIJUTERIAS LTDA - ME, ROBERTO NENDZA - ME, HNV
PONTES DE MENESES; ALENCARINE COSMÉTICOS
INDÚSTRIA E COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME, AL
COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS; CRX COMERCIO
PARTICIPACOES LTDA, MULT DISTRIBUIDORA DE
DE COSMÉTICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME; VRX COMERCIO
COSMÉTICOS LTDA, BRC - BRAZIL COSMETICS LTDA,
DE COSMÉTICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME; ROBERTO
LUCHELYS DE ALENCAR MARTINS
NENDZA - ME; HANOVA INDUSTRIA E COMERCIO DE
RECORRIDO: LUCHELYS DE ALENCAR MARTINS, VRX
COSMÉTICOS LTDA - ME; AL PARTICIPACOES LTDA;
COMERCIO DE COSMÉTICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME,
ANDERSON LUID DOS SANTOS SEVERO - ME; MULT
ANDERSON LUID DOS SANTOS SEVERO - ME, BRC - BRAZIL
DISTRIBUIDORA DE COSMÉTICOS LTDA; BRC - BRAZIL
COSMÉTICOS LTDA, MULT DISTRIBUIDORA DE COSMÉTICOS
COSMETICS LTDA a pagar à reclamante LUCHELYS DE
LTDA, AL PARTICIPACOES LTDA, HNV INDÚSTRIA E
ALENCAR MARTINS as seguintes parcelas: a.Saldo de salário (29
COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME, ROBERTO NENDZA -
dias); b. Aviso prévio (51 dias); com reflexos no 13º salário e férias;
ME, CRX COMERCIO DE COSMÉTICOS E BIJUTERIAS LTDA -
c. Férias simples 2016/2017 e proporcionais (8/12 avos), acrescidas
ME, ALENCARINE COSMÉTICOS COMERCIO VAREJISTA E
de 1/3 constitucional; d. 13º salário proporcional 2018 (3/12 avos); e.
TREINAMENTOS EIRELI, ERICA PONTES DE MENESES, J R
FGTS + 40%; f. Multa do art. 467 da CLT, incidente sobre os valores
COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME, BELLA COSMÉTICOS
e parcelas rescisórias constantes no TRCT (ID. 7ad3499), bem
LTDA - EPP, MULTIPLA COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA -
como sobre o FGTS não depositado e multa de 40% sobre todos os
EPP, ORIGINAL COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME,
valores devidos a título de FGTS ao longo da contratualidade; g.
HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ME, HELGA
Multa do art. 477,§8º da CLT; h. Honorários advocatícios.
COSMÉTICOS LTDA - ME, DISTRIBUIDORA HELGA
A sentença fora complementada pelos aclaratórios de ID. 7081a1b,
COSMÉTICOS LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR -
com o fito de sanear a sentença embargada, determinando a
ME
compensação do valor de R$ 10.710,34, vez que a quantia foi
RELATOR: FRANCISCO JOSÉ GOMES DA SILVA
recebida pela parte embargada, conforme comprovante de
REDATOR DESIGNADO: CLAUDIO SOARES PIRES
transferência bancária de ID. 619A9a4.

Aduz a recorrente, preliminarmente, que houve cerceamento de


EMENTA

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 295
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

seu direito de defesa, ao argumento de que o juízo, ao adotar relação às componentes do GRUPO HELGA, sendo a recorrente,

integralmente a motivação da sentença proferido na reclamatória mera fornecedora de produtos para o conglomerado empresarial

trabalhista 0000471-51.2018.5.07.0006, construiu o seu HELGA, sem haver contudo, qualquer integração de interesses

entendimento, por consequência, a partir das provas orais ali entre as empresas ou atuação conjunta.

consignadas, mas que, tais elementos probatórios não foram Por fim, requer a reforma da decisão de modo a afastar a

publicizadas à ora recorrente no presente feito, com vistas à inconstitucionalidade declarada de forma incidental do art. 791-A,

garantia do contraditório e da ampla defesa, verificando-se, pois, §4º, da CLT, haja vista inexistir afronta à Carga Magna, mormente

uma patente violação ao que dispõe o art. 312 do CPC/15. porque, nos ditames do art. 133 da Lei Maior, o advogado é

Destaca, em seguida, que os aludidos depoimentos também não indispensável à administração da justiça, e, caso esta Colenda

integram o arcabouço das provas emprestadas acostada aos autos, Turma entenda de modo diverso, que seja observada o art. 97 da

mediante convenção de ambas as partes; que o Juízo a quo utilizou CRFB/1988, o qual prevê a cláusula de reserva de plenário para a

como fundamento da procedência da pretensão autoral, da mera manutenção da declaração de inconstitucionalidade.

cópia de uma transcrição parcial realizada no bojo de uma sentença Após devidamente notificada, a recorrida apresentou suas

proferida em processo paradigma, a qual, por sua vez, utilizou, contrarrazões, conforme documento de ID. 15ffc62.

naquele momento, o depoimento testemunhal na condição de prova A matéria versada no presente recurso dispensa a obrigatoriedade

emprestada, a qual, por certo, não integra o presente feito. de parecer prévio da douta PRT (art. 109, do Regimento Interno)"

Ressalta, igualmente, que as reportadas transcrições carregam FUNDAMENTAÇÃO

relatos fáticos que não integram as razões da exordial, impondo ADMISSIBILIDADE

reconhecer a total inovação da lide, em absoluta violação ao art. Acolhe-se o presente recurso, uma vez que preenchidos os

141 do CPC/15. requisitos de admissibilidade.

Em razão do exposto, requer a nulidade da sentença e o retorno PRELIMINARES

dos autos para que haja um novo julgamento, desta feita, em Peço vênia para adotar os fundamentos do voto do Excelentíssimo

conformidade com o acervo fático-probatório do caso sub examine. Desembargador Relator Francisco José Gomes da Silva, quanto à

Adiante, requer o reconhecimento da inépcia do pedido relativo às apreciação das preliminares, nos seguintes termos:

parcelas de FGTS + 40%, a extinção do pleito sem resolução de "DA NULIDADE DA SENTENÇA- DA UTILIZAÇÃO DA PROVA

mérito, à luz do que dispõe o art. 485, I, do CPC/15, sob o EMPRESTADA - DO ALEGADO CERCEAMENTO DE DEFESA

fundamento de que, a parte recorrida, em sua peça de ingresso, Aduz a recorrente, preliminarmente, que houve cerceamento de seu

inobstante tenha somente assentado as datas de ingresso e de direito de defesa, ao argumento de que o juízo, ao adotar

dispensa, realizou o pedido correspondente às parcelas de FGTS integralmente a motivação da sentença proferida na reclamatória

em conjunto com a indenização adicional de 40% sobre o saldo trabalhista 0000471-51.2018.5.07.0006, construiu o seu

fundiário. entendimento, a partir das provas orais ali consignadas, mas que,

No mérito, defende a recorrente, em síntese, a inexistência de tais elementos probatórios não foram publicizadas à ora recorrente

fusão e formação de grupo econômico com o GRUPO HELGA, no presente feito, com vistas à garantia do contraditório e da ampla

sendo indevida a sua responsabilidade solidária pelos créditos defesa, verificando-se, pois, uma patente violação ao que dispõe o

deferidos ao autor na presente reclamação trabalhista. art. 312 do CPC/15.

Argumenta, em que pese tenha havido, nas redes sociais, um Destaca, em seguida, que os aludidos depoimentos também não

anúncio de fusão entre os conglomerados Helga e Hanova, por integram o arcabouço das provas emprestadas acostada aos autos,

certo, tal reagrupamento não ocorreu, máxime porque a sucessão mediante convenção de ambas as partes; que o Juízo a quo utilizou

empresarial somente é possível em face de pessoas jurídicas como fundamento da procedência da pretensão autoral, da mera

regularmente constituídas, o que não é o caso dos grupos cópia de uma transcrição parcial realizada no bojo de uma sentença

econômicos, os quais não possuem personalidade jurídica própria, proferida em processo paradigma, a qual, por sua vez, utilizou,

mas tão somente exteriorizam a arregimentação de sociedades que naquele momento, o depoimento testemunhal na condição de prova

possuam atuação integrante em face da comunhão de interesses, o emprestada, a qual, por certo, não integra o presente feito.

que, também, não retrata o caso dos autos. Ressalta, igualmente, que as reportadas transcrições carregam

Esclarece, adiante, que há uma mera relação comercial, havendo relatos fáticos que não integram as razões da exordial, impondo

total independência entre as empresas do GRUPO HANOVA em reconhecer a total inovação da lide, em absoluta violação ao art.

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 296
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

141 do CPC/15. COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX

Em razão do exposto, requer a nulidade da sentença e o retorno COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME e

dos autos para que haja um novo julgamento, desta feita, em ROBERTO NENDZA - ME) e GRUPO HANOVA - HNV (HANOVA

conformidade com o acervo fático-probatório do caso sub examine. INDUSTRIA E COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, AL

À análise. PARTICIPAÇÕES LTDA, ANDERSON LUID DOS SANTOS

Em audiência de instrução, as Reclamadas requereram a juntada SEVERO - ME e MULT DISTRIBUIDORA DE COSMETICOS

de provas emprestadas, relativo aos depoimentos testemunhais dos LTDA), assim como referem-se as mesmas demandadas, sendo

processos 461-92.2018.5.07.0010, 470-54.2018.5.07.0010 e 471- permitido sua valoração como se houvesse sido produzida

39.2018.5.07.0010 (ID. bae0442, ID. ed35241, ID. 5cd9c24, ID. diretamente nos autos examinados.

8eb6395). Nesse ponto, frise-se, não há vício em virtude de o Juízo ter

O Juízo, ao proferir a sentença, utilizou para o reconhecimento da utilizado a fundamentação da sentença, a qual considerou para

existência de Grupo Econômico entre as acionadas (Grupo Hanova- formação do convencimento da magistrada, depoimentos os quais

Helga) como prova emprestada, os fundamento os lançados na foram respeitados o contraditório quando produzida em processos

sentença prolatada nos autos do processo nº 0000471- judiciais, máxime,quando envolvendo a mesma empresa e quando

51.2018.5.07.0006, de lavra da magistrada Taciana Orlovicin os fatos guardam correlação com os da presente ação.

Gonçalves Pita (ID. 984dd8d). Nesse mesmo entendimento, colaciona-se a atual jurisprudência do

Nesse ponto, destaco, inicialmente, que o novo CPC trouxe Tribunal Superior do Trabalho, in verbis:

permissivo expresso quanto à possibilidade de utilização da prova UTILIZAÇÃO DE PROVA EMPRESTADA. POSSIBILIDADE.

emprestada, desde que observado o contraditório, conforme IDENTIDADE FÁTICA. MESMAS RECLAMADAS.

previsão no art. 372, que assim dispõe: DESNECESSIDADE DE PRÉVIA CONCORDÂNCIA DA PARTE

Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em CONTRÁRIA. AUSÊNCIA DE CERCEAMENTO DE DEFESA.

outro processo, atribuindo-lhe o valor que considerar adequado, NULIDADE PROCESSUAL NÃO CONFIGURADA. Esta Corte

observado o contraditório". admite a utilização da prova emprestada, desde que haja a

Assim, havendo previsão legal para utilização da prova emprestada identidade dos fatos considerados no documento emprestado e no

e, observando que no processo nº 0000471-51.2018.5.07.0006 as caso em julgamento, assim como ocorrido nesta hipótese, em que o

partes foram submetidas ao contraditório e, havendo identidade dos Regional registrou que"a prova emprestada foi produzida em

fatos probandos nos processos, rejeita-se a alegativa de processo judicial que envolvia as mesmas rés da presente ação,

cerceamento de defesa. tendo sido observadas as formalidades estabelecidas em lei para a

Quanto a alegativa de que as reportadas transcrições dos sua produção, bem como o princípio do contraditório. Segundo,

depoimentos carregam relatos fáticos que não integram as razões porque os fatos a serem comprovados guardam correlação com os

da exordial, não merece acolhida, posto que a causa de pedir da da presente ação. Terceiro, porque a referida prova emprestada foi

autora, no que se refere a responsabilidade solidária das acionadas, valorada pelo Juízo segundo o princípio do livre convencimento

trata justamente na alegada formação de grupo econômico entre as motivado, em conjunto com as demais provas dos autos".

empresas, objeto da prova naqueles autos. Importante salientar também que a utilização de prova emprestada

Os depoimentos constantes na prova emprestada utilizada pelo não está condicionada à prévia anuência e concordância das

Juízo a quo dizem respeito aos fatos relacionados pela autora, no partes. Assim, a mera alegação da reclamada de que não

que pertine a alegada formação de grupo econômico entre as concordou com a utilização de prova emprestada não é suficiente

acionadas GRUPO HELGA (DISTR IBUIDORA HELGA para inviabilizar a sua utilização nestes autos. Precedentes.

COSMETICOS LTDA - ME, HELGA COSMETICOS LTDA - ME, Recurso de revista não conhecido" (TST, ARR - 3600-

HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ME, ORIGINAL 29.2010.5.12.0031 Data de Julgamento: 15/02/2017, Relator

COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, MULTIPLA Ministro: José Roberto Freire Pimenta, 2ª Turma, Data de

COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - EPP, BELLA Publicação: DEJT 17/02/2017).

COSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE COSMETICOS "B) RECURSO DE REVISTA. 1. NULIDADE DA SENTENÇA.

LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, ERICA CERCEAMENTO DE DEFESA. UTILIZAÇÃO DE PROVA

PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS EMPRESTADA SEM ANUÊNCIA. O Regional entendeu que a

COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX utilização de prova emprestada consubstanciada em certidão de

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 297
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

averiguação produzida em outros autos, no qual a reclamada figura requisitos da petição inicial trabalhista, dispondo no § 1º do art. 840

como parte, não configura cerceamento de defesa, ante a da CLT que o pedido deva "ser certo, determinado e com indicação

semelhança fática existente entre os processos, assim como da de seu valor".

observância do contraditório e da ampla defesa. Com efeito, esta No caso, em relação ao pedido de pagamento do FGTS e multa

Corte tem se posicionado no sentido de ser possível a utilização da rescisória, o reclamante fez pedido certo, determinado e com

prova emprestada, não sendo imprescindível a anuência da parte indicação do valores pois da sua causa de pedir, entende-se

adversa. Recurso de revista não conhecido" (TST, RR - 940- logicamente que o autor fora demitido sem justa causa e sem

27.2013.5.18.0181 Data de Julgamento: 09/11/2016, Relatora recebimento de suas verbas rescisórias, fato este, incontroverso

Ministra: Dora Maria da Costa, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT nos autos.

11/11/2016). Na narrativa dos fatos, o acionante afirmou que ingressou na

Preliminar rejeitada. reclamada no dia 01/08/2010, para exercer a função de gerente,

INÉPCIA DA INICIAL sendo demitida sem justa causa em 29/03/2018; que o último

Requer o Recorrente, o reconhecimento da inépcia do pedido salário percebido foi de R$ 3.200,00 (três mil e duzentos reais); que

relativo às parcelas de FGTS + 40%, e a extinção do pleito sem quando de sua demissão não recebeu qualquer valor, assim como

resolução de mérito, à luz do que dispõe o art. 485, I, do CPC/15, não fora liberado Seguro Desemprego e FGTS, motivo pelo qual

sob o fundamento de que, a parte recorrida, em sua peça de pleiteia a liberação dos mesmos em sede de tutela antecipada; que

ingresso, inobstante tenha somente assentado as datas de ingresso o FGTS se encontra depositado apenas de forma parcial, apenas o

e de dispensa, realizou o pedido correspondente às parcelas de valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais).

FGTS, em conjunto com a indenização adicional de 40% sobre o Em seguida, requereu que, Tendo em vista os argumentos jurídicos

saldo fundiário. apresentados, ajuíza-se a presente Reclamação Trabalhista no

Sem razão. intuito de serem satisfeitos todos os direitos da reclamante, quais

O processo trabalhista é regido pelo princípio da simplicidade das sejam: Saldo Salário, Aviso Prévio de 51 dias, 13º salário e férias

formas, consagrado no art. 840, § 1º, da CLT, segundo o qual basta sobre aviso prévio, FGTS sobre rescisão, 13º salário proporcional

uma breve exposição dos fatos para se considerar apta a exordial. 3/12 de 2018, férias simples 2016/2017 e proporcionais 2017/2018

Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal. todas acrescidas do terço constitucional, FGTS e multa de 40%.

§ 1º - Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do Em relação ao rol dos pedidos, o autor requereu a condenação da

Presidente da Junta, ou do juiz de direito a quem for dirigida, a reclamada ao pagamento das verbas rescisórias, incluindo FGTS E

qualificação do reclamante e do reclamado, uma breve exposição MULTA DE 40% DO FGTS.

dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, a data e a assinatura Em decorrência do princípio da simplicidade, que norteia o processo

do reclamante ou de seu representante. trabalhista, o qual não sofreu alterações com a Lei nº 13.467, de

§ 1o Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do 2017, a petição inicial ora em análise preencheu os requisitos do

juízo, a qualificação das partes, a breve exposição dos fatos de que art. 840 , da CLT, a qual, frise-se, não dificultou a defesa das

resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser certo, determinado e acionadas.

com indicação de seu valor, a data e a assinatura do reclamante ou Rejeita-se."

de seu representante. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) DO MÉRITO

§ 2º - Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em 2 (duas) GRUPO ECONÔMICO. CONFIGURAÇÃO.

vias datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no A sentença reconheceu o grupo econômico entre as empresas

que couber, o disposto no parágrafo anterior. demandadas, consoante os seguintes fundamentos:

§ 2o Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em duas vias "Diante da identidade da matéria (fática e jurídica), adoto

datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no que integralmente os fundamentos lançados na brilhante sentença

couber, o disposto no § 1o deste artigo. (Redação dada pela Lei nº prolatada nos autos da 0000471-51.2018.5.07.0006, de lavra da

13.467, de 2017) magistrada Taciana Orlovicin Gonçalves Pita, acerca da

§ 3o Os pedidos que não atendam ao disposto no § 1o deste artigo responsabilidade das empresas demandadas, nos termos a seguir:

serão julgados extintos sem resolução do mérito. (Incluído pela Lei 'Afirma a parte reclamante que as empresas que compõem o antigo

nº 13.467, de 2017) GRUPO HELGA (DISTRIBUIDORA HELGA COSMETICOS LTDA -

Como se observa, a Lei n. 13.467/17 fez referência expressa aos ME, HELGA COSMETICOS LTDA - ME, HELGA NENDZA SALES

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 298
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

& CIA LTDA - ME, ORIGINAL COMERCIO DE COSMETICOS HELGA COSMETICOS LTDA - ME, HELGA NENDZA SALES & CIA

LTDA - ME, MULTIPLA COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - LTDA - ME, ORIGINAL COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME,

EPP, BELLA COSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE MULTIPLA COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - EPP,

COSMETICOS LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, BELLACOSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE

ERICA PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS COSMETICOS LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME,

COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX ERICA PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME e COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX

ROBERTO NENDZA - ME) são dirigidas e coordenadas pelos COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME,

sócios José Alencar Sales Júnior e Érica Pontes de Meneses. Alega ROBERTO NENDZA - ME (1ª a 13ª reclamadas), não refutam o

que, em meados de 2017, os sócios do Grupo Helga iniciaram grupo econômico entre si, tendo contestado a formação de grupo

negociações para fusão com o Grupo Hanova (HNV), fusão de com as empresas do Grupo HANOVA (14ª a 16ª reclamadas), com

empresas esta que foi oficialmente tornada pública em julho de a MULT DISTRIBUIDORA (17ª reclamada) e com a BCR (18ª

2017, expondo o rol de empresas que compõem o Grupo Hanova - reclamada), alegando que o grupo HANOVA tem como objeto social

HNV (HANOVA INDUSTRIA E COMERCIO DE COSMETICOS a produção de produtos de beleza, e que inexiste hierarquia e/ou

LTDA - ME, AL PARTICIPAÇÕES LTDA, ANDERSON LUID DOS coordenação entre as empresas. Sustenta que a BCR está sob a

SANTOS SEVERO - ME e MULT DISTRIBUIDORA DE égide da Lei 11.101//05, tendo comprado o direito de utilização da

COSMETICOS LTDA), à época todas dirigidas pelos sócios marca "Helga" por cinco anos.

Anderson Luid Santos Severo e Aline Cristina Silva Souza Severo. As reclamadas HANOVA INDUSTRIA E COMERCIO DE

Sustenta que, a partir de julho de 2017, independentemente do COSMETICOS LTDA - ME e ANDERSON LUID DOS SANTOS

cumprimento das obrigações legais para efetivação da fusão, qual SEVERO - ME reconhecem o grupo entre si e negam a formação de

seja a extinção das pessoas jurídicas da empresa incorporada com grupo com as demais reclamadas, noticiando que são fornecedoras

o surgimento de uma nova, tal fusão de fato ocorreu e todos os de produtos à rede varejista, sendo uma das principais, o grupo

empregados passaram à subordinação do Grupo Hanova-Helga, o HELGA, não tendo havido a fusão alegada, apenas relação

qual configura grupo econômico por coordenação, impondo a fornecedor-cliente. Informam, ainda, que os fundos de comércio de

responsabilização solidária entre as empresas do grupo. Entende empresas do Grupo Helga foram alienados por seus sócios-

que a fusão entre as empresas com a criação, em outubro de 2017, proprietários da Helga para a empresa DX GROUP

da empresa MULT DISTRIBUIDORA DE COSMÉTICOS (de que PARTICIPAÇÕES E INVESTIMENTOS LTDA, que, por sua vez,

eram sócios o filho dos sócios do Grupo Helga e a mãe do sócio do não possuiria qualquer ligação com o Grupo Hanova, tratando-se de

Grupo Hanova), teria como única finalidade ocultar os sócios de fato empresa de investimentos de proveniente São Paulo.

da nova empresa e ainda o de conseguir nova linha de crédito na A demandada AL PARTICIPACOES LTDA nega a formação de

praça. Postula, caso não se conclua pela existência de grupo grupo econômico com quaisquer das demais empresas.

econômico, que se reconheça a sucessão empresarial de todas as A reclamada MULT DISTRIBUIDORA DE COSMETICOS LTDA

empresas do Grupo Helga por HNV INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE alega que nunca existiu de fato e nega a formação de grupo

COSMÉTICOS LTDA. Alega, ainda, que a empresa BRC BRAZIL econômico com quaisquer das demais empresas.

COSMÉTICOS LTDA adquiriu em Recuperação Judicial os direitos A ré BRC - BRAZIL COSMETICS LTDA informa que comprou os

da marca mista "Helga" por cinco anos, sem jamais exercer direitos de uso da marca HELGA, não estando a reclamante sob

qualquer gerência direta, pois o Sr. José Alencar Sales Júnior suas ordens, refutando a formação de grupo econômico com

continuou a exercer a direção, gerência e coordenação das quaisquer das demais empresas reclamadas e pleiteia que, em

empresas. Por essa razão, pretende a responsabilização solidária caso de condenação, seja de forma subsidiária.

da ré BRC BRAZIL COSMÉTICOS LTDA, uma vez identificada a Pois bem.

fraude ocorrida e a evidente direção do efetivo sócio do Grupo Inicialmente, declaro a responsabilidade solidária das empresas

Helga. DISTRIBUIDORA HELGA COSMETICOS LTDA - ME, HELGA

Em suas contestações, as rés negam a formação de grupo COSMETICOS LTDA - ME, HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA -

econômico entre as empresas do Grupo Helga e Hanova As ME, ORIGINAL COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME,

reclamadas DISTRIBUIDORA HELGA COSMETICOS LTDA - ME, MULTIPLA COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - EPP, BELLA

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 299
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

COSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE COSMETICOS "que trabalhou para Helga de 01/02/2010 a 14/04/2018 na função

LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, ERICA de estoquista; que trabalhou com a reclamante; que o gerente,

PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS Sr.Evandro comentou com o depoente que havia sido feita uma

COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX sociedade entre a Helga e a Hanova; que, após o comentário, o

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX depoente também começo a prestar serviços para a Hanova

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, abastecendo e descarregando as mercadorias da empresa Hanova

ROBERTO NENDZA - ME (1ª a 13ª reclamadas), nos termos do § nas seções das lojas Helga, limpando as mercadorias; que o

2º do art. 2º da CLT, as quais reconheceram a formação de grupo depoente não recebia ordens de nenhum empregado da Hanova;

econômico entre si, encontrando-se, dentre estas, a empregadora. que as lojas Helga também vendiam produtos de outras indústrias e

Quanto ao grupo econômico alegado em relação aos grupos não só da empresa Hanova; que, em relação às mercadorias das

HELGA e HANOVA, a autora juntou aos autos várias fotografias outras indústrias, o abastecimento e o descarregamento de

com os Srs. Anderson Luid Dos Santos Severo, José Alencar Sales mercadorias eram feitos por empregados destas indústrias; que a

Junior, Aline Cristina Silva Souza Severo e Érica Pontes de reclamante vendia produtos da indústria Hanova bem como de

Meneses, sócios das empresa Hanova e Helga, divulgadas em meio outras indústrias."

digital em julho de 2017, anunciando a fusão entre as empresas do Saliente-se que o fato de terem sido alienados fundos de comércio

Grupo Helga com aquelas do Grupo Hanova (HNV), com de empresas do Grupo Helga para a empresa DX GROUP

fundamento na expansão e aquisições realizadas pelo grupo PARTICIPAÇÕES E INVESTIMENTOS LTDA não afeta a presente

HANOVA, podendo se perceber que nas fotos, aparece o diretor do demanda, pois apenas houve a alienação parcial das quotas

grupo HANOVA, o qual veste camisa com o nome HELGA NOVO empresariais de somente algumas das empresas do Grupo.

TEMPO e ainda uma figura que demonstra a junção de duas peças Insta destacar, também, que a alegação da reclamada ANDERSON

de quebra-cabeça nas quais constam os nomes dos dois grupos LUID DOS SANTOS SEVERO ME de que a relação havida entre os

HANOVA e HELGA. Em que pese não haver alterações nas apontados conglomerados empresariais era de apenas fornecedor-

estruturas das empresas formadoras dos grupos, resta claro que cliente não se sustenta, ressaltando que a mensagem eletrônica e a

houve uma intensa comunhão de interesses confissão de dívida datam de período anterior à "fusão" noticiada, o

econômicos/profissionais entre as empresas formadoras dos dois que só veio a ocorrer em julho de 2017.

grupos. De acordo com a Lei 13.467/2017 são requisitos para a Diante do exposto, reconheço a existência de grupo econômico por

configuração do grupo econômico: a demonstração do interesse coordenação entre todas as empresas dos Grupos HELGA e

integrado, a efetiva comunhão de interesses e a atuação conjunta HANOVA, as quais declaro responsáveis solidárias pelas verbas

das empresas integrantes. A inexistência de uma hierarquia entre decorrentes da condenação, nos termos dos arts. 2º, § 2º, e 9º da

as empresas não descaracteriza o grupo econômico, se há a CLT.

demonstração de que entre as empresas ocorre clara atuação No que concerne à reclamada AL PARTICIPAÇÕES LTDA, verifica-

conjunta, em linha de coordenação e comunhão de interesses, o se que na defesa das empresas formadoras do GRUPO HELGA

que se verifica no caso em tela. restou afirmado que as empresas HANOVA INDUSTRIA E

Ademais, a primeira testemunha laboral afirmou em seu COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, ANDERSON LUID

depoimento: DOS SANTOS SEVERO - ME e AL PARTICIPACOES LTDA

"(...) que havia comentários dentro da empresa de que ocorreu uma formam o grupo HANOVA. Nessa senda, o contrato social de

fusão entre as empresas Helga e Hanova; que o gerente do constituição da reclamada AL PARTICIPAÇÕES LTDA demonstra

depoente comentou que ocorreria a fusão e que o depoente que essa empresa tem como sócios os Srs. Anderson Liud dos

continuaria a prestar serviços para as duas empresas; que o Santos Severo e Aline Cristina Silva Souza Severo, os quais se

depoente já chegou, mesmo prestando serviços para a Helga, fizeram presentes ao evento em que foi anunciada a "fusão" entre

prestar serviços para a Hanova, tais como rotulagem de produtos, os grupos empresariais, conforme fotografias anexadas aos autos.

embalagem de mercadorias e fazendo entregas; que depois dos Ainda, o endereço eletrônico da AL PARTICIPAÇÕES LTDA

comentários da fusão, o depoente também começou a receber registrado no CNPJ é "anderson@hanovacosméticos.com.br".

ordens do Sr. Paulo, empregado da Hanova, responsável pela Ademais, a Sra. Aline Cristina Silva Souza Severo é também sócia

logística." da empresa HNV INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE COSMÉTICOS

Ainda, a segunda testemunha da autora noticiou: LTDA, cujo endereço eletrônico é

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 300
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

"anderson@hanovacosméticos.com.br", conquanto o Sr. Anderson oriundos da presente demanda, nos moldes dos arts. 2º, § 2º, e 9º

Liud dos Santos Severo não faça parte do corpo societário dessa da CLT."

empresa. O Sr. Anderson Liud dos Santos Severo atua, ainda, Pontue-se, por oportuno, que as atas de audiência em nada

como empresário individual da ANDERSON LUID DOS SANTOS corroboram com a tese da demandada, uma vez que se verifica,

SEVERO ME. Por fim, saliento que as empresas HNV INDÚSTRIA com extrema facilidade, que a testemunha da reclamada, Sr.

E COMÉRCIO DE COSMÉTICOS LTDA, AL PARTICIPAÇÕES Emanuel Rodrigues de Albuquerque, arrolada em todos os

LTDA, ANDERSON LUID DOS SANTOS SEVERO - ME e MULT processos, busca, sem nenhum sucesso, sustentar os termos da

DISTRIBUIDORA DE COSMETICOS LTDA, em audiência, se defesa.

fizeram representar pelo mesmo preposto, o Sr. Luiz Gustavo Ademais, por mais que tenha declarado que "que na metade do

Santana Severo, neste feiro e nos processos nº0000470- segundo semestre de 2017 houve uma reunião da Helga com a

54.2018.5.07.0010, 0000471-39.2018.5.07.0010 e 0000476- Hanova para uma parceria de fornecimento de produtos",

61.2018.5.07.0010, cujos termos de audiência foram anexados aos afirmou, posteriormente, que "soube que foi feita uma postagem

presentes autos. no instagram da Helga onde foi usado o termo fusão com a

O fato de a empresa AL PARTICIPAÇÕES LTDA ter objetivo social Hanova".

diverso das empresas do grupo HANOVA não é suficiente para Por outro lado, as testemunhas Francisca Edinusia Alves de Sousa

afastar a formação do grupo econômico com HNV INDÚSTRIA E e Maria Irlane Silva Santos

COMÉRCIO DE COSMÉTICOS LTDA e ANDERSON LUID DOS Desiderio, apresentadas pelas partes autoras, nas referidas atas de

SANTOS SEVERO - ME. audiências, possuem depoimentos uníssonos no que tange à

Sendo assim, reconheço que a empresa AL PARTICIPAÇÕES reunião em que foi publicizada à fusão das demandadas aos

LTDA pertence ao grupo econômico HANOVA, o qual restou empregados são uníssonas ("que no final de julho/2017 foram

condenada solidariamente, aplicando a esta a mesma convocadas para uma reunião no hotel meridional no centro da

responsabilidade, nos termos dos arts. 2º, § 2º, e 9º da CLT. cidade onde foi comunicada por Alencar Junior, Erica Pontes e

No que tange à reclamada MULT DISTRIBUIDORA DE Aline Severo, a fusão da Helga e Hanova, com promessas de

COSMETICOS LTDA, observa-se efetivamente formalizada em que tudo iria mudar com a chegada de novos produtos, mas na

24/10/2017 pouco tempo após a fusão dos grupos HELGA e pratica tudo continuou do mesmo jeito, pois continuou

HANOVA, com atuação na vendas de produtos de higiene, tendo chegando produtos da marca própria da Helga (lavi) e da Helga,

como sócios os Srs. Matheus Pontes Sales e Maria de Fátima dos os quais tinham prioridade para serem vendidos" - depoimento

Santos Severo, os quais são, respectivamente, o filho dos titulares de Maria Irlane Silva Santos Desiderio) e ("que houve uma

do Grupo Helga e a mãe de um dos proprietários do Grupo Hanova reunião num domingo de julho/2017 onde foi comunicada a

(Anderson Luid dos Santos Severo), fato não contestado em defesa. fusão da Hanova com a Helga Cosmeticos onde foram

Sendo assim, tenho que a empresa MULT DISTRIBUIDORA DE apresentados os novos patrões como sendo: Aline Severo e

COSMETICOS LTDA também participa dos Grupos Helga e seu esposo Anderson ambos donos da Hanova; que a a partir

Hanova, utilizando-se da mesma estrutura empresarial para a daí a prioridade era para vender os produtos da Hanova e Lavi"

consecução de seus objetivos financeiros, diante do que, resta - depoimento de Francisca Edinusia Alves de Sousa)."

condenada solidariamente, nos termos dos arts. 2º, § 2º, e 9º da A empresa recorrente manifesta no presente recurso ordinário o seu

CLT. inconformismo, alegando, em síntese: "que a fusão e o grupo

Por fim, quanto à ré BRC BRAZIL COSMETICS COMÉRCIO econômico ostentam características diametralmente opostas"; "em

VAREJISTA DE COSMÉTICOS EIRELI, verifica-se que ela que pese tenha havido, nas redes sociais, um anúncio de fusão

apresentou defesa através do mesmo escritório que a empregadora, entre os conglomerados Helga e Hanova, por certo, tal

na qual passou a repetir as mesmas alegações já apresentadas reagrupamento não ocorreu, máxime porque a sucessão

pelas 1ª a 13ª Reclamadas, além disso, observa-se que no empresarial somente é possível em face de pessoas jurídicas

comprovante de inscrição cadastral (CNPJ) consta endereço regularmente constituídas, o que não é o caso dos grupos

eletrônico pertencente ao domínio da HELGA COSMÉTICOS. econômicos, os quais não possuem personalidade jurídica própria,

Ademais, apresentou carta de preposição que revelou mas tão somente exteriorizam a arregimentação de sociedades que

representação através do mesmo preposto que a empregadora, possuam atuação integrante em face da comunhão de interesses";

razão pela qual, deve ser solidariamente responsável pelos créditos "que a sentença de origem, em nenhum momento, cuidou de

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 301
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demonstrar a integração de interesses entre as empresas, a realidade, de modo a ser imprescindível destacar a prevalência dos

atuação conjunta, tampouco a comunhão de interesses, mas fatos da relação de emprego sobre os aspectos formais. Dessa

apenas limitou-se a discorrer, de forma bastante confusa, sobre forma, ainda que não ultimada, ao menos formalmente, com as

"fusão", sendo esta manifestante inexistente no caso vertente"; "que devidas baixas das pessoas jurídicas, a fusão mencionada nas

os depoimentos coligidos aos autos sob a rubrica de prova redes sociais, não há se desconhecer que houve a junção das

emprestada fulminam a pretensão autoral, quer pelo viés da fusão, empresas, que passaram a atuar integradas a um único grupo.

seja sob a óptica de agrupamento empresarial." Igualmente, salvo melhor juízo, os depoimentos das testemunhas

Não se vê nas razões recursais, com a devida vênia da parte não afastam o reconhecimento do grupo econômico. Ao revés,

recorrente, fundamentos que infirmem convincentemente as confirmam a fusão entre as empresas. Destaca-se, a este respeito,

conclusões do juízo de primeiro grau, razão pela qual se há perfilhar o depoimento da primeira testemunha da parte reclamante, Sra.

com os motivos da decisão vergastada, ora endossados e Maria Irlane Silva Santos Desiderio, ouvida no processo nº 0000470

integrantes das presentes razões de decidir. -54.2018.5.07.0010 (Ata de audiência de ID 5cd9c24 - Pág. 4),

Consoante o § 2º do art. 2º da CLT, "sempre que uma ou mais trazido por empréstimo ao conjunto probatório pelas próprias

empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica reclamadas, revelador de "(...) que no final de julho/2017 foram

própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de convocadas para uma reunião no hotel meridional no centro da

outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua cidade onde foi comunicada por Alencar Junior, Erica Pontes e Aline

autonomia, integrem grupo econômico, serão responsáveis Severo, a fusão da Helga e Hanova, com promessas de que tudo

solidariamente pelas obrigações decorrentes da relação de iria mudar com a chegada de novos produtos, mas na pratica tudo

emprego". continuou do mesmo jeito, pois continuou chegando produtos da

Nesta esteira, o delineamento do que se convencionou chamar marca propria da Helga (lavi) e da Helga, os quais tinham prioridade

grupo econômico, pela dicção da Consolidação das Leis do para serem vendidos, e das outras marcas continuaram escassos".

Trabalho, importa na evidência da integração dos Veja-se que a fusão foi comunicada aos empregados em reunião,

empreendimentos, de forma a vincular, direta ou indiretamente, as constatação que reforça a ideia do grupo econômico, referindo-se a

empresas. depoente a tudo ter "continuado do mesmo jeito" ao modus

Este aspecto restou caracterizado nos autos, sendo certo que se operandi das vendas dos produtos e não à ausência de formação

verificam elementos suficientes para que seja corroborada a de grupo. A testemunha em questão ainda revelou que as diversas

conclusão da sentença recorrida. marcas apresentavam seus produtos e realizavam treinamentos,

Como bem destacado pela sentença, restou demonstrada nos autos mas que com a Hanova o processo foi diferente, pois, além de ter

a ampla divulgação realizada nas redes sociais, em julho de 2017, sido comunicada a fusão, não houve interrupção do fornecimento de

acerca da fusão das empresas do Grupo Helga com aquelas do mercadorias para serem vendidas nas lojas Helga, o que ocorreu

Grupo Hanova. Eis os dizeres da publicação (V. ID 0d53e9e - Pág. com outros fornecedores em face das dívidas da empregadora

2): "Temos o orgulho de anunciar que começou um novo tempo. O originária.

Grupo HNV detentor de várias marcas como a Hanova, em um Não se olvida o depoimento da testemunha convidada pelas

processo de expansão e aquisições, realizou a fusão com o Grupo reclamadas, Sr. Emanuel Rodrigues de Albuquerque, ouvida nos

Helga Cosméticos. Tudo isso para que os nossos clientes possam processos (461-92.2018.5.07.0010, 470-54.2018.5.07.0010 e 471-

ter sempre à disposição o melhor atendimento, os melhores 39.2018.5.07.0010) trazidos por empréstimo ao conjunto probatório,

produtos e a melhor experiência. Transformando para melhor, o seu cujas declarações transparecem a ideia de demonstrar ter havido

visual e a sua vida. #HelgaNovoTempo #Hanova #GrupoHNV apenas uma relação comercial, mas não uma fusão, entre as

#GrupoHelga #Beleza #Cabelos". Com a devida vênia da parte empresas do grupo Helga e do grupo Hanova. Contudo, diante dos

recorrente, este aspecto é relevante para a caracterização do grupo demais elementos probatórios dos autos, não há de prevalecer o

econômico sob investigação, demonstrando a plena possibilidade quadro traçado pelo depoente, sendo de se destacar que ele próprio

de que as marcas de cada um dos grupos estejam sob a admite não ter participado da reunião ocorrida em julho de 2017 (V.

coordenação de um único conglomerado, o que afasta a tese ID's 5cd9c24 - Pág. 6 e 8eb6395 - Pág. 6), na qual fora anunciada a

recursal a respeito da estranheza de haver empresas concorrentes fusão aos trabalhadores.

no mesmo grupo econômico. Cumpre ressaltar, ainda, porquanto oportuno, que a estreita relação

Além disso, vigora no Direito do Trabalho o princípio da primazia da comercial entre as empresas dos grupos empresariais, consoante

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 302
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se denota pelas notas ficais de vendas de mercadorias anexadas DESEMBARGADOR FRANCISCO JOSÉ GOMES DA SILVA, in

aos autos, a meu sentir, não rechaça a formação de grupo verbis:

econômico, mas, em verdade, a reforça, evidenciando além da EMENTA: PROVA EMPRESTADA. PREVISÃO LEGAL.

complementaridade entre os objetos sociais das empresas CONTRADITÓRIO OBSERVADO. O novo CPC trouxe permissivo

contratantes, o interesse integrado, a comunhão de interesses e a expresso quanto à possibilidade de utilização da prova emprestada,

atuação conjunta das empresas dele integrantes. desde que observado o contraditório, conforme previsão no art. 372.

Destarte, o quadro encontrado no presente feito permite a Assim, havendo previsão legal para utilização da prova emprestada

conclusão de que a empresa ora recorrente integra grupo e, observando que no processo nº 0000471-51.2018.5.07.0006 as

econômico com as reclamadas do grupo Helga. Importa examinar a partes foram submetidas ao contraditório e, havendo identidade dos

presença de elementos objetivos capazes de demonstrar que as fatos probandos nos processos, rejeita-se a alegativa de

empresas estavam integradas no mesmo grupo. É o que se cerceamento de defesa. Preliminar rejeitada.

constatou à exaustão no presente feito. PETIÇÃO INICIAL. ART. 840, §1º DA CLT. O processo trabalhista

Por oportuno, colhe-se o seguinte precedente jurisprudencial: é regido pelo princípio da simplicidade das formas, consagrado no

"Grupo econômico. Relação inter-empresarial. O grupo econômico art. 840, § 1º, da CLT, segundo o qual basta uma breve exposição

para fins justrabalhistas não necessita se revestir das modalidades dos fatos para se considerar apta a exordial. Em decorrência do

jurídicas típicas do Direito Econômico ou Direito Comercial princípio da simplicidade, que norteia o processo trabalhista, o qual

(holdings, consórcios, pools etc.). Não se exige, sequer, a prova não sofreu alterações com a Lei nº 13.467, de 2017, verifica-se que

de sua formal institucionalização cartorial: pode-se acolher a a petição inicial atendeu integralmente os requisitos do art. 840, da

existência do grupo desde que surjam evidências probatórias CLT. Preliminar rejeitada.

de que estão presentes os elementos de integração inter- EXISTÊNCIA DE GRUPO ECONÔMICO. ART. 2º, DA CLT. ÔNUS

empresarial (abrangência subjetiva e nexo relacional) de que DA PROVA. ART. 818, DA CLT C/C ART. 373, DO NCPC.

fala a CLT (art. 2º, § 2º)" (Processo 00409002020085010025, TRT AUSÊNCIA DE PROVA. Não tendo a reclamante comprovado a

1ª Região - 8ª Turma, Relatora Desembargadora Dalva Amélia de existência do alegado grupo econômico Helga-Hanova, composto

Oliveira, Publicado em 30/06/2014)(destaquei). de diversas empresas, reforma-se a sentença para afastar a

NEGA-SE PROVIMENTO. responsabilidade solidária pretendida pela autora.

CONCLUSÃO DO VOTO RECURSO CONHECIDO E DADO PROVIMENTO PARCIAL

Por unanimidade, conhecer do recurso ordinário para, rejeitar as FUNDAMENTAÇÃO:

preliminares suscitadas e, no mérito, por maioria, negar-lhe ADMISSIBILIDADE

provimento. Acolhe-se o presente recurso, uma vez que preenchidos os

DISPOSITIVO requisitos de admissibilidade.

ACORDAM OS INTEGRANTES DA 2.ª TURMA DO TRIBUNAL DO MÉRITO

REGIONAL DO TRABALHO DA 7.ª REGIÃO, por unanimidade, PRELIMINARES

conhecer do recurso ordinário para, rejeitar as preliminares DA NULIDADE DA SENTENÇA- DA UTILIZAÇÃO DA PROVA

suscitadas e, no mérito, por maioria, negar-lhe provimento. Vencido EMPRESTADA - DO ALEGADO CERCEAMENTO DE DEFESA

o Desembargador Relator, que dava provimento ao apelo, para Aduz a recorrente, preliminarmente, que houve cerceamento de seu

excluir da condenação a responsabilidade solidária da reclamada direito de defesa, ao argumento de que o juízo, ao adotar

HNV INDÚSTRIA E COSMÉTICOS LTDA. Redigirá o acórdão o integralmente a motivação da sentença proferida na reclamatória

Desembargador Cláudio Soares Pires, com a integração do voto trabalhista 0000471-51.2018.5.07.0006, construiu o seu

vencido. entendimento, a partir das provas orais ali consignadas, mas que,

Participaram do julgamento os Exmos. Srs. Desembargadores tais elementos probatórios não foram publicizadas à ora recorrente

Francisco José Gomes da Silva (Presidente e Relator), Cláudio no presente feito, com vistas à garantia do contraditório e da ampla

Soares Pires e Paulo Régis Machado Botelho. Presente ainda o(a) defesa, verificando-se, pois, uma patente violação ao que dispõe o

Exmo(a). Sr(a). membro do Ministério Público do Trabalho. Em gozo art. 312 do CPC/15.

de férias o Exmo. Sr. Desembargador Jefferson Quesado Junior. Destaca, em seguida, que os aludidos depoimentos também não

Fortaleza, 14 de outubro de 2019. integram o arcabouço das provas emprestadas acostada aos autos,

INTEGRA O PRESENTE ACÓRDÃO O VOTO VENCIDO DO EXMº mediante convenção de ambas as partes; que o Juízo a quo utilizou

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 303
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

como fundamento da procedência da pretensão autoral, da mera COSMETICOS LTDA - ME, HELGA COSMETICOS LTDA - ME,

cópia de uma transcrição parcial realizada no bojo de uma sentença HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ME, ORIGINAL

proferida em processo paradigma, a qual, por sua vez, utilizou, COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, MULTIPLA

naquele momento, o depoimento testemunhal na condição de prova COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - EPP, BELLA

emprestada, a qual, por certo, não integra o presente feito. COSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE COSMETICOS

Ressalta, igualmente, que as reportadas transcrições carregam LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, ERICA

relatos fáticos que não integram as razões da exordial, impondo PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS

reconhecer a total inovação da lide, em absoluta violação ao art. COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX

141 do CPC/15. COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX

Em razão do exposto, requer a nulidade da sentença e o retorno COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME e

dos autos para que haja um novo julgamento, desta feita, em ROBERTO NENDZA - ME) e GRUPO HANOVA - HNV (HANOVA

conformidade com o acervo fático-probatório do caso sub examine. INDUSTRIA E COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, AL

À análise. PARTICIPAÇÕES LTDA, ANDERSON LUID DOS SANTOS

Em audiência de instrução, as Reclamadas requereram a juntada SEVERO - ME e MULT DISTRIBUIDORA DE COSMETICOS

de provas emprestadas, relativo aos depoimentos testemunhais dos LTDA), assim como referem-se as mesmas demandadas, sendo

processos 461-92.2018.5.07.0010, 470-54.2018.5.07.0010 e 471- permitido sua valoração como se houvesse sido produzida

39.2018.5.07.0010 (ID. bae0442, ID. ed35241, ID. 5cd9c24, ID. diretamente nos autos examinados.

8eb6395). Nesse ponto, frise-se, não há vício em virtude de o Juízo ter

O Juízo, ao proferir a sentença, utilizou para o reconhecimento da utilizado a fundamentação da sentença, a qual considerou para

existência de Grupo Econômico entre as acionadas (Grupo Hanova- formação do convencimento da magistrada, depoimentos os quais

Helga) como prova emprestada, os fundamento os lançados na foram respeitados o contraditório quando produzida em processos

sentença prolatada nos autos do processo nº 0000471- judiciais, máxime,quando envolvendo a mesma empresa e quando

51.2018.5.07.0006, de lavra da magistrada Taciana Orlovicin os fatos guardam correlação com os da presente ação.

Gonçalves Pita (ID. 984dd8d). Nesse mesmo entendimento, colaciona-se a atual jurisprudência do

Nesse ponto, destaco, inicialmente, que o novo CPC trouxe Tribunal Superior do Trabalho, in verbis:

permissivo expresso quanto à possibilidade de utilização da prova UTILIZAÇÃO DE PROVA EMPRESTADA. POSSIBILIDADE.

emprestada, desde que observado o contraditório, conforme IDENTIDADE FÁTICA. MESMAS RECLAMADAS.

previsão no art. 372, que assim dispõe: DESNECESSIDADE DE PRÉVIA CONCORDÂNCIA DA PARTE

Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em CONTRÁRIA. AUSÊNCIA DE CERCEAMENTO DE DEFESA.

outro processo, atribuindo-lhe o valor que considerar adequado, NULIDADE PROCESSUAL NÃO CONFIGURADA. Esta Corte

observado o contraditório". admite a utilização da prova emprestada, desde que haja a

Assim, havendo previsão legal para utilização da prova emprestada identidade dos fatos considerados no documento emprestado e no

e, observando que no processo nº 0000471-51.2018.5.07.0006 as caso em julgamento, assim como ocorrido nesta hipótese, em que o

partes foram submetidas ao contraditório e, havendo identidade dos Regional registrou que"a prova emprestada foi produzida em

fatos probandos nos processos, rejeita-se a alegativa de processo judicial que envolvia as mesmas rés da presente ação,

cerceamento de defesa. tendo sido observadas as formalidades estabelecidas em lei para a

Quanto a alegativa de que as reportadas transcrições dos sua produção, bem como o princípio do contraditório. Segundo,

depoimentos carregam relatos fáticos que não integram as razões porque os fatos a serem comprovados guardam correlação com os

da exordial, não merece acolhida, posto que a causa de pedir da da presente ação. Terceiro, porque a referida prova emprestada foi

autora, no que se refere a responsabilidade solidária das acionadas, valorada pelo Juízo segundo o princípio do livre convencimento

trata justamente na alegada formação de grupo econômico entre as motivado, em conjunto com as demais provas dos autos".

empresas, objeto da prova naqueles autos. Importante salientar também que a utilização de prova emprestada

Os depoimentos constantes na prova emprestada utilizada pelo não está condicionada à prévia anuência e concordância das

Juízo a quo dizem respeito aos fatos relacionados pela autora, no partes. Assim, a mera alegação da reclamada de que não

que pertine a alegada formação de grupo econômico entre as concordou com a utilização de prova emprestada não é suficiente

acionadas GRUPO HELGA (DISTR IBUIDORA HELGA para inviabilizar a sua utilização nestes autos. Precedentes.

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 304
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Recurso de revista não conhecido" (TST, ARR - 3600- § 2o Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em duas vias

29.2010.5.12.0031 Data de Julgamento: 15/02/2017, Relator datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no que

Ministro: José Roberto Freire Pimenta, 2ª Turma, Data de couber, o disposto no § 1o deste artigo. (Redação dada pela Lei nº

Publicação: DEJT 17/02/2017). 13.467, de 2017)

"B) RECURSO DE REVISTA. 1. NULIDADE DA SENTENÇA. § 3o Os pedidos que não atendam ao disposto no § 1o deste artigo

CERCEAMENTO DE DEFESA. UTILIZAÇÃO DE PROVA serão julgados extintos sem resolução do mérito. (Incluído pela Lei

EMPRESTADA SEM ANUÊNCIA. O Regional entendeu que a nº 13.467, de 2017)

utilização de prova emprestada consubstanciada em certidão de Como se observa, a Lei n. 13.467/17 fez referência expressa aos

averiguação produzida em outros autos, no qual a reclamada figura requisitos da petição inicial trabalhista, dispondo no § 1º do art. 840

como parte, não configura cerceamento de defesa, ante a da CLT que o pedido deva "ser certo, determinado e com indicação

semelhança fática existente entre os processos, assim como da de seu valor".

observância do contraditório e da ampla defesa. Com efeito, esta No caso, em relação ao pedido de pagamento do FGTS e multa

Corte tem se posicionado no sentido de ser possível a utilização da rescisória, o reclamante fez pedido certo, determinado e com

prova emprestada, não sendo imprescindível a anuência da parte indicação do valores pois da sua causa de pedir, entende-se

adversa. Recurso de revista não conhecido" (TST, RR - 940- logicamente que o autor fora demitido sem justa causa e sem

27.2013.5.18.0181 Data de Julgamento: 09/11/2016, Relatora recebimento de suas verbas rescisórias, fato este, incontroverso

Ministra: Dora Maria da Costa, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT nos autos.

11/11/2016). Na narrativa dos fatos, o acionante afirmou que ingressou na

Preliminar rejeitada. reclamada no dia 01/08/2010, para exercer a função de gerente,

INÉPCIA DA INICIAL sendo demitida sem justa causa em 29/03/2018; que o último

Requer o Recorrente, o reconhecimento da inépcia do pedido salário percebido foi de R$ 3.200,00 (três mil e duzentos reais); que

relativo às parcelas de FGTS + 40%, e a extinção do pleito sem quando de sua demissão não recebeu qualquer valor, assim como

resolução de mérito, à luz do que dispõe o art. 485, I, do CPC/15, não fora liberado Seguro Desemprego e FGTS, motivo pelo qual

sob o fundamento de que, a parte recorrida, em sua peça de pleiteia a liberação dos mesmos em sede de tutela antecipada; que

ingresso, inobstante tenha somente assentado as datas de ingresso o FGTS se encontra depositado apenas de forma parcial, apenas o

e de dispensa, realizou o pedido correspondente às parcelas de valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais).

FGTS, em conjunto com a indenização adicional de 40% sobre o Em seguida, requereu que, Tendo em vista os argumentos jurídicos

saldo fundiário. apresentados, ajuíza-se a presente Reclamação Trabalhista no

Sem razão. intuito de serem satisfeitos todos os direitos da reclamante, quais

O processo trabalhista é regido pelo princípio da simplicidade das sejam: Saldo Salário, Aviso Prévio de 51 dias, 13º salário e férias

formas, consagrado no art. 840, § 1º, da CLT, segundo o qual basta sobre aviso prévio, FGTS sobre rescisão, 13º salário proporcional

uma breve exposição dos fatos para se considerar apta a exordial. 3/12 de 2018, férias simples 2016/2017 e proporcionais 2017/2018

Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal. todas acrescidas do terço constitucional, FGTS e multa de 40%.

§ 1º - Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do Em relação ao rol dos pedidos, o autor requereu a condenação da

Presidente da Junta, ou do juiz de direito a quem for dirigida, a reclamada ao pagamento das verbas rescisórias, incluindo FGTS E

qualificação do reclamante e do reclamado, uma breve exposição MULTA DE 40% DO FGTS.

dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, a data e a assinatura Em decorrência do princípio da simplicidade, que norteia o processo

do reclamante ou de seu representante. trabalhista, o qual não sofreu alterações com a Lei nº 13.467, de

§ 1o Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do 2017, a petição inicial ora em análise preencheu os requisitos do

juízo, a qualificação das partes, a breve exposição dos fatos de que art. 840 , da CLT, a qual, frise-se, não dificultou a defesa das

resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser certo, determinado e acionadas.

com indicação de seu valor, a data e a assinatura do reclamante ou Rejeita-se.

de seu representante. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) DO MÉRITO

§ 2º - Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em 2 (duas) FORMAÇÃO DE GRUPO ECONÔMICO.

vias datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no Na peça de ingresso, requer o reclamante que seja caracterizada a

que couber, o disposto no parágrafo anterior. condição da segunda (VRX COMÉRCIO COSMÉTICOS E

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 305
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

BIJUTERIAS LTDA) e terceira reclamada (HANOVA uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a

COSMÉTICOS), de responsáveis solidárias pelos encargos direção, controle ou administração de outra, ou ainda quando,

trabalhistas da primeira reclamada, HELGA COSMÉTICOS, em mesmo guardando cada uma sua autonomia, integrem grupo

função da existência de grupo econômico. econômico, serão responsáveis solidariamente pelas

Afirma que a primeira, segunda e terceira reclamadas foram obrigações decorrentes da relação de emprego.

criadas, são dirigidas e controladas pelo pela Sra. Erica Pontes de § 3º Não caracteriza grupo econômico a mera identidade de

Meneses, que não aparece no contrato social da terceira sócios, sendo necessárias, para a configuração do grupo, a

reclamada, HANOVA COSMÉTICOS, pois utilizou terceiro como demonstração do interesse integrado, a efetiva comunhão de

laranja. interesses e a atuação conjunta das empresas dele integrantes.

Ressalta, que os objetos sociais das empresas são (destaquei)

complementares, visto todas possuírem o mesmo objeto social e A nova redação do art. 2º, além de manter a hipótese do grupo

finalidade, sendo patente a formação de grupo econômico entre econômico hierarquizado ou sob subordinação, introduz,

elas. expressamente, o outro modelo de grupo econômico, vertical, ou

No mérito, defende a recorrente, em síntese, a inexistência de fusão sob coordenação, trazendo para o texto legal, o entendimento dos

e formação de grupo econômico com o GRUPO HELGA, sendo Tribunais Regionais do Trabalho e do TST quanto a configuração de

indevida a sua responsabilidade solidária pelos créditos deferidos grupo econômico.

ao autor na presente reclamação trabalhista. Com relação a este modelo de grupo econômico coordenado, a

Argumenta que, em que pese tenha havido, nas redes sociais, um Desembargadora Dra. Vólia Bomfim Cassar, do TRT da 1ª Região,

anúncio de fusão entre os conglomerados Helga e Hanova, por em seu livro Direito do Trabalho, afirma que:

certo, tal reagrupamento não ocorreu, máxime porque a sucessão Os grupos econômicos por coordenação se apresentam quando

empresarial somente é possível em face de pessoas jurídicas houver reunião de interesses para execução de determinado

regularmente constituídas, o que não é o caso dos grupos empreendimento, tendo ou não o mesmo controle ou administração

econômicos, os quais não possuem personalidade jurídica própria, comum. Logo, os grupos por coordenação podem ter relação de

mas tão somente exteriorizam a arregimentação de sociedades que controle entre si, numa linha horizontal e não vertical. Isto é, não

possuam atuação integrante em face da comunhão de interesses, o haverá, no grupo horizontal, uma empresa controladora e outra(s)

que, também, não retrata o caso dos autos. controlada(s), uma líder (holding) e outras lideradas. Todas são

Esclarece, adiante, que há uma mera relação comercial, havendo interligadas entre si e, apesar de autônomas e independentes, estão

total independência entre as empresas do GRUPO HANOVA em interligadas pela ingerência, administração comum, como se

relação às componentes do GRUPO HELGA, sendo a recorrente, subordinadas umas às outras administrativamente. Por trás desta

mera fornecedora de produtos para o conglomerado empresarial administração comum pode estar um sócio ou alguns sócios ou

HELGA, sem haver contudo, qualquer integração de interesses pessoa física no controle.(CASSAR, 2017,p.429).

entre as empresas ou atuação conjunta. Logo, o aproveitamento dos serviços prestados pelo trabalhador por

À análise. sociedades empresárias que mantenham relação de coordenação

A lei nº 13.467, de 13 de julho de 2017 que alterou a Consolidação entre si, formando o grupo econômico trabalhista, serão todas, por

das Leis do Trabalho (CLT) trouxe novos parâmetros para consequência, responsabilizadas pela contraprestação devida ao

responsabilização de empresas terceiras. obreiro, atraindo a incidência do § 2º do artigo 2º da CLT

A nova redação alterou o parágrafo 2º e acrescentou o parágrafo 3º (coordenação interempresarial).

a este artigo, conforme transcrição seguinte: Estabeleceu, igualmente, que "não caracteriza grupo econômico a

Art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, mera identidade de sócios. Assim, o patrimônio de empresas que

que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria têm sócios comuns, porém com atuam em setores diversos, estarão

e dirige a prestação pessoal de serviço. resguardadas.

§ 1º - Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da Portanto, a análise da existência ou não da formação de um grupo

relação de emprego, os profissionais liberais, as instituições de econômico, deve-se observar o princípio da primazia da realidade,

beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem para que cada caso seja analisado com suas peculiaridades, sendo

fins lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados. ônus do autor a prova de suas alegações ( art. 818, da CLT c/c art.

§ 2º Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada 373, do NCPC).

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 306
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

No caso em análise, o autor fundamenta sua pretensão com base estavam presentes na reunião, sendo Erica PontesMenezes e

em notícias veiculadas nas redes sociais de possível fusão entre os Alencar Junior proprietários da Helga.". ÀS PERGUNTAS DO DO(A)

grupos Helga Cosméticos e HNV, assim como colaciona fotos em PATRONO(A) DO(A) PARTE RECLAMADA RESPONDEU: "que

que retrata parcerias entre as duas empresas, ID. 0d53e9e, sem, depois da reunião depoente continuou trabalhando na mesma

contudo, apresentar qualquer prova que indique ter realmente loja e o reclamante também, mas ambos trabalhavam em lojas

ocorrido a "FUSÃO" das empresas, ou qualquer relação de diferentes; que na reunião estavam os vendedores e gerentes;

coordenação entre elas. que a faixada das lojas continuaram iguais; que não houve

Ao revés, a acionada Hanova Indústria e Comércio de Cosméticos mudança da chefia após a reunião, mas a sua chefe Luxeles

Ltda colacionou aos autos documentos que demonstram a relação teve um problema de saúde e foi transferida para loja de

de vendas de mercadorias para as empresas integrantes do grupo Messejana, tendo ficado como gerente Rosangela; que Luxeles

Helga (CRX COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA e Rosangela eram gerentes da Helga; (...)." ( grifos nosso)

ME, ALENCARINE COSMETICOS COMERCIO VAREJISTA E Conforme se extrai do depoimento supra, não se trata o caso de "

TREINAMENTO EIREL, HELGA MEDZA SALES & CIA LTDA -ME, fusão" entre as empresas, tanto que a partir da reunião ocorrida em

ORIGINAL COMERCIO DE COSMETICOS LTDA ME, VRX julho de 2017, nada foi alterado na estrutura organizacional da

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA ME, JOSE empresa, assim como layout das lojas, tratando-se, na verdade, de

ALENCAR SALES JUNIOR- ME, ORIGINAL COMERCIO DE um marketing e ações para incremento das vendas, através da

COSMETICOS LTDA- ME, tais como notas fiscais de vendas de fornecedora dos produtos, empresa HANOVA INDUSTRIA E

mercadorias, termo de confissão de dívida e e-mails em que se COMERCIO DE COSMETICOS LTDA, fato este, confirmado pelos

evidencia a parceria comercial entre as empresas ( venda de depoimentos de reclamantes e testemunhas dos processos

mercadorias), ID. de4b07e, ID. 4c4a838. utilizados como provas emprestadas nos autos, vejamos:

Na audiência de instrução, as reclamadas requerem a juntada de Convocada a primeira testemunha arrolada pelas Reclamadas

provas emprestadas (processos nºs. 461-92.2018.5.07.0010, 470- HANOVA INDUSTRIA E COMERCIO DE COSMETICOS LTDA -

54.2018.5.07.0010 e 471-39.2018.5.07.0010, tendo a autora ME, AL PARTICIPACOES LTDA, ANDERSON LUID DOS

concordado com a juntada dos referidos depoimentos. SANTOS SEVERO - ME e MULT DISTRIBUIDORA DE

No termo de audiência relativo ao processo nº. 0000461- COSMETICOS LTDA, Sr(a). Emanuel Rodrigues de Albuquerque

92.2018.5.07.0010, a testemunha da reclamante afirmou que: (...): "que trabalha na Hanova desde março/2016 como gerente

Primeira testemunha arrolada pela parte Reclamante Sr(a). administrativo financeiro; ." ÀS PERGUNTAS DO(A) PATRONO(A)

Francisca Edinusia Alves de Sousa: " (...)"que trabalhou na DO(A) PARTE RECLAMADA RESPONDEU: "que na metade do

reclamada Helga Cosméticos de 01/06/2006 a 23/02/2018 na segundo semestre de 2017 houve uma reunião da Helga com a

função de vendedora; que o reclamante, depoente e todos os Hanova para uma parceria de fornecimento de produtos, pois a

funcionários foram demitidos sem pagamento de verbas rescisórias Hanova é uma industria; que o fornecimento dos produtos continuou

e nem do salário do último mês; que depoente trabalhou até da mesma forma, pois a Helga permaneceu como uma cliente

23/fevereiro/2018, não sabendo o ultimo dia labutado pelo norma; que a parceria teve o objetivo de aumentar o volume de

reclamante; que recebia ordem direta dos gerentes Luxeles, vendas nas lojas e de fato aumentou, mas só no primeiro mês,

Rosângela, Francisca Cirlane, os quais eram gerentes da loja pois logo em seguida a Helga entrou novamente em dificuldades

do shopping Central da Helga Nendza Sales .". ÀS PERGUNTAS financeiras e não conseguiu pagar os produtos que comprava, pois

DO(A) PATRONO(A) DO(A) PARTE RECLAMANTE RESPONDEU: a divida já estava muito alta, de modo que a Helga não conseguia

"que houve uma reunião num domingo de julho/2017 onde foi pagar nada na sua totalidade; que é uma prática comum serem

comunicada a fusão da Hanova com a Helga Cosmeticos onde feitas ações com as distribuidoras para estimular as vendas, e

foram apresentados os novos patrões como sendo: Aline os proprietários da Hanova comparecem pelo fato de que o

Severo e seu esposo Anderson ambos donos da Hanova; que a distribuidor Helga ser de grande porte, como também de outros

a partir daí a prioridade era para vender os produtos da Hanova distribuidores; que na época da parceria a Helga já estava em

e Lavi, mesmo tendo outras marcas, mas a Hanova e Lavi débito com a Hanova; que a Hanova não colocou pessoas na

deveriam estar em primeiro lugar nas vendas; que antes da lojas da Helga, muito menos assumiu o comando dessa; que a

reunião já vendiam todo tipo de produto e de varias marcas, continuou a vendendo normalmente para as outras lojas, como

inclusive dos ora citados; que os proprietários da Helga e Hanova Cosbel, Anavi, Iap e outras; que não houve a fusão da Hanova com

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 307
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a Helga; que havia procedimento de cobrança normal das vendas DEPOIMENTO PESSOAL DO RECLAMANTE MARIA CLEOMAR

dos produtos Hanova;." ÀS PERGUNTAS DO DO(A) PATRONO(A) FERREIRA DE SOUSA ALMEIDA: " (...) que depoente era gerente

DO(A) PARTE RECLAMANTE RESPONDEU: "que a reunião tem da loja Helga situada na Rua Floriano Peixoto 577, e trabalhou de

um caráter de marketing e não para apresentar fusão; que não 01/03/2003 até 14/04/2018: " (...)que as fachadas das lojas da

houve comunicação formal da fusão entre a Hanova e Helga, mas Helga continuaram com o mesmo nome, após a fusão, e as notas

depoente soube que foi feita uma postagem no instagram da fiscais das vendas eram com o nome da Helga; que a fusão da

Helga onde foi usado o termo fusão com a Hanova; que quanto Helga e Hanova foi para o crescimento da Helga, mas o dia a dia de

ao doc. de fl. 8 se tratam das pessoas de Anderson (proprietário da trabalho continuou o mesmo de antes, porém com a informação de

Hanova) e Junior (proprietária da Helga) e o doc. de fl. 9 tratam das que deveriam vender mais os produtos da Hanova; (...)."

pessoas Aline (proprietária da Hanova) e Erica (proprietária da Havendo fusão ou incorporação de empresas, há a alteração na

Helga); (...)."( grifos nosso) estrutura jurídica da empresa, o que in casu, não há provas nos

No termo de audiência relativo ao processo nº. 0000470- autos, não sendo suficiente a propaganda disseminada em reunião

54.2018.5.07.0010, o reclamante afirmou que : de empregados e redes sociais.

O DEPOIMENTO PESSOAL DO RECLAMANTE: '" que depoente O que extrai dos depoimentos, é que a ideia inicial de postar nas

era subgerente, que atuava em várias lojas da Helga e trabalhou até redes sociais de que haveria a fusão das empresas, trata-se, tão

07/04/2018 porque as lojas fecharam, tendo a sra. Erica Pontes somente, de marketing para alavancar as vendas da empresa

(dona da Helga, esposa de Alencar Junior) comunicado a dispensa Helga, a qual, na época, já se encontrava com dificuldades

os quais eram chefes do depoente; (...) ; que a Helga vendia financeiras.

produtos de marca própria (Lavi), mas também da Hanova, Fatore, Diante do exposto, considerando que a autora não se desincumbiu

Corpo Dourado e outros; que em julho/2017 houve a fusão da de seu ônus probatório, reforma-se a sentença para excluir a

Hanova com a Helga, no que a prioridade passou a ser para vender responsabilidade solidária da reclamada HNV INDÚSTRIA E

produtos da Hanova e Lavi, mas ainda assim, a Helga continuou a COSMÉTICOS LTDA.

vender produtos de outras marcas que já tinham estoque nas DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

lojas, e também continuou comprando produtos de outras Uma vez excluída a responsabilidade solidária da ora recorrente, o

marcas para vender nas suas lojas; que as fachadas das lojas presente apelo, no ponto, segue a sorte do principal.

da Helga continuaram com o mesmo nome, após a fusão, e as CONCLUSÃO DO VOTO VENCIDO:

notas fiscais das vendas eram com o nome da Helga; que a

fusão da Helga e Hanova foi para o crescimento da Helga, mas Isto posto, voto pelo conhecimento do recurso ordinário para,

o dia a dia de trabalho continuou o mesmo de antes, porém rejeitar as preliminares suscitadas e, no mérito, dar-lhe provimento

com a informação de que deveriam vender mais os produtos da para excluir a responsabilidade solidária da reclamada HNV

Helga. ( grifos nosso) INDÚSTRIA E COSMÉTICOS LTDA."

Primeira testemunha arrolada pela parte Reclamante Sr(a).

Maria Irlane Silva Santos Desiderio: " (...) que no final de CLAUDIO SOARES PIRES

julho/2017 foram convocadas para uma reunião no hotel meridional Desembargador Redator Designado

no centro da cidade onde foi comunicada por Alencar Junior, Erica

Pontes e Aline Severo, a fusão da Helga e Hanova, com promessas FORTALEZA/CE, 28 de fevereiro de 2020.

de que tudo iria mudar com a chegada de novos produtos, mas na

pratica tudo continuou do mesmo jeito, pois continuou MARIA DO SOCORRO RODRIGUES GONCALVES

chegando produtos da marca propria da Helga (lavi) e da Helga, Diretor de Secretaria

os quais tinham prioridade para serem vendidos, e das outras


Processo Nº ROT-0000419-19.2018.5.07.0018
marcas continuaram escassos; que sempre recebeu ordens Relator CLAUDIO SOARES PIRES
das mesmas pessoas (Erica e Alencar), os quais pagavam o RECORRENTE BRC - BRAZIL COSMETICS LTDA
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
salário da depoente; que todas as lojas da Helga fecharam; .". MENDES
(...).( grifos nosso) LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRENTE MULT DISTRIBUIDORA DE
No termo de audiência relativo ao processo nº. 0000471- COSMETICOS LTDA
39.2018.5.07.0010 a reclamante afirmou que:

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 308
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE) RECORRIDO MULTIPLA COMERCIO DE


SOUSA ARAGÃO COSMETICOS LTDA - EPP
RECORRENTE JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES MENDES
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) RECORRIDO BELLA COSMETICOS LTDA - EPP
RECORRENTE ROBERTO NENDZA - ME LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES MENDES
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) RECORRIDO HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA
- ME
RECORRENTE CRX COMERCIO DE COSMETICOS E
BIJUTERIAS LTDA - ME LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES MENDES
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) RECORRIDO LUCHELYS DE ALENCAR MARTINS
RECORRENTE AL PARTICIPACOES LTDA RAFFAEL DUTRA LIMA ADVOGADO(OAB: 29332/CE)
RIBEIRO
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE)
SOUSA ARAGÃO EDUARDO FONTENELE ADVOGADO(OAB: 19970/CE)
MOTA
RECORRENTE HNV INDUSTRIA E COMERCIO DE
COSMETICOS LTDA - ME RECORRIDO ORIGINAL COMERCIO DE
COSMETICOS LTDA - ME
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE)
SOUSA ARAGÃO LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRENTE ALENCARINE COSMETICOS ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
COMERCIO VAREJISTA E MENDES
TREINAMENTOS EIRELI RECORRIDO ALENCARINE COSMETICOS
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) COMERCIO VAREJISTA E
MENDES TREINAMENTOS EIRELI
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRENTE LUCHELYS DE ALENCAR MARTINS ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES
EDUARDO FONTENELE ADVOGADO(OAB: 19970/CE)
MOTA RECORRIDO CRX COMERCIO DE COSMETICOS E
BIJUTERIAS LTDA - ME
RAFFAEL DUTRA LIMA ADVOGADO(OAB: 29332/CE)
RIBEIRO LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRENTE ERICA PONTES DE MENESES ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES RECORRIDO J R COMERCIO DE COSMETICOS
LTDA - ME
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRENTE HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA
- ME ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES RECORRIDO ERICA PONTES DE MENESES
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRENTE ORIGINAL COMERCIO DE ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
COSMETICOS LTDA - ME MENDES
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) RECORRIDO JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME
MENDES LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
RECORRIDO ANDERSON LUID DOS SANTOS MENDES
SEVERO - ME RECORRIDO DISTRIBUIDORA HELGA
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE) COSMETICOS LTDA - ME
SOUSA ARAGÃO LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRIDO AL PARTICIPACOES LTDA ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE) MENDES
SOUSA ARAGÃO RECORRIDO HELGA COSMETICOS LTDA - ME
RECORRIDO MULT DISTRIBUIDORA DE LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
COSMETICOS LTDA
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE) MENDES
SOUSA ARAGÃO
RECORRIDO VRX COMERCIO DE COSMETICOS E
RECORRIDO ROBERTO NENDZA - ME BIJUTERIAS LTDA - ME
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) MENDES
MENDES LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRIDO HNV INDUSTRIA E COMERCIO DE TERCEIRO JOSE ALENCAR SALES JUNIOR
COSMETICOS LTDA - ME INTERESSADO
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE) TERCEIRO ERICA PONTES DE MENESES
SOUSA ARAGÃO INTERESSADO
RECORRIDO BRC - BRAZIL COSMETICS LTDA
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) Intimado(s)/Citado(s):
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES - CRX COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA -
ME

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 309
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Gomes da Silva, a seguir:

"Trata-se de recurso ordinário ajuizado pela reclamada HNV


PODER JUDICIÁRIO
INDUSTRIA E COSMÉTICOS LTDA interposto em face da decisão
JUSTIÇA DO TRABALHO
do Juízo da 18ª Vara do Trabalho de Fortaleza (ID. 984dd8d), que

JULGOU a reclamatória PROCEDENTE EM PARTE, para

PROCESSO nº 0000419-19.2018.5.07.0018 (RO) condenar, SOLIDARIAMENTE, as reclamadas DISTRIBUIDORA

RECORRENTE: JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, HELGA HELGA COSMÉTICOS LTDA - ME; HELGA COSMÉTICOS LTDA

NENDZA SALES & CIA LTDA - ME, ORIGINAL COMERCIO DE - ME; HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ME; ORIGINAL

COSMÉTICOS LTDA - ME, ERICA PONTES DE MENESES, COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME; MULTIPLA

ALENCARINE COSMÉTICOS COMERCIO VAREJISTA E COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - EPP; BELLA

TREINAMENTOS EIRELI, CRX COMERCIO DE COSMÉTICOS E COSMÉTICOS LTDA - EPP; J R COMERCIO DE COSMÉTICOS

BIJUTERIAS LTDA - ME, ROBERTO NENDZA - ME, HNV LTDA - ME; JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME; ERICA

INDÚSTRIA E COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME, AL PONTES DE MENESES; ALENCARINE COSMÉTICOS

PARTICIPACOES LTDA, MULT DISTRIBUIDORA DE COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS; CRX COMERCIO

COSMÉTICOS LTDA, BRC - BRAZIL COSMETICS LTDA, DE COSMÉTICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME; VRX COMERCIO

LUCHELYS DE ALENCAR MARTINS DE COSMÉTICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME; ROBERTO

RECORRIDO: LUCHELYS DE ALENCAR MARTINS, VRX NENDZA - ME; HANOVA INDUSTRIA E COMERCIO DE

COMERCIO DE COSMÉTICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, COSMÉTICOS LTDA - ME; AL PARTICIPACOES LTDA;

ANDERSON LUID DOS SANTOS SEVERO - ME, BRC - BRAZIL ANDERSON LUID DOS SANTOS SEVERO - ME; MULT

COSMÉTICOS LTDA, MULT DISTRIBUIDORA DE COSMÉTICOS DISTRIBUIDORA DE COSMÉTICOS LTDA; BRC - BRAZIL

LTDA, AL PARTICIPACOES LTDA, HNV INDÚSTRIA E COSMETICS LTDA a pagar à reclamante LUCHELYS DE

COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME, ROBERTO NENDZA - ALENCAR MARTINS as seguintes parcelas: a.Saldo de salário (29

ME, CRX COMERCIO DE COSMÉTICOS E BIJUTERIAS LTDA - dias); b. Aviso prévio (51 dias); com reflexos no 13º salário e férias;

ME, ALENCARINE COSMÉTICOS COMERCIO VAREJISTA E c. Férias simples 2016/2017 e proporcionais (8/12 avos), acrescidas

TREINAMENTOS EIRELI, ERICA PONTES DE MENESES, J R de 1/3 constitucional; d. 13º salário proporcional 2018 (3/12 avos); e.

COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME, BELLA COSMÉTICOS FGTS + 40%; f. Multa do art. 467 da CLT, incidente sobre os valores

LTDA - EPP, MULTIPLA COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - e parcelas rescisórias constantes no TRCT (ID. 7ad3499), bem

EPP, ORIGINAL COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME, como sobre o FGTS não depositado e multa de 40% sobre todos os

HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ME, HELGA valores devidos a título de FGTS ao longo da contratualidade; g.

COSMÉTICOS LTDA - ME, DISTRIBUIDORA HELGA Multa do art. 477,§8º da CLT; h. Honorários advocatícios.

COSMÉTICOS LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - A sentença fora complementada pelos aclaratórios de ID. 7081a1b,

ME com o fito de sanear a sentença embargada, determinando a

RELATOR: FRANCISCO JOSÉ GOMES DA SILVA compensação do valor de R$ 10.710,34, vez que a quantia foi

REDATOR DESIGNADO: CLAUDIO SOARES PIRES recebida pela parte embargada, conforme comprovante de

transferência bancária de ID. 619A9a4.

EMENTA Aduz a recorrente, preliminarmente, que houve cerceamento de

RECURSO ORDINÁRIO. GRUPO ECONÔMICO. seu direito de defesa, ao argumento de que o juízo, ao adotar

CONFIGURAÇÃO. Confirma-se a sentença de origem que integralmente a motivação da sentença proferido na reclamatória

reconheceu a formação de grupo econômico entre as empresas trabalhista 0000471-51.2018.5.07.0006, construiu o seu

demandadas, quando se constata que além da complementaridade entendimento, por consequência, a partir das provas orais ali

entre os objetos sociais destas, há o interesse integrado, a consignadas, mas que, tais elementos probatórios não foram

comunhão de interesses e a atuação conjunta das empresas dele publicizadas à ora recorrente no presente feito, com vistas à

integrantes. Recurso conhecido e improvido. garantia do contraditório e da ampla defesa, verificando-se, pois,

RELATÓRIO uma patente violação ao que dispõe o art. 312 do CPC/15.

Designado para redigir o acórdão, peço vênia para adotar o relatório Destaca, em seguida, que os aludidos depoimentos também não

da lavra do Excelentíssimo Desembargador Relator Francisco José integram o arcabouço das provas emprestadas acostada aos autos,

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 310
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

mediante convenção de ambas as partes; que o Juízo a quo utilizou CRFB/1988, o qual prevê a cláusula de reserva de plenário para a

como fundamento da procedência da pretensão autoral, da mera manutenção da declaração de inconstitucionalidade.

cópia de uma transcrição parcial realizada no bojo de uma sentença Após devidamente notificada, a recorrida apresentou suas

proferida em processo paradigma, a qual, por sua vez, utilizou, contrarrazões, conforme documento de ID. 15ffc62.

naquele momento, o depoimento testemunhal na condição de prova A matéria versada no presente recurso dispensa a obrigatoriedade

emprestada, a qual, por certo, não integra o presente feito. de parecer prévio da douta PRT (art. 109, do Regimento Interno)"

Ressalta, igualmente, que as reportadas transcrições carregam FUNDAMENTAÇÃO

relatos fáticos que não integram as razões da exordial, impondo ADMISSIBILIDADE

reconhecer a total inovação da lide, em absoluta violação ao art. Acolhe-se o presente recurso, uma vez que preenchidos os

141 do CPC/15. requisitos de admissibilidade.

Em razão do exposto, requer a nulidade da sentença e o retorno PRELIMINARES

dos autos para que haja um novo julgamento, desta feita, em Peço vênia para adotar os fundamentos do voto do Excelentíssimo

conformidade com o acervo fático-probatório do caso sub examine. Desembargador Relator Francisco José Gomes da Silva, quanto à

Adiante, requer o reconhecimento da inépcia do pedido relativo às apreciação das preliminares, nos seguintes termos:

parcelas de FGTS + 40%, a extinção do pleito sem resolução de "DA NULIDADE DA SENTENÇA- DA UTILIZAÇÃO DA PROVA

mérito, à luz do que dispõe o art. 485, I, do CPC/15, sob o EMPRESTADA - DO ALEGADO CERCEAMENTO DE DEFESA

fundamento de que, a parte recorrida, em sua peça de ingresso, Aduz a recorrente, preliminarmente, que houve cerceamento de seu

inobstante tenha somente assentado as datas de ingresso e de direito de defesa, ao argumento de que o juízo, ao adotar

dispensa, realizou o pedido correspondente às parcelas de FGTS integralmente a motivação da sentença proferida na reclamatória

em conjunto com a indenização adicional de 40% sobre o saldo trabalhista 0000471-51.2018.5.07.0006, construiu o seu

fundiário. entendimento, a partir das provas orais ali consignadas, mas que,

No mérito, defende a recorrente, em síntese, a inexistência de tais elementos probatórios não foram publicizadas à ora recorrente

fusão e formação de grupo econômico com o GRUPO HELGA, no presente feito, com vistas à garantia do contraditório e da ampla

sendo indevida a sua responsabilidade solidária pelos créditos defesa, verificando-se, pois, uma patente violação ao que dispõe o

deferidos ao autor na presente reclamação trabalhista. art. 312 do CPC/15.

Argumenta, em que pese tenha havido, nas redes sociais, um Destaca, em seguida, que os aludidos depoimentos também não

anúncio de fusão entre os conglomerados Helga e Hanova, por integram o arcabouço das provas emprestadas acostada aos autos,

certo, tal reagrupamento não ocorreu, máxime porque a sucessão mediante convenção de ambas as partes; que o Juízo a quo utilizou

empresarial somente é possível em face de pessoas jurídicas como fundamento da procedência da pretensão autoral, da mera

regularmente constituídas, o que não é o caso dos grupos cópia de uma transcrição parcial realizada no bojo de uma sentença

econômicos, os quais não possuem personalidade jurídica própria, proferida em processo paradigma, a qual, por sua vez, utilizou,

mas tão somente exteriorizam a arregimentação de sociedades que naquele momento, o depoimento testemunhal na condição de prova

possuam atuação integrante em face da comunhão de interesses, o emprestada, a qual, por certo, não integra o presente feito.

que, também, não retrata o caso dos autos. Ressalta, igualmente, que as reportadas transcrições carregam

Esclarece, adiante, que há uma mera relação comercial, havendo relatos fáticos que não integram as razões da exordial, impondo

total independência entre as empresas do GRUPO HANOVA em reconhecer a total inovação da lide, em absoluta violação ao art.

relação às componentes do GRUPO HELGA, sendo a recorrente, 141 do CPC/15.

mera fornecedora de produtos para o conglomerado empresarial Em razão do exposto, requer a nulidade da sentença e o retorno

HELGA, sem haver contudo, qualquer integração de interesses dos autos para que haja um novo julgamento, desta feita, em

entre as empresas ou atuação conjunta. conformidade com o acervo fático-probatório do caso sub examine.

Por fim, requer a reforma da decisão de modo a afastar a À análise.

inconstitucionalidade declarada de forma incidental do art. 791-A, Em audiência de instrução, as Reclamadas requereram a juntada

§4º, da CLT, haja vista inexistir afronta à Carga Magna, mormente de provas emprestadas, relativo aos depoimentos testemunhais dos

porque, nos ditames do art. 133 da Lei Maior, o advogado é processos 461-92.2018.5.07.0010, 470-54.2018.5.07.0010 e 471-

indispensável à administração da justiça, e, caso esta Colenda 39.2018.5.07.0010 (ID. bae0442, ID. ed35241, ID. 5cd9c24, ID.

Turma entenda de modo diverso, que seja observada o art. 97 da 8eb6395).

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 311
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

O Juízo, ao proferir a sentença, utilizou para o reconhecimento da utilizado a fundamentação da sentença, a qual considerou para

existência de Grupo Econômico entre as acionadas (Grupo Hanova- formação do convencimento da magistrada, depoimentos os quais

Helga) como prova emprestada, os fundamento os lançados na foram respeitados o contraditório quando produzida em processos

sentença prolatada nos autos do processo nº 0000471- judiciais, máxime,quando envolvendo a mesma empresa e quando

51.2018.5.07.0006, de lavra da magistrada Taciana Orlovicin os fatos guardam correlação com os da presente ação.

Gonçalves Pita (ID. 984dd8d). Nesse mesmo entendimento, colaciona-se a atual jurisprudência do

Nesse ponto, destaco, inicialmente, que o novo CPC trouxe Tribunal Superior do Trabalho, in verbis:

permissivo expresso quanto à possibilidade de utilização da prova UTILIZAÇÃO DE PROVA EMPRESTADA. POSSIBILIDADE.

emprestada, desde que observado o contraditório, conforme IDENTIDADE FÁTICA. MESMAS RECLAMADAS.

previsão no art. 372, que assim dispõe: DESNECESSIDADE DE PRÉVIA CONCORDÂNCIA DA PARTE

Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em CONTRÁRIA. AUSÊNCIA DE CERCEAMENTO DE DEFESA.

outro processo, atribuindo-lhe o valor que considerar adequado, NULIDADE PROCESSUAL NÃO CONFIGURADA. Esta Corte

observado o contraditório". admite a utilização da prova emprestada, desde que haja a

Assim, havendo previsão legal para utilização da prova emprestada identidade dos fatos considerados no documento emprestado e no

e, observando que no processo nº 0000471-51.2018.5.07.0006 as caso em julgamento, assim como ocorrido nesta hipótese, em que o

partes foram submetidas ao contraditório e, havendo identidade dos Regional registrou que"a prova emprestada foi produzida em

fatos probandos nos processos, rejeita-se a alegativa de processo judicial que envolvia as mesmas rés da presente ação,

cerceamento de defesa. tendo sido observadas as formalidades estabelecidas em lei para a

Quanto a alegativa de que as reportadas transcrições dos sua produção, bem como o princípio do contraditório. Segundo,

depoimentos carregam relatos fáticos que não integram as razões porque os fatos a serem comprovados guardam correlação com os

da exordial, não merece acolhida, posto que a causa de pedir da da presente ação. Terceiro, porque a referida prova emprestada foi

autora, no que se refere a responsabilidade solidária das acionadas, valorada pelo Juízo segundo o princípio do livre convencimento

trata justamente na alegada formação de grupo econômico entre as motivado, em conjunto com as demais provas dos autos".

empresas, objeto da prova naqueles autos. Importante salientar também que a utilização de prova emprestada

Os depoimentos constantes na prova emprestada utilizada pelo não está condicionada à prévia anuência e concordância das

Juízo a quo dizem respeito aos fatos relacionados pela autora, no partes. Assim, a mera alegação da reclamada de que não

que pertine a alegada formação de grupo econômico entre as concordou com a utilização de prova emprestada não é suficiente

acionadas GRUPO HELGA (DISTR IBUIDORA HELGA para inviabilizar a sua utilização nestes autos. Precedentes.

COSMETICOS LTDA - ME, HELGA COSMETICOS LTDA - ME, Recurso de revista não conhecido" (TST, ARR - 3600-

HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ME, ORIGINAL 29.2010.5.12.0031 Data de Julgamento: 15/02/2017, Relator

COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, MULTIPLA Ministro: José Roberto Freire Pimenta, 2ª Turma, Data de

COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - EPP, BELLA Publicação: DEJT 17/02/2017).

COSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE COSMETICOS "B) RECURSO DE REVISTA. 1. NULIDADE DA SENTENÇA.

LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, ERICA CERCEAMENTO DE DEFESA. UTILIZAÇÃO DE PROVA

PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS EMPRESTADA SEM ANUÊNCIA. O Regional entendeu que a

COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX utilização de prova emprestada consubstanciada em certidão de

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX averiguação produzida em outros autos, no qual a reclamada figura

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME e como parte, não configura cerceamento de defesa, ante a

ROBERTO NENDZA - ME) e GRUPO HANOVA - HNV (HANOVA semelhança fática existente entre os processos, assim como da

INDUSTRIA E COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, AL observância do contraditório e da ampla defesa. Com efeito, esta

PARTICIPAÇÕES LTDA, ANDERSON LUID DOS SANTOS Corte tem se posicionado no sentido de ser possível a utilização da

SEVERO - ME e MULT DISTRIBUIDORA DE COSMETICOS prova emprestada, não sendo imprescindível a anuência da parte

LTDA), assim como referem-se as mesmas demandadas, sendo adversa. Recurso de revista não conhecido" (TST, RR - 940-

permitido sua valoração como se houvesse sido produzida 27.2013.5.18.0181 Data de Julgamento: 09/11/2016, Relatora

diretamente nos autos examinados. Ministra: Dora Maria da Costa, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT

Nesse ponto, frise-se, não há vício em virtude de o Juízo ter 11/11/2016).

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 312
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Preliminar rejeitada. reclamada no dia 01/08/2010, para exercer a função de gerente,

INÉPCIA DA INICIAL sendo demitida sem justa causa em 29/03/2018; que o último

Requer o Recorrente, o reconhecimento da inépcia do pedido salário percebido foi de R$ 3.200,00 (três mil e duzentos reais); que

relativo às parcelas de FGTS + 40%, e a extinção do pleito sem quando de sua demissão não recebeu qualquer valor, assim como

resolução de mérito, à luz do que dispõe o art. 485, I, do CPC/15, não fora liberado Seguro Desemprego e FGTS, motivo pelo qual

sob o fundamento de que, a parte recorrida, em sua peça de pleiteia a liberação dos mesmos em sede de tutela antecipada; que

ingresso, inobstante tenha somente assentado as datas de ingresso o FGTS se encontra depositado apenas de forma parcial, apenas o

e de dispensa, realizou o pedido correspondente às parcelas de valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais).

FGTS, em conjunto com a indenização adicional de 40% sobre o Em seguida, requereu que, Tendo em vista os argumentos jurídicos

saldo fundiário. apresentados, ajuíza-se a presente Reclamação Trabalhista no

Sem razão. intuito de serem satisfeitos todos os direitos da reclamante, quais

O processo trabalhista é regido pelo princípio da simplicidade das sejam: Saldo Salário, Aviso Prévio de 51 dias, 13º salário e férias

formas, consagrado no art. 840, § 1º, da CLT, segundo o qual basta sobre aviso prévio, FGTS sobre rescisão, 13º salário proporcional

uma breve exposição dos fatos para se considerar apta a exordial. 3/12 de 2018, férias simples 2016/2017 e proporcionais 2017/2018

Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal. todas acrescidas do terço constitucional, FGTS e multa de 40%.

§ 1º - Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do Em relação ao rol dos pedidos, o autor requereu a condenação da

Presidente da Junta, ou do juiz de direito a quem for dirigida, a reclamada ao pagamento das verbas rescisórias, incluindo FGTS E

qualificação do reclamante e do reclamado, uma breve exposição MULTA DE 40% DO FGTS.

dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, a data e a assinatura Em decorrência do princípio da simplicidade, que norteia o processo

do reclamante ou de seu representante. trabalhista, o qual não sofreu alterações com a Lei nº 13.467, de

§ 1o Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do 2017, a petição inicial ora em análise preencheu os requisitos do

juízo, a qualificação das partes, a breve exposição dos fatos de que art. 840 , da CLT, a qual, frise-se, não dificultou a defesa das

resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser certo, determinado e acionadas.

com indicação de seu valor, a data e a assinatura do reclamante ou Rejeita-se."

de seu representante. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) DO MÉRITO

§ 2º - Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em 2 (duas) GRUPO ECONÔMICO. CONFIGURAÇÃO.

vias datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no A sentença reconheceu o grupo econômico entre as empresas

que couber, o disposto no parágrafo anterior. demandadas, consoante os seguintes fundamentos:

§ 2o Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em duas vias "Diante da identidade da matéria (fática e jurídica), adoto

datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no que integralmente os fundamentos lançados na brilhante sentença

couber, o disposto no § 1o deste artigo. (Redação dada pela Lei nº prolatada nos autos da 0000471-51.2018.5.07.0006, de lavra da

13.467, de 2017) magistrada Taciana Orlovicin Gonçalves Pita, acerca da

§ 3o Os pedidos que não atendam ao disposto no § 1o deste artigo responsabilidade das empresas demandadas, nos termos a seguir:

serão julgados extintos sem resolução do mérito. (Incluído pela Lei 'Afirma a parte reclamante que as empresas que compõem o antigo

nº 13.467, de 2017) GRUPO HELGA (DISTRIBUIDORA HELGA COSMETICOS LTDA -

Como se observa, a Lei n. 13.467/17 fez referência expressa aos ME, HELGA COSMETICOS LTDA - ME, HELGA NENDZA SALES

requisitos da petição inicial trabalhista, dispondo no § 1º do art. 840 & CIA LTDA - ME, ORIGINAL COMERCIO DE COSMETICOS

da CLT que o pedido deva "ser certo, determinado e com indicação LTDA - ME, MULTIPLA COMERCIO DE COSMETICOS LTDA -

de seu valor". EPP, BELLA COSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE

No caso, em relação ao pedido de pagamento do FGTS e multa COSMETICOS LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME,

rescisória, o reclamante fez pedido certo, determinado e com ERICA PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS

indicação do valores pois da sua causa de pedir, entende-se COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX

logicamente que o autor fora demitido sem justa causa e sem COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX

recebimento de suas verbas rescisórias, fato este, incontroverso COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME e

nos autos. ROBERTO NENDZA - ME) são dirigidas e coordenadas pelos

Na narrativa dos fatos, o acionante afirmou que ingressou na sócios José Alencar Sales Júnior e Érica Pontes de Meneses. Alega

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 313
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que, em meados de 2017, os sócios do Grupo Helga iniciaram grupo econômico entre si, tendo contestado a formação de grupo

negociações para fusão com o Grupo Hanova (HNV), fusão de com as empresas do Grupo HANOVA (14ª a 16ª reclamadas), com

empresas esta que foi oficialmente tornada pública em julho de a MULT DISTRIBUIDORA (17ª reclamada) e com a BCR (18ª

2017, expondo o rol de empresas que compõem o Grupo Hanova - reclamada), alegando que o grupo HANOVA tem como objeto social

HNV (HANOVA INDUSTRIA E COMERCIO DE COSMETICOS a produção de produtos de beleza, e que inexiste hierarquia e/ou

LTDA - ME, AL PARTICIPAÇÕES LTDA, ANDERSON LUID DOS coordenação entre as empresas. Sustenta que a BCR está sob a

SANTOS SEVERO - ME e MULT DISTRIBUIDORA DE égide da Lei 11.101//05, tendo comprado o direito de utilização da

COSMETICOS LTDA), à época todas dirigidas pelos sócios marca "Helga" por cinco anos.

Anderson Luid Santos Severo e Aline Cristina Silva Souza Severo. As reclamadas HANOVA INDUSTRIA E COMERCIO DE

Sustenta que, a partir de julho de 2017, independentemente do COSMETICOS LTDA - ME e ANDERSON LUID DOS SANTOS

cumprimento das obrigações legais para efetivação da fusão, qual SEVERO - ME reconhecem o grupo entre si e negam a formação de

seja a extinção das pessoas jurídicas da empresa incorporada com grupo com as demais reclamadas, noticiando que são fornecedoras

o surgimento de uma nova, tal fusão de fato ocorreu e todos os de produtos à rede varejista, sendo uma das principais, o grupo

empregados passaram à subordinação do Grupo Hanova-Helga, o HELGA, não tendo havido a fusão alegada, apenas relação

qual configura grupo econômico por coordenação, impondo a fornecedor-cliente. Informam, ainda, que os fundos de comércio de

responsabilização solidária entre as empresas do grupo. Entende empresas do Grupo Helga foram alienados por seus sócios-

que a fusão entre as empresas com a criação, em outubro de 2017, proprietários da Helga para a empresa DX GROUP

da empresa MULT DISTRIBUIDORA DE COSMÉTICOS (de que PARTICIPAÇÕES E INVESTIMENTOS LTDA, que, por sua vez,

eram sócios o filho dos sócios do Grupo Helga e a mãe do sócio do não possuiria qualquer ligação com o Grupo Hanova, tratando-se de

Grupo Hanova), teria como única finalidade ocultar os sócios de fato empresa de investimentos de proveniente São Paulo.

da nova empresa e ainda o de conseguir nova linha de crédito na A demandada AL PARTICIPACOES LTDA nega a formação de

praça. Postula, caso não se conclua pela existência de grupo grupo econômico com quaisquer das demais empresas.

econômico, que se reconheça a sucessão empresarial de todas as A reclamada MULT DISTRIBUIDORA DE COSMETICOS LTDA

empresas do Grupo Helga por HNV INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE alega que nunca existiu de fato e nega a formação de grupo

COSMÉTICOS LTDA. Alega, ainda, que a empresa BRC BRAZIL econômico com quaisquer das demais empresas.

COSMÉTICOS LTDA adquiriu em Recuperação Judicial os direitos A ré BRC - BRAZIL COSMETICS LTDA informa que comprou os

da marca mista "Helga" por cinco anos, sem jamais exercer direitos de uso da marca HELGA, não estando a reclamante sob

qualquer gerência direta, pois o Sr. José Alencar Sales Júnior suas ordens, refutando a formação de grupo econômico com

continuou a exercer a direção, gerência e coordenação das quaisquer das demais empresas reclamadas e pleiteia que, em

empresas. Por essa razão, pretende a responsabilização solidária caso de condenação, seja de forma subsidiária.

da ré BRC BRAZIL COSMÉTICOS LTDA, uma vez identificada a Pois bem.

fraude ocorrida e a evidente direção do efetivo sócio do Grupo Inicialmente, declaro a responsabilidade solidária das empresas

Helga. DISTRIBUIDORA HELGA COSMETICOS LTDA - ME, HELGA

Em suas contestações, as rés negam a formação de grupo COSMETICOS LTDA - ME, HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA -

econômico entre as empresas do Grupo Helga e Hanova As ME, ORIGINAL COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME,

reclamadas DISTRIBUIDORA HELGA COSMETICOS LTDA - ME, MULTIPLA COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - EPP, BELLA

HELGA COSMETICOS LTDA - ME, HELGA NENDZA SALES & CIA COSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE COSMETICOS

LTDA - ME, ORIGINAL COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, ERICA

MULTIPLA COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - EPP, PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS

BELLACOSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX

COSMETICOS LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX

ERICA PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME,

COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX ROBERTO NENDZA - ME (1ª a 13ª reclamadas), nos termos do §

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX 2º do art. 2º da CLT, as quais reconheceram a formação de grupo

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, econômico entre si, encontrando-se, dentre estas, a empregadora.

ROBERTO NENDZA - ME (1ª a 13ª reclamadas), não refutam o Quanto ao grupo econômico alegado em relação aos grupos

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 314
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

HELGA e HANOVA, a autora juntou aos autos várias fotografias outras indústrias, o abastecimento e o descarregamento de

com os Srs. Anderson Luid Dos Santos Severo, José Alencar Sales mercadorias eram feitos por empregados destas indústrias; que a

Junior, Aline Cristina Silva Souza Severo e Érica Pontes de reclamante vendia produtos da indústria Hanova bem como de

Meneses, sócios das empresa Hanova e Helga, divulgadas em meio outras indústrias."

digital em julho de 2017, anunciando a fusão entre as empresas do Saliente-se que o fato de terem sido alienados fundos de comércio

Grupo Helga com aquelas do Grupo Hanova (HNV), com de empresas do Grupo Helga para a empresa DX GROUP

fundamento na expansão e aquisições realizadas pelo grupo PARTICIPAÇÕES E INVESTIMENTOS LTDA não afeta a presente

HANOVA, podendo se perceber que nas fotos, aparece o diretor do demanda, pois apenas houve a alienação parcial das quotas

grupo HANOVA, o qual veste camisa com o nome HELGA NOVO empresariais de somente algumas das empresas do Grupo.

TEMPO e ainda uma figura que demonstra a junção de duas peças Insta destacar, também, que a alegação da reclamada ANDERSON

de quebra-cabeça nas quais constam os nomes dos dois grupos LUID DOS SANTOS SEVERO ME de que a relação havida entre os

HANOVA e HELGA. Em que pese não haver alterações nas apontados conglomerados empresariais era de apenas fornecedor-

estruturas das empresas formadoras dos grupos, resta claro que cliente não se sustenta, ressaltando que a mensagem eletrônica e a

houve uma intensa comunhão de interesses confissão de dívida datam de período anterior à "fusão" noticiada, o

econômicos/profissionais entre as empresas formadoras dos dois que só veio a ocorrer em julho de 2017.

grupos. De acordo com a Lei 13.467/2017 são requisitos para a Diante do exposto, reconheço a existência de grupo econômico por

configuração do grupo econômico: a demonstração do interesse coordenação entre todas as empresas dos Grupos HELGA e

integrado, a efetiva comunhão de interesses e a atuação conjunta HANOVA, as quais declaro responsáveis solidárias pelas verbas

das empresas integrantes. A inexistência de uma hierarquia entre decorrentes da condenação, nos termos dos arts. 2º, § 2º, e 9º da

as empresas não descaracteriza o grupo econômico, se há a CLT.

demonstração de que entre as empresas ocorre clara atuação No que concerne à reclamada AL PARTICIPAÇÕES LTDA, verifica-

conjunta, em linha de coordenação e comunhão de interesses, o se que na defesa das empresas formadoras do GRUPO HELGA

que se verifica no caso em tela. restou afirmado que as empresas HANOVA INDUSTRIA E

Ademais, a primeira testemunha laboral afirmou em seu COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, ANDERSON LUID

depoimento: DOS SANTOS SEVERO - ME e AL PARTICIPACOES LTDA

"(...) que havia comentários dentro da empresa de que ocorreu uma formam o grupo HANOVA. Nessa senda, o contrato social de

fusão entre as empresas Helga e Hanova; que o gerente do constituição da reclamada AL PARTICIPAÇÕES LTDA demonstra

depoente comentou que ocorreria a fusão e que o depoente que essa empresa tem como sócios os Srs. Anderson Liud dos

continuaria a prestar serviços para as duas empresas; que o Santos Severo e Aline Cristina Silva Souza Severo, os quais se

depoente já chegou, mesmo prestando serviços para a Helga, fizeram presentes ao evento em que foi anunciada a "fusão" entre

prestar serviços para a Hanova, tais como rotulagem de produtos, os grupos empresariais, conforme fotografias anexadas aos autos.

embalagem de mercadorias e fazendo entregas; que depois dos Ainda, o endereço eletrônico da AL PARTICIPAÇÕES LTDA

comentários da fusão, o depoente também começou a receber registrado no CNPJ é "anderson@hanovacosméticos.com.br".

ordens do Sr. Paulo, empregado da Hanova, responsável pela Ademais, a Sra. Aline Cristina Silva Souza Severo é também sócia

logística." da empresa HNV INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE COSMÉTICOS

Ainda, a segunda testemunha da autora noticiou: LTDA, cujo endereço eletrônico é

"que trabalhou para Helga de 01/02/2010 a 14/04/2018 na função "anderson@hanovacosméticos.com.br", conquanto o Sr. Anderson

de estoquista; que trabalhou com a reclamante; que o gerente, Liud dos Santos Severo não faça parte do corpo societário dessa

Sr.Evandro comentou com o depoente que havia sido feita uma empresa. O Sr. Anderson Liud dos Santos Severo atua, ainda,

sociedade entre a Helga e a Hanova; que, após o comentário, o como empresário individual da ANDERSON LUID DOS SANTOS

depoente também começo a prestar serviços para a Hanova SEVERO ME. Por fim, saliento que as empresas HNV INDÚSTRIA

abastecendo e descarregando as mercadorias da empresa Hanova E COMÉRCIO DE COSMÉTICOS LTDA, AL PARTICIPAÇÕES

nas seções das lojas Helga, limpando as mercadorias; que o LTDA, ANDERSON LUID DOS SANTOS SEVERO - ME e MULT

depoente não recebia ordens de nenhum empregado da Hanova; DISTRIBUIDORA DE COSMETICOS LTDA, em audiência, se

que as lojas Helga também vendiam produtos de outras indústrias e fizeram representar pelo mesmo preposto, o Sr. Luiz Gustavo

não só da empresa Hanova; que, em relação às mercadorias das Santana Severo, neste feiro e nos processos nº0000470-

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 315
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54.2018.5.07.0010, 0000471-39.2018.5.07.0010 e 0000476- Hanova para uma parceria de fornecimento de produtos",

61.2018.5.07.0010, cujos termos de audiência foram anexados aos afirmou, posteriormente, que "soube que foi feita uma postagem

presentes autos. no instagram da Helga onde foi usado o termo fusão com a

O fato de a empresa AL PARTICIPAÇÕES LTDA ter objetivo social Hanova".

diverso das empresas do grupo HANOVA não é suficiente para Por outro lado, as testemunhas Francisca Edinusia Alves de Sousa

afastar a formação do grupo econômico com HNV INDÚSTRIA E e Maria Irlane Silva Santos

COMÉRCIO DE COSMÉTICOS LTDA e ANDERSON LUID DOS Desiderio, apresentadas pelas partes autoras, nas referidas atas de

SANTOS SEVERO - ME. audiências, possuem depoimentos uníssonos no que tange à

Sendo assim, reconheço que a empresa AL PARTICIPAÇÕES reunião em que foi publicizada à fusão das demandadas aos

LTDA pertence ao grupo econômico HANOVA, o qual restou empregados são uníssonas ("que no final de julho/2017 foram

condenada solidariamente, aplicando a esta a mesma convocadas para uma reunião no hotel meridional no centro da

responsabilidade, nos termos dos arts. 2º, § 2º, e 9º da CLT. cidade onde foi comunicada por Alencar Junior, Erica Pontes e

No que tange à reclamada MULT DISTRIBUIDORA DE Aline Severo, a fusão da Helga e Hanova, com promessas de

COSMETICOS LTDA, observa-se efetivamente formalizada em que tudo iria mudar com a chegada de novos produtos, mas na

24/10/2017 pouco tempo após a fusão dos grupos HELGA e pratica tudo continuou do mesmo jeito, pois continuou

HANOVA, com atuação na vendas de produtos de higiene, tendo chegando produtos da marca própria da Helga (lavi) e da Helga,

como sócios os Srs. Matheus Pontes Sales e Maria de Fátima dos os quais tinham prioridade para serem vendidos" - depoimento

Santos Severo, os quais são, respectivamente, o filho dos titulares de Maria Irlane Silva Santos Desiderio) e ("que houve uma

do Grupo Helga e a mãe de um dos proprietários do Grupo Hanova reunião num domingo de julho/2017 onde foi comunicada a

(Anderson Luid dos Santos Severo), fato não contestado em defesa. fusão da Hanova com a Helga Cosmeticos onde foram

Sendo assim, tenho que a empresa MULT DISTRIBUIDORA DE apresentados os novos patrões como sendo: Aline Severo e

COSMETICOS LTDA também participa dos Grupos Helga e seu esposo Anderson ambos donos da Hanova; que a a partir

Hanova, utilizando-se da mesma estrutura empresarial para a daí a prioridade era para vender os produtos da Hanova e Lavi"

consecução de seus objetivos financeiros, diante do que, resta - depoimento de Francisca Edinusia Alves de Sousa)."

condenada solidariamente, nos termos dos arts. 2º, § 2º, e 9º da A empresa recorrente manifesta no presente recurso ordinário o seu

CLT. inconformismo, alegando, em síntese: "que a fusão e o grupo

Por fim, quanto à ré BRC BRAZIL COSMETICS COMÉRCIO econômico ostentam características diametralmente opostas"; "em

VAREJISTA DE COSMÉTICOS EIRELI, verifica-se que ela que pese tenha havido, nas redes sociais, um anúncio de fusão

apresentou defesa através do mesmo escritório que a empregadora, entre os conglomerados Helga e Hanova, por certo, tal

na qual passou a repetir as mesmas alegações já apresentadas reagrupamento não ocorreu, máxime porque a sucessão

pelas 1ª a 13ª Reclamadas, além disso, observa-se que no empresarial somente é possível em face de pessoas jurídicas

comprovante de inscrição cadastral (CNPJ) consta endereço regularmente constituídas, o que não é o caso dos grupos

eletrônico pertencente ao domínio da HELGA COSMÉTICOS. econômicos, os quais não possuem personalidade jurídica própria,

Ademais, apresentou carta de preposição que revelou mas tão somente exteriorizam a arregimentação de sociedades que

representação através do mesmo preposto que a empregadora, possuam atuação integrante em face da comunhão de interesses";

razão pela qual, deve ser solidariamente responsável pelos créditos "que a sentença de origem, em nenhum momento, cuidou de

oriundos da presente demanda, nos moldes dos arts. 2º, § 2º, e 9º demonstrar a integração de interesses entre as empresas, a

da CLT." atuação conjunta, tampouco a comunhão de interesses, mas

Pontue-se, por oportuno, que as atas de audiência em nada apenas limitou-se a discorrer, de forma bastante confusa, sobre

corroboram com a tese da demandada, uma vez que se verifica, "fusão", sendo esta manifestante inexistente no caso vertente"; "que

com extrema facilidade, que a testemunha da reclamada, Sr. os depoimentos coligidos aos autos sob a rubrica de prova

Emanuel Rodrigues de Albuquerque, arrolada em todos os emprestada fulminam a pretensão autoral, quer pelo viés da fusão,

processos, busca, sem nenhum sucesso, sustentar os termos da seja sob a óptica de agrupamento empresarial."

defesa. Não se vê nas razões recursais, com a devida vênia da parte

Ademais, por mais que tenha declarado que "que na metade do recorrente, fundamentos que infirmem convincentemente as

segundo semestre de 2017 houve uma reunião da Helga com a conclusões do juízo de primeiro grau, razão pela qual se há perfilhar

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 316
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com os motivos da decisão vergastada, ora endossados e Maria Irlane Silva Santos Desiderio, ouvida no processo nº 0000470

integrantes das presentes razões de decidir. -54.2018.5.07.0010 (Ata de audiência de ID 5cd9c24 - Pág. 4),

Consoante o § 2º do art. 2º da CLT, "sempre que uma ou mais trazido por empréstimo ao conjunto probatório pelas próprias

empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica reclamadas, revelador de "(...) que no final de julho/2017 foram

própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de convocadas para uma reunião no hotel meridional no centro da

outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua cidade onde foi comunicada por Alencar Junior, Erica Pontes e Aline

autonomia, integrem grupo econômico, serão responsáveis Severo, a fusão da Helga e Hanova, com promessas de que tudo

solidariamente pelas obrigações decorrentes da relação de iria mudar com a chegada de novos produtos, mas na pratica tudo

emprego". continuou do mesmo jeito, pois continuou chegando produtos da

Nesta esteira, o delineamento do que se convencionou chamar marca propria da Helga (lavi) e da Helga, os quais tinham prioridade

grupo econômico, pela dicção da Consolidação das Leis do para serem vendidos, e das outras marcas continuaram escassos".

Trabalho, importa na evidência da integração dos Veja-se que a fusão foi comunicada aos empregados em reunião,

empreendimentos, de forma a vincular, direta ou indiretamente, as constatação que reforça a ideia do grupo econômico, referindo-se a

empresas. depoente a tudo ter "continuado do mesmo jeito" ao modus

Este aspecto restou caracterizado nos autos, sendo certo que se operandi das vendas dos produtos e não à ausência de formação

verificam elementos suficientes para que seja corroborada a de grupo. A testemunha em questão ainda revelou que as diversas

conclusão da sentença recorrida. marcas apresentavam seus produtos e realizavam treinamentos,

Como bem destacado pela sentença, restou demonstrada nos autos mas que com a Hanova o processo foi diferente, pois, além de ter

a ampla divulgação realizada nas redes sociais, em julho de 2017, sido comunicada a fusão, não houve interrupção do fornecimento de

acerca da fusão das empresas do Grupo Helga com aquelas do mercadorias para serem vendidas nas lojas Helga, o que ocorreu

Grupo Hanova. Eis os dizeres da publicação (V. ID 0d53e9e - Pág. com outros fornecedores em face das dívidas da empregadora

2): "Temos o orgulho de anunciar que começou um novo tempo. O originária.

Grupo HNV detentor de várias marcas como a Hanova, em um Não se olvida o depoimento da testemunha convidada pelas

processo de expansão e aquisições, realizou a fusão com o Grupo reclamadas, Sr. Emanuel Rodrigues de Albuquerque, ouvida nos

Helga Cosméticos. Tudo isso para que os nossos clientes possam processos (461-92.2018.5.07.0010, 470-54.2018.5.07.0010 e 471-

ter sempre à disposição o melhor atendimento, os melhores 39.2018.5.07.0010) trazidos por empréstimo ao conjunto probatório,

produtos e a melhor experiência. Transformando para melhor, o seu cujas declarações transparecem a ideia de demonstrar ter havido

visual e a sua vida. #HelgaNovoTempo #Hanova #GrupoHNV apenas uma relação comercial, mas não uma fusão, entre as

#GrupoHelga #Beleza #Cabelos". Com a devida vênia da parte empresas do grupo Helga e do grupo Hanova. Contudo, diante dos

recorrente, este aspecto é relevante para a caracterização do grupo demais elementos probatórios dos autos, não há de prevalecer o

econômico sob investigação, demonstrando a plena possibilidade quadro traçado pelo depoente, sendo de se destacar que ele próprio

de que as marcas de cada um dos grupos estejam sob a admite não ter participado da reunião ocorrida em julho de 2017 (V.

coordenação de um único conglomerado, o que afasta a tese ID's 5cd9c24 - Pág. 6 e 8eb6395 - Pág. 6), na qual fora anunciada a

recursal a respeito da estranheza de haver empresas concorrentes fusão aos trabalhadores.

no mesmo grupo econômico. Cumpre ressaltar, ainda, porquanto oportuno, que a estreita relação

Além disso, vigora no Direito do Trabalho o princípio da primazia da comercial entre as empresas dos grupos empresariais, consoante

realidade, de modo a ser imprescindível destacar a prevalência dos se denota pelas notas ficais de vendas de mercadorias anexadas

fatos da relação de emprego sobre os aspectos formais. Dessa aos autos, a meu sentir, não rechaça a formação de grupo

forma, ainda que não ultimada, ao menos formalmente, com as econômico, mas, em verdade, a reforça, evidenciando além da

devidas baixas das pessoas jurídicas, a fusão mencionada nas complementaridade entre os objetos sociais das empresas

redes sociais, não há se desconhecer que houve a junção das contratantes, o interesse integrado, a comunhão de interesses e a

empresas, que passaram a atuar integradas a um único grupo. atuação conjunta das empresas dele integrantes.

Igualmente, salvo melhor juízo, os depoimentos das testemunhas Destarte, o quadro encontrado no presente feito permite a

não afastam o reconhecimento do grupo econômico. Ao revés, conclusão de que a empresa ora recorrente integra grupo

confirmam a fusão entre as empresas. Destaca-se, a este respeito, econômico com as reclamadas do grupo Helga. Importa examinar a

o depoimento da primeira testemunha da parte reclamante, Sra. presença de elementos objetivos capazes de demonstrar que as

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empresas estavam integradas no mesmo grupo. É o que se cerceamento de defesa. Preliminar rejeitada.

constatou à exaustão no presente feito. PETIÇÃO INICIAL. ART. 840, §1º DA CLT. O processo trabalhista

Por oportuno, colhe-se o seguinte precedente jurisprudencial: é regido pelo princípio da simplicidade das formas, consagrado no

"Grupo econômico. Relação inter-empresarial. O grupo econômico art. 840, § 1º, da CLT, segundo o qual basta uma breve exposição

para fins justrabalhistas não necessita se revestir das modalidades dos fatos para se considerar apta a exordial. Em decorrência do

jurídicas típicas do Direito Econômico ou Direito Comercial princípio da simplicidade, que norteia o processo trabalhista, o qual

(holdings, consórcios, pools etc.). Não se exige, sequer, a prova não sofreu alterações com a Lei nº 13.467, de 2017, verifica-se que

de sua formal institucionalização cartorial: pode-se acolher a a petição inicial atendeu integralmente os requisitos do art. 840, da

existência do grupo desde que surjam evidências probatórias CLT. Preliminar rejeitada.

de que estão presentes os elementos de integração inter- EXISTÊNCIA DE GRUPO ECONÔMICO. ART. 2º, DA CLT. ÔNUS

empresarial (abrangência subjetiva e nexo relacional) de que DA PROVA. ART. 818, DA CLT C/C ART. 373, DO NCPC.

fala a CLT (art. 2º, § 2º)" (Processo 00409002020085010025, TRT AUSÊNCIA DE PROVA. Não tendo a reclamante comprovado a

1ª Região - 8ª Turma, Relatora Desembargadora Dalva Amélia de existência do alegado grupo econômico Helga-Hanova, composto

Oliveira, Publicado em 30/06/2014)(destaquei). de diversas empresas, reforma-se a sentença para afastar a

NEGA-SE PROVIMENTO. responsabilidade solidária pretendida pela autora.

CONCLUSÃO DO VOTO RECURSO CONHECIDO E DADO PROVIMENTO PARCIAL

Por unanimidade, conhecer do recurso ordinário para, rejeitar as FUNDAMENTAÇÃO:

preliminares suscitadas e, no mérito, por maioria, negar-lhe ADMISSIBILIDADE

provimento. Acolhe-se o presente recurso, uma vez que preenchidos os

DISPOSITIVO requisitos de admissibilidade.

ACORDAM OS INTEGRANTES DA 2.ª TURMA DO TRIBUNAL DO MÉRITO

REGIONAL DO TRABALHO DA 7.ª REGIÃO, por unanimidade, PRELIMINARES

conhecer do recurso ordinário para, rejeitar as preliminares DA NULIDADE DA SENTENÇA- DA UTILIZAÇÃO DA PROVA

suscitadas e, no mérito, por maioria, negar-lhe provimento. Vencido EMPRESTADA - DO ALEGADO CERCEAMENTO DE DEFESA

o Desembargador Relator, que dava provimento ao apelo, para Aduz a recorrente, preliminarmente, que houve cerceamento de seu

excluir da condenação a responsabilidade solidária da reclamada direito de defesa, ao argumento de que o juízo, ao adotar

HNV INDÚSTRIA E COSMÉTICOS LTDA. Redigirá o acórdão o integralmente a motivação da sentença proferida na reclamatória

Desembargador Cláudio Soares Pires, com a integração do voto trabalhista 0000471-51.2018.5.07.0006, construiu o seu

vencido. entendimento, a partir das provas orais ali consignadas, mas que,

Participaram do julgamento os Exmos. Srs. Desembargadores tais elementos probatórios não foram publicizadas à ora recorrente

Francisco José Gomes da Silva (Presidente e Relator), Cláudio no presente feito, com vistas à garantia do contraditório e da ampla

Soares Pires e Paulo Régis Machado Botelho. Presente ainda o(a) defesa, verificando-se, pois, uma patente violação ao que dispõe o

Exmo(a). Sr(a). membro do Ministério Público do Trabalho. Em gozo art. 312 do CPC/15.

de férias o Exmo. Sr. Desembargador Jefferson Quesado Junior. Destaca, em seguida, que os aludidos depoimentos também não

Fortaleza, 14 de outubro de 2019. integram o arcabouço das provas emprestadas acostada aos autos,

INTEGRA O PRESENTE ACÓRDÃO O VOTO VENCIDO DO EXMº mediante convenção de ambas as partes; que o Juízo a quo utilizou

DESEMBARGADOR FRANCISCO JOSÉ GOMES DA SILVA, in como fundamento da procedência da pretensão autoral, da mera

verbis: cópia de uma transcrição parcial realizada no bojo de uma sentença

EMENTA: PROVA EMPRESTADA. PREVISÃO LEGAL. proferida em processo paradigma, a qual, por sua vez, utilizou,

CONTRADITÓRIO OBSERVADO. O novo CPC trouxe permissivo naquele momento, o depoimento testemunhal na condição de prova

expresso quanto à possibilidade de utilização da prova emprestada, emprestada, a qual, por certo, não integra o presente feito.

desde que observado o contraditório, conforme previsão no art. 372. Ressalta, igualmente, que as reportadas transcrições carregam

Assim, havendo previsão legal para utilização da prova emprestada relatos fáticos que não integram as razões da exordial, impondo

e, observando que no processo nº 0000471-51.2018.5.07.0006 as reconhecer a total inovação da lide, em absoluta violação ao art.

partes foram submetidas ao contraditório e, havendo identidade dos 141 do CPC/15.

fatos probandos nos processos, rejeita-se a alegativa de Em razão do exposto, requer a nulidade da sentença e o retorno

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dos autos para que haja um novo julgamento, desta feita, em ROBERTO NENDZA - ME) e GRUPO HANOVA - HNV (HANOVA

conformidade com o acervo fático-probatório do caso sub examine. INDUSTRIA E COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, AL

À análise. PARTICIPAÇÕES LTDA, ANDERSON LUID DOS SANTOS

Em audiência de instrução, as Reclamadas requereram a juntada SEVERO - ME e MULT DISTRIBUIDORA DE COSMETICOS

de provas emprestadas, relativo aos depoimentos testemunhais dos LTDA), assim como referem-se as mesmas demandadas, sendo

processos 461-92.2018.5.07.0010, 470-54.2018.5.07.0010 e 471- permitido sua valoração como se houvesse sido produzida

39.2018.5.07.0010 (ID. bae0442, ID. ed35241, ID. 5cd9c24, ID. diretamente nos autos examinados.

8eb6395). Nesse ponto, frise-se, não há vício em virtude de o Juízo ter

O Juízo, ao proferir a sentença, utilizou para o reconhecimento da utilizado a fundamentação da sentença, a qual considerou para

existência de Grupo Econômico entre as acionadas (Grupo Hanova- formação do convencimento da magistrada, depoimentos os quais

Helga) como prova emprestada, os fundamento os lançados na foram respeitados o contraditório quando produzida em processos

sentença prolatada nos autos do processo nº 0000471- judiciais, máxime,quando envolvendo a mesma empresa e quando

51.2018.5.07.0006, de lavra da magistrada Taciana Orlovicin os fatos guardam correlação com os da presente ação.

Gonçalves Pita (ID. 984dd8d). Nesse mesmo entendimento, colaciona-se a atual jurisprudência do

Nesse ponto, destaco, inicialmente, que o novo CPC trouxe Tribunal Superior do Trabalho, in verbis:

permissivo expresso quanto à possibilidade de utilização da prova UTILIZAÇÃO DE PROVA EMPRESTADA. POSSIBILIDADE.

emprestada, desde que observado o contraditório, conforme IDENTIDADE FÁTICA. MESMAS RECLAMADAS.

previsão no art. 372, que assim dispõe: DESNECESSIDADE DE PRÉVIA CONCORDÂNCIA DA PARTE

Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em CONTRÁRIA. AUSÊNCIA DE CERCEAMENTO DE DEFESA.

outro processo, atribuindo-lhe o valor que considerar adequado, NULIDADE PROCESSUAL NÃO CONFIGURADA. Esta Corte

observado o contraditório". admite a utilização da prova emprestada, desde que haja a

Assim, havendo previsão legal para utilização da prova emprestada identidade dos fatos considerados no documento emprestado e no

e, observando que no processo nº 0000471-51.2018.5.07.0006 as caso em julgamento, assim como ocorrido nesta hipótese, em que o

partes foram submetidas ao contraditório e, havendo identidade dos Regional registrou que"a prova emprestada foi produzida em

fatos probandos nos processos, rejeita-se a alegativa de processo judicial que envolvia as mesmas rés da presente ação,

cerceamento de defesa. tendo sido observadas as formalidades estabelecidas em lei para a

Quanto a alegativa de que as reportadas transcrições dos sua produção, bem como o princípio do contraditório. Segundo,

depoimentos carregam relatos fáticos que não integram as razões porque os fatos a serem comprovados guardam correlação com os

da exordial, não merece acolhida, posto que a causa de pedir da da presente ação. Terceiro, porque a referida prova emprestada foi

autora, no que se refere a responsabilidade solidária das acionadas, valorada pelo Juízo segundo o princípio do livre convencimento

trata justamente na alegada formação de grupo econômico entre as motivado, em conjunto com as demais provas dos autos".

empresas, objeto da prova naqueles autos. Importante salientar também que a utilização de prova emprestada

Os depoimentos constantes na prova emprestada utilizada pelo não está condicionada à prévia anuência e concordância das

Juízo a quo dizem respeito aos fatos relacionados pela autora, no partes. Assim, a mera alegação da reclamada de que não

que pertine a alegada formação de grupo econômico entre as concordou com a utilização de prova emprestada não é suficiente

acionadas GRUPO HELGA (DISTR IBUIDORA HELGA para inviabilizar a sua utilização nestes autos. Precedentes.

COSMETICOS LTDA - ME, HELGA COSMETICOS LTDA - ME, Recurso de revista não conhecido" (TST, ARR - 3600-

HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ME, ORIGINAL 29.2010.5.12.0031 Data de Julgamento: 15/02/2017, Relator

COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, MULTIPLA Ministro: José Roberto Freire Pimenta, 2ª Turma, Data de

COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - EPP, BELLA Publicação: DEJT 17/02/2017).

COSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE COSMETICOS "B) RECURSO DE REVISTA. 1. NULIDADE DA SENTENÇA.

LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, ERICA CERCEAMENTO DE DEFESA. UTILIZAÇÃO DE PROVA

PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS EMPRESTADA SEM ANUÊNCIA. O Regional entendeu que a

COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX utilização de prova emprestada consubstanciada em certidão de

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX averiguação produzida em outros autos, no qual a reclamada figura

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME e como parte, não configura cerceamento de defesa, ante a

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semelhança fática existente entre os processos, assim como da de seu valor".

observância do contraditório e da ampla defesa. Com efeito, esta No caso, em relação ao pedido de pagamento do FGTS e multa

Corte tem se posicionado no sentido de ser possível a utilização da rescisória, o reclamante fez pedido certo, determinado e com

prova emprestada, não sendo imprescindível a anuência da parte indicação do valores pois da sua causa de pedir, entende-se

adversa. Recurso de revista não conhecido" (TST, RR - 940- logicamente que o autor fora demitido sem justa causa e sem

27.2013.5.18.0181 Data de Julgamento: 09/11/2016, Relatora recebimento de suas verbas rescisórias, fato este, incontroverso

Ministra: Dora Maria da Costa, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT nos autos.

11/11/2016). Na narrativa dos fatos, o acionante afirmou que ingressou na

Preliminar rejeitada. reclamada no dia 01/08/2010, para exercer a função de gerente,

INÉPCIA DA INICIAL sendo demitida sem justa causa em 29/03/2018; que o último

Requer o Recorrente, o reconhecimento da inépcia do pedido salário percebido foi de R$ 3.200,00 (três mil e duzentos reais); que

relativo às parcelas de FGTS + 40%, e a extinção do pleito sem quando de sua demissão não recebeu qualquer valor, assim como

resolução de mérito, à luz do que dispõe o art. 485, I, do CPC/15, não fora liberado Seguro Desemprego e FGTS, motivo pelo qual

sob o fundamento de que, a parte recorrida, em sua peça de pleiteia a liberação dos mesmos em sede de tutela antecipada; que

ingresso, inobstante tenha somente assentado as datas de ingresso o FGTS se encontra depositado apenas de forma parcial, apenas o

e de dispensa, realizou o pedido correspondente às parcelas de valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais).

FGTS, em conjunto com a indenização adicional de 40% sobre o Em seguida, requereu que, Tendo em vista os argumentos jurídicos

saldo fundiário. apresentados, ajuíza-se a presente Reclamação Trabalhista no

Sem razão. intuito de serem satisfeitos todos os direitos da reclamante, quais

O processo trabalhista é regido pelo princípio da simplicidade das sejam: Saldo Salário, Aviso Prévio de 51 dias, 13º salário e férias

formas, consagrado no art. 840, § 1º, da CLT, segundo o qual basta sobre aviso prévio, FGTS sobre rescisão, 13º salário proporcional

uma breve exposição dos fatos para se considerar apta a exordial. 3/12 de 2018, férias simples 2016/2017 e proporcionais 2017/2018

Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal. todas acrescidas do terço constitucional, FGTS e multa de 40%.

§ 1º - Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do Em relação ao rol dos pedidos, o autor requereu a condenação da

Presidente da Junta, ou do juiz de direito a quem for dirigida, a reclamada ao pagamento das verbas rescisórias, incluindo FGTS E

qualificação do reclamante e do reclamado, uma breve exposição MULTA DE 40% DO FGTS.

dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, a data e a assinatura Em decorrência do princípio da simplicidade, que norteia o processo

do reclamante ou de seu representante. trabalhista, o qual não sofreu alterações com a Lei nº 13.467, de

§ 1o Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do 2017, a petição inicial ora em análise preencheu os requisitos do

juízo, a qualificação das partes, a breve exposição dos fatos de que art. 840 , da CLT, a qual, frise-se, não dificultou a defesa das

resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser certo, determinado e acionadas.

com indicação de seu valor, a data e a assinatura do reclamante ou Rejeita-se.

de seu representante. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) DO MÉRITO

§ 2º - Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em 2 (duas) FORMAÇÃO DE GRUPO ECONÔMICO.

vias datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no Na peça de ingresso, requer o reclamante que seja caracterizada a

que couber, o disposto no parágrafo anterior. condição da segunda (VRX COMÉRCIO COSMÉTICOS E

§ 2o Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em duas vias BIJUTERIAS LTDA) e terceira reclamada (HANOVA

datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no que COSMÉTICOS), de responsáveis solidárias pelos encargos

couber, o disposto no § 1o deste artigo. (Redação dada pela Lei nº trabalhistas da primeira reclamada, HELGA COSMÉTICOS, em

13.467, de 2017) função da existência de grupo econômico.

§ 3o Os pedidos que não atendam ao disposto no § 1o deste artigo Afirma que a primeira, segunda e terceira reclamadas foram

serão julgados extintos sem resolução do mérito. (Incluído pela Lei criadas, são dirigidas e controladas pelo pela Sra. Erica Pontes de

nº 13.467, de 2017) Meneses, que não aparece no contrato social da terceira

Como se observa, a Lei n. 13.467/17 fez referência expressa aos reclamada, HANOVA COSMÉTICOS, pois utilizou terceiro como

requisitos da petição inicial trabalhista, dispondo no § 1º do art. 840 laranja.

da CLT que o pedido deva "ser certo, determinado e com indicação Ressalta, que os objetos sociais das empresas são

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complementares, visto todas possuírem o mesmo objeto social e A nova redação do art. 2º, além de manter a hipótese do grupo

finalidade, sendo patente a formação de grupo econômico entre econômico hierarquizado ou sob subordinação, introduz,

elas. expressamente, o outro modelo de grupo econômico, vertical, ou

No mérito, defende a recorrente, em síntese, a inexistência de fusão sob coordenação, trazendo para o texto legal, o entendimento dos

e formação de grupo econômico com o GRUPO HELGA, sendo Tribunais Regionais do Trabalho e do TST quanto a configuração de

indevida a sua responsabilidade solidária pelos créditos deferidos grupo econômico.

ao autor na presente reclamação trabalhista. Com relação a este modelo de grupo econômico coordenado, a

Argumenta que, em que pese tenha havido, nas redes sociais, um Desembargadora Dra. Vólia Bomfim Cassar, do TRT da 1ª Região,

anúncio de fusão entre os conglomerados Helga e Hanova, por em seu livro Direito do Trabalho, afirma que:

certo, tal reagrupamento não ocorreu, máxime porque a sucessão Os grupos econômicos por coordenação se apresentam quando

empresarial somente é possível em face de pessoas jurídicas houver reunião de interesses para execução de determinado

regularmente constituídas, o que não é o caso dos grupos empreendimento, tendo ou não o mesmo controle ou administração

econômicos, os quais não possuem personalidade jurídica própria, comum. Logo, os grupos por coordenação podem ter relação de

mas tão somente exteriorizam a arregimentação de sociedades que controle entre si, numa linha horizontal e não vertical. Isto é, não

possuam atuação integrante em face da comunhão de interesses, o haverá, no grupo horizontal, uma empresa controladora e outra(s)

que, também, não retrata o caso dos autos. controlada(s), uma líder (holding) e outras lideradas. Todas são

Esclarece, adiante, que há uma mera relação comercial, havendo interligadas entre si e, apesar de autônomas e independentes, estão

total independência entre as empresas do GRUPO HANOVA em interligadas pela ingerência, administração comum, como se

relação às componentes do GRUPO HELGA, sendo a recorrente, subordinadas umas às outras administrativamente. Por trás desta

mera fornecedora de produtos para o conglomerado empresarial administração comum pode estar um sócio ou alguns sócios ou

HELGA, sem haver contudo, qualquer integração de interesses pessoa física no controle.(CASSAR, 2017,p.429).

entre as empresas ou atuação conjunta. Logo, o aproveitamento dos serviços prestados pelo trabalhador por

À análise. sociedades empresárias que mantenham relação de coordenação

A lei nº 13.467, de 13 de julho de 2017 que alterou a Consolidação entre si, formando o grupo econômico trabalhista, serão todas, por

das Leis do Trabalho (CLT) trouxe novos parâmetros para consequência, responsabilizadas pela contraprestação devida ao

responsabilização de empresas terceiras. obreiro, atraindo a incidência do § 2º do artigo 2º da CLT

A nova redação alterou o parágrafo 2º e acrescentou o parágrafo 3º (coordenação interempresarial).

a este artigo, conforme transcrição seguinte: Estabeleceu, igualmente, que "não caracteriza grupo econômico a

Art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, mera identidade de sócios. Assim, o patrimônio de empresas que

que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria têm sócios comuns, porém com atuam em setores diversos, estarão

e dirige a prestação pessoal de serviço. resguardadas.

§ 1º - Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da Portanto, a análise da existência ou não da formação de um grupo

relação de emprego, os profissionais liberais, as instituições de econômico, deve-se observar o princípio da primazia da realidade,

beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem para que cada caso seja analisado com suas peculiaridades, sendo

fins lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados. ônus do autor a prova de suas alegações ( art. 818, da CLT c/c art.

§ 2º Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada 373, do NCPC).

uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a No caso em análise, o autor fundamenta sua pretensão com base

direção, controle ou administração de outra, ou ainda quando, em notícias veiculadas nas redes sociais de possível fusão entre os

mesmo guardando cada uma sua autonomia, integrem grupo grupos Helga Cosméticos e HNV, assim como colaciona fotos em

econômico, serão responsáveis solidariamente pelas que retrata parcerias entre as duas empresas, ID. 0d53e9e, sem,

obrigações decorrentes da relação de emprego. contudo, apresentar qualquer prova que indique ter realmente

§ 3º Não caracteriza grupo econômico a mera identidade de ocorrido a "FUSÃO" das empresas, ou qualquer relação de

sócios, sendo necessárias, para a configuração do grupo, a coordenação entre elas.

demonstração do interesse integrado, a efetiva comunhão de Ao revés, a acionada Hanova Indústria e Comércio de Cosméticos

interesses e a atuação conjunta das empresas dele integrantes. Ltda colacionou aos autos documentos que demonstram a relação

(destaquei) de vendas de mercadorias para as empresas integrantes do grupo

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 321
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Helga (CRX COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA e Rosangela eram gerentes da Helga; (...)." ( grifos nosso)

ME, ALENCARINE COSMETICOS COMERCIO VAREJISTA E Conforme se extrai do depoimento supra, não se trata o caso de "

TREINAMENTO EIREL, HELGA MEDZA SALES & CIA LTDA -ME, fusão" entre as empresas, tanto que a partir da reunião ocorrida em

ORIGINAL COMERCIO DE COSMETICOS LTDA ME, VRX julho de 2017, nada foi alterado na estrutura organizacional da

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA ME, JOSE empresa, assim como layout das lojas, tratando-se, na verdade, de

ALENCAR SALES JUNIOR- ME, ORIGINAL COMERCIO DE um marketing e ações para incremento das vendas, através da

COSMETICOS LTDA- ME, tais como notas fiscais de vendas de fornecedora dos produtos, empresa HANOVA INDUSTRIA E

mercadorias, termo de confissão de dívida e e-mails em que se COMERCIO DE COSMETICOS LTDA, fato este, confirmado pelos

evidencia a parceria comercial entre as empresas ( venda de depoimentos de reclamantes e testemunhas dos processos

mercadorias), ID. de4b07e, ID. 4c4a838. utilizados como provas emprestadas nos autos, vejamos:

Na audiência de instrução, as reclamadas requerem a juntada de Convocada a primeira testemunha arrolada pelas Reclamadas

provas emprestadas (processos nºs. 461-92.2018.5.07.0010, 470- HANOVA INDUSTRIA E COMERCIO DE COSMETICOS LTDA -

54.2018.5.07.0010 e 471-39.2018.5.07.0010, tendo a autora ME, AL PARTICIPACOES LTDA, ANDERSON LUID DOS

concordado com a juntada dos referidos depoimentos. SANTOS SEVERO - ME e MULT DISTRIBUIDORA DE

No termo de audiência relativo ao processo nº. 0000461- COSMETICOS LTDA, Sr(a). Emanuel Rodrigues de Albuquerque

92.2018.5.07.0010, a testemunha da reclamante afirmou que: (...): "que trabalha na Hanova desde março/2016 como gerente

Primeira testemunha arrolada pela parte Reclamante Sr(a). administrativo financeiro; ." ÀS PERGUNTAS DO(A) PATRONO(A)

Francisca Edinusia Alves de Sousa: " (...)"que trabalhou na DO(A) PARTE RECLAMADA RESPONDEU: "que na metade do

reclamada Helga Cosméticos de 01/06/2006 a 23/02/2018 na segundo semestre de 2017 houve uma reunião da Helga com a

função de vendedora; que o reclamante, depoente e todos os Hanova para uma parceria de fornecimento de produtos, pois a

funcionários foram demitidos sem pagamento de verbas rescisórias Hanova é uma industria; que o fornecimento dos produtos continuou

e nem do salário do último mês; que depoente trabalhou até da mesma forma, pois a Helga permaneceu como uma cliente

23/fevereiro/2018, não sabendo o ultimo dia labutado pelo norma; que a parceria teve o objetivo de aumentar o volume de

reclamante; que recebia ordem direta dos gerentes Luxeles, vendas nas lojas e de fato aumentou, mas só no primeiro mês,

Rosângela, Francisca Cirlane, os quais eram gerentes da loja pois logo em seguida a Helga entrou novamente em dificuldades

do shopping Central da Helga Nendza Sales .". ÀS PERGUNTAS financeiras e não conseguiu pagar os produtos que comprava, pois

DO(A) PATRONO(A) DO(A) PARTE RECLAMANTE RESPONDEU: a divida já estava muito alta, de modo que a Helga não conseguia

"que houve uma reunião num domingo de julho/2017 onde foi pagar nada na sua totalidade; que é uma prática comum serem

comunicada a fusão da Hanova com a Helga Cosmeticos onde feitas ações com as distribuidoras para estimular as vendas, e

foram apresentados os novos patrões como sendo: Aline os proprietários da Hanova comparecem pelo fato de que o

Severo e seu esposo Anderson ambos donos da Hanova; que a distribuidor Helga ser de grande porte, como também de outros

a partir daí a prioridade era para vender os produtos da Hanova distribuidores; que na época da parceria a Helga já estava em

e Lavi, mesmo tendo outras marcas, mas a Hanova e Lavi débito com a Hanova; que a Hanova não colocou pessoas na

deveriam estar em primeiro lugar nas vendas; que antes da lojas da Helga, muito menos assumiu o comando dessa; que a

reunião já vendiam todo tipo de produto e de varias marcas, continuou a vendendo normalmente para as outras lojas, como

inclusive dos ora citados; que os proprietários da Helga e Hanova Cosbel, Anavi, Iap e outras; que não houve a fusão da Hanova com

estavam presentes na reunião, sendo Erica PontesMenezes e a Helga; que havia procedimento de cobrança normal das vendas

Alencar Junior proprietários da Helga.". ÀS PERGUNTAS DO DO(A) dos produtos Hanova;." ÀS PERGUNTAS DO DO(A) PATRONO(A)

PATRONO(A) DO(A) PARTE RECLAMADA RESPONDEU: "que DO(A) PARTE RECLAMANTE RESPONDEU: "que a reunião tem

depois da reunião depoente continuou trabalhando na mesma um caráter de marketing e não para apresentar fusão; que não

loja e o reclamante também, mas ambos trabalhavam em lojas houve comunicação formal da fusão entre a Hanova e Helga, mas

diferentes; que na reunião estavam os vendedores e gerentes; depoente soube que foi feita uma postagem no instagram da

que a faixada das lojas continuaram iguais; que não houve Helga onde foi usado o termo fusão com a Hanova; que quanto

mudança da chefia após a reunião, mas a sua chefe Luxeles ao doc. de fl. 8 se tratam das pessoas de Anderson (proprietário da

teve um problema de saúde e foi transferida para loja de Hanova) e Junior (proprietária da Helga) e o doc. de fl. 9 tratam das

Messejana, tendo ficado como gerente Rosangela; que Luxeles pessoas Aline (proprietária da Hanova) e Erica (proprietária da

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 322
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Helga); (...)."( grifos nosso) estrutura jurídica da empresa, o que in casu, não há provas nos

No termo de audiência relativo ao processo nº. 0000470- autos, não sendo suficiente a propaganda disseminada em reunião

54.2018.5.07.0010, o reclamante afirmou que : de empregados e redes sociais.

O DEPOIMENTO PESSOAL DO RECLAMANTE: '" que depoente O que extrai dos depoimentos, é que a ideia inicial de postar nas

era subgerente, que atuava em várias lojas da Helga e trabalhou até redes sociais de que haveria a fusão das empresas, trata-se, tão

07/04/2018 porque as lojas fecharam, tendo a sra. Erica Pontes somente, de marketing para alavancar as vendas da empresa

(dona da Helga, esposa de Alencar Junior) comunicado a dispensa Helga, a qual, na época, já se encontrava com dificuldades

os quais eram chefes do depoente; (...) ; que a Helga vendia financeiras.

produtos de marca própria (Lavi), mas também da Hanova, Fatore, Diante do exposto, considerando que a autora não se desincumbiu

Corpo Dourado e outros; que em julho/2017 houve a fusão da de seu ônus probatório, reforma-se a sentença para excluir a

Hanova com a Helga, no que a prioridade passou a ser para vender responsabilidade solidária da reclamada HNV INDÚSTRIA E

produtos da Hanova e Lavi, mas ainda assim, a Helga continuou a COSMÉTICOS LTDA.

vender produtos de outras marcas que já tinham estoque nas DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

lojas, e também continuou comprando produtos de outras Uma vez excluída a responsabilidade solidária da ora recorrente, o

marcas para vender nas suas lojas; que as fachadas das lojas presente apelo, no ponto, segue a sorte do principal.

da Helga continuaram com o mesmo nome, após a fusão, e as CONCLUSÃO DO VOTO VENCIDO:

notas fiscais das vendas eram com o nome da Helga; que a

fusão da Helga e Hanova foi para o crescimento da Helga, mas Isto posto, voto pelo conhecimento do recurso ordinário para,

o dia a dia de trabalho continuou o mesmo de antes, porém rejeitar as preliminares suscitadas e, no mérito, dar-lhe provimento

com a informação de que deveriam vender mais os produtos da para excluir a responsabilidade solidária da reclamada HNV

Helga. ( grifos nosso) INDÚSTRIA E COSMÉTICOS LTDA."

Primeira testemunha arrolada pela parte Reclamante Sr(a).

Maria Irlane Silva Santos Desiderio: " (...) que no final de CLAUDIO SOARES PIRES

julho/2017 foram convocadas para uma reunião no hotel meridional Desembargador Redator Designado

no centro da cidade onde foi comunicada por Alencar Junior, Erica

Pontes e Aline Severo, a fusão da Helga e Hanova, com promessas FORTALEZA/CE, 28 de fevereiro de 2020.

de que tudo iria mudar com a chegada de novos produtos, mas na

pratica tudo continuou do mesmo jeito, pois continuou MARIA DO SOCORRO RODRIGUES GONCALVES

chegando produtos da marca propria da Helga (lavi) e da Helga, Diretor de Secretaria

os quais tinham prioridade para serem vendidos, e das outras


Processo Nº ROT-0000419-19.2018.5.07.0018
marcas continuaram escassos; que sempre recebeu ordens Relator CLAUDIO SOARES PIRES
das mesmas pessoas (Erica e Alencar), os quais pagavam o RECORRENTE BRC - BRAZIL COSMETICS LTDA
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
salário da depoente; que todas as lojas da Helga fecharam; .". MENDES
(...).( grifos nosso) LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRENTE MULT DISTRIBUIDORA DE
No termo de audiência relativo ao processo nº. 0000471- COSMETICOS LTDA
39.2018.5.07.0010 a reclamante afirmou que: EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE)
SOUSA ARAGÃO
DEPOIMENTO PESSOAL DO RECLAMANTE MARIA CLEOMAR RECORRENTE JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME
FERREIRA DE SOUSA ALMEIDA: " (...) que depoente era gerente ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES
da loja Helga situada na Rua Floriano Peixoto 577, e trabalhou de LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
01/03/2003 até 14/04/2018: " (...)que as fachadas das lojas da RECORRENTE ROBERTO NENDZA - ME
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
Helga continuaram com o mesmo nome, após a fusão, e as notas MENDES
fiscais das vendas eram com o nome da Helga; que a fusão da LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRENTE CRX COMERCIO DE COSMETICOS E
Helga e Hanova foi para o crescimento da Helga, mas o dia a dia de BIJUTERIAS LTDA - ME
trabalho continuou o mesmo de antes, porém com a informação de ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES
que deveriam vender mais os produtos da Hanova; (...)." LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
Havendo fusão ou incorporação de empresas, há a alteração na RECORRENTE AL PARTICIPACOES LTDA

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 323
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE) EDUARDO FONTENELE ADVOGADO(OAB: 19970/CE)


SOUSA ARAGÃO MOTA
RECORRENTE HNV INDUSTRIA E COMERCIO DE RECORRIDO ORIGINAL COMERCIO DE
COSMETICOS LTDA - ME COSMETICOS LTDA - ME
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE) LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
SOUSA ARAGÃO ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
RECORRENTE ALENCARINE COSMETICOS MENDES
COMERCIO VAREJISTA E RECORRIDO ALENCARINE COSMETICOS
TREINAMENTOS EIRELI COMERCIO VAREJISTA E
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) TREINAMENTOS EIRELI
MENDES LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
RECORRENTE LUCHELYS DE ALENCAR MARTINS MENDES
EDUARDO FONTENELE ADVOGADO(OAB: 19970/CE) RECORRIDO CRX COMERCIO DE COSMETICOS E
MOTA BIJUTERIAS LTDA - ME
RAFFAEL DUTRA LIMA ADVOGADO(OAB: 29332/CE) LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RIBEIRO ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
RECORRENTE ERICA PONTES DE MENESES MENDES
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) RECORRIDO J R COMERCIO DE COSMETICOS
MENDES LTDA - ME
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRENTE HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
- ME MENDES
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) RECORRIDO ERICA PONTES DE MENESES
MENDES LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
RECORRENTE ORIGINAL COMERCIO DE MENDES
COSMETICOS LTDA - ME RECORRIDO JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
MENDES
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) MENDES
RECORRIDO ANDERSON LUID DOS SANTOS RECORRIDO DISTRIBUIDORA HELGA
SEVERO - ME COSMETICOS LTDA - ME
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE) LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
SOUSA ARAGÃO
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
RECORRIDO AL PARTICIPACOES LTDA MENDES
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE) RECORRIDO HELGA COSMETICOS LTDA - ME
SOUSA ARAGÃO
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRIDO MULT DISTRIBUIDORA DE
COSMETICOS LTDA ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE)
SOUSA ARAGÃO RECORRIDO VRX COMERCIO DE COSMETICOS E
BIJUTERIAS LTDA - ME
RECORRIDO ROBERTO NENDZA - ME
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) MENDES
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
MENDES
TERCEIRO JOSE ALENCAR SALES JUNIOR
RECORRIDO HNV INDUSTRIA E COMERCIO DE INTERESSADO
COSMETICOS LTDA - ME
TERCEIRO ERICA PONTES DE MENESES
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE) INTERESSADO
SOUSA ARAGÃO
RECORRIDO BRC - BRAZIL COSMETICS LTDA
Intimado(s)/Citado(s):
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) - AL PARTICIPACOES LTDA
MENDES
RECORRIDO MULTIPLA COMERCIO DE
COSMETICOS LTDA - EPP
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) PODER JUDICIÁRIO
MENDES
JUSTIÇA DO TRABALHO
RECORRIDO BELLA COSMETICOS LTDA - EPP
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES PROCESSO nº 0000419-19.2018.5.07.0018 (RO)
RECORRIDO HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA
- ME RECORRENTE: JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, HELGA
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) NENDZA SALES & CIA LTDA - ME, ORIGINAL COMERCIO DE
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES COSMÉTICOS LTDA - ME, ERICA PONTES DE MENESES,
RECORRIDO LUCHELYS DE ALENCAR MARTINS ALENCARINE COSMÉTICOS COMERCIO VAREJISTA E
RAFFAEL DUTRA LIMA ADVOGADO(OAB: 29332/CE)
RIBEIRO TREINAMENTOS EIRELI, CRX COMERCIO DE COSMÉTICOS E

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 324
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

BIJUTERIAS LTDA - ME, ROBERTO NENDZA - ME, HNV LTDA - ME; JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME; ERICA

INDÚSTRIA E COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME, AL PONTES DE MENESES; ALENCARINE COSMÉTICOS

PARTICIPACOES LTDA, MULT DISTRIBUIDORA DE COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS; CRX COMERCIO

COSMÉTICOS LTDA, BRC - BRAZIL COSMETICS LTDA, DE COSMÉTICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME; VRX COMERCIO

LUCHELYS DE ALENCAR MARTINS DE COSMÉTICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME; ROBERTO

RECORRIDO: LUCHELYS DE ALENCAR MARTINS, VRX NENDZA - ME; HANOVA INDUSTRIA E COMERCIO DE

COMERCIO DE COSMÉTICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, COSMÉTICOS LTDA - ME; AL PARTICIPACOES LTDA;

ANDERSON LUID DOS SANTOS SEVERO - ME, BRC - BRAZIL ANDERSON LUID DOS SANTOS SEVERO - ME; MULT

COSMÉTICOS LTDA, MULT DISTRIBUIDORA DE COSMÉTICOS DISTRIBUIDORA DE COSMÉTICOS LTDA; BRC - BRAZIL

LTDA, AL PARTICIPACOES LTDA, HNV INDÚSTRIA E COSMETICS LTDA a pagar à reclamante LUCHELYS DE

COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME, ROBERTO NENDZA - ALENCAR MARTINS as seguintes parcelas: a.Saldo de salário (29

ME, CRX COMERCIO DE COSMÉTICOS E BIJUTERIAS LTDA - dias); b. Aviso prévio (51 dias); com reflexos no 13º salário e férias;

ME, ALENCARINE COSMÉTICOS COMERCIO VAREJISTA E c. Férias simples 2016/2017 e proporcionais (8/12 avos), acrescidas

TREINAMENTOS EIRELI, ERICA PONTES DE MENESES, J R de 1/3 constitucional; d. 13º salário proporcional 2018 (3/12 avos); e.

COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME, BELLA COSMÉTICOS FGTS + 40%; f. Multa do art. 467 da CLT, incidente sobre os valores

LTDA - EPP, MULTIPLA COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - e parcelas rescisórias constantes no TRCT (ID. 7ad3499), bem

EPP, ORIGINAL COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME, como sobre o FGTS não depositado e multa de 40% sobre todos os

HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ME, HELGA valores devidos a título de FGTS ao longo da contratualidade; g.

COSMÉTICOS LTDA - ME, DISTRIBUIDORA HELGA Multa do art. 477,§8º da CLT; h. Honorários advocatícios.

COSMÉTICOS LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - A sentença fora complementada pelos aclaratórios de ID. 7081a1b,

ME com o fito de sanear a sentença embargada, determinando a

RELATOR: FRANCISCO JOSÉ GOMES DA SILVA compensação do valor de R$ 10.710,34, vez que a quantia foi

REDATOR DESIGNADO: CLAUDIO SOARES PIRES recebida pela parte embargada, conforme comprovante de

transferência bancária de ID. 619A9a4.

EMENTA Aduz a recorrente, preliminarmente, que houve cerceamento de

RECURSO ORDINÁRIO. GRUPO ECONÔMICO. seu direito de defesa, ao argumento de que o juízo, ao adotar

CONFIGURAÇÃO. Confirma-se a sentença de origem que integralmente a motivação da sentença proferido na reclamatória

reconheceu a formação de grupo econômico entre as empresas trabalhista 0000471-51.2018.5.07.0006, construiu o seu

demandadas, quando se constata que além da complementaridade entendimento, por consequência, a partir das provas orais ali

entre os objetos sociais destas, há o interesse integrado, a consignadas, mas que, tais elementos probatórios não foram

comunhão de interesses e a atuação conjunta das empresas dele publicizadas à ora recorrente no presente feito, com vistas à

integrantes. Recurso conhecido e improvido. garantia do contraditório e da ampla defesa, verificando-se, pois,

RELATÓRIO uma patente violação ao que dispõe o art. 312 do CPC/15.

Designado para redigir o acórdão, peço vênia para adotar o relatório Destaca, em seguida, que os aludidos depoimentos também não

da lavra do Excelentíssimo Desembargador Relator Francisco José integram o arcabouço das provas emprestadas acostada aos autos,

Gomes da Silva, a seguir: mediante convenção de ambas as partes; que o Juízo a quo utilizou

"Trata-se de recurso ordinário ajuizado pela reclamada HNV como fundamento da procedência da pretensão autoral, da mera

INDUSTRIA E COSMÉTICOS LTDA interposto em face da decisão cópia de uma transcrição parcial realizada no bojo de uma sentença

do Juízo da 18ª Vara do Trabalho de Fortaleza (ID. 984dd8d), que proferida em processo paradigma, a qual, por sua vez, utilizou,

JULGOU a reclamatória PROCEDENTE EM PARTE, para naquele momento, o depoimento testemunhal na condição de prova

condenar, SOLIDARIAMENTE, as reclamadas DISTRIBUIDORA emprestada, a qual, por certo, não integra o presente feito.

HELGA COSMÉTICOS LTDA - ME; HELGA COSMÉTICOS LTDA Ressalta, igualmente, que as reportadas transcrições carregam

- ME; HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ME; ORIGINAL relatos fáticos que não integram as razões da exordial, impondo

COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME; MULTIPLA reconhecer a total inovação da lide, em absoluta violação ao art.

COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - EPP; BELLA 141 do CPC/15.

COSMÉTICOS LTDA - EPP; J R COMERCIO DE COSMÉTICOS Em razão do exposto, requer a nulidade da sentença e o retorno

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 325
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

dos autos para que haja um novo julgamento, desta feita, em Peço vênia para adotar os fundamentos do voto do Excelentíssimo

conformidade com o acervo fático-probatório do caso sub examine. Desembargador Relator Francisco José Gomes da Silva, quanto à

Adiante, requer o reconhecimento da inépcia do pedido relativo às apreciação das preliminares, nos seguintes termos:

parcelas de FGTS + 40%, a extinção do pleito sem resolução de "DA NULIDADE DA SENTENÇA- DA UTILIZAÇÃO DA PROVA

mérito, à luz do que dispõe o art. 485, I, do CPC/15, sob o EMPRESTADA - DO ALEGADO CERCEAMENTO DE DEFESA

fundamento de que, a parte recorrida, em sua peça de ingresso, Aduz a recorrente, preliminarmente, que houve cerceamento de seu

inobstante tenha somente assentado as datas de ingresso e de direito de defesa, ao argumento de que o juízo, ao adotar

dispensa, realizou o pedido correspondente às parcelas de FGTS integralmente a motivação da sentença proferida na reclamatória

em conjunto com a indenização adicional de 40% sobre o saldo trabalhista 0000471-51.2018.5.07.0006, construiu o seu

fundiário. entendimento, a partir das provas orais ali consignadas, mas que,

No mérito, defende a recorrente, em síntese, a inexistência de tais elementos probatórios não foram publicizadas à ora recorrente

fusão e formação de grupo econômico com o GRUPO HELGA, no presente feito, com vistas à garantia do contraditório e da ampla

sendo indevida a sua responsabilidade solidária pelos créditos defesa, verificando-se, pois, uma patente violação ao que dispõe o

deferidos ao autor na presente reclamação trabalhista. art. 312 do CPC/15.

Argumenta, em que pese tenha havido, nas redes sociais, um Destaca, em seguida, que os aludidos depoimentos também não

anúncio de fusão entre os conglomerados Helga e Hanova, por integram o arcabouço das provas emprestadas acostada aos autos,

certo, tal reagrupamento não ocorreu, máxime porque a sucessão mediante convenção de ambas as partes; que o Juízo a quo utilizou

empresarial somente é possível em face de pessoas jurídicas como fundamento da procedência da pretensão autoral, da mera

regularmente constituídas, o que não é o caso dos grupos cópia de uma transcrição parcial realizada no bojo de uma sentença

econômicos, os quais não possuem personalidade jurídica própria, proferida em processo paradigma, a qual, por sua vez, utilizou,

mas tão somente exteriorizam a arregimentação de sociedades que naquele momento, o depoimento testemunhal na condição de prova

possuam atuação integrante em face da comunhão de interesses, o emprestada, a qual, por certo, não integra o presente feito.

que, também, não retrata o caso dos autos. Ressalta, igualmente, que as reportadas transcrições carregam

Esclarece, adiante, que há uma mera relação comercial, havendo relatos fáticos que não integram as razões da exordial, impondo

total independência entre as empresas do GRUPO HANOVA em reconhecer a total inovação da lide, em absoluta violação ao art.

relação às componentes do GRUPO HELGA, sendo a recorrente, 141 do CPC/15.

mera fornecedora de produtos para o conglomerado empresarial Em razão do exposto, requer a nulidade da sentença e o retorno

HELGA, sem haver contudo, qualquer integração de interesses dos autos para que haja um novo julgamento, desta feita, em

entre as empresas ou atuação conjunta. conformidade com o acervo fático-probatório do caso sub examine.

Por fim, requer a reforma da decisão de modo a afastar a À análise.

inconstitucionalidade declarada de forma incidental do art. 791-A, Em audiência de instrução, as Reclamadas requereram a juntada

§4º, da CLT, haja vista inexistir afronta à Carga Magna, mormente de provas emprestadas, relativo aos depoimentos testemunhais dos

porque, nos ditames do art. 133 da Lei Maior, o advogado é processos 461-92.2018.5.07.0010, 470-54.2018.5.07.0010 e 471-

indispensável à administração da justiça, e, caso esta Colenda 39.2018.5.07.0010 (ID. bae0442, ID. ed35241, ID. 5cd9c24, ID.

Turma entenda de modo diverso, que seja observada o art. 97 da 8eb6395).

CRFB/1988, o qual prevê a cláusula de reserva de plenário para a O Juízo, ao proferir a sentença, utilizou para o reconhecimento da

manutenção da declaração de inconstitucionalidade. existência de Grupo Econômico entre as acionadas (Grupo Hanova-

Após devidamente notificada, a recorrida apresentou suas Helga) como prova emprestada, os fundamento os lançados na

contrarrazões, conforme documento de ID. 15ffc62. sentença prolatada nos autos do processo nº 0000471-

A matéria versada no presente recurso dispensa a obrigatoriedade 51.2018.5.07.0006, de lavra da magistrada Taciana Orlovicin

de parecer prévio da douta PRT (art. 109, do Regimento Interno)" Gonçalves Pita (ID. 984dd8d).

FUNDAMENTAÇÃO Nesse ponto, destaco, inicialmente, que o novo CPC trouxe

ADMISSIBILIDADE permissivo expresso quanto à possibilidade de utilização da prova

Acolhe-se o presente recurso, uma vez que preenchidos os emprestada, desde que observado o contraditório, conforme

requisitos de admissibilidade. previsão no art. 372, que assim dispõe:

PRELIMINARES Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 326
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

outro processo, atribuindo-lhe o valor que considerar adequado, NULIDADE PROCESSUAL NÃO CONFIGURADA. Esta Corte

observado o contraditório". admite a utilização da prova emprestada, desde que haja a

Assim, havendo previsão legal para utilização da prova emprestada identidade dos fatos considerados no documento emprestado e no

e, observando que no processo nº 0000471-51.2018.5.07.0006 as caso em julgamento, assim como ocorrido nesta hipótese, em que o

partes foram submetidas ao contraditório e, havendo identidade dos Regional registrou que"a prova emprestada foi produzida em

fatos probandos nos processos, rejeita-se a alegativa de processo judicial que envolvia as mesmas rés da presente ação,

cerceamento de defesa. tendo sido observadas as formalidades estabelecidas em lei para a

Quanto a alegativa de que as reportadas transcrições dos sua produção, bem como o princípio do contraditório. Segundo,

depoimentos carregam relatos fáticos que não integram as razões porque os fatos a serem comprovados guardam correlação com os

da exordial, não merece acolhida, posto que a causa de pedir da da presente ação. Terceiro, porque a referida prova emprestada foi

autora, no que se refere a responsabilidade solidária das acionadas, valorada pelo Juízo segundo o princípio do livre convencimento

trata justamente na alegada formação de grupo econômico entre as motivado, em conjunto com as demais provas dos autos".

empresas, objeto da prova naqueles autos. Importante salientar também que a utilização de prova emprestada

Os depoimentos constantes na prova emprestada utilizada pelo não está condicionada à prévia anuência e concordância das

Juízo a quo dizem respeito aos fatos relacionados pela autora, no partes. Assim, a mera alegação da reclamada de que não

que pertine a alegada formação de grupo econômico entre as concordou com a utilização de prova emprestada não é suficiente

acionadas GRUPO HELGA (DISTR IBUIDORA HELGA para inviabilizar a sua utilização nestes autos. Precedentes.

COSMETICOS LTDA - ME, HELGA COSMETICOS LTDA - ME, Recurso de revista não conhecido" (TST, ARR - 3600-

HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ME, ORIGINAL 29.2010.5.12.0031 Data de Julgamento: 15/02/2017, Relator

COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, MULTIPLA Ministro: José Roberto Freire Pimenta, 2ª Turma, Data de

COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - EPP, BELLA Publicação: DEJT 17/02/2017).

COSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE COSMETICOS "B) RECURSO DE REVISTA. 1. NULIDADE DA SENTENÇA.

LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, ERICA CERCEAMENTO DE DEFESA. UTILIZAÇÃO DE PROVA

PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS EMPRESTADA SEM ANUÊNCIA. O Regional entendeu que a

COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX utilização de prova emprestada consubstanciada em certidão de

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX averiguação produzida em outros autos, no qual a reclamada figura

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME e como parte, não configura cerceamento de defesa, ante a

ROBERTO NENDZA - ME) e GRUPO HANOVA - HNV (HANOVA semelhança fática existente entre os processos, assim como da

INDUSTRIA E COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, AL observância do contraditório e da ampla defesa. Com efeito, esta

PARTICIPAÇÕES LTDA, ANDERSON LUID DOS SANTOS Corte tem se posicionado no sentido de ser possível a utilização da

SEVERO - ME e MULT DISTRIBUIDORA DE COSMETICOS prova emprestada, não sendo imprescindível a anuência da parte

LTDA), assim como referem-se as mesmas demandadas, sendo adversa. Recurso de revista não conhecido" (TST, RR - 940-

permitido sua valoração como se houvesse sido produzida 27.2013.5.18.0181 Data de Julgamento: 09/11/2016, Relatora

diretamente nos autos examinados. Ministra: Dora Maria da Costa, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT

Nesse ponto, frise-se, não há vício em virtude de o Juízo ter 11/11/2016).

utilizado a fundamentação da sentença, a qual considerou para Preliminar rejeitada.

formação do convencimento da magistrada, depoimentos os quais INÉPCIA DA INICIAL

foram respeitados o contraditório quando produzida em processos Requer o Recorrente, o reconhecimento da inépcia do pedido

judiciais, máxime,quando envolvendo a mesma empresa e quando relativo às parcelas de FGTS + 40%, e a extinção do pleito sem

os fatos guardam correlação com os da presente ação. resolução de mérito, à luz do que dispõe o art. 485, I, do CPC/15,

Nesse mesmo entendimento, colaciona-se a atual jurisprudência do sob o fundamento de que, a parte recorrida, em sua peça de

Tribunal Superior do Trabalho, in verbis: ingresso, inobstante tenha somente assentado as datas de ingresso

UTILIZAÇÃO DE PROVA EMPRESTADA. POSSIBILIDADE. e de dispensa, realizou o pedido correspondente às parcelas de

IDENTIDADE FÁTICA. MESMAS RECLAMADAS. FGTS, em conjunto com a indenização adicional de 40% sobre o

DESNECESSIDADE DE PRÉVIA CONCORDÂNCIA DA PARTE saldo fundiário.

CONTRÁRIA. AUSÊNCIA DE CERCEAMENTO DE DEFESA. Sem razão.

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 327
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

O processo trabalhista é regido pelo princípio da simplicidade das sejam: Saldo Salário, Aviso Prévio de 51 dias, 13º salário e férias

formas, consagrado no art. 840, § 1º, da CLT, segundo o qual basta sobre aviso prévio, FGTS sobre rescisão, 13º salário proporcional

uma breve exposição dos fatos para se considerar apta a exordial. 3/12 de 2018, férias simples 2016/2017 e proporcionais 2017/2018

Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal. todas acrescidas do terço constitucional, FGTS e multa de 40%.

§ 1º - Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do Em relação ao rol dos pedidos, o autor requereu a condenação da

Presidente da Junta, ou do juiz de direito a quem for dirigida, a reclamada ao pagamento das verbas rescisórias, incluindo FGTS E

qualificação do reclamante e do reclamado, uma breve exposição MULTA DE 40% DO FGTS.

dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, a data e a assinatura Em decorrência do princípio da simplicidade, que norteia o processo

do reclamante ou de seu representante. trabalhista, o qual não sofreu alterações com a Lei nº 13.467, de

§ 1o Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do 2017, a petição inicial ora em análise preencheu os requisitos do

juízo, a qualificação das partes, a breve exposição dos fatos de que art. 840 , da CLT, a qual, frise-se, não dificultou a defesa das

resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser certo, determinado e acionadas.

com indicação de seu valor, a data e a assinatura do reclamante ou Rejeita-se."

de seu representante. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) DO MÉRITO

§ 2º - Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em 2 (duas) GRUPO ECONÔMICO. CONFIGURAÇÃO.

vias datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no A sentença reconheceu o grupo econômico entre as empresas

que couber, o disposto no parágrafo anterior. demandadas, consoante os seguintes fundamentos:

§ 2o Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em duas vias "Diante da identidade da matéria (fática e jurídica), adoto

datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no que integralmente os fundamentos lançados na brilhante sentença

couber, o disposto no § 1o deste artigo. (Redação dada pela Lei nº prolatada nos autos da 0000471-51.2018.5.07.0006, de lavra da

13.467, de 2017) magistrada Taciana Orlovicin Gonçalves Pita, acerca da

§ 3o Os pedidos que não atendam ao disposto no § 1o deste artigo responsabilidade das empresas demandadas, nos termos a seguir:

serão julgados extintos sem resolução do mérito. (Incluído pela Lei 'Afirma a parte reclamante que as empresas que compõem o antigo

nº 13.467, de 2017) GRUPO HELGA (DISTRIBUIDORA HELGA COSMETICOS LTDA -

Como se observa, a Lei n. 13.467/17 fez referência expressa aos ME, HELGA COSMETICOS LTDA - ME, HELGA NENDZA SALES

requisitos da petição inicial trabalhista, dispondo no § 1º do art. 840 & CIA LTDA - ME, ORIGINAL COMERCIO DE COSMETICOS

da CLT que o pedido deva "ser certo, determinado e com indicação LTDA - ME, MULTIPLA COMERCIO DE COSMETICOS LTDA -

de seu valor". EPP, BELLA COSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE

No caso, em relação ao pedido de pagamento do FGTS e multa COSMETICOS LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME,

rescisória, o reclamante fez pedido certo, determinado e com ERICA PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS

indicação do valores pois da sua causa de pedir, entende-se COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX

logicamente que o autor fora demitido sem justa causa e sem COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX

recebimento de suas verbas rescisórias, fato este, incontroverso COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME e

nos autos. ROBERTO NENDZA - ME) são dirigidas e coordenadas pelos

Na narrativa dos fatos, o acionante afirmou que ingressou na sócios José Alencar Sales Júnior e Érica Pontes de Meneses. Alega

reclamada no dia 01/08/2010, para exercer a função de gerente, que, em meados de 2017, os sócios do Grupo Helga iniciaram

sendo demitida sem justa causa em 29/03/2018; que o último negociações para fusão com o Grupo Hanova (HNV), fusão de

salário percebido foi de R$ 3.200,00 (três mil e duzentos reais); que empresas esta que foi oficialmente tornada pública em julho de

quando de sua demissão não recebeu qualquer valor, assim como 2017, expondo o rol de empresas que compõem o Grupo Hanova -

não fora liberado Seguro Desemprego e FGTS, motivo pelo qual HNV (HANOVA INDUSTRIA E COMERCIO DE COSMETICOS

pleiteia a liberação dos mesmos em sede de tutela antecipada; que LTDA - ME, AL PARTICIPAÇÕES LTDA, ANDERSON LUID DOS

o FGTS se encontra depositado apenas de forma parcial, apenas o SANTOS SEVERO - ME e MULT DISTRIBUIDORA DE

valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais). COSMETICOS LTDA), à época todas dirigidas pelos sócios

Em seguida, requereu que, Tendo em vista os argumentos jurídicos Anderson Luid Santos Severo e Aline Cristina Silva Souza Severo.

apresentados, ajuíza-se a presente Reclamação Trabalhista no Sustenta que, a partir de julho de 2017, independentemente do

intuito de serem satisfeitos todos os direitos da reclamante, quais cumprimento das obrigações legais para efetivação da fusão, qual

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 328
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seja a extinção das pessoas jurídicas da empresa incorporada com grupo com as demais reclamadas, noticiando que são fornecedoras

o surgimento de uma nova, tal fusão de fato ocorreu e todos os de produtos à rede varejista, sendo uma das principais, o grupo

empregados passaram à subordinação do Grupo Hanova-Helga, o HELGA, não tendo havido a fusão alegada, apenas relação

qual configura grupo econômico por coordenação, impondo a fornecedor-cliente. Informam, ainda, que os fundos de comércio de

responsabilização solidária entre as empresas do grupo. Entende empresas do Grupo Helga foram alienados por seus sócios-

que a fusão entre as empresas com a criação, em outubro de 2017, proprietários da Helga para a empresa DX GROUP

da empresa MULT DISTRIBUIDORA DE COSMÉTICOS (de que PARTICIPAÇÕES E INVESTIMENTOS LTDA, que, por sua vez,

eram sócios o filho dos sócios do Grupo Helga e a mãe do sócio do não possuiria qualquer ligação com o Grupo Hanova, tratando-se de

Grupo Hanova), teria como única finalidade ocultar os sócios de fato empresa de investimentos de proveniente São Paulo.

da nova empresa e ainda o de conseguir nova linha de crédito na A demandada AL PARTICIPACOES LTDA nega a formação de

praça. Postula, caso não se conclua pela existência de grupo grupo econômico com quaisquer das demais empresas.

econômico, que se reconheça a sucessão empresarial de todas as A reclamada MULT DISTRIBUIDORA DE COSMETICOS LTDA

empresas do Grupo Helga por HNV INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE alega que nunca existiu de fato e nega a formação de grupo

COSMÉTICOS LTDA. Alega, ainda, que a empresa BRC BRAZIL econômico com quaisquer das demais empresas.

COSMÉTICOS LTDA adquiriu em Recuperação Judicial os direitos A ré BRC - BRAZIL COSMETICS LTDA informa que comprou os

da marca mista "Helga" por cinco anos, sem jamais exercer direitos de uso da marca HELGA, não estando a reclamante sob

qualquer gerência direta, pois o Sr. José Alencar Sales Júnior suas ordens, refutando a formação de grupo econômico com

continuou a exercer a direção, gerência e coordenação das quaisquer das demais empresas reclamadas e pleiteia que, em

empresas. Por essa razão, pretende a responsabilização solidária caso de condenação, seja de forma subsidiária.

da ré BRC BRAZIL COSMÉTICOS LTDA, uma vez identificada a Pois bem.

fraude ocorrida e a evidente direção do efetivo sócio do Grupo Inicialmente, declaro a responsabilidade solidária das empresas

Helga. DISTRIBUIDORA HELGA COSMETICOS LTDA - ME, HELGA

Em suas contestações, as rés negam a formação de grupo COSMETICOS LTDA - ME, HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA -

econômico entre as empresas do Grupo Helga e Hanova As ME, ORIGINAL COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME,

reclamadas DISTRIBUIDORA HELGA COSMETICOS LTDA - ME, MULTIPLA COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - EPP, BELLA

HELGA COSMETICOS LTDA - ME, HELGA NENDZA SALES & CIA COSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE COSMETICOS

LTDA - ME, ORIGINAL COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, ERICA

MULTIPLA COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - EPP, PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS

BELLACOSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX

COSMETICOS LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX

ERICA PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME,

COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX ROBERTO NENDZA - ME (1ª a 13ª reclamadas), nos termos do §

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX 2º do art. 2º da CLT, as quais reconheceram a formação de grupo

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, econômico entre si, encontrando-se, dentre estas, a empregadora.

ROBERTO NENDZA - ME (1ª a 13ª reclamadas), não refutam o Quanto ao grupo econômico alegado em relação aos grupos

grupo econômico entre si, tendo contestado a formação de grupo HELGA e HANOVA, a autora juntou aos autos várias fotografias

com as empresas do Grupo HANOVA (14ª a 16ª reclamadas), com com os Srs. Anderson Luid Dos Santos Severo, José Alencar Sales

a MULT DISTRIBUIDORA (17ª reclamada) e com a BCR (18ª Junior, Aline Cristina Silva Souza Severo e Érica Pontes de

reclamada), alegando que o grupo HANOVA tem como objeto social Meneses, sócios das empresa Hanova e Helga, divulgadas em meio

a produção de produtos de beleza, e que inexiste hierarquia e/ou digital em julho de 2017, anunciando a fusão entre as empresas do

coordenação entre as empresas. Sustenta que a BCR está sob a Grupo Helga com aquelas do Grupo Hanova (HNV), com

égide da Lei 11.101//05, tendo comprado o direito de utilização da fundamento na expansão e aquisições realizadas pelo grupo

marca "Helga" por cinco anos. HANOVA, podendo se perceber que nas fotos, aparece o diretor do

As reclamadas HANOVA INDUSTRIA E COMERCIO DE grupo HANOVA, o qual veste camisa com o nome HELGA NOVO

COSMETICOS LTDA - ME e ANDERSON LUID DOS SANTOS TEMPO e ainda uma figura que demonstra a junção de duas peças

SEVERO - ME reconhecem o grupo entre si e negam a formação de de quebra-cabeça nas quais constam os nomes dos dois grupos

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 329
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HANOVA e HELGA. Em que pese não haver alterações nas apontados conglomerados empresariais era de apenas fornecedor-

estruturas das empresas formadoras dos grupos, resta claro que cliente não se sustenta, ressaltando que a mensagem eletrônica e a

houve uma intensa comunhão de interesses confissão de dívida datam de período anterior à "fusão" noticiada, o

econômicos/profissionais entre as empresas formadoras dos dois que só veio a ocorrer em julho de 2017.

grupos. De acordo com a Lei 13.467/2017 são requisitos para a Diante do exposto, reconheço a existência de grupo econômico por

configuração do grupo econômico: a demonstração do interesse coordenação entre todas as empresas dos Grupos HELGA e

integrado, a efetiva comunhão de interesses e a atuação conjunta HANOVA, as quais declaro responsáveis solidárias pelas verbas

das empresas integrantes. A inexistência de uma hierarquia entre decorrentes da condenação, nos termos dos arts. 2º, § 2º, e 9º da

as empresas não descaracteriza o grupo econômico, se há a CLT.

demonstração de que entre as empresas ocorre clara atuação No que concerne à reclamada AL PARTICIPAÇÕES LTDA, verifica-

conjunta, em linha de coordenação e comunhão de interesses, o se que na defesa das empresas formadoras do GRUPO HELGA

que se verifica no caso em tela. restou afirmado que as empresas HANOVA INDUSTRIA E

Ademais, a primeira testemunha laboral afirmou em seu COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, ANDERSON LUID

depoimento: DOS SANTOS SEVERO - ME e AL PARTICIPACOES LTDA

"(...) que havia comentários dentro da empresa de que ocorreu uma formam o grupo HANOVA. Nessa senda, o contrato social de

fusão entre as empresas Helga e Hanova; que o gerente do constituição da reclamada AL PARTICIPAÇÕES LTDA demonstra

depoente comentou que ocorreria a fusão e que o depoente que essa empresa tem como sócios os Srs. Anderson Liud dos

continuaria a prestar serviços para as duas empresas; que o Santos Severo e Aline Cristina Silva Souza Severo, os quais se

depoente já chegou, mesmo prestando serviços para a Helga, fizeram presentes ao evento em que foi anunciada a "fusão" entre

prestar serviços para a Hanova, tais como rotulagem de produtos, os grupos empresariais, conforme fotografias anexadas aos autos.

embalagem de mercadorias e fazendo entregas; que depois dos Ainda, o endereço eletrônico da AL PARTICIPAÇÕES LTDA

comentários da fusão, o depoente também começou a receber registrado no CNPJ é "anderson@hanovacosméticos.com.br".

ordens do Sr. Paulo, empregado da Hanova, responsável pela Ademais, a Sra. Aline Cristina Silva Souza Severo é também sócia

logística." da empresa HNV INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE COSMÉTICOS

Ainda, a segunda testemunha da autora noticiou: LTDA, cujo endereço eletrônico é

"que trabalhou para Helga de 01/02/2010 a 14/04/2018 na função "anderson@hanovacosméticos.com.br", conquanto o Sr. Anderson

de estoquista; que trabalhou com a reclamante; que o gerente, Liud dos Santos Severo não faça parte do corpo societário dessa

Sr.Evandro comentou com o depoente que havia sido feita uma empresa. O Sr. Anderson Liud dos Santos Severo atua, ainda,

sociedade entre a Helga e a Hanova; que, após o comentário, o como empresário individual da ANDERSON LUID DOS SANTOS

depoente também começo a prestar serviços para a Hanova SEVERO ME. Por fim, saliento que as empresas HNV INDÚSTRIA

abastecendo e descarregando as mercadorias da empresa Hanova E COMÉRCIO DE COSMÉTICOS LTDA, AL PARTICIPAÇÕES

nas seções das lojas Helga, limpando as mercadorias; que o LTDA, ANDERSON LUID DOS SANTOS SEVERO - ME e MULT

depoente não recebia ordens de nenhum empregado da Hanova; DISTRIBUIDORA DE COSMETICOS LTDA, em audiência, se

que as lojas Helga também vendiam produtos de outras indústrias e fizeram representar pelo mesmo preposto, o Sr. Luiz Gustavo

não só da empresa Hanova; que, em relação às mercadorias das Santana Severo, neste feiro e nos processos nº0000470-

outras indústrias, o abastecimento e o descarregamento de 54.2018.5.07.0010, 0000471-39.2018.5.07.0010 e 0000476-

mercadorias eram feitos por empregados destas indústrias; que a 61.2018.5.07.0010, cujos termos de audiência foram anexados aos

reclamante vendia produtos da indústria Hanova bem como de presentes autos.

outras indústrias." O fato de a empresa AL PARTICIPAÇÕES LTDA ter objetivo social

Saliente-se que o fato de terem sido alienados fundos de comércio diverso das empresas do grupo HANOVA não é suficiente para

de empresas do Grupo Helga para a empresa DX GROUP afastar a formação do grupo econômico com HNV INDÚSTRIA E

PARTICIPAÇÕES E INVESTIMENTOS LTDA não afeta a presente COMÉRCIO DE COSMÉTICOS LTDA e ANDERSON LUID DOS

demanda, pois apenas houve a alienação parcial das quotas SANTOS SEVERO - ME.

empresariais de somente algumas das empresas do Grupo. Sendo assim, reconheço que a empresa AL PARTICIPAÇÕES

Insta destacar, também, que a alegação da reclamada ANDERSON LTDA pertence ao grupo econômico HANOVA, o qual restou

LUID DOS SANTOS SEVERO ME de que a relação havida entre os condenada solidariamente, aplicando a esta a mesma

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 330
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responsabilidade, nos termos dos arts. 2º, § 2º, e 9º da CLT. cidade onde foi comunicada por Alencar Junior, Erica Pontes e

No que tange à reclamada MULT DISTRIBUIDORA DE Aline Severo, a fusão da Helga e Hanova, com promessas de

COSMETICOS LTDA, observa-se efetivamente formalizada em que tudo iria mudar com a chegada de novos produtos, mas na

24/10/2017 pouco tempo após a fusão dos grupos HELGA e pratica tudo continuou do mesmo jeito, pois continuou

HANOVA, com atuação na vendas de produtos de higiene, tendo chegando produtos da marca própria da Helga (lavi) e da Helga,

como sócios os Srs. Matheus Pontes Sales e Maria de Fátima dos os quais tinham prioridade para serem vendidos" - depoimento

Santos Severo, os quais são, respectivamente, o filho dos titulares de Maria Irlane Silva Santos Desiderio) e ("que houve uma

do Grupo Helga e a mãe de um dos proprietários do Grupo Hanova reunião num domingo de julho/2017 onde foi comunicada a

(Anderson Luid dos Santos Severo), fato não contestado em defesa. fusão da Hanova com a Helga Cosmeticos onde foram

Sendo assim, tenho que a empresa MULT DISTRIBUIDORA DE apresentados os novos patrões como sendo: Aline Severo e

COSMETICOS LTDA também participa dos Grupos Helga e seu esposo Anderson ambos donos da Hanova; que a a partir

Hanova, utilizando-se da mesma estrutura empresarial para a daí a prioridade era para vender os produtos da Hanova e Lavi"

consecução de seus objetivos financeiros, diante do que, resta - depoimento de Francisca Edinusia Alves de Sousa)."

condenada solidariamente, nos termos dos arts. 2º, § 2º, e 9º da A empresa recorrente manifesta no presente recurso ordinário o seu

CLT. inconformismo, alegando, em síntese: "que a fusão e o grupo

Por fim, quanto à ré BRC BRAZIL COSMETICS COMÉRCIO econômico ostentam características diametralmente opostas"; "em

VAREJISTA DE COSMÉTICOS EIRELI, verifica-se que ela que pese tenha havido, nas redes sociais, um anúncio de fusão

apresentou defesa através do mesmo escritório que a empregadora, entre os conglomerados Helga e Hanova, por certo, tal

na qual passou a repetir as mesmas alegações já apresentadas reagrupamento não ocorreu, máxime porque a sucessão

pelas 1ª a 13ª Reclamadas, além disso, observa-se que no empresarial somente é possível em face de pessoas jurídicas

comprovante de inscrição cadastral (CNPJ) consta endereço regularmente constituídas, o que não é o caso dos grupos

eletrônico pertencente ao domínio da HELGA COSMÉTICOS. econômicos, os quais não possuem personalidade jurídica própria,

Ademais, apresentou carta de preposição que revelou mas tão somente exteriorizam a arregimentação de sociedades que

representação através do mesmo preposto que a empregadora, possuam atuação integrante em face da comunhão de interesses";

razão pela qual, deve ser solidariamente responsável pelos créditos "que a sentença de origem, em nenhum momento, cuidou de

oriundos da presente demanda, nos moldes dos arts. 2º, § 2º, e 9º demonstrar a integração de interesses entre as empresas, a

da CLT." atuação conjunta, tampouco a comunhão de interesses, mas

Pontue-se, por oportuno, que as atas de audiência em nada apenas limitou-se a discorrer, de forma bastante confusa, sobre

corroboram com a tese da demandada, uma vez que se verifica, "fusão", sendo esta manifestante inexistente no caso vertente"; "que

com extrema facilidade, que a testemunha da reclamada, Sr. os depoimentos coligidos aos autos sob a rubrica de prova

Emanuel Rodrigues de Albuquerque, arrolada em todos os emprestada fulminam a pretensão autoral, quer pelo viés da fusão,

processos, busca, sem nenhum sucesso, sustentar os termos da seja sob a óptica de agrupamento empresarial."

defesa. Não se vê nas razões recursais, com a devida vênia da parte

Ademais, por mais que tenha declarado que "que na metade do recorrente, fundamentos que infirmem convincentemente as

segundo semestre de 2017 houve uma reunião da Helga com a conclusões do juízo de primeiro grau, razão pela qual se há perfilhar

Hanova para uma parceria de fornecimento de produtos", com os motivos da decisão vergastada, ora endossados e

afirmou, posteriormente, que "soube que foi feita uma postagem integrantes das presentes razões de decidir.

no instagram da Helga onde foi usado o termo fusão com a Consoante o § 2º do art. 2º da CLT, "sempre que uma ou mais

Hanova". empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica

Por outro lado, as testemunhas Francisca Edinusia Alves de Sousa própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de

e Maria Irlane Silva Santos outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua

Desiderio, apresentadas pelas partes autoras, nas referidas atas de autonomia, integrem grupo econômico, serão responsáveis

audiências, possuem depoimentos uníssonos no que tange à solidariamente pelas obrigações decorrentes da relação de

reunião em que foi publicizada à fusão das demandadas aos emprego".

empregados são uníssonas ("que no final de julho/2017 foram Nesta esteira, o delineamento do que se convencionou chamar

convocadas para uma reunião no hotel meridional no centro da grupo econômico, pela dicção da Consolidação das Leis do

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 331
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Trabalho, importa na evidência da integração dos Veja-se que a fusão foi comunicada aos empregados em reunião,

empreendimentos, de forma a vincular, direta ou indiretamente, as constatação que reforça a ideia do grupo econômico, referindo-se a

empresas. depoente a tudo ter "continuado do mesmo jeito" ao modus

Este aspecto restou caracterizado nos autos, sendo certo que se operandi das vendas dos produtos e não à ausência de formação

verificam elementos suficientes para que seja corroborada a de grupo. A testemunha em questão ainda revelou que as diversas

conclusão da sentença recorrida. marcas apresentavam seus produtos e realizavam treinamentos,

Como bem destacado pela sentença, restou demonstrada nos autos mas que com a Hanova o processo foi diferente, pois, além de ter

a ampla divulgação realizada nas redes sociais, em julho de 2017, sido comunicada a fusão, não houve interrupção do fornecimento de

acerca da fusão das empresas do Grupo Helga com aquelas do mercadorias para serem vendidas nas lojas Helga, o que ocorreu

Grupo Hanova. Eis os dizeres da publicação (V. ID 0d53e9e - Pág. com outros fornecedores em face das dívidas da empregadora

2): "Temos o orgulho de anunciar que começou um novo tempo. O originária.

Grupo HNV detentor de várias marcas como a Hanova, em um Não se olvida o depoimento da testemunha convidada pelas

processo de expansão e aquisições, realizou a fusão com o Grupo reclamadas, Sr. Emanuel Rodrigues de Albuquerque, ouvida nos

Helga Cosméticos. Tudo isso para que os nossos clientes possam processos (461-92.2018.5.07.0010, 470-54.2018.5.07.0010 e 471-

ter sempre à disposição o melhor atendimento, os melhores 39.2018.5.07.0010) trazidos por empréstimo ao conjunto probatório,

produtos e a melhor experiência. Transformando para melhor, o seu cujas declarações transparecem a ideia de demonstrar ter havido

visual e a sua vida. #HelgaNovoTempo #Hanova #GrupoHNV apenas uma relação comercial, mas não uma fusão, entre as

#GrupoHelga #Beleza #Cabelos". Com a devida vênia da parte empresas do grupo Helga e do grupo Hanova. Contudo, diante dos

recorrente, este aspecto é relevante para a caracterização do grupo demais elementos probatórios dos autos, não há de prevalecer o

econômico sob investigação, demonstrando a plena possibilidade quadro traçado pelo depoente, sendo de se destacar que ele próprio

de que as marcas de cada um dos grupos estejam sob a admite não ter participado da reunião ocorrida em julho de 2017 (V.

coordenação de um único conglomerado, o que afasta a tese ID's 5cd9c24 - Pág. 6 e 8eb6395 - Pág. 6), na qual fora anunciada a

recursal a respeito da estranheza de haver empresas concorrentes fusão aos trabalhadores.

no mesmo grupo econômico. Cumpre ressaltar, ainda, porquanto oportuno, que a estreita relação

Além disso, vigora no Direito do Trabalho o princípio da primazia da comercial entre as empresas dos grupos empresariais, consoante

realidade, de modo a ser imprescindível destacar a prevalência dos se denota pelas notas ficais de vendas de mercadorias anexadas

fatos da relação de emprego sobre os aspectos formais. Dessa aos autos, a meu sentir, não rechaça a formação de grupo

forma, ainda que não ultimada, ao menos formalmente, com as econômico, mas, em verdade, a reforça, evidenciando além da

devidas baixas das pessoas jurídicas, a fusão mencionada nas complementaridade entre os objetos sociais das empresas

redes sociais, não há se desconhecer que houve a junção das contratantes, o interesse integrado, a comunhão de interesses e a

empresas, que passaram a atuar integradas a um único grupo. atuação conjunta das empresas dele integrantes.

Igualmente, salvo melhor juízo, os depoimentos das testemunhas Destarte, o quadro encontrado no presente feito permite a

não afastam o reconhecimento do grupo econômico. Ao revés, conclusão de que a empresa ora recorrente integra grupo

confirmam a fusão entre as empresas. Destaca-se, a este respeito, econômico com as reclamadas do grupo Helga. Importa examinar a

o depoimento da primeira testemunha da parte reclamante, Sra. presença de elementos objetivos capazes de demonstrar que as

Maria Irlane Silva Santos Desiderio, ouvida no processo nº 0000470 empresas estavam integradas no mesmo grupo. É o que se

-54.2018.5.07.0010 (Ata de audiência de ID 5cd9c24 - Pág. 4), constatou à exaustão no presente feito.

trazido por empréstimo ao conjunto probatório pelas próprias Por oportuno, colhe-se o seguinte precedente jurisprudencial:

reclamadas, revelador de "(...) que no final de julho/2017 foram "Grupo econômico. Relação inter-empresarial. O grupo econômico

convocadas para uma reunião no hotel meridional no centro da para fins justrabalhistas não necessita se revestir das modalidades

cidade onde foi comunicada por Alencar Junior, Erica Pontes e Aline jurídicas típicas do Direito Econômico ou Direito Comercial

Severo, a fusão da Helga e Hanova, com promessas de que tudo (holdings, consórcios, pools etc.). Não se exige, sequer, a prova

iria mudar com a chegada de novos produtos, mas na pratica tudo de sua formal institucionalização cartorial: pode-se acolher a

continuou do mesmo jeito, pois continuou chegando produtos da existência do grupo desde que surjam evidências probatórias

marca propria da Helga (lavi) e da Helga, os quais tinham prioridade de que estão presentes os elementos de integração inter-

para serem vendidos, e das outras marcas continuaram escassos". empresarial (abrangência subjetiva e nexo relacional) de que

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fala a CLT (art. 2º, § 2º)" (Processo 00409002020085010025, TRT AUSÊNCIA DE PROVA. Não tendo a reclamante comprovado a

1ª Região - 8ª Turma, Relatora Desembargadora Dalva Amélia de existência do alegado grupo econômico Helga-Hanova, composto

Oliveira, Publicado em 30/06/2014)(destaquei). de diversas empresas, reforma-se a sentença para afastar a

NEGA-SE PROVIMENTO. responsabilidade solidária pretendida pela autora.

CONCLUSÃO DO VOTO RECURSO CONHECIDO E DADO PROVIMENTO PARCIAL

Por unanimidade, conhecer do recurso ordinário para, rejeitar as FUNDAMENTAÇÃO:

preliminares suscitadas e, no mérito, por maioria, negar-lhe ADMISSIBILIDADE

provimento. Acolhe-se o presente recurso, uma vez que preenchidos os

DISPOSITIVO requisitos de admissibilidade.

ACORDAM OS INTEGRANTES DA 2.ª TURMA DO TRIBUNAL DO MÉRITO

REGIONAL DO TRABALHO DA 7.ª REGIÃO, por unanimidade, PRELIMINARES

conhecer do recurso ordinário para, rejeitar as preliminares DA NULIDADE DA SENTENÇA- DA UTILIZAÇÃO DA PROVA

suscitadas e, no mérito, por maioria, negar-lhe provimento. Vencido EMPRESTADA - DO ALEGADO CERCEAMENTO DE DEFESA

o Desembargador Relator, que dava provimento ao apelo, para Aduz a recorrente, preliminarmente, que houve cerceamento de seu

excluir da condenação a responsabilidade solidária da reclamada direito de defesa, ao argumento de que o juízo, ao adotar

HNV INDÚSTRIA E COSMÉTICOS LTDA. Redigirá o acórdão o integralmente a motivação da sentença proferida na reclamatória

Desembargador Cláudio Soares Pires, com a integração do voto trabalhista 0000471-51.2018.5.07.0006, construiu o seu

vencido. entendimento, a partir das provas orais ali consignadas, mas que,

Participaram do julgamento os Exmos. Srs. Desembargadores tais elementos probatórios não foram publicizadas à ora recorrente

Francisco José Gomes da Silva (Presidente e Relator), Cláudio no presente feito, com vistas à garantia do contraditório e da ampla

Soares Pires e Paulo Régis Machado Botelho. Presente ainda o(a) defesa, verificando-se, pois, uma patente violação ao que dispõe o

Exmo(a). Sr(a). membro do Ministério Público do Trabalho. Em gozo art. 312 do CPC/15.

de férias o Exmo. Sr. Desembargador Jefferson Quesado Junior. Destaca, em seguida, que os aludidos depoimentos também não

Fortaleza, 14 de outubro de 2019. integram o arcabouço das provas emprestadas acostada aos autos,

INTEGRA O PRESENTE ACÓRDÃO O VOTO VENCIDO DO EXMº mediante convenção de ambas as partes; que o Juízo a quo utilizou

DESEMBARGADOR FRANCISCO JOSÉ GOMES DA SILVA, in como fundamento da procedência da pretensão autoral, da mera

verbis: cópia de uma transcrição parcial realizada no bojo de uma sentença

EMENTA: PROVA EMPRESTADA. PREVISÃO LEGAL. proferida em processo paradigma, a qual, por sua vez, utilizou,

CONTRADITÓRIO OBSERVADO. O novo CPC trouxe permissivo naquele momento, o depoimento testemunhal na condição de prova

expresso quanto à possibilidade de utilização da prova emprestada, emprestada, a qual, por certo, não integra o presente feito.

desde que observado o contraditório, conforme previsão no art. 372. Ressalta, igualmente, que as reportadas transcrições carregam

Assim, havendo previsão legal para utilização da prova emprestada relatos fáticos que não integram as razões da exordial, impondo

e, observando que no processo nº 0000471-51.2018.5.07.0006 as reconhecer a total inovação da lide, em absoluta violação ao art.

partes foram submetidas ao contraditório e, havendo identidade dos 141 do CPC/15.

fatos probandos nos processos, rejeita-se a alegativa de Em razão do exposto, requer a nulidade da sentença e o retorno

cerceamento de defesa. Preliminar rejeitada. dos autos para que haja um novo julgamento, desta feita, em

PETIÇÃO INICIAL. ART. 840, §1º DA CLT. O processo trabalhista conformidade com o acervo fático-probatório do caso sub examine.

é regido pelo princípio da simplicidade das formas, consagrado no À análise.

art. 840, § 1º, da CLT, segundo o qual basta uma breve exposição Em audiência de instrução, as Reclamadas requereram a juntada

dos fatos para se considerar apta a exordial. Em decorrência do de provas emprestadas, relativo aos depoimentos testemunhais dos

princípio da simplicidade, que norteia o processo trabalhista, o qual processos 461-92.2018.5.07.0010, 470-54.2018.5.07.0010 e 471-

não sofreu alterações com a Lei nº 13.467, de 2017, verifica-se que 39.2018.5.07.0010 (ID. bae0442, ID. ed35241, ID. 5cd9c24, ID.

a petição inicial atendeu integralmente os requisitos do art. 840, da 8eb6395).

CLT. Preliminar rejeitada. O Juízo, ao proferir a sentença, utilizou para o reconhecimento da

EXISTÊNCIA DE GRUPO ECONÔMICO. ART. 2º, DA CLT. ÔNUS existência de Grupo Econômico entre as acionadas (Grupo Hanova-

DA PROVA. ART. 818, DA CLT C/C ART. 373, DO NCPC. Helga) como prova emprestada, os fundamento os lançados na

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sentença prolatada nos autos do processo nº 0000471- judiciais, máxime,quando envolvendo a mesma empresa e quando

51.2018.5.07.0006, de lavra da magistrada Taciana Orlovicin os fatos guardam correlação com os da presente ação.

Gonçalves Pita (ID. 984dd8d). Nesse mesmo entendimento, colaciona-se a atual jurisprudência do

Nesse ponto, destaco, inicialmente, que o novo CPC trouxe Tribunal Superior do Trabalho, in verbis:

permissivo expresso quanto à possibilidade de utilização da prova UTILIZAÇÃO DE PROVA EMPRESTADA. POSSIBILIDADE.

emprestada, desde que observado o contraditório, conforme IDENTIDADE FÁTICA. MESMAS RECLAMADAS.

previsão no art. 372, que assim dispõe: DESNECESSIDADE DE PRÉVIA CONCORDÂNCIA DA PARTE

Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em CONTRÁRIA. AUSÊNCIA DE CERCEAMENTO DE DEFESA.

outro processo, atribuindo-lhe o valor que considerar adequado, NULIDADE PROCESSUAL NÃO CONFIGURADA. Esta Corte

observado o contraditório". admite a utilização da prova emprestada, desde que haja a

Assim, havendo previsão legal para utilização da prova emprestada identidade dos fatos considerados no documento emprestado e no

e, observando que no processo nº 0000471-51.2018.5.07.0006 as caso em julgamento, assim como ocorrido nesta hipótese, em que o

partes foram submetidas ao contraditório e, havendo identidade dos Regional registrou que"a prova emprestada foi produzida em

fatos probandos nos processos, rejeita-se a alegativa de processo judicial que envolvia as mesmas rés da presente ação,

cerceamento de defesa. tendo sido observadas as formalidades estabelecidas em lei para a

Quanto a alegativa de que as reportadas transcrições dos sua produção, bem como o princípio do contraditório. Segundo,

depoimentos carregam relatos fáticos que não integram as razões porque os fatos a serem comprovados guardam correlação com os

da exordial, não merece acolhida, posto que a causa de pedir da da presente ação. Terceiro, porque a referida prova emprestada foi

autora, no que se refere a responsabilidade solidária das acionadas, valorada pelo Juízo segundo o princípio do livre convencimento

trata justamente na alegada formação de grupo econômico entre as motivado, em conjunto com as demais provas dos autos".

empresas, objeto da prova naqueles autos. Importante salientar também que a utilização de prova emprestada

Os depoimentos constantes na prova emprestada utilizada pelo não está condicionada à prévia anuência e concordância das

Juízo a quo dizem respeito aos fatos relacionados pela autora, no partes. Assim, a mera alegação da reclamada de que não

que pertine a alegada formação de grupo econômico entre as concordou com a utilização de prova emprestada não é suficiente

acionadas GRUPO HELGA (DISTR IBUIDORA HELGA para inviabilizar a sua utilização nestes autos. Precedentes.

COSMETICOS LTDA - ME, HELGA COSMETICOS LTDA - ME, Recurso de revista não conhecido" (TST, ARR - 3600-

HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ME, ORIGINAL 29.2010.5.12.0031 Data de Julgamento: 15/02/2017, Relator

COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, MULTIPLA Ministro: José Roberto Freire Pimenta, 2ª Turma, Data de

COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - EPP, BELLA Publicação: DEJT 17/02/2017).

COSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE COSMETICOS "B) RECURSO DE REVISTA. 1. NULIDADE DA SENTENÇA.

LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, ERICA CERCEAMENTO DE DEFESA. UTILIZAÇÃO DE PROVA

PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS EMPRESTADA SEM ANUÊNCIA. O Regional entendeu que a

COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX utilização de prova emprestada consubstanciada em certidão de

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX averiguação produzida em outros autos, no qual a reclamada figura

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME e como parte, não configura cerceamento de defesa, ante a

ROBERTO NENDZA - ME) e GRUPO HANOVA - HNV (HANOVA semelhança fática existente entre os processos, assim como da

INDUSTRIA E COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, AL observância do contraditório e da ampla defesa. Com efeito, esta

PARTICIPAÇÕES LTDA, ANDERSON LUID DOS SANTOS Corte tem se posicionado no sentido de ser possível a utilização da

SEVERO - ME e MULT DISTRIBUIDORA DE COSMETICOS prova emprestada, não sendo imprescindível a anuência da parte

LTDA), assim como referem-se as mesmas demandadas, sendo adversa. Recurso de revista não conhecido" (TST, RR - 940-

permitido sua valoração como se houvesse sido produzida 27.2013.5.18.0181 Data de Julgamento: 09/11/2016, Relatora

diretamente nos autos examinados. Ministra: Dora Maria da Costa, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT

Nesse ponto, frise-se, não há vício em virtude de o Juízo ter 11/11/2016).

utilizado a fundamentação da sentença, a qual considerou para Preliminar rejeitada.

formação do convencimento da magistrada, depoimentos os quais INÉPCIA DA INICIAL

foram respeitados o contraditório quando produzida em processos Requer o Recorrente, o reconhecimento da inépcia do pedido

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relativo às parcelas de FGTS + 40%, e a extinção do pleito sem quando de sua demissão não recebeu qualquer valor, assim como

resolução de mérito, à luz do que dispõe o art. 485, I, do CPC/15, não fora liberado Seguro Desemprego e FGTS, motivo pelo qual

sob o fundamento de que, a parte recorrida, em sua peça de pleiteia a liberação dos mesmos em sede de tutela antecipada; que

ingresso, inobstante tenha somente assentado as datas de ingresso o FGTS se encontra depositado apenas de forma parcial, apenas o

e de dispensa, realizou o pedido correspondente às parcelas de valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais).

FGTS, em conjunto com a indenização adicional de 40% sobre o Em seguida, requereu que, Tendo em vista os argumentos jurídicos

saldo fundiário. apresentados, ajuíza-se a presente Reclamação Trabalhista no

Sem razão. intuito de serem satisfeitos todos os direitos da reclamante, quais

O processo trabalhista é regido pelo princípio da simplicidade das sejam: Saldo Salário, Aviso Prévio de 51 dias, 13º salário e férias

formas, consagrado no art. 840, § 1º, da CLT, segundo o qual basta sobre aviso prévio, FGTS sobre rescisão, 13º salário proporcional

uma breve exposição dos fatos para se considerar apta a exordial. 3/12 de 2018, férias simples 2016/2017 e proporcionais 2017/2018

Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal. todas acrescidas do terço constitucional, FGTS e multa de 40%.

§ 1º - Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do Em relação ao rol dos pedidos, o autor requereu a condenação da

Presidente da Junta, ou do juiz de direito a quem for dirigida, a reclamada ao pagamento das verbas rescisórias, incluindo FGTS E

qualificação do reclamante e do reclamado, uma breve exposição MULTA DE 40% DO FGTS.

dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, a data e a assinatura Em decorrência do princípio da simplicidade, que norteia o processo

do reclamante ou de seu representante. trabalhista, o qual não sofreu alterações com a Lei nº 13.467, de

§ 1o Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do 2017, a petição inicial ora em análise preencheu os requisitos do

juízo, a qualificação das partes, a breve exposição dos fatos de que art. 840 , da CLT, a qual, frise-se, não dificultou a defesa das

resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser certo, determinado e acionadas.

com indicação de seu valor, a data e a assinatura do reclamante ou Rejeita-se.

de seu representante. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) DO MÉRITO

§ 2º - Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em 2 (duas) FORMAÇÃO DE GRUPO ECONÔMICO.

vias datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no Na peça de ingresso, requer o reclamante que seja caracterizada a

que couber, o disposto no parágrafo anterior. condição da segunda (VRX COMÉRCIO COSMÉTICOS E

§ 2o Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em duas vias BIJUTERIAS LTDA) e terceira reclamada (HANOVA

datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no que COSMÉTICOS), de responsáveis solidárias pelos encargos

couber, o disposto no § 1o deste artigo. (Redação dada pela Lei nº trabalhistas da primeira reclamada, HELGA COSMÉTICOS, em

13.467, de 2017) função da existência de grupo econômico.

§ 3o Os pedidos que não atendam ao disposto no § 1o deste artigo Afirma que a primeira, segunda e terceira reclamadas foram

serão julgados extintos sem resolução do mérito. (Incluído pela Lei criadas, são dirigidas e controladas pelo pela Sra. Erica Pontes de

nº 13.467, de 2017) Meneses, que não aparece no contrato social da terceira

Como se observa, a Lei n. 13.467/17 fez referência expressa aos reclamada, HANOVA COSMÉTICOS, pois utilizou terceiro como

requisitos da petição inicial trabalhista, dispondo no § 1º do art. 840 laranja.

da CLT que o pedido deva "ser certo, determinado e com indicação Ressalta, que os objetos sociais das empresas são

de seu valor". complementares, visto todas possuírem o mesmo objeto social e

No caso, em relação ao pedido de pagamento do FGTS e multa finalidade, sendo patente a formação de grupo econômico entre

rescisória, o reclamante fez pedido certo, determinado e com elas.

indicação do valores pois da sua causa de pedir, entende-se No mérito, defende a recorrente, em síntese, a inexistência de fusão

logicamente que o autor fora demitido sem justa causa e sem e formação de grupo econômico com o GRUPO HELGA, sendo

recebimento de suas verbas rescisórias, fato este, incontroverso indevida a sua responsabilidade solidária pelos créditos deferidos

nos autos. ao autor na presente reclamação trabalhista.

Na narrativa dos fatos, o acionante afirmou que ingressou na Argumenta que, em que pese tenha havido, nas redes sociais, um

reclamada no dia 01/08/2010, para exercer a função de gerente, anúncio de fusão entre os conglomerados Helga e Hanova, por

sendo demitida sem justa causa em 29/03/2018; que o último certo, tal reagrupamento não ocorreu, máxime porque a sucessão

salário percebido foi de R$ 3.200,00 (três mil e duzentos reais); que empresarial somente é possível em face de pessoas jurídicas

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regularmente constituídas, o que não é o caso dos grupos empreendimento, tendo ou não o mesmo controle ou administração

econômicos, os quais não possuem personalidade jurídica própria, comum. Logo, os grupos por coordenação podem ter relação de

mas tão somente exteriorizam a arregimentação de sociedades que controle entre si, numa linha horizontal e não vertical. Isto é, não

possuam atuação integrante em face da comunhão de interesses, o haverá, no grupo horizontal, uma empresa controladora e outra(s)

que, também, não retrata o caso dos autos. controlada(s), uma líder (holding) e outras lideradas. Todas são

Esclarece, adiante, que há uma mera relação comercial, havendo interligadas entre si e, apesar de autônomas e independentes, estão

total independência entre as empresas do GRUPO HANOVA em interligadas pela ingerência, administração comum, como se

relação às componentes do GRUPO HELGA, sendo a recorrente, subordinadas umas às outras administrativamente. Por trás desta

mera fornecedora de produtos para o conglomerado empresarial administração comum pode estar um sócio ou alguns sócios ou

HELGA, sem haver contudo, qualquer integração de interesses pessoa física no controle.(CASSAR, 2017,p.429).

entre as empresas ou atuação conjunta. Logo, o aproveitamento dos serviços prestados pelo trabalhador por

À análise. sociedades empresárias que mantenham relação de coordenação

A lei nº 13.467, de 13 de julho de 2017 que alterou a Consolidação entre si, formando o grupo econômico trabalhista, serão todas, por

das Leis do Trabalho (CLT) trouxe novos parâmetros para consequência, responsabilizadas pela contraprestação devida ao

responsabilização de empresas terceiras. obreiro, atraindo a incidência do § 2º do artigo 2º da CLT

A nova redação alterou o parágrafo 2º e acrescentou o parágrafo 3º (coordenação interempresarial).

a este artigo, conforme transcrição seguinte: Estabeleceu, igualmente, que "não caracteriza grupo econômico a

Art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, mera identidade de sócios. Assim, o patrimônio de empresas que

que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria têm sócios comuns, porém com atuam em setores diversos, estarão

e dirige a prestação pessoal de serviço. resguardadas.

§ 1º - Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da Portanto, a análise da existência ou não da formação de um grupo

relação de emprego, os profissionais liberais, as instituições de econômico, deve-se observar o princípio da primazia da realidade,

beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem para que cada caso seja analisado com suas peculiaridades, sendo

fins lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados. ônus do autor a prova de suas alegações ( art. 818, da CLT c/c art.

§ 2º Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada 373, do NCPC).

uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a No caso em análise, o autor fundamenta sua pretensão com base

direção, controle ou administração de outra, ou ainda quando, em notícias veiculadas nas redes sociais de possível fusão entre os

mesmo guardando cada uma sua autonomia, integrem grupo grupos Helga Cosméticos e HNV, assim como colaciona fotos em

econômico, serão responsáveis solidariamente pelas que retrata parcerias entre as duas empresas, ID. 0d53e9e, sem,

obrigações decorrentes da relação de emprego. contudo, apresentar qualquer prova que indique ter realmente

§ 3º Não caracteriza grupo econômico a mera identidade de ocorrido a "FUSÃO" das empresas, ou qualquer relação de

sócios, sendo necessárias, para a configuração do grupo, a coordenação entre elas.

demonstração do interesse integrado, a efetiva comunhão de Ao revés, a acionada Hanova Indústria e Comércio de Cosméticos

interesses e a atuação conjunta das empresas dele integrantes. Ltda colacionou aos autos documentos que demonstram a relação

(destaquei) de vendas de mercadorias para as empresas integrantes do grupo

A nova redação do art. 2º, além de manter a hipótese do grupo Helga (CRX COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA

econômico hierarquizado ou sob subordinação, introduz, ME, ALENCARINE COSMETICOS COMERCIO VAREJISTA E

expressamente, o outro modelo de grupo econômico, vertical, ou TREINAMENTO EIREL, HELGA MEDZA SALES & CIA LTDA -ME,

sob coordenação, trazendo para o texto legal, o entendimento dos ORIGINAL COMERCIO DE COSMETICOS LTDA ME, VRX

Tribunais Regionais do Trabalho e do TST quanto a configuração de COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA ME, JOSE

grupo econômico. ALENCAR SALES JUNIOR- ME, ORIGINAL COMERCIO DE

Com relação a este modelo de grupo econômico coordenado, a COSMETICOS LTDA- ME, tais como notas fiscais de vendas de

Desembargadora Dra. Vólia Bomfim Cassar, do TRT da 1ª Região, mercadorias, termo de confissão de dívida e e-mails em que se

em seu livro Direito do Trabalho, afirma que: evidencia a parceria comercial entre as empresas ( venda de

Os grupos econômicos por coordenação se apresentam quando mercadorias), ID. de4b07e, ID. 4c4a838.

houver reunião de interesses para execução de determinado Na audiência de instrução, as reclamadas requerem a juntada de

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provas emprestadas (processos nºs. 461-92.2018.5.07.0010, 470- HANOVA INDUSTRIA E COMERCIO DE COSMETICOS LTDA -

54.2018.5.07.0010 e 471-39.2018.5.07.0010, tendo a autora ME, AL PARTICIPACOES LTDA, ANDERSON LUID DOS

concordado com a juntada dos referidos depoimentos. SANTOS SEVERO - ME e MULT DISTRIBUIDORA DE

No termo de audiência relativo ao processo nº. 0000461- COSMETICOS LTDA, Sr(a). Emanuel Rodrigues de Albuquerque

92.2018.5.07.0010, a testemunha da reclamante afirmou que: (...): "que trabalha na Hanova desde março/2016 como gerente

Primeira testemunha arrolada pela parte Reclamante Sr(a). administrativo financeiro; ." ÀS PERGUNTAS DO(A) PATRONO(A)

Francisca Edinusia Alves de Sousa: " (...)"que trabalhou na DO(A) PARTE RECLAMADA RESPONDEU: "que na metade do

reclamada Helga Cosméticos de 01/06/2006 a 23/02/2018 na segundo semestre de 2017 houve uma reunião da Helga com a

função de vendedora; que o reclamante, depoente e todos os Hanova para uma parceria de fornecimento de produtos, pois a

funcionários foram demitidos sem pagamento de verbas rescisórias Hanova é uma industria; que o fornecimento dos produtos continuou

e nem do salário do último mês; que depoente trabalhou até da mesma forma, pois a Helga permaneceu como uma cliente

23/fevereiro/2018, não sabendo o ultimo dia labutado pelo norma; que a parceria teve o objetivo de aumentar o volume de

reclamante; que recebia ordem direta dos gerentes Luxeles, vendas nas lojas e de fato aumentou, mas só no primeiro mês,

Rosângela, Francisca Cirlane, os quais eram gerentes da loja pois logo em seguida a Helga entrou novamente em dificuldades

do shopping Central da Helga Nendza Sales .". ÀS PERGUNTAS financeiras e não conseguiu pagar os produtos que comprava, pois

DO(A) PATRONO(A) DO(A) PARTE RECLAMANTE RESPONDEU: a divida já estava muito alta, de modo que a Helga não conseguia

"que houve uma reunião num domingo de julho/2017 onde foi pagar nada na sua totalidade; que é uma prática comum serem

comunicada a fusão da Hanova com a Helga Cosmeticos onde feitas ações com as distribuidoras para estimular as vendas, e

foram apresentados os novos patrões como sendo: Aline os proprietários da Hanova comparecem pelo fato de que o

Severo e seu esposo Anderson ambos donos da Hanova; que a distribuidor Helga ser de grande porte, como também de outros

a partir daí a prioridade era para vender os produtos da Hanova distribuidores; que na época da parceria a Helga já estava em

e Lavi, mesmo tendo outras marcas, mas a Hanova e Lavi débito com a Hanova; que a Hanova não colocou pessoas na

deveriam estar em primeiro lugar nas vendas; que antes da lojas da Helga, muito menos assumiu o comando dessa; que a

reunião já vendiam todo tipo de produto e de varias marcas, continuou a vendendo normalmente para as outras lojas, como

inclusive dos ora citados; que os proprietários da Helga e Hanova Cosbel, Anavi, Iap e outras; que não houve a fusão da Hanova com

estavam presentes na reunião, sendo Erica PontesMenezes e a Helga; que havia procedimento de cobrança normal das vendas

Alencar Junior proprietários da Helga.". ÀS PERGUNTAS DO DO(A) dos produtos Hanova;." ÀS PERGUNTAS DO DO(A) PATRONO(A)

PATRONO(A) DO(A) PARTE RECLAMADA RESPONDEU: "que DO(A) PARTE RECLAMANTE RESPONDEU: "que a reunião tem

depois da reunião depoente continuou trabalhando na mesma um caráter de marketing e não para apresentar fusão; que não

loja e o reclamante também, mas ambos trabalhavam em lojas houve comunicação formal da fusão entre a Hanova e Helga, mas

diferentes; que na reunião estavam os vendedores e gerentes; depoente soube que foi feita uma postagem no instagram da

que a faixada das lojas continuaram iguais; que não houve Helga onde foi usado o termo fusão com a Hanova; que quanto

mudança da chefia após a reunião, mas a sua chefe Luxeles ao doc. de fl. 8 se tratam das pessoas de Anderson (proprietário da

teve um problema de saúde e foi transferida para loja de Hanova) e Junior (proprietária da Helga) e o doc. de fl. 9 tratam das

Messejana, tendo ficado como gerente Rosangela; que Luxeles pessoas Aline (proprietária da Hanova) e Erica (proprietária da

e Rosangela eram gerentes da Helga; (...)." ( grifos nosso) Helga); (...)."( grifos nosso)

Conforme se extrai do depoimento supra, não se trata o caso de " No termo de audiência relativo ao processo nº. 0000470-

fusão" entre as empresas, tanto que a partir da reunião ocorrida em 54.2018.5.07.0010, o reclamante afirmou que :

julho de 2017, nada foi alterado na estrutura organizacional da O DEPOIMENTO PESSOAL DO RECLAMANTE: '" que depoente

empresa, assim como layout das lojas, tratando-se, na verdade, de era subgerente, que atuava em várias lojas da Helga e trabalhou até

um marketing e ações para incremento das vendas, através da 07/04/2018 porque as lojas fecharam, tendo a sra. Erica Pontes

fornecedora dos produtos, empresa HANOVA INDUSTRIA E (dona da Helga, esposa de Alencar Junior) comunicado a dispensa

COMERCIO DE COSMETICOS LTDA, fato este, confirmado pelos os quais eram chefes do depoente; (...) ; que a Helga vendia

depoimentos de reclamantes e testemunhas dos processos produtos de marca própria (Lavi), mas também da Hanova, Fatore,

utilizados como provas emprestadas nos autos, vejamos: Corpo Dourado e outros; que em julho/2017 houve a fusão da

Convocada a primeira testemunha arrolada pelas Reclamadas Hanova com a Helga, no que a prioridade passou a ser para vender

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produtos da Hanova e Lavi, mas ainda assim, a Helga continuou a COSMÉTICOS LTDA.

vender produtos de outras marcas que já tinham estoque nas DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

lojas, e também continuou comprando produtos de outras Uma vez excluída a responsabilidade solidária da ora recorrente, o

marcas para vender nas suas lojas; que as fachadas das lojas presente apelo, no ponto, segue a sorte do principal.

da Helga continuaram com o mesmo nome, após a fusão, e as CONCLUSÃO DO VOTO VENCIDO:

notas fiscais das vendas eram com o nome da Helga; que a

fusão da Helga e Hanova foi para o crescimento da Helga, mas Isto posto, voto pelo conhecimento do recurso ordinário para,

o dia a dia de trabalho continuou o mesmo de antes, porém rejeitar as preliminares suscitadas e, no mérito, dar-lhe provimento

com a informação de que deveriam vender mais os produtos da para excluir a responsabilidade solidária da reclamada HNV

Helga. ( grifos nosso) INDÚSTRIA E COSMÉTICOS LTDA."

Primeira testemunha arrolada pela parte Reclamante Sr(a).

Maria Irlane Silva Santos Desiderio: " (...) que no final de CLAUDIO SOARES PIRES

julho/2017 foram convocadas para uma reunião no hotel meridional Desembargador Redator Designado

no centro da cidade onde foi comunicada por Alencar Junior, Erica

Pontes e Aline Severo, a fusão da Helga e Hanova, com promessas FORTALEZA/CE, 28 de fevereiro de 2020.

de que tudo iria mudar com a chegada de novos produtos, mas na

pratica tudo continuou do mesmo jeito, pois continuou MARIA DO SOCORRO RODRIGUES GONCALVES

chegando produtos da marca propria da Helga (lavi) e da Helga, Diretor de Secretaria

os quais tinham prioridade para serem vendidos, e das outras


Processo Nº ROT-0000419-19.2018.5.07.0018
marcas continuaram escassos; que sempre recebeu ordens Relator CLAUDIO SOARES PIRES
das mesmas pessoas (Erica e Alencar), os quais pagavam o RECORRENTE BRC - BRAZIL COSMETICS LTDA
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
salário da depoente; que todas as lojas da Helga fecharam; .". MENDES
(...).( grifos nosso) LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRENTE MULT DISTRIBUIDORA DE
No termo de audiência relativo ao processo nº. 0000471- COSMETICOS LTDA
39.2018.5.07.0010 a reclamante afirmou que: EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE)
SOUSA ARAGÃO
DEPOIMENTO PESSOAL DO RECLAMANTE MARIA CLEOMAR RECORRENTE JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME
FERREIRA DE SOUSA ALMEIDA: " (...) que depoente era gerente ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES
da loja Helga situada na Rua Floriano Peixoto 577, e trabalhou de LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
01/03/2003 até 14/04/2018: " (...)que as fachadas das lojas da RECORRENTE ROBERTO NENDZA - ME
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
Helga continuaram com o mesmo nome, após a fusão, e as notas MENDES
fiscais das vendas eram com o nome da Helga; que a fusão da LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRENTE CRX COMERCIO DE COSMETICOS E
Helga e Hanova foi para o crescimento da Helga, mas o dia a dia de BIJUTERIAS LTDA - ME
trabalho continuou o mesmo de antes, porém com a informação de ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES
que deveriam vender mais os produtos da Hanova; (...)." LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
Havendo fusão ou incorporação de empresas, há a alteração na RECORRENTE AL PARTICIPACOES LTDA
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE)
estrutura jurídica da empresa, o que in casu, não há provas nos SOUSA ARAGÃO
autos, não sendo suficiente a propaganda disseminada em reunião RECORRENTE HNV INDUSTRIA E COMERCIO DE
COSMETICOS LTDA - ME
de empregados e redes sociais. EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE)
SOUSA ARAGÃO
O que extrai dos depoimentos, é que a ideia inicial de postar nas
RECORRENTE ALENCARINE COSMETICOS
redes sociais de que haveria a fusão das empresas, trata-se, tão COMERCIO VAREJISTA E
TREINAMENTOS EIRELI
somente, de marketing para alavancar as vendas da empresa ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES
Helga, a qual, na época, já se encontrava com dificuldades
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
financeiras. RECORRENTE LUCHELYS DE ALENCAR MARTINS
Diante do exposto, considerando que a autora não se desincumbiu EDUARDO FONTENELE ADVOGADO(OAB: 19970/CE)
MOTA
de seu ônus probatório, reforma-se a sentença para excluir a RAFFAEL DUTRA LIMA ADVOGADO(OAB: 29332/CE)
RIBEIRO
responsabilidade solidária da reclamada HNV INDÚSTRIA E

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 338
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

RECORRENTE ERICA PONTES DE MENESES ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)


MENDES
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES RECORRIDO J R COMERCIO DE COSMETICOS
LTDA - ME
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRENTE HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA
- ME ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES RECORRIDO ERICA PONTES DE MENESES
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRENTE ORIGINAL COMERCIO DE ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
COSMETICOS LTDA - ME MENDES
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) RECORRIDO JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME
MENDES LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
RECORRIDO ANDERSON LUID DOS SANTOS MENDES
SEVERO - ME RECORRIDO DISTRIBUIDORA HELGA
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE) COSMETICOS LTDA - ME
SOUSA ARAGÃO LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRIDO AL PARTICIPACOES LTDA ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE) MENDES
SOUSA ARAGÃO RECORRIDO HELGA COSMETICOS LTDA - ME
RECORRIDO MULT DISTRIBUIDORA DE LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
COSMETICOS LTDA
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE) MENDES
SOUSA ARAGÃO
RECORRIDO VRX COMERCIO DE COSMETICOS E
RECORRIDO ROBERTO NENDZA - ME BIJUTERIAS LTDA - ME
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) MENDES
MENDES LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRIDO HNV INDUSTRIA E COMERCIO DE TERCEIRO JOSE ALENCAR SALES JUNIOR
COSMETICOS LTDA - ME INTERESSADO
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE) TERCEIRO ERICA PONTES DE MENESES
SOUSA ARAGÃO INTERESSADO
RECORRIDO BRC - BRAZIL COSMETICS LTDA
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) Intimado(s)/Citado(s):
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES - VRX COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME
RECORRIDO MULTIPLA COMERCIO DE
COSMETICOS LTDA - EPP
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES PODER JUDICIÁRIO
RECORRIDO BELLA COSMETICOS LTDA - EPP JUSTIÇA DO TRABALHO
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES
RECORRIDO HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA PROCESSO nº 0000419-19.2018.5.07.0018 (RO)
- ME
RECORRENTE: JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, HELGA
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) NENDZA SALES & CIA LTDA - ME, ORIGINAL COMERCIO DE
MENDES
COSMÉTICOS LTDA - ME, ERICA PONTES DE MENESES,
RECORRIDO LUCHELYS DE ALENCAR MARTINS
RAFFAEL DUTRA LIMA ADVOGADO(OAB: 29332/CE) ALENCARINE COSMÉTICOS COMERCIO VAREJISTA E
RIBEIRO
TREINAMENTOS EIRELI, CRX COMERCIO DE COSMÉTICOS E
EDUARDO FONTENELE ADVOGADO(OAB: 19970/CE)
MOTA BIJUTERIAS LTDA - ME, ROBERTO NENDZA - ME, HNV
RECORRIDO ORIGINAL COMERCIO DE
COSMETICOS LTDA - ME INDÚSTRIA E COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME, AL
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) PARTICIPACOES LTDA, MULT DISTRIBUIDORA DE
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES COSMÉTICOS LTDA, BRC - BRAZIL COSMETICS LTDA,
RECORRIDO ALENCARINE COSMETICOS LUCHELYS DE ALENCAR MARTINS
COMERCIO VAREJISTA E
TREINAMENTOS EIRELI RECORRIDO: LUCHELYS DE ALENCAR MARTINS, VRX
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
COMERCIO DE COSMÉTICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME,
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES ANDERSON LUID DOS SANTOS SEVERO - ME, BRC - BRAZIL
RECORRIDO CRX COMERCIO DE COSMETICOS E
BIJUTERIAS LTDA - ME COSMÉTICOS LTDA, MULT DISTRIBUIDORA DE COSMÉTICOS
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) LTDA, AL PARTICIPACOES LTDA, HNV INDÚSTRIA E

COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME, ROBERTO NENDZA -

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 339
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

ME, CRX COMERCIO DE COSMÉTICOS E BIJUTERIAS LTDA - dias); b. Aviso prévio (51 dias); com reflexos no 13º salário e férias;

ME, ALENCARINE COSMÉTICOS COMERCIO VAREJISTA E c. Férias simples 2016/2017 e proporcionais (8/12 avos), acrescidas

TREINAMENTOS EIRELI, ERICA PONTES DE MENESES, J R de 1/3 constitucional; d. 13º salário proporcional 2018 (3/12 avos); e.

COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME, BELLA COSMÉTICOS FGTS + 40%; f. Multa do art. 467 da CLT, incidente sobre os valores

LTDA - EPP, MULTIPLA COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - e parcelas rescisórias constantes no TRCT (ID. 7ad3499), bem

EPP, ORIGINAL COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME, como sobre o FGTS não depositado e multa de 40% sobre todos os

HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ME, HELGA valores devidos a título de FGTS ao longo da contratualidade; g.

COSMÉTICOS LTDA - ME, DISTRIBUIDORA HELGA Multa do art. 477,§8º da CLT; h. Honorários advocatícios.

COSMÉTICOS LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - A sentença fora complementada pelos aclaratórios de ID. 7081a1b,

ME com o fito de sanear a sentença embargada, determinando a

RELATOR: FRANCISCO JOSÉ GOMES DA SILVA compensação do valor de R$ 10.710,34, vez que a quantia foi

REDATOR DESIGNADO: CLAUDIO SOARES PIRES recebida pela parte embargada, conforme comprovante de

transferência bancária de ID. 619A9a4.

EMENTA Aduz a recorrente, preliminarmente, que houve cerceamento de

RECURSO ORDINÁRIO. GRUPO ECONÔMICO. seu direito de defesa, ao argumento de que o juízo, ao adotar

CONFIGURAÇÃO. Confirma-se a sentença de origem que integralmente a motivação da sentença proferido na reclamatória

reconheceu a formação de grupo econômico entre as empresas trabalhista 0000471-51.2018.5.07.0006, construiu o seu

demandadas, quando se constata que além da complementaridade entendimento, por consequência, a partir das provas orais ali

entre os objetos sociais destas, há o interesse integrado, a consignadas, mas que, tais elementos probatórios não foram

comunhão de interesses e a atuação conjunta das empresas dele publicizadas à ora recorrente no presente feito, com vistas à

integrantes. Recurso conhecido e improvido. garantia do contraditório e da ampla defesa, verificando-se, pois,

RELATÓRIO uma patente violação ao que dispõe o art. 312 do CPC/15.

Designado para redigir o acórdão, peço vênia para adotar o relatório Destaca, em seguida, que os aludidos depoimentos também não

da lavra do Excelentíssimo Desembargador Relator Francisco José integram o arcabouço das provas emprestadas acostada aos autos,

Gomes da Silva, a seguir: mediante convenção de ambas as partes; que o Juízo a quo utilizou

"Trata-se de recurso ordinário ajuizado pela reclamada HNV como fundamento da procedência da pretensão autoral, da mera

INDUSTRIA E COSMÉTICOS LTDA interposto em face da decisão cópia de uma transcrição parcial realizada no bojo de uma sentença

do Juízo da 18ª Vara do Trabalho de Fortaleza (ID. 984dd8d), que proferida em processo paradigma, a qual, por sua vez, utilizou,

JULGOU a reclamatória PROCEDENTE EM PARTE, para naquele momento, o depoimento testemunhal na condição de prova

condenar, SOLIDARIAMENTE, as reclamadas DISTRIBUIDORA emprestada, a qual, por certo, não integra o presente feito.

HELGA COSMÉTICOS LTDA - ME; HELGA COSMÉTICOS LTDA Ressalta, igualmente, que as reportadas transcrições carregam

- ME; HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ME; ORIGINAL relatos fáticos que não integram as razões da exordial, impondo

COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME; MULTIPLA reconhecer a total inovação da lide, em absoluta violação ao art.

COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - EPP; BELLA 141 do CPC/15.

COSMÉTICOS LTDA - EPP; J R COMERCIO DE COSMÉTICOS Em razão do exposto, requer a nulidade da sentença e o retorno

LTDA - ME; JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME; ERICA dos autos para que haja um novo julgamento, desta feita, em

PONTES DE MENESES; ALENCARINE COSMÉTICOS conformidade com o acervo fático-probatório do caso sub examine.

COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS; CRX COMERCIO Adiante, requer o reconhecimento da inépcia do pedido relativo às

DE COSMÉTICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME; VRX COMERCIO parcelas de FGTS + 40%, a extinção do pleito sem resolução de

DE COSMÉTICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME; ROBERTO mérito, à luz do que dispõe o art. 485, I, do CPC/15, sob o

NENDZA - ME; HANOVA INDUSTRIA E COMERCIO DE fundamento de que, a parte recorrida, em sua peça de ingresso,

COSMÉTICOS LTDA - ME; AL PARTICIPACOES LTDA; inobstante tenha somente assentado as datas de ingresso e de

ANDERSON LUID DOS SANTOS SEVERO - ME; MULT dispensa, realizou o pedido correspondente às parcelas de FGTS

DISTRIBUIDORA DE COSMÉTICOS LTDA; BRC - BRAZIL em conjunto com a indenização adicional de 40% sobre o saldo

COSMETICS LTDA a pagar à reclamante LUCHELYS DE fundiário.

ALENCAR MARTINS as seguintes parcelas: a.Saldo de salário (29 No mérito, defende a recorrente, em síntese, a inexistência de

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 340
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

fusão e formação de grupo econômico com o GRUPO HELGA, no presente feito, com vistas à garantia do contraditório e da ampla

sendo indevida a sua responsabilidade solidária pelos créditos defesa, verificando-se, pois, uma patente violação ao que dispõe o

deferidos ao autor na presente reclamação trabalhista. art. 312 do CPC/15.

Argumenta, em que pese tenha havido, nas redes sociais, um Destaca, em seguida, que os aludidos depoimentos também não

anúncio de fusão entre os conglomerados Helga e Hanova, por integram o arcabouço das provas emprestadas acostada aos autos,

certo, tal reagrupamento não ocorreu, máxime porque a sucessão mediante convenção de ambas as partes; que o Juízo a quo utilizou

empresarial somente é possível em face de pessoas jurídicas como fundamento da procedência da pretensão autoral, da mera

regularmente constituídas, o que não é o caso dos grupos cópia de uma transcrição parcial realizada no bojo de uma sentença

econômicos, os quais não possuem personalidade jurídica própria, proferida em processo paradigma, a qual, por sua vez, utilizou,

mas tão somente exteriorizam a arregimentação de sociedades que naquele momento, o depoimento testemunhal na condição de prova

possuam atuação integrante em face da comunhão de interesses, o emprestada, a qual, por certo, não integra o presente feito.

que, também, não retrata o caso dos autos. Ressalta, igualmente, que as reportadas transcrições carregam

Esclarece, adiante, que há uma mera relação comercial, havendo relatos fáticos que não integram as razões da exordial, impondo

total independência entre as empresas do GRUPO HANOVA em reconhecer a total inovação da lide, em absoluta violação ao art.

relação às componentes do GRUPO HELGA, sendo a recorrente, 141 do CPC/15.

mera fornecedora de produtos para o conglomerado empresarial Em razão do exposto, requer a nulidade da sentença e o retorno

HELGA, sem haver contudo, qualquer integração de interesses dos autos para que haja um novo julgamento, desta feita, em

entre as empresas ou atuação conjunta. conformidade com o acervo fático-probatório do caso sub examine.

Por fim, requer a reforma da decisão de modo a afastar a À análise.

inconstitucionalidade declarada de forma incidental do art. 791-A, Em audiência de instrução, as Reclamadas requereram a juntada

§4º, da CLT, haja vista inexistir afronta à Carga Magna, mormente de provas emprestadas, relativo aos depoimentos testemunhais dos

porque, nos ditames do art. 133 da Lei Maior, o advogado é processos 461-92.2018.5.07.0010, 470-54.2018.5.07.0010 e 471-

indispensável à administração da justiça, e, caso esta Colenda 39.2018.5.07.0010 (ID. bae0442, ID. ed35241, ID. 5cd9c24, ID.

Turma entenda de modo diverso, que seja observada o art. 97 da 8eb6395).

CRFB/1988, o qual prevê a cláusula de reserva de plenário para a O Juízo, ao proferir a sentença, utilizou para o reconhecimento da

manutenção da declaração de inconstitucionalidade. existência de Grupo Econômico entre as acionadas (Grupo Hanova-

Após devidamente notificada, a recorrida apresentou suas Helga) como prova emprestada, os fundamento os lançados na

contrarrazões, conforme documento de ID. 15ffc62. sentença prolatada nos autos do processo nº 0000471-

A matéria versada no presente recurso dispensa a obrigatoriedade 51.2018.5.07.0006, de lavra da magistrada Taciana Orlovicin

de parecer prévio da douta PRT (art. 109, do Regimento Interno)" Gonçalves Pita (ID. 984dd8d).

FUNDAMENTAÇÃO Nesse ponto, destaco, inicialmente, que o novo CPC trouxe

ADMISSIBILIDADE permissivo expresso quanto à possibilidade de utilização da prova

Acolhe-se o presente recurso, uma vez que preenchidos os emprestada, desde que observado o contraditório, conforme

requisitos de admissibilidade. previsão no art. 372, que assim dispõe:

PRELIMINARES Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em

Peço vênia para adotar os fundamentos do voto do Excelentíssimo outro processo, atribuindo-lhe o valor que considerar adequado,

Desembargador Relator Francisco José Gomes da Silva, quanto à observado o contraditório".

apreciação das preliminares, nos seguintes termos: Assim, havendo previsão legal para utilização da prova emprestada

"DA NULIDADE DA SENTENÇA- DA UTILIZAÇÃO DA PROVA e, observando que no processo nº 0000471-51.2018.5.07.0006 as

EMPRESTADA - DO ALEGADO CERCEAMENTO DE DEFESA partes foram submetidas ao contraditório e, havendo identidade dos

Aduz a recorrente, preliminarmente, que houve cerceamento de seu fatos probandos nos processos, rejeita-se a alegativa de

direito de defesa, ao argumento de que o juízo, ao adotar cerceamento de defesa.

integralmente a motivação da sentença proferida na reclamatória Quanto a alegativa de que as reportadas transcrições dos

trabalhista 0000471-51.2018.5.07.0006, construiu o seu depoimentos carregam relatos fáticos que não integram as razões

entendimento, a partir das provas orais ali consignadas, mas que, da exordial, não merece acolhida, posto que a causa de pedir da

tais elementos probatórios não foram publicizadas à ora recorrente autora, no que se refere a responsabilidade solidária das acionadas,

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 341
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

trata justamente na alegada formação de grupo econômico entre as motivado, em conjunto com as demais provas dos autos".

empresas, objeto da prova naqueles autos. Importante salientar também que a utilização de prova emprestada

Os depoimentos constantes na prova emprestada utilizada pelo não está condicionada à prévia anuência e concordância das

Juízo a quo dizem respeito aos fatos relacionados pela autora, no partes. Assim, a mera alegação da reclamada de que não

que pertine a alegada formação de grupo econômico entre as concordou com a utilização de prova emprestada não é suficiente

acionadas GRUPO HELGA (DISTR IBUIDORA HELGA para inviabilizar a sua utilização nestes autos. Precedentes.

COSMETICOS LTDA - ME, HELGA COSMETICOS LTDA - ME, Recurso de revista não conhecido" (TST, ARR - 3600-

HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ME, ORIGINAL 29.2010.5.12.0031 Data de Julgamento: 15/02/2017, Relator

COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, MULTIPLA Ministro: José Roberto Freire Pimenta, 2ª Turma, Data de

COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - EPP, BELLA Publicação: DEJT 17/02/2017).

COSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE COSMETICOS "B) RECURSO DE REVISTA. 1. NULIDADE DA SENTENÇA.

LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, ERICA CERCEAMENTO DE DEFESA. UTILIZAÇÃO DE PROVA

PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS EMPRESTADA SEM ANUÊNCIA. O Regional entendeu que a

COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX utilização de prova emprestada consubstanciada em certidão de

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX averiguação produzida em outros autos, no qual a reclamada figura

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME e como parte, não configura cerceamento de defesa, ante a

ROBERTO NENDZA - ME) e GRUPO HANOVA - HNV (HANOVA semelhança fática existente entre os processos, assim como da

INDUSTRIA E COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, AL observância do contraditório e da ampla defesa. Com efeito, esta

PARTICIPAÇÕES LTDA, ANDERSON LUID DOS SANTOS Corte tem se posicionado no sentido de ser possível a utilização da

SEVERO - ME e MULT DISTRIBUIDORA DE COSMETICOS prova emprestada, não sendo imprescindível a anuência da parte

LTDA), assim como referem-se as mesmas demandadas, sendo adversa. Recurso de revista não conhecido" (TST, RR - 940-

permitido sua valoração como se houvesse sido produzida 27.2013.5.18.0181 Data de Julgamento: 09/11/2016, Relatora

diretamente nos autos examinados. Ministra: Dora Maria da Costa, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT

Nesse ponto, frise-se, não há vício em virtude de o Juízo ter 11/11/2016).

utilizado a fundamentação da sentença, a qual considerou para Preliminar rejeitada.

formação do convencimento da magistrada, depoimentos os quais INÉPCIA DA INICIAL

foram respeitados o contraditório quando produzida em processos Requer o Recorrente, o reconhecimento da inépcia do pedido

judiciais, máxime,quando envolvendo a mesma empresa e quando relativo às parcelas de FGTS + 40%, e a extinção do pleito sem

os fatos guardam correlação com os da presente ação. resolução de mérito, à luz do que dispõe o art. 485, I, do CPC/15,

Nesse mesmo entendimento, colaciona-se a atual jurisprudência do sob o fundamento de que, a parte recorrida, em sua peça de

Tribunal Superior do Trabalho, in verbis: ingresso, inobstante tenha somente assentado as datas de ingresso

UTILIZAÇÃO DE PROVA EMPRESTADA. POSSIBILIDADE. e de dispensa, realizou o pedido correspondente às parcelas de

IDENTIDADE FÁTICA. MESMAS RECLAMADAS. FGTS, em conjunto com a indenização adicional de 40% sobre o

DESNECESSIDADE DE PRÉVIA CONCORDÂNCIA DA PARTE saldo fundiário.

CONTRÁRIA. AUSÊNCIA DE CERCEAMENTO DE DEFESA. Sem razão.

NULIDADE PROCESSUAL NÃO CONFIGURADA. Esta Corte O processo trabalhista é regido pelo princípio da simplicidade das

admite a utilização da prova emprestada, desde que haja a formas, consagrado no art. 840, § 1º, da CLT, segundo o qual basta

identidade dos fatos considerados no documento emprestado e no uma breve exposição dos fatos para se considerar apta a exordial.

caso em julgamento, assim como ocorrido nesta hipótese, em que o Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal.

Regional registrou que"a prova emprestada foi produzida em § 1º - Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do

processo judicial que envolvia as mesmas rés da presente ação, Presidente da Junta, ou do juiz de direito a quem for dirigida, a

tendo sido observadas as formalidades estabelecidas em lei para a qualificação do reclamante e do reclamado, uma breve exposição

sua produção, bem como o princípio do contraditório. Segundo, dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, a data e a assinatura

porque os fatos a serem comprovados guardam correlação com os do reclamante ou de seu representante.

da presente ação. Terceiro, porque a referida prova emprestada foi § 1o Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do

valorada pelo Juízo segundo o princípio do livre convencimento juízo, a qualificação das partes, a breve exposição dos fatos de que

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 342
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser certo, determinado e acionadas.

com indicação de seu valor, a data e a assinatura do reclamante ou Rejeita-se."

de seu representante. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) DO MÉRITO

§ 2º - Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em 2 (duas) GRUPO ECONÔMICO. CONFIGURAÇÃO.

vias datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no A sentença reconheceu o grupo econômico entre as empresas

que couber, o disposto no parágrafo anterior. demandadas, consoante os seguintes fundamentos:

§ 2o Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em duas vias "Diante da identidade da matéria (fática e jurídica), adoto

datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no que integralmente os fundamentos lançados na brilhante sentença

couber, o disposto no § 1o deste artigo. (Redação dada pela Lei nº prolatada nos autos da 0000471-51.2018.5.07.0006, de lavra da

13.467, de 2017) magistrada Taciana Orlovicin Gonçalves Pita, acerca da

§ 3o Os pedidos que não atendam ao disposto no § 1o deste artigo responsabilidade das empresas demandadas, nos termos a seguir:

serão julgados extintos sem resolução do mérito. (Incluído pela Lei 'Afirma a parte reclamante que as empresas que compõem o antigo

nº 13.467, de 2017) GRUPO HELGA (DISTRIBUIDORA HELGA COSMETICOS LTDA -

Como se observa, a Lei n. 13.467/17 fez referência expressa aos ME, HELGA COSMETICOS LTDA - ME, HELGA NENDZA SALES

requisitos da petição inicial trabalhista, dispondo no § 1º do art. 840 & CIA LTDA - ME, ORIGINAL COMERCIO DE COSMETICOS

da CLT que o pedido deva "ser certo, determinado e com indicação LTDA - ME, MULTIPLA COMERCIO DE COSMETICOS LTDA -

de seu valor". EPP, BELLA COSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE

No caso, em relação ao pedido de pagamento do FGTS e multa COSMETICOS LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME,

rescisória, o reclamante fez pedido certo, determinado e com ERICA PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS

indicação do valores pois da sua causa de pedir, entende-se COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX

logicamente que o autor fora demitido sem justa causa e sem COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX

recebimento de suas verbas rescisórias, fato este, incontroverso COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME e

nos autos. ROBERTO NENDZA - ME) são dirigidas e coordenadas pelos

Na narrativa dos fatos, o acionante afirmou que ingressou na sócios José Alencar Sales Júnior e Érica Pontes de Meneses. Alega

reclamada no dia 01/08/2010, para exercer a função de gerente, que, em meados de 2017, os sócios do Grupo Helga iniciaram

sendo demitida sem justa causa em 29/03/2018; que o último negociações para fusão com o Grupo Hanova (HNV), fusão de

salário percebido foi de R$ 3.200,00 (três mil e duzentos reais); que empresas esta que foi oficialmente tornada pública em julho de

quando de sua demissão não recebeu qualquer valor, assim como 2017, expondo o rol de empresas que compõem o Grupo Hanova -

não fora liberado Seguro Desemprego e FGTS, motivo pelo qual HNV (HANOVA INDUSTRIA E COMERCIO DE COSMETICOS

pleiteia a liberação dos mesmos em sede de tutela antecipada; que LTDA - ME, AL PARTICIPAÇÕES LTDA, ANDERSON LUID DOS

o FGTS se encontra depositado apenas de forma parcial, apenas o SANTOS SEVERO - ME e MULT DISTRIBUIDORA DE

valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais). COSMETICOS LTDA), à época todas dirigidas pelos sócios

Em seguida, requereu que, Tendo em vista os argumentos jurídicos Anderson Luid Santos Severo e Aline Cristina Silva Souza Severo.

apresentados, ajuíza-se a presente Reclamação Trabalhista no Sustenta que, a partir de julho de 2017, independentemente do

intuito de serem satisfeitos todos os direitos da reclamante, quais cumprimento das obrigações legais para efetivação da fusão, qual

sejam: Saldo Salário, Aviso Prévio de 51 dias, 13º salário e férias seja a extinção das pessoas jurídicas da empresa incorporada com

sobre aviso prévio, FGTS sobre rescisão, 13º salário proporcional o surgimento de uma nova, tal fusão de fato ocorreu e todos os

3/12 de 2018, férias simples 2016/2017 e proporcionais 2017/2018 empregados passaram à subordinação do Grupo Hanova-Helga, o

todas acrescidas do terço constitucional, FGTS e multa de 40%. qual configura grupo econômico por coordenação, impondo a

Em relação ao rol dos pedidos, o autor requereu a condenação da responsabilização solidária entre as empresas do grupo. Entende

reclamada ao pagamento das verbas rescisórias, incluindo FGTS E que a fusão entre as empresas com a criação, em outubro de 2017,

MULTA DE 40% DO FGTS. da empresa MULT DISTRIBUIDORA DE COSMÉTICOS (de que

Em decorrência do princípio da simplicidade, que norteia o processo eram sócios o filho dos sócios do Grupo Helga e a mãe do sócio do

trabalhista, o qual não sofreu alterações com a Lei nº 13.467, de Grupo Hanova), teria como única finalidade ocultar os sócios de fato

2017, a petição inicial ora em análise preencheu os requisitos do da nova empresa e ainda o de conseguir nova linha de crédito na

art. 840 , da CLT, a qual, frise-se, não dificultou a defesa das praça. Postula, caso não se conclua pela existência de grupo

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econômico, que se reconheça a sucessão empresarial de todas as A reclamada MULT DISTRIBUIDORA DE COSMETICOS LTDA

empresas do Grupo Helga por HNV INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE alega que nunca existiu de fato e nega a formação de grupo

COSMÉTICOS LTDA. Alega, ainda, que a empresa BRC BRAZIL econômico com quaisquer das demais empresas.

COSMÉTICOS LTDA adquiriu em Recuperação Judicial os direitos A ré BRC - BRAZIL COSMETICS LTDA informa que comprou os

da marca mista "Helga" por cinco anos, sem jamais exercer direitos de uso da marca HELGA, não estando a reclamante sob

qualquer gerência direta, pois o Sr. José Alencar Sales Júnior suas ordens, refutando a formação de grupo econômico com

continuou a exercer a direção, gerência e coordenação das quaisquer das demais empresas reclamadas e pleiteia que, em

empresas. Por essa razão, pretende a responsabilização solidária caso de condenação, seja de forma subsidiária.

da ré BRC BRAZIL COSMÉTICOS LTDA, uma vez identificada a Pois bem.

fraude ocorrida e a evidente direção do efetivo sócio do Grupo Inicialmente, declaro a responsabilidade solidária das empresas

Helga. DISTRIBUIDORA HELGA COSMETICOS LTDA - ME, HELGA

Em suas contestações, as rés negam a formação de grupo COSMETICOS LTDA - ME, HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA -

econômico entre as empresas do Grupo Helga e Hanova As ME, ORIGINAL COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME,

reclamadas DISTRIBUIDORA HELGA COSMETICOS LTDA - ME, MULTIPLA COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - EPP, BELLA

HELGA COSMETICOS LTDA - ME, HELGA NENDZA SALES & CIA COSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE COSMETICOS

LTDA - ME, ORIGINAL COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, ERICA

MULTIPLA COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - EPP, PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS

BELLACOSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX

COSMETICOS LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX

ERICA PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME,

COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX ROBERTO NENDZA - ME (1ª a 13ª reclamadas), nos termos do §

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX 2º do art. 2º da CLT, as quais reconheceram a formação de grupo

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, econômico entre si, encontrando-se, dentre estas, a empregadora.

ROBERTO NENDZA - ME (1ª a 13ª reclamadas), não refutam o Quanto ao grupo econômico alegado em relação aos grupos

grupo econômico entre si, tendo contestado a formação de grupo HELGA e HANOVA, a autora juntou aos autos várias fotografias

com as empresas do Grupo HANOVA (14ª a 16ª reclamadas), com com os Srs. Anderson Luid Dos Santos Severo, José Alencar Sales

a MULT DISTRIBUIDORA (17ª reclamada) e com a BCR (18ª Junior, Aline Cristina Silva Souza Severo e Érica Pontes de

reclamada), alegando que o grupo HANOVA tem como objeto social Meneses, sócios das empresa Hanova e Helga, divulgadas em meio

a produção de produtos de beleza, e que inexiste hierarquia e/ou digital em julho de 2017, anunciando a fusão entre as empresas do

coordenação entre as empresas. Sustenta que a BCR está sob a Grupo Helga com aquelas do Grupo Hanova (HNV), com

égide da Lei 11.101//05, tendo comprado o direito de utilização da fundamento na expansão e aquisições realizadas pelo grupo

marca "Helga" por cinco anos. HANOVA, podendo se perceber que nas fotos, aparece o diretor do

As reclamadas HANOVA INDUSTRIA E COMERCIO DE grupo HANOVA, o qual veste camisa com o nome HELGA NOVO

COSMETICOS LTDA - ME e ANDERSON LUID DOS SANTOS TEMPO e ainda uma figura que demonstra a junção de duas peças

SEVERO - ME reconhecem o grupo entre si e negam a formação de de quebra-cabeça nas quais constam os nomes dos dois grupos

grupo com as demais reclamadas, noticiando que são fornecedoras HANOVA e HELGA. Em que pese não haver alterações nas

de produtos à rede varejista, sendo uma das principais, o grupo estruturas das empresas formadoras dos grupos, resta claro que

HELGA, não tendo havido a fusão alegada, apenas relação houve uma intensa comunhão de interesses

fornecedor-cliente. Informam, ainda, que os fundos de comércio de econômicos/profissionais entre as empresas formadoras dos dois

empresas do Grupo Helga foram alienados por seus sócios- grupos. De acordo com a Lei 13.467/2017 são requisitos para a

proprietários da Helga para a empresa DX GROUP configuração do grupo econômico: a demonstração do interesse

PARTICIPAÇÕES E INVESTIMENTOS LTDA, que, por sua vez, integrado, a efetiva comunhão de interesses e a atuação conjunta

não possuiria qualquer ligação com o Grupo Hanova, tratando-se de das empresas integrantes. A inexistência de uma hierarquia entre

empresa de investimentos de proveniente São Paulo. as empresas não descaracteriza o grupo econômico, se há a

A demandada AL PARTICIPACOES LTDA nega a formação de demonstração de que entre as empresas ocorre clara atuação

grupo econômico com quaisquer das demais empresas. conjunta, em linha de coordenação e comunhão de interesses, o

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que se verifica no caso em tela. restou afirmado que as empresas HANOVA INDUSTRIA E

Ademais, a primeira testemunha laboral afirmou em seu COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, ANDERSON LUID

depoimento: DOS SANTOS SEVERO - ME e AL PARTICIPACOES LTDA

"(...) que havia comentários dentro da empresa de que ocorreu uma formam o grupo HANOVA. Nessa senda, o contrato social de

fusão entre as empresas Helga e Hanova; que o gerente do constituição da reclamada AL PARTICIPAÇÕES LTDA demonstra

depoente comentou que ocorreria a fusão e que o depoente que essa empresa tem como sócios os Srs. Anderson Liud dos

continuaria a prestar serviços para as duas empresas; que o Santos Severo e Aline Cristina Silva Souza Severo, os quais se

depoente já chegou, mesmo prestando serviços para a Helga, fizeram presentes ao evento em que foi anunciada a "fusão" entre

prestar serviços para a Hanova, tais como rotulagem de produtos, os grupos empresariais, conforme fotografias anexadas aos autos.

embalagem de mercadorias e fazendo entregas; que depois dos Ainda, o endereço eletrônico da AL PARTICIPAÇÕES LTDA

comentários da fusão, o depoente também começou a receber registrado no CNPJ é "anderson@hanovacosméticos.com.br".

ordens do Sr. Paulo, empregado da Hanova, responsável pela Ademais, a Sra. Aline Cristina Silva Souza Severo é também sócia

logística." da empresa HNV INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE COSMÉTICOS

Ainda, a segunda testemunha da autora noticiou: LTDA, cujo endereço eletrônico é

"que trabalhou para Helga de 01/02/2010 a 14/04/2018 na função "anderson@hanovacosméticos.com.br", conquanto o Sr. Anderson

de estoquista; que trabalhou com a reclamante; que o gerente, Liud dos Santos Severo não faça parte do corpo societário dessa

Sr.Evandro comentou com o depoente que havia sido feita uma empresa. O Sr. Anderson Liud dos Santos Severo atua, ainda,

sociedade entre a Helga e a Hanova; que, após o comentário, o como empresário individual da ANDERSON LUID DOS SANTOS

depoente também começo a prestar serviços para a Hanova SEVERO ME. Por fim, saliento que as empresas HNV INDÚSTRIA

abastecendo e descarregando as mercadorias da empresa Hanova E COMÉRCIO DE COSMÉTICOS LTDA, AL PARTICIPAÇÕES

nas seções das lojas Helga, limpando as mercadorias; que o LTDA, ANDERSON LUID DOS SANTOS SEVERO - ME e MULT

depoente não recebia ordens de nenhum empregado da Hanova; DISTRIBUIDORA DE COSMETICOS LTDA, em audiência, se

que as lojas Helga também vendiam produtos de outras indústrias e fizeram representar pelo mesmo preposto, o Sr. Luiz Gustavo

não só da empresa Hanova; que, em relação às mercadorias das Santana Severo, neste feiro e nos processos nº0000470-

outras indústrias, o abastecimento e o descarregamento de 54.2018.5.07.0010, 0000471-39.2018.5.07.0010 e 0000476-

mercadorias eram feitos por empregados destas indústrias; que a 61.2018.5.07.0010, cujos termos de audiência foram anexados aos

reclamante vendia produtos da indústria Hanova bem como de presentes autos.

outras indústrias." O fato de a empresa AL PARTICIPAÇÕES LTDA ter objetivo social

Saliente-se que o fato de terem sido alienados fundos de comércio diverso das empresas do grupo HANOVA não é suficiente para

de empresas do Grupo Helga para a empresa DX GROUP afastar a formação do grupo econômico com HNV INDÚSTRIA E

PARTICIPAÇÕES E INVESTIMENTOS LTDA não afeta a presente COMÉRCIO DE COSMÉTICOS LTDA e ANDERSON LUID DOS

demanda, pois apenas houve a alienação parcial das quotas SANTOS SEVERO - ME.

empresariais de somente algumas das empresas do Grupo. Sendo assim, reconheço que a empresa AL PARTICIPAÇÕES

Insta destacar, também, que a alegação da reclamada ANDERSON LTDA pertence ao grupo econômico HANOVA, o qual restou

LUID DOS SANTOS SEVERO ME de que a relação havida entre os condenada solidariamente, aplicando a esta a mesma

apontados conglomerados empresariais era de apenas fornecedor- responsabilidade, nos termos dos arts. 2º, § 2º, e 9º da CLT.

cliente não se sustenta, ressaltando que a mensagem eletrônica e a No que tange à reclamada MULT DISTRIBUIDORA DE

confissão de dívida datam de período anterior à "fusão" noticiada, o COSMETICOS LTDA, observa-se efetivamente formalizada em

que só veio a ocorrer em julho de 2017. 24/10/2017 pouco tempo após a fusão dos grupos HELGA e

Diante do exposto, reconheço a existência de grupo econômico por HANOVA, com atuação na vendas de produtos de higiene, tendo

coordenação entre todas as empresas dos Grupos HELGA e como sócios os Srs. Matheus Pontes Sales e Maria de Fátima dos

HANOVA, as quais declaro responsáveis solidárias pelas verbas Santos Severo, os quais são, respectivamente, o filho dos titulares

decorrentes da condenação, nos termos dos arts. 2º, § 2º, e 9º da do Grupo Helga e a mãe de um dos proprietários do Grupo Hanova

CLT. (Anderson Luid dos Santos Severo), fato não contestado em defesa.

No que concerne à reclamada AL PARTICIPAÇÕES LTDA, verifica- Sendo assim, tenho que a empresa MULT DISTRIBUIDORA DE

se que na defesa das empresas formadoras do GRUPO HELGA COSMETICOS LTDA também participa dos Grupos Helga e

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 345
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Hanova, utilizando-se da mesma estrutura empresarial para a daí a prioridade era para vender os produtos da Hanova e Lavi"

consecução de seus objetivos financeiros, diante do que, resta - depoimento de Francisca Edinusia Alves de Sousa)."

condenada solidariamente, nos termos dos arts. 2º, § 2º, e 9º da A empresa recorrente manifesta no presente recurso ordinário o seu

CLT. inconformismo, alegando, em síntese: "que a fusão e o grupo

Por fim, quanto à ré BRC BRAZIL COSMETICS COMÉRCIO econômico ostentam características diametralmente opostas"; "em

VAREJISTA DE COSMÉTICOS EIRELI, verifica-se que ela que pese tenha havido, nas redes sociais, um anúncio de fusão

apresentou defesa através do mesmo escritório que a empregadora, entre os conglomerados Helga e Hanova, por certo, tal

na qual passou a repetir as mesmas alegações já apresentadas reagrupamento não ocorreu, máxime porque a sucessão

pelas 1ª a 13ª Reclamadas, além disso, observa-se que no empresarial somente é possível em face de pessoas jurídicas

comprovante de inscrição cadastral (CNPJ) consta endereço regularmente constituídas, o que não é o caso dos grupos

eletrônico pertencente ao domínio da HELGA COSMÉTICOS. econômicos, os quais não possuem personalidade jurídica própria,

Ademais, apresentou carta de preposição que revelou mas tão somente exteriorizam a arregimentação de sociedades que

representação através do mesmo preposto que a empregadora, possuam atuação integrante em face da comunhão de interesses";

razão pela qual, deve ser solidariamente responsável pelos créditos "que a sentença de origem, em nenhum momento, cuidou de

oriundos da presente demanda, nos moldes dos arts. 2º, § 2º, e 9º demonstrar a integração de interesses entre as empresas, a

da CLT." atuação conjunta, tampouco a comunhão de interesses, mas

Pontue-se, por oportuno, que as atas de audiência em nada apenas limitou-se a discorrer, de forma bastante confusa, sobre

corroboram com a tese da demandada, uma vez que se verifica, "fusão", sendo esta manifestante inexistente no caso vertente"; "que

com extrema facilidade, que a testemunha da reclamada, Sr. os depoimentos coligidos aos autos sob a rubrica de prova

Emanuel Rodrigues de Albuquerque, arrolada em todos os emprestada fulminam a pretensão autoral, quer pelo viés da fusão,

processos, busca, sem nenhum sucesso, sustentar os termos da seja sob a óptica de agrupamento empresarial."

defesa. Não se vê nas razões recursais, com a devida vênia da parte

Ademais, por mais que tenha declarado que "que na metade do recorrente, fundamentos que infirmem convincentemente as

segundo semestre de 2017 houve uma reunião da Helga com a conclusões do juízo de primeiro grau, razão pela qual se há perfilhar

Hanova para uma parceria de fornecimento de produtos", com os motivos da decisão vergastada, ora endossados e

afirmou, posteriormente, que "soube que foi feita uma postagem integrantes das presentes razões de decidir.

no instagram da Helga onde foi usado o termo fusão com a Consoante o § 2º do art. 2º da CLT, "sempre que uma ou mais

Hanova". empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica

Por outro lado, as testemunhas Francisca Edinusia Alves de Sousa própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de

e Maria Irlane Silva Santos outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua

Desiderio, apresentadas pelas partes autoras, nas referidas atas de autonomia, integrem grupo econômico, serão responsáveis

audiências, possuem depoimentos uníssonos no que tange à solidariamente pelas obrigações decorrentes da relação de

reunião em que foi publicizada à fusão das demandadas aos emprego".

empregados são uníssonas ("que no final de julho/2017 foram Nesta esteira, o delineamento do que se convencionou chamar

convocadas para uma reunião no hotel meridional no centro da grupo econômico, pela dicção da Consolidação das Leis do

cidade onde foi comunicada por Alencar Junior, Erica Pontes e Trabalho, importa na evidência da integração dos

Aline Severo, a fusão da Helga e Hanova, com promessas de empreendimentos, de forma a vincular, direta ou indiretamente, as

que tudo iria mudar com a chegada de novos produtos, mas na empresas.

pratica tudo continuou do mesmo jeito, pois continuou Este aspecto restou caracterizado nos autos, sendo certo que se

chegando produtos da marca própria da Helga (lavi) e da Helga, verificam elementos suficientes para que seja corroborada a

os quais tinham prioridade para serem vendidos" - depoimento conclusão da sentença recorrida.

de Maria Irlane Silva Santos Desiderio) e ("que houve uma Como bem destacado pela sentença, restou demonstrada nos autos

reunião num domingo de julho/2017 onde foi comunicada a a ampla divulgação realizada nas redes sociais, em julho de 2017,

fusão da Hanova com a Helga Cosmeticos onde foram acerca da fusão das empresas do Grupo Helga com aquelas do

apresentados os novos patrões como sendo: Aline Severo e Grupo Hanova. Eis os dizeres da publicação (V. ID 0d53e9e - Pág.

seu esposo Anderson ambos donos da Hanova; que a a partir 2): "Temos o orgulho de anunciar que começou um novo tempo. O

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 346
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Grupo HNV detentor de várias marcas como a Hanova, em um Não se olvida o depoimento da testemunha convidada pelas

processo de expansão e aquisições, realizou a fusão com o Grupo reclamadas, Sr. Emanuel Rodrigues de Albuquerque, ouvida nos

Helga Cosméticos. Tudo isso para que os nossos clientes possam processos (461-92.2018.5.07.0010, 470-54.2018.5.07.0010 e 471-

ter sempre à disposição o melhor atendimento, os melhores 39.2018.5.07.0010) trazidos por empréstimo ao conjunto probatório,

produtos e a melhor experiência. Transformando para melhor, o seu cujas declarações transparecem a ideia de demonstrar ter havido

visual e a sua vida. #HelgaNovoTempo #Hanova #GrupoHNV apenas uma relação comercial, mas não uma fusão, entre as

#GrupoHelga #Beleza #Cabelos". Com a devida vênia da parte empresas do grupo Helga e do grupo Hanova. Contudo, diante dos

recorrente, este aspecto é relevante para a caracterização do grupo demais elementos probatórios dos autos, não há de prevalecer o

econômico sob investigação, demonstrando a plena possibilidade quadro traçado pelo depoente, sendo de se destacar que ele próprio

de que as marcas de cada um dos grupos estejam sob a admite não ter participado da reunião ocorrida em julho de 2017 (V.

coordenação de um único conglomerado, o que afasta a tese ID's 5cd9c24 - Pág. 6 e 8eb6395 - Pág. 6), na qual fora anunciada a

recursal a respeito da estranheza de haver empresas concorrentes fusão aos trabalhadores.

no mesmo grupo econômico. Cumpre ressaltar, ainda, porquanto oportuno, que a estreita relação

Além disso, vigora no Direito do Trabalho o princípio da primazia da comercial entre as empresas dos grupos empresariais, consoante

realidade, de modo a ser imprescindível destacar a prevalência dos se denota pelas notas ficais de vendas de mercadorias anexadas

fatos da relação de emprego sobre os aspectos formais. Dessa aos autos, a meu sentir, não rechaça a formação de grupo

forma, ainda que não ultimada, ao menos formalmente, com as econômico, mas, em verdade, a reforça, evidenciando além da

devidas baixas das pessoas jurídicas, a fusão mencionada nas complementaridade entre os objetos sociais das empresas

redes sociais, não há se desconhecer que houve a junção das contratantes, o interesse integrado, a comunhão de interesses e a

empresas, que passaram a atuar integradas a um único grupo. atuação conjunta das empresas dele integrantes.

Igualmente, salvo melhor juízo, os depoimentos das testemunhas Destarte, o quadro encontrado no presente feito permite a

não afastam o reconhecimento do grupo econômico. Ao revés, conclusão de que a empresa ora recorrente integra grupo

confirmam a fusão entre as empresas. Destaca-se, a este respeito, econômico com as reclamadas do grupo Helga. Importa examinar a

o depoimento da primeira testemunha da parte reclamante, Sra. presença de elementos objetivos capazes de demonstrar que as

Maria Irlane Silva Santos Desiderio, ouvida no processo nº 0000470 empresas estavam integradas no mesmo grupo. É o que se

-54.2018.5.07.0010 (Ata de audiência de ID 5cd9c24 - Pág. 4), constatou à exaustão no presente feito.

trazido por empréstimo ao conjunto probatório pelas próprias Por oportuno, colhe-se o seguinte precedente jurisprudencial:

reclamadas, revelador de "(...) que no final de julho/2017 foram "Grupo econômico. Relação inter-empresarial. O grupo econômico

convocadas para uma reunião no hotel meridional no centro da para fins justrabalhistas não necessita se revestir das modalidades

cidade onde foi comunicada por Alencar Junior, Erica Pontes e Aline jurídicas típicas do Direito Econômico ou Direito Comercial

Severo, a fusão da Helga e Hanova, com promessas de que tudo (holdings, consórcios, pools etc.). Não se exige, sequer, a prova

iria mudar com a chegada de novos produtos, mas na pratica tudo de sua formal institucionalização cartorial: pode-se acolher a

continuou do mesmo jeito, pois continuou chegando produtos da existência do grupo desde que surjam evidências probatórias

marca propria da Helga (lavi) e da Helga, os quais tinham prioridade de que estão presentes os elementos de integração inter-

para serem vendidos, e das outras marcas continuaram escassos". empresarial (abrangência subjetiva e nexo relacional) de que

Veja-se que a fusão foi comunicada aos empregados em reunião, fala a CLT (art. 2º, § 2º)" (Processo 00409002020085010025, TRT

constatação que reforça a ideia do grupo econômico, referindo-se a 1ª Região - 8ª Turma, Relatora Desembargadora Dalva Amélia de

depoente a tudo ter "continuado do mesmo jeito" ao modus Oliveira, Publicado em 30/06/2014)(destaquei).

operandi das vendas dos produtos e não à ausência de formação NEGA-SE PROVIMENTO.

de grupo. A testemunha em questão ainda revelou que as diversas CONCLUSÃO DO VOTO

marcas apresentavam seus produtos e realizavam treinamentos, Por unanimidade, conhecer do recurso ordinário para, rejeitar as

mas que com a Hanova o processo foi diferente, pois, além de ter preliminares suscitadas e, no mérito, por maioria, negar-lhe

sido comunicada a fusão, não houve interrupção do fornecimento de provimento.

mercadorias para serem vendidas nas lojas Helga, o que ocorreu DISPOSITIVO

com outros fornecedores em face das dívidas da empregadora ACORDAM OS INTEGRANTES DA 2.ª TURMA DO TRIBUNAL

originária. REGIONAL DO TRABALHO DA 7.ª REGIÃO, por unanimidade,

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 347
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

conhecer do recurso ordinário para, rejeitar as preliminares DA NULIDADE DA SENTENÇA- DA UTILIZAÇÃO DA PROVA

suscitadas e, no mérito, por maioria, negar-lhe provimento. Vencido EMPRESTADA - DO ALEGADO CERCEAMENTO DE DEFESA

o Desembargador Relator, que dava provimento ao apelo, para Aduz a recorrente, preliminarmente, que houve cerceamento de seu

excluir da condenação a responsabilidade solidária da reclamada direito de defesa, ao argumento de que o juízo, ao adotar

HNV INDÚSTRIA E COSMÉTICOS LTDA. Redigirá o acórdão o integralmente a motivação da sentença proferida na reclamatória

Desembargador Cláudio Soares Pires, com a integração do voto trabalhista 0000471-51.2018.5.07.0006, construiu o seu

vencido. entendimento, a partir das provas orais ali consignadas, mas que,

Participaram do julgamento os Exmos. Srs. Desembargadores tais elementos probatórios não foram publicizadas à ora recorrente

Francisco José Gomes da Silva (Presidente e Relator), Cláudio no presente feito, com vistas à garantia do contraditório e da ampla

Soares Pires e Paulo Régis Machado Botelho. Presente ainda o(a) defesa, verificando-se, pois, uma patente violação ao que dispõe o

Exmo(a). Sr(a). membro do Ministério Público do Trabalho. Em gozo art. 312 do CPC/15.

de férias o Exmo. Sr. Desembargador Jefferson Quesado Junior. Destaca, em seguida, que os aludidos depoimentos também não

Fortaleza, 14 de outubro de 2019. integram o arcabouço das provas emprestadas acostada aos autos,

INTEGRA O PRESENTE ACÓRDÃO O VOTO VENCIDO DO EXMº mediante convenção de ambas as partes; que o Juízo a quo utilizou

DESEMBARGADOR FRANCISCO JOSÉ GOMES DA SILVA, in como fundamento da procedência da pretensão autoral, da mera

verbis: cópia de uma transcrição parcial realizada no bojo de uma sentença

EMENTA: PROVA EMPRESTADA. PREVISÃO LEGAL. proferida em processo paradigma, a qual, por sua vez, utilizou,

CONTRADITÓRIO OBSERVADO. O novo CPC trouxe permissivo naquele momento, o depoimento testemunhal na condição de prova

expresso quanto à possibilidade de utilização da prova emprestada, emprestada, a qual, por certo, não integra o presente feito.

desde que observado o contraditório, conforme previsão no art. 372. Ressalta, igualmente, que as reportadas transcrições carregam

Assim, havendo previsão legal para utilização da prova emprestada relatos fáticos que não integram as razões da exordial, impondo

e, observando que no processo nº 0000471-51.2018.5.07.0006 as reconhecer a total inovação da lide, em absoluta violação ao art.

partes foram submetidas ao contraditório e, havendo identidade dos 141 do CPC/15.

fatos probandos nos processos, rejeita-se a alegativa de Em razão do exposto, requer a nulidade da sentença e o retorno

cerceamento de defesa. Preliminar rejeitada. dos autos para que haja um novo julgamento, desta feita, em

PETIÇÃO INICIAL. ART. 840, §1º DA CLT. O processo trabalhista conformidade com o acervo fático-probatório do caso sub examine.

é regido pelo princípio da simplicidade das formas, consagrado no À análise.

art. 840, § 1º, da CLT, segundo o qual basta uma breve exposição Em audiência de instrução, as Reclamadas requereram a juntada

dos fatos para se considerar apta a exordial. Em decorrência do de provas emprestadas, relativo aos depoimentos testemunhais dos

princípio da simplicidade, que norteia o processo trabalhista, o qual processos 461-92.2018.5.07.0010, 470-54.2018.5.07.0010 e 471-

não sofreu alterações com a Lei nº 13.467, de 2017, verifica-se que 39.2018.5.07.0010 (ID. bae0442, ID. ed35241, ID. 5cd9c24, ID.

a petição inicial atendeu integralmente os requisitos do art. 840, da 8eb6395).

CLT. Preliminar rejeitada. O Juízo, ao proferir a sentença, utilizou para o reconhecimento da

EXISTÊNCIA DE GRUPO ECONÔMICO. ART. 2º, DA CLT. ÔNUS existência de Grupo Econômico entre as acionadas (Grupo Hanova-

DA PROVA. ART. 818, DA CLT C/C ART. 373, DO NCPC. Helga) como prova emprestada, os fundamento os lançados na

AUSÊNCIA DE PROVA. Não tendo a reclamante comprovado a sentença prolatada nos autos do processo nº 0000471-

existência do alegado grupo econômico Helga-Hanova, composto 51.2018.5.07.0006, de lavra da magistrada Taciana Orlovicin

de diversas empresas, reforma-se a sentença para afastar a Gonçalves Pita (ID. 984dd8d).

responsabilidade solidária pretendida pela autora. Nesse ponto, destaco, inicialmente, que o novo CPC trouxe

RECURSO CONHECIDO E DADO PROVIMENTO PARCIAL permissivo expresso quanto à possibilidade de utilização da prova

FUNDAMENTAÇÃO: emprestada, desde que observado o contraditório, conforme

ADMISSIBILIDADE previsão no art. 372, que assim dispõe:

Acolhe-se o presente recurso, uma vez que preenchidos os Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em

requisitos de admissibilidade. outro processo, atribuindo-lhe o valor que considerar adequado,

DO MÉRITO observado o contraditório".

PRELIMINARES Assim, havendo previsão legal para utilização da prova emprestada

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 348
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

e, observando que no processo nº 0000471-51.2018.5.07.0006 as caso em julgamento, assim como ocorrido nesta hipótese, em que o

partes foram submetidas ao contraditório e, havendo identidade dos Regional registrou que"a prova emprestada foi produzida em

fatos probandos nos processos, rejeita-se a alegativa de processo judicial que envolvia as mesmas rés da presente ação,

cerceamento de defesa. tendo sido observadas as formalidades estabelecidas em lei para a

Quanto a alegativa de que as reportadas transcrições dos sua produção, bem como o princípio do contraditório. Segundo,

depoimentos carregam relatos fáticos que não integram as razões porque os fatos a serem comprovados guardam correlação com os

da exordial, não merece acolhida, posto que a causa de pedir da da presente ação. Terceiro, porque a referida prova emprestada foi

autora, no que se refere a responsabilidade solidária das acionadas, valorada pelo Juízo segundo o princípio do livre convencimento

trata justamente na alegada formação de grupo econômico entre as motivado, em conjunto com as demais provas dos autos".

empresas, objeto da prova naqueles autos. Importante salientar também que a utilização de prova emprestada

Os depoimentos constantes na prova emprestada utilizada pelo não está condicionada à prévia anuência e concordância das

Juízo a quo dizem respeito aos fatos relacionados pela autora, no partes. Assim, a mera alegação da reclamada de que não

que pertine a alegada formação de grupo econômico entre as concordou com a utilização de prova emprestada não é suficiente

acionadas GRUPO HELGA (DISTR IBUIDORA HELGA para inviabilizar a sua utilização nestes autos. Precedentes.

COSMETICOS LTDA - ME, HELGA COSMETICOS LTDA - ME, Recurso de revista não conhecido" (TST, ARR - 3600-

HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ME, ORIGINAL 29.2010.5.12.0031 Data de Julgamento: 15/02/2017, Relator

COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, MULTIPLA Ministro: José Roberto Freire Pimenta, 2ª Turma, Data de

COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - EPP, BELLA Publicação: DEJT 17/02/2017).

COSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE COSMETICOS "B) RECURSO DE REVISTA. 1. NULIDADE DA SENTENÇA.

LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, ERICA CERCEAMENTO DE DEFESA. UTILIZAÇÃO DE PROVA

PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS EMPRESTADA SEM ANUÊNCIA. O Regional entendeu que a

COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX utilização de prova emprestada consubstanciada em certidão de

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX averiguação produzida em outros autos, no qual a reclamada figura

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME e como parte, não configura cerceamento de defesa, ante a

ROBERTO NENDZA - ME) e GRUPO HANOVA - HNV (HANOVA semelhança fática existente entre os processos, assim como da

INDUSTRIA E COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, AL observância do contraditório e da ampla defesa. Com efeito, esta

PARTICIPAÇÕES LTDA, ANDERSON LUID DOS SANTOS Corte tem se posicionado no sentido de ser possível a utilização da

SEVERO - ME e MULT DISTRIBUIDORA DE COSMETICOS prova emprestada, não sendo imprescindível a anuência da parte

LTDA), assim como referem-se as mesmas demandadas, sendo adversa. Recurso de revista não conhecido" (TST, RR - 940-

permitido sua valoração como se houvesse sido produzida 27.2013.5.18.0181 Data de Julgamento: 09/11/2016, Relatora

diretamente nos autos examinados. Ministra: Dora Maria da Costa, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT

Nesse ponto, frise-se, não há vício em virtude de o Juízo ter 11/11/2016).

utilizado a fundamentação da sentença, a qual considerou para Preliminar rejeitada.

formação do convencimento da magistrada, depoimentos os quais INÉPCIA DA INICIAL

foram respeitados o contraditório quando produzida em processos Requer o Recorrente, o reconhecimento da inépcia do pedido

judiciais, máxime,quando envolvendo a mesma empresa e quando relativo às parcelas de FGTS + 40%, e a extinção do pleito sem

os fatos guardam correlação com os da presente ação. resolução de mérito, à luz do que dispõe o art. 485, I, do CPC/15,

Nesse mesmo entendimento, colaciona-se a atual jurisprudência do sob o fundamento de que, a parte recorrida, em sua peça de

Tribunal Superior do Trabalho, in verbis: ingresso, inobstante tenha somente assentado as datas de ingresso

UTILIZAÇÃO DE PROVA EMPRESTADA. POSSIBILIDADE. e de dispensa, realizou o pedido correspondente às parcelas de

IDENTIDADE FÁTICA. MESMAS RECLAMADAS. FGTS, em conjunto com a indenização adicional de 40% sobre o

DESNECESSIDADE DE PRÉVIA CONCORDÂNCIA DA PARTE saldo fundiário.

CONTRÁRIA. AUSÊNCIA DE CERCEAMENTO DE DEFESA. Sem razão.

NULIDADE PROCESSUAL NÃO CONFIGURADA. Esta Corte O processo trabalhista é regido pelo princípio da simplicidade das

admite a utilização da prova emprestada, desde que haja a formas, consagrado no art. 840, § 1º, da CLT, segundo o qual basta

identidade dos fatos considerados no documento emprestado e no uma breve exposição dos fatos para se considerar apta a exordial.

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 349
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Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal. todas acrescidas do terço constitucional, FGTS e multa de 40%.

§ 1º - Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do Em relação ao rol dos pedidos, o autor requereu a condenação da

Presidente da Junta, ou do juiz de direito a quem for dirigida, a reclamada ao pagamento das verbas rescisórias, incluindo FGTS E

qualificação do reclamante e do reclamado, uma breve exposição MULTA DE 40% DO FGTS.

dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, a data e a assinatura Em decorrência do princípio da simplicidade, que norteia o processo

do reclamante ou de seu representante. trabalhista, o qual não sofreu alterações com a Lei nº 13.467, de

§ 1o Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do 2017, a petição inicial ora em análise preencheu os requisitos do

juízo, a qualificação das partes, a breve exposição dos fatos de que art. 840 , da CLT, a qual, frise-se, não dificultou a defesa das

resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser certo, determinado e acionadas.

com indicação de seu valor, a data e a assinatura do reclamante ou Rejeita-se.

de seu representante. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) DO MÉRITO

§ 2º - Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em 2 (duas) FORMAÇÃO DE GRUPO ECONÔMICO.

vias datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no Na peça de ingresso, requer o reclamante que seja caracterizada a

que couber, o disposto no parágrafo anterior. condição da segunda (VRX COMÉRCIO COSMÉTICOS E

§ 2o Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em duas vias BIJUTERIAS LTDA) e terceira reclamada (HANOVA

datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no que COSMÉTICOS), de responsáveis solidárias pelos encargos

couber, o disposto no § 1o deste artigo. (Redação dada pela Lei nº trabalhistas da primeira reclamada, HELGA COSMÉTICOS, em

13.467, de 2017) função da existência de grupo econômico.

§ 3o Os pedidos que não atendam ao disposto no § 1o deste artigo Afirma que a primeira, segunda e terceira reclamadas foram

serão julgados extintos sem resolução do mérito. (Incluído pela Lei criadas, são dirigidas e controladas pelo pela Sra. Erica Pontes de

nº 13.467, de 2017) Meneses, que não aparece no contrato social da terceira

Como se observa, a Lei n. 13.467/17 fez referência expressa aos reclamada, HANOVA COSMÉTICOS, pois utilizou terceiro como

requisitos da petição inicial trabalhista, dispondo no § 1º do art. 840 laranja.

da CLT que o pedido deva "ser certo, determinado e com indicação Ressalta, que os objetos sociais das empresas são

de seu valor". complementares, visto todas possuírem o mesmo objeto social e

No caso, em relação ao pedido de pagamento do FGTS e multa finalidade, sendo patente a formação de grupo econômico entre

rescisória, o reclamante fez pedido certo, determinado e com elas.

indicação do valores pois da sua causa de pedir, entende-se No mérito, defende a recorrente, em síntese, a inexistência de fusão

logicamente que o autor fora demitido sem justa causa e sem e formação de grupo econômico com o GRUPO HELGA, sendo

recebimento de suas verbas rescisórias, fato este, incontroverso indevida a sua responsabilidade solidária pelos créditos deferidos

nos autos. ao autor na presente reclamação trabalhista.

Na narrativa dos fatos, o acionante afirmou que ingressou na Argumenta que, em que pese tenha havido, nas redes sociais, um

reclamada no dia 01/08/2010, para exercer a função de gerente, anúncio de fusão entre os conglomerados Helga e Hanova, por

sendo demitida sem justa causa em 29/03/2018; que o último certo, tal reagrupamento não ocorreu, máxime porque a sucessão

salário percebido foi de R$ 3.200,00 (três mil e duzentos reais); que empresarial somente é possível em face de pessoas jurídicas

quando de sua demissão não recebeu qualquer valor, assim como regularmente constituídas, o que não é o caso dos grupos

não fora liberado Seguro Desemprego e FGTS, motivo pelo qual econômicos, os quais não possuem personalidade jurídica própria,

pleiteia a liberação dos mesmos em sede de tutela antecipada; que mas tão somente exteriorizam a arregimentação de sociedades que

o FGTS se encontra depositado apenas de forma parcial, apenas o possuam atuação integrante em face da comunhão de interesses, o

valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais). que, também, não retrata o caso dos autos.

Em seguida, requereu que, Tendo em vista os argumentos jurídicos Esclarece, adiante, que há uma mera relação comercial, havendo

apresentados, ajuíza-se a presente Reclamação Trabalhista no total independência entre as empresas do GRUPO HANOVA em

intuito de serem satisfeitos todos os direitos da reclamante, quais relação às componentes do GRUPO HELGA, sendo a recorrente,

sejam: Saldo Salário, Aviso Prévio de 51 dias, 13º salário e férias mera fornecedora de produtos para o conglomerado empresarial

sobre aviso prévio, FGTS sobre rescisão, 13º salário proporcional HELGA, sem haver contudo, qualquer integração de interesses

3/12 de 2018, férias simples 2016/2017 e proporcionais 2017/2018 entre as empresas ou atuação conjunta.

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À análise. sociedades empresárias que mantenham relação de coordenação

A lei nº 13.467, de 13 de julho de 2017 que alterou a Consolidação entre si, formando o grupo econômico trabalhista, serão todas, por

das Leis do Trabalho (CLT) trouxe novos parâmetros para consequência, responsabilizadas pela contraprestação devida ao

responsabilização de empresas terceiras. obreiro, atraindo a incidência do § 2º do artigo 2º da CLT

A nova redação alterou o parágrafo 2º e acrescentou o parágrafo 3º (coordenação interempresarial).

a este artigo, conforme transcrição seguinte: Estabeleceu, igualmente, que "não caracteriza grupo econômico a

Art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, mera identidade de sócios. Assim, o patrimônio de empresas que

que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria têm sócios comuns, porém com atuam em setores diversos, estarão

e dirige a prestação pessoal de serviço. resguardadas.

§ 1º - Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da Portanto, a análise da existência ou não da formação de um grupo

relação de emprego, os profissionais liberais, as instituições de econômico, deve-se observar o princípio da primazia da realidade,

beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem para que cada caso seja analisado com suas peculiaridades, sendo

fins lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados. ônus do autor a prova de suas alegações ( art. 818, da CLT c/c art.

§ 2º Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada 373, do NCPC).

uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a No caso em análise, o autor fundamenta sua pretensão com base

direção, controle ou administração de outra, ou ainda quando, em notícias veiculadas nas redes sociais de possível fusão entre os

mesmo guardando cada uma sua autonomia, integrem grupo grupos Helga Cosméticos e HNV, assim como colaciona fotos em

econômico, serão responsáveis solidariamente pelas que retrata parcerias entre as duas empresas, ID. 0d53e9e, sem,

obrigações decorrentes da relação de emprego. contudo, apresentar qualquer prova que indique ter realmente

§ 3º Não caracteriza grupo econômico a mera identidade de ocorrido a "FUSÃO" das empresas, ou qualquer relação de

sócios, sendo necessárias, para a configuração do grupo, a coordenação entre elas.

demonstração do interesse integrado, a efetiva comunhão de Ao revés, a acionada Hanova Indústria e Comércio de Cosméticos

interesses e a atuação conjunta das empresas dele integrantes. Ltda colacionou aos autos documentos que demonstram a relação

(destaquei) de vendas de mercadorias para as empresas integrantes do grupo

A nova redação do art. 2º, além de manter a hipótese do grupo Helga (CRX COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA

econômico hierarquizado ou sob subordinação, introduz, ME, ALENCARINE COSMETICOS COMERCIO VAREJISTA E

expressamente, o outro modelo de grupo econômico, vertical, ou TREINAMENTO EIREL, HELGA MEDZA SALES & CIA LTDA -ME,

sob coordenação, trazendo para o texto legal, o entendimento dos ORIGINAL COMERCIO DE COSMETICOS LTDA ME, VRX

Tribunais Regionais do Trabalho e do TST quanto a configuração de COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA ME, JOSE

grupo econômico. ALENCAR SALES JUNIOR- ME, ORIGINAL COMERCIO DE

Com relação a este modelo de grupo econômico coordenado, a COSMETICOS LTDA- ME, tais como notas fiscais de vendas de

Desembargadora Dra. Vólia Bomfim Cassar, do TRT da 1ª Região, mercadorias, termo de confissão de dívida e e-mails em que se

em seu livro Direito do Trabalho, afirma que: evidencia a parceria comercial entre as empresas ( venda de

Os grupos econômicos por coordenação se apresentam quando mercadorias), ID. de4b07e, ID. 4c4a838.

houver reunião de interesses para execução de determinado Na audiência de instrução, as reclamadas requerem a juntada de

empreendimento, tendo ou não o mesmo controle ou administração provas emprestadas (processos nºs. 461-92.2018.5.07.0010, 470-

comum. Logo, os grupos por coordenação podem ter relação de 54.2018.5.07.0010 e 471-39.2018.5.07.0010, tendo a autora

controle entre si, numa linha horizontal e não vertical. Isto é, não concordado com a juntada dos referidos depoimentos.

haverá, no grupo horizontal, uma empresa controladora e outra(s) No termo de audiência relativo ao processo nº. 0000461-

controlada(s), uma líder (holding) e outras lideradas. Todas são 92.2018.5.07.0010, a testemunha da reclamante afirmou que:

interligadas entre si e, apesar de autônomas e independentes, estão Primeira testemunha arrolada pela parte Reclamante Sr(a).

interligadas pela ingerência, administração comum, como se Francisca Edinusia Alves de Sousa: " (...)"que trabalhou na

subordinadas umas às outras administrativamente. Por trás desta reclamada Helga Cosméticos de 01/06/2006 a 23/02/2018 na

administração comum pode estar um sócio ou alguns sócios ou função de vendedora; que o reclamante, depoente e todos os

pessoa física no controle.(CASSAR, 2017,p.429). funcionários foram demitidos sem pagamento de verbas rescisórias

Logo, o aproveitamento dos serviços prestados pelo trabalhador por e nem do salário do último mês; que depoente trabalhou até

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 351
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

23/fevereiro/2018, não sabendo o ultimo dia labutado pelo norma; que a parceria teve o objetivo de aumentar o volume de

reclamante; que recebia ordem direta dos gerentes Luxeles, vendas nas lojas e de fato aumentou, mas só no primeiro mês,

Rosângela, Francisca Cirlane, os quais eram gerentes da loja pois logo em seguida a Helga entrou novamente em dificuldades

do shopping Central da Helga Nendza Sales .". ÀS PERGUNTAS financeiras e não conseguiu pagar os produtos que comprava, pois

DO(A) PATRONO(A) DO(A) PARTE RECLAMANTE RESPONDEU: a divida já estava muito alta, de modo que a Helga não conseguia

"que houve uma reunião num domingo de julho/2017 onde foi pagar nada na sua totalidade; que é uma prática comum serem

comunicada a fusão da Hanova com a Helga Cosmeticos onde feitas ações com as distribuidoras para estimular as vendas, e

foram apresentados os novos patrões como sendo: Aline os proprietários da Hanova comparecem pelo fato de que o

Severo e seu esposo Anderson ambos donos da Hanova; que a distribuidor Helga ser de grande porte, como também de outros

a partir daí a prioridade era para vender os produtos da Hanova distribuidores; que na época da parceria a Helga já estava em

e Lavi, mesmo tendo outras marcas, mas a Hanova e Lavi débito com a Hanova; que a Hanova não colocou pessoas na

deveriam estar em primeiro lugar nas vendas; que antes da lojas da Helga, muito menos assumiu o comando dessa; que a

reunião já vendiam todo tipo de produto e de varias marcas, continuou a vendendo normalmente para as outras lojas, como

inclusive dos ora citados; que os proprietários da Helga e Hanova Cosbel, Anavi, Iap e outras; que não houve a fusão da Hanova com

estavam presentes na reunião, sendo Erica PontesMenezes e a Helga; que havia procedimento de cobrança normal das vendas

Alencar Junior proprietários da Helga.". ÀS PERGUNTAS DO DO(A) dos produtos Hanova;." ÀS PERGUNTAS DO DO(A) PATRONO(A)

PATRONO(A) DO(A) PARTE RECLAMADA RESPONDEU: "que DO(A) PARTE RECLAMANTE RESPONDEU: "que a reunião tem

depois da reunião depoente continuou trabalhando na mesma um caráter de marketing e não para apresentar fusão; que não

loja e o reclamante também, mas ambos trabalhavam em lojas houve comunicação formal da fusão entre a Hanova e Helga, mas

diferentes; que na reunião estavam os vendedores e gerentes; depoente soube que foi feita uma postagem no instagram da

que a faixada das lojas continuaram iguais; que não houve Helga onde foi usado o termo fusão com a Hanova; que quanto

mudança da chefia após a reunião, mas a sua chefe Luxeles ao doc. de fl. 8 se tratam das pessoas de Anderson (proprietário da

teve um problema de saúde e foi transferida para loja de Hanova) e Junior (proprietária da Helga) e o doc. de fl. 9 tratam das

Messejana, tendo ficado como gerente Rosangela; que Luxeles pessoas Aline (proprietária da Hanova) e Erica (proprietária da

e Rosangela eram gerentes da Helga; (...)." ( grifos nosso) Helga); (...)."( grifos nosso)

Conforme se extrai do depoimento supra, não se trata o caso de " No termo de audiência relativo ao processo nº. 0000470-

fusão" entre as empresas, tanto que a partir da reunião ocorrida em 54.2018.5.07.0010, o reclamante afirmou que :

julho de 2017, nada foi alterado na estrutura organizacional da O DEPOIMENTO PESSOAL DO RECLAMANTE: '" que depoente

empresa, assim como layout das lojas, tratando-se, na verdade, de era subgerente, que atuava em várias lojas da Helga e trabalhou até

um marketing e ações para incremento das vendas, através da 07/04/2018 porque as lojas fecharam, tendo a sra. Erica Pontes

fornecedora dos produtos, empresa HANOVA INDUSTRIA E (dona da Helga, esposa de Alencar Junior) comunicado a dispensa

COMERCIO DE COSMETICOS LTDA, fato este, confirmado pelos os quais eram chefes do depoente; (...) ; que a Helga vendia

depoimentos de reclamantes e testemunhas dos processos produtos de marca própria (Lavi), mas também da Hanova, Fatore,

utilizados como provas emprestadas nos autos, vejamos: Corpo Dourado e outros; que em julho/2017 houve a fusão da

Convocada a primeira testemunha arrolada pelas Reclamadas Hanova com a Helga, no que a prioridade passou a ser para vender

HANOVA INDUSTRIA E COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - produtos da Hanova e Lavi, mas ainda assim, a Helga continuou a

ME, AL PARTICIPACOES LTDA, ANDERSON LUID DOS vender produtos de outras marcas que já tinham estoque nas

SANTOS SEVERO - ME e MULT DISTRIBUIDORA DE lojas, e também continuou comprando produtos de outras

COSMETICOS LTDA, Sr(a). Emanuel Rodrigues de Albuquerque marcas para vender nas suas lojas; que as fachadas das lojas

(...): "que trabalha na Hanova desde março/2016 como gerente da Helga continuaram com o mesmo nome, após a fusão, e as

administrativo financeiro; ." ÀS PERGUNTAS DO(A) PATRONO(A) notas fiscais das vendas eram com o nome da Helga; que a

DO(A) PARTE RECLAMADA RESPONDEU: "que na metade do fusão da Helga e Hanova foi para o crescimento da Helga, mas

segundo semestre de 2017 houve uma reunião da Helga com a o dia a dia de trabalho continuou o mesmo de antes, porém

Hanova para uma parceria de fornecimento de produtos, pois a com a informação de que deveriam vender mais os produtos da

Hanova é uma industria; que o fornecimento dos produtos continuou Helga. ( grifos nosso)

da mesma forma, pois a Helga permaneceu como uma cliente Primeira testemunha arrolada pela parte Reclamante Sr(a).

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 352
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Maria Irlane Silva Santos Desiderio: " (...) que no final de CLAUDIO SOARES PIRES

julho/2017 foram convocadas para uma reunião no hotel meridional Desembargador Redator Designado

no centro da cidade onde foi comunicada por Alencar Junior, Erica

Pontes e Aline Severo, a fusão da Helga e Hanova, com promessas FORTALEZA/CE, 28 de fevereiro de 2020.

de que tudo iria mudar com a chegada de novos produtos, mas na

pratica tudo continuou do mesmo jeito, pois continuou MARIA DO SOCORRO RODRIGUES GONCALVES

chegando produtos da marca propria da Helga (lavi) e da Helga, Diretor de Secretaria

os quais tinham prioridade para serem vendidos, e das outras


Processo Nº ROT-0000419-19.2018.5.07.0018
marcas continuaram escassos; que sempre recebeu ordens Relator CLAUDIO SOARES PIRES
das mesmas pessoas (Erica e Alencar), os quais pagavam o RECORRENTE BRC - BRAZIL COSMETICS LTDA
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
salário da depoente; que todas as lojas da Helga fecharam; .". MENDES
(...).( grifos nosso) LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRENTE MULT DISTRIBUIDORA DE
No termo de audiência relativo ao processo nº. 0000471- COSMETICOS LTDA
39.2018.5.07.0010 a reclamante afirmou que: EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE)
SOUSA ARAGÃO
DEPOIMENTO PESSOAL DO RECLAMANTE MARIA CLEOMAR RECORRENTE JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME
FERREIRA DE SOUSA ALMEIDA: " (...) que depoente era gerente ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES
da loja Helga situada na Rua Floriano Peixoto 577, e trabalhou de LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
01/03/2003 até 14/04/2018: " (...)que as fachadas das lojas da RECORRENTE ROBERTO NENDZA - ME
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
Helga continuaram com o mesmo nome, após a fusão, e as notas MENDES
fiscais das vendas eram com o nome da Helga; que a fusão da LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRENTE CRX COMERCIO DE COSMETICOS E
Helga e Hanova foi para o crescimento da Helga, mas o dia a dia de BIJUTERIAS LTDA - ME
trabalho continuou o mesmo de antes, porém com a informação de ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES
que deveriam vender mais os produtos da Hanova; (...)." LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
Havendo fusão ou incorporação de empresas, há a alteração na RECORRENTE AL PARTICIPACOES LTDA
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE)
estrutura jurídica da empresa, o que in casu, não há provas nos SOUSA ARAGÃO
autos, não sendo suficiente a propaganda disseminada em reunião RECORRENTE HNV INDUSTRIA E COMERCIO DE
COSMETICOS LTDA - ME
de empregados e redes sociais. EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE)
SOUSA ARAGÃO
O que extrai dos depoimentos, é que a ideia inicial de postar nas
RECORRENTE ALENCARINE COSMETICOS
redes sociais de que haveria a fusão das empresas, trata-se, tão COMERCIO VAREJISTA E
TREINAMENTOS EIRELI
somente, de marketing para alavancar as vendas da empresa ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES
Helga, a qual, na época, já se encontrava com dificuldades
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
financeiras. RECORRENTE LUCHELYS DE ALENCAR MARTINS
Diante do exposto, considerando que a autora não se desincumbiu EDUARDO FONTENELE ADVOGADO(OAB: 19970/CE)
MOTA
de seu ônus probatório, reforma-se a sentença para excluir a RAFFAEL DUTRA LIMA ADVOGADO(OAB: 29332/CE)
RIBEIRO
responsabilidade solidária da reclamada HNV INDÚSTRIA E
RECORRENTE ERICA PONTES DE MENESES
COSMÉTICOS LTDA. ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES
DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
Uma vez excluída a responsabilidade solidária da ora recorrente, o RECORRENTE HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA
- ME
presente apelo, no ponto, segue a sorte do principal.
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
CONCLUSÃO DO VOTO VENCIDO: MENDES
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRENTE ORIGINAL COMERCIO DE
Isto posto, voto pelo conhecimento do recurso ordinário para, COSMETICOS LTDA - ME
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
rejeitar as preliminares suscitadas e, no mérito, dar-lhe provimento MENDES
para excluir a responsabilidade solidária da reclamada HNV LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRIDO ANDERSON LUID DOS SANTOS
INDÚSTRIA E COSMÉTICOS LTDA." SEVERO - ME

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 353
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE) LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)


SOUSA ARAGÃO ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
RECORRIDO AL PARTICIPACOES LTDA MENDES
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE) RECORRIDO HELGA COSMETICOS LTDA - ME
SOUSA ARAGÃO LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRIDO MULT DISTRIBUIDORA DE ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
COSMETICOS LTDA MENDES
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE) RECORRIDO VRX COMERCIO DE COSMETICOS E
SOUSA ARAGÃO BIJUTERIAS LTDA - ME
RECORRIDO ROBERTO NENDZA - ME ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) MENDES
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
MENDES TERCEIRO JOSE ALENCAR SALES JUNIOR
RECORRIDO HNV INDUSTRIA E COMERCIO DE INTERESSADO
COSMETICOS LTDA - ME TERCEIRO ERICA PONTES DE MENESES
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE) INTERESSADO
SOUSA ARAGÃO
RECORRIDO BRC - BRAZIL COSMETICS LTDA Intimado(s)/Citado(s):
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
- ANDERSON LUID DOS SANTOS SEVERO - ME
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES
RECORRIDO MULTIPLA COMERCIO DE
COSMETICOS LTDA - EPP
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
PODER JUDICIÁRIO
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES JUSTIÇA DO TRABALHO
RECORRIDO BELLA COSMETICOS LTDA - EPP
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES PROCESSO nº 0000419-19.2018.5.07.0018 (RO)
RECORRIDO HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA RECORRENTE: JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, HELGA
- ME
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) NENDZA SALES & CIA LTDA - ME, ORIGINAL COMERCIO DE
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) COSMÉTICOS LTDA - ME, ERICA PONTES DE MENESES,
MENDES
RECORRIDO LUCHELYS DE ALENCAR MARTINS ALENCARINE COSMÉTICOS COMERCIO VAREJISTA E
RAFFAEL DUTRA LIMA ADVOGADO(OAB: 29332/CE) TREINAMENTOS EIRELI, CRX COMERCIO DE COSMÉTICOS E
RIBEIRO
EDUARDO FONTENELE ADVOGADO(OAB: 19970/CE) BIJUTERIAS LTDA - ME, ROBERTO NENDZA - ME, HNV
MOTA
INDÚSTRIA E COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME, AL
RECORRIDO ORIGINAL COMERCIO DE
COSMETICOS LTDA - ME PARTICIPACOES LTDA, MULT DISTRIBUIDORA DE
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
COSMÉTICOS LTDA, BRC - BRAZIL COSMETICS LTDA,
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES LUCHELYS DE ALENCAR MARTINS
RECORRIDO ALENCARINE COSMETICOS
COMERCIO VAREJISTA E RECORRIDO: LUCHELYS DE ALENCAR MARTINS, VRX
TREINAMENTOS EIRELI
COMERCIO DE COSMÉTICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME,
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) ANDERSON LUID DOS SANTOS SEVERO - ME, BRC - BRAZIL
MENDES
COSMÉTICOS LTDA, MULT DISTRIBUIDORA DE COSMÉTICOS
RECORRIDO CRX COMERCIO DE COSMETICOS E
BIJUTERIAS LTDA - ME LTDA, AL PARTICIPACOES LTDA, HNV INDÚSTRIA E
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME, ROBERTO NENDZA -
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES ME, CRX COMERCIO DE COSMÉTICOS E BIJUTERIAS LTDA -
RECORRIDO J R COMERCIO DE COSMETICOS
LTDA - ME ME, ALENCARINE COSMÉTICOS COMERCIO VAREJISTA E
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) TREINAMENTOS EIRELI, ERICA PONTES DE MENESES, J R
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME, BELLA COSMÉTICOS
RECORRIDO ERICA PONTES DE MENESES LTDA - EPP, MULTIPLA COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA -
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
EPP, ORIGINAL COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME,
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ME, HELGA
RECORRIDO JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME
COSMÉTICOS LTDA - ME, DISTRIBUIDORA HELGA
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) COSMÉTICOS LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR -
MENDES
ME
RECORRIDO DISTRIBUIDORA HELGA
COSMETICOS LTDA - ME RELATOR: FRANCISCO JOSÉ GOMES DA SILVA

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 354
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

REDATOR DESIGNADO: CLAUDIO SOARES PIRES recebida pela parte embargada, conforme comprovante de

transferência bancária de ID. 619A9a4.

EMENTA Aduz a recorrente, preliminarmente, que houve cerceamento de

RECURSO ORDINÁRIO. GRUPO ECONÔMICO. seu direito de defesa, ao argumento de que o juízo, ao adotar

CONFIGURAÇÃO. Confirma-se a sentença de origem que integralmente a motivação da sentença proferido na reclamatória

reconheceu a formação de grupo econômico entre as empresas trabalhista 0000471-51.2018.5.07.0006, construiu o seu

demandadas, quando se constata que além da complementaridade entendimento, por consequência, a partir das provas orais ali

entre os objetos sociais destas, há o interesse integrado, a consignadas, mas que, tais elementos probatórios não foram

comunhão de interesses e a atuação conjunta das empresas dele publicizadas à ora recorrente no presente feito, com vistas à

integrantes. Recurso conhecido e improvido. garantia do contraditório e da ampla defesa, verificando-se, pois,

RELATÓRIO uma patente violação ao que dispõe o art. 312 do CPC/15.

Designado para redigir o acórdão, peço vênia para adotar o relatório Destaca, em seguida, que os aludidos depoimentos também não

da lavra do Excelentíssimo Desembargador Relator Francisco José integram o arcabouço das provas emprestadas acostada aos autos,

Gomes da Silva, a seguir: mediante convenção de ambas as partes; que o Juízo a quo utilizou

"Trata-se de recurso ordinário ajuizado pela reclamada HNV como fundamento da procedência da pretensão autoral, da mera

INDUSTRIA E COSMÉTICOS LTDA interposto em face da decisão cópia de uma transcrição parcial realizada no bojo de uma sentença

do Juízo da 18ª Vara do Trabalho de Fortaleza (ID. 984dd8d), que proferida em processo paradigma, a qual, por sua vez, utilizou,

JULGOU a reclamatória PROCEDENTE EM PARTE, para naquele momento, o depoimento testemunhal na condição de prova

condenar, SOLIDARIAMENTE, as reclamadas DISTRIBUIDORA emprestada, a qual, por certo, não integra o presente feito.

HELGA COSMÉTICOS LTDA - ME; HELGA COSMÉTICOS LTDA Ressalta, igualmente, que as reportadas transcrições carregam

- ME; HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ME; ORIGINAL relatos fáticos que não integram as razões da exordial, impondo

COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME; MULTIPLA reconhecer a total inovação da lide, em absoluta violação ao art.

COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - EPP; BELLA 141 do CPC/15.

COSMÉTICOS LTDA - EPP; J R COMERCIO DE COSMÉTICOS Em razão do exposto, requer a nulidade da sentença e o retorno

LTDA - ME; JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME; ERICA dos autos para que haja um novo julgamento, desta feita, em

PONTES DE MENESES; ALENCARINE COSMÉTICOS conformidade com o acervo fático-probatório do caso sub examine.

COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS; CRX COMERCIO Adiante, requer o reconhecimento da inépcia do pedido relativo às

DE COSMÉTICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME; VRX COMERCIO parcelas de FGTS + 40%, a extinção do pleito sem resolução de

DE COSMÉTICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME; ROBERTO mérito, à luz do que dispõe o art. 485, I, do CPC/15, sob o

NENDZA - ME; HANOVA INDUSTRIA E COMERCIO DE fundamento de que, a parte recorrida, em sua peça de ingresso,

COSMÉTICOS LTDA - ME; AL PARTICIPACOES LTDA; inobstante tenha somente assentado as datas de ingresso e de

ANDERSON LUID DOS SANTOS SEVERO - ME; MULT dispensa, realizou o pedido correspondente às parcelas de FGTS

DISTRIBUIDORA DE COSMÉTICOS LTDA; BRC - BRAZIL em conjunto com a indenização adicional de 40% sobre o saldo

COSMETICS LTDA a pagar à reclamante LUCHELYS DE fundiário.

ALENCAR MARTINS as seguintes parcelas: a.Saldo de salário (29 No mérito, defende a recorrente, em síntese, a inexistência de

dias); b. Aviso prévio (51 dias); com reflexos no 13º salário e férias; fusão e formação de grupo econômico com o GRUPO HELGA,

c. Férias simples 2016/2017 e proporcionais (8/12 avos), acrescidas sendo indevida a sua responsabilidade solidária pelos créditos

de 1/3 constitucional; d. 13º salário proporcional 2018 (3/12 avos); e. deferidos ao autor na presente reclamação trabalhista.

FGTS + 40%; f. Multa do art. 467 da CLT, incidente sobre os valores Argumenta, em que pese tenha havido, nas redes sociais, um

e parcelas rescisórias constantes no TRCT (ID. 7ad3499), bem anúncio de fusão entre os conglomerados Helga e Hanova, por

como sobre o FGTS não depositado e multa de 40% sobre todos os certo, tal reagrupamento não ocorreu, máxime porque a sucessão

valores devidos a título de FGTS ao longo da contratualidade; g. empresarial somente é possível em face de pessoas jurídicas

Multa do art. 477,§8º da CLT; h. Honorários advocatícios. regularmente constituídas, o que não é o caso dos grupos

A sentença fora complementada pelos aclaratórios de ID. 7081a1b, econômicos, os quais não possuem personalidade jurídica própria,

com o fito de sanear a sentença embargada, determinando a mas tão somente exteriorizam a arregimentação de sociedades que

compensação do valor de R$ 10.710,34, vez que a quantia foi possuam atuação integrante em face da comunhão de interesses, o

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 355
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

que, também, não retrata o caso dos autos. Ressalta, igualmente, que as reportadas transcrições carregam

Esclarece, adiante, que há uma mera relação comercial, havendo relatos fáticos que não integram as razões da exordial, impondo

total independência entre as empresas do GRUPO HANOVA em reconhecer a total inovação da lide, em absoluta violação ao art.

relação às componentes do GRUPO HELGA, sendo a recorrente, 141 do CPC/15.

mera fornecedora de produtos para o conglomerado empresarial Em razão do exposto, requer a nulidade da sentença e o retorno

HELGA, sem haver contudo, qualquer integração de interesses dos autos para que haja um novo julgamento, desta feita, em

entre as empresas ou atuação conjunta. conformidade com o acervo fático-probatório do caso sub examine.

Por fim, requer a reforma da decisão de modo a afastar a À análise.

inconstitucionalidade declarada de forma incidental do art. 791-A, Em audiência de instrução, as Reclamadas requereram a juntada

§4º, da CLT, haja vista inexistir afronta à Carga Magna, mormente de provas emprestadas, relativo aos depoimentos testemunhais dos

porque, nos ditames do art. 133 da Lei Maior, o advogado é processos 461-92.2018.5.07.0010, 470-54.2018.5.07.0010 e 471-

indispensável à administração da justiça, e, caso esta Colenda 39.2018.5.07.0010 (ID. bae0442, ID. ed35241, ID. 5cd9c24, ID.

Turma entenda de modo diverso, que seja observada o art. 97 da 8eb6395).

CRFB/1988, o qual prevê a cláusula de reserva de plenário para a O Juízo, ao proferir a sentença, utilizou para o reconhecimento da

manutenção da declaração de inconstitucionalidade. existência de Grupo Econômico entre as acionadas (Grupo Hanova-

Após devidamente notificada, a recorrida apresentou suas Helga) como prova emprestada, os fundamento os lançados na

contrarrazões, conforme documento de ID. 15ffc62. sentença prolatada nos autos do processo nº 0000471-

A matéria versada no presente recurso dispensa a obrigatoriedade 51.2018.5.07.0006, de lavra da magistrada Taciana Orlovicin

de parecer prévio da douta PRT (art. 109, do Regimento Interno)" Gonçalves Pita (ID. 984dd8d).

FUNDAMENTAÇÃO Nesse ponto, destaco, inicialmente, que o novo CPC trouxe

ADMISSIBILIDADE permissivo expresso quanto à possibilidade de utilização da prova

Acolhe-se o presente recurso, uma vez que preenchidos os emprestada, desde que observado o contraditório, conforme

requisitos de admissibilidade. previsão no art. 372, que assim dispõe:

PRELIMINARES Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em

Peço vênia para adotar os fundamentos do voto do Excelentíssimo outro processo, atribuindo-lhe o valor que considerar adequado,

Desembargador Relator Francisco José Gomes da Silva, quanto à observado o contraditório".

apreciação das preliminares, nos seguintes termos: Assim, havendo previsão legal para utilização da prova emprestada

"DA NULIDADE DA SENTENÇA- DA UTILIZAÇÃO DA PROVA e, observando que no processo nº 0000471-51.2018.5.07.0006 as

EMPRESTADA - DO ALEGADO CERCEAMENTO DE DEFESA partes foram submetidas ao contraditório e, havendo identidade dos

Aduz a recorrente, preliminarmente, que houve cerceamento de seu fatos probandos nos processos, rejeita-se a alegativa de

direito de defesa, ao argumento de que o juízo, ao adotar cerceamento de defesa.

integralmente a motivação da sentença proferida na reclamatória Quanto a alegativa de que as reportadas transcrições dos

trabalhista 0000471-51.2018.5.07.0006, construiu o seu depoimentos carregam relatos fáticos que não integram as razões

entendimento, a partir das provas orais ali consignadas, mas que, da exordial, não merece acolhida, posto que a causa de pedir da

tais elementos probatórios não foram publicizadas à ora recorrente autora, no que se refere a responsabilidade solidária das acionadas,

no presente feito, com vistas à garantia do contraditório e da ampla trata justamente na alegada formação de grupo econômico entre as

defesa, verificando-se, pois, uma patente violação ao que dispõe o empresas, objeto da prova naqueles autos.

art. 312 do CPC/15. Os depoimentos constantes na prova emprestada utilizada pelo

Destaca, em seguida, que os aludidos depoimentos também não Juízo a quo dizem respeito aos fatos relacionados pela autora, no

integram o arcabouço das provas emprestadas acostada aos autos, que pertine a alegada formação de grupo econômico entre as

mediante convenção de ambas as partes; que o Juízo a quo utilizou acionadas GRUPO HELGA (DISTR IBUIDORA HELGA

como fundamento da procedência da pretensão autoral, da mera COSMETICOS LTDA - ME, HELGA COSMETICOS LTDA - ME,

cópia de uma transcrição parcial realizada no bojo de uma sentença HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ME, ORIGINAL

proferida em processo paradigma, a qual, por sua vez, utilizou, COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, MULTIPLA

naquele momento, o depoimento testemunhal na condição de prova COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - EPP, BELLA

emprestada, a qual, por certo, não integra o presente feito. COSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE COSMETICOS

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 356
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, ERICA CERCEAMENTO DE DEFESA. UTILIZAÇÃO DE PROVA

PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS EMPRESTADA SEM ANUÊNCIA. O Regional entendeu que a

COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX utilização de prova emprestada consubstanciada em certidão de

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX averiguação produzida em outros autos, no qual a reclamada figura

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME e como parte, não configura cerceamento de defesa, ante a

ROBERTO NENDZA - ME) e GRUPO HANOVA - HNV (HANOVA semelhança fática existente entre os processos, assim como da

INDUSTRIA E COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, AL observância do contraditório e da ampla defesa. Com efeito, esta

PARTICIPAÇÕES LTDA, ANDERSON LUID DOS SANTOS Corte tem se posicionado no sentido de ser possível a utilização da

SEVERO - ME e MULT DISTRIBUIDORA DE COSMETICOS prova emprestada, não sendo imprescindível a anuência da parte

LTDA), assim como referem-se as mesmas demandadas, sendo adversa. Recurso de revista não conhecido" (TST, RR - 940-

permitido sua valoração como se houvesse sido produzida 27.2013.5.18.0181 Data de Julgamento: 09/11/2016, Relatora

diretamente nos autos examinados. Ministra: Dora Maria da Costa, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT

Nesse ponto, frise-se, não há vício em virtude de o Juízo ter 11/11/2016).

utilizado a fundamentação da sentença, a qual considerou para Preliminar rejeitada.

formação do convencimento da magistrada, depoimentos os quais INÉPCIA DA INICIAL

foram respeitados o contraditório quando produzida em processos Requer o Recorrente, o reconhecimento da inépcia do pedido

judiciais, máxime,quando envolvendo a mesma empresa e quando relativo às parcelas de FGTS + 40%, e a extinção do pleito sem

os fatos guardam correlação com os da presente ação. resolução de mérito, à luz do que dispõe o art. 485, I, do CPC/15,

Nesse mesmo entendimento, colaciona-se a atual jurisprudência do sob o fundamento de que, a parte recorrida, em sua peça de

Tribunal Superior do Trabalho, in verbis: ingresso, inobstante tenha somente assentado as datas de ingresso

UTILIZAÇÃO DE PROVA EMPRESTADA. POSSIBILIDADE. e de dispensa, realizou o pedido correspondente às parcelas de

IDENTIDADE FÁTICA. MESMAS RECLAMADAS. FGTS, em conjunto com a indenização adicional de 40% sobre o

DESNECESSIDADE DE PRÉVIA CONCORDÂNCIA DA PARTE saldo fundiário.

CONTRÁRIA. AUSÊNCIA DE CERCEAMENTO DE DEFESA. Sem razão.

NULIDADE PROCESSUAL NÃO CONFIGURADA. Esta Corte O processo trabalhista é regido pelo princípio da simplicidade das

admite a utilização da prova emprestada, desde que haja a formas, consagrado no art. 840, § 1º, da CLT, segundo o qual basta

identidade dos fatos considerados no documento emprestado e no uma breve exposição dos fatos para se considerar apta a exordial.

caso em julgamento, assim como ocorrido nesta hipótese, em que o Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal.

Regional registrou que"a prova emprestada foi produzida em § 1º - Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do

processo judicial que envolvia as mesmas rés da presente ação, Presidente da Junta, ou do juiz de direito a quem for dirigida, a

tendo sido observadas as formalidades estabelecidas em lei para a qualificação do reclamante e do reclamado, uma breve exposição

sua produção, bem como o princípio do contraditório. Segundo, dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, a data e a assinatura

porque os fatos a serem comprovados guardam correlação com os do reclamante ou de seu representante.

da presente ação. Terceiro, porque a referida prova emprestada foi § 1o Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do

valorada pelo Juízo segundo o princípio do livre convencimento juízo, a qualificação das partes, a breve exposição dos fatos de que

motivado, em conjunto com as demais provas dos autos". resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser certo, determinado e

Importante salientar também que a utilização de prova emprestada com indicação de seu valor, a data e a assinatura do reclamante ou

não está condicionada à prévia anuência e concordância das de seu representante. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

partes. Assim, a mera alegação da reclamada de que não § 2º - Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em 2 (duas)

concordou com a utilização de prova emprestada não é suficiente vias datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no

para inviabilizar a sua utilização nestes autos. Precedentes. que couber, o disposto no parágrafo anterior.

Recurso de revista não conhecido" (TST, ARR - 3600- § 2o Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em duas vias

29.2010.5.12.0031 Data de Julgamento: 15/02/2017, Relator datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no que

Ministro: José Roberto Freire Pimenta, 2ª Turma, Data de couber, o disposto no § 1o deste artigo. (Redação dada pela Lei nº

Publicação: DEJT 17/02/2017). 13.467, de 2017)

"B) RECURSO DE REVISTA. 1. NULIDADE DA SENTENÇA. § 3o Os pedidos que não atendam ao disposto no § 1o deste artigo

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 357
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

serão julgados extintos sem resolução do mérito. (Incluído pela Lei 'Afirma a parte reclamante que as empresas que compõem o antigo

nº 13.467, de 2017) GRUPO HELGA (DISTRIBUIDORA HELGA COSMETICOS LTDA -

Como se observa, a Lei n. 13.467/17 fez referência expressa aos ME, HELGA COSMETICOS LTDA - ME, HELGA NENDZA SALES

requisitos da petição inicial trabalhista, dispondo no § 1º do art. 840 & CIA LTDA - ME, ORIGINAL COMERCIO DE COSMETICOS

da CLT que o pedido deva "ser certo, determinado e com indicação LTDA - ME, MULTIPLA COMERCIO DE COSMETICOS LTDA -

de seu valor". EPP, BELLA COSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE

No caso, em relação ao pedido de pagamento do FGTS e multa COSMETICOS LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME,

rescisória, o reclamante fez pedido certo, determinado e com ERICA PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS

indicação do valores pois da sua causa de pedir, entende-se COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX

logicamente que o autor fora demitido sem justa causa e sem COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX

recebimento de suas verbas rescisórias, fato este, incontroverso COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME e

nos autos. ROBERTO NENDZA - ME) são dirigidas e coordenadas pelos

Na narrativa dos fatos, o acionante afirmou que ingressou na sócios José Alencar Sales Júnior e Érica Pontes de Meneses. Alega

reclamada no dia 01/08/2010, para exercer a função de gerente, que, em meados de 2017, os sócios do Grupo Helga iniciaram

sendo demitida sem justa causa em 29/03/2018; que o último negociações para fusão com o Grupo Hanova (HNV), fusão de

salário percebido foi de R$ 3.200,00 (três mil e duzentos reais); que empresas esta que foi oficialmente tornada pública em julho de

quando de sua demissão não recebeu qualquer valor, assim como 2017, expondo o rol de empresas que compõem o Grupo Hanova -

não fora liberado Seguro Desemprego e FGTS, motivo pelo qual HNV (HANOVA INDUSTRIA E COMERCIO DE COSMETICOS

pleiteia a liberação dos mesmos em sede de tutela antecipada; que LTDA - ME, AL PARTICIPAÇÕES LTDA, ANDERSON LUID DOS

o FGTS se encontra depositado apenas de forma parcial, apenas o SANTOS SEVERO - ME e MULT DISTRIBUIDORA DE

valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais). COSMETICOS LTDA), à época todas dirigidas pelos sócios

Em seguida, requereu que, Tendo em vista os argumentos jurídicos Anderson Luid Santos Severo e Aline Cristina Silva Souza Severo.

apresentados, ajuíza-se a presente Reclamação Trabalhista no Sustenta que, a partir de julho de 2017, independentemente do

intuito de serem satisfeitos todos os direitos da reclamante, quais cumprimento das obrigações legais para efetivação da fusão, qual

sejam: Saldo Salário, Aviso Prévio de 51 dias, 13º salário e férias seja a extinção das pessoas jurídicas da empresa incorporada com

sobre aviso prévio, FGTS sobre rescisão, 13º salário proporcional o surgimento de uma nova, tal fusão de fato ocorreu e todos os

3/12 de 2018, férias simples 2016/2017 e proporcionais 2017/2018 empregados passaram à subordinação do Grupo Hanova-Helga, o

todas acrescidas do terço constitucional, FGTS e multa de 40%. qual configura grupo econômico por coordenação, impondo a

Em relação ao rol dos pedidos, o autor requereu a condenação da responsabilização solidária entre as empresas do grupo. Entende

reclamada ao pagamento das verbas rescisórias, incluindo FGTS E que a fusão entre as empresas com a criação, em outubro de 2017,

MULTA DE 40% DO FGTS. da empresa MULT DISTRIBUIDORA DE COSMÉTICOS (de que

Em decorrência do princípio da simplicidade, que norteia o processo eram sócios o filho dos sócios do Grupo Helga e a mãe do sócio do

trabalhista, o qual não sofreu alterações com a Lei nº 13.467, de Grupo Hanova), teria como única finalidade ocultar os sócios de fato

2017, a petição inicial ora em análise preencheu os requisitos do da nova empresa e ainda o de conseguir nova linha de crédito na

art. 840 , da CLT, a qual, frise-se, não dificultou a defesa das praça. Postula, caso não se conclua pela existência de grupo

acionadas. econômico, que se reconheça a sucessão empresarial de todas as

Rejeita-se." empresas do Grupo Helga por HNV INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE

DO MÉRITO COSMÉTICOS LTDA. Alega, ainda, que a empresa BRC BRAZIL

GRUPO ECONÔMICO. CONFIGURAÇÃO. COSMÉTICOS LTDA adquiriu em Recuperação Judicial os direitos

A sentença reconheceu o grupo econômico entre as empresas da marca mista "Helga" por cinco anos, sem jamais exercer

demandadas, consoante os seguintes fundamentos: qualquer gerência direta, pois o Sr. José Alencar Sales Júnior

"Diante da identidade da matéria (fática e jurídica), adoto continuou a exercer a direção, gerência e coordenação das

integralmente os fundamentos lançados na brilhante sentença empresas. Por essa razão, pretende a responsabilização solidária

prolatada nos autos da 0000471-51.2018.5.07.0006, de lavra da da ré BRC BRAZIL COSMÉTICOS LTDA, uma vez identificada a

magistrada Taciana Orlovicin Gonçalves Pita, acerca da fraude ocorrida e a evidente direção do efetivo sócio do Grupo

responsabilidade das empresas demandadas, nos termos a seguir: Helga.

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 358
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Em suas contestações, as rés negam a formação de grupo COSMETICOS LTDA - ME, HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA -

econômico entre as empresas do Grupo Helga e Hanova As ME, ORIGINAL COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME,

reclamadas DISTRIBUIDORA HELGA COSMETICOS LTDA - ME, MULTIPLA COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - EPP, BELLA

HELGA COSMETICOS LTDA - ME, HELGA NENDZA SALES & CIA COSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE COSMETICOS

LTDA - ME, ORIGINAL COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, ERICA

MULTIPLA COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - EPP, PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS

BELLACOSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX

COSMETICOS LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX

ERICA PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME,

COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX ROBERTO NENDZA - ME (1ª a 13ª reclamadas), nos termos do §

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX 2º do art. 2º da CLT, as quais reconheceram a formação de grupo

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, econômico entre si, encontrando-se, dentre estas, a empregadora.

ROBERTO NENDZA - ME (1ª a 13ª reclamadas), não refutam o Quanto ao grupo econômico alegado em relação aos grupos

grupo econômico entre si, tendo contestado a formação de grupo HELGA e HANOVA, a autora juntou aos autos várias fotografias

com as empresas do Grupo HANOVA (14ª a 16ª reclamadas), com com os Srs. Anderson Luid Dos Santos Severo, José Alencar Sales

a MULT DISTRIBUIDORA (17ª reclamada) e com a BCR (18ª Junior, Aline Cristina Silva Souza Severo e Érica Pontes de

reclamada), alegando que o grupo HANOVA tem como objeto social Meneses, sócios das empresa Hanova e Helga, divulgadas em meio

a produção de produtos de beleza, e que inexiste hierarquia e/ou digital em julho de 2017, anunciando a fusão entre as empresas do

coordenação entre as empresas. Sustenta que a BCR está sob a Grupo Helga com aquelas do Grupo Hanova (HNV), com

égide da Lei 11.101//05, tendo comprado o direito de utilização da fundamento na expansão e aquisições realizadas pelo grupo

marca "Helga" por cinco anos. HANOVA, podendo se perceber que nas fotos, aparece o diretor do

As reclamadas HANOVA INDUSTRIA E COMERCIO DE grupo HANOVA, o qual veste camisa com o nome HELGA NOVO

COSMETICOS LTDA - ME e ANDERSON LUID DOS SANTOS TEMPO e ainda uma figura que demonstra a junção de duas peças

SEVERO - ME reconhecem o grupo entre si e negam a formação de de quebra-cabeça nas quais constam os nomes dos dois grupos

grupo com as demais reclamadas, noticiando que são fornecedoras HANOVA e HELGA. Em que pese não haver alterações nas

de produtos à rede varejista, sendo uma das principais, o grupo estruturas das empresas formadoras dos grupos, resta claro que

HELGA, não tendo havido a fusão alegada, apenas relação houve uma intensa comunhão de interesses

fornecedor-cliente. Informam, ainda, que os fundos de comércio de econômicos/profissionais entre as empresas formadoras dos dois

empresas do Grupo Helga foram alienados por seus sócios- grupos. De acordo com a Lei 13.467/2017 são requisitos para a

proprietários da Helga para a empresa DX GROUP configuração do grupo econômico: a demonstração do interesse

PARTICIPAÇÕES E INVESTIMENTOS LTDA, que, por sua vez, integrado, a efetiva comunhão de interesses e a atuação conjunta

não possuiria qualquer ligação com o Grupo Hanova, tratando-se de das empresas integrantes. A inexistência de uma hierarquia entre

empresa de investimentos de proveniente São Paulo. as empresas não descaracteriza o grupo econômico, se há a

A demandada AL PARTICIPACOES LTDA nega a formação de demonstração de que entre as empresas ocorre clara atuação

grupo econômico com quaisquer das demais empresas. conjunta, em linha de coordenação e comunhão de interesses, o

A reclamada MULT DISTRIBUIDORA DE COSMETICOS LTDA que se verifica no caso em tela.

alega que nunca existiu de fato e nega a formação de grupo Ademais, a primeira testemunha laboral afirmou em seu

econômico com quaisquer das demais empresas. depoimento:

A ré BRC - BRAZIL COSMETICS LTDA informa que comprou os "(...) que havia comentários dentro da empresa de que ocorreu uma

direitos de uso da marca HELGA, não estando a reclamante sob fusão entre as empresas Helga e Hanova; que o gerente do

suas ordens, refutando a formação de grupo econômico com depoente comentou que ocorreria a fusão e que o depoente

quaisquer das demais empresas reclamadas e pleiteia que, em continuaria a prestar serviços para as duas empresas; que o

caso de condenação, seja de forma subsidiária. depoente já chegou, mesmo prestando serviços para a Helga,

Pois bem. prestar serviços para a Hanova, tais como rotulagem de produtos,

Inicialmente, declaro a responsabilidade solidária das empresas embalagem de mercadorias e fazendo entregas; que depois dos

DISTRIBUIDORA HELGA COSMETICOS LTDA - ME, HELGA comentários da fusão, o depoente também começou a receber

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 359
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

ordens do Sr. Paulo, empregado da Hanova, responsável pela Ademais, a Sra. Aline Cristina Silva Souza Severo é também sócia

logística." da empresa HNV INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE COSMÉTICOS

Ainda, a segunda testemunha da autora noticiou: LTDA, cujo endereço eletrônico é

"que trabalhou para Helga de 01/02/2010 a 14/04/2018 na função "anderson@hanovacosméticos.com.br", conquanto o Sr. Anderson

de estoquista; que trabalhou com a reclamante; que o gerente, Liud dos Santos Severo não faça parte do corpo societário dessa

Sr.Evandro comentou com o depoente que havia sido feita uma empresa. O Sr. Anderson Liud dos Santos Severo atua, ainda,

sociedade entre a Helga e a Hanova; que, após o comentário, o como empresário individual da ANDERSON LUID DOS SANTOS

depoente também começo a prestar serviços para a Hanova SEVERO ME. Por fim, saliento que as empresas HNV INDÚSTRIA

abastecendo e descarregando as mercadorias da empresa Hanova E COMÉRCIO DE COSMÉTICOS LTDA, AL PARTICIPAÇÕES

nas seções das lojas Helga, limpando as mercadorias; que o LTDA, ANDERSON LUID DOS SANTOS SEVERO - ME e MULT

depoente não recebia ordens de nenhum empregado da Hanova; DISTRIBUIDORA DE COSMETICOS LTDA, em audiência, se

que as lojas Helga também vendiam produtos de outras indústrias e fizeram representar pelo mesmo preposto, o Sr. Luiz Gustavo

não só da empresa Hanova; que, em relação às mercadorias das Santana Severo, neste feiro e nos processos nº0000470-

outras indústrias, o abastecimento e o descarregamento de 54.2018.5.07.0010, 0000471-39.2018.5.07.0010 e 0000476-

mercadorias eram feitos por empregados destas indústrias; que a 61.2018.5.07.0010, cujos termos de audiência foram anexados aos

reclamante vendia produtos da indústria Hanova bem como de presentes autos.

outras indústrias." O fato de a empresa AL PARTICIPAÇÕES LTDA ter objetivo social

Saliente-se que o fato de terem sido alienados fundos de comércio diverso das empresas do grupo HANOVA não é suficiente para

de empresas do Grupo Helga para a empresa DX GROUP afastar a formação do grupo econômico com HNV INDÚSTRIA E

PARTICIPAÇÕES E INVESTIMENTOS LTDA não afeta a presente COMÉRCIO DE COSMÉTICOS LTDA e ANDERSON LUID DOS

demanda, pois apenas houve a alienação parcial das quotas SANTOS SEVERO - ME.

empresariais de somente algumas das empresas do Grupo. Sendo assim, reconheço que a empresa AL PARTICIPAÇÕES

Insta destacar, também, que a alegação da reclamada ANDERSON LTDA pertence ao grupo econômico HANOVA, o qual restou

LUID DOS SANTOS SEVERO ME de que a relação havida entre os condenada solidariamente, aplicando a esta a mesma

apontados conglomerados empresariais era de apenas fornecedor- responsabilidade, nos termos dos arts. 2º, § 2º, e 9º da CLT.

cliente não se sustenta, ressaltando que a mensagem eletrônica e a No que tange à reclamada MULT DISTRIBUIDORA DE

confissão de dívida datam de período anterior à "fusão" noticiada, o COSMETICOS LTDA, observa-se efetivamente formalizada em

que só veio a ocorrer em julho de 2017. 24/10/2017 pouco tempo após a fusão dos grupos HELGA e

Diante do exposto, reconheço a existência de grupo econômico por HANOVA, com atuação na vendas de produtos de higiene, tendo

coordenação entre todas as empresas dos Grupos HELGA e como sócios os Srs. Matheus Pontes Sales e Maria de Fátima dos

HANOVA, as quais declaro responsáveis solidárias pelas verbas Santos Severo, os quais são, respectivamente, o filho dos titulares

decorrentes da condenação, nos termos dos arts. 2º, § 2º, e 9º da do Grupo Helga e a mãe de um dos proprietários do Grupo Hanova

CLT. (Anderson Luid dos Santos Severo), fato não contestado em defesa.

No que concerne à reclamada AL PARTICIPAÇÕES LTDA, verifica- Sendo assim, tenho que a empresa MULT DISTRIBUIDORA DE

se que na defesa das empresas formadoras do GRUPO HELGA COSMETICOS LTDA também participa dos Grupos Helga e

restou afirmado que as empresas HANOVA INDUSTRIA E Hanova, utilizando-se da mesma estrutura empresarial para a

COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, ANDERSON LUID consecução de seus objetivos financeiros, diante do que, resta

DOS SANTOS SEVERO - ME e AL PARTICIPACOES LTDA condenada solidariamente, nos termos dos arts. 2º, § 2º, e 9º da

formam o grupo HANOVA. Nessa senda, o contrato social de CLT.

constituição da reclamada AL PARTICIPAÇÕES LTDA demonstra Por fim, quanto à ré BRC BRAZIL COSMETICS COMÉRCIO

que essa empresa tem como sócios os Srs. Anderson Liud dos VAREJISTA DE COSMÉTICOS EIRELI, verifica-se que ela

Santos Severo e Aline Cristina Silva Souza Severo, os quais se apresentou defesa através do mesmo escritório que a empregadora,

fizeram presentes ao evento em que foi anunciada a "fusão" entre na qual passou a repetir as mesmas alegações já apresentadas

os grupos empresariais, conforme fotografias anexadas aos autos. pelas 1ª a 13ª Reclamadas, além disso, observa-se que no

Ainda, o endereço eletrônico da AL PARTICIPAÇÕES LTDA comprovante de inscrição cadastral (CNPJ) consta endereço

registrado no CNPJ é "anderson@hanovacosméticos.com.br". eletrônico pertencente ao domínio da HELGA COSMÉTICOS.

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 360
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Ademais, apresentou carta de preposição que revelou mas tão somente exteriorizam a arregimentação de sociedades que

representação através do mesmo preposto que a empregadora, possuam atuação integrante em face da comunhão de interesses";

razão pela qual, deve ser solidariamente responsável pelos créditos "que a sentença de origem, em nenhum momento, cuidou de

oriundos da presente demanda, nos moldes dos arts. 2º, § 2º, e 9º demonstrar a integração de interesses entre as empresas, a

da CLT." atuação conjunta, tampouco a comunhão de interesses, mas

Pontue-se, por oportuno, que as atas de audiência em nada apenas limitou-se a discorrer, de forma bastante confusa, sobre

corroboram com a tese da demandada, uma vez que se verifica, "fusão", sendo esta manifestante inexistente no caso vertente"; "que

com extrema facilidade, que a testemunha da reclamada, Sr. os depoimentos coligidos aos autos sob a rubrica de prova

Emanuel Rodrigues de Albuquerque, arrolada em todos os emprestada fulminam a pretensão autoral, quer pelo viés da fusão,

processos, busca, sem nenhum sucesso, sustentar os termos da seja sob a óptica de agrupamento empresarial."

defesa. Não se vê nas razões recursais, com a devida vênia da parte

Ademais, por mais que tenha declarado que "que na metade do recorrente, fundamentos que infirmem convincentemente as

segundo semestre de 2017 houve uma reunião da Helga com a conclusões do juízo de primeiro grau, razão pela qual se há perfilhar

Hanova para uma parceria de fornecimento de produtos", com os motivos da decisão vergastada, ora endossados e

afirmou, posteriormente, que "soube que foi feita uma postagem integrantes das presentes razões de decidir.

no instagram da Helga onde foi usado o termo fusão com a Consoante o § 2º do art. 2º da CLT, "sempre que uma ou mais

Hanova". empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica

Por outro lado, as testemunhas Francisca Edinusia Alves de Sousa própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de

e Maria Irlane Silva Santos outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua

Desiderio, apresentadas pelas partes autoras, nas referidas atas de autonomia, integrem grupo econômico, serão responsáveis

audiências, possuem depoimentos uníssonos no que tange à solidariamente pelas obrigações decorrentes da relação de

reunião em que foi publicizada à fusão das demandadas aos emprego".

empregados são uníssonas ("que no final de julho/2017 foram Nesta esteira, o delineamento do que se convencionou chamar

convocadas para uma reunião no hotel meridional no centro da grupo econômico, pela dicção da Consolidação das Leis do

cidade onde foi comunicada por Alencar Junior, Erica Pontes e Trabalho, importa na evidência da integração dos

Aline Severo, a fusão da Helga e Hanova, com promessas de empreendimentos, de forma a vincular, direta ou indiretamente, as

que tudo iria mudar com a chegada de novos produtos, mas na empresas.

pratica tudo continuou do mesmo jeito, pois continuou Este aspecto restou caracterizado nos autos, sendo certo que se

chegando produtos da marca própria da Helga (lavi) e da Helga, verificam elementos suficientes para que seja corroborada a

os quais tinham prioridade para serem vendidos" - depoimento conclusão da sentença recorrida.

de Maria Irlane Silva Santos Desiderio) e ("que houve uma Como bem destacado pela sentença, restou demonstrada nos autos

reunião num domingo de julho/2017 onde foi comunicada a a ampla divulgação realizada nas redes sociais, em julho de 2017,

fusão da Hanova com a Helga Cosmeticos onde foram acerca da fusão das empresas do Grupo Helga com aquelas do

apresentados os novos patrões como sendo: Aline Severo e Grupo Hanova. Eis os dizeres da publicação (V. ID 0d53e9e - Pág.

seu esposo Anderson ambos donos da Hanova; que a a partir 2): "Temos o orgulho de anunciar que começou um novo tempo. O

daí a prioridade era para vender os produtos da Hanova e Lavi" Grupo HNV detentor de várias marcas como a Hanova, em um

- depoimento de Francisca Edinusia Alves de Sousa)." processo de expansão e aquisições, realizou a fusão com o Grupo

A empresa recorrente manifesta no presente recurso ordinário o seu Helga Cosméticos. Tudo isso para que os nossos clientes possam

inconformismo, alegando, em síntese: "que a fusão e o grupo ter sempre à disposição o melhor atendimento, os melhores

econômico ostentam características diametralmente opostas"; "em produtos e a melhor experiência. Transformando para melhor, o seu

que pese tenha havido, nas redes sociais, um anúncio de fusão visual e a sua vida. #HelgaNovoTempo #Hanova #GrupoHNV

entre os conglomerados Helga e Hanova, por certo, tal #GrupoHelga #Beleza #Cabelos". Com a devida vênia da parte

reagrupamento não ocorreu, máxime porque a sucessão recorrente, este aspecto é relevante para a caracterização do grupo

empresarial somente é possível em face de pessoas jurídicas econômico sob investigação, demonstrando a plena possibilidade

regularmente constituídas, o que não é o caso dos grupos de que as marcas de cada um dos grupos estejam sob a

econômicos, os quais não possuem personalidade jurídica própria, coordenação de um único conglomerado, o que afasta a tese

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 361
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

recursal a respeito da estranheza de haver empresas concorrentes fusão aos trabalhadores.

no mesmo grupo econômico. Cumpre ressaltar, ainda, porquanto oportuno, que a estreita relação

Além disso, vigora no Direito do Trabalho o princípio da primazia da comercial entre as empresas dos grupos empresariais, consoante

realidade, de modo a ser imprescindível destacar a prevalência dos se denota pelas notas ficais de vendas de mercadorias anexadas

fatos da relação de emprego sobre os aspectos formais. Dessa aos autos, a meu sentir, não rechaça a formação de grupo

forma, ainda que não ultimada, ao menos formalmente, com as econômico, mas, em verdade, a reforça, evidenciando além da

devidas baixas das pessoas jurídicas, a fusão mencionada nas complementaridade entre os objetos sociais das empresas

redes sociais, não há se desconhecer que houve a junção das contratantes, o interesse integrado, a comunhão de interesses e a

empresas, que passaram a atuar integradas a um único grupo. atuação conjunta das empresas dele integrantes.

Igualmente, salvo melhor juízo, os depoimentos das testemunhas Destarte, o quadro encontrado no presente feito permite a

não afastam o reconhecimento do grupo econômico. Ao revés, conclusão de que a empresa ora recorrente integra grupo

confirmam a fusão entre as empresas. Destaca-se, a este respeito, econômico com as reclamadas do grupo Helga. Importa examinar a

o depoimento da primeira testemunha da parte reclamante, Sra. presença de elementos objetivos capazes de demonstrar que as

Maria Irlane Silva Santos Desiderio, ouvida no processo nº 0000470 empresas estavam integradas no mesmo grupo. É o que se

-54.2018.5.07.0010 (Ata de audiência de ID 5cd9c24 - Pág. 4), constatou à exaustão no presente feito.

trazido por empréstimo ao conjunto probatório pelas próprias Por oportuno, colhe-se o seguinte precedente jurisprudencial:

reclamadas, revelador de "(...) que no final de julho/2017 foram "Grupo econômico. Relação inter-empresarial. O grupo econômico

convocadas para uma reunião no hotel meridional no centro da para fins justrabalhistas não necessita se revestir das modalidades

cidade onde foi comunicada por Alencar Junior, Erica Pontes e Aline jurídicas típicas do Direito Econômico ou Direito Comercial

Severo, a fusão da Helga e Hanova, com promessas de que tudo (holdings, consórcios, pools etc.). Não se exige, sequer, a prova

iria mudar com a chegada de novos produtos, mas na pratica tudo de sua formal institucionalização cartorial: pode-se acolher a

continuou do mesmo jeito, pois continuou chegando produtos da existência do grupo desde que surjam evidências probatórias

marca propria da Helga (lavi) e da Helga, os quais tinham prioridade de que estão presentes os elementos de integração inter-

para serem vendidos, e das outras marcas continuaram escassos". empresarial (abrangência subjetiva e nexo relacional) de que

Veja-se que a fusão foi comunicada aos empregados em reunião, fala a CLT (art. 2º, § 2º)" (Processo 00409002020085010025, TRT

constatação que reforça a ideia do grupo econômico, referindo-se a 1ª Região - 8ª Turma, Relatora Desembargadora Dalva Amélia de

depoente a tudo ter "continuado do mesmo jeito" ao modus Oliveira, Publicado em 30/06/2014)(destaquei).

operandi das vendas dos produtos e não à ausência de formação NEGA-SE PROVIMENTO.

de grupo. A testemunha em questão ainda revelou que as diversas CONCLUSÃO DO VOTO

marcas apresentavam seus produtos e realizavam treinamentos, Por unanimidade, conhecer do recurso ordinário para, rejeitar as

mas que com a Hanova o processo foi diferente, pois, além de ter preliminares suscitadas e, no mérito, por maioria, negar-lhe

sido comunicada a fusão, não houve interrupção do fornecimento de provimento.

mercadorias para serem vendidas nas lojas Helga, o que ocorreu DISPOSITIVO

com outros fornecedores em face das dívidas da empregadora ACORDAM OS INTEGRANTES DA 2.ª TURMA DO TRIBUNAL

originária. REGIONAL DO TRABALHO DA 7.ª REGIÃO, por unanimidade,

Não se olvida o depoimento da testemunha convidada pelas conhecer do recurso ordinário para, rejeitar as preliminares

reclamadas, Sr. Emanuel Rodrigues de Albuquerque, ouvida nos suscitadas e, no mérito, por maioria, negar-lhe provimento. Vencido

processos (461-92.2018.5.07.0010, 470-54.2018.5.07.0010 e 471- o Desembargador Relator, que dava provimento ao apelo, para

39.2018.5.07.0010) trazidos por empréstimo ao conjunto probatório, excluir da condenação a responsabilidade solidária da reclamada

cujas declarações transparecem a ideia de demonstrar ter havido HNV INDÚSTRIA E COSMÉTICOS LTDA. Redigirá o acórdão o

apenas uma relação comercial, mas não uma fusão, entre as Desembargador Cláudio Soares Pires, com a integração do voto

empresas do grupo Helga e do grupo Hanova. Contudo, diante dos vencido.

demais elementos probatórios dos autos, não há de prevalecer o Participaram do julgamento os Exmos. Srs. Desembargadores

quadro traçado pelo depoente, sendo de se destacar que ele próprio Francisco José Gomes da Silva (Presidente e Relator), Cláudio

admite não ter participado da reunião ocorrida em julho de 2017 (V. Soares Pires e Paulo Régis Machado Botelho. Presente ainda o(a)

ID's 5cd9c24 - Pág. 6 e 8eb6395 - Pág. 6), na qual fora anunciada a Exmo(a). Sr(a). membro do Ministério Público do Trabalho. Em gozo

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 362
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

de férias o Exmo. Sr. Desembargador Jefferson Quesado Junior. Destaca, em seguida, que os aludidos depoimentos também não

Fortaleza, 14 de outubro de 2019. integram o arcabouço das provas emprestadas acostada aos autos,

INTEGRA O PRESENTE ACÓRDÃO O VOTO VENCIDO DO EXMº mediante convenção de ambas as partes; que o Juízo a quo utilizou

DESEMBARGADOR FRANCISCO JOSÉ GOMES DA SILVA, in como fundamento da procedência da pretensão autoral, da mera

verbis: cópia de uma transcrição parcial realizada no bojo de uma sentença

EMENTA: PROVA EMPRESTADA. PREVISÃO LEGAL. proferida em processo paradigma, a qual, por sua vez, utilizou,

CONTRADITÓRIO OBSERVADO. O novo CPC trouxe permissivo naquele momento, o depoimento testemunhal na condição de prova

expresso quanto à possibilidade de utilização da prova emprestada, emprestada, a qual, por certo, não integra o presente feito.

desde que observado o contraditório, conforme previsão no art. 372. Ressalta, igualmente, que as reportadas transcrições carregam

Assim, havendo previsão legal para utilização da prova emprestada relatos fáticos que não integram as razões da exordial, impondo

e, observando que no processo nº 0000471-51.2018.5.07.0006 as reconhecer a total inovação da lide, em absoluta violação ao art.

partes foram submetidas ao contraditório e, havendo identidade dos 141 do CPC/15.

fatos probandos nos processos, rejeita-se a alegativa de Em razão do exposto, requer a nulidade da sentença e o retorno

cerceamento de defesa. Preliminar rejeitada. dos autos para que haja um novo julgamento, desta feita, em

PETIÇÃO INICIAL. ART. 840, §1º DA CLT. O processo trabalhista conformidade com o acervo fático-probatório do caso sub examine.

é regido pelo princípio da simplicidade das formas, consagrado no À análise.

art. 840, § 1º, da CLT, segundo o qual basta uma breve exposição Em audiência de instrução, as Reclamadas requereram a juntada

dos fatos para se considerar apta a exordial. Em decorrência do de provas emprestadas, relativo aos depoimentos testemunhais dos

princípio da simplicidade, que norteia o processo trabalhista, o qual processos 461-92.2018.5.07.0010, 470-54.2018.5.07.0010 e 471-

não sofreu alterações com a Lei nº 13.467, de 2017, verifica-se que 39.2018.5.07.0010 (ID. bae0442, ID. ed35241, ID. 5cd9c24, ID.

a petição inicial atendeu integralmente os requisitos do art. 840, da 8eb6395).

CLT. Preliminar rejeitada. O Juízo, ao proferir a sentença, utilizou para o reconhecimento da

EXISTÊNCIA DE GRUPO ECONÔMICO. ART. 2º, DA CLT. ÔNUS existência de Grupo Econômico entre as acionadas (Grupo Hanova-

DA PROVA. ART. 818, DA CLT C/C ART. 373, DO NCPC. Helga) como prova emprestada, os fundamento os lançados na

AUSÊNCIA DE PROVA. Não tendo a reclamante comprovado a sentença prolatada nos autos do processo nº 0000471-

existência do alegado grupo econômico Helga-Hanova, composto 51.2018.5.07.0006, de lavra da magistrada Taciana Orlovicin

de diversas empresas, reforma-se a sentença para afastar a Gonçalves Pita (ID. 984dd8d).

responsabilidade solidária pretendida pela autora. Nesse ponto, destaco, inicialmente, que o novo CPC trouxe

RECURSO CONHECIDO E DADO PROVIMENTO PARCIAL permissivo expresso quanto à possibilidade de utilização da prova

FUNDAMENTAÇÃO: emprestada, desde que observado o contraditório, conforme

ADMISSIBILIDADE previsão no art. 372, que assim dispõe:

Acolhe-se o presente recurso, uma vez que preenchidos os Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em

requisitos de admissibilidade. outro processo, atribuindo-lhe o valor que considerar adequado,

DO MÉRITO observado o contraditório".

PRELIMINARES Assim, havendo previsão legal para utilização da prova emprestada

DA NULIDADE DA SENTENÇA- DA UTILIZAÇÃO DA PROVA e, observando que no processo nº 0000471-51.2018.5.07.0006 as

EMPRESTADA - DO ALEGADO CERCEAMENTO DE DEFESA partes foram submetidas ao contraditório e, havendo identidade dos

Aduz a recorrente, preliminarmente, que houve cerceamento de seu fatos probandos nos processos, rejeita-se a alegativa de

direito de defesa, ao argumento de que o juízo, ao adotar cerceamento de defesa.

integralmente a motivação da sentença proferida na reclamatória Quanto a alegativa de que as reportadas transcrições dos

trabalhista 0000471-51.2018.5.07.0006, construiu o seu depoimentos carregam relatos fáticos que não integram as razões

entendimento, a partir das provas orais ali consignadas, mas que, da exordial, não merece acolhida, posto que a causa de pedir da

tais elementos probatórios não foram publicizadas à ora recorrente autora, no que se refere a responsabilidade solidária das acionadas,

no presente feito, com vistas à garantia do contraditório e da ampla trata justamente na alegada formação de grupo econômico entre as

defesa, verificando-se, pois, uma patente violação ao que dispõe o empresas, objeto da prova naqueles autos.

art. 312 do CPC/15. Os depoimentos constantes na prova emprestada utilizada pelo

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 363
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Juízo a quo dizem respeito aos fatos relacionados pela autora, no partes. Assim, a mera alegação da reclamada de que não

que pertine a alegada formação de grupo econômico entre as concordou com a utilização de prova emprestada não é suficiente

acionadas GRUPO HELGA (DISTR IBUIDORA HELGA para inviabilizar a sua utilização nestes autos. Precedentes.

COSMETICOS LTDA - ME, HELGA COSMETICOS LTDA - ME, Recurso de revista não conhecido" (TST, ARR - 3600-

HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ME, ORIGINAL 29.2010.5.12.0031 Data de Julgamento: 15/02/2017, Relator

COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, MULTIPLA Ministro: José Roberto Freire Pimenta, 2ª Turma, Data de

COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - EPP, BELLA Publicação: DEJT 17/02/2017).

COSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE COSMETICOS "B) RECURSO DE REVISTA. 1. NULIDADE DA SENTENÇA.

LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, ERICA CERCEAMENTO DE DEFESA. UTILIZAÇÃO DE PROVA

PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS EMPRESTADA SEM ANUÊNCIA. O Regional entendeu que a

COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX utilização de prova emprestada consubstanciada em certidão de

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX averiguação produzida em outros autos, no qual a reclamada figura

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME e como parte, não configura cerceamento de defesa, ante a

ROBERTO NENDZA - ME) e GRUPO HANOVA - HNV (HANOVA semelhança fática existente entre os processos, assim como da

INDUSTRIA E COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, AL observância do contraditório e da ampla defesa. Com efeito, esta

PARTICIPAÇÕES LTDA, ANDERSON LUID DOS SANTOS Corte tem se posicionado no sentido de ser possível a utilização da

SEVERO - ME e MULT DISTRIBUIDORA DE COSMETICOS prova emprestada, não sendo imprescindível a anuência da parte

LTDA), assim como referem-se as mesmas demandadas, sendo adversa. Recurso de revista não conhecido" (TST, RR - 940-

permitido sua valoração como se houvesse sido produzida 27.2013.5.18.0181 Data de Julgamento: 09/11/2016, Relatora

diretamente nos autos examinados. Ministra: Dora Maria da Costa, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT

Nesse ponto, frise-se, não há vício em virtude de o Juízo ter 11/11/2016).

utilizado a fundamentação da sentença, a qual considerou para Preliminar rejeitada.

formação do convencimento da magistrada, depoimentos os quais INÉPCIA DA INICIAL

foram respeitados o contraditório quando produzida em processos Requer o Recorrente, o reconhecimento da inépcia do pedido

judiciais, máxime,quando envolvendo a mesma empresa e quando relativo às parcelas de FGTS + 40%, e a extinção do pleito sem

os fatos guardam correlação com os da presente ação. resolução de mérito, à luz do que dispõe o art. 485, I, do CPC/15,

Nesse mesmo entendimento, colaciona-se a atual jurisprudência do sob o fundamento de que, a parte recorrida, em sua peça de

Tribunal Superior do Trabalho, in verbis: ingresso, inobstante tenha somente assentado as datas de ingresso

UTILIZAÇÃO DE PROVA EMPRESTADA. POSSIBILIDADE. e de dispensa, realizou o pedido correspondente às parcelas de

IDENTIDADE FÁTICA. MESMAS RECLAMADAS. FGTS, em conjunto com a indenização adicional de 40% sobre o

DESNECESSIDADE DE PRÉVIA CONCORDÂNCIA DA PARTE saldo fundiário.

CONTRÁRIA. AUSÊNCIA DE CERCEAMENTO DE DEFESA. Sem razão.

NULIDADE PROCESSUAL NÃO CONFIGURADA. Esta Corte O processo trabalhista é regido pelo princípio da simplicidade das

admite a utilização da prova emprestada, desde que haja a formas, consagrado no art. 840, § 1º, da CLT, segundo o qual basta

identidade dos fatos considerados no documento emprestado e no uma breve exposição dos fatos para se considerar apta a exordial.

caso em julgamento, assim como ocorrido nesta hipótese, em que o Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal.

Regional registrou que"a prova emprestada foi produzida em § 1º - Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do

processo judicial que envolvia as mesmas rés da presente ação, Presidente da Junta, ou do juiz de direito a quem for dirigida, a

tendo sido observadas as formalidades estabelecidas em lei para a qualificação do reclamante e do reclamado, uma breve exposição

sua produção, bem como o princípio do contraditório. Segundo, dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, a data e a assinatura

porque os fatos a serem comprovados guardam correlação com os do reclamante ou de seu representante.

da presente ação. Terceiro, porque a referida prova emprestada foi § 1o Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do

valorada pelo Juízo segundo o princípio do livre convencimento juízo, a qualificação das partes, a breve exposição dos fatos de que

motivado, em conjunto com as demais provas dos autos". resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser certo, determinado e

Importante salientar também que a utilização de prova emprestada com indicação de seu valor, a data e a assinatura do reclamante ou

não está condicionada à prévia anuência e concordância das de seu representante. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 364
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

§ 2º - Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em 2 (duas) FORMAÇÃO DE GRUPO ECONÔMICO.

vias datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no Na peça de ingresso, requer o reclamante que seja caracterizada a

que couber, o disposto no parágrafo anterior. condição da segunda (VRX COMÉRCIO COSMÉTICOS E

§ 2o Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em duas vias BIJUTERIAS LTDA) e terceira reclamada (HANOVA

datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no que COSMÉTICOS), de responsáveis solidárias pelos encargos

couber, o disposto no § 1o deste artigo. (Redação dada pela Lei nº trabalhistas da primeira reclamada, HELGA COSMÉTICOS, em

13.467, de 2017) função da existência de grupo econômico.

§ 3o Os pedidos que não atendam ao disposto no § 1o deste artigo Afirma que a primeira, segunda e terceira reclamadas foram

serão julgados extintos sem resolução do mérito. (Incluído pela Lei criadas, são dirigidas e controladas pelo pela Sra. Erica Pontes de

nº 13.467, de 2017) Meneses, que não aparece no contrato social da terceira

Como se observa, a Lei n. 13.467/17 fez referência expressa aos reclamada, HANOVA COSMÉTICOS, pois utilizou terceiro como

requisitos da petição inicial trabalhista, dispondo no § 1º do art. 840 laranja.

da CLT que o pedido deva "ser certo, determinado e com indicação Ressalta, que os objetos sociais das empresas são

de seu valor". complementares, visto todas possuírem o mesmo objeto social e

No caso, em relação ao pedido de pagamento do FGTS e multa finalidade, sendo patente a formação de grupo econômico entre

rescisória, o reclamante fez pedido certo, determinado e com elas.

indicação do valores pois da sua causa de pedir, entende-se No mérito, defende a recorrente, em síntese, a inexistência de fusão

logicamente que o autor fora demitido sem justa causa e sem e formação de grupo econômico com o GRUPO HELGA, sendo

recebimento de suas verbas rescisórias, fato este, incontroverso indevida a sua responsabilidade solidária pelos créditos deferidos

nos autos. ao autor na presente reclamação trabalhista.

Na narrativa dos fatos, o acionante afirmou que ingressou na Argumenta que, em que pese tenha havido, nas redes sociais, um

reclamada no dia 01/08/2010, para exercer a função de gerente, anúncio de fusão entre os conglomerados Helga e Hanova, por

sendo demitida sem justa causa em 29/03/2018; que o último certo, tal reagrupamento não ocorreu, máxime porque a sucessão

salário percebido foi de R$ 3.200,00 (três mil e duzentos reais); que empresarial somente é possível em face de pessoas jurídicas

quando de sua demissão não recebeu qualquer valor, assim como regularmente constituídas, o que não é o caso dos grupos

não fora liberado Seguro Desemprego e FGTS, motivo pelo qual econômicos, os quais não possuem personalidade jurídica própria,

pleiteia a liberação dos mesmos em sede de tutela antecipada; que mas tão somente exteriorizam a arregimentação de sociedades que

o FGTS se encontra depositado apenas de forma parcial, apenas o possuam atuação integrante em face da comunhão de interesses, o

valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais). que, também, não retrata o caso dos autos.

Em seguida, requereu que, Tendo em vista os argumentos jurídicos Esclarece, adiante, que há uma mera relação comercial, havendo

apresentados, ajuíza-se a presente Reclamação Trabalhista no total independência entre as empresas do GRUPO HANOVA em

intuito de serem satisfeitos todos os direitos da reclamante, quais relação às componentes do GRUPO HELGA, sendo a recorrente,

sejam: Saldo Salário, Aviso Prévio de 51 dias, 13º salário e férias mera fornecedora de produtos para o conglomerado empresarial

sobre aviso prévio, FGTS sobre rescisão, 13º salário proporcional HELGA, sem haver contudo, qualquer integração de interesses

3/12 de 2018, férias simples 2016/2017 e proporcionais 2017/2018 entre as empresas ou atuação conjunta.

todas acrescidas do terço constitucional, FGTS e multa de 40%. À análise.

Em relação ao rol dos pedidos, o autor requereu a condenação da A lei nº 13.467, de 13 de julho de 2017 que alterou a Consolidação

reclamada ao pagamento das verbas rescisórias, incluindo FGTS E das Leis do Trabalho (CLT) trouxe novos parâmetros para

MULTA DE 40% DO FGTS. responsabilização de empresas terceiras.

Em decorrência do princípio da simplicidade, que norteia o processo A nova redação alterou o parágrafo 2º e acrescentou o parágrafo 3º

trabalhista, o qual não sofreu alterações com a Lei nº 13.467, de a este artigo, conforme transcrição seguinte:

2017, a petição inicial ora em análise preencheu os requisitos do Art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva,

art. 840 , da CLT, a qual, frise-se, não dificultou a defesa das que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria

acionadas. e dirige a prestação pessoal de serviço.

Rejeita-se. § 1º - Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da

DO MÉRITO relação de emprego, os profissionais liberais, as instituições de

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 365
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem para que cada caso seja analisado com suas peculiaridades, sendo

fins lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados. ônus do autor a prova de suas alegações ( art. 818, da CLT c/c art.

§ 2º Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada 373, do NCPC).

uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a No caso em análise, o autor fundamenta sua pretensão com base

direção, controle ou administração de outra, ou ainda quando, em notícias veiculadas nas redes sociais de possível fusão entre os

mesmo guardando cada uma sua autonomia, integrem grupo grupos Helga Cosméticos e HNV, assim como colaciona fotos em

econômico, serão responsáveis solidariamente pelas que retrata parcerias entre as duas empresas, ID. 0d53e9e, sem,

obrigações decorrentes da relação de emprego. contudo, apresentar qualquer prova que indique ter realmente

§ 3º Não caracteriza grupo econômico a mera identidade de ocorrido a "FUSÃO" das empresas, ou qualquer relação de

sócios, sendo necessárias, para a configuração do grupo, a coordenação entre elas.

demonstração do interesse integrado, a efetiva comunhão de Ao revés, a acionada Hanova Indústria e Comércio de Cosméticos

interesses e a atuação conjunta das empresas dele integrantes. Ltda colacionou aos autos documentos que demonstram a relação

(destaquei) de vendas de mercadorias para as empresas integrantes do grupo

A nova redação do art. 2º, além de manter a hipótese do grupo Helga (CRX COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA

econômico hierarquizado ou sob subordinação, introduz, ME, ALENCARINE COSMETICOS COMERCIO VAREJISTA E

expressamente, o outro modelo de grupo econômico, vertical, ou TREINAMENTO EIREL, HELGA MEDZA SALES & CIA LTDA -ME,

sob coordenação, trazendo para o texto legal, o entendimento dos ORIGINAL COMERCIO DE COSMETICOS LTDA ME, VRX

Tribunais Regionais do Trabalho e do TST quanto a configuração de COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA ME, JOSE

grupo econômico. ALENCAR SALES JUNIOR- ME, ORIGINAL COMERCIO DE

Com relação a este modelo de grupo econômico coordenado, a COSMETICOS LTDA- ME, tais como notas fiscais de vendas de

Desembargadora Dra. Vólia Bomfim Cassar, do TRT da 1ª Região, mercadorias, termo de confissão de dívida e e-mails em que se

em seu livro Direito do Trabalho, afirma que: evidencia a parceria comercial entre as empresas ( venda de

Os grupos econômicos por coordenação se apresentam quando mercadorias), ID. de4b07e, ID. 4c4a838.

houver reunião de interesses para execução de determinado Na audiência de instrução, as reclamadas requerem a juntada de

empreendimento, tendo ou não o mesmo controle ou administração provas emprestadas (processos nºs. 461-92.2018.5.07.0010, 470-

comum. Logo, os grupos por coordenação podem ter relação de 54.2018.5.07.0010 e 471-39.2018.5.07.0010, tendo a autora

controle entre si, numa linha horizontal e não vertical. Isto é, não concordado com a juntada dos referidos depoimentos.

haverá, no grupo horizontal, uma empresa controladora e outra(s) No termo de audiência relativo ao processo nº. 0000461-

controlada(s), uma líder (holding) e outras lideradas. Todas são 92.2018.5.07.0010, a testemunha da reclamante afirmou que:

interligadas entre si e, apesar de autônomas e independentes, estão Primeira testemunha arrolada pela parte Reclamante Sr(a).

interligadas pela ingerência, administração comum, como se Francisca Edinusia Alves de Sousa: " (...)"que trabalhou na

subordinadas umas às outras administrativamente. Por trás desta reclamada Helga Cosméticos de 01/06/2006 a 23/02/2018 na

administração comum pode estar um sócio ou alguns sócios ou função de vendedora; que o reclamante, depoente e todos os

pessoa física no controle.(CASSAR, 2017,p.429). funcionários foram demitidos sem pagamento de verbas rescisórias

Logo, o aproveitamento dos serviços prestados pelo trabalhador por e nem do salário do último mês; que depoente trabalhou até

sociedades empresárias que mantenham relação de coordenação 23/fevereiro/2018, não sabendo o ultimo dia labutado pelo

entre si, formando o grupo econômico trabalhista, serão todas, por reclamante; que recebia ordem direta dos gerentes Luxeles,

consequência, responsabilizadas pela contraprestação devida ao Rosângela, Francisca Cirlane, os quais eram gerentes da loja

obreiro, atraindo a incidência do § 2º do artigo 2º da CLT do shopping Central da Helga Nendza Sales .". ÀS PERGUNTAS

(coordenação interempresarial). DO(A) PATRONO(A) DO(A) PARTE RECLAMANTE RESPONDEU:

Estabeleceu, igualmente, que "não caracteriza grupo econômico a "que houve uma reunião num domingo de julho/2017 onde foi

mera identidade de sócios. Assim, o patrimônio de empresas que comunicada a fusão da Hanova com a Helga Cosmeticos onde

têm sócios comuns, porém com atuam em setores diversos, estarão foram apresentados os novos patrões como sendo: Aline

resguardadas. Severo e seu esposo Anderson ambos donos da Hanova; que a

Portanto, a análise da existência ou não da formação de um grupo a partir daí a prioridade era para vender os produtos da Hanova

econômico, deve-se observar o princípio da primazia da realidade, e Lavi, mesmo tendo outras marcas, mas a Hanova e Lavi

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 366
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

deveriam estar em primeiro lugar nas vendas; que antes da lojas da Helga, muito menos assumiu o comando dessa; que a

reunião já vendiam todo tipo de produto e de varias marcas, continuou a vendendo normalmente para as outras lojas, como

inclusive dos ora citados; que os proprietários da Helga e Hanova Cosbel, Anavi, Iap e outras; que não houve a fusão da Hanova com

estavam presentes na reunião, sendo Erica PontesMenezes e a Helga; que havia procedimento de cobrança normal das vendas

Alencar Junior proprietários da Helga.". ÀS PERGUNTAS DO DO(A) dos produtos Hanova;." ÀS PERGUNTAS DO DO(A) PATRONO(A)

PATRONO(A) DO(A) PARTE RECLAMADA RESPONDEU: "que DO(A) PARTE RECLAMANTE RESPONDEU: "que a reunião tem

depois da reunião depoente continuou trabalhando na mesma um caráter de marketing e não para apresentar fusão; que não

loja e o reclamante também, mas ambos trabalhavam em lojas houve comunicação formal da fusão entre a Hanova e Helga, mas

diferentes; que na reunião estavam os vendedores e gerentes; depoente soube que foi feita uma postagem no instagram da

que a faixada das lojas continuaram iguais; que não houve Helga onde foi usado o termo fusão com a Hanova; que quanto

mudança da chefia após a reunião, mas a sua chefe Luxeles ao doc. de fl. 8 se tratam das pessoas de Anderson (proprietário da

teve um problema de saúde e foi transferida para loja de Hanova) e Junior (proprietária da Helga) e o doc. de fl. 9 tratam das

Messejana, tendo ficado como gerente Rosangela; que Luxeles pessoas Aline (proprietária da Hanova) e Erica (proprietária da

e Rosangela eram gerentes da Helga; (...)." ( grifos nosso) Helga); (...)."( grifos nosso)

Conforme se extrai do depoimento supra, não se trata o caso de " No termo de audiência relativo ao processo nº. 0000470-

fusão" entre as empresas, tanto que a partir da reunião ocorrida em 54.2018.5.07.0010, o reclamante afirmou que :

julho de 2017, nada foi alterado na estrutura organizacional da O DEPOIMENTO PESSOAL DO RECLAMANTE: '" que depoente

empresa, assim como layout das lojas, tratando-se, na verdade, de era subgerente, que atuava em várias lojas da Helga e trabalhou até

um marketing e ações para incremento das vendas, através da 07/04/2018 porque as lojas fecharam, tendo a sra. Erica Pontes

fornecedora dos produtos, empresa HANOVA INDUSTRIA E (dona da Helga, esposa de Alencar Junior) comunicado a dispensa

COMERCIO DE COSMETICOS LTDA, fato este, confirmado pelos os quais eram chefes do depoente; (...) ; que a Helga vendia

depoimentos de reclamantes e testemunhas dos processos produtos de marca própria (Lavi), mas também da Hanova, Fatore,

utilizados como provas emprestadas nos autos, vejamos: Corpo Dourado e outros; que em julho/2017 houve a fusão da

Convocada a primeira testemunha arrolada pelas Reclamadas Hanova com a Helga, no que a prioridade passou a ser para vender

HANOVA INDUSTRIA E COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - produtos da Hanova e Lavi, mas ainda assim, a Helga continuou a

ME, AL PARTICIPACOES LTDA, ANDERSON LUID DOS vender produtos de outras marcas que já tinham estoque nas

SANTOS SEVERO - ME e MULT DISTRIBUIDORA DE lojas, e também continuou comprando produtos de outras

COSMETICOS LTDA, Sr(a). Emanuel Rodrigues de Albuquerque marcas para vender nas suas lojas; que as fachadas das lojas

(...): "que trabalha na Hanova desde março/2016 como gerente da Helga continuaram com o mesmo nome, após a fusão, e as

administrativo financeiro; ." ÀS PERGUNTAS DO(A) PATRONO(A) notas fiscais das vendas eram com o nome da Helga; que a

DO(A) PARTE RECLAMADA RESPONDEU: "que na metade do fusão da Helga e Hanova foi para o crescimento da Helga, mas

segundo semestre de 2017 houve uma reunião da Helga com a o dia a dia de trabalho continuou o mesmo de antes, porém

Hanova para uma parceria de fornecimento de produtos, pois a com a informação de que deveriam vender mais os produtos da

Hanova é uma industria; que o fornecimento dos produtos continuou Helga. ( grifos nosso)

da mesma forma, pois a Helga permaneceu como uma cliente Primeira testemunha arrolada pela parte Reclamante Sr(a).

norma; que a parceria teve o objetivo de aumentar o volume de Maria Irlane Silva Santos Desiderio: " (...) que no final de

vendas nas lojas e de fato aumentou, mas só no primeiro mês, julho/2017 foram convocadas para uma reunião no hotel meridional

pois logo em seguida a Helga entrou novamente em dificuldades no centro da cidade onde foi comunicada por Alencar Junior, Erica

financeiras e não conseguiu pagar os produtos que comprava, pois Pontes e Aline Severo, a fusão da Helga e Hanova, com promessas

a divida já estava muito alta, de modo que a Helga não conseguia de que tudo iria mudar com a chegada de novos produtos, mas na

pagar nada na sua totalidade; que é uma prática comum serem pratica tudo continuou do mesmo jeito, pois continuou

feitas ações com as distribuidoras para estimular as vendas, e chegando produtos da marca propria da Helga (lavi) e da Helga,

os proprietários da Hanova comparecem pelo fato de que o os quais tinham prioridade para serem vendidos, e das outras

distribuidor Helga ser de grande porte, como também de outros marcas continuaram escassos; que sempre recebeu ordens

distribuidores; que na época da parceria a Helga já estava em das mesmas pessoas (Erica e Alencar), os quais pagavam o

débito com a Hanova; que a Hanova não colocou pessoas na salário da depoente; que todas as lojas da Helga fecharam; .".

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 367
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)


(...).( grifos nosso) RECORRENTE MULT DISTRIBUIDORA DE
COSMETICOS LTDA
No termo de audiência relativo ao processo nº. 0000471-
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE)
39.2018.5.07.0010 a reclamante afirmou que: SOUSA ARAGÃO
RECORRENTE JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME
DEPOIMENTO PESSOAL DO RECLAMANTE MARIA CLEOMAR
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
FERREIRA DE SOUSA ALMEIDA: " (...) que depoente era gerente MENDES
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
da loja Helga situada na Rua Floriano Peixoto 577, e trabalhou de
RECORRENTE ROBERTO NENDZA - ME
01/03/2003 até 14/04/2018: " (...)que as fachadas das lojas da ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES
Helga continuaram com o mesmo nome, após a fusão, e as notas
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
fiscais das vendas eram com o nome da Helga; que a fusão da RECORRENTE CRX COMERCIO DE COSMETICOS E
BIJUTERIAS LTDA - ME
Helga e Hanova foi para o crescimento da Helga, mas o dia a dia de
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
trabalho continuou o mesmo de antes, porém com a informação de MENDES
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
que deveriam vender mais os produtos da Hanova; (...)."
RECORRENTE AL PARTICIPACOES LTDA
Havendo fusão ou incorporação de empresas, há a alteração na EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE)
SOUSA ARAGÃO
estrutura jurídica da empresa, o que in casu, não há provas nos
RECORRENTE HNV INDUSTRIA E COMERCIO DE
autos, não sendo suficiente a propaganda disseminada em reunião COSMETICOS LTDA - ME
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE)
de empregados e redes sociais. SOUSA ARAGÃO
O que extrai dos depoimentos, é que a ideia inicial de postar nas RECORRENTE ALENCARINE COSMETICOS
COMERCIO VAREJISTA E
redes sociais de que haveria a fusão das empresas, trata-se, tão TREINAMENTOS EIRELI
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
somente, de marketing para alavancar as vendas da empresa MENDES
Helga, a qual, na época, já se encontrava com dificuldades LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRENTE LUCHELYS DE ALENCAR MARTINS
financeiras.
EDUARDO FONTENELE ADVOGADO(OAB: 19970/CE)
Diante do exposto, considerando que a autora não se desincumbiu MOTA
RAFFAEL DUTRA LIMA ADVOGADO(OAB: 29332/CE)
de seu ônus probatório, reforma-se a sentença para excluir a RIBEIRO
responsabilidade solidária da reclamada HNV INDÚSTRIA E RECORRENTE ERICA PONTES DE MENESES
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
COSMÉTICOS LTDA. MENDES
DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRENTE HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA
Uma vez excluída a responsabilidade solidária da ora recorrente, o - ME
presente apelo, no ponto, segue a sorte do principal. ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES
CONCLUSÃO DO VOTO VENCIDO: LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRENTE ORIGINAL COMERCIO DE
COSMETICOS LTDA - ME
Isto posto, voto pelo conhecimento do recurso ordinário para, ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES
rejeitar as preliminares suscitadas e, no mérito, dar-lhe provimento
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
para excluir a responsabilidade solidária da reclamada HNV RECORRIDO ANDERSON LUID DOS SANTOS
SEVERO - ME
INDÚSTRIA E COSMÉTICOS LTDA."
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE)
SOUSA ARAGÃO
RECORRIDO AL PARTICIPACOES LTDA
CLAUDIO SOARES PIRES
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE)
Desembargador Redator Designado SOUSA ARAGÃO
RECORRIDO MULT DISTRIBUIDORA DE
COSMETICOS LTDA
FORTALEZA/CE, 28 de fevereiro de 2020. EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE)
SOUSA ARAGÃO
RECORRIDO ROBERTO NENDZA - ME
MARIA DO SOCORRO RODRIGUES GONCALVES LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
Diretor de Secretaria MENDES
RECORRIDO HNV INDUSTRIA E COMERCIO DE
Processo Nº ROT-0000419-19.2018.5.07.0018 COSMETICOS LTDA - ME
Relator CLAUDIO SOARES PIRES EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE)
RECORRENTE BRC - BRAZIL COSMETICS LTDA SOUSA ARAGÃO
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) RECORRIDO BRC - BRAZIL COSMETICS LTDA
MENDES LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 368
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) - BELLA COSMETICOS LTDA - EPP


MENDES
RECORRIDO MULTIPLA COMERCIO DE
COSMETICOS LTDA - EPP
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) PODER JUDICIÁRIO
MENDES
RECORRIDO BELLA COSMETICOS LTDA - EPP JUSTIÇA DO TRABALHO
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES
PROCESSO nº 0000419-19.2018.5.07.0018 (RO)
RECORRIDO HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA
- ME RECORRENTE: JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, HELGA
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
NENDZA SALES & CIA LTDA - ME, ORIGINAL COMERCIO DE
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES COSMÉTICOS LTDA - ME, ERICA PONTES DE MENESES,
RECORRIDO LUCHELYS DE ALENCAR MARTINS
ALENCARINE COSMÉTICOS COMERCIO VAREJISTA E
RAFFAEL DUTRA LIMA ADVOGADO(OAB: 29332/CE)
RIBEIRO TREINAMENTOS EIRELI, CRX COMERCIO DE COSMÉTICOS E
EDUARDO FONTENELE ADVOGADO(OAB: 19970/CE)
MOTA BIJUTERIAS LTDA - ME, ROBERTO NENDZA - ME, HNV
RECORRIDO ORIGINAL COMERCIO DE INDÚSTRIA E COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME, AL
COSMETICOS LTDA - ME
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) PARTICIPACOES LTDA, MULT DISTRIBUIDORA DE
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) COSMÉTICOS LTDA, BRC - BRAZIL COSMETICS LTDA,
MENDES
RECORRIDO ALENCARINE COSMETICOS LUCHELYS DE ALENCAR MARTINS
COMERCIO VAREJISTA E
TREINAMENTOS EIRELI RECORRIDO: LUCHELYS DE ALENCAR MARTINS, VRX
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) COMERCIO DE COSMÉTICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME,
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES ANDERSON LUID DOS SANTOS SEVERO - ME, BRC - BRAZIL
RECORRIDO CRX COMERCIO DE COSMETICOS E COSMÉTICOS LTDA, MULT DISTRIBUIDORA DE COSMÉTICOS
BIJUTERIAS LTDA - ME
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) LTDA, AL PARTICIPACOES LTDA, HNV INDÚSTRIA E
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME, ROBERTO NENDZA -
MENDES
RECORRIDO J R COMERCIO DE COSMETICOS ME, CRX COMERCIO DE COSMÉTICOS E BIJUTERIAS LTDA -
LTDA - ME
ME, ALENCARINE COSMÉTICOS COMERCIO VAREJISTA E
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) TREINAMENTOS EIRELI, ERICA PONTES DE MENESES, J R
MENDES
COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME, BELLA COSMÉTICOS
RECORRIDO ERICA PONTES DE MENESES
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) LTDA - EPP, MULTIPLA COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA -
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) EPP, ORIGINAL COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME,
MENDES
RECORRIDO JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ME, HELGA
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) COSMÉTICOS LTDA - ME, DISTRIBUIDORA HELGA
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES COSMÉTICOS LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR -
RECORRIDO DISTRIBUIDORA HELGA ME
COSMETICOS LTDA - ME
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) RELATOR: FRANCISCO JOSÉ GOMES DA SILVA
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) REDATOR DESIGNADO: CLAUDIO SOARES PIRES
MENDES
RECORRIDO HELGA COSMETICOS LTDA - ME
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) EMENTA
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES RECURSO ORDINÁRIO. GRUPO ECONÔMICO.
RECORRIDO VRX COMERCIO DE COSMETICOS E CONFIGURAÇÃO. Confirma-se a sentença de origem que
BIJUTERIAS LTDA - ME
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) reconheceu a formação de grupo econômico entre as empresas
MENDES
demandadas, quando se constata que além da complementaridade
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
TERCEIRO JOSE ALENCAR SALES JUNIOR entre os objetos sociais destas, há o interesse integrado, a
INTERESSADO
comunhão de interesses e a atuação conjunta das empresas dele
TERCEIRO ERICA PONTES DE MENESES
INTERESSADO integrantes. Recurso conhecido e improvido.

RELATÓRIO
Intimado(s)/Citado(s):
Designado para redigir o acórdão, peço vênia para adotar o relatório

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 369
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

da lavra do Excelentíssimo Desembargador Relator Francisco José integram o arcabouço das provas emprestadas acostada aos autos,

Gomes da Silva, a seguir: mediante convenção de ambas as partes; que o Juízo a quo utilizou

"Trata-se de recurso ordinário ajuizado pela reclamada HNV como fundamento da procedência da pretensão autoral, da mera

INDUSTRIA E COSMÉTICOS LTDA interposto em face da decisão cópia de uma transcrição parcial realizada no bojo de uma sentença

do Juízo da 18ª Vara do Trabalho de Fortaleza (ID. 984dd8d), que proferida em processo paradigma, a qual, por sua vez, utilizou,

JULGOU a reclamatória PROCEDENTE EM PARTE, para naquele momento, o depoimento testemunhal na condição de prova

condenar, SOLIDARIAMENTE, as reclamadas DISTRIBUIDORA emprestada, a qual, por certo, não integra o presente feito.

HELGA COSMÉTICOS LTDA - ME; HELGA COSMÉTICOS LTDA Ressalta, igualmente, que as reportadas transcrições carregam

- ME; HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ME; ORIGINAL relatos fáticos que não integram as razões da exordial, impondo

COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME; MULTIPLA reconhecer a total inovação da lide, em absoluta violação ao art.

COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - EPP; BELLA 141 do CPC/15.

COSMÉTICOS LTDA - EPP; J R COMERCIO DE COSMÉTICOS Em razão do exposto, requer a nulidade da sentença e o retorno

LTDA - ME; JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME; ERICA dos autos para que haja um novo julgamento, desta feita, em

PONTES DE MENESES; ALENCARINE COSMÉTICOS conformidade com o acervo fático-probatório do caso sub examine.

COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS; CRX COMERCIO Adiante, requer o reconhecimento da inépcia do pedido relativo às

DE COSMÉTICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME; VRX COMERCIO parcelas de FGTS + 40%, a extinção do pleito sem resolução de

DE COSMÉTICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME; ROBERTO mérito, à luz do que dispõe o art. 485, I, do CPC/15, sob o

NENDZA - ME; HANOVA INDUSTRIA E COMERCIO DE fundamento de que, a parte recorrida, em sua peça de ingresso,

COSMÉTICOS LTDA - ME; AL PARTICIPACOES LTDA; inobstante tenha somente assentado as datas de ingresso e de

ANDERSON LUID DOS SANTOS SEVERO - ME; MULT dispensa, realizou o pedido correspondente às parcelas de FGTS

DISTRIBUIDORA DE COSMÉTICOS LTDA; BRC - BRAZIL em conjunto com a indenização adicional de 40% sobre o saldo

COSMETICS LTDA a pagar à reclamante LUCHELYS DE fundiário.

ALENCAR MARTINS as seguintes parcelas: a.Saldo de salário (29 No mérito, defende a recorrente, em síntese, a inexistência de

dias); b. Aviso prévio (51 dias); com reflexos no 13º salário e férias; fusão e formação de grupo econômico com o GRUPO HELGA,

c. Férias simples 2016/2017 e proporcionais (8/12 avos), acrescidas sendo indevida a sua responsabilidade solidária pelos créditos

de 1/3 constitucional; d. 13º salário proporcional 2018 (3/12 avos); e. deferidos ao autor na presente reclamação trabalhista.

FGTS + 40%; f. Multa do art. 467 da CLT, incidente sobre os valores Argumenta, em que pese tenha havido, nas redes sociais, um

e parcelas rescisórias constantes no TRCT (ID. 7ad3499), bem anúncio de fusão entre os conglomerados Helga e Hanova, por

como sobre o FGTS não depositado e multa de 40% sobre todos os certo, tal reagrupamento não ocorreu, máxime porque a sucessão

valores devidos a título de FGTS ao longo da contratualidade; g. empresarial somente é possível em face de pessoas jurídicas

Multa do art. 477,§8º da CLT; h. Honorários advocatícios. regularmente constituídas, o que não é o caso dos grupos

A sentença fora complementada pelos aclaratórios de ID. 7081a1b, econômicos, os quais não possuem personalidade jurídica própria,

com o fito de sanear a sentença embargada, determinando a mas tão somente exteriorizam a arregimentação de sociedades que

compensação do valor de R$ 10.710,34, vez que a quantia foi possuam atuação integrante em face da comunhão de interesses, o

recebida pela parte embargada, conforme comprovante de que, também, não retrata o caso dos autos.

transferência bancária de ID. 619A9a4. Esclarece, adiante, que há uma mera relação comercial, havendo

Aduz a recorrente, preliminarmente, que houve cerceamento de total independência entre as empresas do GRUPO HANOVA em

seu direito de defesa, ao argumento de que o juízo, ao adotar relação às componentes do GRUPO HELGA, sendo a recorrente,

integralmente a motivação da sentença proferido na reclamatória mera fornecedora de produtos para o conglomerado empresarial

trabalhista 0000471-51.2018.5.07.0006, construiu o seu HELGA, sem haver contudo, qualquer integração de interesses

entendimento, por consequência, a partir das provas orais ali entre as empresas ou atuação conjunta.

consignadas, mas que, tais elementos probatórios não foram Por fim, requer a reforma da decisão de modo a afastar a

publicizadas à ora recorrente no presente feito, com vistas à inconstitucionalidade declarada de forma incidental do art. 791-A,

garantia do contraditório e da ampla defesa, verificando-se, pois, §4º, da CLT, haja vista inexistir afronta à Carga Magna, mormente

uma patente violação ao que dispõe o art. 312 do CPC/15. porque, nos ditames do art. 133 da Lei Maior, o advogado é

Destaca, em seguida, que os aludidos depoimentos também não indispensável à administração da justiça, e, caso esta Colenda

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 370
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Turma entenda de modo diverso, que seja observada o art. 97 da 8eb6395).

CRFB/1988, o qual prevê a cláusula de reserva de plenário para a O Juízo, ao proferir a sentença, utilizou para o reconhecimento da

manutenção da declaração de inconstitucionalidade. existência de Grupo Econômico entre as acionadas (Grupo Hanova-

Após devidamente notificada, a recorrida apresentou suas Helga) como prova emprestada, os fundamento os lançados na

contrarrazões, conforme documento de ID. 15ffc62. sentença prolatada nos autos do processo nº 0000471-

A matéria versada no presente recurso dispensa a obrigatoriedade 51.2018.5.07.0006, de lavra da magistrada Taciana Orlovicin

de parecer prévio da douta PRT (art. 109, do Regimento Interno)" Gonçalves Pita (ID. 984dd8d).

FUNDAMENTAÇÃO Nesse ponto, destaco, inicialmente, que o novo CPC trouxe

ADMISSIBILIDADE permissivo expresso quanto à possibilidade de utilização da prova

Acolhe-se o presente recurso, uma vez que preenchidos os emprestada, desde que observado o contraditório, conforme

requisitos de admissibilidade. previsão no art. 372, que assim dispõe:

PRELIMINARES Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em

Peço vênia para adotar os fundamentos do voto do Excelentíssimo outro processo, atribuindo-lhe o valor que considerar adequado,

Desembargador Relator Francisco José Gomes da Silva, quanto à observado o contraditório".

apreciação das preliminares, nos seguintes termos: Assim, havendo previsão legal para utilização da prova emprestada

"DA NULIDADE DA SENTENÇA- DA UTILIZAÇÃO DA PROVA e, observando que no processo nº 0000471-51.2018.5.07.0006 as

EMPRESTADA - DO ALEGADO CERCEAMENTO DE DEFESA partes foram submetidas ao contraditório e, havendo identidade dos

Aduz a recorrente, preliminarmente, que houve cerceamento de seu fatos probandos nos processos, rejeita-se a alegativa de

direito de defesa, ao argumento de que o juízo, ao adotar cerceamento de defesa.

integralmente a motivação da sentença proferida na reclamatória Quanto a alegativa de que as reportadas transcrições dos

trabalhista 0000471-51.2018.5.07.0006, construiu o seu depoimentos carregam relatos fáticos que não integram as razões

entendimento, a partir das provas orais ali consignadas, mas que, da exordial, não merece acolhida, posto que a causa de pedir da

tais elementos probatórios não foram publicizadas à ora recorrente autora, no que se refere a responsabilidade solidária das acionadas,

no presente feito, com vistas à garantia do contraditório e da ampla trata justamente na alegada formação de grupo econômico entre as

defesa, verificando-se, pois, uma patente violação ao que dispõe o empresas, objeto da prova naqueles autos.

art. 312 do CPC/15. Os depoimentos constantes na prova emprestada utilizada pelo

Destaca, em seguida, que os aludidos depoimentos também não Juízo a quo dizem respeito aos fatos relacionados pela autora, no

integram o arcabouço das provas emprestadas acostada aos autos, que pertine a alegada formação de grupo econômico entre as

mediante convenção de ambas as partes; que o Juízo a quo utilizou acionadas GRUPO HELGA (DISTR IBUIDORA HELGA

como fundamento da procedência da pretensão autoral, da mera COSMETICOS LTDA - ME, HELGA COSMETICOS LTDA - ME,

cópia de uma transcrição parcial realizada no bojo de uma sentença HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ME, ORIGINAL

proferida em processo paradigma, a qual, por sua vez, utilizou, COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, MULTIPLA

naquele momento, o depoimento testemunhal na condição de prova COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - EPP, BELLA

emprestada, a qual, por certo, não integra o presente feito. COSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE COSMETICOS

Ressalta, igualmente, que as reportadas transcrições carregam LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, ERICA

relatos fáticos que não integram as razões da exordial, impondo PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS

reconhecer a total inovação da lide, em absoluta violação ao art. COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX

141 do CPC/15. COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX

Em razão do exposto, requer a nulidade da sentença e o retorno COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME e

dos autos para que haja um novo julgamento, desta feita, em ROBERTO NENDZA - ME) e GRUPO HANOVA - HNV (HANOVA

conformidade com o acervo fático-probatório do caso sub examine. INDUSTRIA E COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, AL

À análise. PARTICIPAÇÕES LTDA, ANDERSON LUID DOS SANTOS

Em audiência de instrução, as Reclamadas requereram a juntada SEVERO - ME e MULT DISTRIBUIDORA DE COSMETICOS

de provas emprestadas, relativo aos depoimentos testemunhais dos LTDA), assim como referem-se as mesmas demandadas, sendo

processos 461-92.2018.5.07.0010, 470-54.2018.5.07.0010 e 471- permitido sua valoração como se houvesse sido produzida

39.2018.5.07.0010 (ID. bae0442, ID. ed35241, ID. 5cd9c24, ID. diretamente nos autos examinados.

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 371
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Nesse ponto, frise-se, não há vício em virtude de o Juízo ter 11/11/2016).

utilizado a fundamentação da sentença, a qual considerou para Preliminar rejeitada.

formação do convencimento da magistrada, depoimentos os quais INÉPCIA DA INICIAL

foram respeitados o contraditório quando produzida em processos Requer o Recorrente, o reconhecimento da inépcia do pedido

judiciais, máxime,quando envolvendo a mesma empresa e quando relativo às parcelas de FGTS + 40%, e a extinção do pleito sem

os fatos guardam correlação com os da presente ação. resolução de mérito, à luz do que dispõe o art. 485, I, do CPC/15,

Nesse mesmo entendimento, colaciona-se a atual jurisprudência do sob o fundamento de que, a parte recorrida, em sua peça de

Tribunal Superior do Trabalho, in verbis: ingresso, inobstante tenha somente assentado as datas de ingresso

UTILIZAÇÃO DE PROVA EMPRESTADA. POSSIBILIDADE. e de dispensa, realizou o pedido correspondente às parcelas de

IDENTIDADE FÁTICA. MESMAS RECLAMADAS. FGTS, em conjunto com a indenização adicional de 40% sobre o

DESNECESSIDADE DE PRÉVIA CONCORDÂNCIA DA PARTE saldo fundiário.

CONTRÁRIA. AUSÊNCIA DE CERCEAMENTO DE DEFESA. Sem razão.

NULIDADE PROCESSUAL NÃO CONFIGURADA. Esta Corte O processo trabalhista é regido pelo princípio da simplicidade das

admite a utilização da prova emprestada, desde que haja a formas, consagrado no art. 840, § 1º, da CLT, segundo o qual basta

identidade dos fatos considerados no documento emprestado e no uma breve exposição dos fatos para se considerar apta a exordial.

caso em julgamento, assim como ocorrido nesta hipótese, em que o Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal.

Regional registrou que"a prova emprestada foi produzida em § 1º - Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do

processo judicial que envolvia as mesmas rés da presente ação, Presidente da Junta, ou do juiz de direito a quem for dirigida, a

tendo sido observadas as formalidades estabelecidas em lei para a qualificação do reclamante e do reclamado, uma breve exposição

sua produção, bem como o princípio do contraditório. Segundo, dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, a data e a assinatura

porque os fatos a serem comprovados guardam correlação com os do reclamante ou de seu representante.

da presente ação. Terceiro, porque a referida prova emprestada foi § 1o Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do

valorada pelo Juízo segundo o princípio do livre convencimento juízo, a qualificação das partes, a breve exposição dos fatos de que

motivado, em conjunto com as demais provas dos autos". resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser certo, determinado e

Importante salientar também que a utilização de prova emprestada com indicação de seu valor, a data e a assinatura do reclamante ou

não está condicionada à prévia anuência e concordância das de seu representante. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

partes. Assim, a mera alegação da reclamada de que não § 2º - Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em 2 (duas)

concordou com a utilização de prova emprestada não é suficiente vias datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no

para inviabilizar a sua utilização nestes autos. Precedentes. que couber, o disposto no parágrafo anterior.

Recurso de revista não conhecido" (TST, ARR - 3600- § 2o Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em duas vias

29.2010.5.12.0031 Data de Julgamento: 15/02/2017, Relator datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no que

Ministro: José Roberto Freire Pimenta, 2ª Turma, Data de couber, o disposto no § 1o deste artigo. (Redação dada pela Lei nº

Publicação: DEJT 17/02/2017). 13.467, de 2017)

"B) RECURSO DE REVISTA. 1. NULIDADE DA SENTENÇA. § 3o Os pedidos que não atendam ao disposto no § 1o deste artigo

CERCEAMENTO DE DEFESA. UTILIZAÇÃO DE PROVA serão julgados extintos sem resolução do mérito. (Incluído pela Lei

EMPRESTADA SEM ANUÊNCIA. O Regional entendeu que a nº 13.467, de 2017)

utilização de prova emprestada consubstanciada em certidão de Como se observa, a Lei n. 13.467/17 fez referência expressa aos

averiguação produzida em outros autos, no qual a reclamada figura requisitos da petição inicial trabalhista, dispondo no § 1º do art. 840

como parte, não configura cerceamento de defesa, ante a da CLT que o pedido deva "ser certo, determinado e com indicação

semelhança fática existente entre os processos, assim como da de seu valor".

observância do contraditório e da ampla defesa. Com efeito, esta No caso, em relação ao pedido de pagamento do FGTS e multa

Corte tem se posicionado no sentido de ser possível a utilização da rescisória, o reclamante fez pedido certo, determinado e com

prova emprestada, não sendo imprescindível a anuência da parte indicação do valores pois da sua causa de pedir, entende-se

adversa. Recurso de revista não conhecido" (TST, RR - 940- logicamente que o autor fora demitido sem justa causa e sem

27.2013.5.18.0181 Data de Julgamento: 09/11/2016, Relatora recebimento de suas verbas rescisórias, fato este, incontroverso

Ministra: Dora Maria da Costa, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT nos autos.

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 372
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Na narrativa dos fatos, o acionante afirmou que ingressou na sócios José Alencar Sales Júnior e Érica Pontes de Meneses. Alega

reclamada no dia 01/08/2010, para exercer a função de gerente, que, em meados de 2017, os sócios do Grupo Helga iniciaram

sendo demitida sem justa causa em 29/03/2018; que o último negociações para fusão com o Grupo Hanova (HNV), fusão de

salário percebido foi de R$ 3.200,00 (três mil e duzentos reais); que empresas esta que foi oficialmente tornada pública em julho de

quando de sua demissão não recebeu qualquer valor, assim como 2017, expondo o rol de empresas que compõem o Grupo Hanova -

não fora liberado Seguro Desemprego e FGTS, motivo pelo qual HNV (HANOVA INDUSTRIA E COMERCIO DE COSMETICOS

pleiteia a liberação dos mesmos em sede de tutela antecipada; que LTDA - ME, AL PARTICIPAÇÕES LTDA, ANDERSON LUID DOS

o FGTS se encontra depositado apenas de forma parcial, apenas o SANTOS SEVERO - ME e MULT DISTRIBUIDORA DE

valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais). COSMETICOS LTDA), à época todas dirigidas pelos sócios

Em seguida, requereu que, Tendo em vista os argumentos jurídicos Anderson Luid Santos Severo e Aline Cristina Silva Souza Severo.

apresentados, ajuíza-se a presente Reclamação Trabalhista no Sustenta que, a partir de julho de 2017, independentemente do

intuito de serem satisfeitos todos os direitos da reclamante, quais cumprimento das obrigações legais para efetivação da fusão, qual

sejam: Saldo Salário, Aviso Prévio de 51 dias, 13º salário e férias seja a extinção das pessoas jurídicas da empresa incorporada com

sobre aviso prévio, FGTS sobre rescisão, 13º salário proporcional o surgimento de uma nova, tal fusão de fato ocorreu e todos os

3/12 de 2018, férias simples 2016/2017 e proporcionais 2017/2018 empregados passaram à subordinação do Grupo Hanova-Helga, o

todas acrescidas do terço constitucional, FGTS e multa de 40%. qual configura grupo econômico por coordenação, impondo a

Em relação ao rol dos pedidos, o autor requereu a condenação da responsabilização solidária entre as empresas do grupo. Entende

reclamada ao pagamento das verbas rescisórias, incluindo FGTS E que a fusão entre as empresas com a criação, em outubro de 2017,

MULTA DE 40% DO FGTS. da empresa MULT DISTRIBUIDORA DE COSMÉTICOS (de que

Em decorrência do princípio da simplicidade, que norteia o processo eram sócios o filho dos sócios do Grupo Helga e a mãe do sócio do

trabalhista, o qual não sofreu alterações com a Lei nº 13.467, de Grupo Hanova), teria como única finalidade ocultar os sócios de fato

2017, a petição inicial ora em análise preencheu os requisitos do da nova empresa e ainda o de conseguir nova linha de crédito na

art. 840 , da CLT, a qual, frise-se, não dificultou a defesa das praça. Postula, caso não se conclua pela existência de grupo

acionadas. econômico, que se reconheça a sucessão empresarial de todas as

Rejeita-se." empresas do Grupo Helga por HNV INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE

DO MÉRITO COSMÉTICOS LTDA. Alega, ainda, que a empresa BRC BRAZIL

GRUPO ECONÔMICO. CONFIGURAÇÃO. COSMÉTICOS LTDA adquiriu em Recuperação Judicial os direitos

A sentença reconheceu o grupo econômico entre as empresas da marca mista "Helga" por cinco anos, sem jamais exercer

demandadas, consoante os seguintes fundamentos: qualquer gerência direta, pois o Sr. José Alencar Sales Júnior

"Diante da identidade da matéria (fática e jurídica), adoto continuou a exercer a direção, gerência e coordenação das

integralmente os fundamentos lançados na brilhante sentença empresas. Por essa razão, pretende a responsabilização solidária

prolatada nos autos da 0000471-51.2018.5.07.0006, de lavra da da ré BRC BRAZIL COSMÉTICOS LTDA, uma vez identificada a

magistrada Taciana Orlovicin Gonçalves Pita, acerca da fraude ocorrida e a evidente direção do efetivo sócio do Grupo

responsabilidade das empresas demandadas, nos termos a seguir: Helga.

'Afirma a parte reclamante que as empresas que compõem o antigo Em suas contestações, as rés negam a formação de grupo

GRUPO HELGA (DISTRIBUIDORA HELGA COSMETICOS LTDA - econômico entre as empresas do Grupo Helga e Hanova As

ME, HELGA COSMETICOS LTDA - ME, HELGA NENDZA SALES reclamadas DISTRIBUIDORA HELGA COSMETICOS LTDA - ME,

& CIA LTDA - ME, ORIGINAL COMERCIO DE COSMETICOS HELGA COSMETICOS LTDA - ME, HELGA NENDZA SALES & CIA

LTDA - ME, MULTIPLA COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - LTDA - ME, ORIGINAL COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME,

EPP, BELLA COSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE MULTIPLA COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - EPP,

COSMETICOS LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, BELLACOSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE

ERICA PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS COSMETICOS LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME,

COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX ERICA PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME e COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX

ROBERTO NENDZA - ME) são dirigidas e coordenadas pelos COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME,

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 373
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

ROBERTO NENDZA - ME (1ª a 13ª reclamadas), não refutam o Quanto ao grupo econômico alegado em relação aos grupos

grupo econômico entre si, tendo contestado a formação de grupo HELGA e HANOVA, a autora juntou aos autos várias fotografias

com as empresas do Grupo HANOVA (14ª a 16ª reclamadas), com com os Srs. Anderson Luid Dos Santos Severo, José Alencar Sales

a MULT DISTRIBUIDORA (17ª reclamada) e com a BCR (18ª Junior, Aline Cristina Silva Souza Severo e Érica Pontes de

reclamada), alegando que o grupo HANOVA tem como objeto social Meneses, sócios das empresa Hanova e Helga, divulgadas em meio

a produção de produtos de beleza, e que inexiste hierarquia e/ou digital em julho de 2017, anunciando a fusão entre as empresas do

coordenação entre as empresas. Sustenta que a BCR está sob a Grupo Helga com aquelas do Grupo Hanova (HNV), com

égide da Lei 11.101//05, tendo comprado o direito de utilização da fundamento na expansão e aquisições realizadas pelo grupo

marca "Helga" por cinco anos. HANOVA, podendo se perceber que nas fotos, aparece o diretor do

As reclamadas HANOVA INDUSTRIA E COMERCIO DE grupo HANOVA, o qual veste camisa com o nome HELGA NOVO

COSMETICOS LTDA - ME e ANDERSON LUID DOS SANTOS TEMPO e ainda uma figura que demonstra a junção de duas peças

SEVERO - ME reconhecem o grupo entre si e negam a formação de de quebra-cabeça nas quais constam os nomes dos dois grupos

grupo com as demais reclamadas, noticiando que são fornecedoras HANOVA e HELGA. Em que pese não haver alterações nas

de produtos à rede varejista, sendo uma das principais, o grupo estruturas das empresas formadoras dos grupos, resta claro que

HELGA, não tendo havido a fusão alegada, apenas relação houve uma intensa comunhão de interesses

fornecedor-cliente. Informam, ainda, que os fundos de comércio de econômicos/profissionais entre as empresas formadoras dos dois

empresas do Grupo Helga foram alienados por seus sócios- grupos. De acordo com a Lei 13.467/2017 são requisitos para a

proprietários da Helga para a empresa DX GROUP configuração do grupo econômico: a demonstração do interesse

PARTICIPAÇÕES E INVESTIMENTOS LTDA, que, por sua vez, integrado, a efetiva comunhão de interesses e a atuação conjunta

não possuiria qualquer ligação com o Grupo Hanova, tratando-se de das empresas integrantes. A inexistência de uma hierarquia entre

empresa de investimentos de proveniente São Paulo. as empresas não descaracteriza o grupo econômico, se há a

A demandada AL PARTICIPACOES LTDA nega a formação de demonstração de que entre as empresas ocorre clara atuação

grupo econômico com quaisquer das demais empresas. conjunta, em linha de coordenação e comunhão de interesses, o

A reclamada MULT DISTRIBUIDORA DE COSMETICOS LTDA que se verifica no caso em tela.

alega que nunca existiu de fato e nega a formação de grupo Ademais, a primeira testemunha laboral afirmou em seu

econômico com quaisquer das demais empresas. depoimento:

A ré BRC - BRAZIL COSMETICS LTDA informa que comprou os "(...) que havia comentários dentro da empresa de que ocorreu uma

direitos de uso da marca HELGA, não estando a reclamante sob fusão entre as empresas Helga e Hanova; que o gerente do

suas ordens, refutando a formação de grupo econômico com depoente comentou que ocorreria a fusão e que o depoente

quaisquer das demais empresas reclamadas e pleiteia que, em continuaria a prestar serviços para as duas empresas; que o

caso de condenação, seja de forma subsidiária. depoente já chegou, mesmo prestando serviços para a Helga,

Pois bem. prestar serviços para a Hanova, tais como rotulagem de produtos,

Inicialmente, declaro a responsabilidade solidária das empresas embalagem de mercadorias e fazendo entregas; que depois dos

DISTRIBUIDORA HELGA COSMETICOS LTDA - ME, HELGA comentários da fusão, o depoente também começou a receber

COSMETICOS LTDA - ME, HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ordens do Sr. Paulo, empregado da Hanova, responsável pela

ME, ORIGINAL COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, logística."

MULTIPLA COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - EPP, BELLA Ainda, a segunda testemunha da autora noticiou:

COSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE COSMETICOS "que trabalhou para Helga de 01/02/2010 a 14/04/2018 na função

LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, ERICA de estoquista; que trabalhou com a reclamante; que o gerente,

PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS Sr.Evandro comentou com o depoente que havia sido feita uma

COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX sociedade entre a Helga e a Hanova; que, após o comentário, o

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX depoente também começo a prestar serviços para a Hanova

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, abastecendo e descarregando as mercadorias da empresa Hanova

ROBERTO NENDZA - ME (1ª a 13ª reclamadas), nos termos do § nas seções das lojas Helga, limpando as mercadorias; que o

2º do art. 2º da CLT, as quais reconheceram a formação de grupo depoente não recebia ordens de nenhum empregado da Hanova;

econômico entre si, encontrando-se, dentre estas, a empregadora. que as lojas Helga também vendiam produtos de outras indústrias e

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 374
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não só da empresa Hanova; que, em relação às mercadorias das Santana Severo, neste feiro e nos processos nº0000470-

outras indústrias, o abastecimento e o descarregamento de 54.2018.5.07.0010, 0000471-39.2018.5.07.0010 e 0000476-

mercadorias eram feitos por empregados destas indústrias; que a 61.2018.5.07.0010, cujos termos de audiência foram anexados aos

reclamante vendia produtos da indústria Hanova bem como de presentes autos.

outras indústrias." O fato de a empresa AL PARTICIPAÇÕES LTDA ter objetivo social

Saliente-se que o fato de terem sido alienados fundos de comércio diverso das empresas do grupo HANOVA não é suficiente para

de empresas do Grupo Helga para a empresa DX GROUP afastar a formação do grupo econômico com HNV INDÚSTRIA E

PARTICIPAÇÕES E INVESTIMENTOS LTDA não afeta a presente COMÉRCIO DE COSMÉTICOS LTDA e ANDERSON LUID DOS

demanda, pois apenas houve a alienação parcial das quotas SANTOS SEVERO - ME.

empresariais de somente algumas das empresas do Grupo. Sendo assim, reconheço que a empresa AL PARTICIPAÇÕES

Insta destacar, também, que a alegação da reclamada ANDERSON LTDA pertence ao grupo econômico HANOVA, o qual restou

LUID DOS SANTOS SEVERO ME de que a relação havida entre os condenada solidariamente, aplicando a esta a mesma

apontados conglomerados empresariais era de apenas fornecedor- responsabilidade, nos termos dos arts. 2º, § 2º, e 9º da CLT.

cliente não se sustenta, ressaltando que a mensagem eletrônica e a No que tange à reclamada MULT DISTRIBUIDORA DE

confissão de dívida datam de período anterior à "fusão" noticiada, o COSMETICOS LTDA, observa-se efetivamente formalizada em

que só veio a ocorrer em julho de 2017. 24/10/2017 pouco tempo após a fusão dos grupos HELGA e

Diante do exposto, reconheço a existência de grupo econômico por HANOVA, com atuação na vendas de produtos de higiene, tendo

coordenação entre todas as empresas dos Grupos HELGA e como sócios os Srs. Matheus Pontes Sales e Maria de Fátima dos

HANOVA, as quais declaro responsáveis solidárias pelas verbas Santos Severo, os quais são, respectivamente, o filho dos titulares

decorrentes da condenação, nos termos dos arts. 2º, § 2º, e 9º da do Grupo Helga e a mãe de um dos proprietários do Grupo Hanova

CLT. (Anderson Luid dos Santos Severo), fato não contestado em defesa.

No que concerne à reclamada AL PARTICIPAÇÕES LTDA, verifica- Sendo assim, tenho que a empresa MULT DISTRIBUIDORA DE

se que na defesa das empresas formadoras do GRUPO HELGA COSMETICOS LTDA também participa dos Grupos Helga e

restou afirmado que as empresas HANOVA INDUSTRIA E Hanova, utilizando-se da mesma estrutura empresarial para a

COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, ANDERSON LUID consecução de seus objetivos financeiros, diante do que, resta

DOS SANTOS SEVERO - ME e AL PARTICIPACOES LTDA condenada solidariamente, nos termos dos arts. 2º, § 2º, e 9º da

formam o grupo HANOVA. Nessa senda, o contrato social de CLT.

constituição da reclamada AL PARTICIPAÇÕES LTDA demonstra Por fim, quanto à ré BRC BRAZIL COSMETICS COMÉRCIO

que essa empresa tem como sócios os Srs. Anderson Liud dos VAREJISTA DE COSMÉTICOS EIRELI, verifica-se que ela

Santos Severo e Aline Cristina Silva Souza Severo, os quais se apresentou defesa através do mesmo escritório que a empregadora,

fizeram presentes ao evento em que foi anunciada a "fusão" entre na qual passou a repetir as mesmas alegações já apresentadas

os grupos empresariais, conforme fotografias anexadas aos autos. pelas 1ª a 13ª Reclamadas, além disso, observa-se que no

Ainda, o endereço eletrônico da AL PARTICIPAÇÕES LTDA comprovante de inscrição cadastral (CNPJ) consta endereço

registrado no CNPJ é "anderson@hanovacosméticos.com.br". eletrônico pertencente ao domínio da HELGA COSMÉTICOS.

Ademais, a Sra. Aline Cristina Silva Souza Severo é também sócia Ademais, apresentou carta de preposição que revelou

da empresa HNV INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE COSMÉTICOS representação através do mesmo preposto que a empregadora,

LTDA, cujo endereço eletrônico é razão pela qual, deve ser solidariamente responsável pelos créditos

"anderson@hanovacosméticos.com.br", conquanto o Sr. Anderson oriundos da presente demanda, nos moldes dos arts. 2º, § 2º, e 9º

Liud dos Santos Severo não faça parte do corpo societário dessa da CLT."

empresa. O Sr. Anderson Liud dos Santos Severo atua, ainda, Pontue-se, por oportuno, que as atas de audiência em nada

como empresário individual da ANDERSON LUID DOS SANTOS corroboram com a tese da demandada, uma vez que se verifica,

SEVERO ME. Por fim, saliento que as empresas HNV INDÚSTRIA com extrema facilidade, que a testemunha da reclamada, Sr.

E COMÉRCIO DE COSMÉTICOS LTDA, AL PARTICIPAÇÕES Emanuel Rodrigues de Albuquerque, arrolada em todos os

LTDA, ANDERSON LUID DOS SANTOS SEVERO - ME e MULT processos, busca, sem nenhum sucesso, sustentar os termos da

DISTRIBUIDORA DE COSMETICOS LTDA, em audiência, se defesa.

fizeram representar pelo mesmo preposto, o Sr. Luiz Gustavo Ademais, por mais que tenha declarado que "que na metade do

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 375
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

segundo semestre de 2017 houve uma reunião da Helga com a conclusões do juízo de primeiro grau, razão pela qual se há perfilhar

Hanova para uma parceria de fornecimento de produtos", com os motivos da decisão vergastada, ora endossados e

afirmou, posteriormente, que "soube que foi feita uma postagem integrantes das presentes razões de decidir.

no instagram da Helga onde foi usado o termo fusão com a Consoante o § 2º do art. 2º da CLT, "sempre que uma ou mais

Hanova". empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica

Por outro lado, as testemunhas Francisca Edinusia Alves de Sousa própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de

e Maria Irlane Silva Santos outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua

Desiderio, apresentadas pelas partes autoras, nas referidas atas de autonomia, integrem grupo econômico, serão responsáveis

audiências, possuem depoimentos uníssonos no que tange à solidariamente pelas obrigações decorrentes da relação de

reunião em que foi publicizada à fusão das demandadas aos emprego".

empregados são uníssonas ("que no final de julho/2017 foram Nesta esteira, o delineamento do que se convencionou chamar

convocadas para uma reunião no hotel meridional no centro da grupo econômico, pela dicção da Consolidação das Leis do

cidade onde foi comunicada por Alencar Junior, Erica Pontes e Trabalho, importa na evidência da integração dos

Aline Severo, a fusão da Helga e Hanova, com promessas de empreendimentos, de forma a vincular, direta ou indiretamente, as

que tudo iria mudar com a chegada de novos produtos, mas na empresas.

pratica tudo continuou do mesmo jeito, pois continuou Este aspecto restou caracterizado nos autos, sendo certo que se

chegando produtos da marca própria da Helga (lavi) e da Helga, verificam elementos suficientes para que seja corroborada a

os quais tinham prioridade para serem vendidos" - depoimento conclusão da sentença recorrida.

de Maria Irlane Silva Santos Desiderio) e ("que houve uma Como bem destacado pela sentença, restou demonstrada nos autos

reunião num domingo de julho/2017 onde foi comunicada a a ampla divulgação realizada nas redes sociais, em julho de 2017,

fusão da Hanova com a Helga Cosmeticos onde foram acerca da fusão das empresas do Grupo Helga com aquelas do

apresentados os novos patrões como sendo: Aline Severo e Grupo Hanova. Eis os dizeres da publicação (V. ID 0d53e9e - Pág.

seu esposo Anderson ambos donos da Hanova; que a a partir 2): "Temos o orgulho de anunciar que começou um novo tempo. O

daí a prioridade era para vender os produtos da Hanova e Lavi" Grupo HNV detentor de várias marcas como a Hanova, em um

- depoimento de Francisca Edinusia Alves de Sousa)." processo de expansão e aquisições, realizou a fusão com o Grupo

A empresa recorrente manifesta no presente recurso ordinário o seu Helga Cosméticos. Tudo isso para que os nossos clientes possam

inconformismo, alegando, em síntese: "que a fusão e o grupo ter sempre à disposição o melhor atendimento, os melhores

econômico ostentam características diametralmente opostas"; "em produtos e a melhor experiência. Transformando para melhor, o seu

que pese tenha havido, nas redes sociais, um anúncio de fusão visual e a sua vida. #HelgaNovoTempo #Hanova #GrupoHNV

entre os conglomerados Helga e Hanova, por certo, tal #GrupoHelga #Beleza #Cabelos". Com a devida vênia da parte

reagrupamento não ocorreu, máxime porque a sucessão recorrente, este aspecto é relevante para a caracterização do grupo

empresarial somente é possível em face de pessoas jurídicas econômico sob investigação, demonstrando a plena possibilidade

regularmente constituídas, o que não é o caso dos grupos de que as marcas de cada um dos grupos estejam sob a

econômicos, os quais não possuem personalidade jurídica própria, coordenação de um único conglomerado, o que afasta a tese

mas tão somente exteriorizam a arregimentação de sociedades que recursal a respeito da estranheza de haver empresas concorrentes

possuam atuação integrante em face da comunhão de interesses"; no mesmo grupo econômico.

"que a sentença de origem, em nenhum momento, cuidou de Além disso, vigora no Direito do Trabalho o princípio da primazia da

demonstrar a integração de interesses entre as empresas, a realidade, de modo a ser imprescindível destacar a prevalência dos

atuação conjunta, tampouco a comunhão de interesses, mas fatos da relação de emprego sobre os aspectos formais. Dessa

apenas limitou-se a discorrer, de forma bastante confusa, sobre forma, ainda que não ultimada, ao menos formalmente, com as

"fusão", sendo esta manifestante inexistente no caso vertente"; "que devidas baixas das pessoas jurídicas, a fusão mencionada nas

os depoimentos coligidos aos autos sob a rubrica de prova redes sociais, não há se desconhecer que houve a junção das

emprestada fulminam a pretensão autoral, quer pelo viés da fusão, empresas, que passaram a atuar integradas a um único grupo.

seja sob a óptica de agrupamento empresarial." Igualmente, salvo melhor juízo, os depoimentos das testemunhas

Não se vê nas razões recursais, com a devida vênia da parte não afastam o reconhecimento do grupo econômico. Ao revés,

recorrente, fundamentos que infirmem convincentemente as confirmam a fusão entre as empresas. Destaca-se, a este respeito,

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 376
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

o depoimento da primeira testemunha da parte reclamante, Sra. presença de elementos objetivos capazes de demonstrar que as

Maria Irlane Silva Santos Desiderio, ouvida no processo nº 0000470 empresas estavam integradas no mesmo grupo. É o que se

-54.2018.5.07.0010 (Ata de audiência de ID 5cd9c24 - Pág. 4), constatou à exaustão no presente feito.

trazido por empréstimo ao conjunto probatório pelas próprias Por oportuno, colhe-se o seguinte precedente jurisprudencial:

reclamadas, revelador de "(...) que no final de julho/2017 foram "Grupo econômico. Relação inter-empresarial. O grupo econômico

convocadas para uma reunião no hotel meridional no centro da para fins justrabalhistas não necessita se revestir das modalidades

cidade onde foi comunicada por Alencar Junior, Erica Pontes e Aline jurídicas típicas do Direito Econômico ou Direito Comercial

Severo, a fusão da Helga e Hanova, com promessas de que tudo (holdings, consórcios, pools etc.). Não se exige, sequer, a prova

iria mudar com a chegada de novos produtos, mas na pratica tudo de sua formal institucionalização cartorial: pode-se acolher a

continuou do mesmo jeito, pois continuou chegando produtos da existência do grupo desde que surjam evidências probatórias

marca propria da Helga (lavi) e da Helga, os quais tinham prioridade de que estão presentes os elementos de integração inter-

para serem vendidos, e das outras marcas continuaram escassos". empresarial (abrangência subjetiva e nexo relacional) de que

Veja-se que a fusão foi comunicada aos empregados em reunião, fala a CLT (art. 2º, § 2º)" (Processo 00409002020085010025, TRT

constatação que reforça a ideia do grupo econômico, referindo-se a 1ª Região - 8ª Turma, Relatora Desembargadora Dalva Amélia de

depoente a tudo ter "continuado do mesmo jeito" ao modus Oliveira, Publicado em 30/06/2014)(destaquei).

operandi das vendas dos produtos e não à ausência de formação NEGA-SE PROVIMENTO.

de grupo. A testemunha em questão ainda revelou que as diversas CONCLUSÃO DO VOTO

marcas apresentavam seus produtos e realizavam treinamentos, Por unanimidade, conhecer do recurso ordinário para, rejeitar as

mas que com a Hanova o processo foi diferente, pois, além de ter preliminares suscitadas e, no mérito, por maioria, negar-lhe

sido comunicada a fusão, não houve interrupção do fornecimento de provimento.

mercadorias para serem vendidas nas lojas Helga, o que ocorreu DISPOSITIVO

com outros fornecedores em face das dívidas da empregadora ACORDAM OS INTEGRANTES DA 2.ª TURMA DO TRIBUNAL

originária. REGIONAL DO TRABALHO DA 7.ª REGIÃO, por unanimidade,

Não se olvida o depoimento da testemunha convidada pelas conhecer do recurso ordinário para, rejeitar as preliminares

reclamadas, Sr. Emanuel Rodrigues de Albuquerque, ouvida nos suscitadas e, no mérito, por maioria, negar-lhe provimento. Vencido

processos (461-92.2018.5.07.0010, 470-54.2018.5.07.0010 e 471- o Desembargador Relator, que dava provimento ao apelo, para

39.2018.5.07.0010) trazidos por empréstimo ao conjunto probatório, excluir da condenação a responsabilidade solidária da reclamada

cujas declarações transparecem a ideia de demonstrar ter havido HNV INDÚSTRIA E COSMÉTICOS LTDA. Redigirá o acórdão o

apenas uma relação comercial, mas não uma fusão, entre as Desembargador Cláudio Soares Pires, com a integração do voto

empresas do grupo Helga e do grupo Hanova. Contudo, diante dos vencido.

demais elementos probatórios dos autos, não há de prevalecer o Participaram do julgamento os Exmos. Srs. Desembargadores

quadro traçado pelo depoente, sendo de se destacar que ele próprio Francisco José Gomes da Silva (Presidente e Relator), Cláudio

admite não ter participado da reunião ocorrida em julho de 2017 (V. Soares Pires e Paulo Régis Machado Botelho. Presente ainda o(a)

ID's 5cd9c24 - Pág. 6 e 8eb6395 - Pág. 6), na qual fora anunciada a Exmo(a). Sr(a). membro do Ministério Público do Trabalho. Em gozo

fusão aos trabalhadores. de férias o Exmo. Sr. Desembargador Jefferson Quesado Junior.

Cumpre ressaltar, ainda, porquanto oportuno, que a estreita relação Fortaleza, 14 de outubro de 2019.

comercial entre as empresas dos grupos empresariais, consoante INTEGRA O PRESENTE ACÓRDÃO O VOTO VENCIDO DO EXMº

se denota pelas notas ficais de vendas de mercadorias anexadas DESEMBARGADOR FRANCISCO JOSÉ GOMES DA SILVA, in

aos autos, a meu sentir, não rechaça a formação de grupo verbis:

econômico, mas, em verdade, a reforça, evidenciando além da EMENTA: PROVA EMPRESTADA. PREVISÃO LEGAL.

complementaridade entre os objetos sociais das empresas CONTRADITÓRIO OBSERVADO. O novo CPC trouxe permissivo

contratantes, o interesse integrado, a comunhão de interesses e a expresso quanto à possibilidade de utilização da prova emprestada,

atuação conjunta das empresas dele integrantes. desde que observado o contraditório, conforme previsão no art. 372.

Destarte, o quadro encontrado no presente feito permite a Assim, havendo previsão legal para utilização da prova emprestada

conclusão de que a empresa ora recorrente integra grupo e, observando que no processo nº 0000471-51.2018.5.07.0006 as

econômico com as reclamadas do grupo Helga. Importa examinar a partes foram submetidas ao contraditório e, havendo identidade dos

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 377
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

fatos probandos nos processos, rejeita-se a alegativa de Em razão do exposto, requer a nulidade da sentença e o retorno

cerceamento de defesa. Preliminar rejeitada. dos autos para que haja um novo julgamento, desta feita, em

PETIÇÃO INICIAL. ART. 840, §1º DA CLT. O processo trabalhista conformidade com o acervo fático-probatório do caso sub examine.

é regido pelo princípio da simplicidade das formas, consagrado no À análise.

art. 840, § 1º, da CLT, segundo o qual basta uma breve exposição Em audiência de instrução, as Reclamadas requereram a juntada

dos fatos para se considerar apta a exordial. Em decorrência do de provas emprestadas, relativo aos depoimentos testemunhais dos

princípio da simplicidade, que norteia o processo trabalhista, o qual processos 461-92.2018.5.07.0010, 470-54.2018.5.07.0010 e 471-

não sofreu alterações com a Lei nº 13.467, de 2017, verifica-se que 39.2018.5.07.0010 (ID. bae0442, ID. ed35241, ID. 5cd9c24, ID.

a petição inicial atendeu integralmente os requisitos do art. 840, da 8eb6395).

CLT. Preliminar rejeitada. O Juízo, ao proferir a sentença, utilizou para o reconhecimento da

EXISTÊNCIA DE GRUPO ECONÔMICO. ART. 2º, DA CLT. ÔNUS existência de Grupo Econômico entre as acionadas (Grupo Hanova-

DA PROVA. ART. 818, DA CLT C/C ART. 373, DO NCPC. Helga) como prova emprestada, os fundamento os lançados na

AUSÊNCIA DE PROVA. Não tendo a reclamante comprovado a sentença prolatada nos autos do processo nº 0000471-

existência do alegado grupo econômico Helga-Hanova, composto 51.2018.5.07.0006, de lavra da magistrada Taciana Orlovicin

de diversas empresas, reforma-se a sentença para afastar a Gonçalves Pita (ID. 984dd8d).

responsabilidade solidária pretendida pela autora. Nesse ponto, destaco, inicialmente, que o novo CPC trouxe

RECURSO CONHECIDO E DADO PROVIMENTO PARCIAL permissivo expresso quanto à possibilidade de utilização da prova

FUNDAMENTAÇÃO: emprestada, desde que observado o contraditório, conforme

ADMISSIBILIDADE previsão no art. 372, que assim dispõe:

Acolhe-se o presente recurso, uma vez que preenchidos os Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em

requisitos de admissibilidade. outro processo, atribuindo-lhe o valor que considerar adequado,

DO MÉRITO observado o contraditório".

PRELIMINARES Assim, havendo previsão legal para utilização da prova emprestada

DA NULIDADE DA SENTENÇA- DA UTILIZAÇÃO DA PROVA e, observando que no processo nº 0000471-51.2018.5.07.0006 as

EMPRESTADA - DO ALEGADO CERCEAMENTO DE DEFESA partes foram submetidas ao contraditório e, havendo identidade dos

Aduz a recorrente, preliminarmente, que houve cerceamento de seu fatos probandos nos processos, rejeita-se a alegativa de

direito de defesa, ao argumento de que o juízo, ao adotar cerceamento de defesa.

integralmente a motivação da sentença proferida na reclamatória Quanto a alegativa de que as reportadas transcrições dos

trabalhista 0000471-51.2018.5.07.0006, construiu o seu depoimentos carregam relatos fáticos que não integram as razões

entendimento, a partir das provas orais ali consignadas, mas que, da exordial, não merece acolhida, posto que a causa de pedir da

tais elementos probatórios não foram publicizadas à ora recorrente autora, no que se refere a responsabilidade solidária das acionadas,

no presente feito, com vistas à garantia do contraditório e da ampla trata justamente na alegada formação de grupo econômico entre as

defesa, verificando-se, pois, uma patente violação ao que dispõe o empresas, objeto da prova naqueles autos.

art. 312 do CPC/15. Os depoimentos constantes na prova emprestada utilizada pelo

Destaca, em seguida, que os aludidos depoimentos também não Juízo a quo dizem respeito aos fatos relacionados pela autora, no

integram o arcabouço das provas emprestadas acostada aos autos, que pertine a alegada formação de grupo econômico entre as

mediante convenção de ambas as partes; que o Juízo a quo utilizou acionadas GRUPO HELGA (DISTR IBUIDORA HELGA

como fundamento da procedência da pretensão autoral, da mera COSMETICOS LTDA - ME, HELGA COSMETICOS LTDA - ME,

cópia de uma transcrição parcial realizada no bojo de uma sentença HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ME, ORIGINAL

proferida em processo paradigma, a qual, por sua vez, utilizou, COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, MULTIPLA

naquele momento, o depoimento testemunhal na condição de prova COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - EPP, BELLA

emprestada, a qual, por certo, não integra o presente feito. COSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE COSMETICOS

Ressalta, igualmente, que as reportadas transcrições carregam LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, ERICA

relatos fáticos que não integram as razões da exordial, impondo PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS

reconhecer a total inovação da lide, em absoluta violação ao art. COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX

141 do CPC/15. COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 378
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME e como parte, não configura cerceamento de defesa, ante a

ROBERTO NENDZA - ME) e GRUPO HANOVA - HNV (HANOVA semelhança fática existente entre os processos, assim como da

INDUSTRIA E COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, AL observância do contraditório e da ampla defesa. Com efeito, esta

PARTICIPAÇÕES LTDA, ANDERSON LUID DOS SANTOS Corte tem se posicionado no sentido de ser possível a utilização da

SEVERO - ME e MULT DISTRIBUIDORA DE COSMETICOS prova emprestada, não sendo imprescindível a anuência da parte

LTDA), assim como referem-se as mesmas demandadas, sendo adversa. Recurso de revista não conhecido" (TST, RR - 940-

permitido sua valoração como se houvesse sido produzida 27.2013.5.18.0181 Data de Julgamento: 09/11/2016, Relatora

diretamente nos autos examinados. Ministra: Dora Maria da Costa, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT

Nesse ponto, frise-se, não há vício em virtude de o Juízo ter 11/11/2016).

utilizado a fundamentação da sentença, a qual considerou para Preliminar rejeitada.

formação do convencimento da magistrada, depoimentos os quais INÉPCIA DA INICIAL

foram respeitados o contraditório quando produzida em processos Requer o Recorrente, o reconhecimento da inépcia do pedido

judiciais, máxime,quando envolvendo a mesma empresa e quando relativo às parcelas de FGTS + 40%, e a extinção do pleito sem

os fatos guardam correlação com os da presente ação. resolução de mérito, à luz do que dispõe o art. 485, I, do CPC/15,

Nesse mesmo entendimento, colaciona-se a atual jurisprudência do sob o fundamento de que, a parte recorrida, em sua peça de

Tribunal Superior do Trabalho, in verbis: ingresso, inobstante tenha somente assentado as datas de ingresso

UTILIZAÇÃO DE PROVA EMPRESTADA. POSSIBILIDADE. e de dispensa, realizou o pedido correspondente às parcelas de

IDENTIDADE FÁTICA. MESMAS RECLAMADAS. FGTS, em conjunto com a indenização adicional de 40% sobre o

DESNECESSIDADE DE PRÉVIA CONCORDÂNCIA DA PARTE saldo fundiário.

CONTRÁRIA. AUSÊNCIA DE CERCEAMENTO DE DEFESA. Sem razão.

NULIDADE PROCESSUAL NÃO CONFIGURADA. Esta Corte O processo trabalhista é regido pelo princípio da simplicidade das

admite a utilização da prova emprestada, desde que haja a formas, consagrado no art. 840, § 1º, da CLT, segundo o qual basta

identidade dos fatos considerados no documento emprestado e no uma breve exposição dos fatos para se considerar apta a exordial.

caso em julgamento, assim como ocorrido nesta hipótese, em que o Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal.

Regional registrou que"a prova emprestada foi produzida em § 1º - Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do

processo judicial que envolvia as mesmas rés da presente ação, Presidente da Junta, ou do juiz de direito a quem for dirigida, a

tendo sido observadas as formalidades estabelecidas em lei para a qualificação do reclamante e do reclamado, uma breve exposição

sua produção, bem como o princípio do contraditório. Segundo, dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, a data e a assinatura

porque os fatos a serem comprovados guardam correlação com os do reclamante ou de seu representante.

da presente ação. Terceiro, porque a referida prova emprestada foi § 1o Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do

valorada pelo Juízo segundo o princípio do livre convencimento juízo, a qualificação das partes, a breve exposição dos fatos de que

motivado, em conjunto com as demais provas dos autos". resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser certo, determinado e

Importante salientar também que a utilização de prova emprestada com indicação de seu valor, a data e a assinatura do reclamante ou

não está condicionada à prévia anuência e concordância das de seu representante. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

partes. Assim, a mera alegação da reclamada de que não § 2º - Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em 2 (duas)

concordou com a utilização de prova emprestada não é suficiente vias datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no

para inviabilizar a sua utilização nestes autos. Precedentes. que couber, o disposto no parágrafo anterior.

Recurso de revista não conhecido" (TST, ARR - 3600- § 2o Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em duas vias

29.2010.5.12.0031 Data de Julgamento: 15/02/2017, Relator datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no que

Ministro: José Roberto Freire Pimenta, 2ª Turma, Data de couber, o disposto no § 1o deste artigo. (Redação dada pela Lei nº

Publicação: DEJT 17/02/2017). 13.467, de 2017)

"B) RECURSO DE REVISTA. 1. NULIDADE DA SENTENÇA. § 3o Os pedidos que não atendam ao disposto no § 1o deste artigo

CERCEAMENTO DE DEFESA. UTILIZAÇÃO DE PROVA serão julgados extintos sem resolução do mérito. (Incluído pela Lei

EMPRESTADA SEM ANUÊNCIA. O Regional entendeu que a nº 13.467, de 2017)

utilização de prova emprestada consubstanciada em certidão de Como se observa, a Lei n. 13.467/17 fez referência expressa aos

averiguação produzida em outros autos, no qual a reclamada figura requisitos da petição inicial trabalhista, dispondo no § 1º do art. 840

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 379
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da CLT que o pedido deva "ser certo, determinado e com indicação Ressalta, que os objetos sociais das empresas são

de seu valor". complementares, visto todas possuírem o mesmo objeto social e

No caso, em relação ao pedido de pagamento do FGTS e multa finalidade, sendo patente a formação de grupo econômico entre

rescisória, o reclamante fez pedido certo, determinado e com elas.

indicação do valores pois da sua causa de pedir, entende-se No mérito, defende a recorrente, em síntese, a inexistência de fusão

logicamente que o autor fora demitido sem justa causa e sem e formação de grupo econômico com o GRUPO HELGA, sendo

recebimento de suas verbas rescisórias, fato este, incontroverso indevida a sua responsabilidade solidária pelos créditos deferidos

nos autos. ao autor na presente reclamação trabalhista.

Na narrativa dos fatos, o acionante afirmou que ingressou na Argumenta que, em que pese tenha havido, nas redes sociais, um

reclamada no dia 01/08/2010, para exercer a função de gerente, anúncio de fusão entre os conglomerados Helga e Hanova, por

sendo demitida sem justa causa em 29/03/2018; que o último certo, tal reagrupamento não ocorreu, máxime porque a sucessão

salário percebido foi de R$ 3.200,00 (três mil e duzentos reais); que empresarial somente é possível em face de pessoas jurídicas

quando de sua demissão não recebeu qualquer valor, assim como regularmente constituídas, o que não é o caso dos grupos

não fora liberado Seguro Desemprego e FGTS, motivo pelo qual econômicos, os quais não possuem personalidade jurídica própria,

pleiteia a liberação dos mesmos em sede de tutela antecipada; que mas tão somente exteriorizam a arregimentação de sociedades que

o FGTS se encontra depositado apenas de forma parcial, apenas o possuam atuação integrante em face da comunhão de interesses, o

valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais). que, também, não retrata o caso dos autos.

Em seguida, requereu que, Tendo em vista os argumentos jurídicos Esclarece, adiante, que há uma mera relação comercial, havendo

apresentados, ajuíza-se a presente Reclamação Trabalhista no total independência entre as empresas do GRUPO HANOVA em

intuito de serem satisfeitos todos os direitos da reclamante, quais relação às componentes do GRUPO HELGA, sendo a recorrente,

sejam: Saldo Salário, Aviso Prévio de 51 dias, 13º salário e férias mera fornecedora de produtos para o conglomerado empresarial

sobre aviso prévio, FGTS sobre rescisão, 13º salário proporcional HELGA, sem haver contudo, qualquer integração de interesses

3/12 de 2018, férias simples 2016/2017 e proporcionais 2017/2018 entre as empresas ou atuação conjunta.

todas acrescidas do terço constitucional, FGTS e multa de 40%. À análise.

Em relação ao rol dos pedidos, o autor requereu a condenação da A lei nº 13.467, de 13 de julho de 2017 que alterou a Consolidação

reclamada ao pagamento das verbas rescisórias, incluindo FGTS E das Leis do Trabalho (CLT) trouxe novos parâmetros para

MULTA DE 40% DO FGTS. responsabilização de empresas terceiras.

Em decorrência do princípio da simplicidade, que norteia o processo A nova redação alterou o parágrafo 2º e acrescentou o parágrafo 3º

trabalhista, o qual não sofreu alterações com a Lei nº 13.467, de a este artigo, conforme transcrição seguinte:

2017, a petição inicial ora em análise preencheu os requisitos do Art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva,

art. 840 , da CLT, a qual, frise-se, não dificultou a defesa das que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria

acionadas. e dirige a prestação pessoal de serviço.

Rejeita-se. § 1º - Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da

DO MÉRITO relação de emprego, os profissionais liberais, as instituições de

FORMAÇÃO DE GRUPO ECONÔMICO. beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem

Na peça de ingresso, requer o reclamante que seja caracterizada a fins lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados.

condição da segunda (VRX COMÉRCIO COSMÉTICOS E § 2º Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada

BIJUTERIAS LTDA) e terceira reclamada (HANOVA uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a

COSMÉTICOS), de responsáveis solidárias pelos encargos direção, controle ou administração de outra, ou ainda quando,

trabalhistas da primeira reclamada, HELGA COSMÉTICOS, em mesmo guardando cada uma sua autonomia, integrem grupo

função da existência de grupo econômico. econômico, serão responsáveis solidariamente pelas

Afirma que a primeira, segunda e terceira reclamadas foram obrigações decorrentes da relação de emprego.

criadas, são dirigidas e controladas pelo pela Sra. Erica Pontes de § 3º Não caracteriza grupo econômico a mera identidade de

Meneses, que não aparece no contrato social da terceira sócios, sendo necessárias, para a configuração do grupo, a

reclamada, HANOVA COSMÉTICOS, pois utilizou terceiro como demonstração do interesse integrado, a efetiva comunhão de

laranja. interesses e a atuação conjunta das empresas dele integrantes.

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 380
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

(destaquei) de vendas de mercadorias para as empresas integrantes do grupo

A nova redação do art. 2º, além de manter a hipótese do grupo Helga (CRX COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA

econômico hierarquizado ou sob subordinação, introduz, ME, ALENCARINE COSMETICOS COMERCIO VAREJISTA E

expressamente, o outro modelo de grupo econômico, vertical, ou TREINAMENTO EIREL, HELGA MEDZA SALES & CIA LTDA -ME,

sob coordenação, trazendo para o texto legal, o entendimento dos ORIGINAL COMERCIO DE COSMETICOS LTDA ME, VRX

Tribunais Regionais do Trabalho e do TST quanto a configuração de COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA ME, JOSE

grupo econômico. ALENCAR SALES JUNIOR- ME, ORIGINAL COMERCIO DE

Com relação a este modelo de grupo econômico coordenado, a COSMETICOS LTDA- ME, tais como notas fiscais de vendas de

Desembargadora Dra. Vólia Bomfim Cassar, do TRT da 1ª Região, mercadorias, termo de confissão de dívida e e-mails em que se

em seu livro Direito do Trabalho, afirma que: evidencia a parceria comercial entre as empresas ( venda de

Os grupos econômicos por coordenação se apresentam quando mercadorias), ID. de4b07e, ID. 4c4a838.

houver reunião de interesses para execução de determinado Na audiência de instrução, as reclamadas requerem a juntada de

empreendimento, tendo ou não o mesmo controle ou administração provas emprestadas (processos nºs. 461-92.2018.5.07.0010, 470-

comum. Logo, os grupos por coordenação podem ter relação de 54.2018.5.07.0010 e 471-39.2018.5.07.0010, tendo a autora

controle entre si, numa linha horizontal e não vertical. Isto é, não concordado com a juntada dos referidos depoimentos.

haverá, no grupo horizontal, uma empresa controladora e outra(s) No termo de audiência relativo ao processo nº. 0000461-

controlada(s), uma líder (holding) e outras lideradas. Todas são 92.2018.5.07.0010, a testemunha da reclamante afirmou que:

interligadas entre si e, apesar de autônomas e independentes, estão Primeira testemunha arrolada pela parte Reclamante Sr(a).

interligadas pela ingerência, administração comum, como se Francisca Edinusia Alves de Sousa: " (...)"que trabalhou na

subordinadas umas às outras administrativamente. Por trás desta reclamada Helga Cosméticos de 01/06/2006 a 23/02/2018 na

administração comum pode estar um sócio ou alguns sócios ou função de vendedora; que o reclamante, depoente e todos os

pessoa física no controle.(CASSAR, 2017,p.429). funcionários foram demitidos sem pagamento de verbas rescisórias

Logo, o aproveitamento dos serviços prestados pelo trabalhador por e nem do salário do último mês; que depoente trabalhou até

sociedades empresárias que mantenham relação de coordenação 23/fevereiro/2018, não sabendo o ultimo dia labutado pelo

entre si, formando o grupo econômico trabalhista, serão todas, por reclamante; que recebia ordem direta dos gerentes Luxeles,

consequência, responsabilizadas pela contraprestação devida ao Rosângela, Francisca Cirlane, os quais eram gerentes da loja

obreiro, atraindo a incidência do § 2º do artigo 2º da CLT do shopping Central da Helga Nendza Sales .". ÀS PERGUNTAS

(coordenação interempresarial). DO(A) PATRONO(A) DO(A) PARTE RECLAMANTE RESPONDEU:

Estabeleceu, igualmente, que "não caracteriza grupo econômico a "que houve uma reunião num domingo de julho/2017 onde foi

mera identidade de sócios. Assim, o patrimônio de empresas que comunicada a fusão da Hanova com a Helga Cosmeticos onde

têm sócios comuns, porém com atuam em setores diversos, estarão foram apresentados os novos patrões como sendo: Aline

resguardadas. Severo e seu esposo Anderson ambos donos da Hanova; que a

Portanto, a análise da existência ou não da formação de um grupo a partir daí a prioridade era para vender os produtos da Hanova

econômico, deve-se observar o princípio da primazia da realidade, e Lavi, mesmo tendo outras marcas, mas a Hanova e Lavi

para que cada caso seja analisado com suas peculiaridades, sendo deveriam estar em primeiro lugar nas vendas; que antes da

ônus do autor a prova de suas alegações ( art. 818, da CLT c/c art. reunião já vendiam todo tipo de produto e de varias marcas,

373, do NCPC). inclusive dos ora citados; que os proprietários da Helga e Hanova

No caso em análise, o autor fundamenta sua pretensão com base estavam presentes na reunião, sendo Erica PontesMenezes e

em notícias veiculadas nas redes sociais de possível fusão entre os Alencar Junior proprietários da Helga.". ÀS PERGUNTAS DO DO(A)

grupos Helga Cosméticos e HNV, assim como colaciona fotos em PATRONO(A) DO(A) PARTE RECLAMADA RESPONDEU: "que

que retrata parcerias entre as duas empresas, ID. 0d53e9e, sem, depois da reunião depoente continuou trabalhando na mesma

contudo, apresentar qualquer prova que indique ter realmente loja e o reclamante também, mas ambos trabalhavam em lojas

ocorrido a "FUSÃO" das empresas, ou qualquer relação de diferentes; que na reunião estavam os vendedores e gerentes;

coordenação entre elas. que a faixada das lojas continuaram iguais; que não houve

Ao revés, a acionada Hanova Indústria e Comércio de Cosméticos mudança da chefia após a reunião, mas a sua chefe Luxeles

Ltda colacionou aos autos documentos que demonstram a relação teve um problema de saúde e foi transferida para loja de

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 381
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Messejana, tendo ficado como gerente Rosangela; que Luxeles pessoas Aline (proprietária da Hanova) e Erica (proprietária da

e Rosangela eram gerentes da Helga; (...)." ( grifos nosso) Helga); (...)."( grifos nosso)

Conforme se extrai do depoimento supra, não se trata o caso de " No termo de audiência relativo ao processo nº. 0000470-

fusão" entre as empresas, tanto que a partir da reunião ocorrida em 54.2018.5.07.0010, o reclamante afirmou que :

julho de 2017, nada foi alterado na estrutura organizacional da O DEPOIMENTO PESSOAL DO RECLAMANTE: '" que depoente

empresa, assim como layout das lojas, tratando-se, na verdade, de era subgerente, que atuava em várias lojas da Helga e trabalhou até

um marketing e ações para incremento das vendas, através da 07/04/2018 porque as lojas fecharam, tendo a sra. Erica Pontes

fornecedora dos produtos, empresa HANOVA INDUSTRIA E (dona da Helga, esposa de Alencar Junior) comunicado a dispensa

COMERCIO DE COSMETICOS LTDA, fato este, confirmado pelos os quais eram chefes do depoente; (...) ; que a Helga vendia

depoimentos de reclamantes e testemunhas dos processos produtos de marca própria (Lavi), mas também da Hanova, Fatore,

utilizados como provas emprestadas nos autos, vejamos: Corpo Dourado e outros; que em julho/2017 houve a fusão da

Convocada a primeira testemunha arrolada pelas Reclamadas Hanova com a Helga, no que a prioridade passou a ser para vender

HANOVA INDUSTRIA E COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - produtos da Hanova e Lavi, mas ainda assim, a Helga continuou a

ME, AL PARTICIPACOES LTDA, ANDERSON LUID DOS vender produtos de outras marcas que já tinham estoque nas

SANTOS SEVERO - ME e MULT DISTRIBUIDORA DE lojas, e também continuou comprando produtos de outras

COSMETICOS LTDA, Sr(a). Emanuel Rodrigues de Albuquerque marcas para vender nas suas lojas; que as fachadas das lojas

(...): "que trabalha na Hanova desde março/2016 como gerente da Helga continuaram com o mesmo nome, após a fusão, e as

administrativo financeiro; ." ÀS PERGUNTAS DO(A) PATRONO(A) notas fiscais das vendas eram com o nome da Helga; que a

DO(A) PARTE RECLAMADA RESPONDEU: "que na metade do fusão da Helga e Hanova foi para o crescimento da Helga, mas

segundo semestre de 2017 houve uma reunião da Helga com a o dia a dia de trabalho continuou o mesmo de antes, porém

Hanova para uma parceria de fornecimento de produtos, pois a com a informação de que deveriam vender mais os produtos da

Hanova é uma industria; que o fornecimento dos produtos continuou Helga. ( grifos nosso)

da mesma forma, pois a Helga permaneceu como uma cliente Primeira testemunha arrolada pela parte Reclamante Sr(a).

norma; que a parceria teve o objetivo de aumentar o volume de Maria Irlane Silva Santos Desiderio: " (...) que no final de

vendas nas lojas e de fato aumentou, mas só no primeiro mês, julho/2017 foram convocadas para uma reunião no hotel meridional

pois logo em seguida a Helga entrou novamente em dificuldades no centro da cidade onde foi comunicada por Alencar Junior, Erica

financeiras e não conseguiu pagar os produtos que comprava, pois Pontes e Aline Severo, a fusão da Helga e Hanova, com promessas

a divida já estava muito alta, de modo que a Helga não conseguia de que tudo iria mudar com a chegada de novos produtos, mas na

pagar nada na sua totalidade; que é uma prática comum serem pratica tudo continuou do mesmo jeito, pois continuou

feitas ações com as distribuidoras para estimular as vendas, e chegando produtos da marca propria da Helga (lavi) e da Helga,

os proprietários da Hanova comparecem pelo fato de que o os quais tinham prioridade para serem vendidos, e das outras

distribuidor Helga ser de grande porte, como também de outros marcas continuaram escassos; que sempre recebeu ordens

distribuidores; que na época da parceria a Helga já estava em das mesmas pessoas (Erica e Alencar), os quais pagavam o

débito com a Hanova; que a Hanova não colocou pessoas na salário da depoente; que todas as lojas da Helga fecharam; .".

lojas da Helga, muito menos assumiu o comando dessa; que a (...).( grifos nosso)

continuou a vendendo normalmente para as outras lojas, como No termo de audiência relativo ao processo nº. 0000471-

Cosbel, Anavi, Iap e outras; que não houve a fusão da Hanova com 39.2018.5.07.0010 a reclamante afirmou que:

a Helga; que havia procedimento de cobrança normal das vendas DEPOIMENTO PESSOAL DO RECLAMANTE MARIA CLEOMAR

dos produtos Hanova;." ÀS PERGUNTAS DO DO(A) PATRONO(A) FERREIRA DE SOUSA ALMEIDA: " (...) que depoente era gerente

DO(A) PARTE RECLAMANTE RESPONDEU: "que a reunião tem da loja Helga situada na Rua Floriano Peixoto 577, e trabalhou de

um caráter de marketing e não para apresentar fusão; que não 01/03/2003 até 14/04/2018: " (...)que as fachadas das lojas da

houve comunicação formal da fusão entre a Hanova e Helga, mas Helga continuaram com o mesmo nome, após a fusão, e as notas

depoente soube que foi feita uma postagem no instagram da fiscais das vendas eram com o nome da Helga; que a fusão da

Helga onde foi usado o termo fusão com a Hanova; que quanto Helga e Hanova foi para o crescimento da Helga, mas o dia a dia de

ao doc. de fl. 8 se tratam das pessoas de Anderson (proprietário da trabalho continuou o mesmo de antes, porém com a informação de

Hanova) e Junior (proprietária da Helga) e o doc. de fl. 9 tratam das que deveriam vender mais os produtos da Hanova; (...)."

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 382
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

RECORRENTE AL PARTICIPACOES LTDA


Havendo fusão ou incorporação de empresas, há a alteração na EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE)
SOUSA ARAGÃO
estrutura jurídica da empresa, o que in casu, não há provas nos
RECORRENTE HNV INDUSTRIA E COMERCIO DE
autos, não sendo suficiente a propaganda disseminada em reunião COSMETICOS LTDA - ME
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE)
de empregados e redes sociais. SOUSA ARAGÃO
O que extrai dos depoimentos, é que a ideia inicial de postar nas RECORRENTE ALENCARINE COSMETICOS
COMERCIO VAREJISTA E
redes sociais de que haveria a fusão das empresas, trata-se, tão TREINAMENTOS EIRELI
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
somente, de marketing para alavancar as vendas da empresa MENDES
Helga, a qual, na época, já se encontrava com dificuldades LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRENTE LUCHELYS DE ALENCAR MARTINS
financeiras.
EDUARDO FONTENELE ADVOGADO(OAB: 19970/CE)
Diante do exposto, considerando que a autora não se desincumbiu MOTA
RAFFAEL DUTRA LIMA ADVOGADO(OAB: 29332/CE)
de seu ônus probatório, reforma-se a sentença para excluir a RIBEIRO
responsabilidade solidária da reclamada HNV INDÚSTRIA E RECORRENTE ERICA PONTES DE MENESES
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
COSMÉTICOS LTDA. MENDES
DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRENTE HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA
Uma vez excluída a responsabilidade solidária da ora recorrente, o - ME
presente apelo, no ponto, segue a sorte do principal. ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES
CONCLUSÃO DO VOTO VENCIDO: LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRENTE ORIGINAL COMERCIO DE
COSMETICOS LTDA - ME
Isto posto, voto pelo conhecimento do recurso ordinário para, ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES
rejeitar as preliminares suscitadas e, no mérito, dar-lhe provimento
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
para excluir a responsabilidade solidária da reclamada HNV RECORRIDO ANDERSON LUID DOS SANTOS
SEVERO - ME
INDÚSTRIA E COSMÉTICOS LTDA."
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE)
SOUSA ARAGÃO
RECORRIDO AL PARTICIPACOES LTDA
CLAUDIO SOARES PIRES
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE)
Desembargador Redator Designado SOUSA ARAGÃO
RECORRIDO MULT DISTRIBUIDORA DE
COSMETICOS LTDA
FORTALEZA/CE, 28 de fevereiro de 2020. EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE)
SOUSA ARAGÃO
RECORRIDO ROBERTO NENDZA - ME
MARIA DO SOCORRO RODRIGUES GONCALVES LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
Diretor de Secretaria MENDES
RECORRIDO HNV INDUSTRIA E COMERCIO DE
Processo Nº ROT-0000419-19.2018.5.07.0018 COSMETICOS LTDA - ME
Relator CLAUDIO SOARES PIRES EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE)
RECORRENTE BRC - BRAZIL COSMETICS LTDA SOUSA ARAGÃO
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) RECORRIDO BRC - BRAZIL COSMETICS LTDA
MENDES LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
RECORRENTE MULT DISTRIBUIDORA DE MENDES
COSMETICOS LTDA RECORRIDO MULTIPLA COMERCIO DE
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE) COSMETICOS LTDA - EPP
SOUSA ARAGÃO LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRENTE JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) MENDES
MENDES RECORRIDO BELLA COSMETICOS LTDA - EPP
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRENTE ROBERTO NENDZA - ME ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) MENDES
MENDES RECORRIDO HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) - ME
RECORRENTE CRX COMERCIO DE COSMETICOS E LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
BIJUTERIAS LTDA - ME ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) MENDES
MENDES RECORRIDO LUCHELYS DE ALENCAR MARTINS
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 383
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

RAFFAEL DUTRA LIMA ADVOGADO(OAB: 29332/CE)


RIBEIRO TREINAMENTOS EIRELI, CRX COMERCIO DE COSMÉTICOS E
EDUARDO FONTENELE ADVOGADO(OAB: 19970/CE) BIJUTERIAS LTDA - ME, ROBERTO NENDZA - ME, HNV
MOTA
RECORRIDO ORIGINAL COMERCIO DE INDÚSTRIA E COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME, AL
COSMETICOS LTDA - ME
PARTICIPACOES LTDA, MULT DISTRIBUIDORA DE
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) COSMÉTICOS LTDA, BRC - BRAZIL COSMETICS LTDA,
MENDES
LUCHELYS DE ALENCAR MARTINS
RECORRIDO ALENCARINE COSMETICOS
COMERCIO VAREJISTA E RECORRIDO: LUCHELYS DE ALENCAR MARTINS, VRX
TREINAMENTOS EIRELI
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) COMERCIO DE COSMÉTICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME,
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) ANDERSON LUID DOS SANTOS SEVERO - ME, BRC - BRAZIL
MENDES
RECORRIDO CRX COMERCIO DE COSMETICOS E COSMÉTICOS LTDA, MULT DISTRIBUIDORA DE COSMÉTICOS
BIJUTERIAS LTDA - ME
LTDA, AL PARTICIPACOES LTDA, HNV INDÚSTRIA E
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME, ROBERTO NENDZA -
MENDES
ME, CRX COMERCIO DE COSMÉTICOS E BIJUTERIAS LTDA -
RECORRIDO J R COMERCIO DE COSMETICOS
LTDA - ME ME, ALENCARINE COSMÉTICOS COMERCIO VAREJISTA E
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
TREINAMENTOS EIRELI, ERICA PONTES DE MENESES, J R
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME, BELLA COSMÉTICOS
RECORRIDO ERICA PONTES DE MENESES
LTDA - EPP, MULTIPLA COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA -
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) EPP, ORIGINAL COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME,
MENDES
HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ME, HELGA
RECORRIDO JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) COSMÉTICOS LTDA - ME, DISTRIBUIDORA HELGA
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) COSMÉTICOS LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR -
MENDES
RECORRIDO DISTRIBUIDORA HELGA ME
COSMETICOS LTDA - ME
RELATOR: FRANCISCO JOSÉ GOMES DA SILVA
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) REDATOR DESIGNADO: CLAUDIO SOARES PIRES
MENDES
RECORRIDO HELGA COSMETICOS LTDA - ME
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) EMENTA
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) RECURSO ORDINÁRIO. GRUPO ECONÔMICO.
MENDES
RECORRIDO VRX COMERCIO DE COSMETICOS E CONFIGURAÇÃO. Confirma-se a sentença de origem que
BIJUTERIAS LTDA - ME
reconheceu a formação de grupo econômico entre as empresas
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES demandadas, quando se constata que além da complementaridade
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
entre os objetos sociais destas, há o interesse integrado, a
TERCEIRO JOSE ALENCAR SALES JUNIOR
INTERESSADO comunhão de interesses e a atuação conjunta das empresas dele
TERCEIRO ERICA PONTES DE MENESES
INTERESSADO integrantes. Recurso conhecido e improvido.

RELATÓRIO
Intimado(s)/Citado(s):
Designado para redigir o acórdão, peço vênia para adotar o relatório
- MULTIPLA COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - EPP
da lavra do Excelentíssimo Desembargador Relator Francisco José

Gomes da Silva, a seguir:

"Trata-se de recurso ordinário ajuizado pela reclamada HNV


PODER JUDICIÁRIO
INDUSTRIA E COSMÉTICOS LTDA interposto em face da decisão
JUSTIÇA DO TRABALHO
do Juízo da 18ª Vara do Trabalho de Fortaleza (ID. 984dd8d), que

JULGOU a reclamatória PROCEDENTE EM PARTE, para

PROCESSO nº 0000419-19.2018.5.07.0018 (RO) condenar, SOLIDARIAMENTE, as reclamadas DISTRIBUIDORA

RECORRENTE: JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, HELGA HELGA COSMÉTICOS LTDA - ME; HELGA COSMÉTICOS LTDA

NENDZA SALES & CIA LTDA - ME, ORIGINAL COMERCIO DE - ME; HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ME; ORIGINAL

COSMÉTICOS LTDA - ME, ERICA PONTES DE MENESES, COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME; MULTIPLA

ALENCARINE COSMÉTICOS COMERCIO VAREJISTA E COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - EPP; BELLA

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COSMÉTICOS LTDA - EPP; J R COMERCIO DE COSMÉTICOS Em razão do exposto, requer a nulidade da sentença e o retorno

LTDA - ME; JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME; ERICA dos autos para que haja um novo julgamento, desta feita, em

PONTES DE MENESES; ALENCARINE COSMÉTICOS conformidade com o acervo fático-probatório do caso sub examine.

COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS; CRX COMERCIO Adiante, requer o reconhecimento da inépcia do pedido relativo às

DE COSMÉTICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME; VRX COMERCIO parcelas de FGTS + 40%, a extinção do pleito sem resolução de

DE COSMÉTICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME; ROBERTO mérito, à luz do que dispõe o art. 485, I, do CPC/15, sob o

NENDZA - ME; HANOVA INDUSTRIA E COMERCIO DE fundamento de que, a parte recorrida, em sua peça de ingresso,

COSMÉTICOS LTDA - ME; AL PARTICIPACOES LTDA; inobstante tenha somente assentado as datas de ingresso e de

ANDERSON LUID DOS SANTOS SEVERO - ME; MULT dispensa, realizou o pedido correspondente às parcelas de FGTS

DISTRIBUIDORA DE COSMÉTICOS LTDA; BRC - BRAZIL em conjunto com a indenização adicional de 40% sobre o saldo

COSMETICS LTDA a pagar à reclamante LUCHELYS DE fundiário.

ALENCAR MARTINS as seguintes parcelas: a.Saldo de salário (29 No mérito, defende a recorrente, em síntese, a inexistência de

dias); b. Aviso prévio (51 dias); com reflexos no 13º salário e férias; fusão e formação de grupo econômico com o GRUPO HELGA,

c. Férias simples 2016/2017 e proporcionais (8/12 avos), acrescidas sendo indevida a sua responsabilidade solidária pelos créditos

de 1/3 constitucional; d. 13º salário proporcional 2018 (3/12 avos); e. deferidos ao autor na presente reclamação trabalhista.

FGTS + 40%; f. Multa do art. 467 da CLT, incidente sobre os valores Argumenta, em que pese tenha havido, nas redes sociais, um

e parcelas rescisórias constantes no TRCT (ID. 7ad3499), bem anúncio de fusão entre os conglomerados Helga e Hanova, por

como sobre o FGTS não depositado e multa de 40% sobre todos os certo, tal reagrupamento não ocorreu, máxime porque a sucessão

valores devidos a título de FGTS ao longo da contratualidade; g. empresarial somente é possível em face de pessoas jurídicas

Multa do art. 477,§8º da CLT; h. Honorários advocatícios. regularmente constituídas, o que não é o caso dos grupos

A sentença fora complementada pelos aclaratórios de ID. 7081a1b, econômicos, os quais não possuem personalidade jurídica própria,

com o fito de sanear a sentença embargada, determinando a mas tão somente exteriorizam a arregimentação de sociedades que

compensação do valor de R$ 10.710,34, vez que a quantia foi possuam atuação integrante em face da comunhão de interesses, o

recebida pela parte embargada, conforme comprovante de que, também, não retrata o caso dos autos.

transferência bancária de ID. 619A9a4. Esclarece, adiante, que há uma mera relação comercial, havendo

Aduz a recorrente, preliminarmente, que houve cerceamento de total independência entre as empresas do GRUPO HANOVA em

seu direito de defesa, ao argumento de que o juízo, ao adotar relação às componentes do GRUPO HELGA, sendo a recorrente,

integralmente a motivação da sentença proferido na reclamatória mera fornecedora de produtos para o conglomerado empresarial

trabalhista 0000471-51.2018.5.07.0006, construiu o seu HELGA, sem haver contudo, qualquer integração de interesses

entendimento, por consequência, a partir das provas orais ali entre as empresas ou atuação conjunta.

consignadas, mas que, tais elementos probatórios não foram Por fim, requer a reforma da decisão de modo a afastar a

publicizadas à ora recorrente no presente feito, com vistas à inconstitucionalidade declarada de forma incidental do art. 791-A,

garantia do contraditório e da ampla defesa, verificando-se, pois, §4º, da CLT, haja vista inexistir afronta à Carga Magna, mormente

uma patente violação ao que dispõe o art. 312 do CPC/15. porque, nos ditames do art. 133 da Lei Maior, o advogado é

Destaca, em seguida, que os aludidos depoimentos também não indispensável à administração da justiça, e, caso esta Colenda

integram o arcabouço das provas emprestadas acostada aos autos, Turma entenda de modo diverso, que seja observada o art. 97 da

mediante convenção de ambas as partes; que o Juízo a quo utilizou CRFB/1988, o qual prevê a cláusula de reserva de plenário para a

como fundamento da procedência da pretensão autoral, da mera manutenção da declaração de inconstitucionalidade.

cópia de uma transcrição parcial realizada no bojo de uma sentença Após devidamente notificada, a recorrida apresentou suas

proferida em processo paradigma, a qual, por sua vez, utilizou, contrarrazões, conforme documento de ID. 15ffc62.

naquele momento, o depoimento testemunhal na condição de prova A matéria versada no presente recurso dispensa a obrigatoriedade

emprestada, a qual, por certo, não integra o presente feito. de parecer prévio da douta PRT (art. 109, do Regimento Interno)"

Ressalta, igualmente, que as reportadas transcrições carregam FUNDAMENTAÇÃO

relatos fáticos que não integram as razões da exordial, impondo ADMISSIBILIDADE

reconhecer a total inovação da lide, em absoluta violação ao art. Acolhe-se o presente recurso, uma vez que preenchidos os

141 do CPC/15. requisitos de admissibilidade.

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PRELIMINARES Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em

Peço vênia para adotar os fundamentos do voto do Excelentíssimo outro processo, atribuindo-lhe o valor que considerar adequado,

Desembargador Relator Francisco José Gomes da Silva, quanto à observado o contraditório".

apreciação das preliminares, nos seguintes termos: Assim, havendo previsão legal para utilização da prova emprestada

"DA NULIDADE DA SENTENÇA- DA UTILIZAÇÃO DA PROVA e, observando que no processo nº 0000471-51.2018.5.07.0006 as

EMPRESTADA - DO ALEGADO CERCEAMENTO DE DEFESA partes foram submetidas ao contraditório e, havendo identidade dos

Aduz a recorrente, preliminarmente, que houve cerceamento de seu fatos probandos nos processos, rejeita-se a alegativa de

direito de defesa, ao argumento de que o juízo, ao adotar cerceamento de defesa.

integralmente a motivação da sentença proferida na reclamatória Quanto a alegativa de que as reportadas transcrições dos

trabalhista 0000471-51.2018.5.07.0006, construiu o seu depoimentos carregam relatos fáticos que não integram as razões

entendimento, a partir das provas orais ali consignadas, mas que, da exordial, não merece acolhida, posto que a causa de pedir da

tais elementos probatórios não foram publicizadas à ora recorrente autora, no que se refere a responsabilidade solidária das acionadas,

no presente feito, com vistas à garantia do contraditório e da ampla trata justamente na alegada formação de grupo econômico entre as

defesa, verificando-se, pois, uma patente violação ao que dispõe o empresas, objeto da prova naqueles autos.

art. 312 do CPC/15. Os depoimentos constantes na prova emprestada utilizada pelo

Destaca, em seguida, que os aludidos depoimentos também não Juízo a quo dizem respeito aos fatos relacionados pela autora, no

integram o arcabouço das provas emprestadas acostada aos autos, que pertine a alegada formação de grupo econômico entre as

mediante convenção de ambas as partes; que o Juízo a quo utilizou acionadas GRUPO HELGA (DISTR IBUIDORA HELGA

como fundamento da procedência da pretensão autoral, da mera COSMETICOS LTDA - ME, HELGA COSMETICOS LTDA - ME,

cópia de uma transcrição parcial realizada no bojo de uma sentença HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ME, ORIGINAL

proferida em processo paradigma, a qual, por sua vez, utilizou, COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, MULTIPLA

naquele momento, o depoimento testemunhal na condição de prova COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - EPP, BELLA

emprestada, a qual, por certo, não integra o presente feito. COSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE COSMETICOS

Ressalta, igualmente, que as reportadas transcrições carregam LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, ERICA

relatos fáticos que não integram as razões da exordial, impondo PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS

reconhecer a total inovação da lide, em absoluta violação ao art. COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX

141 do CPC/15. COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX

Em razão do exposto, requer a nulidade da sentença e o retorno COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME e

dos autos para que haja um novo julgamento, desta feita, em ROBERTO NENDZA - ME) e GRUPO HANOVA - HNV (HANOVA

conformidade com o acervo fático-probatório do caso sub examine. INDUSTRIA E COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, AL

À análise. PARTICIPAÇÕES LTDA, ANDERSON LUID DOS SANTOS

Em audiência de instrução, as Reclamadas requereram a juntada SEVERO - ME e MULT DISTRIBUIDORA DE COSMETICOS

de provas emprestadas, relativo aos depoimentos testemunhais dos LTDA), assim como referem-se as mesmas demandadas, sendo

processos 461-92.2018.5.07.0010, 470-54.2018.5.07.0010 e 471- permitido sua valoração como se houvesse sido produzida

39.2018.5.07.0010 (ID. bae0442, ID. ed35241, ID. 5cd9c24, ID. diretamente nos autos examinados.

8eb6395). Nesse ponto, frise-se, não há vício em virtude de o Juízo ter

O Juízo, ao proferir a sentença, utilizou para o reconhecimento da utilizado a fundamentação da sentença, a qual considerou para

existência de Grupo Econômico entre as acionadas (Grupo Hanova- formação do convencimento da magistrada, depoimentos os quais

Helga) como prova emprestada, os fundamento os lançados na foram respeitados o contraditório quando produzida em processos

sentença prolatada nos autos do processo nº 0000471- judiciais, máxime,quando envolvendo a mesma empresa e quando

51.2018.5.07.0006, de lavra da magistrada Taciana Orlovicin os fatos guardam correlação com os da presente ação.

Gonçalves Pita (ID. 984dd8d). Nesse mesmo entendimento, colaciona-se a atual jurisprudência do

Nesse ponto, destaco, inicialmente, que o novo CPC trouxe Tribunal Superior do Trabalho, in verbis:

permissivo expresso quanto à possibilidade de utilização da prova UTILIZAÇÃO DE PROVA EMPRESTADA. POSSIBILIDADE.

emprestada, desde que observado o contraditório, conforme IDENTIDADE FÁTICA. MESMAS RECLAMADAS.

previsão no art. 372, que assim dispõe: DESNECESSIDADE DE PRÉVIA CONCORDÂNCIA DA PARTE

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CONTRÁRIA. AUSÊNCIA DE CERCEAMENTO DE DEFESA. Sem razão.

NULIDADE PROCESSUAL NÃO CONFIGURADA. Esta Corte O processo trabalhista é regido pelo princípio da simplicidade das

admite a utilização da prova emprestada, desde que haja a formas, consagrado no art. 840, § 1º, da CLT, segundo o qual basta

identidade dos fatos considerados no documento emprestado e no uma breve exposição dos fatos para se considerar apta a exordial.

caso em julgamento, assim como ocorrido nesta hipótese, em que o Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal.

Regional registrou que"a prova emprestada foi produzida em § 1º - Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do

processo judicial que envolvia as mesmas rés da presente ação, Presidente da Junta, ou do juiz de direito a quem for dirigida, a

tendo sido observadas as formalidades estabelecidas em lei para a qualificação do reclamante e do reclamado, uma breve exposição

sua produção, bem como o princípio do contraditório. Segundo, dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, a data e a assinatura

porque os fatos a serem comprovados guardam correlação com os do reclamante ou de seu representante.

da presente ação. Terceiro, porque a referida prova emprestada foi § 1o Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do

valorada pelo Juízo segundo o princípio do livre convencimento juízo, a qualificação das partes, a breve exposição dos fatos de que

motivado, em conjunto com as demais provas dos autos". resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser certo, determinado e

Importante salientar também que a utilização de prova emprestada com indicação de seu valor, a data e a assinatura do reclamante ou

não está condicionada à prévia anuência e concordância das de seu representante. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

partes. Assim, a mera alegação da reclamada de que não § 2º - Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em 2 (duas)

concordou com a utilização de prova emprestada não é suficiente vias datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no

para inviabilizar a sua utilização nestes autos. Precedentes. que couber, o disposto no parágrafo anterior.

Recurso de revista não conhecido" (TST, ARR - 3600- § 2o Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em duas vias

29.2010.5.12.0031 Data de Julgamento: 15/02/2017, Relator datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no que

Ministro: José Roberto Freire Pimenta, 2ª Turma, Data de couber, o disposto no § 1o deste artigo. (Redação dada pela Lei nº

Publicação: DEJT 17/02/2017). 13.467, de 2017)

"B) RECURSO DE REVISTA. 1. NULIDADE DA SENTENÇA. § 3o Os pedidos que não atendam ao disposto no § 1o deste artigo

CERCEAMENTO DE DEFESA. UTILIZAÇÃO DE PROVA serão julgados extintos sem resolução do mérito. (Incluído pela Lei

EMPRESTADA SEM ANUÊNCIA. O Regional entendeu que a nº 13.467, de 2017)

utilização de prova emprestada consubstanciada em certidão de Como se observa, a Lei n. 13.467/17 fez referência expressa aos

averiguação produzida em outros autos, no qual a reclamada figura requisitos da petição inicial trabalhista, dispondo no § 1º do art. 840

como parte, não configura cerceamento de defesa, ante a da CLT que o pedido deva "ser certo, determinado e com indicação

semelhança fática existente entre os processos, assim como da de seu valor".

observância do contraditório e da ampla defesa. Com efeito, esta No caso, em relação ao pedido de pagamento do FGTS e multa

Corte tem se posicionado no sentido de ser possível a utilização da rescisória, o reclamante fez pedido certo, determinado e com

prova emprestada, não sendo imprescindível a anuência da parte indicação do valores pois da sua causa de pedir, entende-se

adversa. Recurso de revista não conhecido" (TST, RR - 940- logicamente que o autor fora demitido sem justa causa e sem

27.2013.5.18.0181 Data de Julgamento: 09/11/2016, Relatora recebimento de suas verbas rescisórias, fato este, incontroverso

Ministra: Dora Maria da Costa, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT nos autos.

11/11/2016). Na narrativa dos fatos, o acionante afirmou que ingressou na

Preliminar rejeitada. reclamada no dia 01/08/2010, para exercer a função de gerente,

INÉPCIA DA INICIAL sendo demitida sem justa causa em 29/03/2018; que o último

Requer o Recorrente, o reconhecimento da inépcia do pedido salário percebido foi de R$ 3.200,00 (três mil e duzentos reais); que

relativo às parcelas de FGTS + 40%, e a extinção do pleito sem quando de sua demissão não recebeu qualquer valor, assim como

resolução de mérito, à luz do que dispõe o art. 485, I, do CPC/15, não fora liberado Seguro Desemprego e FGTS, motivo pelo qual

sob o fundamento de que, a parte recorrida, em sua peça de pleiteia a liberação dos mesmos em sede de tutela antecipada; que

ingresso, inobstante tenha somente assentado as datas de ingresso o FGTS se encontra depositado apenas de forma parcial, apenas o

e de dispensa, realizou o pedido correspondente às parcelas de valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais).

FGTS, em conjunto com a indenização adicional de 40% sobre o Em seguida, requereu que, Tendo em vista os argumentos jurídicos

saldo fundiário. apresentados, ajuíza-se a presente Reclamação Trabalhista no

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intuito de serem satisfeitos todos os direitos da reclamante, quais cumprimento das obrigações legais para efetivação da fusão, qual

sejam: Saldo Salário, Aviso Prévio de 51 dias, 13º salário e férias seja a extinção das pessoas jurídicas da empresa incorporada com

sobre aviso prévio, FGTS sobre rescisão, 13º salário proporcional o surgimento de uma nova, tal fusão de fato ocorreu e todos os

3/12 de 2018, férias simples 2016/2017 e proporcionais 2017/2018 empregados passaram à subordinação do Grupo Hanova-Helga, o

todas acrescidas do terço constitucional, FGTS e multa de 40%. qual configura grupo econômico por coordenação, impondo a

Em relação ao rol dos pedidos, o autor requereu a condenação da responsabilização solidária entre as empresas do grupo. Entende

reclamada ao pagamento das verbas rescisórias, incluindo FGTS E que a fusão entre as empresas com a criação, em outubro de 2017,

MULTA DE 40% DO FGTS. da empresa MULT DISTRIBUIDORA DE COSMÉTICOS (de que

Em decorrência do princípio da simplicidade, que norteia o processo eram sócios o filho dos sócios do Grupo Helga e a mãe do sócio do

trabalhista, o qual não sofreu alterações com a Lei nº 13.467, de Grupo Hanova), teria como única finalidade ocultar os sócios de fato

2017, a petição inicial ora em análise preencheu os requisitos do da nova empresa e ainda o de conseguir nova linha de crédito na

art. 840 , da CLT, a qual, frise-se, não dificultou a defesa das praça. Postula, caso não se conclua pela existência de grupo

acionadas. econômico, que se reconheça a sucessão empresarial de todas as

Rejeita-se." empresas do Grupo Helga por HNV INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE

DO MÉRITO COSMÉTICOS LTDA. Alega, ainda, que a empresa BRC BRAZIL

GRUPO ECONÔMICO. CONFIGURAÇÃO. COSMÉTICOS LTDA adquiriu em Recuperação Judicial os direitos

A sentença reconheceu o grupo econômico entre as empresas da marca mista "Helga" por cinco anos, sem jamais exercer

demandadas, consoante os seguintes fundamentos: qualquer gerência direta, pois o Sr. José Alencar Sales Júnior

"Diante da identidade da matéria (fática e jurídica), adoto continuou a exercer a direção, gerência e coordenação das

integralmente os fundamentos lançados na brilhante sentença empresas. Por essa razão, pretende a responsabilização solidária

prolatada nos autos da 0000471-51.2018.5.07.0006, de lavra da da ré BRC BRAZIL COSMÉTICOS LTDA, uma vez identificada a

magistrada Taciana Orlovicin Gonçalves Pita, acerca da fraude ocorrida e a evidente direção do efetivo sócio do Grupo

responsabilidade das empresas demandadas, nos termos a seguir: Helga.

'Afirma a parte reclamante que as empresas que compõem o antigo Em suas contestações, as rés negam a formação de grupo

GRUPO HELGA (DISTRIBUIDORA HELGA COSMETICOS LTDA - econômico entre as empresas do Grupo Helga e Hanova As

ME, HELGA COSMETICOS LTDA - ME, HELGA NENDZA SALES reclamadas DISTRIBUIDORA HELGA COSMETICOS LTDA - ME,

& CIA LTDA - ME, ORIGINAL COMERCIO DE COSMETICOS HELGA COSMETICOS LTDA - ME, HELGA NENDZA SALES & CIA

LTDA - ME, MULTIPLA COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - LTDA - ME, ORIGINAL COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME,

EPP, BELLA COSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE MULTIPLA COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - EPP,

COSMETICOS LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, BELLACOSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE

ERICA PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS COSMETICOS LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME,

COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX ERICA PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME e COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX

ROBERTO NENDZA - ME) são dirigidas e coordenadas pelos COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME,

sócios José Alencar Sales Júnior e Érica Pontes de Meneses. Alega ROBERTO NENDZA - ME (1ª a 13ª reclamadas), não refutam o

que, em meados de 2017, os sócios do Grupo Helga iniciaram grupo econômico entre si, tendo contestado a formação de grupo

negociações para fusão com o Grupo Hanova (HNV), fusão de com as empresas do Grupo HANOVA (14ª a 16ª reclamadas), com

empresas esta que foi oficialmente tornada pública em julho de a MULT DISTRIBUIDORA (17ª reclamada) e com a BCR (18ª

2017, expondo o rol de empresas que compõem o Grupo Hanova - reclamada), alegando que o grupo HANOVA tem como objeto social

HNV (HANOVA INDUSTRIA E COMERCIO DE COSMETICOS a produção de produtos de beleza, e que inexiste hierarquia e/ou

LTDA - ME, AL PARTICIPAÇÕES LTDA, ANDERSON LUID DOS coordenação entre as empresas. Sustenta que a BCR está sob a

SANTOS SEVERO - ME e MULT DISTRIBUIDORA DE égide da Lei 11.101//05, tendo comprado o direito de utilização da

COSMETICOS LTDA), à época todas dirigidas pelos sócios marca "Helga" por cinco anos.

Anderson Luid Santos Severo e Aline Cristina Silva Souza Severo. As reclamadas HANOVA INDUSTRIA E COMERCIO DE

Sustenta que, a partir de julho de 2017, independentemente do COSMETICOS LTDA - ME e ANDERSON LUID DOS SANTOS

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SEVERO - ME reconhecem o grupo entre si e negam a formação de de quebra-cabeça nas quais constam os nomes dos dois grupos

grupo com as demais reclamadas, noticiando que são fornecedoras HANOVA e HELGA. Em que pese não haver alterações nas

de produtos à rede varejista, sendo uma das principais, o grupo estruturas das empresas formadoras dos grupos, resta claro que

HELGA, não tendo havido a fusão alegada, apenas relação houve uma intensa comunhão de interesses

fornecedor-cliente. Informam, ainda, que os fundos de comércio de econômicos/profissionais entre as empresas formadoras dos dois

empresas do Grupo Helga foram alienados por seus sócios- grupos. De acordo com a Lei 13.467/2017 são requisitos para a

proprietários da Helga para a empresa DX GROUP configuração do grupo econômico: a demonstração do interesse

PARTICIPAÇÕES E INVESTIMENTOS LTDA, que, por sua vez, integrado, a efetiva comunhão de interesses e a atuação conjunta

não possuiria qualquer ligação com o Grupo Hanova, tratando-se de das empresas integrantes. A inexistência de uma hierarquia entre

empresa de investimentos de proveniente São Paulo. as empresas não descaracteriza o grupo econômico, se há a

A demandada AL PARTICIPACOES LTDA nega a formação de demonstração de que entre as empresas ocorre clara atuação

grupo econômico com quaisquer das demais empresas. conjunta, em linha de coordenação e comunhão de interesses, o

A reclamada MULT DISTRIBUIDORA DE COSMETICOS LTDA que se verifica no caso em tela.

alega que nunca existiu de fato e nega a formação de grupo Ademais, a primeira testemunha laboral afirmou em seu

econômico com quaisquer das demais empresas. depoimento:

A ré BRC - BRAZIL COSMETICS LTDA informa que comprou os "(...) que havia comentários dentro da empresa de que ocorreu uma

direitos de uso da marca HELGA, não estando a reclamante sob fusão entre as empresas Helga e Hanova; que o gerente do

suas ordens, refutando a formação de grupo econômico com depoente comentou que ocorreria a fusão e que o depoente

quaisquer das demais empresas reclamadas e pleiteia que, em continuaria a prestar serviços para as duas empresas; que o

caso de condenação, seja de forma subsidiária. depoente já chegou, mesmo prestando serviços para a Helga,

Pois bem. prestar serviços para a Hanova, tais como rotulagem de produtos,

Inicialmente, declaro a responsabilidade solidária das empresas embalagem de mercadorias e fazendo entregas; que depois dos

DISTRIBUIDORA HELGA COSMETICOS LTDA - ME, HELGA comentários da fusão, o depoente também começou a receber

COSMETICOS LTDA - ME, HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ordens do Sr. Paulo, empregado da Hanova, responsável pela

ME, ORIGINAL COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, logística."

MULTIPLA COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - EPP, BELLA Ainda, a segunda testemunha da autora noticiou:

COSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE COSMETICOS "que trabalhou para Helga de 01/02/2010 a 14/04/2018 na função

LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, ERICA de estoquista; que trabalhou com a reclamante; que o gerente,

PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS Sr.Evandro comentou com o depoente que havia sido feita uma

COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX sociedade entre a Helga e a Hanova; que, após o comentário, o

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX depoente também começo a prestar serviços para a Hanova

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, abastecendo e descarregando as mercadorias da empresa Hanova

ROBERTO NENDZA - ME (1ª a 13ª reclamadas), nos termos do § nas seções das lojas Helga, limpando as mercadorias; que o

2º do art. 2º da CLT, as quais reconheceram a formação de grupo depoente não recebia ordens de nenhum empregado da Hanova;

econômico entre si, encontrando-se, dentre estas, a empregadora. que as lojas Helga também vendiam produtos de outras indústrias e

Quanto ao grupo econômico alegado em relação aos grupos não só da empresa Hanova; que, em relação às mercadorias das

HELGA e HANOVA, a autora juntou aos autos várias fotografias outras indústrias, o abastecimento e o descarregamento de

com os Srs. Anderson Luid Dos Santos Severo, José Alencar Sales mercadorias eram feitos por empregados destas indústrias; que a

Junior, Aline Cristina Silva Souza Severo e Érica Pontes de reclamante vendia produtos da indústria Hanova bem como de

Meneses, sócios das empresa Hanova e Helga, divulgadas em meio outras indústrias."

digital em julho de 2017, anunciando a fusão entre as empresas do Saliente-se que o fato de terem sido alienados fundos de comércio

Grupo Helga com aquelas do Grupo Hanova (HNV), com de empresas do Grupo Helga para a empresa DX GROUP

fundamento na expansão e aquisições realizadas pelo grupo PARTICIPAÇÕES E INVESTIMENTOS LTDA não afeta a presente

HANOVA, podendo se perceber que nas fotos, aparece o diretor do demanda, pois apenas houve a alienação parcial das quotas

grupo HANOVA, o qual veste camisa com o nome HELGA NOVO empresariais de somente algumas das empresas do Grupo.

TEMPO e ainda uma figura que demonstra a junção de duas peças Insta destacar, também, que a alegação da reclamada ANDERSON

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LUID DOS SANTOS SEVERO ME de que a relação havida entre os condenada solidariamente, aplicando a esta a mesma

apontados conglomerados empresariais era de apenas fornecedor- responsabilidade, nos termos dos arts. 2º, § 2º, e 9º da CLT.

cliente não se sustenta, ressaltando que a mensagem eletrônica e a No que tange à reclamada MULT DISTRIBUIDORA DE

confissão de dívida datam de período anterior à "fusão" noticiada, o COSMETICOS LTDA, observa-se efetivamente formalizada em

que só veio a ocorrer em julho de 2017. 24/10/2017 pouco tempo após a fusão dos grupos HELGA e

Diante do exposto, reconheço a existência de grupo econômico por HANOVA, com atuação na vendas de produtos de higiene, tendo

coordenação entre todas as empresas dos Grupos HELGA e como sócios os Srs. Matheus Pontes Sales e Maria de Fátima dos

HANOVA, as quais declaro responsáveis solidárias pelas verbas Santos Severo, os quais são, respectivamente, o filho dos titulares

decorrentes da condenação, nos termos dos arts. 2º, § 2º, e 9º da do Grupo Helga e a mãe de um dos proprietários do Grupo Hanova

CLT. (Anderson Luid dos Santos Severo), fato não contestado em defesa.

No que concerne à reclamada AL PARTICIPAÇÕES LTDA, verifica- Sendo assim, tenho que a empresa MULT DISTRIBUIDORA DE

se que na defesa das empresas formadoras do GRUPO HELGA COSMETICOS LTDA também participa dos Grupos Helga e

restou afirmado que as empresas HANOVA INDUSTRIA E Hanova, utilizando-se da mesma estrutura empresarial para a

COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, ANDERSON LUID consecução de seus objetivos financeiros, diante do que, resta

DOS SANTOS SEVERO - ME e AL PARTICIPACOES LTDA condenada solidariamente, nos termos dos arts. 2º, § 2º, e 9º da

formam o grupo HANOVA. Nessa senda, o contrato social de CLT.

constituição da reclamada AL PARTICIPAÇÕES LTDA demonstra Por fim, quanto à ré BRC BRAZIL COSMETICS COMÉRCIO

que essa empresa tem como sócios os Srs. Anderson Liud dos VAREJISTA DE COSMÉTICOS EIRELI, verifica-se que ela

Santos Severo e Aline Cristina Silva Souza Severo, os quais se apresentou defesa através do mesmo escritório que a empregadora,

fizeram presentes ao evento em que foi anunciada a "fusão" entre na qual passou a repetir as mesmas alegações já apresentadas

os grupos empresariais, conforme fotografias anexadas aos autos. pelas 1ª a 13ª Reclamadas, além disso, observa-se que no

Ainda, o endereço eletrônico da AL PARTICIPAÇÕES LTDA comprovante de inscrição cadastral (CNPJ) consta endereço

registrado no CNPJ é "anderson@hanovacosméticos.com.br". eletrônico pertencente ao domínio da HELGA COSMÉTICOS.

Ademais, a Sra. Aline Cristina Silva Souza Severo é também sócia Ademais, apresentou carta de preposição que revelou

da empresa HNV INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE COSMÉTICOS representação através do mesmo preposto que a empregadora,

LTDA, cujo endereço eletrônico é razão pela qual, deve ser solidariamente responsável pelos créditos

"anderson@hanovacosméticos.com.br", conquanto o Sr. Anderson oriundos da presente demanda, nos moldes dos arts. 2º, § 2º, e 9º

Liud dos Santos Severo não faça parte do corpo societário dessa da CLT."

empresa. O Sr. Anderson Liud dos Santos Severo atua, ainda, Pontue-se, por oportuno, que as atas de audiência em nada

como empresário individual da ANDERSON LUID DOS SANTOS corroboram com a tese da demandada, uma vez que se verifica,

SEVERO ME. Por fim, saliento que as empresas HNV INDÚSTRIA com extrema facilidade, que a testemunha da reclamada, Sr.

E COMÉRCIO DE COSMÉTICOS LTDA, AL PARTICIPAÇÕES Emanuel Rodrigues de Albuquerque, arrolada em todos os

LTDA, ANDERSON LUID DOS SANTOS SEVERO - ME e MULT processos, busca, sem nenhum sucesso, sustentar os termos da

DISTRIBUIDORA DE COSMETICOS LTDA, em audiência, se defesa.

fizeram representar pelo mesmo preposto, o Sr. Luiz Gustavo Ademais, por mais que tenha declarado que "que na metade do

Santana Severo, neste feiro e nos processos nº0000470- segundo semestre de 2017 houve uma reunião da Helga com a

54.2018.5.07.0010, 0000471-39.2018.5.07.0010 e 0000476- Hanova para uma parceria de fornecimento de produtos",

61.2018.5.07.0010, cujos termos de audiência foram anexados aos afirmou, posteriormente, que "soube que foi feita uma postagem

presentes autos. no instagram da Helga onde foi usado o termo fusão com a

O fato de a empresa AL PARTICIPAÇÕES LTDA ter objetivo social Hanova".

diverso das empresas do grupo HANOVA não é suficiente para Por outro lado, as testemunhas Francisca Edinusia Alves de Sousa

afastar a formação do grupo econômico com HNV INDÚSTRIA E e Maria Irlane Silva Santos

COMÉRCIO DE COSMÉTICOS LTDA e ANDERSON LUID DOS Desiderio, apresentadas pelas partes autoras, nas referidas atas de

SANTOS SEVERO - ME. audiências, possuem depoimentos uníssonos no que tange à

Sendo assim, reconheço que a empresa AL PARTICIPAÇÕES reunião em que foi publicizada à fusão das demandadas aos

LTDA pertence ao grupo econômico HANOVA, o qual restou empregados são uníssonas ("que no final de julho/2017 foram

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convocadas para uma reunião no hotel meridional no centro da grupo econômico, pela dicção da Consolidação das Leis do

cidade onde foi comunicada por Alencar Junior, Erica Pontes e Trabalho, importa na evidência da integração dos

Aline Severo, a fusão da Helga e Hanova, com promessas de empreendimentos, de forma a vincular, direta ou indiretamente, as

que tudo iria mudar com a chegada de novos produtos, mas na empresas.

pratica tudo continuou do mesmo jeito, pois continuou Este aspecto restou caracterizado nos autos, sendo certo que se

chegando produtos da marca própria da Helga (lavi) e da Helga, verificam elementos suficientes para que seja corroborada a

os quais tinham prioridade para serem vendidos" - depoimento conclusão da sentença recorrida.

de Maria Irlane Silva Santos Desiderio) e ("que houve uma Como bem destacado pela sentença, restou demonstrada nos autos

reunião num domingo de julho/2017 onde foi comunicada a a ampla divulgação realizada nas redes sociais, em julho de 2017,

fusão da Hanova com a Helga Cosmeticos onde foram acerca da fusão das empresas do Grupo Helga com aquelas do

apresentados os novos patrões como sendo: Aline Severo e Grupo Hanova. Eis os dizeres da publicação (V. ID 0d53e9e - Pág.

seu esposo Anderson ambos donos da Hanova; que a a partir 2): "Temos o orgulho de anunciar que começou um novo tempo. O

daí a prioridade era para vender os produtos da Hanova e Lavi" Grupo HNV detentor de várias marcas como a Hanova, em um

- depoimento de Francisca Edinusia Alves de Sousa)." processo de expansão e aquisições, realizou a fusão com o Grupo

A empresa recorrente manifesta no presente recurso ordinário o seu Helga Cosméticos. Tudo isso para que os nossos clientes possam

inconformismo, alegando, em síntese: "que a fusão e o grupo ter sempre à disposição o melhor atendimento, os melhores

econômico ostentam características diametralmente opostas"; "em produtos e a melhor experiência. Transformando para melhor, o seu

que pese tenha havido, nas redes sociais, um anúncio de fusão visual e a sua vida. #HelgaNovoTempo #Hanova #GrupoHNV

entre os conglomerados Helga e Hanova, por certo, tal #GrupoHelga #Beleza #Cabelos". Com a devida vênia da parte

reagrupamento não ocorreu, máxime porque a sucessão recorrente, este aspecto é relevante para a caracterização do grupo

empresarial somente é possível em face de pessoas jurídicas econômico sob investigação, demonstrando a plena possibilidade

regularmente constituídas, o que não é o caso dos grupos de que as marcas de cada um dos grupos estejam sob a

econômicos, os quais não possuem personalidade jurídica própria, coordenação de um único conglomerado, o que afasta a tese

mas tão somente exteriorizam a arregimentação de sociedades que recursal a respeito da estranheza de haver empresas concorrentes

possuam atuação integrante em face da comunhão de interesses"; no mesmo grupo econômico.

"que a sentença de origem, em nenhum momento, cuidou de Além disso, vigora no Direito do Trabalho o princípio da primazia da

demonstrar a integração de interesses entre as empresas, a realidade, de modo a ser imprescindível destacar a prevalência dos

atuação conjunta, tampouco a comunhão de interesses, mas fatos da relação de emprego sobre os aspectos formais. Dessa

apenas limitou-se a discorrer, de forma bastante confusa, sobre forma, ainda que não ultimada, ao menos formalmente, com as

"fusão", sendo esta manifestante inexistente no caso vertente"; "que devidas baixas das pessoas jurídicas, a fusão mencionada nas

os depoimentos coligidos aos autos sob a rubrica de prova redes sociais, não há se desconhecer que houve a junção das

emprestada fulminam a pretensão autoral, quer pelo viés da fusão, empresas, que passaram a atuar integradas a um único grupo.

seja sob a óptica de agrupamento empresarial." Igualmente, salvo melhor juízo, os depoimentos das testemunhas

Não se vê nas razões recursais, com a devida vênia da parte não afastam o reconhecimento do grupo econômico. Ao revés,

recorrente, fundamentos que infirmem convincentemente as confirmam a fusão entre as empresas. Destaca-se, a este respeito,

conclusões do juízo de primeiro grau, razão pela qual se há perfilhar o depoimento da primeira testemunha da parte reclamante, Sra.

com os motivos da decisão vergastada, ora endossados e Maria Irlane Silva Santos Desiderio, ouvida no processo nº 0000470

integrantes das presentes razões de decidir. -54.2018.5.07.0010 (Ata de audiência de ID 5cd9c24 - Pág. 4),

Consoante o § 2º do art. 2º da CLT, "sempre que uma ou mais trazido por empréstimo ao conjunto probatório pelas próprias

empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica reclamadas, revelador de "(...) que no final de julho/2017 foram

própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de convocadas para uma reunião no hotel meridional no centro da

outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua cidade onde foi comunicada por Alencar Junior, Erica Pontes e Aline

autonomia, integrem grupo econômico, serão responsáveis Severo, a fusão da Helga e Hanova, com promessas de que tudo

solidariamente pelas obrigações decorrentes da relação de iria mudar com a chegada de novos produtos, mas na pratica tudo

emprego". continuou do mesmo jeito, pois continuou chegando produtos da

Nesta esteira, o delineamento do que se convencionou chamar marca propria da Helga (lavi) e da Helga, os quais tinham prioridade

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para serem vendidos, e das outras marcas continuaram escassos". empresarial (abrangência subjetiva e nexo relacional) de que

Veja-se que a fusão foi comunicada aos empregados em reunião, fala a CLT (art. 2º, § 2º)" (Processo 00409002020085010025, TRT

constatação que reforça a ideia do grupo econômico, referindo-se a 1ª Região - 8ª Turma, Relatora Desembargadora Dalva Amélia de

depoente a tudo ter "continuado do mesmo jeito" ao modus Oliveira, Publicado em 30/06/2014)(destaquei).

operandi das vendas dos produtos e não à ausência de formação NEGA-SE PROVIMENTO.

de grupo. A testemunha em questão ainda revelou que as diversas CONCLUSÃO DO VOTO

marcas apresentavam seus produtos e realizavam treinamentos, Por unanimidade, conhecer do recurso ordinário para, rejeitar as

mas que com a Hanova o processo foi diferente, pois, além de ter preliminares suscitadas e, no mérito, por maioria, negar-lhe

sido comunicada a fusão, não houve interrupção do fornecimento de provimento.

mercadorias para serem vendidas nas lojas Helga, o que ocorreu DISPOSITIVO

com outros fornecedores em face das dívidas da empregadora ACORDAM OS INTEGRANTES DA 2.ª TURMA DO TRIBUNAL

originária. REGIONAL DO TRABALHO DA 7.ª REGIÃO, por unanimidade,

Não se olvida o depoimento da testemunha convidada pelas conhecer do recurso ordinário para, rejeitar as preliminares

reclamadas, Sr. Emanuel Rodrigues de Albuquerque, ouvida nos suscitadas e, no mérito, por maioria, negar-lhe provimento. Vencido

processos (461-92.2018.5.07.0010, 470-54.2018.5.07.0010 e 471- o Desembargador Relator, que dava provimento ao apelo, para

39.2018.5.07.0010) trazidos por empréstimo ao conjunto probatório, excluir da condenação a responsabilidade solidária da reclamada

cujas declarações transparecem a ideia de demonstrar ter havido HNV INDÚSTRIA E COSMÉTICOS LTDA. Redigirá o acórdão o

apenas uma relação comercial, mas não uma fusão, entre as Desembargador Cláudio Soares Pires, com a integração do voto

empresas do grupo Helga e do grupo Hanova. Contudo, diante dos vencido.

demais elementos probatórios dos autos, não há de prevalecer o Participaram do julgamento os Exmos. Srs. Desembargadores

quadro traçado pelo depoente, sendo de se destacar que ele próprio Francisco José Gomes da Silva (Presidente e Relator), Cláudio

admite não ter participado da reunião ocorrida em julho de 2017 (V. Soares Pires e Paulo Régis Machado Botelho. Presente ainda o(a)

ID's 5cd9c24 - Pág. 6 e 8eb6395 - Pág. 6), na qual fora anunciada a Exmo(a). Sr(a). membro do Ministério Público do Trabalho. Em gozo

fusão aos trabalhadores. de férias o Exmo. Sr. Desembargador Jefferson Quesado Junior.

Cumpre ressaltar, ainda, porquanto oportuno, que a estreita relação Fortaleza, 14 de outubro de 2019.

comercial entre as empresas dos grupos empresariais, consoante INTEGRA O PRESENTE ACÓRDÃO O VOTO VENCIDO DO EXMº

se denota pelas notas ficais de vendas de mercadorias anexadas DESEMBARGADOR FRANCISCO JOSÉ GOMES DA SILVA, in

aos autos, a meu sentir, não rechaça a formação de grupo verbis:

econômico, mas, em verdade, a reforça, evidenciando além da EMENTA: PROVA EMPRESTADA. PREVISÃO LEGAL.

complementaridade entre os objetos sociais das empresas CONTRADITÓRIO OBSERVADO. O novo CPC trouxe permissivo

contratantes, o interesse integrado, a comunhão de interesses e a expresso quanto à possibilidade de utilização da prova emprestada,

atuação conjunta das empresas dele integrantes. desde que observado o contraditório, conforme previsão no art. 372.

Destarte, o quadro encontrado no presente feito permite a Assim, havendo previsão legal para utilização da prova emprestada

conclusão de que a empresa ora recorrente integra grupo e, observando que no processo nº 0000471-51.2018.5.07.0006 as

econômico com as reclamadas do grupo Helga. Importa examinar a partes foram submetidas ao contraditório e, havendo identidade dos

presença de elementos objetivos capazes de demonstrar que as fatos probandos nos processos, rejeita-se a alegativa de

empresas estavam integradas no mesmo grupo. É o que se cerceamento de defesa. Preliminar rejeitada.

constatou à exaustão no presente feito. PETIÇÃO INICIAL. ART. 840, §1º DA CLT. O processo trabalhista

Por oportuno, colhe-se o seguinte precedente jurisprudencial: é regido pelo princípio da simplicidade das formas, consagrado no

"Grupo econômico. Relação inter-empresarial. O grupo econômico art. 840, § 1º, da CLT, segundo o qual basta uma breve exposição

para fins justrabalhistas não necessita se revestir das modalidades dos fatos para se considerar apta a exordial. Em decorrência do

jurídicas típicas do Direito Econômico ou Direito Comercial princípio da simplicidade, que norteia o processo trabalhista, o qual

(holdings, consórcios, pools etc.). Não se exige, sequer, a prova não sofreu alterações com a Lei nº 13.467, de 2017, verifica-se que

de sua formal institucionalização cartorial: pode-se acolher a a petição inicial atendeu integralmente os requisitos do art. 840, da

existência do grupo desde que surjam evidências probatórias CLT. Preliminar rejeitada.

de que estão presentes os elementos de integração inter- EXISTÊNCIA DE GRUPO ECONÔMICO. ART. 2º, DA CLT. ÔNUS

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 392
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DA PROVA. ART. 818, DA CLT C/C ART. 373, DO NCPC. Helga) como prova emprestada, os fundamento os lançados na

AUSÊNCIA DE PROVA. Não tendo a reclamante comprovado a sentença prolatada nos autos do processo nº 0000471-

existência do alegado grupo econômico Helga-Hanova, composto 51.2018.5.07.0006, de lavra da magistrada Taciana Orlovicin

de diversas empresas, reforma-se a sentença para afastar a Gonçalves Pita (ID. 984dd8d).

responsabilidade solidária pretendida pela autora. Nesse ponto, destaco, inicialmente, que o novo CPC trouxe

RECURSO CONHECIDO E DADO PROVIMENTO PARCIAL permissivo expresso quanto à possibilidade de utilização da prova

FUNDAMENTAÇÃO: emprestada, desde que observado o contraditório, conforme

ADMISSIBILIDADE previsão no art. 372, que assim dispõe:

Acolhe-se o presente recurso, uma vez que preenchidos os Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em

requisitos de admissibilidade. outro processo, atribuindo-lhe o valor que considerar adequado,

DO MÉRITO observado o contraditório".

PRELIMINARES Assim, havendo previsão legal para utilização da prova emprestada

DA NULIDADE DA SENTENÇA- DA UTILIZAÇÃO DA PROVA e, observando que no processo nº 0000471-51.2018.5.07.0006 as

EMPRESTADA - DO ALEGADO CERCEAMENTO DE DEFESA partes foram submetidas ao contraditório e, havendo identidade dos

Aduz a recorrente, preliminarmente, que houve cerceamento de seu fatos probandos nos processos, rejeita-se a alegativa de

direito de defesa, ao argumento de que o juízo, ao adotar cerceamento de defesa.

integralmente a motivação da sentença proferida na reclamatória Quanto a alegativa de que as reportadas transcrições dos

trabalhista 0000471-51.2018.5.07.0006, construiu o seu depoimentos carregam relatos fáticos que não integram as razões

entendimento, a partir das provas orais ali consignadas, mas que, da exordial, não merece acolhida, posto que a causa de pedir da

tais elementos probatórios não foram publicizadas à ora recorrente autora, no que se refere a responsabilidade solidária das acionadas,

no presente feito, com vistas à garantia do contraditório e da ampla trata justamente na alegada formação de grupo econômico entre as

defesa, verificando-se, pois, uma patente violação ao que dispõe o empresas, objeto da prova naqueles autos.

art. 312 do CPC/15. Os depoimentos constantes na prova emprestada utilizada pelo

Destaca, em seguida, que os aludidos depoimentos também não Juízo a quo dizem respeito aos fatos relacionados pela autora, no

integram o arcabouço das provas emprestadas acostada aos autos, que pertine a alegada formação de grupo econômico entre as

mediante convenção de ambas as partes; que o Juízo a quo utilizou acionadas GRUPO HELGA (DISTR IBUIDORA HELGA

como fundamento da procedência da pretensão autoral, da mera COSMETICOS LTDA - ME, HELGA COSMETICOS LTDA - ME,

cópia de uma transcrição parcial realizada no bojo de uma sentença HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ME, ORIGINAL

proferida em processo paradigma, a qual, por sua vez, utilizou, COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, MULTIPLA

naquele momento, o depoimento testemunhal na condição de prova COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - EPP, BELLA

emprestada, a qual, por certo, não integra o presente feito. COSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE COSMETICOS

Ressalta, igualmente, que as reportadas transcrições carregam LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, ERICA

relatos fáticos que não integram as razões da exordial, impondo PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS

reconhecer a total inovação da lide, em absoluta violação ao art. COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX

141 do CPC/15. COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX

Em razão do exposto, requer a nulidade da sentença e o retorno COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME e

dos autos para que haja um novo julgamento, desta feita, em ROBERTO NENDZA - ME) e GRUPO HANOVA - HNV (HANOVA

conformidade com o acervo fático-probatório do caso sub examine. INDUSTRIA E COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, AL

À análise. PARTICIPAÇÕES LTDA, ANDERSON LUID DOS SANTOS

Em audiência de instrução, as Reclamadas requereram a juntada SEVERO - ME e MULT DISTRIBUIDORA DE COSMETICOS

de provas emprestadas, relativo aos depoimentos testemunhais dos LTDA), assim como referem-se as mesmas demandadas, sendo

processos 461-92.2018.5.07.0010, 470-54.2018.5.07.0010 e 471- permitido sua valoração como se houvesse sido produzida

39.2018.5.07.0010 (ID. bae0442, ID. ed35241, ID. 5cd9c24, ID. diretamente nos autos examinados.

8eb6395). Nesse ponto, frise-se, não há vício em virtude de o Juízo ter

O Juízo, ao proferir a sentença, utilizou para o reconhecimento da utilizado a fundamentação da sentença, a qual considerou para

existência de Grupo Econômico entre as acionadas (Grupo Hanova- formação do convencimento da magistrada, depoimentos os quais

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 393
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foram respeitados o contraditório quando produzida em processos Requer o Recorrente, o reconhecimento da inépcia do pedido

judiciais, máxime,quando envolvendo a mesma empresa e quando relativo às parcelas de FGTS + 40%, e a extinção do pleito sem

os fatos guardam correlação com os da presente ação. resolução de mérito, à luz do que dispõe o art. 485, I, do CPC/15,

Nesse mesmo entendimento, colaciona-se a atual jurisprudência do sob o fundamento de que, a parte recorrida, em sua peça de

Tribunal Superior do Trabalho, in verbis: ingresso, inobstante tenha somente assentado as datas de ingresso

UTILIZAÇÃO DE PROVA EMPRESTADA. POSSIBILIDADE. e de dispensa, realizou o pedido correspondente às parcelas de

IDENTIDADE FÁTICA. MESMAS RECLAMADAS. FGTS, em conjunto com a indenização adicional de 40% sobre o

DESNECESSIDADE DE PRÉVIA CONCORDÂNCIA DA PARTE saldo fundiário.

CONTRÁRIA. AUSÊNCIA DE CERCEAMENTO DE DEFESA. Sem razão.

NULIDADE PROCESSUAL NÃO CONFIGURADA. Esta Corte O processo trabalhista é regido pelo princípio da simplicidade das

admite a utilização da prova emprestada, desde que haja a formas, consagrado no art. 840, § 1º, da CLT, segundo o qual basta

identidade dos fatos considerados no documento emprestado e no uma breve exposição dos fatos para se considerar apta a exordial.

caso em julgamento, assim como ocorrido nesta hipótese, em que o Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal.

Regional registrou que"a prova emprestada foi produzida em § 1º - Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do

processo judicial que envolvia as mesmas rés da presente ação, Presidente da Junta, ou do juiz de direito a quem for dirigida, a

tendo sido observadas as formalidades estabelecidas em lei para a qualificação do reclamante e do reclamado, uma breve exposição

sua produção, bem como o princípio do contraditório. Segundo, dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, a data e a assinatura

porque os fatos a serem comprovados guardam correlação com os do reclamante ou de seu representante.

da presente ação. Terceiro, porque a referida prova emprestada foi § 1o Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do

valorada pelo Juízo segundo o princípio do livre convencimento juízo, a qualificação das partes, a breve exposição dos fatos de que

motivado, em conjunto com as demais provas dos autos". resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser certo, determinado e

Importante salientar também que a utilização de prova emprestada com indicação de seu valor, a data e a assinatura do reclamante ou

não está condicionada à prévia anuência e concordância das de seu representante. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

partes. Assim, a mera alegação da reclamada de que não § 2º - Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em 2 (duas)

concordou com a utilização de prova emprestada não é suficiente vias datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no

para inviabilizar a sua utilização nestes autos. Precedentes. que couber, o disposto no parágrafo anterior.

Recurso de revista não conhecido" (TST, ARR - 3600- § 2o Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em duas vias

29.2010.5.12.0031 Data de Julgamento: 15/02/2017, Relator datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no que

Ministro: José Roberto Freire Pimenta, 2ª Turma, Data de couber, o disposto no § 1o deste artigo. (Redação dada pela Lei nº

Publicação: DEJT 17/02/2017). 13.467, de 2017)

"B) RECURSO DE REVISTA. 1. NULIDADE DA SENTENÇA. § 3o Os pedidos que não atendam ao disposto no § 1o deste artigo

CERCEAMENTO DE DEFESA. UTILIZAÇÃO DE PROVA serão julgados extintos sem resolução do mérito. (Incluído pela Lei

EMPRESTADA SEM ANUÊNCIA. O Regional entendeu que a nº 13.467, de 2017)

utilização de prova emprestada consubstanciada em certidão de Como se observa, a Lei n. 13.467/17 fez referência expressa aos

averiguação produzida em outros autos, no qual a reclamada figura requisitos da petição inicial trabalhista, dispondo no § 1º do art. 840

como parte, não configura cerceamento de defesa, ante a da CLT que o pedido deva "ser certo, determinado e com indicação

semelhança fática existente entre os processos, assim como da de seu valor".

observância do contraditório e da ampla defesa. Com efeito, esta No caso, em relação ao pedido de pagamento do FGTS e multa

Corte tem se posicionado no sentido de ser possível a utilização da rescisória, o reclamante fez pedido certo, determinado e com

prova emprestada, não sendo imprescindível a anuência da parte indicação do valores pois da sua causa de pedir, entende-se

adversa. Recurso de revista não conhecido" (TST, RR - 940- logicamente que o autor fora demitido sem justa causa e sem

27.2013.5.18.0181 Data de Julgamento: 09/11/2016, Relatora recebimento de suas verbas rescisórias, fato este, incontroverso

Ministra: Dora Maria da Costa, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT nos autos.

11/11/2016). Na narrativa dos fatos, o acionante afirmou que ingressou na

Preliminar rejeitada. reclamada no dia 01/08/2010, para exercer a função de gerente,

INÉPCIA DA INICIAL sendo demitida sem justa causa em 29/03/2018; que o último

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 394
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salário percebido foi de R$ 3.200,00 (três mil e duzentos reais); que empresarial somente é possível em face de pessoas jurídicas

quando de sua demissão não recebeu qualquer valor, assim como regularmente constituídas, o que não é o caso dos grupos

não fora liberado Seguro Desemprego e FGTS, motivo pelo qual econômicos, os quais não possuem personalidade jurídica própria,

pleiteia a liberação dos mesmos em sede de tutela antecipada; que mas tão somente exteriorizam a arregimentação de sociedades que

o FGTS se encontra depositado apenas de forma parcial, apenas o possuam atuação integrante em face da comunhão de interesses, o

valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais). que, também, não retrata o caso dos autos.

Em seguida, requereu que, Tendo em vista os argumentos jurídicos Esclarece, adiante, que há uma mera relação comercial, havendo

apresentados, ajuíza-se a presente Reclamação Trabalhista no total independência entre as empresas do GRUPO HANOVA em

intuito de serem satisfeitos todos os direitos da reclamante, quais relação às componentes do GRUPO HELGA, sendo a recorrente,

sejam: Saldo Salário, Aviso Prévio de 51 dias, 13º salário e férias mera fornecedora de produtos para o conglomerado empresarial

sobre aviso prévio, FGTS sobre rescisão, 13º salário proporcional HELGA, sem haver contudo, qualquer integração de interesses

3/12 de 2018, férias simples 2016/2017 e proporcionais 2017/2018 entre as empresas ou atuação conjunta.

todas acrescidas do terço constitucional, FGTS e multa de 40%. À análise.

Em relação ao rol dos pedidos, o autor requereu a condenação da A lei nº 13.467, de 13 de julho de 2017 que alterou a Consolidação

reclamada ao pagamento das verbas rescisórias, incluindo FGTS E das Leis do Trabalho (CLT) trouxe novos parâmetros para

MULTA DE 40% DO FGTS. responsabilização de empresas terceiras.

Em decorrência do princípio da simplicidade, que norteia o processo A nova redação alterou o parágrafo 2º e acrescentou o parágrafo 3º

trabalhista, o qual não sofreu alterações com a Lei nº 13.467, de a este artigo, conforme transcrição seguinte:

2017, a petição inicial ora em análise preencheu os requisitos do Art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva,

art. 840 , da CLT, a qual, frise-se, não dificultou a defesa das que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria

acionadas. e dirige a prestação pessoal de serviço.

Rejeita-se. § 1º - Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da

DO MÉRITO relação de emprego, os profissionais liberais, as instituições de

FORMAÇÃO DE GRUPO ECONÔMICO. beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem

Na peça de ingresso, requer o reclamante que seja caracterizada a fins lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados.

condição da segunda (VRX COMÉRCIO COSMÉTICOS E § 2º Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada

BIJUTERIAS LTDA) e terceira reclamada (HANOVA uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a

COSMÉTICOS), de responsáveis solidárias pelos encargos direção, controle ou administração de outra, ou ainda quando,

trabalhistas da primeira reclamada, HELGA COSMÉTICOS, em mesmo guardando cada uma sua autonomia, integrem grupo

função da existência de grupo econômico. econômico, serão responsáveis solidariamente pelas

Afirma que a primeira, segunda e terceira reclamadas foram obrigações decorrentes da relação de emprego.

criadas, são dirigidas e controladas pelo pela Sra. Erica Pontes de § 3º Não caracteriza grupo econômico a mera identidade de

Meneses, que não aparece no contrato social da terceira sócios, sendo necessárias, para a configuração do grupo, a

reclamada, HANOVA COSMÉTICOS, pois utilizou terceiro como demonstração do interesse integrado, a efetiva comunhão de

laranja. interesses e a atuação conjunta das empresas dele integrantes.

Ressalta, que os objetos sociais das empresas são (destaquei)

complementares, visto todas possuírem o mesmo objeto social e A nova redação do art. 2º, além de manter a hipótese do grupo

finalidade, sendo patente a formação de grupo econômico entre econômico hierarquizado ou sob subordinação, introduz,

elas. expressamente, o outro modelo de grupo econômico, vertical, ou

No mérito, defende a recorrente, em síntese, a inexistência de fusão sob coordenação, trazendo para o texto legal, o entendimento dos

e formação de grupo econômico com o GRUPO HELGA, sendo Tribunais Regionais do Trabalho e do TST quanto a configuração de

indevida a sua responsabilidade solidária pelos créditos deferidos grupo econômico.

ao autor na presente reclamação trabalhista. Com relação a este modelo de grupo econômico coordenado, a

Argumenta que, em que pese tenha havido, nas redes sociais, um Desembargadora Dra. Vólia Bomfim Cassar, do TRT da 1ª Região,

anúncio de fusão entre os conglomerados Helga e Hanova, por em seu livro Direito do Trabalho, afirma que:

certo, tal reagrupamento não ocorreu, máxime porque a sucessão Os grupos econômicos por coordenação se apresentam quando

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 395
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

houver reunião de interesses para execução de determinado Na audiência de instrução, as reclamadas requerem a juntada de

empreendimento, tendo ou não o mesmo controle ou administração provas emprestadas (processos nºs. 461-92.2018.5.07.0010, 470-

comum. Logo, os grupos por coordenação podem ter relação de 54.2018.5.07.0010 e 471-39.2018.5.07.0010, tendo a autora

controle entre si, numa linha horizontal e não vertical. Isto é, não concordado com a juntada dos referidos depoimentos.

haverá, no grupo horizontal, uma empresa controladora e outra(s) No termo de audiência relativo ao processo nº. 0000461-

controlada(s), uma líder (holding) e outras lideradas. Todas são 92.2018.5.07.0010, a testemunha da reclamante afirmou que:

interligadas entre si e, apesar de autônomas e independentes, estão Primeira testemunha arrolada pela parte Reclamante Sr(a).

interligadas pela ingerência, administração comum, como se Francisca Edinusia Alves de Sousa: " (...)"que trabalhou na

subordinadas umas às outras administrativamente. Por trás desta reclamada Helga Cosméticos de 01/06/2006 a 23/02/2018 na

administração comum pode estar um sócio ou alguns sócios ou função de vendedora; que o reclamante, depoente e todos os

pessoa física no controle.(CASSAR, 2017,p.429). funcionários foram demitidos sem pagamento de verbas rescisórias

Logo, o aproveitamento dos serviços prestados pelo trabalhador por e nem do salário do último mês; que depoente trabalhou até

sociedades empresárias que mantenham relação de coordenação 23/fevereiro/2018, não sabendo o ultimo dia labutado pelo

entre si, formando o grupo econômico trabalhista, serão todas, por reclamante; que recebia ordem direta dos gerentes Luxeles,

consequência, responsabilizadas pela contraprestação devida ao Rosângela, Francisca Cirlane, os quais eram gerentes da loja

obreiro, atraindo a incidência do § 2º do artigo 2º da CLT do shopping Central da Helga Nendza Sales .". ÀS PERGUNTAS

(coordenação interempresarial). DO(A) PATRONO(A) DO(A) PARTE RECLAMANTE RESPONDEU:

Estabeleceu, igualmente, que "não caracteriza grupo econômico a "que houve uma reunião num domingo de julho/2017 onde foi

mera identidade de sócios. Assim, o patrimônio de empresas que comunicada a fusão da Hanova com a Helga Cosmeticos onde

têm sócios comuns, porém com atuam em setores diversos, estarão foram apresentados os novos patrões como sendo: Aline

resguardadas. Severo e seu esposo Anderson ambos donos da Hanova; que a

Portanto, a análise da existência ou não da formação de um grupo a partir daí a prioridade era para vender os produtos da Hanova

econômico, deve-se observar o princípio da primazia da realidade, e Lavi, mesmo tendo outras marcas, mas a Hanova e Lavi

para que cada caso seja analisado com suas peculiaridades, sendo deveriam estar em primeiro lugar nas vendas; que antes da

ônus do autor a prova de suas alegações ( art. 818, da CLT c/c art. reunião já vendiam todo tipo de produto e de varias marcas,

373, do NCPC). inclusive dos ora citados; que os proprietários da Helga e Hanova

No caso em análise, o autor fundamenta sua pretensão com base estavam presentes na reunião, sendo Erica PontesMenezes e

em notícias veiculadas nas redes sociais de possível fusão entre os Alencar Junior proprietários da Helga.". ÀS PERGUNTAS DO DO(A)

grupos Helga Cosméticos e HNV, assim como colaciona fotos em PATRONO(A) DO(A) PARTE RECLAMADA RESPONDEU: "que

que retrata parcerias entre as duas empresas, ID. 0d53e9e, sem, depois da reunião depoente continuou trabalhando na mesma

contudo, apresentar qualquer prova que indique ter realmente loja e o reclamante também, mas ambos trabalhavam em lojas

ocorrido a "FUSÃO" das empresas, ou qualquer relação de diferentes; que na reunião estavam os vendedores e gerentes;

coordenação entre elas. que a faixada das lojas continuaram iguais; que não houve

Ao revés, a acionada Hanova Indústria e Comércio de Cosméticos mudança da chefia após a reunião, mas a sua chefe Luxeles

Ltda colacionou aos autos documentos que demonstram a relação teve um problema de saúde e foi transferida para loja de

de vendas de mercadorias para as empresas integrantes do grupo Messejana, tendo ficado como gerente Rosangela; que Luxeles

Helga (CRX COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA e Rosangela eram gerentes da Helga; (...)." ( grifos nosso)

ME, ALENCARINE COSMETICOS COMERCIO VAREJISTA E Conforme se extrai do depoimento supra, não se trata o caso de "

TREINAMENTO EIREL, HELGA MEDZA SALES & CIA LTDA -ME, fusão" entre as empresas, tanto que a partir da reunião ocorrida em

ORIGINAL COMERCIO DE COSMETICOS LTDA ME, VRX julho de 2017, nada foi alterado na estrutura organizacional da

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA ME, JOSE empresa, assim como layout das lojas, tratando-se, na verdade, de

ALENCAR SALES JUNIOR- ME, ORIGINAL COMERCIO DE um marketing e ações para incremento das vendas, através da

COSMETICOS LTDA- ME, tais como notas fiscais de vendas de fornecedora dos produtos, empresa HANOVA INDUSTRIA E

mercadorias, termo de confissão de dívida e e-mails em que se COMERCIO DE COSMETICOS LTDA, fato este, confirmado pelos

evidencia a parceria comercial entre as empresas ( venda de depoimentos de reclamantes e testemunhas dos processos

mercadorias), ID. de4b07e, ID. 4c4a838. utilizados como provas emprestadas nos autos, vejamos:

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 396
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Convocada a primeira testemunha arrolada pelas Reclamadas Hanova com a Helga, no que a prioridade passou a ser para vender

HANOVA INDUSTRIA E COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - produtos da Hanova e Lavi, mas ainda assim, a Helga continuou a

ME, AL PARTICIPACOES LTDA, ANDERSON LUID DOS vender produtos de outras marcas que já tinham estoque nas

SANTOS SEVERO - ME e MULT DISTRIBUIDORA DE lojas, e também continuou comprando produtos de outras

COSMETICOS LTDA, Sr(a). Emanuel Rodrigues de Albuquerque marcas para vender nas suas lojas; que as fachadas das lojas

(...): "que trabalha na Hanova desde março/2016 como gerente da Helga continuaram com o mesmo nome, após a fusão, e as

administrativo financeiro; ." ÀS PERGUNTAS DO(A) PATRONO(A) notas fiscais das vendas eram com o nome da Helga; que a

DO(A) PARTE RECLAMADA RESPONDEU: "que na metade do fusão da Helga e Hanova foi para o crescimento da Helga, mas

segundo semestre de 2017 houve uma reunião da Helga com a o dia a dia de trabalho continuou o mesmo de antes, porém

Hanova para uma parceria de fornecimento de produtos, pois a com a informação de que deveriam vender mais os produtos da

Hanova é uma industria; que o fornecimento dos produtos continuou Helga. ( grifos nosso)

da mesma forma, pois a Helga permaneceu como uma cliente Primeira testemunha arrolada pela parte Reclamante Sr(a).

norma; que a parceria teve o objetivo de aumentar o volume de Maria Irlane Silva Santos Desiderio: " (...) que no final de

vendas nas lojas e de fato aumentou, mas só no primeiro mês, julho/2017 foram convocadas para uma reunião no hotel meridional

pois logo em seguida a Helga entrou novamente em dificuldades no centro da cidade onde foi comunicada por Alencar Junior, Erica

financeiras e não conseguiu pagar os produtos que comprava, pois Pontes e Aline Severo, a fusão da Helga e Hanova, com promessas

a divida já estava muito alta, de modo que a Helga não conseguia de que tudo iria mudar com a chegada de novos produtos, mas na

pagar nada na sua totalidade; que é uma prática comum serem pratica tudo continuou do mesmo jeito, pois continuou

feitas ações com as distribuidoras para estimular as vendas, e chegando produtos da marca propria da Helga (lavi) e da Helga,

os proprietários da Hanova comparecem pelo fato de que o os quais tinham prioridade para serem vendidos, e das outras

distribuidor Helga ser de grande porte, como também de outros marcas continuaram escassos; que sempre recebeu ordens

distribuidores; que na época da parceria a Helga já estava em das mesmas pessoas (Erica e Alencar), os quais pagavam o

débito com a Hanova; que a Hanova não colocou pessoas na salário da depoente; que todas as lojas da Helga fecharam; .".

lojas da Helga, muito menos assumiu o comando dessa; que a (...).( grifos nosso)

continuou a vendendo normalmente para as outras lojas, como No termo de audiência relativo ao processo nº. 0000471-

Cosbel, Anavi, Iap e outras; que não houve a fusão da Hanova com 39.2018.5.07.0010 a reclamante afirmou que:

a Helga; que havia procedimento de cobrança normal das vendas DEPOIMENTO PESSOAL DO RECLAMANTE MARIA CLEOMAR

dos produtos Hanova;." ÀS PERGUNTAS DO DO(A) PATRONO(A) FERREIRA DE SOUSA ALMEIDA: " (...) que depoente era gerente

DO(A) PARTE RECLAMANTE RESPONDEU: "que a reunião tem da loja Helga situada na Rua Floriano Peixoto 577, e trabalhou de

um caráter de marketing e não para apresentar fusão; que não 01/03/2003 até 14/04/2018: " (...)que as fachadas das lojas da

houve comunicação formal da fusão entre a Hanova e Helga, mas Helga continuaram com o mesmo nome, após a fusão, e as notas

depoente soube que foi feita uma postagem no instagram da fiscais das vendas eram com o nome da Helga; que a fusão da

Helga onde foi usado o termo fusão com a Hanova; que quanto Helga e Hanova foi para o crescimento da Helga, mas o dia a dia de

ao doc. de fl. 8 se tratam das pessoas de Anderson (proprietário da trabalho continuou o mesmo de antes, porém com a informação de

Hanova) e Junior (proprietária da Helga) e o doc. de fl. 9 tratam das que deveriam vender mais os produtos da Hanova; (...)."

pessoas Aline (proprietária da Hanova) e Erica (proprietária da Havendo fusão ou incorporação de empresas, há a alteração na

Helga); (...)."( grifos nosso) estrutura jurídica da empresa, o que in casu, não há provas nos

No termo de audiência relativo ao processo nº. 0000470- autos, não sendo suficiente a propaganda disseminada em reunião

54.2018.5.07.0010, o reclamante afirmou que : de empregados e redes sociais.

O DEPOIMENTO PESSOAL DO RECLAMANTE: '" que depoente O que extrai dos depoimentos, é que a ideia inicial de postar nas

era subgerente, que atuava em várias lojas da Helga e trabalhou até redes sociais de que haveria a fusão das empresas, trata-se, tão

07/04/2018 porque as lojas fecharam, tendo a sra. Erica Pontes somente, de marketing para alavancar as vendas da empresa

(dona da Helga, esposa de Alencar Junior) comunicado a dispensa Helga, a qual, na época, já se encontrava com dificuldades

os quais eram chefes do depoente; (...) ; que a Helga vendia financeiras.

produtos de marca própria (Lavi), mas também da Hanova, Fatore, Diante do exposto, considerando que a autora não se desincumbiu

Corpo Dourado e outros; que em julho/2017 houve a fusão da de seu ônus probatório, reforma-se a sentença para excluir a

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 397
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

RAFFAEL DUTRA LIMA ADVOGADO(OAB: 29332/CE)


responsabilidade solidária da reclamada HNV INDÚSTRIA E RIBEIRO
RECORRENTE ERICA PONTES DE MENESES
COSMÉTICOS LTDA.
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS MENDES
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
Uma vez excluída a responsabilidade solidária da ora recorrente, o
RECORRENTE HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA
presente apelo, no ponto, segue a sorte do principal. - ME
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
CONCLUSÃO DO VOTO VENCIDO: MENDES
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRENTE ORIGINAL COMERCIO DE
Isto posto, voto pelo conhecimento do recurso ordinário para, COSMETICOS LTDA - ME
rejeitar as preliminares suscitadas e, no mérito, dar-lhe provimento ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES
para excluir a responsabilidade solidária da reclamada HNV LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
INDÚSTRIA E COSMÉTICOS LTDA." RECORRIDO ANDERSON LUID DOS SANTOS
SEVERO - ME
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE)
SOUSA ARAGÃO
CLAUDIO SOARES PIRES
RECORRIDO AL PARTICIPACOES LTDA
Desembargador Redator Designado EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE)
SOUSA ARAGÃO
RECORRIDO MULT DISTRIBUIDORA DE
FORTALEZA/CE, 28 de fevereiro de 2020. COSMETICOS LTDA
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE)
SOUSA ARAGÃO
MARIA DO SOCORRO RODRIGUES GONCALVES RECORRIDO ROBERTO NENDZA - ME
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
Diretor de Secretaria
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES
Processo Nº ROT-0000419-19.2018.5.07.0018 RECORRIDO HNV INDUSTRIA E COMERCIO DE
Relator CLAUDIO SOARES PIRES COSMETICOS LTDA - ME
RECORRENTE BRC - BRAZIL COSMETICS LTDA EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE)
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) SOUSA ARAGÃO
MENDES RECORRIDO BRC - BRAZIL COSMETICS LTDA
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRENTE MULT DISTRIBUIDORA DE ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
COSMETICOS LTDA MENDES
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE) RECORRIDO MULTIPLA COMERCIO DE
SOUSA ARAGÃO COSMETICOS LTDA - EPP
RECORRENTE JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES MENDES
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) RECORRIDO BELLA COSMETICOS LTDA - EPP
RECORRENTE ROBERTO NENDZA - ME LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES MENDES
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) RECORRIDO HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA
RECORRENTE CRX COMERCIO DE COSMETICOS E - ME
BIJUTERIAS LTDA - ME LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES MENDES
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) RECORRIDO LUCHELYS DE ALENCAR MARTINS
RECORRENTE AL PARTICIPACOES LTDA RAFFAEL DUTRA LIMA ADVOGADO(OAB: 29332/CE)
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE) RIBEIRO
SOUSA ARAGÃO EDUARDO FONTENELE ADVOGADO(OAB: 19970/CE)
RECORRENTE HNV INDUSTRIA E COMERCIO DE MOTA
COSMETICOS LTDA - ME RECORRIDO ORIGINAL COMERCIO DE
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE) COSMETICOS LTDA - ME
SOUSA ARAGÃO LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRENTE ALENCARINE COSMETICOS ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
COMERCIO VAREJISTA E MENDES
TREINAMENTOS EIRELI
RECORRIDO ALENCARINE COSMETICOS
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) COMERCIO VAREJISTA E
MENDES TREINAMENTOS EIRELI
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRENTE LUCHELYS DE ALENCAR MARTINS ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
EDUARDO FONTENELE ADVOGADO(OAB: 19970/CE) MENDES
MOTA RECORRIDO CRX COMERCIO DE COSMETICOS E
BIJUTERIAS LTDA - ME

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 398
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)


COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME, ROBERTO NENDZA -
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES ME, CRX COMERCIO DE COSMÉTICOS E BIJUTERIAS LTDA -
RECORRIDO J R COMERCIO DE COSMETICOS
LTDA - ME ME, ALENCARINE COSMÉTICOS COMERCIO VAREJISTA E
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) TREINAMENTOS EIRELI, ERICA PONTES DE MENESES, J R
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME, BELLA COSMÉTICOS
RECORRIDO ERICA PONTES DE MENESES LTDA - EPP, MULTIPLA COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA -
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
EPP, ORIGINAL COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME,
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ME, HELGA
RECORRIDO JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME
COSMÉTICOS LTDA - ME, DISTRIBUIDORA HELGA
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) COSMÉTICOS LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR -
MENDES
ME
RECORRIDO DISTRIBUIDORA HELGA
COSMETICOS LTDA - ME RELATOR: FRANCISCO JOSÉ GOMES DA SILVA
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
REDATOR DESIGNADO: CLAUDIO SOARES PIRES
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES
RECORRIDO HELGA COSMETICOS LTDA - ME
EMENTA
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) RECURSO ORDINÁRIO. GRUPO ECONÔMICO.
MENDES
CONFIGURAÇÃO. Confirma-se a sentença de origem que
RECORRIDO VRX COMERCIO DE COSMETICOS E
BIJUTERIAS LTDA - ME reconheceu a formação de grupo econômico entre as empresas
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES demandadas, quando se constata que além da complementaridade
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) entre os objetos sociais destas, há o interesse integrado, a
TERCEIRO JOSE ALENCAR SALES JUNIOR
INTERESSADO comunhão de interesses e a atuação conjunta das empresas dele
TERCEIRO ERICA PONTES DE MENESES integrantes. Recurso conhecido e improvido.
INTERESSADO
RELATÓRIO
Intimado(s)/Citado(s):
Designado para redigir o acórdão, peço vênia para adotar o relatório
- MULT DISTRIBUIDORA DE COSMETICOS LTDA
da lavra do Excelentíssimo Desembargador Relator Francisco José

Gomes da Silva, a seguir:

"Trata-se de recurso ordinário ajuizado pela reclamada HNV


PODER JUDICIÁRIO INDUSTRIA E COSMÉTICOS LTDA interposto em face da decisão
JUSTIÇA DO TRABALHO do Juízo da 18ª Vara do Trabalho de Fortaleza (ID. 984dd8d), que

JULGOU a reclamatória PROCEDENTE EM PARTE, para

condenar, SOLIDARIAMENTE, as reclamadas DISTRIBUIDORA


PROCESSO nº 0000419-19.2018.5.07.0018 (RO)
HELGA COSMÉTICOS LTDA - ME; HELGA COSMÉTICOS LTDA
RECORRENTE: JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, HELGA
- ME; HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ME; ORIGINAL
NENDZA SALES & CIA LTDA - ME, ORIGINAL COMERCIO DE
COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME; MULTIPLA
COSMÉTICOS LTDA - ME, ERICA PONTES DE MENESES,
COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - EPP; BELLA
ALENCARINE COSMÉTICOS COMERCIO VAREJISTA E
COSMÉTICOS LTDA - EPP; J R COMERCIO DE COSMÉTICOS
TREINAMENTOS EIRELI, CRX COMERCIO DE COSMÉTICOS E
LTDA - ME; JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME; ERICA
BIJUTERIAS LTDA - ME, ROBERTO NENDZA - ME, HNV
PONTES DE MENESES; ALENCARINE COSMÉTICOS
INDÚSTRIA E COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME, AL
COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS; CRX COMERCIO
PARTICIPACOES LTDA, MULT DISTRIBUIDORA DE
DE COSMÉTICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME; VRX COMERCIO
COSMÉTICOS LTDA, BRC - BRAZIL COSMETICS LTDA,
DE COSMÉTICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME; ROBERTO
LUCHELYS DE ALENCAR MARTINS
NENDZA - ME; HANOVA INDUSTRIA E COMERCIO DE
RECORRIDO: LUCHELYS DE ALENCAR MARTINS, VRX
COSMÉTICOS LTDA - ME; AL PARTICIPACOES LTDA;
COMERCIO DE COSMÉTICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME,
ANDERSON LUID DOS SANTOS SEVERO - ME; MULT
ANDERSON LUID DOS SANTOS SEVERO - ME, BRC - BRAZIL
DISTRIBUIDORA DE COSMÉTICOS LTDA; BRC - BRAZIL
COSMÉTICOS LTDA, MULT DISTRIBUIDORA DE COSMÉTICOS
COSMETICS LTDA a pagar à reclamante LUCHELYS DE
LTDA, AL PARTICIPACOES LTDA, HNV INDÚSTRIA E

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 399
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

ALENCAR MARTINS as seguintes parcelas: a.Saldo de salário (29 No mérito, defende a recorrente, em síntese, a inexistência de

dias); b. Aviso prévio (51 dias); com reflexos no 13º salário e férias; fusão e formação de grupo econômico com o GRUPO HELGA,

c. Férias simples 2016/2017 e proporcionais (8/12 avos), acrescidas sendo indevida a sua responsabilidade solidária pelos créditos

de 1/3 constitucional; d. 13º salário proporcional 2018 (3/12 avos); e. deferidos ao autor na presente reclamação trabalhista.

FGTS + 40%; f. Multa do art. 467 da CLT, incidente sobre os valores Argumenta, em que pese tenha havido, nas redes sociais, um

e parcelas rescisórias constantes no TRCT (ID. 7ad3499), bem anúncio de fusão entre os conglomerados Helga e Hanova, por

como sobre o FGTS não depositado e multa de 40% sobre todos os certo, tal reagrupamento não ocorreu, máxime porque a sucessão

valores devidos a título de FGTS ao longo da contratualidade; g. empresarial somente é possível em face de pessoas jurídicas

Multa do art. 477,§8º da CLT; h. Honorários advocatícios. regularmente constituídas, o que não é o caso dos grupos

A sentença fora complementada pelos aclaratórios de ID. 7081a1b, econômicos, os quais não possuem personalidade jurídica própria,

com o fito de sanear a sentença embargada, determinando a mas tão somente exteriorizam a arregimentação de sociedades que

compensação do valor de R$ 10.710,34, vez que a quantia foi possuam atuação integrante em face da comunhão de interesses, o

recebida pela parte embargada, conforme comprovante de que, também, não retrata o caso dos autos.

transferência bancária de ID. 619A9a4. Esclarece, adiante, que há uma mera relação comercial, havendo

Aduz a recorrente, preliminarmente, que houve cerceamento de total independência entre as empresas do GRUPO HANOVA em

seu direito de defesa, ao argumento de que o juízo, ao adotar relação às componentes do GRUPO HELGA, sendo a recorrente,

integralmente a motivação da sentença proferido na reclamatória mera fornecedora de produtos para o conglomerado empresarial

trabalhista 0000471-51.2018.5.07.0006, construiu o seu HELGA, sem haver contudo, qualquer integração de interesses

entendimento, por consequência, a partir das provas orais ali entre as empresas ou atuação conjunta.

consignadas, mas que, tais elementos probatórios não foram Por fim, requer a reforma da decisão de modo a afastar a

publicizadas à ora recorrente no presente feito, com vistas à inconstitucionalidade declarada de forma incidental do art. 791-A,

garantia do contraditório e da ampla defesa, verificando-se, pois, §4º, da CLT, haja vista inexistir afronta à Carga Magna, mormente

uma patente violação ao que dispõe o art. 312 do CPC/15. porque, nos ditames do art. 133 da Lei Maior, o advogado é

Destaca, em seguida, que os aludidos depoimentos também não indispensável à administração da justiça, e, caso esta Colenda

integram o arcabouço das provas emprestadas acostada aos autos, Turma entenda de modo diverso, que seja observada o art. 97 da

mediante convenção de ambas as partes; que o Juízo a quo utilizou CRFB/1988, o qual prevê a cláusula de reserva de plenário para a

como fundamento da procedência da pretensão autoral, da mera manutenção da declaração de inconstitucionalidade.

cópia de uma transcrição parcial realizada no bojo de uma sentença Após devidamente notificada, a recorrida apresentou suas

proferida em processo paradigma, a qual, por sua vez, utilizou, contrarrazões, conforme documento de ID. 15ffc62.

naquele momento, o depoimento testemunhal na condição de prova A matéria versada no presente recurso dispensa a obrigatoriedade

emprestada, a qual, por certo, não integra o presente feito. de parecer prévio da douta PRT (art. 109, do Regimento Interno)"

Ressalta, igualmente, que as reportadas transcrições carregam FUNDAMENTAÇÃO

relatos fáticos que não integram as razões da exordial, impondo ADMISSIBILIDADE

reconhecer a total inovação da lide, em absoluta violação ao art. Acolhe-se o presente recurso, uma vez que preenchidos os

141 do CPC/15. requisitos de admissibilidade.

Em razão do exposto, requer a nulidade da sentença e o retorno PRELIMINARES

dos autos para que haja um novo julgamento, desta feita, em Peço vênia para adotar os fundamentos do voto do Excelentíssimo

conformidade com o acervo fático-probatório do caso sub examine. Desembargador Relator Francisco José Gomes da Silva, quanto à

Adiante, requer o reconhecimento da inépcia do pedido relativo às apreciação das preliminares, nos seguintes termos:

parcelas de FGTS + 40%, a extinção do pleito sem resolução de "DA NULIDADE DA SENTENÇA- DA UTILIZAÇÃO DA PROVA

mérito, à luz do que dispõe o art. 485, I, do CPC/15, sob o EMPRESTADA - DO ALEGADO CERCEAMENTO DE DEFESA

fundamento de que, a parte recorrida, em sua peça de ingresso, Aduz a recorrente, preliminarmente, que houve cerceamento de seu

inobstante tenha somente assentado as datas de ingresso e de direito de defesa, ao argumento de que o juízo, ao adotar

dispensa, realizou o pedido correspondente às parcelas de FGTS integralmente a motivação da sentença proferida na reclamatória

em conjunto com a indenização adicional de 40% sobre o saldo trabalhista 0000471-51.2018.5.07.0006, construiu o seu

fundiário. entendimento, a partir das provas orais ali consignadas, mas que,

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tais elementos probatórios não foram publicizadas à ora recorrente autora, no que se refere a responsabilidade solidária das acionadas,

no presente feito, com vistas à garantia do contraditório e da ampla trata justamente na alegada formação de grupo econômico entre as

defesa, verificando-se, pois, uma patente violação ao que dispõe o empresas, objeto da prova naqueles autos.

art. 312 do CPC/15. Os depoimentos constantes na prova emprestada utilizada pelo

Destaca, em seguida, que os aludidos depoimentos também não Juízo a quo dizem respeito aos fatos relacionados pela autora, no

integram o arcabouço das provas emprestadas acostada aos autos, que pertine a alegada formação de grupo econômico entre as

mediante convenção de ambas as partes; que o Juízo a quo utilizou acionadas GRUPO HELGA (DISTR IBUIDORA HELGA

como fundamento da procedência da pretensão autoral, da mera COSMETICOS LTDA - ME, HELGA COSMETICOS LTDA - ME,

cópia de uma transcrição parcial realizada no bojo de uma sentença HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ME, ORIGINAL

proferida em processo paradigma, a qual, por sua vez, utilizou, COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, MULTIPLA

naquele momento, o depoimento testemunhal na condição de prova COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - EPP, BELLA

emprestada, a qual, por certo, não integra o presente feito. COSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE COSMETICOS

Ressalta, igualmente, que as reportadas transcrições carregam LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, ERICA

relatos fáticos que não integram as razões da exordial, impondo PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS

reconhecer a total inovação da lide, em absoluta violação ao art. COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX

141 do CPC/15. COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX

Em razão do exposto, requer a nulidade da sentença e o retorno COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME e

dos autos para que haja um novo julgamento, desta feita, em ROBERTO NENDZA - ME) e GRUPO HANOVA - HNV (HANOVA

conformidade com o acervo fático-probatório do caso sub examine. INDUSTRIA E COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, AL

À análise. PARTICIPAÇÕES LTDA, ANDERSON LUID DOS SANTOS

Em audiência de instrução, as Reclamadas requereram a juntada SEVERO - ME e MULT DISTRIBUIDORA DE COSMETICOS

de provas emprestadas, relativo aos depoimentos testemunhais dos LTDA), assim como referem-se as mesmas demandadas, sendo

processos 461-92.2018.5.07.0010, 470-54.2018.5.07.0010 e 471- permitido sua valoração como se houvesse sido produzida

39.2018.5.07.0010 (ID. bae0442, ID. ed35241, ID. 5cd9c24, ID. diretamente nos autos examinados.

8eb6395). Nesse ponto, frise-se, não há vício em virtude de o Juízo ter

O Juízo, ao proferir a sentença, utilizou para o reconhecimento da utilizado a fundamentação da sentença, a qual considerou para

existência de Grupo Econômico entre as acionadas (Grupo Hanova- formação do convencimento da magistrada, depoimentos os quais

Helga) como prova emprestada, os fundamento os lançados na foram respeitados o contraditório quando produzida em processos

sentença prolatada nos autos do processo nº 0000471- judiciais, máxime,quando envolvendo a mesma empresa e quando

51.2018.5.07.0006, de lavra da magistrada Taciana Orlovicin os fatos guardam correlação com os da presente ação.

Gonçalves Pita (ID. 984dd8d). Nesse mesmo entendimento, colaciona-se a atual jurisprudência do

Nesse ponto, destaco, inicialmente, que o novo CPC trouxe Tribunal Superior do Trabalho, in verbis:

permissivo expresso quanto à possibilidade de utilização da prova UTILIZAÇÃO DE PROVA EMPRESTADA. POSSIBILIDADE.

emprestada, desde que observado o contraditório, conforme IDENTIDADE FÁTICA. MESMAS RECLAMADAS.

previsão no art. 372, que assim dispõe: DESNECESSIDADE DE PRÉVIA CONCORDÂNCIA DA PARTE

Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em CONTRÁRIA. AUSÊNCIA DE CERCEAMENTO DE DEFESA.

outro processo, atribuindo-lhe o valor que considerar adequado, NULIDADE PROCESSUAL NÃO CONFIGURADA. Esta Corte

observado o contraditório". admite a utilização da prova emprestada, desde que haja a

Assim, havendo previsão legal para utilização da prova emprestada identidade dos fatos considerados no documento emprestado e no

e, observando que no processo nº 0000471-51.2018.5.07.0006 as caso em julgamento, assim como ocorrido nesta hipótese, em que o

partes foram submetidas ao contraditório e, havendo identidade dos Regional registrou que"a prova emprestada foi produzida em

fatos probandos nos processos, rejeita-se a alegativa de processo judicial que envolvia as mesmas rés da presente ação,

cerceamento de defesa. tendo sido observadas as formalidades estabelecidas em lei para a

Quanto a alegativa de que as reportadas transcrições dos sua produção, bem como o princípio do contraditório. Segundo,

depoimentos carregam relatos fáticos que não integram as razões porque os fatos a serem comprovados guardam correlação com os

da exordial, não merece acolhida, posto que a causa de pedir da da presente ação. Terceiro, porque a referida prova emprestada foi

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valorada pelo Juízo segundo o princípio do livre convencimento juízo, a qualificação das partes, a breve exposição dos fatos de que

motivado, em conjunto com as demais provas dos autos". resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser certo, determinado e

Importante salientar também que a utilização de prova emprestada com indicação de seu valor, a data e a assinatura do reclamante ou

não está condicionada à prévia anuência e concordância das de seu representante. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

partes. Assim, a mera alegação da reclamada de que não § 2º - Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em 2 (duas)

concordou com a utilização de prova emprestada não é suficiente vias datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no

para inviabilizar a sua utilização nestes autos. Precedentes. que couber, o disposto no parágrafo anterior.

Recurso de revista não conhecido" (TST, ARR - 3600- § 2o Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em duas vias

29.2010.5.12.0031 Data de Julgamento: 15/02/2017, Relator datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no que

Ministro: José Roberto Freire Pimenta, 2ª Turma, Data de couber, o disposto no § 1o deste artigo. (Redação dada pela Lei nº

Publicação: DEJT 17/02/2017). 13.467, de 2017)

"B) RECURSO DE REVISTA. 1. NULIDADE DA SENTENÇA. § 3o Os pedidos que não atendam ao disposto no § 1o deste artigo

CERCEAMENTO DE DEFESA. UTILIZAÇÃO DE PROVA serão julgados extintos sem resolução do mérito. (Incluído pela Lei

EMPRESTADA SEM ANUÊNCIA. O Regional entendeu que a nº 13.467, de 2017)

utilização de prova emprestada consubstanciada em certidão de Como se observa, a Lei n. 13.467/17 fez referência expressa aos

averiguação produzida em outros autos, no qual a reclamada figura requisitos da petição inicial trabalhista, dispondo no § 1º do art. 840

como parte, não configura cerceamento de defesa, ante a da CLT que o pedido deva "ser certo, determinado e com indicação

semelhança fática existente entre os processos, assim como da de seu valor".

observância do contraditório e da ampla defesa. Com efeito, esta No caso, em relação ao pedido de pagamento do FGTS e multa

Corte tem se posicionado no sentido de ser possível a utilização da rescisória, o reclamante fez pedido certo, determinado e com

prova emprestada, não sendo imprescindível a anuência da parte indicação do valores pois da sua causa de pedir, entende-se

adversa. Recurso de revista não conhecido" (TST, RR - 940- logicamente que o autor fora demitido sem justa causa e sem

27.2013.5.18.0181 Data de Julgamento: 09/11/2016, Relatora recebimento de suas verbas rescisórias, fato este, incontroverso

Ministra: Dora Maria da Costa, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT nos autos.

11/11/2016). Na narrativa dos fatos, o acionante afirmou que ingressou na

Preliminar rejeitada. reclamada no dia 01/08/2010, para exercer a função de gerente,

INÉPCIA DA INICIAL sendo demitida sem justa causa em 29/03/2018; que o último

Requer o Recorrente, o reconhecimento da inépcia do pedido salário percebido foi de R$ 3.200,00 (três mil e duzentos reais); que

relativo às parcelas de FGTS + 40%, e a extinção do pleito sem quando de sua demissão não recebeu qualquer valor, assim como

resolução de mérito, à luz do que dispõe o art. 485, I, do CPC/15, não fora liberado Seguro Desemprego e FGTS, motivo pelo qual

sob o fundamento de que, a parte recorrida, em sua peça de pleiteia a liberação dos mesmos em sede de tutela antecipada; que

ingresso, inobstante tenha somente assentado as datas de ingresso o FGTS se encontra depositado apenas de forma parcial, apenas o

e de dispensa, realizou o pedido correspondente às parcelas de valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais).

FGTS, em conjunto com a indenização adicional de 40% sobre o Em seguida, requereu que, Tendo em vista os argumentos jurídicos

saldo fundiário. apresentados, ajuíza-se a presente Reclamação Trabalhista no

Sem razão. intuito de serem satisfeitos todos os direitos da reclamante, quais

O processo trabalhista é regido pelo princípio da simplicidade das sejam: Saldo Salário, Aviso Prévio de 51 dias, 13º salário e férias

formas, consagrado no art. 840, § 1º, da CLT, segundo o qual basta sobre aviso prévio, FGTS sobre rescisão, 13º salário proporcional

uma breve exposição dos fatos para se considerar apta a exordial. 3/12 de 2018, férias simples 2016/2017 e proporcionais 2017/2018

Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal. todas acrescidas do terço constitucional, FGTS e multa de 40%.

§ 1º - Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do Em relação ao rol dos pedidos, o autor requereu a condenação da

Presidente da Junta, ou do juiz de direito a quem for dirigida, a reclamada ao pagamento das verbas rescisórias, incluindo FGTS E

qualificação do reclamante e do reclamado, uma breve exposição MULTA DE 40% DO FGTS.

dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, a data e a assinatura Em decorrência do princípio da simplicidade, que norteia o processo

do reclamante ou de seu representante. trabalhista, o qual não sofreu alterações com a Lei nº 13.467, de

§ 1o Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do 2017, a petição inicial ora em análise preencheu os requisitos do

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 402
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art. 840 , da CLT, a qual, frise-se, não dificultou a defesa das praça. Postula, caso não se conclua pela existência de grupo

acionadas. econômico, que se reconheça a sucessão empresarial de todas as

Rejeita-se." empresas do Grupo Helga por HNV INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE

DO MÉRITO COSMÉTICOS LTDA. Alega, ainda, que a empresa BRC BRAZIL

GRUPO ECONÔMICO. CONFIGURAÇÃO. COSMÉTICOS LTDA adquiriu em Recuperação Judicial os direitos

A sentença reconheceu o grupo econômico entre as empresas da marca mista "Helga" por cinco anos, sem jamais exercer

demandadas, consoante os seguintes fundamentos: qualquer gerência direta, pois o Sr. José Alencar Sales Júnior

"Diante da identidade da matéria (fática e jurídica), adoto continuou a exercer a direção, gerência e coordenação das

integralmente os fundamentos lançados na brilhante sentença empresas. Por essa razão, pretende a responsabilização solidária

prolatada nos autos da 0000471-51.2018.5.07.0006, de lavra da da ré BRC BRAZIL COSMÉTICOS LTDA, uma vez identificada a

magistrada Taciana Orlovicin Gonçalves Pita, acerca da fraude ocorrida e a evidente direção do efetivo sócio do Grupo

responsabilidade das empresas demandadas, nos termos a seguir: Helga.

'Afirma a parte reclamante que as empresas que compõem o antigo Em suas contestações, as rés negam a formação de grupo

GRUPO HELGA (DISTRIBUIDORA HELGA COSMETICOS LTDA - econômico entre as empresas do Grupo Helga e Hanova As

ME, HELGA COSMETICOS LTDA - ME, HELGA NENDZA SALES reclamadas DISTRIBUIDORA HELGA COSMETICOS LTDA - ME,

& CIA LTDA - ME, ORIGINAL COMERCIO DE COSMETICOS HELGA COSMETICOS LTDA - ME, HELGA NENDZA SALES & CIA

LTDA - ME, MULTIPLA COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - LTDA - ME, ORIGINAL COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME,

EPP, BELLA COSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE MULTIPLA COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - EPP,

COSMETICOS LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, BELLACOSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE

ERICA PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS COSMETICOS LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME,

COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX ERICA PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME e COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX

ROBERTO NENDZA - ME) são dirigidas e coordenadas pelos COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME,

sócios José Alencar Sales Júnior e Érica Pontes de Meneses. Alega ROBERTO NENDZA - ME (1ª a 13ª reclamadas), não refutam o

que, em meados de 2017, os sócios do Grupo Helga iniciaram grupo econômico entre si, tendo contestado a formação de grupo

negociações para fusão com o Grupo Hanova (HNV), fusão de com as empresas do Grupo HANOVA (14ª a 16ª reclamadas), com

empresas esta que foi oficialmente tornada pública em julho de a MULT DISTRIBUIDORA (17ª reclamada) e com a BCR (18ª

2017, expondo o rol de empresas que compõem o Grupo Hanova - reclamada), alegando que o grupo HANOVA tem como objeto social

HNV (HANOVA INDUSTRIA E COMERCIO DE COSMETICOS a produção de produtos de beleza, e que inexiste hierarquia e/ou

LTDA - ME, AL PARTICIPAÇÕES LTDA, ANDERSON LUID DOS coordenação entre as empresas. Sustenta que a BCR está sob a

SANTOS SEVERO - ME e MULT DISTRIBUIDORA DE égide da Lei 11.101//05, tendo comprado o direito de utilização da

COSMETICOS LTDA), à época todas dirigidas pelos sócios marca "Helga" por cinco anos.

Anderson Luid Santos Severo e Aline Cristina Silva Souza Severo. As reclamadas HANOVA INDUSTRIA E COMERCIO DE

Sustenta que, a partir de julho de 2017, independentemente do COSMETICOS LTDA - ME e ANDERSON LUID DOS SANTOS

cumprimento das obrigações legais para efetivação da fusão, qual SEVERO - ME reconhecem o grupo entre si e negam a formação de

seja a extinção das pessoas jurídicas da empresa incorporada com grupo com as demais reclamadas, noticiando que são fornecedoras

o surgimento de uma nova, tal fusão de fato ocorreu e todos os de produtos à rede varejista, sendo uma das principais, o grupo

empregados passaram à subordinação do Grupo Hanova-Helga, o HELGA, não tendo havido a fusão alegada, apenas relação

qual configura grupo econômico por coordenação, impondo a fornecedor-cliente. Informam, ainda, que os fundos de comércio de

responsabilização solidária entre as empresas do grupo. Entende empresas do Grupo Helga foram alienados por seus sócios-

que a fusão entre as empresas com a criação, em outubro de 2017, proprietários da Helga para a empresa DX GROUP

da empresa MULT DISTRIBUIDORA DE COSMÉTICOS (de que PARTICIPAÇÕES E INVESTIMENTOS LTDA, que, por sua vez,

eram sócios o filho dos sócios do Grupo Helga e a mãe do sócio do não possuiria qualquer ligação com o Grupo Hanova, tratando-se de

Grupo Hanova), teria como única finalidade ocultar os sócios de fato empresa de investimentos de proveniente São Paulo.

da nova empresa e ainda o de conseguir nova linha de crédito na A demandada AL PARTICIPACOES LTDA nega a formação de

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 403
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grupo econômico com quaisquer das demais empresas. conjunta, em linha de coordenação e comunhão de interesses, o

A reclamada MULT DISTRIBUIDORA DE COSMETICOS LTDA que se verifica no caso em tela.

alega que nunca existiu de fato e nega a formação de grupo Ademais, a primeira testemunha laboral afirmou em seu

econômico com quaisquer das demais empresas. depoimento:

A ré BRC - BRAZIL COSMETICS LTDA informa que comprou os "(...) que havia comentários dentro da empresa de que ocorreu uma

direitos de uso da marca HELGA, não estando a reclamante sob fusão entre as empresas Helga e Hanova; que o gerente do

suas ordens, refutando a formação de grupo econômico com depoente comentou que ocorreria a fusão e que o depoente

quaisquer das demais empresas reclamadas e pleiteia que, em continuaria a prestar serviços para as duas empresas; que o

caso de condenação, seja de forma subsidiária. depoente já chegou, mesmo prestando serviços para a Helga,

Pois bem. prestar serviços para a Hanova, tais como rotulagem de produtos,

Inicialmente, declaro a responsabilidade solidária das empresas embalagem de mercadorias e fazendo entregas; que depois dos

DISTRIBUIDORA HELGA COSMETICOS LTDA - ME, HELGA comentários da fusão, o depoente também começou a receber

COSMETICOS LTDA - ME, HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ordens do Sr. Paulo, empregado da Hanova, responsável pela

ME, ORIGINAL COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, logística."

MULTIPLA COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - EPP, BELLA Ainda, a segunda testemunha da autora noticiou:

COSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE COSMETICOS "que trabalhou para Helga de 01/02/2010 a 14/04/2018 na função

LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, ERICA de estoquista; que trabalhou com a reclamante; que o gerente,

PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS Sr.Evandro comentou com o depoente que havia sido feita uma

COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX sociedade entre a Helga e a Hanova; que, após o comentário, o

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX depoente também começo a prestar serviços para a Hanova

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, abastecendo e descarregando as mercadorias da empresa Hanova

ROBERTO NENDZA - ME (1ª a 13ª reclamadas), nos termos do § nas seções das lojas Helga, limpando as mercadorias; que o

2º do art. 2º da CLT, as quais reconheceram a formação de grupo depoente não recebia ordens de nenhum empregado da Hanova;

econômico entre si, encontrando-se, dentre estas, a empregadora. que as lojas Helga também vendiam produtos de outras indústrias e

Quanto ao grupo econômico alegado em relação aos grupos não só da empresa Hanova; que, em relação às mercadorias das

HELGA e HANOVA, a autora juntou aos autos várias fotografias outras indústrias, o abastecimento e o descarregamento de

com os Srs. Anderson Luid Dos Santos Severo, José Alencar Sales mercadorias eram feitos por empregados destas indústrias; que a

Junior, Aline Cristina Silva Souza Severo e Érica Pontes de reclamante vendia produtos da indústria Hanova bem como de

Meneses, sócios das empresa Hanova e Helga, divulgadas em meio outras indústrias."

digital em julho de 2017, anunciando a fusão entre as empresas do Saliente-se que o fato de terem sido alienados fundos de comércio

Grupo Helga com aquelas do Grupo Hanova (HNV), com de empresas do Grupo Helga para a empresa DX GROUP

fundamento na expansão e aquisições realizadas pelo grupo PARTICIPAÇÕES E INVESTIMENTOS LTDA não afeta a presente

HANOVA, podendo se perceber que nas fotos, aparece o diretor do demanda, pois apenas houve a alienação parcial das quotas

grupo HANOVA, o qual veste camisa com o nome HELGA NOVO empresariais de somente algumas das empresas do Grupo.

TEMPO e ainda uma figura que demonstra a junção de duas peças Insta destacar, também, que a alegação da reclamada ANDERSON

de quebra-cabeça nas quais constam os nomes dos dois grupos LUID DOS SANTOS SEVERO ME de que a relação havida entre os

HANOVA e HELGA. Em que pese não haver alterações nas apontados conglomerados empresariais era de apenas fornecedor-

estruturas das empresas formadoras dos grupos, resta claro que cliente não se sustenta, ressaltando que a mensagem eletrônica e a

houve uma intensa comunhão de interesses confissão de dívida datam de período anterior à "fusão" noticiada, o

econômicos/profissionais entre as empresas formadoras dos dois que só veio a ocorrer em julho de 2017.

grupos. De acordo com a Lei 13.467/2017 são requisitos para a Diante do exposto, reconheço a existência de grupo econômico por

configuração do grupo econômico: a demonstração do interesse coordenação entre todas as empresas dos Grupos HELGA e

integrado, a efetiva comunhão de interesses e a atuação conjunta HANOVA, as quais declaro responsáveis solidárias pelas verbas

das empresas integrantes. A inexistência de uma hierarquia entre decorrentes da condenação, nos termos dos arts. 2º, § 2º, e 9º da

as empresas não descaracteriza o grupo econômico, se há a CLT.

demonstração de que entre as empresas ocorre clara atuação No que concerne à reclamada AL PARTICIPAÇÕES LTDA, verifica-

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 404
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

se que na defesa das empresas formadoras do GRUPO HELGA COSMETICOS LTDA também participa dos Grupos Helga e

restou afirmado que as empresas HANOVA INDUSTRIA E Hanova, utilizando-se da mesma estrutura empresarial para a

COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, ANDERSON LUID consecução de seus objetivos financeiros, diante do que, resta

DOS SANTOS SEVERO - ME e AL PARTICIPACOES LTDA condenada solidariamente, nos termos dos arts. 2º, § 2º, e 9º da

formam o grupo HANOVA. Nessa senda, o contrato social de CLT.

constituição da reclamada AL PARTICIPAÇÕES LTDA demonstra Por fim, quanto à ré BRC BRAZIL COSMETICS COMÉRCIO

que essa empresa tem como sócios os Srs. Anderson Liud dos VAREJISTA DE COSMÉTICOS EIRELI, verifica-se que ela

Santos Severo e Aline Cristina Silva Souza Severo, os quais se apresentou defesa através do mesmo escritório que a empregadora,

fizeram presentes ao evento em que foi anunciada a "fusão" entre na qual passou a repetir as mesmas alegações já apresentadas

os grupos empresariais, conforme fotografias anexadas aos autos. pelas 1ª a 13ª Reclamadas, além disso, observa-se que no

Ainda, o endereço eletrônico da AL PARTICIPAÇÕES LTDA comprovante de inscrição cadastral (CNPJ) consta endereço

registrado no CNPJ é "anderson@hanovacosméticos.com.br". eletrônico pertencente ao domínio da HELGA COSMÉTICOS.

Ademais, a Sra. Aline Cristina Silva Souza Severo é também sócia Ademais, apresentou carta de preposição que revelou

da empresa HNV INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE COSMÉTICOS representação através do mesmo preposto que a empregadora,

LTDA, cujo endereço eletrônico é razão pela qual, deve ser solidariamente responsável pelos créditos

"anderson@hanovacosméticos.com.br", conquanto o Sr. Anderson oriundos da presente demanda, nos moldes dos arts. 2º, § 2º, e 9º

Liud dos Santos Severo não faça parte do corpo societário dessa da CLT."

empresa. O Sr. Anderson Liud dos Santos Severo atua, ainda, Pontue-se, por oportuno, que as atas de audiência em nada

como empresário individual da ANDERSON LUID DOS SANTOS corroboram com a tese da demandada, uma vez que se verifica,

SEVERO ME. Por fim, saliento que as empresas HNV INDÚSTRIA com extrema facilidade, que a testemunha da reclamada, Sr.

E COMÉRCIO DE COSMÉTICOS LTDA, AL PARTICIPAÇÕES Emanuel Rodrigues de Albuquerque, arrolada em todos os

LTDA, ANDERSON LUID DOS SANTOS SEVERO - ME e MULT processos, busca, sem nenhum sucesso, sustentar os termos da

DISTRIBUIDORA DE COSMETICOS LTDA, em audiência, se defesa.

fizeram representar pelo mesmo preposto, o Sr. Luiz Gustavo Ademais, por mais que tenha declarado que "que na metade do

Santana Severo, neste feiro e nos processos nº0000470- segundo semestre de 2017 houve uma reunião da Helga com a

54.2018.5.07.0010, 0000471-39.2018.5.07.0010 e 0000476- Hanova para uma parceria de fornecimento de produtos",

61.2018.5.07.0010, cujos termos de audiência foram anexados aos afirmou, posteriormente, que "soube que foi feita uma postagem

presentes autos. no instagram da Helga onde foi usado o termo fusão com a

O fato de a empresa AL PARTICIPAÇÕES LTDA ter objetivo social Hanova".

diverso das empresas do grupo HANOVA não é suficiente para Por outro lado, as testemunhas Francisca Edinusia Alves de Sousa

afastar a formação do grupo econômico com HNV INDÚSTRIA E e Maria Irlane Silva Santos

COMÉRCIO DE COSMÉTICOS LTDA e ANDERSON LUID DOS Desiderio, apresentadas pelas partes autoras, nas referidas atas de

SANTOS SEVERO - ME. audiências, possuem depoimentos uníssonos no que tange à

Sendo assim, reconheço que a empresa AL PARTICIPAÇÕES reunião em que foi publicizada à fusão das demandadas aos

LTDA pertence ao grupo econômico HANOVA, o qual restou empregados são uníssonas ("que no final de julho/2017 foram

condenada solidariamente, aplicando a esta a mesma convocadas para uma reunião no hotel meridional no centro da

responsabilidade, nos termos dos arts. 2º, § 2º, e 9º da CLT. cidade onde foi comunicada por Alencar Junior, Erica Pontes e

No que tange à reclamada MULT DISTRIBUIDORA DE Aline Severo, a fusão da Helga e Hanova, com promessas de

COSMETICOS LTDA, observa-se efetivamente formalizada em que tudo iria mudar com a chegada de novos produtos, mas na

24/10/2017 pouco tempo após a fusão dos grupos HELGA e pratica tudo continuou do mesmo jeito, pois continuou

HANOVA, com atuação na vendas de produtos de higiene, tendo chegando produtos da marca própria da Helga (lavi) e da Helga,

como sócios os Srs. Matheus Pontes Sales e Maria de Fátima dos os quais tinham prioridade para serem vendidos" - depoimento

Santos Severo, os quais são, respectivamente, o filho dos titulares de Maria Irlane Silva Santos Desiderio) e ("que houve uma

do Grupo Helga e a mãe de um dos proprietários do Grupo Hanova reunião num domingo de julho/2017 onde foi comunicada a

(Anderson Luid dos Santos Severo), fato não contestado em defesa. fusão da Hanova com a Helga Cosmeticos onde foram

Sendo assim, tenho que a empresa MULT DISTRIBUIDORA DE apresentados os novos patrões como sendo: Aline Severo e

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seu esposo Anderson ambos donos da Hanova; que a a partir 2): "Temos o orgulho de anunciar que começou um novo tempo. O

daí a prioridade era para vender os produtos da Hanova e Lavi" Grupo HNV detentor de várias marcas como a Hanova, em um

- depoimento de Francisca Edinusia Alves de Sousa)." processo de expansão e aquisições, realizou a fusão com o Grupo

A empresa recorrente manifesta no presente recurso ordinário o seu Helga Cosméticos. Tudo isso para que os nossos clientes possam

inconformismo, alegando, em síntese: "que a fusão e o grupo ter sempre à disposição o melhor atendimento, os melhores

econômico ostentam características diametralmente opostas"; "em produtos e a melhor experiência. Transformando para melhor, o seu

que pese tenha havido, nas redes sociais, um anúncio de fusão visual e a sua vida. #HelgaNovoTempo #Hanova #GrupoHNV

entre os conglomerados Helga e Hanova, por certo, tal #GrupoHelga #Beleza #Cabelos". Com a devida vênia da parte

reagrupamento não ocorreu, máxime porque a sucessão recorrente, este aspecto é relevante para a caracterização do grupo

empresarial somente é possível em face de pessoas jurídicas econômico sob investigação, demonstrando a plena possibilidade

regularmente constituídas, o que não é o caso dos grupos de que as marcas de cada um dos grupos estejam sob a

econômicos, os quais não possuem personalidade jurídica própria, coordenação de um único conglomerado, o que afasta a tese

mas tão somente exteriorizam a arregimentação de sociedades que recursal a respeito da estranheza de haver empresas concorrentes

possuam atuação integrante em face da comunhão de interesses"; no mesmo grupo econômico.

"que a sentença de origem, em nenhum momento, cuidou de Além disso, vigora no Direito do Trabalho o princípio da primazia da

demonstrar a integração de interesses entre as empresas, a realidade, de modo a ser imprescindível destacar a prevalência dos

atuação conjunta, tampouco a comunhão de interesses, mas fatos da relação de emprego sobre os aspectos formais. Dessa

apenas limitou-se a discorrer, de forma bastante confusa, sobre forma, ainda que não ultimada, ao menos formalmente, com as

"fusão", sendo esta manifestante inexistente no caso vertente"; "que devidas baixas das pessoas jurídicas, a fusão mencionada nas

os depoimentos coligidos aos autos sob a rubrica de prova redes sociais, não há se desconhecer que houve a junção das

emprestada fulminam a pretensão autoral, quer pelo viés da fusão, empresas, que passaram a atuar integradas a um único grupo.

seja sob a óptica de agrupamento empresarial." Igualmente, salvo melhor juízo, os depoimentos das testemunhas

Não se vê nas razões recursais, com a devida vênia da parte não afastam o reconhecimento do grupo econômico. Ao revés,

recorrente, fundamentos que infirmem convincentemente as confirmam a fusão entre as empresas. Destaca-se, a este respeito,

conclusões do juízo de primeiro grau, razão pela qual se há perfilhar o depoimento da primeira testemunha da parte reclamante, Sra.

com os motivos da decisão vergastada, ora endossados e Maria Irlane Silva Santos Desiderio, ouvida no processo nº 0000470

integrantes das presentes razões de decidir. -54.2018.5.07.0010 (Ata de audiência de ID 5cd9c24 - Pág. 4),

Consoante o § 2º do art. 2º da CLT, "sempre que uma ou mais trazido por empréstimo ao conjunto probatório pelas próprias

empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica reclamadas, revelador de "(...) que no final de julho/2017 foram

própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de convocadas para uma reunião no hotel meridional no centro da

outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua cidade onde foi comunicada por Alencar Junior, Erica Pontes e Aline

autonomia, integrem grupo econômico, serão responsáveis Severo, a fusão da Helga e Hanova, com promessas de que tudo

solidariamente pelas obrigações decorrentes da relação de iria mudar com a chegada de novos produtos, mas na pratica tudo

emprego". continuou do mesmo jeito, pois continuou chegando produtos da

Nesta esteira, o delineamento do que se convencionou chamar marca propria da Helga (lavi) e da Helga, os quais tinham prioridade

grupo econômico, pela dicção da Consolidação das Leis do para serem vendidos, e das outras marcas continuaram escassos".

Trabalho, importa na evidência da integração dos Veja-se que a fusão foi comunicada aos empregados em reunião,

empreendimentos, de forma a vincular, direta ou indiretamente, as constatação que reforça a ideia do grupo econômico, referindo-se a

empresas. depoente a tudo ter "continuado do mesmo jeito" ao modus

Este aspecto restou caracterizado nos autos, sendo certo que se operandi das vendas dos produtos e não à ausência de formação

verificam elementos suficientes para que seja corroborada a de grupo. A testemunha em questão ainda revelou que as diversas

conclusão da sentença recorrida. marcas apresentavam seus produtos e realizavam treinamentos,

Como bem destacado pela sentença, restou demonstrada nos autos mas que com a Hanova o processo foi diferente, pois, além de ter

a ampla divulgação realizada nas redes sociais, em julho de 2017, sido comunicada a fusão, não houve interrupção do fornecimento de

acerca da fusão das empresas do Grupo Helga com aquelas do mercadorias para serem vendidas nas lojas Helga, o que ocorreu

Grupo Hanova. Eis os dizeres da publicação (V. ID 0d53e9e - Pág. com outros fornecedores em face das dívidas da empregadora

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originária. REGIONAL DO TRABALHO DA 7.ª REGIÃO, por unanimidade,

Não se olvida o depoimento da testemunha convidada pelas conhecer do recurso ordinário para, rejeitar as preliminares

reclamadas, Sr. Emanuel Rodrigues de Albuquerque, ouvida nos suscitadas e, no mérito, por maioria, negar-lhe provimento. Vencido

processos (461-92.2018.5.07.0010, 470-54.2018.5.07.0010 e 471- o Desembargador Relator, que dava provimento ao apelo, para

39.2018.5.07.0010) trazidos por empréstimo ao conjunto probatório, excluir da condenação a responsabilidade solidária da reclamada

cujas declarações transparecem a ideia de demonstrar ter havido HNV INDÚSTRIA E COSMÉTICOS LTDA. Redigirá o acórdão o

apenas uma relação comercial, mas não uma fusão, entre as Desembargador Cláudio Soares Pires, com a integração do voto

empresas do grupo Helga e do grupo Hanova. Contudo, diante dos vencido.

demais elementos probatórios dos autos, não há de prevalecer o Participaram do julgamento os Exmos. Srs. Desembargadores

quadro traçado pelo depoente, sendo de se destacar que ele próprio Francisco José Gomes da Silva (Presidente e Relator), Cláudio

admite não ter participado da reunião ocorrida em julho de 2017 (V. Soares Pires e Paulo Régis Machado Botelho. Presente ainda o(a)

ID's 5cd9c24 - Pág. 6 e 8eb6395 - Pág. 6), na qual fora anunciada a Exmo(a). Sr(a). membro do Ministério Público do Trabalho. Em gozo

fusão aos trabalhadores. de férias o Exmo. Sr. Desembargador Jefferson Quesado Junior.

Cumpre ressaltar, ainda, porquanto oportuno, que a estreita relação Fortaleza, 14 de outubro de 2019.

comercial entre as empresas dos grupos empresariais, consoante INTEGRA O PRESENTE ACÓRDÃO O VOTO VENCIDO DO EXMº

se denota pelas notas ficais de vendas de mercadorias anexadas DESEMBARGADOR FRANCISCO JOSÉ GOMES DA SILVA, in

aos autos, a meu sentir, não rechaça a formação de grupo verbis:

econômico, mas, em verdade, a reforça, evidenciando além da EMENTA: PROVA EMPRESTADA. PREVISÃO LEGAL.

complementaridade entre os objetos sociais das empresas CONTRADITÓRIO OBSERVADO. O novo CPC trouxe permissivo

contratantes, o interesse integrado, a comunhão de interesses e a expresso quanto à possibilidade de utilização da prova emprestada,

atuação conjunta das empresas dele integrantes. desde que observado o contraditório, conforme previsão no art. 372.

Destarte, o quadro encontrado no presente feito permite a Assim, havendo previsão legal para utilização da prova emprestada

conclusão de que a empresa ora recorrente integra grupo e, observando que no processo nº 0000471-51.2018.5.07.0006 as

econômico com as reclamadas do grupo Helga. Importa examinar a partes foram submetidas ao contraditório e, havendo identidade dos

presença de elementos objetivos capazes de demonstrar que as fatos probandos nos processos, rejeita-se a alegativa de

empresas estavam integradas no mesmo grupo. É o que se cerceamento de defesa. Preliminar rejeitada.

constatou à exaustão no presente feito. PETIÇÃO INICIAL. ART. 840, §1º DA CLT. O processo trabalhista

Por oportuno, colhe-se o seguinte precedente jurisprudencial: é regido pelo princípio da simplicidade das formas, consagrado no

"Grupo econômico. Relação inter-empresarial. O grupo econômico art. 840, § 1º, da CLT, segundo o qual basta uma breve exposição

para fins justrabalhistas não necessita se revestir das modalidades dos fatos para se considerar apta a exordial. Em decorrência do

jurídicas típicas do Direito Econômico ou Direito Comercial princípio da simplicidade, que norteia o processo trabalhista, o qual

(holdings, consórcios, pools etc.). Não se exige, sequer, a prova não sofreu alterações com a Lei nº 13.467, de 2017, verifica-se que

de sua formal institucionalização cartorial: pode-se acolher a a petição inicial atendeu integralmente os requisitos do art. 840, da

existência do grupo desde que surjam evidências probatórias CLT. Preliminar rejeitada.

de que estão presentes os elementos de integração inter- EXISTÊNCIA DE GRUPO ECONÔMICO. ART. 2º, DA CLT. ÔNUS

empresarial (abrangência subjetiva e nexo relacional) de que DA PROVA. ART. 818, DA CLT C/C ART. 373, DO NCPC.

fala a CLT (art. 2º, § 2º)" (Processo 00409002020085010025, TRT AUSÊNCIA DE PROVA. Não tendo a reclamante comprovado a

1ª Região - 8ª Turma, Relatora Desembargadora Dalva Amélia de existência do alegado grupo econômico Helga-Hanova, composto

Oliveira, Publicado em 30/06/2014)(destaquei). de diversas empresas, reforma-se a sentença para afastar a

NEGA-SE PROVIMENTO. responsabilidade solidária pretendida pela autora.

CONCLUSÃO DO VOTO RECURSO CONHECIDO E DADO PROVIMENTO PARCIAL

Por unanimidade, conhecer do recurso ordinário para, rejeitar as FUNDAMENTAÇÃO:

preliminares suscitadas e, no mérito, por maioria, negar-lhe ADMISSIBILIDADE

provimento. Acolhe-se o presente recurso, uma vez que preenchidos os

DISPOSITIVO requisitos de admissibilidade.

ACORDAM OS INTEGRANTES DA 2.ª TURMA DO TRIBUNAL DO MÉRITO

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PRELIMINARES Assim, havendo previsão legal para utilização da prova emprestada

DA NULIDADE DA SENTENÇA- DA UTILIZAÇÃO DA PROVA e, observando que no processo nº 0000471-51.2018.5.07.0006 as

EMPRESTADA - DO ALEGADO CERCEAMENTO DE DEFESA partes foram submetidas ao contraditório e, havendo identidade dos

Aduz a recorrente, preliminarmente, que houve cerceamento de seu fatos probandos nos processos, rejeita-se a alegativa de

direito de defesa, ao argumento de que o juízo, ao adotar cerceamento de defesa.

integralmente a motivação da sentença proferida na reclamatória Quanto a alegativa de que as reportadas transcrições dos

trabalhista 0000471-51.2018.5.07.0006, construiu o seu depoimentos carregam relatos fáticos que não integram as razões

entendimento, a partir das provas orais ali consignadas, mas que, da exordial, não merece acolhida, posto que a causa de pedir da

tais elementos probatórios não foram publicizadas à ora recorrente autora, no que se refere a responsabilidade solidária das acionadas,

no presente feito, com vistas à garantia do contraditório e da ampla trata justamente na alegada formação de grupo econômico entre as

defesa, verificando-se, pois, uma patente violação ao que dispõe o empresas, objeto da prova naqueles autos.

art. 312 do CPC/15. Os depoimentos constantes na prova emprestada utilizada pelo

Destaca, em seguida, que os aludidos depoimentos também não Juízo a quo dizem respeito aos fatos relacionados pela autora, no

integram o arcabouço das provas emprestadas acostada aos autos, que pertine a alegada formação de grupo econômico entre as

mediante convenção de ambas as partes; que o Juízo a quo utilizou acionadas GRUPO HELGA (DISTR IBUIDORA HELGA

como fundamento da procedência da pretensão autoral, da mera COSMETICOS LTDA - ME, HELGA COSMETICOS LTDA - ME,

cópia de uma transcrição parcial realizada no bojo de uma sentença HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ME, ORIGINAL

proferida em processo paradigma, a qual, por sua vez, utilizou, COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, MULTIPLA

naquele momento, o depoimento testemunhal na condição de prova COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - EPP, BELLA

emprestada, a qual, por certo, não integra o presente feito. COSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE COSMETICOS

Ressalta, igualmente, que as reportadas transcrições carregam LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, ERICA

relatos fáticos que não integram as razões da exordial, impondo PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS

reconhecer a total inovação da lide, em absoluta violação ao art. COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX

141 do CPC/15. COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX

Em razão do exposto, requer a nulidade da sentença e o retorno COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME e

dos autos para que haja um novo julgamento, desta feita, em ROBERTO NENDZA - ME) e GRUPO HANOVA - HNV (HANOVA

conformidade com o acervo fático-probatório do caso sub examine. INDUSTRIA E COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, AL

À análise. PARTICIPAÇÕES LTDA, ANDERSON LUID DOS SANTOS

Em audiência de instrução, as Reclamadas requereram a juntada SEVERO - ME e MULT DISTRIBUIDORA DE COSMETICOS

de provas emprestadas, relativo aos depoimentos testemunhais dos LTDA), assim como referem-se as mesmas demandadas, sendo

processos 461-92.2018.5.07.0010, 470-54.2018.5.07.0010 e 471- permitido sua valoração como se houvesse sido produzida

39.2018.5.07.0010 (ID. bae0442, ID. ed35241, ID. 5cd9c24, ID. diretamente nos autos examinados.

8eb6395). Nesse ponto, frise-se, não há vício em virtude de o Juízo ter

O Juízo, ao proferir a sentença, utilizou para o reconhecimento da utilizado a fundamentação da sentença, a qual considerou para

existência de Grupo Econômico entre as acionadas (Grupo Hanova- formação do convencimento da magistrada, depoimentos os quais

Helga) como prova emprestada, os fundamento os lançados na foram respeitados o contraditório quando produzida em processos

sentença prolatada nos autos do processo nº 0000471- judiciais, máxime,quando envolvendo a mesma empresa e quando

51.2018.5.07.0006, de lavra da magistrada Taciana Orlovicin os fatos guardam correlação com os da presente ação.

Gonçalves Pita (ID. 984dd8d). Nesse mesmo entendimento, colaciona-se a atual jurisprudência do

Nesse ponto, destaco, inicialmente, que o novo CPC trouxe Tribunal Superior do Trabalho, in verbis:

permissivo expresso quanto à possibilidade de utilização da prova UTILIZAÇÃO DE PROVA EMPRESTADA. POSSIBILIDADE.

emprestada, desde que observado o contraditório, conforme IDENTIDADE FÁTICA. MESMAS RECLAMADAS.

previsão no art. 372, que assim dispõe: DESNECESSIDADE DE PRÉVIA CONCORDÂNCIA DA PARTE

Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em CONTRÁRIA. AUSÊNCIA DE CERCEAMENTO DE DEFESA.

outro processo, atribuindo-lhe o valor que considerar adequado, NULIDADE PROCESSUAL NÃO CONFIGURADA. Esta Corte

observado o contraditório". admite a utilização da prova emprestada, desde que haja a

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identidade dos fatos considerados no documento emprestado e no uma breve exposição dos fatos para se considerar apta a exordial.

caso em julgamento, assim como ocorrido nesta hipótese, em que o Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal.

Regional registrou que"a prova emprestada foi produzida em § 1º - Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do

processo judicial que envolvia as mesmas rés da presente ação, Presidente da Junta, ou do juiz de direito a quem for dirigida, a

tendo sido observadas as formalidades estabelecidas em lei para a qualificação do reclamante e do reclamado, uma breve exposição

sua produção, bem como o princípio do contraditório. Segundo, dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, a data e a assinatura

porque os fatos a serem comprovados guardam correlação com os do reclamante ou de seu representante.

da presente ação. Terceiro, porque a referida prova emprestada foi § 1o Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do

valorada pelo Juízo segundo o princípio do livre convencimento juízo, a qualificação das partes, a breve exposição dos fatos de que

motivado, em conjunto com as demais provas dos autos". resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser certo, determinado e

Importante salientar também que a utilização de prova emprestada com indicação de seu valor, a data e a assinatura do reclamante ou

não está condicionada à prévia anuência e concordância das de seu representante. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

partes. Assim, a mera alegação da reclamada de que não § 2º - Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em 2 (duas)

concordou com a utilização de prova emprestada não é suficiente vias datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no

para inviabilizar a sua utilização nestes autos. Precedentes. que couber, o disposto no parágrafo anterior.

Recurso de revista não conhecido" (TST, ARR - 3600- § 2o Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em duas vias

29.2010.5.12.0031 Data de Julgamento: 15/02/2017, Relator datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no que

Ministro: José Roberto Freire Pimenta, 2ª Turma, Data de couber, o disposto no § 1o deste artigo. (Redação dada pela Lei nº

Publicação: DEJT 17/02/2017). 13.467, de 2017)

"B) RECURSO DE REVISTA. 1. NULIDADE DA SENTENÇA. § 3o Os pedidos que não atendam ao disposto no § 1o deste artigo

CERCEAMENTO DE DEFESA. UTILIZAÇÃO DE PROVA serão julgados extintos sem resolução do mérito. (Incluído pela Lei

EMPRESTADA SEM ANUÊNCIA. O Regional entendeu que a nº 13.467, de 2017)

utilização de prova emprestada consubstanciada em certidão de Como se observa, a Lei n. 13.467/17 fez referência expressa aos

averiguação produzida em outros autos, no qual a reclamada figura requisitos da petição inicial trabalhista, dispondo no § 1º do art. 840

como parte, não configura cerceamento de defesa, ante a da CLT que o pedido deva "ser certo, determinado e com indicação

semelhança fática existente entre os processos, assim como da de seu valor".

observância do contraditório e da ampla defesa. Com efeito, esta No caso, em relação ao pedido de pagamento do FGTS e multa

Corte tem se posicionado no sentido de ser possível a utilização da rescisória, o reclamante fez pedido certo, determinado e com

prova emprestada, não sendo imprescindível a anuência da parte indicação do valores pois da sua causa de pedir, entende-se

adversa. Recurso de revista não conhecido" (TST, RR - 940- logicamente que o autor fora demitido sem justa causa e sem

27.2013.5.18.0181 Data de Julgamento: 09/11/2016, Relatora recebimento de suas verbas rescisórias, fato este, incontroverso

Ministra: Dora Maria da Costa, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT nos autos.

11/11/2016). Na narrativa dos fatos, o acionante afirmou que ingressou na

Preliminar rejeitada. reclamada no dia 01/08/2010, para exercer a função de gerente,

INÉPCIA DA INICIAL sendo demitida sem justa causa em 29/03/2018; que o último

Requer o Recorrente, o reconhecimento da inépcia do pedido salário percebido foi de R$ 3.200,00 (três mil e duzentos reais); que

relativo às parcelas de FGTS + 40%, e a extinção do pleito sem quando de sua demissão não recebeu qualquer valor, assim como

resolução de mérito, à luz do que dispõe o art. 485, I, do CPC/15, não fora liberado Seguro Desemprego e FGTS, motivo pelo qual

sob o fundamento de que, a parte recorrida, em sua peça de pleiteia a liberação dos mesmos em sede de tutela antecipada; que

ingresso, inobstante tenha somente assentado as datas de ingresso o FGTS se encontra depositado apenas de forma parcial, apenas o

e de dispensa, realizou o pedido correspondente às parcelas de valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais).

FGTS, em conjunto com a indenização adicional de 40% sobre o Em seguida, requereu que, Tendo em vista os argumentos jurídicos

saldo fundiário. apresentados, ajuíza-se a presente Reclamação Trabalhista no

Sem razão. intuito de serem satisfeitos todos os direitos da reclamante, quais

O processo trabalhista é regido pelo princípio da simplicidade das sejam: Saldo Salário, Aviso Prévio de 51 dias, 13º salário e férias

formas, consagrado no art. 840, § 1º, da CLT, segundo o qual basta sobre aviso prévio, FGTS sobre rescisão, 13º salário proporcional

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3/12 de 2018, férias simples 2016/2017 e proporcionais 2017/2018 entre as empresas ou atuação conjunta.

todas acrescidas do terço constitucional, FGTS e multa de 40%. À análise.

Em relação ao rol dos pedidos, o autor requereu a condenação da A lei nº 13.467, de 13 de julho de 2017 que alterou a Consolidação

reclamada ao pagamento das verbas rescisórias, incluindo FGTS E das Leis do Trabalho (CLT) trouxe novos parâmetros para

MULTA DE 40% DO FGTS. responsabilização de empresas terceiras.

Em decorrência do princípio da simplicidade, que norteia o processo A nova redação alterou o parágrafo 2º e acrescentou o parágrafo 3º

trabalhista, o qual não sofreu alterações com a Lei nº 13.467, de a este artigo, conforme transcrição seguinte:

2017, a petição inicial ora em análise preencheu os requisitos do Art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva,

art. 840 , da CLT, a qual, frise-se, não dificultou a defesa das que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria

acionadas. e dirige a prestação pessoal de serviço.

Rejeita-se. § 1º - Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da

DO MÉRITO relação de emprego, os profissionais liberais, as instituições de

FORMAÇÃO DE GRUPO ECONÔMICO. beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem

Na peça de ingresso, requer o reclamante que seja caracterizada a fins lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados.

condição da segunda (VRX COMÉRCIO COSMÉTICOS E § 2º Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada

BIJUTERIAS LTDA) e terceira reclamada (HANOVA uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a

COSMÉTICOS), de responsáveis solidárias pelos encargos direção, controle ou administração de outra, ou ainda quando,

trabalhistas da primeira reclamada, HELGA COSMÉTICOS, em mesmo guardando cada uma sua autonomia, integrem grupo

função da existência de grupo econômico. econômico, serão responsáveis solidariamente pelas

Afirma que a primeira, segunda e terceira reclamadas foram obrigações decorrentes da relação de emprego.

criadas, são dirigidas e controladas pelo pela Sra. Erica Pontes de § 3º Não caracteriza grupo econômico a mera identidade de

Meneses, que não aparece no contrato social da terceira sócios, sendo necessárias, para a configuração do grupo, a

reclamada, HANOVA COSMÉTICOS, pois utilizou terceiro como demonstração do interesse integrado, a efetiva comunhão de

laranja. interesses e a atuação conjunta das empresas dele integrantes.

Ressalta, que os objetos sociais das empresas são (destaquei)

complementares, visto todas possuírem o mesmo objeto social e A nova redação do art. 2º, além de manter a hipótese do grupo

finalidade, sendo patente a formação de grupo econômico entre econômico hierarquizado ou sob subordinação, introduz,

elas. expressamente, o outro modelo de grupo econômico, vertical, ou

No mérito, defende a recorrente, em síntese, a inexistência de fusão sob coordenação, trazendo para o texto legal, o entendimento dos

e formação de grupo econômico com o GRUPO HELGA, sendo Tribunais Regionais do Trabalho e do TST quanto a configuração de

indevida a sua responsabilidade solidária pelos créditos deferidos grupo econômico.

ao autor na presente reclamação trabalhista. Com relação a este modelo de grupo econômico coordenado, a

Argumenta que, em que pese tenha havido, nas redes sociais, um Desembargadora Dra. Vólia Bomfim Cassar, do TRT da 1ª Região,

anúncio de fusão entre os conglomerados Helga e Hanova, por em seu livro Direito do Trabalho, afirma que:

certo, tal reagrupamento não ocorreu, máxime porque a sucessão Os grupos econômicos por coordenação se apresentam quando

empresarial somente é possível em face de pessoas jurídicas houver reunião de interesses para execução de determinado

regularmente constituídas, o que não é o caso dos grupos empreendimento, tendo ou não o mesmo controle ou administração

econômicos, os quais não possuem personalidade jurídica própria, comum. Logo, os grupos por coordenação podem ter relação de

mas tão somente exteriorizam a arregimentação de sociedades que controle entre si, numa linha horizontal e não vertical. Isto é, não

possuam atuação integrante em face da comunhão de interesses, o haverá, no grupo horizontal, uma empresa controladora e outra(s)

que, também, não retrata o caso dos autos. controlada(s), uma líder (holding) e outras lideradas. Todas são

Esclarece, adiante, que há uma mera relação comercial, havendo interligadas entre si e, apesar de autônomas e independentes, estão

total independência entre as empresas do GRUPO HANOVA em interligadas pela ingerência, administração comum, como se

relação às componentes do GRUPO HELGA, sendo a recorrente, subordinadas umas às outras administrativamente. Por trás desta

mera fornecedora de produtos para o conglomerado empresarial administração comum pode estar um sócio ou alguns sócios ou

HELGA, sem haver contudo, qualquer integração de interesses pessoa física no controle.(CASSAR, 2017,p.429).

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Logo, o aproveitamento dos serviços prestados pelo trabalhador por e nem do salário do último mês; que depoente trabalhou até

sociedades empresárias que mantenham relação de coordenação 23/fevereiro/2018, não sabendo o ultimo dia labutado pelo

entre si, formando o grupo econômico trabalhista, serão todas, por reclamante; que recebia ordem direta dos gerentes Luxeles,

consequência, responsabilizadas pela contraprestação devida ao Rosângela, Francisca Cirlane, os quais eram gerentes da loja

obreiro, atraindo a incidência do § 2º do artigo 2º da CLT do shopping Central da Helga Nendza Sales .". ÀS PERGUNTAS

(coordenação interempresarial). DO(A) PATRONO(A) DO(A) PARTE RECLAMANTE RESPONDEU:

Estabeleceu, igualmente, que "não caracteriza grupo econômico a "que houve uma reunião num domingo de julho/2017 onde foi

mera identidade de sócios. Assim, o patrimônio de empresas que comunicada a fusão da Hanova com a Helga Cosmeticos onde

têm sócios comuns, porém com atuam em setores diversos, estarão foram apresentados os novos patrões como sendo: Aline

resguardadas. Severo e seu esposo Anderson ambos donos da Hanova; que a

Portanto, a análise da existência ou não da formação de um grupo a partir daí a prioridade era para vender os produtos da Hanova

econômico, deve-se observar o princípio da primazia da realidade, e Lavi, mesmo tendo outras marcas, mas a Hanova e Lavi

para que cada caso seja analisado com suas peculiaridades, sendo deveriam estar em primeiro lugar nas vendas; que antes da

ônus do autor a prova de suas alegações ( art. 818, da CLT c/c art. reunião já vendiam todo tipo de produto e de varias marcas,

373, do NCPC). inclusive dos ora citados; que os proprietários da Helga e Hanova

No caso em análise, o autor fundamenta sua pretensão com base estavam presentes na reunião, sendo Erica PontesMenezes e

em notícias veiculadas nas redes sociais de possível fusão entre os Alencar Junior proprietários da Helga.". ÀS PERGUNTAS DO DO(A)

grupos Helga Cosméticos e HNV, assim como colaciona fotos em PATRONO(A) DO(A) PARTE RECLAMADA RESPONDEU: "que

que retrata parcerias entre as duas empresas, ID. 0d53e9e, sem, depois da reunião depoente continuou trabalhando na mesma

contudo, apresentar qualquer prova que indique ter realmente loja e o reclamante também, mas ambos trabalhavam em lojas

ocorrido a "FUSÃO" das empresas, ou qualquer relação de diferentes; que na reunião estavam os vendedores e gerentes;

coordenação entre elas. que a faixada das lojas continuaram iguais; que não houve

Ao revés, a acionada Hanova Indústria e Comércio de Cosméticos mudança da chefia após a reunião, mas a sua chefe Luxeles

Ltda colacionou aos autos documentos que demonstram a relação teve um problema de saúde e foi transferida para loja de

de vendas de mercadorias para as empresas integrantes do grupo Messejana, tendo ficado como gerente Rosangela; que Luxeles

Helga (CRX COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA e Rosangela eram gerentes da Helga; (...)." ( grifos nosso)

ME, ALENCARINE COSMETICOS COMERCIO VAREJISTA E Conforme se extrai do depoimento supra, não se trata o caso de "

TREINAMENTO EIREL, HELGA MEDZA SALES & CIA LTDA -ME, fusão" entre as empresas, tanto que a partir da reunião ocorrida em

ORIGINAL COMERCIO DE COSMETICOS LTDA ME, VRX julho de 2017, nada foi alterado na estrutura organizacional da

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA ME, JOSE empresa, assim como layout das lojas, tratando-se, na verdade, de

ALENCAR SALES JUNIOR- ME, ORIGINAL COMERCIO DE um marketing e ações para incremento das vendas, através da

COSMETICOS LTDA- ME, tais como notas fiscais de vendas de fornecedora dos produtos, empresa HANOVA INDUSTRIA E

mercadorias, termo de confissão de dívida e e-mails em que se COMERCIO DE COSMETICOS LTDA, fato este, confirmado pelos

evidencia a parceria comercial entre as empresas ( venda de depoimentos de reclamantes e testemunhas dos processos

mercadorias), ID. de4b07e, ID. 4c4a838. utilizados como provas emprestadas nos autos, vejamos:

Na audiência de instrução, as reclamadas requerem a juntada de Convocada a primeira testemunha arrolada pelas Reclamadas

provas emprestadas (processos nºs. 461-92.2018.5.07.0010, 470- HANOVA INDUSTRIA E COMERCIO DE COSMETICOS LTDA -

54.2018.5.07.0010 e 471-39.2018.5.07.0010, tendo a autora ME, AL PARTICIPACOES LTDA, ANDERSON LUID DOS

concordado com a juntada dos referidos depoimentos. SANTOS SEVERO - ME e MULT DISTRIBUIDORA DE

No termo de audiência relativo ao processo nº. 0000461- COSMETICOS LTDA, Sr(a). Emanuel Rodrigues de Albuquerque

92.2018.5.07.0010, a testemunha da reclamante afirmou que: (...): "que trabalha na Hanova desde março/2016 como gerente

Primeira testemunha arrolada pela parte Reclamante Sr(a). administrativo financeiro; ." ÀS PERGUNTAS DO(A) PATRONO(A)

Francisca Edinusia Alves de Sousa: " (...)"que trabalhou na DO(A) PARTE RECLAMADA RESPONDEU: "que na metade do

reclamada Helga Cosméticos de 01/06/2006 a 23/02/2018 na segundo semestre de 2017 houve uma reunião da Helga com a

função de vendedora; que o reclamante, depoente e todos os Hanova para uma parceria de fornecimento de produtos, pois a

funcionários foram demitidos sem pagamento de verbas rescisórias Hanova é uma industria; que o fornecimento dos produtos continuou

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da mesma forma, pois a Helga permaneceu como uma cliente Primeira testemunha arrolada pela parte Reclamante Sr(a).

norma; que a parceria teve o objetivo de aumentar o volume de Maria Irlane Silva Santos Desiderio: " (...) que no final de

vendas nas lojas e de fato aumentou, mas só no primeiro mês, julho/2017 foram convocadas para uma reunião no hotel meridional

pois logo em seguida a Helga entrou novamente em dificuldades no centro da cidade onde foi comunicada por Alencar Junior, Erica

financeiras e não conseguiu pagar os produtos que comprava, pois Pontes e Aline Severo, a fusão da Helga e Hanova, com promessas

a divida já estava muito alta, de modo que a Helga não conseguia de que tudo iria mudar com a chegada de novos produtos, mas na

pagar nada na sua totalidade; que é uma prática comum serem pratica tudo continuou do mesmo jeito, pois continuou

feitas ações com as distribuidoras para estimular as vendas, e chegando produtos da marca propria da Helga (lavi) e da Helga,

os proprietários da Hanova comparecem pelo fato de que o os quais tinham prioridade para serem vendidos, e das outras

distribuidor Helga ser de grande porte, como também de outros marcas continuaram escassos; que sempre recebeu ordens

distribuidores; que na época da parceria a Helga já estava em das mesmas pessoas (Erica e Alencar), os quais pagavam o

débito com a Hanova; que a Hanova não colocou pessoas na salário da depoente; que todas as lojas da Helga fecharam; .".

lojas da Helga, muito menos assumiu o comando dessa; que a (...).( grifos nosso)

continuou a vendendo normalmente para as outras lojas, como No termo de audiência relativo ao processo nº. 0000471-

Cosbel, Anavi, Iap e outras; que não houve a fusão da Hanova com 39.2018.5.07.0010 a reclamante afirmou que:

a Helga; que havia procedimento de cobrança normal das vendas DEPOIMENTO PESSOAL DO RECLAMANTE MARIA CLEOMAR

dos produtos Hanova;." ÀS PERGUNTAS DO DO(A) PATRONO(A) FERREIRA DE SOUSA ALMEIDA: " (...) que depoente era gerente

DO(A) PARTE RECLAMANTE RESPONDEU: "que a reunião tem da loja Helga situada na Rua Floriano Peixoto 577, e trabalhou de

um caráter de marketing e não para apresentar fusão; que não 01/03/2003 até 14/04/2018: " (...)que as fachadas das lojas da

houve comunicação formal da fusão entre a Hanova e Helga, mas Helga continuaram com o mesmo nome, após a fusão, e as notas

depoente soube que foi feita uma postagem no instagram da fiscais das vendas eram com o nome da Helga; que a fusão da

Helga onde foi usado o termo fusão com a Hanova; que quanto Helga e Hanova foi para o crescimento da Helga, mas o dia a dia de

ao doc. de fl. 8 se tratam das pessoas de Anderson (proprietário da trabalho continuou o mesmo de antes, porém com a informação de

Hanova) e Junior (proprietária da Helga) e o doc. de fl. 9 tratam das que deveriam vender mais os produtos da Hanova; (...)."

pessoas Aline (proprietária da Hanova) e Erica (proprietária da Havendo fusão ou incorporação de empresas, há a alteração na

Helga); (...)."( grifos nosso) estrutura jurídica da empresa, o que in casu, não há provas nos

No termo de audiência relativo ao processo nº. 0000470- autos, não sendo suficiente a propaganda disseminada em reunião

54.2018.5.07.0010, o reclamante afirmou que : de empregados e redes sociais.

O DEPOIMENTO PESSOAL DO RECLAMANTE: '" que depoente O que extrai dos depoimentos, é que a ideia inicial de postar nas

era subgerente, que atuava em várias lojas da Helga e trabalhou até redes sociais de que haveria a fusão das empresas, trata-se, tão

07/04/2018 porque as lojas fecharam, tendo a sra. Erica Pontes somente, de marketing para alavancar as vendas da empresa

(dona da Helga, esposa de Alencar Junior) comunicado a dispensa Helga, a qual, na época, já se encontrava com dificuldades

os quais eram chefes do depoente; (...) ; que a Helga vendia financeiras.

produtos de marca própria (Lavi), mas também da Hanova, Fatore, Diante do exposto, considerando que a autora não se desincumbiu

Corpo Dourado e outros; que em julho/2017 houve a fusão da de seu ônus probatório, reforma-se a sentença para excluir a

Hanova com a Helga, no que a prioridade passou a ser para vender responsabilidade solidária da reclamada HNV INDÚSTRIA E

produtos da Hanova e Lavi, mas ainda assim, a Helga continuou a COSMÉTICOS LTDA.

vender produtos de outras marcas que já tinham estoque nas DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

lojas, e também continuou comprando produtos de outras Uma vez excluída a responsabilidade solidária da ora recorrente, o

marcas para vender nas suas lojas; que as fachadas das lojas presente apelo, no ponto, segue a sorte do principal.

da Helga continuaram com o mesmo nome, após a fusão, e as CONCLUSÃO DO VOTO VENCIDO:

notas fiscais das vendas eram com o nome da Helga; que a

fusão da Helga e Hanova foi para o crescimento da Helga, mas Isto posto, voto pelo conhecimento do recurso ordinário para,

o dia a dia de trabalho continuou o mesmo de antes, porém rejeitar as preliminares suscitadas e, no mérito, dar-lhe provimento

com a informação de que deveriam vender mais os produtos da para excluir a responsabilidade solidária da reclamada HNV

Helga. ( grifos nosso) INDÚSTRIA E COSMÉTICOS LTDA."

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 412
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE)


SOUSA ARAGÃO
RECORRIDO AL PARTICIPACOES LTDA
CLAUDIO SOARES PIRES
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE)
Desembargador Redator Designado SOUSA ARAGÃO
RECORRIDO MULT DISTRIBUIDORA DE
COSMETICOS LTDA
FORTALEZA/CE, 28 de fevereiro de 2020. EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE)
SOUSA ARAGÃO
RECORRIDO ROBERTO NENDZA - ME
MARIA DO SOCORRO RODRIGUES GONCALVES LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
Diretor de Secretaria MENDES
RECORRIDO HNV INDUSTRIA E COMERCIO DE
Processo Nº ROT-0000419-19.2018.5.07.0018 COSMETICOS LTDA - ME
Relator CLAUDIO SOARES PIRES EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE)
RECORRENTE BRC - BRAZIL COSMETICS LTDA SOUSA ARAGÃO
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) RECORRIDO BRC - BRAZIL COSMETICS LTDA
MENDES LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
RECORRENTE MULT DISTRIBUIDORA DE MENDES
COSMETICOS LTDA RECORRIDO MULTIPLA COMERCIO DE
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE) COSMETICOS LTDA - EPP
SOUSA ARAGÃO LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRENTE JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) MENDES
MENDES RECORRIDO BELLA COSMETICOS LTDA - EPP
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRENTE ROBERTO NENDZA - ME ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) MENDES
MENDES RECORRIDO HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) - ME
RECORRENTE CRX COMERCIO DE COSMETICOS E LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
BIJUTERIAS LTDA - ME ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) MENDES
MENDES RECORRIDO LUCHELYS DE ALENCAR MARTINS
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) RAFFAEL DUTRA LIMA ADVOGADO(OAB: 29332/CE)
RECORRENTE AL PARTICIPACOES LTDA RIBEIRO
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE) EDUARDO FONTENELE ADVOGADO(OAB: 19970/CE)
SOUSA ARAGÃO MOTA
RECORRENTE HNV INDUSTRIA E COMERCIO DE RECORRIDO ORIGINAL COMERCIO DE
COSMETICOS LTDA - ME COSMETICOS LTDA - ME
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE) LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
SOUSA ARAGÃO ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
RECORRENTE ALENCARINE COSMETICOS MENDES
COMERCIO VAREJISTA E RECORRIDO ALENCARINE COSMETICOS
TREINAMENTOS EIRELI COMERCIO VAREJISTA E
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) TREINAMENTOS EIRELI
MENDES LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
RECORRENTE LUCHELYS DE ALENCAR MARTINS MENDES
EDUARDO FONTENELE ADVOGADO(OAB: 19970/CE) RECORRIDO CRX COMERCIO DE COSMETICOS E
MOTA BIJUTERIAS LTDA - ME
RAFFAEL DUTRA LIMA ADVOGADO(OAB: 29332/CE) LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RIBEIRO ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
RECORRENTE ERICA PONTES DE MENESES MENDES
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) RECORRIDO J R COMERCIO DE COSMETICOS
MENDES LTDA - ME
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRENTE HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
- ME MENDES
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) RECORRIDO ERICA PONTES DE MENESES
MENDES LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
RECORRENTE ORIGINAL COMERCIO DE MENDES
COSMETICOS LTDA - ME RECORRIDO JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
MENDES
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) MENDES
RECORRIDO ANDERSON LUID DOS SANTOS RECORRIDO DISTRIBUIDORA HELGA
SEVERO - ME COSMETICOS LTDA - ME

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 413
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)


REDATOR DESIGNADO: CLAUDIO SOARES PIRES
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES
RECORRIDO HELGA COSMETICOS LTDA - ME
EMENTA
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) RECURSO ORDINÁRIO. GRUPO ECONÔMICO.
MENDES
CONFIGURAÇÃO. Confirma-se a sentença de origem que
RECORRIDO VRX COMERCIO DE COSMETICOS E
BIJUTERIAS LTDA - ME reconheceu a formação de grupo econômico entre as empresas
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES demandadas, quando se constata que além da complementaridade
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) entre os objetos sociais destas, há o interesse integrado, a
TERCEIRO JOSE ALENCAR SALES JUNIOR
INTERESSADO comunhão de interesses e a atuação conjunta das empresas dele
TERCEIRO ERICA PONTES DE MENESES integrantes. Recurso conhecido e improvido.
INTERESSADO
RELATÓRIO
Intimado(s)/Citado(s):
Designado para redigir o acórdão, peço vênia para adotar o relatório
- BRC - BRAZIL COSMETICS LTDA
da lavra do Excelentíssimo Desembargador Relator Francisco José

Gomes da Silva, a seguir:

"Trata-se de recurso ordinário ajuizado pela reclamada HNV


PODER JUDICIÁRIO INDUSTRIA E COSMÉTICOS LTDA interposto em face da decisão
JUSTIÇA DO TRABALHO do Juízo da 18ª Vara do Trabalho de Fortaleza (ID. 984dd8d), que

JULGOU a reclamatória PROCEDENTE EM PARTE, para

condenar, SOLIDARIAMENTE, as reclamadas DISTRIBUIDORA


PROCESSO nº 0000419-19.2018.5.07.0018 (RO)
HELGA COSMÉTICOS LTDA - ME; HELGA COSMÉTICOS LTDA
RECORRENTE: JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, HELGA
- ME; HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ME; ORIGINAL
NENDZA SALES & CIA LTDA - ME, ORIGINAL COMERCIO DE
COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME; MULTIPLA
COSMÉTICOS LTDA - ME, ERICA PONTES DE MENESES,
COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - EPP; BELLA
ALENCARINE COSMÉTICOS COMERCIO VAREJISTA E
COSMÉTICOS LTDA - EPP; J R COMERCIO DE COSMÉTICOS
TREINAMENTOS EIRELI, CRX COMERCIO DE COSMÉTICOS E
LTDA - ME; JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME; ERICA
BIJUTERIAS LTDA - ME, ROBERTO NENDZA - ME, HNV
PONTES DE MENESES; ALENCARINE COSMÉTICOS
INDÚSTRIA E COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME, AL
COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS; CRX COMERCIO
PARTICIPACOES LTDA, MULT DISTRIBUIDORA DE
DE COSMÉTICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME; VRX COMERCIO
COSMÉTICOS LTDA, BRC - BRAZIL COSMETICS LTDA,
DE COSMÉTICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME; ROBERTO
LUCHELYS DE ALENCAR MARTINS
NENDZA - ME; HANOVA INDUSTRIA E COMERCIO DE
RECORRIDO: LUCHELYS DE ALENCAR MARTINS, VRX
COSMÉTICOS LTDA - ME; AL PARTICIPACOES LTDA;
COMERCIO DE COSMÉTICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME,
ANDERSON LUID DOS SANTOS SEVERO - ME; MULT
ANDERSON LUID DOS SANTOS SEVERO - ME, BRC - BRAZIL
DISTRIBUIDORA DE COSMÉTICOS LTDA; BRC - BRAZIL
COSMÉTICOS LTDA, MULT DISTRIBUIDORA DE COSMÉTICOS
COSMETICS LTDA a pagar à reclamante LUCHELYS DE
LTDA, AL PARTICIPACOES LTDA, HNV INDÚSTRIA E
ALENCAR MARTINS as seguintes parcelas: a.Saldo de salário (29
COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME, ROBERTO NENDZA -
dias); b. Aviso prévio (51 dias); com reflexos no 13º salário e férias;
ME, CRX COMERCIO DE COSMÉTICOS E BIJUTERIAS LTDA -
c. Férias simples 2016/2017 e proporcionais (8/12 avos), acrescidas
ME, ALENCARINE COSMÉTICOS COMERCIO VAREJISTA E
de 1/3 constitucional; d. 13º salário proporcional 2018 (3/12 avos); e.
TREINAMENTOS EIRELI, ERICA PONTES DE MENESES, J R
FGTS + 40%; f. Multa do art. 467 da CLT, incidente sobre os valores
COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME, BELLA COSMÉTICOS
e parcelas rescisórias constantes no TRCT (ID. 7ad3499), bem
LTDA - EPP, MULTIPLA COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA -
como sobre o FGTS não depositado e multa de 40% sobre todos os
EPP, ORIGINAL COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME,
valores devidos a título de FGTS ao longo da contratualidade; g.
HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ME, HELGA
Multa do art. 477,§8º da CLT; h. Honorários advocatícios.
COSMÉTICOS LTDA - ME, DISTRIBUIDORA HELGA
A sentença fora complementada pelos aclaratórios de ID. 7081a1b,
COSMÉTICOS LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR -
com o fito de sanear a sentença embargada, determinando a
ME
compensação do valor de R$ 10.710,34, vez que a quantia foi
RELATOR: FRANCISCO JOSÉ GOMES DA SILVA

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 414
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

recebida pela parte embargada, conforme comprovante de que, também, não retrata o caso dos autos.

transferência bancária de ID. 619A9a4. Esclarece, adiante, que há uma mera relação comercial, havendo

Aduz a recorrente, preliminarmente, que houve cerceamento de total independência entre as empresas do GRUPO HANOVA em

seu direito de defesa, ao argumento de que o juízo, ao adotar relação às componentes do GRUPO HELGA, sendo a recorrente,

integralmente a motivação da sentença proferido na reclamatória mera fornecedora de produtos para o conglomerado empresarial

trabalhista 0000471-51.2018.5.07.0006, construiu o seu HELGA, sem haver contudo, qualquer integração de interesses

entendimento, por consequência, a partir das provas orais ali entre as empresas ou atuação conjunta.

consignadas, mas que, tais elementos probatórios não foram Por fim, requer a reforma da decisão de modo a afastar a

publicizadas à ora recorrente no presente feito, com vistas à inconstitucionalidade declarada de forma incidental do art. 791-A,

garantia do contraditório e da ampla defesa, verificando-se, pois, §4º, da CLT, haja vista inexistir afronta à Carga Magna, mormente

uma patente violação ao que dispõe o art. 312 do CPC/15. porque, nos ditames do art. 133 da Lei Maior, o advogado é

Destaca, em seguida, que os aludidos depoimentos também não indispensável à administração da justiça, e, caso esta Colenda

integram o arcabouço das provas emprestadas acostada aos autos, Turma entenda de modo diverso, que seja observada o art. 97 da

mediante convenção de ambas as partes; que o Juízo a quo utilizou CRFB/1988, o qual prevê a cláusula de reserva de plenário para a

como fundamento da procedência da pretensão autoral, da mera manutenção da declaração de inconstitucionalidade.

cópia de uma transcrição parcial realizada no bojo de uma sentença Após devidamente notificada, a recorrida apresentou suas

proferida em processo paradigma, a qual, por sua vez, utilizou, contrarrazões, conforme documento de ID. 15ffc62.

naquele momento, o depoimento testemunhal na condição de prova A matéria versada no presente recurso dispensa a obrigatoriedade

emprestada, a qual, por certo, não integra o presente feito. de parecer prévio da douta PRT (art. 109, do Regimento Interno)"

Ressalta, igualmente, que as reportadas transcrições carregam FUNDAMENTAÇÃO

relatos fáticos que não integram as razões da exordial, impondo ADMISSIBILIDADE

reconhecer a total inovação da lide, em absoluta violação ao art. Acolhe-se o presente recurso, uma vez que preenchidos os

141 do CPC/15. requisitos de admissibilidade.

Em razão do exposto, requer a nulidade da sentença e o retorno PRELIMINARES

dos autos para que haja um novo julgamento, desta feita, em Peço vênia para adotar os fundamentos do voto do Excelentíssimo

conformidade com o acervo fático-probatório do caso sub examine. Desembargador Relator Francisco José Gomes da Silva, quanto à

Adiante, requer o reconhecimento da inépcia do pedido relativo às apreciação das preliminares, nos seguintes termos:

parcelas de FGTS + 40%, a extinção do pleito sem resolução de "DA NULIDADE DA SENTENÇA- DA UTILIZAÇÃO DA PROVA

mérito, à luz do que dispõe o art. 485, I, do CPC/15, sob o EMPRESTADA - DO ALEGADO CERCEAMENTO DE DEFESA

fundamento de que, a parte recorrida, em sua peça de ingresso, Aduz a recorrente, preliminarmente, que houve cerceamento de seu

inobstante tenha somente assentado as datas de ingresso e de direito de defesa, ao argumento de que o juízo, ao adotar

dispensa, realizou o pedido correspondente às parcelas de FGTS integralmente a motivação da sentença proferida na reclamatória

em conjunto com a indenização adicional de 40% sobre o saldo trabalhista 0000471-51.2018.5.07.0006, construiu o seu

fundiário. entendimento, a partir das provas orais ali consignadas, mas que,

No mérito, defende a recorrente, em síntese, a inexistência de tais elementos probatórios não foram publicizadas à ora recorrente

fusão e formação de grupo econômico com o GRUPO HELGA, no presente feito, com vistas à garantia do contraditório e da ampla

sendo indevida a sua responsabilidade solidária pelos créditos defesa, verificando-se, pois, uma patente violação ao que dispõe o

deferidos ao autor na presente reclamação trabalhista. art. 312 do CPC/15.

Argumenta, em que pese tenha havido, nas redes sociais, um Destaca, em seguida, que os aludidos depoimentos também não

anúncio de fusão entre os conglomerados Helga e Hanova, por integram o arcabouço das provas emprestadas acostada aos autos,

certo, tal reagrupamento não ocorreu, máxime porque a sucessão mediante convenção de ambas as partes; que o Juízo a quo utilizou

empresarial somente é possível em face de pessoas jurídicas como fundamento da procedência da pretensão autoral, da mera

regularmente constituídas, o que não é o caso dos grupos cópia de uma transcrição parcial realizada no bojo de uma sentença

econômicos, os quais não possuem personalidade jurídica própria, proferida em processo paradigma, a qual, por sua vez, utilizou,

mas tão somente exteriorizam a arregimentação de sociedades que naquele momento, o depoimento testemunhal na condição de prova

possuam atuação integrante em face da comunhão de interesses, o emprestada, a qual, por certo, não integra o presente feito.

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 415
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Ressalta, igualmente, que as reportadas transcrições carregam LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, ERICA

relatos fáticos que não integram as razões da exordial, impondo PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS

reconhecer a total inovação da lide, em absoluta violação ao art. COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX

141 do CPC/15. COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX

Em razão do exposto, requer a nulidade da sentença e o retorno COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME e

dos autos para que haja um novo julgamento, desta feita, em ROBERTO NENDZA - ME) e GRUPO HANOVA - HNV (HANOVA

conformidade com o acervo fático-probatório do caso sub examine. INDUSTRIA E COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, AL

À análise. PARTICIPAÇÕES LTDA, ANDERSON LUID DOS SANTOS

Em audiência de instrução, as Reclamadas requereram a juntada SEVERO - ME e MULT DISTRIBUIDORA DE COSMETICOS

de provas emprestadas, relativo aos depoimentos testemunhais dos LTDA), assim como referem-se as mesmas demandadas, sendo

processos 461-92.2018.5.07.0010, 470-54.2018.5.07.0010 e 471- permitido sua valoração como se houvesse sido produzida

39.2018.5.07.0010 (ID. bae0442, ID. ed35241, ID. 5cd9c24, ID. diretamente nos autos examinados.

8eb6395). Nesse ponto, frise-se, não há vício em virtude de o Juízo ter

O Juízo, ao proferir a sentença, utilizou para o reconhecimento da utilizado a fundamentação da sentença, a qual considerou para

existência de Grupo Econômico entre as acionadas (Grupo Hanova- formação do convencimento da magistrada, depoimentos os quais

Helga) como prova emprestada, os fundamento os lançados na foram respeitados o contraditório quando produzida em processos

sentença prolatada nos autos do processo nº 0000471- judiciais, máxime,quando envolvendo a mesma empresa e quando

51.2018.5.07.0006, de lavra da magistrada Taciana Orlovicin os fatos guardam correlação com os da presente ação.

Gonçalves Pita (ID. 984dd8d). Nesse mesmo entendimento, colaciona-se a atual jurisprudência do

Nesse ponto, destaco, inicialmente, que o novo CPC trouxe Tribunal Superior do Trabalho, in verbis:

permissivo expresso quanto à possibilidade de utilização da prova UTILIZAÇÃO DE PROVA EMPRESTADA. POSSIBILIDADE.

emprestada, desde que observado o contraditório, conforme IDENTIDADE FÁTICA. MESMAS RECLAMADAS.

previsão no art. 372, que assim dispõe: DESNECESSIDADE DE PRÉVIA CONCORDÂNCIA DA PARTE

Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em CONTRÁRIA. AUSÊNCIA DE CERCEAMENTO DE DEFESA.

outro processo, atribuindo-lhe o valor que considerar adequado, NULIDADE PROCESSUAL NÃO CONFIGURADA. Esta Corte

observado o contraditório". admite a utilização da prova emprestada, desde que haja a

Assim, havendo previsão legal para utilização da prova emprestada identidade dos fatos considerados no documento emprestado e no

e, observando que no processo nº 0000471-51.2018.5.07.0006 as caso em julgamento, assim como ocorrido nesta hipótese, em que o

partes foram submetidas ao contraditório e, havendo identidade dos Regional registrou que"a prova emprestada foi produzida em

fatos probandos nos processos, rejeita-se a alegativa de processo judicial que envolvia as mesmas rés da presente ação,

cerceamento de defesa. tendo sido observadas as formalidades estabelecidas em lei para a

Quanto a alegativa de que as reportadas transcrições dos sua produção, bem como o princípio do contraditório. Segundo,

depoimentos carregam relatos fáticos que não integram as razões porque os fatos a serem comprovados guardam correlação com os

da exordial, não merece acolhida, posto que a causa de pedir da da presente ação. Terceiro, porque a referida prova emprestada foi

autora, no que se refere a responsabilidade solidária das acionadas, valorada pelo Juízo segundo o princípio do livre convencimento

trata justamente na alegada formação de grupo econômico entre as motivado, em conjunto com as demais provas dos autos".

empresas, objeto da prova naqueles autos. Importante salientar também que a utilização de prova emprestada

Os depoimentos constantes na prova emprestada utilizada pelo não está condicionada à prévia anuência e concordância das

Juízo a quo dizem respeito aos fatos relacionados pela autora, no partes. Assim, a mera alegação da reclamada de que não

que pertine a alegada formação de grupo econômico entre as concordou com a utilização de prova emprestada não é suficiente

acionadas GRUPO HELGA (DISTR IBUIDORA HELGA para inviabilizar a sua utilização nestes autos. Precedentes.

COSMETICOS LTDA - ME, HELGA COSMETICOS LTDA - ME, Recurso de revista não conhecido" (TST, ARR - 3600-

HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ME, ORIGINAL 29.2010.5.12.0031 Data de Julgamento: 15/02/2017, Relator

COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, MULTIPLA Ministro: José Roberto Freire Pimenta, 2ª Turma, Data de

COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - EPP, BELLA Publicação: DEJT 17/02/2017).

COSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE COSMETICOS "B) RECURSO DE REVISTA. 1. NULIDADE DA SENTENÇA.

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CERCEAMENTO DE DEFESA. UTILIZAÇÃO DE PROVA serão julgados extintos sem resolução do mérito. (Incluído pela Lei

EMPRESTADA SEM ANUÊNCIA. O Regional entendeu que a nº 13.467, de 2017)

utilização de prova emprestada consubstanciada em certidão de Como se observa, a Lei n. 13.467/17 fez referência expressa aos

averiguação produzida em outros autos, no qual a reclamada figura requisitos da petição inicial trabalhista, dispondo no § 1º do art. 840

como parte, não configura cerceamento de defesa, ante a da CLT que o pedido deva "ser certo, determinado e com indicação

semelhança fática existente entre os processos, assim como da de seu valor".

observância do contraditório e da ampla defesa. Com efeito, esta No caso, em relação ao pedido de pagamento do FGTS e multa

Corte tem se posicionado no sentido de ser possível a utilização da rescisória, o reclamante fez pedido certo, determinado e com

prova emprestada, não sendo imprescindível a anuência da parte indicação do valores pois da sua causa de pedir, entende-se

adversa. Recurso de revista não conhecido" (TST, RR - 940- logicamente que o autor fora demitido sem justa causa e sem

27.2013.5.18.0181 Data de Julgamento: 09/11/2016, Relatora recebimento de suas verbas rescisórias, fato este, incontroverso

Ministra: Dora Maria da Costa, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT nos autos.

11/11/2016). Na narrativa dos fatos, o acionante afirmou que ingressou na

Preliminar rejeitada. reclamada no dia 01/08/2010, para exercer a função de gerente,

INÉPCIA DA INICIAL sendo demitida sem justa causa em 29/03/2018; que o último

Requer o Recorrente, o reconhecimento da inépcia do pedido salário percebido foi de R$ 3.200,00 (três mil e duzentos reais); que

relativo às parcelas de FGTS + 40%, e a extinção do pleito sem quando de sua demissão não recebeu qualquer valor, assim como

resolução de mérito, à luz do que dispõe o art. 485, I, do CPC/15, não fora liberado Seguro Desemprego e FGTS, motivo pelo qual

sob o fundamento de que, a parte recorrida, em sua peça de pleiteia a liberação dos mesmos em sede de tutela antecipada; que

ingresso, inobstante tenha somente assentado as datas de ingresso o FGTS se encontra depositado apenas de forma parcial, apenas o

e de dispensa, realizou o pedido correspondente às parcelas de valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais).

FGTS, em conjunto com a indenização adicional de 40% sobre o Em seguida, requereu que, Tendo em vista os argumentos jurídicos

saldo fundiário. apresentados, ajuíza-se a presente Reclamação Trabalhista no

Sem razão. intuito de serem satisfeitos todos os direitos da reclamante, quais

O processo trabalhista é regido pelo princípio da simplicidade das sejam: Saldo Salário, Aviso Prévio de 51 dias, 13º salário e férias

formas, consagrado no art. 840, § 1º, da CLT, segundo o qual basta sobre aviso prévio, FGTS sobre rescisão, 13º salário proporcional

uma breve exposição dos fatos para se considerar apta a exordial. 3/12 de 2018, férias simples 2016/2017 e proporcionais 2017/2018

Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal. todas acrescidas do terço constitucional, FGTS e multa de 40%.

§ 1º - Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do Em relação ao rol dos pedidos, o autor requereu a condenação da

Presidente da Junta, ou do juiz de direito a quem for dirigida, a reclamada ao pagamento das verbas rescisórias, incluindo FGTS E

qualificação do reclamante e do reclamado, uma breve exposição MULTA DE 40% DO FGTS.

dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, a data e a assinatura Em decorrência do princípio da simplicidade, que norteia o processo

do reclamante ou de seu representante. trabalhista, o qual não sofreu alterações com a Lei nº 13.467, de

§ 1o Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do 2017, a petição inicial ora em análise preencheu os requisitos do

juízo, a qualificação das partes, a breve exposição dos fatos de que art. 840 , da CLT, a qual, frise-se, não dificultou a defesa das

resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser certo, determinado e acionadas.

com indicação de seu valor, a data e a assinatura do reclamante ou Rejeita-se."

de seu representante. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) DO MÉRITO

§ 2º - Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em 2 (duas) GRUPO ECONÔMICO. CONFIGURAÇÃO.

vias datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no A sentença reconheceu o grupo econômico entre as empresas

que couber, o disposto no parágrafo anterior. demandadas, consoante os seguintes fundamentos:

§ 2o Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em duas vias "Diante da identidade da matéria (fática e jurídica), adoto

datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no que integralmente os fundamentos lançados na brilhante sentença

couber, o disposto no § 1o deste artigo. (Redação dada pela Lei nº prolatada nos autos da 0000471-51.2018.5.07.0006, de lavra da

13.467, de 2017) magistrada Taciana Orlovicin Gonçalves Pita, acerca da

§ 3o Os pedidos que não atendam ao disposto no § 1o deste artigo responsabilidade das empresas demandadas, nos termos a seguir:

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'Afirma a parte reclamante que as empresas que compõem o antigo Em suas contestações, as rés negam a formação de grupo

GRUPO HELGA (DISTRIBUIDORA HELGA COSMETICOS LTDA - econômico entre as empresas do Grupo Helga e Hanova As

ME, HELGA COSMETICOS LTDA - ME, HELGA NENDZA SALES reclamadas DISTRIBUIDORA HELGA COSMETICOS LTDA - ME,

& CIA LTDA - ME, ORIGINAL COMERCIO DE COSMETICOS HELGA COSMETICOS LTDA - ME, HELGA NENDZA SALES & CIA

LTDA - ME, MULTIPLA COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - LTDA - ME, ORIGINAL COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME,

EPP, BELLA COSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE MULTIPLA COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - EPP,

COSMETICOS LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, BELLACOSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE

ERICA PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS COSMETICOS LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME,

COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX ERICA PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME e COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX

ROBERTO NENDZA - ME) são dirigidas e coordenadas pelos COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME,

sócios José Alencar Sales Júnior e Érica Pontes de Meneses. Alega ROBERTO NENDZA - ME (1ª a 13ª reclamadas), não refutam o

que, em meados de 2017, os sócios do Grupo Helga iniciaram grupo econômico entre si, tendo contestado a formação de grupo

negociações para fusão com o Grupo Hanova (HNV), fusão de com as empresas do Grupo HANOVA (14ª a 16ª reclamadas), com

empresas esta que foi oficialmente tornada pública em julho de a MULT DISTRIBUIDORA (17ª reclamada) e com a BCR (18ª

2017, expondo o rol de empresas que compõem o Grupo Hanova - reclamada), alegando que o grupo HANOVA tem como objeto social

HNV (HANOVA INDUSTRIA E COMERCIO DE COSMETICOS a produção de produtos de beleza, e que inexiste hierarquia e/ou

LTDA - ME, AL PARTICIPAÇÕES LTDA, ANDERSON LUID DOS coordenação entre as empresas. Sustenta que a BCR está sob a

SANTOS SEVERO - ME e MULT DISTRIBUIDORA DE égide da Lei 11.101//05, tendo comprado o direito de utilização da

COSMETICOS LTDA), à época todas dirigidas pelos sócios marca "Helga" por cinco anos.

Anderson Luid Santos Severo e Aline Cristina Silva Souza Severo. As reclamadas HANOVA INDUSTRIA E COMERCIO DE

Sustenta que, a partir de julho de 2017, independentemente do COSMETICOS LTDA - ME e ANDERSON LUID DOS SANTOS

cumprimento das obrigações legais para efetivação da fusão, qual SEVERO - ME reconhecem o grupo entre si e negam a formação de

seja a extinção das pessoas jurídicas da empresa incorporada com grupo com as demais reclamadas, noticiando que são fornecedoras

o surgimento de uma nova, tal fusão de fato ocorreu e todos os de produtos à rede varejista, sendo uma das principais, o grupo

empregados passaram à subordinação do Grupo Hanova-Helga, o HELGA, não tendo havido a fusão alegada, apenas relação

qual configura grupo econômico por coordenação, impondo a fornecedor-cliente. Informam, ainda, que os fundos de comércio de

responsabilização solidária entre as empresas do grupo. Entende empresas do Grupo Helga foram alienados por seus sócios-

que a fusão entre as empresas com a criação, em outubro de 2017, proprietários da Helga para a empresa DX GROUP

da empresa MULT DISTRIBUIDORA DE COSMÉTICOS (de que PARTICIPAÇÕES E INVESTIMENTOS LTDA, que, por sua vez,

eram sócios o filho dos sócios do Grupo Helga e a mãe do sócio do não possuiria qualquer ligação com o Grupo Hanova, tratando-se de

Grupo Hanova), teria como única finalidade ocultar os sócios de fato empresa de investimentos de proveniente São Paulo.

da nova empresa e ainda o de conseguir nova linha de crédito na A demandada AL PARTICIPACOES LTDA nega a formação de

praça. Postula, caso não se conclua pela existência de grupo grupo econômico com quaisquer das demais empresas.

econômico, que se reconheça a sucessão empresarial de todas as A reclamada MULT DISTRIBUIDORA DE COSMETICOS LTDA

empresas do Grupo Helga por HNV INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE alega que nunca existiu de fato e nega a formação de grupo

COSMÉTICOS LTDA. Alega, ainda, que a empresa BRC BRAZIL econômico com quaisquer das demais empresas.

COSMÉTICOS LTDA adquiriu em Recuperação Judicial os direitos A ré BRC - BRAZIL COSMETICS LTDA informa que comprou os

da marca mista "Helga" por cinco anos, sem jamais exercer direitos de uso da marca HELGA, não estando a reclamante sob

qualquer gerência direta, pois o Sr. José Alencar Sales Júnior suas ordens, refutando a formação de grupo econômico com

continuou a exercer a direção, gerência e coordenação das quaisquer das demais empresas reclamadas e pleiteia que, em

empresas. Por essa razão, pretende a responsabilização solidária caso de condenação, seja de forma subsidiária.

da ré BRC BRAZIL COSMÉTICOS LTDA, uma vez identificada a Pois bem.

fraude ocorrida e a evidente direção do efetivo sócio do Grupo Inicialmente, declaro a responsabilidade solidária das empresas

Helga. DISTRIBUIDORA HELGA COSMETICOS LTDA - ME, HELGA

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COSMETICOS LTDA - ME, HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ordens do Sr. Paulo, empregado da Hanova, responsável pela

ME, ORIGINAL COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, logística."

MULTIPLA COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - EPP, BELLA Ainda, a segunda testemunha da autora noticiou:

COSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE COSMETICOS "que trabalhou para Helga de 01/02/2010 a 14/04/2018 na função

LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, ERICA de estoquista; que trabalhou com a reclamante; que o gerente,

PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS Sr.Evandro comentou com o depoente que havia sido feita uma

COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX sociedade entre a Helga e a Hanova; que, após o comentário, o

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX depoente também começo a prestar serviços para a Hanova

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, abastecendo e descarregando as mercadorias da empresa Hanova

ROBERTO NENDZA - ME (1ª a 13ª reclamadas), nos termos do § nas seções das lojas Helga, limpando as mercadorias; que o

2º do art. 2º da CLT, as quais reconheceram a formação de grupo depoente não recebia ordens de nenhum empregado da Hanova;

econômico entre si, encontrando-se, dentre estas, a empregadora. que as lojas Helga também vendiam produtos de outras indústrias e

Quanto ao grupo econômico alegado em relação aos grupos não só da empresa Hanova; que, em relação às mercadorias das

HELGA e HANOVA, a autora juntou aos autos várias fotografias outras indústrias, o abastecimento e o descarregamento de

com os Srs. Anderson Luid Dos Santos Severo, José Alencar Sales mercadorias eram feitos por empregados destas indústrias; que a

Junior, Aline Cristina Silva Souza Severo e Érica Pontes de reclamante vendia produtos da indústria Hanova bem como de

Meneses, sócios das empresa Hanova e Helga, divulgadas em meio outras indústrias."

digital em julho de 2017, anunciando a fusão entre as empresas do Saliente-se que o fato de terem sido alienados fundos de comércio

Grupo Helga com aquelas do Grupo Hanova (HNV), com de empresas do Grupo Helga para a empresa DX GROUP

fundamento na expansão e aquisições realizadas pelo grupo PARTICIPAÇÕES E INVESTIMENTOS LTDA não afeta a presente

HANOVA, podendo se perceber que nas fotos, aparece o diretor do demanda, pois apenas houve a alienação parcial das quotas

grupo HANOVA, o qual veste camisa com o nome HELGA NOVO empresariais de somente algumas das empresas do Grupo.

TEMPO e ainda uma figura que demonstra a junção de duas peças Insta destacar, também, que a alegação da reclamada ANDERSON

de quebra-cabeça nas quais constam os nomes dos dois grupos LUID DOS SANTOS SEVERO ME de que a relação havida entre os

HANOVA e HELGA. Em que pese não haver alterações nas apontados conglomerados empresariais era de apenas fornecedor-

estruturas das empresas formadoras dos grupos, resta claro que cliente não se sustenta, ressaltando que a mensagem eletrônica e a

houve uma intensa comunhão de interesses confissão de dívida datam de período anterior à "fusão" noticiada, o

econômicos/profissionais entre as empresas formadoras dos dois que só veio a ocorrer em julho de 2017.

grupos. De acordo com a Lei 13.467/2017 são requisitos para a Diante do exposto, reconheço a existência de grupo econômico por

configuração do grupo econômico: a demonstração do interesse coordenação entre todas as empresas dos Grupos HELGA e

integrado, a efetiva comunhão de interesses e a atuação conjunta HANOVA, as quais declaro responsáveis solidárias pelas verbas

das empresas integrantes. A inexistência de uma hierarquia entre decorrentes da condenação, nos termos dos arts. 2º, § 2º, e 9º da

as empresas não descaracteriza o grupo econômico, se há a CLT.

demonstração de que entre as empresas ocorre clara atuação No que concerne à reclamada AL PARTICIPAÇÕES LTDA, verifica-

conjunta, em linha de coordenação e comunhão de interesses, o se que na defesa das empresas formadoras do GRUPO HELGA

que se verifica no caso em tela. restou afirmado que as empresas HANOVA INDUSTRIA E

Ademais, a primeira testemunha laboral afirmou em seu COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, ANDERSON LUID

depoimento: DOS SANTOS SEVERO - ME e AL PARTICIPACOES LTDA

"(...) que havia comentários dentro da empresa de que ocorreu uma formam o grupo HANOVA. Nessa senda, o contrato social de

fusão entre as empresas Helga e Hanova; que o gerente do constituição da reclamada AL PARTICIPAÇÕES LTDA demonstra

depoente comentou que ocorreria a fusão e que o depoente que essa empresa tem como sócios os Srs. Anderson Liud dos

continuaria a prestar serviços para as duas empresas; que o Santos Severo e Aline Cristina Silva Souza Severo, os quais se

depoente já chegou, mesmo prestando serviços para a Helga, fizeram presentes ao evento em que foi anunciada a "fusão" entre

prestar serviços para a Hanova, tais como rotulagem de produtos, os grupos empresariais, conforme fotografias anexadas aos autos.

embalagem de mercadorias e fazendo entregas; que depois dos Ainda, o endereço eletrônico da AL PARTICIPAÇÕES LTDA

comentários da fusão, o depoente também começou a receber registrado no CNPJ é "anderson@hanovacosméticos.com.br".

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Ademais, a Sra. Aline Cristina Silva Souza Severo é também sócia Ademais, apresentou carta de preposição que revelou

da empresa HNV INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE COSMÉTICOS representação através do mesmo preposto que a empregadora,

LTDA, cujo endereço eletrônico é razão pela qual, deve ser solidariamente responsável pelos créditos

"anderson@hanovacosméticos.com.br", conquanto o Sr. Anderson oriundos da presente demanda, nos moldes dos arts. 2º, § 2º, e 9º

Liud dos Santos Severo não faça parte do corpo societário dessa da CLT."

empresa. O Sr. Anderson Liud dos Santos Severo atua, ainda, Pontue-se, por oportuno, que as atas de audiência em nada

como empresário individual da ANDERSON LUID DOS SANTOS corroboram com a tese da demandada, uma vez que se verifica,

SEVERO ME. Por fim, saliento que as empresas HNV INDÚSTRIA com extrema facilidade, que a testemunha da reclamada, Sr.

E COMÉRCIO DE COSMÉTICOS LTDA, AL PARTICIPAÇÕES Emanuel Rodrigues de Albuquerque, arrolada em todos os

LTDA, ANDERSON LUID DOS SANTOS SEVERO - ME e MULT processos, busca, sem nenhum sucesso, sustentar os termos da

DISTRIBUIDORA DE COSMETICOS LTDA, em audiência, se defesa.

fizeram representar pelo mesmo preposto, o Sr. Luiz Gustavo Ademais, por mais que tenha declarado que "que na metade do

Santana Severo, neste feiro e nos processos nº0000470- segundo semestre de 2017 houve uma reunião da Helga com a

54.2018.5.07.0010, 0000471-39.2018.5.07.0010 e 0000476- Hanova para uma parceria de fornecimento de produtos",

61.2018.5.07.0010, cujos termos de audiência foram anexados aos afirmou, posteriormente, que "soube que foi feita uma postagem

presentes autos. no instagram da Helga onde foi usado o termo fusão com a

O fato de a empresa AL PARTICIPAÇÕES LTDA ter objetivo social Hanova".

diverso das empresas do grupo HANOVA não é suficiente para Por outro lado, as testemunhas Francisca Edinusia Alves de Sousa

afastar a formação do grupo econômico com HNV INDÚSTRIA E e Maria Irlane Silva Santos

COMÉRCIO DE COSMÉTICOS LTDA e ANDERSON LUID DOS Desiderio, apresentadas pelas partes autoras, nas referidas atas de

SANTOS SEVERO - ME. audiências, possuem depoimentos uníssonos no que tange à

Sendo assim, reconheço que a empresa AL PARTICIPAÇÕES reunião em que foi publicizada à fusão das demandadas aos

LTDA pertence ao grupo econômico HANOVA, o qual restou empregados são uníssonas ("que no final de julho/2017 foram

condenada solidariamente, aplicando a esta a mesma convocadas para uma reunião no hotel meridional no centro da

responsabilidade, nos termos dos arts. 2º, § 2º, e 9º da CLT. cidade onde foi comunicada por Alencar Junior, Erica Pontes e

No que tange à reclamada MULT DISTRIBUIDORA DE Aline Severo, a fusão da Helga e Hanova, com promessas de

COSMETICOS LTDA, observa-se efetivamente formalizada em que tudo iria mudar com a chegada de novos produtos, mas na

24/10/2017 pouco tempo após a fusão dos grupos HELGA e pratica tudo continuou do mesmo jeito, pois continuou

HANOVA, com atuação na vendas de produtos de higiene, tendo chegando produtos da marca própria da Helga (lavi) e da Helga,

como sócios os Srs. Matheus Pontes Sales e Maria de Fátima dos os quais tinham prioridade para serem vendidos" - depoimento

Santos Severo, os quais são, respectivamente, o filho dos titulares de Maria Irlane Silva Santos Desiderio) e ("que houve uma

do Grupo Helga e a mãe de um dos proprietários do Grupo Hanova reunião num domingo de julho/2017 onde foi comunicada a

(Anderson Luid dos Santos Severo), fato não contestado em defesa. fusão da Hanova com a Helga Cosmeticos onde foram

Sendo assim, tenho que a empresa MULT DISTRIBUIDORA DE apresentados os novos patrões como sendo: Aline Severo e

COSMETICOS LTDA também participa dos Grupos Helga e seu esposo Anderson ambos donos da Hanova; que a a partir

Hanova, utilizando-se da mesma estrutura empresarial para a daí a prioridade era para vender os produtos da Hanova e Lavi"

consecução de seus objetivos financeiros, diante do que, resta - depoimento de Francisca Edinusia Alves de Sousa)."

condenada solidariamente, nos termos dos arts. 2º, § 2º, e 9º da A empresa recorrente manifesta no presente recurso ordinário o seu

CLT. inconformismo, alegando, em síntese: "que a fusão e o grupo

Por fim, quanto à ré BRC BRAZIL COSMETICS COMÉRCIO econômico ostentam características diametralmente opostas"; "em

VAREJISTA DE COSMÉTICOS EIRELI, verifica-se que ela que pese tenha havido, nas redes sociais, um anúncio de fusão

apresentou defesa através do mesmo escritório que a empregadora, entre os conglomerados Helga e Hanova, por certo, tal

na qual passou a repetir as mesmas alegações já apresentadas reagrupamento não ocorreu, máxime porque a sucessão

pelas 1ª a 13ª Reclamadas, além disso, observa-se que no empresarial somente é possível em face de pessoas jurídicas

comprovante de inscrição cadastral (CNPJ) consta endereço regularmente constituídas, o que não é o caso dos grupos

eletrônico pertencente ao domínio da HELGA COSMÉTICOS. econômicos, os quais não possuem personalidade jurídica própria,

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mas tão somente exteriorizam a arregimentação de sociedades que recursal a respeito da estranheza de haver empresas concorrentes

possuam atuação integrante em face da comunhão de interesses"; no mesmo grupo econômico.

"que a sentença de origem, em nenhum momento, cuidou de Além disso, vigora no Direito do Trabalho o princípio da primazia da

demonstrar a integração de interesses entre as empresas, a realidade, de modo a ser imprescindível destacar a prevalência dos

atuação conjunta, tampouco a comunhão de interesses, mas fatos da relação de emprego sobre os aspectos formais. Dessa

apenas limitou-se a discorrer, de forma bastante confusa, sobre forma, ainda que não ultimada, ao menos formalmente, com as

"fusão", sendo esta manifestante inexistente no caso vertente"; "que devidas baixas das pessoas jurídicas, a fusão mencionada nas

os depoimentos coligidos aos autos sob a rubrica de prova redes sociais, não há se desconhecer que houve a junção das

emprestada fulminam a pretensão autoral, quer pelo viés da fusão, empresas, que passaram a atuar integradas a um único grupo.

seja sob a óptica de agrupamento empresarial." Igualmente, salvo melhor juízo, os depoimentos das testemunhas

Não se vê nas razões recursais, com a devida vênia da parte não afastam o reconhecimento do grupo econômico. Ao revés,

recorrente, fundamentos que infirmem convincentemente as confirmam a fusão entre as empresas. Destaca-se, a este respeito,

conclusões do juízo de primeiro grau, razão pela qual se há perfilhar o depoimento da primeira testemunha da parte reclamante, Sra.

com os motivos da decisão vergastada, ora endossados e Maria Irlane Silva Santos Desiderio, ouvida no processo nº 0000470

integrantes das presentes razões de decidir. -54.2018.5.07.0010 (Ata de audiência de ID 5cd9c24 - Pág. 4),

Consoante o § 2º do art. 2º da CLT, "sempre que uma ou mais trazido por empréstimo ao conjunto probatório pelas próprias

empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica reclamadas, revelador de "(...) que no final de julho/2017 foram

própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de convocadas para uma reunião no hotel meridional no centro da

outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua cidade onde foi comunicada por Alencar Junior, Erica Pontes e Aline

autonomia, integrem grupo econômico, serão responsáveis Severo, a fusão da Helga e Hanova, com promessas de que tudo

solidariamente pelas obrigações decorrentes da relação de iria mudar com a chegada de novos produtos, mas na pratica tudo

emprego". continuou do mesmo jeito, pois continuou chegando produtos da

Nesta esteira, o delineamento do que se convencionou chamar marca propria da Helga (lavi) e da Helga, os quais tinham prioridade

grupo econômico, pela dicção da Consolidação das Leis do para serem vendidos, e das outras marcas continuaram escassos".

Trabalho, importa na evidência da integração dos Veja-se que a fusão foi comunicada aos empregados em reunião,

empreendimentos, de forma a vincular, direta ou indiretamente, as constatação que reforça a ideia do grupo econômico, referindo-se a

empresas. depoente a tudo ter "continuado do mesmo jeito" ao modus

Este aspecto restou caracterizado nos autos, sendo certo que se operandi das vendas dos produtos e não à ausência de formação

verificam elementos suficientes para que seja corroborada a de grupo. A testemunha em questão ainda revelou que as diversas

conclusão da sentença recorrida. marcas apresentavam seus produtos e realizavam treinamentos,

Como bem destacado pela sentença, restou demonstrada nos autos mas que com a Hanova o processo foi diferente, pois, além de ter

a ampla divulgação realizada nas redes sociais, em julho de 2017, sido comunicada a fusão, não houve interrupção do fornecimento de

acerca da fusão das empresas do Grupo Helga com aquelas do mercadorias para serem vendidas nas lojas Helga, o que ocorreu

Grupo Hanova. Eis os dizeres da publicação (V. ID 0d53e9e - Pág. com outros fornecedores em face das dívidas da empregadora

2): "Temos o orgulho de anunciar que começou um novo tempo. O originária.

Grupo HNV detentor de várias marcas como a Hanova, em um Não se olvida o depoimento da testemunha convidada pelas

processo de expansão e aquisições, realizou a fusão com o Grupo reclamadas, Sr. Emanuel Rodrigues de Albuquerque, ouvida nos

Helga Cosméticos. Tudo isso para que os nossos clientes possam processos (461-92.2018.5.07.0010, 470-54.2018.5.07.0010 e 471-

ter sempre à disposição o melhor atendimento, os melhores 39.2018.5.07.0010) trazidos por empréstimo ao conjunto probatório,

produtos e a melhor experiência. Transformando para melhor, o seu cujas declarações transparecem a ideia de demonstrar ter havido

visual e a sua vida. #HelgaNovoTempo #Hanova #GrupoHNV apenas uma relação comercial, mas não uma fusão, entre as

#GrupoHelga #Beleza #Cabelos". Com a devida vênia da parte empresas do grupo Helga e do grupo Hanova. Contudo, diante dos

recorrente, este aspecto é relevante para a caracterização do grupo demais elementos probatórios dos autos, não há de prevalecer o

econômico sob investigação, demonstrando a plena possibilidade quadro traçado pelo depoente, sendo de se destacar que ele próprio

de que as marcas de cada um dos grupos estejam sob a admite não ter participado da reunião ocorrida em julho de 2017 (V.

coordenação de um único conglomerado, o que afasta a tese ID's 5cd9c24 - Pág. 6 e 8eb6395 - Pág. 6), na qual fora anunciada a

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fusão aos trabalhadores. de férias o Exmo. Sr. Desembargador Jefferson Quesado Junior.

Cumpre ressaltar, ainda, porquanto oportuno, que a estreita relação Fortaleza, 14 de outubro de 2019.

comercial entre as empresas dos grupos empresariais, consoante INTEGRA O PRESENTE ACÓRDÃO O VOTO VENCIDO DO EXMº

se denota pelas notas ficais de vendas de mercadorias anexadas DESEMBARGADOR FRANCISCO JOSÉ GOMES DA SILVA, in

aos autos, a meu sentir, não rechaça a formação de grupo verbis:

econômico, mas, em verdade, a reforça, evidenciando além da EMENTA: PROVA EMPRESTADA. PREVISÃO LEGAL.

complementaridade entre os objetos sociais das empresas CONTRADITÓRIO OBSERVADO. O novo CPC trouxe permissivo

contratantes, o interesse integrado, a comunhão de interesses e a expresso quanto à possibilidade de utilização da prova emprestada,

atuação conjunta das empresas dele integrantes. desde que observado o contraditório, conforme previsão no art. 372.

Destarte, o quadro encontrado no presente feito permite a Assim, havendo previsão legal para utilização da prova emprestada

conclusão de que a empresa ora recorrente integra grupo e, observando que no processo nº 0000471-51.2018.5.07.0006 as

econômico com as reclamadas do grupo Helga. Importa examinar a partes foram submetidas ao contraditório e, havendo identidade dos

presença de elementos objetivos capazes de demonstrar que as fatos probandos nos processos, rejeita-se a alegativa de

empresas estavam integradas no mesmo grupo. É o que se cerceamento de defesa. Preliminar rejeitada.

constatou à exaustão no presente feito. PETIÇÃO INICIAL. ART. 840, §1º DA CLT. O processo trabalhista

Por oportuno, colhe-se o seguinte precedente jurisprudencial: é regido pelo princípio da simplicidade das formas, consagrado no

"Grupo econômico. Relação inter-empresarial. O grupo econômico art. 840, § 1º, da CLT, segundo o qual basta uma breve exposição

para fins justrabalhistas não necessita se revestir das modalidades dos fatos para se considerar apta a exordial. Em decorrência do

jurídicas típicas do Direito Econômico ou Direito Comercial princípio da simplicidade, que norteia o processo trabalhista, o qual

(holdings, consórcios, pools etc.). Não se exige, sequer, a prova não sofreu alterações com a Lei nº 13.467, de 2017, verifica-se que

de sua formal institucionalização cartorial: pode-se acolher a a petição inicial atendeu integralmente os requisitos do art. 840, da

existência do grupo desde que surjam evidências probatórias CLT. Preliminar rejeitada.

de que estão presentes os elementos de integração inter- EXISTÊNCIA DE GRUPO ECONÔMICO. ART. 2º, DA CLT. ÔNUS

empresarial (abrangência subjetiva e nexo relacional) de que DA PROVA. ART. 818, DA CLT C/C ART. 373, DO NCPC.

fala a CLT (art. 2º, § 2º)" (Processo 00409002020085010025, TRT AUSÊNCIA DE PROVA. Não tendo a reclamante comprovado a

1ª Região - 8ª Turma, Relatora Desembargadora Dalva Amélia de existência do alegado grupo econômico Helga-Hanova, composto

Oliveira, Publicado em 30/06/2014)(destaquei). de diversas empresas, reforma-se a sentença para afastar a

NEGA-SE PROVIMENTO. responsabilidade solidária pretendida pela autora.

CONCLUSÃO DO VOTO RECURSO CONHECIDO E DADO PROVIMENTO PARCIAL

Por unanimidade, conhecer do recurso ordinário para, rejeitar as FUNDAMENTAÇÃO:

preliminares suscitadas e, no mérito, por maioria, negar-lhe ADMISSIBILIDADE

provimento. Acolhe-se o presente recurso, uma vez que preenchidos os

DISPOSITIVO requisitos de admissibilidade.

ACORDAM OS INTEGRANTES DA 2.ª TURMA DO TRIBUNAL DO MÉRITO

REGIONAL DO TRABALHO DA 7.ª REGIÃO, por unanimidade, PRELIMINARES

conhecer do recurso ordinário para, rejeitar as preliminares DA NULIDADE DA SENTENÇA- DA UTILIZAÇÃO DA PROVA

suscitadas e, no mérito, por maioria, negar-lhe provimento. Vencido EMPRESTADA - DO ALEGADO CERCEAMENTO DE DEFESA

o Desembargador Relator, que dava provimento ao apelo, para Aduz a recorrente, preliminarmente, que houve cerceamento de seu

excluir da condenação a responsabilidade solidária da reclamada direito de defesa, ao argumento de que o juízo, ao adotar

HNV INDÚSTRIA E COSMÉTICOS LTDA. Redigirá o acórdão o integralmente a motivação da sentença proferida na reclamatória

Desembargador Cláudio Soares Pires, com a integração do voto trabalhista 0000471-51.2018.5.07.0006, construiu o seu

vencido. entendimento, a partir das provas orais ali consignadas, mas que,

Participaram do julgamento os Exmos. Srs. Desembargadores tais elementos probatórios não foram publicizadas à ora recorrente

Francisco José Gomes da Silva (Presidente e Relator), Cláudio no presente feito, com vistas à garantia do contraditório e da ampla

Soares Pires e Paulo Régis Machado Botelho. Presente ainda o(a) defesa, verificando-se, pois, uma patente violação ao que dispõe o

Exmo(a). Sr(a). membro do Ministério Público do Trabalho. Em gozo art. 312 do CPC/15.

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Destaca, em seguida, que os aludidos depoimentos também não Juízo a quo dizem respeito aos fatos relacionados pela autora, no

integram o arcabouço das provas emprestadas acostada aos autos, que pertine a alegada formação de grupo econômico entre as

mediante convenção de ambas as partes; que o Juízo a quo utilizou acionadas GRUPO HELGA (DISTR IBUIDORA HELGA

como fundamento da procedência da pretensão autoral, da mera COSMETICOS LTDA - ME, HELGA COSMETICOS LTDA - ME,

cópia de uma transcrição parcial realizada no bojo de uma sentença HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ME, ORIGINAL

proferida em processo paradigma, a qual, por sua vez, utilizou, COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, MULTIPLA

naquele momento, o depoimento testemunhal na condição de prova COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - EPP, BELLA

emprestada, a qual, por certo, não integra o presente feito. COSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE COSMETICOS

Ressalta, igualmente, que as reportadas transcrições carregam LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, ERICA

relatos fáticos que não integram as razões da exordial, impondo PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS

reconhecer a total inovação da lide, em absoluta violação ao art. COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX

141 do CPC/15. COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX

Em razão do exposto, requer a nulidade da sentença e o retorno COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME e

dos autos para que haja um novo julgamento, desta feita, em ROBERTO NENDZA - ME) e GRUPO HANOVA - HNV (HANOVA

conformidade com o acervo fático-probatório do caso sub examine. INDUSTRIA E COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, AL

À análise. PARTICIPAÇÕES LTDA, ANDERSON LUID DOS SANTOS

Em audiência de instrução, as Reclamadas requereram a juntada SEVERO - ME e MULT DISTRIBUIDORA DE COSMETICOS

de provas emprestadas, relativo aos depoimentos testemunhais dos LTDA), assim como referem-se as mesmas demandadas, sendo

processos 461-92.2018.5.07.0010, 470-54.2018.5.07.0010 e 471- permitido sua valoração como se houvesse sido produzida

39.2018.5.07.0010 (ID. bae0442, ID. ed35241, ID. 5cd9c24, ID. diretamente nos autos examinados.

8eb6395). Nesse ponto, frise-se, não há vício em virtude de o Juízo ter

O Juízo, ao proferir a sentença, utilizou para o reconhecimento da utilizado a fundamentação da sentença, a qual considerou para

existência de Grupo Econômico entre as acionadas (Grupo Hanova- formação do convencimento da magistrada, depoimentos os quais

Helga) como prova emprestada, os fundamento os lançados na foram respeitados o contraditório quando produzida em processos

sentença prolatada nos autos do processo nº 0000471- judiciais, máxime,quando envolvendo a mesma empresa e quando

51.2018.5.07.0006, de lavra da magistrada Taciana Orlovicin os fatos guardam correlação com os da presente ação.

Gonçalves Pita (ID. 984dd8d). Nesse mesmo entendimento, colaciona-se a atual jurisprudência do

Nesse ponto, destaco, inicialmente, que o novo CPC trouxe Tribunal Superior do Trabalho, in verbis:

permissivo expresso quanto à possibilidade de utilização da prova UTILIZAÇÃO DE PROVA EMPRESTADA. POSSIBILIDADE.

emprestada, desde que observado o contraditório, conforme IDENTIDADE FÁTICA. MESMAS RECLAMADAS.

previsão no art. 372, que assim dispõe: DESNECESSIDADE DE PRÉVIA CONCORDÂNCIA DA PARTE

Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em CONTRÁRIA. AUSÊNCIA DE CERCEAMENTO DE DEFESA.

outro processo, atribuindo-lhe o valor que considerar adequado, NULIDADE PROCESSUAL NÃO CONFIGURADA. Esta Corte

observado o contraditório". admite a utilização da prova emprestada, desde que haja a

Assim, havendo previsão legal para utilização da prova emprestada identidade dos fatos considerados no documento emprestado e no

e, observando que no processo nº 0000471-51.2018.5.07.0006 as caso em julgamento, assim como ocorrido nesta hipótese, em que o

partes foram submetidas ao contraditório e, havendo identidade dos Regional registrou que"a prova emprestada foi produzida em

fatos probandos nos processos, rejeita-se a alegativa de processo judicial que envolvia as mesmas rés da presente ação,

cerceamento de defesa. tendo sido observadas as formalidades estabelecidas em lei para a

Quanto a alegativa de que as reportadas transcrições dos sua produção, bem como o princípio do contraditório. Segundo,

depoimentos carregam relatos fáticos que não integram as razões porque os fatos a serem comprovados guardam correlação com os

da exordial, não merece acolhida, posto que a causa de pedir da da presente ação. Terceiro, porque a referida prova emprestada foi

autora, no que se refere a responsabilidade solidária das acionadas, valorada pelo Juízo segundo o princípio do livre convencimento

trata justamente na alegada formação de grupo econômico entre as motivado, em conjunto com as demais provas dos autos".

empresas, objeto da prova naqueles autos. Importante salientar também que a utilização de prova emprestada

Os depoimentos constantes na prova emprestada utilizada pelo não está condicionada à prévia anuência e concordância das

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 423
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partes. Assim, a mera alegação da reclamada de que não § 2º - Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em 2 (duas)

concordou com a utilização de prova emprestada não é suficiente vias datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no

para inviabilizar a sua utilização nestes autos. Precedentes. que couber, o disposto no parágrafo anterior.

Recurso de revista não conhecido" (TST, ARR - 3600- § 2o Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em duas vias

29.2010.5.12.0031 Data de Julgamento: 15/02/2017, Relator datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no que

Ministro: José Roberto Freire Pimenta, 2ª Turma, Data de couber, o disposto no § 1o deste artigo. (Redação dada pela Lei nº

Publicação: DEJT 17/02/2017). 13.467, de 2017)

"B) RECURSO DE REVISTA. 1. NULIDADE DA SENTENÇA. § 3o Os pedidos que não atendam ao disposto no § 1o deste artigo

CERCEAMENTO DE DEFESA. UTILIZAÇÃO DE PROVA serão julgados extintos sem resolução do mérito. (Incluído pela Lei

EMPRESTADA SEM ANUÊNCIA. O Regional entendeu que a nº 13.467, de 2017)

utilização de prova emprestada consubstanciada em certidão de Como se observa, a Lei n. 13.467/17 fez referência expressa aos

averiguação produzida em outros autos, no qual a reclamada figura requisitos da petição inicial trabalhista, dispondo no § 1º do art. 840

como parte, não configura cerceamento de defesa, ante a da CLT que o pedido deva "ser certo, determinado e com indicação

semelhança fática existente entre os processos, assim como da de seu valor".

observância do contraditório e da ampla defesa. Com efeito, esta No caso, em relação ao pedido de pagamento do FGTS e multa

Corte tem se posicionado no sentido de ser possível a utilização da rescisória, o reclamante fez pedido certo, determinado e com

prova emprestada, não sendo imprescindível a anuência da parte indicação do valores pois da sua causa de pedir, entende-se

adversa. Recurso de revista não conhecido" (TST, RR - 940- logicamente que o autor fora demitido sem justa causa e sem

27.2013.5.18.0181 Data de Julgamento: 09/11/2016, Relatora recebimento de suas verbas rescisórias, fato este, incontroverso

Ministra: Dora Maria da Costa, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT nos autos.

11/11/2016). Na narrativa dos fatos, o acionante afirmou que ingressou na

Preliminar rejeitada. reclamada no dia 01/08/2010, para exercer a função de gerente,

INÉPCIA DA INICIAL sendo demitida sem justa causa em 29/03/2018; que o último

Requer o Recorrente, o reconhecimento da inépcia do pedido salário percebido foi de R$ 3.200,00 (três mil e duzentos reais); que

relativo às parcelas de FGTS + 40%, e a extinção do pleito sem quando de sua demissão não recebeu qualquer valor, assim como

resolução de mérito, à luz do que dispõe o art. 485, I, do CPC/15, não fora liberado Seguro Desemprego e FGTS, motivo pelo qual

sob o fundamento de que, a parte recorrida, em sua peça de pleiteia a liberação dos mesmos em sede de tutela antecipada; que

ingresso, inobstante tenha somente assentado as datas de ingresso o FGTS se encontra depositado apenas de forma parcial, apenas o

e de dispensa, realizou o pedido correspondente às parcelas de valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais).

FGTS, em conjunto com a indenização adicional de 40% sobre o Em seguida, requereu que, Tendo em vista os argumentos jurídicos

saldo fundiário. apresentados, ajuíza-se a presente Reclamação Trabalhista no

Sem razão. intuito de serem satisfeitos todos os direitos da reclamante, quais

O processo trabalhista é regido pelo princípio da simplicidade das sejam: Saldo Salário, Aviso Prévio de 51 dias, 13º salário e férias

formas, consagrado no art. 840, § 1º, da CLT, segundo o qual basta sobre aviso prévio, FGTS sobre rescisão, 13º salário proporcional

uma breve exposição dos fatos para se considerar apta a exordial. 3/12 de 2018, férias simples 2016/2017 e proporcionais 2017/2018

Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal. todas acrescidas do terço constitucional, FGTS e multa de 40%.

§ 1º - Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do Em relação ao rol dos pedidos, o autor requereu a condenação da

Presidente da Junta, ou do juiz de direito a quem for dirigida, a reclamada ao pagamento das verbas rescisórias, incluindo FGTS E

qualificação do reclamante e do reclamado, uma breve exposição MULTA DE 40% DO FGTS.

dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, a data e a assinatura Em decorrência do princípio da simplicidade, que norteia o processo

do reclamante ou de seu representante. trabalhista, o qual não sofreu alterações com a Lei nº 13.467, de

§ 1o Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do 2017, a petição inicial ora em análise preencheu os requisitos do

juízo, a qualificação das partes, a breve exposição dos fatos de que art. 840 , da CLT, a qual, frise-se, não dificultou a defesa das

resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser certo, determinado e acionadas.

com indicação de seu valor, a data e a assinatura do reclamante ou Rejeita-se.

de seu representante. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) DO MÉRITO

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 424
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FORMAÇÃO DE GRUPO ECONÔMICO. beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem

Na peça de ingresso, requer o reclamante que seja caracterizada a fins lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados.

condição da segunda (VRX COMÉRCIO COSMÉTICOS E § 2º Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada

BIJUTERIAS LTDA) e terceira reclamada (HANOVA uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a

COSMÉTICOS), de responsáveis solidárias pelos encargos direção, controle ou administração de outra, ou ainda quando,

trabalhistas da primeira reclamada, HELGA COSMÉTICOS, em mesmo guardando cada uma sua autonomia, integrem grupo

função da existência de grupo econômico. econômico, serão responsáveis solidariamente pelas

Afirma que a primeira, segunda e terceira reclamadas foram obrigações decorrentes da relação de emprego.

criadas, são dirigidas e controladas pelo pela Sra. Erica Pontes de § 3º Não caracteriza grupo econômico a mera identidade de

Meneses, que não aparece no contrato social da terceira sócios, sendo necessárias, para a configuração do grupo, a

reclamada, HANOVA COSMÉTICOS, pois utilizou terceiro como demonstração do interesse integrado, a efetiva comunhão de

laranja. interesses e a atuação conjunta das empresas dele integrantes.

Ressalta, que os objetos sociais das empresas são (destaquei)

complementares, visto todas possuírem o mesmo objeto social e A nova redação do art. 2º, além de manter a hipótese do grupo

finalidade, sendo patente a formação de grupo econômico entre econômico hierarquizado ou sob subordinação, introduz,

elas. expressamente, o outro modelo de grupo econômico, vertical, ou

No mérito, defende a recorrente, em síntese, a inexistência de fusão sob coordenação, trazendo para o texto legal, o entendimento dos

e formação de grupo econômico com o GRUPO HELGA, sendo Tribunais Regionais do Trabalho e do TST quanto a configuração de

indevida a sua responsabilidade solidária pelos créditos deferidos grupo econômico.

ao autor na presente reclamação trabalhista. Com relação a este modelo de grupo econômico coordenado, a

Argumenta que, em que pese tenha havido, nas redes sociais, um Desembargadora Dra. Vólia Bomfim Cassar, do TRT da 1ª Região,

anúncio de fusão entre os conglomerados Helga e Hanova, por em seu livro Direito do Trabalho, afirma que:

certo, tal reagrupamento não ocorreu, máxime porque a sucessão Os grupos econômicos por coordenação se apresentam quando

empresarial somente é possível em face de pessoas jurídicas houver reunião de interesses para execução de determinado

regularmente constituídas, o que não é o caso dos grupos empreendimento, tendo ou não o mesmo controle ou administração

econômicos, os quais não possuem personalidade jurídica própria, comum. Logo, os grupos por coordenação podem ter relação de

mas tão somente exteriorizam a arregimentação de sociedades que controle entre si, numa linha horizontal e não vertical. Isto é, não

possuam atuação integrante em face da comunhão de interesses, o haverá, no grupo horizontal, uma empresa controladora e outra(s)

que, também, não retrata o caso dos autos. controlada(s), uma líder (holding) e outras lideradas. Todas são

Esclarece, adiante, que há uma mera relação comercial, havendo interligadas entre si e, apesar de autônomas e independentes, estão

total independência entre as empresas do GRUPO HANOVA em interligadas pela ingerência, administração comum, como se

relação às componentes do GRUPO HELGA, sendo a recorrente, subordinadas umas às outras administrativamente. Por trás desta

mera fornecedora de produtos para o conglomerado empresarial administração comum pode estar um sócio ou alguns sócios ou

HELGA, sem haver contudo, qualquer integração de interesses pessoa física no controle.(CASSAR, 2017,p.429).

entre as empresas ou atuação conjunta. Logo, o aproveitamento dos serviços prestados pelo trabalhador por

À análise. sociedades empresárias que mantenham relação de coordenação

A lei nº 13.467, de 13 de julho de 2017 que alterou a Consolidação entre si, formando o grupo econômico trabalhista, serão todas, por

das Leis do Trabalho (CLT) trouxe novos parâmetros para consequência, responsabilizadas pela contraprestação devida ao

responsabilização de empresas terceiras. obreiro, atraindo a incidência do § 2º do artigo 2º da CLT

A nova redação alterou o parágrafo 2º e acrescentou o parágrafo 3º (coordenação interempresarial).

a este artigo, conforme transcrição seguinte: Estabeleceu, igualmente, que "não caracteriza grupo econômico a

Art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, mera identidade de sócios. Assim, o patrimônio de empresas que

que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria têm sócios comuns, porém com atuam em setores diversos, estarão

e dirige a prestação pessoal de serviço. resguardadas.

§ 1º - Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da Portanto, a análise da existência ou não da formação de um grupo

relação de emprego, os profissionais liberais, as instituições de econômico, deve-se observar o princípio da primazia da realidade,

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 425
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para que cada caso seja analisado com suas peculiaridades, sendo deveriam estar em primeiro lugar nas vendas; que antes da

ônus do autor a prova de suas alegações ( art. 818, da CLT c/c art. reunião já vendiam todo tipo de produto e de varias marcas,

373, do NCPC). inclusive dos ora citados; que os proprietários da Helga e Hanova

No caso em análise, o autor fundamenta sua pretensão com base estavam presentes na reunião, sendo Erica PontesMenezes e

em notícias veiculadas nas redes sociais de possível fusão entre os Alencar Junior proprietários da Helga.". ÀS PERGUNTAS DO DO(A)

grupos Helga Cosméticos e HNV, assim como colaciona fotos em PATRONO(A) DO(A) PARTE RECLAMADA RESPONDEU: "que

que retrata parcerias entre as duas empresas, ID. 0d53e9e, sem, depois da reunião depoente continuou trabalhando na mesma

contudo, apresentar qualquer prova que indique ter realmente loja e o reclamante também, mas ambos trabalhavam em lojas

ocorrido a "FUSÃO" das empresas, ou qualquer relação de diferentes; que na reunião estavam os vendedores e gerentes;

coordenação entre elas. que a faixada das lojas continuaram iguais; que não houve

Ao revés, a acionada Hanova Indústria e Comércio de Cosméticos mudança da chefia após a reunião, mas a sua chefe Luxeles

Ltda colacionou aos autos documentos que demonstram a relação teve um problema de saúde e foi transferida para loja de

de vendas de mercadorias para as empresas integrantes do grupo Messejana, tendo ficado como gerente Rosangela; que Luxeles

Helga (CRX COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA e Rosangela eram gerentes da Helga; (...)." ( grifos nosso)

ME, ALENCARINE COSMETICOS COMERCIO VAREJISTA E Conforme se extrai do depoimento supra, não se trata o caso de "

TREINAMENTO EIREL, HELGA MEDZA SALES & CIA LTDA -ME, fusão" entre as empresas, tanto que a partir da reunião ocorrida em

ORIGINAL COMERCIO DE COSMETICOS LTDA ME, VRX julho de 2017, nada foi alterado na estrutura organizacional da

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA ME, JOSE empresa, assim como layout das lojas, tratando-se, na verdade, de

ALENCAR SALES JUNIOR- ME, ORIGINAL COMERCIO DE um marketing e ações para incremento das vendas, através da

COSMETICOS LTDA- ME, tais como notas fiscais de vendas de fornecedora dos produtos, empresa HANOVA INDUSTRIA E

mercadorias, termo de confissão de dívida e e-mails em que se COMERCIO DE COSMETICOS LTDA, fato este, confirmado pelos

evidencia a parceria comercial entre as empresas ( venda de depoimentos de reclamantes e testemunhas dos processos

mercadorias), ID. de4b07e, ID. 4c4a838. utilizados como provas emprestadas nos autos, vejamos:

Na audiência de instrução, as reclamadas requerem a juntada de Convocada a primeira testemunha arrolada pelas Reclamadas

provas emprestadas (processos nºs. 461-92.2018.5.07.0010, 470- HANOVA INDUSTRIA E COMERCIO DE COSMETICOS LTDA -

54.2018.5.07.0010 e 471-39.2018.5.07.0010, tendo a autora ME, AL PARTICIPACOES LTDA, ANDERSON LUID DOS

concordado com a juntada dos referidos depoimentos. SANTOS SEVERO - ME e MULT DISTRIBUIDORA DE

No termo de audiência relativo ao processo nº. 0000461- COSMETICOS LTDA, Sr(a). Emanuel Rodrigues de Albuquerque

92.2018.5.07.0010, a testemunha da reclamante afirmou que: (...): "que trabalha na Hanova desde março/2016 como gerente

Primeira testemunha arrolada pela parte Reclamante Sr(a). administrativo financeiro; ." ÀS PERGUNTAS DO(A) PATRONO(A)

Francisca Edinusia Alves de Sousa: " (...)"que trabalhou na DO(A) PARTE RECLAMADA RESPONDEU: "que na metade do

reclamada Helga Cosméticos de 01/06/2006 a 23/02/2018 na segundo semestre de 2017 houve uma reunião da Helga com a

função de vendedora; que o reclamante, depoente e todos os Hanova para uma parceria de fornecimento de produtos, pois a

funcionários foram demitidos sem pagamento de verbas rescisórias Hanova é uma industria; que o fornecimento dos produtos continuou

e nem do salário do último mês; que depoente trabalhou até da mesma forma, pois a Helga permaneceu como uma cliente

23/fevereiro/2018, não sabendo o ultimo dia labutado pelo norma; que a parceria teve o objetivo de aumentar o volume de

reclamante; que recebia ordem direta dos gerentes Luxeles, vendas nas lojas e de fato aumentou, mas só no primeiro mês,

Rosângela, Francisca Cirlane, os quais eram gerentes da loja pois logo em seguida a Helga entrou novamente em dificuldades

do shopping Central da Helga Nendza Sales .". ÀS PERGUNTAS financeiras e não conseguiu pagar os produtos que comprava, pois

DO(A) PATRONO(A) DO(A) PARTE RECLAMANTE RESPONDEU: a divida já estava muito alta, de modo que a Helga não conseguia

"que houve uma reunião num domingo de julho/2017 onde foi pagar nada na sua totalidade; que é uma prática comum serem

comunicada a fusão da Hanova com a Helga Cosmeticos onde feitas ações com as distribuidoras para estimular as vendas, e

foram apresentados os novos patrões como sendo: Aline os proprietários da Hanova comparecem pelo fato de que o

Severo e seu esposo Anderson ambos donos da Hanova; que a distribuidor Helga ser de grande porte, como também de outros

a partir daí a prioridade era para vender os produtos da Hanova distribuidores; que na época da parceria a Helga já estava em

e Lavi, mesmo tendo outras marcas, mas a Hanova e Lavi débito com a Hanova; que a Hanova não colocou pessoas na

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lojas da Helga, muito menos assumiu o comando dessa; que a (...).( grifos nosso)

continuou a vendendo normalmente para as outras lojas, como No termo de audiência relativo ao processo nº. 0000471-

Cosbel, Anavi, Iap e outras; que não houve a fusão da Hanova com 39.2018.5.07.0010 a reclamante afirmou que:

a Helga; que havia procedimento de cobrança normal das vendas DEPOIMENTO PESSOAL DO RECLAMANTE MARIA CLEOMAR

dos produtos Hanova;." ÀS PERGUNTAS DO DO(A) PATRONO(A) FERREIRA DE SOUSA ALMEIDA: " (...) que depoente era gerente

DO(A) PARTE RECLAMANTE RESPONDEU: "que a reunião tem da loja Helga situada na Rua Floriano Peixoto 577, e trabalhou de

um caráter de marketing e não para apresentar fusão; que não 01/03/2003 até 14/04/2018: " (...)que as fachadas das lojas da

houve comunicação formal da fusão entre a Hanova e Helga, mas Helga continuaram com o mesmo nome, após a fusão, e as notas

depoente soube que foi feita uma postagem no instagram da fiscais das vendas eram com o nome da Helga; que a fusão da

Helga onde foi usado o termo fusão com a Hanova; que quanto Helga e Hanova foi para o crescimento da Helga, mas o dia a dia de

ao doc. de fl. 8 se tratam das pessoas de Anderson (proprietário da trabalho continuou o mesmo de antes, porém com a informação de

Hanova) e Junior (proprietária da Helga) e o doc. de fl. 9 tratam das que deveriam vender mais os produtos da Hanova; (...)."

pessoas Aline (proprietária da Hanova) e Erica (proprietária da Havendo fusão ou incorporação de empresas, há a alteração na

Helga); (...)."( grifos nosso) estrutura jurídica da empresa, o que in casu, não há provas nos

No termo de audiência relativo ao processo nº. 0000470- autos, não sendo suficiente a propaganda disseminada em reunião

54.2018.5.07.0010, o reclamante afirmou que : de empregados e redes sociais.

O DEPOIMENTO PESSOAL DO RECLAMANTE: '" que depoente O que extrai dos depoimentos, é que a ideia inicial de postar nas

era subgerente, que atuava em várias lojas da Helga e trabalhou até redes sociais de que haveria a fusão das empresas, trata-se, tão

07/04/2018 porque as lojas fecharam, tendo a sra. Erica Pontes somente, de marketing para alavancar as vendas da empresa

(dona da Helga, esposa de Alencar Junior) comunicado a dispensa Helga, a qual, na época, já se encontrava com dificuldades

os quais eram chefes do depoente; (...) ; que a Helga vendia financeiras.

produtos de marca própria (Lavi), mas também da Hanova, Fatore, Diante do exposto, considerando que a autora não se desincumbiu

Corpo Dourado e outros; que em julho/2017 houve a fusão da de seu ônus probatório, reforma-se a sentença para excluir a

Hanova com a Helga, no que a prioridade passou a ser para vender responsabilidade solidária da reclamada HNV INDÚSTRIA E

produtos da Hanova e Lavi, mas ainda assim, a Helga continuou a COSMÉTICOS LTDA.

vender produtos de outras marcas que já tinham estoque nas DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

lojas, e também continuou comprando produtos de outras Uma vez excluída a responsabilidade solidária da ora recorrente, o

marcas para vender nas suas lojas; que as fachadas das lojas presente apelo, no ponto, segue a sorte do principal.

da Helga continuaram com o mesmo nome, após a fusão, e as CONCLUSÃO DO VOTO VENCIDO:

notas fiscais das vendas eram com o nome da Helga; que a

fusão da Helga e Hanova foi para o crescimento da Helga, mas Isto posto, voto pelo conhecimento do recurso ordinário para,

o dia a dia de trabalho continuou o mesmo de antes, porém rejeitar as preliminares suscitadas e, no mérito, dar-lhe provimento

com a informação de que deveriam vender mais os produtos da para excluir a responsabilidade solidária da reclamada HNV

Helga. ( grifos nosso) INDÚSTRIA E COSMÉTICOS LTDA."

Primeira testemunha arrolada pela parte Reclamante Sr(a).

Maria Irlane Silva Santos Desiderio: " (...) que no final de CLAUDIO SOARES PIRES

julho/2017 foram convocadas para uma reunião no hotel meridional Desembargador Redator Designado

no centro da cidade onde foi comunicada por Alencar Junior, Erica

Pontes e Aline Severo, a fusão da Helga e Hanova, com promessas FORTALEZA/CE, 28 de fevereiro de 2020.

de que tudo iria mudar com a chegada de novos produtos, mas na

pratica tudo continuou do mesmo jeito, pois continuou MARIA DO SOCORRO RODRIGUES GONCALVES

chegando produtos da marca propria da Helga (lavi) e da Helga, Diretor de Secretaria

os quais tinham prioridade para serem vendidos, e das outras


Processo Nº ROT-0000419-19.2018.5.07.0018
marcas continuaram escassos; que sempre recebeu ordens Relator CLAUDIO SOARES PIRES
das mesmas pessoas (Erica e Alencar), os quais pagavam o RECORRENTE BRC - BRAZIL COSMETICS LTDA
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
salário da depoente; que todas as lojas da Helga fecharam; .". MENDES

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 427
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES
RECORRENTE MULT DISTRIBUIDORA DE
COSMETICOS LTDA RECORRIDO MULTIPLA COMERCIO DE
COSMETICOS LTDA - EPP
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE)
SOUSA ARAGÃO LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRENTE JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES RECORRIDO BELLA COSMETICOS LTDA - EPP
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRENTE ROBERTO NENDZA - ME ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES RECORRIDO HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA
- ME
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRENTE CRX COMERCIO DE COSMETICOS E
BIJUTERIAS LTDA - ME ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES RECORRIDO LUCHELYS DE ALENCAR MARTINS
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) RAFFAEL DUTRA LIMA ADVOGADO(OAB: 29332/CE)
RIBEIRO
RECORRENTE AL PARTICIPACOES LTDA
EDUARDO FONTENELE ADVOGADO(OAB: 19970/CE)
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE) MOTA
SOUSA ARAGÃO
RECORRIDO ORIGINAL COMERCIO DE
RECORRENTE HNV INDUSTRIA E COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME
COSMETICOS LTDA - ME
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE)
SOUSA ARAGÃO ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES
RECORRENTE ALENCARINE COSMETICOS
COMERCIO VAREJISTA E RECORRIDO ALENCARINE COSMETICOS
TREINAMENTOS EIRELI COMERCIO VAREJISTA E
TREINAMENTOS EIRELI
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES
RECORRENTE LUCHELYS DE ALENCAR MARTINS
RECORRIDO CRX COMERCIO DE COSMETICOS E
EDUARDO FONTENELE ADVOGADO(OAB: 19970/CE) BIJUTERIAS LTDA - ME
MOTA
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RAFFAEL DUTRA LIMA ADVOGADO(OAB: 29332/CE)
RIBEIRO ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES
RECORRENTE ERICA PONTES DE MENESES
RECORRIDO J R COMERCIO DE COSMETICOS
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) LTDA - ME
MENDES
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
RECORRENTE HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA MENDES
- ME
RECORRIDO ERICA PONTES DE MENESES
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES
RECORRENTE ORIGINAL COMERCIO DE
COSMETICOS LTDA - ME RECORRIDO JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
MENDES ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) MENDES
RECORRIDO ANDERSON LUID DOS SANTOS RECORRIDO DISTRIBUIDORA HELGA
SEVERO - ME COSMETICOS LTDA - ME
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE) LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
SOUSA ARAGÃO ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
RECORRIDO AL PARTICIPACOES LTDA MENDES
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE) RECORRIDO HELGA COSMETICOS LTDA - ME
SOUSA ARAGÃO LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRIDO MULT DISTRIBUIDORA DE ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
COSMETICOS LTDA MENDES
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE) RECORRIDO VRX COMERCIO DE COSMETICOS E
SOUSA ARAGÃO BIJUTERIAS LTDA - ME
RECORRIDO ROBERTO NENDZA - ME ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) MENDES
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
MENDES TERCEIRO JOSE ALENCAR SALES JUNIOR
RECORRIDO HNV INDUSTRIA E COMERCIO DE INTERESSADO
COSMETICOS LTDA - ME TERCEIRO ERICA PONTES DE MENESES
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE) INTERESSADO
SOUSA ARAGÃO
RECORRIDO BRC - BRAZIL COSMETICS LTDA Intimado(s)/Citado(s):
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)

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- J R COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME


da lavra do Excelentíssimo Desembargador Relator Francisco José

Gomes da Silva, a seguir:

"Trata-se de recurso ordinário ajuizado pela reclamada HNV


PODER JUDICIÁRIO INDUSTRIA E COSMÉTICOS LTDA interposto em face da decisão
JUSTIÇA DO TRABALHO do Juízo da 18ª Vara do Trabalho de Fortaleza (ID. 984dd8d), que

JULGOU a reclamatória PROCEDENTE EM PARTE, para

condenar, SOLIDARIAMENTE, as reclamadas DISTRIBUIDORA


PROCESSO nº 0000419-19.2018.5.07.0018 (RO)
HELGA COSMÉTICOS LTDA - ME; HELGA COSMÉTICOS LTDA
RECORRENTE: JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, HELGA
- ME; HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ME; ORIGINAL
NENDZA SALES & CIA LTDA - ME, ORIGINAL COMERCIO DE
COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME; MULTIPLA
COSMÉTICOS LTDA - ME, ERICA PONTES DE MENESES,
COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - EPP; BELLA
ALENCARINE COSMÉTICOS COMERCIO VAREJISTA E
COSMÉTICOS LTDA - EPP; J R COMERCIO DE COSMÉTICOS
TREINAMENTOS EIRELI, CRX COMERCIO DE COSMÉTICOS E
LTDA - ME; JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME; ERICA
BIJUTERIAS LTDA - ME, ROBERTO NENDZA - ME, HNV
PONTES DE MENESES; ALENCARINE COSMÉTICOS
INDÚSTRIA E COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME, AL
COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS; CRX COMERCIO
PARTICIPACOES LTDA, MULT DISTRIBUIDORA DE
DE COSMÉTICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME; VRX COMERCIO
COSMÉTICOS LTDA, BRC - BRAZIL COSMETICS LTDA,
DE COSMÉTICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME; ROBERTO
LUCHELYS DE ALENCAR MARTINS
NENDZA - ME; HANOVA INDUSTRIA E COMERCIO DE
RECORRIDO: LUCHELYS DE ALENCAR MARTINS, VRX
COSMÉTICOS LTDA - ME; AL PARTICIPACOES LTDA;
COMERCIO DE COSMÉTICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME,
ANDERSON LUID DOS SANTOS SEVERO - ME; MULT
ANDERSON LUID DOS SANTOS SEVERO - ME, BRC - BRAZIL
DISTRIBUIDORA DE COSMÉTICOS LTDA; BRC - BRAZIL
COSMÉTICOS LTDA, MULT DISTRIBUIDORA DE COSMÉTICOS
COSMETICS LTDA a pagar à reclamante LUCHELYS DE
LTDA, AL PARTICIPACOES LTDA, HNV INDÚSTRIA E
ALENCAR MARTINS as seguintes parcelas: a.Saldo de salário (29
COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME, ROBERTO NENDZA -
dias); b. Aviso prévio (51 dias); com reflexos no 13º salário e férias;
ME, CRX COMERCIO DE COSMÉTICOS E BIJUTERIAS LTDA -
c. Férias simples 2016/2017 e proporcionais (8/12 avos), acrescidas
ME, ALENCARINE COSMÉTICOS COMERCIO VAREJISTA E
de 1/3 constitucional; d. 13º salário proporcional 2018 (3/12 avos); e.
TREINAMENTOS EIRELI, ERICA PONTES DE MENESES, J R
FGTS + 40%; f. Multa do art. 467 da CLT, incidente sobre os valores
COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME, BELLA COSMÉTICOS
e parcelas rescisórias constantes no TRCT (ID. 7ad3499), bem
LTDA - EPP, MULTIPLA COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA -
como sobre o FGTS não depositado e multa de 40% sobre todos os
EPP, ORIGINAL COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME,
valores devidos a título de FGTS ao longo da contratualidade; g.
HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ME, HELGA
Multa do art. 477,§8º da CLT; h. Honorários advocatícios.
COSMÉTICOS LTDA - ME, DISTRIBUIDORA HELGA
A sentença fora complementada pelos aclaratórios de ID. 7081a1b,
COSMÉTICOS LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR -
com o fito de sanear a sentença embargada, determinando a
ME
compensação do valor de R$ 10.710,34, vez que a quantia foi
RELATOR: FRANCISCO JOSÉ GOMES DA SILVA
recebida pela parte embargada, conforme comprovante de
REDATOR DESIGNADO: CLAUDIO SOARES PIRES
transferência bancária de ID. 619A9a4.

Aduz a recorrente, preliminarmente, que houve cerceamento de


EMENTA
seu direito de defesa, ao argumento de que o juízo, ao adotar
RECURSO ORDINÁRIO. GRUPO ECONÔMICO.
integralmente a motivação da sentença proferido na reclamatória
CONFIGURAÇÃO. Confirma-se a sentença de origem que
trabalhista 0000471-51.2018.5.07.0006, construiu o seu
reconheceu a formação de grupo econômico entre as empresas
entendimento, por consequência, a partir das provas orais ali
demandadas, quando se constata que além da complementaridade
consignadas, mas que, tais elementos probatórios não foram
entre os objetos sociais destas, há o interesse integrado, a
publicizadas à ora recorrente no presente feito, com vistas à
comunhão de interesses e a atuação conjunta das empresas dele
garantia do contraditório e da ampla defesa, verificando-se, pois,
integrantes. Recurso conhecido e improvido.
uma patente violação ao que dispõe o art. 312 do CPC/15.
RELATÓRIO
Destaca, em seguida, que os aludidos depoimentos também não
Designado para redigir o acórdão, peço vênia para adotar o relatório

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 429
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

integram o arcabouço das provas emprestadas acostada aos autos, Turma entenda de modo diverso, que seja observada o art. 97 da

mediante convenção de ambas as partes; que o Juízo a quo utilizou CRFB/1988, o qual prevê a cláusula de reserva de plenário para a

como fundamento da procedência da pretensão autoral, da mera manutenção da declaração de inconstitucionalidade.

cópia de uma transcrição parcial realizada no bojo de uma sentença Após devidamente notificada, a recorrida apresentou suas

proferida em processo paradigma, a qual, por sua vez, utilizou, contrarrazões, conforme documento de ID. 15ffc62.

naquele momento, o depoimento testemunhal na condição de prova A matéria versada no presente recurso dispensa a obrigatoriedade

emprestada, a qual, por certo, não integra o presente feito. de parecer prévio da douta PRT (art. 109, do Regimento Interno)"

Ressalta, igualmente, que as reportadas transcrições carregam FUNDAMENTAÇÃO

relatos fáticos que não integram as razões da exordial, impondo ADMISSIBILIDADE

reconhecer a total inovação da lide, em absoluta violação ao art. Acolhe-se o presente recurso, uma vez que preenchidos os

141 do CPC/15. requisitos de admissibilidade.

Em razão do exposto, requer a nulidade da sentença e o retorno PRELIMINARES

dos autos para que haja um novo julgamento, desta feita, em Peço vênia para adotar os fundamentos do voto do Excelentíssimo

conformidade com o acervo fático-probatório do caso sub examine. Desembargador Relator Francisco José Gomes da Silva, quanto à

Adiante, requer o reconhecimento da inépcia do pedido relativo às apreciação das preliminares, nos seguintes termos:

parcelas de FGTS + 40%, a extinção do pleito sem resolução de "DA NULIDADE DA SENTENÇA- DA UTILIZAÇÃO DA PROVA

mérito, à luz do que dispõe o art. 485, I, do CPC/15, sob o EMPRESTADA - DO ALEGADO CERCEAMENTO DE DEFESA

fundamento de que, a parte recorrida, em sua peça de ingresso, Aduz a recorrente, preliminarmente, que houve cerceamento de seu

inobstante tenha somente assentado as datas de ingresso e de direito de defesa, ao argumento de que o juízo, ao adotar

dispensa, realizou o pedido correspondente às parcelas de FGTS integralmente a motivação da sentença proferida na reclamatória

em conjunto com a indenização adicional de 40% sobre o saldo trabalhista 0000471-51.2018.5.07.0006, construiu o seu

fundiário. entendimento, a partir das provas orais ali consignadas, mas que,

No mérito, defende a recorrente, em síntese, a inexistência de tais elementos probatórios não foram publicizadas à ora recorrente

fusão e formação de grupo econômico com o GRUPO HELGA, no presente feito, com vistas à garantia do contraditório e da ampla

sendo indevida a sua responsabilidade solidária pelos créditos defesa, verificando-se, pois, uma patente violação ao que dispõe o

deferidos ao autor na presente reclamação trabalhista. art. 312 do CPC/15.

Argumenta, em que pese tenha havido, nas redes sociais, um Destaca, em seguida, que os aludidos depoimentos também não

anúncio de fusão entre os conglomerados Helga e Hanova, por integram o arcabouço das provas emprestadas acostada aos autos,

certo, tal reagrupamento não ocorreu, máxime porque a sucessão mediante convenção de ambas as partes; que o Juízo a quo utilizou

empresarial somente é possível em face de pessoas jurídicas como fundamento da procedência da pretensão autoral, da mera

regularmente constituídas, o que não é o caso dos grupos cópia de uma transcrição parcial realizada no bojo de uma sentença

econômicos, os quais não possuem personalidade jurídica própria, proferida em processo paradigma, a qual, por sua vez, utilizou,

mas tão somente exteriorizam a arregimentação de sociedades que naquele momento, o depoimento testemunhal na condição de prova

possuam atuação integrante em face da comunhão de interesses, o emprestada, a qual, por certo, não integra o presente feito.

que, também, não retrata o caso dos autos. Ressalta, igualmente, que as reportadas transcrições carregam

Esclarece, adiante, que há uma mera relação comercial, havendo relatos fáticos que não integram as razões da exordial, impondo

total independência entre as empresas do GRUPO HANOVA em reconhecer a total inovação da lide, em absoluta violação ao art.

relação às componentes do GRUPO HELGA, sendo a recorrente, 141 do CPC/15.

mera fornecedora de produtos para o conglomerado empresarial Em razão do exposto, requer a nulidade da sentença e o retorno

HELGA, sem haver contudo, qualquer integração de interesses dos autos para que haja um novo julgamento, desta feita, em

entre as empresas ou atuação conjunta. conformidade com o acervo fático-probatório do caso sub examine.

Por fim, requer a reforma da decisão de modo a afastar a À análise.

inconstitucionalidade declarada de forma incidental do art. 791-A, Em audiência de instrução, as Reclamadas requereram a juntada

§4º, da CLT, haja vista inexistir afronta à Carga Magna, mormente de provas emprestadas, relativo aos depoimentos testemunhais dos

porque, nos ditames do art. 133 da Lei Maior, o advogado é processos 461-92.2018.5.07.0010, 470-54.2018.5.07.0010 e 471-

indispensável à administração da justiça, e, caso esta Colenda 39.2018.5.07.0010 (ID. bae0442, ID. ed35241, ID. 5cd9c24, ID.

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 430
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

8eb6395). Nesse ponto, frise-se, não há vício em virtude de o Juízo ter

O Juízo, ao proferir a sentença, utilizou para o reconhecimento da utilizado a fundamentação da sentença, a qual considerou para

existência de Grupo Econômico entre as acionadas (Grupo Hanova- formação do convencimento da magistrada, depoimentos os quais

Helga) como prova emprestada, os fundamento os lançados na foram respeitados o contraditório quando produzida em processos

sentença prolatada nos autos do processo nº 0000471- judiciais, máxime,quando envolvendo a mesma empresa e quando

51.2018.5.07.0006, de lavra da magistrada Taciana Orlovicin os fatos guardam correlação com os da presente ação.

Gonçalves Pita (ID. 984dd8d). Nesse mesmo entendimento, colaciona-se a atual jurisprudência do

Nesse ponto, destaco, inicialmente, que o novo CPC trouxe Tribunal Superior do Trabalho, in verbis:

permissivo expresso quanto à possibilidade de utilização da prova UTILIZAÇÃO DE PROVA EMPRESTADA. POSSIBILIDADE.

emprestada, desde que observado o contraditório, conforme IDENTIDADE FÁTICA. MESMAS RECLAMADAS.

previsão no art. 372, que assim dispõe: DESNECESSIDADE DE PRÉVIA CONCORDÂNCIA DA PARTE

Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em CONTRÁRIA. AUSÊNCIA DE CERCEAMENTO DE DEFESA.

outro processo, atribuindo-lhe o valor que considerar adequado, NULIDADE PROCESSUAL NÃO CONFIGURADA. Esta Corte

observado o contraditório". admite a utilização da prova emprestada, desde que haja a

Assim, havendo previsão legal para utilização da prova emprestada identidade dos fatos considerados no documento emprestado e no

e, observando que no processo nº 0000471-51.2018.5.07.0006 as caso em julgamento, assim como ocorrido nesta hipótese, em que o

partes foram submetidas ao contraditório e, havendo identidade dos Regional registrou que"a prova emprestada foi produzida em

fatos probandos nos processos, rejeita-se a alegativa de processo judicial que envolvia as mesmas rés da presente ação,

cerceamento de defesa. tendo sido observadas as formalidades estabelecidas em lei para a

Quanto a alegativa de que as reportadas transcrições dos sua produção, bem como o princípio do contraditório. Segundo,

depoimentos carregam relatos fáticos que não integram as razões porque os fatos a serem comprovados guardam correlação com os

da exordial, não merece acolhida, posto que a causa de pedir da da presente ação. Terceiro, porque a referida prova emprestada foi

autora, no que se refere a responsabilidade solidária das acionadas, valorada pelo Juízo segundo o princípio do livre convencimento

trata justamente na alegada formação de grupo econômico entre as motivado, em conjunto com as demais provas dos autos".

empresas, objeto da prova naqueles autos. Importante salientar também que a utilização de prova emprestada

Os depoimentos constantes na prova emprestada utilizada pelo não está condicionada à prévia anuência e concordância das

Juízo a quo dizem respeito aos fatos relacionados pela autora, no partes. Assim, a mera alegação da reclamada de que não

que pertine a alegada formação de grupo econômico entre as concordou com a utilização de prova emprestada não é suficiente

acionadas GRUPO HELGA (DISTR IBUIDORA HELGA para inviabilizar a sua utilização nestes autos. Precedentes.

COSMETICOS LTDA - ME, HELGA COSMETICOS LTDA - ME, Recurso de revista não conhecido" (TST, ARR - 3600-

HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ME, ORIGINAL 29.2010.5.12.0031 Data de Julgamento: 15/02/2017, Relator

COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, MULTIPLA Ministro: José Roberto Freire Pimenta, 2ª Turma, Data de

COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - EPP, BELLA Publicação: DEJT 17/02/2017).

COSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE COSMETICOS "B) RECURSO DE REVISTA. 1. NULIDADE DA SENTENÇA.

LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, ERICA CERCEAMENTO DE DEFESA. UTILIZAÇÃO DE PROVA

PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS EMPRESTADA SEM ANUÊNCIA. O Regional entendeu que a

COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX utilização de prova emprestada consubstanciada em certidão de

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX averiguação produzida em outros autos, no qual a reclamada figura

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME e como parte, não configura cerceamento de defesa, ante a

ROBERTO NENDZA - ME) e GRUPO HANOVA - HNV (HANOVA semelhança fática existente entre os processos, assim como da

INDUSTRIA E COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, AL observância do contraditório e da ampla defesa. Com efeito, esta

PARTICIPAÇÕES LTDA, ANDERSON LUID DOS SANTOS Corte tem se posicionado no sentido de ser possível a utilização da

SEVERO - ME e MULT DISTRIBUIDORA DE COSMETICOS prova emprestada, não sendo imprescindível a anuência da parte

LTDA), assim como referem-se as mesmas demandadas, sendo adversa. Recurso de revista não conhecido" (TST, RR - 940-

permitido sua valoração como se houvesse sido produzida 27.2013.5.18.0181 Data de Julgamento: 09/11/2016, Relatora

diretamente nos autos examinados. Ministra: Dora Maria da Costa, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 431
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

11/11/2016). Na narrativa dos fatos, o acionante afirmou que ingressou na

Preliminar rejeitada. reclamada no dia 01/08/2010, para exercer a função de gerente,

INÉPCIA DA INICIAL sendo demitida sem justa causa em 29/03/2018; que o último

Requer o Recorrente, o reconhecimento da inépcia do pedido salário percebido foi de R$ 3.200,00 (três mil e duzentos reais); que

relativo às parcelas de FGTS + 40%, e a extinção do pleito sem quando de sua demissão não recebeu qualquer valor, assim como

resolução de mérito, à luz do que dispõe o art. 485, I, do CPC/15, não fora liberado Seguro Desemprego e FGTS, motivo pelo qual

sob o fundamento de que, a parte recorrida, em sua peça de pleiteia a liberação dos mesmos em sede de tutela antecipada; que

ingresso, inobstante tenha somente assentado as datas de ingresso o FGTS se encontra depositado apenas de forma parcial, apenas o

e de dispensa, realizou o pedido correspondente às parcelas de valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais).

FGTS, em conjunto com a indenização adicional de 40% sobre o Em seguida, requereu que, Tendo em vista os argumentos jurídicos

saldo fundiário. apresentados, ajuíza-se a presente Reclamação Trabalhista no

Sem razão. intuito de serem satisfeitos todos os direitos da reclamante, quais

O processo trabalhista é regido pelo princípio da simplicidade das sejam: Saldo Salário, Aviso Prévio de 51 dias, 13º salário e férias

formas, consagrado no art. 840, § 1º, da CLT, segundo o qual basta sobre aviso prévio, FGTS sobre rescisão, 13º salário proporcional

uma breve exposição dos fatos para se considerar apta a exordial. 3/12 de 2018, férias simples 2016/2017 e proporcionais 2017/2018

Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal. todas acrescidas do terço constitucional, FGTS e multa de 40%.

§ 1º - Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do Em relação ao rol dos pedidos, o autor requereu a condenação da

Presidente da Junta, ou do juiz de direito a quem for dirigida, a reclamada ao pagamento das verbas rescisórias, incluindo FGTS E

qualificação do reclamante e do reclamado, uma breve exposição MULTA DE 40% DO FGTS.

dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, a data e a assinatura Em decorrência do princípio da simplicidade, que norteia o processo

do reclamante ou de seu representante. trabalhista, o qual não sofreu alterações com a Lei nº 13.467, de

§ 1o Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do 2017, a petição inicial ora em análise preencheu os requisitos do

juízo, a qualificação das partes, a breve exposição dos fatos de que art. 840 , da CLT, a qual, frise-se, não dificultou a defesa das

resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser certo, determinado e acionadas.

com indicação de seu valor, a data e a assinatura do reclamante ou Rejeita-se."

de seu representante. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) DO MÉRITO

§ 2º - Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em 2 (duas) GRUPO ECONÔMICO. CONFIGURAÇÃO.

vias datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no A sentença reconheceu o grupo econômico entre as empresas

que couber, o disposto no parágrafo anterior. demandadas, consoante os seguintes fundamentos:

§ 2o Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em duas vias "Diante da identidade da matéria (fática e jurídica), adoto

datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no que integralmente os fundamentos lançados na brilhante sentença

couber, o disposto no § 1o deste artigo. (Redação dada pela Lei nº prolatada nos autos da 0000471-51.2018.5.07.0006, de lavra da

13.467, de 2017) magistrada Taciana Orlovicin Gonçalves Pita, acerca da

§ 3o Os pedidos que não atendam ao disposto no § 1o deste artigo responsabilidade das empresas demandadas, nos termos a seguir:

serão julgados extintos sem resolução do mérito. (Incluído pela Lei 'Afirma a parte reclamante que as empresas que compõem o antigo

nº 13.467, de 2017) GRUPO HELGA (DISTRIBUIDORA HELGA COSMETICOS LTDA -

Como se observa, a Lei n. 13.467/17 fez referência expressa aos ME, HELGA COSMETICOS LTDA - ME, HELGA NENDZA SALES

requisitos da petição inicial trabalhista, dispondo no § 1º do art. 840 & CIA LTDA - ME, ORIGINAL COMERCIO DE COSMETICOS

da CLT que o pedido deva "ser certo, determinado e com indicação LTDA - ME, MULTIPLA COMERCIO DE COSMETICOS LTDA -

de seu valor". EPP, BELLA COSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE

No caso, em relação ao pedido de pagamento do FGTS e multa COSMETICOS LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME,

rescisória, o reclamante fez pedido certo, determinado e com ERICA PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS

indicação do valores pois da sua causa de pedir, entende-se COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX

logicamente que o autor fora demitido sem justa causa e sem COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX

recebimento de suas verbas rescisórias, fato este, incontroverso COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME e

nos autos. ROBERTO NENDZA - ME) são dirigidas e coordenadas pelos

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 432
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

sócios José Alencar Sales Júnior e Érica Pontes de Meneses. Alega ROBERTO NENDZA - ME (1ª a 13ª reclamadas), não refutam o

que, em meados de 2017, os sócios do Grupo Helga iniciaram grupo econômico entre si, tendo contestado a formação de grupo

negociações para fusão com o Grupo Hanova (HNV), fusão de com as empresas do Grupo HANOVA (14ª a 16ª reclamadas), com

empresas esta que foi oficialmente tornada pública em julho de a MULT DISTRIBUIDORA (17ª reclamada) e com a BCR (18ª

2017, expondo o rol de empresas que compõem o Grupo Hanova - reclamada), alegando que o grupo HANOVA tem como objeto social

HNV (HANOVA INDUSTRIA E COMERCIO DE COSMETICOS a produção de produtos de beleza, e que inexiste hierarquia e/ou

LTDA - ME, AL PARTICIPAÇÕES LTDA, ANDERSON LUID DOS coordenação entre as empresas. Sustenta que a BCR está sob a

SANTOS SEVERO - ME e MULT DISTRIBUIDORA DE égide da Lei 11.101//05, tendo comprado o direito de utilização da

COSMETICOS LTDA), à época todas dirigidas pelos sócios marca "Helga" por cinco anos.

Anderson Luid Santos Severo e Aline Cristina Silva Souza Severo. As reclamadas HANOVA INDUSTRIA E COMERCIO DE

Sustenta que, a partir de julho de 2017, independentemente do COSMETICOS LTDA - ME e ANDERSON LUID DOS SANTOS

cumprimento das obrigações legais para efetivação da fusão, qual SEVERO - ME reconhecem o grupo entre si e negam a formação de

seja a extinção das pessoas jurídicas da empresa incorporada com grupo com as demais reclamadas, noticiando que são fornecedoras

o surgimento de uma nova, tal fusão de fato ocorreu e todos os de produtos à rede varejista, sendo uma das principais, o grupo

empregados passaram à subordinação do Grupo Hanova-Helga, o HELGA, não tendo havido a fusão alegada, apenas relação

qual configura grupo econômico por coordenação, impondo a fornecedor-cliente. Informam, ainda, que os fundos de comércio de

responsabilização solidária entre as empresas do grupo. Entende empresas do Grupo Helga foram alienados por seus sócios-

que a fusão entre as empresas com a criação, em outubro de 2017, proprietários da Helga para a empresa DX GROUP

da empresa MULT DISTRIBUIDORA DE COSMÉTICOS (de que PARTICIPAÇÕES E INVESTIMENTOS LTDA, que, por sua vez,

eram sócios o filho dos sócios do Grupo Helga e a mãe do sócio do não possuiria qualquer ligação com o Grupo Hanova, tratando-se de

Grupo Hanova), teria como única finalidade ocultar os sócios de fato empresa de investimentos de proveniente São Paulo.

da nova empresa e ainda o de conseguir nova linha de crédito na A demandada AL PARTICIPACOES LTDA nega a formação de

praça. Postula, caso não se conclua pela existência de grupo grupo econômico com quaisquer das demais empresas.

econômico, que se reconheça a sucessão empresarial de todas as A reclamada MULT DISTRIBUIDORA DE COSMETICOS LTDA

empresas do Grupo Helga por HNV INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE alega que nunca existiu de fato e nega a formação de grupo

COSMÉTICOS LTDA. Alega, ainda, que a empresa BRC BRAZIL econômico com quaisquer das demais empresas.

COSMÉTICOS LTDA adquiriu em Recuperação Judicial os direitos A ré BRC - BRAZIL COSMETICS LTDA informa que comprou os

da marca mista "Helga" por cinco anos, sem jamais exercer direitos de uso da marca HELGA, não estando a reclamante sob

qualquer gerência direta, pois o Sr. José Alencar Sales Júnior suas ordens, refutando a formação de grupo econômico com

continuou a exercer a direção, gerência e coordenação das quaisquer das demais empresas reclamadas e pleiteia que, em

empresas. Por essa razão, pretende a responsabilização solidária caso de condenação, seja de forma subsidiária.

da ré BRC BRAZIL COSMÉTICOS LTDA, uma vez identificada a Pois bem.

fraude ocorrida e a evidente direção do efetivo sócio do Grupo Inicialmente, declaro a responsabilidade solidária das empresas

Helga. DISTRIBUIDORA HELGA COSMETICOS LTDA - ME, HELGA

Em suas contestações, as rés negam a formação de grupo COSMETICOS LTDA - ME, HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA -

econômico entre as empresas do Grupo Helga e Hanova As ME, ORIGINAL COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME,

reclamadas DISTRIBUIDORA HELGA COSMETICOS LTDA - ME, MULTIPLA COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - EPP, BELLA

HELGA COSMETICOS LTDA - ME, HELGA NENDZA SALES & CIA COSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE COSMETICOS

LTDA - ME, ORIGINAL COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, ERICA

MULTIPLA COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - EPP, PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS

BELLACOSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX

COSMETICOS LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX

ERICA PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME,

COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX ROBERTO NENDZA - ME (1ª a 13ª reclamadas), nos termos do §

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX 2º do art. 2º da CLT, as quais reconheceram a formação de grupo

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, econômico entre si, encontrando-se, dentre estas, a empregadora.

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 433
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Quanto ao grupo econômico alegado em relação aos grupos não só da empresa Hanova; que, em relação às mercadorias das

HELGA e HANOVA, a autora juntou aos autos várias fotografias outras indústrias, o abastecimento e o descarregamento de

com os Srs. Anderson Luid Dos Santos Severo, José Alencar Sales mercadorias eram feitos por empregados destas indústrias; que a

Junior, Aline Cristina Silva Souza Severo e Érica Pontes de reclamante vendia produtos da indústria Hanova bem como de

Meneses, sócios das empresa Hanova e Helga, divulgadas em meio outras indústrias."

digital em julho de 2017, anunciando a fusão entre as empresas do Saliente-se que o fato de terem sido alienados fundos de comércio

Grupo Helga com aquelas do Grupo Hanova (HNV), com de empresas do Grupo Helga para a empresa DX GROUP

fundamento na expansão e aquisições realizadas pelo grupo PARTICIPAÇÕES E INVESTIMENTOS LTDA não afeta a presente

HANOVA, podendo se perceber que nas fotos, aparece o diretor do demanda, pois apenas houve a alienação parcial das quotas

grupo HANOVA, o qual veste camisa com o nome HELGA NOVO empresariais de somente algumas das empresas do Grupo.

TEMPO e ainda uma figura que demonstra a junção de duas peças Insta destacar, também, que a alegação da reclamada ANDERSON

de quebra-cabeça nas quais constam os nomes dos dois grupos LUID DOS SANTOS SEVERO ME de que a relação havida entre os

HANOVA e HELGA. Em que pese não haver alterações nas apontados conglomerados empresariais era de apenas fornecedor-

estruturas das empresas formadoras dos grupos, resta claro que cliente não se sustenta, ressaltando que a mensagem eletrônica e a

houve uma intensa comunhão de interesses confissão de dívida datam de período anterior à "fusão" noticiada, o

econômicos/profissionais entre as empresas formadoras dos dois que só veio a ocorrer em julho de 2017.

grupos. De acordo com a Lei 13.467/2017 são requisitos para a Diante do exposto, reconheço a existência de grupo econômico por

configuração do grupo econômico: a demonstração do interesse coordenação entre todas as empresas dos Grupos HELGA e

integrado, a efetiva comunhão de interesses e a atuação conjunta HANOVA, as quais declaro responsáveis solidárias pelas verbas

das empresas integrantes. A inexistência de uma hierarquia entre decorrentes da condenação, nos termos dos arts. 2º, § 2º, e 9º da

as empresas não descaracteriza o grupo econômico, se há a CLT.

demonstração de que entre as empresas ocorre clara atuação No que concerne à reclamada AL PARTICIPAÇÕES LTDA, verifica-

conjunta, em linha de coordenação e comunhão de interesses, o se que na defesa das empresas formadoras do GRUPO HELGA

que se verifica no caso em tela. restou afirmado que as empresas HANOVA INDUSTRIA E

Ademais, a primeira testemunha laboral afirmou em seu COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, ANDERSON LUID

depoimento: DOS SANTOS SEVERO - ME e AL PARTICIPACOES LTDA

"(...) que havia comentários dentro da empresa de que ocorreu uma formam o grupo HANOVA. Nessa senda, o contrato social de

fusão entre as empresas Helga e Hanova; que o gerente do constituição da reclamada AL PARTICIPAÇÕES LTDA demonstra

depoente comentou que ocorreria a fusão e que o depoente que essa empresa tem como sócios os Srs. Anderson Liud dos

continuaria a prestar serviços para as duas empresas; que o Santos Severo e Aline Cristina Silva Souza Severo, os quais se

depoente já chegou, mesmo prestando serviços para a Helga, fizeram presentes ao evento em que foi anunciada a "fusão" entre

prestar serviços para a Hanova, tais como rotulagem de produtos, os grupos empresariais, conforme fotografias anexadas aos autos.

embalagem de mercadorias e fazendo entregas; que depois dos Ainda, o endereço eletrônico da AL PARTICIPAÇÕES LTDA

comentários da fusão, o depoente também começou a receber registrado no CNPJ é "anderson@hanovacosméticos.com.br".

ordens do Sr. Paulo, empregado da Hanova, responsável pela Ademais, a Sra. Aline Cristina Silva Souza Severo é também sócia

logística." da empresa HNV INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE COSMÉTICOS

Ainda, a segunda testemunha da autora noticiou: LTDA, cujo endereço eletrônico é

"que trabalhou para Helga de 01/02/2010 a 14/04/2018 na função "anderson@hanovacosméticos.com.br", conquanto o Sr. Anderson

de estoquista; que trabalhou com a reclamante; que o gerente, Liud dos Santos Severo não faça parte do corpo societário dessa

Sr.Evandro comentou com o depoente que havia sido feita uma empresa. O Sr. Anderson Liud dos Santos Severo atua, ainda,

sociedade entre a Helga e a Hanova; que, após o comentário, o como empresário individual da ANDERSON LUID DOS SANTOS

depoente também começo a prestar serviços para a Hanova SEVERO ME. Por fim, saliento que as empresas HNV INDÚSTRIA

abastecendo e descarregando as mercadorias da empresa Hanova E COMÉRCIO DE COSMÉTICOS LTDA, AL PARTICIPAÇÕES

nas seções das lojas Helga, limpando as mercadorias; que o LTDA, ANDERSON LUID DOS SANTOS SEVERO - ME e MULT

depoente não recebia ordens de nenhum empregado da Hanova; DISTRIBUIDORA DE COSMETICOS LTDA, em audiência, se

que as lojas Helga também vendiam produtos de outras indústrias e fizeram representar pelo mesmo preposto, o Sr. Luiz Gustavo

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 434
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Santana Severo, neste feiro e nos processos nº0000470- segundo semestre de 2017 houve uma reunião da Helga com a

54.2018.5.07.0010, 0000471-39.2018.5.07.0010 e 0000476- Hanova para uma parceria de fornecimento de produtos",

61.2018.5.07.0010, cujos termos de audiência foram anexados aos afirmou, posteriormente, que "soube que foi feita uma postagem

presentes autos. no instagram da Helga onde foi usado o termo fusão com a

O fato de a empresa AL PARTICIPAÇÕES LTDA ter objetivo social Hanova".

diverso das empresas do grupo HANOVA não é suficiente para Por outro lado, as testemunhas Francisca Edinusia Alves de Sousa

afastar a formação do grupo econômico com HNV INDÚSTRIA E e Maria Irlane Silva Santos

COMÉRCIO DE COSMÉTICOS LTDA e ANDERSON LUID DOS Desiderio, apresentadas pelas partes autoras, nas referidas atas de

SANTOS SEVERO - ME. audiências, possuem depoimentos uníssonos no que tange à

Sendo assim, reconheço que a empresa AL PARTICIPAÇÕES reunião em que foi publicizada à fusão das demandadas aos

LTDA pertence ao grupo econômico HANOVA, o qual restou empregados são uníssonas ("que no final de julho/2017 foram

condenada solidariamente, aplicando a esta a mesma convocadas para uma reunião no hotel meridional no centro da

responsabilidade, nos termos dos arts. 2º, § 2º, e 9º da CLT. cidade onde foi comunicada por Alencar Junior, Erica Pontes e

No que tange à reclamada MULT DISTRIBUIDORA DE Aline Severo, a fusão da Helga e Hanova, com promessas de

COSMETICOS LTDA, observa-se efetivamente formalizada em que tudo iria mudar com a chegada de novos produtos, mas na

24/10/2017 pouco tempo após a fusão dos grupos HELGA e pratica tudo continuou do mesmo jeito, pois continuou

HANOVA, com atuação na vendas de produtos de higiene, tendo chegando produtos da marca própria da Helga (lavi) e da Helga,

como sócios os Srs. Matheus Pontes Sales e Maria de Fátima dos os quais tinham prioridade para serem vendidos" - depoimento

Santos Severo, os quais são, respectivamente, o filho dos titulares de Maria Irlane Silva Santos Desiderio) e ("que houve uma

do Grupo Helga e a mãe de um dos proprietários do Grupo Hanova reunião num domingo de julho/2017 onde foi comunicada a

(Anderson Luid dos Santos Severo), fato não contestado em defesa. fusão da Hanova com a Helga Cosmeticos onde foram

Sendo assim, tenho que a empresa MULT DISTRIBUIDORA DE apresentados os novos patrões como sendo: Aline Severo e

COSMETICOS LTDA também participa dos Grupos Helga e seu esposo Anderson ambos donos da Hanova; que a a partir

Hanova, utilizando-se da mesma estrutura empresarial para a daí a prioridade era para vender os produtos da Hanova e Lavi"

consecução de seus objetivos financeiros, diante do que, resta - depoimento de Francisca Edinusia Alves de Sousa)."

condenada solidariamente, nos termos dos arts. 2º, § 2º, e 9º da A empresa recorrente manifesta no presente recurso ordinário o seu

CLT. inconformismo, alegando, em síntese: "que a fusão e o grupo

Por fim, quanto à ré BRC BRAZIL COSMETICS COMÉRCIO econômico ostentam características diametralmente opostas"; "em

VAREJISTA DE COSMÉTICOS EIRELI, verifica-se que ela que pese tenha havido, nas redes sociais, um anúncio de fusão

apresentou defesa através do mesmo escritório que a empregadora, entre os conglomerados Helga e Hanova, por certo, tal

na qual passou a repetir as mesmas alegações já apresentadas reagrupamento não ocorreu, máxime porque a sucessão

pelas 1ª a 13ª Reclamadas, além disso, observa-se que no empresarial somente é possível em face de pessoas jurídicas

comprovante de inscrição cadastral (CNPJ) consta endereço regularmente constituídas, o que não é o caso dos grupos

eletrônico pertencente ao domínio da HELGA COSMÉTICOS. econômicos, os quais não possuem personalidade jurídica própria,

Ademais, apresentou carta de preposição que revelou mas tão somente exteriorizam a arregimentação de sociedades que

representação através do mesmo preposto que a empregadora, possuam atuação integrante em face da comunhão de interesses";

razão pela qual, deve ser solidariamente responsável pelos créditos "que a sentença de origem, em nenhum momento, cuidou de

oriundos da presente demanda, nos moldes dos arts. 2º, § 2º, e 9º demonstrar a integração de interesses entre as empresas, a

da CLT." atuação conjunta, tampouco a comunhão de interesses, mas

Pontue-se, por oportuno, que as atas de audiência em nada apenas limitou-se a discorrer, de forma bastante confusa, sobre

corroboram com a tese da demandada, uma vez que se verifica, "fusão", sendo esta manifestante inexistente no caso vertente"; "que

com extrema facilidade, que a testemunha da reclamada, Sr. os depoimentos coligidos aos autos sob a rubrica de prova

Emanuel Rodrigues de Albuquerque, arrolada em todos os emprestada fulminam a pretensão autoral, quer pelo viés da fusão,

processos, busca, sem nenhum sucesso, sustentar os termos da seja sob a óptica de agrupamento empresarial."

defesa. Não se vê nas razões recursais, com a devida vênia da parte

Ademais, por mais que tenha declarado que "que na metade do recorrente, fundamentos que infirmem convincentemente as

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 435
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

conclusões do juízo de primeiro grau, razão pela qual se há perfilhar o depoimento da primeira testemunha da parte reclamante, Sra.

com os motivos da decisão vergastada, ora endossados e Maria Irlane Silva Santos Desiderio, ouvida no processo nº 0000470

integrantes das presentes razões de decidir. -54.2018.5.07.0010 (Ata de audiência de ID 5cd9c24 - Pág. 4),

Consoante o § 2º do art. 2º da CLT, "sempre que uma ou mais trazido por empréstimo ao conjunto probatório pelas próprias

empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica reclamadas, revelador de "(...) que no final de julho/2017 foram

própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de convocadas para uma reunião no hotel meridional no centro da

outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua cidade onde foi comunicada por Alencar Junior, Erica Pontes e Aline

autonomia, integrem grupo econômico, serão responsáveis Severo, a fusão da Helga e Hanova, com promessas de que tudo

solidariamente pelas obrigações decorrentes da relação de iria mudar com a chegada de novos produtos, mas na pratica tudo

emprego". continuou do mesmo jeito, pois continuou chegando produtos da

Nesta esteira, o delineamento do que se convencionou chamar marca propria da Helga (lavi) e da Helga, os quais tinham prioridade

grupo econômico, pela dicção da Consolidação das Leis do para serem vendidos, e das outras marcas continuaram escassos".

Trabalho, importa na evidência da integração dos Veja-se que a fusão foi comunicada aos empregados em reunião,

empreendimentos, de forma a vincular, direta ou indiretamente, as constatação que reforça a ideia do grupo econômico, referindo-se a

empresas. depoente a tudo ter "continuado do mesmo jeito" ao modus

Este aspecto restou caracterizado nos autos, sendo certo que se operandi das vendas dos produtos e não à ausência de formação

verificam elementos suficientes para que seja corroborada a de grupo. A testemunha em questão ainda revelou que as diversas

conclusão da sentença recorrida. marcas apresentavam seus produtos e realizavam treinamentos,

Como bem destacado pela sentença, restou demonstrada nos autos mas que com a Hanova o processo foi diferente, pois, além de ter

a ampla divulgação realizada nas redes sociais, em julho de 2017, sido comunicada a fusão, não houve interrupção do fornecimento de

acerca da fusão das empresas do Grupo Helga com aquelas do mercadorias para serem vendidas nas lojas Helga, o que ocorreu

Grupo Hanova. Eis os dizeres da publicação (V. ID 0d53e9e - Pág. com outros fornecedores em face das dívidas da empregadora

2): "Temos o orgulho de anunciar que começou um novo tempo. O originária.

Grupo HNV detentor de várias marcas como a Hanova, em um Não se olvida o depoimento da testemunha convidada pelas

processo de expansão e aquisições, realizou a fusão com o Grupo reclamadas, Sr. Emanuel Rodrigues de Albuquerque, ouvida nos

Helga Cosméticos. Tudo isso para que os nossos clientes possam processos (461-92.2018.5.07.0010, 470-54.2018.5.07.0010 e 471-

ter sempre à disposição o melhor atendimento, os melhores 39.2018.5.07.0010) trazidos por empréstimo ao conjunto probatório,

produtos e a melhor experiência. Transformando para melhor, o seu cujas declarações transparecem a ideia de demonstrar ter havido

visual e a sua vida. #HelgaNovoTempo #Hanova #GrupoHNV apenas uma relação comercial, mas não uma fusão, entre as

#GrupoHelga #Beleza #Cabelos". Com a devida vênia da parte empresas do grupo Helga e do grupo Hanova. Contudo, diante dos

recorrente, este aspecto é relevante para a caracterização do grupo demais elementos probatórios dos autos, não há de prevalecer o

econômico sob investigação, demonstrando a plena possibilidade quadro traçado pelo depoente, sendo de se destacar que ele próprio

de que as marcas de cada um dos grupos estejam sob a admite não ter participado da reunião ocorrida em julho de 2017 (V.

coordenação de um único conglomerado, o que afasta a tese ID's 5cd9c24 - Pág. 6 e 8eb6395 - Pág. 6), na qual fora anunciada a

recursal a respeito da estranheza de haver empresas concorrentes fusão aos trabalhadores.

no mesmo grupo econômico. Cumpre ressaltar, ainda, porquanto oportuno, que a estreita relação

Além disso, vigora no Direito do Trabalho o princípio da primazia da comercial entre as empresas dos grupos empresariais, consoante

realidade, de modo a ser imprescindível destacar a prevalência dos se denota pelas notas ficais de vendas de mercadorias anexadas

fatos da relação de emprego sobre os aspectos formais. Dessa aos autos, a meu sentir, não rechaça a formação de grupo

forma, ainda que não ultimada, ao menos formalmente, com as econômico, mas, em verdade, a reforça, evidenciando além da

devidas baixas das pessoas jurídicas, a fusão mencionada nas complementaridade entre os objetos sociais das empresas

redes sociais, não há se desconhecer que houve a junção das contratantes, o interesse integrado, a comunhão de interesses e a

empresas, que passaram a atuar integradas a um único grupo. atuação conjunta das empresas dele integrantes.

Igualmente, salvo melhor juízo, os depoimentos das testemunhas Destarte, o quadro encontrado no presente feito permite a

não afastam o reconhecimento do grupo econômico. Ao revés, conclusão de que a empresa ora recorrente integra grupo

confirmam a fusão entre as empresas. Destaca-se, a este respeito, econômico com as reclamadas do grupo Helga. Importa examinar a

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presença de elementos objetivos capazes de demonstrar que as fatos probandos nos processos, rejeita-se a alegativa de

empresas estavam integradas no mesmo grupo. É o que se cerceamento de defesa. Preliminar rejeitada.

constatou à exaustão no presente feito. PETIÇÃO INICIAL. ART. 840, §1º DA CLT. O processo trabalhista

Por oportuno, colhe-se o seguinte precedente jurisprudencial: é regido pelo princípio da simplicidade das formas, consagrado no

"Grupo econômico. Relação inter-empresarial. O grupo econômico art. 840, § 1º, da CLT, segundo o qual basta uma breve exposição

para fins justrabalhistas não necessita se revestir das modalidades dos fatos para se considerar apta a exordial. Em decorrência do

jurídicas típicas do Direito Econômico ou Direito Comercial princípio da simplicidade, que norteia o processo trabalhista, o qual

(holdings, consórcios, pools etc.). Não se exige, sequer, a prova não sofreu alterações com a Lei nº 13.467, de 2017, verifica-se que

de sua formal institucionalização cartorial: pode-se acolher a a petição inicial atendeu integralmente os requisitos do art. 840, da

existência do grupo desde que surjam evidências probatórias CLT. Preliminar rejeitada.

de que estão presentes os elementos de integração inter- EXISTÊNCIA DE GRUPO ECONÔMICO. ART. 2º, DA CLT. ÔNUS

empresarial (abrangência subjetiva e nexo relacional) de que DA PROVA. ART. 818, DA CLT C/C ART. 373, DO NCPC.

fala a CLT (art. 2º, § 2º)" (Processo 00409002020085010025, TRT AUSÊNCIA DE PROVA. Não tendo a reclamante comprovado a

1ª Região - 8ª Turma, Relatora Desembargadora Dalva Amélia de existência do alegado grupo econômico Helga-Hanova, composto

Oliveira, Publicado em 30/06/2014)(destaquei). de diversas empresas, reforma-se a sentença para afastar a

NEGA-SE PROVIMENTO. responsabilidade solidária pretendida pela autora.

CONCLUSÃO DO VOTO RECURSO CONHECIDO E DADO PROVIMENTO PARCIAL

Por unanimidade, conhecer do recurso ordinário para, rejeitar as FUNDAMENTAÇÃO:

preliminares suscitadas e, no mérito, por maioria, negar-lhe ADMISSIBILIDADE

provimento. Acolhe-se o presente recurso, uma vez que preenchidos os

DISPOSITIVO requisitos de admissibilidade.

ACORDAM OS INTEGRANTES DA 2.ª TURMA DO TRIBUNAL DO MÉRITO

REGIONAL DO TRABALHO DA 7.ª REGIÃO, por unanimidade, PRELIMINARES

conhecer do recurso ordinário para, rejeitar as preliminares DA NULIDADE DA SENTENÇA- DA UTILIZAÇÃO DA PROVA

suscitadas e, no mérito, por maioria, negar-lhe provimento. Vencido EMPRESTADA - DO ALEGADO CERCEAMENTO DE DEFESA

o Desembargador Relator, que dava provimento ao apelo, para Aduz a recorrente, preliminarmente, que houve cerceamento de seu

excluir da condenação a responsabilidade solidária da reclamada direito de defesa, ao argumento de que o juízo, ao adotar

HNV INDÚSTRIA E COSMÉTICOS LTDA. Redigirá o acórdão o integralmente a motivação da sentença proferida na reclamatória

Desembargador Cláudio Soares Pires, com a integração do voto trabalhista 0000471-51.2018.5.07.0006, construiu o seu

vencido. entendimento, a partir das provas orais ali consignadas, mas que,

Participaram do julgamento os Exmos. Srs. Desembargadores tais elementos probatórios não foram publicizadas à ora recorrente

Francisco José Gomes da Silva (Presidente e Relator), Cláudio no presente feito, com vistas à garantia do contraditório e da ampla

Soares Pires e Paulo Régis Machado Botelho. Presente ainda o(a) defesa, verificando-se, pois, uma patente violação ao que dispõe o

Exmo(a). Sr(a). membro do Ministério Público do Trabalho. Em gozo art. 312 do CPC/15.

de férias o Exmo. Sr. Desembargador Jefferson Quesado Junior. Destaca, em seguida, que os aludidos depoimentos também não

Fortaleza, 14 de outubro de 2019. integram o arcabouço das provas emprestadas acostada aos autos,

INTEGRA O PRESENTE ACÓRDÃO O VOTO VENCIDO DO EXMº mediante convenção de ambas as partes; que o Juízo a quo utilizou

DESEMBARGADOR FRANCISCO JOSÉ GOMES DA SILVA, in como fundamento da procedência da pretensão autoral, da mera

verbis: cópia de uma transcrição parcial realizada no bojo de uma sentença

EMENTA: PROVA EMPRESTADA. PREVISÃO LEGAL. proferida em processo paradigma, a qual, por sua vez, utilizou,

CONTRADITÓRIO OBSERVADO. O novo CPC trouxe permissivo naquele momento, o depoimento testemunhal na condição de prova

expresso quanto à possibilidade de utilização da prova emprestada, emprestada, a qual, por certo, não integra o presente feito.

desde que observado o contraditório, conforme previsão no art. 372. Ressalta, igualmente, que as reportadas transcrições carregam

Assim, havendo previsão legal para utilização da prova emprestada relatos fáticos que não integram as razões da exordial, impondo

e, observando que no processo nº 0000471-51.2018.5.07.0006 as reconhecer a total inovação da lide, em absoluta violação ao art.

partes foram submetidas ao contraditório e, havendo identidade dos 141 do CPC/15.

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Em razão do exposto, requer a nulidade da sentença e o retorno COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME e

dos autos para que haja um novo julgamento, desta feita, em ROBERTO NENDZA - ME) e GRUPO HANOVA - HNV (HANOVA

conformidade com o acervo fático-probatório do caso sub examine. INDUSTRIA E COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, AL

À análise. PARTICIPAÇÕES LTDA, ANDERSON LUID DOS SANTOS

Em audiência de instrução, as Reclamadas requereram a juntada SEVERO - ME e MULT DISTRIBUIDORA DE COSMETICOS

de provas emprestadas, relativo aos depoimentos testemunhais dos LTDA), assim como referem-se as mesmas demandadas, sendo

processos 461-92.2018.5.07.0010, 470-54.2018.5.07.0010 e 471- permitido sua valoração como se houvesse sido produzida

39.2018.5.07.0010 (ID. bae0442, ID. ed35241, ID. 5cd9c24, ID. diretamente nos autos examinados.

8eb6395). Nesse ponto, frise-se, não há vício em virtude de o Juízo ter

O Juízo, ao proferir a sentença, utilizou para o reconhecimento da utilizado a fundamentação da sentença, a qual considerou para

existência de Grupo Econômico entre as acionadas (Grupo Hanova- formação do convencimento da magistrada, depoimentos os quais

Helga) como prova emprestada, os fundamento os lançados na foram respeitados o contraditório quando produzida em processos

sentença prolatada nos autos do processo nº 0000471- judiciais, máxime,quando envolvendo a mesma empresa e quando

51.2018.5.07.0006, de lavra da magistrada Taciana Orlovicin os fatos guardam correlação com os da presente ação.

Gonçalves Pita (ID. 984dd8d). Nesse mesmo entendimento, colaciona-se a atual jurisprudência do

Nesse ponto, destaco, inicialmente, que o novo CPC trouxe Tribunal Superior do Trabalho, in verbis:

permissivo expresso quanto à possibilidade de utilização da prova UTILIZAÇÃO DE PROVA EMPRESTADA. POSSIBILIDADE.

emprestada, desde que observado o contraditório, conforme IDENTIDADE FÁTICA. MESMAS RECLAMADAS.

previsão no art. 372, que assim dispõe: DESNECESSIDADE DE PRÉVIA CONCORDÂNCIA DA PARTE

Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em CONTRÁRIA. AUSÊNCIA DE CERCEAMENTO DE DEFESA.

outro processo, atribuindo-lhe o valor que considerar adequado, NULIDADE PROCESSUAL NÃO CONFIGURADA. Esta Corte

observado o contraditório". admite a utilização da prova emprestada, desde que haja a

Assim, havendo previsão legal para utilização da prova emprestada identidade dos fatos considerados no documento emprestado e no

e, observando que no processo nº 0000471-51.2018.5.07.0006 as caso em julgamento, assim como ocorrido nesta hipótese, em que o

partes foram submetidas ao contraditório e, havendo identidade dos Regional registrou que"a prova emprestada foi produzida em

fatos probandos nos processos, rejeita-se a alegativa de processo judicial que envolvia as mesmas rés da presente ação,

cerceamento de defesa. tendo sido observadas as formalidades estabelecidas em lei para a

Quanto a alegativa de que as reportadas transcrições dos sua produção, bem como o princípio do contraditório. Segundo,

depoimentos carregam relatos fáticos que não integram as razões porque os fatos a serem comprovados guardam correlação com os

da exordial, não merece acolhida, posto que a causa de pedir da da presente ação. Terceiro, porque a referida prova emprestada foi

autora, no que se refere a responsabilidade solidária das acionadas, valorada pelo Juízo segundo o princípio do livre convencimento

trata justamente na alegada formação de grupo econômico entre as motivado, em conjunto com as demais provas dos autos".

empresas, objeto da prova naqueles autos. Importante salientar também que a utilização de prova emprestada

Os depoimentos constantes na prova emprestada utilizada pelo não está condicionada à prévia anuência e concordância das

Juízo a quo dizem respeito aos fatos relacionados pela autora, no partes. Assim, a mera alegação da reclamada de que não

que pertine a alegada formação de grupo econômico entre as concordou com a utilização de prova emprestada não é suficiente

acionadas GRUPO HELGA (DISTR IBUIDORA HELGA para inviabilizar a sua utilização nestes autos. Precedentes.

COSMETICOS LTDA - ME, HELGA COSMETICOS LTDA - ME, Recurso de revista não conhecido" (TST, ARR - 3600-

HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ME, ORIGINAL 29.2010.5.12.0031 Data de Julgamento: 15/02/2017, Relator

COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, MULTIPLA Ministro: José Roberto Freire Pimenta, 2ª Turma, Data de

COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - EPP, BELLA Publicação: DEJT 17/02/2017).

COSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE COSMETICOS "B) RECURSO DE REVISTA. 1. NULIDADE DA SENTENÇA.

LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, ERICA CERCEAMENTO DE DEFESA. UTILIZAÇÃO DE PROVA

PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS EMPRESTADA SEM ANUÊNCIA. O Regional entendeu que a

COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX utilização de prova emprestada consubstanciada em certidão de

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX averiguação produzida em outros autos, no qual a reclamada figura

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como parte, não configura cerceamento de defesa, ante a da CLT que o pedido deva "ser certo, determinado e com indicação

semelhança fática existente entre os processos, assim como da de seu valor".

observância do contraditório e da ampla defesa. Com efeito, esta No caso, em relação ao pedido de pagamento do FGTS e multa

Corte tem se posicionado no sentido de ser possível a utilização da rescisória, o reclamante fez pedido certo, determinado e com

prova emprestada, não sendo imprescindível a anuência da parte indicação do valores pois da sua causa de pedir, entende-se

adversa. Recurso de revista não conhecido" (TST, RR - 940- logicamente que o autor fora demitido sem justa causa e sem

27.2013.5.18.0181 Data de Julgamento: 09/11/2016, Relatora recebimento de suas verbas rescisórias, fato este, incontroverso

Ministra: Dora Maria da Costa, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT nos autos.

11/11/2016). Na narrativa dos fatos, o acionante afirmou que ingressou na

Preliminar rejeitada. reclamada no dia 01/08/2010, para exercer a função de gerente,

INÉPCIA DA INICIAL sendo demitida sem justa causa em 29/03/2018; que o último

Requer o Recorrente, o reconhecimento da inépcia do pedido salário percebido foi de R$ 3.200,00 (três mil e duzentos reais); que

relativo às parcelas de FGTS + 40%, e a extinção do pleito sem quando de sua demissão não recebeu qualquer valor, assim como

resolução de mérito, à luz do que dispõe o art. 485, I, do CPC/15, não fora liberado Seguro Desemprego e FGTS, motivo pelo qual

sob o fundamento de que, a parte recorrida, em sua peça de pleiteia a liberação dos mesmos em sede de tutela antecipada; que

ingresso, inobstante tenha somente assentado as datas de ingresso o FGTS se encontra depositado apenas de forma parcial, apenas o

e de dispensa, realizou o pedido correspondente às parcelas de valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais).

FGTS, em conjunto com a indenização adicional de 40% sobre o Em seguida, requereu que, Tendo em vista os argumentos jurídicos

saldo fundiário. apresentados, ajuíza-se a presente Reclamação Trabalhista no

Sem razão. intuito de serem satisfeitos todos os direitos da reclamante, quais

O processo trabalhista é regido pelo princípio da simplicidade das sejam: Saldo Salário, Aviso Prévio de 51 dias, 13º salário e férias

formas, consagrado no art. 840, § 1º, da CLT, segundo o qual basta sobre aviso prévio, FGTS sobre rescisão, 13º salário proporcional

uma breve exposição dos fatos para se considerar apta a exordial. 3/12 de 2018, férias simples 2016/2017 e proporcionais 2017/2018

Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal. todas acrescidas do terço constitucional, FGTS e multa de 40%.

§ 1º - Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do Em relação ao rol dos pedidos, o autor requereu a condenação da

Presidente da Junta, ou do juiz de direito a quem for dirigida, a reclamada ao pagamento das verbas rescisórias, incluindo FGTS E

qualificação do reclamante e do reclamado, uma breve exposição MULTA DE 40% DO FGTS.

dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, a data e a assinatura Em decorrência do princípio da simplicidade, que norteia o processo

do reclamante ou de seu representante. trabalhista, o qual não sofreu alterações com a Lei nº 13.467, de

§ 1o Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do 2017, a petição inicial ora em análise preencheu os requisitos do

juízo, a qualificação das partes, a breve exposição dos fatos de que art. 840 , da CLT, a qual, frise-se, não dificultou a defesa das

resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser certo, determinado e acionadas.

com indicação de seu valor, a data e a assinatura do reclamante ou Rejeita-se.

de seu representante. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) DO MÉRITO

§ 2º - Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em 2 (duas) FORMAÇÃO DE GRUPO ECONÔMICO.

vias datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no Na peça de ingresso, requer o reclamante que seja caracterizada a

que couber, o disposto no parágrafo anterior. condição da segunda (VRX COMÉRCIO COSMÉTICOS E

§ 2o Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em duas vias BIJUTERIAS LTDA) e terceira reclamada (HANOVA

datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no que COSMÉTICOS), de responsáveis solidárias pelos encargos

couber, o disposto no § 1o deste artigo. (Redação dada pela Lei nº trabalhistas da primeira reclamada, HELGA COSMÉTICOS, em

13.467, de 2017) função da existência de grupo econômico.

§ 3o Os pedidos que não atendam ao disposto no § 1o deste artigo Afirma que a primeira, segunda e terceira reclamadas foram

serão julgados extintos sem resolução do mérito. (Incluído pela Lei criadas, são dirigidas e controladas pelo pela Sra. Erica Pontes de

nº 13.467, de 2017) Meneses, que não aparece no contrato social da terceira

Como se observa, a Lei n. 13.467/17 fez referência expressa aos reclamada, HANOVA COSMÉTICOS, pois utilizou terceiro como

requisitos da petição inicial trabalhista, dispondo no § 1º do art. 840 laranja.

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Ressalta, que os objetos sociais das empresas são (destaquei)

complementares, visto todas possuírem o mesmo objeto social e A nova redação do art. 2º, além de manter a hipótese do grupo

finalidade, sendo patente a formação de grupo econômico entre econômico hierarquizado ou sob subordinação, introduz,

elas. expressamente, o outro modelo de grupo econômico, vertical, ou

No mérito, defende a recorrente, em síntese, a inexistência de fusão sob coordenação, trazendo para o texto legal, o entendimento dos

e formação de grupo econômico com o GRUPO HELGA, sendo Tribunais Regionais do Trabalho e do TST quanto a configuração de

indevida a sua responsabilidade solidária pelos créditos deferidos grupo econômico.

ao autor na presente reclamação trabalhista. Com relação a este modelo de grupo econômico coordenado, a

Argumenta que, em que pese tenha havido, nas redes sociais, um Desembargadora Dra. Vólia Bomfim Cassar, do TRT da 1ª Região,

anúncio de fusão entre os conglomerados Helga e Hanova, por em seu livro Direito do Trabalho, afirma que:

certo, tal reagrupamento não ocorreu, máxime porque a sucessão Os grupos econômicos por coordenação se apresentam quando

empresarial somente é possível em face de pessoas jurídicas houver reunião de interesses para execução de determinado

regularmente constituídas, o que não é o caso dos grupos empreendimento, tendo ou não o mesmo controle ou administração

econômicos, os quais não possuem personalidade jurídica própria, comum. Logo, os grupos por coordenação podem ter relação de

mas tão somente exteriorizam a arregimentação de sociedades que controle entre si, numa linha horizontal e não vertical. Isto é, não

possuam atuação integrante em face da comunhão de interesses, o haverá, no grupo horizontal, uma empresa controladora e outra(s)

que, também, não retrata o caso dos autos. controlada(s), uma líder (holding) e outras lideradas. Todas são

Esclarece, adiante, que há uma mera relação comercial, havendo interligadas entre si e, apesar de autônomas e independentes, estão

total independência entre as empresas do GRUPO HANOVA em interligadas pela ingerência, administração comum, como se

relação às componentes do GRUPO HELGA, sendo a recorrente, subordinadas umas às outras administrativamente. Por trás desta

mera fornecedora de produtos para o conglomerado empresarial administração comum pode estar um sócio ou alguns sócios ou

HELGA, sem haver contudo, qualquer integração de interesses pessoa física no controle.(CASSAR, 2017,p.429).

entre as empresas ou atuação conjunta. Logo, o aproveitamento dos serviços prestados pelo trabalhador por

À análise. sociedades empresárias que mantenham relação de coordenação

A lei nº 13.467, de 13 de julho de 2017 que alterou a Consolidação entre si, formando o grupo econômico trabalhista, serão todas, por

das Leis do Trabalho (CLT) trouxe novos parâmetros para consequência, responsabilizadas pela contraprestação devida ao

responsabilização de empresas terceiras. obreiro, atraindo a incidência do § 2º do artigo 2º da CLT

A nova redação alterou o parágrafo 2º e acrescentou o parágrafo 3º (coordenação interempresarial).

a este artigo, conforme transcrição seguinte: Estabeleceu, igualmente, que "não caracteriza grupo econômico a

Art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, mera identidade de sócios. Assim, o patrimônio de empresas que

que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria têm sócios comuns, porém com atuam em setores diversos, estarão

e dirige a prestação pessoal de serviço. resguardadas.

§ 1º - Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da Portanto, a análise da existência ou não da formação de um grupo

relação de emprego, os profissionais liberais, as instituições de econômico, deve-se observar o princípio da primazia da realidade,

beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem para que cada caso seja analisado com suas peculiaridades, sendo

fins lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados. ônus do autor a prova de suas alegações ( art. 818, da CLT c/c art.

§ 2º Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada 373, do NCPC).

uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a No caso em análise, o autor fundamenta sua pretensão com base

direção, controle ou administração de outra, ou ainda quando, em notícias veiculadas nas redes sociais de possível fusão entre os

mesmo guardando cada uma sua autonomia, integrem grupo grupos Helga Cosméticos e HNV, assim como colaciona fotos em

econômico, serão responsáveis solidariamente pelas que retrata parcerias entre as duas empresas, ID. 0d53e9e, sem,

obrigações decorrentes da relação de emprego. contudo, apresentar qualquer prova que indique ter realmente

§ 3º Não caracteriza grupo econômico a mera identidade de ocorrido a "FUSÃO" das empresas, ou qualquer relação de

sócios, sendo necessárias, para a configuração do grupo, a coordenação entre elas.

demonstração do interesse integrado, a efetiva comunhão de Ao revés, a acionada Hanova Indústria e Comércio de Cosméticos

interesses e a atuação conjunta das empresas dele integrantes. Ltda colacionou aos autos documentos que demonstram a relação

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 440
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de vendas de mercadorias para as empresas integrantes do grupo Messejana, tendo ficado como gerente Rosangela; que Luxeles

Helga (CRX COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA e Rosangela eram gerentes da Helga; (...)." ( grifos nosso)

ME, ALENCARINE COSMETICOS COMERCIO VAREJISTA E Conforme se extrai do depoimento supra, não se trata o caso de "

TREINAMENTO EIREL, HELGA MEDZA SALES & CIA LTDA -ME, fusão" entre as empresas, tanto que a partir da reunião ocorrida em

ORIGINAL COMERCIO DE COSMETICOS LTDA ME, VRX julho de 2017, nada foi alterado na estrutura organizacional da

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA ME, JOSE empresa, assim como layout das lojas, tratando-se, na verdade, de

ALENCAR SALES JUNIOR- ME, ORIGINAL COMERCIO DE um marketing e ações para incremento das vendas, através da

COSMETICOS LTDA- ME, tais como notas fiscais de vendas de fornecedora dos produtos, empresa HANOVA INDUSTRIA E

mercadorias, termo de confissão de dívida e e-mails em que se COMERCIO DE COSMETICOS LTDA, fato este, confirmado pelos

evidencia a parceria comercial entre as empresas ( venda de depoimentos de reclamantes e testemunhas dos processos

mercadorias), ID. de4b07e, ID. 4c4a838. utilizados como provas emprestadas nos autos, vejamos:

Na audiência de instrução, as reclamadas requerem a juntada de Convocada a primeira testemunha arrolada pelas Reclamadas

provas emprestadas (processos nºs. 461-92.2018.5.07.0010, 470- HANOVA INDUSTRIA E COMERCIO DE COSMETICOS LTDA -

54.2018.5.07.0010 e 471-39.2018.5.07.0010, tendo a autora ME, AL PARTICIPACOES LTDA, ANDERSON LUID DOS

concordado com a juntada dos referidos depoimentos. SANTOS SEVERO - ME e MULT DISTRIBUIDORA DE

No termo de audiência relativo ao processo nº. 0000461- COSMETICOS LTDA, Sr(a). Emanuel Rodrigues de Albuquerque

92.2018.5.07.0010, a testemunha da reclamante afirmou que: (...): "que trabalha na Hanova desde março/2016 como gerente

Primeira testemunha arrolada pela parte Reclamante Sr(a). administrativo financeiro; ." ÀS PERGUNTAS DO(A) PATRONO(A)

Francisca Edinusia Alves de Sousa: " (...)"que trabalhou na DO(A) PARTE RECLAMADA RESPONDEU: "que na metade do

reclamada Helga Cosméticos de 01/06/2006 a 23/02/2018 na segundo semestre de 2017 houve uma reunião da Helga com a

função de vendedora; que o reclamante, depoente e todos os Hanova para uma parceria de fornecimento de produtos, pois a

funcionários foram demitidos sem pagamento de verbas rescisórias Hanova é uma industria; que o fornecimento dos produtos continuou

e nem do salário do último mês; que depoente trabalhou até da mesma forma, pois a Helga permaneceu como uma cliente

23/fevereiro/2018, não sabendo o ultimo dia labutado pelo norma; que a parceria teve o objetivo de aumentar o volume de

reclamante; que recebia ordem direta dos gerentes Luxeles, vendas nas lojas e de fato aumentou, mas só no primeiro mês,

Rosângela, Francisca Cirlane, os quais eram gerentes da loja pois logo em seguida a Helga entrou novamente em dificuldades

do shopping Central da Helga Nendza Sales .". ÀS PERGUNTAS financeiras e não conseguiu pagar os produtos que comprava, pois

DO(A) PATRONO(A) DO(A) PARTE RECLAMANTE RESPONDEU: a divida já estava muito alta, de modo que a Helga não conseguia

"que houve uma reunião num domingo de julho/2017 onde foi pagar nada na sua totalidade; que é uma prática comum serem

comunicada a fusão da Hanova com a Helga Cosmeticos onde feitas ações com as distribuidoras para estimular as vendas, e

foram apresentados os novos patrões como sendo: Aline os proprietários da Hanova comparecem pelo fato de que o

Severo e seu esposo Anderson ambos donos da Hanova; que a distribuidor Helga ser de grande porte, como também de outros

a partir daí a prioridade era para vender os produtos da Hanova distribuidores; que na época da parceria a Helga já estava em

e Lavi, mesmo tendo outras marcas, mas a Hanova e Lavi débito com a Hanova; que a Hanova não colocou pessoas na

deveriam estar em primeiro lugar nas vendas; que antes da lojas da Helga, muito menos assumiu o comando dessa; que a

reunião já vendiam todo tipo de produto e de varias marcas, continuou a vendendo normalmente para as outras lojas, como

inclusive dos ora citados; que os proprietários da Helga e Hanova Cosbel, Anavi, Iap e outras; que não houve a fusão da Hanova com

estavam presentes na reunião, sendo Erica PontesMenezes e a Helga; que havia procedimento de cobrança normal das vendas

Alencar Junior proprietários da Helga.". ÀS PERGUNTAS DO DO(A) dos produtos Hanova;." ÀS PERGUNTAS DO DO(A) PATRONO(A)

PATRONO(A) DO(A) PARTE RECLAMADA RESPONDEU: "que DO(A) PARTE RECLAMANTE RESPONDEU: "que a reunião tem

depois da reunião depoente continuou trabalhando na mesma um caráter de marketing e não para apresentar fusão; que não

loja e o reclamante também, mas ambos trabalhavam em lojas houve comunicação formal da fusão entre a Hanova e Helga, mas

diferentes; que na reunião estavam os vendedores e gerentes; depoente soube que foi feita uma postagem no instagram da

que a faixada das lojas continuaram iguais; que não houve Helga onde foi usado o termo fusão com a Hanova; que quanto

mudança da chefia após a reunião, mas a sua chefe Luxeles ao doc. de fl. 8 se tratam das pessoas de Anderson (proprietário da

teve um problema de saúde e foi transferida para loja de Hanova) e Junior (proprietária da Helga) e o doc. de fl. 9 tratam das

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 441
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

pessoas Aline (proprietária da Hanova) e Erica (proprietária da Havendo fusão ou incorporação de empresas, há a alteração na

Helga); (...)."( grifos nosso) estrutura jurídica da empresa, o que in casu, não há provas nos

No termo de audiência relativo ao processo nº. 0000470- autos, não sendo suficiente a propaganda disseminada em reunião

54.2018.5.07.0010, o reclamante afirmou que : de empregados e redes sociais.

O DEPOIMENTO PESSOAL DO RECLAMANTE: '" que depoente O que extrai dos depoimentos, é que a ideia inicial de postar nas

era subgerente, que atuava em várias lojas da Helga e trabalhou até redes sociais de que haveria a fusão das empresas, trata-se, tão

07/04/2018 porque as lojas fecharam, tendo a sra. Erica Pontes somente, de marketing para alavancar as vendas da empresa

(dona da Helga, esposa de Alencar Junior) comunicado a dispensa Helga, a qual, na época, já se encontrava com dificuldades

os quais eram chefes do depoente; (...) ; que a Helga vendia financeiras.

produtos de marca própria (Lavi), mas também da Hanova, Fatore, Diante do exposto, considerando que a autora não se desincumbiu

Corpo Dourado e outros; que em julho/2017 houve a fusão da de seu ônus probatório, reforma-se a sentença para excluir a

Hanova com a Helga, no que a prioridade passou a ser para vender responsabilidade solidária da reclamada HNV INDÚSTRIA E

produtos da Hanova e Lavi, mas ainda assim, a Helga continuou a COSMÉTICOS LTDA.

vender produtos de outras marcas que já tinham estoque nas DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

lojas, e também continuou comprando produtos de outras Uma vez excluída a responsabilidade solidária da ora recorrente, o

marcas para vender nas suas lojas; que as fachadas das lojas presente apelo, no ponto, segue a sorte do principal.

da Helga continuaram com o mesmo nome, após a fusão, e as CONCLUSÃO DO VOTO VENCIDO:

notas fiscais das vendas eram com o nome da Helga; que a

fusão da Helga e Hanova foi para o crescimento da Helga, mas Isto posto, voto pelo conhecimento do recurso ordinário para,

o dia a dia de trabalho continuou o mesmo de antes, porém rejeitar as preliminares suscitadas e, no mérito, dar-lhe provimento

com a informação de que deveriam vender mais os produtos da para excluir a responsabilidade solidária da reclamada HNV

Helga. ( grifos nosso) INDÚSTRIA E COSMÉTICOS LTDA."

Primeira testemunha arrolada pela parte Reclamante Sr(a).

Maria Irlane Silva Santos Desiderio: " (...) que no final de CLAUDIO SOARES PIRES

julho/2017 foram convocadas para uma reunião no hotel meridional Desembargador Redator Designado

no centro da cidade onde foi comunicada por Alencar Junior, Erica

Pontes e Aline Severo, a fusão da Helga e Hanova, com promessas FORTALEZA/CE, 28 de fevereiro de 2020.

de que tudo iria mudar com a chegada de novos produtos, mas na

pratica tudo continuou do mesmo jeito, pois continuou MARIA DO SOCORRO RODRIGUES GONCALVES

chegando produtos da marca propria da Helga (lavi) e da Helga, Diretor de Secretaria

os quais tinham prioridade para serem vendidos, e das outras


Processo Nº ROT-0000419-19.2018.5.07.0018
marcas continuaram escassos; que sempre recebeu ordens Relator CLAUDIO SOARES PIRES
das mesmas pessoas (Erica e Alencar), os quais pagavam o RECORRENTE BRC - BRAZIL COSMETICS LTDA
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
salário da depoente; que todas as lojas da Helga fecharam; .". MENDES
(...).( grifos nosso) LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRENTE MULT DISTRIBUIDORA DE
No termo de audiência relativo ao processo nº. 0000471- COSMETICOS LTDA
39.2018.5.07.0010 a reclamante afirmou que: EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE)
SOUSA ARAGÃO
DEPOIMENTO PESSOAL DO RECLAMANTE MARIA CLEOMAR RECORRENTE JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME
FERREIRA DE SOUSA ALMEIDA: " (...) que depoente era gerente ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES
da loja Helga situada na Rua Floriano Peixoto 577, e trabalhou de LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
01/03/2003 até 14/04/2018: " (...)que as fachadas das lojas da RECORRENTE ROBERTO NENDZA - ME
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
Helga continuaram com o mesmo nome, após a fusão, e as notas MENDES
fiscais das vendas eram com o nome da Helga; que a fusão da LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRENTE CRX COMERCIO DE COSMETICOS E
Helga e Hanova foi para o crescimento da Helga, mas o dia a dia de BIJUTERIAS LTDA - ME
trabalho continuou o mesmo de antes, porém com a informação de ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES
que deveriam vender mais os produtos da Hanova; (...)." LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 442
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

RECORRENTE AL PARTICIPACOES LTDA RAFFAEL DUTRA LIMA ADVOGADO(OAB: 29332/CE)


RIBEIRO
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE)
SOUSA ARAGÃO EDUARDO FONTENELE ADVOGADO(OAB: 19970/CE)
MOTA
RECORRENTE HNV INDUSTRIA E COMERCIO DE
COSMETICOS LTDA - ME RECORRIDO ORIGINAL COMERCIO DE
COSMETICOS LTDA - ME
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE)
SOUSA ARAGÃO LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRENTE ALENCARINE COSMETICOS ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
COMERCIO VAREJISTA E MENDES
TREINAMENTOS EIRELI RECORRIDO ALENCARINE COSMETICOS
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) COMERCIO VAREJISTA E
MENDES TREINAMENTOS EIRELI
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRENTE LUCHELYS DE ALENCAR MARTINS ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES
EDUARDO FONTENELE ADVOGADO(OAB: 19970/CE)
MOTA RECORRIDO CRX COMERCIO DE COSMETICOS E
BIJUTERIAS LTDA - ME
RAFFAEL DUTRA LIMA ADVOGADO(OAB: 29332/CE)
RIBEIRO LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRENTE ERICA PONTES DE MENESES ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES RECORRIDO J R COMERCIO DE COSMETICOS
LTDA - ME
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRENTE HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA
- ME ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES RECORRIDO ERICA PONTES DE MENESES
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRENTE ORIGINAL COMERCIO DE ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
COSMETICOS LTDA - ME MENDES
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) RECORRIDO JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME
MENDES LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
RECORRIDO ANDERSON LUID DOS SANTOS MENDES
SEVERO - ME RECORRIDO DISTRIBUIDORA HELGA
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE) COSMETICOS LTDA - ME
SOUSA ARAGÃO LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRIDO AL PARTICIPACOES LTDA ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE) MENDES
SOUSA ARAGÃO RECORRIDO HELGA COSMETICOS LTDA - ME
RECORRIDO MULT DISTRIBUIDORA DE LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
COSMETICOS LTDA
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE) MENDES
SOUSA ARAGÃO
RECORRIDO VRX COMERCIO DE COSMETICOS E
RECORRIDO ROBERTO NENDZA - ME BIJUTERIAS LTDA - ME
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) MENDES
MENDES LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRIDO HNV INDUSTRIA E COMERCIO DE TERCEIRO JOSE ALENCAR SALES JUNIOR
COSMETICOS LTDA - ME INTERESSADO
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE) TERCEIRO ERICA PONTES DE MENESES
SOUSA ARAGÃO INTERESSADO
RECORRIDO BRC - BRAZIL COSMETICS LTDA
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) Intimado(s)/Citado(s):
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES - LUCHELYS DE ALENCAR MARTINS
RECORRIDO MULTIPLA COMERCIO DE
COSMETICOS LTDA - EPP
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES PODER JUDICIÁRIO
RECORRIDO BELLA COSMETICOS LTDA - EPP JUSTIÇA DO TRABALHO
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES
RECORRIDO HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA PROCESSO nº 0000419-19.2018.5.07.0018 (RO)
- ME
RECORRENTE: JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, HELGA
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) NENDZA SALES & CIA LTDA - ME, ORIGINAL COMERCIO DE
MENDES
COSMÉTICOS LTDA - ME, ERICA PONTES DE MENESES,
RECORRIDO LUCHELYS DE ALENCAR MARTINS
ALENCARINE COSMÉTICOS COMERCIO VAREJISTA E

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 443
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

TREINAMENTOS EIRELI, CRX COMERCIO DE COSMÉTICOS E COSMÉTICOS LTDA - EPP; J R COMERCIO DE COSMÉTICOS

BIJUTERIAS LTDA - ME, ROBERTO NENDZA - ME, HNV LTDA - ME; JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME; ERICA

INDÚSTRIA E COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME, AL PONTES DE MENESES; ALENCARINE COSMÉTICOS

PARTICIPACOES LTDA, MULT DISTRIBUIDORA DE COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS; CRX COMERCIO

COSMÉTICOS LTDA, BRC - BRAZIL COSMETICS LTDA, DE COSMÉTICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME; VRX COMERCIO

LUCHELYS DE ALENCAR MARTINS DE COSMÉTICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME; ROBERTO

RECORRIDO: LUCHELYS DE ALENCAR MARTINS, VRX NENDZA - ME; HANOVA INDUSTRIA E COMERCIO DE

COMERCIO DE COSMÉTICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, COSMÉTICOS LTDA - ME; AL PARTICIPACOES LTDA;

ANDERSON LUID DOS SANTOS SEVERO - ME, BRC - BRAZIL ANDERSON LUID DOS SANTOS SEVERO - ME; MULT

COSMÉTICOS LTDA, MULT DISTRIBUIDORA DE COSMÉTICOS DISTRIBUIDORA DE COSMÉTICOS LTDA; BRC - BRAZIL

LTDA, AL PARTICIPACOES LTDA, HNV INDÚSTRIA E COSMETICS LTDA a pagar à reclamante LUCHELYS DE

COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME, ROBERTO NENDZA - ALENCAR MARTINS as seguintes parcelas: a.Saldo de salário (29

ME, CRX COMERCIO DE COSMÉTICOS E BIJUTERIAS LTDA - dias); b. Aviso prévio (51 dias); com reflexos no 13º salário e férias;

ME, ALENCARINE COSMÉTICOS COMERCIO VAREJISTA E c. Férias simples 2016/2017 e proporcionais (8/12 avos), acrescidas

TREINAMENTOS EIRELI, ERICA PONTES DE MENESES, J R de 1/3 constitucional; d. 13º salário proporcional 2018 (3/12 avos); e.

COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME, BELLA COSMÉTICOS FGTS + 40%; f. Multa do art. 467 da CLT, incidente sobre os valores

LTDA - EPP, MULTIPLA COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - e parcelas rescisórias constantes no TRCT (ID. 7ad3499), bem

EPP, ORIGINAL COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME, como sobre o FGTS não depositado e multa de 40% sobre todos os

HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ME, HELGA valores devidos a título de FGTS ao longo da contratualidade; g.

COSMÉTICOS LTDA - ME, DISTRIBUIDORA HELGA Multa do art. 477,§8º da CLT; h. Honorários advocatícios.

COSMÉTICOS LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - A sentença fora complementada pelos aclaratórios de ID. 7081a1b,

ME com o fito de sanear a sentença embargada, determinando a

RELATOR: FRANCISCO JOSÉ GOMES DA SILVA compensação do valor de R$ 10.710,34, vez que a quantia foi

REDATOR DESIGNADO: CLAUDIO SOARES PIRES recebida pela parte embargada, conforme comprovante de

transferência bancária de ID. 619A9a4.

EMENTA Aduz a recorrente, preliminarmente, que houve cerceamento de

RECURSO ORDINÁRIO. GRUPO ECONÔMICO. seu direito de defesa, ao argumento de que o juízo, ao adotar

CONFIGURAÇÃO. Confirma-se a sentença de origem que integralmente a motivação da sentença proferido na reclamatória

reconheceu a formação de grupo econômico entre as empresas trabalhista 0000471-51.2018.5.07.0006, construiu o seu

demandadas, quando se constata que além da complementaridade entendimento, por consequência, a partir das provas orais ali

entre os objetos sociais destas, há o interesse integrado, a consignadas, mas que, tais elementos probatórios não foram

comunhão de interesses e a atuação conjunta das empresas dele publicizadas à ora recorrente no presente feito, com vistas à

integrantes. Recurso conhecido e improvido. garantia do contraditório e da ampla defesa, verificando-se, pois,

RELATÓRIO uma patente violação ao que dispõe o art. 312 do CPC/15.

Designado para redigir o acórdão, peço vênia para adotar o relatório Destaca, em seguida, que os aludidos depoimentos também não

da lavra do Excelentíssimo Desembargador Relator Francisco José integram o arcabouço das provas emprestadas acostada aos autos,

Gomes da Silva, a seguir: mediante convenção de ambas as partes; que o Juízo a quo utilizou

"Trata-se de recurso ordinário ajuizado pela reclamada HNV como fundamento da procedência da pretensão autoral, da mera

INDUSTRIA E COSMÉTICOS LTDA interposto em face da decisão cópia de uma transcrição parcial realizada no bojo de uma sentença

do Juízo da 18ª Vara do Trabalho de Fortaleza (ID. 984dd8d), que proferida em processo paradigma, a qual, por sua vez, utilizou,

JULGOU a reclamatória PROCEDENTE EM PARTE, para naquele momento, o depoimento testemunhal na condição de prova

condenar, SOLIDARIAMENTE, as reclamadas DISTRIBUIDORA emprestada, a qual, por certo, não integra o presente feito.

HELGA COSMÉTICOS LTDA - ME; HELGA COSMÉTICOS LTDA Ressalta, igualmente, que as reportadas transcrições carregam

- ME; HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ME; ORIGINAL relatos fáticos que não integram as razões da exordial, impondo

COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME; MULTIPLA reconhecer a total inovação da lide, em absoluta violação ao art.

COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - EPP; BELLA 141 do CPC/15.

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 444
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Em razão do exposto, requer a nulidade da sentença e o retorno PRELIMINARES

dos autos para que haja um novo julgamento, desta feita, em Peço vênia para adotar os fundamentos do voto do Excelentíssimo

conformidade com o acervo fático-probatório do caso sub examine. Desembargador Relator Francisco José Gomes da Silva, quanto à

Adiante, requer o reconhecimento da inépcia do pedido relativo às apreciação das preliminares, nos seguintes termos:

parcelas de FGTS + 40%, a extinção do pleito sem resolução de "DA NULIDADE DA SENTENÇA- DA UTILIZAÇÃO DA PROVA

mérito, à luz do que dispõe o art. 485, I, do CPC/15, sob o EMPRESTADA - DO ALEGADO CERCEAMENTO DE DEFESA

fundamento de que, a parte recorrida, em sua peça de ingresso, Aduz a recorrente, preliminarmente, que houve cerceamento de seu

inobstante tenha somente assentado as datas de ingresso e de direito de defesa, ao argumento de que o juízo, ao adotar

dispensa, realizou o pedido correspondente às parcelas de FGTS integralmente a motivação da sentença proferida na reclamatória

em conjunto com a indenização adicional de 40% sobre o saldo trabalhista 0000471-51.2018.5.07.0006, construiu o seu

fundiário. entendimento, a partir das provas orais ali consignadas, mas que,

No mérito, defende a recorrente, em síntese, a inexistência de tais elementos probatórios não foram publicizadas à ora recorrente

fusão e formação de grupo econômico com o GRUPO HELGA, no presente feito, com vistas à garantia do contraditório e da ampla

sendo indevida a sua responsabilidade solidária pelos créditos defesa, verificando-se, pois, uma patente violação ao que dispõe o

deferidos ao autor na presente reclamação trabalhista. art. 312 do CPC/15.

Argumenta, em que pese tenha havido, nas redes sociais, um Destaca, em seguida, que os aludidos depoimentos também não

anúncio de fusão entre os conglomerados Helga e Hanova, por integram o arcabouço das provas emprestadas acostada aos autos,

certo, tal reagrupamento não ocorreu, máxime porque a sucessão mediante convenção de ambas as partes; que o Juízo a quo utilizou

empresarial somente é possível em face de pessoas jurídicas como fundamento da procedência da pretensão autoral, da mera

regularmente constituídas, o que não é o caso dos grupos cópia de uma transcrição parcial realizada no bojo de uma sentença

econômicos, os quais não possuem personalidade jurídica própria, proferida em processo paradigma, a qual, por sua vez, utilizou,

mas tão somente exteriorizam a arregimentação de sociedades que naquele momento, o depoimento testemunhal na condição de prova

possuam atuação integrante em face da comunhão de interesses, o emprestada, a qual, por certo, não integra o presente feito.

que, também, não retrata o caso dos autos. Ressalta, igualmente, que as reportadas transcrições carregam

Esclarece, adiante, que há uma mera relação comercial, havendo relatos fáticos que não integram as razões da exordial, impondo

total independência entre as empresas do GRUPO HANOVA em reconhecer a total inovação da lide, em absoluta violação ao art.

relação às componentes do GRUPO HELGA, sendo a recorrente, 141 do CPC/15.

mera fornecedora de produtos para o conglomerado empresarial Em razão do exposto, requer a nulidade da sentença e o retorno

HELGA, sem haver contudo, qualquer integração de interesses dos autos para que haja um novo julgamento, desta feita, em

entre as empresas ou atuação conjunta. conformidade com o acervo fático-probatório do caso sub examine.

Por fim, requer a reforma da decisão de modo a afastar a À análise.

inconstitucionalidade declarada de forma incidental do art. 791-A, Em audiência de instrução, as Reclamadas requereram a juntada

§4º, da CLT, haja vista inexistir afronta à Carga Magna, mormente de provas emprestadas, relativo aos depoimentos testemunhais dos

porque, nos ditames do art. 133 da Lei Maior, o advogado é processos 461-92.2018.5.07.0010, 470-54.2018.5.07.0010 e 471-

indispensável à administração da justiça, e, caso esta Colenda 39.2018.5.07.0010 (ID. bae0442, ID. ed35241, ID. 5cd9c24, ID.

Turma entenda de modo diverso, que seja observada o art. 97 da 8eb6395).

CRFB/1988, o qual prevê a cláusula de reserva de plenário para a O Juízo, ao proferir a sentença, utilizou para o reconhecimento da

manutenção da declaração de inconstitucionalidade. existência de Grupo Econômico entre as acionadas (Grupo Hanova-

Após devidamente notificada, a recorrida apresentou suas Helga) como prova emprestada, os fundamento os lançados na

contrarrazões, conforme documento de ID. 15ffc62. sentença prolatada nos autos do processo nº 0000471-

A matéria versada no presente recurso dispensa a obrigatoriedade 51.2018.5.07.0006, de lavra da magistrada Taciana Orlovicin

de parecer prévio da douta PRT (art. 109, do Regimento Interno)" Gonçalves Pita (ID. 984dd8d).

FUNDAMENTAÇÃO Nesse ponto, destaco, inicialmente, que o novo CPC trouxe

ADMISSIBILIDADE permissivo expresso quanto à possibilidade de utilização da prova

Acolhe-se o presente recurso, uma vez que preenchidos os emprestada, desde que observado o contraditório, conforme

requisitos de admissibilidade. previsão no art. 372, que assim dispõe:

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 445
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em CONTRÁRIA. AUSÊNCIA DE CERCEAMENTO DE DEFESA.

outro processo, atribuindo-lhe o valor que considerar adequado, NULIDADE PROCESSUAL NÃO CONFIGURADA. Esta Corte

observado o contraditório". admite a utilização da prova emprestada, desde que haja a

Assim, havendo previsão legal para utilização da prova emprestada identidade dos fatos considerados no documento emprestado e no

e, observando que no processo nº 0000471-51.2018.5.07.0006 as caso em julgamento, assim como ocorrido nesta hipótese, em que o

partes foram submetidas ao contraditório e, havendo identidade dos Regional registrou que"a prova emprestada foi produzida em

fatos probandos nos processos, rejeita-se a alegativa de processo judicial que envolvia as mesmas rés da presente ação,

cerceamento de defesa. tendo sido observadas as formalidades estabelecidas em lei para a

Quanto a alegativa de que as reportadas transcrições dos sua produção, bem como o princípio do contraditório. Segundo,

depoimentos carregam relatos fáticos que não integram as razões porque os fatos a serem comprovados guardam correlação com os

da exordial, não merece acolhida, posto que a causa de pedir da da presente ação. Terceiro, porque a referida prova emprestada foi

autora, no que se refere a responsabilidade solidária das acionadas, valorada pelo Juízo segundo o princípio do livre convencimento

trata justamente na alegada formação de grupo econômico entre as motivado, em conjunto com as demais provas dos autos".

empresas, objeto da prova naqueles autos. Importante salientar também que a utilização de prova emprestada

Os depoimentos constantes na prova emprestada utilizada pelo não está condicionada à prévia anuência e concordância das

Juízo a quo dizem respeito aos fatos relacionados pela autora, no partes. Assim, a mera alegação da reclamada de que não

que pertine a alegada formação de grupo econômico entre as concordou com a utilização de prova emprestada não é suficiente

acionadas GRUPO HELGA (DISTR IBUIDORA HELGA para inviabilizar a sua utilização nestes autos. Precedentes.

COSMETICOS LTDA - ME, HELGA COSMETICOS LTDA - ME, Recurso de revista não conhecido" (TST, ARR - 3600-

HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ME, ORIGINAL 29.2010.5.12.0031 Data de Julgamento: 15/02/2017, Relator

COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, MULTIPLA Ministro: José Roberto Freire Pimenta, 2ª Turma, Data de

COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - EPP, BELLA Publicação: DEJT 17/02/2017).

COSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE COSMETICOS "B) RECURSO DE REVISTA. 1. NULIDADE DA SENTENÇA.

LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, ERICA CERCEAMENTO DE DEFESA. UTILIZAÇÃO DE PROVA

PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS EMPRESTADA SEM ANUÊNCIA. O Regional entendeu que a

COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX utilização de prova emprestada consubstanciada em certidão de

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX averiguação produzida em outros autos, no qual a reclamada figura

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME e como parte, não configura cerceamento de defesa, ante a

ROBERTO NENDZA - ME) e GRUPO HANOVA - HNV (HANOVA semelhança fática existente entre os processos, assim como da

INDUSTRIA E COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, AL observância do contraditório e da ampla defesa. Com efeito, esta

PARTICIPAÇÕES LTDA, ANDERSON LUID DOS SANTOS Corte tem se posicionado no sentido de ser possível a utilização da

SEVERO - ME e MULT DISTRIBUIDORA DE COSMETICOS prova emprestada, não sendo imprescindível a anuência da parte

LTDA), assim como referem-se as mesmas demandadas, sendo adversa. Recurso de revista não conhecido" (TST, RR - 940-

permitido sua valoração como se houvesse sido produzida 27.2013.5.18.0181 Data de Julgamento: 09/11/2016, Relatora

diretamente nos autos examinados. Ministra: Dora Maria da Costa, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT

Nesse ponto, frise-se, não há vício em virtude de o Juízo ter 11/11/2016).

utilizado a fundamentação da sentença, a qual considerou para Preliminar rejeitada.

formação do convencimento da magistrada, depoimentos os quais INÉPCIA DA INICIAL

foram respeitados o contraditório quando produzida em processos Requer o Recorrente, o reconhecimento da inépcia do pedido

judiciais, máxime,quando envolvendo a mesma empresa e quando relativo às parcelas de FGTS + 40%, e a extinção do pleito sem

os fatos guardam correlação com os da presente ação. resolução de mérito, à luz do que dispõe o art. 485, I, do CPC/15,

Nesse mesmo entendimento, colaciona-se a atual jurisprudência do sob o fundamento de que, a parte recorrida, em sua peça de

Tribunal Superior do Trabalho, in verbis: ingresso, inobstante tenha somente assentado as datas de ingresso

UTILIZAÇÃO DE PROVA EMPRESTADA. POSSIBILIDADE. e de dispensa, realizou o pedido correspondente às parcelas de

IDENTIDADE FÁTICA. MESMAS RECLAMADAS. FGTS, em conjunto com a indenização adicional de 40% sobre o

DESNECESSIDADE DE PRÉVIA CONCORDÂNCIA DA PARTE saldo fundiário.

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 446
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Sem razão. intuito de serem satisfeitos todos os direitos da reclamante, quais

O processo trabalhista é regido pelo princípio da simplicidade das sejam: Saldo Salário, Aviso Prévio de 51 dias, 13º salário e férias

formas, consagrado no art. 840, § 1º, da CLT, segundo o qual basta sobre aviso prévio, FGTS sobre rescisão, 13º salário proporcional

uma breve exposição dos fatos para se considerar apta a exordial. 3/12 de 2018, férias simples 2016/2017 e proporcionais 2017/2018

Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal. todas acrescidas do terço constitucional, FGTS e multa de 40%.

§ 1º - Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do Em relação ao rol dos pedidos, o autor requereu a condenação da

Presidente da Junta, ou do juiz de direito a quem for dirigida, a reclamada ao pagamento das verbas rescisórias, incluindo FGTS E

qualificação do reclamante e do reclamado, uma breve exposição MULTA DE 40% DO FGTS.

dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, a data e a assinatura Em decorrência do princípio da simplicidade, que norteia o processo

do reclamante ou de seu representante. trabalhista, o qual não sofreu alterações com a Lei nº 13.467, de

§ 1o Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do 2017, a petição inicial ora em análise preencheu os requisitos do

juízo, a qualificação das partes, a breve exposição dos fatos de que art. 840 , da CLT, a qual, frise-se, não dificultou a defesa das

resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser certo, determinado e acionadas.

com indicação de seu valor, a data e a assinatura do reclamante ou Rejeita-se."

de seu representante. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) DO MÉRITO

§ 2º - Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em 2 (duas) GRUPO ECONÔMICO. CONFIGURAÇÃO.

vias datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no A sentença reconheceu o grupo econômico entre as empresas

que couber, o disposto no parágrafo anterior. demandadas, consoante os seguintes fundamentos:

§ 2o Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em duas vias "Diante da identidade da matéria (fática e jurídica), adoto

datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no que integralmente os fundamentos lançados na brilhante sentença

couber, o disposto no § 1o deste artigo. (Redação dada pela Lei nº prolatada nos autos da 0000471-51.2018.5.07.0006, de lavra da

13.467, de 2017) magistrada Taciana Orlovicin Gonçalves Pita, acerca da

§ 3o Os pedidos que não atendam ao disposto no § 1o deste artigo responsabilidade das empresas demandadas, nos termos a seguir:

serão julgados extintos sem resolução do mérito. (Incluído pela Lei 'Afirma a parte reclamante que as empresas que compõem o antigo

nº 13.467, de 2017) GRUPO HELGA (DISTRIBUIDORA HELGA COSMETICOS LTDA -

Como se observa, a Lei n. 13.467/17 fez referência expressa aos ME, HELGA COSMETICOS LTDA - ME, HELGA NENDZA SALES

requisitos da petição inicial trabalhista, dispondo no § 1º do art. 840 & CIA LTDA - ME, ORIGINAL COMERCIO DE COSMETICOS

da CLT que o pedido deva "ser certo, determinado e com indicação LTDA - ME, MULTIPLA COMERCIO DE COSMETICOS LTDA -

de seu valor". EPP, BELLA COSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE

No caso, em relação ao pedido de pagamento do FGTS e multa COSMETICOS LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME,

rescisória, o reclamante fez pedido certo, determinado e com ERICA PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS

indicação do valores pois da sua causa de pedir, entende-se COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX

logicamente que o autor fora demitido sem justa causa e sem COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX

recebimento de suas verbas rescisórias, fato este, incontroverso COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME e

nos autos. ROBERTO NENDZA - ME) são dirigidas e coordenadas pelos

Na narrativa dos fatos, o acionante afirmou que ingressou na sócios José Alencar Sales Júnior e Érica Pontes de Meneses. Alega

reclamada no dia 01/08/2010, para exercer a função de gerente, que, em meados de 2017, os sócios do Grupo Helga iniciaram

sendo demitida sem justa causa em 29/03/2018; que o último negociações para fusão com o Grupo Hanova (HNV), fusão de

salário percebido foi de R$ 3.200,00 (três mil e duzentos reais); que empresas esta que foi oficialmente tornada pública em julho de

quando de sua demissão não recebeu qualquer valor, assim como 2017, expondo o rol de empresas que compõem o Grupo Hanova -

não fora liberado Seguro Desemprego e FGTS, motivo pelo qual HNV (HANOVA INDUSTRIA E COMERCIO DE COSMETICOS

pleiteia a liberação dos mesmos em sede de tutela antecipada; que LTDA - ME, AL PARTICIPAÇÕES LTDA, ANDERSON LUID DOS

o FGTS se encontra depositado apenas de forma parcial, apenas o SANTOS SEVERO - ME e MULT DISTRIBUIDORA DE

valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais). COSMETICOS LTDA), à época todas dirigidas pelos sócios

Em seguida, requereu que, Tendo em vista os argumentos jurídicos Anderson Luid Santos Severo e Aline Cristina Silva Souza Severo.

apresentados, ajuíza-se a presente Reclamação Trabalhista no Sustenta que, a partir de julho de 2017, independentemente do

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 447
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cumprimento das obrigações legais para efetivação da fusão, qual SEVERO - ME reconhecem o grupo entre si e negam a formação de

seja a extinção das pessoas jurídicas da empresa incorporada com grupo com as demais reclamadas, noticiando que são fornecedoras

o surgimento de uma nova, tal fusão de fato ocorreu e todos os de produtos à rede varejista, sendo uma das principais, o grupo

empregados passaram à subordinação do Grupo Hanova-Helga, o HELGA, não tendo havido a fusão alegada, apenas relação

qual configura grupo econômico por coordenação, impondo a fornecedor-cliente. Informam, ainda, que os fundos de comércio de

responsabilização solidária entre as empresas do grupo. Entende empresas do Grupo Helga foram alienados por seus sócios-

que a fusão entre as empresas com a criação, em outubro de 2017, proprietários da Helga para a empresa DX GROUP

da empresa MULT DISTRIBUIDORA DE COSMÉTICOS (de que PARTICIPAÇÕES E INVESTIMENTOS LTDA, que, por sua vez,

eram sócios o filho dos sócios do Grupo Helga e a mãe do sócio do não possuiria qualquer ligação com o Grupo Hanova, tratando-se de

Grupo Hanova), teria como única finalidade ocultar os sócios de fato empresa de investimentos de proveniente São Paulo.

da nova empresa e ainda o de conseguir nova linha de crédito na A demandada AL PARTICIPACOES LTDA nega a formação de

praça. Postula, caso não se conclua pela existência de grupo grupo econômico com quaisquer das demais empresas.

econômico, que se reconheça a sucessão empresarial de todas as A reclamada MULT DISTRIBUIDORA DE COSMETICOS LTDA

empresas do Grupo Helga por HNV INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE alega que nunca existiu de fato e nega a formação de grupo

COSMÉTICOS LTDA. Alega, ainda, que a empresa BRC BRAZIL econômico com quaisquer das demais empresas.

COSMÉTICOS LTDA adquiriu em Recuperação Judicial os direitos A ré BRC - BRAZIL COSMETICS LTDA informa que comprou os

da marca mista "Helga" por cinco anos, sem jamais exercer direitos de uso da marca HELGA, não estando a reclamante sob

qualquer gerência direta, pois o Sr. José Alencar Sales Júnior suas ordens, refutando a formação de grupo econômico com

continuou a exercer a direção, gerência e coordenação das quaisquer das demais empresas reclamadas e pleiteia que, em

empresas. Por essa razão, pretende a responsabilização solidária caso de condenação, seja de forma subsidiária.

da ré BRC BRAZIL COSMÉTICOS LTDA, uma vez identificada a Pois bem.

fraude ocorrida e a evidente direção do efetivo sócio do Grupo Inicialmente, declaro a responsabilidade solidária das empresas

Helga. DISTRIBUIDORA HELGA COSMETICOS LTDA - ME, HELGA

Em suas contestações, as rés negam a formação de grupo COSMETICOS LTDA - ME, HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA -

econômico entre as empresas do Grupo Helga e Hanova As ME, ORIGINAL COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME,

reclamadas DISTRIBUIDORA HELGA COSMETICOS LTDA - ME, MULTIPLA COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - EPP, BELLA

HELGA COSMETICOS LTDA - ME, HELGA NENDZA SALES & CIA COSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE COSMETICOS

LTDA - ME, ORIGINAL COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, ERICA

MULTIPLA COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - EPP, PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS

BELLACOSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX

COSMETICOS LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX

ERICA PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME,

COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX ROBERTO NENDZA - ME (1ª a 13ª reclamadas), nos termos do §

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX 2º do art. 2º da CLT, as quais reconheceram a formação de grupo

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, econômico entre si, encontrando-se, dentre estas, a empregadora.

ROBERTO NENDZA - ME (1ª a 13ª reclamadas), não refutam o Quanto ao grupo econômico alegado em relação aos grupos

grupo econômico entre si, tendo contestado a formação de grupo HELGA e HANOVA, a autora juntou aos autos várias fotografias

com as empresas do Grupo HANOVA (14ª a 16ª reclamadas), com com os Srs. Anderson Luid Dos Santos Severo, José Alencar Sales

a MULT DISTRIBUIDORA (17ª reclamada) e com a BCR (18ª Junior, Aline Cristina Silva Souza Severo e Érica Pontes de

reclamada), alegando que o grupo HANOVA tem como objeto social Meneses, sócios das empresa Hanova e Helga, divulgadas em meio

a produção de produtos de beleza, e que inexiste hierarquia e/ou digital em julho de 2017, anunciando a fusão entre as empresas do

coordenação entre as empresas. Sustenta que a BCR está sob a Grupo Helga com aquelas do Grupo Hanova (HNV), com

égide da Lei 11.101//05, tendo comprado o direito de utilização da fundamento na expansão e aquisições realizadas pelo grupo

marca "Helga" por cinco anos. HANOVA, podendo se perceber que nas fotos, aparece o diretor do

As reclamadas HANOVA INDUSTRIA E COMERCIO DE grupo HANOVA, o qual veste camisa com o nome HELGA NOVO

COSMETICOS LTDA - ME e ANDERSON LUID DOS SANTOS TEMPO e ainda uma figura que demonstra a junção de duas peças

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 448
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de quebra-cabeça nas quais constam os nomes dos dois grupos LUID DOS SANTOS SEVERO ME de que a relação havida entre os

HANOVA e HELGA. Em que pese não haver alterações nas apontados conglomerados empresariais era de apenas fornecedor-

estruturas das empresas formadoras dos grupos, resta claro que cliente não se sustenta, ressaltando que a mensagem eletrônica e a

houve uma intensa comunhão de interesses confissão de dívida datam de período anterior à "fusão" noticiada, o

econômicos/profissionais entre as empresas formadoras dos dois que só veio a ocorrer em julho de 2017.

grupos. De acordo com a Lei 13.467/2017 são requisitos para a Diante do exposto, reconheço a existência de grupo econômico por

configuração do grupo econômico: a demonstração do interesse coordenação entre todas as empresas dos Grupos HELGA e

integrado, a efetiva comunhão de interesses e a atuação conjunta HANOVA, as quais declaro responsáveis solidárias pelas verbas

das empresas integrantes. A inexistência de uma hierarquia entre decorrentes da condenação, nos termos dos arts. 2º, § 2º, e 9º da

as empresas não descaracteriza o grupo econômico, se há a CLT.

demonstração de que entre as empresas ocorre clara atuação No que concerne à reclamada AL PARTICIPAÇÕES LTDA, verifica-

conjunta, em linha de coordenação e comunhão de interesses, o se que na defesa das empresas formadoras do GRUPO HELGA

que se verifica no caso em tela. restou afirmado que as empresas HANOVA INDUSTRIA E

Ademais, a primeira testemunha laboral afirmou em seu COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, ANDERSON LUID

depoimento: DOS SANTOS SEVERO - ME e AL PARTICIPACOES LTDA

"(...) que havia comentários dentro da empresa de que ocorreu uma formam o grupo HANOVA. Nessa senda, o contrato social de

fusão entre as empresas Helga e Hanova; que o gerente do constituição da reclamada AL PARTICIPAÇÕES LTDA demonstra

depoente comentou que ocorreria a fusão e que o depoente que essa empresa tem como sócios os Srs. Anderson Liud dos

continuaria a prestar serviços para as duas empresas; que o Santos Severo e Aline Cristina Silva Souza Severo, os quais se

depoente já chegou, mesmo prestando serviços para a Helga, fizeram presentes ao evento em que foi anunciada a "fusão" entre

prestar serviços para a Hanova, tais como rotulagem de produtos, os grupos empresariais, conforme fotografias anexadas aos autos.

embalagem de mercadorias e fazendo entregas; que depois dos Ainda, o endereço eletrônico da AL PARTICIPAÇÕES LTDA

comentários da fusão, o depoente também começou a receber registrado no CNPJ é "anderson@hanovacosméticos.com.br".

ordens do Sr. Paulo, empregado da Hanova, responsável pela Ademais, a Sra. Aline Cristina Silva Souza Severo é também sócia

logística." da empresa HNV INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE COSMÉTICOS

Ainda, a segunda testemunha da autora noticiou: LTDA, cujo endereço eletrônico é

"que trabalhou para Helga de 01/02/2010 a 14/04/2018 na função "anderson@hanovacosméticos.com.br", conquanto o Sr. Anderson

de estoquista; que trabalhou com a reclamante; que o gerente, Liud dos Santos Severo não faça parte do corpo societário dessa

Sr.Evandro comentou com o depoente que havia sido feita uma empresa. O Sr. Anderson Liud dos Santos Severo atua, ainda,

sociedade entre a Helga e a Hanova; que, após o comentário, o como empresário individual da ANDERSON LUID DOS SANTOS

depoente também começo a prestar serviços para a Hanova SEVERO ME. Por fim, saliento que as empresas HNV INDÚSTRIA

abastecendo e descarregando as mercadorias da empresa Hanova E COMÉRCIO DE COSMÉTICOS LTDA, AL PARTICIPAÇÕES

nas seções das lojas Helga, limpando as mercadorias; que o LTDA, ANDERSON LUID DOS SANTOS SEVERO - ME e MULT

depoente não recebia ordens de nenhum empregado da Hanova; DISTRIBUIDORA DE COSMETICOS LTDA, em audiência, se

que as lojas Helga também vendiam produtos de outras indústrias e fizeram representar pelo mesmo preposto, o Sr. Luiz Gustavo

não só da empresa Hanova; que, em relação às mercadorias das Santana Severo, neste feiro e nos processos nº0000470-

outras indústrias, o abastecimento e o descarregamento de 54.2018.5.07.0010, 0000471-39.2018.5.07.0010 e 0000476-

mercadorias eram feitos por empregados destas indústrias; que a 61.2018.5.07.0010, cujos termos de audiência foram anexados aos

reclamante vendia produtos da indústria Hanova bem como de presentes autos.

outras indústrias." O fato de a empresa AL PARTICIPAÇÕES LTDA ter objetivo social

Saliente-se que o fato de terem sido alienados fundos de comércio diverso das empresas do grupo HANOVA não é suficiente para

de empresas do Grupo Helga para a empresa DX GROUP afastar a formação do grupo econômico com HNV INDÚSTRIA E

PARTICIPAÇÕES E INVESTIMENTOS LTDA não afeta a presente COMÉRCIO DE COSMÉTICOS LTDA e ANDERSON LUID DOS

demanda, pois apenas houve a alienação parcial das quotas SANTOS SEVERO - ME.

empresariais de somente algumas das empresas do Grupo. Sendo assim, reconheço que a empresa AL PARTICIPAÇÕES

Insta destacar, também, que a alegação da reclamada ANDERSON LTDA pertence ao grupo econômico HANOVA, o qual restou

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 449
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condenada solidariamente, aplicando a esta a mesma convocadas para uma reunião no hotel meridional no centro da

responsabilidade, nos termos dos arts. 2º, § 2º, e 9º da CLT. cidade onde foi comunicada por Alencar Junior, Erica Pontes e

No que tange à reclamada MULT DISTRIBUIDORA DE Aline Severo, a fusão da Helga e Hanova, com promessas de

COSMETICOS LTDA, observa-se efetivamente formalizada em que tudo iria mudar com a chegada de novos produtos, mas na

24/10/2017 pouco tempo após a fusão dos grupos HELGA e pratica tudo continuou do mesmo jeito, pois continuou

HANOVA, com atuação na vendas de produtos de higiene, tendo chegando produtos da marca própria da Helga (lavi) e da Helga,

como sócios os Srs. Matheus Pontes Sales e Maria de Fátima dos os quais tinham prioridade para serem vendidos" - depoimento

Santos Severo, os quais são, respectivamente, o filho dos titulares de Maria Irlane Silva Santos Desiderio) e ("que houve uma

do Grupo Helga e a mãe de um dos proprietários do Grupo Hanova reunião num domingo de julho/2017 onde foi comunicada a

(Anderson Luid dos Santos Severo), fato não contestado em defesa. fusão da Hanova com a Helga Cosmeticos onde foram

Sendo assim, tenho que a empresa MULT DISTRIBUIDORA DE apresentados os novos patrões como sendo: Aline Severo e

COSMETICOS LTDA também participa dos Grupos Helga e seu esposo Anderson ambos donos da Hanova; que a a partir

Hanova, utilizando-se da mesma estrutura empresarial para a daí a prioridade era para vender os produtos da Hanova e Lavi"

consecução de seus objetivos financeiros, diante do que, resta - depoimento de Francisca Edinusia Alves de Sousa)."

condenada solidariamente, nos termos dos arts. 2º, § 2º, e 9º da A empresa recorrente manifesta no presente recurso ordinário o seu

CLT. inconformismo, alegando, em síntese: "que a fusão e o grupo

Por fim, quanto à ré BRC BRAZIL COSMETICS COMÉRCIO econômico ostentam características diametralmente opostas"; "em

VAREJISTA DE COSMÉTICOS EIRELI, verifica-se que ela que pese tenha havido, nas redes sociais, um anúncio de fusão

apresentou defesa através do mesmo escritório que a empregadora, entre os conglomerados Helga e Hanova, por certo, tal

na qual passou a repetir as mesmas alegações já apresentadas reagrupamento não ocorreu, máxime porque a sucessão

pelas 1ª a 13ª Reclamadas, além disso, observa-se que no empresarial somente é possível em face de pessoas jurídicas

comprovante de inscrição cadastral (CNPJ) consta endereço regularmente constituídas, o que não é o caso dos grupos

eletrônico pertencente ao domínio da HELGA COSMÉTICOS. econômicos, os quais não possuem personalidade jurídica própria,

Ademais, apresentou carta de preposição que revelou mas tão somente exteriorizam a arregimentação de sociedades que

representação através do mesmo preposto que a empregadora, possuam atuação integrante em face da comunhão de interesses";

razão pela qual, deve ser solidariamente responsável pelos créditos "que a sentença de origem, em nenhum momento, cuidou de

oriundos da presente demanda, nos moldes dos arts. 2º, § 2º, e 9º demonstrar a integração de interesses entre as empresas, a

da CLT." atuação conjunta, tampouco a comunhão de interesses, mas

Pontue-se, por oportuno, que as atas de audiência em nada apenas limitou-se a discorrer, de forma bastante confusa, sobre

corroboram com a tese da demandada, uma vez que se verifica, "fusão", sendo esta manifestante inexistente no caso vertente"; "que

com extrema facilidade, que a testemunha da reclamada, Sr. os depoimentos coligidos aos autos sob a rubrica de prova

Emanuel Rodrigues de Albuquerque, arrolada em todos os emprestada fulminam a pretensão autoral, quer pelo viés da fusão,

processos, busca, sem nenhum sucesso, sustentar os termos da seja sob a óptica de agrupamento empresarial."

defesa. Não se vê nas razões recursais, com a devida vênia da parte

Ademais, por mais que tenha declarado que "que na metade do recorrente, fundamentos que infirmem convincentemente as

segundo semestre de 2017 houve uma reunião da Helga com a conclusões do juízo de primeiro grau, razão pela qual se há perfilhar

Hanova para uma parceria de fornecimento de produtos", com os motivos da decisão vergastada, ora endossados e

afirmou, posteriormente, que "soube que foi feita uma postagem integrantes das presentes razões de decidir.

no instagram da Helga onde foi usado o termo fusão com a Consoante o § 2º do art. 2º da CLT, "sempre que uma ou mais

Hanova". empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica

Por outro lado, as testemunhas Francisca Edinusia Alves de Sousa própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de

e Maria Irlane Silva Santos outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua

Desiderio, apresentadas pelas partes autoras, nas referidas atas de autonomia, integrem grupo econômico, serão responsáveis

audiências, possuem depoimentos uníssonos no que tange à solidariamente pelas obrigações decorrentes da relação de

reunião em que foi publicizada à fusão das demandadas aos emprego".

empregados são uníssonas ("que no final de julho/2017 foram Nesta esteira, o delineamento do que se convencionou chamar

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 450
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grupo econômico, pela dicção da Consolidação das Leis do para serem vendidos, e das outras marcas continuaram escassos".

Trabalho, importa na evidência da integração dos Veja-se que a fusão foi comunicada aos empregados em reunião,

empreendimentos, de forma a vincular, direta ou indiretamente, as constatação que reforça a ideia do grupo econômico, referindo-se a

empresas. depoente a tudo ter "continuado do mesmo jeito" ao modus

Este aspecto restou caracterizado nos autos, sendo certo que se operandi das vendas dos produtos e não à ausência de formação

verificam elementos suficientes para que seja corroborada a de grupo. A testemunha em questão ainda revelou que as diversas

conclusão da sentença recorrida. marcas apresentavam seus produtos e realizavam treinamentos,

Como bem destacado pela sentença, restou demonstrada nos autos mas que com a Hanova o processo foi diferente, pois, além de ter

a ampla divulgação realizada nas redes sociais, em julho de 2017, sido comunicada a fusão, não houve interrupção do fornecimento de

acerca da fusão das empresas do Grupo Helga com aquelas do mercadorias para serem vendidas nas lojas Helga, o que ocorreu

Grupo Hanova. Eis os dizeres da publicação (V. ID 0d53e9e - Pág. com outros fornecedores em face das dívidas da empregadora

2): "Temos o orgulho de anunciar que começou um novo tempo. O originária.

Grupo HNV detentor de várias marcas como a Hanova, em um Não se olvida o depoimento da testemunha convidada pelas

processo de expansão e aquisições, realizou a fusão com o Grupo reclamadas, Sr. Emanuel Rodrigues de Albuquerque, ouvida nos

Helga Cosméticos. Tudo isso para que os nossos clientes possam processos (461-92.2018.5.07.0010, 470-54.2018.5.07.0010 e 471-

ter sempre à disposição o melhor atendimento, os melhores 39.2018.5.07.0010) trazidos por empréstimo ao conjunto probatório,

produtos e a melhor experiência. Transformando para melhor, o seu cujas declarações transparecem a ideia de demonstrar ter havido

visual e a sua vida. #HelgaNovoTempo #Hanova #GrupoHNV apenas uma relação comercial, mas não uma fusão, entre as

#GrupoHelga #Beleza #Cabelos". Com a devida vênia da parte empresas do grupo Helga e do grupo Hanova. Contudo, diante dos

recorrente, este aspecto é relevante para a caracterização do grupo demais elementos probatórios dos autos, não há de prevalecer o

econômico sob investigação, demonstrando a plena possibilidade quadro traçado pelo depoente, sendo de se destacar que ele próprio

de que as marcas de cada um dos grupos estejam sob a admite não ter participado da reunião ocorrida em julho de 2017 (V.

coordenação de um único conglomerado, o que afasta a tese ID's 5cd9c24 - Pág. 6 e 8eb6395 - Pág. 6), na qual fora anunciada a

recursal a respeito da estranheza de haver empresas concorrentes fusão aos trabalhadores.

no mesmo grupo econômico. Cumpre ressaltar, ainda, porquanto oportuno, que a estreita relação

Além disso, vigora no Direito do Trabalho o princípio da primazia da comercial entre as empresas dos grupos empresariais, consoante

realidade, de modo a ser imprescindível destacar a prevalência dos se denota pelas notas ficais de vendas de mercadorias anexadas

fatos da relação de emprego sobre os aspectos formais. Dessa aos autos, a meu sentir, não rechaça a formação de grupo

forma, ainda que não ultimada, ao menos formalmente, com as econômico, mas, em verdade, a reforça, evidenciando além da

devidas baixas das pessoas jurídicas, a fusão mencionada nas complementaridade entre os objetos sociais das empresas

redes sociais, não há se desconhecer que houve a junção das contratantes, o interesse integrado, a comunhão de interesses e a

empresas, que passaram a atuar integradas a um único grupo. atuação conjunta das empresas dele integrantes.

Igualmente, salvo melhor juízo, os depoimentos das testemunhas Destarte, o quadro encontrado no presente feito permite a

não afastam o reconhecimento do grupo econômico. Ao revés, conclusão de que a empresa ora recorrente integra grupo

confirmam a fusão entre as empresas. Destaca-se, a este respeito, econômico com as reclamadas do grupo Helga. Importa examinar a

o depoimento da primeira testemunha da parte reclamante, Sra. presença de elementos objetivos capazes de demonstrar que as

Maria Irlane Silva Santos Desiderio, ouvida no processo nº 0000470 empresas estavam integradas no mesmo grupo. É o que se

-54.2018.5.07.0010 (Ata de audiência de ID 5cd9c24 - Pág. 4), constatou à exaustão no presente feito.

trazido por empréstimo ao conjunto probatório pelas próprias Por oportuno, colhe-se o seguinte precedente jurisprudencial:

reclamadas, revelador de "(...) que no final de julho/2017 foram "Grupo econômico. Relação inter-empresarial. O grupo econômico

convocadas para uma reunião no hotel meridional no centro da para fins justrabalhistas não necessita se revestir das modalidades

cidade onde foi comunicada por Alencar Junior, Erica Pontes e Aline jurídicas típicas do Direito Econômico ou Direito Comercial

Severo, a fusão da Helga e Hanova, com promessas de que tudo (holdings, consórcios, pools etc.). Não se exige, sequer, a prova

iria mudar com a chegada de novos produtos, mas na pratica tudo de sua formal institucionalização cartorial: pode-se acolher a

continuou do mesmo jeito, pois continuou chegando produtos da existência do grupo desde que surjam evidências probatórias

marca propria da Helga (lavi) e da Helga, os quais tinham prioridade de que estão presentes os elementos de integração inter-

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 451
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

empresarial (abrangência subjetiva e nexo relacional) de que DA PROVA. ART. 818, DA CLT C/C ART. 373, DO NCPC.

fala a CLT (art. 2º, § 2º)" (Processo 00409002020085010025, TRT AUSÊNCIA DE PROVA. Não tendo a reclamante comprovado a

1ª Região - 8ª Turma, Relatora Desembargadora Dalva Amélia de existência do alegado grupo econômico Helga-Hanova, composto

Oliveira, Publicado em 30/06/2014)(destaquei). de diversas empresas, reforma-se a sentença para afastar a

NEGA-SE PROVIMENTO. responsabilidade solidária pretendida pela autora.

CONCLUSÃO DO VOTO RECURSO CONHECIDO E DADO PROVIMENTO PARCIAL

Por unanimidade, conhecer do recurso ordinário para, rejeitar as FUNDAMENTAÇÃO:

preliminares suscitadas e, no mérito, por maioria, negar-lhe ADMISSIBILIDADE

provimento. Acolhe-se o presente recurso, uma vez que preenchidos os

DISPOSITIVO requisitos de admissibilidade.

ACORDAM OS INTEGRANTES DA 2.ª TURMA DO TRIBUNAL DO MÉRITO

REGIONAL DO TRABALHO DA 7.ª REGIÃO, por unanimidade, PRELIMINARES

conhecer do recurso ordinário para, rejeitar as preliminares DA NULIDADE DA SENTENÇA- DA UTILIZAÇÃO DA PROVA

suscitadas e, no mérito, por maioria, negar-lhe provimento. Vencido EMPRESTADA - DO ALEGADO CERCEAMENTO DE DEFESA

o Desembargador Relator, que dava provimento ao apelo, para Aduz a recorrente, preliminarmente, que houve cerceamento de seu

excluir da condenação a responsabilidade solidária da reclamada direito de defesa, ao argumento de que o juízo, ao adotar

HNV INDÚSTRIA E COSMÉTICOS LTDA. Redigirá o acórdão o integralmente a motivação da sentença proferida na reclamatória

Desembargador Cláudio Soares Pires, com a integração do voto trabalhista 0000471-51.2018.5.07.0006, construiu o seu

vencido. entendimento, a partir das provas orais ali consignadas, mas que,

Participaram do julgamento os Exmos. Srs. Desembargadores tais elementos probatórios não foram publicizadas à ora recorrente

Francisco José Gomes da Silva (Presidente e Relator), Cláudio no presente feito, com vistas à garantia do contraditório e da ampla

Soares Pires e Paulo Régis Machado Botelho. Presente ainda o(a) defesa, verificando-se, pois, uma patente violação ao que dispõe o

Exmo(a). Sr(a). membro do Ministério Público do Trabalho. Em gozo art. 312 do CPC/15.

de férias o Exmo. Sr. Desembargador Jefferson Quesado Junior. Destaca, em seguida, que os aludidos depoimentos também não

Fortaleza, 14 de outubro de 2019. integram o arcabouço das provas emprestadas acostada aos autos,

INTEGRA O PRESENTE ACÓRDÃO O VOTO VENCIDO DO EXMº mediante convenção de ambas as partes; que o Juízo a quo utilizou

DESEMBARGADOR FRANCISCO JOSÉ GOMES DA SILVA, in como fundamento da procedência da pretensão autoral, da mera

verbis: cópia de uma transcrição parcial realizada no bojo de uma sentença

EMENTA: PROVA EMPRESTADA. PREVISÃO LEGAL. proferida em processo paradigma, a qual, por sua vez, utilizou,

CONTRADITÓRIO OBSERVADO. O novo CPC trouxe permissivo naquele momento, o depoimento testemunhal na condição de prova

expresso quanto à possibilidade de utilização da prova emprestada, emprestada, a qual, por certo, não integra o presente feito.

desde que observado o contraditório, conforme previsão no art. 372. Ressalta, igualmente, que as reportadas transcrições carregam

Assim, havendo previsão legal para utilização da prova emprestada relatos fáticos que não integram as razões da exordial, impondo

e, observando que no processo nº 0000471-51.2018.5.07.0006 as reconhecer a total inovação da lide, em absoluta violação ao art.

partes foram submetidas ao contraditório e, havendo identidade dos 141 do CPC/15.

fatos probandos nos processos, rejeita-se a alegativa de Em razão do exposto, requer a nulidade da sentença e o retorno

cerceamento de defesa. Preliminar rejeitada. dos autos para que haja um novo julgamento, desta feita, em

PETIÇÃO INICIAL. ART. 840, §1º DA CLT. O processo trabalhista conformidade com o acervo fático-probatório do caso sub examine.

é regido pelo princípio da simplicidade das formas, consagrado no À análise.

art. 840, § 1º, da CLT, segundo o qual basta uma breve exposição Em audiência de instrução, as Reclamadas requereram a juntada

dos fatos para se considerar apta a exordial. Em decorrência do de provas emprestadas, relativo aos depoimentos testemunhais dos

princípio da simplicidade, que norteia o processo trabalhista, o qual processos 461-92.2018.5.07.0010, 470-54.2018.5.07.0010 e 471-

não sofreu alterações com a Lei nº 13.467, de 2017, verifica-se que 39.2018.5.07.0010 (ID. bae0442, ID. ed35241, ID. 5cd9c24, ID.

a petição inicial atendeu integralmente os requisitos do art. 840, da 8eb6395).

CLT. Preliminar rejeitada. O Juízo, ao proferir a sentença, utilizou para o reconhecimento da

EXISTÊNCIA DE GRUPO ECONÔMICO. ART. 2º, DA CLT. ÔNUS existência de Grupo Econômico entre as acionadas (Grupo Hanova-

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 452
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Helga) como prova emprestada, os fundamento os lançados na foram respeitados o contraditório quando produzida em processos

sentença prolatada nos autos do processo nº 0000471- judiciais, máxime,quando envolvendo a mesma empresa e quando

51.2018.5.07.0006, de lavra da magistrada Taciana Orlovicin os fatos guardam correlação com os da presente ação.

Gonçalves Pita (ID. 984dd8d). Nesse mesmo entendimento, colaciona-se a atual jurisprudência do

Nesse ponto, destaco, inicialmente, que o novo CPC trouxe Tribunal Superior do Trabalho, in verbis:

permissivo expresso quanto à possibilidade de utilização da prova UTILIZAÇÃO DE PROVA EMPRESTADA. POSSIBILIDADE.

emprestada, desde que observado o contraditório, conforme IDENTIDADE FÁTICA. MESMAS RECLAMADAS.

previsão no art. 372, que assim dispõe: DESNECESSIDADE DE PRÉVIA CONCORDÂNCIA DA PARTE

Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em CONTRÁRIA. AUSÊNCIA DE CERCEAMENTO DE DEFESA.

outro processo, atribuindo-lhe o valor que considerar adequado, NULIDADE PROCESSUAL NÃO CONFIGURADA. Esta Corte

observado o contraditório". admite a utilização da prova emprestada, desde que haja a

Assim, havendo previsão legal para utilização da prova emprestada identidade dos fatos considerados no documento emprestado e no

e, observando que no processo nº 0000471-51.2018.5.07.0006 as caso em julgamento, assim como ocorrido nesta hipótese, em que o

partes foram submetidas ao contraditório e, havendo identidade dos Regional registrou que"a prova emprestada foi produzida em

fatos probandos nos processos, rejeita-se a alegativa de processo judicial que envolvia as mesmas rés da presente ação,

cerceamento de defesa. tendo sido observadas as formalidades estabelecidas em lei para a

Quanto a alegativa de que as reportadas transcrições dos sua produção, bem como o princípio do contraditório. Segundo,

depoimentos carregam relatos fáticos que não integram as razões porque os fatos a serem comprovados guardam correlação com os

da exordial, não merece acolhida, posto que a causa de pedir da da presente ação. Terceiro, porque a referida prova emprestada foi

autora, no que se refere a responsabilidade solidária das acionadas, valorada pelo Juízo segundo o princípio do livre convencimento

trata justamente na alegada formação de grupo econômico entre as motivado, em conjunto com as demais provas dos autos".

empresas, objeto da prova naqueles autos. Importante salientar também que a utilização de prova emprestada

Os depoimentos constantes na prova emprestada utilizada pelo não está condicionada à prévia anuência e concordância das

Juízo a quo dizem respeito aos fatos relacionados pela autora, no partes. Assim, a mera alegação da reclamada de que não

que pertine a alegada formação de grupo econômico entre as concordou com a utilização de prova emprestada não é suficiente

acionadas GRUPO HELGA (DISTR IBUIDORA HELGA para inviabilizar a sua utilização nestes autos. Precedentes.

COSMETICOS LTDA - ME, HELGA COSMETICOS LTDA - ME, Recurso de revista não conhecido" (TST, ARR - 3600-

HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ME, ORIGINAL 29.2010.5.12.0031 Data de Julgamento: 15/02/2017, Relator

COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, MULTIPLA Ministro: José Roberto Freire Pimenta, 2ª Turma, Data de

COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - EPP, BELLA Publicação: DEJT 17/02/2017).

COSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE COSMETICOS "B) RECURSO DE REVISTA. 1. NULIDADE DA SENTENÇA.

LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, ERICA CERCEAMENTO DE DEFESA. UTILIZAÇÃO DE PROVA

PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS EMPRESTADA SEM ANUÊNCIA. O Regional entendeu que a

COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX utilização de prova emprestada consubstanciada em certidão de

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX averiguação produzida em outros autos, no qual a reclamada figura

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME e como parte, não configura cerceamento de defesa, ante a

ROBERTO NENDZA - ME) e GRUPO HANOVA - HNV (HANOVA semelhança fática existente entre os processos, assim como da

INDUSTRIA E COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, AL observância do contraditório e da ampla defesa. Com efeito, esta

PARTICIPAÇÕES LTDA, ANDERSON LUID DOS SANTOS Corte tem se posicionado no sentido de ser possível a utilização da

SEVERO - ME e MULT DISTRIBUIDORA DE COSMETICOS prova emprestada, não sendo imprescindível a anuência da parte

LTDA), assim como referem-se as mesmas demandadas, sendo adversa. Recurso de revista não conhecido" (TST, RR - 940-

permitido sua valoração como se houvesse sido produzida 27.2013.5.18.0181 Data de Julgamento: 09/11/2016, Relatora

diretamente nos autos examinados. Ministra: Dora Maria da Costa, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT

Nesse ponto, frise-se, não há vício em virtude de o Juízo ter 11/11/2016).

utilizado a fundamentação da sentença, a qual considerou para Preliminar rejeitada.

formação do convencimento da magistrada, depoimentos os quais INÉPCIA DA INICIAL

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 453
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Requer o Recorrente, o reconhecimento da inépcia do pedido salário percebido foi de R$ 3.200,00 (três mil e duzentos reais); que

relativo às parcelas de FGTS + 40%, e a extinção do pleito sem quando de sua demissão não recebeu qualquer valor, assim como

resolução de mérito, à luz do que dispõe o art. 485, I, do CPC/15, não fora liberado Seguro Desemprego e FGTS, motivo pelo qual

sob o fundamento de que, a parte recorrida, em sua peça de pleiteia a liberação dos mesmos em sede de tutela antecipada; que

ingresso, inobstante tenha somente assentado as datas de ingresso o FGTS se encontra depositado apenas de forma parcial, apenas o

e de dispensa, realizou o pedido correspondente às parcelas de valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais).

FGTS, em conjunto com a indenização adicional de 40% sobre o Em seguida, requereu que, Tendo em vista os argumentos jurídicos

saldo fundiário. apresentados, ajuíza-se a presente Reclamação Trabalhista no

Sem razão. intuito de serem satisfeitos todos os direitos da reclamante, quais

O processo trabalhista é regido pelo princípio da simplicidade das sejam: Saldo Salário, Aviso Prévio de 51 dias, 13º salário e férias

formas, consagrado no art. 840, § 1º, da CLT, segundo o qual basta sobre aviso prévio, FGTS sobre rescisão, 13º salário proporcional

uma breve exposição dos fatos para se considerar apta a exordial. 3/12 de 2018, férias simples 2016/2017 e proporcionais 2017/2018

Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal. todas acrescidas do terço constitucional, FGTS e multa de 40%.

§ 1º - Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do Em relação ao rol dos pedidos, o autor requereu a condenação da

Presidente da Junta, ou do juiz de direito a quem for dirigida, a reclamada ao pagamento das verbas rescisórias, incluindo FGTS E

qualificação do reclamante e do reclamado, uma breve exposição MULTA DE 40% DO FGTS.

dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, a data e a assinatura Em decorrência do princípio da simplicidade, que norteia o processo

do reclamante ou de seu representante. trabalhista, o qual não sofreu alterações com a Lei nº 13.467, de

§ 1o Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do 2017, a petição inicial ora em análise preencheu os requisitos do

juízo, a qualificação das partes, a breve exposição dos fatos de que art. 840 , da CLT, a qual, frise-se, não dificultou a defesa das

resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser certo, determinado e acionadas.

com indicação de seu valor, a data e a assinatura do reclamante ou Rejeita-se.

de seu representante. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) DO MÉRITO

§ 2º - Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em 2 (duas) FORMAÇÃO DE GRUPO ECONÔMICO.

vias datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no Na peça de ingresso, requer o reclamante que seja caracterizada a

que couber, o disposto no parágrafo anterior. condição da segunda (VRX COMÉRCIO COSMÉTICOS E

§ 2o Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em duas vias BIJUTERIAS LTDA) e terceira reclamada (HANOVA

datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no que COSMÉTICOS), de responsáveis solidárias pelos encargos

couber, o disposto no § 1o deste artigo. (Redação dada pela Lei nº trabalhistas da primeira reclamada, HELGA COSMÉTICOS, em

13.467, de 2017) função da existência de grupo econômico.

§ 3o Os pedidos que não atendam ao disposto no § 1o deste artigo Afirma que a primeira, segunda e terceira reclamadas foram

serão julgados extintos sem resolução do mérito. (Incluído pela Lei criadas, são dirigidas e controladas pelo pela Sra. Erica Pontes de

nº 13.467, de 2017) Meneses, que não aparece no contrato social da terceira

Como se observa, a Lei n. 13.467/17 fez referência expressa aos reclamada, HANOVA COSMÉTICOS, pois utilizou terceiro como

requisitos da petição inicial trabalhista, dispondo no § 1º do art. 840 laranja.

da CLT que o pedido deva "ser certo, determinado e com indicação Ressalta, que os objetos sociais das empresas são

de seu valor". complementares, visto todas possuírem o mesmo objeto social e

No caso, em relação ao pedido de pagamento do FGTS e multa finalidade, sendo patente a formação de grupo econômico entre

rescisória, o reclamante fez pedido certo, determinado e com elas.

indicação do valores pois da sua causa de pedir, entende-se No mérito, defende a recorrente, em síntese, a inexistência de fusão

logicamente que o autor fora demitido sem justa causa e sem e formação de grupo econômico com o GRUPO HELGA, sendo

recebimento de suas verbas rescisórias, fato este, incontroverso indevida a sua responsabilidade solidária pelos créditos deferidos

nos autos. ao autor na presente reclamação trabalhista.

Na narrativa dos fatos, o acionante afirmou que ingressou na Argumenta que, em que pese tenha havido, nas redes sociais, um

reclamada no dia 01/08/2010, para exercer a função de gerente, anúncio de fusão entre os conglomerados Helga e Hanova, por

sendo demitida sem justa causa em 29/03/2018; que o último certo, tal reagrupamento não ocorreu, máxime porque a sucessão

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 454
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empresarial somente é possível em face de pessoas jurídicas houver reunião de interesses para execução de determinado

regularmente constituídas, o que não é o caso dos grupos empreendimento, tendo ou não o mesmo controle ou administração

econômicos, os quais não possuem personalidade jurídica própria, comum. Logo, os grupos por coordenação podem ter relação de

mas tão somente exteriorizam a arregimentação de sociedades que controle entre si, numa linha horizontal e não vertical. Isto é, não

possuam atuação integrante em face da comunhão de interesses, o haverá, no grupo horizontal, uma empresa controladora e outra(s)

que, também, não retrata o caso dos autos. controlada(s), uma líder (holding) e outras lideradas. Todas são

Esclarece, adiante, que há uma mera relação comercial, havendo interligadas entre si e, apesar de autônomas e independentes, estão

total independência entre as empresas do GRUPO HANOVA em interligadas pela ingerência, administração comum, como se

relação às componentes do GRUPO HELGA, sendo a recorrente, subordinadas umas às outras administrativamente. Por trás desta

mera fornecedora de produtos para o conglomerado empresarial administração comum pode estar um sócio ou alguns sócios ou

HELGA, sem haver contudo, qualquer integração de interesses pessoa física no controle.(CASSAR, 2017,p.429).

entre as empresas ou atuação conjunta. Logo, o aproveitamento dos serviços prestados pelo trabalhador por

À análise. sociedades empresárias que mantenham relação de coordenação

A lei nº 13.467, de 13 de julho de 2017 que alterou a Consolidação entre si, formando o grupo econômico trabalhista, serão todas, por

das Leis do Trabalho (CLT) trouxe novos parâmetros para consequência, responsabilizadas pela contraprestação devida ao

responsabilização de empresas terceiras. obreiro, atraindo a incidência do § 2º do artigo 2º da CLT

A nova redação alterou o parágrafo 2º e acrescentou o parágrafo 3º (coordenação interempresarial).

a este artigo, conforme transcrição seguinte: Estabeleceu, igualmente, que "não caracteriza grupo econômico a

Art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, mera identidade de sócios. Assim, o patrimônio de empresas que

que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria têm sócios comuns, porém com atuam em setores diversos, estarão

e dirige a prestação pessoal de serviço. resguardadas.

§ 1º - Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da Portanto, a análise da existência ou não da formação de um grupo

relação de emprego, os profissionais liberais, as instituições de econômico, deve-se observar o princípio da primazia da realidade,

beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem para que cada caso seja analisado com suas peculiaridades, sendo

fins lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados. ônus do autor a prova de suas alegações ( art. 818, da CLT c/c art.

§ 2º Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada 373, do NCPC).

uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a No caso em análise, o autor fundamenta sua pretensão com base

direção, controle ou administração de outra, ou ainda quando, em notícias veiculadas nas redes sociais de possível fusão entre os

mesmo guardando cada uma sua autonomia, integrem grupo grupos Helga Cosméticos e HNV, assim como colaciona fotos em

econômico, serão responsáveis solidariamente pelas que retrata parcerias entre as duas empresas, ID. 0d53e9e, sem,

obrigações decorrentes da relação de emprego. contudo, apresentar qualquer prova que indique ter realmente

§ 3º Não caracteriza grupo econômico a mera identidade de ocorrido a "FUSÃO" das empresas, ou qualquer relação de

sócios, sendo necessárias, para a configuração do grupo, a coordenação entre elas.

demonstração do interesse integrado, a efetiva comunhão de Ao revés, a acionada Hanova Indústria e Comércio de Cosméticos

interesses e a atuação conjunta das empresas dele integrantes. Ltda colacionou aos autos documentos que demonstram a relação

(destaquei) de vendas de mercadorias para as empresas integrantes do grupo

A nova redação do art. 2º, além de manter a hipótese do grupo Helga (CRX COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA

econômico hierarquizado ou sob subordinação, introduz, ME, ALENCARINE COSMETICOS COMERCIO VAREJISTA E

expressamente, o outro modelo de grupo econômico, vertical, ou TREINAMENTO EIREL, HELGA MEDZA SALES & CIA LTDA -ME,

sob coordenação, trazendo para o texto legal, o entendimento dos ORIGINAL COMERCIO DE COSMETICOS LTDA ME, VRX

Tribunais Regionais do Trabalho e do TST quanto a configuração de COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA ME, JOSE

grupo econômico. ALENCAR SALES JUNIOR- ME, ORIGINAL COMERCIO DE

Com relação a este modelo de grupo econômico coordenado, a COSMETICOS LTDA- ME, tais como notas fiscais de vendas de

Desembargadora Dra. Vólia Bomfim Cassar, do TRT da 1ª Região, mercadorias, termo de confissão de dívida e e-mails em que se

em seu livro Direito do Trabalho, afirma que: evidencia a parceria comercial entre as empresas ( venda de

Os grupos econômicos por coordenação se apresentam quando mercadorias), ID. de4b07e, ID. 4c4a838.

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 455
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Na audiência de instrução, as reclamadas requerem a juntada de Convocada a primeira testemunha arrolada pelas Reclamadas

provas emprestadas (processos nºs. 461-92.2018.5.07.0010, 470- HANOVA INDUSTRIA E COMERCIO DE COSMETICOS LTDA -

54.2018.5.07.0010 e 471-39.2018.5.07.0010, tendo a autora ME, AL PARTICIPACOES LTDA, ANDERSON LUID DOS

concordado com a juntada dos referidos depoimentos. SANTOS SEVERO - ME e MULT DISTRIBUIDORA DE

No termo de audiência relativo ao processo nº. 0000461- COSMETICOS LTDA, Sr(a). Emanuel Rodrigues de Albuquerque

92.2018.5.07.0010, a testemunha da reclamante afirmou que: (...): "que trabalha na Hanova desde março/2016 como gerente

Primeira testemunha arrolada pela parte Reclamante Sr(a). administrativo financeiro; ." ÀS PERGUNTAS DO(A) PATRONO(A)

Francisca Edinusia Alves de Sousa: " (...)"que trabalhou na DO(A) PARTE RECLAMADA RESPONDEU: "que na metade do

reclamada Helga Cosméticos de 01/06/2006 a 23/02/2018 na segundo semestre de 2017 houve uma reunião da Helga com a

função de vendedora; que o reclamante, depoente e todos os Hanova para uma parceria de fornecimento de produtos, pois a

funcionários foram demitidos sem pagamento de verbas rescisórias Hanova é uma industria; que o fornecimento dos produtos continuou

e nem do salário do último mês; que depoente trabalhou até da mesma forma, pois a Helga permaneceu como uma cliente

23/fevereiro/2018, não sabendo o ultimo dia labutado pelo norma; que a parceria teve o objetivo de aumentar o volume de

reclamante; que recebia ordem direta dos gerentes Luxeles, vendas nas lojas e de fato aumentou, mas só no primeiro mês,

Rosângela, Francisca Cirlane, os quais eram gerentes da loja pois logo em seguida a Helga entrou novamente em dificuldades

do shopping Central da Helga Nendza Sales .". ÀS PERGUNTAS financeiras e não conseguiu pagar os produtos que comprava, pois

DO(A) PATRONO(A) DO(A) PARTE RECLAMANTE RESPONDEU: a divida já estava muito alta, de modo que a Helga não conseguia

"que houve uma reunião num domingo de julho/2017 onde foi pagar nada na sua totalidade; que é uma prática comum serem

comunicada a fusão da Hanova com a Helga Cosmeticos onde feitas ações com as distribuidoras para estimular as vendas, e

foram apresentados os novos patrões como sendo: Aline os proprietários da Hanova comparecem pelo fato de que o

Severo e seu esposo Anderson ambos donos da Hanova; que a distribuidor Helga ser de grande porte, como também de outros

a partir daí a prioridade era para vender os produtos da Hanova distribuidores; que na época da parceria a Helga já estava em

e Lavi, mesmo tendo outras marcas, mas a Hanova e Lavi débito com a Hanova; que a Hanova não colocou pessoas na

deveriam estar em primeiro lugar nas vendas; que antes da lojas da Helga, muito menos assumiu o comando dessa; que a

reunião já vendiam todo tipo de produto e de varias marcas, continuou a vendendo normalmente para as outras lojas, como

inclusive dos ora citados; que os proprietários da Helga e Hanova Cosbel, Anavi, Iap e outras; que não houve a fusão da Hanova com

estavam presentes na reunião, sendo Erica PontesMenezes e a Helga; que havia procedimento de cobrança normal das vendas

Alencar Junior proprietários da Helga.". ÀS PERGUNTAS DO DO(A) dos produtos Hanova;." ÀS PERGUNTAS DO DO(A) PATRONO(A)

PATRONO(A) DO(A) PARTE RECLAMADA RESPONDEU: "que DO(A) PARTE RECLAMANTE RESPONDEU: "que a reunião tem

depois da reunião depoente continuou trabalhando na mesma um caráter de marketing e não para apresentar fusão; que não

loja e o reclamante também, mas ambos trabalhavam em lojas houve comunicação formal da fusão entre a Hanova e Helga, mas

diferentes; que na reunião estavam os vendedores e gerentes; depoente soube que foi feita uma postagem no instagram da

que a faixada das lojas continuaram iguais; que não houve Helga onde foi usado o termo fusão com a Hanova; que quanto

mudança da chefia após a reunião, mas a sua chefe Luxeles ao doc. de fl. 8 se tratam das pessoas de Anderson (proprietário da

teve um problema de saúde e foi transferida para loja de Hanova) e Junior (proprietária da Helga) e o doc. de fl. 9 tratam das

Messejana, tendo ficado como gerente Rosangela; que Luxeles pessoas Aline (proprietária da Hanova) e Erica (proprietária da

e Rosangela eram gerentes da Helga; (...)." ( grifos nosso) Helga); (...)."( grifos nosso)

Conforme se extrai do depoimento supra, não se trata o caso de " No termo de audiência relativo ao processo nº. 0000470-

fusão" entre as empresas, tanto que a partir da reunião ocorrida em 54.2018.5.07.0010, o reclamante afirmou que :

julho de 2017, nada foi alterado na estrutura organizacional da O DEPOIMENTO PESSOAL DO RECLAMANTE: '" que depoente

empresa, assim como layout das lojas, tratando-se, na verdade, de era subgerente, que atuava em várias lojas da Helga e trabalhou até

um marketing e ações para incremento das vendas, através da 07/04/2018 porque as lojas fecharam, tendo a sra. Erica Pontes

fornecedora dos produtos, empresa HANOVA INDUSTRIA E (dona da Helga, esposa de Alencar Junior) comunicado a dispensa

COMERCIO DE COSMETICOS LTDA, fato este, confirmado pelos os quais eram chefes do depoente; (...) ; que a Helga vendia

depoimentos de reclamantes e testemunhas dos processos produtos de marca própria (Lavi), mas também da Hanova, Fatore,

utilizados como provas emprestadas nos autos, vejamos: Corpo Dourado e outros; que em julho/2017 houve a fusão da

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 456
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Hanova com a Helga, no que a prioridade passou a ser para vender responsabilidade solidária da reclamada HNV INDÚSTRIA E

produtos da Hanova e Lavi, mas ainda assim, a Helga continuou a COSMÉTICOS LTDA.

vender produtos de outras marcas que já tinham estoque nas DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

lojas, e também continuou comprando produtos de outras Uma vez excluída a responsabilidade solidária da ora recorrente, o

marcas para vender nas suas lojas; que as fachadas das lojas presente apelo, no ponto, segue a sorte do principal.

da Helga continuaram com o mesmo nome, após a fusão, e as CONCLUSÃO DO VOTO VENCIDO:

notas fiscais das vendas eram com o nome da Helga; que a

fusão da Helga e Hanova foi para o crescimento da Helga, mas Isto posto, voto pelo conhecimento do recurso ordinário para,

o dia a dia de trabalho continuou o mesmo de antes, porém rejeitar as preliminares suscitadas e, no mérito, dar-lhe provimento

com a informação de que deveriam vender mais os produtos da para excluir a responsabilidade solidária da reclamada HNV

Helga. ( grifos nosso) INDÚSTRIA E COSMÉTICOS LTDA."

Primeira testemunha arrolada pela parte Reclamante Sr(a).

Maria Irlane Silva Santos Desiderio: " (...) que no final de CLAUDIO SOARES PIRES

julho/2017 foram convocadas para uma reunião no hotel meridional Desembargador Redator Designado

no centro da cidade onde foi comunicada por Alencar Junior, Erica

Pontes e Aline Severo, a fusão da Helga e Hanova, com promessas FORTALEZA/CE, 28 de fevereiro de 2020.

de que tudo iria mudar com a chegada de novos produtos, mas na

pratica tudo continuou do mesmo jeito, pois continuou MARIA DO SOCORRO RODRIGUES GONCALVES

chegando produtos da marca propria da Helga (lavi) e da Helga, Diretor de Secretaria

os quais tinham prioridade para serem vendidos, e das outras


Processo Nº ROT-0000419-19.2018.5.07.0018
marcas continuaram escassos; que sempre recebeu ordens Relator CLAUDIO SOARES PIRES
das mesmas pessoas (Erica e Alencar), os quais pagavam o RECORRENTE BRC - BRAZIL COSMETICS LTDA
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
salário da depoente; que todas as lojas da Helga fecharam; .". MENDES
(...).( grifos nosso) LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRENTE MULT DISTRIBUIDORA DE
No termo de audiência relativo ao processo nº. 0000471- COSMETICOS LTDA
39.2018.5.07.0010 a reclamante afirmou que: EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE)
SOUSA ARAGÃO
DEPOIMENTO PESSOAL DO RECLAMANTE MARIA CLEOMAR RECORRENTE JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME
FERREIRA DE SOUSA ALMEIDA: " (...) que depoente era gerente ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES
da loja Helga situada na Rua Floriano Peixoto 577, e trabalhou de LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
01/03/2003 até 14/04/2018: " (...)que as fachadas das lojas da RECORRENTE ROBERTO NENDZA - ME
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
Helga continuaram com o mesmo nome, após a fusão, e as notas MENDES
fiscais das vendas eram com o nome da Helga; que a fusão da LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRENTE CRX COMERCIO DE COSMETICOS E
Helga e Hanova foi para o crescimento da Helga, mas o dia a dia de BIJUTERIAS LTDA - ME
trabalho continuou o mesmo de antes, porém com a informação de ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES
que deveriam vender mais os produtos da Hanova; (...)." LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
Havendo fusão ou incorporação de empresas, há a alteração na RECORRENTE AL PARTICIPACOES LTDA
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE)
estrutura jurídica da empresa, o que in casu, não há provas nos SOUSA ARAGÃO
autos, não sendo suficiente a propaganda disseminada em reunião RECORRENTE HNV INDUSTRIA E COMERCIO DE
COSMETICOS LTDA - ME
de empregados e redes sociais. EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE)
SOUSA ARAGÃO
O que extrai dos depoimentos, é que a ideia inicial de postar nas
RECORRENTE ALENCARINE COSMETICOS
redes sociais de que haveria a fusão das empresas, trata-se, tão COMERCIO VAREJISTA E
TREINAMENTOS EIRELI
somente, de marketing para alavancar as vendas da empresa ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES
Helga, a qual, na época, já se encontrava com dificuldades
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
financeiras. RECORRENTE LUCHELYS DE ALENCAR MARTINS
Diante do exposto, considerando que a autora não se desincumbiu EDUARDO FONTENELE ADVOGADO(OAB: 19970/CE)
MOTA
de seu ônus probatório, reforma-se a sentença para excluir a

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 457
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

RAFFAEL DUTRA LIMA ADVOGADO(OAB: 29332/CE) LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RIBEIRO ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
RECORRENTE ERICA PONTES DE MENESES MENDES
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) RECORRIDO J R COMERCIO DE COSMETICOS
MENDES LTDA - ME
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRENTE HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
- ME MENDES
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) RECORRIDO ERICA PONTES DE MENESES
MENDES LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
RECORRENTE ORIGINAL COMERCIO DE MENDES
COSMETICOS LTDA - ME RECORRIDO JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
MENDES
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) MENDES
RECORRIDO ANDERSON LUID DOS SANTOS RECORRIDO DISTRIBUIDORA HELGA
SEVERO - ME COSMETICOS LTDA - ME
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE) LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
SOUSA ARAGÃO
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
RECORRIDO AL PARTICIPACOES LTDA MENDES
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE) RECORRIDO HELGA COSMETICOS LTDA - ME
SOUSA ARAGÃO
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRIDO MULT DISTRIBUIDORA DE
COSMETICOS LTDA ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE)
SOUSA ARAGÃO RECORRIDO VRX COMERCIO DE COSMETICOS E
BIJUTERIAS LTDA - ME
RECORRIDO ROBERTO NENDZA - ME
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) MENDES
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
MENDES
TERCEIRO JOSE ALENCAR SALES JUNIOR
RECORRIDO HNV INDUSTRIA E COMERCIO DE INTERESSADO
COSMETICOS LTDA - ME
TERCEIRO ERICA PONTES DE MENESES
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE) INTERESSADO
SOUSA ARAGÃO
RECORRIDO BRC - BRAZIL COSMETICS LTDA
Intimado(s)/Citado(s):
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) - HELGA COSMETICOS LTDA - ME
MENDES
RECORRIDO MULTIPLA COMERCIO DE
COSMETICOS LTDA - EPP
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) PODER JUDICIÁRIO
MENDES
JUSTIÇA DO TRABALHO
RECORRIDO BELLA COSMETICOS LTDA - EPP
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES PROCESSO nº 0000419-19.2018.5.07.0018 (RO)
RECORRIDO HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA
- ME RECORRENTE: JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, HELGA
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) NENDZA SALES & CIA LTDA - ME, ORIGINAL COMERCIO DE
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES COSMÉTICOS LTDA - ME, ERICA PONTES DE MENESES,
RECORRIDO LUCHELYS DE ALENCAR MARTINS ALENCARINE COSMÉTICOS COMERCIO VAREJISTA E
RAFFAEL DUTRA LIMA ADVOGADO(OAB: 29332/CE)
RIBEIRO TREINAMENTOS EIRELI, CRX COMERCIO DE COSMÉTICOS E
EDUARDO FONTENELE ADVOGADO(OAB: 19970/CE) BIJUTERIAS LTDA - ME, ROBERTO NENDZA - ME, HNV
MOTA
RECORRIDO ORIGINAL COMERCIO DE INDÚSTRIA E COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME, AL
COSMETICOS LTDA - ME
PARTICIPACOES LTDA, MULT DISTRIBUIDORA DE
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) COSMÉTICOS LTDA, BRC - BRAZIL COSMETICS LTDA,
MENDES
LUCHELYS DE ALENCAR MARTINS
RECORRIDO ALENCARINE COSMETICOS
COMERCIO VAREJISTA E RECORRIDO: LUCHELYS DE ALENCAR MARTINS, VRX
TREINAMENTOS EIRELI
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) COMERCIO DE COSMÉTICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME,
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) ANDERSON LUID DOS SANTOS SEVERO - ME, BRC - BRAZIL
MENDES
RECORRIDO CRX COMERCIO DE COSMETICOS E COSMÉTICOS LTDA, MULT DISTRIBUIDORA DE COSMÉTICOS
BIJUTERIAS LTDA - ME
LTDA, AL PARTICIPACOES LTDA, HNV INDÚSTRIA E

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 458
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME, ROBERTO NENDZA - ALENCAR MARTINS as seguintes parcelas: a.Saldo de salário (29

ME, CRX COMERCIO DE COSMÉTICOS E BIJUTERIAS LTDA - dias); b. Aviso prévio (51 dias); com reflexos no 13º salário e férias;

ME, ALENCARINE COSMÉTICOS COMERCIO VAREJISTA E c. Férias simples 2016/2017 e proporcionais (8/12 avos), acrescidas

TREINAMENTOS EIRELI, ERICA PONTES DE MENESES, J R de 1/3 constitucional; d. 13º salário proporcional 2018 (3/12 avos); e.

COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME, BELLA COSMÉTICOS FGTS + 40%; f. Multa do art. 467 da CLT, incidente sobre os valores

LTDA - EPP, MULTIPLA COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - e parcelas rescisórias constantes no TRCT (ID. 7ad3499), bem

EPP, ORIGINAL COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME, como sobre o FGTS não depositado e multa de 40% sobre todos os

HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ME, HELGA valores devidos a título de FGTS ao longo da contratualidade; g.

COSMÉTICOS LTDA - ME, DISTRIBUIDORA HELGA Multa do art. 477,§8º da CLT; h. Honorários advocatícios.

COSMÉTICOS LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - A sentença fora complementada pelos aclaratórios de ID. 7081a1b,

ME com o fito de sanear a sentença embargada, determinando a

RELATOR: FRANCISCO JOSÉ GOMES DA SILVA compensação do valor de R$ 10.710,34, vez que a quantia foi

REDATOR DESIGNADO: CLAUDIO SOARES PIRES recebida pela parte embargada, conforme comprovante de

transferência bancária de ID. 619A9a4.

EMENTA Aduz a recorrente, preliminarmente, que houve cerceamento de

RECURSO ORDINÁRIO. GRUPO ECONÔMICO. seu direito de defesa, ao argumento de que o juízo, ao adotar

CONFIGURAÇÃO. Confirma-se a sentença de origem que integralmente a motivação da sentença proferido na reclamatória

reconheceu a formação de grupo econômico entre as empresas trabalhista 0000471-51.2018.5.07.0006, construiu o seu

demandadas, quando se constata que além da complementaridade entendimento, por consequência, a partir das provas orais ali

entre os objetos sociais destas, há o interesse integrado, a consignadas, mas que, tais elementos probatórios não foram

comunhão de interesses e a atuação conjunta das empresas dele publicizadas à ora recorrente no presente feito, com vistas à

integrantes. Recurso conhecido e improvido. garantia do contraditório e da ampla defesa, verificando-se, pois,

RELATÓRIO uma patente violação ao que dispõe o art. 312 do CPC/15.

Designado para redigir o acórdão, peço vênia para adotar o relatório Destaca, em seguida, que os aludidos depoimentos também não

da lavra do Excelentíssimo Desembargador Relator Francisco José integram o arcabouço das provas emprestadas acostada aos autos,

Gomes da Silva, a seguir: mediante convenção de ambas as partes; que o Juízo a quo utilizou

"Trata-se de recurso ordinário ajuizado pela reclamada HNV como fundamento da procedência da pretensão autoral, da mera

INDUSTRIA E COSMÉTICOS LTDA interposto em face da decisão cópia de uma transcrição parcial realizada no bojo de uma sentença

do Juízo da 18ª Vara do Trabalho de Fortaleza (ID. 984dd8d), que proferida em processo paradigma, a qual, por sua vez, utilizou,

JULGOU a reclamatória PROCEDENTE EM PARTE, para naquele momento, o depoimento testemunhal na condição de prova

condenar, SOLIDARIAMENTE, as reclamadas DISTRIBUIDORA emprestada, a qual, por certo, não integra o presente feito.

HELGA COSMÉTICOS LTDA - ME; HELGA COSMÉTICOS LTDA Ressalta, igualmente, que as reportadas transcrições carregam

- ME; HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ME; ORIGINAL relatos fáticos que não integram as razões da exordial, impondo

COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME; MULTIPLA reconhecer a total inovação da lide, em absoluta violação ao art.

COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - EPP; BELLA 141 do CPC/15.

COSMÉTICOS LTDA - EPP; J R COMERCIO DE COSMÉTICOS Em razão do exposto, requer a nulidade da sentença e o retorno

LTDA - ME; JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME; ERICA dos autos para que haja um novo julgamento, desta feita, em

PONTES DE MENESES; ALENCARINE COSMÉTICOS conformidade com o acervo fático-probatório do caso sub examine.

COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS; CRX COMERCIO Adiante, requer o reconhecimento da inépcia do pedido relativo às

DE COSMÉTICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME; VRX COMERCIO parcelas de FGTS + 40%, a extinção do pleito sem resolução de

DE COSMÉTICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME; ROBERTO mérito, à luz do que dispõe o art. 485, I, do CPC/15, sob o

NENDZA - ME; HANOVA INDUSTRIA E COMERCIO DE fundamento de que, a parte recorrida, em sua peça de ingresso,

COSMÉTICOS LTDA - ME; AL PARTICIPACOES LTDA; inobstante tenha somente assentado as datas de ingresso e de

ANDERSON LUID DOS SANTOS SEVERO - ME; MULT dispensa, realizou o pedido correspondente às parcelas de FGTS

DISTRIBUIDORA DE COSMÉTICOS LTDA; BRC - BRAZIL em conjunto com a indenização adicional de 40% sobre o saldo

COSMETICS LTDA a pagar à reclamante LUCHELYS DE fundiário.

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 459
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

No mérito, defende a recorrente, em síntese, a inexistência de tais elementos probatórios não foram publicizadas à ora recorrente

fusão e formação de grupo econômico com o GRUPO HELGA, no presente feito, com vistas à garantia do contraditório e da ampla

sendo indevida a sua responsabilidade solidária pelos créditos defesa, verificando-se, pois, uma patente violação ao que dispõe o

deferidos ao autor na presente reclamação trabalhista. art. 312 do CPC/15.

Argumenta, em que pese tenha havido, nas redes sociais, um Destaca, em seguida, que os aludidos depoimentos também não

anúncio de fusão entre os conglomerados Helga e Hanova, por integram o arcabouço das provas emprestadas acostada aos autos,

certo, tal reagrupamento não ocorreu, máxime porque a sucessão mediante convenção de ambas as partes; que o Juízo a quo utilizou

empresarial somente é possível em face de pessoas jurídicas como fundamento da procedência da pretensão autoral, da mera

regularmente constituídas, o que não é o caso dos grupos cópia de uma transcrição parcial realizada no bojo de uma sentença

econômicos, os quais não possuem personalidade jurídica própria, proferida em processo paradigma, a qual, por sua vez, utilizou,

mas tão somente exteriorizam a arregimentação de sociedades que naquele momento, o depoimento testemunhal na condição de prova

possuam atuação integrante em face da comunhão de interesses, o emprestada, a qual, por certo, não integra o presente feito.

que, também, não retrata o caso dos autos. Ressalta, igualmente, que as reportadas transcrições carregam

Esclarece, adiante, que há uma mera relação comercial, havendo relatos fáticos que não integram as razões da exordial, impondo

total independência entre as empresas do GRUPO HANOVA em reconhecer a total inovação da lide, em absoluta violação ao art.

relação às componentes do GRUPO HELGA, sendo a recorrente, 141 do CPC/15.

mera fornecedora de produtos para o conglomerado empresarial Em razão do exposto, requer a nulidade da sentença e o retorno

HELGA, sem haver contudo, qualquer integração de interesses dos autos para que haja um novo julgamento, desta feita, em

entre as empresas ou atuação conjunta. conformidade com o acervo fático-probatório do caso sub examine.

Por fim, requer a reforma da decisão de modo a afastar a À análise.

inconstitucionalidade declarada de forma incidental do art. 791-A, Em audiência de instrução, as Reclamadas requereram a juntada

§4º, da CLT, haja vista inexistir afronta à Carga Magna, mormente de provas emprestadas, relativo aos depoimentos testemunhais dos

porque, nos ditames do art. 133 da Lei Maior, o advogado é processos 461-92.2018.5.07.0010, 470-54.2018.5.07.0010 e 471-

indispensável à administração da justiça, e, caso esta Colenda 39.2018.5.07.0010 (ID. bae0442, ID. ed35241, ID. 5cd9c24, ID.

Turma entenda de modo diverso, que seja observada o art. 97 da 8eb6395).

CRFB/1988, o qual prevê a cláusula de reserva de plenário para a O Juízo, ao proferir a sentença, utilizou para o reconhecimento da

manutenção da declaração de inconstitucionalidade. existência de Grupo Econômico entre as acionadas (Grupo Hanova-

Após devidamente notificada, a recorrida apresentou suas Helga) como prova emprestada, os fundamento os lançados na

contrarrazões, conforme documento de ID. 15ffc62. sentença prolatada nos autos do processo nº 0000471-

A matéria versada no presente recurso dispensa a obrigatoriedade 51.2018.5.07.0006, de lavra da magistrada Taciana Orlovicin

de parecer prévio da douta PRT (art. 109, do Regimento Interno)" Gonçalves Pita (ID. 984dd8d).

FUNDAMENTAÇÃO Nesse ponto, destaco, inicialmente, que o novo CPC trouxe

ADMISSIBILIDADE permissivo expresso quanto à possibilidade de utilização da prova

Acolhe-se o presente recurso, uma vez que preenchidos os emprestada, desde que observado o contraditório, conforme

requisitos de admissibilidade. previsão no art. 372, que assim dispõe:

PRELIMINARES Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em

Peço vênia para adotar os fundamentos do voto do Excelentíssimo outro processo, atribuindo-lhe o valor que considerar adequado,

Desembargador Relator Francisco José Gomes da Silva, quanto à observado o contraditório".

apreciação das preliminares, nos seguintes termos: Assim, havendo previsão legal para utilização da prova emprestada

"DA NULIDADE DA SENTENÇA- DA UTILIZAÇÃO DA PROVA e, observando que no processo nº 0000471-51.2018.5.07.0006 as

EMPRESTADA - DO ALEGADO CERCEAMENTO DE DEFESA partes foram submetidas ao contraditório e, havendo identidade dos

Aduz a recorrente, preliminarmente, que houve cerceamento de seu fatos probandos nos processos, rejeita-se a alegativa de

direito de defesa, ao argumento de que o juízo, ao adotar cerceamento de defesa.

integralmente a motivação da sentença proferida na reclamatória Quanto a alegativa de que as reportadas transcrições dos

trabalhista 0000471-51.2018.5.07.0006, construiu o seu depoimentos carregam relatos fáticos que não integram as razões

entendimento, a partir das provas orais ali consignadas, mas que, da exordial, não merece acolhida, posto que a causa de pedir da

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 460
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

autora, no que se refere a responsabilidade solidária das acionadas, valorada pelo Juízo segundo o princípio do livre convencimento

trata justamente na alegada formação de grupo econômico entre as motivado, em conjunto com as demais provas dos autos".

empresas, objeto da prova naqueles autos. Importante salientar também que a utilização de prova emprestada

Os depoimentos constantes na prova emprestada utilizada pelo não está condicionada à prévia anuência e concordância das

Juízo a quo dizem respeito aos fatos relacionados pela autora, no partes. Assim, a mera alegação da reclamada de que não

que pertine a alegada formação de grupo econômico entre as concordou com a utilização de prova emprestada não é suficiente

acionadas GRUPO HELGA (DISTR IBUIDORA HELGA para inviabilizar a sua utilização nestes autos. Precedentes.

COSMETICOS LTDA - ME, HELGA COSMETICOS LTDA - ME, Recurso de revista não conhecido" (TST, ARR - 3600-

HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ME, ORIGINAL 29.2010.5.12.0031 Data de Julgamento: 15/02/2017, Relator

COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, MULTIPLA Ministro: José Roberto Freire Pimenta, 2ª Turma, Data de

COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - EPP, BELLA Publicação: DEJT 17/02/2017).

COSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE COSMETICOS "B) RECURSO DE REVISTA. 1. NULIDADE DA SENTENÇA.

LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, ERICA CERCEAMENTO DE DEFESA. UTILIZAÇÃO DE PROVA

PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS EMPRESTADA SEM ANUÊNCIA. O Regional entendeu que a

COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX utilização de prova emprestada consubstanciada em certidão de

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX averiguação produzida em outros autos, no qual a reclamada figura

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME e como parte, não configura cerceamento de defesa, ante a

ROBERTO NENDZA - ME) e GRUPO HANOVA - HNV (HANOVA semelhança fática existente entre os processos, assim como da

INDUSTRIA E COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, AL observância do contraditório e da ampla defesa. Com efeito, esta

PARTICIPAÇÕES LTDA, ANDERSON LUID DOS SANTOS Corte tem se posicionado no sentido de ser possível a utilização da

SEVERO - ME e MULT DISTRIBUIDORA DE COSMETICOS prova emprestada, não sendo imprescindível a anuência da parte

LTDA), assim como referem-se as mesmas demandadas, sendo adversa. Recurso de revista não conhecido" (TST, RR - 940-

permitido sua valoração como se houvesse sido produzida 27.2013.5.18.0181 Data de Julgamento: 09/11/2016, Relatora

diretamente nos autos examinados. Ministra: Dora Maria da Costa, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT

Nesse ponto, frise-se, não há vício em virtude de o Juízo ter 11/11/2016).

utilizado a fundamentação da sentença, a qual considerou para Preliminar rejeitada.

formação do convencimento da magistrada, depoimentos os quais INÉPCIA DA INICIAL

foram respeitados o contraditório quando produzida em processos Requer o Recorrente, o reconhecimento da inépcia do pedido

judiciais, máxime,quando envolvendo a mesma empresa e quando relativo às parcelas de FGTS + 40%, e a extinção do pleito sem

os fatos guardam correlação com os da presente ação. resolução de mérito, à luz do que dispõe o art. 485, I, do CPC/15,

Nesse mesmo entendimento, colaciona-se a atual jurisprudência do sob o fundamento de que, a parte recorrida, em sua peça de

Tribunal Superior do Trabalho, in verbis: ingresso, inobstante tenha somente assentado as datas de ingresso

UTILIZAÇÃO DE PROVA EMPRESTADA. POSSIBILIDADE. e de dispensa, realizou o pedido correspondente às parcelas de

IDENTIDADE FÁTICA. MESMAS RECLAMADAS. FGTS, em conjunto com a indenização adicional de 40% sobre o

DESNECESSIDADE DE PRÉVIA CONCORDÂNCIA DA PARTE saldo fundiário.

CONTRÁRIA. AUSÊNCIA DE CERCEAMENTO DE DEFESA. Sem razão.

NULIDADE PROCESSUAL NÃO CONFIGURADA. Esta Corte O processo trabalhista é regido pelo princípio da simplicidade das

admite a utilização da prova emprestada, desde que haja a formas, consagrado no art. 840, § 1º, da CLT, segundo o qual basta

identidade dos fatos considerados no documento emprestado e no uma breve exposição dos fatos para se considerar apta a exordial.

caso em julgamento, assim como ocorrido nesta hipótese, em que o Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal.

Regional registrou que"a prova emprestada foi produzida em § 1º - Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do

processo judicial que envolvia as mesmas rés da presente ação, Presidente da Junta, ou do juiz de direito a quem for dirigida, a

tendo sido observadas as formalidades estabelecidas em lei para a qualificação do reclamante e do reclamado, uma breve exposição

sua produção, bem como o princípio do contraditório. Segundo, dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, a data e a assinatura

porque os fatos a serem comprovados guardam correlação com os do reclamante ou de seu representante.

da presente ação. Terceiro, porque a referida prova emprestada foi § 1o Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 461
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

juízo, a qualificação das partes, a breve exposição dos fatos de que art. 840 , da CLT, a qual, frise-se, não dificultou a defesa das

resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser certo, determinado e acionadas.

com indicação de seu valor, a data e a assinatura do reclamante ou Rejeita-se."

de seu representante. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) DO MÉRITO

§ 2º - Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em 2 (duas) GRUPO ECONÔMICO. CONFIGURAÇÃO.

vias datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no A sentença reconheceu o grupo econômico entre as empresas

que couber, o disposto no parágrafo anterior. demandadas, consoante os seguintes fundamentos:

§ 2o Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em duas vias "Diante da identidade da matéria (fática e jurídica), adoto

datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no que integralmente os fundamentos lançados na brilhante sentença

couber, o disposto no § 1o deste artigo. (Redação dada pela Lei nº prolatada nos autos da 0000471-51.2018.5.07.0006, de lavra da

13.467, de 2017) magistrada Taciana Orlovicin Gonçalves Pita, acerca da

§ 3o Os pedidos que não atendam ao disposto no § 1o deste artigo responsabilidade das empresas demandadas, nos termos a seguir:

serão julgados extintos sem resolução do mérito. (Incluído pela Lei 'Afirma a parte reclamante que as empresas que compõem o antigo

nº 13.467, de 2017) GRUPO HELGA (DISTRIBUIDORA HELGA COSMETICOS LTDA -

Como se observa, a Lei n. 13.467/17 fez referência expressa aos ME, HELGA COSMETICOS LTDA - ME, HELGA NENDZA SALES

requisitos da petição inicial trabalhista, dispondo no § 1º do art. 840 & CIA LTDA - ME, ORIGINAL COMERCIO DE COSMETICOS

da CLT que o pedido deva "ser certo, determinado e com indicação LTDA - ME, MULTIPLA COMERCIO DE COSMETICOS LTDA -

de seu valor". EPP, BELLA COSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE

No caso, em relação ao pedido de pagamento do FGTS e multa COSMETICOS LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME,

rescisória, o reclamante fez pedido certo, determinado e com ERICA PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS

indicação do valores pois da sua causa de pedir, entende-se COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX

logicamente que o autor fora demitido sem justa causa e sem COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX

recebimento de suas verbas rescisórias, fato este, incontroverso COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME e

nos autos. ROBERTO NENDZA - ME) são dirigidas e coordenadas pelos

Na narrativa dos fatos, o acionante afirmou que ingressou na sócios José Alencar Sales Júnior e Érica Pontes de Meneses. Alega

reclamada no dia 01/08/2010, para exercer a função de gerente, que, em meados de 2017, os sócios do Grupo Helga iniciaram

sendo demitida sem justa causa em 29/03/2018; que o último negociações para fusão com o Grupo Hanova (HNV), fusão de

salário percebido foi de R$ 3.200,00 (três mil e duzentos reais); que empresas esta que foi oficialmente tornada pública em julho de

quando de sua demissão não recebeu qualquer valor, assim como 2017, expondo o rol de empresas que compõem o Grupo Hanova -

não fora liberado Seguro Desemprego e FGTS, motivo pelo qual HNV (HANOVA INDUSTRIA E COMERCIO DE COSMETICOS

pleiteia a liberação dos mesmos em sede de tutela antecipada; que LTDA - ME, AL PARTICIPAÇÕES LTDA, ANDERSON LUID DOS

o FGTS se encontra depositado apenas de forma parcial, apenas o SANTOS SEVERO - ME e MULT DISTRIBUIDORA DE

valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais). COSMETICOS LTDA), à época todas dirigidas pelos sócios

Em seguida, requereu que, Tendo em vista os argumentos jurídicos Anderson Luid Santos Severo e Aline Cristina Silva Souza Severo.

apresentados, ajuíza-se a presente Reclamação Trabalhista no Sustenta que, a partir de julho de 2017, independentemente do

intuito de serem satisfeitos todos os direitos da reclamante, quais cumprimento das obrigações legais para efetivação da fusão, qual

sejam: Saldo Salário, Aviso Prévio de 51 dias, 13º salário e férias seja a extinção das pessoas jurídicas da empresa incorporada com

sobre aviso prévio, FGTS sobre rescisão, 13º salário proporcional o surgimento de uma nova, tal fusão de fato ocorreu e todos os

3/12 de 2018, férias simples 2016/2017 e proporcionais 2017/2018 empregados passaram à subordinação do Grupo Hanova-Helga, o

todas acrescidas do terço constitucional, FGTS e multa de 40%. qual configura grupo econômico por coordenação, impondo a

Em relação ao rol dos pedidos, o autor requereu a condenação da responsabilização solidária entre as empresas do grupo. Entende

reclamada ao pagamento das verbas rescisórias, incluindo FGTS E que a fusão entre as empresas com a criação, em outubro de 2017,

MULTA DE 40% DO FGTS. da empresa MULT DISTRIBUIDORA DE COSMÉTICOS (de que

Em decorrência do princípio da simplicidade, que norteia o processo eram sócios o filho dos sócios do Grupo Helga e a mãe do sócio do

trabalhista, o qual não sofreu alterações com a Lei nº 13.467, de Grupo Hanova), teria como única finalidade ocultar os sócios de fato

2017, a petição inicial ora em análise preencheu os requisitos do da nova empresa e ainda o de conseguir nova linha de crédito na

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praça. Postula, caso não se conclua pela existência de grupo grupo econômico com quaisquer das demais empresas.

econômico, que se reconheça a sucessão empresarial de todas as A reclamada MULT DISTRIBUIDORA DE COSMETICOS LTDA

empresas do Grupo Helga por HNV INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE alega que nunca existiu de fato e nega a formação de grupo

COSMÉTICOS LTDA. Alega, ainda, que a empresa BRC BRAZIL econômico com quaisquer das demais empresas.

COSMÉTICOS LTDA adquiriu em Recuperação Judicial os direitos A ré BRC - BRAZIL COSMETICS LTDA informa que comprou os

da marca mista "Helga" por cinco anos, sem jamais exercer direitos de uso da marca HELGA, não estando a reclamante sob

qualquer gerência direta, pois o Sr. José Alencar Sales Júnior suas ordens, refutando a formação de grupo econômico com

continuou a exercer a direção, gerência e coordenação das quaisquer das demais empresas reclamadas e pleiteia que, em

empresas. Por essa razão, pretende a responsabilização solidária caso de condenação, seja de forma subsidiária.

da ré BRC BRAZIL COSMÉTICOS LTDA, uma vez identificada a Pois bem.

fraude ocorrida e a evidente direção do efetivo sócio do Grupo Inicialmente, declaro a responsabilidade solidária das empresas

Helga. DISTRIBUIDORA HELGA COSMETICOS LTDA - ME, HELGA

Em suas contestações, as rés negam a formação de grupo COSMETICOS LTDA - ME, HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA -

econômico entre as empresas do Grupo Helga e Hanova As ME, ORIGINAL COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME,

reclamadas DISTRIBUIDORA HELGA COSMETICOS LTDA - ME, MULTIPLA COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - EPP, BELLA

HELGA COSMETICOS LTDA - ME, HELGA NENDZA SALES & CIA COSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE COSMETICOS

LTDA - ME, ORIGINAL COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, ERICA

MULTIPLA COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - EPP, PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS

BELLACOSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX

COSMETICOS LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX

ERICA PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME,

COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX ROBERTO NENDZA - ME (1ª a 13ª reclamadas), nos termos do §

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX 2º do art. 2º da CLT, as quais reconheceram a formação de grupo

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, econômico entre si, encontrando-se, dentre estas, a empregadora.

ROBERTO NENDZA - ME (1ª a 13ª reclamadas), não refutam o Quanto ao grupo econômico alegado em relação aos grupos

grupo econômico entre si, tendo contestado a formação de grupo HELGA e HANOVA, a autora juntou aos autos várias fotografias

com as empresas do Grupo HANOVA (14ª a 16ª reclamadas), com com os Srs. Anderson Luid Dos Santos Severo, José Alencar Sales

a MULT DISTRIBUIDORA (17ª reclamada) e com a BCR (18ª Junior, Aline Cristina Silva Souza Severo e Érica Pontes de

reclamada), alegando que o grupo HANOVA tem como objeto social Meneses, sócios das empresa Hanova e Helga, divulgadas em meio

a produção de produtos de beleza, e que inexiste hierarquia e/ou digital em julho de 2017, anunciando a fusão entre as empresas do

coordenação entre as empresas. Sustenta que a BCR está sob a Grupo Helga com aquelas do Grupo Hanova (HNV), com

égide da Lei 11.101//05, tendo comprado o direito de utilização da fundamento na expansão e aquisições realizadas pelo grupo

marca "Helga" por cinco anos. HANOVA, podendo se perceber que nas fotos, aparece o diretor do

As reclamadas HANOVA INDUSTRIA E COMERCIO DE grupo HANOVA, o qual veste camisa com o nome HELGA NOVO

COSMETICOS LTDA - ME e ANDERSON LUID DOS SANTOS TEMPO e ainda uma figura que demonstra a junção de duas peças

SEVERO - ME reconhecem o grupo entre si e negam a formação de de quebra-cabeça nas quais constam os nomes dos dois grupos

grupo com as demais reclamadas, noticiando que são fornecedoras HANOVA e HELGA. Em que pese não haver alterações nas

de produtos à rede varejista, sendo uma das principais, o grupo estruturas das empresas formadoras dos grupos, resta claro que

HELGA, não tendo havido a fusão alegada, apenas relação houve uma intensa comunhão de interesses

fornecedor-cliente. Informam, ainda, que os fundos de comércio de econômicos/profissionais entre as empresas formadoras dos dois

empresas do Grupo Helga foram alienados por seus sócios- grupos. De acordo com a Lei 13.467/2017 são requisitos para a

proprietários da Helga para a empresa DX GROUP configuração do grupo econômico: a demonstração do interesse

PARTICIPAÇÕES E INVESTIMENTOS LTDA, que, por sua vez, integrado, a efetiva comunhão de interesses e a atuação conjunta

não possuiria qualquer ligação com o Grupo Hanova, tratando-se de das empresas integrantes. A inexistência de uma hierarquia entre

empresa de investimentos de proveniente São Paulo. as empresas não descaracteriza o grupo econômico, se há a

A demandada AL PARTICIPACOES LTDA nega a formação de demonstração de que entre as empresas ocorre clara atuação

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conjunta, em linha de coordenação e comunhão de interesses, o se que na defesa das empresas formadoras do GRUPO HELGA

que se verifica no caso em tela. restou afirmado que as empresas HANOVA INDUSTRIA E

Ademais, a primeira testemunha laboral afirmou em seu COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, ANDERSON LUID

depoimento: DOS SANTOS SEVERO - ME e AL PARTICIPACOES LTDA

"(...) que havia comentários dentro da empresa de que ocorreu uma formam o grupo HANOVA. Nessa senda, o contrato social de

fusão entre as empresas Helga e Hanova; que o gerente do constituição da reclamada AL PARTICIPAÇÕES LTDA demonstra

depoente comentou que ocorreria a fusão e que o depoente que essa empresa tem como sócios os Srs. Anderson Liud dos

continuaria a prestar serviços para as duas empresas; que o Santos Severo e Aline Cristina Silva Souza Severo, os quais se

depoente já chegou, mesmo prestando serviços para a Helga, fizeram presentes ao evento em que foi anunciada a "fusão" entre

prestar serviços para a Hanova, tais como rotulagem de produtos, os grupos empresariais, conforme fotografias anexadas aos autos.

embalagem de mercadorias e fazendo entregas; que depois dos Ainda, o endereço eletrônico da AL PARTICIPAÇÕES LTDA

comentários da fusão, o depoente também começou a receber registrado no CNPJ é "anderson@hanovacosméticos.com.br".

ordens do Sr. Paulo, empregado da Hanova, responsável pela Ademais, a Sra. Aline Cristina Silva Souza Severo é também sócia

logística." da empresa HNV INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE COSMÉTICOS

Ainda, a segunda testemunha da autora noticiou: LTDA, cujo endereço eletrônico é

"que trabalhou para Helga de 01/02/2010 a 14/04/2018 na função "anderson@hanovacosméticos.com.br", conquanto o Sr. Anderson

de estoquista; que trabalhou com a reclamante; que o gerente, Liud dos Santos Severo não faça parte do corpo societário dessa

Sr.Evandro comentou com o depoente que havia sido feita uma empresa. O Sr. Anderson Liud dos Santos Severo atua, ainda,

sociedade entre a Helga e a Hanova; que, após o comentário, o como empresário individual da ANDERSON LUID DOS SANTOS

depoente também começo a prestar serviços para a Hanova SEVERO ME. Por fim, saliento que as empresas HNV INDÚSTRIA

abastecendo e descarregando as mercadorias da empresa Hanova E COMÉRCIO DE COSMÉTICOS LTDA, AL PARTICIPAÇÕES

nas seções das lojas Helga, limpando as mercadorias; que o LTDA, ANDERSON LUID DOS SANTOS SEVERO - ME e MULT

depoente não recebia ordens de nenhum empregado da Hanova; DISTRIBUIDORA DE COSMETICOS LTDA, em audiência, se

que as lojas Helga também vendiam produtos de outras indústrias e fizeram representar pelo mesmo preposto, o Sr. Luiz Gustavo

não só da empresa Hanova; que, em relação às mercadorias das Santana Severo, neste feiro e nos processos nº0000470-

outras indústrias, o abastecimento e o descarregamento de 54.2018.5.07.0010, 0000471-39.2018.5.07.0010 e 0000476-

mercadorias eram feitos por empregados destas indústrias; que a 61.2018.5.07.0010, cujos termos de audiência foram anexados aos

reclamante vendia produtos da indústria Hanova bem como de presentes autos.

outras indústrias." O fato de a empresa AL PARTICIPAÇÕES LTDA ter objetivo social

Saliente-se que o fato de terem sido alienados fundos de comércio diverso das empresas do grupo HANOVA não é suficiente para

de empresas do Grupo Helga para a empresa DX GROUP afastar a formação do grupo econômico com HNV INDÚSTRIA E

PARTICIPAÇÕES E INVESTIMENTOS LTDA não afeta a presente COMÉRCIO DE COSMÉTICOS LTDA e ANDERSON LUID DOS

demanda, pois apenas houve a alienação parcial das quotas SANTOS SEVERO - ME.

empresariais de somente algumas das empresas do Grupo. Sendo assim, reconheço que a empresa AL PARTICIPAÇÕES

Insta destacar, também, que a alegação da reclamada ANDERSON LTDA pertence ao grupo econômico HANOVA, o qual restou

LUID DOS SANTOS SEVERO ME de que a relação havida entre os condenada solidariamente, aplicando a esta a mesma

apontados conglomerados empresariais era de apenas fornecedor- responsabilidade, nos termos dos arts. 2º, § 2º, e 9º da CLT.

cliente não se sustenta, ressaltando que a mensagem eletrônica e a No que tange à reclamada MULT DISTRIBUIDORA DE

confissão de dívida datam de período anterior à "fusão" noticiada, o COSMETICOS LTDA, observa-se efetivamente formalizada em

que só veio a ocorrer em julho de 2017. 24/10/2017 pouco tempo após a fusão dos grupos HELGA e

Diante do exposto, reconheço a existência de grupo econômico por HANOVA, com atuação na vendas de produtos de higiene, tendo

coordenação entre todas as empresas dos Grupos HELGA e como sócios os Srs. Matheus Pontes Sales e Maria de Fátima dos

HANOVA, as quais declaro responsáveis solidárias pelas verbas Santos Severo, os quais são, respectivamente, o filho dos titulares

decorrentes da condenação, nos termos dos arts. 2º, § 2º, e 9º da do Grupo Helga e a mãe de um dos proprietários do Grupo Hanova

CLT. (Anderson Luid dos Santos Severo), fato não contestado em defesa.

No que concerne à reclamada AL PARTICIPAÇÕES LTDA, verifica- Sendo assim, tenho que a empresa MULT DISTRIBUIDORA DE

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COSMETICOS LTDA também participa dos Grupos Helga e seu esposo Anderson ambos donos da Hanova; que a a partir

Hanova, utilizando-se da mesma estrutura empresarial para a daí a prioridade era para vender os produtos da Hanova e Lavi"

consecução de seus objetivos financeiros, diante do que, resta - depoimento de Francisca Edinusia Alves de Sousa)."

condenada solidariamente, nos termos dos arts. 2º, § 2º, e 9º da A empresa recorrente manifesta no presente recurso ordinário o seu

CLT. inconformismo, alegando, em síntese: "que a fusão e o grupo

Por fim, quanto à ré BRC BRAZIL COSMETICS COMÉRCIO econômico ostentam características diametralmente opostas"; "em

VAREJISTA DE COSMÉTICOS EIRELI, verifica-se que ela que pese tenha havido, nas redes sociais, um anúncio de fusão

apresentou defesa através do mesmo escritório que a empregadora, entre os conglomerados Helga e Hanova, por certo, tal

na qual passou a repetir as mesmas alegações já apresentadas reagrupamento não ocorreu, máxime porque a sucessão

pelas 1ª a 13ª Reclamadas, além disso, observa-se que no empresarial somente é possível em face de pessoas jurídicas

comprovante de inscrição cadastral (CNPJ) consta endereço regularmente constituídas, o que não é o caso dos grupos

eletrônico pertencente ao domínio da HELGA COSMÉTICOS. econômicos, os quais não possuem personalidade jurídica própria,

Ademais, apresentou carta de preposição que revelou mas tão somente exteriorizam a arregimentação de sociedades que

representação através do mesmo preposto que a empregadora, possuam atuação integrante em face da comunhão de interesses";

razão pela qual, deve ser solidariamente responsável pelos créditos "que a sentença de origem, em nenhum momento, cuidou de

oriundos da presente demanda, nos moldes dos arts. 2º, § 2º, e 9º demonstrar a integração de interesses entre as empresas, a

da CLT." atuação conjunta, tampouco a comunhão de interesses, mas

Pontue-se, por oportuno, que as atas de audiência em nada apenas limitou-se a discorrer, de forma bastante confusa, sobre

corroboram com a tese da demandada, uma vez que se verifica, "fusão", sendo esta manifestante inexistente no caso vertente"; "que

com extrema facilidade, que a testemunha da reclamada, Sr. os depoimentos coligidos aos autos sob a rubrica de prova

Emanuel Rodrigues de Albuquerque, arrolada em todos os emprestada fulminam a pretensão autoral, quer pelo viés da fusão,

processos, busca, sem nenhum sucesso, sustentar os termos da seja sob a óptica de agrupamento empresarial."

defesa. Não se vê nas razões recursais, com a devida vênia da parte

Ademais, por mais que tenha declarado que "que na metade do recorrente, fundamentos que infirmem convincentemente as

segundo semestre de 2017 houve uma reunião da Helga com a conclusões do juízo de primeiro grau, razão pela qual se há perfilhar

Hanova para uma parceria de fornecimento de produtos", com os motivos da decisão vergastada, ora endossados e

afirmou, posteriormente, que "soube que foi feita uma postagem integrantes das presentes razões de decidir.

no instagram da Helga onde foi usado o termo fusão com a Consoante o § 2º do art. 2º da CLT, "sempre que uma ou mais

Hanova". empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica

Por outro lado, as testemunhas Francisca Edinusia Alves de Sousa própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de

e Maria Irlane Silva Santos outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua

Desiderio, apresentadas pelas partes autoras, nas referidas atas de autonomia, integrem grupo econômico, serão responsáveis

audiências, possuem depoimentos uníssonos no que tange à solidariamente pelas obrigações decorrentes da relação de

reunião em que foi publicizada à fusão das demandadas aos emprego".

empregados são uníssonas ("que no final de julho/2017 foram Nesta esteira, o delineamento do que se convencionou chamar

convocadas para uma reunião no hotel meridional no centro da grupo econômico, pela dicção da Consolidação das Leis do

cidade onde foi comunicada por Alencar Junior, Erica Pontes e Trabalho, importa na evidência da integração dos

Aline Severo, a fusão da Helga e Hanova, com promessas de empreendimentos, de forma a vincular, direta ou indiretamente, as

que tudo iria mudar com a chegada de novos produtos, mas na empresas.

pratica tudo continuou do mesmo jeito, pois continuou Este aspecto restou caracterizado nos autos, sendo certo que se

chegando produtos da marca própria da Helga (lavi) e da Helga, verificam elementos suficientes para que seja corroborada a

os quais tinham prioridade para serem vendidos" - depoimento conclusão da sentença recorrida.

de Maria Irlane Silva Santos Desiderio) e ("que houve uma Como bem destacado pela sentença, restou demonstrada nos autos

reunião num domingo de julho/2017 onde foi comunicada a a ampla divulgação realizada nas redes sociais, em julho de 2017,

fusão da Hanova com a Helga Cosmeticos onde foram acerca da fusão das empresas do Grupo Helga com aquelas do

apresentados os novos patrões como sendo: Aline Severo e Grupo Hanova. Eis os dizeres da publicação (V. ID 0d53e9e - Pág.

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 465
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2): "Temos o orgulho de anunciar que começou um novo tempo. O originária.

Grupo HNV detentor de várias marcas como a Hanova, em um Não se olvida o depoimento da testemunha convidada pelas

processo de expansão e aquisições, realizou a fusão com o Grupo reclamadas, Sr. Emanuel Rodrigues de Albuquerque, ouvida nos

Helga Cosméticos. Tudo isso para que os nossos clientes possam processos (461-92.2018.5.07.0010, 470-54.2018.5.07.0010 e 471-

ter sempre à disposição o melhor atendimento, os melhores 39.2018.5.07.0010) trazidos por empréstimo ao conjunto probatório,

produtos e a melhor experiência. Transformando para melhor, o seu cujas declarações transparecem a ideia de demonstrar ter havido

visual e a sua vida. #HelgaNovoTempo #Hanova #GrupoHNV apenas uma relação comercial, mas não uma fusão, entre as

#GrupoHelga #Beleza #Cabelos". Com a devida vênia da parte empresas do grupo Helga e do grupo Hanova. Contudo, diante dos

recorrente, este aspecto é relevante para a caracterização do grupo demais elementos probatórios dos autos, não há de prevalecer o

econômico sob investigação, demonstrando a plena possibilidade quadro traçado pelo depoente, sendo de se destacar que ele próprio

de que as marcas de cada um dos grupos estejam sob a admite não ter participado da reunião ocorrida em julho de 2017 (V.

coordenação de um único conglomerado, o que afasta a tese ID's 5cd9c24 - Pág. 6 e 8eb6395 - Pág. 6), na qual fora anunciada a

recursal a respeito da estranheza de haver empresas concorrentes fusão aos trabalhadores.

no mesmo grupo econômico. Cumpre ressaltar, ainda, porquanto oportuno, que a estreita relação

Além disso, vigora no Direito do Trabalho o princípio da primazia da comercial entre as empresas dos grupos empresariais, consoante

realidade, de modo a ser imprescindível destacar a prevalência dos se denota pelas notas ficais de vendas de mercadorias anexadas

fatos da relação de emprego sobre os aspectos formais. Dessa aos autos, a meu sentir, não rechaça a formação de grupo

forma, ainda que não ultimada, ao menos formalmente, com as econômico, mas, em verdade, a reforça, evidenciando além da

devidas baixas das pessoas jurídicas, a fusão mencionada nas complementaridade entre os objetos sociais das empresas

redes sociais, não há se desconhecer que houve a junção das contratantes, o interesse integrado, a comunhão de interesses e a

empresas, que passaram a atuar integradas a um único grupo. atuação conjunta das empresas dele integrantes.

Igualmente, salvo melhor juízo, os depoimentos das testemunhas Destarte, o quadro encontrado no presente feito permite a

não afastam o reconhecimento do grupo econômico. Ao revés, conclusão de que a empresa ora recorrente integra grupo

confirmam a fusão entre as empresas. Destaca-se, a este respeito, econômico com as reclamadas do grupo Helga. Importa examinar a

o depoimento da primeira testemunha da parte reclamante, Sra. presença de elementos objetivos capazes de demonstrar que as

Maria Irlane Silva Santos Desiderio, ouvida no processo nº 0000470 empresas estavam integradas no mesmo grupo. É o que se

-54.2018.5.07.0010 (Ata de audiência de ID 5cd9c24 - Pág. 4), constatou à exaustão no presente feito.

trazido por empréstimo ao conjunto probatório pelas próprias Por oportuno, colhe-se o seguinte precedente jurisprudencial:

reclamadas, revelador de "(...) que no final de julho/2017 foram "Grupo econômico. Relação inter-empresarial. O grupo econômico

convocadas para uma reunião no hotel meridional no centro da para fins justrabalhistas não necessita se revestir das modalidades

cidade onde foi comunicada por Alencar Junior, Erica Pontes e Aline jurídicas típicas do Direito Econômico ou Direito Comercial

Severo, a fusão da Helga e Hanova, com promessas de que tudo (holdings, consórcios, pools etc.). Não se exige, sequer, a prova

iria mudar com a chegada de novos produtos, mas na pratica tudo de sua formal institucionalização cartorial: pode-se acolher a

continuou do mesmo jeito, pois continuou chegando produtos da existência do grupo desde que surjam evidências probatórias

marca propria da Helga (lavi) e da Helga, os quais tinham prioridade de que estão presentes os elementos de integração inter-

para serem vendidos, e das outras marcas continuaram escassos". empresarial (abrangência subjetiva e nexo relacional) de que

Veja-se que a fusão foi comunicada aos empregados em reunião, fala a CLT (art. 2º, § 2º)" (Processo 00409002020085010025, TRT

constatação que reforça a ideia do grupo econômico, referindo-se a 1ª Região - 8ª Turma, Relatora Desembargadora Dalva Amélia de

depoente a tudo ter "continuado do mesmo jeito" ao modus Oliveira, Publicado em 30/06/2014)(destaquei).

operandi das vendas dos produtos e não à ausência de formação NEGA-SE PROVIMENTO.

de grupo. A testemunha em questão ainda revelou que as diversas CONCLUSÃO DO VOTO

marcas apresentavam seus produtos e realizavam treinamentos, Por unanimidade, conhecer do recurso ordinário para, rejeitar as

mas que com a Hanova o processo foi diferente, pois, além de ter preliminares suscitadas e, no mérito, por maioria, negar-lhe

sido comunicada a fusão, não houve interrupção do fornecimento de provimento.

mercadorias para serem vendidas nas lojas Helga, o que ocorreu DISPOSITIVO

com outros fornecedores em face das dívidas da empregadora ACORDAM OS INTEGRANTES DA 2.ª TURMA DO TRIBUNAL

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 466
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REGIONAL DO TRABALHO DA 7.ª REGIÃO, por unanimidade, PRELIMINARES

conhecer do recurso ordinário para, rejeitar as preliminares DA NULIDADE DA SENTENÇA- DA UTILIZAÇÃO DA PROVA

suscitadas e, no mérito, por maioria, negar-lhe provimento. Vencido EMPRESTADA - DO ALEGADO CERCEAMENTO DE DEFESA

o Desembargador Relator, que dava provimento ao apelo, para Aduz a recorrente, preliminarmente, que houve cerceamento de seu

excluir da condenação a responsabilidade solidária da reclamada direito de defesa, ao argumento de que o juízo, ao adotar

HNV INDÚSTRIA E COSMÉTICOS LTDA. Redigirá o acórdão o integralmente a motivação da sentença proferida na reclamatória

Desembargador Cláudio Soares Pires, com a integração do voto trabalhista 0000471-51.2018.5.07.0006, construiu o seu

vencido. entendimento, a partir das provas orais ali consignadas, mas que,

Participaram do julgamento os Exmos. Srs. Desembargadores tais elementos probatórios não foram publicizadas à ora recorrente

Francisco José Gomes da Silva (Presidente e Relator), Cláudio no presente feito, com vistas à garantia do contraditório e da ampla

Soares Pires e Paulo Régis Machado Botelho. Presente ainda o(a) defesa, verificando-se, pois, uma patente violação ao que dispõe o

Exmo(a). Sr(a). membro do Ministério Público do Trabalho. Em gozo art. 312 do CPC/15.

de férias o Exmo. Sr. Desembargador Jefferson Quesado Junior. Destaca, em seguida, que os aludidos depoimentos também não

Fortaleza, 14 de outubro de 2019. integram o arcabouço das provas emprestadas acostada aos autos,

INTEGRA O PRESENTE ACÓRDÃO O VOTO VENCIDO DO EXMº mediante convenção de ambas as partes; que o Juízo a quo utilizou

DESEMBARGADOR FRANCISCO JOSÉ GOMES DA SILVA, in como fundamento da procedência da pretensão autoral, da mera

verbis: cópia de uma transcrição parcial realizada no bojo de uma sentença

EMENTA: PROVA EMPRESTADA. PREVISÃO LEGAL. proferida em processo paradigma, a qual, por sua vez, utilizou,

CONTRADITÓRIO OBSERVADO. O novo CPC trouxe permissivo naquele momento, o depoimento testemunhal na condição de prova

expresso quanto à possibilidade de utilização da prova emprestada, emprestada, a qual, por certo, não integra o presente feito.

desde que observado o contraditório, conforme previsão no art. 372. Ressalta, igualmente, que as reportadas transcrições carregam

Assim, havendo previsão legal para utilização da prova emprestada relatos fáticos que não integram as razões da exordial, impondo

e, observando que no processo nº 0000471-51.2018.5.07.0006 as reconhecer a total inovação da lide, em absoluta violação ao art.

partes foram submetidas ao contraditório e, havendo identidade dos 141 do CPC/15.

fatos probandos nos processos, rejeita-se a alegativa de Em razão do exposto, requer a nulidade da sentença e o retorno

cerceamento de defesa. Preliminar rejeitada. dos autos para que haja um novo julgamento, desta feita, em

PETIÇÃO INICIAL. ART. 840, §1º DA CLT. O processo trabalhista conformidade com o acervo fático-probatório do caso sub examine.

é regido pelo princípio da simplicidade das formas, consagrado no À análise.

art. 840, § 1º, da CLT, segundo o qual basta uma breve exposição Em audiência de instrução, as Reclamadas requereram a juntada

dos fatos para se considerar apta a exordial. Em decorrência do de provas emprestadas, relativo aos depoimentos testemunhais dos

princípio da simplicidade, que norteia o processo trabalhista, o qual processos 461-92.2018.5.07.0010, 470-54.2018.5.07.0010 e 471-

não sofreu alterações com a Lei nº 13.467, de 2017, verifica-se que 39.2018.5.07.0010 (ID. bae0442, ID. ed35241, ID. 5cd9c24, ID.

a petição inicial atendeu integralmente os requisitos do art. 840, da 8eb6395).

CLT. Preliminar rejeitada. O Juízo, ao proferir a sentença, utilizou para o reconhecimento da

EXISTÊNCIA DE GRUPO ECONÔMICO. ART. 2º, DA CLT. ÔNUS existência de Grupo Econômico entre as acionadas (Grupo Hanova-

DA PROVA. ART. 818, DA CLT C/C ART. 373, DO NCPC. Helga) como prova emprestada, os fundamento os lançados na

AUSÊNCIA DE PROVA. Não tendo a reclamante comprovado a sentença prolatada nos autos do processo nº 0000471-

existência do alegado grupo econômico Helga-Hanova, composto 51.2018.5.07.0006, de lavra da magistrada Taciana Orlovicin

de diversas empresas, reforma-se a sentença para afastar a Gonçalves Pita (ID. 984dd8d).

responsabilidade solidária pretendida pela autora. Nesse ponto, destaco, inicialmente, que o novo CPC trouxe

RECURSO CONHECIDO E DADO PROVIMENTO PARCIAL permissivo expresso quanto à possibilidade de utilização da prova

FUNDAMENTAÇÃO: emprestada, desde que observado o contraditório, conforme

ADMISSIBILIDADE previsão no art. 372, que assim dispõe:

Acolhe-se o presente recurso, uma vez que preenchidos os Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em

requisitos de admissibilidade. outro processo, atribuindo-lhe o valor que considerar adequado,

DO MÉRITO observado o contraditório".

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 467
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Assim, havendo previsão legal para utilização da prova emprestada identidade dos fatos considerados no documento emprestado e no

e, observando que no processo nº 0000471-51.2018.5.07.0006 as caso em julgamento, assim como ocorrido nesta hipótese, em que o

partes foram submetidas ao contraditório e, havendo identidade dos Regional registrou que"a prova emprestada foi produzida em

fatos probandos nos processos, rejeita-se a alegativa de processo judicial que envolvia as mesmas rés da presente ação,

cerceamento de defesa. tendo sido observadas as formalidades estabelecidas em lei para a

Quanto a alegativa de que as reportadas transcrições dos sua produção, bem como o princípio do contraditório. Segundo,

depoimentos carregam relatos fáticos que não integram as razões porque os fatos a serem comprovados guardam correlação com os

da exordial, não merece acolhida, posto que a causa de pedir da da presente ação. Terceiro, porque a referida prova emprestada foi

autora, no que se refere a responsabilidade solidária das acionadas, valorada pelo Juízo segundo o princípio do livre convencimento

trata justamente na alegada formação de grupo econômico entre as motivado, em conjunto com as demais provas dos autos".

empresas, objeto da prova naqueles autos. Importante salientar também que a utilização de prova emprestada

Os depoimentos constantes na prova emprestada utilizada pelo não está condicionada à prévia anuência e concordância das

Juízo a quo dizem respeito aos fatos relacionados pela autora, no partes. Assim, a mera alegação da reclamada de que não

que pertine a alegada formação de grupo econômico entre as concordou com a utilização de prova emprestada não é suficiente

acionadas GRUPO HELGA (DISTR IBUIDORA HELGA para inviabilizar a sua utilização nestes autos. Precedentes.

COSMETICOS LTDA - ME, HELGA COSMETICOS LTDA - ME, Recurso de revista não conhecido" (TST, ARR - 3600-

HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ME, ORIGINAL 29.2010.5.12.0031 Data de Julgamento: 15/02/2017, Relator

COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, MULTIPLA Ministro: José Roberto Freire Pimenta, 2ª Turma, Data de

COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - EPP, BELLA Publicação: DEJT 17/02/2017).

COSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE COSMETICOS "B) RECURSO DE REVISTA. 1. NULIDADE DA SENTENÇA.

LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, ERICA CERCEAMENTO DE DEFESA. UTILIZAÇÃO DE PROVA

PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS EMPRESTADA SEM ANUÊNCIA. O Regional entendeu que a

COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX utilização de prova emprestada consubstanciada em certidão de

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX averiguação produzida em outros autos, no qual a reclamada figura

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME e como parte, não configura cerceamento de defesa, ante a

ROBERTO NENDZA - ME) e GRUPO HANOVA - HNV (HANOVA semelhança fática existente entre os processos, assim como da

INDUSTRIA E COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, AL observância do contraditório e da ampla defesa. Com efeito, esta

PARTICIPAÇÕES LTDA, ANDERSON LUID DOS SANTOS Corte tem se posicionado no sentido de ser possível a utilização da

SEVERO - ME e MULT DISTRIBUIDORA DE COSMETICOS prova emprestada, não sendo imprescindível a anuência da parte

LTDA), assim como referem-se as mesmas demandadas, sendo adversa. Recurso de revista não conhecido" (TST, RR - 940-

permitido sua valoração como se houvesse sido produzida 27.2013.5.18.0181 Data de Julgamento: 09/11/2016, Relatora

diretamente nos autos examinados. Ministra: Dora Maria da Costa, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT

Nesse ponto, frise-se, não há vício em virtude de o Juízo ter 11/11/2016).

utilizado a fundamentação da sentença, a qual considerou para Preliminar rejeitada.

formação do convencimento da magistrada, depoimentos os quais INÉPCIA DA INICIAL

foram respeitados o contraditório quando produzida em processos Requer o Recorrente, o reconhecimento da inépcia do pedido

judiciais, máxime,quando envolvendo a mesma empresa e quando relativo às parcelas de FGTS + 40%, e a extinção do pleito sem

os fatos guardam correlação com os da presente ação. resolução de mérito, à luz do que dispõe o art. 485, I, do CPC/15,

Nesse mesmo entendimento, colaciona-se a atual jurisprudência do sob o fundamento de que, a parte recorrida, em sua peça de

Tribunal Superior do Trabalho, in verbis: ingresso, inobstante tenha somente assentado as datas de ingresso

UTILIZAÇÃO DE PROVA EMPRESTADA. POSSIBILIDADE. e de dispensa, realizou o pedido correspondente às parcelas de

IDENTIDADE FÁTICA. MESMAS RECLAMADAS. FGTS, em conjunto com a indenização adicional de 40% sobre o

DESNECESSIDADE DE PRÉVIA CONCORDÂNCIA DA PARTE saldo fundiário.

CONTRÁRIA. AUSÊNCIA DE CERCEAMENTO DE DEFESA. Sem razão.

NULIDADE PROCESSUAL NÃO CONFIGURADA. Esta Corte O processo trabalhista é regido pelo princípio da simplicidade das

admite a utilização da prova emprestada, desde que haja a formas, consagrado no art. 840, § 1º, da CLT, segundo o qual basta

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 468
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

uma breve exposição dos fatos para se considerar apta a exordial. 3/12 de 2018, férias simples 2016/2017 e proporcionais 2017/2018

Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal. todas acrescidas do terço constitucional, FGTS e multa de 40%.

§ 1º - Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do Em relação ao rol dos pedidos, o autor requereu a condenação da

Presidente da Junta, ou do juiz de direito a quem for dirigida, a reclamada ao pagamento das verbas rescisórias, incluindo FGTS E

qualificação do reclamante e do reclamado, uma breve exposição MULTA DE 40% DO FGTS.

dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, a data e a assinatura Em decorrência do princípio da simplicidade, que norteia o processo

do reclamante ou de seu representante. trabalhista, o qual não sofreu alterações com a Lei nº 13.467, de

§ 1o Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do 2017, a petição inicial ora em análise preencheu os requisitos do

juízo, a qualificação das partes, a breve exposição dos fatos de que art. 840 , da CLT, a qual, frise-se, não dificultou a defesa das

resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser certo, determinado e acionadas.

com indicação de seu valor, a data e a assinatura do reclamante ou Rejeita-se.

de seu representante. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) DO MÉRITO

§ 2º - Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em 2 (duas) FORMAÇÃO DE GRUPO ECONÔMICO.

vias datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no Na peça de ingresso, requer o reclamante que seja caracterizada a

que couber, o disposto no parágrafo anterior. condição da segunda (VRX COMÉRCIO COSMÉTICOS E

§ 2o Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em duas vias BIJUTERIAS LTDA) e terceira reclamada (HANOVA

datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no que COSMÉTICOS), de responsáveis solidárias pelos encargos

couber, o disposto no § 1o deste artigo. (Redação dada pela Lei nº trabalhistas da primeira reclamada, HELGA COSMÉTICOS, em

13.467, de 2017) função da existência de grupo econômico.

§ 3o Os pedidos que não atendam ao disposto no § 1o deste artigo Afirma que a primeira, segunda e terceira reclamadas foram

serão julgados extintos sem resolução do mérito. (Incluído pela Lei criadas, são dirigidas e controladas pelo pela Sra. Erica Pontes de

nº 13.467, de 2017) Meneses, que não aparece no contrato social da terceira

Como se observa, a Lei n. 13.467/17 fez referência expressa aos reclamada, HANOVA COSMÉTICOS, pois utilizou terceiro como

requisitos da petição inicial trabalhista, dispondo no § 1º do art. 840 laranja.

da CLT que o pedido deva "ser certo, determinado e com indicação Ressalta, que os objetos sociais das empresas são

de seu valor". complementares, visto todas possuírem o mesmo objeto social e

No caso, em relação ao pedido de pagamento do FGTS e multa finalidade, sendo patente a formação de grupo econômico entre

rescisória, o reclamante fez pedido certo, determinado e com elas.

indicação do valores pois da sua causa de pedir, entende-se No mérito, defende a recorrente, em síntese, a inexistência de fusão

logicamente que o autor fora demitido sem justa causa e sem e formação de grupo econômico com o GRUPO HELGA, sendo

recebimento de suas verbas rescisórias, fato este, incontroverso indevida a sua responsabilidade solidária pelos créditos deferidos

nos autos. ao autor na presente reclamação trabalhista.

Na narrativa dos fatos, o acionante afirmou que ingressou na Argumenta que, em que pese tenha havido, nas redes sociais, um

reclamada no dia 01/08/2010, para exercer a função de gerente, anúncio de fusão entre os conglomerados Helga e Hanova, por

sendo demitida sem justa causa em 29/03/2018; que o último certo, tal reagrupamento não ocorreu, máxime porque a sucessão

salário percebido foi de R$ 3.200,00 (três mil e duzentos reais); que empresarial somente é possível em face de pessoas jurídicas

quando de sua demissão não recebeu qualquer valor, assim como regularmente constituídas, o que não é o caso dos grupos

não fora liberado Seguro Desemprego e FGTS, motivo pelo qual econômicos, os quais não possuem personalidade jurídica própria,

pleiteia a liberação dos mesmos em sede de tutela antecipada; que mas tão somente exteriorizam a arregimentação de sociedades que

o FGTS se encontra depositado apenas de forma parcial, apenas o possuam atuação integrante em face da comunhão de interesses, o

valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais). que, também, não retrata o caso dos autos.

Em seguida, requereu que, Tendo em vista os argumentos jurídicos Esclarece, adiante, que há uma mera relação comercial, havendo

apresentados, ajuíza-se a presente Reclamação Trabalhista no total independência entre as empresas do GRUPO HANOVA em

intuito de serem satisfeitos todos os direitos da reclamante, quais relação às componentes do GRUPO HELGA, sendo a recorrente,

sejam: Saldo Salário, Aviso Prévio de 51 dias, 13º salário e férias mera fornecedora de produtos para o conglomerado empresarial

sobre aviso prévio, FGTS sobre rescisão, 13º salário proporcional HELGA, sem haver contudo, qualquer integração de interesses

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 469
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

entre as empresas ou atuação conjunta. Logo, o aproveitamento dos serviços prestados pelo trabalhador por

À análise. sociedades empresárias que mantenham relação de coordenação

A lei nº 13.467, de 13 de julho de 2017 que alterou a Consolidação entre si, formando o grupo econômico trabalhista, serão todas, por

das Leis do Trabalho (CLT) trouxe novos parâmetros para consequência, responsabilizadas pela contraprestação devida ao

responsabilização de empresas terceiras. obreiro, atraindo a incidência do § 2º do artigo 2º da CLT

A nova redação alterou o parágrafo 2º e acrescentou o parágrafo 3º (coordenação interempresarial).

a este artigo, conforme transcrição seguinte: Estabeleceu, igualmente, que "não caracteriza grupo econômico a

Art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, mera identidade de sócios. Assim, o patrimônio de empresas que

que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria têm sócios comuns, porém com atuam em setores diversos, estarão

e dirige a prestação pessoal de serviço. resguardadas.

§ 1º - Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da Portanto, a análise da existência ou não da formação de um grupo

relação de emprego, os profissionais liberais, as instituições de econômico, deve-se observar o princípio da primazia da realidade,

beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem para que cada caso seja analisado com suas peculiaridades, sendo

fins lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados. ônus do autor a prova de suas alegações ( art. 818, da CLT c/c art.

§ 2º Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada 373, do NCPC).

uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a No caso em análise, o autor fundamenta sua pretensão com base

direção, controle ou administração de outra, ou ainda quando, em notícias veiculadas nas redes sociais de possível fusão entre os

mesmo guardando cada uma sua autonomia, integrem grupo grupos Helga Cosméticos e HNV, assim como colaciona fotos em

econômico, serão responsáveis solidariamente pelas que retrata parcerias entre as duas empresas, ID. 0d53e9e, sem,

obrigações decorrentes da relação de emprego. contudo, apresentar qualquer prova que indique ter realmente

§ 3º Não caracteriza grupo econômico a mera identidade de ocorrido a "FUSÃO" das empresas, ou qualquer relação de

sócios, sendo necessárias, para a configuração do grupo, a coordenação entre elas.

demonstração do interesse integrado, a efetiva comunhão de Ao revés, a acionada Hanova Indústria e Comércio de Cosméticos

interesses e a atuação conjunta das empresas dele integrantes. Ltda colacionou aos autos documentos que demonstram a relação

(destaquei) de vendas de mercadorias para as empresas integrantes do grupo

A nova redação do art. 2º, além de manter a hipótese do grupo Helga (CRX COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA

econômico hierarquizado ou sob subordinação, introduz, ME, ALENCARINE COSMETICOS COMERCIO VAREJISTA E

expressamente, o outro modelo de grupo econômico, vertical, ou TREINAMENTO EIREL, HELGA MEDZA SALES & CIA LTDA -ME,

sob coordenação, trazendo para o texto legal, o entendimento dos ORIGINAL COMERCIO DE COSMETICOS LTDA ME, VRX

Tribunais Regionais do Trabalho e do TST quanto a configuração de COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA ME, JOSE

grupo econômico. ALENCAR SALES JUNIOR- ME, ORIGINAL COMERCIO DE

Com relação a este modelo de grupo econômico coordenado, a COSMETICOS LTDA- ME, tais como notas fiscais de vendas de

Desembargadora Dra. Vólia Bomfim Cassar, do TRT da 1ª Região, mercadorias, termo de confissão de dívida e e-mails em que se

em seu livro Direito do Trabalho, afirma que: evidencia a parceria comercial entre as empresas ( venda de

Os grupos econômicos por coordenação se apresentam quando mercadorias), ID. de4b07e, ID. 4c4a838.

houver reunião de interesses para execução de determinado Na audiência de instrução, as reclamadas requerem a juntada de

empreendimento, tendo ou não o mesmo controle ou administração provas emprestadas (processos nºs. 461-92.2018.5.07.0010, 470-

comum. Logo, os grupos por coordenação podem ter relação de 54.2018.5.07.0010 e 471-39.2018.5.07.0010, tendo a autora

controle entre si, numa linha horizontal e não vertical. Isto é, não concordado com a juntada dos referidos depoimentos.

haverá, no grupo horizontal, uma empresa controladora e outra(s) No termo de audiência relativo ao processo nº. 0000461-

controlada(s), uma líder (holding) e outras lideradas. Todas são 92.2018.5.07.0010, a testemunha da reclamante afirmou que:

interligadas entre si e, apesar de autônomas e independentes, estão Primeira testemunha arrolada pela parte Reclamante Sr(a).

interligadas pela ingerência, administração comum, como se Francisca Edinusia Alves de Sousa: " (...)"que trabalhou na

subordinadas umas às outras administrativamente. Por trás desta reclamada Helga Cosméticos de 01/06/2006 a 23/02/2018 na

administração comum pode estar um sócio ou alguns sócios ou função de vendedora; que o reclamante, depoente e todos os

pessoa física no controle.(CASSAR, 2017,p.429). funcionários foram demitidos sem pagamento de verbas rescisórias

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 470
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

e nem do salário do último mês; que depoente trabalhou até da mesma forma, pois a Helga permaneceu como uma cliente

23/fevereiro/2018, não sabendo o ultimo dia labutado pelo norma; que a parceria teve o objetivo de aumentar o volume de

reclamante; que recebia ordem direta dos gerentes Luxeles, vendas nas lojas e de fato aumentou, mas só no primeiro mês,

Rosângela, Francisca Cirlane, os quais eram gerentes da loja pois logo em seguida a Helga entrou novamente em dificuldades

do shopping Central da Helga Nendza Sales .". ÀS PERGUNTAS financeiras e não conseguiu pagar os produtos que comprava, pois

DO(A) PATRONO(A) DO(A) PARTE RECLAMANTE RESPONDEU: a divida já estava muito alta, de modo que a Helga não conseguia

"que houve uma reunião num domingo de julho/2017 onde foi pagar nada na sua totalidade; que é uma prática comum serem

comunicada a fusão da Hanova com a Helga Cosmeticos onde feitas ações com as distribuidoras para estimular as vendas, e

foram apresentados os novos patrões como sendo: Aline os proprietários da Hanova comparecem pelo fato de que o

Severo e seu esposo Anderson ambos donos da Hanova; que a distribuidor Helga ser de grande porte, como também de outros

a partir daí a prioridade era para vender os produtos da Hanova distribuidores; que na época da parceria a Helga já estava em

e Lavi, mesmo tendo outras marcas, mas a Hanova e Lavi débito com a Hanova; que a Hanova não colocou pessoas na

deveriam estar em primeiro lugar nas vendas; que antes da lojas da Helga, muito menos assumiu o comando dessa; que a

reunião já vendiam todo tipo de produto e de varias marcas, continuou a vendendo normalmente para as outras lojas, como

inclusive dos ora citados; que os proprietários da Helga e Hanova Cosbel, Anavi, Iap e outras; que não houve a fusão da Hanova com

estavam presentes na reunião, sendo Erica PontesMenezes e a Helga; que havia procedimento de cobrança normal das vendas

Alencar Junior proprietários da Helga.". ÀS PERGUNTAS DO DO(A) dos produtos Hanova;." ÀS PERGUNTAS DO DO(A) PATRONO(A)

PATRONO(A) DO(A) PARTE RECLAMADA RESPONDEU: "que DO(A) PARTE RECLAMANTE RESPONDEU: "que a reunião tem

depois da reunião depoente continuou trabalhando na mesma um caráter de marketing e não para apresentar fusão; que não

loja e o reclamante também, mas ambos trabalhavam em lojas houve comunicação formal da fusão entre a Hanova e Helga, mas

diferentes; que na reunião estavam os vendedores e gerentes; depoente soube que foi feita uma postagem no instagram da

que a faixada das lojas continuaram iguais; que não houve Helga onde foi usado o termo fusão com a Hanova; que quanto

mudança da chefia após a reunião, mas a sua chefe Luxeles ao doc. de fl. 8 se tratam das pessoas de Anderson (proprietário da

teve um problema de saúde e foi transferida para loja de Hanova) e Junior (proprietária da Helga) e o doc. de fl. 9 tratam das

Messejana, tendo ficado como gerente Rosangela; que Luxeles pessoas Aline (proprietária da Hanova) e Erica (proprietária da

e Rosangela eram gerentes da Helga; (...)." ( grifos nosso) Helga); (...)."( grifos nosso)

Conforme se extrai do depoimento supra, não se trata o caso de " No termo de audiência relativo ao processo nº. 0000470-

fusão" entre as empresas, tanto que a partir da reunião ocorrida em 54.2018.5.07.0010, o reclamante afirmou que :

julho de 2017, nada foi alterado na estrutura organizacional da O DEPOIMENTO PESSOAL DO RECLAMANTE: '" que depoente

empresa, assim como layout das lojas, tratando-se, na verdade, de era subgerente, que atuava em várias lojas da Helga e trabalhou até

um marketing e ações para incremento das vendas, através da 07/04/2018 porque as lojas fecharam, tendo a sra. Erica Pontes

fornecedora dos produtos, empresa HANOVA INDUSTRIA E (dona da Helga, esposa de Alencar Junior) comunicado a dispensa

COMERCIO DE COSMETICOS LTDA, fato este, confirmado pelos os quais eram chefes do depoente; (...) ; que a Helga vendia

depoimentos de reclamantes e testemunhas dos processos produtos de marca própria (Lavi), mas também da Hanova, Fatore,

utilizados como provas emprestadas nos autos, vejamos: Corpo Dourado e outros; que em julho/2017 houve a fusão da

Convocada a primeira testemunha arrolada pelas Reclamadas Hanova com a Helga, no que a prioridade passou a ser para vender

HANOVA INDUSTRIA E COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - produtos da Hanova e Lavi, mas ainda assim, a Helga continuou a

ME, AL PARTICIPACOES LTDA, ANDERSON LUID DOS vender produtos de outras marcas que já tinham estoque nas

SANTOS SEVERO - ME e MULT DISTRIBUIDORA DE lojas, e também continuou comprando produtos de outras

COSMETICOS LTDA, Sr(a). Emanuel Rodrigues de Albuquerque marcas para vender nas suas lojas; que as fachadas das lojas

(...): "que trabalha na Hanova desde março/2016 como gerente da Helga continuaram com o mesmo nome, após a fusão, e as

administrativo financeiro; ." ÀS PERGUNTAS DO(A) PATRONO(A) notas fiscais das vendas eram com o nome da Helga; que a

DO(A) PARTE RECLAMADA RESPONDEU: "que na metade do fusão da Helga e Hanova foi para o crescimento da Helga, mas

segundo semestre de 2017 houve uma reunião da Helga com a o dia a dia de trabalho continuou o mesmo de antes, porém

Hanova para uma parceria de fornecimento de produtos, pois a com a informação de que deveriam vender mais os produtos da

Hanova é uma industria; que o fornecimento dos produtos continuou Helga. ( grifos nosso)

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 471
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Primeira testemunha arrolada pela parte Reclamante Sr(a).

Maria Irlane Silva Santos Desiderio: " (...) que no final de CLAUDIO SOARES PIRES

julho/2017 foram convocadas para uma reunião no hotel meridional Desembargador Redator Designado

no centro da cidade onde foi comunicada por Alencar Junior, Erica

Pontes e Aline Severo, a fusão da Helga e Hanova, com promessas FORTALEZA/CE, 28 de fevereiro de 2020.

de que tudo iria mudar com a chegada de novos produtos, mas na

pratica tudo continuou do mesmo jeito, pois continuou MARIA DO SOCORRO RODRIGUES GONCALVES

chegando produtos da marca propria da Helga (lavi) e da Helga, Diretor de Secretaria

os quais tinham prioridade para serem vendidos, e das outras


Processo Nº ROT-0000419-19.2018.5.07.0018
marcas continuaram escassos; que sempre recebeu ordens Relator CLAUDIO SOARES PIRES
das mesmas pessoas (Erica e Alencar), os quais pagavam o RECORRENTE BRC - BRAZIL COSMETICS LTDA
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
salário da depoente; que todas as lojas da Helga fecharam; .". MENDES
(...).( grifos nosso) LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRENTE MULT DISTRIBUIDORA DE
No termo de audiência relativo ao processo nº. 0000471- COSMETICOS LTDA
39.2018.5.07.0010 a reclamante afirmou que: EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE)
SOUSA ARAGÃO
DEPOIMENTO PESSOAL DO RECLAMANTE MARIA CLEOMAR RECORRENTE JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME
FERREIRA DE SOUSA ALMEIDA: " (...) que depoente era gerente ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES
da loja Helga situada na Rua Floriano Peixoto 577, e trabalhou de LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
01/03/2003 até 14/04/2018: " (...)que as fachadas das lojas da RECORRENTE ROBERTO NENDZA - ME
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
Helga continuaram com o mesmo nome, após a fusão, e as notas MENDES
fiscais das vendas eram com o nome da Helga; que a fusão da LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRENTE CRX COMERCIO DE COSMETICOS E
Helga e Hanova foi para o crescimento da Helga, mas o dia a dia de BIJUTERIAS LTDA - ME
trabalho continuou o mesmo de antes, porém com a informação de ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES
que deveriam vender mais os produtos da Hanova; (...)." LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
Havendo fusão ou incorporação de empresas, há a alteração na RECORRENTE AL PARTICIPACOES LTDA
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE)
estrutura jurídica da empresa, o que in casu, não há provas nos SOUSA ARAGÃO
autos, não sendo suficiente a propaganda disseminada em reunião RECORRENTE HNV INDUSTRIA E COMERCIO DE
COSMETICOS LTDA - ME
de empregados e redes sociais. EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE)
SOUSA ARAGÃO
O que extrai dos depoimentos, é que a ideia inicial de postar nas
RECORRENTE ALENCARINE COSMETICOS
redes sociais de que haveria a fusão das empresas, trata-se, tão COMERCIO VAREJISTA E
TREINAMENTOS EIRELI
somente, de marketing para alavancar as vendas da empresa ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES
Helga, a qual, na época, já se encontrava com dificuldades
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
financeiras. RECORRENTE LUCHELYS DE ALENCAR MARTINS
Diante do exposto, considerando que a autora não se desincumbiu EDUARDO FONTENELE ADVOGADO(OAB: 19970/CE)
MOTA
de seu ônus probatório, reforma-se a sentença para excluir a RAFFAEL DUTRA LIMA ADVOGADO(OAB: 29332/CE)
RIBEIRO
responsabilidade solidária da reclamada HNV INDÚSTRIA E
RECORRENTE ERICA PONTES DE MENESES
COSMÉTICOS LTDA. ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES
DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
Uma vez excluída a responsabilidade solidária da ora recorrente, o RECORRENTE HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA
- ME
presente apelo, no ponto, segue a sorte do principal.
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
CONCLUSÃO DO VOTO VENCIDO: MENDES
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRENTE ORIGINAL COMERCIO DE
Isto posto, voto pelo conhecimento do recurso ordinário para, COSMETICOS LTDA - ME
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
rejeitar as preliminares suscitadas e, no mérito, dar-lhe provimento MENDES
para excluir a responsabilidade solidária da reclamada HNV LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRIDO ANDERSON LUID DOS SANTOS
INDÚSTRIA E COSMÉTICOS LTDA." SEVERO - ME

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 472
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE) LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)


SOUSA ARAGÃO ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
RECORRIDO AL PARTICIPACOES LTDA MENDES
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE) RECORRIDO HELGA COSMETICOS LTDA - ME
SOUSA ARAGÃO LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
RECORRIDO MULT DISTRIBUIDORA DE ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
COSMETICOS LTDA MENDES
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE) RECORRIDO VRX COMERCIO DE COSMETICOS E
SOUSA ARAGÃO BIJUTERIAS LTDA - ME
RECORRIDO ROBERTO NENDZA - ME ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) MENDES
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
MENDES TERCEIRO JOSE ALENCAR SALES JUNIOR
RECORRIDO HNV INDUSTRIA E COMERCIO DE INTERESSADO
COSMETICOS LTDA - ME TERCEIRO ERICA PONTES DE MENESES
EDUARDO CÉSAR ADVOGADO(OAB: 14750/CE) INTERESSADO
SOUSA ARAGÃO
RECORRIDO BRC - BRAZIL COSMETICS LTDA Intimado(s)/Citado(s):
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
- DISTRIBUIDORA HELGA COSMETICOS LTDA - ME
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES
RECORRIDO MULTIPLA COMERCIO DE
COSMETICOS LTDA - EPP
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
PODER JUDICIÁRIO
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES JUSTIÇA DO TRABALHO
RECORRIDO BELLA COSMETICOS LTDA - EPP
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES PROCESSO nº 0000419-19.2018.5.07.0018 (RO)
RECORRIDO HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA RECORRENTE: JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, HELGA
- ME
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) NENDZA SALES & CIA LTDA - ME, ORIGINAL COMERCIO DE
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) COSMÉTICOS LTDA - ME, ERICA PONTES DE MENESES,
MENDES
RECORRIDO LUCHELYS DE ALENCAR MARTINS ALENCARINE COSMÉTICOS COMERCIO VAREJISTA E
RAFFAEL DUTRA LIMA ADVOGADO(OAB: 29332/CE) TREINAMENTOS EIRELI, CRX COMERCIO DE COSMÉTICOS E
RIBEIRO
EDUARDO FONTENELE ADVOGADO(OAB: 19970/CE) BIJUTERIAS LTDA - ME, ROBERTO NENDZA - ME, HNV
MOTA
INDÚSTRIA E COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME, AL
RECORRIDO ORIGINAL COMERCIO DE
COSMETICOS LTDA - ME PARTICIPACOES LTDA, MULT DISTRIBUIDORA DE
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
COSMÉTICOS LTDA, BRC - BRAZIL COSMETICS LTDA,
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES LUCHELYS DE ALENCAR MARTINS
RECORRIDO ALENCARINE COSMETICOS
COMERCIO VAREJISTA E RECORRIDO: LUCHELYS DE ALENCAR MARTINS, VRX
TREINAMENTOS EIRELI
COMERCIO DE COSMÉTICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME,
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) ANDERSON LUID DOS SANTOS SEVERO - ME, BRC - BRAZIL
MENDES
COSMÉTICOS LTDA, MULT DISTRIBUIDORA DE COSMÉTICOS
RECORRIDO CRX COMERCIO DE COSMETICOS E
BIJUTERIAS LTDA - ME LTDA, AL PARTICIPACOES LTDA, HNV INDÚSTRIA E
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME, ROBERTO NENDZA -
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES ME, CRX COMERCIO DE COSMÉTICOS E BIJUTERIAS LTDA -
RECORRIDO J R COMERCIO DE COSMETICOS
LTDA - ME ME, ALENCARINE COSMÉTICOS COMERCIO VAREJISTA E
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE) TREINAMENTOS EIRELI, ERICA PONTES DE MENESES, J R
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME, BELLA COSMÉTICOS
RECORRIDO ERICA PONTES DE MENESES LTDA - EPP, MULTIPLA COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA -
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
EPP, ORIGINAL COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME,
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE)
MENDES HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ME, HELGA
RECORRIDO JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME
COSMÉTICOS LTDA - ME, DISTRIBUIDORA HELGA
LIVIA EFFTING CABRAL ADVOGADO(OAB: 28472/CE)
ARIANE DINIZ GOMES ADVOGADO(OAB: 28452/CE) COSMÉTICOS LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR -
MENDES
ME
RECORRIDO DISTRIBUIDORA HELGA
COSMETICOS LTDA - ME RELATOR: FRANCISCO JOSÉ GOMES DA SILVA

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 473
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

REDATOR DESIGNADO: CLAUDIO SOARES PIRES recebida pela parte embargada, conforme comprovante de

transferência bancária de ID. 619A9a4.

EMENTA Aduz a recorrente, preliminarmente, que houve cerceamento de

RECURSO ORDINÁRIO. GRUPO ECONÔMICO. seu direito de defesa, ao argumento de que o juízo, ao adotar

CONFIGURAÇÃO. Confirma-se a sentença de origem que integralmente a motivação da sentença proferido na reclamatória

reconheceu a formação de grupo econômico entre as empresas trabalhista 0000471-51.2018.5.07.0006, construiu o seu

demandadas, quando se constata que além da complementaridade entendimento, por consequência, a partir das provas orais ali

entre os objetos sociais destas, há o interesse integrado, a consignadas, mas que, tais elementos probatórios não foram

comunhão de interesses e a atuação conjunta das empresas dele publicizadas à ora recorrente no presente feito, com vistas à

integrantes. Recurso conhecido e improvido. garantia do contraditório e da ampla defesa, verificando-se, pois,

RELATÓRIO uma patente violação ao que dispõe o art. 312 do CPC/15.

Designado para redigir o acórdão, peço vênia para adotar o relatório Destaca, em seguida, que os aludidos depoimentos também não

da lavra do Excelentíssimo Desembargador Relator Francisco José integram o arcabouço das provas emprestadas acostada aos autos,

Gomes da Silva, a seguir: mediante convenção de ambas as partes; que o Juízo a quo utilizou

"Trata-se de recurso ordinário ajuizado pela reclamada HNV como fundamento da procedência da pretensão autoral, da mera

INDUSTRIA E COSMÉTICOS LTDA interposto em face da decisão cópia de uma transcrição parcial realizada no bojo de uma sentença

do Juízo da 18ª Vara do Trabalho de Fortaleza (ID. 984dd8d), que proferida em processo paradigma, a qual, por sua vez, utilizou,

JULGOU a reclamatória PROCEDENTE EM PARTE, para naquele momento, o depoimento testemunhal na condição de prova

condenar, SOLIDARIAMENTE, as reclamadas DISTRIBUIDORA emprestada, a qual, por certo, não integra o presente feito.

HELGA COSMÉTICOS LTDA - ME; HELGA COSMÉTICOS LTDA Ressalta, igualmente, que as reportadas transcrições carregam

- ME; HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ME; ORIGINAL relatos fáticos que não integram as razões da exordial, impondo

COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - ME; MULTIPLA reconhecer a total inovação da lide, em absoluta violação ao art.

COMERCIO DE COSMÉTICOS LTDA - EPP; BELLA 141 do CPC/15.

COSMÉTICOS LTDA - EPP; J R COMERCIO DE COSMÉTICOS Em razão do exposto, requer a nulidade da sentença e o retorno

LTDA - ME; JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME; ERICA dos autos para que haja um novo julgamento, desta feita, em

PONTES DE MENESES; ALENCARINE COSMÉTICOS conformidade com o acervo fático-probatório do caso sub examine.

COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS; CRX COMERCIO Adiante, requer o reconhecimento da inépcia do pedido relativo às

DE COSMÉTICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME; VRX COMERCIO parcelas de FGTS + 40%, a extinção do pleito sem resolução de

DE COSMÉTICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME; ROBERTO mérito, à luz do que dispõe o art. 485, I, do CPC/15, sob o

NENDZA - ME; HANOVA INDUSTRIA E COMERCIO DE fundamento de que, a parte recorrida, em sua peça de ingresso,

COSMÉTICOS LTDA - ME; AL PARTICIPACOES LTDA; inobstante tenha somente assentado as datas de ingresso e de

ANDERSON LUID DOS SANTOS SEVERO - ME; MULT dispensa, realizou o pedido correspondente às parcelas de FGTS

DISTRIBUIDORA DE COSMÉTICOS LTDA; BRC - BRAZIL em conjunto com a indenização adicional de 40% sobre o saldo

COSMETICS LTDA a pagar à reclamante LUCHELYS DE fundiário.

ALENCAR MARTINS as seguintes parcelas: a.Saldo de salário (29 No mérito, defende a recorrente, em síntese, a inexistência de

dias); b. Aviso prévio (51 dias); com reflexos no 13º salário e férias; fusão e formação de grupo econômico com o GRUPO HELGA,

c. Férias simples 2016/2017 e proporcionais (8/12 avos), acrescidas sendo indevida a sua responsabilidade solidária pelos créditos

de 1/3 constitucional; d. 13º salário proporcional 2018 (3/12 avos); e. deferidos ao autor na presente reclamação trabalhista.

FGTS + 40%; f. Multa do art. 467 da CLT, incidente sobre os valores Argumenta, em que pese tenha havido, nas redes sociais, um

e parcelas rescisórias constantes no TRCT (ID. 7ad3499), bem anúncio de fusão entre os conglomerados Helga e Hanova, por

como sobre o FGTS não depositado e multa de 40% sobre todos os certo, tal reagrupamento não ocorreu, máxime porque a sucessão

valores devidos a título de FGTS ao longo da contratualidade; g. empresarial somente é possível em face de pessoas jurídicas

Multa do art. 477,§8º da CLT; h. Honorários advocatícios. regularmente constituídas, o que não é o caso dos grupos

A sentença fora complementada pelos aclaratórios de ID. 7081a1b, econômicos, os quais não possuem personalidade jurídica própria,

com o fito de sanear a sentença embargada, determinando a mas tão somente exteriorizam a arregimentação de sociedades que

compensação do valor de R$ 10.710,34, vez que a quantia foi possuam atuação integrante em face da comunhão de interesses, o

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 474
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

que, também, não retrata o caso dos autos. Ressalta, igualmente, que as reportadas transcrições carregam

Esclarece, adiante, que há uma mera relação comercial, havendo relatos fáticos que não integram as razões da exordial, impondo

total independência entre as empresas do GRUPO HANOVA em reconhecer a total inovação da lide, em absoluta violação ao art.

relação às componentes do GRUPO HELGA, sendo a recorrente, 141 do CPC/15.

mera fornecedora de produtos para o conglomerado empresarial Em razão do exposto, requer a nulidade da sentença e o retorno

HELGA, sem haver contudo, qualquer integração de interesses dos autos para que haja um novo julgamento, desta feita, em

entre as empresas ou atuação conjunta. conformidade com o acervo fático-probatório do caso sub examine.

Por fim, requer a reforma da decisão de modo a afastar a À análise.

inconstitucionalidade declarada de forma incidental do art. 791-A, Em audiência de instrução, as Reclamadas requereram a juntada

§4º, da CLT, haja vista inexistir afronta à Carga Magna, mormente de provas emprestadas, relativo aos depoimentos testemunhais dos

porque, nos ditames do art. 133 da Lei Maior, o advogado é processos 461-92.2018.5.07.0010, 470-54.2018.5.07.0010 e 471-

indispensável à administração da justiça, e, caso esta Colenda 39.2018.5.07.0010 (ID. bae0442, ID. ed35241, ID. 5cd9c24, ID.

Turma entenda de modo diverso, que seja observada o art. 97 da 8eb6395).

CRFB/1988, o qual prevê a cláusula de reserva de plenário para a O Juízo, ao proferir a sentença, utilizou para o reconhecimento da

manutenção da declaração de inconstitucionalidade. existência de Grupo Econômico entre as acionadas (Grupo Hanova-

Após devidamente notificada, a recorrida apresentou suas Helga) como prova emprestada, os fundamento os lançados na

contrarrazões, conforme documento de ID. 15ffc62. sentença prolatada nos autos do processo nº 0000471-

A matéria versada no presente recurso dispensa a obrigatoriedade 51.2018.5.07.0006, de lavra da magistrada Taciana Orlovicin

de parecer prévio da douta PRT (art. 109, do Regimento Interno)" Gonçalves Pita (ID. 984dd8d).

FUNDAMENTAÇÃO Nesse ponto, destaco, inicialmente, que o novo CPC trouxe

ADMISSIBILIDADE permissivo expresso quanto à possibilidade de utilização da prova

Acolhe-se o presente recurso, uma vez que preenchidos os emprestada, desde que observado o contraditório, conforme

requisitos de admissibilidade. previsão no art. 372, que assim dispõe:

PRELIMINARES Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em

Peço vênia para adotar os fundamentos do voto do Excelentíssimo outro processo, atribuindo-lhe o valor que considerar adequado,

Desembargador Relator Francisco José Gomes da Silva, quanto à observado o contraditório".

apreciação das preliminares, nos seguintes termos: Assim, havendo previsão legal para utilização da prova emprestada

"DA NULIDADE DA SENTENÇA- DA UTILIZAÇÃO DA PROVA e, observando que no processo nº 0000471-51.2018.5.07.0006 as

EMPRESTADA - DO ALEGADO CERCEAMENTO DE DEFESA partes foram submetidas ao contraditório e, havendo identidade dos

Aduz a recorrente, preliminarmente, que houve cerceamento de seu fatos probandos nos processos, rejeita-se a alegativa de

direito de defesa, ao argumento de que o juízo, ao adotar cerceamento de defesa.

integralmente a motivação da sentença proferida na reclamatória Quanto a alegativa de que as reportadas transcrições dos

trabalhista 0000471-51.2018.5.07.0006, construiu o seu depoimentos carregam relatos fáticos que não integram as razões

entendimento, a partir das provas orais ali consignadas, mas que, da exordial, não merece acolhida, posto que a causa de pedir da

tais elementos probatórios não foram publicizadas à ora recorrente autora, no que se refere a responsabilidade solidária das acionadas,

no presente feito, com vistas à garantia do contraditório e da ampla trata justamente na alegada formação de grupo econômico entre as

defesa, verificando-se, pois, uma patente violação ao que dispõe o empresas, objeto da prova naqueles autos.

art. 312 do CPC/15. Os depoimentos constantes na prova emprestada utilizada pelo

Destaca, em seguida, que os aludidos depoimentos também não Juízo a quo dizem respeito aos fatos relacionados pela autora, no

integram o arcabouço das provas emprestadas acostada aos autos, que pertine a alegada formação de grupo econômico entre as

mediante convenção de ambas as partes; que o Juízo a quo utilizou acionadas GRUPO HELGA (DISTR IBUIDORA HELGA

como fundamento da procedência da pretensão autoral, da mera COSMETICOS LTDA - ME, HELGA COSMETICOS LTDA - ME,

cópia de uma transcrição parcial realizada no bojo de uma sentença HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ME, ORIGINAL

proferida em processo paradigma, a qual, por sua vez, utilizou, COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, MULTIPLA

naquele momento, o depoimento testemunhal na condição de prova COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - EPP, BELLA

emprestada, a qual, por certo, não integra o presente feito. COSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE COSMETICOS

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 475
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, ERICA CERCEAMENTO DE DEFESA. UTILIZAÇÃO DE PROVA

PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS EMPRESTADA SEM ANUÊNCIA. O Regional entendeu que a

COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX utilização de prova emprestada consubstanciada em certidão de

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX averiguação produzida em outros autos, no qual a reclamada figura

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME e como parte, não configura cerceamento de defesa, ante a

ROBERTO NENDZA - ME) e GRUPO HANOVA - HNV (HANOVA semelhança fática existente entre os processos, assim como da

INDUSTRIA E COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, AL observância do contraditório e da ampla defesa. Com efeito, esta

PARTICIPAÇÕES LTDA, ANDERSON LUID DOS SANTOS Corte tem se posicionado no sentido de ser possível a utilização da

SEVERO - ME e MULT DISTRIBUIDORA DE COSMETICOS prova emprestada, não sendo imprescindível a anuência da parte

LTDA), assim como referem-se as mesmas demandadas, sendo adversa. Recurso de revista não conhecido" (TST, RR - 940-

permitido sua valoração como se houvesse sido produzida 27.2013.5.18.0181 Data de Julgamento: 09/11/2016, Relatora

diretamente nos autos examinados. Ministra: Dora Maria da Costa, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT

Nesse ponto, frise-se, não há vício em virtude de o Juízo ter 11/11/2016).

utilizado a fundamentação da sentença, a qual considerou para Preliminar rejeitada.

formação do convencimento da magistrada, depoimentos os quais INÉPCIA DA INICIAL

foram respeitados o contraditório quando produzida em processos Requer o Recorrente, o reconhecimento da inépcia do pedido

judiciais, máxime,quando envolvendo a mesma empresa e quando relativo às parcelas de FGTS + 40%, e a extinção do pleito sem

os fatos guardam correlação com os da presente ação. resolução de mérito, à luz do que dispõe o art. 485, I, do CPC/15,

Nesse mesmo entendimento, colaciona-se a atual jurisprudência do sob o fundamento de que, a parte recorrida, em sua peça de

Tribunal Superior do Trabalho, in verbis: ingresso, inobstante tenha somente assentado as datas de ingresso

UTILIZAÇÃO DE PROVA EMPRESTADA. POSSIBILIDADE. e de dispensa, realizou o pedido correspondente às parcelas de

IDENTIDADE FÁTICA. MESMAS RECLAMADAS. FGTS, em conjunto com a indenização adicional de 40% sobre o

DESNECESSIDADE DE PRÉVIA CONCORDÂNCIA DA PARTE saldo fundiário.

CONTRÁRIA. AUSÊNCIA DE CERCEAMENTO DE DEFESA. Sem razão.

NULIDADE PROCESSUAL NÃO CONFIGURADA. Esta Corte O processo trabalhista é regido pelo princípio da simplicidade das

admite a utilização da prova emprestada, desde que haja a formas, consagrado no art. 840, § 1º, da CLT, segundo o qual basta

identidade dos fatos considerados no documento emprestado e no uma breve exposição dos fatos para se considerar apta a exordial.

caso em julgamento, assim como ocorrido nesta hipótese, em que o Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal.

Regional registrou que"a prova emprestada foi produzida em § 1º - Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do

processo judicial que envolvia as mesmas rés da presente ação, Presidente da Junta, ou do juiz de direito a quem for dirigida, a

tendo sido observadas as formalidades estabelecidas em lei para a qualificação do reclamante e do reclamado, uma breve exposição

sua produção, bem como o princípio do contraditório. Segundo, dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, a data e a assinatura

porque os fatos a serem comprovados guardam correlação com os do reclamante ou de seu representante.

da presente ação. Terceiro, porque a referida prova emprestada foi § 1o Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do

valorada pelo Juízo segundo o princípio do livre convencimento juízo, a qualificação das partes, a breve exposição dos fatos de que

motivado, em conjunto com as demais provas dos autos". resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser certo, determinado e

Importante salientar também que a utilização de prova emprestada com indicação de seu valor, a data e a assinatura do reclamante ou

não está condicionada à prévia anuência e concordância das de seu representante. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

partes. Assim, a mera alegação da reclamada de que não § 2º - Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em 2 (duas)

concordou com a utilização de prova emprestada não é suficiente vias datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no

para inviabilizar a sua utilização nestes autos. Precedentes. que couber, o disposto no parágrafo anterior.

Recurso de revista não conhecido" (TST, ARR - 3600- § 2o Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em duas vias

29.2010.5.12.0031 Data de Julgamento: 15/02/2017, Relator datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no que

Ministro: José Roberto Freire Pimenta, 2ª Turma, Data de couber, o disposto no § 1o deste artigo. (Redação dada pela Lei nº

Publicação: DEJT 17/02/2017). 13.467, de 2017)

"B) RECURSO DE REVISTA. 1. NULIDADE DA SENTENÇA. § 3o Os pedidos que não atendam ao disposto no § 1o deste artigo

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 476
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

serão julgados extintos sem resolução do mérito. (Incluído pela Lei 'Afirma a parte reclamante que as empresas que compõem o antigo

nº 13.467, de 2017) GRUPO HELGA (DISTRIBUIDORA HELGA COSMETICOS LTDA -

Como se observa, a Lei n. 13.467/17 fez referência expressa aos ME, HELGA COSMETICOS LTDA - ME, HELGA NENDZA SALES

requisitos da petição inicial trabalhista, dispondo no § 1º do art. 840 & CIA LTDA - ME, ORIGINAL COMERCIO DE COSMETICOS

da CLT que o pedido deva "ser certo, determinado e com indicação LTDA - ME, MULTIPLA COMERCIO DE COSMETICOS LTDA -

de seu valor". EPP, BELLA COSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE

No caso, em relação ao pedido de pagamento do FGTS e multa COSMETICOS LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME,

rescisória, o reclamante fez pedido certo, determinado e com ERICA PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS

indicação do valores pois da sua causa de pedir, entende-se COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX

logicamente que o autor fora demitido sem justa causa e sem COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX

recebimento de suas verbas rescisórias, fato este, incontroverso COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME e

nos autos. ROBERTO NENDZA - ME) são dirigidas e coordenadas pelos

Na narrativa dos fatos, o acionante afirmou que ingressou na sócios José Alencar Sales Júnior e Érica Pontes de Meneses. Alega

reclamada no dia 01/08/2010, para exercer a função de gerente, que, em meados de 2017, os sócios do Grupo Helga iniciaram

sendo demitida sem justa causa em 29/03/2018; que o último negociações para fusão com o Grupo Hanova (HNV), fusão de

salário percebido foi de R$ 3.200,00 (três mil e duzentos reais); que empresas esta que foi oficialmente tornada pública em julho de

quando de sua demissão não recebeu qualquer valor, assim como 2017, expondo o rol de empresas que compõem o Grupo Hanova -

não fora liberado Seguro Desemprego e FGTS, motivo pelo qual HNV (HANOVA INDUSTRIA E COMERCIO DE COSMETICOS

pleiteia a liberação dos mesmos em sede de tutela antecipada; que LTDA - ME, AL PARTICIPAÇÕES LTDA, ANDERSON LUID DOS

o FGTS se encontra depositado apenas de forma parcial, apenas o SANTOS SEVERO - ME e MULT DISTRIBUIDORA DE

valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais). COSMETICOS LTDA), à época todas dirigidas pelos sócios

Em seguida, requereu que, Tendo em vista os argumentos jurídicos Anderson Luid Santos Severo e Aline Cristina Silva Souza Severo.

apresentados, ajuíza-se a presente Reclamação Trabalhista no Sustenta que, a partir de julho de 2017, independentemente do

intuito de serem satisfeitos todos os direitos da reclamante, quais cumprimento das obrigações legais para efetivação da fusão, qual

sejam: Saldo Salário, Aviso Prévio de 51 dias, 13º salário e férias seja a extinção das pessoas jurídicas da empresa incorporada com

sobre aviso prévio, FGTS sobre rescisão, 13º salário proporcional o surgimento de uma nova, tal fusão de fato ocorreu e todos os

3/12 de 2018, férias simples 2016/2017 e proporcionais 2017/2018 empregados passaram à subordinação do Grupo Hanova-Helga, o

todas acrescidas do terço constitucional, FGTS e multa de 40%. qual configura grupo econômico por coordenação, impondo a

Em relação ao rol dos pedidos, o autor requereu a condenação da responsabilização solidária entre as empresas do grupo. Entende

reclamada ao pagamento das verbas rescisórias, incluindo FGTS E que a fusão entre as empresas com a criação, em outubro de 2017,

MULTA DE 40% DO FGTS. da empresa MULT DISTRIBUIDORA DE COSMÉTICOS (de que

Em decorrência do princípio da simplicidade, que norteia o processo eram sócios o filho dos sócios do Grupo Helga e a mãe do sócio do

trabalhista, o qual não sofreu alterações com a Lei nº 13.467, de Grupo Hanova), teria como única finalidade ocultar os sócios de fato

2017, a petição inicial ora em análise preencheu os requisitos do da nova empresa e ainda o de conseguir nova linha de crédito na

art. 840 , da CLT, a qual, frise-se, não dificultou a defesa das praça. Postula, caso não se conclua pela existência de grupo

acionadas. econômico, que se reconheça a sucessão empresarial de todas as

Rejeita-se." empresas do Grupo Helga por HNV INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE

DO MÉRITO COSMÉTICOS LTDA. Alega, ainda, que a empresa BRC BRAZIL

GRUPO ECONÔMICO. CONFIGURAÇÃO. COSMÉTICOS LTDA adquiriu em Recuperação Judicial os direitos

A sentença reconheceu o grupo econômico entre as empresas da marca mista "Helga" por cinco anos, sem jamais exercer

demandadas, consoante os seguintes fundamentos: qualquer gerência direta, pois o Sr. José Alencar Sales Júnior

"Diante da identidade da matéria (fática e jurídica), adoto continuou a exercer a direção, gerência e coordenação das

integralmente os fundamentos lançados na brilhante sentença empresas. Por essa razão, pretende a responsabilização solidária

prolatada nos autos da 0000471-51.2018.5.07.0006, de lavra da da ré BRC BRAZIL COSMÉTICOS LTDA, uma vez identificada a

magistrada Taciana Orlovicin Gonçalves Pita, acerca da fraude ocorrida e a evidente direção do efetivo sócio do Grupo

responsabilidade das empresas demandadas, nos termos a seguir: Helga.

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 477
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Em suas contestações, as rés negam a formação de grupo COSMETICOS LTDA - ME, HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA -

econômico entre as empresas do Grupo Helga e Hanova As ME, ORIGINAL COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME,

reclamadas DISTRIBUIDORA HELGA COSMETICOS LTDA - ME, MULTIPLA COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - EPP, BELLA

HELGA COSMETICOS LTDA - ME, HELGA NENDZA SALES & CIA COSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE COSMETICOS

LTDA - ME, ORIGINAL COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, ERICA

MULTIPLA COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - EPP, PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS

BELLACOSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX

COSMETICOS LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX

ERICA PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME,

COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX ROBERTO NENDZA - ME (1ª a 13ª reclamadas), nos termos do §

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX 2º do art. 2º da CLT, as quais reconheceram a formação de grupo

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, econômico entre si, encontrando-se, dentre estas, a empregadora.

ROBERTO NENDZA - ME (1ª a 13ª reclamadas), não refutam o Quanto ao grupo econômico alegado em relação aos grupos

grupo econômico entre si, tendo contestado a formação de grupo HELGA e HANOVA, a autora juntou aos autos várias fotografias

com as empresas do Grupo HANOVA (14ª a 16ª reclamadas), com com os Srs. Anderson Luid Dos Santos Severo, José Alencar Sales

a MULT DISTRIBUIDORA (17ª reclamada) e com a BCR (18ª Junior, Aline Cristina Silva Souza Severo e Érica Pontes de

reclamada), alegando que o grupo HANOVA tem como objeto social Meneses, sócios das empresa Hanova e Helga, divulgadas em meio

a produção de produtos de beleza, e que inexiste hierarquia e/ou digital em julho de 2017, anunciando a fusão entre as empresas do

coordenação entre as empresas. Sustenta que a BCR está sob a Grupo Helga com aquelas do Grupo Hanova (HNV), com

égide da Lei 11.101//05, tendo comprado o direito de utilização da fundamento na expansão e aquisições realizadas pelo grupo

marca "Helga" por cinco anos. HANOVA, podendo se perceber que nas fotos, aparece o diretor do

As reclamadas HANOVA INDUSTRIA E COMERCIO DE grupo HANOVA, o qual veste camisa com o nome HELGA NOVO

COSMETICOS LTDA - ME e ANDERSON LUID DOS SANTOS TEMPO e ainda uma figura que demonstra a junção de duas peças

SEVERO - ME reconhecem o grupo entre si e negam a formação de de quebra-cabeça nas quais constam os nomes dos dois grupos

grupo com as demais reclamadas, noticiando que são fornecedoras HANOVA e HELGA. Em que pese não haver alterações nas

de produtos à rede varejista, sendo uma das principais, o grupo estruturas das empresas formadoras dos grupos, resta claro que

HELGA, não tendo havido a fusão alegada, apenas relação houve uma intensa comunhão de interesses

fornecedor-cliente. Informam, ainda, que os fundos de comércio de econômicos/profissionais entre as empresas formadoras dos dois

empresas do Grupo Helga foram alienados por seus sócios- grupos. De acordo com a Lei 13.467/2017 são requisitos para a

proprietários da Helga para a empresa DX GROUP configuração do grupo econômico: a demonstração do interesse

PARTICIPAÇÕES E INVESTIMENTOS LTDA, que, por sua vez, integrado, a efetiva comunhão de interesses e a atuação conjunta

não possuiria qualquer ligação com o Grupo Hanova, tratando-se de das empresas integrantes. A inexistência de uma hierarquia entre

empresa de investimentos de proveniente São Paulo. as empresas não descaracteriza o grupo econômico, se há a

A demandada AL PARTICIPACOES LTDA nega a formação de demonstração de que entre as empresas ocorre clara atuação

grupo econômico com quaisquer das demais empresas. conjunta, em linha de coordenação e comunhão de interesses, o

A reclamada MULT DISTRIBUIDORA DE COSMETICOS LTDA que se verifica no caso em tela.

alega que nunca existiu de fato e nega a formação de grupo Ademais, a primeira testemunha laboral afirmou em seu

econômico com quaisquer das demais empresas. depoimento:

A ré BRC - BRAZIL COSMETICS LTDA informa que comprou os "(...) que havia comentários dentro da empresa de que ocorreu uma

direitos de uso da marca HELGA, não estando a reclamante sob fusão entre as empresas Helga e Hanova; que o gerente do

suas ordens, refutando a formação de grupo econômico com depoente comentou que ocorreria a fusão e que o depoente

quaisquer das demais empresas reclamadas e pleiteia que, em continuaria a prestar serviços para as duas empresas; que o

caso de condenação, seja de forma subsidiária. depoente já chegou, mesmo prestando serviços para a Helga,

Pois bem. prestar serviços para a Hanova, tais como rotulagem de produtos,

Inicialmente, declaro a responsabilidade solidária das empresas embalagem de mercadorias e fazendo entregas; que depois dos

DISTRIBUIDORA HELGA COSMETICOS LTDA - ME, HELGA comentários da fusão, o depoente também começou a receber

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ordens do Sr. Paulo, empregado da Hanova, responsável pela Ademais, a Sra. Aline Cristina Silva Souza Severo é também sócia

logística." da empresa HNV INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE COSMÉTICOS

Ainda, a segunda testemunha da autora noticiou: LTDA, cujo endereço eletrônico é

"que trabalhou para Helga de 01/02/2010 a 14/04/2018 na função "anderson@hanovacosméticos.com.br", conquanto o Sr. Anderson

de estoquista; que trabalhou com a reclamante; que o gerente, Liud dos Santos Severo não faça parte do corpo societário dessa

Sr.Evandro comentou com o depoente que havia sido feita uma empresa. O Sr. Anderson Liud dos Santos Severo atua, ainda,

sociedade entre a Helga e a Hanova; que, após o comentário, o como empresário individual da ANDERSON LUID DOS SANTOS

depoente também começo a prestar serviços para a Hanova SEVERO ME. Por fim, saliento que as empresas HNV INDÚSTRIA

abastecendo e descarregando as mercadorias da empresa Hanova E COMÉRCIO DE COSMÉTICOS LTDA, AL PARTICIPAÇÕES

nas seções das lojas Helga, limpando as mercadorias; que o LTDA, ANDERSON LUID DOS SANTOS SEVERO - ME e MULT

depoente não recebia ordens de nenhum empregado da Hanova; DISTRIBUIDORA DE COSMETICOS LTDA, em audiência, se

que as lojas Helga também vendiam produtos de outras indústrias e fizeram representar pelo mesmo preposto, o Sr. Luiz Gustavo

não só da empresa Hanova; que, em relação às mercadorias das Santana Severo, neste feiro e nos processos nº0000470-

outras indústrias, o abastecimento e o descarregamento de 54.2018.5.07.0010, 0000471-39.2018.5.07.0010 e 0000476-

mercadorias eram feitos por empregados destas indústrias; que a 61.2018.5.07.0010, cujos termos de audiência foram anexados aos

reclamante vendia produtos da indústria Hanova bem como de presentes autos.

outras indústrias." O fato de a empresa AL PARTICIPAÇÕES LTDA ter objetivo social

Saliente-se que o fato de terem sido alienados fundos de comércio diverso das empresas do grupo HANOVA não é suficiente para

de empresas do Grupo Helga para a empresa DX GROUP afastar a formação do grupo econômico com HNV INDÚSTRIA E

PARTICIPAÇÕES E INVESTIMENTOS LTDA não afeta a presente COMÉRCIO DE COSMÉTICOS LTDA e ANDERSON LUID DOS

demanda, pois apenas houve a alienação parcial das quotas SANTOS SEVERO - ME.

empresariais de somente algumas das empresas do Grupo. Sendo assim, reconheço que a empresa AL PARTICIPAÇÕES

Insta destacar, também, que a alegação da reclamada ANDERSON LTDA pertence ao grupo econômico HANOVA, o qual restou

LUID DOS SANTOS SEVERO ME de que a relação havida entre os condenada solidariamente, aplicando a esta a mesma

apontados conglomerados empresariais era de apenas fornecedor- responsabilidade, nos termos dos arts. 2º, § 2º, e 9º da CLT.

cliente não se sustenta, ressaltando que a mensagem eletrônica e a No que tange à reclamada MULT DISTRIBUIDORA DE

confissão de dívida datam de período anterior à "fusão" noticiada, o COSMETICOS LTDA, observa-se efetivamente formalizada em

que só veio a ocorrer em julho de 2017. 24/10/2017 pouco tempo após a fusão dos grupos HELGA e

Diante do exposto, reconheço a existência de grupo econômico por HANOVA, com atuação na vendas de produtos de higiene, tendo

coordenação entre todas as empresas dos Grupos HELGA e como sócios os Srs. Matheus Pontes Sales e Maria de Fátima dos

HANOVA, as quais declaro responsáveis solidárias pelas verbas Santos Severo, os quais são, respectivamente, o filho dos titulares

decorrentes da condenação, nos termos dos arts. 2º, § 2º, e 9º da do Grupo Helga e a mãe de um dos proprietários do Grupo Hanova

CLT. (Anderson Luid dos Santos Severo), fato não contestado em defesa.

No que concerne à reclamada AL PARTICIPAÇÕES LTDA, verifica- Sendo assim, tenho que a empresa MULT DISTRIBUIDORA DE

se que na defesa das empresas formadoras do GRUPO HELGA COSMETICOS LTDA também participa dos Grupos Helga e

restou afirmado que as empresas HANOVA INDUSTRIA E Hanova, utilizando-se da mesma estrutura empresarial para a

COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, ANDERSON LUID consecução de seus objetivos financeiros, diante do que, resta

DOS SANTOS SEVERO - ME e AL PARTICIPACOES LTDA condenada solidariamente, nos termos dos arts. 2º, § 2º, e 9º da

formam o grupo HANOVA. Nessa senda, o contrato social de CLT.

constituição da reclamada AL PARTICIPAÇÕES LTDA demonstra Por fim, quanto à ré BRC BRAZIL COSMETICS COMÉRCIO

que essa empresa tem como sócios os Srs. Anderson Liud dos VAREJISTA DE COSMÉTICOS EIRELI, verifica-se que ela

Santos Severo e Aline Cristina Silva Souza Severo, os quais se apresentou defesa através do mesmo escritório que a empregadora,

fizeram presentes ao evento em que foi anunciada a "fusão" entre na qual passou a repetir as mesmas alegações já apresentadas

os grupos empresariais, conforme fotografias anexadas aos autos. pelas 1ª a 13ª Reclamadas, além disso, observa-se que no

Ainda, o endereço eletrônico da AL PARTICIPAÇÕES LTDA comprovante de inscrição cadastral (CNPJ) consta endereço

registrado no CNPJ é "anderson@hanovacosméticos.com.br". eletrônico pertencente ao domínio da HELGA COSMÉTICOS.

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 479
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Ademais, apresentou carta de preposição que revelou mas tão somente exteriorizam a arregimentação de sociedades que

representação através do mesmo preposto que a empregadora, possuam atuação integrante em face da comunhão de interesses";

razão pela qual, deve ser solidariamente responsável pelos créditos "que a sentença de origem, em nenhum momento, cuidou de

oriundos da presente demanda, nos moldes dos arts. 2º, § 2º, e 9º demonstrar a integração de interesses entre as empresas, a

da CLT." atuação conjunta, tampouco a comunhão de interesses, mas

Pontue-se, por oportuno, que as atas de audiência em nada apenas limitou-se a discorrer, de forma bastante confusa, sobre

corroboram com a tese da demandada, uma vez que se verifica, "fusão", sendo esta manifestante inexistente no caso vertente"; "que

com extrema facilidade, que a testemunha da reclamada, Sr. os depoimentos coligidos aos autos sob a rubrica de prova

Emanuel Rodrigues de Albuquerque, arrolada em todos os emprestada fulminam a pretensão autoral, quer pelo viés da fusão,

processos, busca, sem nenhum sucesso, sustentar os termos da seja sob a óptica de agrupamento empresarial."

defesa. Não se vê nas razões recursais, com a devida vênia da parte

Ademais, por mais que tenha declarado que "que na metade do recorrente, fundamentos que infirmem convincentemente as

segundo semestre de 2017 houve uma reunião da Helga com a conclusões do juízo de primeiro grau, razão pela qual se há perfilhar

Hanova para uma parceria de fornecimento de produtos", com os motivos da decisão vergastada, ora endossados e

afirmou, posteriormente, que "soube que foi feita uma postagem integrantes das presentes razões de decidir.

no instagram da Helga onde foi usado o termo fusão com a Consoante o § 2º do art. 2º da CLT, "sempre que uma ou mais

Hanova". empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica

Por outro lado, as testemunhas Francisca Edinusia Alves de Sousa própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de

e Maria Irlane Silva Santos outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua

Desiderio, apresentadas pelas partes autoras, nas referidas atas de autonomia, integrem grupo econômico, serão responsáveis

audiências, possuem depoimentos uníssonos no que tange à solidariamente pelas obrigações decorrentes da relação de

reunião em que foi publicizada à fusão das demandadas aos emprego".

empregados são uníssonas ("que no final de julho/2017 foram Nesta esteira, o delineamento do que se convencionou chamar

convocadas para uma reunião no hotel meridional no centro da grupo econômico, pela dicção da Consolidação das Leis do

cidade onde foi comunicada por Alencar Junior, Erica Pontes e Trabalho, importa na evidência da integração dos

Aline Severo, a fusão da Helga e Hanova, com promessas de empreendimentos, de forma a vincular, direta ou indiretamente, as

que tudo iria mudar com a chegada de novos produtos, mas na empresas.

pratica tudo continuou do mesmo jeito, pois continuou Este aspecto restou caracterizado nos autos, sendo certo que se

chegando produtos da marca própria da Helga (lavi) e da Helga, verificam elementos suficientes para que seja corroborada a

os quais tinham prioridade para serem vendidos" - depoimento conclusão da sentença recorrida.

de Maria Irlane Silva Santos Desiderio) e ("que houve uma Como bem destacado pela sentença, restou demonstrada nos autos

reunião num domingo de julho/2017 onde foi comunicada a a ampla divulgação realizada nas redes sociais, em julho de 2017,

fusão da Hanova com a Helga Cosmeticos onde foram acerca da fusão das empresas do Grupo Helga com aquelas do

apresentados os novos patrões como sendo: Aline Severo e Grupo Hanova. Eis os dizeres da publicação (V. ID 0d53e9e - Pág.

seu esposo Anderson ambos donos da Hanova; que a a partir 2): "Temos o orgulho de anunciar que começou um novo tempo. O

daí a prioridade era para vender os produtos da Hanova e Lavi" Grupo HNV detentor de várias marcas como a Hanova, em um

- depoimento de Francisca Edinusia Alves de Sousa)." processo de expansão e aquisições, realizou a fusão com o Grupo

A empresa recorrente manifesta no presente recurso ordinário o seu Helga Cosméticos. Tudo isso para que os nossos clientes possam

inconformismo, alegando, em síntese: "que a fusão e o grupo ter sempre à disposição o melhor atendimento, os melhores

econômico ostentam características diametralmente opostas"; "em produtos e a melhor experiência. Transformando para melhor, o seu

que pese tenha havido, nas redes sociais, um anúncio de fusão visual e a sua vida. #HelgaNovoTempo #Hanova #GrupoHNV

entre os conglomerados Helga e Hanova, por certo, tal #GrupoHelga #Beleza #Cabelos". Com a devida vênia da parte

reagrupamento não ocorreu, máxime porque a sucessão recorrente, este aspecto é relevante para a caracterização do grupo

empresarial somente é possível em face de pessoas jurídicas econômico sob investigação, demonstrando a plena possibilidade

regularmente constituídas, o que não é o caso dos grupos de que as marcas de cada um dos grupos estejam sob a

econômicos, os quais não possuem personalidade jurídica própria, coordenação de um único conglomerado, o que afasta a tese

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 480
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recursal a respeito da estranheza de haver empresas concorrentes fusão aos trabalhadores.

no mesmo grupo econômico. Cumpre ressaltar, ainda, porquanto oportuno, que a estreita relação

Além disso, vigora no Direito do Trabalho o princípio da primazia da comercial entre as empresas dos grupos empresariais, consoante

realidade, de modo a ser imprescindível destacar a prevalência dos se denota pelas notas ficais de vendas de mercadorias anexadas

fatos da relação de emprego sobre os aspectos formais. Dessa aos autos, a meu sentir, não rechaça a formação de grupo

forma, ainda que não ultimada, ao menos formalmente, com as econômico, mas, em verdade, a reforça, evidenciando além da

devidas baixas das pessoas jurídicas, a fusão mencionada nas complementaridade entre os objetos sociais das empresas

redes sociais, não há se desconhecer que houve a junção das contratantes, o interesse integrado, a comunhão de interesses e a

empresas, que passaram a atuar integradas a um único grupo. atuação conjunta das empresas dele integrantes.

Igualmente, salvo melhor juízo, os depoimentos das testemunhas Destarte, o quadro encontrado no presente feito permite a

não afastam o reconhecimento do grupo econômico. Ao revés, conclusão de que a empresa ora recorrente integra grupo

confirmam a fusão entre as empresas. Destaca-se, a este respeito, econômico com as reclamadas do grupo Helga. Importa examinar a

o depoimento da primeira testemunha da parte reclamante, Sra. presença de elementos objetivos capazes de demonstrar que as

Maria Irlane Silva Santos Desiderio, ouvida no processo nº 0000470 empresas estavam integradas no mesmo grupo. É o que se

-54.2018.5.07.0010 (Ata de audiência de ID 5cd9c24 - Pág. 4), constatou à exaustão no presente feito.

trazido por empréstimo ao conjunto probatório pelas próprias Por oportuno, colhe-se o seguinte precedente jurisprudencial:

reclamadas, revelador de "(...) que no final de julho/2017 foram "Grupo econômico. Relação inter-empresarial. O grupo econômico

convocadas para uma reunião no hotel meridional no centro da para fins justrabalhistas não necessita se revestir das modalidades

cidade onde foi comunicada por Alencar Junior, Erica Pontes e Aline jurídicas típicas do Direito Econômico ou Direito Comercial

Severo, a fusão da Helga e Hanova, com promessas de que tudo (holdings, consórcios, pools etc.). Não se exige, sequer, a prova

iria mudar com a chegada de novos produtos, mas na pratica tudo de sua formal institucionalização cartorial: pode-se acolher a

continuou do mesmo jeito, pois continuou chegando produtos da existência do grupo desde que surjam evidências probatórias

marca propria da Helga (lavi) e da Helga, os quais tinham prioridade de que estão presentes os elementos de integração inter-

para serem vendidos, e das outras marcas continuaram escassos". empresarial (abrangência subjetiva e nexo relacional) de que

Veja-se que a fusão foi comunicada aos empregados em reunião, fala a CLT (art. 2º, § 2º)" (Processo 00409002020085010025, TRT

constatação que reforça a ideia do grupo econômico, referindo-se a 1ª Região - 8ª Turma, Relatora Desembargadora Dalva Amélia de

depoente a tudo ter "continuado do mesmo jeito" ao modus Oliveira, Publicado em 30/06/2014)(destaquei).

operandi das vendas dos produtos e não à ausência de formação NEGA-SE PROVIMENTO.

de grupo. A testemunha em questão ainda revelou que as diversas CONCLUSÃO DO VOTO

marcas apresentavam seus produtos e realizavam treinamentos, Por unanimidade, conhecer do recurso ordinário para, rejeitar as

mas que com a Hanova o processo foi diferente, pois, além de ter preliminares suscitadas e, no mérito, por maioria, negar-lhe

sido comunicada a fusão, não houve interrupção do fornecimento de provimento.

mercadorias para serem vendidas nas lojas Helga, o que ocorreu DISPOSITIVO

com outros fornecedores em face das dívidas da empregadora ACORDAM OS INTEGRANTES DA 2.ª TURMA DO TRIBUNAL

originária. REGIONAL DO TRABALHO DA 7.ª REGIÃO, por unanimidade,

Não se olvida o depoimento da testemunha convidada pelas conhecer do recurso ordinário para, rejeitar as preliminares

reclamadas, Sr. Emanuel Rodrigues de Albuquerque, ouvida nos suscitadas e, no mérito, por maioria, negar-lhe provimento. Vencido

processos (461-92.2018.5.07.0010, 470-54.2018.5.07.0010 e 471- o Desembargador Relator, que dava provimento ao apelo, para

39.2018.5.07.0010) trazidos por empréstimo ao conjunto probatório, excluir da condenação a responsabilidade solidária da reclamada

cujas declarações transparecem a ideia de demonstrar ter havido HNV INDÚSTRIA E COSMÉTICOS LTDA. Redigirá o acórdão o

apenas uma relação comercial, mas não uma fusão, entre as Desembargador Cláudio Soares Pires, com a integração do voto

empresas do grupo Helga e do grupo Hanova. Contudo, diante dos vencido.

demais elementos probatórios dos autos, não há de prevalecer o Participaram do julgamento os Exmos. Srs. Desembargadores

quadro traçado pelo depoente, sendo de se destacar que ele próprio Francisco José Gomes da Silva (Presidente e Relator), Cláudio

admite não ter participado da reunião ocorrida em julho de 2017 (V. Soares Pires e Paulo Régis Machado Botelho. Presente ainda o(a)

ID's 5cd9c24 - Pág. 6 e 8eb6395 - Pág. 6), na qual fora anunciada a Exmo(a). Sr(a). membro do Ministério Público do Trabalho. Em gozo

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 481
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

de férias o Exmo. Sr. Desembargador Jefferson Quesado Junior. Destaca, em seguida, que os aludidos depoimentos também não

Fortaleza, 14 de outubro de 2019. integram o arcabouço das provas emprestadas acostada aos autos,

INTEGRA O PRESENTE ACÓRDÃO O VOTO VENCIDO DO EXMº mediante convenção de ambas as partes; que o Juízo a quo utilizou

DESEMBARGADOR FRANCISCO JOSÉ GOMES DA SILVA, in como fundamento da procedência da pretensão autoral, da mera

verbis: cópia de uma transcrição parcial realizada no bojo de uma sentença

EMENTA: PROVA EMPRESTADA. PREVISÃO LEGAL. proferida em processo paradigma, a qual, por sua vez, utilizou,

CONTRADITÓRIO OBSERVADO. O novo CPC trouxe permissivo naquele momento, o depoimento testemunhal na condição de prova

expresso quanto à possibilidade de utilização da prova emprestada, emprestada, a qual, por certo, não integra o presente feito.

desde que observado o contraditório, conforme previsão no art. 372. Ressalta, igualmente, que as reportadas transcrições carregam

Assim, havendo previsão legal para utilização da prova emprestada relatos fáticos que não integram as razões da exordial, impondo

e, observando que no processo nº 0000471-51.2018.5.07.0006 as reconhecer a total inovação da lide, em absoluta violação ao art.

partes foram submetidas ao contraditório e, havendo identidade dos 141 do CPC/15.

fatos probandos nos processos, rejeita-se a alegativa de Em razão do exposto, requer a nulidade da sentença e o retorno

cerceamento de defesa. Preliminar rejeitada. dos autos para que haja um novo julgamento, desta feita, em

PETIÇÃO INICIAL. ART. 840, §1º DA CLT. O processo trabalhista conformidade com o acervo fático-probatório do caso sub examine.

é regido pelo princípio da simplicidade das formas, consagrado no À análise.

art. 840, § 1º, da CLT, segundo o qual basta uma breve exposição Em audiência de instrução, as Reclamadas requereram a juntada

dos fatos para se considerar apta a exordial. Em decorrência do de provas emprestadas, relativo aos depoimentos testemunhais dos

princípio da simplicidade, que norteia o processo trabalhista, o qual processos 461-92.2018.5.07.0010, 470-54.2018.5.07.0010 e 471-

não sofreu alterações com a Lei nº 13.467, de 2017, verifica-se que 39.2018.5.07.0010 (ID. bae0442, ID. ed35241, ID. 5cd9c24, ID.

a petição inicial atendeu integralmente os requisitos do art. 840, da 8eb6395).

CLT. Preliminar rejeitada. O Juízo, ao proferir a sentença, utilizou para o reconhecimento da

EXISTÊNCIA DE GRUPO ECONÔMICO. ART. 2º, DA CLT. ÔNUS existência de Grupo Econômico entre as acionadas (Grupo Hanova-

DA PROVA. ART. 818, DA CLT C/C ART. 373, DO NCPC. Helga) como prova emprestada, os fundamento os lançados na

AUSÊNCIA DE PROVA. Não tendo a reclamante comprovado a sentença prolatada nos autos do processo nº 0000471-

existência do alegado grupo econômico Helga-Hanova, composto 51.2018.5.07.0006, de lavra da magistrada Taciana Orlovicin

de diversas empresas, reforma-se a sentença para afastar a Gonçalves Pita (ID. 984dd8d).

responsabilidade solidária pretendida pela autora. Nesse ponto, destaco, inicialmente, que o novo CPC trouxe

RECURSO CONHECIDO E DADO PROVIMENTO PARCIAL permissivo expresso quanto à possibilidade de utilização da prova

FUNDAMENTAÇÃO: emprestada, desde que observado o contraditório, conforme

ADMISSIBILIDADE previsão no art. 372, que assim dispõe:

Acolhe-se o presente recurso, uma vez que preenchidos os Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em

requisitos de admissibilidade. outro processo, atribuindo-lhe o valor que considerar adequado,

DO MÉRITO observado o contraditório".

PRELIMINARES Assim, havendo previsão legal para utilização da prova emprestada

DA NULIDADE DA SENTENÇA- DA UTILIZAÇÃO DA PROVA e, observando que no processo nº 0000471-51.2018.5.07.0006 as

EMPRESTADA - DO ALEGADO CERCEAMENTO DE DEFESA partes foram submetidas ao contraditório e, havendo identidade dos

Aduz a recorrente, preliminarmente, que houve cerceamento de seu fatos probandos nos processos, rejeita-se a alegativa de

direito de defesa, ao argumento de que o juízo, ao adotar cerceamento de defesa.

integralmente a motivação da sentença proferida na reclamatória Quanto a alegativa de que as reportadas transcrições dos

trabalhista 0000471-51.2018.5.07.0006, construiu o seu depoimentos carregam relatos fáticos que não integram as razões

entendimento, a partir das provas orais ali consignadas, mas que, da exordial, não merece acolhida, posto que a causa de pedir da

tais elementos probatórios não foram publicizadas à ora recorrente autora, no que se refere a responsabilidade solidária das acionadas,

no presente feito, com vistas à garantia do contraditório e da ampla trata justamente na alegada formação de grupo econômico entre as

defesa, verificando-se, pois, uma patente violação ao que dispõe o empresas, objeto da prova naqueles autos.

art. 312 do CPC/15. Os depoimentos constantes na prova emprestada utilizada pelo

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 482
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Juízo a quo dizem respeito aos fatos relacionados pela autora, no partes. Assim, a mera alegação da reclamada de que não

que pertine a alegada formação de grupo econômico entre as concordou com a utilização de prova emprestada não é suficiente

acionadas GRUPO HELGA (DISTR IBUIDORA HELGA para inviabilizar a sua utilização nestes autos. Precedentes.

COSMETICOS LTDA - ME, HELGA COSMETICOS LTDA - ME, Recurso de revista não conhecido" (TST, ARR - 3600-

HELGA NENDZA SALES & CIA LTDA - ME, ORIGINAL 29.2010.5.12.0031 Data de Julgamento: 15/02/2017, Relator

COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, MULTIPLA Ministro: José Roberto Freire Pimenta, 2ª Turma, Data de

COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - EPP, BELLA Publicação: DEJT 17/02/2017).

COSMETICOS LTDA - EPP, J R COMERCIO DE COSMETICOS "B) RECURSO DE REVISTA. 1. NULIDADE DA SENTENÇA.

LTDA - ME, JOSE ALENCAR SALES JUNIOR - ME, ERICA CERCEAMENTO DE DEFESA. UTILIZAÇÃO DE PROVA

PONTES DE MENESES, ALENCARINE COSMETICOS EMPRESTADA SEM ANUÊNCIA. O Regional entendeu que a

COMERCIO VAREJISTA E TREINAMENTOS EIRELI, CRX utilização de prova emprestada consubstanciada em certidão de

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME, VRX averiguação produzida em outros autos, no qual a reclamada figura

COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA - ME e como parte, não configura cerceamento de defesa, ante a

ROBERTO NENDZA - ME) e GRUPO HANOVA - HNV (HANOVA semelhança fática existente entre os processos, assim como da

INDUSTRIA E COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - ME, AL observância do contraditório e da ampla defesa. Com efeito, esta

PARTICIPAÇÕES LTDA, ANDERSON LUID DOS SANTOS Corte tem se posicionado no sentido de ser possível a utilização da

SEVERO - ME e MULT DISTRIBUIDORA DE COSMETICOS prova emprestada, não sendo imprescindível a anuência da parte

LTDA), assim como referem-se as mesmas demandadas, sendo adversa. Recurso de revista não conhecido" (TST, RR - 940-

permitido sua valoração como se houvesse sido produzida 27.2013.5.18.0181 Data de Julgamento: 09/11/2016, Relatora

diretamente nos autos examinados. Ministra: Dora Maria da Costa, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT

Nesse ponto, frise-se, não há vício em virtude de o Juízo ter 11/11/2016).

utilizado a fundamentação da sentença, a qual considerou para Preliminar rejeitada.

formação do convencimento da magistrada, depoimentos os quais INÉPCIA DA INICIAL

foram respeitados o contraditório quando produzida em processos Requer o Recorrente, o reconhecimento da inépcia do pedido

judiciais, máxime,quando envolvendo a mesma empresa e quando relativo às parcelas de FGTS + 40%, e a extinção do pleito sem

os fatos guardam correlação com os da presente ação. resolução de mérito, à luz do que dispõe o art. 485, I, do CPC/15,

Nesse mesmo entendimento, colaciona-se a atual jurisprudência do sob o fundamento de que, a parte recorrida, em sua peça de

Tribunal Superior do Trabalho, in verbis: ingresso, inobstante tenha somente assentado as datas de ingresso

UTILIZAÇÃO DE PROVA EMPRESTADA. POSSIBILIDADE. e de dispensa, realizou o pedido correspondente às parcelas de

IDENTIDADE FÁTICA. MESMAS RECLAMADAS. FGTS, em conjunto com a indenização adicional de 40% sobre o

DESNECESSIDADE DE PRÉVIA CONCORDÂNCIA DA PARTE saldo fundiário.

CONTRÁRIA. AUSÊNCIA DE CERCEAMENTO DE DEFESA. Sem razão.

NULIDADE PROCESSUAL NÃO CONFIGURADA. Esta Corte O processo trabalhista é regido pelo princípio da simplicidade das

admite a utilização da prova emprestada, desde que haja a formas, consagrado no art. 840, § 1º, da CLT, segundo o qual basta

identidade dos fatos considerados no documento emprestado e no uma breve exposição dos fatos para se considerar apta a exordial.

caso em julgamento, assim como ocorrido nesta hipótese, em que o Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal.

Regional registrou que"a prova emprestada foi produzida em § 1º - Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do

processo judicial que envolvia as mesmas rés da presente ação, Presidente da Junta, ou do juiz de direito a quem for dirigida, a

tendo sido observadas as formalidades estabelecidas em lei para a qualificação do reclamante e do reclamado, uma breve exposição

sua produção, bem como o princípio do contraditório. Segundo, dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, a data e a assinatura

porque os fatos a serem comprovados guardam correlação com os do reclamante ou de seu representante.

da presente ação. Terceiro, porque a referida prova emprestada foi § 1o Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do

valorada pelo Juízo segundo o princípio do livre convencimento juízo, a qualificação das partes, a breve exposição dos fatos de que

motivado, em conjunto com as demais provas dos autos". resulte o dissídio, o pedido, que deverá ser certo, determinado e

Importante salientar também que a utilização de prova emprestada com indicação de seu valor, a data e a assinatura do reclamante ou

não está condicionada à prévia anuência e concordância das de seu representante. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 483
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

§ 2º - Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em 2 (duas) FORMAÇÃO DE GRUPO ECONÔMICO.

vias datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no Na peça de ingresso, requer o reclamante que seja caracterizada a

que couber, o disposto no parágrafo anterior. condição da segunda (VRX COMÉRCIO COSMÉTICOS E

§ 2o Se verbal, a reclamação será reduzida a termo, em duas vias BIJUTERIAS LTDA) e terceira reclamada (HANOVA

datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário, observado, no que COSMÉTICOS), de responsáveis solidárias pelos encargos

couber, o disposto no § 1o deste artigo. (Redação dada pela Lei nº trabalhistas da primeira reclamada, HELGA COSMÉTICOS, em

13.467, de 2017) função da existência de grupo econômico.

§ 3o Os pedidos que não atendam ao disposto no § 1o deste artigo Afirma que a primeira, segunda e terceira reclamadas foram

serão julgados extintos sem resolução do mérito. (Incluído pela Lei criadas, são dirigidas e controladas pelo pela Sra. Erica Pontes de

nº 13.467, de 2017) Meneses, que não aparece no contrato social da terceira

Como se observa, a Lei n. 13.467/17 fez referência expressa aos reclamada, HANOVA COSMÉTICOS, pois utilizou terceiro como

requisitos da petição inicial trabalhista, dispondo no § 1º do art. 840 laranja.

da CLT que o pedido deva "ser certo, determinado e com indicação Ressalta, que os objetos sociais das empresas são

de seu valor". complementares, visto todas possuírem o mesmo objeto social e

No caso, em relação ao pedido de pagamento do FGTS e multa finalidade, sendo patente a formação de grupo econômico entre

rescisória, o reclamante fez pedido certo, determinado e com elas.

indicação do valores pois da sua causa de pedir, entende-se No mérito, defende a recorrente, em síntese, a inexistência de fusão

logicamente que o autor fora demitido sem justa causa e sem e formação de grupo econômico com o GRUPO HELGA, sendo

recebimento de suas verbas rescisórias, fato este, incontroverso indevida a sua responsabilidade solidária pelos créditos deferidos

nos autos. ao autor na presente reclamação trabalhista.

Na narrativa dos fatos, o acionante afirmou que ingressou na Argumenta que, em que pese tenha havido, nas redes sociais, um

reclamada no dia 01/08/2010, para exercer a função de gerente, anúncio de fusão entre os conglomerados Helga e Hanova, por

sendo demitida sem justa causa em 29/03/2018; que o último certo, tal reagrupamento não ocorreu, máxime porque a sucessão

salário percebido foi de R$ 3.200,00 (três mil e duzentos reais); que empresarial somente é possível em face de pessoas jurídicas

quando de sua demissão não recebeu qualquer valor, assim como regularmente constituídas, o que não é o caso dos grupos

não fora liberado Seguro Desemprego e FGTS, motivo pelo qual econômicos, os quais não possuem personalidade jurídica própria,

pleiteia a liberação dos mesmos em sede de tutela antecipada; que mas tão somente exteriorizam a arregimentação de sociedades que

o FGTS se encontra depositado apenas de forma parcial, apenas o possuam atuação integrante em face da comunhão de interesses, o

valor de R$ 8.000,00 (oito mil reais). que, também, não retrata o caso dos autos.

Em seguida, requereu que, Tendo em vista os argumentos jurídicos Esclarece, adiante, que há uma mera relação comercial, havendo

apresentados, ajuíza-se a presente Reclamação Trabalhista no total independência entre as empresas do GRUPO HANOVA em

intuito de serem satisfeitos todos os direitos da reclamante, quais relação às componentes do GRUPO HELGA, sendo a recorrente,

sejam: Saldo Salário, Aviso Prévio de 51 dias, 13º salário e férias mera fornecedora de produtos para o conglomerado empresarial

sobre aviso prévio, FGTS sobre rescisão, 13º salário proporcional HELGA, sem haver contudo, qualquer integração de interesses

3/12 de 2018, férias simples 2016/2017 e proporcionais 2017/2018 entre as empresas ou atuação conjunta.

todas acrescidas do terço constitucional, FGTS e multa de 40%. À análise.

Em relação ao rol dos pedidos, o autor requereu a condenação da A lei nº 13.467, de 13 de julho de 2017 que alterou a Consolidação

reclamada ao pagamento das verbas rescisórias, incluindo FGTS E das Leis do Trabalho (CLT) trouxe novos parâmetros para

MULTA DE 40% DO FGTS. responsabilização de empresas terceiras.

Em decorrência do princípio da simplicidade, que norteia o processo A nova redação alterou o parágrafo 2º e acrescentou o parágrafo 3º

trabalhista, o qual não sofreu alterações com a Lei nº 13.467, de a este artigo, conforme transcrição seguinte:

2017, a petição inicial ora em análise preencheu os requisitos do Art. 2º - Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva,

art. 840 , da CLT, a qual, frise-se, não dificultou a defesa das que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria

acionadas. e dirige a prestação pessoal de serviço.

Rejeita-se. § 1º - Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da

DO MÉRITO relação de emprego, os profissionais liberais, as instituições de

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 484
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem para que cada caso seja analisado com suas peculiaridades, sendo

fins lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados. ônus do autor a prova de suas alegações ( art. 818, da CLT c/c art.

§ 2º Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada 373, do NCPC).

uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a No caso em análise, o autor fundamenta sua pretensão com base

direção, controle ou administração de outra, ou ainda quando, em notícias veiculadas nas redes sociais de possível fusão entre os

mesmo guardando cada uma sua autonomia, integrem grupo grupos Helga Cosméticos e HNV, assim como colaciona fotos em

econômico, serão responsáveis solidariamente pelas que retrata parcerias entre as duas empresas, ID. 0d53e9e, sem,

obrigações decorrentes da relação de emprego. contudo, apresentar qualquer prova que indique ter realmente

§ 3º Não caracteriza grupo econômico a mera identidade de ocorrido a "FUSÃO" das empresas, ou qualquer relação de

sócios, sendo necessárias, para a configuração do grupo, a coordenação entre elas.

demonstração do interesse integrado, a efetiva comunhão de Ao revés, a acionada Hanova Indústria e Comércio de Cosméticos

interesses e a atuação conjunta das empresas dele integrantes. Ltda colacionou aos autos documentos que demonstram a relação

(destaquei) de vendas de mercadorias para as empresas integrantes do grupo

A nova redação do art. 2º, além de manter a hipótese do grupo Helga (CRX COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA

econômico hierarquizado ou sob subordinação, introduz, ME, ALENCARINE COSMETICOS COMERCIO VAREJISTA E

expressamente, o outro modelo de grupo econômico, vertical, ou TREINAMENTO EIREL, HELGA MEDZA SALES & CIA LTDA -ME,

sob coordenação, trazendo para o texto legal, o entendimento dos ORIGINAL COMERCIO DE COSMETICOS LTDA ME, VRX

Tribunais Regionais do Trabalho e do TST quanto a configuração de COMERCIO DE COSMETICOS E BIJUTERIAS LTDA ME, JOSE

grupo econômico. ALENCAR SALES JUNIOR- ME, ORIGINAL COMERCIO DE

Com relação a este modelo de grupo econômico coordenado, a COSMETICOS LTDA- ME, tais como notas fiscais de vendas de

Desembargadora Dra. Vólia Bomfim Cassar, do TRT da 1ª Região, mercadorias, termo de confissão de dívida e e-mails em que se

em seu livro Direito do Trabalho, afirma que: evidencia a parceria comercial entre as empresas ( venda de

Os grupos econômicos por coordenação se apresentam quando mercadorias), ID. de4b07e, ID. 4c4a838.

houver reunião de interesses para execução de determinado Na audiência de instrução, as reclamadas requerem a juntada de

empreendimento, tendo ou não o mesmo controle ou administração provas emprestadas (processos nºs. 461-92.2018.5.07.0010, 470-

comum. Logo, os grupos por coordenação podem ter relação de 54.2018.5.07.0010 e 471-39.2018.5.07.0010, tendo a autora

controle entre si, numa linha horizontal e não vertical. Isto é, não concordado com a juntada dos referidos depoimentos.

haverá, no grupo horizontal, uma empresa controladora e outra(s) No termo de audiência relativo ao processo nº. 0000461-

controlada(s), uma líder (holding) e outras lideradas. Todas são 92.2018.5.07.0010, a testemunha da reclamante afirmou que:

interligadas entre si e, apesar de autônomas e independentes, estão Primeira testemunha arrolada pela parte Reclamante Sr(a).

interligadas pela ingerência, administração comum, como se Francisca Edinusia Alves de Sousa: " (...)"que trabalhou na

subordinadas umas às outras administrativamente. Por trás desta reclamada Helga Cosméticos de 01/06/2006 a 23/02/2018 na

administração comum pode estar um sócio ou alguns sócios ou função de vendedora; que o reclamante, depoente e todos os

pessoa física no controle.(CASSAR, 2017,p.429). funcionários foram demitidos sem pagamento de verbas rescisórias

Logo, o aproveitamento dos serviços prestados pelo trabalhador por e nem do salário do último mês; que depoente trabalhou até

sociedades empresárias que mantenham relação de coordenação 23/fevereiro/2018, não sabendo o ultimo dia labutado pelo

entre si, formando o grupo econômico trabalhista, serão todas, por reclamante; que recebia ordem direta dos gerentes Luxeles,

consequência, responsabilizadas pela contraprestação devida ao Rosângela, Francisca Cirlane, os quais eram gerentes da loja

obreiro, atraindo a incidência do § 2º do artigo 2º da CLT do shopping Central da Helga Nendza Sales .". ÀS PERGUNTAS

(coordenação interempresarial). DO(A) PATRONO(A) DO(A) PARTE RECLAMANTE RESPONDEU:

Estabeleceu, igualmente, que "não caracteriza grupo econômico a "que houve uma reunião num domingo de julho/2017 onde foi

mera identidade de sócios. Assim, o patrimônio de empresas que comunicada a fusão da Hanova com a Helga Cosmeticos onde

têm sócios comuns, porém com atuam em setores diversos, estarão foram apresentados os novos patrões como sendo: Aline

resguardadas. Severo e seu esposo Anderson ambos donos da Hanova; que a

Portanto, a análise da existência ou não da formação de um grupo a partir daí a prioridade era para vender os produtos da Hanova

econômico, deve-se observar o princípio da primazia da realidade, e Lavi, mesmo tendo outras marcas, mas a Hanova e Lavi

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 485
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

deveriam estar em primeiro lugar nas vendas; que antes da lojas da Helga, muito menos assumiu o comando dessa; que a

reunião já vendiam todo tipo de produto e de varias marcas, continuou a vendendo normalmente para as outras lojas, como

inclusive dos ora citados; que os proprietários da Helga e Hanova Cosbel, Anavi, Iap e outras; que não houve a fusão da Hanova com

estavam presentes na reunião, sendo Erica PontesMenezes e a Helga; que havia procedimento de cobrança normal das vendas

Alencar Junior proprietários da Helga.". ÀS PERGUNTAS DO DO(A) dos produtos Hanova;." ÀS PERGUNTAS DO DO(A) PATRONO(A)

PATRONO(A) DO(A) PARTE RECLAMADA RESPONDEU: "que DO(A) PARTE RECLAMANTE RESPONDEU: "que a reunião tem

depois da reunião depoente continuou trabalhando na mesma um caráter de marketing e não para apresentar fusão; que não

loja e o reclamante também, mas ambos trabalhavam em lojas houve comunicação formal da fusão entre a Hanova e Helga, mas

diferentes; que na reunião estavam os vendedores e gerentes; depoente soube que foi feita uma postagem no instagram da

que a faixada das lojas continuaram iguais; que não houve Helga onde foi usado o termo fusão com a Hanova; que quanto

mudança da chefia após a reunião, mas a sua chefe Luxeles ao doc. de fl. 8 se tratam das pessoas de Anderson (proprietário da

teve um problema de saúde e foi transferida para loja de Hanova) e Junior (proprietária da Helga) e o doc. de fl. 9 tratam das

Messejana, tendo ficado como gerente Rosangela; que Luxeles pessoas Aline (proprietária da Hanova) e Erica (proprietária da

e Rosangela eram gerentes da Helga; (...)." ( grifos nosso) Helga); (...)."( grifos nosso)

Conforme se extrai do depoimento supra, não se trata o caso de " No termo de audiência relativo ao processo nº. 0000470-

fusão" entre as empresas, tanto que a partir da reunião ocorrida em 54.2018.5.07.0010, o reclamante afirmou que :

julho de 2017, nada foi alterado na estrutura organizacional da O DEPOIMENTO PESSOAL DO RECLAMANTE: '" que depoente

empresa, assim como layout das lojas, tratando-se, na verdade, de era subgerente, que atuava em várias lojas da Helga e trabalhou até

um marketing e ações para incremento das vendas, através da 07/04/2018 porque as lojas fecharam, tendo a sra. Erica Pontes

fornecedora dos produtos, empresa HANOVA INDUSTRIA E (dona da Helga, esposa de Alencar Junior) comunicado a dispensa

COMERCIO DE COSMETICOS LTDA, fato este, confirmado pelos os quais eram chefes do depoente; (...) ; que a Helga vendia

depoimentos de reclamantes e testemunhas dos processos produtos de marca própria (Lavi), mas também da Hanova, Fatore,

utilizados como provas emprestadas nos autos, vejamos: Corpo Dourado e outros; que em julho/2017 houve a fusão da

Convocada a primeira testemunha arrolada pelas Reclamadas Hanova com a Helga, no que a prioridade passou a ser para vender

HANOVA INDUSTRIA E COMERCIO DE COSMETICOS LTDA - produtos da Hanova e Lavi, mas ainda assim, a Helga continuou a

ME, AL PARTICIPACOES LTDA, ANDERSON LUID DOS vender produtos de outras marcas que já tinham estoque nas

SANTOS SEVERO - ME e MULT DISTRIBUIDORA DE lojas, e também continuou comprando produtos de outras

COSMETICOS LTDA, Sr(a). Emanuel Rodrigues de Albuquerque marcas para vender nas suas lojas; que as fachadas das lojas

(...): "que trabalha na Hanova desde março/2016 como gerente da Helga continuaram com o mesmo nome, após a fusão, e as

administrativo financeiro; ." ÀS PERGUNTAS DO(A) PATRONO(A) notas fiscais das vendas eram com o nome da Helga; que a

DO(A) PARTE RECLAMADA RESPONDEU: "que na metade do fusão da Helga e Hanova foi para o crescimento da Helga, mas

segundo semestre de 2017 houve uma reunião da Helga com a o dia a dia de trabalho continuou o mesmo de antes, porém

Hanova para uma parceria de fornecimento de produtos, pois a com a informação de que deveriam vender mais os produtos da

Hanova é uma industria; que o fornecimento dos produtos continuou Helga. ( grifos nosso)

da mesma forma, pois a Helga permaneceu como uma cliente Primeira testemunha arrolada pela parte Reclamante Sr(a).

norma; que a parceria teve o objetivo de aumentar o volume de Maria Irlane Silva Santos Desiderio: " (...) que no final de

vendas nas lojas e de fato aumentou, mas só no primeiro mês, julho/2017 foram convocadas para uma reunião no hotel meridional

pois logo em seguida a Helga entrou novamente em dificuldades no centro da cidade onde foi comunicada por Alencar Junior, Erica

financeiras e não conseguiu pagar os produtos que comprava, pois Pontes e Aline Severo, a fusão da Helga e Hanova, com promessas

a divida já estava muito alta, de modo que a Helga não conseguia de que tudo iria mudar com a chegada de novos produtos, mas na

pagar nada na sua totalidade; que é uma prática comum serem pratica tudo continuou do mesmo jeito, pois continuou

feitas ações com as distribuidoras para estimular as vendas, e chegando produtos da marca propria da Helga (lavi) e da Helga,

os proprietários da Hanova comparecem pelo fato de que o os quais tinham prioridade para serem vendidos, e das outras

distribuidor Helga ser de grande porte, como também de outros marcas continuaram escassos; que sempre recebeu ordens

distribuidores; que na época da parceria a Helga já estava em das mesmas pessoas (Erica e Alencar), os quais pagavam o

débito com a Hanova; que a Hanova não colocou pessoas na salário da depoente; que todas as lojas da Helga fecharam; .".

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 486
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

GABRIELA MARTINS ADVOGADO(OAB: 14487/RN)


(...).( grifos nosso) DE ANCHIETA
RODRIGUES
No termo de audiência relativo ao processo nº. 0000471- LUCIANA MARIA DE ADVOGADO(OAB: 6293/RN)
MEDEIROS SILVA
39.2018.5.07.0010 a reclamante afirmou que:
RECORRIDO CARLOS ALBERTO DE OLIVEIRA
DEPOIMENTO PESSOAL DO RECLAMANTE MARIA CLEOMAR LOPES
RENATA PINTO ADVOGADO(OAB: 23296/CE)
FERREIRA DE SOUSA ALMEIDA: " (...) que depoente era gerente COELHO
da loja Helga situada na Rua Floriano Peixoto 577, e trabalhou de
Intimado(s)/Citado(s):
01/03/2003 até 14/04/2018: " (...)que as fachadas das lojas da
- PETROLEO BRASILEIRO S A PETROBRAS
Helga continuaram com o mesmo nome, após a fusão, e as notas

fiscais das vendas eram com o nome da Helga; que a fusão da

Helga e Hanova foi para o crescimento da Helga, mas o dia a dia de

trabalho continuou o mesmo de antes, porém com a informação de PODER JUDICIÁRIO

que deveriam vender mais os produtos da Hanova; (...)." JUSTIÇA DO TRABALHO

Havendo fusão ou incorporação de empresas, há a alteração na

estrutura jurídica da empresa, o que in casu, não há provas nos


PROCESSO nº 0001270-70.2018.5.07.0014 (RORSum)
autos, não sendo suficiente a propaganda disseminada em reunião
RECORRENTE: PETROLEO BRASILEIRO S A PETROBRAS
de empregados e redes sociais.
RECORRIDO: CARLOS ALBERTO DE OLIVEIRA LOPES
O que extrai dos depoimentos, é que a ideia inicial de postar nas
RELATOR: JEFFERSON QUESADO
redes sociais de que haveria a fusão das empresas, trata-se, tão

somente, de marketing para alavancar as vendas da empresa

Helga, a qual, na época, já se encontrava com dificuldades

financeiras.
RELATÓRIO
Diante do exposto, considerando que a autora não se desincumbiu

de seu ônus probatório, reforma-se a sentença para excluir a

responsabilidade solidária da reclamada HNV INDÚSTRIA E


RITO SUMARÍSSIMO. Relatório dispensado, em face do disposto
COSMÉTICOS LTDA.
no art. 852, inciso I da CLT.
DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

Uma vez excluída a responsabilidade solidária da ora recorrente, o


FUNDAMENTAÇÃO
presente apelo, no ponto, segue a sorte do principal.

CONCLUSÃO DO VOTO VENCIDO:


O MM. Juízo da 14ª Vara do Trabalho de Fortaleza julgou

procedente (Id d0bb6f4) a ação trabalhista ajuizada por CARLOS


Isto posto, voto pelo conhecimento do recurso ordinário para,
ALBERTO DE OLIVEIRA LOPES em face de PETROLEO
rejeitar as preliminares suscitadas e, no mérito, dar-lhe provimento
BRASILEIRO SA PETROBRÁS condenando a reclamada na
para excluir a responsabilidade solidária da reclamada HNV
obrigação de arcar com procedimento cirúrgico no reclamante,
INDÚSTRIA E COSMÉTICOS LTDA."
confirmando a tutela de urgência concedida e a pagar a indenização

por danos morais na quantia de R$ 11.000,00 e honorários de


CLAUDIO SOARES PIRES
sucumbência.
Desembargador Redator Designado
Recorre ordinariamente a reclamada (Id 9d6edc2) pugnando pela

reforma do decisum de 1º grau para indeferir os benefícios da


FORTALEZA/CE, 28 de fevereiro de 2020.
justiça gratuita ao reclamante e reverter a condenação sob o

argumento que não pode arcar integralmente com os procedimentos


MARIA DO SOCORRO RODRIGUES GONCALVES
escolhidos pelo recorrido e que inexiste danos a reparar, eis que a
Diretor de Secretaria
demandada realizou o reembolso dos valores em conformidade com

Processo Nº RORSum-0001270-70.2018.5.07.0014 as tabelas e regras internas que regem o Programa.


Relator JEFFERSON QUESADO JUNIOR Contrarrazões apresentadas, Id 01caa07.
RECORRENTE PETROLEO BRASILEIRO S A
PETROBRAS A presente lide, em virtude do seu valor e nos termos do art. 852 da

CLT, submete-se ao rito sumaríssimo, cujo recurso ordinário é

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 487
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

regido pelos ditames do art. 895, § 1º da CLT, o qual dispõe: e 381 do C. TST.

"Terá acórdão consistente unicamente na certidão de 2.3. CONTRIBUIÇÕES FISCAIS E PREVIDENCIÁRIAS

julgamento com a indicação suficiente do processo e parte Não há, diante da natureza estritamente indenizatória da

dispositiva, e das razões de decidir do voto prevalente. Se a condenação.

sentença for confirmada pelo próprios fundamentos, a certidão 2.4. JUSTIÇA GRATUITA

de julgamento, registrando tal circunstância, servirá de Deixa-se de conceder, eis que no caso presente a presunção é

acórdão." contrária à hipossuficiência econômica do reclamante, novel

Pela análise dos autos, verifica-se que nenhum reparo merece a requisito do benefício em tela (CLT, art. 790, § 4º), que também não

sentença recorrida. Assim, diante de tal constatação e das restou demonstrado de qualquer forma.

disposições acima elencadas, pede-se vênia para transcrever a 2.5. HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA

decisão de primeiro grau de mérito, a qual será mantida pelos seus Deferidos para o reclamante, no patamar de 10% do valor líquido

próprios e jurídicos fundamentos. que cabe a ele. Quanto à verba honorária devida por este, fixa-se

"2. FUNDAMENTAÇÃO em R$ 1.000,00, com exigibilidade suspensa (CLT, art. 791-A, § 4º).

2.1. MÉRITO: NEGAÇÃO A PROCEDIMENTO CIRÚRGICO / 3. DISPOSITIVO

DANOS MATERIAIS E MORAIS (INDENIZAÇÃO) ISSO POSTO, DECIDE O JUÍZO DA 14ª VARA DO TRABALHO DE

A defesa da pretensão obreira é essencialmente que eventual FORTALEZA, NOS AUTOS DA RECLAMAÇÃO MOVIDA POR

descumprimento contratual - relacionado à negação inicial do CARLOS ALBERTO DE OLIVEIRA LOPES EM FACE DE

procedimento e demora na autorização - não pode justificar a PETROLEO BRASILEIRO S A PETROBRAS, TUDO NOS

reparação pleiteada. Informa que foi dada a opção de realização da TERMOS DA FUNDAMENTAÇÃO SUPRA, JULGAR

cirurgia do reclamante em outra praça (Rio de Janeiro-RJ), em TOTALMENTE PROCEDENTES OS PEDIDOS DA INICIAL, PARA

razão da abusividade dos valores de honorários médicos. CONDENAR A RECLAMADA NA OBRIGAÇÃO DE ARCAR COM

Não pode ser acatada a tese de bloqueio. PROCEDIMENTO CIRÚRGICO NO RECLAMANTE (ABLAÇÃO DE

De fato, não bastasse a dor, tanto física quanto psicológica, FIBRILAÇÃOATRIAL SINTOMÁTICA), NOS MOLDES POR ESTE

decorrente da fragilidade da saúde, o desconforto de conviver essa PROPOSTOS, CONFIRMANDO TUTELA DE URGÊNCIA

situação por um tempo (ainda que reduzido) também não pode ser CONCEDIDA, E A PAGAR A ELE A QUANTIA LÍQUIDA DE R$

menosprezado, mormente quando se confia que a assistência à 11.000,00, REFERENTE A INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS

saúde oferecida ao autor (ligada à reclamada) deve suportar as E HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA.

necessidades imprevisíveis dele - independentemente da legislação CUSTAS PELA RECLAMADA, NO VALOR DE R$ 220,00, 2%

aplicável -, e aí reside o fundamento para se indenizar o dano SOBRE O VALOR DA CONDENAÇÃO ACIMA FIXADA.

imaterial. NOTIFIQUEM-SE AS PARTES.

Frise-se que o reclamante carecia de uma cirurgia em órgão vital NADA MAIS.

(coração), e evidentemente pensar que uma demanda desse tipo FÁBIO MELO FEIJÃO

possa receber uma apreciação meramente burocrática, seguindo Juiz do Trabalho Substituto"

um "fluxo de análise" interno dentro da instituição, aparentemente Assim, nega-se provimento ao recurso da reclamada, mantendo-se

sem uma prioridade - advinda por sua vez da iminência do a sentença de primeiro grau por seus próprios e jurídicos

procedimento cirúrgico - desafia a sensatez de qualquer pessoa. fundamentos.

Assim, confirma-se a tutela de urgência deferida, para condenar a

reclamada na obrigação de arcar com procedimento no autor CONCLUSÃO DO VOTO

(ablação de fibrilação atrial sintomática), nos moldes de como por

ele proposto. Conhecer do recurso e negar-lhe provimento, mantendo-se a

Outrossim, provados o dano imaterial, a conduta, e o nexo de decisão de primeiro grau por seus próprios e jurídicos fundamentos.

causalidade, presente a indenizabilidade pelo ilícito, fixando-se a

reparação respectiva no limite do pedido, R$ 10.000,00. DISPOSITIVO

Julga-se procedente o pedido de indenizações por danos morais.

2.2. JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA ACORDAM OS DESEMBARGADORES DA 2ª TURMA DO

Na forma da lei (n. 8.177/91, art. 39), e conforme as Súmulas n. 200 TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 7ª REGIÃO, por

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 488
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

unanimidade, conhecer do recurso e negar-lhe provimento, FUNDAMENTAÇÃO

mantendo-se a decisão de primeiro grau por seus próprios e

jurídicos fundamentos. O MM. Juízo da 14ª Vara do Trabalho de Fortaleza julgou

Participaram do julgamento os Exmos. Srs. Desembargadores procedente (Id d0bb6f4) a ação trabalhista ajuizada por CARLOS

Francisco José Gomes da Silva (Presidente),Jefferson Quesado ALBERTO DE OLIVEIRA LOPES em face de PETROLEO

Júnior (Relator) e Cláudio Soares Pires. Presente ainda o(a) BRASILEIRO SA PETROBRÁS condenando a reclamada na

Exmo(a). Sr(a). membro do Ministério Público do Trabalho. obrigação de arcar com procedimento cirúrgico no reclamante,

Fortaleza, 17 de fevereiro de 2020. confirmando a tutela de urgência concedida e a pagar a indenização

por danos morais na quantia de R$ 11.000,00 e honorários de

sucumbência.

JEFFERSON QUESADO Recorre ordinariamente a reclamada (Id 9d6edc2) pugnando pela

Desembargador Relator reforma do decisum de 1º grau para indeferir os benefícios da

FORTALEZA/CE, 04 de março de 2020. justiça gratuita ao reclamante e reverter a condenação sob o

argumento que não pode arcar integralmente com os procedimentos

ROMULO DE SOUSA FROTA escolhidos pelo recorrido e que inexiste danos a reparar, eis que a

Diretor de Secretaria demandada realizou o reembolso dos valores em conformidade com

as tabelas e regras internas que regem o Programa.


Processo Nº RORSum-0001270-70.2018.5.07.0014
Relator JEFFERSON QUESADO JUNIOR Contrarrazões apresentadas, Id 01caa07.
RECORRENTE PETROLEO BRASILEIRO S A A presente lide, em virtude do seu valor e nos termos do art. 852 da
PETROBRAS
GABRIELA MARTINS ADVOGADO(OAB: 14487/RN) CLT, submete-se ao rito sumaríssimo, cujo recurso ordinário é
DE ANCHIETA
RODRIGUES regido pelos ditames do art. 895, § 1º da CLT, o qual dispõe:
LUCIANA MARIA DE ADVOGADO(OAB: 6293/RN) "Terá acórdão consistente unicamente na certidão de
MEDEIROS SILVA
RECORRIDO CARLOS ALBERTO DE OLIVEIRA julgamento com a indicação suficiente do processo e parte
LOPES
dispositiva, e das razões de decidir do voto prevalente. Se a
RENATA PINTO ADVOGADO(OAB: 23296/CE)
COELHO sentença for confirmada pelo próprios fundamentos, a certidão

de julgamento, registrando tal circunstância, servirá de


Intimado(s)/Citado(s):
acórdão."
- CARLOS ALBERTO DE OLIVEIRA LOPES
Pela análise dos autos, verifica-se que nenhum reparo merece a

sentença recorrida. Assim, diante de tal constatação e das

disposições acima elencadas, pede-se vênia para transcrever a


PODER JUDICIÁRIO
decisão de primeiro grau de mérito, a qual será mantida pelos seus
JUSTIÇA DO TRABALHO
próprios e jurídicos fundamentos.

"2. FUNDAMENTAÇÃO

PROCESSO nº 0001270-70.2018.5.07.0014 (RORSum) 2.1. MÉRITO: NEGAÇÃO A PROCEDIMENTO CIRÚRGICO /

RECORRENTE: PETROLEO BRASILEIRO S A PETROBRAS DANOS MATERIAIS E MORAIS (INDENIZAÇÃO)

RECORRIDO: CARLOS ALBERTO DE OLIVEIRA LOPES A defesa da pretensão obreira é essencialmente que eventual

RELATOR: JEFFERSON QUESADO descumprimento contratual - relacionado à negação inicial do

procedimento e demora na autorização - não pode justificar a

reparação pleiteada. Informa que foi dada a opção de realização da

cirurgia do reclamante em outra praça (Rio de Janeiro-RJ), em

RELATÓRIO razão da abusividade dos valores de honorários médicos.

Não pode ser acatada a tese de bloqueio.

De fato, não bastasse a dor, tanto física quanto psicológica,

RITO SUMARÍSSIMO. Relatório dispensado, em face do disposto decorrente da fragilidade da saúde, o desconforto de conviver essa

no art. 852, inciso I da CLT. situação por um tempo (ainda que reduzido) também não pode ser

menosprezado, mormente quando se confia que a assistência à

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 489
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

saúde oferecida ao autor (ligada à reclamada) deve suportar as E HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA.

necessidades imprevisíveis dele - independentemente da legislação CUSTAS PELA RECLAMADA, NO VALOR DE R$ 220,00, 2%

aplicável -, e aí reside o fundamento para se indenizar o dano SOBRE O VALOR DA CONDENAÇÃO ACIMA FIXADA.

imaterial. NOTIFIQUEM-SE AS PARTES.

Frise-se que o reclamante carecia de uma cirurgia em órgão vital NADA MAIS.

(coração), e evidentemente pensar que uma demanda desse tipo FÁBIO MELO FEIJÃO

possa receber uma apreciação meramente burocrática, seguindo Juiz do Trabalho Substituto"

um "fluxo de análise" interno dentro da instituição, aparentemente Assim, nega-se provimento ao recurso da reclamada, mantendo-se

sem uma prioridade - advinda por sua vez da iminência do a sentença de primeiro grau por seus próprios e jurídicos

procedimento cirúrgico - desafia a sensatez de qualquer pessoa. fundamentos.

Assim, confirma-se a tutela de urgência deferida, para condenar a

reclamada na obrigação de arcar com procedimento no autor CONCLUSÃO DO VOTO

(ablação de fibrilação atrial sintomática), nos moldes de como por

ele proposto. Conhecer do recurso e negar-lhe provimento, mantendo-se a

Outrossim, provados o dano imaterial, a conduta, e o nexo de decisão de primeiro grau por seus próprios e jurídicos fundamentos.

causalidade, presente a indenizabilidade pelo ilícito, fixando-se a

reparação respectiva no limite do pedido, R$ 10.000,00. DISPOSITIVO

Julga-se procedente o pedido de indenizações por danos morais.

2.2. JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA ACORDAM OS DESEMBARGADORES DA 2ª TURMA DO

Na forma da lei (n. 8.177/91, art. 39), e conforme as Súmulas n. 200 TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 7ª REGIÃO, por

e 381 do C. TST. unanimidade, conhecer do recurso e negar-lhe provimento,

2.3. CONTRIBUIÇÕES FISCAIS E PREVIDENCIÁRIAS mantendo-se a decisão de primeiro grau por seus próprios e

Não há, diante da natureza estritamente indenizatória da jurídicos fundamentos.

condenação. Participaram do julgamento os Exmos. Srs. Desembargadores

2.4. JUSTIÇA GRATUITA Francisco José Gomes da Silva (Presidente),Jefferson Quesado

Deixa-se de conceder, eis que no caso presente a presunção é Júnior (Relator) e Cláudio Soares Pires. Presente ainda o(a)

contrária à hipossuficiência econômica do reclamante, novel Exmo(a). Sr(a). membro do Ministério Público do Trabalho.

requisito do benefício em tela (CLT, art. 790, § 4º), que também não Fortaleza, 17 de fevereiro de 2020.

restou demonstrado de qualquer forma.

2.5. HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA

Deferidos para o reclamante, no patamar de 10% do valor líquido JEFFERSON QUESADO

que cabe a ele. Quanto à verba honorária devida por este, fixa-se Desembargador Relator

em R$ 1.000,00, com exigibilidade suspensa (CLT, art. 791-A, § 4º). FORTALEZA/CE, 04 de março de 2020.

3. DISPOSITIVO

ISSO POSTO, DECIDE O JUÍZO DA 14ª VARA DO TRABALHO DE ROMULO DE SOUSA FROTA

FORTALEZA, NOS AUTOS DA RECLAMAÇÃO MOVIDA POR Diretor de Secretaria

CARLOS ALBERTO DE OLIVEIRA LOPES EM FACE DE


Processo Nº ROT-0000992-72.2018.5.07.0013
PETROLEO BRASILEIRO S A PETROBRAS, TUDO NOS Relator FRANCISCO JOSÉ GOMES DA
SILVA
TERMOS DA FUNDAMENTAÇÃO SUPRA, JULGAR
RECORRENTE J S B COMERCIO E
TOTALMENTE PROCEDENTES OS PEDIDOS DA INICIAL, PARA REPRESENTACOES LTDA
José Cândido Lustosa ADVOGADO(OAB: 4040/CE)
CONDENAR A RECLAMADA NA OBRIGAÇÃO DE ARCAR COM Bittencourt de
Albuquerque
PROCEDIMENTO CIRÚRGICO NO RECLAMANTE (ABLAÇÃO DE
RECORRENTE LIGIA EMANUELLE GADELHA
FIBRILAÇÃOATRIAL SINTOMÁTICA), NOS MOLDES POR ESTE BARRETO
TIBERIO CARLOS ADVOGADO(OAB: 24532/CE)
PROPOSTOS, CONFIRMANDO TUTELA DE URGÊNCIA SOARES ROBERTO
PINTO
CONCEDIDA, E A PAGAR A ELE A QUANTIA LÍQUIDA DE R$
RECORRIDO LIGIA EMANUELLE GADELHA
11.000,00, REFERENTE A INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS BARRETO

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 490
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

TIBERIO CARLOS ADVOGADO(OAB: 24532/CE)


SOARES ROBERTO ruptura precipitada do gozo da licença maternidade, além de trazer
PINTO
angustia e sofrimento à trabalhadora, que deixa seu filho recém-
RECORRIDO J S B COMERCIO E
REPRESENTACOES LTDA nascido sem direito ao convívio com a mãe e amamentação regular,
José Cândido Lustosa ADVOGADO(OAB: 4040/CE)
Bittencourt de causa danos a criança e fere a dignidade da Obreira, caracterizando
Albuquerque
abuso de direito por parte da acionada, devendo tal ato ser
Intimado(s)/Citado(s): combatido por esta Justiça especializada. Sentença mantida.
- LIGIA EMANUELLE GADELHA BARRETO INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL - QUANTIFICAÇÃO. Quanto

ao valor da referida indenização, conforme preceitua o art. 944 e art.

946 do Código Civil de 2002, a fixação do quantum indenizatório

PODER JUDICIÁRIO será feito pelo Juiz, levando-se em consideração o binômio

JUSTIÇA DO TRABALHO "necessidade da vítima e capacidade econômica do agente", dando-

lhe o caráter compensatório e pedagógico que deve revestir tal

condenação. Assim, sem se afastar da máxima cautela e


EMENTA
sopesando todo o conjunto probatório constante dos autos, entendo

que o valor atribuído pelo Juízo de R$ 5.000,000 (cinco mil reais)

mostra-se combatível com os danos sofridos pela autora, com


DOS RECURSOS DAS PARTES
respaldo no princípio da razoabilidade.
REMUNERAÇÃO VARIÁVEL. DIFERENÇA SALARIAL. MÉDIA
DO RECURSO DA RECLAMADA
DAS VALORES RECEBIDOS. ÔNUS DA PROVA DA
DOS DESCONTOS INDEVIDOS. COMISSÃO ESTORNADA.
RECLAMANTE. ART. 818, DA CLT C/C ART. 373, DO NCPC. As
RISCO DO NEGÓCIO. ART. 2º E 466, DA CLT. Conforme o artigo
anotações da CTPS gozam de presunção juris tantum, consoante
466 da CLT, o pagamento das comissões é exigível depois de
Súmula nº 12, do TST e Súmula nº 225, do STF, sendo que tal
ultimada a transação, sendo indevido o estorno de comissão pelo
presunção pode ser desconstituída se produzidas provas em
cancelamento da venda ou pelo inadimplemento do comprador, sob
contrário. Isso porque o Direito do Trabalho é norteado pelo
pena de transferir para o empregado os riscos da atividade
princípio da primazia da realidade, devendo, pois, a realidade fática
econômica. Sentença mantida.
prevalecer sobre os aspectos formais do contrato de trabalho.
DO RECURSO DA RECLAMANTE
Assim, pela dinâmica processual de distribuição do ônus da prova, é
HORAS EXTRAS. FATO IMPEDITIVO DO DIREITO AUTORAL.
da postulante o ônus probatório quanto ao recebimento de valores
ÔNUS DA PROVA DA RECLAMADA. Apresentado fato
"por fora" dos contracheques, porque fato constitutivo de seu direito,
modificativo/impeditivo do direito da autora, a reclamada atraiu para
mercê do que dispõem os artigos 818, da CLT, e 373, I, do NCPC, a
si o ônus da prova do direito constitutivo do obreiro ao recebimento
qual se desincumbiu a contento. Por outro lado, não merece
das horas extras pleiteadas, nos termos do art. 373, do CPC, a qual
prosperar a média salarial apontada na peça de ingresso, pois os
não se desincumbiu, limitando-se em sua defesa, a alegar que o
documentos colacionados aos autos (extratos bancários e email, ID.
reclamante não estava sujeito a controle de jornada, posto que
0f6e9fb) apontam uma média de recebimento inferior a R$ 2.000,00
exercia trabalho externo de vendedor, nos termos do art. 62, I, da
de comissões por mês, além de que as testemunhas conduzidas
CLT. Entretanto, a própria testemunha da reclamante afirmou que
pela autora, afirmaram desconhecer a média salarial por ela
não havia labor extraordinário, salvo, nos dias em que havia
recebida. Sentença mantida.
reuniões de planejamento, na qual o labor se estendia até
INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. ASSÉDIO MORAL. O
20h30min. Sentença parcialmente reformada.
Assédio Moral é uma conduta abusiva, que provoca danos
MULTA POR LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ. ART. 80 do CPC. A
psicológicos e físicos na vítima e, no ambiente de trabalho,
alteração da verdade dos fatos, de molde a caracterizar a litigância
traduzem-se por ameaças, perseguições, discriminações, de forma
de má-fé, pressupõe o dolo da parte, com o objetivo de induzir à
prolongada e reiterada, de tal monta que causa ofensa à
compreensão distorcida da realidade. Assim, analisando a situação
personalidade e dignidade do trabalhador, tornando insustentável o
fática dos autos, não se vislumbra que a defesa apresentada pela
convívio no ambiente de trabalho. A prova oral constante nos autos,
empresa e o depoimento da testemunha arregimentada pela ré,
confirma o ato da empresa de impor à autora o retorno ao trabalho,
tiveram o fito de alterar a verdade dos fatos e sim, exercer o
no período da licença maternidade, ato passível de indenização por
contraditório e ampla defesa.
danos morais (artigos 186 e 927 do Código Civil). Nessa situação, a

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 491
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS SUCUMBENCIAIS. ART. 791-A de aviso prévio; diferenças de férias simples + 1/3 (2012/2013,

DA CLT. SUSPENSÃO DA COBRANÇA. No caso, cumpre 2013/2014, 2014/2015, 2015/2016 e 2016/2017); diferenças de 13º

observar a decisão do Tribunal Pleno deste Tribunal quando, salário (2013, 2014, 2015, 2016 e 2017); diferenças de FGTS + 40%

examinando Arguição de Inconstitucionalidade - Processo nº do período imprescrito (04/09/2013 a 24/03/2018); devolução dos

0080026-04.2019.5.07.0000 - em novembro/2019 - decidiu declarar valores indicados nos documentos de fl. 89/97, a título de "vales";

incidentalmente a inconstitucionalidade da expressão "desde que indenização a título de danos morais R$5.000,00.

não tenha obtido em juízo, ainda que em outro processo, créditos Inconformada, alega reclamada em suas razões recursais (ID.

capazes de suportar a despesa", constante do § 4º do art. 791-A da 91abc51), ser indevidas as diferenças salariais, sob o fundamento

CLT, com redação da Lei nº 13.467 de 13.07.2017. Desta feita, de que a autora jamais recebeu pagamento de comissões "por

mantém-se a condenação no pagamento de honorários fora", percebendo a título de remuneração apenas as verbas

sucumbenciais no percentual de 5% (cinco por cento), em favor do devidamente registradas na sua CTPS e em seu contracheque,

patrono das partes. Determina-se, porém, que a execução dos todas devidamente quitadas.

honorários advocatícios de sucumbência permaneçam sob condição Argumenta, igualmente, que ainda que se considerasse a

suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser exigidos se, nos remuneração variável mencionada pela Reclamante, a mesma não

dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão, o credor seria incorporada ao contrato de trabalho, nem constituiria base de

demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de incidência dos encargos trabalhistas, vez que trata-se de "prêmio",

recursos que justificou a concessão da gratuidade processual à pagos pela indústria.

obreira, extinguindo-se, passado esse prazo, a respectiva Advoga, que o valor descontado a título de "VALE", refere-se

obrigação. Sentença parcialmente modificada. unicamente a adiantamentos financeiros requeridos pela Recorrida,

RECURSOS CONHECIDOS E DADO PROVIMENTO PARCIAL AO nunca tendo havido nenhum desconto por motivos de vendas não

DA RECLAMANTE. pagas pelos clientes ou devolução de mercadorias.

No que pertine ao pagamento de indenização por danos morais,

defende que a Reclamante nunca sofreu ameaças, cobranças

abusivas ou trabalhou durante seu período de licença-maternidade,

RELATÓRIO sendo indevido o pagamento de indenização por danos morais, ante

a ausência de qualquer ato ilícito praticado em desfavor da autora.

Em caso de manutenção da condenação, pugna pela redução do

Cuida-se de recursos ordinários interpostos pelas partes(ID. valor atribuído a indenização por danos morais, por considera-lo

91abc51, bae3997, ) contra sentença prolatada pela 13ª Vara do exorbitante.

Trabalho de Fortaleza que julgou PARCIALMENTE Em suas razões recursais, a reclamante LÍGIA EMANUELLE

PROCEDENTES os pedidos desta reclamação trabalhista para o GADELHA BARRETO defende o cumprimento a jornada declinada

fim de: a) conceder, à parte reclamante, os benefícios da justiça na peça de ingresso, no sentido de que havia labor aos sábados e

gratuita; b) acolher a prescrição quinquenal, para o fim de extinguir durante as reuniões, sem o correspondente pagamento das horas

o processo, com resolução do mérito, na forma do art. 7º, XXIX, da extras, sendo da reclamada o ônus da apresentação dos controles

Carta Magna e art. 487, II, do CPC, quanto a eventuais créditos de jornada(art. 818, da CLT c/c/ art. 373, do NCPC), a qual não se

referentes ao período anterior a 04/09/2013; c) reconhecer que a desincumbiu.

remuneração da parte autora era composta de uma parte fixa no Requer, também, que as diferenças salariais sejam com base na

importe de R$2.283,70 e de uma parte variável, cuja média mensal remuneração mensal de R$ 5.956,37 (cinco mil, novecentos e

era de R$1.492,89, totalizando uma remuneração média mensal de cinquenta e seis reais e trinta e sete centavos), bem como a

R$3.776,59; d) condenar a reclamada J S B COMERCIO E condenação da Recorrida ao pagamento das verbas trabalhistas,

REPRESENTAÇÕES LTDA - ME a pagar à reclamante LIGIA reflexos e depósitos de FGTS com base neste valor e ainda, a

EMANUELLE GADELHA BARRETO,no prazo de quarenta e oito majoração do valor atribuído ao pagamento de danos morais.

horas, contadas da liquidação do julgado, o valor que se apurar Adiante, requer a condenação da Reclamada e de sua testemunha

referente às seguintes parcelas, calculadas com base no valor de no pagamento de multa por litigância de má-fé, cada qual em valor

R$1.492,89: saldo de salário de 1 dia de fevereiro/2018; 03/12 de não inferior a 10% (dez por cento) do valor da causa, ao argumento

13º salário proporcional; 12/12 de férias proporcionais + 1/3; 51 dias de que alteraram a verdade dos fatos ao apresentar depoimento

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 492
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

contraditórios com as demais provas dos autos. que tal presunção pode ser desconstituída se produzidas provas em

Por fim, requer a majoração do valor atribuído a reclamada para contrário. Isso porque o Direito do Trabalho é norteado pelo

pagamento dos honorários advocatícios, em percentual não inferior princípio da primazia da realidade, devendo, pois, a realidade fática

a 10% do valor da condenação, bem como a declaração de prevalecer sobre os aspectos formais do contrato de trabalho.

inconstitucionalidade do artigo 791-A, § 4º, da CLT, no que pertine Na espécie, portanto, a questão pertinente a existência de

ao pagamento de honorários advocatícios sucumbenciais. pagamento de salário " por fora" (comissões), deve ser dirimida à

Contrarrazões interposta pela reclamante(ID.9047309). luz da realidade dos fatos, devendo sempre prevalecer a verdade

material, fundada no postulado da primazia da realidade,

cristalizado no art. 9º da CLT.

Assim, pela dinâmica processual de distribuição do ônus da prova,

FUNDAMENTAÇÃO é da postulante o ônus probatório quanto ao recebimento de valores

"por fora" dos contracheques, porque fato constitutivo de seu direito,

mercê do que dispõem os artigos 818, da CLT, e 373, I, do NCPC.

ADMISSIBILIDADE Dispõe o art. 457 da CLT:

Preenchidos os pressupostos de admissibilidade conheço dos

recursos ordinários interpostos pelas partes. "Art. 457 - Compreendem-se na remuneração do empregado, para

DO MÉRITO todos os efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente

DO RECURSO DAS PARTES pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que

DA REMUNERAÇÃO- DO PAGAMENTO DE COMISSÕES POR " receber.

POR FORA". DA MÉDIA SALARIAL § 1º Integram o salário a importância fixa estipulada, as

Em suas razões recursais, requer a autora/recorrente, que as gratificações legais e as comissões pagas pelo empregador.

diferenças salariais sejam com base na remuneração mensal de R$

5.956,37 (cinco mil, novecentos e cinquenta e seis reais e trinta e Na conformidade dos autos, constata-se pelos e-mails funcionais

sete centavos). enviados à autora de ID. 0f6e9fb , que a tese da acionada de que

Na sua peça de ingresso, afirma a Obreira que fora contratada não havia pagamento de comissões, não se sustenta.

21/03/2011, para exercer a função de Supervisora de Vendas, com A rubrica "comissões" encontra-se presente em todas as tabelas, as

pagamento de salário registrado em sua CTPS de R$ 2.283,70 (dois quais retratam os resumos dos pagamentos efetuados à obreira,

mil, duzentos e oitenta e três reais e setenta centavos), mas que, na mensalmente.

realidade, sua remuneração era acrescida de prêmios e bônus Ainda sobre a alegativa de que tais documentos foram impugnados

salariais, caso atingisse suas metas, o que elevava os seus pela defesa, as testemunhas arregimentadas pela autora, que

rendimentos para um patamar entre R$ 3.000,00 (três mil reais) , exerciam o cargo de vendedores, foram firmes em confirmar que

mais R$ R$ 5.000,00 (cinco mil reais), perfazendo uma média havia pagamento de comissões mensalmente, por "fora", bem como

mensal de R$ 5.956,37. de que a autora , como Supervisora de Vendas, recebia comissões

Inconformada, a reclamada/recorrente insurge-se quanto a esses pelas vendas efetuadas, além de comissão sobre as vendas

fatos e afirma que a obreira jamais recebeu pagamento de realizadas pela sua equipe, o que não se confundem com o

comissões "por fora", percebendo a título de remuneração apenas recebimento de prêmios, esse, em decorrência de campanhas

as verbas devidamente registradas na sua CTPS e em seu efetuadas pela indústria Grendene.

contracheque, todas devidamente quitadas. Primeira testemunha do reclamante: DANIELE DE SOUZA

Argumenta, igualmente, que ainda que se considerasse a SILVA: " (...)" que trabalhou para reclamada de março de 2013 até

remuneração variável mencionada pela Reclamante, a mesma não março de 2015, na função de vendedora; (...) ; que não sabe

seria incorporada ao contrato de trabalho, nem constituiria base de informar o valor do salário da Reclamante, mas sabe que além do

incidência dos encargos trabalhistas, vez que trata-se de "prêmio", salário fixo a Reclamante recebia comissões; (...);que não sabe

pagos pela indústria. informar o percentual das comissões recebidas pela Reclamante;

À análise. que o pagamento das comissões era mensal, que era depositado

As anotações da CTPS gozam de presunção juris tantum, junto com o salário, porém não constava em contracheque ; que os

consoante Súmula nº 12, do TST e Súmula nº 225, do STF, sendo prêmios eram pagos no dia 20 de cada mês pela empresa

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 493
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Grendene; que as campanhas ocorriam as vezes mensalmente e as exorbitante.

vezes trimestralmente; que a Reclamada estabelecia metas para a Em suas razões recursais, a autora requer a majoração do valor da

Reclamante, que, por sua vez, a distribuía com sua equipe, sendo indenização por danos morais.

que cada vendedora recebia comissões pelas vendas por eles À análise.

efetuadas, e a Reclamante recebia sobre a meta alcançada e A obrigação de indenizar surge com a prática de ato ilícito atribuído

sobre as vendas efetuadas pela sua equipe; (...) " ( grifo nosso) ao empregador ou preposto. Nos termos dos artigos 186 e 927 do

Segunda testemunha do reclamante: ALEXSANDRO SILVA Código Civil, fica obrigado à reparação aquele que, por ato ilícito,

DINIZ : " (...) que trabalhou para reclamada de março de 2011 até viola direito e causa dano a outrem, ainda que de cunho

novembro de 2017, na função de vendedor; (...)que não sabe exclusivamente moral, garantia que se encontra inserta também no

informar o valor do salario da Reclamante, mas sabe que além do artigo 5º, inciso X, da Constituição Federal.

salario fixo a Reclamante recebia comissões; que não sabe O Assédio Moral é uma conduta abusiva, que provoca danos

informar o percentual das comissões recebidas pela psicológicos e físicos na vítima e, no ambiente de trabalho,

Reclamante; que o pagamento das comissões era mensal, que traduzem-se por ameaças, perseguições, discriminações, de forma

era depositado junto com o salario, porém não constava em prolongada e reiterada, de tal monta que causa ofensa à

contracheque; que os prêmios eram pagos no dia 20 de cada mês personalidade e dignidade do trabalhador, tornando insustentável o

pela própria Reclamada; que as campanhas ocorriam as vezes convívio no ambiente de trabalho.

mensalmente e as vezes trimestralmente; que a Reclamada O artigo 187 do Código Civil , estabelece a ilicitude da atuação do

estabelecia metas para a Reclamante, que, por sua vez, a distribuía titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os

com sua equipe, sendo que cada vendedora recebia comissões limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou

pelas vendas por eles efetuadas, e a Reclamante recebia sobre pelos bons costumes.

a meta alcançada e sobre as vendas efetuadas pela sua equipe; À luz do artigo 2º da CLT, o legislador conceitua empregador como

(...)." sendo a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos

da atividade econômica, contrata, assalaria e dirige a prestação

Portanto, em que pese a testemunha da reclamada ter confirmado a pessoal do serviço.

tese de defesa de que não havia pagamento de comissão, tal Esse conceito reflete o poder diretivo ou de comando exercido pelo

depoimento encontra-se dissociado com as demais provas dos empregador sobre a atividade do empregado, dando-lhe conteúdo

autos, não merecendo, pois, acolhimento. às suas atribuições, podendo modificá-las ou extingui-las mediante

Da mesma forma, não merece prosperar a média salarial apontada uma declaração de vontade unilateral, sempre que o empregado

na peça de ingresso, pois os documentos colacionados aos autos não corresponder às diretrizes traçadas para o exercício do cargo

(extratos bancários e email, ID. 0f6e9fb) apontam uma média de ou função que lhe foi atribuído.

recebimento inferior a R$ 2.000,00 de comissões por mês, além de Entretanto, o poder diretivo ou de comando exercido pelo

que as testemunhas conduzidas pela autora, afirmaram empregador sobre a atividade do empregado, encontra limites no

desconhecer a média salarial por ela recebida. ordenamento jurídico brasileiro, pois essa relação jurídica tem

Diante do exposto, mantém-se a sentença impugnada, nesse origem contratual, devendo ser exercida com restrições, respeitando

aspecto. a função social do contrato, assim como a dignidade do trabalhador.

A teor dos artigos 818 da CLT c/c art. 373 do NCPC, é ônus da

DO RECURSO DAS PARTES - DA INDENIZAÇÃO POR DANOS autora a prova os fatos constitutivos de seu direito, a qual

MORAIS desincumbiu-se a contento.

No que pertine ao pagamento de indenização por danos morais, A prova oral constante nos autos, confirma o ato da empresa de

defende a acionada, que a Reclamante nunca sofreu ameaças, impor à autora o retorno ao trabalho, no período da licença

cobranças abusivas ou trabalhou durante seu período de licença- maternidade, ato passível de indenização por danos morais (artigos

maternidade, sendo indevido o pagamento de indenização por 186 e 927 do Código Civil).

danos morais, ante a ausência de qualquer ato ilícito praticado em

desfavor da autora. Primeira testemunha do reclamante: DANIELE DE SOUZA

Em caso de manutenção da condenação, pugna pela redução do SILVA: " (...) que a Reclamante não gozou a licença maternidade

valor atribuído a indenização por danos morais, por considera-lo por todo o período, tendo voltado com 1 ou 2 meses após o

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 494
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

nascimento do filho; que isso aconteceu porque a Reclamada a revestir tal condenação.

convocou para retornar ao trabalho; (...) que a Reclamada não Assim, sem se afastar da máxima cautela e sopesando todo o

indicou outra pessoa para substituir a Reclamante quando de sua conjunto probatório constante dos autos, entendo que o valor

licença maternidade; que mesmo no período em que a Reclamante atribuído pelo Juízo de R$ 5.000,000 (cinco mil reais) mostra-se

esteve afastada por licença maternidade, participava de reuniões na combatível com os danos sofridos pela autora, com respaldo no

Reclamada; (...)." princípio da razoabilidade.

Segunda testemunha do reclamante: ALEXSANDRO SILVA Assim sendo, mantém-se a sentença impugnada pelas partes.

DINIZ: "(...) que a Reclamante não gozou a licença maternidade por

todo o período; que mesmo durante seu afastamento, por ela não DO RECURSO DA RECLAMADA- DOS DESCONTOS

ter substituto, ficava em contato constante com os vendedores, que Advoga a recorrente/reclamada, que o valor descontado a título de

as vezes iam até sua casa; que entende que a Reclamante foi "VALE", refere-se unicamente a adiantamentos financeiros

obrigada a retornar ao trabalho antes do tempo, porque não havia requeridos pela Recorrida, nunca tendo havido nenhum desconto

substituta; (...)." por motivos de vendas não pagas pelos clientes ou devolução de

mercadorias.

Nessa situação, a ruptura precipitada do gozo da licença Apesar de a testemunha da acionada afirmar a inexistência de

maternidade, além de trazer angustia e sofrimento à trabalhadora, descontos, além dos legais, os documentos de ID.0f6e9fb, somados

que deixa seu filho recém-nascido, sem direito ao convívio com a aos depoimentos das duas testemunhas arregimentadas pela

mãe e amamentação regular, causa danos a criança e fere a reclamante, comprovam a tese da autora de que tais descontos

dignidade da Obreira, caracterizando abuso de direito da acionada, referem-se a estornos de comissões pelas vendas canceladas.

devendo tal ato ser combatido por esta Justiça especializada.

O Dano Moral se caracteriza pela violação de um direito geral da Primeira testemunha do reclamado(s): FLAVIO CARLOS

personalidade, sendo a dor, a tristeza, a frustração da vítima, BATISTA LIMA: "(...) que a Reclamada não efetuou nenhum

sentimentos presumidos de tal lesão e por isso prescindíveis de desconto no contracheque da Reclamante a não ser os legais,

prova. Trata-se, no caso, de dano moral puro, ou, como a doutrina como INSS, por exemplo; (...)."

convencionou chamar, in re ipsa (a coisa fala por si). Primeira testemunha do reclamante: DANIELE DE SOUZA

Nesta vertente, trago à lume a lição de Sérgio Cavalieri Filho (in SILVA : " (...)que a Reclamada estabelecia metas para a

Programa de Responsabilidade Civil, 5ª ed., 3ª tir., Editora Reclamante, que, por sua vez, a distribuía com sua equipe, sendo

Malheiros, 2004, p. 101), nos seguintes termos: que cada vendedora recebia comissões pelas vendas por eles

"Neste ponto a razão se coloca ao lado daqueles que entendem que efetuadas, e a Reclamante recebia sobre a meta alcançada e sobre

o dano moral está ínsito na própria ofensa, decorre da gravidade do as vendas efetuadas pela sua equipe; que quando a venda era

ilícito em si. Se a ofensa é grave e de repercussão, por si só justifica cancelada o valor da comissão era descontado no mês seguinte;

a concessão de uma satisfação de ordem pecuniária ao lesado. Em (...)."

outras palavras, o dano moral existe in re ipsa; deriva Segunda testemunha do reclamante: ALEXSANDRO SILVA

inexoravelmente do próprio fato ofensivo, de tal modo que, provada DINIZ: "(...) que quando a venda era cancelada o valor da comissão

a ofensa, ipso facto está demonstrado o dano moral à guisa de uma era descontado no mês seguinte; (...)."

presunção natural, uma presunção hominis ou facti, que decorre

das regras da experiência comum." Conforme o artigo 466 da CLT, o pagamento das comissões é

Diante do exposto, mantém-se a sentença impugnada, nesse exigível depois de ultimada a transação, sendo indevido o estorno

aspecto. de comissão pelo cancelamento da venda ou pelo inadimplemento

do comprador, sob pena de transferir para o empregado os riscos

DO QUANTUM INDENIZATÓRIO POR DANOS MORAIS da atividade econômica (art. 2º, da CLT).

Quanto ao valor da referida indenização, conforme preceitua o art.

944 e art. 946 do Código Civil de 2002, a fixação do quantum Art. 466 - O pagamento de comissões e percentagens só é exigível

indenizatório será feito pelo Juiz, levando-se em consideração o depois de ultimada a transação a que se referem.

binômio "necessidade da vítima e capacidade econômica do § 1º- Nas transações realizadas por prestações sucessivas, é

agente", dando-lhe o caráter compensatório e pedagógico que deve exigível o pagamento das percentagens e comissões que lhes

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 495
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disserem respeito proporcionalmente à respectiva liquidação. de jornada(art. 818, da CLT c/c/ art. 373, do NCPC), a qual não se

§ 2º- A cessação das relações de trabalho não prejudica a desincumbiu.

percepção das comissões e percentagens devidas na forma À análise.

estabelecida por este artigo. Ressalte-se, inicialmente, que o controle de jornada previsto no art.

Diante do exposto, mantém-se a sentença atacada, nesse aspecto. 7º, incisos XIII e XVI da Constituição Federal, são normas cogentes,

de ordem pública, pois tratam de proteção à saúde do trabalhador.

DO RECURSO DA RECLAMANTE- DO CONTROLE DE Ficam excluídos destas normas apenas os casos previstos no art.

JORNADA. ARTIGO 62, INCISO I DA CLT. DAS HORAS EXTRAS 62, da CLT, pois trata-se de uma presunção jurídica de que a

Na peça inicial, aduz a autora que cumpria jornada de trabalho de jornada não é fiscalizada, e como tal não é capaz de gerar direito a

segunda a sexta, das 7:30hs às 17:30hs, com 1 (uma) hora de hora extra.

intervalo intrajornada, e pelo menos 2 (dois) sábados por mês, de Dessa forma, alerta-se que, diferentemente do alegado pela ré, o

8:00h às 12:00h, quando era necessário visitar clientes, ou quando simples fato de o empregado exercer trabalho externo, por si só,

havia treinamento na empresa; que era obrigada a participar de não tem o condão de afastar as normas de proteção à saúde do

reuniões fora do período de sua jornada após seu expediente, como trabalhador, no caso, as de limite de jornada.

sempre ocorria no último dia do mês, em que era obrigada a Ressalte-se, ainda, que tendo a demandada apresentado fato

participar de reuniões de balanço e fechamento de mês, de maneira modificativo do direito do autor, atraiu para si o ônus da prova do

que permanecia na empresa até as 20:30 ou 21h da noite. Ressalte direito constitutivo do obreiro ao recebimento das horas extras

-se ainda que seus gerentes à época, MÁRIO CÉSAR e CLÁUDIO pleiteadas, nos termos dos art. 818, da CLT e art. 373, do CPC, a

COSTA, costumavam marcar reunião antes do início do expediente qual não se desincumbiu, limitando-se em sua defesa, a alegar que

pelo menos 1 (uma) vez por mês a qual iniciava por volta de 6:30h, a recorrida/reclamante não estava sujeito a controle de jornada,

nunca tendo recebido quaisquer pagamentos referentes a horas posto que exercia atividade externa, nos termos do art. 62, I, da

extras. CLT.

De outro lado, aduz a reclamada que a obreira exercia trabalho Ocorre que a própria testemunha da reclamante afirmou que não

externo, nos termos do art. 62, I da CLT, incompatível com a fixação havia labor extraordinário.

e controle de horário de trabalho, sendo impossível para a O que se extrai da prova oral constante nos autos é que a jornada

reclamada fiscalizar se os colaboradores estão seguindo a diária era de 8h às 18hs, com intervalo intrajornada de 2 horas,de

recomendação da empresa, seja de gozarem do horário intervalar segunda a sexta-feira e aos sábados, eventualmente, quando era

para refeição e descanso ou para terminarem o seu serviço no necessário visitar clientes, conforme consta na peça de ingresso, de

horário acordado. 8h às 12 horas, conforme afirmou, também, a testemunha da

Afirma, que na forma estipulada pelo contrato de trabalho firmado reclamante, Sr. ALEXSANDRO SILVA DINIZ e da reclamada, Sr.

entre as partes, a autora laborava em horários fixos, de 07h30min FLAVIO CARLOS BATISTA LIMA.

às 17h30min, com direito a uma hora de intervalo e folgas aos Nesse ponto, apesar de a testemunha da reclamante Sra. DANIELE

sábados e domingos, NUNCA tendo havido qualquer tipo de DE SOUZA SILVA ter afirmado que o intervalo intrajornada era de

exigência de labor fora deste horário, pois a supervisora de vendas apenas 1 hora, entendo que não deve prevalecer, tal afirmação se

tem liberdade para escolher os horários que melhor lhe couber para mostra divergente das demais testemunhas.

ir a cada estabelecimento. Assim, no que pertine à duração da jornada semanal, não há provas

Ratifica a inexistência de controle de jornada ou de fiscalização de que havia cumprimento de jornada além das 44 horas semanais,

diária, sob o fundamento de que a obrigação da obreira é a de salvo nos dias de reuniões.

visitar os estabelecimentos e só presta contas com a empresa em Primeira testemunha do reclamante: DANIELE DE SOUZA

reuniões semanais após a efetivação da rota, mas sempre em SILVA: " que trabalhou para reclamada de março de 2013 até

horário comercial. março de 2015, na função de vendedora; que trabalhava das 08h

Em suas razões recursais, a reclamante LÍGIA EMANUELLE às 18h, com intervalo de 1h, de segunda a sexta-feira, e das 08h

GADELHA BARRETO defende o cumprimento a jornada declinada ao meio-dia aos sábados; que a função da Reclamante era

na peça de ingresso, no sentido de que havia labor aos sábados e supervisora, não exercendo outras funções; que o horário da

durante as reuniões, sem o correspondente pagamento das horas Reclamante era o mesmo da depoente; (...)."

extras, sendo da reclamada o ônus da apresentação dos controles Segunda testemunha do reclamante ALEXSANDRO SILVA

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 496
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DINIZ: " que trabalhou para reclamada de março de 2011 até intervalo intrajornada e aos sábados, eventualmente, de 8h às 12

novembro de 2017, na função de vendedor; que trabalhava das 08h horas e 1 ( uma) vez por semana de 08h às 20h30min, com

às 18h, com 2h de intervalo, de segunda a sexta-feira, e das 08h fundamento no artigo 371 do NCPC, subsidiário, e art. 765 da CLT,

ao meio-dia aos sábados;que a função da Reclamante era bem como observando o princípio da razoabilidade.

supervisora, não exercendo outras funções; que o horário da Em decorrência do horário acima fixado, reforma-se a sentença

Reclamante era o mesmo do depoente ; (...)." para condenar a reclamada ao pagamento e extras prestadas,

Primeira testemunha do reclamado(s): FLAVIO CARLOS consideradas como tais as que excederem a 8ª diária e a 44ª

BATISTA LIMA: " que trabalha para reclamada desde junho de semanal, com adicional de 50% e com reflexos em aviso prévio,

2002, na função de atual de gerente comercial; que trabalha das FGTS+40%, 13º salários e férias + 1/3.

08h às 18h, com 2h de intervalo, de segunda a sexta-feira, e das Para cálculo das horas extras, deve-se observar ainda, o valor da

08h às 11h/meio-dia aos sábados, eventualmente; que quando hora normal, integrado pelas demais parcelas de natureza salarial

gerente de compras trabalhava apenas de segunda a sexta; que a percebidas, a teor do que dispõe a Súmula 264, do TST, os dias

função da Reclamante era supervisora, que o horário da efetivamente trabalhados, bem como os pagamentos já efetuados

Reclamante era o mesmo do depoente; (...)." sobre os mesmos títulos, o teor das súmulas 172 e 376, item II do

C.TST e OJ 394 da SBDI-I/TST.

Entretanto, afirma a recorrente, que no último dia do mês era

obrigada a participar de reuniões de balanço e fechamento de mês, DO RECURSO DA RECLAMANTE- DOS HONORÁRIOS

de maneira que permanecia na empresa até às 20h30min ou 21h. ADVOCATÍCIOS

Nesse ponto, os depoimentos das duas testemunhas da reclamante Requer a recorrente/reclamante, a majoração do valor atribuído a

confirmaram que as reuniões ocorriam fora do horário normal de reclamada para pagamento dos honorários advocatícios, em

expediente, estendendo-se até às 20h30min, aproximadamente, percentual não inferior a 10% do valor da condenação, bem como a

bem como de que eram semanais, nesse ponto, confirmado pelo declaração de inconstitucionalidade do artigo 791-A, § 4º, da CLT,

depoimento da testemunha da empresa. no que pertine ao pagamento de honorários advocatícios

sucumbenciais.

Primeira testemunha do reclamante: DANIELE DE SOUZA A sentença recorrida condenou a reclamada no pagamento dos

SILVA : " (...) que as reuniões de planejamento não tinha horário honorários advocatícios no percentual de 5% (cinco por cento)

certo para terminar e sempre extrapolavam a jornada; que as sobre o montante total da condenação.

reuniões eram semanais; que quando as reuniões ocorriam a A recorrente requer a majoração desse percentual, bem como a

tarde poderiam perdurar até as 20h30min; (...)." exclusão do pagamento de honorários sucumbenciais pela autora.

Segunda testemunha do reclamante: ALEXSANDRO SILVA Com razão em parte.

DINIZ: " (...) que as reuniões eram normalmente semanais; que Com relação aos honorários advocatícios de sucumbência, e em

as reuniões de planejamento aconteciam no inicio. No meio e face da redação da Lei nº 13.467 de 13.07.2017 que incluiu na CLT

no final do mês; que varias vezes as reuniões extrapolaram os o art. 791-A, tem-se que:

horário, até 19h30mi/20h; (...)." Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão

Primeira testemunha do reclamado(s): FLAVIO CARLOS devidos honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5%

BATISTA LIMA: que as reuniões de planejamento aconteciam (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o

no inicio, no meio e no final do mês, quando, eventualmente valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico

ultrapassavam o horário eram compensadas com folgas aos obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado

sábados; (...)." da causa.

§ 1º Os honorários são devidos também nas ações contra a

Dessa forma, tem-se que, não obstante a obreira cumprisse jornada Fazenda Pública e nas ações em que a parte estiver assistida ou

legal, nos dias de reuniões de planejamento, uma vez por semana, substituída pelo sindicato de sua categoria.

havia labor extraordinário até 20h30min . § 2º Ao fixar os honorários, o juízo observará:

Assim sendo, tomando por base as médias das informações I - o grau de zelo do profissional;

constantes dos autos, fixo o horário de trabalho da autora da II - o lugar de prestação do serviço;

seguinte forma: de segunda a sexta, de 08h às 18h, com 02hs de III - a natureza e a importância da causa;

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 497
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o causa, ao argumento de que alteraram a verdade dos fatos ao

seu serviço. apresentar depoimento contraditórios com as demais provas dos

§ 3º Na hipótese de procedência parcial, o juízo arbitrará honorários autos.

de sucumbência recíproca, vedada a compensação entre os À análise.

honorários. A norma prevê as hipóteses que configuram a litigância de má-fé,

§ 4º Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha nos seguintes termos:

obtido em juízo, ainda que em outro processo, créditos capazes de Art. 80 - Reputa-se litigante de má-fé aquele que:

suportar a despesa, as obrigações decorrentes de sua sucumbência I - deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato

ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente incontroverso;

poderão ser executadas se, nos dois anos subsequentes ao trânsito II - alterar a verdade dos fatos;

em julgado da decisão que as certificou, o credor demonstrar que III - usar do processo para conseguir objetivo ilegal;

deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que IV-opuser resistência injustificada ao andamento do processo;

justificou a concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse V-proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do

prazo, tais obrigações do beneficiário. processo;

§ 5º São devidos honorários de sucumbência na reconvenção. VI-provocar incidentes manifestamente infundados;

Entretanto, cumpre observar a decisão do Tribunal Pleno deste VII- interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.

Tribunal quando, examinando Arguição de Inconstitucionalidade - A alteração da verdade dos fatos, de molde a caracterizar a

Processo nº 0080026-04.2019.5.07.0000 - em novembro/2019 - litigância de má-fé, pressupõe o dolo da parte, com o objetivo de

decidiu declarar incidentalmente a inconstitucionalidade da induzir à compreensão distorcida da realidade.

expressão "desde que não tenha obtido em juízo, ainda que em A aplicação da multa por litigância de má-fé parte da análise

outro processo, créditos capazes de suportar a despesa", constante casuística, identificável no contexto próprio de cada processo.

do § 4º do art. 791-A da CLT, com redação da Lei nº 13.467 de Assim, analisando a situação fática dos autos, não vislumbra esse

13.07.2017. julgador que a defesa apresentada pela empresa e o depoimento da

Desta feita, por uma questão de disciplina judiciária, sem embargos testemunha arregimentada pela ré, tiveram o fito de alterar a

da minha posição pessoal, de que o beneficiário da justiça gratuita verdade dos fatos e sim, exercer o contraditório e ampla defesa.

não deve ser condenado nos ônus da sucumbência, outro caminho Logo, não comprovada nenhuma das hipóteses do artigo 80 do

não vejo a não ser me curvar à opinião majoritária dos integrantes NCPC, é inaplicável a multa por litigância de má-fé.

do Tribunal Pleno do TRT da 7ª Região e passar a adotar, com

ressalvas, o entendimento supra e, portanto, negar provimento ao

recurso da parte reclamante para manter a condenação no CONCLUSÃO DO VOTO

pagamento de honorários sucumbenciais no percentual de 5% (

cinco por cento), em favor do patrono das partes.

Determina-se, porém, que a execução dos honorários advocatícios Isto posto, voto pelo conhecimento do recurso e, no mérito, dar

de sucumbência permaneçam sob condição suspensiva de provimento parcial ao recurso da reclamante para condenar a

exigibilidade e somente poderão ser exigidos se, nos dois anos reclamada no pagamento de horas extras prestadas, consideradas

subsequentes ao trânsito em julgado da decisão, o credor como tais as que excederem a 8ª diária e a 44ª semanal, com

demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de adicional de 50% e com reflexos em aviso prévio, FGTS+40%, 13º

recursos que justificou a concessão da gratuidade processual à salários e férias + 1/3, bem como para determinar que a execução

obreira, extinguindo-se, passado esse prazo, a respectiva dos honorários advocatícios de sucumbência por parte da autora,

obrigação. permaneçam sob condição suspensiva de exigibilidade e somente

Sentença reformada, nesse aspecto. poderão ser exigidos se, nos dois anos subsequentes ao trânsito

em julgado da decisão, o credor demonstrar que deixou de existir a

DA MULTA POR LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ situação de insuficiência de recursos que justificou a concessão da

Requer a recorrente/reclamante, a condenação da Reclamada e de gratuidade processual à obreira, extinguindo-se, passado esse

sua testemunha no pagamento de multa por litigância de má-fé, prazo, a respectiva obrigação.

cada qual em valor não inferior a 10% (dez por cento) do valor da Para cálculo das horas extras, deve-se observar ainda, o valor da

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 498
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hora normal, integrado pelas demais parcelas de natureza salarial ROMULO DE SOUSA FROTA

percebidas, a teor do que dispõe a Súmula 264, do TST, os dias Diretor de Secretaria

efetivamente trabalhados, bem como os pagamentos já efetuados


Processo Nº ROT-0000992-72.2018.5.07.0013
sobre os mesmos títulos, o teor das súmulas 172 e 376, item II do Relator FRANCISCO JOSÉ GOMES DA
SILVA
C.TST e OJ 394 da SBDI-I/TST.
RECORRENTE J S B COMERCIO E
Custas processuais de R$ 600,00, calculadas sobre o novo valor REPRESENTACOES LTDA
José Cândido Lustosa ADVOGADO(OAB: 4040/CE)
arbitrado da condenação de R$ 30.000,00. Bittencourt de
Albuquerque
RECORRENTE LIGIA EMANUELLE GADELHA
BARRETO
TIBERIO CARLOS ADVOGADO(OAB: 24532/CE)
DISPOSITIVO SOARES ROBERTO
PINTO
RECORRIDO LIGIA EMANUELLE GADELHA
BARRETO
TIBERIO CARLOS ADVOGADO(OAB: 24532/CE)
ACORDAM OS DESEMBARGADORES DA 2.ª TURMA DO SOARES ROBERTO
PINTO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 7ª REGIÃO, por
RECORRIDO J S B COMERCIO E
unanimidade, conhecer do recurso e, no mérito, dar provimento REPRESENTACOES LTDA
José Cândido Lustosa ADVOGADO(OAB: 4040/CE)
parcial ao recurso da reclamante para condenar a reclamada no Bittencourt de
Albuquerque
pagamento de horas extras prestadas, consideradas como tais as

que excederem a 8ª diária e a 44ª semanal, com adicional de 50% e Intimado(s)/Citado(s):


com reflexos em aviso prévio, FGTS+40%, 13º salários e férias + - LIGIA EMANUELLE GADELHA BARRETO

1/3, bem como para determinar que a execução dos honorários

advocatícios de sucumbência por parte da autora, permaneçam sob

condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser


PODER JUDICIÁRIO
exigidos se, nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da
JUSTIÇA DO TRABALHO
decisão, o credor demonstrar que deixou de existir a situação de

insuficiência de recursos que justificou a concessão da gratuidade

processual à obreira, extinguindo-se, passado esse prazo, a EMENTA

respectiva obrigação.

Para cálculo das horas extras, deve-se observar ainda, o valor da

hora normal, integrado pelas demais parcelas de natureza salarial DOS RECURSOS DAS PARTES

percebidas, a teor do que dispõe a Súmula 264, do TST, os dias REMUNERAÇÃO VARIÁVEL. DIFERENÇA SALARIAL. MÉDIA

efetivamente trabalhados, bem como os pagamentos já efetuados DAS VALORES RECEBIDOS. ÔNUS DA PROVA DA

sobre os mesmos títulos, o teor das súmulas 172 e 376, item II do RECLAMANTE. ART. 818, DA CLT C/C ART. 373, DO NCPC. As

C.TST e OJ 394 da SBDI-I/TST. anotações da CTPS gozam de presunção juris tantum, consoante

Custas processuais de R$ 600,00, calculadas sobre o novo valor Súmula nº 12, do TST e Súmula nº 225, do STF, sendo que tal

arbitrado da condenação de R$ 30.000,00. presunção pode ser desconstituída se produzidas provas em

Participaram do julgamento os Exmos. Srs. Desembargadores contrário. Isso porque o Direito do Trabalho é norteado pelo

Francisco José Gomes da Silva (Presidente e Relator),Cláudio princípio da primazia da realidade, devendo, pois, a realidade fática

Soares Pires e Jefferson Quesado Júnior. Presente ainda o(a) prevalecer sobre os aspectos formais do contrato de trabalho.

Exmo(a). Sr(a). membro do Ministério Público do Trabalho. Assim, pela dinâmica processual de distribuição do ônus da prova, é

Fortaleza, 10 de fevereiro de 2020. da postulante o ônus probatório quanto ao recebimento de valores

"por fora" dos contracheques, porque fato constitutivo de seu direito,

mercê do que dispõem os artigos 818, da CLT, e 373, I, do NCPC, a

FRANCISCO JOSÉ GOMES DA SILVA qual se desincumbiu a contento. Por outro lado, não merece

Relator prosperar a média salarial apontada na peça de ingresso, pois os

FORTALEZA/CE, 04 de março de 2020. documentos colacionados aos autos (extratos bancários e email, ID.

0f6e9fb) apontam uma média de recebimento inferior a R$ 2.000,00

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 499
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

de comissões por mês, além de que as testemunhas conduzidas exercia trabalho externo de vendedor, nos termos do art. 62, I, da

pela autora, afirmaram desconhecer a média salarial por ela CLT. Entretanto, a própria testemunha da reclamante afirmou que

recebida. Sentença mantida. não havia labor extraordinário, salvo, nos dias em que havia

INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. ASSÉDIO MORAL. O reuniões de planejamento, na qual o labor se estendia até

Assédio Moral é uma conduta abusiva, que provoca danos 20h30min. Sentença parcialmente reformada.

psicológicos e físicos na vítima e, no ambiente de trabalho, MULTA POR LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ. ART. 80 do CPC. A

traduzem-se por ameaças, perseguições, discriminações, de forma alteração da verdade dos fatos, de molde a caracterizar a litigância

prolongada e reiterada, de tal monta que causa ofensa à de má-fé, pressupõe o dolo da parte, com o objetivo de induzir à

personalidade e dignidade do trabalhador, tornando insustentável o compreensão distorcida da realidade. Assim, analisando a situação

convívio no ambiente de trabalho. A prova oral constante nos autos, fática dos autos, não se vislumbra que a defesa apresentada pela

confirma o ato da empresa de impor à autora o retorno ao trabalho, empresa e o depoimento da testemunha arregimentada pela ré,

no período da licença maternidade, ato passível de indenização por tiveram o fito de alterar a verdade dos fatos e sim, exercer o

danos morais (artigos 186 e 927 do Código Civil). Nessa situação, a contraditório e ampla defesa.

ruptura precipitada do gozo da licença maternidade, além de trazer HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS SUCUMBENCIAIS. ART. 791-A

angustia e sofrimento à trabalhadora, que deixa seu filho recém- DA CLT. SUSPENSÃO DA COBRANÇA. No caso, cumpre

nascido sem direito ao convívio com a mãe e amamentação regular, observar a decisão do Tribunal Pleno deste Tribunal quando,

causa danos a criança e fere a dignidade da Obreira, caracterizando examinando Arguição de Inconstitucionalidade - Processo nº

abuso de direito por parte da acionada, devendo tal ato ser 0080026-04.2019.5.07.0000 - em novembro/2019 - decidiu declarar

combatido por esta Justiça especializada. Sentença mantida. incidentalmente a inconstitucionalidade da expressão "desde que

INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL - QUANTIFICAÇÃO. Quanto não tenha obtido em juízo, ainda que em outro processo, créditos

ao valor da referida indenização, conforme preceitua o art. 944 e art. capazes de suportar a despesa", constante do § 4º do art. 791-A da

946 do Código Civil de 2002, a fixação do quantum indenizatório CLT, com redação da Lei nº 13.467 de 13.07.2017. Desta feita,

será feito pelo Juiz, levando-se em consideração o binômio mantém-se a condenação no pagamento de honorários

"necessidade da vítima e capacidade econômica do agente", dando- sucumbenciais no percentual de 5% (cinco por cento), em favor do

lhe o caráter compensatório e pedagógico que deve revestir tal patrono das partes. Determina-se, porém, que a execução dos

condenação. Assim, sem se afastar da máxima cautela e honorários advocatícios de sucumbência permaneçam sob condição

sopesando todo o conjunto probatório constante dos autos, entendo suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser exigidos se, nos

que o valor atribuído pelo Juízo de R$ 5.000,000 (cinco mil reais) dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão, o credor

mostra-se combatível com os danos sofridos pela autora, com demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de

respaldo no princípio da razoabilidade. recursos que justificou a concessão da gratuidade processual à

DO RECURSO DA RECLAMADA obreira, extinguindo-se, passado esse prazo, a respectiva

DOS DESCONTOS INDEVIDOS. COMISSÃO ESTORNADA. obrigação. Sentença parcialmente modificada.

RISCO DO NEGÓCIO. ART. 2º E 466, DA CLT. Conforme o artigo RECURSOS CONHECIDOS E DADO PROVIMENTO PARCIAL AO

466 da CLT, o pagamento das comissões é exigível depois de DA RECLAMANTE.

ultimada a transação, sendo indevido o estorno de comissão pelo

cancelamento da venda ou pelo inadimplemento do comprador, sob

pena de transferir para o empregado os riscos da atividade

econômica. Sentença mantida. RELATÓRIO

DO RECURSO DA RECLAMANTE

HORAS EXTRAS. FATO IMPEDITIVO DO DIREITO AUTORAL.

ÔNUS DA PROVA DA RECLAMADA. Apresentado fato Cuida-se de recursos ordinários interpostos pelas partes(ID.

modificativo/impeditivo do direito da autora, a reclamada atraiu para 91abc51, bae3997, ) contra sentença prolatada pela 13ª Vara do

si o ônus da prova do direito constitutivo do obreiro ao recebimento Trabalho de Fortaleza que julgou PARCIALMENTE

das horas extras pleiteadas, nos termos do art. 373, do CPC, a qual PROCEDENTES os pedidos desta reclamação trabalhista para o

não se desincumbiu, limitando-se em sua defesa, a alegar que o fim de: a) conceder, à parte reclamante, os benefícios da justiça

reclamante não estava sujeito a controle de jornada, posto que gratuita; b) acolher a prescrição quinquenal, para o fim de extinguir

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o processo, com resolução do mérito, na forma do art. 7º, XXIX, da extras, sendo da reclamada o ônus da apresentação dos controles

Carta Magna e art. 487, II, do CPC, quanto a eventuais créditos de jornada(art. 818, da CLT c/c/ art. 373, do NCPC), a qual não se

referentes ao período anterior a 04/09/2013; c) reconhecer que a desincumbiu.

remuneração da parte autora era composta de uma parte fixa no Requer, também, que as diferenças salariais sejam com base na

importe de R$2.283,70 e de uma parte variável, cuja média mensal remuneração mensal de R$ 5.956,37 (cinco mil, novecentos e

era de R$1.492,89, totalizando uma remuneração média mensal de cinquenta e seis reais e trinta e sete centavos), bem como a

R$3.776,59; d) condenar a reclamada J S B COMERCIO E condenação da Recorrida ao pagamento das verbas trabalhistas,

REPRESENTAÇÕES LTDA - ME a pagar à reclamante LIGIA reflexos e depósitos de FGTS com base neste valor e ainda, a

EMANUELLE GADELHA BARRETO,no prazo de quarenta e oito majoração do valor atribuído ao pagamento de danos morais.

horas, contadas da liquidação do julgado, o valor que se apurar Adiante, requer a condenação da Reclamada e de sua testemunha

referente às seguintes parcelas, calculadas com base no valor de no pagamento de multa por litigância de má-fé, cada qual em valor

R$1.492,89: saldo de salário de 1 dia de fevereiro/2018; 03/12 de não inferior a 10% (dez por cento) do valor da causa, ao argumento

13º salário proporcional; 12/12 de férias proporcionais + 1/3; 51 dias de que alteraram a verdade dos fatos ao apresentar depoimento

de aviso prévio; diferenças de férias simples + 1/3 (2012/2013, contraditórios com as demais provas dos autos.

2013/2014, 2014/2015, 2015/2016 e 2016/2017); diferenças de 13º Por fim, requer a majoração do valor atribuído a reclamada para

salário (2013, 2014, 2015, 2016 e 2017); diferenças de FGTS + 40% pagamento dos honorários advocatícios, em percentual não inferior

do período imprescrito (04/09/2013 a 24/03/2018); devolução dos a 10% do valor da condenação, bem como a declaração de

valores indicados nos documentos de fl. 89/97, a título de "vales"; inconstitucionalidade do artigo 791-A, § 4º, da CLT, no que pertine

indenização a título de danos morais R$5.000,00. ao pagamento de honorários advocatícios sucumbenciais.

Inconformada, alega reclamada em suas razões recursais (ID. Contrarrazões interposta pela reclamante(ID.9047309).

91abc51), ser indevidas as diferenças salariais, sob o fundamento

de que a autora jamais recebeu pagamento de comissões "por

fora", percebendo a título de remuneração apenas as verbas

devidamente registradas na sua CTPS e em seu contracheque, FUNDAMENTAÇÃO

todas devidamente quitadas.

Argumenta, igualmente, que ainda que se considerasse a

remuneração variável mencionada pela Reclamante, a mesma não ADMISSIBILIDADE

seria incorporada ao contrato de trabalho, nem constituiria base de Preenchidos os pressupostos de admissibilidade conheço dos

incidência dos encargos trabalhistas, vez que trata-se de "prêmio", recursos ordinários interpostos pelas partes.

pagos pela indústria. DO MÉRITO

Advoga, que o valor descontado a título de "VALE", refere-se DO RECURSO DAS PARTES

unicamente a adiantamentos financeiros requeridos pela Recorrida, DA REMUNERAÇÃO- DO PAGAMENTO DE COMISSÕES POR "

nunca tendo havido nenhum desconto por motivos de vendas não POR FORA". DA MÉDIA SALARIAL

pagas pelos clientes ou devolução de mercadorias. Em suas razões recursais, requer a autora/recorrente, que as

No que pertine ao pagamento de indenização por danos morais, diferenças salariais sejam com base na remuneração mensal de R$

defende que a Reclamante nunca sofreu ameaças, cobranças 5.956,37 (cinco mil, novecentos e cinquenta e seis reais e trinta e

abusivas ou trabalhou durante seu período de licença-maternidade, sete centavos).

sendo indevido o pagamento de indenização por danos morais, ante Na sua peça de ingresso, afirma a Obreira que fora contratada

a ausência de qualquer ato ilícito praticado em desfavor da autora. 21/03/2011, para exercer a função de Supervisora de Vendas, com

Em caso de manutenção da condenação, pugna pela redução do pagamento de salário registrado em sua CTPS de R$ 2.283,70 (dois

valor atribuído a indenização por danos morais, por considera-lo mil, duzentos e oitenta e três reais e setenta centavos), mas que, na

exorbitante. realidade, sua remuneração era acrescida de prêmios e bônus

Em suas razões recursais, a reclamante LÍGIA EMANUELLE salariais, caso atingisse suas metas, o que elevava os seus

GADELHA BARRETO defende o cumprimento a jornada declinada rendimentos para um patamar entre R$ 3.000,00 (três mil reais) ,

na peça de ingresso, no sentido de que havia labor aos sábados e mais R$ R$ 5.000,00 (cinco mil reais), perfazendo uma média

durante as reuniões, sem o correspondente pagamento das horas mensal de R$ 5.956,37.

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 501
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Inconformada, a reclamada/recorrente insurge-se quanto a esses pelas vendas efetuadas, além de comissão sobre as vendas

fatos e afirma que a obreira jamais recebeu pagamento de realizadas pela sua equipe, o que não se confundem com o

comissões "por fora", percebendo a título de remuneração apenas recebimento de prêmios, esse, em decorrência de campanhas

as verbas devidamente registradas na sua CTPS e em seu efetuadas pela indústria Grendene.

contracheque, todas devidamente quitadas. Primeira testemunha do reclamante: DANIELE DE SOUZA

Argumenta, igualmente, que ainda que se considerasse a SILVA: " (...)" que trabalhou para reclamada de março de 2013 até

remuneração variável mencionada pela Reclamante, a mesma não março de 2015, na função de vendedora; (...) ; que não sabe

seria incorporada ao contrato de trabalho, nem constituiria base de informar o valor do salário da Reclamante, mas sabe que além do

incidência dos encargos trabalhistas, vez que trata-se de "prêmio", salário fixo a Reclamante recebia comissões; (...);que não sabe

pagos pela indústria. informar o percentual das comissões recebidas pela Reclamante;

À análise. que o pagamento das comissões era mensal, que era depositado

As anotações da CTPS gozam de presunção juris tantum, junto com o salário, porém não constava em contracheque ; que os

consoante Súmula nº 12, do TST e Súmula nº 225, do STF, sendo prêmios eram pagos no dia 20 de cada mês pela empresa

que tal presunção pode ser desconstituída se produzidas provas em Grendene; que as campanhas ocorriam as vezes mensalmente e as

contrário. Isso porque o Direito do Trabalho é norteado pelo vezes trimestralmente; que a Reclamada estabelecia metas para a

princípio da primazia da realidade, devendo, pois, a realidade fática Reclamante, que, por sua vez, a distribuía com sua equipe, sendo

prevalecer sobre os aspectos formais do contrato de trabalho. que cada vendedora recebia comissões pelas vendas por eles

Na espécie, portanto, a questão pertinente a existência de efetuadas, e a Reclamante recebia sobre a meta alcançada e

pagamento de salário " por fora" (comissões), deve ser dirimida à sobre as vendas efetuadas pela sua equipe; (...) " ( grifo nosso)

luz da realidade dos fatos, devendo sempre prevalecer a verdade Segunda testemunha do reclamante: ALEXSANDRO SILVA

material, fundada no postulado da primazia da realidade, DINIZ : " (...) que trabalhou para reclamada de março de 2011 até

cristalizado no art. 9º da CLT. novembro de 2017, na função de vendedor; (...)que não sabe

Assim, pela dinâmica processual de distribuição do ônus da prova, informar o valor do salario da Reclamante, mas sabe que além do

é da postulante o ônus probatório quanto ao recebimento de valores salario fixo a Reclamante recebia comissões; que não sabe

"por fora" dos contracheques, porque fato constitutivo de seu direito, informar o percentual das comissões recebidas pela

mercê do que dispõem os artigos 818, da CLT, e 373, I, do NCPC. Reclamante; que o pagamento das comissões era mensal, que

Dispõe o art. 457 da CLT: era depositado junto com o salario, porém não constava em

contracheque; que os prêmios eram pagos no dia 20 de cada mês

"Art. 457 - Compreendem-se na remuneração do empregado, para pela própria Reclamada; que as campanhas ocorriam as vezes

todos os efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente mensalmente e as vezes trimestralmente; que a Reclamada

pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que estabelecia metas para a Reclamante, que, por sua vez, a distribuía

receber. com sua equipe, sendo que cada vendedora recebia comissões

§ 1º Integram o salário a importância fixa estipulada, as pelas vendas por eles efetuadas, e a Reclamante recebia sobre

gratificações legais e as comissões pagas pelo empregador. a meta alcançada e sobre as vendas efetuadas pela sua equipe;

(...)."

Na conformidade dos autos, constata-se pelos e-mails funcionais

enviados à autora de ID. 0f6e9fb , que a tese da acionada de que Portanto, em que pese a testemunha da reclamada ter confirmado a

não havia pagamento de comissões, não se sustenta. tese de defesa de que não havia pagamento de comissão, tal

A rubrica "comissões" encontra-se presente em todas as tabelas, as depoimento encontra-se dissociado com as demais provas dos

quais retratam os resumos dos pagamentos efetuados à obreira, autos, não merecendo, pois, acolhimento.

mensalmente. Da mesma forma, não merece prosperar a média salarial apontada

Ainda sobre a alegativa de que tais documentos foram impugnados na peça de ingresso, pois os documentos colacionados aos autos

pela defesa, as testemunhas arregimentadas pela autora, que (extratos bancários e email, ID. 0f6e9fb) apontam uma média de

exerciam o cargo de vendedores, foram firmes em confirmar que recebimento inferior a R$ 2.000,00 de comissões por mês, além de

havia pagamento de comissões mensalmente, por "fora", bem como que as testemunhas conduzidas pela autora, afirmaram

de que a autora , como Supervisora de Vendas, recebia comissões desconhecer a média salarial por ela recebida.

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 502
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Diante do exposto, mantém-se a sentença impugnada, nesse origem contratual, devendo ser exercida com restrições, respeitando

aspecto. a função social do contrato, assim como a dignidade do trabalhador.

A teor dos artigos 818 da CLT c/c art. 373 do NCPC, é ônus da

DO RECURSO DAS PARTES - DA INDENIZAÇÃO POR DANOS autora a prova os fatos constitutivos de seu direito, a qual

MORAIS desincumbiu-se a contento.

No que pertine ao pagamento de indenização por danos morais, A prova oral constante nos autos, confirma o ato da empresa de

defende a acionada, que a Reclamante nunca sofreu ameaças, impor à autora o retorno ao trabalho, no período da licença

cobranças abusivas ou trabalhou durante seu período de licença- maternidade, ato passível de indenização por danos morais (artigos

maternidade, sendo indevido o pagamento de indenização por 186 e 927 do Código Civil).

danos morais, ante a ausência de qualquer ato ilícito praticado em

desfavor da autora. Primeira testemunha do reclamante: DANIELE DE SOUZA

Em caso de manutenção da condenação, pugna pela redução do SILVA: " (...) que a Reclamante não gozou a licença maternidade

valor atribuído a indenização por danos morais, por considera-lo por todo o período, tendo voltado com 1 ou 2 meses após o

exorbitante. nascimento do filho; que isso aconteceu porque a Reclamada a

Em suas razões recursais, a autora requer a majoração do valor da convocou para retornar ao trabalho; (...) que a Reclamada não

indenização por danos morais. indicou outra pessoa para substituir a Reclamante quando de sua

À análise. licença maternidade; que mesmo no período em que a Reclamante

A obrigação de indenizar surge com a prática de ato ilícito atribuído esteve afastada por licença maternidade, participava de reuniões na

ao empregador ou preposto. Nos termos dos artigos 186 e 927 do Reclamada; (...)."

Código Civil, fica obrigado à reparação aquele que, por ato ilícito, Segunda testemunha do reclamante: ALEXSANDRO SILVA

viola direito e causa dano a outrem, ainda que de cunho DINIZ: "(...) que a Reclamante não gozou a licença maternidade por

exclusivamente moral, garantia que se encontra inserta também no todo o período; que mesmo durante seu afastamento, por ela não

artigo 5º, inciso X, da Constituição Federal. ter substituto, ficava em contato constante com os vendedores, que

O Assédio Moral é uma conduta abusiva, que provoca danos as vezes iam até sua casa; que entende que a Reclamante foi

psicológicos e físicos na vítima e, no ambiente de trabalho, obrigada a retornar ao trabalho antes do tempo, porque não havia

traduzem-se por ameaças, perseguições, discriminações, de forma substituta; (...)."

prolongada e reiterada, de tal monta que causa ofensa à

personalidade e dignidade do trabalhador, tornando insustentável o Nessa situação, a ruptura precipitada do gozo da licença

convívio no ambiente de trabalho. maternidade, além de trazer angustia e sofrimento à trabalhadora,

O artigo 187 do Código Civil , estabelece a ilicitude da atuação do que deixa seu filho recém-nascido, sem direito ao convívio com a

titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os mãe e amamentação regular, causa danos a criança e fere a

limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou dignidade da Obreira, caracterizando abuso de direito da acionada,

pelos bons costumes. devendo tal ato ser combatido por esta Justiça especializada.

À luz do artigo 2º da CLT, o legislador conceitua empregador como O Dano Moral se caracteriza pela violação de um direito geral da

sendo a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos personalidade, sendo a dor, a tristeza, a frustração da vítima,

da atividade econômica, contrata, assalaria e dirige a prestação sentimentos presumidos de tal lesão e por isso prescindíveis de

pessoal do serviço. prova. Trata-se, no caso, de dano moral puro, ou, como a doutrina

Esse conceito reflete o poder diretivo ou de comando exercido pelo convencionou chamar, in re ipsa (a coisa fala por si).

empregador sobre a atividade do empregado, dando-lhe conteúdo Nesta vertente, trago à lume a lição de Sérgio Cavalieri Filho (in

às suas atribuições, podendo modificá-las ou extingui-las mediante Programa de Responsabilidade Civil, 5ª ed., 3ª tir., Editora

uma declaração de vontade unilateral, sempre que o empregado Malheiros, 2004, p. 101), nos seguintes termos:

não corresponder às diretrizes traçadas para o exercício do cargo "Neste ponto a razão se coloca ao lado daqueles que entendem que

ou função que lhe foi atribuído. o dano moral está ínsito na própria ofensa, decorre da gravidade do

Entretanto, o poder diretivo ou de comando exercido pelo ilícito em si. Se a ofensa é grave e de repercussão, por si só justifica

empregador sobre a atividade do empregado, encontra limites no a concessão de uma satisfação de ordem pecuniária ao lesado. Em

ordenamento jurídico brasileiro, pois essa relação jurídica tem outras palavras, o dano moral existe in re ipsa; deriva

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 503
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

inexoravelmente do próprio fato ofensivo, de tal modo que, provada DINIZ: "(...) que quando a venda era cancelada o valor da comissão

a ofensa, ipso facto está demonstrado o dano moral à guisa de uma era descontado no mês seguinte; (...)."

presunção natural, uma presunção hominis ou facti, que decorre

das regras da experiência comum." Conforme o artigo 466 da CLT, o pagamento das comissões é

Diante do exposto, mantém-se a sentença impugnada, nesse exigível depois de ultimada a transação, sendo indevido o estorno

aspecto. de comissão pelo cancelamento da venda ou pelo inadimplemento

do comprador, sob pena de transferir para o empregado os riscos

DO QUANTUM INDENIZATÓRIO POR DANOS MORAIS da atividade econômica (art. 2º, da CLT).

Quanto ao valor da referida indenização, conforme preceitua o art.

944 e art. 946 do Código Civil de 2002, a fixação do quantum Art. 466 - O pagamento de comissões e percentagens só é exigível

indenizatório será feito pelo Juiz, levando-se em consideração o depois de ultimada a transação a que se referem.

binômio "necessidade da vítima e capacidade econômica do § 1º- Nas transações realizadas por prestações sucessivas, é

agente", dando-lhe o caráter compensatório e pedagógico que deve exigível o pagamento das percentagens e comissões que lhes

revestir tal condenação. disserem respeito proporcionalmente à respectiva liquidação.

Assim, sem se afastar da máxima cautela e sopesando todo o § 2º- A cessação das relações de trabalho não prejudica a

conjunto probatório constante dos autos, entendo que o valor percepção das comissões e percentagens devidas na forma

atribuído pelo Juízo de R$ 5.000,000 (cinco mil reais) mostra-se estabelecida por este artigo.

combatível com os danos sofridos pela autora, com respaldo no Diante do exposto, mantém-se a sentença atacada, nesse aspecto.

princípio da razoabilidade.

Assim sendo, mantém-se a sentença impugnada pelas partes. DO RECURSO DA RECLAMANTE- DO CONTROLE DE

JORNADA. ARTIGO 62, INCISO I DA CLT. DAS HORAS EXTRAS

DO RECURSO DA RECLAMADA- DOS DESCONTOS Na peça inicial, aduz a autora que cumpria jornada de trabalho de

Advoga a recorrente/reclamada, que o valor descontado a título de segunda a sexta, das 7:30hs às 17:30hs, com 1 (uma) hora de

"VALE", refere-se unicamente a adiantamentos financeiros intervalo intrajornada, e pelo menos 2 (dois) sábados por mês, de

requeridos pela Recorrida, nunca tendo havido nenhum desconto 8:00h às 12:00h, quando era necessário visitar clientes, ou quando

por motivos de vendas não pagas pelos clientes ou devolução de havia treinamento na empresa; que era obrigada a participar de

mercadorias. reuniões fora do período de sua jornada após seu expediente, como

Apesar de a testemunha da acionada afirmar a inexistência de sempre ocorria no último dia do mês, em que era obrigada a

descontos, além dos legais, os documentos de ID.0f6e9fb, somados participar de reuniões de balanço e fechamento de mês, de maneira

aos depoimentos das duas testemunhas arregimentadas pela que permanecia na empresa até as 20:30 ou 21h da noite. Ressalte

reclamante, comprovam a tese da autora de que tais descontos -se ainda que seus gerentes à época, MÁRIO CÉSAR e CLÁUDIO

referem-se a estornos de comissões pelas vendas canceladas. COSTA, costumavam marcar reunião antes do início do expediente

pelo menos 1 (uma) vez por mês a qual iniciava por volta de 6:30h,

Primeira testemunha do reclamado(s): FLAVIO CARLOS nunca tendo recebido quaisquer pagamentos referentes a horas

BATISTA LIMA: "(...) que a Reclamada não efetuou nenhum extras.

desconto no contracheque da Reclamante a não ser os legais, De outro lado, aduz a reclamada que a obreira exercia trabalho

como INSS, por exemplo; (...)." externo, nos termos do art. 62, I da CLT, incompatível com a fixação

Primeira testemunha do reclamante: DANIELE DE SOUZA e controle de horário de trabalho, sendo impossível para a

SILVA : " (...)que a Reclamada estabelecia metas para a reclamada fiscalizar se os colaboradores estão seguindo a

Reclamante, que, por sua vez, a distribuía com sua equipe, sendo recomendação da empresa, seja de gozarem do horário intervalar

que cada vendedora recebia comissões pelas vendas por eles para refeição e descanso ou para terminarem o seu serviço no

efetuadas, e a Reclamante recebia sobre a meta alcançada e sobre horário acordado.

as vendas efetuadas pela sua equipe; que quando a venda era Afirma, que na forma estipulada pelo contrato de trabalho firmado

cancelada o valor da comissão era descontado no mês seguinte; entre as partes, a autora laborava em horários fixos, de 07h30min

(...)." às 17h30min, com direito a uma hora de intervalo e folgas aos

Segunda testemunha do reclamante: ALEXSANDRO SILVA sábados e domingos, NUNCA tendo havido qualquer tipo de

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 504
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

exigência de labor fora deste horário, pois a supervisora de vendas apenas 1 hora, entendo que não deve prevalecer, tal afirmação se

tem liberdade para escolher os horários que melhor lhe couber para mostra divergente das demais testemunhas.

ir a cada estabelecimento. Assim, no que pertine à duração da jornada semanal, não há provas

Ratifica a inexistência de controle de jornada ou de fiscalização de que havia cumprimento de jornada além das 44 horas semanais,

diária, sob o fundamento de que a obrigação da obreira é a de salvo nos dias de reuniões.

visitar os estabelecimentos e só presta contas com a empresa em Primeira testemunha do reclamante: DANIELE DE SOUZA

reuniões semanais após a efetivação da rota, mas sempre em SILVA: " que trabalhou para reclamada de março de 2013 até

horário comercial. março de 2015, na função de vendedora; que trabalhava das 08h

Em suas razões recursais, a reclamante LÍGIA EMANUELLE às 18h, com intervalo de 1h, de segunda a sexta-feira, e das 08h

GADELHA BARRETO defende o cumprimento a jornada declinada ao meio-dia aos sábados; que a função da Reclamante era

na peça de ingresso, no sentido de que havia labor aos sábados e supervisora, não exercendo outras funções; que o horário da

durante as reuniões, sem o correspondente pagamento das horas Reclamante era o mesmo da depoente; (...)."

extras, sendo da reclamada o ônus da apresentação dos controles Segunda testemunha do reclamante ALEXSANDRO SILVA

de jornada(art. 818, da CLT c/c/ art. 373, do NCPC), a qual não se DINIZ: " que trabalhou para reclamada de março de 2011 até

desincumbiu. novembro de 2017, na função de vendedor; que trabalhava das 08h

À análise. às 18h, com 2h de intervalo, de segunda a sexta-feira, e das 08h

Ressalte-se, inicialmente, que o controle de jornada previsto no art. ao meio-dia aos sábados;que a função da Reclamante era

7º, incisos XIII e XVI da Constituição Federal, são normas cogentes, supervisora, não exercendo outras funções; que o horário da

de ordem pública, pois tratam de proteção à saúde do trabalhador. Reclamante era o mesmo do depoente ; (...)."

Ficam excluídos destas normas apenas os casos previstos no art. Primeira testemunha do reclamado(s): FLAVIO CARLOS

62, da CLT, pois trata-se de uma presunção jurídica de que a BATISTA LIMA: " que trabalha para reclamada desde junho de

jornada não é fiscalizada, e como tal não é capaz de gerar direito a 2002, na função de atual de gerente comercial; que trabalha das

hora extra. 08h às 18h, com 2h de intervalo, de segunda a sexta-feira, e das

Dessa forma, alerta-se que, diferentemente do alegado pela ré, o 08h às 11h/meio-dia aos sábados, eventualmente; que quando

simples fato de o empregado exercer trabalho externo, por si só, gerente de compras trabalhava apenas de segunda a sexta; que a

não tem o condão de afastar as normas de proteção à saúde do função da Reclamante era supervisora, que o horário da

trabalhador, no caso, as de limite de jornada. Reclamante era o mesmo do depoente; (...)."

Ressalte-se, ainda, que tendo a demandada apresentado fato

modificativo do direito do autor, atraiu para si o ônus da prova do Entretanto, afirma a recorrente, que no último dia do mês era

direito constitutivo do obreiro ao recebimento das horas extras obrigada a participar de reuniões de balanço e fechamento de mês,

pleiteadas, nos termos dos art. 818, da CLT e art. 373, do CPC, a de maneira que permanecia na empresa até às 20h30min ou 21h.

qual não se desincumbiu, limitando-se em sua defesa, a alegar que Nesse ponto, os depoimentos das duas testemunhas da reclamante

a recorrida/reclamante não estava sujeito a controle de jornada, confirmaram que as reuniões ocorriam fora do horário normal de

posto que exercia atividade externa, nos termos do art. 62, I, da expediente, estendendo-se até às 20h30min, aproximadamente,

CLT. bem como de que eram semanais, nesse ponto, confirmado pelo

Ocorre que a própria testemunha da reclamante afirmou que não depoimento da testemunha da empresa.

havia labor extraordinário.

O que se extrai da prova oral constante nos autos é que a jornada Primeira testemunha do reclamante: DANIELE DE SOUZA

diária era de 8h às 18hs, com intervalo intrajornada de 2 horas,de SILVA : " (...) que as reuniões de planejamento não tinha horário

segunda a sexta-feira e aos sábados, eventualmente, quando era certo para terminar e sempre extrapolavam a jornada; que as

necessário visitar clientes, conforme consta na peça de ingresso, de reuniões eram semanais; que quando as reuniões ocorriam a

8h às 12 horas, conforme afirmou, também, a testemunha da tarde poderiam perdurar até as 20h30min; (...)."

reclamante, Sr. ALEXSANDRO SILVA DINIZ e da reclamada, Sr. Segunda testemunha do reclamante: ALEXSANDRO SILVA

FLAVIO CARLOS BATISTA LIMA. DINIZ: " (...) que as reuniões eram normalmente semanais; que

Nesse ponto, apesar de a testemunha da reclamante Sra. DANIELE as reuniões de planejamento aconteciam no inicio. No meio e

DE SOUZA SILVA ter afirmado que o intervalo intrajornada era de no final do mês; que varias vezes as reuniões extrapolaram os

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 505
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

horário, até 19h30mi/20h; (...)." Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão

Primeira testemunha do reclamado(s): FLAVIO CARLOS devidos honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5%

BATISTA LIMA: que as reuniões de planejamento aconteciam (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o

no inicio, no meio e no final do mês, quando, eventualmente valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico

ultrapassavam o horário eram compensadas com folgas aos obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado

sábados; (...)." da causa.

§ 1º Os honorários são devidos também nas ações contra a

Dessa forma, tem-se que, não obstante a obreira cumprisse jornada Fazenda Pública e nas ações em que a parte estiver assistida ou

legal, nos dias de reuniões de planejamento, uma vez por semana, substituída pelo sindicato de sua categoria.

havia labor extraordinário até 20h30min . § 2º Ao fixar os honorários, o juízo observará:

Assim sendo, tomando por base as médias das informações I - o grau de zelo do profissional;

constantes dos autos, fixo o horário de trabalho da autora da II - o lugar de prestação do serviço;

seguinte forma: de segunda a sexta, de 08h às 18h, com 02hs de III - a natureza e a importância da causa;

intervalo intrajornada e aos sábados, eventualmente, de 8h às 12 IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o

horas e 1 ( uma) vez por semana de 08h às 20h30min, com seu serviço.

fundamento no artigo 371 do NCPC, subsidiário, e art. 765 da CLT, § 3º Na hipótese de procedência parcial, o juízo arbitrará honorários

bem como observando o princípio da razoabilidade. de sucumbência recíproca, vedada a compensação entre os

Em decorrência do horário acima fixado, reforma-se a sentença honorários.

para condenar a reclamada ao pagamento e extras prestadas, § 4º Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha

consideradas como tais as que excederem a 8ª diária e a 44ª obtido em juízo, ainda que em outro processo, créditos capazes de

semanal, com adicional de 50% e com reflexos em aviso prévio, suportar a despesa, as obrigações decorrentes de sua sucumbência

FGTS+40%, 13º salários e férias + 1/3. ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente

Para cálculo das horas extras, deve-se observar ainda, o valor da poderão ser executadas se, nos dois anos subsequentes ao trânsito

hora normal, integrado pelas demais parcelas de natureza salarial em julgado da decisão que as certificou, o credor demonstrar que

percebidas, a teor do que dispõe a Súmula 264, do TST, os dias deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que

efetivamente trabalhados, bem como os pagamentos já efetuados justificou a concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse

sobre os mesmos títulos, o teor das súmulas 172 e 376, item II do prazo, tais obrigações do beneficiário.

C.TST e OJ 394 da SBDI-I/TST. § 5º São devidos honorários de sucumbência na reconvenção.

Entretanto, cumpre observar a decisão do Tribunal Pleno deste

DO RECURSO DA RECLAMANTE- DOS HONORÁRIOS Tribunal quando, examinando Arguição de Inconstitucionalidade -

ADVOCATÍCIOS Processo nº 0080026-04.2019.5.07.0000 - em novembro/2019 -

Requer a recorrente/reclamante, a majoração do valor atribuído a decidiu declarar incidentalmente a inconstitucionalidade da

reclamada para pagamento dos honorários advocatícios, em expressão "desde que não tenha obtido em juízo, ainda que em

percentual não inferior a 10% do valor da condenação, bem como a outro processo, créditos capazes de suportar a despesa", constante

declaração de inconstitucionalidade do artigo 791-A, § 4º, da CLT, do § 4º do art. 791-A da CLT, com redação da Lei nº 13.467 de

no que pertine ao pagamento de honorários advocatícios 13.07.2017.

sucumbenciais. Desta feita, por uma questão de disciplina judiciária, sem embargos

A sentença recorrida condenou a reclamada no pagamento dos da minha posição pessoal, de que o beneficiário da justiça gratuita

honorários advocatícios no percentual de 5% (cinco por cento) não deve ser condenado nos ônus da sucumbência, outro caminho

sobre o montante total da condenação. não vejo a não ser me curvar à opinião majoritária dos integrantes

A recorrente requer a majoração desse percentual, bem como a do Tribunal Pleno do TRT da 7ª Região e passar a adotar, com

exclusão do pagamento de honorários sucumbenciais pela autora. ressalvas, o entendimento supra e, portanto, negar provimento ao

Com razão em parte. recurso da parte reclamante para manter a condenação no

Com relação aos honorários advocatícios de sucumbência, e em pagamento de honorários sucumbenciais no percentual de 5% (

face da redação da Lei nº 13.467 de 13.07.2017 que incluiu na CLT cinco por cento), em favor do patrono das partes.

o art. 791-A, tem-se que: Determina-se, porém, que a execução dos honorários advocatícios

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 506
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

de sucumbência permaneçam sob condição suspensiva de provimento parcial ao recurso da reclamante para condenar a

exigibilidade e somente poderão ser exigidos se, nos dois anos reclamada no pagamento de horas extras prestadas, consideradas

subsequentes ao trânsito em julgado da decisão, o credor como tais as que excederem a 8ª diária e a 44ª semanal, com

demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de adicional de 50% e com reflexos em aviso prévio, FGTS+40%, 13º

recursos que justificou a concessão da gratuidade processual à salários e férias + 1/3, bem como para determinar que a execução

obreira, extinguindo-se, passado esse prazo, a respectiva dos honorários advocatícios de sucumbência por parte da autora,

obrigação. permaneçam sob condição suspensiva de exigibilidade e somente

Sentença reformada, nesse aspecto. poderão ser exigidos se, nos dois anos subsequentes ao trânsito

em julgado da decisão, o credor demonstrar que deixou de existir a

DA MULTA POR LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ situação de insuficiência de recursos que justificou a concessão da

Requer a recorrente/reclamante, a condenação da Reclamada e de gratuidade processual à obreira, extinguindo-se, passado esse

sua testemunha no pagamento de multa por litigância de má-fé, prazo, a respectiva obrigação.

cada qual em valor não inferior a 10% (dez por cento) do valor da Para cálculo das horas extras, deve-se observar ainda, o valor da

causa, ao argumento de que alteraram a verdade dos fatos ao hora normal, integrado pelas demais parcelas de natureza salarial

apresentar depoimento contraditórios com as demais provas dos percebidas, a teor do que dispõe a Súmula 264, do TST, os dias

autos. efetivamente trabalhados, bem como os pagamentos já efetuados

À análise. sobre os mesmos títulos, o teor das súmulas 172 e 376, item II do

A norma prevê as hipóteses que configuram a litigância de má-fé, C.TST e OJ 394 da SBDI-I/TST.

nos seguintes termos: Custas processuais de R$ 600,00, calculadas sobre o novo valor

Art. 80 - Reputa-se litigante de má-fé aquele que: arbitrado da condenação de R$ 30.000,00.

I - deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato

incontroverso;

II - alterar a verdade dos fatos; DISPOSITIVO

III - usar do processo para conseguir objetivo ilegal;

IV-opuser resistência injustificada ao andamento do processo;

V-proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do ACORDAM OS DESEMBARGADORES DA 2.ª TURMA DO

processo; TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 7ª REGIÃO, por

VI-provocar incidentes manifestamente infundados; unanimidade, conhecer do recurso e, no mérito, dar provimento

VII- interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório. parcial ao recurso da reclamante para condenar a reclamada no

A alteração da verdade dos fatos, de molde a caracterizar a pagamento de horas extras prestadas, consideradas como tais as

litigância de má-fé, pressupõe o dolo da parte, com o objetivo de que excederem a 8ª diária e a 44ª semanal, com adicional de 50% e

induzir à compreensão distorcida da realidade. com reflexos em aviso prévio, FGTS+40%, 13º salários e férias +

A aplicação da multa por litigância de má-fé parte da análise 1/3, bem como para determinar que a execução dos honorários

casuística, identificável no contexto próprio de cada processo. advocatícios de sucumbência por parte da autora, permaneçam sob

Assim, analisando a situação fática dos autos, não vislumbra esse condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser

julgador que a defesa apresentada pela empresa e o depoimento da exigidos se, nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da

testemunha arregimentada pela ré, tiveram o fito de alterar a decisão, o credor demonstrar que deixou de existir a situação de

verdade dos fatos e sim, exercer o contraditório e ampla defesa. insuficiência de recursos que justificou a concessão da gratuidade

Logo, não comprovada nenhuma das hipóteses do artigo 80 do processual à obreira, extinguindo-se, passado esse prazo, a

NCPC, é inaplicável a multa por litigância de má-fé. respectiva obrigação.

Para cálculo das horas extras, deve-se observar ainda, o valor da

hora normal, integrado pelas demais parcelas de natureza salarial

CONCLUSÃO DO VOTO percebidas, a teor do que dispõe a Súmula 264, do TST, os dias

efetivamente trabalhados, bem como os pagamentos já efetuados

sobre os mesmos títulos, o teor das súmulas 172 e 376, item II do

Isto posto, voto pelo conhecimento do recurso e, no mérito, dar C.TST e OJ 394 da SBDI-I/TST.

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 507
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Custas processuais de R$ 600,00, calculadas sobre o novo valor

arbitrado da condenação de R$ 30.000,00.

Participaram do julgamento os Exmos. Srs. Desembargadores RELATÓRIO

Francisco José Gomes da Silva (Presidente e Relator),Cláudio

Soares Pires e Jefferson Quesado Júnior. Presente ainda o(a)

Exmo(a). Sr(a). membro do Ministério Público do Trabalho. Trata-se de Embargos de Declaração de ID. c16291a, interpostos

Fortaleza, 10 de fevereiro de 2020. pela reclamada TELEFONICA BRASIL S.A. (VIVO), em face do

acórdão de ID. 58f3b05, que, por unanimidade, conheceu do

recurso e,no mérito, deu-lhe provimento parcial para reformar a

FRANCISCO JOSÉ GOMES DA SILVA sentença para reduzir o valor da indenização por danos morais para

Relator (vinte mil reais), com respaldo no princípio da razoabilidade R$

FORTALEZA/CE, 04 de março de 2020. 20.000,00 e excluir o pagamento dos honorários advocatícios.

Alega o embargante, em síntese, que o v. Acórdão prolatado por

ROMULO DE SOUSA FROTA essa Colenda Turma não se pronunciou expressamente sobre todos

Diretor de Secretaria os argumentos apresentados pela defesa, não analisando as provas

que justificariam o não pagamento de indenização por danos


Processo Nº ROT-0001654-37.2016.5.07.0003
Relator FRANCISCO JOSÉ GOMES DA morais.
SILVA
Insiste, que o laudo pericial foi inconclusivo no sentido de
RECORRENTE TELEFONICA BRASIL S.A.
JOSE ALBERTO ADVOGADO(OAB: 513/DF) demonstrar ou não, a existência do nexo de causalidade entre a
COUTO MACIEL
patologia apresentada pela reclamante, e suas atividades na
RECORRIDO MIKAELLE LIMA DE SOUSA
MATEUS DE OLIVEIRA ADVOGADO(OAB: 19583/CE) empresa reclamada.
ALCANTARA
Argumenta, que o perito afirmou que houve "uma série de
FERNANDA BARROSO ADVOGADO(OAB: 24695/CE)
DE CASTRO circunstâncias que levou a autora a um quadro emocional grave",

bem como de que o mesmo ressaltou, que a obreira estava grávida,


Intimado(s)/Citado(s):
com problemas orgânicos inerentes ao processo e perdeu o bebê, o
- TELEFONICA BRASIL S.A.
que trouxe consequências emocionais que ainda perduram, o que

afasta o dever da empresa de pagar indenização por danos morais,

ante a ausência de nexo de causalidade.


PODER JUDICIÁRIO
Reitera, igualmente, que o perito afirmou que não se trata de uma
JUSTIÇA DO TRABALHO
consequência inerente ao processo laboral, mas um conflito entre

patrão e empregado, todavia, não deixou claro na sua conclusão se

EMENTA a depressão da autora tem ou não algum nexo de causalidade com

o trabalho; que a única testemunha ouvida nos autos, declarou que

as atividades na reclamada são realizadas em estrito cumprimento

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO - REEXAME DE FATOS E com as normas de medicina e segurança do trabalho, tanto a

PROVAS. Conforme o disposto no artigo 1.022 do NCPC, aplicado jornada e pausas, são anotadas e usufruídas corretamente,

subsidiariamente ao processo trabalhista, por força do artigo 769 da inclusive, não havia qualquer restrição de iras ao banheiro,

CLT, os Embargos de Declaração não se prestam ao reexame de inclusive, a empresa disponibiliza atendimento ambulatorial para

fatos e provas, com vistas à modificação da substância do julgado, atendimento médico.

pois o seu cabimento está limitado a sanar omissão, extirpar Requer ao final, em suma, o pronunciamento sobre todos os

contradição ou manifesto equívoco de admissibilidade do recurso, a questionamentos apresentados nas ruas razões recursais e

teor do art. 897-A da CLT. A reapreciação da matéria, quando já documentos apresentados, para que seja esclarecido nos autos

apreciada pelo órgão prolator do acórdão embargado, é defeso em quanto a existência de excesso de trabalho, as cobranças exigidas,

lei, pois tal implicaria em reexame do mérito da decisão, o que foge em especial aquelas constantes nas declarações da reclamante

às finalidades dos embargos declaratórios. quando de sua oitiva e reitera argumento de as doenças indicadas

Embargos de Declaração conhecidos e não providos na inicial não decorreram das atividades laborais, e não se tratam

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 508
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

de doenças ocupacionais. quanto a existência de excesso de trabalho, as cobranças exigidas,

Apresentação das contrarrazões, ID. 1d6096d. em especial aquelas constantes nas declarações da reclamante

quando de sua oitiva e reitera argumento de as doenças indicadas

na inicial não decorreram das atividades laborais, e não se tratam

FUNDAMENTAÇÃO de doenças ocupacionais.

Sem razão a embargante.

Conforme o disposto no artigo 1.022 do NCPC, aplicado

ADMISSIBILIDADE subsidiariamente ao processo trabalhista, por força do artigo 769 da

Preenchidos os pressupostos de admissibilidade de se conhecer os CLT, cabem embargos de declaração quando houver no acórdão

embargos declaratórios interpostos pela reclamada TELEFÔNICA obscuridade ou contradição ou, ainda, quando for omitido ponto

BRASIL S.A. (VIVO). sobre o qual devia pronunciar-se o juízo, inclusive de ofício, e,

MÉRITO ainda, no caso de manifesto equívoco no exame dos pressupostos

Para fundamentar suas alegações, renova a Embargante a tese de extrínsecos do recurso ou para corrigir erro material, conforme

defesa de que que não restou provado nos autos, a inequívoca previsão no art. 897-A, da CLT. Estes são, portanto, os limites

relação de causalidade da doença acometida pela autora da desse instituto processual.

"depressão", com a execução do contrato de trabalho. Fora dessas hipóteses não tem cabimento a interposição de

Insiste, que o laudo pericial foi inconclusivo no sentido de embargos.

demonstrar ou não, a existência do nexo de causalidade entre a Do exame da decisão vergastada, em sede de embargos de

patologia apresentada pela reclamante, e suas atividades na declaração, verifica-se que não assiste razão a Embargante.

empresa reclamada. A simples leitura das razões veiculadas nestes embargos

Alega a embargante, em síntese, que o v. Acórdão prolatado por demonstra a inconformidade da Embargante com os termos da

essa Colenda Turma não se pronunciou expressamente sobre todos decisão, pretendendo, em realidade, a reforma do julgado.

os argumentos apresentados pela defesa, não analisando as provas Do exame dos autos, observa-se que a decisão regional analisou

que justificariam o não pagamento de indenização por danos todas as questões e provas apresentadas nos autos, tendo

morais. consignado, expressamente, que apesar de não restar provado a

Argumenta, que o perito afirmou que houve "uma série de ocorrência de assédio moral em face das alegadas perseguições e

circunstâncias que levou a autora a um quadro emocional grave", humilhações pela superior hierárquica, Srª Landa Saraiva e

bem como de que o mesmo ressaltou, que a obreira estava grávida, limitações ao uso do banheiro, no momento em que se encontrava

com problemas orgânicos inerentes ao processo e perdeu o bebê, o grávida, bem como cobranças de metas de forma excessiva, o

que trouxe consequências emocionais que ainda perduram, o que Perito judicial constatou que a autora passou por traumas em

afasta o dever da empresa de pagar indenização por danos morais, decorrência de várias circunstâncias, inclusive, pela perda do

ante a ausência de nexo de causalidade. bebê, relatando, também, que o ambiente laboral contribuiu

Reitera, igualmente, que o perito afirmou que não se trata de uma para o agravamento da doença emocional acometida pela

consequência inerente ao processo laboral, mas um conflito entre obreira.

patrão e empregado, todavia, não deixou claro na sua conclusão se Destacou, também, que o relatório médico de ID. f2dc01c,

a depressão da autora tem ou não algum nexo de causalidade com igualmente, descreve alterações na pressão arterial em face de

o trabalho; que a única testemunha ouvida nos autos, declarou que problemas ocorridos no ambiente laboral, tendo a autora se

as atividades na reclamada são realizadas em estrito cumprimento afastado para gozo de benefício previdenciário em razão de sua

com as normas de medicina e segurança do trabalho, tanto a incapacidade laborativa.

jornada e pausas, são anotadas e usufruídas corretamente, A decisão registrou, igualmente, que as informações do Perito foram

inclusive, não havia qualquer restrição de iras ao banheiro, ratificadas através do laudo complementar de ID. 2e7db2b, no

inclusive, a empresa disponibiliza atendimento ambulatorial para sentido de que os SINTOMAS DEPRESSIVOS COM INTENSO

atendimento médico. QUADRO DE ANSIEDADE SUBJACENTE FORAM

Requer ao final, em suma, o pronunciamento sobre todos os RESULTANTES DA RELAÇÃO CONFLITUOSA ENTRE PATRÃO

questionamentos apresentados nas ruas razões recursais e E EMPREGADO.

documentos apresentados, para que seja esclarecido nos autos Confirmou ainda, que "SEGURAMENTE QUE A MANEIRA COMO

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 509
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

A ADMINISTRAÇÃO REAGIU À SITUAÇÃO DA AUTORA de declaração contra a decisão que não se pronunciou sobre

CONTRIBUIU PARA O AGRAVAMENTO DO QUADRO." determinado argumento que era incapaz de infirmar a conclusão

Nesse ponto, restou provado e registrado na decisão que, apesar adotada.

da doença acometida pela autora ter origem multifatorial, o No caso, todos os depoimentos foram minuciosamente analisados

ambiente laboral contribuiu para o agravamento, ou causa e registradas as conclusões na decisão, não havendo que se falar

concomitante da lesão ou doença ocupacional, configurando-se em mal interpretação ou ausência de análise das provas.

assim, a concausalidade: (...) Neste contexto, não se verifica nenhuma omissão ou contradição no

Tem-se, ainda, que para caracterizar o nexo causal em caso de julgado, nem manifesto equívoco no exame dos pressupostos

acidente de trabalho, basta demonstrar a existência de relação extrínsecos do recurso, que possa embasar o presente embargos

entre o exercício do trabalho a serviço da empresa com o infortúnio de declaração.

laboral. Nesse sentido, tem-se que a reapreciação da matéria, quando já

Em ralação ao nexo de concausalidade, tem-se que o trabalho não apreciada pelo órgão prolator do acórdão embargado, é defeso em

é a causa principal do infortúnio laboral, mas, sim, um agravamento, lei, pois tal implicaria em reexame do mérito da decisão, o que foge

ou causa concomitante da lesão ou doença ocupacional. às finalidades dos embargos declaratórios.

Dessa forma, ressalte-se que a concausa se une à causa principal Dessa forma, mantêm-se a decisão atacada.

da doença e concorre para o resultado, reforçando-a, o que ocorreu

no caso em espécie.

Alerta-se ainda que, não há necessidade de se precisar qual das CONCLUSÃO DO VOTO

causas foi aquela que efetivamente gerou a doença, mas, apenas,

que a causa laboral tenha contribuído diretamente para a doença ou

seu agravamento, caso dos autos. Isto posto, voto pelo conhecimento dos embargos declaratórios,

Ao final, concluiu que: para, no mérito, negar-lhe provimento.

Ao contrário da tese defensiva, a prova pericial concluiu que houve

abuso e excesso cometido pelo empregador, no sentido de que os

SINTOMAS DEPRESSIVOS COM INTENSO QUADRO DE DISPOSITIVO

ANSIEDADE SUBJACENTE FORAM RESULTANTES DA

RELAÇÃO , expondo, portanto, a empregada CONFLITUOSA

ENTRE PATRÃO E EMPREGADO a situações constrangedoras,

pressão psicológica e humilhação, provocando violação da honra,

intimidade e dignidade da trabalhadora passível de indenização por

danos morais.

Dessa forma, diante dos laudos médicos colacionados nos autos,

bem como da conclusão do " expert", não restou dúvidas a respeito

da existência de nexo de concausalidade entre o agravamento da ACORDAM OS DESEMBARGADORES DA 2.ª TURMA DO

doença (estresse, depressão) e a atividade da obreira. TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 7.ª REGIÃO, por

Diante do exposto, mantém-se a sentença, nesse aspecto. unanimidade, conhecer dos embargos declaratórios, e, no mérito,

As provas constantes nos autos têm como destinatário a convicção negar-lhe provimento.

do Juízo acerca dos fatos que lhe são apresentados, que, utilizando Participaram do julgamento os Exmos. Srs. Desembargadores

-se do princípio do livre convencimento ou persuasão racional (art. Francisco José Gomes da Silva (Presidente e Relator),Cláudio

93, IX da Constituição Federal de 1988), terá toda liberdade na Soares Pires e Jefferson Quesado Júnior. Presente ainda o(a)

condução das mesmas com o fito de aplicar a norma jurídica que Exmo(a). Sr(a). membro do Ministério Público do Trabalho.

lhe for cabível. Fortaleza, 10 de fevereiro de 2020.

Frise-se, por oportuno, que o julgador não está obrigado a

responder a todas as questões suscitadas pelas partes, quando já

tenha encontrado motivo suficiente para proferir a decisão.

Assim, mesmo após a vigência do CPC/2015, não cabem embargos

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 510
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

prevalecer sobre os aspectos formais do contrato de trabalho.

FRANCISCO JOSÉ GOMES DA SILVA Assim, pela dinâmica processual de distribuição do ônus da prova, é

Relator da postulante o ônus probatório quanto ao recebimento de valores

"por fora" dos contracheques, porque fato constitutivo de seu direito,

mercê do que dispõem os artigos 818, da CLT, e 373, I, do NCPC, a

VOTOS qual se desincumbiu a contento. Por outro lado, não merece

prosperar a média salarial apontada na peça de ingresso, pois os

FORTALEZA/CE, 04 de março de 2020. documentos colacionados aos autos (extratos bancários e email, ID.

0f6e9fb) apontam uma média de recebimento inferior a R$ 2.000,00

ROMULO DE SOUSA FROTA de comissões por mês, além de que as testemunhas conduzidas

Diretor de Secretaria pela autora, afirmaram desconhecer a média salarial por ela

recebida. Sentença mantida.


Processo Nº ROT-0000992-72.2018.5.07.0013
Relator FRANCISCO JOSÉ GOMES DA INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. ASSÉDIO MORAL. O
SILVA
Assédio Moral é uma conduta abusiva, que provoca danos
RECORRENTE J S B COMERCIO E
REPRESENTACOES LTDA psicológicos e físicos na vítima e, no ambiente de trabalho,
José Cândido Lustosa ADVOGADO(OAB: 4040/CE)
Bittencourt de traduzem-se por ameaças, perseguições, discriminações, de forma
Albuquerque
prolongada e reiterada, de tal monta que causa ofensa à
RECORRENTE LIGIA EMANUELLE GADELHA
BARRETO personalidade e dignidade do trabalhador, tornando insustentável o
TIBERIO CARLOS ADVOGADO(OAB: 24532/CE)
SOARES ROBERTO convívio no ambiente de trabalho. A prova oral constante nos autos,
PINTO
confirma o ato da empresa de impor à autora o retorno ao trabalho,
RECORRIDO LIGIA EMANUELLE GADELHA
BARRETO no período da licença maternidade, ato passível de indenização por
TIBERIO CARLOS ADVOGADO(OAB: 24532/CE)
SOARES ROBERTO danos morais (artigos 186 e 927 do Código Civil). Nessa situação, a
PINTO
ruptura precipitada do gozo da licença maternidade, além de trazer
RECORRIDO J S B COMERCIO E
REPRESENTACOES LTDA angustia e sofrimento à trabalhadora, que deixa seu filho recém-
José Cândido Lustosa ADVOGADO(OAB: 4040/CE)
Bittencourt de nascido sem direito ao convívio com a mãe e amamentação regular,
Albuquerque
causa danos a criança e fere a dignidade da Obreira, caracterizando

Intimado(s)/Citado(s): abuso de direito por parte da acionada, devendo tal ato ser

- J S B COMERCIO E REPRESENTACOES LTDA combatido por esta Justiça especializada. Sentença mantida.

INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL - QUANTIFICAÇÃO. Quanto

ao valor da referida indenização, conforme preceitua o art. 944 e art.

946 do Código Civil de 2002, a fixação do quantum indenizatório


PODER JUDICIÁRIO
será feito pelo Juiz, levando-se em consideração o binômio
JUSTIÇA DO TRABALHO
"necessidade da vítima e capacidade econômica do agente", dando-

lhe o caráter compensatório e pedagógico que deve revestir tal


EMENTA condenação. Assim, sem se afastar da máxima cautela e

sopesando todo o conjunto probatório constante dos autos, entendo

que o valor atribuído pelo Juízo de R$ 5.000,000 (cinco mil reais)


DOS RECURSOS DAS PARTES mostra-se combatível com os danos sofridos pela autora, com
REMUNERAÇÃO VARIÁVEL. DIFERENÇA SALARIAL. MÉDIA respaldo no princípio da razoabilidade.
DAS VALORES RECEBIDOS. ÔNUS DA PROVA DA DO RECURSO DA RECLAMADA
RECLAMANTE. ART. 818, DA CLT C/C ART. 373, DO NCPC. As DOS DESCONTOS INDEVIDOS. COMISSÃO ESTORNADA.
anotações da CTPS gozam de presunção juris tantum, consoante RISCO DO NEGÓCIO. ART. 2º E 466, DA CLT. Conforme o artigo
Súmula nº 12, do TST e Súmula nº 225, do STF, sendo que tal 466 da CLT, o pagamento das comissões é exigível depois de
presunção pode ser desconstituída se produzidas provas em ultimada a transação, sendo indevido o estorno de comissão pelo
contrário. Isso porque o Direito do Trabalho é norteado pelo cancelamento da venda ou pelo inadimplemento do comprador, sob
princípio da primazia da realidade, devendo, pois, a realidade fática pena de transferir para o empregado os riscos da atividade

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 511
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

econômica. Sentença mantida. RELATÓRIO

DO RECURSO DA RECLAMANTE

HORAS EXTRAS. FATO IMPEDITIVO DO DIREITO AUTORAL.

ÔNUS DA PROVA DA RECLAMADA. Apresentado fato Cuida-se de recursos ordinários interpostos pelas partes(ID.

modificativo/impeditivo do direito da autora, a reclamada atraiu para 91abc51, bae3997, ) contra sentença prolatada pela 13ª Vara do

si o ônus da prova do direito constitutivo do obreiro ao recebimento Trabalho de Fortaleza que julgou PARCIALMENTE

das horas extras pleiteadas, nos termos do art. 373, do CPC, a qual PROCEDENTES os pedidos desta reclamação trabalhista para o

não se desincumbiu, limitando-se em sua defesa, a alegar que o fim de: a) conceder, à parte reclamante, os benefícios da justiça

reclamante não estava sujeito a controle de jornada, posto que gratuita; b) acolher a prescrição quinquenal, para o fim de extinguir

exercia trabalho externo de vendedor, nos termos do art. 62, I, da o processo, com resolução do mérito, na forma do art. 7º, XXIX, da

CLT. Entretanto, a própria testemunha da reclamante afirmou que Carta Magna e art. 487, II, do CPC, quanto a eventuais créditos

não havia labor extraordinário, salvo, nos dias em que havia referentes ao período anterior a 04/09/2013; c) reconhecer que a

reuniões de planejamento, na qual o labor se estendia até remuneração da parte autora era composta de uma parte fixa no

20h30min. Sentença parcialmente reformada. importe de R$2.283,70 e de uma parte variável, cuja média mensal

MULTA POR LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ. ART. 80 do CPC. A era de R$1.492,89, totalizando uma remuneração média mensal de

alteração da verdade dos fatos, de molde a caracterizar a litigância R$3.776,59; d) condenar a reclamada J S B COMERCIO E

de má-fé, pressupõe o dolo da parte, com o objetivo de induzir à REPRESENTAÇÕES LTDA - ME a pagar à reclamante LIGIA

compreensão distorcida da realidade. Assim, analisando a situação EMANUELLE GADELHA BARRETO,no prazo de quarenta e oito

fática dos autos, não se vislumbra que a defesa apresentada pela horas, contadas da liquidação do julgado, o valor que se apurar

empresa e o depoimento da testemunha arregimentada pela ré, referente às seguintes parcelas, calculadas com base no valor de

tiveram o fito de alterar a verdade dos fatos e sim, exercer o R$1.492,89: saldo de salário de 1 dia de fevereiro/2018; 03/12 de

contraditório e ampla defesa. 13º salário proporcional; 12/12 de férias proporcionais + 1/3; 51 dias

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS SUCUMBENCIAIS. ART. 791-A de aviso prévio; diferenças de férias simples + 1/3 (2012/2013,

DA CLT. SUSPENSÃO DA COBRANÇA. No caso, cumpre 2013/2014, 2014/2015, 2015/2016 e 2016/2017); diferenças de 13º

observar a decisão do Tribunal Pleno deste Tribunal quando, salário (2013, 2014, 2015, 2016 e 2017); diferenças de FGTS + 40%

examinando Arguição de Inconstitucionalidade - Processo nº do período imprescrito (04/09/2013 a 24/03/2018); devolução dos

0080026-04.2019.5.07.0000 - em novembro/2019 - decidiu declarar valores indicados nos documentos de fl. 89/97, a título de "vales";

incidentalmente a inconstitucionalidade da expressão "desde que indenização a título de danos morais R$5.000,00.

não tenha obtido em juízo, ainda que em outro processo, créditos Inconformada, alega reclamada em suas razões recursais (ID.

capazes de suportar a despesa", constante do § 4º do art. 791-A da 91abc51), ser indevidas as diferenças salariais, sob o fundamento

CLT, com redação da Lei nº 13.467 de 13.07.2017. Desta feita, de que a autora jamais recebeu pagamento de comissões "por

mantém-se a condenação no pagamento de honorários fora", percebendo a título de remuneração apenas as verbas

sucumbenciais no percentual de 5% (cinco por cento), em favor do devidamente registradas na sua CTPS e em seu contracheque,

patrono das partes. Determina-se, porém, que a execução dos todas devidamente quitadas.

honorários advocatícios de sucumbência permaneçam sob condição Argumenta, igualmente, que ainda que se considerasse a

suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser exigidos se, nos remuneração variável mencionada pela Reclamante, a mesma não

dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão, o credor seria incorporada ao contrato de trabalho, nem constituiria base de

demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de incidência dos encargos trabalhistas, vez que trata-se de "prêmio",

recursos que justificou a concessão da gratuidade processual à pagos pela indústria.

obreira, extinguindo-se, passado esse prazo, a respectiva Advoga, que o valor descontado a título de "VALE", refere-se

obrigação. Sentença parcialmente modificada. unicamente a adiantamentos financeiros requeridos pela Recorrida,

RECURSOS CONHECIDOS E DADO PROVIMENTO PARCIAL AO nunca tendo havido nenhum desconto por motivos de vendas não

DA RECLAMANTE. pagas pelos clientes ou devolução de mercadorias.

No que pertine ao pagamento de indenização por danos morais,

defende que a Reclamante nunca sofreu ameaças, cobranças

abusivas ou trabalhou durante seu período de licença-maternidade,

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 512
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

sendo indevido o pagamento de indenização por danos morais, ante Na sua peça de ingresso, afirma a Obreira que fora contratada

a ausência de qualquer ato ilícito praticado em desfavor da autora. 21/03/2011, para exercer a função de Supervisora de Vendas, com

Em caso de manutenção da condenação, pugna pela redução do pagamento de salário registrado em sua CTPS de R$ 2.283,70 (dois

valor atribuído a indenização por danos morais, por considera-lo mil, duzentos e oitenta e três reais e setenta centavos), mas que, na

exorbitante. realidade, sua remuneração era acrescida de prêmios e bônus

Em suas razões recursais, a reclamante LÍGIA EMANUELLE salariais, caso atingisse suas metas, o que elevava os seus

GADELHA BARRETO defende o cumprimento a jornada declinada rendimentos para um patamar entre R$ 3.000,00 (três mil reais) ,

na peça de ingresso, no sentido de que havia labor aos sábados e mais R$ R$ 5.000,00 (cinco mil reais), perfazendo uma média

durante as reuniões, sem o correspondente pagamento das horas mensal de R$ 5.956,37.

extras, sendo da reclamada o ônus da apresentação dos controles Inconformada, a reclamada/recorrente insurge-se quanto a esses

de jornada(art. 818, da CLT c/c/ art. 373, do NCPC), a qual não se fatos e afirma que a obreira jamais recebeu pagamento de

desincumbiu. comissões "por fora", percebendo a título de remuneração apenas

Requer, também, que as diferenças salariais sejam com base na as verbas devidamente registradas na sua CTPS e em seu

remuneração mensal de R$ 5.956,37 (cinco mil, novecentos e contracheque, todas devidamente quitadas.

cinquenta e seis reais e trinta e sete centavos), bem como a Argumenta, igualmente, que ainda que se considerasse a

condenação da Recorrida ao pagamento das verbas trabalhistas, remuneração variável mencionada pela Reclamante, a mesma não

reflexos e depósitos de FGTS com base neste valor e ainda, a seria incorporada ao contrato de trabalho, nem constituiria base de

majoração do valor atribuído ao pagamento de danos morais. incidência dos encargos trabalhistas, vez que trata-se de "prêmio",

Adiante, requer a condenação da Reclamada e de sua testemunha pagos pela indústria.

no pagamento de multa por litigância de má-fé, cada qual em valor À análise.

não inferior a 10% (dez por cento) do valor da causa, ao argumento As anotações da CTPS gozam de presunção juris tantum,

de que alteraram a verdade dos fatos ao apresentar depoimento consoante Súmula nº 12, do TST e Súmula nº 225, do STF, sendo

contraditórios com as demais provas dos autos. que tal presunção pode ser desconstituída se produzidas provas em

Por fim, requer a majoração do valor atribuído a reclamada para contrário. Isso porque o Direito do Trabalho é norteado pelo

pagamento dos honorários advocatícios, em percentual não inferior princípio da primazia da realidade, devendo, pois, a realidade fática

a 10% do valor da condenação, bem como a declaração de prevalecer sobre os aspectos formais do contrato de trabalho.

inconstitucionalidade do artigo 791-A, § 4º, da CLT, no que pertine Na espécie, portanto, a questão pertinente a existência de

ao pagamento de honorários advocatícios sucumbenciais. pagamento de salário " por fora" (comissões), deve ser dirimida à

Contrarrazões interposta pela reclamante(ID.9047309). luz da realidade dos fatos, devendo sempre prevalecer a verdade

material, fundada no postulado da primazia da realidade,

cristalizado no art. 9º da CLT.

Assim, pela dinâmica processual de distribuição do ônus da prova,

FUNDAMENTAÇÃO é da postulante o ônus probatório quanto ao recebimento de valores

"por fora" dos contracheques, porque fato constitutivo de seu direito,

mercê do que dispõem os artigos 818, da CLT, e 373, I, do NCPC.

ADMISSIBILIDADE Dispõe o art. 457 da CLT:

Preenchidos os pressupostos de admissibilidade conheço dos

recursos ordinários interpostos pelas partes. "Art. 457 - Compreendem-se na remuneração do empregado, para

DO MÉRITO todos os efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente

DO RECURSO DAS PARTES pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que

DA REMUNERAÇÃO- DO PAGAMENTO DE COMISSÕES POR " receber.

POR FORA". DA MÉDIA SALARIAL § 1º Integram o salário a importância fixa estipulada, as

Em suas razões recursais, requer a autora/recorrente, que as gratificações legais e as comissões pagas pelo empregador.

diferenças salariais sejam com base na remuneração mensal de R$

5.956,37 (cinco mil, novecentos e cinquenta e seis reais e trinta e Na conformidade dos autos, constata-se pelos e-mails funcionais

sete centavos). enviados à autora de ID. 0f6e9fb , que a tese da acionada de que

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 513
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

não havia pagamento de comissões, não se sustenta. tese de defesa de que não havia pagamento de comissão, tal

A rubrica "comissões" encontra-se presente em todas as tabelas, as depoimento encontra-se dissociado com as demais provas dos

quais retratam os resumos dos pagamentos efetuados à obreira, autos, não merecendo, pois, acolhimento.

mensalmente. Da mesma forma, não merece prosperar a média salarial apontada

Ainda sobre a alegativa de que tais documentos foram impugnados na peça de ingresso, pois os documentos colacionados aos autos

pela defesa, as testemunhas arregimentadas pela autora, que (extratos bancários e email, ID. 0f6e9fb) apontam uma média de

exerciam o cargo de vendedores, foram firmes em confirmar que recebimento inferior a R$ 2.000,00 de comissões por mês, além de

havia pagamento de comissões mensalmente, por "fora", bem como que as testemunhas conduzidas pela autora, afirmaram

de que a autora , como Supervisora de Vendas, recebia comissões desconhecer a média salarial por ela recebida.

pelas vendas efetuadas, além de comissão sobre as vendas Diante do exposto, mantém-se a sentença impugnada, nesse

realizadas pela sua equipe, o que não se confundem com o aspecto.

recebimento de prêmios, esse, em decorrência de campanhas

efetuadas pela indústria Grendene. DO RECURSO DAS PARTES - DA INDENIZAÇÃO POR DANOS

Primeira testemunha do reclamante: DANIELE DE SOUZA MORAIS

SILVA: " (...)" que trabalhou para reclamada de março de 2013 até No que pertine ao pagamento de indenização por danos morais,

março de 2015, na função de vendedora; (...) ; que não sabe defende a acionada, que a Reclamante nunca sofreu ameaças,

informar o valor do salário da Reclamante, mas sabe que além do cobranças abusivas ou trabalhou durante seu período de licença-

salário fixo a Reclamante recebia comissões; (...);que não sabe maternidade, sendo indevido o pagamento de indenização por

informar o percentual das comissões recebidas pela Reclamante; danos morais, ante a ausência de qualquer ato ilícito praticado em

que o pagamento das comissões era mensal, que era depositado desfavor da autora.

junto com o salário, porém não constava em contracheque ; que os Em caso de manutenção da condenação, pugna pela redução do

prêmios eram pagos no dia 20 de cada mês pela empresa valor atribuído a indenização por danos morais, por considera-lo

Grendene; que as campanhas ocorriam as vezes mensalmente e as exorbitante.

vezes trimestralmente; que a Reclamada estabelecia metas para a Em suas razões recursais, a autora requer a majoração do valor da

Reclamante, que, por sua vez, a distribuía com sua equipe, sendo indenização por danos morais.

que cada vendedora recebia comissões pelas vendas por eles À análise.

efetuadas, e a Reclamante recebia sobre a meta alcançada e A obrigação de indenizar surge com a prática de ato ilícito atribuído

sobre as vendas efetuadas pela sua equipe; (...) " ( grifo nosso) ao empregador ou preposto. Nos termos dos artigos 186 e 927 do

Segunda testemunha do reclamante: ALEXSANDRO SILVA Código Civil, fica obrigado à reparação aquele que, por ato ilícito,

DINIZ : " (...) que trabalhou para reclamada de março de 2011 até viola direito e causa dano a outrem, ainda que de cunho

novembro de 2017, na função de vendedor; (...)que não sabe exclusivamente moral, garantia que se encontra inserta também no

informar o valor do salario da Reclamante, mas sabe que além do artigo 5º, inciso X, da Constituição Federal.

salario fixo a Reclamante recebia comissões; que não sabe O Assédio Moral é uma conduta abusiva, que provoca danos

informar o percentual das comissões recebidas pela psicológicos e físicos na vítima e, no ambiente de trabalho,

Reclamante; que o pagamento das comissões era mensal, que traduzem-se por ameaças, perseguições, discriminações, de forma

era depositado junto com o salario, porém não constava em prolongada e reiterada, de tal monta que causa ofensa à

contracheque; que os prêmios eram pagos no dia 20 de cada mês personalidade e dignidade do trabalhador, tornando insustentável o

pela própria Reclamada; que as campanhas ocorriam as vezes convívio no ambiente de trabalho.

mensalmente e as vezes trimestralmente; que a Reclamada O artigo 187 do Código Civil , estabelece a ilicitude da atuação do

estabelecia metas para a Reclamante, que, por sua vez, a distribuía titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os

com sua equipe, sendo que cada vendedora recebia comissões limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou

pelas vendas por eles efetuadas, e a Reclamante recebia sobre pelos bons costumes.

a meta alcançada e sobre as vendas efetuadas pela sua equipe; À luz do artigo 2º da CLT, o legislador conceitua empregador como

(...)." sendo a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos

da atividade econômica, contrata, assalaria e dirige a prestação

Portanto, em que pese a testemunha da reclamada ter confirmado a pessoal do serviço.

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Esse conceito reflete o poder diretivo ou de comando exercido pelo convencionou chamar, in re ipsa (a coisa fala por si).

empregador sobre a atividade do empregado, dando-lhe conteúdo Nesta vertente, trago à lume a lição de Sérgio Cavalieri Filho (in

às suas atribuições, podendo modificá-las ou extingui-las mediante Programa de Responsabilidade Civil, 5ª ed., 3ª tir., Editora

uma declaração de vontade unilateral, sempre que o empregado Malheiros, 2004, p. 101), nos seguintes termos:

não corresponder às diretrizes traçadas para o exercício do cargo "Neste ponto a razão se coloca ao lado daqueles que entendem que

ou função que lhe foi atribuído. o dano moral está ínsito na própria ofensa, decorre da gravidade do

Entretanto, o poder diretivo ou de comando exercido pelo ilícito em si. Se a ofensa é grave e de repercussão, por si só justifica

empregador sobre a atividade do empregado, encontra limites no a concessão de uma satisfação de ordem pecuniária ao lesado. Em

ordenamento jurídico brasileiro, pois essa relação jurídica tem outras palavras, o dano moral existe in re ipsa; deriva

origem contratual, devendo ser exercida com restrições, respeitando inexoravelmente do próprio fato ofensivo, de tal modo que, provada

a função social do contrato, assim como a dignidade do trabalhador. a ofensa, ipso facto está demonstrado o dano moral à guisa de uma

A teor dos artigos 818 da CLT c/c art. 373 do NCPC, é ônus da presunção natural, uma presunção hominis ou facti, que decorre

autora a prova os fatos constitutivos de seu direito, a qual das regras da experiência comum."

desincumbiu-se a contento. Diante do exposto, mantém-se a sentença impugnada, nesse

A prova oral constante nos autos, confirma o ato da empresa de aspecto.

impor à autora o retorno ao trabalho, no período da licença

maternidade, ato passível de indenização por danos morais (artigos DO QUANTUM INDENIZATÓRIO POR DANOS MORAIS

186 e 927 do Código Civil). Quanto ao valor da referida indenização, conforme preceitua o art.

944 e art. 946 do Código Civil de 2002, a fixação do quantum

Primeira testemunha do reclamante: DANIELE DE SOUZA indenizatório será feito pelo Juiz, levando-se em consideração o

SILVA: " (...) que a Reclamante não gozou a licença maternidade binômio "necessidade da vítima e capacidade econômica do

por todo o período, tendo voltado com 1 ou 2 meses após o agente", dando-lhe o caráter compensatório e pedagógico que deve

nascimento do filho; que isso aconteceu porque a Reclamada a revestir tal condenação.

convocou para retornar ao trabalho; (...) que a Reclamada não Assim, sem se afastar da máxima cautela e sopesando todo o

indicou outra pessoa para substituir a Reclamante quando de sua conjunto probatório constante dos autos, entendo que o valor

licença maternidade; que mesmo no período em que a Reclamante atribuído pelo Juízo de R$ 5.000,000 (cinco mil reais) mostra-se

esteve afastada por licença maternidade, participava de reuniões na combatível com os danos sofridos pela autora, com respaldo no

Reclamada; (...)." princípio da razoabilidade.

Segunda testemunha do reclamante: ALEXSANDRO SILVA Assim sendo, mantém-se a sentença impugnada pelas partes.

DINIZ: "(...) que a Reclamante não gozou a licença maternidade por

todo o período; que mesmo durante seu afastamento, por ela não DO RECURSO DA RECLAMADA- DOS DESCONTOS

ter substituto, ficava em contato constante com os vendedores, que Advoga a recorrente/reclamada, que o valor descontado a título de

as vezes iam até sua casa; que entende que a Reclamante foi "VALE", refere-se unicamente a adiantamentos financeiros

obrigada a retornar ao trabalho antes do tempo, porque não havia requeridos pela Recorrida, nunca tendo havido nenhum desconto

substituta; (...)." por motivos de vendas não pagas pelos clientes ou devolução de

mercadorias.

Nessa situação, a ruptura precipitada do gozo da licença Apesar de a testemunha da acionada afirmar a inexistência de

maternidade, além de trazer angustia e sofrimento à trabalhadora, descontos, além dos legais, os documentos de ID.0f6e9fb, somados

que deixa seu filho recém-nascido, sem direito ao convívio com a aos depoimentos das duas testemunhas arregimentadas pela

mãe e amamentação regular, causa danos a criança e fere a reclamante, comprovam a tese da autora de que tais descontos

dignidade da Obreira, caracterizando abuso de direito da acionada, referem-se a estornos de comissões pelas vendas canceladas.

devendo tal ato ser combatido por esta Justiça especializada.

O Dano Moral se caracteriza pela violação de um direito geral da Primeira testemunha do reclamado(s): FLAVIO CARLOS

personalidade, sendo a dor, a tristeza, a frustração da vítima, BATISTA LIMA: "(...) que a Reclamada não efetuou nenhum

sentimentos presumidos de tal lesão e por isso prescindíveis de desconto no contracheque da Reclamante a não ser os legais,

prova. Trata-se, no caso, de dano moral puro, ou, como a doutrina como INSS, por exemplo; (...)."

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 515
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Primeira testemunha do reclamante: DANIELE DE SOUZA e controle de horário de trabalho, sendo impossível para a

SILVA : " (...)que a Reclamada estabelecia metas para a reclamada fiscalizar se os colaboradores estão seguindo a

Reclamante, que, por sua vez, a distribuía com sua equipe, sendo recomendação da empresa, seja de gozarem do horário intervalar

que cada vendedora recebia comissões pelas vendas por eles para refeição e descanso ou para terminarem o seu serviço no

efetuadas, e a Reclamante recebia sobre a meta alcançada e sobre horário acordado.

as vendas efetuadas pela sua equipe; que quando a venda era Afirma, que na forma estipulada pelo contrato de trabalho firmado

cancelada o valor da comissão era descontado no mês seguinte; entre as partes, a autora laborava em horários fixos, de 07h30min

(...)." às 17h30min, com direito a uma hora de intervalo e folgas aos

Segunda testemunha do reclamante: ALEXSANDRO SILVA sábados e domingos, NUNCA tendo havido qualquer tipo de

DINIZ: "(...) que quando a venda era cancelada o valor da comissão exigência de labor fora deste horário, pois a supervisora de vendas

era descontado no mês seguinte; (...)." tem liberdade para escolher os horários que melhor lhe couber para

ir a cada estabelecimento.

Conforme o artigo 466 da CLT, o pagamento das comissões é Ratifica a inexistência de controle de jornada ou de fiscalização

exigível depois de ultimada a transação, sendo indevido o estorno diária, sob o fundamento de que a obrigação da obreira é a de

de comissão pelo cancelamento da venda ou pelo inadimplemento visitar os estabelecimentos e só presta contas com a empresa em

do comprador, sob pena de transferir para o empregado os riscos reuniões semanais após a efetivação da rota, mas sempre em

da atividade econômica (art. 2º, da CLT). horário comercial.

Em suas razões recursais, a reclamante LÍGIA EMANUELLE

Art. 466 - O pagamento de comissões e percentagens só é exigível GADELHA BARRETO defende o cumprimento a jornada declinada

depois de ultimada a transação a que se referem. na peça de ingresso, no sentido de que havia labor aos sábados e

§ 1º- Nas transações realizadas por prestações sucessivas, é durante as reuniões, sem o correspondente pagamento das horas

exigível o pagamento das percentagens e comissões que lhes extras, sendo da reclamada o ônus da apresentação dos controles

disserem respeito proporcionalmente à respectiva liquidação. de jornada(art. 818, da CLT c/c/ art. 373, do NCPC), a qual não se

§ 2º- A cessação das relações de trabalho não prejudica a desincumbiu.

percepção das comissões e percentagens devidas na forma À análise.

estabelecida por este artigo. Ressalte-se, inicialmente, que o controle de jornada previsto no art.

Diante do exposto, mantém-se a sentença atacada, nesse aspecto. 7º, incisos XIII e XVI da Constituição Federal, são normas cogentes,

de ordem pública, pois tratam de proteção à saúde do trabalhador.

DO RECURSO DA RECLAMANTE- DO CONTROLE DE Ficam excluídos destas normas apenas os casos previstos no art.

JORNADA. ARTIGO 62, INCISO I DA CLT. DAS HORAS EXTRAS 62, da CLT, pois trata-se de uma presunção jurídica de que a

Na peça inicial, aduz a autora que cumpria jornada de trabalho de jornada não é fiscalizada, e como tal não é capaz de gerar direito a

segunda a sexta, das 7:30hs às 17:30hs, com 1 (uma) hora de hora extra.

intervalo intrajornada, e pelo menos 2 (dois) sábados por mês, de Dessa forma, alerta-se que, diferentemente do alegado pela ré, o

8:00h às 12:00h, quando era necessário visitar clientes, ou quando simples fato de o empregado exercer trabalho externo, por si só,

havia treinamento na empresa; que era obrigada a participar de não tem o condão de afastar as normas de proteção à saúde do

reuniões fora do período de sua jornada após seu expediente, como trabalhador, no caso, as de limite de jornada.

sempre ocorria no último dia do mês, em que era obrigada a Ressalte-se, ainda, que tendo a demandada apresentado fato

participar de reuniões de balanço e fechamento de mês, de maneira modificativo do direito do autor, atraiu para si o ônus da prova do

que permanecia na empresa até as 20:30 ou 21h da noite. Ressalte direito constitutivo do obreiro ao recebimento das horas extras

-se ainda que seus gerentes à época, MÁRIO CÉSAR e CLÁUDIO pleiteadas, nos termos dos art. 818, da CLT e art. 373, do CPC, a

COSTA, costumavam marcar reunião antes do início do expediente qual não se desincumbiu, limitando-se em sua defesa, a alegar que

pelo menos 1 (uma) vez por mês a qual iniciava por volta de 6:30h, a recorrida/reclamante não estava sujeito a controle de jornada,

nunca tendo recebido quaisquer pagamentos referentes a horas posto que exercia atividade externa, nos termos do art. 62, I, da

extras. CLT.

De outro lado, aduz a reclamada que a obreira exercia trabalho Ocorre que a própria testemunha da reclamante afirmou que não

externo, nos termos do art. 62, I da CLT, incompatível com a fixação havia labor extraordinário.

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 516
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

O que se extrai da prova oral constante nos autos é que a jornada Primeira testemunha do reclamante: DANIELE DE SOUZA

diária era de 8h às 18hs, com intervalo intrajornada de 2 horas,de SILVA : " (...) que as reuniões de planejamento não tinha horário

segunda a sexta-feira e aos sábados, eventualmente, quando era certo para terminar e sempre extrapolavam a jornada; que as

necessário visitar clientes, conforme consta na peça de ingresso, de reuniões eram semanais; que quando as reuniões ocorriam a

8h às 12 horas, conforme afirmou, também, a testemunha da tarde poderiam perdurar até as 20h30min; (...)."

reclamante, Sr. ALEXSANDRO SILVA DINIZ e da reclamada, Sr. Segunda testemunha do reclamante: ALEXSANDRO SILVA

FLAVIO CARLOS BATISTA LIMA. DINIZ: " (...) que as reuniões eram normalmente semanais; que

Nesse ponto, apesar de a testemunha da reclamante Sra. DANIELE as reuniões de planejamento aconteciam no inicio. No meio e

DE SOUZA SILVA ter afirmado que o intervalo intrajornada era de no final do mês; que varias vezes as reuniões extrapolaram os

apenas 1 hora, entendo que não deve prevalecer, tal afirmação se horário, até 19h30mi/20h; (...)."

mostra divergente das demais testemunhas. Primeira testemunha do reclamado(s): FLAVIO CARLOS

Assim, no que pertine à duração da jornada semanal, não há provas BATISTA LIMA: que as reuniões de planejamento aconteciam

de que havia cumprimento de jornada além das 44 horas semanais, no inicio, no meio e no final do mês, quando, eventualmente

salvo nos dias de reuniões. ultrapassavam o horário eram compensadas com folgas aos

Primeira testemunha do reclamante: DANIELE DE SOUZA sábados; (...)."

SILVA: " que trabalhou para reclamada de março de 2013 até

março de 2015, na função de vendedora; que trabalhava das 08h Dessa forma, tem-se que, não obstante a obreira cumprisse jornada

às 18h, com intervalo de 1h, de segunda a sexta-feira, e das 08h legal, nos dias de reuniões de planejamento, uma vez por semana,

ao meio-dia aos sábados; que a função da Reclamante era havia labor extraordinário até 20h30min .

supervisora, não exercendo outras funções; que o horário da Assim sendo, tomando por base as médias das informações

Reclamante era o mesmo da depoente; (...)." constantes dos autos, fixo o horário de trabalho da autora da

Segunda testemunha do reclamante ALEXSANDRO SILVA seguinte forma: de segunda a sexta, de 08h às 18h, com 02hs de

DINIZ: " que trabalhou para reclamada de março de 2011 até intervalo intrajornada e aos sábados, eventualmente, de 8h às 12

novembro de 2017, na função de vendedor; que trabalhava das 08h horas e 1 ( uma) vez por semana de 08h às 20h30min, com

às 18h, com 2h de intervalo, de segunda a sexta-feira, e das 08h fundamento no artigo 371 do NCPC, subsidiário, e art. 765 da CLT,

ao meio-dia aos sábados;que a função da Reclamante era bem como observando o princípio da razoabilidade.

supervisora, não exercendo outras funções; que o horário da Em decorrência do horário acima fixado, reforma-se a sentença

Reclamante era o mesmo do depoente ; (...)." para condenar a reclamada ao pagamento e extras prestadas,

Primeira testemunha do reclamado(s): FLAVIO CARLOS consideradas como tais as que excederem a 8ª diária e a 44ª

BATISTA LIMA: " que trabalha para reclamada desde junho de semanal, com adicional de 50% e com reflexos em aviso prévio,

2002, na função de atual de gerente comercial; que trabalha das FGTS+40%, 13º salários e férias + 1/3.

08h às 18h, com 2h de intervalo, de segunda a sexta-feira, e das Para cálculo das horas extras, deve-se observar ainda, o valor da

08h às 11h/meio-dia aos sábados, eventualmente; que quando hora normal, integrado pelas demais parcelas de natureza salarial

gerente de compras trabalhava apenas de segunda a sexta; que a percebidas, a teor do que dispõe a Súmula 264, do TST, os dias

função da Reclamante era supervisora, que o horário da efetivamente trabalhados, bem como os pagamentos já efetuados

Reclamante era o mesmo do depoente; (...)." sobre os mesmos títulos, o teor das súmulas 172 e 376, item II do

C.TST e OJ 394 da SBDI-I/TST.

Entretanto, afirma a recorrente, que no último dia do mês era

obrigada a participar de reuniões de balanço e fechamento de mês, DO RECURSO DA RECLAMANTE- DOS HONORÁRIOS

de maneira que permanecia na empresa até às 20h30min ou 21h. ADVOCATÍCIOS

Nesse ponto, os depoimentos das duas testemunhas da reclamante Requer a recorrente/reclamante, a majoração do valor atribuído a

confirmaram que as reuniões ocorriam fora do horário normal de reclamada para pagamento dos honorários advocatícios, em

expediente, estendendo-se até às 20h30min, aproximadamente, percentual não inferior a 10% do valor da condenação, bem como a

bem como de que eram semanais, nesse ponto, confirmado pelo declaração de inconstitucionalidade do artigo 791-A, § 4º, da CLT,

depoimento da testemunha da empresa. no que pertine ao pagamento de honorários advocatícios

sucumbenciais.

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 517
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

A sentença recorrida condenou a reclamada no pagamento dos da minha posição pessoal, de que o beneficiário da justiça gratuita

honorários advocatícios no percentual de 5% (cinco por cento) não deve ser condenado nos ônus da sucumbência, outro caminho

sobre o montante total da condenação. não vejo a não ser me curvar à opinião majoritária dos integrantes

A recorrente requer a majoração desse percentual, bem como a do Tribunal Pleno do TRT da 7ª Região e passar a adotar, com

exclusão do pagamento de honorários sucumbenciais pela autora. ressalvas, o entendimento supra e, portanto, negar provimento ao

Com razão em parte. recurso da parte reclamante para manter a condenação no

Com relação aos honorários advocatícios de sucumbência, e em pagamento de honorários sucumbenciais no percentual de 5% (

face da redação da Lei nº 13.467 de 13.07.2017 que incluiu na CLT cinco por cento), em favor do patrono das partes.

o art. 791-A, tem-se que: Determina-se, porém, que a execução dos honorários advocatícios

Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão de sucumbência permaneçam sob condição suspensiva de

devidos honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% exigibilidade e somente poderão ser exigidos se, nos dois anos

(cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o subsequentes ao trânsito em julgado da decisão, o credor

valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de

obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado recursos que justificou a concessão da gratuidade processual à

da causa. obreira, extinguindo-se, passado esse prazo, a respectiva

§ 1º Os honorários são devidos também nas ações contra a obrigação.

Fazenda Pública e nas ações em que a parte estiver assistida ou Sentença reformada, nesse aspecto.

substituída pelo sindicato de sua categoria.

§ 2º Ao fixar os honorários, o juízo observará: DA MULTA POR LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ

I - o grau de zelo do profissional; Requer a recorrente/reclamante, a condenação da Reclamada e de

II - o lugar de prestação do serviço; sua testemunha no pagamento de multa por litigância de má-fé,

III - a natureza e a importância da causa; cada qual em valor não inferior a 10% (dez por cento) do valor da

IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o causa, ao argumento de que alteraram a verdade dos fatos ao

seu serviço. apresentar depoimento contraditórios com as demais provas dos

§ 3º Na hipótese de procedência parcial, o juízo arbitrará honorários autos.

de sucumbência recíproca, vedada a compensação entre os À análise.

honorários. A norma prevê as hipóteses que configuram a litigância de má-fé,

§ 4º Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha nos seguintes termos:

obtido em juízo, ainda que em outro processo, créditos capazes de Art. 80 - Reputa-se litigante de má-fé aquele que:

suportar a despesa, as obrigações decorrentes de sua sucumbência I - deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato

ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente incontroverso;

poderão ser executadas se, nos dois anos subsequentes ao trânsito II - alterar a verdade dos fatos;

em julgado da decisão que as certificou, o credor demonstrar que III - usar do processo para conseguir objetivo ilegal;

deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que IV-opuser resistência injustificada ao andamento do processo;

justificou a concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse V-proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do

prazo, tais obrigações do beneficiário. processo;

§ 5º São devidos honorários de sucumbência na reconvenção. VI-provocar incidentes manifestamente infundados;

Entretanto, cumpre observar a decisão do Tribunal Pleno deste VII- interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.

Tribunal quando, examinando Arguição de Inconstitucionalidade - A alteração da verdade dos fatos, de molde a caracterizar a

Processo nº 0080026-04.2019.5.07.0000 - em novembro/2019 - litigância de má-fé, pressupõe o dolo da parte, com o objetivo de

decidiu declarar incidentalmente a inconstitucionalidade da induzir à compreensão distorcida da realidade.

expressão "desde que não tenha obtido em juízo, ainda que em A aplicação da multa por litigância de má-fé parte da análise

outro processo, créditos capazes de suportar a despesa", constante casuística, identificável no contexto próprio de cada processo.

do § 4º do art. 791-A da CLT, com redação da Lei nº 13.467 de Assim, analisando a situação fática dos autos, não vislumbra esse

13.07.2017. julgador que a defesa apresentada pela empresa e o depoimento da

Desta feita, por uma questão de disciplina judiciária, sem embargos testemunha arregimentada pela ré, tiveram o fito de alterar a

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verdade dos fatos e sim, exercer o contraditório e ampla defesa. insuficiência de recursos que justificou a concessão da gratuidade

Logo, não comprovada nenhuma das hipóteses do artigo 80 do processual à obreira, extinguindo-se, passado esse prazo, a

NCPC, é inaplicável a multa por litigância de má-fé. respectiva obrigação.

Para cálculo das horas extras, deve-se observar ainda, o valor da

hora normal, integrado pelas demais parcelas de natureza salarial

CONCLUSÃO DO VOTO percebidas, a teor do que dispõe a Súmula 264, do TST, os dias

efetivamente trabalhados, bem como os pagamentos já efetuados

sobre os mesmos títulos, o teor das súmulas 172 e 376, item II do

Isto posto, voto pelo conhecimento do recurso e, no mérito, dar C.TST e OJ 394 da SBDI-I/TST.

provimento parcial ao recurso da reclamante para condenar a Custas processuais de R$ 600,00, calculadas sobre o novo valor

reclamada no pagamento de horas extras prestadas, consideradas arbitrado da condenação de R$ 30.000,00.

como tais as que excederem a 8ª diária e a 44ª semanal, com Participaram do julgamento os Exmos. Srs. Desembargadores

adicional de 50% e com reflexos em aviso prévio, FGTS+40%, 13º Francisco José Gomes da Silva (Presidente e Relator),Cláudio

salários e férias + 1/3, bem como para determinar que a execução Soares Pires e Jefferson Quesado Júnior. Presente ainda o(a)

dos honorários advocatícios de sucumbência por parte da autora, Exmo(a). Sr(a). membro do Ministério Público do Trabalho.

permaneçam sob condição suspensiva de exigibilidade e somente Fortaleza, 10 de fevereiro de 2020.

poderão ser exigidos se, nos dois anos subsequentes ao trânsito

em julgado da decisão, o credor demonstrar que deixou de existir a

situação de insuficiência de recursos que justificou a concessão da FRANCISCO JOSÉ GOMES DA SILVA

gratuidade processual à obreira, extinguindo-se, passado esse Relator

prazo, a respectiva obrigação. FORTALEZA/CE, 04 de março de 2020.

Para cálculo das horas extras, deve-se observar ainda, o valor da

hora normal, integrado pelas demais parcelas de natureza salarial ROMULO DE SOUSA FROTA

percebidas, a teor do que dispõe a Súmula 264, do TST, os dias Diretor de Secretaria

efetivamente trabalhados, bem como os pagamentos já efetuados


Processo Nº ROT-0000992-72.2018.5.07.0013
sobre os mesmos títulos, o teor das súmulas 172 e 376, item II do Relator FRANCISCO JOSÉ GOMES DA
SILVA
C.TST e OJ 394 da SBDI-I/TST.
RECORRENTE J S B COMERCIO E
Custas processuais de R$ 600,00, calculadas sobre o novo valor REPRESENTACOES LTDA
José Cândido Lustosa ADVOGADO(OAB: 4040/CE)
arbitrado da condenação de R$ 30.000,00. Bittencourt de
Albuquerque
RECORRENTE LIGIA EMANUELLE GADELHA
BARRETO
TIBERIO CARLOS ADVOGADO(OAB: 24532/CE)
DISPOSITIVO SOARES ROBERTO
PINTO
RECORRIDO LIGIA EMANUELLE GADELHA
BARRETO
TIBERIO CARLOS ADVOGADO(OAB: 24532/CE)
ACORDAM OS DESEMBARGADORES DA 2.ª TURMA DO SOARES ROBERTO
PINTO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 7ª REGIÃO, por
RECORRIDO J S B COMERCIO E
unanimidade, conhecer do recurso e, no mérito, dar provimento REPRESENTACOES LTDA
José Cândido Lustosa ADVOGADO(OAB: 4040/CE)
parcial ao recurso da reclamante para condenar a reclamada no Bittencourt de
Albuquerque
pagamento de horas extras prestadas, consideradas como tais as

que excederem a 8ª diária e a 44ª semanal, com adicional de 50% e Intimado(s)/Citado(s):


com reflexos em aviso prévio, FGTS+40%, 13º salários e férias + - J S B COMERCIO E REPRESENTACOES LTDA

1/3, bem como para determinar que a execução dos honorários

advocatícios de sucumbência por parte da autora, permaneçam sob

condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser


PODER JUDICIÁRIO
exigidos se, nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da
JUSTIÇA DO TRABALHO
decisão, o credor demonstrar que deixou de existir a situação de

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lhe o caráter compensatório e pedagógico que deve revestir tal

EMENTA condenação. Assim, sem se afastar da máxima cautela e

sopesando todo o conjunto probatório constante dos autos, entendo

que o valor atribuído pelo Juízo de R$ 5.000,000 (cinco mil reais)

DOS RECURSOS DAS PARTES mostra-se combatível com os danos sofridos pela autora, com

REMUNERAÇÃO VARIÁVEL. DIFERENÇA SALARIAL. MÉDIA respaldo no princípio da razoabilidade.

DAS VALORES RECEBIDOS. ÔNUS DA PROVA DA DO RECURSO DA RECLAMADA

RECLAMANTE. ART. 818, DA CLT C/C ART. 373, DO NCPC. As DOS DESCONTOS INDEVIDOS. COMISSÃO ESTORNADA.

anotações da CTPS gozam de presunção juris tantum, consoante RISCO DO NEGÓCIO. ART. 2º E 466, DA CLT. Conforme o artigo

Súmula nº 12, do TST e Súmula nº 225, do STF, sendo que tal 466 da CLT, o pagamento das comissões é exigível depois de

presunção pode ser desconstituída se produzidas provas em ultimada a transação, sendo indevido o estorno de comissão pelo

contrário. Isso porque o Direito do Trabalho é norteado pelo cancelamento da venda ou pelo inadimplemento do comprador, sob

princípio da primazia da realidade, devendo, pois, a realidade fática pena de transferir para o empregado os riscos da atividade

prevalecer sobre os aspectos formais do contrato de trabalho. econômica. Sentença mantida.

Assim, pela dinâmica processual de distribuição do ônus da prova, é DO RECURSO DA RECLAMANTE

da postulante o ônus probatório quanto ao recebimento de valores HORAS EXTRAS. FATO IMPEDITIVO DO DIREITO AUTORAL.

"por fora" dos contracheques, porque fato constitutivo de seu direito, ÔNUS DA PROVA DA RECLAMADA. Apresentado fato

mercê do que dispõem os artigos 818, da CLT, e 373, I, do NCPC, a modificativo/impeditivo do direito da autora, a reclamada atraiu para

qual se desincumbiu a contento. Por outro lado, não merece si o ônus da prova do direito constitutivo do obreiro ao recebimento

prosperar a média salarial apontada na peça de ingresso, pois os das horas extras pleiteadas, nos termos do art. 373, do CPC, a qual

documentos colacionados aos autos (extratos bancários e email, ID. não se desincumbiu, limitando-se em sua defesa, a alegar que o

0f6e9fb) apontam uma média de recebimento inferior a R$ 2.000,00 reclamante não estava sujeito a controle de jornada, posto que

de comissões por mês, além de que as testemunhas conduzidas exercia trabalho externo de vendedor, nos termos do art. 62, I, da

pela autora, afirmaram desconhecer a média salarial por ela CLT. Entretanto, a própria testemunha da reclamante afirmou que

recebida. Sentença mantida. não havia labor extraordinário, salvo, nos dias em que havia

INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. ASSÉDIO MORAL. O reuniões de planejamento, na qual o labor se estendia até

Assédio Moral é uma conduta abusiva, que provoca danos 20h30min. Sentença parcialmente reformada.

psicológicos e físicos na vítima e, no ambiente de trabalho, MULTA POR LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ. ART. 80 do CPC. A

traduzem-se por ameaças, perseguições, discriminações, de forma alteração da verdade dos fatos, de molde a caracterizar a litigância

prolongada e reiterada, de tal monta que causa ofensa à de má-fé, pressupõe o dolo da parte, com o objetivo de induzir à

personalidade e dignidade do trabalhador, tornando insustentável o compreensão distorcida da realidade. Assim, analisando a situação

convívio no ambiente de trabalho. A prova oral constante nos autos, fática dos autos, não se vislumbra que a defesa apresentada pela

confirma o ato da empresa de impor à autora o retorno ao trabalho, empresa e o depoimento da testemunha arregimentada pela ré,

no período da licença maternidade, ato passível de indenização por tiveram o fito de alterar a verdade dos fatos e sim, exercer o

danos morais (artigos 186 e 927 do Código Civil). Nessa situação, a contraditório e ampla defesa.

ruptura precipitada do gozo da licença maternidade, além de trazer HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS SUCUMBENCIAIS. ART. 791-A

angustia e sofrimento à trabalhadora, que deixa seu filho recém- DA CLT. SUSPENSÃO DA COBRANÇA. No caso, cumpre

nascido sem direito ao convívio com a mãe e amamentação regular, observar a decisão do Tribunal Pleno deste Tribunal quando,

causa danos a criança e fere a dignidade da Obreira, caracterizando examinando Arguição de Inconstitucionalidade - Processo nº

abuso de direito por parte da acionada, devendo tal ato ser 0080026-04.2019.5.07.0000 - em novembro/2019 - decidiu declarar

combatido por esta Justiça especializada. Sentença mantida. incidentalmente a inconstitucionalidade da expressão "desde que

INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL - QUANTIFICAÇÃO. Quanto não tenha obtido em juízo, ainda que em outro processo, créditos

ao valor da referida indenização, conforme preceitua o art. 944 e art. capazes de suportar a despesa", constante do § 4º do art. 791-A da

946 do Código Civil de 2002, a fixação do quantum indenizatório CLT, com redação da Lei nº 13.467 de 13.07.2017. Desta feita,

será feito pelo Juiz, levando-se em consideração o binômio mantém-se a condenação no pagamento de honorários

"necessidade da vítima e capacidade econômica do agente", dando- sucumbenciais no percentual de 5% (cinco por cento), em favor do

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 520
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patrono das partes. Determina-se, porém, que a execução dos todas devidamente quitadas.

honorários advocatícios de sucumbência permaneçam sob condição Argumenta, igualmente, que ainda que se considerasse a

suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser exigidos se, nos remuneração variável mencionada pela Reclamante, a mesma não

dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão, o credor seria incorporada ao contrato de trabalho, nem constituiria base de

demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de incidência dos encargos trabalhistas, vez que trata-se de "prêmio",

recursos que justificou a concessão da gratuidade processual à pagos pela indústria.

obreira, extinguindo-se, passado esse prazo, a respectiva Advoga, que o valor descontado a título de "VALE", refere-se

obrigação. Sentença parcialmente modificada. unicamente a adiantamentos financeiros requeridos pela Recorrida,

RECURSOS CONHECIDOS E DADO PROVIMENTO PARCIAL AO nunca tendo havido nenhum desconto por motivos de vendas não

DA RECLAMANTE. pagas pelos clientes ou devolução de mercadorias.

No que pertine ao pagamento de indenização por danos morais,

defende que a Reclamante nunca sofreu ameaças, cobranças

abusivas ou trabalhou durante seu período de licença-maternidade,

RELATÓRIO sendo indevido o pagamento de indenização por danos morais, ante

a ausência de qualquer ato ilícito praticado em desfavor da autora.

Em caso de manutenção da condenação, pugna pela redução do

Cuida-se de recursos ordinários interpostos pelas partes(ID. valor atribuído a indenização por danos morais, por considera-lo

91abc51, bae3997, ) contra sentença prolatada pela 13ª Vara do exorbitante.

Trabalho de Fortaleza que julgou PARCIALMENTE Em suas razões recursais, a reclamante LÍGIA EMANUELLE

PROCEDENTES os pedidos desta reclamação trabalhista para o GADELHA BARRETO defende o cumprimento a jornada declinada

fim de: a) conceder, à parte reclamante, os benefícios da justiça na peça de ingresso, no sentido de que havia labor aos sábados e

gratuita; b) acolher a prescrição quinquenal, para o fim de extinguir durante as reuniões, sem o correspondente pagamento das horas

o processo, com resolução do mérito, na forma do art. 7º, XXIX, da extras, sendo da reclamada o ônus da apresentação dos controles

Carta Magna e art. 487, II, do CPC, quanto a eventuais créditos de jornada(art. 818, da CLT c/c/ art. 373, do NCPC), a qual não se

referentes ao período anterior a 04/09/2013; c) reconhecer que a desincumbiu.

remuneração da parte autora era composta de uma parte fixa no Requer, também, que as diferenças salariais sejam com base na

importe de R$2.283,70 e de uma parte variável, cuja média mensal remuneração mensal de R$ 5.956,37 (cinco mil, novecentos e

era de R$1.492,89, totalizando uma remuneração média mensal de cinquenta e seis reais e trinta e sete centavos), bem como a

R$3.776,59; d) condenar a reclamada J S B COMERCIO E condenação da Recorrida ao pagamento das verbas trabalhistas,

REPRESENTAÇÕES LTDA - ME a pagar à reclamante LIGIA reflexos e depósitos de FGTS com base neste valor e ainda, a

EMANUELLE GADELHA BARRETO,no prazo de quarenta e oito majoração do valor atribuído ao pagamento de danos morais.

horas, contadas da liquidação do julgado, o valor que se apurar Adiante, requer a condenação da Reclamada e de sua testemunha

referente às seguintes parcelas, calculadas com base no valor de no pagamento de multa por litigância de má-fé, cada qual em valor

R$1.492,89: saldo de salário de 1 dia de fevereiro/2018; 03/12 de não inferior a 10% (dez por cento) do valor da causa, ao argumento

13º salário proporcional; 12/12 de férias proporcionais + 1/3; 51 dias de que alteraram a verdade dos fatos ao apresentar depoimento

de aviso prévio; diferenças de férias simples + 1/3 (2012/2013, contraditórios com as demais provas dos autos.

2013/2014, 2014/2015, 2015/2016 e 2016/2017); diferenças de 13º Por fim, requer a majoração do valor atribuído a reclamada para

salário (2013, 2014, 2015, 2016 e 2017); diferenças de FGTS + 40% pagamento dos honorários advocatícios, em percentual não inferior

do período imprescrito (04/09/2013 a 24/03/2018); devolução dos a 10% do valor da condenação, bem como a declaração de

valores indicados nos documentos de fl. 89/97, a título de "vales"; inconstitucionalidade do artigo 791-A, § 4º, da CLT, no que pertine

indenização a título de danos morais R$5.000,00. ao pagamento de honorários advocatícios sucumbenciais.

Inconformada, alega reclamada em suas razões recursais (ID. Contrarrazões interposta pela reclamante(ID.9047309).

91abc51), ser indevidas as diferenças salariais, sob o fundamento

de que a autora jamais recebeu pagamento de comissões "por

fora", percebendo a título de remuneração apenas as verbas

devidamente registradas na sua CTPS e em seu contracheque, FUNDAMENTAÇÃO

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"por fora" dos contracheques, porque fato constitutivo de seu direito,

mercê do que dispõem os artigos 818, da CLT, e 373, I, do NCPC.

ADMISSIBILIDADE Dispõe o art. 457 da CLT:

Preenchidos os pressupostos de admissibilidade conheço dos

recursos ordinários interpostos pelas partes. "Art. 457 - Compreendem-se na remuneração do empregado, para

DO MÉRITO todos os efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente

DO RECURSO DAS PARTES pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que

DA REMUNERAÇÃO- DO PAGAMENTO DE COMISSÕES POR " receber.

POR FORA". DA MÉDIA SALARIAL § 1º Integram o salário a importância fixa estipulada, as

Em suas razões recursais, requer a autora/recorrente, que as gratificações legais e as comissões pagas pelo empregador.

diferenças salariais sejam com base na remuneração mensal de R$

5.956,37 (cinco mil, novecentos e cinquenta e seis reais e trinta e Na conformidade dos autos, constata-se pelos e-mails funcionais

sete centavos). enviados à autora de ID. 0f6e9fb , que a tese da acionada de que

Na sua peça de ingresso, afirma a Obreira que fora contratada não havia pagamento de comissões, não se sustenta.

21/03/2011, para exercer a função de Supervisora de Vendas, com A rubrica "comissões" encontra-se presente em todas as tabelas, as

pagamento de salário registrado em sua CTPS de R$ 2.283,70 (dois quais retratam os resumos dos pagamentos efetuados à obreira,

mil, duzentos e oitenta e três reais e setenta centavos), mas que, na mensalmente.

realidade, sua remuneração era acrescida de prêmios e bônus Ainda sobre a alegativa de que tais documentos foram impugnados

salariais, caso atingisse suas metas, o que elevava os seus pela defesa, as testemunhas arregimentadas pela autora, que

rendimentos para um patamar entre R$ 3.000,00 (três mil reais) , exerciam o cargo de vendedores, foram firmes em confirmar que

mais R$ R$ 5.000,00 (cinco mil reais), perfazendo uma média havia pagamento de comissões mensalmente, por "fora", bem como

mensal de R$ 5.956,37. de que a autora , como Supervisora de Vendas, recebia comissões

Inconformada, a reclamada/recorrente insurge-se quanto a esses pelas vendas efetuadas, além de comissão sobre as vendas

fatos e afirma que a obreira jamais recebeu pagamento de realizadas pela sua equipe, o que não se confundem com o

comissões "por fora", percebendo a título de remuneração apenas recebimento de prêmios, esse, em decorrência de campanhas

as verbas devidamente registradas na sua CTPS e em seu efetuadas pela indústria Grendene.

contracheque, todas devidamente quitadas. Primeira testemunha do reclamante: DANIELE DE SOUZA

Argumenta, igualmente, que ainda que se considerasse a SILVA: " (...)" que trabalhou para reclamada de março de 2013 até

remuneração variável mencionada pela Reclamante, a mesma não março de 2015, na função de vendedora; (...) ; que não sabe

seria incorporada ao contrato de trabalho, nem constituiria base de informar o valor do salário da Reclamante, mas sabe que além do

incidência dos encargos trabalhistas, vez que trata-se de "prêmio", salário fixo a Reclamante recebia comissões; (...);que não sabe

pagos pela indústria. informar o percentual das comissões recebidas pela Reclamante;

À análise. que o pagamento das comissões era mensal, que era depositado

As anotações da CTPS gozam de presunção juris tantum, junto com o salário, porém não constava em contracheque ; que os

consoante Súmula nº 12, do TST e Súmula nº 225, do STF, sendo prêmios eram pagos no dia 20 de cada mês pela empresa

que tal presunção pode ser desconstituída se produzidas provas em Grendene; que as campanhas ocorriam as vezes mensalmente e as

contrário. Isso porque o Direito do Trabalho é norteado pelo vezes trimestralmente; que a Reclamada estabelecia metas para a

princípio da primazia da realidade, devendo, pois, a realidade fática Reclamante, que, por sua vez, a distribuía com sua equipe, sendo

prevalecer sobre os aspectos formais do contrato de trabalho. que cada vendedora recebia comissões pelas vendas por eles

Na espécie, portanto, a questão pertinente a existência de efetuadas, e a Reclamante recebia sobre a meta alcançada e

pagamento de salário " por fora" (comissões), deve ser dirimida à sobre as vendas efetuadas pela sua equipe; (...) " ( grifo nosso)

luz da realidade dos fatos, devendo sempre prevalecer a verdade Segunda testemunha do reclamante: ALEXSANDRO SILVA

material, fundada no postulado da primazia da realidade, DINIZ : " (...) que trabalhou para reclamada de março de 2011 até

cristalizado no art. 9º da CLT. novembro de 2017, na função de vendedor; (...)que não sabe

Assim, pela dinâmica processual de distribuição do ônus da prova, informar o valor do salario da Reclamante, mas sabe que além do

é da postulante o ônus probatório quanto ao recebimento de valores salario fixo a Reclamante recebia comissões; que não sabe

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 522
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

informar o percentual das comissões recebidas pela psicológicos e físicos na vítima e, no ambiente de trabalho,

Reclamante; que o pagamento das comissões era mensal, que traduzem-se por ameaças, perseguições, discriminações, de forma

era depositado junto com o salario, porém não constava em prolongada e reiterada, de tal monta que causa ofensa à

contracheque; que os prêmios eram pagos no dia 20 de cada mês personalidade e dignidade do trabalhador, tornando insustentável o

pela própria Reclamada; que as campanhas ocorriam as vezes convívio no ambiente de trabalho.

mensalmente e as vezes trimestralmente; que a Reclamada O artigo 187 do Código Civil , estabelece a ilicitude da atuação do

estabelecia metas para a Reclamante, que, por sua vez, a distribuía titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os

com sua equipe, sendo que cada vendedora recebia comissões limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou

pelas vendas por eles efetuadas, e a Reclamante recebia sobre pelos bons costumes.

a meta alcançada e sobre as vendas efetuadas pela sua equipe; À luz do artigo 2º da CLT, o legislador conceitua empregador como

(...)." sendo a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos

da atividade econômica, contrata, assalaria e dirige a prestação

Portanto, em que pese a testemunha da reclamada ter confirmado a pessoal do serviço.

tese de defesa de que não havia pagamento de comissão, tal Esse conceito reflete o poder diretivo ou de comando exercido pelo

depoimento encontra-se dissociado com as demais provas dos empregador sobre a atividade do empregado, dando-lhe conteúdo

autos, não merecendo, pois, acolhimento. às suas atribuições, podendo modificá-las ou extingui-las mediante

Da mesma forma, não merece prosperar a média salarial apontada uma declaração de vontade unilateral, sempre que o empregado

na peça de ingresso, pois os documentos colacionados aos autos não corresponder às diretrizes traçadas para o exercício do cargo

(extratos bancários e email, ID. 0f6e9fb) apontam uma média de ou função que lhe foi atribuído.

recebimento inferior a R$ 2.000,00 de comissões por mês, além de Entretanto, o poder diretivo ou de comando exercido pelo

que as testemunhas conduzidas pela autora, afirmaram empregador sobre a atividade do empregado, encontra limites no

desconhecer a média salarial por ela recebida. ordenamento jurídico brasileiro, pois essa relação jurídica tem

Diante do exposto, mantém-se a sentença impugnada, nesse origem contratual, devendo ser exercida com restrições, respeitando

aspecto. a função social do contrato, assim como a dignidade do trabalhador.

A teor dos artigos 818 da CLT c/c art. 373 do NCPC, é ônus da

DO RECURSO DAS PARTES - DA INDENIZAÇÃO POR DANOS autora a prova os fatos constitutivos de seu direito, a qual

MORAIS desincumbiu-se a contento.

No que pertine ao pagamento de indenização por danos morais, A prova oral constante nos autos, confirma o ato da empresa de

defende a acionada, que a Reclamante nunca sofreu ameaças, impor à autora o retorno ao trabalho, no período da licença

cobranças abusivas ou trabalhou durante seu período de licença- maternidade, ato passível de indenização por danos morais (artigos

maternidade, sendo indevido o pagamento de indenização por 186 e 927 do Código Civil).

danos morais, ante a ausência de qualquer ato ilícito praticado em

desfavor da autora. Primeira testemunha do reclamante: DANIELE DE SOUZA

Em caso de manutenção da condenação, pugna pela redução do SILVA: " (...) que a Reclamante não gozou a licença maternidade

valor atribuído a indenização por danos morais, por considera-lo por todo o período, tendo voltado com 1 ou 2 meses após o

exorbitante. nascimento do filho; que isso aconteceu porque a Reclamada a

Em suas razões recursais, a autora requer a majoração do valor da convocou para retornar ao trabalho; (...) que a Reclamada não

indenização por danos morais. indicou outra pessoa para substituir a Reclamante quando de sua

À análise. licença maternidade; que mesmo no período em que a Reclamante

A obrigação de indenizar surge com a prática de ato ilícito atribuído esteve afastada por licença maternidade, participava de reuniões na

ao empregador ou preposto. Nos termos dos artigos 186 e 927 do Reclamada; (...)."

Código Civil, fica obrigado à reparação aquele que, por ato ilícito, Segunda testemunha do reclamante: ALEXSANDRO SILVA

viola direito e causa dano a outrem, ainda que de cunho DINIZ: "(...) que a Reclamante não gozou a licença maternidade por

exclusivamente moral, garantia que se encontra inserta também no todo o período; que mesmo durante seu afastamento, por ela não

artigo 5º, inciso X, da Constituição Federal. ter substituto, ficava em contato constante com os vendedores, que

O Assédio Moral é uma conduta abusiva, que provoca danos as vezes iam até sua casa; que entende que a Reclamante foi

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 523
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

obrigada a retornar ao trabalho antes do tempo, porque não havia requeridos pela Recorrida, nunca tendo havido nenhum desconto

substituta; (...)." por motivos de vendas não pagas pelos clientes ou devolução de

mercadorias.

Nessa situação, a ruptura precipitada do gozo da licença Apesar de a testemunha da acionada afirmar a inexistência de

maternidade, além de trazer angustia e sofrimento à trabalhadora, descontos, além dos legais, os documentos de ID.0f6e9fb, somados

que deixa seu filho recém-nascido, sem direito ao convívio com a aos depoimentos das duas testemunhas arregimentadas pela

mãe e amamentação regular, causa danos a criança e fere a reclamante, comprovam a tese da autora de que tais descontos

dignidade da Obreira, caracterizando abuso de direito da acionada, referem-se a estornos de comissões pelas vendas canceladas.

devendo tal ato ser combatido por esta Justiça especializada.

O Dano Moral se caracteriza pela violação de um direito geral da Primeira testemunha do reclamado(s): FLAVIO CARLOS

personalidade, sendo a dor, a tristeza, a frustração da vítima, BATISTA LIMA: "(...) que a Reclamada não efetuou nenhum

sentimentos presumidos de tal lesão e por isso prescindíveis de desconto no contracheque da Reclamante a não ser os legais,

prova. Trata-se, no caso, de dano moral puro, ou, como a doutrina como INSS, por exemplo; (...)."

convencionou chamar, in re ipsa (a coisa fala por si). Primeira testemunha do reclamante: DANIELE DE SOUZA

Nesta vertente, trago à lume a lição de Sérgio Cavalieri Filho (in SILVA : " (...)que a Reclamada estabelecia metas para a

Programa de Responsabilidade Civil, 5ª ed., 3ª tir., Editora Reclamante, que, por sua vez, a distribuía com sua equipe, sendo

Malheiros, 2004, p. 101), nos seguintes termos: que cada vendedora recebia comissões pelas vendas por eles

"Neste ponto a razão se coloca ao lado daqueles que entendem que efetuadas, e a Reclamante recebia sobre a meta alcançada e sobre

o dano moral está ínsito na própria ofensa, decorre da gravidade do as vendas efetuadas pela sua equipe; que quando a venda era

ilícito em si. Se a ofensa é grave e de repercussão, por si só justifica cancelada o valor da comissão era descontado no mês seguinte;

a concessão de uma satisfação de ordem pecuniária ao lesado. Em (...)."

outras palavras, o dano moral existe in re ipsa; deriva Segunda testemunha do reclamante: ALEXSANDRO SILVA

inexoravelmente do próprio fato ofensivo, de tal modo que, provada DINIZ: "(...) que quando a venda era cancelada o valor da comissão

a ofensa, ipso facto está demonstrado o dano moral à guisa de uma era descontado no mês seguinte; (...)."

presunção natural, uma presunção hominis ou facti, que decorre

das regras da experiência comum." Conforme o artigo 466 da CLT, o pagamento das comissões é

Diante do exposto, mantém-se a sentença impugnada, nesse exigível depois de ultimada a transação, sendo indevido o estorno

aspecto. de comissão pelo cancelamento da venda ou pelo inadimplemento

do comprador, sob pena de transferir para o empregado os riscos

DO QUANTUM INDENIZATÓRIO POR DANOS MORAIS da atividade econômica (art. 2º, da CLT).

Quanto ao valor da referida indenização, conforme preceitua o art.

944 e art. 946 do Código Civil de 2002, a fixação do quantum Art. 466 - O pagamento de comissões e percentagens só é exigível

indenizatório será feito pelo Juiz, levando-se em consideração o depois de ultimada a transação a que se referem.

binômio "necessidade da vítima e capacidade econômica do § 1º- Nas transações realizadas por prestações sucessivas, é

agente", dando-lhe o caráter compensatório e pedagógico que deve exigível o pagamento das percentagens e comissões que lhes

revestir tal condenação. disserem respeito proporcionalmente à respectiva liquidação.

Assim, sem se afastar da máxima cautela e sopesando todo o § 2º- A cessação das relações de trabalho não prejudica a

conjunto probatório constante dos autos, entendo que o valor percepção das comissões e percentagens devidas na forma

atribuído pelo Juízo de R$ 5.000,000 (cinco mil reais) mostra-se estabelecida por este artigo.

combatível com os danos sofridos pela autora, com respaldo no Diante do exposto, mantém-se a sentença atacada, nesse aspecto.

princípio da razoabilidade.

Assim sendo, mantém-se a sentença impugnada pelas partes. DO RECURSO DA RECLAMANTE- DO CONTROLE DE

JORNADA. ARTIGO 62, INCISO I DA CLT. DAS HORAS EXTRAS

DO RECURSO DA RECLAMADA- DOS DESCONTOS Na peça inicial, aduz a autora que cumpria jornada de trabalho de

Advoga a recorrente/reclamada, que o valor descontado a título de segunda a sexta, das 7:30hs às 17:30hs, com 1 (uma) hora de

"VALE", refere-se unicamente a adiantamentos financeiros intervalo intrajornada, e pelo menos 2 (dois) sábados por mês, de

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 524
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

8:00h às 12:00h, quando era necessário visitar clientes, ou quando simples fato de o empregado exercer trabalho externo, por si só,

havia treinamento na empresa; que era obrigada a participar de não tem o condão de afastar as normas de proteção à saúde do

reuniões fora do período de sua jornada após seu expediente, como trabalhador, no caso, as de limite de jornada.

sempre ocorria no último dia do mês, em que era obrigada a Ressalte-se, ainda, que tendo a demandada apresentado fato

participar de reuniões de balanço e fechamento de mês, de maneira modificativo do direito do autor, atraiu para si o ônus da prova do

que permanecia na empresa até as 20:30 ou 21h da noite. Ressalte direito constitutivo do obreiro ao recebimento das horas extras

-se ainda que seus gerentes à época, MÁRIO CÉSAR e CLÁUDIO pleiteadas, nos termos dos art. 818, da CLT e art. 373, do CPC, a

COSTA, costumavam marcar reunião antes do início do expediente qual não se desincumbiu, limitando-se em sua defesa, a alegar que

pelo menos 1 (uma) vez por mês a qual iniciava por volta de 6:30h, a recorrida/reclamante não estava sujeito a controle de jornada,

nunca tendo recebido quaisquer pagamentos referentes a horas posto que exercia atividade externa, nos termos do art. 62, I, da

extras. CLT.

De outro lado, aduz a reclamada que a obreira exercia trabalho Ocorre que a própria testemunha da reclamante afirmou que não

externo, nos termos do art. 62, I da CLT, incompatível com a fixação havia labor extraordinário.

e controle de horário de trabalho, sendo impossível para a O que se extrai da prova oral constante nos autos é que a jornada

reclamada fiscalizar se os colaboradores estão seguindo a diária era de 8h às 18hs, com intervalo intrajornada de 2 horas,de

recomendação da empresa, seja de gozarem do horário intervalar segunda a sexta-feira e aos sábados, eventualmente, quando era

para refeição e descanso ou para terminarem o seu serviço no necessário visitar clientes, conforme consta na peça de ingresso, de

horário acordado. 8h às 12 horas, conforme afirmou, também, a testemunha da

Afirma, que na forma estipulada pelo contrato de trabalho firmado reclamante, Sr. ALEXSANDRO SILVA DINIZ e da reclamada, Sr.

entre as partes, a autora laborava em horários fixos, de 07h30min FLAVIO CARLOS BATISTA LIMA.

às 17h30min, com direito a uma hora de intervalo e folgas aos Nesse ponto, apesar de a testemunha da reclamante Sra. DANIELE

sábados e domingos, NUNCA tendo havido qualquer tipo de DE SOUZA SILVA ter afirmado que o intervalo intrajornada era de

exigência de labor fora deste horário, pois a supervisora de vendas apenas 1 hora, entendo que não deve prevalecer, tal afirmação se

tem liberdade para escolher os horários que melhor lhe couber para mostra divergente das demais testemunhas.

ir a cada estabelecimento. Assim, no que pertine à duração da jornada semanal, não há provas

Ratifica a inexistência de controle de jornada ou de fiscalização de que havia cumprimento de jornada além das 44 horas semanais,

diária, sob o fundamento de que a obrigação da obreira é a de salvo nos dias de reuniões.

visitar os estabelecimentos e só presta contas com a empresa em Primeira testemunha do reclamante: DANIELE DE SOUZA

reuniões semanais após a efetivação da rota, mas sempre em SILVA: " que trabalhou para reclamada de março de 2013 até

horário comercial. março de 2015, na função de vendedora; que trabalhava das 08h

Em suas razões recursais, a reclamante LÍGIA EMANUELLE às 18h, com intervalo de 1h, de segunda a sexta-feira, e das 08h

GADELHA BARRETO defende o cumprimento a jornada declinada ao meio-dia aos sábados; que a função da Reclamante era

na peça de ingresso, no sentido de que havia labor aos sábados e supervisora, não exercendo outras funções; que o horário da

durante as reuniões, sem o correspondente pagamento das horas Reclamante era o mesmo da depoente; (...)."

extras, sendo da reclamada o ônus da apresentação dos controles Segunda testemunha do reclamante ALEXSANDRO SILVA

de jornada(art. 818, da CLT c/c/ art. 373, do NCPC), a qual não se DINIZ: " que trabalhou para reclamada de março de 2011 até

desincumbiu. novembro de 2017, na função de vendedor; que trabalhava das 08h

À análise. às 18h, com 2h de intervalo, de segunda a sexta-feira, e das 08h

Ressalte-se, inicialmente, que o controle de jornada previsto no art. ao meio-dia aos sábados;que a função da Reclamante era

7º, incisos XIII e XVI da Constituição Federal, são normas cogentes, supervisora, não exercendo outras funções; que o horário da

de ordem pública, pois tratam de proteção à saúde do trabalhador. Reclamante era o mesmo do depoente ; (...)."

Ficam excluídos destas normas apenas os casos previstos no art. Primeira testemunha do reclamado(s): FLAVIO CARLOS

62, da CLT, pois trata-se de uma presunção jurídica de que a BATISTA LIMA: " que trabalha para reclamada desde junho de

jornada não é fiscalizada, e como tal não é capaz de gerar direito a 2002, na função de atual de gerente comercial; que trabalha das

hora extra. 08h às 18h, com 2h de intervalo, de segunda a sexta-feira, e das

Dessa forma, alerta-se que, diferentemente do alegado pela ré, o 08h às 11h/meio-dia aos sábados, eventualmente; que quando

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 525
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

gerente de compras trabalhava apenas de segunda a sexta; que a percebidas, a teor do que dispõe a Súmula 264, do TST, os dias

função da Reclamante era supervisora, que o horário da efetivamente trabalhados, bem como os pagamentos já efetuados

Reclamante era o mesmo do depoente; (...)." sobre os mesmos títulos, o teor das súmulas 172 e 376, item II do

C.TST e OJ 394 da SBDI-I/TST.

Entretanto, afirma a recorrente, que no último dia do mês era

obrigada a participar de reuniões de balanço e fechamento de mês, DO RECURSO DA RECLAMANTE- DOS HONORÁRIOS

de maneira que permanecia na empresa até às 20h30min ou 21h. ADVOCATÍCIOS

Nesse ponto, os depoimentos das duas testemunhas da reclamante Requer a recorrente/reclamante, a majoração do valor atribuído a

confirmaram que as reuniões ocorriam fora do horário normal de reclamada para pagamento dos honorários advocatícios, em

expediente, estendendo-se até às 20h30min, aproximadamente, percentual não inferior a 10% do valor da condenação, bem como a

bem como de que eram semanais, nesse ponto, confirmado pelo declaração de inconstitucionalidade do artigo 791-A, § 4º, da CLT,

depoimento da testemunha da empresa. no que pertine ao pagamento de honorários advocatícios

sucumbenciais.

Primeira testemunha do reclamante: DANIELE DE SOUZA A sentença recorrida condenou a reclamada no pagamento dos

SILVA : " (...) que as reuniões de planejamento não tinha horário honorários advocatícios no percentual de 5% (cinco por cento)

certo para terminar e sempre extrapolavam a jornada; que as sobre o montante total da condenação.

reuniões eram semanais; que quando as reuniões ocorriam a A recorrente requer a majoração desse percentual, bem como a

tarde poderiam perdurar até as 20h30min; (...)." exclusão do pagamento de honorários sucumbenciais pela autora.

Segunda testemunha do reclamante: ALEXSANDRO SILVA Com razão em parte.

DINIZ: " (...) que as reuniões eram normalmente semanais; que Com relação aos honorários advocatícios de sucumbência, e em

as reuniões de planejamento aconteciam no inicio. No meio e face da redação da Lei nº 13.467 de 13.07.2017 que incluiu na CLT

no final do mês; que varias vezes as reuniões extrapolaram os o art. 791-A, tem-se que:

horário, até 19h30mi/20h; (...)." Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão

Primeira testemunha do reclamado(s): FLAVIO CARLOS devidos honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5%

BATISTA LIMA: que as reuniões de planejamento aconteciam (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o

no inicio, no meio e no final do mês, quando, eventualmente valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico

ultrapassavam o horário eram compensadas com folgas aos obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado

sábados; (...)." da causa.

§ 1º Os honorários são devidos também nas ações contra a

Dessa forma, tem-se que, não obstante a obreira cumprisse jornada Fazenda Pública e nas ações em que a parte estiver assistida ou

legal, nos dias de reuniões de planejamento, uma vez por semana, substituída pelo sindicato de sua categoria.

havia labor extraordinário até 20h30min . § 2º Ao fixar os honorários, o juízo observará:

Assim sendo, tomando por base as médias das informações I - o grau de zelo do profissional;

constantes dos autos, fixo o horário de trabalho da autora da II - o lugar de prestação do serviço;

seguinte forma: de segunda a sexta, de 08h às 18h, com 02hs de III - a natureza e a importância da causa;

intervalo intrajornada e aos sábados, eventualmente, de 8h às 12 IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o

horas e 1 ( uma) vez por semana de 08h às 20h30min, com seu serviço.

fundamento no artigo 371 do NCPC, subsidiário, e art. 765 da CLT, § 3º Na hipótese de procedência parcial, o juízo arbitrará honorários

bem como observando o princípio da razoabilidade. de sucumbência recíproca, vedada a compensação entre os

Em decorrência do horário acima fixado, reforma-se a sentença honorários.

para condenar a reclamada ao pagamento e extras prestadas, § 4º Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha

consideradas como tais as que excederem a 8ª diária e a 44ª obtido em juízo, ainda que em outro processo, créditos capazes de

semanal, com adicional de 50% e com reflexos em aviso prévio, suportar a despesa, as obrigações decorrentes de sua sucumbência

FGTS+40%, 13º salários e férias + 1/3. ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente

Para cálculo das horas extras, deve-se observar ainda, o valor da poderão ser executadas se, nos dois anos subsequentes ao trânsito

hora normal, integrado pelas demais parcelas de natureza salarial em julgado da decisão que as certificou, o credor demonstrar que

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 526
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que IV-opuser resistência injustificada ao andamento do processo;

justificou a concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse V-proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do

prazo, tais obrigações do beneficiário. processo;

§ 5º São devidos honorários de sucumbência na reconvenção. VI-provocar incidentes manifestamente infundados;

Entretanto, cumpre observar a decisão do Tribunal Pleno deste VII- interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.

Tribunal quando, examinando Arguição de Inconstitucionalidade - A alteração da verdade dos fatos, de molde a caracterizar a

Processo nº 0080026-04.2019.5.07.0000 - em novembro/2019 - litigância de má-fé, pressupõe o dolo da parte, com o objetivo de

decidiu declarar incidentalmente a inconstitucionalidade da induzir à compreensão distorcida da realidade.

expressão "desde que não tenha obtido em juízo, ainda que em A aplicação da multa por litigância de má-fé parte da análise

outro processo, créditos capazes de suportar a despesa", constante casuística, identificável no contexto próprio de cada processo.

do § 4º do art. 791-A da CLT, com redação da Lei nº 13.467 de Assim, analisando a situação fática dos autos, não vislumbra esse

13.07.2017. julgador que a defesa apresentada pela empresa e o depoimento da

Desta feita, por uma questão de disciplina judiciária, sem embargos testemunha arregimentada pela ré, tiveram o fito de alterar a

da minha posição pessoal, de que o beneficiário da justiça gratuita verdade dos fatos e sim, exercer o contraditório e ampla defesa.

não deve ser condenado nos ônus da sucumbência, outro caminho Logo, não comprovada nenhuma das hipóteses do artigo 80 do

não vejo a não ser me curvar à opinião majoritária dos integrantes NCPC, é inaplicável a multa por litigância de má-fé.

do Tribunal Pleno do TRT da 7ª Região e passar a adotar, com

ressalvas, o entendimento supra e, portanto, negar provimento ao

recurso da parte reclamante para manter a condenação no CONCLUSÃO DO VOTO

pagamento de honorários sucumbenciais no percentual de 5% (

cinco por cento), em favor do patrono das partes.

Determina-se, porém, que a execução dos honorários advocatícios Isto posto, voto pelo conhecimento do recurso e, no mérito, dar

de sucumbência permaneçam sob condição suspensiva de provimento parcial ao recurso da reclamante para condenar a

exigibilidade e somente poderão ser exigidos se, nos dois anos reclamada no pagamento de horas extras prestadas, consideradas

subsequentes ao trânsito em julgado da decisão, o credor como tais as que excederem a 8ª diária e a 44ª semanal, com

demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de adicional de 50% e com reflexos em aviso prévio, FGTS+40%, 13º

recursos que justificou a concessão da gratuidade processual à salários e férias + 1/3, bem como para determinar que a execução

obreira, extinguindo-se, passado esse prazo, a respectiva dos honorários advocatícios de sucumbência por parte da autora,

obrigação. permaneçam sob condição suspensiva de exigibilidade e somente

Sentença reformada, nesse aspecto. poderão ser exigidos se, nos dois anos subsequentes ao trânsito

em julgado da decisão, o credor demonstrar que deixou de existir a

DA MULTA POR LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ situação de insuficiência de recursos que justificou a concessão da

Requer a recorrente/reclamante, a condenação da Reclamada e de gratuidade processual à obreira, extinguindo-se, passado esse

sua testemunha no pagamento de multa por litigância de má-fé, prazo, a respectiva obrigação.

cada qual em valor não inferior a 10% (dez por cento) do valor da Para cálculo das horas extras, deve-se observar ainda, o valor da

causa, ao argumento de que alteraram a verdade dos fatos ao hora normal, integrado pelas demais parcelas de natureza salarial

apresentar depoimento contraditórios com as demais provas dos percebidas, a teor do que dispõe a Súmula 264, do TST, os dias

autos. efetivamente trabalhados, bem como os pagamentos já efetuados

À análise. sobre os mesmos títulos, o teor das súmulas 172 e 376, item II do

A norma prevê as hipóteses que configuram a litigância de má-fé, C.TST e OJ 394 da SBDI-I/TST.

nos seguintes termos: Custas processuais de R$ 600,00, calculadas sobre o novo valor

Art. 80 - Reputa-se litigante de má-fé aquele que: arbitrado da condenação de R$ 30.000,00.

I - deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato

incontroverso;

II - alterar a verdade dos fatos; DISPOSITIVO

III - usar do processo para conseguir objetivo ilegal;

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 527
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

ACORDAM OS DESEMBARGADORES DA 2.ª TURMA DO


PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 7ª REGIÃO, por
JUSTIÇA DO TRABALHO
unanimidade, conhecer do recurso e, no mérito, dar provimento

parcial ao recurso da reclamante para condenar a reclamada no

pagamento de horas extras prestadas, consideradas como tais as EMENTA

que excederem a 8ª diária e a 44ª semanal, com adicional de 50% e

com reflexos em aviso prévio, FGTS+40%, 13º salários e férias +

1/3, bem como para determinar que a execução dos honorários RECURSO ORDINÁRIO. REAJUSTES SALARIAIS.

advocatícios de sucumbência por parte da autora, permaneçam sob TRANSMUDAÇÃO AUTOMÁTICA DO REGIME JURÍDICO DE

condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser TRABALHO. EFEITOS. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO

exigidos se, nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da TRABALHO. O Pleno do Tribunal Superior do Trabalho, no

decisão, o credor demonstrar que deixou de existir a situação de julgamento ArgInc nº 105100-93.1996.5.04.0018, DEJT de 18/09/

insuficiência de recursos que justificou a concessão da gratuidade 2017, admitiu a possibilidade de transmudação automática de

processual à obreira, extinguindo-se, passado esse prazo, a regime de celetista para estatutário apenas nos casos em que o

respectiva obrigação. empregado, contratado sem concurso público antes da Constituição

Para cálculo das horas extras, deve-se observar ainda, o valor da Federal de 1988, tenha adquirido a estabilidade, na forma do art. 9,

hora normal, integrado pelas demais parcelas de natureza salarial caput, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. Em

percebidas, a teor do que dispõe a Súmula 264, do TST, os dias contrapartida, preserva-se o regime jurídico celetista para todos os

efetivamente trabalhados, bem como os pagamentos já efetuados efeitos, porquanto nula a transposição automática para estatutário,

sobre os mesmos títulos, o teor das súmulas 172 e 376, item II do a corroborar a declaração da competência desta Justiça do

C.TST e OJ 394 da SBDI-I/TST. Trabalho para apreciar a demanda. Precedente TST-RR-670-

Custas processuais de R$ 600,00, calculadas sobre o novo valor 12.2017.5.13. 0016. Recurso provido para declarar a competência

arbitrado da condenação de R$ 30.000,00. da Justiça do Trabalho.

Participaram do julgamento os Exmos. Srs. Desembargadores

Francisco José Gomes da Silva (Presidente e Relator),Cláudio

Soares Pires e Jefferson Quesado Júnior. Presente ainda o(a) RELATÓRIO

Exmo(a). Sr(a). membro do Ministério Público do Trabalho.

Fortaleza, 10 de fevereiro de 2020.

V I S T O S, relatados e discutidos estes autos de RECURSO

ORDINÁRIO, provenientes da MM. 3ª VARA DO TRABALHO DE

FRANCISCO JOSÉ GOMES DA SILVA FORTALEZA, em que é Recorrente: FRANCISCA TÂNIA TEIXEIRA

Relator ALVES; e recorrido: ESTADO DO CEARÁ.

FORTALEZA/CE, 04 de março de 2020. Recorreu a Reclamante (ID. 06661a8), em face da r. sentença que

declarou a incompetência da Justiça do Trabalho, nos termos do

ROMULO DE SOUSA FROTA julgado de ID. 4665fdf.

Diretor de Secretaria Contrarrazões ofertadas, ID. a4de024; apresentado Parecer do

Ministério Público do Trabalho, ID. 741f6b3.


Processo Nº ROT-0000313-68.2019.5.07.0003
Relator CLAUDIO SOARES PIRES É o relatório.
RECORRENTE FRANCISCA TANIA TEIXEIRA ALVES
CLAILSON CARDOSO ADVOGADO(OAB: 13125/CE)
RIBEIRO
RECORRIDO ESTADO DO CEARA FUNDAMENTAÇÃO
CUSTOS LEGIS MINISTERIO PUBLICO DO
TRABALHO

Intimado(s)/Citado(s):
ADMISSIBILIDADE
- FRANCISCA TANIA TEIXEIRA ALVES
Preenchidos os pressupostos de admissibilidade, conheço do

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 528
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

recurso interposto. Jurisprudência do e. TST:

MÉRITO. "AGRAVO INTERNO EM RECURSO DE REVISTA. EMPREGADO

REAJUSTES SALARIAIS. TRANSMUDAÇÃO AUTOMÁTICA DO ADMITIDO ANTES DA CONSTITUIÇÃO DE 1988. SEM

REGIME JURÍDICO DE TRABALHO. EFEITOS. COMPETÊNCIA CONCURSO PÚBLICO. NÃO ESTABILIZADO NA FORMA DO

DA JUSTIÇA DO TRABALHO. ART. 19 DO ADCT. REGIME JURÍDICO ÚNICO. LEI MUNICIPAL.

Cuida-se de reclamação ajuizada contra o Estado do Ceará, TRANSMUDAÇÃO AUTOMÁTICA DE REGIME.

pugnando pela implantação dos vencimentos previstos nos IMPOSSIBILIDADE. A controvérsia não comporta mais discussão

Decretos-Lei nº 2.284/86, nº 2.335/87 e Lei nº 7.730/89. no âmbito desta Corte, cujo entendimento encontra-se consolidado

Apreciando o tema destacado, concluiu o juízo sentenciante: no sentido de que a conversão automática do regime celetista para

"Observo que no período imprescrito, como consta da inquirição o estatutário não se aplica aos empregados celetistas admitidos

sumária, a reclamante era e é regida por estatuto próprio, não tendo sem concurso público após 5/10/1983, haja vista o óbice contido no

seu vínculo jurídico com a Administração Pública regidos pela art. 37, II, da Constituição Federal de 1988, pois não possuem os

legislação trabalhista. Em outras palavras, o vinculo empregatício cinco anos de efetivo exercício anteriores à promulgação da CR/88

com a reclamada transmudou-se de CELETISTA PARA que lhe dariam direito à estabilidade de que trata o art. 19 do ADCT.

ESTATUTÁRIA há muitos e muitos anos. Assim, não há reparos a fazer na decisão agravada. Agravo

Se os pedidos dissessem respeito e estivessem adstritos ao período conhecido e não provido" (Ag-RR-471-98.2018.5.13.0001, 1ª

em que a reclamante foi regida pelo regime celetistas poderia ser Turma, Relator Ministro Luiz José Dezena da Silva, DEJT

considerada a competência desta especializada, mas a reclamante 08/01/2020).

restringiu o pedido ao período não alcançado pela prescrição "AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA

quinquenal, ou seja, quando já se submetia ao estatuto próprio. INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.467/2017.

Nesse contexto, considerando que os pedidos repercutem sobre ADMISSIBILIDADE. TRANSCENDÊNCIA POLÍTICA.

esse novo status funcional, impõe-se reconhecer, ante a EXISTÊNCIA. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO.

jurisprudência dominante no âmbito do Supremo Tribunal Federal, a ENTE PÚBLICO. CONTRATAÇÃO DE EMPREGADO SEM

competência da Justiça Comum estadual para conhecer da CONCURSO PÚBLICO ANTES DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL

presente ação e dos respectivos pedidos. " DE 1988. "RECURSO DE REVISTA. INTERPOSIÇÃO NA

Alega a reclamante/recorrente que não foi submetida a concurso VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.467/2017. ADMISSIBILIDADE.

público, permanecendo como servidora celetista, pela TRANSCENDÊNCIA POLÍTICA. EXISTÊNCIA. COMPETÊNCIA

impossibilidade de transmudação do regime celetista para o jurídico DA JUSTIÇA DO TRABALHO. ENTE PÚBLICO. CONTRATAÇÃO

-administrativo sem prévia aprovação em concurso; que não DE EMPREGADO SEM CONCURSO PÚBLICO ANTES DA

estando submetida a regime jurídico-administrativo, inclui-se CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988. ESTABILIDADE DO

naturalmente no regime geral celetista, com os direitos e obrigações ARTIGO 19, CAPUT, DO ADCT NÃO CARACTERIZADA.

decorrentes, inclusive quanto à competência material da Justiça do TRANSMUDAÇÃO AUTOMÁTICA PARA ESTATUTÁRIO.

Trabalho, sendo inaplicável a Súmula-382/TST. IMPOSSIBILIDADE. SUBMISSÃO AO REGIME

O recurso alcança provimento. CELETISTA.Verificada a transcendência política da questão objeto

Adoto e perfilho com a inteligência que deflui do julgamento do do recurso de revista, tendo em vista que o Tribunal Pleno desta

Processo nº 0000691-57.2016.5.07.0026, sob a relatoria do e. Corte, no julgamento da Arguição de Inconstitucionalidade - ArgInc

Desembargador Francisco José Gomes da Silva. A norma contida nº 105100-93.1996.5.04.0018 , acórdão publicado no DEJT de

no art. 37, inciso II, da Constituição Federal que impõe a 18/09/2017, admitiu a possibilidade de transmudação automática de

necessidade de submissão a certame público, constitui óbice à regime de celetista para estatutário apenas nos casos em que o

mudança automática de regime celetista para estatutário pela mera empregado, contratado sem concurso público antes da Constituição

publicação de Lei Estadual ou Municipal que institua no âmbito Federal de 1988, tenha adquirido a estabilidade, na forma do artigo

correspondente Regime Jurídico Único Estatutário. Assim, 19, caput , do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. Em

considerando que não houve transmutação automática de regime contrapartida, em situação como a dos autos, em que a autora foi

jurídico, não há que se falar em incompetência da Justiça do contratada em 09/06/1986, ou seja, há menos de cinco anos antes

Trabalho, eis que a relação de trabalho originária entre as partes diz da promulgação da Constituição Federal, preserva-se o regime

respeito ao regime da CLT. jurídico celetista para todos os efeitos, porquanto nula a

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 529
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

transposição automática para estatutário, a corroborar a declaração

da competência desta Justiça do Trabalho para apreciar a

demanda. Precedentes reconhecendo a existência de violação do

artigo 37, inciso II, da Constituição Federal." Recurso de revista

conhecido e provido" (RR-670-12.2017.5.13.0016, 5ª Turma,

Relator Desembargador Convocado João Pedro Silvestrin, DEJT

07/01/2020).

Isto posto, FORTALEZA/CE, 04 de março de 2020.

ROMULO DE SOUSA FROTA

CONCLUSÃO DO VOTO Diretor de Secretaria

Processo Nº ROT-0001654-37.2016.5.07.0003
Relator FRANCISCO JOSÉ GOMES DA
SILVA
Conhecer do recurso interposto pela reclamante e, no mérito
RECORRENTE TELEFONICA BRASIL S.A.
declarar a competência da Justiça do Trabalho com retorno dos JOSE ALBERTO ADVOGADO(OAB: 513/DF)
COUTO MACIEL
autos ao juízo de origem para complementação da prestação
RECORRIDO MIKAELLE LIMA DE SOUSA
jurisdicional. MATEUS DE OLIVEIRA ADVOGADO(OAB: 19583/CE)
ALCANTARA
FERNANDA BARROSO ADVOGADO(OAB: 24695/CE)
DE CASTRO

DISPOSITIVO
Intimado(s)/Citado(s):
- MIKAELLE LIMA DE SOUSA

PODER JUDICIÁRIO

JUSTIÇA DO TRABALHO

EMENTA
ACORDAM OS INTEGRANTES DA 2ª TURMA DO TRIBUNAL

REGIONAL DO TRABALHO DA 7ª REGIÃO, por unanimidade,

conhecer do recurso interposto pela reclamante e, no mérito EMBARGOS DE DECLARAÇÃO - REEXAME DE FATOS E
declarar a competência da Justiça do Trabalho com retorno dos PROVAS. Conforme o disposto no artigo 1.022 do NCPC, aplicado
autos ao juízo de origem para complementação da prestação subsidiariamente ao processo trabalhista, por força do artigo 769 da
jurisdicional. CLT, os Embargos de Declaração não se prestam ao reexame de
Participaram do julgamento os Exmos. Srs. Desembargadores fatos e provas, com vistas à modificação da substância do julgado,
Francisco José Gomes da Silva (Presidente),Cláudio Soares Pires pois o seu cabimento está limitado a sanar omissão, extirpar
(Relator) e Jefferson Quesado Júnior. Presente ainda o(a) Exmo(a). contradição ou manifesto equívoco de admissibilidade do recurso, a
Sr(a). membro do Ministério Público do Trabalho. teor do art. 897-A da CLT. A reapreciação da matéria, quando já
Fortaleza, 17 de fevereiro de 2020. apreciada pelo órgão prolator do acórdão embargado, é defeso em

lei, pois tal implicaria em reexame do mérito da decisão, o que foge

às finalidades dos embargos declaratórios.

Embargos de Declaração conhecidos e não providos

CLÁUDIO SOARES PIRES RELATÓRIO


Desembargador Relator

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 530
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

FUNDAMENTAÇÃO

Trata-se de Embargos de Declaração de ID. c16291a, interpostos

pela reclamada TELEFONICA BRASIL S.A. (VIVO), em face do

acórdão de ID. 58f3b05, que, por unanimidade, conheceu do ADMISSIBILIDADE

recurso e,no mérito, deu-lhe provimento parcial para reformar a Preenchidos os pressupostos de admissibilidade de se conhecer os

sentença para reduzir o valor da indenização por danos morais para embargos declaratórios interpostos pela reclamada TELEFÔNICA

(vinte mil reais), com respaldo no princípio da razoabilidade R$ BRASIL S.A. (VIVO).

20.000,00 e excluir o pagamento dos honorários advocatícios. MÉRITO

Alega o embargante, em síntese, que o v. Acórdão prolatado por Para fundamentar suas alegações, renova a Embargante a tese de

essa Colenda Turma não se pronunciou expressamente sobre todos defesa de que que não restou provado nos autos, a inequívoca

os argumentos apresentados pela defesa, não analisando as provas relação de causalidade da doença acometida pela autora da

que justificariam o não pagamento de indenização por danos "depressão", com a execução do contrato de trabalho.

morais. Insiste, que o laudo pericial foi inconclusivo no sentido de

Insiste, que o laudo pericial foi inconclusivo no sentido de demonstrar ou não, a existência do nexo de causalidade entre a

demonstrar ou não, a existência do nexo de causalidade entre a patologia apresentada pela reclamante, e suas atividades na

patologia apresentada pela reclamante, e suas atividades na empresa reclamada.

empresa reclamada. Alega a embargante, em síntese, que o v. Acórdão prolatado por

Argumenta, que o perito afirmou que houve "uma série de essa Colenda Turma não se pronunciou expressamente sobre todos

circunstâncias que levou a autora a um quadro emocional grave", os argumentos apresentados pela defesa, não analisando as provas

bem como de que o mesmo ressaltou, que a obreira estava grávida, que justificariam o não pagamento de indenização por danos

com problemas orgânicos inerentes ao processo e perdeu o bebê, o morais.

que trouxe consequências emocionais que ainda perduram, o que Argumenta, que o perito afirmou que houve "uma série de

afasta o dever da empresa de pagar indenização por danos morais, circunstâncias que levou a autora a um quadro emocional grave",

ante a ausência de nexo de causalidade. bem como de que o mesmo ressaltou, que a obreira estava grávida,

Reitera, igualmente, que o perito afirmou que não se trata de uma com problemas orgânicos inerentes ao processo e perdeu o bebê, o

consequência inerente ao processo laboral, mas um conflito entre que trouxe consequências emocionais que ainda perduram, o que

patrão e empregado, todavia, não deixou claro na sua conclusão se afasta o dever da empresa de pagar indenização por danos morais,

a depressão da autora tem ou não algum nexo de causalidade com ante a ausência de nexo de causalidade.

o trabalho; que a única testemunha ouvida nos autos, declarou que Reitera, igualmente, que o perito afirmou que não se trata de uma

as atividades na reclamada são realizadas em estrito cumprimento consequência inerente ao processo laboral, mas um conflito entre

com as normas de medicina e segurança do trabalho, tanto a patrão e empregado, todavia, não deixou claro na sua conclusão se

jornada e pausas, são anotadas e usufruídas corretamente, a depressão da autora tem ou não algum nexo de causalidade com

inclusive, não havia qualquer restrição de iras ao banheiro, o trabalho; que a única testemunha ouvida nos autos, declarou que

inclusive, a empresa disponibiliza atendimento ambulatorial para as atividades na reclamada são realizadas em estrito cumprimento

atendimento médico. com as normas de medicina e segurança do trabalho, tanto a

Requer ao final, em suma, o pronunciamento sobre todos os jornada e pausas, são anotadas e usufruídas corretamente,

questionamentos apresentados nas ruas razões recursais e inclusive, não havia qualquer restrição de iras ao banheiro,

documentos apresentados, para que seja esclarecido nos autos inclusive, a empresa disponibiliza atendimento ambulatorial para

quanto a existência de excesso de trabalho, as cobranças exigidas, atendimento médico.

em especial aquelas constantes nas declarações da reclamante Requer ao final, em suma, o pronunciamento sobre todos os

quando de sua oitiva e reitera argumento de as doenças indicadas questionamentos apresentados nas ruas razões recursais e

na inicial não decorreram das atividades laborais, e não se tratam documentos apresentados, para que seja esclarecido nos autos

de doenças ocupacionais. quanto a existência de excesso de trabalho, as cobranças exigidas,

Apresentação das contrarrazões, ID. 1d6096d. em especial aquelas constantes nas declarações da reclamante

quando de sua oitiva e reitera argumento de as doenças indicadas

na inicial não decorreram das atividades laborais, e não se tratam

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 531
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

de doenças ocupacionais. ambiente laboral contribuiu para o agravamento, ou causa

Sem razão a embargante. concomitante da lesão ou doença ocupacional, configurando-se

Conforme o disposto no artigo 1.022 do NCPC, aplicado assim, a concausalidade: (...)

subsidiariamente ao processo trabalhista, por força do artigo 769 da Tem-se, ainda, que para caracterizar o nexo causal em caso de

CLT, cabem embargos de declaração quando houver no acórdão acidente de trabalho, basta demonstrar a existência de relação

obscuridade ou contradição ou, ainda, quando for omitido ponto entre o exercício do trabalho a serviço da empresa com o infortúnio

sobre o qual devia pronunciar-se o juízo, inclusive de ofício, e, laboral.

ainda, no caso de manifesto equívoco no exame dos pressupostos Em ralação ao nexo de concausalidade, tem-se que o trabalho não

extrínsecos do recurso ou para corrigir erro material, conforme é a causa principal do infortúnio laboral, mas, sim, um agravamento,

previsão no art. 897-A, da CLT. Estes são, portanto, os limites ou causa concomitante da lesão ou doença ocupacional.

desse instituto processual. Dessa forma, ressalte-se que a concausa se une à causa principal

Fora dessas hipóteses não tem cabimento a interposição de da doença e concorre para o resultado, reforçando-a, o que ocorreu

embargos. no caso em espécie.

Do exame da decisão vergastada, em sede de embargos de Alerta-se ainda que, não há necessidade de se precisar qual das

declaração, verifica-se que não assiste razão a Embargante. causas foi aquela que efetivamente gerou a doença, mas, apenas,

A simples leitura das razões veiculadas nestes embargos que a causa laboral tenha contribuído diretamente para a doença ou

demonstra a inconformidade da Embargante com os termos da seu agravamento, caso dos autos.

decisão, pretendendo, em realidade, a reforma do julgado. Ao final, concluiu que:

Do exame dos autos, observa-se que a decisão regional analisou Ao contrário da tese defensiva, a prova pericial concluiu que houve

todas as questões e provas apresentadas nos autos, tendo abuso e excesso cometido pelo empregador, no sentido de que os

consignado, expressamente, que apesar de não restar provado a SINTOMAS DEPRESSIVOS COM INTENSO QUADRO DE

ocorrência de assédio moral em face das alegadas perseguições e ANSIEDADE SUBJACENTE FORAM RESULTANTES DA

humilhações pela superior hierárquica, Srª Landa Saraiva e RELAÇÃO , expondo, portanto, a empregada CONFLITUOSA

limitações ao uso do banheiro, no momento em que se encontrava ENTRE PATRÃO E EMPREGADO a situações constrangedoras,

grávida, bem como cobranças de metas de forma excessiva, o pressão psicológica e humilhação, provocando violação da honra,

Perito judicial constatou que a autora passou por traumas em intimidade e dignidade da trabalhadora passível de indenização por

decorrência de várias circunstâncias, inclusive, pela perda do danos morais.

bebê, relatando, também, que o ambiente laboral contribuiu Dessa forma, diante dos laudos médicos colacionados nos autos,

para o agravamento da doença emocional acometida pela bem como da conclusão do " expert", não restou dúvidas a respeito

obreira. da existência de nexo de concausalidade entre o agravamento da

Destacou, também, que o relatório médico de ID. f2dc01c, doença (estresse, depressão) e a atividade da obreira.

igualmente, descreve alterações na pressão arterial em face de Diante do exposto, mantém-se a sentença, nesse aspecto.

problemas ocorridos no ambiente laboral, tendo a autora se As provas constantes nos autos têm como destinatário a convicção

afastado para gozo de benefício previdenciário em razão de sua do Juízo acerca dos fatos que lhe são apresentados, que, utilizando

incapacidade laborativa. -se do princípio do livre convencimento ou persuasão racional (art.

A decisão registrou, igualmente, que as informações do Perito foram 93, IX da Constituição Federal de 1988), terá toda liberdade na

ratificadas através do laudo complementar de ID. 2e7db2b, no condução das mesmas com o fito de aplicar a norma jurídica que

sentido de que os SINTOMAS DEPRESSIVOS COM INTENSO lhe for cabível.

QUADRO DE ANSIEDADE SUBJACENTE FORAM Frise-se, por oportuno, que o julgador não está obrigado a

RESULTANTES DA RELAÇÃO CONFLITUOSA ENTRE PATRÃO responder a todas as questões suscitadas pelas partes, quando já

E EMPREGADO. tenha encontrado motivo suficiente para proferir a decisão.

Confirmou ainda, que "SEGURAMENTE QUE A MANEIRA COMO Assim, mesmo após a vigência do CPC/2015, não cabem embargos

A ADMINISTRAÇÃO REAGIU À SITUAÇÃO DA AUTORA de declaração contra a decisão que não se pronunciou sobre

CONTRIBUIU PARA O AGRAVAMENTO DO QUADRO." determinado argumento que era incapaz de infirmar a conclusão

Nesse ponto, restou provado e registrado na decisão que, apesar adotada.

da doença acometida pela autora ter origem multifatorial, o No caso, todos os depoimentos foram minuciosamente analisados

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 532
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

e registradas as conclusões na decisão, não havendo que se falar

em mal interpretação ou ausência de análise das provas. VOTOS

Neste contexto, não se verifica nenhuma omissão ou contradição no

julgado, nem manifesto equívoco no exame dos pressupostos FORTALEZA/CE, 04 de março de 2020.

extrínsecos do recurso, que possa embasar o presente embargos

de declaração. ROMULO DE SOUSA FROTA

Nesse sentido, tem-se que a reapreciação da matéria, quando já Diretor de Secretaria

apreciada pelo órgão prolator do acórdão embargado, é defeso em


Processo Nº ROT-0000412-27.2019.5.07.0039
lei, pois tal implicaria em reexame do mérito da decisão, o que foge Relator CLAUDIO SOARES PIRES
às finalidades dos embargos declaratórios. RECORRENTE M.V.S.O.
LEANDRO DANTAS ADVOGADO(OAB: 27406/CE)
Dessa forma, mantêm-se a decisão atacada. SOARES
RECORRENTE MARIA VANUZA SOARES OLIVEIRA
LEANDRO DANTAS ADVOGADO(OAB: 27406/CE)
SOARES
CONCLUSÃO DO VOTO RECORRIDO PORTO DO PECEM GERACAO DE
ENERGIA S/A
PEDRO HENRIQUE ADVOGADO(OAB: 27526/CE)
BEZERRIL MIRANDA
FONTENELE
Isto posto, voto pelo conhecimento dos embargos declaratórios, RECORRIDO SERVNAC SEGURANCA LTDA
MANUEL LUIS DA ADVOGADO(OAB: 7479/CE)
para, no mérito, negar-lhe provimento. ROCHA NETO
PEDRO JOÃO ADVOGADO(OAB: 22155/CE)
CARVALHO PEREIRA
FILHO
AMANDA ARRAES DE ADVOGADO(OAB: 32111/CE)
DISPOSITIVO ALENCAR ARARIPE
NUNES

Intimado(s)/Citado(s):
- MARIA VANUZA SOARES OLIVEIRA

PODER JUDICIÁRIO

JUSTIÇA DO TRABALHO

ACORDAM OS DESEMBARGADORES DA 2.ª TURMA DO

TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 7.ª REGIÃO, por EMENTA

unanimidade, conhecer dos embargos declaratórios, e, no mérito,

negar-lhe provimento.

Participaram do julgamento os Exmos. Srs. Desembargadores EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. ACIDENTE DE TRABALHO.

Francisco José Gomes da Silva (Presidente e Relator),Cláudio MORTE DO EMPREGADO. INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL E

Soares Pires e Jefferson Quesado Júnior. Presente ainda o(a) MATERIAL. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DO TOMADOR

Exmo(a). Sr(a). membro do Ministério Público do Trabalho. DE SERVIÇOS. OMISSÃO. SUPLEMENTAÇÃO DA

Fortaleza, 10 de fevereiro de 2020. FUNDAMENTAÇÃO. O acolhimento dos embargos de declaração

supõe eiva de vícios listados nos artigos 1.022 do CPC e 897-A da

CLT. Caracterizada a existência de omissão no acórdão, merecem

ser acolhidos os embargos de declaração para suplantá-la.

Embargos de declaração conhecidos e providos para sanar

omissão.

FRANCISCO JOSÉ GOMES DA SILVA

Relator
RELATÓRIO

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 533
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

inadimplemento de verbas rescisórias, sendo inservível para o

exame da controvérsia específica examinada nos autos, a respeito

V I S T O S, relatados e discutidos estes autos de EMBARGOS DE da responsabilidade civil do tomador de serviços, em face de

DECLARAÇÃO EM RECURSO ORDINÁRIO. acidente de trabalho sofrido por trabalhador contratado por

Os integrantes da 2ª Turma deste Tribunal, por unanimidade, interposta pessoa.

acordaram em conhecer do recurso ordinário e, no mérito, dar-lhe Nos casos em que o empregado terceirizado sofre acidente de

parcial provimento para condenar as reclamadas a pagar às trabalho nas dependências da empresa tomadora dos serviços, a

reclamantes indenização por danos morais e reparação dos danos responsabilidade indenizatória deve ser examinada à luz das regras

materiais. do Direito Civil. Segundo o acórdão embargado, o de cujus perdeu a

Contra o referido acórdão, as reclamadas (SERVNAC sua vida desempenhando sua atividade laboral rotineira. Isso é fato.

SEGURANÇA LTDA e PORTO DO PECÉM GERAÇÃO DE Cuida-se, na hipótese, de declarar existente a responsabilidade

ENERGIA S/A) apresentaram embargos de declaração, alegando objetiva do empregador na reparação do dano sofrido pelos

omissões no julgado. herdeiros de seu ex-empregado, sem perquirir a existência, ou não,

A parte contrária não apresentou manifestação. de culpa ou dolo, considerando que o trabalho era exercido

É relatório. submetido a fatores de risco.

Com efeito, deve a empresa tomadora responder, de forma

solidária, com a empresa prestadora de serviços, pelo pagamento

FUNDAMENTAÇÃO de indenização por danos morais e materiais, na forma do artigo

942 do Código Civil. A responsabilidade do tomador de serviços por

ato ilícito (acidente de trabalho) é solidária, mesmo no caso de

ADMISSIBILIDADE terceirização lícita, como no caso dos autos, em face da aplicação

Atendidos os pressupostos recursais, CONHEÇO dos embargos de do artigo 942 do Código Civil.

declaração. Precedentes do C. TST:

MÉRITO PEDIDO DE RECONHECIMENTO DA RESPONSABILIDADE

OMISSÃO. SUPLEMENTAÇÃO DA FUNDAMENTAÇÃO. SOLIDÁRIA DA EMPRESA TOMADORA DE SERVIÇOS PELO

As embargantes apontam omissão no julgado. Sustenta "que se faz PAGAMENTO DAS INDENIZAÇÕES POR DANOS MATERIAIS E

imprescindível a determinação de como se dará a responsabilização MORAIS ORIUNDOS DO ACIDENTE DE TRABALHO. CULPA

das empresas condenadas, de forma que não só estas, mas DIRETA PELA MORTE DO TRABALHADOR. 1 - As premissas

também as credoras possam ter ciência de como se dará o fáticas registradas no acórdão recorrido demonstram que ficou

cumprimento da obrigação.". configurada a responsabilidade subjetiva direta da própria tomadora

Razão assiste às embargantes. de serviços pelo acidente de trabalho que resultou na morte do

De fato, o v. acórdão ora embargado não examinou o apelo em trabalhador, pai dos reclamantes. Nesse contexto, aplica-se, à

relação à referida matéria. tomadora de serviços, o disposto no art. 927 do CCB, segundo o

Há omissão no julgado. Passo a saná-la. qual -Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a

ACIDENTE DE TRABALHO. MORTE DO EMPREGADO. outrem, fica obrigado a repará-lo-. Precedentes. 2 - O caso concreto

INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL E MATERIAL. não se enquadra especificamente na hipótese da Súmula nº 331,

RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DO TOMADOR DE IV, do CPC, a qual trata da responsabilidade subjetiva da tomadora

SERVIÇOS. de serviços, com base nas culpas in eligendo e in vigilando, pela

A controvérsia cinge em saber a natureza jurídica da conduta da empresa prestadora de serviços na relação de trabalho.

responsabilidade civil da empresa tomadora de serviços, em caso 3 - Recurso de revista a que se dá provimento, quanto ao tema"

de acidente de trabalho sofrido pelo empregado terceirizado dentro (Processo: RR - 152100-50.2005.5.17.0006 Data de Julgamento:

do seu estabelecimento e durante a prestação do serviço. Discute- 30/11/2011, Relatora Ministra: Kátia Magalhães Arruda, 5ª Turma,

se se a tomadora responde pela indenização de forma solidária com Data de Publicação: DEJT 03/02/2012, grifou-se).

a prestadora de serviços, ou apenas de forma subsidiária. A Súmula "RECURSOS DE REVISTA. ACIDENTE DE TRABALHO.

n.º 331 do Tribunal Superior do Trabalho dispõe sobre os efeitos da RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA OU SUBSIDIÁRIA.

terceirização de serviços apenas no que se refere ao INAPLICABILIDADE DA SÚMULA Nº 331 DO TST. A Súmula nº

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 534
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

331 desta Corte regula a responsabilidade da empresa tomadora de tomadora de serviço na hipótese de inadimplemento de obrigações

serviço na hipótese de inadimplemento de obrigações trabalhistas trabalhistas por parte da empresa empregadora, situação diversa da

por parte da empresa empregadora, situação diversa da responsabilidade pelo dever de indenizar os danos decorrentes de

responsabilidade pelo dever de indenizar os danos decorrentes de acidente de trabalho. O inadimplemento das obrigações trabalhistas

acidente de trabalho. O inadimplemento das obrigações trabalhistas é ato cometido pela empresa empregadora e a responsabilidade

é ato cometido pela empresa empregadora e a responsabilidade subsidiária é atribuída à empresa tomadora de serviços por culpa in

subsidiária é atribuída à empresa tomadora de serviços por culpa in eligendo ou in vigilando. Já o dever de indenizar os danos derivados

eligendo ou in vigilando. Já o dever de indenizar os danos derivados de acidente de trabalho decorreu de ato imputável à própria

de acidente de trabalho decorreu de ato imputável à própria Reclamada São Martinho S.A., visto que o acidente sucedeu nas

reclamada Vaz e Hoffman Ltda. - ME, visto que o acidente dependências da empresa tomadora, em razão das condições de

aconteceu nas dependências da empresa tomadora, em razão das trabalho perigosas existentes no estabelecimento da tomadora e em

condições de trabalho perigosas por ela propiciadas e em função função dos serviços que lhe foram prestados pelo filho dos

dos serviços que lhe foram prestados pelo filho da reclamante. Reclamantes. Recurso de revista de que se conhece, ante a

Recurso de revista de que não se conhece" (TST-RR-9952900- demonstração de divergência jurisprudencial, e a que se nega

05.2006.5.09.0029, 5ª Turma, Rel.ª Min.ª Kátia Magalhães Arruda, provimento, no mérito" (TST-RR-46800-32.2005.5.15.0014, 4ª

DEJT 30/9/2011, grifou-se); Turma, Rel. Min. Fernando Eizo Ono, DEJT 24/6/2011, grifou-se);

"RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. EMPRESA TOMADORA DE "RECURSO DE REVISTA - INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS

SERVIÇOS. DANO MORAL. A tomadora de serviços responde de E MATERIAIS DECORRENTES DE ACIDENTE DE TRABALHO -

forma solidária pelo pagamento da indenização por danos morais, EMPREGADO TERCEIRIZADO - RESPONSABILIDADE

quando o acidente ocorre no âmbito de seu estabelecimento SOLIDÁRIA DA EMPRESA TOMADORA DE SERVIÇOS. A

empresarial e ela concorre para o dano sofrido pelo obreiro. exegese dos arts. 927, caput, e 942 do Código Civil autoriza a

Inteligência do artigo 942 do Código Civil. Recurso de revista de que conclusão de que, demonstrada a culpa das empresas envolvidas

não se conhece" (TST-RR-7800300-75.2005.5.09.0091, 1ª Turma, no contrato de terceirização de serviços, estas devem responder

Rel. Min. Lelio Bentes Corrêa, DEJT 30/9/2011, grifou-se); solidariamente pela reparação civil dos danos sofridos pelo

"DANOS PATRIMONIAIS E EXTRAPATRIMONIAIS. DEVER DE trabalhador em decorrência de acidente de trabalho. Não há

INDENIZAR. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA OU SOLIDÁRIA dúvidas de que a empresa tomadora de serviços, no caso de

DO TOMADOR DE SERVIÇOS. Discute-se se a responsabilidade terceirização, tem o dever de cautela, seja na eleição da empresa

da empresa tomadora de serviços quanto aos danos sofridos por prestadora de serviços, seja na fiscalização de suas atividades, eis

empregado em decorrência de acidente de trabalho é solidária ou que elege e celebra contrato com terceiro que intermedia, em seu

subsidiária. Embora a Súmula nº 331, IV, desta Corte disponha que proveito, a mão de obra necessária ao desenvolvimento de suas

a responsabilidade da empresa tomadora de serviços é subsidiária atividades econômicas. No caso concreto, a recorrente era

com relação às obrigações trabalhistas da empresa empregadora tomadora de serviços do reclamante, que lhe prestava serviços

para com o empregado, tem-se que tal solução não se aplica à mediante empresa interposta (a primeira-reclamada), nas suas

hipótese dos autos. Primeiro, porque o referido precedente dependências, quando sofreu acidente de trabalho. Porque

jurisprudencial foi editado antes da vigência da Emenda à configurada a culpa de ambas as reclamadas pelo dano suportado

Constituição nº 45/2004, quando era incontroverso que competia à pelo reclamante, já que foi constatada pelo Tribunal Regional a

Justiça comum a apreciação de pedido de pagamento de negligência na manutenção de um ambiente de trabalho seguro e

indenização por danos morais e materiais decorrentes de acidente no fornecimento de equipamentos de proteção individual, emerge a

de trabalho ou doença ocupacional, com a aplicação dos prazos coparticipação das reclamadas no infortúnio que vitimou o

prescricionais estabelecidos no direito civil. Por ocasião da edição trabalhador, a autorizar a responsabilização solidária da segunda-

da Súmula nº 331 desta Corte, a indenização dos danos sofridos reclamada. Precedentes. Recurso de revista não conhecido" (TST-

pelo empregado em razão de acidente de trabalho recebia RR-369600-06.2005.5.15.0135, 1ª Turma, Rel. Min. Luiz Philippe

tratamento de crédito civil, razão por que as obrigações trabalhistas Vieira de Mello Filho, DEJT 21/10/2011, grifou-se);

a que alude o texto sumulado não alcançam a indenização devida "RECURSO DE REVISTA. CONTRATO DE SUBEMPREITADA.

por danos oriundos de acidente de trabalho. Segundo, porque a RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA (...). Encontrando-se a

Súmula nº 331 desta Corte regula a responsabilidade da empresa decisão recorrida em sintonia com a Súmula n.º 331, IV/TST, resulta

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 535
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inviável o conhecimento do Recurso de Revista, nos termos do art.

896, § 4.º, da CLT, não havendo, ainda, que se cogitar de violação

do art. 455 da CLT. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DAS

RECLAMADAS EM RELAÇÃO AOS DANOS MORAIS. A decisão

regional encontra-se em consonância com entendimento desta

Corte, que prevê a possibilidade de imposição da responsabilidade CLAUDIO SOARES PIRES

solidária nos casos em que constatada a culpa das Reclamadas Desembargador Relator

quanto a acidente de trabalho com respaldo na disposição contida

nos artigos 927 e 942 do Código Civil. Precedentes" (TST-RR-

187500-03.2007.5.09.0872, 4ª Turma, Rel.ª Min.ª Maria de Assis

Calsing, DEJT 12/8/2011).

Isto posto,

FORTALEZA/CE, 04 de março de 2020.

ROMULO DE SOUSA FROTA

CONCLUSÃO DO VOTO Diretor de Secretaria

Processo Nº ROT-0000441-28.2018.5.07.0002
Relator PAULO REGIS MACHADO BOTELHO
Conhecer dos embargos de declaração e, no mérito, dar-lhes RECORRENTE BANCO BRADESCO S.A.
FRANCISCO SAMPAIO ADVOGADO(OAB: 9075/CE)
provimento, para, sanando a omissão apontada, esclarecer que a DE MENEZES JUNIOR
responsabilidade das reclamadas é solidária em relação à RECORRENTE MARIA ENEDINA DE FREITAS
FARIAS
condenação em danos morais e materiais, nos termos expendidos JOSE AILSON REGO ADVOGADO(OAB: 6353/CE)
BALTAZAR
na fundamentação.
RECORRIDO BANCO BRADESCO S.A.
FRANCISCO SAMPAIO ADVOGADO(OAB: 9075/CE)
DE MENEZES JUNIOR
RECORRIDO MARIA ENEDINA DE FREITAS
DISPOSITIVO FARIAS
JOSE AILSON REGO ADVOGADO(OAB: 6353/CE)
BALTAZAR

Intimado(s)/Citado(s):
- MARIA ENEDINA DE FREITAS FARIAS

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO

ACORDAM OS INTEGRANTES DA 2ª TURMA DO TRIBUNAL

REGIONAL DO TRABALHO DA 7ª REGIÃO, por unanimidade,


EMENTA
conhecer dos embargos de declaração e, no mérito, dar-lhes

provimento, para, sanando a omissão apontada, esclarecer que a

responsabilidade das reclamadas é solidária em relação à


RECURSO ORDINÁRIO. BANCÁRIO. SUPERVISOR
condenação em danos morais e materiais, nos termos expendidos
ADMINISTRATIVO I (CHEFE DE SERVIÇOS). NÃO
na fundamentação.
ENQUADRAMENTO NA EXCEÇÃO DO § 2º DO ART. 224 DA
Participaram do julgamento os Exmos. Srs. Desembargadores
CLT. DIREITO ÀS 7ª e 8ª HORAS LABORADAS COMO EXTRAS.
Francisco José Gomes da Silva (Presidente),Cláudio Soares Pires
A excepcionalidade prevista no art. 224, § 2º da CLT, específica em
(Relator) e Jefferson Quesado Júnior. Presente ainda o(a) Exmo(a).
relação à categoria dos bancários, é taxativa ao permitir a
Sr(a). membro do Ministério Público do Trabalho.
extrapolação da jornada máxima de seis horas para quem exercer
Fortaleza, 17 de fevereiro de 2020.
funções de direção, gerência, fiscalização, chefia e equivalentes ou

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 536
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outros cargos de confiança e perceber gratificação não inferior a um FGTS, inclusive da multa de 40. Outrossim, no mesmo ensejo

terço do salário. No caso dos autos, entretanto, o conjunto decisório, impôs a ambos os litigantes a obrigação de pagar

probatório induz à convicção de que as atribuições de "Supervisora honorários advocatícios sucumbenciais à base de 5%.

Administrativa (Chefe de Serviço)", desempenhadas pela A reclamante, em seu arrazoado (ID. 78ed45b), pugna pela

reclamante, são meramente técnicas, desprovidas de elementos condenação do Banco reclamado ao pagamento das seguintes

que qualifiquem tal função como cargo de confiança. A gratificação parcelas: reflexos das horas extras (7ª e 8ª) sobre a

percebida pelo exercício das atribuições respectivas remunera "INDENIZAÇÃO PDVE 2017" e as PLRs de 2012 a 2016 e a de

apenas o trabalho exercido com maiores responsabilidades, mas 2017 (esta, em face da projeção do aviso prévio), ao argumento de

nem de longe serve para qualificá-la como de confiança. Impõe-se, que possuiriam caráter salarial, não indenizatório; PLR de 2017, por

assim, o pagamento, como extras, das sétima e oitava horas conta do cômputo do período do aviso prévio; e indenização

trabalhadas. ADESÃO AO PLANO DE DEMISSÃO VOLUNTÁRIO adicional prevista no art. 9º da Lei nº 7.238/84.

ESPECIAL (PDVE). HORAS EXTRAS DEFERIDAS EM JUÍZO Requer, outrossim, a aplicação do índice IPCA-e, referente à

POSTERIORMENTE. INDENIZAÇÃO DO PDVE. AUSÊNCIA DE atualização monetária.

RESSALVA ESPECÍFICA NO TRCT. DIFERENÇA INDEVIDA. Ao Por sua vez, o Banco reclamado, em suas razões recursais (ID.

aderir livremente ao Plano de Demissão Voluntária a empregada 3a726ec), reprisa a argumentação de que a promovente não teria

anuiu com os benefícios pactuados, compensatórios da perda do direito ao pagamento de horas extras, pois durante o exercício da

emprego, inclusive quanto ao valor da indenização, que constou do função de "Supervisora Administrativa I (Chefe de Serviços)" estaria

TRCT respectivo, homologado por sua entidade de classe sem enquadrada no § 2º do art. 224 da CLT, por isso sujeita ao

ressalva a tal verba. Assim, além da inexistência de qualquer vício cumprimento de jornada de oito horas diárias. Pretende, ainda, na

capaz de macular o pactuado, a chancela sindical, sem ressalva eventualidade de ser mantido o Julgado, que se efetue a

específica do pagamento da indenização do PDVE constante do compensação das gratificações pagas à autora para cumprimento

instrumento de rescisão, atrai a incidência da previsão contida no da indigitada jornada de oito horas.

§2º do art. 477 da CLT. Em assim, não há como se concluir que as Rebela-se, também, contra a obrigação, a si imposta, de pagar os

horas extras deferidas em juízo repercutam na indenização do reflexos das horas extras sobre o sábado, que seria dia útil não

PDVE. DO ÍNDICE DE ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. Merece trabalhado; e honorários advocatícios, uma vez que a reclamante

parcial reforma a Sentença hostilizada, para que seja aplicado o não estaria assistida pelo sindicato de sua categoria profissional,

índice oficial de remuneração básica da caderneta de poupança um dos requisitos exigidos pela ainda vigente Súmula nº 219 do C.

(TRD) para os débitos trabalhistas devidos à autora até o dia TST, para condenação a esse título.

24/3/2015 e, a partir do dia 25/3/2015, a correção deve ser realizada Por último, pede a majoração do percentual fixado sob a rubrica

pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E) nos verba honorária, deferida em prol de seus advogados.

termos da Jurisprudência do TST. Contrarrazões da reclamante, ID. b768c36, e do reclamado, ID.

18f80b1.

Dispensada a manifestação prévia do Ministério público do

Trabalho, consoante Normas Regimentais (art. 109).

I. RELATÓRIO É o Relatório.

Insurgem-se as partes, MARIA ENEDINA DE FREITAS e BANCO II. FUNDAMENTAÇÃO

BRADESCO S.A., contra a r. Sentença de ID. 8254f30, proferida

pela MM. Juíza Substituta Tarciana Orlovicin Gonçalves Pita,

atuante na 2ª Vara do Trabalho de Fortaleza, em que declarada a 1. ADMISSIBILIDADE

prescrição parcial das parcelas anteriores a 24/04/2013, e julgado Atendidos os pressupostos legais, conhece-se de ambos os

parcialmente procedente a Reclamatória, para condenar o Recursos.

reclamado ao pagamento de duas horas extras por dia (7ª e 8ª), 2. DO MÉRITO

com reflexos sobre repouso semanal remunerado (inclusive 2.a DO RECURSO DA RECLAMANTE

sábados), aviso prévio, férias mais 1/3, 13º salários e depósitos do 2.a.1 DO REFLEXO DAS HORAS EXTRAS SOBRE A

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 537
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"INDENIZAÇÃO DO PDVE" e PLRs DE 2012 A 2016 E A DE 2017 norma regulamentar em comento, inclusive, de seus anexos, há de

O Juízo a quo indeferiu os pedidos epigrafados, sob o fundamento ser estrita (art. 114 do CC), de forma que tal nomenclatura diz

de que as verbas "indenização do PDVE" e PLR possuem caráter respeito a horas extras que, por decisão judicial, integravam a

indenizatório. remuneração do empregado de junho de 2017, à época de sua

Passa-se à análise. adesão.

2.a.1.1 REFLEXOS SOBRE AS PLRs DE 2012 a 2016 E A DE Ressalte-se, ainda, que hora extra não é verba salarial fixa a

2017 integrar a remuneração do empregado, sendo paga, apenas,

Indevida a repercussão das horas extras sobre a PLR, enquanto enquanto prestado o sobrelabor. Destaque-se que nem mesmo

rubrica "desvinculada da remuneração", consoante disposto no quando habitual, como no caso dos autos, incorpora-se aos

inciso XI do artigo 7º da Constituição Federal. estipêndios do bancário, consoante o teor da Súmula nº 291 do

2.a.1.2 REFLEXOS SOBRE A "INDENIZAÇÃO DO PDVE" TST, ipsis litteris:

Dispõe o item 7 do Regulamento do PDVE que "o empregado que "SUM-291. HORAS EXTRAS. HABITUALIDADE. SUPRESSÃO.

aderir ao "PDVE 2017" receberá, a título de incentivo financeiro, INDENIZAÇÃO.A supressão total ou parcial, pelo empregador, de

indenização equivalente a 0,60 da remuneração fixa do mês de serviço suplementar prestado com habitualidade, durante pelo

junho de 2017, por ano trabalhado, limitada a 12 (doze) salários, menos 1 (um) ano, assegura ao empregado o direito à indenização

computado todo o período até a data da efetiva rescisão do contrato correspondente ao valor de 1 (um) mês das horas suprimidas, total

de trabalho, a ser paga em uma única parcela. OAnexo Vindica a ou parcialmente, para cada ano ou fração igual ou superior a seis

totalidade das verbas salariais e respectivos códigos, permitindo a meses de prestação de serviço acima da jornada normal. O cálculo

consulta pelo empregado em relação àquelas que compõem a sua observará a média das horas suplementares nos últimos 12 (doze)

remuneração." (ID. 9d180fe, pág. 8, destaquei) meses anteriores à mudança, multiplicada pelo valor da hora extra

À primeira leitura do dispositivo regulamentar acima reproduzido, do dia da supressão."

poder-se-ia concluir pela procedência do pedido da reclamante, Este Tribunal, através de sua 3ª Turma, já adotara a mesma

uma vez que o valor da indenização fora fixado com base na posição aqui explanada quanto aos requeridos reflexos, conforme

remuneração fixa do empregado do mês de junho/2017. constata-se da síntese jurisprudencial abaixo transcrita:

Todavia, aludida indenização não é prevista em lei, sendo uma das "(...) 2) REFLEXO DAS HORAS EXTRAS SOBRE

vantagens pactuadas no plano de ruptura contratual incentivada, PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS OU RESULTADOS (PLR).

pelo que se revela lícito ao empregador fixar-lhe o valor, que, in AUSÊNCIA DE PREVISÃO NORMATIVA. SALÁRIO FIXO. NÃO

casu, foi aceito pela empregada sem qualquer questionamento. ABRANGÊNCIA DAS HORAS EXTRAS.As horas extras não

Não se pode olvidar, ainda, que a promovente não arguiu qualquer integram o salário fixo do trabalhador, razão pela qual, nos termos

vício de consentimento para aderir ao PDVE, sendo lógico inferir-se das normas coletivas aplicáveis à espécie, indevido o seu reflexo na

que tinha plena ciência dos benefícios de incentivo que perceberia verba Participação nos Lucros ou Resultados (PLR) do banco

como compensação pela perda do emprego, inclusive do valor da reclamado. Recurso improvido.

indenização, que, inclusive, constara do TRCT (ID. fff0394), 3) REFLEXO DAS HORAS EXTRAS SOBRE A INDENIZAÇÃO

devidamente homologado pela entidade sindical, sem ressalvas PREVISTA NO PDVE. AUSÊNCIA DE PREVISÃO NORMATIVA.

quanto à parcela em liça, atraindo, assim, a previsão contida no § 2º SALÁRIO FIXO. NÃO ABRANGÊNCIA DAS HORAS EXTRAS.As

do art. 477 da CLT: "O instrumento de rescisão ou recibo de horas extras não integram o salário fixo do trabalhador, razão pela

quitação, qualquer que seja a causa ou forma de dissolução do qual, nos termos das normas que disciplinam o PDVE do banco

contrato, deve ter especificada a natureza de cada parcela paga ao reclamado, indevido o seu reflexo na indenização ali prevista.

empregado e discriminado o seu valor, sendo válida a quitação, Recurso improvido. (...)" (TRT 7ª Região, 3ª Turma, RO 0000265-

apenas, relativamente às mesmas parcelas." 37.2018.5.07.0006, Desembargador Relator: José Antônio Parente

Assim, indevida a pretendida diferença de valor a título da da Silva. Data do Julgamento: 14/02/2019)

"indenização do PDVE". Nesse mesmo sentido manifestara-se o Colendo TST:

Nem se diga que o Anexo V do Regulamento do PDVE (ID. cd7c540 "RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO PELAS RECLAMADAS.

- Pág. 1), ao prever entre as parcelas componentes da remuneração REFLEXOS DAS HORAS EXTRAS NA INDENIZAÇÃO PAGA A

fixa do empregado, uma denominada "H. Extra Dec. Jud", TÍTULO DE PLANO DE DEMISSÃO VOLUNTÁRIA (PDV). Tendo

endossaria a pretensão recursal, porquanto a interpretação da em vista que a parcela paga a título de PDV possui natureza

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 538
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

indenizatória e se trata de benefício não previsto em lei, mas dos arestos paradigmas aborda o fundamento adotado no acórdão

conferido por ato de mera liberalidade do empregador, impõe-se a recorrido, concernente à aplicação do artigo 114 do Código Civil.

interpretação restritiva das normas instituídas pela empresa a Assim, não se viabiliza o conhecimento do recurso de revista, por

respeito, nos termos do estabelecido no art. 114 do Código Civil. dissenso pretoriano, a teor do que dispõe a Súmula nº 23 do TST.

Razão pela qual, uma vez paga a indenização estabelecida pela (...)" (TST-RR - 76141-75.2002.5.02.0045,Relator Ministro: Pedro

empresa por adesão do empregado ao PDV, como compensação Paulo Manus, Data de Julgamento: 10/08/2010, 7ª Turma, Data de

pela perda do emprego, não há como se concluir que as horas Publicação: 20/08/2010)

extras deferidas em juízo nela repercutam necessariamente. 2.a.2 DA INDENIZAÇÃO ADICIONAL PREVISTA NO ART. 9º DA

Precedentes." (TST-RR-2802900-67.2000.5.09.0015, Relator LEI Nº 7.238/1984

Walmir Oliveira da Costa, Data de Julgamento: 05/06/2013, 1ª Prevê o art. 9º da Lei nº. 7237/84 o direito do empregado ao

Relator Walmir Oliveira da Costa, Data de recebimento de um salário mensal, se dispensado injustamente no

Julgamento:05/06/2013, 1ª Turma, Data de Publicação DEJT: período de 30 dias que anteceder a data do reajuste salarial de sua

07/06/2013). categoria profissional.

"I - AGRAVO DE INSTRUMENTO DO RECLAMANTE In casu, a controvérsia gira em torno de se perquirir se é devida a

REPERCUSSÃO DAS HORAS EXTRAS HABITUAIS NO referenciada indenização ao trabalhador que foi dispensado no

CÁLCULO DA "INDENIZAÇÃO INCENTIVO" 1. O montante pago trintídio antecedente à data-base de sua correção salarial, mas que,

em razão da adesão do Autor ao Programa de Desligamento em virtude da projeção no tempo do período do aviso prévio, ainda

Incentivado tem natureza indenizatória. Inteligência da Orientação que indenizado, teve o término de seu contrato de trabalho

Jurisprudencial nº 207 da C. SBDI-1. 2. Dessa forma, como a postergado para lapso posterior à referida data-base.

parcela "Indenização Incentivo" não tem natureza salarial, não faz Por disciplinarem a matéria sob exame, convém trazer à lume o teor

sentido alegar que nela necessariamente repercutem as horas das Súmulas 182 e 314 do Colendo TST, abaixo transcritas:

extras habituais. Resta incólume o artigo 457, § 1º, da CLT. Agravo "Súmula nº 182 do TST

de Instrumento a que se nega provimento. (...) (ED-AIRR e RR - AVISO PRÉVIO. INDENIZAÇÃO COMPENSATÓRIA. LEI Nº 6.708,

9904000-40.2003.5.04.0900 , Relatora Ministra: Maria Cristina DE 30.10.1979 (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003

Irigoyen Peduzzi, Data de Julgamento: 16/08/2006, 3ª Turma, Data O tempo do aviso prévio, mesmo indenizado, conta-se para efeito

de Publicação: 08/09/2006) da indenização adicional prevista no art. 9º da Lei nº 6.708, de

"(...) REFLEXOS DAS HORAS EXTRAS NO PDV. I - A 30.10.1979";

indenização do PDV constitui liberalidade do empregador que não "Súmula nº 314 do TST

tem por finalidade a contraprestação do trabalho, o que denota a INDENIZAÇÃO ADICIONAL. VERBAS RESCISÓRIAS. SALÁRIO

sua natureza indenizatória. Por isso, sua base de cálculo não é CORRIGIDO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003

afetada por verbas de natureza salarial, como as horas extras Se ocorrer a rescisão contratual no período de 30 (trinta) dias que

habitualmente prestadas. II - Recurso desprovido. HORAS DE antecede à data-base, observado a Súmula nº 182 do TST, o

SOBREAVISO. I - O recurso não comporta conhecimento neste pagamento das verbas rescisórias com o salário já corrigido não

tema, pois o único paradigma colacionado não traz indicação de afasta o direito à indenização adicional prevista nas Leis nºs 6.708,

fonte de publicação, não atendendo, assim, às exigências contidas de 30.10.1979 e 7.238, de 28.10.1984."

na Súmula nº 337/TST. II - Recurso não conhecido." (TST-RR - Como se vê, para fins de concessão da indenização em epígrafe,

204800-09.2002.5.02.0076, Relator Ministro: Antônio José de deve-se levar em consideração a data em que o contrato é

Barros Levenhagen, Data de Julgamento: 06/12/2006, 4ª Turma, efetivamente rescindido, computando-se, pois, o período do aviso

Data de Publicação: 02/02/2007) prévio.

"(...) INDENIZAÇÃO DO PDV. DIFERENÇAS. INTEGRAÇÃO DAS No caso dos autos, a data base da categoria dos bancários é o dia

HORAS EXTRAS DEFERIDAS NA PRESENTE AÇÃO. O Tribunal 01 de setembro de cada ano, conforme se depreende à leitura das

Regional indeferiu a pretensão da reclamante, de ver computadas normas coletivas anexadas aos autos.

as horas extras deferidas na presente ação, na base de cálculo da Demais disso, a autora aderiu ao Plano de Demissão Voluntária

indenização do PDV, porque considerou que esta parcela, por ser Especial (PDVE) em 22/08/2017, consoante se observa do TRCT

oriunda da mera liberalidade do empregador, deve ser interpretada sob ID. fff0394, tendo se efetivado sua extinção contratual em

restritivamente, nos termos do artigo 114 do Código Civil. Nenhum 20/12/2017, quando transcorrido integralmente o período do aviso

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 539
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

prévio indenizado. inconstitucionalidade por arrastamento do art. 1º-F da Lei nº 9.494,

Ora, à vista do cenário fático acima delineado, do qual emerge a com a redação dada pelo art. 5º da Lei nº 11.960, de 29/6/2009.

constatação de haver o término do vínculo empregatício da Em decorrência da referida Decisão do STF, o Pleno do TST, ao

reclamante ocorrido após, aproximadamente, quatro meses da data- apreciar a Arguição de Inconstitucionalidade nº 479-

base da sua respectiva categoria profissional (01/09), resta indevida 60.2011.5.04.0231, suscitada pelo Min. Cláudio Mascarenhas

a pretendida indenização adicional prevista na Lei 7.238/84. Brandão, por sua vez, declarou a inconstitucionalidade por

É nessa direção o entendimento cristalizado na súmula 314 do TST, arrastamento da expressão "equivalente à TRD", presente no art.

que preconiza seja observada a projeção do aviso prévio, para fins 39, caput, da Lei nº 8.177/91, e acabou dando interpretação

de contagem do trintídio que antecede à data-base da categoria. conforme a Constituição ao restante da norma e definiu como índice

Perfilhando idêntico posicionamento, vejam-se as seguintes de atualização monetária dos créditos trabalhistas na Justiça do

Ementas jurisprudenciais emanadas da Corte Maior Trabalhista: Trabalho o Índice de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-

"RECURSO DE REVISTA DA RECLAMADA SOB A ÉGIDE DA E) a partir de 30/06/2009, quando entrou em vigor a Lei nº

LEI 13.015/2014. REQUISITOS DO ARTIGO 896, § 1º-A, DA CLT, 11.960/2009, que acrescentou o art. 1º-F à Lei nº 9.494/1997, o qual

ATENDIDOS. INDENIZAÇÃO ADICIONAL. ARTIGO 9º DA LEI foi declarado inconstitucional pelo STF.

7.238/84. PROJEÇÃO DO AVISO PRÉVIO. SÚMULAS 182 E 314 O entendimento acerca da aplicação do IPCA-E encontrava-se

DO TST. A Súmula 314 do TST preconiza que se ocorrer a rescisão suspenso em face do deferimento, pelo STF, de liminar nos autos

contratual no período de trinta dias que antecede à data-base, da Reclamação nº 22.012/RS. Contudo, não mais subsiste a

observada a Súmula 182 do TST, o pagamento das verbas suspensão da Decisão do TST conferida liminarmente pelo STF nos

rescisórias com o salário já corrigido não afasta o direito à autos da mencionada Reclamação, pois foi julgada improcedente no

indenização adicional prevista nas Leis 6.708 de 30/10/1979 e 7.238 dia 5/12/2017, prevalecendo, desse modo, o Julgado do Pleno do

de 28/10/1984. Contudo, da leitura do acórdão regional, extrai-se TST no julgamento do processo ArgInc-479-60.2011.5.04.0231,

que a autora foi dispensada em 04/08/2011. Nesse caso, com a sendo mantida a aplicação do índice oficial de remuneração básica

projeção do aviso prévio indenizado de trinta dias, a rescisão do da caderneta de poupança (TRD) para os débitos trabalhistas

contrato de trabalho operou-se em 04/09/2011, situando-se em devidos até o dia 24/3/2015, e, após, a partir do dia 25/3/2015, a

momento posterior à sua data-base (01/09/2011), estando afastado, correção deve ser realizada pelo Índice de Preços ao Consumidor

portanto, o direito à pleiteada indenização, conforme se depreende Amplo Especial (IPCA-E).

do entendimento conjugado entre as Súmulas 182 e 314 do TST. Enfrentando essa temática, assim vem entendendo o Colendo TST

Há precedentes. Recurso de revista conhecido e provido." (TST - em seus julgados:

RR: 1150006520135170011, Relator: Augusto César Leite de "RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI Nº

Carvalho, Data de Julgamento: 18/09/2019, 6ª Turma, Data de 13.015/2014. CORREÇÃO MONETÁRIA DO DÉBITO

Publicação: DEJT 20/09/2019) TRABALHISTA. TAXA REFERENCIAL (TR).

"RECURSO DE REVISTA. INDENIZAÇÃO PREVISTA NO ART. 9º INCONSTITUCIONALIDADE. PRECEDENTE DO SUPREMO

DA LEI 7.238/84. AVISO PRÉVIO. Considerando-se o prazo do TRIBUNAL FEDERAL. ADOÇÃO DO ÍNDICE DE PREÇOS AO

aviso prévio, nos termos da Súmula 182 do TST, a dispensa do CONSUMIDOR AMPLO ESPECIAL (IPCA-E). 1. Ao concluir o

reclamante ocorreu após a data-base, razão pela qual não há falar julgamento do RE nº 870.947/SE (Relator: Min. LUIZ FUX), em que

em dispensa obstativa. Recurso de revista conhecido e provido." se discutia a aplicação de juros de mora e correção monetária nos

(TST - RR: 357001420055050029, Relator: Augusto César Leite de casos de condenação impostas ao Poder Público, o Tribunal Pleno

Carvalho, Data de Julgamento: 29/04/2015, 6ª Turma, Data de do Supremo Tribunal Federal, por maioria, decidiu afastar a

Publicação: DEJT 08/05/2015) utilização da Taxa Referencial (TR) como índice de atualização dos

Portanto, nada a prover neste tópico. débitos judiciais da Fazenda Pública, mesmo em período anterior à

2.a.3 DO ÍNDICE DE ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA expedição de precatório, e adotar o Índice de Preços ao

Quanto à matéria em debate, calha esclarecer que nos autos da Consumidor Amplo Especial (IPCA-E). 2. O Tribunal Pleno deste

ADI nº 4.357/DF, o STF declarou a inconstitucionalidade da Tribunal Superior, nos autos do Proc. ArgInc 479-

expressão "índice oficial de remuneração básica da caderneta de 60.2011.5.04.0231, declarou a inconstitucionalidade da expressão

poupança" prevista no art. 100, § 12, da CF/88, afastando, assim, a "equivalentes à TRD", contida no "caput" do artigo 39 da Lei n°

aplicação da Taxa Referencial - TR, o que culminou com a 8.177/91, e, adotando a técnica de interpretação conforme a

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Constituição Federal para o texto remanescente do dispositivo meramente técnico-específico, embora remunerado com

impugnado, fixou a variação do Índice de Preços ao Consumidor gratificação superior a um terço do salário do cargo efetivo.

Amplo Especial (IPCA-E) como fator de correção a ser utilizado na In casu, a autora não tinha subordinados, poder de mando,

tabela de atualização monetária dos débitos trabalhistas na Justiça procuração em nome do banco, delegação para dirigir,

do Trabalho. 3. Ao julgar os Embargos de Declaração interpostos supervisionar e disciplinar setores, não fiscalizava nem chefiava

naqueles autos, esta Corte Superior fixou novos parâmetros alguém, não tinha carteira de clientes, não tinha autonomia para

para a modulação dos efeitos da decisão, definindo o dia liberar crédito de transação financeira para clientes, ou seja, era

25/3/2015 como o marco inicial para a aplicação da variação do apenas uma empregada comum.

Índice de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E) O título de "Supervisora Administrativa I (Chefe de Serviços)," é

como fator de atualização, de modo que deve ser mantida a pomposo, entretanto não corresponde à realidade vivenciada pela

aplicação do índice oficial de remuneração básica da caderneta autora, pois esta desenvolvia atividade meramente técnica, sem

de poupança (TRD) para os débitos trabalhistas devidos até o grau de fidúcia especial, revelando retro referido título, apenas, uma

dia 24/3/2015, e, a partir do dia 25/3/2015, a correção deve ser tentativa frustrada de contornar o limite legal (seis horas), impondo

realizada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo Especial à reclamante uma jornada de oito horas, sem remunerá-la para tal.

(IPCA-E). Recurso de revista conhecido e provido, no particular." É o que se conclui ao exame dos depoimentos das testemunhas

(destaque nosso). (Processo nº TST-RR-351-51.2014.5.09.0892, ouvidas nos autos, a rogo da demandante, abaixo parcialmente

Relator Ministro Walmir Oliveira da Costa, Data de julgamento; reproduzidos (Ata de Audiência, ID be4b5e4):

28/02/2018)" "que trabalhou na reclamada de junho/1985 a março/2016,

Desse modo, reforma-se a Sentença hostilizada para determinar a exercendo por último a função de Gerente de Contas Pessoa Física;

aplicação do índice oficial de remuneração básica da caderneta de que a reclamante exercia as seguintes funções: auxiliava os

poupança (TRD) para os débitos trabalhistas devidos à autora até o preenchimentos de empréstimos dos clientes e auxiliava os

dia 24/3/2015 e, após, a partir do dia 25/3/2015, a correção deve ser clientes no atendimento das máquinas; que a reclamante não

realizada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo Especial tinha poderes para participar do comitê de crédito; que a

(IPCA-E). reclamante não assinava cheque administrativo; que a

2.b DO RECURSO DO RECLAMADO reclamante não tinha subordinados; que os caixas, os

2.b.1 DA SÉTIMA E OITAVA HORAS COMO EXTRAS. DO escriturários e os supervisores eram subordinados ao Gerente

ALEGADO EXERCÍCIO DE FUNÇÃO DE CONFIANÇA. DOS Administrativo; que a reclamante não tinha poderes para

REFLEXOS SOBRE O SÁBADO mandar pagar cheque sem provisão de fundos; que a depoente

Pretende o recorrente a reforma da Sentença ora guerreada, que trabalhou na mesma agência em que a reclamante de

deferiu o pedido autoral de pagamento, como extras, da sétima e junho/2006 a março/2016; que não existe cargo na agência

oitava horas laboradas, diariamente, sob o fundamento de que a bancária que tenha poderes para pagar cheque sem provisão de

autora, no exercício da função de Supervisora Administrativa I fundos; que o Gerente Administrativo conferia os dados

(Chefe de Serviços), não detinha qualquer fidúcia especial que inseridos pela reclamante no sistema para a concessão de

justificasse seu enquadramento no parágrafo 2º do artigo 224 da empréstimos." (TANIA MARIA MENDES DE SOUZA - primeira

CLT. testemunha da reclamante. ID. 4ed1da2 - Pág. 7, sublinhei)

Cediço que a excepcionalidade prevista no dispositivo celetário "que trabalhou na reclamada de março/1984 a setembro/2017,

supracitado, específica em relação à categoria dos bancários, é exercendo por último a função de Gerente Assistente de Pessoa

taxativa ao permitir a extrapolação da jornada máxima de seis horas Jurídica; que trabalhou diretamente com a reclamante de

para quem exercer funções de direção, gerência, fiscalização, 1993/1994 até o final do contrato da reclamante; que a

chefia e equivalentes ou outros cargos de confiança e que perceba reclamante exercia as seguintes funções: preenchia contratos

gratificação não inferior a 1/3 do salário. de empréstimo, realizava abertura de contas correntes pessoa

É de óbvia sabença, hodiernamente, que no mundo corporativo, física e auxiliava os clientes no atendimento das máquinas; que

prolifera a designação do bancário para o exercício de suposta a reclamante não participava do comitê de crédito; que a

função de confiança, com as mais diversas denominações, sem reclamante não assinava cheque administrativo; que a

que, na realidade, o empregado tenha um mínimo poder de decisão reclamante não tinha subordinados; que os caixas, os

ou mesmo autonomia e destaque, não passando de um trabalho escriturários e os supervisores eram subordinados ao Gerente

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Administrativo; que não existe cargo na agência bancária que MATÉRIA FÁTICA. SÚMULAS 102, I E 126/TST. 3. HORAS

tenha poderes para pagar cheque sem provisão de fundos; que EXTRAS. DIVISOR. AUSÊNCIA DE INTERESSE RECURSAL. 4.

a reclamante não poderia liberar créditos para a concessão de DANO MORAL. VALOR DA INDENIZAÇÃO. O cargo de confiança

empréstimos; que a reclamante não tinha acesso às no Direito do Trabalho recebeu explícita tipificação legal, quer no

informações sigilosas do banco; que no banco não havia nenhum padrão amplo do art. 62, II, da CLT, quer no tipo jurídico específico

cargo abaixo ao da reclamante; que considera informações sigilosas bancário do art. 224, § 2º, da Consolidação. Para enquadrar o

do banco as informações sobre funcionários e questões empregado nas disposições contidas no art. 224, § 2º, da CLT, é

relacionadas às áreas internas (área administrativa) do banco; que necessário ficar comprovado que ele exercia, efetivamente, as

a reclamante tinha acesso a extrato e renda dos clientes, funções aptas a caracterizar o cargo de confiança e, ainda, que elas

destacando que tais informações devem permanecer em sigilo se revestiam de fidúcia especial, que extrapola aquela básica,

pelos funcionários; que não se recorda o nível dos cartões dos inerente a qualquer empregado. No caso concreto, o Tribunal

caixas; que não sabe informar se o nível do cartão dos caixas é Regional, amparado no conjunto probatório produzido nos autos,

inferior ao nível do cartão do Supervisor Administrativo; que a concluiu que o Reclamante não se enquadra no art. 224, § 2º, da

reclamante parou de trabalhar para a reclamada pois aderiu ao CLT. Para tanto, asseverou que: "No caso, o réu insiste que se

PDV."( MARIA GISELLE VIANA - segunda testemunha do desvencilhou de seu ônus. Porém, não é o que se extrai da prova

reclamado. ID. 4ed1da2 - Pág. 2, sublinhei) oral, a qual revela que o autor não contava com subordinados, não

De se ressaltar que não prospera o argumento empresarial de que tinha alçada especial e tampouco poderes que o diferenciasse dos

os documentos teriam comprovado que a autora tinha assinatura demais empregados". Acrescentou que "a prova oral não permite se

para autorizar pagamentos de até R$ 30.000,00, o que reconheça que o autor contava com poderes que a diferenciavam

caracterizaria fidúcia especial. Efetivamente, conforme esclarecido dos demais empregados, mostra-se correta a sentença na parte em

pela única testemunha do Banco réu, de nome Kirna Karine que não reconheceu seu enquadramento na exceção do artigo 224,

Vasconcelos de Oliveira, "a reclamante não poderia liberar créditos § 2º, da CLT". Diante desses dados fáticos, constata-se que o

para a concessão de empréstimos pois acredita que o gerente tinha Reclamante não ocupava típico cargo de confiança bancário, nos

que autorizar" (Ata de Audiência sob ID. 4ed1da2). moldes do art. 224, § 2º, da CLT, pois ficou comprovado que as

O conjunto probatório nos permite, assim, formar convicção de que funções exercidas delineavam-se como meramente técnicas, sem

as atribuições de "Supervisora Administrativa I (Chefe de Serviços)" maiores poderes ou mesmo responsabilidades que demandassem

são meramente técnicas, desprovidas de elementos que maior grau de fidúcia. Para que se pudesse chegar, se fosse o

qualifiquem tal função como cargo de confiança. A gratificação caso, a conclusão fática diversa, seria necessário o revolvimento do

percebida pelo exercício das atribuições respectivas remunera conteúdo fático-probatório constante dos autos, o que fica

apenas o trabalho exercido com maiores responsabilidades, sem inviabilizado nesta instância recursal, nos termos das Súmulas 102,

revelar grau de confiança destacada, como pretende fazer crer o I e 126/TST. Agravo de instrumento desprovido." (AIRR - 522-

Banco demandado, daí inadmissível o enquadramento da 50.2014.5.09.0005, Relator Ministro: Mauricio Godinho Delgado,

reclamante na excepcionalidade prevista no § 2º do art. 224 da CLT. Data de Julgamento: 18/12/2018, 3ª Turma, Data de Publicação:

Pensar de forma diferente, data vênia, serviria para incentivar o DEJT 07/01/2019).

demandado a criar outras denominações nas suas agências, a "(...) HORAS EXTRAS. CARGO DE CONFIANÇA. Na

ponto de chegar em determinado momento em que só existirão Jurisprudência desta Corte, encontra-se pacificado o entendimento

empregados exercentes de pseudo funções de confiança, fazendo de que, para o enquadramento do empregado na exceção prevista

letra morta da norma legal da jornada de seis horas. no § 2º do art. 224 da CLT, requer-se não apenas o pagamento de

Aliás, a Corte Superior da Justiça Laboral, em processos análogos, gratificação de não superior a 1/3 de seu salário de cargo efetivo,

em que figura no polo passivo entidade bancária, já se pronunciou mas também a existência de fidúcia especial, diferenciada, em

no mesmo sentido. Observe-se: relação aos demais bancários. Em outras palavras, para fins do art.

"AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. 224, § 2º, da CLT, o valor da gratificação e a fidúcia especial são

PROCESSO SOB A ÉGIDE DA LEI 13.015/2014 E ANTERIOR À requisitos cumulativos, aferidos casuisticamente, de modo que o

LEI 13.467/2017. 1. MULTA DO ART. 523, §1º, DO CPC/2015 fato de o empregado receber gratificação de função não inferior a

(ART. 475-J DO CPC/1973). 2. BANCÁRIO. CARGO DE 1/3 não implica na inequívoca caracterização do poder de gestão

CONFIANÇA. ART. 224, § 2º, DA CLT. CARACTERIZAÇÃO. exigido legalmente. O Tribunal Regional, mediante acurada análise

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das provas orais produzidas nos autos, concluiu que as atividades (processo nº 849-83.2013.5.03.0138), decidiu que "o divisor

exercidas pela autora não possuíam fidúcia diferenciada, maior do aplicável para cálculo das horas extras do bancário, inclusive para

que aquela exigida aos demais bancários. Impõe-se ressaltar que os submetidos à jornada de oito horas, é definido com base na

essas ilações não são passíveis de revolvimento na presente fase regra geral prevista no artigo 64 da CLT (resultado da multiplicação

da marcha processual, a teor das Súmulas 102 e 126 do TST. A por 30 da jornada normal de trabalho), sendo 180 e 220, para as

decisão regional está, portanto, em perfeita sintonia com esta Corte jornadas normais de seis e oito horas, respectivamente", bem como

e com o art. 224, §2º, da CLT. Recurso de revista não conhecido. que "a inclusão do sábado como dia de repouso semanal

(...)" (RR-1039-40.2012.5.04.0401, 6ª Turma, Relator Ministro remunerado, no caso do bancário, não altera o divisor, em virtude

Augusto César Leite de Carvalho, DEJT 12/04/2019). de não haver redução do número de horas semanais, trabalhadas e

"RECURSO DO BANCO SANTANDER S.A. - CARGO DE de repouso". Além disso, concluiu no sentido de que "as normas

CONFIANÇA - ART. 62, II, DA CLT - ART. 224, § 2º, DA CLT. O coletivas dos bancários não atribuíram aos sábados a natureza

Tribunal Regional, alicerçado na avaliação dos depoimentos jurídica de repouso semanal remunerado". Dessa forma, à luz do

testemunhais, registrou quadro fático segundo o qual o reclamante atual entendimento sobre a matéria, não há como se acolher a

"não possuía poderes para liberar ou realizar operações com total aplicação do divisor 150 ou 200. Recurso conhecido e parcialmente

autonomia, tampouco praticar atos isoladamente, sem qualquer provido." (TRT-7 - RO: 00010708020155070010, Relator: CLAUDIO

autorização colegiada ou superior". Concluiu que o reclamante não SOARES PIRES, Data de Julgamento: 17/09/2018, Data de

dispunha de poderes diferenciados em relação aos demais Publicação: 17/09/2018).

empregados, razão pela qual afastou o enquadramento nos cargos "FUNÇÃO DE CONFIANÇA NÃO CARACTERIZADA - HORAS

de confiança previstos nos art. 62, II, da CLT e 224, § 2º, da CLT. EXTRAS DEVIDAS. Apesar de o autor laborar 08 (oito) horas

Diante dessas premissas fáticas, insuscetíveis de reapreciação em diárias e perceber gratificação pelo exercício da função de Gerente,

sede extraordinária, não há como se vislumbrar contrariedade à superior a 1/3 do salário do cargo efetivo, não há que se enquadrar

Súmula nº 287 do TST, que trata da presunção juris tantum dos o caso da presente lide na exceção do § 2º do art. 224, da CLT, vez

poderes de gestão do gerente geral de agência que, no caso, restou que não restou comprovada nos autos qualquer relação entre as

afastada pela prova produzida nos autos. Igualmente em relação ao atividades por ele desempenhadas e aquelas típicas dos que

cargo de confiança previsto no art. 224, § 2º, da CLT, registrado exercem a chefia ou postos de comando." (TRT-7 - RO:

pelo Tribunal Regional que não havia diferenciação de poderes 00002101920145070009, Relator: JEFFERSON QUESADO

entre o reclamante e os demais empregados no exercício das suas JUNIOR, Data de Julgamento: 22/01/2018, Data de Publicação:

atribuições, o conhecimento do recurso de revista esbarra no óbice 23/01/2018).

da Súmula nº 102, I, do TST. Recurso de revista não conhecido. Destarte, merece ratificada a r. Sentença nesse tópico, inclusive

(...)." (RR - 681-55.2011.5.02.0049, Relator Ministro: Luiz Philippe quanto aos reflexos das horas extras sobre o sábado, ante a

Vieira de Mello Filho, Data de Julgamento: 31/08/2016, 7ª Turma, expressa previsão nas Convenções Coletivas de Trabalho da

Data de Publicação: DEJT 09/09/2016). Categoria dos Bancários, acostadas aos presentes autos.

Há precedentes, também, neste Regional, conforme exemplificado Veja-se, para exemplificar, o teor da Cláusula 8ª e seu Parágrafo

abaixo: Primeiro da CCT de 2016/2018:

"RECURSO ORDINÁRIO. 1 - RECURSO DA PARTE "Cláusula 8ª ADICIONAL DE HORAS EXTRAS

RECLAMADA. 1.1 - HORAS EXTRAS. CARGO DE CONFIANÇA. As horas extras serão pagas com o adicional de 50%

ARTIGO 224, § 2º DA CLT. CARGO DENOMINADO CHEFE DE (cinquenta por cento).

SERVIÇOS BANCÁRIOS. Ao defender o exercício de tarefas Parágrafo Primeiro

suficientes para o enquadramento do empregado no § 2º do art. 224 Quando prestadas durante toda a semana anterior, os bancos

da CLT, atrai o patrão o ônus da prova, consoante inteligência do pagarão, também, o valor correspondente ao repouso semanal

art. 818 da CLT e do art. 373, II, do CPC. Não se tem por remunerado, inclusive sábados e feriados." (ID. d9c5ae1 - Pág.

comprovado o exercício da função de confiança a que se refere o 6)

art. 224, § 2º, da CLT (Súmula 102/TST), quando revelam as provas Destarte, de se negar provimento ao Apelo patronal, no particular.

dos autos, todavia, tarefas corriqueiras acometidas à obreira, sem 2.b.2 DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

qualquer fidúcia. 1.2 - HORAS EXTRAS. DIVISOR. O TST, em sede Por fim, no tocante à verba honorária em epígrafe, tem-se que a

de Incidente de Julgamento de Recursos de Revista Repetitivos vertente Reclamatória fora ajuizada em 23/04/2018, portanto, já na

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vigência das alterações na CLT promovidas pela Lei nº 13.467/17.

Nesse diapasão, hodiernamente, na Justiça do Trabalho, a EX POSITIS:

condenação na verba de honorários advocatícios decorre da mera ACORDAM OS DESEMBARGADORES INTEGRANTES DA 2ª

sucumbência, nos termos do art. 791-A da CLT. TURMA DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 7ª

Desse modo, impõe-se mantida a condenação do Banco reclamado REGIÃO, por unanimidade, conhecer de ambos os Recursos e, no

no pagamento de honorários advocatícios em favor do patrono da mérito, negar provimento ao do Banco reclamado, mas dar parcial

autora, no patamar de 5% sobre o valor que resultar da liquidação provimento ao da reclamante, para, reformando a Sentença

da Sentença. hostilizada, determinar a aplicação do índice oficial de remuneração

No concernente à majoração da verba honorária sucumbencial em básica da caderneta de poupança (TRD) para os débitos

favor do patrono do Banco reclamado, ora recorrente, fixada pelo trabalhistas devidos à autora até o dia 24/3/2015 e, após, a partir do

Juízo de origem no patamar de 5%, registre-se, por oportuno, que dia 25/3/2015, a correção deve ser realizada pelo Índice de Preços

este Relator adota o entendimento de que, uma vez sendo o ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E).

reclamante beneficiário da gratuidade da justiça, mostra-se Participaram do julgamento os Exmos. Srs. Desembargadores

incompatível qualquer determinação, a ele imposta, de pagamento Francisco José Gomes da Silva (Presidente), Paulo Régis Machado

de despesas processuais (dentre as quais se inserem os honorários Botelho (Relator) e Cláudio Soares Pires. Presente ainda o(a)

advocatícios), para que tais não venham a impedir ou dificultar o Exmo(a). Sr(a). membro do Ministério Público do Trabalho.

seu acesso ao Judiciário, com o fito de resolver suas demandas de Fortaleza, 17 de fevereiro de 2020.

forma civilizada.

No entanto, considerando que não houve insurgência recursal por

parte do autor quanto à sua condenação em verba honorária

sucumbencial, e em prestígio ao princípio da vedação à reformatio

in pejus, mantém-se incólume o Julgamento a quo no que pertine PAULO REGIS MACHADO BOTELHO

ao tema em questão. Relator

III. CONCLUSÃO DO VOTO

FORTALEZA/CE, 04 de março de 2020.

Por todo o acima exposto, de se conhecer de ambos os Recursos e, ROMULO DE SOUSA FROTA

no mérito, negar provimento ao do Banco reclamado, mas dar Diretor de Secretaria

parcial provimento ao da reclamante, para, reformando a Sentença


Processo Nº ROT-0000412-27.2019.5.07.0039
hostilizada, determinar a aplicação do índice oficial de remuneração Relator CLAUDIO SOARES PIRES
básica da caderneta de poupança (TRD) para os débitos RECORRENTE M.V.S.O.
LEANDRO DANTAS ADVOGADO(OAB: 27406/CE)
trabalhistas devidos à autora até o dia 24/3/2015 e, após, a partir do SOARES
dia 25/3/2015, a correção deve ser realizada pelo Índice de Preços RECORRENTE MARIA VANUZA SOARES OLIVEIRA
LEANDRO DANTAS ADVOGADO(OAB: 27406/CE)
ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E). SOARES
RECORRIDO PORTO DO PECEM GERACAO DE
ENERGIA S/A
PEDRO HENRIQUE ADVOGADO(OAB: 27526/CE)
BEZERRIL MIRANDA
IV. DISPOSITIVO FONTENELE
RECORRIDO SERVNAC SEGURANCA LTDA
MANUEL LUIS DA ADVOGADO(OAB: 7479/CE)
ROCHA NETO
PEDRO JOÃO ADVOGADO(OAB: 22155/CE)
CARVALHO PEREIRA
FILHO
AMANDA ARRAES DE ADVOGADO(OAB: 32111/CE)
ALENCAR ARARIPE
NUNES

Intimado(s)/Citado(s):

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- SERVNAC SEGURANCA LTDA


OMISSÃO. SUPLEMENTAÇÃO DA FUNDAMENTAÇÃO.

As embargantes apontam omissão no julgado. Sustenta "que se faz

imprescindível a determinação de como se dará a responsabilização


PODER JUDICIÁRIO das empresas condenadas, de forma que não só estas, mas
JUSTIÇA DO TRABALHO também as credoras possam ter ciência de como se dará o

cumprimento da obrigação.".

Razão assiste às embargantes.


EMENTA
De fato, o v. acórdão ora embargado não examinou o apelo em

relação à referida matéria.

Há omissão no julgado. Passo a saná-la.


EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. ACIDENTE DE TRABALHO.
ACIDENTE DE TRABALHO. MORTE DO EMPREGADO.
MORTE DO EMPREGADO. INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL E
INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL E MATERIAL.
MATERIAL. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DO TOMADOR
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DO TOMADOR DE
DE SERVIÇOS. OMISSÃO. SUPLEMENTAÇÃO DA
SERVIÇOS.
FUNDAMENTAÇÃO. O acolhimento dos embargos de declaração
A controvérsia cinge em saber a natureza jurídica da
supõe eiva de vícios listados nos artigos 1.022 do CPC e 897-A da
responsabilidade civil da empresa tomadora de serviços, em caso
CLT. Caracterizada a existência de omissão no acórdão, merecem
de acidente de trabalho sofrido pelo empregado terceirizado dentro
ser acolhidos os embargos de declaração para suplantá-la.
do seu estabelecimento e durante a prestação do serviço. Discute-
Embargos de declaração conhecidos e providos para sanar
se se a tomadora responde pela indenização de forma solidária com
omissão.
a prestadora de serviços, ou apenas de forma subsidiária. A Súmula

n.º 331 do Tribunal Superior do Trabalho dispõe sobre os efeitos da

terceirização de serviços apenas no que se refere ao


RELATÓRIO
inadimplemento de verbas rescisórias, sendo inservível para o

exame da controvérsia específica examinada nos autos, a respeito

da responsabilidade civil do tomador de serviços, em face de


V I S T O S, relatados e discutidos estes autos de EMBARGOS DE
acidente de trabalho sofrido por trabalhador contratado por
DECLARAÇÃO EM RECURSO ORDINÁRIO.
interposta pessoa.
Os integrantes da 2ª Turma deste Tribunal, por unanimidade,
Nos casos em que o empregado terceirizado sofre acidente de
acordaram em conhecer do recurso ordinário e, no mérito, dar-lhe
trabalho nas dependências da empresa tomadora dos serviços, a
parcial provimento para condenar as reclamadas a pagar às
responsabilidade indenizatória deve ser examinada à luz das regras
reclamantes indenização por danos morais e reparação dos danos
do Direito Civil. Segundo o acórdão embargado, o de cujus perdeu a
materiais.
sua vida desempenhando sua atividade laboral rotineira. Isso é fato.
Contra o referido acórdão, as reclamadas (SERVNAC
Cuida-se, na hipótese, de declarar existente a responsabilidade
SEGURANÇA LTDA e PORTO DO PECÉM GERAÇÃO DE
objetiva do empregador na reparação do dano sofrido pelos
ENERGIA S/A) apresentaram embargos de declaração, alegando
herdeiros de seu ex-empregado, sem perquirir a existência, ou não,
omissões no julgado.
de culpa ou dolo, considerando que o trabalho era exercido
A parte contrária não apresentou manifestação.
submetido a fatores de risco.
É relatório.
Com efeito, deve a empresa tomadora responder, de forma

solidária, com a empresa prestadora de serviços, pelo pagamento

de indenização por danos morais e materiais, na forma do artigo


FUNDAMENTAÇÃO
942 do Código Civil. A responsabilidade do tomador de serviços por

ato ilícito (acidente de trabalho) é solidária, mesmo no caso de

terceirização lícita, como no caso dos autos, em face da aplicação


ADMISSIBILIDADE
do artigo 942 do Código Civil.
Atendidos os pressupostos recursais, CONHEÇO dos embargos de
Precedentes do C. TST:
declaração.
PEDIDO DE RECONHECIMENTO DA RESPONSABILIDADE
MÉRITO

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SOLIDÁRIA DA EMPRESA TOMADORA DE SERVIÇOS PELO "DANOS PATRIMONIAIS E EXTRAPATRIMONIAIS. DEVER DE

PAGAMENTO DAS INDENIZAÇÕES POR DANOS MATERIAIS E INDENIZAR. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA OU SOLIDÁRIA

MORAIS ORIUNDOS DO ACIDENTE DE TRABALHO. CULPA DO TOMADOR DE SERVIÇOS. Discute-se se a responsabilidade

DIRETA PELA MORTE DO TRABALHADOR. 1 - As premissas da empresa tomadora de serviços quanto aos danos sofridos por

fáticas registradas no acórdão recorrido demonstram que ficou empregado em decorrência de acidente de trabalho é solidária ou

configurada a responsabilidade subjetiva direta da própria tomadora subsidiária. Embora a Súmula nº 331, IV, desta Corte disponha que

de serviços pelo acidente de trabalho que resultou na morte do a responsabilidade da empresa tomadora de serviços é subsidiária

trabalhador, pai dos reclamantes. Nesse contexto, aplica-se, à com relação às obrigações trabalhistas da empresa empregadora

tomadora de serviços, o disposto no art. 927 do CCB, segundo o para com o empregado, tem-se que tal solução não se aplica à

qual -Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a hipótese dos autos. Primeiro, porque o referido precedente

outrem, fica obrigado a repará-lo-. Precedentes. 2 - O caso concreto jurisprudencial foi editado antes da vigência da Emenda à

não se enquadra especificamente na hipótese da Súmula nº 331, Constituição nº 45/2004, quando era incontroverso que competia à

IV, do CPC, a qual trata da responsabilidade subjetiva da tomadora Justiça comum a apreciação de pedido de pagamento de

de serviços, com base nas culpas in eligendo e in vigilando, pela indenização por danos morais e materiais decorrentes de acidente

conduta da empresa prestadora de serviços na relação de trabalho. de trabalho ou doença ocupacional, com a aplicação dos prazos

3 - Recurso de revista a que se dá provimento, quanto ao tema" prescricionais estabelecidos no direito civil. Por ocasião da edição

(Processo: RR - 152100-50.2005.5.17.0006 Data de Julgamento: da Súmula nº 331 desta Corte, a indenização dos danos sofridos

30/11/2011, Relatora Ministra: Kátia Magalhães Arruda, 5ª Turma, pelo empregado em razão de acidente de trabalho recebia

Data de Publicação: DEJT 03/02/2012, grifou-se). tratamento de crédito civil, razão por que as obrigações trabalhistas

"RECURSOS DE REVISTA. ACIDENTE DE TRABALHO. a que alude o texto sumulado não alcançam a indenização devida

RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA OU SUBSIDIÁRIA. por danos oriundos de acidente de trabalho. Segundo, porque a

INAPLICABILIDADE DA SÚMULA Nº 331 DO TST. A Súmula nº Súmula nº 331 desta Corte regula a responsabilidade da empresa

331 desta Corte regula a responsabilidade da empresa tomadora de tomadora de serviço na hipótese de inadimplemento de obrigações

serviço na hipótese de inadimplemento de obrigações trabalhistas trabalhistas por parte da empresa empregadora, situação diversa da

por parte da empresa empregadora, situação diversa da responsabilidade pelo dever de indenizar os danos decorrentes de

responsabilidade pelo dever de indenizar os danos decorrentes de acidente de trabalho. O inadimplemento das obrigações trabalhistas

acidente de trabalho. O inadimplemento das obrigações trabalhistas é ato cometido pela empresa empregadora e a responsabilidade

é ato cometido pela empresa empregadora e a responsabilidade subsidiária é atribuída à empresa tomadora de serviços por culpa in

subsidiária é atribuída à empresa tomadora de serviços por culpa in eligendo ou in vigilando. Já o dever de indenizar os danos derivados

eligendo ou in vigilando. Já o dever de indenizar os danos derivados de acidente de trabalho decorreu de ato imputável à própria

de acidente de trabalho decorreu de ato imputável à própria Reclamada São Martinho S.A., visto que o acidente sucedeu nas

reclamada Vaz e Hoffman Ltda. - ME, visto que o acidente dependências da empresa tomadora, em razão das condições de

aconteceu nas dependências da empresa tomadora, em razão das trabalho perigosas existentes no estabelecimento da tomadora e em

condições de trabalho perigosas por ela propiciadas e em função função dos serviços que lhe foram prestados pelo filho dos

dos serviços que lhe foram prestados pelo filho da reclamante. Reclamantes. Recurso de revista de que se conhece, ante a

Recurso de revista de que não se conhece" (TST-RR-9952900- demonstração de divergência jurisprudencial, e a que se nega

05.2006.5.09.0029, 5ª Turma, Rel.ª Min.ª Kátia Magalhães Arruda, provimento, no mérito" (TST-RR-46800-32.2005.5.15.0014, 4ª

DEJT 30/9/2011, grifou-se); Turma, Rel. Min. Fernando Eizo Ono, DEJT 24/6/2011, grifou-se);

"RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. EMPRESA TOMADORA DE "RECURSO DE REVISTA - INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS

SERVIÇOS. DANO MORAL. A tomadora de serviços responde de E MATERIAIS DECORRENTES DE ACIDENTE DE TRABALHO -

forma solidária pelo pagamento da indenização por danos morais, EMPREGADO TERCEIRIZADO - RESPONSABILIDADE

quando o acidente ocorre no âmbito de seu estabelecimento SOLIDÁRIA DA EMPRESA TOMADORA DE SERVIÇOS. A

empresarial e ela concorre para o dano sofrido pelo obreiro. exegese dos arts. 927, caput, e 942 do Código Civil autoriza a

Inteligência do artigo 942 do Código Civil. Recurso de revista de que conclusão de que, demonstrada a culpa das empresas envolvidas

não se conhece" (TST-RR-7800300-75.2005.5.09.0091, 1ª Turma, no contrato de terceirização de serviços, estas devem responder

Rel. Min. Lelio Bentes Corrêa, DEJT 30/9/2011, grifou-se); solidariamente pela reparação civil dos danos sofridos pelo

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 546
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

trabalhador em decorrência de acidente de trabalho. Não há

dúvidas de que a empresa tomadora de serviços, no caso de DISPOSITIVO

terceirização, tem o dever de cautela, seja na eleição da empresa

prestadora de serviços, seja na fiscalização de suas atividades, eis

que elege e celebra contrato com terceiro que intermedia, em seu

proveito, a mão de obra necessária ao desenvolvimento de suas

atividades econômicas. No caso concreto, a recorrente era

tomadora de serviços do reclamante, que lhe prestava serviços

mediante empresa interposta (a primeira-reclamada), nas suas

dependências, quando sofreu acidente de trabalho. Porque

configurada a culpa de ambas as reclamadas pelo dano suportado ACORDAM OS INTEGRANTES DA 2ª TURMA DO TRIBUNAL

pelo reclamante, já que foi constatada pelo Tribunal Regional a REGIONAL DO TRABALHO DA 7ª REGIÃO, por unanimidade,

negligência na manutenção de um ambiente de trabalho seguro e conhecer dos embargos de declaração e, no mérito, dar-lhes

no fornecimento de equipamentos de proteção individual, emerge a provimento, para, sanando a omissão apontada, esclarecer que a

coparticipação das reclamadas no infortúnio que vitimou o responsabilidade das reclamadas é solidária em relação à

trabalhador, a autorizar a responsabilização solidária da segunda- condenação em danos morais e materiais, nos termos expendidos

reclamada. Precedentes. Recurso de revista não conhecido" (TST- na fundamentação.

RR-369600-06.2005.5.15.0135, 1ª Turma, Rel. Min. Luiz Philippe Participaram do julgamento os Exmos. Srs. Desembargadores

Vieira de Mello Filho, DEJT 21/10/2011, grifou-se); Francisco José Gomes da Silva (Presidente),Cláudio Soares Pires

"RECURSO DE REVISTA. CONTRATO DE SUBEMPREITADA. (Relator) e Jefferson Quesado Júnior. Presente ainda o(a) Exmo(a).

RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA (...). Encontrando-se a Sr(a). membro do Ministério Público do Trabalho.

decisão recorrida em sintonia com a Súmula n.º 331, IV/TST, resulta Fortaleza, 17 de fevereiro de 2020.

inviável o conhecimento do Recurso de Revista, nos termos do art.

896, § 4.º, da CLT, não havendo, ainda, que se cogitar de violação

do art. 455 da CLT. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DAS

RECLAMADAS EM RELAÇÃO AOS DANOS MORAIS. A decisão

regional encontra-se em consonância com entendimento desta

Corte, que prevê a possibilidade de imposição da responsabilidade CLAUDIO SOARES PIRES

solidária nos casos em que constatada a culpa das Reclamadas Desembargador Relator

quanto a acidente de trabalho com respaldo na disposição contida

nos artigos 927 e 942 do Código Civil. Precedentes" (TST-RR-

187500-03.2007.5.09.0872, 4ª Turma, Rel.ª Min.ª Maria de Assis

Calsing, DEJT 12/8/2011).

Isto posto,

FORTALEZA/CE, 04 de março de 2020.

ROMULO DE SOUSA FROTA

CONCLUSÃO DO VOTO Diretor de Secretaria

Processo Nº ROT-0000412-27.2019.5.07.0039
Relator CLAUDIO SOARES PIRES
Conhecer dos embargos de declaração e, no mérito, dar-lhes RECORRENTE M.V.S.O.
LEANDRO DANTAS ADVOGADO(OAB: 27406/CE)
provimento, para, sanando a omissão apontada, esclarecer que a SOARES
responsabilidade das reclamadas é solidária em relação à RECORRENTE MARIA VANUZA SOARES OLIVEIRA
LEANDRO DANTAS ADVOGADO(OAB: 27406/CE)
condenação em danos morais e materiais, nos termos expendidos SOARES
na fundamentação. RECORRIDO PORTO DO PECEM GERACAO DE
ENERGIA S/A

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 547
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

PEDRO HENRIQUE ADVOGADO(OAB: 27526/CE)


BEZERRIL MIRANDA
FONTENELE
RECORRIDO SERVNAC SEGURANCA LTDA
MANUEL LUIS DA ADVOGADO(OAB: 7479/CE) FUNDAMENTAÇÃO
ROCHA NETO
PEDRO JOÃO ADVOGADO(OAB: 22155/CE)
CARVALHO PEREIRA
FILHO
AMANDA ARRAES DE ADVOGADO(OAB: 32111/CE) ADMISSIBILIDADE
ALENCAR ARARIPE
NUNES Atendidos os pressupostos recursais, CONHEÇO dos embargos de

declaração.
Intimado(s)/Citado(s):
MÉRITO
- PORTO DO PECEM GERACAO DE ENERGIA S/A
OMISSÃO. SUPLEMENTAÇÃO DA FUNDAMENTAÇÃO.

As embargantes apontam omissão no julgado. Sustenta "que se faz

imprescindível a determinação de como se dará a responsabilização


PODER JUDICIÁRIO
das empresas condenadas, de forma que não só estas, mas
JUSTIÇA DO TRABALHO
também as credoras possam ter ciência de como se dará o

cumprimento da obrigação.".

EMENTA Razão assiste às embargantes.

De fato, o v. acórdão ora embargado não examinou o apelo em

relação à referida matéria.

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. ACIDENTE DE TRABALHO. Há omissão no julgado. Passo a saná-la.

MORTE DO EMPREGADO. INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL E ACIDENTE DE TRABALHO. MORTE DO EMPREGADO.

MATERIAL. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DO TOMADOR INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL E MATERIAL.

DE SERVIÇOS. OMISSÃO. SUPLEMENTAÇÃO DA RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DO TOMADOR DE

FUNDAMENTAÇÃO. O acolhimento dos embargos de declaração SERVIÇOS.

supõe eiva de vícios listados nos artigos 1.022 do CPC e 897-A da A controvérsia cinge em saber a natureza jurídica da

CLT. Caracterizada a existência de omissão no acórdão, merecem responsabilidade civil da empresa tomadora de serviços, em caso

ser acolhidos os embargos de declaração para suplantá-la. de acidente de trabalho sofrido pelo empregado terceirizado dentro

Embargos de declaração conhecidos e providos para sanar do seu estabelecimento e durante a prestação do serviço. Discute-

omissão. se se a tomadora responde pela indenização de forma solidária com

a prestadora de serviços, ou apenas de forma subsidiária. A Súmula

n.º 331 do Tribunal Superior do Trabalho dispõe sobre os efeitos da

RELATÓRIO terceirização de serviços apenas no que se refere ao

inadimplemento de verbas rescisórias, sendo inservível para o

exame da controvérsia específica examinada nos autos, a respeito

V I S T O S, relatados e discutidos estes autos de EMBARGOS DE da responsabilidade civil do tomador de serviços, em face de

DECLARAÇÃO EM RECURSO ORDINÁRIO. acidente de trabalho sofrido por trabalhador contratado por

Os integrantes da 2ª Turma deste Tribunal, por unanimidade, interposta pessoa.

acordaram em conhecer do recurso ordinário e, no mérito, dar-lhe Nos casos em que o empregado terceirizado sofre acidente de

parcial provimento para condenar as reclamadas a pagar às trabalho nas dependências da empresa tomadora dos serviços, a

reclamantes indenização por danos morais e reparação dos danos responsabilidade indenizatória deve ser examinada à luz das regras

materiais. do Direito Civil. Segundo o acórdão embargado, o de cujus perdeu a

Contra o referido acórdão, as reclamadas (SERVNAC sua vida desempenhando sua atividade laboral rotineira. Isso é fato.

SEGURANÇA LTDA e PORTO DO PECÉM GERAÇÃO DE Cuida-se, na hipótese, de declarar existente a responsabilidade

ENERGIA S/A) apresentaram embargos de declaração, alegando objetiva do empregador na reparação do dano sofrido pelos

omissões no julgado. herdeiros de seu ex-empregado, sem perquirir a existência, ou não,

A parte contrária não apresentou manifestação. de culpa ou dolo, considerando que o trabalho era exercido

É relatório. submetido a fatores de risco.

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 548
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Com efeito, deve a empresa tomadora responder, de forma DEJT 30/9/2011, grifou-se);

solidária, com a empresa prestadora de serviços, pelo pagamento "RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. EMPRESA TOMADORA DE

de indenização por danos morais e materiais, na forma do artigo SERVIÇOS. DANO MORAL. A tomadora de serviços responde de

942 do Código Civil. A responsabilidade do tomador de serviços por forma solidária pelo pagamento da indenização por danos morais,

ato ilícito (acidente de trabalho) é solidária, mesmo no caso de quando o acidente ocorre no âmbito de seu estabelecimento

terceirização lícita, como no caso dos autos, em face da aplicação empresarial e ela concorre para o dano sofrido pelo obreiro.

do artigo 942 do Código Civil. Inteligência do artigo 942 do Código Civil. Recurso de revista de que

Precedentes do C. TST: não se conhece" (TST-RR-7800300-75.2005.5.09.0091, 1ª Turma,

PEDIDO DE RECONHECIMENTO DA RESPONSABILIDADE Rel. Min. Lelio Bentes Corrêa, DEJT 30/9/2011, grifou-se);

SOLIDÁRIA DA EMPRESA TOMADORA DE SERVIÇOS PELO "DANOS PATRIMONIAIS E EXTRAPATRIMONIAIS. DEVER DE

PAGAMENTO DAS INDENIZAÇÕES POR DANOS MATERIAIS E INDENIZAR. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA OU SOLIDÁRIA

MORAIS ORIUNDOS DO ACIDENTE DE TRABALHO. CULPA DO TOMADOR DE SERVIÇOS. Discute-se se a responsabilidade

DIRETA PELA MORTE DO TRABALHADOR. 1 - As premissas da empresa tomadora de serviços quanto aos danos sofridos por

fáticas registradas no acórdão recorrido demonstram que ficou empregado em decorrência de acidente de trabalho é solidária ou

configurada a responsabilidade subjetiva direta da própria tomadora subsidiária. Embora a Súmula nº 331, IV, desta Corte disponha que

de serviços pelo acidente de trabalho que resultou na morte do a responsabilidade da empresa tomadora de serviços é subsidiária

trabalhador, pai dos reclamantes. Nesse contexto, aplica-se, à com relação às obrigações trabalhistas da empresa empregadora

tomadora de serviços, o disposto no art. 927 do CCB, segundo o para com o empregado, tem-se que tal solução não se aplica à

qual -Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a hipótese dos autos. Primeiro, porque o referido precedente

outrem, fica obrigado a repará-lo-. Precedentes. 2 - O caso concreto jurisprudencial foi editado antes da vigência da Emenda à

não se enquadra especificamente na hipótese da Súmula nº 331, Constituição nº 45/2004, quando era incontroverso que competia à

IV, do CPC, a qual trata da responsabilidade subjetiva da tomadora Justiça comum a apreciação de pedido de pagamento de

de serviços, com base nas culpas in eligendo e in vigilando, pela indenização por danos morais e materiais decorrentes de acidente

conduta da empresa prestadora de serviços na relação de trabalho. de trabalho ou doença ocupacional, com a aplicação dos prazos

3 - Recurso de revista a que se dá provimento, quanto ao tema" prescricionais estabelecidos no direito civil. Por ocasião da edição

(Processo: RR - 152100-50.2005.5.17.0006 Data de Julgamento: da Súmula nº 331 desta Corte, a indenização dos danos sofridos

30/11/2011, Relatora Ministra: Kátia Magalhães Arruda, 5ª Turma, pelo empregado em razão de acidente de trabalho recebia

Data de Publicação: DEJT 03/02/2012, grifou-se). tratamento de crédito civil, razão por que as obrigações trabalhistas

"RECURSOS DE REVISTA. ACIDENTE DE TRABALHO. a que alude o texto sumulado não alcançam a indenização devida

RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA OU SUBSIDIÁRIA. por danos oriundos de acidente de trabalho. Segundo, porque a

INAPLICABILIDADE DA SÚMULA Nº 331 DO TST. A Súmula nº Súmula nº 331 desta Corte regula a responsabilidade da empresa

331 desta Corte regula a responsabilidade da empresa tomadora de tomadora de serviço na hipótese de inadimplemento de obrigações

serviço na hipótese de inadimplemento de obrigações trabalhistas trabalhistas por parte da empresa empregadora, situação diversa da

por parte da empresa empregadora, situação diversa da responsabilidade pelo dever de indenizar os danos decorrentes de

responsabilidade pelo dever de indenizar os danos decorrentes de acidente de trabalho. O inadimplemento das obrigações trabalhistas

acidente de trabalho. O inadimplemento das obrigações trabalhistas é ato cometido pela empresa empregadora e a responsabilidade

é ato cometido pela empresa empregadora e a responsabilidade subsidiária é atribuída à empresa tomadora de serviços por culpa in

subsidiária é atribuída à empresa tomadora de serviços por culpa in eligendo ou in vigilando. Já o dever de indenizar os danos derivados

eligendo ou in vigilando. Já o dever de indenizar os danos derivados de acidente de trabalho decorreu de ato imputável à própria

de acidente de trabalho decorreu de ato imputável à própria Reclamada São Martinho S.A., visto que o acidente sucedeu nas

reclamada Vaz e Hoffman Ltda. - ME, visto que o acidente dependências da empresa tomadora, em razão das condições de

aconteceu nas dependências da empresa tomadora, em razão das trabalho perigosas existentes no estabelecimento da tomadora e em

condições de trabalho perigosas por ela propiciadas e em função função dos serviços que lhe foram prestados pelo filho dos

dos serviços que lhe foram prestados pelo filho da reclamante. Reclamantes. Recurso de revista de que se conhece, ante a

Recurso de revista de que não se conhece" (TST-RR-9952900- demonstração de divergência jurisprudencial, e a que se nega

05.2006.5.09.0029, 5ª Turma, Rel.ª Min.ª Kátia Magalhães Arruda, provimento, no mérito" (TST-RR-46800-32.2005.5.15.0014, 4ª

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Turma, Rel. Min. Fernando Eizo Ono, DEJT 24/6/2011, grifou-se); CONCLUSÃO DO VOTO

"RECURSO DE REVISTA - INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS

E MATERIAIS DECORRENTES DE ACIDENTE DE TRABALHO -

EMPREGADO TERCEIRIZADO - RESPONSABILIDADE Conhecer dos embargos de declaração e, no mérito, dar-lhes

SOLIDÁRIA DA EMPRESA TOMADORA DE SERVIÇOS. A provimento, para, sanando a omissão apontada, esclarecer que a

exegese dos arts. 927, caput, e 942 do Código Civil autoriza a responsabilidade das reclamadas é solidária em relação à

conclusão de que, demonstrada a culpa das empresas envolvidas condenação em danos morais e materiais, nos termos expendidos

no contrato de terceirização de serviços, estas devem responder na fundamentação.

solidariamente pela reparação civil dos danos sofridos pelo

trabalhador em decorrência de acidente de trabalho. Não há

dúvidas de que a empresa tomadora de serviços, no caso de DISPOSITIVO

terceirização, tem o dever de cautela, seja na eleição da empresa

prestadora de serviços, seja na fiscalização de suas atividades, eis

que elege e celebra contrato com terceiro que intermedia, em seu

proveito, a mão de obra necessária ao desenvolvimento de suas

atividades econômicas. No caso concreto, a recorrente era

tomadora de serviços do reclamante, que lhe prestava serviços

mediante empresa interposta (a primeira-reclamada), nas suas

dependências, quando sofreu acidente de trabalho. Porque

configurada a culpa de ambas as reclamadas pelo dano suportado ACORDAM OS INTEGRANTES DA 2ª TURMA DO TRIBUNAL

pelo reclamante, já que foi constatada pelo Tribunal Regional a REGIONAL DO TRABALHO DA 7ª REGIÃO, por unanimidade,

negligência na manutenção de um ambiente de trabalho seguro e conhecer dos embargos de declaração e, no mérito, dar-lhes

no fornecimento de equipamentos de proteção individual, emerge a provimento, para, sanando a omissão apontada, esclarecer que a

coparticipação das reclamadas no infortúnio que vitimou o responsabilidade das reclamadas é solidária em relação à

trabalhador, a autorizar a responsabilização solidária da segunda- condenação em danos morais e materiais, nos termos expendidos

reclamada. Precedentes. Recurso de revista não conhecido" (TST- na fundamentação.

RR-369600-06.2005.5.15.0135, 1ª Turma, Rel. Min. Luiz Philippe Participaram do julgamento os Exmos. Srs. Desembargadores

Vieira de Mello Filho, DEJT 21/10/2011, grifou-se); Francisco José Gomes da Silva (Presidente),Cláudio Soares Pires

"RECURSO DE REVISTA. CONTRATO DE SUBEMPREITADA. (Relator) e Jefferson Quesado Júnior. Presente ainda o(a) Exmo(a).

RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA (...). Encontrando-se a Sr(a). membro do Ministério Público do Trabalho.

decisão recorrida em sintonia com a Súmula n.º 331, IV/TST, resulta Fortaleza, 17 de fevereiro de 2020.

inviável o conhecimento do Recurso de Revista, nos termos do art.

896, § 4.º, da CLT, não havendo, ainda, que se cogitar de violação

do art. 455 da CLT. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DAS

RECLAMADAS EM RELAÇÃO AOS DANOS MORAIS. A decisão

regional encontra-se em consonância com entendimento desta

Corte, que prevê a possibilidade de imposição da responsabilidade CLAUDIO SOARES PIRES

solidária nos casos em que constatada a culpa das Reclamadas Desembargador Relator

quanto a acidente de trabalho com respaldo na disposição contida

nos artigos 927 e 942 do Código Civil. Precedentes" (TST-RR-

187500-03.2007.5.09.0872, 4ª Turma, Rel.ª Min.ª Maria de Assis

Calsing, DEJT 12/8/2011).

Isto posto,

FORTALEZA/CE, 04 de março de 2020.

ROMULO DE SOUSA FROTA

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Diretor de Secretaria parcial provimento para condenar as reclamadas a pagar às

reclamantes indenização por danos morais e reparação dos danos


Processo Nº ROT-0000412-27.2019.5.07.0039
Relator CLAUDIO SOARES PIRES materiais.
RECORRENTE M.V.S.O. Contra o referido acórdão, as reclamadas (SERVNAC
LEANDRO DANTAS ADVOGADO(OAB: 27406/CE)
SOARES SEGURANÇA LTDA e PORTO DO PECÉM GERAÇÃO DE
RECORRENTE MARIA VANUZA SOARES OLIVEIRA ENERGIA S/A) apresentaram embargos de declaração, alegando
LEANDRO DANTAS ADVOGADO(OAB: 27406/CE)
SOARES omissões no julgado.
RECORRIDO PORTO DO PECEM GERACAO DE A parte contrária não apresentou manifestação.
ENERGIA S/A
PEDRO HENRIQUE ADVOGADO(OAB: 27526/CE) É relatório.
BEZERRIL MIRANDA
FONTENELE
RECORRIDO SERVNAC SEGURANCA LTDA
MANUEL LUIS DA ADVOGADO(OAB: 7479/CE)
ROCHA NETO FUNDAMENTAÇÃO
PEDRO JOÃO ADVOGADO(OAB: 22155/CE)
CARVALHO PEREIRA
FILHO
AMANDA ARRAES DE ADVOGADO(OAB: 32111/CE)
ALENCAR ARARIPE ADMISSIBILIDADE
NUNES
Atendidos os pressupostos recursais, CONHEÇO dos embargos de

Intimado(s)/Citado(s): declaração.

- M.V.S.O. MÉRITO

OMISSÃO. SUPLEMENTAÇÃO DA FUNDAMENTAÇÃO.

As embargantes apontam omissão no julgado. Sustenta "que se faz

imprescindível a determinação de como se dará a responsabilização


PODER JUDICIÁRIO
das empresas condenadas, de forma que não só estas, mas
JUSTIÇA DO TRABALHO
também as credoras possam ter ciência de como se dará o

cumprimento da obrigação.".
EMENTA Razão assiste às embargantes.

De fato, o v. acórdão ora embargado não examinou o apelo em

relação à referida matéria.


EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. ACIDENTE DE TRABALHO. Há omissão no julgado. Passo a saná-la.
MORTE DO EMPREGADO. INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL E ACIDENTE DE TRABALHO. MORTE DO EMPREGADO.
MATERIAL. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DO TOMADOR INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL E MATERIAL.
DE SERVIÇOS. OMISSÃO. SUPLEMENTAÇÃO DA RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DO TOMADOR DE
FUNDAMENTAÇÃO. O acolhimento dos embargos de declaração SERVIÇOS.
supõe eiva de vícios listados nos artigos 1.022 do CPC e 897-A da A controvérsia cinge em saber a natureza jurídica da
CLT. Caracterizada a existência de omissão no acórdão, merecem responsabilidade civil da empresa tomadora de serviços, em caso
ser acolhidos os embargos de declaração para suplantá-la. de acidente de trabalho sofrido pelo empregado terceirizado dentro
Embargos de declaração conhecidos e providos para sanar do seu estabelecimento e durante a prestação do serviço. Discute-
omissão. se se a tomadora responde pela indenização de forma solidária com

a prestadora de serviços, ou apenas de forma subsidiária. A Súmula

n.º 331 do Tribunal Superior do Trabalho dispõe sobre os efeitos da


RELATÓRIO terceirização de serviços apenas no que se refere ao

inadimplemento de verbas rescisórias, sendo inservível para o

exame da controvérsia específica examinada nos autos, a respeito


V I S T O S, relatados e discutidos estes autos de EMBARGOS DE da responsabilidade civil do tomador de serviços, em face de
DECLARAÇÃO EM RECURSO ORDINÁRIO. acidente de trabalho sofrido por trabalhador contratado por
Os integrantes da 2ª Turma deste Tribunal, por unanimidade, interposta pessoa.
acordaram em conhecer do recurso ordinário e, no mérito, dar-lhe Nos casos em que o empregado terceirizado sofre acidente de

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 551
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

trabalho nas dependências da empresa tomadora dos serviços, a subsidiária é atribuída à empresa tomadora de serviços por culpa in

responsabilidade indenizatória deve ser examinada à luz das regras eligendo ou in vigilando. Já o dever de indenizar os danos derivados

do Direito Civil. Segundo o acórdão embargado, o de cujus perdeu a de acidente de trabalho decorreu de ato imputável à própria

sua vida desempenhando sua atividade laboral rotineira. Isso é fato. reclamada Vaz e Hoffman Ltda. - ME, visto que o acidente

Cuida-se, na hipótese, de declarar existente a responsabilidade aconteceu nas dependências da empresa tomadora, em razão das

objetiva do empregador na reparação do dano sofrido pelos condições de trabalho perigosas por ela propiciadas e em função

herdeiros de seu ex-empregado, sem perquirir a existência, ou não, dos serviços que lhe foram prestados pelo filho da reclamante.

de culpa ou dolo, considerando que o trabalho era exercido Recurso de revista de que não se conhece" (TST-RR-9952900-

submetido a fatores de risco. 05.2006.5.09.0029, 5ª Turma, Rel.ª Min.ª Kátia Magalhães Arruda,

Com efeito, deve a empresa tomadora responder, de forma DEJT 30/9/2011, grifou-se);

solidária, com a empresa prestadora de serviços, pelo pagamento "RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. EMPRESA TOMADORA DE

de indenização por danos morais e materiais, na forma do artigo SERVIÇOS. DANO MORAL. A tomadora de serviços responde de

942 do Código Civil. A responsabilidade do tomador de serviços por forma solidária pelo pagamento da indenização por danos morais,

ato ilícito (acidente de trabalho) é solidária, mesmo no caso de quando o acidente ocorre no âmbito de seu estabelecimento

terceirização lícita, como no caso dos autos, em face da aplicação empresarial e ela concorre para o dano sofrido pelo obreiro.

do artigo 942 do Código Civil. Inteligência do artigo 942 do Código Civil. Recurso de revista de que

Precedentes do C. TST: não se conhece" (TST-RR-7800300-75.2005.5.09.0091, 1ª Turma,

PEDIDO DE RECONHECIMENTO DA RESPONSABILIDADE Rel. Min. Lelio Bentes Corrêa, DEJT 30/9/2011, grifou-se);

SOLIDÁRIA DA EMPRESA TOMADORA DE SERVIÇOS PELO "DANOS PATRIMONIAIS E EXTRAPATRIMONIAIS. DEVER DE

PAGAMENTO DAS INDENIZAÇÕES POR DANOS MATERIAIS E INDENIZAR. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA OU SOLIDÁRIA

MORAIS ORIUNDOS DO ACIDENTE DE TRABALHO. CULPA DO TOMADOR DE SERVIÇOS. Discute-se se a responsabilidade

DIRETA PELA MORTE DO TRABALHADOR. 1 - As premissas da empresa tomadora de serviços quanto aos danos sofridos por

fáticas registradas no acórdão recorrido demonstram que ficou empregado em decorrência de acidente de trabalho é solidária ou

configurada a responsabilidade subjetiva direta da própria tomadora subsidiária. Embora a Súmula nº 331, IV, desta Corte disponha que

de serviços pelo acidente de trabalho que resultou na morte do a responsabilidade da empresa tomadora de serviços é subsidiária

trabalhador, pai dos reclamantes. Nesse contexto, aplica-se, à com relação às obrigações trabalhistas da empresa empregadora

tomadora de serviços, o disposto no art. 927 do CCB, segundo o para com o empregado, tem-se que tal solução não se aplica à

qual -Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a hipótese dos autos. Primeiro, porque o referido precedente

outrem, fica obrigado a repará-lo-. Precedentes. 2 - O caso concreto jurisprudencial foi editado antes da vigência da Emenda à

não se enquadra especificamente na hipótese da Súmula nº 331, Constituição nº 45/2004, quando era incontroverso que competia à

IV, do CPC, a qual trata da responsabilidade subjetiva da tomadora Justiça comum a apreciação de pedido de pagamento de

de serviços, com base nas culpas in eligendo e in vigilando, pela indenização por danos morais e materiais decorrentes de acidente

conduta da empresa prestadora de serviços na relação de trabalho. de trabalho ou doença ocupacional, com a aplicação dos prazos

3 - Recurso de revista a que se dá provimento, quanto ao tema" prescricionais estabelecidos no direito civil. Por ocasião da edição

(Processo: RR - 152100-50.2005.5.17.0006 Data de Julgamento: da Súmula nº 331 desta Corte, a indenização dos danos sofridos

30/11/2011, Relatora Ministra: Kátia Magalhães Arruda, 5ª Turma, pelo empregado em razão de acidente de trabalho recebia

Data de Publicação: DEJT 03/02/2012, grifou-se). tratamento de crédito civil, razão por que as obrigações trabalhistas

"RECURSOS DE REVISTA. ACIDENTE DE TRABALHO. a que alude o texto sumulado não alcançam a indenização devida

RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA OU SUBSIDIÁRIA. por danos oriundos de acidente de trabalho. Segundo, porque a

INAPLICABILIDADE DA SÚMULA Nº 331 DO TST. A Súmula nº Súmula nº 331 desta Corte regula a responsabilidade da empresa

331 desta Corte regula a responsabilidade da empresa tomadora de tomadora de serviço na hipótese de inadimplemento de obrigações

serviço na hipótese de inadimplemento de obrigações trabalhistas trabalhistas por parte da empresa empregadora, situação diversa da

por parte da empresa empregadora, situação diversa da responsabilidade pelo dever de indenizar os danos decorrentes de

responsabilidade pelo dever de indenizar os danos decorrentes de acidente de trabalho. O inadimplemento das obrigações trabalhistas

acidente de trabalho. O inadimplemento das obrigações trabalhistas é ato cometido pela empresa empregadora e a responsabilidade

é ato cometido pela empresa empregadora e a responsabilidade subsidiária é atribuída à empresa tomadora de serviços por culpa in

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 552
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eligendo ou in vigilando. Já o dever de indenizar os danos derivados solidária nos casos em que constatada a culpa das Reclamadas

de acidente de trabalho decorreu de ato imputável à própria quanto a acidente de trabalho com respaldo na disposição contida

Reclamada São Martinho S.A., visto que o acidente sucedeu nas nos artigos 927 e 942 do Código Civil. Precedentes" (TST-RR-

dependências da empresa tomadora, em razão das condições de 187500-03.2007.5.09.0872, 4ª Turma, Rel.ª Min.ª Maria de Assis

trabalho perigosas existentes no estabelecimento da tomadora e em Calsing, DEJT 12/8/2011).

função dos serviços que lhe foram prestados pelo filho dos Isto posto,

Reclamantes. Recurso de revista de que se conhece, ante a

demonstração de divergência jurisprudencial, e a que se nega

provimento, no mérito" (TST-RR-46800-32.2005.5.15.0014, 4ª

Turma, Rel. Min. Fernando Eizo Ono, DEJT 24/6/2011, grifou-se); CONCLUSÃO DO VOTO

"RECURSO DE REVISTA - INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS

E MATERIAIS DECORRENTES DE ACIDENTE DE TRABALHO -

EMPREGADO TERCEIRIZADO - RESPONSABILIDADE Conhecer dos embargos de declaração e, no mérito, dar-lhes

SOLIDÁRIA DA EMPRESA TOMADORA DE SERVIÇOS. A provimento, para, sanando a omissão apontada, esclarecer que a

exegese dos arts. 927, caput, e 942 do Código Civil autoriza a responsabilidade das reclamadas é solidária em relação à

conclusão de que, demonstrada a culpa das empresas envolvidas condenação em danos morais e materiais, nos termos expendidos

no contrato de terceirização de serviços, estas devem responder na fundamentação.

solidariamente pela reparação civil dos danos sofridos pelo

trabalhador em decorrência de acidente de trabalho. Não há

dúvidas de que a empresa tomadora de serviços, no caso de DISPOSITIVO

terceirização, tem o dever de cautela, seja na eleição da empresa

prestadora de serviços, seja na fiscalização de suas atividades, eis

que elege e celebra contrato com terceiro que intermedia, em seu

proveito, a mão de obra necessária ao desenvolvimento de suas

atividades econômicas. No caso concreto, a recorrente era

tomadora de serviços do reclamante, que lhe prestava serviços

mediante empresa interposta (a primeira-reclamada), nas suas

dependências, quando sofreu acidente de trabalho. Porque

configurada a culpa de ambas as reclamadas pelo dano suportado ACORDAM OS INTEGRANTES DA 2ª TURMA DO TRIBUNAL

pelo reclamante, já que foi constatada pelo Tribunal Regional a REGIONAL DO TRABALHO DA 7ª REGIÃO, por unanimidade,

negligência na manutenção de um ambiente de trabalho seguro e conhecer dos embargos de declaração e, no mérito, dar-lhes

no fornecimento de equipamentos de proteção individual, emerge a provimento, para, sanando a omissão apontada, esclarecer que a

coparticipação das reclamadas no infortúnio que vitimou o responsabilidade das reclamadas é solidária em relação à

trabalhador, a autorizar a responsabilização solidária da segunda- condenação em danos morais e materiais, nos termos expendidos

reclamada. Precedentes. Recurso de revista não conhecido" (TST- na fundamentação.

RR-369600-06.2005.5.15.0135, 1ª Turma, Rel. Min. Luiz Philippe Participaram do julgamento os Exmos. Srs. Desembargadores

Vieira de Mello Filho, DEJT 21/10/2011, grifou-se); Francisco José Gomes da Silva (Presidente),Cláudio Soares Pires

"RECURSO DE REVISTA. CONTRATO DE SUBEMPREITADA. (Relator) e Jefferson Quesado Júnior. Presente ainda o(a) Exmo(a).

RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA (...). Encontrando-se a Sr(a). membro do Ministério Público do Trabalho.

decisão recorrida em sintonia com a Súmula n.º 331, IV/TST, resulta Fortaleza, 17 de fevereiro de 2020.

inviável o conhecimento do Recurso de Revista, nos termos do art.

896, § 4.º, da CLT, não havendo, ainda, que se cogitar de violação

do art. 455 da CLT. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DAS

RECLAMADAS EM RELAÇÃO AOS DANOS MORAIS. A decisão

regional encontra-se em consonância com entendimento desta

Corte, que prevê a possibilidade de imposição da responsabilidade CLAUDIO SOARES PIRES

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 553
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Desembargador Relator percebida pelo exercício das atribuições respectivas remunera

apenas o trabalho exercido com maiores responsabilidades, mas

nem de longe serve para qualificá-la como de confiança. Impõe-se,

assim, o pagamento, como extras, das sétima e oitava horas

trabalhadas. ADESÃO AO PLANO DE DEMISSÃO VOLUNTÁRIO

ESPECIAL (PDVE). HORAS EXTRAS DEFERIDAS EM JUÍZO

FORTALEZA/CE, 04 de março de 2020. POSTERIORMENTE. INDENIZAÇÃO DO PDVE. AUSÊNCIA DE

RESSALVA ESPECÍFICA NO TRCT. DIFERENÇA INDEVIDA. Ao

ROMULO DE SOUSA FROTA aderir livremente ao Plano de Demissão Voluntária a empregada

Diretor de Secretaria anuiu com os benefícios pactuados, compensatórios da perda do

emprego, inclusive quanto ao valor da indenização, que constou do


Processo Nº ROT-0000441-28.2018.5.07.0002
Relator PAULO REGIS MACHADO BOTELHO TRCT respectivo, homologado por sua entidade de classe sem
RECORRENTE BANCO BRADESCO S.A. ressalva a tal verba. Assim, além da inexistência de qualquer vício
FRANCISCO SAMPAIO ADVOGADO(OAB: 9075/CE)
DE MENEZES JUNIOR capaz de macular o pactuado, a chancela sindical, sem ressalva
RECORRENTE MARIA ENEDINA DE FREITAS específica do pagamento da indenização do PDVE constante do
FARIAS
JOSE AILSON REGO ADVOGADO(OAB: 6353/CE) instrumento de rescisão, atrai a incidência da previsão contida no
BALTAZAR
§2º do art. 477 da CLT. Em assim, não há como se concluir que as
RECORRIDO BANCO BRADESCO S.A.
FRANCISCO SAMPAIO ADVOGADO(OAB: 9075/CE) horas extras deferidas em juízo repercutam na indenização do
DE MENEZES JUNIOR
PDVE. DO ÍNDICE DE ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. Merece
RECORRIDO MARIA ENEDINA DE FREITAS
FARIAS parcial reforma a Sentença hostilizada, para que seja aplicado o
JOSE AILSON REGO ADVOGADO(OAB: 6353/CE)
BALTAZAR índice oficial de remuneração básica da caderneta de poupança

(TRD) para os débitos trabalhistas devidos à autora até o dia


Intimado(s)/Citado(s):
24/3/2015 e, a partir do dia 25/3/2015, a correção deve ser realizada
- BANCO BRADESCO S.A.
pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E) nos

termos da Jurisprudência do TST.

PODER JUDICIÁRIO

JUSTIÇA DO TRABALHO

I. RELATÓRIO

EMENTA

Insurgem-se as partes, MARIA ENEDINA DE FREITAS e BANCO

BRADESCO S.A., contra a r. Sentença de ID. 8254f30, proferida


RECURSO ORDINÁRIO. BANCÁRIO. SUPERVISOR
pela MM. Juíza Substituta Tarciana Orlovicin Gonçalves Pita,
ADMINISTRATIVO I (CHEFE DE SERVIÇOS). NÃO
atuante na 2ª Vara do Trabalho de Fortaleza, em que declarada a
ENQUADRAMENTO NA EXCEÇÃO DO § 2º DO ART. 224 DA
prescrição parcial das parcelas anteriores a 24/04/2013, e julgado
CLT. DIREITO ÀS 7ª e 8ª HORAS LABORADAS COMO EXTRAS.
parcialmente procedente a Reclamatória, para condenar o
A excepcionalidade prevista no art. 224, § 2º da CLT, específica em
reclamado ao pagamento de duas horas extras por dia (7ª e 8ª),
relação à categoria dos bancários, é taxativa ao permitir a
com reflexos sobre repouso semanal remunerado (inclusive
extrapolação da jornada máxima de seis horas para quem exercer
sábados), aviso prévio, férias mais 1/3, 13º salários e depósitos do
funções de direção, gerência, fiscalização, chefia e equivalentes ou
FGTS, inclusive da multa de 40. Outrossim, no mesmo ensejo
outros cargos de confiança e perceber gratificação não inferior a um
decisório, impôs a ambos os litigantes a obrigação de pagar
terço do salário. No caso dos autos, entretanto, o conjunto
honorários advocatícios sucumbenciais à base de 5%.
probatório induz à convicção de que as atribuições de "Supervisora
A reclamante, em seu arrazoado (ID. 78ed45b), pugna pela
Administrativa (Chefe de Serviço)", desempenhadas pela
condenação do Banco reclamado ao pagamento das seguintes
reclamante, são meramente técnicas, desprovidas de elementos
parcelas: reflexos das horas extras (7ª e 8ª) sobre a
que qualifiquem tal função como cargo de confiança. A gratificação

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"INDENIZAÇÃO PDVE 2017" e as PLRs de 2012 a 2016 e a de 2017

2017 (esta, em face da projeção do aviso prévio), ao argumento de Indevida a repercussão das horas extras sobre a PLR, enquanto

que possuiriam caráter salarial, não indenizatório; PLR de 2017, por rubrica "desvinculada da remuneração", consoante disposto no

conta do cômputo do período do aviso prévio; e indenização inciso XI do artigo 7º da Constituição Federal.

adicional prevista no art. 9º da Lei nº 7.238/84. 2.a.1.2 REFLEXOS SOBRE A "INDENIZAÇÃO DO PDVE"

Requer, outrossim, a aplicação do índice IPCA-e, referente à Dispõe o item 7 do Regulamento do PDVE que "o empregado que

atualização monetária. aderir ao "PDVE 2017" receberá, a título de incentivo financeiro,

Por sua vez, o Banco reclamado, em suas razões recursais (ID. indenização equivalente a 0,60 da remuneração fixa do mês de

3a726ec), reprisa a argumentação de que a promovente não teria junho de 2017, por ano trabalhado, limitada a 12 (doze) salários,

direito ao pagamento de horas extras, pois durante o exercício da computado todo o período até a data da efetiva rescisão do contrato

função de "Supervisora Administrativa I (Chefe de Serviços)" estaria de trabalho, a ser paga em uma única parcela. OAnexo Vindica a

enquadrada no § 2º do art. 224 da CLT, por isso sujeita ao totalidade das verbas salariais e respectivos códigos, permitindo a

cumprimento de jornada de oito horas diárias. Pretende, ainda, na consulta pelo empregado em relação àquelas que compõem a sua

eventualidade de ser mantido o Julgado, que se efetue a remuneração." (ID. 9d180fe, pág. 8, destaquei)

compensação das gratificações pagas à autora para cumprimento À primeira leitura do dispositivo regulamentar acima reproduzido,

da indigitada jornada de oito horas. poder-se-ia concluir pela procedência do pedido da reclamante,

Rebela-se, também, contra a obrigação, a si imposta, de pagar os uma vez que o valor da indenização fora fixado com base na

reflexos das horas extras sobre o sábado, que seria dia útil não remuneração fixa do empregado do mês de junho/2017.

trabalhado; e honorários advocatícios, uma vez que a reclamante Todavia, aludida indenização não é prevista em lei, sendo uma das

não estaria assistida pelo sindicato de sua categoria profissional, vantagens pactuadas no plano de ruptura contratual incentivada,

um dos requisitos exigidos pela ainda vigente Súmula nº 219 do C. pelo que se revela lícito ao empregador fixar-lhe o valor, que, in

TST, para condenação a esse título. casu, foi aceito pela empregada sem qualquer questionamento.

Por último, pede a majoração do percentual fixado sob a rubrica Não se pode olvidar, ainda, que a promovente não arguiu qualquer

verba honorária, deferida em prol de seus advogados. vício de consentimento para aderir ao PDVE, sendo lógico inferir-se

Contrarrazões da reclamante, ID. b768c36, e do reclamado, ID. que tinha plena ciência dos benefícios de incentivo que perceberia

18f80b1. como compensação pela perda do emprego, inclusive do valor da

Dispensada a manifestação prévia do Ministério público do indenização, que, inclusive, constara do TRCT (ID. fff0394),

Trabalho, consoante Normas Regimentais (art. 109). devidamente homologado pela entidade sindical, sem ressalvas

É o Relatório. quanto à parcela em liça, atraindo, assim, a previsão contida no § 2º

do art. 477 da CLT: "O instrumento de rescisão ou recibo de

quitação, qualquer que seja a causa ou forma de dissolução do

II. FUNDAMENTAÇÃO contrato, deve ter especificada a natureza de cada parcela paga ao

empregado e discriminado o seu valor, sendo válida a quitação,

apenas, relativamente às mesmas parcelas."

1. ADMISSIBILIDADE Assim, indevida a pretendida diferença de valor a título da

Atendidos os pressupostos legais, conhece-se de ambos os "indenização do PDVE".

Recursos. Nem se diga que o Anexo V do Regulamento do PDVE (ID. cd7c540

2. DO MÉRITO - Pág. 1), ao prever entre as parcelas componentes da remuneração

2.a DO RECURSO DA RECLAMANTE fixa do empregado, uma denominada "H. Extra Dec. Jud",

2.a.1 DO REFLEXO DAS HORAS EXTRAS SOBRE A endossaria a pretensão recursal, porquanto a interpretação da

"INDENIZAÇÃO DO PDVE" e PLRs DE 2012 A 2016 E A DE 2017 norma regulamentar em comento, inclusive, de seus anexos, há de

O Juízo a quo indeferiu os pedidos epigrafados, sob o fundamento ser estrita (art. 114 do CC), de forma que tal nomenclatura diz

de que as verbas "indenização do PDVE" e PLR possuem caráter respeito a horas extras que, por decisão judicial, integravam a

indenizatório. remuneração do empregado de junho de 2017, à época de sua

Passa-se à análise. adesão.

2.a.1.1 REFLEXOS SOBRE AS PLRs DE 2012 a 2016 E A DE Ressalte-se, ainda, que hora extra não é verba salarial fixa a

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 555
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integrar a remuneração do empregado, sendo paga, apenas, pela perda do emprego, não há como se concluir que as horas

enquanto prestado o sobrelabor. Destaque-se que nem mesmo extras deferidas em juízo nela repercutam necessariamente.

quando habitual, como no caso dos autos, incorpora-se aos Precedentes." (TST-RR-2802900-67.2000.5.09.0015, Relator

estipêndios do bancário, consoante o teor da Súmula nº 291 do Walmir Oliveira da Costa, Data de Julgamento: 05/06/2013, 1ª

TST, ipsis litteris: Relator Walmir Oliveira da Costa, Data de

"SUM-291. HORAS EXTRAS. HABITUALIDADE. SUPRESSÃO. Julgamento:05/06/2013, 1ª Turma, Data de Publicação DEJT:

INDENIZAÇÃO.A supressão total ou parcial, pelo empregador, de 07/06/2013).

serviço suplementar prestado com habitualidade, durante pelo "I - AGRAVO DE INSTRUMENTO DO RECLAMANTE

menos 1 (um) ano, assegura ao empregado o direito à indenização REPERCUSSÃO DAS HORAS EXTRAS HABITUAIS NO

correspondente ao valor de 1 (um) mês das horas suprimidas, total CÁLCULO DA "INDENIZAÇÃO INCENTIVO" 1. O montante pago

ou parcialmente, para cada ano ou fração igual ou superior a seis em razão da adesão do Autor ao Programa de Desligamento

meses de prestação de serviço acima da jornada normal. O cálculo Incentivado tem natureza indenizatória. Inteligência da Orientação

observará a média das horas suplementares nos últimos 12 (doze) Jurisprudencial nº 207 da C. SBDI-1. 2. Dessa forma, como a

meses anteriores à mudança, multiplicada pelo valor da hora extra parcela "Indenização Incentivo" não tem natureza salarial, não faz

do dia da supressão." sentido alegar que nela necessariamente repercutem as horas

Este Tribunal, através de sua 3ª Turma, já adotara a mesma extras habituais. Resta incólume o artigo 457, § 1º, da CLT. Agravo

posição aqui explanada quanto aos requeridos reflexos, conforme de Instrumento a que se nega provimento. (...) (ED-AIRR e RR -

constata-se da síntese jurisprudencial abaixo transcrita: 9904000-40.2003.5.04.0900 , Relatora Ministra: Maria Cristina

"(...) 2) REFLEXO DAS HORAS EXTRAS SOBRE Irigoyen Peduzzi, Data de Julgamento: 16/08/2006, 3ª Turma, Data

PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS OU RESULTADOS (PLR). de Publicação: 08/09/2006)

AUSÊNCIA DE PREVISÃO NORMATIVA. SALÁRIO FIXO. NÃO "(...) REFLEXOS DAS HORAS EXTRAS NO PDV. I - A

ABRANGÊNCIA DAS HORAS EXTRAS.As horas extras não indenização do PDV constitui liberalidade do empregador que não

integram o salário fixo do trabalhador, razão pela qual, nos termos tem por finalidade a contraprestação do trabalho, o que denota a

das normas coletivas aplicáveis à espécie, indevido o seu reflexo na sua natureza indenizatória. Por isso, sua base de cálculo não é

verba Participação nos Lucros ou Resultados (PLR) do banco afetada por verbas de natureza salarial, como as horas extras

reclamado. Recurso improvido. habitualmente prestadas. II - Recurso desprovido. HORAS DE

3) REFLEXO DAS HORAS EXTRAS SOBRE A INDENIZAÇÃO SOBREAVISO. I - O recurso não comporta conhecimento neste

PREVISTA NO PDVE. AUSÊNCIA DE PREVISÃO NORMATIVA. tema, pois o único paradigma colacionado não traz indicação de

SALÁRIO FIXO. NÃO ABRANGÊNCIA DAS HORAS EXTRAS.As fonte de publicação, não atendendo, assim, às exigências contidas

horas extras não integram o salário fixo do trabalhador, razão pela na Súmula nº 337/TST. II - Recurso não conhecido." (TST-RR -

qual, nos termos das normas que disciplinam o PDVE do banco 204800-09.2002.5.02.0076, Relator Ministro: Antônio José de

reclamado, indevido o seu reflexo na indenização ali prevista. Barros Levenhagen, Data de Julgamento: 06/12/2006, 4ª Turma,

Recurso improvido. (...)" (TRT 7ª Região, 3ª Turma, RO 0000265- Data de Publicação: 02/02/2007)

37.2018.5.07.0006, Desembargador Relator: José Antônio Parente "(...) INDENIZAÇÃO DO PDV. DIFERENÇAS. INTEGRAÇÃO DAS

da Silva. Data do Julgamento: 14/02/2019) HORAS EXTRAS DEFERIDAS NA PRESENTE AÇÃO. O Tribunal

Nesse mesmo sentido manifestara-se o Colendo TST: Regional indeferiu a pretensão da reclamante, de ver computadas

"RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO PELAS RECLAMADAS. as horas extras deferidas na presente ação, na base de cálculo da

REFLEXOS DAS HORAS EXTRAS NA INDENIZAÇÃO PAGA A indenização do PDV, porque considerou que esta parcela, por ser

TÍTULO DE PLANO DE DEMISSÃO VOLUNTÁRIA (PDV). Tendo oriunda da mera liberalidade do empregador, deve ser interpretada

em vista que a parcela paga a título de PDV possui natureza restritivamente, nos termos do artigo 114 do Código Civil. Nenhum

indenizatória e se trata de benefício não previsto em lei, mas dos arestos paradigmas aborda o fundamento adotado no acórdão

conferido por ato de mera liberalidade do empregador, impõe-se a recorrido, concernente à aplicação do artigo 114 do Código Civil.

interpretação restritiva das normas instituídas pela empresa a Assim, não se viabiliza o conhecimento do recurso de revista, por

respeito, nos termos do estabelecido no art. 114 do Código Civil. dissenso pretoriano, a teor do que dispõe a Súmula nº 23 do TST.

Razão pela qual, uma vez paga a indenização estabelecida pela (...)" (TST-RR - 76141-75.2002.5.02.0045,Relator Ministro: Pedro

empresa por adesão do empregado ao PDV, como compensação Paulo Manus, Data de Julgamento: 10/08/2010, 7ª Turma, Data de

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 556
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Publicação: 20/08/2010) É nessa direção o entendimento cristalizado na súmula 314 do TST,

2.a.2 DA INDENIZAÇÃO ADICIONAL PREVISTA NO ART. 9º DA que preconiza seja observada a projeção do aviso prévio, para fins

LEI Nº 7.238/1984 de contagem do trintídio que antecede à data-base da categoria.

Prevê o art. 9º da Lei nº. 7237/84 o direito do empregado ao Perfilhando idêntico posicionamento, vejam-se as seguintes

recebimento de um salário mensal, se dispensado injustamente no Ementas jurisprudenciais emanadas da Corte Maior Trabalhista:

período de 30 dias que anteceder a data do reajuste salarial de sua "RECURSO DE REVISTA DA RECLAMADA SOB A ÉGIDE DA

categoria profissional. LEI 13.015/2014. REQUISITOS DO ARTIGO 896, § 1º-A, DA CLT,

In casu, a controvérsia gira em torno de se perquirir se é devida a ATENDIDOS. INDENIZAÇÃO ADICIONAL. ARTIGO 9º DA LEI

referenciada indenização ao trabalhador que foi dispensado no 7.238/84. PROJEÇÃO DO AVISO PRÉVIO. SÚMULAS 182 E 314

trintídio antecedente à data-base de sua correção salarial, mas que, DO TST. A Súmula 314 do TST preconiza que se ocorrer a rescisão

em virtude da projeção no tempo do período do aviso prévio, ainda contratual no período de trinta dias que antecede à data-base,

que indenizado, teve o término de seu contrato de trabalho observada a Súmula 182 do TST, o pagamento das verbas

postergado para lapso posterior à referida data-base. rescisórias com o salário já corrigido não afasta o direito à

Por disciplinarem a matéria sob exame, convém trazer à lume o teor indenização adicional prevista nas Leis 6.708 de 30/10/1979 e 7.238

das Súmulas 182 e 314 do Colendo TST, abaixo transcritas: de 28/10/1984. Contudo, da leitura do acórdão regional, extrai-se

"Súmula nº 182 do TST que a autora foi dispensada em 04/08/2011. Nesse caso, com a

AVISO PRÉVIO. INDENIZAÇÃO COMPENSATÓRIA. LEI Nº 6.708, projeção do aviso prévio indenizado de trinta dias, a rescisão do

DE 30.10.1979 (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 contrato de trabalho operou-se em 04/09/2011, situando-se em

O tempo do aviso prévio, mesmo indenizado, conta-se para efeito momento posterior à sua data-base (01/09/2011), estando afastado,

da indenização adicional prevista no art. 9º da Lei nº 6.708, de portanto, o direito à pleiteada indenização, conforme se depreende

30.10.1979"; do entendimento conjugado entre as Súmulas 182 e 314 do TST.

"Súmula nº 314 do TST Há precedentes. Recurso de revista conhecido e provido." (TST -

INDENIZAÇÃO ADICIONAL. VERBAS RESCISÓRIAS. SALÁRIO RR: 1150006520135170011, Relator: Augusto César Leite de

CORRIGIDO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 Carvalho, Data de Julgamento: 18/09/2019, 6ª Turma, Data de

Se ocorrer a rescisão contratual no período de 30 (trinta) dias que Publicação: DEJT 20/09/2019)

antecede à data-base, observado a Súmula nº 182 do TST, o "RECURSO DE REVISTA. INDENIZAÇÃO PREVISTA NO ART. 9º

pagamento das verbas rescisórias com o salário já corrigido não DA LEI 7.238/84. AVISO PRÉVIO. Considerando-se o prazo do

afasta o direito à indenização adicional prevista nas Leis nºs 6.708, aviso prévio, nos termos da Súmula 182 do TST, a dispensa do

de 30.10.1979 e 7.238, de 28.10.1984." reclamante ocorreu após a data-base, razão pela qual não há falar

Como se vê, para fins de concessão da indenização em epígrafe, em dispensa obstativa. Recurso de revista conhecido e provido."

deve-se levar em consideração a data em que o contrato é (TST - RR: 357001420055050029, Relator: Augusto César Leite de

efetivamente rescindido, computando-se, pois, o período do aviso Carvalho, Data de Julgamento: 29/04/2015, 6ª Turma, Data de

prévio. Publicação: DEJT 08/05/2015)

No caso dos autos, a data base da categoria dos bancários é o dia Portanto, nada a prover neste tópico.

01 de setembro de cada ano, conforme se depreende à leitura das 2.a.3 DO ÍNDICE DE ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA

normas coletivas anexadas aos autos. Quanto à matéria em debate, calha esclarecer que nos autos da

Demais disso, a autora aderiu ao Plano de Demissão Voluntária ADI nº 4.357/DF, o STF declarou a inconstitucionalidade da

Especial (PDVE) em 22/08/2017, consoante se observa do TRCT expressão "índice oficial de remuneração básica da caderneta de

sob ID. fff0394, tendo se efetivado sua extinção contratual em poupança" prevista no art. 100, § 12, da CF/88, afastando, assim, a

20/12/2017, quando transcorrido integralmente o período do aviso aplicação da Taxa Referencial - TR, o que culminou com a

prévio indenizado. inconstitucionalidade por arrastamento do art. 1º-F da Lei nº 9.494,

Ora, à vista do cenário fático acima delineado, do qual emerge a com a redação dada pelo art. 5º da Lei nº 11.960, de 29/6/2009.

constatação de haver o término do vínculo empregatício da Em decorrência da referida Decisão do STF, o Pleno do TST, ao

reclamante ocorrido após, aproximadamente, quatro meses da data- apreciar a Arguição de Inconstitucionalidade nº 479-

base da sua respectiva categoria profissional (01/09), resta indevida 60.2011.5.04.0231, suscitada pelo Min. Cláudio Mascarenhas

a pretendida indenização adicional prevista na Lei 7.238/84. Brandão, por sua vez, declarou a inconstitucionalidade por

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arrastamento da expressão "equivalente à TRD", presente no art. para a modulação dos efeitos da decisão, definindo o dia

39, caput, da Lei nº 8.177/91, e acabou dando interpretação 25/3/2015 como o marco inicial para a aplicação da variação do

conforme a Constituição ao restante da norma e definiu como índice Índice de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E)

de atualização monetária dos créditos trabalhistas na Justiça do como fator de atualização, de modo que deve ser mantida a

Trabalho o Índice de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA- aplicação do índice oficial de remuneração básica da caderneta

E) a partir de 30/06/2009, quando entrou em vigor a Lei nº de poupança (TRD) para os débitos trabalhistas devidos até o

11.960/2009, que acrescentou o art. 1º-F à Lei nº 9.494/1997, o qual dia 24/3/2015, e, a partir do dia 25/3/2015, a correção deve ser

foi declarado inconstitucional pelo STF. realizada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo Especial

O entendimento acerca da aplicação do IPCA-E encontrava-se (IPCA-E). Recurso de revista conhecido e provido, no particular."

suspenso em face do deferimento, pelo STF, de liminar nos autos (destaque nosso). (Processo nº TST-RR-351-51.2014.5.09.0892,

da Reclamação nº 22.012/RS. Contudo, não mais subsiste a Relator Ministro Walmir Oliveira da Costa, Data de julgamento;

suspensão da Decisão do TST conferida liminarmente pelo STF nos 28/02/2018)"

autos da mencionada Reclamação, pois foi julgada improcedente no Desse modo, reforma-se a Sentença hostilizada para determinar a

dia 5/12/2017, prevalecendo, desse modo, o Julgado do Pleno do aplicação do índice oficial de remuneração básica da caderneta de

TST no julgamento do processo ArgInc-479-60.2011.5.04.0231, poupança (TRD) para os débitos trabalhistas devidos à autora até o

sendo mantida a aplicação do índice oficial de remuneração básica dia 24/3/2015 e, após, a partir do dia 25/3/2015, a correção deve ser

da caderneta de poupança (TRD) para os débitos trabalhistas realizada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo Especial

devidos até o dia 24/3/2015, e, após, a partir do dia 25/3/2015, a (IPCA-E).

correção deve ser realizada pelo Índice de Preços ao Consumidor 2.b DO RECURSO DO RECLAMADO

Amplo Especial (IPCA-E). 2.b.1 DA SÉTIMA E OITAVA HORAS COMO EXTRAS. DO

Enfrentando essa temática, assim vem entendendo o Colendo TST ALEGADO EXERCÍCIO DE FUNÇÃO DE CONFIANÇA. DOS

em seus julgados: REFLEXOS SOBRE O SÁBADO

"RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI Nº Pretende o recorrente a reforma da Sentença ora guerreada, que

13.015/2014. CORREÇÃO MONETÁRIA DO DÉBITO deferiu o pedido autoral de pagamento, como extras, da sétima e

TRABALHISTA. TAXA REFERENCIAL (TR). oitava horas laboradas, diariamente, sob o fundamento de que a

INCONSTITUCIONALIDADE. PRECEDENTE DO SUPREMO autora, no exercício da função de Supervisora Administrativa I

TRIBUNAL FEDERAL. ADOÇÃO DO ÍNDICE DE PREÇOS AO (Chefe de Serviços), não detinha qualquer fidúcia especial que

CONSUMIDOR AMPLO ESPECIAL (IPCA-E). 1. Ao concluir o justificasse seu enquadramento no parágrafo 2º do artigo 224 da

julgamento do RE nº 870.947/SE (Relator: Min. LUIZ FUX), em que CLT.

se discutia a aplicação de juros de mora e correção monetária nos Cediço que a excepcionalidade prevista no dispositivo celetário

casos de condenação impostas ao Poder Público, o Tribunal Pleno supracitado, específica em relação à categoria dos bancários, é

do Supremo Tribunal Federal, por maioria, decidiu afastar a taxativa ao permitir a extrapolação da jornada máxima de seis horas

utilização da Taxa Referencial (TR) como índice de atualização dos para quem exercer funções de direção, gerência, fiscalização,

débitos judiciais da Fazenda Pública, mesmo em período anterior à chefia e equivalentes ou outros cargos de confiança e que perceba

expedição de precatório, e adotar o Índice de Preços ao gratificação não inferior a 1/3 do salário.

Consumidor Amplo Especial (IPCA-E). 2. O Tribunal Pleno deste É de óbvia sabença, hodiernamente, que no mundo corporativo,

Tribunal Superior, nos autos do Proc. ArgInc 479- prolifera a designação do bancário para o exercício de suposta

60.2011.5.04.0231, declarou a inconstitucionalidade da expressão função de confiança, com as mais diversas denominações, sem

"equivalentes à TRD", contida no "caput" do artigo 39 da Lei n° que, na realidade, o empregado tenha um mínimo poder de decisão

8.177/91, e, adotando a técnica de interpretação conforme a ou mesmo autonomia e destaque, não passando de um trabalho

Constituição Federal para o texto remanescente do dispositivo meramente técnico-específico, embora remunerado com

impugnado, fixou a variação do Índice de Preços ao Consumidor gratificação superior a um terço do salário do cargo efetivo.

Amplo Especial (IPCA-E) como fator de correção a ser utilizado na In casu, a autora não tinha subordinados, poder de mando,

tabela de atualização monetária dos débitos trabalhistas na Justiça procuração em nome do banco, delegação para dirigir,

do Trabalho. 3. Ao julgar os Embargos de Declaração interpostos supervisionar e disciplinar setores, não fiscalizava nem chefiava

naqueles autos, esta Corte Superior fixou novos parâmetros alguém, não tinha carteira de clientes, não tinha autonomia para

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liberar crédito de transação financeira para clientes, ou seja, era do banco as informações sobre funcionários e questões

apenas uma empregada comum. relacionadas às áreas internas (área administrativa) do banco; que

O título de "Supervisora Administrativa I (Chefe de Serviços)," é a reclamante tinha acesso a extrato e renda dos clientes,

pomposo, entretanto não corresponde à realidade vivenciada pela destacando que tais informações devem permanecer em sigilo

autora, pois esta desenvolvia atividade meramente técnica, sem pelos funcionários; que não se recorda o nível dos cartões dos

grau de fidúcia especial, revelando retro referido título, apenas, uma caixas; que não sabe informar se o nível do cartão dos caixas é

tentativa frustrada de contornar o limite legal (seis horas), impondo inferior ao nível do cartão do Supervisor Administrativo; que a

à reclamante uma jornada de oito horas, sem remunerá-la para tal. reclamante parou de trabalhar para a reclamada pois aderiu ao

É o que se conclui ao exame dos depoimentos das testemunhas PDV."( MARIA GISELLE VIANA - segunda testemunha do

ouvidas nos autos, a rogo da demandante, abaixo parcialmente reclamado. ID. 4ed1da2 - Pág. 2, sublinhei)

reproduzidos (Ata de Audiência, ID be4b5e4): De se ressaltar que não prospera o argumento empresarial de que

"que trabalhou na reclamada de junho/1985 a março/2016, os documentos teriam comprovado que a autora tinha assinatura

exercendo por último a função de Gerente de Contas Pessoa Física; para autorizar pagamentos de até R$ 30.000,00, o que

que a reclamante exercia as seguintes funções: auxiliava os caracterizaria fidúcia especial. Efetivamente, conforme esclarecido

preenchimentos de empréstimos dos clientes e auxiliava os pela única testemunha do Banco réu, de nome Kirna Karine

clientes no atendimento das máquinas; que a reclamante não Vasconcelos de Oliveira, "a reclamante não poderia liberar créditos

tinha poderes para participar do comitê de crédito; que a para a concessão de empréstimos pois acredita que o gerente tinha

reclamante não assinava cheque administrativo; que a que autorizar" (Ata de Audiência sob ID. 4ed1da2).

reclamante não tinha subordinados; que os caixas, os O conjunto probatório nos permite, assim, formar convicção de que

escriturários e os supervisores eram subordinados ao Gerente as atribuições de "Supervisora Administrativa I (Chefe de Serviços)"

Administrativo; que a reclamante não tinha poderes para são meramente técnicas, desprovidas de elementos que

mandar pagar cheque sem provisão de fundos; que a depoente qualifiquem tal função como cargo de confiança. A gratificação

trabalhou na mesma agência em que a reclamante de percebida pelo exercício das atribuições respectivas remunera

junho/2006 a março/2016; que não existe cargo na agência apenas o trabalho exercido com maiores responsabilidades, sem

bancária que tenha poderes para pagar cheque sem provisão de revelar grau de confiança destacada, como pretende fazer crer o

fundos; que o Gerente Administrativo conferia os dados Banco demandado, daí inadmissível o enquadramento da

inseridos pela reclamante no sistema para a concessão de reclamante na excepcionalidade prevista no § 2º do art. 224 da CLT.

empréstimos." (TANIA MARIA MENDES DE SOUZA - primeira Pensar de forma diferente, data vênia, serviria para incentivar o

testemunha da reclamante. ID. 4ed1da2 - Pág. 7, sublinhei) demandado a criar outras denominações nas suas agências, a

"que trabalhou na reclamada de março/1984 a setembro/2017, ponto de chegar em determinado momento em que só existirão

exercendo por último a função de Gerente Assistente de Pessoa empregados exercentes de pseudo funções de confiança, fazendo

Jurídica; que trabalhou diretamente com a reclamante de letra morta da norma legal da jornada de seis horas.

1993/1994 até o final do contrato da reclamante; que a Aliás, a Corte Superior da Justiça Laboral, em processos análogos,

reclamante exercia as seguintes funções: preenchia contratos em que figura no polo passivo entidade bancária, já se pronunciou

de empréstimo, realizava abertura de contas correntes pessoa no mesmo sentido. Observe-se:

física e auxiliava os clientes no atendimento das máquinas; que "AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA.

a reclamante não participava do comitê de crédito; que a PROCESSO SOB A ÉGIDE DA LEI 13.015/2014 E ANTERIOR À

reclamante não assinava cheque administrativo; que a LEI 13.467/2017. 1. MULTA DO ART. 523, §1º, DO CPC/2015

reclamante não tinha subordinados; que os caixas, os (ART. 475-J DO CPC/1973). 2. BANCÁRIO. CARGO DE

escriturários e os supervisores eram subordinados ao Gerente CONFIANÇA. ART. 224, § 2º, DA CLT. CARACTERIZAÇÃO.

Administrativo; que não existe cargo na agência bancária que MATÉRIA FÁTICA. SÚMULAS 102, I E 126/TST. 3. HORAS

tenha poderes para pagar cheque sem provisão de fundos; que EXTRAS. DIVISOR. AUSÊNCIA DE INTERESSE RECURSAL. 4.

a reclamante não poderia liberar créditos para a concessão de DANO MORAL. VALOR DA INDENIZAÇÃO. O cargo de confiança

empréstimos; que a reclamante não tinha acesso às no Direito do Trabalho recebeu explícita tipificação legal, quer no

informações sigilosas do banco; que no banco não havia nenhum padrão amplo do art. 62, II, da CLT, quer no tipo jurídico específico

cargo abaixo ao da reclamante; que considera informações sigilosas bancário do art. 224, § 2º, da Consolidação. Para enquadrar o

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empregado nas disposições contidas no art. 224, § 2º, da CLT, é e com o art. 224, §2º, da CLT. Recurso de revista não conhecido.

necessário ficar comprovado que ele exercia, efetivamente, as (...)" (RR-1039-40.2012.5.04.0401, 6ª Turma, Relator Ministro

funções aptas a caracterizar o cargo de confiança e, ainda, que elas Augusto César Leite de Carvalho, DEJT 12/04/2019).

se revestiam de fidúcia especial, que extrapola aquela básica, "RECURSO DO BANCO SANTANDER S.A. - CARGO DE

inerente a qualquer empregado. No caso concreto, o Tribunal CONFIANÇA - ART. 62, II, DA CLT - ART. 224, § 2º, DA CLT. O

Regional, amparado no conjunto probatório produzido nos autos, Tribunal Regional, alicerçado na avaliação dos depoimentos

concluiu que o Reclamante não se enquadra no art. 224, § 2º, da testemunhais, registrou quadro fático segundo o qual o reclamante

CLT. Para tanto, asseverou que: "No caso, o réu insiste que se "não possuía poderes para liberar ou realizar operações com total

desvencilhou de seu ônus. Porém, não é o que se extrai da prova autonomia, tampouco praticar atos isoladamente, sem qualquer

oral, a qual revela que o autor não contava com subordinados, não autorização colegiada ou superior". Concluiu que o reclamante não

tinha alçada especial e tampouco poderes que o diferenciasse dos dispunha de poderes diferenciados em relação aos demais

demais empregados". Acrescentou que "a prova oral não permite se empregados, razão pela qual afastou o enquadramento nos cargos

reconheça que o autor contava com poderes que a diferenciavam de confiança previstos nos art. 62, II, da CLT e 224, § 2º, da CLT.

dos demais empregados, mostra-se correta a sentença na parte em Diante dessas premissas fáticas, insuscetíveis de reapreciação em

que não reconheceu seu enquadramento na exceção do artigo 224, sede extraordinária, não há como se vislumbrar contrariedade à

§ 2º, da CLT". Diante desses dados fáticos, constata-se que o Súmula nº 287 do TST, que trata da presunção juris tantum dos

Reclamante não ocupava típico cargo de confiança bancário, nos poderes de gestão do gerente geral de agência que, no caso, restou

moldes do art. 224, § 2º, da CLT, pois ficou comprovado que as afastada pela prova produzida nos autos. Igualmente em relação ao

funções exercidas delineavam-se como meramente técnicas, sem cargo de confiança previsto no art. 224, § 2º, da CLT, registrado

maiores poderes ou mesmo responsabilidades que demandassem pelo Tribunal Regional que não havia diferenciação de poderes

maior grau de fidúcia. Para que se pudesse chegar, se fosse o entre o reclamante e os demais empregados no exercício das suas

caso, a conclusão fática diversa, seria necessário o revolvimento do atribuições, o conhecimento do recurso de revista esbarra no óbice

conteúdo fático-probatório constante dos autos, o que fica da Súmula nº 102, I, do TST. Recurso de revista não conhecido.

inviabilizado nesta instância recursal, nos termos das Súmulas 102, (...)." (RR - 681-55.2011.5.02.0049, Relator Ministro: Luiz Philippe

I e 126/TST. Agravo de instrumento desprovido." (AIRR - 522- Vieira de Mello Filho, Data de Julgamento: 31/08/2016, 7ª Turma,

50.2014.5.09.0005, Relator Ministro: Mauricio Godinho Delgado, Data de Publicação: DEJT 09/09/2016).

Data de Julgamento: 18/12/2018, 3ª Turma, Data de Publicação: Há precedentes, também, neste Regional, conforme exemplificado

DEJT 07/01/2019). abaixo:

"(...) HORAS EXTRAS. CARGO DE CONFIANÇA. Na "RECURSO ORDINÁRIO. 1 - RECURSO DA PARTE

Jurisprudência desta Corte, encontra-se pacificado o entendimento RECLAMADA. 1.1 - HORAS EXTRAS. CARGO DE CONFIANÇA.

de que, para o enquadramento do empregado na exceção prevista ARTIGO 224, § 2º DA CLT. CARGO DENOMINADO CHEFE DE

no § 2º do art. 224 da CLT, requer-se não apenas o pagamento de SERVIÇOS BANCÁRIOS. Ao defender o exercício de tarefas

gratificação de não superior a 1/3 de seu salário de cargo efetivo, suficientes para o enquadramento do empregado no § 2º do art. 224

mas também a existência de fidúcia especial, diferenciada, em da CLT, atrai o patrão o ônus da prova, consoante inteligência do

relação aos demais bancários. Em outras palavras, para fins do art. art. 818 da CLT e do art. 373, II, do CPC. Não se tem por

224, § 2º, da CLT, o valor da gratificação e a fidúcia especial são comprovado o exercício da função de confiança a que se refere o

requisitos cumulativos, aferidos casuisticamente, de modo que o art. 224, § 2º, da CLT (Súmula 102/TST), quando revelam as provas

fato de o empregado receber gratificação de função não inferior a dos autos, todavia, tarefas corriqueiras acometidas à obreira, sem

1/3 não implica na inequívoca caracterização do poder de gestão qualquer fidúcia. 1.2 - HORAS EXTRAS. DIVISOR. O TST, em sede

exigido legalmente. O Tribunal Regional, mediante acurada análise de Incidente de Julgamento de Recursos de Revista Repetitivos

das provas orais produzidas nos autos, concluiu que as atividades (processo nº 849-83.2013.5.03.0138), decidiu que "o divisor

exercidas pela autora não possuíam fidúcia diferenciada, maior do aplicável para cálculo das horas extras do bancário, inclusive para

que aquela exigida aos demais bancários. Impõe-se ressaltar que os submetidos à jornada de oito horas, é definido com base na

essas ilações não são passíveis de revolvimento na presente fase regra geral prevista no artigo 64 da CLT (resultado da multiplicação

da marcha processual, a teor das Súmulas 102 e 126 do TST. A por 30 da jornada normal de trabalho), sendo 180 e 220, para as

decisão regional está, portanto, em perfeita sintonia com esta Corte jornadas normais de seis e oito horas, respectivamente", bem como

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 560
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que "a inclusão do sábado como dia de repouso semanal autora, no patamar de 5% sobre o valor que resultar da liquidação

remunerado, no caso do bancário, não altera o divisor, em virtude da Sentença.

de não haver redução do número de horas semanais, trabalhadas e No concernente à majoração da verba honorária sucumbencial em

de repouso". Além disso, concluiu no sentido de que "as normas favor do patrono do Banco reclamado, ora recorrente, fixada pelo

coletivas dos bancários não atribuíram aos sábados a natureza Juízo de origem no patamar de 5%, registre-se, por oportuno, que

jurídica de repouso semanal remunerado". Dessa forma, à luz do este Relator adota o entendimento de que, uma vez sendo o

atual entendimento sobre a matéria, não há como se acolher a reclamante beneficiário da gratuidade da justiça, mostra-se

aplicação do divisor 150 ou 200. Recurso conhecido e parcialmente incompatível qualquer determinação, a ele imposta, de pagamento

provido." (TRT-7 - RO: 00010708020155070010, Relator: CLAUDIO de despesas processuais (dentre as quais se inserem os honorários

SOARES PIRES, Data de Julgamento: 17/09/2018, Data de advocatícios), para que tais não venham a impedir ou dificultar o

Publicação: 17/09/2018). seu acesso ao Judiciário, com o fito de resolver suas demandas de

"FUNÇÃO DE CONFIANÇA NÃO CARACTERIZADA - HORAS forma civilizada.

EXTRAS DEVIDAS. Apesar de o autor laborar 08 (oito) horas No entanto, considerando que não houve insurgência recursal por

diárias e perceber gratificação pelo exercício da função de Gerente, parte do autor quanto à sua condenação em verba honorária

superior a 1/3 do salário do cargo efetivo, não há que se enquadrar sucumbencial, e em prestígio ao princípio da vedação à reformatio

o caso da presente lide na exceção do § 2º do art. 224, da CLT, vez in pejus, mantém-se incólume o Julgamento a quo no que pertine

que não restou comprovada nos autos qualquer relação entre as ao tema em questão.

atividades por ele desempenhadas e aquelas típicas dos que

exercem a chefia ou postos de comando." (TRT-7 - RO:

00002101920145070009, Relator: JEFFERSON QUESADO III. CONCLUSÃO DO VOTO

JUNIOR, Data de Julgamento: 22/01/2018, Data de Publicação:

23/01/2018).

Destarte, merece ratificada a r. Sentença nesse tópico, inclusive Por todo o acima exposto, de se conhecer de ambos os Recursos e,

quanto aos reflexos das horas extras sobre o sábado, ante a no mérito, negar provimento ao do Banco reclamado, mas dar

expressa previsão nas Convenções Coletivas de Trabalho da parcial provimento ao da reclamante, para, reformando a Sentença

Categoria dos Bancários, acostadas aos presentes autos. hostilizada, determinar a aplicação do índice oficial de remuneração

Veja-se, para exemplificar, o teor da Cláusula 8ª e seu Parágrafo básica da caderneta de poupança (TRD) para os débitos

Primeiro da CCT de 2016/2018: trabalhistas devidos à autora até o dia 24/3/2015 e, após, a partir do

"Cláusula 8ª ADICIONAL DE HORAS EXTRAS dia 25/3/2015, a correção deve ser realizada pelo Índice de Preços

As horas extras serão pagas com o adicional de 50% ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E).

(cinquenta por cento).

Parágrafo Primeiro

Quando prestadas durante toda a semana anterior, os bancos IV. DISPOSITIVO

pagarão, também, o valor correspondente ao repouso semanal

remunerado, inclusive sábados e feriados." (ID. d9c5ae1 - Pág.

6)

Destarte, de se negar provimento ao Apelo patronal, no particular.

2.b.2 DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

Por fim, no tocante à verba honorária em epígrafe, tem-se que a

vertente Reclamatória fora ajuizada em 23/04/2018, portanto, já na

vigência das alterações na CLT promovidas pela Lei nº 13.467/17.

Nesse diapasão, hodiernamente, na Justiça do Trabalho, a EX POSITIS:

condenação na verba de honorários advocatícios decorre da mera ACORDAM OS DESEMBARGADORES INTEGRANTES DA 2ª

sucumbência, nos termos do art. 791-A da CLT. TURMA DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 7ª

Desse modo, impõe-se mantida a condenação do Banco reclamado REGIÃO, por unanimidade, conhecer de ambos os Recursos e, no

no pagamento de honorários advocatícios em favor do patrono da mérito, negar provimento ao do Banco reclamado, mas dar parcial

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 561
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

provimento ao da reclamante, para, reformando a Sentença RECURSO ORDINÁRIO. BANCÁRIO. SUPERVISOR

hostilizada, determinar a aplicação do índice oficial de remuneração ADMINISTRATIVO I (CHEFE DE SERVIÇOS). NÃO

básica da caderneta de poupança (TRD) para os débitos ENQUADRAMENTO NA EXCEÇÃO DO § 2º DO ART. 224 DA

trabalhistas devidos à autora até o dia 24/3/2015 e, após, a partir do CLT. DIREITO ÀS 7ª e 8ª HORAS LABORADAS COMO EXTRAS.

dia 25/3/2015, a correção deve ser realizada pelo Índice de Preços A excepcionalidade prevista no art. 224, § 2º da CLT, específica em

ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E). relação à categoria dos bancários, é taxativa ao permitir a

Participaram do julgamento os Exmos. Srs. Desembargadores extrapolação da jornada máxima de seis horas para quem exercer

Francisco José Gomes da Silva (Presidente), Paulo Régis Machado funções de direção, gerência, fiscalização, chefia e equivalentes ou

Botelho (Relator) e Cláudio Soares Pires. Presente ainda o(a) outros cargos de confiança e perceber gratificação não inferior a um

Exmo(a). Sr(a). membro do Ministério Público do Trabalho. terço do salário. No caso dos autos, entretanto, o conjunto

Fortaleza, 17 de fevereiro de 2020. probatório induz à convicção de que as atribuições de "Supervisora

Administrativa (Chefe de Serviço)", desempenhadas pela

reclamante, são meramente técnicas, desprovidas de elementos

que qualifiquem tal função como cargo de confiança. A gratificação

percebida pelo exercício das atribuições respectivas remunera

PAULO REGIS MACHADO BOTELHO apenas o trabalho exercido com maiores responsabilidades, mas

Relator nem de longe serve para qualificá-la como de confiança. Impõe-se,

assim, o pagamento, como extras, das sétima e oitava horas

trabalhadas. ADESÃO AO PLANO DE DEMISSÃO VOLUNTÁRIO

ESPECIAL (PDVE). HORAS EXTRAS DEFERIDAS EM JUÍZO

FORTALEZA/CE, 04 de março de 2020. POSTERIORMENTE. INDENIZAÇÃO DO PDVE. AUSÊNCIA DE

RESSALVA ESPECÍFICA NO TRCT. DIFERENÇA INDEVIDA. Ao

ROMULO DE SOUSA FROTA aderir livremente ao Plano de Demissão Voluntária a empregada

Diretor de Secretaria anuiu com os benefícios pactuados, compensatórios da perda do

emprego, inclusive quanto ao valor da indenização, que constou do


Processo Nº ROT-0000441-28.2018.5.07.0002
Relator PAULO REGIS MACHADO BOTELHO TRCT respectivo, homologado por sua entidade de classe sem
RECORRENTE BANCO BRADESCO S.A. ressalva a tal verba. Assim, além da inexistência de qualquer vício
FRANCISCO SAMPAIO ADVOGADO(OAB: 9075/CE)
DE MENEZES JUNIOR capaz de macular o pactuado, a chancela sindical, sem ressalva
RECORRENTE MARIA ENEDINA DE FREITAS específica do pagamento da indenização do PDVE constante do
FARIAS
JOSE AILSON REGO ADVOGADO(OAB: 6353/CE) instrumento de rescisão, atrai a incidência da previsão contida no
BALTAZAR
§2º do art. 477 da CLT. Em assim, não há como se concluir que as
RECORRIDO BANCO BRADESCO S.A.
FRANCISCO SAMPAIO ADVOGADO(OAB: 9075/CE) horas extras deferidas em juízo repercutam na indenização do
DE MENEZES JUNIOR
PDVE. DO ÍNDICE DE ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. Merece
RECORRIDO MARIA ENEDINA DE FREITAS
FARIAS parcial reforma a Sentença hostilizada, para que seja aplicado o
JOSE AILSON REGO ADVOGADO(OAB: 6353/CE)
BALTAZAR índice oficial de remuneração básica da caderneta de poupança

(TRD) para os débitos trabalhistas devidos à autora até o dia


Intimado(s)/Citado(s):
24/3/2015 e, a partir do dia 25/3/2015, a correção deve ser realizada
- BANCO BRADESCO S.A.
pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E) nos

termos da Jurisprudência do TST.

PODER JUDICIÁRIO

JUSTIÇA DO TRABALHO

I. RELATÓRIO

EMENTA

Insurgem-se as partes, MARIA ENEDINA DE FREITAS e BANCO

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BRADESCO S.A., contra a r. Sentença de ID. 8254f30, proferida

pela MM. Juíza Substituta Tarciana Orlovicin Gonçalves Pita,

atuante na 2ª Vara do Trabalho de Fortaleza, em que declarada a 1. ADMISSIBILIDADE

prescrição parcial das parcelas anteriores a 24/04/2013, e julgado Atendidos os pressupostos legais, conhece-se de ambos os

parcialmente procedente a Reclamatória, para condenar o Recursos.

reclamado ao pagamento de duas horas extras por dia (7ª e 8ª), 2. DO MÉRITO

com reflexos sobre repouso semanal remunerado (inclusive 2.a DO RECURSO DA RECLAMANTE

sábados), aviso prévio, férias mais 1/3, 13º salários e depósitos do 2.a.1 DO REFLEXO DAS HORAS EXTRAS SOBRE A

FGTS, inclusive da multa de 40. Outrossim, no mesmo ensejo "INDENIZAÇÃO DO PDVE" e PLRs DE 2012 A 2016 E A DE 2017

decisório, impôs a ambos os litigantes a obrigação de pagar O Juízo a quo indeferiu os pedidos epigrafados, sob o fundamento

honorários advocatícios sucumbenciais à base de 5%. de que as verbas "indenização do PDVE" e PLR possuem caráter

A reclamante, em seu arrazoado (ID. 78ed45b), pugna pela indenizatório.

condenação do Banco reclamado ao pagamento das seguintes Passa-se à análise.

parcelas: reflexos das horas extras (7ª e 8ª) sobre a 2.a.1.1 REFLEXOS SOBRE AS PLRs DE 2012 a 2016 E A DE

"INDENIZAÇÃO PDVE 2017" e as PLRs de 2012 a 2016 e a de 2017

2017 (esta, em face da projeção do aviso prévio), ao argumento de Indevida a repercussão das horas extras sobre a PLR, enquanto

que possuiriam caráter salarial, não indenizatório; PLR de 2017, por rubrica "desvinculada da remuneração", consoante disposto no

conta do cômputo do período do aviso prévio; e indenização inciso XI do artigo 7º da Constituição Federal.

adicional prevista no art. 9º da Lei nº 7.238/84. 2.a.1.2 REFLEXOS SOBRE A "INDENIZAÇÃO DO PDVE"

Requer, outrossim, a aplicação do índice IPCA-e, referente à Dispõe o item 7 do Regulamento do PDVE que "o empregado que

atualização monetária. aderir ao "PDVE 2017" receberá, a título de incentivo financeiro,

Por sua vez, o Banco reclamado, em suas razões recursais (ID. indenização equivalente a 0,60 da remuneração fixa do mês de

3a726ec), reprisa a argumentação de que a promovente não teria junho de 2017, por ano trabalhado, limitada a 12 (doze) salários,

direito ao pagamento de horas extras, pois durante o exercício da computado todo o período até a data da efetiva rescisão do contrato

função de "Supervisora Administrativa I (Chefe de Serviços)" estaria de trabalho, a ser paga em uma única parcela. OAnexo Vindica a

enquadrada no § 2º do art. 224 da CLT, por isso sujeita ao totalidade das verbas salariais e respectivos códigos, permitindo a

cumprimento de jornada de oito horas diárias. Pretende, ainda, na consulta pelo empregado em relação àquelas que compõem a sua

eventualidade de ser mantido o Julgado, que se efetue a remuneração." (ID. 9d180fe, pág. 8, destaquei)

compensação das gratificações pagas à autora para cumprimento À primeira leitura do dispositivo regulamentar acima reproduzido,

da indigitada jornada de oito horas. poder-se-ia concluir pela procedência do pedido da reclamante,

Rebela-se, também, contra a obrigação, a si imposta, de pagar os uma vez que o valor da indenização fora fixado com base na

reflexos das horas extras sobre o sábado, que seria dia útil não remuneração fixa do empregado do mês de junho/2017.

trabalhado; e honorários advocatícios, uma vez que a reclamante Todavia, aludida indenização não é prevista em lei, sendo uma das

não estaria assistida pelo sindicato de sua categoria profissional, vantagens pactuadas no plano de ruptura contratual incentivada,

um dos requisitos exigidos pela ainda vigente Súmula nº 219 do C. pelo que se revela lícito ao empregador fixar-lhe o valor, que, in

TST, para condenação a esse título. casu, foi aceito pela empregada sem qualquer questionamento.

Por último, pede a majoração do percentual fixado sob a rubrica Não se pode olvidar, ainda, que a promovente não arguiu qualquer

verba honorária, deferida em prol de seus advogados. vício de consentimento para aderir ao PDVE, sendo lógico inferir-se

Contrarrazões da reclamante, ID. b768c36, e do reclamado, ID. que tinha plena ciência dos benefícios de incentivo que perceberia

18f80b1. como compensação pela perda do emprego, inclusive do valor da

Dispensada a manifestação prévia do Ministério público do indenização, que, inclusive, constara do TRCT (ID. fff0394),

Trabalho, consoante Normas Regimentais (art. 109). devidamente homologado pela entidade sindical, sem ressalvas

É o Relatório. quanto à parcela em liça, atraindo, assim, a previsão contida no § 2º

do art. 477 da CLT: "O instrumento de rescisão ou recibo de

quitação, qualquer que seja a causa ou forma de dissolução do

II. FUNDAMENTAÇÃO contrato, deve ter especificada a natureza de cada parcela paga ao

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empregado e discriminado o seu valor, sendo válida a quitação, Recurso improvido. (...)" (TRT 7ª Região, 3ª Turma, RO 0000265-

apenas, relativamente às mesmas parcelas." 37.2018.5.07.0006, Desembargador Relator: José Antônio Parente

Assim, indevida a pretendida diferença de valor a título da da Silva. Data do Julgamento: 14/02/2019)

"indenização do PDVE". Nesse mesmo sentido manifestara-se o Colendo TST:

Nem se diga que o Anexo V do Regulamento do PDVE (ID. cd7c540 "RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO PELAS RECLAMADAS.

- Pág. 1), ao prever entre as parcelas componentes da remuneração REFLEXOS DAS HORAS EXTRAS NA INDENIZAÇÃO PAGA A

fixa do empregado, uma denominada "H. Extra Dec. Jud", TÍTULO DE PLANO DE DEMISSÃO VOLUNTÁRIA (PDV). Tendo

endossaria a pretensão recursal, porquanto a interpretação da em vista que a parcela paga a título de PDV possui natureza

norma regulamentar em comento, inclusive, de seus anexos, há de indenizatória e se trata de benefício não previsto em lei, mas

ser estrita (art. 114 do CC), de forma que tal nomenclatura diz conferido por ato de mera liberalidade do empregador, impõe-se a

respeito a horas extras que, por decisão judicial, integravam a interpretação restritiva das normas instituídas pela empresa a

remuneração do empregado de junho de 2017, à época de sua respeito, nos termos do estabelecido no art. 114 do Código Civil.

adesão. Razão pela qual, uma vez paga a indenização estabelecida pela

Ressalte-se, ainda, que hora extra não é verba salarial fixa a empresa por adesão do empregado ao PDV, como compensação

integrar a remuneração do empregado, sendo paga, apenas, pela perda do emprego, não há como se concluir que as horas

enquanto prestado o sobrelabor. Destaque-se que nem mesmo extras deferidas em juízo nela repercutam necessariamente.

quando habitual, como no caso dos autos, incorpora-se aos Precedentes." (TST-RR-2802900-67.2000.5.09.0015, Relator

estipêndios do bancário, consoante o teor da Súmula nº 291 do Walmir Oliveira da Costa, Data de Julgamento: 05/06/2013, 1ª

TST, ipsis litteris: Relator Walmir Oliveira da Costa, Data de

"SUM-291. HORAS EXTRAS. HABITUALIDADE. SUPRESSÃO. Julgamento:05/06/2013, 1ª Turma, Data de Publicação DEJT:

INDENIZAÇÃO.A supressão total ou parcial, pelo empregador, de 07/06/2013).

serviço suplementar prestado com habitualidade, durante pelo "I - AGRAVO DE INSTRUMENTO DO RECLAMANTE

menos 1 (um) ano, assegura ao empregado o direito à indenização REPERCUSSÃO DAS HORAS EXTRAS HABITUAIS NO

correspondente ao valor de 1 (um) mês das horas suprimidas, total CÁLCULO DA "INDENIZAÇÃO INCENTIVO" 1. O montante pago

ou parcialmente, para cada ano ou fração igual ou superior a seis em razão da adesão do Autor ao Programa de Desligamento

meses de prestação de serviço acima da jornada normal. O cálculo Incentivado tem natureza indenizatória. Inteligência da Orientação

observará a média das horas suplementares nos últimos 12 (doze) Jurisprudencial nº 207 da C. SBDI-1. 2. Dessa forma, como a

meses anteriores à mudança, multiplicada pelo valor da hora extra parcela "Indenização Incentivo" não tem natureza salarial, não faz

do dia da supressão." sentido alegar que nela necessariamente repercutem as horas

Este Tribunal, através de sua 3ª Turma, já adotara a mesma extras habituais. Resta incólume o artigo 457, § 1º, da CLT. Agravo

posição aqui explanada quanto aos requeridos reflexos, conforme de Instrumento a que se nega provimento. (...) (ED-AIRR e RR -

constata-se da síntese jurisprudencial abaixo transcrita: 9904000-40.2003.5.04.0900 , Relatora Ministra: Maria Cristina

"(...) 2) REFLEXO DAS HORAS EXTRAS SOBRE Irigoyen Peduzzi, Data de Julgamento: 16/08/2006, 3ª Turma, Data

PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS OU RESULTADOS (PLR). de Publicação: 08/09/2006)

AUSÊNCIA DE PREVISÃO NORMATIVA. SALÁRIO FIXO. NÃO "(...) REFLEXOS DAS HORAS EXTRAS NO PDV. I - A

ABRANGÊNCIA DAS HORAS EXTRAS.As horas extras não indenização do PDV constitui liberalidade do empregador que não

integram o salário fixo do trabalhador, razão pela qual, nos termos tem por finalidade a contraprestação do trabalho, o que denota a

das normas coletivas aplicáveis à espécie, indevido o seu reflexo na sua natureza indenizatória. Por isso, sua base de cálculo não é

verba Participação nos Lucros ou Resultados (PLR) do banco afetada por verbas de natureza salarial, como as horas extras

reclamado. Recurso improvido. habitualmente prestadas. II - Recurso desprovido. HORAS DE

3) REFLEXO DAS HORAS EXTRAS SOBRE A INDENIZAÇÃO SOBREAVISO. I - O recurso não comporta conhecimento neste

PREVISTA NO PDVE. AUSÊNCIA DE PREVISÃO NORMATIVA. tema, pois o único paradigma colacionado não traz indicação de

SALÁRIO FIXO. NÃO ABRANGÊNCIA DAS HORAS EXTRAS.As fonte de publicação, não atendendo, assim, às exigências contidas

horas extras não integram o salário fixo do trabalhador, razão pela na Súmula nº 337/TST. II - Recurso não conhecido." (TST-RR -

qual, nos termos das normas que disciplinam o PDVE do banco 204800-09.2002.5.02.0076, Relator Ministro: Antônio José de

reclamado, indevido o seu reflexo na indenização ali prevista. Barros Levenhagen, Data de Julgamento: 06/12/2006, 4ª Turma,

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Data de Publicação: 02/02/2007) prévio.

"(...) INDENIZAÇÃO DO PDV. DIFERENÇAS. INTEGRAÇÃO DAS No caso dos autos, a data base da categoria dos bancários é o dia

HORAS EXTRAS DEFERIDAS NA PRESENTE AÇÃO. O Tribunal 01 de setembro de cada ano, conforme se depreende à leitura das

Regional indeferiu a pretensão da reclamante, de ver computadas normas coletivas anexadas aos autos.

as horas extras deferidas na presente ação, na base de cálculo da Demais disso, a autora aderiu ao Plano de Demissão Voluntária

indenização do PDV, porque considerou que esta parcela, por ser Especial (PDVE) em 22/08/2017, consoante se observa do TRCT

oriunda da mera liberalidade do empregador, deve ser interpretada sob ID. fff0394, tendo se efetivado sua extinção contratual em

restritivamente, nos termos do artigo 114 do Código Civil. Nenhum 20/12/2017, quando transcorrido integralmente o período do aviso

dos arestos paradigmas aborda o fundamento adotado no acórdão prévio indenizado.

recorrido, concernente à aplicação do artigo 114 do Código Civil. Ora, à vista do cenário fático acima delineado, do qual emerge a

Assim, não se viabiliza o conhecimento do recurso de revista, por constatação de haver o término do vínculo empregatício da

dissenso pretoriano, a teor do que dispõe a Súmula nº 23 do TST. reclamante ocorrido após, aproximadamente, quatro meses da data-

(...)" (TST-RR - 76141-75.2002.5.02.0045,Relator Ministro: Pedro base da sua respectiva categoria profissional (01/09), resta indevida

Paulo Manus, Data de Julgamento: 10/08/2010, 7ª Turma, Data de a pretendida indenização adicional prevista na Lei 7.238/84.

Publicação: 20/08/2010) É nessa direção o entendimento cristalizado na súmula 314 do TST,

2.a.2 DA INDENIZAÇÃO ADICIONAL PREVISTA NO ART. 9º DA que preconiza seja observada a projeção do aviso prévio, para fins

LEI Nº 7.238/1984 de contagem do trintídio que antecede à data-base da categoria.

Prevê o art. 9º da Lei nº. 7237/84 o direito do empregado ao Perfilhando idêntico posicionamento, vejam-se as seguintes

recebimento de um salário mensal, se dispensado injustamente no Ementas jurisprudenciais emanadas da Corte Maior Trabalhista:

período de 30 dias que anteceder a data do reajuste salarial de sua "RECURSO DE REVISTA DA RECLAMADA SOB A ÉGIDE DA

categoria profissional. LEI 13.015/2014. REQUISITOS DO ARTIGO 896, § 1º-A, DA CLT,

In casu, a controvérsia gira em torno de se perquirir se é devida a ATENDIDOS. INDENIZAÇÃO ADICIONAL. ARTIGO 9º DA LEI

referenciada indenização ao trabalhador que foi dispensado no 7.238/84. PROJEÇÃO DO AVISO PRÉVIO. SÚMULAS 182 E 314

trintídio antecedente à data-base de sua correção salarial, mas que, DO TST. A Súmula 314 do TST preconiza que se ocorrer a rescisão

em virtude da projeção no tempo do período do aviso prévio, ainda contratual no período de trinta dias que antecede à data-base,

que indenizado, teve o término de seu contrato de trabalho observada a Súmula 182 do TST, o pagamento das verbas

postergado para lapso posterior à referida data-base. rescisórias com o salário já corrigido não afasta o direito à

Por disciplinarem a matéria sob exame, convém trazer à lume o teor indenização adicional prevista nas Leis 6.708 de 30/10/1979 e 7.238

das Súmulas 182 e 314 do Colendo TST, abaixo transcritas: de 28/10/1984. Contudo, da leitura do acórdão regional, extrai-se

"Súmula nº 182 do TST que a autora foi dispensada em 04/08/2011. Nesse caso, com a

AVISO PRÉVIO. INDENIZAÇÃO COMPENSATÓRIA. LEI Nº 6.708, projeção do aviso prévio indenizado de trinta dias, a rescisão do

DE 30.10.1979 (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 contrato de trabalho operou-se em 04/09/2011, situando-se em

O tempo do aviso prévio, mesmo indenizado, conta-se para efeito momento posterior à sua data-base (01/09/2011), estando afastado,

da indenização adicional prevista no art. 9º da Lei nº 6.708, de portanto, o direito à pleiteada indenização, conforme se depreende

30.10.1979"; do entendimento conjugado entre as Súmulas 182 e 314 do TST.

"Súmula nº 314 do TST Há precedentes. Recurso de revista conhecido e provido." (TST -

INDENIZAÇÃO ADICIONAL. VERBAS RESCISÓRIAS. SALÁRIO RR: 1150006520135170011, Relator: Augusto César Leite de

CORRIGIDO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 Carvalho, Data de Julgamento: 18/09/2019, 6ª Turma, Data de

Se ocorrer a rescisão contratual no período de 30 (trinta) dias que Publicação: DEJT 20/09/2019)

antecede à data-base, observado a Súmula nº 182 do TST, o "RECURSO DE REVISTA. INDENIZAÇÃO PREVISTA NO ART. 9º

pagamento das verbas rescisórias com o salário já corrigido não DA LEI 7.238/84. AVISO PRÉVIO. Considerando-se o prazo do

afasta o direito à indenização adicional prevista nas Leis nºs 6.708, aviso prévio, nos termos da Súmula 182 do TST, a dispensa do

de 30.10.1979 e 7.238, de 28.10.1984." reclamante ocorreu após a data-base, razão pela qual não há falar

Como se vê, para fins de concessão da indenização em epígrafe, em dispensa obstativa. Recurso de revista conhecido e provido."

deve-se levar em consideração a data em que o contrato é (TST - RR: 357001420055050029, Relator: Augusto César Leite de

efetivamente rescindido, computando-se, pois, o período do aviso Carvalho, Data de Julgamento: 29/04/2015, 6ª Turma, Data de

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Publicação: DEJT 08/05/2015) utilização da Taxa Referencial (TR) como índice de atualização dos

Portanto, nada a prover neste tópico. débitos judiciais da Fazenda Pública, mesmo em período anterior à

2.a.3 DO ÍNDICE DE ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA expedição de precatório, e adotar o Índice de Preços ao

Quanto à matéria em debate, calha esclarecer que nos autos da Consumidor Amplo Especial (IPCA-E). 2. O Tribunal Pleno deste

ADI nº 4.357/DF, o STF declarou a inconstitucionalidade da Tribunal Superior, nos autos do Proc. ArgInc 479-

expressão "índice oficial de remuneração básica da caderneta de 60.2011.5.04.0231, declarou a inconstitucionalidade da expressão

poupança" prevista no art. 100, § 12, da CF/88, afastando, assim, a "equivalentes à TRD", contida no "caput" do artigo 39 da Lei n°

aplicação da Taxa Referencial - TR, o que culminou com a 8.177/91, e, adotando a técnica de interpretação conforme a

inconstitucionalidade por arrastamento do art. 1º-F da Lei nº 9.494, Constituição Federal para o texto remanescente do dispositivo

com a redação dada pelo art. 5º da Lei nº 11.960, de 29/6/2009. impugnado, fixou a variação do Índice de Preços ao Consumidor

Em decorrência da referida Decisão do STF, o Pleno do TST, ao Amplo Especial (IPCA-E) como fator de correção a ser utilizado na

apreciar a Arguição de Inconstitucionalidade nº 479- tabela de atualização monetária dos débitos trabalhistas na Justiça

60.2011.5.04.0231, suscitada pelo Min. Cláudio Mascarenhas do Trabalho. 3. Ao julgar os Embargos de Declaração interpostos

Brandão, por sua vez, declarou a inconstitucionalidade por naqueles autos, esta Corte Superior fixou novos parâmetros

arrastamento da expressão "equivalente à TRD", presente no art. para a modulação dos efeitos da decisão, definindo o dia

39, caput, da Lei nº 8.177/91, e acabou dando interpretação 25/3/2015 como o marco inicial para a aplicação da variação do

conforme a Constituição ao restante da norma e definiu como índice Índice de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E)

de atualização monetária dos créditos trabalhistas na Justiça do como fator de atualização, de modo que deve ser mantida a

Trabalho o Índice de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA- aplicação do índice oficial de remuneração básica da caderneta

E) a partir de 30/06/2009, quando entrou em vigor a Lei nº de poupança (TRD) para os débitos trabalhistas devidos até o

11.960/2009, que acrescentou o art. 1º-F à Lei nº 9.494/1997, o qual dia 24/3/2015, e, a partir do dia 25/3/2015, a correção deve ser

foi declarado inconstitucional pelo STF. realizada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo Especial

O entendimento acerca da aplicação do IPCA-E encontrava-se (IPCA-E). Recurso de revista conhecido e provido, no particular."

suspenso em face do deferimento, pelo STF, de liminar nos autos (destaque nosso). (Processo nº TST-RR-351-51.2014.5.09.0892,

da Reclamação nº 22.012/RS. Contudo, não mais subsiste a Relator Ministro Walmir Oliveira da Costa, Data de julgamento;

suspensão da Decisão do TST conferida liminarmente pelo STF nos 28/02/2018)"

autos da mencionada Reclamação, pois foi julgada improcedente no Desse modo, reforma-se a Sentença hostilizada para determinar a

dia 5/12/2017, prevalecendo, desse modo, o Julgado do Pleno do aplicação do índice oficial de remuneração básica da caderneta de

TST no julgamento do processo ArgInc-479-60.2011.5.04.0231, poupança (TRD) para os débitos trabalhistas devidos à autora até o

sendo mantida a aplicação do índice oficial de remuneração básica dia 24/3/2015 e, após, a partir do dia 25/3/2015, a correção deve ser

da caderneta de poupança (TRD) para os débitos trabalhistas realizada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo Especial

devidos até o dia 24/3/2015, e, após, a partir do dia 25/3/2015, a (IPCA-E).

correção deve ser realizada pelo Índice de Preços ao Consumidor 2.b DO RECURSO DO RECLAMADO

Amplo Especial (IPCA-E). 2.b.1 DA SÉTIMA E OITAVA HORAS COMO EXTRAS. DO

Enfrentando essa temática, assim vem entendendo o Colendo TST ALEGADO EXERCÍCIO DE FUNÇÃO DE CONFIANÇA. DOS

em seus julgados: REFLEXOS SOBRE O SÁBADO

"RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI Nº Pretende o recorrente a reforma da Sentença ora guerreada, que

13.015/2014. CORREÇÃO MONETÁRIA DO DÉBITO deferiu o pedido autoral de pagamento, como extras, da sétima e

TRABALHISTA. TAXA REFERENCIAL (TR). oitava horas laboradas, diariamente, sob o fundamento de que a

INCONSTITUCIONALIDADE. PRECEDENTE DO SUPREMO autora, no exercício da função de Supervisora Administrativa I

TRIBUNAL FEDERAL. ADOÇÃO DO ÍNDICE DE PREÇOS AO (Chefe de Serviços), não detinha qualquer fidúcia especial que

CONSUMIDOR AMPLO ESPECIAL (IPCA-E). 1. Ao concluir o justificasse seu enquadramento no parágrafo 2º do artigo 224 da

julgamento do RE nº 870.947/SE (Relator: Min. LUIZ FUX), em que CLT.

se discutia a aplicação de juros de mora e correção monetária nos Cediço que a excepcionalidade prevista no dispositivo celetário

casos de condenação impostas ao Poder Público, o Tribunal Pleno supracitado, específica em relação à categoria dos bancários, é

do Supremo Tribunal Federal, por maioria, decidiu afastar a taxativa ao permitir a extrapolação da jornada máxima de seis horas

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para quem exercer funções de direção, gerência, fiscalização, 1993/1994 até o final do contrato da reclamante; que a

chefia e equivalentes ou outros cargos de confiança e que perceba reclamante exercia as seguintes funções: preenchia contratos

gratificação não inferior a 1/3 do salário. de empréstimo, realizava abertura de contas correntes pessoa

É de óbvia sabença, hodiernamente, que no mundo corporativo, física e auxiliava os clientes no atendimento das máquinas; que

prolifera a designação do bancário para o exercício de suposta a reclamante não participava do comitê de crédito; que a

função de confiança, com as mais diversas denominações, sem reclamante não assinava cheque administrativo; que a

que, na realidade, o empregado tenha um mínimo poder de decisão reclamante não tinha subordinados; que os caixas, os

ou mesmo autonomia e destaque, não passando de um trabalho escriturários e os supervisores eram subordinados ao Gerente

meramente técnico-específico, embora remunerado com Administrativo; que não existe cargo na agência bancária que

gratificação superior a um terço do salário do cargo efetivo. tenha poderes para pagar cheque sem provisão de fundos; que

In casu, a autora não tinha subordinados, poder de mando, a reclamante não poderia liberar créditos para a concessão de

procuração em nome do banco, delegação para dirigir, empréstimos; que a reclamante não tinha acesso às

supervisionar e disciplinar setores, não fiscalizava nem chefiava informações sigilosas do banco; que no banco não havia nenhum

alguém, não tinha carteira de clientes, não tinha autonomia para cargo abaixo ao da reclamante; que considera informações sigilosas

liberar crédito de transação financeira para clientes, ou seja, era do banco as informações sobre funcionários e questões

apenas uma empregada comum. relacionadas às áreas internas (área administrativa) do banco; que

O título de "Supervisora Administrativa I (Chefe de Serviços)," é a reclamante tinha acesso a extrato e renda dos clientes,

pomposo, entretanto não corresponde à realidade vivenciada pela destacando que tais informações devem permanecer em sigilo

autora, pois esta desenvolvia atividade meramente técnica, sem pelos funcionários; que não se recorda o nível dos cartões dos

grau de fidúcia especial, revelando retro referido título, apenas, uma caixas; que não sabe informar se o nível do cartão dos caixas é

tentativa frustrada de contornar o limite legal (seis horas), impondo inferior ao nível do cartão do Supervisor Administrativo; que a

à reclamante uma jornada de oito horas, sem remunerá-la para tal. reclamante parou de trabalhar para a reclamada pois aderiu ao

É o que se conclui ao exame dos depoimentos das testemunhas PDV."( MARIA GISELLE VIANA - segunda testemunha do

ouvidas nos autos, a rogo da demandante, abaixo parcialmente reclamado. ID. 4ed1da2 - Pág. 2, sublinhei)

reproduzidos (Ata de Audiência, ID be4b5e4): De se ressaltar que não prospera o argumento empresarial de que

"que trabalhou na reclamada de junho/1985 a março/2016, os documentos teriam comprovado que a autora tinha assinatura

exercendo por último a função de Gerente de Contas Pessoa Física; para autorizar pagamentos de até R$ 30.000,00, o que

que a reclamante exercia as seguintes funções: auxiliava os caracterizaria fidúcia especial. Efetivamente, conforme esclarecido

preenchimentos de empréstimos dos clientes e auxiliava os pela única testemunha do Banco réu, de nome Kirna Karine

clientes no atendimento das máquinas; que a reclamante não Vasconcelos de Oliveira, "a reclamante não poderia liberar créditos

tinha poderes para participar do comitê de crédito; que a para a concessão de empréstimos pois acredita que o gerente tinha

reclamante não assinava cheque administrativo; que a que autorizar" (Ata de Audiência sob ID. 4ed1da2).

reclamante não tinha subordinados; que os caixas, os O conjunto probatório nos permite, assim, formar convicção de que

escriturários e os supervisores eram subordinados ao Gerente as atribuições de "Supervisora Administrativa I (Chefe de Serviços)"

Administrativo; que a reclamante não tinha poderes para são meramente técnicas, desprovidas de elementos que

mandar pagar cheque sem provisão de fundos; que a depoente qualifiquem tal função como cargo de confiança. A gratificação

trabalhou na mesma agência em que a reclamante de percebida pelo exercício das atribuições respectivas remunera

junho/2006 a março/2016; que não existe cargo na agência apenas o trabalho exercido com maiores responsabilidades, sem

bancária que tenha poderes para pagar cheque sem provisão de revelar grau de confiança destacada, como pretende fazer crer o

fundos; que o Gerente Administrativo conferia os dados Banco demandado, daí inadmissível o enquadramento da

inseridos pela reclamante no sistema para a concessão de reclamante na excepcionalidade prevista no § 2º do art. 224 da CLT.

empréstimos." (TANIA MARIA MENDES DE SOUZA - primeira Pensar de forma diferente, data vênia, serviria para incentivar o

testemunha da reclamante. ID. 4ed1da2 - Pág. 7, sublinhei) demandado a criar outras denominações nas suas agências, a

"que trabalhou na reclamada de março/1984 a setembro/2017, ponto de chegar em determinado momento em que só existirão

exercendo por último a função de Gerente Assistente de Pessoa empregados exercentes de pseudo funções de confiança, fazendo

Jurídica; que trabalhou diretamente com a reclamante de letra morta da norma legal da jornada de seis horas.

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 567
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Aliás, a Corte Superior da Justiça Laboral, em processos análogos, gratificação de não superior a 1/3 de seu salário de cargo efetivo,

em que figura no polo passivo entidade bancária, já se pronunciou mas também a existência de fidúcia especial, diferenciada, em

no mesmo sentido. Observe-se: relação aos demais bancários. Em outras palavras, para fins do art.

"AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. 224, § 2º, da CLT, o valor da gratificação e a fidúcia especial são

PROCESSO SOB A ÉGIDE DA LEI 13.015/2014 E ANTERIOR À requisitos cumulativos, aferidos casuisticamente, de modo que o

LEI 13.467/2017. 1. MULTA DO ART. 523, §1º, DO CPC/2015 fato de o empregado receber gratificação de função não inferior a

(ART. 475-J DO CPC/1973). 2. BANCÁRIO. CARGO DE 1/3 não implica na inequívoca caracterização do poder de gestão

CONFIANÇA. ART. 224, § 2º, DA CLT. CARACTERIZAÇÃO. exigido legalmente. O Tribunal Regional, mediante acurada análise

MATÉRIA FÁTICA. SÚMULAS 102, I E 126/TST. 3. HORAS das provas orais produzidas nos autos, concluiu que as atividades

EXTRAS. DIVISOR. AUSÊNCIA DE INTERESSE RECURSAL. 4. exercidas pela autora não possuíam fidúcia diferenciada, maior do

DANO MORAL. VALOR DA INDENIZAÇÃO. O cargo de confiança que aquela exigida aos demais bancários. Impõe-se ressaltar que

no Direito do Trabalho recebeu explícita tipificação legal, quer no essas ilações não são passíveis de revolvimento na presente fase

padrão amplo do art. 62, II, da CLT, quer no tipo jurídico específico da marcha processual, a teor das Súmulas 102 e 126 do TST. A

bancário do art. 224, § 2º, da Consolidação. Para enquadrar o decisão regional está, portanto, em perfeita sintonia com esta Corte

empregado nas disposições contidas no art. 224, § 2º, da CLT, é e com o art. 224, §2º, da CLT. Recurso de revista não conhecido.

necessário ficar comprovado que ele exercia, efetivamente, as (...)" (RR-1039-40.2012.5.04.0401, 6ª Turma, Relator Ministro

funções aptas a caracterizar o cargo de confiança e, ainda, que elas Augusto César Leite de Carvalho, DEJT 12/04/2019).

se revestiam de fidúcia especial, que extrapola aquela básica, "RECURSO DO BANCO SANTANDER S.A. - CARGO DE

inerente a qualquer empregado. No caso concreto, o Tribunal CONFIANÇA - ART. 62, II, DA CLT - ART. 224, § 2º, DA CLT. O

Regional, amparado no conjunto probatório produzido nos autos, Tribunal Regional, alicerçado na avaliação dos depoimentos

concluiu que o Reclamante não se enquadra no art. 224, § 2º, da testemunhais, registrou quadro fático segundo o qual o reclamante

CLT. Para tanto, asseverou que: "No caso, o réu insiste que se "não possuía poderes para liberar ou realizar operações com total

desvencilhou de seu ônus. Porém, não é o que se extrai da prova autonomia, tampouco praticar atos isoladamente, sem qualquer

oral, a qual revela que o autor não contava com subordinados, não autorização colegiada ou superior". Concluiu que o reclamante não

tinha alçada especial e tampouco poderes que o diferenciasse dos dispunha de poderes diferenciados em relação aos demais

demais empregados". Acrescentou que "a prova oral não permite se empregados, razão pela qual afastou o enquadramento nos cargos

reconheça que o autor contava com poderes que a diferenciavam de confiança previstos nos art. 62, II, da CLT e 224, § 2º, da CLT.

dos demais empregados, mostra-se correta a sentença na parte em Diante dessas premissas fáticas, insuscetíveis de reapreciação em

que não reconheceu seu enquadramento na exceção do artigo 224, sede extraordinária, não há como se vislumbrar contrariedade à

§ 2º, da CLT". Diante desses dados fáticos, constata-se que o Súmula nº 287 do TST, que trata da presunção juris tantum dos

Reclamante não ocupava típico cargo de confiança bancário, nos poderes de gestão do gerente geral de agência que, no caso, restou

moldes do art. 224, § 2º, da CLT, pois ficou comprovado que as afastada pela prova produzida nos autos. Igualmente em relação ao

funções exercidas delineavam-se como meramente técnicas, sem cargo de confiança previsto no art. 224, § 2º, da CLT, registrado

maiores poderes ou mesmo responsabilidades que demandassem pelo Tribunal Regional que não havia diferenciação de poderes

maior grau de fidúcia. Para que se pudesse chegar, se fosse o entre o reclamante e os demais empregados no exercício das suas

caso, a conclusão fática diversa, seria necessário o revolvimento do atribuições, o conhecimento do recurso de revista esbarra no óbice

conteúdo fático-probatório constante dos autos, o que fica da Súmula nº 102, I, do TST. Recurso de revista não conhecido.

inviabilizado nesta instância recursal, nos termos das Súmulas 102, (...)." (RR - 681-55.2011.5.02.0049, Relator Ministro: Luiz Philippe

I e 126/TST. Agravo de instrumento desprovido." (AIRR - 522- Vieira de Mello Filho, Data de Julgamento: 31/08/2016, 7ª Turma,

50.2014.5.09.0005, Relator Ministro: Mauricio Godinho Delgado, Data de Publicação: DEJT 09/09/2016).

Data de Julgamento: 18/12/2018, 3ª Turma, Data de Publicação: Há precedentes, também, neste Regional, conforme exemplificado

DEJT 07/01/2019). abaixo:

"(...) HORAS EXTRAS. CARGO DE CONFIANÇA. Na "RECURSO ORDINÁRIO. 1 - RECURSO DA PARTE

Jurisprudência desta Corte, encontra-se pacificado o entendimento RECLAMADA. 1.1 - HORAS EXTRAS. CARGO DE CONFIANÇA.

de que, para o enquadramento do empregado na exceção prevista ARTIGO 224, § 2º DA CLT. CARGO DENOMINADO CHEFE DE

no § 2º do art. 224 da CLT, requer-se não apenas o pagamento de SERVIÇOS BANCÁRIOS. Ao defender o exercício de tarefas

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suficientes para o enquadramento do empregado no § 2º do art. 224 Quando prestadas durante toda a semana anterior, os bancos

da CLT, atrai o patrão o ônus da prova, consoante inteligência do pagarão, também, o valor correspondente ao repouso semanal

art. 818 da CLT e do art. 373, II, do CPC. Não se tem por remunerado, inclusive sábados e feriados." (ID. d9c5ae1 - Pág.

comprovado o exercício da função de confiança a que se refere o 6)

art. 224, § 2º, da CLT (Súmula 102/TST), quando revelam as provas Destarte, de se negar provimento ao Apelo patronal, no particular.

dos autos, todavia, tarefas corriqueiras acometidas à obreira, sem 2.b.2 DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

qualquer fidúcia. 1.2 - HORAS EXTRAS. DIVISOR. O TST, em sede Por fim, no tocante à verba honorária em epígrafe, tem-se que a

de Incidente de Julgamento de Recursos de Revista Repetitivos vertente Reclamatória fora ajuizada em 23/04/2018, portanto, já na

(processo nº 849-83.2013.5.03.0138), decidiu que "o divisor vigência das alterações na CLT promovidas pela Lei nº 13.467/17.

aplicável para cálculo das horas extras do bancário, inclusive para Nesse diapasão, hodiernamente, na Justiça do Trabalho, a

os submetidos à jornada de oito horas, é definido com base na condenação na verba de honorários advocatícios decorre da mera

regra geral prevista no artigo 64 da CLT (resultado da multiplicação sucumbência, nos termos do art. 791-A da CLT.

por 30 da jornada normal de trabalho), sendo 180 e 220, para as Desse modo, impõe-se mantida a condenação do Banco reclamado

jornadas normais de seis e oito horas, respectivamente", bem como no pagamento de honorários advocatícios em favor do patrono da

que "a inclusão do sábado como dia de repouso semanal autora, no patamar de 5% sobre o valor que resultar da liquidação

remunerado, no caso do bancário, não altera o divisor, em virtude da Sentença.

de não haver redução do número de horas semanais, trabalhadas e No concernente à majoração da verba honorária sucumbencial em

de repouso". Além disso, concluiu no sentido de que "as normas favor do patrono do Banco reclamado, ora recorrente, fixada pelo

coletivas dos bancários não atribuíram aos sábados a natureza Juízo de origem no patamar de 5%, registre-se, por oportuno, que

jurídica de repouso semanal remunerado". Dessa forma, à luz do este Relator adota o entendimento de que, uma vez sendo o

atual entendimento sobre a matéria, não há como se acolher a reclamante beneficiário da gratuidade da justiça, mostra-se

aplicação do divisor 150 ou 200. Recurso conhecido e parcialmente incompatível qualquer determinação, a ele imposta, de pagamento

provido." (TRT-7 - RO: 00010708020155070010, Relator: CLAUDIO de despesas processuais (dentre as quais se inserem os honorários

SOARES PIRES, Data de Julgamento: 17/09/2018, Data de advocatícios), para que tais não venham a impedir ou dificultar o

Publicação: 17/09/2018). seu acesso ao Judiciário, com o fito de resolver suas demandas de

"FUNÇÃO DE CONFIANÇA NÃO CARACTERIZADA - HORAS forma civilizada.

EXTRAS DEVIDAS. Apesar de o autor laborar 08 (oito) horas No entanto, considerando que não houve insurgência recursal por

diárias e perceber gratificação pelo exercício da função de Gerente, parte do autor quanto à sua condenação em verba honorária

superior a 1/3 do salário do cargo efetivo, não há que se enquadrar sucumbencial, e em prestígio ao princípio da vedação à reformatio

o caso da presente lide na exceção do § 2º do art. 224, da CLT, vez in pejus, mantém-se incólume o Julgamento a quo no que pertine

que não restou comprovada nos autos qualquer relação entre as ao tema em questão.

atividades por ele desempenhadas e aquelas típicas dos que

exercem a chefia ou postos de comando." (TRT-7 - RO:

00002101920145070009, Relator: JEFFERSON QUESADO III. CONCLUSÃO DO VOTO

JUNIOR, Data de Julgamento: 22/01/2018, Data de Publicação:

23/01/2018).

Destarte, merece ratificada a r. Sentença nesse tópico, inclusive Por todo o acima exposto, de se conhecer de ambos os Recursos e,

quanto aos reflexos das horas extras sobre o sábado, ante a no mérito, negar provimento ao do Banco reclamado, mas dar

expressa previsão nas Convenções Coletivas de Trabalho da parcial provimento ao da reclamante, para, reformando a Sentença

Categoria dos Bancários, acostadas aos presentes autos. hostilizada, determinar a aplicação do índice oficial de remuneração

Veja-se, para exemplificar, o teor da Cláusula 8ª e seu Parágrafo básica da caderneta de poupança (TRD) para os débitos

Primeiro da CCT de 2016/2018: trabalhistas devidos à autora até o dia 24/3/2015 e, após, a partir do

"Cláusula 8ª ADICIONAL DE HORAS EXTRAS dia 25/3/2015, a correção deve ser realizada pelo Índice de Preços

As horas extras serão pagas com o adicional de 50% ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E).

(cinquenta por cento).

Parágrafo Primeiro

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FRANCISCO SAMPAIO ADVOGADO(OAB: 9075/CE)


IV. DISPOSITIVO DE MENEZES JUNIOR
RECORRIDO MARIA ENEDINA DE FREITAS
FARIAS
JOSE AILSON REGO ADVOGADO(OAB: 6353/CE)
BALTAZAR

Intimado(s)/Citado(s):
- MARIA ENEDINA DE FREITAS FARIAS

PODER JUDICIÁRIO
EX POSITIS: JUSTIÇA DO TRABALHO
ACORDAM OS DESEMBARGADORES INTEGRANTES DA 2ª

TURMA DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 7ª


EMENTA
REGIÃO, por unanimidade, conhecer de ambos os Recursos e, no

mérito, negar provimento ao do Banco reclamado, mas dar parcial

provimento ao da reclamante, para, reformando a Sentença


RECURSO ORDINÁRIO. BANCÁRIO. SUPERVISOR
hostilizada, determinar a aplicação do índice oficial de remuneração
ADMINISTRATIVO I (CHEFE DE SERVIÇOS). NÃO
básica da caderneta de poupança (TRD) para os débitos
ENQUADRAMENTO NA EXCEÇÃO DO § 2º DO ART. 224 DA
trabalhistas devidos à autora até o dia 24/3/2015 e, após, a partir do
CLT. DIREITO ÀS 7ª e 8ª HORAS LABORADAS COMO EXTRAS.
dia 25/3/2015, a correção deve ser realizada pelo Índice de Preços
A excepcionalidade prevista no art. 224, § 2º da CLT, específica em
ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E).
relação à categoria dos bancários, é taxativa ao permitir a
Participaram do julgamento os Exmos. Srs. Desembargadores
extrapolação da jornada máxima de seis horas para quem exercer
Francisco José Gomes da Silva (Presidente), Paulo Régis Machado
funções de direção, gerência, fiscalização, chefia e equivalentes ou
Botelho (Relator) e Cláudio Soares Pires. Presente ainda o(a)
outros cargos de confiança e perceber gratificação não inferior a um
Exmo(a). Sr(a). membro do Ministério Público do Trabalho.
terço do salário. No caso dos autos, entretanto, o conjunto
Fortaleza, 17 de fevereiro de 2020.
probatório induz à convicção de que as atribuições de "Supervisora

Administrativa (Chefe de Serviço)", desempenhadas pela

reclamante, são meramente técnicas, desprovidas de elementos

que qualifiquem tal função como cargo de confiança. A gratificação

percebida pelo exercício das atribuições respectivas remunera


PAULO REGIS MACHADO BOTELHO
apenas o trabalho exercido com maiores responsabilidades, mas
Relator
nem de longe serve para qualificá-la como de confiança. Impõe-se,

assim, o pagamento, como extras, das sétima e oitava horas

trabalhadas. ADESÃO AO PLANO DE DEMISSÃO VOLUNTÁRIO

ESPECIAL (PDVE). HORAS EXTRAS DEFERIDAS EM JUÍZO


FORTALEZA/CE, 04 de março de 2020.
POSTERIORMENTE. INDENIZAÇÃO DO PDVE. AUSÊNCIA DE

RESSALVA ESPECÍFICA NO TRCT. DIFERENÇA INDEVIDA. Ao


ROMULO DE SOUSA FROTA
aderir livremente ao Plano de Demissão Voluntária a empregada
Diretor de Secretaria
anuiu com os benefícios pactuados, compensatórios da perda do
Processo Nº ROT-0000441-28.2018.5.07.0002 emprego, inclusive quanto ao valor da indenização, que constou do
Relator PAULO REGIS MACHADO BOTELHO
TRCT respectivo, homologado por sua entidade de classe sem
RECORRENTE BANCO BRADESCO S.A.
FRANCISCO SAMPAIO ADVOGADO(OAB: 9075/CE) ressalva a tal verba. Assim, além da inexistência de qualquer vício
DE MENEZES JUNIOR
capaz de macular o pactuado, a chancela sindical, sem ressalva
RECORRENTE MARIA ENEDINA DE FREITAS
FARIAS específica do pagamento da indenização do PDVE constante do
JOSE AILSON REGO ADVOGADO(OAB: 6353/CE)
BALTAZAR instrumento de rescisão, atrai a incidência da previsão contida no
RECORRIDO BANCO BRADESCO S.A. §2º do art. 477 da CLT. Em assim, não há como se concluir que as

horas extras deferidas em juízo repercutam na indenização do

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PDVE. DO ÍNDICE DE ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. Merece trabalhado; e honorários advocatícios, uma vez que a reclamante

parcial reforma a Sentença hostilizada, para que seja aplicado o não estaria assistida pelo sindicato de sua categoria profissional,

índice oficial de remuneração básica da caderneta de poupança um dos requisitos exigidos pela ainda vigente Súmula nº 219 do C.

(TRD) para os débitos trabalhistas devidos à autora até o dia TST, para condenação a esse título.

24/3/2015 e, a partir do dia 25/3/2015, a correção deve ser realizada Por último, pede a majoração do percentual fixado sob a rubrica

pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E) nos verba honorária, deferida em prol de seus advogados.

termos da Jurisprudência do TST. Contrarrazões da reclamante, ID. b768c36, e do reclamado, ID.

18f80b1.

Dispensada a manifestação prévia do Ministério público do

Trabalho, consoante Normas Regimentais (art. 109).

I. RELATÓRIO É o Relatório.

Insurgem-se as partes, MARIA ENEDINA DE FREITAS e BANCO II. FUNDAMENTAÇÃO

BRADESCO S.A., contra a r. Sentença de ID. 8254f30, proferida

pela MM. Juíza Substituta Tarciana Orlovicin Gonçalves Pita,

atuante na 2ª Vara do Trabalho de Fortaleza, em que declarada a 1. ADMISSIBILIDADE

prescrição parcial das parcelas anteriores a 24/04/2013, e julgado Atendidos os pressupostos legais, conhece-se de ambos os

parcialmente procedente a Reclamatória, para condenar o Recursos.

reclamado ao pagamento de duas horas extras por dia (7ª e 8ª), 2. DO MÉRITO

com reflexos sobre repouso semanal remunerado (inclusive 2.a DO RECURSO DA RECLAMANTE

sábados), aviso prévio, férias mais 1/3, 13º salários e depósitos do 2.a.1 DO REFLEXO DAS HORAS EXTRAS SOBRE A

FGTS, inclusive da multa de 40. Outrossim, no mesmo ensejo "INDENIZAÇÃO DO PDVE" e PLRs DE 2012 A 2016 E A DE 2017

decisório, impôs a ambos os litigantes a obrigação de pagar O Juízo a quo indeferiu os pedidos epigrafados, sob o fundamento

honorários advocatícios sucumbenciais à base de 5%. de que as verbas "indenização do PDVE" e PLR possuem caráter

A reclamante, em seu arrazoado (ID. 78ed45b), pugna pela indenizatório.

condenação do Banco reclamado ao pagamento das seguintes Passa-se à análise.

parcelas: reflexos das horas extras (7ª e 8ª) sobre a 2.a.1.1 REFLEXOS SOBRE AS PLRs DE 2012 a 2016 E A DE

"INDENIZAÇÃO PDVE 2017" e as PLRs de 2012 a 2016 e a de 2017

2017 (esta, em face da projeção do aviso prévio), ao argumento de Indevida a repercussão das horas extras sobre a PLR, enquanto

que possuiriam caráter salarial, não indenizatório; PLR de 2017, por rubrica "desvinculada da remuneração", consoante disposto no

conta do cômputo do período do aviso prévio; e indenização inciso XI do artigo 7º da Constituição Federal.

adicional prevista no art. 9º da Lei nº 7.238/84. 2.a.1.2 REFLEXOS SOBRE A "INDENIZAÇÃO DO PDVE"

Requer, outrossim, a aplicação do índice IPCA-e, referente à Dispõe o item 7 do Regulamento do PDVE que "o empregado que

atualização monetária. aderir ao "PDVE 2017" receberá, a título de incentivo financeiro,

Por sua vez, o Banco reclamado, em suas razões recursais (ID. indenização equivalente a 0,60 da remuneração fixa do mês de

3a726ec), reprisa a argumentação de que a promovente não teria junho de 2017, por ano trabalhado, limitada a 12 (doze) salários,

direito ao pagamento de horas extras, pois durante o exercício da computado todo o período até a data da efetiva rescisão do contrato

função de "Supervisora Administrativa I (Chefe de Serviços)" estaria de trabalho, a ser paga em uma única parcela. OAnexo Vindica a

enquadrada no § 2º do art. 224 da CLT, por isso sujeita ao totalidade das verbas salariais e respectivos códigos, permitindo a

cumprimento de jornada de oito horas diárias. Pretende, ainda, na consulta pelo empregado em relação àquelas que compõem a sua

eventualidade de ser mantido o Julgado, que se efetue a remuneração." (ID. 9d180fe, pág. 8, destaquei)

compensação das gratificações pagas à autora para cumprimento À primeira leitura do dispositivo regulamentar acima reproduzido,

da indigitada jornada de oito horas. poder-se-ia concluir pela procedência do pedido da reclamante,

Rebela-se, também, contra a obrigação, a si imposta, de pagar os uma vez que o valor da indenização fora fixado com base na

reflexos das horas extras sobre o sábado, que seria dia útil não remuneração fixa do empregado do mês de junho/2017.

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 571
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Todavia, aludida indenização não é prevista em lei, sendo uma das "(...) 2) REFLEXO DAS HORAS EXTRAS SOBRE

vantagens pactuadas no plano de ruptura contratual incentivada, PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS OU RESULTADOS (PLR).

pelo que se revela lícito ao empregador fixar-lhe o valor, que, in AUSÊNCIA DE PREVISÃO NORMATIVA. SALÁRIO FIXO. NÃO

casu, foi aceito pela empregada sem qualquer questionamento. ABRANGÊNCIA DAS HORAS EXTRAS.As horas extras não

Não se pode olvidar, ainda, que a promovente não arguiu qualquer integram o salário fixo do trabalhador, razão pela qual, nos termos

vício de consentimento para aderir ao PDVE, sendo lógico inferir-se das normas coletivas aplicáveis à espécie, indevido o seu reflexo na

que tinha plena ciência dos benefícios de incentivo que perceberia verba Participação nos Lucros ou Resultados (PLR) do banco

como compensação pela perda do emprego, inclusive do valor da reclamado. Recurso improvido.

indenização, que, inclusive, constara do TRCT (ID. fff0394), 3) REFLEXO DAS HORAS EXTRAS SOBRE A INDENIZAÇÃO

devidamente homologado pela entidade sindical, sem ressalvas PREVISTA NO PDVE. AUSÊNCIA DE PREVISÃO NORMATIVA.

quanto à parcela em liça, atraindo, assim, a previsão contida no § 2º SALÁRIO FIXO. NÃO ABRANGÊNCIA DAS HORAS EXTRAS.As

do art. 477 da CLT: "O instrumento de rescisão ou recibo de horas extras não integram o salário fixo do trabalhador, razão pela

quitação, qualquer que seja a causa ou forma de dissolução do qual, nos termos das normas que disciplinam o PDVE do banco

contrato, deve ter especificada a natureza de cada parcela paga ao reclamado, indevido o seu reflexo na indenização ali prevista.

empregado e discriminado o seu valor, sendo válida a quitação, Recurso improvido. (...)" (TRT 7ª Região, 3ª Turma, RO 0000265-

apenas, relativamente às mesmas parcelas." 37.2018.5.07.0006, Desembargador Relator: José Antônio Parente

Assim, indevida a pretendida diferença de valor a título da da Silva. Data do Julgamento: 14/02/2019)

"indenização do PDVE". Nesse mesmo sentido manifestara-se o Colendo TST:

Nem se diga que o Anexo V do Regulamento do PDVE (ID. cd7c540 "RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO PELAS RECLAMADAS.

- Pág. 1), ao prever entre as parcelas componentes da remuneração REFLEXOS DAS HORAS EXTRAS NA INDENIZAÇÃO PAGA A

fixa do empregado, uma denominada "H. Extra Dec. Jud", TÍTULO DE PLANO DE DEMISSÃO VOLUNTÁRIA (PDV). Tendo

endossaria a pretensão recursal, porquanto a interpretação da em vista que a parcela paga a título de PDV possui natureza

norma regulamentar em comento, inclusive, de seus anexos, há de indenizatória e se trata de benefício não previsto em lei, mas

ser estrita (art. 114 do CC), de forma que tal nomenclatura diz conferido por ato de mera liberalidade do empregador, impõe-se a

respeito a horas extras que, por decisão judicial, integravam a interpretação restritiva das normas instituídas pela empresa a

remuneração do empregado de junho de 2017, à época de sua respeito, nos termos do estabelecido no art. 114 do Código Civil.

adesão. Razão pela qual, uma vez paga a indenização estabelecida pela

Ressalte-se, ainda, que hora extra não é verba salarial fixa a empresa por adesão do empregado ao PDV, como compensação

integrar a remuneração do empregado, sendo paga, apenas, pela perda do emprego, não há como se concluir que as horas

enquanto prestado o sobrelabor. Destaque-se que nem mesmo extras deferidas em juízo nela repercutam necessariamente.

quando habitual, como no caso dos autos, incorpora-se aos Precedentes." (TST-RR-2802900-67.2000.5.09.0015, Relator

estipêndios do bancário, consoante o teor da Súmula nº 291 do Walmir Oliveira da Costa, Data de Julgamento: 05/06/2013, 1ª

TST, ipsis litteris: Relator Walmir Oliveira da Costa, Data de

"SUM-291. HORAS EXTRAS. HABITUALIDADE. SUPRESSÃO. Julgamento:05/06/2013, 1ª Turma, Data de Publicação DEJT:

INDENIZAÇÃO.A supressão total ou parcial, pelo empregador, de 07/06/2013).

serviço suplementar prestado com habitualidade, durante pelo "I - AGRAVO DE INSTRUMENTO DO RECLAMANTE

menos 1 (um) ano, assegura ao empregado o direito à indenização REPERCUSSÃO DAS HORAS EXTRAS HABITUAIS NO

correspondente ao valor de 1 (um) mês das horas suprimidas, total CÁLCULO DA "INDENIZAÇÃO INCENTIVO" 1. O montante pago

ou parcialmente, para cada ano ou fração igual ou superior a seis em razão da adesão do Autor ao Programa de Desligamento

meses de prestação de serviço acima da jornada normal. O cálculo Incentivado tem natureza indenizatória. Inteligência da Orientação

observará a média das horas suplementares nos últimos 12 (doze) Jurisprudencial nº 207 da C. SBDI-1. 2. Dessa forma, como a

meses anteriores à mudança, multiplicada pelo valor da hora extra parcela "Indenização Incentivo" não tem natureza salarial, não faz

do dia da supressão." sentido alegar que nela necessariamente repercutem as horas

Este Tribunal, através de sua 3ª Turma, já adotara a mesma extras habituais. Resta incólume o artigo 457, § 1º, da CLT. Agravo

posição aqui explanada quanto aos requeridos reflexos, conforme de Instrumento a que se nega provimento. (...) (ED-AIRR e RR -

constata-se da síntese jurisprudencial abaixo transcrita: 9904000-40.2003.5.04.0900 , Relatora Ministra: Maria Cristina

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Irigoyen Peduzzi, Data de Julgamento: 16/08/2006, 3ª Turma, Data O tempo do aviso prévio, mesmo indenizado, conta-se para efeito

de Publicação: 08/09/2006) da indenização adicional prevista no art. 9º da Lei nº 6.708, de

"(...) REFLEXOS DAS HORAS EXTRAS NO PDV. I - A 30.10.1979";

indenização do PDV constitui liberalidade do empregador que não "Súmula nº 314 do TST

tem por finalidade a contraprestação do trabalho, o que denota a INDENIZAÇÃO ADICIONAL. VERBAS RESCISÓRIAS. SALÁRIO

sua natureza indenizatória. Por isso, sua base de cálculo não é CORRIGIDO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003

afetada por verbas de natureza salarial, como as horas extras Se ocorrer a rescisão contratual no período de 30 (trinta) dias que

habitualmente prestadas. II - Recurso desprovido. HORAS DE antecede à data-base, observado a Súmula nº 182 do TST, o

SOBREAVISO. I - O recurso não comporta conhecimento neste pagamento das verbas rescisórias com o salário já corrigido não

tema, pois o único paradigma colacionado não traz indicação de afasta o direito à indenização adicional prevista nas Leis nºs 6.708,

fonte de publicação, não atendendo, assim, às exigências contidas de 30.10.1979 e 7.238, de 28.10.1984."

na Súmula nº 337/TST. II - Recurso não conhecido." (TST-RR - Como se vê, para fins de concessão da indenização em epígrafe,

204800-09.2002.5.02.0076, Relator Ministro: Antônio José de deve-se levar em consideração a data em que o contrato é

Barros Levenhagen, Data de Julgamento: 06/12/2006, 4ª Turma, efetivamente rescindido, computando-se, pois, o período do aviso

Data de Publicação: 02/02/2007) prévio.

"(...) INDENIZAÇÃO DO PDV. DIFERENÇAS. INTEGRAÇÃO DAS No caso dos autos, a data base da categoria dos bancários é o dia

HORAS EXTRAS DEFERIDAS NA PRESENTE AÇÃO. O Tribunal 01 de setembro de cada ano, conforme se depreende à leitura das

Regional indeferiu a pretensão da reclamante, de ver computadas normas coletivas anexadas aos autos.

as horas extras deferidas na presente ação, na base de cálculo da Demais disso, a autora aderiu ao Plano de Demissão Voluntária

indenização do PDV, porque considerou que esta parcela, por ser Especial (PDVE) em 22/08/2017, consoante se observa do TRCT

oriunda da mera liberalidade do empregador, deve ser interpretada sob ID. fff0394, tendo se efetivado sua extinção contratual em

restritivamente, nos termos do artigo 114 do Código Civil. Nenhum 20/12/2017, quando transcorrido integralmente o período do aviso

dos arestos paradigmas aborda o fundamento adotado no acórdão prévio indenizado.

recorrido, concernente à aplicação do artigo 114 do Código Civil. Ora, à vista do cenário fático acima delineado, do qual emerge a

Assim, não se viabiliza o conhecimento do recurso de revista, por constatação de haver o término do vínculo empregatício da

dissenso pretoriano, a teor do que dispõe a Súmula nº 23 do TST. reclamante ocorrido após, aproximadamente, quatro meses da data-

(...)" (TST-RR - 76141-75.2002.5.02.0045,Relator Ministro: Pedro base da sua respectiva categoria profissional (01/09), resta indevida

Paulo Manus, Data de Julgamento: 10/08/2010, 7ª Turma, Data de a pretendida indenização adicional prevista na Lei 7.238/84.

Publicação: 20/08/2010) É nessa direção o entendimento cristalizado na súmula 314 do TST,

2.a.2 DA INDENIZAÇÃO ADICIONAL PREVISTA NO ART. 9º DA que preconiza seja observada a projeção do aviso prévio, para fins

LEI Nº 7.238/1984 de contagem do trintídio que antecede à data-base da categoria.

Prevê o art. 9º da Lei nº. 7237/84 o direito do empregado ao Perfilhando idêntico posicionamento, vejam-se as seguintes

recebimento de um salário mensal, se dispensado injustamente no Ementas jurisprudenciais emanadas da Corte Maior Trabalhista:

período de 30 dias que anteceder a data do reajuste salarial de sua "RECURSO DE REVISTA DA RECLAMADA SOB A ÉGIDE DA

categoria profissional. LEI 13.015/2014. REQUISITOS DO ARTIGO 896, § 1º-A, DA CLT,

In casu, a controvérsia gira em torno de se perquirir se é devida a ATENDIDOS. INDENIZAÇÃO ADICIONAL. ARTIGO 9º DA LEI

referenciada indenização ao trabalhador que foi dispensado no 7.238/84. PROJEÇÃO DO AVISO PRÉVIO. SÚMULAS 182 E 314

trintídio antecedente à data-base de sua correção salarial, mas que, DO TST. A Súmula 314 do TST preconiza que se ocorrer a rescisão

em virtude da projeção no tempo do período do aviso prévio, ainda contratual no período de trinta dias que antecede à data-base,

que indenizado, teve o término de seu contrato de trabalho observada a Súmula 182 do TST, o pagamento das verbas

postergado para lapso posterior à referida data-base. rescisórias com o salário já corrigido não afasta o direito à

Por disciplinarem a matéria sob exame, convém trazer à lume o teor indenização adicional prevista nas Leis 6.708 de 30/10/1979 e 7.238

das Súmulas 182 e 314 do Colendo TST, abaixo transcritas: de 28/10/1984. Contudo, da leitura do acórdão regional, extrai-se

"Súmula nº 182 do TST que a autora foi dispensada em 04/08/2011. Nesse caso, com a

AVISO PRÉVIO. INDENIZAÇÃO COMPENSATÓRIA. LEI Nº 6.708, projeção do aviso prévio indenizado de trinta dias, a rescisão do

DE 30.10.1979 (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 contrato de trabalho operou-se em 04/09/2011, situando-se em

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momento posterior à sua data-base (01/09/2011), estando afastado, correção deve ser realizada pelo Índice de Preços ao Consumidor

portanto, o direito à pleiteada indenização, conforme se depreende Amplo Especial (IPCA-E).

do entendimento conjugado entre as Súmulas 182 e 314 do TST. Enfrentando essa temática, assim vem entendendo o Colendo TST

Há precedentes. Recurso de revista conhecido e provido." (TST - em seus julgados:

RR: 1150006520135170011, Relator: Augusto César Leite de "RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI Nº

Carvalho, Data de Julgamento: 18/09/2019, 6ª Turma, Data de 13.015/2014. CORREÇÃO MONETÁRIA DO DÉBITO

Publicação: DEJT 20/09/2019) TRABALHISTA. TAXA REFERENCIAL (TR).

"RECURSO DE REVISTA. INDENIZAÇÃO PREVISTA NO ART. 9º INCONSTITUCIONALIDADE. PRECEDENTE DO SUPREMO

DA LEI 7.238/84. AVISO PRÉVIO. Considerando-se o prazo do TRIBUNAL FEDERAL. ADOÇÃO DO ÍNDICE DE PREÇOS AO

aviso prévio, nos termos da Súmula 182 do TST, a dispensa do CONSUMIDOR AMPLO ESPECIAL (IPCA-E). 1. Ao concluir o

reclamante ocorreu após a data-base, razão pela qual não há falar julgamento do RE nº 870.947/SE (Relator: Min. LUIZ FUX), em que

em dispensa obstativa. Recurso de revista conhecido e provido." se discutia a aplicação de juros de mora e correção monetária nos

(TST - RR: 357001420055050029, Relator: Augusto César Leite de casos de condenação impostas ao Poder Público, o Tribunal Pleno

Carvalho, Data de Julgamento: 29/04/2015, 6ª Turma, Data de do Supremo Tribunal Federal, por maioria, decidiu afastar a

Publicação: DEJT 08/05/2015) utilização da Taxa Referencial (TR) como índice de atualização dos

Portanto, nada a prover neste tópico. débitos judiciais da Fazenda Pública, mesmo em período anterior à

2.a.3 DO ÍNDICE DE ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA expedição de precatório, e adotar o Índice de Preços ao

Quanto à matéria em debate, calha esclarecer que nos autos da Consumidor Amplo Especial (IPCA-E). 2. O Tribunal Pleno deste

ADI nº 4.357/DF, o STF declarou a inconstitucionalidade da Tribunal Superior, nos autos do Proc. ArgInc 479-

expressão "índice oficial de remuneração básica da caderneta de 60.2011.5.04.0231, declarou a inconstitucionalidade da expressão

poupança" prevista no art. 100, § 12, da CF/88, afastando, assim, a "equivalentes à TRD", contida no "caput" do artigo 39 da Lei n°

aplicação da Taxa Referencial - TR, o que culminou com a 8.177/91, e, adotando a técnica de interpretação conforme a

inconstitucionalidade por arrastamento do art. 1º-F da Lei nº 9.494, Constituição Federal para o texto remanescente do dispositivo

com a redação dada pelo art. 5º da Lei nº 11.960, de 29/6/2009. impugnado, fixou a variação do Índice de Preços ao Consumidor

Em decorrência da referida Decisão do STF, o Pleno do TST, ao Amplo Especial (IPCA-E) como fator de correção a ser utilizado na

apreciar a Arguição de Inconstitucionalidade nº 479- tabela de atualização monetária dos débitos trabalhistas na Justiça

60.2011.5.04.0231, suscitada pelo Min. Cláudio Mascarenhas do Trabalho. 3. Ao julgar os Embargos de Declaração interpostos

Brandão, por sua vez, declarou a inconstitucionalidade por naqueles autos, esta Corte Superior fixou novos parâmetros

arrastamento da expressão "equivalente à TRD", presente no art. para a modulação dos efeitos da decisão, definindo o dia

39, caput, da Lei nº 8.177/91, e acabou dando interpretação 25/3/2015 como o marco inicial para a aplicação da variação do

conforme a Constituição ao restante da norma e definiu como índice Índice de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E)

de atualização monetária dos créditos trabalhistas na Justiça do como fator de atualização, de modo que deve ser mantida a

Trabalho o Índice de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA- aplicação do índice oficial de remuneração básica da caderneta

E) a partir de 30/06/2009, quando entrou em vigor a Lei nº de poupança (TRD) para os débitos trabalhistas devidos até o

11.960/2009, que acrescentou o art. 1º-F à Lei nº 9.494/1997, o qual dia 24/3/2015, e, a partir do dia 25/3/2015, a correção deve ser

foi declarado inconstitucional pelo STF. realizada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo Especial

O entendimento acerca da aplicação do IPCA-E encontrava-se (IPCA-E). Recurso de revista conhecido e provido, no particular."

suspenso em face do deferimento, pelo STF, de liminar nos autos (destaque nosso). (Processo nº TST-RR-351-51.2014.5.09.0892,

da Reclamação nº 22.012/RS. Contudo, não mais subsiste a Relator Ministro Walmir Oliveira da Costa, Data de julgamento;

suspensão da Decisão do TST conferida liminarmente pelo STF nos 28/02/2018)"

autos da mencionada Reclamação, pois foi julgada improcedente no Desse modo, reforma-se a Sentença hostilizada para determinar a

dia 5/12/2017, prevalecendo, desse modo, o Julgado do Pleno do aplicação do índice oficial de remuneração básica da caderneta de

TST no julgamento do processo ArgInc-479-60.2011.5.04.0231, poupança (TRD) para os débitos trabalhistas devidos à autora até o

sendo mantida a aplicação do índice oficial de remuneração básica dia 24/3/2015 e, após, a partir do dia 25/3/2015, a correção deve ser

da caderneta de poupança (TRD) para os débitos trabalhistas realizada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo Especial

devidos até o dia 24/3/2015, e, após, a partir do dia 25/3/2015, a (IPCA-E).

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2.b DO RECURSO DO RECLAMADO reclamante não tinha subordinados; que os caixas, os

2.b.1 DA SÉTIMA E OITAVA HORAS COMO EXTRAS. DO escriturários e os supervisores eram subordinados ao Gerente

ALEGADO EXERCÍCIO DE FUNÇÃO DE CONFIANÇA. DOS Administrativo; que a reclamante não tinha poderes para

REFLEXOS SOBRE O SÁBADO mandar pagar cheque sem provisão de fundos; que a depoente

Pretende o recorrente a reforma da Sentença ora guerreada, que trabalhou na mesma agência em que a reclamante de

deferiu o pedido autoral de pagamento, como extras, da sétima e junho/2006 a março/2016; que não existe cargo na agência

oitava horas laboradas, diariamente, sob o fundamento de que a bancária que tenha poderes para pagar cheque sem provisão de

autora, no exercício da função de Supervisora Administrativa I fundos; que o Gerente Administrativo conferia os dados

(Chefe de Serviços), não detinha qualquer fidúcia especial que inseridos pela reclamante no sistema para a concessão de

justificasse seu enquadramento no parágrafo 2º do artigo 224 da empréstimos." (TANIA MARIA MENDES DE SOUZA - primeira

CLT. testemunha da reclamante. ID. 4ed1da2 - Pág. 7, sublinhei)

Cediço que a excepcionalidade prevista no dispositivo celetário "que trabalhou na reclamada de março/1984 a setembro/2017,

supracitado, específica em relação à categoria dos bancários, é exercendo por último a função de Gerente Assistente de Pessoa

taxativa ao permitir a extrapolação da jornada máxima de seis horas Jurídica; que trabalhou diretamente com a reclamante de

para quem exercer funções de direção, gerência, fiscalização, 1993/1994 até o final do contrato da reclamante; que a

chefia e equivalentes ou outros cargos de confiança e que perceba reclamante exercia as seguintes funções: preenchia contratos

gratificação não inferior a 1/3 do salário. de empréstimo, realizava abertura de contas correntes pessoa

É de óbvia sabença, hodiernamente, que no mundo corporativo, física e auxiliava os clientes no atendimento das máquinas; que

prolifera a designação do bancário para o exercício de suposta a reclamante não participava do comitê de crédito; que a

função de confiança, com as mais diversas denominações, sem reclamante não assinava cheque administrativo; que a

que, na realidade, o empregado tenha um mínimo poder de decisão reclamante não tinha subordinados; que os caixas, os

ou mesmo autonomia e destaque, não passando de um trabalho escriturários e os supervisores eram subordinados ao Gerente

meramente técnico-específico, embora remunerado com Administrativo; que não existe cargo na agência bancária que

gratificação superior a um terço do salário do cargo efetivo. tenha poderes para pagar cheque sem provisão de fundos; que

In casu, a autora não tinha subordinados, poder de mando, a reclamante não poderia liberar créditos para a concessão de

procuração em nome do banco, delegação para dirigir, empréstimos; que a reclamante não tinha acesso às

supervisionar e disciplinar setores, não fiscalizava nem chefiava informações sigilosas do banco; que no banco não havia nenhum

alguém, não tinha carteira de clientes, não tinha autonomia para cargo abaixo ao da reclamante; que considera informações sigilosas

liberar crédito de transação financeira para clientes, ou seja, era do banco as informações sobre funcionários e questões

apenas uma empregada comum. relacionadas às áreas internas (área administrativa) do banco; que

O título de "Supervisora Administrativa I (Chefe de Serviços)," é a reclamante tinha acesso a extrato e renda dos clientes,

pomposo, entretanto não corresponde à realidade vivenciada pela destacando que tais informações devem permanecer em sigilo

autora, pois esta desenvolvia atividade meramente técnica, sem pelos funcionários; que não se recorda o nível dos cartões dos

grau de fidúcia especial, revelando retro referido título, apenas, uma caixas; que não sabe informar se o nível do cartão dos caixas é

tentativa frustrada de contornar o limite legal (seis horas), impondo inferior ao nível do cartão do Supervisor Administrativo; que a

à reclamante uma jornada de oito horas, sem remunerá-la para tal. reclamante parou de trabalhar para a reclamada pois aderiu ao

É o que se conclui ao exame dos depoimentos das testemunhas PDV."( MARIA GISELLE VIANA - segunda testemunha do

ouvidas nos autos, a rogo da demandante, abaixo parcialmente reclamado. ID. 4ed1da2 - Pág. 2, sublinhei)

reproduzidos (Ata de Audiência, ID be4b5e4): De se ressaltar que não prospera o argumento empresarial de que

"que trabalhou na reclamada de junho/1985 a março/2016, os documentos teriam comprovado que a autora tinha assinatura

exercendo por último a função de Gerente de Contas Pessoa Física; para autorizar pagamentos de até R$ 30.000,00, o que

que a reclamante exercia as seguintes funções: auxiliava os caracterizaria fidúcia especial. Efetivamente, conforme esclarecido

preenchimentos de empréstimos dos clientes e auxiliava os pela única testemunha do Banco réu, de nome Kirna Karine

clientes no atendimento das máquinas; que a reclamante não Vasconcelos de Oliveira, "a reclamante não poderia liberar créditos

tinha poderes para participar do comitê de crédito; que a para a concessão de empréstimos pois acredita que o gerente tinha

reclamante não assinava cheque administrativo; que a que autorizar" (Ata de Audiência sob ID. 4ed1da2).

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O conjunto probatório nos permite, assim, formar convicção de que funções exercidas delineavam-se como meramente técnicas, sem

as atribuições de "Supervisora Administrativa I (Chefe de Serviços)" maiores poderes ou mesmo responsabilidades que demandassem

são meramente técnicas, desprovidas de elementos que maior grau de fidúcia. Para que se pudesse chegar, se fosse o

qualifiquem tal função como cargo de confiança. A gratificação caso, a conclusão fática diversa, seria necessário o revolvimento do

percebida pelo exercício das atribuições respectivas remunera conteúdo fático-probatório constante dos autos, o que fica

apenas o trabalho exercido com maiores responsabilidades, sem inviabilizado nesta instância recursal, nos termos das Súmulas 102,

revelar grau de confiança destacada, como pretende fazer crer o I e 126/TST. Agravo de instrumento desprovido." (AIRR - 522-

Banco demandado, daí inadmissível o enquadramento da 50.2014.5.09.0005, Relator Ministro: Mauricio Godinho Delgado,

reclamante na excepcionalidade prevista no § 2º do art. 224 da CLT. Data de Julgamento: 18/12/2018, 3ª Turma, Data de Publicação:

Pensar de forma diferente, data vênia, serviria para incentivar o DEJT 07/01/2019).

demandado a criar outras denominações nas suas agências, a "(...) HORAS EXTRAS. CARGO DE CONFIANÇA. Na

ponto de chegar em determinado momento em que só existirão Jurisprudência desta Corte, encontra-se pacificado o entendimento

empregados exercentes de pseudo funções de confiança, fazendo de que, para o enquadramento do empregado na exceção prevista

letra morta da norma legal da jornada de seis horas. no § 2º do art. 224 da CLT, requer-se não apenas o pagamento de

Aliás, a Corte Superior da Justiça Laboral, em processos análogos, gratificação de não superior a 1/3 de seu salário de cargo efetivo,

em que figura no polo passivo entidade bancária, já se pronunciou mas também a existência de fidúcia especial, diferenciada, em

no mesmo sentido. Observe-se: relação aos demais bancários. Em outras palavras, para fins do art.

"AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. 224, § 2º, da CLT, o valor da gratificação e a fidúcia especial são

PROCESSO SOB A ÉGIDE DA LEI 13.015/2014 E ANTERIOR À requisitos cumulativos, aferidos casuisticamente, de modo que o

LEI 13.467/2017. 1. MULTA DO ART. 523, §1º, DO CPC/2015 fato de o empregado receber gratificação de função não inferior a

(ART. 475-J DO CPC/1973). 2. BANCÁRIO. CARGO DE 1/3 não implica na inequívoca caracterização do poder de gestão

CONFIANÇA. ART. 224, § 2º, DA CLT. CARACTERIZAÇÃO. exigido legalmente. O Tribunal Regional, mediante acurada análise

MATÉRIA FÁTICA. SÚMULAS 102, I E 126/TST. 3. HORAS das provas orais produzidas nos autos, concluiu que as atividades

EXTRAS. DIVISOR. AUSÊNCIA DE INTERESSE RECURSAL. 4. exercidas pela autora não possuíam fidúcia diferenciada, maior do

DANO MORAL. VALOR DA INDENIZAÇÃO. O cargo de confiança que aquela exigida aos demais bancários. Impõe-se ressaltar que

no Direito do Trabalho recebeu explícita tipificação legal, quer no essas ilações não são passíveis de revolvimento na presente fase

padrão amplo do art. 62, II, da CLT, quer no tipo jurídico específico da marcha processual, a teor das Súmulas 102 e 126 do TST. A

bancário do art. 224, § 2º, da Consolidação. Para enquadrar o decisão regional está, portanto, em perfeita sintonia com esta Corte

empregado nas disposições contidas no art. 224, § 2º, da CLT, é e com o art. 224, §2º, da CLT. Recurso de revista não conhecido.

necessário ficar comprovado que ele exercia, efetivamente, as (...)" (RR-1039-40.2012.5.04.0401, 6ª Turma, Relator Ministro

funções aptas a caracterizar o cargo de confiança e, ainda, que elas Augusto César Leite de Carvalho, DEJT 12/04/2019).

se revestiam de fidúcia especial, que extrapola aquela básica, "RECURSO DO BANCO SANTANDER S.A. - CARGO DE

inerente a qualquer empregado. No caso concreto, o Tribunal CONFIANÇA - ART. 62, II, DA CLT - ART. 224, § 2º, DA CLT. O

Regional, amparado no conjunto probatório produzido nos autos, Tribunal Regional, alicerçado na avaliação dos depoimentos

concluiu que o Reclamante não se enquadra no art. 224, § 2º, da testemunhais, registrou quadro fático segundo o qual o reclamante

CLT. Para tanto, asseverou que: "No caso, o réu insiste que se "não possuía poderes para liberar ou realizar operações com total

desvencilhou de seu ônus. Porém, não é o que se extrai da prova autonomia, tampouco praticar atos isoladamente, sem qualquer

oral, a qual revela que o autor não contava com subordinados, não autorização colegiada ou superior". Concluiu que o reclamante não

tinha alçada especial e tampouco poderes que o diferenciasse dos dispunha de poderes diferenciados em relação aos demais

demais empregados". Acrescentou que "a prova oral não permite se empregados, razão pela qual afastou o enquadramento nos cargos

reconheça que o autor contava com poderes que a diferenciavam de confiança previstos nos art. 62, II, da CLT e 224, § 2º, da CLT.

dos demais empregados, mostra-se correta a sentença na parte em Diante dessas premissas fáticas, insuscetíveis de reapreciação em

que não reconheceu seu enquadramento na exceção do artigo 224, sede extraordinária, não há como se vislumbrar contrariedade à

§ 2º, da CLT". Diante desses dados fáticos, constata-se que o Súmula nº 287 do TST, que trata da presunção juris tantum dos

Reclamante não ocupava típico cargo de confiança bancário, nos poderes de gestão do gerente geral de agência que, no caso, restou

moldes do art. 224, § 2º, da CLT, pois ficou comprovado que as afastada pela prova produzida nos autos. Igualmente em relação ao

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cargo de confiança previsto no art. 224, § 2º, da CLT, registrado exercem a chefia ou postos de comando." (TRT-7 - RO:

pelo Tribunal Regional que não havia diferenciação de poderes 00002101920145070009, Relator: JEFFERSON QUESADO

entre o reclamante e os demais empregados no exercício das suas JUNIOR, Data de Julgamento: 22/01/2018, Data de Publicação:

atribuições, o conhecimento do recurso de revista esbarra no óbice 23/01/2018).

da Súmula nº 102, I, do TST. Recurso de revista não conhecido. Destarte, merece ratificada a r. Sentença nesse tópico, inclusive

(...)." (RR - 681-55.2011.5.02.0049, Relator Ministro: Luiz Philippe quanto aos reflexos das horas extras sobre o sábado, ante a

Vieira de Mello Filho, Data de Julgamento: 31/08/2016, 7ª Turma, expressa previsão nas Convenções Coletivas de Trabalho da

Data de Publicação: DEJT 09/09/2016). Categoria dos Bancários, acostadas aos presentes autos.

Há precedentes, também, neste Regional, conforme exemplificado Veja-se, para exemplificar, o teor da Cláusula 8ª e seu Parágrafo

abaixo: Primeiro da CCT de 2016/2018:

"RECURSO ORDINÁRIO. 1 - RECURSO DA PARTE "Cláusula 8ª ADICIONAL DE HORAS EXTRAS

RECLAMADA. 1.1 - HORAS EXTRAS. CARGO DE CONFIANÇA. As horas extras serão pagas com o adicional de 50%

ARTIGO 224, § 2º DA CLT. CARGO DENOMINADO CHEFE DE (cinquenta por cento).

SERVIÇOS BANCÁRIOS. Ao defender o exercício de tarefas Parágrafo Primeiro

suficientes para o enquadramento do empregado no § 2º do art. 224 Quando prestadas durante toda a semana anterior, os bancos

da CLT, atrai o patrão o ônus da prova, consoante inteligência do pagarão, também, o valor correspondente ao repouso semanal

art. 818 da CLT e do art. 373, II, do CPC. Não se tem por remunerado, inclusive sábados e feriados." (ID. d9c5ae1 - Pág.

comprovado o exercício da função de confiança a que se refere o 6)

art. 224, § 2º, da CLT (Súmula 102/TST), quando revelam as provas Destarte, de se negar provimento ao Apelo patronal, no particular.

dos autos, todavia, tarefas corriqueiras acometidas à obreira, sem 2.b.2 DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

qualquer fidúcia. 1.2 - HORAS EXTRAS. DIVISOR. O TST, em sede Por fim, no tocante à verba honorária em epígrafe, tem-se que a

de Incidente de Julgamento de Recursos de Revista Repetitivos vertente Reclamatória fora ajuizada em 23/04/2018, portanto, já na

(processo nº 849-83.2013.5.03.0138), decidiu que "o divisor vigência das alterações na CLT promovidas pela Lei nº 13.467/17.

aplicável para cálculo das horas extras do bancário, inclusive para Nesse diapasão, hodiernamente, na Justiça do Trabalho, a

os submetidos à jornada de oito horas, é definido com base na condenação na verba de honorários advocatícios decorre da mera

regra geral prevista no artigo 64 da CLT (resultado da multiplicação sucumbência, nos termos do art. 791-A da CLT.

por 30 da jornada normal de trabalho), sendo 180 e 220, para as Desse modo, impõe-se mantida a condenação do Banco reclamado

jornadas normais de seis e oito horas, respectivamente", bem como no pagamento de honorários advocatícios em favor do patrono da

que "a inclusão do sábado como dia de repouso semanal autora, no patamar de 5% sobre o valor que resultar da liquidação

remunerado, no caso do bancário, não altera o divisor, em virtude da Sentença.

de não haver redução do número de horas semanais, trabalhadas e No concernente à majoração da verba honorária sucumbencial em

de repouso". Além disso, concluiu no sentido de que "as normas favor do patrono do Banco reclamado, ora recorrente, fixada pelo

coletivas dos bancários não atribuíram aos sábados a natureza Juízo de origem no patamar de 5%, registre-se, por oportuno, que

jurídica de repouso semanal remunerado". Dessa forma, à luz do este Relator adota o entendimento de que, uma vez sendo o

atual entendimento sobre a matéria, não há como se acolher a reclamante beneficiário da gratuidade da justiça, mostra-se

aplicação do divisor 150 ou 200. Recurso conhecido e parcialmente incompatível qualquer determinação, a ele imposta, de pagamento

provido." (TRT-7 - RO: 00010708020155070010, Relator: CLAUDIO de despesas processuais (dentre as quais se inserem os honorários

SOARES PIRES, Data de Julgamento: 17/09/2018, Data de advocatícios), para que tais não venham a impedir ou dificultar o

Publicação: 17/09/2018). seu acesso ao Judiciário, com o fito de resolver suas demandas de

"FUNÇÃO DE CONFIANÇA NÃO CARACTERIZADA - HORAS forma civilizada.

EXTRAS DEVIDAS. Apesar de o autor laborar 08 (oito) horas No entanto, considerando que não houve insurgência recursal por

diárias e perceber gratificação pelo exercício da função de Gerente, parte do autor quanto à sua condenação em verba honorária

superior a 1/3 do salário do cargo efetivo, não há que se enquadrar sucumbencial, e em prestígio ao princípio da vedação à reformatio

o caso da presente lide na exceção do § 2º do art. 224, da CLT, vez in pejus, mantém-se incólume o Julgamento a quo no que pertine

que não restou comprovada nos autos qualquer relação entre as ao tema em questão.

atividades por ele desempenhadas e aquelas típicas dos que

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III. CONCLUSÃO DO VOTO

FORTALEZA/CE, 04 de março de 2020.

Por todo o acima exposto, de se conhecer de ambos os Recursos e, ROMULO DE SOUSA FROTA

no mérito, negar provimento ao do Banco reclamado, mas dar Diretor de Secretaria

parcial provimento ao da reclamante, para, reformando a Sentença


Processo Nº RORSum-0001161-83.2018.5.07.0005
hostilizada, determinar a aplicação do índice oficial de remuneração Relator FRANCISCO JOSÉ GOMES DA
SILVA
básica da caderneta de poupança (TRD) para os débitos
RECORRENTE FRANCISCO JADAS DA SILVA
trabalhistas devidos à autora até o dia 24/3/2015 e, após, a partir do JOSE AILSON REGO ADVOGADO(OAB: 6353/CE)
BALTAZAR
dia 25/3/2015, a correção deve ser realizada pelo Índice de Preços
RECORRIDO BRADESCO SAUDE S/A
ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E). FRANCISCO SAMPAIO ADVOGADO(OAB: 9075/CE)
DE MENEZES JUNIOR
RECORRIDO BANCO BRADESCO S.A.
FRANCISCO SAMPAIO ADVOGADO(OAB: 9075/CE)
DE MENEZES JUNIOR
IV. DISPOSITIVO

Intimado(s)/Citado(s):
- BANCO BRADESCO S.A.

PODER JUDICIÁRIO

JUSTIÇA DO TRABALHO

EX POSITIS: MANUTENÇÃO DO PLANO DE SAÚDE APÓS A RUPTURA DO

ACORDAM OS DESEMBARGADORES INTEGRANTES DA 2ª PACTO LABORAL. LEI Nº.9.656/98. DEVIDA.DESLIGAMENTO

TURMA DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 7ª POR PLANO DE DEMISSÃO VOLUNTÁRIA (PDV). CLÁUSULA

REGIÃO, por unanimidade, conhecer de ambos os Recursos e, no ABUSIVA EM DETRIMENTO DO EMPREGADO. A Teor da Lei nº

mérito, negar provimento ao do Banco reclamado, mas dar parcial 9.656/98, tendo em vista que a parte obreira contribuiu para o plano

provimento ao da reclamante, para, reformando a Sentença de saúde FAMED por mais de dez anos, não pode ser

hostilizada, determinar a aplicação do índice oficial de remuneração desconsiderado pelo novo plano referidas contribuições, visto que a

básica da caderneta de poupança (TRD) para os débitos seguradora anterior foi incorporada pela sucessora Bradesco Saúde

trabalhistas devidos à autora até o dia 24/3/2015 e, após, a partir do S.A., que abrigou a carteira de clientes do plano sucedido, de sorte

dia 25/3/2015, a correção deve ser realizada pelo Índice de Preços a manter não só as coberturas assistenciais do contribuinte como

ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E). também absorveu o patrimônio contributivo de todo o período do

Participaram do julgamento os Exmos. Srs. Desembargadores plano anterior. Ademais, a Jurisprudência do Tribunal Superior do

Francisco José Gomes da Silva (Presidente), Paulo Régis Machado trabalho reconhece o direito à manutenção do Plano de Saúde

Botelho (Relator) e Cláudio Soares Pires. Presente ainda o(a) ainda que o desligamento da empresa tenha ocorrido por meio de

Exmo(a). Sr(a). membro do Ministério Público do Trabalho. Plano de Demissão Voluntária (PDV), uma vez que não se

Fortaleza, 17 de fevereiro de 2020. reconhece a validade de cláusulas normativas que suprimam

direitos assegurados por lei, como é o caso da Lei nº 9656/98

(artigos 30 e 31). Assim, devem ser condenadas as reclamadas a

manter o plano de saúde da reclamante, nas exatas condições em

que gozava quando da vigência do contrato de trabalho, não

PAULO REGIS MACHADO BOTELHO obstante esta assuma o seu pagamento integral. Sentença

Relator modificada neste ponto.

Recurso ordinário conhecido e provido.

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passou a prestar serviços para o primeiro reclamado. Aduz o

demandante que era beneficiário de plano de saúde por mais de 10

(dez) anos e se encontra aposentado. Por isso, pede a manutenção

do citado benefício, nos moldes previstos nos arts. 30 e 31 da Lei nº

V I S T O S e discutidos estes autos de RECURSO ORDINÁRIO 9.656/98.

EM PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO, provenientes da MM.4ª As reclamadas, em peça de defesa apresentada conjuntamente (fls.

VARA DO TRABALHO DE FORTALEZA, em que é recorrente, 235/246) defendem que o reclamante aderiu ao plano de demissão

FRANCISCO JADAS DA SILVA, e recorrido,BANCO BRADESCO voluntária especial (PDVE) proposto, tendo sido desligado em razão

S.A. E BRADESCO SAÚDE S/A. desta adesão em 11/09/2017, estando explícito no item 7.4 do

Relatório dispensado nos termos do art. 852-I, da CLT, por se tratar Regulamento do PDVE que os empregados que aderissem ao

de processo submetido ao rito sumaríssimo. PDVE fariam jus ao plano de saúde pelo período máximo de 18

meses. Menciona, ainda, que a CCT da categoria dos bancários

também somente garante o Plano de Saúde aos funcionários

FUNDAMENTAÇÃO ATIVOS e aos demitidos sem justa causa em prazo limitado.

Acrescenta que o reclamante nunca pagou pelo plano de saúde,

haja vista que este benefício é concedido aos funcionários do Grupo

ADMISSIBILIDADE Bradesco na modalidade de CO- PARTICIPAÇÃO e não de

Preenchidos os pressupostos de admissibilidade, conheço do contribuição.

recurso interposto. Conforme consta no TRCT a parte obreira fora admitida junto ao

MÉRITO BEC (Banco do Estado do Ceará em 14/05/1981 e houve a rescisão

DA MANUTENÇÃO DE PLANO DE SAÚDE APÓS A EXTINÇÃO do contrato de trabalho por meio de adesão ao plano de demissão

DO CONTRATO DE TRABALHO. voluntária especial (PDVE) proposto, tendo sido desligado em razão

Trata-se de recurso ordinário (ID. 18E79a9) interposto pelo desta adesão em 11/09/2017. O reclamante contribuiu para o plano

reclamante, FRANCISCO JADAS DA SILVA, pleiteando que seja os de saúde FAMED desde a sua admissão até 2006.

seguintes pontos: Após o ano de 2006, com a extinção do BEC, que fora comprado

a) seja restabelecido o direito ao plano de saúde nos mesmos pelo Banco Bradesco S.A., o plano de saúde da reclamada fora

termos deferidos pela ilustrada Juíza da 4ª. vara, por ser o substituído, de forma impositiva e obrigatória pelo plano ''Bradesco

Recorrente portador de doença ocupacional, ficando a cargo do Saúde'', ocasião em que a parte obreira mesmo deixando de

recorrido os custos da manutenção do plano de saúde, ou então; contribuir diretamente passou a contribuir com a sua força de

b) que seja arbitrado em 1/3 (um terço) do valor da tabela trabalho, pois usufruía do plano na forma de coparticipação, como

apresentada pelo Recorrente acima, na mesma faixa etária do ex- um benefício pago pelo seu empregador. Assim, tem-se por

obreiro, como sendo o valor a ser repassado a BRADESCO SAÚDE caracterizado a efetiva contribuição direta do reclamante para

S/A, mensalmente, contribuição patronal e empregado, a fim de que manutenção de seu plano de saúde nos moldes do artigo 30 e 31

o reclamante e seus dependentes possam utilizar o PLANO DE da Lei 9.656/1998, fazendo jus a sua manutenção desde que o

SAÚDE e DENTAL nas mesmas condições que tinha antes da assuma integralmente, este é o entendimento consolidado da 01ª

ruptura (coparticipação, plano apartamento top), e no mesmo nível Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região:

dos empregados da ativa e na mesma faixa etária, por tempo Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região TRT-7 -1ª Turma -

indeterminado, nos termos do art. 31 da Lei 9.656/1998, ou então, RECURSO ORDINÁRIO : RO 00008278020175070006-06/06/2018

que o custeio integral como determina a Lei 9.656/98 seja com base -Fundamento:RECURSO ORDINÁRIO DOS RECLAMADOS.

nos valores repassados pelo Banco BRADESCO a BRADESCO MANUTENÇÃO DO PLANO DE SAÚDE APÓS A RUPTURA DO

SAÚDE, na mesma faixa etária do Recorrente/reclamante. PACTO LABORAL. LEI Nº.9.656/98. MANUTENÇÃO DA

Assiste-lhe razão. SENTENÇA DE ORIGEM.(...) a previsão da Lei9.656/98 é mais

O reclamante alega que manteve contrato de trabalho com o favorável ao recorrido, porque todo o período de contribuição

reclamado Banco Bradesco S/A no período de 14/05/1981 a do trabalhador para a FAMED, de 1982 a 2006, não pode ser

11/09/2017, sendo que foi admitido pelo Banco do Estado do Ceará desconsiderado pelo novo plano, posto que a seguradora

- BEC, ocorrendo a sucessão empresarial em 15/05/2006, quando anterior foi incorporada pela sucessora Bradesco Saúde S.A.,

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que abrigou a carteira de clientes do plano sucedido, de sorte a trabalho, nos quais se reconhece o direito à manutenção do Plano

manter não só as coberturas assistenciais do contribuinte de Saúde ainda que o desligamento da empresa tenha ocorrido por

como também absorveu o patrimônio contributivo de todo o meio de Plano de Demissão Voluntária (PDV), uma vez que não se

período do plano anterior.(grifamos) reconhece a validade de cláusulas normativas que suprimam

A 2ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região, direitos assegurados por lei, como é o caso da Lei nº 9656/98

coaduna com tal entendimento: (artigos 30 e 31), "in verbis":

Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região -2ª Turma- "AGRAVO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE

RECURSO ORDINÁRIO: RO 0000716-60.2017.5.07.0018 - REVISTA EM FACE DE DECISÃO PUBLICADA ANTES DA

19/02/2018 -Fundamento: (...)Ressalte-se, por oportuno, que a VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014. MANUTENÇÃO DO PLANO DE

seguradora FAMED também foi incorporada pela sucessora SAÚDE. APOSENTADO. DESLIGAMENTO POR PLANO DE

BRADESCO SAÚDE S/A, incluindo, a carteira de clientes do DEMISSÃO VOLUNTÁRIA (PDV). CLÁUSULA ABUSIVA EM

plano sucedido, de sorte a manter não só as coberturas DETRIMENTO DO EMPREGADO. LEI Nº 9.656/98. Constatado

assistenciais do contribuinte, como também absorveu o equívoco no despacho agravado, dá-se provimento ao agravo para

patrimônio contributivo de todo o período do plano anterior, determinar o processamento do agravo de instrumento. AGRAVO

sendo obrigado, por conseguinte, a considerar todo o período DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA EM FACE DE

de contribuição da trabalhadora, desde a sua admissão em DECISÃO PUBLICADA ANTES DA VIGÊNCIA DA LEI Nº

1982 até 2006. Assim sendo, uma vez preenchidos os 13.015/2014. MANUTENÇÃO DO PLANO DE SAÚDE.

requisitos do art. 30 e 31, da Lei nº 9.656/98, reforma-se a APOSENTADO. DESLIGAMENTO POR PLANO DE DEMISSÃO

sentença para assegurar à reclamante o restabelecimento do VOLUNTÁRIA (PDV). CLÁUSULA ABUSIVA EM DETRIMENTO DO

seuplano de saúdee de seus dependentes, nas mesmas EMPREGADO. LEI Nº 9.656/98. Agravo de instrumento a que se dá

condições de cobertura assistencial de que gozava quando da provimento para determinar o processamento do recurso de revista,

vigência do contrato de trabalho, mediante custeio integral das em face de haver sido demonstrada possível afronta ao artigo 31 da

mensalidades pela demandante devidas à seguradora Lei nº 9.656/98. RECURSO DE REVISTA EM FACE DE DECISÃO

Bradesco Saúde S.A. (grifado)." PUBLICADA ANTES DA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014.

........ NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. O exame dos autos

"Como explanado o reclamante de 1985 até 2006 contribuiu para o revela que a Corte a quo proferiu decisão completa, válida e

plano de saúde FAMED, tal plano permitia a manutenção do obreiro devidamente fundamentada, razão pela qual não prospera a

e seus dependentes no plano mesmo após sua dispensa ou alegada negativa de prestação jurisdicional. Recurso de revista de

aposentadoria." que não se conhece. MANUTENÇÃO DO PLANO DE SAÚDE.

Nessa esteira, aprofundando-se no sentido da norma em questão, APOSENTADO. DESLIGAMENTO POR PLANO DE DEMISSÃO

percebe-se que a intenção do legislador foi garantir que o ex- VOLUNTÁRIA (PDV). CLÁUSULA ABUSIVA EM DETRIMENTO DO

empregado, dispensado sem justa causa ou aposentado (no caso EMPREGADO. LEI Nº 9.656/98. Como é cediço, ao empregado

do art. 31), possa gozar dos benefícios do plano de saúde que aposentado é assegurado o direito à manutenção no plano de

possuía à época da vigência do contrato de trabalho, sendo saúde, nas mesmas condições de cobertura que usufruía quando

irrelevante o fato de que, àquela época, a reclamante não arcasse em atividade, desde que tenha contribuído integralmente, por no

integralmente com referidos custos. É que, se o empregador não mínimo dez anos, para o plano e assuma o seu pagamento integral.

descontava da parte obreira a contribuição mensal para No caso, são incontroversas as seguintes premissas fáticas: o autor

manutenção do plano de saúde, não o fazia por liberalidade e contribuiu com sua cota-parte do custeio do plano de saúde pelo

porque, na verdade, o empregado lhe retribuía mediante a prazo mínimo de dez anos (empregado arcava com 2% do salário

prestação de serviços. nominal e o empregador com o restante do custo); aposentou-se

Observa-se que o que a norma impõe é que, após extinto o vínculo por tempo de contribuição e a adesão ao PDV implicou rescisão do

empregatício, inclusive no caso de adesão à PDVE, deve o ex- contrato de trabalho; a reclamada manteve o convênio médico por

empregado assumir o pagamento integral do plano de saúde 90 dias (até 30/06/2009). Segundo entendimento desta Corte

contratado, desonerando a empresa de arcar com os custos dessa Superior, não se reconhece a validade de cláusulas normativas que

manutenção. suprimam direitos assegurados por lei, como é o caso da Lei nº

Nesse sentido, colacionam-se precedentes do Tribunal Superior do 9656/98 (artigos 30 e 31). Sendo assim, há que se reconhecer a

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abusividade da cláusula 5ª constante do acordo sobre a rescisão 1a8ce60):

contratual em detrimento do empregado. Recurso de revista de que "O reclamante alega que manteve contrato de trabalho com o

se conhece e a que se dá provimento". (TST, RR - 835- reclamado Banco Bradesco S/A no período de 14/05/1981 a

92.2011.5.02.0463, Relator Ministro: Cláudio Mascarenhas 11/09/2017, sendo que foi admitido pelo Banco do Estado do Ceará

Brandão, Data de Julgamento: 04/05/2016, 7ª Turma, Data de - BEC, ocorrendo a sucessão empresarial em 15/05/2006, quando

Publicação: DEJT 13/05/2016). passou a prestar serviços para o primeiro reclamado. Aduz o

"AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. I. demandante que era beneficiário de plano de saúde por mais de 10

MANUTENÇÃO DO PLANO DE SAÚDE. ADESÃO A PLANO DE (dez) anos e se encontra aposentado. Por isso, pede a manutenção

DEMISSÃO VOLUNTÁRIA. LEI 9.656/98. I. Não se divisa violação do citado benefício, nos moldes previstos nos arts. 30 e 31 da Lei nº

dos dispositivos legais apontados, porquanto o Tribunal Regional 9.656/98.

decidiu a controvérsia com base no disposto no art. 31 da Lei As reclamadas, em peça de defesa apresentada conjuntamente (fls.

9.656/98, que prevê o direito do empregado aposentado que 235/246) defendem que o reclamante aderiu ao plano de demissão

contribuiu por mais de dez anos à manutenção do mesmo Plano de voluntária especial (PDVE) proposto, tendo sido desligado em razão

Saúde de que era beneficiário. Assim, mantido pela empresa o desta adesão em 11/09/2017, estando explícito no item 7.4 do

Plano de Saúde para o qual o Reclamante vinha contribuindo, não Regulamento do PDVE que os empregados que aderissem ao

há amparo legal para que se exija a adesão a outro Plano de PDVE fariam jus ao plano de saúde pelo período máximo de 18

caráter privado. II. Ademais, quanto à existência de cláusula em meses. Menciona, ainda, que a CCT da categoria dos bancários

sentido contrário no PDV, o Tribunal registrou e concluiu também somente garante o Plano de Saúde aos funcionários

corretamente que "A r. Sentença julgou o pleito inicial procedente. ATIVOS e aos demitidos sem justa causa em prazo limitado.

Diante do preenchimento dos requisitos legais, o Recorrido teve o Acrescenta que o reclamante nunca pagou pelo plano de saúde,

convênio médico garantido até 31/03/2009. Por sua vez, a cláusula haja vista que este benefício é concedido aos funcionários do Grupo

nº 05 do acordo que gerou a rescisão do contrato de trabalho (fls. Bradesco na modalidade de CO- PARTICIPAÇÃO e não de

92) prevê que após 31/03/2009 o Recorrido poderia aderir ao plano contribuição.

de agregados Intermédica Sistema de Saúde Ltda., desde que À luz da legislação aplicável à espécie, extrai-se a improcedência

formalizasse o pedido em 30 dias do término do prazo supra. Houve dos pedidos formulados pelo reclamante. Explico.

manifestação do Reclamante em data posterior a 31/03/2009, em Incontroverso que o autor foi admitido em 14/05/1981 pelo antigo

24 de abril de 2009 (fls. 44/45) e 29 de abril de 2009 (fls. 46/91). Banco do Estado do Ceará - BEC S/A, incorporado pelo Banco

Considera-se, portanto, preenchidos os requisitos do art. 31 da lei nº reclamado em 15/05/2006, de onde foi desligado em 11/09/2017.

9.656/98, regulamentado pelo parágrafo 6º da Resolução CONSU Inconteste, ainda, que o reclamante aderiu voluntariamente ao

nº 21/99.-Agravo de instrumento a que se nega provimento". (TST, PDVE, não havendo qualquer alegação de vício ou coação, com

AIRR - 1390-46.2010.5.02.0463, Relator Desembargador formalização do TRCT entre as partes e a manutenção do plano de

Convocado: Paulo Américo Maia de Vasconcelos Filho, Data de saúde pelo período de 18 (dezoito) meses após o encerramento do

Julgamento: 01/10/2014, 6ª Turma, Data de Publicação: DEJT contrato. Incontroverso, inclusive, que o plano se dava em regime

10/10/2014). de coparticipação, não tendo o autor afirmado, em momento algum,

Dessa sorte, tem o reclamante razão, pelo que se reforma a que arcava com contribuições ordinárias mensais, independentes

sentença vergastada que julgou a reclamação improcedente no da utilização do plano.

sentido de que as reclamadas sejam compelidas a manter o plano Pois bem.

de saúde do reclamante, nas exatas condições em que gozava Apenas a título de esclarecimento, ressalto que após a incorporação

quando da vigência do contrato de trabalho, não obstante este do BEC pelo BRADESCO, houve a migração dos empregados do

assuma o seu pagamento integral. Banco sucedido para o novo plano de saúde (Bradesco Saúde)

Voto vencido do Exmo. Des. Relator CLAUDIO SOARES PIRES, contratado pelo sucessor.

nas partes em que fora vencido: A questão posta a lume encontra-se disciplinada pela Lei n.

MÉRITO 9.656/1998, que dispõe sobre os planos e seguros privados de

MANUTENÇÃO DE PLANO DE SAÚDE APÓS A EXTINÇÃO DO assistência à saúde.

CONTRATO DE TRABALHO. Conforme se depreende do art. 31, §1º da supramencionada lei, os

Apreciando o tema destacado, concluiu o juízo sentenciante (ID requisitos exigidos para a manutenção do benefício em questão são

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a contribuição para o plano de saúde durante 10 (dez) anos e o Registre-se, ademais, que os contracheques do reclamante,

custeio integral, pelo aposentado, após a sua jubilação. Vejamos: acostados às fls. 174/175, referentes aos meses de maio/2006,

Art. 31. Ao aposentado que contribuir para produtos de que tratam o junho/2006, março/2007 e abril/2007 (posteriores à incorporação do

inciso I e o § 1o do art. 1o desta Lei, em decorrência de vínculo BEC pelo BRADESCO) demonstram que este não pagava

empregatício, pelo prazo mínimo de dez anos, é assegurado o mensalmente parcela do plano de saúde. Portanto, não contribuía.

direito de manutenção como beneficiário, nas mesmas condições de Assim, inexistindo contribuição do reclamante, ainda que parcial, no

cobertura assistencial de que gozava quando da vigência do custeio do plano de saúde ofertado pelo empregador, não há como

contrato de trabalho, desde que assuma o seu pagamento integral. se assegurar ao mesmo tal benefício.

§ 1o Ao aposentado que contribuir para planos coletivos de Ressalto que tal entendimento é reforçado pelo teor do §1º do art.

assistência à saúde por período inferior ao estabelecido no caput é 6º da Resolução Normativa 279/2011 da Agência Nacional de

assegurado o direito de manutenção como beneficiário, à razão de Saúde, que, de forma definitiva, esclareceu que os direitos previstos

um ano para cada ano de contribuição, desde que assuma o nos arts. 30 e 31 da Lei 9.656/98, não se aplicam na hipótese de

pagamento integral do mesmo. planos privados de assistência à saúde em que ocorra apenas a

No entanto, em que pese o autor ter sido beneficiário do plano de coparticipação do empregado.

saúde disponibilizado pelo seu empregador por mais de 10 (dez) "Os direitos previstos nos arts. 30 e 31 da Lei nº 9.656, de 1998,

anos, o mesmo não contribuía, ao menos em parte, para o custeio não se aplicam na hipótese de planos

de tal benesse, vez que, conforme confessado na inicial, o plano era privados de assistência à saúde com característica de preço pós

integralmente custeado pelo empregador, ocorrendo apenas a estabelecido na modalidade de custo operacional, uma vez que a

coparticipação do empregado quando da utilização dos serviços, participação do empregado se dá apenas no pagamento de co-

fato que atrai a aplicação do §6º, do art. 30, da Lei 9.565/98, que participação ou franquia em procedimentos, como fator de

assim dispõe: moderação, na utilização dos serviços de assistência médica ou

Art. 30. Ao consumidor que contribuir para produtos de que tratam o odontológica".

inciso I e o § 1o do art. 1o desta Lei, em decorrência de vínculo Diante do impeditivo expressamente estabelecido na própria lei

empregatício, no caso de rescisão ou exoneração do contrato de utilizada como fundamento pelo reclamante, e considerando que

trabalho sem justa causa, é assegurado o direito de manter sua este, desde a petição inicial, informou que realizava apenas aportes

condição de beneficiário, nas mesmas condições de cobertura eventuais, quando da realização de procedimentos específicos,

assistencial de que gozava quando da vigência do contrato de outra alternativa não há, a não ser reconhecer que, ao menos para

trabalho, desde que assuma o seu pagamento integral. os fins desta lei, não se considera que o autor tenha contribuído

(...) com o custeio do plano. Se não contribuiu, na acepção da norma,

§ 6o Nos planos coletivos custeados integralmente pela empresa, não detém o direito de manter o plano nos moldes em que dele

não é considerada contribuição a co-participação do consumidor, usufruiu quando vigente o contrato de trabalho.

única e exclusivamente, em procedimentos, como fator de Nessa mesma linha de raciocínio, segue a jurisprudência do E. TRT

moderação, na utilização dos serviços de assistência médica ou 7ª Região/CE em casos semelhantes, em que figuram no polo

hospitalar.] passivo as instituições supracitadas:

Saliente-se, por oportuno, que a coparticipação possui natureza "MANUTENÇÃO DO PLANO DE SAÚDE APÓS A RUPTURA

jurídica diversa da contribuição mensal. Destina-se a coparticipação CONTRATUAL OU APOSENTADORIA. AUSÊNCIA DE

a atuar como um mecanismo de inibição do uso dos procedimentos CONTRIBUIÇÃO DO EMPREGADO. IMPOSSIBILIDADE. Nos

médicos hospitalares, por isso é tratado como fator moderador. A termos dos artigos 30 e 31, da Lei 9.656/1998, é necessário que o

Coparticipação somente é devida pelo usuário do plano de saúde empregado, para fazer jus à manutenção do plano de saúde após a

ou odontológico quando há a efetiva utilização do serviço médico ruptura contratual ou aposentadoria, tenha, durante a vigência do

hospitalar. Tal diferenciação entre as parcelas "contribuição" e contrato de trabalho, contribuído, ainda que parcialmente, para o

"coparticipação" é inclusive reconhecida pela Lei, que custeio do plano ofertado pela empregadora. Entretanto, a lei

expressamente no parágrafo sexto supratranscrito, giza que a ressalva que não se considera "contribuição do empregado" o valor

coparticipação em procedimentos de assistência médica não pago a título de coparticipação. A jurisprudência do C. TST já é

constitui contribuição do beneficiário para os efeitos do caput do art. firmada nesse sentido. E, no caso dos autos, restou incontroverso

30. que o plano de saúde ofertado pelo empregador era

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operacionalizado exatamente por meio de coparticipação, razão contrato de trabalho ou após a extinção deste, e os pedidos

pela qual a parte autora efetivamente não faz jus à manutenção do consectários, conforme requerido na inicial, por falta de amparo

plano, por qualquer período que seja." (Acórdão TRT 7ª Região-CE. legal, restando, por via de consequência, revogada a tutela de

RO-0001704-24.2016.5.07.0016. Rel. Desemb. FRANCISCO urgência deferida em ata de audiência (fls. 839/840)."

TARCISIO GUEDES LIMA VERDE JUNIOR, decisão publicada no O reclamante, ora recorrente, manifesta no presente recurso

DEJT, edição de 19/10/2018). ordinário o seu inconformismo, alegando, em síntese: que preenche

"RECURSO ORDINÁRIO DA RECLAMANTE. MANUTENÇÃO DO todos os requisitos ditados pela Lei 9.656/98 e pela Resolução

PLANO DE SAÚDE COLETIVO APÓS A RUPTURA DO PACTO Normativa nº 279, de 24/11/2011 da ANS; que contribuiu por mais

LABORAL. AUSÊNCIA DE CONTRIBUIÇÕES DO BENEFICIÁRIO de 10(dez) anos para o plano de saúde denominado no banco

PARA O CUSTEIO DO PLANO NO CURSO DA RELAÇÃO DE sucedido (BEC) como FAMED; que a partir de maio/2006

EMPREGO. COPARTICIPAÇÃO. INAPLICABILIDADE DO DIREITO unilateralmente o Banco Bradesco resolveu não mais descontar

DE PERMANÊNCIA PREVISTO NA LEI Nº. 9.656/98. REJEIÇÃO contribuição para o FAMED, passando o ex-obreiro a integrar o

DO PLEITO. MANUTENÇÃO DA SENTENÇA RECORRIDA.A plano de saúde denominado BRADESCO SAÚDE; que é portador

manutenção do plano de saúde do empregado aposentado ou de doença ocupacional, necessitando por tempo indeterminado de

dispensado sem justa causa, nos termos dos arts. 30 e 31 da Lei tratamento médico; que o fato de não ter contribuído mensalmente

9.656/98, pressupõe a realização de contribuição do obreiro para o para o plano de saúde e dental do BRADESCO SAÚDE S/A, não

custeio do plano por no mínimo 10 (dez) anos durante a vigência do afasta o límpido direito a manutenção do plano de saúde e dental,

contrato de trabalho, não sendo considerados contribuição os visto que a sua contribuição para o BRADESCO SAÚDE ocorria

descontos realizados apenas a título de coparticipação, nos termos indiretamente, em face da contraprestação laboral prestada ao

do § 6º do artigo 30 da retromencionada lei. Sentença mantida. Reclamado (Banco Bradesco), além do que tinha a coparticipação

Recurso conhecido e não provido." (Acórdão TRT 7ª Região-CE. mensal, quando da utilização do prefalado plano de saúde e dental.

RO-0001793-74.2016.5.07.0007. Relator. Desemb. EMMANUEL O recurso não alcança provimento.

TEOFILO FURTADO, decisão publicada no DEJT, edição de Em se tratando de processo submetido ao rito sumaríssimo, a

15/10/2018." confirmação da sentença pelos seus próprios fundamentos é o

Além do mais, impende salientar que é válida a rescisão contratual quanto basta para a plenitude da prestação jurisdicional. Inteligência

por adesão ao programa de desligamento voluntário (PDVE), do art. 895, § 1º, inciso IV, da CLT.

praticado pela empresa, quando não há prova ou indício concreto Esta é a hipótese do presente feito, porquanto as razões de decidir

de vício de consentimento, que fica definitivamente afastado diante expostas na sentença se mostram suficientes para a rejeição do

da assistência da entidade sindical, quer no momento da adesão, recurso interposto. Pela análise dos autos, verifica-se que a

quer no momento da homologação rescisória. sentença recorrida não carece de reparo, já que esquadrinhados

In casu, tendo o empregado aderido voluntariamente ao PDVE todos os aspectos abordados pela parte recorrente. Assim, diante

promovido pelo Banco, é de se reputar regularmente extinto o de tal circunstância, e considerando-se a disposição legal supra

contrato de trabalho a partir da data estipulada no acordo. Soa-me aludida, pede-se vênia para manter a decisão vergastada por seus

"estranho" o reclamante perseguir verbas/benesses que estejam próprios e jurídicos fundamentos.

consignadas no regulamento, previstas para se encerrar em breve. De toda sorte, calha acrescer, por oportuno, que examinei idêntica

Inobstante a ausência do regulamento do PDVE neste encadernado situação no Processo nº 0001789-73.2017.5.07.0016, que resultou

processual, a reclamada transcreveu o item 7.4 da supracitada a seguinte ementa:

norma exaustivamente na contestação. Analisando a peça "RECURSO ORDINÁRIO. PLANO DE SAÚDE CUSTEADO PELO

defensiva, verifico que referido item, que trata do plano de saúde e EMPREGADOR. MANUTENÇÃO APÓS A EXTINÇÃO DO

do desligamento voluntário, deixa claro que a benesse outrora CONTRATO DE TRABALHO. IMPOSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE

concedida (plano de saúde) iria se manter por no máximo 18 CONTRIBUIÇÃO. Em caso de plano de saúde integralmente

(dezoito) meses. E o descumprimento de referida norma não foi custeado pela banco reclamado, é incabível a sua manutenção

cogitado no presente feito, destaque-se. após o término do contrato de trabalho, valendo ressaltar que

Ante o exposto, à luz da prova que instruiu a presente demanda, descontos efetivados a título de coparticipação não são

torna-se impositivo indeferir o pedido para manutenção do referido considerados como contribuição, nos termos do artigo 30, § 6º, da

plano em favor da parte autora, nas condições existentes durante o Lei nº 9.656/98, que dispõe sobre planos e seguros privados de

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assistência à saúde. Recurso ordinário conhecido e improvido". o inciso I e o § 1o do art. 1o desta Lei, em decorrência de vínculo

(ACÓRDÃO - 0001789-73.2017.5.07.0016, Rel. Des. Claudio empregatício, pelo prazo mínimo de dez anos, é assegurado o

Soares Pires, 2ª Turma de Julgamento, Julgado em: 01 out. 2018, direito de manutenção como beneficiário, nas mesmas condições de

Publicado em: 02 out. 2018). cobertura assistencial de que gozava quando da vigência do

Esta 2ª Turma de Julgamento apreciou semelhante demanda, sob contrato de trabalho, desde que assuma o seu pagamento integral.

proficiente relatoria do Desembargador Antonio Marques § 1o Ao aposentado que contribuir para planos coletivos de

Cavalcante Filho, como deflui das razões contidas no Acórdão assistência à saúde por período inferior ao estabelecido no caput é

Processo nº RO - 0001277-36.2016.5.07. 0013: assegurado o direito de manutenção como beneficiário, à razão de

"Cinge-se a controvérsia em se saber se o ex-empregado um ano para cada ano de contribuição, desde que assuma o

aposentado, beneficiário de plano de saúde empresarial em regime pagamento integral do mesmo.

de coparticipação há mais de 10 anos, possui o direito de manter, § 2o Para gozo do direito assegurado neste artigo, observar-se-ão

após a rescisão imotivada de seu contrato, referida assistência. as mesmas condições estabelecidas nos §§ 2o, 3o, 4o, 5o e 6o do

O aclaramento da questão ora ventilada dá-se à luz do disposto no art. 30.

art. 30 e 31 da Lei nº. 9.656/98 e em sua norma regulamentadora, § 3o Para gozo do direito assegurado neste artigo, observar-se-ão

Resolução Normativa nº 279, artigos 2º e 6º, da ANS (Agência as mesmas condições estabelecidas nos §§ 2o e 4o do art. 30."

Nacional de Saúde Suplementar), abaixo reproduzidos: "Art. 2º Para os efeitos desta Resolução, considera-se:

"Art. 30. Ao consumidor que contribuir para produtos de que tratam I - contribuição: qualquer valor pago pelo empregado, inclusive com

o inciso I e o § 1o do art. 1o desta Lei, em decorrência de vínculo desconto em folha de pagamento, para custear parte ou a

empregatício, no caso de rescisão ou exoneração do contrato de integralidade da contraprestação pecuniária de seu plano privado de

trabalho sem justa causa, é assegurado o direito de manter sua assistência à saúde oferecido pelo empregador em decorrência de

condição de beneficiário, nas mesmas condições de cobertura vínculo empregatício, à exceção dos valores relacionados aos

assistencial de que gozava quando da vigência do contrato de dependentes e agregados e à co-participação ou franquia paga

trabalho, desde que assuma o seu pagamento integral. única e exclusivamente em procedimentos, como fator de

§ 1o O período de manutenção da condição de beneficiário a que se moderação, na utilização dos serviços de assistência médica ou

refere o caput será de um terço do tempo de permanência nos odontológica; (...)".

produtos de que tratam o inciso I e o § 1o do art. 1o, ou sucessores, "Art. 6º Para fins dos direitos previstos nos artigos 30 e 31 da Lei nº

com um mínimo assegurado de seis meses e um máximo de vinte e 9.656, de 1998, e observado o disposto no inciso I do artigo 2º

quatro meses. desta Resolução, também considera-se contribuição o pagamento

§ 2o A manutenção de que trata este artigo é extensiva, de valor fixo, conforme periodicidade contratada, assumido pelo

obrigatoriamente, a todo o grupo familiar inscrito quando da vigência empregado que foi incluído em outro plano privado de assistência à

do contrato de trabalho. saúde oferecido pelo empregador em substituição ao originalmente

§ 3o Em caso de morte do titular, o direito de permanência é disponibilizado sem a sua participação financeira.

assegurado aos dependentes cobertos pelo plano ou seguro § 1º Os direitos previstos nos artigos 30 e 31 da Lei nº 9.656, de

privado coletivo de assistência à saúde, nos termos do disposto 1998, não se aplicam na hipótese de planos privados de assistência

neste artigo. à saúde com característica de preço pós-estabelecido na

§ 4o O direito assegurado neste artigo não exclui vantagens obtidas modalidade de custo operacional, uma vez que a participação do

pelos empregados decorrentes de negociações coletivas de empregado se dá apenas no pagamento de coparticipação ou

trabalho. franquia em procedimentos, como fator de moderação, na utilização

§ 5o A condição prevista no caput deste artigo deixará de existir dos serviços de assistência médica ou odontológica.

quando da admissão do consumidor titular em novo emprego. Diante do acima exposto, infere-se, portanto, que o funcionário

§ 6o Nos planos coletivos custeados integralmente pela empresa, demitido ou exonerado sem justa causa bem como o aposentado

não é considerada contribuição a co-participação do consumidor, poderão permanecer no plano médico coletivo empresarial

única e exclusivamente, em procedimentos, como fator de usufruído quando da vigência do pacto laboral, desde que assumam

moderação, na utilização dos serviços de assistência médica ou as prestações antes imputadas ao empregador e tenham

hospitalar." contribuído para o aludido benefício.

"Art. 31. Ao aposentado que contribuir para produtos de que tratam Depreende-se ainda dos regramentos retro mencionados que a

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 584
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

coparticipação na utilização de serviços médicos e hospitalares não CONCLUSÃO DO VOTO

se confunde, para fins de aplicação dos direitos constantes dos

artigos 30 e 31 da lei 9.656/1998, com "contribuição", pagamento de

parte da mensalidade devida ao Plano de Saúde. Ante o exposto, voto pelo conhecimento do Recurso Ordinário e, no

Nesse mesmo sentido o entendimento do C.TST, in verbis: mérito, dar-lhe provimento, para assegurar ao reclamante o direito

Ementa: RECURSO DE REVISTA. CESSAÇÃO DO CONTRATO de manutenção do plano de saúde empresarial próprio e de seus

DE TRABALHO. APOSENTADORIA. MANUTENÇÃO DO PLANO dependentes, mediante custeio integral das mensalidades devidas à

DE SAÚDE COLETIVO DE AUTOGESTÃO. ELETROSUL. seguradora Bradesco Saúde S.A., nas mesmas condições de

DESCABIMENTO. Efetivamente os artigos 30 e 31 da Lei nº 9.656 cobertura assistencial de que gozava quando da vigência do

/98 garante a manutenção de plano de saúde pelo empregado após contrato de trabalho. Custas revertidas pelos reclamados.

a cessação do contrato de trabalho, desde que atendidos os

requisitos legais para tanto. O caso concreto, entretanto, guarda

uma peculiaridade revelada no acórdão regional, qual seja a de que DISPOSITIVO

o plano de saúde funciona no regime de autogestão sendo mantido

integralmente pela empregadora, contando ainda com

coparticipação nas despesas efetivamente realizadas, na proporção

de 80% pela reclamada e 20% pelos trabalhadores. Assim, não há

outra contribuição pelo trabalhador para o gozo do benefício,

tampouco se vislumbra a assunção integral do custeio do plano,

como exigido na legislação em comento. Desse modo, confirma-se

o acerto da conclusão do Regional no sentido de que

concretamente a pretensão de reclamante não se conforma à ACORDAM OS INTEGRANTES DA 2ª TURMA DO TRIBUNAL

hipótese legal de manutenção, após a cessação do contrato de REGIONAL DO TRABALHO DA 7ª REGIÃO, por unanimidade,

trabalho, de plano de saúde mantido pelo empregador, pois não se conhecer do Recurso Ordinário e, por maioria, dar-lhe provimento,

satisfaz a condição legal para tanto, relativa ao custeio integral do para assegurar ao reclamante o direito de manutenção do plano de

plano pelo interessado. Precedentes. Recurso de revista não saúde empresarial próprio e de seus dependentes, mediante custeio

conhecido. (TST - RECURSO DE REVISTA RR integral das mensalidades devidas à seguradora Bradesco Saúde

12676220145120032 (TST) Data de publicação: 19/02/2016". S.A., nas mesmas condições de cobertura assistencial de que

No caso dos autos, há comprovação inequívoca de haver o gozava quando da vigência do contrato de trabalho. Custas

empregador custeado integralmente o plano médico do autor e este revertidas pelos reclamados. Vencido o Desembargador Relator,

atuado apenas em coparticipação. que mantinha a sentença recorrida pelos seus próprios

Nesse compasso, restando ausente um dos requisitos essenciais fundamentos. Redigirá o acórdão o Desembargador Francisco José

para a manutenção do benefício assistencial fornecido pelo Gomes da Silva, com a integração do voto vencido.

empregador, qual seja, a contribuição assistencial por parte do Participaram do julgamento os Exmos. Srs. Desembargadores

empregado, inarredável a improcedência do pleito autoral." Francisco José Gomes da Silva (Presidente),Cláudio Soares Pires

Perfilho e adoto os fundamentos acima delineados como razão de (Relator) e Jefferson Quesado Júnior. Presente ainda o(a) Exmo(a).

improver o recurso do reclamante, mantendo a sentença recorrida Sr(a). membro do Ministério Público do Trabalho.

pelos seus próprios fundamentos. Fortaleza, 17 de fevereiro de 2020.

Ademais, como argumento acessório, forçoso frisar que o

recorrente aderiu ao plano de dispensa voluntária, em cujas

cláusulas de adesão se destaca a condição de transitoriedade da

manutenção do plano de saúde por prazo de 18 (dezoito) meses,

sendo certo que o descumprimento de referida norma não foi

cogitado no presente feito. FRANCISCO JOSÉ GOMES DA SILVA

Desembargador Relator designado

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 585
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assim, o pagamento, como extras, das sétima e oitava horas

trabalhadas.

FORTALEZA/CE, 04 de março de 2020. RELATÓRIO

ROMULO DE SOUSA FROTA

Diretor de Secretaria Mediante os termos sentenciais de ID 2942a8d, o MM. Juiz João

Carlos de Oliveira Uchoa, Titular da 15ª Vara do Trabalho de


Processo Nº ROT-0001300-05.2018.5.07.0015
Relator PAULO REGIS MACHADO BOTELHO Fortaleza, declarou a prescrição quinquenal das pretensões
RECORRENTE BANCO BRADESCO S.A. anteriores a 28/11/2013 e julgou parcialmente procedentes os
NELSON WILIANS ADVOGADO(OAB: 16599-A/CE)
FRATONI RODRIGUES pedidos formulados pela reclamante, Mônica de Souza Oliveira
RECORRENTE MONICA DE SOUZA OLIVEIRA Alves,para condenar o Banco Bradesco S/A a pagar: "a 7ª e 8ª hora
ALVES
JOSE AILSON REGO ADVOGADO(OAB: 6353/CE) por dia, acrescidas de 50%, e seus reflexos sobre repouso semanal
BALTAZAR
remunerado, incluindo-se sábados e feriados, férias + 1/3, 13º
RECORRIDO MONICA DE SOUZA OLIVEIRA
ALVES salário, FGTS + 40%, PLR e aviso prévio, utilizando-se no cálculo
JOSE AILSON REGO ADVOGADO(OAB: 6353/CE)
BALTAZAR respectivo o divisor 180, observada a evolução salarial integrada
RECORRIDO BANCO BRADESCO S.A. pelas rubricas ORDENADO + ATS INCORPORAÇÃO CCT +
NELSON WILIANS ADVOGADO(OAB: 16599-A/CE)
FRATONI RODRIGUES GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO CHEFIA + HORAS EXTRAS

INTEGRAÇÃO e os períodos efetivamente trabalhados; PLR de


Intimado(s)/Citado(s):
2017 na proporção de 8/12, compensado o valor recebido ao ensejo
- MONICA DE SOUZA OLIVEIRA ALVES
da rescisão (Id. 0982aa4), considerando no cálculo as seguintes

parcelas: "ORDENADO, ATS INCORPORAÇÃO CCT,

GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO CHEFIA, HORAS EXTRAS


PODER JUDICIÁRIO INTEGRAÇÃO + horas extras reclamadas e deferidas; honorários
JUSTIÇA DO TRABALHO advocatícios de 10%".

O Banco reclamado recorre ordinariamente (ID 1ad6712),

sustentando que a autora desempenhava função de confiança -


EMENTA
Gerente de Relacionamento Prime II - caracterizada por fidúcia

diferenciada, alçada de decisão superior à dos demais empregados

que lhe eram subordinados e percepção de gratificação em importe


EMENTA: BANCO BRADESCO. GERENTE DE
superior a um terço de seu salário, por isso estaria sujeita ao
RELACIONAMENTO PRIME II. NÃO-ENQUADRAMENTO NA
cumprimento de jornada de oito horas, nos termos do § 2º do artigo
EXCEÇÃO DO § 2º DO ART. 224 DA CLT. DIREITO A HORAS
224 da CLT.
EXTRAS. A excepcionalidade prevista no art. 224, § 2º da CLT,
Em caráter sucessivo, caso mantida a condenação nas horas
específica em relação à categoria dos bancários, é taxativa ao
extras, pede a compensação com o valor da gratificação recebida, a
permitir o extrapolamento da jornada máxima de seis horas para
observância da evolução salarial e das verbas salariais fixas e o
quem exercer funções de direção, gerência, fiscalização, chefia e
divisor 220 e que os sábados e feriados não sejam considerados no
equivalentes ou outros cargos de confiança e perceber gratificação
repouso semanal remunerado. Pleiteia, ainda, que a rubrica "Horas
não inferior a um terço do salário. No caso dos autos, entretanto, o
extras integração" não integre a base de cálculo das horas deferidas
conjunto probatório induz à convicção de que as atribuições de
e que não haja reflexos na Participação nos Lucros e Resultados
Gerente de Relacionamento Prime II, desempenhadas pela
(PLR).
reclamante, são meramente técnicas, desprovidas de elementos
Insurge-se, outrossim, contra a condenação no pagamento da PLR
que qualifiquem tal função como cargo de confiança. A gratificação
proporcional de 2017, que já teria sido devidamente quitada,
percebida pelo exercício das atribuições respectivas remunera
conforme documentação carreada aos autos.
apenas o trabalho exercido com maiores responsabilidades, mas
Na sequência, impugna a concessão de honorários em favor da
nem de longe serve para qualificá-la como de confiança. Impõe-se,

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parte reclamante, que não teria comprovado o preenchimento dos ensejo a abusos quanto à jornada de trabalho, sob o pálido

requisitos legais para a obtenção desse direito. argumento de que a função é de confiança e que, portanto, o

Finalmente, pugna pela aplicação de correção monetária segundo empregado bancário ocupante desse tipo de cargo não está sujeito

os índices da TR e que se façam as deduções fiscais e à carga horária especial de seis horas diárias.

previdenciárias. In casu, a reclamante/recorrente não tinha subordinados, não

A autora interpõe o Recurso Ordinário de ID 216e869, requerendo o comandava equipes, não tinha poder de mando, não tinha

pagamento integral da PLR de 2017, sob a alegação de que, uma procuração em nome do banco, não tinha autonomia para conceder

vez considerado o prazo de projeção do aviso prévio indenizado, o empréstimos, ou seja, era apenas um empregado comum.

termo de seu contrato de trabalho teria ocorrido apenas em O título de "Gerente de Relacionamento Prime II" é pomposo,

03/01/2018. entretanto não corresponde à realidade vivenciada pela autora, pois

A par disso, busca a aplicação de correção monetária pelo Índice de esta desenvolvia atividade meramente técnica, sem grau de fidúcia

Preços ao Consumidor Amplo - Especial (IPCA-E). especial, revelando retro referido título, apenas, uma tentativa

Contrarrazões, apenas do reclamado, no ID 3997ce3. frustrada de contornar o limite legal (seis horas), impondo-lhe uma

jornada de oito horas, sem remunerá-la para tal.

É o que se conclui ao exame do depoimento do próprio preposto,

FUNDAMENTAÇÃO conforme reprodução abaixo:

"Que a reclamante era Gerente de Relacionamento Prime, geria

uma carteira de clientes, fazia visitas, fazia contrato de empréstimo

1. ADMISSIBILIDADE e captação, fazia assessoria e consultoria aos clientes da carteira;

Atendidos os respectivos pressupostos legais, merecem que o empréstimo é autorizado pelo gerente geral; que a última

conhecimento ambos os Recursos. palavra no comitê de crédito é do gerente geral; que os caixas,

2. MÉRITO supervisores e assistentes são subordinados ao gerente geral,

2.1 RECURSO DO RECLAMADO gerente administrativo e gerente de relacionamento; que não é

2.1.1 DA SÉTIMA E OITAVA HORAS COMO EXTRAS. DO função do gerente de relacionamento fiscalizar o trabalho dos

ALEGADO EXERCÍCIO DE FUNÇÃO DE CONFIANÇA. caixas e supervisores, não sabendo informar se a reclamante o

Pretende o Bradesco a reforma da Sentença que o condenou ao fazia; que a avaliação do gerente assistente é feita pelo gerente

pagamento, como extras, das sétima e oitava horas laboradas, geral, também comunicando a este as suas ausências;que a

diariamente, pela reclamante, ao argumento de que o exercício do reclamante tinha alçada, como todos; que alçada são limites de

mister de Gerente de Relacionamento Prime II se caracterizava liberação, de acordo com a função; que as alçadas relacionam-se

como função de confiança, a justificar seu enquadramento no com operações feitas no caixa." (Ata ID 13d0a83; grifos inexistentes

parágrafo 2º do art. 224 da CLT. no original).

É cediço que a excepcionalidade prevista no art. 224 celetário, Os depoimentos das testemunhas indicadas pela reclamante e pelo

específica em relação à categoria dos bancários, é taxativa ao Banco seguem na mesma direção, como se pode ver a seguir:

permitir o extrapolamento da jornada máxima de seis horas para "Que trabalhou com a reclamante na Agência Prime Aldeota, que

quem exercer funções de direção, gerência, fiscalização, chefia e fica na Av. Santos Dumont; que a reclamante era Gerente de

equivalentes ou outros cargos de confiança e perceber gratificação Relacionamento Prime, fazia visitas comerciais, atendimento,

não inferior a 1/3 do salário. prospecção de abertura de contas; que a reclamante não tinha

Todavia, como é de óbvia sabença, hodiernamente, no mundo subordinados; que o gerente geral tem a palavra final no Comitê de

corporativo, prolifera o termo "gerente", acompanhado das mais Crédito; que os caixas, supervisores, auxiliares de serviços são

diversas qualificações (gerente de marketing; gerente de operação; subordinados ao gerente administrativo; que o gerente assistente é

gerente de tráfego; gerente de relacionamento; gerente de contas; subordinado ao gerente geral; que nunca viu a reclamante assinar

gerente comercial etc.), sem que, na realidade, o empregado assim cheque administrativo; que a reclamante tinha alçada para

denominado tenha um mínimo poder de decisão ou mesmo desbloqueio das operações no caixa; que não sabe informar o nível

autonomia e destaque, não passando de um trabalho meramente do cartão da reclamante, o da depoente era 85, como gerente

técnico-específico. assistente; que os níveis 85, 86 não significavam níveis

Ora, é evidente que esse tipo de estratégia patronal tem dado hierárquicos; que a reclamante tinha assinatura autorizada, ela não

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podia autorizar pagamento de cheque sem provisão de saldo; que a também comunicavam ao gerente geral; que a reclamante não tinha

reclamante não tinha poderes para punir empregados, nem para poderes para aplicar punição, não admitia nem demitia

demitir e admitir, não tinha acesso a informações sigilosas do empregados." (Ata ID 13d0a83; grifos inexistentes no original).

Banco." Dada a palavra ao patrono da reclamada: "Que o gerente O conjunto probatório acima transcrito permite formar convicção

geral fazia a divisão da demanda para os gerentes assistentes; que segura de que as atribuições de "Gerente de Relacionamento Prime

com autorização do gerente geral, o gerente de relacionamento II" são meramente técnicas, desprovidas de elementos que

apresentava demanda ao gerente assistente; que acredita que o qualifiquem tais funções como cargos de confiança.

cartão de acesso ao sistema da reclamante tinha um valor de A gratificação percebida pelo exercício das atribuições respectivas

desbloqueio superior ao do caixa; que na agência onde trabalho a remunera apenas o trabalho exercido com maiores

hierarquia era: gerente geral, gerente administrativo e os demais; responsabilidades, sem revelar grau de confiança destacada, como

que caixas e escriturários estavam no mesmo nível do Gerente de pretende fazer crer o Banco demandado e entendeu a Magistrada

Relacionamento Prime; que a reclamante não delegava demanda sentenciante, daí se ter por inadmissível o enquadramento do

para caixas e escriturários; ela participava do Comitê de Crédito, reclamante na excepcionalidade prevista no § 2º do artigo 224 da

caixas e escriturários não; que caixas e escriturários não faziam CLT.

prospecção de clientes." (Ata ID 13d0a83; grifos inexistentes no Pensar de forma diferente, data venia, serviria para incentivar o

original). demandado a criar outras denominações de gerente nas suas

"Que trabalhou com a reclamante, ela como gerente de agências, a ponto de chegar em determinado momento em que só

relacionamento e a depoente como gerente assistente; que recebia existirão empregados gerentes, fazendo letra morta da norma legal

pedidos e demandas por parte da reclamante, de quem era da jornada de seis horas.

subordinada; que a reclamante possuía assinatura autorizada; que Aliás, a Corte Superior da Justiça Laboral, em processos análogos,

a reclamante assinava contratos de abertura de contas juntamente movidos contra entidades bancárias, já se pronunciou no mesmo

com a gerente geral, caixas e escriturários não o faziam; que não sentido. Observe-se:

sabe dizer ao certo o nível do cartão da reclamante, mas era "AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA.

superior aos dos caixas; que quando o pedido de crédito do cliente PROCESSO SOB A ÉGIDE DA LEI 13.015/2014 E ANTERIOR À

é superior a alçada do gerente de relacionamento, a análise era LEI 13.467/2017. 1. MULTA DO ART. 523, §1º, DO CPC/2015

feita pelo próprio gerente de relacionamento; que a hierarquia era: (ART. 475-J DO CPC/1973). 2. BANCÁRIO. CARGO DE

gerente geral, gerente de relacionamento, gerente assistente, caixa CONFIANÇA. ART. 224, § 2º, DA CLT. CARACTERIZAÇÃO.

e escriturário; na área administrativa: gerente administrativo e MATÉRIA FÁTICA. SÚMULAS 102, I E 126/TST. 3. HORAS

supervisor; que a reclamante tinha acesso às informações EXTRAS. DIVISOR. AUSÊNCIA DE INTERESSE RECURSAL. 4.

confidenciais dos clientes e do banco; que a reclamante avaliava a DANO MORAL. VALOR DA INDENIZAÇÃO. O cargo de confiança

melhor garantia ser constituída; que acredita que a reclamante no Direito do Trabalho recebeu explícita tipificação legal, quer no

possuía a certificação AMBIMA, para poder atuar na área de padrão amplo do art. 62, II, da CLT, quer no tipo jurídico específico

investimento." Dada a palavra ao patrono do reclamante: "Que o bancário do art. 224, § 2º, da Consolidação. Para enquadrar o

gerente geral é quem autoriza a abertura de contas; que a liberação empregado nas disposições contidas no art. 224, § 2º, da CLT, é

de crédito pode ser feita pelo gerente de contas dentro da sua necessário ficar comprovado que ele exercia, efetivamente, as

alçada, acima só pelo gerente geral; que o gerente geral pode vetar funções aptas a caracterizar o cargo de confiança e, ainda, que elas

operação no limite da alçada do subordinado; que a palavra final no se revestiam de fidúcia especial, que extrapola aquela básica,

Comitê de Crédito é do gerente geral; que todos que trabalham na inerente a qualquer empregado. No caso concreto, o Tribunal

agência são subordinados ao gerente geral; que o gerente geral faz Regional, amparado no conjunto probatório produzido nos autos,

a avaliação de desempenho do gerente assistente; que no tempo concluiu que o Reclamante não se enquadra no art. 224, § 2º, da

que a reclamante trabalhou havia entre 7 a 5 gerentes de CLT. Para tanto, asseverou que: "No caso, o réu insiste que se

relacionamento; que os gerentes de relacionamento passavam desvencilhou de seu ônus. Porém, não é o que se extrai da prova

serviço para o assistente; que o gerente assistente era fiscalizado oral, a qual revela que o autor não contava com subordinados, não

pelos gerentes de relacionamento ou gerente geral, não havia um tinha alçada especial e tampouco poderes que o diferenciasse dos

critério específico; que quando o gerente assistente precisava se demais empregados". Acrescentou que "a prova oral não permite se

ausentar comunicava ao gerente geral, os caixas e supervisores reconheça que o autor contava com poderes que a diferenciavam

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dos demais empregados, mostra-se correta a sentença na parte em do art. 373, II, do CPC. Não se tem por comprovado o exercício da

que não reconheceu seu enquadramento na exceção do artigo 224, função de confiança a que se refere o art. 224, § 2º, da CLT

§ 2º, da CLT". Diante desses dados fáticos, constata-se que o (Súmula 102/TST), quando revelam as provas dos autos, todavia,

Reclamante não ocupava típico cargo de confiança bancário, nos tarefas corriqueiras acometidas à obreira, sem qualquer fidúcia.

moldes do art. 224, § 2º, da CLT, pois ficou comprovado que as (...)." (TRT-7 - RO: 00010708020155070010, Relator: CLAUDIO

funções exercidas delineavam-se como meramente técnicas, sem SOARES PIRES, Data de Julgamento: 17/09/2018, Data de

maiores poderes ou mesmo responsabilidades que demandassem Publicação: 17/09/2018).

maior grau de fidúcia. Para que se pudesse chegar, se fosse o "FUNÇÃO DE CONFIANÇA NÃO CARACTERIZADA - HORAS

caso, a conclusão fática diversa, seria necessário o revolvimento do EXTRAS DEVIDAS. Apesar de o autor laborar 08 (oito) horas

conteúdo fático-probatório constante dos autos, o que fica diárias e perceber gratificação pelo exercício da função de Gerente,

inviabilizado nesta instância recursal, nos termos das Súmulas 102, superior a 1/3 do salário do cargo efetivo, não há que se enquadrar

I e 126/TST. Agravo de instrumento desprovido." (AIRR - 522- o caso da presente lide na exceção do § 2º do art. 224, da CLT, vez

50.2014.5.09.0005, Relator Ministro: Mauricio Godinho Delgado, que não restou comprovada nos autos qualquer relação entre as

Data de Julgamento: 18/12/2018, 3ª Turma, Data de Publicação: atividades por ele desempenhadas e aquelas típicas dos que

DEJT 07/01/2019). exercem a chefia ou postos de comando." (TRT-7 - RO:

"RECURSO DO BANCO SANTANDER S.A. - CARGO DE 00002101920145070009, Relator: JEFFERSON QUESADO

CONFIANÇA - ART. 62, II, DA CLT - ART. 224, § 2º, DA CLT. O JUNIOR, Data de Julgamento: 22/01/2018, Data de Publicação:

Tribunal Regional, alicerçado na avaliação dos depoimentos 23/01/2018).

testemunhais, registrou quadro fático segundo o qual o reclamante Destarte, merece confirmação a r. Sentença recorrida, que deferiu o

"não possuía poderes para liberar ou realizar operações com total pagamento, como extras, das sétima e oitava horas trabalhadas,

autonomia, tampouco praticar atos isoladamente, sem qualquer relativamente ao lapso temporal a salvo da prescrição quinquenal.

autorização colegiada ou superior". Concluiu que o reclamante não Frise-se a insubsistência do pleito recursal de se efetuar a

dispunha de poderes diferenciados em relação aos demais compensação da gratificação de função paga à autora com as horas

empregados, razão pela qual afastou o enquadramento nos cargos extras aqui ratificadas, haja vista que referido adicional

de confiança previstos nos art. 62, II, da CLT e 224, § 2º, da CLT. estipendiário, percebido em razão do exercício das atribuições de

Diante dessas premissas fáticas, insuscetíveis de reapreciação em Gerente de Relacionamento, remunerava, apenas, o trabalho

sede extraordinária, não há como se vislumbrar contrariedade à exercido com maiores responsabilidades, não o excesso de jornada.

Súmula nº 287 do TST, que trata da presunção juris tantum dos O divisor a ser aplicado para o cálculo das horas extras é,

poderes de gestão do gerente geral de agência que, no caso, restou efetivamente, 180, em razão do direito da autora à jornada de

afastada pela prova produzida nos autos. Igualmente em relação ao trabalho de seis horas diárias, conforme decidiu o Colendo Tribunal

cargo de confiança previsto no art. 224, § 2º, da CLT, registrado Superior do Trabalho, em sede de Incidente de Recursos

pelo Tribunal Regional que não havia diferenciação de poderes Repetitivos (Processo nº 0000849-83.2013.5.03.0138).

entre o reclamante e os demais empregados no exercício das suas De se esclarecer que a habitualidade da extrapolação de jornada

atribuições, o conhecimento do recurso de revista esbarra no óbice impõe que se defiram os reflexos legais, inclusive sobre o repouso

da Súmula nº 102, I, do TST. Recurso de revista não conhecido. semanal remunerado, que abrange sábados, domingos e feriados,

(...)." (RR - 681-55.2011.5.02.0049, Relator Ministro: Luiz Philippe conforme assentado na Sentença de origem.

Vieira de Mello Filho, Data de Julgamento: 31/08/2016, 7ª Turma, Destaque-se que o § 1º da Cláusula Oitava da CCT 2016/2018 da

Data de Publicação: DEJT 09/09/2016). Categoria Profissional da reclamante, assim como nas normas

Há precedentes, também, neste Regional, conforme exemplificado coletivas anteriores, dispõe, literalmente, que as horas

abaixo: extraordinárias, "quando prestadas durante toda a semana anterior,

"RECURSO ORDINÁRIO. 1 - RECURSO DA PARTE RECLAMADA. os bancos pagarão, também, o valor correspondente ao repouso

1.1 - HORAS EXTRAS. CARGO DE CONFIANÇA. ARTIGO 224, § semanal remunerado, inclusive sábados e feriados" (ID 68c9fdf,

2º DA CLT. CARGO DENOMINADO CHEFE DE SERVIÇOS pág. 06).

BANCÁRIOS. Ao defender o exercício de tarefas suficientes para o Portanto, não se há cogitar da incidência do teor da Súmula 113 do

enquadramento do empregado no § 2º do art. 224 da CLT, atrai o C. TST, mantendo-se, portanto, a Decisão de Primeiro Grau nesse

patrão o ônus da prova, consoante inteligência do art. 818 da CLT e tocante.

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Quanto ao pleito de que seja observada a evolução salarial, nada se em cumprimento ao disposto na Cláusula 1ª da CCT de 2016/2017

tem a apreciar, vez que assim já determinado na Sentença. (doc. ID 75aa720, pág. 02).

Não procede a insurgência recursal, também, no que tange à É fato que o termo rescisório contém pagamento de PLR, no

composição da base de cálculo das horas extras deferidas. entanto inexiste qualquer risco de pagamento a maior ou em

A CCT da categoria estabelece, no parágrafo segundo da Cláusula duplicidade, uma vez que a Sentença teve a prudência de condenar

8ª, que o valor da hora extra será calculado tomando por base "o nessa verba, mas autorizar, de logo, a devida compensação de

somatório de todas as verbas salariais fixas, entre outras, ordenado, valores adimplidos ao mesmo título.

adicional por tempo de serviço, gratificação de caixa e gratificação Portanto, nega-se provimento ao Recurso nesse particular.

de compensador" (doc. ID 68c9fdf, pág. 06). 2.1.3 Dos honorários advocatícios

A Sentença recorrida, acertadamente, determinou a inclusão, nessa Incensurável a concessão de honorários sucumbenciais em favor

base de cálculo, da rubrica "Gratificação de Função Chefia", dos patronos da autora.

merecendo endosso esse entendimento, posto constituir parcela Consoante os termos do art. 6º da Instrução Normativa nº 41/2018

percebida por prolongado período do contrato de trabalho que do Colendo TST, a condenação em honorários advocatícios

ostenta natureza jurídica semelhante à das gratificações sucumbenciais, prevista no art. 791-A da CLT, será aplicável,

expressamente nominadas na norma coletiva acima referida, à qual, apenas, às ações propostas após 11 de novembro de 2017, data

portanto, não se justifica que seja conferido tratamento distinto. em que passou a viger a Lei nº 13.467/2017 (Reforma Trabalhista),

Em assim, de se mantê-la na base de cálculo das horas que incluiu referido dispositivo legal ao Diploma Consolidado.

extraordinárias. É a hipótese dos autos, em tendo sido ajuizada a vertente

Por outro viés, há que se extirpar do condenatório a repercussão Reclamatória em 28/11/2018.

sobre a PLR, verba que é inteiramente desvinculada da Nesse compasso, observando-se o grau de zelo do profissional

remuneração, consoante prescreve a Constituição Federal. (acompanhamento do reclamante em audiência, prática de atos

Não prospera, no entanto, o pleito de exclusão da rubrica "Horas processuais tempestivos etc.), o lugar de prestação do serviço, a

extras integração". natureza e a importância da causa, o trabalho realizado e o tempo

Trata-se de vantagem que a reclamante já percebia quando de seu exigido para o seu serviço, inclusive com atuação no segundo grau,

vínculo empregatício com o Banco do Estado do Ceará - BEC, tem-se por cabível e justa a condenação do reclamado ao

posteriormente adquirido pelo Bradesco, sendo denominada pagamento da verba em apreço, no índice arbitrado na Sentença.

originalmente de "Prorr. Expediente Diurno" e remunerando as Registre-se ser improcedente a pretensão do Banco de ver

sétima e oitava horas trabalhadas. condenada a autora a lhe pagar honorários de advogado.

Ao suceder o BEC, o ora recorrente manteve essa verba, porém É que a ela fora deferida a gratuidade da Justiça, que compreende,

designando-a como "Horas extras integração". dentre outros benefícios, a isenção do pagamento de honorários

Nesse contexto, inafastável a ilação de que se trata de parcela advocatícios (inciso VI do § 1º do art. 98 do CPC).

salarial fixa da autora, eis que percebida de forma habitual e Evidentemente, as condições exigidas para a concessão da

ininterrupta, durante mais de vinte anos. supracitada garantia, de patamar, aliás, constitucional (inciso LXXIV

Em suma, acolhe-se parcialmente o apelo do Bradesco, no do artigo 5º da Constituição Federal), são aquelas demonstradas

concernente às horas extras, para os fins de excluir da base de quando do ajuizamento da Ação ou do respectivo requerimento e,

cálculo a "Gratificação de Função Chefia" e retirar da condenação uma vez tidas por provadas pelo Órgão Julgador, faz jus a parte

os reflexos sobre a PLR. requerente à integralidade dos benefícios assegurados em lei, sob

2.1.2 Da PLR proporcional de 2017 pena de se erigir obstáculo ao livre acesso à Justiça.

A Sentença deferiu à reclamante o pagamento da PLR de 2017, na Nesse contexto, uma vez sendo a reclamante, repita-se, beneficiário

proporção de 8/12, autorizando a compensação do valor recebido da gratuidade judiciária, mostra-se incompatível qualquer

ao ensejo de sua rescisão contratual. determinação de pagamento de despesas processuais,

O Banco recorrente alega haver quitado regularmente essa verba, principalmente as que venham a impedir ou dificultar que as

apontando como prova o contracheque do mês de fevereiro de 2017 pessoas sem recursos financeiros tenham acesso ao Judiciário,

e o termo rescisório. para resolverem suas demandas de forma civilizada, quando se

Todavia, o valor pago constante do referido contracheque sentirem lesadas em seus direitos.

corresponde à PLR de 2016, que é quitada nesse mês de fevereiro, Destarte, nega-se provimento ao apelo do reclamado, uma vez

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mais. não prestou efetivamente serviços, motivo pelo qual não contribuiu

2.1.4 Do índice de correção monetária e dos descontos fiscais e para a obtenção dos resultados positivos da empresa. Ocorre que

previdenciários este colendo Tribunal Superior do Trabalho já decidiu

Por se tratar de matéria que é objeto do Recurso Ordinário reiteradamente no sentido contrário, ou seja, de que o aviso prévio

interposto pela reclamante, deixa-se para discutir a correção indenizado integra o contrato de trabalho para todos os efeitos, nos

monetária quando do exame meritório desta insurgência. termos do artigo 487, § 1º, da CLT e da Orientação Jurisprudencial

Consigne-se, no que tange às deduções a título de imposto de nº 82 da SBDI-1, inclusive para o pagamento proporcional da

renda e contribuições previdenciárias, que tais já foram participação nos lucros e resultados. Recurso de revista de que se

devidamente ordenadas no dispositivo sentencial, nada se tendo a conhece e a que se dá provimento" (ARR-10070-

aduzir. 90.2015.5.12.0002, 4ª Turma, Relator Ministro Guilherme Augusto

2.2 RECURSO DA RECLAMANTE Caputo Bastos, DEJT 29/11/2019).

2.2.1 Do pedido de pagamento integral da PLR de 2017 "(...) RECURSO DE REVISTA DA RECLAMADA. LEI 13.467/2017.

A reclamante persegue o pagamento da integralidade da PLR do PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E RESULTADOS SOBRE

ano de 2017, ao argumento de que seu contrato de trabalho, PROJEÇÃO DO AVISO PRÉVIO INDENIZADO.

considerando-se o prazo de projeção do aviso prévio indenizado, TRANSCENDÊNCIA. O processamento do recurso de revista na

somente se encerrou em 03/01/2018, restando, pois, abrangido todo vigência da Lei 13.467/2017 exige que a causa ofereça

o exercício de 2017. transcendência com relação aos reflexos gerais de natureza

Assiste-lhe razão. econômica, política, social ou jurídica, a qual deve ser analisada de

Sabe-se, à luz do § 1º do art. 487 da CLT, que o aviso prévio, ainda ofício e previamente pelo Relator (artigos 896-A, da CLT, 246 e 247

que indenizado, integra o tempo de serviço do empregado para do RITST). A pretensão deduzida na causa é a exclusão do

todos os efeitos legais. pagamento proporcional da participação nos lucros e resultados

Cumpre lembrar, ademais, a OJ 82 da SBDI-1 do Colendo TST, referente ao exercício de 2014. O Eg. TRT decidiu que o período de

segundo a qual "A data de saída a ser anotada na CTPS deve aviso prévio integra o tempo de serviço para todos os efeitos legais,

corresponder à do término do prazo do aviso prévio, ainda que não existindo distinção entre o aviso prévio trabalhado e o

indenizado." indenizado, razão pela qual consignou que o reclamante tinha

Dito isso, é seguro concluir que o cálculo da PLR deve levar em direito a PLR do exercício de 2014 de forma proporcional. A decisão

consideração todo o período do contrato, inclusive o ficto decorrente recorrida guarda consonância com a jurisprudência desta c. Corte,

da projeção do aviso prévio, que é tido como se trabalhado fosse. que firmou o entendimento de que o aviso prévio, ainda que

Nessa direção tem decidido, reiteradamente, o Colendo TST, indenizado, integra o tempo de serviço do empregado para todos os

conforme ementas abaixo: efeitos. A matéria debatida não possui transcendência econômica,

"(...) 2. INTEGRAÇÃO E PROJEÇÃO DO AVISO PRÉVIO política, jurídica ou social. Transcendência não reconhecida.

INDENIZADO PARA EFEITO DE CÁLCULO DA PLR. O aviso Recurso de revista de que não se conhece" (ARR-11238-

prévio, ainda que indenizado, integra o tempo de serviço, projetando 04.2015.5.03.0027, 6ª Turma, Relatora Desembargadora

o contrato de trabalho até o final de seu período, inclusive para o Convocada Cilene Ferreira Amaro Santos, DEJT 07/06/2019).

cômputo da parcela PLR. Inteligência da Orientação Jurisprudencial "AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA.

82 da SBDI-1 do TST. Recurso de revista conhecido e provido" APELO INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI N.º 13.105/2015

(ARR-201-53.2015.5.03.0035, 3ª Turma, Relator Ministro Alberto (NOVO CPC). PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E RESULTADOS

Luiz Bresciani de Fontan Pereira, DEJT 06/12/2019). (PLR). INCIDÊNCIA SOBRE O AVISO PRÉVIO INDENIZADO.

"(...) RECURSO DE REVISTA. PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E POSSIBILIDADE. Cinge-se a controvérsia a saber se é possível a

RESULTADOS. PAGAMENTO PROPORCIONAL. PROJEÇÃO DO parcela PLR incidir sobre o aviso prévio indenizado. O Regional

AVISO PRÉVIO INDENIZADO. PROVIMENTO. O egrégio Tribunal deferiu o pagamento das diferenças do valor da Participação nos

Regional do Trabalho concluiu que não se justifica a consideração Lucros e Resultados do ano de 2015 sobre o aviso prévio

do aviso prévio indenizado no cômputo da participação nos lucros e indenizado. Incensurável a decisão. Com efeito, na forma do artigo

resultados proporcional. Partiu da premissa de que, embora o aviso 487, parágrafo 1.º, da CLT, o aviso prévio, ainda que indenizado,

prévio indenizado integre, por ficção legal, o tempo de serviço, não integra o tempo de serviço do empregado para todos os efeitos

há como deixar de reconhecer que, neste período, o trabalhador legais. De outra parte, na diretriz da Orientação Jurisprudencial nº

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82 da SBDI-1, "A data de saída a ser anotada na CTPS deve declaração opostos contra o Acórdão que dirimira a ArgInc nº 479-

corresponder à do término do prazo do aviso prévio, ainda que 60.2011.5.04.0231, publicado em 30/6/2017, modularam-se os

indenizado.". E, a par das alegações recursais, não se constata a efeitos do retro citado Aresto para fixar como fator de correção dos

violação do art. 7º, inciso XXVI, da Constituição Federal, pois o débitos trabalhistas a Taxa TR (índice oficial da remuneração básica

Regional não negou validade à norma coletiva, mas, tão somente, da caderneta de poupança), até 24/3/2015, e o IPCA-E (Índice de

concluiu que o autor preencheu o requisito temporal previsto na Preços ao Consumidor Amplo Especial), a partir de 25/3/2015, na

norma coletiva, em razão da devida projeção do aviso prévio forma deliberada pelo Colendo Supremo Tribunal Federal.

indenizado. Desse modo, estando a decisão revisanda em sintonia De se registrar, ainda, que a Reclamação nº 22.012/RS, onde

com a indigitada OJ, cuja aplicação às hipóteses como a dos autos deferida liminar suspensiva dos efeitos do Decisum proferido pelo

é reconhecida pela remansosa jurisprudência desta Corte, a Revista TST nos autos da ArgInc nº 479-60.2011.5.04.0231, fora julgada

encontra obstáculo no § 7.º do art. 896 da CLT e na Súmula nº 333 improcedente pelo STF, conforme síntese jurisprudencial abaixo

deste Tribunal. Agravo de Instrumento conhecido e não provido." reproduzida:

(AIRR-928-28.2016.5.10.0020, 1ª Turma, Relator Ministro Luiz José "RECLAMAÇÃO. APLICAÇÃO DE ÍNDICE DE CORREÇÃO DE

Dezena da Silva, DEJT 15/03/2019). DÉBITOS TRABALHISTAS. TR. AUSÊNCIA DE IDENTIDADE

Destarte, acolhe-se a insurgência da reclamante, a fim de MATERIAL ENTRE OS FUNDAMENTOS DO ATO RECLAMADO E

determinar que a PLR de 2017 seja paga de forma integral, O QUE FOI EFETIVAMENTE DECIDIDO NAS ADIS 4.357/DF E

mantida, naturalmente, a compensação do importe pago, a esse 4.425/DF. NÃO CABIMENTO DA RECLAMAÇÃO. ATUAÇÃO DO

título, no termo rescisório. TST DENTRO DO LIMITE CONSTITUCIONAL QUE LHE É

2.2.2 Do índice de correção monetária ATRIBUÍDO. RECLAMAÇÃO IMPROCEDENTE.

Pleiteia a autora que se aplique ao cálculo liquidatório, como índice I - A decisão reclamada afastou a aplicação da TR como índice de

de atualização monetária, o IPCA-E. correção monetária nos débitos trabalhistas, determinando a

A razão lhe acompanha, mas apenas em parte. utilização do IPCA em seu lugar, questão que não foi objeto de

É cediço que o Supremo Tribunal Federal, nos autos da ADI nº deliberação desta Suprema Corte no julgamento das Ações Diretas

4.357/DF, declarou, nos termos do voto do Ministro Relator Ayres de Inconstitucionalidade 4.357/DF e 4.425/DF, não possuindo,

Britto, "a inconstitucionalidade da expressão "na data de expedição portanto, a aderência estrita com os arestos tidos por

do precatório", contida no § 2º; os §§ 9º e 10; e das expressões desrespeitados.

"índice oficial de remuneração básica da caderneta de poupança" e II - Apesar da ausência de identidade material entre os fundamentos

"independentemente de sua natureza", constantes do § 12, todos do ato reclamado e o que foi efetivamente decidido na ação direta

dispositivos do art. 100 da CF, com a redação dada pela EC nº de inconstitucionalidade apontada como paradigma, o decisum ora

62/2009", afastando, assim, a aplicação da Taxa Referencial - TR, o impugnado está em consonância com a ratio decidendi da

que culminou com a inconstitucionalidade por arrastamento do art. orientação jurisprudencial desta Suprema Corte.

1º-F da Lei nº 9.494, com a redação dada pelo art. 5º da Lei nº III - Reclamação improcedente." (DATA DE PUBLICAÇÃO DJE

11.960, de 29/06/2009. 27/02/2018 - ATA Nº 17/2018. DJE nº 37, divulgado em

Em decorrência da referida decisão do STF, o Pleno do TST, ao 26/02/2018).

apreciar a Arguição de Inconstitucionalidade nº 479- Oportuno, também, transcrever recentes manifestações

60.2011.5.04.0231, suscitada pelo Min. Cláudio Mascarenhas jurisprudenciais emanadas do Colendo TST sobre a temática ora

Brandão, por sua vez, declarou a inconstitucionalidade por sob exame:

arrastamento da expressão "equivalente à TRD" presente no art. 39, "AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA.

caput, da Lei nº 8.177/91 e, dando interpretação conforme a EXECUÇÃO. CORREÇÃO MONETÁRIA DOS CRÉDITOS

Constituição ao restante da norma, definiu como índice de TRABALHISTAS. ÍNDICE APLICÁVEL. Consoante entendimento

atualização monetária dos créditos trabalhistas na Justiça do adotado pela 8ª Turma, com base na decisão do Tribunal Pleno

Trabalho o IPCA-E (Índice de Preços ao Consumidor Amplo desta Corte Superior (TST - ArgInc - 479-60.2011.5.04.0231 e ED -

Especial) a partir de 30.06.2009, quando entrou em vigor a Lei nº ArgInc - 479-60.2011.5.04.0231), na correção dos créditos

11.960/2009, que acrescentou o art. 1º-F à Lei nº 9.494/1997, o qual trabalhistas, aplica-se a TR até 24/3/2015 e o IPCA a partir de

foi declarado inconstitucional pelo STF. 25/3/2015. Esta Turma considera, ainda, entendimento a que me

Posteriormente, na sessão de julgamento dos embargos de submeto por disciplina judiciária, que o art. 879, § 7º, da CLT perdeu

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a sua eficácia normativa, em face da declaração de Frise-se, por relevante, que o § 7º do art. 879 da CLT, com a

inconstitucionalidade parcial do art. 39 da Lei nº 8.177/91, na redação conferida pela Lei nº 13.467/17, perdera sua eficácia

medida em que o dispositivo da legislação esparsa conferia normativa, por se reportar ao critério de atualização monetária

conteúdo à norma da CLT, tendo em vista a adoção de fórmula previsto na Lei nº 8.177/91, que foi declarado inconstitucional pelo

remissiva pelo legislador. Agravo de instrumento conhecido e não Tribunal Pleno do TST, em observância à decisão do Excelso STF.

provido." (Processo: AIRR-AIRR - 20019-18.2013.5.04.0751 Data É o seguinte o teor do supra referido dispositivo celetário:

de Julgamento: 27/02/2019, Relatora Ministra: Dora Maria da Costa, "Art. 879 - Sendo ilíquida a sentença exeqüenda, ordenar-se-á,

8ª Turma, Data de Publicação: DEJT 01/03/2019). previamente, a sua liquidação, que poderá ser feita por cálculo, por

"AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA arbitramento ou por artigos.

INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DAS LEIS Nos 13.015/2014 E (...)

13.105/2015 E ANTES DA VIGÊNCIA DA LEI No 13.467/2017 - § 7º A atualização dos créditos decorrentes de condenação judicial

DESCABIMENTO. EXECUÇÃO. 1. CORREÇÃO MONETÁRIA DE será feita pela Taxa Referencial (TR), divulgada pelo Banco Central

DÉBITOS TRABALHISTAS. IPCA-E. DECISÃO DO TRIBUNAL do Brasil, conforme a Lei nº 8.177, de 1º de março de 1991."

PLENO DO TST. TEMA 810. REPERCUSSÃO GERAL Em assim, de se acolher parcialmente a insurgência obreira, para o

RECONHECIDA PELO STF. JULGAMENTO DEFINITIVO DO STF fim de estabelecer como fator de correção dos débitos trabalhistas a

NA RECLAMAÇÃO Nº 22012/RS. 1.1. O Pleno do TST, por meio da Taxa TR (índice oficial da remuneração básica da caderneta de

Arguição de Inconstitucionalidade nº 479-60.2011.5.04.0231, poupança) até 24/3/2015, e o IPCA-E (Índice de Preços ao

declarou inconstitucional a expressão "equivalentes à TRD", inscrita Consumidor Amplo Especial) a partir de 25/3/2015.

no art. 39, "caput", da Lei n° 8.177/91, aplicando a técnica de

interpretação conforme a Constituição para o texto remanescente

da norma impugnada. Definiu, ainda, a variação do Índice de Preços CONCLUSÃO DO VOTO

ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E) como fator de atualização

a ser utilizado na tabela de atualização monetária dos débitos

trabalhistas na Justiça do Trabalho. 1.2. No julgamento definitivo da Conhecer de ambos os Recursos e dar-lhes parcial provimento: ao

Reclamação 22012 MC/RS, contra a decisão do Pleno desta Corte, do reclamado, para excluir da condenação os reflexos de horas

o STF concluiu que "o conteúdo das decisões que determinam a extras sobre a PLR; e ao do reclamante, para determinar que a PLR

utilização de índice diverso da TR para atualização monetária dos de 2017 seja paga de forma integral, mantida a compensação do

débitos trabalhistas não possui aderência com o decidido pelo STF importe pago, a esse título, no termo rescisório, e estabelecer como

nas duas ADIs". 1.3. A decisão é corroborada pelo julgado proferido fator de correção dos débitos trabalhistas a Taxa TR até 24/3/2015

pelo excelso Supremo Tribunal Federal, no RE nº 870.947 RG/SE, e o IPCA-E a partir de 25/3/2015. Outrossim, manter o valor

com repercussão geral, publicada no DJe de 20.11.2017, no qual se arbitrado à condenação na Sentença.

considerou inconstitucional a atualização monetária das

condenações impostas à Fazenda Pública segundo a remuneração

oficial da caderneta de poupança, prevista no art. 1º-F da Lei DISPOSITIVO

9.494/1997, por impor "restrição desproporcional ao direito de

propriedade (CRFB, art. 5º, XXII), uma vez que não se qualifica

como medida adequada a capturar a variação de preços da

economia", inflação essa que somente é corretamente aferida pelo

IPCA-E, calculado pelo IBGE, "índice escolhido pelo Banco

Central". 1.4. Definido o índice, aplica-se a modulação de efeitos

fixada pelo Pleno do TST, no julgamento dos embargos de

declaração à arguição de inconstitucionalidade, em 20.3.2017,

segundo a qual o IPCA-E incide a partir de 25 de março de 2015. ISTO POSTO:

(...)" (Processo: AIRR - 110200-61.2007.5.04.0012 Data de ACORDAM OS DESEMBARGADORES INTEGRANTES DA 2ª

Julgamento: 13/02/2019, Relator Ministro: Alberto Luiz Bresciani de TURMA DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 7ª

Fontan Pereira, 3ª Turma, Data de Publicação: DEJT 22/02/2019). REGIÃO, por unanimidade, conhecer de ambos os Recursos e dar

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-lhes parcial provimento: ao do reclamado, para excluir da

condenação os reflexos de horas extras sobre a PLR; e ao do

reclamante, para determinar que a PLR de 2017 seja paga de forma EMENTA: BANCO BRADESCO. GERENTE DE

integral, mantida a compensação do importe pago, a esse título, no RELACIONAMENTO PRIME II. NÃO-ENQUADRAMENTO NA

termo rescisório, e estabelecer como fator de correção dos débitos EXCEÇÃO DO § 2º DO ART. 224 DA CLT. DIREITO A HORAS

trabalhistas a Taxa TR até 24/3/2015 e o IPCA-E a partir de EXTRAS. A excepcionalidade prevista no art. 224, § 2º da CLT,

25/3/2015. Outrossim, manter o valor arbitrado à condenação na específica em relação à categoria dos bancários, é taxativa ao

Sentença. permitir o extrapolamento da jornada máxima de seis horas para

Participaram do julgamento os Exmos. Srs. Desembargadores quem exercer funções de direção, gerência, fiscalização, chefia e

Francisco José Gomes da Silva (Presidente), Paulo Régis Machado equivalentes ou outros cargos de confiança e perceber gratificação

Botelho (Relator) e Cláudio Soares Pires. Presente ainda o(a) não inferior a um terço do salário. No caso dos autos, entretanto, o

Exmo(a). Sr(a). membro do Ministério Público do Trabalho. conjunto probatório induz à convicção de que as atribuições de

Fortaleza, 17 de fevereiro de 2020. Gerente de Relacionamento Prime II, desempenhadas pela

reclamante, são meramente técnicas, desprovidas de elementos

que qualifiquem tal função como cargo de confiança. A gratificação

percebida pelo exercício das atribuições respectivas remunera

apenas o trabalho exercido com maiores responsabilidades, mas

PAULO REGIS MACHADO BOTELHO nem de longe serve para qualificá-la como de confiança. Impõe-se,

Relator assim, o pagamento, como extras, das sétima e oitava horas

trabalhadas.

FORTALEZA/CE, 04 de março de 2020. RELATÓRIO

ROMULO DE SOUSA FROTA

Diretor de Secretaria Mediante os termos sentenciais de ID 2942a8d, o MM. Juiz João

Carlos de Oliveira Uchoa, Titular da 15ª Vara do Trabalho de


Processo Nº ROT-0001300-05.2018.5.07.0015
Relator PAULO REGIS MACHADO BOTELHO Fortaleza, declarou a prescrição quinquenal das pretensões
RECORRENTE BANCO BRADESCO S.A. anteriores a 28/11/2013 e julgou parcialmente procedentes os
NELSON WILIANS ADVOGADO(OAB: 16599-A/CE)
FRATONI RODRIGUES pedidos formulados pela reclamante, Mônica de Souza Oliveira
RECORRENTE MONICA DE SOUZA OLIVEIRA Alves,para condenar o Banco Bradesco S/A a pagar: "a 7ª e 8ª hora
ALVES
JOSE AILSON REGO ADVOGADO(OAB: 6353/CE) por dia, acrescidas de 50%, e seus reflexos sobre repouso semanal
BALTAZAR
remunerado, incluindo-se sábados e feriados, férias + 1/3, 13º
RECORRIDO MONICA DE SOUZA OLIVEIRA
ALVES salário, FGTS + 40%, PLR e aviso prévio, utilizando-se no cálculo
JOSE AILSON REGO ADVOGADO(OAB: 6353/CE)
BALTAZAR respectivo o divisor 180, observada a evolução salarial integrada
RECORRIDO BANCO BRADESCO S.A. pelas rubricas ORDENADO + ATS INCORPORAÇÃO CCT +
NELSON WILIANS ADVOGADO(OAB: 16599-A/CE)
FRATONI RODRIGUES GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO CHEFIA + HORAS EXTRAS

INTEGRAÇÃO e os períodos efetivamente trabalhados; PLR de


Intimado(s)/Citado(s):
2017 na proporção de 8/12, compensado o valor recebido ao ensejo
- BANCO BRADESCO S.A.
da rescisão (Id. 0982aa4), considerando no cálculo as seguintes

parcelas: "ORDENADO, ATS INCORPORAÇÃO CCT,

GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO CHEFIA, HORAS EXTRAS


PODER JUDICIÁRIO INTEGRAÇÃO + horas extras reclamadas e deferidas; honorários
JUSTIÇA DO TRABALHO advocatícios de 10%".

O Banco reclamado recorre ordinariamente (ID 1ad6712),

sustentando que a autora desempenhava função de confiança -


EMENTA

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Gerente de Relacionamento Prime II - caracterizada por fidúcia mister de Gerente de Relacionamento Prime II se caracterizava

diferenciada, alçada de decisão superior à dos demais empregados como função de confiança, a justificar seu enquadramento no

que lhe eram subordinados e percepção de gratificação em importe parágrafo 2º do art. 224 da CLT.

superior a um terço de seu salário, por isso estaria sujeita ao É cediço que a excepcionalidade prevista no art. 224 celetário,

cumprimento de jornada de oito horas, nos termos do § 2º do artigo específica em relação à categoria dos bancários, é taxativa ao

224 da CLT. permitir o extrapolamento da jornada máxima de seis horas para

Em caráter sucessivo, caso mantida a condenação nas horas quem exercer funções de direção, gerência, fiscalização, chefia e

extras, pede a compensação com o valor da gratificação recebida, a equivalentes ou outros cargos de confiança e perceber gratificação

observância da evolução salarial e das verbas salariais fixas e o não inferior a 1/3 do salário.

divisor 220 e que os sábados e feriados não sejam considerados no Todavia, como é de óbvia sabença, hodiernamente, no mundo

repouso semanal remunerado. Pleiteia, ainda, que a rubrica "Horas corporativo, prolifera o termo "gerente", acompanhado das mais

extras integração" não integre a base de cálculo das horas deferidas diversas qualificações (gerente de marketing; gerente de operação;

e que não haja reflexos na Participação nos Lucros e Resultados gerente de tráfego; gerente de relacionamento; gerente de contas;

(PLR). gerente comercial etc.), sem que, na realidade, o empregado assim

Insurge-se, outrossim, contra a condenação no pagamento da PLR denominado tenha um mínimo poder de decisão ou mesmo

proporcional de 2017, que já teria sido devidamente quitada, autonomia e destaque, não passando de um trabalho meramente

conforme documentação carreada aos autos. técnico-específico.

Na sequência, impugna a concessão de honorários em favor da Ora, é evidente que esse tipo de estratégia patronal tem dado

parte reclamante, que não teria comprovado o preenchimento dos ensejo a abusos quanto à jornada de trabalho, sob o pálido

requisitos legais para a obtenção desse direito. argumento de que a função é de confiança e que, portanto, o

Finalmente, pugna pela aplicação de correção monetária segundo empregado bancário ocupante desse tipo de cargo não está sujeito

os índices da TR e que se façam as deduções fiscais e à carga horária especial de seis horas diárias.

previdenciárias. In casu, a reclamante/recorrente não tinha subordinados, não

A autora interpõe o Recurso Ordinário de ID 216e869, requerendo o comandava equipes, não tinha poder de mando, não tinha

pagamento integral da PLR de 2017, sob a alegação de que, uma procuração em nome do banco, não tinha autonomia para conceder

vez considerado o prazo de projeção do aviso prévio indenizado, o empréstimos, ou seja, era apenas um empregado comum.

termo de seu contrato de trabalho teria ocorrido apenas em O título de "Gerente de Relacionamento Prime II" é pomposo,

03/01/2018. entretanto não corresponde à realidade vivenciada pela autora, pois

A par disso, busca a aplicação de correção monetária pelo Índice de esta desenvolvia atividade meramente técnica, sem grau de fidúcia

Preços ao Consumidor Amplo - Especial (IPCA-E). especial, revelando retro referido título, apenas, uma tentativa

Contrarrazões, apenas do reclamado, no ID 3997ce3. frustrada de contornar o limite legal (seis horas), impondo-lhe uma

jornada de oito horas, sem remunerá-la para tal.

É o que se conclui ao exame do depoimento do próprio preposto,

FUNDAMENTAÇÃO conforme reprodução abaixo:

"Que a reclamante era Gerente de Relacionamento Prime, geria

uma carteira de clientes, fazia visitas, fazia contrato de empréstimo

1. ADMISSIBILIDADE e captação, fazia assessoria e consultoria aos clientes da carteira;

Atendidos os respectivos pressupostos legais, merecem que o empréstimo é autorizado pelo gerente geral; que a última

conhecimento ambos os Recursos. palavra no comitê de crédito é do gerente geral; que os caixas,

2. MÉRITO supervisores e assistentes são subordinados ao gerente geral,

2.1 RECURSO DO RECLAMADO gerente administrativo e gerente de relacionamento; que não é

2.1.1 DA SÉTIMA E OITAVA HORAS COMO EXTRAS. DO função do gerente de relacionamento fiscalizar o trabalho dos

ALEGADO EXERCÍCIO DE FUNÇÃO DE CONFIANÇA. caixas e supervisores, não sabendo informar se a reclamante o

Pretende o Bradesco a reforma da Sentença que o condenou ao fazia; que a avaliação do gerente assistente é feita pelo gerente

pagamento, como extras, das sétima e oitava horas laboradas, geral, também comunicando a este as suas ausências;que a

diariamente, pela reclamante, ao argumento de que o exercício do reclamante tinha alçada, como todos; que alçada são limites de

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liberação, de acordo com a função; que as alçadas relacionam-se supervisor; que a reclamante tinha acesso às informações

com operações feitas no caixa." (Ata ID 13d0a83; grifos inexistentes confidenciais dos clientes e do banco; que a reclamante avaliava a

no original). melhor garantia ser constituída; que acredita que a reclamante

Os depoimentos das testemunhas indicadas pela reclamante e pelo possuía a certificação AMBIMA, para poder atuar na área de

Banco seguem na mesma direção, como se pode ver a seguir: investimento." Dada a palavra ao patrono do reclamante: "Que o

"Que trabalhou com a reclamante na Agência Prime Aldeota, que gerente geral é quem autoriza a abertura de contas; que a liberação

fica na Av. Santos Dumont; que a reclamante era Gerente de de crédito pode ser feita pelo gerente de contas dentro da sua

Relacionamento Prime, fazia visitas comerciais, atendimento, alçada, acima só pelo gerente geral; que o gerente geral pode vetar

prospecção de abertura de contas; que a reclamante não tinha operação no limite da alçada do subordinado; que a palavra final no

subordinados; que o gerente geral tem a palavra final no Comitê de Comitê de Crédito é do gerente geral; que todos que trabalham na

Crédito; que os caixas, supervisores, auxiliares de serviços são agência são subordinados ao gerente geral; que o gerente geral faz

subordinados ao gerente administrativo; que o gerente assistente é a avaliação de desempenho do gerente assistente; que no tempo

subordinado ao gerente geral; que nunca viu a reclamante assinar que a reclamante trabalhou havia entre 7 a 5 gerentes de

cheque administrativo; que a reclamante tinha alçada para relacionamento; que os gerentes de relacionamento passavam

desbloqueio das operações no caixa; que não sabe informar o nível serviço para o assistente; que o gerente assistente era fiscalizado

do cartão da reclamante, o da depoente era 85, como gerente pelos gerentes de relacionamento ou gerente geral, não havia um

assistente; que os níveis 85, 86 não significavam níveis critério específico; que quando o gerente assistente precisava se

hierárquicos; que a reclamante tinha assinatura autorizada, ela não ausentar comunicava ao gerente geral, os caixas e supervisores

podia autorizar pagamento de cheque sem provisão de saldo; que a também comunicavam ao gerente geral; que a reclamante não tinha

reclamante não tinha poderes para punir empregados, nem para poderes para aplicar punição, não admitia nem demitia

demitir e admitir, não tinha acesso a informações sigilosas do empregados." (Ata ID 13d0a83; grifos inexistentes no original).

Banco." Dada a palavra ao patrono da reclamada: "Que o gerente O conjunto probatório acima transcrito permite formar convicção

geral fazia a divisão da demanda para os gerentes assistentes; que segura de que as atribuições de "Gerente de Relacionamento Prime

com autorização do gerente geral, o gerente de relacionamento II" são meramente técnicas, desprovidas de elementos que

apresentava demanda ao gerente assistente; que acredita que o qualifiquem tais funções como cargos de confiança.

cartão de acesso ao sistema da reclamante tinha um valor de A gratificação percebida pelo exercício das atribuições respectivas

desbloqueio superior ao do caixa; que na agência onde trabalho a remunera apenas o trabalho exercido com maiores

hierarquia era: gerente geral, gerente administrativo e os demais; responsabilidades, sem revelar grau de confiança destacada, como

que caixas e escriturários estavam no mesmo nível do Gerente de pretende fazer crer o Banco demandado e entendeu a Magistrada

Relacionamento Prime; que a reclamante não delegava demanda sentenciante, daí se ter por inadmissível o enquadramento do

para caixas e escriturários; ela participava do Comitê de Crédito, reclamante na excepcionalidade prevista no § 2º do artigo 224 da

caixas e escriturários não; que caixas e escriturários não faziam CLT.

prospecção de clientes." (Ata ID 13d0a83; grifos inexistentes no Pensar de forma diferente, data venia, serviria para incentivar o

original). demandado a criar outras denominações de gerente nas suas

"Que trabalhou com a reclamante, ela como gerente de agências, a ponto de chegar em determinado momento em que só

relacionamento e a depoente como gerente assistente; que recebia existirão empregados gerentes, fazendo letra morta da norma legal

pedidos e demandas por parte da reclamante, de quem era da jornada de seis horas.

subordinada; que a reclamante possuía assinatura autorizada; que Aliás, a Corte Superior da Justiça Laboral, em processos análogos,

a reclamante assinava contratos de abertura de contas juntamente movidos contra entidades bancárias, já se pronunciou no mesmo

com a gerente geral, caixas e escriturários não o faziam; que não sentido. Observe-se:

sabe dizer ao certo o nível do cartão da reclamante, mas era "AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA.

superior aos dos caixas; que quando o pedido de crédito do cliente PROCESSO SOB A ÉGIDE DA LEI 13.015/2014 E ANTERIOR À

é superior a alçada do gerente de relacionamento, a análise era LEI 13.467/2017. 1. MULTA DO ART. 523, §1º, DO CPC/2015

feita pelo próprio gerente de relacionamento; que a hierarquia era: (ART. 475-J DO CPC/1973). 2. BANCÁRIO. CARGO DE

gerente geral, gerente de relacionamento, gerente assistente, caixa CONFIANÇA. ART. 224, § 2º, DA CLT. CARACTERIZAÇÃO.

e escriturário; na área administrativa: gerente administrativo e MATÉRIA FÁTICA. SÚMULAS 102, I E 126/TST. 3. HORAS

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EXTRAS. DIVISOR. AUSÊNCIA DE INTERESSE RECURSAL. 4. poderes de gestão do gerente geral de agência que, no caso, restou

DANO MORAL. VALOR DA INDENIZAÇÃO. O cargo de confiança afastada pela prova produzida nos autos. Igualmente em relação ao

no Direito do Trabalho recebeu explícita tipificação legal, quer no cargo de confiança previsto no art. 224, § 2º, da CLT, registrado

padrão amplo do art. 62, II, da CLT, quer no tipo jurídico específico pelo Tribunal Regional que não havia diferenciação de poderes

bancário do art. 224, § 2º, da Consolidação. Para enquadrar o entre o reclamante e os demais empregados no exercício das suas

empregado nas disposições contidas no art. 224, § 2º, da CLT, é atribuições, o conhecimento do recurso de revista esbarra no óbice

necessário ficar comprovado que ele exercia, efetivamente, as da Súmula nº 102, I, do TST. Recurso de revista não conhecido.

funções aptas a caracterizar o cargo de confiança e, ainda, que elas (...)." (RR - 681-55.2011.5.02.0049, Relator Ministro: Luiz Philippe

se revestiam de fidúcia especial, que extrapola aquela básica, Vieira de Mello Filho, Data de Julgamento: 31/08/2016, 7ª Turma,

inerente a qualquer empregado. No caso concreto, o Tribunal Data de Publicação: DEJT 09/09/2016).

Regional, amparado no conjunto probatório produzido nos autos, Há precedentes, também, neste Regional, conforme exemplificado

concluiu que o Reclamante não se enquadra no art. 224, § 2º, da abaixo:

CLT. Para tanto, asseverou que: "No caso, o réu insiste que se "RECURSO ORDINÁRIO. 1 - RECURSO DA PARTE RECLAMADA.

desvencilhou de seu ônus. Porém, não é o que se extrai da prova 1.1 - HORAS EXTRAS. CARGO DE CONFIANÇA. ARTIGO 224, §

oral, a qual revela que o autor não contava com subordinados, não 2º DA CLT. CARGO DENOMINADO CHEFE DE SERVIÇOS

tinha alçada especial e tampouco poderes que o diferenciasse dos BANCÁRIOS. Ao defender o exercício de tarefas suficientes para o

demais empregados". Acrescentou que "a prova oral não permite se enquadramento do empregado no § 2º do art. 224 da CLT, atrai o

reconheça que o autor contava com poderes que a diferenciavam patrão o ônus da prova, consoante inteligência do art. 818 da CLT e

dos demais empregados, mostra-se correta a sentença na parte em do art. 373, II, do CPC. Não se tem por comprovado o exercício da

que não reconheceu seu enquadramento na exceção do artigo 224, função de confiança a que se refere o art. 224, § 2º, da CLT

§ 2º, da CLT". Diante desses dados fáticos, constata-se que o (Súmula 102/TST), quando revelam as provas dos autos, todavia,

Reclamante não ocupava típico cargo de confiança bancário, nos tarefas corriqueiras acometidas à obreira, sem qualquer fidúcia.

moldes do art. 224, § 2º, da CLT, pois ficou comprovado que as (...)." (TRT-7 - RO: 00010708020155070010, Relator: CLAUDIO

funções exercidas delineavam-se como meramente técnicas, sem SOARES PIRES, Data de Julgamento: 17/09/2018, Data de

maiores poderes ou mesmo responsabilidades que demandassem Publicação: 17/09/2018).

maior grau de fidúcia. Para que se pudesse chegar, se fosse o "FUNÇÃO DE CONFIANÇA NÃO CARACTERIZADA - HORAS

caso, a conclusão fática diversa, seria necessário o revolvimento do EXTRAS DEVIDAS. Apesar de o autor laborar 08 (oito) horas

conteúdo fático-probatório constante dos autos, o que fica diárias e perceber gratificação pelo exercício da função de Gerente,

inviabilizado nesta instância recursal, nos termos das Súmulas 102, superior a 1/3 do salário do cargo efetivo, não há que se enquadrar

I e 126/TST. Agravo de instrumento desprovido." (AIRR - 522- o caso da presente lide na exceção do § 2º do art. 224, da CLT, vez

50.2014.5.09.0005, Relator Ministro: Mauricio Godinho Delgado, que não restou comprovada nos autos qualquer relação entre as

Data de Julgamento: 18/12/2018, 3ª Turma, Data de Publicação: atividades por ele desempenhadas e aquelas típicas dos que

DEJT 07/01/2019). exercem a chefia ou postos de comando." (TRT-7 - RO:

"RECURSO DO BANCO SANTANDER S.A. - CARGO DE 00002101920145070009, Relator: JEFFERSON QUESADO

CONFIANÇA - ART. 62, II, DA CLT - ART. 224, § 2º, DA CLT. O JUNIOR, Data de Julgamento: 22/01/2018, Data de Publicação:

Tribunal Regional, alicerçado na avaliação dos depoimentos 23/01/2018).

testemunhais, registrou quadro fático segundo o qual o reclamante Destarte, merece confirmação a r. Sentença recorrida, que deferiu o

"não possuía poderes para liberar ou realizar operações com total pagamento, como extras, das sétima e oitava horas trabalhadas,

autonomia, tampouco praticar atos isoladamente, sem qualquer relativamente ao lapso temporal a salvo da prescrição quinquenal.

autorização colegiada ou superior". Concluiu que o reclamante não Frise-se a insubsistência do pleito recursal de se efetuar a

dispunha de poderes diferenciados em relação aos demais compensação da gratificação de função paga à autora com as horas

empregados, razão pela qual afastou o enquadramento nos cargos extras aqui ratificadas, haja vista que referido adicional

de confiança previstos nos art. 62, II, da CLT e 224, § 2º, da CLT. estipendiário, percebido em razão do exercício das atribuições de

Diante dessas premissas fáticas, insuscetíveis de reapreciação em Gerente de Relacionamento, remunerava, apenas, o trabalho

sede extraordinária, não há como se vislumbrar contrariedade à exercido com maiores responsabilidades, não o excesso de jornada.

Súmula nº 287 do TST, que trata da presunção juris tantum dos O divisor a ser aplicado para o cálculo das horas extras é,

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efetivamente, 180, em razão do direito da autora à jornada de Ao suceder o BEC, o ora recorrente manteve essa verba, porém

trabalho de seis horas diárias, conforme decidiu o Colendo Tribunal designando-a como "Horas extras integração".

Superior do Trabalho, em sede de Incidente de Recursos Nesse contexto, inafastável a ilação de que se trata de parcela

Repetitivos (Processo nº 0000849-83.2013.5.03.0138). salarial fixa da autora, eis que percebida de forma habitual e

De se esclarecer que a habitualidade da extrapolação de jornada ininterrupta, durante mais de vinte anos.

impõe que se defiram os reflexos legais, inclusive sobre o repouso Em suma, acolhe-se parcialmente o apelo do Bradesco, no

semanal remunerado, que abrange sábados, domingos e feriados, concernente às horas extras, para os fins de excluir da base de

conforme assentado na Sentença de origem. cálculo a "Gratificação de Função Chefia" e retirar da condenação

Destaque-se que o § 1º da Cláusula Oitava da CCT 2016/2018 da os reflexos sobre a PLR.

Categoria Profissional da reclamante, assim como nas normas 2.1.2 Da PLR proporcional de 2017

coletivas anteriores, dispõe, literalmente, que as horas A Sentença deferiu à reclamante o pagamento da PLR de 2017, na

extraordinárias, "quando prestadas durante toda a semana anterior, proporção de 8/12, autorizando a compensação do valor recebido

os bancos pagarão, também, o valor correspondente ao repouso ao ensejo de sua rescisão contratual.

semanal remunerado, inclusive sábados e feriados" (ID 68c9fdf, O Banco recorrente alega haver quitado regularmente essa verba,

pág. 06). apontando como prova o contracheque do mês de fevereiro de 2017

Portanto, não se há cogitar da incidência do teor da Súmula 113 do e o termo rescisório.

C. TST, mantendo-se, portanto, a Decisão de Primeiro Grau nesse Todavia, o valor pago constante do referido contracheque

tocante. corresponde à PLR de 2016, que é quitada nesse mês de fevereiro,

Quanto ao pleito de que seja observada a evolução salarial, nada se em cumprimento ao disposto na Cláusula 1ª da CCT de 2016/2017

tem a apreciar, vez que assim já determinado na Sentença. (doc. ID 75aa720, pág. 02).

Não procede a insurgência recursal, também, no que tange à É fato que o termo rescisório contém pagamento de PLR, no

composição da base de cálculo das horas extras deferidas. entanto inexiste qualquer risco de pagamento a maior ou em

A CCT da categoria estabelece, no parágrafo segundo da Cláusula duplicidade, uma vez que a Sentença teve a prudência de condenar

8ª, que o valor da hora extra será calculado tomando por base "o nessa verba, mas autorizar, de logo, a devida compensação de

somatório de todas as verbas salariais fixas, entre outras, ordenado, valores adimplidos ao mesmo título.

adicional por tempo de serviço, gratificação de caixa e gratificação Portanto, nega-se provimento ao Recurso nesse particular.

de compensador" (doc. ID 68c9fdf, pág. 06). 2.1.3 Dos honorários advocatícios

A Sentença recorrida, acertadamente, determinou a inclusão, nessa Incensurável a concessão de honorários sucumbenciais em favor

base de cálculo, da rubrica "Gratificação de Função Chefia", dos patronos da autora.

merecendo endosso esse entendimento, posto constituir parcela Consoante os termos do art. 6º da Instrução Normativa nº 41/2018

percebida por prolongado período do contrato de trabalho que do Colendo TST, a condenação em honorários advocatícios

ostenta natureza jurídica semelhante à das gratificações sucumbenciais, prevista no art. 791-A da CLT, será aplicável,

expressamente nominadas na norma coletiva acima referida, à qual, apenas, às ações propostas após 11 de novembro de 2017, data

portanto, não se justifica que seja conferido tratamento distinto. em que passou a viger a Lei nº 13.467/2017 (Reforma Trabalhista),

Em assim, de se mantê-la na base de cálculo das horas que incluiu referido dispositivo legal ao Diploma Consolidado.

extraordinárias. É a hipótese dos autos, em tendo sido ajuizada a vertente

Por outro viés, há que se extirpar do condenatório a repercussão Reclamatória em 28/11/2018.

sobre a PLR, verba que é inteiramente desvinculada da Nesse compasso, observando-se o grau de zelo do profissional

remuneração, consoante prescreve a Constituição Federal. (acompanhamento do reclamante em audiência, prática de atos

Não prospera, no entanto, o pleito de exclusão da rubrica "Horas processuais tempestivos etc.), o lugar de prestação do serviço, a

extras integração". natureza e a importância da causa, o trabalho realizado e o tempo

Trata-se de vantagem que a reclamante já percebia quando de seu exigido para o seu serviço, inclusive com atuação no segundo grau,

vínculo empregatício com o Banco do Estado do Ceará - BEC, tem-se por cabível e justa a condenação do reclamado ao

posteriormente adquirido pelo Bradesco, sendo denominada pagamento da verba em apreço, no índice arbitrado na Sentença.

originalmente de "Prorr. Expediente Diurno" e remunerando as Registre-se ser improcedente a pretensão do Banco de ver

sétima e oitava horas trabalhadas. condenada a autora a lhe pagar honorários de advogado.

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É que a ela fora deferida a gratuidade da Justiça, que compreende, Nessa direção tem decidido, reiteradamente, o Colendo TST,

dentre outros benefícios, a isenção do pagamento de honorários conforme ementas abaixo:

advocatícios (inciso VI do § 1º do art. 98 do CPC). "(...) 2. INTEGRAÇÃO E PROJEÇÃO DO AVISO PRÉVIO

Evidentemente, as condições exigidas para a concessão da INDENIZADO PARA EFEITO DE CÁLCULO DA PLR. O aviso

supracitada garantia, de patamar, aliás, constitucional (inciso LXXIV prévio, ainda que indenizado, integra o tempo de serviço, projetando

do artigo 5º da Constituição Federal), são aquelas demonstradas o contrato de trabalho até o final de seu período, inclusive para o

quando do ajuizamento da Ação ou do respectivo requerimento e, cômputo da parcela PLR. Inteligência da Orientação Jurisprudencial

uma vez tidas por provadas pelo Órgão Julgador, faz jus a parte 82 da SBDI-1 do TST. Recurso de revista conhecido e provido"

requerente à integralidade dos benefícios assegurados em lei, sob (ARR-201-53.2015.5.03.0035, 3ª Turma, Relator Ministro Alberto

pena de se erigir obstáculo ao livre acesso à Justiça. Luiz Bresciani de Fontan Pereira, DEJT 06/12/2019).

Nesse contexto, uma vez sendo a reclamante, repita-se, beneficiário "(...) RECURSO DE REVISTA. PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E

da gratuidade judiciária, mostra-se incompatível qualquer RESULTADOS. PAGAMENTO PROPORCIONAL. PROJEÇÃO DO

determinação de pagamento de despesas processuais, AVISO PRÉVIO INDENIZADO. PROVIMENTO. O egrégio Tribunal

principalmente as que venham a impedir ou dificultar que as Regional do Trabalho concluiu que não se justifica a consideração

pessoas sem recursos financeiros tenham acesso ao Judiciário, do aviso prévio indenizado no cômputo da participação nos lucros e

para resolverem suas demandas de forma civilizada, quando se resultados proporcional. Partiu da premissa de que, embora o aviso

sentirem lesadas em seus direitos. prévio indenizado integre, por ficção legal, o tempo de serviço, não

Destarte, nega-se provimento ao apelo do reclamado, uma vez há como deixar de reconhecer que, neste período, o trabalhador

mais. não prestou efetivamente serviços, motivo pelo qual não contribuiu

2.1.4 Do índice de correção monetária e dos descontos fiscais e para a obtenção dos resultados positivos da empresa. Ocorre que

previdenciários este colendo Tribunal Superior do Trabalho já decidiu

Por se tratar de matéria que é objeto do Recurso Ordinário reiteradamente no sentido contrário, ou seja, de que o aviso prévio

interposto pela reclamante, deixa-se para discutir a correção indenizado integra o contrato de trabalho para todos os efeitos, nos

monetária quando do exame meritório desta insurgência. termos do artigo 487, § 1º, da CLT e da Orientação Jurisprudencial

Consigne-se, no que tange às deduções a título de imposto de nº 82 da SBDI-1, inclusive para o pagamento proporcional da

renda e contribuições previdenciárias, que tais já foram participação nos lucros e resultados. Recurso de revista de que se

devidamente ordenadas no dispositivo sentencial, nada se tendo a conhece e a que se dá provimento" (ARR-10070-

aduzir. 90.2015.5.12.0002, 4ª Turma, Relator Ministro Guilherme Augusto

2.2 RECURSO DA RECLAMANTE Caputo Bastos, DEJT 29/11/2019).

2.2.1 Do pedido de pagamento integral da PLR de 2017 "(...) RECURSO DE REVISTA DA RECLAMADA. LEI 13.467/2017.

A reclamante persegue o pagamento da integralidade da PLR do PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E RESULTADOS SOBRE

ano de 2017, ao argumento de que seu contrato de trabalho, PROJEÇÃO DO AVISO PRÉVIO INDENIZADO.

considerando-se o prazo de projeção do aviso prévio indenizado, TRANSCENDÊNCIA. O processamento do recurso de revista na

somente se encerrou em 03/01/2018, restando, pois, abrangido todo vigência da Lei 13.467/2017 exige que a causa ofereça

o exercício de 2017. transcendência com relação aos reflexos gerais de natureza

Assiste-lhe razão. econômica, política, social ou jurídica, a qual deve ser analisada de

Sabe-se, à luz do § 1º do art. 487 da CLT, que o aviso prévio, ainda ofício e previamente pelo Relator (artigos 896-A, da CLT, 246 e 247

que indenizado, integra o tempo de serviço do empregado para do RITST). A pretensão deduzida na causa é a exclusão do

todos os efeitos legais. pagamento proporcional da participação nos lucros e resultados

Cumpre lembrar, ademais, a OJ 82 da SBDI-1 do Colendo TST, referente ao exercício de 2014. O Eg. TRT decidiu que o período de

segundo a qual "A data de saída a ser anotada na CTPS deve aviso prévio integra o tempo de serviço para todos os efeitos legais,

corresponder à do término do prazo do aviso prévio, ainda que não existindo distinção entre o aviso prévio trabalhado e o

indenizado." indenizado, razão pela qual consignou que o reclamante tinha

Dito isso, é seguro concluir que o cálculo da PLR deve levar em direito a PLR do exercício de 2014 de forma proporcional. A decisão

consideração todo o período do contrato, inclusive o ficto decorrente recorrida guarda consonância com a jurisprudência desta c. Corte,

da projeção do aviso prévio, que é tido como se trabalhado fosse. que firmou o entendimento de que o aviso prévio, ainda que

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indenizado, integra o tempo de serviço do empregado para todos os dispositivos do art. 100 da CF, com a redação dada pela EC nº

efeitos. A matéria debatida não possui transcendência econômica, 62/2009", afastando, assim, a aplicação da Taxa Referencial - TR, o

política, jurídica ou social. Transcendência não reconhecida. que culminou com a inconstitucionalidade por arrastamento do art.

Recurso de revista de que não se conhece" (ARR-11238- 1º-F da Lei nº 9.494, com a redação dada pelo art. 5º da Lei nº

04.2015.5.03.0027, 6ª Turma, Relatora Desembargadora 11.960, de 29/06/2009.

Convocada Cilene Ferreira Amaro Santos, DEJT 07/06/2019). Em decorrência da referida decisão do STF, o Pleno do TST, ao

"AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. apreciar a Arguição de Inconstitucionalidade nº 479-

APELO INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI N.º 13.105/2015 60.2011.5.04.0231, suscitada pelo Min. Cláudio Mascarenhas

(NOVO CPC). PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E RESULTADOS Brandão, por sua vez, declarou a inconstitucionalidade por

(PLR). INCIDÊNCIA SOBRE O AVISO PRÉVIO INDENIZADO. arrastamento da expressão "equivalente à TRD" presente no art. 39,

POSSIBILIDADE. Cinge-se a controvérsia a saber se é possível a caput, da Lei nº 8.177/91 e, dando interpretação conforme a

parcela PLR incidir sobre o aviso prévio indenizado. O Regional Constituição ao restante da norma, definiu como índice de

deferiu o pagamento das diferenças do valor da Participação nos atualização monetária dos créditos trabalhistas na Justiça do

Lucros e Resultados do ano de 2015 sobre o aviso prévio Trabalho o IPCA-E (Índice de Preços ao Consumidor Amplo

indenizado. Incensurável a decisão. Com efeito, na forma do artigo Especial) a partir de 30.06.2009, quando entrou em vigor a Lei nº

487, parágrafo 1.º, da CLT, o aviso prévio, ainda que indenizado, 11.960/2009, que acrescentou o art. 1º-F à Lei nº 9.494/1997, o qual

integra o tempo de serviço do empregado para todos os efeitos foi declarado inconstitucional pelo STF.

legais. De outra parte, na diretriz da Orientação Jurisprudencial nº Posteriormente, na sessão de julgamento dos embargos de

82 da SBDI-1, "A data de saída a ser anotada na CTPS deve declaração opostos contra o Acórdão que dirimira a ArgInc nº 479-

corresponder à do término do prazo do aviso prévio, ainda que 60.2011.5.04.0231, publicado em 30/6/2017, modularam-se os

indenizado.". E, a par das alegações recursais, não se constata a efeitos do retro citado Aresto para fixar como fator de correção dos

violação do art. 7º, inciso XXVI, da Constituição Federal, pois o débitos trabalhistas a Taxa TR (índice oficial da remuneração básica

Regional não negou validade à norma coletiva, mas, tão somente, da caderneta de poupança), até 24/3/2015, e o IPCA-E (Índice de

concluiu que o autor preencheu o requisito temporal previsto na Preços ao Consumidor Amplo Especial), a partir de 25/3/2015, na

norma coletiva, em razão da devida projeção do aviso prévio forma deliberada pelo Colendo Supremo Tribunal Federal.

indenizado. Desse modo, estando a decisão revisanda em sintonia De se registrar, ainda, que a Reclamação nº 22.012/RS, onde

com a indigitada OJ, cuja aplicação às hipóteses como a dos autos deferida liminar suspensiva dos efeitos do Decisum proferido pelo

é reconhecida pela remansosa jurisprudência desta Corte, a Revista TST nos autos da ArgInc nº 479-60.2011.5.04.0231, fora julgada

encontra obstáculo no § 7.º do art. 896 da CLT e na Súmula nº 333 improcedente pelo STF, conforme síntese jurisprudencial abaixo

deste Tribunal. Agravo de Instrumento conhecido e não provido." reproduzida:

(AIRR-928-28.2016.5.10.0020, 1ª Turma, Relator Ministro Luiz José "RECLAMAÇÃO. APLICAÇÃO DE ÍNDICE DE CORREÇÃO DE

Dezena da Silva, DEJT 15/03/2019). DÉBITOS TRABALHISTAS. TR. AUSÊNCIA DE IDENTIDADE

Destarte, acolhe-se a insurgência da reclamante, a fim de MATERIAL ENTRE OS FUNDAMENTOS DO ATO RECLAMADO E

determinar que a PLR de 2017 seja paga de forma integral, O QUE FOI EFETIVAMENTE DECIDIDO NAS ADIS 4.357/DF E

mantida, naturalmente, a compensação do importe pago, a esse 4.425/DF. NÃO CABIMENTO DA RECLAMAÇÃO. ATUAÇÃO DO

título, no termo rescisório. TST DENTRO DO LIMITE CONSTITUCIONAL QUE LHE É

2.2.2 Do índice de correção monetária ATRIBUÍDO. RECLAMAÇÃO IMPROCEDENTE.

Pleiteia a autora que se aplique ao cálculo liquidatório, como índice I - A decisão reclamada afastou a aplicação da TR como índice de

de atualização monetária, o IPCA-E. correção monetária nos débitos trabalhistas, determinando a

A razão lhe acompanha, mas apenas em parte. utilização do IPCA em seu lugar, questão que não foi objeto de

É cediço que o Supremo Tribunal Federal, nos autos da ADI nº deliberação desta Suprema Corte no julgamento das Ações Diretas

4.357/DF, declarou, nos termos do voto do Ministro Relator Ayres de Inconstitucionalidade 4.357/DF e 4.425/DF, não possuindo,

Britto, "a inconstitucionalidade da expressão "na data de expedição portanto, a aderência estrita com os arestos tidos por

do precatório", contida no § 2º; os §§ 9º e 10; e das expressões desrespeitados.

"índice oficial de remuneração básica da caderneta de poupança" e II - Apesar da ausência de identidade material entre os fundamentos

"independentemente de sua natureza", constantes do § 12, todos do ato reclamado e o que foi efetivamente decidido na ação direta

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de inconstitucionalidade apontada como paradigma, o decisum ora nas duas ADIs". 1.3. A decisão é corroborada pelo julgado proferido

impugnado está em consonância com a ratio decidendi da pelo excelso Supremo Tribunal Federal, no RE nº 870.947 RG/SE,

orientação jurisprudencial desta Suprema Corte. com repercussão geral, publicada no DJe de 20.11.2017, no qual se

III - Reclamação improcedente." (DATA DE PUBLICAÇÃO DJE considerou inconstitucional a atualização monetária das

27/02/2018 - ATA Nº 17/2018. DJE nº 37, divulgado em condenações impostas à Fazenda Pública segundo a remuneração

26/02/2018). oficial da caderneta de poupança, prevista no art. 1º-F da Lei

Oportuno, também, transcrever recentes manifestações 9.494/1997, por impor "restrição desproporcional ao direito de

jurisprudenciais emanadas do Colendo TST sobre a temática ora propriedade (CRFB, art. 5º, XXII), uma vez que não se qualifica

sob exame: como medida adequada a capturar a variação de preços da

"AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. economia", inflação essa que somente é corretamente aferida pelo

EXECUÇÃO. CORREÇÃO MONETÁRIA DOS CRÉDITOS IPCA-E, calculado pelo IBGE, "índice escolhido pelo Banco

TRABALHISTAS. ÍNDICE APLICÁVEL. Consoante entendimento Central". 1.4. Definido o índice, aplica-se a modulação de efeitos

adotado pela 8ª Turma, com base na decisão do Tribunal Pleno fixada pelo Pleno do TST, no julgamento dos embargos de

desta Corte Superior (TST - ArgInc - 479-60.2011.5.04.0231 e ED - declaração à arguição de inconstitucionalidade, em 20.3.2017,

ArgInc - 479-60.2011.5.04.0231), na correção dos créditos segundo a qual o IPCA-E incide a partir de 25 de março de 2015.

trabalhistas, aplica-se a TR até 24/3/2015 e o IPCA a partir de (...)" (Processo: AIRR - 110200-61.2007.5.04.0012 Data de

25/3/2015. Esta Turma considera, ainda, entendimento a que me Julgamento: 13/02/2019, Relator Ministro: Alberto Luiz Bresciani de

submeto por disciplina judiciária, que o art. 879, § 7º, da CLT perdeu Fontan Pereira, 3ª Turma, Data de Publicação: DEJT 22/02/2019).

a sua eficácia normativa, em face da declaração de Frise-se, por relevante, que o § 7º do art. 879 da CLT, com a

inconstitucionalidade parcial do art. 39 da Lei nº 8.177/91, na redação conferida pela Lei nº 13.467/17, perdera sua eficácia

medida em que o dispositivo da legislação esparsa conferia normativa, por se reportar ao critério de atualização monetária

conteúdo à norma da CLT, tendo em vista a adoção de fórmula previsto na Lei nº 8.177/91, que foi declarado inconstitucional pelo

remissiva pelo legislador. Agravo de instrumento conhecido e não Tribunal Pleno do TST, em observância à decisão do Excelso STF.

provido." (Processo: AIRR-AIRR - 20019-18.2013.5.04.0751 Data É o seguinte o teor do supra referido dispositivo celetário:

de Julgamento: 27/02/2019, Relatora Ministra: Dora Maria da Costa, "Art. 879 - Sendo ilíquida a sentença exeqüenda, ordenar-se-á,

8ª Turma, Data de Publicação: DEJT 01/03/2019). previamente, a sua liquidação, que poderá ser feita por cálculo, por

"AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA arbitramento ou por artigos.

INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DAS LEIS Nos 13.015/2014 E (...)

13.105/2015 E ANTES DA VIGÊNCIA DA LEI No 13.467/2017 - § 7º A atualização dos créditos decorrentes de condenação judicial

DESCABIMENTO. EXECUÇÃO. 1. CORREÇÃO MONETÁRIA DE será feita pela Taxa Referencial (TR), divulgada pelo Banco Central

DÉBITOS TRABALHISTAS. IPCA-E. DECISÃO DO TRIBUNAL do Brasil, conforme a Lei nº 8.177, de 1º de março de 1991."

PLENO DO TST. TEMA 810. REPERCUSSÃO GERAL Em assim, de se acolher parcialmente a insurgência obreira, para o

RECONHECIDA PELO STF. JULGAMENTO DEFINITIVO DO STF fim de estabelecer como fator de correção dos débitos trabalhistas a

NA RECLAMAÇÃO Nº 22012/RS. 1.1. O Pleno do TST, por meio da Taxa TR (índice oficial da remuneração básica da caderneta de

Arguição de Inconstitucionalidade nº 479-60.2011.5.04.0231, poupança) até 24/3/2015, e o IPCA-E (Índice de Preços ao

declarou inconstitucional a expressão "equivalentes à TRD", inscrita Consumidor Amplo Especial) a partir de 25/3/2015.

no art. 39, "caput", da Lei n° 8.177/91, aplicando a técnica de

interpretação conforme a Constituição para o texto remanescente

da norma impugnada. Definiu, ainda, a variação do Índice de Preços CONCLUSÃO DO VOTO

ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E) como fator de atualização

a ser utilizado na tabela de atualização monetária dos débitos

trabalhistas na Justiça do Trabalho. 1.2. No julgamento definitivo da Conhecer de ambos os Recursos e dar-lhes parcial provimento: ao

Reclamação 22012 MC/RS, contra a decisão do Pleno desta Corte, do reclamado, para excluir da condenação os reflexos de horas

o STF concluiu que "o conteúdo das decisões que determinam a extras sobre a PLR; e ao do reclamante, para determinar que a PLR

utilização de índice diverso da TR para atualização monetária dos de 2017 seja paga de forma integral, mantida a compensação do

débitos trabalhistas não possui aderência com o decidido pelo STF importe pago, a esse título, no termo rescisório, e estabelecer como

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RECORRENTE BANCO BRADESCO S.A.


fator de correção dos débitos trabalhistas a Taxa TR até 24/3/2015 NELSON WILIANS ADVOGADO(OAB: 16599-A/CE)
FRATONI RODRIGUES
e o IPCA-E a partir de 25/3/2015. Outrossim, manter o valor
RECORRENTE MONICA DE SOUZA OLIVEIRA
arbitrado à condenação na Sentença. ALVES
JOSE AILSON REGO ADVOGADO(OAB: 6353/CE)
BALTAZAR
RECORRIDO MONICA DE SOUZA OLIVEIRA
ALVES
DISPOSITIVO JOSE AILSON REGO ADVOGADO(OAB: 6353/CE)
BALTAZAR
RECORRIDO BANCO BRADESCO S.A.
NELSON WILIANS ADVOGADO(OAB: 16599-A/CE)
FRATONI RODRIGUES

Intimado(s)/Citado(s):
- MONICA DE SOUZA OLIVEIRA ALVES

PODER JUDICIÁRIO
ISTO POSTO:
JUSTIÇA DO TRABALHO
ACORDAM OS DESEMBARGADORES INTEGRANTES DA 2ª

TURMA DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 7ª

REGIÃO, por unanimidade, conhecer de ambos os Recursos e dar EMENTA

-lhes parcial provimento: ao do reclamado, para excluir da

condenação os reflexos de horas extras sobre a PLR; e ao do

reclamante, para determinar que a PLR de 2017 seja paga de forma EMENTA: BANCO BRADESCO. GERENTE DE

integral, mantida a compensação do importe pago, a esse título, no RELACIONAMENTO PRIME II. NÃO-ENQUADRAMENTO NA

termo rescisório, e estabelecer como fator de correção dos débitos EXCEÇÃO DO § 2º DO ART. 224 DA CLT. DIREITO A HORAS

trabalhistas a Taxa TR até 24/3/2015 e o IPCA-E a partir de EXTRAS. A excepcionalidade prevista no art. 224, § 2º da CLT,

25/3/2015. Outrossim, manter o valor arbitrado à condenação na específica em relação à categoria dos bancários, é taxativa ao

Sentença. permitir o extrapolamento da jornada máxima de seis horas para

Participaram do julgamento os Exmos. Srs. Desembargadores quem exercer funções de direção, gerência, fiscalização, chefia e

Francisco José Gomes da Silva (Presidente), Paulo Régis Machado equivalentes ou outros cargos de confiança e perceber gratificação

Botelho (Relator) e Cláudio Soares Pires. Presente ainda o(a) não inferior a um terço do salário. No caso dos autos, entretanto, o

Exmo(a). Sr(a). membro do Ministério Público do Trabalho. conjunto probatório induz à convicção de que as atribuições de

Fortaleza, 17 de fevereiro de 2020. Gerente de Relacionamento Prime II, desempenhadas pela

reclamante, são meramente técnicas, desprovidas de elementos

que qualifiquem tal função como cargo de confiança. A gratificação

percebida pelo exercício das atribuições respectivas remunera

apenas o trabalho exercido com maiores responsabilidades, mas

PAULO REGIS MACHADO BOTELHO nem de longe serve para qualificá-la como de confiança. Impõe-se,

Relator assim, o pagamento, como extras, das sétima e oitava horas

trabalhadas.

FORTALEZA/CE, 04 de março de 2020. RELATÓRIO

ROMULO DE SOUSA FROTA

Diretor de Secretaria Mediante os termos sentenciais de ID 2942a8d, o MM. Juiz João

Carlos de Oliveira Uchoa, Titular da 15ª Vara do Trabalho de


Processo Nº ROT-0001300-05.2018.5.07.0015
Fortaleza, declarou a prescrição quinquenal das pretensões
Relator PAULO REGIS MACHADO BOTELHO

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 602
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anteriores a 28/11/2013 e julgou parcialmente procedentes os A par disso, busca a aplicação de correção monetária pelo Índice de

pedidos formulados pela reclamante, Mônica de Souza Oliveira Preços ao Consumidor Amplo - Especial (IPCA-E).

Alves,para condenar o Banco Bradesco S/A a pagar: "a 7ª e 8ª hora Contrarrazões, apenas do reclamado, no ID 3997ce3.

por dia, acrescidas de 50%, e seus reflexos sobre repouso semanal

remunerado, incluindo-se sábados e feriados, férias + 1/3, 13º

salário, FGTS + 40%, PLR e aviso prévio, utilizando-se no cálculo FUNDAMENTAÇÃO

respectivo o divisor 180, observada a evolução salarial integrada

pelas rubricas ORDENADO + ATS INCORPORAÇÃO CCT +

GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO CHEFIA + HORAS EXTRAS 1. ADMISSIBILIDADE

INTEGRAÇÃO e os períodos efetivamente trabalhados; PLR de Atendidos os respectivos pressupostos legais, merecem

2017 na proporção de 8/12, compensado o valor recebido ao ensejo conhecimento ambos os Recursos.

da rescisão (Id. 0982aa4), considerando no cálculo as seguintes 2. MÉRITO

parcelas: "ORDENADO, ATS INCORPORAÇÃO CCT, 2.1 RECURSO DO RECLAMADO

GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO CHEFIA, HORAS EXTRAS 2.1.1 DA SÉTIMA E OITAVA HORAS COMO EXTRAS. DO

INTEGRAÇÃO + horas extras reclamadas e deferidas; honorários ALEGADO EXERCÍCIO DE FUNÇÃO DE CONFIANÇA.

advocatícios de 10%". Pretende o Bradesco a reforma da Sentença que o condenou ao

O Banco reclamado recorre ordinariamente (ID 1ad6712), pagamento, como extras, das sétima e oitava horas laboradas,

sustentando que a autora desempenhava função de confiança - diariamente, pela reclamante, ao argumento de que o exercício do

Gerente de Relacionamento Prime II - caracterizada por fidúcia mister de Gerente de Relacionamento Prime II se caracterizava

diferenciada, alçada de decisão superior à dos demais empregados como função de confiança, a justificar seu enquadramento no

que lhe eram subordinados e percepção de gratificação em importe parágrafo 2º do art. 224 da CLT.

superior a um terço de seu salário, por isso estaria sujeita ao É cediço que a excepcionalidade prevista no art. 224 celetário,

cumprimento de jornada de oito horas, nos termos do § 2º do artigo específica em relação à categoria dos bancários, é taxativa ao

224 da CLT. permitir o extrapolamento da jornada máxima de seis horas para

Em caráter sucessivo, caso mantida a condenação nas horas quem exercer funções de direção, gerência, fiscalização, chefia e

extras, pede a compensação com o valor da gratificação recebida, a equivalentes ou outros cargos de confiança e perceber gratificação

observância da evolução salarial e das verbas salariais fixas e o não inferior a 1/3 do salário.

divisor 220 e que os sábados e feriados não sejam considerados no Todavia, como é de óbvia sabença, hodiernamente, no mundo

repouso semanal remunerado. Pleiteia, ainda, que a rubrica "Horas corporativo, prolifera o termo "gerente", acompanhado das mais

extras integração" não integre a base de cálculo das horas deferidas diversas qualificações (gerente de marketing; gerente de operação;

e que não haja reflexos na Participação nos Lucros e Resultados gerente de tráfego; gerente de relacionamento; gerente de contas;

(PLR). gerente comercial etc.), sem que, na realidade, o empregado assim

Insurge-se, outrossim, contra a condenação no pagamento da PLR denominado tenha um mínimo poder de decisão ou mesmo

proporcional de 2017, que já teria sido devidamente quitada, autonomia e destaque, não passando de um trabalho meramente

conforme documentação carreada aos autos. técnico-específico.

Na sequência, impugna a concessão de honorários em favor da Ora, é evidente que esse tipo de estratégia patronal tem dado

parte reclamante, que não teria comprovado o preenchimento dos ensejo a abusos quanto à jornada de trabalho, sob o pálido

requisitos legais para a obtenção desse direito. argumento de que a função é de confiança e que, portanto, o

Finalmente, pugna pela aplicação de correção monetária segundo empregado bancário ocupante desse tipo de cargo não está sujeito

os índices da TR e que se façam as deduções fiscais e à carga horária especial de seis horas diárias.

previdenciárias. In casu, a reclamante/recorrente não tinha subordinados, não

A autora interpõe o Recurso Ordinário de ID 216e869, requerendo o comandava equipes, não tinha poder de mando, não tinha

pagamento integral da PLR de 2017, sob a alegação de que, uma procuração em nome do banco, não tinha autonomia para conceder

vez considerado o prazo de projeção do aviso prévio indenizado, o empréstimos, ou seja, era apenas um empregado comum.

termo de seu contrato de trabalho teria ocorrido apenas em O título de "Gerente de Relacionamento Prime II" é pomposo,

03/01/2018. entretanto não corresponde à realidade vivenciada pela autora, pois

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esta desenvolvia atividade meramente técnica, sem grau de fidúcia que caixas e escriturários estavam no mesmo nível do Gerente de

especial, revelando retro referido título, apenas, uma tentativa Relacionamento Prime; que a reclamante não delegava demanda

frustrada de contornar o limite legal (seis horas), impondo-lhe uma para caixas e escriturários; ela participava do Comitê de Crédito,

jornada de oito horas, sem remunerá-la para tal. caixas e escriturários não; que caixas e escriturários não faziam

É o que se conclui ao exame do depoimento do próprio preposto, prospecção de clientes." (Ata ID 13d0a83; grifos inexistentes no

conforme reprodução abaixo: original).

"Que a reclamante era Gerente de Relacionamento Prime, geria "Que trabalhou com a reclamante, ela como gerente de

uma carteira de clientes, fazia visitas, fazia contrato de empréstimo relacionamento e a depoente como gerente assistente; que recebia

e captação, fazia assessoria e consultoria aos clientes da carteira; pedidos e demandas por parte da reclamante, de quem era

que o empréstimo é autorizado pelo gerente geral; que a última subordinada; que a reclamante possuía assinatura autorizada; que

palavra no comitê de crédito é do gerente geral; que os caixas, a reclamante assinava contratos de abertura de contas juntamente

supervisores e assistentes são subordinados ao gerente geral, com a gerente geral, caixas e escriturários não o faziam; que não

gerente administrativo e gerente de relacionamento; que não é sabe dizer ao certo o nível do cartão da reclamante, mas era

função do gerente de relacionamento fiscalizar o trabalho dos superior aos dos caixas; que quando o pedido de crédito do cliente

caixas e supervisores, não sabendo informar se a reclamante o é superior a alçada do gerente de relacionamento, a análise era

fazia; que a avaliação do gerente assistente é feita pelo gerente feita pelo próprio gerente de relacionamento; que a hierarquia era:

geral, também comunicando a este as suas ausências;que a gerente geral, gerente de relacionamento, gerente assistente, caixa

reclamante tinha alçada, como todos; que alçada são limites de e escriturário; na área administrativa: gerente administrativo e

liberação, de acordo com a função; que as alçadas relacionam-se supervisor; que a reclamante tinha acesso às informações

com operações feitas no caixa." (Ata ID 13d0a83; grifos inexistentes confidenciais dos clientes e do banco; que a reclamante avaliava a

no original). melhor garantia ser constituída; que acredita que a reclamante

Os depoimentos das testemunhas indicadas pela reclamante e pelo possuía a certificação AMBIMA, para poder atuar na área de

Banco seguem na mesma direção, como se pode ver a seguir: investimento." Dada a palavra ao patrono do reclamante: "Que o

"Que trabalhou com a reclamante na Agência Prime Aldeota, que gerente geral é quem autoriza a abertura de contas; que a liberação

fica na Av. Santos Dumont; que a reclamante era Gerente de de crédito pode ser feita pelo gerente de contas dentro da sua

Relacionamento Prime, fazia visitas comerciais, atendimento, alçada, acima só pelo gerente geral; que o gerente geral pode vetar

prospecção de abertura de contas; que a reclamante não tinha operação no limite da alçada do subordinado; que a palavra final no

subordinados; que o gerente geral tem a palavra final no Comitê de Comitê de Crédito é do gerente geral; que todos que trabalham na

Crédito; que os caixas, supervisores, auxiliares de serviços são agência são subordinados ao gerente geral; que o gerente geral faz

subordinados ao gerente administrativo; que o gerente assistente é a avaliação de desempenho do gerente assistente; que no tempo

subordinado ao gerente geral; que nunca viu a reclamante assinar que a reclamante trabalhou havia entre 7 a 5 gerentes de

cheque administrativo; que a reclamante tinha alçada para relacionamento; que os gerentes de relacionamento passavam

desbloqueio das operações no caixa; que não sabe informar o nível serviço para o assistente; que o gerente assistente era fiscalizado

do cartão da reclamante, o da depoente era 85, como gerente pelos gerentes de relacionamento ou gerente geral, não havia um

assistente; que os níveis 85, 86 não significavam níveis critério específico; que quando o gerente assistente precisava se

hierárquicos; que a reclamante tinha assinatura autorizada, ela não ausentar comunicava ao gerente geral, os caixas e supervisores

podia autorizar pagamento de cheque sem provisão de saldo; que a também comunicavam ao gerente geral; que a reclamante não tinha

reclamante não tinha poderes para punir empregados, nem para poderes para aplicar punição, não admitia nem demitia

demitir e admitir, não tinha acesso a informações sigilosas do empregados." (Ata ID 13d0a83; grifos inexistentes no original).

Banco." Dada a palavra ao patrono da reclamada: "Que o gerente O conjunto probatório acima transcrito permite formar convicção

geral fazia a divisão da demanda para os gerentes assistentes; que segura de que as atribuições de "Gerente de Relacionamento Prime

com autorização do gerente geral, o gerente de relacionamento II" são meramente técnicas, desprovidas de elementos que

apresentava demanda ao gerente assistente; que acredita que o qualifiquem tais funções como cargos de confiança.

cartão de acesso ao sistema da reclamante tinha um valor de A gratificação percebida pelo exercício das atribuições respectivas

desbloqueio superior ao do caixa; que na agência onde trabalho a remunera apenas o trabalho exercido com maiores

hierarquia era: gerente geral, gerente administrativo e os demais; responsabilidades, sem revelar grau de confiança destacada, como

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pretende fazer crer o Banco demandado e entendeu a Magistrada inviabilizado nesta instância recursal, nos termos das Súmulas 102,

sentenciante, daí se ter por inadmissível o enquadramento do I e 126/TST. Agravo de instrumento desprovido." (AIRR - 522-

reclamante na excepcionalidade prevista no § 2º do artigo 224 da 50.2014.5.09.0005, Relator Ministro: Mauricio Godinho Delgado,

CLT. Data de Julgamento: 18/12/2018, 3ª Turma, Data de Publicação:

Pensar de forma diferente, data venia, serviria para incentivar o DEJT 07/01/2019).

demandado a criar outras denominações de gerente nas suas "RECURSO DO BANCO SANTANDER S.A. - CARGO DE

agências, a ponto de chegar em determinado momento em que só CONFIANÇA - ART. 62, II, DA CLT - ART. 224, § 2º, DA CLT. O

existirão empregados gerentes, fazendo letra morta da norma legal Tribunal Regional, alicerçado na avaliação dos depoimentos

da jornada de seis horas. testemunhais, registrou quadro fático segundo o qual o reclamante

Aliás, a Corte Superior da Justiça Laboral, em processos análogos, "não possuía poderes para liberar ou realizar operações com total

movidos contra entidades bancárias, já se pronunciou no mesmo autonomia, tampouco praticar atos isoladamente, sem qualquer

sentido. Observe-se: autorização colegiada ou superior". Concluiu que o reclamante não

"AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. dispunha de poderes diferenciados em relação aos demais

PROCESSO SOB A ÉGIDE DA LEI 13.015/2014 E ANTERIOR À empregados, razão pela qual afastou o enquadramento nos cargos

LEI 13.467/2017. 1. MULTA DO ART. 523, §1º, DO CPC/2015 de confiança previstos nos art. 62, II, da CLT e 224, § 2º, da CLT.

(ART. 475-J DO CPC/1973). 2. BANCÁRIO. CARGO DE Diante dessas premissas fáticas, insuscetíveis de reapreciação em

CONFIANÇA. ART. 224, § 2º, DA CLT. CARACTERIZAÇÃO. sede extraordinária, não há como se vislumbrar contrariedade à

MATÉRIA FÁTICA. SÚMULAS 102, I E 126/TST. 3. HORAS Súmula nº 287 do TST, que trata da presunção juris tantum dos

EXTRAS. DIVISOR. AUSÊNCIA DE INTERESSE RECURSAL. 4. poderes de gestão do gerente geral de agência que, no caso, restou

DANO MORAL. VALOR DA INDENIZAÇÃO. O cargo de confiança afastada pela prova produzida nos autos. Igualmente em relação ao

no Direito do Trabalho recebeu explícita tipificação legal, quer no cargo de confiança previsto no art. 224, § 2º, da CLT, registrado

padrão amplo do art. 62, II, da CLT, quer no tipo jurídico específico pelo Tribunal Regional que não havia diferenciação de poderes

bancário do art. 224, § 2º, da Consolidação. Para enquadrar o entre o reclamante e os demais empregados no exercício das suas

empregado nas disposições contidas no art. 224, § 2º, da CLT, é atribuições, o conhecimento do recurso de revista esbarra no óbice

necessário ficar comprovado que ele exercia, efetivamente, as da Súmula nº 102, I, do TST. Recurso de revista não conhecido.

funções aptas a caracterizar o cargo de confiança e, ainda, que elas (...)." (RR - 681-55.2011.5.02.0049, Relator Ministro: Luiz Philippe

se revestiam de fidúcia especial, que extrapola aquela básica, Vieira de Mello Filho, Data de Julgamento: 31/08/2016, 7ª Turma,

inerente a qualquer empregado. No caso concreto, o Tribunal Data de Publicação: DEJT 09/09/2016).

Regional, amparado no conjunto probatório produzido nos autos, Há precedentes, também, neste Regional, conforme exemplificado

concluiu que o Reclamante não se enquadra no art. 224, § 2º, da abaixo:

CLT. Para tanto, asseverou que: "No caso, o réu insiste que se "RECURSO ORDINÁRIO. 1 - RECURSO DA PARTE RECLAMADA.

desvencilhou de seu ônus. Porém, não é o que se extrai da prova 1.1 - HORAS EXTRAS. CARGO DE CONFIANÇA. ARTIGO 224, §

oral, a qual revela que o autor não contava com subordinados, não 2º DA CLT. CARGO DENOMINADO CHEFE DE SERVIÇOS

tinha alçada especial e tampouco poderes que o diferenciasse dos BANCÁRIOS. Ao defender o exercício de tarefas suficientes para o

demais empregados". Acrescentou que "a prova oral não permite se enquadramento do empregado no § 2º do art. 224 da CLT, atrai o

reconheça que o autor contava com poderes que a diferenciavam patrão o ônus da prova, consoante inteligência do art. 818 da CLT e

dos demais empregados, mostra-se correta a sentença na parte em do art. 373, II, do CPC. Não se tem por comprovado o exercício da

que não reconheceu seu enquadramento na exceção do artigo 224, função de confiança a que se refere o art. 224, § 2º, da CLT

§ 2º, da CLT". Diante desses dados fáticos, constata-se que o (Súmula 102/TST), quando revelam as provas dos autos, todavia,

Reclamante não ocupava típico cargo de confiança bancário, nos tarefas corriqueiras acometidas à obreira, sem qualquer fidúcia.

moldes do art. 224, § 2º, da CLT, pois ficou comprovado que as (...)." (TRT-7 - RO: 00010708020155070010, Relator: CLAUDIO

funções exercidas delineavam-se como meramente técnicas, sem SOARES PIRES, Data de Julgamento: 17/09/2018, Data de

maiores poderes ou mesmo responsabilidades que demandassem Publicação: 17/09/2018).

maior grau de fidúcia. Para que se pudesse chegar, se fosse o "FUNÇÃO DE CONFIANÇA NÃO CARACTERIZADA - HORAS

caso, a conclusão fática diversa, seria necessário o revolvimento do EXTRAS DEVIDAS. Apesar de o autor laborar 08 (oito) horas

conteúdo fático-probatório constante dos autos, o que fica diárias e perceber gratificação pelo exercício da função de Gerente,

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superior a 1/3 do salário do cargo efetivo, não há que se enquadrar base de cálculo, da rubrica "Gratificação de Função Chefia",

o caso da presente lide na exceção do § 2º do art. 224, da CLT, vez merecendo endosso esse entendimento, posto constituir parcela

que não restou comprovada nos autos qualquer relação entre as percebida por prolongado período do contrato de trabalho que

atividades por ele desempenhadas e aquelas típicas dos que ostenta natureza jurídica semelhante à das gratificações

exercem a chefia ou postos de comando." (TRT-7 - RO: expressamente nominadas na norma coletiva acima referida, à qual,

00002101920145070009, Relator: JEFFERSON QUESADO portanto, não se justifica que seja conferido tratamento distinto.

JUNIOR, Data de Julgamento: 22/01/2018, Data de Publicação: Em assim, de se mantê-la na base de cálculo das horas

23/01/2018). extraordinárias.

Destarte, merece confirmação a r. Sentença recorrida, que deferiu o Por outro viés, há que se extirpar do condenatório a repercussão

pagamento, como extras, das sétima e oitava horas trabalhadas, sobre a PLR, verba que é inteiramente desvinculada da

relativamente ao lapso temporal a salvo da prescrição quinquenal. remuneração, consoante prescreve a Constituição Federal.

Frise-se a insubsistência do pleito recursal de se efetuar a Não prospera, no entanto, o pleito de exclusão da rubrica "Horas

compensação da gratificação de função paga à autora com as horas extras integração".

extras aqui ratificadas, haja vista que referido adicional Trata-se de vantagem que a reclamante já percebia quando de seu

estipendiário, percebido em razão do exercício das atribuições de vínculo empregatício com o Banco do Estado do Ceará - BEC,

Gerente de Relacionamento, remunerava, apenas, o trabalho posteriormente adquirido pelo Bradesco, sendo denominada

exercido com maiores responsabilidades, não o excesso de jornada. originalmente de "Prorr. Expediente Diurno" e remunerando as

O divisor a ser aplicado para o cálculo das horas extras é, sétima e oitava horas trabalhadas.

efetivamente, 180, em razão do direito da autora à jornada de Ao suceder o BEC, o ora recorrente manteve essa verba, porém

trabalho de seis horas diárias, conforme decidiu o Colendo Tribunal designando-a como "Horas extras integração".

Superior do Trabalho, em sede de Incidente de Recursos Nesse contexto, inafastável a ilação de que se trata de parcela

Repetitivos (Processo nº 0000849-83.2013.5.03.0138). salarial fixa da autora, eis que percebida de forma habitual e

De se esclarecer que a habitualidade da extrapolação de jornada ininterrupta, durante mais de vinte anos.

impõe que se defiram os reflexos legais, inclusive sobre o repouso Em suma, acolhe-se parcialmente o apelo do Bradesco, no

semanal remunerado, que abrange sábados, domingos e feriados, concernente às horas extras, para os fins de excluir da base de

conforme assentado na Sentença de origem. cálculo a "Gratificação de Função Chefia" e retirar da condenação

Destaque-se que o § 1º da Cláusula Oitava da CCT 2016/2018 da os reflexos sobre a PLR.

Categoria Profissional da reclamante, assim como nas normas 2.1.2 Da PLR proporcional de 2017

coletivas anteriores, dispõe, literalmente, que as horas A Sentença deferiu à reclamante o pagamento da PLR de 2017, na

extraordinárias, "quando prestadas durante toda a semana anterior, proporção de 8/12, autorizando a compensação do valor recebido

os bancos pagarão, também, o valor correspondente ao repouso ao ensejo de sua rescisão contratual.

semanal remunerado, inclusive sábados e feriados" (ID 68c9fdf, O Banco recorrente alega haver quitado regularmente essa verba,

pág. 06). apontando como prova o contracheque do mês de fevereiro de 2017

Portanto, não se há cogitar da incidência do teor da Súmula 113 do e o termo rescisório.

C. TST, mantendo-se, portanto, a Decisão de Primeiro Grau nesse Todavia, o valor pago constante do referido contracheque

tocante. corresponde à PLR de 2016, que é quitada nesse mês de fevereiro,

Quanto ao pleito de que seja observada a evolução salarial, nada se em cumprimento ao disposto na Cláusula 1ª da CCT de 2016/2017

tem a apreciar, vez que assim já determinado na Sentença. (doc. ID 75aa720, pág. 02).

Não procede a insurgência recursal, também, no que tange à É fato que o termo rescisório contém pagamento de PLR, no

composição da base de cálculo das horas extras deferidas. entanto inexiste qualquer risco de pagamento a maior ou em

A CCT da categoria estabelece, no parágrafo segundo da Cláusula duplicidade, uma vez que a Sentença teve a prudência de condenar

8ª, que o valor da hora extra será calculado tomando por base "o nessa verba, mas autorizar, de logo, a devida compensação de

somatório de todas as verbas salariais fixas, entre outras, ordenado, valores adimplidos ao mesmo título.

adicional por tempo de serviço, gratificação de caixa e gratificação Portanto, nega-se provimento ao Recurso nesse particular.

de compensador" (doc. ID 68c9fdf, pág. 06). 2.1.3 Dos honorários advocatícios

A Sentença recorrida, acertadamente, determinou a inclusão, nessa Incensurável a concessão de honorários sucumbenciais em favor

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dos patronos da autora. 2.2 RECURSO DA RECLAMANTE

Consoante os termos do art. 6º da Instrução Normativa nº 41/2018 2.2.1 Do pedido de pagamento integral da PLR de 2017

do Colendo TST, a condenação em honorários advocatícios A reclamante persegue o pagamento da integralidade da PLR do

sucumbenciais, prevista no art. 791-A da CLT, será aplicável, ano de 2017, ao argumento de que seu contrato de trabalho,

apenas, às ações propostas após 11 de novembro de 2017, data considerando-se o prazo de projeção do aviso prévio indenizado,

em que passou a viger a Lei nº 13.467/2017 (Reforma Trabalhista), somente se encerrou em 03/01/2018, restando, pois, abrangido todo

que incluiu referido dispositivo legal ao Diploma Consolidado. o exercício de 2017.

É a hipótese dos autos, em tendo sido ajuizada a vertente Assiste-lhe razão.

Reclamatória em 28/11/2018. Sabe-se, à luz do § 1º do art. 487 da CLT, que o aviso prévio, ainda

Nesse compasso, observando-se o grau de zelo do profissional que indenizado, integra o tempo de serviço do empregado para

(acompanhamento do reclamante em audiência, prática de atos todos os efeitos legais.

processuais tempestivos etc.), o lugar de prestação do serviço, a Cumpre lembrar, ademais, a OJ 82 da SBDI-1 do Colendo TST,

natureza e a importância da causa, o trabalho realizado e o tempo segundo a qual "A data de saída a ser anotada na CTPS deve

exigido para o seu serviço, inclusive com atuação no segundo grau, corresponder à do término do prazo do aviso prévio, ainda que

tem-se por cabível e justa a condenação do reclamado ao indenizado."

pagamento da verba em apreço, no índice arbitrado na Sentença. Dito isso, é seguro concluir que o cálculo da PLR deve levar em

Registre-se ser improcedente a pretensão do Banco de ver consideração todo o período do contrato, inclusive o ficto decorrente

condenada a autora a lhe pagar honorários de advogado. da projeção do aviso prévio, que é tido como se trabalhado fosse.

É que a ela fora deferida a gratuidade da Justiça, que compreende, Nessa direção tem decidido, reiteradamente, o Colendo TST,

dentre outros benefícios, a isenção do pagamento de honorários conforme ementas abaixo:

advocatícios (inciso VI do § 1º do art. 98 do CPC). "(...) 2. INTEGRAÇÃO E PROJEÇÃO DO AVISO PRÉVIO

Evidentemente, as condições exigidas para a concessão da INDENIZADO PARA EFEITO DE CÁLCULO DA PLR. O aviso

supracitada garantia, de patamar, aliás, constitucional (inciso LXXIV prévio, ainda que indenizado, integra o tempo de serviço, projetando

do artigo 5º da Constituição Federal), são aquelas demonstradas o contrato de trabalho até o final de seu período, inclusive para o

quando do ajuizamento da Ação ou do respectivo requerimento e, cômputo da parcela PLR. Inteligência da Orientação Jurisprudencial

uma vez tidas por provadas pelo Órgão Julgador, faz jus a parte 82 da SBDI-1 do TST. Recurso de revista conhecido e provido"

requerente à integralidade dos benefícios assegurados em lei, sob (ARR-201-53.2015.5.03.0035, 3ª Turma, Relator Ministro Alberto

pena de se erigir obstáculo ao livre acesso à Justiça. Luiz Bresciani de Fontan Pereira, DEJT 06/12/2019).

Nesse contexto, uma vez sendo a reclamante, repita-se, beneficiário "(...) RECURSO DE REVISTA. PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E

da gratuidade judiciária, mostra-se incompatível qualquer RESULTADOS. PAGAMENTO PROPORCIONAL. PROJEÇÃO DO

determinação de pagamento de despesas processuais, AVISO PRÉVIO INDENIZADO. PROVIMENTO. O egrégio Tribunal

principalmente as que venham a impedir ou dificultar que as Regional do Trabalho concluiu que não se justifica a consideração

pessoas sem recursos financeiros tenham acesso ao Judiciário, do aviso prévio indenizado no cômputo da participação nos lucros e

para resolverem suas demandas de forma civilizada, quando se resultados proporcional. Partiu da premissa de que, embora o aviso

sentirem lesadas em seus direitos. prévio indenizado integre, por ficção legal, o tempo de serviço, não

Destarte, nega-se provimento ao apelo do reclamado, uma vez há como deixar de reconhecer que, neste período, o trabalhador

mais. não prestou efetivamente serviços, motivo pelo qual não contribuiu

2.1.4 Do índice de correção monetária e dos descontos fiscais e para a obtenção dos resultados positivos da empresa. Ocorre que

previdenciários este colendo Tribunal Superior do Trabalho já decidiu

Por se tratar de matéria que é objeto do Recurso Ordinário reiteradamente no sentido contrário, ou seja, de que o aviso prévio

interposto pela reclamante, deixa-se para discutir a correção indenizado integra o contrato de trabalho para todos os efeitos, nos

monetária quando do exame meritório desta insurgência. termos do artigo 487, § 1º, da CLT e da Orientação Jurisprudencial

Consigne-se, no que tange às deduções a título de imposto de nº 82 da SBDI-1, inclusive para o pagamento proporcional da

renda e contribuições previdenciárias, que tais já foram participação nos lucros e resultados. Recurso de revista de que se

devidamente ordenadas no dispositivo sentencial, nada se tendo a conhece e a que se dá provimento" (ARR-10070-

aduzir. 90.2015.5.12.0002, 4ª Turma, Relator Ministro Guilherme Augusto

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Caputo Bastos, DEJT 29/11/2019). encontra obstáculo no § 7.º do art. 896 da CLT e na Súmula nº 333

"(...) RECURSO DE REVISTA DA RECLAMADA. LEI 13.467/2017. deste Tribunal. Agravo de Instrumento conhecido e não provido."

PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E RESULTADOS SOBRE (AIRR-928-28.2016.5.10.0020, 1ª Turma, Relator Ministro Luiz José

PROJEÇÃO DO AVISO PRÉVIO INDENIZADO. Dezena da Silva, DEJT 15/03/2019).

TRANSCENDÊNCIA. O processamento do recurso de revista na Destarte, acolhe-se a insurgência da reclamante, a fim de

vigência da Lei 13.467/2017 exige que a causa ofereça determinar que a PLR de 2017 seja paga de forma integral,

transcendência com relação aos reflexos gerais de natureza mantida, naturalmente, a compensação do importe pago, a esse

econômica, política, social ou jurídica, a qual deve ser analisada de título, no termo rescisório.

ofício e previamente pelo Relator (artigos 896-A, da CLT, 246 e 247 2.2.2 Do índice de correção monetária

do RITST). A pretensão deduzida na causa é a exclusão do Pleiteia a autora que se aplique ao cálculo liquidatório, como índice

pagamento proporcional da participação nos lucros e resultados de atualização monetária, o IPCA-E.

referente ao exercício de 2014. O Eg. TRT decidiu que o período de A razão lhe acompanha, mas apenas em parte.

aviso prévio integra o tempo de serviço para todos os efeitos legais, É cediço que o Supremo Tribunal Federal, nos autos da ADI nº

não existindo distinção entre o aviso prévio trabalhado e o 4.357/DF, declarou, nos termos do voto do Ministro Relator Ayres

indenizado, razão pela qual consignou que o reclamante tinha Britto, "a inconstitucionalidade da expressão "na data de expedição

direito a PLR do exercício de 2014 de forma proporcional. A decisão do precatório", contida no § 2º; os §§ 9º e 10; e das expressões

recorrida guarda consonância com a jurisprudência desta c. Corte, "índice oficial de remuneração básica da caderneta de poupança" e

que firmou o entendimento de que o aviso prévio, ainda que "independentemente de sua natureza", constantes do § 12, todos

indenizado, integra o tempo de serviço do empregado para todos os dispositivos do art. 100 da CF, com a redação dada pela EC nº

efeitos. A matéria debatida não possui transcendência econômica, 62/2009", afastando, assim, a aplicação da Taxa Referencial - TR, o

política, jurídica ou social. Transcendência não reconhecida. que culminou com a inconstitucionalidade por arrastamento do art.

Recurso de revista de que não se conhece" (ARR-11238- 1º-F da Lei nº 9.494, com a redação dada pelo art. 5º da Lei nº

04.2015.5.03.0027, 6ª Turma, Relatora Desembargadora 11.960, de 29/06/2009.

Convocada Cilene Ferreira Amaro Santos, DEJT 07/06/2019). Em decorrência da referida decisão do STF, o Pleno do TST, ao

"AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. apreciar a Arguição de Inconstitucionalidade nº 479-

APELO INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI N.º 13.105/2015 60.2011.5.04.0231, suscitada pelo Min. Cláudio Mascarenhas

(NOVO CPC). PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E RESULTADOS Brandão, por sua vez, declarou a inconstitucionalidade por

(PLR). INCIDÊNCIA SOBRE O AVISO PRÉVIO INDENIZADO. arrastamento da expressão "equivalente à TRD" presente no art. 39,

POSSIBILIDADE. Cinge-se a controvérsia a saber se é possível a caput, da Lei nº 8.177/91 e, dando interpretação conforme a

parcela PLR incidir sobre o aviso prévio indenizado. O Regional Constituição ao restante da norma, definiu como índice de

deferiu o pagamento das diferenças do valor da Participação nos atualização monetária dos créditos trabalhistas na Justiça do

Lucros e Resultados do ano de 2015 sobre o aviso prévio Trabalho o IPCA-E (Índice de Preços ao Consumidor Amplo

indenizado. Incensurável a decisão. Com efeito, na forma do artigo Especial) a partir de 30.06.2009, quando entrou em vigor a Lei nº

487, parágrafo 1.º, da CLT, o aviso prévio, ainda que indenizado, 11.960/2009, que acrescentou o art. 1º-F à Lei nº 9.494/1997, o qual

integra o tempo de serviço do empregado para todos os efeitos foi declarado inconstitucional pelo STF.

legais. De outra parte, na diretriz da Orientação Jurisprudencial nº Posteriormente, na sessão de julgamento dos embargos de

82 da SBDI-1, "A data de saída a ser anotada na CTPS deve declaração opostos contra o Acórdão que dirimira a ArgInc nº 479-

corresponder à do término do prazo do aviso prévio, ainda que 60.2011.5.04.0231, publicado em 30/6/2017, modularam-se os

indenizado.". E, a par das alegações recursais, não se constata a efeitos do retro citado Aresto para fixar como fator de correção dos

violação do art. 7º, inciso XXVI, da Constituição Federal, pois o débitos trabalhistas a Taxa TR (índice oficial da remuneração básica

Regional não negou validade à norma coletiva, mas, tão somente, da caderneta de poupança), até 24/3/2015, e o IPCA-E (Índice de

concluiu que o autor preencheu o requisito temporal previsto na Preços ao Consumidor Amplo Especial), a partir de 25/3/2015, na

norma coletiva, em razão da devida projeção do aviso prévio forma deliberada pelo Colendo Supremo Tribunal Federal.

indenizado. Desse modo, estando a decisão revisanda em sintonia De se registrar, ainda, que a Reclamação nº 22.012/RS, onde

com a indigitada OJ, cuja aplicação às hipóteses como a dos autos deferida liminar suspensiva dos efeitos do Decisum proferido pelo

é reconhecida pela remansosa jurisprudência desta Corte, a Revista TST nos autos da ArgInc nº 479-60.2011.5.04.0231, fora julgada

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improcedente pelo STF, conforme síntese jurisprudencial abaixo 13.105/2015 E ANTES DA VIGÊNCIA DA LEI No 13.467/2017 -

reproduzida: DESCABIMENTO. EXECUÇÃO. 1. CORREÇÃO MONETÁRIA DE

"RECLAMAÇÃO. APLICAÇÃO DE ÍNDICE DE CORREÇÃO DE DÉBITOS TRABALHISTAS. IPCA-E. DECISÃO DO TRIBUNAL

DÉBITOS TRABALHISTAS. TR. AUSÊNCIA DE IDENTIDADE PLENO DO TST. TEMA 810. REPERCUSSÃO GERAL

MATERIAL ENTRE OS FUNDAMENTOS DO ATO RECLAMADO E RECONHECIDA PELO STF. JULGAMENTO DEFINITIVO DO STF

O QUE FOI EFETIVAMENTE DECIDIDO NAS ADIS 4.357/DF E NA RECLAMAÇÃO Nº 22012/RS. 1.1. O Pleno do TST, por meio da

4.425/DF. NÃO CABIMENTO DA RECLAMAÇÃO. ATUAÇÃO DO Arguição de Inconstitucionalidade nº 479-60.2011.5.04.0231,

TST DENTRO DO LIMITE CONSTITUCIONAL QUE LHE É declarou inconstitucional a expressão "equivalentes à TRD", inscrita

ATRIBUÍDO. RECLAMAÇÃO IMPROCEDENTE. no art. 39, "caput", da Lei n° 8.177/91, aplicando a técnica de

I - A decisão reclamada afastou a aplicação da TR como índice de interpretação conforme a Constituição para o texto remanescente

correção monetária nos débitos trabalhistas, determinando a da norma impugnada. Definiu, ainda, a variação do Índice de Preços

utilização do IPCA em seu lugar, questão que não foi objeto de ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E) como fator de atualização

deliberação desta Suprema Corte no julgamento das Ações Diretas a ser utilizado na tabela de atualização monetária dos débitos

de Inconstitucionalidade 4.357/DF e 4.425/DF, não possuindo, trabalhistas na Justiça do Trabalho. 1.2. No julgamento definitivo da

portanto, a aderência estrita com os arestos tidos por Reclamação 22012 MC/RS, contra a decisão do Pleno desta Corte,

desrespeitados. o STF concluiu que "o conteúdo das decisões que determinam a

II - Apesar da ausência de identidade material entre os fundamentos utilização de índice diverso da TR para atualização monetária dos

do ato reclamado e o que foi efetivamente decidido na ação direta débitos trabalhistas não possui aderência com o decidido pelo STF

de inconstitucionalidade apontada como paradigma, o decisum ora nas duas ADIs". 1.3. A decisão é corroborada pelo julgado proferido

impugnado está em consonância com a ratio decidendi da pelo excelso Supremo Tribunal Federal, no RE nº 870.947 RG/SE,

orientação jurisprudencial desta Suprema Corte. com repercussão geral, publicada no DJe de 20.11.2017, no qual se

III - Reclamação improcedente." (DATA DE PUBLICAÇÃO DJE considerou inconstitucional a atualização monetária das

27/02/2018 - ATA Nº 17/2018. DJE nº 37, divulgado em condenações impostas à Fazenda Pública segundo a remuneração

26/02/2018). oficial da caderneta de poupança, prevista no art. 1º-F da Lei

Oportuno, também, transcrever recentes manifestações 9.494/1997, por impor "restrição desproporcional ao direito de

jurisprudenciais emanadas do Colendo TST sobre a temática ora propriedade (CRFB, art. 5º, XXII), uma vez que não se qualifica

sob exame: como medida adequada a capturar a variação de preços da

"AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. economia", inflação essa que somente é corretamente aferida pelo

EXECUÇÃO. CORREÇÃO MONETÁRIA DOS CRÉDITOS IPCA-E, calculado pelo IBGE, "índice escolhido pelo Banco

TRABALHISTAS. ÍNDICE APLICÁVEL. Consoante entendimento Central". 1.4. Definido o índice, aplica-se a modulação de efeitos

adotado pela 8ª Turma, com base na decisão do Tribunal Pleno fixada pelo Pleno do TST, no julgamento dos embargos de

desta Corte Superior (TST - ArgInc - 479-60.2011.5.04.0231 e ED - declaração à arguição de inconstitucionalidade, em 20.3.2017,

ArgInc - 479-60.2011.5.04.0231), na correção dos créditos segundo a qual o IPCA-E incide a partir de 25 de março de 2015.

trabalhistas, aplica-se a TR até 24/3/2015 e o IPCA a partir de (...)" (Processo: AIRR - 110200-61.2007.5.04.0012 Data de

25/3/2015. Esta Turma considera, ainda, entendimento a que me Julgamento: 13/02/2019, Relator Ministro: Alberto Luiz Bresciani de

submeto por disciplina judiciária, que o art. 879, § 7º, da CLT perdeu Fontan Pereira, 3ª Turma, Data de Publicação: DEJT 22/02/2019).

a sua eficácia normativa, em face da declaração de Frise-se, por relevante, que o § 7º do art. 879 da CLT, com a

inconstitucionalidade parcial do art. 39 da Lei nº 8.177/91, na redação conferida pela Lei nº 13.467/17, perdera sua eficácia

medida em que o dispositivo da legislação esparsa conferia normativa, por se reportar ao critério de atualização monetária

conteúdo à norma da CLT, tendo em vista a adoção de fórmula previsto na Lei nº 8.177/91, que foi declarado inconstitucional pelo

remissiva pelo legislador. Agravo de instrumento conhecido e não Tribunal Pleno do TST, em observância à decisão do Excelso STF.

provido." (Processo: AIRR-AIRR - 20019-18.2013.5.04.0751 Data É o seguinte o teor do supra referido dispositivo celetário:

de Julgamento: 27/02/2019, Relatora Ministra: Dora Maria da Costa, "Art. 879 - Sendo ilíquida a sentença exeqüenda, ordenar-se-á,

8ª Turma, Data de Publicação: DEJT 01/03/2019). previamente, a sua liquidação, que poderá ser feita por cálculo, por

"AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA arbitramento ou por artigos.

INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DAS LEIS Nos 13.015/2014 E (...)

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§ 7º A atualização dos créditos decorrentes de condenação judicial Botelho (Relator) e Cláudio Soares Pires. Presente ainda o(a)

será feita pela Taxa Referencial (TR), divulgada pelo Banco Central Exmo(a). Sr(a). membro do Ministério Público do Trabalho.

do Brasil, conforme a Lei nº 8.177, de 1º de março de 1991." Fortaleza, 17 de fevereiro de 2020.

Em assim, de se acolher parcialmente a insurgência obreira, para o

fim de estabelecer como fator de correção dos débitos trabalhistas a

Taxa TR (índice oficial da remuneração básica da caderneta de

poupança) até 24/3/2015, e o IPCA-E (Índice de Preços ao

Consumidor Amplo Especial) a partir de 25/3/2015. PAULO REGIS MACHADO BOTELHO

Relator

CONCLUSÃO DO VOTO

FORTALEZA/CE, 04 de março de 2020.

Conhecer de ambos os Recursos e dar-lhes parcial provimento: ao

do reclamado, para excluir da condenação os reflexos de horas ROMULO DE SOUSA FROTA

extras sobre a PLR; e ao do reclamante, para determinar que a PLR Diretor de Secretaria

de 2017 seja paga de forma integral, mantida a compensação do


Processo Nº RORSum-0001161-83.2018.5.07.0005
importe pago, a esse título, no termo rescisório, e estabelecer como Relator FRANCISCO JOSÉ GOMES DA
SILVA
fator de correção dos débitos trabalhistas a Taxa TR até 24/3/2015
RECORRENTE FRANCISCO JADAS DA SILVA
e o IPCA-E a partir de 25/3/2015. Outrossim, manter o valor JOSE AILSON REGO ADVOGADO(OAB: 6353/CE)
BALTAZAR
arbitrado à condenação na Sentença.
RECORRIDO BRADESCO SAUDE S/A
FRANCISCO SAMPAIO ADVOGADO(OAB: 9075/CE)
DE MENEZES JUNIOR
RECORRIDO BANCO BRADESCO S.A.
DISPOSITIVO FRANCISCO SAMPAIO ADVOGADO(OAB: 9075/CE)
DE MENEZES JUNIOR

Intimado(s)/Citado(s):
- FRANCISCO JADAS DA SILVA

PODER JUDICIÁRIO

JUSTIÇA DO TRABALHO

ISTO POSTO:

ACORDAM OS DESEMBARGADORES INTEGRANTES DA 2ª MANUTENÇÃO DO PLANO DE SAÚDE APÓS A RUPTURA DO

TURMA DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 7ª PACTO LABORAL. LEI Nº.9.656/98. DEVIDA.DESLIGAMENTO

REGIÃO, por unanimidade, conhecer de ambos os Recursos e dar POR PLANO DE DEMISSÃO VOLUNTÁRIA (PDV). CLÁUSULA

-lhes parcial provimento: ao do reclamado, para excluir da ABUSIVA EM DETRIMENTO DO EMPREGADO. A Teor da Lei nº

condenação os reflexos de horas extras sobre a PLR; e ao do 9.656/98, tendo em vista que a parte obreira contribuiu para o plano

reclamante, para determinar que a PLR de 2017 seja paga de forma de saúde FAMED por mais de dez anos, não pode ser

integral, mantida a compensação do importe pago, a esse título, no desconsiderado pelo novo plano referidas contribuições, visto que a

termo rescisório, e estabelecer como fator de correção dos débitos seguradora anterior foi incorporada pela sucessora Bradesco Saúde

trabalhistas a Taxa TR até 24/3/2015 e o IPCA-E a partir de S.A., que abrigou a carteira de clientes do plano sucedido, de sorte

25/3/2015. Outrossim, manter o valor arbitrado à condenação na a manter não só as coberturas assistenciais do contribuinte como

Sentença. também absorveu o patrimônio contributivo de todo o período do

Participaram do julgamento os Exmos. Srs. Desembargadores plano anterior. Ademais, a Jurisprudência do Tribunal Superior do

Francisco José Gomes da Silva (Presidente), Paulo Régis Machado trabalho reconhece o direito à manutenção do Plano de Saúde

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ainda que o desligamento da empresa tenha ocorrido por meio de dos empregados da ativa e na mesma faixa etária, por tempo

Plano de Demissão Voluntária (PDV), uma vez que não se indeterminado, nos termos do art. 31 da Lei 9.656/1998, ou então,

reconhece a validade de cláusulas normativas que suprimam que o custeio integral como determina a Lei 9.656/98 seja com base

direitos assegurados por lei, como é o caso da Lei nº 9656/98 nos valores repassados pelo Banco BRADESCO a BRADESCO

(artigos 30 e 31). Assim, devem ser condenadas as reclamadas a SAÚDE, na mesma faixa etária do Recorrente/reclamante.

manter o plano de saúde da reclamante, nas exatas condições em Assiste-lhe razão.

que gozava quando da vigência do contrato de trabalho, não O reclamante alega que manteve contrato de trabalho com o

obstante esta assuma o seu pagamento integral. Sentença reclamado Banco Bradesco S/A no período de 14/05/1981 a

modificada neste ponto. 11/09/2017, sendo que foi admitido pelo Banco do Estado do Ceará

Recurso ordinário conhecido e provido. - BEC, ocorrendo a sucessão empresarial em 15/05/2006, quando

passou a prestar serviços para o primeiro reclamado. Aduz o

demandante que era beneficiário de plano de saúde por mais de 10

(dez) anos e se encontra aposentado. Por isso, pede a manutenção

do citado benefício, nos moldes previstos nos arts. 30 e 31 da Lei nº

V I S T O S e discutidos estes autos de RECURSO ORDINÁRIO 9.656/98.

EM PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO, provenientes da MM.4ª As reclamadas, em peça de defesa apresentada conjuntamente (fls.

VARA DO TRABALHO DE FORTALEZA, em que é recorrente, 235/246) defendem que o reclamante aderiu ao plano de demissão

FRANCISCO JADAS DA SILVA, e recorrido,BANCO BRADESCO voluntária especial (PDVE) proposto, tendo sido desligado em razão

S.A. E BRADESCO SAÚDE S/A. desta adesão em 11/09/2017, estando explícito no item 7.4 do

Relatório dispensado nos termos do art. 852-I, da CLT, por se tratar Regulamento do PDVE que os empregados que aderissem ao

de processo submetido ao rito sumaríssimo. PDVE fariam jus ao plano de saúde pelo período máximo de 18

meses. Menciona, ainda, que a CCT da categoria dos bancários

também somente garante o Plano de Saúde aos funcionários

FUNDAMENTAÇÃO ATIVOS e aos demitidos sem justa causa em prazo limitado.

Acrescenta que o reclamante nunca pagou pelo plano de saúde,

haja vista que este benefício é concedido aos funcionários do Grupo

ADMISSIBILIDADE Bradesco na modalidade de CO- PARTICIPAÇÃO e não de

Preenchidos os pressupostos de admissibilidade, conheço do contribuição.

recurso interposto. Conforme consta no TRCT a parte obreira fora admitida junto ao

MÉRITO BEC (Banco do Estado do Ceará em 14/05/1981 e houve a rescisão

DA MANUTENÇÃO DE PLANO DE SAÚDE APÓS A EXTINÇÃO do contrato de trabalho por meio de adesão ao plano de demissão

DO CONTRATO DE TRABALHO. voluntária especial (PDVE) proposto, tendo sido desligado em razão

Trata-se de recurso ordinário (ID. 18E79a9) interposto pelo desta adesão em 11/09/2017. O reclamante contribuiu para o plano

reclamante, FRANCISCO JADAS DA SILVA, pleiteando que seja os de saúde FAMED desde a sua admissão até 2006.

seguintes pontos: Após o ano de 2006, com a extinção do BEC, que fora comprado

a) seja restabelecido o direito ao plano de saúde nos mesmos pelo Banco Bradesco S.A., o plano de saúde da reclamada fora

termos deferidos pela ilustrada Juíza da 4ª. vara, por ser o substituído, de forma impositiva e obrigatória pelo plano ''Bradesco

Recorrente portador de doença ocupacional, ficando a cargo do Saúde'', ocasião em que a parte obreira mesmo deixando de

recorrido os custos da manutenção do plano de saúde, ou então; contribuir diretamente passou a contribuir com a sua força de

b) que seja arbitrado em 1/3 (um terço) do valor da tabela trabalho, pois usufruía do plano na forma de coparticipação, como

apresentada pelo Recorrente acima, na mesma faixa etária do ex- um benefício pago pelo seu empregador. Assim, tem-se por

obreiro, como sendo o valor a ser repassado a BRADESCO SAÚDE caracterizado a efetiva contribuição direta do reclamante para

S/A, mensalmente, contribuição patronal e empregado, a fim de que manutenção de seu plano de saúde nos moldes do artigo 30 e 31

o reclamante e seus dependentes possam utilizar o PLANO DE da Lei 9.656/1998, fazendo jus a sua manutenção desde que o

SAÚDE e DENTAL nas mesmas condições que tinha antes da assuma integralmente, este é o entendimento consolidado da 01ª

ruptura (coparticipação, plano apartamento top), e no mesmo nível Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região:

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Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região TRT-7 -1ª Turma - descontava da parte obreira a contribuição mensal para

RECURSO ORDINÁRIO : RO 00008278020175070006-06/06/2018 manutenção do plano de saúde, não o fazia por liberalidade e

-Fundamento:RECURSO ORDINÁRIO DOS RECLAMADOS. porque, na verdade, o empregado lhe retribuía mediante a

MANUTENÇÃO DO PLANO DE SAÚDE APÓS A RUPTURA DO prestação de serviços.

PACTO LABORAL. LEI Nº.9.656/98. MANUTENÇÃO DA Observa-se que o que a norma impõe é que, após extinto o vínculo

SENTENÇA DE ORIGEM.(...) a previsão da Lei9.656/98 é mais empregatício, inclusive no caso de adesão à PDVE, deve o ex-

favorável ao recorrido, porque todo o período de contribuição empregado assumir o pagamento integral do plano de saúde

do trabalhador para a FAMED, de 1982 a 2006, não pode ser contratado, desonerando a empresa de arcar com os custos dessa

desconsiderado pelo novo plano, posto que a seguradora manutenção.

anterior foi incorporada pela sucessora Bradesco Saúde S.A., Nesse sentido, colacionam-se precedentes do Tribunal Superior do

que abrigou a carteira de clientes do plano sucedido, de sorte a trabalho, nos quais se reconhece o direito à manutenção do Plano

manter não só as coberturas assistenciais do contribuinte de Saúde ainda que o desligamento da empresa tenha ocorrido por

como também absorveu o patrimônio contributivo de todo o meio de Plano de Demissão Voluntária (PDV), uma vez que não se

período do plano anterior.(grifamos) reconhece a validade de cláusulas normativas que suprimam

A 2ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região, direitos assegurados por lei, como é o caso da Lei nº 9656/98

coaduna com tal entendimento: (artigos 30 e 31), "in verbis":

Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região -2ª Turma- "AGRAVO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE

RECURSO ORDINÁRIO: RO 0000716-60.2017.5.07.0018 - REVISTA EM FACE DE DECISÃO PUBLICADA ANTES DA

19/02/2018 -Fundamento: (...)Ressalte-se, por oportuno, que a VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014. MANUTENÇÃO DO PLANO DE

seguradora FAMED também foi incorporada pela sucessora SAÚDE. APOSENTADO. DESLIGAMENTO POR PLANO DE

BRADESCO SAÚDE S/A, incluindo, a carteira de clientes do DEMISSÃO VOLUNTÁRIA (PDV). CLÁUSULA ABUSIVA EM

plano sucedido, de sorte a manter não só as coberturas DETRIMENTO DO EMPREGADO. LEI Nº 9.656/98. Constatado

assistenciais do contribuinte, como também absorveu o equívoco no despacho agravado, dá-se provimento ao agravo para

patrimônio contributivo de todo o período do plano anterior, determinar o processamento do agravo de instrumento. AGRAVO

sendo obrigado, por conseguinte, a considerar todo o período DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA EM FACE DE

de contribuição da trabalhadora, desde a sua admissão em DECISÃO PUBLICADA ANTES DA VIGÊNCIA DA LEI Nº

1982 até 2006. Assim sendo, uma vez preenchidos os 13.015/2014. MANUTENÇÃO DO PLANO DE SAÚDE.

requisitos do art. 30 e 31, da Lei nº 9.656/98, reforma-se a APOSENTADO. DESLIGAMENTO POR PLANO DE DEMISSÃO

sentença para assegurar à reclamante o restabelecimento do VOLUNTÁRIA (PDV). CLÁUSULA ABUSIVA EM DETRIMENTO DO

seuplano de saúdee de seus dependentes, nas mesmas EMPREGADO. LEI Nº 9.656/98. Agravo de instrumento a que se dá

condições de cobertura assistencial de que gozava quando da provimento para determinar o processamento do recurso de revista,

vigência do contrato de trabalho, mediante custeio integral das em face de haver sido demonstrada possível afronta ao artigo 31 da

mensalidades pela demandante devidas à seguradora Lei nº 9.656/98. RECURSO DE REVISTA EM FACE DE DECISÃO

Bradesco Saúde S.A. (grifado)." PUBLICADA ANTES DA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014.

........ NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. O exame dos autos

"Como explanado o reclamante de 1985 até 2006 contribuiu para o revela que a Corte a quo proferiu decisão completa, válida e

plano de saúde FAMED, tal plano permitia a manutenção do obreiro devidamente fundamentada, razão pela qual não prospera a

e seus dependentes no plano mesmo após sua dispensa ou alegada negativa de prestação jurisdicional. Recurso de revista de

aposentadoria." que não se conhece. MANUTENÇÃO DO PLANO DE SAÚDE.

Nessa esteira, aprofundando-se no sentido da norma em questão, APOSENTADO. DESLIGAMENTO POR PLANO DE DEMISSÃO

percebe-se que a intenção do legislador foi garantir que o ex- VOLUNTÁRIA (PDV). CLÁUSULA ABUSIVA EM DETRIMENTO DO

empregado, dispensado sem justa causa ou aposentado (no caso EMPREGADO. LEI Nº 9.656/98. Como é cediço, ao empregado

do art. 31), possa gozar dos benefícios do plano de saúde que aposentado é assegurado o direito à manutenção no plano de

possuía à época da vigência do contrato de trabalho, sendo saúde, nas mesmas condições de cobertura que usufruía quando

irrelevante o fato de que, àquela época, a reclamante não arcasse em atividade, desde que tenha contribuído integralmente, por no

integralmente com referidos custos. É que, se o empregador não mínimo dez anos, para o plano e assuma o seu pagamento integral.

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No caso, são incontroversas as seguintes premissas fáticas: o autor sentido de que as reclamadas sejam compelidas a manter o plano

contribuiu com sua cota-parte do custeio do plano de saúde pelo de saúde do reclamante, nas exatas condições em que gozava

prazo mínimo de dez anos (empregado arcava com 2% do salário quando da vigência do contrato de trabalho, não obstante este

nominal e o empregador com o restante do custo); aposentou-se assuma o seu pagamento integral.

por tempo de contribuição e a adesão ao PDV implicou rescisão do Voto vencido do Exmo. Des. Relator CLAUDIO SOARES PIRES,

contrato de trabalho; a reclamada manteve o convênio médico por nas partes em que fora vencido:

90 dias (até 30/06/2009). Segundo entendimento desta Corte MÉRITO

Superior, não se reconhece a validade de cláusulas normativas que MANUTENÇÃO DE PLANO DE SAÚDE APÓS A EXTINÇÃO DO

suprimam direitos assegurados por lei, como é o caso da Lei nº CONTRATO DE TRABALHO.

9656/98 (artigos 30 e 31). Sendo assim, há que se reconhecer a Apreciando o tema destacado, concluiu o juízo sentenciante (ID

abusividade da cláusula 5ª constante do acordo sobre a rescisão 1a8ce60):

contratual em detrimento do empregado. Recurso de revista de que "O reclamante alega que manteve contrato de trabalho com o

se conhece e a que se dá provimento". (TST, RR - 835- reclamado Banco Bradesco S/A no período de 14/05/1981 a

92.2011.5.02.0463, Relator Ministro: Cláudio Mascarenhas 11/09/2017, sendo que foi admitido pelo Banco do Estado do Ceará

Brandão, Data de Julgamento: 04/05/2016, 7ª Turma, Data de - BEC, ocorrendo a sucessão empresarial em 15/05/2006, quando

Publicação: DEJT 13/05/2016). passou a prestar serviços para o primeiro reclamado. Aduz o

"AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. I. demandante que era beneficiário de plano de saúde por mais de 10

MANUTENÇÃO DO PLANO DE SAÚDE. ADESÃO A PLANO DE (dez) anos e se encontra aposentado. Por isso, pede a manutenção

DEMISSÃO VOLUNTÁRIA. LEI 9.656/98. I. Não se divisa violação do citado benefício, nos moldes previstos nos arts. 30 e 31 da Lei nº

dos dispositivos legais apontados, porquanto o Tribunal Regional 9.656/98.

decidiu a controvérsia com base no disposto no art. 31 da Lei As reclamadas, em peça de defesa apresentada conjuntamente (fls.

9.656/98, que prevê o direito do empregado aposentado que 235/246) defendem que o reclamante aderiu ao plano de demissão

contribuiu por mais de dez anos à manutenção do mesmo Plano de voluntária especial (PDVE) proposto, tendo sido desligado em razão

Saúde de que era beneficiário. Assim, mantido pela empresa o desta adesão em 11/09/2017, estando explícito no item 7.4 do

Plano de Saúde para o qual o Reclamante vinha contribuindo, não Regulamento do PDVE que os empregados que aderissem ao

há amparo legal para que se exija a adesão a outro Plano de PDVE fariam jus ao plano de saúde pelo período máximo de 18

caráter privado. II. Ademais, quanto à existência de cláusula em meses. Menciona, ainda, que a CCT da categoria dos bancários

sentido contrário no PDV, o Tribunal registrou e concluiu também somente garante o Plano de Saúde aos funcionários

corretamente que "A r. Sentença julgou o pleito inicial procedente. ATIVOS e aos demitidos sem justa causa em prazo limitado.

Diante do preenchimento dos requisitos legais, o Recorrido teve o Acrescenta que o reclamante nunca pagou pelo plano de saúde,

convênio médico garantido até 31/03/2009. Por sua vez, a cláusula haja vista que este benefício é concedido aos funcionários do Grupo

nº 05 do acordo que gerou a rescisão do contrato de trabalho (fls. Bradesco na modalidade de CO- PARTICIPAÇÃO e não de

92) prevê que após 31/03/2009 o Recorrido poderia aderir ao plano contribuição.

de agregados Intermédica Sistema de Saúde Ltda., desde que À luz da legislação aplicável à espécie, extrai-se a improcedência

formalizasse o pedido em 30 dias do término do prazo supra. Houve dos pedidos formulados pelo reclamante. Explico.

manifestação do Reclamante em data posterior a 31/03/2009, em Incontroverso que o autor foi admitido em 14/05/1981 pelo antigo

24 de abril de 2009 (fls. 44/45) e 29 de abril de 2009 (fls. 46/91). Banco do Estado do Ceará - BEC S/A, incorporado pelo Banco

Considera-se, portanto, preenchidos os requisitos do art. 31 da lei nº reclamado em 15/05/2006, de onde foi desligado em 11/09/2017.

9.656/98, regulamentado pelo parágrafo 6º da Resolução CONSU Inconteste, ainda, que o reclamante aderiu voluntariamente ao

nº 21/99.-Agravo de instrumento a que se nega provimento". (TST, PDVE, não havendo qualquer alegação de vício ou coação, com

AIRR - 1390-46.2010.5.02.0463, Relator Desembargador formalização do TRCT entre as partes e a manutenção do plano de

Convocado: Paulo Américo Maia de Vasconcelos Filho, Data de saúde pelo período de 18 (dezoito) meses após o encerramento do

Julgamento: 01/10/2014, 6ª Turma, Data de Publicação: DEJT contrato. Incontroverso, inclusive, que o plano se dava em regime

10/10/2014). de coparticipação, não tendo o autor afirmado, em momento algum,

Dessa sorte, tem o reclamante razão, pelo que se reforma a que arcava com contribuições ordinárias mensais, independentes

sentença vergastada que julgou a reclamação improcedente no da utilização do plano.

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 613
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Pois bem. a atuar como um mecanismo de inibição do uso dos procedimentos

Apenas a título de esclarecimento, ressalto que após a incorporação médicos hospitalares, por isso é tratado como fator moderador. A

do BEC pelo BRADESCO, houve a migração dos empregados do Coparticipação somente é devida pelo usuário do plano de saúde

Banco sucedido para o novo plano de saúde (Bradesco Saúde) ou odontológico quando há a efetiva utilização do serviço médico

contratado pelo sucessor. hospitalar. Tal diferenciação entre as parcelas "contribuição" e

A questão posta a lume encontra-se disciplinada pela Lei n. "coparticipação" é inclusive reconhecida pela Lei, que

9.656/1998, que dispõe sobre os planos e seguros privados de expressamente no parágrafo sexto supratranscrito, giza que a

assistência à saúde. coparticipação em procedimentos de assistência médica não

Conforme se depreende do art. 31, §1º da supramencionada lei, os constitui contribuição do beneficiário para os efeitos do caput do art.

requisitos exigidos para a manutenção do benefício em questão são 30.

a contribuição para o plano de saúde durante 10 (dez) anos e o Registre-se, ademais, que os contracheques do reclamante,

custeio integral, pelo aposentado, após a sua jubilação. Vejamos: acostados às fls. 174/175, referentes aos meses de maio/2006,

Art. 31. Ao aposentado que contribuir para produtos de que tratam o junho/2006, março/2007 e abril/2007 (posteriores à incorporação do

inciso I e o § 1o do art. 1o desta Lei, em decorrência de vínculo BEC pelo BRADESCO) demonstram que este não pagava

empregatício, pelo prazo mínimo de dez anos, é assegurado o mensalmente parcela do plano de saúde. Portanto, não contribuía.

direito de manutenção como beneficiário, nas mesmas condições de Assim, inexistindo contribuição do reclamante, ainda que parcial, no

cobertura assistencial de que gozava quando da vigência do custeio do plano de saúde ofertado pelo empregador, não há como

contrato de trabalho, desde que assuma o seu pagamento integral. se assegurar ao mesmo tal benefício.

§ 1o Ao aposentado que contribuir para planos coletivos de Ressalto que tal entendimento é reforçado pelo teor do §1º do art.

assistência à saúde por período inferior ao estabelecido no caput é 6º da Resolução Normativa 279/2011 da Agência Nacional de

assegurado o direito de manutenção como beneficiário, à razão de Saúde, que, de forma definitiva, esclareceu que os direitos previstos

um ano para cada ano de contribuição, desde que assuma o nos arts. 30 e 31 da Lei 9.656/98, não se aplicam na hipótese de

pagamento integral do mesmo. planos privados de assistência à saúde em que ocorra apenas a

No entanto, em que pese o autor ter sido beneficiário do plano de coparticipação do empregado.

saúde disponibilizado pelo seu empregador por mais de 10 (dez) "Os direitos previstos nos arts. 30 e 31 da Lei nº 9.656, de 1998,

anos, o mesmo não contribuía, ao menos em parte, para o custeio não se aplicam na hipótese de planos

de tal benesse, vez que, conforme confessado na inicial, o plano era privados de assistência à saúde com característica de preço pós

integralmente custeado pelo empregador, ocorrendo apenas a estabelecido na modalidade de custo operacional, uma vez que a

coparticipação do empregado quando da utilização dos serviços, participação do empregado se dá apenas no pagamento de co-

fato que atrai a aplicação do §6º, do art. 30, da Lei 9.565/98, que participação ou franquia em procedimentos, como fator de

assim dispõe: moderação, na utilização dos serviços de assistência médica ou

Art. 30. Ao consumidor que contribuir para produtos de que tratam o odontológica".

inciso I e o § 1o do art. 1o desta Lei, em decorrência de vínculo Diante do impeditivo expressamente estabelecido na própria lei

empregatício, no caso de rescisão ou exoneração do contrato de utilizada como fundamento pelo reclamante, e considerando que

trabalho sem justa causa, é assegurado o direito de manter sua este, desde a petição inicial, informou que realizava apenas aportes

condição de beneficiário, nas mesmas condições de cobertura eventuais, quando da realização de procedimentos específicos,

assistencial de que gozava quando da vigência do contrato de outra alternativa não há, a não ser reconhecer que, ao menos para

trabalho, desde que assuma o seu pagamento integral. os fins desta lei, não se considera que o autor tenha contribuído

(...) com o custeio do plano. Se não contribuiu, na acepção da norma,

§ 6o Nos planos coletivos custeados integralmente pela empresa, não detém o direito de manter o plano nos moldes em que dele

não é considerada contribuição a co-participação do consumidor, usufruiu quando vigente o contrato de trabalho.

única e exclusivamente, em procedimentos, como fator de Nessa mesma linha de raciocínio, segue a jurisprudência do E. TRT

moderação, na utilização dos serviços de assistência médica ou 7ª Região/CE em casos semelhantes, em que figuram no polo

hospitalar.] passivo as instituições supracitadas:

Saliente-se, por oportuno, que a coparticipação possui natureza "MANUTENÇÃO DO PLANO DE SAÚDE APÓS A RUPTURA

jurídica diversa da contribuição mensal. Destina-se a coparticipação CONTRATUAL OU APOSENTADORIA. AUSÊNCIA DE

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Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

CONTRIBUIÇÃO DO EMPREGADO. IMPOSSIBILIDADE. Nos processual, a reclamada transcreveu o item 7.4 da supracitada

termos dos artigos 30 e 31, da Lei 9.656/1998, é necessário que o norma exaustivamente na contestação. Analisando a peça

empregado, para fazer jus à manutenção do plano de saúde após a defensiva, verifico que referido item, que trata do plano de saúde e

ruptura contratual ou aposentadoria, tenha, durante a vigência do do desligamento voluntário, deixa claro que a benesse outrora

contrato de trabalho, contribuído, ainda que parcialmente, para o concedida (plano de saúde) iria se manter por no máximo 18

custeio do plano ofertado pela empregadora. Entretanto, a lei (dezoito) meses. E o descumprimento de referida norma não foi

ressalva que não se considera "contribuição do empregado" o valor cogitado no presente feito, destaque-se.

pago a título de coparticipação. A jurisprudência do C. TST já é Ante o exposto, à luz da prova que instruiu a presente demanda,

firmada nesse sentido. E, no caso dos autos, restou incontroverso torna-se impositivo indeferir o pedido para manutenção do referido

que o plano de saúde ofertado pelo empregador era plano em favor da parte autora, nas condições existentes durante o

operacionalizado exatamente por meio de coparticipação, razão contrato de trabalho ou após a extinção deste, e os pedidos

pela qual a parte autora efetivamente não faz jus à manutenção do consectários, conforme requerido na inicial, por falta de amparo

plano, por qualquer período que seja." (Acórdão TRT 7ª Região-CE. legal, restando, por via de consequência, revogada a tutela de

RO-0001704-24.2016.5.07.0016. Rel. Desemb. FRANCISCO urgência deferida em ata de audiência (fls. 839/840)."

TARCISIO GUEDES LIMA VERDE JUNIOR, decisão publicada no O reclamante, ora recorrente, manifesta no presente recurso

DEJT, edição de 19/10/2018). ordinário o seu inconformismo, alegando, em síntese: que preenche

"RECURSO ORDINÁRIO DA RECLAMANTE. MANUTENÇÃO DO todos os requisitos ditados pela Lei 9.656/98 e pela Resolução

PLANO DE SAÚDE COLETIVO APÓS A RUPTURA DO PACTO Normativa nº 279, de 24/11/2011 da ANS; que contribuiu por mais

LABORAL. AUSÊNCIA DE CONTRIBUIÇÕES DO BENEFICIÁRIO de 10(dez) anos para o plano de saúde denominado no banco

PARA O CUSTEIO DO PLANO NO CURSO DA RELAÇÃO DE sucedido (BEC) como FAMED; que a partir de maio/2006

EMPREGO. COPARTICIPAÇÃO. INAPLICABILIDADE DO DIREITO unilateralmente o Banco Bradesco resolveu não mais descontar

DE PERMANÊNCIA PREVISTO NA LEI Nº. 9.656/98. REJEIÇÃO contribuição para o FAMED, passando o ex-obreiro a integrar o

DO PLEITO. MANUTENÇÃO DA SENTENÇA RECORRIDA.A plano de saúde denominado BRADESCO SAÚDE; que é portador

manutenção do plano de saúde do empregado aposentado ou de doença ocupacional, necessitando por tempo indeterminado de

dispensado sem justa causa, nos termos dos arts. 30 e 31 da Lei tratamento médico; que o fato de não ter contribuído mensalmente

9.656/98, pressupõe a realização de contribuição do obreiro para o para o plano de saúde e dental do BRADESCO SAÚDE S/A, não

custeio do plano por no mínimo 10 (dez) anos durante a vigência do afasta o límpido direito a manutenção do plano de saúde e dental,

contrato de trabalho, não sendo considerados contribuição os visto que a sua contribuição para o BRADESCO SAÚDE ocorria

descontos realizados apenas a título de coparticipação, nos termos indiretamente, em face da contraprestação laboral prestada ao

do § 6º do artigo 30 da retromencionada lei. Sentença mantida. Reclamado (Banco Bradesco), além do que tinha a coparticipação

Recurso conhecido e não provido." (Acórdão TRT 7ª Região-CE. mensal, quando da utilização do prefalado plano de saúde e dental.

RO-0001793-74.2016.5.07.0007. Relator. Desemb. EMMANUEL O recurso não alcança provimento.

TEOFILO FURTADO, decisão publicada no DEJT, edição de Em se tratando de processo submetido ao rito sumaríssimo, a

15/10/2018." confirmação da sentença pelos seus próprios fundamentos é o

Além do mais, impende salientar que é válida a rescisão contratual quanto basta para a plenitude da prestação jurisdicional. Inteligência

por adesão ao programa de desligamento voluntário (PDVE), do art. 895, § 1º, inciso IV, da CLT.

praticado pela empresa, quando não há prova ou indício concreto Esta é a hipótese do presente feito, porquanto as razões de decidir

de vício de consentimento, que fica definitivamente afastado diante expostas na sentença se mostram suficientes para a rejeição do

da assistência da entidade sindical, quer no momento da adesão, recurso interposto. Pela análise dos autos, verifica-se que a

quer no momento da homologação rescisória. sentença recorrida não carece de reparo, já que esquadrinhados

In casu, tendo o empregado aderido voluntariamente ao PDVE todos os aspectos abordados pela parte recorrente. Assim, diante

promovido pelo Banco, é de se reputar regularmente extinto o de tal circunstância, e considerando-se a disposição legal supra

contrato de trabalho a partir da data estipulada no acordo. Soa-me aludida, pede-se vênia para manter a decisão vergastada por seus

"estranho" o reclamante perseguir verbas/benesses que estejam próprios e jurídicos fundamentos.

consignadas no regulamento, previstas para se encerrar em breve. De toda sorte, calha acrescer, por oportuno, que examinei idêntica

Inobstante a ausência do regulamento do PDVE neste encadernado situação no Processo nº 0001789-73.2017.5.07.0016, que resultou

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a seguinte ementa: pelos empregados decorrentes de negociações coletivas de

"RECURSO ORDINÁRIO. PLANO DE SAÚDE CUSTEADO PELO trabalho.

EMPREGADOR. MANUTENÇÃO APÓS A EXTINÇÃO DO § 5o A condição prevista no caput deste artigo deixará de existir

CONTRATO DE TRABALHO. IMPOSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE quando da admissão do consumidor titular em novo emprego.

CONTRIBUIÇÃO. Em caso de plano de saúde integralmente § 6o Nos planos coletivos custeados integralmente pela empresa,

custeado pela banco reclamado, é incabível a sua manutenção não é considerada contribuição a co-participação do consumidor,

após o término do contrato de trabalho, valendo ressaltar que única e exclusivamente, em procedimentos, como fator de

descontos efetivados a título de coparticipação não são moderação, na utilização dos serviços de assistência médica ou

considerados como contribuição, nos termos do artigo 30, § 6º, da hospitalar."

Lei nº 9.656/98, que dispõe sobre planos e seguros privados de "Art. 31. Ao aposentado que contribuir para produtos de que tratam

assistência à saúde. Recurso ordinário conhecido e improvido". o inciso I e o § 1o do art. 1o desta Lei, em decorrência de vínculo

(ACÓRDÃO - 0001789-73.2017.5.07.0016, Rel. Des. Claudio empregatício, pelo prazo mínimo de dez anos, é assegurado o

Soares Pires, 2ª Turma de Julgamento, Julgado em: 01 out. 2018, direito de manutenção como beneficiário, nas mesmas condições de

Publicado em: 02 out. 2018). cobertura assistencial de que gozava quando da vigência do

Esta 2ª Turma de Julgamento apreciou semelhante demanda, sob contrato de trabalho, desde que assuma o seu pagamento integral.

proficiente relatoria do Desembargador Antonio Marques § 1o Ao aposentado que contribuir para planos coletivos de

Cavalcante Filho, como deflui das razões contidas no Acórdão assistência à saúde por período inferior ao estabelecido no caput é

Processo nº RO - 0001277-36.2016.5.07. 0013: assegurado o direito de manutenção como beneficiário, à razão de

"Cinge-se a controvérsia em se saber se o ex-empregado um ano para cada ano de contribuição, desde que assuma o

aposentado, beneficiário de plano de saúde empresarial em regime pagamento integral do mesmo.

de coparticipação há mais de 10 anos, possui o direito de manter, § 2o Para gozo do direito assegurado neste artigo, observar-se-ão

após a rescisão imotivada de seu contrato, referida assistência. as mesmas condições estabelecidas nos §§ 2o, 3o, 4o, 5o e 6o do

O aclaramento da questão ora ventilada dá-se à luz do disposto no art. 30.

art. 30 e 31 da Lei nº. 9.656/98 e em sua norma regulamentadora, § 3o Para gozo do direito assegurado neste artigo, observar-se-ão

Resolução Normativa nº 279, artigos 2º e 6º, da ANS (Agência as mesmas condições estabelecidas nos §§ 2o e 4o do art. 30."

Nacional de Saúde Suplementar), abaixo reproduzidos: "Art. 2º Para os efeitos desta Resolução, considera-se:

"Art. 30. Ao consumidor que contribuir para produtos de que tratam I - contribuição: qualquer valor pago pelo empregado, inclusive com

o inciso I e o § 1o do art. 1o desta Lei, em decorrência de vínculo desconto em folha de pagamento, para custear parte ou a

empregatício, no caso de rescisão ou exoneração do contrato de integralidade da contraprestação pecuniária de seu plano privado de

trabalho sem justa causa, é assegurado o direito de manter sua assistência à saúde oferecido pelo empregador em decorrência de

condição de beneficiário, nas mesmas condições de cobertura vínculo empregatício, à exceção dos valores relacionados aos

assistencial de que gozava quando da vigência do contrato de dependentes e agregados e à co-participação ou franquia paga

trabalho, desde que assuma o seu pagamento integral. única e exclusivamente em procedimentos, como fator de

§ 1o O período de manutenção da condição de beneficiário a que se moderação, na utilização dos serviços de assistência médica ou

refere o caput será de um terço do tempo de permanência nos odontológica; (...)".

produtos de que tratam o inciso I e o § 1o do art. 1o, ou sucessores, "Art. 6º Para fins dos direitos previstos nos artigos 30 e 31 da Lei nº

com um mínimo assegurado de seis meses e um máximo de vinte e 9.656, de 1998, e observado o disposto no inciso I do artigo 2º

quatro meses. desta Resolução, também considera-se contribuição o pagamento

§ 2o A manutenção de que trata este artigo é extensiva, de valor fixo, conforme periodicidade contratada, assumido pelo

obrigatoriamente, a todo o grupo familiar inscrito quando da vigência empregado que foi incluído em outro plano privado de assistência à

do contrato de trabalho. saúde oferecido pelo empregador em substituição ao originalmente

§ 3o Em caso de morte do titular, o direito de permanência é disponibilizado sem a sua participação financeira.

assegurado aos dependentes cobertos pelo plano ou seguro § 1º Os direitos previstos nos artigos 30 e 31 da Lei nº 9.656, de

privado coletivo de assistência à saúde, nos termos do disposto 1998, não se aplicam na hipótese de planos privados de assistência

neste artigo. à saúde com característica de preço pós-estabelecido na

§ 4o O direito assegurado neste artigo não exclui vantagens obtidas modalidade de custo operacional, uma vez que a participação do

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 616
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

empregado se dá apenas no pagamento de coparticipação ou improver o recurso do reclamante, mantendo a sentença recorrida

franquia em procedimentos, como fator de moderação, na utilização pelos seus próprios fundamentos.

dos serviços de assistência médica ou odontológica. Ademais, como argumento acessório, forçoso frisar que o

Diante do acima exposto, infere-se, portanto, que o funcionário recorrente aderiu ao plano de dispensa voluntária, em cujas

demitido ou exonerado sem justa causa bem como o aposentado cláusulas de adesão se destaca a condição de transitoriedade da

poderão permanecer no plano médico coletivo empresarial manutenção do plano de saúde por prazo de 18 (dezoito) meses,

usufruído quando da vigência do pacto laboral, desde que assumam sendo certo que o descumprimento de referida norma não foi

as prestações antes imputadas ao empregador e tenham cogitado no presente feito.

contribuído para o aludido benefício.

Depreende-se ainda dos regramentos retro mencionados que a

coparticipação na utilização de serviços médicos e hospitalares não CONCLUSÃO DO VOTO

se confunde, para fins de aplicação dos direitos constantes dos

artigos 30 e 31 da lei 9.656/1998, com "contribuição", pagamento de

parte da mensalidade devida ao Plano de Saúde. Ante o exposto, voto pelo conhecimento do Recurso Ordinário e, no

Nesse mesmo sentido o entendimento do C.TST, in verbis: mérito, dar-lhe provimento, para assegurar ao reclamante o direito

Ementa: RECURSO DE REVISTA. CESSAÇÃO DO CONTRATO de manutenção do plano de saúde empresarial próprio e de seus

DE TRABALHO. APOSENTADORIA. MANUTENÇÃO DO PLANO dependentes, mediante custeio integral das mensalidades devidas à

DE SAÚDE COLETIVO DE AUTOGESTÃO. ELETROSUL. seguradora Bradesco Saúde S.A., nas mesmas condições de

DESCABIMENTO. Efetivamente os artigos 30 e 31 da Lei nº 9.656 cobertura assistencial de que gozava quando da vigência do

/98 garante a manutenção de plano de saúde pelo empregado após contrato de trabalho. Custas revertidas pelos reclamados.

a cessação do contrato de trabalho, desde que atendidos os

requisitos legais para tanto. O caso concreto, entretanto, guarda

uma peculiaridade revelada no acórdão regional, qual seja a de que DISPOSITIVO

o plano de saúde funciona no regime de autogestão sendo mantido

integralmente pela empregadora, contando ainda com

coparticipação nas despesas efetivamente realizadas, na proporção

de 80% pela reclamada e 20% pelos trabalhadores. Assim, não há

outra contribuição pelo trabalhador para o gozo do benefício,

tampouco se vislumbra a assunção integral do custeio do plano,

como exigido na legislação em comento. Desse modo, confirma-se

o acerto da conclusão do Regional no sentido de que

concretamente a pretensão de reclamante não se conforma à ACORDAM OS INTEGRANTES DA 2ª TURMA DO TRIBUNAL

hipótese legal de manutenção, após a cessação do contrato de REGIONAL DO TRABALHO DA 7ª REGIÃO, por unanimidade,

trabalho, de plano de saúde mantido pelo empregador, pois não se conhecer do Recurso Ordinário e, por maioria, dar-lhe provimento,

satisfaz a condição legal para tanto, relativa ao custeio integral do para assegurar ao reclamante o direito de manutenção do plano de

plano pelo interessado. Precedentes. Recurso de revista não saúde empresarial próprio e de seus dependentes, mediante custeio

conhecido. (TST - RECURSO DE REVISTA RR integral das mensalidades devidas à seguradora Bradesco Saúde

12676220145120032 (TST) Data de publicação: 19/02/2016". S.A., nas mesmas condições de cobertura assistencial de que

No caso dos autos, há comprovação inequívoca de haver o gozava quando da vigência do contrato de trabalho. Custas

empregador custeado integralmente o plano médico do autor e este revertidas pelos reclamados. Vencido o Desembargador Relator,

atuado apenas em coparticipação. que mantinha a sentença recorrida pelos seus próprios

Nesse compasso, restando ausente um dos requisitos essenciais fundamentos. Redigirá o acórdão o Desembargador Francisco José

para a manutenção do benefício assistencial fornecido pelo Gomes da Silva, com a integração do voto vencido.

empregador, qual seja, a contribuição assistencial por parte do Participaram do julgamento os Exmos. Srs. Desembargadores

empregado, inarredável a improcedência do pleito autoral." Francisco José Gomes da Silva (Presidente),Cláudio Soares Pires

Perfilho e adoto os fundamentos acima delineados como razão de (Relator) e Jefferson Quesado Júnior. Presente ainda o(a) Exmo(a).

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 617
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Sr(a). membro do Ministério Público do Trabalho. plano anterior. Ademais, a Jurisprudência do Tribunal Superior do

Fortaleza, 17 de fevereiro de 2020. trabalho reconhece o direito à manutenção do Plano de Saúde

ainda que o desligamento da empresa tenha ocorrido por meio de

Plano de Demissão Voluntária (PDV), uma vez que não se

reconhece a validade de cláusulas normativas que suprimam

direitos assegurados por lei, como é o caso da Lei nº 9656/98

(artigos 30 e 31). Assim, devem ser condenadas as reclamadas a

FRANCISCO JOSÉ GOMES DA SILVA manter o plano de saúde da reclamante, nas exatas condições em

Desembargador Relator designado que gozava quando da vigência do contrato de trabalho, não

obstante esta assuma o seu pagamento integral. Sentença

modificada neste ponto.

Recurso ordinário conhecido e provido.

FORTALEZA/CE, 04 de março de 2020.

ROMULO DE SOUSA FROTA V I S T O S e discutidos estes autos de RECURSO ORDINÁRIO

Diretor de Secretaria EM PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO, provenientes da MM.4ª

VARA DO TRABALHO DE FORTALEZA, em que é recorrente,


Processo Nº RORSum-0001161-83.2018.5.07.0005
Relator FRANCISCO JOSÉ GOMES DA FRANCISCO JADAS DA SILVA, e recorrido,BANCO BRADESCO
SILVA
S.A. E BRADESCO SAÚDE S/A.
RECORRENTE FRANCISCO JADAS DA SILVA
JOSE AILSON REGO ADVOGADO(OAB: 6353/CE) Relatório dispensado nos termos do art. 852-I, da CLT, por se tratar
BALTAZAR
de processo submetido ao rito sumaríssimo.
RECORRIDO BRADESCO SAUDE S/A
FRANCISCO SAMPAIO ADVOGADO(OAB: 9075/CE)
DE MENEZES JUNIOR
RECORRIDO BANCO BRADESCO S.A.
FRANCISCO SAMPAIO ADVOGADO(OAB: 9075/CE) FUNDAMENTAÇÃO
DE MENEZES JUNIOR

Intimado(s)/Citado(s):
- BRADESCO SAUDE S/A ADMISSIBILIDADE

Preenchidos os pressupostos de admissibilidade, conheço do

recurso interposto.

MÉRITO
PODER JUDICIÁRIO
DA MANUTENÇÃO DE PLANO DE SAÚDE APÓS A EXTINÇÃO
JUSTIÇA DO TRABALHO
DO CONTRATO DE TRABALHO.

Trata-se de recurso ordinário (ID. 18E79a9) interposto pelo


MANUTENÇÃO DO PLANO DE SAÚDE APÓS A RUPTURA DO reclamante, FRANCISCO JADAS DA SILVA, pleiteando que seja os
PACTO LABORAL. LEI Nº.9.656/98. DEVIDA.DESLIGAMENTO seguintes pontos:
POR PLANO DE DEMISSÃO VOLUNTÁRIA (PDV). CLÁUSULA a) seja restabelecido o direito ao plano de saúde nos mesmos
ABUSIVA EM DETRIMENTO DO EMPREGADO. A Teor da Lei nº termos deferidos pela ilustrada Juíza da 4ª. vara, por ser o
9.656/98, tendo em vista que a parte obreira contribuiu para o plano Recorrente portador de doença ocupacional, ficando a cargo do
de saúde FAMED por mais de dez anos, não pode ser recorrido os custos da manutenção do plano de saúde, ou então;
desconsiderado pelo novo plano referidas contribuições, visto que a b) que seja arbitrado em 1/3 (um terço) do valor da tabela
seguradora anterior foi incorporada pela sucessora Bradesco Saúde apresentada pelo Recorrente acima, na mesma faixa etária do ex-
S.A., que abrigou a carteira de clientes do plano sucedido, de sorte obreiro, como sendo o valor a ser repassado a BRADESCO SAÚDE
a manter não só as coberturas assistenciais do contribuinte como S/A, mensalmente, contribuição patronal e empregado, a fim de que
também absorveu o patrimônio contributivo de todo o período do o reclamante e seus dependentes possam utilizar o PLANO DE

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 618
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

SAÚDE e DENTAL nas mesmas condições que tinha antes da assuma integralmente, este é o entendimento consolidado da 01ª

ruptura (coparticipação, plano apartamento top), e no mesmo nível Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região:

dos empregados da ativa e na mesma faixa etária, por tempo Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região TRT-7 -1ª Turma -

indeterminado, nos termos do art. 31 da Lei 9.656/1998, ou então, RECURSO ORDINÁRIO : RO 00008278020175070006-06/06/2018

que o custeio integral como determina a Lei 9.656/98 seja com base -Fundamento:RECURSO ORDINÁRIO DOS RECLAMADOS.

nos valores repassados pelo Banco BRADESCO a BRADESCO MANUTENÇÃO DO PLANO DE SAÚDE APÓS A RUPTURA DO

SAÚDE, na mesma faixa etária do Recorrente/reclamante. PACTO LABORAL. LEI Nº.9.656/98. MANUTENÇÃO DA

Assiste-lhe razão. SENTENÇA DE ORIGEM.(...) a previsão da Lei9.656/98 é mais

O reclamante alega que manteve contrato de trabalho com o favorável ao recorrido, porque todo o período de contribuição

reclamado Banco Bradesco S/A no período de 14/05/1981 a do trabalhador para a FAMED, de 1982 a 2006, não pode ser

11/09/2017, sendo que foi admitido pelo Banco do Estado do Ceará desconsiderado pelo novo plano, posto que a seguradora

- BEC, ocorrendo a sucessão empresarial em 15/05/2006, quando anterior foi incorporada pela sucessora Bradesco Saúde S.A.,

passou a prestar serviços para o primeiro reclamado. Aduz o que abrigou a carteira de clientes do plano sucedido, de sorte a

demandante que era beneficiário de plano de saúde por mais de 10 manter não só as coberturas assistenciais do contribuinte

(dez) anos e se encontra aposentado. Por isso, pede a manutenção como também absorveu o patrimônio contributivo de todo o

do citado benefício, nos moldes previstos nos arts. 30 e 31 da Lei nº período do plano anterior.(grifamos)

9.656/98. A 2ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região,

As reclamadas, em peça de defesa apresentada conjuntamente (fls. coaduna com tal entendimento:

235/246) defendem que o reclamante aderiu ao plano de demissão Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região -2ª Turma-

voluntária especial (PDVE) proposto, tendo sido desligado em razão RECURSO ORDINÁRIO: RO 0000716-60.2017.5.07.0018 -

desta adesão em 11/09/2017, estando explícito no item 7.4 do 19/02/2018 -Fundamento: (...)Ressalte-se, por oportuno, que a

Regulamento do PDVE que os empregados que aderissem ao seguradora FAMED também foi incorporada pela sucessora

PDVE fariam jus ao plano de saúde pelo período máximo de 18 BRADESCO SAÚDE S/A, incluindo, a carteira de clientes do

meses. Menciona, ainda, que a CCT da categoria dos bancários plano sucedido, de sorte a manter não só as coberturas

também somente garante o Plano de Saúde aos funcionários assistenciais do contribuinte, como também absorveu o

ATIVOS e aos demitidos sem justa causa em prazo limitado. patrimônio contributivo de todo o período do plano anterior,

Acrescenta que o reclamante nunca pagou pelo plano de saúde, sendo obrigado, por conseguinte, a considerar todo o período

haja vista que este benefício é concedido aos funcionários do Grupo de contribuição da trabalhadora, desde a sua admissão em

Bradesco na modalidade de CO- PARTICIPAÇÃO e não de 1982 até 2006. Assim sendo, uma vez preenchidos os

contribuição. requisitos do art. 30 e 31, da Lei nº 9.656/98, reforma-se a

Conforme consta no TRCT a parte obreira fora admitida junto ao sentença para assegurar à reclamante o restabelecimento do

BEC (Banco do Estado do Ceará em 14/05/1981 e houve a rescisão seuplano de saúdee de seus dependentes, nas mesmas

do contrato de trabalho por meio de adesão ao plano de demissão condições de cobertura assistencial de que gozava quando da

voluntária especial (PDVE) proposto, tendo sido desligado em razão vigência do contrato de trabalho, mediante custeio integral das

desta adesão em 11/09/2017. O reclamante contribuiu para o plano mensalidades pela demandante devidas à seguradora

de saúde FAMED desde a sua admissão até 2006. Bradesco Saúde S.A. (grifado)."

Após o ano de 2006, com a extinção do BEC, que fora comprado ........

pelo Banco Bradesco S.A., o plano de saúde da reclamada fora "Como explanado o reclamante de 1985 até 2006 contribuiu para o

substituído, de forma impositiva e obrigatória pelo plano ''Bradesco plano de saúde FAMED, tal plano permitia a manutenção do obreiro

Saúde'', ocasião em que a parte obreira mesmo deixando de e seus dependentes no plano mesmo após sua dispensa ou

contribuir diretamente passou a contribuir com a sua força de aposentadoria."

trabalho, pois usufruía do plano na forma de coparticipação, como Nessa esteira, aprofundando-se no sentido da norma em questão,

um benefício pago pelo seu empregador. Assim, tem-se por percebe-se que a intenção do legislador foi garantir que o ex-

caracterizado a efetiva contribuição direta do reclamante para empregado, dispensado sem justa causa ou aposentado (no caso

manutenção de seu plano de saúde nos moldes do artigo 30 e 31 do art. 31), possa gozar dos benefícios do plano de saúde que

da Lei 9.656/1998, fazendo jus a sua manutenção desde que o possuía à época da vigência do contrato de trabalho, sendo

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 619
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

irrelevante o fato de que, àquela época, a reclamante não arcasse em atividade, desde que tenha contribuído integralmente, por no

integralmente com referidos custos. É que, se o empregador não mínimo dez anos, para o plano e assuma o seu pagamento integral.

descontava da parte obreira a contribuição mensal para No caso, são incontroversas as seguintes premissas fáticas: o autor

manutenção do plano de saúde, não o fazia por liberalidade e contribuiu com sua cota-parte do custeio do plano de saúde pelo

porque, na verdade, o empregado lhe retribuía mediante a prazo mínimo de dez anos (empregado arcava com 2% do salário

prestação de serviços. nominal e o empregador com o restante do custo); aposentou-se

Observa-se que o que a norma impõe é que, após extinto o vínculo por tempo de contribuição e a adesão ao PDV implicou rescisão do

empregatício, inclusive no caso de adesão à PDVE, deve o ex- contrato de trabalho; a reclamada manteve o convênio médico por

empregado assumir o pagamento integral do plano de saúde 90 dias (até 30/06/2009). Segundo entendimento desta Corte

contratado, desonerando a empresa de arcar com os custos dessa Superior, não se reconhece a validade de cláusulas normativas que

manutenção. suprimam direitos assegurados por lei, como é o caso da Lei nº

Nesse sentido, colacionam-se precedentes do Tribunal Superior do 9656/98 (artigos 30 e 31). Sendo assim, há que se reconhecer a

trabalho, nos quais se reconhece o direito à manutenção do Plano abusividade da cláusula 5ª constante do acordo sobre a rescisão

de Saúde ainda que o desligamento da empresa tenha ocorrido por contratual em detrimento do empregado. Recurso de revista de que

meio de Plano de Demissão Voluntária (PDV), uma vez que não se se conhece e a que se dá provimento". (TST, RR - 835-

reconhece a validade de cláusulas normativas que suprimam 92.2011.5.02.0463, Relator Ministro: Cláudio Mascarenhas

direitos assegurados por lei, como é o caso da Lei nº 9656/98 Brandão, Data de Julgamento: 04/05/2016, 7ª Turma, Data de

(artigos 30 e 31), "in verbis": Publicação: DEJT 13/05/2016).

"AGRAVO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE "AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. I.

REVISTA EM FACE DE DECISÃO PUBLICADA ANTES DA MANUTENÇÃO DO PLANO DE SAÚDE. ADESÃO A PLANO DE

VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014. MANUTENÇÃO DO PLANO DE DEMISSÃO VOLUNTÁRIA. LEI 9.656/98. I. Não se divisa violação

SAÚDE. APOSENTADO. DESLIGAMENTO POR PLANO DE dos dispositivos legais apontados, porquanto o Tribunal Regional

DEMISSÃO VOLUNTÁRIA (PDV). CLÁUSULA ABUSIVA EM decidiu a controvérsia com base no disposto no art. 31 da Lei

DETRIMENTO DO EMPREGADO. LEI Nº 9.656/98. Constatado 9.656/98, que prevê o direito do empregado aposentado que

equívoco no despacho agravado, dá-se provimento ao agravo para contribuiu por mais de dez anos à manutenção do mesmo Plano de

determinar o processamento do agravo de instrumento. AGRAVO Saúde de que era beneficiário. Assim, mantido pela empresa o

DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA EM FACE DE Plano de Saúde para o qual o Reclamante vinha contribuindo, não

DECISÃO PUBLICADA ANTES DA VIGÊNCIA DA LEI Nº há amparo legal para que se exija a adesão a outro Plano de

13.015/2014. MANUTENÇÃO DO PLANO DE SAÚDE. caráter privado. II. Ademais, quanto à existência de cláusula em

APOSENTADO. DESLIGAMENTO POR PLANO DE DEMISSÃO sentido contrário no PDV, o Tribunal registrou e concluiu

VOLUNTÁRIA (PDV). CLÁUSULA ABUSIVA EM DETRIMENTO DO corretamente que "A r. Sentença julgou o pleito inicial procedente.

EMPREGADO. LEI Nº 9.656/98. Agravo de instrumento a que se dá Diante do preenchimento dos requisitos legais, o Recorrido teve o

provimento para determinar o processamento do recurso de revista, convênio médico garantido até 31/03/2009. Por sua vez, a cláusula

em face de haver sido demonstrada possível afronta ao artigo 31 da nº 05 do acordo que gerou a rescisão do contrato de trabalho (fls.

Lei nº 9.656/98. RECURSO DE REVISTA EM FACE DE DECISÃO 92) prevê que após 31/03/2009 o Recorrido poderia aderir ao plano

PUBLICADA ANTES DA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014. de agregados Intermédica Sistema de Saúde Ltda., desde que

NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. O exame dos autos formalizasse o pedido em 30 dias do término do prazo supra. Houve

revela que a Corte a quo proferiu decisão completa, válida e manifestação do Reclamante em data posterior a 31/03/2009, em

devidamente fundamentada, razão pela qual não prospera a 24 de abril de 2009 (fls. 44/45) e 29 de abril de 2009 (fls. 46/91).

alegada negativa de prestação jurisdicional. Recurso de revista de Considera-se, portanto, preenchidos os requisitos do art. 31 da lei nº

que não se conhece. MANUTENÇÃO DO PLANO DE SAÚDE. 9.656/98, regulamentado pelo parágrafo 6º da Resolução CONSU

APOSENTADO. DESLIGAMENTO POR PLANO DE DEMISSÃO nº 21/99.-Agravo de instrumento a que se nega provimento". (TST,

VOLUNTÁRIA (PDV). CLÁUSULA ABUSIVA EM DETRIMENTO DO AIRR - 1390-46.2010.5.02.0463, Relator Desembargador

EMPREGADO. LEI Nº 9.656/98. Como é cediço, ao empregado Convocado: Paulo Américo Maia de Vasconcelos Filho, Data de

aposentado é assegurado o direito à manutenção no plano de Julgamento: 01/10/2014, 6ª Turma, Data de Publicação: DEJT

saúde, nas mesmas condições de cobertura que usufruía quando 10/10/2014).

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Dessa sorte, tem o reclamante razão, pelo que se reforma a que arcava com contribuições ordinárias mensais, independentes

sentença vergastada que julgou a reclamação improcedente no da utilização do plano.

sentido de que as reclamadas sejam compelidas a manter o plano Pois bem.

de saúde do reclamante, nas exatas condições em que gozava Apenas a título de esclarecimento, ressalto que após a incorporação

quando da vigência do contrato de trabalho, não obstante este do BEC pelo BRADESCO, houve a migração dos empregados do

assuma o seu pagamento integral. Banco sucedido para o novo plano de saúde (Bradesco Saúde)

Voto vencido do Exmo. Des. Relator CLAUDIO SOARES PIRES, contratado pelo sucessor.

nas partes em que fora vencido: A questão posta a lume encontra-se disciplinada pela Lei n.

MÉRITO 9.656/1998, que dispõe sobre os planos e seguros privados de

MANUTENÇÃO DE PLANO DE SAÚDE APÓS A EXTINÇÃO DO assistência à saúde.

CONTRATO DE TRABALHO. Conforme se depreende do art. 31, §1º da supramencionada lei, os

Apreciando o tema destacado, concluiu o juízo sentenciante (ID requisitos exigidos para a manutenção do benefício em questão são

1a8ce60): a contribuição para o plano de saúde durante 10 (dez) anos e o

"O reclamante alega que manteve contrato de trabalho com o custeio integral, pelo aposentado, após a sua jubilação. Vejamos:

reclamado Banco Bradesco S/A no período de 14/05/1981 a Art. 31. Ao aposentado que contribuir para produtos de que tratam o

11/09/2017, sendo que foi admitido pelo Banco do Estado do Ceará inciso I e o § 1o do art. 1o desta Lei, em decorrência de vínculo

- BEC, ocorrendo a sucessão empresarial em 15/05/2006, quando empregatício, pelo prazo mínimo de dez anos, é assegurado o

passou a prestar serviços para o primeiro reclamado. Aduz o direito de manutenção como beneficiário, nas mesmas condições de

demandante que era beneficiário de plano de saúde por mais de 10 cobertura assistencial de que gozava quando da vigência do

(dez) anos e se encontra aposentado. Por isso, pede a manutenção contrato de trabalho, desde que assuma o seu pagamento integral.

do citado benefício, nos moldes previstos nos arts. 30 e 31 da Lei nº § 1o Ao aposentado que contribuir para planos coletivos de

9.656/98. assistência à saúde por período inferior ao estabelecido no caput é

As reclamadas, em peça de defesa apresentada conjuntamente (fls. assegurado o direito de manutenção como beneficiário, à razão de

235/246) defendem que o reclamante aderiu ao plano de demissão um ano para cada ano de contribuição, desde que assuma o

voluntária especial (PDVE) proposto, tendo sido desligado em razão pagamento integral do mesmo.

desta adesão em 11/09/2017, estando explícito no item 7.4 do No entanto, em que pese o autor ter sido beneficiário do plano de

Regulamento do PDVE que os empregados que aderissem ao saúde disponibilizado pelo seu empregador por mais de 10 (dez)

PDVE fariam jus ao plano de saúde pelo período máximo de 18 anos, o mesmo não contribuía, ao menos em parte, para o custeio

meses. Menciona, ainda, que a CCT da categoria dos bancários de tal benesse, vez que, conforme confessado na inicial, o plano era

também somente garante o Plano de Saúde aos funcionários integralmente custeado pelo empregador, ocorrendo apenas a

ATIVOS e aos demitidos sem justa causa em prazo limitado. coparticipação do empregado quando da utilização dos serviços,

Acrescenta que o reclamante nunca pagou pelo plano de saúde, fato que atrai a aplicação do §6º, do art. 30, da Lei 9.565/98, que

haja vista que este benefício é concedido aos funcionários do Grupo assim dispõe:

Bradesco na modalidade de CO- PARTICIPAÇÃO e não de Art. 30. Ao consumidor que contribuir para produtos de que tratam o

contribuição. inciso I e o § 1o do art. 1o desta Lei, em decorrência de vínculo

À luz da legislação aplicável à espécie, extrai-se a improcedência empregatício, no caso de rescisão ou exoneração do contrato de

dos pedidos formulados pelo reclamante. Explico. trabalho sem justa causa, é assegurado o direito de manter sua

Incontroverso que o autor foi admitido em 14/05/1981 pelo antigo condição de beneficiário, nas mesmas condições de cobertura

Banco do Estado do Ceará - BEC S/A, incorporado pelo Banco assistencial de que gozava quando da vigência do contrato de

reclamado em 15/05/2006, de onde foi desligado em 11/09/2017. trabalho, desde que assuma o seu pagamento integral.

Inconteste, ainda, que o reclamante aderiu voluntariamente ao (...)

PDVE, não havendo qualquer alegação de vício ou coação, com § 6o Nos planos coletivos custeados integralmente pela empresa,

formalização do TRCT entre as partes e a manutenção do plano de não é considerada contribuição a co-participação do consumidor,

saúde pelo período de 18 (dezoito) meses após o encerramento do única e exclusivamente, em procedimentos, como fator de

contrato. Incontroverso, inclusive, que o plano se dava em regime moderação, na utilização dos serviços de assistência médica ou

de coparticipação, não tendo o autor afirmado, em momento algum, hospitalar.]

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Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Saliente-se, por oportuno, que a coparticipação possui natureza "MANUTENÇÃO DO PLANO DE SAÚDE APÓS A RUPTURA

jurídica diversa da contribuição mensal. Destina-se a coparticipação CONTRATUAL OU APOSENTADORIA. AUSÊNCIA DE

a atuar como um mecanismo de inibição do uso dos procedimentos CONTRIBUIÇÃO DO EMPREGADO. IMPOSSIBILIDADE. Nos

médicos hospitalares, por isso é tratado como fator moderador. A termos dos artigos 30 e 31, da Lei 9.656/1998, é necessário que o

Coparticipação somente é devida pelo usuário do plano de saúde empregado, para fazer jus à manutenção do plano de saúde após a

ou odontológico quando há a efetiva utilização do serviço médico ruptura contratual ou aposentadoria, tenha, durante a vigência do

hospitalar. Tal diferenciação entre as parcelas "contribuição" e contrato de trabalho, contribuído, ainda que parcialmente, para o

"coparticipação" é inclusive reconhecida pela Lei, que custeio do plano ofertado pela empregadora. Entretanto, a lei

expressamente no parágrafo sexto supratranscrito, giza que a ressalva que não se considera "contribuição do empregado" o valor

coparticipação em procedimentos de assistência médica não pago a título de coparticipação. A jurisprudência do C. TST já é

constitui contribuição do beneficiário para os efeitos do caput do art. firmada nesse sentido. E, no caso dos autos, restou incontroverso

30. que o plano de saúde ofertado pelo empregador era

Registre-se, ademais, que os contracheques do reclamante, operacionalizado exatamente por meio de coparticipação, razão

acostados às fls. 174/175, referentes aos meses de maio/2006, pela qual a parte autora efetivamente não faz jus à manutenção do

junho/2006, março/2007 e abril/2007 (posteriores à incorporação do plano, por qualquer período que seja." (Acórdão TRT 7ª Região-CE.

BEC pelo BRADESCO) demonstram que este não pagava RO-0001704-24.2016.5.07.0016. Rel. Desemb. FRANCISCO

mensalmente parcela do plano de saúde. Portanto, não contribuía. TARCISIO GUEDES LIMA VERDE JUNIOR, decisão publicada no

Assim, inexistindo contribuição do reclamante, ainda que parcial, no DEJT, edição de 19/10/2018).

custeio do plano de saúde ofertado pelo empregador, não há como "RECURSO ORDINÁRIO DA RECLAMANTE. MANUTENÇÃO DO

se assegurar ao mesmo tal benefício. PLANO DE SAÚDE COLETIVO APÓS A RUPTURA DO PACTO

Ressalto que tal entendimento é reforçado pelo teor do §1º do art. LABORAL. AUSÊNCIA DE CONTRIBUIÇÕES DO BENEFICIÁRIO

6º da Resolução Normativa 279/2011 da Agência Nacional de PARA O CUSTEIO DO PLANO NO CURSO DA RELAÇÃO DE

Saúde, que, de forma definitiva, esclareceu que os direitos previstos EMPREGO. COPARTICIPAÇÃO. INAPLICABILIDADE DO DIREITO

nos arts. 30 e 31 da Lei 9.656/98, não se aplicam na hipótese de DE PERMANÊNCIA PREVISTO NA LEI Nº. 9.656/98. REJEIÇÃO

planos privados de assistência à saúde em que ocorra apenas a DO PLEITO. MANUTENÇÃO DA SENTENÇA RECORRIDA.A

coparticipação do empregado. manutenção do plano de saúde do empregado aposentado ou

"Os direitos previstos nos arts. 30 e 31 da Lei nº 9.656, de 1998, dispensado sem justa causa, nos termos dos arts. 30 e 31 da Lei

não se aplicam na hipótese de planos 9.656/98, pressupõe a realização de contribuição do obreiro para o

privados de assistência à saúde com característica de preço pós custeio do plano por no mínimo 10 (dez) anos durante a vigência do

estabelecido na modalidade de custo operacional, uma vez que a contrato de trabalho, não sendo considerados contribuição os

participação do empregado se dá apenas no pagamento de co- descontos realizados apenas a título de coparticipação, nos termos

participação ou franquia em procedimentos, como fator de do § 6º do artigo 30 da retromencionada lei. Sentença mantida.

moderação, na utilização dos serviços de assistência médica ou Recurso conhecido e não provido." (Acórdão TRT 7ª Região-CE.

odontológica". RO-0001793-74.2016.5.07.0007. Relator. Desemb. EMMANUEL

Diante do impeditivo expressamente estabelecido na própria lei TEOFILO FURTADO, decisão publicada no DEJT, edição de

utilizada como fundamento pelo reclamante, e considerando que 15/10/2018."

este, desde a petição inicial, informou que realizava apenas aportes Além do mais, impende salientar que é válida a rescisão contratual

eventuais, quando da realização de procedimentos específicos, por adesão ao programa de desligamento voluntário (PDVE),

outra alternativa não há, a não ser reconhecer que, ao menos para praticado pela empresa, quando não há prova ou indício concreto

os fins desta lei, não se considera que o autor tenha contribuído de vício de consentimento, que fica definitivamente afastado diante

com o custeio do plano. Se não contribuiu, na acepção da norma, da assistência da entidade sindical, quer no momento da adesão,

não detém o direito de manter o plano nos moldes em que dele quer no momento da homologação rescisória.

usufruiu quando vigente o contrato de trabalho. In casu, tendo o empregado aderido voluntariamente ao PDVE

Nessa mesma linha de raciocínio, segue a jurisprudência do E. TRT promovido pelo Banco, é de se reputar regularmente extinto o

7ª Região/CE em casos semelhantes, em que figuram no polo contrato de trabalho a partir da data estipulada no acordo. Soa-me

passivo as instituições supracitadas: "estranho" o reclamante perseguir verbas/benesses que estejam

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 622
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consignadas no regulamento, previstas para se encerrar em breve. De toda sorte, calha acrescer, por oportuno, que examinei idêntica

Inobstante a ausência do regulamento do PDVE neste encadernado situação no Processo nº 0001789-73.2017.5.07.0016, que resultou

processual, a reclamada transcreveu o item 7.4 da supracitada a seguinte ementa:

norma exaustivamente na contestação. Analisando a peça "RECURSO ORDINÁRIO. PLANO DE SAÚDE CUSTEADO PELO

defensiva, verifico que referido item, que trata do plano de saúde e EMPREGADOR. MANUTENÇÃO APÓS A EXTINÇÃO DO

do desligamento voluntário, deixa claro que a benesse outrora CONTRATO DE TRABALHO. IMPOSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE

concedida (plano de saúde) iria se manter por no máximo 18 CONTRIBUIÇÃO. Em caso de plano de saúde integralmente

(dezoito) meses. E o descumprimento de referida norma não foi custeado pela banco reclamado, é incabível a sua manutenção

cogitado no presente feito, destaque-se. após o término do contrato de trabalho, valendo ressaltar que

Ante o exposto, à luz da prova que instruiu a presente demanda, descontos efetivados a título de coparticipação não são

torna-se impositivo indeferir o pedido para manutenção do referido considerados como contribuição, nos termos do artigo 30, § 6º, da

plano em favor da parte autora, nas condições existentes durante o Lei nº 9.656/98, que dispõe sobre planos e seguros privados de

contrato de trabalho ou após a extinção deste, e os pedidos assistência à saúde. Recurso ordinário conhecido e improvido".

consectários, conforme requerido na inicial, por falta de amparo (ACÓRDÃO - 0001789-73.2017.5.07.0016, Rel. Des. Claudio

legal, restando, por via de consequência, revogada a tutela de Soares Pires, 2ª Turma de Julgamento, Julgado em: 01 out. 2018,

urgência deferida em ata de audiência (fls. 839/840)." Publicado em: 02 out. 2018).

O reclamante, ora recorrente, manifesta no presente recurso Esta 2ª Turma de Julgamento apreciou semelhante demanda, sob

ordinário o seu inconformismo, alegando, em síntese: que preenche proficiente relatoria do Desembargador Antonio Marques

todos os requisitos ditados pela Lei 9.656/98 e pela Resolução Cavalcante Filho, como deflui das razões contidas no Acórdão

Normativa nº 279, de 24/11/2011 da ANS; que contribuiu por mais Processo nº RO - 0001277-36.2016.5.07. 0013:

de 10(dez) anos para o plano de saúde denominado no banco "Cinge-se a controvérsia em se saber se o ex-empregado

sucedido (BEC) como FAMED; que a partir de maio/2006 aposentado, beneficiário de plano de saúde empresarial em regime

unilateralmente o Banco Bradesco resolveu não mais descontar de coparticipação há mais de 10 anos, possui o direito de manter,

contribuição para o FAMED, passando o ex-obreiro a integrar o após a rescisão imotivada de seu contrato, referida assistência.

plano de saúde denominado BRADESCO SAÚDE; que é portador O aclaramento da questão ora ventilada dá-se à luz do disposto no

de doença ocupacional, necessitando por tempo indeterminado de art. 30 e 31 da Lei nº. 9.656/98 e em sua norma regulamentadora,

tratamento médico; que o fato de não ter contribuído mensalmente Resolução Normativa nº 279, artigos 2º e 6º, da ANS (Agência

para o plano de saúde e dental do BRADESCO SAÚDE S/A, não Nacional de Saúde Suplementar), abaixo reproduzidos:

afasta o límpido direito a manutenção do plano de saúde e dental, "Art. 30. Ao consumidor que contribuir para produtos de que tratam

visto que a sua contribuição para o BRADESCO SAÚDE ocorria o inciso I e o § 1o do art. 1o desta Lei, em decorrência de vínculo

indiretamente, em face da contraprestação laboral prestada ao empregatício, no caso de rescisão ou exoneração do contrato de

Reclamado (Banco Bradesco), além do que tinha a coparticipação trabalho sem justa causa, é assegurado o direito de manter sua

mensal, quando da utilização do prefalado plano de saúde e dental. condição de beneficiário, nas mesmas condições de cobertura

O recurso não alcança provimento. assistencial de que gozava quando da vigência do contrato de

Em se tratando de processo submetido ao rito sumaríssimo, a trabalho, desde que assuma o seu pagamento integral.

confirmação da sentença pelos seus próprios fundamentos é o § 1o O período de manutenção da condição de beneficiário a que se

quanto basta para a plenitude da prestação jurisdicional. Inteligência refere o caput será de um terço do tempo de permanência nos

do art. 895, § 1º, inciso IV, da CLT. produtos de que tratam o inciso I e o § 1o do art. 1o, ou sucessores,

Esta é a hipótese do presente feito, porquanto as razões de decidir com um mínimo assegurado de seis meses e um máximo de vinte e

expostas na sentença se mostram suficientes para a rejeição do quatro meses.

recurso interposto. Pela análise dos autos, verifica-se que a § 2o A manutenção de que trata este artigo é extensiva,

sentença recorrida não carece de reparo, já que esquadrinhados obrigatoriamente, a todo o grupo familiar inscrito quando da vigência

todos os aspectos abordados pela parte recorrente. Assim, diante do contrato de trabalho.

de tal circunstância, e considerando-se a disposição legal supra § 3o Em caso de morte do titular, o direito de permanência é

aludida, pede-se vênia para manter a decisão vergastada por seus assegurado aos dependentes cobertos pelo plano ou seguro

próprios e jurídicos fundamentos. privado coletivo de assistência à saúde, nos termos do disposto

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 623
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

neste artigo. à saúde com característica de preço pós-estabelecido na

§ 4o O direito assegurado neste artigo não exclui vantagens obtidas modalidade de custo operacional, uma vez que a participação do

pelos empregados decorrentes de negociações coletivas de empregado se dá apenas no pagamento de coparticipação ou

trabalho. franquia em procedimentos, como fator de moderação, na utilização

§ 5o A condição prevista no caput deste artigo deixará de existir dos serviços de assistência médica ou odontológica.

quando da admissão do consumidor titular em novo emprego. Diante do acima exposto, infere-se, portanto, que o funcionário

§ 6o Nos planos coletivos custeados integralmente pela empresa, demitido ou exonerado sem justa causa bem como o aposentado

não é considerada contribuição a co-participação do consumidor, poderão permanecer no plano médico coletivo empresarial

única e exclusivamente, em procedimentos, como fator de usufruído quando da vigência do pacto laboral, desde que assumam

moderação, na utilização dos serviços de assistência médica ou as prestações antes imputadas ao empregador e tenham

hospitalar." contribuído para o aludido benefício.

"Art. 31. Ao aposentado que contribuir para produtos de que tratam Depreende-se ainda dos regramentos retro mencionados que a

o inciso I e o § 1o do art. 1o desta Lei, em decorrência de vínculo coparticipação na utilização de serviços médicos e hospitalares não

empregatício, pelo prazo mínimo de dez anos, é assegurado o se confunde, para fins de aplicação dos direitos constantes dos

direito de manutenção como beneficiário, nas mesmas condições de artigos 30 e 31 da lei 9.656/1998, com "contribuição", pagamento de

cobertura assistencial de que gozava quando da vigência do parte da mensalidade devida ao Plano de Saúde.

contrato de trabalho, desde que assuma o seu pagamento integral. Nesse mesmo sentido o entendimento do C.TST, in verbis:

§ 1o Ao aposentado que contribuir para planos coletivos de Ementa: RECURSO DE REVISTA. CESSAÇÃO DO CONTRATO

assistência à saúde por período inferior ao estabelecido no caput é DE TRABALHO. APOSENTADORIA. MANUTENÇÃO DO PLANO

assegurado o direito de manutenção como beneficiário, à razão de DE SAÚDE COLETIVO DE AUTOGESTÃO. ELETROSUL.

um ano para cada ano de contribuição, desde que assuma o DESCABIMENTO. Efetivamente os artigos 30 e 31 da Lei nº 9.656

pagamento integral do mesmo. /98 garante a manutenção de plano de saúde pelo empregado após

§ 2o Para gozo do direito assegurado neste artigo, observar-se-ão a cessação do contrato de trabalho, desde que atendidos os

as mesmas condições estabelecidas nos §§ 2o, 3o, 4o, 5o e 6o do requisitos legais para tanto. O caso concreto, entretanto, guarda

art. 30. uma peculiaridade revelada no acórdão regional, qual seja a de que

§ 3o Para gozo do direito assegurado neste artigo, observar-se-ão o plano de saúde funciona no regime de autogestão sendo mantido

as mesmas condições estabelecidas nos §§ 2o e 4o do art. 30." integralmente pela empregadora, contando ainda com

"Art. 2º Para os efeitos desta Resolução, considera-se: coparticipação nas despesas efetivamente realizadas, na proporção

I - contribuição: qualquer valor pago pelo empregado, inclusive com de 80% pela reclamada e 20% pelos trabalhadores. Assim, não há

desconto em folha de pagamento, para custear parte ou a outra contribuição pelo trabalhador para o gozo do benefício,

integralidade da contraprestação pecuniária de seu plano privado de tampouco se vislumbra a assunção integral do custeio do plano,

assistência à saúde oferecido pelo empregador em decorrência de como exigido na legislação em comento. Desse modo, confirma-se

vínculo empregatício, à exceção dos valores relacionados aos o acerto da conclusão do Regional no sentido de que

dependentes e agregados e à co-participação ou franquia paga concretamente a pretensão de reclamante não se conforma à

única e exclusivamente em procedimentos, como fator de hipótese legal de manutenção, após a cessação do contrato de

moderação, na utilização dos serviços de assistência médica ou trabalho, de plano de saúde mantido pelo empregador, pois não se

odontológica; (...)". satisfaz a condição legal para tanto, relativa ao custeio integral do

"Art. 6º Para fins dos direitos previstos nos artigos 30 e 31 da Lei nº plano pelo interessado. Precedentes. Recurso de revista não

9.656, de 1998, e observado o disposto no inciso I do artigo 2º conhecido. (TST - RECURSO DE REVISTA RR

desta Resolução, também considera-se contribuição o pagamento 12676220145120032 (TST) Data de publicação: 19/02/2016".

de valor fixo, conforme periodicidade contratada, assumido pelo No caso dos autos, há comprovação inequívoca de haver o

empregado que foi incluído em outro plano privado de assistência à empregador custeado integralmente o plano médico do autor e este

saúde oferecido pelo empregador em substituição ao originalmente atuado apenas em coparticipação.

disponibilizado sem a sua participação financeira. Nesse compasso, restando ausente um dos requisitos essenciais

§ 1º Os direitos previstos nos artigos 30 e 31 da Lei nº 9.656, de para a manutenção do benefício assistencial fornecido pelo

1998, não se aplicam na hipótese de planos privados de assistência empregador, qual seja, a contribuição assistencial por parte do

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empregado, inarredável a improcedência do pleito autoral." Francisco José Gomes da Silva (Presidente),Cláudio Soares Pires

Perfilho e adoto os fundamentos acima delineados como razão de (Relator) e Jefferson Quesado Júnior. Presente ainda o(a) Exmo(a).

improver o recurso do reclamante, mantendo a sentença recorrida Sr(a). membro do Ministério Público do Trabalho.

pelos seus próprios fundamentos. Fortaleza, 17 de fevereiro de 2020.

Ademais, como argumento acessório, forçoso frisar que o

recorrente aderiu ao plano de dispensa voluntária, em cujas

cláusulas de adesão se destaca a condição de transitoriedade da

manutenção do plano de saúde por prazo de 18 (dezoito) meses,

sendo certo que o descumprimento de referida norma não foi

cogitado no presente feito. FRANCISCO JOSÉ GOMES DA SILVA

Desembargador Relator designado

CONCLUSÃO DO VOTO

Ante o exposto, voto pelo conhecimento do Recurso Ordinário e, no

mérito, dar-lhe provimento, para assegurar ao reclamante o direito FORTALEZA/CE, 04 de março de 2020.

de manutenção do plano de saúde empresarial próprio e de seus

dependentes, mediante custeio integral das mensalidades devidas à ROMULO DE SOUSA FROTA

seguradora Bradesco Saúde S.A., nas mesmas condições de Diretor de Secretaria

cobertura assistencial de que gozava quando da vigência do


Processo Nº ROT-0001300-05.2018.5.07.0015
contrato de trabalho. Custas revertidas pelos reclamados. Relator PAULO REGIS MACHADO BOTELHO
RECORRENTE BANCO BRADESCO S.A.
NELSON WILIANS ADVOGADO(OAB: 16599-A/CE)
FRATONI RODRIGUES
DISPOSITIVO RECORRENTE MONICA DE SOUZA OLIVEIRA
ALVES
JOSE AILSON REGO ADVOGADO(OAB: 6353/CE)
BALTAZAR
RECORRIDO MONICA DE SOUZA OLIVEIRA
ALVES
JOSE AILSON REGO ADVOGADO(OAB: 6353/CE)
BALTAZAR
RECORRIDO BANCO BRADESCO S.A.
NELSON WILIANS ADVOGADO(OAB: 16599-A/CE)
FRATONI RODRIGUES

Intimado(s)/Citado(s):
- BANCO BRADESCO S.A.
ACORDAM OS INTEGRANTES DA 2ª TURMA DO TRIBUNAL

REGIONAL DO TRABALHO DA 7ª REGIÃO, por unanimidade,

conhecer do Recurso Ordinário e, por maioria, dar-lhe provimento,

para assegurar ao reclamante o direito de manutenção do plano de PODER JUDICIÁRIO

saúde empresarial próprio e de seus dependentes, mediante custeio JUSTIÇA DO TRABALHO

integral das mensalidades devidas à seguradora Bradesco Saúde

S.A., nas mesmas condições de cobertura assistencial de que


EMENTA
gozava quando da vigência do contrato de trabalho. Custas

revertidas pelos reclamados. Vencido o Desembargador Relator,

que mantinha a sentença recorrida pelos seus próprios


EMENTA: BANCO BRADESCO. GERENTE DE
fundamentos. Redigirá o acórdão o Desembargador Francisco José
RELACIONAMENTO PRIME II. NÃO-ENQUADRAMENTO NA
Gomes da Silva, com a integração do voto vencido.
EXCEÇÃO DO § 2º DO ART. 224 DA CLT. DIREITO A HORAS
Participaram do julgamento os Exmos. Srs. Desembargadores
EXTRAS. A excepcionalidade prevista no art. 224, § 2º da CLT,

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específica em relação à categoria dos bancários, é taxativa ao Em caráter sucessivo, caso mantida a condenação nas horas

permitir o extrapolamento da jornada máxima de seis horas para extras, pede a compensação com o valor da gratificação recebida, a

quem exercer funções de direção, gerência, fiscalização, chefia e observância da evolução salarial e das verbas salariais fixas e o

equivalentes ou outros cargos de confiança e perceber gratificação divisor 220 e que os sábados e feriados não sejam considerados no

não inferior a um terço do salário. No caso dos autos, entretanto, o repouso semanal remunerado. Pleiteia, ainda, que a rubrica "Horas

conjunto probatório induz à convicção de que as atribuições de extras integração" não integre a base de cálculo das horas deferidas

Gerente de Relacionamento Prime II, desempenhadas pela e que não haja reflexos na Participação nos Lucros e Resultados

reclamante, são meramente técnicas, desprovidas de elementos (PLR).

que qualifiquem tal função como cargo de confiança. A gratificação Insurge-se, outrossim, contra a condenação no pagamento da PLR

percebida pelo exercício das atribuições respectivas remunera proporcional de 2017, que já teria sido devidamente quitada,

apenas o trabalho exercido com maiores responsabilidades, mas conforme documentação carreada aos autos.

nem de longe serve para qualificá-la como de confiança. Impõe-se, Na sequência, impugna a concessão de honorários em favor da

assim, o pagamento, como extras, das sétima e oitava horas parte reclamante, que não teria comprovado o preenchimento dos

trabalhadas. requisitos legais para a obtenção desse direito.

Finalmente, pugna pela aplicação de correção monetária segundo

os índices da TR e que se façam as deduções fiscais e

RELATÓRIO previdenciárias.

A autora interpõe o Recurso Ordinário de ID 216e869, requerendo o

pagamento integral da PLR de 2017, sob a alegação de que, uma

Mediante os termos sentenciais de ID 2942a8d, o MM. Juiz João vez considerado o prazo de projeção do aviso prévio indenizado, o

Carlos de Oliveira Uchoa, Titular da 15ª Vara do Trabalho de termo de seu contrato de trabalho teria ocorrido apenas em

Fortaleza, declarou a prescrição quinquenal das pretensões 03/01/2018.

anteriores a 28/11/2013 e julgou parcialmente procedentes os A par disso, busca a aplicação de correção monetária pelo Índice de

pedidos formulados pela reclamante, Mônica de Souza Oliveira Preços ao Consumidor Amplo - Especial (IPCA-E).

Alves,para condenar o Banco Bradesco S/A a pagar: "a 7ª e 8ª hora Contrarrazões, apenas do reclamado, no ID 3997ce3.

por dia, acrescidas de 50%, e seus reflexos sobre repouso semanal

remunerado, incluindo-se sábados e feriados, férias + 1/3, 13º

salário, FGTS + 40%, PLR e aviso prévio, utilizando-se no cálculo FUNDAMENTAÇÃO

respectivo o divisor 180, observada a evolução salarial integrada

pelas rubricas ORDENADO + ATS INCORPORAÇÃO CCT +

GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO CHEFIA + HORAS EXTRAS 1. ADMISSIBILIDADE

INTEGRAÇÃO e os períodos efetivamente trabalhados; PLR de Atendidos os respectivos pressupostos legais, merecem

2017 na proporção de 8/12, compensado o valor recebido ao ensejo conhecimento ambos os Recursos.

da rescisão (Id. 0982aa4), considerando no cálculo as seguintes 2. MÉRITO

parcelas: "ORDENADO, ATS INCORPORAÇÃO CCT, 2.1 RECURSO DO RECLAMADO

GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO CHEFIA, HORAS EXTRAS 2.1.1 DA SÉTIMA E OITAVA HORAS COMO EXTRAS. DO

INTEGRAÇÃO + horas extras reclamadas e deferidas; honorários ALEGADO EXERCÍCIO DE FUNÇÃO DE CONFIANÇA.

advocatícios de 10%". Pretende o Bradesco a reforma da Sentença que o condenou ao

O Banco reclamado recorre ordinariamente (ID 1ad6712), pagamento, como extras, das sétima e oitava horas laboradas,

sustentando que a autora desempenhava função de confiança - diariamente, pela reclamante, ao argumento de que o exercício do

Gerente de Relacionamento Prime II - caracterizada por fidúcia mister de Gerente de Relacionamento Prime II se caracterizava

diferenciada, alçada de decisão superior à dos demais empregados como função de confiança, a justificar seu enquadramento no

que lhe eram subordinados e percepção de gratificação em importe parágrafo 2º do art. 224 da CLT.

superior a um terço de seu salário, por isso estaria sujeita ao É cediço que a excepcionalidade prevista no art. 224 celetário,

cumprimento de jornada de oito horas, nos termos do § 2º do artigo específica em relação à categoria dos bancários, é taxativa ao

224 da CLT. permitir o extrapolamento da jornada máxima de seis horas para

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quem exercer funções de direção, gerência, fiscalização, chefia e fica na Av. Santos Dumont; que a reclamante era Gerente de

equivalentes ou outros cargos de confiança e perceber gratificação Relacionamento Prime, fazia visitas comerciais, atendimento,

não inferior a 1/3 do salário. prospecção de abertura de contas; que a reclamante não tinha

Todavia, como é de óbvia sabença, hodiernamente, no mundo subordinados; que o gerente geral tem a palavra final no Comitê de

corporativo, prolifera o termo "gerente", acompanhado das mais Crédito; que os caixas, supervisores, auxiliares de serviços são

diversas qualificações (gerente de marketing; gerente de operação; subordinados ao gerente administrativo; que o gerente assistente é

gerente de tráfego; gerente de relacionamento; gerente de contas; subordinado ao gerente geral; que nunca viu a reclamante assinar

gerente comercial etc.), sem que, na realidade, o empregado assim cheque administrativo; que a reclamante tinha alçada para

denominado tenha um mínimo poder de decisão ou mesmo desbloqueio das operações no caixa; que não sabe informar o nível

autonomia e destaque, não passando de um trabalho meramente do cartão da reclamante, o da depoente era 85, como gerente

técnico-específico. assistente; que os níveis 85, 86 não significavam níveis

Ora, é evidente que esse tipo de estratégia patronal tem dado hierárquicos; que a reclamante tinha assinatura autorizada, ela não

ensejo a abusos quanto à jornada de trabalho, sob o pálido podia autorizar pagamento de cheque sem provisão de saldo; que a

argumento de que a função é de confiança e que, portanto, o reclamante não tinha poderes para punir empregados, nem para

empregado bancário ocupante desse tipo de cargo não está sujeito demitir e admitir, não tinha acesso a informações sigilosas do

à carga horária especial de seis horas diárias. Banco." Dada a palavra ao patrono da reclamada: "Que o gerente

In casu, a reclamante/recorrente não tinha subordinados, não geral fazia a divisão da demanda para os gerentes assistentes; que

comandava equipes, não tinha poder de mando, não tinha com autorização do gerente geral, o gerente de relacionamento

procuração em nome do banco, não tinha autonomia para conceder apresentava demanda ao gerente assistente; que acredita que o

empréstimos, ou seja, era apenas um empregado comum. cartão de acesso ao sistema da reclamante tinha um valor de

O título de "Gerente de Relacionamento Prime II" é pomposo, desbloqueio superior ao do caixa; que na agência onde trabalho a

entretanto não corresponde à realidade vivenciada pela autora, pois hierarquia era: gerente geral, gerente administrativo e os demais;

esta desenvolvia atividade meramente técnica, sem grau de fidúcia que caixas e escriturários estavam no mesmo nível do Gerente de

especial, revelando retro referido título, apenas, uma tentativa Relacionamento Prime; que a reclamante não delegava demanda

frustrada de contornar o limite legal (seis horas), impondo-lhe uma para caixas e escriturários; ela participava do Comitê de Crédito,

jornada de oito horas, sem remunerá-la para tal. caixas e escriturários não; que caixas e escriturários não faziam

É o que se conclui ao exame do depoimento do próprio preposto, prospecção de clientes." (Ata ID 13d0a83; grifos inexistentes no

conforme reprodução abaixo: original).

"Que a reclamante era Gerente de Relacionamento Prime, geria "Que trabalhou com a reclamante, ela como gerente de

uma carteira de clientes, fazia visitas, fazia contrato de empréstimo relacionamento e a depoente como gerente assistente; que recebia

e captação, fazia assessoria e consultoria aos clientes da carteira; pedidos e demandas por parte da reclamante, de quem era

que o empréstimo é autorizado pelo gerente geral; que a última subordinada; que a reclamante possuía assinatura autorizada; que

palavra no comitê de crédito é do gerente geral; que os caixas, a reclamante assinava contratos de abertura de contas juntamente

supervisores e assistentes são subordinados ao gerente geral, com a gerente geral, caixas e escriturários não o faziam; que não

gerente administrativo e gerente de relacionamento; que não é sabe dizer ao certo o nível do cartão da reclamante, mas era

função do gerente de relacionamento fiscalizar o trabalho dos superior aos dos caixas; que quando o pedido de crédito do cliente

caixas e supervisores, não sabendo informar se a reclamante o é superior a alçada do gerente de relacionamento, a análise era

fazia; que a avaliação do gerente assistente é feita pelo gerente feita pelo próprio gerente de relacionamento; que a hierarquia era:

geral, também comunicando a este as suas ausências;que a gerente geral, gerente de relacionamento, gerente assistente, caixa

reclamante tinha alçada, como todos; que alçada são limites de e escriturário; na área administrativa: gerente administrativo e

liberação, de acordo com a função; que as alçadas relacionam-se supervisor; que a reclamante tinha acesso às informações

com operações feitas no caixa." (Ata ID 13d0a83; grifos inexistentes confidenciais dos clientes e do banco; que a reclamante avaliava a

no original). melhor garantia ser constituída; que acredita que a reclamante

Os depoimentos das testemunhas indicadas pela reclamante e pelo possuía a certificação AMBIMA, para poder atuar na área de

Banco seguem na mesma direção, como se pode ver a seguir: investimento." Dada a palavra ao patrono do reclamante: "Que o

"Que trabalhou com a reclamante na Agência Prime Aldeota, que gerente geral é quem autoriza a abertura de contas; que a liberação

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Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

de crédito pode ser feita pelo gerente de contas dentro da sua necessário ficar comprovado que ele exercia, efetivamente, as

alçada, acima só pelo gerente geral; que o gerente geral pode vetar funções aptas a caracterizar o cargo de confiança e, ainda, que elas

operação no limite da alçada do subordinado; que a palavra final no se revestiam de fidúcia especial, que extrapola aquela básica,

Comitê de Crédito é do gerente geral; que todos que trabalham na inerente a qualquer empregado. No caso concreto, o Tribunal

agência são subordinados ao gerente geral; que o gerente geral faz Regional, amparado no conjunto probatório produzido nos autos,

a avaliação de desempenho do gerente assistente; que no tempo concluiu que o Reclamante não se enquadra no art. 224, § 2º, da

que a reclamante trabalhou havia entre 7 a 5 gerentes de CLT. Para tanto, asseverou que: "No caso, o réu insiste que se

relacionamento; que os gerentes de relacionamento passavam desvencilhou de seu ônus. Porém, não é o que se extrai da prova

serviço para o assistente; que o gerente assistente era fiscalizado oral, a qual revela que o autor não contava com subordinados, não

pelos gerentes de relacionamento ou gerente geral, não havia um tinha alçada especial e tampouco poderes que o diferenciasse dos

critério específico; que quando o gerente assistente precisava se demais empregados". Acrescentou que "a prova oral não permite se

ausentar comunicava ao gerente geral, os caixas e supervisores reconheça que o autor contava com poderes que a diferenciavam

também comunicavam ao gerente geral; que a reclamante não tinha dos demais empregados, mostra-se correta a sentença na parte em

poderes para aplicar punição, não admitia nem demitia que não reconheceu seu enquadramento na exceção do artigo 224,

empregados." (Ata ID 13d0a83; grifos inexistentes no original). § 2º, da CLT". Diante desses dados fáticos, constata-se que o

O conjunto probatório acima transcrito permite formar convicção Reclamante não ocupava típico cargo de confiança bancário, nos

segura de que as atribuições de "Gerente de Relacionamento Prime moldes do art. 224, § 2º, da CLT, pois ficou comprovado que as

II" são meramente técnicas, desprovidas de elementos que funções exercidas delineavam-se como meramente técnicas, sem

qualifiquem tais funções como cargos de confiança. maiores poderes ou mesmo responsabilidades que demandassem

A gratificação percebida pelo exercício das atribuições respectivas maior grau de fidúcia. Para que se pudesse chegar, se fosse o

remunera apenas o trabalho exercido com maiores caso, a conclusão fática diversa, seria necessário o revolvimento do

responsabilidades, sem revelar grau de confiança destacada, como conteúdo fático-probatório constante dos autos, o que fica

pretende fazer crer o Banco demandado e entendeu a Magistrada inviabilizado nesta instância recursal, nos termos das Súmulas 102,

sentenciante, daí se ter por inadmissível o enquadramento do I e 126/TST. Agravo de instrumento desprovido." (AIRR - 522-

reclamante na excepcionalidade prevista no § 2º do artigo 224 da 50.2014.5.09.0005, Relator Ministro: Mauricio Godinho Delgado,

CLT. Data de Julgamento: 18/12/2018, 3ª Turma, Data de Publicação:

Pensar de forma diferente, data venia, serviria para incentivar o DEJT 07/01/2019).

demandado a criar outras denominações de gerente nas suas "RECURSO DO BANCO SANTANDER S.A. - CARGO DE

agências, a ponto de chegar em determinado momento em que só CONFIANÇA - ART. 62, II, DA CLT - ART. 224, § 2º, DA CLT. O

existirão empregados gerentes, fazendo letra morta da norma legal Tribunal Regional, alicerçado na avaliação dos depoimentos

da jornada de seis horas. testemunhais, registrou quadro fático segundo o qual o reclamante

Aliás, a Corte Superior da Justiça Laboral, em processos análogos, "não possuía poderes para liberar ou realizar operações com total

movidos contra entidades bancárias, já se pronunciou no mesmo autonomia, tampouco praticar atos isoladamente, sem qualquer

sentido. Observe-se: autorização colegiada ou superior". Concluiu que o reclamante não

"AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. dispunha de poderes diferenciados em relação aos demais

PROCESSO SOB A ÉGIDE DA LEI 13.015/2014 E ANTERIOR À empregados, razão pela qual afastou o enquadramento nos cargos

LEI 13.467/2017. 1. MULTA DO ART. 523, §1º, DO CPC/2015 de confiança previstos nos art. 62, II, da CLT e 224, § 2º, da CLT.

(ART. 475-J DO CPC/1973). 2. BANCÁRIO. CARGO DE Diante dessas premissas fáticas, insuscetíveis de reapreciação em

CONFIANÇA. ART. 224, § 2º, DA CLT. CARACTERIZAÇÃO. sede extraordinária, não há como se vislumbrar contrariedade à

MATÉRIA FÁTICA. SÚMULAS 102, I E 126/TST. 3. HORAS Súmula nº 287 do TST, que trata da presunção juris tantum dos

EXTRAS. DIVISOR. AUSÊNCIA DE INTERESSE RECURSAL. 4. poderes de gestão do gerente geral de agência que, no caso, restou

DANO MORAL. VALOR DA INDENIZAÇÃO. O cargo de confiança afastada pela prova produzida nos autos. Igualmente em relação ao

no Direito do Trabalho recebeu explícita tipificação legal, quer no cargo de confiança previsto no art. 224, § 2º, da CLT, registrado

padrão amplo do art. 62, II, da CLT, quer no tipo jurídico específico pelo Tribunal Regional que não havia diferenciação de poderes

bancário do art. 224, § 2º, da Consolidação. Para enquadrar o entre o reclamante e os demais empregados no exercício das suas

empregado nas disposições contidas no art. 224, § 2º, da CLT, é atribuições, o conhecimento do recurso de revista esbarra no óbice

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 628
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

da Súmula nº 102, I, do TST. Recurso de revista não conhecido. semanal remunerado, que abrange sábados, domingos e feriados,

(...)." (RR - 681-55.2011.5.02.0049, Relator Ministro: Luiz Philippe conforme assentado na Sentença de origem.

Vieira de Mello Filho, Data de Julgamento: 31/08/2016, 7ª Turma, Destaque-se que o § 1º da Cláusula Oitava da CCT 2016/2018 da

Data de Publicação: DEJT 09/09/2016). Categoria Profissional da reclamante, assim como nas normas

Há precedentes, também, neste Regional, conforme exemplificado coletivas anteriores, dispõe, literalmente, que as horas

abaixo: extraordinárias, "quando prestadas durante toda a semana anterior,

"RECURSO ORDINÁRIO. 1 - RECURSO DA PARTE RECLAMADA. os bancos pagarão, também, o valor correspondente ao repouso

1.1 - HORAS EXTRAS. CARGO DE CONFIANÇA. ARTIGO 224, § semanal remunerado, inclusive sábados e feriados" (ID 68c9fdf,

2º DA CLT. CARGO DENOMINADO CHEFE DE SERVIÇOS pág. 06).

BANCÁRIOS. Ao defender o exercício de tarefas suficientes para o Portanto, não se há cogitar da incidência do teor da Súmula 113 do

enquadramento do empregado no § 2º do art. 224 da CLT, atrai o C. TST, mantendo-se, portanto, a Decisão de Primeiro Grau nesse

patrão o ônus da prova, consoante inteligência do art. 818 da CLT e tocante.

do art. 373, II, do CPC. Não se tem por comprovado o exercício da Quanto ao pleito de que seja observada a evolução salarial, nada se

função de confiança a que se refere o art. 224, § 2º, da CLT tem a apreciar, vez que assim já determinado na Sentença.

(Súmula 102/TST), quando revelam as provas dos autos, todavia, Não procede a insurgência recursal, também, no que tange à

tarefas corriqueiras acometidas à obreira, sem qualquer fidúcia. composição da base de cálculo das horas extras deferidas.

(...)." (TRT-7 - RO: 00010708020155070010, Relator: CLAUDIO A CCT da categoria estabelece, no parágrafo segundo da Cláusula

SOARES PIRES, Data de Julgamento: 17/09/2018, Data de 8ª, que o valor da hora extra será calculado tomando por base "o

Publicação: 17/09/2018). somatório de todas as verbas salariais fixas, entre outras, ordenado,

"FUNÇÃO DE CONFIANÇA NÃO CARACTERIZADA - HORAS adicional por tempo de serviço, gratificação de caixa e gratificação

EXTRAS DEVIDAS. Apesar de o autor laborar 08 (oito) horas de compensador" (doc. ID 68c9fdf, pág. 06).

diárias e perceber gratificação pelo exercício da função de Gerente, A Sentença recorrida, acertadamente, determinou a inclusão, nessa

superior a 1/3 do salário do cargo efetivo, não há que se enquadrar base de cálculo, da rubrica "Gratificação de Função Chefia",

o caso da presente lide na exceção do § 2º do art. 224, da CLT, vez merecendo endosso esse entendimento, posto constituir parcela

que não restou comprovada nos autos qualquer relação entre as percebida por prolongado período do contrato de trabalho que

atividades por ele desempenhadas e aquelas típicas dos que ostenta natureza jurídica semelhante à das gratificações

exercem a chefia ou postos de comando." (TRT-7 - RO: expressamente nominadas na norma coletiva acima referida, à qual,

00002101920145070009, Relator: JEFFERSON QUESADO portanto, não se justifica que seja conferido tratamento distinto.

JUNIOR, Data de Julgamento: 22/01/2018, Data de Publicação: Em assim, de se mantê-la na base de cálculo das horas

23/01/2018). extraordinárias.

Destarte, merece confirmação a r. Sentença recorrida, que deferiu o Por outro viés, há que se extirpar do condenatório a repercussão

pagamento, como extras, das sétima e oitava horas trabalhadas, sobre a PLR, verba que é inteiramente desvinculada da

relativamente ao lapso temporal a salvo da prescrição quinquenal. remuneração, consoante prescreve a Constituição Federal.

Frise-se a insubsistência do pleito recursal de se efetuar a Não prospera, no entanto, o pleito de exclusão da rubrica "Horas

compensação da gratificação de função paga à autora com as horas extras integração".

extras aqui ratificadas, haja vista que referido adicional Trata-se de vantagem que a reclamante já percebia quando de seu

estipendiário, percebido em razão do exercício das atribuições de vínculo empregatício com o Banco do Estado do Ceará - BEC,

Gerente de Relacionamento, remunerava, apenas, o trabalho posteriormente adquirido pelo Bradesco, sendo denominada

exercido com maiores responsabilidades, não o excesso de jornada. originalmente de "Prorr. Expediente Diurno" e remunerando as

O divisor a ser aplicado para o cálculo das horas extras é, sétima e oitava horas trabalhadas.

efetivamente, 180, em razão do direito da autora à jornada de Ao suceder o BEC, o ora recorrente manteve essa verba, porém

trabalho de seis horas diárias, conforme decidiu o Colendo Tribunal designando-a como "Horas extras integração".

Superior do Trabalho, em sede de Incidente de Recursos Nesse contexto, inafastável a ilação de que se trata de parcela

Repetitivos (Processo nº 0000849-83.2013.5.03.0138). salarial fixa da autora, eis que percebida de forma habitual e

De se esclarecer que a habitualidade da extrapolação de jornada ininterrupta, durante mais de vinte anos.

impõe que se defiram os reflexos legais, inclusive sobre o repouso Em suma, acolhe-se parcialmente o apelo do Bradesco, no

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 629
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concernente às horas extras, para os fins de excluir da base de quando do ajuizamento da Ação ou do respectivo requerimento e,

cálculo a "Gratificação de Função Chefia" e retirar da condenação uma vez tidas por provadas pelo Órgão Julgador, faz jus a parte

os reflexos sobre a PLR. requerente à integralidade dos benefícios assegurados em lei, sob

2.1.2 Da PLR proporcional de 2017 pena de se erigir obstáculo ao livre acesso à Justiça.

A Sentença deferiu à reclamante o pagamento da PLR de 2017, na Nesse contexto, uma vez sendo a reclamante, repita-se, beneficiário

proporção de 8/12, autorizando a compensação do valor recebido da gratuidade judiciária, mostra-se incompatível qualquer

ao ensejo de sua rescisão contratual. determinação de pagamento de despesas processuais,

O Banco recorrente alega haver quitado regularmente essa verba, principalmente as que venham a impedir ou dificultar que as

apontando como prova o contracheque do mês de fevereiro de 2017 pessoas sem recursos financeiros tenham acesso ao Judiciário,

e o termo rescisório. para resolverem suas demandas de forma civilizada, quando se

Todavia, o valor pago constante do referido contracheque sentirem lesadas em seus direitos.

corresponde à PLR de 2016, que é quitada nesse mês de fevereiro, Destarte, nega-se provimento ao apelo do reclamado, uma vez

em cumprimento ao disposto na Cláusula 1ª da CCT de 2016/2017 mais.

(doc. ID 75aa720, pág. 02). 2.1.4 Do índice de correção monetária e dos descontos fiscais e

É fato que o termo rescisório contém pagamento de PLR, no previdenciários

entanto inexiste qualquer risco de pagamento a maior ou em Por se tratar de matéria que é objeto do Recurso Ordinário

duplicidade, uma vez que a Sentença teve a prudência de condenar interposto pela reclamante, deixa-se para discutir a correção

nessa verba, mas autorizar, de logo, a devida compensação de monetária quando do exame meritório desta insurgência.

valores adimplidos ao mesmo título. Consigne-se, no que tange às deduções a título de imposto de

Portanto, nega-se provimento ao Recurso nesse particular. renda e contribuições previdenciárias, que tais já foram

2.1.3 Dos honorários advocatícios devidamente ordenadas no dispositivo sentencial, nada se tendo a

Incensurável a concessão de honorários sucumbenciais em favor aduzir.

dos patronos da autora. 2.2 RECURSO DA RECLAMANTE

Consoante os termos do art. 6º da Instrução Normativa nº 41/2018 2.2.1 Do pedido de pagamento integral da PLR de 2017

do Colendo TST, a condenação em honorários advocatícios A reclamante persegue o pagamento da integralidade da PLR do

sucumbenciais, prevista no art. 791-A da CLT, será aplicável, ano de 2017, ao argumento de que seu contrato de trabalho,

apenas, às ações propostas após 11 de novembro de 2017, data considerando-se o prazo de projeção do aviso prévio indenizado,

em que passou a viger a Lei nº 13.467/2017 (Reforma Trabalhista), somente se encerrou em 03/01/2018, restando, pois, abrangido todo

que incluiu referido dispositivo legal ao Diploma Consolidado. o exercício de 2017.

É a hipótese dos autos, em tendo sido ajuizada a vertente Assiste-lhe razão.

Reclamatória em 28/11/2018. Sabe-se, à luz do § 1º do art. 487 da CLT, que o aviso prévio, ainda

Nesse compasso, observando-se o grau de zelo do profissional que indenizado, integra o tempo de serviço do empregado para

(acompanhamento do reclamante em audiência, prática de atos todos os efeitos legais.

processuais tempestivos etc.), o lugar de prestação do serviço, a Cumpre lembrar, ademais, a OJ 82 da SBDI-1 do Colendo TST,

natureza e a importância da causa, o trabalho realizado e o tempo segundo a qual "A data de saída a ser anotada na CTPS deve

exigido para o seu serviço, inclusive com atuação no segundo grau, corresponder à do término do prazo do aviso prévio, ainda que

tem-se por cabível e justa a condenação do reclamado ao indenizado."

pagamento da verba em apreço, no índice arbitrado na Sentença. Dito isso, é seguro concluir que o cálculo da PLR deve levar em

Registre-se ser improcedente a pretensão do Banco de ver consideração todo o período do contrato, inclusive o ficto decorrente

condenada a autora a lhe pagar honorários de advogado. da projeção do aviso prévio, que é tido como se trabalhado fosse.

É que a ela fora deferida a gratuidade da Justiça, que compreende, Nessa direção tem decidido, reiteradamente, o Colendo TST,

dentre outros benefícios, a isenção do pagamento de honorários conforme ementas abaixo:

advocatícios (inciso VI do § 1º do art. 98 do CPC). "(...) 2. INTEGRAÇÃO E PROJEÇÃO DO AVISO PRÉVIO

Evidentemente, as condições exigidas para a concessão da INDENIZADO PARA EFEITO DE CÁLCULO DA PLR. O aviso

supracitada garantia, de patamar, aliás, constitucional (inciso LXXIV prévio, ainda que indenizado, integra o tempo de serviço, projetando

do artigo 5º da Constituição Federal), são aquelas demonstradas o contrato de trabalho até o final de seu período, inclusive para o

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cômputo da parcela PLR. Inteligência da Orientação Jurisprudencial "AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA.

82 da SBDI-1 do TST. Recurso de revista conhecido e provido" APELO INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI N.º 13.105/2015

(ARR-201-53.2015.5.03.0035, 3ª Turma, Relator Ministro Alberto (NOVO CPC). PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E RESULTADOS

Luiz Bresciani de Fontan Pereira, DEJT 06/12/2019). (PLR). INCIDÊNCIA SOBRE O AVISO PRÉVIO INDENIZADO.

"(...) RECURSO DE REVISTA. PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E POSSIBILIDADE. Cinge-se a controvérsia a saber se é possível a

RESULTADOS. PAGAMENTO PROPORCIONAL. PROJEÇÃO DO parcela PLR incidir sobre o aviso prévio indenizado. O Regional

AVISO PRÉVIO INDENIZADO. PROVIMENTO. O egrégio Tribunal deferiu o pagamento das diferenças do valor da Participação nos

Regional do Trabalho concluiu que não se justifica a consideração Lucros e Resultados do ano de 2015 sobre o aviso prévio

do aviso prévio indenizado no cômputo da participação nos lucros e indenizado. Incensurável a decisão. Com efeito, na forma do artigo

resultados proporcional. Partiu da premissa de que, embora o aviso 487, parágrafo 1.º, da CLT, o aviso prévio, ainda que indenizado,

prévio indenizado integre, por ficção legal, o tempo de serviço, não integra o tempo de serviço do empregado para todos os efeitos

há como deixar de reconhecer que, neste período, o trabalhador legais. De outra parte, na diretriz da Orientação Jurisprudencial nº

não prestou efetivamente serviços, motivo pelo qual não contribuiu 82 da SBDI-1, "A data de saída a ser anotada na CTPS deve

para a obtenção dos resultados positivos da empresa. Ocorre que corresponder à do término do prazo do aviso prévio, ainda que

este colendo Tribunal Superior do Trabalho já decidiu indenizado.". E, a par das alegações recursais, não se constata a

reiteradamente no sentido contrário, ou seja, de que o aviso prévio violação do art. 7º, inciso XXVI, da Constituição Federal, pois o

indenizado integra o contrato de trabalho para todos os efeitos, nos Regional não negou validade à norma coletiva, mas, tão somente,

termos do artigo 487, § 1º, da CLT e da Orientação Jurisprudencial concluiu que o autor preencheu o requisito temporal previsto na

nº 82 da SBDI-1, inclusive para o pagamento proporcional da norma coletiva, em razão da devida projeção do aviso prévio

participação nos lucros e resultados. Recurso de revista de que se indenizado. Desse modo, estando a decisão revisanda em sintonia

conhece e a que se dá provimento" (ARR-10070- com a indigitada OJ, cuja aplicação às hipóteses como a dos autos

90.2015.5.12.0002, 4ª Turma, Relator Ministro Guilherme Augusto é reconhecida pela remansosa jurisprudência desta Corte, a Revista

Caputo Bastos, DEJT 29/11/2019). encontra obstáculo no § 7.º do art. 896 da CLT e na Súmula nº 333

"(...) RECURSO DE REVISTA DA RECLAMADA. LEI 13.467/2017. deste Tribunal. Agravo de Instrumento conhecido e não provido."

PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E RESULTADOS SOBRE (AIRR-928-28.2016.5.10.0020, 1ª Turma, Relator Ministro Luiz José

PROJEÇÃO DO AVISO PRÉVIO INDENIZADO. Dezena da Silva, DEJT 15/03/2019).

TRANSCENDÊNCIA. O processamento do recurso de revista na Destarte, acolhe-se a insurgência da reclamante, a fim de

vigência da Lei 13.467/2017 exige que a causa ofereça determinar que a PLR de 2017 seja paga de forma integral,

transcendência com relação aos reflexos gerais de natureza mantida, naturalmente, a compensação do importe pago, a esse

econômica, política, social ou jurídica, a qual deve ser analisada de título, no termo rescisório.

ofício e previamente pelo Relator (artigos 896-A, da CLT, 246 e 247 2.2.2 Do índice de correção monetária

do RITST). A pretensão deduzida na causa é a exclusão do Pleiteia a autora que se aplique ao cálculo liquidatório, como índice

pagamento proporcional da participação nos lucros e resultados de atualização monetária, o IPCA-E.

referente ao exercício de 2014. O Eg. TRT decidiu que o período de A razão lhe acompanha, mas apenas em parte.

aviso prévio integra o tempo de serviço para todos os efeitos legais, É cediço que o Supremo Tribunal Federal, nos autos da ADI nº

não existindo distinção entre o aviso prévio trabalhado e o 4.357/DF, declarou, nos termos do voto do Ministro Relator Ayres

indenizado, razão pela qual consignou que o reclamante tinha Britto, "a inconstitucionalidade da expressão "na data de expedição

direito a PLR do exercício de 2014 de forma proporcional. A decisão do precatório", contida no § 2º; os §§ 9º e 10; e das expressões

recorrida guarda consonância com a jurisprudência desta c. Corte, "índice oficial de remuneração básica da caderneta de poupança" e

que firmou o entendimento de que o aviso prévio, ainda que "independentemente de sua natureza", constantes do § 12, todos

indenizado, integra o tempo de serviço do empregado para todos os dispositivos do art. 100 da CF, com a redação dada pela EC nº

efeitos. A matéria debatida não possui transcendência econômica, 62/2009", afastando, assim, a aplicação da Taxa Referencial - TR, o

política, jurídica ou social. Transcendência não reconhecida. que culminou com a inconstitucionalidade por arrastamento do art.

Recurso de revista de que não se conhece" (ARR-11238- 1º-F da Lei nº 9.494, com a redação dada pelo art. 5º da Lei nº

04.2015.5.03.0027, 6ª Turma, Relatora Desembargadora 11.960, de 29/06/2009.

Convocada Cilene Ferreira Amaro Santos, DEJT 07/06/2019). Em decorrência da referida decisão do STF, o Pleno do TST, ao

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apreciar a Arguição de Inconstitucionalidade nº 479- Oportuno, também, transcrever recentes manifestações

60.2011.5.04.0231, suscitada pelo Min. Cláudio Mascarenhas jurisprudenciais emanadas do Colendo TST sobre a temática ora

Brandão, por sua vez, declarou a inconstitucionalidade por sob exame:

arrastamento da expressão "equivalente à TRD" presente no art. 39, "AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA.

caput, da Lei nº 8.177/91 e, dando interpretação conforme a EXECUÇÃO. CORREÇÃO MONETÁRIA DOS CRÉDITOS

Constituição ao restante da norma, definiu como índice de TRABALHISTAS. ÍNDICE APLICÁVEL. Consoante entendimento

atualização monetária dos créditos trabalhistas na Justiça do adotado pela 8ª Turma, com base na decisão do Tribunal Pleno

Trabalho o IPCA-E (Índice de Preços ao Consumidor Amplo desta Corte Superior (TST - ArgInc - 479-60.2011.5.04.0231 e ED -

Especial) a partir de 30.06.2009, quando entrou em vigor a Lei nº ArgInc - 479-60.2011.5.04.0231), na correção dos créditos

11.960/2009, que acrescentou o art. 1º-F à Lei nº 9.494/1997, o qual trabalhistas, aplica-se a TR até 24/3/2015 e o IPCA a partir de

foi declarado inconstitucional pelo STF. 25/3/2015. Esta Turma considera, ainda, entendimento a que me

Posteriormente, na sessão de julgamento dos embargos de submeto por disciplina judiciária, que o art. 879, § 7º, da CLT perdeu

declaração opostos contra o Acórdão que dirimira a ArgInc nº 479- a sua eficácia normativa, em face da declaração de

60.2011.5.04.0231, publicado em 30/6/2017, modularam-se os inconstitucionalidade parcial do art. 39 da Lei nº 8.177/91, na

efeitos do retro citado Aresto para fixar como fator de correção dos medida em que o dispositivo da legislação esparsa conferia

débitos trabalhistas a Taxa TR (índice oficial da remuneração básica conteúdo à norma da CLT, tendo em vista a adoção de fórmula

da caderneta de poupança), até 24/3/2015, e o IPCA-E (Índice de remissiva pelo legislador. Agravo de instrumento conhecido e não

Preços ao Consumidor Amplo Especial), a partir de 25/3/2015, na provido." (Processo: AIRR-AIRR - 20019-18.2013.5.04.0751 Data

forma deliberada pelo Colendo Supremo Tribunal Federal. de Julgamento: 27/02/2019, Relatora Ministra: Dora Maria da Costa,

De se registrar, ainda, que a Reclamação nº 22.012/RS, onde 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT 01/03/2019).

deferida liminar suspensiva dos efeitos do Decisum proferido pelo "AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA

TST nos autos da ArgInc nº 479-60.2011.5.04.0231, fora julgada INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DAS LEIS Nos 13.015/2014 E

improcedente pelo STF, conforme síntese jurisprudencial abaixo 13.105/2015 E ANTES DA VIGÊNCIA DA LEI No 13.467/2017 -

reproduzida: DESCABIMENTO. EXECUÇÃO. 1. CORREÇÃO MONETÁRIA DE

"RECLAMAÇÃO. APLICAÇÃO DE ÍNDICE DE CORREÇÃO DE DÉBITOS TRABALHISTAS. IPCA-E. DECISÃO DO TRIBUNAL

DÉBITOS TRABALHISTAS. TR. AUSÊNCIA DE IDENTIDADE PLENO DO TST. TEMA 810. REPERCUSSÃO GERAL

MATERIAL ENTRE OS FUNDAMENTOS DO ATO RECLAMADO E RECONHECIDA PELO STF. JULGAMENTO DEFINITIVO DO STF

O QUE FOI EFETIVAMENTE DECIDIDO NAS ADIS 4.357/DF E NA RECLAMAÇÃO Nº 22012/RS. 1.1. O Pleno do TST, por meio da

4.425/DF. NÃO CABIMENTO DA RECLAMAÇÃO. ATUAÇÃO DO Arguição de Inconstitucionalidade nº 479-60.2011.5.04.0231,

TST DENTRO DO LIMITE CONSTITUCIONAL QUE LHE É declarou inconstitucional a expressão "equivalentes à TRD", inscrita

ATRIBUÍDO. RECLAMAÇÃO IMPROCEDENTE. no art. 39, "caput", da Lei n° 8.177/91, aplicando a técnica de

I - A decisão reclamada afastou a aplicação da TR como índice de interpretação conforme a Constituição para o texto remanescente

correção monetária nos débitos trabalhistas, determinando a da norma impugnada. Definiu, ainda, a variação do Índice de Preços

utilização do IPCA em seu lugar, questão que não foi objeto de ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E) como fator de atualização

deliberação desta Suprema Corte no julgamento das Ações Diretas a ser utilizado na tabela de atualização monetária dos débitos

de Inconstitucionalidade 4.357/DF e 4.425/DF, não possuindo, trabalhistas na Justiça do Trabalho. 1.2. No julgamento definitivo da

portanto, a aderência estrita com os arestos tidos por Reclamação 22012 MC/RS, contra a decisão do Pleno desta Corte,

desrespeitados. o STF concluiu que "o conteúdo das decisões que determinam a

II - Apesar da ausência de identidade material entre os fundamentos utilização de índice diverso da TR para atualização monetária dos

do ato reclamado e o que foi efetivamente decidido na ação direta débitos trabalhistas não possui aderência com o decidido pelo STF

de inconstitucionalidade apontada como paradigma, o decisum ora nas duas ADIs". 1.3. A decisão é corroborada pelo julgado proferido

impugnado está em consonância com a ratio decidendi da pelo excelso Supremo Tribunal Federal, no RE nº 870.947 RG/SE,

orientação jurisprudencial desta Suprema Corte. com repercussão geral, publicada no DJe de 20.11.2017, no qual se

III - Reclamação improcedente." (DATA DE PUBLICAÇÃO DJE considerou inconstitucional a atualização monetária das

27/02/2018 - ATA Nº 17/2018. DJE nº 37, divulgado em condenações impostas à Fazenda Pública segundo a remuneração

26/02/2018). oficial da caderneta de poupança, prevista no art. 1º-F da Lei

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9.494/1997, por impor "restrição desproporcional ao direito de

propriedade (CRFB, art. 5º, XXII), uma vez que não se qualifica

como medida adequada a capturar a variação de preços da

economia", inflação essa que somente é corretamente aferida pelo

IPCA-E, calculado pelo IBGE, "índice escolhido pelo Banco

Central". 1.4. Definido o índice, aplica-se a modulação de efeitos

fixada pelo Pleno do TST, no julgamento dos embargos de

declaração à arguição de inconstitucionalidade, em 20.3.2017,

segundo a qual o IPCA-E incide a partir de 25 de março de 2015. ISTO POSTO:

(...)" (Processo: AIRR - 110200-61.2007.5.04.0012 Data de ACORDAM OS DESEMBARGADORES INTEGRANTES DA 2ª

Julgamento: 13/02/2019, Relator Ministro: Alberto Luiz Bresciani de TURMA DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 7ª

Fontan Pereira, 3ª Turma, Data de Publicação: DEJT 22/02/2019). REGIÃO, por unanimidade, conhecer de ambos os Recursos e dar

Frise-se, por relevante, que o § 7º do art. 879 da CLT, com a -lhes parcial provimento: ao do reclamado, para excluir da

redação conferida pela Lei nº 13.467/17, perdera sua eficácia condenação os reflexos de horas extras sobre a PLR; e ao do

normativa, por se reportar ao critério de atualização monetária reclamante, para determinar que a PLR de 2017 seja paga de forma

previsto na Lei nº 8.177/91, que foi declarado inconstitucional pelo integral, mantida a compensação do importe pago, a esse título, no

Tribunal Pleno do TST, em observância à decisão do Excelso STF. termo rescisório, e estabelecer como fator de correção dos débitos

É o seguinte o teor do supra referido dispositivo celetário: trabalhistas a Taxa TR até 24/3/2015 e o IPCA-E a partir de

"Art. 879 - Sendo ilíquida a sentença exeqüenda, ordenar-se-á, 25/3/2015. Outrossim, manter o valor arbitrado à condenação na

previamente, a sua liquidação, que poderá ser feita por cálculo, por Sentença.

arbitramento ou por artigos. Participaram do julgamento os Exmos. Srs. Desembargadores

(...) Francisco José Gomes da Silva (Presidente), Paulo Régis Machado

§ 7º A atualização dos créditos decorrentes de condenação judicial Botelho (Relator) e Cláudio Soares Pires. Presente ainda o(a)

será feita pela Taxa Referencial (TR), divulgada pelo Banco Central Exmo(a). Sr(a). membro do Ministério Público do Trabalho.

do Brasil, conforme a Lei nº 8.177, de 1º de março de 1991." Fortaleza, 17 de fevereiro de 2020.

Em assim, de se acolher parcialmente a insurgência obreira, para o

fim de estabelecer como fator de correção dos débitos trabalhistas a

Taxa TR (índice oficial da remuneração básica da caderneta de

poupança) até 24/3/2015, e o IPCA-E (Índice de Preços ao

Consumidor Amplo Especial) a partir de 25/3/2015. PAULO REGIS MACHADO BOTELHO

Relator

CONCLUSÃO DO VOTO

FORTALEZA/CE, 04 de março de 2020.

Conhecer de ambos os Recursos e dar-lhes parcial provimento: ao

do reclamado, para excluir da condenação os reflexos de horas ROMULO DE SOUSA FROTA

extras sobre a PLR; e ao do reclamante, para determinar que a PLR Diretor de Secretaria

de 2017 seja paga de forma integral, mantida a compensação do


Processo Nº ROT-0000495-57.2019.5.07.0002
importe pago, a esse título, no termo rescisório, e estabelecer como Relator CLAUDIO SOARES PIRES
fator de correção dos débitos trabalhistas a Taxa TR até 24/3/2015 RECORRENTE FRANCISCO SELMO DO
NASCIMENTO
e o IPCA-E a partir de 25/3/2015. Outrossim, manter o valor ANTONIA MATIAS DE ADVOGADO(OAB: 7182/CE)
ALENCAR
arbitrado à condenação na Sentença.
EDSON FLAVIO DOS ADVOGADO(OAB: 14354/CE)
SANTOS LOPES
RECORRIDO EMP DE ASSIST TEC E EXT RURAL
DO EST DO CE EMATERCE
DISPOSITIVO

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ANA CAROLINA ADVOGADO(OAB: 22083-B/CE)


MOURA SOBREIRA
BEZERRA

Intimado(s)/Citado(s): ADMISSIBILIDADE
- FRANCISCO SELMO DO NASCIMENTO Preenchidos os pressupostos de admissibilidade, conheço do

recurso interposto.

MÉRITO.

PODER JUDICIÁRIO ANUÊNIO. CONCESSÃO. PRESCRIÇÃO.

JUSTIÇA DO TRABALHO 1.FRANCISCO SELMO DO NASCIMENTO, ajuizou Reclamação

Trabalhista em face de EMP DE ASSIST TEC E EXT RURAL DO

EST DO CE EMATERCE, alegando, em síntese, que foi admitido


EMENTA
em 15.05.78, exercendo, atualmente, a função de Assistente

Administrativo de ATER, classe C, referência 15; que, por meio de

regulamento interno, foi instituído o percentual de 3% do salário do


RECURSO ORDINÁRIO. EMATERCE. ANUÊNIO. CONCESSÃO.
servidor a cada 3(três) anos; que a Reclamada congelou o
PRESCRIÇÃO. 1.A supressão do direito aos triênios, após
percentual referente ao anuênio após ACT/99, que deveria ser de
esgotada a vigência do Acordo Coletivo, não configura hipótese de
41% ao invés de 20%. Pleiteia implantação em folha de pagamento
alteração do pactuado, mas de descumprimento reiterado do
do correto percentual pertinente ao anuênio, com atualização na
Regimento de Pessoal, que se havia integrado ao contrato de
ordem de 1% a cada ano no emprego ou, alternativamente, 3% a
trabalho dos empregados da EMATERCE admitidos anteriormente,
cada três anos; diferenças salariais e consectários; honorários
por isso descabe falar em prescrição total, nos moldes preconizados
advocatícios e concessão dos benefícios da justiça gratuita. A
na Súmula 294 do Colendo TST. 2.Nas relações de trabalho a
Reclamada, em sede de contestação, aduz que o direito pleiteado
licitude de alteração contratual escora-se na ausência, direta ou
tem por base alteração contratual ocorrida há mais de 5(cinco)
indireta, de prejuízo ao empregado, sob pena de nulidade. O
anos, pelo alega a prescrição total.
adicional por tempo de serviço, incorporando-se ao contrato de
Apreciando o tema destacado, concluiu o juízo sentenciante pela
trabalho da parte reclamante, torna indefensável o congelamento do
improcedência da ação, nos seguintes termos:
percentual periodicamente auspiciado pela reclamada, embora da
"Afirma a Reclamada a ocorrência de prescrição total dos créditos
eventual previsão em norma coletiva. Precedentes Turmário e do e.
pleiteados. Inicialmente, cumpre destacar, considerando que o início
TST. Recurso provido.
da contagem de prazo para fins de prescrição total teve início com a

vigência do instrumento coletivo acima citado, antes, pois, da

vigência da Lei nº 13.467/17, que não se aplica o disposto no art.


RELATÓRIO
11, §2º, da CLT. No caso , o Reclamante pleiteia o

descongelamento sub judice do percentual pertinente ao anuênio, o

qual foi instituído por meio de regulamento interno, denominado de


V I S T O S, relatados e discutidos estes autos de RECURSO
Regimento do Pessoal (agosto/82), que assim dispõe, no art. 67,
ORDINÁRIO, provenientes da MM. 2ª VARA DO TRABALHO DE
§1º: "O valor do Adicional por tempo de serviço corresponderá a 3%
FORTALEZA, em que é recorrente: FRANCISCO SELMO DO
do salário do servidor a cada período de 3 (três) anos" (fls. 97).
NASCIMENTO; e recorrida: EMPRESA DE ASSISTÊNCIA
Incontroverso que, em decorrência do ACT/99, o percentual em
TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL DO CEARÁ - EMATERCE.
questão deixou de ser aplicado, conforme disposto na CLÁUSULA
Recorreu o reclamante (ID. 03e3f2e), em face da r. sentença que
SEGUNDA - DO ANUÊNIO: "Fica assegurado a manutenção do
acolheu a prejudicial de prescrição total, determinando a extinção
percentual percebido pelo Empregado, até 30.04.99, a título de
do processo com resolução do mérito, nos termos do art. 487, inciso
adicional por tempo de serviço." (fls. 115). Igualmente incontroverso
II, do CPC, ID. 94dcb72.
que o Reclamante continua a receber valor correspondente aos
Contrarrazões não apresentadas (certidão ID. 92dd4f0).
percentuais de anuênio já adquiridos. Acerca da prescrição total,
É o relatório.
assim dispões a Súmula 294 do TST: "PRESCRIÇÃO.

ALTERAÇÃO CONTRATUAL. TRABALHADOR URBANO (mantida)

- Res. /2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003. Tratando-se de ação que


FUNDAMENTAÇÃO

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envolva pedido 121 de prestações sucessivas decorrente de previsão encartada no regulamento de pessoal da reclamada, que

alteração do pactuado, a prescrição é total, exceto quando o direito permanece em vigor até os dias atuais, tendo aderido ao contrato

à parcela esteja também assegurado por preceito de lei". Infere-se, de trabalho do reclamante. Assim, não se aplicam a presente

assim, que o direito pleiteado previsto no regulamento interno, de questio os ditames da Súmula 294 do c. TST, eis que não estamos

implementar a cada 3(três) anos o percentual de 3% a título de diante de qualquer alteração do pactuado, já que referido dispositivo

anuênio, foi limitado a 30.04.99, revelando-se como verdadeira não foi revogado por norma posterior. A pretensão autoral, em

alteração contratual, decorrente de ato único estipulado no verdade, se funda no descumprimento reiterado de norma interna,

instrumento coletivo acima citado, ocorrida há aproximadamente 20 renovando-se a lesão mês a mês, sendo parcial a prescrição."

(vinte) anos. Outrossim, o próprio Reclamante em suas razões de (Processo n¿ 0001837-68.2017.5.07.0004: RECURSO

pedir, faz referência ao princípio da inalterabilidade contratual ORDINÁRIO, TRT 7ª Região - 2ª Turma, Relator Desembargador

lesiva, com arrimo no art. 468, da CLT, o que corrobora a tese de JEFFERSON QUESADO JUNIOR, Data da Assinatura 01/08/2019,

que a questão trata de alteração contratual e não descumprimento PJe-JT).

de prestações sucessivas (fls. 4/5). Destaque-se, ainda, que a "EMATERCE. ADICIONAL POR TEMPO DE SERVIÇO

parcela em comento, consoante razões anteriores, não decorre de (TRIÊNIOS). VANTAGEM PREVISTA NO REGIMENTO DE

lei. (...) PESSOAL. SUPRESSÃO POR NORMA COLETIVA. NÃO

Dessa forma, considerando que a presente Reclamação Trabalhista INCIDÊNCIA DA SÚMULA Nº 294 DO C. TST. A norma coletiva

foi ajuizada em 16.05.19, portanto, decorridos mais de 5(cinco) anos tem eficácia limitada ao tempo de vigência do instrumento de

do ato que alterou o regimento de pessoal, referente à concessão pactuação firmado entre as partes acordantes. No caso dos autos, a

de percentuais pertinentes ao anuênio, declara este Juízo a EMATERCE celebrou, com o sindicato representativo de seus

prescrição total dos créditos pleiteados na exordial e, por empregados, Acordo Coletivo de Trabalho, no qual incluída cláusula

conseguinte, que o processo seja extinto com resolução de mérito, que suspendeu o cômputo de novos triênios, vantagem que estava

nos termos do art. 487, II, do CPC." prevista no Regimento de Pessoal daquela empresa pública, norma

2.Inconformado, alega o reclamante em razões recursais que possui esta que permaneceu inalterada. A supressão do direito aos

direito de ver reconhecida a totalidade dos pedidos formulados na triênios, após esgotada a vigência do Acordo Coletivo, não

peça vestibular, eis que as disposições do Regulamento de configura hipótese de alteração do pactuado, mas de

Pessoal, ainda vigentes, aderiram ao seu contrato de trabalho descumprimento reiterado do Regimento de Pessoal, que se havia

conforme várias anotações em sua CTPS quanto a esse fato; que a integrado ao contrato de trabalho dos empregados da EMATERCE

lesão alegada pelo(a) reclamante, ora recorrente, não resulta de admitidos anteriormente, por isso descabe falar em prescrição total,

alteração do pactuado, mas, do descumprimento reiterado do que já nos moldes preconizados na Súmula 294 do Colendo TST"

foi objeto de ajuste entre patrão e empregado(a), razão pela qual (Processo nº 0000221-69.2019.5.07. 0010: Recurso Ordinário, TRT

não se mostra adequada a incidência de prescrição total, mas, 7ª Região - 2ª Turma, Relator Desembargador Paulo Régis

apenas, prescrição parcial, uma vez que a lesão aqui noticiada se Machado Botelho, Data da Assinatura 19/06/2019, PJe-JT).

renova mensalmente, a cada mês em que a parte recorrente deixa "RECURSO DE REVISTA REGIDO PELA LEI 13.467/2017.

de receber integralmente aquilo que acordou com o seu TRANSCENDÊNCIA POLÍTICA. ANUÊNIOS. NORMA

empregador, devendo ser aplicada a parte final da Súmula- REGULAMENTAR. PRESCRIÇÃO PARCIAL. De acordo com a

294/TST. SBDI-1 desta Corte, quando a origem da verba anuênio é o contrato

3.O recurso alcança provimento. de trabalho ou o regulamento empresarial, revela-se inaplicável a

Com efeito, a discussão acerca da prescrição dos anuênios devidos prescrição total prevista na Súmula 294 do TST, uma vez que a

aos empregados da EMATERCE, com o entendimento de não parcela se integra ao ajuste firmado entre as partes da relação

aplicação da Súmula nº 294 do TST, tem amparo na jurisprudência trabalhista, nos termos do art. 468 da CLT. A lesão, nesse caso,

desta Turma de Julgamento e do e. TST, consoante precedentes origina-se de ato omissivo do empregador, decorrente do

abaixo colacionados: descumprimento de sua obrigação contratual ou regulamentar, que

"RECURSO ORDINÁRIO - SUPRESSÃO DE DIREITO PREVISTO se renova mês a mês. Precedentes. Recurso de revista conhecido e

NO REGIMENTO DE PESSOAL DA RECLAMADA ATRAVÉS DE provido" (RR-1894-14.2017.5.07. 0028, 2ª Turma, Rel. Ministra

NORMA COLETIVA - PRESCRIÇÃO TOTAL AFASTADA. O Delayde Miranda Arantes, DEJT 24/05/2019).

pagamento do ATS - Adicional por Tempo de Serviço decorre de "RECURSO DE REVISTA. LEI 13.467/2017. PRESCRIÇÃO.

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 635
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

TRIÊNIOS. GRATIFICAÇÃO POR TEMPO DE SERVIÇO assegurado a manutenção do percentual percebido pelo

PREVISTA EM REGIMENTO INTERNO. SUPRESSÃO DA Empregado, até 30.04.99, à título de adicional por tempo de

PARCELA POR MEIO DE ACORDO COLETIVO DE TRABALHO. serviço". Desde então a parte reclamante deixou de auferir a

TRANSCENDÊNCIA. O processamento do recurso de revista na majoração do adicional, em termos percentuais, perseguindo neste

vigência da Lei 13.467/2017 exige que a causa ofereça feito as diferenças salariais decorrentes dos anuênios a que teria

transcendência com relação aos reflexos gerais de natureza direito e que não lhe foram pagos desde 1999 e o restabelecimento

econômica, política, social ou jurídica, a qual deve ser analisada de dos acréscimos a cada período de aferição. A empresa, em sede de

ofício e previamente pelo Relator (artigos 896-A, da CLT, 246 e 247 contestação, defende que o adicional por tempo de serviço não foi

do RITST). A matéria diz respeito a aplicação da prescrição total suprimido, mas apenas teve o percentual congelado de forma lícita,

quanto à pretensão do autor de recebimento de diferenças salariais porquanto decorrente de negociação coletiva.

decorrentes da gratificação por tempo de serviço (triênios). A causa O recorrente tem razão.

apresenta transcendência política, nos termos do art. 896-A, § 1º, II, Com efeito, consoante inteligência do art. 468 da CLT, "nos

da CLT, uma vez que o entendimento regional de que a prescrição contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das

incidente é a total quanto à pretensão de recebimento da respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim

gratificação por tempo de serviço (triênios), parcela prevista em desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao

regulamento de pessoal da empresa que foi suprimida empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta

posteriormente por meio de norma coletiva, contraria a garantia". Dessa forma, o adicional por tempo de serviço incorporou

jurisprudência pacífica deste Tribunal Superior. Nos casos em que o -se ao contrato de trabalho da parte reclamante, não sendo

Acordo Coletivo de Trabalho culmina na supressão da parcela juridicamente defensável o congelamento do percentual realizado

sucessiva prevista em norma regulamentar anteriormente vigente, pela reclamada. O suposto fato de a norma coletiva ter estabelecido

fica caracterizada a alteração lesiva que se renova mês a mês e tal congelamento não alcança a parte autora, considerando-se a

está sujeita à prescrição parcial. Demonstrada a má aplicação da ilicitude da interrupção da contagem do tempo de serviço, porquanto

Súmula 294 do TST. Recurso de revista de que se conhece e a que contrária ao acima citado artigo da CLT. Precedentes nos

se dá provimento" (RR-1391-02.2017.5.07.0025, 6ª Turma, Relatora Processos TRT7-0000221-69.2019. 5.07.0010, Rel. Des. Paulo

Desemb. Convoc. Cilene Ferreira Amaro Santos, DEJT 26/04/2019). Régis Machado Botelho; TST-AIRR-83000-04.2014. 5.13.0006, Rel.

Assim, perfilhando-me doravante com o entendimento acima Min. Dora Maria da Costa; TST-RR-124000- 59.2007.5.04.0303,

exposto, dou provimento ao recurso, para afastar a prescrição total, Rel. Min. Augusto César Leite de Carvalho); Súmula-51/TST: "as

eis que incidente na espécie apenas a prescrição parcial. Destaco, cláusulas regulamentares, que revoguem ou alterem vantagens

ainda, que a parte reclamada continua pagando o adicional por deferidas anteriormente, só atingirão os trabalhadores admitidos

tempo de serviço à parte autora, fazendo-o, contudo, sem a após a revogação ou alteração do regulamento"

concessão de novos anuênios, aspecto suficiente para rechaçar a Não se pode perder de vista, ademais, que a cláusula do Acordo

tese de que a parcela não seria devida à recorrente em virtude de Coletivo de 1999 não se repetiu nos instrumentos normativos

não ser a obreira empregada remanescente da ANCAR-CE. seguintes, aspecto que reforça o direito da parte autora à

4.Com amparo no art. 1.013, § 4º, do Código de Processo Civil, implementação sucessiva do adicional por tempo de serviço, sem

examino o mérito propriamente dito da demanda, eis que o qualquer interrupção, como destacado em caso análogo apreciado

processo revela condições de imediato julgamento. (adicional por nesta Turma de Julgamento, Processo nº 0001532-87.2017.5.07.

tempo de serviço. parcela prevista em norma interna. alteração 0003, Des. Rel. Jefferson Quesado Junior: "(...) De todo modo,

por norma coletiva. impossibilidade. art. 468 da CLT). abstraindo-se tal circunstância e mesmo considerando-se que o

De início, registre-se que o Regulamento de Pessoal da reclamada ACT/99 tenha, efetivamente, congelado o percentual do ATS, é

criou o Adicional por Tempo de Serviço, a ser pago nos termos forçoso admitir-se que semelhante disposição perdurou apenas até

fixados pelo art. 67, § 1º, a seguir transcrito: "O valor do Adicional 30.04.2001 (v. cláusula 27ª do Acordo Coletivo de 1999), pois não

por tempo de serviço corresponderá a 3% sobre o valor do salário restou sufragada nos instrumentos coletivos posteriores, ao passo

do servidor a cada período de 03 (três) anos." que o direito aos anuênios e incremento de seu percentual a cada

Dessa forma, os adicionais passaram a ser pagos regularmente à três anos continuou previsto no Regimento de Pessoal da

parte autora, até que sobreveio o Acordo Coletivo de 1999, tratando EMATERCE.... Neste ponto, importa destacar que o princípio da

da parcela em sua cláusula segunda, ora colacionada: "Fica ultratividade das normas coletivas, albergado pelo c. Tribunal

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 636
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Superior do Trabalho, foi alvo de decisão monocrática do Exmo. a prescrição quinquenal e a evolução salarial, com reflexos nas

Ministro Gilmar Mendes, do excelso Supremo Tribunal Federal, férias acrescidas de um terço, no 13º salário e nos depósitos do

proferida nos autos da Arguição de Descumprimento de Preceito FGTS. Devidos, ainda, honorários advocatícios de 10% sobre o

Fundamental 323, proposta pela Confederação Nacional dos valor da condenação. Juros, atualizações monetárias, contribuições

Estabelecimentos de Ensino, ad referendum do Plenário do tribunal, fiscal e previdenciária, na forma da lei. Custas invertidas.

no sentido de que as cláusulas de convenções e acordos coletivos Participaram do julgamento os Exmos. Srs. Desembargadores

de trabalho perdem sua eficácia na data designada nos respectivos Francisco José Gomes da Silva (Presidente),Cláudio Soares Pires

instrumentos como seu termo final". (Relator) e Jefferson Quesado Júnior. Presente ainda o(a) Exmo(a).

Isto posto, Sr(a). membro do Ministério Público do Trabalho.

Fortaleza, 17 de fevereiro de 2020.

CONCLUSÃO DO VOTO

Conhecer do recurso e dar-lhe parcial provimento, para condenar a

reclamada a restabelecer o implemento do adicional por tempo de CLÁUDIO SOARES PIRES

serviço, no percentual de 3% (três por cento) a cada três anos de Desembargador Relator

serviço, a partir do ACT de 1999 (01.05.1999), incidente sobre o

salário base da parte reclamante, com a implantação do percentual

devido, conforme se apurar em liquidação, bem como a pagar as

diferenças salariais devidas até tal restabelecimento, observando-se FORTALEZA/CE, 04 de março de 2020.

a prescrição quinquenal e a evolução salarial, com reflexos nas

férias acrescidas de um terço, no 13º salário e nos depósitos do ROMULO DE SOUSA FROTA

FGTS. Devidos, ainda, honorários advocatícios de 10% sobre o Diretor de Secretaria

valor da condenação. Juros, atualizações monetárias, contribuições


Processo Nº ROT-0000495-57.2019.5.07.0002
fiscal e previdenciária, na forma da lei. Custas invertidas. Relator CLAUDIO SOARES PIRES
RECORRENTE FRANCISCO SELMO DO
NASCIMENTO
ANTONIA MATIAS DE ADVOGADO(OAB: 7182/CE)
ALENCAR
DISPOSITIVO
EDSON FLAVIO DOS ADVOGADO(OAB: 14354/CE)
SANTOS LOPES
RECORRIDO EMP DE ASSIST TEC E EXT RURAL
DO EST DO CE EMATERCE
ANA CAROLINA ADVOGADO(OAB: 22083-B/CE)
MOURA SOBREIRA
BEZERRA

Intimado(s)/Citado(s):
- EMP DE ASSIST TEC E EXT RURAL DO EST DO CE
EMATERCE

ACORDAM OS INTEGRANTES DA 2ª TURMA DO TRIBUNAL

REGIONAL DO TRABALHO DA 7ª REGIÃO, por unanimidade, PODER JUDICIÁRIO


conhecer do recurso e dar-lhe parcial provimento, para condenar a JUSTIÇA DO TRABALHO
reclamada a restabelecer o implemento do adicional por tempo de

serviço, no percentual de 3% (três por cento) a cada três anos de


EMENTA
serviço, a partir do ACT de 1999 (01.05.1999), incidente sobre o

salário base da parte reclamante, com a implantação do percentual

devido, conforme se apurar em liquidação, bem como a pagar as


RECURSO ORDINÁRIO. EMATERCE. ANUÊNIO. CONCESSÃO.
diferenças salariais devidas até tal restabelecimento, observando-se
PRESCRIÇÃO. 1.A supressão do direito aos triênios, após

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 637
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esgotada a vigência do Acordo Coletivo, não configura hipótese de percentual referente ao anuênio após ACT/99, que deveria ser de

alteração do pactuado, mas de descumprimento reiterado do 41% ao invés de 20%. Pleiteia implantação em folha de pagamento

Regimento de Pessoal, que se havia integrado ao contrato de do correto percentual pertinente ao anuênio, com atualização na

trabalho dos empregados da EMATERCE admitidos anteriormente, ordem de 1% a cada ano no emprego ou, alternativamente, 3% a

por isso descabe falar em prescrição total, nos moldes preconizados cada três anos; diferenças salariais e consectários; honorários

na Súmula 294 do Colendo TST. 2.Nas relações de trabalho a advocatícios e concessão dos benefícios da justiça gratuita. A

licitude de alteração contratual escora-se na ausência, direta ou Reclamada, em sede de contestação, aduz que o direito pleiteado

indireta, de prejuízo ao empregado, sob pena de nulidade. O tem por base alteração contratual ocorrida há mais de 5(cinco)

adicional por tempo de serviço, incorporando-se ao contrato de anos, pelo alega a prescrição total.

trabalho da parte reclamante, torna indefensável o congelamento do Apreciando o tema destacado, concluiu o juízo sentenciante pela

percentual periodicamente auspiciado pela reclamada, embora da improcedência da ação, nos seguintes termos:

eventual previsão em norma coletiva. Precedentes Turmário e do e. "Afirma a Reclamada a ocorrência de prescrição total dos créditos

TST. Recurso provido. pleiteados. Inicialmente, cumpre destacar, considerando que o início

da contagem de prazo para fins de prescrição total teve início com a

vigência do instrumento coletivo acima citado, antes, pois, da

RELATÓRIO vigência da Lei nº 13.467/17, que não se aplica o disposto no art.

11, §2º, da CLT. No caso , o Reclamante pleiteia o

descongelamento sub judice do percentual pertinente ao anuênio, o

V I S T O S, relatados e discutidos estes autos de RECURSO qual foi instituído por meio de regulamento interno, denominado de

ORDINÁRIO, provenientes da MM. 2ª VARA DO TRABALHO DE Regimento do Pessoal (agosto/82), que assim dispõe, no art. 67,

FORTALEZA, em que é recorrente: FRANCISCO SELMO DO §1º: "O valor do Adicional por tempo de serviço corresponderá a 3%

NASCIMENTO; e recorrida: EMPRESA DE ASSISTÊNCIA do salário do servidor a cada período de 3 (três) anos" (fls. 97).

TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL DO CEARÁ - EMATERCE. Incontroverso que, em decorrência do ACT/99, o percentual em

Recorreu o reclamante (ID. 03e3f2e), em face da r. sentença que questão deixou de ser aplicado, conforme disposto na CLÁUSULA

acolheu a prejudicial de prescrição total, determinando a extinção SEGUNDA - DO ANUÊNIO: "Fica assegurado a manutenção do

do processo com resolução do mérito, nos termos do art. 487, inciso percentual percebido pelo Empregado, até 30.04.99, a título de

II, do CPC, ID. 94dcb72. adicional por tempo de serviço." (fls. 115). Igualmente incontroverso

Contrarrazões não apresentadas (certidão ID. 92dd4f0). que o Reclamante continua a receber valor correspondente aos

É o relatório. percentuais de anuênio já adquiridos. Acerca da prescrição total,

assim dispões a Súmula 294 do TST: "PRESCRIÇÃO.

ALTERAÇÃO CONTRATUAL. TRABALHADOR URBANO (mantida)

FUNDAMENTAÇÃO - Res. /2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003. Tratando-se de ação que

envolva pedido 121 de prestações sucessivas decorrente de

alteração do pactuado, a prescrição é total, exceto quando o direito

ADMISSIBILIDADE à parcela esteja também assegurado por preceito de lei". Infere-se,

Preenchidos os pressupostos de admissibilidade, conheço do assim, que o direito pleiteado previsto no regulamento interno, de

recurso interposto. implementar a cada 3(três) anos o percentual de 3% a título de

MÉRITO. anuênio, foi limitado a 30.04.99, revelando-se como verdadeira

ANUÊNIO. CONCESSÃO. PRESCRIÇÃO. alteração contratual, decorrente de ato único estipulado no

1.FRANCISCO SELMO DO NASCIMENTO, ajuizou Reclamação instrumento coletivo acima citado, ocorrida há aproximadamente 20

Trabalhista em face de EMP DE ASSIST TEC E EXT RURAL DO (vinte) anos. Outrossim, o próprio Reclamante em suas razões de

EST DO CE EMATERCE, alegando, em síntese, que foi admitido pedir, faz referência ao princípio da inalterabilidade contratual

em 15.05.78, exercendo, atualmente, a função de Assistente lesiva, com arrimo no art. 468, da CLT, o que corrobora a tese de

Administrativo de ATER, classe C, referência 15; que, por meio de que a questão trata de alteração contratual e não descumprimento

regulamento interno, foi instituído o percentual de 3% do salário do de prestações sucessivas (fls. 4/5). Destaque-se, ainda, que a

servidor a cada 3(três) anos; que a Reclamada congelou o parcela em comento, consoante razões anteriores, não decorre de

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 638
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lei. (...) PESSOAL. SUPRESSÃO POR NORMA COLETIVA. NÃO

Dessa forma, considerando que a presente Reclamação Trabalhista INCIDÊNCIA DA SÚMULA Nº 294 DO C. TST. A norma coletiva

foi ajuizada em 16.05.19, portanto, decorridos mais de 5(cinco) anos tem eficácia limitada ao tempo de vigência do instrumento de

do ato que alterou o regimento de pessoal, referente à concessão pactuação firmado entre as partes acordantes. No caso dos autos, a

de percentuais pertinentes ao anuênio, declara este Juízo a EMATERCE celebrou, com o sindicato representativo de seus

prescrição total dos créditos pleiteados na exordial e, por empregados, Acordo Coletivo de Trabalho, no qual incluída cláusula

conseguinte, que o processo seja extinto com resolução de mérito, que suspendeu o cômputo de novos triênios, vantagem que estava

nos termos do art. 487, II, do CPC." prevista no Regimento de Pessoal daquela empresa pública, norma

2.Inconformado, alega o reclamante em razões recursais que possui esta que permaneceu inalterada. A supressão do direito aos

direito de ver reconhecida a totalidade dos pedidos formulados na triênios, após esgotada a vigência do Acordo Coletivo, não

peça vestibular, eis que as disposições do Regulamento de configura hipótese de alteração do pactuado, mas de

Pessoal, ainda vigentes, aderiram ao seu contrato de trabalho descumprimento reiterado do Regimento de Pessoal, que se havia

conforme várias anotações em sua CTPS quanto a esse fato; que a integrado ao contrato de trabalho dos empregados da EMATERCE

lesão alegada pelo(a) reclamante, ora recorrente, não resulta de admitidos anteriormente, por isso descabe falar em prescrição total,

alteração do pactuado, mas, do descumprimento reiterado do que já nos moldes preconizados na Súmula 294 do Colendo TST"

foi objeto de ajuste entre patrão e empregado(a), razão pela qual (Processo nº 0000221-69.2019.5.07. 0010: Recurso Ordinário, TRT

não se mostra adequada a incidência de prescrição total, mas, 7ª Região - 2ª Turma, Relator Desembargador Paulo Régis

apenas, prescrição parcial, uma vez que a lesão aqui noticiada se Machado Botelho, Data da Assinatura 19/06/2019, PJe-JT).

renova mensalmente, a cada mês em que a parte recorrente deixa "RECURSO DE REVISTA REGIDO PELA LEI 13.467/2017.

de receber integralmente aquilo que acordou com o seu TRANSCENDÊNCIA POLÍTICA. ANUÊNIOS. NORMA

empregador, devendo ser aplicada a parte final da Súmula- REGULAMENTAR. PRESCRIÇÃO PARCIAL. De acordo com a

294/TST. SBDI-1 desta Corte, quando a origem da verba anuênio é o contrato

3.O recurso alcança provimento. de trabalho ou o regulamento empresarial, revela-se inaplicável a

Com efeito, a discussão acerca da prescrição dos anuênios devidos prescrição total prevista na Súmula 294 do TST, uma vez que a

aos empregados da EMATERCE, com o entendimento de não parcela se integra ao ajuste firmado entre as partes da relação

aplicação da Súmula nº 294 do TST, tem amparo na jurisprudência trabalhista, nos termos do art. 468 da CLT. A lesão, nesse caso,

desta Turma de Julgamento e do e. TST, consoante precedentes origina-se de ato omissivo do empregador, decorrente do

abaixo colacionados: descumprimento de sua obrigação contratual ou regulamentar, que

"RECURSO ORDINÁRIO - SUPRESSÃO DE DIREITO PREVISTO se renova mês a mês. Precedentes. Recurso de revista conhecido e

NO REGIMENTO DE PESSOAL DA RECLAMADA ATRAVÉS DE provido" (RR-1894-14.2017.5.07. 0028, 2ª Turma, Rel. Ministra

NORMA COLETIVA - PRESCRIÇÃO TOTAL AFASTADA. O Delayde Miranda Arantes, DEJT 24/05/2019).

pagamento do ATS - Adicional por Tempo de Serviço decorre de "RECURSO DE REVISTA. LEI 13.467/2017. PRESCRIÇÃO.

previsão encartada no regulamento de pessoal da reclamada, que TRIÊNIOS. GRATIFICAÇÃO POR TEMPO DE SERVIÇO

permanece em vigor até os dias atuais, tendo aderido ao contrato PREVISTA EM REGIMENTO INTERNO. SUPRESSÃO DA

de trabalho do reclamante. Assim, não se aplicam a presente PARCELA POR MEIO DE ACORDO COLETIVO DE TRABALHO.

questio os ditames da Súmula 294 do c. TST, eis que não estamos TRANSCENDÊNCIA. O processamento do recurso de revista na

diante de qualquer alteração do pactuado, já que referido dispositivo vigência da Lei 13.467/2017 exige que a causa ofereça

não foi revogado por norma posterior. A pretensão autoral, em transcendência com relação aos reflexos gerais de natureza

verdade, se funda no descumprimento reiterado de norma interna, econômica, política, social ou jurídica, a qual deve ser analisada de

renovando-se a lesão mês a mês, sendo parcial a prescrição." ofício e previamente pelo Relator (artigos 896-A, da CLT, 246 e 247

(Processo n¿ 0001837-68.2017.5.07.0004: RECURSO do RITST). A matéria diz respeito a aplicação da prescrição total

ORDINÁRIO, TRT 7ª Região - 2ª Turma, Relator Desembargador quanto à pretensão do autor de recebimento de diferenças salariais

JEFFERSON QUESADO JUNIOR, Data da Assinatura 01/08/2019, decorrentes da gratificação por tempo de serviço (triênios). A causa

PJe-JT). apresenta transcendência política, nos termos do art. 896-A, § 1º, II,

"EMATERCE. ADICIONAL POR TEMPO DE SERVIÇO da CLT, uma vez que o entendimento regional de que a prescrição

(TRIÊNIOS). VANTAGEM PREVISTA NO REGIMENTO DE incidente é a total quanto à pretensão de recebimento da

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 639
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

gratificação por tempo de serviço (triênios), parcela prevista em desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao

regulamento de pessoal da empresa que foi suprimida empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta

posteriormente por meio de norma coletiva, contraria a garantia". Dessa forma, o adicional por tempo de serviço incorporou

jurisprudência pacífica deste Tribunal Superior. Nos casos em que o -se ao contrato de trabalho da parte reclamante, não sendo

Acordo Coletivo de Trabalho culmina na supressão da parcela juridicamente defensável o congelamento do percentual realizado

sucessiva prevista em norma regulamentar anteriormente vigente, pela reclamada. O suposto fato de a norma coletiva ter estabelecido

fica caracterizada a alteração lesiva que se renova mês a mês e tal congelamento não alcança a parte autora, considerando-se a

está sujeita à prescrição parcial. Demonstrada a má aplicação da ilicitude da interrupção da contagem do tempo de serviço, porquanto

Súmula 294 do TST. Recurso de revista de que se conhece e a que contrária ao acima citado artigo da CLT. Precedentes nos

se dá provimento" (RR-1391-02.2017.5.07.0025, 6ª Turma, Relatora Processos TRT7-0000221-69.2019. 5.07.0010, Rel. Des. Paulo

Desemb. Convoc. Cilene Ferreira Amaro Santos, DEJT 26/04/2019). Régis Machado Botelho; TST-AIRR-83000-04.2014. 5.13.0006, Rel.

Assim, perfilhando-me doravante com o entendimento acima Min. Dora Maria da Costa; TST-RR-124000- 59.2007.5.04.0303,

exposto, dou provimento ao recurso, para afastar a prescrição total, Rel. Min. Augusto César Leite de Carvalho); Súmula-51/TST: "as

eis que incidente na espécie apenas a prescrição parcial. Destaco, cláusulas regulamentares, que revoguem ou alterem vantagens

ainda, que a parte reclamada continua pagando o adicional por deferidas anteriormente, só atingirão os trabalhadores admitidos

tempo de serviço à parte autora, fazendo-o, contudo, sem a após a revogação ou alteração do regulamento"

concessão de novos anuênios, aspecto suficiente para rechaçar a Não se pode perder de vista, ademais, que a cláusula do Acordo

tese de que a parcela não seria devida à recorrente em virtude de Coletivo de 1999 não se repetiu nos instrumentos normativos

não ser a obreira empregada remanescente da ANCAR-CE. seguintes, aspecto que reforça o direito da parte autora à

4.Com amparo no art. 1.013, § 4º, do Código de Processo Civil, implementação sucessiva do adicional por tempo de serviço, sem

examino o mérito propriamente dito da demanda, eis que o qualquer interrupção, como destacado em caso análogo apreciado

processo revela condições de imediato julgamento. (adicional por nesta Turma de Julgamento, Processo nº 0001532-87.2017.5.07.

tempo de serviço. parcela prevista em norma interna. alteração 0003, Des. Rel. Jefferson Quesado Junior: "(...) De todo modo,

por norma coletiva. impossibilidade. art. 468 da CLT). abstraindo-se tal circunstância e mesmo considerando-se que o

De início, registre-se que o Regulamento de Pessoal da reclamada ACT/99 tenha, efetivamente, congelado o percentual do ATS, é

criou o Adicional por Tempo de Serviço, a ser pago nos termos forçoso admitir-se que semelhante disposição perdurou apenas até

fixados pelo art. 67, § 1º, a seguir transcrito: "O valor do Adicional 30.04.2001 (v. cláusula 27ª do Acordo Coletivo de 1999), pois não

por tempo de serviço corresponderá a 3% sobre o valor do salário restou sufragada nos instrumentos coletivos posteriores, ao passo

do servidor a cada período de 03 (três) anos." que o direito aos anuênios e incremento de seu percentual a cada

Dessa forma, os adicionais passaram a ser pagos regularmente à três anos continuou previsto no Regimento de Pessoal da

parte autora, até que sobreveio o Acordo Coletivo de 1999, tratando EMATERCE.... Neste ponto, importa destacar que o princípio da

da parcela em sua cláusula segunda, ora colacionada: "Fica ultratividade das normas coletivas, albergado pelo c. Tribunal

assegurado a manutenção do percentual percebido pelo Superior do Trabalho, foi alvo de decisão monocrática do Exmo.

Empregado, até 30.04.99, à título de adicional por tempo de Ministro Gilmar Mendes, do excelso Supremo Tribunal Federal,

serviço". Desde então a parte reclamante deixou de auferir a proferida nos autos da Arguição de Descumprimento de Preceito

majoração do adicional, em termos percentuais, perseguindo neste Fundamental 323, proposta pela Confederação Nacional dos

feito as diferenças salariais decorrentes dos anuênios a que teria Estabelecimentos de Ensino, ad referendum do Plenário do tribunal,

direito e que não lhe foram pagos desde 1999 e o restabelecimento no sentido de que as cláusulas de convenções e acordos coletivos

dos acréscimos a cada período de aferição. A empresa, em sede de de trabalho perdem sua eficácia na data designada nos respectivos

contestação, defende que o adicional por tempo de serviço não foi instrumentos como seu termo final".

suprimido, mas apenas teve o percentual congelado de forma lícita, Isto posto,

porquanto decorrente de negociação coletiva.

O recorrente tem razão.

Com efeito, consoante inteligência do art. 468 da CLT, "nos CONCLUSÃO DO VOTO

contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das

respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 640
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Conhecer do recurso e dar-lhe parcial provimento, para condenar a

reclamada a restabelecer o implemento do adicional por tempo de CLÁUDIO SOARES PIRES

serviço, no percentual de 3% (três por cento) a cada três anos de Desembargador Relator

serviço, a partir do ACT de 1999 (01.05.1999), incidente sobre o

salário base da parte reclamante, com a implantação do percentual

devido, conforme se apurar em liquidação, bem como a pagar as

diferenças salariais devidas até tal restabelecimento, observando-se FORTALEZA/CE, 04 de março de 2020.

a prescrição quinquenal e a evolução salarial, com reflexos nas

férias acrescidas de um terço, no 13º salário e nos depósitos do ROMULO DE SOUSA FROTA

FGTS. Devidos, ainda, honorários advocatícios de 10% sobre o Diretor de Secretaria

valor da condenação. Juros, atualizações monetárias, contribuições


Processo Nº ROT-0001716-77.2017.5.07.0024
fiscal e previdenciária, na forma da lei. Custas invertidas. Relator CLAUDIO SOARES PIRES
RECORRENTE DIRECIONAL ENGENHARIA S/A
IGOR GOES LOBATO ADVOGADO(OAB: 307482/SP)
JULIO DE CARVALHO ADVOGADO(OAB: 90461/MG)
DISPOSITIVO PAULA LIMA
HUMBERTO ROSSETTI ADVOGADO(OAB: 91263/MG)
PORTELA
SAMUEL LEVY PONTES ADVOGADO(OAB: 25684/CE)
BRAGA MUNIZ
MAYARA LEITAO ADVOGADO(OAB: 26152/CE)
XIMENES
RECORRENTE JOAO PAULO RODRIGUES DE
MESQUITA
EVELINE LOPES ADVOGADO(OAB: 17775/CE)
CARNEIRO
JONATHAN OLIVEIRA ADVOGADO(OAB: 34649/CE)
MONTE SOEIRO
RECORRIDO DIRECIONAL ENGENHARIA S/A
ACORDAM OS INTEGRANTES DA 2ª TURMA DO TRIBUNAL IGOR GOES LOBATO ADVOGADO(OAB: 307482/SP)
JULIO DE CARVALHO ADVOGADO(OAB: 90461/MG)
REGIONAL DO TRABALHO DA 7ª REGIÃO, por unanimidade, PAULA LIMA
conhecer do recurso e dar-lhe parcial provimento, para condenar a HUMBERTO ROSSETTI ADVOGADO(OAB: 91263/MG)
PORTELA
reclamada a restabelecer o implemento do adicional por tempo de SAMUEL LEVY PONTES ADVOGADO(OAB: 25684/CE)
BRAGA MUNIZ
serviço, no percentual de 3% (três por cento) a cada três anos de
MAYARA LEITAO ADVOGADO(OAB: 26152/CE)
serviço, a partir do ACT de 1999 (01.05.1999), incidente sobre o XIMENES
RECORRIDO JOAO PAULO RODRIGUES DE
salário base da parte reclamante, com a implantação do percentual MESQUITA
devido, conforme se apurar em liquidação, bem como a pagar as EVELINE LOPES ADVOGADO(OAB: 17775/CE)
CARNEIRO
diferenças salariais devidas até tal restabelecimento, observando-se JONATHAN OLIVEIRA ADVOGADO(OAB: 34649/CE)
MONTE SOEIRO
a prescrição quinquenal e a evolução salarial, com reflexos nas
TESTEMUNHA JOSE ALVES DA SILVA NETO
férias acrescidas de um terço, no 13º salário e nos depósitos do PERITO ANISIO SILVESTRE PINHEIRO
SANTOS FILHO
FGTS. Devidos, ainda, honorários advocatícios de 10% sobre o

valor da condenação. Juros, atualizações monetárias, contribuições Intimado(s)/Citado(s):


fiscal e previdenciária, na forma da lei. Custas invertidas. - JOAO PAULO RODRIGUES DE MESQUITA

Participaram do julgamento os Exmos. Srs. Desembargadores

Francisco José Gomes da Silva (Presidente),Cláudio Soares Pires

(Relator) e Jefferson Quesado Júnior. Presente ainda o(a) Exmo(a).


PODER JUDICIÁRIO
Sr(a). membro do Ministério Público do Trabalho.
JUSTIÇA DO TRABALHO
Fortaleza, 17 de fevereiro de 2020.

EMENTA

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 641
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO demanda com vistas a sanar omissão, aclarar obscuridade ou

E.D. DA PARTE RECLAMADA. FIXAÇÃO DO NOVO VALOR DA manifesto equívoco de admissibilidade do recurso, a teor do art. 897

CONDENAÇÃO. OMISSÃO. EXISTÊNCIA. Constatando-se a -A, da CLT. Estes são, portanto, os limites desse instituto

existência de omissão no acórdão atinente à fixação do novo valor processual.

da condenação, impõe-se o provimento dos embargos de Fora dessas hipóteses não tem cabimento a interposição de

declaração, para o saneamento do vício. Embargos de declaração embargos.

conhecidos e providos. Aqui, a reclamada aponta a existência de omissão no acórdão

E.D. DA PARTE RECLAMANTE. OMISSÃO. INEXISTÊNCIA. Nega atinente ao novo valor da condenação.

-se provimento aos embargos de declaração, quando se verifica que Assiste razão à Embargante.

a parte embargante, com suas alegações, não busca sanar Ao exame.

omissão, contradição ou obscuridade, mas, sim, obter rejulgamento De fato, o acórdão não fixou o novo valor da condenação, ante o

do litígio. Embargos de declaração conhecidos e desprovidos. provimento parcial do apelo da reclamada, para excluir da

condenação as indenizações por danos morais e estéticos.

Assim sendo, necessário se faz a manifestação desta Dt. Segunda

Turma a respeito do novo valor da condenação, pelo que, suprindo

RELATÓRIO a omissão apontada, fixa-se o valor de R$76.742,28.

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO DA PARTE RECLAMANTE

OMISSÃO. INEXISTÊNCIA.

V I S T O S, relatados e discutidos estes autos de EMBARGOS DE

DECLARAÇÃO EM RECURSO ORDINÁRIO. O reclamante aponta omissões no julgado. Requer o conhecimento

Os integrantes da 2ª Turma deste Tribunal, por unanimidade, e provimento dos presentes embargos de declaração, inclusive com

acordaram em conhecer dos recursos e, no mérito, negar efeitos infringentes, a fim de que sejam sanadas as omissões a

provimento ao adesivo do reclamante e prover parcialmente o apelo seguir apontadas: a) omissão quanto ao pedido de pensão vitalícia;

da reclamada para excluir da condenação as indenizações por b) omissão quanto ao pedido de pagamento de eventuais despesas

danos morais e estéticos. médicas; c) omissão quanto ao pedido de honorários advocatícios

Contra o referido acórdão, ambas as partes (JOÃO PAULO sucumbenciais; e d) omissão quanto ao pedido de lucro cessante.

RODRIGUES DE MESQUITA e DIRECIONAL ENGENHARIA S/A) Não há omissão a sanar.

apresentaram embargos de declaração, alegando A controvérsia foi analisada de forma suficiente e fundamentada

omissões/contradição no julgado. pelo acórdão embargado, que assim dispôs:

A parte reclamada apresentou manifestação (ID. 4021086). "RECURSO ADESIVO DO RECLAMANTE.

É relatório. REDUÇÃO DA CAPACIDADE DE TRABALHO.

Alega o reclamante em razões recursais que não pode mais

retornar às suas atividades laborativas habituais de PEDREIRO;

FUNDAMENTAÇÃO que em razão de tanto há de ser acrescido à condenação o

pagamento de pensão mensal vitalícia e lucros cessantes; que o

valor arbitrado para os danos morais (R$ 10.000,00) deve ser

ADMISSIBILIDADE majorado porque modesto em face do cometimento de ato ilícito

CONHEÇO dos Embargos de Declaração opostos pelas partes, patronal; que em razão da cicatriz do acidente o valor destinado a

porque presentes os pressupostos de admissibilidade. reparação dos danos estéticos (R$ 5.000,00) igualmente deve ser

MÉRITO elevado; que tem direito a reparação por lucro cessante; que deve

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO DA PARTE RECLAMADA ser excluída a condenação do recorrente em honorários

advocatícios, porque a ação foi ajuizada em 10/11/2017,

OMISSÃO. EXISTÊNCIA. prevalecendo a legislação aplicável à época quanto às regras de

Os embargos de declaração constituem o meio hábil e legal que sucumbência, diante da necessária segurança jurídica que deve

dispõe a parte sempre que desejar obter do órgão jurisdicional acompanhar os atos das partes, bem como em razão da concessão

pronunciamento acerca de determinado pedido ou aspecto da dos benefícios da Justiça Gratuita; que recorre, ainda, pela redução

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 642
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

dos honorários arbitrados para o patrono da recorrida e pela demanda antes da vigência da Lei nº 13.467/2017, rege o feito a

majoração dos honorários do advogado do reclamante. legislação anterior e a jurisprudência então aplicada quanto aos

Calha reproduzir o julgamento vergastado, na fração de interesse honorários advocatícios trabalhistas. No entanto, voltando à questão

das matérias aludidas no recurso: da prevalência jurisprudencial anterior, importaria retirar os

"(...) Improcede o pedido de pagamento de lucros cessantes eis que honorários advocatícios deferidos ao reclamante, porque contrários

corresponde ao período em que o reclamante esteve afastado em as Súmulas 219/TST e 02/TRT7 por ausência de assistência

gozo de benefício previdenciário conforme demonstrado pelo sindical. Dessa sorte, faz-se o registro da questão, mas, sem alterar

documento ID. ae9a462. O reclamante ficou afastado do trabalho e o julgamento de sorte a evitar a reforma "in pejus", tornando

percebeu benefício previdenciário do INSS, pelo que não se pode gravosa para o próprio recorrente. No atinente a redução dos

falar em cessação de lucros. honorários do patrono da reclamada, cotejando a sentença

Considerando que não houve incapacidade total para o trabalho, vergastada, de se concluir impossível o atendimento do pleito

mas redução da capacidade laboral em 25% (o que significa que o recursal em razão da divisão proposta no julgamento, a teor do

reclamante pode trabalhar) julgo improcedente o pedido de pensão artigo 791-A/CLT, do qual decorre ser ofensiva à lei, a redução já

mensal vitalícia. concedida pelo mínimo de cinco por cento.

(...) Isto posto,

"Condeno ambas as partes ao pagamento de honorários CONCLUSÃO DO VOTO

advocatícios sucumbenciais recíprocos, no percentual de 15% do Conhecer dos recursos interpostos e, no mérito, negar provimento

valor da condenação, vedada a compensação. O percentual foi ao adesivo do reclamante e prover parcialmente o apelo da

arbitrado levando-se em consideração: o grau de zelo dos reclamada para excluir da condenação as indenizações por danos

profissionais, sobre a qual não paira alegação de qualquer morais e estéticos, nos termos da fundamentação deste Acórdão."

irregularidade; o lugar da prestação dos serviços, cidade de Sobral; Todos os fatos relevantes ao deslinde da controvérsia foram

a complexidade da causa; o trabalho realizado pelos advogados e o devidamente registrados pelo acórdão objurgado, que se reportou,

tempo exigido para o serviço. Considerando a quantidade de inclusive, aos termos da sentença de primeiro grau.

pedidos formulados e deferidos, os honorários são devidos na Sendo assim, vê-se que o embargante, na realidade, não aponta

porcentagem de 95% para o(s) patrono(s) do reclamante 5% para qualquer vício no acórdão, sanável pelos embargos de declaração,

o(s) patrono(s) do(s) reclamado(s). demonstrando apenas o inconformismo com a decisão que lhe é

Entendo que os honorários advocatícios são matéria de cunho desfavorável. Contudo, esta via processual não é adequada para a

processual razão pela qual se aplica imediatamente as disposições revisão de decisões judiciais.

da Lei 13467/2017 sobre o tema." Saliente-se, ainda, que a omissão, contradição ou obscuridade a

Analiso. justificarem a interposição de embargos de declaração apenas se

1.Pensão Vitalícia. Embora o acidente tenha causado redução configuram quando o julgador deixa de se manifestar acerca das

parcial da capacidade do reclamante, o laudo pericial não induz a arguições contidas no recurso interposto, utiliza fundamentos

suposição de que a oportunidade de trabalho cessou. Dessa sorte, colidentes entre si, ou ainda quando a decisão não é clara. Se a

não mais estando inabilitado para o exercício do seu ofício, não se argumentação dos embargos não se insere em quaisquer desses

dá pensionamento. É o que se extrai da inteligência do artigo 950, vícios, nos termos dos arts. 897-A da CLT e 1022 do CPC, deve ser

do Código Civil. desprovido o recurso.

2.Danos morais e estéticos. Arbitramento. Nego provimento ao Verifica-se, pois, nitidamente, que o embargante não busca sanar

recurso, remetendo a matéria para os itens com igual omissão, contradição ou obscuridade, mas, sim, obter o

questionamento no recurso da reclamada, acima apreciado. rejulgamento do litígio.

3.Lucro Cessante. O reclamante ficou afastado do trabalho e Mera decisão contrária ao interesse da parte, por si só, todavia, não

percebeu benefício previdenciário do INSS. Portanto, correta se enseja o ataque pela via integrativa.

exibe a percepção do juízo sentenciante quanto à improcedência do Por fim, registre-se que, mesmo em caso de embargos de

pleito, não se havendo falar na aplicação dos artigos 949 e 950, do declaração opostos com a finalidade de prequestionamento, o seu

Código Civil. provimento encontra-se condicionado à presença de algum dos

4.Honorários advocatícios. Legislação Aplicável. Redução do vícios constantes do art. 897-A da CLT, o que não ocorreu na

percentual destinado ao patrono da empresa. Com efeito, ajuizada a hipótese dos autos.

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 643
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Processo Nº ROT-0000178-90.2018.5.07.0003
Pelo exposto, NEGA-SE PROVIMENTO aos embargos de Relator CLAUDIO SOARES PIRES
declaração. RECORRENTE JOAO BAPTISTA JUNQUEIRA VIEIRA
NATHALIA TASSIA ADVOGADO(OAB: 22226/CE)
ALVES TAVARES
THABATTA HADJA ADVOGADO(OAB: 32005/CE)
SAMPAIO CAXIAS DINIZ
CONCLUSÃO DO VOTO WELBER MULLER ADVOGADO(OAB: 23292/CE)
GUIMARAES OLIVEIRA
RECORRENTE SS&B CONSTRUTORA LTDA
FRANCISCO TADEU ADVOGADO(OAB: 5970/CE)
CARNEIRO ANGELIM
Conhecer dos embargos de declaração opostos pelas partes e, no
PAULO ANDRÉ LIMA ADVOGADO(OAB: 10630/CE)
mérito: a) dar provimento aos da reclamada, para, sanando a AGUIAR
EDUARDO SOBRAL ADVOGADO(OAB: 15815/CE)
omissão apontada, fixar o novo valor da condenação em MONTE E SILVA
R$76.742,28; b) negar provimento aos do reclamante. RECORRENTE ENERGIA DOS VENTOS IV SA
LUCIANA ARDUIN ADVOGADO(OAB: 143634/SP)
FONSECA
RECORRIDO SS&B CONSTRUTORA LTDA
FRANCISCO TADEU ADVOGADO(OAB: 5970/CE)
DISPOSITIVO CARNEIRO ANGELIM
PAULO ANDRÉ LIMA ADVOGADO(OAB: 10630/CE)
AGUIAR
RECORRIDO JOAO BAPTISTA JUNQUEIRA VIEIRA
THABATTA HADJA ADVOGADO(OAB: 32005/CE)
SAMPAIO CAXIAS DINIZ
WELBER MULLER ADVOGADO(OAB: 23292/CE)
GUIMARAES OLIVEIRA
RECORRIDO ENERGIA DOS VENTOS IV SA
LUCIANA ARDUIN ADVOGADO(OAB: 143634/SP)
FONSECA
TERCEIRO WESLEY LOPES DE OLIVEIRA
INTERESSADO
TERCEIRO CARLOS FORTE DA SILVA
ACORDAM OS INTEGRANTES DA 2ª TURMA DO TRIBUNAL INTERESSADO
REGIONAL DO TRABALHO DA 7ª REGIÃO, por unanimidade, TERCEIRO LEANDRO MOURA ARAGÃO
INTERESSADO
conhecer dos embargos de declaração opostos pelas partes e, no

mérito: a) dar provimento aos da reclamada, para, sanando a Intimado(s)/Citado(s):

omissão apontada, fixar o novo valor da condenação em - JOAO BAPTISTA JUNQUEIRA VIEIRA

R$76.742,28; b) negar provimento aos do reclamante.

Participaram do julgamento os Exmos. Srs. Desembargadores

Francisco José Gomes da Silva (Presidente),Cláudio Soares Pires PODER JUDICIÁRIO


(Relator) e Jefferson Quesado Júnior. Presente ainda o(a) Exmo(a). JUSTIÇA DO TRABALHO
Sr(a). membro do Ministério Público do Trabalho.

Fortaleza, 17 de fevereiro de 2020.


EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. 1. OMISSÃO. INEXISTÊNCIA.

SERVIÇOS PRESTADOS POR PESSOA JURÍDICA. EXISTÊNCIA

DE VÍNCULO EMPREGATÍCIO NOS MOLDES DA CLT.


CLAUDIO SOARES PIRES
REEXAME DO MÉRITO DA DECISÃO. A reapreciação da matéria,
Desembargador Relator
quando já apreciada pelo órgão prolator do acórdão embargado, é

defeso em lei, pois tal implicaria em reexame do mérito da decisão,


FORTALEZA/CE, 04 de março de 2020.
o que foge às finalidades dos embargos declaratórios. Nega-se

provimento aos embargos de declaração, quando se verifica que a


ROMULO DE SOUSA FROTA
parte embargante, com suas alegações, não busca sanar omissão,
Diretor de Secretaria
contradição ou obscuridade, mas, sim, obter rejulgamento do litígio.

2. CONTRADIÇÃO. EXISTÊNCIA. CUSTAS PROCESSUAIS.

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 644
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Padecendo de contradição o v. acórdão recorrido quanto ao usar a sua empresa para poder receber os seus salários, revelando

pagamento de custas processuais, merecem provimento os mera pejotização. A modalidade que desvirtua a relação de

embargos de declaração a ele interpostos. Embargos de declaração emprego pressupõe a constituição empresarial com o escopo

parcialmente providos, com efeito modificativo ao julgado. exclusivo de mascarar uma relação que deveria estar sob a

proteção celetista, mas, a hipótese dos autos não revela tal

situação, eis que a empresa de prestação de serviços do

RELATÓRIO reclamante foi constituída bem antes do período considerado na

reclamação sob exame, o que afasta a pejotização e aproxima a

relação entre as partes de uma típica avença de natureza civil.

V I S T O S, relatados e discutidos estes autos de EMBARGOS DE Estando delineada a participação de interposta empresa do

DECLARAÇÃO EM RECURSO ORDINÁRIO. reclamante, a eventualidade de pessoalidade e habitualidade não

Os integrantes da 2ª Turma deste Tribunal, por unanimidade, transmuda a natureza do pagamento havido, repita-se, de natureza

acordaram em conhecer dos recursos interpostos e, no mérito, por civil porque envolvendo duas pessoas jurídicas regularmente

maioria, dar provimento ao apelo da primeira reclamada para julgar constituídas.

improcedente a ação. Custas pelo autor, na forma apurada na Não se reveste de verossimilhança a possibilidade de simulação do

sentença de origem, mantida a gratuidade processual antes contrato particular de prestação de serviços ID. 056c62b, fls. 21,

deferida ao reclamante. porque a maturidade e a experiência do reclamante não se

Contra o referido acórdão, o reclamante opôs embargos de coadunam com a probabilidade de desafetação ou simulação

declaração, alegando omissão e contradição no julgado e buscando contratual. As correspondências eletrônicas entre os litigantes não

a atribuição de efeitos modificativos. revelam ademais, a meu juízo, desvirtuamento na prestação dos

A parte contrária apresentou manifestação Id. 58ffd46. serviços pela empresa do reclamante. Ao contrário, deixam evidente

É o relatório. a ausência de subordinação porque não se pode extrair do seu

conteúdo comando próprio de chefia, da reclamada. Por óbvio, os

pagamentos realizados em favor da empresa do reclamante não

FUNDAMENTAÇÃO têm natureza salarial alguma. Perfaz a essência comercial da

avença entre as partes a emissão de nota fiscal de serviço pelo

reclamante, como exemplificam os documentos ID. 71ca3fb, fls. 83

ADMISSIBILIDADE e seguintes.

Preenchidos os pressupostos recursais, CONHEÇO dos embargos Esses elementos afastam, por si só, isto é, pelo evidente

de declaração. relacionamento entre sujeitos detentores de personalidade jurídica

MÉRITO irrefutável, expressamente definidos, a possibilidade de reconhecer

1 - OMISSÃO. INEXISTÊNCIA. SERVIÇOS PRESTADOS POR vínculo empregatício, subsistindo, ao contrário da conclusão a que

PESSOA JURÍDICA. EXISTÊNCIA DE VÍNCULO EMPREGATÍCIO chegou o juízo de origem, a essência meramente comercial que

NOS MOLDES DA CLT. REEXAME DO MÉRITO DA DECISÃO. permeou e moveu a intenção dos que subscreveram o contrato

O Acórdão embargado deu provimento ao apelo da primeira antes referido.(...)"

reclamada para julgar improcedente a ação, sob os seguintes

fundamentos: O embargante sustenta, em suma, que "A decisão se limitou a dizer

"(...) Desde 2011 o reclamante é titular de empresa de serviços de que por haver um contrato de prestação de serviços entre as partes,

engenharia, serviços de perícia técnica relacionados à segurança não há que se reconhecer vínculo de emprego. Se omitindo, o

do trabalho, treinamento em desenvolvimento profissional e acórdão, quanto aos fundamentos e provas lançadas na exordial".

gerencial, como comprova o documento ID. 1d0be33, fls. 164 (JL Nenhuma razão assiste ao embargante.

GERENCIAMENTO DE PROJETOS, TREINAMENTO Escapa à finalidade do recurso que visa aclarar o Acórdão

PROFISSIONAL, GERENCIAL E ENSINO DE IDIOMAS LTDA. A embargado, o reexame em torno das razões que levaram à solução

contratação dos serviços deu-se na circunstância da prestação dos da demanda, não se podendo debruçar sobre a alegação de

serviços empresariais da empresa capitaneada pelo reclamante. equívoco nessa apreciação, visto que a pretensão esposada nos

Vejo sem lastro probatório a alegação de que o reclamante teve que embargos, acaso atendida, importaria revolver todo o conjunto

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 645
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

intelectivo decisório. consignou:

Efetivamente, o acórdão embargado lançou de forma explicita os "GRATUIDADE

fundamentos que conduziram ao entendimento adotado por esta Dt. Tendo em vista que a reclamante afirma no ter como arcar com as

Segunda Turma. despesas do processo, estando inclusive desempregado, o que

O posicionamento desfavorável à tese daquele que recorre não se dever ser presumido pelo Juízo se não houve prova em contrário

traduz, necessariamente, em lacuna na prestação jurisdicional. (art.99 do NCPC), defere-se a gratuidade, uma vez que as verbas

Vale registrar que o Juízo não está obrigado a debater todos os auferidas no processo não podem ser entendidas como

temas trazidos à baila pelas partes. Incumbe ao Órgão Julgador enriquecimento pessoal.

apreciar os argumentos e as provas apresentados no feito sobre os HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

fatos relativos à causa com o fito de nortear o seu convencimento, A Lei 13.467 estabeleceu:

decidindo de maneira fundamentada e balizado no princípio da "art.791-A: Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão

persuasão racional. devidos honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5%

Portanto, não se observa a existência da alegada omissão, mesmo (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o

porque o julgador não está obrigado a rebater, um a um, os valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico

argumentos das partes, bastando que indique, na decisão, os obtidoou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado

motivos que lhe formaram o convencimento, em face dos fatos e da causa".

circunstâncias prequestionados nos autos. Assim ocorreu no E o § 4º assinalou: "§4o VENCIDO O BENEFICIÁRIO DA JUSTIÇA

julgamento deste feito. GRATUITA, desde que não tenha obtido em juízo, ainda que em

A reapreciação da matéria, quando já apreciada pelo órgão prolator outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, as

do acórdão embargado, é defeso em lei, pois tal implicaria em obrigações decorrentes de sua sucumbência, ficarão sob

reexame do mérito da decisão, o que foge às finalidades dos condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser

embargos declaratórios. executadas se, nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado

Destarte, inexiste omissão no julgado. da decisão que as certificou, o credor demonstrar que deixou de

2. CONTRADIÇÃO. EXISTÊNCIA. CUSTAS PROCESSUAIS. existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a

concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais

Sustenta o embargante que "O juízo a quo concedeu os benefícios obrigações do beneficiário".

da justiça gratuita ao Reclamante, sendo estes confirmados pelo A disciplina da matéria deve ser apreciada detalhadamente, até por

juízo ad quem. Contudo, apesar de serem concedidos os benefícios um antagonismo com o conjunto do ordenamento jurídico.

da Justiça Gratuita ao Embargante, em sua CONCLUSÃO, o juiz Justo por isso é necessário afirmar, de início, que o § 4º do art.791-

relator estabelece "custas pelo autor", que deve ser isento de A merece interpretação conforme a Constituição, eis que, como

custas. Além disso, o crédito de honorários devido pelo beneficiário redigido, impõe aos trabalhadores (e somente a estes) uma "sorte"

da justiça gratuita, deve permanecer sob condição suspensiva de que a outros cidadãos não foi atribuída, em evidente quebra de

exigibilidade no prazo e forma discriminadas no art. 791-A, § 4.º da isonomia.

Consolidação, afastada, por inconstitucional, a compensação com Trata-se do dever, no caso de sucumbência, de arcar com o ônus

crédito alimentar do trabalhador." de pagar despesas processuais, inclusive honorários, lançando

Assiste razão ao embargante quanto à contradição apontada. mão de valores obtidos nos próprios autos ou em outros, em

O acórdão embargado, sobre o tema, assim decidiu(ID.85cffb3): que venha a auferir verbas alimentares ou indenizatórias, estas

"Gratuidade Processual. Honorários Advocatícios. De serem últimas deferidas, via de regra, como forma de tutelar bem maiores

mantidos os argumentos do juízo sentenciante. O reclamante afirma como a dignidade da pessoa humana.

não ter como arcar com as despesas do processo, o que deve ser A norma antagoniza-se com o disposto no art.98 (caput) e seu

presumido pelo Juízo se não houver prova em contrário (art.99 do parágrafo 1º do NCPC, assim como com os §§ 2º e 3º do mesmo

NCPC). Mantido, pois, o deferimento da gratuidade processual, bem Código que, como sabido, inserem expressamente os honorários

como os honorários advocatícios em favor da recorrente, pelo entre as parcelas objeto de deferimento da gratuidade, estipulando

percentual eleito pelo juízo de origem, conforme irreprochável que, mesmo não afastada totalmente a responsabilidade do

argumento." beneficiário em caso de sucumbência, tais obrigações, uma vez

A sentença, mantida pelo acórdão embargado neste aspecto, estabelecidas por sucumbência total ou parcial, "(..) ficarão sob

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 646
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

condição suspensiva de exigibilidadee somente poderão ser apelo da primeira reclamada para julgar improcedente a ação.

executadas se (..)o credor demonstrar que deixou de existir a Custas pelo autor, na forma apurada na sentença de origem,

situação de insuficiência de recursos que justificou a concessão de mantida a gratuidade processual antes deferida ao reclamante.

gratuidade". Vencido o Desembargador Francisco José Gomes da Silva que

Notório, portanto, que a Lei 13.467/2017 estabeleceu injustificado negava provimento ao recurso. Integra o acórdão o voto vencido."

tratamento anti-isonômico ao permitir quitar honorários com valores Verifica-se que, na fundamentação do acórdão embargado, foi

obtidos nos próprios autos ou autos de outras ações da mantida a gratuidade processual deferida ao reclamante pela

mesma parte. sentença. Contudo, no dispositivo do referido acórdão, o autor foi

Esse tipo de preceito contraria a exigência de regulamentação condenado no pagamento de custas processuais. Há, portanto,

harmônica da norma constitucional (art.5º, LXXVI) que assegura a contradição no julgado.

gratuidade, sem que se conceba que para uns - e apenas uns - Ante o exposto, DÁ-SE parcial PROVIMENTO aos embargos de

justo os mais pobres -, haja tratamento prejudicial. declaração quanto à contradição apontada, que se sana, nesta

Nesse sentido, aliás, a lição hermenêutica de PAULO BONAVIDES oportunidade, conferindo efeito modificativo ao julgado, para isentar

(CURSO DE DIREITO CONSTITUCIONAL, Malheiros) para quem o autor do pagamento das custas, em face da gratuidade

"a interpretação começa naturalmente onde se concebe a norma processual a ele concedida, mantida a condenação de honorários

como parte de um sistema - a ordem jurídica -, que compõe um advocatícios, na forma apurada na sentença de origem, ficando sua

todo ou unidade objetiva, única a emprestar-lhe o verdadeiro exigibilidade suspensa por dois anos, no curso do qual só serão

sentido, impossível de obter-se se a considerássemos insulada, cobrados os honorários se deixar de existir a situação de

individualizada, fora, portanto, do contexto das leis e das insuficiência de recursos que justificou a concessão do benefício da

conexões lógicas do sistema". gratuidade em proveito do reclamante.

Em sendo assim, em prol das regras de isonomia, inclusive

isonomia processual (art.5º da CF) e da proteção aos princípios

constitucionais de valorização da cidadania, da dignidade da CONCLUSÃO DO VOTO

pessoa humana e do valor social do trabalho, que de modo

diverso restariam infirmados, confiro ao texto interpretação

conforme a Constituição para excluir do § 4º do art.791-A da CLT a Conhecer dos Embargos de declaração e, no mérito, dar-lhes

expressão "desde que não tenha obtido em juízo, ainda que em parcial provimento, para sanar a contradição apontada na forma da

outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, as fundamentação expendida.

obrigações decorrentes de sua sucumbência", harmonizando-o com

a disciplina geral da matéria e com a Lei Maior.

Dito isso, levando em conta finalmente o disposto no § 2º do art.791 DISPOSITIVO

-A e considerando na espécie que o inciso II não funciona como

elemento distintivo, mas levando em consideração as diferenças

atreladas ao rito processual, à dinâmica de seu desenvolvimento,

conectando-se também com os elementos trazidos nos incisos I e

IV da norma, em havendo sucumbência recíproca, fixo (...) em 5%

os honorários em prol do advogado da reclamada (...), ficando

(...) sua exigibilidade suspensa por dois anos, no curso do qual só

serão cobrados os honorários se deixar de existir a situação de

insuficiência de recursos que justificou a concessão do benefício da ACORDAM OS INTEGRANTES DA 2ª TURMA DO TRIBUNAL

gratuidade em proveito do reclamante. REGIONAL DO TRABALHO DA 7ª REGIÃO, por unanimidade,

Passado esse prazo, extingue-se a obrigação." conhecer dos Embargos de declaração e, no mérito, dar-lhes parcial

Consta do dispositivo do acórdão embargado: "ACORDAM OS provimento, para sanar a contradição apontada, conferindo efeito

INTEGRANTES DA 2ª TURMA DO TRIBUNAL REGIONAL DO modificativo ao julgado, para isentar o autor do pagamento das

TRABALHO DA 7ª REGIÃO, por unanimidade, conhecer dos custas, em face da gratuidade processual a ele concedida, mantida

recursos interpostos e, no mérito, por maioria, dar provimento ao a condenação de honorários advocatícios, na forma apurada na

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 647
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

JONATHAN OLIVEIRA ADVOGADO(OAB: 34649/CE)


sentença de origem, ficando sua exigibilidade suspensa por dois MONTE SOEIRO
TESTEMUNHA JOSE ALVES DA SILVA NETO
anos, no curso do qual só serão cobrados os honorários se deixar
PERITO ANISIO SILVESTRE PINHEIRO
de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a SANTOS FILHO

concessão do benefício da gratuidade em proveito do reclamante.


Intimado(s)/Citado(s):
Participaram do julgamento os Exmos. Srs. Desembargadores
- DIRECIONAL ENGENHARIA S/A
Francisco José Gomes da Silva (Presidente),Cláudio Soares Pires

(Relator) e Jefferson Quesado Júnior. Presente ainda o(a) Exmo(a).

Sr(a). membro do Ministério Público do Trabalho.


PODER JUDICIÁRIO
Fortaleza, 17 de fevereiro de 2020.
JUSTIÇA DO TRABALHO

EMENTA

CLAUDIO SOARES PIRES

Desembargador Relator EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

E.D. DA PARTE RECLAMADA. FIXAÇÃO DO NOVO VALOR DA

CONDENAÇÃO. OMISSÃO. EXISTÊNCIA. Constatando-se a

existência de omissão no acórdão atinente à fixação do novo valor

da condenação, impõe-se o provimento dos embargos de

declaração, para o saneamento do vício. Embargos de declaração


FORTALEZA/CE, 04 de março de 2020. conhecidos e providos.

E.D. DA PARTE RECLAMANTE. OMISSÃO. INEXISTÊNCIA. Nega


ROMULO DE SOUSA FROTA -se provimento aos embargos de declaração, quando se verifica que
Diretor de Secretaria a parte embargante, com suas alegações, não busca sanar

omissão, contradição ou obscuridade, mas, sim, obter rejulgamento


Processo Nº ROT-0001716-77.2017.5.07.0024
Relator CLAUDIO SOARES PIRES do litígio. Embargos de declaração conhecidos e desprovidos.
RECORRENTE DIRECIONAL ENGENHARIA S/A
IGOR GOES LOBATO ADVOGADO(OAB: 307482/SP)
JULIO DE CARVALHO ADVOGADO(OAB: 90461/MG)
PAULA LIMA
HUMBERTO ROSSETTI ADVOGADO(OAB: 91263/MG)
PORTELA RELATÓRIO
SAMUEL LEVY PONTES ADVOGADO(OAB: 25684/CE)
BRAGA MUNIZ
MAYARA LEITAO ADVOGADO(OAB: 26152/CE)
XIMENES
V I S T O S, relatados e discutidos estes autos de EMBARGOS DE
RECORRENTE JOAO PAULO RODRIGUES DE
MESQUITA DECLARAÇÃO EM RECURSO ORDINÁRIO.
EVELINE LOPES ADVOGADO(OAB: 17775/CE)
CARNEIRO Os integrantes da 2ª Turma deste Tribunal, por unanimidade,
JONATHAN OLIVEIRA ADVOGADO(OAB: 34649/CE) acordaram em conhecer dos recursos e, no mérito, negar
MONTE SOEIRO
RECORRIDO DIRECIONAL ENGENHARIA S/A provimento ao adesivo do reclamante e prover parcialmente o apelo
IGOR GOES LOBATO ADVOGADO(OAB: 307482/SP) da reclamada para excluir da condenação as indenizações por
JULIO DE CARVALHO ADVOGADO(OAB: 90461/MG)
PAULA LIMA danos morais e estéticos.
HUMBERTO ROSSETTI ADVOGADO(OAB: 91263/MG) Contra o referido acórdão, ambas as partes (JOÃO PAULO
PORTELA
SAMUEL LEVY PONTES ADVOGADO(OAB: 25684/CE) RODRIGUES DE MESQUITA e DIRECIONAL ENGENHARIA S/A)
BRAGA MUNIZ
apresentaram embargos de declaração, alegando
MAYARA LEITAO ADVOGADO(OAB: 26152/CE)
XIMENES omissões/contradição no julgado.
RECORRIDO JOAO PAULO RODRIGUES DE
MESQUITA A parte reclamada apresentou manifestação (ID. 4021086).
EVELINE LOPES ADVOGADO(OAB: 17775/CE) É relatório.
CARNEIRO

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 648
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

retornar às suas atividades laborativas habituais de PEDREIRO;

FUNDAMENTAÇÃO que em razão de tanto há de ser acrescido à condenação o

pagamento de pensão mensal vitalícia e lucros cessantes; que o

valor arbitrado para os danos morais (R$ 10.000,00) deve ser

ADMISSIBILIDADE majorado porque modesto em face do cometimento de ato ilícito

CONHEÇO dos Embargos de Declaração opostos pelas partes, patronal; que em razão da cicatriz do acidente o valor destinado a

porque presentes os pressupostos de admissibilidade. reparação dos danos estéticos (R$ 5.000,00) igualmente deve ser

MÉRITO elevado; que tem direito a reparação por lucro cessante; que deve

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO DA PARTE RECLAMADA ser excluída a condenação do recorrente em honorários

advocatícios, porque a ação foi ajuizada em 10/11/2017,

OMISSÃO. EXISTÊNCIA. prevalecendo a legislação aplicável à época quanto às regras de

Os embargos de declaração constituem o meio hábil e legal que sucumbência, diante da necessária segurança jurídica que deve

dispõe a parte sempre que desejar obter do órgão jurisdicional acompanhar os atos das partes, bem como em razão da concessão

pronunciamento acerca de determinado pedido ou aspecto da dos benefícios da Justiça Gratuita; que recorre, ainda, pela redução

demanda com vistas a sanar omissão, aclarar obscuridade ou dos honorários arbitrados para o patrono da recorrida e pela

manifesto equívoco de admissibilidade do recurso, a teor do art. 897 majoração dos honorários do advogado do reclamante.

-A, da CLT. Estes são, portanto, os limites desse instituto Calha reproduzir o julgamento vergastado, na fração de interesse

processual. das matérias aludidas no recurso:

Fora dessas hipóteses não tem cabimento a interposição de "(...) Improcede o pedido de pagamento de lucros cessantes eis que

embargos. corresponde ao período em que o reclamante esteve afastado em

Aqui, a reclamada aponta a existência de omissão no acórdão gozo de benefício previdenciário conforme demonstrado pelo

atinente ao novo valor da condenação. documento ID. ae9a462. O reclamante ficou afastado do trabalho e

Assiste razão à Embargante. percebeu benefício previdenciário do INSS, pelo que não se pode

Ao exame. falar em cessação de lucros.

De fato, o acórdão não fixou o novo valor da condenação, ante o Considerando que não houve incapacidade total para o trabalho,

provimento parcial do apelo da reclamada, para excluir da mas redução da capacidade laboral em 25% (o que significa que o

condenação as indenizações por danos morais e estéticos. reclamante pode trabalhar) julgo improcedente o pedido de pensão

Assim sendo, necessário se faz a manifestação desta Dt. Segunda mensal vitalícia.

Turma a respeito do novo valor da condenação, pelo que, suprindo (...)

a omissão apontada, fixa-se o valor de R$76.742,28. "Condeno ambas as partes ao pagamento de honorários

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO DA PARTE RECLAMANTE advocatícios sucumbenciais recíprocos, no percentual de 15% do

OMISSÃO. INEXISTÊNCIA. valor da condenação, vedada a compensação. O percentual foi

arbitrado levando-se em consideração: o grau de zelo dos

O reclamante aponta omissões no julgado. Requer o conhecimento profissionais, sobre a qual não paira alegação de qualquer

e provimento dos presentes embargos de declaração, inclusive com irregularidade; o lugar da prestação dos serviços, cidade de Sobral;

efeitos infringentes, a fim de que sejam sanadas as omissões a a complexidade da causa; o trabalho realizado pelos advogados e o

seguir apontadas: a) omissão quanto ao pedido de pensão vitalícia; tempo exigido para o serviço. Considerando a quantidade de

b) omissão quanto ao pedido de pagamento de eventuais despesas pedidos formulados e deferidos, os honorários são devidos na

médicas; c) omissão quanto ao pedido de honorários advocatícios porcentagem de 95% para o(s) patrono(s) do reclamante 5% para

sucumbenciais; e d) omissão quanto ao pedido de lucro cessante. o(s) patrono(s) do(s) reclamado(s).

Não há omissão a sanar. Entendo que os honorários advocatícios são matéria de cunho

A controvérsia foi analisada de forma suficiente e fundamentada processual razão pela qual se aplica imediatamente as disposições

pelo acórdão embargado, que assim dispôs: da Lei 13467/2017 sobre o tema."

"RECURSO ADESIVO DO RECLAMANTE. Analiso.

REDUÇÃO DA CAPACIDADE DE TRABALHO. 1.Pensão Vitalícia. Embora o acidente tenha causado redução

Alega o reclamante em razões recursais que não pode mais parcial da capacidade do reclamante, o laudo pericial não induz a

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 649
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

suposição de que a oportunidade de trabalho cessou. Dessa sorte, colidentes entre si, ou ainda quando a decisão não é clara. Se a

não mais estando inabilitado para o exercício do seu ofício, não se argumentação dos embargos não se insere em quaisquer desses

dá pensionamento. É o que se extrai da inteligência do artigo 950, vícios, nos termos dos arts. 897-A da CLT e 1022 do CPC, deve ser

do Código Civil. desprovido o recurso.

2.Danos morais e estéticos. Arbitramento. Nego provimento ao Verifica-se, pois, nitidamente, que o embargante não busca sanar

recurso, remetendo a matéria para os itens com igual omissão, contradição ou obscuridade, mas, sim, obter o

questionamento no recurso da reclamada, acima apreciado. rejulgamento do litígio.

3.Lucro Cessante. O reclamante ficou afastado do trabalho e Mera decisão contrária ao interesse da parte, por si só, todavia, não

percebeu benefício previdenciário do INSS. Portanto, correta se enseja o ataque pela via integrativa.

exibe a percepção do juízo sentenciante quanto à improcedência do Por fim, registre-se que, mesmo em caso de embargos de

pleito, não se havendo falar na aplicação dos artigos 949 e 950, do declaração opostos com a finalidade de prequestionamento, o seu

Código Civil. provimento encontra-se condicionado à presença de algum dos

4.Honorários advocatícios. Legislação Aplicável. Redução do vícios constantes do art. 897-A da CLT, o que não ocorreu na

percentual destinado ao patrono da empresa. Com efeito, ajuizada a hipótese dos autos.

demanda antes da vigência da Lei nº 13.467/2017, rege o feito a Pelo exposto, NEGA-SE PROVIMENTO aos embargos de

legislação anterior e a jurisprudência então aplicada quanto aos declaração.

honorários advocatícios trabalhistas. No entanto, voltando à questão

da prevalência jurisprudencial anterior, importaria retirar os

honorários advocatícios deferidos ao reclamante, porque contrários CONCLUSÃO DO VOTO

as Súmulas 219/TST e 02/TRT7 por ausência de assistência

sindical. Dessa sorte, faz-se o registro da questão, mas, sem alterar

o julgamento de sorte a evitar a reforma "in pejus", tornando Conhecer dos embargos de declaração opostos pelas partes e, no

gravosa para o próprio recorrente. No atinente a redução dos mérito: a) dar provimento aos da reclamada, para, sanando a

honorários do patrono da reclamada, cotejando a sentença omissão apontada, fixar o novo valor da condenação em

vergastada, de se concluir impossível o atendimento do pleito R$76.742,28; b) negar provimento aos do reclamante.

recursal em razão da divisão proposta no julgamento, a teor do

artigo 791-A/CLT, do qual decorre ser ofensiva à lei, a redução já

concedida pelo mínimo de cinco por cento. DISPOSITIVO

Isto posto,

CONCLUSÃO DO VOTO

Conhecer dos recursos interpostos e, no mérito, negar provimento

ao adesivo do reclamante e prover parcialmente o apelo da

reclamada para excluir da condenação as indenizações por danos

morais e estéticos, nos termos da fundamentação deste Acórdão."

Todos os fatos relevantes ao deslinde da controvérsia foram

devidamente registrados pelo acórdão objurgado, que se reportou,

inclusive, aos termos da sentença de primeiro grau. ACORDAM OS INTEGRANTES DA 2ª TURMA DO TRIBUNAL

Sendo assim, vê-se que o embargante, na realidade, não aponta REGIONAL DO TRABALHO DA 7ª REGIÃO, por unanimidade,

qualquer vício no acórdão, sanável pelos embargos de declaração, conhecer dos embargos de declaração opostos pelas partes e, no

demonstrando apenas o inconformismo com a decisão que lhe é mérito: a) dar provimento aos da reclamada, para, sanando a

desfavorável. Contudo, esta via processual não é adequada para a omissão apontada, fixar o novo valor da condenação em

revisão de decisões judiciais. R$76.742,28; b) negar provimento aos do reclamante.

Saliente-se, ainda, que a omissão, contradição ou obscuridade a Participaram do julgamento os Exmos. Srs. Desembargadores

justificarem a interposição de embargos de declaração apenas se Francisco José Gomes da Silva (Presidente),Cláudio Soares Pires

configuram quando o julgador deixa de se manifestar acerca das (Relator) e Jefferson Quesado Júnior. Presente ainda o(a) Exmo(a).

arguições contidas no recurso interposto, utiliza fundamentos Sr(a). membro do Ministério Público do Trabalho.

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 650
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Fortaleza, 17 de fevereiro de 2020. EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

E.D. DA PARTE RECLAMADA. FIXAÇÃO DO NOVO VALOR DA

CONDENAÇÃO. OMISSÃO. EXISTÊNCIA. Constatando-se a

CLAUDIO SOARES PIRES existência de omissão no acórdão atinente à fixação do novo valor

Desembargador Relator da condenação, impõe-se o provimento dos embargos de

declaração, para o saneamento do vício. Embargos de declaração

FORTALEZA/CE, 04 de março de 2020. conhecidos e providos.

E.D. DA PARTE RECLAMANTE. OMISSÃO. INEXISTÊNCIA. Nega

ROMULO DE SOUSA FROTA -se provimento aos embargos de declaração, quando se verifica que

Diretor de Secretaria a parte embargante, com suas alegações, não busca sanar

omissão, contradição ou obscuridade, mas, sim, obter rejulgamento


Processo Nº ROT-0001716-77.2017.5.07.0024
Relator CLAUDIO SOARES PIRES do litígio. Embargos de declaração conhecidos e desprovidos.
RECORRENTE DIRECIONAL ENGENHARIA S/A
IGOR GOES LOBATO ADVOGADO(OAB: 307482/SP)
JULIO DE CARVALHO ADVOGADO(OAB: 90461/MG)
PAULA LIMA
HUMBERTO ROSSETTI ADVOGADO(OAB: 91263/MG)
PORTELA RELATÓRIO
SAMUEL LEVY PONTES ADVOGADO(OAB: 25684/CE)
BRAGA MUNIZ
MAYARA LEITAO ADVOGADO(OAB: 26152/CE)
XIMENES
V I S T O S, relatados e discutidos estes autos de EMBARGOS DE
RECORRENTE JOAO PAULO RODRIGUES DE
MESQUITA DECLARAÇÃO EM RECURSO ORDINÁRIO.
EVELINE LOPES ADVOGADO(OAB: 17775/CE)
CARNEIRO Os integrantes da 2ª Turma deste Tribunal, por unanimidade,
JONATHAN OLIVEIRA ADVOGADO(OAB: 34649/CE) acordaram em conhecer dos recursos e, no mérito, negar
MONTE SOEIRO
RECORRIDO DIRECIONAL ENGENHARIA S/A provimento ao adesivo do reclamante e prover parcialmente o apelo
IGOR GOES LOBATO ADVOGADO(OAB: 307482/SP) da reclamada para excluir da condenação as indenizações por
JULIO DE CARVALHO ADVOGADO(OAB: 90461/MG)
PAULA LIMA danos morais e estéticos.
HUMBERTO ROSSETTI ADVOGADO(OAB: 91263/MG) Contra o referido acórdão, ambas as partes (JOÃO PAULO
PORTELA
SAMUEL LEVY PONTES ADVOGADO(OAB: 25684/CE) RODRIGUES DE MESQUITA e DIRECIONAL ENGENHARIA S/A)
BRAGA MUNIZ
apresentaram embargos de declaração, alegando
MAYARA LEITAO ADVOGADO(OAB: 26152/CE)
XIMENES omissões/contradição no julgado.
RECORRIDO JOAO PAULO RODRIGUES DE
MESQUITA A parte reclamada apresentou manifestação (ID. 4021086).
EVELINE LOPES ADVOGADO(OAB: 17775/CE) É relatório.
CARNEIRO
JONATHAN OLIVEIRA ADVOGADO(OAB: 34649/CE)
MONTE SOEIRO
TESTEMUNHA JOSE ALVES DA SILVA NETO
PERITO ANISIO SILVESTRE PINHEIRO FUNDAMENTAÇÃO
SANTOS FILHO

Intimado(s)/Citado(s):
- DIRECIONAL ENGENHARIA S/A ADMISSIBILIDADE

CONHEÇO dos Embargos de Declaração opostos pelas partes,

porque presentes os pressupostos de admissibilidade.

MÉRITO
PODER JUDICIÁRIO
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO DA PARTE RECLAMADA
JUSTIÇA DO TRABALHO

OMISSÃO. EXISTÊNCIA.

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 651
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Os embargos de declaração constituem o meio hábil e legal que sucumbência, diante da necessária segurança jurídica que deve

dispõe a parte sempre que desejar obter do órgão jurisdicional acompanhar os atos das partes, bem como em razão da concessão

pronunciamento acerca de determinado pedido ou aspecto da dos benefícios da Justiça Gratuita; que recorre, ainda, pela redução

demanda com vistas a sanar omissão, aclarar obscuridade ou dos honorários arbitrados para o patrono da recorrida e pela

manifesto equívoco de admissibilidade do recurso, a teor do art. 897 majoração dos honorários do advogado do reclamante.

-A, da CLT. Estes são, portanto, os limites desse instituto Calha reproduzir o julgamento vergastado, na fração de interesse

processual. das matérias aludidas no recurso:

Fora dessas hipóteses não tem cabimento a interposição de "(...) Improcede o pedido de pagamento de lucros cessantes eis que

embargos. corresponde ao período em que o reclamante esteve afastado em

Aqui, a reclamada aponta a existência de omissão no acórdão gozo de benefício previdenciário conforme demonstrado pelo

atinente ao novo valor da condenação. documento ID. ae9a462. O reclamante ficou afastado do trabalho e

Assiste razão à Embargante. percebeu benefício previdenciário do INSS, pelo que não se pode

Ao exame. falar em cessação de lucros.

De fato, o acórdão não fixou o novo valor da condenação, ante o Considerando que não houve incapacidade total para o trabalho,

provimento parcial do apelo da reclamada, para excluir da mas redução da capacidade laboral em 25% (o que significa que o

condenação as indenizações por danos morais e estéticos. reclamante pode trabalhar) julgo improcedente o pedido de pensão

Assim sendo, necessário se faz a manifestação desta Dt. Segunda mensal vitalícia.

Turma a respeito do novo valor da condenação, pelo que, suprindo (...)

a omissão apontada, fixa-se o valor de R$76.742,28. "Condeno ambas as partes ao pagamento de honorários

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO DA PARTE RECLAMANTE advocatícios sucumbenciais recíprocos, no percentual de 15% do

OMISSÃO. INEXISTÊNCIA. valor da condenação, vedada a compensação. O percentual foi

arbitrado levando-se em consideração: o grau de zelo dos

O reclamante aponta omissões no julgado. Requer o conhecimento profissionais, sobre a qual não paira alegação de qualquer

e provimento dos presentes embargos de declaração, inclusive com irregularidade; o lugar da prestação dos serviços, cidade de Sobral;

efeitos infringentes, a fim de que sejam sanadas as omissões a a complexidade da causa; o trabalho realizado pelos advogados e o

seguir apontadas: a) omissão quanto ao pedido de pensão vitalícia; tempo exigido para o serviço. Considerando a quantidade de

b) omissão quanto ao pedido de pagamento de eventuais despesas pedidos formulados e deferidos, os honorários são devidos na

médicas; c) omissão quanto ao pedido de honorários advocatícios porcentagem de 95% para o(s) patrono(s) do reclamante 5% para

sucumbenciais; e d) omissão quanto ao pedido de lucro cessante. o(s) patrono(s) do(s) reclamado(s).

Não há omissão a sanar. Entendo que os honorários advocatícios são matéria de cunho

A controvérsia foi analisada de forma suficiente e fundamentada processual razão pela qual se aplica imediatamente as disposições

pelo acórdão embargado, que assim dispôs: da Lei 13467/2017 sobre o tema."

"RECURSO ADESIVO DO RECLAMANTE. Analiso.

REDUÇÃO DA CAPACIDADE DE TRABALHO. 1.Pensão Vitalícia. Embora o acidente tenha causado redução

Alega o reclamante em razões recursais que não pode mais parcial da capacidade do reclamante, o laudo pericial não induz a

retornar às suas atividades laborativas habituais de PEDREIRO; suposição de que a oportunidade de trabalho cessou. Dessa sorte,

que em razão de tanto há de ser acrescido à condenação o não mais estando inabilitado para o exercício do seu ofício, não se

pagamento de pensão mensal vitalícia e lucros cessantes; que o dá pensionamento. É o que se extrai da inteligência do artigo 950,

valor arbitrado para os danos morais (R$ 10.000,00) deve ser do Código Civil.

majorado porque modesto em face do cometimento de ato ilícito 2.Danos morais e estéticos. Arbitramento. Nego provimento ao

patronal; que em razão da cicatriz do acidente o valor destinado a recurso, remetendo a matéria para os itens com igual

reparação dos danos estéticos (R$ 5.000,00) igualmente deve ser questionamento no recurso da reclamada, acima apreciado.

elevado; que tem direito a reparação por lucro cessante; que deve 3.Lucro Cessante. O reclamante ficou afastado do trabalho e

ser excluída a condenação do recorrente em honorários percebeu benefício previdenciário do INSS. Portanto, correta se

advocatícios, porque a ação foi ajuizada em 10/11/2017, exibe a percepção do juízo sentenciante quanto à improcedência do

prevalecendo a legislação aplicável à época quanto às regras de pleito, não se havendo falar na aplicação dos artigos 949 e 950, do

Código para aferir autenticidade deste caderno: 147944


2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 652
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Código Civil. provimento encontra-se condicionado à presença de algum dos

4.Honorários advocatícios. Legislação Aplicável. Redução do vícios constantes do art. 897-A da CLT, o que não ocorreu na

percentual destinado ao patrono da empresa. Com efeito, ajuizada a hipótese dos autos.

demanda antes da vigência da Lei nº 13.467/2017, rege o feito a Pelo exposto, NEGA-SE PROVIMENTO aos embargos de

legislação anterior e a jurisprudência então aplicada quanto aos declaração.

honorários advocatícios trabalhistas. No entanto, voltando à questão

da prevalência jurisprudencial anterior, importaria retirar os

honorários advocatícios deferidos ao reclamante, porque contrários CONCLUSÃO DO VOTO

as Súmulas 219/TST e 02/TRT7 por ausência de assistência

sindical. Dessa sorte, faz-se o registro da questão, mas, sem alterar

o julgamento de sorte a evitar a reforma "in pejus", tornando Conhecer dos embargos de declaração opostos pelas partes e, no

gravosa para o próprio recorrente. No atinente a redução dos mérito: a) dar provimento aos da reclamada, para, sanando a

honorários do patrono da reclamada, cotejando a sentença omissão apontada, fixar o novo valor da condenação em

vergastada, de se concluir impossível o atendimento do pleito R$76.742,28; b) negar provimento aos do reclamante.

recursal em razão da divisão proposta no julgamento, a teor do

artigo 791-A/CLT, do qual decorre ser ofensiva à lei, a redução já

concedida pelo mínimo de cinco por cento. DISPOSITIVO

Isto posto,

CONCLUSÃO DO VOTO

Conhecer dos recursos interpostos e, no mérito, negar provimento

ao adesivo do reclamante e prover parcialmente o apelo da

reclamada para excluir da condenação as indenizações por danos

morais e estéticos, nos termos da fundamentação deste Acórdão."

Todos os fatos relevantes ao deslinde da controvérsia foram

devidamente registrados pelo acórdão objurgado, que se reportou,

inclusive, aos termos da sentença de primeiro grau. ACORDAM OS INTEGRANTES DA 2ª TURMA DO TRIBUNAL

Sendo assim, vê-se que o embargante, na realidade, não aponta REGIONAL DO TRABALHO DA 7ª REGIÃO, por unanimidade,

qualquer vício no acórdão, sanável pelos embargos de declaração, conhecer dos embargos de declaração opostos pelas partes e, no

demonstrando apenas o inconformismo com a decisão que lhe é mérito: a) dar provimento aos da reclamada, para, sanando a

desfavorável. Contudo, esta via processual não é adequada para a omissão apontada, fixar o novo valor da condenação em

revisão de decisões judiciais. R$76.742,28; b) negar provimento aos do reclamante.

Saliente-se, ainda, que a omissão, contradição ou obscuridade a Participaram do julgamento os Exmos. Srs. Desembargadores

justificarem a interposição de embargos de declaração apenas se Francisco José Gomes da Silva (Presidente),Cláudio Soares Pires

configuram quando o julgador deixa de se manifestar acerca das (Relator) e Jefferson Quesado Júnior. Presente ainda o(a) Exmo(a).

arguições contidas no recurso interposto, utiliza fundamentos Sr(a). membro do Ministério Público do Trabalho.

colidentes entre si, ou ainda quando a decisão não é clara. Se a Fortaleza, 17 de fevereiro de 2020.

argumentação dos embargos não se insere em quaisquer desses

vícios, nos termos dos arts. 897-A da CLT e 1022 do CPC, deve ser

desprovido o recurso.

Verifica-se, pois, nitidamente, que o embargante não busca sanar

omissão, contradição ou obscuridade, mas, sim, obter o

rejulgamento do litígio. CLAUDIO SOARES PIRES

Mera decisão contrária ao interesse da parte, por si só, todavia, não Desembargador Relator

enseja o ataque pela via integrativa.

Por fim, registre-se que, mesmo em caso de embargos de FORTALEZA/CE, 04 de março de 2020.

declaração opostos com a finalidade de prequestionamento, o seu

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 653
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

ROMULO DE SOUSA FROTA parte embargante, com suas alegações, não busca sanar omissão,

Diretor de Secretaria contradição ou obscuridade, mas, sim, obter rejulgamento do litígio.

2. CONTRADIÇÃO. EXISTÊNCIA. CUSTAS PROCESSUAIS.


Processo Nº ROT-0000178-90.2018.5.07.0003
Relator CLAUDIO SOARES PIRES Padecendo de contradição o v. acórdão recorrido quanto ao
RECORRENTE JOAO BAPTISTA JUNQUEIRA VIEIRA pagamento de custas processuais, merecem provimento os
NATHALIA TASSIA ADVOGADO(OAB: 22226/CE)
ALVES TAVARES embargos de declaração a ele interpostos. Embargos de declaração
THABATTA HADJA ADVOGADO(OAB: 32005/CE) parcialmente providos, com efeito modificativo ao julgado.
SAMPAIO CAXIAS DINIZ
WELBER MULLER ADVOGADO(OAB: 23292/CE)
GUIMARAES OLIVEIRA
RECORRENTE SS&B CONSTRUTORA LTDA
FRANCISCO TADEU ADVOGADO(OAB: 5970/CE) RELATÓRIO
CARNEIRO ANGELIM
PAULO ANDRÉ LIMA ADVOGADO(OAB: 10630/CE)
AGUIAR
EDUARDO SOBRAL ADVOGADO(OAB: 15815/CE)
MONTE E SILVA V I S T O S, relatados e discutidos estes autos de EMBARGOS DE
RECORRENTE ENERGIA DOS VENTOS IV SA DECLARAÇÃO EM RECURSO ORDINÁRIO.
LUCIANA ARDUIN ADVOGADO(OAB: 143634/SP)
FONSECA Os integrantes da 2ª Turma deste Tribunal, por unanimidade,
RECORRIDO SS&B CONSTRUTORA LTDA acordaram em conhecer dos recursos interpostos e, no mérito, por
FRANCISCO TADEU ADVOGADO(OAB: 5970/CE)
CARNEIRO ANGELIM maioria, dar provimento ao apelo da primeira reclamada para julgar
PAULO ANDRÉ LIMA ADVOGADO(OAB: 10630/CE) improcedente a ação. Custas pelo autor, na forma apurada na
AGUIAR
RECORRIDO JOAO BAPTISTA JUNQUEIRA VIEIRA sentença de origem, mantida a gratuidade processual antes
THABATTA HADJA ADVOGADO(OAB: 32005/CE) deferida ao reclamante.
SAMPAIO CAXIAS DINIZ
WELBER MULLER ADVOGADO(OAB: 23292/CE) Contra o referido acórdão, o reclamante opôs embargos de
GUIMARAES OLIVEIRA
declaração, alegando omissão e contradição no julgado e buscando
RECORRIDO ENERGIA DOS VENTOS IV SA
LUCIANA ARDUIN ADVOGADO(OAB: 143634/SP) a atribuição de efeitos modificativos.
FONSECA
A parte contrária apresentou manifestação Id. 58ffd46.
TERCEIRO WESLEY LOPES DE OLIVEIRA
INTERESSADO É o relatório.
TERCEIRO CARLOS FORTE DA SILVA
INTERESSADO
TERCEIRO LEANDRO MOURA ARAGÃO
INTERESSADO
FUNDAMENTAÇÃO
Intimado(s)/Citado(s):
- SS&B CONSTRUTORA LTDA

ADMISSIBILIDADE

Preenchidos os pressupostos recursais, CONHEÇO dos embargos

PODER JUDICIÁRIO de declaração.

JUSTIÇA DO TRABALHO MÉRITO

1 - OMISSÃO. INEXISTÊNCIA. SERVIÇOS PRESTADOS POR

PESSOA JURÍDICA. EXISTÊNCIA DE VÍNCULO EMPREGATÍCIO


EMENTA
NOS MOLDES DA CLT. REEXAME DO MÉRITO DA DECISÃO.

O Acórdão embargado deu provimento ao apelo da primeira

reclamada para julgar improcedente a ação, sob os seguintes


EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. 1. OMISSÃO. INEXISTÊNCIA.
fundamentos:
SERVIÇOS PRESTADOS POR PESSOA JURÍDICA. EXISTÊNCIA
"(...) Desde 2011 o reclamante é titular de empresa de serviços de
DE VÍNCULO EMPREGATÍCIO NOS MOLDES DA CLT.
engenharia, serviços de perícia técnica relacionados à segurança
REEXAME DO MÉRITO DA DECISÃO. A reapreciação da matéria,
do trabalho, treinamento em desenvolvimento profissional e
quando já apreciada pelo órgão prolator do acórdão embargado, é
gerencial, como comprova o documento ID. 1d0be33, fls. 164 (JL
defeso em lei, pois tal implicaria em reexame do mérito da decisão,
GERENCIAMENTO DE PROJETOS, TREINAMENTO
o que foge às finalidades dos embargos declaratórios. Nega-se
PROFISSIONAL, GERENCIAL E ENSINO DE IDIOMAS LTDA. A
provimento aos embargos de declaração, quando se verifica que a

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contratação dos serviços deu-se na circunstância da prestação dos da demanda, não se podendo debruçar sobre a alegação de

serviços empresariais da empresa capitaneada pelo reclamante. equívoco nessa apreciação, visto que a pretensão esposada nos

Vejo sem lastro probatório a alegação de que o reclamante teve que embargos, acaso atendida, importaria revolver todo o conjunto

usar a sua empresa para poder receber os seus salários, revelando intelectivo decisório.

mera pejotização. A modalidade que desvirtua a relação de Efetivamente, o acórdão embargado lançou de forma explicita os

emprego pressupõe a constituição empresarial com o escopo fundamentos que conduziram ao entendimento adotado por esta Dt.

exclusivo de mascarar uma relação que deveria estar sob a Segunda Turma.

proteção celetista, mas, a hipótese dos autos não revela tal O posicionamento desfavorável à tese daquele que recorre não se

situação, eis que a empresa de prestação de serviços do traduz, necessariamente, em lacuna na prestação jurisdicional.

reclamante foi constituída bem antes do período considerado na Vale registrar que o Juízo não está obrigado a debater todos os

reclamação sob exame, o que afasta a pejotização e aproxima a temas trazidos à baila pelas partes. Incumbe ao Órgão Julgador

relação entre as partes de uma típica avença de natureza civil. apreciar os argumentos e as provas apresentados no feito sobre os

Estando delineada a participação de interposta empresa do fatos relativos à causa com o fito de nortear o seu convencimento,

reclamante, a eventualidade de pessoalidade e habitualidade não decidindo de maneira fundamentada e balizado no princípio da

transmuda a natureza do pagamento havido, repita-se, de natureza persuasão racional.

civil porque envolvendo duas pessoas jurídicas regularmente Portanto, não se observa a existência da alegada omissão, mesmo

constituídas. porque o julgador não está obrigado a rebater, um a um, os

Não se reveste de verossimilhança a possibilidade de simulação do argumentos das partes, bastando que indique, na decisão, os

contrato particular de prestação de serviços ID. 056c62b, fls. 21, motivos que lhe formaram o convencimento, em face dos fatos e

porque a maturidade e a experiência do reclamante não se circunstâncias prequestionados nos autos. Assim ocorreu no

coadunam com a probabilidade de desafetação ou simulação julgamento deste feito.

contratual. As correspondências eletrônicas entre os litigantes não A reapreciação da matéria, quando já apreciada pelo órgão prolator

revelam ademais, a meu juízo, desvirtuamento na prestação dos do acórdão embargado, é defeso em lei, pois tal implicaria em

serviços pela empresa do reclamante. Ao contrário, deixam evidente reexame do mérito da decisão, o que foge às finalidades dos

a ausência de subordinação porque não se pode extrair do seu embargos declaratórios.

conteúdo comando próprio de chefia, da reclamada. Por óbvio, os Destarte, inexiste omissão no julgado.

pagamentos realizados em favor da empresa do reclamante não 2. CONTRADIÇÃO. EXISTÊNCIA. CUSTAS PROCESSUAIS.

têm natureza salarial alguma. Perfaz a essência comercial da

avença entre as partes a emissão de nota fiscal de serviço pelo Sustenta o embargante que "O juízo a quo concedeu os benefícios

reclamante, como exemplificam os documentos ID. 71ca3fb, fls. 83 da justiça gratuita ao Reclamante, sendo estes confirmados pelo

e seguintes. juízo ad quem. Contudo, apesar de serem concedidos os benefícios

Esses elementos afastam, por si só, isto é, pelo evidente da Justiça Gratuita ao Embargante, em sua CONCLUSÃO, o juiz

relacionamento entre sujeitos detentores de personalidade jurídica relator estabelece "custas pelo autor", que deve ser isento de

irrefutável, expressamente definidos, a possibilidade de reconhecer custas. Além disso, o crédito de honorários devido pelo beneficiário

vínculo empregatício, subsistindo, ao contrário da conclusão a que da justiça gratuita, deve permanecer sob condição suspensiva de

chegou o juízo de origem, a essência meramente comercial que exigibilidade no prazo e forma discriminadas no art. 791-A, § 4.º da

permeou e moveu a intenção dos que subscreveram o contrato Consolidação, afastada, por inconstitucional, a compensação com

antes referido.(...)" crédito alimentar do trabalhador."

Assiste razão ao embargante quanto à contradição apontada.

O embargante sustenta, em suma, que "A decisão se limitou a dizer O acórdão embargado, sobre o tema, assim decidiu(ID.85cffb3):

que por haver um contrato de prestação de serviços entre as partes, "Gratuidade Processual. Honorários Advocatícios. De serem

não há que se reconhecer vínculo de emprego. Se omitindo, o mantidos os argumentos do juízo sentenciante. O reclamante afirma

acórdão, quanto aos fundamentos e provas lançadas na exordial". não ter como arcar com as despesas do processo, o que deve ser

Nenhuma razão assiste ao embargante. presumido pelo Juízo se não houver prova em contrário (art.99 do

Escapa à finalidade do recurso que visa aclarar o Acórdão NCPC). Mantido, pois, o deferimento da gratuidade processual, bem

embargado, o reexame em torno das razões que levaram à solução como os honorários advocatícios em favor da recorrente, pelo

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percentual eleito pelo juízo de origem, conforme irreprochável que, mesmo não afastada totalmente a responsabilidade do

argumento." beneficiário em caso de sucumbência, tais obrigações, uma vez

A sentença, mantida pelo acórdão embargado neste aspecto, estabelecidas por sucumbência total ou parcial, "(..) ficarão sob

consignou: condição suspensiva de exigibilidadee somente poderão ser

"GRATUIDADE executadas se (..)o credor demonstrar que deixou de existir a

Tendo em vista que a reclamante afirma no ter como arcar com as situação de insuficiência de recursos que justificou a concessão de

despesas do processo, estando inclusive desempregado, o que gratuidade".

dever ser presumido pelo Juízo se não houve prova em contrário Notório, portanto, que a Lei 13.467/2017 estabeleceu injustificado

(art.99 do NCPC), defere-se a gratuidade, uma vez que as verbas tratamento anti-isonômico ao permitir quitar honorários com valores

auferidas no processo não podem ser entendidas como obtidos nos próprios autos ou autos de outras ações da

enriquecimento pessoal. mesma parte.

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS Esse tipo de preceito contraria a exigência de regulamentação

A Lei 13.467 estabeleceu: harmônica da norma constitucional (art.5º, LXXVI) que assegura a

"art.791-A: Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão gratuidade, sem que se conceba que para uns - e apenas uns -

devidos honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% justo os mais pobres -, haja tratamento prejudicial.

(cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o Nesse sentido, aliás, a lição hermenêutica de PAULO BONAVIDES

valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico (CURSO DE DIREITO CONSTITUCIONAL, Malheiros) para quem

obtidoou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado "a interpretação começa naturalmente onde se concebe a norma

da causa". como parte de um sistema - a ordem jurídica -, que compõe um

E o § 4º assinalou: "§4o VENCIDO O BENEFICIÁRIO DA JUSTIÇA todo ou unidade objetiva, única a emprestar-lhe o verdadeiro

GRATUITA, desde que não tenha obtido em juízo, ainda que em sentido, impossível de obter-se se a considerássemos insulada,

outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, as individualizada, fora, portanto, do contexto das leis e das

obrigações decorrentes de sua sucumbência, ficarão sob conexões lógicas do sistema".

condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser Em sendo assim, em prol das regras de isonomia, inclusive

executadas se, nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado isonomia processual (art.5º da CF) e da proteção aos princípios

da decisão que as certificou, o credor demonstrar que deixou de constitucionais de valorização da cidadania, da dignidade da

existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a pessoa humana e do valor social do trabalho, que de modo

concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais diverso restariam infirmados, confiro ao texto interpretação

obrigações do beneficiário". conforme a Constituição para excluir do § 4º do art.791-A da CLT a

A disciplina da matéria deve ser apreciada detalhadamente, até por expressão "desde que não tenha obtido em juízo, ainda que em

um antagonismo com o conjunto do ordenamento jurídico. outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, as

Justo por isso é necessário afirmar, de início, que o § 4º do art.791- obrigações decorrentes de sua sucumbência", harmonizando-o com

A merece interpretação conforme a Constituição, eis que, como a disciplina geral da matéria e com a Lei Maior.

redigido, impõe aos trabalhadores (e somente a estes) uma "sorte" Dito isso, levando em conta finalmente o disposto no § 2º do art.791

que a outros cidadãos não foi atribuída, em evidente quebra de -A e considerando na espécie que o inciso II não funciona como

isonomia. elemento distintivo, mas levando em consideração as diferenças

Trata-se do dever, no caso de sucumbência, de arcar com o ônus atreladas ao rito processual, à dinâmica de seu desenvolvimento,

de pagar despesas processuais, inclusive honorários, lançando conectando-se também com os elementos trazidos nos incisos I e

mão de valores obtidos nos próprios autos ou em outros, em IV da norma, em havendo sucumbência recíproca, fixo (...) em 5%

que venha a auferir verbas alimentares ou indenizatórias, estas os honorários em prol do advogado da reclamada (...), ficando

últimas deferidas, via de regra, como forma de tutelar bem maiores (...) sua exigibilidade suspensa por dois anos, no curso do qual só

como a dignidade da pessoa humana. serão cobrados os honorários se deixar de existir a situação de

A norma antagoniza-se com o disposto no art.98 (caput) e seu insuficiência de recursos que justificou a concessão do benefício da

parágrafo 1º do NCPC, assim como com os §§ 2º e 3º do mesmo gratuidade em proveito do reclamante.

Código que, como sabido, inserem expressamente os honorários Passado esse prazo, extingue-se a obrigação."

entre as parcelas objeto de deferimento da gratuidade, estipulando Consta do dispositivo do acórdão embargado: "ACORDAM OS

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 656
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

INTEGRANTES DA 2ª TURMA DO TRIBUNAL REGIONAL DO modificativo ao julgado, para isentar o autor do pagamento das

TRABALHO DA 7ª REGIÃO, por unanimidade, conhecer dos custas, em face da gratuidade processual a ele concedida, mantida

recursos interpostos e, no mérito, por maioria, dar provimento ao a condenação de honorários advocatícios, na forma apurada na

apelo da primeira reclamada para julgar improcedente a ação. sentença de origem, ficando sua exigibilidade suspensa por dois

Custas pelo autor, na forma apurada na sentença de origem, anos, no curso do qual só serão cobrados os honorários se deixar

mantida a gratuidade processual antes deferida ao reclamante. de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a

Vencido o Desembargador Francisco José Gomes da Silva que concessão do benefício da gratuidade em proveito do reclamante.

negava provimento ao recurso. Integra o acórdão o voto vencido." Participaram do julgamento os Exmos. Srs. Desembargadores

Verifica-se que, na fundamentação do acórdão embargado, foi Francisco José Gomes da Silva (Presidente),Cláudio Soares Pires

mantida a gratuidade processual deferida ao reclamante pela (Relator) e Jefferson Quesado Júnior. Presente ainda o(a) Exmo(a).

sentença. Contudo, no dispositivo do referido acórdão, o autor foi Sr(a). membro do Ministério Público do Trabalho.

condenado no pagamento de custas processuais. Há, portanto, Fortaleza, 17 de fevereiro de 2020.

contradição no julgado.

Ante o exposto, DÁ-SE parcial PROVIMENTO aos embargos de

declaração quanto à contradição apontada, que se sana, nesta

oportunidade, conferindo efeito modificativo ao julgado, para isentar

o autor do pagamento das custas, em face da gratuidade CLAUDIO SOARES PIRES

processual a ele concedida, mantida a condenação de honorários Desembargador Relator

advocatícios, na forma apurada na sentença de origem, ficando sua

exigibilidade suspensa por dois anos, no curso do qual só serão

cobrados os honorários se deixar de existir a situação de

insuficiência de recursos que justificou a concessão do benefício da

gratuidade em proveito do reclamante.

FORTALEZA/CE, 04 de março de 2020.

CONCLUSÃO DO VOTO ROMULO DE SOUSA FROTA

Diretor de Secretaria

Processo Nº ROT-0001716-77.2017.5.07.0024
Conhecer dos Embargos de declaração e, no mérito, dar-lhes Relator CLAUDIO SOARES PIRES
parcial provimento, para sanar a contradição apontada na forma da RECORRENTE DIRECIONAL ENGENHARIA S/A
IGOR GOES LOBATO ADVOGADO(OAB: 307482/SP)
fundamentação expendida.
JULIO DE CARVALHO ADVOGADO(OAB: 90461/MG)
PAULA LIMA
HUMBERTO ROSSETTI ADVOGADO(OAB: 91263/MG)
PORTELA
DISPOSITIVO SAMUEL LEVY PONTES ADVOGADO(OAB: 25684/CE)
BRAGA MUNIZ
MAYARA LEITAO ADVOGADO(OAB: 26152/CE)
XIMENES
RECORRENTE JOAO PAULO RODRIGUES DE
MESQUITA
EVELINE LOPES ADVOGADO(OAB: 17775/CE)
CARNEIRO
JONATHAN OLIVEIRA ADVOGADO(OAB: 34649/CE)
MONTE SOEIRO
RECORRIDO DIRECIONAL ENGENHARIA S/A
IGOR GOES LOBATO ADVOGADO(OAB: 307482/SP)
JULIO DE CARVALHO ADVOGADO(OAB: 90461/MG)
PAULA LIMA
ACORDAM OS INTEGRANTES DA 2ª TURMA DO TRIBUNAL HUMBERTO ROSSETTI ADVOGADO(OAB: 91263/MG)
PORTELA
REGIONAL DO TRABALHO DA 7ª REGIÃO, por unanimidade, SAMUEL LEVY PONTES ADVOGADO(OAB: 25684/CE)
BRAGA MUNIZ
conhecer dos Embargos de declaração e, no mérito, dar-lhes parcial
MAYARA LEITAO ADVOGADO(OAB: 26152/CE)
provimento, para sanar a contradição apontada, conferindo efeito XIMENES

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 657
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

RECORRIDO JOAO PAULO RODRIGUES DE


MESQUITA É relatório.
EVELINE LOPES ADVOGADO(OAB: 17775/CE)
CARNEIRO
JONATHAN OLIVEIRA ADVOGADO(OAB: 34649/CE)
MONTE SOEIRO
FUNDAMENTAÇÃO
TESTEMUNHA JOSE ALVES DA SILVA NETO
PERITO ANISIO SILVESTRE PINHEIRO
SANTOS FILHO

Intimado(s)/Citado(s): ADMISSIBILIDADE
- JOAO PAULO RODRIGUES DE MESQUITA CONHEÇO dos Embargos de Declaração opostos pelas partes,

porque presentes os pressupostos de admissibilidade.

MÉRITO

PODER JUDICIÁRIO EMBARGOS DE DECLARAÇÃO DA PARTE RECLAMADA

JUSTIÇA DO TRABALHO
OMISSÃO. EXISTÊNCIA.

Os embargos de declaração constituem o meio hábil e legal que


EMENTA
dispõe a parte sempre que desejar obter do órgão jurisdicional

pronunciamento acerca de determinado pedido ou aspecto da

demanda com vistas a sanar omissão, aclarar obscuridade ou


EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
manifesto equívoco de admissibilidade do recurso, a teor do art. 897
E.D. DA PARTE RECLAMADA. FIXAÇÃO DO NOVO VALOR DA
-A, da CLT. Estes são, portanto, os limites desse instituto
CONDENAÇÃO. OMISSÃO. EXISTÊNCIA. Constatando-se a
processual.
existência de omissão no acórdão atinente à fixação do novo valor
Fora dessas hipóteses não tem cabimento a interposição de
da condenação, impõe-se o provimento dos embargos de
embargos.
declaração, para o saneamento do vício. Embargos de declaração
Aqui, a reclamada aponta a existência de omissão no acórdão
conhecidos e providos.
atinente ao novo valor da condenação.
E.D. DA PARTE RECLAMANTE. OMISSÃO. INEXISTÊNCIA. Nega
Assiste razão à Embargante.
-se provimento aos embargos de declaração, quando se verifica que
Ao exame.
a parte embargante, com suas alegações, não busca sanar
De fato, o acórdão não fixou o novo valor da condenação, ante o
omissão, contradição ou obscuridade, mas, sim, obter rejulgamento
provimento parcial do apelo da reclamada, para excluir da
do litígio. Embargos de declaração conhecidos e desprovidos.
condenação as indenizações por danos morais e estéticos.

Assim sendo, necessário se faz a manifestação desta Dt. Segunda

Turma a respeito do novo valor da condenação, pelo que, suprindo

a omissão apontada, fixa-se o valor de R$76.742,28.


RELATÓRIO
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO DA PARTE RECLAMANTE

OMISSÃO. INEXISTÊNCIA.

V I S T O S, relatados e discutidos estes autos de EMBARGOS DE


O reclamante aponta omissões no julgado. Requer o conhecimento
DECLARAÇÃO EM RECURSO ORDINÁRIO.
e provimento dos presentes embargos de declaração, inclusive com
Os integrantes da 2ª Turma deste Tribunal, por unanimidade,
efeitos infringentes, a fim de que sejam sanadas as omissões a
acordaram em conhecer dos recursos e, no mérito, negar
seguir apontadas: a) omissão quanto ao pedido de pensão vitalícia;
provimento ao adesivo do reclamante e prover parcialmente o apelo
b) omissão quanto ao pedido de pagamento de eventuais despesas
da reclamada para excluir da condenação as indenizações por
médicas; c) omissão quanto ao pedido de honorários advocatícios
danos morais e estéticos.
sucumbenciais; e d) omissão quanto ao pedido de lucro cessante.
Contra o referido acórdão, ambas as partes (JOÃO PAULO
Não há omissão a sanar.
RODRIGUES DE MESQUITA e DIRECIONAL ENGENHARIA S/A)
A controvérsia foi analisada de forma suficiente e fundamentada
apresentaram embargos de declaração, alegando
pelo acórdão embargado, que assim dispôs:
omissões/contradição no julgado.
"RECURSO ADESIVO DO RECLAMANTE.
A parte reclamada apresentou manifestação (ID. 4021086).

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REDUÇÃO DA CAPACIDADE DE TRABALHO. 1.Pensão Vitalícia. Embora o acidente tenha causado redução

Alega o reclamante em razões recursais que não pode mais parcial da capacidade do reclamante, o laudo pericial não induz a

retornar às suas atividades laborativas habituais de PEDREIRO; suposição de que a oportunidade de trabalho cessou. Dessa sorte,

que em razão de tanto há de ser acrescido à condenação o não mais estando inabilitado para o exercício do seu ofício, não se

pagamento de pensão mensal vitalícia e lucros cessantes; que o dá pensionamento. É o que se extrai da inteligência do artigo 950,

valor arbitrado para os danos morais (R$ 10.000,00) deve ser do Código Civil.

majorado porque modesto em face do cometimento de ato ilícito 2.Danos morais e estéticos. Arbitramento. Nego provimento ao

patronal; que em razão da cicatriz do acidente o valor destinado a recurso, remetendo a matéria para os itens com igual

reparação dos danos estéticos (R$ 5.000,00) igualmente deve ser questionamento no recurso da reclamada, acima apreciado.

elevado; que tem direito a reparação por lucro cessante; que deve 3.Lucro Cessante. O reclamante ficou afastado do trabalho e

ser excluída a condenação do recorrente em honorários percebeu benefício previdenciário do INSS. Portanto, correta se

advocatícios, porque a ação foi ajuizada em 10/11/2017, exibe a percepção do juízo sentenciante quanto à improcedência do

prevalecendo a legislação aplicável à época quanto às regras de pleito, não se havendo falar na aplicação dos artigos 949 e 950, do

sucumbência, diante da necessária segurança jurídica que deve Código Civil.

acompanhar os atos das partes, bem como em razão da concessão 4.Honorários advocatícios. Legislação Aplicável. Redução do

dos benefícios da Justiça Gratuita; que recorre, ainda, pela redução percentual destinado ao patrono da empresa. Com efeito, ajuizada a

dos honorários arbitrados para o patrono da recorrida e pela demanda antes da vigência da Lei nº 13.467/2017, rege o feito a

majoração dos honorários do advogado do reclamante. legislação anterior e a jurisprudência então aplicada quanto aos

Calha reproduzir o julgamento vergastado, na fração de interesse honorários advocatícios trabalhistas. No entanto, voltando à questão

das matérias aludidas no recurso: da prevalência jurisprudencial anterior, importaria retirar os

"(...) Improcede o pedido de pagamento de lucros cessantes eis que honorários advocatícios deferidos ao reclamante, porque contrários

corresponde ao período em que o reclamante esteve afastado em as Súmulas 219/TST e 02/TRT7 por ausência de assistência

gozo de benefício previdenciário conforme demonstrado pelo sindical. Dessa sorte, faz-se o registro da questão, mas, sem alterar

documento ID. ae9a462. O reclamante ficou afastado do trabalho e o julgamento de sorte a evitar a reforma "in pejus", tornando

percebeu benefício previdenciário do INSS, pelo que não se pode gravosa para o próprio recorrente. No atinente a redução dos

falar em cessação de lucros. honorários do patrono da reclamada, cotejando a sentença

Considerando que não houve incapacidade total para o trabalho, vergastada, de se concluir impossível o atendimento do pleito

mas redução da capacidade laboral em 25% (o que significa que o recursal em razão da divisão proposta no julgamento, a teor do

reclamante pode trabalhar) julgo improcedente o pedido de pensão artigo 791-A/CLT, do qual decorre ser ofensiva à lei, a redução já

mensal vitalícia. concedida pelo mínimo de cinco por cento.

(...) Isto posto,

"Condeno ambas as partes ao pagamento de honorários CONCLUSÃO DO VOTO

advocatícios sucumbenciais recíprocos, no percentual de 15% do Conhecer dos recursos interpostos e, no mérito, negar provimento

valor da condenação, vedada a compensação. O percentual foi ao adesivo do reclamante e prover parcialmente o apelo da

arbitrado levando-se em consideração: o grau de zelo dos reclamada para excluir da condenação as indenizações por danos

profissionais, sobre a qual não paira alegação de qualquer morais e estéticos, nos termos da fundamentação deste Acórdão."

irregularidade; o lugar da prestação dos serviços, cidade de Sobral; Todos os fatos relevantes ao deslinde da controvérsia foram

a complexidade da causa; o trabalho realizado pelos advogados e o devidamente registrados pelo acórdão objurgado, que se reportou,

tempo exigido para o serviço. Considerando a quantidade de inclusive, aos termos da sentença de primeiro grau.

pedidos formulados e deferidos, os honorários são devidos na Sendo assim, vê-se que o embargante, na realidade, não aponta

porcentagem de 95% para o(s) patrono(s) do reclamante 5% para qualquer vício no acórdão, sanável pelos embargos de declaração,

o(s) patrono(s) do(s) reclamado(s). demonstrando apenas o inconformismo com a decisão que lhe é

Entendo que os honorários advocatícios são matéria de cunho desfavorável. Contudo, esta via processual não é adequada para a

processual razão pela qual se aplica imediatamente as disposições revisão de decisões judiciais.

da Lei 13467/2017 sobre o tema." Saliente-se, ainda, que a omissão, contradição ou obscuridade a

Analiso. justificarem a interposição de embargos de declaração apenas se

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 659
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

configuram quando o julgador deixa de se manifestar acerca das (Relator) e Jefferson Quesado Júnior. Presente ainda o(a) Exmo(a).

arguições contidas no recurso interposto, utiliza fundamentos Sr(a). membro do Ministério Público do Trabalho.

colidentes entre si, ou ainda quando a decisão não é clara. Se a Fortaleza, 17 de fevereiro de 2020.

argumentação dos embargos não se insere em quaisquer desses

vícios, nos termos dos arts. 897-A da CLT e 1022 do CPC, deve ser

desprovido o recurso.

Verifica-se, pois, nitidamente, que o embargante não busca sanar

omissão, contradição ou obscuridade, mas, sim, obter o

rejulgamento do litígio. CLAUDIO SOARES PIRES

Mera decisão contrária ao interesse da parte, por si só, todavia, não Desembargador Relator

enseja o ataque pela via integrativa.

Por fim, registre-se que, mesmo em caso de embargos de FORTALEZA/CE, 04 de março de 2020.

declaração opostos com a finalidade de prequestionamento, o seu

provimento encontra-se condicionado à presença de algum dos ROMULO DE SOUSA FROTA

vícios constantes do art. 897-A da CLT, o que não ocorreu na Diretor de Secretaria

hipótese dos autos.


Processo Nº ROT-0000178-90.2018.5.07.0003
Pelo exposto, NEGA-SE PROVIMENTO aos embargos de Relator CLAUDIO SOARES PIRES
declaração. RECORRENTE JOAO BAPTISTA JUNQUEIRA VIEIRA
NATHALIA TASSIA ADVOGADO(OAB: 22226/CE)
ALVES TAVARES
THABATTA HADJA ADVOGADO(OAB: 32005/CE)
SAMPAIO CAXIAS DINIZ
CONCLUSÃO DO VOTO WELBER MULLER ADVOGADO(OAB: 23292/CE)
GUIMARAES OLIVEIRA
RECORRENTE SS&B CONSTRUTORA LTDA
FRANCISCO TADEU ADVOGADO(OAB: 5970/CE)
CARNEIRO ANGELIM
Conhecer dos embargos de declaração opostos pelas partes e, no
PAULO ANDRÉ LIMA ADVOGADO(OAB: 10630/CE)
mérito: a) dar provimento aos da reclamada, para, sanando a AGUIAR
EDUARDO SOBRAL ADVOGADO(OAB: 15815/CE)
omissão apontada, fixar o novo valor da condenação em MONTE E SILVA
R$76.742,28; b) negar provimento aos do reclamante. RECORRENTE ENERGIA DOS VENTOS IV SA
LUCIANA ARDUIN ADVOGADO(OAB: 143634/SP)
FONSECA
RECORRIDO SS&B CONSTRUTORA LTDA
FRANCISCO TADEU ADVOGADO(OAB: 5970/CE)
DISPOSITIVO CARNEIRO ANGELIM
PAULO ANDRÉ LIMA ADVOGADO(OAB: 10630/CE)
AGUIAR
RECORRIDO JOAO BAPTISTA JUNQUEIRA VIEIRA
THABATTA HADJA ADVOGADO(OAB: 32005/CE)
SAMPAIO CAXIAS DINIZ
WELBER MULLER ADVOGADO(OAB: 23292/CE)
GUIMARAES OLIVEIRA
RECORRIDO ENERGIA DOS VENTOS IV SA
LUCIANA ARDUIN ADVOGADO(OAB: 143634/SP)
FONSECA
TERCEIRO WESLEY LOPES DE OLIVEIRA
INTERESSADO
TERCEIRO CARLOS FORTE DA SILVA
ACORDAM OS INTEGRANTES DA 2ª TURMA DO TRIBUNAL INTERESSADO
REGIONAL DO TRABALHO DA 7ª REGIÃO, por unanimidade, TERCEIRO LEANDRO MOURA ARAGÃO
INTERESSADO
conhecer dos embargos de declaração opostos pelas partes e, no

mérito: a) dar provimento aos da reclamada, para, sanando a Intimado(s)/Citado(s):


- SS&B CONSTRUTORA LTDA
omissão apontada, fixar o novo valor da condenação em

R$76.742,28; b) negar provimento aos do reclamante.

Participaram do julgamento os Exmos. Srs. Desembargadores

Francisco José Gomes da Silva (Presidente),Cláudio Soares Pires

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 660
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Preenchidos os pressupostos recursais, CONHEÇO dos embargos


PODER JUDICIÁRIO
de declaração.
JUSTIÇA DO TRABALHO
MÉRITO

1 - OMISSÃO. INEXISTÊNCIA. SERVIÇOS PRESTADOS POR


EMENTA PESSOA JURÍDICA. EXISTÊNCIA DE VÍNCULO EMPREGATÍCIO

NOS MOLDES DA CLT. REEXAME DO MÉRITO DA DECISÃO.

O Acórdão embargado deu provimento ao apelo da primeira


EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. 1. OMISSÃO. INEXISTÊNCIA. reclamada para julgar improcedente a ação, sob os seguintes
SERVIÇOS PRESTADOS POR PESSOA JURÍDICA. EXISTÊNCIA fundamentos:
DE VÍNCULO EMPREGATÍCIO NOS MOLDES DA CLT. "(...) Desde 2011 o reclamante é titular de empresa de serviços de
REEXAME DO MÉRITO DA DECISÃO. A reapreciação da matéria, engenharia, serviços de perícia técnica relacionados à segurança
quando já apreciada pelo órgão prolator do acórdão embargado, é do trabalho, treinamento em desenvolvimento profissional e
defeso em lei, pois tal implicaria em reexame do mérito da decisão, gerencial, como comprova o documento ID. 1d0be33, fls. 164 (JL
o que foge às finalidades dos embargos declaratórios. Nega-se GERENCIAMENTO DE PROJETOS, TREINAMENTO
provimento aos embargos de declaração, quando se verifica que a PROFISSIONAL, GERENCIAL E ENSINO DE IDIOMAS LTDA. A
parte embargante, com suas alegações, não busca sanar omissão, contratação dos serviços deu-se na circunstância da prestação dos
contradição ou obscuridade, mas, sim, obter rejulgamento do litígio. serviços empresariais da empresa capitaneada pelo reclamante.
2. CONTRADIÇÃO. EXISTÊNCIA. CUSTAS PROCESSUAIS. Vejo sem lastro probatório a alegação de que o reclamante teve que
Padecendo de contradição o v. acórdão recorrido quanto ao usar a sua empresa para poder receber os seus salários, revelando
pagamento de custas processuais, merecem provimento os mera pejotização. A modalidade que desvirtua a relação de
embargos de declaração a ele interpostos. Embargos de declaração emprego pressupõe a constituição empresarial com o escopo
parcialmente providos, com efeito modificativo ao julgado. exclusivo de mascarar uma relação que deveria estar sob a

proteção celetista, mas, a hipótese dos autos não revela tal

situação, eis que a empresa de prestação de serviços do


RELATÓRIO reclamante foi constituída bem antes do período considerado na

reclamação sob exame, o que afasta a pejotização e aproxima a

relação entre as partes de uma típica avença de natureza civil.


V I S T O S, relatados e discutidos estes autos de EMBARGOS DE Estando delineada a participação de interposta empresa do
DECLARAÇÃO EM RECURSO ORDINÁRIO. reclamante, a eventualidade de pessoalidade e habitualidade não
Os integrantes da 2ª Turma deste Tribunal, por unanimidade, transmuda a natureza do pagamento havido, repita-se, de natureza
acordaram em conhecer dos recursos interpostos e, no mérito, por civil porque envolvendo duas pessoas jurídicas regularmente
maioria, dar provimento ao apelo da primeira reclamada para julgar constituídas.
improcedente a ação. Custas pelo autor, na forma apurada na Não se reveste de verossimilhança a possibilidade de simulação do
sentença de origem, mantida a gratuidade processual antes contrato particular de prestação de serviços ID. 056c62b, fls. 21,
deferida ao reclamante. porque a maturidade e a experiência do reclamante não se
Contra o referido acórdão, o reclamante opôs embargos de coadunam com a probabilidade de desafetação ou simulação
declaração, alegando omissão e contradição no julgado e buscando contratual. As correspondências eletrônicas entre os litigantes não
a atribuição de efeitos modificativos. revelam ademais, a meu juízo, desvirtuamento na prestação dos
A parte contrária apresentou manifestação Id. 58ffd46. serviços pela empresa do reclamante. Ao contrário, deixam evidente
É o relatório. a ausência de subordinação porque não se pode extrair do seu

conteúdo comando próprio de chefia, da reclamada. Por óbvio, os

pagamentos realizados em favor da empresa do reclamante não


FUNDAMENTAÇÃO têm natureza salarial alguma. Perfaz a essência comercial da

avença entre as partes a emissão de nota fiscal de serviço pelo

reclamante, como exemplificam os documentos ID. 71ca3fb, fls. 83


ADMISSIBILIDADE e seguintes.

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Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Esses elementos afastam, por si só, isto é, pelo evidente da Justiça Gratuita ao Embargante, em sua CONCLUSÃO, o juiz

relacionamento entre sujeitos detentores de personalidade jurídica relator estabelece "custas pelo autor", que deve ser isento de

irrefutável, expressamente definidos, a possibilidade de reconhecer custas. Além disso, o crédito de honorários devido pelo beneficiário

vínculo empregatício, subsistindo, ao contrário da conclusão a que da justiça gratuita, deve permanecer sob condição suspensiva de

chegou o juízo de origem, a essência meramente comercial que exigibilidade no prazo e forma discriminadas no art. 791-A, § 4.º da

permeou e moveu a intenção dos que subscreveram o contrato Consolidação, afastada, por inconstitucional, a compensação com

antes referido.(...)" crédito alimentar do trabalhador."

Assiste razão ao embargante quanto à contradição apontada.

O embargante sustenta, em suma, que "A decisão se limitou a dizer O acórdão embargado, sobre o tema, assim decidiu(ID.85cffb3):

que por haver um contrato de prestação de serviços entre as partes, "Gratuidade Processual. Honorários Advocatícios. De serem

não há que se reconhecer vínculo de emprego. Se omitindo, o mantidos os argumentos do juízo sentenciante. O reclamante afirma

acórdão, quanto aos fundamentos e provas lançadas na exordial". não ter como arcar com as despesas do processo, o que deve ser

Nenhuma razão assiste ao embargante. presumido pelo Juízo se não houver prova em contrário (art.99 do

Escapa à finalidade do recurso que visa aclarar o Acórdão NCPC). Mantido, pois, o deferimento da gratuidade processual, bem

embargado, o reexame em torno das razões que levaram à solução como os honorários advocatícios em favor da recorrente, pelo

da demanda, não se podendo debruçar sobre a alegação de percentual eleito pelo juízo de origem, conforme irreprochável

equívoco nessa apreciação, visto que a pretensão esposada nos argumento."

embargos, acaso atendida, importaria revolver todo o conjunto A sentença, mantida pelo acórdão embargado neste aspecto,

intelectivo decisório. consignou:

Efetivamente, o acórdão embargado lançou de forma explicita os "GRATUIDADE

fundamentos que conduziram ao entendimento adotado por esta Dt. Tendo em vista que a reclamante afirma no ter como arcar com as

Segunda Turma. despesas do processo, estando inclusive desempregado, o que

O posicionamento desfavorável à tese daquele que recorre não se dever ser presumido pelo Juízo se não houve prova em contrário

traduz, necessariamente, em lacuna na prestação jurisdicional. (art.99 do NCPC), defere-se a gratuidade, uma vez que as verbas

Vale registrar que o Juízo não está obrigado a debater todos os auferidas no processo não podem ser entendidas como

temas trazidos à baila pelas partes. Incumbe ao Órgão Julgador enriquecimento pessoal.

apreciar os argumentos e as provas apresentados no feito sobre os HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

fatos relativos à causa com o fito de nortear o seu convencimento, A Lei 13.467 estabeleceu:

decidindo de maneira fundamentada e balizado no princípio da "art.791-A: Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão

persuasão racional. devidos honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5%

Portanto, não se observa a existência da alegada omissão, mesmo (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o

porque o julgador não está obrigado a rebater, um a um, os valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico

argumentos das partes, bastando que indique, na decisão, os obtidoou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado

motivos que lhe formaram o convencimento, em face dos fatos e da causa".

circunstâncias prequestionados nos autos. Assim ocorreu no E o § 4º assinalou: "§4o VENCIDO O BENEFICIÁRIO DA JUSTIÇA

julgamento deste feito. GRATUITA, desde que não tenha obtido em juízo, ainda que em

A reapreciação da matéria, quando já apreciada pelo órgão prolator outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, as

do acórdão embargado, é defeso em lei, pois tal implicaria em obrigações decorrentes de sua sucumbência, ficarão sob

reexame do mérito da decisão, o que foge às finalidades dos condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser

embargos declaratórios. executadas se, nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado

Destarte, inexiste omissão no julgado. da decisão que as certificou, o credor demonstrar que deixou de

2. CONTRADIÇÃO. EXISTÊNCIA. CUSTAS PROCESSUAIS. existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a

concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais

Sustenta o embargante que "O juízo a quo concedeu os benefícios obrigações do beneficiário".

da justiça gratuita ao Reclamante, sendo estes confirmados pelo A disciplina da matéria deve ser apreciada detalhadamente, até por

juízo ad quem. Contudo, apesar de serem concedidos os benefícios um antagonismo com o conjunto do ordenamento jurídico.

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Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Justo por isso é necessário afirmar, de início, que o § 4º do art.791- obrigações decorrentes de sua sucumbência", harmonizando-o com

A merece interpretação conforme a Constituição, eis que, como a disciplina geral da matéria e com a Lei Maior.

redigido, impõe aos trabalhadores (e somente a estes) uma "sorte" Dito isso, levando em conta finalmente o disposto no § 2º do art.791

que a outros cidadãos não foi atribuída, em evidente quebra de -A e considerando na espécie que o inciso II não funciona como

isonomia. elemento distintivo, mas levando em consideração as diferenças

Trata-se do dever, no caso de sucumbência, de arcar com o ônus atreladas ao rito processual, à dinâmica de seu desenvolvimento,

de pagar despesas processuais, inclusive honorários, lançando conectando-se também com os elementos trazidos nos incisos I e

mão de valores obtidos nos próprios autos ou em outros, em IV da norma, em havendo sucumbência recíproca, fixo (...) em 5%

que venha a auferir verbas alimentares ou indenizatórias, estas os honorários em prol do advogado da reclamada (...), ficando

últimas deferidas, via de regra, como forma de tutelar bem maiores (...) sua exigibilidade suspensa por dois anos, no curso do qual só

como a dignidade da pessoa humana. serão cobrados os honorários se deixar de existir a situação de

A norma antagoniza-se com o disposto no art.98 (caput) e seu insuficiência de recursos que justificou a concessão do benefício da

parágrafo 1º do NCPC, assim como com os §§ 2º e 3º do mesmo gratuidade em proveito do reclamante.

Código que, como sabido, inserem expressamente os honorários Passado esse prazo, extingue-se a obrigação."

entre as parcelas objeto de deferimento da gratuidade, estipulando Consta do dispositivo do acórdão embargado: "ACORDAM OS

que, mesmo não afastada totalmente a responsabilidade do INTEGRANTES DA 2ª TURMA DO TRIBUNAL REGIONAL DO

beneficiário em caso de sucumbência, tais obrigações, uma vez TRABALHO DA 7ª REGIÃO, por unanimidade, conhecer dos

estabelecidas por sucumbência total ou parcial, "(..) ficarão sob recursos interpostos e, no mérito, por maioria, dar provimento ao

condição suspensiva de exigibilidadee somente poderão ser apelo da primeira reclamada para julgar improcedente a ação.

executadas se (..)o credor demonstrar que deixou de existir a Custas pelo autor, na forma apurada na sentença de origem,

situação de insuficiência de recursos que justificou a concessão de mantida a gratuidade processual antes deferida ao reclamante.

gratuidade". Vencido o Desembargador Francisco José Gomes da Silva que

Notório, portanto, que a Lei 13.467/2017 estabeleceu injustificado negava provimento ao recurso. Integra o acórdão o voto vencido."

tratamento anti-isonômico ao permitir quitar honorários com valores Verifica-se que, na fundamentação do acórdão embargado, foi

obtidos nos próprios autos ou autos de outras ações da mantida a gratuidade processual deferida ao reclamante pela

mesma parte. sentença. Contudo, no dispositivo do referido acórdão, o autor foi

Esse tipo de preceito contraria a exigência de regulamentação condenado no pagamento de custas processuais. Há, portanto,

harmônica da norma constitucional (art.5º, LXXVI) que assegura a contradição no julgado.

gratuidade, sem que se conceba que para uns - e apenas uns - Ante o exposto, DÁ-SE parcial PROVIMENTO aos embargos de

justo os mais pobres -, haja tratamento prejudicial. declaração quanto à contradição apontada, que se sana, nesta

Nesse sentido, aliás, a lição hermenêutica de PAULO BONAVIDES oportunidade, conferindo efeito modificativo ao julgado, para isentar

(CURSO DE DIREITO CONSTITUCIONAL, Malheiros) para quem o autor do pagamento das custas, em face da gratuidade

"a interpretação começa naturalmente onde se concebe a norma processual a ele concedida, mantida a condenação de honorários

como parte de um sistema - a ordem jurídica -, que compõe um advocatícios, na forma apurada na sentença de origem, ficando sua

todo ou unidade objetiva, única a emprestar-lhe o verdadeiro exigibilidade suspensa por dois anos, no curso do qual só serão

sentido, impossível de obter-se se a considerássemos insulada, cobrados os honorários se deixar de existir a situação de

individualizada, fora, portanto, do contexto das leis e das insuficiência de recursos que justificou a concessão do benefício da

conexões lógicas do sistema". gratuidade em proveito do reclamante.

Em sendo assim, em prol das regras de isonomia, inclusive

isonomia processual (art.5º da CF) e da proteção aos princípios

constitucionais de valorização da cidadania, da dignidade da CONCLUSÃO DO VOTO

pessoa humana e do valor social do trabalho, que de modo

diverso restariam infirmados, confiro ao texto interpretação

conforme a Constituição para excluir do § 4º do art.791-A da CLT a Conhecer dos Embargos de declaração e, no mérito, dar-lhes

expressão "desde que não tenha obtido em juízo, ainda que em parcial provimento, para sanar a contradição apontada na forma da

outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, as fundamentação expendida.

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 663
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

THABATTA HADJA ADVOGADO(OAB: 32005/CE)


SAMPAIO CAXIAS DINIZ
WELBER MULLER ADVOGADO(OAB: 23292/CE)
GUIMARAES OLIVEIRA
DISPOSITIVO RECORRENTE SS&B CONSTRUTORA LTDA
FRANCISCO TADEU ADVOGADO(OAB: 5970/CE)
CARNEIRO ANGELIM
PAULO ANDRÉ LIMA ADVOGADO(OAB: 10630/CE)
AGUIAR
EDUARDO SOBRAL ADVOGADO(OAB: 15815/CE)
MONTE E SILVA
RECORRENTE ENERGIA DOS VENTOS IV SA
LUCIANA ARDUIN ADVOGADO(OAB: 143634/SP)
FONSECA
RECORRIDO SS&B CONSTRUTORA LTDA
FRANCISCO TADEU ADVOGADO(OAB: 5970/CE)
CARNEIRO ANGELIM
PAULO ANDRÉ LIMA ADVOGADO(OAB: 10630/CE)
ACORDAM OS INTEGRANTES DA 2ª TURMA DO TRIBUNAL AGUIAR
RECORRIDO JOAO BAPTISTA JUNQUEIRA VIEIRA
REGIONAL DO TRABALHO DA 7ª REGIÃO, por unanimidade,
THABATTA HADJA ADVOGADO(OAB: 32005/CE)
conhecer dos Embargos de declaração e, no mérito, dar-lhes parcial SAMPAIO CAXIAS DINIZ
WELBER MULLER ADVOGADO(OAB: 23292/CE)
provimento, para sanar a contradição apontada, conferindo efeito GUIMARAES OLIVEIRA
modificativo ao julgado, para isentar o autor do pagamento das RECORRIDO ENERGIA DOS VENTOS IV SA
LUCIANA ARDUIN ADVOGADO(OAB: 143634/SP)
custas, em face da gratuidade processual a ele concedida, mantida FONSECA
a condenação de honorários advocatícios, na forma apurada na TERCEIRO WESLEY LOPES DE OLIVEIRA
INTERESSADO
sentença de origem, ficando sua exigibilidade suspensa por dois TERCEIRO CARLOS FORTE DA SILVA
INTERESSADO
anos, no curso do qual só serão cobrados os honorários se deixar
TERCEIRO LEANDRO MOURA ARAGÃO
de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a INTERESSADO

concessão do benefício da gratuidade em proveito do reclamante.


Intimado(s)/Citado(s):
Participaram do julgamento os Exmos. Srs. Desembargadores
- ENERGIA DOS VENTOS IV SA
Francisco José Gomes da Silva (Presidente),Cláudio Soares Pires

(Relator) e Jefferson Quesado Júnior. Presente ainda o(a) Exmo(a).

Sr(a). membro do Ministério Público do Trabalho.


PODER JUDICIÁRIO
Fortaleza, 17 de fevereiro de 2020.
JUSTIÇA DO TRABALHO

EMENTA

CLAUDIO SOARES PIRES

Desembargador Relator EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. 1. OMISSÃO. INEXISTÊNCIA.

SERVIÇOS PRESTADOS POR PESSOA JURÍDICA. EXISTÊNCIA

DE VÍNCULO EMPREGATÍCIO NOS MOLDES DA CLT.

REEXAME DO MÉRITO DA DECISÃO. A reapreciação da matéria,

quando já apreciada pelo órgão prolator do acórdão embargado, é

defeso em lei, pois tal implicaria em reexame do mérito da decisão,


FORTALEZA/CE, 04 de março de 2020. o que foge às finalidades dos embargos declaratórios. Nega-se

provimento aos embargos de declaração, quando se verifica que a


ROMULO DE SOUSA FROTA parte embargante, com suas alegações, não busca sanar omissão,
Diretor de Secretaria contradição ou obscuridade, mas, sim, obter rejulgamento do litígio.

2. CONTRADIÇÃO. EXISTÊNCIA. CUSTAS PROCESSUAIS.


Processo Nº ROT-0000178-90.2018.5.07.0003
Relator CLAUDIO SOARES PIRES Padecendo de contradição o v. acórdão recorrido quanto ao
RECORRENTE JOAO BAPTISTA JUNQUEIRA VIEIRA pagamento de custas processuais, merecem provimento os
NATHALIA TASSIA ADVOGADO(OAB: 22226/CE)
ALVES TAVARES embargos de declaração a ele interpostos. Embargos de declaração

Código para aferir autenticidade deste caderno: 147944


2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 664
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

parcialmente providos, com efeito modificativo ao julgado. exclusivo de mascarar uma relação que deveria estar sob a

proteção celetista, mas, a hipótese dos autos não revela tal

situação, eis que a empresa de prestação de serviços do

RELATÓRIO reclamante foi constituída bem antes do período considerado na

reclamação sob exame, o que afasta a pejotização e aproxima a

relação entre as partes de uma típica avença de natureza civil.

V I S T O S, relatados e discutidos estes autos de EMBARGOS DE Estando delineada a participação de interposta empresa do

DECLARAÇÃO EM RECURSO ORDINÁRIO. reclamante, a eventualidade de pessoalidade e habitualidade não

Os integrantes da 2ª Turma deste Tribunal, por unanimidade, transmuda a natureza do pagamento havido, repita-se, de natureza

acordaram em conhecer dos recursos interpostos e, no mérito, por civil porque envolvendo duas pessoas jurídicas regularmente

maioria, dar provimento ao apelo da primeira reclamada para julgar constituídas.

improcedente a ação. Custas pelo autor, na forma apurada na Não se reveste de verossimilhança a possibilidade de simulação do

sentença de origem, mantida a gratuidade processual antes contrato particular de prestação de serviços ID. 056c62b, fls. 21,

deferida ao reclamante. porque a maturidade e a experiência do reclamante não se

Contra o referido acórdão, o reclamante opôs embargos de coadunam com a probabilidade de desafetação ou simulação

declaração, alegando omissão e contradição no julgado e buscando contratual. As correspondências eletrônicas entre os litigantes não

a atribuição de efeitos modificativos. revelam ademais, a meu juízo, desvirtuamento na prestação dos

A parte contrária apresentou manifestação Id. 58ffd46. serviços pela empresa do reclamante. Ao contrário, deixam evidente

É o relatório. a ausência de subordinação porque não se pode extrair do seu

conteúdo comando próprio de chefia, da reclamada. Por óbvio, os

pagamentos realizados em favor da empresa do reclamante não

FUNDAMENTAÇÃO têm natureza salarial alguma. Perfaz a essência comercial da

avença entre as partes a emissão de nota fiscal de serviço pelo

reclamante, como exemplificam os documentos ID. 71ca3fb, fls. 83

ADMISSIBILIDADE e seguintes.

Preenchidos os pressupostos recursais, CONHEÇO dos embargos Esses elementos afastam, por si só, isto é, pelo evidente

de declaração. relacionamento entre sujeitos detentores de personalidade jurídica

MÉRITO irrefutável, expressamente definidos, a possibilidade de reconhecer

1 - OMISSÃO. INEXISTÊNCIA. SERVIÇOS PRESTADOS POR vínculo empregatício, subsistindo, ao contrário da conclusão a que

PESSOA JURÍDICA. EXISTÊNCIA DE VÍNCULO EMPREGATÍCIO chegou o juízo de origem, a essência meramente comercial que

NOS MOLDES DA CLT. REEXAME DO MÉRITO DA DECISÃO. permeou e moveu a intenção dos que subscreveram o contrato

O Acórdão embargado deu provimento ao apelo da primeira antes referido.(...)"

reclamada para julgar improcedente a ação, sob os seguintes

fundamentos: O embargante sustenta, em suma, que "A decisão se limitou a dizer

"(...) Desde 2011 o reclamante é titular de empresa de serviços de que por haver um contrato de prestação de serviços entre as partes,

engenharia, serviços de perícia técnica relacionados à segurança não há que se reconhecer vínculo de emprego. Se omitindo, o

do trabalho, treinamento em desenvolvimento profissional e acórdão, quanto aos fundamentos e provas lançadas na exordial".

gerencial, como comprova o documento ID. 1d0be33, fls. 164 (JL Nenhuma razão assiste ao embargante.

GERENCIAMENTO DE PROJETOS, TREINAMENTO Escapa à finalidade do recurso que visa aclarar o Acórdão

PROFISSIONAL, GERENCIAL E ENSINO DE IDIOMAS LTDA. A embargado, o reexame em torno das razões que levaram à solução

contratação dos serviços deu-se na circunstância da prestação dos da demanda, não se podendo debruçar sobre a alegação de

serviços empresariais da empresa capitaneada pelo reclamante. equívoco nessa apreciação, visto que a pretensão esposada nos

Vejo sem lastro probatório a alegação de que o reclamante teve que embargos, acaso atendida, importaria revolver todo o conjunto

usar a sua empresa para poder receber os seus salários, revelando intelectivo decisório.

mera pejotização. A modalidade que desvirtua a relação de Efetivamente, o acórdão embargado lançou de forma explicita os

emprego pressupõe a constituição empresarial com o escopo fundamentos que conduziram ao entendimento adotado por esta Dt.

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Segunda Turma. despesas do processo, estando inclusive desempregado, o que

O posicionamento desfavorável à tese daquele que recorre não se dever ser presumido pelo Juízo se não houve prova em contrário

traduz, necessariamente, em lacuna na prestação jurisdicional. (art.99 do NCPC), defere-se a gratuidade, uma vez que as verbas

Vale registrar que o Juízo não está obrigado a debater todos os auferidas no processo não podem ser entendidas como

temas trazidos à baila pelas partes. Incumbe ao Órgão Julgador enriquecimento pessoal.

apreciar os argumentos e as provas apresentados no feito sobre os HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

fatos relativos à causa com o fito de nortear o seu convencimento, A Lei 13.467 estabeleceu:

decidindo de maneira fundamentada e balizado no princípio da "art.791-A: Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão

persuasão racional. devidos honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5%

Portanto, não se observa a existência da alegada omissão, mesmo (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o

porque o julgador não está obrigado a rebater, um a um, os valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico

argumentos das partes, bastando que indique, na decisão, os obtidoou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado

motivos que lhe formaram o convencimento, em face dos fatos e da causa".

circunstâncias prequestionados nos autos. Assim ocorreu no E o § 4º assinalou: "§4o VENCIDO O BENEFICIÁRIO DA JUSTIÇA

julgamento deste feito. GRATUITA, desde que não tenha obtido em juízo, ainda que em

A reapreciação da matéria, quando já apreciada pelo órgão prolator outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, as

do acórdão embargado, é defeso em lei, pois tal implicaria em obrigações decorrentes de sua sucumbência, ficarão sob

reexame do mérito da decisão, o que foge às finalidades dos condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser

embargos declaratórios. executadas se, nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado

Destarte, inexiste omissão no julgado. da decisão que as certificou, o credor demonstrar que deixou de

2. CONTRADIÇÃO. EXISTÊNCIA. CUSTAS PROCESSUAIS. existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a

concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais

Sustenta o embargante que "O juízo a quo concedeu os benefícios obrigações do beneficiário".

da justiça gratuita ao Reclamante, sendo estes confirmados pelo A disciplina da matéria deve ser apreciada detalhadamente, até por

juízo ad quem. Contudo, apesar de serem concedidos os benefícios um antagonismo com o conjunto do ordenamento jurídico.

da Justiça Gratuita ao Embargante, em sua CONCLUSÃO, o juiz Justo por isso é necessário afirmar, de início, que o § 4º do art.791-

relator estabelece "custas pelo autor", que deve ser isento de A merece interpretação conforme a Constituição, eis que, como

custas. Além disso, o crédito de honorários devido pelo beneficiário redigido, impõe aos trabalhadores (e somente a estes) uma "sorte"

da justiça gratuita, deve permanecer sob condição suspensiva de que a outros cidadãos não foi atribuída, em evidente quebra de

exigibilidade no prazo e forma discriminadas no art. 791-A, § 4.º da isonomia.

Consolidação, afastada, por inconstitucional, a compensação com Trata-se do dever, no caso de sucumbência, de arcar com o ônus

crédito alimentar do trabalhador." de pagar despesas processuais, inclusive honorários, lançando

Assiste razão ao embargante quanto à contradição apontada. mão de valores obtidos nos próprios autos ou em outros, em

O acórdão embargado, sobre o tema, assim decidiu(ID.85cffb3): que venha a auferir verbas alimentares ou indenizatórias, estas

"Gratuidade Processual. Honorários Advocatícios. De serem últimas deferidas, via de regra, como forma de tutelar bem maiores

mantidos os argumentos do juízo sentenciante. O reclamante afirma como a dignidade da pessoa humana.

não ter como arcar com as despesas do processo, o que deve ser A norma antagoniza-se com o disposto no art.98 (caput) e seu

presumido pelo Juízo se não houver prova em contrário (art.99 do parágrafo 1º do NCPC, assim como com os §§ 2º e 3º do mesmo

NCPC). Mantido, pois, o deferimento da gratuidade processual, bem Código que, como sabido, inserem expressamente os honorários

como os honorários advocatícios em favor da recorrente, pelo entre as parcelas objeto de deferimento da gratuidade, estipulando

percentual eleito pelo juízo de origem, conforme irreprochável que, mesmo não afastada totalmente a responsabilidade do

argumento." beneficiário em caso de sucumbência, tais obrigações, uma vez

A sentença, mantida pelo acórdão embargado neste aspecto, estabelecidas por sucumbência total ou parcial, "(..) ficarão sob

consignou: condição suspensiva de exigibilidadee somente poderão ser

"GRATUIDADE executadas se (..)o credor demonstrar que deixou de existir a

Tendo em vista que a reclamante afirma no ter como arcar com as situação de insuficiência de recursos que justificou a concessão de

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gratuidade". Vencido o Desembargador Francisco José Gomes da Silva que

Notório, portanto, que a Lei 13.467/2017 estabeleceu injustificado negava provimento ao recurso. Integra o acórdão o voto vencido."

tratamento anti-isonômico ao permitir quitar honorários com valores Verifica-se que, na fundamentação do acórdão embargado, foi

obtidos nos próprios autos ou autos de outras ações da mantida a gratuidade processual deferida ao reclamante pela

mesma parte. sentença. Contudo, no dispositivo do referido acórdão, o autor foi

Esse tipo de preceito contraria a exigência de regulamentação condenado no pagamento de custas processuais. Há, portanto,

harmônica da norma constitucional (art.5º, LXXVI) que assegura a contradição no julgado.

gratuidade, sem que se conceba que para uns - e apenas uns - Ante o exposto, DÁ-SE parcial PROVIMENTO aos embargos de

justo os mais pobres -, haja tratamento prejudicial. declaração quanto à contradição apontada, que se sana, nesta

Nesse sentido, aliás, a lição hermenêutica de PAULO BONAVIDES oportunidade, conferindo efeito modificativo ao julgado, para isentar

(CURSO DE DIREITO CONSTITUCIONAL, Malheiros) para quem o autor do pagamento das custas, em face da gratuidade

"a interpretação começa naturalmente onde se concebe a norma processual a ele concedida, mantida a condenação de honorários

como parte de um sistema - a ordem jurídica -, que compõe um advocatícios, na forma apurada na sentença de origem, ficando sua

todo ou unidade objetiva, única a emprestar-lhe o verdadeiro exigibilidade suspensa por dois anos, no curso do qual só serão

sentido, impossível de obter-se se a considerássemos insulada, cobrados os honorários se deixar de existir a situação de

individualizada, fora, portanto, do contexto das leis e das insuficiência de recursos que justificou a concessão do benefício da

conexões lógicas do sistema". gratuidade em proveito do reclamante.

Em sendo assim, em prol das regras de isonomia, inclusive

isonomia processual (art.5º da CF) e da proteção aos princípios

constitucionais de valorização da cidadania, da dignidade da CONCLUSÃO DO VOTO

pessoa humana e do valor social do trabalho, que de modo

diverso restariam infirmados, confiro ao texto interpretação

conforme a Constituição para excluir do § 4º do art.791-A da CLT a Conhecer dos Embargos de declaração e, no mérito, dar-lhes

expressão "desde que não tenha obtido em juízo, ainda que em parcial provimento, para sanar a contradição apontada na forma da

outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, as fundamentação expendida.

obrigações decorrentes de sua sucumbência", harmonizando-o com

a disciplina geral da matéria e com a Lei Maior.

Dito isso, levando em conta finalmente o disposto no § 2º do art.791 DISPOSITIVO

-A e considerando na espécie que o inciso II não funciona como

elemento distintivo, mas levando em consideração as diferenças

atreladas ao rito processual, à dinâmica de seu desenvolvimento,

conectando-se também com os elementos trazidos nos incisos I e

IV da norma, em havendo sucumbência recíproca, fixo (...) em 5%

os honorários em prol do advogado da reclamada (...), ficando

(...) sua exigibilidade suspensa por dois anos, no curso do qual só

serão cobrados os honorários se deixar de existir a situação de

insuficiência de recursos que justificou a concessão do benefício da ACORDAM OS INTEGRANTES DA 2ª TURMA DO TRIBUNAL

gratuidade em proveito do reclamante. REGIONAL DO TRABALHO DA 7ª REGIÃO, por unanimidade,

Passado esse prazo, extingue-se a obrigação." conhecer dos Embargos de declaração e, no mérito, dar-lhes parcial

Consta do dispositivo do acórdão embargado: "ACORDAM OS provimento, para sanar a contradição apontada, conferindo efeito

INTEGRANTES DA 2ª TURMA DO TRIBUNAL REGIONAL DO modificativo ao julgado, para isentar o autor do pagamento das

TRABALHO DA 7ª REGIÃO, por unanimidade, conhecer dos custas, em face da gratuidade processual a ele concedida, mantida

recursos interpostos e, no mérito, por maioria, dar provimento ao a condenação de honorários advocatícios, na forma apurada na

apelo da primeira reclamada para julgar improcedente a ação. sentença de origem, ficando sua exigibilidade suspensa por dois

Custas pelo autor, na forma apurada na sentença de origem, anos, no curso do qual só serão cobrados os honorários se deixar

mantida a gratuidade processual antes deferida ao reclamante. de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a

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TERCEIRO LEANDRO MOURA ARAGÃO


concessão do benefício da gratuidade em proveito do reclamante. INTERESSADO

Participaram do julgamento os Exmos. Srs. Desembargadores


Intimado(s)/Citado(s):
Francisco José Gomes da Silva (Presidente),Cláudio Soares Pires
- ENERGIA DOS VENTOS IV SA
(Relator) e Jefferson Quesado Júnior. Presente ainda o(a) Exmo(a).

Sr(a). membro do Ministério Público do Trabalho.

Fortaleza, 17 de fevereiro de 2020.


PODER JUDICIÁRIO

JUSTIÇA DO TRABALHO

EMENTA
CLAUDIO SOARES PIRES

Desembargador Relator

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. 1. OMISSÃO. INEXISTÊNCIA.

SERVIÇOS PRESTADOS POR PESSOA JURÍDICA. EXISTÊNCIA

DE VÍNCULO EMPREGATÍCIO NOS MOLDES DA CLT.

REEXAME DO MÉRITO DA DECISÃO. A reapreciação da matéria,

quando já apreciada pelo órgão prolator do acórdão embargado, é


FORTALEZA/CE, 04 de março de 2020. defeso em lei, pois tal implicaria em reexame do mérito da decisão,

o que foge às finalidades dos embargos declaratórios. Nega-se


ROMULO DE SOUSA FROTA provimento aos embargos de declaração, quando se verifica que a
Diretor de Secretaria parte embargante, com suas alegações, não busca sanar omissão,

contradição ou obscuridade, mas, sim, obter rejulgamento do litígio.


Processo Nº ROT-0000178-90.2018.5.07.0003
Relator CLAUDIO SOARES PIRES 2. CONTRADIÇÃO. EXISTÊNCIA. CUSTAS PROCESSUAIS.
RECORRENTE JOAO BAPTISTA JUNQUEIRA VIEIRA Padecendo de contradição o v. acórdão recorrido quanto ao
NATHALIA TASSIA ADVOGADO(OAB: 22226/CE)
ALVES TAVARES pagamento de custas processuais, merecem provimento os
THABATTA HADJA ADVOGADO(OAB: 32005/CE) embargos de declaração a ele interpostos. Embargos de declaração
SAMPAIO CAXIAS DINIZ
WELBER MULLER ADVOGADO(OAB: 23292/CE) parcialmente providos, com efeito modificativo ao julgado.
GUIMARAES OLIVEIRA
RECORRENTE SS&B CONSTRUTORA LTDA
FRANCISCO TADEU ADVOGADO(OAB: 5970/CE)
CARNEIRO ANGELIM
RELATÓRIO
PAULO ANDRÉ LIMA ADVOGADO(OAB: 10630/CE)
AGUIAR
EDUARDO SOBRAL ADVOGADO(OAB: 15815/CE)
MONTE E SILVA
RECORRENTE ENERGIA DOS VENTOS IV SA V I S T O S, relatados e discutidos estes autos de EMBARGOS DE
LUCIANA ARDUIN ADVOGADO(OAB: 143634/SP)
FONSECA DECLARAÇÃO EM RECURSO ORDINÁRIO.
RECORRIDO SS&B CONSTRUTORA LTDA Os integrantes da 2ª Turma deste Tribunal, por unanimidade,
FRANCISCO TADEU ADVOGADO(OAB: 5970/CE)
CARNEIRO ANGELIM acordaram em conhecer dos recursos interpostos e, no mérito, por
PAULO ANDRÉ LIMA ADVOGADO(OAB: 10630/CE) maioria, dar provimento ao apelo da primeira reclamada para julgar
AGUIAR
RECORRIDO JOAO BAPTISTA JUNQUEIRA VIEIRA improcedente a ação. Custas pelo autor, na forma apurada na
THABATTA HADJA ADVOGADO(OAB: 32005/CE) sentença de origem, mantida a gratuidade processual antes
SAMPAIO CAXIAS DINIZ
WELBER MULLER ADVOGADO(OAB: 23292/CE) deferida ao reclamante.
GUIMARAES OLIVEIRA
Contra o referido acórdão, o reclamante opôs embargos de
RECORRIDO ENERGIA DOS VENTOS IV SA
LUCIANA ARDUIN ADVOGADO(OAB: 143634/SP) declaração, alegando omissão e contradição no julgado e buscando
FONSECA
a atribuição de efeitos modificativos.
TERCEIRO WESLEY LOPES DE OLIVEIRA
INTERESSADO A parte contrária apresentou manifestação Id. 58ffd46.
TERCEIRO CARLOS FORTE DA SILVA
INTERESSADO É o relatório.

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pagamentos realizados em favor da empresa do reclamante não

FUNDAMENTAÇÃO têm natureza salarial alguma. Perfaz a essência comercial da

avença entre as partes a emissão de nota fiscal de serviço pelo

reclamante, como exemplificam os documentos ID. 71ca3fb, fls. 83

ADMISSIBILIDADE e seguintes.

Preenchidos os pressupostos recursais, CONHEÇO dos embargos Esses elementos afastam, por si só, isto é, pelo evidente

de declaração. relacionamento entre sujeitos detentores de personalidade jurídica

MÉRITO irrefutável, expressamente definidos, a possibilidade de reconhecer

1 - OMISSÃO. INEXISTÊNCIA. SERVIÇOS PRESTADOS POR vínculo empregatício, subsistindo, ao contrário da conclusão a que

PESSOA JURÍDICA. EXISTÊNCIA DE VÍNCULO EMPREGATÍCIO chegou o juízo de origem, a essência meramente comercial que

NOS MOLDES DA CLT. REEXAME DO MÉRITO DA DECISÃO. permeou e moveu a intenção dos que subscreveram o contrato

O Acórdão embargado deu provimento ao apelo da primeira antes referido.(...)"

reclamada para julgar improcedente a ação, sob os seguintes

fundamentos: O embargante sustenta, em suma, que "A decisão se limitou a dizer

"(...) Desde 2011 o reclamante é titular de empresa de serviços de que por haver um contrato de prestação de serviços entre as partes,

engenharia, serviços de perícia técnica relacionados à segurança não há que se reconhecer vínculo de emprego. Se omitindo, o

do trabalho, treinamento em desenvolvimento profissional e acórdão, quanto aos fundamentos e provas lançadas na exordial".

gerencial, como comprova o documento ID. 1d0be33, fls. 164 (JL Nenhuma razão assiste ao embargante.

GERENCIAMENTO DE PROJETOS, TREINAMENTO Escapa à finalidade do recurso que visa aclarar o Acórdão

PROFISSIONAL, GERENCIAL E ENSINO DE IDIOMAS LTDA. A embargado, o reexame em torno das razões que levaram à solução

contratação dos serviços deu-se na circunstância da prestação dos da demanda, não se podendo debruçar sobre a alegação de

serviços empresariais da empresa capitaneada pelo reclamante. equívoco nessa apreciação, visto que a pretensão esposada nos

Vejo sem lastro probatório a alegação de que o reclamante teve que embargos, acaso atendida, importaria revolver todo o conjunto

usar a sua empresa para poder receber os seus salários, revelando intelectivo decisório.

mera pejotização. A modalidade que desvirtua a relação de Efetivamente, o acórdão embargado lançou de forma explicita os

emprego pressupõe a constituição empresarial com o escopo fundamentos que conduziram ao entendimento adotado por esta Dt.

exclusivo de mascarar uma relação que deveria estar sob a Segunda Turma.

proteção celetista, mas, a hipótese dos autos não revela tal O posicionamento desfavorável à tese daquele que recorre não se

situação, eis que a empresa de prestação de serviços do traduz, necessariamente, em lacuna na prestação jurisdicional.

reclamante foi constituída bem antes do período considerado na Vale registrar que o Juízo não está obrigado a debater todos os

reclamação sob exame, o que afasta a pejotização e aproxima a temas trazidos à baila pelas partes. Incumbe ao Órgão Julgador

relação entre as partes de uma típica avença de natureza civil. apreciar os argumentos e as provas apresentados no feito sobre os

Estando delineada a participação de interposta empresa do fatos relativos à causa com o fito de nortear o seu convencimento,

reclamante, a eventualidade de pessoalidade e habitualidade não decidindo de maneira fundamentada e balizado no princípio da

transmuda a natureza do pagamento havido, repita-se, de natureza persuasão racional.

civil porque envolvendo duas pessoas jurídicas regularmente Portanto, não se observa a existência da alegada omissão, mesmo

constituídas. porque o julgador não está obrigado a rebater, um a um, os

Não se reveste de verossimilhança a possibilidade de simulação do argumentos das partes, bastando que indique, na decisão, os

contrato particular de prestação de serviços ID. 056c62b, fls. 21, motivos que lhe formaram o convencimento, em face dos fatos e

porque a maturidade e a experiência do reclamante não se circunstâncias prequestionados nos autos. Assim ocorreu no

coadunam com a probabilidade de desafetação ou simulação julgamento deste feito.

contratual. As correspondências eletrônicas entre os litigantes não A reapreciação da matéria, quando já apreciada pelo órgão prolator

revelam ademais, a meu juízo, desvirtuamento na prestação dos do acórdão embargado, é defeso em lei, pois tal implicaria em

serviços pela empresa do reclamante. Ao contrário, deixam evidente reexame do mérito da decisão, o que foge às finalidades dos

a ausência de subordinação porque não se pode extrair do seu embargos declaratórios.

conteúdo comando próprio de chefia, da reclamada. Por óbvio, os Destarte, inexiste omissão no julgado.

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2. CONTRADIÇÃO. EXISTÊNCIA. CUSTAS PROCESSUAIS. existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a

concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais

Sustenta o embargante que "O juízo a quo concedeu os benefícios obrigações do beneficiário".

da justiça gratuita ao Reclamante, sendo estes confirmados pelo A disciplina da matéria deve ser apreciada detalhadamente, até por

juízo ad quem. Contudo, apesar de serem concedidos os benefícios um antagonismo com o conjunto do ordenamento jurídico.

da Justiça Gratuita ao Embargante, em sua CONCLUSÃO, o juiz Justo por isso é necessário afirmar, de início, que o § 4º do art.791-

relator estabelece "custas pelo autor", que deve ser isento de A merece interpretação conforme a Constituição, eis que, como

custas. Além disso, o crédito de honorários devido pelo beneficiário redigido, impõe aos trabalhadores (e somente a estes) uma "sorte"

da justiça gratuita, deve permanecer sob condição suspensiva de que a outros cidadãos não foi atribuída, em evidente quebra de

exigibilidade no prazo e forma discriminadas no art. 791-A, § 4.º da isonomia.

Consolidação, afastada, por inconstitucional, a compensação com Trata-se do dever, no caso de sucumbência, de arcar com o ônus

crédito alimentar do trabalhador." de pagar despesas processuais, inclusive honorários, lançando

Assiste razão ao embargante quanto à contradição apontada. mão de valores obtidos nos próprios autos ou em outros, em

O acórdão embargado, sobre o tema, assim decidiu(ID.85cffb3): que venha a auferir verbas alimentares ou indenizatórias, estas

"Gratuidade Processual. Honorários Advocatícios. De serem últimas deferidas, via de regra, como forma de tutelar bem maiores

mantidos os argumentos do juízo sentenciante. O reclamante afirma como a dignidade da pessoa humana.

não ter como arcar com as despesas do processo, o que deve ser A norma antagoniza-se com o disposto no art.98 (caput) e seu

presumido pelo Juízo se não houver prova em contrário (art.99 do parágrafo 1º do NCPC, assim como com os §§ 2º e 3º do mesmo

NCPC). Mantido, pois, o deferimento da gratuidade processual, bem Código que, como sabido, inserem expressamente os honorários

como os honorários advocatícios em favor da recorrente, pelo entre as parcelas objeto de deferimento da gratuidade, estipulando

percentual eleito pelo juízo de origem, conforme irreprochável que, mesmo não afastada totalmente a responsabilidade do

argumento." beneficiário em caso de sucumbência, tais obrigações, uma vez

A sentença, mantida pelo acórdão embargado neste aspecto, estabelecidas por sucumbência total ou parcial, "(..) ficarão sob

consignou: condição suspensiva de exigibilidadee somente poderão ser

"GRATUIDADE executadas se (..)o credor demonstrar que deixou de existir a

Tendo em vista que a reclamante afirma no ter como arcar com as situação de insuficiência de recursos que justificou a concessão de

despesas do processo, estando inclusive desempregado, o que gratuidade".

dever ser presumido pelo Juízo se não houve prova em contrário Notório, portanto, que a Lei 13.467/2017 estabeleceu injustificado

(art.99 do NCPC), defere-se a gratuidade, uma vez que as verbas tratamento anti-isonômico ao permitir quitar honorários com valores

auferidas no processo não podem ser entendidas como obtidos nos próprios autos ou autos de outras ações da

enriquecimento pessoal. mesma parte.

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS Esse tipo de preceito contraria a exigência de regulamentação

A Lei 13.467 estabeleceu: harmônica da norma constitucional (art.5º, LXXVI) que assegura a

"art.791-A: Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão gratuidade, sem que se conceba que para uns - e apenas uns -

devidos honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% justo os mais pobres -, haja tratamento prejudicial.

(cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o Nesse sentido, aliás, a lição hermenêutica de PAULO BONAVIDES

valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico (CURSO DE DIREITO CONSTITUCIONAL, Malheiros) para quem

obtidoou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado "a interpretação começa naturalmente onde se concebe a norma

da causa". como parte de um sistema - a ordem jurídica -, que compõe um

E o § 4º assinalou: "§4o VENCIDO O BENEFICIÁRIO DA JUSTIÇA todo ou unidade objetiva, única a emprestar-lhe o verdadeiro

GRATUITA, desde que não tenha obtido em juízo, ainda que em sentido, impossível de obter-se se a considerássemos insulada,

outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, as individualizada, fora, portanto, do contexto das leis e das

obrigações decorrentes de sua sucumbência, ficarão sob conexões lógicas do sistema".

condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser Em sendo assim, em prol das regras de isonomia, inclusive

executadas se, nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado isonomia processual (art.5º da CF) e da proteção aos princípios

da decisão que as certificou, o credor demonstrar que deixou de constitucionais de valorização da cidadania, da dignidade da

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 670
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pessoa humana e do valor social do trabalho, que de modo

diverso restariam infirmados, confiro ao texto interpretação

conforme a Constituição para excluir do § 4º do art.791-A da CLT a Conhecer dos Embargos de declaração e, no mérito, dar-lhes

expressão "desde que não tenha obtido em juízo, ainda que em parcial provimento, para sanar a contradição apontada na forma da

outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, as fundamentação expendida.

obrigações decorrentes de sua sucumbência", harmonizando-o com

a disciplina geral da matéria e com a Lei Maior.

Dito isso, levando em conta finalmente o disposto no § 2º do art.791 DISPOSITIVO

-A e considerando na espécie que o inciso II não funciona como

elemento distintivo, mas levando em consideração as diferenças

atreladas ao rito processual, à dinâmica de seu desenvolvimento,

conectando-se também com os elementos trazidos nos incisos I e

IV da norma, em havendo sucumbência recíproca, fixo (...) em 5%

os honorários em prol do advogado da reclamada (...), ficando

(...) sua exigibilidade suspensa por dois anos, no curso do qual só

serão cobrados os honorários se deixar de existir a situação de

insuficiência de recursos que justificou a concessão do benefício da ACORDAM OS INTEGRANTES DA 2ª TURMA DO TRIBUNAL

gratuidade em proveito do reclamante. REGIONAL DO TRABALHO DA 7ª REGIÃO, por unanimidade,

Passado esse prazo, extingue-se a obrigação." conhecer dos Embargos de declaração e, no mérito, dar-lhes parcial

Consta do dispositivo do acórdão embargado: "ACORDAM OS provimento, para sanar a contradição apontada, conferindo efeito

INTEGRANTES DA 2ª TURMA DO TRIBUNAL REGIONAL DO modificativo ao julgado, para isentar o autor do pagamento das

TRABALHO DA 7ª REGIÃO, por unanimidade, conhecer dos custas, em face da gratuidade processual a ele concedida, mantida

recursos interpostos e, no mérito, por maioria, dar provimento ao a condenação de honorários advocatícios, na forma apurada na

apelo da primeira reclamada para julgar improcedente a ação. sentença de origem, ficando sua exigibilidade suspensa por dois

Custas pelo autor, na forma apurada na sentença de origem, anos, no curso do qual só serão cobrados os honorários se deixar

mantida a gratuidade processual antes deferida ao reclamante. de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a

Vencido o Desembargador Francisco José Gomes da Silva que concessão do benefício da gratuidade em proveito do reclamante.

negava provimento ao recurso. Integra o acórdão o voto vencido." Participaram do julgamento os Exmos. Srs. Desembargadores

Verifica-se que, na fundamentação do acórdão embargado, foi Francisco José Gomes da Silva (Presidente),Cláudio Soares Pires

mantida a gratuidade processual deferida ao reclamante pela (Relator) e Jefferson Quesado Júnior. Presente ainda o(a) Exmo(a).

sentença. Contudo, no dispositivo do referido acórdão, o autor foi Sr(a). membro do Ministério Público do Trabalho.

condenado no pagamento de custas processuais. Há, portanto, Fortaleza, 17 de fevereiro de 2020.

contradição no julgado.

Ante o exposto, DÁ-SE parcial PROVIMENTO aos embargos de

declaração quanto à contradição apontada, que se sana, nesta

oportunidade, conferindo efeito modificativo ao julgado, para isentar

o autor do pagamento das custas, em face da gratuidade CLAUDIO SOARES PIRES

processual a ele concedida, mantida a condenação de honorários Desembargador Relator

advocatícios, na forma apurada na sentença de origem, ficando sua

exigibilidade suspensa por dois anos, no curso do qual só serão

cobrados os honorários se deixar de existir a situação de

insuficiência de recursos que justificou a concessão do benefício da

gratuidade em proveito do reclamante.

FORTALEZA/CE, 04 de março de 2020.

CONCLUSÃO DO VOTO ROMULO DE SOUSA FROTA

Código para aferir autenticidade deste caderno: 147944


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Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Diretor de Secretaria contradição ou obscuridade, mas, sim, obter rejulgamento do litígio.

2. CONTRADIÇÃO. EXISTÊNCIA. CUSTAS PROCESSUAIS.


Processo Nº ROT-0000178-90.2018.5.07.0003
Relator CLAUDIO SOARES PIRES Padecendo de contradição o v. acórdão recorrido quanto ao
RECORRENTE JOAO BAPTISTA JUNQUEIRA VIEIRA pagamento de custas processuais, merecem provimento os
NATHALIA TASSIA ADVOGADO(OAB: 22226/CE)
ALVES TAVARES embargos de declaração a ele interpostos. Embargos de declaração
THABATTA HADJA ADVOGADO(OAB: 32005/CE) parcialmente providos, com efeito modificativo ao julgado.
SAMPAIO CAXIAS DINIZ
WELBER MULLER ADVOGADO(OAB: 23292/CE)
GUIMARAES OLIVEIRA
RECORRENTE SS&B CONSTRUTORA LTDA
FRANCISCO TADEU ADVOGADO(OAB: 5970/CE) RELATÓRIO
CARNEIRO ANGELIM
PAULO ANDRÉ LIMA ADVOGADO(OAB: 10630/CE)
AGUIAR
EDUARDO SOBRAL ADVOGADO(OAB: 15815/CE)
MONTE E SILVA V I S T O S, relatados e discutidos estes autos de EMBARGOS DE
RECORRENTE ENERGIA DOS VENTOS IV SA DECLARAÇÃO EM RECURSO ORDINÁRIO.
LUCIANA ARDUIN ADVOGADO(OAB: 143634/SP)
FONSECA Os integrantes da 2ª Turma deste Tribunal, por unanimidade,
RECORRIDO SS&B CONSTRUTORA LTDA acordaram em conhecer dos recursos interpostos e, no mérito, por
FRANCISCO TADEU ADVOGADO(OAB: 5970/CE)
CARNEIRO ANGELIM maioria, dar provimento ao apelo da primeira reclamada para julgar
PAULO ANDRÉ LIMA ADVOGADO(OAB: 10630/CE) improcedente a ação. Custas pelo autor, na forma apurada na
AGUIAR
RECORRIDO JOAO BAPTISTA JUNQUEIRA VIEIRA sentença de origem, mantida a gratuidade processual antes
THABATTA HADJA ADVOGADO(OAB: 32005/CE) deferida ao reclamante.
SAMPAIO CAXIAS DINIZ
WELBER MULLER ADVOGADO(OAB: 23292/CE) Contra o referido acórdão, o reclamante opôs embargos de
GUIMARAES OLIVEIRA
declaração, alegando omissão e contradição no julgado e buscando
RECORRIDO ENERGIA DOS VENTOS IV SA
LUCIANA ARDUIN ADVOGADO(OAB: 143634/SP) a atribuição de efeitos modificativos.
FONSECA
A parte contrária apresentou manifestação Id. 58ffd46.
TERCEIRO WESLEY LOPES DE OLIVEIRA
INTERESSADO É o relatório.
TERCEIRO CARLOS FORTE DA SILVA
INTERESSADO
TERCEIRO LEANDRO MOURA ARAGÃO
INTERESSADO
FUNDAMENTAÇÃO
Intimado(s)/Citado(s):
- JOAO BAPTISTA JUNQUEIRA VIEIRA

ADMISSIBILIDADE

Preenchidos os pressupostos recursais, CONHEÇO dos embargos

PODER JUDICIÁRIO de declaração.

JUSTIÇA DO TRABALHO MÉRITO

1 - OMISSÃO. INEXISTÊNCIA. SERVIÇOS PRESTADOS POR

PESSOA JURÍDICA. EXISTÊNCIA DE VÍNCULO EMPREGATÍCIO


EMENTA
NOS MOLDES DA CLT. REEXAME DO MÉRITO DA DECISÃO.

O Acórdão embargado deu provimento ao apelo da primeira

reclamada para julgar improcedente a ação, sob os seguintes


EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. 1. OMISSÃO. INEXISTÊNCIA.
fundamentos:
SERVIÇOS PRESTADOS POR PESSOA JURÍDICA. EXISTÊNCIA
"(...) Desde 2011 o reclamante é titular de empresa de serviços de
DE VÍNCULO EMPREGATÍCIO NOS MOLDES DA CLT.
engenharia, serviços de perícia técnica relacionados à segurança
REEXAME DO MÉRITO DA DECISÃO. A reapreciação da matéria,
do trabalho, treinamento em desenvolvimento profissional e
quando já apreciada pelo órgão prolator do acórdão embargado, é
gerencial, como comprova o documento ID. 1d0be33, fls. 164 (JL
defeso em lei, pois tal implicaria em reexame do mérito da decisão,
GERENCIAMENTO DE PROJETOS, TREINAMENTO
o que foge às finalidades dos embargos declaratórios. Nega-se
PROFISSIONAL, GERENCIAL E ENSINO DE IDIOMAS LTDA. A
provimento aos embargos de declaração, quando se verifica que a
contratação dos serviços deu-se na circunstância da prestação dos
parte embargante, com suas alegações, não busca sanar omissão,

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serviços empresariais da empresa capitaneada pelo reclamante. equívoco nessa apreciação, visto que a pretensão esposada nos

Vejo sem lastro probatório a alegação de que o reclamante teve que embargos, acaso atendida, importaria revolver todo o conjunto

usar a sua empresa para poder receber os seus salários, revelando intelectivo decisório.

mera pejotização. A modalidade que desvirtua a relação de Efetivamente, o acórdão embargado lançou de forma explicita os

emprego pressupõe a constituição empresarial com o escopo fundamentos que conduziram ao entendimento adotado por esta Dt.

exclusivo de mascarar uma relação que deveria estar sob a Segunda Turma.

proteção celetista, mas, a hipótese dos autos não revela tal O posicionamento desfavorável à tese daquele que recorre não se

situação, eis que a empresa de prestação de serviços do traduz, necessariamente, em lacuna na prestação jurisdicional.

reclamante foi constituída bem antes do período considerado na Vale registrar que o Juízo não está obrigado a debater todos os

reclamação sob exame, o que afasta a pejotização e aproxima a temas trazidos à baila pelas partes. Incumbe ao Órgão Julgador

relação entre as partes de uma típica avença de natureza civil. apreciar os argumentos e as provas apresentados no feito sobre os

Estando delineada a participação de interposta empresa do fatos relativos à causa com o fito de nortear o seu convencimento,

reclamante, a eventualidade de pessoalidade e habitualidade não decidindo de maneira fundamentada e balizado no princípio da

transmuda a natureza do pagamento havido, repita-se, de natureza persuasão racional.

civil porque envolvendo duas pessoas jurídicas regularmente Portanto, não se observa a existência da alegada omissão, mesmo

constituídas. porque o julgador não está obrigado a rebater, um a um, os

Não se reveste de verossimilhança a possibilidade de simulação do argumentos das partes, bastando que indique, na decisão, os

contrato particular de prestação de serviços ID. 056c62b, fls. 21, motivos que lhe formaram o convencimento, em face dos fatos e

porque a maturidade e a experiência do reclamante não se circunstâncias prequestionados nos autos. Assim ocorreu no

coadunam com a probabilidade de desafetação ou simulação julgamento deste feito.

contratual. As correspondências eletrônicas entre os litigantes não A reapreciação da matéria, quando já apreciada pelo órgão prolator

revelam ademais, a meu juízo, desvirtuamento na prestação dos do acórdão embargado, é defeso em lei, pois tal implicaria em

serviços pela empresa do reclamante. Ao contrário, deixam evidente reexame do mérito da decisão, o que foge às finalidades dos

a ausência de subordinação porque não se pode extrair do seu embargos declaratórios.

conteúdo comando próprio de chefia, da reclamada. Por óbvio, os Destarte, inexiste omissão no julgado.

pagamentos realizados em favor da empresa do reclamante não 2. CONTRADIÇÃO. EXISTÊNCIA. CUSTAS PROCESSUAIS.

têm natureza salarial alguma. Perfaz a essência comercial da

avença entre as partes a emissão de nota fiscal de serviço pelo Sustenta o embargante que "O juízo a quo concedeu os benefícios

reclamante, como exemplificam os documentos ID. 71ca3fb, fls. 83 da justiça gratuita ao Reclamante, sendo estes confirmados pelo

e seguintes. juízo ad quem. Contudo, apesar de serem concedidos os benefícios

Esses elementos afastam, por si só, isto é, pelo evidente da Justiça Gratuita ao Embargante, em sua CONCLUSÃO, o juiz

relacionamento entre sujeitos detentores de personalidade jurídica relator estabelece "custas pelo autor", que deve ser isento de

irrefutável, expressamente definidos, a possibilidade de reconhecer custas. Além disso, o crédito de honorários devido pelo beneficiário

vínculo empregatício, subsistindo, ao contrário da conclusão a que da justiça gratuita, deve permanecer sob condição suspensiva de

chegou o juízo de origem, a essência meramente comercial que exigibilidade no prazo e forma discriminadas no art. 791-A, § 4.º da

permeou e moveu a intenção dos que subscreveram o contrato Consolidação, afastada, por inconstitucional, a compensação com

antes referido.(...)" crédito alimentar do trabalhador."

Assiste razão ao embargante quanto à contradição apontada.

O embargante sustenta, em suma, que "A decisão se limitou a dizer O acórdão embargado, sobre o tema, assim decidiu(ID.85cffb3):

que por haver um contrato de prestação de serviços entre as partes, "Gratuidade Processual. Honorários Advocatícios. De serem

não há que se reconhecer vínculo de emprego. Se omitindo, o mantidos os argumentos do juízo sentenciante. O reclamante afirma

acórdão, quanto aos fundamentos e provas lançadas na exordial". não ter como arcar com as despesas do processo, o que deve ser

Nenhuma razão assiste ao embargante. presumido pelo Juízo se não houver prova em contrário (art.99 do

Escapa à finalidade do recurso que visa aclarar o Acórdão NCPC). Mantido, pois, o deferimento da gratuidade processual, bem

embargado, o reexame em torno das razões que levaram à solução como os honorários advocatícios em favor da recorrente, pelo

da demanda, não se podendo debruçar sobre a alegação de percentual eleito pelo juízo de origem, conforme irreprochável

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argumento." beneficiário em caso de sucumbência, tais obrigações, uma vez

A sentença, mantida pelo acórdão embargado neste aspecto, estabelecidas por sucumbência total ou parcial, "(..) ficarão sob

consignou: condição suspensiva de exigibilidadee somente poderão ser

"GRATUIDADE executadas se (..)o credor demonstrar que deixou de existir a

Tendo em vista que a reclamante afirma no ter como arcar com as situação de insuficiência de recursos que justificou a concessão de

despesas do processo, estando inclusive desempregado, o que gratuidade".

dever ser presumido pelo Juízo se não houve prova em contrário Notório, portanto, que a Lei 13.467/2017 estabeleceu injustificado

(art.99 do NCPC), defere-se a gratuidade, uma vez que as verbas tratamento anti-isonômico ao permitir quitar honorários com valores

auferidas no processo não podem ser entendidas como obtidos nos próprios autos ou autos de outras ações da

enriquecimento pessoal. mesma parte.

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS Esse tipo de preceito contraria a exigência de regulamentação

A Lei 13.467 estabeleceu: harmônica da norma constitucional (art.5º, LXXVI) que assegura a

"art.791-A: Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão gratuidade, sem que se conceba que para uns - e apenas uns -

devidos honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% justo os mais pobres -, haja tratamento prejudicial.

(cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o Nesse sentido, aliás, a lição hermenêutica de PAULO BONAVIDES

valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico (CURSO DE DIREITO CONSTITUCIONAL, Malheiros) para quem

obtidoou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado "a interpretação começa naturalmente onde se concebe a norma

da causa". como parte de um sistema - a ordem jurídica -, que compõe um

E o § 4º assinalou: "§4o VENCIDO O BENEFICIÁRIO DA JUSTIÇA todo ou unidade objetiva, única a emprestar-lhe o verdadeiro

GRATUITA, desde que não tenha obtido em juízo, ainda que em sentido, impossível de obter-se se a considerássemos insulada,

outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, as individualizada, fora, portanto, do contexto das leis e das

obrigações decorrentes de sua sucumbência, ficarão sob conexões lógicas do sistema".

condição suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser Em sendo assim, em prol das regras de isonomia, inclusive

executadas se, nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado isonomia processual (art.5º da CF) e da proteção aos princípios

da decisão que as certificou, o credor demonstrar que deixou de constitucionais de valorização da cidadania, da dignidade da

existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a pessoa humana e do valor social do trabalho, que de modo

concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais diverso restariam infirmados, confiro ao texto interpretação

obrigações do beneficiário". conforme a Constituição para excluir do § 4º do art.791-A da CLT a

A disciplina da matéria deve ser apreciada detalhadamente, até por expressão "desde que não tenha obtido em juízo, ainda que em

um antagonismo com o conjunto do ordenamento jurídico. outro processo, créditos capazes de suportar a despesa, as

Justo por isso é necessário afirmar, de início, que o § 4º do art.791- obrigações decorrentes de sua sucumbência", harmonizando-o com

A merece interpretação conforme a Constituição, eis que, como a disciplina geral da matéria e com a Lei Maior.

redigido, impõe aos trabalhadores (e somente a estes) uma "sorte" Dito isso, levando em conta finalmente o disposto no § 2º do art.791

que a outros cidadãos não foi atribuída, em evidente quebra de -A e considerando na espécie que o inciso II não funciona como

isonomia. elemento distintivo, mas levando em consideração as diferenças

Trata-se do dever, no caso de sucumbência, de arcar com o ônus atreladas ao rito processual, à dinâmica de seu desenvolvimento,

de pagar despesas processuais, inclusive honorários, lançando conectando-se também com os elementos trazidos nos incisos I e

mão de valores obtidos nos próprios autos ou em outros, em IV da norma, em havendo sucumbência recíproca, fixo (...) em 5%

que venha a auferir verbas alimentares ou indenizatórias, estas os honorários em prol do advogado da reclamada (...), ficando

últimas deferidas, via de regra, como forma de tutelar bem maiores (...) sua exigibilidade suspensa por dois anos, no curso do qual só

como a dignidade da pessoa humana. serão cobrados os honorários se deixar de existir a situação de

A norma antagoniza-se com o disposto no art.98 (caput) e seu insuficiência de recursos que justificou a concessão do benefício da

parágrafo 1º do NCPC, assim como com os §§ 2º e 3º do mesmo gratuidade em proveito do reclamante.

Código que, como sabido, inserem expressamente os honorários Passado esse prazo, extingue-se a obrigação."

entre as parcelas objeto de deferimento da gratuidade, estipulando Consta do dispositivo do acórdão embargado: "ACORDAM OS

que, mesmo não afastada totalmente a responsabilidade do INTEGRANTES DA 2ª TURMA DO TRIBUNAL REGIONAL DO

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TRABALHO DA 7ª REGIÃO, por unanimidade, conhecer dos custas, em face da gratuidade processual a ele concedida, mantida

recursos interpostos e, no mérito, por maioria, dar provimento ao a condenação de honorários advocatícios, na forma apurada na

apelo da primeira reclamada para julgar improcedente a ação. sentença de origem, ficando sua exigibilidade suspensa por dois

Custas pelo autor, na forma apurada na sentença de origem, anos, no curso do qual só serão cobrados os honorários se deixar

mantida a gratuidade processual antes deferida ao reclamante. de existir a situação de insuficiência de recursos que justificou a

Vencido o Desembargador Francisco José Gomes da Silva que concessão do benefício da gratuidade em proveito do reclamante.

negava provimento ao recurso. Integra o acórdão o voto vencido." Participaram do julgamento os Exmos. Srs. Desembargadores

Verifica-se que, na fundamentação do acórdão embargado, foi Francisco José Gomes da Silva (Presidente),Cláudio Soares Pires

mantida a gratuidade processual deferida ao reclamante pela (Relator) e Jefferson Quesado Júnior. Presente ainda o(a) Exmo(a).

sentença. Contudo, no dispositivo do referido acórdão, o autor foi Sr(a). membro do Ministério Público do Trabalho.

condenado no pagamento de custas processuais. Há, portanto, Fortaleza, 17 de fevereiro de 2020.

contradição no julgado.

Ante o exposto, DÁ-SE parcial PROVIMENTO aos embargos de

declaração quanto à contradição apontada, que se sana, nesta

oportunidade, conferindo efeito modificativo ao julgado, para isentar

o autor do pagamento das custas, em face da gratuidade CLAUDIO SOARES PIRES

processual a ele concedida, mantida a condenação de honorários Desembargador Relator

advocatícios, na forma apurada na sentença de origem, ficando sua

exigibilidade suspensa por dois anos, no curso do qual só serão

cobrados os honorários se deixar de existir a situação de

insuficiência de recursos que justificou a concessão do benefício da

gratuidade em proveito do reclamante.

FORTALEZA/CE, 04 de março de 2020.

CONCLUSÃO DO VOTO ROMULO DE SOUSA FROTA

Diretor de Secretaria

Processo Nº ROT-0000783-46.2018.5.07.0032
Conhecer dos Embargos de declaração e, no mérito, dar-lhes Relator FRANCISCO JOSÉ GOMES DA
SILVA
parcial provimento, para sanar a contradição apontada na forma da
RECORRENTE COMERCIAL DE MIUDEZAS
fundamentação expendida. FREITAS LTDA
CELSO RICARDO ADVOGADO(OAB: 15642-A/CE)
FREDERICO BALDAN
RECORRENTE FRANCISCO HELIO DA SILVA
MICHEL ALVES DE ADVOGADO(OAB: 19805/PB)
DISPOSITIVO ANDRADE
RECORRIDO COMERCIAL DE MIUDEZAS
FREITAS LTDA
CELSO RICARDO ADVOGADO(OAB: 15642-A/CE)
FREDERICO BALDAN
RECORRIDO FRANCISCO HELIO DA SILVA
MICHEL ALVES DE ADVOGADO(OAB: 19805/PB)
ANDRADE
TERCEIRO Ministério do Trabalho e Emprego
INTERESSADO

Intimado(s)/Citado(s):
- FRANCISCO HELIO DA SILVA
ACORDAM OS INTEGRANTES DA 2ª TURMA DO TRIBUNAL

REGIONAL DO TRABALHO DA 7ª REGIÃO, por unanimidade,

conhecer dos Embargos de declaração e, no mérito, dar-lhes parcial


PODER JUDICIÁRIO
provimento, para sanar a contradição apontada, conferindo efeito
JUSTIÇA DO TRABALHO
modificativo ao julgado, para isentar o autor do pagamento das

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INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS. PAGAMENTO DE

EMENTA DESPESAS MÉDICAS. O reclamante não juntou aos autos

comprovantes de despesas médicas, remédios, fisioterapia, exames

e congêneres, ônus que lhe competia provar e que não se

MATÉRIA EM COMUM desvencilhou.

INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS. LUCROS CESSANTES Sentença reformada no tópico.

E PENSÃO VITALÍCIA. PAGAMENTO EM PARCELA ÚNICA. A LIMBO JURÍDICO PREVIDENCIÁRIO. RECUSA DO

indenização por danos materiais (pensão mensal temporária ou EMPREGADO EM RETORNAR AO TRABALHO. INEXISTÊNCIA.

vitalícia) não se confunde e nem é influenciada pela percepção ou Não há que se falar em limbo jurídico previdenciário se restar

não percepção de benefício previdenciário pelo trabalhador. Cada robustamente comprovado nos autos de que foi o empregado que

parcela tem fundamento jurídico diverso e, portanto, são se recusou a retornar ao trabalho apesar de chamado pela

autônomas, conforme a iterativa, atual e notória jurisprudência do empresa.

Tribunal Superior do Trabalho. Provada a incapacidade permanente Sentença reformada no tópico.

parcial do obreiro, prospera o pagamento de pensão vitalícia HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS SUCUMBENCIAIS.

decorrente de acidente de trabalho. Este Juízo entende que o INCONSTITUCIONALIDADE DO ART. 791-A DA CLT. A

pagamento da indenização em parcela única tem como intuito composição Plena deste e. Regional, examinando a Arguição de

conciliar os interesses do credor (vítima), que recebe o valor de uma Inconstitucionalidade nº 0080026-04.2019.5.07.0000, decidiu

vez só, e do devedor (ofensor, responsável), que resta liberado da declarar a inconstitucionalidade da expressão "desde que não tenha

obrigação mensal, ou mesmo de eventual constituição de capital ou obtido em juízo, ainda que em outro processo, créditos capazes de

inclusão em folha de pagamento. suportar a despesa", constante do § 4º do art. 791-A da CLT, com

RECURSO ORDINÁRIO DO RECLAMANTE. redação da Lei nº 13.467 de 13/07/2017. Desta feita, em respeito à

RESCISÃO INDIRETA DO CONTRATO DE TRABALHO. PERDA opinião majoritária dos integrantes do Tribunal Pleno do TRT da 7ª

SUPERVENIENTE DE OBJETO. REINTEGRAÇÃO. De se Região, merece provimento parcial o recurso da reclamada,

reconhecer verificada a perda superveniente de objeto do pedido de condenar o reclamante no pagamento de honorários advocatícios

reconhecimento da rescisão indireta, diante da reintegração do sucumbenciais no percentual de 15% e determinar que os

obreiro. honorários advocatícios de sucumbência permaneçam sob condição

INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. QUANTUM suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser executados se,

INDENIZATÓRIO. ART. 944 E 946, DO CÓDIGO CIVIL 2002. nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão, o

Conforme preceitua o art. 944 e art. 946 do Código Civil de 2002, a credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência

fixação do quantum indenizatório será feito pelo Juiz, levando-se em de recursos que justificou a concessão da gratuidade processual ao

consideração o binômio "necessidade da vítima e capacidade obreiro, extinguindo-se, passado esse prazo, a respectiva

econômica do agente", dado o caráter compensatório e pedagógico obrigação.

que deve revestir tal condenação. Diante destas considerações, Recursos ordinários conhecidos e parcialmente providos

mantém-se a condenação na indenização por danos morais, por se

entender que a mesma foi fixada em patamar razoável, atendendo

as funções pedagógica, reparatória e punitiva que a situação exige.

Sentença mantida. RELATÓRIO

RECURSO ORDINÁRIO DA RECLAMADA.

ACIDENTE DE TRABALHO. CULPA EXCLUSIVA DA VÍTIMA.

NÃO CARACTERIZAÇÃO. Deve o empregador fiscalizar a correta A sentença prolatada pela MM.ª 1.ª Vara do Trabalho de Maracanaú

execução das atividades laborais, manter o ambiente de trabalho (id 0d3788a) julgando parcialmente procedentes os pedidos

em condições de higiene e segurança adequadas, além de zelar formulados por FRANCISCO HELIO DA SILVA na reclamação

pelo fornecimento e utilização dos equipamentos de proteção e pela trabalhista promovida contra COMERCIAL DE MIUDEZAS

obediência às normas de segurança no trabalho, o que não foi FREITAS LTDA, condenou a reclamada no pagamento de: a)

demonstrado nos autos, razão pela qual deve responder pelos indenização por danos morais, no valor de R$ 19.960,00 (dezenove

danos causados. mil, novecentos e sessenta reais);b) pagar ao reclamante, caso seja

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comprovado nos autos que o mesmo está desempregado, indenização de uma só vez, conforme disposição do parágrafo

indenização por danos materiais correspondente a 1/4 do salário único do art. 950 do CCB, ou, subsidiariamente, que seja

mínimo mensal, até 20/02/2034; c) honorários advocatícios determinada que a parte reclamada constitua um capital cuja renda

sucumbenciais ao advogado do autor, no percentual de 15%; c) assegure o adimplemento da pensão mensal deferida à parte

honorários periciais no valor de R$ 3.250,0, em favor do expert reclamante, nos termos do art. 533 do CPC.

Leonardo Oliveira da Costa, bem como a devolver a União Federal Ao final pugna pela majoração do valor da indenização por danos

o valor de R$ 350,00. morais para o montante equivalente a trinta e cinco vezes o último

Complementada pela sentença que julgou parcialmente salário do reclamante (R$ 998,00), nos termos do tabelamento da

procedentes os embargos de declaração interpostos pelo CLT, em razão da natureza gravíssima do dano.

reclamante (id be57383), a reclamada foi condenada: a) pagar ao A reclamada, em razões de recurso ordinário (id c0a585e) pugna

reclamante todos os salários e vantagens não recebidos pelo pela exclusão da condenação em indenização por danos morais e

mesmo entre a data do dia 10/11/2017 e 03/10/2018, devendo para materiais, alegando inexistência de danos, aduzindo "que o acidente

fins de cálculo ser considerado o valor de um salário mínimo vigente ocorreu por culpa exclusiva do trabalhador, inclusive conforme por

à época ,bem como 13.º salário proporcional; b) no pagamento de ele mesmo confessado".

todas as despesas médicas e tratamentos necessários decorrentes Insurge-se, ainda, contra o pagamento dos meses de afastamento

da lesão apontada no laudo pericial, ou seja, lesão que corresponde do recorrido, alegando não há que se falar em limbo previdenciário,

a Anquilose Total de um dos cotovelos, ficando condicionado o posto que o reclamante foi considerado apto a retornar ao labor e

pagamento à comprovação do quantum pago (ou a ser pago) com a "contudo, ao seu bel prazer, recusou-se a retornar ao trabalho

medicação e demais despesas médicas, desde que depois do término do auxílio acidentário".

comprovadamente decorrentes da lesão supra citada. Para fins de Ao final requer a condenação do reclamante em honorários

elaboração do cálculo de liquidação, no momento oportuno, deverá sucumbenciais.

o reclamante comprovar aos autos todos os gastos realizados com Contrarrazões pelo reclamante (id f9679d9) e pela reclamada (id

as despesas médicas decorrentes da lesão sofrida. 963cd68).

Inconformadas recorrem ambas as partes. Dispensada remessa ao Ministério Público do Trabalho para

O reclamante, em razões de recurso ordinário de id 28d8813, pugna emissão de parecer.

pelo reconhecimento da rescisão indireta do contrato de trabalho

decorrente de descumprimentos de obrigações do contrato, nos

termos da alínea "d", do art. 483 da CLT, alternativamente, requer

aplicação da dispensa sem justa causa, na data de 31/05/2019, FUNDAMENTAÇÃO

momento em que encerrou os trabalhos para a empresa em face da

reintegração frustrada, e a consequente condenação da empresa

reclamada no pagamento das seguintes verbas rescisórias: Aviso ADMISSIBILIDADE

Prévio indenizado de 36 dias no valor de R$ 1.197,60; 13º salário Preenchidos os pressupostos de admissibilidade de se conhecer

proporcional no valor de R$ 415,83; e férias proporcionais dos recursos ordinários interpostos por ambas as partes.

acrescidas de 1/3 no valor de R$ 776,22. Requer, ainda, MATÉRIA EM COMUM A AMBOS OS RECURSOS.

autorização judicial para levantamento do FGTS e anotação da data Por se tratarem de matérias suscitadas em ambos os recursos

de saída na CTPS da reclamante, considerando o aviso prévio passa-se à analisá-los conjuntamente:

indenizado (artigo 29, § 2º, da CLT e Orientação Jurisprudencial 82, ACIDENTE DE TRABALHO. INDENIZAÇÃO POR DANOS

da SDI-1, do TST3). MORAIS E MATERIAIS. MAJORAÇÃO.

Pugna pelo pagamento de pensão mensal vitalícia, em favor da Pugna a reclamada pela exclusão da condenação em indenização

parte reclamante, desde a data do acidente (30.11.2016) até a data por danos morais e materiais repisando a tese de culpa exclusiva da

de sua morte; vítima em relação ao acidente de trabalho ocorrido.

Requer, ainda, pagamento da pensão mensal em dobro, nos meses À análise.

de dezembro, em razão da consideração da gratificação natalina e, Afirma o reclamante que exercia a função de repositor de

nos meses de outubro, quando se verificaria o implemento do direito mercadorias na reclamada, em 03/10/2016.

à percepção de férias, o acréscimo de 1/3; pagamento de No dia 30/11/2016 foi vítima de um acidente de trabalho, nas

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dependências da reclamada, quando fazia o manuseio de um acidente que ocasionou traumatismo craniano e a fratura

mercadorias em geral, que eram acondicionadas em caixa de exposta do cotovelo direito, na forma descrita no Laudo Médico (id

papelão ou em sacos plásticos, e realizava o empilhamento dos c1a1b3e).

produtos em lote, com altura superior a 4 (quatro) metros, caiu em Dessa forma, comprovada a existência do fato ensejador e do dano.

queda livre e bateu com a cabeça no solo, causando-lhe O cerne da questão consiste em apurar o dolo ou culpa do

traumatismo craniano e fratura exposta no braço direito empregado.

O dano moral incide sobre bens de ordem não material, quando A reclamada, ao alegar culpa exclusiva da vítima como excludente

afeta direitos relacionados à personalidade; é o dano sofrido nos da responsabilidade civil, atraiu para si o dever de comprovar tanto

sentimentos de alguém, em sua honra, em sua consideração social a culpa do empregado quanto a sua ausência de culpa, por se

ou laboral, em decorrência de ato danoso. constituírem em fatos impeditivos do direito do autor (arts. 818 da

Assim, a indenização por danos morais, para ser acolhida, CLT e 373, II, do Código de Processo Civil de 2015), ônus do qual

pressupõe, necessariamente, a violação de bens imateriais, que não se desincumbiu a contento.

atinge os mais íntimos valores da pessoa, como a honra, a imagem A prova oral produzida nos autos não confirma a tese defensória.

ou a privacidade, atributos que constituem a base de sustentação Salienta-se que foi ouvida nos autos apenas uma testemunha

da própria personalidade do ofendido. Desta forma, além da prova apresentada pela reclamada, a qual sequer presenciou o malsinado

inequívoca do prejuízo real sofrido, faz-se imprescindível a acidente.

demonstração da ilicitude do comportamento do ofensor, cujo ânimo Senão vejamos:

de lesionar o patrimônio moral do ofendido deve restar devidamente "que o depoente e o reclamante não laboravam no mesmo local,

evidenciado. pois, embora trabalhassem no mesmo centro de distribuição, as

A responsabilidade civil do empregador em caso de acidente de atividades de um não eram realizadas perto das atividades do outro;

trabalho é regulada pelo art. 7º, XXVIII da CF/88 c/c arts. 186 e 927 que o depoente laborava separando mercadorias dentro do centro

do Código Civil, in verbis: de distribuição (CD), em todos os locais onde se fizesse necessária

"Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de a separação dentro do CD; que o reclamante laborava dentro do

outros que visem à melhoria de sua condição social: centro de distribuição, em todos os locais onde fosse possível

XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do acondicionar as mercadorias;"

empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, "que ouviu comentários que o reclamante havia caída na reclamada;

quando incorrer em dolo ou culpa;" que o depoente não presenciou o acidente em referência, mas

"Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência estava próximo (a duas ruas de distância);"

ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que "que não sabe informar se o reclamante estava utilizando algum tipo

exclusivamente moral, comete ato ilícito." de EPI; que presume que o reclamante recebesse cinto de

"Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a proteção, eis que, todos os empregados da reclamada que

outrem, fica obrigado a repará-lo. trabalhavam em altura, recebiam cinto de segurança e gaiola; que

Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, ouviu comentários que o reclamante pulou de um lote (pilha de

independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou caixas de mais de um metro de altura) para outro; que acredita que

quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano o reclamante não estava em gaiola;" (Primeira testemunha do

implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem." reclamado(s): FRANCISCO WASHINGTON FREIRE - id cc9bfab)

Da análise dos dispositivos legais acima citados, constata-se a Em verdade, restou provado que o referido acidente fora provocado

exigência de três requisitos para a configuração da pela omissão da reclamada no sentido de adoção de todas as

responsabilidade civil do empregador nos casos de acidente de providências necessárias à salubridade e segurança do seu meio

trabalho, quais sejam: dano, nexo de causalidade e dolo ou culpa ambiente laboral, e não por culpa do reclamante, como sustenta a

do empregador. reclamada.

No caso, a parte obreira foi contratada para o cargo de repositor de A reclamada, por imprudência ou negligência, deixou de oferecer os

mercadorias, cargo o qual não se caracteriza como atividade de meios necessários e suficientes à segurança do trabalhador, uma

risco, portanto, não configura hipótese de responsabilidade objetiva vez que não treinou ou capacitou o obreiro para atividades em

patronal. altura, bem como não fiscalizava o uso dos equipamentos de

Incontroverso que o obreiro, durante sua jornada de trabalho, sofreu proteção, mormente cinto de segurança e o uso da "gaiola".

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Ainda que se aceite a hipótese de o obreiro ter saído da gaiola e Aduz, ainda indevida a condenação no pagamento de despesas

pulado das caixas por conta própria, verifica-se a responsabilidade médicas, tendo em vista não há qualquer documentação nos autos

da reclamada, em permitir que o obreiro trabalhe utilizando desse que comprove a necessidade de custeamento, tampouco

artifício que não lhe oferecia nenhum tipo de segurança. comprovantes de gastos relacionados a recuperação do recorrido.

Portanto, evidenciada a presença do dano, do nexo de causalidade O reclamante, por sua vez, pugna pela reforma da sentença quanto

e da culpa empresarial, é de se atribuir a responsabilidade civil da ao termo inicial e final do pagamento da pensão vitalícia. Afirma que

reclamada, devendo indenizar os prejuízos morais sofridos pelo o termo inicial do pagamento da pensão mensal é a data em que o

obreiro, como forma de compensação pelos danos que lhes foram empregado tomou ciência inequívoca de sua incapacidade laboral,

causados. ou seja, no dia do acidente e o termo final deverá ser durante toda a

Correta a sentença. vida do reclamante.

VALOR ATRIBUÍDO AO DANO MORAL Pugna, ainda o reclamante pelo pagamento da pensão em dobro,

Conforme preceitua o art. 944 e art. 946 do Código Civil de 2002, a nos meses de dezembro, em razão da consideração da gratificação

fixação do quantum indenizatório será feito pelo Juiz, levando-se em natalina e, nos meses de outubro, quando se verificaria o

consideração o binômio "necessidade da vítima e capacidade implemento do direito à percepção de férias, o acréscimo de 1/3.

econômica do agente", dado o caráter compensatório e pedagógico Ao final requer o pagamento da pensão de uma só vez conforme

que deve revestir tal condenação. disposição do parágrafo único do art. 950 do CCB, ou,

subsidiariamente, que seja determinada que a parte reclamada

Art. 944 do CPC. A indenização mede-se pela extensão do constitua um capital cuja renda assegure o adimplemento da

dano.(...) pensão mensal deferida à parte reclamante, nos termos do art. 533

do CPC.

Art. 946 do CPC. Se a obrigação for indeterminada, e não houver À análise.

na lei ou no contrato disposição fixando a indenização devida pelo A sentença de primeiro grau (id 0d3788a), complementada pela

inadimplente, apurar-se-á o valor das perdas e danos na forma que sentença que julgou parcialmente procedentes os embargos de

a lei processual determinar. declaração interpostos pela reclamante (id be57383), condenou a

reclamada a pagar ao reclamante, caso seja comprovado nos autos

A reparação do dano extrapatrimonial, mormente aquele advindo da que o mesmo está desempregado, indenização por danos materiais

relação empregatícia, deve representar uma função ressarcitória- correspondente a 1/4 do salário mínimo mensal, até 20/02/2034,

preventiva, assim, o valor da indenização deve representar, ao data em que o autor completará 65 anos, esclarecendo que o termo

mesmo tempo, uma compensação financeira à vítima e uma final da obrigação de pagar a referida indenização decorre da idade

punição ao agente capaz de desestimular a reiteração da prática média para fins de obtenção de aposentadoria por idade (artigo 48,

leviana. da Lei n.º 8.213/1991), bem como pagamento de todas as despesas

Diante destas considerações, mantenho a condenação na médicas e tratamentos necessários decorrentes da lesão apontada

indenização por danos morais no valor de R$ 19.960,00 (dezenove no laudo pericial, ou seja, lesão que corresponde a Anquilose Total

mil, novecentos e sessenta reais), por entender que o mesmo foi de um dos cotovelos, ficando condicionado o pagamento à

fixado em patamar razoável, atendendo as funções pedagógica, comprovação do quantum pago (ou a ser pago) com a medicação e

reparatória e punitiva que a situação exige. demais despesas médicas, desde que comprovadamente

decorrentes da lesão supra citada.

INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS. PENSIONAMENTO. Inicialmente, é importante deixar claro que a indenização por danos

TERMOS INICIAL E FINAL. PAGAMENTO DE UMA SÓ VEZ. materiais (pensão mensal temporária ou vitalícia) não se confunde

Insurge-se a reclamada contra a condenação no pagamento de nem é influenciada pela percepção ou não percepção de benefício

indenização por danos materiais afirma desnecessário o pagamento previdenciário pelo trabalhador. Cada parcela tem fundamento

de pensionamento mensal posto que o reclamante foi reintegrado jurídico diverso e, portanto, são autônomas, conforme a iterativa,

em 04.10.2018 e que, após a publicação da sentença em atual e notória jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho:

27.05.2019, que condenou a reclamada no pagamento de a pensão AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA DO

de ¼ do salário mínimo por mês, afastou-se do emprego em AUTOR EM FACE DE DECISÃO PUBLICADA ANTES DA

31.05.2019. VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014. LUCROS CESSANTES.

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CUMULAÇÃO COM BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. exclui a responsabilidade civil da empresa ou de outrem. Tal

POSSIBILIDADE. Agravo de instrumento a que se dá provimento proposição é reiterada no Decreto 611/92 do Regulamento dos

para determinar o processamento do recurso de revista, em face de Benefícios da Previdência Social, bem como na Súmula 229 do

haver sido demonstrada possível violação do artigo 121 da Lei nº Supremo Tribunal Federal. Assim, a obrigação de indenizar o dano

8.213/91. RECURSO DE REVISTA DO AUTOR EM FACE DE material decorrente de acidente de trabalho independe dos

DECISÃO PUBLICADA ANTES DA VIGÊNCIA DA LEI Nº rendimentos pagos pela Previdência Social, pois advém da

13.015/2014. LUCROS CESSANTES. CUMULAÇÃO COM O responsabilidade civil. Indevida, nessas circunstâncias, qualquer

BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. POSSIBILIDADE. A iterativa e dedução ou compensação entre parcelas de natureza jurídica de

notória jurisprudência desta Corte Superior se firmou no sentido de origem diversa. Esta é a atual e iterativa jurisprudência da SBDI-1,

que ser plenamente possível a cumulação da indenização dos com a qual se encontra em perfeita harmonia o acórdão

lucros cessantes decorrentes de acidente do trabalho (doença embargado, sendo inviável, dessa forma, o conhecimento do

ocupacional), com o auxílio-doença previdenciário, acidentário ou recurso de embargos, nos exatos termos do § 2º do artigo 894 da

aposentadoria por invalidez, a cargo do órgão previdenciário, sem CLT. Correta, pois, a decisão agravada. Agravo regimental não

que isso resulte em enriquecimento ilícito da parte, tendo em vista a provido. (...)" (AgR-E-RR - 282600-39.2009.5.09.0023, Relator

natureza jurídica diversa das parcelas. Precedentes. Recurso de Ministro: Augusto César Leite de Carvalho, Data de Julgamento:

revista de que se conhece e a que se dá provimento. (...) (TST: 10/03/2016, Subseção I Especializada em Dissídios Individuais,

ARR 24600720115110013, 7ª Turma, Relator: Cláudio Data de Publicação: DEJT 18/03/2016)

Mascarenhas Brandão, Julgamento 16/08/2017, Publicação DEJT Desse modo, o fato de a parte reclamante ter ou não ter percebido

25/08/2017) benefício previdenciário em nada influenciará no arbitramento de

"AGRAVO REGIMENTAL. EMBARGOS REGIDOS PELA LEI Nº eventuais lucros cessantes.

13.015/2014. (...) COMPENSAÇÃO POR DANO MATERIAL. Cumpre, ainda, ressaltar que os danos materiais podem

BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. CUMULAÇÃO. POSSIBILIDADE. compreender tanto os danos emergentes (aquilo que a vítima

NÃO PROVIMENTO. 1. O entendimento deste colendo Tribunal efetivamente perdeu em decorrência do evento danoso), como

Superior é no sentido de ser possível a cumulação da compensação lucros cessantes (resultantes do que efetivamente a vítima deixou

por danos materiais com eventuais benefícios previdenciários, como de ganhar).

é o caso da aposentadoria por invalidez, porquanto possuem Segundo Sebastião Geraldo de Oliveira, em seu livro Indenizações

naturezas jurídicas distintas e estão a cargo de titulares diversos. por Acidente do Trabalho ou Doença Ocupacional, 8.ª edição, LTr,

Precedentes desta egrégia SBDI-1. 2. Estando, pois, o v. acórdão 2014, páginas 244 e 245, define dano emergente e lucro cessante

turmário em consonância com a atual e iterativa jurisprudência nos seguintes termos:

desta colenda Corte Superior, o processamento do recurso de "O dano emergente é aquele prejuízo imediato e mensurável que

embargos encontra óbice no artigo 894, § 2º, da CLT. 3. Agravo surge em razão do acidente do trabalho, causando uma diminuição

regimental conhecido e não provido." (AgR-E-ED-RR - 948- no patrimônio do acidentado".

56.2012.5.03.0019, Relator Ministro: Guilherme Augusto Caputo Outrossim, o art. 950, do Código Civil menciona as despesas de

Bastos, Data de Julgamento: 23/06/2016, Subseção I Especializada tratamento até o fim da convalescença, mas assegura que também

em Dissídios Individuais, Data de Publicação: DEJT 01/07/2016) são indenizáveis outras reparações ou prejuízos que o ofendido

"AGRAVO REGIMENTAL INTERPOSTO CONTRA DECISÃO prove haver sofrido e lucros cessantes, nestes termos:

MONOCRÁTICA DE PRESIDENTE DE TURMA QUE NEGA Art. 950. Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não

SEGUIMENTO A RECURSO DE EMBARGOS. CUMULAÇÃO DA possa exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a

PENSÃO MENSAL COM BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. capacidade de trabalho, a indenização, além das despesas do

POSSIBILIDADE. A pensão mensal possui caráter indenizatório tratamento e lucros cessantes até ao fim da convalescença, incluirá

resultante da invalidez decorrente de acidente de trabalho, não se pensão correspondente à importância do trabalho para que se

confundindo com o pagamento de benefício previdenciário, o qual inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu.

não serve de parâmetro para a exclusão ou redução dos valores Parágrafo único. O prejudicado, se preferir, poderá exigir que a

reconhecidos a título de indenização a cargo do empregador. Nos indenização seja arbitrada e paga de uma só vez.

termos do art. 121 da Lei 8.213/91, ademais, o pagamento, pela Além das perdas efetivas dos danos emergentes, a vítima pode

Previdência Social, das prestações por acidente de trabalho não também ficar privada dos ganhos futuros, ainda que

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temporariamente. Para que a reparação do prejuízo seja completa, compatível com sua depreciação". (DALLEGRAVE NETO. José

o art. 402 do Código Civil determina o cômputo dos lucros Affonso. Responsabilidade Civil no Direito do Trabalho. 5ª, ed. São

cessantes, considerando-se como tais aquelas parcelas cujo Paulo:LTr, 2015. P.).

recebimento, dentro da razoabilidade, seria correto esperar. Portanto, uma vez provada a incapacidade permanente parcial e

Assim, a teor do art. 402, do Código Civil, os lucros cessantes definitiva do obreiro, prospera o pagamento de pensão vitalícia

representam o que a vítima deixará de ganhar no futuro após o decorrente de acidente de trabalho.

acidente, nos seguintes termos: Mantém-se a sentença.

"Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as RECURSO ORDINÁRIO DO RECLAMANTE

perdas e danos devidas ao credor abrangem, além do que ele RESCISÃO INDIRETA.

efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar". Pugna o reclamante pelo reconhecimento da rescisão indireta como

No caso, conforme expresso no item que analisou os danos morais, forma de resilição do contrato laboral, ante o descumprimento das

restou provado o dano sofrido pelo reclamante, o nexo causal e a normas de segurança do trabalho.

culpa subjetiva da reclamada. Razão não lhe assiste.

Ademais, conforme laudo pericial (id c1a1b3e), o reclamante ficou O reclamante foi reintegrado aos quadros da reclamada em

com incapacidade laboral parcial e definitiva com redução da 04/10/2018 (id ded2bfb).

capacidade em 25% (vinte e cinco por cento). Isto posto, de se reconhecer verificada a perda superveniente de

Segundo o disposto no art. 950 do Código Civil, repisa-se, a objeto do pedido de reconhecimento da rescisão indireta, diante da

indenização a título de dano material ou patrimonial decorrente de reintegração do obreiro.

acidente de trabalho além de abarcar o dano emergente e o lucro PENSIONAMENTO. TERMO INICIAL E FINAL. PAGAMENTO DE

cessante, envolve ainda a pensão proporcional à importância do UMA SÓ VEZ.

trabalho para o qual se inabilitou ou à depreciação que sofreu. O reclamante insurge-se contra a decisão de primeiro grau

O lucro cessante, como sabido, diz respeito aos valores que o pugnando pela fixação do termo inicial do pensionamento à data do

empregado concretamente deixa de obter até o fim da acidente de trabalho (30.11.2016) e o termo final durante toda a

convalescença, tornando-se imprescindível a comprovação do que vida.

efetivamente deixou de auferir, o que não restou posto nos autos. Pugna, ainda, pelo pagamento da pensão em dobro, nos meses de

O pensionamento vitalício, por sua vez, somente é devido se, após dezembro, em razão da consideração da gratificação natalina e, nos

a convalescença, restarem efetivamente provadas as sequelas que meses de outubro, quando se verificaria o implemento do direito à

reduzam ou cessem a capacidade laborativa do empregado de percepção de férias, o acréscimo de 1/3.

forma definitiva. À análise.

No caso, observa-se que, para as atividades laborais em geral, A sentença de primeiro grau condenou a reclamada no pagamento

houve uma redução da capacidade laboral do obreiro em 25 % de 1/4 do salário mínimo por mês, caso o reclamante fique

(vinte e cinco por cento) de forma parcial e definitiva. desempregado, até 20/02/2034, data em que o autor completará 65

Como se vê, o autor ficou impossibilitado de exercer a função que anos de idade, tendo por base a idade média para fins de obtenção

ocupava anteriormente ao acometimento da moléstia profissional de aposentadoria por idade.

(repositor de mercadorias), o que, segundo Sebastião Geraldo de Em se tratando de acidente do trabalho, o marco inicial do

Oliveira: "A incapacidade para o trabalho deve ser aferida tendo pagamento do pensionamento a título de dano material é a partir do

como referência a profissão da vítima, a teor do art. 950 do Código evento danoso, ou seja, deve ser paga à partir da data em que

Civil, não podendo ser analisada em relação ao exercício de outras ocorreu o acidente de trabalho, de acordo com o art. 950 do Código

atividades profissionais, salvo em casos excepcionais" (OLIVEIRA, Civil (30.11.2016).

Sebastião Geraldo de. Indenizações por acidente do trabalho ou Da leitura do referido art. 950, do Código Civil, extrai-se a conclusão

doença ocupacional. 2. Ed. São Paulo: LTr, 2006. P. 266). de que a pensão vitalícia deverá ser paga até o momento em que

Ainda sobre o tema, segundo lição de José Affonso Dallegrave cesse a causa que impossibilitou o empregado para o trabalho.

Neto: "O legislador considerou o " próprio ofício" ou a " profissão No caso, o autor ficou parcial e permanentemente incapacitado para

praticada" pelo acidentado como critério para aferir o grau de o trabalho, devendo, portanto receber pensão vitalícia, ou seja,

incapacidade e, por conseguinte, fixar o valor da pensão. Assim, enquanto viver, sem qualquer limitação temporal.

pouco importa o fato da vítima vir a exercer outra atividade afim ou Não se pode acolher, como termo final para o pagamento da

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pensão vitalícia a data da em que o empregado adquire o direito à indenização seja arbitrada e paga de uma só vez."

aposentadoria por idade, posto que as lesões por ele sofridas não

cessarão com a sua aposentadoria. A indenização paga de uma só vez, contida no parágrafo único do

Nesse sentido, cita-se o seguinte precedente: art. 950 do Código Civil, deve ser interpretada como uma "opção"

PENSÃO VITALÍCIA - TERMO FINAL. A extensão do dano foi para o prejudicado, submetida, todavia, ao critério do julgador.

analisado pelo Regional, que concluiu que as limitações decorrentes Este Juízo entende que o pagamento da indenização em parcela

do acidente de trabalho não se encerariam com a aposentadoria, única tem como intuito conciliar os interesses do credor (vítima),

aplicando corretamente as disposições do art. 944, do Código Civil, que recebe o valor de uma vez só, e do devedor (ofensor,

que entendo não ter sido violado. Além disso o referido dispositivo responsável), que resta liberado da obrigação mensal, ou mesmo

estabelece apenas o parâmetro legal para fixação do quantum de eventual constituição de capital ou inclusão em folha de

indenizatório. Em outras palavras, não se trata de limitação pagamento.

temporal da obrigação. Recurso de Revista que não se conhece. Isto posto, converto o pagamento da indenização por danos

(TST - RR- 9951400-19.2005.5.09.0002, 5.ª TURMA, Relatora materiais (lucros cessantes) através de pensão vitalícia, em parcela

Ministra Kátia Magalhães de Arruda, divulgado no DEJT de única, com valor a ser calculado correspondente a 25% do salário

18/6/2010). mínimo, seguindo os seguintes parâmetros: data do acidente e data

Nestes termos, fixa-se o termo inicial do pagamento indenização por em que o autor completar 74,9 anos de idade (expectativa de vida

danos materiais na forma de pensionamento para o dia em que do brasileiro).

ocorreu o acidente de trabalho (30.11.2016) enquanto o obreiro Sentença reformada.

viver, sem qualquer limitação temporal.

RECURSO ORDINÁRIO DA RECLAMADA

PAGAMENTO EM DOBRO RESSARCIMENTO DE DESPESAS MÉDICAS

Pugna o reclamante pelo pagamento da pensão mensal, "em dobro, A sentença recorrida condenou a reclamada "no pagamento de

nos meses de dezembro, em razão da consideração da gratificação todas as despesas médicas e tratamentos necessários decorrentes

natalina e, nos meses de outubro, quando se verificaria o da lesão apontada no laudo pericial, ou seja, lesão que corresponde

implemento do direito à percepção de férias, o acréscimo de 1/3". a Anquilose Total de um dos cotovelos, ficando condicionado o

Razão não lhe assiste. pagamento à comprovação do quantum pago (ou a ser pago) com a

A pensão mensal vitalícia possui caráter indenizatório, não havendo medicação e demais despesas médicas, desde que

que se falar no pagamento em dobro decorrente de verbas salariais. comprovadamente decorrentes da lesão supra citada."

Correta a sentença. Aduz a reclamada indevida a condenação no pagamento de

despesas e tratamento médico, posto que inexiste nos autos

PAGAMENTO DE PENSIONAMENTO EM PARCELA ÚNICA documentos que comprovem a necessidade de custeamento,

Defende o autor/recorrente, que diante das sequelas irreversíveis tampouco comprovantes de gastos relacionados a recuperação do

ocasionas pelo acidente de trabalho, o obreiro encontra-se recorrido.

impossibilitado de exercer qualquer atividade laboral, o que enseja o No tocante à condenação por danos materiais, percebe-se do

pagamento de indenização por danos materiais, a teor do disposto pedido constante da inicial que o pleito foi fundamentado no pedido

no art. 950, do Código Civil, em parcela única, de ressarcimento de despesas com remédios, consultas médicas,

À análise. exames e procedimentos relacionados à doença acometida.

Dispõe o Parágrafo único do art. Art. 950, do Código Civil: Como é sabido, a doutrina subdivide os danos materiais em danos

emergentes - decorrentes das despesas suportadas pela vítima em

"Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa face do dano sofrido - e lucros cessantes - aqueles provenientes do

exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade que a vítima deixou de auferir em face do aludido dano suportado.

de trabalho, a indenização, além das despesas do tratamento e Nesta perspectiva, percebe-se com nitidez que o dano material

lucros cessantes até ao fim da convalescença, incluirá pensão pleiteado pelo autor se relaciona com os danos emergentes que

correspondente à importância do trabalho para que se inabilitou, ou necessitam, para o seu deferimento, de comprovação robusta das

da depreciação que ele sofreu. despesas suportadas pela parte que o requer, para justificar seu

Parágrafo único. O prejudicado, se preferir, poderá exigir que a deferimento, fato que, no presente caso, não restou demonstrado.

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O obreiro não trouxe aos autos comprovantes destes pagamentos, Assim sendo, a presente situação não se caracteriza como "limbo

o que inviabiliza o reconhecimento ao direito a esta indenização a jurídico previdenciário", prevalecendo que o autor ficou afastado do

título de dano emergente. trabalho por sua própria inércia, não havendo culpa atribuível à

Embora a sentença recorrida tenha condicionado o pagamento de empregadora.

todos os gastos realizados com as despesas médicas decorrentes Diante do exposto, reforma-se a sentença para excluir da

da lesão sofrida pelo obreiro, em momento oportuno, entendo que condenação o pagamento dos salários do período de 10/11/2017 e

tais documentos deveriam ter sido carreados aos autos já na 03/10/2018, bem como os respectivos reflexos.

instrução processual.

Isto posto, reforma-se a sentença para excluir da condenação o HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS.

pagamento de gastos realizados com despesas médicas. Pugna a recorrente pela condenação do reclamante no pagamento

Sentença reformada no tópico. de honorários advocatícios sucumbenciais.

Afirma que a sentença de primeiro grau afastou a condenação dos

LIMBO PREVIDENCIÁRIO. INEXISTÊNCIA. RECUSA DO honorários advocatícios do patrono da reclamada por ter deferido os

EMPREGADO DE RETORNO AO TRABALHO benefícios da justiça gratuita, em afronta ao artigo 791-A, da CLT.

Aduz a reclamada ser indevida a condenação no pagamento Com relação aos honorários advocatícios de sucumbência, e em

detodos os salários e vantagens não recebidos pelo mesmo entre a face da redação da Lei nº 13.467 de 13.07.2017 que incluiu na CLT

data do dia 10/11/2017 e 03/10/2018, bem como 13.º salário o art. 791-A, tem-se que:

proporcional, afirmando que o reclamante, após o término do auxílio Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão

acidentário, ter sido considerado apto para o trabalho, recusou-se a devidos honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5%

retornar apesar da oferta da reclamada de readaptação nas (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o

funções de porteiro ou fiscal de loja. valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico

Assiste-lhe razão. obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado

A cessação de benefício previdenciário em virtude de recuperação da causa.

da capacidade laboral constatada pelo perito do INSS afasta a § 1º Os honorários são devidos também nas ações contra a

suspensão do contrato de trabalho, impondo o imediato retorno do Fazenda Pública e nas ações em que a parte estiver assistida ou

trabalhador ao emprego. substituída pelo sindicato de sua categoria.

O chamado limbo previdenciário se dá quando o trabalhador recebe § 2º Ao fixar os honorários, o juízo observará:

alta médica do INSS e o empregador, mediante conclusão médica I - o grau de zelo do profissional;

que atesta sua incapacidade laborativa, se recusa a reencaminhar o II - o lugar de prestação do serviço;

empregado de volta às suas atividades. III - a natureza e a importância da causa;

Assim, compete ao empregador, enquanto responsável pelo risco IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o

da atividade empresarial (CLT, artigo 2º), receber o trabalhador seu serviço.

ofertando-lhe o exercício das funções antes executadas ou, ainda, § 3º Na hipótese de procedência parcial, o juízo arbitrará honorários

de atividades compatíveis com as limitações adquiridas. de sucumbência recíproca, vedada a compensação entre os

No caso, o reclamante não comprovou que a reclamada tenha honorários.

impedido o seu retorno ao trabalho após alta médica. § 4º Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha

Ao revés, foi o empregado quem deu causa ao não retorno ao obtido em juízo, ainda que em outro processo, créditos capazes de

trabalho. suportar a despesa, as obrigações decorrentes de sua sucumbência

Em audiência datada de 25/06/2018 (id e91b74d) a reclamada ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente

ofereceu o retorno do obreiro ao trabalho com readaptação da poderão ser executadas se, nos dois anos subsequentes ao trânsito

função de porteiro ou fiscal de loja, tendo o reclamante rejeitado a em julgado da decisão que as certificou, o credor demonstrar que

proposta ao argumento de não possui condições físicas para deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que

exercer as funções designadas. justificou a concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse

Observa-se, portanto, que o empregador fez de tudo para reverter a prazo, tais obrigações do beneficiário.

situação, inclusive propondo a readaptação do obreiro em outras § 5º São devidos honorários de sucumbência na reconvenção.

funções. Entretanto, cumpre observar a decisão do Tribunal Pleno deste

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 683
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Tribunal quando, examinando Arguição de Inconstitucionalidade - recursos que justificou a concessão da gratuidade processual ao

Processo nº 0080026-04.2019.5.07.0000 - em novembro/2019 - obreiro, extinguindo-se, passado esse prazo, a respectiva

decidiu declarar incidentalmente a inconstitucionalidade da obrigação. Custas de 2% pela reclamada, calculadas sobre o novo

expressão "desde que não tenha obtido em juízo, ainda que em valor da condenação que ora arbitra-se em R$40.000,00 (quarenta

outro processo, créditos capazes de suportar a despesa", constante mil reais).

do § 4º do art. 791-A da CLT, com redação da Lei nº 13.467 de

13.07.2017.

Desta feita, por uma questão de disciplina judiciária, sem embargos DISPOSITIVO

da minha posição pessoal, de que o beneficiário da justiça gratuita

não deve ser condenado nos ônus da sucumbência, outro caminho

não vejo a não ser me curvar à opinião majoritária dos integrantes

do Tribunal Pleno do TRT da 7ª Região e passar a adotar, com

ressalvas, o entendimento supra e, portanto, dar provimento parcial

ao recurso da parte reclamada para condenar o reclamante no

pagamento de honorários advocatícios no percentual de 15% e

determinar que a execução dos honorários advocatícios de

sucumbência permaneçam sob condição suspensiva de ACORDAM OS DESEMBARGADORES DA 2.ª TURMA DO

exigibilidade e somente poderão ser exigidos se, nos dois anos TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 2.ª REGIÃO, por

subsequentes ao trânsito em julgado da decisão, o credor unanimidade, conhecer dos recursos e, no mérito, dar parcial

demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de provimento ao recurso do reclamante para converter o pagamento

recursos que justificou a concessão da gratuidade processual ao da indenização por danos materiais (lucros cessantes) através de

obreiro, extinguindo-se, passado esse prazo, a respectiva pensão vitalícia, em parcela única, com valor a ser calculado

obrigação. correspondente a 25% do salário mínimo, seguindo os seguintes

Sentença reformada. parâmetros: data do acidente e data em que o autor completar 74,9

anos de idade (expectativa de vida do brasileiro). Dar parcial

provimento ao recurso ordinário da reclamada para excluir da

CONCLUSÃO DO VOTO condenação: o pagamento de gastos realizados com despesas

médicas; o pagamento dos salários do período de 10/11/2017 e

03/10/2018, bem como os respectivos reflexos; condenar o

Voto pelo conhecimento dos recursos e, no mérito, dar parcial reclamante no pagamento de honorários advocatícios no percentual

provimento ao recurso do reclamante para converter o pagamento de 15% e determinar que a execução dos honorários advocatícios

da indenização por danos materiais (lucros cessantes) através de de sucumbência permaneçam sob condição suspensiva de

pensão vitalícia, em parcela única, com valor a ser calculado exigibilidade e somente poderão ser exigidos se, nos dois anos

correspondente a 25% do salário mínimo, seguindo os seguintes subsequentes ao trânsito em julgado da decisão, o credor

parâmetros: data do acidente e data em que o autor completar 74,9 demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de

anos de idade (expectativa de vida do brasileiro). Dar parcial recursos que justificou a concessão da gratuidade processual ao

provimento ao recurso ordinário da reclamada para excluir da obreiro, extinguindo-se, passado esse prazo, a respectiva

condenação: o pagamento de gastos realizados com despesas obrigação. Custas de 2% pela reclamada, calculadas sobre o novo

médicas; o pagamento dos salários do período de 10/11/2017 e valor da condenação que ora arbitra-se em R$40.000,00 (quarenta

03/10/2018, bem como os respectivos reflexos; condenar o mil reais).

reclamante no pagamento de honorários advocatícios no percentual Participaram do julgamento os Exmos. Srs. Desembargadores

de 15% e determinar que a execução dos honorários advocatícios Francisco José Gomes da Silva (Presidente e Relator),Cláudio

de sucumbência permaneçam sob condição suspensiva de Soares Pires e Jefferson Quesado Júnior. Presente ainda o(a)

exigibilidade e somente poderão ser exigidos se, nos dois anos Exmo(a). Sr(a). membro do Ministério Público do Trabalho.

subsequentes ao trânsito em julgado da decisão, o credor Fortaleza, 17 de fevereiro de 2020.

demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 684
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

parcial do obreiro, prospera o pagamento de pensão vitalícia

decorrente de acidente de trabalho. Este Juízo entende que o

pagamento da indenização em parcela única tem como intuito

conciliar os interesses do credor (vítima), que recebe o valor de uma

FRANCISCO JOSÉ GOMES DA SILVA vez só, e do devedor (ofensor, responsável), que resta liberado da

Relator obrigação mensal, ou mesmo de eventual constituição de capital ou

inclusão em folha de pagamento.

RECURSO ORDINÁRIO DO RECLAMANTE.

RESCISÃO INDIRETA DO CONTRATO DE TRABALHO. PERDA

FORTALEZA/CE, 04 de março de 2020. SUPERVENIENTE DE OBJETO. REINTEGRAÇÃO. De se

reconhecer verificada a perda superveniente de objeto do pedido de

ROMULO DE SOUSA FROTA reconhecimento da rescisão indireta, diante da reintegração do

Diretor de Secretaria obreiro.

INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. QUANTUM


Processo Nº ROT-0000783-46.2018.5.07.0032
Relator FRANCISCO JOSÉ GOMES DA INDENIZATÓRIO. ART. 944 E 946, DO CÓDIGO CIVIL 2002.
SILVA
Conforme preceitua o art. 944 e art. 946 do Código Civil de 2002, a
RECORRENTE COMERCIAL DE MIUDEZAS
FREITAS LTDA fixação do quantum indenizatório será feito pelo Juiz, levando-se em
CELSO RICARDO ADVOGADO(OAB: 15642-A/CE)
FREDERICO BALDAN consideração o binômio "necessidade da vítima e capacidade
RECORRENTE FRANCISCO HELIO DA SILVA econômica do agente", dado o caráter compensatório e pedagógico
MICHEL ALVES DE ADVOGADO(OAB: 19805/PB)
ANDRADE que deve revestir tal condenação. Diante destas considerações,
RECORRIDO COMERCIAL DE MIUDEZAS mantém-se a condenação na indenização por danos morais, por se
FREITAS LTDA
CELSO RICARDO ADVOGADO(OAB: 15642-A/CE) entender que a mesma foi fixada em patamar razoável, atendendo
FREDERICO BALDAN
as funções pedagógica, reparatória e punitiva que a situação exige.
RECORRIDO FRANCISCO HELIO DA SILVA
MICHEL ALVES DE ADVOGADO(OAB: 19805/PB) Sentença mantida.
ANDRADE
RECURSO ORDINÁRIO DA RECLAMADA.
TERCEIRO Ministério do Trabalho e Emprego
INTERESSADO ACIDENTE DE TRABALHO. CULPA EXCLUSIVA DA VÍTIMA.

NÃO CARACTERIZAÇÃO. Deve o empregador fiscalizar a correta


Intimado(s)/Citado(s):
execução das atividades laborais, manter o ambiente de trabalho
- COMERCIAL DE MIUDEZAS FREITAS LTDA
em condições de higiene e segurança adequadas, além de zelar

pelo fornecimento e utilização dos equipamentos de proteção e pela

obediência às normas de segurança no trabalho, o que não foi


PODER JUDICIÁRIO
demonstrado nos autos, razão pela qual deve responder pelos
JUSTIÇA DO TRABALHO
danos causados.

INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS. PAGAMENTO DE

EMENTA DESPESAS MÉDICAS. O reclamante não juntou aos autos

comprovantes de despesas médicas, remédios, fisioterapia, exames

e congêneres, ônus que lhe competia provar e que não se

MATÉRIA EM COMUM desvencilhou.

INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS. LUCROS CESSANTES Sentença reformada no tópico.

E PENSÃO VITALÍCIA. PAGAMENTO EM PARCELA ÚNICA. A LIMBO JURÍDICO PREVIDENCIÁRIO. RECUSA DO

indenização por danos materiais (pensão mensal temporária ou EMPREGADO EM RETORNAR AO TRABALHO. INEXISTÊNCIA.

vitalícia) não se confunde e nem é influenciada pela percepção ou Não há que se falar em limbo jurídico previdenciário se restar

não percepção de benefício previdenciário pelo trabalhador. Cada robustamente comprovado nos autos de que foi o empregado que

parcela tem fundamento jurídico diverso e, portanto, são se recusou a retornar ao trabalho apesar de chamado pela

autônomas, conforme a iterativa, atual e notória jurisprudência do empresa.

Tribunal Superior do Trabalho. Provada a incapacidade permanente Sentença reformada no tópico.

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 685
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS SUCUMBENCIAIS. à época ,bem como 13.º salário proporcional; b) no pagamento de

INCONSTITUCIONALIDADE DO ART. 791-A DA CLT. A todas as despesas médicas e tratamentos necessários decorrentes

composição Plena deste e. Regional, examinando a Arguição de da lesão apontada no laudo pericial, ou seja, lesão que corresponde

Inconstitucionalidade nº 0080026-04.2019.5.07.0000, decidiu a Anquilose Total de um dos cotovelos, ficando condicionado o

declarar a inconstitucionalidade da expressão "desde que não tenha pagamento à comprovação do quantum pago (ou a ser pago) com a

obtido em juízo, ainda que em outro processo, créditos capazes de medicação e demais despesas médicas, desde que

suportar a despesa", constante do § 4º do art. 791-A da CLT, com comprovadamente decorrentes da lesão supra citada. Para fins de

redação da Lei nº 13.467 de 13/07/2017. Desta feita, em respeito à elaboração do cálculo de liquidação, no momento oportuno, deverá

opinião majoritária dos integrantes do Tribunal Pleno do TRT da 7ª o reclamante comprovar aos autos todos os gastos realizados com

Região, merece provimento parcial o recurso da reclamada, as despesas médicas decorrentes da lesão sofrida.

condenar o reclamante no pagamento de honorários advocatícios Inconformadas recorrem ambas as partes.

sucumbenciais no percentual de 15% e determinar que os O reclamante, em razões de recurso ordinário de id 28d8813, pugna

honorários advocatícios de sucumbência permaneçam sob condição pelo reconhecimento da rescisão indireta do contrato de trabalho

suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser executados se, decorrente de descumprimentos de obrigações do contrato, nos

nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão, o termos da alínea "d", do art. 483 da CLT, alternativamente, requer

credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência aplicação da dispensa sem justa causa, na data de 31/05/2019,

de recursos que justificou a concessão da gratuidade processual ao momento em que encerrou os trabalhos para a empresa em face da

obreiro, extinguindo-se, passado esse prazo, a respectiva reintegração frustrada, e a consequente condenação da empresa

obrigação. reclamada no pagamento das seguintes verbas rescisórias: Aviso

Recursos ordinários conhecidos e parcialmente providos Prévio indenizado de 36 dias no valor de R$ 1.197,60; 13º salário

proporcional no valor de R$ 415,83; e férias proporcionais

acrescidas de 1/3 no valor de R$ 776,22. Requer, ainda,

autorização judicial para levantamento do FGTS e anotação da data

RELATÓRIO de saída na CTPS da reclamante, considerando o aviso prévio

indenizado (artigo 29, § 2º, da CLT e Orientação Jurisprudencial 82,

da SDI-1, do TST3).

A sentença prolatada pela MM.ª 1.ª Vara do Trabalho de Maracanaú Pugna pelo pagamento de pensão mensal vitalícia, em favor da

(id 0d3788a) julgando parcialmente procedentes os pedidos parte reclamante, desde a data do acidente (30.11.2016) até a data

formulados por FRANCISCO HELIO DA SILVA na reclamação de sua morte;

trabalhista promovida contra COMERCIAL DE MIUDEZAS Requer, ainda, pagamento da pensão mensal em dobro, nos meses

FREITAS LTDA, condenou a reclamada no pagamento de: a) de dezembro, em razão da consideração da gratificação natalina e,

indenização por danos morais, no valor de R$ 19.960,00 (dezenove nos meses de outubro, quando se verificaria o implemento do direito

mil, novecentos e sessenta reais);b) pagar ao reclamante, caso seja à percepção de férias, o acréscimo de 1/3; pagamento de

comprovado nos autos que o mesmo está desempregado, indenização de uma só vez, conforme disposição do parágrafo

indenização por danos materiais correspondente a 1/4 do salário único do art. 950 do CCB, ou, subsidiariamente, que seja

mínimo mensal, até 20/02/2034; c) honorários advocatícios determinada que a parte reclamada constitua um capital cuja renda

sucumbenciais ao advogado do autor, no percentual de 15%; c) assegure o adimplemento da pensão mensal deferida à parte

honorários periciais no valor de R$ 3.250,0, em favor do expert reclamante, nos termos do art. 533 do CPC.

Leonardo Oliveira da Costa, bem como a devolver a União Federal Ao final pugna pela majoração do valor da indenização por danos

o valor de R$ 350,00. morais para o montante equivalente a trinta e cinco vezes o último

Complementada pela sentença que julgou parcialmente salário do reclamante (R$ 998,00), nos termos do tabelamento da

procedentes os embargos de declaração interpostos pelo CLT, em razão da natureza gravíssima do dano.

reclamante (id be57383), a reclamada foi condenada: a) pagar ao A reclamada, em razões de recurso ordinário (id c0a585e) pugna

reclamante todos os salários e vantagens não recebidos pelo pela exclusão da condenação em indenização por danos morais e

mesmo entre a data do dia 10/11/2017 e 03/10/2018, devendo para materiais, alegando inexistência de danos, aduzindo "que o acidente

fins de cálculo ser considerado o valor de um salário mínimo vigente ocorreu por culpa exclusiva do trabalhador, inclusive conforme por

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 686
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

ele mesmo confessado". ou a privacidade, atributos que constituem a base de sustentação

Insurge-se, ainda, contra o pagamento dos meses de afastamento da própria personalidade do ofendido. Desta forma, além da prova

do recorrido, alegando não há que se falar em limbo previdenciário, inequívoca do prejuízo real sofrido, faz-se imprescindível a

posto que o reclamante foi considerado apto a retornar ao labor e demonstração da ilicitude do comportamento do ofensor, cujo ânimo

"contudo, ao seu bel prazer, recusou-se a retornar ao trabalho de lesionar o patrimônio moral do ofendido deve restar devidamente

depois do término do auxílio acidentário". evidenciado.

Ao final requer a condenação do reclamante em honorários A responsabilidade civil do empregador em caso de acidente de

sucumbenciais. trabalho é regulada pelo art. 7º, XXVIII da CF/88 c/c arts. 186 e 927

Contrarrazões pelo reclamante (id f9679d9) e pela reclamada (id do Código Civil, in verbis:

963cd68). "Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de

Dispensada remessa ao Ministério Público do Trabalho para outros que visem à melhoria de sua condição social:

emissão de parecer. XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do

empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado,

quando incorrer em dolo ou culpa;"

"Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência

FUNDAMENTAÇÃO ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que

exclusivamente moral, comete ato ilícito."

"Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a

ADMISSIBILIDADE outrem, fica obrigado a repará-lo.

Preenchidos os pressupostos de admissibilidade de se conhecer Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano,

dos recursos ordinários interpostos por ambas as partes. independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou

MATÉRIA EM COMUM A AMBOS OS RECURSOS. quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano

Por se tratarem de matérias suscitadas em ambos os recursos implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem."

passa-se à analisá-los conjuntamente: Da análise dos dispositivos legais acima citados, constata-se a

ACIDENTE DE TRABALHO. INDENIZAÇÃO POR DANOS exigência de três requisitos para a configuração da

MORAIS E MATERIAIS. MAJORAÇÃO. responsabilidade civil do empregador nos casos de acidente de

Pugna a reclamada pela exclusão da condenação em indenização trabalho, quais sejam: dano, nexo de causalidade e dolo ou culpa

por danos morais e materiais repisando a tese de culpa exclusiva da do empregador.

vítima em relação ao acidente de trabalho ocorrido. No caso, a parte obreira foi contratada para o cargo de repositor de

À análise. mercadorias, cargo o qual não se caracteriza como atividade de

Afirma o reclamante que exercia a função de repositor de risco, portanto, não configura hipótese de responsabilidade objetiva

mercadorias na reclamada, em 03/10/2016. patronal.

No dia 30/11/2016 foi vítima de um acidente de trabalho, nas Incontroverso que o obreiro, durante sua jornada de trabalho, sofreu

dependências da reclamada, quando fazia o manuseio de um acidente que ocasionou traumatismo craniano e a fratura

mercadorias em geral, que eram acondicionadas em caixa de exposta do cotovelo direito, na forma descrita no Laudo Médico (id

papelão ou em sacos plásticos, e realizava o empilhamento dos c1a1b3e).

produtos em lote, com altura superior a 4 (quatro) metros, caiu em Dessa forma, comprovada a existência do fato ensejador e do dano.

queda livre e bateu com a cabeça no solo, causando-lhe O cerne da questão consiste em apurar o dolo ou culpa do

traumatismo craniano e fratura exposta no braço direito empregado.

O dano moral incide sobre bens de ordem não material, quando A reclamada, ao alegar culpa exclusiva da vítima como excludente

afeta direitos relacionados à personalidade; é o dano sofrido nos da responsabilidade civil, atraiu para si o dever de comprovar tanto

sentimentos de alguém, em sua honra, em sua consideração social a culpa do empregado quanto a sua ausência de culpa, por se

ou laboral, em decorrência de ato danoso. constituírem em fatos impeditivos do direito do autor (arts. 818 da

Assim, a indenização por danos morais, para ser acolhida, CLT e 373, II, do Código de Processo Civil de 2015), ônus do qual

pressupõe, necessariamente, a violação de bens imateriais, que não se desincumbiu a contento.

atinge os mais íntimos valores da pessoa, como a honra, a imagem A prova oral produzida nos autos não confirma a tese defensória.

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 687
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Salienta-se que foi ouvida nos autos apenas uma testemunha consideração o binômio "necessidade da vítima e capacidade

apresentada pela reclamada, a qual sequer presenciou o malsinado econômica do agente", dado o caráter compensatório e pedagógico

acidente. que deve revestir tal condenação.

Senão vejamos:

"que o depoente e o reclamante não laboravam no mesmo local, Art. 944 do CPC. A indenização mede-se pela extensão do

pois, embora trabalhassem no mesmo centro de distribuição, as dano.(...)

atividades de um não eram realizadas perto das atividades do outro;

que o depoente laborava separando mercadorias dentro do centro Art. 946 do CPC. Se a obrigação for indeterminada, e não houver

de distribuição (CD), em todos os locais onde se fizesse necessária na lei ou no contrato disposição fixando a indenização devida pelo

a separação dentro do CD; que o reclamante laborava dentro do inadimplente, apurar-se-á o valor das perdas e danos na forma que

centro de distribuição, em todos os locais onde fosse possível a lei processual determinar.

acondicionar as mercadorias;"

"que ouviu comentários que o reclamante havia caída na reclamada; A reparação do dano extrapatrimonial, mormente aquele advindo da

que o depoente não presenciou o acidente em referência, mas relação empregatícia, deve representar uma função ressarcitória-

estava próximo (a duas ruas de distância);" preventiva, assim, o valor da indenização deve representar, ao

"que não sabe informar se o reclamante estava utilizando algum tipo mesmo tempo, uma compensação financeira à vítima e uma

de EPI; que presume que o reclamante recebesse cinto de punição ao agente capaz de desestimular a reiteração da prática

proteção, eis que, todos os empregados da reclamada que leviana.

trabalhavam em altura, recebiam cinto de segurança e gaiola; que Diante destas considerações, mantenho a condenação na

ouviu comentários que o reclamante pulou de um lote (pilha de indenização por danos morais no valor de R$ 19.960,00 (dezenove

caixas de mais de um metro de altura) para outro; que acredita que mil, novecentos e sessenta reais), por entender que o mesmo foi

o reclamante não estava em gaiola;" (Primeira testemunha do fixado em patamar razoável, atendendo as funções pedagógica,

reclamado(s): FRANCISCO WASHINGTON FREIRE - id cc9bfab) reparatória e punitiva que a situação exige.

Em verdade, restou provado que o referido acidente fora provocado

pela omissão da reclamada no sentido de adoção de todas as INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS. PENSIONAMENTO.

providências necessárias à salubridade e segurança do seu meio TERMOS INICIAL E FINAL. PAGAMENTO DE UMA SÓ VEZ.

ambiente laboral, e não por culpa do reclamante, como sustenta a Insurge-se a reclamada contra a condenação no pagamento de

reclamada. indenização por danos materiais afirma desnecessário o pagamento

A reclamada, por imprudência ou negligência, deixou de oferecer os de pensionamento mensal posto que o reclamante foi reintegrado

meios necessários e suficientes à segurança do trabalhador, uma em 04.10.2018 e que, após a publicação da sentença em

vez que não treinou ou capacitou o obreiro para atividades em 27.05.2019, que condenou a reclamada no pagamento de a pensão

altura, bem como não fiscalizava o uso dos equipamentos de de ¼ do salário mínimo por mês, afastou-se do emprego em

proteção, mormente cinto de segurança e o uso da "gaiola". 31.05.2019.

Ainda que se aceite a hipótese de o obreiro ter saído da gaiola e Aduz, ainda indevida a condenação no pagamento de despesas

pulado das caixas por conta própria, verifica-se a responsabilidade médicas, tendo em vista não há qualquer documentação nos autos

da reclamada, em permitir que o obreiro trabalhe utilizando desse que comprove a necessidade de custeamento, tampouco

artifício que não lhe oferecia nenhum tipo de segurança. comprovantes de gastos relacionados a recuperação do recorrido.

Portanto, evidenciada a presença do dano, do nexo de causalidade O reclamante, por sua vez, pugna pela reforma da sentença quanto

e da culpa empresarial, é de se atribuir a responsabilidade civil da ao termo inicial e final do pagamento da pensão vitalícia. Afirma que

reclamada, devendo indenizar os prejuízos morais sofridos pelo o termo inicial do pagamento da pensão mensal é a data em que o

obreiro, como forma de compensação pelos danos que lhes foram empregado tomou ciência inequívoca de sua incapacidade laboral,

causados. ou seja, no dia do acidente e o termo final deverá ser durante toda a

Correta a sentença. vida do reclamante.

VALOR ATRIBUÍDO AO DANO MORAL Pugna, ainda o reclamante pelo pagamento da pensão em dobro,

Conforme preceitua o art. 944 e art. 946 do Código Civil de 2002, a nos meses de dezembro, em razão da consideração da gratificação

fixação do quantum indenizatório será feito pelo Juiz, levando-se em natalina e, nos meses de outubro, quando se verificaria o

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 688
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

implemento do direito à percepção de férias, o acréscimo de 1/3. que isso resulte em enriquecimento ilícito da parte, tendo em vista a

Ao final requer o pagamento da pensão de uma só vez conforme natureza jurídica diversa das parcelas. Precedentes. Recurso de

disposição do parágrafo único do art. 950 do CCB, ou, revista de que se conhece e a que se dá provimento. (...) (TST:

subsidiariamente, que seja determinada que a parte reclamada ARR 24600720115110013, 7ª Turma, Relator: Cláudio

constitua um capital cuja renda assegure o adimplemento da Mascarenhas Brandão, Julgamento 16/08/2017, Publicação DEJT

pensão mensal deferida à parte reclamante, nos termos do art. 533 25/08/2017)

do CPC. "AGRAVO REGIMENTAL. EMBARGOS REGIDOS PELA LEI Nº

À análise. 13.015/2014. (...) COMPENSAÇÃO POR DANO MATERIAL.

A sentença de primeiro grau (id 0d3788a), complementada pela BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. CUMULAÇÃO. POSSIBILIDADE.

sentença que julgou parcialmente procedentes os embargos de NÃO PROVIMENTO. 1. O entendimento deste colendo Tribunal

declaração interpostos pela reclamante (id be57383), condenou a Superior é no sentido de ser possível a cumulação da compensação

reclamada a pagar ao reclamante, caso seja comprovado nos autos por danos materiais com eventuais benefícios previdenciários, como

que o mesmo está desempregado, indenização por danos materiais é o caso da aposentadoria por invalidez, porquanto possuem

correspondente a 1/4 do salário mínimo mensal, até 20/02/2034, naturezas jurídicas distintas e estão a cargo de titulares diversos.

data em que o autor completará 65 anos, esclarecendo que o termo Precedentes desta egrégia SBDI-1. 2. Estando, pois, o v. acórdão

final da obrigação de pagar a referida indenização decorre da idade turmário em consonância com a atual e iterativa jurisprudência

média para fins de obtenção de aposentadoria por idade (artigo 48, desta colenda Corte Superior, o processamento do recurso de

da Lei n.º 8.213/1991), bem como pagamento de todas as despesas embargos encontra óbice no artigo 894, § 2º, da CLT. 3. Agravo

médicas e tratamentos necessários decorrentes da lesão apontada regimental conhecido e não provido." (AgR-E-ED-RR - 948-

no laudo pericial, ou seja, lesão que corresponde a Anquilose Total 56.2012.5.03.0019, Relator Ministro: Guilherme Augusto Caputo

de um dos cotovelos, ficando condicionado o pagamento à Bastos, Data de Julgamento: 23/06/2016, Subseção I Especializada

comprovação do quantum pago (ou a ser pago) com a medicação e em Dissídios Individuais, Data de Publicação: DEJT 01/07/2016)

demais despesas médicas, desde que comprovadamente "AGRAVO REGIMENTAL INTERPOSTO CONTRA DECISÃO

decorrentes da lesão supra citada. MONOCRÁTICA DE PRESIDENTE DE TURMA QUE NEGA

Inicialmente, é importante deixar claro que a indenização por danos SEGUIMENTO A RECURSO DE EMBARGOS. CUMULAÇÃO DA

materiais (pensão mensal temporária ou vitalícia) não se confunde PENSÃO MENSAL COM BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO.

nem é influenciada pela percepção ou não percepção de benefício POSSIBILIDADE. A pensão mensal possui caráter indenizatório

previdenciário pelo trabalhador. Cada parcela tem fundamento resultante da invalidez decorrente de acidente de trabalho, não se

jurídico diverso e, portanto, são autônomas, conforme a iterativa, confundindo com o pagamento de benefício previdenciário, o qual

atual e notória jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho: não serve de parâmetro para a exclusão ou redução dos valores

AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA DO reconhecidos a título de indenização a cargo do empregador. Nos

AUTOR EM FACE DE DECISÃO PUBLICADA ANTES DA termos do art. 121 da Lei 8.213/91, ademais, o pagamento, pela

VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014. LUCROS CESSANTES. Previdência Social, das prestações por acidente de trabalho não

CUMULAÇÃO COM BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. exclui a responsabilidade civil da empresa ou de outrem. Tal

POSSIBILIDADE. Agravo de instrumento a que se dá provimento proposição é reiterada no Decreto 611/92 do Regulamento dos

para determinar o processamento do recurso de revista, em face de Benefícios da Previdência Social, bem como na Súmula 229 do

haver sido demonstrada possível violação do artigo 121 da Lei nº Supremo Tribunal Federal. Assim, a obrigação de indenizar o dano

8.213/91. RECURSO DE REVISTA DO AUTOR EM FACE DE material decorrente de acidente de trabalho independe dos

DECISÃO PUBLICADA ANTES DA VIGÊNCIA DA LEI Nº rendimentos pagos pela Previdência Social, pois advém da

13.015/2014. LUCROS CESSANTES. CUMULAÇÃO COM O responsabilidade civil. Indevida, nessas circunstâncias, qualquer

BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. POSSIBILIDADE. A iterativa e dedução ou compensação entre parcelas de natureza jurídica de

notória jurisprudência desta Corte Superior se firmou no sentido de origem diversa. Esta é a atual e iterativa jurisprudência da SBDI-1,

que ser plenamente possível a cumulação da indenização dos com a qual se encontra em perfeita harmonia o acórdão

lucros cessantes decorrentes de acidente do trabalho (doença embargado, sendo inviável, dessa forma, o conhecimento do

ocupacional), com o auxílio-doença previdenciário, acidentário ou recurso de embargos, nos exatos termos do § 2º do artigo 894 da

aposentadoria por invalidez, a cargo do órgão previdenciário, sem CLT. Correta, pois, a decisão agravada. Agravo regimental não

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provido. (...)" (AgR-E-RR - 282600-39.2009.5.09.0023, Relator Ademais, conforme laudo pericial (id c1a1b3e), o reclamante ficou

Ministro: Augusto César Leite de Carvalho, Data de Julgamento: com incapacidade laboral parcial e definitiva com redução da

10/03/2016, Subseção I Especializada em Dissídios Individuais, capacidade em 25% (vinte e cinco por cento).

Data de Publicação: DEJT 18/03/2016) Segundo o disposto no art. 950 do Código Civil, repisa-se, a

Desse modo, o fato de a parte reclamante ter ou não ter percebido indenização a título de dano material ou patrimonial decorrente de

benefício previdenciário em nada influenciará no arbitramento de acidente de trabalho além de abarcar o dano emergente e o lucro

eventuais lucros cessantes. cessante, envolve ainda a pensão proporcional à importância do

Cumpre, ainda, ressaltar que os danos materiais podem trabalho para o qual se inabilitou ou à depreciação que sofreu.

compreender tanto os danos emergentes (aquilo que a vítima O lucro cessante, como sabido, diz respeito aos valores que o

efetivamente perdeu em decorrência do evento danoso), como empregado concretamente deixa de obter até o fim da

lucros cessantes (resultantes do que efetivamente a vítima deixou convalescença, tornando-se imprescindível a comprovação do que

de ganhar). efetivamente deixou de auferir, o que não restou posto nos autos.

Segundo Sebastião Geraldo de Oliveira, em seu livro Indenizações O pensionamento vitalício, por sua vez, somente é devido se, após

por Acidente do Trabalho ou Doença Ocupacional, 8.ª edição, LTr, a convalescença, restarem efetivamente provadas as sequelas que

2014, páginas 244 e 245, define dano emergente e lucro cessante reduzam ou cessem a capacidade laborativa do empregado de

nos seguintes termos: forma definitiva.

"O dano emergente é aquele prejuízo imediato e mensurável que No caso, observa-se que, para as atividades laborais em geral,

surge em razão do acidente do trabalho, causando uma diminuição houve uma redução da capacidade laboral do obreiro em 25 %

no patrimônio do acidentado". (vinte e cinco por cento) de forma parcial e definitiva.

Outrossim, o art. 950, do Código Civil menciona as despesas de Como se vê, o autor ficou impossibilitado de exercer a função que

tratamento até o fim da convalescença, mas assegura que também ocupava anteriormente ao acometimento da moléstia profissional

são indenizáveis outras reparações ou prejuízos que o ofendido (repositor de mercadorias), o que, segundo Sebastião Geraldo de

prove haver sofrido e lucros cessantes, nestes termos: Oliveira: "A incapacidade para o trabalho deve ser aferida tendo

Art. 950. Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não como referência a profissão da vítima, a teor do art. 950 do Código

possa exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a Civil, não podendo ser analisada em relação ao exercício de outras

capacidade de trabalho, a indenização, além das despesas do atividades profissionais, salvo em casos excepcionais" (OLIVEIRA,

tratamento e lucros cessantes até ao fim da convalescença, incluirá Sebastião Geraldo de. Indenizações por acidente do trabalho ou

pensão correspondente à importância do trabalho para que se doença ocupacional. 2. Ed. São Paulo: LTr, 2006. P. 266).

inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu. Ainda sobre o tema, segundo lição de José Affonso Dallegrave

Parágrafo único. O prejudicado, se preferir, poderá exigir que a Neto: "O legislador considerou o " próprio ofício" ou a " profissão

indenização seja arbitrada e paga de uma só vez. praticada" pelo acidentado como critério para aferir o grau de

Além das perdas efetivas dos danos emergentes, a vítima pode incapacidade e, por conseguinte, fixar o valor da pensão. Assim,

também ficar privada dos ganhos futuros, ainda que pouco importa o fato da vítima vir a exercer outra atividade afim ou

temporariamente. Para que a reparação do prejuízo seja completa, compatível com sua depreciação". (DALLEGRAVE NETO. José

o art. 402 do Código Civil determina o cômputo dos lucros Affonso. Responsabilidade Civil no Direito do Trabalho. 5ª, ed. São

cessantes, considerando-se como tais aquelas parcelas cujo Paulo:LTr, 2015. P.).

recebimento, dentro da razoabilidade, seria correto esperar. Portanto, uma vez provada a incapacidade permanente parcial e

Assim, a teor do art. 402, do Código Civil, os lucros cessantes definitiva do obreiro, prospera o pagamento de pensão vitalícia

representam o que a vítima deixará de ganhar no futuro após o decorrente de acidente de trabalho.

acidente, nos seguintes termos: Mantém-se a sentença.

"Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as RECURSO ORDINÁRIO DO RECLAMANTE

perdas e danos devidas ao credor abrangem, além do que ele RESCISÃO INDIRETA.

efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar". Pugna o reclamante pelo reconhecimento da rescisão indireta como

No caso, conforme expresso no item que analisou os danos morais, forma de resilição do contrato laboral, ante o descumprimento das

restou provado o dano sofrido pelo reclamante, o nexo causal e a normas de segurança do trabalho.

culpa subjetiva da reclamada. Razão não lhe assiste.

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O reclamante foi reintegrado aos quadros da reclamada em Ministra Kátia Magalhães de Arruda, divulgado no DEJT de

04/10/2018 (id ded2bfb). 18/6/2010).

Isto posto, de se reconhecer verificada a perda superveniente de Nestes termos, fixa-se o termo inicial do pagamento indenização por

objeto do pedido de reconhecimento da rescisão indireta, diante da danos materiais na forma de pensionamento para o dia em que

reintegração do obreiro. ocorreu o acidente de trabalho (30.11.2016) enquanto o obreiro

PENSIONAMENTO. TERMO INICIAL E FINAL. PAGAMENTO DE viver, sem qualquer limitação temporal.

UMA SÓ VEZ.

O reclamante insurge-se contra a decisão de primeiro grau PAGAMENTO EM DOBRO

pugnando pela fixação do termo inicial do pensionamento à data do Pugna o reclamante pelo pagamento da pensão mensal, "em dobro,

acidente de trabalho (30.11.2016) e o termo final durante toda a nos meses de dezembro, em razão da consideração da gratificação

vida. natalina e, nos meses de outubro, quando se verificaria o

Pugna, ainda, pelo pagamento da pensão em dobro, nos meses de implemento do direito à percepção de férias, o acréscimo de 1/3".

dezembro, em razão da consideração da gratificação natalina e, nos Razão não lhe assiste.

meses de outubro, quando se verificaria o implemento do direito à A pensão mensal vitalícia possui caráter indenizatório, não havendo

percepção de férias, o acréscimo de 1/3. que se falar no pagamento em dobro decorrente de verbas salariais.

À análise. Correta a sentença.

A sentença de primeiro grau condenou a reclamada no pagamento

de 1/4 do salário mínimo por mês, caso o reclamante fique PAGAMENTO DE PENSIONAMENTO EM PARCELA ÚNICA

desempregado, até 20/02/2034, data em que o autor completará 65 Defende o autor/recorrente, que diante das sequelas irreversíveis

anos de idade, tendo por base a idade média para fins de obtenção ocasionas pelo acidente de trabalho, o obreiro encontra-se

de aposentadoria por idade. impossibilitado de exercer qualquer atividade laboral, o que enseja o

Em se tratando de acidente do trabalho, o marco inicial do pagamento de indenização por danos materiais, a teor do disposto

pagamento do pensionamento a título de dano material é a partir do no art. 950, do Código Civil, em parcela única,

evento danoso, ou seja, deve ser paga à partir da data em que À análise.

ocorreu o acidente de trabalho, de acordo com o art. 950 do Código Dispõe o Parágrafo único do art. Art. 950, do Código Civil:

Civil (30.11.2016).

Da leitura do referido art. 950, do Código Civil, extrai-se a conclusão "Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa

de que a pensão vitalícia deverá ser paga até o momento em que exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade

cesse a causa que impossibilitou o empregado para o trabalho. de trabalho, a indenização, além das despesas do tratamento e

No caso, o autor ficou parcial e permanentemente incapacitado para lucros cessantes até ao fim da convalescença, incluirá pensão

o trabalho, devendo, portanto receber pensão vitalícia, ou seja, correspondente à importância do trabalho para que se inabilitou, ou

enquanto viver, sem qualquer limitação temporal. da depreciação que ele sofreu.

Não se pode acolher, como termo final para o pagamento da Parágrafo único. O prejudicado, se preferir, poderá exigir que a

pensão vitalícia a data da em que o empregado adquire o direito à indenização seja arbitrada e paga de uma só vez."

aposentadoria por idade, posto que as lesões por ele sofridas não

cessarão com a sua aposentadoria. A indenização paga de uma só vez, contida no parágrafo único do

Nesse sentido, cita-se o seguinte precedente: art. 950 do Código Civil, deve ser interpretada como uma "opção"

PENSÃO VITALÍCIA - TERMO FINAL. A extensão do dano foi para o prejudicado, submetida, todavia, ao critério do julgador.

analisado pelo Regional, que concluiu que as limitações decorrentes Este Juízo entende que o pagamento da indenização em parcela

do acidente de trabalho não se encerariam com a aposentadoria, única tem como intuito conciliar os interesses do credor (vítima),

aplicando corretamente as disposições do art. 944, do Código Civil, que recebe o valor de uma vez só, e do devedor (ofensor,

que entendo não ter sido violado. Além disso o referido dispositivo responsável), que resta liberado da obrigação mensal, ou mesmo

estabelece apenas o parâmetro legal para fixação do quantum de eventual constituição de capital ou inclusão em folha de

indenizatório. Em outras palavras, não se trata de limitação pagamento.

temporal da obrigação. Recurso de Revista que não se conhece. Isto posto, converto o pagamento da indenização por danos

(TST - RR- 9951400-19.2005.5.09.0002, 5.ª TURMA, Relatora materiais (lucros cessantes) através de pensão vitalícia, em parcela

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única, com valor a ser calculado correspondente a 25% do salário EMPREGADO DE RETORNO AO TRABALHO

mínimo, seguindo os seguintes parâmetros: data do acidente e data Aduz a reclamada ser indevida a condenação no pagamento

em que o autor completar 74,9 anos de idade (expectativa de vida detodos os salários e vantagens não recebidos pelo mesmo entre a

do brasileiro). data do dia 10/11/2017 e 03/10/2018, bem como 13.º salário

Sentença reformada. proporcional, afirmando que o reclamante, após o término do auxílio

acidentário, ter sido considerado apto para o trabalho, recusou-se a

RECURSO ORDINÁRIO DA RECLAMADA retornar apesar da oferta da reclamada de readaptação nas

RESSARCIMENTO DE DESPESAS MÉDICAS funções de porteiro ou fiscal de loja.

A sentença recorrida condenou a reclamada "no pagamento de Assiste-lhe razão.

todas as despesas médicas e tratamentos necessários decorrentes A cessação de benefício previdenciário em virtude de recuperação

da lesão apontada no laudo pericial, ou seja, lesão que corresponde da capacidade laboral constatada pelo perito do INSS afasta a

a Anquilose Total de um dos cotovelos, ficando condicionado o suspensão do contrato de trabalho, impondo o imediato retorno do

pagamento à comprovação do quantum pago (ou a ser pago) com a trabalhador ao emprego.

medicação e demais despesas médicas, desde que O chamado limbo previdenciário se dá quando o trabalhador recebe

comprovadamente decorrentes da lesão supra citada." alta médica do INSS e o empregador, mediante conclusão médica

Aduz a reclamada indevida a condenação no pagamento de que atesta sua incapacidade laborativa, se recusa a reencaminhar o

despesas e tratamento médico, posto que inexiste nos autos empregado de volta às suas atividades.

documentos que comprovem a necessidade de custeamento, Assim, compete ao empregador, enquanto responsável pelo risco

tampouco comprovantes de gastos relacionados a recuperação do da atividade empresarial (CLT, artigo 2º), receber o trabalhador

recorrido. ofertando-lhe o exercício das funções antes executadas ou, ainda,

No tocante à condenação por danos materiais, percebe-se do de atividades compatíveis com as limitações adquiridas.

pedido constante da inicial que o pleito foi fundamentado no pedido No caso, o reclamante não comprovou que a reclamada tenha

de ressarcimento de despesas com remédios, consultas médicas, impedido o seu retorno ao trabalho após alta médica.

exames e procedimentos relacionados à doença acometida. Ao revés, foi o empregado quem deu causa ao não retorno ao

Como é sabido, a doutrina subdivide os danos materiais em danos trabalho.

emergentes - decorrentes das despesas suportadas pela vítima em Em audiência datada de 25/06/2018 (id e91b74d) a reclamada

face do dano sofrido - e lucros cessantes - aqueles provenientes do ofereceu o retorno do obreiro ao trabalho com readaptação da

que a vítima deixou de auferir em face do aludido dano suportado. função de porteiro ou fiscal de loja, tendo o reclamante rejeitado a

Nesta perspectiva, percebe-se com nitidez que o dano material proposta ao argumento de não possui condições físicas para

pleiteado pelo autor se relaciona com os danos emergentes que exercer as funções designadas.

necessitam, para o seu deferimento, de comprovação robusta das Observa-se, portanto, que o empregador fez de tudo para reverter a

despesas suportadas pela parte que o requer, para justificar seu situação, inclusive propondo a readaptação do obreiro em outras

deferimento, fato que, no presente caso, não restou demonstrado. funções.

O obreiro não trouxe aos autos comprovantes destes pagamentos, Assim sendo, a presente situação não se caracteriza como "limbo

o que inviabiliza o reconhecimento ao direito a esta indenização a jurídico previdenciário", prevalecendo que o autor ficou afastado do

título de dano emergente. trabalho por sua própria inércia, não havendo culpa atribuível à

Embora a sentença recorrida tenha condicionado o pagamento de empregadora.

todos os gastos realizados com as despesas médicas decorrentes Diante do exposto, reforma-se a sentença para excluir da

da lesão sofrida pelo obreiro, em momento oportuno, entendo que condenação o pagamento dos salários do período de 10/11/2017 e

tais documentos deveriam ter sido carreados aos autos já na 03/10/2018, bem como os respectivos reflexos.

instrução processual.

Isto posto, reforma-se a sentença para excluir da condenação o HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS.

pagamento de gastos realizados com despesas médicas. Pugna a recorrente pela condenação do reclamante no pagamento

Sentença reformada no tópico. de honorários advocatícios sucumbenciais.

Afirma que a sentença de primeiro grau afastou a condenação dos

LIMBO PREVIDENCIÁRIO. INEXISTÊNCIA. RECUSA DO honorários advocatícios do patrono da reclamada por ter deferido os

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benefícios da justiça gratuita, em afronta ao artigo 791-A, da CLT. ao recurso da parte reclamada para condenar o reclamante no

Com relação aos honorários advocatícios de sucumbência, e em pagamento de honorários advocatícios no percentual de 15% e

face da redação da Lei nº 13.467 de 13.07.2017 que incluiu na CLT determinar que a execução dos honorários advocatícios de

o art. 791-A, tem-se que: sucumbência permaneçam sob condição suspensiva de

Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão exigibilidade e somente poderão ser exigidos se, nos dois anos

devidos honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% subsequentes ao trânsito em julgado da decisão, o credor

(cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de

valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico recursos que justificou a concessão da gratuidade processual ao

obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado obreiro, extinguindo-se, passado esse prazo, a respectiva

da causa. obrigação.

§ 1º Os honorários são devidos também nas ações contra a Sentença reformada.

Fazenda Pública e nas ações em que a parte estiver assistida ou

substituída pelo sindicato de sua categoria.

§ 2º Ao fixar os honorários, o juízo observará: CONCLUSÃO DO VOTO

I - o grau de zelo do profissional;

II - o lugar de prestação do serviço;

III - a natureza e a importância da causa; Voto pelo conhecimento dos recursos e, no mérito, dar parcial

IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o provimento ao recurso do reclamante para converter o pagamento

seu serviço. da indenização por danos materiais (lucros cessantes) através de

§ 3º Na hipótese de procedência parcial, o juízo arbitrará honorários pensão vitalícia, em parcela única, com valor a ser calculado

de sucumbência recíproca, vedada a compensação entre os correspondente a 25% do salário mínimo, seguindo os seguintes

honorários. parâmetros: data do acidente e data em que o autor completar 74,9

§ 4º Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha anos de idade (expectativa de vida do brasileiro). Dar parcial

obtido em juízo, ainda que em outro processo, créditos capazes de provimento ao recurso ordinário da reclamada para excluir da

suportar a despesa, as obrigações decorrentes de sua sucumbência condenação: o pagamento de gastos realizados com despesas

ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente médicas; o pagamento dos salários do período de 10/11/2017 e

poderão ser executadas se, nos dois anos subsequentes ao trânsito 03/10/2018, bem como os respectivos reflexos; condenar o

em julgado da decisão que as certificou, o credor demonstrar que reclamante no pagamento de honorários advocatícios no percentual

deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que de 15% e determinar que a execução dos honorários advocatícios

justificou a concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse de sucumbência permaneçam sob condição suspensiva de

prazo, tais obrigações do beneficiário. exigibilidade e somente poderão ser exigidos se, nos dois anos

§ 5º São devidos honorários de sucumbência na reconvenção. subsequentes ao trânsito em julgado da decisão, o credor

Entretanto, cumpre observar a decisão do Tribunal Pleno deste demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de

Tribunal quando, examinando Arguição de Inconstitucionalidade - recursos que justificou a concessão da gratuidade processual ao

Processo nº 0080026-04.2019.5.07.0000 - em novembro/2019 - obreiro, extinguindo-se, passado esse prazo, a respectiva

decidiu declarar incidentalmente a inconstitucionalidade da obrigação. Custas de 2% pela reclamada, calculadas sobre o novo

expressão "desde que não tenha obtido em juízo, ainda que em valor da condenação que ora arbitra-se em R$40.000,00 (quarenta

outro processo, créditos capazes de suportar a despesa", constante mil reais).

do § 4º do art. 791-A da CLT, com redação da Lei nº 13.467 de

13.07.2017.

Desta feita, por uma questão de disciplina judiciária, sem embargos DISPOSITIVO

da minha posição pessoal, de que o beneficiário da justiça gratuita

não deve ser condenado nos ônus da sucumbência, outro caminho

não vejo a não ser me curvar à opinião majoritária dos integrantes

do Tribunal Pleno do TRT da 7ª Região e passar a adotar, com

ressalvas, o entendimento supra e, portanto, dar provimento parcial

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 693
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Processo Nº ROT-0000783-46.2018.5.07.0032
Relator FRANCISCO JOSÉ GOMES DA
SILVA
RECORRENTE COMERCIAL DE MIUDEZAS
ACORDAM OS DESEMBARGADORES DA 2.ª TURMA DO FREITAS LTDA
CELSO RICARDO ADVOGADO(OAB: 15642-A/CE)
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 2.ª REGIÃO, por FREDERICO BALDAN
unanimidade, conhecer dos recursos e, no mérito, dar parcial RECORRENTE FRANCISCO HELIO DA SILVA
MICHEL ALVES DE ADVOGADO(OAB: 19805/PB)
provimento ao recurso do reclamante para converter o pagamento ANDRADE
da indenização por danos materiais (lucros cessantes) através de RECORRIDO COMERCIAL DE MIUDEZAS
FREITAS LTDA
pensão vitalícia, em parcela única, com valor a ser calculado CELSO RICARDO ADVOGADO(OAB: 15642-A/CE)
FREDERICO BALDAN
correspondente a 25% do salário mínimo, seguindo os seguintes
RECORRIDO FRANCISCO HELIO DA SILVA
parâmetros: data do acidente e data em que o autor completar 74,9 MICHEL ALVES DE ADVOGADO(OAB: 19805/PB)
ANDRADE
anos de idade (expectativa de vida do brasileiro). Dar parcial
TERCEIRO Ministério do Trabalho e Emprego
provimento ao recurso ordinário da reclamada para excluir da INTERESSADO

condenação: o pagamento de gastos realizados com despesas


Intimado(s)/Citado(s):
médicas; o pagamento dos salários do período de 10/11/2017 e - COMERCIAL DE MIUDEZAS FREITAS LTDA
03/10/2018, bem como os respectivos reflexos; condenar o

reclamante no pagamento de honorários advocatícios no percentual

de 15% e determinar que a execução dos honorários advocatícios


PODER JUDICIÁRIO
de sucumbência permaneçam sob condição suspensiva de
JUSTIÇA DO TRABALHO
exigibilidade e somente poderão ser exigidos se, nos dois anos

subsequentes ao trânsito em julgado da decisão, o credor

demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de EMENTA


recursos que justificou a concessão da gratuidade processual ao

obreiro, extinguindo-se, passado esse prazo, a respectiva

obrigação. Custas de 2% pela reclamada, calculadas sobre o novo MATÉRIA EM COMUM


valor da condenação que ora arbitra-se em R$40.000,00 (quarenta INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS. LUCROS CESSANTES
mil reais). E PENSÃO VITALÍCIA. PAGAMENTO EM PARCELA ÚNICA. A
Participaram do julgamento os Exmos. Srs. Desembargadores indenização por danos materiais (pensão mensal temporária ou
Francisco José Gomes da Silva (Presidente e Relator),Cláudio vitalícia) não se confunde e nem é influenciada pela percepção ou
Soares Pires e Jefferson Quesado Júnior. Presente ainda o(a) não percepção de benefício previdenciário pelo trabalhador. Cada
Exmo(a). Sr(a). membro do Ministério Público do Trabalho. parcela tem fundamento jurídico diverso e, portanto, são
Fortaleza, 17 de fevereiro de 2020. autônomas, conforme a iterativa, atual e notória jurisprudência do

Tribunal Superior do Trabalho. Provada a incapacidade permanente

parcial do obreiro, prospera o pagamento de pensão vitalícia

decorrente de acidente de trabalho. Este Juízo entende que o

pagamento da indenização em parcela única tem como intuito

conciliar os interesses do credor (vítima), que recebe o valor de uma


FRANCISCO JOSÉ GOMES DA SILVA vez só, e do devedor (ofensor, responsável), que resta liberado da
Relator obrigação mensal, ou mesmo de eventual constituição de capital ou

inclusão em folha de pagamento.

RECURSO ORDINÁRIO DO RECLAMANTE.

RESCISÃO INDIRETA DO CONTRATO DE TRABALHO. PERDA


FORTALEZA/CE, 04 de março de 2020. SUPERVENIENTE DE OBJETO. REINTEGRAÇÃO. De se

reconhecer verificada a perda superveniente de objeto do pedido de


ROMULO DE SOUSA FROTA reconhecimento da rescisão indireta, diante da reintegração do
Diretor de Secretaria obreiro.

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 694
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. QUANTUM suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser executados se,

INDENIZATÓRIO. ART. 944 E 946, DO CÓDIGO CIVIL 2002. nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão, o

Conforme preceitua o art. 944 e art. 946 do Código Civil de 2002, a credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência

fixação do quantum indenizatório será feito pelo Juiz, levando-se em de recursos que justificou a concessão da gratuidade processual ao

consideração o binômio "necessidade da vítima e capacidade obreiro, extinguindo-se, passado esse prazo, a respectiva

econômica do agente", dado o caráter compensatório e pedagógico obrigação.

que deve revestir tal condenação. Diante destas considerações, Recursos ordinários conhecidos e parcialmente providos

mantém-se a condenação na indenização por danos morais, por se

entender que a mesma foi fixada em patamar razoável, atendendo

as funções pedagógica, reparatória e punitiva que a situação exige.

Sentença mantida. RELATÓRIO

RECURSO ORDINÁRIO DA RECLAMADA.

ACIDENTE DE TRABALHO. CULPA EXCLUSIVA DA VÍTIMA.

NÃO CARACTERIZAÇÃO. Deve o empregador fiscalizar a correta A sentença prolatada pela MM.ª 1.ª Vara do Trabalho de Maracanaú

execução das atividades laborais, manter o ambiente de trabalho (id 0d3788a) julgando parcialmente procedentes os pedidos

em condições de higiene e segurança adequadas, além de zelar formulados por FRANCISCO HELIO DA SILVA na reclamação

pelo fornecimento e utilização dos equipamentos de proteção e pela trabalhista promovida contra COMERCIAL DE MIUDEZAS

obediência às normas de segurança no trabalho, o que não foi FREITAS LTDA, condenou a reclamada no pagamento de: a)

demonstrado nos autos, razão pela qual deve responder pelos indenização por danos morais, no valor de R$ 19.960,00 (dezenove

danos causados. mil, novecentos e sessenta reais);b) pagar ao reclamante, caso seja

INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS. PAGAMENTO DE comprovado nos autos que o mesmo está desempregado,

DESPESAS MÉDICAS. O reclamante não juntou aos autos indenização por danos materiais correspondente a 1/4 do salário

comprovantes de despesas médicas, remédios, fisioterapia, exames mínimo mensal, até 20/02/2034; c) honorários advocatícios

e congêneres, ônus que lhe competia provar e que não se sucumbenciais ao advogado do autor, no percentual de 15%; c)

desvencilhou. honorários periciais no valor de R$ 3.250,0, em favor do expert

Sentença reformada no tópico. Leonardo Oliveira da Costa, bem como a devolver a União Federal

LIMBO JURÍDICO PREVIDENCIÁRIO. RECUSA DO o valor de R$ 350,00.

EMPREGADO EM RETORNAR AO TRABALHO. INEXISTÊNCIA. Complementada pela sentença que julgou parcialmente

Não há que se falar em limbo jurídico previdenciário se restar procedentes os embargos de declaração interpostos pelo

robustamente comprovado nos autos de que foi o empregado que reclamante (id be57383), a reclamada foi condenada: a) pagar ao

se recusou a retornar ao trabalho apesar de chamado pela reclamante todos os salários e vantagens não recebidos pelo

empresa. mesmo entre a data do dia 10/11/2017 e 03/10/2018, devendo para

Sentença reformada no tópico. fins de cálculo ser considerado o valor de um salário mínimo vigente

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS SUCUMBENCIAIS. à época ,bem como 13.º salário proporcional; b) no pagamento de

INCONSTITUCIONALIDADE DO ART. 791-A DA CLT. A todas as despesas médicas e tratamentos necessários decorrentes

composição Plena deste e. Regional, examinando a Arguição de da lesão apontada no laudo pericial, ou seja, lesão que corresponde

Inconstitucionalidade nº 0080026-04.2019.5.07.0000, decidiu a Anquilose Total de um dos cotovelos, ficando condicionado o

declarar a inconstitucionalidade da expressão "desde que não tenha pagamento à comprovação do quantum pago (ou a ser pago) com a

obtido em juízo, ainda que em outro processo, créditos capazes de medicação e demais despesas médicas, desde que

suportar a despesa", constante do § 4º do art. 791-A da CLT, com comprovadamente decorrentes da lesão supra citada. Para fins de

redação da Lei nº 13.467 de 13/07/2017. Desta feita, em respeito à elaboração do cálculo de liquidação, no momento oportuno, deverá

opinião majoritária dos integrantes do Tribunal Pleno do TRT da 7ª o reclamante comprovar aos autos todos os gastos realizados com

Região, merece provimento parcial o recurso da reclamada, as despesas médicas decorrentes da lesão sofrida.

condenar o reclamante no pagamento de honorários advocatícios Inconformadas recorrem ambas as partes.

sucumbenciais no percentual de 15% e determinar que os O reclamante, em razões de recurso ordinário de id 28d8813, pugna

honorários advocatícios de sucumbência permaneçam sob condição pelo reconhecimento da rescisão indireta do contrato de trabalho

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 695
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

decorrente de descumprimentos de obrigações do contrato, nos

termos da alínea "d", do art. 483 da CLT, alternativamente, requer

aplicação da dispensa sem justa causa, na data de 31/05/2019, FUNDAMENTAÇÃO

momento em que encerrou os trabalhos para a empresa em face da

reintegração frustrada, e a consequente condenação da empresa

reclamada no pagamento das seguintes verbas rescisórias: Aviso ADMISSIBILIDADE

Prévio indenizado de 36 dias no valor de R$ 1.197,60; 13º salário Preenchidos os pressupostos de admissibilidade de se conhecer

proporcional no valor de R$ 415,83; e férias proporcionais dos recursos ordinários interpostos por ambas as partes.

acrescidas de 1/3 no valor de R$ 776,22. Requer, ainda, MATÉRIA EM COMUM A AMBOS OS RECURSOS.

autorização judicial para levantamento do FGTS e anotação da data Por se tratarem de matérias suscitadas em ambos os recursos

de saída na CTPS da reclamante, considerando o aviso prévio passa-se à analisá-los conjuntamente:

indenizado (artigo 29, § 2º, da CLT e Orientação Jurisprudencial 82, ACIDENTE DE TRABALHO. INDENIZAÇÃO POR DANOS

da SDI-1, do TST3). MORAIS E MATERIAIS. MAJORAÇÃO.

Pugna pelo pagamento de pensão mensal vitalícia, em favor da Pugna a reclamada pela exclusão da condenação em indenização

parte reclamante, desde a data do acidente (30.11.2016) até a data por danos morais e materiais repisando a tese de culpa exclusiva da

de sua morte; vítima em relação ao acidente de trabalho ocorrido.

Requer, ainda, pagamento da pensão mensal em dobro, nos meses À análise.

de dezembro, em razão da consideração da gratificação natalina e, Afirma o reclamante que exercia a função de repositor de

nos meses de outubro, quando se verificaria o implemento do direito mercadorias na reclamada, em 03/10/2016.

à percepção de férias, o acréscimo de 1/3; pagamento de No dia 30/11/2016 foi vítima de um acidente de trabalho, nas

indenização de uma só vez, conforme disposição do parágrafo dependências da reclamada, quando fazia o manuseio de

único do art. 950 do CCB, ou, subsidiariamente, que seja mercadorias em geral, que eram acondicionadas em caixa de

determinada que a parte reclamada constitua um capital cuja renda papelão ou em sacos plásticos, e realizava o empilhamento dos

assegure o adimplemento da pensão mensal deferida à parte produtos em lote, com altura superior a 4 (quatro) metros, caiu em

reclamante, nos termos do art. 533 do CPC. queda livre e bateu com a cabeça no solo, causando-lhe

Ao final pugna pela majoração do valor da indenização por danos traumatismo craniano e fratura exposta no braço direito

morais para o montante equivalente a trinta e cinco vezes o último O dano moral incide sobre bens de ordem não material, quando

salário do reclamante (R$ 998,00), nos termos do tabelamento da afeta direitos relacionados à personalidade; é o dano sofrido nos

CLT, em razão da natureza gravíssima do dano. sentimentos de alguém, em sua honra, em sua consideração social

A reclamada, em razões de recurso ordinário (id c0a585e) pugna ou laboral, em decorrência de ato danoso.

pela exclusão da condenação em indenização por danos morais e Assim, a indenização por danos morais, para ser acolhida,

materiais, alegando inexistência de danos, aduzindo "que o acidente pressupõe, necessariamente, a violação de bens imateriais, que

ocorreu por culpa exclusiva do trabalhador, inclusive conforme por atinge os mais íntimos valores da pessoa, como a honra, a imagem

ele mesmo confessado". ou a privacidade, atributos que constituem a base de sustentação

Insurge-se, ainda, contra o pagamento dos meses de afastamento da própria personalidade do ofendido. Desta forma, além da prova

do recorrido, alegando não há que se falar em limbo previdenciário, inequívoca do prejuízo real sofrido, faz-se imprescindível a

posto que o reclamante foi considerado apto a retornar ao labor e demonstração da ilicitude do comportamento do ofensor, cujo ânimo

"contudo, ao seu bel prazer, recusou-se a retornar ao trabalho de lesionar o patrimônio moral do ofendido deve restar devidamente

depois do término do auxílio acidentário". evidenciado.

Ao final requer a condenação do reclamante em honorários A responsabilidade civil do empregador em caso de acidente de

sucumbenciais. trabalho é regulada pelo art. 7º, XXVIII da CF/88 c/c arts. 186 e 927

Contrarrazões pelo reclamante (id f9679d9) e pela reclamada (id do Código Civil, in verbis:

963cd68). "Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de

Dispensada remessa ao Ministério Público do Trabalho para outros que visem à melhoria de sua condição social:

emissão de parecer. XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do

empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado,

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 696
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

quando incorrer em dolo ou culpa;" que o depoente não presenciou o acidente em referência, mas

"Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência estava próximo (a duas ruas de distância);"

ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que "que não sabe informar se o reclamante estava utilizando algum tipo

exclusivamente moral, comete ato ilícito." de EPI; que presume que o reclamante recebesse cinto de

"Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a proteção, eis que, todos os empregados da reclamada que

outrem, fica obrigado a repará-lo. trabalhavam em altura, recebiam cinto de segurança e gaiola; que

Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, ouviu comentários que o reclamante pulou de um lote (pilha de

independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou caixas de mais de um metro de altura) para outro; que acredita que

quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano o reclamante não estava em gaiola;" (Primeira testemunha do

implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem." reclamado(s): FRANCISCO WASHINGTON FREIRE - id cc9bfab)

Da análise dos dispositivos legais acima citados, constata-se a Em verdade, restou provado que o referido acidente fora provocado

exigência de três requisitos para a configuração da pela omissão da reclamada no sentido de adoção de todas as

responsabilidade civil do empregador nos casos de acidente de providências necessárias à salubridade e segurança do seu meio

trabalho, quais sejam: dano, nexo de causalidade e dolo ou culpa ambiente laboral, e não por culpa do reclamante, como sustenta a

do empregador. reclamada.

No caso, a parte obreira foi contratada para o cargo de repositor de A reclamada, por imprudência ou negligência, deixou de oferecer os

mercadorias, cargo o qual não se caracteriza como atividade de meios necessários e suficientes à segurança do trabalhador, uma

risco, portanto, não configura hipótese de responsabilidade objetiva vez que não treinou ou capacitou o obreiro para atividades em

patronal. altura, bem como não fiscalizava o uso dos equipamentos de

Incontroverso que o obreiro, durante sua jornada de trabalho, sofreu proteção, mormente cinto de segurança e o uso da "gaiola".

um acidente que ocasionou traumatismo craniano e a fratura Ainda que se aceite a hipótese de o obreiro ter saído da gaiola e

exposta do cotovelo direito, na forma descrita no Laudo Médico (id pulado das caixas por conta própria, verifica-se a responsabilidade

c1a1b3e). da reclamada, em permitir que o obreiro trabalhe utilizando desse

Dessa forma, comprovada a existência do fato ensejador e do dano. artifício que não lhe oferecia nenhum tipo de segurança.

O cerne da questão consiste em apurar o dolo ou culpa do Portanto, evidenciada a presença do dano, do nexo de causalidade

empregado. e da culpa empresarial, é de se atribuir a responsabilidade civil da

A reclamada, ao alegar culpa exclusiva da vítima como excludente reclamada, devendo indenizar os prejuízos morais sofridos pelo

da responsabilidade civil, atraiu para si o dever de comprovar tanto obreiro, como forma de compensação pelos danos que lhes foram

a culpa do empregado quanto a sua ausência de culpa, por se causados.

constituírem em fatos impeditivos do direito do autor (arts. 818 da Correta a sentença.

CLT e 373, II, do Código de Processo Civil de 2015), ônus do qual VALOR ATRIBUÍDO AO DANO MORAL

não se desincumbiu a contento. Conforme preceitua o art. 944 e art. 946 do Código Civil de 2002, a

A prova oral produzida nos autos não confirma a tese defensória. fixação do quantum indenizatório será feito pelo Juiz, levando-se em

Salienta-se que foi ouvida nos autos apenas uma testemunha consideração o binômio "necessidade da vítima e capacidade

apresentada pela reclamada, a qual sequer presenciou o malsinado econômica do agente", dado o caráter compensatório e pedagógico

acidente. que deve revestir tal condenação.

Senão vejamos:

"que o depoente e o reclamante não laboravam no mesmo local, Art. 944 do CPC. A indenização mede-se pela extensão do

pois, embora trabalhassem no mesmo centro de distribuição, as dano.(...)

atividades de um não eram realizadas perto das atividades do outro;

que o depoente laborava separando mercadorias dentro do centro Art. 946 do CPC. Se a obrigação for indeterminada, e não houver

de distribuição (CD), em todos os locais onde se fizesse necessária na lei ou no contrato disposição fixando a indenização devida pelo

a separação dentro do CD; que o reclamante laborava dentro do inadimplente, apurar-se-á o valor das perdas e danos na forma que

centro de distribuição, em todos os locais onde fosse possível a lei processual determinar.

acondicionar as mercadorias;"

"que ouviu comentários que o reclamante havia caída na reclamada; A reparação do dano extrapatrimonial, mormente aquele advindo da

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relação empregatícia, deve representar uma função ressarcitória- correspondente a 1/4 do salário mínimo mensal, até 20/02/2034,

preventiva, assim, o valor da indenização deve representar, ao data em que o autor completará 65 anos, esclarecendo que o termo

mesmo tempo, uma compensação financeira à vítima e uma final da obrigação de pagar a referida indenização decorre da idade

punição ao agente capaz de desestimular a reiteração da prática média para fins de obtenção de aposentadoria por idade (artigo 48,

leviana. da Lei n.º 8.213/1991), bem como pagamento de todas as despesas

Diante destas considerações, mantenho a condenação na médicas e tratamentos necessários decorrentes da lesão apontada

indenização por danos morais no valor de R$ 19.960,00 (dezenove no laudo pericial, ou seja, lesão que corresponde a Anquilose Total

mil, novecentos e sessenta reais), por entender que o mesmo foi de um dos cotovelos, ficando condicionado o pagamento à

fixado em patamar razoável, atendendo as funções pedagógica, comprovação do quantum pago (ou a ser pago) com a medicação e

reparatória e punitiva que a situação exige. demais despesas médicas, desde que comprovadamente

decorrentes da lesão supra citada.

INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS. PENSIONAMENTO. Inicialmente, é importante deixar claro que a indenização por danos

TERMOS INICIAL E FINAL. PAGAMENTO DE UMA SÓ VEZ. materiais (pensão mensal temporária ou vitalícia) não se confunde

Insurge-se a reclamada contra a condenação no pagamento de nem é influenciada pela percepção ou não percepção de benefício

indenização por danos materiais afirma desnecessário o pagamento previdenciário pelo trabalhador. Cada parcela tem fundamento

de pensionamento mensal posto que o reclamante foi reintegrado jurídico diverso e, portanto, são autônomas, conforme a iterativa,

em 04.10.2018 e que, após a publicação da sentença em atual e notória jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho:

27.05.2019, que condenou a reclamada no pagamento de a pensão AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA DO

de ¼ do salário mínimo por mês, afastou-se do emprego em AUTOR EM FACE DE DECISÃO PUBLICADA ANTES DA

31.05.2019. VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014. LUCROS CESSANTES.

Aduz, ainda indevida a condenação no pagamento de despesas CUMULAÇÃO COM BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO.

médicas, tendo em vista não há qualquer documentação nos autos POSSIBILIDADE. Agravo de instrumento a que se dá provimento

que comprove a necessidade de custeamento, tampouco para determinar o processamento do recurso de revista, em face de

comprovantes de gastos relacionados a recuperação do recorrido. haver sido demonstrada possível violação do artigo 121 da Lei nº

O reclamante, por sua vez, pugna pela reforma da sentença quanto 8.213/91. RECURSO DE REVISTA DO AUTOR EM FACE DE

ao termo inicial e final do pagamento da pensão vitalícia. Afirma que DECISÃO PUBLICADA ANTES DA VIGÊNCIA DA LEI Nº

o termo inicial do pagamento da pensão mensal é a data em que o 13.015/2014. LUCROS CESSANTES. CUMULAÇÃO COM O

empregado tomou ciência inequívoca de sua incapacidade laboral, BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. POSSIBILIDADE. A iterativa e

ou seja, no dia do acidente e o termo final deverá ser durante toda a notória jurisprudência desta Corte Superior se firmou no sentido de

vida do reclamante. que ser plenamente possível a cumulação da indenização dos

Pugna, ainda o reclamante pelo pagamento da pensão em dobro, lucros cessantes decorrentes de acidente do trabalho (doença

nos meses de dezembro, em razão da consideração da gratificação ocupacional), com o auxílio-doença previdenciário, acidentário ou

natalina e, nos meses de outubro, quando se verificaria o aposentadoria por invalidez, a cargo do órgão previdenciário, sem

implemento do direito à percepção de férias, o acréscimo de 1/3. que isso resulte em enriquecimento ilícito da parte, tendo em vista a

Ao final requer o pagamento da pensão de uma só vez conforme natureza jurídica diversa das parcelas. Precedentes. Recurso de

disposição do parágrafo único do art. 950 do CCB, ou, revista de que se conhece e a que se dá provimento. (...) (TST:

subsidiariamente, que seja determinada que a parte reclamada ARR 24600720115110013, 7ª Turma, Relator: Cláudio

constitua um capital cuja renda assegure o adimplemento da Mascarenhas Brandão, Julgamento 16/08/2017, Publicação DEJT

pensão mensal deferida à parte reclamante, nos termos do art. 533 25/08/2017)

do CPC. "AGRAVO REGIMENTAL. EMBARGOS REGIDOS PELA LEI Nº

À análise. 13.015/2014. (...) COMPENSAÇÃO POR DANO MATERIAL.

A sentença de primeiro grau (id 0d3788a), complementada pela BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. CUMULAÇÃO. POSSIBILIDADE.

sentença que julgou parcialmente procedentes os embargos de NÃO PROVIMENTO. 1. O entendimento deste colendo Tribunal

declaração interpostos pela reclamante (id be57383), condenou a Superior é no sentido de ser possível a cumulação da compensação

reclamada a pagar ao reclamante, caso seja comprovado nos autos por danos materiais com eventuais benefícios previdenciários, como

que o mesmo está desempregado, indenização por danos materiais é o caso da aposentadoria por invalidez, porquanto possuem

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 698
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

naturezas jurídicas distintas e estão a cargo de titulares diversos. por Acidente do Trabalho ou Doença Ocupacional, 8.ª edição, LTr,

Precedentes desta egrégia SBDI-1. 2. Estando, pois, o v. acórdão 2014, páginas 244 e 245, define dano emergente e lucro cessante

turmário em consonância com a atual e iterativa jurisprudência nos seguintes termos:

desta colenda Corte Superior, o processamento do recurso de "O dano emergente é aquele prejuízo imediato e mensurável que

embargos encontra óbice no artigo 894, § 2º, da CLT. 3. Agravo surge em razão do acidente do trabalho, causando uma diminuição

regimental conhecido e não provido." (AgR-E-ED-RR - 948- no patrimônio do acidentado".

56.2012.5.03.0019, Relator Ministro: Guilherme Augusto Caputo Outrossim, o art. 950, do Código Civil menciona as despesas de

Bastos, Data de Julgamento: 23/06/2016, Subseção I Especializada tratamento até o fim da convalescença, mas assegura que também

em Dissídios Individuais, Data de Publicação: DEJT 01/07/2016) são indenizáveis outras reparações ou prejuízos que o ofendido

"AGRAVO REGIMENTAL INTERPOSTO CONTRA DECISÃO prove haver sofrido e lucros cessantes, nestes termos:

MONOCRÁTICA DE PRESIDENTE DE TURMA QUE NEGA Art. 950. Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não

SEGUIMENTO A RECURSO DE EMBARGOS. CUMULAÇÃO DA possa exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a

PENSÃO MENSAL COM BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. capacidade de trabalho, a indenização, além das despesas do

POSSIBILIDADE. A pensão mensal possui caráter indenizatório tratamento e lucros cessantes até ao fim da convalescença, incluirá

resultante da invalidez decorrente de acidente de trabalho, não se pensão correspondente à importância do trabalho para que se

confundindo com o pagamento de benefício previdenciário, o qual inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu.

não serve de parâmetro para a exclusão ou redução dos valores Parágrafo único. O prejudicado, se preferir, poderá exigir que a

reconhecidos a título de indenização a cargo do empregador. Nos indenização seja arbitrada e paga de uma só vez.

termos do art. 121 da Lei 8.213/91, ademais, o pagamento, pela Além das perdas efetivas dos danos emergentes, a vítima pode

Previdência Social, das prestações por acidente de trabalho não também ficar privada dos ganhos futuros, ainda que

exclui a responsabilidade civil da empresa ou de outrem. Tal temporariamente. Para que a reparação do prejuízo seja completa,

proposição é reiterada no Decreto 611/92 do Regulamento dos o art. 402 do Código Civil determina o cômputo dos lucros

Benefícios da Previdência Social, bem como na Súmula 229 do cessantes, considerando-se como tais aquelas parcelas cujo

Supremo Tribunal Federal. Assim, a obrigação de indenizar o dano recebimento, dentro da razoabilidade, seria correto esperar.

material decorrente de acidente de trabalho independe dos Assim, a teor do art. 402, do Código Civil, os lucros cessantes

rendimentos pagos pela Previdência Social, pois advém da representam o que a vítima deixará de ganhar no futuro após o

responsabilidade civil. Indevida, nessas circunstâncias, qualquer acidente, nos seguintes termos:

dedução ou compensação entre parcelas de natureza jurídica de "Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as

origem diversa. Esta é a atual e iterativa jurisprudência da SBDI-1, perdas e danos devidas ao credor abrangem, além do que ele

com a qual se encontra em perfeita harmonia o acórdão efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar".

embargado, sendo inviável, dessa forma, o conhecimento do No caso, conforme expresso no item que analisou os danos morais,

recurso de embargos, nos exatos termos do § 2º do artigo 894 da restou provado o dano sofrido pelo reclamante, o nexo causal e a

CLT. Correta, pois, a decisão agravada. Agravo regimental não culpa subjetiva da reclamada.

provido. (...)" (AgR-E-RR - 282600-39.2009.5.09.0023, Relator Ademais, conforme laudo pericial (id c1a1b3e), o reclamante ficou

Ministro: Augusto César Leite de Carvalho, Data de Julgamento: com incapacidade laboral parcial e definitiva com redução da

10/03/2016, Subseção I Especializada em Dissídios Individuais, capacidade em 25% (vinte e cinco por cento).

Data de Publicação: DEJT 18/03/2016) Segundo o disposto no art. 950 do Código Civil, repisa-se, a

Desse modo, o fato de a parte reclamante ter ou não ter percebido indenização a título de dano material ou patrimonial decorrente de

benefício previdenciário em nada influenciará no arbitramento de acidente de trabalho além de abarcar o dano emergente e o lucro

eventuais lucros cessantes. cessante, envolve ainda a pensão proporcional à importância do

Cumpre, ainda, ressaltar que os danos materiais podem trabalho para o qual se inabilitou ou à depreciação que sofreu.

compreender tanto os danos emergentes (aquilo que a vítima O lucro cessante, como sabido, diz respeito aos valores que o

efetivamente perdeu em decorrência do evento danoso), como empregado concretamente deixa de obter até o fim da

lucros cessantes (resultantes do que efetivamente a vítima deixou convalescença, tornando-se imprescindível a comprovação do que

de ganhar). efetivamente deixou de auferir, o que não restou posto nos autos.

Segundo Sebastião Geraldo de Oliveira, em seu livro Indenizações O pensionamento vitalício, por sua vez, somente é devido se, após

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 699
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

a convalescença, restarem efetivamente provadas as sequelas que meses de outubro, quando se verificaria o implemento do direito à

reduzam ou cessem a capacidade laborativa do empregado de percepção de férias, o acréscimo de 1/3.

forma definitiva. À análise.

No caso, observa-se que, para as atividades laborais em geral, A sentença de primeiro grau condenou a reclamada no pagamento

houve uma redução da capacidade laboral do obreiro em 25 % de 1/4 do salário mínimo por mês, caso o reclamante fique

(vinte e cinco por cento) de forma parcial e definitiva. desempregado, até 20/02/2034, data em que o autor completará 65

Como se vê, o autor ficou impossibilitado de exercer a função que anos de idade, tendo por base a idade média para fins de obtenção

ocupava anteriormente ao acometimento da moléstia profissional de aposentadoria por idade.

(repositor de mercadorias), o que, segundo Sebastião Geraldo de Em se tratando de acidente do trabalho, o marco inicial do

Oliveira: "A incapacidade para o trabalho deve ser aferida tendo pagamento do pensionamento a título de dano material é a partir do

como referência a profissão da vítima, a teor do art. 950 do Código evento danoso, ou seja, deve ser paga à partir da data em que

Civil, não podendo ser analisada em relação ao exercício de outras ocorreu o acidente de trabalho, de acordo com o art. 950 do Código

atividades profissionais, salvo em casos excepcionais" (OLIVEIRA, Civil (30.11.2016).

Sebastião Geraldo de. Indenizações por acidente do trabalho ou Da leitura do referido art. 950, do Código Civil, extrai-se a conclusão

doença ocupacional. 2. Ed. São Paulo: LTr, 2006. P. 266). de que a pensão vitalícia deverá ser paga até o momento em que

Ainda sobre o tema, segundo lição de José Affonso Dallegrave cesse a causa que impossibilitou o empregado para o trabalho.

Neto: "O legislador considerou o " próprio ofício" ou a " profissão No caso, o autor ficou parcial e permanentemente incapacitado para

praticada" pelo acidentado como critério para aferir o grau de o trabalho, devendo, portanto receber pensão vitalícia, ou seja,

incapacidade e, por conseguinte, fixar o valor da pensão. Assim, enquanto viver, sem qualquer limitação temporal.

pouco importa o fato da vítima vir a exercer outra atividade afim ou Não se pode acolher, como termo final para o pagamento da

compatível com sua depreciação". (DALLEGRAVE NETO. José pensão vitalícia a data da em que o empregado adquire o direito à

Affonso. Responsabilidade Civil no Direito do Trabalho. 5ª, ed. São aposentadoria por idade, posto que as lesões por ele sofridas não

Paulo:LTr, 2015. P.). cessarão com a sua aposentadoria.

Portanto, uma vez provada a incapacidade permanente parcial e Nesse sentido, cita-se o seguinte precedente:

definitiva do obreiro, prospera o pagamento de pensão vitalícia PENSÃO VITALÍCIA - TERMO FINAL. A extensão do dano foi

decorrente de acidente de trabalho. analisado pelo Regional, que concluiu que as limitações decorrentes

Mantém-se a sentença. do acidente de trabalho não se encerariam com a aposentadoria,

RECURSO ORDINÁRIO DO RECLAMANTE aplicando corretamente as disposições do art. 944, do Código Civil,

RESCISÃO INDIRETA. que entendo não ter sido violado. Além disso o referido dispositivo

Pugna o reclamante pelo reconhecimento da rescisão indireta como estabelece apenas o parâmetro legal para fixação do quantum

forma de resilição do contrato laboral, ante o descumprimento das indenizatório. Em outras palavras, não se trata de limitação

normas de segurança do trabalho. temporal da obrigação. Recurso de Revista que não se conhece.

Razão não lhe assiste. (TST - RR- 9951400-19.2005.5.09.0002, 5.ª TURMA, Relatora

O reclamante foi reintegrado aos quadros da reclamada em Ministra Kátia Magalhães de Arruda, divulgado no DEJT de

04/10/2018 (id ded2bfb). 18/6/2010).

Isto posto, de se reconhecer verificada a perda superveniente de Nestes termos, fixa-se o termo inicial do pagamento indenização por

objeto do pedido de reconhecimento da rescisão indireta, diante da danos materiais na forma de pensionamento para o dia em que

reintegração do obreiro. ocorreu o acidente de trabalho (30.11.2016) enquanto o obreiro

PENSIONAMENTO. TERMO INICIAL E FINAL. PAGAMENTO DE viver, sem qualquer limitação temporal.

UMA SÓ VEZ.

O reclamante insurge-se contra a decisão de primeiro grau PAGAMENTO EM DOBRO

pugnando pela fixação do termo inicial do pensionamento à data do Pugna o reclamante pelo pagamento da pensão mensal, "em dobro,

acidente de trabalho (30.11.2016) e o termo final durante toda a nos meses de dezembro, em razão da consideração da gratificação

vida. natalina e, nos meses de outubro, quando se verificaria o

Pugna, ainda, pelo pagamento da pensão em dobro, nos meses de implemento do direito à percepção de férias, o acréscimo de 1/3".

dezembro, em razão da consideração da gratificação natalina e, nos Razão não lhe assiste.

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 700
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

A pensão mensal vitalícia possui caráter indenizatório, não havendo medicação e demais despesas médicas, desde que

que se falar no pagamento em dobro decorrente de verbas salariais. comprovadamente decorrentes da lesão supra citada."

Correta a sentença. Aduz a reclamada indevida a condenação no pagamento de

despesas e tratamento médico, posto que inexiste nos autos

PAGAMENTO DE PENSIONAMENTO EM PARCELA ÚNICA documentos que comprovem a necessidade de custeamento,

Defende o autor/recorrente, que diante das sequelas irreversíveis tampouco comprovantes de gastos relacionados a recuperação do

ocasionas pelo acidente de trabalho, o obreiro encontra-se recorrido.

impossibilitado de exercer qualquer atividade laboral, o que enseja o No tocante à condenação por danos materiais, percebe-se do

pagamento de indenização por danos materiais, a teor do disposto pedido constante da inicial que o pleito foi fundamentado no pedido

no art. 950, do Código Civil, em parcela única, de ressarcimento de despesas com remédios, consultas médicas,

À análise. exames e procedimentos relacionados à doença acometida.

Dispõe o Parágrafo único do art. Art. 950, do Código Civil: Como é sabido, a doutrina subdivide os danos materiais em danos

emergentes - decorrentes das despesas suportadas pela vítima em

"Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa face do dano sofrido - e lucros cessantes - aqueles provenientes do

exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade que a vítima deixou de auferir em face do aludido dano suportado.

de trabalho, a indenização, além das despesas do tratamento e Nesta perspectiva, percebe-se com nitidez que o dano material

lucros cessantes até ao fim da convalescença, incluirá pensão pleiteado pelo autor se relaciona com os danos emergentes que

correspondente à importância do trabalho para que se inabilitou, ou necessitam, para o seu deferimento, de comprovação robusta das

da depreciação que ele sofreu. despesas suportadas pela parte que o requer, para justificar seu

Parágrafo único. O prejudicado, se preferir, poderá exigir que a deferimento, fato que, no presente caso, não restou demonstrado.

indenização seja arbitrada e paga de uma só vez." O obreiro não trouxe aos autos comprovantes destes pagamentos,

o que inviabiliza o reconhecimento ao direito a esta indenização a

A indenização paga de uma só vez, contida no parágrafo único do título de dano emergente.

art. 950 do Código Civil, deve ser interpretada como uma "opção" Embora a sentença recorrida tenha condicionado o pagamento de

para o prejudicado, submetida, todavia, ao critério do julgador. todos os gastos realizados com as despesas médicas decorrentes

Este Juízo entende que o pagamento da indenização em parcela da lesão sofrida pelo obreiro, em momento oportuno, entendo que

única tem como intuito conciliar os interesses do credor (vítima), tais documentos deveriam ter sido carreados aos autos já na

que recebe o valor de uma vez só, e do devedor (ofensor, instrução processual.

responsável), que resta liberado da obrigação mensal, ou mesmo Isto posto, reforma-se a sentença para excluir da condenação o

de eventual constituição de capital ou inclusão em folha de pagamento de gastos realizados com despesas médicas.

pagamento. Sentença reformada no tópico.

Isto posto, converto o pagamento da indenização por danos

materiais (lucros cessantes) através de pensão vitalícia, em parcela LIMBO PREVIDENCIÁRIO. INEXISTÊNCIA. RECUSA DO

única, com valor a ser calculado correspondente a 25% do salário EMPREGADO DE RETORNO AO TRABALHO

mínimo, seguindo os seguintes parâmetros: data do acidente e data Aduz a reclamada ser indevida a condenação no pagamento

em que o autor completar 74,9 anos de idade (expectativa de vida detodos os salários e vantagens não recebidos pelo mesmo entre a

do brasileiro). data do dia 10/11/2017 e 03/10/2018, bem como 13.º salário

Sentença reformada. proporcional, afirmando que o reclamante, após o término do auxílio

acidentário, ter sido considerado apto para o trabalho, recusou-se a

RECURSO ORDINÁRIO DA RECLAMADA retornar apesar da oferta da reclamada de readaptação nas

RESSARCIMENTO DE DESPESAS MÉDICAS funções de porteiro ou fiscal de loja.

A sentença recorrida condenou a reclamada "no pagamento de Assiste-lhe razão.

todas as despesas médicas e tratamentos necessários decorrentes A cessação de benefício previdenciário em virtude de recuperação

da lesão apontada no laudo pericial, ou seja, lesão que corresponde da capacidade laboral constatada pelo perito do INSS afasta a

a Anquilose Total de um dos cotovelos, ficando condicionado o suspensão do contrato de trabalho, impondo o imediato retorno do

pagamento à comprovação do quantum pago (ou a ser pago) com a trabalhador ao emprego.

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 701
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

O chamado limbo previdenciário se dá quando o trabalhador recebe § 2º Ao fixar os honorários, o juízo observará:

alta médica do INSS e o empregador, mediante conclusão médica I - o grau de zelo do profissional;

que atesta sua incapacidade laborativa, se recusa a reencaminhar o II - o lugar de prestação do serviço;

empregado de volta às suas atividades. III - a natureza e a importância da causa;

Assim, compete ao empregador, enquanto responsável pelo risco IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o

da atividade empresarial (CLT, artigo 2º), receber o trabalhador seu serviço.

ofertando-lhe o exercício das funções antes executadas ou, ainda, § 3º Na hipótese de procedência parcial, o juízo arbitrará honorários

de atividades compatíveis com as limitações adquiridas. de sucumbência recíproca, vedada a compensação entre os

No caso, o reclamante não comprovou que a reclamada tenha honorários.

impedido o seu retorno ao trabalho após alta médica. § 4º Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha

Ao revés, foi o empregado quem deu causa ao não retorno ao obtido em juízo, ainda que em outro processo, créditos capazes de

trabalho. suportar a despesa, as obrigações decorrentes de sua sucumbência

Em audiência datada de 25/06/2018 (id e91b74d) a reclamada ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente

ofereceu o retorno do obreiro ao trabalho com readaptação da poderão ser executadas se, nos dois anos subsequentes ao trânsito

função de porteiro ou fiscal de loja, tendo o reclamante rejeitado a em julgado da decisão que as certificou, o credor demonstrar que

proposta ao argumento de não possui condições físicas para deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que

exercer as funções designadas. justificou a concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse

Observa-se, portanto, que o empregador fez de tudo para reverter a prazo, tais obrigações do beneficiário.

situação, inclusive propondo a readaptação do obreiro em outras § 5º São devidos honorários de sucumbência na reconvenção.

funções. Entretanto, cumpre observar a decisão do Tribunal Pleno deste

Assim sendo, a presente situação não se caracteriza como "limbo Tribunal quando, examinando Arguição de Inconstitucionalidade -

jurídico previdenciário", prevalecendo que o autor ficou afastado do Processo nº 0080026-04.2019.5.07.0000 - em novembro/2019 -

trabalho por sua própria inércia, não havendo culpa atribuível à decidiu declarar incidentalmente a inconstitucionalidade da

empregadora. expressão "desde que não tenha obtido em juízo, ainda que em

Diante do exposto, reforma-se a sentença para excluir da outro processo, créditos capazes de suportar a despesa", constante

condenação o pagamento dos salários do período de 10/11/2017 e do § 4º do art. 791-A da CLT, com redação da Lei nº 13.467 de

03/10/2018, bem como os respectivos reflexos. 13.07.2017.

Desta feita, por uma questão de disciplina judiciária, sem embargos

HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS. da minha posição pessoal, de que o beneficiário da justiça gratuita

Pugna a recorrente pela condenação do reclamante no pagamento não deve ser condenado nos ônus da sucumbência, outro caminho

de honorários advocatícios sucumbenciais. não vejo a não ser me curvar à opinião majoritária dos integrantes

Afirma que a sentença de primeiro grau afastou a condenação dos do Tribunal Pleno do TRT da 7ª Região e passar a adotar, com

honorários advocatícios do patrono da reclamada por ter deferido os ressalvas, o entendimento supra e, portanto, dar provimento parcial

benefícios da justiça gratuita, em afronta ao artigo 791-A, da CLT. ao recurso da parte reclamada para condenar o reclamante no

Com relação aos honorários advocatícios de sucumbência, e em pagamento de honorários advocatícios no percentual de 15% e

face da redação da Lei nº 13.467 de 13.07.2017 que incluiu na CLT determinar que a execução dos honorários advocatícios de

o art. 791-A, tem-se que: sucumbência permaneçam sob condição suspensiva de

Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão exigibilidade e somente poderão ser exigidos se, nos dois anos

devidos honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% subsequentes ao trânsito em julgado da decisão, o credor

(cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de

valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico recursos que justificou a concessão da gratuidade processual ao

obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado obreiro, extinguindo-se, passado esse prazo, a respectiva

da causa. obrigação.

§ 1º Os honorários são devidos também nas ações contra a Sentença reformada.

Fazenda Pública e nas ações em que a parte estiver assistida ou

substituída pelo sindicato de sua categoria.

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 702
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

CONCLUSÃO DO VOTO condenação: o pagamento de gastos realizados com despesas

médicas; o pagamento dos salários do período de 10/11/2017 e

03/10/2018, bem como os respectivos reflexos; condenar o

Voto pelo conhecimento dos recursos e, no mérito, dar parcial reclamante no pagamento de honorários advocatícios no percentual

provimento ao recurso do reclamante para converter o pagamento de 15% e determinar que a execução dos honorários advocatícios

da indenização por danos materiais (lucros cessantes) através de de sucumbência permaneçam sob condição suspensiva de

pensão vitalícia, em parcela única, com valor a ser calculado exigibilidade e somente poderão ser exigidos se, nos dois anos

correspondente a 25% do salário mínimo, seguindo os seguintes subsequentes ao trânsito em julgado da decisão, o credor

parâmetros: data do acidente e data em que o autor completar 74,9 demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de

anos de idade (expectativa de vida do brasileiro). Dar parcial recursos que justificou a concessão da gratuidade processual ao

provimento ao recurso ordinário da reclamada para excluir da obreiro, extinguindo-se, passado esse prazo, a respectiva

condenação: o pagamento de gastos realizados com despesas obrigação. Custas de 2% pela reclamada, calculadas sobre o novo

médicas; o pagamento dos salários do período de 10/11/2017 e valor da condenação que ora arbitra-se em R$40.000,00 (quarenta

03/10/2018, bem como os respectivos reflexos; condenar o mil reais).

reclamante no pagamento de honorários advocatícios no percentual Participaram do julgamento os Exmos. Srs. Desembargadores

de 15% e determinar que a execução dos honorários advocatícios Francisco José Gomes da Silva (Presidente e Relator),Cláudio

de sucumbência permaneçam sob condição suspensiva de Soares Pires e Jefferson Quesado Júnior. Presente ainda o(a)

exigibilidade e somente poderão ser exigidos se, nos dois anos Exmo(a). Sr(a). membro do Ministério Público do Trabalho.

subsequentes ao trânsito em julgado da decisão, o credor Fortaleza, 17 de fevereiro de 2020.

demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de

recursos que justificou a concessão da gratuidade processual ao

obreiro, extinguindo-se, passado esse prazo, a respectiva

obrigação. Custas de 2% pela reclamada, calculadas sobre o novo

valor da condenação que ora arbitra-se em R$40.000,00 (quarenta

mil reais). FRANCISCO JOSÉ GOMES DA SILVA

Relator

DISPOSITIVO

FORTALEZA/CE, 04 de março de 2020.

ROMULO DE SOUSA FROTA

Diretor de Secretaria

Processo Nº ROT-0000783-46.2018.5.07.0032
Relator FRANCISCO JOSÉ GOMES DA
SILVA
RECORRENTE COMERCIAL DE MIUDEZAS
ACORDAM OS DESEMBARGADORES DA 2.ª TURMA DO FREITAS LTDA
CELSO RICARDO ADVOGADO(OAB: 15642-A/CE)
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 2.ª REGIÃO, por FREDERICO BALDAN
unanimidade, conhecer dos recursos e, no mérito, dar parcial RECORRENTE FRANCISCO HELIO DA SILVA
MICHEL ALVES DE ADVOGADO(OAB: 19805/PB)
provimento ao recurso do reclamante para converter o pagamento ANDRADE
da indenização por danos materiais (lucros cessantes) através de RECORRIDO COMERCIAL DE MIUDEZAS
FREITAS LTDA
pensão vitalícia, em parcela única, com valor a ser calculado CELSO RICARDO ADVOGADO(OAB: 15642-A/CE)
FREDERICO BALDAN
correspondente a 25% do salário mínimo, seguindo os seguintes
RECORRIDO FRANCISCO HELIO DA SILVA
parâmetros: data do acidente e data em que o autor completar 74,9 MICHEL ALVES DE ADVOGADO(OAB: 19805/PB)
ANDRADE
anos de idade (expectativa de vida do brasileiro). Dar parcial
TERCEIRO Ministério do Trabalho e Emprego
provimento ao recurso ordinário da reclamada para excluir da INTERESSADO

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 703
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Intimado(s)/Citado(s): NÃO CARACTERIZAÇÃO. Deve o empregador fiscalizar a correta

- FRANCISCO HELIO DA SILVA execução das atividades laborais, manter o ambiente de trabalho

em condições de higiene e segurança adequadas, além de zelar

pelo fornecimento e utilização dos equipamentos de proteção e pela

obediência às normas de segurança no trabalho, o que não foi


PODER JUDICIÁRIO
demonstrado nos autos, razão pela qual deve responder pelos
JUSTIÇA DO TRABALHO
danos causados.

INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS. PAGAMENTO DE


EMENTA DESPESAS MÉDICAS. O reclamante não juntou aos autos

comprovantes de despesas médicas, remédios, fisioterapia, exames

e congêneres, ônus que lhe competia provar e que não se


MATÉRIA EM COMUM desvencilhou.
INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS. LUCROS CESSANTES Sentença reformada no tópico.
E PENSÃO VITALÍCIA. PAGAMENTO EM PARCELA ÚNICA. A LIMBO JURÍDICO PREVIDENCIÁRIO. RECUSA DO
indenização por danos materiais (pensão mensal temporária ou EMPREGADO EM RETORNAR AO TRABALHO. INEXISTÊNCIA.
vitalícia) não se confunde e nem é influenciada pela percepção ou Não há que se falar em limbo jurídico previdenciário se restar
não percepção de benefício previdenciário pelo trabalhador. Cada robustamente comprovado nos autos de que foi o empregado que
parcela tem fundamento jurídico diverso e, portanto, são se recusou a retornar ao trabalho apesar de chamado pela
autônomas, conforme a iterativa, atual e notória jurisprudência do empresa.
Tribunal Superior do Trabalho. Provada a incapacidade permanente Sentença reformada no tópico.
parcial do obreiro, prospera o pagamento de pensão vitalícia HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS SUCUMBENCIAIS.
decorrente de acidente de trabalho. Este Juízo entende que o INCONSTITUCIONALIDADE DO ART. 791-A DA CLT. A
pagamento da indenização em parcela única tem como intuito composição Plena deste e. Regional, examinando a Arguição de
conciliar os interesses do credor (vítima), que recebe o valor de uma Inconstitucionalidade nº 0080026-04.2019.5.07.0000, decidiu
vez só, e do devedor (ofensor, responsável), que resta liberado da declarar a inconstitucionalidade da expressão "desde que não tenha
obrigação mensal, ou mesmo de eventual constituição de capital ou obtido em juízo, ainda que em outro processo, créditos capazes de
inclusão em folha de pagamento. suportar a despesa", constante do § 4º do art. 791-A da CLT, com
RECURSO ORDINÁRIO DO RECLAMANTE. redação da Lei nº 13.467 de 13/07/2017. Desta feita, em respeito à
RESCISÃO INDIRETA DO CONTRATO DE TRABALHO. PERDA opinião majoritária dos integrantes do Tribunal Pleno do TRT da 7ª
SUPERVENIENTE DE OBJETO. REINTEGRAÇÃO. De se Região, merece provimento parcial o recurso da reclamada,
reconhecer verificada a perda superveniente de objeto do pedido de condenar o reclamante no pagamento de honorários advocatícios
reconhecimento da rescisão indireta, diante da reintegração do sucumbenciais no percentual de 15% e determinar que os
obreiro. honorários advocatícios de sucumbência permaneçam sob condição
INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. QUANTUM suspensiva de exigibilidade e somente poderão ser executados se,
INDENIZATÓRIO. ART. 944 E 946, DO CÓDIGO CIVIL 2002. nos dois anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão, o
Conforme preceitua o art. 944 e art. 946 do Código Civil de 2002, a credor demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência
fixação do quantum indenizatório será feito pelo Juiz, levando-se em de recursos que justificou a concessão da gratuidade processual ao
consideração o binômio "necessidade da vítima e capacidade obreiro, extinguindo-se, passado esse prazo, a respectiva
econômica do agente", dado o caráter compensatório e pedagógico obrigação.
que deve revestir tal condenação. Diante destas considerações, Recursos ordinários conhecidos e parcialmente providos
mantém-se a condenação na indenização por danos morais, por se

entender que a mesma foi fixada em patamar razoável, atendendo

as funções pedagógica, reparatória e punitiva que a situação exige.

Sentença mantida. RELATÓRIO


RECURSO ORDINÁRIO DA RECLAMADA.

ACIDENTE DE TRABALHO. CULPA EXCLUSIVA DA VÍTIMA.

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 704
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

A sentença prolatada pela MM.ª 1.ª Vara do Trabalho de Maracanaú Pugna pelo pagamento de pensão mensal vitalícia, em favor da

(id 0d3788a) julgando parcialmente procedentes os pedidos parte reclamante, desde a data do acidente (30.11.2016) até a data

formulados por FRANCISCO HELIO DA SILVA na reclamação de sua morte;

trabalhista promovida contra COMERCIAL DE MIUDEZAS Requer, ainda, pagamento da pensão mensal em dobro, nos meses

FREITAS LTDA, condenou a reclamada no pagamento de: a) de dezembro, em razão da consideração da gratificação natalina e,

indenização por danos morais, no valor de R$ 19.960,00 (dezenove nos meses de outubro, quando se verificaria o implemento do direito

mil, novecentos e sessenta reais);b) pagar ao reclamante, caso seja à percepção de férias, o acréscimo de 1/3; pagamento de

comprovado nos autos que o mesmo está desempregado, indenização de uma só vez, conforme disposição do parágrafo

indenização por danos materiais correspondente a 1/4 do salário único do art. 950 do CCB, ou, subsidiariamente, que seja

mínimo mensal, até 20/02/2034; c) honorários advocatícios determinada que a parte reclamada constitua um capital cuja renda

sucumbenciais ao advogado do autor, no percentual de 15%; c) assegure o adimplemento da pensão mensal deferida à parte

honorários periciais no valor de R$ 3.250,0, em favor do expert reclamante, nos termos do art. 533 do CPC.

Leonardo Oliveira da Costa, bem como a devolver a União Federal Ao final pugna pela majoração do valor da indenização por danos

o valor de R$ 350,00. morais para o montante equivalente a trinta e cinco vezes o último

Complementada pela sentença que julgou parcialmente salário do reclamante (R$ 998,00), nos termos do tabelamento da

procedentes os embargos de declaração interpostos pelo CLT, em razão da natureza gravíssima do dano.

reclamante (id be57383), a reclamada foi condenada: a) pagar ao A reclamada, em razões de recurso ordinário (id c0a585e) pugna

reclamante todos os salários e vantagens não recebidos pelo pela exclusão da condenação em indenização por danos morais e

mesmo entre a data do dia 10/11/2017 e 03/10/2018, devendo para materiais, alegando inexistência de danos, aduzindo "que o acidente

fins de cálculo ser considerado o valor de um salário mínimo vigente ocorreu por culpa exclusiva do trabalhador, inclusive conforme por

à época ,bem como 13.º salário proporcional; b) no pagamento de ele mesmo confessado".

todas as despesas médicas e tratamentos necessários decorrentes Insurge-se, ainda, contra o pagamento dos meses de afastamento

da lesão apontada no laudo pericial, ou seja, lesão que corresponde do recorrido, alegando não há que se falar em limbo previdenciário,

a Anquilose Total de um dos cotovelos, ficando condicionado o posto que o reclamante foi considerado apto a retornar ao labor e

pagamento à comprovação do quantum pago (ou a ser pago) com a "contudo, ao seu bel prazer, recusou-se a retornar ao trabalho

medicação e demais despesas médicas, desde que depois do término do auxílio acidentário".

comprovadamente decorrentes da lesão supra citada. Para fins de Ao final requer a condenação do reclamante em honorários

elaboração do cálculo de liquidação, no momento oportuno, deverá sucumbenciais.

o reclamante comprovar aos autos todos os gastos realizados com Contrarrazões pelo reclamante (id f9679d9) e pela reclamada (id

as despesas médicas decorrentes da lesão sofrida. 963cd68).

Inconformadas recorrem ambas as partes. Dispensada remessa ao Ministério Público do Trabalho para

O reclamante, em razões de recurso ordinário de id 28d8813, pugna emissão de parecer.

pelo reconhecimento da rescisão indireta do contrato de trabalho

decorrente de descumprimentos de obrigações do contrato, nos

termos da alínea "d", do art. 483 da CLT, alternativamente, requer

aplicação da dispensa sem justa causa, na data de 31/05/2019, FUNDAMENTAÇÃO

momento em que encerrou os trabalhos para a empresa em face da

reintegração frustrada, e a consequente condenação da empresa

reclamada no pagamento das seguintes verbas rescisórias: Aviso ADMISSIBILIDADE

Prévio indenizado de 36 dias no valor de R$ 1.197,60; 13º salário Preenchidos os pressupostos de admissibilidade de se conhecer

proporcional no valor de R$ 415,83; e férias proporcionais dos recursos ordinários interpostos por ambas as partes.

acrescidas de 1/3 no valor de R$ 776,22. Requer, ainda, MATÉRIA EM COMUM A AMBOS OS RECURSOS.

autorização judicial para levantamento do FGTS e anotação da data Por se tratarem de matérias suscitadas em ambos os recursos

de saída na CTPS da reclamante, considerando o aviso prévio passa-se à analisá-los conjuntamente:

indenizado (artigo 29, § 2º, da CLT e Orientação Jurisprudencial 82, ACIDENTE DE TRABALHO. INDENIZAÇÃO POR DANOS

da SDI-1, do TST3). MORAIS E MATERIAIS. MAJORAÇÃO.

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 705
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

Pugna a reclamada pela exclusão da condenação em indenização trabalho, quais sejam: dano, nexo de causalidade e dolo ou culpa

por danos morais e materiais repisando a tese de culpa exclusiva da do empregador.

vítima em relação ao acidente de trabalho ocorrido. No caso, a parte obreira foi contratada para o cargo de repositor de

À análise. mercadorias, cargo o qual não se caracteriza como atividade de

Afirma o reclamante que exercia a função de repositor de risco, portanto, não configura hipótese de responsabilidade objetiva

mercadorias na reclamada, em 03/10/2016. patronal.

No dia 30/11/2016 foi vítima de um acidente de trabalho, nas Incontroverso que o obreiro, durante sua jornada de trabalho, sofreu

dependências da reclamada, quando fazia o manuseio de um acidente que ocasionou traumatismo craniano e a fratura

mercadorias em geral, que eram acondicionadas em caixa de exposta do cotovelo direito, na forma descrita no Laudo Médico (id

papelão ou em sacos plásticos, e realizava o empilhamento dos c1a1b3e).

produtos em lote, com altura superior a 4 (quatro) metros, caiu em Dessa forma, comprovada a existência do fato ensejador e do dano.

queda livre e bateu com a cabeça no solo, causando-lhe O cerne da questão consiste em apurar o dolo ou culpa do

traumatismo craniano e fratura exposta no braço direito empregado.

O dano moral incide sobre bens de ordem não material, quando A reclamada, ao alegar culpa exclusiva da vítima como excludente

afeta direitos relacionados à personalidade; é o dano sofrido nos da responsabilidade civil, atraiu para si o dever de comprovar tanto

sentimentos de alguém, em sua honra, em sua consideração social a culpa do empregado quanto a sua ausência de culpa, por se

ou laboral, em decorrência de ato danoso. constituírem em fatos impeditivos do direito do autor (arts. 818 da

Assim, a indenização por danos morais, para ser acolhida, CLT e 373, II, do Código de Processo Civil de 2015), ônus do qual

pressupõe, necessariamente, a violação de bens imateriais, que não se desincumbiu a contento.

atinge os mais íntimos valores da pessoa, como a honra, a imagem A prova oral produzida nos autos não confirma a tese defensória.

ou a privacidade, atributos que constituem a base de sustentação Salienta-se que foi ouvida nos autos apenas uma testemunha

da própria personalidade do ofendido. Desta forma, além da prova apresentada pela reclamada, a qual sequer presenciou o malsinado

inequívoca do prejuízo real sofrido, faz-se imprescindível a acidente.

demonstração da ilicitude do comportamento do ofensor, cujo ânimo Senão vejamos:

de lesionar o patrimônio moral do ofendido deve restar devidamente "que o depoente e o reclamante não laboravam no mesmo local,

evidenciado. pois, embora trabalhassem no mesmo centro de distribuição, as

A responsabilidade civil do empregador em caso de acidente de atividades de um não eram realizadas perto das atividades do outro;

trabalho é regulada pelo art. 7º, XXVIII da CF/88 c/c arts. 186 e 927 que o depoente laborava separando mercadorias dentro do centro

do Código Civil, in verbis: de distribuição (CD), em todos os locais onde se fizesse necessária

"Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de a separação dentro do CD; que o reclamante laborava dentro do

outros que visem à melhoria de sua condição social: centro de distribuição, em todos os locais onde fosse possível

XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do acondicionar as mercadorias;"

empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, "que ouviu comentários que o reclamante havia caída na reclamada;

quando incorrer em dolo ou culpa;" que o depoente não presenciou o acidente em referência, mas

"Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência estava próximo (a duas ruas de distância);"

ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que "que não sabe informar se o reclamante estava utilizando algum tipo

exclusivamente moral, comete ato ilícito." de EPI; que presume que o reclamante recebesse cinto de

"Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a proteção, eis que, todos os empregados da reclamada que

outrem, fica obrigado a repará-lo. trabalhavam em altura, recebiam cinto de segurança e gaiola; que

Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, ouviu comentários que o reclamante pulou de um lote (pilha de

independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou caixas de mais de um metro de altura) para outro; que acredita que

quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano o reclamante não estava em gaiola;" (Primeira testemunha do

implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem." reclamado(s): FRANCISCO WASHINGTON FREIRE - id cc9bfab)

Da análise dos dispositivos legais acima citados, constata-se a Em verdade, restou provado que o referido acidente fora provocado

exigência de três requisitos para a configuração da pela omissão da reclamada no sentido de adoção de todas as

responsabilidade civil do empregador nos casos de acidente de providências necessárias à salubridade e segurança do seu meio

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 706
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

ambiente laboral, e não por culpa do reclamante, como sustenta a Insurge-se a reclamada contra a condenação no pagamento de

reclamada. indenização por danos materiais afirma desnecessário o pagamento

A reclamada, por imprudência ou negligência, deixou de oferecer os de pensionamento mensal posto que o reclamante foi reintegrado

meios necessários e suficientes à segurança do trabalhador, uma em 04.10.2018 e que, após a publicação da sentença em

vez que não treinou ou capacitou o obreiro para atividades em 27.05.2019, que condenou a reclamada no pagamento de a pensão

altura, bem como não fiscalizava o uso dos equipamentos de de ¼ do salário mínimo por mês, afastou-se do emprego em

proteção, mormente cinto de segurança e o uso da "gaiola". 31.05.2019.

Ainda que se aceite a hipótese de o obreiro ter saído da gaiola e Aduz, ainda indevida a condenação no pagamento de despesas

pulado das caixas por conta própria, verifica-se a responsabilidade médicas, tendo em vista não há qualquer documentação nos autos

da reclamada, em permitir que o obreiro trabalhe utilizando desse que comprove a necessidade de custeamento, tampouco

artifício que não lhe oferecia nenhum tipo de segurança. comprovantes de gastos relacionados a recuperação do recorrido.

Portanto, evidenciada a presença do dano, do nexo de causalidade O reclamante, por sua vez, pugna pela reforma da sentença quanto

e da culpa empresarial, é de se atribuir a responsabilidade civil da ao termo inicial e final do pagamento da pensão vitalícia. Afirma que

reclamada, devendo indenizar os prejuízos morais sofridos pelo o termo inicial do pagamento da pensão mensal é a data em que o

obreiro, como forma de compensação pelos danos que lhes foram empregado tomou ciência inequívoca de sua incapacidade laboral,

causados. ou seja, no dia do acidente e o termo final deverá ser durante toda a

Correta a sentença. vida do reclamante.

VALOR ATRIBUÍDO AO DANO MORAL Pugna, ainda o reclamante pelo pagamento da pensão em dobro,

Conforme preceitua o art. 944 e art. 946 do Código Civil de 2002, a nos meses de dezembro, em razão da consideração da gratificação

fixação do quantum indenizatório será feito pelo Juiz, levando-se em natalina e, nos meses de outubro, quando se verificaria o

consideração o binômio "necessidade da vítima e capacidade implemento do direito à percepção de férias, o acréscimo de 1/3.

econômica do agente", dado o caráter compensatório e pedagógico Ao final requer o pagamento da pensão de uma só vez conforme

que deve revestir tal condenação. disposição do parágrafo único do art. 950 do CCB, ou,

subsidiariamente, que seja determinada que a parte reclamada

Art. 944 do CPC. A indenização mede-se pela extensão do constitua um capital cuja renda assegure o adimplemento da

dano.(...) pensão mensal deferida à parte reclamante, nos termos do art. 533

do CPC.

Art. 946 do CPC. Se a obrigação for indeterminada, e não houver À análise.

na lei ou no contrato disposição fixando a indenização devida pelo A sentença de primeiro grau (id 0d3788a), complementada pela

inadimplente, apurar-se-á o valor das perdas e danos na forma que sentença que julgou parcialmente procedentes os embargos de

a lei processual determinar. declaração interpostos pela reclamante (id be57383), condenou a

reclamada a pagar ao reclamante, caso seja comprovado nos autos

A reparação do dano extrapatrimonial, mormente aquele advindo da que o mesmo está desempregado, indenização por danos materiais

relação empregatícia, deve representar uma função ressarcitória- correspondente a 1/4 do salário mínimo mensal, até 20/02/2034,

preventiva, assim, o valor da indenização deve representar, ao data em que o autor completará 65 anos, esclarecendo que o termo

mesmo tempo, uma compensação financeira à vítima e uma final da obrigação de pagar a referida indenização decorre da idade

punição ao agente capaz de desestimular a reiteração da prática média para fins de obtenção de aposentadoria por idade (artigo 48,

leviana. da Lei n.º 8.213/1991), bem como pagamento de todas as despesas

Diante destas considerações, mantenho a condenação na médicas e tratamentos necessários decorrentes da lesão apontada

indenização por danos morais no valor de R$ 19.960,00 (dezenove no laudo pericial, ou seja, lesão que corresponde a Anquilose Total

mil, novecentos e sessenta reais), por entender que o mesmo foi de um dos cotovelos, ficando condicionado o pagamento à

fixado em patamar razoável, atendendo as funções pedagógica, comprovação do quantum pago (ou a ser pago) com a medicação e

reparatória e punitiva que a situação exige. demais despesas médicas, desde que comprovadamente

decorrentes da lesão supra citada.

INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS. PENSIONAMENTO. Inicialmente, é importante deixar claro que a indenização por danos

TERMOS INICIAL E FINAL. PAGAMENTO DE UMA SÓ VEZ. materiais (pensão mensal temporária ou vitalícia) não se confunde

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 707
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

nem é influenciada pela percepção ou não percepção de benefício POSSIBILIDADE. A pensão mensal possui caráter indenizatório

previdenciário pelo trabalhador. Cada parcela tem fundamento resultante da invalidez decorrente de acidente de trabalho, não se

jurídico diverso e, portanto, são autônomas, conforme a iterativa, confundindo com o pagamento de benefício previdenciário, o qual

atual e notória jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho: não serve de parâmetro para a exclusão ou redução dos valores

AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA DO reconhecidos a título de indenização a cargo do empregador. Nos

AUTOR EM FACE DE DECISÃO PUBLICADA ANTES DA termos do art. 121 da Lei 8.213/91, ademais, o pagamento, pela

VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014. LUCROS CESSANTES. Previdência Social, das prestações por acidente de trabalho não

CUMULAÇÃO COM BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. exclui a responsabilidade civil da empresa ou de outrem. Tal

POSSIBILIDADE. Agravo de instrumento a que se dá provimento proposição é reiterada no Decreto 611/92 do Regulamento dos

para determinar o processamento do recurso de revista, em face de Benefícios da Previdência Social, bem como na Súmula 229 do

haver sido demonstrada possível violação do artigo 121 da Lei nº Supremo Tribunal Federal. Assim, a obrigação de indenizar o dano

8.213/91. RECURSO DE REVISTA DO AUTOR EM FACE DE material decorrente de acidente de trabalho independe dos

DECISÃO PUBLICADA ANTES DA VIGÊNCIA DA LEI Nº rendimentos pagos pela Previdência Social, pois advém da

13.015/2014. LUCROS CESSANTES. CUMULAÇÃO COM O responsabilidade civil. Indevida, nessas circunstâncias, qualquer

BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. POSSIBILIDADE. A iterativa e dedução ou compensação entre parcelas de natureza jurídica de

notória jurisprudência desta Corte Superior se firmou no sentido de origem diversa. Esta é a atual e iterativa jurisprudência da SBDI-1,

que ser plenamente possível a cumulação da indenização dos com a qual se encontra em perfeita harmonia o acórdão

lucros cessantes decorrentes de acidente do trabalho (doença embargado, sendo inviável, dessa forma, o conhecimento do

ocupacional), com o auxílio-doença previdenciário, acidentário ou recurso de embargos, nos exatos termos do § 2º do artigo 894 da

aposentadoria por invalidez, a cargo do órgão previdenciário, sem CLT. Correta, pois, a decisão agravada. Agravo regimental não

que isso resulte em enriquecimento ilícito da parte, tendo em vista a provido. (...)" (AgR-E-RR - 282600-39.2009.5.09.0023, Relator

natureza jurídica diversa das parcelas. Precedentes. Recurso de Ministro: Augusto César Leite de Carvalho, Data de Julgamento:

revista de que se conhece e a que se dá provimento. (...) (TST: 10/03/2016, Subseção I Especializada em Dissídios Individuais,

ARR 24600720115110013, 7ª Turma, Relator: Cláudio Data de Publicação: DEJT 18/03/2016)

Mascarenhas Brandão, Julgamento 16/08/2017, Publicação DEJT Desse modo, o fato de a parte reclamante ter ou não ter percebido

25/08/2017) benefício previdenciário em nada influenciará no arbitramento de

"AGRAVO REGIMENTAL. EMBARGOS REGIDOS PELA LEI Nº eventuais lucros cessantes.

13.015/2014. (...) COMPENSAÇÃO POR DANO MATERIAL. Cumpre, ainda, ressaltar que os danos materiais podem

BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. CUMULAÇÃO. POSSIBILIDADE. compreender tanto os danos emergentes (aquilo que a vítima

NÃO PROVIMENTO. 1. O entendimento deste colendo Tribunal efetivamente perdeu em decorrência do evento danoso), como

Superior é no sentido de ser possível a cumulação da compensação lucros cessantes (resultantes do que efetivamente a vítima deixou

por danos materiais com eventuais benefícios previdenciários, como de ganhar).

é o caso da aposentadoria por invalidez, porquanto possuem Segundo Sebastião Geraldo de Oliveira, em seu livro Indenizações

naturezas jurídicas distintas e estão a cargo de titulares diversos. por Acidente do Trabalho ou Doença Ocupacional, 8.ª edição, LTr,

Precedentes desta egrégia SBDI-1. 2. Estando, pois, o v. acórdão 2014, páginas 244 e 245, define dano emergente e lucro cessante

turmário em consonância com a atual e iterativa jurisprudência nos seguintes termos:

desta colenda Corte Superior, o processamento do recurso de "O dano emergente é aquele prejuízo imediato e mensurável que

embargos encontra óbice no artigo 894, § 2º, da CLT. 3. Agravo surge em razão do acidente do trabalho, causando uma diminuição

regimental conhecido e não provido." (AgR-E-ED-RR - 948- no patrimônio do acidentado".

56.2012.5.03.0019, Relator Ministro: Guilherme Augusto Caputo Outrossim, o art. 950, do Código Civil menciona as despesas de

Bastos, Data de Julgamento: 23/06/2016, Subseção I Especializada tratamento até o fim da convalescença, mas assegura que também

em Dissídios Individuais, Data de Publicação: DEJT 01/07/2016) são indenizáveis outras reparações ou prejuízos que o ofendido

"AGRAVO REGIMENTAL INTERPOSTO CONTRA DECISÃO prove haver sofrido e lucros cessantes, nestes termos:

MONOCRÁTICA DE PRESIDENTE DE TURMA QUE NEGA Art. 950. Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não

SEGUIMENTO A RECURSO DE EMBARGOS. CUMULAÇÃO DA possa exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a

PENSÃO MENSAL COM BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. capacidade de trabalho, a indenização, além das despesas do

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tratamento e lucros cessantes até ao fim da convalescença, incluirá Sebastião Geraldo de. Indenizações por acidente do trabalho ou

pensão correspondente à importância do trabalho para que se doença ocupacional. 2. Ed. São Paulo: LTr, 2006. P. 266).

inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu. Ainda sobre o tema, segundo lição de José Affonso Dallegrave

Parágrafo único. O prejudicado, se preferir, poderá exigir que a Neto: "O legislador considerou o " próprio ofício" ou a " profissão

indenização seja arbitrada e paga de uma só vez. praticada" pelo acidentado como critério para aferir o grau de

Além das perdas efetivas dos danos emergentes, a vítima pode incapacidade e, por conseguinte, fixar o valor da pensão. Assim,

também ficar privada dos ganhos futuros, ainda que pouco importa o fato da vítima vir a exercer outra atividade afim ou

temporariamente. Para que a reparação do prejuízo seja completa, compatível com sua depreciação". (DALLEGRAVE NETO. José

o art. 402 do Código Civil determina o cômputo dos lucros Affonso. Responsabilidade Civil no Direito do Trabalho. 5ª, ed. São

cessantes, considerando-se como tais aquelas parcelas cujo Paulo:LTr, 2015. P.).

recebimento, dentro da razoabilidade, seria correto esperar. Portanto, uma vez provada a incapacidade permanente parcial e

Assim, a teor do art. 402, do Código Civil, os lucros cessantes definitiva do obreiro, prospera o pagamento de pensão vitalícia

representam o que a vítima deixará de ganhar no futuro após o decorrente de acidente de trabalho.

acidente, nos seguintes termos: Mantém-se a sentença.

"Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as RECURSO ORDINÁRIO DO RECLAMANTE

perdas e danos devidas ao credor abrangem, além do que ele RESCISÃO INDIRETA.

efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar". Pugna o reclamante pelo reconhecimento da rescisão indireta como

No caso, conforme expresso no item que analisou os danos morais, forma de resilição do contrato laboral, ante o descumprimento das

restou provado o dano sofrido pelo reclamante, o nexo causal e a normas de segurança do trabalho.

culpa subjetiva da reclamada. Razão não lhe assiste.

Ademais, conforme laudo pericial (id c1a1b3e), o reclamante ficou O reclamante foi reintegrado aos quadros da reclamada em

com incapacidade laboral parcial e definitiva com redução da 04/10/2018 (id ded2bfb).

capacidade em 25% (vinte e cinco por cento). Isto posto, de se reconhecer verificada a perda superveniente de

Segundo o disposto no art. 950 do Código Civil, repisa-se, a objeto do pedido de reconhecimento da rescisão indireta, diante da

indenização a título de dano material ou patrimonial decorrente de reintegração do obreiro.

acidente de trabalho além de abarcar o dano emergente e o lucro PENSIONAMENTO. TERMO INICIAL E FINAL. PAGAMENTO DE

cessante, envolve ainda a pensão proporcional à importância do UMA SÓ VEZ.

trabalho para o qual se inabilitou ou à depreciação que sofreu. O reclamante insurge-se contra a decisão de primeiro grau

O lucro cessante, como sabido, diz respeito aos valores que o pugnando pela fixação do termo inicial do pensionamento à data do

empregado concretamente deixa de obter até o fim da acidente de trabalho (30.11.2016) e o termo final durante toda a

convalescença, tornando-se imprescindível a comprovação do que vida.

efetivamente deixou de auferir, o que não restou posto nos autos. Pugna, ainda, pelo pagamento da pensão em dobro, nos meses de

O pensionamento vitalício, por sua vez, somente é devido se, após dezembro, em razão da consideração da gratificação natalina e, nos

a convalescença, restarem efetivamente provadas as sequelas que meses de outubro, quando se verificaria o implemento do direito à

reduzam ou cessem a capacidade laborativa do empregado de percepção de férias, o acréscimo de 1/3.

forma definitiva. À análise.

No caso, observa-se que, para as atividades laborais em geral, A sentença de primeiro grau condenou a reclamada no pagamento

houve uma redução da capacidade laboral do obreiro em 25 % de 1/4 do salário mínimo por mês, caso o reclamante fique

(vinte e cinco por cento) de forma parcial e definitiva. desempregado, até 20/02/2034, data em que o autor completará 65

Como se vê, o autor ficou impossibilitado de exercer a função que anos de idade, tendo por base a idade média para fins de obtenção

ocupava anteriormente ao acometimento da moléstia profissional de aposentadoria por idade.

(repositor de mercadorias), o que, segundo Sebastião Geraldo de Em se tratando de acidente do trabalho, o marco inicial do

Oliveira: "A incapacidade para o trabalho deve ser aferida tendo pagamento do pensionamento a título de dano material é a partir do

como referência a profissão da vítima, a teor do art. 950 do Código evento danoso, ou seja, deve ser paga à partir da data em que

Civil, não podendo ser analisada em relação ao exercício de outras ocorreu o acidente de trabalho, de acordo com o art. 950 do Código

atividades profissionais, salvo em casos excepcionais" (OLIVEIRA, Civil (30.11.2016).

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Da leitura do referido art. 950, do Código Civil, extrai-se a conclusão "Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa

de que a pensão vitalícia deverá ser paga até o momento em que exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade

cesse a causa que impossibilitou o empregado para o trabalho. de trabalho, a indenização, além das despesas do tratamento e

No caso, o autor ficou parcial e permanentemente incapacitado para lucros cessantes até ao fim da convalescença, incluirá pensão

o trabalho, devendo, portanto receber pensão vitalícia, ou seja, correspondente à importância do trabalho para que se inabilitou, ou

enquanto viver, sem qualquer limitação temporal. da depreciação que ele sofreu.

Não se pode acolher, como termo final para o pagamento da Parágrafo único. O prejudicado, se preferir, poderá exigir que a

pensão vitalícia a data da em que o empregado adquire o direito à indenização seja arbitrada e paga de uma só vez."

aposentadoria por idade, posto que as lesões por ele sofridas não

cessarão com a sua aposentadoria. A indenização paga de uma só vez, contida no parágrafo único do

Nesse sentido, cita-se o seguinte precedente: art. 950 do Código Civil, deve ser interpretada como uma "opção"

PENSÃO VITALÍCIA - TERMO FINAL. A extensão do dano foi para o prejudicado, submetida, todavia, ao critério do julgador.

analisado pelo Regional, que concluiu que as limitações decorrentes Este Juízo entende que o pagamento da indenização em parcela

do acidente de trabalho não se encerariam com a aposentadoria, única tem como intuito conciliar os interesses do credor (vítima),

aplicando corretamente as disposições do art. 944, do Código Civil, que recebe o valor de uma vez só, e do devedor (ofensor,

que entendo não ter sido violado. Além disso o referido dispositivo responsável), que resta liberado da obrigação mensal, ou mesmo

estabelece apenas o parâmetro legal para fixação do quantum de eventual constituição de capital ou inclusão em folha de

indenizatório. Em outras palavras, não se trata de limitação pagamento.

temporal da obrigação. Recurso de Revista que não se conhece. Isto posto, converto o pagamento da indenização por danos

(TST - RR- 9951400-19.2005.5.09.0002, 5.ª TURMA, Relatora materiais (lucros cessantes) através de pensão vitalícia, em parcela

Ministra Kátia Magalhães de Arruda, divulgado no DEJT de única, com valor a ser calculado correspondente a 25% do salário

18/6/2010). mínimo, seguindo os seguintes parâmetros: data do acidente e data

Nestes termos, fixa-se o termo inicial do pagamento indenização por em que o autor completar 74,9 anos de idade (expectativa de vida

danos materiais na forma de pensionamento para o dia em que do brasileiro).

ocorreu o acidente de trabalho (30.11.2016) enquanto o obreiro Sentença reformada.

viver, sem qualquer limitação temporal.

RECURSO ORDINÁRIO DA RECLAMADA

PAGAMENTO EM DOBRO RESSARCIMENTO DE DESPESAS MÉDICAS

Pugna o reclamante pelo pagamento da pensão mensal, "em dobro, A sentença recorrida condenou a reclamada "no pagamento de

nos meses de dezembro, em razão da consideração da gratificação todas as despesas médicas e tratamentos necessários decorrentes

natalina e, nos meses de outubro, quando se verificaria o da lesão apontada no laudo pericial, ou seja, lesão que corresponde

implemento do direito à percepção de férias, o acréscimo de 1/3". a Anquilose Total de um dos cotovelos, ficando condicionado o

Razão não lhe assiste. pagamento à comprovação do quantum pago (ou a ser pago) com a

A pensão mensal vitalícia possui caráter indenizatório, não havendo medicação e demais despesas médicas, desde que

que se falar no pagamento em dobro decorrente de verbas salariais. comprovadamente decorrentes da lesão supra citada."

Correta a sentença. Aduz a reclamada indevida a condenação no pagamento de

despesas e tratamento médico, posto que inexiste nos autos

PAGAMENTO DE PENSIONAMENTO EM PARCELA ÚNICA documentos que comprovem a necessidade de custeamento,

Defende o autor/recorrente, que diante das sequelas irreversíveis tampouco comprovantes de gastos relacionados a recuperação do

ocasionas pelo acidente de trabalho, o obreiro encontra-se recorrido.

impossibilitado de exercer qualquer atividade laboral, o que enseja o No tocante à condenação por danos materiais, percebe-se do

pagamento de indenização por danos materiais, a teor do disposto pedido constante da inicial que o pleito foi fundamentado no pedido

no art. 950, do Código Civil, em parcela única, de ressarcimento de despesas com remédios, consultas médicas,

À análise. exames e procedimentos relacionados à doença acometida.

Dispõe o Parágrafo único do art. Art. 950, do Código Civil: Como é sabido, a doutrina subdivide os danos materiais em danos

emergentes - decorrentes das despesas suportadas pela vítima em

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face do dano sofrido - e lucros cessantes - aqueles provenientes do ofereceu o retorno do obreiro ao trabalho com readaptação da

que a vítima deixou de auferir em face do aludido dano suportado. função de porteiro ou fiscal de loja, tendo o reclamante rejeitado a

Nesta perspectiva, percebe-se com nitidez que o dano material proposta ao argumento de não possui condições físicas para

pleiteado pelo autor se relaciona com os danos emergentes que exercer as funções designadas.

necessitam, para o seu deferimento, de comprovação robusta das Observa-se, portanto, que o empregador fez de tudo para reverter a

despesas suportadas pela parte que o requer, para justificar seu situação, inclusive propondo a readaptação do obreiro em outras

deferimento, fato que, no presente caso, não restou demonstrado. funções.

O obreiro não trouxe aos autos comprovantes destes pagamentos, Assim sendo, a presente situação não se caracteriza como "limbo

o que inviabiliza o reconhecimento ao direito a esta indenização a jurídico previdenciário", prevalecendo que o autor ficou afastado do

título de dano emergente. trabalho por sua própria inércia, não havendo culpa atribuível à

Embora a sentença recorrida tenha condicionado o pagamento de empregadora.

todos os gastos realizados com as despesas médicas decorrentes Diante do exposto, reforma-se a sentença para excluir da

da lesão sofrida pelo obreiro, em momento oportuno, entendo que condenação o pagamento dos salários do período de 10/11/2017 e

tais documentos deveriam ter sido carreados aos autos já na 03/10/2018, bem como os respectivos reflexos.

instrução processual.

Isto posto, reforma-se a sentença para excluir da condenação o HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS.

pagamento de gastos realizados com despesas médicas. Pugna a recorrente pela condenação do reclamante no pagamento

Sentença reformada no tópico. de honorários advocatícios sucumbenciais.

Afirma que a sentença de primeiro grau afastou a condenação dos

LIMBO PREVIDENCIÁRIO. INEXISTÊNCIA. RECUSA DO honorários advocatícios do patrono da reclamada por ter deferido os

EMPREGADO DE RETORNO AO TRABALHO benefícios da justiça gratuita, em afronta ao artigo 791-A, da CLT.

Aduz a reclamada ser indevida a condenação no pagamento Com relação aos honorários advocatícios de sucumbência, e em

detodos os salários e vantagens não recebidos pelo mesmo entre a face da redação da Lei nº 13.467 de 13.07.2017 que incluiu na CLT

data do dia 10/11/2017 e 03/10/2018, bem como 13.º salário o art. 791-A, tem-se que:

proporcional, afirmando que o reclamante, após o término do auxílio Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão

acidentário, ter sido considerado apto para o trabalho, recusou-se a devidos honorários de sucumbência, fixados entre o mínimo de 5%

retornar apesar da oferta da reclamada de readaptação nas (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por cento) sobre o

funções de porteiro ou fiscal de loja. valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico

Assiste-lhe razão. obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado

A cessação de benefício previdenciário em virtude de recuperação da causa.

da capacidade laboral constatada pelo perito do INSS afasta a § 1º Os honorários são devidos também nas ações contra a

suspensão do contrato de trabalho, impondo o imediato retorno do Fazenda Pública e nas ações em que a parte estiver assistida ou

trabalhador ao emprego. substituída pelo sindicato de sua categoria.

O chamado limbo previdenciário se dá quando o trabalhador recebe § 2º Ao fixar os honorários, o juízo observará:

alta médica do INSS e o empregador, mediante conclusão médica I - o grau de zelo do profissional;

que atesta sua incapacidade laborativa, se recusa a reencaminhar o II - o lugar de prestação do serviço;

empregado de volta às suas atividades. III - a natureza e a importância da causa;

Assim, compete ao empregador, enquanto responsável pelo risco IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o

da atividade empresarial (CLT, artigo 2º), receber o trabalhador seu serviço.

ofertando-lhe o exercício das funções antes executadas ou, ainda, § 3º Na hipótese de procedência parcial, o juízo arbitrará honorários

de atividades compatíveis com as limitações adquiridas. de sucumbência recíproca, vedada a compensação entre os

No caso, o reclamante não comprovou que a reclamada tenha honorários.

impedido o seu retorno ao trabalho após alta médica. § 4º Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não tenha

Ao revés, foi o empregado quem deu causa ao não retorno ao obtido em juízo, ainda que em outro processo, créditos capazes de

trabalho. suportar a despesa, as obrigações decorrentes de sua sucumbência

Em audiência datada de 25/06/2018 (id e91b74d) a reclamada ficarão sob condição suspensiva de exigibilidade e somente

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 711
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

poderão ser executadas se, nos dois anos subsequentes ao trânsito 03/10/2018, bem como os respectivos reflexos; condenar o

em julgado da decisão que as certificou, o credor demonstrar que reclamante no pagamento de honorários advocatícios no percentual

deixou de existir a situação de insuficiência de recursos que de 15% e determinar que a execução dos honorários advocatícios

justificou a concessão de gratuidade, extinguindo-se, passado esse de sucumbência permaneçam sob condição suspensiva de

prazo, tais obrigações do beneficiário. exigibilidade e somente poderão ser exigidos se, nos dois anos

§ 5º São devidos honorários de sucumbência na reconvenção. subsequentes ao trânsito em julgado da decisão, o credor

Entretanto, cumpre observar a decisão do Tribunal Pleno deste demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de

Tribunal quando, examinando Arguição de Inconstitucionalidade - recursos que justificou a concessão da gratuidade processual ao

Processo nº 0080026-04.2019.5.07.0000 - em novembro/2019 - obreiro, extinguindo-se, passado esse prazo, a respectiva

decidiu declarar incidentalmente a inconstitucionalidade da obrigação. Custas de 2% pela reclamada, calculadas sobre o novo

expressão "desde que não tenha obtido em juízo, ainda que em valor da condenação que ora arbitra-se em R$40.000,00 (quarenta

outro processo, créditos capazes de suportar a despesa", constante mil reais).

do § 4º do art. 791-A da CLT, com redação da Lei nº 13.467 de

13.07.2017.

Desta feita, por uma questão de disciplina judiciária, sem embargos DISPOSITIVO

da minha posição pessoal, de que o beneficiário da justiça gratuita

não deve ser condenado nos ônus da sucumbência, outro caminho

não vejo a não ser me curvar à opinião majoritária dos integrantes

do Tribunal Pleno do TRT da 7ª Região e passar a adotar, com

ressalvas, o entendimento supra e, portanto, dar provimento parcial

ao recurso da parte reclamada para condenar o reclamante no

pagamento de honorários advocatícios no percentual de 15% e

determinar que a execução dos honorários advocatícios de

sucumbência permaneçam sob condição suspensiva de ACORDAM OS DESEMBARGADORES DA 2.ª TURMA DO

exigibilidade e somente poderão ser exigidos se, nos dois anos TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 2.ª REGIÃO, por

subsequentes ao trânsito em julgado da decisão, o credor unanimidade, conhecer dos recursos e, no mérito, dar parcial

demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de provimento ao recurso do reclamante para converter o pagamento

recursos que justificou a concessão da gratuidade processual ao da indenização por danos materiais (lucros cessantes) através de

obreiro, extinguindo-se, passado esse prazo, a respectiva pensão vitalícia, em parcela única, com valor a ser calculado

obrigação. correspondente a 25% do salário mínimo, seguindo os seguintes

Sentença reformada. parâmetros: data do acidente e data em que o autor completar 74,9

anos de idade (expectativa de vida do brasileiro). Dar parcial

provimento ao recurso ordinário da reclamada para excluir da

CONCLUSÃO DO VOTO condenação: o pagamento de gastos realizados com despesas

médicas; o pagamento dos salários do período de 10/11/2017 e

03/10/2018, bem como os respectivos reflexos; condenar o

Voto pelo conhecimento dos recursos e, no mérito, dar parcial reclamante no pagamento de honorários advocatícios no percentual

provimento ao recurso do reclamante para converter o pagamento de 15% e determinar que a execução dos honorários advocatícios

da indenização por danos materiais (lucros cessantes) através de de sucumbência permaneçam sob condição suspensiva de

pensão vitalícia, em parcela única, com valor a ser calculado exigibilidade e somente poderão ser exigidos se, nos dois anos

correspondente a 25% do salário mínimo, seguindo os seguintes subsequentes ao trânsito em julgado da decisão, o credor

parâmetros: data do acidente e data em que o autor completar 74,9 demonstrar que deixou de existir a situação de insuficiência de

anos de idade (expectativa de vida do brasileiro). Dar parcial recursos que justificou a concessão da gratuidade processual ao

provimento ao recurso ordinário da reclamada para excluir da obreiro, extinguindo-se, passado esse prazo, a respectiva

condenação: o pagamento de gastos realizados com despesas obrigação. Custas de 2% pela reclamada, calculadas sobre o novo

médicas; o pagamento dos salários do período de 10/11/2017 e valor da condenação que ora arbitra-se em R$40.000,00 (quarenta

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Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

TERCEIRO JOELINA LACERDA LOIOLA


mil reais). INTERESSADO
TERCEIRO JESSICA SILVEIRA ARAUJO
Participaram do julgamento os Exmos. Srs. Desembargadores INTERESSADO
Francisco José Gomes da Silva (Presidente e Relator),Cláudio PATRICIO WILIAM ADVOGADO(OAB: 7737/CE)
ALMEIDA VIEIRA
Soares Pires e Jefferson Quesado Júnior. Presente ainda o(a) TERCEIRO GILBERTO MARQUES DE ARAUJO
INTERESSADO FILHO
Exmo(a). Sr(a). membro do Ministério Público do Trabalho.
PATRICIO WILIAM ADVOGADO(OAB: 7737/CE)
Fortaleza, 17 de fevereiro de 2020. ALMEIDA VIEIRA

Intimado(s)/Citado(s):
- ESPOLIO DE GILBERTO MARQUES DE ARAUJO

PODER JUDICIÁRIO
FRANCISCO JOSÉ GOMES DA SILVA
JUSTIÇA DO TRABALHO
Relator

EMENTA

FORTALEZA/CE, 04 de março de 2020.

RECURSO DO RECLAMANTE BANCÁRIO. REFLEXO DAS


ROMULO DE SOUSA FROTA HORAS EXTRAS NO SÁBADO. SÚMULA Nº 113 DO TST - O
Diretor de Secretaria sábado do bancário é dia útil não trabalhado, e não dia de repouso

remunerado. Não cabe a repercussão do pagamento de horas


Processo Nº ROT-0001184-07.2015.5.07.0014
Relator FRANCISCO JOSÉ GOMES DA extras habituais em sua remuneração.
SILVA
CORREÇÃO MONETÁRIA. IPCA-E. O entendimento acerca da
RECORRENTE ESPOLIO DE GILBERTO MARQUES
DE ARAUJO aplicação do IPCA-E encontrava-se suspenso em face do
ANA VIRGINIA PORTO ADVOGADO(OAB: 9708/CE)
DE FREITAS deferimento, pelo STF, de liminar nos autos da Reclamação nº
Anatole Nogueira Sousa ADVOGADO(OAB: 22578/CE) 22.012/RS. Contudo, não mais subsiste a suspensão da decisão do
Carlos Antonio Chagas ADVOGADO(OAB: 6560/CE)
TST conferida liminarmente pelo STF nos autos da Reclamação
PATRICIO WILIAM ADVOGADO(OAB: 7737/CE)
ALMEIDA VIEIRA 22.012/RS, pois foi julgada improcedente no dia 5/12/2017,
ROBERTA UCHOA DE ADVOGADO(OAB: 9349/CE)
SOUZA prevalecendo, desse modo, o julgado do Pleno do TST no
RECORRENTE BANCO BRADESCO S.A. julgamento do processo ArgInc-479-60.2011.5.04.0231, sendo
RENAN BRASIL DE ADVOGADO(OAB: 24715/CE)
OLIVEIRA mantida a aplicação do índice oficial de remuneração básica da
FRANCISCO SAMPAIO ADVOGADO(OAB: 9075/CE) caderneta de poupança (TRD) para os débitos trabalhistas devidos
DE MENEZES JUNIOR
RECORRIDO ESPOLIO DE GILBERTO MARQUES até o dia 24/3/2015, e, após, a partir do dia 25/3/2015, a correção
DE ARAUJO
deve ser realizada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo
ANA VIRGINIA PORTO ADVOGADO(OAB: 9708/CE)
DE FREITAS Especial (IPCA-E). Assim sendo, a correção monetária dos créditos
Anatole Nogueira Sousa ADVOGADO(OAB: 22578/CE)
trabalhistas devidos ao reclamante será aplicada ao índice oficial de
Carlos Antonio Chagas ADVOGADO(OAB: 6560/CE)
PATRICIO WILIAM ADVOGADO(OAB: 7737/CE) remuneração básica da caderneta de poupança (TRD) para os
ALMEIDA VIEIRA
créditos trabalhistas devidos ao autor até o dia 24/3/2015, e, a partir
ROBERTA UCHOA DE ADVOGADO(OAB: 9349/CE)
SOUZA do dia 25/3/2015, a correção deve ser realizada pelo Índice de
RECORRIDO BANCO BRADESCO S.A.
Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E).
RENAN BRASIL DE ADVOGADO(OAB: 24715/CE)
OLIVEIRA RECURSO ORDINÁRIO DO RECLAMADO. BANCÁRIO. HORAS
FRANCISCO SAMPAIO ADVOGADO(OAB: 9075/CE)
DE MENEZES JUNIOR EXTRAS. CARGO DE CONFIANÇA. ART. 224, § 2º DA CLT.
TERCEIRO FRANCISCA MARIA LINHARES BANCÁRIO. HORAS EXTRAS DEVIDAS. Revela-se necessário,
INTERESSADO
TERCEIRO LUCIENE MARIA RIOS SILVEIRA para caracterização da exceção do art. 224, § 2º da CLT, além da
INTERESSADO ARAUJO
percepção de gratificação de função igual ou superior a 1/3 do
PATRICIO WILIAM ADVOGADO(OAB: 7737/CE)
ALMEIDA VIEIRA salário, atribuição de poderes de gestão ou fidúcia especial, o que

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Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

não se observa nos presentes autos. c358175.

Recursos conhecidos. Parcialmente provido o do autor e Dispensado parecer Ministerial na forma da Lei.

improvido o do reclamado.

FUNDAMENTAÇÃO

RELATÓRIO

ADMISSIBILIDADE

Trata-se de recursos ordinários interpostos pelas partes em face da Conheço dos recursos ordinários porque presentes os pressupostos

sentença de ID. e76bb81 que julgou PROCEDENTES EM PARTE de admissibilidade.

os pedidos veiculados na Reclamação Trabalhista movida por APLICAÇÃO DA REFORMA TRABALHISTA

ESPOLIO DE GILBERTO MARQUES DE ARAÚJO em face de Inicialmente, decide-se pela inaplicabilidade das normas

BANCO BRADESCO S/A para condenar o(a) reclamado(a) a pagar processuais constantes da Lei 13.467/2017 ao presente feito, haja

ao reclamante a quantia líquida de R$ 96.613,34, referente a: 40,8 vista que protocolado antes do dia 11/11/2017, a fim de evitar

horas extras mensais com adicional de 50% e reflexos em RSR, prejuízo e surpresa aos litigantes.

férias com 1/3, 13º e FGTS; e b) recolher o valor de R$ 21.989,35, a Importante realçar que a nova lei, caso admitida a sua aplicação

título de contribuições previdenciárias. Defere-se a justiça gratuita aos processos ajuizados antes de sua vigência, tem manifesto

ao reclamante, Improcedem os demais pleitos. potencial de alterar não só a repercussão econômica dos pedidos,

Em suas razões recursais de ID. ce19d16 aduz o autor, em mas também assim como os efeitos patrimoniais da sentença.

apertada síntese, que o dia de sábado para os bancários é Não há dúvidas, portanto, que a imposição de novas regras aos

considerado como dia de repouso semanal remunerado e, portanto, processos em curso, constituiria novidade e risco não esperado

resta incontroverso que é devido o pagamento dos reflexos das pelas partes quando do ajuizamento da presente ação.

horas extras prestadas sobre repouso semanal remunerado, À luz dessas considerações, e no intuito de preservar a

inclusive os sábados, conforme expressa previsão nas convenções "segurança", deixo de aplicar ao caso vertente as regras

coletivas de trabalho. processuais constantes da Lei 13.467/2017, exceto quanto à nova

Pugna, portanto, pela reforma do julgado para que seja determinada disciplina dos prazos processuais (contados em dias úteis), o que

a inclusão dos reflexos das horas extras no sábado. de logo pode ser adotado, por ser incontroverso que dessa medida,

Requer também o autor/recorrente seja determinada a inclusão da pura e simples, não resulta qualquer prejuízo processual para

parcela Adicional por Tempo de Serviço, na base de cálculo das quaisquer das partes.

horas extras deferidas, vez que dos cálculos liquidados só constam MÉRITO

as parcelas ordenado e gratificação de função. RECURSO DO RECLAMANTE

Aduz, ainda, o recorrente que a sentença de forma equivocada Em suas razões recursais aduz o autor, em apertada síntese, que o

deduziu um dia de feriado mensal em média o que alterou o dia de sábado para os bancários é considerado como dia de

quantitativo mensal de horas extras, que ao invés de 40,8 horas, o repouso semanal remunerado e, portanto, resta incontroverso que é

correto seriam 42,8 horas extras mensais. devido o pagamento dos reflexos das horas extras prestadas sobre

Por fim, requer seja incluída na condenação o pagamento dos repouso semanal remunerado, inclusive os sábados, conforme

honorários advocatícios, bem como que os valores oriundos da expressa previsão nas convenções coletivas de trabalho, pelo que

condenação sejam atualizados pelo IPCA-E a partir de 25/03/2015. pugna seja a decisão ora atacada reformada nesse tocante.

A seu turno, recorre o Banco reclamado requerendo a reforma do Sem razão o recorrente.

julgado, sob o argumento de que ao revés do deferido na sentença Explica-se.

ora atacada, não é devido ao recorrido o pagamento da 7ª e 8ª hora A Súmula nº 113, do TST e por demais esclarecedora quanto ao

de trabalho como hora extra, tendo em vista que o autor exercia tema ora em apreço, senão vejam-se:

cargo de fidúcia, percebendo gratificação de função em face do BANCÁRIO. SÁBADO. DIA ÚTIL (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19,

desempenho de tal mister, estando, portanto, o obreiro enquadrado 20 e 21.11.2003. O sábado do bancário é dia útil não trabalhado,

na exceção prevista no § 2º, do art. 224, da CLT. não dia de repouso remunerado. Não cabe a repercussão do

Contrarrazões pelo reclamante ID f5abdda e pelo reclamado ID. pagamento de horas extras habituais em sua remuneração.

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De igual sorte não há que se modificar o quantitativo de horas a parte estar assistida por sindicato da categoria profissional e

mensais definidos na sentença para inclusão dos feriados arbitrados comprovar a percepção de salário inferior ao dobro do salário

na sentença à média de um feriado por mês, por nítida falta de mínimo ou encontrar-se em situação econômica que não lhe

amparo legal. permita demandar sem prejuízo do próprio sustento ou da

Nesse diapasão, de se manter na íntegra a decisão de 1º grau que respectiva família.

negou a incidência de reflexos das horas extras no sábado, bem No caso em apreço, se encontra a parte obreira assistida pelo

como indevida qualquer alteração no quantitativo de horas extras sindicato da sua categoria profissional. Portanto, se divisa o

mensais. preenchimento dos requisitos necessários à concessão da verba

No que se refere às parcelas que compõem a base de cálculo das honorária.

horas extras, entende-se que a mesma é composta das parcelas Nesse contexto, procede o apelo, devendo a condenação no

fixas constantes da remuneração do obreiro. pagamento de honorários advocatícios ser incluída da sentença

Nesse sentido de se dar provimento ao apelo do autor para incluir recorrida no montante de 15% sobre o valor da condenação.

na base de cálculo do cômputo das horas extras, a parcela relativa Requer o recorrente que seja aplicada o IPCA-E para fins de

ao Adicional de Tempo de Serviço - ATS, vez que dos cálculos de correção monetária.

liquidação tal base só constou das parcelas "ordenado" e Assiste-lhe razão.

"gratificação de função". Quanto à matéria da correção monetária, nos autos da ADI nº 4357,

Na questão relativa aos honorários advocatícios, a sentença o Supremo Tribunal Federal declarou a inconstitucionalidade da

recorrida indeferiu o pedido de honorários advocatícios de 15% expressão "índice oficial de remuneração básica da caderneta de

(quinze por cento) sobre o montante total da condenação. poupança" prevista no art. 100, §12º, da CRFB, afastando, assim, a

O recorrente defende a procedência dessa verba, com base nas aplicação da Taxa Referencial - TR, o que culminou com a

Súmulas nº 219 e nº 329 do TST. inconstitucionalidade por arrastamento do art. 1º-F da Lei nº 9.494,

Assiste-lhe razão. com a redação dada pelo art. 5º da Lei nº 11.960, de 29/06/2009.

O e. TRT da 7ª Região editou a sua Súmula nº 2, alinhando-se à Em decorrência da referida decisão do STF, o Pleno do TST, ao

orientação do TST em relação aos requisitos para a concessão de apreciar a Arguição de Inconstitucionalidade nº 479-

honorários advocatícios na Justiça do Trabalho. Este relator sempre 60.2011.5.04.0231, suscitada pelo Min. Cláudio Mascarenhas

deferiu a verba honorária nas lides decorrentes da relação de Brandão, por sua vez, declarou a inconstitucionalidade por

emprego com base na mera sucumbência, sendo voto vencido arrastamento da expressão "equivalente à TRD" presente no art. 39,

quando da aprovação do mencionado verbete jurisprudencial. caput, da Lei nº 8.177/91 e acabou dando interpretação conforme a

Desta feita, por uma questão de disciplina judiciária, sem embargos Constituição ao restante da norma e definiu como índice de

da minha posição pessoal, que sempre foi a favor da nobre classe atualização monetária dos créditos trabalhistas na Justiça do

dos advogados, de cujas fileiras fui guindado ao honroso cargo de Trabalho o Índice de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-

Desembargador do Trabalho, outro caminho não vejo a não ser me E) a partir de 30.06.2009, quando entrou em vigor a Lei nº

curvar à opinião majoritária do integrantes do Tribunal Pleno do TRT 11.960/2009, que acrescentou o art. 1º-F à Lei nº 9.494/1997, o qual

da 7ª Região e passar a adotar, com ressalvas, a orientação foi declarado inconstitucional pelo STF.

consubstancia na Súmula nº 2 deste Pretório. O entendimento acerca da aplicação do IPCA-E encontrava-se

Assim, na vigência do citado verbete jurisprudencial, para que seja suspenso em face do deferimento, pelo STF, de liminar nos autos

devido o pagamento da verba honorária nas causas que versam da Reclamação nº 22.012/RS. Contudo, não mais subsiste a

acerca de relação de emprego, necessário se faz que a parte suspensão da decisão do TST conferida liminarmente pelo STF nos

reclamante esteja assistida por sindicato da categoria profissional e autos da Reclamação 22.012/RS, pois foi julgada improcedente no

comprove a sua vulnerabilidade financeira. dia 5/12/2017, prevalecendo, desse modo, o julgado do Pleno do

Confira-se: TST no julgamento do processo ArgInc-479-60.2011.5.04.0231,

SÚMULA N° 2. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS, JUSTIÇA DO sendo mantida a aplicação do índice oficial de remuneração básica

TRABALHO. LIDES DECORRENTES DA RELAÇÃO DE da caderneta de poupança (TRD) para os débitos trabalhistas

EMPREGO. Na Justiça do Trabalho, a condenação ao pagamento devidos até o dia 24/3/2015, e, após, a partir do dia 25/3/2015, a

de honorários advocatícios, nunca superiores a 15% (quinze por correção deve ser realizada pelo Índice de Preços ao Consumidor

cento), não decorre pura e simplesmente da sucumbência, devendo Amplo Especial (IPCA-E).

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Esse, ademais, tem sido o entendimento já adotado pela 5. À luz dessas considerações, impõe-se a adoção do IPCA-E para

jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho, conforme as a atualização dos créditos trabalhistas, não apenas sob a

ementas a seguir transcritas: perspectiva da efetiva recomposição do patrimônio dos credores

"RECURSOS DE REVISTA DO BANCO DO BRASIL S.A. e DA trabalhistas, mas como medida de estímulo efetivo ao cumprimento

CAIXA DE PREVIDÊNCIA DOS FUNCIONÁRIOS DO BANCO DO dos direitos sociais por parte de devedores recalcitrantes, que se

BRASIL - PREVI. REGIDOS PELA LEI 13.015/2014. FASE DE valem da Justiça do Trabalho, lamentavelmente, para postergar

CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. MATÉRIA COMUM. indefinidamente suas obrigações. No caso, aplicado pelo Tribunal

CORREÇÃO MONETÁRIA DOS CRÉDITOS TRABALHISTAS. Regional o IPCA-E para a atualização dos débitos trabalhistas,

INCONSTITUCIONALIDADE DO ARTIGO 39 DA LEI 8.177/91. inviável a admissibilidade das revistas. Recursos de revista não

SUSPENSÃO DOS EFEITOS DA DECISÃO. ÍNDICE APLICÁVEL. conhecidos." (TST, Processo: RR - 70-55.2011.5.04.0661 Data de

IPCA-E. 1. Esta Colenda Corte, em julgamento plenário realizado no Julgamento: 06/12/2017, Relator Ministro: Douglas Alencar

dia 04.08.2015, examinou a Arguição de Inconstitucionalidade Rodrigues, 7ª Turma, Data de Publicação: DEJT 15/12/2017).

suscitada pela Egrégia 7ª Turma deste Tribunal, nos autos do AIRR- "RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI Nº

479-60.2011.5.04.0231, e pronunciou a inconstitucionalidade por 13.015/2014. CORREÇÃO MONETÁRIA DO DÉBITO

arrastamento do artigo 39 da Lei 8.177/91, elegendo como TRABALHISTA. TAXA REFERENCIAL (TR).

fundamento a "ratio decidendi" exposta pela Excelsa Corte, no INCONSTITUCIONALIDADE. PRECEDENTE DO SUPREMO

julgamento das ADIs 4.357, 4.372, 4.400 e 4.425. 2. Ainda na TRIBUNAL FEDERAL. ADOÇÃO DO ÍNDICE DE PREÇOS AO

mesma ocasião, determinou esta Colenda Corte a modulação dos CONSUMIDOR AMPLO ESPECIAL (IPCA-E). 1. Ao concluir o

efeitos da decisão, a fim de que os créditos trabalhistas alvos de julgamento do RE nº 870.947/SE (Relator: Min. LUIZ FUX), em que

execuções judicias fossem corrigidos pelo IPCA-E a contar de 30 de se discutia a aplicação de juros de mora e correção monetária nos

junho de 2009 (data posteriormente retificada para 25.3.2015, por casos de condenação impostas ao Poder Público, o Tribunal Pleno

ocasião do exame de embargos de declaração), observada, porém, do Supremo Tribunal Federal, por maioria, decidiu afastar a

a preservação das situações jurídicas consolidadas resultantes dos utilização da Taxa Referencial (TR) como índice de atualização dos

pagamentos efetuados nos pro- cessos judiciais, em andamento ou débitos judiciais da Fazenda Pública, mesmo em período anterior à

extintos, em virtude dos quais foi adimplida e extinta a obrigação, expedição de precatório, e adotar o Índice de Preços ao

ainda que parcialmente, sobretudo em decorrência da proteção ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E). 2. O Tribunal Pleno deste

ato jurídico perfeito (artigos 5º, XXXVI, da Constituição e 6º da Lei Tribunal Superior, nos autos do Proc. ArgInc 479-

de Introdução ao Direito Brasileiro - LIDB). 3. Em face da relevância 60.2011.5.04.0231, declarou a inconstitucionalidade da expressão

da matéria e de seus expressivos impactos econômicos, a "equivalentes à TRD", contida no "caput" do artigo 39 da Lei n°

Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) apresentou ao Excelso 8.177/91, e, adotando a técnica de interpretação conforme a

Supremo Tribunal Federal a Reclamação Constitucional nº 22012, Constituição Federal para o texto remanescente do dispositivo

distribuída ao Ministro Dias Toffoli, sobrevindo decisão deferitória de impugnado, fixou a variação do Índice de Preços ao Consumidor

liminar, "para suspender os efeitos da decisão reclamada e da Amplo Especial (IPCA-E) como fator de correção a ser utilizado na

"tabela única" editada pelo CSJT em atenção a ordem nela contida, tabela de atualização monetária dos débitos trabalhistas na Justiça

sem prejuízo do regular trâmite da Ação Trabalhista nº 0000479- do Trabalho. 3. Ao julgar os Embargos de Declaração interpostos

60.2011.5.04.0231, inclusive prazos recursais". 4. Nada obstante, naqueles autos, esta Corte Superior fixou novos parâmetros para a

seguindo a jurisprudência consagrada no âmbito da própria modulação dos efeitos da decisão, definindo o dia 25/3/2015 como

Suprema Corte, a Segunda Turma do STF julgou improcedente a o marco inicial para a aplicação da variação do Índice de Preços ao

Reclamação Constitucional nº 22012. Desse modo, viabilizada a Consumidor Amplo Especial (IPCA-E) como fator de atualização, de

retomada dos debates voltados à adoção de critério adequado para modo que deve ser mantida a aplicação do índice oficial de

correção dos débitos trabalhistas, deve prevalecer a compreensão remuneração básica da caderneta de poupança (TRD) para os

desta Corte, no sentido de que a aplicação do Índice de Preços ao débitos trabalhistas devidos até o dia 24/3/2015, e, a partir do dia

Consumidor Amplo Especial (IPCA-E), em detrimento da Taxa 25/3/2015, a correção deve ser realizada pelo Índice de Preços ao

Referencial Diária (TRD), permite a justa e adequada atualização de Consumidor Amplo Especial (IPCA-E). Recurso de revista

débitos trabalhistas, não se cogitando de desrespeito ao julgamento conhecido e provido, no particular." (Processo nº TST-RR-351-

lavrado nas Ações Diretas de Inconstitucionalidade 4.357 e 4.425. 51.2014.5.09.0892, Relator Ministro Walmir Oliveira da Costa, Data

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de julgamento; 28/02/2018). A propósito da matéria, para efeito da caracterização de 'cargo de

Assim sendo, de se dar provimento ao apelo para determinar que confiança', diz a Súmula nº 102 do TST:

na atualização monetária dos valores deferidos seja utilizado o 'Bancário. Cargo de confiança. A configuração, ou não, do exercício

índice oficial de remuneração básica da caderneta de poupança da função de confiança a que se refere o art. 224, § 2.º, da CLT,

(TRD) para os débitos trabalhistas devidos até o dia 24/03/2015, e, dependente da prova das reais atribuições do empregado, é

a partir do dia 25/03/2015, realizar a correção pelo Índice de Preços insuscetível de exame mediante recurso de revista ou embargos'.

ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E) nos termos da As testemunhas foram uníssonas ao afirmar que o reclamante

Jurisprudência do TST retromencionada. exercia funções técnicas, entretanto sem que para tanto fosse

RECURSO DO BANCO RECLAMADO exigida maior fidúcia do empregador para o exercício de tal mister,

Em suas razões recursais alega o banco Reclamado que o senão vejam-se:

reclamante exercia o cargo de fidúcia, com jornada de oito horas,

recebendo gratificação de função superior a 1/3 do salário de seu Primeira testemunha do reclamante: FRANCISCA MARIA

cargo efetivo, estando enquadrado nas disposições contidas no art. LINHARES, identidade nº 98010153528, viúvo(a), nascido em

224, §2º da CLT, in verbis: 16/08/1957, APOSENTADA, residente e domiciliado(a) na RUA

Art. 224. A duração normal do trabalho dos empregados em bancos, SOARES BULCÃO, 350, AP 902, A, FORTALEZA. Advertida e

casas bancárias e Caixa Econômica Federal será de 6 (seis) horas compromissada. Depoimento: "que se aposentou em agosto de

contínuas nos dias úteis, com exceção dos sábados, perfazendo um 2017, quando já trabalhava há mais de 10 anos na Agencia

total de 30 (trinta) horas de trabalho por semana. Bezerra de Menezes, junto com o de cujus; que era gerente de

§ 2º As disposições deste artigo não se aplicam aos que exercem contas e o de cujus caixa; que além dos serviços típico de

funções de direção, gerência, fiscalização, chefia e equivalentes, ou caixa, o de cujus tinha atribuições relativas a compensação de

que desempenhem outros cargos de confiança, desde que o valor cheques; que os caixas de 8 horas não tinham qualquer poder

da gratificação não seja inferior a 1/3 (um terço) do salário do cargo sobre os outros caixas, tampouco sobre quaisquer outros

efetivo. funcionários; que o de cujus, assim como os outros caixas de 8

Da leitura do parágrafo segundo do dispositivo supracitado, tem-se horas, não participavam de comitês de crédito; que o de cujus

que a jornada de seis horas diárias é a regra aplicável ao não tinha qualquer participação na admissão, demissão e

empregado bancário, excetuadas as hipóteses de exercício de punição de funcionários, cabendo tais atribuições ao gerente

funções de gerência, fiscalização, chefia e equivalentes, ou ainda, administrativo e ao gerente geral; que pelo que sabe, todos os

de cargos de confiança. funcionários egressos do BEC, caixas ou não, e que tinham jornada

O cerne de toda questão é saber, se desempenhando o obreiro as de 8 horas, assumiram função formal de supervisor administrativo;

funções de Chefe de Serviços estaria enquadrado na regra que outros supervisores administrativos que não eram caixas,

esculpida no art. 224, § 2º, da CLT. realizavam tarefas como abertura de contas (Socorrinha e Joelina) e

No presente caso, não se desincumbiu o reclamado do ônus de apoio a tesouraria (Regina); que o nível do cartão funcional dos

provar que o reclamante desempenhava atividades equivalentes ao supervisores egressos do BEC era 85; que não lembra exatamente

cargo de confiança. qual era a alçada dos referidos cartões; que a alçada dos

Pelo contrário, através das provas carreadas aos autos, restou certo supervisores era superior a dos caixas; que o de cujus não se

que, efetivamente, o reclamante não tinha subordinados, nem prestava a esclarecimentos formulados por outros caixas; que o de

procuração para representar a reclamada, não podendo demitir ou cujus, assim como todos os caixas, tinha acesso a retaguarda da

admitir funcionários. tesouraria, realizando em tal local apenas arquivo de documentos,

Ademais a afirmação da ré de que o autor laborava em atividade inclusive por meio de micro filmagem; que nunca viu o próprio de

que demandava fidúcia especial, posto que laborava na tesouraria cujus realizando abastecimento de caixas com numerário,

lidando com numerários, não emprega ao caso a exceção prevista acreditando que existiam outro supervisor administrativo egresso do

no multicitado artigo celetário, pois evidenciam uma natureza BEC que realizava tal tarefa; que nenhum supervisor administrativo

eminentemente técnica das atribuições,do autor, quais sejam poderia assinar cheques administrativos, cabendo tal atarefe

movimentar e controlar numerários, conferir autenticidade de apenas ao gerente administrativo ou gerente geral; que o de cujus

documentos, efetuar compensações, dentre outras, igualmente não autorizava liberação de alçada para caixas, e sim apenas o

técnicas. gerente administrativo e gerente geral". ENCERRADO O

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DEPOIMENTO. caixas com numerário, não existindo outro supervisor

Primeira testemunha do reclamado(s): JAUE GOMES DE administrativo egresso do BEC que realizava tal tarefa; que

AZEVEDO, identidade nº 2004010376953, solteiro(a), nascido em nenhum supervisor administrativo poderia assinar cheques

01/10/1990, BANCÁRIO, residente e domiciliado(a) na RUA 230, administrativos, cabendo tal tarefa apenas ao gerente

CASA 42, NOVA METROLOPE, CAUCAIA-CE. Advertida e administrativo, gerente comercial ou gerente geral; que o de

compromissada. Depoimento: "que já trabalha na Agencia São cujus autorizava liberação de alçada para caixas; que na

Gerardo, que fica na Av. Bezerra de Menezes, desde 2009, coincidência de ausências dos gerentes geral, comerciais e

inicialmente como escriturário, depois passando a caixa, em 2010, e administrativo ainda cabia à Sra Regina receber autorização para

depois supervisor adminsitrativo, a partir de 2016; que na referida assinar cheques administrativos, sendo que somente na ausência

agencia trabalhou com o de cujus; que além dos serviços típico também desta ultima, também por meio de autorização especifica,

de caixa, o de cujus tinha atribuições relativas a organização poderia o reclamante assinar referidos documentos; que entretanto

do espaço dos caixas; que a parte de compensação de cheques nunca viu o de cujus assinando cheque administrativo; que já

ficava a cargo da Sra. Regina, não sabendo se a mesma tinha aconteceu de um supervisor administrativos substituir gerente, tanto

formalmente o cargo de supervisor administrativo; que quando administrativo como de contas; que o caixa de 6 horas não pode

algum dinheiro devesse ser buscado na tesouraria era o de acessar a tesouraria na ausência do tesoureiro; que também a Sra

cujus quem fazia, e na falta dele o gerente administrativo; que Regina, na ausência simultânea do tesoureiro e do de cujus,

tal tarefa era bastante frequente; que os caixas de 6 horas sequer poderia acessar a tesouraria". ENCERRADO O DEPOIMENTO.

tinham a chave da tesouraria e portanto, não poderiam realizar tal (Grifou-se).

atividade; que o de cujus não tinha qualquer poder sobre os

outros caixas, tampouco sobre quaisquer outros funcionários; Portanto, da prova dos autos, colhe-se que a função exercida pelo

que entende que hierarquicamente o de cujus estava em nível reclamante, aludida pela reclamada como "função de confiança",

superior ao do caixa de 6 horas; que o de cujus não participava de era tão somente de mera execução e coordenação de atividades

comitês de crédito, e com relação a outros supervisores sem que, para tanto, fosse exigida maior fidúcia.

administrativos, apenas para substituir membros titulares; que o de Nesse sentido são os seguintes precedentes:

cujus não tinha qualquer participação na admissão, demissão e

punição de funcionários, cabendo tais atribuições ao gerente (...) II - RECURSO DE REVISTA DA RECLAMADA (...). 5 - HORAS

administrativo e ao gerente geral; que pelo que sabe, todos os EXTRAS. CARGO DE CONFIANÇA. Ausente a fidúcia especial do

funcionários egressos do BEC, caixas ou não, e que tinham jornada cargo de confiança no período em que atuou como gerente

de 8 horas, assumiram função formal de supervisor administrativo; (consoante as premissas fáticas consignadas no acórdão recorrido),

que outros supervisores administrativos, que não eram caixas, e ausente a liberdade de horário típica dos trabalhadores externos,

realizavam tarefas como abertura de contas (Socorrinha e Joelina) e não há como enquadrar o autor nas exceções do art. 62 da CLT.

apoio a gerencia administrativa (Regina); que o nível do cartão Com efeito, o princípio da primazia da realidade sobre a forma rege

funcional dos supervisores egressos do BEC era 85; que a alçada o processo trabalhista, de modo que, existindo controle real de

dos referidos cartões é de R$20.000,00, enquanto a do caixa, nível horário por parte da reclamada (o que se constata quando a

83, é de R$10.000,00; que a alçada dos supervisores era superior a empresa exige que o trabalhador compense horas não trabalhadas),

dos caixas; que o de cujus se prestava a esclarecimentos ainda que não haja controle formal através de cartões de ponto, são

formulados por outros caixas em razão do seu tempo de casa, devidas as horas extras decorrentes do labor em sobrejornada.

informando entretanto que os sistemas corporativos do banco se Recurso de revista não conhecido. (TST-ARR-92900-

alteraram bastante com o tempo e todos os caixas se ajudavam 43.2004.5.17.0008, Relatora Ministra: Delaíde Miranda Arantes, 2ª

genericamente; que o de cujus, assim como todos os caixas, tinha Turma, DEJT 18/12/2015).

acesso a retaguarda dos caixas, realizando em tal local arquivo e RECURSO DE REVISTA. (...) JORNADA DE TRABALHO.

remessa de documentos, inclusive por meio de micro filmagem; que BANCÁRIO. CARGO DE CONFIANÇA. ART. 224, § 2º, DA CLT. O

o acesso do de cujus a retaguarda da tesouraria apenas se cargo de confiança no Direito do Trabalho recebeu explícita

dava na falta do tesoureiro, para eventualmente manipular tipificação legal, quer no padrão amplo do art. 62 da CLT, quer no

numerário, com a transferência da respectiva chave em tais tipo jurídico específico bancário do art. 224, § 2º, da Consolidação.

situações; que o de cujus não realizava abastecimento de Para que ocorra o enquadramento do empregado bancário nas

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 718
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disposições contidas no art. 224, § 2º, da CLT, é necessário ficar o que afasta o direito à gratificação de função postulada. Inferência

comprovado, no caso concreto, que o empregado exercia outra exige o revolvimento do substrato fático-probatório, cujo

efetivamente as funções aptas a caracterizar o exercício de função reexame encontra óbice na Súmula nº 126 desta Corte. Acresça-se

de confiança, e, ainda, que elas se revestiam de fidúcia especial, que a presunção de veracidade decorrente da aplicação da revelia

que extrapola aquela básica, inerente a qualquer empregado. Não não é absoluta, podendo ceder ante os elementos de convicção

compete ao poder empresarial, desse modo, fixar tipificação constantes nos autos, como ocorreu no caso. Incólume o art. 224, §

anômala de cargo de confiança bancário, estranha e colidente com 2º, da CLT. Revista não conhecida. BANCÁRIO. JORNADA

as regras legais imperativas. Por outro lado, a opção do empregado REDUZIDA. HORAS EXTRAS. O Regional excluiu da condenação a

para exercício do cargo não importa renúncia à jornada de seis gratificação de função, assentando que as funções exercidas pelo

horas. Na hipótese, extrai-se do acórdão recorrido que a autor, conforme narrado na inicial e admitido em depoimento

Reclamante ocupava o cargo de Gerente de Negócios Preferencial pessoal, não denotam a fidúcia necessária para a aplicação do art.

e trabalhava realizando: visitas a clientes externos (usando carro e 224, § 2º, da CLT. Nesse contexto, sendo o autor bancário e não

celular), -abertura de contas, fechamento de negócios e vendas de exercendo cargo ou função de confiança, na forma do § 2º do art.

produtos do banco, seguros e previdência-. Ficou assentado 224 da CLT, a ele se aplica a jornada reduzida de seis horas

também pelo Tribunal Regional que a Autora -detinha um cargo de prevista no caput no referido diploma legal, sendo devidas, como

maior responsabilidade que os demais-. Nesse contexto, conclui-se extras, a 7ª e 8ª horas laboradas. Recurso de revista conhecido e

que, de fato, a Reclamante ocupava cargo de confiança, estando provido. (TST-RR-1408-09.2010.5.01.0071, Relator Desembargador

enquadrada na hipótese do art. 224, § 2º, da CLT. Recurso de Convocado: Breno Medeiros, 8ª Turma, DEJT 18/12/2015).

revista conhecido e provido no aspecto. (TST-RR-22100-

92.2006.5.04.0521 Data de Julgamento: 22/10/2014, Relator Assim sendo, restou comprovado que o reclamante quando exercia

Ministro: Mauricio Godinho Delgado, 3ª Turma, DEJT 24/10/2014). suas funções no Banco reclamado, não desempenhou as

I - AGRAVO DE INSTRUMENTO DO RECLAMANTE. RECURSO atribuições previstas na exceção do § 2º do art. 224, da CLT.

DE REVISTA - (...) 2. HORAS EXTRAS. BANCÁRIO. CARGO DE

CONFIANÇA. ART. 224, § 2º, DA CLT. CONFIGURAÇÃO. 1. O

enquadramento do bancário na exceção prevista no parágrafo 2º do CONCLUSÃO DO VOTO

art. 224 da CLT exige a comprovação inequívoca de que o

trabalhador exerça cargo de confiança, a saber, aquele de maior

fidúcia, que o diferencie dos demais. Presente tal requisito, Diante do exposto, voto pelo conhecimento de ambos os recursos e,

remanesce o enquadramento previsto no referido dispositivo legal, no mérito, dou parcial provimento ao recurso do reclamante para

sendo devido o recebimento das horas trabalhadas, como extras, incluir na base de cálculo para cômputo das horas extras deferidas

daquelas excedentes à 8ª diária e 40ª semanal. Agravo de a rubrica Adicional de Tempo de Serviço, bem como deferir o

instrumento conhecido e desprovido. (...)." (TST-ARR- 1204- pedido de condenação da ré no pagamento de honorários

54.2010.5.15.0077, Relator Ministro: Alberto Luiz Bresciani de advocatícios no montante de 15% sobre o valor da condenação e

Fontan Pereira, 3ª Turma, DEJT 14/11/2014). por fim, determinar que na atualização monetária dos valores

AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. deferidos seja utilizado o índice oficial de remuneração básica da

ACÓRDÃO PUBLICADO ANTES DA VIGÊNCIA DA LEI Nº caderneta de poupança (TRD) para os débitos trabalhistas devidos

13.015/2014. BANCÁRIO. JORNADA REDUZIDA. HORAS até o dia 24/03/2015, e, a partir do dia 25/03/2015, realizar a

EXTRAS. Caracterizada uma potencial ofensa ao art. 224, caput, da correção pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo Especial

CLT, dá-se provimento ao agravo de instrumento para determinar o (IPCA-E). Nego provimento ao apelo do reclamado. Face o efeito

prosseguimento do recurso de revista. Agravo de instrumento modificativo empregado na sentença arbitra-se o valor da

provido. RECURSO DE REVISTA. NEGATIVA DE PRESTAÇÃO condenação em R$120.000,00 (cento e vinte mil reais) e custas

JURISDICIONAL. Matéria não examinada na forma do art. 249, § processuais de R$2.400,00 (dois mil e quatrocentos reais).

2º, do CPC. GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO. O Regional consignou

que, embora revéis os reclamados, as atribuições descritas na

inicial e admitidas pelo autor em depoimento pessoal não denotam DISPOSITIVO

a fidúcia necessária para a sua inserção no § 2º do art. 224 da CLT,

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Processo Nº ROT-0001184-07.2015.5.07.0014
Relator FRANCISCO JOSÉ GOMES DA
SILVA
RECORRENTE ESPOLIO DE GILBERTO MARQUES
DE ARAUJO
ANA VIRGINIA PORTO ADVOGADO(OAB: 9708/CE)
DE FREITAS
Anatole Nogueira Sousa ADVOGADO(OAB: 22578/CE)
Carlos Antonio Chagas ADVOGADO(OAB: 6560/CE)
PATRICIO WILIAM ADVOGADO(OAB: 7737/CE)
ACORDAM OS DESEMBARGADORES DA 2ª TURMA DO ALMEIDA VIEIRA
ROBERTA UCHOA DE ADVOGADO(OAB: 9349/CE)
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 7ª REGIÃO, por SOUZA
unanimidade, conhecer de ambos os recursos e, no mérito, dar RECORRENTE BANCO BRADESCO S.A.
RENAN BRASIL DE ADVOGADO(OAB: 24715/CE)
parcial provimento ao recurso do reclamante para incluir na base de OLIVEIRA
cálculo para cômputo das horas extras deferidas a rubrica Adicional FRANCISCO SAMPAIO ADVOGADO(OAB: 9075/CE)
DE MENEZES JUNIOR
de Tempo de Serviço, bem como deferir o pedido de condenação RECORRIDO ESPOLIO DE GILBERTO MARQUES
DE ARAUJO
da ré no pagamento de honorários advocatícios no montante de
ANA VIRGINIA PORTO ADVOGADO(OAB: 9708/CE)
15% sobre o valor da condenação e, por fim, determinar que na DE FREITAS
Anatole Nogueira Sousa ADVOGADO(OAB: 22578/CE)
atualização monetária dos valores deferidos seja utilizado o índice
Carlos Antonio Chagas ADVOGADO(OAB: 6560/CE)
oficial de remuneração básica da caderneta de poupança (TRD) PATRICIO WILIAM ADVOGADO(OAB: 7737/CE)
ALMEIDA VIEIRA
para os débitos trabalhistas devidos até o dia 24/03/2015, e, a partir
ROBERTA UCHOA DE ADVOGADO(OAB: 9349/CE)
do dia 25/03/2015, realizar a correção pelo Índice de Preços ao SOUZA
RECORRIDO BANCO BRADESCO S.A.
Consumidor Amplo Especial (IPCA-E). Negar provimento ao apelo
RENAN BRASIL DE ADVOGADO(OAB: 24715/CE)
do reclamado. Face o efeito modificativo empregado na sentença OLIVEIRA
FRANCISCO SAMPAIO ADVOGADO(OAB: 9075/CE)
arbitra-se o valor da condenação em R$120.000,00 (cento e vinte DE MENEZES JUNIOR
mil reais) e custas processuais de R$2.400,00 (dois mil e TERCEIRO FRANCISCA MARIA LINHARES
INTERESSADO
quatrocentos reais). TERCEIRO LUCIENE MARIA RIOS SILVEIRA
INTERESSADO ARAUJO
Participaram do julgamento os Exmos. Srs. Desembargadores
PATRICIO WILIAM ADVOGADO(OAB: 7737/CE)
Francisco José Gomes da Silva (Presidente e Relator),Cláudio ALMEIDA VIEIRA
TERCEIRO JOELINA LACERDA LOIOLA
Soares Pires e Jefferson Quesado Júnior. Presente ainda o(a) INTERESSADO
Exmo(a). Sr(a). membro do Ministério Público do Trabalho. TERCEIRO JESSICA SILVEIRA ARAUJO
INTERESSADO
Fortaleza, 17 de fevereiro de 2020. PATRICIO WILIAM ADVOGADO(OAB: 7737/CE)
ALMEIDA VIEIRA
TERCEIRO GILBERTO MARQUES DE ARAUJO
INTERESSADO FILHO
PATRICIO WILIAM ADVOGADO(OAB: 7737/CE)
ALMEIDA VIEIRA

Intimado(s)/Citado(s):
- BANCO BRADESCO S.A.
FRANCISCO JOSÉ GOMES DA SILVA

Relator

PODER JUDICIÁRIO

JUSTIÇA DO TRABALHO

EMENTA

FORTALEZA/CE, 04 de março de 2020.

RECURSO DO RECLAMANTE BANCÁRIO. REFLEXO DAS


ROMULO DE SOUSA FROTA
HORAS EXTRAS NO SÁBADO. SÚMULA Nº 113 DO TST - O
Diretor de Secretaria
sábado do bancário é dia útil não trabalhado, e não dia de repouso

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remunerado. Não cabe a repercussão do pagamento de horas considerado como dia de repouso semanal remunerado e, portanto,

extras habituais em sua remuneração. resta incontroverso que é devido o pagamento dos reflexos das

CORREÇÃO MONETÁRIA. IPCA-E. O entendimento acerca da horas extras prestadas sobre repouso semanal remunerado,

aplicação do IPCA-E encontrava-se suspenso em face do inclusive os sábados, conforme expressa previsão nas convenções

deferimento, pelo STF, de liminar nos autos da Reclamação nº coletivas de trabalho.

22.012/RS. Contudo, não mais subsiste a suspensão da decisão do Pugna, portanto, pela reforma do julgado para que seja determinada

TST conferida liminarmente pelo STF nos autos da Reclamação a inclusão dos reflexos das horas extras no sábado.

22.012/RS, pois foi julgada improcedente no dia 5/12/2017, Requer também o autor/recorrente seja determinada a inclusão da

prevalecendo, desse modo, o julgado do Pleno do TST no parcela Adicional por Tempo de Serviço, na base de cálculo das

julgamento do processo ArgInc-479-60.2011.5.04.0231, sendo horas extras deferidas, vez que dos cálculos liquidados só constam

mantida a aplicação do índice oficial de remuneração básica da as parcelas ordenado e gratificação de função.

caderneta de poupança (TRD) para os débitos trabalhistas devidos Aduz, ainda, o recorrente que a sentença de forma equivocada

até o dia 24/3/2015, e, após, a partir do dia 25/3/2015, a correção deduziu um dia de feriado mensal em média o que alterou o

deve ser realizada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo quantitativo mensal de horas extras, que ao invés de 40,8 horas, o

Especial (IPCA-E). Assim sendo, a correção monetária dos créditos correto seriam 42,8 horas extras mensais.

trabalhistas devidos ao reclamante será aplicada ao índice oficial de Por fim, requer seja incluída na condenação o pagamento dos

remuneração básica da caderneta de poupança (TRD) para os honorários advocatícios, bem como que os valores oriundos da

créditos trabalhistas devidos ao autor até o dia 24/3/2015, e, a partir condenação sejam atualizados pelo IPCA-E a partir de 25/03/2015.

do dia 25/3/2015, a correção deve ser realizada pelo Índice de A seu turno, recorre o Banco reclamado requerendo a reforma do

Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E). julgado, sob o argumento de que ao revés do deferido na sentença

RECURSO ORDINÁRIO DO RECLAMADO. BANCÁRIO. HORAS ora atacada, não é devido ao recorrido o pagamento da 7ª e 8ª hora

EXTRAS. CARGO DE CONFIANÇA. ART. 224, § 2º DA CLT. de trabalho como hora extra, tendo em vista que o autor exercia

BANCÁRIO. HORAS EXTRAS DEVIDAS. Revela-se necessário, cargo de fidúcia, percebendo gratificação de função em face do

para caracterização da exceção do art. 224, § 2º da CLT, além da desempenho de tal mister, estando, portanto, o obreiro enquadrado

percepção de gratificação de função igual ou superior a 1/3 do na exceção prevista no § 2º, do art. 224, da CLT.

salário, atribuição de poderes de gestão ou fidúcia especial, o que Contrarrazões pelo reclamante ID f5abdda e pelo reclamado ID.

não se observa nos presentes autos. c358175.

Recursos conhecidos. Parcialmente provido o do autor e Dispensado parecer Ministerial na forma da Lei.

improvido o do reclamado.

FUNDAMENTAÇÃO

RELATÓRIO

ADMISSIBILIDADE

Trata-se de recursos ordinários interpostos pelas partes em face da Conheço dos recursos ordinários porque presentes os pressupostos

sentença de ID. e76bb81 que julgou PROCEDENTES EM PARTE de admissibilidade.

os pedidos veiculados na Reclamação Trabalhista movida por APLICAÇÃO DA REFORMA TRABALHISTA

ESPOLIO DE GILBERTO MARQUES DE ARAÚJO em face de Inicialmente, decide-se pela inaplicabilidade das normas

BANCO BRADESCO S/A para condenar o(a) reclamado(a) a pagar processuais constantes da Lei 13.467/2017 ao presente feito, haja

ao reclamante a quantia líquida de R$ 96.613,34, referente a: 40,8 vista que protocolado antes do dia 11/11/2017, a fim de evitar

horas extras mensais com adicional de 50% e reflexos em RSR, prejuízo e surpresa aos litigantes.

férias com 1/3, 13º e FGTS; e b) recolher o valor de R$ 21.989,35, a Importante realçar que a nova lei, caso admitida a sua aplicação

título de contribuições previdenciárias. Defere-se a justiça gratuita aos processos ajuizados antes de sua vigência, tem manifesto

ao reclamante, Improcedem os demais pleitos. potencial de alterar não só a repercussão econômica dos pedidos,

Em suas razões recursais de ID. ce19d16 aduz o autor, em mas também assim como os efeitos patrimoniais da sentença.

apertada síntese, que o dia de sábado para os bancários é Não há dúvidas, portanto, que a imposição de novas regras aos

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processos em curso, constituiria novidade e risco não esperado Súmulas nº 219 e nº 329 do TST.

pelas partes quando do ajuizamento da presente ação. Assiste-lhe razão.

À luz dessas considerações, e no intuito de preservar a O e. TRT da 7ª Região editou a sua Súmula nº 2, alinhando-se à

"segurança", deixo de aplicar ao caso vertente as regras orientação do TST em relação aos requisitos para a concessão de

processuais constantes da Lei 13.467/2017, exceto quanto à nova honorários advocatícios na Justiça do Trabalho. Este relator sempre

disciplina dos prazos processuais (contados em dias úteis), o que deferiu a verba honorária nas lides decorrentes da relação de

de logo pode ser adotado, por ser incontroverso que dessa medida, emprego com base na mera sucumbência, sendo voto vencido

pura e simples, não resulta qualquer prejuízo processual para quando da aprovação do mencionado verbete jurisprudencial.

quaisquer das partes. Desta feita, por uma questão de disciplina judiciária, sem embargos

MÉRITO da minha posição pessoal, que sempre foi a favor da nobre classe

RECURSO DO RECLAMANTE dos advogados, de cujas fileiras fui guindado ao honroso cargo de

Em suas razões recursais aduz o autor, em apertada síntese, que o Desembargador do Trabalho, outro caminho não vejo a não ser me

dia de sábado para os bancários é considerado como dia de curvar à opinião majoritária do integrantes do Tribunal Pleno do TRT

repouso semanal remunerado e, portanto, resta incontroverso que é da 7ª Região e passar a adotar, com ressalvas, a orientação

devido o pagamento dos reflexos das horas extras prestadas sobre consubstancia na Súmula nº 2 deste Pretório.

repouso semanal remunerado, inclusive os sábados, conforme Assim, na vigência do citado verbete jurisprudencial, para que seja

expressa previsão nas convenções coletivas de trabalho, pelo que devido o pagamento da verba honorária nas causas que versam

pugna seja a decisão ora atacada reformada nesse tocante. acerca de relação de emprego, necessário se faz que a parte

Sem razão o recorrente. reclamante esteja assistida por sindicato da categoria profissional e

Explica-se. comprove a sua vulnerabilidade financeira.

A Súmula nº 113, do TST e por demais esclarecedora quanto ao Confira-se:

tema ora em apreço, senão vejam-se: SÚMULA N° 2. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS, JUSTIÇA DO

BANCÁRIO. SÁBADO. DIA ÚTIL (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, TRABALHO. LIDES DECORRENTES DA RELAÇÃO DE

20 e 21.11.2003. O sábado do bancário é dia útil não trabalhado, EMPREGO. Na Justiça do Trabalho, a condenação ao pagamento

não dia de repouso remunerado. Não cabe a repercussão do de honorários advocatícios, nunca superiores a 15% (quinze por

pagamento de horas extras habituais em sua remuneração. cento), não decorre pura e simplesmente da sucumbência, devendo

De igual sorte não há que se modificar o quantitativo de horas a parte estar assistida por sindicato da categoria profissional e

mensais definidos na sentença para inclusão dos feriados arbitrados comprovar a percepção de salário inferior ao dobro do salário

na sentença à média de um feriado por mês, por nítida falta de mínimo ou encontrar-se em situação econômica que não lhe

amparo legal. permita demandar sem prejuízo do próprio sustento ou da

Nesse diapasão, de se manter na íntegra a decisão de 1º grau que respectiva família.

negou a incidência de reflexos das horas extras no sábado, bem No caso em apreço, se encontra a parte obreira assistida pelo

como indevida qualquer alteração no quantitativo de horas extras sindicato da sua categoria profissional. Portanto, se divisa o

mensais. preenchimento dos requisitos necessários à concessão da verba

No que se refere às parcelas que compõem a base de cálculo das honorária.

horas extras, entende-se que a mesma é composta das parcelas Nesse contexto, procede o apelo, devendo a condenação no

fixas constantes da remuneração do obreiro. pagamento de honorários advocatícios ser incluída da sentença

Nesse sentido de se dar provimento ao apelo do autor para incluir recorrida no montante de 15% sobre o valor da condenação.

na base de cálculo do cômputo das horas extras, a parcela relativa Requer o recorrente que seja aplicada o IPCA-E para fins de

ao Adicional de Tempo de Serviço - ATS, vez que dos cálculos de correção monetária.

liquidação tal base só constou das parcelas "ordenado" e Assiste-lhe razão.

"gratificação de função". Quanto à matéria da correção monetária, nos autos da ADI nº 4357,

Na questão relativa aos honorários advocatícios, a sentença o Supremo Tribunal Federal declarou a inconstitucionalidade da

recorrida indeferiu o pedido de honorários advocatícios de 15% expressão "índice oficial de remuneração básica da caderneta de

(quinze por cento) sobre o montante total da condenação. poupança" prevista no art. 100, §12º, da CRFB, afastando, assim, a

O recorrente defende a procedência dessa verba, com base nas aplicação da Taxa Referencial - TR, o que culminou com a

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 722
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inconstitucionalidade por arrastamento do art. 1º-F da Lei nº 9.494, junho de 2009 (data posteriormente retificada para 25.3.2015, por

com a redação dada pelo art. 5º da Lei nº 11.960, de 29/06/2009. ocasião do exame de embargos de declaração), observada, porém,

Em decorrência da referida decisão do STF, o Pleno do TST, ao a preservação das situações jurídicas consolidadas resultantes dos

apreciar a Arguição de Inconstitucionalidade nº 479- pagamentos efetuados nos pro- cessos judiciais, em andamento ou

60.2011.5.04.0231, suscitada pelo Min. Cláudio Mascarenhas extintos, em virtude dos quais foi adimplida e extinta a obrigação,

Brandão, por sua vez, declarou a inconstitucionalidade por ainda que parcialmente, sobretudo em decorrência da proteção ao

arrastamento da expressão "equivalente à TRD" presente no art. 39, ato jurídico perfeito (artigos 5º, XXXVI, da Constituição e 6º da Lei

caput, da Lei nº 8.177/91 e acabou dando interpretação conforme a de Introdução ao Direito Brasileiro - LIDB). 3. Em face da relevância

Constituição ao restante da norma e definiu como índice de da matéria e de seus expressivos impactos econômicos, a

atualização monetária dos créditos trabalhistas na Justiça do Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) apresentou ao Excelso

Trabalho o Índice de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA- Supremo Tribunal Federal a Reclamação Constitucional nº 22012,

E) a partir de 30.06.2009, quando entrou em vigor a Lei nº distribuída ao Ministro Dias Toffoli, sobrevindo decisão deferitória de

11.960/2009, que acrescentou o art. 1º-F à Lei nº 9.494/1997, o qual liminar, "para suspender os efeitos da decisão reclamada e da

foi declarado inconstitucional pelo STF. "tabela única" editada pelo CSJT em atenção a ordem nela contida,

O entendimento acerca da aplicação do IPCA-E encontrava-se sem prejuízo do regular trâmite da Ação Trabalhista nº 0000479-

suspenso em face do deferimento, pelo STF, de liminar nos autos 60.2011.5.04.0231, inclusive prazos recursais". 4. Nada obstante,

da Reclamação nº 22.012/RS. Contudo, não mais subsiste a seguindo a jurisprudência consagrada no âmbito da própria

suspensão da decisão do TST conferida liminarmente pelo STF nos Suprema Corte, a Segunda Turma do STF julgou improcedente a

autos da Reclamação 22.012/RS, pois foi julgada improcedente no Reclamação Constitucional nº 22012. Desse modo, viabilizada a

dia 5/12/2017, prevalecendo, desse modo, o julgado do Pleno do retomada dos debates voltados à adoção de critério adequado para

TST no julgamento do processo ArgInc-479-60.2011.5.04.0231, correção dos débitos trabalhistas, deve prevalecer a compreensão

sendo mantida a aplicação do índice oficial de remuneração básica desta Corte, no sentido de que a aplicação do Índice de Preços ao

da caderneta de poupança (TRD) para os débitos trabalhistas Consumidor Amplo Especial (IPCA-E), em detrimento da Taxa

devidos até o dia 24/3/2015, e, após, a partir do dia 25/3/2015, a Referencial Diária (TRD), permite a justa e adequada atualização de

correção deve ser realizada pelo Índice de Preços ao Consumidor débitos trabalhistas, não se cogitando de desrespeito ao julgamento

Amplo Especial (IPCA-E). lavrado nas Ações Diretas de Inconstitucionalidade 4.357 e 4.425.

Esse, ademais, tem sido o entendimento já adotado pela 5. À luz dessas considerações, impõe-se a adoção do IPCA-E para

jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho, conforme as a atualização dos créditos trabalhistas, não apenas sob a

ementas a seguir transcritas: perspectiva da efetiva recomposição do patrimônio dos credores

"RECURSOS DE REVISTA DO BANCO DO BRASIL S.A. e DA trabalhistas, mas como medida de estímulo efetivo ao cumprimento

CAIXA DE PREVIDÊNCIA DOS FUNCIONÁRIOS DO BANCO DO dos direitos sociais por parte de devedores recalcitrantes, que se

BRASIL - PREVI. REGIDOS PELA LEI 13.015/2014. FASE DE valem da Justiça do Trabalho, lamentavelmente, para postergar

CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. MATÉRIA COMUM. indefinidamente suas obrigações. No caso, aplicado pelo Tribunal

CORREÇÃO MONETÁRIA DOS CRÉDITOS TRABALHISTAS. Regional o IPCA-E para a atualização dos débitos trabalhistas,

INCONSTITUCIONALIDADE DO ARTIGO 39 DA LEI 8.177/91. inviável a admissibilidade das revistas. Recursos de revista não

SUSPENSÃO DOS EFEITOS DA DECISÃO. ÍNDICE APLICÁVEL. conhecidos." (TST, Processo: RR - 70-55.2011.5.04.0661 Data de

IPCA-E. 1. Esta Colenda Corte, em julgamento plenário realizado no Julgamento: 06/12/2017, Relator Ministro: Douglas Alencar

dia 04.08.2015, examinou a Arguição de Inconstitucionalidade Rodrigues, 7ª Turma, Data de Publicação: DEJT 15/12/2017).

suscitada pela Egrégia 7ª Turma deste Tribunal, nos autos do AIRR- "RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI Nº

479-60.2011.5.04.0231, e pronunciou a inconstitucionalidade por 13.015/2014. CORREÇÃO MONETÁRIA DO DÉBITO

arrastamento do artigo 39 da Lei 8.177/91, elegendo como TRABALHISTA. TAXA REFERENCIAL (TR).

fundamento a "ratio decidendi" exposta pela Excelsa Corte, no INCONSTITUCIONALIDADE. PRECEDENTE DO SUPREMO

julgamento das ADIs 4.357, 4.372, 4.400 e 4.425. 2. Ainda na TRIBUNAL FEDERAL. ADOÇÃO DO ÍNDICE DE PREÇOS AO

mesma ocasião, determinou esta Colenda Corte a modulação dos CONSUMIDOR AMPLO ESPECIAL (IPCA-E). 1. Ao concluir o

efeitos da decisão, a fim de que os créditos trabalhistas alvos de julgamento do RE nº 870.947/SE (Relator: Min. LUIZ FUX), em que

execuções judicias fossem corrigidos pelo IPCA-E a contar de 30 de se discutia a aplicação de juros de mora e correção monetária nos

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 723
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

casos de condenação impostas ao Poder Público, o Tribunal Pleno que desempenhem outros cargos de confiança, desde que o valor

do Supremo Tribunal Federal, por maioria, decidiu afastar a da gratificação não seja inferior a 1/3 (um terço) do salário do cargo

utilização da Taxa Referencial (TR) como índice de atualização dos efetivo.

débitos judiciais da Fazenda Pública, mesmo em período anterior à Da leitura do parágrafo segundo do dispositivo supracitado, tem-se

expedição de precatório, e adotar o Índice de Preços ao que a jornada de seis horas diárias é a regra aplicável ao

Consumidor Amplo Especial (IPCA-E). 2. O Tribunal Pleno deste empregado bancário, excetuadas as hipóteses de exercício de

Tribunal Superior, nos autos do Proc. ArgInc 479- funções de gerência, fiscalização, chefia e equivalentes, ou ainda,

60.2011.5.04.0231, declarou a inconstitucionalidade da expressão de cargos de confiança.

"equivalentes à TRD", contida no "caput" do artigo 39 da Lei n° O cerne de toda questão é saber, se desempenhando o obreiro as

8.177/91, e, adotando a técnica de interpretação conforme a funções de Chefe de Serviços estaria enquadrado na regra

Constituição Federal para o texto remanescente do dispositivo esculpida no art. 224, § 2º, da CLT.

impugnado, fixou a variação do Índice de Preços ao Consumidor No presente caso, não se desincumbiu o reclamado do ônus de

Amplo Especial (IPCA-E) como fator de correção a ser utilizado na provar que o reclamante desempenhava atividades equivalentes ao

tabela de atualização monetária dos débitos trabalhistas na Justiça cargo de confiança.

do Trabalho. 3. Ao julgar os Embargos de Declaração interpostos Pelo contrário, através das provas carreadas aos autos, restou certo

naqueles autos, esta Corte Superior fixou novos parâmetros para a que, efetivamente, o reclamante não tinha subordinados, nem

modulação dos efeitos da decisão, definindo o dia 25/3/2015 como procuração para representar a reclamada, não podendo demitir ou

o marco inicial para a aplicação da variação do Índice de Preços ao admitir funcionários.

Consumidor Amplo Especial (IPCA-E) como fator de atualização, de Ademais a afirmação da ré de que o autor laborava em atividade

modo que deve ser mantida a aplicação do índice oficial de que demandava fidúcia especial, posto que laborava na tesouraria

remuneração básica da caderneta de poupança (TRD) para os lidando com numerários, não emprega ao caso a exceção prevista

débitos trabalhistas devidos até o dia 24/3/2015, e, a partir do dia no multicitado artigo celetário, pois evidenciam uma natureza

25/3/2015, a correção deve ser realizada pelo Índice de Preços ao eminentemente técnica das atribuições,do autor, quais sejam

Consumidor Amplo Especial (IPCA-E). Recurso de revista movimentar e controlar numerários, conferir autenticidade de

conhecido e provido, no particular." (Processo nº TST-RR-351- documentos, efetuar compensações, dentre outras, igualmente

51.2014.5.09.0892, Relator Ministro Walmir Oliveira da Costa, Data técnicas.

de julgamento; 28/02/2018). A propósito da matéria, para efeito da caracterização de 'cargo de

Assim sendo, de se dar provimento ao apelo para determinar que confiança', diz a Súmula nº 102 do TST:

na atualização monetária dos valores deferidos seja utilizado o 'Bancário. Cargo de confiança. A configuração, ou não, do exercício

índice oficial de remuneração básica da caderneta de poupança da função de confiança a que se refere o art. 224, § 2.º, da CLT,

(TRD) para os débitos trabalhistas devidos até o dia 24/03/2015, e, dependente da prova das reais atribuições do empregado, é

a partir do dia 25/03/2015, realizar a correção pelo Índice de Preços insuscetível de exame mediante recurso de revista ou embargos'.

ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E) nos termos da As testemunhas foram uníssonas ao afirmar que o reclamante

Jurisprudência do TST retromencionada. exercia funções técnicas, entretanto sem que para tanto fosse

RECURSO DO BANCO RECLAMADO exigida maior fidúcia do empregador para o exercício de tal mister,

Em suas razões recursais alega o banco Reclamado que o senão vejam-se:

reclamante exercia o cargo de fidúcia, com jornada de oito horas,

recebendo gratificação de função superior a 1/3 do salário de seu Primeira testemunha do reclamante: FRANCISCA MARIA

cargo efetivo, estando enquadrado nas disposições contidas no art. LINHARES, identidade nº 98010153528, viúvo(a), nascido em

224, §2º da CLT, in verbis: 16/08/1957, APOSENTADA, residente e domiciliado(a) na RUA

Art. 224. A duração normal do trabalho dos empregados em bancos, SOARES BULCÃO, 350, AP 902, A, FORTALEZA. Advertida e

casas bancárias e Caixa Econômica Federal será de 6 (seis) horas compromissada. Depoimento: "que se aposentou em agosto de

contínuas nos dias úteis, com exceção dos sábados, perfazendo um 2017, quando já trabalhava há mais de 10 anos na Agencia

total de 30 (trinta) horas de trabalho por semana. Bezerra de Menezes, junto com o de cujus; que era gerente de

§ 2º As disposições deste artigo não se aplicam aos que exercem contas e o de cujus caixa; que além dos serviços típico de

funções de direção, gerência, fiscalização, chefia e equivalentes, ou caixa, o de cujus tinha atribuições relativas a compensação de

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 724
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cheques; que os caixas de 8 horas não tinham qualquer poder que entende que hierarquicamente o de cujus estava em nível

sobre os outros caixas, tampouco sobre quaisquer outros superior ao do caixa de 6 horas; que o de cujus não participava de

funcionários; que o de cujus, assim como os outros caixas de 8 comitês de crédito, e com relação a outros supervisores

horas, não participavam de comitês de crédito; que o de cujus administrativos, apenas para substituir membros titulares; que o de

não tinha qualquer participação na admissão, demissão e cujus não tinha qualquer participação na admissão, demissão e

punição de funcionários, cabendo tais atribuições ao gerente punição de funcionários, cabendo tais atribuições ao gerente

administrativo e ao gerente geral; que pelo que sabe, todos os administrativo e ao gerente geral; que pelo que sabe, todos os

funcionários egressos do BEC, caixas ou não, e que tinham jornada funcionários egressos do BEC, caixas ou não, e que tinham jornada

de 8 horas, assumiram função formal de supervisor administrativo; de 8 horas, assumiram função formal de supervisor administrativo;

que outros supervisores administrativos que não eram caixas, que outros supervisores administrativos, que não eram caixas,

realizavam tarefas como abertura de contas (Socorrinha e Joelina) e realizavam tarefas como abertura de contas (Socorrinha e Joelina) e

apoio a tesouraria (Regina); que o nível do cartão funcional dos apoio a gerencia administrativa (Regina); que o nível do cartão

supervisores egressos do BEC era 85; que não lembra exatamente funcional dos supervisores egressos do BEC era 85; que a alçada

qual era a alçada dos referidos cartões; que a alçada dos dos referidos cartões é de R$20.000,00, enquanto a do caixa, nível

supervisores era superior a dos caixas; que o de cujus não se 83, é de R$10.000,00; que a alçada dos supervisores era superior a

prestava a esclarecimentos formulados por outros caixas; que o de dos caixas; que o de cujus se prestava a esclarecimentos

cujus, assim como todos os caixas, tinha acesso a retaguarda da formulados por outros caixas em razão do seu tempo de casa,

tesouraria, realizando em tal local apenas arquivo de documentos, informando entretanto que os sistemas corporativos do banco se

inclusive por meio de micro filmagem; que nunca viu o próprio de alteraram bastante com o tempo e todos os caixas se ajudavam

cujus realizando abastecimento de caixas com numerário, genericamente; que o de cujus, assim como todos os caixas, tinha

acreditando que existiam outro supervisor administrativo egresso do acesso a retaguarda dos caixas, realizando em tal local arquivo e

BEC que realizava tal tarefa; que nenhum supervisor administrativo remessa de documentos, inclusive por meio de micro filmagem; que

poderia assinar cheques administrativos, cabendo tal atarefe o acesso do de cujus a retaguarda da tesouraria apenas se

apenas ao gerente administrativo ou gerente geral; que o de cujus dava na falta do tesoureiro, para eventualmente manipular

não autorizava liberação de alçada para caixas, e sim apenas o numerário, com a transferência da respectiva chave em tais

gerente administrativo e gerente geral". ENCERRADO O situações; que o de cujus não realizava abastecimento de

DEPOIMENTO. caixas com numerário, não existindo outro supervisor

Primeira testemunha do reclamado(s): JAUE GOMES DE administrativo egresso do BEC que realizava tal tarefa; que

AZEVEDO, identidade nº 2004010376953, solteiro(a), nascido em nenhum supervisor administrativo poderia assinar cheques

01/10/1990, BANCÁRIO, residente e domiciliado(a) na RUA 230, administrativos, cabendo tal tarefa apenas ao gerente

CASA 42, NOVA METROLOPE, CAUCAIA-CE. Advertida e administrativo, gerente comercial ou gerente geral; que o de

compromissada. Depoimento: "que já trabalha na Agencia São cujus autorizava liberação de alçada para caixas; que na

Gerardo, que fica na Av. Bezerra de Menezes, desde 2009, coincidência de ausências dos gerentes geral, comerciais e

inicialmente como escriturário, depois passando a caixa, em 2010, e administrativo ainda cabia à Sra Regina receber autorização para

depois supervisor adminsitrativo, a partir de 2016; que na referida assinar cheques administrativos, sendo que somente na ausência

agencia trabalhou com o de cujus; que além dos serviços típico também desta ultima, também por meio de autorização especifica,

de caixa, o de cujus tinha atribuições relativas a organização poderia o reclamante assinar referidos documentos; que entretanto

do espaço dos caixas; que a parte de compensação de cheques nunca viu o de cujus assinando cheque administrativo; que já

ficava a cargo da Sra. Regina, não sabendo se a mesma tinha aconteceu de um supervisor administrativos substituir gerente, tanto

formalmente o cargo de supervisor administrativo; que quando administrativo como de contas; que o caixa de 6 horas não pode

algum dinheiro devesse ser buscado na tesouraria era o de acessar a tesouraria na ausência do tesoureiro; que também a Sra

cujus quem fazia, e na falta dele o gerente administrativo; que Regina, na ausência simultânea do tesoureiro e do de cujus,

tal tarefa era bastante frequente; que os caixas de 6 horas sequer poderia acessar a tesouraria". ENCERRADO O DEPOIMENTO.

tinham a chave da tesouraria e portanto, não poderiam realizar tal (Grifou-se).

atividade; que o de cujus não tinha qualquer poder sobre os

outros caixas, tampouco sobre quaisquer outros funcionários; Portanto, da prova dos autos, colhe-se que a função exercida pelo

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 725
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reclamante, aludida pela reclamada como "função de confiança", Ministro: Mauricio Godinho Delgado, 3ª Turma, DEJT 24/10/2014).

era tão somente de mera execução e coordenação de atividades I - AGRAVO DE INSTRUMENTO DO RECLAMANTE. RECURSO

sem que, para tanto, fosse exigida maior fidúcia. DE REVISTA - (...) 2. HORAS EXTRAS. BANCÁRIO. CARGO DE

Nesse sentido são os seguintes precedentes: CONFIANÇA. ART. 224, § 2º, DA CLT. CONFIGURAÇÃO. 1. O

enquadramento do bancário na exceção prevista no parágrafo 2º do

(...) II - RECURSO DE REVISTA DA RECLAMADA (...). 5 - HORAS art. 224 da CLT exige a comprovação inequívoca de que o

EXTRAS. CARGO DE CONFIANÇA. Ausente a fidúcia especial do trabalhador exerça cargo de confiança, a saber, aquele de maior

cargo de confiança no período em que atuou como gerente fidúcia, que o diferencie dos demais. Presente tal requisito,

(consoante as premissas fáticas consignadas no acórdão recorrido), remanesce o enquadramento previsto no referido dispositivo legal,

e ausente a liberdade de horário típica dos trabalhadores externos, sendo devido o recebimento das horas trabalhadas, como extras,

não há como enquadrar o autor nas exceções do art. 62 da CLT. daquelas excedentes à 8ª diária e 40ª semanal. Agravo de

Com efeito, o princípio da primazia da realidade sobre a forma rege instrumento conhecido e desprovido. (...)." (TST-ARR- 1204-

o processo trabalhista, de modo que, existindo controle real de 54.2010.5.15.0077, Relator Ministro: Alberto Luiz Bresciani de

horário por parte da reclamada (o que se constata quando a Fontan Pereira, 3ª Turma, DEJT 14/11/2014).

empresa exige que o trabalhador compense horas não trabalhadas), AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA.

ainda que não haja controle formal através de cartões de ponto, são ACÓRDÃO PUBLICADO ANTES DA VIGÊNCIA DA LEI Nº

devidas as horas extras decorrentes do labor em sobrejornada. 13.015/2014. BANCÁRIO. JORNADA REDUZIDA. HORAS

Recurso de revista não conhecido. (TST-ARR-92900- EXTRAS. Caracterizada uma potencial ofensa ao art. 224, caput, da

43.2004.5.17.0008, Relatora Ministra: Delaíde Miranda Arantes, 2ª CLT, dá-se provimento ao agravo de instrumento para determinar o

Turma, DEJT 18/12/2015). prosseguimento do recurso de revista. Agravo de instrumento

RECURSO DE REVISTA. (...) JORNADA DE TRABALHO. provido. RECURSO DE REVISTA. NEGATIVA DE PRESTAÇÃO

BANCÁRIO. CARGO DE CONFIANÇA. ART. 224, § 2º, DA CLT. O JURISDICIONAL. Matéria não examinada na forma do art. 249, §

cargo de confiança no Direito do Trabalho recebeu explícita 2º, do CPC. GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO. O Regional consignou

tipificação legal, quer no padrão amplo do art. 62 da CLT, quer no que, embora revéis os reclamados, as atribuições descritas na

tipo jurídico específico bancário do art. 224, § 2º, da Consolidação. inicial e admitidas pelo autor em depoimento pessoal não denotam

Para que ocorra o enquadramento do empregado bancário nas a fidúcia necessária para a sua inserção no § 2º do art. 224 da CLT,

disposições contidas no art. 224, § 2º, da CLT, é necessário ficar o que afasta o direito à gratificação de função postulada. Inferência

comprovado, no caso concreto, que o empregado exercia outra exige o revolvimento do substrato fático-probatório, cujo

efetivamente as funções aptas a caracterizar o exercício de função reexame encontra óbice na Súmula nº 126 desta Corte. Acresça-se

de confiança, e, ainda, que elas se revestiam de fidúcia especial, que a presunção de veracidade decorrente da aplicação da revelia

que extrapola aquela básica, inerente a qualquer empregado. Não não é absoluta, podendo ceder ante os elementos de convicção

compete ao poder empresarial, desse modo, fixar tipificação constantes nos autos, como ocorreu no caso. Incólume o art. 224, §

anômala de cargo de confiança bancário, estranha e colidente com 2º, da CLT. Revista não conhecida. BANCÁRIO. JORNADA

as regras legais imperativas. Por outro lado, a opção do empregado REDUZIDA. HORAS EXTRAS. O Regional excluiu da condenação a

para exercício do cargo não importa renúncia à jornada de seis gratificação de função, assentando que as funções exercidas pelo

horas. Na hipótese, extrai-se do acórdão recorrido que a autor, conforme narrado na inicial e admitido em depoimento

Reclamante ocupava o cargo de Gerente de Negócios Preferencial pessoal, não denotam a fidúcia necessária para a aplicação do art.

e trabalhava realizando: visitas a clientes externos (usando carro e 224, § 2º, da CLT. Nesse contexto, sendo o autor bancário e não

celular), -abertura de contas, fechamento de negócios e vendas de exercendo cargo ou função de confiança, na forma do § 2º do art.

produtos do banco, seguros e previdência-. Ficou assentado 224 da CLT, a ele se aplica a jornada reduzida de seis horas

também pelo Tribunal Regional que a Autora -detinha um cargo de prevista no caput no referido diploma legal, sendo devidas, como

maior responsabilidade que os demais-. Nesse contexto, conclui-se extras, a 7ª e 8ª horas laboradas. Recurso de revista conhecido e

que, de fato, a Reclamante ocupava cargo de confiança, estando provido. (TST-RR-1408-09.2010.5.01.0071, Relator Desembargador

enquadrada na hipótese do art. 224, § 2º, da CLT. Recurso de Convocado: Breno Medeiros, 8ª Turma, DEJT 18/12/2015).

revista conhecido e provido no aspecto. (TST-RR-22100-

92.2006.5.04.0521 Data de Julgamento: 22/10/2014, Relator Assim sendo, restou comprovado que o reclamante quando exercia

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 726
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suas funções no Banco reclamado, não desempenhou as do reclamado. Face o efeito modificativo empregado na sentença

atribuições previstas na exceção do § 2º do art. 224, da CLT. arbitra-se o valor da condenação em R$120.000,00 (cento e vinte

mil reais) e custas processuais de R$2.400,00 (dois mil e

quatrocentos reais).

CONCLUSÃO DO VOTO Participaram do julgamento os Exmos. Srs. Desembargadores

Francisco José Gomes da Silva (Presidente e Relator),Cláudio

Soares Pires e Jefferson Quesado Júnior. Presente ainda o(a)

Diante do exposto, voto pelo conhecimento de ambos os recursos e, Exmo(a). Sr(a). membro do Ministério Público do Trabalho.

no mérito, dou parcial provimento ao recurso do reclamante para Fortaleza, 17 de fevereiro de 2020.

incluir na base de cálculo para cômputo das horas extras deferidas

a rubrica Adicional de Tempo de Serviço, bem como deferir o

pedido de condenação da ré no pagamento de honorários

advocatícios no montante de 15% sobre o valor da condenação e

por fim, determinar que na atualização monetária dos valores

deferidos seja utilizado o índice oficial de remuneração básica da FRANCISCO JOSÉ GOMES DA SILVA

caderneta de poupança (TRD) para os débitos trabalhistas devidos Relator

até o dia 24/03/2015, e, a partir do dia 25/03/2015, realizar a

correção pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo Especial

(IPCA-E). Nego provimento ao apelo do reclamado. Face o efeito

modificativo empregado na sentença arbitra-se o valor da

condenação em R$120.000,00 (cento e vinte mil reais) e custas

processuais de R$2.400,00 (dois mil e quatrocentos reais).

FORTALEZA/CE, 04 de março de 2020.

DISPOSITIVO ROMULO DE SOUSA FROTA

Diretor de Secretaria

Processo Nº ROT-0001907-55.2017.5.07.0014
Relator JEFFERSON QUESADO JUNIOR
RECORRENTE JUCIVAL FERREIRA CAVALCANTE
PAULO GERMANO ADVOGADO(OAB: 18964/CE)
AUTRAN NUNES DE
MESQUITA
RECORRIDO BANCO DO BRASIL SA
ANDRESSA LICAR ADVOGADO(OAB: 9459/MA)
FERNANDES
RAFAEL LIMA DE ADVOGADO(OAB: 592-B/SE)
ACORDAM OS DESEMBARGADORES DA 2ª TURMA DO ANDRADE

TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 7ª REGIÃO, por


Intimado(s)/Citado(s):
unanimidade, conhecer de ambos os recursos e, no mérito, dar - BANCO DO BRASIL SA
parcial provimento ao recurso do reclamante para incluir na base de

cálculo para cômputo das horas extras deferidas a rubrica Adicional

de Tempo de Serviço, bem como deferir o pedido de condenação


PODER JUDICIÁRIO
da ré no pagamento de honorários advocatícios no montante de
JUSTIÇA DO TRABALHO
15% sobre o valor da condenação e, por fim, determinar que na

atualização monetária dos valores deferidos seja utilizado o índice

oficial de remuneração básica da caderneta de poupança (TRD) EMENTA


para os débitos trabalhistas devidos até o dia 24/03/2015, e, a partir

do dia 25/03/2015, realizar a correção pelo Índice de Preços ao

Consumidor Amplo Especial (IPCA-E). Negar provimento ao apelo EXERCÍCIO DE ATIVIDADE DE DIGITAÇÃO. INTERVALO DE

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2926/2020 Tribunal Regional do Trabalho da 7ª Região 727
Data da Disponibilização: Quarta-feira, 04 de Março de 2020

DEZ MINUTOS A CADA CINQUENTA TRABALHADOS. FERREIRA CAVALCANTE E BANCO DO BRASIL SA, não se

BANCÁRIO. INAPLICABILIDADE. HORAS EXTRAS INDEVIDAS. conformando com a decisão da 3ª Vara do Trabalho de Fortaleza

O reclamante, na qualidade de caixa bancário, não faz jus às (ID. 3e1968b - Pág. 1 - 16), que julgou procedentes em parte os

horas extras diárias, decorrentes da inobservância do intervalo pedidos aduzidos na reclamação trabalhista, condenando o

de 10 minutos a cada 50 minutos de trabalho, uma vez que reclamado segundo recorrente a pagar ao reclamante primeiro

executa, além de serviços de digitação, outras atribuições, pelo recursante 3(três) horas extras diárias (sétima e oitava diária, mais

que não se equipara aos digitadores. intervalo suprimido), observando-se os dias efetivamente

HORAS EXTRAS. ÔNUS DA PROVA. CARTÕES DE PONTO SEM trabalhados, conforme folhas de ponto acostadas aos autos,

ASSINATURA DO RECLAMANTE. PROVA ORAL QUE NÃO FOI durante o período imprescrito, com adicional de 50%, divisor 180

CAPAZ DE CHANCELAR A INVERACIDADE DAS (súmula 124 do TST), e reflexos sobre férias mais 1/3, 13º salários,

INFORMAÇÕES CONTIDAS NAS FOLHAS DE FREQUENCIA. A RSR, FGTS e PLR.

prova relativa à jornada extraordinária deve ser robusta, e deve No cômputo das horas extras restaram incluídas na base de cálculo

levar em conta a narrativa dos fatos elencados na petição as horas extras pagas em razão da sétima e oitava hora diária

inicial, de par com todo o contexto fático probatório inserto nos trabalhadas, uma vez que consideradas como salário normal, em

autos. Ao impugnar os cartões de ponto apresentados pela face do reconhecimento da nulidade da pré-contratação de horas

reclamada, incumbia ao autor o encargo probatório de extras.

demonstrar que os horários ali apontados não correspondiam à Os juros e a correção monetária foram fixados com a observância

verdade, desiderato do qual não se desvencilhou, uma vez que do IPCA-E.

sua única testemunha não detinha conhecimentos suficientes Pretende o recursante autor a reforma da sentença, através da

para fixar a jornada efetivamente laborada, pelo que indevida a interposição de recurso ordinário de ID. 7c6258d - Pág. 1 - 19.

condenação em horas extras. Alega o reclamante que o controle de ponto colacionado aos autos

INTERVALO INTRAJORNADA. SUPRESSÃO. Uma vez que o é imprestável ao fim colimado, uma vez que apócrifo.

reclamante comprovou a supressão da regular concessão do Assevera que a prova testemunhal revelou que o autor permanecia

intervalo intrajornada a que fazia jus, e não tendo a reclamada trabalhando até 19:00, razão pela qual pugna pela condenação da

acostado aos autos documentação comprobatória alusiva ao reclamada no pagamento das horas extras acima da 8ª diária.

pagamento correspondente à sua supressão, impõe-se a Advoga fazer jus às diferenças salariais decorrentes do acúmulo

manutenção da procedência do pedido de pagamento das das funções de caixa e gerente de módulo.

horas extras, acrescidas dos respectivos reflexos. Aduz o obreiro exercer função cujas atribuições são executadas

PRÉ-CONTRATAÇÃO DE HORAS EXTRAS. JORNADA mediante intensa atividade de entrada de dados no sistema

EXTRAORDINÁRIA. ÔNUS DA PROVA. A teor do art. 818, I, da operacional da reclamada, pelo que requesta o pagamento do

CLT e 373, I, do CPC/2015, o ônus de comprovar a pré- intervalo de 10 minutos a cada 50 trabalhados.

contratação de horas extras recai sobre o autor, que dele não Pugna, por fim, seja-lhe deferida a quebra de caixa, parcela que

se desvencilhou a contento, pois não produziu prova oral ou entende diversa da gratificação de caixa.

documental que alicerçasse sua tese. A reclamada, por sua vez, por meio da petição de ID. e159193 -

Recursos conhecidos, improvido o do reclamante e Pág. 1-13, interpõe o apelo ordinário, com o fito de modificar

parcialmente provido o da reclamada, a fim de excluir da referido decisum.

condenação as horas extras decorrentes da pré-contratação de Persegue a exclusão das horas extras decorrentes da declaração

horas extras, bem como para determinar a aplicação do IPCA-E de nulidade da pré-contratação da sobrejornada habitual, por

a partir de 25/03/2015. entender que ao reclamante incumbia o ônus de comprovar referida

condição, e não à recursante, como equivocadamente entendera o

magistrado prolator da decisão objurgada.

Sustenta que o juízo considerou exclusivamente o depoimento da

RELATÓRIO única testemunha do autor, desmerecendo o teor do restante do

contexto fático probatório testemunhal e documental, o qual daria

conta de que havia o regular usufruto de 1 hora de intervalo

Trata-se de recursos ordinários interpostos por JUCIVAL intrajornada.

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Alternativamente, se superado o argumento supra, requesta seja é imprestável ao fim colimado, uma vez que apócrifo.

considerado o intervalo de apenas 30 minutos para o labor acima de Assevera que a prova testemunhal revelou que o autor permanecia

06 horas, implicando o pagamento tão somente indenizatório do trabalhando até 19:00, razão pela qual pugna pela condenação da

período suprimido, com acréscimo de 50% sobre a hora normal reclamada no pagamento das horas extras acima da 8ª diária.

trabalhada, na conformidade da nova redação dada pela Lei Razão não lhe assiste.

13.467/2017 ao art. 71. §4º, da CLT, restando superada a Súmula O reclamante pretende sejam desconsiderados os cartões de ponto

437, II, do TST. carreados aos autos pela reclamada, reputando válido o horário de

Sucessivamente pretende a exclusão da PLR como reflexo das trabalho apontado em sua inicial, tão somente pelo fato de que o

horas extras, uma vez que reputa não ostentar a parcela natureza controle de jornada não se encontrava assinado.

salarial, sendo desvinculada do salário. Inicialmente, faz-se mister ressaltar que inexiste previsão legal

Roga pela não aplicação do IPCA-E como índice de correção acerca da obrigatoriedade de que os cartões de ponto se encontrem

monetária, haja vista a inexistência de pedido neste sentido, bem assinados, especialmente quando se trata de apontamento

como com fulcro na suspensão dos efeitos da decisão que fixou eletrônico dos horários de entrada e saída.

referido percentual, aliada a um possível extrapolamento de O reclamante, por seu patrono, quando de sua manifestação acerca

competência e invasão da independência entre os podres, da defesa ofertada pelas reclamadas (ID. 52c8133), ponderou que

considerando que legislar é tarefa destinada ao Legislativo Federal. referido apontamento não correspondia à realidade, bem como que

Por fim, se superado o argumento principal, suplica pela limitação seria inválido o registro, em face da ausência de assinatura do

da aplicação do IPCA ao período compreendido entre 25/03/2015 a reclamante.

10/11/2017. Tal impugnação já se revela, por si só, contraditória, porque ao

Instados a oferecer contrarrazões, os litigantes ofertaram as mesmo tempo em que se insurge contra a veracidade da

respostas de ID. 31e7f58 - Pág. 1 - 15 e ID. c516ab7 - Pág. 1 - 9, no documentação pela ausência de assinatura, afirma que o

prazo legal. reclamante batia o ponto e continuava a trabalhar, ou ainda que

Dispensada a remessa dos autos ao Ministério Público do Trabalho, laborava antes do registro de entrada, como se o controle de

para emissão de parecer. jornada existisse, ainda que de forma parcial.

É o relatório. Como se não bastasse, vislumbra-se que a testemunha do

reclamante não detinha conhecimento com exatidão sobre a jornada

do reclamante, senão vejamos o trecho de suas declarações:

"que quando o depoente chegava na agência o reclamante já se

FUNDAMENTAÇÃO encontrava; que ao sair o reclamante permanecia; que por ouvir

falar, inclusive por relatos do supervisor, o reclamante ficava até

19h; que o supervisor Elder falava "saímos às 19h", mencionando o

I- ADMISSIBILIDADE reclamante; que a carga de trabalho era maior na primeira

quinzena; que trabalhavam na agência da Av. Mons. Tabosa; que

Presentes os demais pressupostos de admissibilidade, conheço do na agência havia apenas 2 caixas, no caso o depoente e o

recurso ordinário interposto. reclamante; que embora chegasse às 9h30min e saísse às 17h, o

que ficava registrado no cartão de ponto era o ingresso às 10h e

II - MÉRITO saída às 16h15min; que não tem conhecimento de quais eram as

marcações no cartão de ponto do reclamante; que acha que o

RECURSO DO RECLAMANTE trabalho até a noite realizado pelo reclamante não constava no

cartão de ponto, mas não tem certeza; que as prorrogações de

HORAS EXTRAS ACIMA DA 8ª DIÁRIA. ÔNUS DA PROVA. trabalho eram autorizadas pelos gerentes de módulo; que tanto das

CARTÕES DE PONTO SEM ASSINATURA DO RECLAMANTE. 9h30min às 10h quanto das 16h15min às 17h, o depoente ficava na

PROVA ORAL QUE NÃO FOI CAPAZ DE CHANCELAR A agência fazendo trabalho bancário"

INVERACIDADE DAS INFORMAÇÕES CONTIDAS NAS FOLHAS Ao reclamante, ao impugnar os cartões de ponto apresentados pela

DE FREQUENCIA. reclamada, incumbia o encargo probatório de demonstrar que os

Alega o reclamante que o controle de ponto colacionado aos autos horários ali apontados não correspondiam à verdade.

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Todavia, sua testemunha não detinha conhecimento sobre a com atividades paralelas.

jornada, tampouco sobre o teor probatório dos cartões de ponto, Tal entendimento restou consolidado por nossa Corte Superior

fazendo desmoronar a tese exposta na inicial. Trabalhista, conforme se pode observar do teor do seguinte julgado:

A prova relativa à jornada extraordinária deve ser robusta, e deve "RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO PELO RECLAMANTE.

levar em conta a narrativa dos fatos elencados na petição inicial, de INTERVALO PREVISTO NO ARTIGO 72 DA CLT. CAIXA

par com todo o contexto fático probatório inserto nos autos, pelo BANCÁRIO. A jurisprudência sedimentada na Súmula nº 346 do

que se impõe o improvimento do apelo, mantendo o indeferimento TST estende aos digitadores permanentes, somente por analogia, o

da condenação em horas extras acima da 8ª diária e reflexos. direito ao intervalo de descanso próprio dos trabalhadores nos

serviços de mecanografia (datilografia, escrituração ou cálculo). O

EXERCÍCIO DE ATIVIDADE DE DIGITAÇÃO. INTERVALO DE caixa executivo bancário, embora exerça sua atividade com o

DEZ MINUTOS A CADA CINQUENTA TRABALHADOS. auxílio de computador, não desempenha trabalho permanente de

BANCÁRIO. INAPLICABILIDADE. HORAS EXTRAS INDEVIDAS. digitação. Assim, é indevido nessa atividade o intervalo de 10

Pretende o recorrente a reforma do julgado que deixou de minutos a cada 90 de trabalho, previsto no artigo 72 da CLT

reconhecer e declarar o seu direito à pausa de 10 minutos para Recurso de revista não conhecido. (TST, Relator: Dora Maria da

cada 50 minutos trabalhados, pugnando pela condenação da Costa, Data de Julgamento: 08/04/2015, 8ª Turma)"

reclamada no pagamento das horas extras e reflexos decorrentes

da inobservância de tal norma. "Caixa bancário. Intervalo do digitador. Indevido. O caixa bancário

Argumenta que as atribuições inerentes ao cargo exercido pela não tem direito ao intervalo do digitador previsto no art. 72 da CLT,

parte demandante equiparam-se às de digitador, razão pela qual na NR 17 e nas normas coletivas da categoria, porquanto não

seria aplicável a norma invocada na peça vestibular. desenvolve atividade preponderantemente de digitação. Com esses

Razão não lhe assiste. fundamentos, a SBDI-I, por unanimidade, conheceu do recurso de

O intervalo de 10min a cada 50min de trabalho é previsto para os embargos, por divergência jurisprudencial, e, no mérito, por maioria,

empregados que laboram nas funções de digitadores, de modo deu-lhe provimento para, reformando a decisão embargada,

contínuo, exclusivamente executando movimentos repetitivos. restabelecer o acórdão do Regional que indeferiu o pagamento dos

Restou incontroverso que o obreiro exerce na reclamada as funções 10 minutos de intervalo para cada 50 minutos trabalhados. Vencidos

de caixa, consoante se infere da petição inicial e da contestação, os Ministros Cláudio Mascarenhas Brandão, Augusto César Leite de

insertas nos autos. Carvalho, José Roberto Freire Pimenta e Hugo Carlos

É sabido que as atividades inerentes à função de caixa bancário Scheuermann. TST-E-RR-100499-71.2013.5.17.0152, SBDI-I, rel.

envolvem, além da digitação ou "entrada de dados" em máquinas Min. Alexandre de Agra Belmonte, 9.2.2017 "

registradoras, a execução de diversas outras, tais como o Ademais, em 01.08.2017, este regional julgou Incidente de

recebimento e conferência de numerários, a autenticação de Uniformização de Jurisprudência, nº 0080433-15.2016.5.07.0000,

documentos, conferência de assinaturas, atendimento a clientes, onde foi decidido que os caixas bancários não fazem jus ao

entrega de talonários de cheques e cartões eletrônicos. intervalo de 10 minutos, cuja ementa transcrevo abaixo:

Depreende-se, portanto, que as tarefas desempenhadas pelo "INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA. CAIXA

reclamante, como caixa, embora demandem digitação, não são BANCÁRIO. CAIXA ECONÔMICA FEDERAL. INTERVALO DE 10

executadas de forma exclusiva e ininterrupta. (DEZ) MINUTOS A CADA 50 (CINQUENTA) MINUTOS

O advento de novas tecnologias, por sua vez, diminui de modo TRABALHADOS. EQUIPARAÇÃO AOS DIGITADORES. HORAS

significativo a frequência da digitação, em decorrência da utilização EXTRAS INDEVIDAS. O exercente da função de caixa bancário,

de leitores de códigos de barras. empregado da Caixa Econômica Federal, não faz jus ao intervalo de

Do mesmo modo, o caso em análise não comporta a aplicação do 10 (dez) minutos a cada 50 (cinquenta) trabalhados, por

artigo 72 da CLT e da súmula nº 346 do TST, que preveem intervalo equiparação aos digitadores, vez que os caixas bancários

de dez minutos a cada noventa trabalhados, para os empregados executam, além de serviços de digitação, outros labores, a exemplo

que prestam serviços de forma permanente de mecanografia de atendimento ao público, contagem de numerário e descontos de

(datilografia, escrituração ou cálculo), posto que fartamente cheques, de modo que não têm, como atividade continuada ou

comprovado que o obreiro, ora recorrente, não laborava permanente, o serviço de digitação, exceto se demonstrado que se

permanentemente em serviços de digitação, alternando a digitação sujeitava a movimentos repetitivos e preponderância/exclusividade

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de serviços de digitação." podendo ser analisado nesta instância recursal, sob pena de seu

A improcedência do pedido formulado na inicial no tocante às horas eventual concessão configurar julgamento extra petita, decidido com

extras e reflexos, portanto, é medida que se impõe. base em fato sobre o qual não se estabeleceu o contraditório, haja

Desse modo, deve ser mantida a sentença que indeferiu o pedido vista que referido fundamento, segundo o qual gratificação e quebra

em comento. de caixa tratam-se de verbas distintas, não foi apresentado pelo

autor em seu arrazoado de ingresso.

DESVIO DE FUNÇÃO E QUEBRA DE CAIXA. No que pertine às diferenças salariais decorrentes do acúmulo das

funções de caixa e gerente de módulo, cabia ao reclamante

Advoga o postulante fazer jus às diferenças salariais decorrentes do apelante produzir provas robustas acerca do labor prestado em

acúmulo das funções de caixa e gerente de módulo. referida função.

Pugna, ainda, seja-lhe deferida a quebra de caixa, parcela que Sobressaiu dos autos, contudo, que as atividades relatadas pela

entende diversa da gratificação de caixa. testemunha do reclamante encontram-se dentro do rol de

Razão não lhe socorre. atribuições do autor, sendo despicienda qualificação específica,

De início, quanto ao pedido de quebra de caixa, vislumbra-se, O reclamante não tinha poderes para determinar o cumprimento ou

compulsando o teor da inicial, que o pedido do reclamante foi alteração dos horários dos demais funcionários, fato este só

relativo a gratificação de caixa, e não de quebra de caixa. autorizado pelo gerente Élder.

Transcrevo o trecho da peça vestibular que apresenta os fato

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