Comentário - Isaias
Comentário - Isaias
Comentário - Isaias
Escritor: Isaías.
Tema: Juízo e Salvação.
Lugar da Escrita: Jerusalém.
Escrita Completada: Depois de 700 aC.
A Sombra ameaçadora do cruel monarca assírio pairava densamente sobre os outros impérios
e reinos menores do Oriente Médio. Toda a área estava agitada com conversas sobre
conspiração e confederação. (Isa.8:9-13) No Norte, o Israel apóstata logo seria vítima dessa
intriga internacional, ao passo que no Sul, os reis de Judá reinavam precariamente.
(2Reis,caps.15-21) Novas armas de guerra vinham sendo desenvolvidas e postas em uso,
aumentando o terror dos tempos. (2Crô.26:14,15) Para onde era preciso voltar-se em busca de
proteção e salvação? Embora o nome de Deus estivesse nos lábios do povo e dos sacerdotes
no pequeno reino de Judá, seu coração se desviara para outras direções, primeiro para a
Assíria e depois para o Egito. (2Reis.16:7; 18:21) Desvanecia a fé no poder de Deus. Quando
não se tratava de crassa idolatria, prevalecia o modo hipócrita de adorar, baseado no
formalismo e não no verdadeiro temor de Deus.
Quem falaria então a favor de Deus? Quem declararia o seu poder de salvar? “Eis-me aqui!
Envia-me”, foi a resposta imediata. Quem falava era Isaías, que já vinha profetizando antes
disso. Era cerca de 740 aC, ano em que o leproso Rei Uzias morreu. (Isa.6:1,8) O nome Isaías
significa “Salvação de Jeová", que é o mesmo significado, embora escrito em ordem inversa,
do nome Jesus (“Jeová É Salvação”). Desde o início até o fim, a profecia de Isaías sublinha
este fato: que Deus é salvação.
Isaías era filho de Amoz (não deve ser confundido com Amós, outro profeta de Judá). (1:1) As
Escrituras não dizem nada sobre o nascimento e a morte dele, embora a tradição judaica diga
que ele foi serrado em pedaços por ordem do iníquo Rei Manassés. (Compare com
Hebreus.11:37.) Seus escritos mostram que residia em Jerusalém com a esposa, uma
profetisa, e com pelo menos dois filhos que tinham nomes proféticos. (Isa.7:3; 8:1, 3) Serviu
durante o tempo de pelo menos quatro reis de Judá: Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias;
evidentemente começando por volta de 740 aC (quando Uzias morreu, ou possivelmente antes
disso) e continuando pelo menos até depois de 680 aC (o 14° ano de Ezequias), ou não menos
que 46 anos. Já havia também assentado por escrito, sem nenhuma dúvida, a sua profecia por
volta desta última data. (1:1; 6:1; 36:1) Outros profetas dos seus dias eram Miquéias, em Judá,
e, ao norte, Oséias e Odede. Miq. 1:1; Osé. 1:1; 2 Crô. 28:6-9.
Que Deus ordenou a Isaías que assentasse por escrito os julgamentos proféticos, é provado
por Isaías 30:8: “Agora, vem, escreve isso numa tábua, com eles, e inscreve-o até mesmo num
livro, a fim de que sirva para um dia futuro, como testemunho por tempo indefinido.” Os antigos
rabinos judeus reconheciam a Isaías como escritor desse livro que classificaram como o
primeiro livro dos profetas maiores (Isaías, Jeremias e Ezequiel).
Embora alguns argumentem que a mudança de estilo do livro, a partir do capítulo 40, indique
que um outro escritor ou um “Segundo Isaías” redigiu essa parte, a mudança do assunto devia
ser suficiente para explicar isto. Há muita evidência de que Isaías escreveu o livro inteiro que
leva o seu nome. Por exemplo, a unidade do livro é indicada pela expressão “o Santo de
Israel”, que aparece 12 vezes nos capítulos 1 a 39, e 13 vezes nos capítulos 40 a 66, um total
de 25 vezes; ao passo que essa expressão aparece apenas 6 vezes em todo o restante das
Escrituras Hebraicas. O apóstolo Paulo testifica também em favor da unidade do livro, citando
de todas as partes da profecia e atribuindo a obra inteira a um só escritor, Isaías. Compare
Romanos 10:16, 20;15:12 com Isaías 53:1; 65:1; 11:1.
É interessante notar que a partir do ano de 1947 alguns documentos antigos foram tirados da
escuridão de grutas não longe de Khirbet Qumran, perto do litoral noroeste do mar Morto.
Trata-se dos Rolos do Mar Morto, que continham a profecia de Isaías. Ela está belamente
escrita em bem conservado hebraico pré-massorético, e tem uns 2.000 anos de idade, datando
do fim do segundo século aC. O seu texto é, pois, cerca de mil anos mais antigo do que o mais
antigo manuscrito existente do texto massorético, em que se baseiam as traduções modernas
das Escrituras Hebraicas. Há algumas variações pequenas de grafia, algumas diferenças na
construção gramatical, mas não divergem do texto massorético quanto a doutrinas. Eis uma
prova convincente de que as nossas Bíblias hoje contêm a mensagem inspirada, original,
redigida por Isaías. Outrossim, estes antigos rolos refutam a teoria dos críticos quanto a haver
dois “Isaías”, visto que a primeira frase do capítulo 40 começa na última linha da coluna que
contém o capítulo 39 e termina no começo da coluna seguinte. Assim, é evidente que o copista
não levou em conta uma suposta mudança de escritor ou qualquer divisão do livro neste ponto.
Há prova abundante da autenticidade do livro de Isaías. Além de Moisés, não há outro profeta
que seja citado com mais freqüência pelos escritores cristãos da Bíblia. Há também uma
abundância de evidências na história e na arqueologia que provam que o livro é genuíno, tais
como as narrativas históricas dos monarcas assírios, também o prisma hexagonal de
Senaqueribe, no qual ele faz seu próprio relato sobre o sítio de Jerusalém. (Isa., caps. 36, 37)
O montão de ruínas daquilo que foi outrora Babilônia ainda constitui um testemunho do
cumprimento de Isaías 13:17-22. Um testemunho vivo foi fornecido pelos milhares de judeus
que voltaram de Babilônia, sendo libertados pelo rei, cujo nome, Ciro, Isaías revelara por
escrito quase 200 anos antes. É bem provável que este escrito profético tenha sido mostrado
mais tarde a Ciro, pois, ao libertar o restante judeu, ele declarou que foi Deus que lhe confiou
essa missão. Isa. 44:28; 45:1; Esd 1:1-3.
CONTEÚDO DE ISAÍAS
“Ah! o assírio”, clama Deus, “a vara para a minha ira”. Depois de usar a vara contra “uma
nação apóstata”, Deus abaterá o próprio insolente assírio. Mais tarde, “um mero restante
retornará”. (10:5, 6, 21) Eis agora um rebentão, um renovo da raiz de Jessé (pai de Davi)! Este
“renovo” governará com justiça, e por meio dele toda a criação se regozijará, não havendo
dano nem ruína, “porque a terra há de encher-se do conhecimento de Deus assim como as
águas cobrem o próprio mar”. (11:1, 9) Este renovo servirá como sinal para as nações, e
haverá uma estrada principal para o restante que retornar da Assíria. Haverá exultação em tirar
água das fontes de salvação e em fazer melodia para Deus.
A pronúncia de condenação contra Babilônia (13:1-14:27). Isaías olha agora para além dos
dias do assírio, para o tempo em que Babilônia estará no seu zênite. Ouça! O barulho de
numeroso povo, o rebuliço de reinos, de nações ajuntadas! Deus passa em revista o exército
de guerra! É um dia negro para Babilônia. Rostos pasmados afogueiam e corações se
derretem. Os impiedosos medos derrubarão Babilônia, “ornato dos reinos”. Ela há de se tornar
desolação desabitada e covil de criaturas selvagens “geração após geração”. (13:19, 20) Os
mortos no Seol se agitam para receber o rei de Babilônia. Os gusanos se tornam o seu leito e
os vermes a sua cobertura. Que queda para esse “brilhante, filho da alva”! (14:12) Aspirava
elevar o seu trono, mas torna-se como cadáver lançado fora, quando Deus varre Babilônia com
a vassoura da aniquilação. Não há de restar nem nome, nem restante, nem progênie, nem
posteridade!
Desolações internacionais (14:28-23:18). Isaías aponta agora para trás, para a Filístia, ao
longo do mar Mediterrâneo e daí para Moabe, ao sudeste do mar Morto. Dirige sua profecia
para além da fronteira setentrional de Israel, para Damasco da Síria, desce bem ao sul para a
Etiópia e vai até o Nilo, no Egito, anunciando os julgamentos de Deus que trarão desolação ao
longo do caminho. Fala do Rei Sargão, assírio, predecessor de Senaqueribe, que enviou o
comandante Tartã contra a cidade filistéia de Asdode, situada ao oeste de Jerusalém. Nessa
ocasião, Isaías recebe ordem de tirar a roupa e andar despido e descalço por três anos. Assim,
representa vividamente a futilidade de se confiar no Egito e na Etiópia, que, com “nádegas
desnudas”, serão levados cativos pelos assírios. 20:4.
O julgamento de Deus e a salvação (24:1-27:13). Mas agora é a vez de Judá! Deus devasta
o país. Povo e sacerdote, servo e amo, comprador e vendedor todos têm de perecer, pois
infringiram as leis de Deus e quebraram o pacto de duração indefinida. Mas, com o tempo, ele
voltará sua atenção para os prisioneiros e os ajuntará. Ele é uma fortaleza e um refúgio.
Oferecerá um banquete no seu monte e tragará a morte para sempre, e enxugará as lágrimas
de todas as faces. “Este é o nosso Deus”, dir-se-á. “Este é Deus.” (25:9) Judá tem uma cidade
com a salvação como muralhas. A paz duradoura Deus reserva para os que confiam nele, “pois
em Deus está a Rocha dos tempos indefinidos”. Quanto ao iníquo, “simplesmente não
aprenderá a justiça”. (26:4, 10) Deus aniquilará seus adversários, mas restaurará a Jacó.
Indignação de Deus e bênçãos (28:1-35:10). Ai dos ébrios de Efraim, cujo “ornato de beleza”
murchará! Mas Deus “tornar-se-á como coroa de ornato e como grinalda de beleza” para o
restante do seu povo. (28:1, 5) Contudo, os jactanciosos de Jerusalém olham para a mentira
como refúgio, em vez de para a provada e preciosa pedra de alicerce em Sião. Uma enxurrada
levará a todos eles. Os profetas de Jerusalém estão dormindo e o livro de Deus lhes está
selado. Honram com os lábios, mas o coração deles está longe. Todavia, virá o dia em que os
surdos ouvirão as palavras do livro. Os cegos enxergarão e os mansos se regozijarão.
Ai dos que descem ao Egito em busca de refúgio! Este povo obstinado quer visões macias e
enganosas. Será exterminado, mas Deus restaurará um restante. Este restante verá o seu
Grandioso Instrutor, e espalhará as imagens deles, considerando-as “mera sujeira”. (30:22)
Deus é o verdadeiro Defensor de Jerusalém. Um rei reinará segundo a justiça com seus
príncipes. Trará paz, tranqüilidade e segurança por tempo indefinido. Os mensageiros da paz
chorarão amargamente por causa de traições cometidas, mas para o Seu próprio povo, o
Majestoso, Deus, é Juiz, Legislador e Rei, e ele próprio o salvará. Nenhum residente dirá
então: “Estou doente.” 33:24.
Nos dias de Ezequias, Deus rechaça a Assíria (36:1-39:8). É prática a exortação de Isaías,
de confiar em Deus? Pode ela suportar o teste? No 14° ano do reinado de Ezequias,
Senaqueribe, da Assíria, assenta um golpe, como que de foice, à Palestina e desvia algumas
das suas tropas, tentando intimidar Jerusalém. Seu porta-voz Rabsaqué, que fala hebraico,
lança perguntas escarnecedoras ao povo enfileirado ao longo da muralha da cidade: ‘Em que
confiam? No Egito? Uma cana esmagada! Em Deus? Não há deus que possa livrar das mãos
do rei da Assíria!’ (36:4, 6, 18, 20) Obedecendo ao rei, o povo não dá nenhuma resposta.
Ezequias ora a Deus, pedindo que salve seu povo por causa do Seu nome, e, por meio de
Isaías, Deus responde que Ele colocará o seu gancho no nariz do assírio e o conduzirá de volta
pelo caminho donde veio. Um anjo fere mortalmente a 185.000 assírios, e Senaqueribe corre
de volta para casa, onde seus próprios filhos mais tarde o assassinam no seu templo pagão.
Ezequias é acometido de uma doença mortal. Contudo, Deus, milagrosamente, faz com que
recue a sombra produzida pelo sol como sinal de que Ezequias será curado, e 15 anos são
acrescentados à vida de Ezequias. Em agradecimento, ele compõe um lindo salmo de louvor a
Deus. Quando o rei de Babilônia envia mensageiros com felicitações hipócritas por se ter
restabelecido, Ezequias imprudentemente lhes mostra os tesouros reais. Em conseqüência
disso, Isaías profetiza que tudo na casa de Ezequias será um dia levado para Babilônia.
Deus consola seu povo (40:1-44:28). A primeira palavra do capítulo 40, “Consolai”, descreve
bem o que contém o resto do livro de Isaías. Uma voz no ermo clama: “Desobstruí o caminho
de Deus!” (40:1, 3) Há boas novas para Sião. Deus pastoreia o seu rebanho, carrega no colo
os cordeirinhos. Dos majestosos céus, olha para baixo, para o círculo da terra. A que pode ser
comparada sua grandeza? Ele dá pleno poder e energia dinâmica aos cansados e aos
extenuados que esperam Nele. Declara que as imagens fundidas das nações são vento e
irrealidade. O escolhido por ele será como um pacto para os povos e luz para as nações, a fim
de abrir os olhos dos cegos. Deus diz a Jacó: “Eu mesmo te amei”, e convida o nascente, o
poente, o norte e o sul: ‘Entreguem! Tragam meus filhos e minhas filhas.’ (43:4, 6) Com o
tribunal em sessão, ele desafia os deuses das nações que produzam testemunhas para provar
que são deuses. O povo de Israel são testemunhas de Deus, seu servo, e testificam que ele é
Deus e Libertador. A Jesurum (“Aquele Que É Reto”, Israel), ele promete o seu Espírito e daí
cobre de vergonha os que fazem imagens que não vêem nada, não sabem nada. Deus é o
Resgatador de seu povo; Jerusalém será habitada outra vez e seu templo será reconstruído.
Vingança contra Babilônia (45:1-48:22). A fim de salvar Israel, Deus nomeia Ciro para
vencer Babilônia. Os homens terão de saber que só o Senhor é Deus, o Criador dos céus, da
terra e do homem sobre ela. Ele zomba dos deuses babilônicos, Bel e Nebo, pois só Ele pode
predizer o fim desde o começo. A virgem filha de Babilônia terá de sentar-se no pó, destronada
e despida, e a multidão de seus conselheiros será queimada como restolho. Deus diz aos
israelitas adoradores de ídolos, de ‘cerviz de ferro e de cabeça de cobre’, que poderiam ter paz,
justiça e prosperidade, se escutassem a ele, mas “não há paz para os iníquos”. 48:4, 22.
Sião será consolada (49:1-59:21). Dando seu servo qual luz para as nações, Deus brada aos
que estão nas trevas: “Saí!” (49:9) Sião será consolada e o seu ermo se tornará como o Éden,
o jardim de Deus, com superabundância de exultação, regozijo, agradecimento e voz de
melodia. Deus fará o céu desfazer-se em fumaça, a terra gastar-se como uma veste e seus
habitantes perecer como borrachudo. Por que, pois, temer o vitupério dos homens mortais? O
cálice amargo que Jerusalém bebeu precisa ser passado agora às nações que a calcaram aos
pés.
‘Desperta, ó Sião, e sacode-te do pó!’ Veja o mensageiro que pula sobre os montes, dizendo a
Sião: “Teu Deus tornou-se rei!” (52:1, 2, 7) Saiam do lugar impuro e conservem-se limpos, os
que estão no serviço de Deus. O profeta passa a descrever agora ‘o servo de Deus’. (53:11) É
homem desprezado, evitado, e carrega nossas dores. Foi traspassado pelas nossas
transgressões, mas nos curou pelos seus ferimentos. Como ovídeo levado ao abate, não fez
violência e não falou engano algum. Deu a sua alma qual oferta pela culpa, a fim de levar os
erros de muitos.
Qual dono marital, Deus diz a Sião que grite de alegria por causa de sua vindoura fertilidade.
Embora afligida e sacudida pela tormenta, ela se tornará cidade de alicerce de safiras, de
ameias de rubis e de portões de pedras fulgurosas. Seus filhos, ensinados por Deus, gozarão
de abundância de paz, e nenhuma arma forjada contra eles será bem-sucedida. “Eh! todos vós
sedentos!” clama Deus. Se vierem, selará com eles seu “pacto . . . referente às benevolências
para com Davi”; dará um líder e comandante como testemunha aos grupos nacionais. (55:1-4)
Os pensamentos de Deus são infinitamente mais elevados do que os do homem, e a sua
palavra terá êxito certo. Os eunucos que guardarem a sua lei, de qualquer nacionalidade que
sejam, receberão um nome melhor do que filhos e filhas. A casa de Deus será chamada casa
de oração para todos os povos.
Deus, Enaltecido e Elevado, cujo nome é santo, diz aos idólatras, loucos por sexo, que não
contenderá indefinidamente com Israel. Os seus jejuns pretensamente piedosos são disfarces
para a iniqüidade. A mão de Deus não é curta demais para salvar nem o seu ouvido pesado
demais para ouvir, mas são ‘os vossos próprios erros que se tornaram as coisas que causam
separação entre vós e o vosso Deus’, diz Isaías. (59:2) É por isso que esperam a luz, mas
andam às apalpadelas nas trevas. Por outro lado, o Espírito de Deus, sobre o seu fiel povo
pactuado, garante que a Sua palavra permanecerá na sua boca irremovivelmente por todas as
gerações futuras.
Deus embeleza Sião (60:1-64:12). “Levanta-te, ó mulher, dá luz, pois . . . raiou . . . a própria
glória de Deus.” Em contraste com isso, densas trevas envolvem a terra. (60:1, 2) Nesse
tempo, Sião erguerá os olhos e ficará radiante, e seu coração tremerá ao ver os tesouros das
nações vir a ela sobre uma massa movimentada de camelos. Como nuvens de pombas que
voam, afluirão a ela. Estrangeiros edificarão as suas muralhas, reis a ministrarão, e seus
portões nunca se fecharão. Seu Deus terá de ser a sua beleza, e Ele multiplicará rapidamente
um em mil e o pequeno em poderosa nação. O servo de Deus proclama que o Espírito de Deus
está sobre ele, ungindo-o para falar estas boas novas. Sião recebe um novo nome: Meu Deleite
Está Nela (Hefzibá), e sua terra é chamada Possuída Como Esposa (Beulá). (62:4) Dá-se a
ordem de aterrar a estrada que sai de Babilônia e de erigir um sinal em Sião.
De Bozra, em Edom, vem alguém com vestes vermelhas, cor de sangue. Na sua ira, pisou
povos numa cuba de vinho, fazendo jorrar sangue. O povo de Deus sente profundamente a sua
condição impura, e faz uma oração comovente, dizendo: ‘Ó Deus, tu és nosso Pai. Somos o
barro e tu és o nosso Oleiro. Não fiques indignado ao extremo, ó Deus. Somos todos teu povo.’
64:8, 9.
“Novos céus e uma nova terra”! (65:1-66:24). As pessoas que abandonaram a Deus em
busca dos deuses da “Boa Sorte” e do “Destino” morrerão de fome e sofrerão vergonha.
(65:11) Os servos de Deus se regozijarão na fartura. Eis que Deus cria novos céus e uma nova
terra. Que alegria e exultação haverá em Jerusalém e entre seu povo! Construir-se-ão casas e
plantar-se-ão vinhedos, e o lobo e o cordeiro pastarão como se fossem um. Não haverá dano
nem ruína.
Os céus são o seu trono e a terra o escabelo de seus pés; portanto, que casa podem os
homens construir para Deus? Uma nação há de nascer num só dia, e todos os que amam a
Jerusalém são convidados a se regozijar quando Deus estende sobre ela a paz como um rio.
Ele chegará contra seus inimigos como o próprio fogo, como carros de tufão, retribuindo a sua
ira com puro furor, e chamas de fogo contra toda carne desobediente. Mensageiros sairão por
todas as nações e ilhas distantes para falar da Sua glória. Seus novos céus e nova terra hão de
ser de duração permanente. De modo similar, os que o servem, assim como sua prole,
permanecerão. É isso ou a morte eterna.
Em todos os aspectos, o livro profético de Isaías é uma dádiva de máximo proveito da parte de
Deus. Destaca os elevados pensamentos de Deus. (Isa. 55:8-11) Os oradores públicos que
apresentam as verdades bíblicas, podem recorrer a Isaías qual rica fonte de vívidas ilustrações
que causam forte impressão, como as parábolas de Jesus. Isaías inculca em nós de modo
poderoso a tolice do homem que usa a mesma árvore tanto como combustível como para
fabricar um ídolo que ele adora. Faz-nos sentir o desconforto do homem que se deita num leito
curto demais, com um lençol estreito demais, e ouvir o profundo cochilar dos profetas que são
semelhantes a cães mudos, preguiçosos demais para ladrar. Se nós, pessoalmente, segundo
exorta Isaías, ‘buscarmos no livro de Deus e lermos em voz alta’, poderemos avaliar a
poderosa mensagem de Isaías para os nossos dias. 44:14-20; 28:20; 56:10-12; 34:16.
Essa profecia dirige a atenção especialmente para o Reino de Deus por meio do Messias. O
próprio Deus, o supremo Rei, e é ele quem nos salva. (33:22). O anúncio do anjo a Maria sobre
um filho que nasceria mostrou que Isaías 9:6, 7 havia de cumprir-se mediante receber Êle o
trono de Davi; e “Êle reinará sobre a casa de Jacó para sempre, e não haverá fim do seu
reino”. (Luc. 1:32, 33) Mateus 1:22, 23 mostra que o nascimento de Jesus por meio de uma
virgem foi o cumprimento de Isaías 7:14, e o identifica com “Emanuel”. Cerca de 30 anos mais
tarde, João, o Batizador, veio pregando que “o reino dos céus se tem aproximado”. Todos os
quatro evangelistas citam Isaías 40:3 para mostrar que este João era aquele que ‘clamava no
ermo’. (Mat. 3:1-3; Mar. 1:2-4; Luc. 3:3-6; João 1:23). Jesus é o Messias, o Ungido de Deus e
o renovo ou a raiz de Jessé para governar as nações. É nele que devem depositar a sua
esperança, em cumprimento de Isaías 11:1, 10.
Rom.15:8,12.
Note como Isaías continua a identificar o Messias, o Rei! Jesus leu a sua comissão no rolo de
Isaías para mostrar que ele era o Ungido de Deus, e daí passou a “anunciar o ano aceitável do
Senhor. . . . porque”, disse ele, “fui enviado para isso”. (Luc. 4:17-19, 43; Isa. 61:1, 2) Os quatro
Evangelhos estão cheios de pormenores sobre o ministério terrestre de Jesus e sobre como ele
morreu, conforme predito em Isaías, capítulo 53. Embora os judeus ouvissem e vissem as
obras maravilhosas de Jesus, não entenderam o significado disso por causa da incredulidade
de seu coração, em cumprimento de Isaías 6:9, 10; 29:13; e 53:1. (Mat. 13:14, 15; João 12:38-
40; Atos 28:24-27; Rom. 10:16; Mat. 15:7-9; Mar. 7:6, 7) Jesus foi pedra de tropeço para eles,
mas tornou-se a pedra angular de alicerce que Deus colocou em Sião e sobre a qual Ele edifica
a sua casa espiritual, em cumprimento de Isaías 8:14; e 28:16. Luc. 20:17; Rom. 9:32, 33;
10:11; 1 Ped. 2:4-10.
Os apóstolos de Jesus Cristo continuaram a fazer bom uso da profecia de Isaías, aplicando-a
ao ministério. Por exemplo, ao mostrar que são necessários pregadores para a edificação da
fé, Paulo cita Isaías, quando diz: “Quão lindos são os pés daqueles que declaram boas novas
de coisas boas!” (Rom. 10:15; Isa. 52:7; veja também Romanos 10:11, 16, 20, 21.) Pedro
também cita Isaías, ao mostrar que o Reino prometido duraria eternamente: “Pois ‘toda a carne
é como a erva, e toda a sua glória é como flor da erva; a erva se resseca e a flor cai, mas a
declaração de Deus permanece para sempre’. Ora, esta é a ‘declaração’, esta que vos foi
anunciada.” 1 Ped. 1:24, 25; Isa. 40:6-8.
Isaías descreve magnificamente a esperança do Reino futuro! Eis que haverá “novos céus e
uma nova terra”, em que “um rei reinará para a própria justiça” e príncipes governarão para o
próprio juízo. Que motivo de alegria e exultação! (65:17, 18; 32:1, 2) Novamente, Pedro se
refere à mensagem alegre de Isaías: “Mas, há novos céus e uma nova terra que aguardamos
segundo a . . . promessa [de Deus], e nestes há de morar a justiça.” (2 Ped. 3:13) Este
maravilhoso tema do Reino atinge a sua plena glória nos últimos capítulos de Apocalipse. Isa.
66:22, 23; 25:8; Ap. 21:1-5.
Destarte, o livro de Isaías, embora contenha denúncias causticantes dos inimigos de Deus e
dos que professam hipocritamente ser servos dele, aponta, em tons dignificantes, para a
magnífica esperança do Reino messiânico, por meio do qual o grande nome de Deus será
santificado. Contribui muito para explicar as maravilhosas verdades do Reino de Deus e anima
nossos corações com a alegre expectativa de “salvação por ele”. Isa. 25:9; 40:28-31.
Texto de Isaías
É óbvio, da leitura da Bíblia, que muitas das profecias de Isaías têm mais de um
cumprimento e que grande parte do livro está tendo e ainda terá seu cumprimento final,
maior. Só no livro de Apocalipse há muitas citações das profecias de Isaías, ou alusões
a elas, algumas das quais alistamos a seguir:
Texto de
Isaías Apocalipse
Exortações e ameaças.
1.1 VISÃO. Isaías não profetizava nem escrevia em torno de suas idéias. Pelo contrário, tinha visões da parte de Deus, pela
inspiração do Espírito Santo (cf. 2 Pe 1.20,21). Foi-lhe concedido ver os eventos futuros no plano divino da salvação, mediante
comunicação inerrante da parte do próprio Deus.
1.1 ISAÍAS. O nome Isaías significa o SENHOR salva . Como profeta designado por Deus, Isaías começou seu ministério em
740 a.C., no ano em que morreu o rei Uzias (ver 6.1). Profetizou por mais de quarenta anos e morreu provavelmente cerca de
680 a.C. (ver a introdução a Isaías, para mais sobre ele).
1.1 A RESPEITO DE JUDÁ. O longo ministério profético de Isaías teve lugar na época do reino dividido (ver 1 Rs 12.20 nota; 2
Cr 10.1 nota). O Reino do Norte chamado pelos diferentes nomes de Israel , Samaria e Efraim abrangia dez tribos de Israel. O
Reino do Sul comumente chamado de Judá, com sua capital em Jerusalém consistia das tribos de Judá e de Benjamim. Os
dois reinos, na época de Isaías, estavam desviados de Deus e da sua lei e recorriam às nações pagãs e seus deuses falsos
para livrá-los dos seus inimigos. O Reino do Norte foi subjugado e destruído pela Assíria em 722 a.C. Isaías advertiu Judá de
que esse reino, também, seria destruído por causa do seu pecado e apostasia (39.6).
1.2 PREVARICARAM CONTRA MIM. ( Prevaricar aqui, é literalmente rebelar-se). O concerto de Deus com o povo israelita
abrangia Judá e Israel, que também receberam dEle a sua lei, o seu templo e suas promessas; no entanto, viviam no pecado,
menosprezavam o concerto divino, e não reconheciam a Deus como a fonte da salvação e suas demais bênçãos. Por isso,
Deus ia castigá-los (vv. 5-8).
1.3 ISRAEL. Aqui, Israel refere-se a todas as doze tribos, inclusive Judá.
1.4 SANTO DE ISRAEL. Esta expressão, como um título de Deus, ocorre vinte e seis vezes em Isaías, além de mais cinco
vezes em que Ele é chamado apenas o Santo . O profeta, ao usar esse nome de Deus (certamente originado, em parte, da
sublime visão que Isaías teve de Deus, na sua santidade cap. 6), não somente ressalta o caráter expressamente santo de
Deus, mas também que os que são de Deus devem ser santos, para que possam continuar em comunhão com Ele.
1.7 A VOSSA TERRA ESTÁ ASSOLADA. No seu empenho de levar Judá ao arrependimento, Deus permitiu o despojo da sua
terra por estrangeiros (ver 2 Cr 28.5-18). O pecado dos israelitas privou-os da bênção e proteção de Deus, e o castigo veio
sobre eles. A terra e o seu povo seriam finalmente subjugados por Nabucodonosor e seu exército babilônico (605 586 a.C.).
Um povo que continua obstinado e indiferente na senda do pecado, atrairá o juízo divino e, por fim, a destruição.
1.9,10 SODOMA... GOMORRA. As cidades de Sodoma e Gomorra foram totalmente destruídas por causa do seu extremo
pecado (Gn 19.1-25). Isaías equipara Judá a essas cidades, por causa da sua grande infidelidade.
1.11 DE QUE ME SERVE A MIM A MULTIDÃO DE VOSSOS SACRIFÍCIOS? Isaías condena o povo por cometer atos ímpios e
injustiças (vv. 16,17) e ao mesmo tempo oferecer sacrifícios a Deus e também orar e prestar-lhe culto. A adoração e o louvor é
uma abominação para Deus se o nosso coração não estiver inteiramente dedicado a Ele e aos seus caminhos santos (cf. 66.3;
Jr 7.21-26; Os 6.6; Am 5.21-24; Mq 6.6-8).
1.15 AS VOSSAS ORAÇÕES, NÃO AS OUÇO. O pecado na vida do crente levará Deus a desviar seu rosto de suas orações
(ver Tg 4.3 nota; 1 Jo 3.22 nota; ver o estudo A ORAÇÃO EFICAZ)
1.18 VINDE, ENTÃO, E ARGÜI-ME. Deus não queria condenar e destruir o seu povo. Ele perdoaria tudo, se eles tão-somente
se arrependessem, cessassem de fazer o mal, cuidassem de fazer o bem e obedecessem à sua Palavra (vv. 16-19). O perdão
divino está agora à disposição de todos os pecadores, que confessam a Deus os seus pecados, arrependem-se e aceitam a
purificação provida por Deus, mediante o sangue de Jesus Cristo (Lc 24.46,47; 1Jo 1.9). Aqueles que rejeitam a misericórdia
de Deus e, na sua rebeldia, apegam-se aos seus próprios caminhos, se perderão (v. 20).
1.25 PURIFICAREI INTEIRAMENTE AS TUAS ESCÓRIAS. Deus queria expurgar o mal dentre o seu povo e restaurar um
remanescente que se arrependesse (vv. 18,19,26,27). Deus ainda não concluíra a sua obra através de Judá (cf. Ed 1; 5.2,14-
16), pois o Redentor de toda a raça humana ainda teria que vir através desse povo escolhido. Sião (v. 27, i.e., Jerusalém) seria
restaurada, mas somente quem fielmente se voltasse para Deus seria salvo; os impenitentes seriam destruídos (cf. v. 28; 65.8-
15).
2.2 NOS ÚLTIMOS DIAS. O NT define os últimos dias como o período de tempo entre a primeira e a segunda vinda de Cristo
(ver At 2.17 nota). Aquilo que Isaías descreve nos vv. 1-5 terá seu cumprimento total na segunda vinda de Cristo, quando Ele
estabelecer o reino de Deus na terra.
2.2-5 SE FIRMARÁ O MONTE DA CASA DO SENHOR. Isaías profetiza a respeito de um período quando o governo divino se
estabelecerá em toda a terra (cf. Mq 4.1-3). Toda iniqüidade, injustiça e rebelião dirigidas contra Deus e sua lei serão
debeladas e a justiça prevalecerá (cf. 59.20 60.3,14; Jr 33.14-16; Zc 2.10-12). Todas as nações , judeus e gentios, adorarão e
servirão ao Senhor. Esta profecia manifesta o propósito final de Deus para Israel e a raça humana; ela cumpre-se no próprio
Jesus Cristo, que executa juízo e justiça na terra (9.1-7; 11.3-5).
2.3 NOS ENSINE... SEUS CAMINHOS... SUAS VEREDAS. O interesse primordial de todos os que se tornam discípulos do
Senhor deveria ser conhecer e obedecer à sua vontade, como cidadãos do seu reino. É importante que quem proclama a
mensagem de Deus, tome o máximo cuidado com o que prega e ensina, para que isto seja a mensagem de Deus, proveniente
das Escrituras inspiradas, i.e., a revelação de Cristo, dos profetas do AT e dos apóstolos do NT (ver Ef 2.20 nota). Todo
mundo, tanto os perdidos como os salvos, precisam ouvir a verdade de Deus proclamada por lábios ungidos pelo Espírito
Santo, dedicados aos retos caminhos de Deus.
2.6-9 TU DESAMPARASTE O TEU POVO. Estes versículos descrevem a apostasia e o mundanismo da nação de Judá. Seus
habitantes abandonaram a Deus, adotaram a idolatria e o ocultismo, deleitavam-se nas práticas ímpias dos pagãos e
depositavam sua confiança no dinheiro, nas alianças internacionais e no poderio militar. Daí, Isaías orar para que não
houvesse perdão até que Deus, mediante duros revezes os levasse a um arrependimento de coração (vv. 17-21). Ele sabia
que o perdão aparente do ritual religioso só agravaria a situação. Um arrependimento sincero deve preceder o perdão (1.16-
20).
2.11 A ALTIVEZ DOS VARÕES SERÁ HUMILHADA. Uma das graves conseqüências do orgulho humano é a crença de que a
pessoa não depende de Deus para decidir como deve viver, bem como para decidir sobre o que é certo e errado. No dia do
julgamento, na presença do Senhor, os tais que assim fazem sofrerão a pior vergonha.
2.12 O DIA DO SENHOR. Segundo as palavras de Isaías, o tempo do juízo estava próximo. O cumprimento imediato da sua
profecia foi a assolação da terra de Israel por Deus, empregando os exércitos assírio e babilônico como agentes da sua ira
(39.6). Na perspectiva profética remota, o dia do SENHOR refere-se à ocasião em que Deus banirá toda a iniqüidade na terra
(cf. Jl 2.31; ver 1 Ts 5.2 notas; ver Ap 4-19).
3.1 TIRARÁ DE JERUSALÉM. Como resultado dos pecados do povo, o castigo divino atingirá todos os segmentos da
sociedade e todos sofrerão (vv. 2,3).
3.5 OPRIMIDO... CADA UM, CONTRA O SEU PRÓXIMO. A rejeição dos caminhos de Deus numa sociedade abre caminho
para a injustiça, a opressão cruel, a violência, o desrespeito aos pais pela juventude rebelde e o repúdio a todas as restrições
morais (ver Mt 24.12 nota; 2 Tm 3.1-5 notas). Todas as pessoas sofrem quando a sociedade se desintegra moralmente.
3.10 DIZEI AOS JUSTOS. Isaías foi ordenado a encorajar os que permanecessem fiéis a Deus no meio de um povo ímpio. Os
justos sofreriam agora por amor à justiça, mas posteriormente teriam vitória e Deus os recompensaria ricamente. Aos ímpios,
porém, Deus reserva o castigo (ver Mt 5.10 nota).
3.14 O ESPÓLIO DO POBRE. ( Espólio aqui, é literalmente bens tomados do próximo). Deus abomina maus-tratos aos menos
afortunados da sociedade. Na igreja, também, Ele observa e leva em conta o modo de seus membros tratarem uns aos outros
(ver Cl 3.25 nota). Deus requer que o crente demonstre amor, justiça e compaixão no seu relacionamento com o próximo.
3.16-26 AS FILHAS DE SIÃO. As mulheres do reino de Judá, em meio ao declínio espiritual, moral e político da nação, eram
conhecidas por seu apego desvairado por tudo o que a moda oferecia, e pela beleza externa, ao invés de primarem pela
santidade interior e pelo amor a Deus. Eram mulheres egocêntricas, que procuravam ser belas para despertar atração sensual
e que cuidavam somente do que lhes interessava, sem demonstrarem qualquer preocupação com os oprimidos, os pobres, ou
com a crítica condição espiritual de suas famílias e compatriotas. Deus as advertiu que iam sofrer vergonha e humilhação
quando estivessem como escravas infelizes dos senhores do seu povo (vv. 17,24). Deus ainda requer humildade, modéstia e
santidade da parte da mulher crente (ver 1 Co 11.6 nota; 1 Tm 2.9 nota; cf. 1 Pe 3.3,4).
4.2 O RENOVO DO SENHOR. Este é um título do Messias (i.e., o Cristo). Ele brotará como um rebento da raiz de Davi (ver
11.1; 53.2; Jr 23.5; 33.15; Zc 3.8; 6.12; Rm
15.12; Ap 5.5; 22.16). Os versículos 2-6 referem-se a um tempo, tanto de juízo como de salvação; um tempo em que Cristo
reinará sobre o seu remanescente fiel em
Jerusalém (v. 4) e cuidará dele com grande solicitude e amor (cf. 38.5-8,15-17; 65.18).
4.3 SERÃO CHAMADOS SANTOS. Aqueles que sobreviverem ao juízo vindouro serão chamados santos , i.e., terão o caráter
de Deus, que é o Santo de Israel (1.4).
Noutras palavras, serão separados do mundo pecaminoso, purificados de toda mácula pelo sangue de Cristo, e regenerados
pelo Espírito Santo. Sobre eles pairará a
glória de Deus como uma nuvem (v. 5).
Isaías cap. 5 - Comentário por versículos.
5.1-7 UMA VINHA. Esta parábola da vinha demonstra que Deus fez todo possível para fazer de Judá uma nação santa e
frutífera. Somente depois que os judeus recusaram ser o que Deus queria que eles fossem é que Ele destruiu a sua vinha
(comparar a parábola dos maus lavradores, narrada por Jesus em Mt 21.33-44). Esta parábola de Isaías prenuncia,
historicamente, a destruição de Jerusalém e do Reino de Judá em 586 a.C.
5.8-32 AI DOS QUE... Seis ais (i.e., declarações de julgamento) são proferidos contra seis tipos de pecados: (1) cobiça egoísta
(v. 8); (2) embriaguês (vv. 11,12); (3) zombaria de descrença no poder de Deus para julgar o pecado (vv. 18,19); (4) corrupção
dos padrões morais de Deus (v. 20); (5) arrogância e orgulho (v. 21); e (6) perversão da justiça (vv. 22,23); cf. os ais de Cristo
contra os hipócritas da religião; ver Mt 23 notas).
5.20 AO MAL CHAMAM BEM. É comum a sociedade exaltar o pecado, chamando a depravação de força varonil, de virtude
autêntica e de liberdade elogiável. Ao mesmo tempo a sociedade opõe-se à retidão, tachando-a de maléfica. Dois exemplos
conhecidos, a respeito do assunto em pauta. (1) A perversão sexual (i.e., do homossexualismo e do lesbianismo), a sociedade
considera um modo de vida alternativo legítimo, que deve ter aceitação pública, enquanto os que condenam tal conduta, por
observarem as normas bíblicas da moralidade sexual são chamados de intolerantes e defensores de um preconceito opressor.
(2) Os defensores do aborto, a sociedade os chama de pessoas sensíveis , dedicadas com afinco aos direitos da mulher, ao
passo que os defensores da vida, a mesma sociedade os chama de extremistas ou fanáticos religiosos . Quanto ao crente,
este deve, em todo tempo, manter-se fielmente e de todo coração, dentro dos padrões divinos do bem e do mal, conforme nos
revela a Palavra de Deus escrita
5.24 PORQUANTO REJEITARAM A LEI DO SENHOR. O livro de Isaías contém a doutrina da justa retribuição pelo pecado. A
rejeição dos ensinos do Senhor e o desprezo à sua Palavra por alguém, trará como resultado sobre tal pessoa, o juízo que
esses pecados acarretam (v. 25; cf. Os 4.6).
5.26 AS NAÇÕES DE LONGE. Isaías descreve a destruição iminente de Judá por uma nação distante; destruição em breve e
certa. Judá não teria força para fazer o inimigo recuar. Isaías estava certamente antevendo as invasões dos assírios, cujos
exércitos saquearam Judá em 701 a.C., e dos babilônios, cujas incursões começaram em 605 a.C. Deus muitas vezes já
utilizou outras nações para castigar o seu povo por apostasia (ver também Mt 5.13 nota).
6.1 NO ANO EM QUE MORREU O REI UZIAS. Esse ano foi aproximadamente 740 a.C. (cf. 2 Cr 26.16-21). Isaías deve ter
profetizado antes disso (1.5), mas agora ele teve uma visão de Deus, foi purificado e recebeu uma chamada específica de
Deus para pregar a sua Palavra a um povo espiritualmente cego, surdo e insensível (vv. 9,10).
6.1 EU VI AO SENHOR. Isaías, por esta visão do Senhor, teve uma compreensão correta da sua mensagem e chamada. A
visão revelou um dos temas principais do livro, a saber: que a glória, majestade e santidade de Deus requer que aqueles que a
Ele servem, devem também ser santos. Da mesma forma, as igrejas dos nossos dias também precisam de uma visão de Deus
no seu meio, como o Senhor santo e Juiz de todos. O reconhecimento da necessidade da sua obra santificadora em nossa
vida acompanhará infalivelmente tal visão. O resultado de tal visão sobre nós pode ser semelhante à de Isaías confissão com
quebrantamento, purificação gloriosa e chamamento poderoso da parte de Deus, no tocante à sua vontade e chamada (vv. 5-8;
Ap 1.13-17).
6.2 SERAFINS. Trata-se de seres angelicais de ordem superior. Serafins deve ser outro nome dos seres viventes revelados
noutras partes das Escrituras (e.g., Ap 4.6-9). Seu título (literalmente: seres ardentes ) pode denotar sua pureza, uma vez que
servem a Deus continuamente, em derredor do seu trono. Refletem de tal maneira a glória de Deus que parecem arder em
chamas.
6.3 SANTO, SANTO, SANTO É O SENHOR. A principal característica de Deus revelada a Isaías é a sua santidade, que
significa sua pureza de caráter, sua separação do pecado e sua repulsa a tudo que é mau. A santidade absoluta de Deus deve
ser proclamada nas igrejas, assim como é nos céus
6.5 AI DE MIM! Isaías, ao contemplar a santidade de Deus, imediatamente reconheceu sua própria imperfeição e impureza,
sobretudo quanto às suas palavras (cf. Tg 3.1-6). Reconheceu, também, as conseqüências de ver Deus face a face (cf. Êx
33.20) e ficou assombrado. Deus, então, purificou os seus lábios e o seu coração (cf. Lv 16.12; Jr 1.9) e o tornou apto a
permanecer na sua presença como servo e profeta do Santo de Israel. Todos aqueles que se acercam de Deus precisam
receber o perdão dos seus pecados e a purificação do seu coração pelo Espírito Santo (cf. Hb 10.19-22), pois somente Deus
pode nos tornar puros como Ele mesmo requer.
6.8 A QUEM ENVIAREI? Só depois de purificado é que Isaías foi designado profeta. Esse trecho nos faz lembrar a Grande
Comissão de nosso Senhor ressurreto, que ordenou proclamar o evangelho da salvação a todo o mundo (Mt 28.18-20). Se
aquela ordem de sair apoderar-se do nosso coração, devemos responder da mesma maneira que Isaías: eis-me aqui, envia-
me a mim
6.9 VAI E DIZE A ESTE POVO. Deus avisou a Isaías que o povo ia rejeitar a sua mensagem e continuar indiferente ao
chamado profético ao arrependimento. Sua pregação até faria seus corações se endurecerem ainda mais forte contra o Senhor
(vv. 9,10; cf. Mt 13.14,15; Mc 4.12; Lc 8.10). Mesmo assim, Isaías teria que pregar fielmente a mensagem impopular do juízo
(cf. Jr 1.8,19; Ez 2.3,4). Haveria, no entanto, um limite para seu espinhoso ministério. Os juízos a serem infligidos através de
Senaqueribe, em 701 a.C. (vv. 11,12) levariam Jerusalém à fé e à obediência (36.21,22; 37.1- 7), e como resultado, Isaías
poderia ter um novo ministério durante os quinze anos concedidos por Deus a Ezequias (38.5).
6.13 A SANTA SEMENTE. Deus confortou Isaías ao dizer-lhe que um pequeno remanescente do povo creria e seria
preservado. Um novo Judá, que seria chamado santo, ia surgir, e através dele, Deus executaria o seu plano de salvação para
o mundo. Semelhantemente, sob o novo concerto, Deus julgará uma igreja que for apóstata e levantará um remanescente
santo que permanecerá fiel a Ele e à sua Palavra (ver o estudo A MENSAGEM DE CRISTO ÀS SETE IGREJAS).
7.1-25 NOS DIAS DE ACAZ. Cerca de 735/734 a.C., os reis de Israel e da Síria atacaram Judá. Isaías disse ao rei Acaz de
Judá que confiasse em Deus para o livramento. Acaz, no entanto, recusou a oferta divina de um sinal milagroso e, em vez
disso, buscou a ajuda da Assíria (ver 2 Rs 16.5-18; 2 Cr 28.16-21). Ainda assim, o Senhor deu um sinal a toda a casa de Davi
o nascimento do Emanuel (vv. 13-17). Nesta ocasião Deus fez fracassar a invasão de Judá pela Síria e Israel, mas
posteriormente Ele enviou os assírios e babilônios para assolarem a terra.
7.3 SEAR-JASUBE. O nome do filho mais velho de Isaías significa um remanescente voltará . Esse nome ressaltava a intenção
de Deus de preservar um remanescente fiel entre o povo para consumar o seu plano de salvação (cf. 11.11,12,16; 37.4,31).
7.8 DENTRO DE SESSENTA E CINCO ANOS. Israel (também chamado Efraim) foi vencido em 722 a.C. pela Assíria, que
trouxe colonos estrangeiros para aquela terra, para fins de casamento misto com os poucos israelitas ali deixados; a mistura
racial resultante disso, deu origem aos samaritanos (ver 2 Rs 17.24-34; cf. Jo 4.7-42).
7.12 ACAZ... DISSE: NÃO O PEDIREI. O profeta Isaías aconselhou Acaz a confiar em Deus para um livramento. Acaz rejeitou
o conselho, e resolveu confiar no seu limitado raciocínio e procurou a ajuda da Assíria (ver 2 Rs 16.5-18; 2 Cr 28.16-21).
7.14 UMA VIRGEM CONCEBERÁ... EMANUEL. Virgem (hb. almah). Na língua original o termo pode significar virgem ou
mulher jovem em idade de casar . (1) A aplicação imediata desse sinal seria a uma nubente que fora virgem até à ocasião do
seu casamento. Antes do seu filho ter idade suficiente para distinguir entre o certo e o errado, os reis da Síria e de Israel
seriam destruídos (v. 16). (2) O pleno cumprimento desta profecia ocorreu quando Jesus Cristo nasceu da virgem Maria (Mt
1.23). Maria era virgem e permaneceu virgem até a ocasião do nascimento de Jesus (Mt 1.18,25). A concepção do seu Filho
deu-se mediante um milagre do Espírito Santo, e não pela ação de homem algum (ver Mt 1.16,23 notas; Lc 1.35 nota). (3) O
filho da virgem devia se chamar Emanuel , i.e., Deus conosco (Mt 1.23). Este nome revestiu-se de novo e profundo significado
com a vinda pessoal ao mundo, do Filho unigênito de Deus (cf. Jo 3.16).
8.6 AS ÁGUAS DE SILOÉ. As águas de Siloé (o NT as cita como o tanque de Siloé, Jo 9.7). Essas águas vinham de uma fonte
tranqüila que formava um reservatório subterrâneo para abastecer Jerusalém em tempos de cerco pelo inimigo. Essas águas
simbolizavam o reino gracioso e calmo de Deus sobre Israel, através dos seus representantes reais i.e., os piedosos reis
davídicos. Posto que Judá e Jerusalém rejeitaram o governo gracioso de Deus, teriam que suportar, em vez disso, as águas
destruidoras da região do Eufrates, i.e., o poderoso dilúvio inundante de soldados assírios invasores (vv. 7-10).
8.8 Ó EMANUEL. Em meio à profecia de Isaías, o Espírito anuncia uma esperança futura. Não importa o que houver, os fiéis
de Deus não precisavam ter medo, porque Emanuel ( Deus é conosco , cf. v. 10) era a proteção de todos os que nEle
confiassem. Emanuel , portanto, é a garantia permanente do povo de Deus no decurso da história passada, presente e futura
(Mt 1.23).
8.12 CONJURAÇÃO. Isaías tinha procurado persuadir Judá a buscar a Deus ao invés de buscar ajuda no estrangeiro. Foi
acusado de conspiração e traição. Semelhantemente, no decurso da história da igreja, aqueles que procuram manter a igreja
distante do humanismo e de um cristianismo antibíblico e ao mesmo tempo trazê-la de volta ao seu poder, santidade e missão
originais, freqüentemente são alvos de perseguição e repúdio. O profeta não devia temer ninguém; ele foi exortado a temer
somente ao Senhor dos Exércitos (vv. 12,13).
8.13 SEJA ELE O VOSSO TEMOR. Nos tempos de perigos e provações, é somente a Deus que devemos temer; é somente
nEle que devemos confiar para nos livrar (cf. Mt 10.28). Se lhe tivermos a devida reverência e amor, teremos a sua presença
conosco e Ele será o nosso refúgio e proteção (v. 14).
8.16 SELA A LEI ENTRE OS MEUS DISCÍPULOS. A grande maioria do povo de Deus vivia na apostasia, mas um
remanescente permaneceu fiel discípulos que faziam a vontade do Senhor. Estes foram chamados para preservar a Palavra de
Deus. Em todos os tempos, os verdadeiros discípulos do Senhor, aqueles em cujos corações está a Palavra, precisam lutar
pela verdade imutável de Deus (ver Jd v. 3) e transmiti-la à geração seguinte.
9.1-7 NÃO SERÁ ENTENEBRECIDA. Isaías fala de um Libertador vindouro que, um dia, guiaria o povo de Deus à alegria, à
paz, à retidão e à justiça. Essa pessoa é o Messias Jesus Cristo, o Filho de Deus. Essa profecia revela várias verdades
importantes sobre o Messias vindouro. (1) Ministraria principalmente na Galiléia (v. 1; cf. Mt 4.13,14). (2) Traria a luz da
salvação e da esperança (v. 2; cf. 42.6; 49.6; Mt 4.15,16). (3) Aumentaria o número do povo de Deus, sobretudo pela admissão
dos gentios à família da fé (v. 3; cf. At 15.13-18). (4) Traria a paz pelo livramento do seu povo do jugo da opressão, e pela
derrota de seus inimigos (vv. 4,5). (5) O Messias viria da nação de Israel e seria chamado Maravilhoso, Conselheiro, Deus
Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz (ver v. 6 nota). (6) Reinaria sobre o povo de Deus para sempre (v. 7; cf. 2 Sm 7.16).
9.6 PORQUE UM MENINO NOS NASCEU. Aqui temos a predição do nascimento do Messias, Jesus Cristo (ver também 7.14
nota). Seu nascimento ocorreria num tempo e lugar específicos na história, e esse Filho Messiânico nasceria de modo único e
maravilhoso. Isaías registra os nomes que caracterizariam sua missão como o Messias. (1) Maravilhoso. O próprio Messias em
si seria uma maravilha sobrenatural. A palavra hebraica, aqui, para maravilhoso é pele , a qual é usada exclusivamente a
respeito de Deus, e nunca a respeito de seres humanos ou de obras humanas (cf. 28.29). O Messias demonstraria o seu
caráter através das suas obras e milagres. (2) Conselheiro. O Messias seria a personificação da perfeita sabedoria e teria as
palavras da vida eterna. Como conselheiro, Ele revelaria o plano perfeito da salvação (cf. cap. 11). (3) Deus Forte. No Messias,
toda a plenitude da deidade existiria em forma corpórea (Cl 2.9; cf. Jo 1.1,14). (4) Pai da Eternidade. Ele não somente viria a
fim de revelar o Pai celestial, como também Ele mesmo agiria eternamente em favor do seu povo como um pai compassivo
que ama, que guarda e que supre as necessidades dos seus filhos (cf. Sl 103.13). (5) Príncipe da Paz. O reino do Messias
traria a paz com Deus à humanidade, mediante a libertação do pecado e da morte (11.6-9; cf. Rm 5.1; 8.2).
9.7 DESTE PRINCIPADO E DA PAZ, NÃO HAVERÁ FIM. Nesta declaração profética do estabelecimento do reino de Cristo,
não aparece a distinção entre a sua primeira e a segunda vinda. No momento da história da humanidade em que Isaías
profetizou, ele vê toda a obra redentora e também o reino de Cristo em perspectiva, como um só evento num futuro distante. O
AT não revela claramente em parte alguma que o reino de Cristo na terra abrangeria uma primeira e uma segunda vinda na
história. De igual modo, no NT há intervalos de tempo entre os eventos dos tempos do fim; nem sempre eles estão claramente
diferençados entre si (ver Mt 24.42-44 notas).
9.8 10.4 UMA PALAVRA A JACÓ. Estes versículos declaram a arrogância e impenitência obstinadas de Israel, e a ira e
julgamento divinos contra aquele povo. Nem sequer na sua grande aflição, os israelitas não quiseram se humilhar e voltar a
Deus, com um coração contrito e quebrantado.
10.5 AI DA ASSÍRIA. Deus tinha usado os assírios para castigar seu povo que enveredara pela impiedade. Agora, Deus
castigaria a Assíria pela sua soberba e arrogância (vv. 8-14). Daí, Isaías profetizou a destruição dos assírios (vv. 16-19). Essa
profecia específica cumpriu-se quando o anjo do Senhor matou 185.000 soldados do exército assírio que sitiava Jerusalém (ver
cap. 37).
10.20 OS RESÍDUOS DE ISRAEL. Isaías volta a garantir aos crentes fiéis que, depois de Deus julgar Israel, um remanescente
fiel que confiava no Senhor seria preservado e restaurado; esse remanescente seria o verdadeiro Israel (cf. Rm 9.6-9). O plano
divino para a salvação do mundo sempre será levado a efeito pelo remanescente que realmente crê na Palavra e a obedece, e
não por aqueles que meramente professam que crêem (ver 6.13 nota; 8.16 nota; Rm 4.16; 9.27; 11.5; Ap 3.4,5).
10.28-34 JÁ VEM CHEGANDO A AIATE. Isaías prediz a rota dos invasores assírios no seu avanço para saquear Jerusalém. O
próprio Deus os abateria (cf. 37.33-38).
Isaías cap. 11 - Comentário por versículos.
11.1 E DAS SUAS RAÍZES UM RENOVO FRUTIFICARÁ. Isaías pinta um quadro glorioso de um novo mundo futuro, regido
pelo Renovo (i.e., Jesus Cristo). A palavra hebraica netzer ( Renovo ) é provavelmente a raiz da qual derivou o termo Nazaré .
Jesus era chamado Nazareno (Mt 2.23), que pode significar ou homem de Nazaré ou homem do Renovo . Ele brotaria como
um rebento da raiz de Jessé, i.e., o pai de Davi (ver 4.2 nota; cf. 4.2-6; 7.14; 9.1-7; Rm 15.12) e seria governante de um mundo
de paz, justiça e bondade. O cumprimento parcial dessa profecia deu-se 700 anos mais tarde, quando Jesus nasceu; mas seu
pleno cumprimento aguarda a segunda vinda de Cristo (ver 9.7 nota).
11.2 REPOUSARÁ SOBRE ELE O ESPÍRITO DO SENHOR. O Messias seria poderosamente ungido pelo Espírito Santo a fim
de cumprir a vontade do Pai e de trazer plena salvação às nações (61.1; Mt 3.16,17; Jo 1.33,34). A fim de executar o seu plano
da salvação, o Messias também batizaria e ungiria os seus seguidores no Espírito Santo. Esse é um requisito fundamental na
obra contínua da redenção que a igreja empreende (ver Mt 3.11 nota; Lc 3.16 nota; At 1.5).
11.2,3 O ESPÍRITO. Isaías menciona o Espírito Santo mais do que qualquer outro profeta do AT (11.2; 30.1; 32.15; 34.16;
40.13; 42.1; 44.3; 48.16; 59.21; 61.1; 63.10,11,14). Esta descrição profética da unção do Messias relaciona-se com seu caráter
e estatura espirituais (ver 61.1-3 nota). O Messias tem a plenitude do Espírito, e seus gloriosos dons celestiais são descritos
como (1) o Espírito (v. 1); (2) sabedoria (v. 2); (3) inteligência (v. 2); (4) conselho (v. 2); (5) fortaleza (v. 2); (6) conhecimento (v.
2); e (7) temor do Senhor. A plenitude de dons contida nesta descrição não tem precedente nas Escrituras. Esses dons sob
sete aspectos falam da sua plenitude no Messias
11.4 FERIRÁ A TERRA. Este versículo refere-se à volta de Cristo à terra para juízo e destruição de todos os ímpios (cf. 2 Ts
1.6-10; 2.8; Ap 19). Este justo juízo é necessário para o estabelecimento do seu governo perfeito e justo.
11.5 JUSTIÇA... VERDADE. A justiça e a verdade são elementos essenciais do reino do Messias. São, também, requisitos
para todos que dirigem, na igreja do Messias. A era messiânica será caracterizada pela ausência de inimizade, crueldade e
hostilidade, simbolizada aqui pela paz entre os animais. O Messias trará paz à terra e transformará os homens e a natureza
como o fruto último da redenção (cf. 35.9; 65.20-25; Ez 34.25-29).
11.10-16 NAQUELE DIA. O tempo final do reino messiânico será precedido de um reagrupamento dos judeus que aceitarem
Jesus Cristo como o Messias. Essa restauração dos judeus abrangerá o seguinte: (1) o remanescente judaico fiel que restar
(vv. 11,12; cf. Dt 30.3-5; Jr 31.1,8,10; Ez 39.22,28); (2) o agrupamento dos judeus sob o Messias (11.10,12; Jr 23.5-8; Ez
37.21-25); (3) a purificação total de Israel (Dt 30.3-6; Jr 32.37-41; Ez 11.17-20); (4) a bênção e prosperidade na terra (Jr
31.8,10,12,13,28; 32.37-41; Ez 28.25,26; 39.25-29; Am 9.11-15); (5) as bênçãos para todos os povos, gentios e judeus (v. 12;
55.3-5; 60.1-5; 10.14; Jr 16.15,19-21; Zc 2.10-12; Mq 4.1-4); (6) o julgamento dos ímpios (vv. 14-16; Jr 25.29-33; Jl 3.1,2,12-
14); e (7) a restauração final nos últimos dias (Os 3.4,5; ver Rm 11.26 nota; ver o estudo
12.1-6 NAQUELE DIA. O povo de Deus o louvará ao ser instaurado o reino universal do Messias. Desde agora devemos orar
pela volta de nosso Senhor e pelo estabelecimento do seu reino eterno de retidão, e aguardá-lo com fé e esperança. Quando
chegar aquele dia, cantaremos este cântico de louvor.
13.1 23.18 PESO. Estes capítulos descrevem juízos proferidos contra nações estrangeiras e a apóstata Jerusalém. Isaías
inicia com Babilônia (13.1; 14.23) e Assíria (14.24-27) e continua a profetizar contra nações menores. Estes capítulos ensinam
que todas as nações e povos vão prestar contas a Deus; serão julgados e destruídos todos os que se opõem a Ele e ao seu
plano divino de salvação, e aqueles que nEle crêem triunfarão afinal.
13.1 BABILÔNIA. Isaías profetiza que Babilônia será destruída assim como Sodoma e Gomorra. Babilônia era um centro de
cultura pagã que se opunha a Deus e aos seus caminhos desde os primórdios da história da humanidade (cf. Gn 11.1-9).
Ironicamente, serviu de instrumento da ira divina contra Jerusalém, ao levar para o cativeiro os seus habitantes. Nos tempos do
NT, Babilônia simboliza o centro religioso e político do mundo, em oposição a Deus e ao seu povo (ver Ap 17.1 nota). As ruínas
de Babilônia estão no país hoje chamado Iraque.
13.4 GUERRA. O cumprimento da profecia da queda de Babilônia teve várias etapas. A primeira foi o ataque a Babilônia pelos
assírios em 689 a.C. quando, então, Senaqueribe capturou a cidade. Depois, Babilônia retomou o seu antigo poder, no reinado
de Nabucodonosor, mas foi então capturada em 539 a.C. por Ciro, do império medo-persa (cf. v. 17). Em 518 a.C. a cidade foi
devastada de novo, seus muros foram derribados e tornou-se uma ruína total.
13.6-13 O DIA DO SENHOR ESTÁ PERTO. A destruição de Babilônia tipifica a destruição de todos os inimigos de Deus no
tempo do fim, e o juízo final que virá sobre toda a terra durante o período da tribulação. Isaías coloca ambos os juízos neste
trecho (cf. Ez 32.7; Jl 2.10; 3.16; Ag 2.6,7,21,22; Zc 14.6,7).
13.20 NUNCA MAIS [BABILÔNIA] SERÁ HABITADA. Este versículo salienta que nenhum monumento à glória e realizações
humanas subsistirá para sempre. Um dia, todas as obras produzidas pelo esforço do homem fenecerão (cf. Mt 6.19), ao passo
que a glória de Deus encherá a terra.
14.4-21 ESTE DITO CONTRA O REI DA BABI-LÔNIA. Este hino profético e irônico devia ser cantado pelos que
presenciassem a queda do rei de Babilônia. O rei seria vencido e levado serás ao inferno, ao mais profundo do abismo (v. 15).
Estes versículos aplicam-se, em última análise, a todos os governantes e pessoas que desafiam a Deus e hostilizam o seu
reino.
14.12-15 ESTRELA DA MANHÃ. Certos exegetas crêem que estes versículos referem-se não apenas ao rei de Babilônia, mas
também, de um modo velado, a Satanás (cf. a declaração de Cristo em Lc 10.18). Outros acham que talvez a passagem se
refira ao Anticristo dos tempos do fim, que reinará sobre a Babilônia (ver Ap 17.1-3 notas) opondo-se a Deus e ao seu povo (cf.
Ap 13.4).
14.25-27 QUEBRANTAREI A ASSÍRIA. Esta profecia diz respeito à ameaça imediata a Judá, da parte da Assíria; Deus
esmagaria o exército assírio (ver 37.21-36; 2 Rs 19). 14.29 A FILÍSTIA. Isaías profetiza a derrota da Filístia na Palestina (v. 30).
Judá não devia aceitar a oferta de uma aliança, trazida pelos mensageiros da Filístia; em vez disso, devia confiar no Senhor (v.
32).
15.1 MOABE. Localizado imediatamente a leste do mar Morto, Moabe sempre foi inimigo de Israel (cf. 25.10; 2Rs 3.4,5; 13.20;
Ez 25.8-11). Assim como as demais nações hostis, Moabe também seria destruído.
15.5 O MEU CORAÇÃO CLAMA POR CAUSA DE MOABE. Vendo o sofrimento terrível desse inimigo do povo de Deus, Isaías
bradou de compaixão pelas vítimas moabitas (cf. 21.2-4; 22.4). De modo semelhante, devemos sentir compaixão e dó por
aqueles que se destroem por viverem pecando e procedendo mal (ver Lc 19.41 nota).
16.1-5 ATÉ AO MONTE... DE SIÃO. Foi dito aos fugitivos de Moabe que se abrigassem em Judá e se submetessem ao rei de
Jerusalém.
16.4,5 O HOMEM VIOLENTO TERÁ FIM. Ao contemplar o futuro, Isaías contemplou o reino messiânico e o fim de toda
opressão.
16.6-13 DA SOBERBA DE MOABE. Embora cessasse um dia a guerra e a destruição (ver nota anterior), os moabitas dos dias
de Isaías seriam castigados por causa do seu orgulho e da sua recusa em reconhecer Deus e a sua justiça.
16.10 AS UVAS NOS LAGARES. Nesta passagem, o suco fresco e não-fermentado da uva, ainda no lagar, chama-se yayin
( vinho ) em hebraico, assim como noutros textos do AT. O equivalente a yayin, no grego do Novo Testamento é oinos.
17.1-6 DAMASCO SERÁ TIRADA. Damasco, a capital da Síria (v. 3), seria assolada. Efraim (i.e., Israel ou o Reino do Norte)
também sofreria por causa da sua aliança com Damasco contra a Assíria.
17.7 ATENTARÁ O HOMEM PARA O SEU CRIADOR. Os julgamentos divinos sobre Israel levariam um remanescente a
desviar-se da idolatria e voltar para o Senhor Deus, seu Criador. Perceberiam quão inúteis eram seus ídolos em tempos de
aperto e de guerra.
17.10 TE ESQUECESTE DO DEUS DA TUA SALVAÇÃO. Esquecer-se de Deus não é um pecado exclusivo de Israel. Jesus
adverte que os cuidados deste mundo, os enganos das riquezas e os prazeres do pecado podem sufocar a Palavra de Deus
na vida do crente (cf. Mc 4.3-9,14-20) e levá-lo a esquecer-se dEle, a cessar de orar diariamente e a não mais deleitar-se nEle
e na sua Palavra. Quando assim acontece, o crente perde a bênção e a presença de Deus.
18.1 ETIÓPIA. A Etiópia (ou Cuxe) ficava ao sul do Egito. Seu rei, naqueles tempos, reinava sobre todo o Egito. Segundo
parece, tinha enviado mensageiros a Israel para fins de uma aliança contra a Assíria (v. 2). O próprio Deus derrotaria o inimigo
assírio, no tempo por Ele determinado (vv. 3-6). Depois da derrota dos assírios, Cuxe traria dádivas a Jerusalém (v. 7).
19.1-15 EGITO. Isaías prediz um julgamento divino a vir sobre o Egito. Portanto, não seria de nenhum proveito para Judá aliar-
se com o Egito contra os assírios invasores.
19.16-25 NAQUELE TEMPO. Isaías profere quatro profecias a cumprirem-se naquele tempo . (1) Os egípcios temeriam Judá
ao compreenderem que o castigo deles viera de Deus (vv. 16,17). (2) Depois do sofrimento, cidades do Egito adorariam ao
Senhor e lhe edificariam altares (vv. 18,19). (3) Os egípcios cla-mariam a Deus, que lhes enviaria um Salvador, e muitos se
voltariam para o Senhor (vv. 20-22). (4) Egito, Assíria e Israel adorariam, todos juntos, ao Senhor (vv. 23-25). Embora aquele
tempo não esteja claramente identificado aqui, outros trechos bíblicos sugerem que esta passagem alude aos eventos do
tempo do fim, associados ao período da tribulação (cf. Ap 4-19) e ao reino milenar de Cristo (cf. Ap 20).
19.25 O SENHOR DOS EXÉRCITOS OS ABEN-ÇOARÁ... O EGITO... A ASSÍRIA... ISRAEL. Esta predição terá seu cabal
cumprimento no fim dos tempos quando, então, todas as nações da terra serão abençoadas (Gn 12.3) durante o reino justo do
Messias, Jesus Cristo (cf. 2.2-4; 11.1-10). Um dia, o Deus de Israel será o Deus dos árabes, dos judeus e de todos os demais
povos e nações.
20.1 ASDODE. O ataque contra esta cidade dos filisteus ocorreu provavelmente em 711 a.C.
20.2 INDO NU E DESCALÇO. Isaías devia aparecer em público, sem suas vestes externas durante três anos, como uma
parábola viva ou sinal daquilo que ia acontecer ao Egito e Cuxe, quando a Assíria os levasse em cativeiro. A mensagem tinha
o propósito de advertir Judá para não confiar em aliança com o Egito, e exortá-lo a depender do seu Deus. É possível que
Isaías andasse desse modo humilhante apenas numa parte de cada dia. Ver também 2 Sm 6.20 nota; Jo 21.7.
20.3 ISAÍAS... SINAL E PRODÍGIO. Isaías obedeceu a Deus, embora isso lhe custasse vergonha e constrangimento durante
três anos. Se o crente obedece a Deus e evita de modo correto os costumes ímpios, ele também às vezes poderá sofrer
afronta, constrangimento e humilhação. Retidão de um lado, e perseguição de outro, constantemente andam juntas (ver Mt
5.10 nota).
21.1-10 DO DESERTO DO MAR. Deus dá a Isaías uma segunda visão da queda e destruição de Babilônia, que ficava
imediatamente ao norte do golfo Pérsico (ver cap. 13 notas).
21.2 ELÃO. Elão estava localizado a leste do rio Tigre e de Babilônia, tendo a Média e a Assíria ao norte e, ao sul, o golfo
Pérsico. Os elamitas estavam aliados ao exército medo-persa quando Babilônia foi conquistada em 539 a.C. A cidade elamita
de Susã tornou-se uma importante capital do império persa.
21.9 CAÍDA É BABILÔNIA. Babilônia, a inimiga do povo de Deus, ia cair, e sua confiança nos falsos deuses ia ser malograda.
Essa queda ocorreu primeiramente em 689 a.C., quando Senaqueribe destruiu seus ídolos (exceto Bel e Nebo, ver cap. 46). O
apóstolo João ouviu palavras idênticas nas suas visões (Ap 14.8; 18.1,2), ao profetizar que a Babilônia dos tempos do fim,
símbolo de tudo quanto se opõe a Cristo e ao seu povo neste mundo, seria destruída. Nesse tempo, Cristo completará a
restauração do seu povo.
21.11 DUMÁ. Dumá é outro nome para Edom, a terra dos descendentes de Esaú. Edom ficava imediatamente ao sul de Judá e
do mar Morto (ver também 34.5-15).
21.13 ARÁBIA. A Arábia dos tempos bíblicos localizava-se entre Edom e Babilônia. Padeceria guerra e derrota às mãos dos
invasores, profecia esta que se cumpriu quando os assírios atacaram os árabes em 732 e 725 a.C. (cf. Jr 25.17,24);
Senaqueribe também conquistou a Arábia em 688 a.C. e assumiu o título de Rei da Arábia .
22.1 O VALE DA VISÃO. Este nome refere-se a Jerusalém ou ao vale junto a Jerusalém, onde Deus revelou-se em visões
proféticas. Aqui, Deus repreende os habitantes de Jerusalém pela sua atitude leviana diante de grave perigo e apostasia (vv.1-
14).
22.4 CHORAREI AMARGAMENTE. Isaías, um profeta fiel, afligia-se profundamente pela tragédia do seu povo caído e
apóstata. O povo de Deus estava sendo destruído, e Isaías sentia dor por causa deles, e de Deus, que fora abandonado.
Enquanto outros se entregavam aos prazeres e orgias (vv. 12,13), o profeta compartilhava do pesar de Deus (ver a nota
seguinte).
22.12,13 O SENHOR... VOS CONVIDARÁ... AO CHORO. Quando o povo de Deus adapta-se à maneira de viver do mundo e
aparta-se da obediência aos retos caminhos de Deus, Ele os chama ao arrependimento, à confissão da sua pobreza espiritual,
e à busca da sua face. A vontade de Cristo é que cada igreja examine o seu estado espiritual à luz do NT e seus padrões (cf.
Ap 2.3). Assim como Isaías, os profetas de hoje devem conclamar o povo de Deus ao arrependimento, à humilção, às
lágrimas,
à oração e ao jejum, e não à superficialidade.
22.15-25 SEBNA. Deus pronuncia juízo contra um oficial corrupto do governo, chamado Sebna, que seria substituído por
Eliaquim, um chefe piedoso (cf. v. 20).
23.1 TIRO. Tiro era um centro fenício de comércio mundial, situado na orla marítima oriental do mar Mediterrâneo, logo ao
norte da Palestina. Seus cidadãos eram ricos, mas também cheios de iniqüidade e de orgulho. Isaías profetizou que Deus
abateria aquela cidade durante setenta anos, e depois a restauraria por algum tempo (vv.8,9,17,18). O povo de Deus voltaria,
então, a manter comércio com Tiro.
23.13 A TERRA DOS CALDEUS. A terra dos caldeus era a região da qual Babilônia era a capital. Nabucodonosor, um dos
seus reis, invadiu Tiro em 572 a.C., aproximadamente, cem anos depois de Isaías ter enunciado esta profecia.
23.17 PROSTITUTA. Tiro se prostituiria com as nações mediante práticas pecaminosas e desonestas no seu comércio,
juntamente com coisas imorais, para conseguir riqueza de outras nações.
24.1 27.13 EIS QUE O SENHOR... Estes capítulos tratam dos eventos do fim dos tempos, em linguagem apocalíptica; o tipo de
linguagem usada no livro de Apocalipse. Falam do juízo divino sobre o mundo, por causa dos seus pecados, e também das
bênçãos que Deus tem preparado para os seus.
24.1 O SENHOR ESVAZIA A TERRA. Este capítulo descreve o julgamento divino vindouro contra a terra inteira e seus
habitantes. Ele assolará completamente a maior parte da terra e seus habitantes. Esse período de destruição mundial é
chamado a grande tribulação no NT (cf. Mt 24.15-21; 1 Ts 5.1-3; Ap 6. 8, 9; 15, 16; 18, 19). Depois desse juízo em escala
mundial, Cristo voltará para reinar sobre os justos da terra (Ap 19 20)
24.5 A TERRA ESTÁ CONTAMINADA. A ira de Deus virá contra o mundo porque a raça humana contaminou a terra com o
pecado, a imoralidade e a iniqüidade. No tempo presente, o pecado prevalece, mas nos tempos finais Deus ordena uma
calamidade pavorosa e inevitável sobre àqueles que se comprazem na injustiça (ver 1 Ts 5.2 nota; 2 Ts 2.12 nota).
24.6 SERÃO QUEIMADOS OS MORADORES DA TERRA. O salário do pecado é a morte e a destruição (cf. Rm 6.23). A
demonstração desta verdade em escala internacional ocorrerá nos tempos do fim, quando, então, todos os que não se
arrependerem nem se voltarem para Deus, serão destruídos. A devastação será algo como um incêndio que queima e devora
tudo (cf. 1.31; 5.24; 9.18; 10.16,17; 29.6; 30.27; Zc 5.3,4; Ap 19.11-21).
24.14 ESTES ALÇARÃO A SUA VOZ E CANTARÃO. Os santos e fiéis a Deus regozijar-se-ão e o glorificarão quando virem a
destruição do presente sistema corrompido de governo em geral. Deleitar-se-ão na derrota do pecado e do mal (ver Ap 18.20,
onde os anjos e os crentes são ordenados a regozijar-se no justo juízo de Deus contra o domínio de Satanás e a iniqüidade da
raça humana).
24.16 AI DE MIM! Em contraste com o regozijo pela vitória futura contra o mal, Isaías se aflige por causa de todo o pecado e
falsidade ao seu redor.
24.17 O TEMOR, E A COVA... SOBRE TI. Jesus ensinou que a única maneira do crente evitar todas essas coisas que hão de
acontecer (Lc 21.36) é evitar o pecado na sua vida e perseverar em oração, buscando a graça de Deus (ver Lc 21.34,36
notas).
24.21 VISITARÁ OS EXÉRCITOS DO ALTO NA ALTURA. Isto são poderes satânicos e potestades espirituais do mal, que se
opõem a Deus (ver Ef 6.11,12; Ap 20.1-3; ver Ap 12.7-9 nota). No final da história, eles serão encerrados na prisão (ver Ap
20.1-3), julgados e castigados (Ap 20.11-15,20).
24.23 QUANDO O SENHOR DOS EXÉRCITOS REINAR. Depois de suplantados todos os poderes malignos, o reino de Deus
virá à terra e o Senhor reinará nela (cf. Ap 20.1-4; 21.1-9). Somente então é que Deus receberá a honra e a glória que lhe são
devidas.
25.1-12 LOUVAREI O TEU NOME. Isaías louva ao Senhor pela derrota de todo poder do mal que se opõe ao seu justo
propósito e ao seu reino e pelos seus atos de libertador e consolador do seu povo.
25.6 NESTE MONTE. Isaías profetiza a respeito do reino futuro e do livramento que haverá após a volta de Cristo à terra (vv.6-
12; cf. Ap 19-21). Este monte refere-se ao monte Sião, ou Jerusalém (cf. 2.1-4; 24.23; Ap 21.1,2); a expressão todos os povos
revela o êxito da proclamação do evangelho no mundo inteiro.
25.6 ANIMAIS GORDOS... VINHOS PUROS. O santo banquete a ter lugar no reino de Deus representa as bênçãos
maravilhosas que os salvos desfrutarão na sua presença. Puros (hb. shemarim), originalmente, significava conservado ou
preservado . Daí, uma festa com vinhos puros pode ser literalmente uma festa com conservas , provavelmente em alusão ao
suco de uva preservado e guardado por longo tempo. Note-se Jr 48.11,12, onde Deus compara Moabe com suco deixado na
borra e, portanto, conservou o seu sabor, e o seu cheiro não se alterou . Isto significa que as bênçãos de Deus, reservadas
durante séculos para os seus santos, permanecem inalteráveis, segundo o propósito original de Deus.
25.8 ANIQUILARÁ A MORTE PARA SEMPRE E... ENXUGARÁ... AS LÁGRIMAS. No reino futuro de Deus, toda a tristeza,
desgraça e morte que tanto infelicitam a terra, serão removidas, e nunca mais reaparecerão (ver a expressão desta verdade no
NT, em 1 Co 15.54; Ap 21.4). Como um pai amoroso, Deus enxugará toda a lágrima de seus filhos e nunca mais haverá motivo
para lágrimas e tristezas. Essas bênçãos gloriosas somente ocorrerão quando Cristo aqui voltar
26.1-21 ESTE CÂNTICO. Convictos de que Deus cumprirá o seu propósito redentor, os santos irrompem em louvor e oração.
O cântico deles diz respeito à completa aniquilação por Deus, de todo o mal, e ao estabelecimento do seu reino.
26.3 EM PAZ AQUELE CUJA MENTE ESTÁ FIRME EM TI. À medida que surgem os dias difíceis e tensos do fim da história,
Deus conservará em perfeita paz o remanescente que permanecer inabalável e fiel ao seu Senhor. Em tempos de aflição,
devemos sempre manter nossa mente fixada no Senhor, em oração, com confiança e esperança. Devemos pôr nEle a nossa
confiança, porque Ele é uma rocha eterna (v. 4).
26.8,9 SENHOR, TE ESPERAMOS. Nos últimos dias da história, os justos esperarão com anseio a vinda do seu Senhor. (1)
Isaías descreve, aqui, esse anseio pela manifestação da presença de Deus e da sua justiça na terra. (2) Os salvos em Cristo
devem orar com desvelo pela volta do Senhor a fim de arrebatá-los da terra e levá-los com Ele para sempre.
26.16-19 DERRAMARAM A SUA ORAÇÃO. Isaías relembra as ocasiões em que Deus repreendeu Israel, e aqueles que
permaneciam fiéis, buscavam a Deus em contrita oração. Esses fiéis morreram, mas vão ressurgir dentre os mortos e viver de
novo na nova terra.
26.19 OS TEUS MORTOS RESSUSCITARÃO. Esta é uma das declarações de maior peso, do AT, sobre a ressurreição do
corpo (cf. Jó 19.26; Sl 16.10; Dn 12.2). Aqueles, que forem fiéis servos de Deus (vv. 2,3), levantar-se-ão da terra e viverão de
novo (ver Jo 5.28,29; 1 Co 15.50-53; Fp 3.21).
26.20,21 ENTRA NOS TEUS QUARTOS. Durante a grande tribulação, quando Deus castigar os habitantes da terra (cf.
Mq1.3), os que permanecerem fiéis estarão escondidos, esperando no Senhor em oração, até que Ele cumpra os seus
propósitos e a redenção final vier.
27.1 O LEVIATÃ, A SERPENTE. Esta linguagem figurada simboliza o mal e o mundo pecaminoso em rebelião contra Deus. No
final dos tempos, todos os que se opõem a Deus serão destruídos (ver Ap 19.11,12 notas).
27.2-6 UMA VINHA. Esse cântico profético acentua a vontade de Deus em fazer de Israel uma vinha frutífera. Na era milenial,
Israel influenciará a terra inteira para buscar a Deus e viver em retidão (v. 6).
27.12,13 SEREIS COLHIDOS. No fim dos tempos, um remanescente judaico aceitará Cristo como o seu Messias e afluirá a
Jerusalém a fim de adorar ao Senhor (cf. 11.11-16; ver Mt 23.39 nota; Rm 11.1,26 notas; Ap 12.6 nota).
28.1-29 EFRAIM. Nos caps. 28 33, Isaías volta a profetizar a respeito de Israel (chamado Efraim) e de Judá. Denuncia o seu
pecado e apostasia e revela o juízo divino vindouro. Mesmo assim, o juízo não será severo além do necessário, para purificar o
povo escolhido de Deus e suscitar um remanescente santo.
28.7 ERRAM POR CAUSA DO VINHO. Isaías descreve a iniqüidade de Israel em termos de conduta reprovável e vergonhosa
dos israelitas, como resultado do uso de bebida forte (cf. Am 4.1; 6.1,6). Tanto o povo, quanto os líderes religiosos tinham
trocado a verdade e a justiça pela imundície e confusão.
28.11 OUTRA LÍNGUA. Se os israelitas se recusassem a ouvir a Isaías, Deus os forçaria a ouvi-lo através do poderio militar de
uma potência estrangeira, e.g., os assírios, que falavam uma língua que os israelitas não entendiam.
28.15 CONCERTO COM A MORTEO povo estava escolhendo sua própria ruína ao adorar falsos deuses (cf. 8.19). Sentiam-se
seguros ao pactuar com esses poderes demoníacos (ver o estudo A IDOLATRIA E SEUS MALES). Eles criam que tais
poderes os guardaria do mal, quando na realidade, eles estavam fazendo um concerto com a morte
28.16 ASSENTEI EM SIÃO UMA PEDRA. A pedra é o próprio Senhor (cf. 8.14; 17.10; Gn 49.24); a fé exclusivamente nEle
outorga esperança de salvação. O NT mostra que o cumprimento final deste versículo acha-se em Jesus Cristo (Rm 9.33; 1 Co
3.11; Ef 2.20; 1 Pe 2.4-6). Deus está edificando, sobre Cristo como o alicerce, um novo povo que deve manter um
compromisso com a retidão e a justiça (v. 17; cf. Sl 118.22).
29.1-4 AI DE ARIEL. Ariel (que significa leão de Deus ) é um nome simbólico de Jerusalém. Os habitantes de Jerusalém se
sentiam seguros e continuavam a realizar suas festas religiosas como de costume. Porém, Deus ia tra-zer sobre eles um juízo
devastador por causa de seus pecados. Quando o povo de Deus não reconhece sua indigência espiritual e sua necessidade
de buscá-lo com arrependimento e oração, Ele, por fim, os removerá do lugar que ocupam no seu reino (ver Ap 2.5 nota).
29.5-8 TEUS INIMIGOS. Um julgamento terrível ia cair sobre Jerusalém, mas não a destruiria totalmente. Deus livraria o seu
povo e destruiria os inimigos de Jerusalém. A descrição de Isaías aqui, refere-se provavelmente ao livramento dos habitantes
de Jerusalém, quando da sua invasão pelos assírios, sob Senaqueribe (ver 10.5-19). Infelizmente, nem esse milagre divino
moveu aquele povo a um profundo arrependimento e obediência de coração. Por isso, um juízo muito pior veio mais tarde,
durante as invasões dos babilônios (605, 597 e 586 a.C.).
29.13 O SEU CORAÇÃO SE AFASTA PARA LONGE DE MIM. O povo de Deus diante dEle orava, adorava, cantava e louvava,
mas seus corações não estavam em Deus, nem obedeciam à sua Palavra. Agiam como se a revelação de Deus e seus
padrões de santidade não fossem obrigatórios. Ao invés de se deleitarem em Deus e na sua Palavra, levavam o seu tempo em
formalidades e tradições religiosas ensinadas por seus dirigentes. Viviam egoisticamente e numa falsa segurança (cf. Jr 4.3,4;
24.7; 31.31-34). Em idêntica condição de perigo destruidor, estão certas igrejas hoje. O povo exalta e louva a Deus com os
lábios, mas não lhe tem o mínimo de amor, nem aos seus santos ensinos. Terminado o culto, voltam aos prazeres do pecado e
do mundo, para satisfação da carne (ver Mc 7.6,8 notas). O resultado disso é cegueira e engano espirituais (v. 14).
29.17-24 CAMPO FÉRTIL. Nas profecias de Isaías, que tratam de castigo divino sobre Israel, há sempre uma mensagem de
esperança pois, em geral, falam da restauração desse povo. Estes versículos falam dos últimos dias desta era, quando os
humildes e carentes de Israel se voltarão para Deus (vv. 18,19), enquanto os impenitentes serão destruídos (vv. 20,21). A total
restauração de Israel ocorrerá pouco antes da volta de Cristo à terra, para aqui reinar (ver Rm 11.26 nota; Ap 12.6 nota; ver o
estudo ISRAEL NO PLANO DIVINO PARA A SALVAÇÃO). A vista dos cegos e a audição dos surdos foram bênçãos da
primeira vinda de Cristo para o seu povo, ao passo que sua plena restauração ocorrerá na sua segunda vinda.
30.1-5 TOMARAM CONSELHO, MAS NÃO DE MIM. Judá fez uma aliança com o Egito para se proteger da Assíria (cf. 2
Rs18.21), e assim rejeitou o conselho de Deus; recusou crer nas suas promessas, e abandonou suas leis de vida santa.
Desprezou o Senhor e preferiu a capacidade humana, ao poder do Espírito (ver Zc 4.6 nota).
30.6,7 DO SUL. O sul (hb. Negev) era a área acidentada e perigosa da Palestina meridional, cheia de animais selvagens. As
caravanas de Judá tinham que passar por essa região a fim de levarem ao Egito as suas mercadorias e riquezas como tributo.
Isaías profetiza que essas viagens ao Egito não lhes seria de nenhum proveito; os egípcios eram incapazes de ajudá-los.
30.10 DIZEI-NOS COISAS APRAZÍVEIS. Os israelitas não suportavam ouvir palavras proféticas que condenavam seu modo
de vida pecaminoso. (1) Estavam cansados de ouvir falar de Deus e da vida santa que Ele requer. Queriam ouvir mensagens
promissoras, agradáveis e brandas. (2) Paulo declara que nos últimos dias, semelhante condição espiritual prevalecerá entre
certos grupos nas igrejas. Esses rejeitam os mensageiros de Deus que proclamam a verdade e, em vez disso, procuram
líderes
que pregam o que eles desejam ouvir. Insistirão em mensagens agradáveis e lisonjeiras, que não condenam o pecado e o
mundanismo, antes, só falam da segurança desses crentes e do amor de Deus, não importando o que fizerem (ver 2 Tm 4.3,4
nota).
30.15 EM VOS CONVERTERDES... ESTARIA A VOSSA SALVAÇÃO. Judá só poderia salvar-se caso os seus governantes e o
povo buscassem a Deus e nEle confiassem. Por não quererem assim fazer, iam ser derrotados e largados como um mastro
num monte; i.e., um perfeito exemplo das conseqüências de abandonar a Deus (v.17).
30.18-26 PARA TER MISERICÓRDIA. O Senhor quer ser misericordioso com o seu povo e abençoar todos quantos anseiam
por sua presença (ver Sl 42.2 nota). Ele derramará essas bênçãos (vv. 18-26) sobre o remanescente fiel, ao restaurá-lo a uma
posição privilegiada ao lado do Messias.
30.25 NO DIA DA GRANDE MATANÇA. O cumprimento remoto dessa profecia pode ser a batalha de Armagedom, quando os
ímpios na sua rebelião contra Deus, serão por Ele destruídos (ver Ap 16.16 nota; 19.17 nota).
30.27-33 ARDENDO NA SUA IRA. Esta profecia trata da destruição do exército assírio (v. 31; cf. 37.36).
31.1 AI DOS QUE... Isaías pronuncia um ai contra os malfeitores (v. 2), que confiavam mais nos cavalos e carros do Egito do
que no Senhor (cf. Dt 17.16). Os crentes atuais devem evitar cometer esse pecado de Judá. Devemos ter fé em Deus,
respeitar os seus mandamentos e buscar cada dia sua graça e ajuda em todas as nossas necessidades (cf. Hb 4.16).
31.4-9 O SENHOR... PARA PELEJAR PELO MONTE SIÃO. Deus virá como um leão, lutará contra os assírios como um
guerreiro campeão e defenderá Jerusalém (cf. Sl 37.36). Portanto, Isaías exortou os israelitas a lançar fora seus ídolos e se
voltarem para Deus com fé.
32.1-8 REINARÁ UM REI COM JUSTIÇA. Nesta profecia temos uma predição do reino mundial de Cristo (cf. 9.7; 11.4; 16.5),
caracterizado pela justiça e por seu povo, que viverá de conformidade com a Palavra de Deus.
32.9-14 MULHERES QUE ESTAIS EM REPOUSO. Muitos israelitas sentiam-se à vontade vivendo no pecado, apesar da
destruição causada por este, às famílias e à nação. Isaías disse-lhes que, diante desse quadro, eles deveriam bater em seus
peitos (v. 12), tremer (v. 11), vestir-se de pano de saco (v. 11), e turbar-se (v. 11) e ao mesmo tempo clamar a Deus até que
Ele derramasse sobre eles o Espírito lá do alto (v. 15). Hoje, quando o pecado, Satanás e o mundo se infiltram na igreja,
devemos nos angustiar e clamar a Deus para que Ele restaure a santidade e a plenitude do Espírito na sua casa (vv. 15,16; cf.
cap. 35).
32.15-20 ATÉ QUE SE DERRAME SOBRE NÓS O ESPÍRITO. Isaías volta ao tema do reinado justo do Rei (ver vv. 1-8 nota).
(1) A justiça e as bênçãos do reino virão pelo derramamento do Espírito sobre o povo do reino, bem como sua operação nos
seus corações (cf. 44.3). (2) No tempo presente, as bênçãos da redenção nos são concedidas mediante o Espírito derramado
sobre os crentes (cf. Jl 2.28-32; At 1.8 e 2.4 notas). Este derramamento é ainda parcial; o crente espera e ora pela plenitude
da redenção e pleno derramamento do Espírito Santo no final da história.
Os inimigos do povo de Deus serão destruídos. Jerusalém será restaurada à sua glória e
felicidade
33.1 AI DE TI DESPOJADOR. A aplicação imediata deste versículo concerne aos assírios; a aplicação remota concerne ao
Anticristo e ao próprio Satanás (ver Ap 19.20; 20.10).
33.2-9 SENHOR, TEM MISERICÓRDIA DE NÓS! Essa é a oração do remanescente fiel, a pedir livramento das mãos do
inimigo.
33.14-16 QUEM... HABITARÁ COM O FOGO CONSUMIDOR? Isaías descreve aqueles dentre o povo de Deus que suportarão
o fogo do seu julgamento. Note que serão somente aqueles que viverem uma vida piedosa, fruto de um coração reto diante de
Deus. Tal pessoa: (1) conforma-se com os ditames da lei de Deus; (2) fala com sinceridade, sem engano; (3) rejeita ganhar
dinheiro de modo injusto; (4) recusa-se a cometer violência delituosa; e (5) recusa-se a olhar com prazer a iniqüidade ou,
alegrar-se nas más ações dos outros.
33.17-24 O REI. Esta é provavelmente uma profecia, a respeito do futuro reino de Deus na terra. É evidente que o monarca
reinante será o Messias Jesus Cristo.
34.2-7 TODAS AS NAÇÕES... AS DESTRUIU TOTALMENTE. Estes versículos retratam o juízo terrível que cairá sobre todas
as nações no fim dos tempos. Enfatizam a ira de Deus contra todo o pecado e rebelião (ver Ap 16.16 nota; 19.17 nota); esse
julgamento abrangerá distúrbios nos céus (v. 4; cf. Mt 24.29; Ap 6.13,14) e está ligado à volta de Cristo para estabelecer o seu
reino na terra (Ap 19; 20). No tempo atual, as nações podem ridicularizar e rejeitar os caminhos de Deus, mas, num tempo
futuro, que somente Deus conhece, grande tribulação e julgamento farão tremer as nações.
34.8-17 ANO DE RETRIBUIÇÕES. Embora o contexto seja o de uma destruição futura de Edom, inimigo de Deus e do seu
povo (cf. 2 Sm 8.13,14; Sl 137.7; Lm 4.21), Isaías profetiza um juízo vindouro sobre todos os ímpios, i.e., todos aqueles que
são hostis a Deus e à sua Palavra.
35.1 O ERMO EXULTARÁ. Enquanto o capítulo anterior lidou com juízo divino sobre os ímpios, este capítulo prediz um dia de
redenção divina, quando a terra se encherá de retidão e manifestará a glória de Deus, com grande regozijo do seu povo. Este
capítulo tem aplicação diversa, a partir da primeira vinda de Jesus Cristo, e culminando com a sua segunda vinda (ver Ap
19.22).
35.4 O VOSSO DEUS VIRÁ COM VINGANÇA. Deus virá, um dia, para retribuir ao mundo a sua iniqüidade e para
recompensar os justos com sua grande salvação (cf. 2 Ts 1.6-10). Nesse tempo, os redimidos estarão completamente livres do
pecado e todas as suas conseqüências.
35.5,6 OS OLHOS DOS CEGOS SERÃO ABERTOS. Jesus Cristo refere-se a estes versículos como evidência do seu
messiado (Mt 11.4,5; Lc 7.22). Quando a igreja de Jesus Cristo realmente tem o poder do Espírito Santo para realizar as
obras... maiores (Jo 14.12), os sinais e maravilhas de Is 35 voltarão a ocorrer, como durante o período do livro de Atos.
35.8-10 O CAMINHO SANTO. Sempre que o Espírito é do alto derramado sobre o povo (32.15), sobrevém uma revelação
poderosa da glória e majestade de Deus (v. 2); então, o caminho da santidade se torna claro. Todos os redimidos passam
então, a andar em completa santidade (v.10).
36.1 O REI EZEQUIAS. Nos capítulos 36 39 (que formam um paralelo com 2 Rs 18.20), Isaías passa da profecia para a
história do rei Ezequias. Ezequias foi um piedoso rei de Judá, que confiava no Senhor e o servia (ver 2 Rs 18.5 nota). O ano
décimo-quarto do seu reinado foi 701 a.C., ocasião em que Senaqueribe, rei da Assíria, invadiu Judá com o intento de tomar
Jerusalém.
36.4-10 E RABSAQUÉ LHES DISSE. O comandante do exército de Senaqueribe procurou destruir a confiança que o povo
tinha no Senhor, pela intimidação, mentira e a argumentação de que o Deus de Judá não era bastante forte para livrar os seus
(cf. 2 Rs 19.6-13).
36.20 O SENHOR LIVRASSE A JERUSALÉM DAS MINHAS MÃOS? Rabsaqué sugeriu, em tom de zombaria, que o Deus de
Judá não era bastante poderoso para livrar Jerusalém do exército assírio. Deu a entender que para isso era preciso um
milagre, e que naquele momento não deveriam esperar isso. Satanás ainda emprega táticas semelhantes contra os filhos de
Deus; ele lhes diz que quando estão em grande necessidade, não devem esperar nem buscar um milagre da parte de Deus.
Note-se, no entanto, que Deus operou um milagre em favor de Judá, e abateu Rabsaqué e o seu exército (37.36-38).
37.1 EZEQUIAS... ENTROU NA CASA DO SENHOR. A intimidação e as acusações de Rabsaqué não mereciam uma resposta
(36.21), mas mereciam uma intercessão sincera. Ezequias, um homem de Deus, buscou a Deus em oração humilde e contrita,
e procurou conhecer a sua palavra através da boca de Isaías, o profeta (v. 2; ver 2 Rs 19.1 nota). Em tempos de aflição, a
melhor coisa que podemos fazer é buscar a face do Senhor Deus e rogar que Ele nos fale por sua Palavra escrita ou profética.
37.7 EIS QUE POREI NELE UM ESPÍRITO. O conteúdo deste versículo refere-se a uma voz interior, enviada por Deus para
influenciar a conduta e os pensamentos da pessoa. Quanto à predição a respeito do rei da Assíria cair morto à espada, ver
versículos 37,38.
37.10 O TEU DEUS. Senaqueribe procurou, de todas as maneiras, destruir a confiança que Ezequias tinha no Senhor. O rei
assírio, na sua arrogância, acreditava que seu poder como rei ultrapassava o do Deus de Judá ou o de qualquer outro deus.
37.20 PARA QUE TODOS OS REINOS DA TERRA CONHEÇAM QUE SÓ TU ÉS O SENHOR. Ver 2 Rs 19.19.
37.36 O ANJO DO SENHOR. Esta destruição do exército assírio foi predita em 10.3-34; 30.31; 31.8 (ver 2 Rs 19.35, nota sobre
esse livramento milagroso do povo de Deus).
38.1 MORRERÁS. Por intermédio de Isaías, Deus predisse que Ezequias morreria como uma inevitável conseqüência física da
sua enfermidade. Boa parte das profecias, no entanto, é condicional (e.g., ver Jr 18.7-10). Nos atos de Deus não há engano
(Hb 6.18), mas Ele pode mudar seus planos como resultado da nossa maneira de acatar a sua mensagem,. A mensagem de
Deus a Ezequias era uma declaração direta e inequívoca que expressava uma possibilidade. Mas, porque Ezequias
correspondeu com oração sincera e com confiança na capacidade de Deus, para curar sua doença física, Ele atendeu por
misericórdia a sua oração e acrescentou quinze anos à sua vida.
38.5 OUVI A TUA ORAÇÃO. A declaração de Deus no sentido de Ezequias preparar-se para a morte, e a oração que este fez
a Deus, (v. 2) oferece sugestões importantes em nosso relacionamento com Ele. (1) Nem todas as coisas que Deus declara a
respeito do futuro são terminantemente irrevogáveis (cf. Jn 3.1-10). Quando o crente é atingido por alguma tragédia, pode ter a
certeza plena de que Deus se importa com o que lhe acontece. Ele é compassivo e sensível ao que nos acontece. (2) As
orações do crente têm um efeito sobre Deus, sobre seus propósitos, e na realização do seu plano soberano. O que acontece,
pois, na nossa vida ou na vida da igreja é determinado tanto pelo plano de Deus como pelas nossas orações. Devemos
sempre manter a convicção bíblica de que a oração, realmente, muda as coisas (vv. 4-7; cf. 1 Rs 21.29; Ez 33.13-16; Tg
5.14,15).
38.8 ASSIM, RECUOU O SOL DEZ GRAUS. Não se sabe exatamente como a sombra recuou dez graus no relógio de sol; o
que está claro é que assim aconteceu, mediante a palavra poderosa de Deus como um sinal profético a Ezequias, de que Deus
ouvira a sua oração e visto as suas lágrimas, e de que Ele o curaria.
39.1 REI DA BABILÔNIA. Nessa ocasião, Babilônia estava tentando libertar-se do domínio da Assíria. Portanto, essa visita do
rei de Babilônia a Jerusalém era claramente uma tentativa de obter uma aliança política com Judá. Ezequias, pela sua atitude
diante do presente enviado e das lisonjas da delegação, demonstrou estulta presunção e falta de fé em Deus. Isaías lhe disse
depois, que os babilônios um dia iriam destruir Jerusalém (v. 6). Devemos lembrar-nos de que tudo aquilo em que confiamos,
quando devíamos confiar em Deus, um dia se voltará contra nós e nos atingirá.
39.6 SERÁ LEVADO PARA A BABILÔNIA. Quando os babilônios conquistassem Jerusalém, levariam o seu povo e os seus
tesouros para Babilônia (cf. 14.3,4). Afinal, a causa do cativeiro babilônico não foi a estultície de Ezequias em mostrar os
tesouros do templo, mas os pecados do povo, e especialmente os do filho de Ezequias, Manassés (cf. 2 Rs 21). Depois da
morte de Ezequias, a nação reconstruiu mais uma vez os centros de idolatria (ver 2 Cr 33.11; 36.18, para o cumprimento da
profecia).
40.1 CONSOLAI O MEU POVO. Isaías consola o povo de Deus ao profetizar a uma geração futura, as boas novas de que o
período de castigo divino estava para terminar, e que a salvação e a bênção estavam chegando. Uma pessoa que está
enfrentando grande dificuldade na vida, mas tem Cristo como o seu Salvador, pode orar a Deus para que o livre do problema,
ou para que o assista durante o problema. Consolar-nos é uma tarefa do Deus trino e uno: Deus Pai é chamado o Deus de
toda consolação (2 Co 1.3); consolar todos os tristes é uma característica do ministério do Filho de Deus (Is 61.2); e o Espírito
Santo é chamado o Consolador (Jo 14.16,26; 15.26; 16.7).
40.3-8 VOZ DO QUE CLAMA NO DESERTO. Estes versículos, assim como boa parte das profecias de Isaías, têm mais de
uma aplicação: (1) à restauração dos judeus exilados; (2) à vinda do Messias e da sua salvação, e (3) à consumação da
redenção, no novo céu e na nova terra. O NT mostra que o versículo 3 cumpriu-se em João Batista precursor do Messias (Mt
3.1-4; Mc 1.1-4; Lc 1.76-78; Jo 1.23). João ensinou que a maneira de preparar-se para a vinda do Senhor é através do
arrependimento (Mt 3.1-8).
40.5 E A GLÓRIA DO SENHOR SE MANIFESTARÁ. Israel veria a glória do Senhor quando Ele o livrasse do cativeiro
babilônico. Mas Deus revelaria a sua glória e poder de um modo ainda mais grandioso na pessoa de Jesus Cristo (Jo 1.14;
11.4,40; Hb 1.3) e na segunda vinda de Cristo, do céu (Mt 16.27; 24.30; Ap 1.7).
40.8 A PALAVRA DE NOSSO DEUS SUBSISTE ETERNAMENTE. A vida criada é frágil e débil, e acabará se extinguindo
(cf.37.27; Sl 90.5; 103.15), mas a Palavra de Deus dura para sempre. As promessas de Deus se cumprirão. Sua verdade
redentora não pode falhar nem mudar.
40.10 O SENHOR JEOVÁ VIRÁ COMO O FORTE. A salvação, bênção e consolo estão relacionados com a vinda do Senhor
para os seus fiéis. Ele virá com poder e autoridade, todavia a sua presença é como a de um pastor que cuida dos seus
cordeirinhos com solicitude (v. 11; cf. Gn 49.24; Ez 34.23; 37.24; Jo 10.11,14; Hb 13.20; 1 Pe 5.4). Essa verdade deve encher
de fé, esperança e anelo o povo de Deus, em oração pela sua presença e visitação especial, enquanto aguarda o dia da
segunda vinda de Cristo (1 Ts 4.14-18).
40.11 ENTRE OS BRAÇOS, RECOLHERÁ OS CORDEIRINHOS. Deus é descrito, aqui, como um pastor que toma um cordeiro
para protegê-lo e pô-lo perto do seu coração (cf. Mt 6.25-34). Embora Deus seja Todo-poderoso (v. 10) e as nações sejam
como pó diante dEle (v. 15), Ele não deixa de cuidar de cada um dos seus, de modo bem pessoal. Nunca devemos pensar que
Deus é tão majestoso que desconhece as necessidades e problemas de cada crente em particular.
40.12-31 QUEM MEDIU. Estes versículos ressaltam a sabedoria, grandeza, majestade e poder criador de Deus. As verdades,
aqui, expressam e inspiram o povo de Deus a confiar nEle. Deus tem poder para libertar os seus e estabelecer o seu reino
para sempre
40.31 OS QUE ESPERAM NO SENHOR RENOVARÃO AS SUAS FORÇAS. Esperar no Senhor é confiar nossa vida
plenamente às suas mãos. Significa depender dEle como nossa fonte de ajuda e de graça, em tempo de necessidade (cf. Sl
25.3-5; 27.14; Lc 2.25,38). Os que esperam no Senhor têm dEle as seguintes promessas: (1) a força divina para vivificá-los no
meio do cansaço e da fraqueza, do sofrimento e das provações; (2) a capacidade de elevar-se acima das suas dificuldades,
assim como a águia que paira nas alturas do céu e (3) a capacidade de correr espiritualmente sem se cansar e de caminhar
firmemente para a frente sem desfalecer, quando parece que Deus demora em agir. Deus promete que se o seu povo confiar
nEle com paciência, Ele proverá todo o necessário ao seu sustento continuamente (1 Pe 1.5).
41.1 CHEGUEMO-NOS JUNTOS A JUÍZO. Este capítulo contém um desafio às nações, a demonstrarem que têm o mesmo
poder, sabedoria e presciência que o Deus de Israel.
41.2 DO ORIENTE O JUSTO. Trata-se aqui de Ciro, o persa. Mais de 150 anos antes do seu nascimento, Isaías predisse que
Deus suscitaria um homem para cumprir a sua vontade, ao conquistar nações e proteger Israel. Esse homem foi Ciro, rei da
Pérsia (559-530 a.C.; ver 44.28; 45.1), aquele que libertou os judeus do seu exílio na Babilônia. É chamado justo, não porque
ele mesmo era justo, mas porque cumpriria o plano justo de Deus para a libertação de nações.
41.6 UM AO OUTRO AJUDOU. Alianças entre as nações não impediriam o avanço de Ciro como o instrumento executor do
propósito divino.
41.8 ISRAEL... A QUEM ELEGI. Israel não deve temer a destruição, porque Deus elegeu ou escolheu essa nação como seu
instrumento para cumprir a promessa da redenção que Ele fizera aos antepassados dos israelitas. Através da nação de Israel
viriam, tanto o Messias como a revelação escrita de Deus, por meio dos quais a salvação chegaria a todas as nações da terra.
41.10,11 EU SOU CONTIGO. Os crentes do NT também foram feitos servos escolhidos de Deus (Ef 1.3-12; 1 Pe 2.9).
Podemos, portanto, apropriar-nos das promessas destes versículos. Não devemos temer a força humana, pois Deus está
conosco (cf. 40.9; 43.2,5; Gn 15.1; At 18.9,10) para: (1) outorgar graça e força para enfrentarmos as circunstâncias da vida; (2)
ajudar-nos nas dificuldades, como a nossa paz e (3) suster-nos e ser nosso amparo.
41.21-24 APRESENTAI A VOSSA DEMANDA. Deus desafia as nações a predizerem o futuro por meio dos seus ídolos, como
Isaías o fez com precisão, através do Espírito do Senhor.
41.25 UM DO NORTE. Esta frase descreve Ciro (ver v. 2 nota). O Norte é a direção de onde geralmente as invasões investiam
contra Israel (cf. Jr 1.14; 6.22; 25.9; 46.20; 47.2; 50.3). Embora Ciro não fosse um servo do Senhor, mas ele usou o nome do
Senhor no seu decreto que autorizou a volta dos exilados judeus à terra prometida (Ed 1.2).
O Servo do SENHOR
42.1-7 EIS AQUI O MEU SERVO. Estes versículos, são, em parte, citados no NT (ver Mt 12.18-21); fica claro que este Servo a
quem se refere aqui o profeta é Jesus Cristo, o Messias.
42.1 PUS O MEU ESPÍRITO SOBRE ELE. O Messias seria ungido com o Espírito Santo, para realizar a sua obra redentora (cf.
61.1; ver o estudo JESUS E O ESPÍRITO SANTO). Os discípulos, que iam cuidar da obra que Jesus iniciara, também iam
precisar do Espírito Santo derramado sobre eles (At 1.8; 2.4). Somente o Espírito pode capacitar o crente a servir com a devida
sabedoria, revelação e poder
42.1 JUÍZO PRODUZIRÁ ENTRE OS GENTIOS. Mediante o poder do Espírito Santo, o Messias levaria a todas as nações os
padrões da justiça divina, bem como os divinos princípios da verdade. Sua obra, portanto, era de natureza missionária. Hoje,
essa mesma tarefa é responsabilidade daqueles que professam o nome de Cristo. Ele batiza no Espírito Santo os seus
seguidores, para capacitá-los a cumprir essa missão (ver At 1.8 nota).
42.6 LUZ DOS GENTIOS. A obra do Messias incluía o concerto da salvação, para judeus e gentios igualmente. Esse novo
concerto seria instituído pela morte do Messias (Jr 31.31-34; Hb 8.6-13; 9.15.
42.7 PARA ABRIR OS OLHOS DOS CEGOS. O Messias, mediante a sua morte e o poder do Espírito Santo, libertaria das
trevas do pecado e da culpa, todos os que nEle crêssem (ver Rm 5.12 nota) e os livraria do poder de Satanás (cf. 1 Jo 3.8).
42.10-16 CANTAI AO SENHOR. Isaías prediz um tempo em que gentios e judeus crentes cantarão os louvores do Senhor até
os confins da terra, por causa da gloriosa redenção e vitória que nEle alcançaram.
42.18-25 SURDOS... CEGOS. Por causa da cegueira e surdez espirituais, o povo de Deus estava sendo espoliado por seus
inimigos, e não havia ninguém para livrá-lo.
43.1-28 MAS, AGORA... NÃO TEMAS. Este capítulo é uma profecia da libertação de Israel, do cativeiro babilônico, por causa
do amor de Deus ao seu povo.
43.1-7 ASSIM DIZ O SENHOR. Nesta seção, Deus expressa seu amor a Israel e as bênçãos advindas desse amor. Todas as
bênçãos, aqui mencionadas, pertencem principalmente aos filhos de Deus, mediante a fé em Cristo. Deus nos criou e nos
redimiu; pertencemos a Ele, e Ele conhece cada um de nós pelo nome (v. 1). Diante de problemas difíceis, não seremos
vencidos, pois Ele está conosco (vv. 2,5). Somos preciosos e honrados à sua vista, e objetos do seu grande amor (v. 4).
43.8-13 TRAZEI O POVO CEGO. Embora Israel ainda fosse espiritualmente cego, Deus reservava um futuro para ele, no seu
plano de redenção; ainda seriam suas testemunhas e seus servos.
43.14-21 BABILÔNIA. Deus julgaria os babilônios e livraria o seu povo. Eles receberiam uma coisa nova (v. 19), i.e., uma nova
época de perdão, bênção, restauração e da presença de Deus. Por isso, louvariam ao seu Deus (v. 21).
43.22-28 CONTUDO, TU NÃO ME INVOCASTE A MIM. Nesta época, em que Isaías escreveu, Judá ainda não buscava a
Deus, seu perdão e ajuda; o povo continuava no lamaçal do pecado (v. 24). Caso eles não se arrependessem, seu final seria a
miséria e o escárnio (v. 28).
44.3 DERRAMAREI O MEU ESPÍRITO SOBRE A TUA POSTERIDADE. Embora Israel fosse, em grande parte, uma nação
desviada de Deus, no tempo de Isaías, este profetizou que, um dia, o Espírito Santo seria derramado sobre uma sua geração
futura (cf. 32.15; Jr 31.33,34; Ez 36.26,27; 39.29; Zc 12.10 13.1). Essa profecia teve seu cumprimento parcial no dia do
Pentecoste (cf. Jl 2.25-29; At 2.17,18; ver At 1.8 e 2.4 notas). Seu pleno cumprimento para Israel terá lugar quando os israelitas
aceitarem Cristo como o seu Messias (ver Rm 11.25,26 notas).
44.5 EU SOU DO SENHOR. Um resultado maravilhoso do derramamento do Espírito sobre nós é o seu testemunho em nosso
interior, de que pertencemos ao Senhor e que Ele é nosso Pai celestial. O Espírito gera em nós a convicção de que
pertencemos a Deus e que temos todos os direitos e privilégios como seus filhos (ver Rm 8.16 nota; Gl 4.6 nota).
44.6-20 ASSIM DIZ O SENHOR. Deus expõe o desvario do homem ao fazer um ídolo de material comum, para em seguida
dirigir-lhe oração, pedindo ajuda (vv.12,17). Ainda hoje, muita gente faz estátuas e ídolos, e se curva diante deles em oração e
adoração, esperançosos que o espírito representado pelo ídolo os ajude e proteja (v.17).
44.28 CIRO... TEMPLO. Isaías identifica Ciro pelo nome, como aquele que daria início à libertação dos judeus do cativeiro
(v.28). Essa profecia foi enunciada 150 anos antes do seu cumprimento. Em 538 a.C., Ciro expediu um decreto autorizando os
judeus a voltarem para Jerusalém e reedificarem a sua cidade e o seu templo (Ed 1.1,2). Deus determinou de tal maneira os
eventos do nascimento e da vida de Ciro, que os planos e os propósitos divinos cumpriram-se ao pé da letra (ver 41.2 nota).
45.1 UNGIDO... CIRO. Embora não fosse um servo de Deus (vv. 4,5), Ciro é chamado o ungido , o mesmo título que Deus deu
a seu Filho (o Messias, ou Cristo). Ciro (550-530 a.C.), foi ungido no sentido que foi usado por Deus a fim de realizar a tarefa
importante de libertar Israel do cativeiro, a fim de Deus levar avante o seu plano de usar Israel na salvação da raça humana.
Ciro fundou o império Persa, que durou dois séculos. Conquistou a Babilônia em 539 a.C., e logo permitiu aos judeus voltarem
à sua terra (ver Ed 1).
45.14-17 DEVERAS DEUS ESTÁ EM TI. Virá o dia em que todas as nações reconhecerão que o Deus de Israel é o único
Deus, e em que Israel nunca mais será envergonhado (ver Ap 20.4 nota).
45.22 SEREIS SALVOS, VÓS, TODOS OS TERMOS DA TERRA. Deus convida todas as pessoas da terra a se arrependerem
e virem a Ele para serem salvas. O evangelho de Cristo contém o mesmo convite, e o Senhor já ordenou que sua igreja leve
essas boas novas ao mundo inteiro (Mt 28.19,20; At 1.8; ver Is 42.1 nota). O Senhor deseja a conversão de todas as pessoas
(2 Pe 3.9).
45.23 SE DOBRARÁ TODO JOELHO. Paulo cita este versículo em Rm 14.11 e Fp 2.10,11, para demonstrar que nem toda
pessoa se voltará para Deus, com arrependimento sincero, nesta vida; mas um dia todas as pessoas, voluntariamente ou não,
se curvarão diante de Cristo e confessarão que Ele é o Senhor.
46.1 BEL, NEBO. Bel, também chamado Marduque, era a divindade maior de Babilônia. Nebo era o deus do saber, da
literatura e da astronomia. Esses deuses não podiam evitar a destruição de Babilônia.
46.4 EU VOS TRAREI. Em contraste com os deuses feitos por mãos humanas (44.12-17) que precisam ser carregados por
aqueles que os fabricam (v. 1), o Senhor, nosso Criador, tem poder para nos levar. Ele cuidou de nós desde o começo da
nossa vida, continua a agir em nosso favor e nos sustentará até o fim.
A queda de Babilônia
47.1-15 Ó VIRGEM FILHA DE BABILÔNIA. Este capítulo prediz a ruína e a queda de Babilônia. Babilônia desenvolveu uma
cultura pagã, egocêntrica e orgulhosa (vv. 8-10); seus habitantes viviam em prazeres sensuais e confiantes na sua própria
sabedoria e conhecimento, e na magia (vv. 10,12,13). Tal povo estava destinado a um juízo repentino e arrasador (vv. 9,11).
Nos últimos dias da tribulação, Babilônia, representando todas as culturas pagãs e humanistas do mundo incrédulo, será
aniquilada por Deus, na sua ira (ver Ap 17.1 notas; 18.2 nota).
48.1-22 MAS NÃO EM VERDADE NEM EM JUSTIÇA. Este capítulo revela que Judá era um povo que parecia seguir a Deus e
invocar o seu nome, mas que, na realidade, rejeitava as verdades da sua Palavra e um viver santo diante dEle. Praticavam
religião, mas não davam o primeiro lugar a Deus nas suas vidas (ver Mt 23.13, nota sobre a hipocrisia; 2 Tm 3.5 nota).
48.5 ANUNCIEI DESDE ENTÃO. Através dos profetas, Deus predisse o cativeiro de Israel e sua posterior libertação, e assim
comprovou que Ele é o único Deus verdadeiro. Nenhum adorador de ídolos ou de demônios pode predizer com precisão o
futuro, nem predizer de antemão eventos específicos, como faz o Deus de Israel.
48.6 COISAS NOVAS. As coisas novas incluem o Messias vindouro e os novos céus e a nova terra (cap. 53; 65.17).
48.12-15 DÁ-ME OUVIDOS, Ó JACÓ. Esta profecia volta a aludir a Ciro como o instrumento escolhido de Deus para subjugar
Babilônia (ver 41.2 nota; 45.1 nota).
48.16 O SENHOR JEOVÁ ME ENVIOU O SEU ESPÍRITO. Este versículo refere-se ao Messias vindouro, revestido do poder
do Espírito Santo (cf. 61.1).
48.20 SAÍ DA BABILÔNIA. Esta declaração teve grande importância para os judeus, no final do seu cativeiro de setenta anos
em Babilônia (539 a.C.), quando se preparavam para deixar aquele país e voltar a Judá, segundo o decreto de Ciro (cf.
Ap.18.4).
49.1 O SENHOR ME CHAMOU. A missão messiânica de Jesus Cristo é ilustrada nas palavras desde o ventre , i.e., o ventre da
virgem Maria (ver Lc 1.31-33).
49.2 ESPADA... FLECHA. As palavras do Messias vindouro seriam como uma espada afiada que penetra na consciência de
todo aquele que as ouvir (cf. Ap 1.16; 2.12,16). A flecha pode simbolizar o castigo divino daqueles que rejeitam a Palavra de
Deus.
49.3 MEU SERVO, E ISRAEL. Esta designação não pode ser limitada à nação de Israel, posto que a tarefa do servo era a de
trazer Jacó (i.e., Israel) de volta a Deus (v. 5). O Filho-Servo de Deus, Jesus, personificou em si mesmo o Israel ideal, e
cumpriu tudo quanto Deus requerera de Israel como nação.
49.4 DEBALDE TENHO TRABALHADO. O ministério dos profetas como servos de Deus estava cheio de desilusões e
oposição declarada da parte de muitos em Israel. Semelhantemente, a missão do próprio Servo, Jesus Cristo, parecia ter
fracassado quando Ele morreu na cruz (ver 50.6-9; 52.13 53.12, para mais pormenores do sofrimento do Servo de Deus).
49.5,6 QUE EU LHE TORNE A TRAZER JACÓ. Esta profecia descreve dois aspectos importantes da missão de Jesus: (1)
trazer Israel de volta a Deus i.e., os judeus convertidos da igreja do NT e da época presente, bem como o remanescente de
Israel a ser restaurado nos dias finais; e (2) levar a luz divina e a mensagem da salvação a todas as nações (ver a nota
seguinte).
49.6 A MINHA SALVAÇÃO ATÉ À EXTREMIDADE DA TERRA. A missão do Messias é fazer com que todas as nações ouçam
o evangelho e tenham a oportunidade de crer no Filho-Servo de Deus. Este versículo é, às vezes, chamado a grande comissão
do Antigo Testamento . Essa comissão não será cumprida até que o evangelho seja devidamente pregado ao mundo inteiro.
Quando isso acontecer, então virá o fim (ver Mt 24.14 nota). A tarefa dos crentes do NT é pregar fielmente o evangelho e levá-
lo a todas as nações até que volte o Senhor.
49.7 À ALMA DESPREZADA... ABOMINAM. Cristo seria desprezado e odiado por muitos (cf. 53.3), porém os seus inimigos se
curvariam diante dEle.
49.8-13 ASSIM DIZ O SENHOR. Estes versículos descrevem a condição de regozijo e bem-aventurança daqueles que acham
em Cristo libertação e salvação.
49.14-17 JÁ ME DESAMPAROU O SENHOR. Estas são palavras dos israelitas, que experimentaram grande sofrimento e, por
isso, se sentiam abandonados e esquecidos por Deus. A resposta de Deus é a garantia divina a todo crente que passar por
períodos de provação. (1) O amor de Deus por nós é maior do que a afeição natural que uma mãe amorosa dedica a seus
filhos. É, portanto, inconcebível que Ele se esqueça de nós, principalmente em horas de desânimo e pesar (cf. Jr 31.20). (2)
Sua compaixão por nós nunca cessará, sejam quais forem as circunstâncias da nossa vida. Ele zela por nós com grande amor
e ternura, e estejamos convictos de que Ele nunca nos deixará. (3) A evidência do grande amor de Deus é que Ele nos gravou
nas palmas das suas mãos, de tal maneira que nunca nos esquecerá. As marcas dos cravos nas suas mãos, estão sempre
diante dos seus olhos como lembrança do grande amor que Ele tem por nós, e do seu cuidado.
49.22-26 AS NAÇÕES... TRARÃO OS TEUS FILHOS. Estes versículos predizem uma época em que Israel seria restaurado a
Deus, e os gentios, convertidos. Os gentios iriam conduzir uma geração futura de judeus de volta ao Senhor (cf. 14.2; 43.6;
60.9.
50.4-11 O SENHOR JEOVÁ ME DEU. Mescladas às próprias experiências e exortações do profeta, há nestes versículos
palavras proféticas sobre o caráter e sofrimento do Messias.
50.4 DIZER... UMA BOA PALAVRA AO QUE ESTÁ CANSADO. O Messias consolaria os fracos e os aflitos (cf. 42.3; Mt 11.28);
Ele estaria em comunhão com o Pai todas as manhãs (cf. Mc 1.35).
50.6 AS COSTAS DOU AOS QUE ME FEREM. O Messias passaria por sofrimentos, humilhação e opróbrio, no cumprimento
da sua missão de redimir a raça humana (cf. Mt 27.26,30; Mc 14.65; 15.16-20; Jo 19.1).
50.7 PUS O ROSTO COMO UM SEIXO. Cristo sabia que o seu sofrimento e morte resultariam na redenção de todos quantos
nEle cressem, por isso manifestou o firme propósito de ir a Jerusalém (Lc 9.51 ARA).
50.10,11 QUE TEMA AO SENHOR. O profeta Isaías convoca os que confiam no Senhor a permanecerem fiéis a Ele, mesmo
tendo que andar nas trevas da apostasia da nação. Os que acendem fogo (v.11), i.e., andam na luz das suas próprias idéias e
caminhos, e não pela submissão a Deus e à revelação da sua Palavra, jazerão em tormentos (v.11).
51.1-3 VÓS, QUE SEGUIS A JUSTIÇA. Deus anima o remanescente que o busca e à sua justiça (cf. Mt 5.6), a confiar
plenamente que um dia Ele estabelecerá o seu reino na terra. Esta promessa é repetida no NT (Ap 11.15; 19 22). Embora o
pecado e Satanás, no momento predominem em muita coisa neste mundo (Jo 12.31; Ef 2.1-3), o Senhor voltará para destruir o
mal e estabelecer o seu reino nesta terra.
51.4,5 LUZ DOS POVOS. O reino de Deus na terra, nos fins dos tempos, trará salvação e justiça a todas as nações (cf. 2.2-4;
42.4).
51.6 OS CÉUS DESAPARECERÃO. O estabelecimento do reino eterno de Deus na terra, importará na destruição dos céus e
da terra atualmente existentes e também na de todos quantos se opõem a Deus e à sua justiça (24.4; 34.4; 50.9; Hb 1.10,11;
Ap 19). A seguir, nosso Senhor criará novos céus e nova terra para os santos (65.17; 66.22; Ap 21.1), onde Ele habitará para
sempre com aqueles a quem Ele redimiu (2 Pe 3.13).
51.9-11 DESPERTA... Ó BRAÇO DO SENHOR. Devemos corresponder às promessas de Deus no tocante à redenção final
dos seus santos e da terra, almejando e orando fervorosamente para que assim suceda. O apóstolo Pedro ensina que nossas
orações poderão apressar aquele dia: Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita
a justiça (2 Pe 3.13; ver 3.12 nota).
51.17-23 Ó JERUSALÉM. Nestes versículos, Isaías profetiza a respeito do exílio de Israel por causa da ira de Deus, e passa a
enunciar a promessa divina do livramento futuro. Prediz um tempo em que terminará o juízo de Deus sobre o seu povo. Deus
passará, então, a julgar aqueles que os afligiram.
Isaías cap. 52 - Comentário por versículos.
52.1-6 VESTE-TE DA TUA FORTALEZA. Isaías prediz um tempo em que Deus restauraria o seu povo exilado, por amor ao
seu nome, e em que Jerusalém seria reedificada.
52.7 QUÃO SUAVES SÃO... OS PÉS. Este versículo refere-se primeiramente aos que proclamaram a libertação aos cativos
em Babilônia. Prenuncia, também, a proclamação da salvação através do Messias vindouro (ver Rm 10.15; Ef 6.15). O assunto
central da mensagem proclamada é: O teu Deus reina , i.e., o reino de Deus chegou à terra (cf. Mc 1.14,15.
52.11 SAÍ DAÍ, NÃO TOQUEIS COISA IMUNDA. O êxodo de Babilônia, assim como o do Egito, retratavam o ser humano
liberto do mundo e de tudo quanto é impuro. O mandamento específico para aquele povo, ao ser liberto, foi para que se
purificassem de toda impureza. De igual modo, quando alguém aceita Cristo como Senhor e Salvador, deve separar-se do
mundo e purificar-se de todo o mal.
52.13 53.12 O SERVO SOFREDOR. Esta seção trata do sofrimento e rejeição do Messias-Servo, Jesus Cristo. Isaías profetiza
que através do sofrimento dEle, muitos seriam perdoados, justificados, redimidos e curados. Seu sofrimento também o levaria
à sua exaltação e glória. O NT cita mais esta parte das Escrituras do que de qualquer outra do AT.
52.13 EIS QUE O MEU SERVO... Jesus, o Messias, o Servo de Deus, cumpriria com perfeição a vontade de Deus e por isso
seria grandemente exaltado (cf. At 2.33; Fp 2.9; Cl 3.1; Hb 1.3; 8.1).
52.14 A SUA APARÊNCIA ESTAVA TÃO DESFIGURADA. Este versículo descreve os maus-tratos que os judeus e os
soldados romanos infligiam a Jesus, no seu julgamento e crucificação (cf. Sl 22.6-8; ver Mt 26.67 nota).
52.15 BORRIFARÁ MUITAS NAÇÕES. Esta expressão refere-se à limpeza e purificação espirituais (cf. Êx 29.21; Lv 8.11,30)
que pessoas de todas as nações experimentariam quando recebessem a mensagem redentora do Messias-Servo. Essa
purificação viria pela aspersão do sangue de Cristo; ver 1 Pe 1.2.
53.1 QUEM DEU CRÉDITO À NOSSA PREGAÇÃO? Conquanto Jesus seja o Messias de Deus, muitos o rejeitariam e portanto
ficariam sem a salvação (ver Jo 12.38; Rm 10.16). Houve relativamente poucos salvos entre os judeus na primeira vinda de
Jesus.
53.2 COMO RAIZ DE UMA TERRA SECA. Além da sua humilde origem humana, Jesus veio à terra num período de grande
aridez espiritual. João Batista começou a despertar o povo para chegar-se a Jesus, pouco antes dEle começar o seu ministério
público.
53.2 NENHUMA BELEZA VÍAMOS, PARA QUE O DESEJÁSSEMOS. O Messias não teria grandeza terrestre e nem atrativos
físicos. Deus sempre contempla mais o caráter, santidade e obediência da pessoa, e não primeiramente a sua condição social
terrestre, nem sua beleza física (cf. 1 Sm 16.7; ver Lc 22.24-30 nota).
53.3 DESPREZADO... INDIGNO [REJEITADO]. Ao invés de aceitação por Israel, Jesus Cristo seria odiado e rejeitado pelos
dirigentes da nação (ver 52.14 nota; Mt 26.57 nota).
53.3 HOMEM DE DORES. A missão de Jesus envolveria muita dor, sofrimento, desagrado e pesar por causa dos pecados da
humanidade. Semelhantemente, todos que seguirem a Jesus, provavelmente terão sofrimentos e frustrações de algum modo
(ver 2 Co 11.23 nota).
53.4 ELE TOMOU SOBRE SI AS NOSSAS ENFERMIDADES. O NT cita este versículo em Mt 8.17, com referência ao
ministério de Jesus, na cura dos enfermos tanto física, como espiritualmente. O Messias sofreria o castigo que nos era devido,
para nos livrar das nossas enfermidades e doenças, e não somente dos nossos pecados. É, portanto, bíblico orarmos pela
cura física. Assim como Ele levou sobre si os nossos pecados, Ele também levou a doença e a aflição que nos atinge (ver as
duas
notas seguintes).
53.5 FERIDO PELAS NOSSAS TRANSGRESSÕES. Cristo foi crucificado por nossos pecados e nossas culpas diante de Deus
(cf. Sl 22.16; Zc 12.10; Jo 19.34; 1 Co 15.3). Como nosso substituto, Ele sofreu o castigo que merecíamos, e pagou a
penalidade dos nossos pecados a penalidade da morte (Rm 6.23). Por isso, podemos ser perdoados por Deus e ter paz com
Ele (cf. Rm 5.1).
53.5 PELAS SUAS PISADURAS FOMOS SARADOS. Esta cura refere-se à salvação, com todas as suas bênçãos, espirituais e
materiais. A doença e a enfermidade são conseqüências da queda adâmica e da atividade de Satanás no mundo. Para isto o
Filho de Deus se manifestou; para desfazer as obras do diabo (1 Jo 3.8). Cristo
concedeu os dons de cura à sua igreja (1 Co 12.9) e ordenou a seus seguidores curar os enfermos, como parte da sua
proclamação do Reino de Deus (Lc 9.1,2; 10.1.8,9,19)
53.6 TODOS NÓS ANDAMOS DESGARRADOS COMO OVELHAS. Todo ser humano, numa ocasião ou noutra, preferiu seguir
seus próprios caminhos egoístas e pecaminosos à obediência aos mandamentos justos de Deus (ver Rm 6.1 nota). Todo ser
humano é culpado e, portanto, precisa da morte de Cristo em seu lugar.
53.7 COMO UM CORDEIRO, FOI LEVADO AO MATADOURO. Jesus suportou com paciência e de modo voluntário, o
sofrimento em nosso lugar (1 Pe 2.23; cf. Jo 1.29,36; Ap 5.6).
53.9 SUA SEPULTURA COM OS ÍMPIOS. Essa frase pode significar que Jesus Cristo morreria ao lado dos ímpios, ou que os
soldados romanos pretendiam sepultá-lo juntamente com os dois malfeitores. Ele, porém, conforme diz essa profecia, foi
sepultado no túmulo de um rico (Mt 27.57-60).
53.10 AO SENHOR AGRADOU MOÊ-LO. Foi da vontade de Deus Pai que seu Filho fosse enviado para morrer na cruz em
favor de um mundo perdido (ver Jo 3.16 nota; ver o estudo A VONTADE DE DEUS). Ao fazer de Cristo um sacrifício expiador
por todas as transgressões (cf. Lv 5.15; 6.5; 19.21), o propósito divino da redenção, de
levar muitas pessoas à salvação, já foi cumprido. Prolongará os dias significa: Ele ressuscitará dentre os mortos e viverá para
todo o sempre
53.11 O TRABALHO DA SUA ALMA. O sofrimento do Messias cumpriria o propósito de Deus e resultaria na salvação para os
muitos que crerem.
53.12 A PARTE... COM OS PODEROSOS. Deus prometeu retribuir a Cristo por sua morte expiatória, e Cristo por sua vez
promete que repartirá o seu despojo com os poderosos que o seguirem na batalha contra o pecado e Satanás, mediante o
poder do Espírito.
53.12 PORQUANTO DERRAMOU A SUA ALMA NA MORTE. Por causa da morte de Jesus na cruz, uma grande herança foi
concedida ao povo de Deus. Qualquer proclamação do evangelho que não pregar a cruz de Cristo e a renúncia ao pecado
está, em definitivo, fadada ao fracasso.
53.12 PELOS TRANSGRESSORES INTERCEDEU. Jesus, na sua agonia na cruz, intercedeu pelos pecadores (Lc 23.24). Seu
ministério de intercessão ainda continua no céu (cf. Rm 8.34; ver Hb 7.25 nota).
54.1-3 CANTA ALEGREMENTE, Ó ESTÉRIL. Deus encoraja os exilados judeus ao prometer novas condições que trariam
bênçãos e alegria. Embora Jerusalém fosse estéril e infrutífera, viria um dia em que os crentes verdadeiros seriam mais
numerosos do que antes do exílio. A tua posteridade possuirá as nações (v. 3), pode referir-se aos crentes fiéis entre os judeus
que divulgarem o evangelho de Cristo a muitas nações, durante os tempos do NT.
54.4-8 NÃO TEMAS. O povo de Deus no exílio não deve recear que seu infortúnio continue para sempre, pois o castigo divino
logo daria lugar ao livramento. Deus teria compaixão do seu povo estéril e restauraria os seus a um lugar de favor, na sua
própria terra. A vergonha da tua mocidade pode referir-se ao período da escravidão no Egito; o opróbrio da tua viuvez refere-se
historicamente ao cativeiro babilônico.
54.9,10 NÃO ME IRAREI MAIS CONTRA TI. Esta profecia indica o reino de Cristo na terra com o seu povo, sobre todas as
nações (Ap 20 22). Naquele dia vindouro, Deus não se irará jamais com Israel.
54.11-17 Ó OPRIMIDA, ARROJADA COM A TORMENTA E DESCONSOLADA! Aqui, o Senhor consola a nação aflita de
Israel, ao descrever a paz, a justiça e a glória futura do remanescente restaurado; João usa linguagem figurada semelhante, ao
descrever as condições da nova Jerusalém (Ap 21.10,18-21). Estas palavras consolam o crente sob sofrimento.
55.1-13 VINDE. Os israelitas, que abandonaram a Deus e à sua justiça, são convidados a voltar a Ele, para serem restaurados
à comunhão e à bênção.
55.1 Ó VÓS, TODOS OS QUE TENDES SEDE. Uma condição essencial à salvação é fome e sede espirituais por perdão e
comunhão com Deus (cf. Jo 4.14; 7.37), com base na morte sacrificial do Messias-Servo (cap. 53). Devemos arrepender-nos
dos nossos pecados e aproximar-nos de Deus pela fé. Também, a fome e sede de justiça de Deus, e do seu poder, são
condições essenciais para recebermos a plenitude do seu Espírito (ver Mt 5.6 nota).
55.6 BUSCAI AO SENHOR. O pecador deve buscar a Deus, enquanto está em vigor a sua promessa de ouvi-lo (cf. Jr
29.13,14; Os 3.5; Am 5.4,6,14). O tempo para se receber a salvação aqui, tem limite (cf. 2 Co 6.1,2); chegará o dia em que Ele
não será achado (ver Hb 3.7-11).
55.8 OS MEUS PENSAMENTOS NÃO SÃO OS VOSSOS PENSAMENTOS. Os pensamentos e os caminhos de Deus não são
os do homem natural. Mas a mente e o coração podem ser renovados e transformados quando se vive para Deus (cf. Rm
12.1,2); então os nossos pensamentos e conduta começam a conformar-se com os dEle. Nosso maior desejo deve ser viver de
tal modo como Jesus viveu, para que tudo quanto fizermos agrade a Deus. Isso poderemos fazer, mediante a nossa
conformação à sua Palavra, e pela obediência à orientação do Espírito Santo (ver Rm 8.5-14 nota; Tg 1.21 nota).
55.11 A [MINHA] PALAVRA... NÃO VOLTARÁ PARA MIM VAZIA. O poder e a eficácia da Palavra de Deus são para sempre
infalíveis. Esta Palavra é vida espiritual para quem a recebe; ou condenação, para quem a rejeita.
56.1,2 FAZEI JUSTIÇA... A MINHA SALVAÇÃO ESTÁ PRESTES A VIR. A justiça e santidade são o fruto da salvação,
diretamente ligados à influência do reino de Deus. São inseparáveis.
56.3-8 ESTRANGEIRO... EUNUCO. No reino do Messias, todos os estrangeiros e eunucos que se voltarem para Deus serão
aceitos com os mesmos direitos e privilégios que os demais do concerto (antes, eles eram excluídos do culto coletivo, Êx
12.43; Dt 23.1). Deus ama e aceita a cada crente como seus amados filhos, independente de sua nacionalidade, posição social
ou deficiência física.
56.7 A MINHA CASA SERÁ CHAMADA CASA DE ORAÇÃO. O vínculo existente entre a oração e a casa de Deus revela que o
propósito maior da adoração é levar os adoradores a se acercarem de Deus, em comunhão, louvor, intercessão e petição.
Freqüentar a igreja sem comunhão fervorosa e intensa com Deus é falhar no propósito e natureza primordiais da adoração.
Jesus citou este versículo quando expulsou os cambistas da casa de Deus (ver Mc 11.17 nota; Lc 19.45 nota).
56.10-12 SEUS ATALAIAS SÃO CEGOS. Deus reprovou os dirigentes e sacerdotes corruptos de Israel, porque não conheciam
a sua Palavra, eram cobiçosos por ganhos egoístas e não conseguiam afastar-se das bebidas alcoólicas (v. 12).
57.1,2 PERECE O JUSTO. Os crentes fiéis estavam sendo maltratados pelos líderes cruéis e corruptos de Judá, e estavam
perecendo (cf. 2 Rs 21.16). Esses mártires, porém, pela sua morte, escaparam dos horrores terríveis do julgamento divino que
dentro em breve viriam sobre os judeus.
57.3-14 VÓS, FILHOS DA AGOUREIRA. O povo de Judá abandonou o Senhor e passou a adorar os deuses das nações
pagãs. Essa adoração incluía imoralidade, prostituição, feitiçaria e sacrifícios humanos. Mas Deus não deixaria ninguém pecar
assim, impunemente. Aqueles que transgredissem a sua lei iriam ceifar o que semearam, e perderiam muito mais do que
pensavam obter com sua iniqüidade.
57.15 O CONTRITO E ABATIDO DE ESPÍRITO. Para os humildes e arrependidos, o Senhor Deus tinha uma promessa
graciosa: Ele, que habita no alto e santo lugar , habitaria pessoalmente com o contrito e abatido de espírito . Contrito refere-se
a todo aquele que sente-se oprimido pelo pecado e que busca a libertação dessa escravidão; abatido de espírito , refere-se ao
quebrantado de coração por causa dos reveses e tribulações da vida (cf. Sl 34.18,19). Deus assiste a tais pessoas para
vivificar-lhes o espírito, dar-lhes novo vigor e ministrar-lhes o consolo da sua presença.
57.21 OS ÍMPIOS... NÃO TÊM PAZ. Deus estruturou de tal modo a consciência humana, que nunca haverá verdadeira paz
nem interna, nem externa para quem vive no pecado. Enquanto alguém vive na impiedade, sua consciência será como um mar
tempestuoso, agitado e cheio de lama e lodo (v. 20). Deus não lhe dá paz, mas por outro lado deseja que se arrependa e seja
salvo.
58.1 CLAMA EM ALTA VOZ, NÃO TE DETENHAS. O profeta clama contra os pecados do povo, com um forte som de
trombeta; as transgressões e a hipocrisia do povo de Deus precisam ser expostas. Se os mensageiros de Deus deixarem de
falar contra os pecados do seu povo, não serão fiéis à sua vocação divina.
58.2 ME PROCURAM CADA DIA. Judá buscava a Deus cada dia, como se o povo desejasse conhecer os seus caminhos;
mas, ao mesmo tempo, esses judeus viviam no pecado, indiferentes aos santos mandamentos de Deus. Hoje, há
congregações que adoram ao Senhor apenas exteriormente; aparentam alegria em louvá-lo, e dão a impressão que andam
nos seus caminhos; ao mesmo tempo, tais igrejas se conformam com o mundanismo e desprezam o estudo diligente da sua
Palavra escrita. Esse tipo de adoração é uma ofensa a Deus e uma abominação para Ele.
58.3 NO DIA EM QUE JEJUAIS. O povo estava a se queixar que Deus não queria ajudá-lo. Deus, porém, sabia que a
adoração e o jejum deles era hipocrisia. Ele lhes declara que um ato religioso só tem valor para Ele quando procede dos que
buscam humildemente obedecer aos seus mandamentos e que, com compaixão, estendem a mão aos necessitados.
58.6 O JEJUM QUE ESCOLHI. O jejum que Deus aprova é acompanhado de amor por Ele e por sincero cuidado pelos
oprimidos. O crente deve compreender que a entrega de ofertas e dízimos à igreja não o exime da responsabilidade de dar aos
pobres. Devemos ajudar os famintos com comida e fornecer roupas aos que estão necessitados (cf. Gl 6.10).
58.8-12 ENTÃO, ROMPERÁ A TUA LUZ COMO A ALVA. Onde há amor verdadeiro a Deus e um sincero interesse pelo bem-
estar do próximo, há também aí um canal para a bênção abundante de Deus em nossa vida. As recompensas desse amor a
Deus são declaradas aqui: (1) a luz de Deus e a plena alegria da salvação e da cura; (2) a proteção e presença de Deus
manifestas em nossa vida; (3) o socorro divino na aflição, mediante a resposta das orações; (4) a remoção das trevas e da
opressão; (5) a orientação, fortaleza e frutescência da parte de Deus, e (6) a verdadeira restauração, com o retorno dos
padrões e caminhos de Deus.
58.13 O SÁBADO. Deus ordenou desde a época da criação que um dia em sete seja reservado como santo a Ele (v. 13), i.e.,
um dia para o povo de Deus cessar suas próprias atividades cotidianas e dedicar-se ao repouso físico e à renovação espiritual
(ver Êx 20.8 nota; Mt 12.1 nota). A observação dessa ordem divina aumentará nossa alegria no Senhor e nos capacitará a
galgar novas alturas espirituais (v. 14).
59.1-8 A MÃO DO SENHOR NÃO ESTÁ ENCOLHIDA. Este trecho descreve outros pecados que impediram as bênçãos
prometidas por Deus, para o povo (ver as duas notas anteriores).
59.2 INIQÜIDADES FAZEM DIVISÃO ENTRE VÓS E O VOSSO DEUS. O pecado e a iniqüidade na vida do crente levantam
um muro entre ele e Deus. Por causa dessa barreira, tal crente já não desfruta do favor de Deus, nem de proteção, socorro ou
livramento. Também, as orações desse crente não serão atendidas (Sl 66.18).
59.5 OVOS DE BASILISCO. Basilisco é uma cobra venenosa, também chamada víbora.
59.9-14 POR ISSO, O JUÍZO ESTÁ LONGE DE NÓS. Isaías fala aqui dos verdadeiros intercessores, pois reconhecem seus
pecados, confessando-os, e sentem tristeza por tal situação.
59.16 E VIU QUE NINGUÉM HAVIA. O Senhor viu a gravidade dos pecados de Israel e reconheceu que não havia intercessor
para mudar o curso dos acontecimentos. Então, Ele mesmo decidiu estender o seu próprio braço para salvar o seu povo, o que
aconteceu com a vinda de Jesus Cristo. Também agora, é o Senhor Jesus Cristo quem pessoalmente intercede por nós no céu
(Hb 7.25); Ele busca intercessores na terra para taparem o muro e ficarem na brecha (Ez 22.30), em favor da sua igreja, que
carece de avivamento, e dos perdidos, que carecem de salvação.
59.17,18 JUSTIÇA, COMO DE UMA COURAÇA. Paulo citou duas frases deste versículo, ao descrever a armadura do crente:
a couraça da justiça e o capacete da salvação (Ef 6.14-17). A alusão de Isaías às vestes de vingança e ao furor, aos seus
adversários (vv. 17,18) é uma predição do grande dia da ira de Deus, no fim dos tempos (ver Ap 19 nota).
59.20 VIRÁ UM REDENTOR A SIÃO. Este Redentor é Jesus Cristo (cf. 35.4; 40.9; 52.7). Ele virá para aqueles que
sinceramente abandonam seus pecados e passam a servir ao Senhor.
59.21 O MEU ESPÍRITO... AS MINHAS PALAVRAS. Deus promete que àqueles que renunciam aos seus pecados e aceitam o
Messias, o seu Espírito virá sobre eles (cf. Jo 16.13; At 2.4) e sua Palavra não se apartará de suas bocas. O Espírito e a
Palavra do Senhor sempre confirmarão o testemunho da igreja verdadeira. O povo de Deus deve proclamar o evangelho no
poder e na justiça do Espírito Santo (ver At 1.8 nota).
60.4-9 VÊM A TI. Estes versículos descrevem o futuro reino messiânico de nosso Senhor. Isaías vê a glória de Deus sobre
Israel, e as demais nações se chegando a esse povo a fim de receber a luz e a salvação (cf. 49.23); essas nações trarão ao
Senhor oferendas das suas riquezas (cf. 61.6; 66.12).
60.10 EDIFICARÃO OS TEUS MUROS. As nações contribuirão com mão de obra para o estabelecimento do governo de Deus
em Jerusalém. Aqueles que se opuserem ao reino messiânico serão aniquilados.
60.19 NUNCA MAIS TE SERVIRÁ O SOL PARA LUZ. Este versículo antevê a Jerusalém do novo céu e da nova terra, em que
Deus e o Cordeiro serão a luz eterna do seu povo (ver Ap 21.23; 22.3-5; cf. Zc 2.5).
60.21 SERÃO JUSTOS. Durante o reino messiânico, Israel será caracterizado pela fidelidade e a justiça, e não pela
infidelidade e apostasia do passado.
A salvação é proclamada
61.1-3 O ESPÍRITO DO SENHOR JEOVÁ ESTÁ SOBRE MIM. Esta descrição do Messias e da sua unção relaciona-se à sua
missão ou ministério (ver 11.2,3, nota, onde Isaías descreve mais diretamente o seu caráter e supremacia). Quando Jesus
começou o seu ministério, citou estes versículos e os aplicou a si mesmo (Lc 4.18,19). Seu ministério ungido incluía: (1) pregar
o evangelho aos pobres, aos humildes e aos aflitos; (2) curar os espiritual e fisicamente doentes e quebrantados; (3) romper os
grilhões do mal e proclamar a libertação do pecado e do domínio satânico; e (4) abrir os olhos espirituais dos perdidos para
verem a luz do evangelho e serem salvos. Este quádruplo propósito caracterizava o ministério de Jesus Cristo, e continuará a
ser cumprido pela igreja enquanto esta estiver na terra.
61.1 O ESPÍRITO... SENHOR... SOBRE MIM. Neste versículo do AT temos uma alusão à doutrina da Trindade: O Espírito , O
Senhor JEOVÁ e Mim (i.e., Jesus; ver Mc 1.11 nota).
61.2 O DIA DA VINGANÇA. Jesus não incluiu esta frase quando Ele citou esta profecia em Nazaré (Lc 4.18,19), visto que o dia
da vingança só ocorreria na sua segunda vinda. O juízo contra os ímpios ocorrerá durante a grande tribulação e na volta de
Cristo à terra (Ap 5 19; Is 34.8; Mt 24.30).
61.4-9 EDIFICARÃO OS LUGARES ANTIGAMENTE ASSOLADOS. Depois da segunda vinda de Cristo no fim dos tempos,
Israel será reconstruído e outras nações trabalharão entre os israelitas e adorarão ao Senhor juntamente com eles (vv. 5,6). Os
israelitas funcionarão como sacerdotes e ministros, ensinando e transmitindo aos outros a Palavra de Deus (v. 6).
61.10,11 REGOZIJAR-ME-EI MUITO NO SENHOR. Depois da volta de Cristo, todos que integram o seu reino regozijar-se-ão.
Serão vestidos de salvação (i.e., pertencerão aos redimidos de Deus) e, de justiça (i.e., viverão segundo os padrões de Deus).
62.4 HEFZIBÁ... BEULÁ. Hefzibá significa meu prazer está nela , e Beulá significa desposada . Esses nomes indicam que
Deus renovou seu concerto com Jerusalém.
62.6 GUARDAS... QUE... SE NÃO CALARÃO. Deus colocou atalaias nos muros de Jerusalém, i.e., profetas e fiéis
intercessores que nunca cessam de orar pelo estabelecimento do reino de Deus na terra e da glória de Jerusalém. De igual
modo, os crentes do NT devem orar incessantemente pela vinda do reino de Deus e o justo governo de Cristo sobre a terra
(ver Mt 6.10 nota).
62.11 A TUA SALVAÇÃO VEM. Este versículo refere-se à segunda vinda de Cristo para estabelecer a justiça na terra e
engrandecer Jerusalém por amor ao seu nome; com ele vem o seu galardão (cf. Ap 22.12).
Isaías cap. 63 - Comentário por versículos.
63.7 64.12 AS BENIGNIDADES DO SENHOR. Isaías louva a Deus por sua compaixão e bondade, confessa os pecados de
Israel, e intercede por seu livramento do juízo e, pela redenção por Deus prometida.
63.9 O ANJO DA SUA PRESENÇA. Este anjo é provavelmente o anjo do Senhor, que na realidade trata-se do próprio Senhor
(ver Gn 16.7 nota; Êx 3.2 nota).
63.10 CONTRISTARAM O SEU ESPÍRITO SANTO. Contristaram sugere afronta ao amor do Espírito Santo e rebelião contra
os seus caminhos. O Espírito é uma Pessoa divina que pode ser magoada e entristecida (cf. Ef 4.30). Santo diz respeito à sua
gloriosa santidade e à sua pureza imaculada. O Espírito Santo é concedido a todos os crentes a fim de levá-los à graça de
Deus, à sua revelação, poder, amor, presença, direção e santidade.
64.1-4 Ó! SE FENDESSES OS CÉUS E DESCESSES! Como representante do povo de Deus, Isaías roga ao Senhor para que
intervenha no mundo, derrote os seus inimigos e livre a todos que o invoquem. Os crentes do NT devem fazer diariamente
essa oração.
64.4 QUE TRABALHE PARA AQUELE QUE NELE ESPERA. Deus promete que fará grandes coisas por aqueles que nEle
esperam. Ele pode intervir nos eventos da história da humanidade de tal maneira, que leve as pessoas a executarem a sua
vontade.
65.8 MOSTO. Esta palavra (hb. tirosh) geralmente se refere ao produto não-fermentado da videira. Note-se que este tipo de
vinho é o que Deus diz ser uma bênção
65.9 PRODUZIREI DESCENDÊNCIA A JACÓ. Embora Deus julgasse a Israel (vv. 6,7), Ele também salvaria um remanescente
de crentes verdadeiros que voltariam à sua terra e então levariam a efeito a sua missão redentora no mundo. Desfrutariam da
sua alegria e bênçãos (vv. 13-16).
65.17-25 CRIO CÉUS NOVOS E NOVA TERRA. Esta profecia prediz o futuro reino de Deus na terra. Isaías fala a um só
tempo da era da eternidade, em que o pecado e a morte já não existirão (vv. 17-19), e da era messiânica (i.e., o reino milenial)
que a antecede (vv. 19-25; Ap 20.4-6). Note que o versículo 18 começa com um enfático adversativo ( Mas ); haverá, na
verdade, novos céus e nova terra, mas Deus também tem planos para a Jerusalém do reino milenial de Cristo.
65.20 NÃO HAVERÁ MAIS NELA CRIANÇA DE POUCOS DIAS. A morte existirá no reino milenar, mas a duração da vida
humana será muito mais longa do que agora. Uma pessoa de cem anos de idade será considerada jovem, e morrer antes
dessa idade será considerado uma maldição.
65.24 ANTES QUE CLAMEM, EU RESPONDEREI. O povo de Deus já não terá que perseverar em oração por suas
necessidades diárias; o Senhor atenderá as suas orações sem demora.
65.25 O LOBO E O CORDEIRO SE APASCENTARÃO JUNTOS. Paz e segurança caracterizarão o reino messiânico. Animais,
antes selvagens, se tornarão mansos, e harmonia perfeita existirá entre eles (cf. 11.6-9).
66.3 AQUELE QUE MATA UM BOI. Aqueles que adoram a Deus, e ao mesmo tempo continuam a viver como querem, e não
de acordo com a sua Palavra (v. 2), são uma abominação para Ele. Tais pessoas terão uma retribuição severa da parte do
Senhor.
66.7-14 DEU À LUZ. Isaías prevê o renascimento de Israel como o povo de Deus, durante o reino messiânico; o nascimento
será singularmente rápido e trará alegria (v. 10), paz (v. 12; cf. 48.18) e prosperidade (v. 11).
66.10-14 REGOZIJAI-VOS COM JERUSALÉM. Jerusalém é comparada com uma mãe que alimenta seus filhos e cuida deles.
Jerusalém terá paz e será um consolo para todos quantos amarem a Deus, inclusive os gentios que vierem a ela.
66.15 O SENHOR VIRÁ EM FOGO. Quando Deus estabelecer Jerusalém e o reino messiânico, Ele também virá com juízo
contra os seus inimigos (cf. Zc 14.3; 2 Ts 1.7-9; Ap 19.11-21).
66.18-21 AJUNTAREI TODAS AS NAÇÕES E LÍNGUAS. Crentes de todas as nações serão reunidos em Jerusalém para
verem a glória de Deus. A seguir, serão enviados às nações a fim de trazerem ao Senhor, ao Deus de Israel, os judeus
remanescentes; isso ocorrerá no fim dos tempos; cf. versículo 20.
66.22-24 OS CÉUS NOVOS E A TERRA NOVA. No fim da história, i.e., no fim do reino messiânico, Deus criará os céus novos
e a terra nova (ver 65.17-25 nota; Ap 21.1). Todos os salvos estarão com o Senhor para sempre (cf. Ap 21.22), ao passo que
os que lhe foram rebeldes, e à sua Palavra, irão para o inferno eterno (cf. 50.11; 57.21; Mc 9.45; ver Mt 10.28 nota).
Isaías foi um servo amado e escolhido por Deus. Ele o era porque colocou-se
incondicionalmente à disposição do Senhor com as palavras: "Eis-me aqui, envia-me a mim"
(Is.6.8). Por isso, como um confidente do Senhor, legitimado por Deus, ele pôde anunciar a um
mundo perdido, de maneira antes nunca vista, o Salvador e Redentor, o Messias e Emanuel. E
ele o fez através do Espírito Santo, por força das suas grandiosas visões, chamando o
Prometido de Servo do Senhor.
Israel já tinha recebido uma promessa da vinda do Messias através de Moisés, quando este
disse profeticamente: "O Senhor, teu Deus, te suscitará um profeta no meio de ti, de teus
irmãos, semelhante a mim; a ele ouvirás" (Dt.18.15). Por trás dessa promessa estava a
garantia do Eterno e Todo-Poderoso. E o profeta prometido não podia ser outro do que alguém
dentre seus irmãos, portanto, um judeu. "A salvação vem dos judeus" (Jo.4.22), afirmou o
próprio Senhor Jesus. Isaías já o havia anunciado antecipadamente de maneira muito clara: "O
povo que andava em trevas viu grande luz, e aos que viviam na região da sombra da morte,
resplandeceu-lhes a luz" (Is.9.2). Que promessa e que provisão misericordiosa para Israel,
dizendo que justamente para esse povo nasceria uma grande luz em meio às trevas e o
ajudaria a sair da sombra da morte! Com que ansiosa expectativa Israel deve ter confiado
nessa promessa maravilhosa!
• 1ª etapa: "Do tronco de Jessé sairá um rebento, e das suas raízes, um renovo. Repousará
sobre ele o Espírito do Senhor, o Espírito de sabedoria e de entendimento, o Espírito de
conselho e de fortaleza, o Espírito de conhecimento e de temor do Senhor" (Is.11.1-2). –
"Porque foi subindo como renovo perante ele e como raiz de uma terra seca..." (Is.53.2).
• 2ª etapa: "Portanto, o Senhor mesmo vos dará um sinal: eis que a virgem conceberá e dará à
luz um filho e lhe chamará Emanuel" (Is.7.14).
• 3ª etapa: "Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus
ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe
da Paz; para que se aumente o seu governo, e venha paz sem fim sobre o trono de Davi e
sobre o seu reino, para o estabelecer e o firmar mediante o juízo e a justiça, desde agora e
para sempre. O zelo do Senhor dos Exércitos fará isto" (Is.9.6-7).
• 4ª etapa: "Naquele dia, recorrerão as nações à raiz de Jessé que está posta por estandarte
dos povos; a glória lhe será a morada" (Is.11.10).
Rebento – Emanuel – filho – menino – governo – reino – morada – estas são as etapas
estabelecidas por Yahweh para o "Rei dos reis e Senhor dos senhores" (1Tm.6.15).
Porém, da parte de Deus esse Filho elevado e sublime é chamado freqüentemente de Servo
do Senhor. Leiamos apenas três textos messiânicos em Isaías:
• "Eis aqui o meu Servo, a quem sustenho; o meu escolhido, em quem a minha alma se
compraz; pus sobre ele o meu Espírito, e ele promulgará o direito para os gentios" (Is.42.1).
• "Eis que o meu Servo procederá com prudência; será exaltado e elevado e será mui sublime"
(Is.52.13).
• "Ele verá o fruto do penoso trabalho de sua alma e ficará satisfeito; o meu Servo, o Justo,
com o seu conhecimento, justificará a muitos, porque as iniqüidades deles levará sobre si. Por
isso, eu lhe darei muitos como a sua parte, e com os poderosos repartirá ele o despojo,
porquanto derramou a sua alma na morte; foi contado com os transgressores; contudo, levou
sobre si o pecado de muitos e pelos transgressores intercedeu" (Is.53.11-12).
Servo do Senhor não seria uma designação humilhante para o Messias de Deus? Esse nome
tem conteúdo profético: ele traça o caminho dAquele que teve que entregar Sua alma à morte
como malfeitor. A sabedoria divina não conduziu primeiro para o alto, mas à incompreensível
profundeza de grandes sofrimentos. Aqui Isaías viu o homem de dores desprezado que
carregou as nossas enfermidades (os nossos pecados) e o nosso castigo, como um cordeiro
mudo que é levado ao matadouro: "Era desprezado e o mais rejeitado entre os homens;
homem de dores e que sabe o que é padecer; e, como um de quem os homens escondem o
rosto, era desprezado, e dele não fizemos caso. Certamente, ele tomou sobre si as nossas
enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus
e oprimido" (Is 53.3-4).
Não é de admirar que os sábios judeus tiveram problemas com essas representações
simbólicas tão diferentes e aparentemente paradoxais do Messias: por um lado se fala do
Messias vitorioso, a quem será entregue o domínio – por outro lado trata-se de um Messias
desprezado, que se deixa matar como servo de Deus inocente, sofredor. Por isso, alguns
sábios judeus concluíram que deveria haver dois Messias, chamando ao glorioso de "Mashiach
ben David" (Messias filho de Davi), e ao outro, morto como inocente, de "Mashiach ben Yosef"
(Messias filho de José). É evidente que Israel se sentia preferencialmente atraído ao glorioso
"Mashiach ben David". Mas as duas representações do Messias se referem à mesma Pessoa!
Ele é: "Jesus Nazareno, o Rei dos Judeus" (Jo.19.19). Inconscientemente Pilatos teve que
testificá-lo com a inscrição Iesus Nazarenus Rex Iudaeorum (I-N-R-I), que mandou afixar no
alto da cruz (em hebraico, latim e grego – v.20). Ele é o Cristo, o Salvador do mundo e
Redentor de todos aqueles que desejam pertencer-Lhe. Até Seu sofrimento, Sua morte e
ressurreição, Ele cumpriu cerca de 300 profecias. Um judeu pode identificar o verdadeiro
Messias apenas lendo o livro de Isaías e com isso passar a ter um relacionamento pessoal com
Ele. E, Deus seja louvado, muitos já O encontraram!
O conceito messiânico Servo do Senhor estava enraizado na consciência do povo judeu. Mas
quando Ele veio em humildade, como Servo, está escrito: "Veio para o que era seu, e os seus
não o receberam" (Jo.1.11). Que trágico! Israel queria um rei judeu majestoso, um rei lutador
que o libertasse do jugo romano, não um servo sofredor, que sequer se opôs quando O
mataram. Dele está escrito: "Ofereci as costas aos que me feriam e as faces, aos que me
arrancavam os cabelos; não escondi o rosto aos que me afrontavam e me cuspiam" (Is.50.6).
Isso não poderia acontecer! Alguém que permitiu uma humilhação tão grande jamais poderia
ser o seu Messias. A maioria dos judeus mantém essa opinião até hoje.
Pelo Espírito Santo, reconheçamos de maneira nova e louvemos a Jesus como Servo de
Deus, a Ele que nos livrou da culpa do pecado!
Qual o elemento da salvação? O sangue, já desde a queda em pecado no Jardim do Éden,
pois: "Com efeito, quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e, sem
derramamento de sangue, não há remissão" (Hb.9.22).
Para realizar uma remissão plena para todos os homens de todos os tempos, Deus precisava
dAquele que sacrificou-se com Seu próprio sangue. Este foi o caminho de obediência do Servo
de Deus, Jesus Cristo. Ele o fez por amor a você e a mim! No dia de Pentecoste o apóstolo
Pedro anunciou aos seus compatriotas judeus: "O Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó, o
Deus de nossos pais, glorificou a seu Servo Jesus, a quem vós traístes e negastes perante
Pilatos, quando este havia decidido soltá-lo" (At.3.13).
Jesus viveu entre os homens como Servo e Escravo, e como Servo e Escravo Ele consumou
a nossa salvação. Por isso Ele disse aos Seus discípulos: "Pois, no meio de vós, eu sou como
quem serve" (Lc.22.27). E: "tal como o Filho do Homem, que não veio para ser servido, mas
para servir e dar a sua vida em resgate por muitos" (Mt.20.28). Este foi o Seu ministério para
conosco, pois como Servo de Deus entregou Sua vida no altar do sacrifício por você e por mim.
Isso não pode nos deixar indiferentes e desinteressados!
Jesus – Servo de Deus! E nós, que posição assumimos? A índole de servo de modo nenhum
existe no homem natural. Muito pelo contrário, a rebelião, o desejo de dominar, o orgulho,
estão latentes em nós. "Muitos empregados estão subordinados a mim", disse alguém com
orgulho escancarado. Assim é a ambição carnal que tem como alvo a aparência, a posição, o
prestígio, o poder, muitas vezes passando por cima dos outros, deixando pelo caminho vidas
destruídas. No mundo em que vivemos, ser alguma coisa ou ter valor é muito mais atraente do
que ser servo. Que erva daninha é o orgulho, principalmente o orgulho espiritual! O Senhor
Jesus demonstrou Sua atitude de Servo e nos exortou a fazer o mesmo: "Ora, se eu, sendo o
Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. Porque
eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também" (Jo.13.14-15). Também o
apóstolo Paulo tinha entregado sua vida a Deus como servo: "Porque Deus, a quem sirvo em
meu espírito, no Evangelho de seu Filho, é minha testemunha..." (Rm.1.9). Exercitemo-nos a
cada dia, para assumir a posição de servo de Deus ou serva do Senhor! Nosso Mestre nos
ajudará nessa jornada e nos abençoará!
Nosso excelso e maravilhoso Senhor Jesus foi apresentado e anunciado por Isaías como
Servo do Senhor porque a grandiosa salvação planejada por Deus somente podia ser
confiada a um Servo absolutamente disponível, que provasse Sua submissão sendo obediente
até a morte.
O que é um servo (um escravo)? Um servo está a serviço de um senhor e tem com ele um
relacionamento de submissão e dependência – e espera-se que tenha também um
relacionamento de confiança. Temos um exemplo humano em Elieser, servo de Abraão, que
desfrutava da confiança de seu senhor a ponto deste usá-lo em tarefas muito especiais. A
Elieser foi confiada a missão de procurar e trazer para casa a esposa destinada a seu filho
Isaque; portanto, não uma esposa qualquer, mas aquela que havia sido escolhida por Deus
(Gn.24). Elieser é um exemplo de servo fiel, que se identifica de maneira total com a ordem
recebida. No aspecto espiritual, esse servo Elieser é um símbolo do Espírito Santo, pois ao
buscar a esposa para Isaque ele deixou-se guiar e dirigir por Deus. Mas o mais perfeito de
todos os servos teve que descer do céu e abandonar a glória do Pai para cumprir Sua missão
com perfeição divina: "a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até a morte e morte de
cruz" (Fp.2.8).
Será que Deus ainda mantém Seu plano com Israel? David Ben Gurion, o primeiro premiê do
recém-fundado Estado de Israel, viajou para os Estados Unidos e quis encontrar Albert
Einstein. Ele fez apenas uma pergunta a Einstein: "Do ponto de vista científico, existe ou não
existe esse Deus de Israel?" Einstein respondeu-lhe: "Esse Deus, nosso Deus de Israel, existe.
Ele vive e Ele reina".
Isaías já sabia disso muito antes, e disse por ordem do Altíssimo: "Mas tu, ó Israel, servo
meu, tu, Jacó, a quem elegi, descendente de Abraão, meu amigo, tu, a quem tomei das
extremidades da terra, e chamei dos seus cantos mais remotos, e a quem disse: Tu és o meu
servo, eu te escolhi e não te rejeitei, não temas, porque eu sou contigo; não te assombres,
porque eu sou o teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel"
(Is.41.8-10). Será que conseguimos sentir todo o amor paternal, todo o zelo com que Ele
mesmo está preocupado com a existência e com o futuro de Israel? É simplesmente
comovente! Sabemos que Israel está protegido em todos os tempos sob o cuidado e a direção
da Sua onipotência. Disso podemos estar certos também hoje, apesar de todas as turbulências
por que passa essa nação! Ele o faz apesar da revolta dos palestinos, apesar do Holocausto,
apesar de todos os mísseis apontados para Israel. Na sua solidão e no seu isolamento por
parte de todas as nações, o povo de Israel – hoje infelizmente secularizado –, está
continuamente protegido pelo Guarda de Israel. Nossas orações devem cercar e envolver a
Israel como um muro de proteção!
Israel é o povo do Seu serviço, e isso desde o começo! Deus disse: "Dirás a Faraó: Assim diz
o Senhor: Israel é meu filho, meu primogênito. Digo-te, pois: deixa ir meu filho, para que me
sirva; mas, se recusares deixá-lo ir, eis que eu matarei teu filho, teu primogênito" (Êx.4.22-23).
Deus seja louvado: Ele nunca desistiu da escolha de Israel como servo do Senhor! "Tu és o
meu servo, és Israel, por quem hei de ser glorificado." Deus tornou-se fiador legítimo de Seu
povo pelo Seu nome e Seu Filho. Em Sua pessoa como Messias e em Sua obra Ele é
representante de Seu povo. O Filho de Deus identifica-se com Seu povo, pois está escrito:
"Veio para o que era seu." Israel é propriedade de Jesus e também propriedade de Deus. A
Palavra de Deus é Alfa e ‘mega. O que ainda falta a Israel hoje é o Espírito Santo prometido.
Sem o Espírito Santo, Israel não está em condições de cumprir sua tarefa nos tempos finais,
nem de levar às nações a bênção perfeita e completa. Isso acontecerá depois dos juízos da
Grande Tribulação, quando Cristo se dará a conhecer a Seu povo como o Messias. Isaías viu
isso numa visão: "até que se derrame sobre nós o Espírito lá do alto; então, o deserto se
tornará em pomar, e o pomar será tido por bosque" (Is.32.15). Aí sim Israel, como o povo
missionário, trará a bênção completa ao mundo; então, no Milênio, reinará segurança e paz,
justiça e descanso. As nações virão a Israel desejando conhecer a verdade, como as Escrituras
afirmam por diversas vezes:
• "Assim diz o Senhor dos Exércitos: Naquele dia, sucederá que pegarão dez homens, de
todas as línguas das nações, pegarão, sim, na orla da veste de um judeu e lhe dirão: Iremos
convosco, porque temos ouvido que Deus está convosco" (Zc.8.23).
• "Eis que chamarás a uma nação que não conheces, e uma nação que nunca te conheceu
correrá para junto de ti, por amor do Senhor, teu Deus, e do Santo de Israel, porque este te
glorificou" (Is.55.5).
• "Porque assim diz o Senhor: Eis que estenderei sobre ela a paz como um rio, e a glória das
nações, como uma torrente que transborda; então, mamareis, nos braços vos trarão e sobre os
joelhos vos acalentarão" (Is.66.12).
Esse é o glorioso futuro de Israel, o servo do Senhor! Por isso também hoje Deus apela a
Israel: "Lembra-te destas coisas, ó Jacó, ó Israel, porquanto és meu servo! Eu te formei, tu és
meu servo, ó Israel; não me esquecerei de ti. Desfaço as tuas transgressões como a névoa e
os teus pecados, como a nuvem; torna-te para mim, porque eu te remi" (Is.44.21-22).
A aliança para a salvação de Israel foi uma aliança de sangue. "Então, tomou Moisés aquele
sangue, e o aspergiu sobre o povo, e disse: Eis aqui o sangue da aliança que o Senhor fez
convosco a respeito de todas estas palavras" (Êx.24.8). Essa aliança foi selada no Calvário,
também em favor de Israel, com o sangue do Filho de Deus por toda a eternidade: "porque isto
é o meu sangue, o sangue da (nova) aliança, derramado em favor de muitos, para remissão de
pecados" (Mt.26.28). Por isto: "Regozijai-vos, ó céus, porque o Senhor fez isto; exultai, vós, ó
profundezas da terra; retumbai com júbilo, vós, montes, vós, bosques e todas as suas árvores,
porque o Senhor remiu a Jacó e se glorificou em Israel" (Is.44.23). Que gloriosa visão do
Milênio de paz!
Podemos nos dar por satisfeitos com esses pensamentos piedosos e comoventes? Pelo
contrário, devemos estar plenamente convictos de que nós, como Igreja de Jesus, como ramos
da oliveira brava, somos enxertados na videira verdadeira, Israel, que é chamado de servo do
Senhor. Isso significa identidade com Israel! Por isso, oremos insistentemente por Israel,
pedindo que o Senhor o guie e conduza de maneira misericordiosa através da "angústia de
Jacó" que ainda está por vir! Nesse sentido também temos uma incumbência bem concreta da
parte de Deus: "Consolai, consolai o meu povo, diz o vosso Deus. Falai ao coração de
Jerusalém, bradai-lhe que já é findo o tempo da sua milícia, que a sua iniqüidade está
perdoada e que já recebeu em dobro das mãos do Senhor por todos os seus pecados"
(Is.40.1-2).
E no que diz respeito a nós mesmos, a pergunta é: Sou um servo ou uma serva que se
empenha de todo o coração pelos interesses do reino de Deus? Será que ouviremos dEle as
palavras: "Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei; entra no
gozo do teu senhor" (Mt.25.21)?
25/12/2006 15:53:20
http://www.geocities.com/athens/agora/8337/