A Influência Dos Media Nos Adolescentes
A Influência Dos Media Nos Adolescentes
A Influência Dos Media Nos Adolescentes
Resumo: O presente artigo aborda as alterações no dia-a-dia das crianças e adolescentes no que
aos meios de comunicação diz respeito. A influência dos media não só nos jovens, mas também
nas suas famílias e na sociedade é um tema que vem sido debatido e tem sido presença em vários
estudos e investigações científicas, no entanto nunca é demais debruçarmo-nos sobre ele, visto
que continua a ser um tema em desenvolvimento. Todos os dias se alteram as visões do mundo
sobre o que são realmente os media, visto que a tecnologia e a comunicação global evoluem a
olhos vistos a cada novo dia que passa.
Abstract: This article discusses changes in day-to-day life of children and adolescents
concerning the media. The media’s influence in young people but also in their families and
society is a topic that has been debated and has been present in several scientific studies and
researches, however it continues to be a developing theme. Every day, the world views about
what the media really are changes, as technology and global communications evolve in each
new day.
Introdução: São vários os assuntos que podemos debater relativos a este tema. Neste
artigo, infelizmente, não me foi possível escrever sobre tudo o que tinha em mente. No
entanto considero que me debrucei sobre um número considerável de assuntos, entre
eles: “Media e relações geracionais nas famílias”, “A paisagem digital nos lares
portugueses com crianças e adolescentes”, “Literacia para os media”, “Educação para os
media”, “A Relação dos Jovens com os Media”, “Factores facilitadores da influência da
violência televisiva”, Influência da publicidade nos media , Sexualidade nos media e
Efeitos pro-sociais dos media.
Desenvolvimento:
“O quarto do filho passou a ser o “conclave privado”, onde se realiza cada vez
mais todo um conjunto de práticas ligadas aos media (id. ibid.: 416), numa tendência
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Influência dos media nas crianças e adolescentes
que o tempo acentuou (Cardoso e outros, 2007). Em 2006, 43,6% das crianças e jovens
com acesso à internet respondiam que o computador mais usado estava no seu quarto
(ou de um irmão); em 2010, resultados do EU Kids Online colocam Portugal como um
dos países onde mais crianças e adolescentes acedem à internet a partir dos quartos
(66,9%, para uma média europeia de 48%). O acesso em casa de amigos/familiares
duplicou, passando de 20,3% em 2006 para 48,2% em 2010 (média europeia: 51%).
Verifica-se assim uma notória privatização do uso da internet, nos lares, que vai a par da
explosão da posse de computadores portáteis pessoais (7,9% em 2006; 65,2% em
2010).” (Ponte, C., 2011).
Para responder à questão “Qual a relação dos jovens do século XXI com os
media?” comecemos por analisar as conclusões deste estudo. Os jovens não podem
passar sem o telemóvel, é um instrumento que lhes permite conversar com os amigos,
por mensagens de texto ou por chamada de voz, permite-lhes também transferir dados
de uns para outros e alguns até permitem conversar no Messenger com os amigos. É
uma tecnologia bastante barata, é fácil de transportar para qualquer lugar e pode ser
usada durante todo o dia. É de notar que todos os jovens têm acesso a televisão
diariamente porque é de acesso universal, poucos são os lares que não a possuem.
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Influência dos media nas crianças e adolescentes
No caso da internet, a razão pela qual na escola A ainda há alunos que não a
utilizam diariamente pode ser pelo simples facto de não possuírem um computador com
acesso à internet em casa.
Estes jovens utilizam como principal meio de procura de informação a internet,
no entanto atribuem maior credibilidade à informação que lhes chega através da
televisão. A maioria dos alunos preocupa-se com a segurança na internet.
Os temas que estes jovens mais procuram nos media são: música, tecnologias e
desporto, independentemente da escola que frequentam.
A principal utilização da internet é a realização de trabalhos escolares e
conversas com os amigos. O Messenger e o Hi5 são as redes sociais que mais utilizam.
Relativamente às diferenças presentes nos diferentes meios socioeconómicos,
não, são tão significativas como há alguns anos atrás. A verdade é que a população
escolar se tornou bastante heterogénea, no entanto, fora da escola as diferenças são mais
significativas.
Pode dizer-se que os media vieram atenuar as diferenças que existiam entre
jovens do séc. XXI de meios socioeconómicos diferentes, fazendo agora parte das suas
vidas.
Pegando numa amostra constituída por 820 alunos do ensino básico, do 4º, 6º e
8º anos, pertencentes a quatro concelhos do distrito de Coimbra (Oliveira do Hospital,
Figueira da Foz, Miranda do Corvo e Coimbra), investigaram-se os seus hábitos
televisivos (Matos, A., 2006). Concluiu-se que a maioria afirma gostar muito ou
muitíssimo de assistir televisão e dedica um período de tempo considerável por a este
momento de lazer. Estes resultados demonstram a importância que este meio de
comunicação tem na vida quotidiana dos participantes e das duas famílias, apesar da
existência da internet e jogos de vídeo, por exemplo.
direccionado para as crianças, quer seja online, na televisão ou até mesmo a forma como
os produtos estão dispostos nas lojas e supermercados.
de uma forma positiva. Esse comportamento tem mais probabilidade de ser imitado se o
personagem for realista, se for parecido com a criança na idade ou no género (por
exemplo), se receber reforço positivo e se realiza uma acção que é exequível pela
criança (Thomas, 2005).
Esta exposição a conteúdos sexuais, onde na maioria das vezes as cenas não são
realísticas, e os actores são demasiado estereotipados para que a imagem transmitida
seja de corpos “perfeitos” e relações interpessoais muito diferentes das nossas relações
na vida real, pode levar a que os adolescentes, desde cedo, não se identifiquem com o
que vêem, tentando alterar a sua forma de agir ou até mesmo a sua aparência para que se
assemelhem mais aos modelos que chegam a si através da televisão. Tal traz efeitos
negativos, como por exemplo a distorção da imagem que têm de si mesmos, levando
por vezes a que tentem perder peso, ou alterar o seu estilo pessoal, prejudicando desta
forma a sua saúde e as suas relações próximas.
Conclusão: Na revisão realizada pode-se afirmar que os a exposição aos media pode
trazer consequências negativas, mas pode também ter um lado positivo. A verdade é que
a maioria das “nossas” crianças e adolescente tem acesso a televisão e internet
diariamente, mesmo que uma pequena percentagem delas não tenha acesso à internet
em casa. A publicidade presente nos meios de comunicação levam a um maior
consumismo que é fácil de transmitir às crianças através de publicidade atractivas que
transmitem mensagens como “todos têm um brinquedo destes”, fazendo com que quem
vê sinta necessidade de adquirir o produto.
importante que haja algum controlo parental, quer no tempo passado em frente à
televisão, quer no tipo de programas que os filhos vêem.
É importante que se tenha em conta que alguns dos dados mencionados neste
artigo são relativos a anos anteriores, pelo que é provável que não correspondam
exactamente à realidade actual.
Muito mais se poderia ter escrito, no entanto alguns factores não o permitiram.
Talvez numa próxima oportunidade.
Bibliografia:
Plowman, L, Stephen, C., and McPake, J. (2010). Growing up with technology : young
children learning in a digital world. London: Routledge.
Silva, S. (2009). A Relação dos jovens com os media. Tese de Mestrado em Tecnologias
Educativas. Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação - Universidade de Lisboa,
Lisboa. 165 pp.
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Influência dos media nas crianças e adolescentes