Livro Pratica Civel PDF
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(CÍVEL)
autoras
TATIANA FERNANDES DIAS DA SILVA
CAMILLE MISSICK GUIMARÃES
1ª edição
SESES
rio de janeiro 2015
Conselho editorial solange moura; roberto paes; gladis linhares
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida
por quaisquer meios (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em
qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Editora. Copyright seses, 2015.
cdd 346
Prefácio 5
1. Introdução 7
2. Tutela Provisória
de Urgência 19
3.1 Procedimento 28
3.2 Petição Inicial 34
4. Execução 43
6. Recursos 125
6.1 Apelação 129
6.2 Agravo de Instrumento 141
6.3 Recurso Inominado 153
Este manual de Prática Simulada IV, produzido com base no Novo Código
de Processo Civil, Lei n. 13.105, de 16 de março de 2015, tem por objetivo auxi-
liar o estudo acadêmico dos alunos do curso de Direito da Universidade Estácio
de Sá, nas aulas práticas de Civil e Processo Civil, com ênfase na elaboração das
peças prático-profissionais, quais sejam: petição inicial da tutela provisória de
urgência cautelar, execução, procedimentos especiais (ação de consignação em
pagamento, embargos de terceiro, ação monitória) e recursos (apelação, agravo
de instrumento e recurso inominado, com base na Lei n. 9.099/95).
Destina-se a oferecer um embasamento teórico para a elaboração das pe-
ças, utilizando a regra contida na legislação de ritos vigentes, relacionando o
conhecimento teórico ao prático, apresentando conceitos, normas jurídicas,
esquemas didáticos, curiosidades e questões importantes. Tudo formulado de
maneira simples, mas com a preocupação do rigor técnico, dentro da lingua-
gem jurídica adequada e ao mesmo tempo acessível.
Como bem escreveu a professora Nívea Maria Dutra Pacheco, no livro de
Prática Simulada V, “a petição é a marca de um profissional do Direito, é com
ela que se deixa a primeira impressão, por isso, deve se dispensar atenção à
apresentação, à forma e ao conteúdo de seu trabalho”. É por meio dela que o ad-
vogado e demais profissionais do Direito se dirigem aos Órgãos Jurisdicionais
em busca de proteger o direito de seu cliente.
Este material o auxiliará em sua vida acadêmica e profissional!
Bons estudos!
5
1
Introdução
O processo tem início por iniciativa da parte interessada, pois o Poder
Judiciário, na forma do artigo 2º, do Novo CPC, em homenagem ao princípio da
inércia da jurisdição, via de regra, não dá início ao processo espontaneamente.
O artigo 319, do Novo CPC, passa a ser o norteador para elaboração da pe-
tição inicial, cuja técnica deve ser observada rigorosamente pela parte. Assim,
a petição inicial deverá conter: o juízo a qual será dirigida (critério de compe-
tência); os nomes e os prenomes, o estado civil, a existência de união estável (se
houver), a profissão, o número da inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou
no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e
a residência do autor e do réu; o fato e os fundamentos jurídicos do pedido; o
pedido com as suas especificações; o valor da causa; as provas com que o autor
pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados e a opção do autor pela rea-
lização ou não de audiência de conciliação ou de mediação. Dispõe o artigo 319
do CPC:
Art. 319. A petição inicial indicará:
I – o juízo a que é dirigida;
II – os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a pro-
fissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro
Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência
do autor e do réu;
III – o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;
IV – o pedido com as suas especificações;
V – o valor da causa;
VI – as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos
alegados;
VII – a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou
de mediação.
O artigo 320, do Novo CPC, deixa claro que a petição inicial será instruída
com os documentos indispensáveis à propositura da ação.
8• capítulo 1
O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos dos arti-
gos 319 e 320 ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar
o julgamento de mérito, determinará que o autor, no prazo de 15 dias, emen-
de ou complete a petição, indicando com precisão o que deve ser corrigido ou
completado. Caso o autor não cumpra a determinação judicial, o juiz indeferirá
a petição inicial.
Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos
dos arts. 319 e 320 ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de
dificultar o julgamento de mérito, determinará que o autor, no prazo de 15
(quinze) dias, a emende ou a complete, indicando com precisão o que deve
ser corrigido ou completado.
Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a peti-
ção inicial.
capítulo 1 •9
Art. 106. Quando postular em causa própria, incumbe ao advogado:
I – declarar, na petição inicial ou na contestação, o endereço, seu número
de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil e o nome da sociedade de
advogados da qual participa, para o recebimento de intimações;
II – comunicar ao juízo qualquer mudança de endereço.
§ 1o Se o advogado descumprir o disposto no inciso I, o juiz ordenará que se
supra a omissão, no prazo de 5 (cinco) dias, antes de determinar a citação do
réu, sob pena de indeferimento da petição.
Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos
dos arts. 319 e 320 ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de
dificultar o julgamento de mérito, determinará que o autor, no prazo de 15
(quinze) dias, a emende ou a complete, indicando com precisão o que deve
ser corrigido ou completado. Parágrafo único. Se o autor não cumprir a dili-
gência, o juiz indeferirá a petição inicial.
O artigo 319, inciso I, do Novo CPC, faz referência ao juiz ou tribunal a qual a
petição inicial será dirigida, é o que se traduz, no esqueleto da peça prático pro-
fissional de endereçamento. Todas as petições terão endereçamento, onde há
a saudação ao juiz, designada pelos pronomes de tratamento “Excelentíssimo
Senhor”, e usualmente também o tratamento de “Doutor”.
10 • capítulo 1
ATENÇÃO
Para que a sua peça prático-profissional fique mais técnica, evite abreviações no endereça-
mento.
CURIOSIDADES
A Justiça Estadual é dividida em Comarcas e Varas. Uma Comarca pode ter uma Vara Única
ou ser dividida em: Varas Criminais, Varas Cíveis, Varas de Família, dentre outras. A Comarca
possui uma divisão territorial, que pode representar a área de um município ou de vários mu-
nicípios. As Varas são as divisões especializadas das Comarcas.
A Justiça Federal se organiza em duas instâncias: a primeira é composta por uma Seção
Judiciária em cada estado da Federação e, na segunda instância, por cinco Tribunais Regio-
nais Federais (TRFs), que atuam nas regiões jurisdicionais e têm sede em Brasília (TRF 1ª
Região), Rio de Janeiro (TRF 2ª Região), São Paulo (TRF 3ª Região), Porto Alegre (TRF 4ª
Região) e Recife (TRF 5ª Região).
TRF 1ª Região - Acre, Amapá, Amazonas, Bahia, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Mato
Grosso, Minas Gerais, Pará, Piauí, Rondônia, Roraima e Tocantins.
TRF 2ª Região - Espírito Santo e Rio de Janeiro.
TRF 3ª Região - Mato Grosso do Sul e São Paulo.
TRF 4ª Região - Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
TRF 5ª Região - Alagoas, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe.
capítulo 1 • 11
Exemplos de endereçamento1:
1 Quadro elaborado pela Profª. Nívea Pacheco, pág. 12. Livro de Prática Simulada V.
12 • capítulo 1
Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o en-
dereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu.
CURIOSIDADE
A Lei n. 11.419/06, em seu artigo 15, dispõe sobre a informatização do processo judicial,
essa norma já fazia previsão à necessidade de se incluir o número no cadastro de pessoas
físicas ou jurídicas (CPF ou CNPJ) ao distribuir a petição inicial via eletrônica.
ATENÇÃO
Não se pode esquecer que o legitimado ativo, autor, ao elaborar a sua petição inicial, deve
indicar o endereço do advogado da causa, conforme determina o artigo 106, inciso I, do Novo
CPC.
Art. 106. Quando postular em causa própria, incumbe ao advogado:
I - declarar, na petição inicial ou na contestação, o endereço, o seu número
de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil e o nome da sociedade de
advogados da qual participa, para o recebimento de intimações.
capítulo 1 • 13
Exemplos de qualificação2
NOME COMPLETO, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o n°... com
sede..., representado por seu diretor (nome completo), nacionalidade, estado civil, pro-
fissão, portador da carteira de identidade n°... , do CPF n°..., endereço eletrônico, domi-
ciliado..., residente (endereço completo),vem por seu advogado, com escritório... que
indica para os fins do art. 106, I do CPC, com fulcro no artigo ..., propor:
2 Quadro inspirado no elaborado pela Profª. Nívea Pacheco, livro de Prática Simulada V.
14 • capítulo 1
No preâmbulo, ainda se tem a identificação do tipo de ação judicial e o seu
procedimento que será comum ou especial, artigo 318 do Novo CPC.
O artigo 319, do Novo CPC, especifica, em seu inciso III, que a petição terá
fatos e fundamentos jurídicos do pedido denominado processualmente como
causa de pedir.
Na narrativa de fatos o advogado deve se ater aos acontecimentos que ori-
ginaram o conflito, de forma cronológica, em parágrafos curtos e impessoais.
É necessário que os fatos sejam relatados de forma clara e precisa de modo a
conduzir o juiz e a parte contrária à compreensão da controvérsia.
A fundamentação jurídica expressa o raciocínio jurídico, a consequência
jurídica decorrente do fato. É aqui que se deve apresentar o(s) dispositivo(s) le-
gal(is) pertinente(s) ao caso concreto, a(s) doutrina(s) e jurisprudência(s) que
corrobora(m) como o direito da parte.
ATENÇÃO
Ao elaborar a petição o advogado deve observar o apelido iuris dos legitimados ativos e pas-
sivos disciplinados no Código, isto é, autor e réu; apelante e apelado; agravante e agravado;
exequente e executado, recorrente e recorrido e outros.
CURIOSIDADE
Caso o autor faça jus ao benefício da gratuidade de justiça ou tenha direito à prioridade de
tramitação processual, esses deverão ser narrados antes dos fatos, e o pedido de cada um
deve ser elaborado, separadamente, dentro da peça prático-profissional, no capítulo deno-
minado “pedidos”.
capítulo 1 • 15
proteção do Estado na prestação da jurisdição, assim, o pedido sinaliza “para
que” se busca o judiciário e o que a parte deseja com aquela demanda.
O artigo 322, do Novo CPC, determina que o pedido deve ser certo, com-
preendendo, no principal, os juros legais, a correção monetária e as verbas de
sucumbência, inclusive os honorários advocatícios. O artigo 324 consagra que
este também deve ser determinado, porém o parágrafo único do próprio artigo
permite formular pedido genérico nas hipóteses de ações universais quando o
autor não puder individuar os bens demandados; ou quando não for possível
determinar, desde logo, as consequências do ato ou do fato; ou quando a de-
terminação do objeto ou do valor da condenação depender de ato que deva ser
praticado pelo réu.
16 • capítulo 1
Art. 369. As partes têm o direito de empregar todos os meios legais, bem
como os moralmente legítimos, ainda que não especificados neste Código,
para provar a verdade dos fatos em que se funda o pedido ou a defesa e influir
eficazmente na convicção do juiz.
Ao final da peça, não se pode deixar de conter o valor da causa por ser este
um requisito essencial, artigo 319, inciso V, do CPC, uma vez que toda a causa
terá um valor certo, ainda que não tenha conteúdo econômico imediatamente
aferível, artigo 291 do CPC.
Os critérios para a fixação do valor da causa deverá observar as regras conti-
das nos artigos 291 e 292 do Novo CPC, que dispõem:
Art. 291. A toda causa será atribuído valor certo, ainda que não tenha conte-
údo econômico imediatamente aferível.
capítulo 1 • 17
obrigação for por tempo indeterminado ou por tempo superior a 1 (um) ano,
e, se por tempo inferior, será igual à soma das prestações.
18 • capítulo 1
2
Tutela Provisória
de Urgência
2.1 Tutela Provisória de Urgência Antecipada
e Tutela Provisória de Urgência Cautelar
ATENÇÃO
Pelo Novo CPC a Tutela Provisória passou a ser gênero que abarca duas espécies: a Tutela
de Urgência e a Tutela de Evidência.
20 • capítulo 2
Assim, a lei processual admite as seguintes modalidades de Tutelas
Provisórias: - Tutela provisória de urgência cautelar antecedente;
– Tutela provisória cautelar incidente;
– Tutela provisória de urgência antecipada antecedente;
– Tutela provisória de urgência antecipada incidente;
– Tutela provisória de evidência.
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resul-
tado útil do processo.
capítulo 2 • 21
Fonte: http://www.osakidetza.euskadi.eus/r85-gkhsel01/es/contenidos/informa-
cion/hsel_area_urgencias/es_hsel/hospital_san_eloy.html. Acesso em: 30 abr 2015.
CURIOSIDADE
Pelo antigo CPC de 1973, Lei 5.869, os requisitos para a concessão da tutela antecipada e
da tutela cautelar eram distintos. A tutela antecipada tinha previsão específica, no artigo 273
do CPC. Determinava a norma que era requisito para o deferimento dessa tutela de urgên-
cia, a prova inequívoca, a verossimilhança das alegações e, pela regra do inciso I, o fundado
receio de dano irreparável ou de difícil reparação e, pelo inciso II, que fique caracterizado o
abuso de direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório do réu.
22 • capítulo 2
Art. 801 CPC/73. O requerente pleiteará a medida cautelar em petição es-
crita, que indicará:
IV - a exposição sumária do direito ameaçado e o receio da lesão.
ATENÇÃO
A probabilidade do direito refere-se ao clássico fumus boni iuris. O perigo de dano ou o risco
ao resultado útil do processo remonta ao usual periculum in mora.
capítulo 2 • 23
ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer. A norma esclarece ainda
que a caução poderá ser dispensada se a parte economicamente hipossuficien-
te não puder oferecê-la.
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resul-
tado útil do processo.
§ 1o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso,
exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra
parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte econo-
micamente hipossuficiente não puder oferecê-la.
Merece destaque a regra contida, no § 2º, do artigo 300, do CPC, que deter-
mina que a tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justi-
ficação prévia. Aqui, o termo liminarmente possui significado de “desde já” e
“presta a designar o momento inicial do procedimento, mais precisamente o
momento anterior à citação do réu” (Assumpção. 2015).
Sobre a concessão da tutela de urgência após a audiência de justificação
prévia, analisa o autor que “como o réu naturalmente não será citado e intima-
do para participar da audiência de justificação, a eventual concessão da tute-
la de urgência após a oitiva das testemunhas do autor não retira sua natureza
liminar.”
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resul-
tado útil do processo.
§ 2o A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justifica-
ção prévia.
24 • capítulo 2
E no que tange à tutela de urgência antecipada, o artigo 300, § 3º, do CPC,
destaca que essa não será concedida quando houver perigo de irreversibilidade
dos efeitos da decisão.
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resul-
tado útil do processo.
§ 3º A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando
houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.
ATENÇÃO
Pela redação do artigo 1.015, inciso I, do Novo CPC, caberá o recurso de Agravo de Instru-
mento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre as tutelas provisórias.
Fonte: http://jornalismob.com/2014/03/07/grupo-rbs-e-condenado-por-da-
nos-morais-causados-a-adolescente/ Acesso em: 30 abr 2015.
capítulo 2 • 25
A redação do artigo 302, do Novo CPC, deixa clara a responsabilização do
beneficiado pelo deferimento da tutela de urgência quando a efetivação des-
sa causar prejuízo à parte adversa. Elucida a redação do artigo ao afirmar que,
independentemente da reparação por dano processual, a parte responde pelo
prejuízo que a efetivação da tutela de urgência causar à parte adversa, se a sen-
tença lhe for desfavorável; ou ainda, obtida liminarmente a tutela em caráter
antecedente, não fornecer os meios necessários para a citação do requerido no
prazo de 5 dias; ou quando, ocorrer a cessação da eficácia da medida em qual-
quer hipótese legal e, no caso do juiz acolher a alegação de decadência ou pres-
crição da pretensão do autor.
Tendo o beneficiário o dever de indenizar essa será liquidada nos autos
em que a medida tiver sido concedida, sempre que possível, segundo determi-
na o parágrafo único, do artigo 302 do Novo CPC.
26 • capítulo 2
3
Tutela Provisória de
Urgência Cautelar
3.1 Procedimento
Conforme determina a redação do artigo 305, do Novo CPC, a petição inicial
da ação que visa à prestação de tutela cautelar, em caráter antecedente, indi-
cará a lide e seu fundamento, a exposição sumária do direito que se objetiva
assegurar e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. O réu
será citado para, no prazo de 5 dias, contestar o pedido e indicar as provas que
pretende produzir, artigo 306, caput, do Novo CPC, e, não sendo contestado o
pedido, os fatos alegados pelo autor presumir-se-ão aceitos pelo réu como ocor-
ridos, caso em que o juiz decidirá dentro de 5 dias, artigo 307, caput do Novo
CPC. Agora, contestado o pedido no prazo legal, observar-se-á o procedimento
comum, parágrafo único, do artigo 307, do Novo CPC.
Art. 305. A petição inicial da ação que visa à prestação de tutela cautelar, em
caráter antecedente, indicará a lide e seu fundamento, a exposição sumária
do direito que se objetiva assegurar e o perigo de dano ou o risco ao resultado
útil do processo.
Parágrafo único. Caso entenda que o pedido a que se refere o caput tem
natureza antecipada, o juiz observará o disposto no art. 303.
Art. 306. O réu será citado para, no prazo de 5 (cinco) dias, contestar o pedi-
do e indicar as provas que pretende produzir.
Art. 307. Não sendo contestado o pedido, os fatos alegados pelo autor pre-
sumir-se-ão aceitos pelo réu como ocorridos, caso em que o juiz decidirá
dentro de 5 (cinco) dias.
Parágrafo único. Contestado o pedido no prazo legal, observar-se-á o proce-
dimento comum.
ATENÇÃO
Sobre o procedimento comum, é bom destacar que esse se aplica a todas as causas, salvo
disposição em contrário desse Código ou de lei. Ainda será aplicado subsidiariamente aos
demais procedimentos especiais e ao processo de execução.
28 • capítulo 3
Art. 318. Aplica-se a todas as causas o procedimento comum, salvo disposi-
ção em contrário deste Código ou de lei.
Parágrafo único. O procedimento comum aplica-se subsidiariamente aos de-
mais procedimentos especiais e ao processo de execução.
Art. 299. A tutela provisória será requerida ao juízo da causa e, quando ante-
cedente, ao juízo competente para conhecer do pedido principal.
Parágrafo único. Ressalvada disposição especial, na ação de competência
originária de tribunal e nos recursos a tutela provisória será requerida ao ór-
gão jurisdicional competente para apreciar o mérito.
Uma vez efetivada a tutela cautelar, artigo 308, caput, do Novo CPC, o pe-
dido principal terá que ser formulado pelo legitimado ativo (autor), no prazo
de 30 dias, devendo ser apresentado nos mesmos autos em que foi elaborado
o pedido da tutela de urgência cautelar, não dependendo do adiantamento de
novas custas processuais.
O artigo 308, § 1º, do Novo CPC, admite que o pedido principal pode ser
formulado conjuntamente com o pedido de tutela cautelar e, a causa de pedir
poderá ser aditada no momento de formulação do pedido principal (§ 2º, artigo
308 do CPC).
Art. 308. Efetivada a tutela cautelar, o pedido principal terá de ser formulado
pelo autor no prazo de 30 (trinta) dias, caso em que será apresentado nos
mesmos autos em que deduzido o pedido de tutela cautelar, não dependendo
do adiantamento de novas custas processuais.
§ 1o O pedido principal pode ser formulado conjuntamente com o pedido de
tutela cautelar.
§ 2o A causa de pedir poderá ser aditada no momento de formulação do
pedido principal.
capítulo 3 • 29
Apresentado o pedido principal, as partes serão intimadas para a audiência
de conciliação ou de mediação, na forma do artigo 334, do Novo CPC, isto é, o
juiz designará a audiência com antecedência mínima de 30 dias, devendo ser
citado o réu com pelo menos 20 dias de antecedência, por seus advogados ou
pessoalmente, sem necessidade de nova citação do réu, artigo 308, § 3º do CPC.
Art. 308. Efetivada a tutela cautelar, o pedido principal terá de ser formulado
pelo autor no prazo de 30 dias, caso em que será apresentado nos mes-
mos autos em que deduzido o pedido de tutela cautelar, não dependendo do
adiantamento de novas custas processuais.
§ 3o Apresentado o pedido principal, as partes serão intimadas para a audiên-
cia de conciliação ou de mediação, na forma do art. 334, por seus advogados
ou pessoalmente, sem necessidade de nova citação do réu.
Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o
caso de improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de con-
ciliação ou de mediação com antecedência mínima de 30 dias, devendo ser
citado o réu com pelo menos 20 dias de antecedência.
Art. 308. Efetivada a tutela cautelar, o pedido principal terá de ser formulado
pelo autor no prazo de 30 (trinta) dias, caso em que será apresentado nos
mesmos autos em que deduzido o pedido de tutela cautelar, não dependendo
do adiantamento de novas custas processuais.
§ 4o Não havendo autocomposição, o prazo para contestação será contado
na forma do art. 335.
30 • capítulo 3
I – da audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão de conci-
liação, quando qualquer parte não comparecer ou, comparecendo, não houver
autocomposição;
II – do protocolo do pedido de cancelamento da audiência de conciliação ou
de mediação apresentado pelo réu, quando ocorrer a hipótese do art. 334, §
4o, inciso I;
III – prevista no art. 231, de acordo com o modo como foi feita a citação, nos
demais casos.
É oportuno lembrar que, pela regra descrita, no artigo 300, do Novo CPC, a
tutela de urgência, tanto cautelar quanto antecipada, será concedida quando
houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano
ou o risco ao resultado útil do processo. Para a concessão de cada uma delas
(tutela cautelar ou tutela antecipada), o juiz poderá exigir caução real ou fide-
jussória para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer.
Cabe esclarecer que a caução poderá ser dispensada se a parte economica-
mente hipossuficiente não puder oferecê-la.
Como já visto no item anterior, a tutela de urgência, seja ela cautelar ou an-
tecipada, pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia, artigo
300, § 2º do Novo CPC.
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resul-
tado útil do processo.
§ 1o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso,
exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra
parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte econo-
micamente hipossuficiente não puder oferecê-la.
§ 2o A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justifica-
ção prévia.
Caso o magistrado entenda (artigo 305, parágrafo único do Novo CPC) que
o pedido antecedente elaborado pelo legitimado ativo de tutela cautelar tem na
verdade natureza de tutela antecipada, ele observará o procedimento previsto
para essa espécie de tutela de urgência, conforme a redação do artigo 303, e
seus parágrafos do Novo CPC.
capítulo 3 • 31
Art. 305. A petição inicial da ação que visa à prestação de tutela cautelar em
caráter antecedente indicará a lide e seu fundamento, a exposição sumária
do direito que se objetiva assegurar e o perigo de dano ou o risco ao resultado
útil do processo.
Parágrafo único. Caso entenda que o pedido a que se refere o caput tem
natureza antecipada, o juiz observará o disposto no art. 303.
CURIOSIDADE
Procedimento previsto no artigo 303, do CPC, para a tutela de urgência antecipada: Nos
casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a petição inicial pode
limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela final, com a
exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de dano ou do risco ao resulta-
do útil do processo. Concedida a tutela antecipada, o autor deverá aditar a petição inicial, com
a complementação de sua argumentação, a juntada de novos documentos e a confirmação
do pedido de tutela final, em 15 dias ou em outro prazo maior que o juiz fixar. Caso o ma-
gistrado entenda que não há elementos para a concessão de tutela antecipada, determinará
a emenda da petição inicial em até 5 dias, sob pena de ser indeferida e de o processo ser
extinto sem resolução de mérito, §1o e § 6o, do artigo 303, do CPC.
32 • capítulo 3
cipada, o órgão jurisdicional determinará a emenda da petição inicial em até
5 (cinco) dias, sob pena de ser indeferida e de o processo ser extinto sem
resolução de mérito.
Art. 301. A tutela de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada me-
diante arresto, sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto contra
alienação de bem e qualquer outra medida idônea para asseguração do di-
reito.
capítulo 3 • 33
Art. 310. O indeferimento da tutela cautelar não obsta a que a parte formule o
pedido principal, nem influi no julgamento desse, salvo se o motivo do indefe-
rimento for o reconhecimento de decadência ou de prescrição.
Art. 305. A petição inicial da ação que visa à prestação de tutela cautelar em
caráter antecedente indicará a lide e seu fundamento, a exposição sumária
do direito que se objetiva assegurar e o perigo de dano ou o risco ao resultado
útil do processo.
Parágrafo único. Caso entenda que o pedido a que se refere o caput tem
natureza antecipada, o juiz observará o disposto no art. 303.
34 • capítulo 3
Art. 306. O réu será citado para, no prazo de 5 (cinco) dias, contestar o pedi-
do e indicar as provas que pretende produzir.
Art. 307. Não sendo contestado o pedido, os fatos alegados pelo autor pre-
sumir-se-ão aceitos pelo réu como ocorridos, caso em que o juiz decidirá
dentro de 5 (cinco) dias.
Parágrafo único. Contestado o pedido no prazo legal, observar-se-á o proce-
dimento comum.
Uma vez efetivada a tutela cautelar, o pedido principal terá de ser formu-
lado pelo autor no prazo de 30 dias, caso em que será apresentado nos mes-
mos autos em que deduzido o pedido de tutela cautelar, não dependendo do
adiantamento de novas custas processuais. Importante ressaltar que o pedido
principal pode ser formulado conjuntamente com o pedido de tutela cautelar,
e a causa de pedir poderá ser aditada no momento de formulação do pedido
principal, artigo 308, caput e § 1º e § 2º do CPC.
Art. 308. Efetivada a tutela cautelar, o pedido principal terá de ser formulado
pelo autor no prazo de 30 (trinta) dias, caso em que será apresentado nos
mesmos autos em que deduzido o pedido de tutela cautelar, não dependendo
do adiantamento de novas custas processuais.
§ 1o O pedido principal pode ser formulado conjuntamente com o pedido de
tutela cautelar.
§ 2o A causa de pedir poderá ser aditada no momento de formulação do
pedido principal.
Art. 308. Efetivada a tutela cautelar, o pedido principal terá de ser formulado
pelo autor no prazo de 30 (trinta) dias, caso em que será apresentado nos
mesmos autos em que deduzido o pedido de tutela cautelar, não dependendo
do adiantamento de novas custas processuais.
§ 3o Apresentado o pedido principal, as partes serão intimadas para a audiên-
cia de conciliação ou de mediação, na forma do art. 334, por seus advogados
ou pessoalmente, sem necessidade de nova citação do réu.
§ 4o Não havendo autocomposição, o prazo para contestação será contado
na forma do art. 335.
capítulo 3 • 35
ATENÇÃO
Cessa a eficácia da tutela cautelar concedida em caráter antecedente, se o autor não deduzir
o pedido principal no prazo legal ou não for efetivada dentro de 30 dias ou ainda, o juiz julgar
improcedente o pedido principal formulado pelo autor ou extinguir o processo sem resolução
de mérito. Se por qualquer um desses motivos cessar a eficácia da tutela de urgência de
natureza cautelar, é vedado à parte renovar o pedido, salvo sob novo fundamento, artigo 309
do CPC.
ATENÇÃO
O indeferimento da tutela cautelar não obsta a que a parte formule o pedido principal, nem
influi no julgamento desse, salvo se o motivo do indeferimento for o reconhecimento de de-
cadência ou de prescrição, artigo 310 do CPC.
36 • capítulo 3
liado..., residente (endereço completo), vem por seu advogado, com endereço
profissional na..., bairro..., cidade..., Estado..., que indica para os fins do artigo
106, inciso I do CPC, com fundamento no artigo 305 e seguintes do CPC, propor:
(espaço de uma linha)
DA LIDE
DOS FUNDAMENTOS
(espaço de uma linha)
DOS PEDIDOS
(espaço de uma linha)
capítulo 3 • 37
b) Citação do réu para contestar a demanda no prazo de 5 dias.
c) Condenação do réu aos ônus da sucumbência
DAS PROVAS
Requer a produção de provas, conforme artigo 369 do CPC, especialmente
documental.
(espaço de uma linha)
DO VALOR DA CAUSA
Dá-se à causa o valor de R$... (valor por extenso)
(espaço de duas linhas)
Espera deferimento.
(espaço de uma linha)
Local e data.
(espaço de 2 linhas)
38 • capítulo 3
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA DE
FAMÍLIA ....
DA LIDE
DOS FUNDAMENTOS
O caso em tela tem amparo legal no artigo Art 2º, inciso IV da Lei
6.515/77, que dispõe que a sociedade conjugal termina com o divórcio e ain-
capítulo 3 • 39
da o artigo 24 da citada lei que estabelece que o divórcio põe termo ao casa-
mento e aos efeitos civis do matrimônio religioso.
O Código Civil, em seu artigo 1.658 ainda disciplina que o regime de
comunhão parcial, comunicam-se os bens que sobrevierem ao casal, na
constância do casamento, sendo assim, a autora é meeira de todos os bens
adquiridos na constância do matrimônio.
DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer:
a) Que seja concedida liminarmente a tutela cautelar para o arrolamen-
to de todo o patrimônio adquirido pela autora e o réu.
b) Citação do réu para, no prazo de 5 dias, contestar o pedido da autora.
c) Intimação do Ministério Público.
d) Condenação do réu aos ônus da sucumbência
DAS PROVAS
Requer a produção de provas, conforme artigo 369 do CPC, especial-
mente documental.
40 • capítulo 3
DO VALOR DA CAUSA
Dá-se à causa o valor de R$ .... (valor do patrimônio a partilhar)
Espera deferimento.
Local e data.
Advogado
OAB/UF n.º...
capítulo 3 • 41
42 • capítulo 3
4
Execução
4.1 Cumprimento de sentença
Com o fito de gerar efetividade e celeridade na prestação jurisdicional, o cum-
primento de sentença adotou a forma de processo sincrético. Sincretismo sig-
nifica a fusão de dois ou mais elementos antagônicos em um único elemento.
Assim, a expressão processo sincrético vem como sinônimo de celeridade. No
que tange ao Processo Civil significa dizer que tanto a fase de cognição quan-
to a fase de execução se realizam em um mesmo processo para que ocorra a
rápida e efetiva solução da lide.
Segundo a lei de ritos, artigo 515, do Novo CPC, são títulos executivos judi-
ciais: as decisões proferidas, no processo civil, que reconheçam a exigibilidade
de obrigação de pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa; a
decisão homologatória de autocomposição judicial; a decisão homologatória
de autocomposição extrajudicial de qualquer natureza; o formal e a certidão
de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante, aos herdeiros e aos
sucessores a título singular ou universal; o crédito de auxiliar da justiça, quan-
do as custas, emolumentos ou honorários tiverem sido aprovados por decisão
judicial; a sentença penal condenatória transitada em julgado; a sentença ar-
bitral; a sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça; a
decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur à carta roga-
tória pelo Superior Tribunal de Justiça.
Nas hipóteses da sentença penal condenatória transitada em julgado e da
decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur à carta roga-
tória pelo Superior Tribunal de Justiça, o devedor será citado no juízo cível para
o cumprimento da sentença ou para a liquidação no prazo de 15 dias.
Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de acor-
do com os artigos previstos neste Título:
I – as decisões proferidas no processo civil que reconheçam a exigibilidade
de obrigação de pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa;
II – a decisão homologatória de autocomposição judicial;
III – a decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de qualquer
natureza;
IV – o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventa-
riante, aos herdeiros e aos sucessores a título singular ou universal;
V – o crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, emolumentos ou hono-
44 • capítulo 4
rários tiverem sido aprovados por decisão judicial;
VI – a sentença penal condenatória transitada em julgado;
VII – a sentença arbitral;
VIII – a sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça;
IX – a decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur à
carta rogatória pelo Superior Tribunal de Justiça;
§ 1o Nos casos dos incisos VI a IX, o devedor será citado no juízo cível para o
cumprimento da sentença ou para a liquidação no prazo de 15 (quinze) dias.
capítulo 4 • 45
CURIOSIDADE
Artigo 519 do Novo CPC: “Aplicam-se as disposições relativas ao cumprimento da sentença,
provisório ou definitivo, e à liquidação, no que couber, às decisões que concederem tutela
provisória.”
ATENÇÃO
O caput do artigo 513, do Novo CPC, consagra a regra de aplicação subsidiária do processo
de execução descrito no Livro II da Parte Especial do Código.
Ainda sob a égide desse artigo (art. 513 do CPC), o § 1o elucida que o cumprimento da
sentença que reconhece o dever de pagar quantia certa, seja provisório ou definitivo, depen-
derá do requerimento do exequente.
46 • capítulo 4
CURIOSIDADE
O STJ sumulou sobre os honorários advocatícios na fase de cumprimento de sentença. Sú-
mula 517: “São devidos honorários advocatícios no cumprimento de sentença, haja ou não
impugnação, depois de escoado o prazo para pagamento voluntário, que se inicia após a
intimação do advogado da parte executada.”
capítulo 4 • 47
monetária adotado; os juros aplicados e as respectivas taxas; o termo inicial e
o termo final dos juros e da correção monetária utilizados; a periodicidade da
capitalização dos juros, se for o caso; especificação dos eventuais descontos
obrigatórios realizados; a indicação dos bens passíveis de penhora, sempre que
possível (artigo 524, e incisos do CPC).
CURIOSIDADE
O demonstrativo discriminado e atualizado do crédito do exequente, disciplinado no artigo
524, caput do Novo CPC, trata-se de exigência formal do cumprimento de sentença por
quantia certa.
Art. 524. O requerimento previsto, no art. 523, será instruído com demonstra-
tivo discriminado e atualizado do crédito, devendo a petição conter:
I - o nome completo, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas
ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica do exequente e do executado,
observado o disposto no art. 319, §§ 1o a 3o;
II - o índice de correção monetária adotado;
III - os juros aplicados e as respectivas taxas;
IV - o termo inicial e o termo final dos juros e da correção monetária utilizados;
V - a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso;
VI - especificação dos eventuais descontos obrigatórios realizados;
VII - indicação dos bens passíveis de penhora, sempre que possível.
§ 1o Quando o valor apontado, no demonstrativo, aparentemente exceder os
limites da condenação, a execução será iniciada pelo valor pretendido, mas a
penhora terá por base a importância que o juiz entender adequada.
§ 2o Para a verificação dos cálculos, o juiz poderá valer-se de contabilista do
juízo, que terá o prazo máximo de 30 (trinta) dias para efetuá-la, exceto se
outro lhe for determinado.
48 • capítulo 4
CURIOSIDADE
O Novo CPC faz previsão “a aplicação de medidas de execução indireta, por meio do qual
se busca o cumprimento voluntário da obrigação pelo devedor, utilizando-se de meios de
pressão para que assim ocorra.
Nesse sentido, o art. 517 dispõe que a decisão judicial transitada em julgado pode ser
levada a protesto, nos termos da lei, depois de transcorrido o prazo para pagamento voluntá-
rio (previsto no art. 523 do CPC).
Para efetivar o protesto, incumbe ao exequente apresentar certidão de teor da decisão.”
(GARCIA. 2015).
Art. 517. A decisão judicial transitada em julgado poderá ser levada a protes-
to, nos termos da lei, depois de transcorrido o prazo para pagamento voluntá-
rio previsto no art. 523.
§ 1o Para efetivar o protesto, incumbe ao exequente apresentar certidão de
teor da decisão.
(espaço de 5 linhas)
capítulo 4 • 49
(espaço de uma linha)
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA
(espaço de uma linha)
pelas razões a seguir expostas:
(espaço de duas linhas)
O exequente propôs ação de... em face do executado para...
Com o transito em julgado da sentença proferida pelo MM. Juiz de Direito
da..., que determinou que o executado..., este não cumpriu o determinado...
(narrar o que está levando o exequente ao cumprimento da sentença)
Conforme demonstrativo discriminado e atualizado do crédito, em ane-
xo, foi utilizado para cálculo do quantum devido o índice de correção mo-
netária..., os juros... e respectivas taxas, a contar como termo inicial o dia...,
mês..., ano... e o termo final o dia..., mês... e ano... (preencher na narrativa os
incisos do artigo 524 do CPC).
(espaço de uma linha)
DO PEDIDO
(espaço de uma linha)
Diante do exposto, requer:
1) Que seja o executado intimado para pagar ao exequente a quantia de
R$... (determinar), no prazo de 15 dias, sob pena de multa de 10% sobre o va-
lor devido e ainda honorários de advogado de 10%.
2) Não havendo o pagamento, que seja expedido mandado de penhora
e avaliação dos bens...
(espaço de duas linhas)
Espera deferimento.
(espaço de uma linha)
Local e data.
(espaço de 2 linhas)
50 • capítulo 4
Caso concreto – Cumprimento de sentença
Processo n....
CUMPRIMENTO DE SENTENÇA
capítulo 4 • 51
DO PEDIDO
Diante do exposto, requer:
1) Que seja a executada intimada para pagar ao exequente a quantia de
R$... (determinar), no prazo de 15 dias, sob pena de multa de 10% sobre o va-
lor devido e ainda honorários de advogado de 10%.
2) Não havendo o pagamento, que seja expedido mandado de penhora
e avaliação dos seguintes bens da exequente... (determinar).
Espera deferimento.
Local e data.
Advogado
OAB/UF n....
52 • capítulo 4
Art. 525. Transcorrido o prazo previsto, no art. 523, sem o pagamento volun-
tário, inicia-se o prazo de 15 (quinze) dias para que o executado, independen-
temente de penhora ou nova intimação, apresente, nos próprios autos, sua
impugnação.
§ 1o Na impugnação, o executado poderá alegar:
I - falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o processo cor-
reu à revelia;
II - ilegitimidade de parte;
III - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação;
IV - penhora incorreta ou avaliação errônea;
V - excesso de execução ou cumulação indevida de execuções;
VI - incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução;
VII - qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento,
novação, compensação, transação ou prescrição, desde que supervenientes
à sentença.
Art. 525. Transcorrido o prazo previsto, no art. 523, sem o pagamento volun-
tário, inicia-se o prazo de 15 (quinze) dias para que o executado, independen-
temente de penhora ou nova intimação, apresente, nos próprios autos, sua
impugnação.
[...]
§ 4o Quando o executado alegar que o exequente, em excesso de execução,
pleiteia quantia superior à resultante da sentença, cumprir-lhe-á declarar de
capítulo 4 • 53
imediato o valor que entende correto, apresentando demonstrativo discrimi-
nado e atualizado de seu cálculo.
§ 5o Na hipótese do § 4o, não apontado o valor correto ou não apresentado
o demonstrativo, a impugnação será liminarmente rejeitada, se o excesso de
execução for o seu único fundamento, ou, se houver outro, a impugnação será
processada, mas o juiz não examinará a alegação de excesso de execução.
Art. 525. Transcorrido o prazo previsto, no art. 523, sem o pagamento volun-
tário, inicia-se o prazo de 15 (quinze) dias para que o executado, independen-
temente de penhora ou nova intimação, apresente, nos próprios autos, sua
impugnação.
[...]
§ 6o A apresentação de impugnação não impede a prática dos atos executi-
vos, inclusive os de expropriação, podendo o juiz, a requerimento do executa-
do e desde que garantido o juízo com penhora, caução ou depósito suficien-
tes, atribuir-lhe efeito suspensivo, se seus fundamentos forem relevantes e se
o prosseguimento da execução for manifestamente suscetível de causar ao
executado grave dano de difícil ou incerta reparação.
§ 7o A concessão de efeito suspensivo a que se refere o § 6º não impedirá a
efetivação dos atos de substituição, de reforço ou de redução da penhora e
de avaliação dos bens
§ 8o Quando o efeito suspensivo atribuído à impugnação disser respeito ape-
nas a parte do objeto da execução, esta prosseguirá quanto à parte restante.
54 • capítulo 4
ATENÇÃO
Cabe esclarecer, artigo 525, § 9o do CPC, que quando há pluralidade de executados e um de-
les oferece a impugnação com pedido de efeito suspensivo e deferido pelo juiz, a execução
não será suspensa contra os que não impugnaram, quando o respectivo fundamento disser
respeito exclusivamente ao impugnante.
Art. 525. Transcorrido o prazo previsto, no art. 523, sem o pagamento volun-
tário, inicia-se o prazo de 15 (quinze) dias para que o executado, independen-
temente de penhora ou nova intimação, apresente, nos próprios autos, sua
impugnação.
[...]
§ 9o A concessão de efeito suspensivo à impugnação deduzida por um dos
executados não suspenderá a execução contra os que não impugnaram,
quando o respectivo fundamento disser respeito exclusivamente ao impug-
nante.
Art. 525. Transcorrido o prazo previsto no art. 523 sem o pagamento volun-
tário, inicia-se o prazo de 15 (quinze) dias para que o executado, independen-
temente de penhora ou nova intimação, apresente, nos próprios autos, sua
impugnação.
[...]
§ 10o Ainda que atribuído efeito suspensivo à impugnação, é lícito ao exe-
quente requerer o prosseguimento da execução, oferecendo e prestando, nos
próprios autos, caução suficiente e idônea a ser arbitrada pelo juiz.
capítulo 4 • 55
CURIOSIDADE
O novo CPC faz previsão expressa no caput do artigo 526 que, “é lícito ao réu, antes de ser
intimado para o cumprimento da sentença, comparecer em juízo e oferecer em pagamento o
valor que entender devido, apresentando memória discriminada do cálculo.”
Quando isso ocorre, na forma do § 1o, do artigo 526, do CPC, “o autor será ouvido no
prazo de 5 dias, podendo impugnar o valor depositado, sem prejuízo do levantamento do
depósito a título de parcela incontroversa.”
Concluindo o juiz pela insuficiência do depósito do executado, sobre a diferença dos
valores será incidido multa de 10% e honorários advocatícios, também fixados em 10%,
seguindo-se a execução com penhora e atos subsequentes.
Art. 526. É lícito ao réu, antes de ser intimado para o cumprimento da sen-
tença, comparecer em juízo e oferecer em pagamento o valor que entender
devido, apresentando memória discriminada do cálculo.
§ 1o O autor será ouvido no prazo de 5 (cinco) dias, podendo impugnar o va-
lor depositado, sem prejuízo do levantamento do depósito a título de parcela
incontroversa.
§ 2o Concluindo o juiz pela insuficiência do depósito, sobre a diferença inci-
dirão multa de dez por cento e honorários advocatícios, também fixados em
dez por cento, seguindo-se a execução com penhora e atos subsequentes.
§ 3o Se o autor não se opuser, o juiz declarará satisfeita a obrigação e extin-
guirá o processo.
CURIOSIDADE
Outra curiosidade importante para se destacar é sobre a cobrança de honorários de advoga-
do na impugnação. Sobre o tema a Súmula 519 do STJ dispõe: “Na hipótese de rejeição da
impugnação ao cumprimento de sentença, não são cabíveis honorários advocatícios.”
56 • capítulo 4
Esqueleto de peça prático profissional
(espaço de 5 linhas)
Processo n...
(espaço de 5 linhas)
IMPUGNAÇÃO
capítulo 4 • 57
DO PEDIDO
PROVAS
Requer prova documental.
Espera deferimento.
Local e data.
(espaço de 2 linhas)
58 • capítulo 4
cumpriu a obrigação. Mario então deu início à fase de cumprimento de senten-
ça. Ocorre que Mário está cobrando a dívida de Janete à Janice Cunha, irmã da
devedora. Diante do narrado, Janice procura você, advogado, para elaborar a
peça processual cabível a defesa dos seus interesses.
Processo n...
JANICE CUNHA, já qualificada, vem por seu advogado, com base no artigo
525 e seguintes do CPC, oferecer:
IMPUGNAÇÃO
DO EFEITO SUSPENSIVO
DA ILEGITIMIDADE DE PARTE
capítulo 4 • 59
DO PEDIDO
PROVAS
Espera deferimento.
Local e data.
Advogado
OAB/UF n...
60 • capítulo 4
§ 1o A execução dos alimentos provisórios, bem como a dos alimentos fi-
xados em sentença ainda não transitada em julgado, se processa em autos
apartados.
§ 2o O cumprimento definitivo da obrigação de prestar alimentos será proces-
sado nos mesmos autos em que tenha sido proferida a sentença.
Art. 517. A decisão judicial transitada em julgado poderá ser levada a protes-
to, nos termos da lei, depois de transcorrido o prazo para pagamento voluntá-
rio previsto no art. 523.
§ 1o Para efetivar o protesto, incumbe ao exequente apresentar certidão de
teor da decisão.
§ 2o A certidão de teor da decisão deverá ser fornecida no prazo de 3 (três)
dias e indicará o nome e a qualificação do exequente e do executado, o nú-
mero do processo, o valor da dívida e a data de decurso do prazo para paga-
mento voluntário.
§ 3o O executado que tiver proposto ação rescisória para impugnar a decisão
exequenda pode requerer, a suas expensas e sob sua responsabilidade, a
anotação da propositura da ação à margem do título protestado.
§ 4o A requerimento do executado, o protesto será cancelado por determina-
ção do juiz, mediante ofício a ser expedido ao cartório, no prazo de 3 (três)
dias, contado da data de protocolo do requerimento, desde que comprovada
a satisfação integral da obrigação.
capítulo 4 • 61
Caso o executado não venha a pagar os alimentos devidos ao exequente ou
se a justificativa apresentada por aquele não for aceita pelo magistrado, esse
além de mandar protestar o pronunciamento judicial, decretará a prisão do
executado pelo prazo de 1 a 3 meses, § 3°, do artigo 528 do CPC.
A prisão do devedor de alimentos será cumprida em regime fechado, de-
vendo ficar separado dos presos comuns. O cumprimento da pena não exime o
pagamento das prestações vencidas e vincendas, uma vez paga a prestação ali-
mentícia, o juiz suspenderá o cumprimento da ordem de prisão, tudo de acor-
do com os § § 4º, 5º e 6º, do artigo 528 do CPC.
ATENÇÃO
Sobre a prisão do devedor de alimentos, a Súmula 309, do STJ disciplina que: “o débito
alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que compreende as três prestações
anteriores ao ajuizamento da execução e as que vencerem no curso do processo”.
62 • capítulo 4
O § 7º, do artigo 528, do CPC afirma que o débito alimentar que autoriza a
prisão civil do alimentante é o que compreende até as 3 prestações anteriores
ao ajuizamento da execução e as que se vencerem no curso do processo. Diante
da Súmula 309, do STJ, descrita acima, esse parágrafo (§ 7º, do artigo 528 do
CPC), não vem a ser uma novidade.
capítulo 4 • 63
§ 8o O exequente pode optar por promover o cumprimento da sentença ou
decisão desde logo, nos termos do disposto neste Livro, Título II, Capítulo III,
caso em que não será admissível a prisão do executado, e, recaindo a penho-
ra em dinheiro, a concessão de efeito suspensivo à impugnação não obsta a
que o exequente levante mensalmente a importância da prestação.
§ 9o Além das opções previstas no art. 516, parágrafo único, o exequente
pode promover o cumprimento da sentença ou decisão que condena ao pa-
gamento de prestação alimentícia no juízo de seu domicílio.
CURIOSIDADE
O artigo 529, caput do CPC, prevê a possibilidade do exequente requerer o desconto em
folha de pagamento do executado, no valor da verba alimentícia, quando for funcionário pú-
blico, militar, diretor ou gerente de empresa ou empregado sujeito à legislação do trabalho.
Art. 529. Quando o executado for funcionário público, militar, diretor ou ge-
rente de empresa ou empregado sujeito à legislação do trabalho, o exequente
poderá requerer o desconto em folha de pagamento da importância da pres-
tação alimentícia.
Art. 530. Não cumprida a obrigação, observar-se-á o disposto nos arts. 831
e seguintes.
Art. 831. A penhora deverá recair sobre tantos bens quantos bastem para
o pagamento do principal atualizado, dos juros, das custas e dos honorários
advocatícios.
Raquel Soares de Souza, menor impúbere, representada por sua mãe, Maria de
Lourdes Soares, residente na cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, propôs
64 • capítulo 4
ação de alimentos em face de seu pai, Manoel de Souza. Manoel foi condenado
a pagar alimentos no valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais mensais) a sua filha.
Após a sentença, não foi interposto recurso. Ocorre que Manoel está inadim-
plente há 2 meses com sua obrigação alimentar, o que levou a mãe de Raquel,
Maria de Lourdes, a procurar, você, advogado, para elaborar a medida judicial
cabível aos interesses da criança. Elabore a peça cabível na defesa dos interes-
ses de Raquel.
Processo n...
DOS FATOS
capítulo 4 • 65
Ocorre que o executado está inadimplente há 2 (dois) meses com sua obri-
gação alimentar perante a exequente, o que faz caber a presente.
DOS FUNDAMENTOS
Cabe no caso concreto, conforme artigo 528, § 3°, do CPC, e Súmula 309,
do STJ, a presente demanda uma vez que o executado está devendo à exe-
quente 2 (dois) meses de prestação alimentar, totalizando o montante de R$
4.000,00 (quatro mil reais).
DOS PEDIDOS
DAS PROVAS
Espera deferimento.
Local e data.
Advogado
OAB/UF n...
66 • capítulo 4
Art. 783. A execução para cobrança de crédito fundar-se-á sempre em título
de obrigação certa, líquida e exigível.
capítulo 4 • 67
VIII - o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imó-
vel, bem como de encargos acessórios, tais como taxas e despesas de con-
domínio;
IX - a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos na
forma da lei;
X - o crédito referente às contribuições ordinárias ou extraordinárias de con-
domínio edilício, previstas na respectiva convenção ou aprovadas em assem-
bleia geral, desde que documentalmente comprovadas;
XI - a certidão expedida por serventia notarial ou de registro relativa a valores
de emolumentos e demais despesas devidas pelos atos por ela praticados,
fixados nas tabelas estabelecidas em lei;
XII - todos os demais títulos aos quais, por disposição expressa, a lei atribuir
força executiva.
ATENÇÃO
“A existência de título executivo extrajudicial não impede a parte de optar pelo processo de
conhecimento, a fim de obter título executivo judicial”, artigo 785 do CPC.
Art. 778. Pode promover a execução forçada o credor a quem a lei confere
título executivo.
§ 1º Podem promover a execução forçada ou nela prosseguir, em sucessão
ao exequente originário:
I - o Ministério Público, nos casos previstos em lei;
68 • capítulo 4
II - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do credor, sempre que, por morte
deste, lhes for transmitido o direito resultante do título executivo;
III - o cessionário, quando o direito resultante do título executivo lhe for trans-
ferido por ato entre vivos;
IV - o sub-rogado, nos casos de sub-rogação legal ou convencional.
§ 2o A sucessão prevista no § 1o independe de consentimento do executado.
ATENÇÃO
Segundo a regra contida no artigo 780, do CPC, “o exequente pode cumular várias execu-
ções, ainda que fundadas em títulos diferentes, quando o executado for o mesmo e desde
que para todas elas seja competente o mesmo juízo e idêntico o procedimento.”
capítulo 4 • 69
a ela sujeitos; tendo mais de um domicílio, o executado poderá ser demanda-
do no foro de qualquer deles; sendo incerto ou desconhecido o domicílio do
executado, a execução poderá ser proposta no lugar onde for encontrado ou no
foro de domicílio do exequente; havendo mais de um devedor, com diferentes
domicílios, a execução será proposta no foro de qualquer deles, à escolha do
exequente; a execução poderá ser proposta no foro do lugar em que se praticou
o ato ou em que ocorreu o fato que deu origem ao título, mesmo que nele não
mais resida o executado.
CURIOSIDADE
O artigo 782, § 3°, do CPC estabelece a regra que a requerimento do exequente, o juiz
pode determinar a inclusão do nome do executado em cadastros de inadimplentes.
Art. 782. Não dispondo a lei de modo diverso, o juiz determinará os atos
executivos, e o oficial de justiça os cumprirá.
§ 3o A requerimento da parte, o juiz pode determinar a inclusão do nome do
executado em cadastros de inadimplentes.
70 • capítulo 4
Quanto à exigibilidade da obrigação, a execução pode ser instaurada caso
o devedor não satisfaça obrigação certa, líquida e exigível consubstanciada em
título executivo. A necessidade de simples operações aritméticas para apurar
o crédito do exequente não retira a liquidez da obrigação constante do título,
artigo 786 e parágrafo único do CPC.
Art. 786. A execução pode ser instaurada caso o devedor não satisfaça a
obrigação certa, líquida e exigível consubstanciada em título executivo.
Parágrafo único. A necessidade de simples operações aritméticas para apu-
rar o crédito exequendo não retira a liquidez da obrigação constante do título.
Art. 789. O devedor responde com todos os seus bens presentes e futuros
para o cumprimento de suas obrigações, salvo as restrições estabelecidas
em lei.
capítulo 4 • 71
VI - cuja alienação ou gravação com ônus real tenha sido anulada em razão do
reconhecimento, em ação autônoma, de fraude contra credores;
VII - do responsável, nos casos de desconsideração da personalidade jurídica.
CURIOSIDADE
O fiador, quando executado, tem o direito de exigir que primeiro sejam executados os bens
do devedor situados na mesma comarca, livres e desembargados, indicando-os pormenori-
zadamente à penhora. Contudo, essa regra não se aplica quando o fiador houver renunciado
ao benefício de ordem.
Os bens do fiador ficarão sujeitos à execução se os do devedor, situados na mesma
comarca que os seus, forem insuficientes à satisfação do direito do credor. Se essa pagar a
dívida do devedor, poderá executar o afiançado nos autos do mesmo processo, tudo confor-
me disciplinado no artigo 794 do CPC.
Art. 794. O fiador, quando executado, tem o direito de exigir que primeiro
sejam executados os bens do devedor situados na mesma comarca, livres e
desembargados, indicando-os pormenorizadamente à penhora.
§ 1o Os bens do fiador ficarão sujeitos à execução se os do devedor, situados
na mesma comarca que os seus, forem insuficientes à satisfação do direito
do credor.
§ 2o O fiador que pagar a dívida poderá executar o afiançado nos autos do
mesmo processo.
§ 3o O disposto no caput não se aplica se o fiador houver renunciado ao
benefício de ordem.
72 • capítulo 4
exequente e do executado e seus números de inscrição no Cadastro de Pessoas
Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica; os bens suscetíveis de pe-
nhora, sempre que possível.
capítulo 4 • 73
Verificando o juiz, artigo 801, do Novo CPC, que a petição inicial está incom-
pleta ou que não está acompanhada dos documentos indispensáveis à propo-
situra da execução, determinará que o exequente a corrija, no prazo de 15 dias,
sob pena de indeferimento.
Art. 801. Verificando que a petição inicial está incompleta ou que não está
acompanhada dos documentos indispensáveis à propositura da execução, o
juiz determinará que o exequente a corrija, no prazo de 15 (quinze) dias, sob
pena de indeferimento.
ATENÇÃO
Na execução, o despacho do juiz que ordena a citação, interrompe a prescrição, ainda que
proferido por juízo incompetente. Essa interrupção retroagirá à data de propositura da ação
(artigo 802 e parágrafo único do CPC).
Art. 802. Na execução, o despacho que ordena a citação, desde que realiza-
da em observância ao disposto no § 2o, do art. 240, interrompe a prescrição,
ainda que proferido por juízo incompetente.
Parágrafo único. A interrupção da prescrição retroagirá à data de propositura
da ação.
ATENÇÃO
O procedimento comum aplica-se subsidiariamente aos demais procedimentos especiais e
ao processo de execução.
74 • capítulo 4
4.2.1 Títulos executivos extrajudiciais – Execução por quantia certa
Art. 824. A execução por quantia certa realiza-se pela expropriação de bens
do executado, ressalvadas as execuções especiais.
Art. 827. Ao despachar a inicial, o juiz fixará, de plano, os honorários advoca-
tícios de dez por cento, a serem pagos pelo executado.
§ 1o No caso de integral pagamento no prazo de 3 (três) dias, o valor dos
honorários advocatícios será reduzido pela metade.
capítulo 4 • 75
Como dispõe o artigo 829, do Novo CPC, “o executado será citado para pa-
gar a dívida no prazo de 3 dias, contado da citação”. No mandado de citação
constarão, também, a ordem de penhora e a avaliação, a ser feito pelo oficial de
justiça, caso seja verificada a ausência de pagamento dentro do prazo (3 dias),
lavrando-se auto, com intimação do executado.
Como já narrado, o objetivo da execução é a expropriação do patrimônio do
devedor, executado para pagamento da dívida ao credor, exequente, com isso, a
penhora deverá recair sobre tantos bens quantos bastem para o pagamento do
principal atualizado, dos juros, das custas e dos honorários advocatícios, artigo
831 do Novo CPC.
Art. 831. A penhora deverá recair sobre tantos bens quantos bastem para
o pagamento do principal atualizado, dos juros, das custas e dos honorários
advocatícios.
ATENÇÃO
Não estão sujeitos à execução os bens impenhoráveis ou inalienáveis, são eles: os bens
inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução; os móveis, os per-
tences e as utilidades domésticas que guarnecem a residência do executado, salvo os de
elevado valor ou os que ultrapassem as necessidades comuns correspondentes a um médio
padrão de vida; os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se
de elevado valor; os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os
proventos de aposentadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios, bem como as quantias
recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e de sua família,
os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal, ressalvado o § 2º;
os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros bens móveis
necessários ou úteis ao exercício da profissão do executado; o seguro de vida; os materiais
necessários para obras em andamento, salvo se forem penhoradas; a pequena propriedade
rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família; os recursos públicos recebi-
dos por instituições privadas para aplicação compulsória em educação, saúde ou assistência
social; a quantia depositada em caderneta de poupança, até o limite de 40 salários-mínimos;
os recursos públicos do fundo partidário recebidos por partido político, nos termos da lei; os
créditos oriundos de alienação de unidades imobiliárias, sob regime de incorporação imobili-
ária, vinculados à execução da obra.
76 • capítulo 4
Art. 832. Não estão sujeitos à execução os bens que a lei considera impe-
nhoráveis ou inalienáveis.
ATENÇÃO
“A impenhorabilidade não é oponível à execução de dívida relativa ao próprio bem, inclusive
àquela contraída para sua aquisição”, artigo 833, § 1° do CPC.
capítulo 4 • 77
ATENÇÃO
Os vencimentos, os subsídios, os soldos, os salários, as remunerações, os proventos de apo-
sentadoria, as pensões, os pecúlios e os montepios, bem como as quantias recebidas por
liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e de sua família, os ganhos
de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal e a quantia depositada em
caderneta de poupança, até o limite de 40 salários-mínimos não se aplicam às hipóteses de
penhora para pagamento de prestação alimentícia, independentemente de sua origem, bem
como às importâncias excedentes a 50 salários-mínimos mensais, § 2°, artigo 833 do CPC.
(espaço de 10 linhas)
78 • capítulo 4
AÇÃO DE EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA FUNDADA EM TÍTULO
EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL
(espaço de uma linha)
em face do EXECUTADO (NOME COMPLETO), nacionalidade, estado civil,
profissão, portadora do RG n.... e inscrita no CPF n...., endereço eletrônico,
domiciliado..., residente (endereço completo), pelos fatos e fundamentos a
seguir:
(espaço de duas linhas)
DOS FATOS
(espaço de uma linha)
DOS FUNDAMENTOS
(espaço de uma linha)
DOS PEDIDOS
(espaço de uma linha)
Diante do exposto, requer:
1) Citação do executado para pagar a dívida de R$..., no prazo de 3 dias, sob
pena de penhora.
2) Que seja fixado de plano os honorários de advogado em 10%, podendo
este ser elevado em até 20%, caso sejam rejeitados os embargos à execução
ou não opostos.
(espaço de uma linha)
DAS PROVAS
Segue em anexo, título executivo extrajudicial.
(espaço de uma linha)
DO VALOR DA CAUSA
Dá-se à causa o valor de R$... (valor por extenso)
Espera deferimento.
capítulo 4 • 79
(espaço de duas linhas)
Local e data.
(espaço de duas linhas)
80 • capítulo 4
AÇÃO DE EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA FUNDADA EM TÍTULO
EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL
em face da EMPRESA JOTA, CNPJ n...., com sede (endereço completo), pelos
fatos e fundamentos a seguir:
DOS FATOS
DOS FUNDAMENTOS
DOS PEDIDOS
capítulo 4 • 81
2) Que seja fixado de plano os honorários de advogado em 10% (dez por
cento), podendo este ser elevado em até 20% (vinte por cento), caso sejam
rejeitados os embargos à execução ou não opostos.
DAS PROVAS
Segue em anexo, título executivo extrajudicial.
DO VALOR DA CAUSA
Dá-se à causa o valor de R$100.000,00
Espera deferimento.
Local e data.
Advogado
OAB/UF n....
82 • capítulo 4
Os embargos, mantém a regra do CPC/1973 que, dispensa a penhora, a cau-
ção ou o depósito como condição de admissibilidade. Este possui prazo de 15
dias para ser oferecidos pelo executado. Havendo mais de um executado, o
prazo para cada um deles opor os embargos será contado a partir da juntada
do respectivo comprovante da citação, salvo no caso de cônjuges ou de compa-
nheiros, quando será contado a partir da juntada do último, artigo 915, caput e
§ 1° do Novo CPC.
Art. 915. Os embargos serão oferecidos no prazo de 15 (quinze) dias, conta-
do, conforme o caso, na forma do art. 231.
§ 1o Quando houver mais de um executado, o prazo para cada um deles em-
bargar conta-se a partir da juntada do respectivo comprovante da citação,
salvo no caso de cônjuges ou de companheiros, quando será contado a partir
da juntada do último.
capítulo 4 • 83
mas o juiz não examinará a alegação de excesso de execução, artigo 917, §§ 3°
e 4° do CPC.
84 • capítulo 4
depósito ou caução suficientes. Cessando as circunstâncias que motivaram o
efeito suspensivo, a decisão relativa a este poderá, a requerimento da parte, ser
modificada ou revogada a qualquer tempo, em decisão fundamentada, artigo
919, §§ 1° e 2° do Novo CPC.
ATENÇÃO
Conforme o § 5o, do artigo 919, do CPC, “a concessão de efeito suspensivo não impedirá
a efetivação dos atos de substituição, de reforço ou de redução da penhora e de avaliação
dos bens”.
capítulo 4 • 85
O juiz, ao receber os embargos, determinará que o exequente seja ouvido no
prazo de 15 dias; artigo 920, caput e inciso I do Novo CPC.
Art. 920. Recebidos os embargos:
I - o exequente será ouvido no prazo de 15 (quinze) dias.
ATENÇÃO
Nos termos do artigo 1.015, inciso X, do Novo CPC, caberá o recurso de Agravo de Instru-
mento contra a decisão que conceder, modificar ou revogar o efeito suspensivo aos embar-
gos à execução.
(espaço de 5 linhas)
86 • capítulo 4
(espaço de uma linha)
EMBARGOS À EXECUÇÃO
(espaço de uma linha)
DOS FATOS
(espaço de uma linha)
DOS FUNDAMENTOS
(espaço de uma linha)
DOS PEDIDOS
(espaço de uma linha)
DAS PROVAS
Requer prova, especialmente...
(espaço de uma linha)
DO VALOR DA CAUSA
Dá-se à causa o valor de R$... (valor, por extenso)
(espaço de duas linhas)
capítulo 4 • 87
Espera deferimento.
(espaço de uma linha)
Local e data.
(espaço de 2 linhas)
88 • capítulo 4
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA CÍVEL...
EMBARGOS À EXECUÇÃO
DOS FATOS
O embargante é casado com Ana Cláudia pelo regime de comunhão par-
cial de bens desde 1979. Em 17/02/2015, sem que sua esposa soubesse ou
concordasse, o embargante, em garantia de pagamento de contrato de com-
pra e venda de um automóvel adquirido por Laura do embargado, avalizou
nota promissória emitida por aquela.
O vencimento do título executivo extrajudicial estava previsto para o dia
17/03/2015, quando foi devidamente pago. Ocorre que mesmo efetuado o pa-
gamento, o embargado propôs ação de execução penhorando as duas salas co-
merciais de propriedade do embargante, no valor cada uma de R$100.000,00
(cem mil reais), adquiridas na constância do seu casamento.
DOS FUNDAMENTOS
Conforme dispõe o artigo 917, inciso I, do CPC, o embargante poderá opor
embargos à execução para alegar a inexigibilidade do título, uma vez que o
mesmo já foi pago.
capítulo 4 • 89
DO EFEITO SUSPENSIVO
De acordo com o artigo 919, § 1°, do CPC, caberá o efeito suspensivo, uma
vez que o embargante está sendo cobrando por uma dívida já paga e suas
duas salas comerciais estarem penhoradas indevidamente.
DOS PEDIDOS
DO VALOR DA CAUSA
Espera deferimento.
Local e data.
Advogado
OAB/UF n....
90 • capítulo 4
5
Procedimentos
Especiais
Os procedimentos especiais estão disciplinados na parte especial do Novo CPC,
livro I, título III. Conforme estabelece a regra do parágrafo único do artigo, 318,
do CPC, o procedimento comum aplica-se subsidiariamente aos demais proce-
dimentos especiais e ao processo de execução.
92 • capítulo 5
CURIOSIDADE
O Código Civil/02, artigo 335, admite cinco possibilidades de pagamento em consignação,
são elas: se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar
quitação na devida forma; se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e
condição devidos; se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente,
ou residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil; se ocorrer dúvida sobre quem
deva legitimamente receber o objeto do pagamento; se pender litígio sobre o objeto do pa-
gamento.
A lei civil ainda elucida que o depósito judicial ou em estabelecimento bancário da coisa
devida é considerado o pagamento e a extinção da obrigação, artigo 334 do CC/02.
Art. 539. Nos casos previstos em lei, poderá o devedor ou terceiro requerer,
com efeito de pagamento, a consignação da quantia ou da coisa devida.
capítulo 5 • 93
CURIOSIDADE
O Novo CPC prevê a consignação extrajudicial §§ 1º ao 4º do artigo 539. Sendo a obrigação
a ser paga em dinheiro, poderá o valor ser depositado em estabelecimento bancário, oficial
onde houver, situado no lugar do pagamento, cientificando-se o credor por carta com aviso
de recebimento, tendo este o prazo de 10 dias para a manifestação de recusa. Transcorrido
esse prazo, contado do retorno do aviso de recebimento, sem a manifestação de recusa,
considerar-se-á o devedor liberado da obrigação, ficando à disposição do credor a quantia
depositada.
Art. 539. Nos casos previstos em lei, poderá o devedor ou terceiro requerer,
com efeito de pagamento, a consignação da quantia ou da coisa devida.
§ 1o Tratando-se de obrigação em dinheiro, poderá o valor ser depositado em
estabelecimento bancário, oficial onde houver, situado no lugar do pagamen-
to, cientificando-se o credor por carta com aviso de recebimento, assinado o
prazo de 10 (dez) dias para a manifestação de recusa.
§ 2o Decorrido o prazo do § 1o, contado do retorno do aviso de recebimento,
sem a manifestação de recusa, considerar-se-á o devedor liberado da obriga-
ção, ficando à disposição do credor a quantia depositada.
§ 3o Ocorrendo a recusa, manifestada por escrito ao estabelecimento ban-
cário, poderá ser proposta, dentro de 1 (um) mês, a ação de consignação,
instruindo-se a inicial com a prova do depósito e da recusa.
§ 4o Não proposta a ação no prazo do § 3o, ficará sem efeito o depósito, po-
dendo levantá-lo o depositante.
94 • capítulo 5
Art. 540. Requerer-se-á a consignação no lugar do pagamento, cessando
para o devedor, à data do depósito, os juros e os riscos, salvo se a demanda
for julgada improcedente.
ATENÇÃO
Ainda quanto ao critério de competência na ação de consignação em pagamento, o Enuncia-
do n. 59, do IV Encontro do Fórum Permanente de Processualistas Civis (dez/2014) destaca
que: “Em ação de consignação e pagamento, quando a coisa devida for corpo que deva ser
entregue no lugar em que está, poderá o devedor requerer a consignação no foro em que
ela se encontra. A supressão do parágrafo único, do art. 891, do Código de Processo Civil de
1973 é inócua, tendo em vista o art. 341 do Código Civil.”
capítulo 5 • 95
II - a citação do réu para levantar o depósito ou oferecer contestação.
Parágrafo único. Não realizado o depósito no prazo do inciso I, o processo
será extinto sem resolução do mérito.
Na contestação, o réu poderá alegar que não houve recusa ou mora em rece-
ber a quantia ou a coisa devida, ou que foi justa a recusa, ou que o depósito não
se efetuou no prazo ou no lugar do pagamento, ou ainda que o depósito não é
integral, artigo 544 do Novo CPC.
Art. 544. Na contestação, o réu poderá alegar que: I - não houve recusa
ou mora em receber a quantia ou a coisa devida. II - foi justa a recusa. III - o
depósito não se efetuou no prazo ou no lugar do pagamento. IV - o depósito
não é integral.
96 • capítulo 5
título executivo, facultado ao credor promover-lhe o cumprimento nos mesmos
autos, após liquidação, se necessária, artigo 545, § 2º do CPC.
CURIOSIDADE
No CPC de 1973 a consignação em pagamento foi o primeiro procedimento especial a ser
previsto na parte do código que dispõe sobre os Procedimentos Especiais, essa regra se
manteve no Código de Processo Civil de 2015, onde a consignação em pagamento inaugura
o Título III, do Livro I, da Parte Especial.
(pular 10 linhas)
capítulo 5 • 97
AUTOR (NOME COMPLETO), nacionalidade, estado civil, profissão, por-
tador da carteira de identidade n..., inscrito no CPF n..., endereço eletrônico,
domiciliado..., residente (endereço completo), vem por seu advogado, com
endereço profissional na..., bairro..., cidade..., Estado..., que indica para os
fins do artigo 106, inciso I do CPC, com fundamento no artigo 539 e seguintes
do CPC, propor:
(espaço de uma linha)
DOS FUNDAMENTOS
(espaço de uma linha)
Nesse sentido, é a doutrina: (inserir a doutrina, usar recuo de margem por
se tratar de citação, identificar o julgado)
Nesse sentido, é a jurisprudência do Egrégio Tribunal: (inserir a jurispru-
dência, usar recuo de margem por se tratar de citação, identificar o julgado)
(espaço de uma linha)
DOS PEDIDOS
(espaço de uma linha)
98 • capítulo 5
(espaço de uma linha)
DAS PROVAS
Requer a produção de provas, especialmente...
(espaço de uma linha)
DO VALOR DA CAUSA
Dá-se à causa o valor de R$... (valor por extenso)
(espaço de duas linhas)
Espera deferimento.
(espaço de uma linha)
Local e data.
(espaço de 2 linhas)
capítulo 5 • 99
administrativa, elabore a peça adequada para efetuar o pagamento do imposto
municipal, com base no direito material e processual pertinente. Utilize todos
os argumentos e fundamentos pertinentes à melhor resposta.
DOS FATOS
O autor recebeu cobrança simultânea, por meio de uma mesma guia de
documento fiscal, de dois tributos: IPTU e Taxa de Conservação das Vias e
Logradouros Públicos (TCVLP). No caso da referida taxa, certo é que o con-
tribuinte não concorda com sua cobrança, o que o levou, por meio de seu ad-
vogado, a ajuizar ação judicial a fim de declarar sua inconstitucionalidade,
havendo pedido liminar, ainda não apreciado, para afastar a obrigatoriedade
do recolhimento da referida exação fiscal.
O autor, em relação à cobrança do IPTU, pretende efetuar o pagamento
da dívida. No entanto, a guia de pagamento é única e contém o valor global
dos referidos tributos, tendo o banco rejeitado o pagamento parcial relativo
somente ao IPTU.
Como o IPTU ainda não está vencido, bem como o autor não obteve êxi-
to para solucionar o problema na esfera administrativa, com o objetivo de
se manter adimplente em sua obrigação, vem a este juízo propor a presente
demanda.
100 • capítulo 5
DOS FUNDAMENTOS
Conforme artigo 539, do Novo CPC, poderá o devedor, autor, requerer,
com efeito de pagamento, a consignação da quantia devida a título de IPTU.
O fisco, de forma indevida condicionou o recebimento do pagamento do
imposto ao pagamento da taxa de conservação de vias e logradouros públi-
cos, o que torna a ação de consignação o meio hábil para a liberação da dívida
fiscal relativa ao IPTU, pretendendo o autor eximir-se de pagar a taxa, que
reputa inconstitucional.
Assim, de acordo com o artigo 164, I, do CTN, tendo em vista que a
Fazenda Municipal se recusa a receber a prestação tributária, caberá à con-
signação em pagamento.
DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer:
1) A expedição de guia de depósito no valor de R$... (quantia a ser paga de
IPTU).
2) Citação do réu para levantar o depósito ou oferecer contestação.
3) Julgar procedente o pedido do autor com a quitação da dívida do IPTU
no valor de R$... (determinar), declarando extinta a obrigação tributária.
4) Condenação do réu aos ônus da sucumbência.
DAS PROVAS
DO VALOR DA CAUSA
Espera deferimento.
Local e data.
Advogado
OAB/UF n....
capítulo 5 • 101
5.2 Embargos de Terceiro
O Conceito de Embargos de Terceiro está determinado no artigo 674, do Novo
CPC, que dispõe: “Quem, não sendo parte no processo, sofrer constrição ou
ameaça de constrição sobre bens que possua ou sobre os quais tenha direito
incompatível com o ato constritivo, poderá requerer seu desfazimento ou sua
inibição por meio de embargos de terceiro.”
O importante dessa redação é destacar que caberá a ação do procedimento
especial, Embargos de Terceiro, prevista nos artigos 674 a 681, do Novo CPC,
quando o terceiro que não é nem o legitimado ativo nem o legitimado passi-
vo da relação processual, que está em trâmite, sofrer constrição ou ameaça de
constrição sobre bens que possua ou sobre os quais tenha direito incompatível
com o ato constritivo.
Como escreve Assumpção:
ATENÇÃO
Terceiro é aquele que não é parte na relação processual.
Embargos de Terceiro tem natureza jurídica de ação. Quando o pedido é acolhido, possui
eficácia constitutiva negativa.
O § 1º, do artigo 674, do Novo CPC, esclarece que os embargos podem ser
opostos por terceiro proprietário, inclusive fiduciário, ou possuidor.
De acordo com o § 2º, do artigo 674, do CPC, será considerado terceiro,
para ajuizamento dos embargos: O cônjuge ou companheiro, quando defende
a posse de bens próprios ou de sua meação, ressalvado o disposto no art. 843; o
adquirente de bens cuja constrição decorreu de decisão que declara a ineficá-
cia da alienação realizada em fraude à execução; quem sofre constrição judicial
de seus bens por força de desconsideração da personalidade jurídica, de cujo
incidente não fez parte é o credor com garantia real para obstar expropriação
102 • capítulo 5
judicial do objeto de direito real de garantia, caso não tenha sido intimado, nos
termos legais dos atos expropriatórios respectivos.
Art. 674. Quem, não sendo parte no processo, sofrer constrição ou ame-
aça de constrição sobre bens que possua ou sobre os quais tenha direito
incompatível com o ato constritivo, poderá requerer seu desfazimento ou sua
inibição por meio de embargos de terceiro.
§ 1o Os embargos podem ser de terceiro proprietário, inclusive fiduciário, ou
possuidor.
§ 2o Considera-se terceiro, para ajuizamento dos embargos:
I - o cônjuge ou companheiro, quando defende a posse de bens próprios ou
de sua meação, ressalvado o disposto no art. 843;
II - o adquirente de bens cuja constrição decorreu de decisão que declara a
ineficácia da alienação realizada em fraude à execução;
III - quem sofre constrição judicial de seus bens por força de desconsideração
da personalidade jurídica, de cujo incidente não fez parte;
IV - o credor com garantia real para obstar expropriação judicial do objeto de
direito real de garantia, caso não tenha sido intimado, nos termos legais dos
atos expropriatórios respectivos.
capítulo 5 • 103
a sentença e, no cumprimento de sentença ou no processo de execução, até 5
(cinco) dias depois da adjudicação, da alienação por iniciativa particular ou da
arrematação, mas sempre antes da assinatura da respectiva carta.”
Art. 675. Os embargos podem ser opostos a qualquer tempo no processo de
conhecimento enquanto não transitada em julgado a sentença e, no cumpri-
mento de sentença ou no processo de execução, até 5 (cinco) dias depois
da adjudicação, da alienação por iniciativa particular ou da arrematação, mas
sempre antes da assinatura da respectiva carta.
Como escreve Vicente Greco Filho esse prazo do artigo 675, do CPC, é de
natureza de decadência da via processual especial. Não se exclui a via ordiná-
ria posterior de anulação do ato judicial, sem, porém, a força dos embargos de
terceiro.1
CURIOSIDADE
O prazo para se opor os Embargos de Terceiro no CPC de 2015 é o mesmo que existia no
CPC de 1973, no pretérito artigo 1.048.
104 • capítulo 5
juízo deprecante o bem constrito ou se já devolvida a carta, parágrafo único, do
artigo 676 do CPC.
Art. 676. Os embargos serão distribuídos por dependência ao juízo que orde-
nou a constrição e autuados em apartado.
Parágrafo único. Nos casos de ato de constrição realizado por carta, os em-
bargos serão oferecidos no juízo deprecado, salvo se indicado pelo juízo de-
precante o bem constrito ou se já devolvida a carta.
Art. 677. Na petição inicial, o embargante fará a prova sumária de sua posse
ou de seu domínio e da qualidade de terceiro, oferecendo documentos e rol
de testemunhas.
Art. 677. Na petição inicial, o embargante fará a prova sumária de sua posse
ou de seu domínio e da qualidade de terceiro, oferecendo documentos e rol
de testemunhas.
[...]
§ 4o Será legitimado passivo o sujeito a quem o ato de constrição aproveita,
assim como o será seu adversário no processo principal quando for sua a
indicação do bem para a constrição judicial.
capítulo 5 • 105
Art. 679. Os embargos poderão ser contestados no prazo de 15 (quinze)
dias, findo o qual se seguirá o procedimento comum.
ATENÇÃO
Outra súmula do STJ merecendo destaque quando se trata de Embargos de Terceiro é a
de n. 195 que estabelece: “Em Embargos de Terceiro não se anula ato jurídico, por fraude
contra credores”.
Uma vez acolhido o pedido inicial, o ato de constrição judicial indevida será
cancelado, com o reconhecimento do domínio, da manutenção da posse ou da
reintegração definitiva do bem ou do direito ao embargante, artigo 681 do CPC.
106 • capítulo 5
Art. 681. Acolhido o pedido inicial, o ato de constrição judicial indevida será
cancelado, com o reconhecimento do domínio, da manutenção da posse ou
da reintegração definitiva do bem ou do direito ao embargante.
(espaço de 5 linhas)
Embargos de Terceiro por dependência ao processo n.... (número do proces-
so principal)
(espaço de 5 linhas)
EMBARGOS DE TERCEIRO
(espaço de uma linha)
Pelo rito especial, em face do EMBARGADO (NOME COMPLETO), nacionali-
dade, estado civil, profissão, portadora do RG n.... e inscrita no CPF n...., en-
dereço eletrônico, domiciliado..., residente (endereço completo), pelos fatos
e fundamentos a seguir:
(espaço de duas linhas)
capítulo 5 • 107
DOS FATOS
(espaço de uma linha)
DOS FUNDAMENTOS
(espaço de uma linha)
Nesse sentido, é a doutrina: (inserir a doutrina, usar recuo de margem por
se tratar de citação, identificar o julgado)
Nesse sentido, é a jurisprudência do Egrégio Tribunal: (inserir a jurispru-
dência, usar recuo de margem por se tratar de citação, identificar o julgado)
(espaço de uma linha)
DOS PEDIDOS
(espaço de uma linha)
Diante do exposto, requer:
1) Que seja suspendida a medida constritiva (determinar qual é a medida
constritiva) que incide sobre o bem (determinar) do embargante.
2) Citação do embargado para contestar os embargos no prazo de 15
(quinze) dias.
3) Julgar procedente o pedido para cancelar o ato de constrição judicial
(determinar qual ocorreu no caso), reconhecendo o domínio (ou a manuten-
ção da posse ou a reintegração) definitivo do bem (ou direito) ao embargante.
4) Condenação do embargado aos ônus da sucumbência.
(espaço de uma linha)
DAS PROVAS
Requer a produção de provas, especialmente...
(espaço de uma linha)
DO VALOR DA CAUSA
Dá-se à causa o valor de R$... (valor dos bens cuja posse ou domínio dispu-
ta o embargante, por extenso)
108 • capítulo 5
(espaço de duas linhas)
Espera deferimento.
(espaço de uma linha)
Local e data.
(espaço de 2 linhas)
capítulo 5 • 109
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 4 ª VARA CÍVEL
DA COMARCA DE ITAPERUNA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO.
EMBARGOS DE TERCEIRO
DOS FATOS
O embargante adquiriu de Lúcia Maria, pelo valor de R$100.000,00 (cem
mil reais), uma casa para sua moradia, situada na cidade de Mucurici/ES, Rua
Central, nº 123, bairro Funcionários. O instrumento particular de compro-
misso de compra e venda, sem cláusula de arrependimento, foi assinado pe-
las partes em 02/05/2014. O valor ajustado foi quitado por embargante por
depósito bancário em uma única parcela.
Dez meses após a aquisição do bem, o embargante passou a residir no
mesmo. Para a sua surpresa, ao decidir fazer o levantamento de certidões
necessárias à lavratura de escritura pública de compra e venda e respectivo
registro, o embargante tomou ciência da existência de penhora sobre o seu
bem, determinada por este juízo, ajuizada pelo embargado em face de Lúcia
Maria, visando a receber valor representado por cheque emitido e vencido 4
(quatro) meses após a venda do imóvel.
110 • capítulo 5
A determinação de penhora do imóvel ocorreu em razão de expresso re-
querimento formulado na inicial da execução pelo embargado, tendo o cre-
dor desprezado a existência de outros imóveis livres e desimpedidos de titula-
ridade de Lúcia Maria, cidadã de posses na cidade onde reside.
DOS FUNDAMENTOS
Conforme a redação do artigo 674, do CPC, aquele que não é parte no
processo, mas sofrer constrição sobre seus bens poderá requerer seu desfa-
zimento por meio de Embargos de Terceiro. No caso em tela, o embargante
adquiriu o bem imóvel que foi penhorado pelo embargado para pagamento
de uma dívida que não deu causa.
O STJ, através da Súmula 84, dispõe que “é admissível a oposição de
Embargos de Terceiro fundados em alegação de posse advinda do compro-
misso de compra e venda de imóvel, ainda que desprovido de registro.”
DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer:
1) Que seja suspendida a penhora que incide sobre o bem imóvel do
embargante.
2) Citação do embargado para contestar os embargos no prazo de 15 (quin-
ze) dias.
3) Julgar procedente o pedido para cancelar a penhora que incide sobre o imóvel
do embargante, reconhecendo o domínio definitivo do mesmo sobre o bem.
4) Condenação do embargado aos ônus da sucumbência.
DAS PROVAS
Requer a produção de provas, especialmente documental.
DO VALOR DA CAUSA
Dá-se à causa o valor de R$ 100.000,00
Espera deferimento.
Local e data.
Advogado
OAB/UF n....
capítulo 5 • 111
5.3 Ação Monitória
A ação monitória é um procedimento especial previsto no artigo 700 a 702 do
Novo CPC. Como analisa Garcia, “trata-se de processo sincrético, isto é, que en-
globa fases de conhecimento e de execução”.
Conforme conceitua o artigo 700, do Novo CPC, cabe à ação monitória àque-
le que afirmar, com base em prova escrita (pode consistir em prova oral docu-
mentada, produzida antecipadamente nos termos do art. 381) sem eficácia de
título executivo, ter direito de exigir do devedor capaz o pagamento de quantia
em dinheiro; a entrega de coisa fungível ou infungível ou de bem móvel ou imó-
vel; o adimplemento de obrigação de fazer ou de não fazer.
Art. 700. A ação monitória pode ser proposta por aquele que afirmar, com
base em prova escrita sem eficácia de título executivo, ter direito de exigir do
devedor capaz:
I - o pagamento de quantia em dinheiro;
II - a entrega de coisa fungível ou infungível ou de bem móvel ou imóvel;
III - o adimplemento de obrigação de fazer ou de não fazer.
§ 1o A prova escrita pode consistir em prova oral documentada, produzida
antecipadamente nos termos do art. 381.
Para caber à ação monitória deve o autor juntar a sua petição inicial a pro-
va escrita sem eficácia de título executivo. Pela norma do artigo 700, parágrafo
único, essa prova escrita pode se consistir em prova oral documentada, produ-
zida antecipadamente nos termos do artigo 381.
Sobre a produção antecipada de provas, o artigo 381 do CPC dispõe que ela
só será admitida nos casos havendo fundado receio de que venha a tornar-se
impossível ou muito difícil a verificação de certos fatos na pendência da ação;
112 • capítulo 5
a prova a ser produzida seja suscetível de viabilizar a autocomposição ou outro
meio adequado de solução de conflito; o prévio conhecimento dos fatos possa
justificar ou evitar o ajuizamento de ação.
Art. 381 do CPC. A produção antecipada da prova será admitida nos casos
em que:
I - haja fundado receio de que venha a tornar-se impossível ou muito difícil a
verificação de certos fatos na pendência da ação;
II - a prova a ser produzida seja suscetível de viabilizar a autocomposição ou
outro meio adequado de solução de conflito;
III - o prévio conhecimento dos fatos possa justificar ou evitar o ajuizamento
de ação.
CURIOSIDADE
Cabe ação monitória fundada em cheque prescrito, é o que dispõe a Súmula n. 299, do STJ,
in verbis: “É admissível a ação monitória fundada em cheque prescrito.”
CURIOSIDADE
Sobre a capacidade os artigos 3° e 4°, do Código Civil, apresentam os absolutamente e os
relativamente incapazes. O caput, do artigo 5°, da citada lei civil, também elucida que a me-
noridade cessa aos 18 anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos
os atos da vida civil.
capítulo 5 • 113
Art. 4o CC/02. São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de
exercê-los:
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
II - os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência men-
tal, tenham o discernimento reduzido;
III - os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo;
IV - os pródigos.
Parágrafo único. A capacidade dos índios será regulada por legislação es-
pecial.
Art. 700. A ação monitória pode ser proposta por aquele que afirmar, com
base em prova escrita sem eficácia de título executivo, ter direito de exigir do
devedor capaz:
[...]
§ 2o Na petição inicial, incumbe ao autor explicitar, conforme o caso:
I - a importância devida, instruindo-a com memória de cálculo;
II - o valor atual da coisa reclamada;
III - o conteúdo patrimonial em discussão ou o proveito econômico perseguido.
114 • capítulo 5
§ 7o Na ação monitória, admite-se citação por qualquer dos meios permitidos
para o procedimento comum.
A lei processual, na forma do § 1º, do artigo 701, do CPC, dispõe que, caso
o réu cumpra o mandado no prazo de 15 dias efetuando o pagamento, ou a en-
trega de coisa ou a obrigação de fazer ou de não fazer, terá uma beneficie, ficará
isento do pagamento de custas processuais.
capítulo 5 • 115
Art. 700. A ação monitória pode ser proposta por aquele que afirmar, com
base em prova escrita sem eficácia de título executivo, ter direito de exigir do
devedor capaz.
[...]
§ 3o O valor da causa deverá corresponder à importância prevista no § 2o,
incisos I a III.
Art. 700. A ação monitória pode ser proposta por aquele que afirmar, com
base em prova escrita sem eficácia de título executivo, ter direito de exigir do
devedor capaz:
I - o pagamento de quantia em dinheiro;
II - a entrega de coisa fungível ou infungível ou de bem móvel ou imóvel;
III - o adimplemento de obrigação de fazer ou de não fazer.
116 • capítulo 5
O réu, independentemente de prévia segurança do juízo, poderá opor, nos
próprios autos, no prazo de 15 dias, a ação monitória proposta pelo autor, atra-
vés dos embargos à ação monitória, artigo 702 do Novo CPC. Os embargos po-
dem se fundar em matéria passível de alegação como defesa no procedimento
comum, § 1º.
Quando o réu alegar que o autor pleiteia quantia superior à devida, deverá
declarar de imediato o valor que entende correto, apresentando demonstrativo
discriminado e atualizado da dívida. Não apontado pelo o réu o valor correto ou
não apresentado o demonstrativo, se esse for o seu único fundamento, os em-
bargos serão liminarmente rejeitados. Contudo, se houver outro fundamento,
os embargos serão processados, mas o juiz deixará de examinar a alegação de
excesso, artigo 702, § § 2º e 3º do Novo CPC .
capítulo 5 • 117
[...]
§ 4o A oposição dos embargos suspende a eficácia da decisão referida no
caput do art. 701 até o julgamento em primeiro grau.
§ 5o O autor será intimado para responder aos embargos no prazo de 15
(quinze) dias.
§ 6o Na ação monitória admite-se a reconvenção, sendo vedado o ofereci-
mento de reconvenção à reconvenção.
118 • capítulo 5
Esqueleto da peça prático profissional da ação monitória
(espaço de 10 linhas)
AÇÃO MONITÓRIA
(espaço de uma linha)
DOS FATOS
Observar a regra contida no § 2°, do artigo 700 do CPC.
(espaço de uma linha)
DOS FUNDAMENTOS
(espaço de uma linha)
Nesse sentido, é a doutrina: (inserir a doutrina, usar recuo de margem por
se tratar de citação, identificar o julgado)
capítulo 5 • 119
Nesse sentido, é a jurisprudência do Egrégio Tribunal: (inserir a jurispru-
dência, usar recuo de margem por se tratar de citação, identificar o julgado)
(espaço de uma linha)
DOS PEDIDOS
(espaço de uma linha)
Diante do exposto, requer:
1) Que seja expedido mandado de pagamento no valor de R$... (ou de entre-
ga de coisa ou de obrigação de fazer ou de não fazer) para que o réu efetue, no
prazo de 15 dias.
2) Condenação do réu aos ônus da sucumbência
(espaço de uma linha)
DAS PROVAS
Requer a produção de provas, especialmente documental.
(espaço de uma linha)
DO VALOR DA CAUSA
Dá-se à causa o valor de R$... (valor da importância da quantia devida, ou da
coisa fungível ou infungível ou de bem móvel ou imóvel e ainda, se for o caso,
da obrigação de fazer ou de não fazer, por extenso)
(espaço de duas linhas)
Espera deferimento.
(espaço de uma linha)
Local e data.
(espaço de duas linhas)
120 • capítulo 5
Caso concreto – Ação Monitória
capítulo 5 • 121
AÇÃO MONITÓRIA
DOS FATOS
Com o propósito de realizar sua convenção anual de junho de 2015, a ré,
reservou 50 apartamentos do autor.
A contratação foi realizada entre as partes no mês de janeiro por meio de
troca de correspondência tendo o autor enviado seu orçamento por escrito,
no valor total de R$100.000,00 (cem mil reais), que foi devidamente aceitado
pela ré.
No orçamento, o autor ressalvou que os apartamentos estariam automa-
ticamente reservados mediante aceitação da proposta e, caso a ré desistisse
da reserva, que o fizesse mediante prévio aviso com o mínimo de 45 dias de
antecedência, sob pena de arcar com o valor correspondente a 20% do preço
total ajustado a título de cláusula penal.
Em maio, a menos de 30 dias do evento, a ré resolveu cancelá-lo, alegando
razões de conveniência empresarial e recusa-se a pagar qualquer quantia ao
réu alegando que este não teria tido prejuízo.
DOS FUNDAMENTOS
Com base no artigo 700, caput e inciso I do Novo CPC, caberá ação moni-
tória aquele que afirmar, com base em prova escrita sem eficácia de título exe-
cutivo, ter direito de exigir do devedor o pagamento de quantia em dinheiro.
No caso em tela, como a ré não pagou a quantia estipulada no contrato a títu-
lo de cláusula penal por descumprimento contratual, no valor de R$20.000,00
cabe à autora para cobrar o valor devido, propor a presente demanda.
DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer:
1) Que seja expedido mandado de pagamento no valor de R$ 20.000,00
para que o réu efetue, no prazo de 15 dias ou ofereça embargos à ação
monitória.
2) Condenação do réu aos ônus da sucumbência.
122 • capítulo 5
DAS PROVAS
Requer a produção de provas, especialmente documental.
DO VALOR DA CAUSA
Dá-se à causa o valor de R$20.000,00.
Espera deferimento.
Local e data.
Advogado
OAB/UF n....
capítulo 5 • 123
124 • capítulo 5
6
Recursos
Daniel Assumpção (2013) afirma que “o conceito de recurso deve ser cons-
truído partindo-se de cinco características essenciais a esse meio de impugna-
ção”, quais sejam:
126 • capítulo 6
inexistência de má-fé. Sobre a má-fé o Superior Tribunal de Justiça aplica a teo-
ria do menor prazo recursal, para este tribunal, “considera-se recorrente de má-
fé aquele que na dúvida entre dois recursos ou mais, escolhe o que tem o maior
prazo e recorre neste prazo, o que demonstraria, na visão do tribunal, sua malí-
cia em aproveitar de mais tempo para a interposição de recurso” (Neves. 2013).
8. Princípio da complementariedade: pelo sistema do CPC as razões re-
cursais devem ser apresentadas no momento da interposição do recurso, não
se admite que o recurso seja interposto em um momento procedimental e em
outro sejam apresentadas as razões.
9. Princípio da consumação, o fundamento deste princípio é a preclusão
consumativa, que ocorre no ato da interposição do recurso. Por este princípio,
se proíbe que um recurso seja substituído por outro, interposto posteriormente.
CURIOSIDADE
Existem doutrinadores que preferem somar a esses dois princípios tradicionais os efeitos
translativo, expansivo e substitutivo. “Na realidade, mesmo a doutrina que se limita a apon-
tar o efeito devolutivo e suspensivo não desconhece os demais fenômenos, somente não
os considerando efeitos do recurso ou tratando de tais temas dentro do efeito devolutivo.”
(Neves. 2013).
capítulo 6 • 127
Efeito Translativo: É a vocação que os recursos possuem em permitir que o
órgão ad quem examine de ofício matérias de ordem pública, conhecendo-as
ainda que não integrem o objeto do recurso.
Efeito Expansivo: Caberá este efeito sempre que o julgamento do recurso
gerar decisão mais abrangente do que a matéria impugnada. É a capacidade
que alguns recursos possuem de ultrapassar os limites objetivos ou subjetivos
previamente estabelecidos pelo recorrente.
Efeito Substitutivo: Por este efeito o julgamento do recurso substituirá a
decisão recorrida nos limites da impugnação, artigo 1.008 do CPC. Esclarece
Daniel Assumpção:
O Novo Código de Processo Civil, disciplina no seu Livro III, Título II,
Capítulo I, Das Disposições Gerais, artigo 994, os recursos cabíveis dentro do
ordenamento pátrio nacional, são eles:
128 • capítulo 6
VI - recurso especial;
VII - recurso extraordinário;
VIII - agravo em recurso especial ou extraordinário;
IX - embargos de divergência.
6.1 Apelação
O recurso de Apelação está disciplinado no artigo 1.009 a 1.014 do Novo CPC.
Dispõe o artigo 1.009 do CPC que da sentença caberá recurso de Apelação, in
verbis:
Art. 1.009. Da sentença cabe apelação.
capítulo 6 • 129
Será caso de extinção do processo sem resolução do mérito, artigo 485 do
Novo CPC: o indeferimento da petição inicial; o processo ficar parado durante
mais de 1 ano por negligência das partes; quando por não promover os atos e
as diligências que lhe incumbir, o autor abandonar a causa por mais de 30 dias;
se verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento
válido e regular do processo; quando reconhecer a existência de perempção,
de litispendência ou de coisa julgada; se verificar ausência de legitimidade ou
de interesse processual; quando acolher a alegação de existência de convenção
de arbitragem ou quando o juízo arbitral reconhecer sua competência; quando
homologar a desistência da ação; em caso de morte da parte, a ação for consi-
derada intransmissível por disposição legal; e nos demais casos prescritos no
Novo CPC.
Merece destaque a regra consagrada no § 7º, do artigo 485, do CPC que es-
clarece que interposto o recurso de apelação, por qualquer dos casos de que
tratam os incisos do artigo 485, do CPC, o juiz terá 5 dias para retratar-se.
130 • capítulo 6
[...]
§ 7o Interposta a apelação em qualquer dos casos de que tratam os incisos
deste artigo, o juiz terá 5 (cinco) dias para retratar-se.
Conforme dispõe o artigo 1.003, § 5°, do Novo CPC, salvo o recurso de em-
bargos de declaração, o prazo para interpor os recursos e para responder-lhes é
de 15 dias. Assim, o prazo para interpor o recurso de Apelação será de 15 dias.
capítulo 6 • 131
jurisdição, contendo os nomes e a qualificação das partes; a exposição do fato
e do direito; as razões do pedido de reforma ou de decretação de nulidade e o
pedido de nova decisão.
A regra do recurso de apelação é que ele será recebido no duplo efeito, isto
é, devolutivo, artigo 1013, caput do Novo CPC, e suspensivo, artigo 1.012, caput
do Novo CPC. Contudo, o artigo 1.012, § 1º, do CPC, enumera as hipóteses em
que o recurso será recebido apenas no efeito devolutivo. A redação desse pará-
grafo afirma que, “além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir
efeitos, imediatamente após a sua publicação, a sentença que”: homologar a
divisão ou demarcação de terras; condenar a pagar alimentos; extinguir sem
resolução do mérito ou julgar improcedentes os embargos do executado; julgar
procedente o pedido de instituição de arbitragem; confirmar, conceder ou re-
vogar tutela provisória; ou decretar a interdição.
132 • capítulo 6
CURIOSIDADE
No CPC de 1973, o recurso de apelação também tinha como regra ser recebido no duplo
efeito, isto é, devolutivo e suspensivo, artigo 520, caput, primeira parte. Porém, esse próprio
artigo enumerava as hipóteses (rol exemplificativo) em que o recurso de apelação só seria
recebido no efeito devolutivo, eram elas: homologar a divisão ou a demarcação; condenar à
prestação de alimentos; decidir o processo cautelar; rejeitar liminarmente embargos à exe-
cução ou julgá-los improcedentes; julgar procedente o pedido de instituição de arbitragem;
confirmar a antecipação dos efeitos da tutela.
Art. 520 CPC/73. A apelação será recebida em seu efeito devolutivo e sus-
pensivo. Será, no entanto, recebida só no efeito devolutivo, quando interposta
de sentença que:
I - homologar a divisão ou a demarcação;
II - condenar à prestação de alimentos;
III - revogado;
IV - decidir o processo cautelar;
V - rejeitar liminarmente embargos à execução ou julgá-los improcedentes;
VI - julgar procedente o pedido de instituição de arbitragem.
VII - confirmar a antecipação dos efeitos da tutela;
capítulo 6 • 133
interdição), o pedido de concessão do efeito suspensivo, dependendo da hipó-
tese, poderá ser formulado por requerimento dirigido diretamente ao tribunal
ou ao desembargador relator, conforme preceitua o § 3º, do artigo 1.012 do
CPC.
Será caso do efeito suspensivo a ser requerido diretamente ao tribunal,
quando no período compreendido entre a interposição da apelação e sua dis-
tribuição, ficar o relator designado para seu exame prevento para julgá-la. Será
hipótese de pedido de efeito suspensivo a ser formulado para o relator, quando
a apelação já estiver sido distribuída.
134 • capítulo 6
Esqueleto da peça prático profissional do Recurso de Apelação
(espaço de 5 linhas)
APELANTE (NOME COMPLETO), nacionalidade, estado civil, profissão,
portador da carteira de identidade n...., inscrito no CPF n...., endereço eletrô-
nico, domiciliado..., residente (endereço completo), vem por seu advogado,
inconformado com a sentença de fls...., nos autos da AÇÃO..., movida por/
ou movida em face do APELADO (NOME COMPLETO), nacionalidade, estado
civil, profissão, portador da carteira de n...., inscrito no CPF n...., endereço
eletrônico, domiciliado..., residente (endereço completo), tempestivamente,
após o devido preparo, interpor:
(espaço de uma linha)
RECURSO DE APELAÇÃO
(espaço de uma linha)
para o Tribunal de Justiça do Estado..., apresentando as razões, em anexo.
(espaço de uma linha)
Diante do exposto, requer que o presente recurso seja recebido nos efeitos
previstos em leis, isto é devolutivo e suspensivo.
(espaço de duas linhas)
Espera deferimento.
(espaço de uma linha)
Local e data.
(espaço de 2 linhas)
capítulo 6 • 135
MODELO PEÇA DAS RAZÕES: RECURSO DE APELAÇÃO
(fonte 14 Times New Roman, espaçamento 1,5)
RAZÕES DO RECURSO DE APELAÇÃO
(espaço de 5 linhas)
136 • capítulo 6
Caso concreto – Apelação
capítulo 6 • 137
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 40ª VARA CÍ-
VEL DA COMARCA DE CURITIBA DO ESTADO DO PARANÁ.
Processo n....
RECURSO DE APELAÇÃO
Espera deferimento.
Local e data.
Advogado
OAB/UF n....
138 • capítulo 6
RAZÕES DO RECURSO DE APELAÇÃO
Apelante: Leonardo
Apelado: Gustavo
Ação: com pedido de indenização por dano material
Processo n....
Egrégio Tribunal,
Não merece prosperar a sentença proferida pelo juiz a quo pelas razões a
seguir expostas:
capítulo 6 • 139
Contudo, o magistrado proferiu sentença condenando o apelante a in-
denizar o apelado pelos danos materiais, no valor de R$ 5.000,00, sob o ar-
gumento de que o proprietário do animal falhara em seu dever de guarda e
por considerar razoável a quantia que o apelado alegara ter gasto com me-
dicamentos. Pelos danos morais decorrentes dos incômodos evidentes em
razão do fato, o apelante foi condenado a pagar indenização no valor de R$
6.000,00.
140 • capítulo 6
PEDIDO DE NOVA DECISÃO
Requer que o recurso seja conhecido e, ao final, dê provimento para refor-
mar parcialmente a sentença proferida pelo magistrado para julgar improce-
dente o pedido de indenização por danos materiais no valor de R$ 5.000,00,
e anular a outra parte da sentença que condenou o apelante em indenização
por danos morais, no valor de R$ 6.000,00, uma vez que estes jamais foram
pleiteados pelo apelante.
Espera deferimento.
Local e data.
Advogado
OAB/UF n....
capítulo 6 • 141
Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias
que versarem sobre:
I - tutelas provisórias;
II - mérito do processo;
III - rejeição da alegação de convenção de arbitragem;
IV - incidente de desconsideração da personalidade jurídica;
V - rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de
sua revogação;
VI - exibição ou posse de documento ou coisa;
VII - exclusão de litisconsorte;
VIII - rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio;
IX - admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros;
X - concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos
à execução;
XI - redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1º;
XII - (VETADO);
XIII - outros casos expressamente referidos em lei.
CURIOSIDADE
Pelo CPC de 1973 contra as decisões interlocutórias caberia ao agravante interpor além do
recurso de Agravo de Instrumento, que só era admitido em três hipóteses, o recurso de Agra-
vo Retido, artigo 522 do pretérito CPC de 1973. Este recurso foi suprimido pelo Novo CPC.
142 • capítulo 6
CURIOSIDADE
O recurso de Agravo de Instrumento só era cabível quando (artigo 522 CPC/73): se tra-
tar de decisão suscetível de causar à parte lesão grave e de difícil reparação, bem como nos
casos de inadmissão da apelação e nos relativos aos efeitos em que a apelação era recebida.
Pelo Novo CPC, os recursos, salvo os embargos de declaração, artigo 1.003, § 5°, terão
prazo de 15 dias. Antes, pelo CPC/73, o Agravo de Instrumento tinha prazo de interposição
de 10 dias, artigo 522, caput do CPC/73.
Conforme dispõe o artigo 1.003, § 5°, do Novo CPC, salvo o recurso de em-
bargos de declaração, o prazo para interpor os recursos e para respondê-los
é de 15 dias. Assim, o prazo para o agravante interpor o recurso de Agravo de
Instrumento será de 15 dias e para o agravado oferecer as suas contrarrazões
também.
capítulo 6 • 143
Art. 1.016. O agravo de instrumento será dirigido diretamente ao tribunal
competente, por meio de petição com os seguintes requisitos:
I - os nomes das partes;
II - a exposição do fato e do direito;
III - as razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão e o próprio
pedido;
IV - o nome e o endereço completo dos advogados constantes do processo.
144 • capítulo 6
Acompanhará a petição do recurso de Agravo de Instrumento o compro-
vante do pagamento das respectivas custas processuais e do porte de retorno,
quando devidos, conforme tabela publicada pelos tribunais.
Dentro do prazo de interposição do recurso, este será interposto por proto-
colo realizado diretamente no tribunal competente para julgá-lo; ou por proto-
colo realizado na própria comarca, seção ou subseção judiciárias; postagem,
sob registro, com aviso de recebimento; transmissão de dados tipo fac-símile,
nos termos da lei; ou ainda, outra forma prevista em lei, tudo conforme o artigo
1017, § 2º do CPC.
Na falta da cópia de qualquer peça ou no caso de algum outro vício que com-
prometa a admissibilidade do agravo de instrumento, deve o relator, antes de
considerar inadmissível o recurso, conceder o prazo de 5 dias ao agravante para
que seja sanado vício ou complementada a documentação exigível, artigo 1017,
§ 3º do CPC.
Caso o Agravo seja interposto por sistema de transmissão de dados tipo
fac-símile ou similar, as peças devem ser juntadas no momento de protocolo
da petição original. Sendo eletrônicos os autos do processo, dispensam-se as
peças obrigatórias e a declaração de inexistência de qualquer dos documentos
considerados obrigatórios, facultando-se ao agravante anexar outros documen-
tos que entender úteis para a compreensão da controvérsia, artigo 1017, § § 4º
e 5º do CPC.
capítulo 6 • 145
§ 4o Se o recurso for interposto por sistema de transmissão de dados tipo
fac-símile ou similar, as peças devem ser juntadas no momento de protocolo
da petição original.
§ 5o Sendo eletrônicos os autos do processo, dispensam-se as peças refe-
ridas nos incisos I e II do caput, facultando-se ao agravante anexar outros
documentos que entender úteis para a compreensão da controvérsia.
ATENÇÃO
As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar
agravo de instrumento, não ficam cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em pre-
liminar de apelação, eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões.
Caso, essas questões sejam suscitadas em contrarrazões, o agravante será intimado para,
em 15 dias, manifestar-se a respeito delas (artigo 1.009, § § 1o e 2o do CPC).
146 • capítulo 6
Esqueleto da peça prático profissional do Recurso de Agravo de
Instrumento
(espaço de 10 linhas)
capítulo 6 • 147
– certidão de intimação da decisão (ou outro documento oficial que com-
prove a tempestividade do recurso);
– procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agravado;
– (demais peças facultativas que o agravante entender úteis, artigo 1.017,
inciso III do CPC).
(espaço de uma linha)
Requer que o recurso seja recebido no efeito devolutivo (se for o caso, po-
derá também o agravante requerer o efeito suspensivo ou a antecipação da
tutela recursal).
(espaço de uma linha)
Informa, para fiel cumprimento ao artigo 1.016, inciso IV, do CPC, o
nome... e o endereço..., do advogado do agravado (caso esteja no processo
principal).
148 • capítulo 6
(espaço de 5 linhas)
Egrégio Tribunal,
(espaço de uma linha)
Não merece prosperar a decisão interlocutória proferida pelo juiz de
Direito da..., pelas razões a seguir:
(espaço de duas linhas)
EXPOSIÇÃO DO FATO E DO DIREITO
(espaço de duas linhas)
RAZÕES DO PEDIDO DE REFORMA OU DE INVALIDAÇÃO DA DECISÃO
(espaço de duas linhas)
PEDIDO
Requer que o recurso seja conhecido e ao final dê provimento para...
(espaço de uma linha)
Espera deferimento.
(espaço de uma linha)
Local e data.
(espaço de duas linhas)
capítulo 6 • 149
atividade habitual de empréstimo de dinheiro a juros constitui situação mer-
cantil clássica, sendo, portanto, evidente a natureza empresarial do devedor, e
que, em razão da ausência de interesse do réu em adimplir o crédito ou sequer
se defender, patente está a sua insolvência presumida.
Em face da situação hipotética apresentada, na qualidade de advogado(a)
contratado(a) pelo representante legal da mencionada cooperativa de crédito,
redija a medida processual cabível para impugnar a decisão proferida.
150 • capítulo 6
– petição que ensejou a decisão agravada;
– da decisão agravada;
– certidão de intimação da decisão;
– procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agravado;
Espera deferimento.
Local e data.
Advogado
OAB/UF n....
Egrégio Tribunal,
Não merece prosperar a decisão interlocutória proferida pelo juiz de
Direito da Comarca de Imaginário, pelas razões a seguir:
capítulo 6 • 151
A agravada, por conta de uma duplicata inadimplida no valor total de R$
11.000,00 pela agravante, requereu, após realizar o protesto ordinário do tí-
tulo de crédito, a falência da mesma, em processo que correu sem qualquer
possibilidade de defesa. Na decisão, o magistrado afirmou que a atividade
habitual de empréstimo de dinheiro a juros constitui situação mercantil clás-
sica, sendo, portanto, evidente a natureza empresarial da agravante, e que,
em razão da ausência de interesse em adimplir o crédito ou sequer se defen-
der, entendeu comprova a insolvência.
152 • capítulo 6
As cooperativas são reguladas pela Lei Cooperativista n.º 5.764/71, pela
Constituição da República Federativa do Brasil em seu artigo 5º, XVII, XVIII
e XX; e pelo artigo 174 § 2º; além dos artigos 1.093 a 1096 do Código Civil/02.
PEDIDO
Requer que o recurso seja conhecido, concedido pelo desembargador re-
lator o efeito suspensivo, e ao final dê provimento para reconhecer a incom-
petência do juízo para anular a decisão, encaminhando-se o processo para
o juízo da Vara Empresarial da Comarca do Distrito Federal, caso assim não
entenda este Tribunal, requer seja reformada a decisão que decretou a falên-
cia, pelos motivos acima expostos.
Espera deferimento.
Local e data.
Advogado
OAB/UF n....
capítulo 6 • 153
Art. 2º O processo orientar-se-á pelos critérios da oralidade, simplicidade, in-
formalidade, economia processual e celeridade, buscando, sempre que possí-
vel, a conciliação ou a transação.
Art. 3º O Juizado Especial Cível tem competência para conciliação, processo
e julgamento das causas cíveis de menor complexidade, assim consideradas:
I - as causas cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo;
II - as enumeradas no art. 275, inciso II, do Código de Processo Civil;
III - a ação de despejo para uso próprio;
IV - as ações possessórias sobre bens imóveis de valor não excedente ao
fixado no inciso I deste artigo.
ATENÇÃO
As causas enumeradas, no inciso II, do artigo 275, do CPC de 1973, deverão ter rito sumário
independentemente do seu valor. Dispõe o artigo 275, inciso II do CPC/73:
Não se pode esquecer que para essas causas enumeradas serem propostas
no Juizado Especial Cível não poderão ultrapassar o teto determinado pelo arti-
go 3o da lei que é de 40 salários mínimos.
154 • capítulo 6
Conforme estabelecido pela lei, artigo 9°, nas causas de valor até 20 salários
mínimos, as partes comparecerão pessoalmente, podendo ser assistidas por
advogado; nas de valor superior, a assistência é obrigatória.
Art. 9o Nas causas de valor até vinte salários mínimos, as partes comparece-
rão pessoalmente, podendo ser assistidas por advogado; nas de valor supe-
rior, a assistência é obrigatória.
No que tange ao recurso, pela regra contida na Lei 9.099/95 que dispõe so-
bre o JEC, da sentença proferida pelo juiz do juizado caberá recurso. O artigo
41, caput da Lei 9.099/95, determina que da sentença, excetuada a homologa-
tória de conciliação ou laudo arbitral, caberá recurso para o próprio Juizado,
que será julgado por turma composta por três juízes togados, em exercício no
primeiro grau de jurisdição, reunidos na sede do Juizado.
Fonte: http://www.educacaofisica.com.br/carreiras2/empreendedor-individual/deci-
sao-judicial-favorece-profissionais-de-educacao-fisica-na-paraiba/ Acesso: 30 mar 2015.
capítulo 6 • 155
§ 2o No recurso, as partes serão obrigatoriamente representadas por advo-
gado.
Art. 42, Lei 9.099/95. O recurso será interposto no prazo de dez dias, conta-
dos da ciência da sentença, por petição escrita, da qual constarão as razões
e o pedido do recorrente.
§ 1o O preparo será feito, independentemente de intimação, nas quarenta e
oito horas seguintes à interposição, sob pena de deserção.
§ 2o Após o preparo, a Secretaria intimará o recorrido para oferecer resposta
escrita no prazo de dez dias.
Art. 43. O recurso terá somente efeito devolutivo, podendo o Juiz dar-lhe efei-
to suspensivo, para evitar dano irreparável para a parte.
156 • capítulo 6
Processo n.
(espaço de 5 linhas)
RECURSO INOMINADO
(espaço de uma linha)
capítulo 6 • 157
MODELO PEÇA DAS RAZÕES: RECURSO INOMINADO
(fonte 14 Times New Roman, espaçamento 1,5)
RAZÕES DO RECURSO INOMINADO
(espaço de uma linha)
PEDIDO
Requer que o recurso seja conhecido e ao final dê provimento para...
(espaço de duas linhas)
Espera deferimento.
(espaço de uma linha)
Local e data.
(espaço de 2 linhas)
158 • capítulo 6
Caso Concreto – Recurso Inominado
capítulo 6 • 159
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO XXIV JUIZA-
DO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DA CAPITAL DO ESTADO DO RIO DE
JANEIRO.
Processo n....
RECURSO INOMINADO
para uma das Turmas Recursais, apresentando as razões, em anexo.
Espera deferimento.
Local e data.
Advogado
OAB/UF n. ...
160 • capítulo 6
RAZÕES DO RECURSO INOMINADO
Recorrente: Daniel
Recorrido: Mercado X
Ação: de defesa do consumidor.
Processo n....
capítulo 6 • 161
O magistrado do XXIV JEC julgou improcedente o pedido de recorrente
quanto à restituição do valor pago de R$600,00 (seiscentos reais) e ao dano
moral de R$4.000,00 (quatro mil reais), sob os argumentos de que o recor-
rido apenas atua como intermediador nas compras e vendas dos produtos
anunciados e, ainda, em razão de entender que quem deu causa à cobrança
indevida foi o recorrente.
Ocorre que o recorrido agiu em desacordo com as normas do Código de
Defesa do Consumidor ao prestar um serviço defeituoso ao recorrente, e não
produzindo a segurança que dele se esperava, tudo de acordo com o artigo 14
da Lei n. 8.078/90.
Cabe ainda, na hipótese, a regra contida na redação do artigo 42, pará-
grafo único, também da Lei n. 8.078/90, que dispõe que o consumidor cobra-
do em quantia indevida tem direito à repetição do indébito, por valor igual
ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros
legais.
PEDIDO
Requer que o recurso seja conhecido e ao final dê provimento para refor-
mar a sentença proferida pelo o magistrado do XXIV Juizado Especial Cível
da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro, julgando procedentes
os pedidos do recorrente de restituição da quantia de R$600,00 (seiscentos
reais) e indenização por dano moral no valor de R$4.000,00 (quatro mil reais).
Espera deferimento.
Local e data.
Advogado
OAB/UF n....
162 • capítulo 6
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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ANOTAÇÕES
capítulo 6 • 165
ANOTAÇÕES
166 • capítulo 6
ANOTAÇÕES
capítulo 6 • 167
ANOTAÇÕES
168 • capítulo 6