Livro Texto Contabilidade Básica PDF
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Contabilidade Básica
Professor
Roque Brinckmann
2014
3ª edição
Copyright 2014. Universidade Federal de Santa Catarina / Sistema UAB. Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, trans-
mitida e gravada, por qualquer meio eletrônico, por fotocópia e outros, sem a prévia autorização, por escrito, do autor.
1ª edição – 2009.
Inclui bibliografia
Curso de Graduação em Administração, modalidade a distância
ISBN: 978-85-7988-136-7
CENTRO SOCIOECONÔMICO
Resumindo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
Atividades de aprendizagem. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
Balanços Sucessivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
Resumindo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
Atividades de aprendizagem. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
Unidade 3 – A Lei n. 11.638,/07 e os Princípios Fundamentais de Contabilidade
Atividades de aprendizagem. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87
Abordagem Conceitual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92
Os Usuários das ADC e suas Necessidades de Informações . . . . . . . . . . . . . . . 93
Demonstrações Financeiras. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95
Resumindo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 105
Referências. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108
Minicurrículo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 110
A Contabilidade e a
1
UNIDADE
Ciência da
Administração
Objetivo
Nesta primeira Unidade você estudará como se dá a
perfeita relação entre a Contabilidade e a Ciência da
Administração, no sentido de ver uma perfeita
ferramenta de gestão das empresas. Além disso, será
apresentada a você a estrutura do Balanço Patrimonial,
com ênfase em seus principais componentes
representativos do patrimônio da empresa, o Ativo, o
Passivo e o Patrimônio Líquido, mais a equação básica
da Contabilidade e as situações líquidas possíveis.
1
UNIDADE
UNIDADE
Olá, estudante!
Estamos iniciando nesta Unidade o conteúdo de
Contabilidade Básica. A partir de agora você co-
nhecerá um pouco sobre a relação entre estas duas
áreas: Contabilidade e Administração. Leia com
atenção o conteúdo proposto e realize as ativida-
des que estão indicadas no final da Unidade. Sua
leitura, a realização das atividades e os contatos
com o seu tutor e o seu professor têm um só obje-
tivo: ajudá-lo no processo de construção do co-
nhecimento e no desenvolvimento de habilidades
que caracterizarão seu novo perfil profissional ao
final deste curso.
E então, vamos lá?
A
té agora você já aprendeu algumas coisas sobre empreendi-
mentos neste Curso de Administração, mas que tal retornarmos
ao início de tudo, isto é, quando duas ou mais pessoas resol-
vem “abrir um negócio”?
Quando isso acontece, o que é natural que as pessoas façam?
Isso mesmo, elas pensam em um nome para a empresa, um local para
as atividades e do que precisarão para desenvolver seus trabalhos.
Em seguida precisam tomar algumas providências: procurar por um
Advogado e um Contador e então realizarem um contrato entre si,
pois se tornarão sócias do novo empreendimento.
Entre tantas outras atividades de registro de documentos, a nova
firma deve obter um cadastro na Receita Federal do Brasil – RFB
<www.receita.fazenda.gov.br>. Assim, junto a RFB a nova empresa
recebe um número de cadastro chamado Cadastro Nacional da Pes-
soa Jurídica – CNPJ –, geralmente um número composto por 14 dígi-
tos como, por exemplo, o da UFSC: 83.899.526/0001-82.
Período 3 13
1 Veja o “milagre” que aconteceu! Uma nova “pessoa” passou a
existir no “mundo jurídico”. Sim, uma nova pessoa, não exatamente
física como você ou eu, mas uma pessoa jurídica. Agora, essa nova
UNIDADE
pessoa, esse novo empreendimento, tal como nós, irá ser detentor não
só de muitos bens e direitos, mas também de obrigações. Tais bens,
direitos e obrigações passam então a fazer parte do “patrimônio” da
empresa.
Mas e o que seriam bens, direitos e obrigações? Grosso modo,
poderíamos dizer que os bens e os direitos são aquelas partes do
patrimônio nas quais os recursos da empresa são aplicados. E as obri-
gações? É a parte do patrimônio que deu origem aos tais recursos apli-
cados nos bens e direitos. Mais adiante isso será explicado em detalhes.
Bem, então chegamos ao seguinte ponto, ao criarmos uma
empresa, ela passa a ser uma nova pessoa (jurídica) no mundo, então
passa a ser detentora de um patrimônio. É fácil depreender que esse
patrimônio está sempre se modificando ao longo do tempo. Por exem-
plo, a empresa pode desfazer-se de um bem, ou mesmo adquirir um
novo. Ela pode ainda obter o direito de cobrar certa quantia de al-
guém ou de outra empresa. Ela também pode adquirir novas obriga-
ções, como um empréstimo junto a um banco, ou mesmo extinguir
(pagar) uma dívida que possuía.
UNIDADE
modificações que ocorrem no patrimônio de uma empresa são refle-
xos de como estamos administrando seus recursos. Em outras pala-
vras, a Contabilidade permite ao Administrador, dentro de determina-
dos períodos de tempo, saber como os recursos que conseguiu obter
(origem dos recursos) estão sendo aplicados (aplicação dos recursos).
Ou seja, com isso o Administrador conhece e controla as modifica-
ções que ocorrem em seu patrimônio e sabe qual o resultado que es-
sas aplicações de recursos estão gerando.
Período 3 15
1 Fatos Contábeis e seu Registro
UNIDADE
!
É importante você entender que na Contabilidade cada
elemento patrimonial pertence a uma conta. Assim,
cada empresa possui um conjunto de contas específi-
co. Esse conjunto de contas chama-se Plano de Con-
tas da entidade. Então, o Plano de Contas é o agrupa-
mento ordenado de todas as contas que são utilizadas
pela Contabilidade dentro de determinada empresa.
Portanto, o elenco de contas considerado é indispen-
sável para os registros de todos os fatos contábeis.
UNIDADE
no presente, poderão ser utilizadas no futuro. Na prática, cada conta
no Plano de Contas é numerada (codificada) de forma racional, o que
facilita a contabilização por meio de processos mecânicos ou proces-
sos eletrônicos.
Quando ocorre um fato contábil, a Contabilidade examina quais
as contas envolvidas e registra o fato. No chamado “Livro Diário”,
como o próprio nome sugere, esse registro é feito rigorosamente em
ordem cronológica. Já no “Livro Razão”, o mesmo registro (“lança-
mento”) movimenta os valores de cada conta envolvida no fato
contábil, separando assim os valores não por ordem cronológica, mas
por conta compreendida no evento contábil.
Neste ponto você deve fazer uma pesquisa sobre Plano de Con-
tas na internet. Para tanto, em um mecanismo de busca (sugerimos
aqui o Google: <http://www.google.com.br>), você poderá ingressar
com a palavra-chave: “plano de contas”, seguida de uma ou mais das
seguintes palavras-chave: “exemplo”, “contabilidade”, “plano de con-
tas geral”, “empresas comerciais”, “empresas industriais”, etc.
De todo modo, vale registrar que as Demonstrações Contábeis,
ou Relatórios Contábeis, são então peças construídas pela Contabili-
dade, nas quais os dados dos fatos contábeis registrados ao longo de
um período são apresentados dentro de uma determinada sistemati-
zação, ou seja, são resumidos e ordenados.
v
A Lei n. 6.404/76, mais todas as alterações posteriores, cha-
mada também de Lei das Sociedades Anônimas (S.A.), é a lei
que traz todas as determinações de como deve ser tratada a Contabi-
Sobre a Lei n. 6.404/76 leia
lidade de uma empresa. Veja que essa lei, em princípio, foi criada
mais no site: <http://www.
como normativa para as chamadas sociedades anônimas de ca-
planalto.gov.br/ccivil_03/
pital aberto, grosso modo, conhecidas como aquelas empresas que
Leis/L6404consol.htm>.
operam na bolsa de valores de São Paulo (brasileira), ou seja, a
Acesso em: 4 nov. 2011.
Período 3 17
1 BOVESPA <www.bovespa.com.br>. No entanto, essa lei, sempre que
pertinente, ou quando autoridades assim entendem, também termina
por ser aplicada em outros casos, valendo ainda para a totalidade da
UNIDADE
operacionalização contábil.
Por fim, cabe salientar que a Lei n. 6.404/76 (e suas modifica-
ções posteriores) obriga as empresas às quais abrange a confecciona-
rem e publicarem alguns de seus demonstrativos contábeis, tais como:
Balanço Patrimonial;
Demonstração do Resultado do Exercício;
Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados;
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido;
Demonstração do Fluxo de Caixa; e
v
Demonstração do Valor Adicionado.
O Balanço Patrimonial – BP
UNIDADE
dade agrupa os bens, os direitos e as obrigações de uma entidade, ou
seja, o seu patrimônio.
Esse agrupamento é feito dividindo-se o patrimônio em duas
grandes “metades” complementares. Uma das metades abriga as “ori-
gens” dos recursos; já a outra abriga as “aplicações” desses recursos.
Então podemos criar um quadro representativo do patrimônio de uma
entidade (Quadro 1).
BENS OBRIGAÇÕES
DIREITOS
Período 3 19
1 sitos em dinheiro que a empresa tem em um determinado Banco são
um direito que a empresa tem sobre tal Banco; que direito? O direito
de sacar algum dinheiro quando assim desejar!
UNIDADE
UNIDADE
àquelas obrigações com terceiros. Já a de baixo chama-se
“Patrimônio Liquido” e contém as obrigações para com os
sócios (Quadro 3).
B ALANÇO P ATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
v
No Quadro 4 está representada a estrutura básica de um Ba-
lanço Patrimonial, conforme indicado pela Lei n. 6.404/76, mais as
Veja mais sobre a Medi-
modificações introduzidas pela Lei n. 11.638/07 e pela Medida Provi-
da Provisória n. 449/08
sória nº 449/08. Veja que é possível buscar uma ordem de liquidez
em: <http://
decrescente no Ativo, ou seja, as contas que representam bens e direi-
www.receita.fazenda.gov.br/
tos da empresa são colocadas umas após as outras conforme apresen- legislacao/MPs/2008/
tem menor facilidade para realizarem-se em dinheiro. Já do lado do mp449.htm>. Acesso
Passivo é possível buscar uma ordem de exigibilidade decrescente, ou em: 4 nov. 2011.
seja, as contas que representam obrigações da empresa são coloca-
das umas após as outras conforme apresentem maior prazo para se-
rem cobradas, por exemplo, contas do Passivo Não-Circulante, como
empréstimos bancários de longo prazo, têm menor exigibilidade quan-
to ao vencimento do que um empréstimo bancário de curto prazo situ-
ado no Passivo Circulante.
Período 3 21
1 Ativo
B ALANÇO P ATRIMONIAL
Passivo
UNIDADE
O Ativo
UNIDADE
a curto prazo, como os créditos de curto prazo, bem como
as despesas antecipadas pela entidade. Portanto, é pelo
Ativo Circulante que a empresa opera no “curto prazo”,
gerando o “caixa” necessário para promover suas vendas
e pagar suas dívidas.
Período 3 23
1 cícios, mas que abrigam os gastos já realizados a tí-
tulo de aquisição de algum direito que será consumi-
do ao longo do tempo. Assim, podem ser citados como
UNIDADE
!
Ativo Não-Circulante – AÑC: como o próprio nome diz,
envolve contas com valores cujo prazo de realização é
considerado de longo prazo, ou seja, para além do
término do exercício social seguinte.
UNIDADE
enquanto no AC, os prazos são “Curtos”. Em outras pala-
vras, estão presentes nesse grupo itens que serão converti-
dos em dinheiro a “Longo Prazo”, daí serem considerados
então “não-circulantes”. Para um entendimento prévio do
que seja “Curto ou Longo” prazo, digamos que no “Curto
Prazo” se enquadram todos os valores com realização até
o término do exercício social seguinte. Portanto, o “Longo
Prazo” abrigará prazos superiores ao término do exercício
social seguinte, mas veja bem, considerando que o “Ciclo
Operacional” da empresa compreende o período de um ano
(12 meses). O que é o “Ciclo Operacional”? De forma su-
cinta e didática, esse é o ciclo da empresa definido pelo
período transcorrido desde a compra dos insumos até o
momento em que a empresa recebe suas vendas a prazo.
Alguns itens que podem compor o RLP são o tanto de
vendas com prazo de recebimento superior ao término do
exercício seguinte, os adiantamentos ou empréstimos que
a empresa faz às sociedades coligadas ou controladas por
ela e, também, os adiantamentos ou os empréstimos que faz
a seus diretores, acionistas ou participantes no lucro da com-
panhia (aqui, independentemente do prazo de realização, se
curto ou longo!), bem como qualquer outro crédito cujo pra-
zo de realização se enquadre como de “Longo Prazo”.
Investimentos: neste grupo de contas estão todos os in-
vestimentos realizados pela empresa que não fazem parte
de sua atividade habitual. Por exemplo, participações
societárias permanentes (ou seja, aplicações na compra de
ações e outros títulos de participação societária com vistas
à obtenção do controle societário da “empresa compra-
da”), terrenos, obras de arte, imóveis para futura venda,
joias e imóveis para renda, entre outros.
Imobilizado: valemo-nos da definição legal: neste item
devem ser contabilizados
Período 3 25
1 tes de operações que transfiram à companhia os benefícios,
riscos e controle desses bens. (BRASIL, 1976, art. 179; BRA-
SIL, 2007, art. 178).
UNIDADE
UNIDADE
com terceiros, ou seja, os bens e direitos de outros que se encontram
em poder da entidade e que ela tem a obrigação de devolver. O “lado”
do Passivo no Balanço Patrimonial é dividido em Circulante, Não-
Circulante e Patrimônio Líquido. A exemplo do Ativo, o que diferencia
a região circulante da não-circulante é o prazo de exigibilidade, pois
os exigíveis a longo prazo são aqueles valores que se realizam para
além do final do exercício social seguinte. A parte Circulante e a Não-
Circulante também é chamada de “Exigível” (os terceiros a exigem
sob certo prazo definido), enquanto que o Patrimônio Líquido tam-
bém é chamada de “Não-Exigível” (pois não há prazo determinado
para os sócios o exigirem de volta).
Por fim, cabe relembrar que o Passivo representa origem de
recursos para a empresa, recursos estes que serão aplicados em Ati-
vos. Seguindo o Quadro 4, apresentaremos a seguir considerações
sobre os principais elementos do Passivo.
O Patrimônio Líquido – PL
Período 3 27
1 obtendo “resultados positivos” (“lucros”) a cada período, parte desses
lucros fica retida na empresa, ou seja, a parte que não é distribuída
para sócios ou investidores (ficando então esta parte justamente
UNIDADE
A Equação Contábil
UNIDADE
uma situação em que todo o PL foi absorvido, deixando ainda
um déficit de PL, chamado de “Passivo a Descoberto”.
Terceira Situação: Os valores do Ativo e do Passivo são
iguais, resultando uma Situação Líquida nula (também
chamada compensada). Nesse caso também temos uma
Situação Líquida em que todo o PL também foi absorvido,
mas sem deixar déficit, ou seja, todo o Ativo pertence a
terceiros, pois o total de bens e direitos é exatamente igual
ao das obrigações.
!
Basicamente são os lucros ou os prejuízos que modifi-
cam quantitativamente a Situação Líquida. Por outro
lado, pode ser necessário mais de um período para
haver uma transição entre uma Situação Líquida posi-
tiva para negativa, ou vice-versa, pois a empresa pode
apresentar lucro ou prejuízo em determinado exercí-
cio, mas continuar com Situação Líquida positiva, ou
não, dependendo sempre do tamanho do incremento
ou diminuição provocada no PL.
Período 3 29
1 Resumindo
r
UNIDADE
UNIDADE
1. Explique e exemplifique a relação da Contabilidade com a Ciência
da Administração.
2. No texto desta Unidade foi estudada a estrutura do Balanço Patrimonial
normalizada, principalmente, pelas Leis n. 6.404/76, n. 11.638/
07 e MP n. 449/08 (transformada na Lei n. 11941/09). Faça uma
pesquisa e comente sobre os itens do PL “Reservas”, “Ajustes de
Avaliação Patrimonial”, “Ações em Tesouraria” e “Prejuízos Acumu-
lados” à luz dessas normas.
3. Nesta Unidade foi estudada a estrutura do Balanço Patrimonial nor-
malizada, principalmente, pelas Leis n. 6.404/76, n. 11.638/07 e
MP n. 449/08. Faça uma pesquisa na internet e comente sobre as
diferenças produzidas por estas normas na estrutura do BP.
4. A Cia. SADA possui como negócio itens de informática. Em 31/05/
2007 foi elaborado uma descrição analítica do patrimônio da em-
presa, descrito no quadro a seguir.
Reconheça cada item, atribuindo a letra (A) se for Ativo ou
(P) se for Passivo.
No mesmo quadro, identifique as contas do Ativo Circulante
e do Passivo Circulante, faça a soma de cada um e compa-
re os dois totais. Perceba que o AC e o PC dão a noção de
qual é a situação das finanças da entidade no curto prazo,
ou seja, o AC informa o montante que a empresa dispõe de
liquidez para saldar suas dívidas também de curto prazo, as
quais estão no PC, então chegue a uma conclusão de qual é
o grau de saúde financeira da empresa no curto prazo.
Período 3 31
1 C IA SADA – B ENS , D IREITOS
Discriminação
E O BRIGAÇÕES EM 31/05/2007
Valor unitário
em R$
Valor total
em R$
UNIDADE
Estudante!
É importante que você reflita sobre os assuntos
discutidos até o momento! Você pode verificar o
que estudou até agora e relacionar com suas fun-
ções tanto na vida pessoal como profissional. Es-
tudar sobre os patrimônios das entidades públi-
cas, privadas e do terceiro setor é sua responsabi-
lidade como membro de uma sociedade. Faça no-
vas pesquisas e prepare-se para participar e discu-
tir nos Fóruns. O tutor presencial de seu Pólo lhe
informará o momento dessa discussão. Só assim
conseguiremos saber se você está entendendo o
assunto e se teremos reciprocidade de informações
sobre o tema abordado.
UNIDADE
– DRE, a Contabilidade
por Balanços UNIDADE
Sucessivos e o Método
das Partidas Dobradas
Objetivo
Nesta Unidade você identificará os valores do lucro
ou prejuízo, primeiramente verá os conceitos sobre
a Demonstração do Resultado do Exercício, em
seguida as formas de como apurar a Receita Líquida,
o Lucro (Operacional Bruto), o Lucro (Operacional
Líquido), o Lucro Antes do Imposto de Renda e
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, o Lucro
Após o Imposto de Renda e Contribuição Social sobre
o Lucro Líquido e a apuração do Lucro Líquido.
Finalmente, você será apresentado à Contabilidade
por meio de Balanços Sucessivos e pelo Método das
Partidas Dobradas (“Razonetes”), que se constituem
numa forma mais simples e dinâmica de escrituração
contábil.
Período 3 33
2
UNIDADE
UNIDADE
Caro Participante!
Estamos iniciando a Unidade 2. Aqui você conhe-
cerá os valores do lucro ou prejuízo, os conceitos
sobre a Demonstração do Resultado do Exercício e
as formas de como apurar a Receita Líquida. É
importante que você reflita ao longo de toda a lei-
tura e se questione sobre a importância de cada
assunto que está sendo colocado, inclusive relaci-
onando-o com a realidade de sua organização.
Vamos seguir juntos nesta caminhada!
A
previsão legal dada pela Lei n. 6.404/76, comanda que a cada
exercício social a empresa deva elaborar a Demonstração do
Resultado do Exercício – DRE com o objetivo de saber qual
foi o resultado que obteve em tal exercício social, se positivo ou nega-
tivo. De forma bastante sucinta, pela DRE a Contabilidade toma to-
das as “Receitas” auferidas no período e delas subtrai todas as “Des-
pesas” incorridas neste mesmo período. Assim, se dessa “grande sub-
tração” for apurado um resultado positivo, chegamos à conclusão de
que esse foi o lucro da empresa no período, do contrário, se o resulta-
do for negativo, chegamos à conclusão de que esse foi um prejuízo
para a empresa no período.
A DRE obedece a um formato de relatório vertical que se inicia
apresentando toda a Receita de suas operações obtida no período
(“Receita Operacional Bruta”, que é a receita obtida de suas vendas,
seja de produtos, mercadorias ou serviços), para depois: retirar tudo
o que não se concretizou verdadeiramente como Receita; retirar os Cus-
tos incorridos; e retirar as Despesas Operacionais incorridas, ou somar
as Receitas Operacionais e as Receitas Financeiras, se houver; retirar o
Imposto de Renda e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido.
Como resultado será obtido lucro ou prejuízo e, havendo lucro,
poderão ainda ser separadas deste as diversas participações nos lu-
Período 3 35
2 cros, se houver previsão para tais participações. A seguir é apresenta-
da uma estrutura geral da DRE com base nas previsões legais dadas
pelas Leis n. 6.404/76, n. 11.638/07 e MP n. 449/08.
UNIDADE
UNIDADE
(–) DEDUÇÕES DA RECEITA OPERACIONAL BRUTA
Devoluções das Vendas
Abatimentos e Descontos Incondicionais sobre as Vendas
Tributos incidentes sobre as Vendas
= RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA
DRE – “XYZ”:
Receita Bruta 4.785,00
(–) Deduções: IPI (435,00)
(–) Deduções: ICMS (1.181,90)
Período 3 37
2 O Quadro 8 mostra como são realizadas as deduções do IPI e
ICMS na DRE. Veja que a ROL terminou por valer apenas 66,21% da
ROB (resultado obtido da divisão de 3.168,10 por 4.785). Veja tam-
UNIDADE
UNIDADE
RECEITA OPERACIONAL BRUTA (Receita de Vendas)
(–) DEDUÇÕES DA RECEITA OPERACIONAL BRUTA
Devoluções das Vendas
Abatimentos e Descontos Incondicionais sobre as Vendas
Tributos incidentes sobre as Vendas
= RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA
(–) CUSTOS DAS VENDAS
Custo dos Produtos e/ou Mercadorias e/ou Serviços Vendidos
= RESULTADO (LUCRO OU PREJUÍZO) OPERACIONAL BRUTO
Período 3 39
2 A Apuração do Resultado Operacional Líquido
antes do “IR” e “CSLL”
UNIDADE
UNIDADE
Outras Despesas (ou Receitas) Operacionais.
Despesas Administrativas
Despesas Financeiras
Período 3 41
2 Já as variações monetárias e cambiais ativas ou passivas, com-
preendem as variações nos valores originais de quaisquer direitos de
crédito ou obrigações da entidade que decorram de atualizações pro-
UNIDADE
UNIDADE
No final de cada ano-base, calculado o valor do “IR” e da
“CSLL”, esses valores passam a fazer parte do Passivo Circulante da
empresa, pois se trata de obrigações de curto prazo para com o Go-
verno Federal (pelo atual Regulamento do Imposto de Renda – RIR/99
– e suas alterações, estes tributos estão sendo pagos dentro do próprio
exercício social). Paralelamente são então, também, computadas as
despesas referentes a tais valores, fato que irá afetar o Resultado do
Exercício sob apuração. Importante perceber que, se houve “IR” e “CSLL”
a pagar, é porque houve lucro, pois do contrário, ou seja, se apurado
um prejuízo líquido, não haveria a incidência desses tributos.
!
Fonte: Elaborado pelo autor deste livro
Período 3 43
2 Participação de Debêntures
UNIDADE
76, que define o modelo de DRE a ser adotado pelas empresas.
Balanços Sucessivos
Período 3 45
2 Método das Partidas Dobradas
UNIDADE
Nome da Conta
UNIDADE
de débitos e diminuem através de créditos; enquanto as contas do
passivo funcionam ao contrário, ou seja, crescem através de créditos
e diminuem através de débitos. Além disso, o quadro também mostra
a posição dos valores em cada “razonete”, conforme sejam valores a
débito ou a crédito.
ATIVO PASSIVO
D Máquinas C D Títulos a Pagar C
150.000,00 150.000,00
Período 3 47
2 Para essa transação foram debitados R$ 150.000,00 na conta
Máquinas do Ativo Não-Circulante, grupo Imobilizado, e creditados
R$ 150.000,00 na conta Títulos a Pagar do Passivo Circulante. Perce-
UNIDADE
ATIVO PASSIVO
D Caixa C D Capital Social C
170.000,00 170.000,00
D
(CAIXA)
Caixa C
ATIVO NÃO-CIRCULANTE –
IMOBILIZADO (TERRENOS)
D Terrenos C
2
UNIDADE
170.000,00 62.000,00 62.000,00
Contas Patrimoniais
Contas do Ativo: começam com o número 1.
Contas do Passivo e Patrimônio Líquido: começam com o nú-
mero 2.
Contas de Resultado
Contas de Despesas: começam com o número 3.
Contas de Receitas: começam com o número 4.
Período 3 49
2 Contas do Ativo + Circulante: 1.1
Contas do Ativo + Circulante + Disponibilidades: 1.1.1
UNIDADE
Exemplo
Resumindo
Nesta Unidade você verificou que a Demonstração do
Resultado do Exercício – DRE é uma demonstração dedutiva,
ou seja, inicia pela Receita Bruta da qual são subtraídas todas
r
as deduções, custos e despesas, então, obtemos, ao final, o lu-
cro ou o prejuízo do exercício. Para tanto, são percorridas vári-
as etapas na forma de cálculos de subtotais. Você aprendeu
que a Receita Operacional Bruta é o total operacional bruto de
determinado período, do qual são subtraídos os impostos sobre
vendas (que pertencem ao governo); as devoluções (vendas can-
celadas) e os abatimentos (descontos) ocorridos no período.
Somente depois desse cálculo é obtida a Receita Operacional
Líquida. Desta última em diante seguem os cálculos do Lucro
Operacional Bruto até o Lucro Operacional Líquido. Você viu
ainda informações sobre o IR e Contribuição Social e sobre as
quatro participações sobre o Lucro Líquido do Exercício, que
são distribuições do lucro na forma de Debêntures, para Em-
UNIDADE
“Partidas Dobradas”. A Contabilidade se utiliza da técnica das
“Partidas Dobradas” (“Razonetes”), como ferramenta de escri-
turação e para conferência das contrapartidas. Cabe salientar
aqui que você estudou também a importância do aprendizado
dessa técnica para a sequência dos estudos, desse modo você
irá compreender os lançamentos e a situação da entidade por
meio da análise de suas demonstrações.
Caro estudante!
Nesta segunda Unidade torna-se necessária uma
reflexão sobre o que você aprendeu até agora. Afi-
nal, você verificou aqui os valores do lucro ou pre-
juízo, os conceitos sobre a Demonstração do Re-
sultado do Exercício, as formas de como apurar a
Receita Líquida e a Contabilidade por meio de Ba-
lanços Sucessivos e pelo Método das Partidas Do-
bradas (“Razonetes”). O objetivo desta Unidade são
esses, então, certifique-se de que você conseguiu
aprender tudo.
Agora faça o trabalho de fixação, que serve tam-
bém para auxiliar no aprendizado desta Unidade.
Bom trabalho...
Período 3 51
2 Atividades de aprendizagem
aprendizagem
UNIDADE
PARTE 1
Início do Exercício
UNIDADE
Continuação do Exercício – iniciam-se os fatos contábeis
COMPANHIA CANARINHO
BALANÇO PATRIMONIAL (16/11/2006)
ATIVO PASSIVO
Caixa................................ 2.700,00
COMPANHIA CANARINHO
BALANÇO PATRIMONIAL (18/11/2006)
ATIVO PASSIVO
Caixa................................ 4.700,00
Clientes............................. 3.000,00
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Material de Expediente.......... 1.300,00 Capital Social...................... 7.000,00
Móveis e utensílios................ 3.000,00 Receita de Serviços Prestados.. 5.000,00
Período 3 53
2 Continuação do Exercício – a partir daqui segue você, estudante
COMPANHIA CANARINHO
BALANÇO PATRIMONIAL (21/11/2006)
ATIVO PASSIVO
Caixa................................ 4.700,00
Clientes............................. 3.000,00
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Material de Expediente.......... 1.300,00 Capital Social...................... 7.000,00
Móveis e utensílios................ 3.000,00 Receita de Serviços Prestados.. 5.000,00
COMPANHIA CANARINHO
BALANÇO PATRIMONIAL (24/11/2006)
ATIVO PASSIVO
Caixa................................ 4.700,00
Clientes............................. 3.000,00
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Material de Expediente.......... 1.300,00 Capital Social...................... 7.000,00
Móveis e utensílios................ 3.000,00 Receita de Serviços Prestados.. 5.000,00
UNIDADE
ATIVO PASSIVO
Caixa................................ 4.700,00
Clientes............................. 3.000,00
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Material de Expediente.......... 1.300,00 Capital Social...................... 7.000,00
Móveis e utensílios................ 3.000,00 Receita de Serviços Prestados.. 5.000,00
COMPANHIA CANARINHO
BALANÇO PATRIMONIAL (29/11/2006)
ATIVO PASSIVO
Caixa................................ 4.700,00
Clientes............................. 3.000,00
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Material de Expediente.......... 1.300,00 Capital Social...................... 7.000,00
Móveis e utensílios................ 3.000,00 Receita de Serviços Prestados.. 5.000,00
Despesas com reprografia....... 5.000,00
Período 3 55
2 COMPANHIA CANARINHO
BALANÇO PATRIMONIAL (30/11/2006)
UNIDADE
ATIVO PASSIVO
Caixa................................ 4.700,00 Salário a Pagar................... 7.000,00
Clientes............................. 3.000,00
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Material de Expediente.......... 1.300,00 Capital Social...................... 7.000,00
Móveis e utensílios................ 3.000,00 Receita de Serviços Prestados.. 5.000,00
Despesa com Salários – Assessores... 5.000,00
Despesas com reprografia....... 5.000,00
COMPANHIA CANARINHO
BALANÇO PATRIMONIAL (30/11/2006)
ATIVO PASSIVO
Caixa............................. 4.700,00 Salário a Pagar......................... 7.000,00
Clientes.......................... 3.000,00
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Material de Expediente....... 1.300,00 Capital Social.......................... 7.000,00
Móveis e utensílios............ 3.000,00 Receita de Serviços Prestados...... 5.000,00
Despesa com Salários – assessores... 5.000,00
Despesas com material de expediente... 5.000,00
Despesas com reprografia........... 5.000,00
UNIDADE
ATIVO PASSIVO
Caixa................................ 4.700,00 Salário a Pagar................... 7.000,00
Clientes............................. 3.000,00
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Material de Expediente.......... 1.300,00 Capital Social...................... 7.000,00
Móveis e utensílios................ 3.000,00 Lucros Acumulados.............. 5.000,00
COMPANHIA CANARINHO
BALANÇO PATRIMONIAL (16/11/2006)
ATIVO PASSIVO
Caixa................................ 4.700,00 Salário a Pagar................... 7.000,00
Clientes............................. 3.000,00 Dividendos a Pagar.............. 7.000,00
Período 3 57
2 O último Balanço Patrimonial que você construiu é o que será publi-
cado. Mas, além dele, serão publicadas as outras demonstrações
contábeis da Cia. Canarinho, relativas ao exercício que findou em
UNIDADE
COMPANHIA CANARINHO
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO (2006)
01-
02-
03-
04-
05-
06-
UNIDADE
termos “débitos” e “créditos”).
Este exercício será resolvido de duas maneiras: a primeira é através
da técnica dos balanços sucessivos, já conhecida, e para isso utilize
as caixinhas pré-impressas; a segunda maneira é através de
“razonetes”, que também estão impressos no final deste exercício.
Observação: somente quanto à “Atividade de aprendizagem – PAR-
TE 2” você deverá fazer os “razonetes” para a avaliação. Contudo,
para um melhor aprendizado você poderá também realizar os
“razonetes” da "Atividade de aprendizagem – PARTE 1”.
PARTE 2
COMPANHIA CANARINHO
BALANÇO PATRIMONIAL (05/12/2006)
ATIVO PASSIVO
Caixa............................... 10.410,00 Salário a Pagar................... 1.150,00
Clientes............................. 5.900,00 Dividendos a Pagar.............. 1.500,00
Período 3 59
2 É perceptível que foi preciso trazer os saldos de cada período anteri-
or, para darmos continuidade ao registro das operações do mês de
dezembro. Então, continue sozinho a registrar as demais operações.
UNIDADE
COMPANHIA CANARINHO
BALANÇO PATRIMONIAL (10/12/2006)
ATIVO PASSIVO
Caixa................................ 4.700,00 Salário a Pagar................... 7.000,00
Clientes............................. 3.000,00 Dividendos a Pagar.............. 7.000,00
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Material de Expediente.......... 1.300,00
Capital Social...................... 7.000,00
Móveis e utensílios................ 3.000,00
Reserva Legal...................... 5.000,00
Lucros Acumulados.............. 5.000,00
Receita de serviços prestados..... 5.000,00
UNIDADE
ATIVO PASSIVO
Caixa................................ 4.700,00 Salário a Pagar................... 7.000,00
Clientes............................. 3.000,00 Dividendos a Pagar.............. 7.000,00
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Material de Expediente.......... 1.300,00
Capital Social...................... 7.000,00
Móveis e utensílios................ 3.000,00
Reserva Legal...................... 5.000,00
Lucros Acumulados.............. 5.000,00
Receita de serviços prestados..... 5.000,00
COMPANHIA CANARINHO
BALANÇO PATRIMONIAL (15/12/2006)
ATIVO PASSIVO
Caixa................................ 4.700,00 Salário a Pagar................... 7.000,00
Clientes............................. 3.000,00 Dividendos a Pagar.............. 7.000,00
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Material de Expediente.......... 1.300,00
Capital Social...................... 7.000,00
Móveis e utensílios................ 3.000,00
Reserva Legal...................... 5.000,00
Lucros Acumulados.............. 5.000,00
Receita de serviços prestados..... 5.000,00
Período 3 61
2 COMPANHIA CANARINHO
BALANÇO PATRIMONIAL (18/12/2006)
UNIDADE
ATIVO PASSIVO
Caixa................................ 4.700,00 Salário a Pagar................... 7.000,00
Clientes............................. 3.000,00 Dividendos a Pagar.............. 7.000,00
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Material de Expediente.......... 1.300,00
Capital Social...................... 7.000,00
Móveis e utensílios................ 3.000,00
Reserva Legal...................... 5.000,00
Lucros Acumulados.............. 5.000,00
Receita de serviços prestados..... 5.000,00
COMPANHIA CANARINHO
BALANÇO PATRIMONIAL (19/12/2006)
ATIVO PASSIVO
Caixa................................ 4.700,00 Salário a Pagar................... 7.000,00
Clientes............................. 3.000,00 Dividendos a Pagar.............. 7.000,00
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Material de Expediente.......... 1.300,00
Capital Social...................... 7.000,00
Móveis e utensílios................ 3.000,00
Reserva Legal...................... 5.000,00
Lucros Acumulados.............. 5.000,00
Receita de serviços prestados..... 5.000,00
UNIDADE
ATIVO PASSIVO
Caixa................................ 4.700,00 Salário a Pagar................... 7.000,00
Clientes............................. 3.000,00 Dividendos a Pagar.............. 7.000,00
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Material de Expediente.......... 1.300,00
Capital Social...................... 7.000,00
Móveis e utensílios................ 3.000,00
Reserva Legal...................... 5.000,00
Lucros Acumulados.............. 5.000,00
Receita de serviços prestados..... 5.000,00
COMPANHIA CANARINHO
BALANÇO PATRIMONIAL (23/12/2006)
ATIVO PASSIVO
Caixa................................ 4.700,00 Salário a Pagar................... 7.000,00
Clientes............................. 3.000,00 Dividendos a Pagar.............. 7.000,00
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Material de Expediente.......... 1.300,00
Capital Social...................... 7.000,00
Móveis e utensílios................ 3.000,00
Reserva Legal...................... 5.000,00
Lucros Acumulados.............. 5.000,00
Receita de serviços prestados..... 5.000,00
Período 3 63
2 COMPANHIA CANARINHO
BALANÇO PATRIMONIAL (26/12/2006)
UNIDADE
ATIVO PASSIVO
Caixa................................ 4.700,00 Salário a Pagar................... 7.000,00
Clientes............................. 3.000,00 Dividendos a Pagar.............. 7.000,00
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Material de Expediente.......... 1.300,00
Capital Social...................... 7.000,00
Móveis e utensílios................ 3.000,00
Reserva Legal...................... 5.000,00
Lucros Acumulados.............. 5.000,00
Receita de serviços prestados..... 5.000,00
COMPANHIA CANARINHO
BALANÇO PATRIMONIAL (31/12/2006)
ATIVO PASSIVO
Caixa................................ 4.700,00 Salário a Pagar................... 7.000,00
Clientes............................. 3.000,00 Dividendos a Pagar.............. 7.000,00
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Material de Expediente.......... 1.300,00
Capital Social...................... 7.000,00
Móveis e utensílios................ 3.000,00
Reserva Legal...................... 5.000,00
Lucros Acumulados.............. 5.000,00
Receita de serviços prestados..... 5.000,00
Despesas com pessoal........... 5.000,00
UNIDADE
ATIVO PASSIVO
Caixa................................ 4.700,00 Salário a Pagar................... 7.000,00
Clientes............................. 3.000,00 Dividendos a Pagar.............. 7.000,00
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Material de Expediente.......... 1.300,00
Capital Social...................... 7.000,00
Móveis e utensílios................ 3.000,00
Reserva Legal...................... 5.000,00
Lucros Acumulados.............. 5.000,00
Receita de serviços prestados..... 5.000,00
Despesas com pessoal........... 5.000,00
Material de expediente consumido... 5.000,00
COMPANHIA CANARINHO
BALANÇO PATRIMONIAL (31/12/2006)
ATIVO PASSIVO
Caixa................................ 4.700,00 Salário a Pagar................... 7.000,00
Clientes............................. 3.000,00 Dividendos a Pagar.............. 7.000,00
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Material de Expediente.......... 1.300,00
Capital Social...................... 7.000,00
Móveis e utensílios................ 3.000,00
Reserva Legal...................... 5.000,00
Lucros Acumulados.............. 5.000,00
Receita de serviços prestados..... 5.000,00
Despesas com pessoal........... 5.000,00
Material de expediente consumido... 5.000,00
Despesas com reprografia....... 5.000,00
Período 3 65
2 m) Em 31 de dezembro de 2006, uma vez registrada todas as
operações de dezembro de 2006, a Cia. Canarinho apura
o resultado de dezembro de 2006.
UNIDADE
COMPANHIA CANARINHO
BALANÇO PATRIMONIAL (31/12/2006)
ATIVO PASSIVO
Caixa................................ 4.700,00 Salário a Pagar................... 7.000,00
Clientes............................. 3.000,00 Dividendos a Pagar.............. 7.000,00
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Material de Expediente.......... 1.300,00
Capital Social...................... 7.000,00
Móveis e utensílios................ 3.000,00
Reserva Legal...................... 5.000,00
Lucros Acumulados.............. 5.000,00
Receita de serviços prestados..... 5.000,00
Despesas com pessoal........... 5.000,00
Material de expediente consumido... 5.000,00
Despesas com reprografia....... 5.000,00
COMPANHIA CANARINHO
BALANÇO PATRIMONIAL (31/12/2006)
ATIVO PASSIVO
Caixa................................ 4.700,00 Salário a Pagar................... 7.000,00
Clientes............................. 3.000,00 Dividendos a Pagar.............. 7.000,00
UNIDADE
ágil. Por isso, agora, execute o exercício também pela técnica das
Partidas Dobradas (“razonetes”) para escriturar as operações.
Faça suas anotações no espaço abaixo.
3.000,00 SI SI 4.900,00
Período 3 67
2 Material de Expediente Móveis e Utensílios Salários a pagar
UNIDADE
1.500,00 SI
Consumo de Material de
Despesas com Pessoal Despesas com Reprografia
Expediente
Caro estudante!
Envie o “Trabalho de fixação sobre a Unidade 2”
ao seu tutor. Não se esqueça também de arquivá-
lo em seu banco de dados. Sugerimos que arma-
zene as repostas em um CD-ROM ou em um
pendrive. Esse arquivo deverá conter o seu nome,
o da disciplina e informar a qual trabalho de fixa-
ção ele se refere.
Bom estudo!
UNIDADE
A Lei n. 11.638/07
UNIDADE
e os Princípios
Fundamentais de
Contabilidade
Objetivo
Nesta Unidade você será apresentado a algumas das
principais modificações introduzidas pela Lei
n. 11.638/07 e, mais ao final, você estudará sobre
os assim chamados: “Princípios Fundamentais de
Contabilidade”.
Período 3 69
3
UNIDADE
UNIDADE
Olá estudante!
Estamos iniciando a Unidade 3. A partir de agora
você conhecerá um pouco mais sobre as principais
modificações introduzidas pela Lei n. 11.638/07.
Sua leitura, a realização das atividades e os conta-
tos com o seu tutor e o seu professor têm um só
objetivo: ajudá-lo no processo de construção do
conhecimento e no desenvolvimento de habilida-
des que caracterizarão seu novo perfil profissional.
E então? O que está esperando? Vamos juntos na
busca de mais conhecimento!
C
om o crescimento dos mercados mundiais, os usuários das in-
formações financeiras se depararam com um problema: as de-
monstrações contábeis variavam em gênero e número de um
país para outro (falta de compliance, ou seja, estavam em desacordo
com as normas internacionais). Essa falta de compliance sempre trouxe
sérios entraves quando da comparação entre demonstrativos de em-
presas de países diferentes. Atualmente, já existe consenso mundial
de que os países vão se adaptando a normas internacionais de Conta-
bilidade, a fim de minorar ou mesmo extinguir tal tipo de dificuldade.
Como você já viu, a Lei n. 6.404/76, chamada “Lei das S.A.”,
vem recebendo modificações nesse sentido através de novas leis que
regulam o assunto. Em 28 de dezembro de 2007 foi criada a Lei n.
11.638/07, que entrou em vigor a partir de 1º/01/2008, a qual trouxe
importantes alterações regulamentares à Lei n. 6.404/76. Com essa
nova lei percebemos a tendência brasileira por uma busca de padro-
nização em nível internacional.
Especificamente em nosso caso, foi criada uma comissão que
irá discutir e emitir pronunciamentos técnicos sobre procedimentos
contábeis, denominada Comissão de Pronunciamentos Contábeis –
CPC. Ela é constituída por membros oriundos de várias instituições,
entre elas: a Associação Brasileira das Companhias Abertas –
Período 3 71
3 ABRASCA –, a Associação dos Analistas e Profissionais de Investi-
mentos e Mercado de Capitais – APIMEC – Nacional, a Bolsa de Va-
lores de São Paulo – BOVESPA –, o Conselho Federal de Contabilida-
UNIDADE
Saiba mais...
A Lei n. 6.404/76 compilada com a Lei n. 11.638/07 pode ser obtida no
endereço eletrônico <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/
L6404consol.htm>. Acesso em: 16 nov. 2011.
UNIDADE
classificam no Ativo circulante ou realizável a longo prazo:
a) pelo seu valor de mercado ou valor equivalente, quando
se tratar de aplicações destinadas à negociação ou dispo-
níveis para venda; e
b) pelo valor de custo de aquisição ou valor de emissão,
atualizado conforme disposições legais ou contratuais, ajus-
tado ao valor provável de realização, quando este for inferi-
or, no caso das demais aplicações e os direitos e títulos de
crédito;
E ainda:
VII – os direitos classificados no intangível, pelo custo
incorrido na aquisição deduzido do saldo da respectiva
conta de amortização;
VIII – os elementos do ativo decorrentes de operações de
longo prazo serão ajustados a valor presente, sendo os
demais ajustados quando houver efeito relevante.
Período 3 73
3 LEI N. 6.404/76
Art. 195-A
MODIFICAÇÕES OCORRIDAS
Inclui a “Reserva de Incentivos Fiscais”:
UNIDADE
UNIDADE
reais, independente de ser Sociedade Anônima.
Comissão de Pronunciamentos
Contábeis – CPC
Período 3 75
3 A Importância dos Princípios Fundamentais de
Contabilidade
UNIDADE
UNIDADE
III) da OPORTUNIDADE;
IV) do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL;
V) da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA;
VI) da COMPETÊNCIA; e
VII) da PRUDÊNCIA.
O Princípio da Entidade
Período 3 77
3 § único – O PATRIMÔNIO pertence à ENTIDADE, mas a recí-
proca não é verdadeira. A soma ou agregação contábil de
patrimônios autônomos não resulta em nova ENTIDADE, mas
UNIDADE
O Princípio da Continuidade
UNIDADE
determinado, previsto ou previsível.
§ 2º – A observância do Princípio da CONTINUIDADE é in-
dispensável à correta aplicação do Princípio da COMPETÊN-
CIA, por efeito de se relacionar diretamente à quantificação
dos componentes patrimoniais e à formação do resultado, e
de constituir dado importante para aferir a capacidade futura
de geração de resultado. (CFC, 1993; CFC, 1994).
Período 3 79
3 Em suma, esse princípio se aplica tanto à situação limite em
que há a completa cessação das atividades da entidade, quando seus
ativos materiais se modificam substancialmente e seus passivos são
UNIDADE
O Princípio da Oportunidade
UNIDADE
da entidade.
Período 3 81
3 valor monetário dos componentes do patrimônio. Tal fato traz consigo
o benefício de que espelha o “valor real de mercado” agregado a qual-
quer item patrimonial.
UNIDADE
UNIDADE
riormente, necessitam ser eventualmente ajustados, buscando com isso
a manutenção da substância original, sem que implique qualquer
modalidade de reavaliação.
Para efetuar a correção deve ser utilizado um “indexador”, que
nada mais é do que um indicador que contenha o tanto da variação
do poder aquisitivo da moeda em determinado período. Tais indica-
dores podem ser moedas referenciais, reais ou não, como o Dólar ou
o Euro, ou mesmo indexadores propriamente ditos, como o IGP-M ou o
IGP-DM. O importante é que reflitam a variação apontada por um índice
geral de preços da economia brasileira, sendo que o principal é que tal
indexador empreste a característica de constância de valor no tempo.
O Princípio da Competência
Período 3 83
3 III – pela geração natural de novos ativos independentemente
da intervenção de terceiros;
IV – no recebimento efetivo de doações e subvenções.
UNIDADE
UNIDADE
Art. 10 – O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do
menor valor para os componentes do ATIVO e do maior para
os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igual-
mente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais
que alterem o patrimônio líquido.
§ 1º – O Princípio da PRUDÊNCIA impõe a escolha da hipó-
tese de que resulte menor patrimônio líquido, quando se apre-
sentarem opções igualmente aceitáveis diante dos demais Prin-
cípios Fundamentais de Contabilidade.
§ 2º – Observado o disposto no art. 7º, o Princípio da PRU-
DÊNCIA somente se aplica às mutações posteriores, constitu-
indo-se ordenamento indispensável à correta aplicação do Prin-
cípio da COMPETÊNCIA.
§ 3º – A aplicação do Princípio da PRUDÊNCIA ganha ênfase
quando, para definição dos valores relativos às variações
patrimoniais, devem ser feitas estimativas que envolvem incer-
tezas de grau variável. (CFC, 1993; CFC, 1994).
Período 3 85
3 Saiba mais...
Para uma análise mais profunda das mudanças trazidas pela Lei n. 11.638/
UNIDADE
r
em: <http://www.cpc.org.br> e ao do Conselho Federal de Contabilidade,
em <http://www.cfc.org.br>.
Resumindo
Esta Unidade teve como objetivo comentar a Lei
n. 11.638/07 para as Sociedades Anônimas e de Grande Por-
te, que veio para introduzir e regulamentar várias alterações na
Lei n. 6.404/76, com o objetivo de caminhar na adequação
das demonstrações brasileiras ao padrão das demonstrações
contábeis no mundo. Ela instituiu a Comissão de Pronuncia-
mentos Contábeis – CPC –, composta da Associação Brasileira
das Companhias Abertas – ABRASCA –, da Associação dos Ana-
listas e Profissionais de Investimentos e Mercado de Capitais –
APIMEC – nacional, da Bolsa de Valores de São Paulo –
BOVESPA –, do Conselho Federal de Contabilidade – CFC –,
do Instituto dos Auditores Independentes do Brasil – IBRACON
– e da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e
Financeiras – FIPECAFI. Também foram vistos os Princípios Fun-
damentais da Contabilidade, dispostos pelo Conselho Federal
de Contabilidade por meio das resoluções 750/93 e 774/94.
Envie o “Trabalho de fixação sobre a Unidade 3”
3
UNIDADE
ao seu tutor. Não se esqueça também de arquivá-
lo em seu banco de dados. Sugerimos que arma-
zene as repostas em um CD-ROM ou em um
pendrive. Esse arquivo deverá conter o seu nome,
o da disciplina e informar a qual trabalho de fixa-
ção ele se refere.
Bom estudo!
Atividades de aprendizagem
aprendizagem
1. Faça uma pesquisa na internet e descubra, identificando e comen-
tando a descoberta, de pelo menos três alterações promovidas pela
Medida Provisória n. 449, de 3 de dezembro de 2008, na Lei n.
11.638/07.
2. Descreva e comente cada Princípio Fundamental de Contabilidade
com suas próprias palavras, exemplificando cada um deles.
Período 3 87
Introdução à Análise
das Demonstrações
Contábeis
4
UNIDADE
Objetivo
Nesta Unidade você aprenderá sobre a análise dos
demonstrativos financeiros como ferramenta
adequada para a tomada de decisões na empresa.
Você será apresentado às origens do tema e à sua
abordagem conceitual, seguido da importância da
análise das demonstrações contábeis – ADC. Na
sequência, você estudará as etapas para a realização
da ADC e, com brevidade, verá algumas
considerações sobre a reclassificação de contas para
efeito de análise. No final na Unidade, você
conhecerá um estudo mais profundo sobre técnicas
de análise e o uso de índices. A relevância desse
estudo está no conseguimento de subsídios para a
tomada de decisões por parte dos usuários da informação
contábil, como administradores, investidores, bancos,
governo e trabalhadores, entre outros.
4
UNIDADE
UNIDADE
Olá estudante!
Chegamos à última Unidade desta disciplina. Es-
peramos que você tenha conseguido um bom apro-
veitamento do que foi abordado até aqui. Nesta
Unidade, você verá a análise dos demonstrativos
financeiros como ferramenta adequada para a to-
mada de decisões na empresa, a origem e uma abor-
dagem conceitual do assunto. Agora, você também
conhecerá as técnicas de análise e o uso de índices.
Um aprendizado eficaz depende em 90% de você.
Então mãos à obra!
A
té aqui entendemos claramente que o Patrimônio das entida-
des e suas mutações constituem-se na matéria-prima contábil.
Significa dizer que a Contabilidade visa dimensionar o
patrimônio, observar suas transformações ao longo do tempo e então,
numa forma e processo sistêmicos promover a compilação e apresen-
tação destas informações.
É fácil inferir do anteriormente exposto que provavelmente o
ser humano sempre trouxe consigo a necessidade de realizar, de for-
ma menos ou mais complexa, aquelas tarefas necessárias para cum-
prir o objetivo primordial de “contagem” do que supostamente imagi-
nava que lhe pertencia. Alguns historiógrafos, por força da profissão,
procuram apontar momentos no tempo em que o ser humano haveria
de ter iniciado tal tipo de apuração patrimonial, mas é muito provável
que sempre foi assim, pois é natural que as pessoas, independente de
época, cultura, etc., sintam necessidade de conhecer as suas posses.
Como já vimos em pontos anteriores, de maneira mais siste-
matizada, é possível afirmar que a Contabilidade propriamente dita
tenha começado pela confecção dos “Inventários Patrimoniais”, que
também como já se aprendeu mais cedo, nada mais são do que róis
Período 3 91
4 (listas) do conjunto do que se consideraria, em cada época, como a
riqueza de um indivíduo ou entidade.
Como usuários da informação sobre a riqueza dos indivíduos
UNIDADE
Abordagem Conceitual
UNIDADE
Segundo Brinckmann (2008), o objetivo da análise das demons-
trações contábeis consiste em extrair informações desses relatórios e
torná-las úteis à tomada de decisões através de técnicas específicas e
da própria intuição dirigida do analista por sua experiência e conhe-
cimentos passados.
A análise de um demonstrativo contábil deve possibilitar ao
analista um entendimento não só do atual estado patrimonial da enti-
dade, mas também do comportamento das variáveis que levaram a
este estado ao longo do tempo. Esta constatação conduz à
indispensabilidade de que as informações a serem trabalhadas sejam
provenientes de apurações contábeis integramente levantadas e rela-
tórios contábeis corretamente elaborados.
Por outro lado, não basta somente ter informações bem compi-
ladas e relatórios precisamente confeccionados, o analisador também
precisará conhecer o contexto em que se dá a análise. Isto ocorre por-
que as informações contidas nos relatórios são de cunho eminente-
mente financeiro, fato que traz a necessidade do avaliador conhecer
outras variáveis, além das eminentemente financeiras, que certamen-
te trazem influência sobre os resultados que a entidade vem obtendo.
Para que seja possível ao analista diagnosticar e analisar a si-
tuação em que uma entidade contábil se encontra, em um determina-
do período, é necessário saber o que se pretende obter com a análise,
ou seja, que local queremos conhecer. É necessário também conhecer
para quem se destina a análise e o período que se deseja analisar
(estas seriam como que as “características gerais” da análise). Final-
mente, os métodos a utilizar devem ser bem conhecidos, além da vali-
dade, confiabilidade e a extensão e profundidade da análise, a fim de
emitir o diagnóstico e proceder à análise propriamente dita.
Além disso, fator de suma importância é conhecer o público
para o qual se dirige uma análise desta natureza, uma vez que os
resultados obtidos por fórmulas, ou esboçados em percentualidades,
certamente precisam ser “traduzidos” para o entendimento das pes-
soas do grupo ao qual se destina a análise. De forma genérica e con-
forme a NBC T 1, aprovada pela Resolução CFC n. 1.121/08, são
usuários “externos” da informação contábil (Quadro 19):
Período 3 93
4 UTILIZADOR TIPO DE INFORMAÇÃO MAIS UTILIZADA
Entidades governamentais Especialmente para finalidade de estruturação da políti-
de arrecadação ca tributária.
UNIDADE
UNIDADE
devem ser montados e publicados, como é o caso dos “Relatórios da
Administração”. Tais relatórios trazem informações bastante precio-
sas a respeito das políticas adotadas pela empresa, como a da distri-
buição dos dividendos, além de importantes análises conjunturais que
apontam para onde vai o planejamento global da empresa. Certamen-
te, este tipo de informação talvez somente pudesse ser obtido se co-
nhecêssemos alguém de dentro da empresa, o que geralmente não
acontece, assim, além de termos acesso a estas informações relevan-
tes, temos também a responsabilidade assumida pelos administrado-
res por sua publicação.
Por fim, cabe ressaltar sobre outra importante peça publicada,
o “Parecer dos Auditores Independentes”. Este parecer é obrigatório e
é produzido por empresas idôneas e preparadas para isso, as quais
procedem a um exame minucioso das informações contábeis da em-
presa, de forma a concluir por sua correção ou não, sendo que tam-
bém assume responsabilidade sobre a conformidade legal dos conteú-
dos dos pareceres relatados e divulgados: “Relatórios da Diretoria”,
“Relatórios da Administração”.
Demonstrações Financeiras
Período 3 95
4 D EMONSTRAÇÕES
I – Balanço Patrimonial
OBRIGATÓRIAS SEGUNDO LEIS EM VIGOR
LEI N. 6.404/76 E L EI N. 11.638/07 *1
UNIDADE
UNIDADE
que nos dão a posição financeira de curto prazo da empresa, porque
são utilizados valores do curto prazo do AC e do PC, ou elaboramos
índices que nos permitem avaliar a composição dos capitais, porque
são empregados os valores dos capitais próprios e de terceiros e como
eles estão “imobilizados”, ou formulamos índices que nos dão a posi-
ção econômica da empresa, porque são usados os valores do PL em
comparação com o Ativo, ou calculamos índices de rotação que nos
permitem conhecer como a empresa está “girando” seus estoques, re-
cebimentos e pagamentos.
Os Quadros 21 e 22 apresentam um resumo desses principais
índices.
INDICADORES FÓRMULA
ÍNDICES DE LIQUIDEZ
Liquidez Geral
Liquidez Corrente
Liquidez Seca
Liquidez Imediata
ÍNDICES DE COMPOSIÇÃO
Período 3 97
4 INDICADORES
Imobilização de Recursos Per-
manentes (ou não correntes)
FÓRMULA
%
UNIDADE
ÍNDICES DE RENTABILIDADE
Rentabilidade da Empresa
(Return on Investment – ROI) % payback do investimento
Ponto de vista da Empresa TRI=taxa de retorno do investimento
X (“vezes”) X (“vezes”)
Rentabilidade do Empresário
(Returno on Equity – ROE)
% payback dos proprietários
Ponto de vista dos Proprietários PLmédio = média do PL entre o início e o fim do exercício
(Rentabilidade do Patrimônio Líquido) gerador do LL considerado
ÍNDICES DE ROTAÇÃO
Giro do Ativo
(“Produtividade”) Ativo Totalmédio = média do Ativo Total entre o início e o
fim do exercício gerador do Resultado apurado
ÍNDICES DE LIQUIDEZ
4
UNIDADE
Dão conta da capacidade da empresa em conseguir resolver seus compromissos de
curto prazo, ou seja, quanto do AC está comprometido com o PC.
Se houver muito endividamento, é preciso observar se este fato pode influenciar a
insolvência da empresa observando os prazos envolvidos tanto no AC como no PC.
Interpretação: quanto maior melhor
Período 3 99
4 DEFINIÇÃO DO INDICADOR:
Liquidez corrente: revela a
capacidade financeira da
PONTOS IMPORTANTES A CONSIDERAR
Se o ciclo operacional for realizado a prazo muito
curto, menor soma de recursos será exigida para o Ativo
UNIDADE
UNIDADE
seus compromissos de cur- variadas (amanhã, 10 dias, 360 dias!). Assim, geral-
to prazo. mente esse índice serve mais às empresas financeiras
que necessitam possuir encaixes regulares diários jun-
to ao Banco Central (“compulsório”).
Período 3 101
4 DEFINIÇÃO DO INDICADOR:
Composição do endivida-
mento: esse quociente for-
PONTOS IMPORTANTES A CONSIDERAR
Quanto menor melhor, pois haverá maior tempo para
a empresa obter recursos para saldá-los.
UNIDADE
nece a fração entre as obri- Se não estiver bom, para gerar recursos a curto prazo
gações de curto prazo e as a empresa poderá: (a) negociar dívidas para longo pra-
totais. zo, (b) adotar práticas para aumentar vendas, (c) in-
centivar os clientes a pagar antecipadamente.
Veja que obrigações de longo prazo são mais fáceis
de serem pagas com recursos originados das operações
de negócio, o índice, portanto, dá uma ideia da quali-
dade da dívida.
Quanto menor este índice, maiores são os prazos que
a empresa terá para saldar seus compromissos,
consequentemente terá uma situação financeira atual
melhor.
Endividamento Geral. Mede a utilização de capitais de terceiros que estão a
financiar seus ativos. Quanto menor, melhor.
Imobilização do PL: o quo- CCP = PL - AÑC (Capital Circulante Próprio: parcela
ciente revela qual parcela do PL investida no AC).
do PL foi utilizada para fi- Revela a dependência ou não de capital de terceiros
nanciar aquisição de AÑC, para financiar recursos a curto prazo.
ou seja, quanto a empresa
Quando este quociente indicar que todo o AC+ARLP
imobilizou para cada real do
está sendo financiado por CT, deverá ser analisada a
PL. Por diferença, o restan-
composição do endividamento.
te estará provavelmente apli-
cado no AC. Quanto maior for o percentual, menor será a partici-
pação de capital próprio para financiar o AC, logo, mai-
or será a dependência de CT para isso. Quando for o
contrário, revela que a empresa possui liberdade finan-
ceira para movimentar seu negócio.
A necessidade de utilizar CT para imobilização deve
surgir somente em casos de reestruturação física, de-
vendo ainda ser negociado sempre para o longo prazo.
Imobilização de recursos Serve para verificar se o CCP negativo foi compensa-
não correntes (curto prazo): do por empréstimos a longo prazo (ocorre quando o PL
mostra qual a proporção é inferior ao AÑC, uma vez que CCP=PL-AÑC).
existente entre o AÑC e os Quando o excesso das imobilizações sobre o PL for
recursos não correntes. Em financiado pelo PC, a empresa poderá enfrentar proble-
outras palavras, quanto a mas de liquidez para solver tais compromissos de curto
empresa investiu para cada prazo.
real de PL + PÑC.
Em momentos em que a empresa experimenta cres-
cimento, o CCP pode apresentar-se negativo.
Quando houver evidência de utilização de CCP nega-
tivo, é necessário analisar a solvência, ou seja:
UNIDADE
calcular os indicadores.
Interpretação: quanto maior melhor
Período 3 103
4 DEFINIÇÃO DO INDICADOR:
Rentabilidade do PL: revela
qual foi a taxa de rentabilida-
PONTOS IMPORTANTES A CONSIDERAR
Considerar o valor médio do PL.
Quanto maior o índice, maior é a lucratividade do
UNIDADE
ÍNDICES DE ROTAÇÃO
Os índices de rotação ou giro demonstram o nível de atividade de certos elementos
operacionais da empresa em um determinado período e são calculados relacionando
contas do Balanço Patrimonial com contas da DRE.
Interpretação: Cada indicador terá uma definição.
UNIDADE
conhecer profundamente a empresa que pretende estudar. Assim, solicitamos
uma leitura mais profunda nas referências abaixo especificadas.
Resumindo
Nesta Unidade você aprendeu sobre a importância da
r
análise das demonstrações contábeis e o que é necessário para
analisar os números de uma empresa, os quais quantificam os
aspectos econômicos e financeiros da entidade. No início do
estudo foi apresentada uma breve contextualização, pela qual
foram mostradas as variadas necessidades das empresas quan-
to ao conhecimento de sua situação econômico-financeira. Na
continuidade do estudo foram apresentados alguns métodos de
análise, com destaque para a “Análise por Índices”. Especial-
mente na “Análise por Índices” você estudou os Índices de
Período 3 105
4 Liquidez, Composição, Rentabilidade e Rotação. Também foi
apresentada a você a ideia de que o estudo individual de um
indicador isolado pode não ser suficientemente representativo
UNIDADE
Estudante!
Envie o “Trabalho de fixação sobre a Unidade 5”
ao tutor. Não se esqueça também de arquivá-lo em
seu banco de dados. Sugerimos que armazene as
repostas em um CD-ROM ou em um pendrive. Esse
arquivo deverá conter o seu nome, o da disciplina
e informar a qual trabalho de fixação ele se refere.
Bom estudo!
UNIDADE
1. Construa um breve histórico da análise de balanços, consultando
mecanismos de busca da internet.
2. Obtenha o BP e a DRE de empresas de mesmo ramo e de vários
períodos consecutivos, por exemplo, do Ramo Elétrico, e compare
pelo menos três casos para verificar as similitudes e diferenças en-
tre, por exemplo, os Custos e as Despesas das empresas, seu desem-
penho, rentabilidade, etc., a fim de mostrar os vários aspectos impli-
cados aos gestores, como a proporção das Receitas Operacionais Bru-
tas e Líquidas, dos Lucros ou Prejuízos em cada caso, etc. Não se
esqueça de anexar as demonstrações analisadas.
Exemplo:
Análise das DRE das Empresas “A”; “B” e “C”.
“Ao analisar as demonstrações destas empresas verificou-
se que as Despesas Operacionais representam 30% das
Receitas Operacionais Líquidas e as Despesas Operacionais
Administrativas representam apenas 10% destas Receitas.”
Lembre-se, você deve analisar todas as contas do BP (“Aná-
lise por Índices”) e DRE das três empresas em cada perío-
do e comparativamente entre períodos, assim você estará
praticando análises “verticais” e “horizontais”. Construa um
relatório para cada um dos demonstrativos, ou seja, um
para a análise dos BP e outro para a análise das DRE.
Período 3 107
Refer^encias
¨
REFERÊNCIAS
Período 3 109
MINICURRÍCULO
Roq ue Brinckmann
oque
Graduado em Engenharia
Civil pela Pontifícia Universidade
Católica do Rio Grande do Sul
(1982); Pós-graduado em Finan-
ças pela Universidade Federal de
Santa Catarina (1995); Mestre em
Engenharia de Produção pela Uni-
versidade Federal de Santa
Catarina (1998); Doutor em Engenharia de Produção pela Uni-
versidade Federal de Santa Catarina (2004). e Pós-Doutor pela
Universidade de León, Espanha. Atualmente é professor adjun-
to II da Universidade Federal de Santa Catarina. Possui experi-
ência na área de Administração, Contabilidade e Economia, com
ênfase em Métodos e Modelos Matemáticos e Estatísticos apli-
cados à análise, atuando principalmente nos seguintes temas:
matemática nebulosa e estatística aplicada às ciências contábeis
(finanças e análise), educação (métodos e ferramentas –
presencial e a distância; avaliações).
http:\\moodle.roque.prof.ufsc.br