EBOOK ANDRE MASSARO Guia Do Investidor PDF

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SUMÁRIO

1 - A “INTRODUÇÃO DA INTRODUÇÃO”

2 - VOCÊ ESTÁ PREPARADO PARA INVESTIR?

3 - O QUE É ESSE TAL “MERCADO FINANCEIRO”?

4 - CONHECENDO OS INVESTIMENTOS

5 - SE TORNANDO, ENFIM, UM INVESTIDOR

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A “INTRODUÇÃO DA INTRODUÇÃO”
O que é investir?
Se procurarmos na maioria dos dicionários brasileiros a palavra “investir”, teremos várias
definições, e poucas delas associadas ao dinheiro.

Já os dicionários em Inglês são mais generosos quando buscamos o termo equivalente


investing. O dicionário Merriam-Webster, por exemplo, define o verbo “investir” como:

“Comprometer o dinheiro com o objetivo de auferir ganhos futuros”.

A forma mais clara e explícita como um dicionário em Inglês trata o termo “Investir” mos-
tra, entre outras coisas, o quanto os povos das economias ditas “desenvolvidas” estão
avançados em relação a nós no que se refere a uma cultura de investimentos.

Investir é comprometer seu dinheiro (você vai deixar de usá-lo) para obter lucros no futu-
ro. Uma forma de expressar esta ideia ainda mais claramente é:

“Investir é colocar o seu dinheiro para trabalhar por você”

A diferença entre poupar e investir


Os termos “poupança” e “investimento” são frequentemente confundidos.

Poupar significa “preservar”. Usamos esse termo em vários contextos, como “vou poupar
minha mãe desse desgosto”, “vou viajar de ônibus para poupar meu carro novo” entre
outros. No contexto das finanças “poupar” significa deixar de usar o dinheiro e guardá-lo
para alguma outra finalidade.

Nove em dez especialistas em finanças pessoais dizem que as pessoas devem procurar
poupar pelo menos 10% de sua renda mensal, todos os meses, para assim formar uma
reserva financeira que poderá der destinada a várias finalidades.
Uma dessas finalidades é o investimento, que, como vimos antes, é “fazer o dinheiro tra-
balhar” para gerar ainda mais dinheiro no futuro.

“Poupar” é, pura e simplesmente, “não gastar”. É colocar o dinheiro de lado sem a pers-
pectiva de ter qualquer tipo de ganho futuro. Já investir é fazer “algo” com o dinheiro na
expectativa de que ele “crescerá”, se multiplicará. Estamos usando o dinheiro para fazer
mais dinheiro.
Poupar não é, propriamente falando, investir. Mas poupar é um passo intermediário ne-
cessário para investir, pois não podemos investir aquilo que não temos. Sem poupança
não há investimento e, consequentemente, todo investidor é, antes de tudo, um poupa-
dor.

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O que são investimentos?
Já sabemos que investir é colocar o dinheiro para trabalhar para nós, e que, para termos
dinheiro, precisamos poupar. Mas de que tipo de “investimento” estamos falando?

Neste guia, trataremos dos investimentos que são feitos usualmente naquilo que chama-
mos de “mercado financeiro”, que será explicado em breve.

Existem diversas outras formas de investimento, como investir em um negócio próprio,


em uma franquia, na construção de um imóvel entre outras coisas, mas esse tipo de inves-
timento não é um investimento puramente financeiro, pois além de dinheiro, ele envolve
também “trabalho”.

Vamos falar sobre tempo – o presente


Você já deve ter ouvido a clássica frase “tempo é dinheiro”, atribuída a Benjamin Franklin.
Nosso tempo tem um custo – divida o quanto você ganha mensalmente pelo número de
horas que trabalha no mês e você saberá quanto custa sua hora.

Todos os investimentos dão algum tipo de “trabalho”. Precisamos estudar sobre


os diferentes investimentos, tomar decisões e acompanhar o desempenho desses
investimentos no futuro. Mas em circunstâncias normais, o tempo que um investidor não
profissional deve dedicar aos seus investimentos deve ser mínimo. Uma pessoa que passa
horas por semana se dedicando aos investimentos ou é um grande aficionado (neste
caso deveria até considerar uma carreira profissional n o mercado financeiro), ou é uma
pessoa com características obsessivas ou, então, está fazendo alguma coisa errada, pois
investir dinheiro não é uma atividade que deveria consumir muito tempo. É uma coisa
mais “passiva”.

Os investimentos que são tipicamente oferecidos no mercado financeiro não exigem


grandes esforços do investidor para serem geridos. Para o investidor comum, alguns
minutos por semana são o suficiente.

Se começamos a dedicar tempo demais aos nossos investimentos, nós precisamos ter
um retorno financeiro acima da média, pois além de remunerar o dinheiro, temos que
remunerar também as horas que gastamos “trabalhando” nos investimentos. A essa altura
eu imagino que você já saiba o quanto vale a sua hora. Se você gasta tempo demais gerindo
seus investimentos, mas seu retorno financeiro é grande o suficiente para remunerar seu
dinheiro e as horas que vocês gasta gerindo os investimentos, meus parabéns! Você está
ganhando dinheiro e pode até mesmo considerar uma carreira no mercado financeiro.
Os bancos e outras instituições financeiras estão dispostos a pagar caro por pessoas com
essa habilidade.

Agora, se você está gastando tempo demais com seus investimentos para ter retornos
medianos, lamento informar, mas você está perdendo dinheiro – afinal, nunca se esqueça
que “tempo é dinheiro”. Seu tempo também é um investimento, e onde está o retorno?
Essas considerações sobre o investimentos que fazemos em tempo (e não só o dinheiro)
são importantes por outro motivo: Sempre que investimos tempo em algo, isso significa
que estamos “trabalhando” naquilo, e ao trabalhar, precisamos ser remunerados pelo
trabalho.

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Eu gosto de definir aqueles investimentos que demandam trabalho não como meros
investimentos, mas sim como “atividades empresariais”.
Investimentos que se enquadram como “atividades empresariais”, como montar uma
empresa, uma franquia, revender produtos ou construir/reformar imóveis para vender
são atividades que demandam uma quantidade razoável de trabalho, por isso fogem do
escopo deste guia. Um material sobre empreendedorismo pode ser mais útil para quem
se interessa por esse tipo de investimento.

Atividades empresariais, quando bem sucedidas, costumam ter um retorno financeiro


muito maior que os investimentos tradicionais do mercado financeiro (tratados neste guia),
pois elas remuneram não só o dinheiro, mas também o tempo e o trabalho investidos.
Novamente, todos os investimentos demandam tempo. Você está investindo seu tempo
neste momento lendo este guia, mas há um ponto a partir do qual o tempo e o trabalho
investidos representam um custo significativo e que precisam ser remunerados para
compensar.

Vamos falar sobre tempo – o futuro


Quanto tempo você tem de vida? Não sei qual a sua idade, mas sei que, em média, um
cidadão brasileiro vive 72,6 anos segundo o IBGE (estamos acima da média mundial, que
é de 67,2 anos). No final do Século XIX a expectativa de vida média, em termos mundiais,
não passava de 40 anos. Na época do Império Romano uma pessoa de 30 anos já teria
grande chance de “virar estatística”.

O que vemos é que estamos vivendo cada vez mais, e a expectativa de vida mundial
deverá crescer exponencialmente, acompanhando os avanços medicinais, nutricionais e
sanitários.

Cada vez mais nós “temos um futuro”. Na época do Império Romano, talvez não fizesse
nenhum sentido para um cidadão comum pensar no futuro, pois a expectativa de vida era
muito curta.

Mas hoje é diferente, e a cultura do Carpe Diem (“viva o momento”), por mais romântica
e tentadora que seja, pode ser perigosa. Negligenciar o futuro nos condena a um futuro
pessoal medíocre, a não ser que tenhamos muita sorte.

Nós poupamos e investimos porque apostamos que haverá um futuro para nós. Se não
acreditarmos no futuro, não há o razão para investir dinheiro. É melhor gastarmos tudo
agora e “vivermos o hoje”, pois amanhã estaremos mortos mesmo...

Mas o futuro virá e, mais ainda, nosso futuro está ficando cada vez mais longo. Hoje alguns
experts em finanças e previdência já recomendam que as pessoas façam seus planos
financeiros considerando que viverão mais de 100 anos, e essa estimativa pode ser
conservadora!

Temos um futuro cada vez maior pela frente, um futuro maior e com mais tempo para
realizarmos nossos sonhos, nossos planos e nossos objetivos de vida, e essas coisas
demandam recursos, principalmente dinheiro.

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Para termos dinheiro, precisamos poupar e investir. Sacrificamos alguns prazeres no
momento presente para termos um futuro melhor. O conceito romântico do Carpe Diem
pode acabar se voltando contra nós, e nos condenando a um futuro miserável que nada
terá de romântico ou poético.

Então vamos à pergunta derradeira: Quem deve investir dinheiro?

A resposta é: Qualquer pessoa que acredite no futuro.

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VOCÊ ESTÁ PREPARADO PARA INVESTIR?
Investir não é para qualquer um, simples assim.

Se você perguntar para seu gerente de banco, agente autônomo de investimentos,


consultor financeiro pessoal, ou seja lá quem for, certamente você ouvirá que qualquer
pessoa pode ser um investidor (a resposta será ainda mais enfática se essa pessoa recebe
algum tipo de remuneração por indicar ou comercializar produtos de investimento).

A verdade é que qualquer um pode investir dinheiro, mas poucos conseguem fazê-lo de
forma consciente e bem sucedida.

Para ser um investidor de sucesso, você deve, necessariamente, atender a três requisitos:

1- Ter suas finanças equilibradas

2- Ter conhecimentos rudimentares de finanças

3- Conhecer seu perfil de investidor e sua tolerância ao risco

Vamos analisar cada um desses requisitos de forma mais aprofundada

1 – “Ter suas finanças equilibradas”


No momento em que este texto está sendo composto, a Confederação Nacional do Comércio
indica, através de sua Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC)
que mais de 60% das famílias brasileiras têm algum tipo de dívida.

A maior parte desse endividamento está concentrada no segmento de crédito ao consumo


(rotativo do cartão de crédito, cheque especial, carnês etc), que são aquelas dívidas com
as taxas de juros mais altas.

As taxas de juros cobradas por empréstimos e financiamentos ao consumo são


significativamente mais altas que as taxas de retorno de qualquer investimento regular.
Apenas para o leitor ter uma ideia, no momento em que este texto está sendo escrito,
a taxa média mensal do rotativo do cartão de crédito é de 9,37% (segundo pesquisa da
Anefac), enquanto a Caderneta de Poupança, investimento mais popular do Brasil, dá um
retorno ligeiramente maior que 0,5% ao mês.

Existem investimentos que podem gerar retornos muito altos, até mais altos que as taxas
de juros de crédito ao consumo, mas eles nunca o fazem de forma consistente e no longo
prazo, podendo inclusive dar retornos negativos, como as ações negociadas em bolsa de
valores.

Desta forma, deve ficar claro para o leitor que não faz nenhum sentido, do ponto de vista
financeiro, investir dinheiro quando se tem dívidas.

Ter simultaneamente dívidas com custo financeiro que pode chegar a 10% ao mês,

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enquanto se mantém dinheiro investido a uma taxa que, na melhor das hipóteses, chega
perto de 1% ao mês, é claramente uma forma de perder dinheiro.
Quitar uma dívida que custa 10% ao mês equivale, em termos de impacto no orçamento
pessoal e familiar, a fazer um investimento cujo retorno é de 10% ao mês, que é algo que
simplesmente não existe no atual cenário financeiro.

Por isso, se você tem dívidas, o melhor investimento que você pode fazer é pagar essas
dívidas. Não importa o que lhe digam, que é bom “ter uma reserva” ou algo do gênero. Ter
dívidas e financiamentos ao mesmo tempo é uma receita certa para ter perdas financeiras.
Existem algumas poucas hipóteses onde é aceitável ter dívidas e investimentos ao mesmo
tempo. Uma delas (mas isso não é consenso entre os especialistas em finanças) é quando a
dívida em questão é um financiamento imobiliário, um tipo de dívida de prazo muito longo
e com taxas mais baixas (mas não mais baixas que as taxas de retorno dos investimentos
mais populares). Isso acontece porque hoje é praticamente impossível a uma pessoa de
classe média adquirir um imóvel sem recorrer a algum tipo de financiamento.

Do ponto de vista estritamente financeiro, continua sendo uma coisa que não faça sentido,
mas como disse antes, alguns especialistas acabam “cedendo” pois, do contrário, a pessoa
nunca conseguirá ter algum dinheiro extra.

Para se tornar um investidor, a pessoa não deve ter dívidas, ou pelo menos não deve
ter dívidas de consumo (daí se exclui o financiamento imobiliário). Tendo as contas
equilibradas e sem dívidas, a pessoa pode começar a poupar dinheiro (o recomendável é
que se poupe pelo menos 10% da renda mensal) e, enfim, começar a investir.

Investir e ter dívidas ao mesmo tempo é uma receita certa para PERDER DINHEIRO.

2 – “Ter conhecimentos rudimentares de finanças”


Há muito tempo eu defendo que finanças não é um assunto difícil. Finanças é um assunto
“chato” (o que é muito diferente de difícil).

Ter conhecimentos rudimentares de finanças equivale, em grande parte, a ter


conhecimentos rudimentares de matemática.

Uma pessoa que saiba as quatro operações matemáticas básicas e que saiba calcular
porcentagens já consegue dominar grande parte do universo das finanças.
Porém é surpreendente a quantidade de pessoas que não têm noções de porcentagem,
inclusive gente de nível socioeconômico elevado.
No mundo das finanças, as taxas de juros e os retornos financeiros dos investimentos são
expressos em termos percentuais e no tempo (mensal, anual etc). Uma pessoa que não
seja capaz de compreender esses conceitos e de comparar diferentes taxas e retornos
deve sanar essa lacuna antes de pensar em investir dinheiro, pois cometerá erros e será
uma presa fácil das várias armadilhas do mercado financeiro.

Também é preciso ter uma compreensão, ainda que superficial, de como funciona o
mercado financeiro como um todo e quais são as principais famílias de investimentos.
Esses temas serão explorados neste Guia.

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3 – “Conhecer seu perfil de investidor e sua tole-
Existem três coisas que um investidor pode buscar em um investimento: Rentabilidade,
liquidez ou segurança.

Onde:

Rentabilidade é o retorno financeiro que se espera do investimento.

Liquidez é a capacidade do investimento virar “dinheiro vivo” rapidamente. Quanto mais


rápido você consegue transformar o investimento em “dinheiro na mão”, mais líquido ele
é.

Segurança é o grau de risco que o investimento oferece. O risco pode ser de rentabilidade
menor que a esperada ou mesmo de perda do dinheiro investido. Quanto mais seguro o
investimento, menor o risco.

Obviamente todo mundo gostaria de investir em algo que seja rentável, líquido e seguro,
mas a “pegadinha” é que não é possível obter essas três características ao mesmo tempo.
No máximo, duas.

Uma das poucas regras imutáveis no mundo das finanças é que todo investimento com
maior potencial de rentabilidade é mais arriscado, e vice-versa.

Sempre que um investidor se depara com uma oportunidade de investimentos que oferece
altos retornos e baixo risco, de duas uma: ou a pessoa que está oferecendo não sabe o
que está falando, ou então trata-se de um golpe.

Sabendo que não se pode “ter tudo ao mesmo tempo”, o investidor deve determinar,
baseado em seu perfil e preferências pessoas, quais características deverão ser privilegiadas
em sua estratégia de investimentos.

Uma pessoa com maior aversão ao risco se sentirá mais à vontade com investimentos que
privilegiem a segurança e a liquidez, sacrificando assim a rentabilidade (“é melhor ganhar
pouco, mas não correr o risco de perder”).

Uma pessoa mais ousada talvez concorde em correr alguns riscos em troca de uma
possibilidade de retornos maiores.

No mercado financeiro, os perfis de investidores são classificados em três categorias:


conservador, moderado e agressivo.

O investidor conservador é aquele com alta aversão ao risco, que privilegia a segurança
acima de tudo. O agressivo é aquele que se dispõe a correr maiores riscos em troca de uma
rentabilidade potencialmente maior. Já o moderado é aquele que está “no meio termo” e
busca um equilíbrio entre retorno e segurança.

É muito importante que o investidor saiba qual seu perfil, nem que precise investir um
bom tempo procurando conhecer melhor a si mesmo. O investidor que não conhece a
si mesmo corre o risco de tomar decisões de investimento inadequadas. Um investidor

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de perfil agressivo que adote uma postura conservadora poderá se sentir frustrado e
angustiado, enquanto um investidor de perfil conservador que, sem querer, “embarque”
em um investimento agressivo, pode acabar perdendo preciosas noites de sono ou, até
mesmo, causar danos à sua saúde e à sua vida pessoal em decorrência do stress.

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O QUE É ESSE TAL “MERCADO FINANCEIRO”?
Você já ouviu falar no SFN, ou “Sistema Financeiro Nacional”?

O Sistema Financeiro Nacional é o conjunto de instituições e agentes que possibilitam a


transferência de recursos daqueles que têm dinheiro “sobrando” (os investidores) para
aqueles que têm dinheiro “faltando” (os tomadores). Essas transferências de recursos são
as “transações financeiras”.

As instituições e agentes do Sistema Financeiro Nacional (SFN) também são responsáveis


pela regulação, fiscalização e controle dessas transações.

O SFN é aquilo que, popularmente, chamamos de “mercado financeiro”.

É importante entender o que é o mercado financeiro, pois existem aqueles investimentos


que acontecem fora dele. Vamos ver alguns exemplos de investimento que acontecem
FORA do mercado financeiro:

- Investir em imóveis com o objetivo de alugar ou revender;

- Investir em uma empresa de capital fechado. Por exemplo, se tornando sócio de


um pequeno negócio ou uma franquia;

- Comprar dólar ou outras moedas estrangeiras com a finalidade de investimento;

- Operações financeiras particulares, como um empréstimo para um amigo ou pa-


rente;

- Investimentos em obras de arte, artigos colecionáveis, joias, animais e outros.

As transações que vimos não fazem parte do mercado financeiro, pois NÃO são
intermediadas por uma instituição financeira. São operações particulares, transacionadas
entre as partes envolvidas. Esse tipo de investimento não será explorado neste curso.
Agora que sabemos o que não faz parte do mercado financeiro, vamos tentar entendê-lo
um pouco melhor.

Como o mercado financeiro é organizado


O mercado financeiro é composto por entidades que se distribuem em três níveis, o nível
de NORMATIZAÇÃO, o de SUPERVISÃO e o de OPERAÇÃO.

No nível superior, de NORMATIZAÇÃO, encontram-se as seguintes entidades:

- CMN – Conselho Monetário Nacional

- CNSP - Conselho Nacional de Seguros Privados

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- CNPC - Conselho Nacional de Previdência Complementar

Essas são as entidades que ditam “as regras do jogo” no mercado financeiro.
No nível abaixo, de NORMATIZAÇÃO, estão as seguintes entidades:

- BACEN – Banco Central do Brasil (Subordinado ao CMN)

- CVM – Comissão de Valores Mobiliários (Subordinado ao CMN)

- SUSEP - Superintendência de Seguros Privados (Subordinado ao CNSP)

- PREVIC - Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Subordinado


ao CNPC)

No nível seguinte, de OPERAÇÃO, estão as instituições financeiras que, efetivamente,


“lidam” com o dinheiro da população, executando as operações de investimento, de
crédito e de intermediação. São elas:

Subordinadas ao BACEN

• Instituições financeiras captadoras de depósitos à vista

• Demais instituições financeiras

• Bancos de Câmbio

Subordinadas ao BACEN e/ou à CVM

• Outros intermediários financeiros e administradores de recursos de terceiros

Subordinadas à CVM

• Bolsas de mercadorias e futuros

• Bolsas de valores

Subordinadas à SUSEP

• Resseguradoras e Sociedades seguradoras

• Sociedades de capitalização

• Entidades abertas de previdência complementar

Subordinadas à PREVIC

• Entidades fechadas de previdência complementar (Fundos de pensão)

Abaixo dos operadores, estão os clientes e usuários do mercado financeiro.

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Podemos representar o mercado financeiro graficamente da seguinte forma:

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Desta forma, quando investimos nosso dinheiro na caderneta de poupança, por exemplo,
somos clientes do mercado financeiro com dinheiro sobrando (então somos investidores).
Depositamos o dinheiro na Caderneta de Poupança do Banco “X”, que é uma instituição
financeira (que integra o nível de operação do sistema financeiro). O Banco “X” se subordina
ao BACEN, que é uma entidade de supervisão. O BACEN, por sua vez, se subordina ao
CMN, que é a entidade normativa do sistema.

Se investirmos em ações de uma empresa, na Bolsa de Valores, estamos em uma situação


parecida, pois somos investidores (temos dinheiro sobrando) e somos clientes ou usuários
do sistema financeiro. A empresa da qual compramos ações também é um usuário do
sistema financeiro, e essa compra é feita através de uma corretora de valores vinculada à
Bolsa de Valores (essas duas são instituições financeiras que atuam no nível de operação).
Ambas se subordinam à CVM (entidade de supervisão) que, por sua vez, se subordina ao
CMN.

Como podemos observar, o mercado financeiro tem uma certa complexidade, mas grande
parte dessa complexidade existe para dar segurança e estabilidade ao sistema. Quando
fazemos nossos investimentos através das instituições que atuam no mercado financeiro,
temos um grande aparato regulatório atuando a nosso favor e que traz grandes garantias
ao investidor.

Quando investimos fora do mercado financeiro, as transações são particulares e, se algo


der errado, muitas vezes o único recurso é a Justiça comum.

Se você empresta seu dinheiro a um banco, o banco pegará seu dinheiro e emprestará para
outra pessoa. Poderia ser muito mais vantajoso você emprestar seu dinheiro diretamente
às pessoas que precisam dele, mas o risco de você ficar “a ver navios” é altíssimo. Fazendo
a mesma transação tendo um banco como intermediário pode não ser tão lucrativo, mas
é muito mais seguro.

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CONHECENDO OS INVESTIMENTOS
Para conhecer os investimentos, precisamos entendê-los sob duas perspectivas. A primeira
delas é a chamada “tríade dos investimentos”, que são as três características que definem
um investimento quanto ao resultado que esperamos dele. A segunda é a família à qual o
investimento pertence.

A “tríade dos investimentos”


Na segunda parte deste Guia, falamos superficialmente da “tríade dos investimentos”
quando falamos da necessidade de conhecermos nosso perfil de investidor. Vamos ver
um pouco mais detalhadamente agora.

O resultado esperado de um investimento pode ser expresso através de três características


inerentes a qualquer ativo, financeiro ou não. Essas três características são:

- Retorno

- Liquidez

- Segurança

Vamos entendê-los individualmente.

Retorno
Retorno é o lucro potencial que um investimento traz ao seu dono em determinado
período de tempo. Esse lucro pode ser na forma de receitas geradas pelo investimento
(os dividendos pagos por uma empresa, o aluguel recebido de um imóvel, os juros da
Caderneta de Poupança etc) ou valorização do próprio investimento (um imóvel aumenta
de valor, o preço de uma ação sobe na Bolsa de Valores etc).

O retorno é, usualmente, expresso em termos percentuais e no tempo (no Brasil é mais


comum expressar o retorno em termos mensais; nas economias desenvolvidas o padrão
é anual).

Liquidez
Liquidez é a capacidade de um ativo qualquer, financeiro ou não, ser vendido rapidamen-
te e sem perda de valor no processo.

Podemos dizer, para simplificar, que liquidez é a rapidez com que um investimento vira
“dinheiro na mão” caso precisemos.

A coisa mais líquida que existe, em termos financeiros, é o dinheiro em si, no bolso. Quan-
do temos “dinheiro vivo” no bolso, tudo que temos que fazer é mover a mão até o bolso e
pronto, o dinheiro está “na mão”.

Se o dinheiro está numa conta corrente ou na caderneta de poupança, a liquidez já dimi-


nui um pouco, pois temos que ir até o banco, descontar um cheque, fazer um saque no

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caixa eletrônico ou solicitar um resgate da caderneta de poupança. Nesse caso a liquidez
ainda é muito alta, mas não tão alta quando a “liquidez pura” de ter o dinheiro na mão, em
notas e moedas.

Alguns investimentos demoram um pouco mais para virarem “dinheiro vivo”. Um imóvel
é um exemplo típico de investimento de baixa liquidez. Quantas pessoas conseguem ven-
der um imóvel imediatamente, caso precisem de dinheiro nos próximos cinco minutos?
Provavelmente ninguém consegue, ou pelo menos não pelo valor que ele realmente vale.
Normalmente se leva um tempo para encontrar um comprador adequado e o processo
burocrático, bem como a liquidação financeira (que é de onde vem o termo “liquidez”) da
transação, costuma não ser muito rápido.

Enfim, quanto mais rapidamente um investimento “vira grana”, mais líquido ele é.

Segurança
Segurança é a capacidade de um investimento preservar seu valor frente aos riscos.

Um investimento está sujeito a inúmeros riscos, mas os riscos principais, que são aqueles
aos quais o investidor deve ser particularmente atento, são dois: o risco de mercado e o
risco de perda.

O “risco de mercado” é o risco de um investimento sofrer flutuações negativas em seu


valor em decorrência de fatores financeiros, econômicos, sociais e políticos.

Você comprou um imóvel de duzentos mil reais, na expectativa que ele vá se valorizar nos
próximos anos. Porém, a prefeitura de sua cidade criou um depósito de lixo do lado de seu
imóvel e, agora, nenhum comprador se dispõe a pagar mais que cem mil reais nele. Seu
imóvel sofre uma desvalorização de 50% - Isto é um “risco de mercado”.

Você comprou ações da empresa “ABC”, que tinha excelentes perspectivas de lucro e
valorização, por vinte reais. Porém as circunstâncias mudaram, a empresa tem novos
concorrentes, os consumidores têm menos dinheiro e aquelas perspectivas positivas
agora não existem mais, e a ação vale apenas cinco reais.

Suas ações sofreram uma desvalorização de 75% - Isto é um “risco de mercado”.

O risco de perda, como o nome já sugere, é o risco de que o dinheiro investido, pura e
simplesmente, “vire fumaça”, seja irremediavelmente perdido.
Você está andando na rua e um bandido “bate sua carteira”, levando os cem reais que
você tinha nela. Perdeu...

A empresa da qual você comprou ações, apostando numa valorização explosiva, foi à
falência. Perdeu...

Você foi condenado em um processo judicial e terá que abrir mão de parte seu patrimônio
para indenizar a outra parte envolvida. Perdeu...

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A tríade dos investimentos na prática
Agora que sabemos o que significa “retorno”, “liquidez” e “segurança”, não é difícil imaginar
que qualquer investidor racional vai querer investir em coisas que tenham o máximo de
retorno, de liquidez e segurança.

Só tem um pequeno detalhe: Isso é impossível.

Não existe, em nenhum lugar do mundo, algum investimento que seja bom nas três
características. Um investimento pode ser bom, no máximo, em duas.

Imóveis podem ser muito rentáveis, mas não são líquidos e não há nenhuma garantia que
se valorizarão (poderão até mesmo desvalorizar).

Ações negociadas na Bolsa de Valores costumam ter um alto potencial de retorno e boa
liquidez, mas o risco de mercado (e as vezes o de perda também) é altíssimo.

A Caderneta de Poupança é líquida e segura, mas o retorno é extremamente baixo.


Pense em qualquer investimento. Você poderá analisá-lo quanto ao retorno, a liquidez e a
segurança, e chegará rapidamente à conclusão que não existe um investimento que seja
excepcionalmente bom nos três fatores.

Conhecer nosso perfil de investidor é importante pois, através dele, saberemos quais
as características que queremos privilegiar em um investimento ou em uma carteira
de investimentos (tendo em mente que carteira, ou “portfólio”, é o conjunto de nossos
investimentos).

Investidores de perfil agressivo buscam retorno acima de tudo, e não se importam em


sacrificar a liquidez e/ou a segurança para atingirem seu objetivo.

Investidores de perfil moderado buscam um equilíbrio entre as três características,


sabendo que sua carteira não será excepcionalmente boa em nenhuma delas.

Já o investidor de perfil conservador busca, antes de tudo, a segurança e a liquidez. Ele


quer, mais do que ganhar dinheiro, conseguir “dormir em paz”.

As famílias de investimentos
Os investimentos podem ser classificados em duas grandes “famílias”: a família da “renda
fixa” e a família da “renda variável”.

Renda Fixa
Uma forma simples de explicar um investimento em renda fixa é dizendo que se trata de
um empréstimo. Quando investimos em renda fixa, estamos emprestando nosso dinheiro
para alguém.

Por se tratarem de empréstimos, o retorno esperado desse tipo de investimento é o valor


emprestado (também chamado de “principal”) e os juros. Efetivamente, o que recebemos
são os juros acordados, nada além disso – por isso esse tipo de investimento recebe o
nome de “renda fixa”.

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Os investimentos mais comuns são os de renda fixa. Inclusive o tipo de investimento mais
popular do Brasil, a Caderneta de Poupança, é um investimento de renda fixa.

Quando investimos na poupança, o que estamos fazendo é emprestar nosso dinheiro


para o banco. O banco nos pagará uma taxa de juros por esse dinheiro, e o usará para o
financiamento de imóveis, operação onde consegue uma taxa maior do que aquela que
ele paga na poupança.

O banco atua, então, como intermediário, tomando nosso dinheiro emprestado e


emprestando para outra pessoa a uma taxa mais alta, sendo que essa outra pessoa
receberá o dinheiro na forma de um crédito imobiliário.

Tecnicamente falando, qualquer empréstimo pode ser considerado uma operação de


renda fixa. Até aqueles empréstimos informais, realizados fora do sistema financeiro, são,
a rigor, operações de renda fixa, mesmo quando feitas a “juros zero”.

Um típico investimento em renda fixa é feito através de um “título”, que diz qual a natureza
daquela operação, o valor, a taxa de juros praticada, o prazo e as condições de pagamento
dos juros e do principal.

No mercado financeiro, esses títulos podem ser emitidos pelo governo, por instituições
financeiras ou por empresas autorizadas pela CVM. Os títulos, apesar desse nome, não
existem em sua forma física, eles são ESCRITURAIS (existem apenas na forma de registros
eletrônicos).

O nome “título” é uma herança de uma época em que essas operações eram registradas
em títulos impressos, onde todas as condições da operação estavam escritas. Algumas
pessoas do mercado financeiro se referem aos títulos de renda fixa (e até os de renda
variável) como “papéis”. Mas é importante ter em mente que, no mercado financeiro,
quando falamos em “títulos” ou “papéis”, geralmente estamos falando de forma apenas
metafórica. Esses títulos não existem em sua forma física.

Por ser um empréstimo, o maior risco de um investimento de renda fixa é o “calote” do


tomador do dinheiro (risco de perda). Os títulos do governo são considerados os mais
seguros e têm garantia ilimitada, afinal de contas o governo é quem, em última instância,
emite o dinheiro.

Praticamente em qualquer país do mundo com uma economia minimamente organizada,


os títulos emitidos pelo governo central são considerados o investimento mais seguro (e
consequentemente, com retorno mais baixo).

Os títulos emitidos por bancos (como a Caderneta de Poupança, os CDBs – Certificados de


Depósito bancários e outros) costumam ficar em segundo lugar no quesito “segurança”.
Para garantir a integridade do sistema bancário, muitos países têm mecanismos de
proteção ao investidor em bancos. No Brasil temos o FGC (Fundo Garantidor de Créditos),
um “seguro financeiro” administrado pelo BACEN que garante, ao investidor, até 250 mil
reais de seus investimentos e depósitos em um banco em caso de quebra daquele banco.
Por fim, os títulos emitidos por empresas são considerados aqueles menos seguros
(e consequentemente com maiores taxas de juros, para compensar), pois apesar de

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geralmente terem garantias diversas, não contam com mecanismos oficiais de proteção
ao investidor como um aval do governo federal ou a cobertura do FGC.

No Brasil, os investimentos de renda fixa pagam imposto de renda. Alguns investimentos,


como a Caderneta de Poupança e outros títulos voltados ao financiamento imobiliário e
agrícola são isentos de imposto de renda. Os demais são tributados através da chamada
“tabela progressiva”, em que o imposto vai diminuindo ao longo do tempo, como uma
forma de incentivar investimentos de longo prazo.

As alíquotas do Imposto de Renda, conforme a tabela progressiva, são:

Renda Variável
Se os investimentos em renda fixa representam um “empréstimo”, os investimentos em
renda variável representam “propriedade”.

Investir em renda variável significa adquirir algo, na expectativa que esse “algo” gerará
rendas ou então se valorizará.

Diferentemente de um investimento em renda fixa, em que a taxa de juros (que é a renda


do investimento) é determinada contratualmente, na renda variável não há nenhuma ga-
rantia que alguma renda será gerada.

Os tipos mais conhecidos de investimentos em renda variável são os imóveis (um tipo de
investimento realizado fora do mercado financeiro) e as ações de empresas negociadas
na bolsa de valores.

Imóveis podem gerar renda (aluguel) e se valorizarem, mas não há nenhuma certeza que
algum inquilino quererá alugar aquele imóvel e nenhuma segurança de que seu valor irá
subir.

Quando compramos ações de empresas (que no mercado também são referidas como
“títulos” ou “papéis”, apesar de não existirem em forma física), estamos nos tornando “do-
nos” de uma parcela daquela empresa. As ações representam propriedade da empresa, e
passamos a ter direito a uma parcela dos lucros (proporcionais à quantidade de ações que
possuímos) e, caso a empresa se valorize, nossas ações se valorizarão na mesma propor-
ção. Porém não há nenhuma garantia que isso vá acontecer.

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Diferentemente de um investimento em renda fixa, onde o retorno é limitado pela taxa de
juros, na renda variável não há limite – o retorno é potencialmente infinito. Uma empresa
pode apresentar uma lucratividade absurda e o valor de uma ação pode se multiplicar
muitas vezes.

Mas da mesma forma que sobe, também pode cair. Uma empresa passando por uma si-
tuação difícil pode ter lucros menores ou mesmo prejuízo. Seu valor pode diminuir e, em
situações mais extremas, ela pode simplesmente “quebrar”, fazendo com que o investidor
perca todo o dinheiro que investiu nela.

Investimentos de renda fixa são considerados os menos seguros. A liquidez desses inves-
timentos pode variar muito (uma ação de uma empresa grande pode ser muito líquida,
enquanto imóveis e outros ativos têm liquidez muito baixa). Porém o retorno potencial é
bastante alto.

Investidores de perfil mais agressivo costumam privilegiar investimentos de renda variá-


vel em suas carteiras.

Na próxima parte, vamos descobrir como investir nosso dinheiro, mas é importante que
tenhamos muito claro o que é a tríade dos investimentos (e como ela afeta nossas deci-
sões) e quais as diferenças entre as famílias “renda fixa” e “renda variável”.

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SE TORNANDO, ENFIM, UM INVESTIDOR
No Brasil, para investir no mercado financeiro, há um pré-requisito: Ser cliente da rede
bancária.

Independentemente de se investir ou não através de um banco, é preciso ter uma conta


bancária (seja conta corrente ou conta poupança) para investir. As demais instituições
financeiras, como corretoras e distribuidoras de valores, não aceitam dinheiro de investi-
dores que não venham de uma conta bancária – é uma questão regulatória. Isso acontece
porque os bancos acabam tendo um papel fiscalizador no sistema, para coibir movimen-
tações financeiras suspeitas e lavagem de dinheiro.

Como ser cliente de banco é o primeiro passo para ser um investidor, muita gente acaba,
por uma questão de comodidade e conveniência, investindo no próprio banco, nos instru-
mentos que ele oferece. Não é a toa que o instrumento de investimento mais popular e
conhecido do Brasil, a Caderneta de Poupança, é um produto bancário.
Outros investimentos vistos como mais “sofisticados”, como fundos de investimentos,
ações e títulos públicos (Tesouro Direto) são negociados por outras instituições financei-
ras, como corretoras e distribuidoras de valores. Para esse tipo de investimento, além de
sermos clientes bancários, temos que ser clientes de outras instituições como as mencio-
nadas.

Porém, praticamente todos os grandes bancos brasileiros têm suas próprias corretoras
e distribuidoras de valores, e para o cliente desses bancos acaba sendo uma coisa trans-
parente – muitas vezes ele sequer sabe que também é cliente de uma distribuidora ou
corretora, pois tudo está inserido naquele grande “pacote” de produtos e serviços que o
banco oferece.

Mas é importante que se saiba que existem muitas instituições financeiras independentes
operando no Brasil, como corretoras de valores, distribuidoras de valores, empresas de
gestão de recursos (popularmente conhecidas como “assets” – por causa da expressão em
Inglês asset management, que significa “gestão de ativos”) entre outras.

As instituições independentes podem não ter uma imagem de solidez tão grande como
aquela que atribuímos aos grandes bancos, mas elas são fiscalizadas e precisam atender
a uma série de requisitos regulatórios impostos pelas autoridades financeiras. O sistema
financeiro brasileiro está muito longe da perfeição e, às vezes, presenciamos algo “dando
errado” (frequentemente com grande destaque na mídia). Mas, no geral, nosso mercado
financeiro é bastante seguro e o investidor desfruta de um bom nível de proteção.

O investidor, para merecer a qualificação de “investidor”, precisa cumprir alguns requeri-


mentos burocráticos, como ser cliente de pelo menos uma instituição financeira (um ban-
co). Terá que fornecer uma série de informações cadastrais e patrimoniais e terá algumas
obrigações de natureza fiscal.

Porém, mais importante que isso é ter em mente que ser um investidor não é apenas ser
cliente do sistema financeiro: é um “estado de espírito”.

O verdadeiro investidor é uma pessoa preocupada com a evolução e com a segurança de

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seu patrimônio, pois sabe que o sucesso financeiro, quando lícito, é altamente associado
ao sucesso pessoal.

O verdadeiro investidor é um ser em constante evolução, que busca informação e conhe-


cimento para tentar entender como os eventos da economia, da sociedade e do mundo
em geral afetam a nós e ao nosso patrimônio, pois apenas com conhecimento podemos
identificar os riscos e as oportunidades que nos conduzem ao sucesso.

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