2019 - Trabalho Laboratorial No 6 - Circuito RLC-Oscilacoes Amortecidas (Engenharias)

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2 RESUMO TEÓRICO

Universidade Eduardo Mondlane


Faculdade de Engenharia
Departamento de Cadeiras Gerais

F ÍSICA - II

Trabalho Laboratorial No 6: Circuíto RLC - Oscilações Amortecidas

1 Objectivos

1. Observar a oscilação amortecida num circuíto RLC em série e destinguir os


três tipos de amortecimento (sobre-amortecido, sub-amortecido e amor-
tecimento crítico);

2. Lêr os valores do período e de amplitudes da oscilação;

3. Determinar a frequência angular, a constante de amortecimento e o de-


caimento logarítmico;

4. Determinar a resistência crítica na qual se observa o amortecimento crí-


tico.

2 Resumo teórico

Circuíto RLC é aquele que é composto por um resístor, indutor e capacitor. Se a


resistência R não existisse e se tanto o indutor quanto o capacitor fossem ideais
(sem resistências internas), a energia eléctrica no capacitor transformar-se-ia
em energia magnética no indutor e vice-versa, mantendo-se sempre constante
o seu valor total1 . Porém, porque na realidade, os capacitores e os indutores nao
são ideais, as suas resistências em conjugação com a resistência de proteção
(R) dessipam energia sob forma de calor (pelo efeito joule) e, por essa razão, a
energia total do circuito RLC decresce continuamente com o tempo em forma
de uma oscilação amortecida.
1
a energia electromagnética total é a soma da energia eléctrica no capacitor e a energia magnética no indutor

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2 RESUMO TEÓRICO

Para estudarmos o comportamento de uma oscilação amortecida num circuíto


RLC em série, consideremos o circuíto da Fig.1 alimentado por um sinal qua-
drado do gerador de sinais.

Figura 1: Circuíto RLC em série

Utilizando-se a lei de Kirchhoff referente à quedas de tensões numa malha para


o circuito da Fig.1 e expressando-se a equação em função da queda de tensão
no capacitor tem-se:

d 2Vc R dVc 1 1
+ + V c = Vs (1)
dt2 L dt LC LC
Introduzindo-se um factor de amortecimento (β = R/2L), a Eq.1 pode ser rees-
crita da seguinte forma:

d 2 Vc dVc 1 1
+ 2β + V c = Vs (2)
dt2 dt LC LC
A Eq.2 é uma diferencial da segunda ordem e não homogénea2 pelo que, a sua
solução é a superposição das soluções das equações característica e particular.
Considerando-se a equação característica, as suas raízes são:
q
ξ1,2 = −β ± β2 − ω2o (3)
q
Onde, ωo = 1
LC
é a frequência natural ou frequência de ressonância do oscila-
dor.
Dependendo da magnitude do factor de amortecimento (β) se comparada com
a frequência natural (ωo ) nas raizes (3), três tipos de amortecimento tem lugar,
isto é:
1. Se β < ωo , as duas raízes ξ1,2 são complexas e a oscilação é sub-amortecida.
−βt
p a solução da Eq.2 é: Vc (t ) = e [D 1 cosωt + D 2 si nωt ] + Vs . Onde,
Assim,
ω = ω2o − β2
2
Não fique aterrorizado por esse conceito, pois, vai tratar equações diferenciais na Análise Matemática se é que
ainda não estudou.

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3 MATERIAL NECESSÁRIO

2. Se β = ωo , as duas raízes ξ1,2 são reais e iguais. Assim, a tensão no ca-


pacitor cai exponencialmente com maior rapidez e, por via disso, a os-
cilação é criticamente amortecida. A solução da Eq.2 para este caso é:
Vc (t ) = (B 1 t + B 2 )e −ωo t + Vs
3. Se β > ωo , as duas raízes ξ1,2 são reais e diferentes. Assim, a tensão no
capacitor cai exponencialmente mas com uma relativa lentidão se com-
parada com a condição do item 2. Portanto, a oscilação é sob-amortecida
e a solução da Eq.(2) é: Vc (t ) = A 2 e ξ2 t + A 1 e ξ2 t + Vs

As constantes A 1,2 , B 1,2 e D 1,2 são determinadas tendo em consideração as con-


dições iniciais. De notar-se que tanto o capacitor quanto o indutor não perdem
respectivamente a tensão e a corrente de uma forma abruta.
A Fig.2 ilustra os três tipos de amortecimento descritos nos items 1,2 e 3.

Figura 2: Tipos de amortecimentos num circuíto RLC

3 Material Necessário

Alimentação: Gerador de Sinais


Instrumentos: Osciloscópio
Resístor: 180Ω
Reóstato
Capacitor: 1nF
Indutor: 2mH
Diversos: Fios de conexão e dois (2) cabos BNC garra jacaré .

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4 PROCEDIMENTOS DE EXECUÇÃO

4 Procedimentos de execução

1. Monte o circuíto da Fig.3 e solicite a sua verificação pelo professor de la-


boratório.

Figura 3:

2. Verifique se o selector de voltagem na alimentação do gerador de sinais


está em 220V. Caso afirmativo, ligue o gerador de sinais, seleccione a onda
quadrada e ajuste a amplitude para 2.0V.

3. Ligue o osciloscópio. Ajuste a escala de tempo para que possa ver pelo
menos quatro (4) ciclos de oscilação e, ajuste também a escala de voltagem
de modo que tenha um sinal claramente visível e de fácil leitura.

4. Ajuste a frequência de modo que possa visualizar no osciloscópio oscila-


ções sub-amortecidas com pelo menos quatro (4) cíclos (pode ajustar a
frequencia do gerador de sinais até 14 da frequência de ressonância do os-
cilador).

5. Registe as amplitudes de duas cristas consecutivas


µ ¶ e calcule o decaimento
V1
logarítmico usando a seguinte relação: δ = l n .
V2
6. Determine o período (T ) da oscilação.

7. Calcule a frequência natural experimental (ωo exp ) e compare com a teórica


(ωo ). Use ωo exp = 2π/T .

8. Determine o factor de amortecimento experimental (βexp ) usando a se-


guinte relação: βexp = δ/T . Compare com o valor teórico (β = R/2L) e
comente o seu resultado.

9. Ligue o reóstato em série com o resístor (R) do circuíto da Fig.3 e varie a


resistência do reóstato de modo que observe as oscilações sob-amortecida
e criticamente amortecida. Registe os valores das resistências para as quais
observou as supra-citadas oscilações. Compare com os valores previstos
teoricamente.

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