E-Book - Lectio Divina Salesianos PDF

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 84

COLEÇÃO PROTAGONISTA

Coordenação
P. Antonio Ramos do Prado

Equipe de elaboração
S. Anderson Bizarria da Costa
P. Edmilson Rodrigues de Moraes
S. Glauco Félix Teixeira Landim
P. Luís Fabiano dos Santos Barbosa
P. Paulo Manoel Profilo
S. Sílvio Roberto da Silva
S. William de Lima

Circulação interna

Produzido em 2011 por

Inspetoria Salesiana de São Paulo


Largo Coração de Jesus, 140
01215-020 São Paulo SP
Fone: (11) 3225-5800
[email protected]
2 www.salesianos.org.br
Sumário

Apresentação............................................................................................ 5
Teologia da Cruz........................................................................................ 7
Lectio Divina............................................................................................. 13
Anunciação........................................................................................ 15
1º Encontro: A presença de Deus em nós e conosco.................................... 16
2º Encontro: Uma vida cheia de “graça”..................................................... 18
3º Encontro: Jesus, nosso salvador!............................................................. 20
4º Encontro: Nosso Deus é espírito que santifica......................................... 22
5º Encontro: A força de Deus em nós......................................................... 24
Nascimento........................................................................................ 26
1º Encontro: Deus se faz pobre para nos enriquecer.................................... 27
2º Encontro: A alegria que vem de Deus..................................................... 29
3º Encontro: Deus por nós faz maravilhas................................................... 31
4º Encontro: Queremos ver Jesus................................................................ 33
5º Encontro: O perdão que vem de Deus.................................................... 35
Paixão............................................................................................... 37
1º Encontro: Permanecer fiel a Cristo.......................................................... 38
2º Encontro: A verdade de Deus no mundo................................................ 40
3º Encontro: O compromisso com a cruz de Cristo...................................... 42
4º Encontro: Jesus não nos deixa desamparados......................................... 44
5º Encontro: Jesus nos perdoa na cruz........................................................ 46
Ressurreição....................................................................................... 48
1º Encontro: Testemunhas da ressurreição................................................... 49
2º Encontro: A incredulidade dos discípulos............................................... 51
3º Encontro: O ressuscitado caminha conosco............................................. 53
4º Encontro: A alegria da ressurreição........................................................ 56
5º Encontro: Anunciadores da ressurreição................................................. 58
Emaús................................................................................................ 60
1º Encontro: Caminhando com Jesus.......................................................... 61
2º Encontro: Jesus, esperança dos discípulos............................................... 63
3º Encontro: Discípulos de Cristo................................................................ 65
4º Encontro: Cristo, pão da vida . .............................................................. 67
5º Encontro: Missionários autênticos.......................................................... 69
Cantos............................................................................................... 71 3
Nascimento Paixão
(Lc 2,1-7) (Jo 19,28-42)

Anunciação
(Lc 1,26-38)

Emaús
(Lc 24,13-52)

Ressurreição
(Lc 24,1-12)

4
Apresentação

No Sínodo dos Bispos sobre “A Palavra de Deus na vida e na missão


da Igreja”, realizado em Roma em outubro de 2008, o papa Bento
XVI convidou toda a Igreja a se voltar para uma leitura orante da
Palavra de Deus.
A Cruz da Espiritualidade Juvenil Salesiana (EJS) é uma expressão
artística das principais passagens bíblicas a respeito da vida de Je-
sus, vistas a partir do prisma do chamado feito a todo cristão para
ser discípulo e missionário e do carisma salesiano, dado à Igreja
pelo Espírito Santo.

A proposta de um roteiro de leitura orante da Palavra de Deus a


partir da Cruz da EJS procura ser um caminho catequético para que
se perceba essa relação entre o Evangelho, a salesianidade e a vida.
A leitura orante a partir dos símbolos da cruz é um convite para se
viver o Evangelho.

Hoje vivemos uma cultura da imagem. Por isso, convidamos a to-


dos os jovens, em especial os dos Grupos de Animação Missionária
(GAM), a percorrer esse roteiro de símbolos, palavras, preces e ação
como caminho para a vivência dos compromissos da fé.

5
6
Teologia da Cruz
(adaptação de estudo produzido pelo P. Luiz Alves de Lima, sdb, e publicado em
CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL. Cruz peregrina: rumo ao Rio-2013.
Encontros celebrativos. Brasília: Edições CNBB, 2011, pp. 7-32)

Símbolo de tortura e morte


Antes de Jesus Cristo, a cruz era instrumento e símbolo de tortura e morte. Ori-
ginária do Oriente, na Antiguidade, era para os persas uma forma de castigo e
pena capital; depois, eles a trouxeram para o Ocidente. Por isso, a cruz significava
torpeza, degradação, ignomínia. Pouco utilizada pelos gregos, mas muito usada
por cartaginenses e romanos, era uma punição cruel e temida, que só podia ser
aplicada a escravos e pessoas da pior qualidade, como assassinos, ladrões, cons-
piradores, revoltosos e perturbadores da ordem pública. Um cidadão romano,
por causa de sua dignidade, não podia ser suspenso numa cruz: substituíam a
pena pela decapitação, como foi o caso de São Paulo (cf At 22,25-29;23,27).
Havia várias formas de cruz. As mais usadas era a cruz commissa em forma de T,
sem a parte de cima da trave horizontal, e a cruz immissa ou capitata, com essa
parte superior. Como na cruz de Jesus havia, acima da cabeça, um letreiro com o
motivo de sua condenação (Mt 27,37), certamente ela era essa segunda forma.
Os romanos, que dominavam a Palestina no tempo de Jesus, tinham técnicas
refinadas para executarem os condenados através da cruz. Eles passavam por
humilhações de todo o tipo e eram obrigados a carregar um grande madeiro
nos ombros até chegar ao lugar da execução. Essa peça horizontal era pregada
ou amarrada a uma outra haste vertical. O condenado ficava nela pregado com
cravos até a morte por fome, sede e, principalmente, por asfixia. O corpo ficava
exposto na cruz à vista de todos, até mesmo apodrecer. Além dos cravos, que
não podiam sustentar o peso do corpo, os romanos usavam também cordas que
amarravam o corpo à cruz; havia casos em que o condenado se apoiava numa
espécie de assento e num apoio para os pés. Eram crucificados inteiramente nus.
Se fosse necessário, a morte era apressada, quebrando-se as pernas da vítima:
sem nenhum apoio, o crucificado morria imediatamente por não poder respirar.

Sinal de salvação
Se no Antigo Testamento não há nenhuma referência à cruz ou crucifixão, no
Novo ela é abundantemente citada, pois foi na cruz e através da cruz que Jesus,
num gesto supremo de humilhação e rebaixamento, realizou a nossa salvação.
De fato, a Epístola aos Filipenses diz que Jesus “humilhou-se a si mesmo, tornan-
7
do-se obediente até a morte, e morte de cruz” (Fl 2,8).
Conforme os evangelhos sinóticos, durante sua vida, ministério e pregação, Jesus
predisse por três vezes a sua morte na cruz e sua ressurreição. Referiu-se também
à sua morte na cruz quando afirmou: “como Moisés levantou a serpente no de-
serto, assim importa que o Filho do homem seja levantado; para que todo aquele
que nele crê tenha a vida eterna. Porque Deus amou o mundo de tal maneira que
deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas
tenha a vida eterna” (Jo 4,14-17). Esse “levantamento” significa, em primeiro
lugar, o “levantamento” na cruz quando, tendo dado sua vida pela salvação do
mundo (cf Jo 6,51), Jesus ficou à vista de todos. Mas significa, também, a exalta-
ção de Jesus, seu “levantamento” do sepulcro, ou seja, sua ressurreição.
Ainda conforme o evangelho de João, o momento da morte de Jesus na cruz seria
a sua “hora”, a hora em que iria realizar plenamente a entrega de sua vida pela
salvação do mundo e, por isso mesmo, iria ser glorificado pelo Pai.
Portanto, a cruz de Jesus foi o momento culminante de sua vida, expressão má-
xima de seu amor: “sabendo Jesus que era chegada a sua hora de passar deste
mundo para o Pai, e havendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os
até o fim” (Jo 13,1). Esse “amar até o fim” significa o seu sacrifício cruento, ou
seja, o derramamento de todo seu sangue na cruz, mas também o “sacrifício in-
cruento” (sem derramamento de sangue) que ele nos deixou na Eucaristia, como
memória de sua Páscoa.
A mais antiga pregação apostólica, logo após o Pentecostes e nos anos seguintes,
concentrou-se naquilo que era o essencial: “Jesus foi entregue por nossos peca-
dos e ressuscitou pela nossa justificação” (cf Rm 4,25). Era o querigma, o que
há de mais central na mensagem evangélica, do qual a cruz de Jesus sempre foi
parte essencial.
Por isso, os primeiros textos dos evangelhos a serem escritos foram as narrativas
da paixão e morte de Jesus. Os quatro evangelhos descrevem com detalhes: a
conspiração contra Jesus, a unção em Betânia, a traição de Judas; a última ceia
de Jesus com seus discípulos e a instituição da Eucaristia; sua agonia no horto das
oliveiras, a prisão, o julgamento diante do sinédrio e a negação de Pedro; a en-
trega a Pilatos e seu julgamento; a morte de Judas, a sentença de morte e a liber-
tação de Barrabás; a zombaria dos soldados, o caminho do calvário, a crucifixão;
as últimas palavras de Jesus na cruz, sua morte, sepultura e sua ressurreição.

Por que Jesus foi crucificado?


Infelizmente, o sentido da cruz de Jesus nem sempre foi bem entendido. Suas
palavras sobre a necessidade de seus discípulos “tomarem sua cruz de cada dia
e segui-lo” causam perplexidade, além de serem muito desafiadoras especial-
mente se somos conscientes, de um lado, da desproporção que há entre nossa
fraqueza e o desejo de vida e, de outro lado, o aparente absurdo de abraçar o
sofrimento e a morte.
Na história da espiritualidade cristã houve correntes que desviaram o sentido
profundo das palavras de Jesus, deturpando o caminho de seu seguimento. Essa
falsa compreensão baseava a vida cristã mais sobre o esforço pessoal do indiví-
8
duo e sobre os méritos que ele deveria ganhar com seu comportamento moral do
que sobre a imitação da vida de Jesus e sobre o esforço de segui-lo no caminho
da vida. Essa interpretação levou a uma concepção moralista da vida cristã e uma
visão negativa da cruz.
A cruz foi consequência das opções de Jesus em ser fiel e coerente até o fim com
a missão que ele recebeu do Pai.
No julgamento de Jesus, conforme Lucas, apareceram acusações de tipo político
feitas pelos judeus, como rebelião e traição, que conforme a lei romana eram
crimes que levavam à condenação na cruz.
Porém, a motivação mais profunda da condenação de Jesus à morte foi ele dizer
estar profundamente unido com Deus, e tudo o que ele realizava eram “obras de
Deus”; e, ainda, que ele estava no Pai e o Pai estava nele. “Se faço essas obras,
muito embora não acrediteis em mim, crede nas obras, para que entendais e
saibais que o Pai está em mim e eu no Pai” (Jo 10,38).
Quais eram essas “obras” pelas quais Jesus foi condenado? Em primeiro lugar,
seus gestos e atitudes em favor dos sofredores, dos pobres, dos marginalizados:
era a eles que Jesus, em primeiro lugar, anunciava o reinado de Deus e a feli-
cidade completa. Conforme o Evangelho de Mateus, quando Jesus, como novo
Moisés, quis proclamar a nova lei do Reino de Pai, nomeou os pobres em primei-
ro lugar, chamando-os de “felizes”, “bem aventurados”. Nesse novo código de
conduta, Jesus também proclamou bem aventurados os mansos, os que choram,
os misericordiosos, os puros de coração, os construtores da paz e, sobretudo, “os
que tem fome e sede de justiça, os que são perseguidos por causa da justiça”.
Deles é que é o Reino dos Céus.
Assim Jesus se coloca na mesma linha dos profetas que sempre tiveram a coragem
de se levantar contra os pecados e a dominação dos poderosos contra os peque-
nos. Com arrojo e bravura, denuncia os desmandos daqueles que, dominados
pelo egoísmo, fecham seu coração e sua vida aos irmãos sofredores, lançando
também as maldições, em clamoroso contraste com as bem aventuranças (cf. Lc
6,24-36). E afirma, em contraste com o senso comum: “Amai os vossos inimigos,
fazei bem aos que vos odeiam, bendizei aos que vos maldizem, e orai pelos que
vos caluniam; ao que te ferir numa face, oferece-lhe também a outra...” (cf. Lc
6,27-29). Como norma suprema de vida, ensina: “Sede misericordiosos, como
também vosso Pai é misericordioso” (Lc 6,36).
A verdadeira causa da morte violenta de Jesus na cruz está aqui: sua luta e pre-
gação em favor dos menos favorecidos e mais abandonados. A cruz não é o
resultado de uma fatalidade, de um destino, má sorte ou desgraça, mas fruto da
coerência de vida de Jesus, de sua fidelidade à vontade do Pai.
Pesou muito na condenação de Jesus motivos, digamos, religiosos: Jesus não
tinha dúvida em romper com normas e tradições ritualísticas para fazer o bem,
estender a mão para quem precisava, salvar o que esta perdido. Para o judaísmo,
do qual Jesus era um membro fiel, a observância do sábado era algo sacratíssi-
mo, mas Jesus não teve dúvida em realizar muitas curas e gestos de misericódia
no dia de sábado (cf. Mt 12,2-12; Mc 2,23-28; Lc 6,2-9; 14,13-16; 24,3-5).
Assim, Jesus “caminhou resolutamente” (Lc 9,30.51) em direção à Jerusalém,
9
onde sabia que o esperavam a prisão e a morte. Não fugiu, não chamou uma le-
gião de anjos em sua defesa na hora de sua prisão (cf. Mt 25,53), mas enfrentou
a situação para ser fiel à sua missão: assumir plenamente sua condição humana,
viver entre nós como enviado do Pai anunciando seu reinado, embora isso lhe
custasse a vida.

A interpretação da morte de Jesus na cruz


Portanto, o significado da cruz de Jesus não é a morte, mas a vida e a vida em
plenitude que ele veio nos anunciar (Jo 10,10). Abraçar a cruz junto com Jesus
significa, para o discípulo, estar totalmente voltado para o Pai e totalmente vol-
tado para os irmãos, à semelhança de Jesus. A experiência do reinado de Deus é
a transformação dos corações pelo perdão e pela graça divina; é uma maneira de
viver e até de organizar de um modo diferente a sociedade, em harmonia com o
projeto de Deus. De fato, a vontade do Pai é que todo ser humano tenha vida, e
vida plena, em Cristo.
As primeiras pregações apostólicas, pelas quais os discípulos de Jesus proclama-
vam a mensagem de salvação no nome de Jesus e anunciavam a Boa Nova do
Evangelho, se baseavam nas profecias antigas para mostrar que, em Jesus, todas
elas se cumpriram. Usaram sobretudo o livro dos Salmos para interpretar a morte
de Jesus na Cruz.
Iluminados pelo Espírito Santo, à luz das Escrituras, os cristãos da primeira ge-
ração interpretaram o assassinato cruel de Jesus na cruz como o sacrifício aceito
por Deus pelos pecados da humanidade e sua exaltação na glória da ressurreição.
Jesus é a realização perfeita do Cordeiro Pascal sacrificado nos ritos antigos para
lembrar das grandes maravilhas realizadas por Deus na História da Salvação.
Conforme a cronologia do Evangelho de João, Jesus morre na cruz bem no mo-
mento em que o cordeiro pascal era sacrificado no templo ou nas casas e prepa-
rado pelos judeus para celebrar a páscoa judaica. Ou seja, Jesus é o verdadeiro
cordeiro pascal que realiza agora a nova maravilha de Deus em favor da huma-
nidade: seu sangue cancela nossos pecados.
O profeta Isaías, em quatro grandes cânticos (Is 42,1-9; 49,1-7; 50,4-9; 52,13-
53,12), celebra e descreve a missão e o sofrimento que o Servo do Senhor teve
de suportar para trazer a salvação ao povo de Deus. De modo especial, o último
“cântico” é uma verdadeira descrição profética daquilo que Jesus sofreria em sua
paixão e cruz.
No Novo Testamento, o texto que mais interpreta a morte de Jesus na cruz, como
sacrifício supremo de salvação, é a epístola aos Hebreus, um dos mais escritos
neotestamentários. O texto revela um profundo conhecimento do Antigo Testa-
mento e descreve a extrema solidariedade que une Jesus a “seus irmãos”. Ele é
considerado primeiramente como o sacerdote da Nova Aliança que faz a ponte
(pontífice) entre Deus e os homens, acreditado junto a Deus e solidário com a hu-
manidade. O autor mostra a qualidade do novo sacerdócio: seu sacrifício pessoal
difere dos ritos antigos e abre o acesso ao novo santuário; estimula a resposta de
nossa fé, à semelhança da fé dos antepassados e exorta à perserverança.
Ao contrário da “teologia da glória” de São João, que apresenta a cruz como a
10
grande “hora” de Jesus e o seu lugar de “exaltação”, em que todos os que olha-
rem para ele serão salvos, a teologia do apóstolo Paulo se concentra mais no so-
frimento e sacrifício de Jesus através de sua cruz. De fato, Paulo diz que “pregava
Cristo e Cristo crucificado, embora isso fosse escândalo para os judeus e loucura
para os pagãos” (cf. 1Cor 1,23) e, ainda: “Nada me propus saber entre vós, a não
ser Jesus Cristo, e Jesus Cristo crucificado” (1Cor 2,2). Mas é necessário afirmar
também que Paulo valorizava igualmente a ressurreição, como João, a paixão e
cruz. Trata-se apenas de acentuações próprias.
Toda reflexão e ensinamento de São Paulo nascem de sua intensa experiência de
vida: como perseguidor ele recorreu à violência contra os cristãos; mas, a partir
de sua conversão, assimilou profundamente a mística de Cristo crucificado, fa-
zendo dele sua razão de vida e o motivo de sua pregação. Ele dedicou sua vida
inteiramente ao apostolado (cf. 2Cor 12,15), cheio de percalços e dificuldades,
mas encontrou na cruz de Jesus Cristo a força para superar todas as perseguições,
até o martírio.
Diz o papa Bento XVI sobre a teologia paulina: “No encontro com Jesus, tornou-
se claro para Paulo o significado central da cruz: compreendera que Jesus tinha
morrido e ressuscitado por todos e por ele mesmo. Ambas as realidades eram
importantes: a universalidade – Jesus morreu por todos – e a subjetividade – ele
morreu também por mim. Portanto, na cruz manifestou-se o amor gratuito e mi-
sericordioso de Deus. Paulo experimentou este amor em si mesmo (cf. Gl 2,20)
e, de pecador, tornou-se crente; de perseguidor, apóstolo. Dia após dia, na sua
nova vida, experimentava que a salvação era graça, que tudo derivava da morte
de Cristo e não dos seus próprios méritos, que de resto não existiam. Assim, o
Evangelho da graça tornou-se para ele o único modo de compreender a cruz, o
critério não somente da sua nova existência, mas também a resposta aos seus
interlocutores”.

O sinal da cruz
Constantino Magno (274-337), imperador romano do Oriente e do Ocidente,
concedeu no ano 313 liberdade de culto aos cristãos. Conforme o mais antigo
historiador do cristianismo, Santo Eusébio de Cesareia, esse imperador teria se
aproximado muito da fé cristã por intermédio de sua mãe, Santa Helena; inclu-
sive, teria tido uma visão em que contemplou no céu uma grande cruz com a
frase “nesse sinal vencerás” (in hoc signum vinces). A partir daí, mandou colocar
o símbolo da cruz nas armas de seus soldados e, o mais importante, proibiu a
crucifixão e qualquer uso da cruz como pena judicial, como instrumento de mor-
te. Posteriormente, em 380, o imperador Teodósio declarou o cristianismo como
religião oficial do Império Romano.
Antes de Jesus Cristo, a simbologia da cruz, no seu sentido mais amplo, é anti-
quíssima: é encontrada entre o povo Egeu (séc. XII aC), entre os baixo-relevos
assírios, em túmulos da cidade de Cartago pré-cristã e em outros povos. A cruz
gamada, de origem hindu, é uma das mais encontradas na Antiguidade. Não se
pode, porém, afirmar que todas essas cruzes tivessem sentido religioso: eram sim-
ples ornamentos geométricos, dada a facilidade de fabricá-las, com duas linhas
11
cruzadas. A cruz suástica e a de alça ou dobra, dos egípcios, parecem ter origem
astronômica ou astrológica; esta última poderia ser um símbolo da vida. Com a
difusão do cristianismo, difundiu-se também a cruz como símbolo cristão.
Inicialmente não se divulgava tanto o objeto cruz, que tanto usamos hoje, mas
o gesto, que consiste em traçar (com o dedo, com a mão, com o sopro) os dois
riscos que formam uma cruz, em alguma parte do próprio corpo ou do corpo de
alguém, também sobre o coração. Tanto o objeto quanto o gesto passam a signi-
ficar a salvação que Jesus nos alcançou com sua morte e ressurreição.
O sinal da cruz foi adquirindo sempre mais, entre os cristãos, um sentido espiritu-
al, teologal: a maldição e a loucura da cruz (sentido original) transformam-se em
glória e salvação, em poder de Deus (1Cor 1,18; Gl 3,1). É importante notar que
se consolidou o costume entre o povo cristão, e que foi absorvido pela liturgia,
de iniciar e concluir as grandes celebrações, orações ou mesmo atividades corri-
queiras professando a fé trinitária e invocando as três pessoas divinas, ao mesmo
tempo em que se traça o sinal da cruz.
A lembrança da cruz está presente não só na Eucaristia – lembrança do mistério
pascal de Jesus, sua morte na cruz e ressurreição – mas em todos os sacramentos.
E não se trata de uma simples lembrança: a Igreja Católica professa que em cada
sacramento, ao evocar o acontecimento central de nossa fé – a morte e ressurrei-
ção do Senhor – tal fato torna-se presente hoje, aqui e agora, para a assembleia
que o celebra, para toda a Igreja (vivos e falecidos). É esse o significado profundo
da expressão “memorial da Páscoa”.
Além da liturgia, oração oficial e autorizada da Igreja, também o povo cristão,
em transbordantes manifestações de fé, criou uma série de expressões celebrati-
vas e devocionais ao redor da cruz de Jesus.
Talvez o maior símbolo popular cristão católico seja o crucifixo, cujo uso remonta
aos inícios da Igreja, e que foi chamado de “catecismo dos iletrados”, pois ape-
nas a contemplação do Senhor morto na cruz já desperta a fé e a piedade.
Em nível popular podemos também recordar o difundidíssimo culto à Paixão do
Senhor entre o povo cristão: as encenações da Paixão durante a Semana Santa; a
devoção ao Senhor dos Passos, Senhor Bom Jesus, Senhor dos Milagres (na Amé-
rica espanhola), todos títulos ligados à tradição da cruz; os cruzeiros grandes e
pequenos que se multiplicam por toda parte, como o imponente Cristo Redentor
no Rio de Janeiro; a prática de origem medieval da Via Sacra (Via Crucis); além
do vasto cancioneiro religioso, em que aparecem expressões piedosas e cheias de
fé, de compunção e contrição, quando não de exaltação da Santa Cruz.

12
Lectio Divina

1ª etapa: leitura do texto bíblico


Para a Lectio Divina, escolha apenas um dos textos indicados pelo
encontro e, se for oportuno, compare esse texto com outros.
É muito importante saber ler um texto bíblico. É preciso estar aten-
to ao que está escrito nas linhas e nas entrelinhas. Às vezes,
o que não está dito é mais importante do que o que
está dito. Neste primeiro momento, vamos fazer uma
leitura pausada do texto bíblico e de seus paralelos,
se for o caso. Após as leituras, vamos levantar os seguintes
questionamentos:
• O que este texto está narrando?
• Em que lugar o fato narrado acontece? Quem são os personagens envolvidos?
Qual a participação de cada um deles no fato narrado?
• Quais são os principais verbos do texto?
• Quais são os principais adjetivos?

2ª etapa: meditação
“A leitura sem meditação é árida, e a meditação sem leitura é errô-
nea”. Medita-se atualizando o que se leu, buscando o sentido para
a vida pessoal e comunitária. Vamos abrir a mente e o coração para
descobrirmos o que Deus quer nos dizer no segredo da nossa cons­
ciência. Vamos refletir com os jovens e adolescentes:
• O que este texto bíblico sugere a cada um?
• Como cada um pode, com esses pensamentos, iluminar a pró-
pria vida?
• Como cada um se sente em relação às próprias atitudes cotidianas ao ler esse
texto?
• Por fim, cada um deve escolhe frases-chave do texto para serem mastigadas e
repetidas e assim tornarem-se alimento, vida e força para a caminhada.

13
3ª etapa: oração
“A meditação sem oração é infrutífera”. A oração,
nesse caso, é entrar em sintonia e diálogo com
Deus dando uma resposta à Palavra de Deus.
É algo que brota de dentro de cada um pelos
sentimentos que surgiram durante a leitura e a
meditação. Não devemos nos preocupar em preparar palavras bonitas ou fór-
mulas prontas. Usamos palavras do próprio texto com muita espontaneidade,
simplicidade e naturalidade, contando a Deus tudo o que nosso coração sentiu e
experimentou com as descobertas feitas. Cada um pode partilhar no grupo:
• O que quero dizer ao Senhor depois deste confronto com a sua Palavra?

4ª etapa: partilha
Após ler, meditar e rezar sobre o texto bíblico, cada
um deve fazer um esforço de tomar algum propósito
para viver a mensagem que ficou desse exercício de
leitura orante da Palavra de Deus.
O compromisso de viver e praticar a Palavra deve nos
acompanhar durante todo o dia. Num momento oportuno,
cada um é convidado a partilhar com seus irmãos de comunidade os
frutos da Palavra de Deus nesse dia. A partilha pode ser feita à noite, se o
grupo achar interessante. A partilha pode partir das seguintes questões:
• O que mais me chamou atenção no texto bíblico?
• Consegui vivenciar o propósito para esse dia? Por quê? Ou Como?

14
Anunciação

15
1º Encontro:
A presença de Deus
em nós e conosco

Textos de apoio: Lc 1,28; Lc 24,15; Mt 1,23-24; Ex 3,5-6; Rm 6,5


Inspiração: Alegra-te,cheia de graça: o Senhor está contigo (Lc 1,28)
Virtude: Otimismo
Símbolo: Vela acesa
Ambientação: Colocar a vela acesa no centro e ao redor dela uma Bíblia, uma imagem de
Nossa Senhora e um pão. Próximo a essa simbologia, espalhar imagens (jornais/revistas/fotos)
que retratem momentos felizes e tristes do cotidiano das pessoas.

Mantra
Jesus está aqui. Ele está aqui:
tão certo como o ar que eu respiro,
tão certo como a manhã que se levanta,
tão certo como eu te falo e podes me ouvir. (2x)

Canto inicial
Sugestão: Obrigado, Senhor (canto n. 1)

Contextualização
A vida nos apresenta inúmeras alegrias, mas também muitas tristezas. Por mais
que planejemos os nossos caminhos, sempre acontecem imprevistos. Contudo,
nós, cristãos, carregamos a certeza de que nada é por acaso. Deus é quem permi-
te a realização dos fatos. Isso porque Ele sempre está em nós e conosco. A certeza
da presença de Deus deve acompanhar a vida do cristão em todos os momentos
e não só em tempos de prosperidade.
No relato bíblico da Anunciação, o anjo do Senhor se dirige à jovem Maria nestes
termos: “O Senhor está contigo!” (Lc 1,28). Eis a certeza que o anjo quis anunciar
à Maria antes de apresentar o grande plano que Deus realizaria nela. Para a rea-
lização plena da vontade de Deus precisamos – assim como Maria – acreditar na
presença de Deus em nós e conosco. E essa presença é permanente. A história da
salvação afirmou essa certeza, desde a manifestação a Moisés na sarça ardente
16
(cf. Ex 3,5-6) até após a ressurreição de Jesus Cristo (cf. Lc 24,15) quando Deus –
pelo ressuscitado – ficou para sempre conosco: “Eis que eu estarei convosco
todos os dias, até a consumação dos séculos” (Mt 28,20).
Segundo o ensinamento da Igreja, muitas são as formas de percebermos
a presença de Deus em nós e conosco. A oração é uma dessas formas.
O coração confiante louva e clama a Deus, porque acredita que Ele está
próximo. Dessa certeza, brota em nós um grande otimismo em relação
à vida. Por mais que tenhamos dificuldades, não desanimamos porque
não estamos sozinhos: o Senhor está conosco! Maria nos deu o exemplo
para que creiamos que não caminhamos sozinhos nas estradas dessa vida.

Lectio Divina (Lc 1,26-38)


(roteiro à página 13)
Quando Isabel estava no sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma
cidade da Galiléia, chamada Nazaré, a uma virgem prometida em casamento a
um homem de nome José, da casa de Davi. A virgem se chamava Maria. O anjo
entrou onde ela estava e disse: “Alegra-te, cheia de graça! O Senhor está contigo”.
Ela perturbou-se com estas palavras e começou a pensar qual seria o significado
da saudação. O anjo, então, disse: “Não tenhas medo, Maria! Encontraste graça
junto a Deus. Conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus. Ele
será grande; será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono
de Davi, seu pai. Ele reinará para sempre sobre a descendência de Jacó, e o seu
reino não terá fim”. Maria, então, perguntou ao anjo: “Como acontecerá isso, se
eu não conheço homem?” O anjo respondeu: “O Espírito Santo descerá sobre ti,
e o poder do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra. Por isso, aquele que vai nas-
cer será chamado santo, Filho de Deus. Também Isabel, tua parenta, concebeu
um filho na sua velhice. Este já é o sexto mês daquela que era chamada estéril,
pois para Deus nada é impossível”. Maria disse: “Eis aqui a serva do Senhor!
Faça-se em mim segundo a tua palavra”. E o anjo retirou-se de junto dela.

Canto final
(à escolha)

Compromisso do dia
(motivação para a vivência da virtude)
Que durante todo este dia possamos nos empenhar nas atividades e relaciona-
mentos, tentando encontrar a presença de Deus em tudo e em todos. Por isso,
pratiquemos a virtude do otimismo.

17
2º Encontro:
Uma vida cheia de “graça”

Textos de apoio: Lc 1,30; Lc 2,40; Mt 10,8; At 20,24; 1Cor 16,23; Ef 3,7


Inspiração: Encontraste graça junto a Deus (Lc 1,30)
Virtude: Gratidão
Símbolo: Pedir no dia anterior que cada missionário leve para a mística de hoje um símbolo
daquilo que ele considera ser o maior presente de Deus em sua vida.
Ambientação: Dispor no centro do ambiente uma imagem de Nossa Senhora, uma vela acesa
uma bíblia aberta e os símbolos trazidos pelos missionários.

Mantra
Indo e vindo,trevas e luz.
Tudo é graça: Deus nos conduz

Canto inicial
Sugestão: Escolhida (canto n. 2)

Contextualização
Pessoas que fizeram uma profunda experiência de Deus costumam dizer que
tudo na vida é graça de Deus. Tudo o que somos, o que temos e o que fazemos é
por dom da bondade de Deus. O próprio Dom Bosco disse certa vez que “a nossa
vida é um presente de Deus para nós”.
A anunciação do nascimento de Jesus a Maria é narrada de forma muito pareci-
da com outras cenas bíblicas de anúncio de nascimento, como a de Isaac (cf. Gn
17,19-21) ou de João Batista (cf. Lc 1,5-20). O que há em comum em todas estas
anunciações? A iniciativa de Deus! É ele quem sempre toma a iniciativa de vir ao
encontro da humanidade para dar uma notícia de esperança e de salvação. E não
só isso. Na Bíblia, sempre que Deus confia a alguém uma missão importante e
difícil, Ele promete que nunca o deixará sozinho, que estará sempre ao seu lado,
dando-lhe a força necessária para cumprir a missão.
A graça que recebemos permite que todos nós participemos da intimidade da
vida do próprio Deus. O mais bonito é saber que Ele nos dá toda esta força de
18
maneira livre, unicamente por amor a nós e respeitando a nossa liberdade. “A
livre iniciativa de Deus pede a livre resposta do homem”, diz o Catecismo
de Igreja Católica. Nós só entramos em comunhão de amor com Deus
se sinceramente desejamos este encontro e se abrimos nosso coração à
sua graça. Que a nossa mística de hoje nos ajude a sermos cada vez mais
agradecidos a Deus pela graça que Ele nos dá e sempre mais abertos à
sua ação amorosa e transformadora em nossa vida.

Lectio Divina (Rm 8,14-17)


(roteiro à página 13)
Todos aqueles que se deixam conduzir pelo Espírito de Deus são filhos de Deus.
De fato, vós não recebestes espírito de escravos, para recairdes no medo, mas
recebestes o Espírito que, por adoção, vos torna filhos, e no qual clamamos:
“Abbá, Pai!” O próprio Espírito se une ao nosso espírito, atestando que somos
filhos de Deus. E, se somos filhos, somos também herdeiros: herdeiros de Deus
e co-herdeiros de Cristo, se, de fato, sofremos com ele, para sermos também
glorificados com ele.

Canto final
(à escolha)

Compromisso do dia
(motivação para a vivência da virtude)
Disse Jesus: “De graça recebestes, de graça dai” (Mt 10,8). Vamos partilhar hoje
com os nossos irmãos e irmãs as belezas que recebemos de Deus por meio da
sua graça. Sejamos hoje um presente de Deus para a vida das pessoas que se
encontrarem conosco.

19
3º Encontro:
Jesus, nosso salvador!

Textos de apoio: Lc 1,31; Mt 1,21; Lc 9,49; Mc 9,38-40; At 2,38. 3,16; 2Cor 5,20
Inspiração: E o chamarás com nome de Jesus (Lc 1,31)
Virtude: Confiança
Símbolo: Cruz
Ambientação: Organizar o grupo em círculo e no meio desse círculo colocar uma cruz, uma
Bíblia e tiras de cartolina com algumas palavras (casamento, Maria, José, Espírito Santo, famí-
lia, Anjo do Senhor, Pecados, Emanuel, Deus conosco, obediência).

Mantra
Ó, luz do Senhor, que vem sobre a terra,
inunda meu ser, permanece em nós.

Canto inicial
Sugestão: Como o sol nasce da aurora (canto n. 3)

Contextualização
No cotidiano da vida encontramos o trabalho humano, que procede imediata-
mente das pessoas criadas à imagem de Deus e chamadas a prolongar a obra da
criação dominando a terra. Mostra-se ser discípulo de Cristo carregando a cruz,
a cada dia, na atividade que se é chamado a realizar, pois o trabalho pode ser
um meio de santificação e uma animação das realidades terrestres no Espírito
de Cristo. O valor primordial do trabalho está ligado ao próprio homem, que é
seu autor e destinatário. O trabalho é para o homem, e não o homem para o
trabalho.
Ao dar nomes aos filhos, os pais daquele tempo procuravam, com isso, carac-
terizar a missão que a criança iria desempenhar na sociedade. No relato bíblico
percebemos que o nome que Jesus recebe não foi escolhido por José e Maria, e
sim por Deus, o Pai de Jesus Cristo. Jesus é a síntese do programa de Deus para
levar a história à sua plenitude. Seu nome significa: “Deus salva”. Emanuel não é
propriamente o nome de Jesus, e sim o significado de sua presença no meio das
20
pessoas: doravante Deus caminha com seu povo na pessoa de Jesus.
O ensinamento da Igreja nos garante que o Verbo se fez carne para salvar-
nos, reconciliando-nos com Deus: “Foi Ele que nos amou e enviou-nos
seu Filho como vítima de expiação por nossos pecados” (1Jo 4,10). “O
Verbo se fez carne para que, assim, conhecêssemos o amor de Deus; para
ser nosso modelo de santidade; para tornar-nos participantes da nature-
za divina e para nos fazer Deus” (Santo Atanásio).

Lectio Divina (Mt 1,18-25)


(roteiro à página 13)
Ora, a origem de Jesus Cristo foi assim: Maria, sua mãe, estava prometida em
casamento a José e, antes de passarem a conviver, ela encontrou-se grávida pela
ação do Espírito Santo. José, seu esposo, sendo justo e não querendo denunciá-
la publicamente, pensou em despedi-la secretamente. Mas, no que lhe veio esse
pensamento, apareceu-lhe em sonho um anjo do Senhor, que lhe disse: “José,
Filho de Davi, não tenhas receio de receber Maria, tua esposa; o que nela foi
gerado vem do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, e tu lhe porás o nome
de Jesus, pois ele vai salvar o seu povo dos seus pecados”. Tudo isso aconteceu
para se cumprir o que o Senhor tinha dito pelo profeta: “Eis que a virgem ficará
grávida e dará à luz um filho. Ele será chamado pelo nome de Emanuel, que
significa: Deus conosco”. Quando acordou, José fez conforme o anjo do Senhor
tinha mandado e acolheu sua esposa. E não teve relações com ela até o dia em
que deu à luz o filho, ao qual ele pôs o nome de Jesus.

Canto final
(à escolha)

Compromisso do dia
(motivação para a vivência da virtude)
No decorrer deste dia vou ensinar a todas as pessoas que puder a realizar de ma-
neira correta o sinal da cruz (na testa, na altura do umbigo, no ombro esquerdo
e no ombro direito). Com esse sinal, somos convidados a exercitar a virtude da
confiança.

21
4º Encontro:
Nosso Deus é espírito
que santifica

Textos de apoio: Ex 31,13; Lv 19,2; Lv 22,32; Jo 20,22; Rm 5,5; 2Ts 2,13; 1Pd 1,2
Inspiração: Que o Deus da paz vos conceda a santidade perfeita (1Ts 5,23)
Virtude: Compromisso
Símbolo: Coração
Ambientação: Colocar ao centro da sala uma toalha branca e sobre ela o coração (símbolo);
ao lado, pode-se colocar uma vela acesa. Ao redor dessa ornamentação central, podem-se
colocar imagens (fotos, figuras, cartazes etc.) que revelem o amor entre os seres humanos.

Mantra
Santo, santo, santo sois, ó Senhor! (3x)

Canto inicial
Sugestão: Sede santos (canto n. 4)

Contextualização
Quantas vezes nós já ouvimos a seguinte afirmação: “Sou católico, mas não prati-
cante”? Hoje, se torna mais frequente as pessoas viverem a sua fé somente como
“slogan” ou como uma simples e vazia “intitulação”. Podemos até afirmar que
muitos são cristãos só de nome, mas não de fato. Isso significa dizer que essas
pessoas ainda não fizeram uma real experiência de Deus. Não se abriram à ação
santificadora do Espírito. A Igreja de Deus, nesse contexto, pela força do Espírito
Santo é chamada a santificar o mundo na verdade.
No trecho do evangelho de João que ouviremos, Jesus roga ao Pai dizendo: “Pai,
santifica-os na verdade!”. Orando, Jesus pede ao Pai o dom da santificação aos
seus seguidores. Cristo reconhece que a santidade é necessária a todos aqueles
que se propõem segui-lo. E a santidade é dom de Deus. Só Deus santifica. Por
isso, homem santo é aquele que se deixa guiar pelo Espírito de Deus para con-
formar-se a Cristo, homem perfeito. O Catecismo da Igreja Católica nos diz que a
Palavra se fez carne (cf. Jo 1,14) para ser nosso modelo de santidade, pois Jesus,
a Palavra de Deus, é o caminho, a verdade e a vida (cf. Jo 14,6).
22
A santidade vem de Deus. Mas um grande pensador da Igreja, Tomás de Aquino,
nos lembra que a graça de Deus – também a santidade – pressupõe a dispo-
sição da nossa natureza, ou seja, o dom do Espírito recebido no Batismo
e na Crisma devem ser vividos e assumidos como um compromisso pes-
soal de viver o amor a Deus. E quem vive no amor, vive a santidade na
verdade. Só assim seremos cristãos de fato, e não só de nome.

Lectio Divina (Jo 17,13-19)


(roteiro à página 13)
Agora, porém, eu vou para junto de ti, e digo estas coisas estando ainda
no mundo, para que tenham em si a minha alegria em plenitude. Eu lhes dei a
tua palavra, mas o mundo os odiou, porque eles não são do mundo, como eu
não sou do mundo. Eu não rogo que os tires do mundo, mas que os guardes do
maligno. Eles não são do mundo, como eu não sou do mundo. Consagra-os pela
verdade: a tua palavra é a verdade. Assim como tu me enviaste ao mundo, eu
também os enviei ao mundo. Eu me consagro por eles, a fim de que também eles
sejam consagrados na verdade.

Canto final
(à escolha)

Compromisso do dia
(motivação para a vivência da virtude)
Neste dia, somos convidados a assumir pessoalmente algum compromisso na
missão que até agora ainda não tivemos coragem de assumir.

23
5º Encontro:
A força de Deus em nós

Textos de apoio: Lc 1,35; Lc 4,16-19; Mt 3,16; Jo 15,26; At 1,8; At 2,1-13.17-21


Inspiração: O Espírito Santo virá sobre ti (Lc 1,35)
Virtude: Doação
Símbolo: Sementes (Você já viu uma semente nascer? Certamente não; porém, com o passar
dos dias ou dos tempos, poderemos descansar em sua sombra frondosa e até mesmo saborear
os seus frutos)
Ambientação: Dispor os assentos em círculo, tendo no centro várias sementes espalhadas.

Mantra
Senhor, nós te esperamos.
Senhor, não tardes mais!
Senhor, nós te esperamos.
Vem logo, vem nos salvar.

Canto inicial
Sugestão: Conheço um coração (canto n. 5)

Contextualização
A ação do Espírito Santo causa uma nova ação na vida da comunidade cristã.
Provoca também no seio da Igreja uma transformação, uma purificação na vida
de todos os crentes. A força deste Espírito dependerá da disponibilidade de cada
um de nós a esta ação, pois somos livres, temos meios suficientes para distinguir
o que queremos e ainda devemos levar em consideração que o Espírito age sem
percebermos, aonde quer, como quer e do jeito que quer.
O Catecismo da Igreja Católica mostra claramente que o fruto do Espírito na vida
e na ação da sua Igreja é “colocar-se em comunhão com Cristo para formar seu
corpo. O Espírito Santo é como que a seiva da videira do Pai que produz seus
frutos nos ramos”.
Paulo, o apóstolo das gentes, em Gl 5,16-24, propõe uma vida devota a partir do
Espírito. Chega a dizer que o ser humano virtuoso opta por viver segundo o Espí-
24
rito. Pois, os frutos deste Espírito constituem-se no amor, na alegria, na paz...
Em outra passagem (1Cor 6,19), Paulo nos chama a atenção para a im-
portância de conservarmos este nosso corpo, chamando-o de templo
vivo do Espírito Santo. Ora, se somos templos vivos do Espírito Santo,
por que não aceitamos o nosso corpo como um monumento vivo de
Deus? Ou, o que é pior, por que denegrimos a imagem do nosso irmão?
Como entender este dizer do apóstolo Paulo: “E vós não sabeis que sois
templos vivos do Espírito Santo?”? Cada um ainda poderia se perguntar:
qual a intimidade que tenho em relação ao Espírito Santo? Sou capaz de
perceber em mim a ação do Espírito Santo e respeitar o outro como templo
vivo do Espírito Santo?

Lectio Divina (Lc 4,16-19)


(roteiro à página 13)
[Jesus] foi então a Nazaré, onde se tinha criado. Conforme seu costume, no dia
de sábado, foi à sinagoga e levantou-se para fazer a leitura. Deram-lhe o livro do
profeta Isaías. Abrindo o livro, encontrou o lugar onde está escrito: “O Espírito do
Senhor está sobre mim, pois ele me ungiu, para anunciar a Boa-Nova aos pobres:
enviou-me para proclamar a libertação aos presos e, aos cegos, a recuperação
da vista; para dar liberdade aos oprimidos e proclamar um ano aceito da parte
do Senhor”.

Canto final
(à escolha)

Compromisso do dia
(motivação para a vivência da virtude)
Que neste dia possamos viver segundo o Espírito Santo, entendendo que as pes-
soas que convivem conosco devem saber e reconhecer que somos motivados por
valores do alto. O cuidado de cada um consigo mesmo e sobretudo com o próxi-
mo revela que ele se percebe templo do Espírito de Deus e, por isso, se ofereço
em doação às pessoas.

25
Nascimento

26
1º Encontro:
Deus se faz pobre
para nos enriquecer

Textos de apoio: 2Cor 8,9; Lc 6,20-23; Mt 5,1-12; Fl 2,5-11


Inspiração: Porque não havia um lugar para eles (Lc 2,7)
Virtude: Desapego
Símbolo: Sandália
Ambientação: Espalhar pelo centro da sala várias imagens de jornais e/ou revistas que retra-
tem o paradoxo riqueza/pobreza. No meio de todas as imagens, colocar a Bíblia e um par de
sandálias.

Mantra
Nada me perturbe, nada me amedronte.
Tudo passa, a paciência tudo alcança. (2x)
A quem tem Deus, nada falta; só Deus basta. (2x)

Canto inicial
Sugestão: Eu vim para que todos tenham vida (canto n. 6)

Contextualização
Não é novidade dizer que hoje vivemos num mundo totalmente materialista,
com uma mentalidade arraigadamente consumista. A supervalorização das coisas
materiais e o desejo incontrolado de tudo possuir obscurecem a imagem divina
e transcendente que cada ser humano traz consigo. Na maioria das vezes, a pes-
soa humana é tida como uma coisa a ser utilizada para o alcance das satisfações
das necessidades impostas pela mentalidade consumista. Nessa lógica, a pessoa
é rica de bens materiais, mas não necessariamente rica em valores humanos e
divinos.
A Sagrada Escritura nos revela que o projeto de Deus propõe uma lógica de vida
bem diferente desta que acima constatamos.
“Com efeito, conheceis a generosidade de nosso Senhor Jesus Cristo, que por
causa de vós se fez pobre, embora fosse rico, para vos enriquecer com a sua
pobreza” (2Cor 8,9). O apóstolo Paulo, ao escrever à comunidade de Corinto,
27
lembra àqueles cristãos – e também a nós hoje – que o projeto de Deus para o ser
humano não é a pobreza e a miséria, como também não é a riqueza defendida
pelo consumismo. Em Jesus compreendemos que a generosidade da doação é o
passo primeiro para tornarmo-nos “pobres” para o mundo e ricos para Deus.
O que precisamos fazer para sermos mais desapegados das coisas materiais?
A Tradição da Igreja nos ensina que, pela prática da temperança, conseguiremos
moderar o apego aos bens deste mundo. Tudo nos é permitido, mas nem tudo
nos convém. Pois como disse Santo Agostinho: Possuir o supérfluo é reter o bem
do próximo.

Lectio Divina (Lc 2,1-7)


(roteiro à página 13)
Naqueles dias, saiu um decreto do imperador Augusto mandando fazer o re-
censeamento de toda a terra– o primeiro recenseamento, feito quando Quirino
era governador da Síria. Todos iam registrar-se, cada um na sua cidade. Também
José, que era da família e da descendência de Davi, subiu da cidade de Nazaré,
na Galileia, à cidade de Davi, chamada Belém, na Judéia, para registrar-se com
Maria, sua esposa, que estava grávida. Quando estavam ali, chegou o tempo do
parto. Ela deu à luz o seu filho primogênito, envolveu-o em faixas e deitou-o
numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria.

Canto final
(à escolha)

Compromisso do dia
(motivação para a vivência da virtude)
Que neste dia possamos ter a coragem de nos desapegar de algo que parece ser
muito importante para nós mas que, se pesarmos seriamente, veremos que não
nos fará falta. Certamente existe alguém que está precisando desse algo mais do
que nós.

28
2º Encontro:
A alegria que
vem de Deus

Textos de apoio: Fl 4,4; Gl 5,22-23; Jo 20,20; At 13,52


Inspiração: Vos anuncio uma grande alegria (Lc 2,10)
Virtude: Alegria
Símbolo: Uma imagem de Jesus na manjedoura, simbolizando o seu nascimento, o grande
motivo da alegria dos homens.
Ambientação: Dispor no ambiente, recortes de fotos de pessoas que testemunharam, com a
própria vida, a alegria de servir ao próximo: Dom Bosco, Madre Mazzarello, Madre Teresa, por
exemplo. Podem ser pessoas famosas ou não, desde que sejam conhecidas pelos missionários.

Mantra
Onde reina o amor, fraterno amor,
onde reina o amor, Deus aí está

Canto inicial
Sugestão: A alegria está no coração (canto n. 7)

Contextualização
O nascimento de Jesus é motivo de grande alegria para toda a humanidade.
Assim anunciaram os anjos aos pastores de Belém e assim nós continuamos acre-
ditando ainda hoje. Deus se fez um de nós, assumindo a nossa condição humana
por amor, para nos trazer a felicidade completa.
A alegria é um dos frutos do Espírito Santo (cf. Gl 5,22-23). Quer dizer, é um sinal
característico das pessoas que seguem a Jesus, ouvem a sua Palavra e obedecem
aos seus ensinamentos. Não é possível imaginar um cristão que seja triste. A
nossa alegria deve ser a mesma dos pastores ao verem o Messias nascido numa
simples manjedoura (cf. Lc 2,8-20). Ou a mesma alegria sentida pelos discípulos
ao terem a certeza de que Jesus não estava morto, mas havia ressuscitado (cf. Jo
20,20).
Entretanto, podemos nos perguntar: será que ainda hoje podemos viver esta ale-
gria, diante de todos os problemas que enfrentamos em nosso mundo? O papa
29
Bento XVI nos diz que sim e apresenta o exemplo de tantas pessoas, das mais
diferentes idades e condições sociais, que expressam a sua alegria em oferecer a
própria vida pelo bem de outras pessoas. A alegria do cristão está justamente em
doar a sua vida pelo seu próximo. “A alegria entra no coração de quem se coloca
a serviço dos pequenos e dos pobres”, diz o papa.
A ação missionária é uma oportunidade para que possamos colocar em prática,
de forma muito concreta, o serviço ao próximo e assim experimentarmos esta
doce alegria que vem de Deus.

Lectio Divina (Lc 2,8-14)


(roteiro à página 13)
Havia naquela região pastores que passavam a noite nos campos, tomando conta
do rebanho. Um anjo do Senhor lhes apareceu, e a glória do Senhor os envolveu
de luz. Os pastores ficaram com muito medo. O anjo então lhes disse: “Não te-
nhais medo! Eu vos anuncio uma grande alegria, que será também a de todo o
povo: hoje, na cidade de Davi, nasceu para vós o Salvador, que é o Cristo Senhor!
E isto vos servirá de sinal: encontrareis um recém-nascido, envolto em faixas e
deitado numa manjedoura”. De repente, juntou-se ao anjo uma multidão do
exército celeste cantando a Deus: “Glória a Deus no mais alto dos céus, e na terra,
paz aos que são do seu agrado!”.

Canto final
(à escolha)

Compromisso do dia
(motivação para a vivência da virtude)
Nas várias atividades do dia, buscar colocar-se a serviço das outras pessoas, espe-
cialmente daquelas que você julgar serem mais necessitadas.

30
3º Encontro:
Deus por nós
faz maravilhas

Textos de apoio: Lc 1,49; Sl 9,2; Sl 77,15; Is 25,1


Inspiração: E todos ficavam maravilhados (Lc 2,18)
Virtude: Gratidão
Símbolo: Mundo (globo terrestre ou uma foto do mapa mundi)
Ambientação: No lugar em que estão reunidos, de um lado do altar, providenciar imagens de
sites católicos, celular, telefone, orkut, jornais impressos, livros, pois são meios de comunicar
as maravilhas que Deus fez por nós. E de outro lado do altar, providenciar imagens de seres
humanos, florestas, mundo, animais, plantações, enfim, as maravilhas que Deus fez para seu
povo.

Mantra
Envia teu Espírito, Senhor, e renova a face da Terra. (bis)

Canto inicial
Sugestão: Louvado seja (canto n. 8)

Contextualização
Podemos exprimir, através de dois termos, as riquezas do nome divino: amor e
verdade. Foi Ele mesmo que se revelou através desses termos a Israel. Em todas
as suas obras, Deus mostra sua benevolência, bondade, graça e amor, mas tam-
bém demonstra sua confiabilidade, constância, fidelidade e verdade. Em 1Jo 1,5
encontramos a afirmação que diz: “Deus é Luz, nele não há trevas”.
O ser humano mostra-se em seu agir e, quanto melhor conhecermos uma pessoa,
tanto melhor compreenderemos seu agir. Acontece o mesmo com Deus. As suas
obras revelam quem Ele é em si mesmo, e através delas Deus pode santificar
o ser humano. Sem contar que de tais obras o ser humano pode se servir para
prestar seu culto a Deus, demonstrando sua gratidão ao Criador.
Ao prestar a Deus sua adoração, o fazemos para reconhecer que nada podemos
distantes Dele. Adorar a Deus é, como Maria no Magnificat, louvá-lo, exaltá-lo e
humilhar-se a si mesmo, confessando com gratidão que Ele fez grandes coisas e
31
que seu nome é santo (Lc 1,46-49).
Não podemos deixar de ter uma gratidão especial por aqueles de quem recebe-
mos o dom da fé, a graça do Batismo e a vida na Igreja. Podem ser os pais ou
então outros membros da família, os avós, os catequistas, o padre, professores
ou ainda outros amigos. Na Bíblia encontramos tal realidade numa das cartas
escritas pelo apóstolo Paulo: “Evoco a lembrança da fé sem hipocrisia que há em
ti, a mesma que habitou primeiramente em tua avó Lóide e em tua mãe Eunice
e que, estou convencido, reside também em ti” (1Tm 1,5).

Lectio Divina (Lc 2,15-20)


(roteiro à página 13)
Quando os anjos se afastaram deles, para o céu, os pastores disseram uns aos
outros: “Vamos a Belém, para ver o que aconteceu, segundo o Senhor nos co-
municou”. Foram, pois, às pressas a Belém e encontraram Maria e José, e o re-
cém-nascido deitado na manjedoura. Quando o viram, contaram as palavras que
lhes tinham sido ditas a respeito do menino. Todos os que ouviram os pastores
ficavam admirados com aquilo que contavam. 19 Maria, porém, guardava todas
estas coisas, meditando-as no seu coração. Os pastores retiraram-se, louvando e
glorificando a Deus por tudo o que tinham visto e ouvido, de acordo com o que
lhes tinha sido dito.

Canto final
(à escolha)

Compromisso do dia
(motivação para a vivência da virtude)
Durante o decorrer das atividades do dia, ficar atento com as várias manifesta-
ções de Deus em sua vida. E em cada uma delas rezar o refrão “Obrigado, Senhor,
por mais esta maravilha!” e anotá-la para ao final do dia partilhar com o grupo.

32
4º Encontro:
Queremos ver Jesus

Textos de apoio: Mt 5,8; Sl 143,7; Ex 33,11; 2Cor 4,6


Inspiração: Não veria a morte antes de ver o Cristo do Senhor (Lc 2,26)
Virtude: Pureza
Símbolo: Água
Ambientação: Colocar no centro da sala a Bíblia, uma imagem do menino Jesus e um reci-
piente, de preferência transparente, com água.

Mantra
E Tu, que és o amor,
escuta cada prece de dor, de amor.
E Tu, que és a paz,
dá-nos a esperança em cada momento, Senhor...
E abre o paraíso a nós!

Canto inicial
Sugestão: A ti, meu Deus (canto n. 9)

Contextualização
“Queremos ver Jesus!”. Essa é a vontade daqueles que, de uma forma ou outra,
fazem parte do grupo dos que já escutaram falar de Jesus, dos seus ensinamen-
tos, dos seus milagres, da sua proposta de vida. Falar, rezar, gritar essa frase hoje é
exprimir o desejo de poder acolher Jesus Cristo ainda no presente da nossa histó-
ria. Ver Jesus de Nazaré, o ser humano histórico que esteve nesta terra, como ele
viveu, escutar suas palavras, é hoje impossível. No entanto, é possível vê-lo nas
pessoas que continuam a sua missão, que vivem na sua Palavra, que imitam os
seus gestos e que atualizam, pela força do Espírito, a sua presença no mundo.
Nós somos discípulos de Jesus, somos o Evangelho vivo. Temos a missão de ser
instrumentos pelos quais as pessoas podem contemplar Jesus Cristo. Para isso,
uma virtude essencial em nós é a da pureza, que é uma “capacidade”, ou seja,
um comportamento. E neste sentido, é virtude. Trata-se de uma capacidade prá-
33
tica, que torna a pessoa apta a agir de determinada maneira e ao mesmo tempo
a não agir de modo contrário. A pureza deve obviamente estar radicada na von-
tade, no fundamento mesmo do querer e do agir consciente da pessoa. A virtude
da pureza é o respeito, que nasce na pessoa para com tudo aquilo que é corpóreo
e sexual, em si mesmo e na outra pessoa.
Olhando para o evangelho proclamado, podemos nos perguntar: Como esta
“apresentação” de Jesus ressoa em nossos corações? Jesus é, de fato, a luz que
ilumina as nossas vidas e que nos conduz pelos caminhos do mundo? Ele é o
caminho certo e inquestionável para a salvação, para a vida verdadeira e plena?
Este Jesus aqui apresentado tem real impacto na nossa vida, nas nossas opções,
nos passos que damos, ou é apenas uma figura decorativa de certo cristianismo
de fachada?
A vida cristã é chamada a ser imagem de Cristo. É preciso que sejamos luz e con-
forto para cada pessoa, velas acesas que ardem com o próprio amor de Cristo,
luz que ilumina as sombras do mundo, água que purifica e que profeticamente
anuncia a aurora de uma nova realidade.

Lectio Divina (Lc 2,22-32)


(roteiro à página 13)
E quando se completaram os dias da purificação, segundo a lei de Moisés, le-
varam o menino a Jerusalém para apresentá-lo ao Senhor, conforme está escrito
na Lei do Senhor: “Todo primogênito do sexo masculino será consagrado ao
Senhor”. Para tanto, deviam oferecer em sacrifício um par de rolas ou dois pom-
binhos, como está escrito na Lei do Senhor. Ora, em Jerusalém vivia um homem
piedoso e justo, chamado Simeão, que esperava a consolação de Israel. O Espíri-
to do Senhor estava com ele. Pelo próprio Espírito Santo, ele teve uma revelação
divina de que não morreria sem ver o Ungido do Senhor. Movido pelo Espírito,
foi ao templo. Quando os pais levaram o menino Jesus ao templo para cumpri-
rem as disposições da Lei, Simeão tomou-o nos braços e louvou a Deus, dizendo:
“Agora, Senhor, segundo a tua promessa, deixas teu servo ir em paz, porque
meus olhos viram a tua salvação, que preparaste diante de todos os povos: luz
para iluminar as nações e glória de Israel, teu povo”.

Canto final
(à escolha)

Compromisso do dia
(motivação para a vivência da virtude)
Que neste dia possamos viver a certeza de que Jesus é a luz que verdadeiramente
ilumina. Por isso, nos propomos a enxergar com os olhos de Deus, procurando
descobrir pelo olhar puro o bem que cada pessoa traz consigo, para além das
aparências.

34
5º Encontro:
O perdão que
vem de Deus

Textos de apoio: Hb 10,8; Mt 26,28; Mc 2,10; Lc 7,36-50; Lc 11,4


Inspiração: Pois ele salvará o seu povo de seus pecados (Mt 1,21)
Virtude: Reconciliação
Símbolo: Crucifixo
Ambientação: É importante que se espalhem pela sala vários recortes de jornais e revistas que
revelem a cultura de morte. No centro da sala, podem se colocar a Bíblia e o crucifixo.

Mantra
Misericordioso é Deus!
Sempre, sempre eu cantarei (2x)

Canto inicial
Sugestão: Senhor, vem salvar teu povo (canto n. 10)

Contextualização
Hoje, nos confrontamos com a cultura de morte. Parece que o homem contem-
porâneo não está convencido de que a vida traz em si um valor inviolável. A cul-
tura de morte não é exclusividade do nosso tempo; já no século XVII, o filósofo
inglês Thomas Hobbes escrevia que “o homem é o lobo do homem”, expressão
que significa que o ser humano não mais respeita a sacralidade da vida humana,
por isso a devora.
“Deus amou tanto o mundo, que entregou o seu Filho único, para que todo o
que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3,16). Jesus Cristo, o Filho
muito amado do Pai (cf. Mt 3,17), encarnando-se como homem, veio revelar à
humanidade toda que Deus é misericórdia. O Catecismo da Igreja Católica ainda
nos ensina que “Deus é todo-poderoso sobretudo porque é capaz de perdoar
tudo e todos”. De fato, Jesus não veio para condenar ou julgar o mundo, mas
para que o mundo seja salvo (cf. Jo 3,17).
Por isso, quando o evangelista Mateus escreve que o nome do Filho de Deus é
35
Jesus, pois ele salvará o seu povo de seus pecados (cf. Mt 1,21), isso significa
que Jesus, o Emanuel – portanto, o Deus-conosco –, nos oferece a esperança da
salvação pelo perdão dos nossos pecados, pois Ele veio de Deus.
A cultura de morte, construída e mantida pelo ser humano, não deve obscurecer
a luz da esperança da salvação. O cristão acredita e vive que em Jesus Cristo,
Deus manifestou plenamente que nos ama, a ponto de perdoar todos os nossos
pecados. É pela remissão dos pecados que obteremos a vida plena e assim pas-
saremos da cultura de morte à cultura da vida, pois Jesus veio para que todos
tenham vida e vida em plenitude (cf. Jo 10,10).

Lectio Divina (Mt 1,18-25)


(roteiro à página 13)
Ora, a origem de Jesus Cristo foi assim: Maria, sua mãe, estava prometida em
casamento a José e, antes de passarem a conviver, ela encontrou-se grávida pela
ação do Espírito Santo. José, seu esposo, sendo justo e não querendo denunciá-
la publicamente, pensou em despedi-la secretamente. Mas, no que lhe veio esse
pensamento, apareceu-lhe em sonho um anjo do Senhor, que lhe disse: “José,
Filho de Davi, não tenhas receio de receber Maria, tua esposa; o que nela foi
gerado vem do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, e tu lhe porás o nome
de Jesus, pois ele vai salvar o seu povo dos seus pecados”. Tudo isso aconteceu
para se cumprir o que o Senhor tinha dito pelo profeta: “Eis que a virgem ficará
grávida e dará à luz um filho. Ele será chamado pelo nome de Emanuel, que
significa: Deus conosco”. Quando acordou, José fez conforme o anjo do Senhor
tinha mandado e acolheu sua esposa. E não teve relações com ela até o dia em
que deu à luz o filho, ao qual ele pôs o nome de Jesus.

Canto final
(à escolha)

Compromisso do dia
(motivação para a vivência da virtude)
Que possamos viver o que rezamos na oração do Pai nosso: “Perdoai os nossos
pecados, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”. Por isso, neste
dia, que cada um de nós procure perdoar alguém para que, dessa forma, faça-
mos a experiência do perdão de Deus pela reconciliação.

36
Paixão

37
1º Encontro:
Permanecer fiel a Cristo

Textos de apoio: Lc 22,28-34; Mt 26,30-35; Mc 14,26-31; Jo 13,36-38; Jo 15,1-17


Inspiração: Pedro seguia de longe (Lc 22,54)
Virtude: Fidelidade
Símbolo: A Bíblia e a aliança
Ambientação: Colocar no centro da sala, sobre um pano vermelho, a Bíblia e a Aliança e
também um crucifixo. Podem-se também espalhar, ao redor da simbologia principal, fotos,
imagens, figuras que retratam os vários sinais de fidelidade existentes no mundo (ex: amizade,
namoro, casamento, religiosos, missionários etc).

Mantra
Eu confio em nosso Senhor,
com fé, esperança e amor (2x)

Canto inicial
Sugestão: Te amarei, Senhor (canto n. 11)

Contextualização
A “pós-modernidade” pode ser caracterizada de diversas formas, tais como:
centralidade das emoções, busca de satisfação imediata, surgimento de novas
espiritualidades e seitas, fuga de compromissos definitivos etc. Esta última carac-
terística é que nos interessa agora ressaltar. Hoje, muitas são as pessoas que não
conseguem mais assumir compromissos duradouros (amizades, namorados, ca-
sais, religiosos, profissionais). Parece que há um descrédito, como também uma
desconfiança em relação ao futuro. Por isso, precisamos estar atentos, pois essa
tendência pode nos tornar pessoas infiéis e desprovidas de confiança.
O trecho do evangelho de Lucas que meditaremos nos revela a infidelidade do
apóstolo Pedro. Ele, que era o líder entre os doze, diante das tribulações fra-
queja. Pedro se compromete com Jesus sob condições... até que não venha a
perseguição. De fato, a infidelidade é algo próprio da natureza humana. Porém,
o Catecismo da Igreja Católica nos lembra que “a fidelidade dos batizados é con-
38
dição primordial para o anúncio do Evangelho e para missão no mundo”.
Nesse sentido, cada cristão deve procurar superar as tendências negati-
vas da natureza humana, como também não se enganar com as menta-
lidades e/ou ideologias do tempo presente, pois só assim será fiel a Cristo
até o fim.
A nossa fidelidade é nada mais nada menos que nossa resposta de amor
a Cristo; Ele, que nos amou até o fim (Jo 13,1), nos convida a per-
manecermos no seu amor para darmos frutos (Jo 15,9) na Igreja e no
mundo.

Lectio Divina (Lc 22,54-62)


(roteiro à página 13)
Eles prenderam Jesus e o levaram, conduzindo-o à residência do sumo sacerdote.
Pedro acompanhava de longe. Eles acenderam uma fogueira no meio do pátio e
sentaram-se ao redor. Pedro sentou-se no meio deles. Ora, uma criada viu Pedro
sentado perto do fogo; encarou-o bem e disse: “Este aqui também estava com
ele!” Mas ele negou: “Mulher, eu nem o conheço!” Pouco depois, um outro viu
Pedro e disse: “Tu também és um deles.” Mas Pedro respondeu: “Não, homem,
eu não”. Passou mais ou menos uma hora, e um outro insistia: “Certamente, este
aqui também estava com ele, pois é galileu!” Mas Pedro respondeu: “Homem,
não sei de que estás falando!” E, enquanto ainda falava, o galo cantou. Então o
Senhor se voltou e olhou para Pedro. E Pedro lembrou-se da palavra que o Se-
nhor lhe tinha dito: “Hoje, antes que o galo cante, três vezes me negarás”. Então
Pedro saiu do pátio e pôs-se a chorar amargamente.

Canto final
(à escolha)

Compromisso do dia
(motivação para a vivência da virtude)
Que neste dia possamos ter coragem para enfrentar alguma dificuldade que tra-
zemos – seja no que se refere à vida comunitária, seja no trabalho missionário
– como sinal de nossa fidelidade a Jesus e ao seu projeto, para além das dificul-
dades que sofremos.

39
2º Encontro:
A verdade de Deus
no mundo

Textos de apoio: Jo 14,1-9, Jo 1,14.16-18, Jo 8,31-32, Jo 16,13


Inspiração: O que é a verdade? (Jo 18,38)
Virtude: Sinceridade
Símbolo: Palavra de Deus, a verdade revelada aos homens, representada pela Bíblia
Ambientação: Bíblia em lugar de destaque; vela acesa e crucifixo.

Mantra
Deus vos salve, Deus (2x)
Deus salve o universo,
onde mora Deus!
Vos salve Deus.

Canto inicial
Sugestão: Eis-me aqui, Senhor (canto n. 12)

Contextualização
O texto bíblico que meditaremos hoje está no contexto do interrogatório que Pi-
latos faz a Jesus, pouco antes de sua condenação à morte. Nele, o Senhor diz qual
é o objetivo da sua missão entre nós: dar testemunho da verdade (cf. Jo 18,37).
Jesus se apresentou como caminho, verdade e vida para todos sabermos que
ninguém pode chegar ao conhecimento do Pai senão por Ele (cf. Jo 14,6). Não
fosse apenas isso, ainda nos garantiu que o Espírito da verdade iria sempre nos
guiar (cf. Jo 16,13). Para isso, precisaríamos permanecer unidos a Ele, seguindo
sua Palavra e seus mandamentos.
A carta aos Hebreus define a fé como sendo “uma posse antecipada do que se
espera, um meio de demonstrar as realidades que não se vêem” (Hb 11,1). Por
isso, ao crer em Jesus e ouvir a sua Palavra, sabemos que já experimentamos a
verdade e que esta verdade irá nos libertar (cf. Jo 8,32).
A virtude da verdade deve ser praticada também em nosso agir e no nosso falar,
40
ou seja, devemos “rejeitar toda maldade, toda mentira, todas as formas de hipo-
crisia, de inveja e maledicência” (1 Pd 2,1). Não significa simplesmente
dizer tudo o que se pensa em qualquer ocasião, o que nem sempre é
conveniente. Deve haver um equilíbrio entre aquilo que deve ser expres-
so e o segredo que deve ser guardado (cf. CaIC, 2469). Quer dizer sim,
que devemos buscar sempre a honestidade e autenticidade em todas as
nossas ações cotidianas.
“Deus quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conheci-
mento da verdade” (1Tm 2,4). Com esta certeza, continuemos hoje os
nossos trabalhos missionários, esforçando-nos para ser, com as nossas atitudes
e com a nossa coerência de vida, um reflexo cada vez mais claro desta Verdade
que nos salva.

Lectio Divina (Jo 18,33-38)


(roteiro à página 13)
Pilatos entrou, de volta, no palácio, chamou Jesus e perguntou-lhe: “Tu és o Rei
dos Judeus?” Jesus respondeu: “Estás dizendo isto por ti mesmo, ou outros te
disseram isso de mim?” Pilatos respondeu: “Acaso sou eu judeu? Teu povo e os
sumos sacerdotes te entregaram a mim. Que fizeste?” Jesus respondeu: “O meu
reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus guardas
lutariam para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas, o meu reino não é
daqui”. Pilatos disse: “Então, tu és rei?” Jesus respondeu: “Tu dizes que eu sou
rei. Eu nasci e vim ao mundo para isto: para dar testemunho da verdade. Todo
aquele que é da verdade escuta a minha voz”. Pilatos lhe disse: “Que é a verda-
de?” Dito isso, saiu ao encontro dos judeus e declarou: “Eu não encontro nele
nenhum motivo de condenação”.
• “Todo aquele que é da verdade escuta a minha voz”, disse Jesus ao Pilatos.
Como tem sido à nossa escuta à voz de Deus?
• Temos dado espaço para que a verdade de Deus penetre em nosso coração e
transforme a nossa vida e a nossa maneira de ver o mundo e as pessoas?
• Qual é a intensidade do meu compromisso pessoal com a verdade? Busco
vivê-la por meio de atitudes honestas e sinceras ou deixo às vezes me levar pela
tentação da desonestidade, mesmo que seja nos pequenos gestos?

Canto final
(à escolha)

Compromisso do dia
(motivação para a vivência da virtude)
Colocar em prática a virtude da sinceridade, buscando ser o mais possível autên-
tico e honesto com as pessoas. Uma sugestão: quem sabe você não tenha algo
a dizer para alguém do grupo missionário, com a devida caridade, que poderá
ajudá-lo a crescer mais como pessoa e/ou como cristão?

41
3º Encontro:
O compromisso
com a cruz de Cristo

Textos de apoio: Mt 16,24-28; Mc 8,34-38; 1Cor 1,17-18; Gl 6,14; Hb 12,1-4


Inspiração: Tome sua cruz cada dia e siga-me (Lc 9,23)
Virtude: Fortaleza
Símbolo: Cruz e amor
Ambientação: Arrumar o local de oração fazendo com que a as pessoas sentem-se em círculo
e cada uma com sua cruz missionária em mãos. Colocar ao centro uma cruz, a Bíblia e imagens
do cotidiano das pessoas que vivem no local de missão: imagens que se identificam com a
Cruz de Cristo (salvação) e imagens que se identificam com a Cruz do Mundo (opressão).

Mantra
Estou pensando em Deus,
estou pensando no amor (2x)

Canto inicial
Sugestão: Nova geração (canto n. 13)

Contextualização
A cruz nos lembra a condição de escravo, é sinal de uma morte humilhante:
morrer na cruz é sinal de desprezo. É com essa simbologia da cruz que o apóstolo
Paulo irá se identificar, esse é o ponto de distinção: anunciar o evangelho como
apóstolo da cruz de Cristo ou como inimigo da cruz de Cristo (1Cor 3,18)?
Ser inimigo da cruz de Cristo é anunciar o evangelho de uma maneira que o
proteja da prisão e da humilhação. Ou seja, um comportamento que não o leva
a participar da cruz de Cristo; fala, mas não pratica. Tais apóstolos estariam en-
volvidos por uma camada protetora que os impermeabilizaria do anúncio que
fazem; falam, mas eles próprios não escutam sua voz.
Para Paulo, o apóstolo que não é perseguido anuncia um evangelho falso. São
bem tratados, bem acolhidos e assim não passam pela experiência da fraqueza,
do abandono e da perseguição.
Nesta relação com a cruz de Cristo podemos encontrar uma oposição entre sa-
42
bedoria versus cruz ou ainda sabedoria do mundo (poder opressor) versus poder
salvífico de Deus. Muitas vezes percebemos que a cruz de Cristo não é
questionada teoricamente, pois a acolhemos e nos identificamos com a
mensagem da cruz. O problema é que colocamos de lado essa realidade
e não vivemos no dia-a-dia as implicações decorrentes dessa aceitação da
cruz de Cristo.
Pode-se encontrar no centro dessa relação dúbia um certo relativismo;
e, analisando seus sintomas, descobre-se que um deles são as divisões.
Para enfrentar tal situação devemos mostrar o caráter absurdo que é
uma comunidade cristã dividida. Numa tentativa de solução para essa realidade,
apresentamos à Igreja o Cristo crucificado “por vós e para vós” (1Cor 1,13). É
pela cruz e na cruz que culmina o agir de Deus na história.

Lectio Divina (Lc 9,23-26)


(roteiro à página 13)
Depois, Jesus começou a dizer a todos: “Se alguém quer vir após mim, renuncie
a si mesmo, tome sua cruz, cada dia, e siga-me. Pois quem quiser salvar sua vida
a perderá, e quem perder sua vida por causa de mim a salvará. Com efeito, de
que adianta a alguém ganhar o mundo inteiro, se vier a perder-se e a arruinar a
si mesmo? Se alguém se envergonhar de mim e das minhas palavras, o Filho do
Homem também se envergonhará dele quando vier na sua glória, na glória do
Pai e dos santos anjos”.

Canto final
(à escolha)

Compromisso do dia
(motivação para a vivência da virtude)
Durante as atividades desse dia, cada um busque identificar situações que se
assemelham com a Cruz de Cristo (salvação) e situações de identificação com a
cruz do mundo (opressão).

43
4º Encontro:
Jesus não nos deixa
desamparados

Texto de apoio: At 1,12-14


Inspiração: Eis tua mãe (Jo 19,27)
Virtude: Acolhida
Símbolo: Imagem de Nossa Senhora
Ambientação: Importante é enfeitar o centro da sala destacando a cor azul. Sobre o azul
colocar a imagem de Nossa Senhora ao lado de um crucifixo. Podem-se espalhar ao redor dos
símbolos imagens e figuras que retratem o significado e a beleza da maternidade.

Mantra
Oh, mamãe!
Abraça eu, mamãe!
Embala eu, mamãe!
Cuida de mim! (3x)

Canto inicial
Sugestão: Escolhida (canto n. 2)

Contextualização
Nos mais diversos meios de comunicação não é difícil encontrar algum noticiário
sobre mães que abandonam filhos e filhos que abandonam a casa dos pais. O
abandono, em suas variadas expressões, é hoje uma ferida no coração de muitas
pessoas. Abandonar alguém é sinal de descuido, de não-acolhida. Sentir-se aban-
donado é perder o sentido da vida.
No evangelho que ouviremos, Jesus no alto da cruz manifesta o maior testemu-
nho de amor: morrendo, sem culpa nenhuma, perdoa as nossas culpas e nos
oferece a sua mãe para ser também a “nossa mãe”. O amor verdadeiro é entrega
total. No gesto de Jesus na cruz nós entendemos duas grandes entregas: a entrega
D’ele mesmo e a entrega da sua mãe. Maria participa do projeto de amor do Pai
no Filho. Ela, que ungida pelo Espírito Santo deu a luz ao Senhor e Redentor de
todo gênero humano, agora é acolhida por nós como mãe: “mãe de Deus e mãe
44
da Igreja”.
O Catecismo da Igreja nos ensina que “a Virgem Maria é reconhecida
e honrada como a verdadeira mãe de Deus e do Redentor. Ela é ver-
dadeiramente ‘mãe dos membros de Cristo’ – a Igreja, porque cooperou
pela caridade para que na Igreja nascessem os fiéis que formam o grande
Corpo, cuja Cabeça é Jesus Cristo”.
Tudo isso pra dizer que Jesus, mesmo na cruz, não nos abandonou. Ele
nos amou até o fim e, como se não bastasse, nos ofereceu a sua Mãe,
para que também nós pudéssemos sentir a sua materna proteção. Como
filhos de Deus, devemos nos sentir acolhidos nos braços da Mãe. Ela é linda, ela
nos ama muito.

Lectio Divina (Jo 19,25-27)


(roteiro à página 13)
Junto à cruz de Jesus, estavam de pé sua mãe e a irmã de sua mãe, Maria de
Cléofas, e Maria Madalena. Jesus, ao ver sua mãe e, ao lado dela, o discípulo que
ele amava, disse à mãe: “Mulher, eis o teu filho!” Depois disse ao discípulo: “Eis a
tua mãe!” A partir daquela hora, o discípulo a acolheu no que era seu.

Canto final
(à escolha)

Compromisso do dia
(motivação para a vivência da virtude)
Em Maria, Deus nos acolheu maternalmente. Que neste dia possamos ser sinais
de amor materno para todas as pessoas que se aproximarem de nós.

45
5º Encontro:
Jesus nos perdoa na cruz

Textos de apoio: Mt 27,39-44; Mc 15,29-32; Sl 78,38; Jr 33,8; Mt 6,12.14; Lc 6,36-38


Inspiração: Hoje estarás comigo no paraíso (Lc 23,39-43)
Virtude: Misericórdia
Símbolo: Cruz cristológica
Ambientação: Três cruzes ficarão ao centro da meia lua e em paralelo (se possível colocar a
do meio em destaque). Fazer as palavras compaixão, compreensão, piedade, amor, perdão,
salvação, bondade, etc. e colocá-las ao pé da cruz em destaque. Elas representarão atitudes
de Jesus que devemos imitar.

Mantra
Onde reina o amor, fraterno amor,
onde reina o amor, Deus aí está. (2x)

Canto inicial
Sugestão: Um certo galileu (canto n. 14)

Contextualização
Observando o contexto do evangelho proposto, verificamos duas reações por
parte dos crucificados com Jesus. A primeira é marcada por zombaria e não por
um pedido sério de milagre. Na segunda, a misericórdia de Deus se revela. É uma
revelação misteriosa e, ao mesmo tempo, acolhedora, pois carrega em si a fé no
pedido de perdão do suplicante.
Mas podemos nos perguntar: o que levou um dos homens a zombar e o outro a
suplicar o perdão de Deus?
Ambos não se mostram profundos conhecedores de Jesus. Mas, certamente, o
segundo deu atenção ao acontecimento que se apresentava naquele instante.
Deixou de lado a superficialidade de uma vida vivida distante de Deus e buscou
interpretar com maior atenção o sinal de amor que se lhe apresentava.
Hoje, grande parte da nossa sociedade perdeu a capacidade de observar os sinais
de Deus na vida, e um agravante para a manutenção deste estado é a superficia-
46
lidade na relação com Deus e na relação com os outros.
Nosso contexto social, em grande parte, é fortemente marcado pela au-
sência de reflexão; temos dificuldade de contemplar, vivemos correndo,
buscando a nossa “salvação”, mas numa perspectiva do presente, do ago-
ra, sem sabor de eternidade.
Se formos sufocados por tal realidade, encontraremos dificuldades para
reconhecer o Deus de ternura e compaixão (cf. Ex 34,6), a salvação que
nos vem de Jesus (1Ts 4,17), a alegria nos céus por um pecador arrepen-
dido (cf. Lc 15,7) e, por fim, teremos dificuldade em acolher a bondade
e o amor de Deus em nossa vida.

Lectio Divina (Lc 23,39-43)


(roteiro à página 13)
Um dos malfeitores crucificados o insultava, dizendo: “Tu não és o Cristo? Salva-
te a ti mesmo e a nós!” Mas o outro o repreendeu: “Nem sequer temes a Deus, tu
que sofres a mesma pena? Para nós, é justo sofrermos, pois estamos recebendo o
que merecemos; mas ele não fez nada de mal”. E acrescentou: “Jesus, lembra-te
de mim, quando começares a reinar”. Ele lhe respondeu: “Em verdade te digo:
hoje estarás comigo no Paraíso”.

Canto final
(à escolha)

Compromisso do dia
(motivação para a vivência da virtude)
Jesus soube amar profundamente os irmãos e, assim, revelou a misericórdia de
Deus de muitas formas. Uma atitude que caracterizou Jesus foi a compreensão
daqueles que recorriam à sua ajuda.
A partir deste exemplo pratiquemos a compreensão ao outro como forma de
revelar a misericórdia e o amor de Deus aos irmãos.

47
Ressurreição

48
1º Encontro:
Testemunhas da
ressurreição

Textos de apoio: Mc 16,10; Jo 20,18; 21,24-25; At 1,21-22; 2,32; 1Cor 15,4-8


Inspiração: Vós sois testemunhas disso (Lc 24,48)
Virtude: Esperança
Símbolo: Âncora
Ambientação: Pode-se construir no centro da sala um cenário que retrate o mar, sendo que
neste mar devem existir alguns barquinhos e a âncora. Uma vela grande e a Bíblia podem ser
colocados próximos a âncora.

Mantra
Eu vim para que todos tenham vida,
Que todos tenham vida plenamente (2x)

Canto inicial
Sugestão: Novo sol brilhou (canto n. 15)

Contextualização
Vivemos um tempo ainda muito marcado pela corrupção, pela injustiça, pela
violência, pelas guerras, pela miséria, sendo tudo isso, um atentado contra a
vida. Esse panorama irradia a desesperança. E é nesse contexto que o cristão é
chamado a dar testemunho da sua esperança.
Mas qual é a esperança do cristão? O papa Bento XVI, em sua encíclica Spe Salvi
(salvos na esperança), diz: “a fé é esperança”. A ressurreição de Jesus é o evento
fundante da fé e, por isso, também da esperança. O Catecismo da Igreja Católica
nos diz que “a esperança cristã na ressurreição está toda marcada pelos encontros
com Cristo ressuscitado”. Só terá verdadeira esperança quem se encontrar com o
Cristo que venceu a morte para nos dar a vida plena.
É a esperança da ressurreição que o cristão é chamado a testemunhar no mundo
hoje. No evangelho que ouviremos, Jesus ressuscitado aparece aos seus discípu-
los e diz que a sua ressurreição já estava prevista nas Escrituras Sagradas e que
eles devem ser testemunhas disso a todos os povos para que todos sejam salvos.
49
Muitos foram os homens e mulheres que viram o Senhor Ressuscitado (cf. 1Cor
15,4-8) e a partir daí anunciaram esse mistério, ou seja, foram testemunhas da
ressurreição.
Mas o que significa ser testemunha da ressurreição hoje?
Comprometer-se com a vida, defendê-la e cultivá-la pode ser o grande teste-
munho da ressurreição que os cristãos podem oferecer ao mundo porque, con-
formados a Cristo que veio para nos dar a vida plena (cf. Jo 10,10), também os
cristãos devem ser promotores de vida.

Lectio Divina (Lc 24,44-49)


(roteiro à página 13)
Depois disse-lhes: “São estas as coisas que eu vos falei quando ainda estava
convosco: era necessário que se cumprisse tudo o que está escrito sobre mim
na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos”. Então ele abriu a inteligência dos
discípulos para entenderem as Escrituras, disse-lhes: “Assim está escrito: o Cristo
sofrerá e ressuscitará dos mortos ao terceiro dia, e no seu nome será anunciada
a conversão, para o perdão dos pecados, a todas as nações, começando por Je-
rusalém. Vós sois as testemunhas destas coisas. Eu enviarei sobre vós o que meu
Pai prometeu. Por isso, permanecei na cidade até que sejais revestidos da força
do alto”.

Canto final
(à escolha)

Compromisso do dia
(motivação para a vivência da virtude)
Neste dia, nos esforçaremos para ser sinal de esperança àquelas pessoas com
quem nos encontraremos, especialmente as mais pobres e necessitadas.

50
2º Encontro:
A incredulidade
dos discípulos
Textos de apoio: Mc 16,9-14; Lc 24,9-11; Lc 24,36-39; Jo 20,30-31
Inspiração: Se eu não vir em suas mãos o lugar dos pregos... não crerei (Jo 20,25)
Virtude: Confiança
Símbolo: Luz
Ambientação: Bíblia e uma vela grande acesa, simbolizando a fé que recebemos de Jesus, luz do
mundo, no nosso batismo e na confirmação.

Mantra
Oh, luz do Senhor que vem sobre a terra
Inunda o meu ser, permanece em nós!

Canto inicial
Sugestão: Deixa a luz do céu entrar (canto n. 16)

Contextualização
O tema de nossa meditação de hoje é a fé. Ela é um dom que Deus dá para nós.
É por graça divina que podemos acreditar em Deus e assim pautar a nossa vida
em sua Palavra.
O trecho da Sagrada Escritura que deverá ser o foco de nossas atenções no dia
de hoje é o famoso relato da incredulidade de Tomé, um dos doze apóstolos
de Jesus, diante da notícia de que o Mestre Jesus teria ressuscitado. Ele não foi
o único a ser descrente. Também os outros apóstolos não acreditaram quando
Maria Madalena e outras mulheres disseram que Jesus havia ressuscitado (cf. Mc
16,11 e Lc 24,11).
Foi o contato com o próprio Jesus vivo e ressuscitado que fez com que os após-
tolos e, posteriormente Tomé, acreditassem na boa notícia. A experiência com
o Senhor Ressuscitado abriu os olhos daqueles homens, que custavam a crer no
cumprimento da promessa. “Creste porque me viste? Bem-aventurados os que
não viram, e creram!”.
O Catecismo da Igreja Católica define a fé como sendo “a resposta do homem a
Deus que se revela e a ele se doa, trazendo ao mesmo tempo uma luz supera-
bundante ao homem em busca do sentido último de sua vida” (CaIC 26). Pela
fé, o ser humano responde ao convite para acolher a mensagem do Senhor e a
sua salvação.
51
A incredulidade, no entanto, continua sendo uma realidade muito presente em
nossos dias. Diante dos rápidos avanços do homem e das ciências, a fé passa a
ser questionada em seus fundamentos e até mesmo a ser considerada como uma
alienação, uma fuga da realidade concreta.
Até mesmo nós que somos comprometidos com a nossa fé, que fomos batizados
e crismados, também temos os nossos momentos de dúvidas e indagações. São
dúvidas saudáveis que não devemos deixar passar em branco. É consoladora
para nós a resposta de Jesus a Tomé logo após a sua confissão de fé: “Creste por-
que me viste? Bem-aventurados os que não viram, e creram!” (Jo 20, 29). Com a
nossa reflexão de hoje, queremos renovar nossa confiança em Deus e pedir a Ele
para que aumente sempre mais a luz da fé em nossos corações.

Lectio Divina (Jo 20,24-29)


(roteiro à página 13)
Tomé, chamado Gêmeo, que era um dos Doze, não estava com eles quando Jesus
veio. Os outros díscipulos contaram-lhe: “Nós vimos o Senhor!” Mas Tomé disse:
“Se eu não vir a marca dos pregos em suas mãos, se eu não puser o dedo nas
marcas dos pregos, se eu não puser a mão no seu lado, não acreditarei”. Oito dias
depois, os discípulos encontravam-se reunidos na casa, e Tomé estava com eles.
Estando as portas fechadas, Jesus entrou, pôs-se no meio deles e disse: “A paz
esteja convosco”. Depois disse a Tomé: “Põe o teu dedo aqui e olha as minhas
mãos. Estende a tua mão e coloca-a no meu lado e não sejas incrédulo, mas crê!”
Tomé respondeu: “Meu Senhor e meu Deus!” Jesus lhe disse: “Creste porque me
viste? Bem-aventurados os que não viram, e creram!”.
• Que semelhanças podemos notar entre as atitudes de Tomé e as nossas atitu-
des perante Jesus Cristo?
• A experiência com o Cristo ressuscitado abriu os olhos dos apóstolos à fé.
Como tem sido a minha experiência com o Senhor Ressuscitado? Tenho cultivado
o relacionamento com Ele, sobretudo por meio da Eucaristia, principal alimento
da fé?
• Dizia Santo Agostinho: “Cremos para compreender e compreendemos para
crer”. O que tenho feito para conhecer mais sobre a fé cristã e aprofundar a mi-
nha adesão a ela?

Canto final
(à escolha)

Compromisso do dia
(motivação para a vivência da virtude)
Exercite a confiança em Deus, entregando a Ele os trabalhos deste dia, as suas
preocupações e os desafios que você deverá enfrentar hoje. Confie que o Senhor
está sempre ao seu lado e sempre lembrar que a missão realiza-se por Ele, com
Ele e Nele.

52
3º Encontro:
O ressuscitado
caminha conosco

Textos de apoio: Mc 16,12; Mt 28,20b; Sl 37,5; Jo 14,5-6; At 9,1-2.26


Inspiração: Não ardia o nosso coração quando ele nos falava pelo caminho? (Lc 24,32)
Virtude: Entusiasmo
Símbolo: Vela e Bíblia
Ambientação: Preparar o local de oração com algumas velas e a Bíblia no centro. Enquanto
se canta o mantra, permanecer com as luzes apagadas. Nesse momento ler o texto indicado
para esse encontro ainda com as luzes apagadas e acender as luzes apenas no momento em
que Jesus partir o pão junto com os dois discípulos.

Mantra
Fica conosco, Senhor.
É tarde e a noite já vem! (bis)

Canto inicial
Sugestão: Por sua morte, a morte viu o fim (canto n. 17)

Contextualização
Onde e como experimentar o Cristo vivo? Esse episódio revela as dificuldades de
muitos cristãos para aceitar a ressurreição de Jesus, pois o evangelho não quer
simplesmente narrar fatos do passado, mas iluminar as dificuldades do presente.
Antes de qualquer coisa, precisamos perceber que há um contraste entre Jerusa-
lém e Emaús. Jerusalém foi o lugar do testemunho de Jesus (morte na cruz). De
lá, animados pelo Espírito do Ressuscitado, os discípulos sairão para o testemu-
nho. Sair de Jerusalém sem crer que lá é o lugar da vitória do Senhor é caminhar
sem rumo e sem sentido.
É nesse contexto de perplexidade e desânimo que o Ressuscitado se faz presente
como força revolucionária. Jesus é aquele que caminha com a humanidade, com
a energia de sua vitória sobre a morte. A referência ao terceiro dia após a morte
de Jesus sela a frustração sem expectativas, pois eles acreditavam que depois do
terceiro dia o espírito se afastaria definitivamente do corpo, sem possibilidade de
53
retorno. A morte teria tomado conta de Jesus e da comunidade.
Cativados pela Palavra de Jesus, os discípulos convidam-no para que seja hóspe-
de deles. O pedido dos discípulos é o próprio apelo da comunidade cristã. Quem
sairia prejudicado pela noite que se aproximava? Os discípulos, apesar de terem
uma casa onde ficar, acabariam privados da luz que é Jesus.
“Sentou-se à mesa com os dois, tomou o pão, o abençoou, depois partiu e o dava
a eles”. Partilha e comunicação da vida. É nesse momento decisivo que os olhos
dos discípulos se abrem e eles reconhecem Jesus nesses dois meios fundamentais:
Sagrada Escritura e a Eucaristia. Daí em diante é supérflua a presença física de
Jesus.
Lucas salienta que a hora do testemunho inicia imediatamente, levando os discí-
pulos de volta a Jerusalém, lugar do testemunho de Jesus e lugar de onde, após o
Pentecostes, os discípulos sairão para levar a mensagem ao mundo inteiro.

Lectio Divina (Lc 24,13-35)


(roteiro à página 13)
Naquele mesmo dia, o primeiro da semana, dois dos discípulos iam para um
povoado, chamado Emaús, a uns dez quilômetros de Jerusalém. Conversavam
sobre todas as coisas que tinham acontecido. Enquanto conversavam e discu-
tiam, o próprio Jesus se aproximou e começou a caminhar com eles. Os seus
olhos, porém, estavam como vendados, incapazes de reconhecê-lo. Então Jesus
perguntou: “O que andais conversando pelo caminho?” Eles pararam, com o
rosto triste, e um deles, chamado Cléofas, lhe disse: “És tu o único peregrino em
Jerusalém que não sabe o que lá aconteceu nestes dias?” Ele perguntou: “Que
foi?” Eles responderam: “O que aconteceu com Jesus, o Nazareno, que foi um
profeta poderoso em obras e palavras diante de Deus e diante de todo o povo.
Os sumos sacerdotes e as nossas autoridades o entregaram para ser condenado
à morte e o crucificaram. Nós esperávamos que fosse ele quem libertaria Israel;
mas, com tudo isso, já faz três dias que todas essas coisas aconteceram! É verdade
que algumas mulheres do nosso grupo nos assustaram. Elas foram de madrugada
ao túmulo e não encontraram o corpo dele. Então voltaram, dizendo que tinham
visto anjos e que estes afirmaram que ele está vivo. Alguns dos nossos foram ao
túmulo e encontraram as coisas como as mulheres tinham dito. A ele, porém,
ninguém viu”. Então ele lhes disse: “Como sois sem inteligência e lentos para crer
em tudo o que os profetas falaram! Não era necessário que o Cristo sofresse tudo
isso para entrar na sua glória?” E, começando por Moisés e passando por todos
os Profetas, explicou-lhes, em todas as Escrituras, as passagens que se referiam
a ele. Quando chegaram perto do povoado para onde iam, ele fez de conta que
ia adiante. Eles, porém, insistiram: “Fica conosco, pois já é tarde e a noite vem
chegando!” Ele entrou para ficar com eles. Depois que se sentou à mesa com
eles, tomou o pão, pronunciou a bênção, partiu-o e deu a eles. Neste momento,
seus olhos se abriram, e eles o reconheceram. Ele, porém, desapareceu da vista
deles. Então um disse ao outro: “Não estava ardendo o nosso coração quando
ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?” Naquela mesma hora,
levantaram-se e voltaram para Jerusalém, onde encontraram reunidos os Onze
54
e os outros discípulos. E estes confirmaram: “Realmente, o Senhor ressuscitou e
apareceu a Simão!” Então os dois contaram o que tinha acontecido no
caminho, e como o tinham reconhecido ao partir o pão.

Canto final
(à escolha)

Compromisso do dia
(motivação para a vivência da virtude)
Durante as atividades desse dia, cada um busque estar atento às possibilidades
de encontro com Jesus e à sua escuta nas pessoas, na criação e nas Sagradas
Escrituras.

55
4º Encontro:
A alegria da ressurreição

Textos de apoio: Mt 28,8; Lc 24,52-53; Jo 16,20-24; At 8,4-8; Fl 4,4; 1Jo 1,4


Inspiração: Ficaram cheios de alegria por verem o Senhor (Jo 20,20)
Virtude: Alegria
Símbolo: Botão de rosa
Ambientação: Espalhar pela sala fotos e/ou imagens que retratem pessoas tristes e alegres.
No centro da sala, pode-se colocar a Bíblia, um pão e um cálice.

Mantra
Queremos ver Jesus, caminho, verdade e vida.
Queremos ver Jesus, queremos ver Jesus! (2x)

Canto inicial
Sugestão: Voz e luz (canto n. 18)

Contextualização
Hoje, por causa do desenvolvimento tecnológico, a informação e as relações hu-
manas acontecem de forma quase instantânea, independentemente das distân-
cias. As transformações acontecem a cada instante, ininterruptamente. A vida do
homem contemporâneo não é mais a mesma de 50 anos atrás. Com as inúme-
ras vantagens do desenvolvimento tecnológico, vêm também alguns problemas.
Dentre eles destacamos a “vida louca”, o “frenesi” e o “ativismo”, entre outros.
Muitos destes problemas acabam se tornando lugar fértil para a depressão. Uma
pessoa deprimida vive na tristeza; a vida perde o sabor, perde o sentido.
Diante dessa realidade, o cristão é chamado a proclamar a alegria que põe fim
a toda e qualquer tristeza. No relato evangélico que ouviremos, Jesus ressusci-
tado aparece aos seus discípulos e lhes oferece a paz. Ao verem o Senhor, eles
ficam cheios de alegria. O motivo da alegria dos discípulos está em terem visto o
Senhor Ressuscitado. A alegria do cristão é a ressurreição de Jesus. O Catecismo
da Igreja Católica nos diz que o Domingo é o dia mais importante na semana
do cristão, porque é o dia de reviver a “Páscoa do Senhor”; por isso é o “Dia da
56
Alegria”, por excelência.
O encontro com o Cristo ressuscitado é para nós um motivo de grande
alegria. Diante dessa alegria não podemos nos calar; precisamos anunciá-
la a todos. Ela constitui a verdadeira alegria, a qual nem a morte e nem
os males do tempo presente podem vencer. A alegria da ressurreição não
é passageira (cf. Mt 28,20b): ela permanece para sempre e dá sentido a
tudo o que somos e fazemos.

Lectio Divina (Jo 20,19-23)


(roteiro à página 13)
Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, os discípulos estavam reunidos,
com as portas fechadas por medo dos judeus. Jesus entrou e pôs-se no meio de-
les. Disse: “A paz esteja convosco”. Dito isso, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os
discípulos, então, se alegraram por verem o Senhor. Jesus disse, de novo: “A paz
esteja convosco. Como o Pai me enviou também eu vos envio”. Então, soprou
sobre eles e falou: “Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados,
serão perdoados; a quem os retiverdes, lhes serão retidos”.

Canto final
(à escolha)

Compromisso do dia
(motivação para a vivência da virtude)
Neste dia, nos comprometemos a não reclamar das dificuldades que porventura
possam nos afligir, tentando manifestar ao máximo às pessoas a alegria da res-
surreição.

57
5º Encontro:
Anunciadores da
ressurreição

Textos de apoio: Mc 16,6-16; Lc 24,9.35; Jo 20,17b-18; At 4,1-2; 8,26-35


Inspiração: Ide dizer aos seus discípulos: “Ele ressuscitou” (Mt 28,7)
Virtude: Coragem
Símbolo: Sepulcro vazio
Ambientação: Montar uma gruta (não precisa ser no tamanho real) e revesti-la de papel pe-
dra e também montar uma “porta” para a gruta seguindo o padrão, na tentativa de reproduzir
a cena do evangelho. À frente, pode-se colocar o Círio Pascal, sinal do Cristo ressuscitado; a
frente do Círio, as seguintes palavras: “ressurreição”, “alegria”, “escuta”, “fé” e “anúncio”.

Mantra
Ó luz do Senhor, que vem sobre a terra,
inunda meu ser, permanece em nós.

Canto inicial
Sugestão: Cristo ressuscitou (canto n. 19)

Contextualização
O texto bíblico nos convida a um profundo exercício espiritual. A mensagem de
Jesus carrega um dado de mistério, pois é testemunho de um acontecimento
inédito para a humanidade: a ressurreição.
Três são os passos envolvidos neste exercício espiritual: primeiro as mulheres se
exercitam na escuta e atenção à mensagem. Podemos neste instante nos per-
guntar: em que medida damos atenção a mensagem salvífica de Jesus? Em que
medida o temos escutado?
O segundo passo de aprofundamento deste exercício é a fé. Elas creram na reve-
lação que lhes estava sendo anunciada. A partir disso podemos nos perguntar:
como anda nossa fé diante dos mistérios e revelações de Deus?
O último passo deste caminho espiritual é o anúncio da ressurreição que a men-
sagem propõe a essas mulheres e que se estende a nós no hoje da história. Como
temos anunciado a boa nova de Jesus, sua mensagem de salvação?
58
Enfim, tal contexto no impele à reflexão sobre como está a nossa peregrinação
rumo à intimidade com o Senhor, que nos fala, nos dá o dom da fé e nos
chama ao anúncio.
As mulheres do evangelho assumiram as provocações desta mensagem.
Peçamos a Deus a graça de assumirmos, também nós, o apelo da boa
notícia de Jesus e anunciá-la aos homens, no hoje da história.

Lectio Divina (Mt 28,1-10)


(roteiro à página 13)
Depois do sábado, ao raiar o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra
Maria foram ver o sepulcro. De repente, houve um grande terremoto: o anjo do
Senhor desceu do céu e, aproximando-se, removeu a pedra e sentou-se nela.
Sua aparência era como um relâmpago, e suas vestes, brancas como a neve. Os
guardas ficaram com tanto medo do anjo que tremeram e ficaram como mortos.
Então o anjo falou às mulheres: “Vós não precisais ter medo! Sei que procurais
Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui! Ressuscitou, como havia dito! Vinde
ver o lugar em que ele estava. Ide depressa contar aos discípulos: ‘Ele ressuscitou
dos mortos e vai à vossa frente para a Galiléia. Lá o vereis’. É o que tenho a vos
dizer”. E saindo às pressas do túmulo, com sentimentos de temor e de grande
alegria, correram para dar a notícia aos discípulos. Nisso, o próprio Jesus veio-
lhes ao encontro e disse: “Alegrai-vos!” Elas se aproximaram e abraçaram seus
pés, em adoração. Jesus lhes disse: “Não tenhais medo; ide anunciar a meus
irmãos que vão para a Galiléia. Lá me verão”.

Canto final
(à escolha)

Compromisso do dia
(motivação para a vivência da virtude)
Para que cresçamos na coragem de anunciar e testemunhar a mensagem de Jesus
busquemos no dia a dia nos exercitar na escuta atenta de sua mensagem e na
renovação de nossa fé com a prática da Lectio Divina.

59
Emaús

60
1º Encontro:
Caminhando com Jesus

Texto de apoio: Documento de Aparecida n° 29


Inspiração: Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir minha voz e abrir a porta, eu entra-
rei na sua casa e tomaremos a refeição, eu com ele e ele comigo (Ap 3,20)
Virtude: Caminhar
Símbolo: Sandália
Ambientação: Preparar um caminho com pegadas recortadas, que conduz a uma Bíblia com
uma vela acesa ao seu lado. Aos pés da Bíblia, colocar uma sandália

Mantra
Quem cochila, desperte. O que dorme, levante.
Preparemos a estrada do Senhor caminhante

Canto inicial
Sugestão: Amigo certo (canto n. 56)

Contextualização
Os discípulos de Emaús encontravam-se tristes e abatidos por conta de todos os
acontecimentos que acabaram de vivenciar e a perda bárbara de seu mestre, em
quem haviam depositado suas esperanças. Entre dores e tristezas, algo os impelia
a caminhar; caminhando se encontraram, mesmo sem perceberem, com Aquele
que foi e será causa e motivo de suas alegrias. A alegria do discípulo é estar com
o seu mestre; porém, falar e lembrar-se de seus ensinamentos é, de certa forma,
fazê-lo presente: a alegria acontece no caminho, no dia a dia, renovando a espe-
rança e as possibilidades.

Lectio Divina (Lc 24,13-17)


(roteiro à página 13)
Naquele mesmo dia, o primeiro da semana, dois dos discípulos iam para um
povoado, chamado Emaús, a uns dez quilômetros de Jerusalém. Conversavam
sobre todas as coisas que tinham acontecido. Enquanto conversavam e discu-
61
tiam, o próprio Jesus se aproximou e começou a caminhar com eles. Os seus
olhos, porém, estavam como vendados, incapazes de reconhecê-lo. Então Jesus
perguntou: “O que andais conversando pelo caminho?”. Eles pararam, com o
rosto triste.
• Os acontecimentos do dia a dia despertam em mim compaixão e desejo de
transformar a realidade?
• Eu busco conversar com as pessoas e contar com o seu auxílio nos momentos
de sofrimento? Ou me fecho, refugiando-me em dores e lamentações?
• Os discípulos caminhavam e, quando Jesus se aproximou, eles não percebe-
ram quem era. Você já esteve tão preocupado(a) com seus problemas que não
percebeu a presença e ação de Deus em sua vida?

Canto final
Sugestão: Eu não me canso de cantar (canto n. 49)

Compromisso do dia
(motivação para a vivência da virtude)
Escolherei uma pessoa que eu ainda não conheço tão bem e caminharei ao lado
dela neste dia como Jesus – discreto – e de alguma forma farei crescer nossa ami-
zade. (Podem-se partilhar à noite os esforços e sucessos obtidos).

62
2º Encontro:
Jesus, esperança
dos discípulos

Textos de apoio: Jo 15,1-6; Jo 20,1-10


Inspiração: A Ele, porém, ninguém viu! (Lc 24,24)
Virtude: Esperança
Símbolo: Âncora
Ambientação: Colocar um galho bonito (folhas e flores) em um vaso, e um galho seco fora
do vaso. Se possível, uma bela imagem do Cristo ressuscitado.

Mantra
Teu amor, ó Deus,
é mais precioso do que toda a Terra (2x)
Tua paz me basta, ó meu Senhor!

Canto inicial
Sugestão: Por sua morte, a morte viu o fim (canto n. 17)

Contextualização
A esperança é o sentimento que move os seguidores de Jesus Cristo. Quando op-
tamos por viver junto d’Ele, esse deve ser o nosso distintivo. A fé e a esperança
caminham juntas: ter fé é acreditar – esperar! Os discípulos de Emaús tiveram,
inicialmente, um pouco de dificuldade de acreditar que Jesus estava vivo. Mas à
medida que, além do testemunho de outras pessoas, eles próprios se encontra-
ram com Cristo – e este pôs-se a caminhar com Eles – seus corações se encheram
de calor e de verdadeira alegria. Os trechos do evangelho de São João, referentes
à videira verdadeira e à ressurreição de Jesus nos auxiliam nessa compreensão:
em todos os momentos devemos permanecer unidos à Cristo; só assim nossa
experiência de amor com Ele poderá frutificar. E, ainda, encontrar-se com Jesus
Ressuscitado é comprometer-se em testemunhá-lo! Então, é necessário optar por
esse seguimento de fé mesmo se, por vezes, nos sentirmos distantes de Deus.
A esperança que deve nos mover é a de que Jesus caminha conosco e não nos
63
abandona nunca, porque a vida venceu a morte!.
Lectio Divina (Lc 24,18-24)
(roteiro à página 13)
Um dos discípulos, chamado Cléofas, lhe disse: “És tu o único peregrino em
Jerusalém que não sabe o que lá aconteceu nestes dias?” Ele perguntou: “Que
foi?”. Eles responderam: “O que aconteceu com Jesus, o Nazareno, que foi um
profeta poderoso em obras e palavras diante de Deus e diante de todo o povo.
Os sumos sacerdotes e as nossas autoridades o entregaram para ser condenado
à morte e o crucificaram. Nós esperávamos que fosse ele quem libertaria Israel;
mas, com tudo isso, já faz três dias que todas essas coisas aconteceram! É verdade
que algumas mulheres do nosso grupo nos assustaram. Elas foram de madrugada
ao túmulo e não encontraram o corpo dele. Então voltaram, dizendo que tinham
visto anjos e que estes afirmaram que ele está vivo. Alguns dos nossos foram ao
túmulo e encontraram as coisas como as mulheres tinham dito. A ele, porém,
ninguém viu”.

Canto final
Sugestão: Derrama o teu amor aqui (canto n. 57)

Compromisso do dia
(motivação para a vivência da virtude)
Vou escrever em um papel o problema mais difícil que tenho enfrentado em
minha vida. Durante o dia, a minha oração deverá ser uma prece de esperança
diante dessa dificuldade. Ao final do dia, num oportuno momento de partilha,
lembrarei que esse problema continua existindo, mas que a minha maneira de
encará-lo foi transformada pela presença confortante do ressuscitado!

64
3º Encontro:
Discípulos de Cristo

Textos de apoio: Lc 10,5; Mt 4,19; Rm 15,4


Inspiração: Permanece conosco, pois cai a tarde e o dia já declina (Lc 24,29b)
Virtude: Fortaleza
Símbolo: Pergaminho
Ambientação: Ornar a sala de maneira que pareça bem cômoda, com almofadas, travessei-
ros. Podem-se espalhar várias velas acesas e acender as luzes somente após o canto inicial.
Deixar a Bíblia em destaque.

Mantra
Fica conosco, Senhor.
É tarde e a noite já vem.
Fica conosco, Senhor.
Somos teus seguidores também.

Canto inicial
Sugestão: Como são belos (canto n. 58)

Contextualização
“Insensatos e lentos de coração para crer em tudo o que os profetas anuncia-
ram!”. Jesus ensinou aos seus discípulos a estarem mais atentos aos sinais de
Deus. Deus revela-se progressivamente ao seu povo; agora Ele está bem na frente
dos discípulos e eles não o reconhecem. Falta-lhes fé, estão desanimados, falta-
lhes esperança. Há pouco, a luz era tão forte, o Reino de Deus tão concreto, mas
com a morte de Jesus eles se sentem perdidos, têm medo de serem perseguidos.
Algo os leva a acolher aquele homem misterioso. Jesus aceita o convite. Este
gesto de hospitalidade resultará em uma grande descoberta.
O discípulo tem:
• na cabeça, a fé no valor do povo;
• nos olhos, a capacidade de enxergar a presença de Deus na realidade;
• nos ouvidos, a escuta respeitosa e atenta;
65
• na boca, o sorriso da alegria e da esperança;
• nos braços, a resistência e a luta pelo Reino;
• nas mãos, a disponibilidade solidária;
• nos pés, a itinerância e a capacidade de desinstalar-se e sair;
• no coração, a paixão pelo Cristo e pelos pobres.

Lectio Divina (Lc 24,25-29)


(roteiro à página 13)
Então ele lhes disse: “Como sois sem inteligência e lentos para crer em tudo
o que os profetas falaram! Não era necessário que o Cristo sofresse tudo isso
para entrar na sua glória?” E, começando por Moisés e passando por todos os
Profetas, explicou-lhes, em todas as Escrituras, as passagens que se referiam a
ele. Quando chegaram perto do povoado para onde iam, ele fez de conta que
ia adiante. Eles, porém, insistiram: “Fica conosco, pois já é tarde e a noite vem
chegando!” Ele entrou para ficar com eles.
• O que a Palavra diz para mim?
• Quando meu coração sofre, quando está frio, busco o calor da Palavra de
Deus?
• Convido-o para estar comigo?
• Percebo na pessoa que caminha a meu lado o ritmo do andar de Jesus Ressus-
citado?

Canto final
Sugestão: Senhor, se tu me chamas (canto n. 59)

Compromisso do dia
(motivação para a vivência da virtude)
Rezarei uma dezena do Terço, pedindo força e coragem a Deus para ser um dis-
cípulo autêntico e audacioso.

66
4º Encontro:
Cristo, pão da vida

Textos de apoio: Jo 14,26; Jo 16,13; Salmo 1,1-3


Inspiração: Fica conosco, pois já é tarde e a noite vem chegando! (Lc 24,29)
Virtude: Fé
Símbolo: Eucaristia
Ambientação: Disponibilizar a Bíblia e um pão na bandeja, representando a Palavra, que
ardia os corações enquanto era proclamada, e o Pão repartido, pelo qual reconheceram Jesus
depois da benção. Este pode ser partilhado entre os missionários.

Mantra
Jesus está aqui (aleluia!)
tão certo como o ar que eu respiro,
tão certo como o amanhã que se levanta,
tão certo como eu te falo e podes me ouvir.

Canto inicial
Sugestão: Pão da vida (canto n. 60)

Contextualização
Chegando em Emaús, os discípulos ainda não tinham alcançado o conhecimento
pessoal de Jesus, não tinham identificado o Ressuscitado no companheiro des-
conhecido. Emaús não foi, na verdade, a meta da viagem, mas a etapa decisiva.
Convidado a ficar, ainda desconhecido, Jesus repete o seu gesto sem dizer pa-
lavra. A práxis eucarística entre os crentes é sinal da sua presença real. Os dois
discípulos de Emaús não reconheceram o Senhor quando caminhavam com ele e
dele aprendiam a entender o sentido dos acontecimentos. O que Jesus não con-
seguira fazer com o acompanhamento, com a conversação, com a interpretação
da Palavra de Deus, realizou-se com o gesto eucarístico.
Os olhos para contemplar o Ressuscitado abrem-se quando Ele repete o gesto
que melhor o identifica (cf. Lc 24,30-31). Quando se parte o pão em comunida-
de, Jesus sai do anonimato. “Nenhuma comunidade cristã se edifica sem ter a sua
67
raiz e o seu centro na celebração da Eucaristia” (Presbyterorum Ordinis, 6). Uma
educação à fé que se esqueça ou adie o encontro sacramental dos jovens com
Cristo não é caminho para encontrá-lo. A Eucaristia é e deve permanecer “fonte
e cume da evangelização” (Presbyterorum Ordinis, 5); ela é “a fonte e o cume da
vida cristã” (LG 11).

Lectio Divina (Lc 24,29-35)


(roteiro à página 13)
Eles, porém, insistiram: “Fica conosco, pois já é tarde e a noite vem chegando!”
Ele entrou para ficar com eles. Depois que se sentou à mesa com eles, tomou o
pão, pronunciou a bênção, partiu-o e deu a eles. Neste momento, seus olhos se
abriram, e eles o reconheceram. Ele, porém, desapareceu da vista deles. Então
um disse ao outro: “Não estava ardendo o nosso coração quando ele nos falava
pelo caminho e nos explicava as Escrituras?” Naquela mesma hora, levantaram-
se e voltaram para Jerusalém, onde encontraram reunidos os Onze e os outros
discípulos. E estes confirmaram: “Realmente, o Senhor ressuscitou e apareceu a
Simão!” Então os dois contaram o que tinha acontecido no caminho, e como o
tinham reconhecido ao partir o pão.

Canto final
Sugestão: Ao partir do pão (canto n. 61)

Compromisso do dia
(motivação para a vivência da virtude)
Participar da celebração eucarística como se fosse a primeira e a última, preparar
o próprio coração para receber Jesus na eucaristia e fazer do coração sua nova
morada.

68
5º Encontro:
Missionários autênticos

Texto de apoio: Sl 23
Inspiração: Então Pedro lhe disse: “Senhor, se és tu, manda-me ir ao teu encontro, caminhan-
do sobre a água”. Jesus respondeu: “Venha”. (Mt 14,28-29)
Virtude: Confiança
Símbolo: Rocha
Ambientação: Bíblia, vela, flores, rocha e panos coloridos, dispostos de forma harmônica,
representando que o missionário autêntico está firme sobre a rocha “Cristo”, conhecendo-o e
anunciando-o pela Palavra viva “Bíblia” e, ao mesmo tempo, anunciando-o através da beleza
das flores e panos coloridos, que representam as diversidades culturais.

Mantra
Confiemo-nos ao Senhor,
Ele é justo e tão bondoso.
Confiemo-nos ao Senhor, aleluia.

Canto inicial
Sugestão: Deixa a tua casa (canto n. 62)

Contextualização
Um autêntico missionário necessita da presença e da ação do Espírito Santo!
Como missionários salesianos, encontramos nosso modelo e fonte no próprio
coração de Cristo, missionário do Pai, fazemos nossa experiência junto aos pe-
quenos e pobres e todas as pessoas que Ele a nós enviar. Cultivamos a união com
Deus, consciente da necessidade de rezar sem interrupção em diálogo simples e
cordial com Cristo e toda a Igreja. Buscamos na atitude dos apóstolos, que con-
quistam com a alegria e o dom de si, a solicitude para pregar, curar, salvar e o
desejo de reunir os filhos dispersos na unidade da comunhão fraterna..

Lectio Divina (Lc 24,44-52)


(roteiro à página 13)
69
Depois disse-lhes: “São estas as coisas que eu vos falei quando ainda estava
convosco: era necessário que se cumprisse tudo o que está escrito sobre mim
na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos”. Então ele abriu a inteligência dos
discípulos para entenderem as Escrituras, e disse-lhes: “Assim está escrito: o Cristo
sofrerá e ressuscitará dos mortos ao terceiro dia, e no seu nome será anunciada
a conversão, para o perdão dos pecados, a todas as nações, começando por
Jerusalém. Vós sois as testemunhas destas coisas. Eu enviarei sobre vós o que
meu Pai prometeu. Por isso, permanecei na cidade até que sejais revestidos da
força do alto”. Então Jesus levou-os para fora da cidade, até perto de Betânia.
Ali ergueu as mãos e abençoou-os. E enquanto os abençoava, afastou-se deles e
foi elevado ao céu. Eles o adoraram. Em seguida voltaram para Jerusalém, com
grande alegria.
• Deus fala ao meu coração através das pessoas, sinais no cotidiano e quando
ouço as Sagradas Escrituras?
• “O Cristo sofrerá e ressuscitará dos mortos ao terceiro dia, e no seu nome será
anunciada a conversão, para o perdão dos pecados, a todas as nações”. O que
eu tenho feito para a concretização desta realidade anunciado por Jesus?
• A ação do Espirito Santo dá coragem, alegria e disposição para os discípulos
anunciarem o que viram e ouviram, o Espírito Santo tem espaço para agir na
minha vida e através de mim?

Canto final
Sugestão: Eu te carrego nos ombros (canto n. 63)

Compromisso do dia
(motivação para a vivência da virtude)
Como missionário autêntico, rezarei por uma necessidade que venho percebendo
na comunidade e farei um gesto concreto para contribuir com ela.

70
Cantos
1. Obrigado, Senhor! 3. Como o sol nasce da aurora
Maria Alice Antunh e P. José Weber Armindo Trevisan e P. Ney Brasil
Obrigado, Senhor, porque és meu amigo, Como o sol nasce da aurora,
porque sempre contigo eu posso falar; de Maria nascerá
no perfume das flores, aquele que a terra seca
na harmonia das cores em jardim converterá.
e no mar que murmura Ó Belém, abre teus braços
o teu nome a cantar ao pastor que a ti virá.
Escondido tu estás Emanuel Deus conosco,
no verde das florestas, vem ao nosso mundo, vem!
nas aves em festa, no sol a brilhar. Ouve, ó Pastor do teu povo,
Na sombra que abriga, na brisa amiga, vem do alto céu onde estás!
na fonte que corre ligeiro a cantar. Vem teu rebanho salvar,
Te agradeço, ainda, porque na alegria mostra o amor que lhe tens!
ou na dor de cada dia posso te encontrar. Salva e protege esta vinha,
Quando a dor me consome, foi tua mão que a plantou!
murmuro o teu nome Salva e confirma este Eleito,
e mesmo sofrendo, Ele, que é nosso pastor.
eu posso cantar!
4. Sede santos
2. Escolhida Jorge Mongó
Pedro Nelson Mendes Deus consagrou o povo escolhido,
Uma entre todas foi a escolhida, o amou profundamente
foste Tu, Maria, serva preferida. desde toda a eternidade,
Mãe do meu Senhor, para ser sal e luz, gerar Cristo Jesus,
Mãe do meu Salvador. no seio da humanidade (2x)
Maria, cheia de graça e consolo, Hoje somos esse povo tão amado.
vem caminhar com teu povo Deus nos chama a viver o seu amor,
Nossa mãe sempre serás (2x) nos convida a todo instante sem cessar
Roga pelos pecadores desta terra, e pede a nós: Sede santos!
roga pelo povo que em seu Deus espera. Sede santos: esta é a minha vontade.
Mãe do meu Senhor, Sede santos: é o que eu mais quero (2x)
Mãe do meu Salvador. Vou ser santo: esta é a minha resposta.
Vou ser santo. Eu digo sim, Senhor!

71
5. Conheço um coração quem já conhece a Jesus (2x)
João Carlos Almeida (P. Joãozinho) Aleluia (4x)
Conheço um coração
tão manso, humilde e sereno, 8. Louvado seja
que louva ao Pai por revelar Louvado seja o meu Senhor (4x)
seu nome aos pequenos, Por todas suas criaturas,
que tem o dom de amar, pelo sol e pela lua,
que sabe perdoar pelas estrelas no firmamento,
e deu a vida para nos salvar. pela água e pelo fogo.
Jesus, manda teu Espírito, Por aqueles que agora são felizes,
para transformar meu coração. (2x) por aqueles que agora choram,
Às vezes no meu peito por aqueles que agora nascem,
bate um coração de pedra, por aqueles que agora morrem.
magoado, frio, sem vida. O que dá sentido à vida
Aqui dentro ele me aperta, é amar-Te e louvar-Te
não quer saber de amar, para que a nossa vida
nem sabe perdoar; seja sempre uma canção.
Quer tudo e não sabe partilhar.
Leva, purifica e restaura-me de novo. 9. A ti, meu Deus
Serás nosso Deus Frei Fabretti
e nós seremos o teu povo. A Ti, meu Deus, elevo meu coração,
Derrama sobre nós a água do amor: elevo as minhas mãos,
o Espírito de Deus, Nosso Senhor. meu olhar, minha voz.
A Ti, meu Deus, eu quero oferecer
6. Eu vim para que todos meus passos e meu viver,
tenham vida meus caminhos, meus sofrer.
P. José Weber A Tua ternura, Senhor, vem me abraçar
Eu vim para que todos tenham vida. e a Tua bondade infinita me perdoar.
Que todos tenham vida plenamente. Vou ser o Teu seguidor,
Reconstrói a tua vida e Te dar o meu coração.
em comunhão com teu Senhor. Eu quero sentir o calor de Tuas mãos.
Reconstrói a tua vida A Ti, meu Deus,
em comunhão com teu irmão. que és bom e que tens amor,
Onde está o teu irmão, ao pobre, ao sofredor,
eu estou presente nele. vou servir e esperar.
Quem comer o pão da vida Em Ti, Senhor,
viverá eternamente. humildes se alegrarão,
Tenho pena deste povo cantando a nova canção
que não tem o que comer. de esperança e de paz.
Onde está um irmão com fome,
eu estou presente nele. 10. Senhor, vem salvar teu povo
Eu passei fazendo o bem, P. José Weber
eu curei todos os males. Senhor, vem salvar teu povo
Hoje és minha presença das trevas da escravidão.
junto a todo sofredor. Só Tu és nossa esperança,
Onde sofre o teu irmão, és nossa libertação.
eu estou sofrendo nele. Vem, Senhor! Vem nos salvar.
Com teu povo vem caminhar! (bis)
7. A alegria está no coração Contigo o deserto é fértil,
A alegria está no coração a terra se abre em flor;
de quem já conhece a Jesus. da rocha brota a água viva,
A verdadeira paz só tem da treva nasce o esplendor.
aquele que já conhece a Jesus. Tu marchas à nossa frente,
O sentimento mais precioso és força, caminho e luz.
que vem do Nosso Senhor Vem logo salvar o teu povo,
72 não tardes, Senhor Jesus!
é o amor que só tem
11. Te amarei, Senhor Estrada da vida eu percorro
Alfred Mercieca levando socorro a quem precisar.
Me chamaste para caminhar Assunto de paz é meu forte,
na vida contigo, eu cruzo montanhas, mas vou aprender.
decidi para sempre segui-te, O mundo não me satisfaz,
não voltar atrás. o que eu quero é a paz,
Me puseste uma brasa no peito o que eu quero é viver.
e uma flecha na alma: No peito eu levo uma cruz;
é difícil agora viver no meu coração o que disse Jesus.
sem lembrar-me de Ti. Eu sei que não tenho a idade
Te amarei, Senhor (bis), da maturidade de quem já viveu,
eu só encontro a paz e a alegria mas sei que eu já tenho a idade
bem perto de Ti (2x) de ver a verdade. O que eu quero é ser eu.
Eu pensei muitas vezes parar O mundo ferido e cansado
e não dar nem resposta. de um triste passado,
Eu pensei na fuga esconder-me, de guerras sem fim,
ir longe de Ti, tem medo da bomba que fez
mas Tua força venceu e da fé que desfez,
e ao final eu fiquei seduzido. mas aponta pra mim.
É difícil agora viver
sem saudades de Ti. 14. Um certo galileu
Ó Jesus, não me deixes jamais P. Zezinho
caminhar solitário, Um certo dia, à beira mar,
pois conheces a minha fraqueza apareceu um jovem galileu.
e o meu coração. Ninguém podia imaginar
Vem, ensina-me a viver a vida que alguém pudesse amar
na Tua presença, do jeito que ele amava.
no amor dos irmãos, Seu jeito simples de conversar
na alegria, na paz, na união. tocava o coração de quem o escutava
E seu nome era Jesus de Nazaré.
12. Eis-me aqui, Senhor Sua fama se espalhou e todos vinham ver
P. Pedro Brito Guimarães e Frei Fabretti o fenômeno do jovem pregador
Eis-me aqui, Senhor! que tinha tanto amor
Eis-me aqui, Senhor, Naquelas praias, naquele mar,
pra fazer tua vontade, naquele rio, em casa de Zaqueu,
pra viver do teu amor! naquela estrada, naquele sol
Pra fazer tua vontade, e o povo a escutar histórias tão bonitas.
pra viver do teu amor, Seu jeito amigo de se expressar
eis-me aqui, Senhor! enchia o coração de paz tão infinita
O Senhor é o Pastor que me conduz. Em plena rua, naquele chão,
Por caminhos nunca vistos me enviou. naquele poço e em casa de Simão,
Sou chamado a ser fermento sal e luz naquela relva, no entardecer,
e por isso respondi: aqui estou! o mundo viu nascer
Ele pôs em minha boca uma canção, a paz de uma esperança.
me ungiu como profeta e trovador Seu jeito puro de perdoar
da história e da vida do meu povo fazia o coração voltar a ser criança
e por isso respondi: aqui estou! Um certo dia, ao tribunal,
Ponho a minha confiança no Senhor, alguém levou o jovem Galileu.
da esperança sou chamado a ser sinal. Ninguém sabia qual foi o mal
Seu ouvido se inclinou ao meu clamor e o crime que ele fez,
e por isso respondi: aqui estou! quais foram seus pecados.
Seu jeito honesto de denunciar
13. Nova geração mexeu na posição de alguns privilegiados.
P. Zezinho
E mataram a Jesus de Nazaré
Eu venho do sul e do norte, e no meio de ladrões puseram sua cruz,
do oeste e do leste, de todo o lugar. mas o mundo ainda tem medo de Jesus 73
que tinha tanto amor
15. Novo sol brilhou 18. Voz e luz
Frei Fabretti P. Jorge Trevisol e P. Gustavo Balbinot
Novo sol brilhou! Fonte de luz, cores do céu,
A vida superou sofrimento, é o arco-íris do amor.
dor e morte, tudo, enfim. Eis que a vida nasce ali,
Nosso olhar se abriu. e se estende no além.
Deus mesmo se incumbiu Luz que atravessa meu coração,
de tomar-nos pela mão assim. brilha em meu rosto
O Deus de amor jamais se descuidou. e diz quem eu sou.
Em seu vigor Jesus ressuscitou. Não vou esquecer
Estender a mão, abrir o coração, jamais este amor.
acolher, compartilhar e perdoar Viva a vida! Salve o amor!
é fazer o céu cumprir o seu papel: Como é tão linda a alegria
já na terra tem de vigorar. de quem te segue, Senhor! (bis)
Sombras também pairam no ar,
16. Deixa a luz do céu entrar cobrem, às vezes, a luz.
Charles H. Gabriel e Ada Blenkhorn Doem no meu peito,
Tu anseias, eu bem sei, a salvação. ferem meu ser,
Tens desejo de banir a escuridão. e não me deixam sonhar.
Abre, pois, de par em par teu coração Não! Eu insisto.
e deixa a luz do céu entrar. Não quero assim.
Deixa a luz do céu entrar. (2x) Sabes que eu sinto amor por ti.
Abre bem as portas do teu coração Eu vou te seguir e vou até o fim.
e deixa a luz do céu entrar. Sopro do amor, chuva do céu,
Cristo, a luz do céu, em ti quer habitar é teu Espírito em nós.
para as trevas do pecado dissipar, Ele desperta, faz recordar.
teu caminho e coração iluminar. Firma o desejo de amar.
E deixa a luz do céu entrar. Nele eu luto, sei esperar.
Que alegria andar ao brilho dessa luz, No meu caminho sempre Ele está.
vida eterna e paz no coração produz. Da minha missão Ele é o coração.
Oh! Aceita agora o salvador Jesus
e deixa a luz do céu entrar. 19. Cristo ressuscitou
Lindberg Pires
17. Por sua morte, Cristo ressuscitou, aleluia,
venceu a morte com amor.
a morte viu o fim Cristo ressuscitou, aleluia,
D. Carlos Alberto Navarro e Valdeci Farias
venceu a morte com amor. Aleluia!
Por sua morte, a morte viu o fim,
Tendo vencido a morte
do sangue derramado a vida renasceu,
o Senhor ficará para sempre entre nós
seu pé ferido nova estrada abriu,
para manter viva a chama do amor
e neste Homem o homem enfim se
que reside em cada cristão
descobriu.
a caminho do Pai.
Meu coração me diz:
Tendo vencido a morte
“O Amor me amou
o Senhor nos abriu horizonte feliz,
e se entregou por mim!”.
pois nosso peregrinar
Jesus ressuscitou!
pela face do mundo
Passou a escuridão,
terá seu final na morada do Pai.
o sol nasceu!
A vida triunfou:
Jesus ressuscitou!
“Jesus me amou e se entregou por mim”.
Os homens todos podem o mesmo repetir.
Não temeremos mais a morte e a dor,
o coração humano em Cristo descansou.

74
20. Ao Senhor dos senhores que invadirá teu coração.
cantai (Salmo 136) Sim, eu irei
P. João Carlos
e aprenderei minha razão de ser:
Ao Senhor dos senhores, cantai! eu creio em ti, que crês em mim;
Ao Senhor, Deus dos deuses, louvai! à tua luz verei a luz.
Maravilhas só Ele quem faz. Vem, e eu te farei
Bom é Deus. Ao Senhor, pois, amai! da minha vida participar.
Com saber, Ele fez terra e céu, Viverás em mim aqui:
sobre as águas a terra firmou viver em mim é o bem maior.
para o dia reger fez o sol Sim, eu irei
e as estrelas pra noite criou e viverei a vida inteira assim.
Porque eterno é o seu amor por nós, Eternidade é, na verdade,
eterno é o seu amor! (2x) o amor vivendo sempre em nós.
Primogênitos todos feriu Vem, que a terra espera
do Egito, um povo opressor quem possa e queira realizar,
e dali Israel fez sair: com amor, a construção
o poder de sua mão o salvou de um mundo novo muito melhor.
No mar bravo, ele faz perecer Sim, eu irei
os soldados e o tal Faraó. e levarei teu nome aos meus irmãos.
Aliança ele faz com Israel, Iremos nós, e o teu amor
no deserto o seu povo guiou vai construir, enfim, a paz.
Poderosos sem dó abateu,
a famosos reis desbaratou, 23. Deus trino
sua terra Israel recebeu Domingos S. Oliveira
como herança a seu povo entregou. Em nome do Pai,
Se lembrou de nós na humilhação. em nome do Filho,
Ao Senhor, salvador, proclamai! em nome do Espírito Santo,
Dele nós recebemos o pão. estamos aqui (2x)
Ao Senhor, Deus dos céus, celebrai! Para louvar e agradecer, bendizer e adorar,
estamos aqui, Senhor, a teu dispor.
21. Impossível Para louvar e agradecer, bendizer e adorar,
Focolares
te aclamar, Deus trino de amor.
Olho em tudo e sempre encontro a Ti:
estás no céu, na terra, onde for; 24. Enquanto houver sol
em tudo que me acontece Sérgio Britto (Titãs)
encontro o teu amor. Quando não houver saída,
Já não se pode mais deixar quando não houver mais solução,
de crer no teu amor. ainda há de haver saída.
É impossível não crer em ti, Nenhuma idéia vale uma vida...
é impossível não te encontrar, Quando não houver esperança,
é impossível quando não restar nem ilusão,
não fazer de ti meu ideal (2x) ainda há de haver esperança:
em cada um de nós algo de uma criança...
22. Vem, e eu mostrarei Enquanto houver sol (2x)
P. Josmar Braga e Valdeci Farias
ainda haverá...
Vem, eu mostrarei Enquanto houver sol... (2x)
que o meu caminho te leva ao Pai. Quando não houver caminho,
Guiarei os passos teus mesmo sem amor, sem direção,
e junto a ti hei de seguir. a sós ninguém está sozinho.
Sim, eu irei É caminhando que se faz o caminho...
e saberei como chegar ao fim: Quando não houver desejo,
de onde vim, aonde vou; quando não restar nem mesmo dor,
por onde irás irei também. ainda há de haver desejo
Vem, eu te direi em cada um de nós,
o que ainda estás a procurar. aonde Deus colocou...
75
A verdade é como o sol
25. Sonda-me 28. Quando teu Pai revelou
Senhor, eu sei que tu me sondas, D. Carlos Alberto Navarro e Valdeci Farias
sei também que me conheces: Quando teu Pai
se me assento ou me levanto, revelou o segredo a Maria
conheces meus pensamentos. que, pela força do Espírito,
Quer deitado ou quer andando, conceberia a ti, Jesus,
sabes todos os meus passos ela não hesitou logo em responder:
e, antes que haja em mim palavras, “Faça-se em mim,
sei que em tudo me conheces pobre serva o a que Deus aprouver!”
Senhor, eu sei que tu me sondas (4x) Hoje imitando Maria,
Deus, tu me cercaste em volta. que é imagem da Igreja,
Tuas mãos em mim repousam. nossa família outra vez
Tal ciência é grandiosa: te recebe e deseja,
não alcanço de tão alta. cheia de fé, de esperança
Se eu subo até o céu, e de amor, dizer sim a Deus:
sei que ali também te encontro; “Eis aqui os teus servos, Senhor!”
se no abismo está minh’alma, Que a graça de Deus
sei que aí também me amas. cresça em nós sem cessar
e de ti, nosso Pai,
26. Dias melhores venha o Espírito Santo de amor
Rogério Flausino (Jota Quest) pra gerar e formar Cristo em nós.
Vivemos esperando
dias melhores, 29. Imenso amor
dias de paz, dias a mais, Banda Dominus
dias que não deixaremos Maria, a mãe do meu Senhor.
para trás. Oh! Oh! Oh! Oh!... Maria, uma flor, imenso amor.
Vivemos esperando Maria, rainha da paz.
o dia em que seremos melhores: Maria, rogai por nós ao Pai,
melhores no amor, pois aceitaste o que Deus traçou
melhores na dor, e se entregou em suas mãos.
melhores em tudo. Oh! Oh! Oh!... Bendita és mais que outra mulher:
Vivemos esperando de ti nasceu o Salvador
o dia em que seremos para sempre
Vivemos esperando Oh! Oh! Oh! 30. O amor
Dias melhores pra sempre! (2x) Banda Dominus
Se eu conhecesse todos os mistérios
27. Venho a ti e os segredos deste mundo,
(Focolares) mas não tenho amor...
Venho a ti e se eu tivesse uma fé capaz
e sei que não estou mais sozinho: de transportar todas montanhas,
muitas vozes se elevam para o céu. mas não tenho amor,
Venho a ti venho a ser como um metal
com aqueles irmãos verdadeiros que faz ruído e nada mais
que comigo dão a ti seus corações. (ruído e nada mais)
E tu, que és amor, o amor, o amor nunca mudará
escuta cada prece de dor, de amor. o amor,o amor que sempre será
E tu, que és a paz,
dá-nos a esperança 31. Eu creio na semente
em cada momento, Senhor... P. Osmar Coppi
e abre o paraíso a nós, Eu creio sim! (4x)
e abre o paraíso a nós. Eu creio na semente
lançada na terra,
na vida da gente.
Eu creio no amor.
76
No canto sonoro da ave que voa, 34. Oferta de amor
a liberdade é um grito Willen Soares (Ministério Koinonya)
que bem alto ressoa. Venho, Senhor, minha vida oferecer
No jovem que luta a esperança se faz. como oferta de amor e sacrifício.
A semente que nasce é vitória da paz. Quero, Senhor, a Ti entregar
Na voz dos pequenos como oferta viva em teu altar
reunidos em prece, Pois, pra te adorar, foi que eu nasci:
no serviço e louvor, vida nova acontece. cumpra em mim o teu querer,
Na força do povo, novo dia já brilha. faça o que está em teu coração
Na mesa de todos, e que a cada dia, eu queira mais e mais
eis o pão da partilha. estar ao teu lado, Senhor.
Nas mãos que semeiam o sonho de Deus ,
na terra de todos, presente do céu, 35. Planeta sonho
renasce a alegria no rosto do povo: Flávio Venturini / Vermelho / Márcio Borges
com certeza veremos Aqui ninguém mais
um mundo mais novo ficará depois do sol
No final será o que não sei mais
32. Fica sempre será
um pouco de perfume tudo demais
Irene Gomes nem o bem nem o mal
Fica sempre um pouco de perfume só o brilho calmo dessa luz
nas mãos que oferecem rosas, O planeta calma será terra
nas mãos que sabem ser generosas. O planeta sonho será terra,
Dar do pouco que se tem E lá no fim daquele mar
ao que tem menos ainda A minha estrela vai se apagar
enriquece o doador, Como brilhou
faz su’alma ainda mais linda. Fogo solto no caos
Dar ao próximo alegria Aqui também é bom lugar de se viver
parece coisa tão singela. Bom lugar será o que não sei mas será
Aos olhos de Deus, porém, Algo a fazer
é das artes a mais bela. Bem melhor que a canção
Mais bonita que alguém lembrar
33. No coração de quem ama A harmonia será terra
P. Gildásio Mendes A dissonância será bela
No coração de quem ama, E lá no fim daquele azul
o amor irradia Os meus acordes vão terminar
e seu calor contagia Não haverá
tudo que vive ao redor; Outro som pelo ar
No coração de quem ama, O planeta sonho será terra
a vida é mais vida A dissonância será bela
e todo amor é partilha E lá no fim daquele mar
que enriquece o irmão. A minha estrela vai se apagar
Amar e fazer-se amar Como brilhou
e expressar todo amor Fogo solto no caos
que a gente tem.
Amar e fazer-se amar
e na alegria fazer feliz,
feliz alguém.
No coração de quem ama,
o amor traduz-se em bondade
e em gestos de amizade
faz o outro feliz.
No coração de quem ama,
de Deus tudo nasce
e nos transmite as verdades
que Jesus Cristo viveu. 77
36. Deus precisa de ti 39. Axé
Cosme (CEFAS/RJ) Vera Lúcia Nascimento
Deus precisa de ti, Irá chegar um novo dia,
muito mais que possas imaginar. (2x) um novo céu, uma nova terra,
Precisa de ti muito mais que das estrelas. um novo mar...
Precisa de ti muito mais que do mar. E neste dia os oprimidos,
Precisa de ti muito mais que da terra. numa só voz, a liberdade irão cantar.
Precisa de ti. (2x) Na nova terra, o negro não vai ter corrente
Deus precisa de nós, e o nosso índio vai ser visto como gente;
muito mais que possas imaginar. (2x) na nova terra, o negro, o índio e o mulato,
Precisa de nós muito mais que das estrelas. o branco e todos
Precisa de nós muito mais que do mar. vão comer no mesmo prato.
Precisa de nós muito mais que da terra. Na nova terra,
Precisa de nós. (2x) o fraco, o pobre e o injustiçado
serão juízes deste mundo de pecado;
37. Tu, que renovas na nova terra,
P. Joãozinho o forte, o grande e o prepotente
Tu, que renovas todas as coisas, irão chorar até ranger os dentes.
Tu, que nos provas no amor (2x)
Eu Te entrego minhas mãos, 40. Eu creio nas promessas
meu trabalho, meu viver Daniel Poli (Mensagem Brasil)
e Te peço que renoves o meu ser. Eu creio nas promessas de Deus. (2x)
Eu Te entrego minha voz, Eu creio nas promessas do meu Senhor.
o meu canto de louvor, Se sou fiel no pouco,
e Te peço que renoves meu amor. Ele me confiará mais,
Eu me entrego todo a Ti Se sou fiel no pouco,
e Te dou meu coração, meus passos guiará.
e Te peço que renoves minha ação. Eu creio na misericórdia de Deus. (2x)
Eu creio na misericórdia do meu Senhor.
38. Momento novo Eu creio no amor de Deus. (2x)
Darlene Schutzer, Déa Cristiane Kerr Affini, Eder Eu creio no amor do meu Senhor.
Soares, Ernesto Barros Cardoso, Paulo Roberto Garcia Eu creio nas promessas de Deus. (2x)
e Tércio Junker Eu creio nas promessas do meu Senhor.
Deus chama a gente
pra um momento novo 41. Dom Bosco
de caminhar junto com seu povo. Carlos (Eliana Ribeiro)
É hora de transformar o que não dá mais: Viveu, trabalhou, sofreu, se alegrou,
sozinho, isolado, ninguém é capaz. não perdeu tempo e com a vida
Por isso, vem, evangelizou. (2x)
entra na roda com a gente, também! Dai-me almas e ficai com o resto;
Você é muito importante!(2x) o que importa é a juventude santa. (2x)
Vem! Fiel ao Senhor, Dom Bosco se gastou,
Não é possível crer que tudo é fácil. não perdeu tempo
Há muita força que produz a morte e com a vida evangelizou. (2x)
gerando dor, tristeza e desolação.
É necessário unir o cordão!
A força que hoje faz brotar a vida,
atua em nós pela sua graça:
é Deus quem nos convida pra trabalhar,
o amor repartir e a força juntar.

78
42. Palavras de salvação 45. Mãezinha do céu
P. Zezinho Mãezinha do céu, eu não sei rezar.
Palavras de salvação Eu só sei dizer: “Quero te amar”.
somente o céu tem pra dar. Azul é teu manto, branco é teu véu.
Por isso meu coração Mãezinha, eu quero te ver lá no céu
se abre para escutar Mãezinha do céu, mãe do puro amor,
Por mais difícil que seja seguir, Jesus é teu filho e eu também sou.
tua palavra queremos ouvir. Mãezinha do céu, vou te consagrar
Por mais difícil de se praticar, a minha inocência, guarda-a sem cessar.
tua palavra queremos guardar Mãezinha do céu, em tua proteção,
Com Simão Pedro diremos também oh, guarda meus pais
que não é fácil dizer sempre amém, e a todos os meus irmãos!
mas não há outro na terra e no céu Mãezinha do céu, eu não sei rezar.
mais companheiro, mais santo e fiel. Eu só sei dizer: “Quero te amar”.

43. Feliz o homem 46. Vou cantar teu amor


que ama o Senhor (P. Fábio de Melo)
Frei Fabretti Vou cantar Teu amor,
Feliz o homem que ama o Senhor ser no mundo um farol.
e segue seus mandamentos. Eis-me aqui, Senhor,
O seu coração é repleto de amor, vem abrir as janelas do meu coração
Deus mesmo é seu alimento e então, falarei imitando tua voz.
Feliz o que anda na lei do Senhor Creio em Ti, Senhor,
e segue o caminho que Deus lhe indicou: nas pegadas deixadas por Ti vou andar.
terá recompensa no Reino do Céu Vou falar do Teu coração,
porque muito amou com ternura nas mãos e na voz,
Feliz quem se alegra proclamar que a vida
em servir ao irmão, é bem mais do que aquilo
segundo os preceitos que o mundo ensina e cantar.
que Deus lhe ensinou: Cantar o canto ensinado por Deus.
verá maravilhas de Deus, o Senhor, Com poesia ensinar nossa fé,
porque muito amou. plantar o chão,
cultivar o amor,
como poetas que querem sonhar.
44. Ave, cheia de graça Pra realizar o que o mestre ensinou,
P. José Freitas Campos
Viemos cear, restaurar o coração,
Ave, cheia de graça!
fonte de vida no altar a brotar,
Ave, cheia de amor!
a nos alimentar
Salve, ó mãe de Jesus!
Celebrar meu viver
A ti nosso canto e nosso louvor. (2x)
pra no mundo ser mais.
Mãe do criador, rogai.
Faz de mim, Senhor,
Mãe do Salvador, rogai.
aprendiz da verdade, justiça e da paz.
Do libertador, rogai por nós.
Comungar teu viver
Mãe dos oprimidos, rogai.
neste Vinho, neste Pão.
Mãe dos perseguidos, rogai.
Quero ser, Senhor,
Dos desvalidos, rogai por nós.
novo homem nascido do teu coração.
Mãe dos despojados, rogai.
Dos abandonados, rogai.
Dos desempregados, rogai por nós.
Mãe dos pescadores, rogai.
Dos agricultores, rogai.
Santos e doutores, rogai por nós.

79
47. Um novo sol 49. Eu não me canso de cantar
Jornada Mundial da Juventude 1987 (Argentina) P. Jonas Abib
Uma terra que já não tem fronteiras, A vida é caminhar:
senão mãos que juntas formarão sou peregrino do amor,
uma corrente mais forte vou semear a esperança
que a guerra e que a morte. deste mundo que há de vir.
Já sabemos, o caminho é o amor. Eu não me canso de cantar (2x)
Uma pátria mais justa e mais fraterna, Mundo novo vem aí,
onde todos construamos a unidade, gente de coragem vai lutar.
onde não há rejeitados, A verdadeira vencerá:
porque todos são chamados. quem é da verdade saberá.
Já sabemos, o caminho é o amor. (Eu não me canso de cantar!)
Um novo sol se levanta Gente nova vem dizer:
sobre a nova civilização Vive de certezas quem lutou,
que hoje nasce; a justiça já brotou,
uma corrente mais forte a libertação vamos colher.
que o ódio e que a morte. (Eu não me canso de cantar!)
Já sabemos, o caminho é o amor. Se o trigo não morrer,
A justiça é a força que nos traz a paz, fruto não se pode esperar.
o amor é que leva a perdoar, Hoje é dia de plantar,
a verdade é a força muita gente em breve vai colher.
que nos traz libertação. (Eu não me canso de cantar!)
Já sabemos, o caminho é o amor.
Quem tem muito partilha sua riqueza, 50. Alegres vamos à casa do Pai
quem sabe não impõe o seu pensar, Ir. Miria T. Kolling
quem manda entende Alegres vamos à casa do Pai
que poder é um serviço. e na alegria cantar seu louvor!
Já sabemos, o caminho é o amor. Em sua casa, somos felizes:
Quem confia contagia com sua vida participamos da ceia do amor.
e a dor se cobre com amor A alegria nos vem do Senhor,
porque a gente se sente seu amor nos conduz pela mão.
solidário com o mundo. Ele é luz que ilumina o seu povo,
Já sabemos, o caminho é o amor. com segurança lhe dá a salvação.
O Senhor nos concede os seus bens,
48. A chave do coração nos convida à sua mesa sentar
Dalvimar Gallo e partilha conosco o seu pão:
Qual é a chave? Qual é o segredo somos irmãos ao redor deste altar.
que abre as portas do teu coração? (2x)
Por que não falar se Ele quer te ouvir? 51. Symbolum 77
Por que se esconder se Ele está aqui?
Por que não aceitar se Ele quer te dar?
(Estás entre nós)
Pierangelo Sequeri
Por que insistir em resistir?
Tu és minha vida, outro Deus não há.
Pois Ele tem tanto pra te falar,
Tu és minha estrada, a minha verdade.
quer te amar, te perdoar.
Em tua Palavra eu caminharei
Mas é você que tem que abrir o coração.
enquanto eu viver e até quando tu quiseres.
Deixa Jesus te consolar,
Já não sentirei temor, pois estás aqui.
deixa Jesus te abençoar,
Tu estás no meio de nós.
deixa Jesus te dar a tua Salvação.
Creio em ti, Senhor, vindo de Maria,
Filho Eterno e Santo, homem como nós.
Tu morreste por amor, vivo estás em nós,
unidade trina com o Espírito e o Pai
e abrirás o Reino dos céus!
Tu és minha força, outro Deus não há.
Tu és minha paz, minha liberdade.
Nada nesta vida nos separará.
80
Em tuas mãos seguras, minha vida guardarás:
eu não temerei o mal, tu me livrarás 54. Quando tu, Senhor (Sl 104)
e no teu perdão viverei! Reginaldo Veloso
Ó, Senhor da vida, creio sempre em ti. Quando tu, Senhor,
Filho Salvador, eu espero em ti! teu Espírito envias,
Santo Espírito de amor, desce sobre nós. todo mundo renasce:
Tu, de mil caminhos, é grande alegria! (2x)
nos conduzes à uma fé Ó, minh’alma, bendize ao Senhor,
e por mil estradas onde andarmos nós o Deus grande em poder e amor,
qual semente nos levarás. o esplendor de tua glória reluz
e o céu é teu manto de luz.
52. Sede de Deus (Salmo 42) Firme e sólida a terra fundaste,
P. José Weber com o azul do oceano enfeitaste,
A minh’alma tem sede de Deus, e rebentam tuas fontes nos vales,
pelo Deus vivo anseia com ardor. correm as águas e cantam as aves.
Quando irei ao encontro de Deus Lá do alto, tu regas os campos,
e verei tua face, Senhor?(2x) cresce a relva e os viventes se fartam;
A ovelha sedenta de tuas obras a terra encheste,
procura o riacho; todas belas e sábias fizeste.
a minh’alma suspira Que se sumam da terra os perversos
por Deus. Onde o acho? e minh’alma te entoe os seus versos.
Pelas águas que correm, Glória ao Pai, pelo Filho, no amor,
suspira a ovelha; ao Deus vivo eterno louvor
pelas fontes de Deus
a minh’alma anseia. 55. Ó Trindade, vos louvamos
Dor e lágrima Ir. Luiza Ricciardi e P. Ronoaldo Pelaquim
são meu constante alimento. Ó Trindade, vos louvamos,
“Onde está o teu Deus?”, vos louvamos pela vossa comunhão.
dizem os maus e aguento. Que esta mesa favoreça,
Por que estás abatida e confusa, favoreça nossa comunicação!
ó minh’alma? Contra toda tentação
Deus é teu companheiro, da ganância e do poder,
espera e te acalma. nossas bocas gritem juntas:
“a Palavra do viver!” (2x)
53. Cante conosco Deus nos fala na história
P. João Carlos e nos chama à conversão.
Cante conosco o dia que amanhece. Vamos ser palavras vivas
Cantem conosco a luz, a flor, o mar. proclamando a salvação! (2x)
Cante conosco o sol
que não se esquece de dizer: 56. Amigo certo
“Glória!”. De gritar: “Viva!”. Dc. Nelsinho Corrêa
De cantar: “Glória ao Autor do universo!” Eu quero estar em tua vida,
Cantem conosco cuidar de ti e te dar todo o meu amor,
os irmãos que nos rodeiam compartilhar contigo do teu dia a dia,
Cantem conosco alegria e gratidão viver contigo participar da tua alegria.
Cante conosco a fé Vou consolar na tristeza e na dor
que não se esquece de dizer: e transformar todo o seu interior.
“Glória!”. De gritar: “Viva!”. Se tu estás árido como um deserto,
De cantar: enfraquecido, minado na tua fé,
“Glória ao Deus de nossos corações!” se me invocas sempre vou estar por perto:
Cante conosco o Deus que nos reúne busque a mim que sou teu amigo certo.
Cante conosco o seu amor em nós Quero fazer de ti criatura nova,
Cante conosco o sim quero dizer que meu Espírito renova.
que não se esquece de dizer: Renova o teu ser: é só conviver comigo
“Glória!”. De gritar: “Viva!”. e experimentar que sou
De cantar: o teu melhor amigo.
“Glória a quem nos faz comunidade!” 81
57. Derrama o teu amor aqui 60. Pão da vida
Jorge Mongó P. Jonas Abib
Senhor, eu quero obedecer a Tua voz. Na comunhão, Jesus se dá no pão.
Derrama o teu Espírito sobre todos nós. O cordeiro imolado é refeição,
Senhor, eu quero mergulhar, nosso alimento de amor e salvação.
me comprometer, Em torno deste altar somos irmãos.
entrar na intimidade do teu coração. O pão da vida és Tu,
Derrama em nós tua unção, Jesus, o pão do céu,
derrama o teu amor aqui. o caminho, a verdade, via de amor,
Derrama o teu amor aqui, dom de Deus, nosso redentor.
faz chover sobre nós água viva. Toma e come: isto é o meu corpo,
Uma igreja renovada, povo santo reunido, que do trigo se faz pão. É refeição.
famílias restauradas pelo poder do Teu Espírito Na Eucaristia, o vinho se torna sangue:
verdadeira bebida, nossa alegria.
58. Como são belos
P. Jonas Abib 61. Ao partir do pão
Como são belos os pés do mensageiro Walmir Alencar
que anuncia a paz. Quem podia imaginar que aquela cruz
Como são belos os pés do mensageiro era só o começo de uma história de amor?
que anuncia o Senhor Comentavam com grande dor
Ele vive, Ele reina, Ele é Deus e Senhor. (2x) tudo que se passou
O meu Senhor chegou com toda glória: e jamais esperavam reencontrar o Senhor
vivo Ele está Aconteceu, sem mesmo esperar:
bem junto a nós seu corpo santo a nos tocar, Ele apareceu em meio aos discípulos
e Vivo eu sei: Ele está. a caminhar,
falava de amor e o som de voz
59. Senhor, se tu me chamas abrasava os seus corações, e diziam:
Luiz C. Susin Senhor, fica conosco!
Senhor, se Tu me chamas, É tarde e o dia declina.
eu quero te ouvir. Quase sem esperança
Se queres que eu te siga, partimos sem direção,
respondo: eis-me aqui. mas ao redor da mesa,
Profetas te ouviram se abriram os nossos olhos:
e seguiram tua voz, Te reconhecemos ao partir do pão.
andaram mundo afora Já não chores, Jerusalém!
e pregaram sem temor. A alegria voltou!
Seus passos tu firmastes Teu Senhor está vivo!
sustentando seu vigor. Ele ressuscitou!
Profeta tu me chamas:
vê Senhor, aqui estou.
Nos passos do teu Filho
toda igreja também vai
seguindo teu chamado
de ser santa qual Jesus.
Apóstolos e mártires
se deram sem medir.
Apóstolo me chamas:
vê Senhor, estou aqui.
Os séculos passaram,
não passou, porém tua voz
que chama ainda hoje,
que convida a te seguir.
Há homens e mulheres
que te amam mais que a si,
e dizem com firmeza:
82 vê Senhor, estou aqui.
62. Deixa a tua casa
Dalcides Biscalquin
Deixa a tua casa e os teus planos:
eis que eu te chamo para outra missão.
Sei que és tão jovem, sentes medo.
Mas estarei contigo e falarei em ti.
Eu te conheci!
Eu te consagrei!
Eu te envio a ser
profeta entre as nações. (2x)
Ouve a voz calada do meu povo,
vê o seu olhar banhado e lágrimas.
Fala que a injustiça já feriu demais
e quem se fartou não pode estar em paz.
Toca o coração da juventude,
sente o pulsar das suas emoções.
Canta a esperança
nas canções de amor,
conquista com carinho
as novas gerações.

63. Profeta da paz


P. Gildásio Mendes
Eu te carrego nos braços,
e estou onde sempre estás.
Eu te chamei pelo nome,
a seu tempo compreenderás.
Não temas nesta caminhada,
eu te acompanho onde vais.
Conduz os jovens na estrada,
conquista com eles a paz.
Eu te chamei, te consagrei.
Anuncia a minha palavra.
Eu te escolhi, te acompanhei,
dá tua vida a meu povo.
Eu te falei, te ensinei,
caminha com a juventude.
Eu te mostrei, te confiei,
acolhe os pequeninos.
Leva a esperança ao mundo;
canta que é tempo de amar.
Fala na voz das crianças,
a luz que há de sempre brilhar.
Tu és o pastor dessa gente.
Vai, meu profeta da paz:
Semeia com fé a semente.
A seu tempo compreenderás!

83

Você também pode gostar