Relatório 2017-2 - Modulador AM e Demodulador Por Envoltória - FINAL

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Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Departamento de Engenharia Elétrica


Disciplina de Princípios de Comunicação -
ENG04434

Modulador AM e Demodulador AM por


Envoltória

Alunos
Gustavo Friedrich - 243918
Renan Eltz - 243880

Porto Alegre, 17/12/2017


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 3

2 FUNDAMENTOS DE MODULAÇÃO/DEMODULAÇÃO EM AMPLITUDE 4


2.1 Modulação Double Sideband (DSB) 4
2.2 Tipos de Moduladores DSB 6
2.2.1 Modulador Multiplicador 6
2.2.2 Modulador Não-Linear 7
2.3 Modulação Single Sideband (SSB) 8
2.3.1 Demodulação de Sinais SSB 9
2.4 Modulação AM 10
2.4.1 Demodulação por Detecção de Envoltória 12

3. PROJETO DOS CIRCUITOS MODULADOR E DEMODULADOR AM 13


3.1 Modulador AM 13
3.2 Demodulador por Envoltória 15
3.2.1 Amplificador Sintonizado 16
3.2.2 Detecção por Envoltória 19
3.2.3 Filtro Ativo 20
3.3 Regulador de -8V 21

4. MONTAGEM DA PROTOBOARD 22

5. ANÁLISE DOS RESULTADOS 27


5.1 Modulador AM 27
5.2 Demodulador por Envoltória 30

6. ROTEIRO DE TESTES 33
6.1 Modulador AM e Demodulador por Envoltória 33

7. AVALIAÇÃO DAS MELHORIAS PROPOSTAS 39

8. COMENTÁRIOS FINAIS 40

9. REFERÊNCIAS 41

2
1 INTRODUÇÃO

Em transmissão de sinais para comunicação se utiliza de uma técnica conhecida como


modulação. A modulação consiste em “embutir” as características de um sinal (o sinal
modulante) em outro sinal (o sinal modulado, ou portadora).
Exemplificando: É possível transformar a voz em um sinal elétrico e transmiti-lo por um meio
(ondas de rádio pelo ar é a maneira mais conhecida e largamente utilizada até os dias de hoje)
para que ele seja recebido no seu destino. Tendo em vista que a voz humana é um sinal de baixas
frequências, seria necessária uma antena com um tamanho absurdo para o envio direto do sinal.
A modulação é uma ferramenta que resolve este problema. Se o sinal de voz é modulado em uma
frequência bem mais alta antes da transmissão pelo meio e demodulado no receptor, a antena
necessária pode ser do tamanho mais usual.
Além disso, outro fator importante é que a modulação permite a alocação de frequências,
diminuindo o efeito degradante do ruído e das interferências (definir a frequência da portadora e
portanto qual a faixa de frequência na qual o sinal será transmitido).
Uma maneira de se modular um sinal é “empacotar” sua informação na amplitude de uma
portadora de maior frequência, processo conhecido como modulação AM. A modulação AM
pode ser feita multiplicando o sinal pela portadora, deslocando o espectro de frequências da
banda básica para a banda de passagem. Para demodular o sinal podemos pensar na lógica
inversa, então, por meio de um deslocamento do espectro de frequência do sinal de volta para a
banda básica, multiplicando o sinal modulado por uma portadora local. Essa técnica é chamada
demodulação síncrona.
Outra maneira de demodular um sinal AM é por detecção de envoltória. Este é o processo
mais simples do ponto de vista da construção de um circuito e entendimento do processo, e
consiste em detectar a envoltória do sinal modulado, com um dispositivo não-linear (como um
diodo) e um filtro passa-baixas (filtro passivo, por exemplo, consistindo de um circuito RC) para
eliminação das altas frequências.
Neste semestre houve uma modificação no projeto em relação aos anteriores, os circuitos
demoduladores síncronos e assíncronos foram separados em 2 projetos individuais cada um. Este
relatório tem como objetivo descrever as etapas de projeto do demodulador por envoltória
(assíncrono) contando também com um novo bloco funcional, responsável pela modulação de
um sinal AM no estágio anterior à demodulação.

3
2 FUNDAMETOS DE MODULAÇÃO/DEMODULAÇÃO EM AMPLITUDE
Nesta parte do relatório serão apresentados alguns conceitos teóricos e matemáticos de
modulação e demodulação AM de sinais. A fundamentação teórica aqui exposta seguirá como
guia para o projeto ser desenvolvido.

2.1 Modulação Double Sideband (DSB)


A modulação por amplitude DSB é feita multiplicando o sinal modulador pela portadora,
tendo o sinal resultante (modulado) uma frequência igual a da portadora, com amplitude
modulado segundo o sinal que se deseja transmitir, conforme mostra a Equação 2.1.1 abaixo:
𝜑𝐷𝑆𝐵−𝑆𝐶 (𝑡) = 𝑚(𝑡) 𝑐𝑜𝑠(𝜔𝑐 𝑡) (2.1.1)
Onde m(t) é o sinal que contém a informação e cos(ωc t) é a portadora de frequência ωc . Para
visualizar o sinal m(t) no domínio da frequência, aplica-se a Transformada de Fourier, como
mostra a Equação 2.1.2.
𝑇𝐹
𝑚(𝑡) ⇔ 𝑀(𝜔) (2.1.2)
A partir da Equação 2.1.2, juntamente com a propriedade da modulação chega-se a Equação
2.1.3, que é a representação no domínio do tempo do sinal modulado.
𝑇𝐹 1
𝑚(𝑡) cos(𝜔𝑐 𝑡) ⇔ [𝑀(𝜔 + 𝜔𝑐 ) + 𝑀(𝜔 − 𝜔𝑐 )] (2.1.3)
2
Como podemos observar, o espectro de frequência do sinal m(t) é deslocado para a direita e
para a esquerda de ωc , duplicando sua largura de banda. Por outro lado, a amplitude do sinal cai
pela metade. A Figura 2.1.1 ilustra o processo de modulação e os espectros de frequência de m(t)
e de m(t) cos(ωc t).

Figura 2.1.1 - (a) Espectro de frequência de m(t); (b) Espectro de frequências de m(t)𝒄𝒐𝒔(𝝎𝒄 𝒕)

4
O espectro de frequências tem duas componentes, uma centrada em −ωc e outra em ωc . Cada
componente é subdividida em USB (Upper Sideband ou Banda Lateral Superior) e LSB (Lower
Sideband ou Banda Lateral Inferior).
A relação entre a largura de banda do sinal de informação 𝑚(𝑡) e a freqüência ωc da
portadora deve ser tal que ωc > 2𝜋𝐵 para que não ocorra a superposição entre o espectro
centrado em ωc e em −ωc . Caso ocorra a superposição, não é possível recuperar o sinal 𝑚(𝑡) do
sinal modulado.
A demodulação do sinal φDSB−SC (t) visa obter novamente o sinal m(t). Para isso, pode-se
multiplicar o sinal modulado por uma portadora local em sincronia de frequência e fase com a
portadora do transmissor. Este tipo de demodulação é denominada síncrona e um diagrama de
blocos do processo é mostrado na Figura 2.1.2.

Figura 2.1.2 - Diagrama de blocos do processo de demodulação síncrona.


As Equações 2.1.4 até 2.1.8 descrevem analiticamente o processo de demodulação síncrona,
onde o sinal modulado, dado por φDSB−SC (t) é multiplicado por uma portadora local, dada por
cos(ωc t), resultando no sinal 𝑒(𝑡).
𝑒(𝑡) = 𝜑𝐷𝑆𝐵−𝑆𝐶 (𝑡) 𝑐𝑜𝑠(𝜔𝑐 𝑡) , (2.1.4)
= 𝜑𝐷𝑆𝐵−𝑆𝐶 (𝑡) 𝑐𝑜𝑠(𝜔𝑐 𝑡) , (2.1.5)
1 1
= 𝑚(𝑡) 𝑐𝑜𝑠 2 (𝜔𝑐 𝑡) = 𝑚(𝑡) ( + 𝑐𝑜𝑠(2𝜔𝑐 𝑡)), (2.1.6)
2 2
1
= [𝑚(𝑡) + 𝑚(𝑡) 𝑐𝑜𝑠(2𝜔𝑐 𝑡)]. (2.1.7)
2
Assim
1 1
𝐸(𝜔) = 𝑀(𝜔) + [𝑀(𝜔 + 𝜔𝑐 ) + 𝑀(𝜔 − 𝜔𝑐 )] . (2.1.8)
2 4

5
A Equação 2.1.8 é a representação no domínio da frequência do sinal e(t). É possível notar
que o espectro de frequências de 𝑒(𝑡) contém três componentes, conforme ilustrado pela Figura
2.1.3.

Figura 2.1.3 - Espectro de frequências de 𝒆(𝒕)


O componente da Figura 2.1.3 centrado em zero representa o conteúdo de frequências do sinal
que foi modulado, m(t). No entanto, para eliminar os outros dois componentes é necessário
passar o sinal e(t) por um filtro passa baixas, conforme mostrado analiticamente pela Equação
2.1.9 e pela Equação 2.1.10.
1 (2.1.9)
̃ (𝑡) = 𝐹𝑃𝐵 { [𝑚(𝑡) + 𝑚(𝑡) 𝑐𝑜𝑠(2𝜔𝑐 𝑡)] }
𝑚
2
1
̃ (𝑡) = 𝑚(𝑡)
𝑚 (2.1.10)
2
1
Obtém-se então o sinal 𝑚(𝑡) ponderado por 2.

2.2. Tipos de Moduladores DSB


2.2.1 Modulador Multiplicador
Conforme apresentado na seção anterior, um sinal modulado em amplitude se dá pelo produto
no tempo do sinal modulador (m(t)) e da portadora de frequência ωc . Utilizando a propriedade
dos logaritmos
𝑙𝑜𝑔(𝑎) + 𝑙𝑜𝑔(𝑏) = 𝑙𝑜𝑔(𝑎 ⋅ 𝑏), (2.2.1.1)

o produto dos dois sinais pode ser obtido fazendo uma operação antilogarítmica na soma dos
seus logaritmos, conforme ilustrado na Figura 2.2.1.1 abaixo:

6
Figura 2.2.1.1 - Diagrama de blocos do multiplicador de sinais.
É difícil porém manter a linearidade em circuitos logarítmicos, pois para sinais com várias
componentes de frequência a resposta em frequência do circuito (logarítmico ou antilogaritmico)
varia. Circuitos multiplicadores tendem a ser caros, sendo melhor evitá-los se possível.

2.2.2 Modulador Não-Linear


Um sistema não linear cuja saída 𝑦(𝑡) se relaciona com a entrada 𝑥(𝑡) conforme abaixo
𝑦(𝑡) = 𝑁𝐿{𝑥(𝑡)} . (2.2.2.1)
O mesmo pode ser expresso por uma série de potencias truncada no segundo termo, ou seja
𝑦(𝑡) = 𝑎𝑥(𝑡) + 𝑏𝑥 2 (𝑡) . (2.2.2.2)
Considerando o diagrama de blocos da Figura 2.2.2.1, segue que
𝑧(𝑡) = 𝑁𝐿{𝑥1 (𝑡)} − 𝑁𝐿{𝑥2 (𝑡)} (2.2.2.3)
𝑥1 = 𝑐𝑜𝑠(𝜔𝑐 𝑡) + 𝑚(𝑡) (2.2.2.4)
𝑥2 = 𝑐𝑜𝑠(𝜔𝑐 𝑡) − 𝑚(𝑡) (2.2.2.5)
Após algumas manipulações algébricas, obtemos
𝑧(𝑡) = 2𝑎𝑚(𝑡) + 4𝑏𝑚(𝑡) 𝑐𝑜𝑠(𝜔𝑐 𝑡) (2.2.2.6)
onde
𝜑𝐷𝑆𝐵−𝑆𝐶 (𝑡) = 4𝑏𝑚(𝑡) 𝑐𝑜𝑠(𝜔𝑐 𝑡) (2.2.2.7)

Figura 2.2.2.1 - Diagrama de blocos de um modulador não linear.

7
2.3 Modulação Single Sideband (SSB)
A modulação AM comum e a modulação DSB resultam num desperdício de banda, pois
ambas necessitam o dobro da largura de banda do sinal modulador para serem transmitidas,
conforme ilustrado pela Figura 2.3.1.

Figura 2.3.1 - Modulação SSB

Como ambas as partes superior (Upper Sideband) e inferior (Lower Sideband) possuem a
informação completa do sinal de mensagem, é necessário apenas um lado de banda para a
transmissão da informação. Quando apenas um lado de banda é transmitido, a modulação é
chamada de Single Sideband (SSB).
A Figura 2.3.2 ilustra comparativamente o espectro de frequência dos sinais na modulação
SSB e DSB.

8
Figura 2.3.2 - Comparação do espectro de frequências dos sinais para DSB e SSB

A vantagem da modulação SSB é a redução da largura de banda necessária, mas as principais


desvantagens são o custo e a complexidade de implementação.
2.3.1 Demodulação de Sinais SSB
A demodulação de sinais SSB pode ser feita através de um detector síncrono, como o
utilizado na demodulação DSB. É preciso então multiplicar o sinal modulado SSB, xSSB (t), por
uma portadora local e passar o sinal resultante por um filtro passa baixas para eliminação das
componentes de frequências indesejadas. Uma ilustração do processo é mostrada na Figura
2.3.1.1.

9
Figura 2.3.1.1– Demodulação de Sinais SSB

2.4 Modulação AM
A modulação DSB-SC apresenta algumas desvantagens. Ela requer uma banda de passagem
que seja, no mínimo, o dobro daquela que ocupa a mensagem em si. Além disso, é necessário
que o receptor seja capaz de gerar uma portadora em sincronismo de fase e frequência com a
portadora gerada no transmissor. O circuito de demodulação pode tornar-se caro e complexo.
Na modulação AM, uma portadora de alta potência 𝐴𝑐𝑜𝑠(𝜔𝑐 𝑡) é transmitida juntamente com
a portadora modulada pela informação, o que elimina a necessidade de uma portadora de mesma
frequência e em fase no receptor. A energia utilizada, no entanto, para gerar essa portadora
adicional pode ser bastante custosa. Em uma comunicação PTP (point-to-point), a complexidade
dos circuitos receptores se faz justificada para a utilização de modulação DSB, pois poderíamos
ter maiores gastos com energia de uma portadora adicional. Entretanto, em comunicações
Broadcast com múltiplos receptores, é mais econômico ter um único transmissor de alta potência
e vários receptores simples de baixo custo.
O sinal AM transmitido é dado pela Equação 2.4.1, onde φDSB−SC (t) pode ser substituído por
𝑚(𝑡) 𝑐𝑜𝑠(𝜔𝑐 𝑡), e colocando termos em evidência, segue que
φAM (t) = 𝐴 𝑐𝑜𝑠(𝜔𝑐 𝑡) + 𝜑𝐷𝑆𝐵−𝑆𝐶 (𝑡) , (2.4.1)
= 𝐴 + 𝑚(𝑡)] 𝑐𝑜𝑠(𝜔𝑐 𝑡) . (2.4.2)
em que A é a amplitude da portadora não modulada. Aplicando Transformada de Fourier no sinal
φAM (t), temos o par Fourier mostrado na Equação 2.4.3.
𝑇𝐹 1
𝜑𝐴𝑀 (𝑡) ⇔ [𝑀(𝜔 + 𝜔𝑐 ) + 𝑀(𝜔 − 𝜔𝑐 )] + 𝜋𝐴[𝛿(𝜔 + 𝜔𝑐 ) + 𝛿(𝜔 − 𝜔𝑐 )] . (2.4.3)
2

10
A Figura 2.4.1 ilustra a influência da amplitude da portadora no processo de modulação e
demodulação AM.

Figura 2.4.1 - Processo de modulação AM

O sinal 𝑚(𝑡) é acrescido de um nível DC e então modula a portadora. É importante notar, no


entanto, que a constante A ao ser acrescida em 𝑚(𝑡) deve ser grande o suficiente para que a
envoltória não assuma valores menores que zero, caso contrário o sinal demodulado sofrerá uma
distorção significativa. Dessa forma deve-se obedecer a condição da Equação 2.4.4.
(2.
𝐴 + 𝑚(𝑡) ≥ 0, ∀𝑡
4.4)
Definindo-se mp como sendo o máximo valor absoluto do sinal modulador 𝑚(𝑡), será o
mínimo valor o qual a amplitude da portadora de alta potência poderá assumir. De maneira mais
genérica, a detecção de envoltória deve satisfazer a condição da Equação 2.4.5. O índice de
modulação é então definido como mostra a Equação 2.4.6.
𝑚𝑝
0≤ ≤ 1, (2.4.5)
𝐴𝑐
𝑚𝑝
µ= . (2.4.6)
𝐴𝑐

11
2.4.1 Demodulação por Detecção de Envoltória
Para demodular um sinal AM pode-se utilizar um circuito bastante simples, composto apenas
de um diodo, um resistor e um capacitor (compondo um filtro RC), ilustrado na Figura 2.4.1.1. O
diodo retifica o sinal, enquanto o capacitor mantém a tensão do sinal retificado e se descarrega
lentamente pelo resistor, resultando num sinal com o formato da envoltória do sinal que foi
recebido (o sinal modulado).
A utilização desse circuito implica na inserção de ripple, devido ao capacitor e de um nível
DC no sinal, que devem posteriormente ser eliminados para diminuir a distorção. Esta topologia
será usada como ponto de partida para o projeto do demodulador.

Figura 2.4.1.1 - Demodulador por detecção de envoltória

Como pode ser observado na imagem acima, há uma faixa de valores da constante RC em que
o demodulador opera de maneira apropriada. Se a constante RC for muito alta, a carga e
descarga do capacitor não será rápido o suficiente para companhar a envoltória do sinal, já se a
constante RC for muito baixa ela tenderá a acompanhar a própria portadora modulada em
amplitude e não a envoltória.
Temos então que a constante RC deve satisfazer a seguinte desigualdade:

12
1 1
<< 𝑅𝐶 << (2.4.1.1)
𝑓𝑐 𝑊
Onde fc é a frequência da portadora e W é a maior componente de frequência presente no sinal
modulador.

3 PROJETO DOS CIRCUITOS MODULADOR E DEMODULADOR AM


O projeto dos circuitos demoduladores, foi realizado com base nos conceitos apresentados no
capítulo anterior com a ajuda de simulações no software Multisim 14.0 da National Instruments,
além de desenvolvimento matemático realizado no programa Wolfram Mathematica® e também
algumas simulações matemáticas no programa MATLAB® e os projetos dos filtros foram feitos
com o auxílio do programa FilterWizard da Analog Devices.

3.1 Modulador AM

O bloco de modulação AM-DSB foi realizado a partir do chip MC1496. O chip se trata
de um multiplicador de quatro quadrantes, que pode desempenhar diferentes papéis de acordo
com a topologia utilizada. A figura 3.1.1 mostra a pinagem do chip.

Figura 3.1.1 – Pinagem do chip MC1496.

A topologia adotada foi baseada na proposta pelo datasheet da On Semiconductors, com


algumas adequações para utilização de componentes com valores comerciais, ajuste do ganho de

13
saída e da faixa de índices de modulação para o qual o modulador opera. A figura 3.1.2 mostra a
topologia proposta pelo fabricante.

Figura 3.1.2 – Modulador AM proposto pelo fabricante.


A figura 3.1.3 contém o esquemático do circuito implementado. Através potenciômetro
R3 é possível o ajuste do índice de modulação do circuito. Para obtenção do sinal modulado foi
escolhida a saída 12 do pino. Observa-se que a saída 6 também poderia ser escolhida, resultando
porém, em um sinal oposto ao da saída 12.

14
Figura 3.1.3 – Esquemático do Circuito Modulador AM.

3.2 Demodulador por Envoltória

Os princípios deste tipo de demodulador já foram discutidos anteriormente, portanto


nosso objetivo aqui é estudar o projeto referente à implementação deste circuito. Podemos
dividí-lo de uma maneira bastante simplificada em 3 blocos. Como mostra a Figura 3.2:

Figura 3.2 – Diagrama de blocos do Sistema.

15
Agora vamos tratar de cada um dos 3 blocos individualmente para termos um melhor
entendimento do circuito proposto.

3.2.1 Amplificador Sintonizado

Considerando um sistema Heteródino, até o estágio de frequência intermediária, o sinal ainda


chega muito fraco. Para que possa ser utilizado pelas etapas seguintes, esse sinal é filtrado e
amplificado por um filtro passa-faixa sintonizado em 455 kHz. Em outras palavras, apenas o que
realmente interessa e que foi selecionado por este estágio será amplificado, diminuindo a
presença de ruídos ou interferências. Em nosso projeto utilizaremos uma topologia utilizando um
transistor de junção bipolar. Podemos notar segundo a Figura 3.2.1.1 que um único circuito
ressonante LC sintonizado na frequência desejada. Na prática este filtro LC é implementado por
um Transformador de FI, como mostram as Figuras 3.2.1.2 e 3.2.1.3. Ele possui uma
característica muito interessante para o projeto que é a possibilidade de variarmos manualmente
sua indutância e, com isso, encontrarmos o ponto de ressonância para a frequência da portadora.
Assim, como a frequência é de 455KHz, o transformador deixará passar esse sinal com a
máxima amplitude, se ajustarmos sua indutância para que haja ressonância nessa frequência. Na
Figura 3.2.1.4 temos o diagrama esquemático deste tipo de bobina. Portanto este elemento é um
transformador com um capacitor de sintonia, que vem dentro dele. Basicamente, em um lado do
transformador, no primário, temos um circuito LC de sintonia e no secundário você tem a
conversão da impedância para baixo. De acordo com o datasheet (temos um modelo equivalente
ao 42IF101, que foi usado como referência), a impedância do primário é 60kOhms, considerada
alta e a do secundário é 600 Ohms. Ele está sintonizado para 455kHz +-3%, ou seja, aí está o
fator de qualidade do circuito LC. Então, ele sintoniza o ganho e ao mesmo tempo converte a
impedância para baixo na saída. Como o VCC deve ser conectado no pino 2 e o pino 3 ficar em
aberto, pode causar confusão para entender. É como se fosse um LC normal, só que com 3 pinos
e uma transformação de impedâncias para baixo no secundário. É como se você tivesse um
indutor entre o coletor e o VCC de 70 espiras, um capacitor do coletor para outro indutor2. E
este indutor2 está entre o capacitor e o VCC.

16
Figura 3.2.1.1 – Amplificador sintonizado.

Figura 3.2.1.2 - Ilustração de um transformador de FI

Figura 3.2.1.3 – Imagem de uma bobina de FI amarela

17
Figura 3.2.1.4 – Diagrama de uma bobina de FI.

O valor do capacitor é dado: C = 180 pF e do inductor do primário (que está junto ao


capacitor) também: L = 680 uH. Perceba que a frequência de ressonância bate com 455kHz,
pois:

1
𝑓 = 2𝜋 = 455,1𝑘𝐻𝑧 (3.2.2.1)
√𝐿𝐶

Lembre-se que a impedância que vamos ter entre o coletor e o VCC é de 60kOhms. E na saída
para o diodo 600 Ohms. Após este breve comentário sobre o transformador de FI, e sua
funcionalidade no circuito, podemos analisar este amplificador sintonizado como um
amplificador emissor comum. O que pode nos proporcionar um ganho bastante elevado.
Sabemos que o sinal demodulado pode variar em amplitude conforme o sinal modulado
recebido, dependendo da potência do sinal transmitido e das atenuações causadas pelo meio de
propagação. Ao receber sinais de diferentes emissoras por exemplo (diferentes sinais modulados)
pode haver variações exageradas na intensidade do sinal sonoro demodulado. Essas variações
atingem até 60dB e, para corrigir isso, os demoduladores por envoltória devem conter um
circuito de ganho automático. Um diagrama de um circuito deste tipo é mostrado na Figura
3.2.1.5.

Figura 3.2.1.5 - Circuito para controle automático de ganho

18
No caso do detector de envoltória para AM, pode-se observar que a tensão média contínua na
saída do detector é proporcional à amplitude da portadora de RF. Esta tensão pode ser usada para
reduzir o ganho dos estágios amplificadores de RF, de modo a estabilizar a amplitude do sinal a
ser demodulado.
No esquema da Figura 3.2.1.5, a tensão de controle 𝑉𝐶𝐴𝐺 é separada da saída do detector por
um filtro passa-baixas de primeira ordem e realimentada para estágios amplificadores. Nestas
condições, o ganho do receptor será máximo quando 𝑉𝐶𝐴𝐺 = 0 (sem sinal) e será reduzido à
medida que aumentar o sinal recebido. A função do filtro passa-baixas é fazer com que o ganho
varie apenas em função da amplitude da portadora e não com o sinal de áudio demodulado, o que
causaria distorção no sinal.
No circuito da Figura 3.2.1.1, o sinal que está em out volta para a base do transistor, o qual é
responsável pelo ganho do sinal. O ganho do transistor para análise AC é dado pela Equação
3.2.2.2, onde 𝑣𝑖𝑛 e 𝑣𝑜𝑢𝑡 são dados pela Equação 3.2.2.3 e 3.2.2.4, respectivamente.
𝑣𝑜𝑢𝑡
𝐴= , (3.2.2.2)
𝑣𝑖𝑛
𝑣𝑖𝑛 = 𝑖𝑒 𝑟𝑒′ , (3.2.2.3)
𝑣𝑜𝑢𝑡 = −𝑖𝑒 𝑅𝑐 . (3.2.2.4)

Onde 𝑖𝑒 é a corrente AC no emissor do transistor Q1, 𝑟𝑒 ′ é a resistência dinâmica para o


emissor do transistor Q1 em AC, que muda conforme 𝐼𝐸 (corrente CC do emissor) e 𝑅𝑐 é a
resistência no coletor do transistor Q1. Fazendo-se a substituição, chega-se na Equação 3.2.2.5,
que representa o ganho do transistor Q1.
𝑅𝑐
𝐴= − . (3.2.2.5)
𝑟𝑒 ′
Assim, sempre que 𝐼𝐸 (corrente CC no emissor) variar, devido a uma modificação na corrente
da base do transistor, decorrente da realimentação, 𝑟𝑒 ′ varia junto e diminui o ganho A. O que
garante a variação de 𝐼𝐸 é o capacitor de 82𝑛𝐹 na realimentação, o qual mantém uma tensão
alternada nele, o que faz modificar a tensão na base do transistor.

3.2.2 Detecção por envoltória


Ainda na Figura 3.2.1.1 temos a parte de detecção. Esta etapa é realizada por um dispositivo
não linear, o diodo, que basicamente consiste em retificar o sinal, já que a informação somada à
um nível DC está contida totalmente na envoltória do sinal. Como o capacitor da realimentação

19
em corrente contínua é modelado como uma chave aberta, o circuito acima é válido. O
transformador de FI por sua vez funciona como um fio entre o +12𝑉 e o coletor do transistor
quando em CC. Assim, é possível calcular a tensão na base do transistor e a resistência
equivalente vista por este ponto, conforme mostram as Equações 3.2.2.6 e 3.2.2.7,
respectivamente, também podemos encontrar seu ponto de polarização.
(𝑉𝑐𝑐 − 𝑉𝑃 )(𝑅4 − 𝑅7 ) + 𝑉𝑃
𝑉𝑏𝑎𝑠𝑒 = = 1,55𝑉 , (3.2.3.1)
𝑅3 + 𝑅4 + 𝑅7
𝑅3 (𝑅4 + 𝑅7 )
𝑅𝑡ℎ = = 32,7KΩ . (3.2.3.2)
𝑅3 + 𝑅4 + 𝑅7
Logo, a corrente que passa pelo diodo é de 47µA, suficiente para polariza-lo com uma tensão
de 0,4V.
Como visto anteriormente temos a condição dada pela equação 2.4.1.1 para a constante RC.
Visto que o resistor referente à demodulação é o R19 de 33kΩ, o capacitor é C7 de 10nF, a
frequência da portadora é de 455kHz e o sinal modulador é uma senoide de 1kHz temos:
1 1
3
<< (33 × 103 ) ∙ (10 × 10−9 ) << (3.2.3.3)
455 × 10 1000
2,2 × 10−6 << 3,3 × 10−4 << 1 × 10−3 (3.2.3.4)

Verificando então que a constante RC satisfaz a desigualdade.

3.2.3 Filtro Ativo


Na sequência temos um filtro para coletarmos a informação que agora está contida na banda
base. Este filtro é composto de um estágio passa-baixa para filtrar harmônica de mais altas
frequências seguido de um estágio amplificador para aumentar a amplitude do sinal demodulado
na saída.

Figura 3.2.3.1 – Filtro para informação.

20
3.3 Regulador de -8V

Para o funcionamento do chip MC1496 na topologia adotada se fez necessário uma


alimentação de -8V em corrente contínua, conforme indica a figura 3.1.2 e 3.1.3. Utilizou-se o
CI LM337 para obtenção de tal nível de tensão através de uma alimentação negativa de -12V. O
circuito adotado foi baseado no circuito encontrado no datasheet do fabricante Texas
Instruments, conforme mostra a figura 3.3.1. A equação 3.3.1 rege o funcionamento do circuito,
onde no circuito em questão tem-se que R1 = 120 Ω.

Figura 3.3.1 – Circuito regulador de tensão negativa.

𝑅
𝑉𝑜𝑢𝑡 = −1,25 (𝑅2) (3.1.3)
1

Adotou-se os seguintes valores implementação do regulador: R1 = 150 Ω e R2 = 820 Ω.

21
Figura 3.3.2 – Simulação do regulador de tensão negativa mostrando a tensão de saída.

4 MONTAGEM DA PROTOBOARD
Devido aos custos necessários para a montagem do circuito em uma placa de circuito
impressa foi optado pela montagem em protoboard.
As alimentações a serem fornecidas para a protoboard são de -12V, GND e +12V. Um
regulador de tensão negativa se encarrega de fornecer a tensão de -8V necessária ao modulador.
Cada cor de fio representa alguma função, indicando sua utilidade, sendo estas:
 Vermelho: Realiza as ligações de +12V.
 Preto: Realiza as ligações do terra (0V).
 Verde: Realiza as ligações de -12V.
 Branco: Realiza as ligações de -8V.
 Azul: Realiza as ligações do bloco modulador.
 Marrom Avermelhado: Liga a saída do CI modulador à entrada do buffer.
 Amarelo: Realiza as ligações do estágio de demodulação.
 Laranja: Realiza as ligações do filtro ativo passa-baixas.

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Está indicado na figura 4.1 as trilhas de alimentação, mostrando cada ponto da trilha e a sua
tensão de alimentação sendo as cores utilizadas de acordo com a lista citada acima. Nota-se que
na protoboard há uma descontinuidade na metade da trilha de alimentação, o que permite que se
utilize uma tensão para uma metade, e outra tensão para a outra metade. Estão indicados também
através de circulos coloridos com preenchimento branco as principais entradas e saídas do
circuito.

Figura 4.1 – Indicação de alimentação, pontos de entrada e saída

23
Figura 4.2 - Esquemático dos demodulador por envoltória

Figura 4.3 – Identificação dos Blocos na Protoboard

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O bloco da demodulação não aparece por completo na figura 4.3, pois a bobina de FI
esconde o diodo e o capacitor responsáveis pela demodulação do sinal, portanto é indicado na
figura 4.3 estes 2 componentes através de uma foto de outro ângulo.

Figura 4.4 – Identificação do capacitor e resistor responsáveis pela demodulação

Abaixo os componentes estão identificados conforme a numeração apresentada no


esquemático de simulação do Multisim. Assim como a identificação dos blocos, também foi
necessário duas imagens para identificar o diodo e o capacitor do demodulador. Há um capacitor
eletrolítico utilizado para estabilizar a alimentação colocado entre +12V e GND que não consta
no esquemático de simulação, portanto não foi numerado na imagem abaixo.

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Figura 4.5 – Numeração e identificação dos componentes

Figura 4.6 – Identificação de C7 e D1

Nota-se que o resistor R19 é ao mesmo tempo responsável pela realimentação do circuito
polarizador do diodo (atuando em DC) e o resistor do circuito demodulador (atuando em AC).

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Tabela 4.1 – Lista de componentes para o Modulador/Demodulador AM

Quantidade Referência Valor


4 C1-C2-C4-C5 100nF
5 C3-C7-C8-C9-C10 10nF
1 C6 82nF
1 Q1 BC338
2 R1,R2 680
2 R4,R5 47
1 R6 8,2k
1 R7 6,8k
1 R8 56
3 R9,R10,R14 1k
1 R11,R12 3,9k
1 R15 10k
1 R16 680k
1 R17 470
1 R18 4.7k
1 R19 33k
1 R20 82k
2 R21, R24 12k
1 R22 15k
1 R23 1,5k
2 TL082CP TL082
1 U1 MC1496
1 42IF101 Bobina FI
1 D1 1N4148

5 ANALISE DE RESULTADOS
Uma vez concluída a montagem do circuito em protoboard, foi executado uma rodada de
verificação dos sinais presentes em alguns pontos do circuito. Estes sinais foram analisados
comparativamente com suas contrapartes presentes nos modelos dos circuitos simulados no
software Multisim 14.0.

5.1 Modulador AM

Entrando com um sinal modulador de 140mVpp e frequência 1kHz e uma portadora de


550mVpp e 455kHz no bloco modulador foi obtido o sinal modulada abaixo.

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Figura 5.1.1 – Saída do Bloco Modulador

Pode-se facilmente calcular o índice de modulação utilizando o valor de pico da


envoltória superior (cursor 1) e o valor mínimo da envoltória superior (cursor 2) com a equação
abaixo:
𝑉𝑚á𝑥 − 𝑉𝑚𝑖𝑛 41,6 − 24,0
µ= = = 27% (5.1.1)
𝑉𝑚á𝑥 + 𝑉𝑚𝑖𝑛 41,6 + 24,0

Ajustando o potenciômetro podemos alterar o índice de modulação, fazendo alguns


ajustes foi obtida o sinal modulado da figura 5.1.2, para obter uma melhor precisão no cálculo do
índice de modulação a escala de tensão foi aumentada para que se utilizasse valores mais
precisos de tensão máxima e mínima da envoltória.

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Figura 5.1.2 – Saída do Bloco Modulador Após Ajuste no Potenciômetro

Novamente é possível calcular o índice de modulação AM da forma:


𝑉𝑚á𝑥 − 𝑉𝑚𝑖𝑛 44,4 − 29,6
µ= = = 20% (5.1.2)
𝑉𝑚á𝑥 + 𝑉𝑚𝑖𝑛 44,4 + 29,6

Figura 5.1.3 – Simulação do sinal na sáida do estágio modulador


Utilizando a equação anterior verifica-se que o índice de modulação AM da onda
simulada é de 30%, sendo o Vmáx o valor de y2 no cursor e o Vmin o valor de y1 no cursor.

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5.2 Demodulador por Envoltória

Primeiramente foi utilizado o sinal modulado obtido do bloco modulador e posteriormente um


sinal modulado diretamente do gerador de funções.
 Utilizando sinal do bloco modulador:
Medindo o sinal logo após a demodulação, antes do filtro passa-baixas obtemos o que está
mostrado na figura 5.2.1

Figura 5.2.1 - Sinal obtido logo após a demodulação

Figura 5.2.2 – Sinal obtido no estágio final, após o filtro passa-baixas

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Figura 5.2.3 – Espectro de magnitude do sinal no estágio final

Após realizar os testes do circuito utilizando a onda gerada pelo modulador, foi utilizado o
gerador de funções para gerar uma onda AM modulada com 30% de índice de modulação e
220mVpp colocando este sinal então na entrada do buffer do circuito e desconectando a saída do
modulador.
 Utilizando sinal modulado do gerador de funções:
A saída do estágio final do circuito está mostrada na figura abaixo:

Figura 5.2.4 – Sinal obtido no estágio final, após o filtro passa-baixas utilizando uma onda
modulada do gerador

31
Figura 5.2.5 – Espectro de magnitude do sinal no estágio final utilizando onda modulada do
gerador

Figura 5.2.6 – Sinal modulador (azul) e sinal demodulado filtrado (verde) simulados

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6 ROTEIRO DE TESTES
Esta seção apresenta os procedimentos de testes e os resultados obtidos para o circuito
modulador e demodulador AM, para tal foram utilizados o Gerador de Funções da RIGOL DG
1022 e o osciloscópio modelo TEKTRONIX TDS 2024B. Para a alimentação do circuito foi
utilizada a fonte MINIPA na configuração simétrica para fornecer +12V e -12V.
Será necessário 3 cabos do tipo banana-protoboard para a alimentação do circuito e 3 cabos
com um terminal BNC e outro terminal para protoboard para conexão do gerador de funções e
do osciloscópio.

6.1 Modulador AM e Demodulador por Envoltória


Procedimento
1. Alimentar a protoboard com +12V, GND e -12V nos locais apropriados, como indicado na
figura 4.1
2. Ajustar os canais do gerador de funções:
a. Canal 1: Sinal senoidal de 455kHz e 350mVpp
b. Canal 2: Sinal senoidaal de 1kHz e 100mVpp

3. Conectar o Canal 1 do gerador no capacitor de 100nF que segue para o pino 10 do MC1496
(entrada da portadora do CI modulador) como indicado na figura 4.1.

4. Conectar o Canal 2 no pino 1 do MC1496 (entrada da moduladora do CI modulador) como


indicado na figura 4.1.

5. Ligar os dois canais do gerador e medir o sinal modulado na saída do bloco de modulação no
pino através do capacitor de 100nF conectado ao pino 6 do MC1496 como indicado na figura
4.1.

6. Medir o sinal após o buffer de entrada do estágio demodulador, que deve ser idealmente
idêntico ao sinal na saída do bloco de modulação. Ajustar o potenciômetro para variar o
índice de modulação do sinal. Nas imagens 6.1.1 e 6.2.2 está exemplificado um aumento do
índice de modulação conforme o potenciômetro é ajustado.

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Figura 6.1.1 – Sinal modulado na saída do buffer

Figura 6.1.2 – Sinal modulado na saída do buffer com maior índice de modulação

7. Medir o sinal após o demodulador, antes do filtro passa-baixas na saída. Já deve ser
observada um sinal senoidal de 1kHz.

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Figura 6.1.3 – Sinal recém demodulado

8. Medir o sinal na saída do filtro Passa-Baixas, que deve apresentar um sinal mais limpo que o
sinal observado antes do filtro.

Figura 6.1.4 – Sinal demodulado e filtrado (escala diferente da imagem anterior)

35
9. Ajustar o osciloscópio para mostrar o espectro de frequência do sinal medido.

Figura 6.1.5 – Espectro de magnitude do sinal no estágio final

10. Desligar os canais do gerador e a alimentação, e ajustar o gerador para gerar uma onda
modulada:
a. Deixar a frequência do canal 1 em 455kHz, e ajustar a amplitude para
250mVpp;
b. Pressionar a tecla Mod do gerador enquanto o canal 1 estiver selecionado,
ajustar o índice de modulação para 30% e a frequência do sinal modulador para
1kHz.

11. Desconectar a saída do modulador da entrada do buffer, retirando o fio que faz a conexão.

12. Conectar o Canal 1 do Gerador que contém a onda modulada no pino 3 do TL082 (entrada
positiva do buffer de entrada).

13. Medir a saída do demodulador na entrada do filtro Passa-Baixas.

14. Medir o sinal na saída após o filtro Passa-Baixas.

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Figura 6.1.6 – Sinal obtido no estágio final, após o filtro passa-baixas utilizando uma onda
modulada do gerador

15. Ajustar o tap da bobina FI para variar a amplitude do sinal demodulado

Figura 6.1.7 – Sinal após ajuste na Bobina de FI

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16. Ajustar o osciloscópio para mostrar o espectro de frequência do sinal medido na saída do
filtro.

Figura 6.1.8 – Espectro de magnitude do sinal

Repetindo a figura 4.1 para fins de praticidade:

Figura 4.1 – Indicação de alimentação, pontos de entrada e saída

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7 AVALIÇÃO DAS MELHORIAS PROPOSTAS
Melhorias Propostas:

1. Realizar um método mais preciso de confecção da placa: Fresar a placa;

2. Fazer uma placa dupla face (plano terra de um lado e place VCC de outro);

3. Colocar todas as entradas e saída do circuito como BNC para evitar mal contatos e
também ficar mais destacado na placa os pontos de entrada e saída;

4. Implementação de um bloco modulador via portadora externa através do chip MC1496.

5. Alterar o layout da placa de modo a facilitar a compreensão visual do CKT. Proposta:


Alterar a adesivagem atual, divindo o bloco “Modulador de Envoltória” em dois blocos
denominados “Amplificador Sintonizável” e “Detector de Envoltória”.

6. Dividir o bloco “Descolador de Envoltória” descrito na placa em 2 partes na confecção


do adesivo: Uma com a parte da demodulação (diodo, resistor e capacitor) e outra com o
estágio amplificador até a bobina FI.

7. Exclusão do estágio de potência do filtro (conforme acordado com Prof.)

Melhorias Efetuadas:

1. Implementação de um bloco modulador via portadora externa através do chip MC1496.

2. Exclusão do estágio de potência do filtro (conforme acordado com Prof.)

Em relação à melhoria n°5, embora não tenha sido possível aplicá-la visto que o circuito
foi montado em protoboard, na seção de Montagem da Protoboard foi realizada uma
identificação do estágio de Amplificador Sintonizável e Demodulador por Envoltória de
forma separada, embora o resistor R19 seja comum de ambos os estágios.

Comentários:

Devido ao excelente funcionamento do CKT haviam poucas melhorias funcionais a


serem efetuadas de modo que a maioria das propostas envolviam a melhoria estética da placa.
Devido a não confecção da placa tais melhorias não puderam ser efetuadas.

Um melhoria proposta pelo grupo foi a adição de um bloco de modulação, que se trataria
de uma nova funcionalidade do CKT. A implementação em hardware do novo bloco se mostrou
extramente satisfatória e atendeu aos requisitos desejados, fornecendo em conjunto com o bloco

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demodulador já existente, um bom sinal demodulado. O bloco modulador por se tartar de uma
primeira implementação possui melhorias funcionais a serem efetuadas. Tais melhorias seriam:

● Adição de um oscilador, que permitiria a utilização de uma portadora local para efetuar
a modulação.

Num contexto geral o grupo entende que o circuito atendeu de forma satisfatória, ainda que
montado em uma protoboard, os requisitos desejados, que são a obtenção de uma onda modulada
via uma portadora externa ao circuito e a devida demodulação de tal onda ou de uma onda
modulada externa.

8 COMENTÁRIOS FINAIS

As implementações em hardware dos sistemas de comunicação estudados ao longo da


disciplina possuem um caráter importante na formação do futuro profissional de engenharia. O
desenvolvimento teórico de tais sistemas é altamente abstrato e matematicamente complexo,
nesse sentido o projeto proporcionou um melhor entendimento teórico por parte dos alunos e
uma visualização prática de como os sistemas físicos de comunicação se comportam e quais as
medidas e cuidados que devem ser tomados para o desenvolvimento dos mesmos.

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9 REFERÊNCIAS
[1] Carlson, A. Bruce – Communication Systems: An Introduction to Signals and Noise in
Electrical Communications – 1968;

[2] Lathi, B. P. – Modern Digital &Analog Communication Systems – 1983;

[3] Relatório “Modulador/Demodulador AM-DSB com CHIP MC1496” de 2014/2 dos


integrantes Ramede Justo e Bruno Tondin.

[4] Relatório “Demodulador Síncrono e por Envoltória AM/DSB/SSB” de 2016/2 dos


integrantes Felipe Kalisnki Ferreira, Fernando Ferreira e Rafael Paz Oliveira.

[5] Hoefel, Roger - Material da Disciplina de Princípios de Comunicação.

[6] Datasheet do transistor BC338

[7] Datasheet do CI MC1496

[8] Datasheet do CI TL082

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