Jornal Ecoestudantil N.º 33 Junho 2019
Jornal Ecoestudantil N.º 33 Junho 2019
Jornal Ecoestudantil N.º 33 Junho 2019
Olimpíadas da Economia
A Economia da Felicidade
Página 2
ENSINO BÁSICO
Escola Básica 2/ 3 Dom Paio Peres Correia
Aprender dentro e fora da escola
Por Ângela Moreira (Professora do Grupo Disciplinar 220 — Português e Inglês)
Durante o mês de
novembro, as turmas PCA3 e
PIEF assistiram a ações de
Informação e Sensibilização
sobre VIH/SIDA e Sexualida-
de Responsável. Estas
foram dinamizadas pelo
No dia 18 de outubro, a Movimento de Apoio à Proble-
turma PIEF, acompanhada pelo mática da Sida (MAPS), cujos
diretor de turma, professor Fer- temas abordados estão no
nando Afonso, a técnica de âmbito das problemáticas do
intervenção local (TIL), Sandra VIH/Sida, sexualidade.
Cabrita, e a professora Ângela No início, os alunos
Moreira, realizou a atividade estavam um pouco inibidos
Percursos interpretativos na devido à linguagem que as
formadoras permitiram que
fosse usada, mas o balanço
No dia 9 de outubro, os final foi positivo e do agrado
alunos da turma PCA3, acom- de todos.
panhados pela professora de
Português, Mónica Gonçalves,
e pela diretora de turma,
Ângela Moreira, dirigiram-se
ao Centro de Ciência Viva,
das 14:30 às 15:20, para a ati-
vidade OVONAUTA. Esta
consistiu na construção e oti-
mização de uma cápsula para
transportar um ovo. No final Ribeira do Alportel e da Assê-
da atividade, este foi lançado ca.
de uma altura de 12 metros. A Oferta Educativa do Ficaram agendadas para
Centro Ciência Viva de Tavira, o segundo período duas
para 2018-2019, contempla, novas sessões, desta vez
entre outros, o projeto Por este sobre toxicodependência.
rio acima: Património Natural Nessas sessões pretende-se
e Água. Este promove o conhe- desenvolver, fomentar e
cimento e a reabilitação e pro- assegurar uma prestação de
teção de rios e ribeiras, sensibi- serviços à comunidade
lizando a sociedade para uma escolar, no âmbito das
cidadania mais ativa, mais problemáticas do VIH/Sida,
aberta, transversal e participa- sexualidade, dependências e
da. outras problemáticas de
Com esta atividade, os emergência social, contribuin-
alunos adquiriram conhecimen- do para a sensibilização e
tos sobre a fauna e a flora da prevenção das
zona e, no final, procederam à Página 3
mesmas.
limpeza da área circundante da
ENSINO BÁSICO
Escola Básica 2/ 3 Dom Paio Peres Correia
N
tempo para tanta gente. É um
mundo melhor, mais volátil, consciencialização sobre
mais imprevisível, mais com- “Alterações Climáticas”
plexo e mais difícil de gover- através de concertos, deba-
o dia 23 de janeiro nar, porque mais difícil de con- tes, exibições de curtas e
decorreu a sessão escolar do trolar. longas metragens, concur-
Parlamento Jovem no Auditó- Este projeto de Cidada- sos de projetos de combate
rio da Escola Secundária Dr. nia e Desenvolvimento teve ao aquecimento global e
Jorge Augusto Correia, em como objetivos desenvolver o palestras alusivas ao tema.
Tavira. Nesta sessão, discuti-espírito crítico e estruturar a
ram-se as medidas que formação dos alunos com Os deputados mais vota-
devem ser tomadas para fazer base em valores que os ajuda- dos são todos alunos do 11.º
face a um problema global rão a ser cidadãos empenha- C2: Rita Azevedo, Maria Caro-
sobre o qual todos temos a dos na construção de um lina Peixe e Francisco Grilo.
nossa quota de responsabili- mundo melhor. Como suplente ficou a deputa-
dade: “Alterações climáticas As medidas mais vota- da Iara Celestiano.
—reverter o aquecimento das para o projeto de reco- A deputada suplente
Global”. mendação da escola foram as candidatou-se ao cargo de
Os alunos do 11.º C1 e seguintes: repórter da Sessão Distrital do
11.º C2 problematizaram o Parlamento Jovem, que decor-
assunto, constatando que se Promoção de uma econo- reu em Faro a 21 de março, e
trata da maior ameaça ao bem mia de baixo carbono com foi selecionada para fazer a
-estar da população mundial e redução do uso de carnes cobertura jornalística nas
ao equilíbrio da natureza. É vermelhas, redução do uso Redes Sociais.
urgente estabelecer um novo de plástico, recurso às Os deputados presentes
paradigma de desenvolvimen- energias renováveis e aos na Sessão Distrital foram con-
to com decisões de impacto transportes públicos. vidados para participarem na
sobre o consumo e estilos de Sessão Nacional que decorre-
vida mais sustentáveis e Promoção de políticas con- rá no Parlamento em Lis-
menos gravosos para as certadas de incentivos fis- boa, a 21 de maio. Página 5
gerações atuais e vindouras.
CIDADANIA
E
anos a Terra vai mudar com- transformação do nosso pla-
pletamente: as próximas gera- neta num armazém de garra-
ções nunca chegarão a saber fas, latas e pacotes de leite.
que o ar deve ser azul e claro, Os espaços verdes
m todo o mundo, em estão a desaparecer progres-
a terra, verde e limpa. O futuro
todos os países, em sivamente, sendo trocados por
está nas nossas mãos, e nós
cada cidade, há problemas temos que agir. infraestruturas. As florestas
para os quais todos procuram estão em extinção. Nunca
Nunca houve tantos pro-
e conseguem encontrar solu- tantas árvores foram cortadas
gramas, artigos e filmes sobre
ções. Esses problemas são como na atualidade. Para
as alterações climáticas como
políticos, económicos e agora. As crianças de hoje em cada árvore que está a ser
sociais, entre outros. No cortada deveriam ser planta-
dia sabem o que é a recicla-
entanto, há problemas que das cinco, dez, vinte. Quanto
gem, o tratamento de resíduos
englobam não só cidades e mais melhor.
domésticos e a separação de
países, mas todo o planeta. plástico, embalagens, vidros e A maior parte da terra
As alterações climáticas deveria ser ocupada não por
cartão. Contudo, não são só
são o assunto discutido por casas, centros comerciais e
as crianças que devem ter
todos, todos os dias e até parques de estacionamento
conhecimento disso tudo,
minutos. Não existe nenhuma somos todos nós. de carros, mas por parques
pessoa que nunca tenha ouvi- naturais, campos e florestas.
Não vamos ajudar o nosso
do falar do aquecimento glo- Esta medida promove não só
planeta apenas falando, mas
bal, desflorestação, aumento a diminuição da poluição do ar
sim fazendo alguma coisa.
do nível de água do mar, Para começar, poderíamos mas também habitats para os
extinção de espécies, polui- animais. Estes animais preci-
simplesmente deixar de utili-
ção. E todos sabem quais são sam de ter casas tal como
zar plástico, que é uma das
as soluções para que essas nós, e se continuarmos a des-
maiores fontes de poluição.
alterações não avancem, mas trui-las, existe uma hipótese
Esta resolução não é fácil de
nem todos lutam pelo seu pôr em prática, uma vez que de, a certa altura, destruirmos
futuro, que não é bem seu, a nossa própria casa, a Terra,
este material é cada vez mais
mas, sim, do mundo em que e não temos a outra.
usado em vez de outros. Se
vivemos. Soluções são inúmeras,
continuar assim, os nossos
Neste momento, não exis- filhos e netos vão viver num mas há que agir já. Em alguns
te nenhum problema mais gra- países, o governo não faz o
mundo feito de plástico. Não
ve do que esse, uma vez que máximo que pode fazer. Por
devem ser feitos de plástico
se nós não agir- isso, temos que fazer um
Página 6 mos, em poucos os bens que utilizamos no
esforço para sermos ouvidos e
CIDADANIA
atendidos. Temos que lutar começarem a agir imediata- resolvidos. Falem com os
pelo clima. E já o começámos mente. Os cartazes feitos por pais, professores, amigos.
a fazer. alunos de várias escolas do Escrevam, divulguem nas
A greve de alunos e a Algarve não deixaram nin- redes sociais. Isso não custa
manifestação em Faro, “Faz guém indiferente a essa situa- nada, mas ajuda. Todos têm
pelo clima”, ocorrida no dia 15 ção. É um passo para um futu- de ter conhecimento dos pro-
de março, é um bom exemplo ro melhor. Alguns já foram blemas ambientais. Todos têm
de uma ação de protesto e de dados, mas temos muitos de se unir e lutar pela Terra,
sensibilização. Apesar de não mais para dar. pelo clima, pelo futuro.
ter alcançado todos os seus Falem: é uma das coisas Nós precisamos da Ter-
objetivos, trouxe uma grande que podemos fazer para os ra, tal como a Terra precisa de
motivação para as pessoas problemas começarem a ser nós.
Artigo orientado pela professora do Grupo Disciplinar de Filosofia, Sofia Henriques Cardoso.
N
Por José Couto (Professor do Grupo Disciplinar de História)
N
cos e dos media digitais no (Polónia, Portugal e Croácia)
ambiente escolar. Para tal, a está já em fase de finalização.
equipa de professores envolvi- No sentido de melhor coor-
da no projeto tem desenhado denar a ação dos parceiros,
em todos os projetos cenários de aprendizagem realizou-se no passado mês de
europeus envolvem a mobili- que convidam à interação, à abril, de 22 a 25, o terceiro
dade de alunos, como é o contribuição criativa e às múl- encontro do projeto, desta vez
caso de Connect Your Lear-
tiplas formas de interligação na Polónia. Nele participaram o
ning. Porém, todos implicam que hoje temos ao nosso dis- professor António Silva e a
uma experiência pedagógica, por. Os mesmos têm sido apli- adjunta do diretor, professora
preferencialmente inovadora, cados em contexto de sala de Anna Alba Caruso.
que torne as aprendizagens aula e os resultados analisa-
dos alunos mais significativas. Saiba mais no site do proje-
dos. to:
Esse é um dos objetivos de Uma publicação conjunta
Connect your Learning que https://youthart.eu/connect/
D
Por João Pedro Martins, 11.º B
e 18 a 22 de mar-
ço, os alunos João
Martins, Tomás Zica, Sara
Pacheco e Débora Petrova do
11.º B, acompanhados pelos
professores António Silva,
Carmen Pedroso e o senhor
diretor José Baía, participaram
no segundo encontro do Pro-
jeto Erasmus+, Ancient Heri-
tage Meets Modern Resear-
chers - AMOR, que se reali-
zou em Arucas, ilha Grã
Canária, Espanha.
Entre diversas atividades
desenvolvidas, destaco a visi-
rituais sagrados ligados a Esta forma de comunicação
ta a Risco Caído, candidato a
ciclos astrológicos. também foi reconhecida Patri-
Património Mundial da Unes-
Também foi muito inte- mónio Oral e Imaterial da
co. Risco Caído foi uma des-
ressante aprender e praticar o Humanidade pela Unesco.
coberta arqueológica de 1996,
Silbo Gomero (linguagem nati- O terceiro encontro deste
mas este local é constituído
va), uma forma útil e facilitado- Projeto decorreu de 6 a 10 de
por diferentes estratos de
ra de conversa quando as maio em Avalon, França.
diversas eras. No coração da
pessoas se encontram distan-
colossal cratera vulcânica de
tes. As palavras são comuni- Visite o site do projeto:
Tejeda, os aboríge-
Página 8 cadas através do assobio. https://afmbasi.wixsite.com/amor
nes faziam os seus
PROJETOS
Erasmus + KA2
O
Por Anabela Quaresma (Professora do Grupo Disciplinar de Inglês)
Agrupamento de
Escolas Dr. Jorge
Augusto Correia acolheu na
semana de 18 a 22 de feverei-
ro o segundo encontro do pro-
jeto Erasmus + KA2 intitulado
“Walls and Bridges”, que reu-
niu trinta alunos e catorze pro-
fessores de escolas dos
seguintes países: Espanha,
Itália, Hungria, Turquia e Sué-
cia. O encontro debruçou-se
sobre os temas da inclusão
escolar, usando as metáforas
de muros e pontes para
conhecer melhor a forma
como devemos para praticar a
incluisão. Durante os traba-
lhos, para além dos alunos e Anica, grupo disciplinar de “Esta experiência enriqueceu-
professores estrangeiros, esti- Educação Especial, para me muito a nível cultural”,
veram envolvidos professores debaterem as questões rela- Carlos Arez, 10.º ano
do nosso Agrupamento e alu- cionadas com a escola inclusi-
va e conheceram in loco a “Um projeto que recomendo
nos da nossa escola. Estes vivamente”,
alunos receberam em sua realidade do Agrupamento.
Miguel Oliveira, 12.º ano
casa os alunos estrangeiros. O encontro terminou com
Ao longo dos dias do um jantar partilhado, na canti- “Uma experiência muito diver-
encontro, os alunos apresen- na da escola, com a importan- tida e diferente”,
taram trabalhos sobre as suas te participação das famílias Vitória Sampaio, 10.º ano
escolas, regiões e países, que acolheram os alunos das
“Este projeto deu-me a oportu-
assim como trabalhos sobre escolas parceiras.
nidade de conhecer diferentes
as metáforas relacionadas Ao longo do encontro foi
costumes.”,
com muros e pontes nas dife- visível a construção de pontes Jorge Conceição, 10.º ano
rentes culturas. entre todos, criando-se um
ambiente de união muito enri- “Uma experiência bastante
Os professores reuniram interessante.”,
-se ainda com as professoras quecedor, evidente nos
Francisco Lopes, 10.º ano.
Teresa Venâncio e Patrícia seguintes testemunhos:
Página 9
PROJETOS
E
Igreja Nova de Gibellina, Província de Trapani, Sicília, Itália.
O
Por Augusta Carvalho (Professora do Grupo Disciplinar de Biologia e Geologia)
Declaração do interesse do
Município em colaborar com
Programa Eco- a escola, sendo, assim, o
Escolas é vocacio- Município o principal parcei- de Ação de cada escola candi-
nado para a educação ro da escola na implementa- data ao Galardão. Os temas
ambiental, a sustentabilidade ção deste Programa. de trabalho complementares
e a cidadania que a Fundação Uma escola que adere são atualmente: Transportes,
para a Educação Ambiental ao Eco-Escolas compromete- Ruído, Espaços Exteriores,
(FEE) implementa em vários se a desenvolver um conjunto Agricultura Biológica, Biodi-
países desde meados dos de ações e atividades que versidade e Alterações Cli-
anos 90. Destina-se funda- deverão envolver os diferentes máticas.
mentalmente ao ensino básico elementos da comunidade
(do 1º ao 3º ciclo), podendo, A Escola D. Paio Peres
escolar e da comunidade
no entanto, ser adaptado e Correia está inscrita no Pro-
envolvente, nomeadamente o grama Eco-Escolas e galar-
implementado noutros graus Município, e ainda realizar ati-
de ensino. Pretende encorajar doada com Bandeira Verde,
vidades no âmbito dos temas- desde o ano letivo 2005/06.
ações e reconhecer o trabalho base (água, resíduos e ener-
de qualidade desenvolvido no Para além da escola D. Paio
gia) e de pelo menos um dos Peres Correia, estão ainda
âmbito da Educação Ambien- temas do ano. Depois constitui
tal para a Sustentabilidade inscritas no programa as EB
-se o Conselho Eco-Escolas. Horta do Carmo, EB1 de
pelas escolas inscritas. Este integra um coordenador
Implementado em Portu- Cabanas de Tavira e EB1/JI
deste Programa, um elemento
gal pela Associação Bandeira de Conceição de Tavira, esco-
da direção da escola, um las do nosso agrupamento.
Azul da Europa (ABAE) desde representante dos pais, vários
o ano letivo 1996/97,o Progra- professores e representantes Exemplos de atividades
ma conta neste momento com de alunos dos vários níveis de desenvolvidas e a desenvolver
mais de 1.600 escolas inscri- ensino, bem como outros ele- neste ano letivo 2018/19:
tas no ano letivo de mentos fora da escola, como, Hastear da Bandeira Verde,
2018/2019. A ABAE foi consti- por exemplo, da Divisão de galardão atribuído pelo traba-
tuída em janeiro de 1990, sen- Ambiente da Autarquia. A lho desenvolvido no ano letivo
do reconhecida desde então Autarquia é, sem dúvida, o anterior.
como a secção portuguesa da principal parceiro da escola
FEE. neste Programa Eco-Escolas,
O programa Eco-Escolas com todo o seu apoio logístico
pode ser adotado por qualquer e material.
escola, desde que se inscreva No início do ano é feita
e que siga a sua metodologia: no início do ano uma Auditoria
Manifestação da vontade de Ambiental, que pretende ser
melhorar o seu desempe- uma ferramenta de diagnósti-
nho ambiental, envolvendo co e de avaliação. Procurar-
os alunos nos processos de se-á, no início de cada ano
decisão e implementação escolar, caracterizar a situa-
do Programa, em qualquer ção existente para identifica-
das suas fases; ção o que necessita de ser
Concordância de adesão corrigido e/ou melhorado.
ao Programa por parte do/a Água, Resíduos, Energia
diretor/presidente da esco- constituem os temas-base do
la; Programa Eco-Escolas pelo
Página 11
que devem constar do Plano
PROJETOS
Recolha seletiva, sema- Atividade "A minha
nal, dos resíduos da escola, praia", com o apoio do Centro
para reciclagem, realizada ao Ciência Viva e participação das
logo do ano, pelas turmas do turmas 8.ºA e 8.º B, para reco-
8.º ano. lha e triagem do lixo da praia.
Remoção de chorão
na Praia do Barril
Plantação de árvores
na escola
Esta atividade assinalou
a comemoração do Dia Mun-
dial da Árvore e da Floresta,
realizada no final de março.
Contou com a presença da
Direção da Escola, a participa-
Palestra dinamizada pelo ção de várias turmas do 5.º ao
Centro Ciência Viva de Tavira 8.º anos e vários professores
sobre microplásticos, poluição Um agradecimento especial à
marinha e aquecimento global, ALGAR na oferta do compos-
realizada na biblioteca da to para enriquecimento do
Escola D. Paio e integrada na solo, da Câmara Municipal
Semana da Ciência e Tecno- de Tavira e Tavira Verde no
logia. apoio na preparação do terre-
no para a plantação e na ofer-
ta de árvores, bem como ao
ICNF na oferta também de
algumas árvores que foram
plantadas.
Preparação do terreno,
reparação do espaço do lago,
remoção de ervas, manuten-
ção da horta biológica de
espécies aromáticas, dinami-
zado pelo professor José Fili-
pe, turmas do 5.º e 6.º anos e
algumas turmas do 8.º ano.
Página 12
CIÊNCIAS EXPERIMENTAIS
B
Por Manuel Neto, Pedro Cunha e Rita Silva, 10.º A1
Simulacro de incêndio
Por Filomena Madalena (Professora responsável pela Segurança)
D ada a importância
que reveste a tes-
tagem do Plano de Emergên-
Na Escola Secundária
Dr. Jorge Augusto Correia
encontra-se implementado um
cia da Escola, no que respeita Plano de Emergência Interno,
à evacuação da comunidade em que são definidas medidas
educativa dos diversos blocos de controlo para situações
do edifício da escola secundá- especiais de emergência.
ria, realizou-se, no dia 2 de Numa organização em que se
abril, mais um exercício inter- acolhe diariamente um núme-
no - simulacro de incêndio. ro elevado de utentes, maiori-
Os simulacros refletem tariamente jovens, é imperioso
um cenário real de emergên- que, numa situação de emer-
cia de diferentes situações, gência, as regras sejam cum-
nomeadamente, incêndios, pridas e todos os intervenien-
acidentes, terramotos, inunda- tes saibam o papel que lhes cada um o papel que lhe com-
ções, entre outros. Acima de compete. pete.
tudo, estes exercícios servem O exercício decorreu É fundamental ter a
para que num cenário real se com normalidade, tendo a consciência de que do nosso
consiga lidar o melhor possí- comunidade escolar participa- comportamento podem depen-
vel com sentimentos de pâni- do ativamente. Demonstrou der vidas, sendo este o ponto
co, evitando que os danos através da sua rápida reação base para que todos os envol-
provocados nas instalações que a rotina dos procedimen- vidos no simulacro encarem o
sejam agravados tos está ficando cada vez mais exercício com seriedade e res-
Página 14 com danos ou interiorizada, conhecendo ponsabilidade.
perdas humanas.
FORMAÇÃO GERAL
A Europa do século XXI:
As línguas, uma ponte para a interculturalidade
N
Por Joana Nascimento e Lília Santos, 10.º C2
o dia 10 de janeiro,
realizou-se, no auditório da
Escola Secundária Dr. Jorge
Augusto Correia, a palestra “A
Europa do século XXI: As lín-
guas, uma ponte para a inter-
culturalidade”, conduzida
pelas docentes da Universida-
de do Algarve Neuza Costa e
Maria de Jesus Vilar, doutora-
das, respetivamente, em
Comunicação, Cultura e Artes,
e Literatura. Na sessão estive-
ram presentes as turmas 10.º
A1 e C2 e11.º A3 uma vez que
a Área de Cidadania e desen-
volvimento destas turmas se
debruça sobre o tema intercul-
turalidade.
A afirmação “As línguas
abrem-nos portas para a
diversidade e aumentam o
conhecimento sobre a cultu- ancestral e secular, resultando das respetivas culturas, come-
ra dos outros” sintetiza toda a numa profunda crise de identi- çou a promover o Multilin-
mensagem passada ao longo dade. Algo também muito guismo. Por isso, desenvol-
da palestra, o que faz com que importante é a língua franca, veu uma política com duas
se possa compreender o quan- ou seja, o idioma falado por vertentes:
to as línguas aumentam o um grande número de pes- A proteção da diversidade
conhecimento de quem as soas e usado para estabelecer linguística europeia;
domina e são uma porta de relações comerciais ou para
passagem de informação e de comunicações básicas, numa A promoção da aprendiza-
ideias. comunidade em que coexis- gem das línguas.
A presente palestra foi tem duas ou mais línguas. O A influência entre línguas
fundamental para aumentar o inglês, o mandarim e o árabe e culturas é cada vez mais for-
nosso conhecimento sobre o são línguas de grande desta- te, sendo muitas vezes cimen-
tema e consolidar em nós a que devido à sua conexão ao tada pelo uso das tecnologias,
importância da aprendizagem Mundo Comercial e Empreen- pela importância das artes e
de línguas. Primeiramente, por- dedor. pelos fluxos migratórios.
que esta enfatizou o facto de, A União Europeia, que Ao longo dos tempos, a
no Planeta Terra, existirem tem 24 línguas oficiais, vendo língua portuguesa foi influen-
aproximadamente 7 mil lín- a epidemia que o desapareci- ciada por outros povos e lín-
guas, das quais 2 mil estão em mento de alguns idiomas esta- guas. Em Portugal, Eça de
risco de desaparecer. Quando va a causar, e na tentativa de Queirós foi, por exemplo, um
uma língua desaparece, extin- promover as outras línguas, dos escritores
gue-se também uma cultura bem como a aprendizagem Página 15
que mais con-
FORMAÇÃO GERAL
tribuiu para este fenómeno, menos a língua espanhola, o Com as migrações
enriquecendo o português que propicia o aparecimento foram-se criando certos este-
com anglicismos (termos da de erros gramaticais graves, reótipos de um país, ideias
língua inglesa) e galicismos por exemplo. essas que foram reforçadas
(termos de língua francesa). Outro aspeto interessan- com o início do turismo.
Já para o caso do inglês, o te sobre a interculturalidade é Seguem-se, então, alguns
destaque vai para William a aprendizagem de línguas dos estereótipos mais fre-
Shakespeare, que contribuiu nos Estados Unidos da Améri- quentes:
para o desenvolvimento de ca. Os norte-americanos sem-
uma linguagem literária e a pre tiveram uma certa resis- PORTUGAL
evolução do inglês arcaico tência a outros idiomas, embo- -Não é Espanha?
para o moderno. ra nos anos 80 essa aprendi-
-Bacalhau
Um outro bom exemplo zagem tenha ganho muitos
da utilização de palavras de apoiantes, tornando-se assim -Fado
outras línguas é o termo algo de prestígio. Atualmente,
“Okay” (O.K.). A língua portu- a situação está um pouco dife-
guesa tem várias expressões rente, havendo uma divisão ESPANHA
equivalentes a esta (‘está opinativa em relação ao tema. -Tourada
bem’, ‘está bom’, …), o que -Flamenco
levanta várias questões: Qual
o motivo da utilização desse -Mulheres atraentes
termo? A pequenez da pala-
vra? O som? Ou simplesmen-
te a vontade de demonstrar IRLANDA
uma evolução e um à-vontade -Batatas
com expressões de outras lín-
guas? Talvez um pouco de - Famílias numerosas e
todas. muitos parentes
Nesta palestra aprendeu-
se ainda o que são línguas de -Álcool
contacto (línguas que intera-
gem, influenciando-se) e que
no caso do português foi a lín- Há sempre uma imagem
gua castelhana. O castelhano internacional de cada país,
é falado, a nível demográfico, simbolizado por certos pratos,
por cerca de 567 milhões de Tanto a bandeira como personalidades e obras. Por
pessoas, sendo que o país o hino são os principais sím- exemplo, Portugal é muitíssi-
com maior número de falantes bolos de um país, uma vez mo conhecido pela sua gas-
é o México. Esta língua sofreu que representam toda a nação tronomia, principalmente
também influências devido ao e toda a cultura adjacente. pelos pratos com bacalhau. O
império que Espanha estabe- Com base no Hino de Portugal nosso país tem também o
leceu na América. Por isso nota-se uma grande ligação reconhecimento internacional
mesmo, esse “espanhol” é com o épico (especialmente pelos seus doces conven-
mais rico, sendo composto por no facto de exaltar o Povo tuais, especialmente pelos
palavras de origem indígena. Português) e com a poesia, pastéis de nata.
Um problema que preo- bem como com o espírito
cupa um pouco os professores guerreiro.
de espanhol é a sua similari-
dade com o português. Este
fenómeno faz com que os alu-
nos portugueses
Página 16 tenham tendên-
cia a estudar
FORMAÇÃO GERAL
or,
je leit leitor Semana da Leitura 2019
H o nh ã
D
a Por Ana Cristina Matias (Professora Bibliotecária)
Am
ria ou de Álvaro de Campos,
heterónimo de Fernando Pes-
e entre as soa, em três salas de espera
diversas desta unidade de saúde reple-
atividades em que a equipa tas que utentes que os ouvi-
de professores da biblioteca ram atentamente.
se envolveu, não podemos
deixar de destacar a Semana
da Leitura que decorreu, a A Semana encerrou com
nível nacional, de 11 a 15 de a publicação de um e-book,
março. Projeto de leitura: as esco-
A Rede de Bibliotecas de lhas do 10.º C2, e com
Tavira coordenou a semana
«Encontro com autor - Ofir
que se articulou, no nosso
Chagas e a Lenda de um
concelho, em torno de quatro
iniciativas centrais: Galeria de Tavira a Ler contou, no Templário Algarvio». A tur-
Autores, nos transportes dia 14 de março, com Alice ma 10.º C2 foi a anfitriã e
urbanos Sobe e Desce, Leitu- Pacheco (12.º C1), João Cor- organizou comigo a apresen-
ra Espontânea, em diversos vo (12.º A3), Mara Monteiro tação deste romance históri-
locais da cidade, Tavira a Ler, (10.º C2) e Joana Nascimento co, tendo a turma 11.º DESP
na Rádio Gilão, e Encontros (10.º C2), acompanhados por e a professora Paula Pereira,
com autores. mim, no Programa “Haja entre outros, sido os convida-
Para o caso do ensino Manhã”. dos.
secundário, a Leitura Espon-
tânea ocorreu no Centro de
Saúde de Tavira, na manhã
de 12 de março. Jéssica Cruz
(10.º C2), Lília Santos (10.º
C2), Miguel Oliveira (12.º B) e
Rita Silva (10.º A1), após a
amável receção pela diretora
executiva, Dr.ª Luísa Prates,
recitaram poesia da sua auto-
2.ª edição do Concurso de Book Trailers
E m estreita articulação
com o Projeto de Leitura indi-
vidual que cada aluno tem de
Para o ensino secun-
dário, os contemplados
foram Ana Sofia Jesus,
Diogo Valadares, Joa-
na Ferreira e Pedro
desenvolver no âmbito da dis- Martins, alunos do 12.º
ciplina de Português, a Rede A1, que realizaram, em
de Bibliotecas de Tavira orga- grupo, um vídeo de
nizou a 2.ª edição do Concur- promoção da leitura do
so de Book Trailers. romance de Gonçalo
M. Tavares, Jerusalém. A Nos restantes ciclos tam-
Os prémios foram atribuí-
menção honrosa foi para Rita bém houve trabalhos a con-
dos no passado dia 8 de maio
Silva, aluna do 10.º A1, pelo curso, tendo sido apurado um
na Biblioteca
Página 18 seu vídeo relativo ao romance book trailer vencedor para
Municipal Álva-
Ela e ele, de Marc Levi. cada nível de ensino.
ro de Campos.
ECO DOS ESPAÇOS
A docente de
filosofia, Sofia Henri-
ques Cardoso, envai-
dece-se porque, pela
primeira vez, a Escola
Secundária Dr. Jorge
Augusto Correia partici-
pou nas Olimpíadas
Nacionais de Filosofia.
A VIII edição decorreu
nos dias 3 e 4 de maio
na Escola Secundária
António Damásio nos
Olivais, em Lisboa. Estive-
ram presentes Ana Carolina privilégio de visitar o Museu Durante as Olimpíadas
Pereira (11.º A3) e António Nacional de Arte Contemporâ- Nacionais de Filosofia, hou-
Rodrigues (11.º C1) que tive- nea, no Chiado, acompanha- ve muitas, muitas atividades
ram uma prestação que foi dos da curadora da exposição, paralelas à competição, quer
muitas vezes enaltecida pelo Dr.ª Maria de Aires Silveira, para professores, quer para
seu exemplar comportamen- “Arte Portuguesa. Razões e alunos, com palestras, con-
to, envolvimento nas ativida- Emoções”, e visitado a exposi- cursos de speed thinking,
des e aguçado espírito críti- ção “Metamorfoses da Huma- debates, jantares, almoços,
co no que concerne às gran- nidade”, de Graça Morais. canto, dança, passeios,
des questões debatidas. Visitas que foram gentilmente exposições e jogos.
Estes dois dias foram oferecidas pela curadora da O balanço foi muito
extremamente produtivos, exposição. positivo porque houve
tendo iniciado com a nossa O essencial da prova é momentos de importante par-
partida de Tavira às seis da um ensaio filosófico escrito em tilha e discussão profícua!
manhã do dia 3 de maio e três horas que depois foi clas- Espero que a escola volte a
terminado com o nosso sificado pelos professores de participar no próximo ano,
regresso às vinte e três filosofia acompanhantes e, uma vez que Portugal tam-
horas do dia 4 de maio. Os numa fase posterior, pelos bém será o país acolhedor
alunos representantes da professores que elaboraram a das Olimpíadas Internacio-
nossa escola tiveram ainda o prova. nais.
Página 19
TEATRO
A
Por Joana Silva, 11.º A3
Em adição à forma de repre-
sentar a peça, o encenador conse-
guiu, com muito sucesso, ridiculari-
zar a nossa sociedade através das Companhia de
personagens da peça e a sua Teatro do Algarve
representação enquanto nos basti- (ACTA) encenou uma peça
dores. Por exemplo, Maria, filha de alusiva à obra Frei Luís de
Madalena e de Manuel de Sousa, Sousa de Almeida Garrett.
fora da representação da persona-
Decidiu criar a sua própria ver-
gem da obra de Garrett, desempe-
nhava o papel de adolescente fútil, são em que o enredo tratava
birrenta, distante de tudo e de de um pequeno grupo de ato- da ou confusa. Assim, a peça
todos; a atriz representou, de um res orientados por um encena- de teatro torna-se mais fácil
modo geral, os adolescentes da dor para representarem esta de compreender.
atualidade. Lembro-me também, mesma obra de Garrett. Contudo, sem um con-
claramente, do ator que representa- A peça de teatro, que tão tacto prévio e uma leitura
va Manuel de Sousa Coutinho. bem retrata o romantismo, atenta da obra Frei Luís de
Enquanto nos bastidores, era um dramático e melancólico, é Sousa a sua compreensão
homem extremamente acanhado, aqui apresentada de uma for- seria ainda difícil. Esta peça
passivo, sem um mínimo de autori- ma mais leve e cómica. Ape- retira à original não só muitas
dade e controlo sobre os que o cenas, mas também diversas
rodeavam, que é algo também mui-
nas algumas partes da obra
to frequente na nossa sociedade. original, mas talvez as mais personagens, que são consi-
Todas as personagens que repre- relevantes, são apresentadas deradas importantes. Para
sentavam os atores nos bastidores pelos atores, intercaladas com mim, que já havia estudado a
satirizavam a nossa sociedade pequenas cenas que mostram obra integral, o enredo tornou-
atual de uma forma cómica e subtil. a vida destes, antes de um se mais fácil de acompanhar.
Matilde Garcia, 11.º A2 espetáculo. A contradição e Pude rever a peça estudada
oposição entre os atores e as na que me foi apresentada
personagens que representam pela ACTA, e pude reparar em
As cenas escolhidas para é notória e contribui para a muitos aspetos, tais como
representar foram essenciais para parte cómica da peça, que é momentos do decorrer da
o desenrolar da peça e explicam- aqui muito bem explorada. ação e algumas falas das per-
nos automaticamente a mesma. No Esta adaptação torna sonagens, ou mesmo alguns
entanto, a exclusão da também a obra de Almeida detalhes sobre as mesmas, o
personagem de Frei Jorge não fez Garrett muito mais acessível. que pensavam e como agiam.
tanto sentido, sendo que na cena O encenador, enquanto dirige Sem um estudo prévio, não
em que o Romeiro “afirma” ser D. seria capaz de ter feito estas
os atores para a representa-
João de Portugal, fá-lo a Frei Jorge
e nunca a D. Madalena. Este ção das cenas, ajuda à com- observações.
momento poderia distorcer a peça preensão de toda a peça que Em suma, considero que
para quem ainda não a tivesse pode ser por vezes complica- a peça de Almeida Garrett foi
estudado. bem interpretada e bem resu-
Ana Martins, 11.º C2 mida. O carácter cómico adi-
O teatro é uma peça dentro de cionado tornou-a mais fácil de
outra peça. Isto é, entre a gravidade de acompanhar. Penso que, mes-
Frei Luís de Sousa existem pequenos momentos de alívio cómico em que apa- mo não sendo representada
recem “atores a fazerem de atores”, revelando, assim, a criatividade do ence- na íntegra, foi muito bem apre-
nador. Nesses momentos fazem-se críticas à nossa sociedade, dando vida e sentada por parte da compa-
um olhar mais moderno à peça.
Ana Carolina Pereira, 11.º A3
nhia de teatro.
Os Tavilas
“O teatro é o primeiro soro que Por Luana Lourenço, 10.º C2
o homem inventou para se pro-
teger da doença da angústia.”
Jean Barrault
D ecorreu no passado
dia 13 de março mais uma edi-
ção do Prémio Traduzir, o Tra-
duzir 2019, que já vai na 20.ª
edição.
Esta iniciativa da Faculda-
de de Ciências Humanas da
Universidade Católica, destina-
da a alunos dos 11.º e 12.º
anos, atraiu a atenção de 18
alunos de Inglês e um aluno de
Espanhol, que deram o seu
melhor na preparação e elabo-
ração presencial da tradução
dos textos a concurso.
Lembramos que os nossos
alunos já conseguiram uma pri-
meira menção honrosa em 2012
e, no ano passado, um dos nos-
sos alunos foi selecionado para
a "final four" do concurso.
I
Discrimination
By Marta Varatojo, 12.º C1
TV is outdated
S
By Carina Ventura, 10.º C1
O
By 11.º A1
F
padrão de beleza, é assediada
e julgada por tal. O corpo da
mulher também sofre, sem
elizmente, a mulher dúvida, mais do que o do
portuguesa dos dias de hoje é homem, desde a primeira
valorizada na sociedade, menstruação até à menopau-
embora não seja tanto com sa, passando pela gravidez.
devia ser. Não é um caminho fácil de ser
As mulheres, as ditas percorrido.
heroínas sem capa, são mães, Porém, nenhum caminho é
são filhas, são amigas, são, pior do que o caminho pelos
sem dúvida, umas guerreiras. direitos, exatamente pelos
Têm ao longo da sua vida mesmos simples direitos que
imensos desafios e obstácu- os homens têm sem qualquer Imagem retirada de:
https://www.linkedin.com/in/sara-ferreira-3b784856/?
los. Não digo que os homens luta: um salário igual, o direito originalSubdomain=pt
também não os tenham, mas ao voto, o direito a ser presi-
digo afirmativamente que não dente, o direito à escolha e à
têm tantos quanto estas. independência. mos este percurso de sofri-
À mulher, desde muito Também eu, hoje como mento e luta, porque tenho
cedo, é-lhe imposto um rapariga e futura mulher, já ainda a esperança de poder-
padrão de beleza no qual ela percorro este caminho, tal mos poupar as nossas filhas a
tem de se enquadrar, para como a minha mãe percorreu. este caminho.
que não seja alvo de gozo ou Por isso, só espero que nós, Artigo orientado pelo professor
de troça. Porém, se atinge o mulheres e homens, mude- de Português, Luís Gonçalves.
Sobre o preconceito
N
Por Manuel Machado, 11.º B
A
Por Joana Gonçalves, 10.º A3
N
Por Ana Fernandes, 11.º A 1
ções da pousada, as horas passa-
acerca do estabelecimento, das no assento de um autocarro, o
considero que serviu para nos cansaço da caminhada, sei que me
relacionarmos e convivermos apoderei de um maior conhecimen-
os dias 28 e 29 de mais uns com os outros. to sobre Os Maias. Creio que tenho
No dia seguinte, partimos uma visão completamente diferente
março, as turmas A1, A3 e daquilo que li, ou daquilo que pen-
C1do 11.º ano deslocaram-se para Sintra, vila muito elogia-
sei ler. Li umas coisas, pensei
a Lisboa e a Sintra com o da por Eça no capítulo VIII, na outras e, na verdade, nada disso
intuito de observarem locais visita de Carlos da Maia à pro- correspondia à realidade. Pensei
importantes do romance de cura de Maria Eduarda. que sabia o que tinha acontecido,
Eça de Queirós, Os Maias. Nas ruas de Sintra, pará- por onde passavam as persona-
Com partida de manhãzi- mos em vários locais históri- gens, onde se situavam as suas
nha de Tavira, tiveram como cos que Eça nos apresenta na casas. Após ter ouvido as explica-
destino o Cais do Sodré, em sua obra e conhecemos tam- ções e observações dos guias,
Lisboa, de onde posteriormen- bém um bocadinho da história percebi que, afinal, tinha imaginado
da vila, graças às informações uma história diferente.
te caminharam pela baixa lis- Margarida Custódio, 11.º A1
boeta. Aí visitaram vários que a guia nos transmitia.
locais, tais como: Grémio Contemplámos locais,
Literário, Teatro da Trindade como o Hotel Lawrence e o
(em que ocorreu uma leitura Palácio de Seteais , recordá-
dramatizada de um excerto do mos as aventuras e as desa-
livro pelos alunos), Rua de S. venças de Eusebiozinho e de Enquanto lia a obra, imaginava
Francisco, Hotel Central e o Palma Cavalão com as suas como eram as personagens e os
Chiado. Tiveram ainda direito “amigas” espanholas, no Hotel espaços em que viviam, passavam
Nunes… Durante o percurso, e conviviam, como: o Hotel Central,
a uma paragem na famosa
observámos algumas fotos de o Hotel Bragança, a estátua de
Manteigaria onde provaram os Camões, o Chiado, as ruas de Sin-
pastéis de nata locais. como eram os locais na altura tra e vários outros locais. Nesta
Achei uma experiência de Eça. visita de estudo, pude ver esses
muito interessante: depois de À tarde, visitámos a Quinta locais, não como eram naquela
ter lido o livro, ter a oportuni- da Regaleira onde contemplá- altura, claro, mas com um pouco de
dade de observar aqueles mos paisagens extraordinárias imaginação e com a ajuda das nos-
locais que Eça me descrevia e ficámos a conhecer a histó- sas guias acho que cheguei bem
nas suas palavras, poder ria deste local e do seu funda- perto. Esta visita fez-me apreciar
vivenciar e imaginar pelos dor. ainda mais o livro e ficar com uma
“meus próprios olhos” o que Chegados ao fim da nossa ideia melhor dos espaços que Eça
visita, voltámos para Tavira. de Queirós descreve no seu livro.
me contou e, principalmente,
verificar o contraste entre as Visitas de estudo deste Alexandra Silva, 11.º A1
suas palavras e a realidade, género deveriam ser obrigató-
uma vez que a sua descrição rias, uma vez que são extre-
na história é, por vezes, mamente enriquecedoras.
influenciada pelos sentimentos Contextualizam na perfeição o
das personagens e dele pró- tema de Os Maias. Temos a Para além de educativa,
prio. sensação de que também a visita foi também fascinante
Terminada a nossa visita vivemos a história de Carlos e e esplêndida, já que tivemos a
guiada por Lisboa, deslocámo- Maria Eduarda, visto que pas- oportunidade de ver paisa-
nos para a Pousada de Oei- sámos pelos mesmos sítios gens lindas e de aumentar a
ras, onde viríamos a dormir por onde passaram e recordá- nossa cultura.
nessa noite. Embora não mos o que lá viveram, tirando-
tenhamos uma crí- nos assim algumas dúvidas Artigos orientados pelo professor de
Página 26 que poderíamos ter.
tica muito positiva Português, Luís Gonçalves.
EDUCAÇÃO FÍSICA
Obesidade: medidas de prevenção e combate
Por Ana Laura dos Reis José Silva, 11.º A3
A regra essencial é manter o gasto calórico do corpo igual ou superior à quantidade de calorias ingeridas.
1. Siga as proporções reco- 3. Coma cada 3 a 4 horas comum é que estas “dieta
mendadas pela Roda relâmpago” resultem, pouco
dos Alimentos
tempo depois, no inverso: a
recuperação do peso, acom-
panhada, frequentemente, de
um aumento superior ao peso
original.
Se tem excesso de peso,
Comendo várias vezes procure ser acompanhado por
ao dia, não tem demasiada um médico ou nutricionista e
fome quando chega à refeição estabeleça metas razoáveis
seguinte. Coma porções sufi- para a sua dieta. Tão impor-
cientes para se sentir saciado. tante como emagrecer é man-
Use o seguinte truque: come- ter um peso saudável ao longo
ce as refeições principais com do tempo.
Pratique uma dieta equi- uma sopa de legumes, sem
librada e variada, rica em batata. Para além de conter
legumes, cereais integrais, fru- água, muitas vitaminas e sais
Conclusão
ta e peixe. Reduza os alimen- minerais, ajuda a saciar a sen-
Nos dias de hoje já exis-
tos com açúcar e as gorduras sação de fome. Isto evita a
te uma grande preocupação
saturadas, presentes sobretu- ansiedade que certas dietas
em combater a obesidade.
do nas gorduras processadas de emagrecimento podem
A dificuldade de tratar a
i n d u s t r i a l m e n t e causar.
obesidade não deve desani-
(hidrogenadas), carnes verme- mar quem se vê diante de tal
4. Mantenha uma ativida-
lhas, manteiga e lacticínios de física regular problema. Existem, hoje, mui-
gordos. tos recursos disponíveis para
2. Aprenda a conhecer os o tratamento da obesidade.
alimentos e os nutrien- Medicações e dietas restritivas
tes não mostram vantagem a lon-
go prazo sobre a aquisição e
Quando manutenção de hábitos de
ingere um vida saudáveis. A cirurgia
alimento, Escolha uma atividade bariátrica, embora exiba resul-
procure que lhe dê prazer e inclua-a tados notáveis, ainda se asso-
saber que na sua rotina, de preferência cia a elevada frequência de
tipo de nutrientes está a forne- diária. A regularidade é impor- consequências adversas.
cer ao seu organismo. Não tante. Sempre que possível, O foco de tratamento de
precisa de transformar-se num ande a pé nas suas desloca- todo o indivíduo obeso deve
“conta-calorias”, mas é impor- ções e privilegie o contacto ser a mudança de hábitos die-
tante ter a noção de que cer- com a natureza com peque- téticos, a aquisição de hábitos
tos alimentos são mais calóri- nos passeios ou caminhadas saudáveis de vida e a prática
cos do que outros. Aprenda ao ar livre. de exercício físico.
sobretudo a detetar as calo-
rias escondidas nos alimentos 5. Emagreça e mantenha
pré-cozinhados ou processa- um peso saudável Excerto de um trabalho de pesquisa orientado
dos industrialmente (muitas Muitas pessoas conse- pelo professor de Educação Física, Luís Rocha.
vezes sob a forma de gordu- guem perder peso em tempo
recorde. No entanto, o mais Página 27
ras invisíveis).
DESPORTO ESCOLAR
Natação
R
Por Cátia Messias (Professora de Educação Física)
20 de março - Secundária de
VRSA - 14h30; 02 de abril -
Secundária de Tavira - 14h30).
O grupo-equipa de volei-
bol do Desporto Escolar da
ESJAC é constituído por 19
atletas que souberam honrar a
escola que representam.
Ano e Turma NOME
10.º C2 Alexandra Vélez
10.º E Joana Ventura
10.º TTUR Beatriz Martins
N
11.º A1 Margarida Custódio
das - Lusófona e Maristas de 11.º A2 Kiki Harsevoord
Lisboa. 11.º A2 Matilde Garcia
os dias 3 a 5 de Os treinos e jogos foram 11.º A2 Juliana Fernandes
janeiro de 2019 a muito importantes para as 11.º A3 Joana Silva
M arcos Pacheco é um
estudante do 10.º
ano, no curso de Artes
Visuais, da Escola Secundária
de Tavira. As suas constru-
ções inserem-se na arte de
Cosplay e Prop Making. Quan-
do mais novo, construía obje-
tos pequenos, não relaciona-
dos com Cosplay, e só os
começou a fazer a partir dos
13 anos.
O que é o Cosplay e
Prop Making e como é que
esta forma de arte aconteceu
no processo criativo de Mar-
cos? Cosplay e Prop Making
consistem em visualizar um
fato ou adereço de uma perso-
nagem e construí-lo na vida
real através de determinados escolher o que pro-
materiais. As matérias-primas duz um maior desa-
que Marcos utiliza são normal- fio, ou então aceita
mente EVA (que é um material sugestões de ami-
flexível e moldável a altas gos.
temperaturas) e cartão. Marcos quer
A história de como estes prosseguir estudos
conceitos surgiram no artista é em Arte e, em segui-
peculiar. Encontrava-se no da, tenciona traba-
carro e pôs as mãos à frente lhar em oficinas
da cara. Pensou que poderia artísticas para con-
transformar a forma como seguir desenvolver
tinha as mãos na face numa competências para o
máscara e, quando chegou a Prop Making.
casa, iniciou a construção Ao longo deste texto, o impossível de concretizar.
desse projeto. Mais tarde, Prop Making foi apresentado Porém, com esforço, trabalho
começou a fazer pesquisas na como uma forma de arte, mas árduo, resiliência, predisposi-
internet sobre construções de é, de igual forma, um ofício ção e uma colher de sorte é
máscaras, e foi aí que desco- que consiste em conceber possível agarrar os sonhos
briu o Cosplay. Hoje em dia, adereços para filmes, séries com uma mão bem aberta.
recorre a personagens de fil- ou teatro. Esse é o seu Artigo orientado pela professora
mes, séries, livros, BDs e, emprego de sonho. de Psicologia,
Alcançar os sonhos mos- Edite Azevedo. Página 29
dependendo das suas arma-
duras ou fatos, acaba por tra-se uma tarefa quase
ARTES VISUAIS
Museu Zer0 — A Arte Digital instala-se em Santa Catarina
Por Reinaldo Barros (Professor de Artes Visuais)
Entrevista a Joana Carmo
Para nós, Joana Carmo tem sido o “rosto” do Museu Zer0. Conhecemo-la na apresentação que fez do
Museu na nossa Escola e foi através dela que recebemos os artistas Jorge Mestre Simão (dia 19 de feverei-
ro – “Disparo de Arte Digital”) e Henrique Vieira Ribeiro (dia 22 de fevereiro – “À Conversa com a Arte Digi-
tal”). Solicitamos-lhe uma pequena entrevista para dar a conhecer o projeto do Museu Zero.
Reinaldo Barros - O Museu Zer0 das para serem exibidas nos comerciais ligadas à economia
nasceu por iniciativa do Instituto espaços deste museu, muito rural do interior algarvio. O
Lusíada de Cultura – ILC e conta
com o apoio de várias entidades fortes em termos estéticos, Museu Zero será instalado
para a sua concretização. Percebe mas também oriundas de numa parte das instalações
-se, pelo manifesto de intenções acervos de outros museus agrícolas e industriais, aban-
que apresentou, que é um projeto internacionais. O Museu Zer0 donadas já há alguns anos, da
maturado, pensado, assumido e assentará também de uma for- Cooperativa Agrícola de Santa
muito participado. [Pode saber
mais em: http://museu0.pt/ilc ]. ma muito singular no território Catarina da Fonte do Bispo.
Joana, o que oferece o Museu onde será instalado. Antes de Apostamos no seu contri-
Zer0 de inovador à promoção, mais, pela sua localização no buto para o desenvolvimento
divulgação e criação de arte em conjunto agrícola dos silos, regional do Algarve, pelo
Portugal? que se destaca incontornavel- envolvimento por parte das
Joana Carmo - O conceito mente na região. Procuramos principais entidades públicas e
principal do projeto do Museu uma continuidade entre paisa- associativas ligadas à etno-
Zer0 será a criação de um gem, arquitetura e arte. grafia, música, cinema e artes
lugar de exposição de obras Pensamos, contudo, visuais, para a nova fase, que
de arte digital. Queremos exi- que, exatamente por ser ino- se aproxima, de preparação
bir essas obras ao público, vador e apostar numa área da sua instalação, programa-
mas também acolher artistas artística e criativa que traça os ção artística e cultural, e fun-
residentes. Pretendemos seus primeiros passos em cionamento.
desafiar criadores, artistas, todo o mundo, será uma opor- Um projeto nos domínios
centros de investigação, tunidade que nem a região das artes digitais, e desta
museus e universidades a nos nem os seus principais atores dimensão, em Portugal e
proporem projetos muito ino- poderão desperdiçar. numa região como o Algarve,
vadores, e que nos deem visi- é por si mesmo um enorme
bilidade, pela sua originalida- RB - O Museu Zer0 poderia ter-se desafio.
de e valores estéticos, a nível instalado num local mais centrali- Estamos certos de que,
internacional. Queremos, zado, como Lisboa ou Porto, mas
sendo as tecnologias e estru-
sobretudo, ser um elemento optou por instalar-se em Santa
Catarina, um território agrícola e, turas a criar simples instru-
de orgulho para a região. aparentemente periférico, com mentos ao serviço dos artis-
Sendo bastante inovado- menos público e fora dos circui- tas, estes serão inspirados
ra dentro da arte contemporâ- tos usuais de produção e consu- pelos elementos paisagísticos
nea, e apostando naturalmen- mo de arte. Quais as vantagens
e etnográficos da região, o
te na utilização de imagens e expetáveis desta opção estratégi-
ca? que será também um incentivo
sons para, com o apoio das à visita por parte de residen-
JC - Santa Catarina da Fonte
tecnologias, serem criadas tes, visitantes e turistas na
do Bispo, no concelho de
obras de arte que desafiam os região.
Tavira, é uma das localidades
próprios artistas a novos pro-
situadas na designada Zona
cessos criativos, a arte digital RB - O Museu Zer0 parece-me
de Baixa Densidade na qual
acaba por surpreender sem- estar apostado em manter um diá-
ainda subsiste alguma ativida-
pre quem as aprecia. logo aberto e uma relação de pro-
de agrícola, centrada exata- ximidade e parceria com os cur-
Apostamos, por isso, na
mente em torno dos dois laga- sos de artes da Universidade do
produção de
Página 30 res de azeite aí existentes, Algarve. Se assim é, o que se
obras concebi- pode esperar, em termos de mas-
bem como de instalações
ARTES VISUAIS
sa crítica, inovação e produção no Algarve como a nível ligação deve ser feita a partir
artística, no médio prazo? nacional, mas sobretudo as das escolas, principalmente
JC - Apostaremos não só nos parcerias que conseguirmos da região do Algarve, sendo
valores artísticos e criativos já alavancar junto dos museus essencial para o projeto a
existentes na região, e de for- europeus, já hoje existentes, e apresentação e sensibilização
ma particular nos alunos e com quem estamos já a traba- para a arte digital, mediante o
jovens artistas saídos da nos- lhar. contacto com as mais diversas
sa Universidade, como tam- Para a sua instalação e tipologias, visando informar e
bém na auscultação e envolvi- funcionamento, iremos contar formar públicos que se
mento de artistas já com um de forma muito particular com venham a tornar os seus prin-
percurso consagrado a nível os conhecimentos e compe- cipais visitantes.
nacional que aqui têm vindo a tências existentes a nível Ora, não possuindo o
fixar a sua residência. Estes internacional, nacional e regio- Museu Zer0 ainda instalações
beneficiarão certamente da nal. em condições de poder rece-
ligação às áreas de formação É ainda de realçar que, ber visitantes, seria necessá-
existentes na nossa Universi- quando se fala de internacio- rio o Museu dirigir-se direta-
dade. nalização, não se pretendem mente aos alunos e professo-
O Museu Zer0 acolherá criar quaisquer tipos de rela- res, procurando um tipo de
nas suas instalações um polo ção “dependente do estrangei- interação o mais interessante
de investigação da Universida- ro” mas sim o próprio reconhe- possível. Para isso, convidá-
de do Algarve. Espera-se, cimento internacional do nível mos alguns artistas – Henri-
assim, servir de local de cria- de qualidade artístico das que Vieira Ribeiro, Jorge Mes-
ção e produção artística privi- obras que aqui se produzirão, tre Simão, Miguel Neto, Rui
legiado, dando desta forma para que o Museu Zer0 seja António e José Jesus para, na
um papel muito importante à em si próprio mais um ele- primeira pessoa, falarem da
formação e à criação artística mento de atração à região de sua experiência enquanto
em arte digital. novos públicos, visitantes, e artistas e do que os move,
Decorrente do trabalho já porque não, mesmo de novos levando os alunos a perceber
em curso com a UAlg e com o residentes. a necessidade do uso do digi-
Centro de Investigação em Realce-se a aposta que tal aplicada à arte.
Artes e Comunicação (CIAC), se terá que realizar ao nível Os resultados têm sido
que tem já facilitado uma das tecnologias que se irão bastante positivos e foram
aprendizagem mútua muito aqui instalar e colocá-las ao além das nossas expetativas.
interessante, haverá certa- serviço dos artistas, quer seja O Museu Zer0 já visitou cerca
mente oportunidades muito para iniciativas de criação e de dez escolas algarvias e
interessantes, quer para a produção em local, quer para tem marcadas sessões para
dinamização de residências a sua posterior apresentação os meses de abril e maio para
artísticas em conjunto, quer e difusão a nível internacional. mais algumas. No final de
para a criação, produção e cada uma das sessões, temos
apresentação de obras de RB - Joana, o Museu Zer0 permi- recebido comentários muito
arte, por parte de professores tiu-nos receber na Escola jovens estimulantes , quer de profes-
e alunos da nossa Universida- criadores portugueses. Considero
sores, quer de alunos.
de. que é sempre importante este
contacto dos alunos com a reali-
dade do artista. Quais são os RB – Quais vão ser os próximos
RB – O Museu Zer0 tem também objetivos desta relação de proxi- projetos do Museu Zer0?
como objetivo projetar-se interna- midade que o Museu Zer0 tem JC - Neste momento está a
cionalmente. Que vantagens procurado estabelecer com as decorrer a primeira residência
poderão obter a região e o País escolas da região algarvia? E artística resultante de uma
com essa visibilidade? quais os resultados já observa-
JC - Os nossos parceiros dos? parceria entre o Museu Zer0 e
serão as entidades públicas e JC - O Museu Zer0 vê como o Centro de Arte Multimédia
associativas de maior relevân- grande objetivo a ligação às holandês V2. Foram selecio-
cia para as artes digitais, tanto pessoa. Pensamos que essa nados quatro Página 31
artistas, dois
ARTES VISUAIS
portugueses e dois residentes À conversa com a arte digital
na Holanda, que terão o desa-
fio de criar obras de arte que Por Reinaldo Barros
possam ajudar a responder
aos desafios ecológicos do
presente, usando tecnologias
sustentáveis. Este programa
começa com uma primeira
residência no V2, em Roter-
dão, de 4 a 12 de abril, e
encerra com uma segunda
residência em Tavira, de 9 a
17 de maio.
O Museu Zer0 também
marca presença no Video
Lucem, projeto de cine-
concertos do Cineclube de
Faro, inserido no 365 Algarve,
mostrando, no início de cada
Sal da Terra. Fotografia. (Inkjet print on cotton paper, 45×70 cm).
sessão, o seu clip de apresen-
tação, seguido de uma obra
de vídeo-arte.
A partir de uma atividade de sensibilização à Arte Digital propos-
Esperamos também con- ta pelo Museu Zer0, no dia 22 de fevereiro, o artista Henrique Vieira
tinuar a levar atividades a Ribeiro esteve na nossa Escola, com a turma do 10º ano do Curso de
escolas e a algumas associa- Artes Visuais, para falar sobre new media e arte digital. Desenho, foto-
ções culturais do Algarve, grafia, escultura, performance, instalação, manipulação de imagem e
especialmente em Faro, som foram alguns dos temas abordados. A partir do seu percurso de
vida e profissional, o artista falou sobre o método de trabalho e o pro-
Olhão, S. Brás de Alportel, cesso de criação que aplica no desenvolvimento das suas obras. Pos-
Tavira ou Moncarapacho. Este teriormente, tivemos a oportunidade de fazer uma pequena entrevista.
ano letivo serviu como uma
primeira experiência para
conhecer escolas e espaços RB - Henrique, os teus trabalhos, de Tavira, também tive o pra-
culturais, professores, alunos pelo que pudemos compreender, zer de fazer apresentações
e quais as suas expetativas. nascem de uma profunda reflexão
em torno de um tema. Por exem- em Vila Real de Santo Antó-
Iremos também começar em plo, em o “Sal da Terra”, exploras, nio, Portimão e Lagos, estan-
breve a pensar no que quere- por meio de fotografias digitais do para breve agendadas
mos partilhar com essas que fizeste em salinas, de uma apresentações para Faro e
escolas e associações no pró- forma evocativa, poética e metafó- Loulé, cobrindo desta forma
ximo ano letivo. rica, um tema bíblico que se liga à
condição do Homem no mundo. uma área muito considerável
Mas não há nada como ir Podes explicar-nos o processo de do Algarve.
acompanhando o site do trabalho que foi passar do registo Quanto à questão que
Museu Zer0, que em breve fotográfico à exposição? me colocas, foi um processo
será melhorado, para ficar a HVR - Antes de te responder, natural, uma vez que ao longo
par das novidades. gostava de aproveitar para da construção dos meus pro-
Mais informações sobre o Museu agradecer a oportunidade de jetos vou também pensando
Zer0 em: falar sobre o meu trabalho, de que forma devem ser finali-
https://youtu.be/2TseD4BMjEc agradecimento extensível ao zados, ou seja, mostrados.
https://vimeo.com/303477307 Museu Zero, entidade respon- No caso da série fotográ-
https://vimeo.com/307287471 sável pelo conjunto de iniciati- fica “Sal da Terra”, as etapas
vas de sensibilização sobre passam basicamente pela
Arte Digital junto das escolas captação (com máquina),
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secundárias, onde, para além escolha e edição (não neces-
ARTES VISUAIS
O artista Henrique Vieira Ribeiro, a representante do Museu Zer0, Joana Carmo, o professor
Reinaldo Barros e a turma 10.º E do Curso de Artes Visuais.
sariamente por esta ordem), para a dimensão do mito. Nesse alteração de escala que refe-
impressão de teste, impressão trabalho, para lá da forma do obje- res para as imagens da
to, também alteras substancial-
final (após a definição do tipo mente a escala, fazendo com que “queda”, em que, aqui sim, a
de papel e dimensão) e, final- o observador mergulhe fisicamen- cama toma proporções de pai-
mente, a forma de as colocar te na obra. Fala-nos um pouco sagem envolvente, de linha do
na parede. Neste caso, a deste mítico “voo de Ícaro” que horizonte.
opção recaiu sobre um emol- encontraste e revelaste. Contudo, não consigo
duramento em faia com um HVR - A tua pergunta está deixar de remeter a resposta a
pass-partout. muito bem estruturada e, na esta questão para um excerto
verdade, já contém pratica- do texto presente no meu site,
RB - Na tua série “O Voo e Queda mente todas as pistas neces- que aproveito para convidar a
de Ícaro” (de que nos mostraste o sárias para “entrar” no traba- visitar e descobrir mais sobre
processo de trabalho fotográfico), lho. Há apenas um reparo no
transformaste uma cama, com os
este e outros projetos:
seus lençóis amarrotados pelos
que respeita à escala, já que “(...)Percurso que remete ain-
sinais da presença de “alguém” nas imagens do “voo” a escala da para uma dimensão cartográfica,
fisicamente ausente, num espaço das camas é próxima da real – através da qual ficcionamos o papel
geográfico com relevos e reen- ou seja 1:1 – deixando essa de Ícaro ao sobrevoar estes
trâncias, que remete, pela poética, mapas, mapas que fazem sonhar,
tal como as ilhas ou os territórios
desconhecidos e, tal como nos des-
creve a lenda mitológica, também
nós não resistimos à tentação
de voar demasiado perto do Sol,
sendo forçados irremediavelmente a
retornar ao ponto de vista iniciático –
horizontal – à (pela) condição de
meros mortais.”
Assim, quero dizer com o
texto que a base deste traba-
lho partiu de uma reflexão
acerca do nosso papel (seres
humanos) na sociedade,
fazendo poste-
O Voo e Queda de Ícaro. Fotografia. (Inkjet print on fineart canvas, 100×200 cm). riormente uma Página 33
ARTES VISUAIS
analogia com a mitologia gre- HVR - Em primeiro lugar, particulares em Portugal, França e Inglater-
ga através da lenda de Ícaro, recomendar que não se tome ra, assim como em instituições, como o
Museu do Combatente, Galeria Artur Bual e
para a qual eu lanço o desafio a opção de seguir um percur- Associação 25 de Abril. Está ainda represen-
de irem investigar, caso não a so numa vertente artística por tado na Fundação Calouste Gulbenkian e na
conheçam. A história recorda- uma falsa ideia de facilitismo. Coleção Figueiredo Ribeiro – Quartel da Arte
nos que não passamos de A Arte é uma área que requer Contemporânea de Abrantes.
meros mortais. toda a dedicação possível, e Próximas exposições individuais: maio,
cujo sucesso, mesmo nesses Fundação Portuguesa das Comunicações, e
RB - O teu trabalho artístico tam- casos, está dependente de junho, Museu Nacional de Arte Contemporâ-
nea do Chiado – MNAC.
bém explora as qualidades mate- uma série de fatores que não
riais e simbólicas dos suportes são possíveis de controlar. Para conhecer melhor o seu traba-
(ferro, água, terra, madeira, etc.) e lho, fazemos o convite a que visite o site do
a sua relação com a nossa perce- Por exemplo, o artista não artista - http://henrique.vieiraribeiro.net/
ção. Pelo vídeo e pelo som, traba- consegue controlar o “gosto”
Pode também conhecer em vídeo o
lhas a nossa relação com as ener- do outro, tendo que ter paciên- seu processo de trabalho em https://
gias e as vibrações. Digamos que, cia e persistência de modo a youtu.be/fc5w2JPIY7k (Henrique Vieira
em alguns dos teus trabalhos, há encontrar o seu espaço. Ribeiro - Em Estúdio) ou ouvir o curador e o
uma grande apropriação e envol- Por isso, a recomenda- artista falarem sobre a sua exposição “As
vimento do corpo e da mente. Viagens de Paulo V.” em https://
Fala-nos um pouco de um desses ção que posso fazer é que se
vimeo.com/208524016
trabalhos de instalação. dediquem aos vossos proje-
HVR - A instalação vai sendo tos, leiam muito, vejam muito
Exposição do Curso de Artes Visuais
uma abordagem cada vez cinema, se possível diferente
mais recorrente nos meus tra- do que circula nos meios mais
balhos. Por exemplo, uma das comerciais, visitem exposi-
obras que penso ter apresen- ções e conversem com o
tado na conversa com os alu- maior número de artistas que
nos, designada por ...no prin- conseguirem, partilhem expe-
cípio, foi criada especifica- riências e referências, não
mente para uma exposição esquecendo que as etapas se
que fiz em 2018 no Quartel da fazem gradualmente, passo a
Arte Contemporânea de passo.
Abrantes - Coleção Figueiredo
Ribeiro. Funcionou como pon- Henrique Vieira Ribeiro (Lisboa, 1970),
to de ligação entre as restan- mestre em Arte Multimédia, vertente de
tes obras presentes, cujo Audiovisuais, pela Faculdade de Belas Artes
desígnio era a de trazer fisica-
da Universidade de Lisboa, e licenciado em
mente o elemento água para Arte Multimédia, vertente de Fotografia, pela
mesma instituição. Docente convidado na
dentro da exposição. Este era Escola Superior de Arte e Design – Caldas
um ponto comum a todos os da Rainha (2015/2016 e 2016/2017) nas
trabalhos apresentados cadeiras de fotografia, projeto audiovisual e
(fotografia, desenho e vídeo). multimédia e desenho digital. Participou em
A peça estabelece ainda uma 2017 na residência artística ResArt Marvão.
Na prática autoral, as suas inquietações
continuidade com o concep- têm como origem aspetos relacionados com
tualismo introduzido, contendo a condição humana, nomeadamente a refle-
ligações a temas bíblicos e xão acerca da necessidade/desejo de trans-
mitológicos e ,ainda, a apro- cendência do ser humano. Neste aspeto, o
priação de um diálogo do filme objeto enquanto portador de vida, enquanto
testemunho mnemónico, desempenha um
Solaris, de 1972, de Andrei papel preponderante. Utiliza a fotografia e o
Tarkovski, como mote. vídeo como media nucleares, que em con-
junto com o desenho formam os seus supor-
RB - Que conselhos darias a tes de eleição, tendo, contudo, o resultado
quem quer final das suas obras vindo a adquirir um
Página 34 seguir uma car- cariz de instalação.
reira artística. Está representado em várias coleções
ARTES VISUAIS
Fotografia
Invisibilidades da Paisagem
Por Alice Pacheco, 12.º C1
M
Por Cristina Castilho (Professora de Física e Química)
B
Por Ana Cristina Matias (Professora Bibliotecária)