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Programas
de Química
7ª, 8ª e 9ª Classes
Ficha Técnica
Título
Programas de Química 7ª, 8ª e 9ª Classes
Autor
INIDE/MED
Coordenação Geral
Manuel Afonso | José Amândio Francisco Gomes | João Adão Manuel
Coordenação Técnica
Pedro Fernandes
Coordenação do Iº Ciclo
Maria António Joaquim | Rita Francisco Manuel Neto
Equipa de Trabalho
Grupo Multidisciplinar do INIDE
Editora
Editora Moderna
E-mail: geral@editoramoderna.com
Apresentação 05
Plano Temático 11
Plano Temático 21
Plano Temático 35
Bibliografia 53
5
Apresentação
A Química é a ciência que estuda a natureza da matéria, as suas transformações e a energia envolvida nesses processos.
O estudo da Química, assim como de outras áreas do conhecimento, é fundamental para desenvolver a capacidade de
raciocinar logicamente, observar, redigir com clareza, experimentar e buscar explicações sobre o que se vê e o que se
lê, compreender e reflectir sobre os factos do quotidiano.
O ensino da Química tem por objectivo formar o aluno como cidadão capaz de compreender os princípios, as leis e
as teorias e, posteriormente fazer uma análise do conhecimento construído, a sua aplicação prática, a sua relevância
social e as suas implicações ambientais. É importante que o aluno se torne capaz de apropriar-se do conhecimento
científico e de utilizá-lo para decifrar, esclarecer o mundo e nele interferir. Uma das condições para se aprender algo é
estar disposto a aprender. E aprender envolve entre outras coisas, vontade, regularidade e persistência. O desejo de
aprender, o estudo feito de modo regular e a perseverança são factores essenciais para quem quer aprender Química
e desenvolver o gosto por essa fascinante ciência, que está veiculada à realidade da vida dos educandos. Segundo
Vera Novais (1999), para progredir no estudo da Química são importantes três aspectos: o trabalho do docente, o seu
interesse, o seu empenho e a utilização de recursos pedagógicos adequados.
Ao (a) professor(a) cabe planificar as aulas, estimular o aluno a pensar e ajudá-lo a superar dificuldades. E ao aluno cabe
manter-se interessado em aprender e desenvolver a disciplina com alguma eficácia. Por outro lado, o mundo laboral
requer, cada vez mais, indivíduos capazes não só de analisar o mundo de forma ampla e de integrar com diversas áreas
de conhecimento mas também apreender sempre, uma vez que a quantidade de conhecimentos relativos a todas as
áreas cresce diariamente. Segundo Vera Novais: para aprender Química, é necessário ser alfabetizado numa nova
linguagem, num tipo de escrita própria dessa ciência e aprender a raciocinar utilizando conceitos químicos.
6 Programas de Química | 7ª, 8ª e 9ª Classes
A escola, sendo um lugar privilegiado para a construção de conhecimentos científicos e tecnológicos promove
simultaneamente o desenvolvimento de conhecimentos, habilidades, atitudes, valores e ética nos alunos, com vista
a facilitar o seu empenho nas exigências do progresso social, tendo em consideração a formação de um cidadão
autónomo e contribuindo para uma sociedade mais justa, imparcial e humana.
A Química, tal como outras ciências, apresenta-se ao aluno como: “Uma ciência eminentemente relevante, tanto do
ponto de vista prático, como intelectual e cultural, de conteúdos estruturados e, fundamentalmente, experimental nos
seus métodos”.
Com os conhecimentos construídos nos anos anteriores o aluno vai começar a descobrir como a Química é uma ciência
interessante, com o raciocínio fortemente relacionado com a vida e o mundo em que vive.
A Química, como ciência, presta um particular contributo essencial na educação dos alunos:
• Permite um constante desejo de saber e o prazer da descoberta de vários processos que ocorrem na natureza;
• Permite desenvolver conhecimentos, habilidades, atitudes, valores e ética, de modo a formar o indivíduo para a
cidadania.
Neste contexto, os conteúdos programáticos da disciplina de Química visam a ampliação dos conhecimentos já
construídos em Ciências da Natureza e formação de novos conceitos que permitirão a exploração de temas actuais.
Preconiza-se, com o desenvolvimento dos programas de Química neste ciclo, não só a construção de conhecimentos
científicos, como também dotar o aluno de uma capacidade de execução de trabalhos simples no laboratório ou
mesmo em sala de aula, usando materiais de baixo custo, para desenvolver a criatividade e poder de interpretação
dos fenómenos circundantes, assim como a sua vinculação com os conteúdos estudados nas disciplinas ministradas
no Ensino Primário.
1º Ciclo do Ensino Secundário 7
Este material constitui a base orientadora do trabalho do(a) professor(a) de Química neste Ciclo, pelo que deverá
ser estudado e consultado no momento de preparação das suas aulas, primando pelo cumprimento dos objectivos
formulados.
A análise global deste material dará ao(a) professor(a) uma visão mais ampla sobre a profundidade da abordagem de
cada conteúdo, nas diferentes classes do Ciclo. Por sua vez, a elaboração em forma cíclica permite compreender a
nossa intenção de considerar e ampliar os conceitos e conhecimentos básicos do Ciclo, para que ao concluir o 1º Ciclo
do Ensino Secundário o aluno esteja em condições de compreender os conteúdos programáticos apreendidos e do
Ciclo subsequente.
8
›› Assegurar uma formação harmoniosa e integral de qualidade que permita o desenvolvimento das capacidades
intelectuais, laborais, artísticas, cívicas, morais, éticas, estéticas e físicas;
›› Assegurar conhecimentos técnico-científicos e tecnológicos que favoreçam um saber-fazer eficaz e eficiente que se
adapte às exigências do desenvolvimento económico e social;
›› Educar as crianças, jovens e cidadãos adultos para adquirirem hábitos, habilidades, capacidades e atitudes
necessárias ao seu desenvolvimento;
›› Promover na juventude e noutras camadas sociais o amor ao trabalho e potenciá-los para a aprendizagem de uma
actividade laboral socialmente útil e capaz de melhorar as suas condições de vida;
›› Assegurar à nova geração uma orientação vocacional e profissional sólida e útil à sua inserção na vida activa.
Programa
de Química
7ª Classe
10 Programas de Química | 7ª, 8ª e 9ª Classes
Plano Temático
Horas Lectivas
Tema Trimestre
Aula Avaliação Reserva Total
3 Constituição da matéria 2º 21 2 1 24
Carga Horária
Objectivos Específicos Subtemas Conteúdos
Teórica Teórico-prática Prática
›› Relatar a história da Química. 1.1. Breve história da Química ›› Breve História da Química. 1
·· Físicas;
·· Químicas.
›› Reconhecer os resíduos como fonte de 1.4. Resíduos sólidos. O lixo ›› Resíduos sólidos. O lixo. 2
contaminação para o ambiente.
1º Ciclo do Ensino Secundário 13
Carga Horária
Objectivos Específicos Subtemas Conteúdos
Teórica Teórico-prática Prática
›› Definir o conceito de materiais no contexto 2.1. Materiais existentes na ›› Materiais existentes na natureza. 1
químico; natureza e sua classificação ›› Classificação dos materiais
›› Identificar os materiais existentes na natureza; existentes na natureza.
›› Classificar os materiais existentes na natureza.
›› Enumerar os métodos de separação dos 2.3. Processos de separação de ›› Processos de separação dos 1 5
componentes de uma mistura; substâncias numa mistura componentes de uma mistura.
›› Demonstrar os processos de Separação dos
componentes das misturas.
14 Programas de Química | 7ª, 8ª e 9ª Classes
Carga Horária
Objectivos Específicos Subtemas Conteúdos
Teórica Teórico-prática Prática
›› Explicar a teoria corpuscular da matéria; 3.1. Teoria corpuscular da ›› Teoria corpuscular da matéria. 2
›› Demonstrar com exemplos os corpúsculos matéria Breves considerações.
constituintes da matéria.
›› Diferenciar os estados físicos de agregação da 3.2. Estados físicos de ›› Estados físicos de agregação da 2
matéria; agregação da matéria: sólido, matéria.
›› Justificar o comportamento das moléculas no líquido e gasoso ›› Estado sólido, líquido e gasoso.
estado: gasoso, sólido e líquido.
›› Definir o conceito de átomos como unidades 3.3. Unidades estruturais da ›› Unidades estruturais da matéria. 2
estruturais da matéria; matéria
›› Definir o conceito de símbolos químicos; 3.3.3. Símbolos químicos e ›› Símbolos químicos e fórmulas 2 3
›› Definir o conceito de fórmulas químicas; fórmulas químicas químicas.
›› Definir o conceito de iões; 3.3.4. Iões e a representação ›› Iões. Representação simbólica dos 2 2
›› Distinguir um ião negativo de um ião positivo; simbólica iões.
Carga Horária
Objectivos Específicos Subtemas Conteúdos
Teórica Teórico-prática Prática
›› Verificar como as substâncias se transformam 4.1. A transformação das ›› Como transformar umas substâncias 2 4
por acção: substâncias umas em outras em outras.
·· Do calor; ›› Transformação por acção do calor,
·· Da electricidade; da electricidade, da luz, da mecânica
e por junção de substâncias.
·· Da luz;
·· Da mecânica;
·· De junção de substâncias.
›› Explicar a lei da conservação da massa; 4.2. Transformações de ›› Lei da conservação dos átomos 2 2
›› Definir o conceito de reacção química; substâncias e relação com a nas reacções químicas (lei da
sua constituição conservação da massa ou lei de
›› Conceito de equação química.
Lavoisier).
›› Verificar os factores que influenciam a 4.3. Factores que afectam a ›› Factores que afectam a velocidade 1 3
velocidade das reacções químicas. velocidade de uma reacção de uma reacção química.
química
›› Conhecer a constituição dos átomos numa perspectiva do pensamento dos filósofos gregos;
›› Conhecer a constituição dos átomos como partículas subatómicas;
›› Compreender as primeiras tentativas de classificação dos elementos químicos;
›› Analisar a organização dos electrões no átomo de acordo a teoria atómica;
›› Analisar a organização da tabela periódica dos elementos químicos;
›› Avaliar o comportamento dos elementos químicos na tabela periódica;
›› Conhecer a importância da tabela periódica dos elementos químicos;
›› Conhecer a constituição das moléculas de substâncias existentes na natureza;
›› Aplicar modelos que representem as formas de substâncias químicas;
›› Analisar o comportamento das estruturas moleculares;
›› Analisar as ligações químicas que ocorrem entre átomos;
›› Analisar o comportamento das moléculas nos diferentes estados de agregação;
›› Analisar o comportamento das estruturas iónicas;
›› Conhecer as diferentes funções dos compostos inorgânicos;
›› Analisar o comportamento dos compostos inorgânicos;
›› Analisar as soluções aquosas como sistemas homogéneos;
›› Analisar os diferentes tipos de soluções quanto à quantidade de soluto;
›› Aplicar diferentes cálculos sobre a concentração de soluções;
›› Aplicar experiências simples no laboratório ou em sala de aula utilizando aparelhos laboratoriais respeitando as
regras de segurança necessárias.
1º Ciclo do Ensino Secundário 21
Plano Temático
Horas Lectivas
Tema Trimestre
Aula Avaliação Reserva Total
Carga Horária
Objectivos Específicos Subtemas Conteúdos
Teórica Teórico-prática Prática
›› Explicar a constituição dos átomos; 1.2. A constituição dos átomos ›› A constituição dos átomos. Os 2 4
›› Descrever os modelos atómicos propostos por e os modelos atómicos modelos atómicos.
alguns cientistas;
1.2.1. Partículas ›› Partículas subatómicas.
›› Comparar os diferentes modelos atómicos dos
cientistas;
subatómicas ›› A organização dos electrões no
átomo.
›› Representar ordenadamente os níveis 1.2.2. A organização dos
electrónicos (distribuição electrónica) dos electrões no átomo ›› Níveis electrónicos.
elementos químicos; ›› Os electrões do último nível.
›› Representar os electrões do último nível de ›› Modelo da nuvem electrónica.
acordo ao seu carácter químico; ›› Estrutura do átomo.
›› Ilustrar o modelo da nuvem electrónica em ›› Raio atómico e raio iónico.
função a zona do espaço atómico; ›› Número atómico e número de
›› Descrever a estrutura do átomo, as partículas massa.
com suas respectivas cargas eléctricas;
›› Justificar que cada nível de energia é
caracterizado por um número natural;
›› Explicar a variação nos elementos químicos de:
·· Raio atómico;
·· Raio iónico.
›› Diferenciar raio atómico de raio iónico;
1º Ciclo do Ensino Secundário 23
›› Aprofundar o conceito sobre elemento químico; 1.3. O que é um elemento ›› O que é um elemento químico. 2
›› Caracterizar um elemento químico de acordo químico. Isótopos e isóbaros ›› Isótopos e isóbaros.
com o seu respectivo:
·· Número atómico;
·· Número de massa.
›› Diferenciar isótopos de isóbaros;
›› Exemplificar:
·· Isótopos;
·· Isóbaros
›› Representar simbolicamente:
·· Isótopos;
·· Isóbaros
›› Definir o conceito de massa atómica; 1.4. A massa dos átomos ›› A massa dos átomos. 1 2
›› Definir o conceito de massa atómica relativa; ›› Massa atómica relativa.
›› Interpretar a massa dos átomos de acordo à
escala atómica;
›› Interpretar a massa atómica relativa como
grandeza sem unidades.
24 Programas de Química | 7ª, 8ª e 9ª Classes
Carga Horária
Objectivos Específicos Subtemas Conteúdos
Teórica Teórico-prática Prática
›› Conhecer as primeiras tentativas de classificação 2.1. Primeiras tentativas de ›› Primeiras tentativas de classificação 1 2
dos elementos químicos até Mendeleev; classificação dos elementos dos elementos químicos.
›› Fundamentar as primeiras tentativas de agrupar químicos até Mendeleev ›› Lei das Tríades.
os elementos químicos pela lei das oitavas; ›› Lei das Oitavas.
›› Fundamentar as primeiras tentativas de ordenar
os elementos químicos pela lei das oitavas.
›› Definir o conceito de tabela periódica; 2.2. Noção sobre a estrutura da ›› Noção sobre a estrutura da tabela 3
›› Reconhecer a importância da tabela periódica; tabela periódica de Mendeleev periódica de Mendeleev.
›› Representar a tabela periódica actual dos 2.2.1. A estrutura da tabela ›› A estrutura da tabela periódica
elementos químicos; periódica actual e a Lei actual.
›› Identificar na tabela periódica actual: os grupos; periódica ›› Lei periódica dos elementos
os períodos; os metais; os não metais, químicos.
›› Formular a lei periódica dos elementos químicos;
›› Comparar as propriedades dos metais com as 2.2.2. Metais e não- ›› Metais e não-metais. 2
dos não metais; metais. Propriedades e ›› Propriedades e características dos
›› Descrever as características dos metais; características dos metais e metais.
dos não metais
›› Reconhecer as semelhanças nas propriedades 2.3. Semelhanças nas ›› Semelhanças nas propriedades das 2
dos elementos químicos de uma mesma família propriedades das substâncias substâncias elementares.
como: família dos metais alcalinos; família dos elementares
metais alcalino-terrosos; família dos halogéneos;
família dos gases raros.
›› Descrever as propriedades físicas dos metais 2.3.1. Família de metais ›› Família de metais e de não-metais.
2 4
alcalinos; e de não-metais. Metais Metais alcalinos. Uso dos metais
›› Descrever as propriedades químicas dos metais alcalinos, alcalinos- alcalino-terrosos.
alcalinos; terrosos, halogéneos e ›› Propriedades físicas dos metais.
gases raros.
›› Descrever as características dos metais ›› Propriedades químicas dos metais
alcalinos-terrosos; alcalinos.
›› Descrever as propriedades físicas dos ›› Propriedades físicas dos metais
halogéneos; alcalino-terrosos.
›› Descrever as propriedades químicas dos ›› Propriedades químicas dos metais
halogéneos; alcalino-terrosos.
›› Comprovar a variação do carácter não metálico ›› Propriedades físicas dos halogéneos.
ao longo do grupo; ›› Propriedades químicas dos
›› Reconhecer a solubilidade dos halogéneos em halogéneos.
água; ›› Afinidades electrónicas dos
›› Descrever as características dos gases raros ou halogéneos.
gases nobres; ›› Solubilidade dos halogéneos. Acção
dos compostos dos halogéneos com
a água.
›› Análise das propriedades químicas
ao longo do grupo.
›› Gases raros.
26 Programas de Química | 7ª, 8ª e 9ª Classes
›› Descrever a variação regular do tamanho dos 2.4. Regularidades dos ›› Regularidades dos elementos na 2
átomos ao longo dos: elementos na tabela periódica. tabela periódica das famílias:
·· Grupos; ·· Metais alcalinos;
·· Períodos. ·· Metais alcalinos-terrosos;
›› Assinalar as regularidades entre os números ·· Halogéneos.
atómicos dos elementos das famílias: ·· Gases raros.
·· Família dos metais alcalinos;
·· Família dos metais alcalino-terrosos;
·· Família dos halogéneos;
·· Família dos gases raros.
›› Representar a variação da reactividade dos 2.4.1. A reactividade dos ›› A reactividade dos elementos da 2
metais alcalinos periodicamente ao longo do elementos da mesma mesma família.
grupo; família ›› Metais alcalinos.
›› Representar a variação da reactividade dos ›› Halogéneos.
metais alcalino-terrosos periodicamente ao
longo do grupo;
›› Representar a variação da reactividade dos
halogéneos periodicamente ao longo do grupo.
1º Ciclo do Ensino Secundário 27
Carga Horária
Objectivos Específicos Subtemas Conteúdos
Teórica Teórico-prática Prática
›› Explicar o conceito de moléculas; 3.1. O que são moléculas ›› O que são moléculas. 1 2
›› Diferenciar moléculas de substâncias elementares ›› Constituição das moléculas de
das moléculas de substâncias compostas; substâncias elementares e de
›› Comparar moléculas de substâncias elementares substâncias compostas.
com moléculas de substâncias compostas; ›› Representação simbólica das
›› Representar as moléculas simbolicamente moléculas.
através de fórmulas químicas; ›› Fórmulas químicas das moléculas
›› Descrever as regras para a escrita das fórmulas das substâncias.
químicas. ›› Regras para a escrita das fórmulas
›› Interpretar o conceito de ligação química; químicas.
›› Definir o conceito de ligação covalente; 3.2. A ligação entre os átomos ›› A ligação entre os átomos na 1 2
›› Diferenciar ligação covalente polar da covalente na molécula molécula.
apolar; ›› Ligação covalente.
›› Reconhecer que na ligação covalente existe ›› Ligações polares e apolares.
partilha de electrões; ›› Ligação covalente simples, dupla e
›› Reconhecer que a ligação covalente apolar ocorre tripla.
em moléculas formadas por átomos iguais;
›› Representar a ligação covalente:
·· Simples;
·· Dupla;
·· Tripla.
28 Programas de Química | 7ª, 8ª e 9ª Classes
›› Diferenciar o tamanho da forma das moléculas 3.3. Tamanho e forma das ›› Tamanho e forma das moléculas. 1 4
existentes na natureza; moléculas ›› As moléculas de hidrogénio, oxigénio
›› Diferenciar a forma das moléculas existentes na e água.
natureza; ›› Forma das moléculas.
›› Determinar as massas moleculares de distintas ›› Massa das moléculas.
moléculas a partir das massas atómicas;
›› Massa molecular relativa. Cálculo da
›› Determinar as massas moleculares relativas de massa molecular relativa.
distintas moléculas a partir das massas atómicas
relativas.
›› Reconhecer que existem sólidos constituídos por 3.4. Sólidos e líquidos ›› Sólidos e líquidos moleculares. 3 5
moléculas; moleculares ›› Ligações intermoleculares.
›› Reconhecer que existem líquidos constituídos ›› Ligação de hidrogénio.
por moléculas;
›› Demonstrar que as moléculas estão ligadas por
forças atractivas;
›› Interpretar o conceito de ligações
intermoleculares;
›› Definir o conceito de ligação de Hidrogénio.
›› Reconhecer a importância da água para o 3.4.1. A água. A qualidade ›› A água. Principais utilizações da
consumo humano: da água em Angola. Normas água.
›› Assinalar as normas das qualidades de água em de qualidade ›› A qualidade da água em Angola.
Angola; ›› Normas de qualidade.
›› Explicar a ligação de hidrogénio a partir da
molécula de água;
›› Exemplificar a ligação de hidrogénio.
›› Assinalar as propriedades dos sólidos 3.4.2. Sólidos covalentes ›› Sólidos covalentes.
covalentes.
1º Ciclo do Ensino Secundário 29
›› Definir o conceito de sólidos iónicos; 3.5. Sólidos iónicos e as suas ›› Sólidos iónicos. 2
›› Assinalar as propriedades dos sólidos iónicos; propriedades ›› Ligação iónica.
›› Demonstrar as estruturas cristalinas formadas ›› Estruturas cristalinas.
por iões; ›› Propriedades dos sólidos iónicos.
›› Definir o conceito de ligação iónica;
›› Representar a ligação iónica formada por iões.
30 Programas de Química | 7ª, 8ª e 9ª Classes
Carga Horária
Objectivos Específicos Subtemas Conteúdos
Teórica Teórico-prática Prática
Carga Horária
Objectivos Específicos Subtemas Conteúdos
Teórica Teórico-prática Prática
›› Verificar os factores que influenciam o processo 5.3.1. Factores que ›› Factores que influenciam o processo
de dissolução. influenciam o processo de de dissolução.
dissolução
›› Compreender a estrutura baseada nas propriedades dos elementos do grupo 16 da Tabela Periódica, distinguindo
o oxigénio do enxofre;
›› Aplicar cálculos sobre a quantidade em química na relação entre massa das substâncias com volumes dos gases;
›› Analisar a importância do carbono nos compostos orgânicos;
›› Analisar a importância da Química Orgânica para o Homem na sociedade;
›› Analisar a importância da exploração diamantífera como fonte de rendimento em Angola;
›› Compreender a relação entre a actividade da indústria extractiva de diamantes e a preservação e conservação do
ambiente;
Plano Temático
Horas Lectivas
Tema Trimestre
Aula Avaliação Reserva Total
2 Quantidade em química 2º 21 2 1 24
3 Química do carbono 3º 23 2 1 26
36 Programas de Química | 7ª, 8ª e 9ª Classes
Carga Horária
Objectivos Específicos Subtemas Conteúdos
Teórica Teórico-prática Prática
›› Identificar os elementos na tabela periódica; 1.1. Os elementos do grupo ›› Os elementos do grupo 16 e a sua 2
›› Escrever os símbolos dos elementos do grupo 16; 16 e a sua posição na tabela posição na tabela periódica.
periódica
›› Comparar os elementos do grupo 16 com
elementos de outros grupos.
›› Representar as estruturas electrónicas dos 1.2. Estrutura electrónica e ›› Estrutura electrónica e propriedades 4
elementos do grupo 16; propriedades químicas dos químicas dos elementos do grupo 16.
›› Citar os electrões do último nível a partir da elementos do grupo 16
distribuição electrónica dos elementos do grupo
16;
›› Comparar as propriedades químicas do grupo
16, com outros grupos já estudados;
›› Escrever as fórmulas químicas dos compostos
dos elementos do grupo 16 ao reagir com o
hidrogénio.
1º Ciclo do Ensino Secundário 37
›› Escrever as fórmulas dos óxidos de enxofre 1.5. Os óxidos de enxofre na ›› Os óxidos de enxofre na natureza. 1 3
existentes na natureza; natureza ›› Estrutura molecular.
›› Representar a estrutura molecular dos óxidos de ›› Propriedades.
enxofre existentes na natureza;
›› Formação de chuvas ácidas.
›› Representar as equações de formação das
›› Consequências das chuvas ácidas.
chuvas ácidas;
›› Interpretar as consequências das chuvas ácidas.
38 Programas de Química | 7ª, 8ª e 9ª Classes
Carga Horária
Objectivos Específicos Subtemas Conteúdos
Teórica Teórico-prática Prática
›› Definir o conceito de: 2.1. Massa atómica relativa, ›› Massa atómica relativa. 2 4
·· Massa atómica relativa; massa isotópica relativa e ›› Massa isotópica relativa. Massa
massa molecular relativa
·· Massa isotópica relativa; molecular relativa.
›› Definir o conceito de: 2.2. Massa molar de átomos, ›› Massa molar de átomos, moléculas 2 2
·· Massa molar; moléculas e iões e iões.
›› Determinar o volume molar dos gases; 2.4.Volume molar de um gás ›› Volume molar de um gás. 2
›› Representaras expressões volumétricas de
gases;
›› Definir o conceito de mole; 2.5. Relação entre número de ›› Relação entre número de moles, 2 4
›› Relacionar a massa molar, o volume molar com o moles, massa molar e volume massa molar e volume molar.
número de unidades estruturais de uma porção molar
de substância.
40 Programas de Química | 7ª, 8ª e 9ª Classes
Carga Horária
Objectivos Específicos Subtemas Conteúdos
Teórica Teórico-prática Prática
·· Antraceno.
›› Diferenciar as estruturas dos compostos
derivados dos hidrocarbonetos aromáticos;
›› Representar as reacções de obtenção dos
compostos aromáticos com os seus derivados;
›› Reconhecer a importância biológica de alguns
compostos aromáticos.
›› Explicar as alterações climáticas que ocorrem na 3.7. Alterações climáticas e ›› Alterações climáticas. Efeito de 2
natureza; efeito de estufa estufa.
›› Fundamentar o efeito de estufa como fenómeno ›› Gases de efeito de estufa.
natural; ›› Consequências do efeito de estufa.
›› Relacionar os gases do efeito estufa com suas
principais fontes de emissão;
›› Argumentar as consequências do efeito de
estufa na superfície terrestre.
44 Programas de Química | 7ª, 8ª e 9ª Classes
Na visão de Inforsato, e. C.; Robson, A. S. (2011), a planificação é uma componente fundamental e muitas vezes decisiva
para uma boa gestão da sala de aula. Na planificação do ensino, o propósito diz respeito àquilo que deve formar o
aprendiz da maneira mais completa possível, afinal estamos a falar de educação. Assim como toda planificação, o
ensino pensa-se em etapas, que a seguir explicitaremos.
1. Diagnóstico
A primeira etapa refere-se ao conhecimento da realidade na qual se vai actuar, que será objecto das acções a
serem planificadas. Nesta perspectiva, Vasconcellos (1995) afirma que se deve saber, tão bem quanto possível, as
características principais dessa realidade. Esse diagnóstico é executado pelo aproveitamento das várias ocasiões e
oportunidades para se manter contactos com a realidade. Essa visão de diagnóstico em processo é fundamental para
a vitalidade da planificação, pois por ele se obtém os dados necessários para que se tenha a retroalimentação daquilo
que foi planificado de início. A título de exemplo, à medida que um professor de um ano de escolaridade obtém dados
dos seus alunos quanto às facilidades ou dificuldades de aprendizagem, ele pode reordenar as suas acções, seus
métodos, adequando-os ao ritmo e às necessidades dos seus alunos.
1º Ciclo do Ensino Secundário 45
2. Objectivos
Objectivos são metas estabelecidas, ou então os resultados previamente estabelecidos, que se almeje alcançar e se
espera que o aluno alcance em actividades de ensino. Representam as expectativas de modificações nos alunos após
a intervenção do ensino – habilidades, conhecimentos, atitudes e valores.
A partir da escolha dos objectivos, o professor é capaz de seleccionar conteúdos, aplicar estratégias de ensino-
aprendizagem e elaborar o processo de avaliação para a verificação da efectividade daquele método, utilizando
diversos instrumentos de avaliação como: perguntas orais, perguntas escritas, observação, trabalhos em grupos e
individuais, debates, demostrações, relatórios, chuva de ideias, jogos de papéis, etc., as quais favorecem a identificação
das fortalezas e fracassos das aprendizagens e suas possíveis causas. Sendo assim, os objectivos constituem o ponto
de partida da planificação, pelo que é necessário que observemos a existência de dois tipos de objectivos: (i) Objectivos
gerais – são mais amplos e complexos. Espera-se alcançá-los a longo prazo, como, por exemplo, no final do ciclo de
ensino, incluindo o crescimento desejado nas diversas áreas de aprendizagem. A sua elaboração deve ser directa e
sucinta para que não haja confusão na sua interpretação ou acabem transformando-se em objectivos específicos; (ii)
Objectivos específicos – estão relacionados com aspectos mais simples e concretos que podem ser alcançados em
menos tempo. Os objectivos específicos são aqueles que esperamos alcançar no final de um tema ou assunto, que
pode ocupar uma aula ou várias.
Para dar resposta aos objectivos é importante que o professor considere três categorias de objectivos: (i) Objectivos
de conhecimento – consistem nos conhecimentos que o aluno construirá ao longo do processo ensino-aprendizagem
(informações, factos, conceitos, princípios etc.); (ii) Objectivos de habilidades – referem-se a tudo que o aluno aprenderá
a fazer com o uso das suas capacidades intelectuais, afectivas, psicomotoras, sociais e culturais; (iii) Objectivos de
atitudes – são aqueles relacionados com os comportamentos esperados por parte dos alunos, ligados a valores e que
podem variar de acordo com a realidade sociocultural.
Essa estratificação não precisa ser explicitada ao nível do plano de aula, mas é importante não se perder de vista que
quando se trata de educação, de crianças ou de jovens, todas essas ordens de objectivos devem ser colocadas no
mesmo plano de importância.
46 Programas de Química | 7ª, 8ª e 9ª Classes
3. Conteúdos
Os conteúdos são as matérias do ensino-aprendizagem. Eles são os meios com os quais se pretende atingir os objectivos.
No contexto de uma visão mais promissora sobre os conteúdos, Coll (1997) propõe que os conteúdos sejam classificados
em três tipos de acordo com aquilo que os alunos devem Saber, Fazer e Ser. Ele definiu-os como conteúdos “conceituais,
procedimentais e atitudinais”. A maneira de ensiná-los e a maneira de aprendê-los partilham muitas semelhanças,
pois quando aprendemos fazemo-lo de uma maneira total, utilizando a cognição, os movimentos do corpo e as
emoções. Por isso, essa forma de abordar os conteúdos tira a carga da associação dos conteúdos com as disciplinas e
enfatiza mais a natureza deles: (i) os conteúdos conceituais estão relacionados com factos, conceitos e princípios. Os
primeiros exigem o uso de esquemas de conhecimento mais simples e geralmente ligados a actividades que induzem
à reprodução da informação tal como ela foi transmitida; (ii) os conteúdos procedimentais referem-se ao conjunto de
acções ordenadas destinadas à obtenção de um fim, para que se atinja um objectivo. Eles são a leitura, o desenho, a
observação, o cálculo, a classificação, a tradução, enfim, acções ou conjunto de acções que demonstrem o domínio de
habilidades do fazer; (iii) os conteúdos atitudinais envolvem os valores, atitudes e normas que influem nas relações
e nas interacções do ambiente ou do contexto escolar. Valores são conteúdos que se expressam pelos princípios e
pelas ideias éticas que temos a respeito da conduta humana. Nestes encontra-se a solidariedade, o respeito ao outro,
a responsabilidade, a liberdade, a igualdade, etc. Atitudes são expressões sólidas de conduta fundamentadas em
valores. Nas atitudes temos a cooperação, o coleguismo, o civismo, a participação, a firmeza de propósitos, etc.
Partindo-se da concepção de que as actividades que devem ser planificadas no processo de ensino-aprendizagem
referem-se àquilo que o aluno precisa fazer para apreender determinado conteúdo e que a natureza dessas actividades,
de preferência, deve ser aquela que faz o aluno permanecer activo durante todo o processo, cabe ao professor
escolher, desse modo, as técnicas e os procedimentos que estejam orientados por esses pressupostos. Se a limitação
do professor é grande na escolha dos conteúdos a ensinar, a sua liberdade quanto aos métodos a aplicar é significativa.
Decidir por um método ou outro, portanto, é quase que exclusivamente da alçada do professor.
A caracterização da didáctica como mediação do processo de ensino-aprendizagem não abandona a clássica metáfora
do triângulo didáctico, mas amplia-a, já que a relação de mediação faz explicitar o papel do professor na orientação da
1º Ciclo do Ensino Secundário 47
actividade de aprendizagem do aluno, considerado o contexto e as condições do ensino e da aprendizagem. Com isso,
a relação dinâmica entre três elementos constitutivos do acto didáctico – o professor, o aluno, o conteúdo – formam as
categorias da didáctica tanto de ordem epistemológica como metodológica: (I) O quê? (II) Como? (III) Quando? (IV) Onde?
(V) Porquê? (VI) Com quê? (VII) Para quê? (VIII) Sob que condições se ensina e se aprende? (LIBÂNEO, 1994). Tais categorias
formam, por sua vez, o conteúdo da didáctica.
O “para quê ensinar” põe o problema dos objectivos da educação geral: o que se espera da escola e do ensino em relação
à formação da nova geração, que objectivos definir numa sociedade marcada por desigualdades sociais, económicas,
culturais, em que os grupos sociais dominantes exercem influência determinante sobre objectivos e conteúdos da
educação escolar? “O que ensinar” remete para a selecção e organização dos conteúdos, decorrentes de exigências
sociais, culturais, políticas, éticas, acção essa intimamente ligada aos objectivos, os quais expressam a dimensão de
intencionalidade da acção do professor, ou seja, as intenções sociais e políticas do ensino. A selecção dos conteúdos
implica, ao menos, os conceitos básicos das matérias e respectivos métodos de investigação, a adequação às idades e
ao nível de desenvolvimento mental dos alunos, aos processos internos de interiorização, aos processos comunicativos
na sala de aula, aos significados sociais dos conhecimentos e das coisas. “Quem ensina” remete aos agentes educativos
presentes na família, no trabalho, nos média. Na escola, o professor põe-se como mediador entre o aluno e os objectos
de estudo, enquanto os alunos estabelecem com o conhecimento uma relação de estudo. “Como ensinar” corresponde
aos métodos, procedimentos e formas de organização do ensino, em estreita relação com objectivos e conteúdos,
estando presentes, também, no processo de constituição dos objectos de conhecimento.
Auxiliar práticas pedagógicas com novas teorias acerca da avaliação pode constituir-se numa ferramenta valiosa, pois
é na escola onde os processos de ensino e da aprendizagem devem ocorrer de forma sistemática, racional, intencional,
crítica, colectiva e mediada pela avaliação. Assim as pedagogias progressistas devem entender o conjunto de correntes
teóricas que não destacam o papel do professor ou do aluno isoladamente, mas buscam compreender como se dá a
relação entre ambos e se centre na acção problematizadora no sentido de facilitar o desenvolvimento da consciência
social, crítica e liberdade de superar a educação rígida e formal. Considerando que o aluno, como sujeito em construção
social, tem faculdades mentais com conceitos emergentes sobre a sua realidade e o seu meio, ele necessita apenas de
meios com carácter científico que lhe permitam ampliá-los no sentido da construção de novas relações e novas visões
acerca do mundo. Segundo Libâneo (2014), um dos factores sustentadores da aprendizagem revela ser a educação
problematizadora, pois esta decorre em ambientes socializadores e humanizadores no quadro da acção pedagógica.
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A inclusão da avaliação como processo de intermediação entre o ensino e a aprendizagem e determinadas práticas
educativas é vista como actividade cooperativa, baseada no diálogo, em que professores e alunos interagem no
processo permanente de construção de conhecimentos. O que implica que a prática da avaliação pressupõe a relação
entre professor, conhecimento e sujeito do conhecimento. Por outras palavras, a avaliação deve estar vinculada ao
que o professor considera conhecimento válido, útil, desejável ao processo de construção do mesmo. A perspectiva
actual (Silva, J. F. da; Hoffmann, J.; Esteban., M. T.2003) é a de perceber o educando como construtor dos seus saberes
enquanto o professor assume o papel de mediador e orientador desse processo, também aprendendo. Essa modalidade,
tendencialmente, produz aulas mais favoráveis à aprendizagem. Também imprime um novo desenho ao processo de
ensino exigindo uma redefinição das acções relacionadas com o ensinar e o aprender. Com esta abordagem procura-
se legitimar pedagogias e didácticas inclusivas gerando, deste modo, não só novas práticas de ensino, mas também da
avaliação. Isto pressupõe a organização e realização de actividades escolares mais dinâmicas, interactivas, criativas,
inovadoras e motivacionais, envolvendo todos os alunos na potenciação de resultados satisfatórios da relação entre o
ensino e a aprendizagem.
1º Ciclo do Ensino Secundário 49
A avaliação ao serviço da aprendizagem é espaço de mediação, aproximação, diálogo entre formas de ensino dos
professores e percursos de aprendizagens dos alunos, servindo para orientar o docente a ajustar seu fazer didáctico.
Mas o fazer avaliativo e a maneira de vivenciá-lo não dependem exclusivamente da atitude do professor, pois são
condicionados pela cultura institucional (SILVA, HOFFMANN, ESTEBAN, 2003, p. 13). Desenvolver uma nova postura
avaliativa exige constantes mudanças na prática da avaliação e rompimento com a cultura da memorização,
classificação, selecção e exclusão tão presente no sistema de ensino. Isto leva-nos a reflectir sobre algumas questões
do fazer da avaliação. São elas: para que avaliar? O que é avaliar? O que avaliar? Quando avaliar? Como avaliar e o que
fazer com os resultados da avaliação? Estas questões representam as dúvidas dos professores no momento do seu
trabalho pedagógico. A reflexão sobre essas perguntas colabora para a autonomia didáctica dos professores, levando
a uma sólida fundamentação teórica (SILVA, HOFFMANN, ESTEBAN, 2003, p. 16). Neste sentido, a avaliação é definida,
segundo Lukesi (2005, p42), como um acto que implica dois processos articulados e indissociáveis: diagnosticar e
decidir. O acto de avaliar parte do presente, da investigação, da pesquisa, do diagnóstico para posteriormente propor
soluções – decidir o que fazer.
Objectivos da avaliação
Na visão de Miras e Solé (1996, p. 375), os objectivos da avaliação são traçados em torno de duas possibilidades:
emissão de “um juízo sobre uma pessoa, um fenómeno, uma situação ou um objecto, em função de distintos critérios”
e “obtenção de informações úteis para tomar alguma decisão”.
Para Nérici (1977), a avaliação é uma etapa de um procedimento maior que incluiria uma verificação prévia. A avaliação,
para este autor, é o processo de ajuizamento, apreciação, julgamento ou valorização do que o educando revelou ter
aprendido durante um período de estudo ou de desenvolvimento do processo ensino/aprendizagem.
Segundo Bloom, Hastings e Madaus (1974), a avaliação pode ser considerada como um método de adquirir e processar
evidências necessárias para melhorar o ensino e a aprendizagem, incluindo uma grande variedade de evidências que
vão além do exame usual de ‘papel e lápis’.
É ainda um auxílio para classificar os objectivos significativos e as metas educacionais, um processo para determinar
em que medida os alunos estão corresponder da forma esperada e desejada. É, assim, um sistema de controlo da
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qualidade, a qual pode ser determinada etapa a etapa do processo ensino-aprendizagem, verificando a efectividade ou
não do processo e, em caso negativo, que mudanças devem ser feitas para garantir o seu cumprimento.
Na avaliação como acto educativo, o aluno tem um papel activo no processo da aprendizagem e a ajuda que o professor
pode dar é planificar a sua intervenção pedagógica visando facilitar a aprendizagem. “Essa planificação leva em conta
quatro factores principais: as suas qualidades pessoais, as características dos seus alunos, as especificidades da
disciplina que lecciona e os recursos disponíveis na escola” (MORETO, 2008, p. 68). O aluno é um elemento activo no
processo ensino-aprendizagem, como é também o professor. Portanto, a relação entre ambos deve ser de constante
interacção para a produção do conhecimento.
No caso, avalia-se o “contexto” de uma acção tendo em vista estabelecer o seu diagnóstico, factor que subsidia decisões
de como agir para modificar essa circunstância, se esse for o desejo, certamente para melhor.
Avalia-se as “entradas” para a execução do projecto, tendo em vista configurar insumos suficientemente significativos
para atingir os resultados desejados.
Avalia-se o “processo”, tendo em vista verificar se os resultados sucessivos, obtidos no percurso da acção, respondem
às expectativas dos propositores e gestores do projecto, ou não; em caso negativo, a depender da decisão do gestor
da acção, há a possibilidade de tomar novas decisões e, desse modo, corrigir os rumos da acção.
Por fim, avalia-se o “produto”, tendo em vista verificar o grau de qualidade do resultado final do projecto frente aos
objectivos propostos para sua execução. Os resultados obtidos pela acção respondem positivamente ao desejado.
Os actos avaliativos, nesse caso, tornar-se-iam configurados de modo mais significativo e justo, caso utilizássemos o
conectivo “do” (definido), indicando a incidência do acto avaliativo sobre determinado objecto de investigação. Então, as
denominações, no contexto desse autor, passariam a ser: avaliação “do” contexto, “das” entradas do projecto de acção,
“dos” resultados parciais e sucessivos da acção em execução (processo), “do” resultado final, ao invés de “avaliação ‘de’
contexto”, “avaliação ‘de’ entrada”, “avaliação ‘de’ processo”, “avaliação ‘de’ produto”.
1º Ciclo do Ensino Secundário 51
Dessa forma, permaneceria preservado o conceito epistemológico do acto de avaliar, que é universal e válido para
todos e quaisquer actos avaliativos e, no caso, a especificação dar-se-ia pela indicação definida do objecto sobre o qual
se estaria praticando a avaliação.
Noutra perspectiva, Luckesi considera que existe um outro foco de tipificação da avaliação ao serviço da aprendizagem
que está vinculado ao sujeito que pratica a avaliação, caracterizando as denominações de: hetero-avaliação, auto-
avaliação, avaliação, através da opinião dos participantes de uma actividade.
A “hetero-avaliação”, como o termo bem diz, é praticada por outro, que não pelo próprio executor da acção. No caso do
ensino-aprendizagem, pelo professor em relação ao estudante. No caso de outras actividades, que não o ensino, por
um avaliador específico que actua sobre o modo de alguém ou de uma instituição agir e produzir.
A “auto-avaliação”, como também a expressão linguística revela, é praticada pelo próprio sujeito da acção sobre os
resultados do seu investimento pessoal em alguma coisa ou num projecto.
A “avaliação com base na opinião dos participantes de uma actividade” também se tipifica com base no sujeito que
pratica a avaliação. Os participantes opinam com base nas suas percepções da realidade e produzem a sua opinião,
ambos com características subjectivas.
Aqui também se pode observar que essa tipificação em hetero-avaliação, auto-avaliação e a avaliação por opinião não
está comprometida, em si, com o conceito do acto de avaliar, mas sim com o sujeito que pratica a avaliação.
Na avaliação dos alunos deve ser tomada em consideração o desenvolvimento do processo de aprendizagem, o seu
contexto, bem como a socialização e instrução obtida, sem esquecer a função de estímulo da avaliação.
A avaliação é um elemento integrante e regulador da prática educativa, permitindo uma recolha sistemática de
informações que, uma vez analisadas, apoiam a tomada de decisões adequadas à promoção da qualidade das
aprendizagens. Assim, a avaliação deve informar, valorizar e intervir de modo a realizar reajustamentos contínuos.
Nos três tipos de avaliação propostos por Bloom (1956), a diagnóstica, a formativa e a sumativa, encontramos três
funções específicas para cada uma, que poderiam se utilizados devidamente para conduzir o processo de ensino-
aprendizagem e a utilização da avaliação da aprendizagem de maneira mais racional e útil.
Para a avaliação diagnóstica, a função é de diagnosticar o que se sabe e o que se precisa saber. Importante ressaltar
que deve ser efectuada antes de qualquer introdução a uma unidade ou tema de estudo e não somente no início do
ano.
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Para a avaliação formativa, a função é de controlo – controlar o processo de ensino e de aprendizagem e controlo da
evolução do aluno e, principalmente, a função de informação aos sujeitos de como anda esse processo.
Na visão de Scriven (1967), a avaliação sumativa é considerada a somatória do estudo, o resultado do que foi útil
dentro do currículo, o que poderia ser utilizado ou descartado. Já para Bloom, seria o momento de classificação
do aluno, já que vivenciamos um modelo de sistema educacional baseado em níveis e que promove o avanço ou a
retenção do aluno mediante o alcance ou não dos objectivos propostos. Assim, a avaliação ao serviço da aprendizagem
deve prosseguir as seguintes finalidades: estimular o sucesso educativo dos alunos; certificar os saberes adquiridos;
promover a qualidade do sistema educativo, sempre na concepção da interacção social para permitir a aprendizagem
significativa.
Instrumentos de Avaliação
Instrumento de avaliação é entendido como os recursos utilizados para recolha e análise de dados no processo ensino-
aprendizagem, visando promover a aprendizagem dos alunos.
Segundo Méndez (2002, p.98), “mais que o instrumento, importa o tipo de conhecimento que põe à prova, o tipo de
perguntas que se formula, o tipo de qualidade (mental ou prática) que se exige e as respostas que se espera obter
conforme o conteúdo das perguntas ou problemas que são formulados”.
Neste sentido, se tomamos a prática de avaliação como um processo, não é possível conceber e valorizar a adopção de
um único instrumento avaliativo priorizando uma só oportunidade em que o aluno revela a sua aprendizagem. Oferecer
aos alunos diversas possibilidades para serem avaliados implica assegurar a aprendizagem de uma maneira mais
consistente e fidedigna. Implica também encarar a avaliação, teórica e prática, como um verdadeiro processo. Assim, o
professor na sua prática pedagógica deve diversificar as actividades avaliativas como: tarefa para casa, perguntas orais,
perguntas escritas, observação, trabalhos em grupos e individuais, debates, demonstrações, relatórios, chuva de ideias, jogos
de papéis, situação–problema. Estas actividades permitem a tomada de decisões pontuais que favoreçam a relação
destes processos, procurando que todos os alunos aprendam significativamente durante a aula. De lembrar que o valor
da avaliação não está no instrumento em si, mas no uso que se faça dele.
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