Teoria Geral Do Estado
Teoria Geral Do Estado
Teoria Geral Do Estado
Poder e Institucionalização
1) Conceito de Poder
O Poder político é um fenômeno social, inerente a toda vida comunitária. Portanto, há uma
natureza social do poder, pois, em qualquer época, sempre existirá ‘’governantes’’ e
‘’governados”
Poder como relação social bipolar: Algumas pessoas tem uma vocação psicossocial de
obedecer e outras de fazerem os outros obedecer. Polo ativo (quem manda) Polo passivo
(quem obedece)
Bordeau: Não há sociedade sem poder e não há poder sem possibilidades de estabelecer
normas. Poder é uma força de vontade social destinada a conduzir o grupo em direção a
uma ordem social que considera benéfica. Ou seja, impor a ideia a um grupo com o intuito
de garantir ordem social.
Marx: Poder é quando a vontade é imposta dentro de uma relação social mesmo com
qualquer tipo de resistência. O Estado é aquele que detém do poder. Violência legítima
Força e competência são palavras relacionada com o “Poder”.
Poder de fato: Quando a força está envolvida no exercício do poder.
Poder de direito: Quando se utiliza mais do consentimento e da competência no exercício
do poder.
Poder Constituinte Originário: Força popular, poder do povo.
Poder Constituinte Derivado: Legislativo, executivo e Judiciário. Que só existem porque foi
autorizado pelo Estado, porém, ele é limitado pelo poder originário
2) O poder ao decorrer do tempo
Prelot: Etapas de mutação do poder político. Maturação do poder político.
OBS: HOJE PASSAMOS POR UMA CRISE DE REPRESENTAÇÃO: O Estado toma decisões que não
estão sendo do interesse do povo. Medidas autoritárias. “As bases” das relações do poder, em
âmbito democrático, estão “quebradas. AS DECISÕES POLÍTICAS NÃO ESTÃO FAVORECENDO O
PODER POPULAR.
Legitimidade x Legalidade
6) LEGALIDADE X LEGITIMIDADE X JUSTIÇA (Viés externo que remete ao direito natural do homem)
LEGALIDADE: É quando o Estado exerce o poder conforme a lei vigente
‘’O poder é legalmente instituído quando os seus exercentes são escolhidos e se encontram
de acordo com o sistema constitucional vigente, seja ele democrático ou não.
- Segurança: Através do principio da legalidade a lei nos protege. Nenhum mal poderá
vir do comportamento dos governantes. Eu também não posso ser surpreendido com uma
posição estatal que não está prevista em lei.
- Lei Liberdade: A lei limita as pessoas, mas ela, ao mesmo tempo, garante os
nossos direitos e a nossa liberdade.
- Tomas Jefferson (Governo das leis, para se obter um governo popular): Os
governantes deveriam agir de acordo com a constituição e não de forma arbitrária. O governo
é das leis, não dos homens.
LEGITIMIDADE: É a justificação para o fato de que uns mandam e outros obedecem.
“Legitimo é aquele poder que, mesmo à margem da lei, se exerce atendendo os interesses
da sociedade para qual se destina”.
- Para algo ser considerado legitimo, é necessário que a justificação do poder esteja
relacionada com os valores, costumes e crenças de uma sociedade, por isso, é necessário
que exista a aceitação do povo.
OBS: Uma lei pode ser legal, legítima, mas não justa.
Holocausto, Apartheid: Legal (estava previsto na lei) e legítimo (a população aderiu a causa) e
injusto. Por isso é necessário ter uma visão externa à comunidade, aos costumes e valores de
uma comunidade, e até à própria lei. Tem algo na justiça que antecede a lei: o critério dos
direitos humanos (direito natural do homem. Tem certos direitos que são inerentes à própria
condição humana)
- REVOLUÇÃO: ilegal (?) (contra a lei) e legitimo (aderência popular). Obs: Alguns autores vão
defender que o poder constituinte originário nunca é ilegal e ilegítimo.
- GOLPE: ilegal (contra a lei) e ilegítimo (sem aderência popular)
Forças Politicas
7) Forças Políticas (Grupos de pressão para influenciar a política de Estado)
Prelot:
1 - Forças Coletivas
a) Organizadas: Partidos, sindicatos, igrejas, etc
b) Não organizadas: Opinião pública, classes sociais, etc
2- Forças Individuais (Eu enquanto cidadão tenho direitos políticos: votar e ser votado,
debater, liberdade de expressão, etc)
Bordeau:
- Forças individuais e forças coletivas (grupos organizados)
- Forças consciente (grupos que se unem, a partir de um projeto, a partir de uma forma
organizada) e forças espontâneas (não é alguma coisa organizada. É um movimento que surge
de forma espontânea. Dificuldade de identificar objetivamente as pautas de demandas e as
lideranças. A ausência de liderança e as pautas de demandas dificultam uma negociação.
- Forças oficiais (Reconhecidas pelo ordenamento do Estado: forças armadas, igreja, partidos
políticos, organizações profissionais, sindicatos, etc) e forças não oficiais (Não reconhecidas
pelo ordenamento do Estado: opinião pública, movimentos sociais, entidades estudantis,
associações religiosas, etc)
- Forças difusas (força que opera materialmente mas não conseguimos identificar
objetivamente as pessoas que participam, como por exemplo a opinião pública) e forças
organizadas.
Ivo Dantas:
Forças Institucionais: Aquela que está prevista e autorizada por lei, ou seja, são
reconhecidas pelo ordenamento. Ex: Partidos, corpo eleitoral, sindicatos, organizações
profissionais, etc
Forças não institucionais: São aquelas que não estão previstas em lei, ou seja, não são
reconhecidas pelo ordenamento. Ex: Opinião pública, movimentos sociais, associações
religiosas, entidades estudantis, etc
Sociedade – Estado
1. Origem Organicista/ Natural (Faz uma análise mais material)
Só há homem porque há sociedade (valor primário).
Base grega: Homem é naturalmente um ser político-social. Instinto natural de
sociabilidade (o que não significa harmonia social). Há uma natural necessidade de
associação. Vocação inata à vida social.
Sociedade – Comunidade
Bauman: O facebook não é uma comunidade, pois podemos sair dela quando quisermos.
1. Comunidade
1º
União e vínculos comum baseada em afetos inconscientes e laços psíquicos
Natureza humana: Ao nascermos, já estamos dentro de uma comunidade. Não é um processo
que podemos escolher, é um processo inerente à natureza humana.
Solidariedade orgânica: Cooperação mútua, que é fruto exclusivamente dos afetos, dos
instintos.
2. Sociedade
2º
Ação racional e conjunta numa ordem jurídica e econômica
Ordem e forma
Solidariedade mecânica
Organização, razão
OBS: Como que as pessoas conseguem conseguir conviver de forma harmoniosa no mesmo
espaço (apesar de sermos diferentes uns aos outros)? Pois, através de um gesto racional,
consciente e de vontade, de forma conjunta, produzimos regras e ordenações: as leis. E
através dela conseguimos viver em harmonia.
1. DAD:
Toda sociedade tem uma finalidade social: A produção da ordem na comunidade, não se dá sem
objetivos em comuns. Todas lutam por alguma coisa, seja direito, igualdade, liberdade, etc
Os fins racionais (finalidades sociais), que ordenam uma sociedade, são diferentes de lugar para
lugar (devido às tradições, costumes, cultura, realidade material concreta, etc) Apesar de eles
serem diferentes, todos eles representam uma ideia de bem comum (interesse público)
B) FINALISTA (FINS PROGRAMÁTICOS): Existem objetivos sociais que são produzidos de forma
racional pelas pessoas. Como por exemplo a constituição: a nossa constituição é programática,
ela estabelece um programa de sociedade
Nós, que somos diferentes uns aos outros, entendemos de forma racional que: para que coabitemos no
mesmo espaço, de forma minimante harmônica, é necessária uma ordem na sociedade. Ou seja, o
próprio povo cria as leis, na sua máxima liberdade, e se submete de forma voluntária a elas a fim de
garantir uma ordem e coesão social. A ordem não é apenas imposta de forma coercitiva, mas também é
imposta porque nós concordamos com isso (ideia de ordem).