Nota Jurídica
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“A idéia central é possibilitar uma aproximação e uma relação contratual mais sincera
e menos danosa entre consumidor e fornecedor. Transparência significa informação
clara e correta sobre o produto a ser vendido, sobre o contrato a ser firmado, significa
lealdade e respeito nas relações entre fornecedores e consumidor, mesmo na fase pré-
contratual, isto é, na fase negocial dos contratos de consumo. (...) O princípio da
transparência rege o momento pré-contratual, rege a eventual conclusão do contrato.
É mais do que um simples elemento formal, afeta a essência do negócio, pois a
informação repassada ou requerida integra o conteúdo do contrato ou, se falha,
representa a falha na qualidade do produto ou serviço oferecido”.
(TJ/SP – 6ª C. Cív. Ribeirão Preto, Ap. Cív. nº 994.01.049401-0, Rel. Des. José
Joaquim dos Santos, julg.10.06.2010)
É o relatório.
A r. sentença, de um lado, bem definiu a culpa da ré pelo atraso na entrega da obra e se
valeu de parâmetro confiável para a fixação do prejuízo causado (alugueres entre a data
prevista para entrega e a
data efetiva desta), mas, de outro, outorgou indenização para além do prazo que seria
razoável e jurídico considerar. É que, pelos termos do parágrafo único da cláusula 15a,
convencionou-se uma tolerância de 180 dias, usual no segmento da incorporação
imobiliária, no que respeita ao prazo para entrega da obra. Essa tolerância independe de
culpa. Tanto assim que não foi prevista nenhuma penalidade. Segue-se, então, que a
indenização só poderia abarcar o prejuízo decorrente do atraso superior aos 180 dias de
tolerância. Tem-se, assim, que se a obra deveria ser concluída em 29 de outubro de
1996, há de se computar um plus de 180 dias, elevando o prazo final para data de 29 de
abril de 1997,
de modo que a indenização deve ter por termo inicial esta data até 20 de
novembro de 1997, quando se deu a entrega efetiva.