Análise Química de Efluentes Líquidos Industriais PDF
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1. Introdução Geral 01
4. Objetivos 06
5. Metodologia 06
Temperatura 07
pH 07
Turbidez 07
Sólidos Sedimentáveis 07
Sólidos em Suspensão 07
Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) 08
Demanda Química de Oxigênio (DQO) 10
6. Resultados e discussão 11
7. Conclusão 16
8. Referências Bibliográficas 17
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1. INTRODUÇÃO GERAL
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Por meio das análises realizadas nas amostras da ETE é possível atribuir aos
efluentes características físico-químicas como pH, temperatura, turbidez, sólidos
sedimentáveis, sólidos em suspensão, demanda bioquímica de oxigênio (DBO), demanda
química de oxigênio (DQO), dentre outros. Os resultados das análises destes parâmetros
tornam possível o controle dos efluentes para descarte em corpos d’água.
Cada um dos parâmetros analisados para caracterização dos efluentes possui uma
importância específica, uma vez que estes podem alterar as propriedades do corpo d’água
receptor. A temperatura, por exemplo, exerce um papel importante no meio aquático, esta
influencia na viscosidade, tensão superficial, solubilidade de gases, dentre outras
características da água. Desse modo, seu aumento por fontes antropogênicas pode causar
danos a vida aquática.8,9,10
O pH influencia o grau de solubilidade de diversas substâncias e na distribuição das
formas livres e ionizadas em água. Valores de pH afastado da neutralidade, podem afetar
consideravelmente as características do ambiente aquático e consequentemente a vida dos
seres existentes ali.8,10
A promoção de coloração ou o aumento da turbidez, podem reduzir a penetração da
luz solar na água, afetando a fotossíntese de algas e plantas aquáticas submersas,
estimulando o processo de eutrofização. Assim como, a presença de sólidos sedimentáveis
ou em suspensão, nos quais poderão sofrer sedimentação, podem acarretar na formação de
bancos de lodo que prejudicam a biodiversidade aquática em consequência de fenômenos
de decomposição anaeróbica.4,10
Os índices DBO e DQO indicam o grau de poluição orgânica biodegradável e total na
água, de grande importância, uma vez que a presença de matéria orgânica promove o alto
consumo de oxigênio, o que pode resultar na liberação de odor e inviabilizar a existência de
peixes e outros seres aquáticos no corpo d’água.11,12
Para análise foram escolhidas duas indústrias de natureza, porte e carga poluidora
diferentes. A primeira é a Cia Têxtil São Joanense (Indústria 1) localizada no município de
São João del-Rei, que possibilitou visita técnica para conhecimento da estação de
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Figura 1. Fluxograma da estação de tratamento da indústria têxtil: (A) Grades; (B) Tanque
de separação água/óleo; (C) Lagoa de aeração; (D) Decantador circular; (E) Prensa para
lodo.
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menos densas sobem à superfície e ficam retidas nos tanques separadores, enquanto o
efluente segue por uma abertura inferior.2,7
Em seguida o efluente recebe um tratamento biológico, lodos ativados, no qual
micro-organismos (bactérias, fungos e protozoários) degradam a matéria orgânica. Existe
uma lagoa de aeração (Figura 1.C), onde o suprimento de oxigênio requerido pelos micro-
organismos é fornecido por meio de equipamento de aeração mecânica.2,4,7
A massa biológica resultante segue para um decantador circular (Figura 1.D), em
que o efluente é introduzido num poço central e removido pelas bordas do tanque. Neste
sistema há recirculação do lodo, em que parte deste, removido por sucção, retorna ao
tanque de aeração para manter concentração de micro-organismos e o restante é seco e
prensado (Figura 1.E), sendo então armazenado e recolhido por empresas especializadas e
regulamentadas.2,15
Após todas as etapas mencionadas, o efluente líquido industrial tratado é descartado
no Rio das Mortes.
Segundo Beltrame (2000), os tratamentos mais utilizados pela indústria têxtil são os
primários e secundários, ou seja, os tratamentos físico-químicos e biológicos de lodos
ativados utilizados pela Indústria 1. Entretanto, estes são relativamente simples, uma vez
que já se encontram disponíveis tratamentos mais refinados e avançados, como
microfiltração, ultrafiltração e nanofiltração, que permitem recuperação de corantes e gomas
sintéticas, além de osmose reversa, para obtenção de água mais pura, possibilitando
recirculação desta. Estes ainda são pouco utilizados por envolverem alto custo.13
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4. OBJETIVOS
Este trabalho teve como objetivo realizar análises químicas em amostras oriundas da
Cia Têxtil São Joanense e Polenghi Indústrias Alimentícias Ltda. e avaliar o sistema de
tratamento adotados por estas. Assim como, verificar se os parâmetros físico-químicos
analisados estão de acordo com as condições e padrões previstos na Resolução CONAMA,
nº 430/2011 e na Normativa Conjunta COPAM/CERH-MG Nº 01/2008, com finalidade de
averiguar os efluentes industriais gerados para descarte em corpos de água receptores.
5. METODOLOGIA
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5.1. Temperatura
5.2. pH
5.3. Turbidez
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Em que:
NS2O3-2 : Número de mols de Tiossulfato de sódio
VS2O3-2 : Média do volume de Tiossulfato de sódio gasto na titulação
CS2O3-2 : Concentração do Tiossulfato de sódio padronizado
NO2 : Número de mols Oxigênio dissolvido
CO2 : Concentração de Oxigênio dissolvido na amostra
VT: Volume de titulado
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Logo, tem-se:
1 mol Cr2O72-→ 6 mol de elétrons
1 mol O2 → 4 mol de elétrons
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Em que:
NCr2O72- : Número de mols de Dicromato de potássio
NFe2+ : Número de mols de Sulfato ferroso amoniacal
VFe2+ : Média do volume de Sulfato ferroso amoniacal gasto na titulação
CFe2+ : Concentração de Sulfato ferroso amoniacal padronizado
NO2 : Número de mols Oxigênio dissolvido
CO2 : Concentração de Oxigênio dissolvido na amostra
VT: Volume de titulado
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6. RESULTADOS E DISCUSSÃO
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Como pode-se observar o tratamento foi eficiente, uma vez que ao comparar os
valores determinados para a amostra bruta e tratada foi possível averiguar que após o
tratamento, houve diminuição considerável em todos os parâmetros. A eficiência de redução
de DBO e DQO na estação de tratamento de efluente da indústria foi 82,57% e 86,58%
respectivamente.
A amostra bruta da Indústria 2 apresentava características visuais como coloração
esbranquiçada, presença de sedimentos e alta turbidez, enquanto a amostra tratada
apresentava-se com coloração levemente amarelada, ausência de sedimentos e baixa
turbidez. A Tabela 2, representa os valores obtidos nas análises para as amostras
provenientes da Indústria 2.
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DBO, DQO e sólidos em suspensão, no entanto se apresenta regular diante das condições
de lançamento.
Segundo Beltrame (2000), que desenvolveu um estudo sobre caracterização e
proposta de tratamento de efluente têxtil, há uma extrema diversidade de processos e
produtos auxiliares utilizados na indústria têxtil durante a produção, evidenciando que os
despejos variam enormemente dependendo do processamento realizado. O mesmo é
discutido, por Da Silva (2011), que realizou um estudo sobre resíduos na indústria de
laticínios, em que os despejos líquidos são originários de diversas atividades desenvolvidas
na produção. Ele expõe que a composição do efluente é variável e influenciada pelos
diferentes processos empregados pela indústria.16,17
As Figuras 3 e 4 representam os valores do parâmetro DBO, para as amostras
tratadas das Indústrias 1 e 2 respectivamente, analisados neste trabalho em comparação
com valores dispostos em laudos técnicos do PMAE. Estas ilustram que realmente ocorre
uma ampla variação de matéria orgânica biodegradável na composição dos efluentes
tratados. Esta variação pode ser justificada pelo processo de produção dos produtos, como
discutido por Beltrame (2000) e Da Silva (2011), ou até mesmo por deficiência da estação
de tratamento de efluentes das empresas em diferentes períodos. Isso justifica a
necessidade da amostragem e análise dos despejos da ETE periodicamente, uma vez que
as características destes podem ser variáveis e o descumprimento da legislação pode
acarretar em punição às indústrias infratoras.13,16
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7. CONCLUSÃO
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8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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11. CLIFFORD C.; KLEIN JR, R. L.; GIBBS, C. R. Biochemical Oxygen Demand. Tech.
Monogr, n. 7, 1997.
12. LATIF, U.; DICKERT, F. L. Chemical Oxygen Demand. In: Environmental Analysis by
Electrochemical Sensors and Biosensors. Springer New York, p. 719-728, 2015.
14. SPIRO, T. G.; STIGLIANI, W. M. Química ambiental. 2. ed. São Paulo: Pearson
Prentice, 2009.
15. GUIMARÃES, J. R.; NOUR, E. A. A. Tratando nossos esgotos: Processos que imitam
a natureza. Cadernos Temáticos de Química Nova na Escola, v. 1, p. 19-30, 2001.
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