Comentário Carta de São Paulo Aos Coríntios

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Comentário Carta de São Paulo aos Coríntios - Jovens de fogo!

A carta de S. Paulo aos Coríntios foi escrita após a segunda viagem missionária do apóstolo 50/51 d C.
Onde o apóstolo mantem contato direto com a Comunidade fundada por ele, como podemos ver em Atos
18,1-8.

A comunidade de Corinto era a comunidade mais carismática entre as comunidades primitivas Paulo
inicia sua carta dizendo:

(v, 5) Nele fostes enriquecidos em tudo, em toda palavra e em todo conhecimento,(v,7 a)Assim, não
tendes falta de nenhum dom.

Mas ao mesmo tempo era a Comunidade mais problemática, a comuni9dade vivia em conflito e divisões.
Quando Paulo estava em Éfeso o mesmo recebeu noticias da família de Cloé (v,11), a respeito das
divisões da comunidade.

Existiam muitos partidos: Apólo, Paulo, Cefas... Paulo exorta: (v,13) Será que Cristo está dividido?

Esse problema de divisão será respondido por Paulo em duas frentes:

Primeiro no Capitulo três onde ele coloca Cristo como único fundamento: (1 Cor 3,6) eu plantei, Apolo
regou, mas era Deus que fazia crescer.

Qualquer outro alicerce deve ser eliminado.

Segundo sobre o maior de todos os dons, o amor. No capitulo treze Paulo faz uma grande exposição
sobre o amor, onde há amor não deve existir divisões, o amor nos leva a perfeição, a imitação do Senhor
único fundamento da comunidade.

Na comunidade dos Corintos não havia muitas pessoas nobres, eruditas, com prestigio e fama na cidade,
São Paulo revela que escolheu os mesmos não por causa de suas capacidades, mas para que através de
suas fraquezas os mesmos se tornassem pelo poder do Espírito instrumento para confundir os sábios.

A carta apresenta uma grande exposição entre a sabedoria humana e a sabedoria divina. Os gregos
buscavam a sabedoria, mas diante do mistério da cruz ficaram confundidos. A cruz foi sinal de escândalo
para os judeus e loucura para os pagãos (1 Cor 1,23) Deus salvou o mundo por meio da cruz e mediante a
fé deseja salvar os homens por meio da loucura pregação da cruz. Para que todos não se gloriem em si
mesmo, mas se gloriem no Senhor (v,31).

Paulo revela detalhes de como foi realizado seu ministério na comunidade (1 Cor 2, 1-5).

Irmãos, quando fui até vós anunciar-vos o mistério de Deus, não recorri à oratória ou ao prestígio da
sabedoria. Pois, entre vós, não julguei saber coisa alguma, a não ser Jesus Cristo, e este, crucificado.
Aliás, estive junto de vós com fraqueza e receio, e com muito tremor. Também a minha palavra e a minha
pregação não se apoiavam na persuasão da sabedoria, mas eram uma demonstração do poder do
Espírito, para que a vossa fé se baseasse no poder de Deus e não na sabedoria humana.

Paulo estava em crise, por que sua pregação em Atenas foi um fracasso, os mesmos caçoaram de sua
pregação, (veja Atos 17), então avança para Corinto. Em uma nova concepção, a conversão dos pagãos
não viria por meio da sabedoria humana, mas por meio da ação poderosa do Espírito Santo, Ele é quem
convence os corações.

São Paulo fala sobre o mistério da revelação: (1 Cor 2,10) A nós, Deus revelou esse mistério por meio do
Espírito. Pois o Espírito sonda tudo, mesmo as profundezas de Deus.

E ensina que (v,14) O homem não-espiritual não aceita o que é do Espírito de Deus, pois isso lhe parece
loucura. Ele não é capaz de entendê-lo, porque só pode ser avaliado pelo Espírito.
No capitulo três, por causa das divisões e falta de entendimento do mistério revelado por meio da
pregação, o apóstolo julga a comunidade ainda carnal, como crianças que não podem receber alimento
sólido (1 Cor 3,1-3 veja também Hebreus 5,11-14);

Na Comunidade havia até mesmos alguns que diziam que Jesus era um maldito (1 Cor 12,3). Diante essa
realidade Paulo começa a resolver os problemas carnais da comunidade, o que veremos sobretudo dos
capítulos cinco ao onze:

- Casos de incesto.

- Convívio com pagãos.

- Questões de abuso da liberdade. (1 Cor 6,12) “A mim tudo é permitido, mas nem tudo me convém”. A
mim tudo é permitido, mas não me deixarei dominar por coisa alguma.

- Lições sobre relacionamento afetivos (casamentos, celibato, noivado...).

- Lições sobre alimentação, muitos comiam carnes sacrificadas aos ídolos.

- Eucaristia (cap 11). Na cidade de Corinto havia um vomitório. Os mesmos comiam e vomitavam para
comer mais durante a ceia.

Respondida essas questões praticas, Paulo ensina sobre a operação dos dons que eram abundantes na
comunidade e causa de inveja as nossas comunidades contemporâneas. O que veremos nos capítulos
doze e quatorze.

Em síntese, há diversidade de dons, mas o Espírito Santo (unidade na diversidade), o Espírito edifica a
comunidade através da operação carismática de todos. Essa teologia é representada como um corpo,
onde Cristo (único fundamento é a cabeça) e toda comunidade é representada pelos membros. Esses
dons devem ser operados no amor (capitulo 13) o maior de todos.

Concluindo a Carta encerra com o ensino sobre a ressurreição de Cristo. (1 Cor 15,14) E se Cristo não
ressuscitou, a nossa pregação é sem fundamento, e sem fundamento também é a vossa fé.

Diante dos saduceus e outras filosofias que negavam a ressureição de Cristo, Paulo revela que a mesma
é o fundamento de toda pregação, Cristo esta vivo e opera no meio da Comunidade.

E a grande coleta a Comunidade de Jerusalém (cap 16), as comunidades perseguidas eram sustentadas
pelo auxilio fraterna das Comunidades espalhadas onde a pregação do Evangelho chegava.

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