Resumo para Prova Direito Adm

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Denomina-se domínio público, em sentido estrito, o conjunto de bens móveis e imóveis, corpóreos e incorpóreos,

pertencentes ao Estado
bem público, mais abrangente, princípios regidos pelo direito privado também.
São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os
outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem – art. 98 do CC/02
Corrente Exclusivista: somente os que pertencem às P. Jurídicas de Direito Público – J.S. Carvalho Filho;
Corrente Inclusivista: aqueles que pertencem à administração pública direta e indireta – H.L. Meirelles;
Corrente Mista: Aqueles que pertencem às P. Jurídicas de Direito Público, bem como aqueles ligados aos serviços
Públicos – C.A. Bandeira de Mello
São bens públicos: I – Uso Comum do Povo (rios, estradas); II – Uso Especial (edifícios ou terrenos destinados a
serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual); III – Dominicais (bens pertencentes às pessoas
jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de direito privado)

Característica
Inalienabilidade Relativa (exceto bens dominicais) – art. 100 e 101 do CC/02
Imprescritibilidade – art. 102 CC/02, 183, §3º e 191 da CF – bens públicos não se sujeitam à Usucapião
Impossibilidade de Oneração – Impossibilidade de garantir ação judicial de execução;

Impenhorabilidade – o pagamento de débitos públicos ocorre por regime de precatórios


Súmula 340 do STF: os bens dominicais, como os demais bens públicos, não podem ser adquiridos por usucapião.
Uso comum pode ser gratuito ou retribuído, conforme legalidade da entidade que o administra.
Tratando-se de bens públicos propriamente ditos, de uso especial, integrados no patrimônio do ente político e
afetados à execução de um serviço público, são eles inalienáveis, imprescritíveis e impenhoráveis.
Por isso, esta corte Superior vem admitindo a penhora de bens de empresas públicas (em sentido lato) prestadoras
de serviço público apenas se estes não estiverem afetados à consecução da atividade-fim (serviço público) ou se,
ainda que afetados, a penhora não comprometer o desempenho da atividade. Essa lógica se aplica às empresas
privadas que sejam concessionárias ou permissionárias de serviços públicos
Uso especial, ou bens do patrimônio administrativo, destinados a execução do serviço publico, como escolas
publicas, cemitérios, repartições.
Dominicais pertencem ao acervo do poder publico, sem destinação especial, e sem finalidade publica. Não é de uso
comum do povo, nem de uso especial. Exemplos: dívida ativa, bens inservíveis, terras devolutas. PODEM SER
ALIENADOS, observadas as exigências da lei.
Alienação: existência de interesse público devidamente justificado, será precedida de avaliação.
Imóveis Móveis

Adm. Direta (ii) E.Púb. S.E.Mista & Paraestatais Interesse Público Justificado;
Interesse Público Justificado ----------------------------------------------- Avaliação Prévia;
Avaliação Prévia --------------------------------------------------------------- Licitação (qualquer modalidade);
Licitação na modalidade Concorrência ----------------------------------
Autorização Legislativa ------- (ii) não se aplica

Os bens imóveis da Administração Pública, cuja aquisição haja derivado de procedimentos judiciais ou de dação em
pagamento, poderão ser alienados por ato da autoridade competente, observadas as seguintes regras:
I - avaliação dos bens alienáveis;
II - comprovação da necessidade ou utilidade da alienação;
III - adoção do procedimento licitatório, sob a modalidade de concorrência ou leilão – art. 19 da lei 8.666/93.
coisas sem dono (res nullius) ou bens adéspotas, sobre as quais não há qualquer disciplina especifica do
ordenamento jurídico, incluindo os bens impropriáveis, como a luz, os bens condicionalmente impropriáveis, como
os animais selvagens

Afetação ------------------------------------------------------------- Desafetação

Bem Uso Comum ou Especial -------------------------------- Bem Dominical


Afetação Desafetação

É a condição do bem público que está servindo a alguma É a situação do bem que não está vinculado a nenhuma
finalidade pública – A. Mazza finalidade pública específica – A. Mazza

Afetação: (...) admite-se sua formalização por lei, por ato administrativo ou pelo simples uso do bem, isto é, sua
destinação de fato ou através do uso natural do bem – Fernanda Marinela.
Desafetação: (...) a desafetação deve ser feita por lei, ou, no máximo por ato administrativo previamente autorizado
em lei.
A doutrina majoritária entende que a desafetação ou desconsagração, compreendida como processo de
transformação do bem de uso comum ou de uso especial em bem público dominical, só pode ser promovida por lei
específica (...) não existe no direito brasileiro a denominada desafetação tácita, entendida como mudança de
categoria do bem pela falta de uso do bem
São bens da União:
I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos;
II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias
federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei;
III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado,
sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem como os
terrenos marginais e as praias fluviais;
IV as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as
costeiras, excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao serviço
público e a unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II
V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva;
VI - o mar territorial;
VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos;
VIII - os potenciais de energia hidráulica;
IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo;
X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos;
XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.(art. 20 da CF/88)
Incluem-se entre os bens dos Estados:
I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da
lei, as decorrentes de obras da União;
II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob domínio da União,
Municípios ou terceiros;
III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União;
IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da União – art.26 da CF/88
A Constituição Federal de 1988 não faz referência aos bens públicos dos Municípios, devendo ser assim considerados
todos aqueles onde se encontram instalações públicas municipais, bem como todos os equipamentos destinados à
prestação de serviços públicos de competência municipal. Pertencem aos Municípios, ainda, as estradas municipais,
ruas, parques, praças, logradouros públicos e outros bens da mesma espécie – Alexandre Mazza.
O art. 32 da Constituição Federal, dispositivo que trata das linhas gerais sobre organização e funcionamento do
Distrito Federal, não faz qualquer referência aos bens públicos distritais. Devem ser considerados aqueles que estão
instaladas as repartições públicos distritais, tanto quanto os indispensáveis à prestação dos serviços públicos de
atribuição do Distrito Federal.
Classificação Consequência

a) Uso Comum Aberto à sociedade, independe de autorização, ex: praças, ruas e etc;

b) Uso Especial Há regras específicas e consentimento estatal, ex: Rodovia com Pedágio;
c) Uso Bens pertencentes a outro ente federativo e que são utilizados; ex: Fórum que utiliza fiação
Compartilhado elétrica municipal;
d) Uso Privativo Outorga temporária a uma determinada pessoa de forma temporária, por instrumento
jurídico específico;
Instrumento Característica

Concessão Bilateral (Contrato Administrativo), Prévia Licitação, Prazo Determinado;


Interesse Predominantemente Público;
Permissão Unilateral, Discricionário, Precário;
Interesse Predominantemente Público;
Autorização Unilateral, Discricionário, Precário, Sem Licitação;
Interesse Predominantemente Privado;

Explique os fenômenos da afetação e da desafetação; devemos entende-los como sendo um fato administrativo ou
um ato administrativo?
"A doutrina entende que a desafetação de um bem público pode ocorrer por meio de ato administrativo, de lei ou
mesmo de fato jurídico, como um incêndio que torne um veículo inservível."
Intervenção do Estado Na Propriedade
Intervenções Supressivas

É a transferência compulsória da propriedade particular, ou pública de entidade de grau inferior para superior,
para o Poder Público ou seus delegados, por utilidade ou necessidade ou, ainda, por interesse social, mediante
prévia e justa indenização em dinheiro, salvo as exceções constitucionais de pagamento em títulos da dívida pública
de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, no caso de área urbana não edificada, subutilizada ou não
utilizada, e de pagamento em títulos da dívida agrária, no caso de Reforma Agrária, por interesse social (MEIRELLES,
2014)

“É garantido o direito de propriedade”; (art. 5º, XXII da CF/88)


“A propriedade atenderá a sua função social”; (art. 5º, XXIII da CF/88)
“A propriedade presume-se plena e exclusiva, até prova em contrário” (art. 1231 do CC/02)
“O caráter absoluto da propriedade garante ao proprietário, o direito de dispor como bem entender, sujeito apenas
a determinadas limitações impostas pelo direito público e pelo direito de propriedade dos indivíduos, é um direito
oponível erga omnes. O caráter exclusivo significa exercer sozinho o direito (sem interferência de outros) (....)”
(MARINELA, 2014).

Formas de Intervenção do Estado na Propriedade:

formas de intervenção SUPRESSIVAS DE DOMÍNIO:


o Estado intervém na propriedade modificando a titularidade da coisa resultando na sua transformação em bem
público. É o caso da desapropriação, do confisco (art. 243 da CF) e da pena de perdimento de bens (art. 5º, XLVI, b,
da CF)
formas de intervenção NÃO SUPRESSIVAS NO DOMÍNIO:
A intervenção estatal ocorre mantendo o bem no domínio privado. São formas não supressivas de domínio: o
poder de polícia, a servidão, o tombamento, a requisição e a ocupação temporária (MAZZA, 2014)
Obs.: Fundamentos da Intervenção

Supremacia do Interesse Público;


Prática de uma ilegalidade

 Intervenção do Restritiva ou Não Supressiva


Intervenção Restritiva ou Não Supressiva – “Hipótese em que o Estado impõe restrições e condiciona o uso da
propriedade, sem, no entanto, retirá-la do dono. O proprietário apesar de conservar a propriedade, não poderá
utilizá-la a seu exclusivo critério, devendo subordinar às imposições emanadas pelo Poder Público. Elencam-se
nesse conceito as seguintes modalidades: limitação administrativa, servidão administrativa, requisição, ocupação
temporária e tombamento” (MARINELA, 2014)
 Servidão Administrativa
“A servidão é um direito real público sobre propriedade alheia, restringindo seu uso em favor do interesse público
(...) mas somente cria restrições na utilização, transferindo as faculdades de uso e gozo”(MAZZA, 2014).
 Independe de registro;
 Perpetuidade;
 Atende ao interesse público;
 Atinge bem determinado (móvel ou imóvel);
 Indenização depende de prejuízo;
 Formas de instituição: acordo, decisão judicial; Decreto; Imposição Legal;
 Servidão Administrativa
 Aspectos Comuns: Servidão Civil e Administrativa
“1. Natureza de direito real sobre coisa alheia (jus in re aliena), no qual alguns dos poderem do domínio se
destacam e transferem a terceiros;
2. A situação de sujeição em que se encontra a coisa serviente (res seviens) em relação à coisa dominante (res
dominans) ou a uma pessoa: aliás, essa ideia decorre do próprio vocábulo servidutdinem, significando escravidão;
3. O conteúdo da servidão é sempre uma utilidade inerente à res serviens, que dá ao titular do direito real o
direito de usar, ou de gozar ou, ainda, o de extrair determinados produtos, como a água” (DI PIETRO, 2015)
 No STJ:
ADMINISTRATIVO. SERVIDÃO DE PASSAGEM DE ELETRODUTO. CONSTITUIÇÃO POR ESCRITURA PÚBLICA.
ALEGAÇÃO DE VÍCIO DE CONSENTIMENTO AFASTADA PELA CORTE LOCAL. REEXAME. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA
7/STJ. SERVIDÃO EFETUADA SOBRE ÁREA SUPERIOR À PACTUADA. COMPLEMENTAÇÃO DEVIDA. PRECEDENTES.
(...) . De outro lado, consignado pela instância de origem que as restrições ocasionadas pela instalação de
eletrodutos abrangerem área superior à de servidão de passagem constante na escritura pública, deve haver o
complemento do valor indenizatório. Precedentes. (STJ, Publicação: 19/08/2015)

REGISTRO: A servidão administrativa, “como todo ônus real” só se efetiva com a inscrição no Registro de Imóveis
competente, para conhecimento e validade erga omnes, o que é confirmado pelo art. 168, I, ´f´, da Lei de Registros
Publicos (Lei 6.015/73), que impõe inscrição para as “servidões em geral”, abrangendo, obviamente, as civis e as
administrativas, aparentes ou não”.

Tombamento:
“O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por
meio de inventários, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de acautelamento e
preservação” (art. 216 da CF/88)
“”(...) é a forma de intervenção do Estado na propriedade privada, que tem por objetivo a proteção do patrimônio
histórico e artístico nacional, assim considerado pela legislação ordinária “o conjunto de bens móveis ou imóveis
existentes no país cuja conservação seja de interesse públioc, quer por sua vinculação a fatos memoráveis da
história do Brasil, quer por seu excepcional valor (...)” (DI PIETRO, 2015)
Disciplina Normativa: Decreto-Lei 25/37

Espécies:
a) Tombamento Voluntário: iniciativa do proprietário;
b) Tombamento Compulsório: iniciativa do Poder Público;

Tombamento – Obrigações Positivas do Proprietário:


1º Dever de Conservação: caso o proprietário não tiver condições de fazer, deverá comunicar o poder público (sob
pena de multa), que realizará as obras, executando o proprietário posteriormente,
2º Direito de Preferência: em caso de alienação o Poder Público possui preferência, devendo o proprietário
notificar a União, os Estados e os Munícipios para exercer o direito no prazo de 30 dias, sob pena de nulidade da
operação;
3º Inalienabilidade (bens públicos): no caso dos bens públicos tombados, a alienação somente poderá abranger
aqueles dominicais, ou seja, não afetados pela atividade pública;
4º Comunicação: em caso de extravio de bens públicos, deve-se comunicar o ente que providenciou o
tombamento no prazo de 05 dias;
5º Registro especial para aqueles que negociam antiguidades, realizado no Serviço de Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional;
6º Leilão, como modalidade de venda de obras de arte, com o respectivo recolhimento da Taxa de Perícia
Tombamento - Obrigações negativas do Proprietário
1º Suportar a fiscalização do Poder Público;
2º Não providenciar alterações no bem tombado, sem autorização do Instituto que providenciou o tombamento;
3º A retirada do móvel tombado do país, depende de autorização do Instituto que providenciou o tombamento,
podendo ser admitida apenas parar exposições e temporadas;
4º Proibição de exportação do bem, tentativa gera sequestro do bem para garantia do pagamento de multa no
valor de 50% do objeto tombado;
5º Vizinho do imóvel tombado não pode realizar obras que atrapalhem a visualização do imóvel;
6º Proprietário não pode colocar anúncios ou cartazes;

 Indenização
 Regra Geral: Não gera direito a indenização;
 Exceção: Caso haja esvaziamento do valor econômico do bem, deverá ser tratado como desapropriação
indireta, gerando assim indenização.
 Tombamento:
“Vale dizer, aquele perigo que não só coloque em risco a coletividade, mas também esteja prestes a se consumar
ou expandir-se de forma irremediável se alguma medida não for adotada” (CARVALHO FILHO, 2013).
Regulamentação do Instituto

 Decreto-Lei 4.812/42 – Requisição de móveis e imóveis para às forças armadas e a defesa da


população;
 Lei Delegada 4/69 – Requisição de produtos necessários ao consumo do povo;
 Decreto-Lei 2/66 - Requisição de bens e serviços essenciais ao abastecimento da população;
 Lei 7.565/86 – Requisição de aeronaves para prestação de socorro;
 Lei 8080/90 – Requisição de Leitos e Serviços Hospitalares em razão de calamidade pública e
epidemias;

Requisição:
“no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada
ao proprietário indenização ulterior, se houver dano” (art. 5º, XXV da CF/88)
“O proprietário pode ser privado da coisa, nos casos de desapropriação, por necessidade ou utilidade pública ou
interesse social, bem como no de requisição, em caso de perigo público iminente” (art. 1.228, §3º da CF/88).

Ocupação Provisória ou Temporária


“Ocupação provisória ou temporária é a modalidade de intervenção do Estado na propriedade de bens
particulares em apoio à realização de obras públicas ou à prestação de serviços públicos, mediante a utilização
discricionária, autoexecutável, remunerada ou gratuita e transitória. Pode ter como objeto bem móvel ou imóvel.
Não tem natureza real” (MAZZA, 2014).

Divergência sobre a Natureza Jurídica:


1ª Corrente: Servidão Administrativa;
2ª Corrente: Desapropriação Temporária de Uso;
3ª Corrente: Categoria autônoma (prevalece);

Ocupação Temporária ou Provisória


01: Necessidade Pública Temporária: reconhecido pela doutrina e jurisprudência;
02: Realização de Obras Públicas - Complementar à Desapropriação
É permitida a ocupação temporária, que será indenizada, afinal, por ação própria, de terrenos não edificados,
vizinhos às obras e necessários à sua realização. (art. 36 do Decreto-Lei 3.365/41)
03: Pesquisa de minérios ou arqueológica
“(...) o Poder Público utiliza a ocupação temporária para a realização de escavações e pesquisas arqueológicas,
para pesquisa e lavra de petróleo e para investigar a existência de jazidas de minério, possibilidade prevista na Lei
3.924/61” (Fernanda Marinela)
Limitações Administrativas:
“Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito,
interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à
segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades
econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à
propriedade e aos direitos individuais ou coletivos” (art. 78 do CTN);
 São Gerais e atingem pessoas indeterminadas;
 Em regra não são indenizáveis;

Desapropriação:
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por
interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta
Constituição. (art. 5º da CF/88)
Forma Originária de Aquisição:
a aquisição não está vinculada à situação jurídica anterior. Assim, o bem expropriado ingressa no domínio público
livre de ônus, gravames ou relações jurídicas, de natureza real ou pessoal, que eventualmente o atinjam.
Competência:
“Mediante declaração de utilidade pública, todos os bens poderão ser desapropriados pela União, pelos Estados,
Municípios, Distrito Federal e Territórios” (Art. 2º do Decreto Lei 3.365/41).
“Os concessionários de serviços públicos e os estabelecimentos de caráter público ou que exerçam funções
delegadas de poder público poderão promover desapropriações mediante autorização expressa, constante de lei ou
contrato” (art. 3º do Decreto Lei 3.365/41)
Competência nas Desapropriações Sancionatórias

Reforma Agrária (art. 185 da CF/88) ----------------------------------------------------------- União


Adequação ao Plano Diretor (art. 182, §4º da CF/88) ------------------------------------- Município

“As hipóteses de necessidade pública envolvem situações de emergência, que exigem a transferência urgente e
imprescindível de bens de terceiros para o domínio público, propiciando o uso imediato pela administração”
(MAZZA, 2014)
“Consideram-se casos de utilidade pública:
a) a segurança nacional;
b) a defesa do Estado;
c) o socorro público em caso de calamidade”; (art. 5º do DL 3.365/41)
“Os casos de desapropriação por utilidade de pública ocorrem quando a aquisição do bem é conveniente e
oportuna, mas não imprescindível” (MAZZA, 2014)
“(...) d) a salubridade pública;
e) a criação e melhoramento de centros de população, seu abastecimento regular de meios de subsistência;
f) o aproveitamento industrial das minas e das jazidas minerais, das águas e da energia hidráulica;
g) a assistência pública, as obras de higiene e decoração, casas de saúde, clínicas, estações de clima e fontes
medicinais;
h) a exploração ou a conservação dos serviços públicos;(...)
p) os demais casos previstos por leis especiais”. (art. 5º, do Decreto-Lei 3.365/41)
“A desapropriação por interesse social será decretada para promover a justa distribuição da propriedade ou
condicionar o seu uso ao bem estar social, na forma do art. 147 da Constituição Federal”. (Art. 1º da Lei 4.132/62)
Modalidade Sancionatória;
Bens não são destinados à Administração Pública;
Rural
“Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja
cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de
preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja
utilização será definida em lei.
§ 1º - As benfeitorias úteis e necessárias serão indenizadas em dinheiro” (art. 184 da CF/88).
Função Social
“A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de
exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:
I - aproveitamento racional e adequado;
II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente;
III - observância das disposições que regulam as relações de trabalho;
IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores” (art. 186 da CF/88)
“São insuscetíveis de desapropriação para fins de reforma agrária:
I - a pequena e média propriedade rural, assim definida em lei, desde que seu proprietário não possua outra;
II - a propriedade produtiva.
Parágrafo único. A lei garantirá tratamento especial à propriedade produtiva e fixará normas para o cumprimento
dos requisitos relativos a sua função social”.(art. 185 da CF/88)
Competência:
“A ação de desapropriação, proposta pelo órgão federal executor da reforma agrária, será processada e julgada pelo
juiz federal competente, inclusive durante as férias forenses”. (art. 2º, §1º da LC 76/93)
Prazo:
“A ação de desapropriação deverá ser proposta dentro do prazo de dois anos, contado da publicação do decreto
declaratório”. (ar.t 3º da LC 76/93)
Indenização:
O valor da indenização, estabelecido por sentença, deverá ser depositado pelo expropriante à ordem do juízo, em
dinheiro, para as benfeitorias úteis e necessárias, inclusive culturas e pastagens artificiais e, em Títulos da Dívida
Agrária, para a terra nua. (art. 14 da LC 76/93)
Urbana
“A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas
em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem- estar de
seus habitantes.
§ 1º - O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes,
é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana.
(...)
§ 4º - É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos
termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu
adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:
I - parcelamento ou edificação compulsórios;
II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;
III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo
Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor
real da indenização e os juros legais” (art. 182 da CF/88)
Notificação do Proprietário:
“O proprietário será notificado pelo Poder Executivo municipal para o cumprimento da obrigação, devendo a
notificação ser averbada no cartório de registro de imóveis” (art. 5º, §2º da Lei 10.257/01)
Prazos:
“Os prazos a que se refere o caput não poderão ser inferiores a:
I - um ano, a partir da notificação, para que seja protocolado o projeto no órgão municipal competente;
II - dois anos, a partir da aprovação do projeto, para iniciar as obras do empreendimento”. (art. 5º, §4º da Lei
10.257/01)
IPTU Progressivo:
“O valor da alíquota a ser aplicado a cada ano será fixado na lei específica a que se refere o caput do art. 5o desta Lei
e não excederá a duas vezes o valor referente ao ano anterior, respeitada a alíquota máxima de quinze por cento”.
(art. 7º, §1º da Lei 10.257/01)
Se, em procedimento de desapropriação por interesse social, constatar-se que a área medida do bem é maior do
que a escriturada no Registro de Imóveis, o expropriado receberá indenização correspondente à área registrada,
ficando a diferença depositada em Juízo até que, posteriormente, se complemente o registro ou se defina a
titularidade para o pagamento a quem de direito. A indenização devida deverá considerar a área efetivamente
desapropriada, ainda que o tamanho real seja maior do que o constante da escritura, a fim de não se configurar
enriquecimento sem causa em favor do ente expropriante.
"Os juros compensatórios destinam-se a compensar o que o desapropriado deixou de ganhar com a perda
antecipada do imóvel, ressarcir o impedimento do uso e gozo econômico do bem, ou o que deixou de lucrar, motivo
pelo qual incidem a partir da imissão na posse do imóvel expropriado, consoante o disposto no verbete sumular n.º
69 desta Corte: 'Na desapropriação direta, os juros compensatórios são devidos desde a antecipada imissão na
posse e, na desapropriação indireta, a partir da efetiva ocupação do imóvel'"
Desapropriação Indireta ou Apossamento Administrativo
“É um comportamento irregular da Administração Pública. Na prática é muito comum a Administração disfarçar uma
modalidade restritiva de intervenção na propriedade, escapando muitas vezes do dever de indenizar através de um
procedimento mais simples, quando na verdade está tomando para si a propriedade, impedindo seu exercício do
direito, efetivamente, desapropriando o bem. Essa forma restritiva de intervenção é que denomina desapropriação
indireta (....) trata-se de uma desapropriação sem as formalidades necessárias” (MARINELA, 2014)
Requisitos: EREsp 922.786/SC
Apossamento do bem pelo Estado sem observância do devido processo legal;
Afetação do bem, ou seja, destiná-lo à utilização pública;
Irreversibilidade da situação fática a tornar ineficaz a tutela judicial específica;
Competência:
Local de situação do imóvel – art. 95 do CPC (CC46771/STJ)
Prazo Prescricional:
1ª Fase: Aplica Decreto-Lei 3.365/41 – 05 anos;
2ª Fase: Súmula 119 do STJ: “A ação de desapropriação indireta prescreve em 20 anos”;
3ª Fase: Prescrição em 10 anos; aplica-se o Código Civil de 2002 (2013 - REsp 1.300.442 – STJ);

Desapropriação Indireta ou Apossamento Administrativo


Retrocessão:
“Se a coisa expropriada para fins de necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, não tiver o destino
para que se desapropriou, ou não for utilizada em obras ou serviços públicos, caberá ao expropriado direito de
preferência, pelo preço atual da coisa” (art. 519 do CC/02)
direito de natureza real (STJ) em detrimento da posição atribui natureza de direito pessoal.
“enquanto o direito real garante ao particular o direito de exigir o imóvel expropriado de volta, só se caracteriza
quando o Estado não der a destinação determinada no ato expropriatório, e também não atender à outra
finalidade pública”(MARINELA, 2014).

Tredestinação: direito de natureza real (STJ) em detrimento da posição atribui natureza de direito pessoal.

Espécies de Tredestinação

Tredestinação Lícita: a destinação dada ao bem é diversa da informada no decreto expropriatório,


entretanto continua a atender ao fim público;
Tredestinação Ilícita: a destinação dada ao bem é diversa da informada no Decreto expropriatório e não
atende ao fim público (Admite Retrocessão);

Desapropriação:
Procedimento
Fase Declaratória (Lei ou Decreto)
Na fase Declaratória o bem é submetido a tratamento especial, que importa em:
 Declara a destinação(*) pretendida para o objeto expropriado;
 Fixa o estado da coisa: (para fins de quantificar a indenização devida);
 Autoriza o direito ingresso (desapropriação por Utilidade Pública);
 Inicia o prazo de caducidade: 05 anos (necessidade ou utilidade pública) e 02 anos (interesse
social);
 Determina a entidade federativa com precedência sobre o bem;
 Declara a destinação(*) pretendida para o objeto expropriado;
 Fixa o estado da coisa: (para fins de quantificar a indenização devida);
 Autoriza o direito ingresso (desapropriação por Utilidade Pública);

Fase Executória
“(...) consiste no momento em que o Poder Público adota providências para consumar a transferência do bem. Para
a integração do bem ao patrimônio público, é necessária a prévia indenização, o que acontecem na prática em um só
momento. Esta fase pode ser amigável, quando houver acordo quanto ao valor da indenização; e judicial, quando
inexistir composição ou se o proprietário for desconhecido” (MARINELA, 2014). pode ser administrativa ou judicial.
Amigável – Fase Administrativa
Litigiosa – Fase Judicial
“Não havendo acordo, segue-se a fase judicial, iniciada pelo Poder Público, com observância do procedimento
estabelecido no Decreto-Lei 3.365/41 (art.s 11 a 30), aplicável também à desapropriação por interesse social
fundada na lei 4.132/61 (...)” (DI PIETRO 2015)
“A contestação só poderá versar sobre vício do processo judicial ou impugnação do preço; qualquer outra questão
deverá ser decidida por ação direta”. (art. 20 da Lei 3.365/41)

Divergência: Desapropriação ou Confisco?


“Quanto à desapropriação de glebas de terra em que sejam cultivadas plantas psicotrópicas, prevista no art. 243 da
Constituição e disciplinada pela Lei 8.257 de 26-11-1991, pode-se dizer que equipara ao confisco, por não assegurar
ao expropriado o direito à indenização. Pela mesma razão, teria sido empregado o vocábulo expropriação, em vez de
desapropriação” (DI PIETRO, 2015)
Confisco:
Hipóteses:
As propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País onde forem localizadas culturas ilegais de plantas
psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo na forma da lei serão expropriadas e destinadas à reforma
agrária e a programas de habitação popular, sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras
sanções previstas em lei, observado, no que couber, o disposto no art. 5º.
Parágrafo único. Todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência do tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins e da exploração de trabalho escravo será confiscado e reverterá a fundo especial com
destinação específica, na forma da lei. (art. 243 da CF/88 – Alteração dada pela EC 81/14)
Culturas Psicotrópicas
Para efeito desta lei, plantas psicotrópicas são aquelas que permitem a obtenção de substância entorpecente
proscrita, plantas estas elencadas no rol emitido pelo órgão sanitário competente do Ministério da Saúde.
Parágrafo único. A autorização para a cultura de plantas psicotrópicas será concedida pelo órgão competente do
Ministério da Saúde, atendendo exclusivamente a finalidades terapêuticas e científicas.(art. 2º da Lei 8.527/91)
Destinação dos Bens Arrecadados:
Todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência do tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
afins será confiscado e reverterá em benefício de instituições e pessoal especializado no tratamento e recuperação
de viciados e no aparelhamento e custeio de atividades de fiscalização, controle, prevenção e repressão do crime
de tráfico dessas substâncias. (art. 1º, parágrafo único da Lei 8.527/91)

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