O Que É Comunicação

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1. O QUE É COMUNICAÇÃO?

“A palavra comunicação deriva do latim communicare, que significa tornar comum,


partilhar, conferenciar."

“A comunicação é um processo de interação no qual compartilhamos mensagens,


idéias, sentimentos e emoções, podendo influenciar o comportamento das pessoas
que, por sua vez, reagirão a partir de suas crenças, valores, história de vida e cultura.”

Geralmente, o conceito de comunicação aplica-se à troca de informações sob a forma de uma


mensagem. Porém, também se pode aplicar à troca de bens e serviços ou até à troca de uma
namorada por outra.

A partilha de experiências, sensações e emoções é, igualmente, ato comunicativo. Uma série


de pessoas caladas e imóveis, à noite, à volta de uma fogueira, estão se comunicando, porque
estão partilhando, estão tornando comum uma experiência. Vê-se, assim, que informação e
comunicação são conceitos diferentes.

A comunicação suporta a informação, mas o inverso não é verdadeiro. Isto é, pode haver
comunicação sem troca de informação, mas a troca de informação pressupõe a comunicação.
A comunicação é um processo. Como tal, é dinâmica, evolutiva.

O modelo clássico do processo de comunicação, derivado da Teoria da Informação, mostra o


emissor enviando uma mensagem a um receptor que possa não apenas percepcionar, mas
também adquirir a mensagem. Isto pressupõe que o receptor possua não apenas capacidades
que lhe permitam percepcionar a mensagem, mas também que partilhe um código com o
emissor, de forma a compreender, atribuir significado e adquirir a mensagem.

Esta é veiculada através de um canal, onde pode haver interferências indesejáveis (ruído sobre
a mensagem). Quando a mensagem não transporta informação nova, ela é redundante para o
receptor. O ato comunicativo exposto acontece no âmbito de um determinado contexto e
admite uma reação do receptor (retroacção ou "feedback"), que pode ser, a não integração ou
a rejeição dos conteúdos da mensagem ou da própria mensagem.

A comunicação é essencial à socialização, à aculturação e à formação-educação do indivíduo.


Entendendo-se, aqui, a comunicação como uma troca de mensagens e experiências com
significado - que uma pessoa adquire consciência de si e dos outros e interioriza os
comportamentos, os valores, as normas, os conhecimentos (etc.) e os seus significados na
sociedade e na cultura em que se insere. Os processos de produção, reprodução e
transmissão sociais e culturais dependem, assim, da comunicação. Há várias modalidades de
comunicação. Por exemplo, fala-se de comunicação coletiva ou social quando a comunicação
se dirige a um conjunto numeroso e heterogêneo de pessoas, sendo, normalmente,
desenvolvida por profissionais da produção de conteúdos e veiculada pelos meios de
comunicação social (massmedia). Há quem designe este tipo de comunicação por
comunicação de massa, mas a noção de massa parece ser dissonante da idéia de um conjunto
de receptores individuais na sua personalidade, emotividade, inteligência, reações, etc. A
comunicação interpessoal, por seu turno, abarca a comunicação interpessoal propriamente dita
(ou seja, a comunicação directa entre pessoas), a comunicação intragrupal e intergrupal e a
comunicação nas organizações, entendida a organização como sendo composta por grupos.

Prosseguindo, poderíamos falar da comunicação verbal, da não-verbal, da comunicação anti-


social, etc., mas estaríamos apenas a referir um conjunto infinito de modalidades através das
quais partilhamos e trocamos informações, experiências, conhecimentos, idéias, valores, bens,
serviços, sensações, emoções, etc. Designação que engloba um conjunto de instrumentos de
comunicação que, a partir de finais da década de 80, alteraram significativamente o panorama
do sistema mediático, e que inclui os satélites de comunicação, as redes informáticas, as
emissões de televisão por cabo, os suportes digitais de rádio e TV, a Internet e os seus
derivados.

As TIC (Tecnologias de Informação e Comunicação) são um dos fatores potencializaram as


profundas mudanças operadas no mundo. Com a aceleração na inovação e na dinamização da
mudança, as TIC são hoje essenciais diante da globalização da economia mundial e dos
fenômenos físicos e humanos em geral. O conhecimento das suas ferramentas de suporte são
essenciais. A tecnologia constitui um fator de desenvolvimento. A Europa Ocidental, os EUA e
o Japão são grandes exemplos disso.

Na área das comunicações e da informação, as modernas tecnologias começaram a surgir em


alguns países menos avançados já nos anos 70, essencialmente no domínio dos satélites e do
audiovisual de massas. As tecnologias de informação são consideradas a base da "Terceira
Revolução Industrial" que teve início nos anos 60, com as inovações na área da
microeletrônica, como os circuitos integrados, o microprocessador, o microcomputador e as
novas redes de comunicação assentes nos satélites e nas fibras ópticas. A instalação da rede
telefônica, da TV e dos satélites de comunicações, associados à informática, deu origem à
globalização da comunicação audiovisual de massas. O acesso ao sistema de comunicação é
universal e processa-se em "tempo real". Passamos a viver na chamada "aldeia global".

O fenômeno aplica-se também na área da economia e tem contribuído para o aumento da


produtividade, pela rapidez e melhoria com que se processam as relações inter-empresariais,
que se beneficiam com a introdução de novos produtos e serviços de telecomunicações (como
é o caso do correio eletrônica, da telecópia, entre outros) e pela redução dos custos das
transações. O mesmo se verifica no sector financeiro, onde as telecomunicações e os
computadores permitem que os dados financeiros circulem em todo o mundo e sejam
processados de imediato nos mercados mundiais. Assiste-se assim à expansão dos serviços
financeiros à escala global, acelerando a mundialização das economias. O tele-texto, o tele-
trabalho, a tele-consulta de bancos de dados, são os serviços e produtos que surgiram na
economia em conseqüência das Tecnologias de Informação e Comunicação. As TIC
apresentam também uma influência crescente na vida social. O cidadão na sua vida social
estabelece diariamente contacto, directo ou indirecto, com estas tecnologias quando, por
exemplo, se desloca ao banco ou ao hospital, quando assiste a um programa de televisão
transmitido por satélite ou quando, no seu trabalho, as novas tecnologias são aplicadas.

RESUMÃO:

A comunicação humana é um processo constante, complexo e ativo que se distingue da


comunicação animal por seu conteúdo simbólico, isto é, as pessoas são capazes de
compreender, interpretar, elaborar e modificar signos e símbolos.

A comunicação se dá sempre: é impossível não comunicar. Mesmo se estamos calados


olhando a parede, estamos emitindo uma mensagem. O processo de comunicação está
integrado pelos seguintes componentes: emissor, que é quem elabora e põe em circulação a
mensagem; receptor, quem recebe e interpreta a mensagem, a informação; meio, suporte físico
através do qual se transmite a mensagem; código, sistema de referência em função do qual se
elabora e interpreta a mensagem e o contexto, que é a situação social, histórica, geográfica e
psicológica do ato de comunicação em questão.

Comunicar é por em circulação uma determinada informação, em forma de mensagem,


processo que leva a compartilhar-lo. Comunicar é compartilhar, pormos a nós mesmos como
seres ativos desse processo, posto que cada mensagem se codifica e decodifica a partir da
realidade individual. Comunicação provém de comunhão: comum união. Por ela, compreender
o processo da comunicação resulta fundamentalmente na compreensão de todo processo do
fenômeno social, porque é nele que se mostram comuns as individualidades, histórias,
sentimentos, valores, modos de ver o mundo e circunstâncias das pessoas que fazem a
sociedade. E essas pessoas cada vez que se comunicam, fazem uma comum união de toda
essa informação, que é nada mais nada menos que as mensagens que circulam diariamente,
em qualquer lugar de qualquer sociedade do mundo.
2. HISTÓRIA DA COMUNICAÇÃO

“A comunicação é um marco histórico que revolucionou o mundo. Desde os primatas,


até os dias atuais. A tecnologia avançou a passos largos. Foi e continua sendo o viés
mais importante da evolução humana, fez o grande diferencial entre o ontem e o hoje.
Será a mola propulsora entre o hoje e o amanhã. Será uma grande força contributiva
de um futuro bem próximo”.

O homem tem uma particularidade: viver em comunidade. Essa particularidade fez com que o
ser humano procurasse sair da solidão e procurar novas terras e formar suas comunidades. Do
homem das cavernas até o homo-sapiens um longo tempo foi percorrido, mas sua
preocupação com a comunicação não saia da cabeça. Várias maneiras foram usadas como
“Meios de Comunicação”. A evolução da comunicação pode ser dividida em 4 eras:

1. Era dos Símbolos e Sinais (Linguagem não-verbal)


O homem começou a sentir a necessidade de comunicar-se desde que começou a viver em
sociedade, fosse para alertar sobre alguma coisa ou expressar sua cultura ou sentimento.
Entre 500.000 A.C. à 18.000 A.C. as respostas herdadas e/ou extintivas eram a forma de se
comunicar dos mamíferos e dos seres pré-humanos. Porém, um grupo de humanos primitivos
começou a se entender por gestos e sons que indicavam objetos e intenções. Os gritos, berros
e posturas corporais contribuíram para o desenvolvimento e a aprendizagem, pois através da
prática destes sinais, os mesmos foram ficando mais elaborados e, por fim, efetivados. Nesta
época, também foram utilizados tambores e sinais de fumaça como forma de comunicação.
Para utiliza-las era necessário estabelecer um código de sinais. No caso dos tambores, era o
número de batidas; já os sinais de fumaça funcionavam com a ajuda de um esteio, para liberar
a quantidade que simbolizava cada mensagem. Normalmente, as duas formas eram usadas
para anunciar festas, rituais, guerras ou ataques inimigos. Com o tempo, essa comunicação foi
adquirindo formas mais claras e evoluídas, facilitando a comunicação não só entre os povos de
uma mesma tribo, como entre tribos diferentes.

As primeiras comunicações escritas (desenhos) de que se têm notícias são das inscrições nas
cavernas 8.000 anos a.C. O povo sumério, considerada a uma das mais antigas civilizações do
mundo, já ocupava a região da Mesopotâmia quatro séculos antes de Cristo. Essa civilização
foi a primeira a usar o sistema pictográfico (escritas feitas nas cavernas, com tintas). Esse tipo
de escrita era utilizada, também, pelos egípcios que, em 3100 a.C., criaram seus hierós
glyphós ou “escrita sagrada”, como os gregos as chamavam. Esse tipo de escrita era, além de
pictórica, ideográfica, ou seja, utilizava símbolos simples para representar tanto objetos
materiais, como idéias abstratas. Utilizava o princípio do ideograma (sinal que exprime idéias)
no estágio em que deixa de significar o objeto que representa, para indicar o fonograma
referente ao nome desse objeto. Uma das mais significativas contribuições dos sumerianos
está ligada ao desenvolvimento da chamada escrita cuneiforme. Nesse sistema, observamos a
impressão dos caracteres sobre uma base de argila que era exposta ao sol e, logo depois,
endurecida com sua exposição ao fogo. De fato, essa civilização mesopotâmica produziu uma
extensa atividade literária que contou com a criação de poemas, códigos de leis, fábulas, mitos
e outras narrativas.

2. Era da Fala (Linguagem verbal)


Por volta de 6.500 anos a.C teve início a agricultura permanente e a vida fixa, facilitando
assim, o ritmo crescente da cultura. A linguagem foi se diversificando e as formas de falar
foram mudadas à medida que a humanidade se espalhava pelo planeta.

É quase de domínio popular o fato de


que o processo de comunicação visual surgiu
muito antes da escrita. Não por acaso,
conforme nos adverte Peltzer (1991, p. 98),
“muito antes de qualquer escrita, os que
habitaram as grutas de Altamira comunicaram
com seus semelhantes (e poder-se-ia dizer
que continuam a comunicar)” uma vez
que “quem visita hoje essas grutas recebe as
mensagens cujos emissores são nossos antepassados
[...]”. Esse fato, por si, torna desnecessário
discorrer mais amplamente acerca
da importância da expressão visual para o
homem. Entretanto, parece-nos interessante
acolher alguns pressupostos teóricos formulados
por Santaella e Nöth (1998, p. 13),
para quem a imagem faz parte da expressão
humana “desde as pinturas pré-históricas” e Inicialmente o homem
comunicava os
acontecimentos na mesma ordem em que
eles se davam, ou seja, um caçador descrevia
sua rotina na mesma seqüência dos fatos.
Se pegava uma arma, enfrentava um animal,
matava-o e comia-o, assim desenhava
nos pictogramas (desenhos ou símbolos) e
ideogramas (sinal que exprime a idéia e não
os sons da palavra, em oposição à fonográfica).
Há cerca de 3.000 anos antes de Cristo, os
egípcios representavam aspectos de sua cultura
por meio de desenhos e gravuras colocados
nas casas, edifícios e câmaras mortuárias.
Por volta de 1700 a.C. os sumérios tiveram a idéia de transformar cada pequeno símbolo
utilizado em suas pinturas, em som ao invés de idéia. Sílabas foram acrescentadas e
articuladas formando assim palavras. O uso de caracteres para representar sílabas foi o
primeiro passo na criação da escrita fonética e foi um grande avanço na comunicação humana.
Por fim, surgiram os signos alfabéticos, que uniram a escrita com a voz humana mutuamente,
podendo assim, se reproduzir graficamente. Um dos maiores estímulos para a criação de tal
sistema foi a necessidade de se registrar limites entre propriedades de terra. Houve também
um crescimento na atividade comercial, que gerou o aumentou de contatos entre pessoas
diferentes, tornando-se necessário fazer o registro de suas compras, vendas, lucros e as
perdas para manterem o controle de suas posses. A escrita ainda em sua forma mais primitiva,
auxiliou o homem na preservação da cultura, permitindo a fixação do conhecimento e se
mantendo disponível ao longo do tempo e do espaço. Com isso, foi possível a disseminação do
mesmo, através do transporte, facilitando a comunicação à distância. “O uso de pictogramas
constituiu a primeira tentativa sistemática para fixar a linguagem, porém ainda era um hábito
muito limitado, pois desse modo podia-se representar alguns objetos concretos, mas não se
traduzia a articulação da frase. Contudo, no espaço de trezentos anos deu-se na Mesopotâmia,
ao menos parcialmente, o passo seguinte, aquele que outras civilizações não conseguiram dar:
o sinal, em vez de indicar um objeto, passou a indicar um som, tornandomassim possível à
escrita exprimir a língua com as relações das palavras entre si”. Antes da descoberta do papel
o homem tentou fixar os sinais gráficos de diferentes maneiras: na pedra, na madeira, em
cascas e folhas, barro cozido, conchas, talos de bambu, tecido, papiro, pergaminho etc.

Com a evolução contínua destes seres,


entrou-se, então, na era da fala e da linguagem verbal.

Podemos explicar a história da existência humana através das etapas do desenvolvimento da


comunicação, sendo assim essa evolução pode ser dividida em eras:

Era dos Símbolos e Sinais – começou cerca de 90 mil anos atrás. Os hominídeos não falavam.
Nesta era utilizavam gestos, sons e alguns outros sinais padronizados, os quais eram
passados as novas gerações para que se pudesse viver socialmente. Devido as dificuldades de
codificação, decodificação e memorização, conclui-se que era não era possível, nesta era, a
formação de uma cultura relativamente complexa.

Era da fala – inicia-se cerca de 35 e 40 mil anos atrás, acredita-se com o aparecimento do Cro-
Magnon que é marcado pela cultura oral, a fala possibilitou o homem dar um salto no
desenvolvimento humano, pois através da fala foi possível transmitir mensagens complexas,
como também contestar aquilo que foi exposto. Foi nesta época que o homem começou a
incluir a arte, sendo as pinturas rupestres as primeiras tentativas de armazenar informações.

Era Escrita – a escrita se consolidou em um período de tempo relativamente curto; começou a


ter sentido quando se criou significados padronizados para as representações pictóricas, sendo
este o primeiro passo para a criação da escrita. No início a alfabetização era restrita a
especialistas. Cada sociedade criou uma forma particular de escrita, mas foram os sumérios
quem transformaram os sons em símbolos, ou seja, os caracteres passaram a representar
sílabas, este foi o primeiro passo para a escrita fonética. Era da impressão – Com certeza o
invento de Gutenberg modificou a forma como desenvolvemos e preservamos nossa cultura.
Mesmo com a perca do monopólio da escrita por padres, escribas, elites e eruditos, não era
possível se falar em uma grande massa alfabetizada. Através das transformações
proporcionadas foi possível a difusão da alfabetização, a contestação do poder da Igreja
Católica, inicio da organização das empresas de comunicação, indústria livraresca e imprensa
(jornais e revistas). Era da Comunicação de Massa – se inicia no século XIX com os jornais
para pessoas comuns, como também o aparecimento das mídias eletrônicas, ou seja,
comunicação de massa é aquela destinada ao grande público, tendo sua maior adoção com o
surgimento do cinema, rádio e televisão, o que pode criar uma indústria cultural.

Era dos computadores ou era da informação – surge com a popularização dos computadores
no uso cotidiano dos indivíduos. Essa é a era recente em que o computador ainda esta
transformando a sociedade como os outros meios transformaram as outras eras.

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