Aula 14 - A Vida Terrestre: Níveis de Organização Das Briófitas e Das Vasculares Sem Sementes (Adaptações Morfológicas, Anatômicas e Fisiológicas)
Aula 14 - A Vida Terrestre: Níveis de Organização Das Briófitas e Das Vasculares Sem Sementes (Adaptações Morfológicas, Anatômicas e Fisiológicas)
Aula 14 - A Vida Terrestre: Níveis de Organização Das Briófitas e Das Vasculares Sem Sementes (Adaptações Morfológicas, Anatômicas e Fisiológicas)
LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS • Após a absorção da água e o transporte dela para toda a
CEDERJ – UENF planta, é necessário manter essa água dentro das células para
DISCIPLINA: Botânica 1 que a planta não seque. Então, desenvolveu-se, como
Aula 14 - A vida terrestre: níveis de organização das estratégia de sobrevivência, para evitar essa perda d’água, uma
Briófitas e das Vasculares sem sementes (adaptações camada de cera protetora denominada cutina, que funciona
morfológicas, anatômicas e fisiológicas) como revestimento à prova d’água.
• Dispositivos para controlar a entrada e a saída de gases se
NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO DAS BRIÓFITAS (MORFOLOGIA, efetuam por meio de interrupções do envoltório impermeável,
ANATOMIA E FISIOLOGIA) como poros providos de células especiais, constituindo os
• As Briófitas apresentam avanços significativos em relação às estômatos.
algas, como, por exemplo, o aparecimento de células • Nos organismos aquáticos, como as algas, não há necessidade
condutoras que não são encontradas em qualquer grupo das dos estômatos, pois o O2 e CO2 encontram-se dissolvidos na
algas. Além disso, em algumas briófitas, a epiderme é protegida água e são absorvidos por toda a superfície desses seres.
por uma camada fina de cutícula (substância cerificada) que
impermeabiliza a superfície exposta, evitando a perda d’água. NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO DAS PLANTAS VASCULARES SEM
SEMENTES: PTERIDÓFITAS
ORGANIZAÇÃO DO CORPO: TALOSA E FOLHOSA • O avanço mais importante das plantas vasculares sem
• Nas talosas forma-se um talo como nas algas, porém mais sementes, quando comparadas às Algas e Briófitas, ocorreu
complexo; aí incluem-se as Hepáticas (Figura 14.1). Nas com o aparecimento de tecidos vasculares especiais.
folhosas já se esboçam estruturas semelhantes à raiz, ao caule • Assim, as primeiras plantas terrestres foram as Pteridófitas.
e às folhas, denominadas, respectivamente, de rizóides, Elas envolvem as samambaias, as avencas, os licopódios ou
caulóides e filóides, compreendendo as hepáticas folhosas pinheirinhos, os equisetos, também chamados de cavalinhas, e
(Figura 14.1.d) e os musgos verdadeiros outras espécies, que possuem tecidos vasculares
especializados (xilema e floema), ausentes em algas e briófitas.
Todas essas plantas ainda dependem da água para
fecundação e não apresentam sementes.
• Os tecidos vasculares primários, xilema e floema, e a medula
formam juntos o cilindro central ou estelo da estrutura
primária presentes na raiz ou no caule.
Evolução do caule
• A diversidade quanto ao tipo morfológico das briófitas (relva, a) Caule protostélico: o caule protostélico é considerado o tipo
densas almofadas, pendentes) está ligada diretamente à mais primitivo de estelo, originando as plantas vasculares
disponibilidade da água. atualmente consideradas as mais primitivas.
• Essa água é conduzida para o interior da planta por meio de b) Caule sifonostélico: tipo de caule mais evoluído, distingue-
células condutoras sem citoplasma denominadas hidróides, se pela presença de uma coluna central de tecido vivo
que são células mortas e alongadas (Figura 14.2.d). A função (parenquimatoso) e pela medula. O xilema e o floema
dos hidróides é a mesma do xilema das plantas vasculares. dispõem-se de forma variada em torno dessa medula. São
Contudo, os hidróides carecem de células lignificadas em suas comumente encontrados nas cavalinhas ou equisetos, nas
paredes. avencas, nas samambaias e em outras plantas
• Em hepáticas e em alguns musgos, geralmente a condução
interna de água é realizada pelos espaços livres formados pelas Evolução da folha
espessas paredes celulares do parênquima. • De acordo com a morfologia comparada, distinguem-se duas
categorias de folhas: as micrófilas e as macrófilas, as quais
representam duas distintas linhas de evolução.
• As micrófilas são de tamanho pequeno, contendo uma
nervação simples, sem ramificação. Em contraposição, as
macrófilas são mais complexas, de tamanho maior, contendo
múltiplas nervações, ou seja, são altamente ramificadas e seus
traços foliares (estruturas associadas às lacunas foliares no
estelo) deixam lacunas no estelo da planta. Assim formou-se o
limbo foliar, quer dizer, a folha propriamente dita.
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Figura 14.7: Evolução das macrófilas. a) Caule com ramificação
dicotômica; b) superposição de ramificação desigual (eixo
monopodial); c) ramificação lateral em um mesmo plano; d)
aparecimento de uma membrana entre as dicotomias; e)
formação de macrófila (a parte escura = tecido vascular); f) e g)
esquema de uma folha macrófila na presença de lacuna no
cilindro vascular, em corte longitudinal e transversal,
respectivamente.