Avaliacao Formativa Projeto Iclass Vítor Girão Bastos
Avaliacao Formativa Projeto Iclass Vítor Girão Bastos
Avaliacao Formativa Projeto Iclass Vítor Girão Bastos
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO
MESTRADO EM EDUCAÇÃO
2019
AGRADECIMENTOS
Ao Nuno Bastos que perdeu algumas horas da minha atenção e que compreendeu tão bem
Aos meus pais (no sentido alargado) por me terem dado as condições e princípios de vida
Ao Dr. Inácio Casinhas que abriu as portas para a implementação do projeto iClass.
Aos colegas que, pelo seu empenho, permitiram a consolidação do projeto iClass, levando a
Ao Professor Nuno Dorotea por todo apoio, dedicação e orientação dado desde o início e pela
Aos pais da turma piloto do projeto iClass por acreditarem no nosso trabalho.
Resumo ...................................................................................................................................... x
Abstract ..................................................................................................................................... xi
1. Introdução .............................................................................................................................. 1
2. Contextualização .................................................................................................................... 5
4. O projeto iClass.................................................................................................................... 40
6. Metodologia ......................................................................................................................... 70
ii
Índice de figuras
Figura 3. Fontes de informação para a avaliação dos formandos em cursos online ................ 37
Figura 15. Instrumentos de Avaliação usados na disciplina de Inglês na turma piloto ........... 56
Figura 16. Instrumentos de Avaliação usados na disciplina de Geografia na turma piloto ..... 56
iii
Índice de tabelas
Tabela 1. Frequência das respostas dadas ao item “Indique os três instrumentos de avaliação
Tabela 2. Indicação, por ordem, das atividades de avaliação de que os alunos mais gostam.. 83
Tabela 4. Indicação, por ordem, das atividades de avaliação de que os alunos consideram que
Tabela 6. Frequência das respostas dadas ao item “Os testes são os instrumentos mais
Tabela 7. Frequência das respostas dadas ao item "Os trabalhos de grupo permitem-me
Tabela 8. Frequência das respostas dadas ao item “Aprendo melhor sozinho do que a
Tabela 9. Frequência das respostas dadas ao item “Nos trabalhos de grupo percebo onde
Tabela 10. Frequência das respostas dadas ao item "Nos trabalhos de grupo percebo onde
Tabela 11. Frequência das respostas dadas ao item "Habitualmente consigo cumprir os prazos
estabelecidos"........................................................................................................................... 88
Tabela 12. Frequência das respostas dadas ao item "Os meus professores dão-me,
Tabela 13. Frequência das respostas dadas ao item “Os meus professores dão-me,
atempadamente, informações sobre o meu percurso para que possa melhorar" ...................... 88
iv
Tabela 14. Frequência das respostas dadas ao item "Interesso-me por melhorar o meu
Tabela 15. Frequência das respostas dadas ao item "Considero justa a escala de avaliação
Tabela 16. Frequência das respostas dadas ao item “Considero que a avaliação qualitativa
(Não Satisfaz, Satisfaz, Satisfaz Bastante e Satisfaz Plenamente) é a mais justa” .................. 90
Tabela 17. Frequência das respostas dadas ao item "Considero que a avaliação deverá ser
Tabela 18. Frequência das respostas dadas ao item "Todos os instrumentos de avaliação
Tabela 19. Escala de avaliação, que os alunos que responderam na questão anterior com o
Tabela 20. Frequência das respostas dadas ao item “Costumo fazer autoavaliação
Tabela 21. Frequência das respostas dadas ao item “A avaliação aula-a-aula reflete bem o
Tabela 22. Frequência das respostas dadas ao item “A avaliação aula-a-aula permite-me
aprender melhor"...................................................................................................................... 92
Tabela 23. Frequência das respostas dadas ao item “Os meus professores permitem que faça
Tabela 24. Frequência das respostas dadas ao item “É-me dada a possibilidade de escolher as
Tabela 25. Frequência das respostas dadas ao item “Clareza da avaliação realizada pelos
professores" .............................................................................................................................. 94
v
Tabela 26. Frequência das respostas dadas ao item “Justiça da avaliação realizada pelos
professores" .............................................................................................................................. 94
Tabela 27. Frequência das respostas dadas ao item “Abertura dos professores para debater a
Tabela 28. Frequência das respostas dadas ao item “Forma como sou avaliado" ................... 94
Tabela 29. Frequência das respostas dadas ao item "Preocupação dos professores
Tabela 30. Frequência das respostas dadas ao item “Informação por parte dos professores
Tabela 31. Frequência das respostas dadas ao item “Autorregulação das aprendizagens” ..... 96
Tabela 32. Médias das turmas do 9º ano nas Provas Finais de Ciclo .................................... 119
vi
Índice de gráficos
vii
Índice de quadros
Quadro 8. Correlação entre as respostas à questão “Nos trabalhos de grupo percebo onde
estou a falhar sem a ajuda do professor” e as respostas à questão “Nos trabalhos de grupo
Quadro 9. Correlação entre as respostas à questão “Nos trabalhos de grupo percebo onde
estou a falhar pela ajuda dos colegas” e a questão “os meus professores dão-me
Quadro 19. Melhoria das aprendizagens no contexto da avaliação formativa ...................... 105
viii
Quadro 20. Perceção em relação à satisfação dos alunos no modelo de avaliação aplicado . 106
ix
Resumo
A avaliação formativa, enquanto instrumento que visa direcionar os alunos para o sucesso
reguladora dos processos de ensino e de aprendizagem, tem sido descurada pelos professores
devido a vários motivos, entre eles a falta de um entendimento comum em termos concetuais,
comunicação, mais personalizadas, mais próximas, e dadas em tempo útil, que permitam criar
oportunidades para a melhoraria das aprendizagens, onde o feedback despoleta nos alunos os
O estudo teve como principal objetivo investigar as práticas da avaliação formativa num
projeto iClass - a forma como os alunos sentiram as alterações aplicadas pelos professores, em
consequente melhoria do desempenho escolar dos alunos, ao longo dos três anos do terceiro
ciclo com uma turma piloto. Considerámos, também, importante verificar se existia uma
Os resultados apontam para uma real satisfação dos alunos em relação à forma como são
dos professores sobre a avaliação formativa. Foi ainda verificada melhoria dos resultados
Instrumentos de Avaliação
x
Abstract
xi
___________________________________________
1. INTRODUÇÃO
Introdução
Agostinho da Silva
Este estudo tem por base um projeto que tem vindo a ser implementado de há três anos a
esta parte – iClass, cuja arquitetura foi desenhada a partir da ideia de que as alterações nas
poderá não estar a dar as respostas mais adequadas às atuais características e necessidades
dos alunos, nem a tirar partido das mais-valias que as tecnologias digitais apresentam, quer
dos suportes (ex. tablets) quer das ferramentas assentes nessas tecnologias (aplicações
informáticas).
pretende romper com esta conceção no contexto atual, quer pelo fácil acesso à informação
existente nas mais diversas áreas do conhecimento (científico ou não), quer pela necessidade
aprendizagens.
formativa.
2
Considerámos também importante perceber se os professores que acompanharam a turma
do sétimo ao nono ano de escolaridade têm a mesma assunção sobre a avaliação formativa e
Geografia e Ciências Naturais, uma vez que se pretendia verificar se as alterações efetuadas
no contexto da avaliação formativa são possíveis tanto em disciplinas mais orientadas para as
ciências como em outras duas mais orientadas para as humanidades, tendo uma delas
3
___________________________________________
CONTEXTUALIZAÇÃO
4
2. Contextualização
(Perfil dos Aluno para o Século XXI, 2017, Ministério da Educação, p. 18).
digitais, ao longo dos séc. XX e XXI, permite uma aproximação dos espaços geográficos, que
se traduz numa maior integração económica, política e social. Esta abertura a uma sociedade
Se, por um lado, o mercado de emprego reposiciona-se em relação à seleção dos seus
candidatos, exigindo que estes tenham competências concordantes com novas necessidades,
criatividade, entre outras, por outro, tem de existir uma capacidade formativa nesse sentido.
Devemos também ter sempre presente que os alunos que hoje entram no sistema de ensino
OCDE "The Future Of Education and Skills, Education 2030", (2018) , temos que ter ainda
em consideração que estes alunos deverão estar preparados para “think creatively, develop
new products and services, new jobs, new processes and methods, new ways of thinking and
living, new enterprises, new sectors, new business models and new social models (p. 5).
Segundo um estudo da Kaspersky Lab (2018), 40% dos estudantes acredita que se estão a
preparar para empregos que ainda não existem e, segundo o estudo da OCDE –“Employment
Outlook” (2019), 32% dos atuais empregos sofrerão alterações profundas devido à
substituição de tarefas individuais pela da automação e 14% dos atuais empregos correm
5
De acordo com o relatório da OCDE (2018a), sobre a Autonomia e Flexibilidade
sistema educativo português. Entre diversos eixos de atuação, surge a avaliação, com
Cabe à Escola dar uma resposta rápida e eficaz a todas estas mudanças, promovendo as
alterações mais adequadas nas suas práticas e didáticas, de modo a responder, em tempo útil,
apresentar no futuro, considerando que, parte desses empregos ainda não foram “inventados”.
Já sabemos que a informação fluí com uma grande facilidade e velocidade, crescendo de
forma quase exponencial. Paralelamente, os dispositivos que recebem essa informação são
cada vez menores, mais portáteis, mais rápidos, mais baratos e com acesso online, nos mais
Em contexto educativo, para que as novas tecnologias sejam vistas como uma mais valia
literacia digital nos seus alunos, incutindo e estimulando uma cultura do uso da tecnologia
de dispositivos conectados, sobretudo dos smarthphones, aliado a acessos à internet, cada vez
mais acessíveis e rápidos, têm permitido transformar qualquer sala de aula numa sala
documentos partilhados (ex: Google drive ou Office 365), para a realização de sequências de
6
aprendizagem (ex: Goconqr ou Classflow), ou para situações de gaming (ex. Quizziz e
Neste último caso, o gaming, pode ser utilizado a montante, como forma de arranque de
podem permitir o lançamento dos conceitos iniciais de uma forma motivadora, em que se
formativa com feedback automático da plataforma usada, permitindo que o aluno faça uma
reflexão sobre o seu percurso e, a partir daí, desenhar novos percursos, quer seja de melhoria
ou de aprofundamento.
A tecnologia, enquanto suporte para o uso das diversas ferramentas digitais de apoio às
pelos professores, sempre numa lógica de elemento facilitador das práticas docentes e de todo
dela retirar vantagens sustentadas, ou seja, com uma vantagem equilibrada para todos os
elementos envolvidos. No campo das estratégias, podemos pensar, por exemplo, na facilidade
com que se podem atribuir, aos alunos, diversas atividades assentes em estratégias de
autónoma).
aula, ou por vezes fora dela. Nesta modalidade de ensino, o aluno desenvolve parte dos
trabalhos em sala de aula e outra parte fora da sala de aula, à distância. Outro exemplo é a
plataformas online pelo aluno, antes de abordados na sala de aula física. Temos ainda o
7
trabalho de projeto, com um tema aglutinador definido por alunos e professores em conjunto
e que permite o cruzamento não só multidisciplinar, mas também interturmas. Estes conceitos
serão desenvolvidos mais à frente no ponto 3.3., mas importa referir, que cada professor ou
modalidade de b-learning, em que o aluno realiza parte de uma atividade, proposta pelo
Estes suportes permitem novas formas de comunicação entre o professor e os seus alunos
em tempo útil, com feedback imediato, sendo possível estabelecer uma comunicação
professor-alunos, sem que haja perda de informação por motivos de ruído. A inovação nas
práticas pedagógicas, com recurso às tecnologias “allows teachers to do things that would not
be possible without it” (Vincent-Lancrin, S., et al., 2019, p. 151). Reforçamos, aqui o
Ainda podemos sublinhar o facto destas novas tecnologias suportarem de forma facilitada
ensino e da aprendizagem, quer na sua forma (testes, trabalho de grupo, entre outros) ou
intervenientes e na avaliação.
8
O referido enquadramento tecnológico parece-nos ser facilitador para o desenvolvimento
seleção (de material relevante), organização (do material selecionado) e integração (do
das aprendizagens. Ainda de acordo com Mayer (2003, p. 129), pode-se promover a
compreensão, nos humanos, através de um mix de palavras com imagens pois estes possuem
canais distintos para processar estes dois tipos de estímulos (princípio dos canais duplos),
que a aprendizagem ocorre quando existe um “engagement” dos indivíduos num processo
plataformas, são dadas instruções claras sobre o percurso que o aluno deve efetuar (ex.
9
Assim, as planificações assentes nas aprendizagens essenciais (Despacho n.º 6944-A/2018) e
mais ou menos “ambicioso”, mas sempre de acordo como o seu ritmo e interesses.
Cabe ao professor colocar nas diversas plataformas os recursos necessários para que o
aluno não se perca na informação e para que esta seja fidedigna, devendo o aluno trabalhá-la
problemas, flexibilidade, entre outras tão importantes como o uso de várias linguagens para
comunicar.
Como possíveis ferramentas digitais de suporte, a título de exemplo, e para além das
professores, o OneNote para a criação de cadernos diários, entre outras. Reforçamos aqui,
Estas ferramentas digitais, que Jonassen (2000) designa como ferramentas cognitivas,
10
“aprender com as tecnologias” (Jonassen, 2000, p. 20-21), proporcionando novas formas de
ferramentas cognitivas (digitais), resta refletir sobre o elemento regulador deste sistema – a
aferir o sistema de ensino. Deste modo, a escola deve ser pensada e construída com base na
melhoria das aprendizagens e a avaliação deve estar sempre ao serviço deste propósito.
Apesar dos primeiros alicerces para uma avaliação essencialmente formativa terem já
Ministério da Educação), ainda hoje verificamos, que o “objeto de avaliação por excelência”
11
(Fernandes, 2009a, p. 90) é o teste escrito ou outros trabalhos escritos. Se fizermos uma
verificamos que algumas escolas continuam a dar o maior peso aos testes sumativos em
detrimento da avaliação formativa. Santos e Pinto (2018) refere que o teste sumativo é o que
“predomina na prática avaliativa dos docentes” (p. 20). Considerando estas constatações, o
calendário escolar e as limitações ao número de testes colocado pelas escolas para cada
período escolar, habitualmente três por semana e não mais do que um por dia no 3º ciclo,
percebemos que uma larga maioria de professores que assentam a sua avaliação em dois
testes por período letivo (regime trimestral) de forma terminal, ou seja não usam os testes
acordo com os resultados verificados, e utilizam essas classificações com fins sumativos.
Contudo, o rumo da avaliação está mais associado à diversificação em número e tipo dos
cada aluno ao sucesso de acordo com as suas características e dificuldades, numa lógica de
escola inclusiva. Como refere Fernandes (2005a), temos hoje “Três Razões Suficientes Para
colocar o aluno no centro da aprendizagem, sendo este o principal responsável pelo seu
desenvolvimento.
da Eficiência Social” por uma “Visão Reformada do Currículo”, como refere Fernandes
(2005a, p. 29) citando Shepard revela a passagem para uma visão curricular assente em
período particularmente permeável a alterações das práticas avaliativas uma vez que existe
12
uma maior autonomia da escola e da gestão que esta pode fazer em relação aos seus
Educação)
(2005a, p. 29), ao citar Shepard, e os diplomas Decreto Lei 55/2018 de 6 de julho (Ministério
exemplo:
De acordo com estes princípios, as práticas avaliativas terão que assumir diferentes
formas e uma maior diversidade de acordo com os contextos educativos, para que se desafie
os alunos para as aprendizagens, para que se avaliem, não só os produtos, mas principalmente
aprendizagem” e para que os alunos participem de forma ativa em todo o processo avaliativo.
Educação). O primeiro preconiza “a aposta numa escola inclusiva onde todos e cada um dos
alunos, independentemente da sua situação pessoal e social, encontram respostas que lhes
educativa centrada nas pessoas que garanta a igualdade de acesso à escola pública,
13
Pacheco (2009, p.386), citando Moraes, refere que “Não basta apenas educar, é preciso
vigor que suportam o Currículo Nacional do Ensino Básico (Decreto Lei nº 139/2012 de 5 de
julho e Decreto Lei 55/2018 de 6 de julho, Ministério de Educação, este último com produção
as ferramentas necessárias para estarem preparados para os desafios que o mundo lhes
apresenta (sociedade, emprego, ambiente, entre outros). Relembramos que, no nosso contexto
Não pretendemos dizer, com isto, que a avaliação se esgote na avaliação das
competências pretendidas, todo processo inerente deve ser acompanhado e aferido através de
de situações-problemas” (p. 139) e que para avaliar competências, é necessário que existam
14
critérios e indicadores de qualidade bem definidos para avaliar “essas produções complexas”
(p. 145).
capacidades e atitudes, que podem ser aplicadas em contextos diversificados (p. 60). Tal
como indicado no Perfil dos Alunos para o Século XXI (p. 12), “As competências são de
direcionar o aluno para que ele possa adquirir esses conhecimentos, capacidades e atitudes,
de forma a que essa combinação se faça, de acordo com as características do aluno (físicas,
cognitivas, aspirações e interesses), meio social, espaço escolar, etc. Como refere Roldão e
Almeida (2018) as aprendizagens necessárias para o domínio das competências, devem estar
(transdisciplinar).
reposicionar-se, garantindo que, para além das competências científicas associadas a cada
Perfil dos Alunos Para o Século XXI. Tudo isto só se atinge com novas formas de
indutor de diversas alterações para que se crie uma Escola que dê resposta às atuais e futuras
15
necessidades. Facilitador das necessárias alterações das práticas pedagógicas, com suporte na
integração da tecnologia digital e das novas ferramentas cognitivas e em paralelo das práticas
avaliativas. Uma Escola que atribua ao aluno a responsabilidade para o desenvolvimento das
suas aprendizagens, dando-lhe um papel ativo, que lhe possibilite aprender de acordo com as
suas caraterísticas e aspirações, que promova a sua autonomia. Uma Escola com professores
que caminhem ao lado dos seus alunos, como gestores da informação e orientadores dos
percursos, que facilitem as aprendizagens, que comuniquem com os alunos, que os orientem e
criem percursos alternativos para atingir as metas delineadas, que promova a autonomia no
devolva um feedback rico e atempado, e que assuma a avaliação formativa como instrumento
dos alunos e a forma como ela é aplicada em quatro disciplinas do currículo do 9º ano de
a conceção que cada professor das disciplinas referidas tem em relação à avaliação formativa
do projeto iClass (descrito no capítulo 4), uma vez que se encerra agora um ciclo de três anos
(no 3º ciclo de escolaridade), o que nos permite considerar que as suas bases já se encontram
consolidadas.
Este projeto teve início no ano letivo 2016-2017, com uma turma piloto do 7º ano, no
Colégio Vasco da Gama, em Sintra. Atualmente, após dois anos e prestes a encerrar este ciclo
16
de estudos, sentimos a necessidade de fazer esta análise e reflexão, direcionando-a para o
Tendo na sua base um rompimento com os modelos vigentes, preconizando alterações nas
assentes num modelo de avaliação formativa, o foco deste estudo poderia estar na pedagogia,
aprendizagens. Contudo, todo este sistema assenta na melhoria das aprendizagens e, cremos,
formativa.
A avaliação formativa tem sido, desde início do projeto, um tema bastante debatido e
refletido nas reuniões de conselho de turma dos professores envolvidos no projeto iClass, de
onde têm saído algumas conclusões assentes no percurso e desempenho dos alunos da turma
piloto. Uma ideia transversal aos professores pertencentes ao conselho de turma é que, de
facto, tem havido uma melhoria das aprendizagens. Outra conclusão unânime destes
conselhos de turma, é que, no contexto deste Ambiente Educativo Inovador criado (iClass),
faz todo sentido que a avaliação formativa seja um dos elementos basilares para o
apontam para a avaliação formativa como a avaliação primordial do sistema. E quando nos
referimos à atualidade sabemos que esta referência já vem sendo descrita em termos de
17
É esse o intuito do iClass, ser uma incubadora para que as alterações ocorram a favor da
do espaço e das tecnologias, assentes num modelo regulado por avaliação formativa,
Cabe-nos esclarecer desde já, nesta fase, que a nossa conceção de avaliação em termos de
função assenta na visão de que esta deve ser reguladora e autorreguladora da aprendizagem,
ou seja, deve ser vista como mais um instrumento de auxílio à aprendizagem, devendo ser
De acordo com Fernandes (2006), o tipo de avaliação que serve de propósito ao nosso
Esta avaliação é verdadeiramente alternativa, uma vez que não assenta em tradições neo-
behavoristas como aquela que “prevalece” nos sistemas educativos. Ou seja, ela não resulta
18
de processos assentes nos fins da avaliação, nos resultados. Surge “integrada nos processos
integrada nos processos de ensino e de aprendizagem, está orientada para regular e melhorar
feedback frequente e tem como função primordial, apoiar os alunos no desenvolvimento das
suas aprendizagens. Podemos ainda referir que ela é mais participada e transparente.
para recolha de informações sobre os diversos percursos dos alunos durante as suas
certificação das aprendizagens, tendo em vista o Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade
reforço da autorregulação das aprendizagens (Art.º 22º, ponto 3). No mesmo documento e
19
diversidade de formas de recolha da informação de acordo com as finalidades, diversidade
A segunda portaria, mais geral e direcionada para o ensino básico e secundário, define
avaliação das aprendizagens, “de modo a garantir que todos os alunos adquiram os
do Artº 15º e o ponto 3 do Artº 20º remetem para a importância da autorregulação, e todo o
como sendo um processo de regulação interno e externo, ou seja “implica os outros, mas
envolve igualmente o próprio.” (Santos, 2002, p. 2). Ou seja, no nosso ponto de vista, estas
situações de interação social, em que o aluno e os seus pares são colocados em situações de
debate de ideias que os leva a justificar e argumentar sobre o percurso efetuado, são
essenciais para que se tome uma real consciência sobre as aprendizagens adquiridas, os
percursos tomados para as adquirir e ainda sobre possíveis alternativas, quer para melhoria
formativa e aquilo que consideramos serem alguns dos entraves à sua plena implementação e
20
coavaliação e a autoavaliação. Sobre a avaliação por competências esclarecemos que avaliar
De seguida fazemos um paralelismo entre diplomas legais mais antigos e outros mais
recentes que remetem para a avaliação por competências. Por fim, nesta primeira parte,
O capítulo seguinte, dedicado ao projeto iClass - base desta investigação, fazemos uma
21
___________________________________________
22
3. Avaliação das aprendizagens
Falar sobre avaliação causa sempre “grande tremor” (Valente e Escudeiro, 2008, p. 2) nos
aprendizagens onde se colocam questões como: O que se deve avaliar? Como se deve
de avaliação e objetos de avaliação sem se dar espaço para debater o uso que os professores
fazem da informação recolhida. Se usam essa informação para promover a melhoria das
promover aprendizagens cada vez mais complexas de acordo com as suas aspirações e
capacidades, ou se, por outro lado, a usa para individualizar os percursos a definir para cada
aluno.
Para não cairmos naquilo a que alguns autores designam por “banalização da avaliação”
(Pinto e Santos, 2006, p. 7) em que tudo deve ser alvo de avaliação, estas questões devem
estar bem claras e definidas dentro de cada escola e interiorizadas de forma homogénea pelos
docentes, apesar da tutela ser clara neste campo, como, por exemplo, com o que está definido
regulador das aprendizagens que deve ser visto num sentido amplo e indissociável do
acerca do que os alunos sabem e são capazes de fazer numa diversidade de situações”
(Fernandes, 2005a, p. 16). No mesmo sentido, Pinto e Santos (2006) referem que a avaliação,
enquanto “interação social complexa, inscrita numa dinâmica relacional com múltiplos
23
significados”, cresceu nos anos 90 com a afirmação do paradigma construtivista, reforçando
a avaliação pode-se tornar num “processo de diálogo entre actores”. Esta avaliação surge no
aluno – “os alunos são os construtores do seu próprio conhecimento” (p. 34-37) como
Considere-se também que, doravante, sempre que nos referirmos à avaliação, estamo-nos
quantificar toda a informação recolhida através dos mais variados instrumentos para usá-los,
depois, numa quantificação final. Tampouco olhamos para a avaliação como um fim a atingir,
mas como um meio para promover as aprendizagens. A avaliação serve para fazer
estratégias, integrando o aluno e envolvendo-o nos contextos das mais diversas aprendizagens
Vemos, no terreno, com alguma frequência, um desvio entre as diretrizes emanadas pela
tutela sobre a avaliação e a sua efetiva aplicação, sobretudo no que concerne à avaliação
formativa.
Educação) “ao serviço das aprendizagens” (Decreto Lei 55/2018), o que vemos com
frequência, são somatórios de resultados obtidos em testes ou trabalhos, com a sua devida
24
ponderação, convertidos em resultados finais, sem que haja um efetivo acompanhamento dos
através de uma comunicação eficaz, quer através de feedback frequente sobre o seu percurso.
julho, Ministério de Educação), sob o argumento de se ter que cumprir o programa, falta de
tempo ou dimensão da turma, entre outras. Parece-nos que, apenas a dimensão da turma pode
Estando clarificada a nossa perspetiva sobre o que é a avaliação, convém salientar que,
quanto às modalidades formativa e sumativa, a nossa visão está sustentada no atual contexto
legal da “avaliação interna das aprendizagens” (Decreto Lei 55/2018 de 6 de julho e Portaria
Sendo efetivo que a avaliação sumativa converge para a certificação, ou seja, para um
somatório, que por sua vez quantifica as aprendizagens realizadas, processo inevitável, por
acesso ao ensino superior, para a avaliação dos sistemas educativos, dos currículos, entre
outros objetivos, consideramos que ela não se deve esgotar em si, como refere Rosado e
Silva (1993) “A avaliação sumativa presta-se à classificação, mas não se esgota nela, nem se
deve confundir com esta”, podendo ser expressa numa escala qualitativa ou meramente num
comentário ao “somatório” das aprendizagens feitas. Como refere Fernandes (2015, p. 364),
“elas não se devem confundir pois têm intenções distintas, ocorrem em momentos distinto e
25
A avaliação sumativa também não se deve esgotar em si, pois deve existir uma relação de
acordo com Fernandes (2015), existe uma relação entre ambas, uma vez que uma contribui
para a outra tal como podemos verificar no caso apresentado. Se por um lado a avaliação
formativa serve para recolher informação para fins sumativos, também a sumativa dá
externa, assente em exames e provas de aferição, e enquanto houver seriação e seleção dos
candidatos ao ensino superior apoiada nesta “certificação” ou para outro fim, recorrendo aos
mesmos critérios.
de aprendizagem, como refere Conceição (citado por Fernandes, 2004, p. 15). Mais uma vez,
numa lógica de complementaridade. Não obstante, tanto a avaliação externa como os testes,
enquanto elementos de avaliação psicométrica, devem ter um peso relativo, mais baixo do
que o dado habitualmente, no contexto dos restantes elementos de avaliação, que devem ser o
Apesar de se caminhar, cada vez mais, para modelos de avaliação formativa alternativa
26
funcionam como âncoras, que travam a plena implementação deste novo paradigma. São elas
o peso de trinta por cento atribuído aos exames (9º, 11º e 12º anos), ofuscando todo trabalho
feito pelos alunos ao longo vários anos numa determinada disciplina, sobretudo quando esta é
prova de ingresso para um determinado curso, e o peso social dado, por exemplo, através dos
rankings.
desenvolvidas pelos alunos, no segundo caso, surge a segregação de escolas, as que aparecem
em lugares inferiores nas tabelas dos rankings, num momento em que tanto se fala de
inclusão. E esta segregação surge porque a escolha das escolas entra numa lógica de mercado,
em que as que se encontram no topo dos rankings são objeto de maior procura e as da base
serão as menos procuradas por alunos, pais e professores. Por sua vez, as “melhor cotadas”
poderão fazer uma seleção dos seus candidatos, potenciando, assim, os seus resultados o ano
seguinte, completamente desligadas das reais necessidades dos alunos e da inclusão exigida
assente na memorização em vez das capacidades, acabando por se trabalhar para os media em
vez de se trabalhar para as necessidades dos alunos. De acordo com Melo (2007, p. 86), as
“lógicas de mercado escolar” potenciadas pelos rankings levam a escola e todos os agentes
educativos passem a ser avaliados pela opinião pública, deixando para segundo plano as reais
Apesar de não existir uma teoria unificadora no que diz respeito à avaliação formativa, tal
como sugere Santos ( 2005, p.1), julgamos ser transversal a ideia de que serve o propósito de
melhorar as aprendizagens, dando informação sobre o percurso dos alunos para que se
bem como proporcione a autorregulação das aprendizagens por parte dos alunos.
27
Santos (2011, p.3-4) identifica ainda como elementos transversais em relação aos
diversos significados para esta avaliação: dirigir-se aos alunos; ter a intenção de
aprendizagem; ser adaptada a cada aluno, respeitando a individualidade deste; focar-se sobre
Sabemos que, em turmas de grande dimensão, se torna difícil esta individualização pelo
professor, mas em contextos de autorregulação, em que o próprio aluno é que desenha o seu
percurso, de acordo com as orientações e apoio do professor e dos materiais colocados ao seu
tecnologia torna este trabalho ainda mais facilitado, uma vez que se podem disponibilizar
própria estrutura interna das escolas, abrindo novos caminhos e oportunidades para o
28
um tipo de ensino e de aprendizagem individualizados, todos ao mesmo tempo (relatório
Neste tipo da avaliação, a interação entre o professor e os alunos e entre os pares assume
A interação e comunicação entre os alunos também passa a ser diferente, como já referido
processos de autoavaliação e coavaliação são de tal forma facilitadas pela tecnologia e pelas
A coavaliação entre pares, como refere Santos (2002), é um processo de regulação interno
e externo ao sujeito que, ao implicar o sujeito e os seus pares, permite fazer pontos de
situação que levem a tomadas de decisão sobre os percursos realizados ou a realizar pelos
alunos. Citando Perrenoud, Santos (2002, p.2) acrescenta que a coavaliação “leva os alunos a
“explicar, a justificar, a argumentar, expor ideias, dar ou receber informações, para tomar
refere Santos (2002, p.79) é “um processo mental interno através do qual o próprio toma
fundamental e indissociável desta função da avaliação. Serve para informar o aluno, como
refere Taras (2005, p. 470), citando Ramaprasad, sobre a distância entre os atuais níveis de
29
conhecimento e os níveis de referência dentro de determinados parâmetros, com o objetivo de
Após o feedback, o professor deve garantir que a informação dada permite despoletar, no
referência, verificar as ações por ele tomadas (Figura 1). Após este processo, ocorrerá nova
2000), como quizes, jogos educativos, questionários digitais, testes digitais, que ao darem a
correção das respostas erradas, permitem que o aluno aprenda através do próprio erro.
Acrescentamos que o feedback dado no contexto das ferramentas cognitivas, deve ser
interpretado, à luz do estudo efetuado por Chase (Chase e Houmanfar, 2009), como um
feedback elaborado, ou seja, a resposta enviada pelos meios eletrónicos (escrita ou verbal) é
imediata, após a submissão das respostas aos questionários. Este feedback pode indicar as
respostas corretas e incorretas (feedback elaborado específico), uma explicação por a resposta
textos e outros suportes informativos. De acordo com este estudo, este feedback promove
30
alunos. Pelo contrário, um feedback básico, assente apenas numa escala (e.g. de 0% a 100%)
aprendizagens menos profundas, caso não haja uma atuação ativa por parte do aluno no
cremos que, de acordo com a experiência iClass, para que se crie um cenário sustentado
assente numa avaliação formativa alternativa, é necessário que ela seja: transparente,
conjunta, honesta, rigorosa e personalizada. Estas são as condições necessárias para que esta
Quando nos referimos à avaliação, neste estudo, estamo-nos a referir à avaliação das
entendidas como uma “interligação entre conhecimentos, capacidades, atitudes e valores, que
Os alunos que estão melhor preparados para enfrentar o futuro são aqueles que têm
capacidade de lidar com a mudança, na medida em que encaram a situação de forma positiva e
tendem a antecipar as consequências das suas ações. De acordo com o relatório da OCDE
(2018b, p.4), “Students who are best prepared for the future are change agents.”
31
Como podemos verificar na Figura 2, competências implicam a aquisição de
situação em causa.
O conhecimento pode ser disciplinar, epistémico e processual para que seja aplicável a
situações desconhecidas pois será desta forma que os alunos revelam a verdadeira aquisição e
mobilização de conhecimento. Para que exista esta mobilização, é necessário que os alunos
como se pode verificar na imagem apresentada. Faltará ainda aqui a mediação das atitudes e
valores que podem ser pessoais, locais, sociais ou globais. Os pais, professores, colegas e a
comunidade como um todo exercem um papel essencial neste processo em que o aluno terá de
antecipar, agir e refletir sempre numa ótica de interação e interligação com o que se passa à sua
volta. Deste modo, podemos referir que a integração social do aluno é essencial para que
32
Não devemos confundir avaliação de competências com avaliação para o
seja, avaliar competências, enquanto que a segunda nos remete para a análise da informação
Para uma abordagem assente no desenvolvimento de competências que, no fundo não são
formativa “pode melhorar muito a aprendizagem de todos alunos” (Fernandes, 2009, p. 42).
Desde 1996, com o Projeto de Gestão Flexível do Currículo, o currículo nacional tem
construção, desde hoje, da pessoa e do cidadão de amanhã” (Alonso, Peralta, e Alaiz, 2001),
Mais de vinte anos depois, verificamos um reforço destes princípios orientadores que
33
ideologia e estrutura, que se consagrou através do Decreto Lei 55/2018 de 6 de julho
(Ministério da Educação).
De acordo com este Decreto Lei “é necessário desenvolver nos alunos competências que
autonomia às escolas para que operacionalizem o perfil de competências que se pretende que
Educação).
Para além deste documento, as disciplinas devem-se guiar ainda pelos seguintes
Despacho N.º 9442/2015, DR. n.º 161, Série - II, de 19 de agosto, Aprendizagens Essenciais
disciplina.
Como referido, para além deste reforço dado às competências, verificamos também um
designações diferentes.
34
Outra particularidade comum é a criação de uma área curricular associada à cidadania
É de salientar, fazendo uma ponte entre este capítulo e o que se segue, que a integração da
tecnologia pode levar ao desenvolvimento das competências técnicas de cada uma das
diversas linguagens, entre outras. Vincent-Lancrin, S., et al. (2019) referem precisamente que
“Analysing scientific data on computers allows students to acquire both computer and
scientific skill” (p.51). No nosso ponto de vista, não só nas ciências, mas em todas as áreas do
conhecimento
A tecnologia, quando bem usada, pode ser um excelente parceiro dos professores e
alunos, quer na produção dos conhecimentos e construção das aprendizagens, quer na sua
os ambientes de aprendizagem são digitais, faz todo sentido que a avaliação rume no mesmo
sentido. Aprender com as tecnologias (Jonassen, 2002) pressupõe avaliar com tecnologias e
ferramenta poderosa na avaliação. Basta, para isso, pensarmos na facilidade com que
35
podemos construir, distribuir e avaliar através de questionários digitais, quer sejam mais
orientados para a gamificação, como os quizes, quer sejam mais formais, como os Forms e os
testes digitais. Paralelamente, facilita o feedback permitindo, numa mesma aula, que os
diferentes.
das aprendizagens é feita com recurso a suportes digitais, ferramentas cognitivas, a recolha da
no contexto do iClass.
Genially) e os questionários-testes, mais formais, como os testes criados nas plataformas das
editoras escolares e os Forms (Microsoft ou Google). Todos eles podem ser aplicados com
um feedback elaborado, (imediato e após a submissão das respostas aos questionários) com
(Chase e Houmanfar, 2009). Também podem ter um feedback simples assente numa escala de
0% a 100%. Estes são usados, sobretudo, numa lógica sumativa e informativa como
consulta, após a sua submissão, das respostas certas/erradas, levando a que os alunos
36
aprendam com o erro. No entanto, não permitem, no imediato, e após o feedback, a tomada
digitais (ex. Padlet), os blogues (ex. Wordpress) e os diários de aprendizagem que, no nosso
contexto, iremos considerar o bloco de notas escolar inserido no Teams do Office 365
(caderno diário digital). Valente (2008) refere algumas técnicas de avaliação (Figura 3)
aplicadas a estes suportes (designadas por fontes de informação), sintetizadas nas dimensões
Estas ferramentas são, por excelência, formativas, uma vez que nos dão informação
sobre o percurso do aluno ao longo das aprendizagens permitindo tomadas de ação, rumo aos
pelo Colégio (Inovar). Este procedimento não encerra obrigatoriamente o processo de ensino
e de aprendizagem, uma vez que o aluno pode sempre melhorar as suas aprendizagens até aos
37
Atualmente a escola sente ainda uma necessidade de classificar os alunos numa escala
lançar apreciações qualitativas sobre os instrumentos usados que para além de diversificados
38
____________________________________________
O PROJETO iClass
39
4. O projeto iClass
O Colégio Vasco da Gama foi fundado em 1959 pelo Dr. João António Nabais.
Situa-se em Meleças, uma área periurbana do distrito de Lisboa, concelho de Sintra, onde
ainda persiste um traçado urbano que invoca um espaço rural, tranquilo e saudável. Inserido
numa antiga quinta com cerca de 4,5 hectares, o Colégio tem uma grande diversidade de
espaços verdes, que podem ser usufruídos por qualquer elemento da comunidade educativa
Neste momento, abarca cerca de 800 alunos, desde o ensino pré-escolar até ao ensino
secundário.
O Dr. Inácio Casinhas, atual Diretor, manteve uma linha pedagógica assente na
Como exemplos desta linha inovadora, temos o circuito fechado de televisão com 12
terminais, instalado em1981. Em 1996 chegou a ligação à Internet. Em 2006 deu-se início à
substituição dos quadros pretos clássicos por quadros interativos e, atualmente, todas as
fundamentais para o desenvolvimento holístico dos nossos alunos, existindo espaço para uma
grande diversidade, desde o desporto à cultura: natação, equitação, ténis, futebol, dança, judo,
40
karaté, esgrima, ballet, guitarra, piano e, como não poderia deixar de ser, a programação e
robótica.
projeto iClass, assente nos pilares do Future Classroom Lab numa nova conceção daquilo
que deve ser a sala de aula do futuro. Esta nova conceção de sala de aula tem na sua base três
vertentes: Pedagogia - como aprender, Espaço - onde aprender e Tecnologia - com que
ferramentas (Figura 4). Não pretendendo copiar o conceito do Future Classroom Lab,
retirámos algumas ideias e criámos algo que consideramos ser inovador. Uma turma a
trabalhar a tempo inteiro, na maior parte das disciplinas, de forma autorregulada (estratégias
De acordo com o nosso contexto educativo (ensino privado, nível socioeconómico dos
alunos, projeto educativo, corpo docente estável e dinâmico e historial do colégio) a ordem
destes pilares no triângulo, não é aleatória. Na verdade, para integrar este “novo” contexto de
ensino e de aprendizagem, a base deste triângulo teria que ser a Pedagogia, ou seja, todas as
41
teriam que ser os elementos de suporte às alterações Pedagógicas/Metodológicas e não, per
4.3.1. A Pedagogia
permitem a diversidade, quer no tempo quer no espaço (ao longo dos períodos/ano letivo e
Valente (2014, p. 85) refere que “A sala de aula invertida é uma modalidade de e-
learning na qual o conteúdo e as instruções são estudados online antes de o aluno frequentar a
sala de aula, que agora passa a ser o local para trabalhar os conteúdos já estudados, realizando
etc.”. Há inversão uma vez que, neste tipo de estratégia, o aluno traz de casa para a aula
atividades como os debates, mais sustentados e substanciais, uma vez que já existe uma
estrutura de base.
42
Uma vez que em algumas disciplinas, nomeadamente em Geografia, em determinados
momentos, os alunos desenvolvem uma parte dos conteúdos em casa (introdução aos temas)
Gomes (2005) refere que o conceito de e-learning abarca diversas situações. Entre
recorrendo às tecnologias digitais para uma interação pedagógica online. Esta interação não
tem que ser, necessariamente, uma interação exclusivamente à distância (ensino à distância).
distância” recorrendo a tecnologias digitais, Gomes (2005, p.234) considera que podemos
designar esta modalidade como b-learning, pelo que quando nos referirmos a b-learning,
num facilitador ou especialista que orienta e gere todos os recursos necessários para que
conversa entre o coach (treinador) e coachee (treinado). Que tem por objetivo determinar o
que o coachee pretende do seu coach, que tipo de feedback ele espera ter de seu coach e
discutem o que ocorreu durante a observação de acordo com o que foi definido na a pré-
43
Desta forma, através do coaching o professor conhece o “estilo” de aprendizagem de
cada aluno, podendo orientar e gerir os recursos da maneira mais sustentada. Isto quer dizer
professor e os alunos e entre os próprios alunos ganha novas dinâmicas e novas linguagens.
A estas novas estratégias para o desenvolvimento das aprendizagens, também devem estar
constante e imediato, aos alunos sobre o seu percurso, quer numa perspetiva autorreguladora,
em que o próprio aluno toma consciência das suas dificuldades e lacunas, e direciona-se para
verifica, faz o ponto da situação e, caso necessário redireciona o aluno. Claro que, neste
informação mais alargada” mas também existem alterações fortes na interação entre
do aluno, devendo ser constante porque permite criar percursos (ou novos percursos) de
acordo com as caraterísticas dos alunos e deve ser imediato, para que esse redirecionar para
as aprendizagens seja feito em tempo útil. Este conceito trazido por Skinner ( 1954),
enquanto reforço imediato de acordo com as respostas dos alunos, deve estar em sintonia com
presencial do professor quer no uso da tecnologia. Por exemplo, o professor durante uma
determinada atividade que pressuponha o seu apoio presencial, deve ir dando informação
44
sobre o percurso do aluno, mas quando existam plataformas digitais, esse apoio também deve
ser dado e, sempre que possível, deverá existir um feedback automático dessas plataformas.
Este último pode ser através de jogos como o Quizziz, o Kahoot ou Learning apps, mas
também através de questionários ou testes digitais, quer seja nas plataformas das editoras
(testes digitais) quer seja em testes construídos no Google Forms ou no Forms da Microsoft.
outras, a exposição pelo professor não deixou de existir. Passou sim a fazer parte destas
estratégias alternativas, designada agora por input. Antes de se avançar para uma determinada
sintética, clarificando alguns conceitos. Poderemos considerar esta fase como uma fase de
Esta fase de input, como já foi referido, pode estar inserida numa sequência assente na
casa trazendo, depois, para a aula, algum conhecimento/input que lhe permita ser mais
autónomo e permitindo também que participe nas atividades na sala de aula de uma forma
4.3.2. O Espaço
também os instrumentos de recolha de informação sobre o percurso dos alunos (de avaliação
formativa) o são. Isto para criar percursos personalizados/diferenciados e para poder dar a
possibilidade de o aluno tomar novas ações tendo em vista a melhoria das aprendizagens após
45
receção do feedback. Para que isto tudo seja possível, o espaço deve estar adaptado a esses
O espaço sala de aula, para além de ser dinâmico, não se restringe às 4 paredes, sendo
frequente recorrer-se a aulas de campo (o colégio tem 4,5 hectares, diversos jardins e
Foram criados quatro espaços que podem ser utilizados de acordo com as estratégias e
O espaço Showtime pode ser utilizado pelo professor para a abertura da aula e
lançamento dos trabalhos a desenvolver. Este espaço, com uma parede de projeção de
grandes dimensões, que pode ser usada, ao mesmo tempo da projeção, se necessário, como
espaço de escrita também serve para as apresentações dos alunos. No fundo, este espaço
46
Figura 5. Espaço ShowTime
Os espaços ThinkTank são locais onde os alunos estão um pouco mais afastados dos restantes
trabalhos podendo pesquisar, pensar, refletir de uma forma mais tranquila. Tentou-se criar um
espaço familiar, tranquilo e confortável para que se cumpram essas funções, com um sofá,
pufes, um tapete, quadros, prateleiras. Existe um espaço destes dentro da sala de aula (Figura
47
Existem dois espaços TeamWork, um com uma mesa de grandes dimensões onde os
alunos podem registar algumas ideias a giz (Figura 8) e um outro espaço onde os alunos se
seja necessário.
48
Por fim, o espaço (Re) Search, é um espaço criado para pesquisas na internet e em
suportes físicos (manuais, enciclopédias e outros suportes físicos). Este espaço é, no fundo,
Fora da sala de aula existe também um estúdio com material de suporte áudio e vídeo
e ainda uma parede de Chroma Key que permite que os alunos façam montagens de vídeo
(Figura 12).
49
4.3.3. A Tecnologia
exterior de fibra ótica de 100 megabites permite ligações rápidas e estáveis à internet. Entre
os edifícios do colégio as ligações também são de fibra ótica. Temos cerca de 50 pontos de
acesso por todo o colégio e, nas salas iClass, existe um ponto de acesso dedicado
exclusivamente a essa sala, que permite que os alunos acedam à rede com qualidade de
velocidade e sem quebras (fundamental para que os alunos não se dispersem à espera que os
conteúdos carreguem).
Para além disso, a escolha dos tablets também incidiu muito sobre a qualidade, ou seja,
existem pré-requisitos mínimos, em termos de configurações, para que não haja “paragens”
que motivem a distração ou a perda de trabalhos. Estes tablets híbridos, são adquiridos pelos
alunos numa lógica de BYHD (Bring Your Own Device) numa relação de 1:1, ou seja, são
adquiridos pelos alunos e são da sua responsabilidade. Cada aluno tem o seu próprio tablet,
sendo este a ferramenta de suporte para o acesso aos manuais e os cadernos diários digitais.
No entanto, está acordado com os encarregados de educação e alunos, que dentro do colégio,
a gestão dos tablets é feita pelo técnico de informática (ex. configurações de segurança).
Sendo um instrumento de trabalho, os alunos não podem instalar jogos que não sejam
autorizados.
utilizam o Windows 10 pro e, entre outras aplicações orientadas para o ensino, trazem um
MDM (Mobile Device Management) que permite que o professor tenha um maior controlo da
sala de aula, vendo no seu próprio computador, o que cada aluno está a fazer, comunicar em
tempo real com os alunos, em bloco ou individualmente, dar feedback, ceder materiais, co-
50
A razão pela qual achamos ser importante tablets híbridos, tem a ver com o facto de,
havendo um teclado físico acoplado ao ecrã, não ocorrem perdas de área no ambiente de
trabalho. No caso dos tablets sem teclado, o teclado virtual ocupa uma boa parte da área de
trabalho. Por outro lado, o manuseamento da escrita e touch no ecrã, permitem uma maior
digital, recorrendo, para isso, ao OneNote da Microsoft e ainda ao Teams que permite criar
trabalho em b-learning aliado à estratégia de sala de aula invertida e permite, ainda, que o
espaço sala de aula se prolongue para além do espaço físico tradicional, podendo-se
casa do aluno. Neste último caso, podemos pensar em estratégias associadas à sala de aula
invertida, como por exemplo uma sequência de aprendizagem em que o aluno é desafiado a
explorar alguns conceitos em casa, antes de estes serem desenvolvidos em aula. Clarificando,
o professor mostra a sequência de aprendizagem que o aluno deve cumprir, desenhada, por
exemplo no Goconqr (Figura 13), Teams ou Classflow. Depois de ter o acesso à aplicação
aprendizagem, que pode incluir, por exemplo, a exploração de um site ou de um filme, para
que o aluno traga algum input para a aula seguinte. A partir daí, o aluno realizará a restante
individuais, outras em grupo e com cruzamento interdisciplinar. Estas sequências poderão ser
51
Figura 13. Sequência de aprendizagem
desenhada na aplicação Goconqr
Já aconteceu, algumas vezes, um aluno ficar em casa doente e trabalhar com o seu grupo
por videoconferência via Teams ou Skype, o que não seria possível sem este suporte digital.
salientar que estas as plataformas principais de acesso ao caderno diário digital (Teams e
Onenote) e manuais digitais (Leya) permitem a utilização dos conteúdos offline, de modo a
que as quebras de rede ou a falta de acesso à internet não sejam impeditivas da utilização das
52
4.4. Como se entende a avaliação formativa
competências) já foram apresentadas em capítulos anteriores, sendo que agora irá ser
Convém, no entanto, referir que, quando se deu início ao projeto, não existia uma base
Para que o projeto com a turma piloto se desenvolvesse de forma sólida, considerámos
que todos os professores envolvidos tivessem a mesma conceção sobre os princípios base do
que, a avaliação formativa deveria ser a “principal modalidade de avaliação” (Decreto Lei
dos instrumentos de recolha, clareza nas informações e feedback dado, no fundo, a qualidade
pedagogia inerente a este projeto terá por base o compromisso por parte dos alunos e a
será possível adequar as tarefas a cada aluno, a colaboração entre os alunos da turma na
reorientação das atividades sempre que necessário. Será tido em conta o desenvolvimento das
53
estratégias como o método da descoberta (pesquisa de conceitos/temas…) coaching,
Apesar do projeto, entregue à Direção do colégio, não ter à altura uma forte sustentação
De acordo com Fernandes (2006, p.24) pensar-se numa avaliação formativa somente na
entre o professor e os alunos e entre os alunos seria redutora, considerações que se aplicam
inicial do projeto iClass e estas considerações de Fernandes (2006) que passamos a apresentar
sinteticamente no Quadro 1.
Quadro 1.
Relação da Instrumentos e
Tipo de avaliação com Dinâmica da estratégias de
Inspiração Interações
avaliação a avaliação recolha de
aprendizagem informação
Integração da
Avaliação
avaliação nos Auto-Avaliação
Alternativa Cognitivista e Professor-aluno e
Formativa processos de e Auto- Alargado
(Fernandes, construtivista aluno-aluno
ensino e regulação
2006, p.24)
aprendizagem
Compromisso
por parte dos Reorientação
alunos e Feedback das atividades Autoavaliação
iClass Formativa Diversificado
responsabilizaçã Colaboração sempre que Autorregulação
o do seu papel necessário
no processo
54
De acordo com as alterações no eixo da pedagogia, apresentadas em capítulos
ser mais alargados como refere Fernandes (2006, p. 24) mas sempre como uma intenção
avaliação sumativa.
Para esta avaliação formativa alternativa, acordou-se, não só, que os “instrumentos e
estratégias de recolha de informação” deveriam ser mais diversificados, mas também que as
informações fossem dadas em tempo útil aos alunos e aos pais. Neste último caso, através da
Plataforma Inovar, que é uma plataforma de gestão de alunos onde são lançadas diversas
Como se pode observar na Figura 14, os resultados dos alunos não assentam apenas
em dois testes, ou dois testes e um trabalho. Neste contexto, consideramos o teste como um
(escritos) por período. Iremos designá-los, neste contexto, por “testes formais” ou sumativos.
O peso de apenas cinquenta por cento atribuído aos testes sumativos desmonta nos
alunos a ideia de que devem apenas trabalhar para os testes. Assim, todo trabalho
55
importantes e todas elas integram avaliação.
juntamente com os alunos, fariam uma avaliação para seguidamente publicar na plataforma
inovar.
(Figuras 15 e 16).
08/07/2017 19/06/2017 18/06/2017 24/05/2017 08/05/2017 28/04/2017 29/03/2017 16/02/2017 10/02/2017 09/02/2017 06/02/2017 12/12/2016 09/11/2016
Cenário de Cenário de Ficha de Ficha de Cenário de Ficha de Ficha de Ficha de
Speaking Listening Composição Listening Speaking
aprendizagem aprendizagem avaliação avaliação aprendizagem avaliação avaliação avaliação
05/06/2018 28/05/2018 15/05/2018 30/04/2018 17/04/2018 20/03/2018 13/03/2018 05/03/2018 27/02/2018 26/02/2018 20/02/2018 19/02/2018 05/12/2017 30/11/2017 22/11/2017 24/10/2017 23/10/2017
Registo de Registo de Cenário de Cenário de Registo de Cenário de
Cenário de Trabalho Produto de Produto de Avaliação
Teste observação Teste observação Teste aprendizage Teste aprendizage observação Teste aprendizage Teste
aprendizagem individual estudo estudo oral
de aula de aula m m de aula m
Através destas duas figuras podemos verificar que os instrumentos utilizados para
Em relação ao peso dos testes sumativos e dos trabalhos, consideramos que o peso do
teste, enquanto instrumento de recolha de informação para aferir o percurso deve ser menor,
precisamente porque este deve ter, cada vez mais, uma função formativa e reguladora do
processo e cada vez menos uma função certificativa da soma das aprendizagens, sejam elas
conhecimentos ou capacidades. Por isso deve ter um menor peso no contexto dos restantes
instrumentos.
consideramos em relação à forma como os alunos aprendem. Fernandes (2005a, p. 24) refere
56
isso quando anuncia a primeira razão para mudar a avaliação - Desenvolvimento das teorias
da aprendizagem.
estratégias de ensino e avaliação e não é fácil alterar a visão, muito vincada, que alguns
construtivismo e social-construtivismo”.
teorias, as quais consideram que para que ocorram aprendizagens complexas, os alunos terão
primeiro que dominar/aprender inúmeras pequenas partes mais simples de um conceito mais
complexo. Esta influência ainda hoje está presente no nosso sistema de ensino, bastando, para
Pensamos que a construção dos manuais, por consequência, também padece deste
problema, decompondo os conteúdos em múltiplas partes. Isto pode levar a uma orientação
dos alunos de acordo com esta fragmentação concetual, e de certa forma, levá-los a perderem
“história da escola”, introduz nos currículos “uma natureza cumulativa e aditiva de todo saber
disponível” num formato a que a autora chama “forçosamente simplificado”, não gerando o
verdadeiro conhecimento. Temos como exemplo o tema dos “Climas” (Geografia) em que,
para se chegar aos tipos de climas, é frequente passar-se pelas pequenas partes como: O que é
a temperatura? Como se mede? Quais são as escalas? Como varia? Havendo um maior
consumo de tempo para estas questões, perdendo-se de vista o porquê do estudo dos climas,
57
ou seja, na relação do clima com a atividade humana como a distribuição da população, a sua
testes são construídos pelos professores ou colocados à sua disposição pelas editoras, dando-
relações entre os conceitos e destes com a análise dos fenómenos. Como refere Fernandes
(2005a, p. 25), citando Shepard, este tipo de testes assentes no Behaviorismo (de completar,
ligações, respostas múltiplas) – não permitem inferir mais do que aquilo que é medido pelo
próprio teste.
Sabemos hoje, que a avaliação assente neste tipo de conceções Behavioristas, não
fazem mais do que treinar os alunos para o aprender a decorar para obter bons resultados num
capacidade, que nos levam a crer que, para que ocorram estas aprendizagens, o ónus do
aprender tem que estar centrado no aluno e não no professor. A aprendizagem é tanto mais
uma forma ativa, em que o teste enquanto documento recolector de informação decorada tem
um peso relativo e a avaliação passa a ser de base formativa com novos instrumentos de
58
Apresentamos de seguida, a título de exemplo, os critérios específicos propostos nas
valem cinquenta por cento, os testes de compreensão oral cinco por cento e os testes de
verificação de leitura outros cinco por cento. Os restantes instrumentos, como os trabalhos de
aprendizagens pesam trinta por cento, o que mostra claramente que o trabalho em aula, ou
seja, tudo o que implica a avaliação formativa adquire aqui um valor preponderante.
Quadro 2.
Critérios de avaliação específicos – Português
Na disciplina de Inglês (Quadro 3), também os testes formais valem cinquenta por
cento da avaliação final, os testes de áudio e a produção oral valem também valem cinco por
59
cento respetivamente e os restantes instrumentos valem trinta por cento, tal como acontece na
disciplina de Português.
Quadro 3.
Critérios de avaliação específicos – Inglês
teste físico e um digital como o valor de vinte e cinco por cento cada um deles. Os trabalhos
de pares (que podem incluir trabalho de projeto) valem dez por cento, ao passo que aos
O trabalho individual que é avaliado ao nível do caderno diário, produto de estudo, guiões,
entre outros têm um valor de cinco por cento, tal como o trabalho observável aula a aula
60
Quadro 4.
Critérios de avaliação específicos - Geografia
que é realizado pelo aluno aula a aula, tendo em conta não só o produto final, mas também e
61
Quadro 5.
Critérios de avaliação específicos - Ciências Naturais
ferramentas/competências que lhes permitam serem bons profissionais, bons cidadãos e boas
pessoas.
autorreguladas pelos alunos, acrescentando ainda que elas são também reflexivas e que o
62
Através do trabalho colaborativo e autorregulado o aluno constrói e “acumula”
contextos e faixas etárias, fazendo um percurso para níveis de pensamento/cognição cada vez
Para que este processo aconteça, vemos as tecnologias digitais como um suporte
si, quer enquanto facilitador da comunicação, feedback e reflexão, quer como suporte da
informação.
p.4), reforça-se precisamente a ideia de que o trabalho colaborativo com feedback recorrendo
às tecnologias digitais, permite reflexões mais profundas, sublinhando que o trabalho a pares
ou em equipas “using subject-specific ICT resources are able to challenge each other’s
Sobre as competências, e não pretendendo cair num “caos conceitual”, como refere
complexidade cada vez maiores, que podem levar à demonstração das competências.
componentes, ou seja, devem ter em conta que os alunos devem ser agentes ativos e
aprendizagens de forma cumulativa suportados por tecnologias que facilitem todo processo.
vez que o colégio foi uma das escolas-piloto do Projeto de Autonomia e Flexibilidade
63
Curricular (Despacho nº 5908 de 5 de julho), integraram-se as “Aprendizagens Essenciais”
Igualmente importante, no “Perfil dos alunos Para o Século XXI” (criado nos termos do
aluno seja um cidadão: “ - dotado de literacia cultural, científica e tecnológica que lhe
formular hipóteses e tomar decisões fundamentadas no seu dia a dia; - capaz de lidar com a
comunicação; - apto a continuar a sua aprendizagem ao longo da vida, como fator decisivo do
Os conteúdos das disciplinas são desenvolvidos assentes numa lógica construtivista, com
“atividades de gestão e monitorização feitas pelos próprios alunos” (Miranda, 1998 citando
processo de interação social (…)” (Miranda, 1998, p. 140). Por ser cumulativa, a construção
das aprendizagens propostas parte dos pré-requisitos, ou seja, da análise dos “conhecimentos
anteriores (formais e informais)” (Miranda, 1998, citando De Corte, p. 138). Miranda (2009,
p. 20) refere ainda que “a construção do novo conhecimento depende do que cada um já sabe,
64
Pretendemos, pois, com base nestes alicerces, desenvolver aprendizagens, num ambiente
centradas no aluno e o uso de ferramentas cognitivas (Jonassen, 2003) tendo por suporte
O aluno irá vivenciar situações de aprendizagem controladas por ele em regime online
Nesta base construtivista, a avaliação será, por princípio, formativa, tendo “como objetivo
65
____________________________________________
PROBLEMA DE INVESTIGAÇÃO
66
5. Problema de investigação
Sendo o iClass um projeto novo, sem sustentação empírica, e assente em vários pilares
formativa, tal como é entendida no âmbito deste projeto, apresenta influência positiva para as
aprendizagens dos alunos e para a organização pedagógica dos professores e em que medida
Tendo por base a avaliação formativa, pretendemos identificar e perceber os efeitos das
professores?)
67
c. Satisfação dos alunos relativamente ao modelo de avaliação aplicado pelos
obtidos?)
68
____________________________________________
METODOLOGIA
69
6. Metodologia
dados.
turma piloto, quer para os professores envolvidos, optou-se pela realização de inquéritos por
colégio, a autorização para a realização das entrevistas aos professores e os inquéritos aos
inquérito em meio escolar tendo obtido a seguinte resposta: “Exmo(a)s. Sr(a)s. O registo da
justificação: Na sequência de conversa telefónica com o requerente, nesta data, vai ser
rejeitada a presente submissão dado que a DGE não é competente para autorizar a realização
privados.”.
70
6.2. Caraterização dos participantes
6.2.1. os alunos
partir de três turmas do sexto ano. Para além desta, foram criadas, de acordo com a mesma
lógica, mais duas turmas (7º A e 7º B). Seguidamente, as turmas foram sorteadas para saber
O inquérito teve como público alvo os 19 alunos que estão no projeto piloto desde o
sétimo ano.
À semelhança das outras, esta turma foi criada com alunos que apresentavam
resultados académicos heterogéneos, havendo apenas dois alunos com uma retenção no
A turma é composta por seis raparigas e treze rapazes com idades entre os catorze e os
quinze anos.
Por termos acesso ao Plano Curricular de Turma considerámos que seria dispensável
colocar no inquérito a realizar aos alunos dados que conseguiríamos obter por esse meio.
6.2.2. os professores
estes desenvolveram, ao longo dos três anos do terceiro ciclo, atividades associadas à
Esta escolha teve também a ver como facto de pretender apresentar disciplinas de
71
formativa, ficando assim com duas disciplinas de ciências (Ciências Naturais e Geografia) e
Quadro 6.
Caracterização dos professores
Tempo
Grupo de de
(anos)
Para recolher informações que permitissem dar resposta à questão “Os alunos sentem-
são os que os alunos mais gostam e consideram ser também os mais importantes e que mais
Uma vez que o iClass assenta na avaliação formativa, que por sua vez está associada a
72
perceber se os alunos consideram que aprendem melhor a trabalhar em grupo, de forma
autónoma. Para isso foram criadas as questões 3.1.3., 3.1.4., 3.1.5 e 3.1.6.
Sendo a avaliação formativa um elemento indissociável ao projeto iClass que, por sua
informação, permitiam, na ótica dos alunos, melhoria das suas aprendizagens. Por isso,
instrumentos).
Uma vez que consideramos que a avaliação para as aprendizagens deve ser sobretudo
descritiva (oral ou escrita), inserimos também no inquérito um grupo de questões que nos
levasse a perceber se os alunos estão satisfeitos com esta escala de avaliação através do grupo
4.
com que é feita a autoavaliação, se os alunos sentem que uma avaliação mais assídua permite
trabalhos. Com este grupo quisemos ainda perceber se era dada autonomia aos alunos para
O grupo 6 é mais incisivo em áreas que consideramos fundamentais para a satisfação dos
perceber se foi verificada uma maior preocupação, por parte dos professores, com o percurso
73
Por fim, a questão 7 pretende recolher informação que nos possibilite perceber se, de
facto, os alunos estão satisfeitos com o processo de avaliação inserido num modelo
autorregulado.
que nos levassem a perceber se o entendimento sobre a avaliação formativa era comum,
Com a questão 13 pretendeu-se verificar quais os pontos fortes e fracos do projeto iClass
Para recolher informação sobre se “O modelo aplicado permitiu uma melhoria das
questões do grupo dois dos inquéritos realizados aos alunos e as questões 5, 6 e 7 das
(Tabela 32).
74
6.3.1. inquéritos por entrevista.
intuito de “recolher dados descritivos na linguagem do próprio sujeito” para ter uma ideia
intuitiva de “como os sujeitos interpretam aspectos do mundo”, neste caso sobre aspetos
As entrevistas foram agendadas com um intervalo de três dias entre elas, de acordo
com a disponibilidade dos entrevistados, tendo ficado previamente acordado, que estas
necessário “quebrar o gelo inicial” como sugere Bogdan e Biklen (2010, p. 135), houve uma
conversa inicial.
privado, tendo demorado cerca de meia hora cada uma. Foram gravadas em suporte digital.
(Anexo C). Durante as transcrições das entrevistas, foi “deixado de fora material” (Bogdan e
considerados supérfluos.
O guião das entrevistas (Quadro 7), foi orientado para obter dados que nos permitam
75
feedback dado (questão 9 e 10) e perceber de percecionam a satisfação dos alunos no modelo
procurámos construir uma entrevista que nos permitisse obter dados de acordo com as
questões de investigação: “os alunos sentem-se satisfeitos com esse modelo de avaliação?”;
aplicado permitiu uma melhoria das aprendizagens com reflexo no desempenho escolar dos
alunos?”.
Quadro 7
Guião das entrevistas realizadas aos professores
76
6.3.2. inquérito por questionário.
Para recolher os dados dos alunos optou-se pela realização de inquéritos por
questionário.
Uma vez que o universo dos alunos corresponde a uma turma, optou-se por uma
Curricular de Turma e, por isso, não foram introduzidas questões como o ano de
escolaridade.
conversas, no Teams da Microsoft, para que todos os alunos o iniciassem ao mesmo tempo e
https://forms.gle/4DYAeZ4DHDaycjVz5.
Antes de se lançar o inquérito, explicou-se aos alunos qual era a sua intenção e
inquérito seria realizado de forma seccionada, dando-se algumas diretrizes para que estas
fossem interpretadas corretamente; o link para o inquérito seria disponibilizado via Teams
para todos à mesma hora; o inquérito só seria submetido após autorização; em data oportuna
77
6.4. Validação dos instrumentos de recolha de dados
posteriormente revisto e validado por especialistas (versão final no Anexo A) com algumas
1 - Dados pessoais – sem alterações, uma vez que tivemos acesso ao Plano Curricular de
opção “outros”. Foram também feitas algumas alterações de texto como por exemplo
feedback dado pelos professores e se esse feedback gera impacto na melhoria das
aprendizagens
alunos e ainda uma opção que incide na incapacidade de o aluno descobrir os seus
erros.
78
_________________________________________
APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
79
7. Apresentação e análise dos resultados
7.1. Alunos
dos inquéritos por questionário lançados aos alunos. Serão apresentados de acordo com as
correspondência:
1 – Discordo Totalmente
2 – Discordo
4 – Concordo
5 – Concordo totalmente
1 – Muito Insatisfeito
2 – Insatisfeito
4 – Satisfeito
5 – Muito Satisfeito
80
Da tabela 5 à tabela 31, considerámos, como referido, o valor 3 como um valor
totalmente”/”Muito satisfeito”.
Como já foi referido na caraterização dos alunos da turma, existem dezanove alunos,
com idades compreendidas entre os catorze e os quinze anos (Gráfico 1) sendo que a maior
47% (10) 14
53% (9)
15
32% (6)
Masculino
81
Parte 2 – Instrumentos de Avaliação Formativa
Como podemos observar através da Tabela 1, a maior parte dos alunos considera que
os instrumentos de avaliação mais utilizados pelos professores das disciplinas em estudo são
todas as escolhas dos alunos. As apresentações orais surgem também na maioria do trinómio
escolhido pelos alunos, uma vez que são uma estratégia quase que obrigatória, a jusante dos
trabalhos de pares/grupos.
Tabela 1.
Frequência das respostas dadas ao item “Indique os três instrumentos de avaliação que
considera serem os mais usados pelos seus professores
Frequência %
Trabalhos de pares/grupo,
Apresentações orais, Fichas do 1 5,3
caderno de atividades
Trabalhos de pares/grupo,
Apresentações orais, Portfólio 1 5,3
Trabalhos de pares/grupo,
Apresentações orais, Testes 10 52,6
Trabalhos de pares/grupo,
2 10,5
Portfólio, Testes
Trabalhos individuais,
Trabalhos de pares/grupo, 1 5,3
Apresentações orais
Trabalhos individuais,
Trabalhos de pares/grupo, 4 21,1
Testes
Total 19 100,0
Através da análise da Tabela 2, verificamos que a maioria dos alunos preferem ser
individuais. No extremo oposto (os que menos gostam) temos os testes e as fichas e ainda os
portfólios.
82
A discrepância no total das frequências verificadas nesta tabela, deve-se à omissão de
Tabela 2.
Indicação, por ordem, das atividades de avaliação de que os alunos mais gostam, em que 1
representa a que mais gostam e 6 representa o que menos gostam.
1 2 3 4 5 6 Total
n=19
Tabela 3.
Síntese da Tabela 2
1 a 3 (mais 4 a 6 (menos
gostam) gostam)
Frequência % Frequência %
Trabalhos individuais 10 52,6 9 47,4
Trabalhos a pares/grupo 19 100
Apresentações orais 15 78,9 3 15,8
Portfólios 7 36,8 11 57,9
Fichas 1 5,26 18 94,7
Testes 4 21,1 15 78,9
n=19
os trabalhos individuais.
83
Opostamente, consideram que os testes (formais) são os que menos beneficiam as
suas aprendizagens. Logo a seguir aos testes, as fichas e os portfólios também são
Podemos observar, nas Tabela 4 e na tabela síntese Tabela 5 que a frequência das três
atividades que mais beneficiam as aprendizagens (36) é bastante superior ao conjunto das três
Tabela 4.
Indicação, por ordem, das atividades de avaliação de que os alunos consideram que mais
beneficiam a sua aprendizagem, em que 1 representa a que consideram a que mais beneficia
e 6 representa o que consideram que menos beneficia.
1 2 3 4 5 6 Total
Freq. % Freq. % Freq. % Freq. % Freq. % Freq. % Freq. %
Trabalhos individuais 3 15,8 9 47,4 5 26,3 2 10,5 19 100,0
Trabalhos a pares/grupo 14 73,7 4 21,1 1 5,3 19 100,0
Apresentações orais 2 10,5 13 68,4 2 10,5 1 5,3 1 5,3 19 100,0
Portfólios 1 5,3 4 21,1 5 26,3 6 31,6 3 15,8 19 100,0
Fichas 2 10,5 3 15,8 8 42,1 6 31,6 19 100,0
Testes 2 10,5 1 5,3 2 10,5 3 15,8 2 10,5 9 47,4 19 100,0
n=19
Tabela 5.
Síntese da tabela 4
84
Parte 3
A maior parte dos alunos considera que os testes não são os instrumentos mais
importantes para a sua avaliação formativa (Tabela 6). Saliente-se que não se verificaram
quaisquer valores de frequência nos valores extremos da escala (valor 1 e 5). De acordo com
os alunos, os testes não permitem feedback do professor no momento, para os orientar, “os
testes podem não traduzir o que o aluno sabe”, “existem melhores formas de avaliar um
aluno” e “no dia do teste podemos não estar a 100%”. Nas tabelas seguintes assinala-se a
Tabela 6.
Frequência das respostas dadas ao item “Os testes são os instrumentos mais importantes
para a minha avaliação formativa"
n=19
Já quando são inquiridos se os trabalhos de grupo permitem aprender melhor dos que
testes, a frequência das respostas não deixa margem para dúvidas. Todos os alunos
Tabela 7.
Frequência das respostas dadas ao item "Os trabalhos de grupo permitem-me aprender
melhor do que os testes"
n=19
85
De acordo com a Tabela 8, podemos constatar que a maioria dos alunos discorda que
aprende melhor sozinho do que a trabalhar em grupo. Como podemos verificar pela
frequência de respostas nos extremos, temos 10 alunos que discordam contra 4 que
concordam.
pares, “explorar mais conteúdos”, “permite assimilar mais conhecimento”, ficando a “matéria
citando Mayer (2003, p. 130), a aprendizagem efetiva depende de três processos: seleção (de
grupo. Fernandes (2004), tal como referimos na página 63, considera que as “aprendizagens
Tabela 8.
Frequência das respostas dadas ao item “Aprendo melhor sozinho do que a trabalhar em
grupo”
n=19
concentração no valor neutro da escala (3), uma vez que 7 alunos selecionam este valor
quando questionados sobre se percebem onde estão a falhar nos trabalhos de grupo sem a
86
Tabela 9.
Frequência das respostas dadas ao item “Nos trabalhos de grupo percebo onde estou a
falhar sem a ajuda do professor”
n=19
para os alunos perceberem onde estão a falhar sem a ajuda do professor), é evidente através
da análise da Tabela 10, que os alunos concordam que, nos trabalhos de grupo, percebem
onde estão a falhar com a ajuda dos colegas, uma vez que a totalidade dos alunos se
fazendo uma relação entre elas, podemos considerar que se evidencia autorregulação das
Tabela 10.
Frequência das respostas dadas ao item "Nos trabalhos de grupo percebo onde estou a
falhar pela ajuda dos colegas"
n=19
Todos os alunos responderam que entregam os trabalhos nos prazos estabelecidos, não
87
Tabela 11.
Frequência das respostas dadas ao item "Habitualmente consigo cumprir os prazos
estabelecidos"
n=19
Podemos observar que, de acordo com a frequência de respostas dadas na questão “os
(Tabela 12), os professores dão feedback com frequência (18 alunos concentram-se no
Tabela 12.
Frequência das respostas dadas ao item "Os meus professores dão-me, frequentemente,
informações sobre o meu trabalho/desempenho"
n=19
De acordo com a frequência de respostas verificadas na Tabela 13, os alunos
consideram que os professores, das disciplinas visadas, dão, atempadamente o feedback, para
Tabela 13.
Frequência das respostas dadas ao item “Os meus professores dão-me, atempadamente,
informações sobre o meu percurso para que possa melhorar"
n=19
88
Uma larga maioria dos alunos (14), considera que se interessa em melhorar o seu
desempenho integrando as sugestões dos professores (Tabela 14), havendo apenas um que
discorda. No conjunto do extremo “concordo”, temos a quase totalidade dos alunos (18). Isto,
de acordo com a nossa interpretação, revela que os alunos utilizam o feedback dado pelos
Tabela 14.
Frequência das respostas dadas ao item "Interesso-me por melhorar o meu desempenho,
integrando as sugestões dos professores"
n=19
Tabela 15.
Frequência das respostas dadas ao item "Considero justa a escala de avaliação quantitativa
de 1 a 5"
n=19
89
Verificamos na Tabela 16, que a avaliação qualitativa, assente nas menções “Não
como justa, havendo aqui uma forte concentração no valor neutro (42,1 % dos alunos
inquiridos).
Tabela 16.
Frequência das respostas dadas ao item “Considero que a avaliação qualitativa (Não
Satisfaz, Satisfaz, Satisfaz Bastante e Satisfaz Plenamente) é a mais justa”
descritiva como a mais justa, uma vez que 57,8% dos alunos refere que concorda totalmente e
Apesar da grande maioria dos alunos considerar que a avaliação descritiva é a mais
justa, não existe um valor de peso quando questionados sobre se todos os instrumentos de
avaliação devem ter a mesma escala (Tabela 18), apesar de se verificar uma maior frequência
Tabela 17.
Frequência das respostas dadas ao item "Considero que a avaliação deverá ser descritiva
dizendo o que eu adquiri e o que me falta adquirir"
90
Tabela 18.
Frequência das respostas dadas ao item "Todos os instrumentos de avaliação devem ter a
mesma escala"
os instrumentos devem ter a mesma escala, 70% deles refere que a escala dominante deve ser
Tabela 19.
Escala de avaliação, que os alunos que responderam na questão anterior com o valor de 4 e
5, consideram mais adequada
realização dos seus trabalhos. Como podemos observar pela análise da Tabela 20, a soma dos
dois valores do extremo “concordo totalmente” perfaz 94,8%, o que revela haver um
frequentes.
91
Tabela 20.
Frequência das respostas dadas ao item “Costumo fazer autoavaliação regularmente ao
longo da realização dos trabalhos"
n=19
78,9% dos alunos consideram que a avaliação a aula-a-aula “reflete bem” o seu
desempenho nos trabalhos realizados (Tabela 20) e 84,2% considera que esta avaliação
Tabela 21.
Frequência das respostas dadas ao item “A avaliação aula-a-aula reflete bem o meu
desempenho nos trabalhos"
Tabela 22.
Frequência das respostas dadas ao item “A avaliação aula-a-aula permite-me aprender
melhor"
Convém realçar que “aprender melhor” significa, na ótica dos alunos, compreender de
92
Parte 5.2. – Percursos de Trabalho
permitem que os alunos façam percursos de trabalho diferenciados (84,2% no conjunto das
respostas com maior frequência) permitindo também que escolham áreas /temas do seu
Tabela 23.
Frequência das respostas dadas ao item “Os meus professores permitem que faça percursos
de trabalho diferentes em relação aos meus colegas"
Tabela 24.
Frequência das respostas dadas ao item “É-me dada a possibilidade de escolher as minhas
áreas/temas de interesse"
n=19
Estes alunos consideram que a avaliação é clara e justa. Como podemos observar nas
tabelas Tabela 25 e Tabela 26, 89,5% dos alunos consideram a avaliação clara e 68,4%
consideram-na justa.
Através da análise da Tabela 27, verificamos que os alunos consideram que existe
abertura dos professores para debaterem as suas avaliações (84,3% das repostas concentram-
93
se no extremo “Satisfeito/Muito satisfeito” o que leva a que 84,2 % dos alunos se sintam
“Satisfeitos ou Muito satisfeitos” com a forma como são avaliados, considerando igualmente
o conjunto das frequências de respostas nos valores extremos da escala Tabela 28).
Tabela 25.
Frequência das respostas dadas ao item “Clareza da avaliação realizada pelos professores"
n=19
Tabela 26.
Frequência das respostas dadas ao item “Justiça da avaliação realizada pelos professores"
Tabela 27.
Frequência das respostas dadas ao item “Abertura dos professores para debater a minha
avaliação"
Tabela 28.
Frequência das respostas dadas ao item “Forma como sou avaliado"
94
Considerando que não existem respostas no extremo “Nada satisfeito/Insatisfeito”,
podemos verificar que todos os alunos estão “Satisfeitos ou Muito satisfeitos” com a
Na Tabela 30 podemos verificar que todos os alunos estão “Muito satisfeitos” com a
informação dada pelos professores sobre o seu percurso (feedback), uma vez que 63,2% dos
Tabela 29.
Frequência das respostas dadas ao item "Preocupação dos professores relativamente à
minha aprendizagem"
Tabela 30.
Frequência das respostas dadas ao item “Informação por parte dos professores sobre o meu
percurso”
De acordo com esta tabela (Tabela 31), verificamos que os alunos estão bastante
aprendizagens, já que 63,2% dos alunos respondem no valor máximo da escala e no conjunto
dos dois valores mais elevados da escala temos 100% dos inquiridos.
95
Tabela 31. Frequência das respostas dadas ao item “Autorregulação das aprendizagens”
Quadro 8.
Correlação entre as respostas à questão “Nos trabalhos de grupo percebo onde estou a
falhar sem a ajuda do professor” e as respostas à questão “Nos trabalhos de grupo percebo
onde estou a falhar pela ajuda dos colegas”
atempadamente pelos professores e os alunos perceberem onde estão a falhar pela ajuda dos
colegas, o que realça que os professores dão feedback atempado para que os alunos possam
melhorar as aprendizagens e, por outro lado, revela que o sistema tende a ser autorregulado,
pois os alunos percebem onde estão a falhar de forma autónoma e autorregulada (Quadro 9).
96
Quadro 9.
Correlação entre as respostas à questão “Nos trabalhos de grupo percebo
onde estou a falhar pela ajuda dos colegas” e a questão “os meus professores
dão-me atempadamente informações sobre o meu percurso para que possa
melhorar”
De acordo com os dados recolhidos através dos questionários, podemos inferir que os
alunos preferem ser avaliados através de trabalhos, sejam de grupo, pares, ou individuais e de
apresentações orais. No entanto, não consideramos esta constatação como qualquer coisa de
novo. O que nos parece de facto relevante são as justificações que os alunos utilizam para
sustentar as suas escolhas/opções em algumas das respostas, como por exemplo à questão
O uso de termos como “feedback”, para justificar que nos testes (formais) não existe
“feedback imediato”, que o teste pode “não traduzir o que o aluno sabe”, entre outras como se
pode verificar no Anexo B, revelam que os alunos têm consistência e maturidade nas suas
justificações, sendo que a maior parte se direciona para os mesmos pontos: feedback,
97
comunicação e autorregulação das aprendizagens, no fundo para a melhoria das
aprendizagens.
pesquisa, debate, troca de ideias e interação com os colegas e, por isso, consideram que, desta
(2015, p. 58), citando Carreiro da Costa e outros, e o uso de escalas descritivas, como refere a
escala de avaliação descritiva (Tabela 17) e consideram que todos os instrumentos devem ter
a escala descritiva (Tabela 18). Isto revela que os alunos, ao sentirem este tipo de avaliação,
Tudo isto contribui para que os alunos sintam satisfação com a forma como são
avaliação formativa.
elementos indissociável da avaliação formativa que são sentidos e percebidos pelos alunos
(Tabela 30).
7.2. Professores
procuram dar uma resposta direta a nenhuma das questões de investigação. Com ela pretende-
98
Nos quadros de 10 a 21, o entrevistado 1 corresponde à professora de
Nos quadros
Quadro 10 e Quadro 11, verificamos que os professores entrevistados consideram que avaliar
Quadro 10.
Entendimento sobre o conceito "avaliar"
Quadro 11.
Objeto da avaliação
entendimento daquilo que é a avaliação formativa (Quadro 12), para o mesmo sentido, ou
feedback.
99
Quadro 12.
Entendimento sobre o conceito de Avaliação Formativa
Feedback
características da avaliação formativa. Através do Quadro 13, podemos verificar que existem
considerações muito próximas entre as duas entrevistas. A avaliação não é um fim, mas sim
um meio, por isso nunca está acabada, daí que voltemos a ver o conceito de feedback referido
pelos entrevistados.
Quadro 13.
Caraterísticas da avaliação formativa
De acordo com a análise do Quadro 14, percebemos que existe uma diversidade
grande de instrumentos para a recolha da informação sobre o percurso formativo dos alunos.
100
Consideramos muito relevante, as duas professoras considerarem que os testes mais
“formais”, também eles podem servir para fins formativos. “Toda a avaliação é formativa”.
Quadro 14.
Instrumentos utilizados
101
Quadro 15.
Momentos de avaliação
A informação retirada destes instrumentos, de acordo com as respostas, serve para fazer um
Quadro 16.
Informação retirada dos instrumentos
Reflexão
partir dos instrumentos de recolha dessa informação, centram-se no uso dessa informação
102
para fazer um feedback imediato, oralmente, por escrito ou por quizes digitais. O entrevistado
Ainda em relação a este Quadro (Quadro 15) podemos perceber que, de acordo com
Quadro 17.
Uso da informação recolhida
103
É dada a possibilidade de melhoria de acordo com os resultados dos alunos
recorrendo-se, para isso ao feedback (Quadro 18). Os entrevistados comunicam aos alunos as
Quadro 18.
Estratégias adotadas
A análise das ideias transmitidas pelos entrevistados sugere-nos que existe uma
melhoria das aprendizagens (Quadro 19). Os momentos de avaliação são encarados pelos
alunos, com muita naturalidade, estando estes mais à vontade, mesmo sabendo que estão a ser
104
Quadro 19.
Melhoria das aprendizagens no contexto da avaliação formativa
Quanto à satisfação dos alunos, os dois entrevistados também são da opinião que os
alunos estão satisfeitos. Por um lado, existe uma melhoria dos resultados, por outro a
105
Quadro 20.
Perceção em relação à satisfação dos alunos no modelo de avaliação aplicado
entrevistado 2 refere a dificuldade dos pais em perceberem como funciona o iClass apesar
dos workshops realizados para pais e encarregados de educação com esse intuito.
106
Quadro 21.
107
_________________________________________
CONCLUSÕES
108
8. Conclusões
investigação, às quais iremos tecer as nossas considerações à luz das informações recolhidas:
consumo de tempo, em que o professor tem que se posicionar nesta modalidade de avaliação,
não só pensando que instrumentos deverá produzir, como os aplicar e como analisar a
informação recolhida mas também o tempo que leva a analisá-los depois da sua aplicação.
Um segundo momento em que se pensa que já não é possível voltar atrás porque sentimos
que este é o tipo de avaliação mais honesto e mais adequado para os nossos alunos. Sabemos
e compreendemos que o primeiro momento não é fácil de ultrapassar, pois uma parte
109
considerável de professores sente falta de tempo para implementar estratégias para a
promoção de uma prática formativa (Santos e Pinto, 2018, p.20). Não obstante, como referem
os mesmos autores, com o passar do tempo “os professores podem adquirir plasticidade” nas
esta plasticidade. Os dois entrevistados referem que já não conseguem voltar atrás “Nem eu
nem eles sabemos trabalhar de outra forma” (Entrevistado 1), “Eu já não consigo voltar atrás.
Portanto, estou no iClass e não sei como vai ser um dia se o projeto acabar”.
mais duradouras e significativas e considerámos, ainda, que este modelo de avaliação é mais
justo e transparente.
Através da análise dos dados recolhidos, consideramos que o iClass contribuiu para a
técnicas (de cada disciplina) mas também competências como a autonomia, reflexão,
“previstas para o aluno do Séc. XXI”, tal como foi nosso propósito, no início do projeto, em
2016. Isto significa que a avaliação formativa contribuiu claramente para uma melhoria das
aprendizagens dos alunos levando, ao mesmo tempo, a uma elevada satisfação destes para
com os seus resultados e este foi, sem dúvida, um elemento chave para o sucesso destes
110
Depois da apresentação e análise dos dados, cumpre-nos fazer aqui a sua discussão,
8.1. A Satisfação
A análise dos dados obtidos, por entrevistas, aos professores e por inquérito, aos
alunos, sugere que existe satisfação dos alunos com o modelo de avaliação desenvolvido, ao
longo dos três anos de implementação do iClass, nas disciplinas de Português, Inglês,
com recurso às tecnologias. Salientamos que existe uma relevância bastante acentuada de
indivíduos a referir essa satisfação na Tabela 31. Esta opinião é corroborada pelos professores
entrevistados “Os alunos estão satisfeitos (…) não há novidades quando surge uma pauta,
(…) avaliação é muito clara, (…) não há disparidades entre aquilo que eu lhes atribuo e a
nota que eles julgam que irão ter (Entrevistado 1). Já o Entrevistado 2 responde que “eles
geram maior satisfação e maior satisfação gera melhores resultados. Podemos ainda
considerar que os bons resultados académicos, verificados através das avaliações internas ao
longo dos três anos de implementação do projeto, assim como os bons resultados obtidos nas
111
1) ao facto das atividades desenvolvidas com os alunos serem, paralelamente, as
atividades que os alunos mais gostam e também as que consideram ser as que mais
orais. Se os alunos gostam mais de trabalhar desta forma, se consideram que aprendem
que as informações sobre o seu percurso/feedback são frequentes e dadas em tempo útil sobre
o seu percurso, aumenta também a satisfação dos alunos. Ao apresentarem abertura para
debater a avaliação, sendo claros nas avaliações, gera-se um clima de confiança entre
professores e alunos, que leva a que os alunos considerem que a sua avaliação é justa.
Reforçamos que os alunos se sentem satisfeitos com a forma como são avaliados
pelos professores (tabela 28). Os resultados obtidos nas Provas Finais de Ciclo também
geraram satisfação em relação ao modelo de avaliação desenvolvido, ao longo dos três anos
do ciclo, uma vez que culminaram em resultados bastante acima da média nacional, como
iremos observar mais abaixo (Tabela 32). Embora os inquéritos tenham sido realizados antes
da saída das pautas, alunos e encarregados de educação transmitiram-nos que esses resultados
os deixaram muito satisfeitos e que são fruto destes três anos de iClass.
A opinião dos professores é convergente com a dos alunos quanto à satisfação. Por
um lado, considera-se que a satisfação tem a ver com os alunos sentirem que as avaliações
são mais transparentes, o que se reflete nas autoavaliações, uma vez que a opinião dos alunos
está em consonância com a dos professores. Por outro lado, existe a perceção de que essa
112
satisfação é um resultado dos alunos realizarem as atividades que mais gostam e consideram
orais.
as nossas conclusões em três grandes áreas que consideramos como responsáveis pela
satisfação
melhor. Uma comunicação eficaz, associada a um feedback de qualidade (dado com bastante
inicialmente ou, grande parte das vezes, para além desses níveis. Como refere Santos (2002),
o feedback dado para conduzir os alunos aos objetivos, deve ser descritivo, objetivo,
Através das respostas dos alunos podemos inferir que os alunos consideram que a
avaliação descritiva deve dominar sobre os outros tipos de escalas, quer seja nominal (ex.
113
Satisfaz) quer seja ordinal (ex. nível 3), referindo ainda que todos os instrumentos devem
Os professores referem que o feedback é dado de forma imediata - “Por norma, para
já, o aluno terá aquele feedback imediato, certo?” (Entrevistado 1), de forma verbal,
recorrendo ao questionamento (Santos, 2002), “Quando estou a dar feedback estou a indicar o
aluno do que ele pode fazer para melhorar.” (referindo-se que o faz de forma verbal ou
escrita).
como outro elemento essencial. Fortalecida pelas tecnologias, ela permite dar informações e
máximo o percurso de cada um, criando novas dinâmicas entre os alunos e entre estes com o
professor. Criam-se, pois, dinâmicas a que Jonassen (2002) designa como “aprender com a
o que permite que as aprendizagens sejam mais eficazes, uma vez que o aluno tem noção do
ponto em que está e onde pode melhorar. Por outro lado, a coavaliação permite uma reflexão
mais aprofundada sobre o desenvolvimento dos trabalhos, levando a que cada aluno tome
consciência do seu desempenho e se sinta responsável pelo resultado coletivo numa lógica de
cooperação. Alunos (Tabela 20) e professores consideram que esta é fundamental pois
permite uma reflexão aula-a-aula, que conduza a melhores aprendizagens (Tabela 22),
referindo que “esta reflexão, esta autoavaliação que eles fazem é essencial para que consigam
114
A coavaliação também é um procedimento considerado como necessário e eficaz
pelos professores, como podemos deduzir através das seguintes ideias: “existe também essa
reflexão que o aluno tem que fazer no final da aula. Para quê? Realmente para eles fazerem o
ponto da situação - o que é que ele, indivíduo contribuiu para o grupo” (Entrevistado 1) e “Os
colegas também fazem observações dos trabalhos dos outros colegas.” (Entrevistado 2). A
coavaliação é fundamental para a autorregulação das aprendizagens pois permite fazer pontos
Apesar deste estudo não estar direcionado para dar respostas sobre o uso do espaço e
da tecnologia de uma forma direta, verificámos que, de acordo com a planificação elaborada
na sala de aula de acordo com suas funções (apresentação - ShowTime, Reflexão - ThikTank,
Trabalho de grupo – TeamWork, pesquisa - (Re) Search e estúdio – iNews) e que estes
A tecnologia, não sendo a base do projeto, nem sendo o fim em si, mas sim o meio
usar as tecnologias para aprender sob várias formas, quer sejam os jogos, os quizes, as
digitais.
115
Há, sem dúvida, um maior acompanhamento dos alunos nas várias atividades, nos
Podemos inferir ainda que a diversificação dos instrumentos e das estratégias para a
16), sendo que o trabalho de pares/grupo e as apresentações orais são largamente os mais
que consideram serem mais úteis para as suas aprendizagens. É de salientar que os
professores consideram que os testes também podem ser instrumentos de avaliação formativa
(Entrevistado 1: “Estes testes formativos, testes ou outro tipo de avaliação que o professor
faça, dão-nos muita informação”; Entrevistado 2 “Todos os instrumentos usados podem ser
formativos”).
motivações dos alunos, ou seja, existe uma personalização dos percursos de trabalho. Na
116
O uso da avaliação formativa, enquanto avaliação privilegiada, durante o processo de
ensino e de aprendizagem, é visto pelos alunos e pelos professores como uma peça
Os alunos consideram que o teste “formal” não é um instrumento que possa beneficiar
determinadas questões, isso não significa que não se saiba. Referem ainda que no dia do teste
feedback dado (pela frequência e qualidade), ambos suportados em tecnologia, levaram a que
estão inseridos e isso promove bons resultados. Por sua vez, os bons resultados geram
Perfil do Aluno à Saída da Escolaridade Obrigatória, num ambiente educativo que os satisfaz.
constitutivos devem falar a mesma linguagem e garantir que fazem a mesma interpretação
117
No contexto da implementação do projeto iClass, foram agendadas reuniões semanais
para que, entre muitas outras coisas associadas à estrutura do projeto, houvesse uma
feedback, à reflexão, ou seja, informar o aluno sobre o ponto em que se encontra em relação
aos níveis de referência. Referem também que se deve encarar esta avaliação como “um
“Toda a avaliação é formativa” (Quadro 14). Também podemos constatar que nos trabalhos
que é que ele, indivíduo contribuiu para o grupo. Portanto, o que é que ele fez, naquela aula
em particular, para que o trabalho final tivesse um determinado, que fosse de determinada
autorregulado, como refere Santos (2002, p.2), a coavaliação “implica os outros, mas envolve
igualmente o próprio.”.
118
8.3. O modelo aplicado e a melhoria dos resultados escolares
Embora existam certamente outras variáveis que intervieram nos resultados, dos
alunos da turma piloto, na avaliação externa (Provas Finais de Ciclo), podemos sugerir que o
acima da média nacional como podemos observar no quadro, em que a turma 3 corresponde à
Tabela 32.
Médias das turmas do 9º ano nas Provas Finais de Ciclo e desvio de cada turma em relação à
média nacional (valores em %)
Turma Turma Turma Média
1 2 3 Nacional
Português 67,96 68,00 76,80
Desvio em 60,00
7,96 8,00 16,80
relação à média
Matemática 74,76 75,50 85,30
Desvio em 55,00
19,76 20,50 30,30
relação à média
Sabendo de antemão que poderão existir outras variáveis não exploradas, no âmbito
desta investigação, que possam estar associados a estes resultados, eles sugerem uma relação
associadas, e os resultados dos alunos, quer nas classificações internas quer nas externas.
Podemos reforçar que, a avaliação externa numa visão reguladora dos processos de
ensino e de aprendizagem, sugere que as alterações desenvolvidas, ao longo dos três anos do
119
projeto iClass, dotaram os nossos alunos de ferramentas necessárias para que atingissem
Não podemos deixar de referir outro elemento para o sucesso e satisfação dos alunos –
lado dos seus filhos e dos professores, acreditando nos seus educandos, nos professores e no
novidades e alterações dos modelos de ensino operados que também foram fundamentais.
internos sugerem que o projeto iClass, como um todo, foi parte significativa deste sucesso
dos alunos.
As principais conclusões que se podem retirar deste estudo são várias. Os alunos
satisfação dos alunos gera bons resultados que, por sua vez, aumentam a satisfação nos
alunos.
“Alunos que trabalham num ambiente em que a avaliação é orientada para a melhoria da
Acrescentamos, ainda, que os alunos não só aprendem mais, como aprendem com
satisfação, satisfação essa que se reflete nos resultados, que geram novos níveis de satisfação.
120
________________________________________
LIMITAÇÕES DO ESTUDO
121
9. Limitações do estudo
Por questões de tempo, uma vez que os alunos começaram a preparação para as
recolha de dados com os alunos, tendo sido apenas validados pelos especialistas.
Quando o projeto iClass se iniciou, com a turma piloto, pretendia-se que esta fosse a
única turma a fazer um percurso de ciclo (7º, 8º e 9º anos) neste modelo de ensino e de
aprendizagem. Contudo, no início do oitavo ano, foi decidido que as restantes turmas também
estratégias pedagógicas. Esta situação levou a que a análise comparativa entre turmas iClass e
turmas “tradicionais” ficasse mais limitada, não sendo possível ter um grupo experimental e
um grupo de controlo.
estudo, como as entrevistas, ter levado a uma menor diversidade de ideias e considerações
enquanto comunidade de prática (Bloch, Lave, e Wenger, 1994) e dentro da sua unicidade,
122
__________________________________________
TRABALHO FUTURO
123
10. Trabalho futuro
Pretende-se que a turma piloto seja monitorizada até ao 12º ano através de
resultados académicos dos alunos, quer em avaliação interna quer em avaliação externa,
reflete todo este trabalho desenvolvido de forma intensiva ao longo do terceiro ciclo. Estamos
O iClass continuará a ser uma prática transversal a todo o terceiro ciclo, com as
Os professores também têm tido uma voz ativa, quer nas reuniões quer através de
inquéritos, de forma a que tudo funcione da melhor forma. Todos os anos existem dois ou três
momentos para formação nas mais diversas áreas do iClass, como as ferramentas digitais
Cognitivas Digitais”, 6 horas (0,2 créditos) com acreditação pela Associação de Professores
de Sintra.
que incidirá sobre as ferramentas cognitivas digitais, o uso de tecnologia digital e avaliação
formativa.
124
___________________________________________
REFERÊNCIAS
125
11. Referências
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131
___________________________________________
ANEXOS
132
12. Anexos
133
ANEXO A
134
135
136
137
138
139
140
141
142
143
ANEXO B
3.1.1. Os testes são os instrumentos mais importantes para a minha avaliação formativa
Discordo porque nos testes os professores não dão o feedback, ou seja, não dizem o que devo
melhorar.
Na minha opinião, os testes não são dos instrumentos mais importantes para a avaliação
formativa. Os trabalhos de grupo favorecem bastante mais os alunos, não só de forma a que
os professores nos forneçam um feedback melhor, como também, podemos explorar melhor
um determinado tema.
Não concordo, pois os testes é uma questão de estudar e estudar ainda mais. Uma avaliação
formativa reflete os nossos pontos fortes e os pontos em que podemos melhorar, como por
exemplo Trabalhos Individuais e Trabalhos em Pares/Grupo
Não, pois nos testes os professores não me dizem nem escrevem no teste onde eu posso
melhorar.
Nos trabalhos individuais e de grupo, é mais fácil o professor dar-nos indicações concretas do
que melhorar, ao contrário de um teste em que as respostas não podem ser diferentes.
O teste pode não traduzir totalmente o que um aluno sabe, pois nem sempre quando fazemos
um teste tamos num dia bom, ou ficamos demasiado ansiosos, o que faz com que não
consigamos demonstrar verdadeiramente o que sabemos.
Pois acho que os trabalhos de grupo/pares e as apresentações orais são mais importantes na
avaliação formativa.
Pois nos testes nem sempre ficamos com tudo esclarecido e os professores não nos dão uma
avaliação formativa de como temos de melhorar e o que erramos.
Porque isso pode prejudicar a nossa nota se errarmos e só temos o "feedback" depois de o
fazermos.
144
Se quisermos ter boa nota num teste teremos que estudar, mas considero que os trabalhos de
grupo também são úteis pois pudemos ir mais além e pesquisar mais coisas e deste modo
aprender um pouco mais. Quando fazemos trabalhos de grupo o professor reúne-se connosco
e fala sobre o nosso trabalho ao contrário do que acontece nos testes.
Acho que nos trabalhos de grupo aprendo mais do que nos testes. (Aprendo mais)
Aprendo melhor com os trabalhos de grupo, porque se não perceber alguma coisa tenho os
meus colegas para me ajudarem e posso perguntar ao meu professor, algo que não é possível
fazer num teste. (Aprendo melhor)
Através dos trabalhos de grupo podemos ir mais além, do que é suposto. (Aprendo mais)
Concordo totalmente, pois nos trabalhos de grupo pesquisamos os assuntos relacionados com
o tema que nos é dado e podemos debater com os colegas do nosso grupo sobre as nossas
ideias. Aprende-se melhor assim, do que estudar intensamente através de uma matriz.
(Aprendo melhor)
Pois devido à pesquisa intensiva para que o trabalho esteja bom acabamos por assimilar mais
conhecimento. (Aprendo mais)
Porque com o grupo podemos discutir as nossas ideias e nós próprios aprendemos a matéria o
que faz com que fiquemos muito mais a par do que se trata. (Aprendo mais)
Porque nos testes os conteúdos são restritos, podendo num trabalho de grupo explorar mais
conteúdos, possibilitando uma melhor aprendizagem. (Aprendo melhor)
145
Porque nos trabalhos de grupo é possível discutir ideias e perceber melhor o que melhorar.
(Aprendo melhor)
Porque num trabalho de grupo os meus colegas podem ajudar-me. (Aprendo melhor)
Porque para mim é mais fácil de aprender a matéria a pesquisar e desta forma o professor
consegue nos dar dicas durante o trabalho (Aprendo melhor)
Porque, assim podemos falar uns comos outros sobre a matéria, fazendo assim com que a
possamos explicar uns aos outros (Aprendo melhor)
Sim porque o teste é um elemento de avaliação e um trabalho de grupo é uma busca por
informação (Aprendo melhor)
Sim, porque nos trabalhos de grupo temos de entender o assunto para depois explicá-lo e nos
testes só é necessário decorar e depois escrever (Aprendo melhor)
Tal como disse na pergunta anterior, considero que os trabalhos de grupo são úteis para o
futuro e para aprender. (Aprendo melhor)
Acho que em grupo há mais ideias e formas de realizar o trabalho de uma forma mais eficaz.
Aprendo melhor em grupo porque tenho a ajuda dos meus colegas e professores.
Depende dos temas, existem temas em que trabalhar sozinho pode ser uma vantagem
Depende dos temas. Ao trabalhar sozinho aprende-se mais, mas com menos detalhe, e em
grupo é o contrário.
Discordo, pois acho que em grupo ou pares, como interagimos mais com os colegas, é mais
fácil de perceber a matéria e que estamos a trabalhar.
Na minha opinião, o trabalho individual é um pouco mais vantajoso que trabalhos de grupo,
isto porque, com os trabalhos de grupo, embora exploremos mais um determinado tema, nem
todos os colegas abrangem os mesmos tópicos, não sendo todo o tema explorado.
Pois no grupo as ideias e conhecimentos são partilhados por todos os elementos do mesmo.
Por exemplo se eu estiver com uma dúvida posso perguntar a um colega e se ele souber e
explicar eu consigo perceber.
Por vezes sozinhos é mais fácil de nos concentrarmos, acabando por reter/ entender melhor a
matéria.
146
Porque em grupo discuto as ideias com os meus colegas e é muito mais dinâmico e interativo,
o que faz com que o nosso empenho seja maior.
Porque num trabalho de grupo posso trocar impressões sobre o trabalho com os meus
colegas, o que possibilita uma melhor aprendizagem.
Porque prefiro aprender com outros. Assim se não perceber alguma coisa um colega pode me
explicar as coisas que não entendo e vice-versa.
Porque quando estou sozinho posso não perceber algo então preciso de ajuda.
Trabalho tão bem a trabalhar sozinha como em grupo, pois nos trabalhos de grupo discutimos
ideias e vemos as perspetivas dos outros.
3.1.4. Nos trabalhos de grupo percebo onde estou a falhar sem a ajuda do professor.
A ajuda do professor é sempre essencial, mas por outro lado, também consigo sem a ajuda do
professor, pesquisando o que não percebo na Internet e pela ajuda dos colegas.
Ao trabalhar em grupo os colegas ajudam-me e apercebem-se dos meus erros, bem como uma
pesquisa mais detalhada pode apontar alguns erros no trabalho.
Depende também dos temas, pois em alguns temas posso recorrer à pesquisa para perceber
onde estou errado.
Nos trabalhos de grupo os alunos podem-se desviar um pouco do tema, e, sem a ajuda do
professor, os alunos podem não se aperceber disso. Porém, com a ajuda dos colegas, sempre
podemos melhorar.
O professor orienta-nos, mas não está lá sempre e nem sempre percebo onde estou errada
sozinha e muitas vezes são os meus colegas de grupo que me ajudam.
Pois os colegas de grupo podem ajudar a entender, tal como eu os posso ajudar.
Pois os nossos colegas nos ajudam mas mesmo assim se não percebemos qualquer coisa o
professor pode-nos ajudar. Mesmo com isto os professores não estão constantemente a
ajudar.
147
Por vezes nos trabalhos de grupo consigo perceber o que está mal, porque os meus colegas
dizem. Porém, às vezes é preciso o meu professor.
Porque como somos 2 ou mais apercebemo-nos do que estamos a falhar sem estar sempre a
consultar o professor porque consultamo-nos uns aos outros.
Porque nós guiamo-nos bastante pelo que está na net, e nem tudo o que lá se encontra é
verdade, logo não temos 100% de certeza se está correto ou não. Porém às vezes os nossos
colegas podem detetar algo de errado.
Porque os colegas de grupo podem ajudar e sabem sempre o que está a falhar.
Porque os meus colegas vão vendo o meu trabalho e na maior parte dos casos conseguem me
avisar que estou a fazer algo errado.
Porque os professores ajudam a perceber o que está mal nos trabalhos e orientam-nos no que
devemos fazer de seguida.
Porque temos os colegas a fazer o mesmo trabalho e assim percebemos todos onde estamos a
falhar.
148
ANEXO C – Transcrição das entrevistas realizadas aos profesores
por “Entrevistado 1”
Duração: 27’
ENTREVISTADOR - Muito boa tarde, antes de mais agradeço a sua disponibilidade para
obviamente que ser realizada com base em determinados instrumentos que são criados e que
depois serão aplicados de acordo com a especificidade da turma ou dos alunos em particular.
149
ENTREVISTADO 1 - Várias coisas. Temos a avaliação mais formal e que pretende depois,
no final do período irá gerar uma nota, já que estamos na avaliação sumativa, portanto no
final do período teremos uma avaliação que tem que ser apresentada de forma qualitativa ou
determinados conceitos foram adquiridos existe por outro lado uma avaliação que poderá ser
considerada um pouco mais informal, mas que terá que ter um determinado peso, que tem a
ver com as atitudes e valores. No nosso caso, aqui, nós para essa parte das atitudes e valores
atribuímos 10 por cento, sendo que os restantes 90 por cento, incluem, não só aquela
avaliação mais formal de um teste escrito, mas também inclui um outro tipo de trabalho que
colaborativos que vão realizando, fichas formativas que me dão feedback relativamente ao
processo que o aluno está, se o aluno está ou não a acompanhar aquilo que está a ser
exatamente para isso, para nós irmos redirecionando as nossas aulas ou o aluno ou aquele
150
ENTREVISTADO 1 – A Avaliação Formativa é uma avaliação que eu considero que será
menos formal do que uma avaliação sumativa. Porquê? Porque é a avaliação que me vai
permitir redirecionar as minhas aulas, os meus alunos, de acordo com as necessidades que
determinados conceitos que ainda não estão adquiridos, a avaliação formativa vai-me permitir
ter acesso a isso e vai-me permitir dar ao aluno mais materiais, por exemplo para ele adquirir,
de forma mais concreta determinados conceitos, ou se já estão adquiridos pode, por exemplo,
passar para um teste sumativo que irá produzir, no fundo, uma nota final.
não é um fim. É um meio! Portanto a Avaliação Formativa é uma avaliação que é utilizada
em contexto de sala de aula para o professor ter feedback relativamente ao processo que o
aluno está a fazer. Ou o caminho que ele está a fazer. Essa avaliação vai fazer com que eu,
determinado aluno, de acordo com as necessidades que ele tem naquele momento.
formativa?
tecnológicas sempre ao nosso dispor, o caderno diário é essencial nisso. Portanto, eu acedo ao
caderno diário do aluno, por exemplo, no caso das composições de Português, eu leio as
composições, dou feedback e o aluno vai voltar a escrevê-las, tentando melhorar sempre
151
numa óptica de atingir a perfeição. Aí temos o Onenote, para mim, como uma ferramenta
essencial. No fundo porque o aluno cria ali o seu portfólio, o professor vai verificando o tipo
de trabalhos e o progresso que ele está a fazer e realmente é essencial. Depois temos também
feedback imediato a mim e ao aluno, portanto, o aluno tendo feedback imediato poderá,
também, ir verificar os conceitos que ainda não estão adquiridos e que poderá também ir
conhecimento que poderá não estar tão bem. Também utilizamos vários quizes, quer quizzis
quer kahoots que para além de serem ferramentas de gamificação permitem ao professor
retirar informação bastante importante para verificar em que momento está o aluno e em que
ENTREVISTADOR - Permite então que um aluno com maiores capacidades consiga atingir
patamares superiores e um aluno que não tenha um ritmo tão rápido vá mais lentamente ou
importante para os alunos fracos porque podem ter acesso a informação que, de outra forma,
não teriam, mas para os alunos melhores, permite que o aluno progrida a um ritmo muito
superior. Isto porque tem aceso à informação, o professor com muita facilidade verifica que o
aluno está num patamar já superior e pode passar para o patamar de excelência e esse patamar
de excelência pode-se adquirir, por exemplo, através de mais fichas extra, através de fazer
tutorias a um colega que não está com tanta facilidade em adquirir determinados conceitos.
152
Portanto aqui, não são só os alunos fracos que podem progredir, mas os alunos bons
ENTREVISTADOR - Embora já tenha referido, gostaria que fosse mais incisiva agora, em
situação em particular é que os utilizo? Ora bem, a utilização do onenote, por exemplo, no
caso da expressão escrita é utilizado a toda a hora, portanto é uma ferramenta que está sempre
presente, até porque melhorar a expressão escrita é um objetivo que temos sempre ao longo
de todo ciclo. Ou seja, o onenote utilizado para a realização de composições é feito a toda a
hora. Portanto, não é trabalho de preparação para teste, não é trabalho de preparação para
uma prova final, como eles tiveram no nono ano, é um trabalho que é feito a toda a hora.
Em relação aos quizes. Por norma, eu utilizo esses formulários em início de unidade, por
exemplo, e utilizo depois, também em revisão para um teste sumativo. Ou seja, no início da
unidade verifico o que é que os alunos já conhecem acerca daquela temática, a temática é
como está preparada ou muitas das vezes também da forma como os alunos querem trabalhar
e depois quando partimos para, haverá sempre uma avaliação mais formal, o chamado de
teste, que no caso do Português é sempre um teste escrito, no caso de Inglês isso pode não
acontecer, pode ser um teste digital também, por exemplo da Leya ou até da plataforma do
Cambridge depende da unidade, depende da temática, portanto serão utilizados esses itens da
avaliação formativa também como preparação e como revisão para um teste mais formal. Ao
longo de todo processo, é sempre importante o feedback que nós temos, e nesse aspeto, nós
este ano tivemos uma melhoria em termos de feedback para o professor, que foi a utilização
153
da plataforma de LMS do Cambridge. Portanto, anteriormente já utilizávamos a da Leya,
entretanto passámos a ser uma escola Cambridge e passámos a utilizar a plataforma e o que
eu verifiquei é que o feedback para o professor também é muito positivo. Os alunos têm todo
caderno de atividades na plataforma, por exemplo eu destino que até ao dia tal têm que fazer
os exercícios da unidade tal, e eu com facilidade vejo na plataforma em que situação é que se
encontram os alunos e o que que os alunos precisam de fazer para melhorar, quantas vezes
precisaram de fazer aquele exercício etc. E isso é realmente avaliação formativa e temos aqui,
mais uma vez, as plataformas tecnológicas a serem uma mais valia para a realização desse
determinado projeto, quer no âmbito do Português, quer no âmbito do Inglês, obviamente que
há sempre um trabalho em sala de aula de feedback aos grupos, ou seja, nós quando
a Geografia, os professores vão tendo acesso aos trabalhos que estão disponíveis nas
plataformas, por norma o Onenote e até o Padlet, por uma questão de estar acessível de forma
mais ampla, o que se verifica é que o papel do professor é essencial para ir dando feedback a
toda hora e este feedback e este redireccionamento que, por vezes, nós precisamos de fazer
quando os alunos estão a realizar determinado projeto, o que se verifica é que isto, na minha
opinião, será também avaliação formativa. Porque eu estou a verificar ali em sala de aula o
que é que eles já construíram, o que é que precisam de explorar mais e vou dando feedback
obviamente que os restantes professores das disciplinas também irão dando o feedback de
ENTREVISTADOR - A partir daí consegui perceber que, de uma forma mais sintética, que
utiliza os quizes como uma análise de pré-requisitos ou uma avaliação inicial das
154
competências, dos conteúdos, das capacidades dos alunos e depois são utilizados também
ENTREVISTADO 1 – Certo!
ENTREVISTADOR - Essa era a questão seguinte, qual é a informação que retira de cada um
a informação que retiro vai-me permitir organizar os grupos de trabalho, por exemplo, se eu
quiser trabalhar por níveis ou se preferir ter grupos de trabalho misturados, portanto vou
definir como é que quero fazer isso, numa fase posterior a informação que eu retiro, no fundo
vai de encontro a todo o processo que foi realizado se o aluno adquiriu ou não conhecimentos
exemplo, que uso faz dessa informação? Já falou um pouco, mas vamos incidir agora sobre a
parte da comunicação. Como comunica a informação retirada ao aluno, que uso faz dessa
ENTREVISTADO 1 – Por norma, para já, o aluno terá aquele feedback imediato, certo?
determinados alunos e dar a informação “olha, precisas de trabalhar melhor esta parte””,
“olha, atenção que aqui as funções sintáticas não estão consolidadas!”, “atenção que vais ter
155
que rever aqui as orações!”, no caso do Inglês “atenção que tens que rever o past simple!”,
dando também sempre a possibilidade de o aluno poder também, ele próprio, criar, por
exemplo, sei lá, uma página no onenote em que ele irá fazer trabalhos de revisão daqueles
essencial a comunicação entre os vários professores, até porque há alunos que são melhores
numa área do que outros e é possível nós fazermos determinados ajustes. No fundo porque o
que nós queremos é retirar o melhor de cada um. E os alunos conseguem com toda a certeza
chegar a um patamar superior se tiverem um feedback que lhes diga, no fundo, que os ensine
A avaliação será uma avaliação não só formativa como já falámos, mas a própria reflexão do
aluno e do grupo também é muito importante. Eu não sei se tem alguma pergunta relacionada
com isso mas posso avançar já que, por exemplo, quando eles fazem trabalhos colaborativos,
eu por norma crio um canal no Teams específico para esse trabalho, e um dos separadores
que coloco nesse canal é o chamado “avaliação aula-a-aula”, em que os alunos têm que
chegar ao final de uma determinada aula e dizer o que é que fizeram. Para além da
observação que vou fazendo ao longo das aulas e do feedback que vou dando aos grupos ou a
algum aluno em particular, existe também essa reflexão que o aluno tem que fazer no final da
aula. Para quê? Realmente para eles fazerem o ponto da situação - o que é que ele, indivíduo
contribuiu para o grupo. Portanto, o que é que ele fez, naquela aula em particular, para que o
156
trabalho final tivesse um determinado, que fosse de determinada forma. Portanto, cada aluno
tem que fazer essa reflexão e, depois, no final da apresentação, o que nós fazemos, por
norma, é uma nova reflexão e uma autoavaliação que eles fazem de grupo, portanto, como é
também individual. Isto, exatamente para os levar a refletir sobre o que fizeram durante
aquele trabalho.
O que eu verifico, na maioria das vezes, é que eles são muito mais honestos do que nós
estamos à espera. Não têm problemas, ou pelo menos, neste caso desta turma piloto, não têm
problema em dizer que não contribuiu o que devia e devia ter contribuído mais. E acho que
esta reflexão, esta autoavaliação que eles fazem é essencial para que consigam progredir
ENTREVISTADOR - Então, considerando mais uma vez o projeto iClass, e a turma piloto, e
anteriormente. Para já, há sempre confusão entre o que é trabalho de grupo e trabalho
colaborativo e no início do 7º ano temos esse trabalho de lhes mostrar qual é que é a
em que eles adquirem isso, obviamente que está meio caminho andado, não é? O que é que se
157
verifica? É que a comunicação professor-alunos é essencial para que consigamos atingir
aquilo que é suposto. E a comunicação entre alunos melhora imenso e não é aquela
comunicação só informal, é mesmo uma comunicação sobre os trabalhos que têm para fazer.
Nesse aspeto, e mais uma vez, as plataformas do Office aqui serão essenciais. Não só porque
facilmente mandam uma mensagem via Teams, quer a mim, quer entre eles. Facilmente
e não há a dispersão de documentos ou a perda de informação que, muitas das vezes, nos
perdido. Dois alunos a trabalhar no mesmo documento, dois ou três ou quatro, a trabalharem
no mesmos documento, obviamente que só traz vantagens porque, mais uma vez a
claramente quem é que está a trabalhar naquele documento àquela hora e, obviamente que
aqui a comunicação tem um papel essencial. Neste momento, nem eu nem eles sabemos
avaliação formativa?
ENTREVISTADO 1 – Sim. Para mim é assim, não é só a meta que se atinge, mas o processo,
portanto, não é só a nota qualitativa ou quantitativa que o aluno atinge, mas o processo que
avaliação.
158
ENTREVISTADO 1 – Eu acho que sim.
ENTREVISTADO 1 – Eu acho é que eles tendo a noção que não é um teste formal, há logo
uma forma de encarar aquela avaliação de uma forma mais “leve”. Ou seja, não é aquele “dia
do teste de Português” ou “dia do teste de Inglês”, é uma avaliação que é feita naquela aula
que nem estava marcada e que os alunos não encaram como o “bicho-papão” do teste que vão
Acho que com vários alunos isso é muito importante. É o desmontar daquele teste formal em
que vamos retirar unicamente, perceber o que eles aprenderam e atribuir-lhes uma nota.
Estes testes formativos, testes ou outro tipo de avaliação que o professor faça, dão-nos muita
informação e, ao mesmo tempo, fazem com que o aluno não se sinta tão inibido.
ENTREVISTADOR -Qual é a sua perceção em relação à satisfação dos alunos com este
modelo de avaliação?
uma pauta, porque a avaliação é muito “limpa”, é muito clara, portanto, eles sabem quanto
tiveram nos teste “a”, “b” ou “c”, eles viram o progresso que fizemos ao longo de toda
avaliação formativa, portanto, não há novidades quando surge uma pauta, pois eles sabem
que aquela avaliação que ser transformada num número, não é? Portanto eu julgo que eles
estão bastante satisfeitos e que não há disparidades entre aquilo que eu lhes atribuo e a nota
que eles julgam que irão ter, até porque a tal autoavaliação que também se faz no final do
período é essencial para que haja uma reflexão sobre o trabalho que foi realizado.
159
ENTREVISTADOR - Pode utilizar dois ou três adjetivos sobre este modelo de avaliação?
ENTREVISTADOR - Na sua opinião quais são os pontos fortes e fracos do projeto iClass?
ponto fraco poderá ser um horário demasiado formal, ou seja, àquela hora é o Português,
àquela hora é Matemática, não existir maleabilidade para, àquela hora estar o professor de
ENTREVISTADO 1 – Pontos fortes. Essencialmente, para mim, é, o que é que estes miúdos
atingiram. Eu neste momento e com a quantidade de miúdos que passaram por mim durante o
sétimo, oitavo e nono, estes alunos estão, em termos do saber estar, saber apresentar, saber
falar em público, saber organizar, estão muito acima de grande parte dos colegas que saíram
daqui. E não só os bons, mas também os médios e os mais fracos. Muitas das vezes os mais
fracos chegam a patamares que até nos surpreendem, ainda mais porque atingiram um
160
caderno diário, estes alunos estarão ao nível de um secundário. De um bom aluno do
secundário.
161
A identificação do sujeito entrevistado é mantida no anonimato, sendo o seu nome substituído
por “Entrevistado 2”
Duração: 19’
ENTREVISTADOR - Muito boa tarde, antes de mais quero agradecer a sua disponibilidade
longo do percurso se eles vão adquirindo ou não as competências que nós pretendemos.
fazer uma análise de como os alunos estão a aprender. É saber se o aluno adquiriu as
competências todas.
162
ENTREVISTADOR - O que é que avalia num aluno?
ENTREVISTADO 2 –Eu acho que avalio tudo. Aliás, nós estamos permanentemente a
avaliar. Certo?
tempo habilidades.
diariamente em que o aluno faz uma autorreflexão daquilo que está a aprender. Pode sempre
avaliação sumativa. Portanto, a avaliação formativa é uma forma de dar ao aluno informação
para que ele se aperceba em que nível é que está. Não sei se me expliquei bem? Isto é muito
163
ENTREVISTADOR - Então e depois do aluno fazer a avaliação sumativa, há hipótese de ele
melhorar?
ENTREVISTADO 2 – Claro, há sempre forma de melhorar. A não ser que seja no último
avaliação?
ENTREVISTADO 2 – Para mim é a única que é válida. A avaliação sumativa é porque sim.
Porque temos que ter. O ensino está virado para no final haver uma pauta em que o aluno tem
uma certificação.
Na formativa, por exemplo, os trabalhos nunca estão acabados, podem nunca estar acabados.
Portanto, eu dou uma avaliação, vou dando feedback num trabalho, por exemplo, na
realização de um trabalho. Quando chegam ao final têm uma determinada nota, mas eles
podem melhorar, eles podem continuar a melhorar até se atingir o nível pretendido.
ENTREVISTADO 2 – São variadíssimos. Pode ser a observação direta, pode ser um tipo de
tema que o miúdo está a desenvolver. As fichas eu não costumo fazer muito, mas também
164
ENTREVISTADO 2 – É, para mim é!
ENTREVISTADO 2 – Formativos
ENTREVISTADOR - …formativos.
ENTREVISTADO 2 – Claro!
ENTREVISTADOR - Em que contexto aplica cada um deles? Falou dos quizes, falou do
em que estado é que estão…posso eu questionar os alunos num determinado tema que estão a
165
ENTREVISTADO 2 – Exatamente! Então, mas…
consolidação, outros para desenvolvimento, outros para atingirem objetivos mais alargados.
ENTREVISTADO 2 – Mas isso é a atividade no geral, não tem que ser a atividade formativa.
ENTREVISTADO 2 – As aplicações?
166
ENTREVISTADO 2 - Então, retiro informação se os alunos adquiriram conhecimentos ou
não, não é? Se os miúdos atingiram aquilo que se pretendia. E se estão prontos, por exemplo,
para uma avaliação sumativa. Não é? Mas o objetivo nunca é uma avaliação sumativa. Mas é
assim…há vários instrumentos que utilizo, portanto os quizes. Os quizes podem ser na fase
antes de eu iniciar uma determinada matéria, como diagnóstico, de uma forma divertida de
eles verem se sabem ou não, sem se aperceberem de que estão a ser testados, como por
exemplo através do kahoot e do quizziz, que para eles é uma brincadeira, é uma competição,
mas acaba por nos dar imensas informações. Depois no desenvolvimento dos trabalhos pode
haver sempre pequenos formulários. Ao longo dos projetos existem várias etapas e em cada
etapa podem existir cerca de duas ou três perguntas, pequenos formulários, para ver se eles
estão a dar conta do recado. Por exemplo. Utilizo com muita frequência, também os padlets,
onde eles colocam os trabalhos e que são também frutos de reflexão não só da minha parte,
mas também dos próprios colegas. Os colegas também fazem observações dos trabalhos dos
outros colegas. Pode sempre ajudar. E mesmo estando eu a ver outros trabalhos, podem
ENTREVISTADOR - Portanto ouvi a palavra reflexão. Estes instrumentos podem ser usados
167
ENTREVISTADO 2 – Eles fazem sempre trabalho de grupo ou trabalho a pares. Eu vou
dando sempre o feedback ao longo do percurso. Quando estou a dar esse feedback estou a
informar-me sobre o trabalho do aluno. Quando estou a dar feedback estou a indicar o aluno
do que ele pode fazer para melhorar. Portanto eu vou dando feedback até ele chegar ao
produto final.
E mesmo assim depois da avaliação, ele ainda pode melhorar, portanto, eu vou dando
feedback ao longo dos trabalhos. Esta é uma das formas. Se eu fizer através dos quizes,
obviamente eu vou ter que reforçar, e aí mais aluno-professor, vou ter que explicar, mais cara
aprendizagem melhorou?
ENTREVISTADO 2 – Eu já não consigo voltar atrás. Portanto, estou no iClass e não sei
como vai ser um dia se o projeto acabar. E estou a falar muito sinceramente. Melhorou em
todos os aspetos. A relação professor-aluno, que já não era má. Está excelente. A relação
168
entre colegas está excelente. Claro que são sempre miúdos. Mas a comunicação oral dos
O iClass veio dar a estes miúdos aquilo que o ensino tradicional não dava.
o saber-estar é que temos que lutar um bocadinho por isto, vai ajudar às competências,
avaliação formativa?
dar ficam retidos nos primeiros cinco minutos para o teste e depois é esquecido. Isto fica
efetivamente. Podem-se trabalhar até menos conceitos, mas esses são efetivamente
ENTREVISTADOR - Com certeza que sim. E qual é a sua perceção em relação à satisfação
ENTREVISTADO 2 – Eles gostam muito. Eles têm ótimos resultados por acaso. Portanto eu
acho que eles gostam mesmo. Quando eles estão a fazer uma apresentação de um trabalho,
169
eles sabem que aquilo é para avaliar. Mas eles estão perfeitamente à vontade. E estão muito
mais à vontade e sabem que estão a ser avaliados do que por exemplo no contexto de um
teste. De um teste escrito. Porque estão todos nervosos, não é? E desenvolvem muito mais
competências numa apresentação oral do que numa coisa escrita. Podem ter sorte ou não ter
sorte com a pergunta, podem perceber ou não perceber, e ali não, estão a ser avaliados pelo
professor e pelos próprios colegas, pois todos os trabalhos são avaliados por todos.
ENTREVISTADOR - Vamos passar para a última pergunta. Na sua opinião quais são os
pontos fortes e os pontos fracos do projeto iClass. Vamos começar com os fracos.
iClass. Essa é a maior dificuldade. Não são os miúdos em si. A dificuldade em os pais
perceberem que alunos do terceiro ciclo não têm que estudar com os pais. Para já nós temos
os manuais virtuais. Há disciplinas que nem sequer têm manuais e os pais querem o manual
físico para serem eles a fazerem os apontamentos. Ou seja, eles vão contra a ideia do iClass
casa, eu tenho alunos da minha Direção de Turma, tenho pais que dizem “não, não, tenho que
ser eu a estudar com ele”, ou seja, os pais gostam do ensino tradicional para estudar para os
desenvolver no projeto.
ENTREVISTADO 2- Eu não falo de todos. Há pais que gostam mesmo, mesmo, e todos
gostam. Mas há pais que ainda estão muito ligados ao tradicional e achem que o teste é que é
170
importante. Eles têm que se preparar para o teste. E mais nada. E como eles não têm nada
físico, têm tudo virtual, eles querem papel para ver se o aluno sabe. Já vi resumos feitos pelos
pais, com a letra dos pais. E os pais dizem assim: “mas olhe que eu não estudei isso”, E eu
respondo “oh minha senhora, mas não é a senhora que tem que estudar, é o seu filho”. É o
único ponto fraco que eu acho que tem. E talvez ainda, não a turma piloto, mas as salas estão
tamanho das nossas salas e ainda não se conseguiu por todos professores a ideia do que se
Pontos fortes, para mim é quase tudo. Eu agora não sei dar aulas de outra maneira. Não sei
como é que vou fazer, e estou a falar muito a sério, se isto acabar.
Eu vou agora dar aulas ao 12º ano, e já dei aulas ao 12º ano e agora não sei dar aulas de outra
maneira. Não sei como vou dar aulas ao 12º ano. Não sei! Estou a pensar fazer com base no
iClass, com projetos. Mas não sei se ao nível do secundário me vão deixar. Isto quer dizer o
quê? Que eu acredito mesmo neste projeto. E acredito mesmo que desenvolva capacidades.
Eu vi miúdos do sétimo ano que não têm nada a ver com os do nono ano. Ao nível da postura
com os professores. Entrar um pai em qualquer altura e eles conseguem conversar. Fazem-
lhes perguntas diretas e eles conseguem responder com um grande à vontade. Isso para mim é
muito importante. Se calhar muito mais importante do que aqueles conceitos horrorosos que
eu tenho de Biologia ou Geologia que não interessa a ninguém. Mas essas competências são
dadas pelo iClass. O saber falar, fazer uma apresentação, eles próprios ensinam os pais. Ao
nível profissional, a fazer apresentação espetaculares. São os filhos que fazem. Eu acho isto
uma coisa espetacular. E depois, nos concursos todos que entramos, nós ganhamos tudo. E
171
ENTREVISTADOR - Há pouco escapou-me uma coisa. Em relação à avaliação formativa, eu
ENTREVISTADO 2 – Única, importante, honesta, mais objetiva, mais útil, única que faz
ENTREVISTADOR – Obrigado.
172
ANEXO D
PEDIDO DE COLABORAÇÃO
Este trabalho tem como objetivo analisar a relação entre a avaliação formativa, aplicada nas
disciplinas de Português, Inglês, Geografa e Ciências Naturais, e a satisfação dos alunos com este tipo
de avaliação, bem como o seu reflexo na promoção das suas aprendizagens. Procura-se ainda analisar,
como a comunicação/interação entre os alunos e os professores e feedback dado sustenta esta
avaliação.
Para tal, é necessária a aplicação de questionários aos alunos do 9ºC (2018-2019), pelo que se pede a
vossa autorização. O questionário é anónimo e os dados recolhidos serão mantidos confidenciais,
respeitando os princípios deontológicos de investigação em ciências sociais.
O preenchimento dos questionários pelos alunos será realizado em contexto escolar, em horário a
combinar entre o investigador e o Professor/Diretor de Turma, com o conhecimento e autorização da
Direção da Escola. Para autorizar a participação do seu educando, preencha por favor o destacável que
se segue, e entregue-o ao Diretor de Turma.
173
ANEXO E
Vítor Manuel dos Reis Girão Correia Bastos, docente profissionalizado, do grupo 420 - Geografia,
efetivo no Colégio Vasco da Gama, encontrando-se neste momento a frequentar o 2º ano do Mestrado
em “Educação e Tecnologias Digitais” no Instituto de Educação da Universidade de Lisboa, pretende
desenvolver um projeto de investigação sobre a temática: “Avaliação Formativa no projeto iClass”,
tendo em vista a elaboração da dissertação.
Para este estudo, será necessário recolher, através de questionários a alunos e entrevistas a professores
para recolher, dados relevantes dentro da temática. Da amostra do referido estudo irão fazer parte os
alunos da turma C do 9º ano de escolaridade.
É neste contexto que vem, por este meio, solicitar a colaboração de V. Ex.ª, no sentido de autorizar
que esta investigação seja levada a cabo neste colégio, nos moldes e termos a acordar entre as partes.
Acrescenta ainda que toda a informação que venha a recolher será tratada com o maior sigilo, no
respeito máximo pelo anonimato da colaboração e pela confidencialidade dos dados.
PEDE DEFERIMENTO:
O professor:
174
ANEXO F
Português
5 6 1P7º 2P7º 3P7º 1P8º 2ºP8 3ºP8 1P9º 2P9º 3P9º Exame
5 5 5 5 5 5 5 5 5 4 5 93
5 5 4 5 5 5 5 5 5 4 5 77
4 5 4 4 5 4 4 5 4 4 5 78
4 5 4 4 5 4 4 4 4 4 4 70
4 3 3 3 3 3 3 3 3 3 66
5 5 4 5 5 4 5 5 4 5 5 75
4 4 4 4 4 5 4 5 4 4 5 82
4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 79
5 5 4 5 4 4 4 4 4 4 4 82
Turma piloto 3 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 86
3 4 4 4 4 4 4 4 4 67
4 4 3 3 3 3 4 3 3 3 3 70
3 3 3 3 2 3 3 3 3 3 53
5 5 4 5 5 5 5 5 5 4 5 91
3 4 3 3 3 3 4 4 3 3 4 72
5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 94
4 3 3 3 3 3 4 4 3 3 4 55
4 4 4 5 4 4 4 4 4 4 5 84
4 4 3 4 4 4 4 4 4 3 4 85
Média 4,3 4,3 3,7 4,1 4,1 3,9 4,2 4,2 3,9 3,8 4,3 Média
4,3 4,0 4,1 4,0 76,8
0,12 -0,11
0,0
5 4 5 4 5
Português
5 6 1P7º 2P7º 3P7º 1P8º 2ºP8 3ºP8 1P9º 2P9º 3P9º Exame
3 3 3 3 3 3 3 3 4 3 4 60
3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 64
4 4 4 4 5 4 4 4 4 5 5 77
4 4 4 3 4 4 67
5 5 4 4 5 4 4 4 4 4 4 86
3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 45
4 4 4 4 4 4 4 4 3 3 3 64
4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 78
5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 92
4 4 3 3 4 3 3 3 3 3 3 65
5 4 5 4 5 5 90
Turma Y 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 61
3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 73
3 4 4 4 5 4 4 4 4 5 4 85
4 4 4 4 4 4 4 4 3 4 4 79
4 5 4 4 4 4 4 4 4 4 4 85
3 4 3 3 4 4 3 3 3 3 3 52
3 3 3 46
3 3 3 50
3 4 3 4 4 3 3 3 3 3 3 58
3 3 3 3 2 3 54
3 3 4 3 3 3 3 3 3 3 3 72
3 4 4 3 3 3 4 3 3 61
3,6 3,8 3,6 3,6 3,9 3,6 3,5 3,6 3,4 3,5 3,6 Média
3,8 3,7 3,6 3,5 68,0
-0,15 -0,13
0,01
Português
5 6 1P7º 2P7º 3P7º 1P8º 2ºP8 3ºP8 1P9º 2P9º 3P9º Exame
3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 50
5 4 5 70
3 4 5 5 5 5 5 5 5 5 5 93
3 4 3 3 4 4 4 4 4 4 4 62
3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 54
4 5 4 5 5 5 4 5 4 4 5 78
5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 77
3 4 3 4 3 3 3 3 4 3 4 86
4 4 4 4 4 4 4 4 4 3 4 61
3 3 3 47
4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 5 79
3 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 80
Turma Z 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 54
4 4 4 4 4 4 4 4 4 70
4 4 4 4 4 3 4 4 4 3 4 80
4 4 3 3 4 4 4 4 4 4 4 57
5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 87
3 4 4 45
4 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 74
3 3 3 2 3 3 3 3 3 3 3 73
3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 57
5 5 4 4 5 5 4 4 4 4 4 71
4 5 4 4 5 4 4 4 4 4 4 71
5 5 4 5 5 5 5 5 5 4 5 66
3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 57
Média 3,8 4,0 3,77 3,9 4,0 4,0 3,9 4,0 3,9 3,8 4,0 Média
3,90 3,89 3,94 3,91 67,96
0,05 -0,03
-0,08
175
Matemática
5 6 1P7º 2P7º 3P7º 1P8º 2ºP8 3ºP8 1P9º 2P9º 3P9º Exame
5 5 5 5 5 4 4 4 4 4 4 94
5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 95
4 5 5 4 4 4 4 4 4 3 4 88
4 5 5 4 4 4 4 5 5 4 4 97
3 3 3 3 2 2 2 2 2 2 46
4 5 4 4 4 4 5 5 5 4 5 93
5 5 4 5 5 3 4 4 5 5 5 98
4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 90
Turma piloto 5 5 5 5 5 4 4 4 5 4 4 95
3 4 5 5 5 4 4 5 4 4 4 89
5 5 5 4 4 4 4 4 4 90
4 4 3 4 3 2 3 3 2 2 2 67
2 2 3 3 2 2 2 2 2 2 41
5 5 5 4 4 4 4 5 5 5 5 98
4 4 3 4 3 3 4 5 5 4 4 92
5 5 4 5 5 5 5 5 5 5 5 88
4 4 3 4 3 3 3 3 3 3 3 79
5 5 5 5 5 4 4 5 5 5 5 100
4 5 3 3 3 3 3 4 4 3 3 81
Média 4,4 4,4 4,1 4,3 4,1 3,6 3,8 4,1 4,1 3,8 3,9 Média
4,4 4,2 3,8 3,9 85,3
-0,33 0,11
0,44
Matemática
5 6 1P7º 2P7º 3P7º 1P8º 2ºP8 3ºP8 1P9º 2P9º 3P9º Exame
3 3 4 3 3 2 3 2 4 3 3 78
3 3 3 3 3 3 3 3 2 2 2 57
5 5 5 4 4 4 4 4 5 4 5 84
3 3 3 3 3 3 72
5 5 5 4 5 4 4 4 4 4 4 82
4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 91
4 4 4 4 4 3 4 4 3 4 3 76
4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 93
5 5 5 5 5 4 5 5 5 5 5 96
3 3 4 3 4 2 3 3 3 3 3 77
3 3 3 4 4 4 91
Turma Y 3 3 3 3 3 2 3 3 3 3 3 78
5 4 4 3 4 3 4 4 3 3 3 89
4 5 5 4 4 4 4 4 5 4 5 92
4 4 4 4 4 4 4 4 4 3 3 83
5 5 5 4 4 4 4 4 4 4 4 90
3 3 3 3 3 2 2 2 3 3 3 56
2 2 2 61
3 3 3 76
3 4 3 3 3 3 3 3 3 3 3 80
2 2 2 2 2 2 40
4 4 4 4 4 3 3 3 3 3 3 58
3 3 3 2 3 2 3 2 2 36
3,9 4,0 4,0 3,6 3,8 3,1 3,4 3,3 3,4 3,3 3,3 Média
4,0 3,8 3,3 3,4 75,5
-0,51 0,02
0,53
Matemática
5 6 1P7º 2P7º 3P7º 1P8º 2ºP8 3ºP8 1P9º 2P9º 3P9º Exame
2 2 3 3 2 2 2 2 2 2 50
4 4 4 88
3 3 5 5 5 5 5 5 5 5 5 96
3 3 4 3 3 3 4 4 4 4 4 72
3 3 3 3 3 2 3 3 3 3 3 66
4 5 5 5 5 3 4 4 4 4 4 83
5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 99
3 4 4 4 4 3 3 3 3 2 3 50
3 3 4 4 4 3 3 3 3 4 4 83
2 2 2 31
4 4 4 3 4 3 3 4 4 4 4 84
3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 65
Turma Z 4 4 4 3 4 4 3 3 4 3 4 81
4 4 4 3 4 4 4 4 4 91
4 3 4 3 3 2 2 2 3 3 3 73
3 3 3 3 3 3 2 2 4 3 4 77
5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 5 99
3 3 3 30
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-0,52 0,25
0,8
176
Geo
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5 5 5 5 5 5 5 5 5
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5 5 5 5 5 5 5 5 5
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Geo
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Turma Y 4 4 4 5 5 5 4 4 5
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Geo
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0,4
177
CN
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CN
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0,15 -0,44
CN
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-0,1
178