1) O documento critica as perspectivas cepalina e conservadora sobre o desenvolvimento econômico brasileiro pós-1930, argumentando que elas ignoram a luta de classes internas.
2) Apresenta o novo modelo de acumulação capitalista no Brasil após 1930, baseado na industrialização e na legislação trabalhista que criou um "exército industrial de reserva", mantendo os salários baixos.
3) Discute como a agricultura e o proletariado rural desempenharam um papel fundamental nesse processo, fornecendo
1) O documento critica as perspectivas cepalina e conservadora sobre o desenvolvimento econômico brasileiro pós-1930, argumentando que elas ignoram a luta de classes internas.
2) Apresenta o novo modelo de acumulação capitalista no Brasil após 1930, baseado na industrialização e na legislação trabalhista que criou um "exército industrial de reserva", mantendo os salários baixos.
3) Discute como a agricultura e o proletariado rural desempenharam um papel fundamental nesse processo, fornecendo
Descrição original:
Fichamento do texto de Chico de Oliveira - Crítica à razão dualista.
1) O documento critica as perspectivas cepalina e conservadora sobre o desenvolvimento econômico brasileiro pós-1930, argumentando que elas ignoram a luta de classes internas.
2) Apresenta o novo modelo de acumulação capitalista no Brasil após 1930, baseado na industrialização e na legislação trabalhista que criou um "exército industrial de reserva", mantendo os salários baixos.
3) Discute como a agricultura e o proletariado rural desempenharam um papel fundamental nesse processo, fornecendo
1) O documento critica as perspectivas cepalina e conservadora sobre o desenvolvimento econômico brasileiro pós-1930, argumentando que elas ignoram a luta de classes internas.
2) Apresenta o novo modelo de acumulação capitalista no Brasil após 1930, baseado na industrialização e na legislação trabalhista que criou um "exército industrial de reserva", mantendo os salários baixos.
3) Discute como a agricultura e o proletariado rural desempenharam um papel fundamental nesse processo, fornecendo
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Crítica à razão dualista
Capítulo 1: Uma breve colocação do problema
1). Objetivo: revisão do modo de pensar a economia (p. 29)
2) Pressupostos: Não separar a economia da política (p. 30) 3) Crítico à teoria cepalina e à persepectiva conservadora dos economistas do Brasil (p. 29) 3.1) CEPAL se esquece de que a tarefa primeira do sistema é a própria reprodução e não a satisfação da vida das pessoas (“perspectiva ético- finalista”) (p. 29) -> expectativa de Prebisch de “reformar” o comportamento dos países centrais (NR da p. 31) 3.1.1) Único interlocutor válido (p.31) 3.1.2) A “crítica ao conceito de modo-de-produção subdesenvolvido” é radical. Trata-se de compreender o “moderno” e o “atraso” (que existiram em quase todos os modos de-produção e em qualquer período em termos de “oposição formal”) como unidade orgânica. (p. 32) 3.2) Economistas conservadores: dialética vulgar, como se a “sorte das partes pudesse ser reduzida ao comportamento do ‘todo’” -> “teoria do crescimento do bolo”. (p. 29) 3.2.1) “Sem razão”. (p.32) 4) O “subdesenvolvimento” é uma produção da expansão do capitalismo. Raras foram as vezes que o capitalismo encontrou um “modo-de-produção anterior” (casos México e Peru). O subdesenvolvimento é uma “forma capitalista e não histórica” (p. 33) 5) Desta forma a maneira correta de colocar o problema é: “Ao enfatizar o aspecto da dependência – a conhecida relação centro-periferia –, os teóricos do “modo de produção subdesenvolvido” quase deixaram de tratar os aspectos internos das estruturas de dominação que conformam as estruturas de acumulação próprias de países como o Brasil: toda a questão do desenvolvimento foi vista pelo ângulo das relações externas, e o problema transformou-se assim em uma oposição entre nações, passando despercebido o fato de que, antes de oposição entre nações, o desenvolvimento ou o crescimento é um problema que diz respeito à oposição entre classes sociais internas” (p.33) 6) A perspectiva cepalina não responde quem tem predominância: leis internas de articulação que gerem o “todo” ou se são leis de ligação com o resto de sistema que comandam sua estrutura de relações (p. 33) 6.1) Assim, a proeminência da teoria do subdesenvolvimento conformou para que não se formasse uma teoria do capitalismo no Brasil. Os “estereótipos” de “interesse nacional”, “internacionalização do centro de decisões”, “interesse nacional” “desviou a atenção teórica e a ação política do problema da luta de classes”. Isso justamente no período em que o país estava se industrializando. Por isso, “A teoria do subdesenvolvimento foi, assim, a ideologia própria do chamado período populista; se ela hoje não cumpre esse papel, é porque a hegemonia de uma classes afirmou de tal modo que a face já não precisa de máscara” (p. 34)
Capítulo 2: “O desenvolvimento capitalista pós anos 1930 e o
problema da acumulação”.
1) Revolução de 1930: fim e início de um novo ciclo
1.1) Importância da Indústria (em percentual do PIB somente supera a agircultura em 1956)0 1.2) Novo modelo de acumulação (“destruição das regras do jogo segundo as quais a economia se inclinava para as atividades agrário- exportadoras e, de outro, de criação das condições institucionais para a expansão das atividades ligadas ao mercado interno”) (p. 35) 1.3) “Realização parcial interna crescente” (p. 35) 2) A importância da legislação trabalhista neste novo regime de acumulação (p.36) 2.1) O salário mínimo 2.2) Chico critica as tendências – como Inácio Rangel, por exemplo – que achava que o salário mínimo alcançava “níveis institucionais” e, portanto, maior do que se obteria pela barganha entre capital e trabalho. (p. 36) 2.3) As correntes que defendem que entre 1930 e 1964 ocorreu um “distributivismo” (o qual na nota de rodapé ele até reconhece que pode ter ocorrido do ponto de vista político). (NR: p. 36) 2.4) As mesmas correntes abstraem o papel do Estado na conformação do mercado. (p.38) 2.4.1) Por isso é complicado supor que os níveis do salário mínimo estivessem “acima” do custo de reprodução do trabalho. Até pq a própria legislação foi elaborada como “salário de subsistência”. (p.38) 2.4.2) Não há cláusula de aumento do salário mínimo relacionado ao aumento da produtividade do trabalho. (p.38) 2.4.3) O mais importante, contudo, é a formação de um “exército industrial de reserva” (p.38) 2.4.3.1) A legislação trabalhista igualava reduzindo o preço da força de trabalho (pelo estabelecimento de um denominador comum) (p.39) 2.4.3.2) Se o estabelecimento do salário mínimo estive “por cima” dos níveis de barganha, haveria alguma crise no sistema de acumulação. O que se viu é justamente o contrário (p. 39) 2.4.4) O Estado assume outras formas de intervenção para consolidar o novo regime de acumulação. Regulação do preço do trabalho, investimento em infraestrutura, confisco cambial ao café, rebaixar o custo de capital (subsídio cambial). O “preço social” como mecanismo fundamental para destruir o antigo regime de acumulação e estabelecer o novo. (p.41-42) 2.4.5) O papel da agricultura (estimulá-la, mas não de forma que ela se torne o centro dinâmico do sistema). (p.42) 2.4.5.1) O setor exportador: trazer divisas (p.42) 2.4.5.2) O setor destinado aos produtos internos: alimentar as massas urbanas, não elevar o custo da alimentação e das matérias- primas. (p. 42-3) 2.4.5.2.1) Acumulação primitiva, não pela propriedade, mas pelo trabalho excedente (especialmente o trabalho morto). O camponês “abre” o caminho – planta para subsistência – e depois o proprietário “se aproveita” do trabalho do camponês. (p. 43). 2.4.5.2.2) Dado o caráter elástico da mão-de-obra e das terras, ocorre o que Ruy Miller Paiva chamou de “mecanismos de autocontrole no processo da melhoria técnica da agricultura”. Ou seja, em algumas situações é possível que o o “cultivo atrasdo” seja mais rentável que o o moderno. Exemplo de Itapeva. (p. 45) 2.4.5.3) O custo agrícola não subiu, se comparado ao industrial. Formação de um proletariado rural (sem direitos e sem estatuto de proletariado) que atuava nos setores da agricultura voltados à exportação e ao mercado interno, com custo baixo de reprodução (salários baixos). (p.45) 2.4.5.3.1) Dessa forma, a simbiose ocorria, pois o desenvolvimento urbano estimulava o desenvolvimento agrícola assentado numa alta exploração da força de trabalho. (p. 45-46) 2.4.5.3.2) O contrario também é verdadeiro. O proletariado rural -> exército de reserva. Preço dos alimentos baixo (determinados pela alta exploração e pelo baixo custo de reprodução da força de trabalho rural(p. 46) 2.4.6) “Em outras palavras, o preço de oferta da força de trabalho urbana se compunha basicamente de dois elementos: custo da alimentação 8 – determinado este pelo custo de reprodução da força de trabalho rural – e custo de bens e serviços propriamente urbanos; nestes, ponderava fortemente uma estranha forma de “economia de subsistência” urbana, que se descreverá mais adiante, tudo forçando para baixo o preço de oferta da força de trabalho urbana e, conseqüentemente, os salários reais.” (p. 46) 2.4.7) Tudo isso no contexto de aumento de produtividade -> enorme acumulação. (p. 46) Ou seja, os setores “atrasado” e “moderno”, antes se complementam. (p. 47). O erro da CEPAL foi tomar a oposição formal existente entre os dois setores no Chile e generalizá-lo para toda a América Latina (p. 47) 2.4.7.1) O crescimento da indústria de carros não se traduz em uma grande produção, por exemplo e uma grande produção de tratores. Ou seja, a indústria não precisa do mercado rural para se viabilizar. (p.47) 2.5) A industrialização tem sido “exageradamente” explicada em função da “substituição de importações”. (p. 48) 2.5.1) Esse modelo interpretativo está na raiz do dualismo cepalino (p. 48) 2.5.2) Falta na perspectiva cepalina a ideia de “mais-valia” (p.49) 2.5.3) A ideia de que a industrialização ocorreu por conta do consumo e não da produção/acumulação (p. 50). Veja o caso da Argentina que se industrializou no período de 1870-1930 (regime live- cambista, ampla capacidade de importação). 2.5.4) Observar que como o processo de industrialização foi determinado pelo necessidade de acumulação, o aumento da desigualdade (“modelo concentracionista”) ocorre simplesmente porque os ganhos de produtividade não são distribuídos/divididos no salaŕio (p.50) 2.5.5) A crise cambial é a”substituição de importações” é a “forma” dada pela crise “cambial”. Condição necessária, mas não suficiente. (p. 51) 2.6) Sobre a história da produção. No Brasil – tal qual ocorrido na Argentina – começou-se a produzir internamente os bens de consumo não-duráveis para as classes populares. (p. 50) Em uma segunda etapa, o processo dirigiu-se à produção de bens duráveis, intermediários e de capital (p.51). 2.6.1) Ainda no nível do discurso dos planos de desenvolvimento é fácil perceber que realmente a variável privilegiada é a dos efeitos interindustriais das novas produções, isto é, a produção e a acumulação. Pouco importa, para a rationale da acumulação, que os preços nacionais sejam mais altos que os dos produtos importados: ou melhor, é preciso exatamente que os preços nacionais sejam mais altos, pois ainda quando eles se transmitam interindustrialmente a outras produções e exatamente por isso elevem também a média dos preços dos demais ramos chamados “dinâmicos”, do ponto de vista da acumulação essa produção pode realizar-se porque a redefinição das relações trabalho-capital deu lugar à concentração de renda que torna consumíveis os produtos e, por sua vez, reforça a acumulação, dado que a alta produtividade dos novos ramos em comparação com o crescimento dos salários dá um “salto de qualidade”, reforçando a tendência à concentração da renda. O que é absolutamente necessário é que os altos preços não se transmitam aos bens que formam parte do custo de reprodução da força de trabalho, o que ameaçaria a acumulação. (p.51) 2.6.1.1) A realização da acumulação é interna, portanto não importa se o preço não é competitivo. 2.7) A questão dos serviços. Os teóricos do subdesenvolvimento acham que os serviços “são um peso morto” e que são “inchados” pois possuem um peso que não deveriam ter. 2.7.1) “A discussão anterior serve para introduzir a seguinte questão: como se explica a dimensão do Terciário numa economia como a brasileira? Entre 1939 e 1969, a participação do Terciário no produto interno líquido manteve-se entre 55% e 53%, enquanto a porcentagem da população economicamente ativa, isto é, da força de trabalho, saltava de 24% para 38%” (p. 54) 2.7.2) A questão é entender que o setor terciário é fundamental para o “modo de acumulação urbano” (p. 55) 2.7.3) Como o setor terciário ajuda na acumulação: “Mesmo certos tipos de serviços estritamente pessoais, prestados diretamente ao consumidor e até dentro das famílias, podem revelar uma forma disfarçada de exploração que reforça a acumulação. Serviços que, para serem prestados fora das famílias, exigiriam uma infra-estrutura de que as cidades não dispõem e, eviden- temente, uma base de acumulação capitalística que não existe. A lavagem de roupas em casa somente pode ser substituída em termos de custos por lavagem industrial que compita com os baixos salários pagos às empregadas domésticas; o motorista par- ticular que leva as crianças à escola somente pode ser substituído por um eficiente sistema de transportes coletivos que não existe. Comparado com um americano médio, um brasileiro da classe média, com rendimentos monetários equivalentes, desfruta de um padrão de vida real mais alto, incluindo-se neste todo tipo de serviços pessoais no nível da família, basicamente sustentado na exploração da mão- de-obra, sobretudo feminina.” (NR: p. 58) 2.8) Em síntese: “A originalidade consistiria talvez em dizer que – sem abusar do gosto pelo paradoxo – a expansão do capitalismo no Brasil se dá introduzin- do relações novas no arcaico e reproduzindo relações arcaicas no novo, um modo de compatibilizar a acumulação global, em que a introdução das relações novas no arcaico libera força de trabalho que suporta a acumulação industrial-urbana e em que a reprodução de relações arcai- cas no novo preserva o potencial de acumulação liberado exclusivamente para os fins de expansão do próprio novo. Essa forma parece absoluta- mente necessária ao sistema em sua expressão concreta no Brasil, quando se opera uma transição tão radical de uma situação em que a realização da acumulação dependia quase integralmente do setor externo, para uma situação em que será a gravitação do setor interno o ponto crítico da realização, da permanência e da expansão dele mesmo. Nas condições concretas descritas, o sistema caminhou inexoravelmente para uma concen- tração da renda, da propriedade e do poder, em que as próprias medidas de intenção corretiva ou redistributivista – como querem alguns – transformaram-se no pesadelo prometeico da recriação ampliada das tendências que se queria corrigir.” (p.60)
CAPÍTULO 3: UM INTERMEZZO PARA A REFLEXÃO POLÍTICA:
REVOLUÇÃO BURGUESA E ACUMULAÇÃO INDUSTRIAL NO BRASIL 1) O modo de produção da economia brasileir anão repete ipsis litteris o modelo clássico (p. 62) 2) A transformação estrutural experimentada pelo BR pós-1930 advinha das relações de produção vigentes. Ainda que o contexto internacional (DIT) fosse adverso. Diferença com a tese da dependência que supõe uma sincronia entre movimento interno e externo. (p. 62) 3) Ponto de vista interno: substituição das classes rurais pelas urbanas na pirâmide do poder (p. 62) 3.1) Isso não exige uma ruptura completa do poder. Pois ao contrário do “modelo clássico” não há uma crise na “totalidade da economia e da política” (p. 63), mas sim uma crise nas relações externas com o resto do sistema (p. 63) 4) Ponto de vista externo: crise dos anos 1930 cria o vazio, mas não alternativa. Segunda Guerra Mundial reativa o papel de exportador de matérias-primas da periferia. 4.1) Esse “vazio” criado pela crise impacta a hegemonia das classes rurais. O novo regime de acumulação deveria substituir o acesso externo da economia primário-exportadora (p. 64) 4.2) O desfio no pós-guerra: reconstruir as economias para evitar o avanço do socialismo no centro. O estímulo industrial a esses países do centro desvia recursos que poderiam ser alocados para países capitalistas não indutrializados e reforça a tese de Prebisch. (p.62) 5) A forma política: o populismo 5.1) A condição suficiente será encontrar um novo modo de acumulação que substitua o acesso externo da economia primário-exportadora. E, para tanto, é preciso adequar antes as relações de produção. O populismo é a larga operação dessa adequação, que come- ça por estabelecer a forma da junção do “arcaico” e do “novo”, corpo rativista como se tem assinalado, cujo epicentro será a fundação de novas formas de relacionamento entre o capital e o trabalho, a fim de criar as fontes internas da acumulação. A legislação trabalhista criará as condições para isso. (p.64) 5.2) Pacto de classe para “liquidar” o domínio da classe rural (p. 64) 5.3) A aliança serve para impedir que o boom do café no pós-guerra reverta a situação ao pré 1930. Convivência entre política aparentemente contraditórias que penalizam a produção para exportação, mas que mantém a capacidade de importação do sistema. 5.3.1) Daí que o trabalhador rural não tenha sido atingido pelas leis trabalhistas. Isso proporciona o acumulação primitiva, muito conveniente para a acumulação global.
6) Termina o capítulo retomando os argumentos da especificidade brasileira.
CAPÍTULO 4: A ACELERAÇÃO DO PLANO DE METAS: AS PRÉ-CONDIÇÕES
DA CRISE DE 1964
1) O problema do financiamento do modelo de JK, que recorre ao
endividamento externo privado. Isto suscita pressões sobre a balança de pagamentos. (p. 73) 1.1) Associação com capital estrangeiro (transferência de tecnologia). 1.2) Os tipos de indústrias privilegiados por exemplo. 2) Nesse sentido: “Mas o enfoque que se privilegia aqui é o de que, nas transformações que ocorrem desde os anos 1930, a expansão capitalista no Brasil foi muito mais o resultado con- creto do tipo e do estilo da luta de classes interna que um mero reflexo das condições imperantes no capitalismo mundial. ” (p. 74) 2.1) Isso não significa pensar a questão de maneira isolada do movimento internacional, mas de entender que o vácuo dos anos 1930 não foi preencido com estagnação, pois havia condições estruturais que poderiam alimentar tanto a formação do mercado interno quanto a acumulação (p. 74-75) 2.2) Reconhecer que havia uma racionalidade dos atores no processo. O expoente máximo e mais bem acabado dessa racionalidade é o Plano de Metas. (p. 75) 2.3) Nesta racionalidade, o papel do Estado brasileiro atuou para beneficiar o capital. 2.3.1) Não no sentido de transferir tecnologia para o capital nacional (p. 76) 2.3.2) A predominância e a força do capital estrangeiro não se traduziu em uma desnacionalização do processo de tomada de decisões. 2.3.2.1) O que o Estado brasileiro oferecia era o próprio mercado. 3) Retoma a hipótese de que o salário mínimo foi um elemento central para acumulação (pensar qque o salário não acompanhou a produtividade) (p. 77- 85) 4) Retoma o argumento do papel da agricultura e de seu papel no aumento da taxa de exploração (p.85-87) 5) A crise econômica 1961/63 que “culmina em 64” (p. 87) 5.1) Não é só uma crise de realização (p.87) 5.1.1) Muito do problema de realização se deve ao caráter concentracionista – qqwue num contexto de corrosão de salários, prejudica a realização dos setores da indústria mais ligados ao consumo popular, 5.2) A crise que se gesta, repita-se, vai se dar no nível das relações de produção da base urbano-industrial, tendo como causa a assimetria da distribuição dos ganhos da produtividade e da expansão do sistema. Ela decorre da elevação à condição de contradição política principal da assimetria assinalada: serão as massas trabalhadoras urbanas que denun- ciarão o pacto populista, já que, sob ele, não somente não participavam dos ganhos como viam deteriorar-se o próprio nível da participação na renda nacional que já haviam alcançado. (p.88) 5.3) O argumento econômico é demosntrado pela questão alimentar. De como o salário não conseguia garantir a reprodução da mão-de-obra (p.88-90) 5.4) Discorda-se, assim, radicalmente da interpretação de M. da C. Tavares e J. Serra*, de que a crise é motivada pela redução das expectativas de inversão e, mais ainda, de que esta não tinha condições de concretizar-se, ameaçada pela falta de financiamento e pelo incremento dos salários12. Nenhum dado aponta nessa direção, e permanecer dentro dela é cair num lamentável economicismo que confunde a realidade formal das variáveis da análise econômica com o substrato que elas descrevem. Tomar a redução do nível da inversão em 1963 comparado a 1962, tal como se vê nas contas nacionais, como indicação de que esta se havia esgotado, é apenas tomar um dado ex post : é evidente que, nas condições descritas, quando as classes trabalhadoras tomam a iniciativa política, tem início um período de agitação social. (p.91) 5.5) “Pensar que, nessas condições, poder-se-iam manter os horizontes do cálculo econômico, as projeções de investimentos e a capacidade do Estado de atuar mediando o conflito e mantendo o clima institucional estável, é voltar ao economicismo: a inversão cai não porque não pudesse realizar-se economicamente, mas sim porque não poderia realizar-se institucionalmente” (p. 91-92)
CAPÍTULO 5: A EXPANSÃO PÓS-1964: NOVA REVOLUÇÃO ECONÔMICA
BURGUESA OU PROGRESSÃO DAS CONTRADIÇÕES?
1) PAEG -> recessão para combater a inflação (p. 93)
2) Foi somente quando começou a praticar-se uma política seletiva de combate à inflação, que se retomou a expansão do sistema: o termo seletiva não deve ser confundido com outra quase lei de seletividade derivada de prioridades sociais. A política seletiva implantada distingue, antes, seletividade de classes sociais e privilegia as necessidades da produ- ção. (p. 94) -> seletiva pois transfere o custo do combate à inflação para as classes mais baixas ao buscar que a alteração nos custos da reprodução não alcancem o nível da produção. 2.1) Isso alimenta e é alimentada por uma estrutura concentrada/concentradora de renda (p. 95-97) 2.2) Ele questiona a hipótese Conceição Tavares e Serra da “redistribuição intermediária”. (98-99). 3) A repressão salarial, então, sustenta uma superacumulação (p.100) 4) Essa condição se acentua com a aceleração do período 1957/1962 (feita, lembre-se, em condições adversas de balanço de pagamento). 4.1) A implantação de ramos “dinâmicos” que exigem um grau monopolístico exigem uma constante alta da taxa de lucro. Daí o quadro de repressão salarial (p.101) 4.2) Assim, mantendo-se alta a taxa de lucro e, pelo subsídio ao capital, elevando-se a taxa de lucro potencial nas áreas e setores ainda não monopolizados, forma-se um superexcedente nas superempresas que alastram sua influência e seu controle às outras áreas da economia. O conglomerado, que é a unidade típica dessa estruturação monopolística, não é, ao contrário do que se pensa, uma estruturação para fazer circular o excedente intramuros do próprio conglomerado, mas uma estruturação de expansão. A manutenção de taxas de lucros elevadas é a condição para essa expansão. (p.102)