Manual Atividades Pedagógicas Do Quotidiano Da Criança
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Manual
MÓDULO
Atividades Pedagógicas do
Quotidiano da Criança (3281)
CURSO
Objetivos
Conteúdos
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Os pais pelo facto natural de terem dado vida a um novo SER, assumem o
inerente dever de o criar e educar, proporcionando-lhe tanto quanto possível, um
ambiente calmo, equilibrado e saudável em que ele se sinta acarinhado,
acompanhado e protegido.
A Escola, para além de incutir no JOVEM o gosto pelo conhecimento, procurar
criar um clima em que ele também possa adquirir o sentido de liberdade responsável,
de forma a desenvolver o espírito crítico e criativo, que o leve a tomar decisões
pessoais coerentes e acertadas em cada situação da sua vida.
O papel da própria criança, é facilmente compreensível no processo de
formação equilibrada. É a ela que cabe a decisão de quais as orientações a seguir e a
forma como filtra os estímulos recebidos do ambiente que a rodeia. O mesmo estímulo
terá seguramente impacto diferente em diferentes crianças, exatamente pelo cariz de
individualidade humana.
a) De forma naturalista
Esta é uma observação feita continuamente ao longo do dia. Apoia a
planificação de atividades e a avaliação do desenvolvimento da criança.
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b) De forma sistemática
Este tipo de observação é planeada e estruturada. É devidamente definido
aquilo que se pretende observar. Quando observamos de forma sistemática, devemos
utilizar uma grelha de observação onde seja descrito: o grupo ou criança a observar;
a idade dos elementos a observar; o local da observação; a data, hora e duração da
observação e, os objetivos da observação.
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3.2. Crianças muito pequenas em ação: Como bebés e crianças até aos 3
anos aprendem
Bebés e crianças até aos 3 anos aprendem com todo o seu corpo e todos os seus
sentidos:
Os bebés e as crianças mais novas recolhem informações a partir de todas as
suas ações - olhando para a cara da mãe, do pai ou de outra pessoa que cuida deles,
brincando com as suas mãos, acariciando o biberão, dando golos pela caneca,
tocando com os seus dedos na roupa de quem lhes presta cuidados, metendo um livro
ou um brinquedo na boca, desfazendo biscoitos, chapinhando na água, desviando
com os pés o cobertor, chorando quando outra criança chora, ou andando com uma
boneca ao colo.
Os bebés e as crianças mais novas aprendem ao fazer as coisas. No início da
vida, as descobertas que os bebés fazem sobre eles próprios e sobre o seu ambiente
próximo ocorrem através da ação – mexer os braços, olhar as mãos, dar pontapés,
rolar, alcançar, agarrar e empurrar objetos, cheirar, ouvir, tocar, mastigar, saborear,
gatinhar, levantar-se. Antes das crianças começarem a falar, é também através da
ação que expressam aos adultos aquilo que vão descobrindo e sentindo – chorando,
balanceando, voltando as costas, fazendo caretas, agarrando-se, abraçando,
brincando às escondidas, chupando e olhando. O seu envolvimento com adultos e
materiais interessantes e desafiantes faz com que estejam motivados em explorar o
mundo.
As crianças pequenas têm uma grande necessidade de agir e aprender. Para
isso, utilizam como “ferramentas” os olhos, nariz, ouvidos, boca, mãos e pés.
Observam pessoas, animais de estimação ou objetos em movimento, examinam com
muita atenção as luzes e as sombras, sentem a textura e a temperatura de coisas nas
suas mãos e pés, ficam paradas a ouvir uma voz ou uma canção e põem na boca
quase tudo o que conseguem agarrar. Ficam fascinadas com objetos domésticos
(panelas, tampas, chaves, caixas, colheres, etc.) e materiais naturais (pedras, paus,
folhas, etc.). Gostam imenso de explorar materiais macios e moles, objetos fáceis de
agarrar, materiais que sujem, coisas que possam pôr em movimento, objetos que as
ajudem a pôr-se de pé ou para que possam trepar, materiais que façam barulho e
também outras pessoas! Na creche, os bebés olham atentamente para a cara da
pessoa que cuida deles e os protegem, estão atentos e respondem ao som da sua
voz, conhecem o seu cheiro e descansam com segurança no calor dos seus braços e
corpo. Quando começam a andar, as crianças apoiam-se nela ou seguram-na para
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caretas – quando a água ou sumo do biberão têm um sabor diferente, quando ouvem
um barulho novo. Mexem as mãos, braços e pernas porque estão excitados, felizes ou
contentes. Dão gritos de alegria quando veem as pessoas, animais ou brinquedos
preferidos. Começam a palrar e a repetir o som de consoantes e vogais que ouvem
durante as conversas. Com o passar do tempo, o palrar toma a forma de linguagem, à
medida que procuram juntar-se à conversação social do dar-e-receber com os pais,
outros familiares e outras pessoas que cuidam deles.
Quando o bebé começa a falar, a linguagem precoce é telegráfica (muito curta)
e económica: “Bô” é biberon, “Chô eu” é Sou eu que faço sozinho, “Rua” é Vamos à
rua, “Cão-ão-ão” é Isto é a imagem de um cão. As crianças mais novas ouvem e
compreendem a linguagem muito antes de serem capazes de a produzir sob a forma
gramatical. Entretanto, vão juntando sons, gestos e palavras de uma forma que, para
elas, faz todo o sentido.
Comunicando o que sentem e o que descobrem a adultos recetivos e
sensíveis, os bebés e crianças entram para a vida social organizada da comunidade
onde se relacionam com outras pessoas, testam ideias e ganham consciência das
suas ações, sentimentos ou perceções. Os educadores deverão dar particular atenção
às ações, sons, expressões, gestos e palavras das crianças. Observam e ouvem
cuidadosamente as crianças e dão-lhes “tempo de antena” e espaço suficiente de
conversação para se expressarem à sua maneira, permitindo que as crianças ouçam a
língua e participem como interlocutores ativos na comunicação. Bebés e crianças
querem comunicar, relacionar-se e emitir significado. Quanto mais são apoiados no
respeito pelos seus desejos, melhores comunicadores se tornam. Se desde cedo os
pais e educadores forem compreensivos e gastarem o seu tempo a falar com os bebés
e a ouvi-los atentamente, estes terão mais facilidade com a fala, escuta, leitura e
escrita. As crianças pequenas “falam” à sua própria maneira e precisam de falar,
mesmo antes de conseguirem utilizar as palavras “corretas”.
Bebés e crianças até aos 3 anos aprendem num contexto de relações de confiança
Para aprenderem e crescerem as crianças precisam de um ambiente
emocionalmente rico, que o psicanalista Milton Erikson (1950) descreveu como aquele
que apoia a confiança em vez da desconfiança. As crianças que estabelecem relações
positivas com os pais e educadores ganham a partir dessas relações a coragem de
que precisam para explorar o mundo que existe para além da mãe. Se por um lado os
bebés e crianças até aos 3 anos estão poderosamente auto motivados para
aprenderem com todo o seu corpo e sentidos e para comunicarem aquilo que sabem,
também dependem, por outro lado, da afirmação e do calor de relações de confiança
para o fazer. Enquanto seres auto motivados, os bebés desempenham um papel ativo
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confiança, a criança fica oprimida pelo medo, tristeza ou mágoa e torna-se cada vez
mais passiva e incapaz de pedir ajuda.
Pelo contrário, relações de confiança promovem desenvolvimento físico e
equilíbrio emocional. Uma relação de confiança conduz a outra, como Jillian Rodd
(1996) explica:
Um bebé que fez pelo menos uma vinculação segura terá maior probabilidade
de desenvolver relações seguras com pessoas do seu mundo (avós, outros adultos,
outras crianças e pessoal educativo). As relações dos bebés com outras pessoas,
como os educadores de infância, não são consideradas uma ameaça ao elo mãe –
filho, sendo antes contributos para o desenvolvimento do sentido de confiança do
bebé no mundo e nas pessoas que nele vivem.
Deste modo, a aprendizagem ativa ocorre num contexto social intenso cuja
chave são as relações de confiança.
Dada a necessidade absoluta de relações de confiança para a aprendizagem e
o desenvolvimento ocorrerem, como é que as pessoas que tomam conta de crianças
constroem tais relações? Num estudo norte-americano sobre cuidados e vinculações
precoces, a psicóloga Margaret T. Owen (1996) descreveu os comportamentos
apresentados por adultos carinhosos envolvidos em relações de confiança com
crianças muito pequenas:
Sensibilidade à calma da criança: O adulto mostra interesse pelas brincadeiras das
crianças;
Aceitação incondicional positiva: O adulto aprecia as ações e as explorações da
criança;
Ausência de negativismo: O adulto comunica calor e respeito;
Emoções partilhadas: O adulto reconhece os sentimentos da criança, desde a
satisfação até à frustração;
Contacto físico positivo, incluindo acariciar, abraçar, segurar, baloiçar, pegar ao colo;
Respostas atentas: O adulto responde prontamente aos sinais e aproximações,
comunicação e fala da criança; dá plena atenção à criança;
Estimulação: O adulto fala com as crianças; explica-lhes o que vai acontecer a seguir,
encoraja a criança a resolver problemas; lê para a criança.
Confiança
“A sorte da maior parte das crianças é terem sido abraçadas muitas vezes. Com base
nisso ganham confiança num mundo amigável, mas, ainda mais importante, por terem
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sido abraçadas com amor são capazes de progredir rapidamente no seu crescimento
emocional. Os alicerces da personalidade são fortes se o bebé for bem abraçado. Os
bebés não se recordam de terem sido abraçados – do que se lembram é da
experiência traumática de não terem sido abraçados.” (D. W. Winnicott,1987)
Curiosidade
“Ao estimular a necessidade de autonomia dos bebés, é preciso ter em conta a
enorme importância da relação que os bebés desenvolvem com as principais figuras
que cuidam deles. Uma relação íntima e confiante é o pré-requisito para a separação
e a individualização saudável da criança. Só depois de terem “recarregado baterias”,
nos momentos que passaram de forma não apressada com as amas ou educadoras, é
que estão dispostos a afastar-se delas para explorar o meio ambiente.” (Magda
Gerber,1981)
Flexibilidade
“A experiência de uma mãe encorajadora, apoiante e cooperante e, um pouco mais
tarde, de um pai, proporciona à criança um sentido de competência e de valor próprio,
a crença na capacidade de ajuda dos outros e um modelo favorável sobre o qual
poderá desenvolver relações futuras. Além disso, a oportunidade de explorar com
confiança o seu meio e de lidar eficazmente com ele promove na criança um sentido
de competência. Consequentemente, desde que as relações familiares continuem a
ser favoráveis, não só estes padrões iniciais de pensamento, sentimento e
comportamento permanecem, como também a personalidade se torna cada vez mais
estruturada de modo a funcionar de forma moderadamente controlada e flexível e
cada vez mais capaz de se manter assim, apesar de algumas condições adversas.”
(John Bowlby,1982)
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Desenvolvimento sensório-motor;
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Desenvolvimento socioafetivo;
Desenvolvimento cognitivo.
Domínio sensório-motor:
Adquirir a estruturação do esquema corporal;
Estruturação espaço-tempo;
Lateralidade;
Educação dos sentidos: sensações visuais, auditivas, gustativas, olfativas,
táteis;
Desenvolvimento da motricidade fina (precisão gestual);
Equilíbrio.
Domínio socioafetivo:
Estabelecer relações de confiança e segurança;
Autonomia e sentido crítico;
Socialização: relação da criança com as outras crianças, relação da criança
com os adultos, relação da criança com o mundo: afirmação do "eu",
conhecimento do "outro", integração no grupo, noção de responsabilidade;
Estabelecer hábitos de higiene.
Domínio cognitivo:
Capacidade de atenção e observação;
Imaginação e criatividade;
Linguagem;
Capacidade de organizar e verbalizar conceitos;
Expressão gestual e mímica;
Aperfeiçoamento do vocabulário;
Proporcionar contactos com a realidade dentro e fora da instituição;
Matemática;
Desenvolver capacidades de visualização, memorização e atenção.
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Para além daqueles que resultam da lei e do seu vínculo contratual, são ainda
deveres dos Auxiliares de Ação Educativa:
a) Conhecer e cumprir o Regulamento Interno do Agrupamento;
b) Ser eficiente no desempenho das suas funções;
c) Ser assíduo e pontual;
d) Não abandonar o seu setor sem motivo justificado;
e) Fazer vigilância das crianças durante os intervalos;
f) Respeitar toda a comunidade escolar;
g) Não utilizar a violência na resolução de conflitos com as crianças;
h) Manter o seu setor limpo;
i) Comunicar ao superior hierárquico qualquer anomalia detetada no seu setor;
j) Contribuir para um bom ambiente de trabalho;
k) Não interromper as atividades sem motivo;
l) Assistir ou encaminhar para a assistência crianças com doença ou acidentadas.
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Existe uma série de atitudes saudáveis com as quais se pode avaliar o próprio
comportamento de uma maneira proveitosa, sem a necessidade de se sentir mal.
Sugestões:
Ter o propósito de não se ferir a si mesmo nem aos outros;
Assumir os erros como aquilo que são: algo natural;
Conversar consigo mesmo para perceber a situação de maneira mais objetiva
possível, apagando os sentimentos negativos;
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