3 Parabolas de Yeshua Por Joseph Shulam Parabola Do Grande Banquete Parte 1

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Shalom, aqui é Joseph Shulam

e nós continuaremos com a terceira lição

acerca das parábolas de Yeshua, o Messias.

No novo testamento, nos evangelhos

há muitos ensinos e ditos de Yeshua

e muito do seu ensino é feito por parábolas.

Parábolas eram o meio pelo qual Yeshua ensinava

e, naturalmente, durante o período do segundo templo

Yeshua não era o único rabino que ensinava por parábolas.

Nossos rabinos tradicionais, cujos ditos estão registrados no Talmude, na Mishná

na literatura midrashica

todos ensinaram utilizando parábolas

porque parábolas eram o meio em que as pessoas podiam dizer coisas

que não poderiam ser ditas de forma mais suave

se não fosse na forma de parábolas.

E parábolas possuíam alguns pontos espirituosos

alguns pontos políticos

alguns pontos astutos

e algumas vezes elas eram absurdas.

Mas, na verdade, a partir desse absurdo

desse ponto difícil das parábolas

alguém pode aprender muito

daquilo que não pode realmente ser dito

a menos que seja dito por meio de uma história.

Nós já tratamos de duas passagens

sobre as parábolas de Yeshua.

E eu quero dizer que quando nós estudamos as palavras de Yeshua

os evangelhos

nós encontramos uma situação muito diferente

daquilo que tradicionalmente é considerado pelo cristianismo evangélico


como o "pão com margarina", as bases

as questões fundamentais

do novo testamento, e do evangelho.

As questões fundamentais do novo testamento

se tiradas dos evangelhos

verificaremos que são bastante compatíveis

com o mundo judaico de Yeshua

com a época em que Yeshua viveu aqui

na terra de Israel

na cidade de Jerusalém

em que caminhou pelas colinas da Galileia

alimentou pessoas nos vales próximos ao mar da Galileia

e pescou junto de seus discípulos

no mar da Galileia

no Kineret, como nós o chamamos em hebraico.

Hoje eu quero tratar a respeito da parábola que fala sobre parte da cultura da
época.

Nós temos que estar cientes de que naquela época o principal entretenimento

que as pessoas tinham era em casa

e se dava durante a hora da refeição.

O momento da refeição não era apenas para se alimentar o corpo

mas também era considerado um momento maravilhoso

para se entreter, conversar, filosofar e aprender.

É uma ótima hora para se aprender durante o jantar.

Eu vejo que na nossa cultura atual as famílias se encontram muito pouco

como a família toda se sentar para jantar e falar sobre as coisas

que são pertinentes, espirituais e construtivas

para os relacionamentos na família

e que são usadas como meio de ensino.

Mas tanto Yeshua como os rabinos


tinham muita relação

com jantares

e durante esses momentos de jantares

eles se sentavam juntos ao redor da mesa

normalmente usava-se uma mesa de 3 pernas

como a letra C

mas em 3 pernas

e no meio havia um buraco

e as pessoas se sentavam ao redor dos lados da mesa.

O buraco no meio servia para que os servos pudessem trazer a comida

e servir a todas as pessoas ao redor da mesa.

Elas podiam ver umas às outras e assim discutir.

Isso se chamava "triclinium", em latim

uma mesa de 3 lados.

Assim, muitas das parábolas de Yeshua e das histórias de Yeshua

se deram na casa de alguém

durante o jantar.

Isto ocorre em Lucas 7

e agora nós iremos falar sobre

o encontro de Yeshua, num jantar,

discutindo coisas com seus anfitriões.

Eu vou ler primeiro a parábola de Yeshua

em Lucas 14

dos versículos 15 a 27.

"Quando um dos que estavam à mesa com ele ouviu isso

ele disse a Yeshua:

Bem-aventurado é aquele que comer pão no reino de D-us.

Yeshua porém respondeu:

Um certo homem dava uma grande ceia e convidou a muitos.


E à hora da ceia, mandou seu servo dizer aos convidados:

Venham, pois tudo já está preparado.

Mas todos começaram a dar desculpas.

O primeiro disse: Eu acabei de comprar um campo

e preciso ir vê-lo.

Por favor, me desculpe!

O outro disse: Eu comprei 5 juntas de bois

e vou experimentá-los.

Por favor, me desculpe!

Ainda outro disse: Casei-me e portanto não posso ir.

Voltou o servo e contou tudo isto a seu senhor.

Então o dono da casa, indignado, disse ao seu servo:

Sai depressa para as ruas e becos da cidade e traze aqui os pobres, os aleijados,
os cegos e os coxos.

Depois disse o servo: Senhor, feito está como ordenaste e ainda há lugar.

Respondeu o senhor ao servo: Sai pelos caminhos e valados e faze-os a entrar

para que minha casa se encha.

Pois eu vos digo que nenhum daqueles homens que foram convidados provará da minha
ceia."

Verso 25:

"Ora, iam com Yeshua grandes multidões

e, voltando-se, ele disse-lhes:

Se alguém vier a mim e não aborrecer a pai e mãe, a mulher e filhos, a irmãos e
irmãs

e ainda também à própria vida

não pode ser meu discípulo.

Quem não leva sua cruz

e não me segue

não pode ser meu discípulo."

Esta parábola de Yeshua

possui muitos aspectos bastante difíceis


mas para entendê-los

nós precisamos conhecer a Torá

e a parte desta Torá

vem do texto de Deuteronômio 20

em que pessoas que casaram,

compraram bois, ou um campo, ou são medrosas

são dispensadas de se juntarem ao exército e irem à guerra.

Este é o primeiro aspecto que fica muito evidente

para qualquer um que conheça a Torá

nesta parábola.

Essas pessoas que foram convidadas

e queriam ser dispensadas de irem à ceia

tinham uma desculpa legítima

para não irem à guerra.

Mas a questão que chega aqui é:

é esta uma desculpa legítima

para não ir à ceia?

E tudo isso no cenário

da discussão que já se perdurava naquela mesa

durante o jantar

entre Yeshua e o convidado

que disse: "bem-aventurado o homem que comer pão no reino de D-us".

Ou seja, todos querem comer pão no reino de D-us

mas muitas pessoas

apresentam desculpas para não irem.

São coisas mais importantes para elas, mais comprometedoras

e então não podem deixá-las.

Nós iremos entrar nesta parábola novamente

no próximo ensino

e discutiremos as implicações rabínicas que vêm desta parábola


e a parábola que é paralela

à parábola de Yeshua, na literatura rabínica

e que aparece várias vezes na literatura rabínica

e nos ilustra também sobre a cultura da época

e das implicações morais

do ensino de Yeshua.

Nós devemos entender

queridos irmãos e irmãs

e queridos amigos

que Yeshua viveu no período do segundo templo

na terra de Israel

na cultura judaica

ainda que a cultura judaica tenha tido influências

da cultura grega.

Como hoje, em que temos uma grande influência da cultura americana

e mesmo a nossa língua foi corrompida

com muitos anglicismos

como

eles dizem

"it will not hold water" ("não vai reter água" - expressão inglesa que quer dizer
que o argumento não é lógico, não tem cabimento)

em hebraico: "lo machzik maim"

claramente um anglicismo

e nós temos "drugstores" (drogarias)

em hebraico se diz "drugstore"

e coisas como

"you're driving me nuts" ("você me deixa louco")

são traduzidas às vezes para o hebraico

e ficam muito engraçadas.

A mesma coisa aconteceu na época de Yeshua com o grego.


No entanto, a língua principal

e a principal maneira de se expressar

não era em grego

principalmente quando ocorria uma discussão religiosa

ou em jantares formais

era sempre em hebraico.

E o hebraico se reflete nestas parábolas de Yeshua.

Elas precisavam ser ditas em hebraico

e não em grego.

Então nós iremos para a segunda

parte

da mesma lição

explorando a literatura rabínica

a partir de um texto similar ao da parábola.

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