Ventilação Forçada e Ar Condicionado PDF
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FORÇADA E AR
CONDICIONADO
Referências
Copyright, 2000
Todos os direitos reservados
IEFP
“Produção apoiada pelo Programa Operacional Formação Profissional e Emprego, confinanciado pelo
Estado Português, e pela União Europeia, através do FSE”
ÍNDICE
DOCUMENTOS DE ENTRADA
OBJECTIVOS GERAIS ................................................................................................... E.1
CORPO DO MÓDULO
0 – INTRODUÇÃO ...........................................................................................................0.1
COMANDO ELECTRÓNICO..........................................................................................1.13
2 – AR CONDICIONADO..................................................................................................2.1
2.5.4 – O CONDENSADOR............................................................................................2.45
2.5.6 – O EVAPORADOR...............................................................................................2.48
DOCUMENTO DE SAÍDA
ANEXOS
OBJECTIVOS ESPECÍFICOS
PRÉ-REQUISITOS
Lubrificação de Sistemas de
Sistemas de Sistemas de Carga e
Motores e Alimentação Diesel Alimentação por Sistemas de Ignição
Arrefecimento Arranque
Transmissão Carburador
Sistemas de Aviso
Sistemas de Lâmpadas, Faróis e Sistemas de
Sobrealimentação Focagem de Faróis Acústicos e
Informação Farolins Comunicação
Luminosos
Sistemas de Sistemas de Conforto Embraiagem e Caixas Sistemas de Sistemas deTravagem Sistemas de Travagem
Segurança Passiva e Segurança de Velocidades Transmissão Hidráulicos Antibloqueio
Diagnóstico e Diagnóstico e
Análise de Gases de Reparação em Reparação em Rodas e Pneus Manutenção Termodinâmica
Escape e Opacidade Sistemas com Gestão Sistemas Eléctricos Programada
Electrónica Convencionais
Constituição de
Noções de Mecânica Funcionamento do Processos de
Gases Carburantes e Legislação Específica Traçagem e Processos de Corte e
Combustão Automóvel para GPL Equipamento Con- sobre GPL Desbaste
versor para GPL Puncionamento
Legenda
Módulo em Pré-Requisito
estudo
0 - INTRODUÇÃO
Por todo o mundo, o automóvel é um componente imprescindível do nosso dia-a-dia, desde a época
em que aparece (mais de cem anos) que aumentam os seus adeptos, admiradores assombrados com
a façanha da descoberta e fascinados com a tecnologia. Qualquer pretexto é bom para conduzir, sendo
imprescindível a segurança e o conforto. Para tais requisitos é de enorme importância a climatização do
habitáculo, pois a temperatura, o vento, a humidade, são determinantes para o bem-estar, e proporcionar
uma condução segura.
Complexos sistemas equipam hoje as viaturas, acentando a sua tecnologia em conceitos conhecidos,
mas por processos diferentes.
Não é o objectivo deste módulo abordar pontualmente um ou outro sistema, mas sim generalizar
dotando o técnico de conhecimentos, que adaptados a cada caso, será de elevada importância no
êxito da intervenção no sistema abordado neste módulo.
Com este sistema, pretende-se que um fluxo de ar controlado, entre no habitáculo, seja filtrado e
aquecido ou não conforme as necessidades.
As duas figuras seguintes mostram um dos sistemas de ventilação do habitáculo. Na fig. 1.2 o ar circula
através do permutador (radiador) e portanto, ar quente (caso o líquido de arrefecimento do motor
também o esteja). Na fig. 1.3 o fluxo de ar é desviado pela comporta de mistura (3) e não atravessa o
permutador (radiador), portanto gera ar à temperatura ambiente.
A temperatura do ar enviado aos difusores é assim neste caso determinada pela posição da comporta
de mistura (3 na Fig. 1.2), a qual pode desviar o fluxo de ar proveniente do exterior directamente para
a zona de distribuição ou para o permutador de calor.
A temperatura que sai nos difusores é conseguida (como atrás foi referido) fazendo circular o líquido
de arrefecimento através de um radiador situado dentro do habitáculo, oculto pelo tablier.
Foi nalguns casos utilizado um sistema diferente, pois não existindo líquido de arrefecimento, restava a
utilização do calor do motor da viatura, canalizado para dentro do habitáculo. Presentemente, utilizando
o radiador dentro do habitáculo (1 na Fig. 1.3), dois sistemas subsistem:
A fig. 1.7 mostra um tipo de comandos intermédio no que diz respeito à tecnologia aplicada, ou seja,
existem sistemas em que todos os actuadores são mecânicos (por cabo, pneumático ou tirante):
Neste caso (fig. 1.7) as comportas são accionadas por cabo, sendo a recirculação de ar accionada
electricamente, com temporização.
3
1 – Motor
2
2 – Permutador (radiador)
A Recirculação de ar é uma característica da maioria dos sistemas, e permite que o ar circule apenas
no habitáculo fechando a entrada de ar (quase totalmente) do exterior. Situação necessária quando em
utilização de percursos com poeira ou cheiros.
A – Ar exterior.
B – Ar do habitáculo.
C – Habitáculo.
1 – Comporta de recirculação.
2 – Motor de ventilador.
Fig.1.9 – Recirculação
A velocidade do ar que entra no habitáculo também deve ser controlada para evitar mal estar aos
ocupantes. Comprovou-se que a velocidade do ar deve estar compreendida entre 7 e 25cm/seg dado
que a velocidade do veículo influencia a entrada de ar no habitáculo, a rotação do ventilador interno é
controlada (nalguns sistemas) pela unidade de climatização de modo a manter constante, tanto quanto
possível, o caudal de ar a entrar no habitáculo.
1 – Interruptor
Nalguns casos também com sistemas de gestão de climatização, o fecho do habitáculo é temporizado,
não indo para além de 20 minutos, a partir daí (variando também com o número de ocupantes,
com a humidade atmosférica e com a diferença térmica entre o interior e o exterior) o ar torna-se
excessivamente viciado, e seco.
O Sistema de ventilação foi dotado de um filtro (a partir dos anos 90 tornou-se mais popular), de
modo a que todo o ar que entra no habitáculo terá necessariamente que por ele passar, para obter a
melhor qualidade possível do ar e evitar a entrada de substâncias nocivas, este filtro tem substituição
programada(em função do fabricante da viatura). Em média tem uma vida útil de 30.000 kms.
1 2 3
Este circuito é importante no que diz respeito à parte de aquecimento da ventilação. O permutador
2 (ou radiador de chauffage) é um circuito em derivação com o circuito de arrefecimento do motor
(aconselha-se abrir a válvula hidráulica 8 para melhor purgar o circuito do líquido de arrefecimento,
caso seja necessário uma intervenção e este nível), a válvula hidráulica interrompe apenas um dos dois
tubos do circuito do permutador 2, e tem desvantagem de tornar este sistema mais lento na reacção
das mudanças quente para frio ou vice versa (operadas pelo utilizador), em relação ao outro sistema
de comporta misturadora.
1 – Controlo do ventilador
1.1 – Selector de velocidades do motor do ventilador
1.2/1.3 – Interruptor do motor de recirculação de ar do habitáculo
1.6 – Indicador de recirculação do ar do habitáculo
R 11 – Resistências para velocidades do motor do ventilador
M – Motor do ventilador
Y – Motor actuador de recirculação de ar do habitáculo
1. 5 – AQUECIMENTO ALTERNATIVO
Em climas de temperaturas mais baixas, como por exemplo nos Países do Norte da Europa, o sistema
tratado neste capítulo tem um sub-sistema para aquecimento alternativo do habitáculo. Sabemos já
que o referido aquecimento está dependente do aquecimento do líquido de arrefecimento do motor, e
assim, far-se-ão os primeiros quilómetros (dependendo da carga aplicada ao motor, nesse período de
aquecimento) sem aquecimento do habitáculo. Por essa razão, os sistemas de climatização (por opção
do país importador) são dotados de aquecimento por resistências eléctricas (PTC), e o esquema eléctrico
aqui representado será completado com o anexo do sub-sistema (PCS e respectivo comando).
Nalguns casos, o aquecimento do habitáculo é beneficiado com o aquecimento também por resistências
eléctricas do circuito de arrefecimento do motor, para acelerar o processo de aquecimento do líquido de
arrefecimento. Com o líquido quente em menos tempo, temos aquecimento do habitáculo em menos
tempo também.
O controlo das resistências de aquecimento do líquido de arrefecimento do motor, neste caso, não é
feito no sistema de aquecimento do habitáculo.
Como atrás referido, a função do sistema é aquecer o interior da viatura durante o período de
aquecimento do motor. Quando a temperatura do líquido de arrefecimento do motor atinge cerca de
800 C, o pré-aquecedor desliga-se. São utilizados dois princípios de funcionamento, um totalmente
eléctrico, mencionado anteriormente (utilizado normalmente para veículos a gasolina), outro com uma
componente mais mecânica, gerido electronicamente (utilizado normalmente em veículos diesel):
Sistema com Variação Contínua de Velocidade dos Motores dos ventiladores. Trata-se de um sistema,
em que as velocidades dos ventiladores, e os motores accionadores das comportas, são controlados
electronicamente.
2 – AR CONDICIONADO
2.1 – INTRODUÇÃO
Em finais do Sec. XIX Carl Von Linde liquefaz o ar. É à máquina utilizada para este efeito que se fica a
dever o frigorífico, e o equipamento de ar condicionado.
Em 1927 começa-se a pensar em conduzir num habitáculo cuja temperatura fosse mais baixa que a
exterior. Na América (EUA) barras de gelo e um ventilador fazem baixar a temperatura do habitáculo.
Pakard (Construtor Americano) em 1940 fabrica 1000 veículos com ar condicionado. As caixas térmicas
transportadas nas carroçarias passaram para pequenos recipientes no habitáculo. Durante a guerra
parou, voltou em 1950, mas foi em 1965 que se impôs.
Impôs-se a refrigeração com compressor, e não se prevê a curto prazo alterações significativas no
sistema por compressor. Construções aerodinâmicas e grandes superfícies vidradas contribuíram cada
vez mais para a utilização do ar condicionado, com vista à obtenção de uma boa climatização do
habitáculo.
Foi referido anteriormente os inconvenientes das janelas e tectos abertos para controlar a temperatura
do habitáculo, de modo a permitir uma condução segura e descontraída, proporcionando aos ocupantes
conforto. Manter o ambiente com bases higiénicas e fisiológicas para uma atmosfera pura, temperada e
tanto quanto possível desumidificada é pois a função do ar condicionado.
Temos assim a explicação do termo “clima”, ou seja o envolvimento térmico do Homem, tendo como
componentes mais importantes, a temperatura e a velocidade do ar, a radiação térmica incidente e o
teor da humidade atmosférica.
A humidade relativa é a medida do conteúdo de vapor de água existente no ar, e é um factor importante
para o conforto dos ocupantes da viatura porque:
Uma gota de álcool sobre a pele é um bom exemplo: o álcool evapora com rapidez, absorvendo calor
ao mudar de estado líquido para o estado gasoso. Este processo produz uma sensação de frescura
na pele.
Quando o ar contém muito vapor de água, a evaporação é mais lenta. Ao reduzir a humidade é possível
conseguir conforto a temperaturas mais elevadas, pois o conforto é o resultado de uma combinação
de temperatura e humidade. Estudos efectuados demonstram que o esforço corporal (transpiração e
frequência cardíaca) aumenta proporcionalmente com a carga climatérica (temperatura/humidade).
A temperatura é pois um factor importante que deve ser levado em conta para uma condição ideal
de condução (temperatura situada entre 200 e 220 C), no entanto, o outro factor já aqui referido, a
humidade não o é menos importante. A humidade relativa deve estar compreendida entre os 30%
e os 70%. Abaixo dos 30% dá-se uma desidratação da mucosa do nariz e garganta e uma maior
possibilidade de infecções no aparelho respiratório. Com a humidade relativa superior a 70% é produzida
uma desagradável sensação de humidade em certas zonas da pele.
1
A – Esforço
2 B – Zona de conforto
C – Carga climatérica
1 – Transpiração
2 – Frequência cardíaca
3 3 – Temperatura do corpo
Há vários fundamentos de física e química que se aplicam aos sistemas de refrigeração dos
automóveis:
Comportamento do calor;
Toda a matéria contém energia. Parte desta energia é térmica, ou seja, calor. O que normalmente
chamamos frio é a ausência de calor. O escuro tem uma definição semelhante: a ausência de luz.
Um termómetro mede a temperatura, ou intensidade da energia térmica, sendo esta intensidade o nível
de actividade das moléculas de uma determinada substância. A temperatura mede-se em graus célcios
ou centígrados (C) ou ainda, menos utilizada, em unidades Fahrenheit (F). 1000 C 2120 F.
Assim, os termómetros medem a intensidade da energia, não podem medir a quantidade da energia
presente. O Joule é a medida de energia ou de calor de um objecto. É também a quantidade de calor
necessária para elevar num grau C, a temperatura de um Kilo de água ao nível do mar.
De igual modo, dois objectos que estão num ambiente à mesma temperatura, podem conter quantidades
muito diferentes de energia (calorífica).
1000 BTU
71º C 71º C
FLUXO DE CALOR
Fundamento I
A bomba de água é o orgão que efectua o movimento do líquido de arrefecimento atrás descrito, do
motor ao radiador. Este movimento de calor de lugar para o outro, utilizando uma via de transferência
líquida denomina-se convecção.
O calor transmite-se de um corpo para o outro, sem partículas portadoras mas por
ondas electromagnéticas.
No radiador produz-se de novo uma transferência por condução, e também uma transferência de calor
por radiação (através do ar).
Fundamento II
Pelo contrário, se for retirado o calor ao vapor, ele condensa sob a forma líquida.
Fundamento III
O produto refrigerante é o meio de transporte do calor. Tem a missão de absorver o calor do habitáculo
e de o devolver ao ar exterior noutro local. O calor é, assim contrariado no seu fluxo normal. Para esse
efeito o produto refrigerante tem capacidade de transformar o seu estado de liquido para gasoso e vice-
versa, num processo contínuo.
Ciclo do Frio
O ar ambiente mais frio absorve calor e volta a condensar o vapor sob a forma
liquida (Fundamento I e II);
Sob uma pressão atmosférica normal (cerca de um bar), a água evapora a 1000
C, enquanto que a evaporação do produto refrigerante (neste caso o R134 a),
dá-se aos -30 ºC.
2.3.1 – HISTORIAL
A indústria procurou, durante muito tempo, um produto refrigerante que satisfizesse todos estes
requisitos.
A par do éter, que não pôde impor-se devido aos riscos de explosão envolvidos, o amoníaco (R 717) foi
um produto refrigerante que ajudou a promover a indústria do frio em todo o mundo, sendo ainda hoje
um dos mais usados refrigerantes.
Os hidrocarbonetos fluoretados, como por exemplo o R12, foram pela primeira vez propostos como
materiais de trabalho no princípio dos anos 30. A sua principal vantagem é, a par de boas propriedades
termotécnicas, também o facto de não serem inflamáveis nem tóxicos.
A sua capacidade de dissolução em óleos permitiu a inclusão do lubrificante (óleos minerais levemente
refinados; no caso do R 134a agora um óleo sintético) do compressor no circuito geral, sem
a necessidade de se criar um sistema de lubrificação adicional. O produto refrigerante R 12, uma
combinação de hidrocarbonetos totalmente halogenizada, tornou-se, sob a designação abreviada de
HCFC (hidrocarbonetos clorofluoretados), tristemente célebre como “exterminador de ozono”.
2.3.2 – A ATMOSFERA
A terra é envolvida por uma mistura gasosa, designada por atmosfera. Um dos seus componentes
importantes é o Ozono, que juntamente com a luz solar, faz com que a nossa atmosfera se torne
azulada.
A – Troposfera
B
B – Estratosfera
C – Terra
Os raios solares ultravioletas nocivos (causadores por exemplo do cancro da pele) são em grande parte
absorvidos pela Camada de Ozono, através de complexas reacções químicas, chegando à terra em
doses inofensivas para os seres vivos.
3 O2 2 O3
É de cor azulada. Encontra-se no ar e na estratosfera tem concentração tão alta que forma uma
verdadeira barreira, actuando como filtro atrás descrito (Fig.2.21).
Os dois átomos de cloro (Fig. ) actuam sobre as moléculas de Ozono, gerando primeiro Óxido de Cloro
e Oxigénio (CLO) e Dióxido de Dicloro (CL2 O2), que liberta um átomo de cloro:
CL2 O2 CL O2 + CL
CL O2 CL + O2
Assim, um só átomo de cloro pode destruir 100.000 moléculas de Ozono, e a consequente destruição
da camada de ozono.
Conhecidos são, os estudos científicos que atestam que o efeito de filtragem da camada de ozono
está a ser fortemente destruída. A protecção contra a forte radiação de raios ultravioletas deixou de ser
assegurada, deixando os cada vez maiores “buracos do ozono” passar os raios ultravioletas na sua
totalidade até à superfície terrestre.
O R 134 a a partir de 1992 veio substituir O R 12, pois não provoca os efeitos nocivos anteriormente
descritos.
Tab. 1.1
E ainda:
1 - Evaporador 1
Da climatização dos veículos faz não apenas parte a entrada de ar fresco como também a saída do ar
saturado. O ar entrado pelo sistema de ventilação no habitáculo escapa-se por saídas de ar nos painéis
laterais do veículo, atrás do revestimento traseiro. Umas lâminas de borracha asseguram a saída do ar
do veículo, sem permitir a entrada de matérias indesejáveis no habitáculo, do exterior.
O gás quente a alta pressão passa pelo condensador, onde transfere o seu calor
para as superfícies do condensador;
Este líquido a alta pressão passa no evaporador através de uma restrição (tubo de
orifício ou válvula TXV). Esta restrição controla o volume de produto refrigerante que
entra no lado de baixa pressão do sistema;
O sistema está dividido em duas partes: a zona de alta pressão e a zona de baixa pressão.
Estas duas zonas estão separadas por um dispositivo dosificador (tubo do orifício ou TXV) e o
compressor.
Como o compressor pode impulsionar mais produto do que aquele que pode passar pelo dispositivo
dosificador, num determinado tempo, a pressão aumenta entre a saída do compressor e o referido
dispositivo. Portanto, o lado de alta pressão, vai desde a saída do compressor, através do condensador,
até á entrada do dispositivo dosificador. Durante o funcionamento do sistema, o lado da alta pressão é
o de temperatura mais elevada.
O lado de baixa pressão começa na saída do dispositivo dosificador, inclui o evaporador, o acumulador
secador, até à entrada do compressor. Durante o funcionamento do sistema, o lado de baixa é o de
menor temperatura.
2.5.1 – O COMPRESSOR
À semelhança do alternador, também o compressor é accionado pelo motor do veículo, por intermédio
de uma correia trapezoidal (ou Poly v estriada). Em casos poucos frequentes temos accionamento por
veio, ou de engrenagem de carretos.
1
1 – Alternador
2 – Bomba de água
1 3 – Cambota
4 – Tensor
5 – Bomba de direcção assisti-
1 da
6 – Compressor de ar condicio-
nado
1
1
Fig. 2.30 – Localização e accionamento do compressor
O compressor tem como missão provocar um aumento de pressão no agente frigorífico, criando um
movimento no mesmo.
Estes não são usados nos automóveis, portanto abordaremos apenas os volumétricos:
Rotativos;
Alternativos.
COMPRESSOR ROTATIVO:
Compressores parecidos em funcionamento ao motor Wankel. No seu interior existe um rotor com
várias palhetas, que com a rotação criam variação da câmara de compressão para permitirem as fases
correctas de funcionamento do compressor (admissão e compressão).
Este tipo de protecção não é exclusivo deste compressor, encontrando-se igualmente noutro tipos de
compressor.
1 – Válvula anti-retorno
2 – Conduta de escape
3 3 – Tambor
4 – Palhetas
6 4 5 – Carcaça
6 – Admissão
7 5
7 – Câmara
13 14
12 4 – Palhetas
5 – Carcaça
8 – Tampa posterior
9 – Válvula eléctrica de controlo de
15 débito
10 – junção de aspiração
11 – Câmara de aspiração de bai-
8 xa pressão
12 – Tampa anterior
4 13 – Protecção termoeléctrica
14 – Junção de escape
15 – Câmara de alta pressão
5
9
11 10
3 14
4
3 – Tambor
4 – Palhetas
5 – Carcaça
9 – Válvula eléctrica de controlo
de débito
15 11 – Câmara de aspiração de bai-
xa pressão
14 – Junção de escape
11 15 – Câmara de alta pressão
5 9
FUNCIONAMENTO
O gás é aspirado pela abertura D pela progressiva expansão do espaço C, existente entre as palhetas
A e B: ocorre o início da fase de expansão (Fig. 2.35).
C B
A posição das palhetas A e B faz com que o espaço C esteja no máximo do seu volume. Em especial a
palheta A intercepta a comunicação entre o espaço C e a abertura D, completando a fase de aspiração
(Fig. 2.36).
A B
O espaço C reduz-se de volume e a pressão do gás aumenta: inicia-se a fase de compressão (Fig.
2.37).
A pressão do gás aumenta ainda mais até abrir a válvula de lâmina (anti-retorno) B: inicia-se a fase de
descarga (escape) – Fig. 2.38.
B
A
A A A
A – Tambor A - Palheta
B – Válvula de escape
C – Palheta
COMPRESSORES ALTERNATIVOS:
Normalmente compostos por dois cilindros em linha com uma válvula de duas lâminas que através de
uma pré-carga aplicada sobre as mesmas, Fazem alternadamente a função de admissão e escape do
produto refrigerante.
3
4
6
7
8
Os compressores com prato oscilante são formados normalmente por 5 a 7 cilindros, montados
na horizontal, no interior dos quais trabalham os êmbolos (pistons), dispostos de forma axial,
alternativamente, por acção do prato oscilante, aspirando o produto refrigerante do evaporador e
comprimindo-o para o condensador.
Existem compressores alternativos de prato oscilante, sem regulação e com regulação de débito.
Os componentes de ambos são praticamente os mesmos, à excepção da válvula reguladora que equipa
um deles (com regulação), e assim lhe confere a possibilidade de alterar a sua cilindrada em função
das necessidades.
A B C
A – Prato oscilante
B – Baixa pressão D
C – Alta pressão
D – Escape
E – Válvula de admissão
F – Pistão
G – Veio de impulsão
G F E
A linha 1-2 representa a compressão do agente frigorífico no cilindro desde a pressão P1 até à pressão
P2. Neste tempo, o êmbolo desloca-se do P.M.I. até ao P.M.S., e as válvulas de admissão e escape
estão fechadas.
Quando o êmbolo alcança o ponto 3 (P.M.S.) começa a deslocar-se de novo até ao P.M.I.. A válvula
de admissão não se abre imediatamente, pois no espaço morto (D) fica uma certa quantidade de
refrigerante à pressão P2, superior a P1.
Quando a pressão no interior desce segundo a linha 3-4 até ao valor de P1, a válvula de admissão
abre-se e o agente frigorífico (gás) procedente do evaporador, enche de novo o cilindro segundo a linha
4-1.
d – Câmara
P1 – Pressão inferior
P2 – Pressão superior
1 2 – Compressão
2 3 – Escape
3 4 – Admissão
4 1 – Fim da admissão
ACOPLAMENTO MAGNÉTICO
No momento da sua activação, o acoplamento magnético permite que a rotação do motor passe para
o compressor.
\Ao activar o ar condicionado, é enviada corrente eléctrica à bobine de atracação que por sua vez
cria um campo magnético que atrai o prato de arrasto contra a polia, criando um só corpo e assim
transmitindo o movimento do motor ao compressor. Quando é desligada a bobine de atracação finda o
campo magnético, e por acção do efeito de recuperação (molas de lâmina contidas no prato de arrasto)
se separa a polia, e o compressor pára a sua rotação, ficando apenas a polia a acompanhar a rotação
do motor.
A – Polia
B – Rolamento
C – Bobine electromagnética
D - Prato de arrasto
Humidade atmosférica;
Temperatura do ar exterior.
A C B
A – Máxima cilindrada; B – Mínima cilindrada; C – Curso do pistão
A responsabilidade pelo respectivo posicionamento do disco oscilante, cabe à relação entre a pressão
interna na carcaça e a soma das pressões individuais (o número de pistons é variável) na câmara de
compressão, e o momento daí resultante em volta do ponto de rotação do disco oscilante.
Se ambas as pressões forem equivalentes a posição do disco oscilante não se altera e o rendimento do
compressor mantêm-se inalterado. Como a pressão permanece praticamente constante do lado da alta
pressão do compressor, o ângulo de inclinação do disco oscilante só pode ser ajustado ao rendimento
necessário, através de uma alteração da pressão interior na carcaça.
Quanto maior for a inclinação, tanto maior será a cilindrada e consequentemente o rendimento.
Com o disco oscilante quase na vertical em relação ao eixo de rotação, a cilindrada é reduzida e
consequentemente o débito do produto refrigerante também.
O ângulo de inclinação específico resulta do rendimento frigorífico necessário. O ajuste entre a cilindrada
mínima e máxima é gradual.
A – Alimentação de
C
A D bobine
B
B – Prato oscilante
C – Junta tórica
P D – Cabeça posterior
E – Válvulas
E
F – Válvula regulado-
ra
O
G – Freio
H – Junta da cabeça
posterior
I – Guia
N J – Rótula
F L – Junta tórica
M – Rolamento da
Polia
M G
N – Freio
O – Retentor
L H – Conjunto de em-
I
J braiagem
Uma baixa pressão elevado significa um mau rendimento frigorífico, um valor baixo é sinónimo de
uma alto rendimento. Um rendimento frigorífico alto significa um congelamento da superfície do
evaporador.
A válvula reguladora dispõe de um diafragma que actua sobre uma haste de válvula e sobre uma
esfera de válvula. Estas regulam a secção da válvula e aumentam ou diminuem, deste modo, a pressão
interior na carcaça.
1
A diferença de pressão entre as partes superior e inferior do pistão aumenta, e o prato oscilante situa-
se na posição de ângulo máximo. O compressor funciona à cilindrada máxima.
A B
D
E
A – Prato oscilante
B – Pistão
D – Válvula reguladora
E – Guia
F – Centro do eixo
Baixa pressão
Cescarga
Cárter
A diferença de pressão entre a parte superior e inferior do pistão diminui. Desta acção resulta a redução
do ângulo de inclinação do prato e consequentemente, a cilindrada diminuiu.
A B
A – Prato oscilante
B – Pistão
C – Fole da válvula reguladora
Baixa pressão D – Válvula reguladora
E – Guia
Cescarga F – Centro do eixo
Cárter
LUBRIFICANTE
Trata-se de um óleo PAG* sintético especialmente ajustado a actuar em conjunto com o produto
refrigerante R 134 a (para o R 12 era utilizado um óleo mineral) . Absorve a humidade do ar evitando
a deterioração do sistema. Não pode ser misturado nem substituído por lubrificantes à base de óleo
mineral!
Exemplo de embalagens com óleo PAG para sistemas de ar condicionado. As embalagens devem
manter-se fechadas, e o sistema de ar condicionado, quando em reparação, deve ser conservado em
vácuo para não absorver oxigénio.
Quantidade retirada:
Condensador: ± 60 – 80 ml.
Evaporador: ± 60 – 80 ml.
Tubos: ± 40 – 60 ml.
Conforme já referido noutra passagem, o circuito do líquido refrigerante tem uma vertente de alta
pressão e outra de baixa pressão. O “ponto de separação” é constituído pela válvula de expansão
termostática, instalada na caixa de distribuição de ar entre a conduta de entrada e saída do evaporador.
Assume uma função estranguladora e determina o fluxo de passagem do refrigerante em função da
sua respectiva temperatura.
Devido à rápida quebra de pressão depois da válvula de expansão, o produto refrigerante evapora no
evaporador. Neste ponto é extraído ao ar exterior que passa pelas lâminas do evaporador no sentido
do habitáculo, o calor necessário, produzindo-se o seu arrefecimento.
Um fino filtro de malha, situado na entrada do líquido de alta pressão, impede que a subida de partículas
metálicas e outros materiais estranhos obstruam o orifício da válvula. As obstruções do orifício diminuem
o rendimento do sistema.
1 2
É constituída por um tubo, filtro e orifício dividindo a alta da baixa pressão, do sistema, situada entre o
condensador e o evaporador.
Trata-se de um orifício calibrado que permite passar apenas uma quantidade de fluido determinado.
No lado de alta pressão, mantêm a pressão e com ela o estado líquido do produto refrigerante. Na
saída do estrangulamento o produto sofre uma expansão, desce a pressão, e dá-se um abaixamento
de temperatura considerável do mesmo. Ao passar pelo estrangulamento é pulverizado , e desta forma
é mais fácil a sua posterior evaporação. Na evaporação do produto (à saída do orifício) a sua pressão
caí para pouco mais de 1 Bar, e a uma temperatura na ordem dos 70 negativos sob a forma de vapor
saturado.
A válvula termostática de expansão (TXV) está instalada nos tubos de entrada e saída do evaporador.
Converte o refrigerante líquido de alta pressão proveniente do depósito secador, em refrigerante líquido
a baixa pressão, obrigando-o a passar através de um pequeno orifício antes de entrar no evaporador.
Quando a carga térmica aumenta e diminui, a válvula de expansão fornece a quantidade correcta de
produto ao evaporador para este conseguir a máxima transferência de calor.
O orifício abre-se e fecha-se por acção de um diafragma. Este fecha-se em resposta à pressão do
evaporador, aplicada à parte inferior do diafragma e à pressão da mola de retorno contra o orifício. Abre-
se por acção do gás do tubo capilar e do bolbo de comando contra a parte superior do diafragma.
O bolbo do comando está aplicado à linha de gás de baixa pressão, imediatamente depois da saída do
evaporador, e está cheio de um gás de alto coeficiente de dilatação. À medida que muda a temperatura
da saída do evaporador, o gás contido no bolbo de comando dilata-se ou contrai-se, controlando a
acção da válvula.
Estrangulamento
Modulação
Medição
Estrangulamento:
O caudal do produto refrigerante é estrangulado ao passar através da válvula. O líquido a alta pressão
entra na válvula e sai dela a baixa pressão. Esta baixa pressão faz com que o produto mude de
estado.
Modulação:
A TXV (Fig. 2.58) ajusta a quantidade de liquido a baixa pressão que entra no evaporador, para
conseguir uma refrigeração adequada. A válvula modula a posição de totalmente aberta a fechada,
para conseguir o caudal adequado.
Medição:
A carga e as mudanças de temperatura afectam o caudal que entra no evaporador. Uma maior carga
exige mais refrigerante para manter a temperatura óptima no evaporador.
1 – Evaporador
2 – Válvula TXV
Todas as TXV se ajustam para compensar o estado de diferencial, ou seja, a diferença entre a
temperatura de entrada e a de saída do evaporador, criada na transformação do produto refrigerante
líquido em gás.
Teoricamente, todo o refrigerante líquido ferve antes de chegar às saídas do evaporador, mas de facto,
a temperatura do produto refrigerante está acima do ponto de ebulição. Por exemplo, o refrigerante
num evaporador a 196 kpa tem uma temperatura de –10 C. Ao ferver o refrigerante, a temperatura do
gás sobe até que, à saída, alcance 1,60 C. A diferença entre a entrada e a saída (diferencial) é de 2,60
C. Se aumentar o tamanho do evaporador, passa-se o mesmo.
1 – Válvula
2 - Agulha
3 - Termóstato
4 – Produto refrigerante
Em caso de avaria, a TXV apresenta os mesmos sintomas que o tubo de orifício. A falha normalmente
deve-se a um mau funcionamento da unidade de accionamento e ao fecho da válvula. Os filtros de
entrada e saída também se podem obstruir como referido anteriormente.
2.5.4 – O CONDENSADOR
O condensador consiste de uma tubagem com a forma de serpentina, firmemente ligada por meio
de lâminas. Não só conferem ao sistema a necessária estabilidade como aumentam, acima de
tudo, a superfície de dissipação de calor. Deste modo se assegura sempre uma dissipação de calor
tanto quanto possível intensa. Para que passe uma quantidade de ar fresco exterior suficiente pelo
condensador, este está sempre disposto à frente do radiador do líquido de arrefecimento do motor.
Para evitar eventuais problemas com o arrefecimento do motor, os veículos com ar condicionado são
equipados com um radiador de alto rendimento e um ventilador auxiliar, que zelam permanentemente
por uma refrigeração suficiente.
O condensador pode funcionar incorrectamente por diversos motivos: fugas, restrição à passagem do
produto, e restrição á passagem do ar através dele. As restrições á passagem provocam um aumento
de pressão no condensador, visto não se efectuar o abaixamento de temperatura desejável no produto.
Uma restrição parcial pode fazer com que se forme gelo no condensador no local da restrição, pois
após o semi-entupimento, dá-se a expansão do produto e o consequente abaixamento da temperatura
do mesmo.
Durante o funcionamento normal do sistema, o tubo de entrada tem uma temperatura mais elevada,
que o de saída.
TIPOS DE VENTILADORES
Por opção do fabricante, é usual utilizar um ou dois ventiladores, trabalhando estes em série ou paralelo,
Conforme as necessidades do sistema, assim é feita a ligação. Para temperatura mais baixa, pressão
mais baixa, e temos ligação em série. Para temperatura mais elevada, pressão mais elevada, é ligado
um segundo contacto do Pressostato, é alterada a ligação dos relés, e o sistema passa a trabalhar com
os ventiladores em paralelo, logo maior velocidade e maior caudal de ar para arrefecimento (fig. 2.71).
Existem também sistemas em que o controlo dos ventiladores se faz por queda de tensão. Com uma
resistência em série com o ventilador, temos duas velocidades do ventilador (através da resistência,
ou directo).
Não muito, mas usual, é o controlo dos ventiladores electronicamente. Uma unidade electrónica controla
directamente os ventiladores, dispondo de várias fases de ventilação (podem chegar a 6).
2.5.6 – O EVAPORADOR
Quando o ar condicionado está ligado, o produto refrigerante que entra evapora sendo retirado o calor
ao ar que passa através das lâminas, e é assim refrigerado neste processo. A humidade atmosférica
libertada deposita-se no evaporador. Como efeito secundário prático, a água de condensação que se
forma liga-se às partículas de pó e aos pólens de flor, sendo conduzida para o exterior pelo tubo de
escoamento da água de condensação.
O produto refrigerante saí do evaporador mais ou menos à pressão de 1 Bar e a uma temperatura de
0 graus.
1 – Passador
2 – Filtro
3 – Agente de desidratação
O filtro desidratador, instalado entre o condensador e a válvula de expansão, possui três funções
fundamentais:
O filtro acumula grande parte do fluido refrigerante (no estado líquido) do sistema e serve como
separador entre o líquido refrigerante no estado líquido e no estado gasoso.
A humidade existente no sistema pode ser extremamente danosa, uma vez que, em contacto com o
fluido refrigerante, gera ácido clorídico e fluorídrico que corroem os componentes, deteriorando-os.
Além disto, a humidade pode provocar a formação de gelo na válvula de expansão do sistema.
Dentro do filtro desidratador, há substâncias (gel de sílica ou SILICAGEL e alumína activada) que
capturam a humidade existente no fluido refrigerante.
1 – Corpo do Filtro
2 – Filtro
3 – Filtro desidratador
4 – Junção de saída
5 – Vidro-mostrador de controlo do sistema
Por este motivo é necessário conservar os filtros desidratadores cuidadosamente tapados e em ambiente
seco até ao momento da instalação. No filtro desidratador, próximo à junção de saída, há uma parte de
vidro que possibilita o exame visual do funcionamento do sistema. Podem ocorrer quatro casos:
DEPÓSITO COLECTOR
Este dispositivo também secador equipa sistemas apenas com válvula expansora de orifício calibrado,
e está montado entre o evaporador e o compressor.
1
1 – Entrada de vapor 7
2 – Saída
3 – Secante
4 – Purga de óleo
6
5 – Filtro de óleo
3
6 – Tubo interno
7 – Deflector
8 – Entrada
Com funções idênticas ao desidratador, em relação à humidade, este também actua como um depósito,
recebendo produto refrigerante líquido, vapor, e óleo procedente do evaporador. A sua principal função
é separar o vapor do líquido, de modo a não chegar líquido ao compressor evitando a deterioração
deste.
Estudámos no capítulo anterior, um tipo de filtro secador (desidratador) com visor, para observar a
quantidade de produto e até fazer o diagnóstico ao sistema, no entanto, não é generalizada a utilização
desta peça.
Por opção dos fabricantes, podemos encontrar tipos de secador em que o elemento que contém o
agente secante pode ser substituído.
1 – Entrada de vapor
2 – Saída
3 – Secante
4 – Purga de óleo
5 – Filtro de óleo
6 – Tubo interno
7 – Deflector
8 – Entrada
Veículo do segmento B;
Motor a gasolina;
As pressões e temperaturas aqui apresentadas, são utilizadas num determinado modelo, e servem
para compreender o funcionamento de um sub-sistema de segurança e controlo de um sistema de
ar condicionado, e não como valores de diagnóstico na generalidade (para isso, será necessário
informação do fabricante da viatura).
As pressões e temperaturas aqui apresentadas, são utilizadas num determinado modelo, e servem
para compreender o funcionamento de um sub-sistema de segurança e controlo de um sistema de
ar condicionado, e não como valores de diagnóstico na generalidade (para isso, será necessário
informação do fabricante da viatura).
Para evitar pressões inadmissivelmente elevadas no circuito do produto refrigerante, com uma pressão
superior a cerca de 1900 kPa (19,0 bar), o interruptor liga o ventilador auxiliar e passa o ventilador
do radiador da 1ª para a 2ª velocidade. Abaixo de cerca de 1500 kPa (15,0 bar) volta a ligar a 1ª
velocidade.
Abaixo de cerca de 900 kPa (9,0 bar) o interruptor do sistema de injecção volta a desligar-se.
Outros sistemas existiram em função dos outros sistemas de alimentação dos motores. Desde sistemas
electro-pneumáticos no controlo do acelerador, a válvulas eléctricas em derivação com a borboleta do
acelerador. Sistemas de gestão electrónica de motores para modelos actuais já nem necessitam de
qualquer tipo de auxílio pois a unidade de comando do motor tem memorizado o parâmetro para a
rotação de ralenti, corrigindo-a sempre, não importando qual a proveniência da carga aplicada ao
motor.
O interruptor (3) no lado debaixo do radiador é o interruptor do ventilador do radiador, utilizado também
nos veículos sem ar condicionado.
Quando a temperatura do líquido de arrefecimento atinge um valor superior a 100 ºC, este interruptor
liga o ventilador do radiador e o ventilador auxiliar, em série. Quando é atingida uma temperatura de 95º
C, voltam a ser desligados o ventilador do radiador e o ventilador auxiliar.
O interruptor (4) na metade superior do radiador do motor é um interruptor com dois contactos. A 105º
C, um dos contactos liga o ventilador auxiliar e o ventilador do radiador na 2ª velocidade e a 100º C volta
a ligar os ventiladores na 1ª velocidade. O outro contacto desliga a 120º C o acoplamento magnético do
compressor, voltando a ligá-lo quando é atingida uma temperatura de 115º C.
Interruptor Triplo
Reage a três pressões diferentes na conduta de alta pressão e faz a ligação ao respectivo circuito.
Acima de cerca de 250 kPa (2,5 bar) o interruptor de segurança de baixa pressão volta a ligar o
compressor.
O interruptor de segurança de alta pressão volta a ligar o compressor quando a pressão desce abaixo
do valor normal de cerca de 2000 kPa (20,0 bar).
K6 - Relé principal do sistema de ar condicionado S20.2 – Interruptor alta pressão (protecção do compres-
K7 – Relé ventilador sor)
K26 – Relé duplo do ar condicionado e ventilador S20.3 – Interruptor alta pressão (ligar ventilador)
do habitáculo S24 – Comutador do ventilador do habitáculo
K51 – Relé do ventilador do radiador S29 – Interruptor para ventilador (contacto com liquido
K52 – Relé inversos do ventilador do radiador de arrefecimento do motor)
K60 – Relé de atracção da polia do compressor S101 – Interruptor do sistema de ar condicionado
K67 – Relé do ventilador do radiador S109 – Interruptor de aumento de rotações (informação
(máxima velocidade M11) para o sistema de gestão do motor)
M4 – Motor ventilador do radiador S128 – Interruptor duplo para ventiladores
M10 – Motor ventilador do habitáculo V8 - Diodo
M11 – Motor ventilador do radiador Y1 – Bobine de atracção da polia
S20 – Interruptor triplo X6 - Ficha
S20.1 – Interruptor baixa pressão (protecção do
compressor)
GESTÃO CONJUNTA
O sistema de ar condicionado pode ser controlado conjuntamente com o sistema de ventilação para
ar quente, ou seja, será apenas necessário seleccionar a temperatura e distribuição do ar e o sistema
ligará o compressor ou deixará circular o líquido de arrefecimento do motor através do permutador
(radiador de chauffage) de modo a aquecer o habitáculo.
A alimentação da bobine de atracção da polia do compressor passa nalguns casos pelo sistema de
gestão do motor. Em situações de excesso de temperatura do motor, como atrás foi referido, ou em
situações de acelerações bruscas (velocidade angular elevada do potenciómetro da borboleta de
admissão) o compressor é desligado, sendo ligado após a diminuição da referida temperatura (estes
valores variam em função do modelo e tipo do motor). No caso de aceleração e após alguns segundos
(5 a 10, variando em função do motor e modelo), o sistema liga novamente. Pretende-se, neste caso,
não prejudicar a necessidade de potência imediata.
Como atrás referido, nalguns casos existe uma unidade electrónica para controlo dos ventiladores
que recebe a informação da temperatura do motor, através da unidade de gestão do motor (e não de
um termocontacto) e alimenta os ventiladores usando um estágio de potência por transistores o que
lhe permite controlar os referidos ventiladores por fases (variando estas de acordo com a opção do
fabricante). Esta unidade regista, normalmente, códigos de avaria e é diagnosticada pelo equipamento
de diagnóstico do fabricante.
Os sistemas de ar condicionado não carecem de manutenção. Se, alguma vez se registar uma quebra do
rendimento do ar condicionado, ou se se manifestarem outras deficiências, será necessária a prestação
de uma assistência técnica competente. As instruções de segurança deverão ser rigorosamente
observadas.
A perda de tempo;
O retorno à oficina;
Na medição da pressão com a os manómetros de serviço são medidos os valores nas gamas da
alta e da baixa pressão. Para isso é condição um correcto enchimento do produto refrigerante. Os
valores dependem da temperatura exterior, do número de rotações do motor e da passagem do ar
pelo evaporador e pelo condensador. Os valores determinados têm de corresponder aos indicados nas
instruções para ensaio, para atingir as temperaturas ali indicadas nos ejectores de ventilação.
Os valores de pressão podem ser lidos no painel de comando da estação de serviço, ou nos manifold´s
utilizados para o efeito.
As válvulas da estação de carga marcadas com baixa (7) e vácuo (8), põem em comunicação os lados
de alta e baixa pressão do circuito do sistema de ar condicionado. Assim:
Com ambas as válvulas abertas, põem-se em comunicação os lados de alta e baixa pressão do circuito
o que provoca a destruição do compressor, especialmente com o motor do veículo a trabalhar.
Ao ligar e desligar as mangueiras faça-o rapidamente e com segurança, para evitar entrada de ar no
sistema ou reduzir ao mínimo as perdas de produto refrigerante.
Tal como foi referido anteriormente, os valores abaixo descritos são valores meramente exemplificativos
de modo a uma melhor compreensão do funcionamento do sistema, não substituem de modo algum, os
valores indicados pelo fabricante do modelo.
20 - 25 12 - 20 2.1 - 2.4 6 - 10 “
25 - 30 14 - 20 2.2 - 2.5 10 - 12 “
30 - 35 16 - 21 2.4 - 2.8 12 - 14 “
Tab. 2.1
Manómetros de Classe 1
Escalas
Os manómetros a óleo são mais resistentes a trepidações dando mais estabilidade à agulha.
Exemplo de manómetro com a particularidade de todas as peças em contacto com o fluido são de aço
inoxidável.
Manómetros combinados
__ Com retardo até 350 lb;
__ escala de temperatura.
Manómetros de pressão
Manómetros de vácuo
Manifold´s
Manifold´s de quatro vias, líquidos ou secos de classe 1 com escalas em bar ou PSI, com válvula
central de esfera de alta segurança.
Fig. 2.87 – Termómetro analógico com estojo Fig. 2.88 – Termómetro digital
As fugas no circuito do produto refrigerante verificam-se essencialmente junto das flanges e nos pontos
de união. Uma parte das fugas são visíveis a olho nu. O lubrificante do compressor que sai também por
uma fuga liga-se à poeira e às impurezas do ar, dando um aspecto oleoso e sujo á fuga.
Para evitar as mínimas emissões de refrigerante que escapam aos olhos humanos, os serviços de
assistência técnica dispõem de um detector de fugas electrónico. O aparelho de detecção tem a
capacidade de indicar com fiabilidade pequeníssimas fugas na ordem de 15 g/ano.
Os pontos em questão são verificados pelo lado debaixo, dado que o refri-
gerante gasoso é mais pesado do que o ar.
Para facilitar a assistência a sistemas de ar condicionado, alguns fabricantes introduzem (já na produção
do veículo) um produto florescente no circuito de ar condicionado, que é detectado em caso de fuga,
com óculos especiais e uma lâmpada de ultra-violetas (Fig. 2.91).
1 – Suporte de tubos
2 – Mangueira de baixa pressão (azul)
3 – Mangueira de alta pressão (vermelha)
4 – Carga de cilindro (amarela)
5 – Válvula do vacuómetro
6 – Válvula de gás de alta e baixa pressão
7 – Válvula de mangueira de baixa pressão com
bomba de vácuo e carga
8 – Válvula da mangueira de alta pressão com
bomba de vácuo e carga
9 – Válvula da bomba de vácuo (alta)
10 – Válvula de purga (óleo)
11 – Válvula para saída de líquido
12 –Válvula de purga do cilindro
13 – Válvula para enchimento do cilindro
14 – Mangueira de comunicação com bomba de
vácuo
15 – Ligações das mangueiras
16 – Vacuómetro
17 – Manómetro da pressão de gás no cilindro
18 – Manómetro de baixa pressão
19 – Manómetro de alta pressão
20 – Interruptor da bomba de vácuo
21 – Interruptor
22 – Interruptor do aquecimento do cilindro
23 – Depósito de purga de óleo
24 – Cilindro de enchimento
25 – Escala da pressão de gás
26 – Tubo indicador de nível
27 - Pega da bomba
28 – Bomba de vácuo
Fig. 2.93 – Equipamento de carga, com cilindro 29 – Alimentação do equipamento
30 – Agulha de marcação do vacuómetro
Girar o cilindro para fazer coincidir a escala indicada (em função do produto),
com os valores do manómetro.
Deixar que o nível do produto suba no cilindro até um pouco mais do que a
quantidade prescrita para o sistema do veículo.
Vácuo
Abrir a válvula de alta pressão (7) e a de vácuo (8) . Verificar pelos manó-
metros se há pressão no circuito (a 200C, 3,5 Bar se o sistema tiver gás
suficiente).
Fechar a válvula de alta pressão (9) antes de desligar a bomba para evitar
que o óleo desta entre no circuito.
Enchimento
O enchimento do circuito de produto refrigerante, pode ser efectuado pelo lado de alta ou de baixa
pressão. No entanto, é aconselhável fazê-lo pelo lado de alta pressão.
É utilizado o lado de baixa pressão nos casos de difícil enchimento pela alta, por falta de aquecimento
do produto.
Mangueiras ligadas.
Girar o cilindro até que o número da escala que se encontra em cima do tubo
indicador do nível do cilindro coincida com o valor do manómetro.
O produto irá fluir para o circuito A/C do veículo. Manter esta válvula aberta até que
se verifique na escala no cilindro que a quantidade prescrita para aquele sistema foi
introduzida.
Como atrás foi referido, no caso de não ser possível introduzir toda a quantidade de produto refrigerante
pelo lado de alta pressão, fazemo-lo pelo lado de baixa:
Abrir muito devagar a válvula marcada com baixa pressão (7) – Azul. Man-
ter aberta esta válvula até que se introduziu a quantidade necessária do
agente frigorífico.
Na manutenção de sistemas de ar condicionado usaram-se estações apenas de carga, que por razões
de economia de produto e por justissimas razões ambientais, não è recomendada a sua utilização,
sendo no entanto possível agrupar a estas máquinas, elementos recuperadores de produto.
As estações de carga e recuperação são hoje as mais utilizadas, sendo portanto sobre elas, que
recai o exemplo seguinte de como se deve efectuar uma recuperação e posterior carga do produto
refrigerante.
1
2
1 – Teclado
2 - Manómetros
Fig. 2.97 – Estação de carga Fig. 2.98 – Painel de comando da estação de carga
Com esta estação de serviço podem ser executadas todas as operações seguintes, necessárias na
assistência ao ar condicionado:
Esvaziar o ar condicionado;
Evacuar o ar condicionado;
Encher o ar condicionado.
Graças a um manuseamento simples, o técnico tem a sua tarefa facilitada e o cliente terá a satisfação
de ver abreviada a permanência do seu carro na oficina para assistir o ar condicionado.
As tubagens de serviço da alta e da baixa pressão são equipadas com uniões rápidas, para uma maior
comodidade. Assegura-se, assim, uma ligação mais rápida e segura às ligações de serviço no veículo,
evitando-se o escoamento do produto refrigerante pelo circuito fechado.
A Estação de Serviço bombeia o produto refrigerante do respectivo circuito do veículo para dentro do
correspondente reservatório da estação de serviço, e separa o lubrificante do compressor aspirado
conjuntamente. No depósito do lubrificante do compressor da estação de serviço pode ser verificada a
quantidade de lubrificante que foi segregado.
Antes de encher o sistema de ar condicionado com a estação de serviço, é necessário evacuá-lo para
evitar a entrada de ar e da humidade no circuito do produto refrigerante. No capítulo dedicado ao
secador do reservatório foram já descritos os efeitos negativos da humidade no refrigerante.
A evacuação significa a criação de uma depressão tanto quanto possível elevada no circuito do produto
refrigerante.
Como o ponto de ebulição da água depende da sua pressão ambiente, com uma pressão de apenas 2,3
kPa (0,023 bar) a humidade contida no produto refrigerante evapora já a 20º C (temperatura ambiente)
- sendo o vapor de água aspirado pela estação de serviço
1 – Válvula de injecção
2 – Ligação rápida
5 – Ligação rápida
7 – Mangueira azul
8 – Mangueira amarela
9 – Mangueira vermelha
Prima a tecla RECOVER (Fig. 101) no painel de controlo (Fig. 99). O display
indica-lhe que está em modo de recuperação no ciclo automático. Após o ar-
ranque do compressor para a recuperação, o display também indica a quan-
tidade de produto que está recuperando. O compressor desliga-se automati-
camente quando a recuperação estiver completa.
Carga do Sistema
Estes equipamentos dispõem de uma balança electrónica que pesa a botija com produto (é aferido
o peso do conjunto segundo as indicações do fabricante do equipamento sempre que se substitui a
botija), sendo importantíssimo não tocar na balança durante a sua aferição ou durante o processo de
transferência do produto refrigerante.
3 – HIGIENE E SEGURANÇA
À pressão atmosférica e com uma temperatura ambiente normais o produto refrigerante liquido evapora
tão rapidamente que, em contacto com a pele ou com os olhos poderá provocar um enregelamento dos
tecidos podendo provocar a cegueira.
Se o produto refrigerante entrar em contacto com os olhos não os esfregue. Enxaguar os olhos ou outras
partes salpicadas durante alguns minutos com água fria abundante e procurar o mais rapidamente
possível tratamento médico.
Quando se retiram as ligações rápidas das tubagens de serviço nunca as aponte para o corpo, poderão
sair restos do produto refrigerante!
Nunca alterar regulações de fábrica (por exemplo o parafuso de afinação da válvula de expansão
– TXV)!
Evitar o efeito do calor sobre os componentes do ar condicionado! Nunca submeter veículos equipados
com ar condicionado, a uma temperatura de 80ºC (estufa de pintura), de contrário esvaziar o sistema.
Nunca apontar o jacto de água quente ou vapor na remoção de cera ou sujidade numa lavagem de
motor, directamente sobre os componentes do ar condicionado.
Não fumar – em contacto com o cigarro aceso, o refrigerante pode decompor-se em substâncias
tóxicas.
Tenha em atenção o número de horas de funcionamento do equipamento de carga. Mais de dez horas de
funcionamento deve ser substituído o óleo lubrificante da bomba (respeitar a indicação do fabricante)
1 – Válvula
2 – Pega
3 – Entrada de óleo
4 – Visor de nível
5 – Purga de óleo
Atenção ao estado das mangueiras, válvulas rápidas, etc.. Não altere as válvulas rápidas quer na
dimensão, quer na cor.
BIBLIOGRAFIA
OPEL - Sistema de Ar Condicionado, Serviço de Informação sobre o Produto, ADAM OPEL AG.,
1993
PÓS-TESTE
1. Qual o processo mais utilizado (e mais correcto) para forçar a entrada de ar no ha-
bitáculo?
d) Por compressor............................................................................................................................
2. Qual a forma utilizada (mais generalizada) para aquecimento do ar que entra no ha-
bitáculo?
d) Por ligação..........................................
Fig. S.1
a) A -
b) B -
c) C -
d) D -
Fig. S.1
6. Indique qual a linha (na Figura 4.2) que define a passagem do produto refrigerante
através do evaporador.
a) A -
b) B -
c) C -
d) D -
d) A - Válvula-Expansora, B - Compressor, C -
Depósito colector, D - Evaporador, E – Fig. S.3
Condensador................................................................
a) Evaporador. . ...............................................................................................................................
b) Condensador. . ............................................................................................................................
d) Préssostato. ................................................................................................................................
10. Num compressor de cilindrada variável, de que forma é conseguida a variação de débito?
11. Qual a acção da válvula reguladora, no caso de necessidade de aumento de débito por
parte do compressor de cilindrada variável?
12. Nalguns sistemas o filtro desidratador tem um visor que possibilita o exame visual
do sistema. No visor o aparecimento de fios de óleo indica que:
b) Lavar a zona afectada com água abundante e consultar um médico, caso ache
necessário ...................................................................................................................................
CORRIGENDA DO PÓS-TESTE
1 B 1
2 A 1
3 B 1
4 C 1
5 C 2
6 A 2
7 C 2,5
8 B 1
9 B 2,5
10 A 1
11 B 1
12 D 1
13 B 1
14 A 1
15 B 1
TOTAL 20
EXERCÍCIOS PRÁTICOS
EQUIPAMENTO NECESSÁRIO:
- Um multímetro;
TAREFAS A EXECUTAR:
- Montar componentes.
EQUIPAMENTO NECESSÁRIO:
- Um termómetro.
TAREFAS A EXECUTAR:
- Comparar os valores do fabricante e fazer uma análise técnica escrita dos resultados.
GUIA DE AVALIAÇÃO
TAREFAS A DESENVOLVER NÍVEL DE EXECUÇÃO (PESOS)
Desmontar componentes 3
Verificar a continuidade 3
Montar componentes 3
Ensaio dinâmico 2
GUIA DE AVALIAÇÃO
TAREFAS A DESENVOLVER NÍVEL DE EXECUÇÃO (PESOS)
Elaborar tabela 5