Cristianismo e Pós-Modernidade
Cristianismo e Pós-Modernidade
Cristianismo e Pós-Modernidade
PÓS-MODERNIDADE
Comitê Editorial da
CRISTIANISMO E
PÓS-MODERNIDADE
φ
Direção editorial: Agemir Bavaresco
Diagramação e capa: Lucas Fontella Margoni
A regra ortográfica usada foi prerrogativa do autor.
Comitê Científico:
Prof. Dr. Antônio Amélio Dalla Costa;
Prof. Dr. Ricardo Rossato;
Prof. Ms. Vilson Venturini.
https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/deed.pt_BR
ISBN - 978-85-5696-023-8
CDD-201
Considerações Iniciais . 13
1 - O fim da Modernidade . 16
2 - O caminho da Kénosis . 36
3 - O caminho da Caritas . 48
Considerações Finais . 68
Bibliografia . 70
Apresentação
Noeli Dutra Rossatto
O presente livro tenta responder a uma questão central,
difícil e de complexo tratamento, da qual não podemos fugir em
uma abordagem filosófica ou teológica que procura enfrentar o
problema do papel da religião nos tempos atuais. A questão é:
ainda há espaço para a religião cristã?
Esta questão remete imediatamente a dois problemas
principais.
O primeiro problema é retrospectivo. Trata-se de
investigar se, nos chamados tempos pós-modernos, em que
ainda sofremos a ressaca da longa noite da vigília da morte do
Deus da metafísica tradicional, haveria um lugar para a religião.
A resposta positiva a este problema implica em abordar um
segundo, que é prospectivo. Teremos de saber se, depois da
secularização e da crise das grandes narrativas religiosas, uma das
religiões chamadas a ocupar este lugar vazio será mesmo o
próprio cristianismo.
Dois autores principais serão os guias que o autor deste
livro utiliza para responder a estas questões. Um deles é o
filósofo contemporâneo Gianni Vattimo. O outro é o abade
cisterciense Joaquim de Fiore que viveu na segunda metade do
século XII.
Com Vattimo, instaura-se a possibilidade de entender
que a crise da metafísica ocidental, estampada mais visivelmente
no decreto da morte de Deus, e a própria secularização fazem
parte de um mesmo movimento do pensamento e da prática
filosófica e teológica do ocidente cristão. Assim, o Deus da
metafísica e do próprio cristianismo fora colocado em cheque
em suas três manifestações principais: a face moral (Nietzsche),
a face ideológica (Marx) e a face inconsciente (Freud). No
entanto, é o declínio do mesmo Deus-Pai, a um só tempo
moralista, acrítico e autoritário. É o outono do mesmo Deus da
metafísica ocidental e do Antigo Testamento. Mas também, na
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La expresión ‘pensamiento débil’ constituye, sin ninguna duda, una
metáfora y una cierta paradoja. Pero en ningún caso podrá
transformarse en la sigla emblemática de una nueva filosofía. Se trata
de una manera de hablar provisional, e incluso, tal vez, contradictoria,
pero que señala un camino, una dirección posible: un sendero que se
separa del que sigue la razón-dominio – traducida y camuflada de mil
modos diversos -, pero sabiendo al mismo tiempo que un adiós
definitivo a esa razón es absolutamente imposible.
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