Apostila - Reiki Nível I - Caio Cordova

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Reiki nível I

Shoden

Caio Maurício Mendes de Cordova, PhD

Mestre em Reiki Usui Shiki Ryoho


Quem, depois de três milênios,

Não é capaz de se dar conta,

Vive na ignorância, na sombra,

À mercê dos dias, do tempo...

Goethe

Caio M. M. de Cordova – Apostila Reiki nível I Página 1


Conteúdo

Sumário
O Despertar ................................................................................................................................... 3
Cura e Medicina, aspectos práticos e legais ................................................................................. 4
O Conhecimento Humano ............................................................................................................. 6
Limitações sensoriais do ser humano ......................................................................................... 13
Causas das doenças ..................................................................................................................... 20
Definição de técnica holística...................................................................................................... 24
Reiki: definição, particularidades e história ................................................................................ 27
Os 5 princípios do Reiki ............................................................................................................... 36
A ética do Reiki ............................................................................................................................ 38
O aprendizado e as sintonizações ............................................................................................... 39
Os 21 dias .................................................................................................................................... 42
Os chakras e as glândulas endócrinas ......................................................................................... 43
Introdução sobre a aura .............................................................................................................. 49
Posição das mãos ........................................................................................................................ 51
Os símbolos do Reiki (Nível I) ...................................................................................................... 55
Sugestão de procedimentos........................................................................................................ 59
Para inspirar ................................................................................................................................ 64
Sugestão de leitura complementar ............................................................................................. 66

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O Despertar

O nível 1 do Reiki é um momento de despertar para a


espiritualidade. Mesmo que inconscientemente, o buscador sente que há
algo mais, algo além até daquele sentimento que o fez inicialmente buscar
tornar-se reikiano e com isso ajudar ao próximo. É também um momento
de coroação da atitude voltada para os outros, ao invés da atitude
estritamente voltada para si mesmo. Afinal, não existem ‘os outros’,
apenas nós mesmos, mas isso é um assunto para mais tarde...

É importante ressaltar que modificações energéticas ocorrerão


com o futuro reikiano, de forma mais intensa para uns, e mais sutil para
outros. É um processo de limpeza, e de abertura de caminhos para
possibilitar o fluxo da energia que ajudará o próximo, e ao próprio
reikiano também. Às vezes, quando a sujeira está muito incrustada na
pele, o processo de limpeza pode ser doloroso. Muitos sentirão essa
limpeza mais intensa no nível físico, e outros mais no nível emocional, ou
mental, ou no que diz respeito ao seu relacionamento com os demais
habitantes deste planeta, seus colegas de trabalho, familiares ou cônjuges.
Por isso é importante avisar que o aprendizado do Reiki deve ser um
processo totalmente voluntário e consciente, pois mudanças em sua vida
invariavelmente acontecerão. Essas mudanças são para melhor, mas
algumas pessoas não estão prontas para mudar, principalmente porque
não estão prontas para as rupturas que essas mudanças exigirão. Pois,
afinal, como se diz, para construir uma casa nova no terreno, a construção
antiga tem que ser demolida primeiro, e esse processo de demolição às
vezes pode ser doloroso.

Mas, uma vez aberto a esse processo de mudança, após esse


curto período de incômodo pelo qual pode passar, um universo
totalmente novo se abrirá a sua frente. Uma nova forma de ver o mundo,
as pessoas, e os demais seres que habitam a Terra conosco, surgirá
naturalmente. E isso é possível garantir, pois não há relatos em contrário:
sua nova maneira de viver a vida será muito melhor!

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Cura e Medicina, aspectos práticos e legais

Hoje o Reiki é uma prática terapêutica reconhecida no Brasil,


tanto pelo Ministério da Saúde (MS) quanto pelo Ministério do Trabalho
(MT). Junto ao MT, já há algum tempo os reikianos podem contar com um
Código Brasileiro de Ocupações (COB 3221-25) que permitem que sejam
contratados com carteira assinada como Terapeuta Holístico, desde que
tenham curso técnico de nível médio na área de atuação, e também
contar com a cobertura do sistema previdenciário e de seguridade social
(INSS). Podem ainda atuar como autônomos, trabalhando por conta
própria, de forma individual. Os reikianos contam também com uma
Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), de número 8690-
9/01: Serviços de Reiki, que lhe permite atuar como empreendedor na
forma de pessoa jurídica. A CNAE é aplicada a todos os agentes
econômicos que se engajam na produção de bens e serviços, incluindo
empresas, organismos públicos, privados, estabelecimentos agrícolas,
instituições sem fins lucrativos e mesmo a pessoa física autônoma.

Pelo Ministério da Saúde, em 2017 (Portaria Nº 145) foi criado


um código de procedimentos (03.09.05.010-3 - Sessão de REIKI), para que
o Reiki possa ser oferecido como terapia integrante do SUS na Atenção
Básica, e o gestor local possa contabilizar valores a título de remuneração
financeira pelo procedimento.

Entretanto, o Reiki, bem como as demais práticas integrativas e


complementares, deve ser visto e utilizado no ocidente justamente como
é classificado, de forma integrada à lógica médica convencional, ou de
forma complementar.

Assim, alguns aspectos importantes devem ser observados pelo


reikiano:

 O Reiki não tem nenhuma relação com a prática da


medicina ocidental contemporânea, curas médicas ou
práticas médicas convencionais.
 O Reiki se refere exclusivamente à CURA no sentido
HOLISTICO, onde o bem-estar energético e espiritual
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determina as condições de equilíbrio e bem-estar físico do
indivíduo.
 Em casos de doenças graves recomende a procura por um
médico e não sugira a interrupção de nenhum tipo de
tratamento convencional.

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O Conhecimento Humano

No mundo ocidental atual, propaga-se a ideia de que se algo não


é aprovado pela ciência, não funciona. Se não pode ser medido e
registrado, não existe. Se não tem comprovação pelos métodos
científicos, é coisa de charlatões.

O que na verdade não é o caso do Reiki e das demais práticas


holísticas, que têm sido extensivamente estudadas do ponto de vista
científico, e seus efeitos comprovados. Mas isso é assunto para outro
capítulo.

No entanto, a ciência se tornou a nova religião, e o método


científico tomou o lugar dos deuses. Não há mais espaço para a intuição,
para o coração, para os sentimentos. O mundo ocidental é normalmente
mecanicista, materialista, e não tem lugar para o estudo e uso de energias
mais sutis, que possam atuar num nível que transcende o corpo físico.

Porém, é salutar esclarecer que o ponto de vista científico não é


a única forma de explicar o mundo. Por sinal, é uma das formas mais
recentes. Os seres humanos, desde que se descobriram pensando, sempre
tentaram explicar o mundo ao seu redor. E a partir deste ponto foram
aparecendo diferentes formas de explicar o mundo e o universo,
diferentes formas de conhecimento humano, a saber:

 Empírico

 Filosófico

 Científico

 Artístico

 Teológico

 Esotérico

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Porém, nenhuma forma de conhecimento necessariamente
exclui a outra. Você pode optar por se dedicar mais a uma dessas formas
para tentar compreender o mundo, mas não precisa ser intolerante com
as outras. Aliás, a tolerância é um dos cernes de todas as práticas
holísticas. Do contrário, você se torna um intolerante, um
fundamentalista. Não existem somente religiosos fundamentalistas, mas
também cientistas fundamentalistas, filósofos fundamentalistas, e esse
comportamento fundamentalista, que separa, que segrega, é uma das
principais mazelas da humanidade. E também uma das principais causas
de desequilíbrio energético, de desperdício e de direcionamento
equivocado de energia. Compreender que não há divisão, que não há ‘nós
contra eles’, que somos todos um só e que somos todos influenciados
quando um de nós sofre, é um grande passo para a restauração do
equilíbrio. E um grande primeiro passo é reconhecer as diferentes formas
que os humanos buscam para explicar o mundo ao seu redor.

O Conhecimento Empírico é aquele baseado na experiência e na


observação, sejam elas metódicas ou não. É aquele conhecimento
popular, de que sabemos que vai chover quando os pequenos
mosquitinhos da grama se levantam, de que sabemos que provavelmente
vai chover quando ouvimos um trovão ou vemos um relâmpago. É o
conhecimento que a humanidade foi desenvolvendo a partir da
observação da natureza e dos fenômenos. Os índios brasileiros
descobriram, observando quando um lagarto ataca uma cobra, e quando
eventualmente é picado por ela, ele procura uma determinada planta na
floresta e come a sua casca para sobreviver. Chamaram-na de Erva-de-
Lagarto, e utilizam sua casca como cura natural contra picadas de cobra há
séculos. A humanidade está repleta de exemplos de conhecimento
empírico, que muitas vezes foram estudados do ponto de vista científico
mais tarde. Porém, nem sempre devem ser tomados como absolutamente
verdadeiros. É comum em algumas comunidades que as crianças com
‘triza’ (amarelão, ou mais tecnicamente, icterícia), sejam submetidas a um
tratamento com uma ‘garrafada’, ou extrato feito a partir de várias ervas
medicinais. E frequentemente melhoram. Ocorre que a maior parte dos
casos de icterícia em crianças se deve a hepatite causada pelo vírus HAV,
que produz uma doença autolimitada e evolui espontaneamente para a

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cura nas crianças. Se uma criança com hepatite A tomar ou não a
‘garrafada’, a cura virá de qualquer modo. Assim, vemos que não
podemos desprezar automaticamente o conhecimento empírico, mas
também não podemos acreditar cegamente em tudo que ouvimos. Há que
haver equilíbrio entre razão e intuição, entre razão e sabedoria popular.

Figura 1. Ervateiro apresentando um extrato de ervas que ‘cura


tudo’, numa feira popular. Fonte: WWW.

Principalmente para o profissional que cuida da saúde humana,


o discernimento em relação ao conhecimento empírico é essencial.
Notadamente no mundo ocidental, o ‘achismo’ tende a perder cada vez
mais espaço na era do conhecimento científico. O conhecimento teórico e
técnico aliado ao espírito crítico são requisitos básicos para um
profissional da saúde.

O Conhecimento Filosófico usa o questionamento e o


pensamento como base, ele é um conhecimento do dia a dia, mas ao
contrário do conhecimento vulgar ou empírico, o conhecimento filosófico
se preocupa em questionar o relacionamento do indivíduo com o meio em
que está inserido. É uma evolução em relação ao conhecimento empírico,
pois emprega a razão para avaliar os fenômenos e não deixar que a mente
seja eventualmente enganada por falsas associações. É o tipo de

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conhecimento baseado na reflexão e construção de conceitos e ideias, a
partir do uso do raciocínio em busca do saber, e não meramente a partir
da observação da natureza. Mesmo sendo racional, o conhecimento
filosófico, inclusive na atualidade, dispensa a necessidade da verificação
científica, visto que os seus objetos de estudo frequentemente não
apresentam um caráter material. A principal preocupação do
conhecimento filosófico é questionar e encontrar respostas racionais para
determinadas questões, mas não necessariamente comprovar algo. Neste
sentido, pode-se afirmar que este modelo de conhecimento é
especulativo. Por outro lado, o objeto da filosofia são realidades que
frequentemente ultrapassam o limite da experimentação. Filosofar é
interrogar, é continuamente questionar a si mesmo e a sociedade. Não é
algo acabado ou definitivo. A Filosofia procura compreender a realidade
em seu contexto mais universal. Não encontra soluções para um grande
número de questões, entretanto habilita o ser humano a ver melhor o
sentido da vida concreta.

O Conhecimento Científico foi uma evolução natural do


conhecimento filosófico antigo, sendo caracterizado pelo conhecimento
obtido través do rigor do método científico. A principal característica do
método científico é que ele deve ser descrito de forma suficientemente
detalhada para que os mesmos resultados possam ser obtidos, usando a
mesma metodologia, por investigadores diferentes, em locais diferentes,
em outras populações semelhantes (em idade e sexo, por exemplo), à
população em que o fenômeno foi descrito inicialmente. Se um fenômeno
não puder ser replicado por outro grupo de pesquisadores, em outra
população semelhante, diz-se que não há comprovação científica sólida
deste fenômeno. Na área da saúde, notadamente na terapêutica,
importantes aspectos a serem investigados são a eficácia e a segurança de
terminada terapia. A avaliação da segurança é razoavelmente simples, de
modo geral verificando inicialmente se uma pessoa normal não terá
nenhum efeito adverso importante com a nova terapia, e em seguida se a
nova terapia é igualmente segura para as pessoas doentes, evitando que o
novo remédio acabe ‘matando o paciente’ durante o tratamento da
doença. Na avaliação da eficácia, um artifício de que a ciência
normalmente se vale é a comparação dos efeitos nova terapia em relação

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a um placebo, ou seja, uma substância ou procedimento inerte, que pode
ser ministrado no lugar da terapia que está sendo avaliada, mas que
sabidamente não deve ter a capacidade de afetar o transtorno em
questão, para o bem ou para o mal. Alternativamente, quando disponível,
se compara o efeito da nova terapia em relação a alguma terapia já
conhecida, que possa ter algum efeito mensurável no transtorno em
questão.

Porém, ‘assim como casas são feitas de pedras, a ciência é feita


de fatos. Mas uma pilha de pedras não é uma casa, e uma coleção de fatos
não é necessariamente, ciência’ (Jules Henri Poincaré). É claro para nós,
bem como para outros filósofos da ciência, que a teoria científica é um
relato apenas aproximadamente verdadeiro de como o mundo é. Afinal,
uma teoria científica fornece apenas uma imagem do mundo.

O que queremos dizer é que é no mínimo muito petulante


querer que a ciência seja a única forma de explicar o mundo, ou mesmo a
melhor forma. Imagine uma pessoa entrando num enorme avião,
sentando no seu assento e olhando para fora através de sua pequena
janela. Agora imagine essa pessoa tentando explicar o mundo para outra
sentada no corredor, a partir do que ela vê de sua janela. Será que essa
visão de mundo é completa? Será que a pessoa no corredor conseguirá ter
uma perfeita imagem mental do mundo, a partir da descrição da pessoa
sentada na janela? Ainda usando a analogia do avião, como outros já
ilustraram, todas as peças de um grande avião de passageiros podem ser
relacionadas e discriminadas em algumas folhas de papel. Porém, para
alguém que nunca antes tenha visto um avião, seria possível imaginar tal
máquina voando nos céus, apenas lendo a relação das peças que a
compõem, descritas no papel?

Talvez lhe ajude a pensar melhor a respeito das limitações de


cada forma de conhecimento, com a visão do Conhecimento Artístico.
Imagine-se admirando o quadro abaixo, e o que sente ao ver a pintura:

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Figura 2. Leonid Afremov, original oil painting, palette knife.
Fonte: https://br.pinterest.com/pin/14777505005448397/.

Você acha que conseguiria descrever esse quadro, todas as suas


nuances, todas as suas cores, toda a sua mensagem, e tudo o que você
sentiu ao olhá-la, para uma pessoa que nunca tenha visto essa pintura, e
fazer com que ela tenha as mesmas sensações que você? O conhecimento
artístico tem sua própria linguagem, e deve ser apreciado como tal. Além
disso, é inesgotável, pois a cada observação as percepções são diferentes.
Ele pode ou não assumir lógica similar aos outros tipos de conhecimento,
mas não é possível traduzi-lo completamente dentro de outros sistemas
de conhecimento sem a perda de informações relevantes, mesmo que a
ciência fundamentalista muitas vezes o tente.

Igualmente, não é sábio desprezar o Conhecimento Teológico. A


Fé teológica está ligada ao testemunho de uma pessoa diante de outras,
revelando os mistérios do Divino, do Criador. Ao contrário da observação

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contínua, do pensamento racional ou da investigação científica, ela se vale
do argumento da autoridade. Aceita explicações de alguém que
supostamente já tenha o mistério revelado, depositando-se uma atitude
de fé diante de um conhecimento somente a ele confiado. Mesmo
parecendo temerário esse comportamento de fé cega nos tempos atuais,
é inegável que as bases teológicas em que se alicerçam as grandes
religiões têm ajudado parcela significativa da humanidade durante
séculos, contribuindo com os fundamentos morais que possibilitaram o
estabelecimento das sociedades organizadas no mundo todo. E
individualmente, milhões de pessoas têm sido ajudadas pelas religiões,
através das quais puderam ter as primeiras noções das leis cósmicas que
regem nossa existência neste mundo.

De forma um tanto distinta, o Conhecimento Esotérico tem dois


aspectos principais, um filosófico, e outro místico. Através desses dois
pilares, nos permite experimentar o que é ‘inexplicável’ pelas outras
formas de conhecimento humano. Ou mesmo nos deixa tranquilo diante
do fato de que há certas coisas que não podem ser mesmo entendidas,
em nosso atual estágio evolutivo. Mas por ter um componente filosófico,
não depende e não envolve a fé cega, pois exige algo plausível que possa
ser provado, ao menos racionalmente. Mas também não se deixa enganar
por técnicas de manipulação mental, como veremos mais adiante, pois
seu componente místico envolve a experimentação, a vivência, o sentir
seus efeitos nas dimensões física, emocional, mental, e mesmo mais sutil,
ainda que carecendo de ‘comprovação’ científica. O Reiki se encaixa na
forma de conhecimento esotérico. Não depende da fé, é baseado na
vivência de seus efeitos, mas tem uma racionalidade lógica sobre o seu
funcionamento. E também tem um toque de arte, pois cada experiência é
única, cada interação e cada momento levam a sensações e descobertas
distintas, que não podem ser explicadas a outro sem perda de
informações relevantes.

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Limitações sensoriais do ser humano

“Nossas possibilidades de conhecimento são muito e até,


tragicamente, pequenas. Sabemos pouquíssimo, e aquilo que sabemos,
sabemo-lo muitas vezes superficialmente, sem grande certeza. A maior
parte do nosso conhecimento somente é provável. Existem certezas
absolutas, incondicionais, mas estas são raras” (Józef Maria Bocheński).

 O ser humano pode conhecer a verdade?

 O que é a verdade?

 Que evidências temos que as verdades reveladas pela religião,


filosofia ou ciência sejam realmente verdade?

 Como podemos ter certeza que o ser humano e a humanidade


estão no caminho certo?

Muito em razão da ciência e da mídia de massa, a humanidade


tende a ser iludida de que tudo que ela percebe é um retrato fiel do
mundo, e o que ela não percebe, não conhece, nunca viu, então não
existe.

Para nos ajudar a compreender que uma prática como o Reiki,


que movimenta energias que não conseguem ser medidas pela ciência
moderna, é capaz de ‘curar’ uma pessoa, trazendo de volta o equilíbrio
físico, emocional e mental que ela necessita, é importante compreender
as limitações humanas em perceber a realidade ao seu redor. O
pensamento geralmente aceito de que o humano é o organismo
biologicamente mais evoluído a pisar neste planeta, e mesmo no cosmos
inteiro como petulantemente querem alguns, nos leva facilmente a buscar
a resposta mais simples sobre os dilemas dos fenômenos: se eu não posso
ver, nem sentir, nem comprovar, é porque não existe.

Mas quem nunca viu um gatinho olhando para um canto na


casa, ou mesmo para um lugar vazio na rua, como se estivesse mesmo
vendo e interagindo com alguém? E de repente, do nada, se vira e
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continua seu caminho, como se este ‘alguém’ também tivesse ido ou
deixado sua mensagem. É sabido que cães tem uma capacidade auditiva
muito diferente da nossa, que seus ouvidos conseguem captar frequências
muito além do que os humanos podem perceber. Morcegos não veem
praticamente nada com seus olhos da forma como vemos, mas, através da
emissão e recepção de frequências na faixa do ultrassom, conseguem ter
uma percepção mental do mundo que os cerca de forma suficiente para a
sua existência e desenvolvimento. Tubarões percebem que pequenas
gotas de sangue se espalham no mar a quilômetros de distância, por
mecanismos que o corpo humano não pode nem sonhar em desenvolver.
Uma mosca, com seus olhos holográficos, certamente tem uma visão do
mundo totalmente diferente da nossa.

Figura 3. Alguns animais com percepções sensoriais distintas dos


humanos.

Agora, será que o a realidade percebida por esses animais é


menos verdadeira que a percebida por nós? Será que os humanos, no
topo de sua arrogância, podem se permitir pensar que a realidade que nós
percebemos é a suprema verdade de tudo que existe, por termos um
corpo biológico mais evoluído? E tudo o que não percebemos,
simplesmente não existe? Fale isso para um morcego, à noite...

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E qual imagem é a verdadeira?

Figura 4. Uma velha senhora nariguda, ou uma bela moça


exuberante?

Nossos sentidos e nossa mente nos enganam facilmente.


Primeiro, dentre as frequências eletromagnéticas conhecidas e que nos
cercam, percebemos visualmente apenas 2% delas.

Figura 5. Espectro eletromagnético e a faixa que percebemos


como luz visível.

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E é fácil aceitar a ideia de que existam frequências (energias) tão
mais baixas e com comprimento de onda maior que as mais longas ondas
de rádio. Por sinal, frequências tão baixas cujas ondas são até
infinitamente longas tendem a serem chamadas de ‘matéria’, mas a física
moderna já está colocando em cheque essa distinção entre energia e
matéria, pois a rigor não há diferença, tudo está em movimento, pois tudo
é energia, apenas em diferentes frequências, como já ensinam as
tradições orientais há milhares de anos.

Figura 6. As frequências e comprimento de onda de energia e


matéria.

E neste paralelo, certamente há energias de frequência tão mais


alta que as dos raios gama, e que nossos equipamentos não conseguem
nem medir. São energias nessa alta frequência que o Reiki movimenta.
Mas não conseguimos medir essas energias, então elas não existem? É
importante ressaltar que os equipamentos que a humanidade consegue
construir são limitados pelos sentidos humanos. Mesmo que um
equipamento consiga registrar alguma energia em frequência que nossos
sentidos não percebem, temos que idealizar um equipamento que consiga

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traduzir essa informação para que nossos sentidos a percebam. E existem
também limitações tecnológicas para o limite de frequência que podemos
detectar, relacionado à Teoria da Relatividade, sendo que dois
observadores em posições diferentes têm visões perfeitamente plausíveis,
ainda que totalmente diferentes, de um mesmo fenômeno. Pois, como
uma frequência de energia tão baixa e com comprimento de onda tão
longo pode nos parecer como algo sólido e parado, uma frequência de
energia extremamente alta, em níveis até além de nossa compreensão,
também nos parecerá algo parado, sólido até, ou completamente invisível.
Para outro observador, cujo corpo vibre em outra frequência, que
estivesse em outro ponto de referência ou cujos sentidos conseguissem
captar outra faixa de frequência, essas mesmas ondas eletromagnéticas
poderiam parecer em movimento, e serem registradas.

A neurociência já demonstrou que a imagem que fazemos do


mundo é uma distorção da realidade, limitada não só pelos nossos
sentidos, mas também pela nossa mente. Essa distorção é causada por
filtros que alteram nossa percepção da realidade, originados de nossas
restrições neurológicas (a capacidade cognitiva de cada um), as restrições
sociais (onde vivemos), e as restrições individuais (nossas crenças
particulares). Além disso, essa imagem é corroída pelo que Nelson Spritzer
(1993) chamou de ‘ratinhos’ da generalização, da deleção e da distorção,
que são criados com base em nossa experiência de vida. Assim, a imagem
final que fazemos do mundo certamente é um tanto diferente do mundo
original que nos cerca, se pudéssemos finalmente saber como ele é na
realidade, livre da atuação destes filtros. E quem conhece como esses
filtros agem, pode criar uma mensagem que vai ser entendida pelo
interlocutor exatamente da forma que o emissor da mensagem deseja, e
não necessariamente ser real. A mente pode ser facilmente enganada.

Agora imagine um animal como um morcego, ou uma mosca,


que têm formas de perceber o mundo totalmente diferentes, como será a
imagem de mundo que eles fazem? Seria mais ou menos verdadeira do
que a que nós fazemos? Alguma dessas imagens pode enfim ser mais ou
menos verdadeira? Quem julga?

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Figura 7. Filtros mentais e cognitivos que distorcem nossa
imagem de mundo.

A título de ilustração, conta a história que quando as primeiras


caravelas com os europeus chegaram à costa das Américas, os nativos que
circulavam nas praias simplesmente não as viam. Eles olhavam para o mar
e não as viam. Após um longo tempo, um indivíduo mais esperto começou
a perceber que o mar em certo local se movia de forma diferente, acabava
gerando ondulações onde deveria estar calmo e tranquilo. Em seguida,
como um flash de luz em sua mente, ele finalmente ‘viu’ aqueles objetos
estranhos que estavam flutuando distante no mar. O resto é história. A
explicação para esse fenômeno é que uma caravela era algo tão distante
da realidade coletiva e individual desse povo que era impossível conceber
a existência de algo assim nas suas mentes. Como a mente não estava
preparada para gerar uma imagem de algo flutuando assim tão longe no
mar, mesmo que as frequências de energia visíveis entrassem pelos olhos
dos nativos naquele momento, sua mente demorou muito para poder
reconhecer o que poderia ser aquilo, gerar uma imagem mental e
informar o cérebro de que algo diferente estava lá. Provavelmente o
mesmo aconteceria se uma máquina moderna, como um submarino

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nuclear, um drone ou smartphone fosse deixado à vista de uma civilização
antiga primitiva. E os seus construtores e pilotos seriam considerados
novamente deuses...

Figura 8. Ilustração da chegada das caravelas europeias nas


Américas.

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Causas das doenças

Agora que já temos uma percepção um pouco melhor do que é


energia e suas frequências, fica um pouco mais fácil compreender como as
práticas holísticas, como o Reiki, entendem as causas das doenças. Tudo
se baseia na ressonância da frequência de energia. Com que frequência
você se identifica? Em que frequência você vibra? Que frequência de
energia você emite? Você já deve ter feito ou visto o experimento de
pressionar uma corda mais grossa de um violão no meio ou no seu terço,
tocá-la, e perceber que o som que ela emite faz outra corda mais fina ao
lado vibrar também, sem ao menos ter sido tocada.

Figura 9. Diversas frequências possíveis que uma corda pode


emitir ao vibrar.

E assim nosso corpo também ressoa. Doenças são


manifestações de desequilíbrios energéticos, padrões de energia que nos
fazem mal, e, portanto não deveriam estar ali. Quando você gera
pensamentos de baixa frequência, como raiva, medo, angústia, amargor,
frustração, por tempo suficiente, com força suficiente, seu corpo físico vai
começar a ressoar nessa frequência, com dor na barriga, queimação no
estômago, uma úlcera em pouco tempo, e se nada for feito, com um
câncer no futuro. Você nunca sentiu o desconforto físico na barriga
quando está gerando frequências de medo, ou o nó na garganta de
angústia?

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Quando você perceber que as frequências dessas emoções são
geradas pela sua mente, pela forma como a sua mente reage ao mundo ao
seu redor, e que você pode tomar a decisão mental sobre a forma como
quer reagir, sua vida mudará radicalmente, para melhor! Com que
frequência você quer ressoar? Que frequência você quer emitir?

Uma boa ilustração desse fenômeno foram os experimentos


com a água realizados por Masaru Emoto. Você pode ler mais sobre eles
aqui: http://somostodosum.ig.com.br/artigos/autoconhecimento/como-a-
agua-reflete-nossos-sentimentos-1919.html , bem como a crítica aos seus
trabalhos aqui: https://pt.wikipedia.org/wiki/Masaru_Emoto .

De qualquer maneira, nós reikianos consideramos que as


doenças podem ser classificadas nessas seguintes categorias:

 Desequilíbrio

 Cármicas

 Químicas

 Terminais

Os desequilíbrios, como mencionamos antes, são originados


pela forma de agir, reagir, pensar, sentir, mas também pela má
alimentação, excesso de trabalho, enfim, por toda a vibração energética
de baixa frequência que criamos, ou que nos cerca. Talvez seja a forma
mais fácil de ‘curar’ quando em seu estágio inicial, mas uma vez que esses
padrões energéticos são cultivados por tempo e com força suficiente,
chegando a se manifestar no corpo físico, o processo de cura física é mais
demorado.

As desordens cármicas são mais difíceis de compreender se o


indivíduo não compreende ou não aceita o princípio das reencarnações.
Essas desordens são consequências de atos não dessa vida, mas de outras
existências, geradas pela Lei cósmica do Carma. Se você eventualmente
tem dificuldade em aceitar esse conceito por seus filtros religiosos, vale
lembrar que as religiões derivadas da tradição judaico-cristã e outras que
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não aceitam esse princípio são uma minoria dentre todas as tradições
religiosas do mundo. O cristianismo, por sinal, em seus princípios, pregava
abertamente o conceito das reencarnações, e só após o Concílio de Nice,
no Séc. IV de nossa era, quando foi criada a religião de Estado Católica
Apostólica Romana, por decreto esse conceito foi retirado da doutrina. E
apesar de todos os esforços, ainda escaparam na Bíblia cristã vários
trechos em que Jesus e outros se referem às vidas passadas, como em
[Mateus 17:12-13], [João 3:7], [João 3:1-12], [João 9:1-3], dentre outros.
Se você tem essas restrições impostas por dogmas teológicos, talvez seja o
momento de pensar por si mesmo a respeito, e investigar o assunto. Mas
de qualquer maneira, mesmo achando esse conceito impossível, não
precisa se preocupar com isso, pois se quiser ajudar os outros, você não
precisa diagnosticar as doenças, dirigir a energia ou tomar qualquer
decisão por si para que a cura com o Reiki se efetive, como falaremos mais
adiante.

As desordens químicas são aquelas originadas por interferência


do meio externo, como poluição, fumaça, cigarro, agrotóxicos nas
verduras e antibióticos e hormônios nas carnes, leites e derivados. Seus
efeitos são passíveis de serem equilibrados como Reiki, mas para que não
voltem a ocorrer, é necessário que a pessoa busque se afastar das origens
dessa contaminação. Em nossa vida moderna pode ser difícil se livrar
completamente de algumas fontes de contaminação, mas nesses casos o
Reiki poderá ser utilizado para neutralizar, ou ao menos minimizar, seus
efeitos.

E por fim, algumas desordens são terminais. Manifestam-se,


pois de fato é chegado o momento de deixar o atual corpo físico e a
presente personalidade e continuar a jornada evolutiva em outras
experiências. Assim, é importante não termos apego também às pessoas,
mesmo que queridas. O ato mais sublime de amor é libertar. O desejo de
um ente querido em curar a pessoa enferma e manter ela presa nesse
planeta por um tempo adicional pode ser extremamente doloroso para
ela, atrasando sua partida e causando mais sofrimento. E também trará
consequências cármicas para quem atuar para a permanência da pessoa
sem o seu consentimento. São inúmeras as histórias de reikianos recém-

Caio M. M. de Cordova – Apostila Reiki nível I Página 22


sintonizados, quando aplicando Reiki num animalzinho de estimação
doente buscando sua cura, por exemplo, acabaram acelerando o processo
de sua passagem, com animalzinho abandonando o corpo físico mais
rapidamente. E isso não é ruim. O importante é não termos apego. E,
sendo tutor de um animal ou tendo autorização de uma pessoa em estado
de doença avançada, aplicar o Reiki com desapego, desejando no máximo
que o Reiki faça o melhor que for possível para aquele ser, dentro de suas
e nossas condições de merecimento e carma, que não podemos conhecer,
avaliar nem julgar. De fato, igualmente estamos cientes de inúmeros
relatos de reikianos que, aplicando Reiki numa pessoa querida, ou mesmo
desconhecida, em estado de doença avançada, muito grave ou terminal,
sem apego, observaram que a pessoa acabou passando pelo tratamento
quimioterápico em casos de câncer, ou pela evolução natural de alguma
doença, de forma muito tranquila, sem os efeitos adversos do tratamento,
sem dor. E certamente são muitos gratas por isso.

Além disso, entendemos que as doenças são apenas um aviso de


que algo não está bem, seja emocional, mental ou espiritualmente, ou
mesmo ocorrem para a nossa evolução, para algum aprendizado que se
faz necessário. Mesmo que de algum ponto de vista, o sofrimento pareça
cruel.

Caio M. M. de Cordova – Apostila Reiki nível I Página 23


Definição de técnica holística

Nenhum procedimento terapêutico destinado apenas ao corpo


físico será capaz de trazer a cura definitiva, pois não pode mais que
apenas reparar superficialmente o dano, tratando apenas as
consequências dos desequilíbrios, e não sua origem primária.

O Reiki, assim como outras práticas holísticas, vê o ser como um


todo, não apenas o seu corpo físico, mas também as suas dimensões
energética, emocional, mental e espiritual. Aqui, o aspecto espiritual não
tem relação com crenças ou religiões. Refere-se ao aspecto de nosso ser
que transcende ao corpo físico, e mesmo à nossa mente. É a dimensão
mais sutil de nosso ser, de nossa existência, e que é capaz de sentir, reagir
e se comunicar com frequências de energia que as demais dimensões não
são capazes de perceber. Entretanto, mesmo que nosso corpo não
perceba, que nossas emoções não nos deem nenhuma pista, e que nossa
mente racionalmente não consiga nos dar nenhuma resposta lógica,
muitas vezes, simplesmente sabemos. E simplesmente sabemos com uma
certeza tão sólida que nada é capaz de nos demover dessa posição,
mesmo que não consigamos explicar o porquê. A não ser que você se
deixe levar por suas reações nas dimensões inferiores de seu ser. É um
aspecto muito diferente da fé, pois não é relativo a algo que nos foi
incutido de fora, mas vem naturalmente de dentro, é nossa dimensão
intangível, que transcende o mundo físico. É nossa dimensão espiritual.

Assim, o Reiki não vai tratar apenas o corpo físico, mas todas as
demais dimensões sutis que compõem o nosso ser. É claro para nós que
quando uma doença se manifesta no nível físico, sua origem emocional,
mental ou espiritual vem sendo cultivada há muito tempo, e a raiz dessa
frequência que desarmoniza o corpo deve ser reequilibrada. Desta forma,
um reikianos nunca vai tratar apenas um sítio do corpo físico
isoladamente. Pois a origem do problema pode ter outra localização. O
tratamento, de preferência, sempre será completo, atuando sobre todo o
corpo, cuja técnica veremos mais adiante.

Caio M. M. de Cordova – Apostila Reiki nível I Página 24


Além desta abordagem holística no que tange ao indivíduo,
outro aspecto que vai se desenvolvendo no reikianos é a consciência de
que todos nós, nesse planeta e em todo o cosmos, somos apenas um só.
Todo o mal que alguém fizer, toda desarmonia que alguém causar,
repercutirá em todos. Da mesma forma, toda harmonia que foi criada,
todo bem-estar que for gerado, beneficiará a todos. A compreensão
destes mecanismos normalmente se dá num longo caminho evolutivo,
mas invariavelmente, todos chegaremos lá. Afinal, talvez sejamos mesmo
a projeção de um imenso holograma, onde todos somos partes iguais de
um todo que é reflexo de suas partes, e vice-versa. Assim como tentava à
época esclarecer Hermes Trimegisto, assim como é em cima, é em baixo.
As implicações disso tudo são potencialmente enormes, e talvez ainda
nem estejamos prontos para lidar com essa magnitude de informação.

Figura 10. É provável que estejamos vivendo num ‘multiverso’,


um número infinito de realidades físicas paralelas. Fonte.

A definição de holograma, ou imagem holográfica, data de 1971,


quando Dennis Gabor, um engenheiro eletricista e inventor húngaro-
britânico, foi laureado com o Nobel de Física pela invenção e
Caio M. M. de Cordova – Apostila Reiki nível I Página 25
aperfeiçoamento da holografia, em 1948. Holografia é uma forma de se
registar ou apresentar uma imagem em três dimensões, de modo que
cada parte possui a informação do todo. Assim, um pequeno pedaço de
um holograma terá informações de toda a imagem do mesmo holograma
completo. Observando uma pequena parte a imagem poderá ser vista na
íntegra, mas a partir de um ângulo estreito. Assim, o termo holístico foi
derivado deste conceito de que percebemos, mesmo que de maneira
estreita, uma pequena parte que é representativa fiel do todo.

Caio M. M. de Cordova – Apostila Reiki nível I Página 26


Reiki: definição, particularidades e história

O Reiki é uma prática que deve seu nome à junção de dois


ideogramas japoneses, Rei e Ki. Ki refere-se à energia vital, a energia que
sustenta a vida. A mesma energia é referida em outros sistemas por
outros nomes, como prâna no yoga, chi nas práticas chinesas, nefesh no
judaísmo, ou magnetismo como chamado por Franz Anton Mesmer.
Literalmente, Ki (気) significa Alma. Rei se refere à origem desta energia,
ao seu aspecto divino, não no sentido religioso, mas relativo à fonte
criadora de todo o Cosmos, como quer que você queira chama-la.
Literalmente, Rei (霊) quer dizer Espírito. O Reiki como prática canaliza a
energia vital que sustenta o Cosmos e os seres que nele habitam, a partir
de sua fonte. A prática e técnica do Reiki em si são bastante simples,
fazendo-se essa canalização da energia través das mãos, que são
colocadas sobre os centros energéticos e órgãos físicos do receptor. É
basicamente uma técnica de canalização de energia por imposição das
mãos.

Figura 11. Ideograma em japonês formando a palavra Reiki.

Caio M. M. de Cordova – Apostila Reiki nível I Página 27


Particularidades do Reiki

O que difere o Reiki das outras práticas de imposição de mãos é


que o reikiano não fica exaurido durante o processo terapêutico. Essa é
uma diferença enorme, pois o Reiki não envolve a energia (ki) do próprio
terapeuta, mas apenas a energia vital universal disponível, gratuita e
abundante, que é canalizada pelo reikiano. E ao contrário das demais
práticas de imposição de mãos, quanto mais o aplicar, mais o reikiano é
beneficiado no processo, pois uma parte dessa energia também lhe
favorece.

O Reiki é uma energia de alta frequência. Não tem carga positiva


nem negativa, podendo eventualmente assumir uma polaridade se for
necessário ao processo de cura. Essa energia tem a capacidade de
desobstruir os bloqueios e equilibrar os nossos centros energéticos e
caminhos (meridianos) através dos quais a energia (ki) percorre o nosso
corpo.

O Reiki também não faz parte, e nem fará, de qualquer religião.


Qualquer pessoa, independentemente de suas crenças, pode se tornar um
reikiano e ajudar o próximo. Também não há limitações de idade para um
reikiano. Crianças e idosos podem igualmente se tornar fantásticos
terapeutas, pois a habilidade de cura depende mais do amor incondicional
do terapeuta do que de conhecimentos teóricos e erudição acumulada
com o tempo.

Efeitos adversos ou indesejados por parte do receptor de Reiki


são raros. Normalmente, eventuais efeitos que possam se manifestar são
devidos a um processo de adaptação ao novo patamar energético à que a
pessoa está sendo submetida. É um período de adaptação. Os relatos mais
importantes de efeitos adversos que se tem notícia são em relação ao
efeito de anestésicos. Aparentemente o Reiki entende o anestésico como
algo tóxico, que agride o organismo e deve ser neutralizado. Assim, não é
recomendável aplicar Reiki em alguém que tenha acabado de fazer uma
grande cirurgia, por exemplo, e esteja ainda sobre o efeito dos
anestésicos, pois ela pode voltar a sentir as dores da operação
imediatamente. Da mesma forma, reikianos que se submetem a

Caio M. M. de Cordova – Apostila Reiki nível I Página 28


procedimentos odontológicos com anestesia, e que, mesmo
inconscientemente, acabam dirigindo Reiki para a área dolorida, relatam a
cessação do efeito do anestésico, e a volta imediata da dor. Fora isso, não
há notícias de efeitos indesejáveis de maior grau.

História do Reiki

O Reiki foi trazido à nossa era por um japonês de nome Mikao


Usui, nascido em 15/08/1865 na vila de Taniai, distrito de Yamagata,
ligada à Prefeitura de Gifu, perto de Nagoya.

Figura 12. Imagem colorizada de Mikao Usui, codificador do


Reiki.

Curiosamente, até meados da década de 1990 apenas um seleto


grupo de Mestres em Reiki sabia sobre sua biografia, e mesmo as datas de
seu nascimento e de falecimento.

Sabe-se que desde muito cedo Mikao foi movido por um


sentimento de busca, de forma a encontrar a melhor maneira de ajudar
aos outros. Ele tinha percebido que, de forma geral, as práticas de cura
com imposição das mãos invariavelmente levavam à exaustão do
praticante. Assim, ele foi movido a buscar algo diferente, que pudesse
ajudar quem precisasse de equilíbrio energético, mas sem exaurir as
forças do terapeuta. Em sua busca, ele chegou a estudar Kiko, uma

Caio M. M. de Cordova – Apostila Reiki nível I Página 29


variante da prática chinesa Chi kung, no templo à época budista de
Tendai, no Monte Kurama, ao norte de Kyoto, mas teria percebido que
esta prática usa muito da própria energia do terapeuta para a cura. Há
relatos de que ele teria viajado muito em busca de sistemas de cura
diferentes, bem como de conhecimento teológico e psicologia, por todo o
Japão, pela China, e mesmo pela Europa. Chegou a juntar-se a grupos
místicos como o Rei Jyutu Ka, ‘aqueles que tem habilidades espirituais’,
mas sem realizar-se.

Em 1914, Mikao Usui teria voltado ao Monte Kurama, onde teria


se tornado monge e se dedicado a um retiro de jejum e meditação. Supôs-
se que uma dessas meditações pode ter sido ficar debaixo de uma cascata
do Monte Kurama, com a água caindo sobre a cabeça, para abrir e
purificar o "chakra da coroa", por ser uma prática corrente em certas
vertentes budistas. Pesquisas recentes não encontraram evidências de
que esta seria uma prática sistematizada no Templo do Monte Kurama,
apesar de que pode ter sido realizada de forma individual, pois o ambiente
até hoje é muito convidativo.

Em março de 1922, Mikao Usui teria tido a sua experiência de


Satori (Iluminação, ou Samadhi para os yogis), um estado de consciência
expandido mediado pelos sete principais centros energéticos do corpo, e
entrado em contato direto com o conhecimento universal, lhe sendo
revelada a forma correta de utilizar a energia vital (ki) para a cura sem
ficar desvitalizado. Ao retomar a consciência normal, ele sabia como
utilizar e ensinar a técnica e tinha em sua mente todas as ferramentas
para isso, os símbolos sagrados e codificados do Reiki. Usui teria
experimentado então a energia em si próprio e depois na sua família,
tendo aberto, em abril de 1922, a escola que ainda hoje existe, a Usui Reiki
Ryoho Gakkai, em Tokio, que só aceita alunos de origem japonesa.

Curiosidades sobre a vida de Mikao Usui incluem ainda


informações de que ele teria sido funcionário do departamento de saúde,
e mais tarde presidente (prefeito), de Kioto. Teria ainda tentado iniciar um
negócio por conta própria, mas que não deu certo, antes de buscar o
budismo definitivamente em 1914.

Caio M. M. de Cordova – Apostila Reiki nível I Página 30


Alguns afirmam, a partir das falas de Hawayo Takata (veja sobre
ela mais adiante), que o Reiki já era conhecido pelos monges budistas,
notadamente no Tibete, há pelo menos 3.000 anos. Os budistas teriam
deixado de praticá-lo e ensiná-lo, por considerarem um mero atalho para
o caminho da Iluminação. Assim, restaria ainda a dúvida sobre a origem do
Reiki para o mundo contemporâneo, se Mikao Usui teria tido a revelação
completa do Reiki em seu momento de Iluminação, ou se teria sido na
verdade ensinado e iniciado por um monge budista que ainda deteria o
conhecimento do Reiki e sua aplicação. Entretanto, pesquisas recentes
não encontraram em nenhum escrito budista os ensinamentos do Reiki.

Hoje, inclusive, sabe-se que a energia do Reiki e mesmo seu


nome já era conhecido e utilizado como forma de cura través da
canalização por diferentes grupos e sistemas no Japão. Alguns exemplos
de sistemas conhecidos que canalizam Reiki de outra forma são o Johrei e
o Mahikari, acrescentando aspectos teológicos em seus sistemas. Porém,
Usui teria elaborado seu sistema próprio, distinto dos demais, e que
acabou sendo mais conhecido no ocidente.

De qualquer forma, Mikao Usui deixou escrito em suas


anotações: “O meu Usui Reiki Ryoho é original, não existe nada como este
método no mundo. Por isso gostaria de mostra-lo ao público, para que
todos possam beneficiar-se dele, para que todos alcancem a felicidade. O
meu Reiki Ryoho é um método original baseado no poder intuitivo
existente no universo. Através deste poder, o corpo torna-se mais
saudável, a vida torna-se mais feliz, e atinge-se a paz de espírito.
Atualmente as pessoas necessitam de progredir e de reconstruir sua vida
exterior e interiormente. Deste modo, divulgo o meu método para ajudar
todas as pessoas com doenças do corpo e da mente”.

Mikao Usui faleceu aos 62 anos em 9 de março de 1926 em


Fukuyama, Hiroshima, e sepultado no Templo budista Saihoji, em Tokio.

Caio M. M. de Cordova – Apostila Reiki nível I Página 31


Discípulos importantes

Chujiro Hayashi foi um dos principais dos 16 discípulos que


Mikao Usui elevou a sensei (professor). Era médico cirurgião de formação
e militar da marinha imperial, o que de certa forma pode ter facilitado a
aceitação do Reiki como terapia perante e população e a alta sociedade.
Abriu sua própria clínica em 1925, a Reiki Hayashi Shiki Rioho,
desenvolvendo seu próprio estilo, mas seguindo os preceitos do mestre
Usui no ensino do Reiki.

Foi Chujiro quem treinou e ajudou Hawayo Takata a trazer o


Reiki para o Havaí, sua terra natal, mesmo a contragosto de algumas
camadas sociais japonesas que não queriam que essa técnica saísse do
Japão.

Figura 13. Chujiro Hayashi e Hawayo Takata.

Hawayo Takata nasceu em 24 de dezembro de 1900 e faleceu


em 11 de dezembro de 1980. Sua ligação com o Reiki decorre de um
estado de saúde bastante grave que a teria acometido, com câncer no
fígado, comprometendo o pâncreas e a vesícula, ou simplesmente uma
doença pulmonar e dores abdominais, conforme a versão. Por viver no
Havaí e ter buscado tratamento no Japão, teria ficado sabendo de uma
nova clínica e uma nova forma de terapia, liderada por Chujiro Hayashi.
Teria sido tratada na clínica de Chujiro e curada em 4 meses. Após certa
insistência, foi autorizada a aprender o Reiki, sendo iniciada no Nível 1 em
1936, no Nível 2 em 1937, e no Nível 3 em 1938. Chujiro Hayashi iniciava
seus discípulos no Nível 1 após 3 meses de ajuda não remunerada, no
Nível 2 apenas os melhores estudantes com um compromisso de mais 9
Caio M. M. de Cordova – Apostila Reiki nível I Página 32
meses de ajuda, e os que ajudassem mais 2 anos ganhavam a permissão
para acessar o terceiro nível. Os níveis e o processo de aprendizado do
Reiki são detalhados mais adiante. Com a volta de Hawayo Takata ao
Havaí, e suas peregrinações pelos EUA, não demorou para que muitos
norte-americanos de mente mais aberta descobrissem o Reiki, e a prática
se disseminasse então a partir dos EUA para todo o ocidente.

Pesam contra Takata críticas de ela ter introduzido algumas


fantasias na história do descobrimento do Reiki por Mikao Usui. Dizia que
Mikao teria visto os símbolos do Reiki no vigésimo primeiro dia de seu
retiro, através de uma luz que teria batido forte em seu terceiro olho.
Disseminou também que Usui seria cristão e professor de Teologia. Dizia
que seus alunos o chamavam de Doutor, dentre outras afirmações não
muito nobres sobre si mesma. Essas distorções, de forma compreensível,
foram criadas para o que o Reiki pudesse ser aceito mais facilmente no
ocidente, conforme era intenção de Takata. Mais tarde surgiram versões
de que o Reiki teria surgido no Tibete, na Lemúria, em Atlântida... que
Mikao, ao descer o Monte Kurama teria topado o dedo numa pedra,
sentindo uma dor tamanha, que o fez ver estrelas e os símbolos do Reiki, e
em seguida colocou suas mãos sobre o dedo ferido e este ficou
instantaneamente curado.

Takata ainda obrigava seus discípulos a ensinar o Reiki,


mediante juramento, exatamente da forma como ela os havia ensinado.
Não permitia que o aluno tomasse notas ou gravasse suas falas, e dizia
que o Reiki sempre tinha sido uma tradição oral. Mais tarde se descobriu
que ela havia omitido muito dos ensinamentos originais que Mikao Usui
considerava importantes, e acrescentou muito de suas regras próprias. À
medida que as linhagens de reikianos voltaram a buscar os ensinamentos
originais de Usui, o estilo de Hawayo e que se espalhou pelo ocidente,
deveria mais propriamente ser chamado Takata Reiki. Takata chegava a
cobrar US$10.000 pelo treinamento, autorizando outros a ensinar o Reiki,
em apenas um final de semana, mesmo sem experiência prática. Takata
iniciou 22 Mestres em Reiki.

Depois da passagem de Takata, um de seus discípulos, Iris


Ishikura, decidiu quebrar as regras e seguir seu guia interior. Ela começou
Caio M. M. de Cordova – Apostila Reiki nível I Página 33
a ensinar o Reiki mediante taxas insignificantes, e às vezes até de forma
gratuita, dentro do espírito que Mikao Usui deixou em seus escritos,
desejando que o Reiki se tornasse disponível a todos, em todo o mundo.
Assim, desde a década de 1980, o Reiki se expandiu rapidamente pelo
mundo, com muitos mestres ensinando o que aprenderam, de graça ou
com custos muito modestos. Apenas um diminuto grupo continua
cobrando taxas de US$ 10.000.

Há que se reconhecer que, não fosse a iniciativa de Takata, o


Reiki teria demorado muito mais a chegar ao ocidente, e a ajudar milhões
de almas e corpos aflitos. Provavelmente Takata fez o melhor que pode
para disseminar o Reiki no mundo, numa época, logo após do ataque
japonês a Peral Harbor, em que os sentimentos anti-Japão nos EUA
estavam à flor da pele.

Informações mais concretas sobre a história e o descobrimento


do Reiki só foram reveladas muito mais tarde, principalmente quando
Frank Arjava Petter viajou ao Japão para rastrear as origens na fonte, e
conhecer a história oficial do Sistema de Reiki de Mikao Usui. Seu trabalho
foi publicado em parceria com Walter Lübeck e William Lee Rand no livro
The Spirit of Reiki (ed. Lotus Press, 2001).

Porém, ao menos até que algum dos mestres remanescentes


originalmente iniciados por Miako Usui e que praticam e ensinam na Usui
Reiki Ryoho Gakkai queiram vir a público, o ocidente pode apenas
especular e investigar, com base nas evidências disponíveis, sobre as reais
origens e técnicas do Reiki codificadas por Mikao Usui.

Caio M. M. de Cordova – Apostila Reiki nível I Página 34


O que é um reikiano

 Aquele que trabalha com as mãos é um artesão

 Aquele que trabalha com a mente é um sábio

 Aquele que trabalha com a inspiração é um artista

 Aquele que trabalha com a técnica é um profissional

 Aquele que trabalha com a intuição é um místico

 Aquele que trabalha com o coração é um espiritualista

 Aquele que trabalha com as mãos, mente, inspiração, técnica,


intuição e com o coração, é um reikiano!

(autor desconhecido)

Caio M. M. de Cordova – Apostila Reiki nível I Página 35


Os 5 princípios do Reiki

Mikao Usui deixou para seus discípulos uma série de princípios e


objetivos que, aplicados à vida cotidiana, constituem-se em ferramenta
auxiliar para alcançar a felicidade:

1. No dia de hoje, não me preocuparei.

2. No dia de hoje, não me aborrecerei.

3. No dia de hoje, agradecerei minhas várias bênçãos e honrarei meus


pais, mestres e amigos.

4. Ganharei meu pão diário honestamente.

5. Demonstrarei gratidão e bondade para com tudo o que é vivo.

Na verdade esses princípios não são dogmas, imposições que o


reikiano é obrigado a cumprir em sua vida. São características e
comportamentos que vão se desenvolvendo ao longo do tempo,
juntamente com a evolução do próprio reikiano.

Esses princípios foram derivados do legado do último imperador


da dinastia Meiji (Governo Iluminado), Meiji Tennō (Kioto, 3 de novembro
de 1852 - Tokio, 30 de julho de 1912). Ele era um governante muito sábio,
preocupado com o crescimento moral de seus súditos, e que deixou um
grande número de textos inspirando os japoneses nesse sentido.

O texto original deixado por Mikao Usui, com a tradução, segue


abaixo:

Caio M. M. de Cordova – Apostila Reiki nível I Página 36


SHOUFUKU NO HIHOO
(o método secreto para convidar a felicidade)

Manbyo no Rei-yaku
(a medicina espiritual para todas as doenças)

Kyo dake wa
(apenas hoje)

Ikaru na (evite a zanga)

Shinpai suna (evite preocupar-se)

Kansha shite (seja grato)

Gyo-o hage me (trabalhe arduamente)

Hito ni shinsetsu ni (seja gentil com todos os seres)

Asa yuu gassho shite, kokoro ni nenji, kushi ni tonaeyo


(de manhã e à noite sente-se na posição Gassho e repita estas palavras em voz alta e
em seu coração)

Shin shin kaizen, Usui Reiki Ryoho


(método de tratamento de Usui por meio da energia espiritual (Reiki) para o
aperfeiçoamento da mente e do corpo)

Chosso Usui Mikao


(Mikao Usui, fundador)

Caio M. M. de Cordova – Apostila Reiki nível I Página 37


A ética do Reiki

Um dos aspectos mais importantes do Reiki como prática


terapêutica, é que o reikiano tenha absoluta clareza a respeito dos
aspectos éticos da prática. É essencial que observemos estas normas, sob
pena de causarmos mais sofrimento cármico para o doente, e para nós
mesmos:

 1. Peça permissão antes de tratar alguém. Algumas pessoas


realmente não querem ser curadas. Respeite seus desejos.

 2. Considere todas as informações que lhe forem dadas pelas


pessoas como confidenciais. Qualquer informação discutida em
uma sessão Reiki deve ser mantida como confidencial entre você e a
pessoa.

 3. Antes de aplicar Reiki em alguém, dê à pessoa uma breve


descrição do que acontece durante uma sessão e sobre onde você a
estará tocando. Deixe-as indicar que concordam com o toque,
também indicando quaisquer áreas que não devam ser tocadas.

 4. Nunca prometa a cura. Nunca diagnostique. Explique às pessoas


que sessões de Reiki não garantem uma cura e que não são
substitutas do cuidado médico apropriado e nunca sugira a um
cliente trocar o tratamento ou medicamento prescrito ou interfira
com o tratamento de um profissional de saúde licenciado.

 5. Sugira referências a profissionais médicos ou


psicólogos/psiquiatras quando necessário. Não tente diagnosticar
ou fazer terapia com pessoas se esta não é sua especialidade na
qual está autorizado ou licenciado a fazer.

 6. Respeite os limites e os toques nas pessoas. Nunca é preciso


desnudar os clientes para um tratamento com Reiki. Não toque em
áreas íntimas.

 7. Quando estiver trabalhando com crianças, assegure-se de ter a


permissão dos pais.

Caio M. M. de Cordova – Apostila Reiki nível I Página 38


O aprendizado e as sintonizações

O Reiki no ocidente é ensinado em 3 níveis, em 3 momentos


distintos. No nível 1 a primeira experiência com o Reiki acontece, os canais
do futuro reikiano são abertos para a passagem da energia, e para a sua
própria purificação. Neste nível o reikiano aprende o desenho, nome e uso
do primeiro símbolo, que utilizará nos processos terapêuticos. Esse
símbolo tem a propriedade de conectar o reikiano à energia que vai atuar
sobre as dimensões físicas das pessoas, objetos e situações. Em algumas
escolas, este símbolo só é revelado ao reikiano no nível 2. Grandes
modificações energéticas, e por vezes físicas, se passam com o reikiano
após a sintonização neste nível. O que ocorre é análogo ao que se passa
quando resolvemos fazer uma grande faxina na casa. Quando resolvemos
olhar com cuidado, percebemos que há muita sujeira embaixo do tapete,
embaixo da cama, dos armários, nos cantos mais escondidos e onde a
energia menos circula. Perceber que há tanta sujeira acumulada por tanto
tempo às vezes pode ser até um pouco chocante, e dá trabalho remover.

No nível 2 o reikiano aprende mais dois símbolos para o


processo terapêutico, um que vai conectá-lo à energia que atua sobre a
dimensão emocional das pessoas e das situações, e outro que o conecta à
energia que vai atuar sobre a dimensão mental, equilibrando seus padrões
energéticos. É um nível muito importante, pois, como vimos a respeito das
origens das doenças (desequilíbrios), atuar somente no nível físico, como
a medicina ocidental o faz, não é suficiente se queremos a cura definitiva.
Neste nível as modificações energéticas por que passa o reikiano são mais
sutis, mas sua capacidade de canalizar o Reiki é muito ampliada. Neste
nível o reikiano também aprende como fazer o envio do Reiki à distância,
quebrando os limites de espaço e tempo, que são absolutamente
relativos, um conceito conhecido há milhares de anos no oriente, mas que
há apenas algumas décadas Albert Einstein buscou explicar às mentes
racionais no ocidente.

O nível 3 é frequentemente dividido em 3-A (Mestre Curador) e


3-B (Mestre Instrutor). No nível 3-A o reikiano tem acesso a mais um
símbolo que irá utilizar no processo terapêutico, que o conecta à energia

Caio M. M. de Cordova – Apostila Reiki nível I Página 39


que vai atuar sobre a dimensão espiritual. A capacidade de atuar sobre
este nível é igualmente muito importante, pois muitas pessoas carregam,
por exemplo, padrões de comportamento que na verdade não foram
moldados na experiência no corpo físico atual, mas em existências
passadas, e que deixaram cicatrizes profundas em sua forma de pensar e
de reagir ao mundo ao seu redor. E frequentemente estes traços são
inconscientes à pessoa que busca ajuda. Neste nível a capacidade do
reikiano de canalizar a energia é grandemente aumentada, e ele está
capacitado também a enviar energia para grandes grupos, e mesmo para
todo o planeta. Um despertar mais acentuado para a espiritualidade, para
as dimensões mais sutis da nossa existência, frequentemente ocorre com
os reikianos neste nível de aprendizado.

O nível 3-B não é obrigatório nem absolutamente necessário


para todos os reikianos que queiram se tornar terapeutas, ou mesmo que
busquem o auto equilíbrio. É o nível onde o reikiano se torna ‘mestre’, no
qual ele é autorizado a ensinar e sintonizar outras pessoas no Reiki. Ele
aprende como fazer as sintonizações, e também assume uma grande
responsabilidade na continuação desta arte e técnica fantástica de
equilíbrio do corpo físico, mas também de nossas dimensões emocional,
mental e espiritual.

Em cada nível há um processo de sintonização, onde o mestre


reikiano abre os canais energéticos do aluno e ativa os centros energéticos
(chakras) superiores para que a energia possa fluir através de suas mãos, e
o inicia no caminho do Reiki. Esta sintonização é mediada pelo mestre,
sem a qual não é possível canalizar o Reiki sem a possiblidade de exaurir a
própria energia do terapeuta. Não basta apenas aprender os conceitos
teóricos. Porém, a sintonização apenas leva a luz aos centros energéticos
do reikiano. Podemos imaginar assim: o mestre o guia à sua casa, que
tinha sido mantida com vários cômodos fechados e no escuro. O mestre
acende a luz e lhe mostra o que há lá, havia muito, até esquecido pela sua
mente consciente. Ao redescobrir esses potenciais esquecidos, abre-se um
longo caminho de desenvolvimento, que cabe apenas ao novo reikiano
trilhar. Entretanto, uma vez sintonizado, mesmo que o reikiano deixe de
praticar o Reiki, estará para sempre sintonizado. Não é necessário refazer

Caio M. M. de Cordova – Apostila Reiki nível I Página 40


os cursos ou a sintonização, basta se conectar com a energia novamente e
coloca-la em movimento!

No início, Mikao Usui sistematizou o aprendizado em 6 níveis,


numa graduação inversa à que praticamos hoje. O nível 1 de hoje era o
nível 6 de Usui, e assim por diante. Os 4 primeiros níveis de Usui foram
ensinados por Hawayo Takata como nível 1. Estes 4 primeiros níveis foram
chamados de Shoden, ou primeiro, principiante. O segundo nível foi
chamado de Okuden, ou aprendizado interior, dividido em dois
momentos, o Okuden Zenki (primeira metade), e Okuden Koki (segunda
metade). O terceiro nível foi chamado de Shinpiden, ou Ensinamento dos
Mistérios. A denominação de Mestre foi introduzida por Hawayo Takata,
quando começou a ensinar o nível Shinpiden em 1979.

Porem é sábio alguém não se auto intitular Mestre, uma vez que
este termo remete a alguém que alcançou a maestria absoluta, o estado
de Iluminado. Na história no Reiki, exceto o próprio Mikao Usui, não há
relatos de alguém que tenha atingido este estado de consciência durante
e devido ao aprendizado do Reiki. Porém, como argumenta William L.
Rand, se o título de Mestre não tivesse sido adicionado ao processo de
ensino do Reiki, ao invés do termo Shinpiden, provavelmente o Reiki não
teria atraído tanta atenção no ocidente, mesmo que por vias um pouco
toras.

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Os 21 dias

Nos escritos deixados pro Mikao Usui não há nenhuma


recomendação implícita para a necessidade de um período de purificação
de 21 dias após as sintonizações no Reiki.

Porém, os reikianos tem percebido que frequentemente, após


as sintonizações, os primeiros 21 dias são particularmente mais
sintomáticos, quando as modificações energéticas pelas quais o reikiano
passa são mais evidentes, com reflexos inclusive no corpo físico. Algumas
pessoas apresentam algum mal-estar, como enjoo, dores de cabeça, e
mesmo no abdômen. Algumas pessoas mais sensitivas chegam a perceber
a modificação e ativação energética por que passa, de cerca de 3 dias para
cada centro energético (chakra) principal.

Assim, tem-se recomendado que, especialmente nestes


primeiros 21 dias após cada sintonização, o reikiano faça a auto aplicação
de Reiki com diligência, para amenizar eventuais sintomas desagradáveis.
Não quer dizer que se não o fizer, a sintonização não terá funcionado. E
também não quer dizer que após os 21 dias o reikiano pode se sentir
confortável em nunca mais precisar fazer a auto aplicação. Trata-se não só
de uma ajuda neste período que pode ser mais difícil física e
emocionalmente, mas a auto aplicação deve ser feita pelo reikiano
frequentemente. Caso fique muito tempo sem se auto aplicar ou receber
Reiki de alguém, quando o fizer, vai perceber o quanto estava precisando.
É pouco provável que venhamos a atingir, ainda nesta vida, o estado de
Iluminação que nos deixaria sem necessidade de receber Reiki e equilibrar
nossos centros e canais energéticos, uma vez que andamos por este
mundo cheio de energias densas e mesmo somos induzidos a gerar
emoções e padrões energéticos nada benéficos para nós e para os outros.

Apenas logo após o aprendizado e a sintonização no nível 1,


recomenda-se que você evite aplicar Reiki em outras pessoas durante
estes primeiros 21 dias, devido ao processo de limpeza energética intenso
pelo qual o novo reikiano está passando. Mas após este período de auto

Caio M. M. de Cordova – Apostila Reiki nível I Página 42


aplicação, coloque a energia em movimento em benefício dos outros
também!

Os chakras e as glândulas endócrinas

Não temos absoluta certeza se o detalhamento dos principais


centros energéticos de nosso corpo, também chamados de Chakras a
partir da popularização da nomenclatura de origem indiana, fazia parte do
processo de ensino do Reiki por Mikao Usui. Entretanto, o conhecimento
sobre os chakras é comum não só na Índia e no seu sistema médico
milenar, o Ayurveda, mas também na China e na Medicina Tradicional
Chinesa, e em todo o oriente. Assim, mesmo que de maneira prévia, é
bem provável que o conhecimento sobre os chakras e suas funções
sempre fez parte da prática do Reiki.

Seu nome em sânscrito significa roda ou círculo, e são as


estruturas de nosso corpo energético que fazem a energia (ki) circular e
alimentar todas as demais estruturas. Existem sete chakras principais ao
longo da coluna espinhal, e milhares de outros chakras secundários,
interligados por canais de energia chamados nadis. Nadi em sânscrito
significa tubo ou vaso. Estes nadis são os meridianos da acupuntura, e os
milhares de chakras secundários, os pontos de aplicação das agulhas. Os
sete principais chakras estão alinhados ao longo da coluna até o topo da
cabeça, mais exatamente na extremidade da coluna (cóccix), na altura do
umbigo, na altura do estômago, no coração, na garganta, na região entre
olhos, e no topo da cabeça.

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Figura 14. Localização dos sete principais chakras no corpo
humano, que se refletem também nas mãos.

Os chakras são invisíveis aos olhos da maioria de nós, mas quem


os percebe os vê como vórtices de energia como redemoinhos, que
captam a energia (ki) do ambiente, e a circula por nosso corpo. A energia
entra pelo chakra do topo da cabeça e circula ao restante do corpo pelo
chakra da base da coluna, entrando nos demais chakras pela sua face
anterior e saindo para recircular pela face posterior.

Caio M. M. de Cordova – Apostila Reiki nível I Página 44


Figura 15. Aspecto dos principais chakras no corpo humano. A
figura da esquerda apresenta também os chakras secundários das mãos e
dos pés.

Quem os percebe relata que, olhando de frente, estes vórtices


de energia fazem os chakras girarem em sentido horário. Cada um emite
uma cor, e responde a um som especifico (bija mantra).

Seus desequilíbrios podem fazer com que girem muito rápido ou


mais lentamente, ou que estejam muito abertos ou muito fechados,
fazendo com que a energia, em determinado chakra, se perca pela parte
de trás ou entre em excesso pela frente, mesmo sendo de baixa
frequência, quando muito aberto, ou não circule quando muito fechado
ou girando lentamente. Os chakras podem também encontrar-se girando
no sentido inverso, gerando distúrbios em sua função. Podem ainda
sofrer lesões, como fissuras ou obstruções. Uma técnica muito útil para
identificar e verificar o funcionamento dos chakras é a radiestesia.

Cada um destes chakras, por sua localização topográfica, é


responsável também pelo suprimento de energia e funcionamento
adequado das glândulas endócrinas de nosso corpo.

Caio M. M. de Cordova – Apostila Reiki nível I Página 45


Figura 16. Localização das principais glândulas endócrinas do
corpo humano masculino e feminino.

Lembre-se: as doenças começam na mente e com as emoções, e


só depois se manifestam no corpo físico.

Os sete principais chakras e sua relação com o corpo humano


são detalhados a seguir:

1. Básico, Sacro ou da Raiz (Muladhara Chakra):

 Relacionado às adrenais, liga o homem a Terra, seus


desequilíbrios estão ligados a problemas como:
Caio M. M. de Cordova – Apostila Reiki nível I Página 46
 pressão baixa, cansaço, anemia, pouco vigor,
problemas no intestino grosso, pés e ossos

2. Sexual, ou do Umbigo (Swadhistana Chakra)

 Relacionado às gônadas e próstata, rege a sexualidade,


criatividade, sensações e sentimentos, seus desequilíbrios
estão ligados a problemas como:

 câimbras, cólicas, problemas menstruais, problemas


de sono, nos rins, bexiga, e sistema reprodutor

3. Plexo Solar (Manipura Chakra)

 Ligado ao pâncreas e ao sistema digestivo, rege nossa


vontade, poder e modo como agimos, seus desequilíbrios
estão ligados a problemas no:

 sistema digestivo, intestino delgado, baço, fígado,


estômago

4. Cardíaco (Anahata Chakra)

 Ligado ao plexo cardíaco e timo, é o Chakra de doação de


amor ao Universo, seus desequilíbrios estão ligados a
problemas como:

 Nos pulmões, coração, braços e mãos, sistema


imunológico

5. Laríngeo (Vishudda Chakra)

 Ligado à tireoide e paratireoide, rege a inspiração, a


criatividade e a comunicação, seus desequilíbrios estão
ligados à problemas como:

 rigidez muscular no pescoço e ombros, cordas vocais,


laringite, faringite, gripes e resfriados, sensação de ‘nó
na garganta’,

6. Frontal (Ajna Chakra)

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 3º olho, ligado à hipófise, rege a sabedoria interior,
percepção, intuição e clarividência, seus desequilíbrios estão
ligados a problemas como:

 esquecimento, problemas de visão, uso de drogas e


outros vícios ou compulsões

7. Coronário (Sahasrara Chakra)

 O lótus das mil pétalas, ligado à pineal, relacionado ao


cérebro, rege a espiritualidade e a iluminação, seus
desequilíbrios estão ligados a problemas como:

 insônia, desordens no sistema nervoso, disfunções


sensoriais, dores de cabeça

Caio M. M. de Cordova – Apostila Reiki nível I Página 48


Introdução sobre a aura

O que algumas pessoas com clarividência mais desenvolvida


percebem como Aura é o conjunto de nossas dimensões física e
energética. É o resultado da energia que circula por força de nossos
chakras, no conjunto de nosso corpo físico, emocional, mental e espiritual.
Os clarividentes normalmente percebem uma cor que se destaca em
nossa aura, resultado de uma característica de personalidade que se
sobrepõe.

Figura 17. Representação da aura humana, normal à esquerda, e


retraída à direita.

Nossa aura pode ocupar um espaço de cerca de 45 centímetros


ao redor de nosso corpo físico, ou mesmo ter uma dimensão muito maior,
de acordo com o estado evolutivo do ser. Quando estamos
desequilibrados nossa aura pode se retrair e adquirir um tom mais escuro,

Caio M. M. de Cordova – Apostila Reiki nível I Página 49


e ficamos susceptíveis a influências de energias mais densas ao nosso
redor. Quando estamos equilibrados, se expande e apresenta cores
cristalinas. Da mesma forma que age sobre os chakras, o Reiki age na
aura, fortalecendo-a e equilibrando. Uma das formas de observar o estado
da aura é a fotografia Kirlian. Ela não é uma ‘foto da aura’, mas um
fenômeno elétrico no filme fotográfico que apresenta variações de acordo
com o estado da aura do indivíduo, permitindo a detecção de distúrbios
antes que estes se manifestem no corpo físico.

Também não é necessário ser clarividente para perceber a aura


de uma pessoa. Quantas vezes você já não teve uma sensação inquietante
quando uma pessoa estranha ou pouco conhecida se aproximou demais
de você, entrando neste limite de 45 centímetros? A psicologia ocidental
chama isso de espaço individual. Pessoas com quem temos afinidade não
nos incomodam quando juntam seu corpo ao nosso. Às vezes ficamos até
conectados, como uma mãe que sente que seu filho não está bem. São
interações de nossas auras.

Caio M. M. de Cordova – Apostila Reiki nível I Página 50


Posição das mãos

É importante conhecer as posições dos chakras, pois é


justamente sobre eles que inicialmente colocamos nossas mãos durante
uma aplicação de Reiki.

Entretanto, é importante saber que essas posições não são


estáticas, definitivas e estanques. São apenas um guia inicial, sobre como
começar. À medida que o reikiano vai tendo vivência com a aplicação do
Reiki, vai percebendo que sua mão praticamente se dirige sozinha para
outros locais, para outras posições, e para cada pessoa é diferente. É
importante seguir sua intuição, deixar a mão fluir a energia onde for mais
necessário para cada um. E é exatamente dessa forma mais intuitiva que o
Reiki foi ensinado por Miako Usui e é praticado no Japão até hoje, sem
posturas fixas.

Iniciamos uma sessão de aplicação de Reiki colocando as mãos


sobre os chakras, de cima para baixo, exceto que não começamos pelo
chakra coronário, mas sim pelo chakra frontal e glândula pineal, depois
subimos para o coronário, e em seguida descemos pelos chakras
restantes. A sequência topográfica de aplicação das mãos é: (1) olhos, (2)
têmporas, (3) cabeça, (4) garganta, (5) coração, (6) plexo solar, (7) umbigo,
e (8) chakra básico (ou da raiz), primeiro na parte da frente do corpo, e
depois repetindo na parte de trás. É conveniente também aplicar nos
joelhos e tornozelos, onde muitas pessoas têm incômodos e dor, e na
parte de trás finalizar na sola dos pés. A título de orientação, você pode
ficar com as mãos em cada posição por cerca de 3 minutos. Existem até
músicas para aplicação de Reiki com um sininho que toca a cada 3
minutos, para orientar o reikiano novato. Mas lembre-se, siga sua
intuição, pois não é o seu ego nem a sua mente que determina o que a
outra pessoa precisa!

Veja abaixo uma lustração das posições clássicas das mãos numa
sessão de Reiki:

Caio M. M. de Cordova – Apostila Reiki nível I Página 51


Caio M. M. de Cordova – Apostila Reiki nível I Página 52
Figura 18. Posição das mãos na sequencia praticada numa
sessão de Reiki, seja aplicando em outra pessoa ou no auto tratamento.

No auto tratamento às vezes é mais difícil alcançar certas


posições, especialmente nas costas. Mas não se preocupe, e não force
seus limites. Basta direcionar a energia para o chakra desejado, mesmo
que não consiga se aproximar muito com as mãos. Veja abaixo algumas
sugestões adicionais para a colocação das mãos na auto aplicação.

Caio M. M. de Cordova – Apostila Reiki nível I Página 53


Figura 19. Sugestões de posição das mãos na sequencia
praticada numa sessão de Reiki no auto tratamento.

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Os símbolos do Reiki (Nível I)

Para que você consiga deixar o Reiki fluir e beneficiar outra


pessoa, você recebe símbolos, que são colocados durante a sintonização
nos seus chakras superiores, ativando-os, e nas palmas de suas mãos,
permitindo que a energia flua. Lembrar-se da imagem do símbolo e do seu
nome (mantra) também lhe ajuda a conectar com a energia que se
manifesta com aquele símbolo, de acordo com o nível do reikiano. Os
símbolos não são secretos, mas são considerados sagrados. Entretanto,
usar o símbolo sem ter sido sintonizado não surtirá nenhum efeito prático.

Na verdade os símbolos foram os últimos elementos


introduzidos por Mikao Usui no ensino do Reiki. Ele percebeu que se
fossem mostrados aos novos reikianos os símbolos que eram colocados
neles na sintonização, eles se conectavam mais facilmente à energia, e o
Reiki fluía mais facilmente, principalmente no início. Mais tarde, você vai
perceber que o Reiki começa a fluir automaticamente sempre que alguém
ao seu lado precisa, mesmo antes de você conscientemente começar a se
conectar através dos símbolos.

No nível 1, o reikiano recebe nas palmas das mãos e aprende o


primeiro símbolo, que tem o nome (mantra) de Choku-Rei, e a
representação (yantra) abaixo:

Caio M. M. de Cordova – Apostila Reiki nível I Página 55


Figura 20. O símbolo do nível 1 do Reiki, Choku-Rei.

Seu nome tem origem taoísta, e significa ‘aqui e agora – a


energia universal’, permitindo que a energia do Reiki comece a fluir. É
como um interruptor de luz, que permite a energia elétrica percorrer seu
caminho no fio condutor e acender uma lâmpada.

Para desenhá-lo, seja mentalmente ou no papel, faça-o com um


único traço contínuo, que começa na parte superior, fazendo o primeiro
traço reto da esquerda para a direita e descendo até o final
perpendicularmente, e em seguida fazendo as três voltas em espiral em
torno do eixo central no sentido anti-horário:

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Figura 20. Desenho do símbolo Choku-Rei. Nota: no hemisfério
norte se usa o símbolo invertido, como uma imagem espelhada do desenho, fazendo
os círculos no sentido horário (como você pode ver na capa de alguns livros). A
utilização do símbolo no sentido oposto ao usual no respectivo hemisfério da Terra
fecha o fluxo de energia, ao invés de abri-lo. Entretanto, o que vai majoritariamente
determinar sua função é a intenção de quem o invoca, mesmo que se engane com o
sentido.

Este símbolo lhe permite conectar com a frequência do Reiki


que atuam sobre a dimensão física, sobre os corpos físicos. Pode ser
usado também para a purificação de alimentos, ambientes, objetos e
cristais. Pode ser ‘plantado’ num local ou objeto, ali permanecendo por
várias horas, transmutando os padrões energéticos de baixa frequência.

Você pode também usar esse símbolo para proteção de sua aura
quando estiver num lugar mais tenso, ou mesmo numa aplicação de Reiki
se for mais sensível à energia desequilibrada dos outros. Uma sugestão de
utilização é mentalizar o símbolo do tamanho de seu corpo, girando no
sentido horário de forma tridimensional e envolvendo todo o seu corpo
como um casulo de proteção, antes de entrar no ambiente. Você pode

Caio M. M. de Cordova – Apostila Reiki nível I Página 57


também aplicar o símbolo em cada um de seus chakras individualmente
para proteção, mentalizando sua imagem e falando (mesmo que
mentalmente), seu nome (mantra) três vezes. De forma semelhante,
quando estiver num sonho ruim, sendo perseguido ou atacado por outras
pessoas ou seres, lembre-se de mentalizar o símbolo, e dirija a energia
que ele ativa sobre quem lhe agride. Experimente, o Choku-Rei é um
grande presente, e muito eficaz para proteção!

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Sugestão de procedimentos

Uma vez aprendidas as posições das mãos, o primeiro símbolo,


seu mantra e yantra, e ter recebido a sintonização de um mestre reikiano,
é hora de colocar a mão na massa!

Preparando o ambiente

Procure ter um local adequado para as sessões de Reiki, com


uma maca ou cama de massagem (mais alta que uma cama comum), luz
amena e uma música suave para relaxamento ou meditação.

Muitos gostam de usar incenso de boa qualidade (mas pergunte


se o seu cliente não tem alergia), uma vela, água num recipiente (que
deve ser trocada a cada sessão), e sal grosso (que deve ser trocado
quando se apresentar pegajoso e feio, desprezando em água corrente),
representando os quatro elementos e para proteção adicional.

Para a auto aplicação, evite fazer deitado na sua cama, pois


frequentemente você irá dormir antes de terminar. Procure ter seu
cantinho do Reiki em casa.

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Figura 21. Exemplo de um local para aplicação de Reiki.

Antes de começar faça uma limpeza energética no local,


‘plantando’ o Choku-Reiki nos quatro cantos do ambiente. Você pode
fazer isso mentalizando o desenho do símbolo e falando o seu mantra três
vezes, enquanto o visualiza sendo fixado no canto, um canto por vez. É
recomendável repetir esse procedimento a cada 24 horas, ou sempre que
você sentir que a energia do ambiente ficou pesada após a saída de um
cliente mais desequilibrado.

O procedimento

 Peça para a pessoa que deite na maca, inicialmente de barriga para


cima. Se for a primeira sessão de Reiki dela, explique que você vai

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colocar as mãos sobre os seus principais centros energéticos, sem
necessariamente tocá-la. Lembre-se, respeite as regiões mais íntimas
das pessoas.
 Inicie com as mãos na posição Gassho. Coloque as mãos juntas na
altura do chakra cardíaco, como as pontas dos dedos médios
ligeiramente pressionadas uma contra a outra, o que facilita o
direcionamento da concentração. Esse é um momento para sua
introspecção, para acalmar sua mente, e ajuda-lo a sintonizar com a
energia e o momento, estando no aqui e no agora, com a mente limpa
e o coração disposto.
 Reiji-ho significa ‘técnica de indicação da energia Reiki’. Após um
breve momento em Gassho, que para uma sessão de Reiki pode ser de
apenas alguns segundos, eleve as mãos ainda juntas na altura do
chakra frontal, e encoste os polegares na testa. Neste momento você
mentaliza o Choku-Rei, e diz (pode ser mentalmente, para o seu
cliente não estranhar) seu mantra três vezes. É adequado também
usar esse momento para fazer uma prece, e agradecer a oportunidade
de servir de veículo para essa energia sublime do Reiki que vai
equilibrar a pessoa que solicitou, guiando suas mãos para os pontos
onde é necessária a cura, dentro do merecimento e do plano do
cosmos para a pessoa nessa vida, independente de nosso ego.
 Chiryo é o tratamento em si, colocando as mãos sobre as posições
mencionadas anteriormente, sobre cada chakra da pessoa, primeiro
na parte da frente do corpo, e depois na parte de trás pedindo para a
pessoa se virar de bruços na maca.

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Figura 22. O procedimento para aplicação do Reiki, também
conhecido como ‘os 3 pilares do Reiki’.

Algumas dicas

 Ao terminar a sessão de Reiki, é importante se desconectar da aura da


outra pessoa. Para isso basta esfregar as palmas das mãos uma contra
a outra, como se quisesse esquentá-las. Alguns reikianos assopram
suas mãos enquanto esfregam para garantir esse processo de
desconexão. Lavar as mãos em água corrente também é muito eficaz.
 Você pode utilizar a postura de Gassho para meditação, por alguns
minutos, antes e depois de cada sessão de Reiki, ou mesmo na hora do
dia que você quiser dedicar à prática da meditação. É uma prática
muito recomendada por Mikao Usui.
 Sempre que possível é recomendável fazer uma sequencia completa
de aplicação de Reiki, na frente e nas costas. Porém, às vezes o local
não é apropriado, ou o tempo disponível é curto, e você pode colocar
as mãos diretamente sobre a parte do corpo afetada, até que a dor
melhore, ou o quanto for possível.
 É comum as pessoas dormirem já durante a aplicação na parte da
frente do corpo. Nesses casos, acorde-as gentilmente, e peça para
virarem de bruços para que você possa continuar a sessão. Caso ela
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durma novamente e você tiver tempo, pode deixa-la dormindo um
pouco, pois pode fazer muito tempo que ela não consegue isso.
Depois a acorde gentilmente.
 Caso a pessoa não possa virar, como uma gestante ou uma pessoa
com problemas ortopédicos, você pode aplicar somente na parte da
frente, ou com a pessoa deitada de lado, ou mesmo na pessoa
sentada, apesar de ser tanto desconfortável para quem aplica.
 Lembre-se: as posições das mãos não são estanques, siga a sua
intuição!
 Da mesma forma, não há um tempo fixo para cada posição, você pode
ter como base 3 a 5 minutos em cada posição, mas siga a sua intuição,
deixe sua mão lhe guiar, os chakras mais necessitados precisam de
mais tempo de aplicação de Reiki.
 Caso na hora você não se lembre direito de como fazer, quais as
posições, como é o nome e o desenho do símbolo, não se preocupe, o
Reiki certamente vai fluir da forma que for necessária!

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Para inspirar

Um Mestre Zen e seu discípulo conversavam sobre coisas muito


importantes. Em certo momento o discípulo respeitosamente pergunta:

- Mestre, uma coisa eu ainda não compreendo...

O Mestre olhou ternamente para o jovem discípulo, e


perguntou:

- Diga, meu confuso e curioso discípulo, o que o intriga tanto


assim ?

O discípulo ergueu as sobrancelhas e disse:

- Mestre, afinal, quem sou eu ?

O Mestre deu uma gostosa gargalhada e olhou o discípulo bem


nos olhos dizendo:

- Como você é um discípulo muito aplicado acho que está na


hora de você descobrir esta resposta. Por favor, apanhe uma cebola e uma
faca.

O discípulo rapidamente trouxe a cebola e a faca. O Mestre pega


a cebola e a faca e começa a descascar a cebola dizendo:

- Meu jovem, você é como esta cebola. Veja só. Se tiramos uma
camada, o que resta ?

- Ora, resta outra camada de cebola ! Eu continuo não


entendendo.

- Acalme-se e preste atenção. As coisas nem sempre são o que


parecem ser. Se eu retiro esta outra camada de cebola, o que resta ?

- Outra camada mais interna, meu Mestre !

E o Mestre foi assim, camada a camada, descascando a cebola


até que finalmente chegou à última camada interna.

- Retirando esta última camada interna, o que resta meu jovem?


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O discípulo estava ainda mais confuso, queria saber quem era
ele afinal e o velho Mestre ficava descascando uma cebola até não ter
mais nada em suas mãos. “Como isso poderia explicar algo tão importante
como quem eu sou ?”, pensava o discípulo.

- Ora Mestre, tirando a última camada não resta mais nada !

- “Nada ?” O velho inspirou longamente, olhou bem na sua mão


vazia e depois olhou amplamente em tudo ao redor e perguntou:

- Não restou nada mesmo, meu jovem ? Preste atenção e me


diga, o que restou ?

- O Universo Mestre, Restou o Universo...!

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Sugestão de leitura complementar

 Barbara Ann Brennan. Mãos de Luz - Um Guia para a Cura Através


do Campo de Energia Humana. Ed. Pensamento, 384 p., 18ª ed.,
2000.

 Jostein Gaarder. O Mundo de Sofia. Cia. das Letras, 555 p., 1991.

 José Rodrigues dos Santos. A Fórmula de Deus. Ed. Record, 560 p.,
2008.

 Nelson Spritzer. Pensamento e Mudança – Desmistificando a


Programação Neurolinguística (PNL). 13ª ed. Porto Alegre:
DolphinTech, 1993.

 Dalai Lama. Iluminando o Caminho: Nossa Busca Pela Felicidade.


EDITORA FUNDAMENTO. 168 p., 1ª Edição – 2005.

 Paramahansa Yogananda. Autobiografia de um Iogue. Self-


realization Fellowship, 3 ed(Br), 528 p., 2009.

 Walter Lübeck, Frank Arjava Petter & William Lee Rand. The Spirit
of Reiki – The Complete Handbook of the Reiki System. Lotus Press,
304 p., 2001.

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Desejamos muita Paz e Luz em sua jornada!

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a sua reprodução ou distribuição no todo ou em parte sem a
prévia autorização do autor.

Material produzido por:

Prof. Dr. Caio Maurício Mendes de Cordova

Mestre em Reiki Usui Shiki Ryoho pelo Projeto Reiki BR

Contato: [email protected]

Setembro de 2017.

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