Sintaxe Libras Poetica
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Sintaxe Libras Poetica
Também é chamado de sujeito elíptico, desinencial ou Verificamos que, na língua portuguesa, há dois tipos de
implícito. verbo: de ação e de ligação. O primeiro exprime aquilo que
o sujeito faz ou sofre são verbos significativos e se
Exemplo: classificam em transitivos ou intransitivos. O segundo liga
Estávamos à espera do ônibus. ao sujeito um estado, qualidade, condição e classificação e,
Sujeito oculto: nós portanto, não é considerado significativo.
Desinência verbal: estávamos
VERBOS DE LIGAÇÃO
SUJEITO INDETERMINADO Os verbos de ligação são responsáveis por fazer a relação
O sujeito indeterminado ocorre quando não se refere a um entre o sujeito e o estado do sujeito.
elemento identificado de maneira clara. É observado em São eles: ser, estar, parecer, permanecer, ficar, continuar,
três casos: tornar-se e andar (indicando estado: andar cansado).
SUJEITO INEXISTENTE
A oração sem sujeito ocorre quando a informação
veiculada pelo predicado está centrada em um verbo
impessoal. Por isso, não há relação entre sujeito e verbo.
Quando, realmente, não existe sujeito.
Os verbos são empregados impessoalmente, ou seja, não se
referem a nenhuma pessoa gramatical; não há nenhum
elemento ao qual o predicado se refira. Neste caso, os
veiculada pelo predicado está contido em um verbo
Ao estado do sujeito dá-se o nome de predicativo do significativo que pode ser transitivo ou intransitivo. Nesse
sujeito. Pode-se defini-lo, portanto, como “o termo que caso, a informação sobre o sujeito está contida nos verbos.
atribui característica ao sujeito por meio de um verbo”
(PASCOALIN). Exemplo:
O entregador chegou.
VERBOS DE AÇÃO: TRANSITIVIDADE VERBAL Predicado verbal: chegou.
a) pobre: formada por palavras da mesma classe c) Ode: termo originário do grego odé e do latim õde (ou
gramatical. Exemplo: õda), era, originalmente, um poema destinado a ser
Existe (verbo) cantado. Poderia representar qualquer forma de canto
Teimoso (adjetivo) alegre ou triste ou a própria ação de cantar. Era, na
Aviste (verbo) antiguidade clássica, um poema lírico, normalmente
Amoroso (adjetivo) extenso, e de assunto tido como elevado e nobre,
b) Rica: formada por palavras de classes gramaticais expressando sentimentos de maior sorte, em celebração de
diferentes. Exemplo: algum evento especial. Transcendendo os sentimentos
Espero (verbo) ricos, a ode tinha, também, como principais características
Vida (substantivo) a elaboração estrófica, bem como formalidade e nobreza
Sincero (adjetivo) no tom e no estilo, o que a tornavam algo com caráter
Querida (adjetivo) cerimonioso.
c) Rara: formada por palavras de pouca rima, difíceis de se
encontrar. Exemplo: d) Canção: é um texto escrito em verso ou em prosa
Cisne (adjetivo) literária, voltado ao canto. Diferentemente da música que
Bosque (substantivo) corresponde à combinação de sons que produz melodia por
Tisne (verbo ou substantivo) meio de
Quiosque (substantivo) instrumentos musicais, a canção é uma combinação de
d) Preciosa: formada por artifícios gramaticais, ou junção duas linguagens: a verbal e a musical. Talvez seja o mais
de palavras. Exemplo: musical dos gêneros poéticos ou o mais poético dos
Amá-la gêneros musicais. É deveras popular em todas as culturas
Tranquilo ocidentais.
De gala
Por certo fi-lo
É bastante significativo o caráter melódico da composição, na estrofe seguinte, na sequência 6, 1, 5, 2, 4, 3. E se faz na
além da simplicidade do tema bem como o vínculo que o estrofe seguinte a sequência 6, 1, 5, 2, 4, 3 em relação à
sujeito estabelece entre seu sentimento e a natureza. estrofe anterior. E assim até a
sexta estrofe, finalizando os sextetos. O terceto final, ou
f) Elegia: composição de caráter patético, ou seja, voltada coda, tem, em cada verso, no meio e no fim, marcando as
para o pathos (sofrimento). sílabas tônicas, as rimas utilizadas no poema todo, na
posição em
g) Idílio: é o poema lírico em que o eu-poético expressa que se apresentaram na primeira estrofe.
uma homenagem à natureza e às belezas e às riquezas que
ela dá à humanidade: “pequeno poema em que se m) Haicai: o haiku, traduzido para o português como
representa, idealizada, haicai, é a forma de poesia mais tradicional da cultura
a vida rústica” (MARTINS, 1987, p. 453). É o poema japonesa. Autores ocidentais tendem a definir o haicai
bucólico, ou seja, que exprime o desejo de lograr, ou seja, como um poema de 17 sílabas dispostas em três linhas de
de usufruir, de gozar, dessas belezas e riquezas ao lado da 5, 7 e 5 sílabas métricas. O haicai deve promover um
amada (pastora), momento de reflexão, de forma que cause no leitor, uma
que enriquece e embeleza ainda mais a paisagem, espaço sensação de descoberta. O haicai também deve conter um
ideal para a paixão. kigo, palavra que se refere a uma das estações do ano, que
indica quando foi escrito. O tema do haicai é
h) Égloga ou pastoral: é um poema em forma de diálogo principalmente observações de cenas que acontecem na
ou de solilóquio, ou seja, o monólogo, o ato de falar natureza.
consigo mesmo, sobre temas rústicos. Seus intérpretes são,
de modo geral, pastores. n) Soneto: o soneto é de origem italiana, composto por 14
versos, duas quadras e dois tercetos, rimados. No soneto
i) Rondó ou rondel: é formada por duas quadras e uma dito petrarquiano ou regular esse esquema é, sobretudo,
quintilha, cujo primeiro ou os dois primeiros versos da ABBA ABBA CDC (CDE) DCD (CDE). Contudo, já no
primeira quadra se repetem no início ou no fim da Renascimento foram usadas diversas variantes. A mais
composição. notável é a do “soneto inglês”, no qual o esquema passa a
O primeiro verso do poema, também costuma ser o último. ser três quadras e um dístico. O verso usado é o
Surgiu na França, no século XIII. Não há variações na sua decassílabo, embora hoje em dia sejam aceitas outras
forma. formas. Quanto ao conteúdo, as quadras expõem o assunto,
cujas conclusões aparecem nos tercetos ou, no caso inglês,
j) Epitalâmio: é um cântico nupcial, de natureza religiosa, no dístico.
destinado a suplicar aos noivos a bênção dos deuses.
Também era chamado himeneu, em evocação a Himeneu, Figuras de linguagem e reflexões sobre a forma e o
deus conteúdo da poesia
grego do casamento.
1) Figuras sonoras: são aquelas que extraem efeitos de
k) Triolé (do francês Triolet): é um poema curto, de oito sentido dos fonemas que compõem as palavras.
versos, com apenas duas rimas utilizadas por toda parte.
As regras são simples: a primeira linha é repetida nas A. Aliteração: consiste na repetição ordenada de
linhas de quarta e sétima, a segunda linha é repetida na mesmos sons consonantais.
linha final, e apenas os dois primeiros finais das palavras “Boi bem bravo, bate baixo, bota baba, boi
são usados para completar o esquema de rimas apertado. berrando...Dança doido, dá de duro, dá de dentro,
Assim, o poeta escreve apenas cinco linhas originais, dá direito”.
dando ao triolé uma aparência enganosamente simples: (Guimarães Rosa)
ABAAABAB, em que as letras em vermelho e azul (ver B. Assonância: consiste na repetição ordenada de
poema a seguir) indicam mesmos sons vocálicos.
os versos repetidos. “O que o vago e incógnito desejo/de ser eu mesmo
de meu ser me deu”.
l) Sextina: é um poema formado de seis sextetos e um (Fernando Pessoa)
terceto final, a coda. Utilizando versos decassilábicos, tem C. Paronomásia: consiste na aproximação de palavras
as rimas finais repetidas em todas as estrofes, num de sons parecidos, mas de significados distintos.
esquema “Conhecer as manhas e as manhãs/ O sabor das
pré-estabelecido. Assim, rimas que aparecem na primeira massas e das maçãs”.
estrofe, na sequência de versos 1, 2, 3, 4, 5, 6, repetem-se (Almir Sater e Renato Teixeira)
D. Onomatopeia: consiste na criação de uma palavra eles algum relacionamento. A metonímia ocorre
para imitar sons e ruídos. É uma figura que quando se emprega:
procura imitar os ruídos e não apenas sugeri-los. A causa pelo efeito: vivo do meu trabalho (do
Chega de blá-blá-blá-blá! produto do trabalho = alimento)
E. Eco: é a figura que de repetição de um O efeito pela causa: aquele poeta bebeu a morte (=
determinado som no final de palavras em veneno)
sequência. O eco só é considerado uma figura O instrumento pelo usuário: os microfones corriam
quando tem função estilística. no pátio = repórteres).
Em ronco que aterra, E. Antonomásia: É a figura que designa uma pessoa
Berra o sapo-boi: por uma característica, feito ou fato que a tornou
- “Meu pai foi à guerra!” notória.
- “Não foi!” - “Foi!” - “Não foi!”. A cidade eterna (em vez de Roma)
F. Sinestesia: Trata-se de mesclar, numa expressão,
É importante destacar que a existência de uma figura de sensações percebidas por diferentes órgãos
linguagem não exclui outras. Em um mesmo texto sensoriais.
podemos encontrar aliteração, assonância, paronomásia e Um doce abraço ele recebeu da irmã. (sensação
onomatopeia. gustativa e sensação tátil)
G. Antítese: é o emprego de palavras ou expressões
de significados opostos.
Os jardins têm vida e morte.
H. Eufemismo: consiste em atenuar um pensamento
2) Figuras semânticas desagradável ou chocante.
Consistem no emprego de uma palavra num sentido não Ele sempre faltava com a verdade (= mentia)
convencional, ou seja, num sentido conotativo. I. Gradação ou clímax: é uma sequência de palavras
que intensificam uma ideia.
A. Comparação ou símile: ocorre comparação quando Porque gado a gente marca,/ tange, ferra, engorda
se estabelece aproximação entre dois elementos e mata,/ mas com gente é diferente.
que se identificam, ligados por nexos J. Hipérbole: trata-se de exagerar uma ideia com
comparativos explícitos, como tal qual, assim finalidade enfática.
como, que nem e etc. A principal diferenciação Estou morrendo de sede!
entre a comparação e a metáfora é a presença dos Não vejo você há séculos!
nexos comparativos. K. Prosopopeia ou personificação: consiste em
“E flutuou no ar como se fosse um príncipe.” atribuir a seres inanimados características próprias
(Chico Buarque) dos seres humanos.
B. Metáfora: consiste em empregar um termo com O jardim olhava as crianças sem dizer nada.
significado diferente do habitual, com base numa L. Paradoxo: consiste no uso de palavras de sentido
relação de similaridade entre o sentido próprio e o oposto que parecem excluir-se mutuamente, mas,
sentido figurado. Na metáfora ocorre uma no contexto se completam, reforçam uma ideia
comparação em que o conectivo comparativo fica e/ou expressão.
subentendido. Estou cego, mas agora consigo ver.
“Meu pensamento é um rio subterrâneo”. M. Perífrase: é uma expressão que designa um ser por
(Fernando Pessoa) meio de alguma de suas características ou
C. Catacrese: ocorre quando, por falta de um termo atributos.
específico para designar um conceito, toma-se O ouro negro foi o grande assunto do século. (=
outro por empréstimo. petróleo)
Ele comprou dois dentes de alho para colocar na N. Apóstrofe: é a interpelação enfática de pessoas ou
comida. seres personificados.
O pé da mesa estava quebrado. “Senhor Deus dos desgraçados!/ Dizei-me vós,
Não sente no braço do sofá. Senhor Deus!” (Castro Alves)
D. Metonímia: assim como a metáfora, consiste numa O. Ironia: é o recurso linguístico que consiste em
transposição de significado, ou seja, uma palavra afirmar o contrário do que se pensa.
que usualmente significa uma coisa passa a ser Que pessoa educada! Entrou sem cumprimentar
utilizada com outro sentido. Ou seja, é o emprego ninguém.
de um nome por outro em virtude de haver entre P. Sinédoque: tipo especial de metonímia baseada na
relação quantitativa, ou seja, designamos a parte
pelo todo ou o todo pela parte. Consiste em normal sujeito, predicado e complementos, a
empregar um termo num sentido mais abrangente. inversão dessa sequência tem como finalidade
Os casos mais comuns são a parte pelo todo: enfatizar a ação, a circunstância ou qualquer outro
“cabeças elemento:
pensantes” por “homens pensantes”. Os bons vi sempre passar
No Mundo graves tormentos;[...]
D. Pleonasmo: repetição de um termo ou reforço do sentido.
• o gênero pela espécie ou vice-versa: “nascemos E. Polissíndeto, repetição da conjunção:
Mas se Deus é as árvores e as flores
no Brasil”, por “nascemos em um E os montes e o luar e o sol,
lugar do Brasil”; ou da matéria pela forma em Para que lhe chamo eu Deus?
F. Assíndeto: supressão da conjunção.
“Jesus está pendente no madeiro”, ou seja, ele está G. Anáfora: repetição de uma palavra ou expressão no início de seguidos
“na cruz que é feita de madeira”. versos, orações ou períodos.
E agora, José?
• sinédoque de número: “Sejamos honestos”, por Está sem mulher,
“seja eu honesto”; ou “o político deve se preocupar está sem discurso,
com o homem”, por “os políticos devem se está sem carinho,
H. Quiasmo: consiste no cruzamento de grupos sintáticos paralelos, por
preocupar com as pessoas”, “a isso pode ser considerada uma figura sintática. Pode ser considerada,
maldade do homem” por “da espécie humana”. também, uma espécie de antítese e, nesse caso, poderia ser
• Sinédoque de espécie: uso da espécie pelo categorizada como uma figura de oposição. Preferimos, no entanto,
deixa-la aqui como figura sintática.
gênero, como em “os mortais sofrem neste
mundo” por “os homens sofrem neste mundo”; da ANEXO A - ALFABETO E NÚMEROS EM LIBRAS
3) Figuras de oposição
4) Figuras sintáticas
Elipse e zeugma
A. Elipse: supressão de um termo que pode ser
facilmente subentendido pelo contexto linguístico
ou pela situação.
B. Zeugma: um caso de elipse que consiste na
supressão, em orações subsequentes, de um termo
expresso na primeira (p.ex.: cada criança escolheu
um brinquedo; o menino, um carro, a menina, uma
boneca)
C. Hipérbato: inversão da ordem natural dos
elementos da oração. Considerando-se a ordem