Segurança em Eletricidade PDF
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RESUMO
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Acadêmico do curso de graduação em Engenharia de Produção.
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Professor da Universidade de Rio Verde – Orientador.
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1 INTRODUÇÃO
A eletricidade está presente em todo momento, desde o lar até as indústrias. Com o
passar dos anos a demanda de consumo de eletricidade vem aumentado cada vez mais.
A eletricidade é uma das maravilhas do mundo, mas ao mesmo tempo é uma das mais
vilãs em questão de segurança no trabalho. As pessoas estão cada vez mais expostas a esse
perigo invisível, incolor e inodoro.
A eletricidade pode comprometer a vida das pessoas direta ou indiretamente afetando
na saúde e segurança. O trabalho com eletricidade deve-se adotar medidas de segurança, por
isso com o passar do tempo as normas que tratam sobre o assunto vêm se modificando e
evoluindo, tornando os serviços com eletricidade mais seguros e ágeis.
Em busca da segurança dos trabalhadores no ano de 1978 no Brasil, foram elaboradas
as primeiras 28 NRs. Com isso foi criada a Norma Regulamentadora de Nº10, para
conscientização dos riscos e cuidados a serem tomados em serviços com eletricidade.
A NR-10 que foi criada em 1978, mais recentemente atualizada no ano 2004 pela
Portaria 598/04 do Ministério do Trabalho e Emprego. Estabelece requisitos e condições
mínimas para implementação de medidas de controle e sistemas preventivos, em segurança em
eletricidade.
Este trabalho, portanto, tem como objetivo conscientizar aqueles que estudam
Engenharia de Produção e que possuem interesse no tema sobre a segurança em eletricidade. A
pesquisa possui objetivos específicos que são: identificar os riscos causados pela falta de
segurança ao manusear eletricidade; verificar legislação existente; alertar sobre os perigos
existentes.
O presente trabalho tem o intuito de realizar um estudo comparativo da nova e antiga
NR-10, com a finalidade de facilitar o entendimento e as principais modificações.
A eletricidade está cada vez mais presente na vida das pessoas. Seja em nossas casas,
seja no ambiente de trabalho, a eletricidade é usada como uma forma intermediária de energia,
que é convertida nas mais diversas formas energéticas, tais como: nos motores elétricos, onde
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a energia elétrica é convertida em energia mecânica; nas lâmpadas (energia elétrica em energia
luminosa); nos alto-falantes, telefones e rádios (energia elétrica em energia sonora); nos
chuveiros elétricos, torradeiras e secadores de cabelo (energia elétrica em calor), dentre outros
(AZEVEDO, 2008).
Todos os campos de conhecimento e produtivos foram beneficiados direta ou
indiretamente pela eletricidade. Em alguns deles, como a medicina e a informática, com os
novos ramos advindos da eletricidade, como a eletrônica e a ciência da computação,
proporcionaram avanços extraordinários como a ressonância magnética e a internet, que
encurtam distâncias fazendo as pessoas praticamente vizinhas umas das outras. Isso sem contar
a robótica e automação, que surgiram com o desenvolvimento da eletrônica e informática,
proporcionando maiores produtividades, confiabilidades e eficácias nos mais diversos setores
produtivos, como na agricultura, extração mineral, indústria, comércio e serviços.
Mas nem sempre foi assim. Até o fim do século XIX, a eletricidade praticamente não
era utilizada. O trabalho e energia dos seres humanos e dos animais eram largamente difundidos
e predominavam à época. As comunicações eram feitas de modo informal, através de
mensageiros a pé, ou a cavalo ou navio. Os deslocamentos também eram feitos a pé, cavalo ou
navio, tudo de forma muito lenta. A iluminação era feita com a queima de óleos, o aquecimento
e o cozimento eram feitos com a queima de lenha, e as roupas eram feitas manualmente
(ESTON et.al, 2008).
Além disso, outras invenções como a dos geradores, transformadores e motores de
corrente alternada permitiram grande avanço na produção, transmissão e utilização da energia
elétrica. A geração de energia elétrica é realizada em grande parte de forma descentralizada,
pois as grandes fontes primárias de energia usadas para a conversão em energia elétrica
encontram-se fora dos centros urbanos, como os rios (energia hidráulica), os ventos (energia
eólica), etc. A eletricidade é encontrada de várias formas no ambiente, como nos relâmpagos
em dias de tempestades e nos choques de eletricidade estática nos dias secos de inverno e,
também, armazenada artificialmente através das baterias, e obtida através das células solares (a
partir da radiação solar) e combustíveis (a partir da energia química do hidrogênio)
(AZEVEDO, 2008).
Eletrostática: o ramo da física que se dedica ao estudo das propriedades das cargas
elétricas em repouso. A mesma se alicerça nos princípios da atração e o da conservação das
cargas elétricas. Segundo o princípio da atração e repulsão, corpos eletrizados com cargas de
mesmo sinal se repelem, enquanto as cargas de mesmo sinal se atraem. O princípio da
conservação das cargas elétricas considera que um sistema eletricamente isolado não troca
cargas elétricas com o exterior e nele, a soma das cargas positivas e negativas é constante. A
eletrostática também estuda os corpos eletrizados, que são aqueles que possuem excesso (carga
elétrica negativa) ou falta (carga elétrica positiva) de elétrons, cuja medida das cargas elétricas
é denominada quantidade de eletricidade. Para se eletrizarem, os corpos podem passar por três
processos: atrito, contato ou indução (influência). Na eletrização por atrito, ao atritar dois
corpos inicialmente neutros, ocorre a troca de elétrons entre eles, na qual o corpo que cede
elétrons carrega-se positivamente e o outro negativamente, com a mesma carga em módulo. Na
eletrização por contato, coloca-se um corpo eletrizado em contato com outro corpo neutro, e
este se eletriza com a carga de mesmo sinal do corpo eletrizado (NEITZEL, 2008).
Após o contato, a soma das cargas elétricas permanece constante (princípio da
conservação). Por fim, a eletrização por indução ou influência caracteriza-se pela atração de
elétrons livres de um corpo eletrizado positivamente de um corpo neutro, nas superfícies das
regiões próximas dos mesmos, ficando a região mais afastada do corpo originalmente neutro
também eletrizada, com carga elétrica positiva, em um fenômeno conhecido como indução
eletrostática (AFFONSO, GUIMARÃES E OLIVEIRA, 2007).
Além desses fatores, pode-se destacar outros fatores que facilitam a ocorrência do
choque elétrico:
– Contato em condutores e equipamentos energizados, nus ou com a proteção retirada,
como os cabos de distribuição de energia elétrica aéreos que podem ser tocados por guindastes,
escadas e antenas. Acabam fazendo parte do circuito elétrico e proporcionando risco de morte
à pessoa que tocar nesses equipamentos e mantiver contato com a terra.
Outros exemplos cotidianos são os choques causados pelo uso de capacitores, que
mesmo desligados levam certo tempo para descarregar totalmente suas cargas elétricas; e no
enrolamento primário dos transformadores, que pode apresentar elevada tensão induzida se for
ligado algum equipamento no seu enrolamento secundário.
2.3.2.1 Falhas diversas na isolação elétrica dos condutores (película protetora), que
podem ser causadas por: (KINDERMANN, 2000)
O vácuo, que desprende materiais voláteis dos isolantes orgânicos, criando vazios
internos nesses materiais, mudando suas dimensões, peso e, com isso, redução de sua
resistividade;
2- Envelhecimento natural ou forçado e uso inadequado dos condutores, como nos
danos mecânicos causados pela abrasão e vibração nas superfícies próximas aos mesmos; os
cortes, flexões e torções do recobrimento dos condutores quando próximos a superfícies
cortantes e sinuosas (AFFONSO, GUIMARÃES E OLIVEIRA, 2007).
são catastróficos para as vítimas nos âmbitos da integridade física, psicológica e financeira
(NEITZEL, 2008).
Já no Brasil não existem estatísticas consolidadas em relação aos acidentes com a rede
elétrica como um todo, mas somente das empresas ligadas ao setor elétrico. Sobre os acidentes
com usuários, o que existem são pesquisas específicas, como a realizada pelo Núcleo de
Segurança e Higiene do Trabalho (NSHT), grupo de pesquisa da escola Politécnica da
Universidade de Pernambuco (UPE) em parceria com a Companhia Energética de Pernambuco
(CELPE), que concluiu que no Estado de Pernambuco ocorre uma morte por choque elétrico a
cada 3 dias (SOUSA FILHO, 2007).
Os acidentados fatais de origem elétrica correspondem a 72% do total dos acidentados
fatais das empresas contratadas, diretamente relacionados com o processo de terceirização das
atividades de maior risco e às falhas nos processos de trabalho (FUNCOGE, 2007).
A NBR 5410 – instalações elétricas de baixa tensão é considerada por muitos a “norma
mãe” do setor elétrico. A primeira versão foi publicada em 1941 e já passou por alterações em
1960, 1980, 1990, 1997 e 2004. A última revisão entrou em vigor em 31 de março de 2005,
trazendo melhorias e atualizações de procedimentos e conceitos, ocorridas especialmente na
norma internacional usada como referência, a IEC 60364, visando aumentar a segurança e a
qualidade das instalações elétricas (FARIA, 2008).
A NBR 5410/2004 abrange todas as etapas das instalações elétricas de baixa tensão:
- Projeto: dimensionamento de condutores, dispositivos de proteção, formas de
instalação, influências externas, aspectos de segurança;
- Execução: recomendações e referências às normas de fabricação de dispositivos e
equipamentos;
- Verificação final: inspeção visual e ensaios específicos;
- Manutenção: procedimentos para manutenção das instalações elétricas.
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3.4 Considerações sobre a NR-10/2004 e suas interações com outras NRs e NBRs
a carga elétrica seja superior a 75 kW, que é composto pelo diagnóstico NR-10 que analisa o
atendimento aos requisitos da NR 10; laudo técnico das instalações elétricas e pelo laudo do
sistema de proteção contra descargas atmosféricas – SPDA. O laudo das instalações elétricas
somado ao diagnóstico NR 10, formam o relatório técnico das inspeções, e, este último somado
ao laudo SPDA forma a base do PIE;
Obrigatoriedade de auditoria periódica das condições de segurança das instalações
elétricas, juntamente com laudo técnico até mesmo das falhas ocorridas, elaborado por
profissional habilitado, com recomendações necessárias para a adequação, e certificação das
instalações elétricas para atestar a autenticidade das mesmas;
NBR 14039 para tensões superiores a 1000 V CA ou 1500 V CC até a tensão de 36,2 Quilovolt
(kV).
Existe também a interação da NR-10 com a ABNT NBR IEC 60079-14:2006 –
Equipamentos elétricos para atmosferas explosivas - Parte 14: Instalação elétrica em áreas
classificadas (exceto minas), através da adição de itens pertinentes a essa NBR no diagnóstico
das instalações elétricas das empresas com atmosferas explosivas ou inflamáveis.
Por fim, há a interação da NR-10 e a NBR 5419, no laudo de inspeção do SPDA, que
é composto por medições e inspeções no sistema de aterramento elétrico e no próprio SPDA,
com o fim de verificar sua integridade e funcionalidade.
A Constituição Federal de 1988 define, em seu artigo 175 regulamentado pela Lei
Complementar número 8.987/1995, que o fornecimento de energia elétrica é um serviço
essencial e que o Poder Público Federal é o responsável direto pela prestação do serviço público
ou através de concessão ou permissão, sendo o responsável por todos os atos relativos ao
segmento, incluindo a segurança nas redes elétricas urbanas (ZVIR, 2006).
O concessionário/permissionário dos serviços de fornecimento de energia elétrica,
segundo a legislação vigente, deve demonstrar capacidade de desempenho por sua conta e risco,
inclusive nas medidas de proteção da vida, saúde e segurança da população. Essas medidas são
direitos básicos do consumidor previstos no Código de Defesa do Consumidor, Lei número
8.078/90, regulamentado pelo Decreto número 2181/97, contra os riscos provocados por
práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos (ZVIR,
2006).
A regulação e fiscalização da geração, transmissão, distribuição e da comercialização
da energia elétrica são atribuições da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL),
vinculada ao Ministério das Minas e Energia. A ANEEL atende as reclamações de agentes e
consumidores com equilíbrio entre as partes e em benefício da sociedade; intermedia os
conflitos de interesses entre os agentes do setor elétrico e entre estes e os consumidores;
concede, permite e autoriza instalações e serviços de energia; garante tarifas justas; zela pela
qualidade do serviço; exige investimentos; estimula a competição entre os operadores e
assegura a universalização dos serviços sob sua competência (ZVIR, 2006).
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adequadas. Trabalhar no setor (elétrico) hoje implica muita qualificação, capacitação, EPIs e
EPCs adequados. O problema está na gestão da qualidade”.
A iniciativa de decidir tomar as ações promoção e incentivo de adequação à NR-10 e
demais normas de segurança em eletricidade deve partir da diretoria das empresas. De nada
adiantariam os investimentos em segurança sem a participação efetiva, engajada e permanente
da alta direção, pois não haveria o desenvolvimento da cultura de segurança e sim um frágil
conhecimento sobre o assunto, que se perderia facilmente.
Diante desse contexto, a atuação do engenheiro eletricista é essencial para o
desenvolvimento da segurança em eletricidade, sob diversos aspectos:
- Intermediação com a alta diretoria das empresas, reforçando a promoção de
iniciativas de atendimento das legislações e normas relacionadas à segurança em eletricidade
através da implantação e manutenção de um sistema de gestão de segurança em eletricidade;
- Atuação no treinamento e orientação técnica aos colegas de trabalho visando à
conscientização sobre os riscos da eletricidade e a importância de agir com segurança para a
prevenção de perdas;
- Elaboração de documentação técnica sobre o estado das instalações elétricas, de
estudos de análise de riscos de todas as atividades que envolvam a eletricidade, especificação
de equipamentos de proteção individual e coletiva a serem utilizados, dentre outros.
revisão bibliográfica do tema apontado. Essa pesquisa auxilia na escolha de um método mais
apropriado, assim como em um conhecimento das variáveis e na autenticidade da pesquisa.
A presente pesquisa é resumo, pois se embasará em trabalhos de pessoas entendidas
no assunto. Entende Andrade (2007) que a pesquisa quanto aos objetivos tendem a ser
exploratórias descritivas e explicativas.
A pesquisa em questão é exploratória. A pesquisa sobre a segurança em eletricidade
quanto aos objetivos à pesquisa pode ser classificada em exploratória, descritiva e explicativa.
É um resumo do assunto, já que, elabora um referencial teórico a respeito do tema eleito.
A pesquisa exploratória “busca apenas levantar informações sobre um determinado
objetivo, delimitando assim um campo de trabalho, mapeando condições de manifestações
desse objeto. Na verdade, ela é apenas uma preparação para a pesquisa explicativa”
(SEVERINO, 2007, p.123). Enquanto as “descritivas têm como objetivo a descrição das
características de determinada população. Podem ser elaboradas também com a finalidade de
identificar possíveis relações entre variáveis” (GIL, 2010, p. 27).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
SECURITY IN ELECTRICITY
ABSTRACT
REFERÊNCIAS
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p. 52-61, Fev. 2008.
BARROS, B. F.; Guimarães, E. C. A.; Borelli, R.; Gedra, R. L.; Pinheiro, S. R.; NR-10 Norma
Regulamentadora de Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade Guia Prático de
Análise e Aplicação, 1ª edição, Editora Érica, 2010.
FARIA, Nara. NBR 5410: a norma mãe do setor elétrico. Revista Lumière. São Paulo, ed.
118, p. 50-53, Fev. 2008.
KINDERMANN, Geraldo. Choque elétrico. 2 ed. Porto Alegre: Sagra Luzzatto, 2000.
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MACHADO, C. Manual de projetos elétricos. 1.ed. São Paulo: Biblioteca 24x7, 2008, p.127-
129.
NBR 5419 - Proteção de Estruturas contra Descargas Atmosféricas (Norma Técnica ABNT),
2001.
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NISKIER, Julio. Manual de Instalações Elétricas. 1 ed. Rio de Janeiro: LTC, 2005.
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SOUSA FILHO, Celso L. Riscos de eletricidade.pdf. Salvador, 1 outubro 2007. 1 arquivo
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ZVIR, Pedro Irineu. Perigo e riscos das redes elétricas para a população e a construção
civil. Estudo de caso. 2006. Trabalho final de graduação (Engenharia Civil) - Centro de
Ciências Exatas e Tecnológicas da União Dinâmica de Faculdades Cataratas – UDC.