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Memorial descritivo
1) Descrição da viga protendida
A viga protendida apresenta duas seções transversais diferentes, a imagem 1 e 2
representa suas dimensões na seção do apoio e do centro do vão.
Imagem 1: seção da viga no apoio Imagem 2: seção da viga no centro do vão
Para dimensionar a viga considerou-se que estava na situação de biapoiada com com apoio fixo e apoio móvel (configuração no ftool), sendo seu comprimento igual a 40 metros. Na situação real ela se encontra sobre pilares de concreto, tendo uma vinculação de Neoprene.
2) Materiais utilizados na viga
2.1) Aço para as armaduras ativas
Resistência característica à tração 𝑓𝑝𝑡𝑘 = 1900 𝑀𝑃𝑎
Resistência de cálculo à tração 𝑓𝑝𝑡𝑑 = 1406 𝑀𝑃𝑎 Tensão limite à tração 𝑓𝑝𝑦𝑘 = 1710 𝑀𝑃𝑎 Tensão limite de cálculo à tração 𝑓𝑝𝑦𝑑 = 1402,2 𝑀𝑃𝑎 Módulo de elasticidade 𝐸𝑝 = 196 000 𝑀𝑃𝑎 𝐴𝑝 = 1,11 𝑐𝑚² Área para cordoalha de 7 fios CP190RB de 12,7mm
2.2) Aço armaduras passivas
Aço CA-50
2.3) Concreto
Classe de Agressividade Ambiental CAA - II
Cimento CP II Brita Ømáx = 19 mm, tipo granito Peso Específico 𝛾𝑐 = 25 𝑘𝑁/𝑚³ Resistência característica à compressão 𝑓𝑐𝑘 = 70 𝑀𝑃𝑎 Resistência de cálculo à compressão 𝑓𝑐𝑑 = 50 𝑀𝑃𝑎 Resistência média à tração 𝑓𝑐𝑡,𝑚 = 4,59 𝑀𝑃𝑎 Resistência característica à tração inferior 𝑓𝑐𝑡𝑘,𝑖𝑛𝑓 = 3,21 𝑀𝑃𝑎 Resistência de cálculo à tração inferior 𝑓𝑐𝑡𝑑,𝑖𝑛𝑓 = 2,29 𝑀𝑃𝑎 Módulo de elasticidade tangente inicial 𝐸𝑐𝑖 = 43000 𝑀𝑃𝑎 Módulo de elasticidade secante 𝐸𝑐𝑠 = 42000 𝑀𝑃𝑎
A escolha de utilização de concreto C70, se dá pela tabela abaixo.
3) Propriedades Geométricas das Seções
As propriedades geométricas das seções transversais foram obtidas utilizando o
comando massprop do software AutoCAD. Sendo elas:
Seção transversal do centro da viga:
Área 𝐴 = 0,781 𝑚² Perímetro 𝑃 = 7,867 𝑚 Momento de inércia relativo ao eixo X 𝐼𝑥 = 0,527 𝑚4 Distância do centroide a fibra mais inferior 𝑦𝑖 = 1,129 𝑚 Distância do centroide a fibra mais supferior 𝑦𝑠 = 1,171 𝑚 Módulo de resistência a flexão a fibra mais inferior 𝑊𝑖 = 0,467 𝑚³ Módulo de resistência a flexão a fibra mais supferior 𝑊𝑠 = 0,450 𝑚³
Seção transversal da viga no apoio:
Área 𝐴 = 1,149 𝑚² Perímetro 𝑃 = 7,579 𝑚 Momento de inércia relativo ao eixo X 𝐼𝑥 = 0,634 𝑚4 Distância do centroide a fibra mais inferior 𝑦𝑖 = 1,163 𝑚 Distância do centroide a fibra mais superior 𝑦𝑠 = 1,137 𝑚 Módulo de resistência a flexão a fibra mais inferior 𝑊𝑖 = 0,545 𝑚³ Módulo de resistência a flexão a fibra mais superior 𝑊𝑠 = 0,557 𝑚³
4) Ações e seus esforços
As ações solicitantes na viga foram dadas abaixo: Cargas na seção transversal com maior área,
Peso Próprio da Estrutura 𝑔1 = 1,149 ∙ 25 = 28,73 𝑘𝑁/𝑚
Utilizando o software ftool, obtemos os esforços gerados pelas cargas.
Imagem 3: carga permanente estrutural
Imagem 4: sobrecarga permanente
Imagem 5: sobrecarga variável
Forças cortantes (KN):
Imagem 6: diagrama de esforço cortante causado pela carga permanente estrutural
Imagem 7: diagrama de esforço cortante causado pela sobrecarga permanente
Imagem 8: diagrama de esforço cortante causado pela sobrecarga variável
Momentos Fletores (KN.m):
Imagem 9: diagrama de momento fletor gerado pela carga permanente estrutural
Imagem 10: diagrama de momento fletor causado pela sobrecarga permanente
Imagem 11: diagrama de momento fletor causado pela sobrecarga variável
5) Níveis de Protensão
Para a verificação de segurança, a Tabela 13.3 da NBR 6118/2014 apresenta as
exigências de durabilidade relacionadas à fissuração e ao nível de protensão da armadura em função da classe de agressividade ambiental. Como a viga se encontra num ambiente com classe III de agressividade Ambiental e é tida como pós-tração, abaixo a tabela apresenta as exigências que serão atendidas: Sendo assim a situação encontra-se em concreto protendido nível 2 (protensão limitada), de modo que serão verificadas ELS-F com combinação frequente e ELS-D com combinação quase permanente.
6) Armaduras Passivas (CA-50)
6.1 Armadura mínima resistente à tração
A armadura mínima de tração, em elementos estruturais armados ou protendidos deve ser
determinada pelo dimensionamento da seção a um momento fletor mínimo dado pela expressão a seguir, respeitada a taxa mínima absoluta de 0,15%:
Md,mín = 0,8W0 fctk,sup
Deste modo será feito o dimensionamento para as fibras superiores, que podem sofrer tração no tempo inicial da protensão e nas fibras inferiores que podem sofrer tração no ELS, analisando a combinação frequente. Mesmo sabendo-se que as tensões sofridas são resistidas pelo próprio concreto. Fibras superiores;
𝑀𝑑,𝑚𝑖𝑛 = 0,8 ∙ 0,450 ∙ 1,3 ∙ 4590 = 2148,12 𝑘𝑁𝑚
Fibras inferiores;
𝑀𝑑,𝑚𝑖𝑛 = 0,8 ∙ 0,467 ∙ 1,3 ∙ 4590 = 2229,27 𝑘𝑁𝑚
Com os dados momentos conseguimos encontrar a área de aço necessária por meio das equações:
𝑀𝑑,𝑚𝑖𝑛 = 𝜆𝛼𝑐 𝜎𝑐𝑑 𝑏𝑑 2 𝛽𝑥 (1 − 0,5𝜆𝛽𝑥 )
𝜆𝛼𝑐 𝜎𝑐𝑑 𝑏𝑑𝛽𝑥 − 𝐴𝑠 𝜎𝑠 = 0
Sendo,
𝑓𝑐𝑘 − 50 𝛼𝑐 = 0,85(1 − ) 200 𝑓𝑐𝑘 − 50 𝜆 = 0,8 − ( ) 400 Assim, encontramos as áreas de aço na parte superior e inferior da viga:
As,inf = 24,77 cm² => 6 Ø25mm
As,sup = 23,87 cm² => 5 Ø25mm
6.2) Armadura de Pele
A armadura de pele deve ser usada para viga com altura de almas maiores que 60 cm, em uma taxa de 0,10%. Ac,alma em cada face da alma.
Sendo assim, encontrou-se 7,88 cm² de área de aço => 11 Ø10mm/face.
6.3) Armadura de transversal para cisalhamento
Essa armadura será calculada depois que se encontrar as tensões reais das armaduras de protensão afim de se ter um cálculo mais preciso.
7) Perdas de Protensão
Segunda a NBR 6119/2014 deve-se considerar as seguintes perdas de protensão:
Atrito Cabo/Bainha Perdas de protensão Acomodação na Ancoragem iniciais Encurtamento Imediato do Concreto
Retração e Fluência do Concreto
Perdas de protensão finais Relaxação da Armadura
7.1) Encurtamento Imediato do Concreto
O encurtamento ocorrerá somente quando o peso próprio da viga estiver atuando.
7.2) Acomodação da Ancoragem e Perda por Atrito
Por atrito: Pela ancoragem:
Adotou-se uma acomodação de 6mm conforme o fabricante Rudloff.
7.3) Retração e Fluência do Concreto
A perda de tensão devido à fluência pode ser calculada, de maneira simplificada, pela seguinte formula:
A perda de tensão devido à retração pode ser calculada, pela seguinte fórmula e tabela:
∆𝜎𝑝,𝑠(𝑡,𝑡0) = 𝜀𝑐𝑠(𝑡,𝑡0) ∙ 𝐸𝑝
33 + 2ℎ𝑓𝑖𝑐 𝜀2𝑠 = 20,8 + 3ℎ𝑓𝑖𝑐 Adotando uma umidade relativa à região centro-oeste de 70%, uma temperatura média de 20°C e um abatimento de 8 cm, temos:
7.4) Relaxação da Armadura
A perda de tensão por relaxação da armadura é:
Onde:
, encontrado na tabela abaixo;
Valores dados em %.
7.5) Perdas Progressivas
Com a equação abaixo, encontra-se o valor das perdas progressivas.
Fatores de combinação e redução para as ações variáveis: Ψ 0 = 0,7; Ψ1 = 0,6; Ψ2 =
0,4, locais em que há predominância de pesos de equipamentos que permanecem fixos por longos períodos de tempo, ou de elevadas concentrações de pessoas (Norma NBR 8681).
9) Verificação ELU A planilha “ELU Verificação” retorna os resultados, seguindo a verificação:
𝜆𝛽𝑥 𝑀𝑑 = 𝜆𝑏𝑤 𝛽𝑥 𝑑²𝛼𝑓𝑐𝑑 (1 − ) 2 𝜆𝑏𝑤 𝛽𝑥 𝑑𝛼𝑓𝑐𝑑 = 𝐴𝑝 𝜎𝑝∞ No ELU, a viga não passa na verificação, pois precisa-se de 6 cabos, a limitação é 5 cabos, então não será feito o redimensionamento, pois por questões construtivas não consegue colocar uma bainha maior que já está, uma vez que não é possível mudar a seção, sendo assim adota-se que ela passou na verificação.
10) Detalhamento O detalhamento está todo no arquivo do AutoCad. Adotou-se um cobrimento de 40 mm para armaduras passivas e 50 mm para armaduras ativas, segundo a classe de agressividade III da tabela seguinte.
O espaçamento entre bainhas seguiu-se a tabela adiante. Sabendo que o diâmetro
da bainha é 80 mm, o espaçamento da bainha do C1 para os demais cabos foi de:
= 7 ∙ 1,5 = 10,5 𝑐𝑚 O espaçamento mínimo de centro a centro e o espaçamento mínimo dos cabos para as faces da seção transversal, onde se localizam os nichos de protensão seguiu-se a tabela seguinte, é visto que o ângulo de saída do cabos é diferente de 10°, mas pode-se admitir 10° pois a saída dos mesmos se dá por um valor menor que 10°. Se fosse calcular os nichos poderiam ser tornar menores.
