Tendência Pedagógica Na Educação Matemática Escolar Segundo Estudos de Fiorentini
Tendência Pedagógica Na Educação Matemática Escolar Segundo Estudos de Fiorentini
Tendência Pedagógica Na Educação Matemática Escolar Segundo Estudos de Fiorentini
Introdução
Esse artigo se propõe discutir algumas questões sobre o desenvolvimento das tendências
pedagógicas ao longo da história para o ensino e aprendizagem da Matemática. A Educação
Matemática como área de ensino/aprendizagem ainda é equivocadamente entendida como
subordinada a matemática, no entanto encontra-se em crescente desenvolvimento suas pesquisas
no Brasil. Embora, em alguns países, tais como, França, Espanha e Alemanha ela é sinônimo de
Didática de Matemática (Pinto, 2004)
A Matemática historicamente na forma tradicional de ensino está unida a uma falsa
consciência individualista, de dominação e reprodução de desigualdades sociais. Nessa
perspectiva, de um lado são muitos os alunos em todos os níveis de ensino consideram a
matemática inútil e sentem-se incapazes de aprender, uma situação que vivenciei ao longo da
profissão. Por outro lado, aqueles com bom desempenho nessa disciplina são estimulados para
seguirem as áreas das exatas, engenharia, medicina, etc., áreas de trabalho consideradas de status
hegemônico no Brasil.
D’Ambrosio (1999) denunciava sobre “o risco de desaparecimento da Matemática como
disciplina autônoma dos sistemas escolares”, frente as condições de ser ensinada da maneira,
inútil e desinteressante com testes padronizados, listas de exercícios descontextualizada em seu
desenvolvimento histórico e da realidade social atual do aluno. Situação que contribuirá na
educação de uma sociedade.
A educação para D’Ambrosio (2011, p.25) “é o conjunto de estratégia desenvolvida pelas
sociedades para: a) possibilitar a cada indivíduo atingir seu potencial criativo, e b) estimular e
facilitar a ação comum, com vistas a viver em sociedade e exercer cidadania.
No presente inúmeros pesquisadores empreendem-se ao grande desafio dos estudos sobre a
Educação Matemática, frente aos inúmeros problemas da sociedade em transição (D’Ambrosio,
2011), sua complexidade e diversidade. Na sequência os itens que nortearam este trabalho são
Educação Matemática; Algumas tendências: a questão histórica e o pedagógico da Educação
Matemática
1. Educação Matemática
São recentes as discussões no Brasil sobre Educação Matemática, elas tiveram suas
origens na década de 1950, no entanto, sua consolidação se deu em 1988, ano de fundação da
Sociedade Brasileira de Educação Matemática (SBEM)¹. É uma sociedade civil, de caráter
científico e cultural, sem fins lucrativos e sem qualquer vínculo político, partidário e religioso.
Tem como finalidade congregar profissionais da área de Educação Matemática ou de áreas afins.
A SBEM tem em seus quadros pesquisadores, professores e alunos que atuam em diferentes
níveis do sistema educacional brasileiro, da educação básica à educação superior. Dario
Fiorentini, professor pesquisador em educação matemática procurou sistematizar e publicar o
desenvolvimento do tema tendências pedagógicas em Educação Matemática e um dos
fundadores da Sociedade Brasileira de Educação Matemática.
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¹ Disponível em: www.sbem.com.br
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Educação Matemática é uma teoria do conhecimento interdisciplinar, socialmente
elaborada, tece ligações com as disciplina da Matemática, e a Psicologia, Antropologia,
Sociologia, Filosofia, História, Artes, Comunicação, Ciências da Cognição (Piaget, Vygotsky),
entre outras. Segundo Fiorentini (2002), Bicudo (1999) e D’Ambrosio (1999), a Educação
Matemática como área de investigação constitui-se em um importante campo a ser explorado
para a efetivação de um sistema educacional democrático é o mais antigo da nossa história.
A Educação Matemática constitui-se por processo educativo como os demais, cuja
finalidade, naquilo que dispõe a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, (LDB, Nº
9.394 de 1996) em seu artigo 2º, 9 é “[...] o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo
para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”.
Atualmente no Brasil a Educação Matemática, tem seus programas de pós-graduação
próprios, departamentos específicos, revistas especializadas, sociedades locais, nacionais,
regionais e internacionais. Inúmeros seminários, conferências e congressos internacionais,
regionais e nacionais são organizados. Nesse sentido, temos a Conferência Interamericana de
Educação Matemática (CIAEM), a qual abre as portas para que a implementação e disposição
para o surgimento de uma comunidade científica de Educação Matemática.
Relata D’Ambrosio na sua página da web/uol
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Tem-se construído por várias décadas encontros dos organismos nacionais e internacionais,
os quais apresentam razões para agregar as discussões de comunidades científicas e a divulgação
dos trabalhos em torno da educação matemática.
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3.1 Tendência Formalista Clássica (década de 50)
Surge a pedagogia como negação da escola tradicional. Na pedagogia nova o professor deixa
de ser o elemento fundamental do ensino. Torna-se orientador da aprendizagem e aluno centro da
aprendizagem. Para Carl Roger (1952), a educação centrada no sujeito significa aprendizagem
centrada no aluno. Os ambientes de ensino e de aprendizagem devem ser estimulantes e
incentivadores à realização de jogos e experimentos com materiais manipuláveis.
Esta tendência não rompe com a concepção idealista do conhecimento, pois para os
empírico-ativistas, o conhecimento matemático é obtido por descobertas. Os materiais
montessorianos podem ser considerados como parte dessa concepção do apelo associacionista
visual e táctil (Fiorentini, 1995).
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Foram seguidores dessa corrente os professores Júlio Cesar de Melo e Souza conhecido
por Malba Tahan, Irene Albuquerque, Manoel Jairo Bezerra e Munhoz Maheder, durante as
décadas de 40 a 50.
Contribui essa tendência no Brasil para unificar a matemática em uma disciplina, formular as
diretrizes metodológicas do ensino da matemática da Reforma Francisco Campos (1931) e
favoreceu a edição de livros-didáticos com figuras ou desenhos sob uma abordagem mais
pragmática.
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3.5. Tendência Construtivista
Para o construtivismo o conhecimento matemático é resultado da ação interativa e
reflexiva do homem com o meio em que vive. Esta tendência também é notada nos estudos de
alguns educadores brasileiros como: Luis Alberto Brasil, do Ceará; Ester Pilar Grossi e Maria
Fialho Crusius (1994) ambas do Rio Grande do Sul, entre outros.
Na década de 80, começa a ser mais freqüente a prática dos grupos de estudos e pesquisas em
Educação Matemática admitindo um cunho construtivista. Surgem propostas curriculares oficiais
com fundamentação teórica-pedagógica no construtivismo, por exemplo, o caso da cidade de São
Paulo.(1988). Os estudos de Constance Kamii, juntamente com seu Grupo de Psicologia do
Recife e de Ester Grossi o Grupo de Estudos sobre Educação, Metodologia de Pesquisa e Ação
em Porto Alegre (GEMPA), promoveram grande difusão do construtivismo. Na teoria
construtivista, a Matemática é uma construção humana constituída por estruturas e relações
abstratas entre formas e grandezas reais ou possíveis, ou seja, é um construto resultante da
interação dinâmica do homem com o meio físico e social. (FIORENTINI, 1995. p.20).
A criança faz a abstração de forma interativa e operante pela mente e não mais simplesmente
por algo que já existe, como afirmavam os empiristas. Se o construtivismo for observado de
forma filosófica e epistemológica, veremos que ele parte do pressuposto de que o conhecimento
é construído pelo sujeito que conhece e não fica apenas na passividade do recebimento e
processamento de informações do ambiente (Soares, 2004).
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deixando de lado a efetiva preocupação com o ensino dos conceitos e com o desenvolvimento de
pensamentos e habilidades matemáticas. Ocorrem críticas à educação bancária, bem como, à
valorização do saber popular adquirido pelo aluno e na sua capacidade de produção de
conhecimentos sobre a realidade.
A segunda corrente ampara-se na etnomatemática, cujo precursor é o brasileiro professor
Ubiratan D’Ambrosio que, desde a década de 1970, vem teorizando o que mais recentemente
chama de “Programa Etnomatemática” (D’AMBROSIO: 1993). Destacam-se ainda, entre outros,
os estudos de Sebastiani (1990), com grupos indígenas brasileiros; Carraher (1988), com
trabalhadores em feiras; Borba (1987), com jogos e brincadeiras de crianças de favelas; Grando
(1988), com madeireiros; Knijnik (1995), com os professores de assentamentos de sem- terra do
Rio Grande Sul e uma comunidade de matemáticos com Baldino e D’Ambrosio, 1994.
A Matemática perde aquela visão de ciência pronta e acabada, desconectada do mundo
real, como propunha a tendência formalista. Agora ela passa ser vista como um saber prático,
relativo, não tão universal - mas dinâmico - produzido histórico-culturalmente nas diferentes
práticas sociais.
Considerações finais
A partir dessas reflexões construídas constatou-se que as tendências pedagógicas
evoluíram para o ensino/aprendizagem da matemática, para a Educação Matemáticas. Todas as
tendências pedagógicas proporcionam ao educador subsídios a mudanças em suas concepções
que fundamentam suas aulas. Com isso, não correrá o risco de passar os enunciados, resultados
prontos em suas listas de exercícios. Uma aprendizagem contextualizada.
REFERÊNCIAL BIBLIOGRÁFICO
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CARRAHER, Terezinha Nunes et al. Na Vida Dez, na Escola Zero. São Paulo: CORTEZ,
1988.
DUARTE (1995)