Ebook Formação Ambiental - Dicas Como Trabalhar Com Licenciamento Ambiental - Joachim Graf Neto
Ebook Formação Ambiental - Dicas Como Trabalhar Com Licenciamento Ambiental - Joachim Graf Neto
Ebook Formação Ambiental - Dicas Como Trabalhar Com Licenciamento Ambiental - Joachim Graf Neto
CAPÍTULO 02
14 O QUE EU PRECISO SABER PARA ENTENDER COMO FUNCIONA O
LICENCIAMENTO AMBIENTAL?
OS ÓRGAOS ENVOLVIDOS
18
AS ETAPAS DO LICENCIAMENTO AMBIENTAL
22
OS PRINCIPAIS DOCUMENTOS
27
A LEGISLAÇÃO AMBIENTAL APLICADA AO LICENCIAMENTO AMBIENTAL
30
CAPÍTULO 03
COMO SE FAZ LICENCIAMENTO AMBIENTAL NA PRÁTICA
36
CAPÍTULO 04
AS 10 DICAS VALIOSAS PARA LICENCIAR UMA ATIVIDADE OU
42 EMPREENDIMENTO
SIGLAS E ABREVIATURAS
45
formação começa quando entrei no curso de Engenharia Florestal na Universidade Federal do Paraná, e me
envolvi com um Projeto de Extensão Universitária, na área de Educação com Alfabetização de Adultos. A partir
desse momento, percebi que gostava de ensinar e, cada vez mais, ao longo da formação e da minha carreira
profissional percebi a importância e o poder que a informação tem em nossas vidas.
Assim foi com o primeiro emprego que trabalhei diretamente como coordenador de cursos de capacitação
em uma instituição do terceiro setor que atuava com conservação da natureza. Eram cursos práticos, ministrados
em uma RPPN e os assuntos voltados ao manejo de unidades de conservação. Daquele emprego absorvi, além da
importância da conservação dos recursos naturais, que não é possível conservar a natureza se não tivermos
profissionais bem instruídos e capacitados.
Após este primeiro emprego ingressei no mestrado em ecologia florestal. Retornar para academia fez
grande diferença ao aprender a sistematizar e organizar as idéias, enfim construir metodologicamente uma linha
de raciocínio. Pesquisar, estudar, escrever, discutir tecnicamente um tema, são informações imprescindíveis para
um profissional da área ambiental.
Nem mesmo havia encerrado o mestrado e fui convocado para assumir uma vaga numa grande empresa,
por meio de um concurso público. Aí começou minha experiência profissional com o licenciamento ambiental, em
especial de grandes empreendimentos e consequentemente de grandes impactos ambientais. Em relativamente
pouco tempo, assumi um papel de coordenação de licenciamento ambiental de um novo empreendimento
adquirido pela empresa e logo, me mudei, ou melhor, nos mudamos, com família, criança, cachorro, etc., para a
maior experiência pessoal e profissional até o momento: viver e licenciar um empreendimento na Amazônia.
Com o enorme aprendizado adquirido, ficou mais evidente e latente o meu propósito de vida: Formar e
capacitar pessoas, em especial, na área ambiental. Nós, profissionais da área ambiental, temos a missão de
conscientizar a população do uso racional dos recursos naturais e a obrigação de fazê-lo, ou orientar a quem
precisa, de forma a reduzir e mitigar ao máximo os impactos ambientais.
Se você deseja conhecer mais sobre minha história, meu propósito e os cursos ofertados, acesse o canal
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informação para sua formação denota mérito e por este motivo gostaria de dizer que tenho grande respeito por
sua escolha e honrarei seu precioso tempo ao ler as próximas páginas que seguem.
Este e-book foi pensado para te explicar e refletir sobre alguns aspectos, mas também para te inspirar a
contribuir com a melhora no sistema de licenciamento do Brasil. Você verá que muito já foi feito em relação a este
assunto (licenciamento ambiental), mas é enorme a demanda do que está por fazer para que tenhamos um
sistema de licenciamento ambiental de qualidade.
A linguagem deste e-book foi escrita pensando numa conversa, entre eu e você, afinal, da maioria dos
documentos pesquisados disponíveis na internet, encontrei somente textos que reproduziam a mesma linguagem,
a mesma informação, o mesmo conteúdo, enfim, mais do mesmo e monótono.
No Capítulo 1 trago um breve histórico do processo de licenciamento no Brasil, afinal temos que aprender
com o passado pra melhorar o futuro.
No Capítulo 2 são as informações que necessitam ser conhecidas para entender como funciona o
licenciamento ambiental, e que inevitavelmente terão que ser estudadas e dominadas por todos aqueles que
querem atuar neste ramo.
No Capítulo 3 é o que podemos chamar de “a cereja do bolo”. Se fosse pra escolher um capítulo para
resumir este ebook, seria este Capítulo 3. Na prática a essência de saber fazer licenciamento ambiental é entender
o rito processual... nós ainda vamos falar sobre isso.
No Capítulo 4 trago as 10 dicas valiosas, de experiências próprias e de colegas experientes. Dicas para te
ajudar a trabalhar com licenciamento ambiental.
É isso aí caro leitor... caro profissional que atua ou pretende atuar com licenciamento ambiental... espero
que goste e que seu tempo “gasto” com a leitura deste material lhe traga valor, faça você crescer
profissionalmente e que possa refletir no seu campo de atuação.
Boa leitura!
O ano é 1972. O pano de fundo é a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente Humano realizada
em Estocolmo na Suécia. O evento teve tamanha importância para as questões ambientais globais que muitos
autores citam como sendo o marco para o início das discussões sobre Desenvolvimento Sustentável. Foi um
evento que juntou 113 países na mesa de discussões, reconheceu as possíveis causas para os problemas
ambientais e entraves para o desenvolvimento e propôs uma agenda com plano de ações como compromisso
pelos países signatários.
Porém, naquela ocasião, a política interna no Brasil era de crescimento a qualquer custo, expansão,
ocupação de áreas devolutas. O Brasil era governado na década de setenta por militares e o país se encontrava em
situação econômica, de expansão favorável. Grandes projetos como a ocupação da Amazônia por meio da
construção da Transamazônica (1972), estradas federais, usinas hidrelétricas, enfim, o país enxergava qualquer
limitação ao desenvolvimento como um atraso, algo indesejável.
O contexto interno para o Brasil foi o de um regime de exceção em que a liberdade individual e os meios de
comunicação estavam vigiados. A política governamental era desenvolvimentista e em termos de política
ambiental brasileira havia uma atuação marcante da academia em seus objetivos, ficando o governo em uma
posição secundária vindo a reboque dos cientistas e pesquisadores, os quais possuíam os encontros da Sociedade
Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) como fórum para discutir e avaliar as propostas da política ambiental
brasileira e a sua implantação no Brasil (IPEA, 2010).
iv) A erradicação desta, feita com a difusão do crescimento econômico, conforme a teoria do bolo:
primeiro crescer para depois repartir (Maimon, 1992).
Todavia, a resposta brasileira à Conferência de Estocolmo ficou marcada com as seguintes ações e
atividades:
ii) A criação da Sema, em 1973, no âmbito do Ministério do Interior (Minter), com o objetivo de
atenuar a imagem negativa que o Brasil difundiu em Estocolmo ao defender o desenvolvimento econômico a
qualquer custo;
iv) Tais agências estruturadas para responder à poluição industrial com base no Sistema de
Licenciamento de Atividades Poluidoras (SLAP), na fiscalização e na atuação (Maimon, 1992).
Por sua vez, o estado de São Paulo inicia a regularização do licenciamento na RMSP (Região Metropolitana
de São Paulo) a partir das leis estaduais nº 898, de 18 de dezembro de 1975, e nº 1.172, de 17 de novembro de
1976, que dispõem sobre o licenciamento do uso do solo para a proteção aos mananciais da RMSP. O Decreto
estadual no 9.714, de 19 de abril de 1977, veio regulamentar essas leis. O que se percebe da análise desse decreto
é que ele definia apenas uma licença, a de instalação emitida pela CETESB, apesar de o trâmite burocrático
depender de vários outros órgãos, como a Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano (Emplasa S/A), a
Secretaria da Agricultura e a Secretaria dos Negócios Metropolitanos (IPEA, 2010).
Vários outros estados, a partir dessa regulamentação do governo federal, implementaram nas décadas de
1970 e 1980, suas legislações do licenciamento ambiental, tais como Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul,
Santa Catarina, entre outros (IPEA, 2010).
Em 1974, no escopo do II Plano Nacional de Desenvolvimento (PND), deu-se início de uma abordagem mais
estratégica de planejamento territorial onde adotou-se o conceito de “área crítica de poluição. Este fato introduziu
uma primeira diferenciação espacial na regulação do modo de utilização e apropriação do meio ambiente no Brasil
(Monosowski, 1989 citado por IPEA 2010). Em suma, a estratégia consistia basicamente na delimitação de áreas
industriais destinadas à instalação de atividades poluidoras (Ferreira & Salles, 2016)..
Monosowski (1989) cita que uma nova fase da política ambiental brasileira foi iniciada em 1981 com a
publicação da Lei nº 6.938, que estabelece os objetivos, as ações e os instrumentos da política ambiental
brasileira. Na categorização de Monosowski (1989) esta fase é especificada pela gestão integrada dos recursos
naturais, expressa pela primeira vez em uma Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA) formalmente instituída.
O dispositivo legal também inovou ao inaugurar uma nova etapa no modo de utilização e apropriação dos
recursos naturais para atividade produtiva, prevendo a utilização de instrumentos de gestão ambiental (Art. 9º da
PNMA) de alcance nacional. Dentre eles, destacam-se: o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental, o
zoneamento ambiental, a avaliação de impactos ambientais, e o licenciamento de atividades efetiva ou
potencialmente poluidoras (Ferreira & Salles, 2016).
A obediência às exigências da legislação ambiental por parte das instituições do poder público cresceu
progressivamente a partir da década de 1990. Essa mudança pode ser atribuída, em parte, à aprovação da Lei de
Crimes Ambientais, em 1998, que passou a considerar crime o funcionamento de atividades potencialmente
poluidoras sem a devida licença ambiental (Ferreira & Salles, 2016).
Outro avanço importante foi a efetiva regulamentação do licenciamento ambiental com a publicação da
Resolução Conama nº 237/97. Este dispositivo promoveu a uniformização e delimitação das atividades sujeitas ao
processo de licenciamento; e também definiu critérios para a definição de competência para execução do
licenciamento. Essa Resolução completa o conjunto de normas que permitiram a efetiva institucionalização do
licenciamento ambiental como procedimento utilizado, em última instância, para avaliar viabilidade ambiental de
projetos potencialmente causadoras de impactos ambientais (Ferreira & Salles, 2016).
O processo de licenciamento ambiental, conforme histórico aqui traçado veio como uma medida top-down,
de cima pra baixo, com o Estado exercendo o papel de controle em regular o uso dos recursos naturais. Neste
sentido, é importante para nós que atuamos na área ambiental, conhecendo o pano de fundo da política
ambiental brasileira, contribuir para que as medida previstas na Política Nacional de Meio Ambiente sejam
aplicadas e sobretudo avaliar, criticar, planejar e criar novas condições de planejamento territorial conscientes
com a disponibilidade e potencialidade dos recursos naturais.
Para resumir, o que você precisa saber para entender o histórico do Licenciamento Ambiental
no Brasil:
-Na década de 70 que são criadas as primeiras instâncias governamentais para tratar de controle da
poluição e ordenamento territorial;
-A Politica Nacional de Meio Ambiente, de 1981, é o marco legal para tratar de Licenciamento
Ambiental no Brasil;
Quando pensamos em impacto ambiental no meio ambiente naturalmente que o reflexo deste impacto não
afetará apenas uma pessoa, mas sim a comunidade no entorno deste impacto e, dependendo da magnitude, a
sociedade como um todo.
Ao afetar algo que pertence a alguém ou a todos estamos falando de direito, de justiça, de regras
infringidas, de algo que está previsto em lei, então para entender como funciona o licenciamento ambiental é
preciso entender de direito.
Simplesmente não é possível, na sociedade que vivemos, seja pessoa física ou jurídica, iniciar uma atividade
ou empreendimento que cause impacto ao meio ambiente sem antes obter autorização de como isto deve ser
feito.
Licenciamento ambiental é nada mais do que estudar e avaliar previamente o processo que se deseja
implantar, medir o tamanho do impacto e dizer de que forma é possível evitar e/ou diminuir o impacto ambiental
decorrente da implantação do empreendimento.
Voltando à questão do direito, para entender o licenciamento ambiental é preciso retornar a 1981, ano de
aprovação da Política Nacional de Meio Ambiente (Lei nº6938/1981). Esta Lei estabeleceu princípios, diretrizes,
instrumentos e atribuições para os diversos entes da Federação que atuam na política ambiental nacional.
“ ”
Licenciamento ambiental é nada mais do que estudar e avaliar previamente o processo que
se deseja implantar, medir o tamanho do impacto e dizer de que forma é possível evitar
e/ou diminuir o impacto ambiental decorrente da implantação do empreendimento.
Uma vez esclarecido o conceito de Licenciamento Ambiental e desde quando ele é exigido, gostaria de
retomar a pergunta inicial deste Capítulo: O que eu preciso saber para entender como funciona o Licenciamento
Ambiental?
Uma das coisas mais importantes que todo profissional da área ambiental precisa saber para trabalhar com
licenciamento ambiental é entender que o processo de licenciamento ambiental exige o que chamamos de rito
processual, ou seja, ele necessariamente precisa seguir uma sequência de fases. Isso é muito importante: não é
possível pular alguma fase. Parece simples, mas acreditem, acontecem falhas em processos que determinado
estudo não é realizado e isto causa um enorme problema mais pra frente.
Aqui vai uma dica: o profissional da área ambiental que conhecer bem o rito processual do licenciamento
ambiental tem um grande valor no mercado. Sabe por quê? Porque tempo é dinheiro, e perder tempo num
processo de licenciamento ambiental pode custar bem caro.
O processo de licenciamento ambiental tem várias fases, que será explicado e detalhado mais adiante. Mas, é
importante saber que, apesar desta diferenciação de fases, trata-se de um processo contínuo que deve seguir um
conjunto de etapas que são necessariamente encadeadas, ligadas, dependentes uma das outras.
Para entender o Licenciamento Ambiental é preciso conhecer também as atribuições de cada órgão
envolvido. Como se sabe, existe uma série de instituições no nosso país que são responsáveis por diferentes
atribuições. O processo de Licenciamento Ambiental buscar obter o “de acordo” de todas estas instituições.
Portanto, a Licença ambiental é um ato dentro do procedimento administrativo, ou seja, todo licenciamento
ambiental culminará numa licença ambiental.
Para resumir, o que você precisa saber para entender como funciona o Licenciamento
Ambiental:
-Saber quais instituições detém informações que devem ser juntadas no processo de licenciamento
ambiental;
É preciso lembrar que estamos tratando de conhecer os possíveis impactos ambientais, e naturalmente que
se alterarmos o meio ambiente, é possível que os efeitos dos impactos afetem as pessoas de forma direta ou
indiretamente. É possível ainda que tanto as pessoas próximas, ao empreendimento em questão, sejam afetadas,
quanto pessoas que estão relativamente longe do local diretamente afetado, também possam sofrer
determinadas interferências.
A Lei Complementar nº 140/11 ao ser aprovada, estabeleceu as regras de competência dos órgãos
licenciadores. E mais, definiu que as atividades e empreendimentos serão licenciados apenas por um único ente
federativo, ou seja, IBAMA, Órgãos Ambientais Estaduais ou Municipais (art.13). Contudo, a dúvida de muitos
empreendedores está relacionada à participação de outros órgãos interessados ou intervenientes (não
licenciadores) e a abrangência dessa participação no processo de licenciamento ambiental (GULIN, 2018).
Assim sendo, a norma acima comentada prevê a participação desses órgãos, no §1º, do art. 13. Tal
participação se dará de forma não vinculante, tendo os órgãos que respeitarem os prazos e procedimentos do
licenciamento ambiental. Releva notar que por se tratar de um processo altamente participativo, toda e qualquer
manifestação é sempre bem-vinda. Contudo, tais atos são meramente opinativos, cabendo ao órgão licenciador
analisar a pertinência e a relevância dessas manifestações a fim de vinculá-las na fundamentação de seus
pareceres finais (GULIN, 2018).
Populações Ministério
afetadas do Meio
Ambiente
IBAMA Prefeituras
TCU
FUNAI
FCP IPHAN
A título de exemplo, na fase de estudo ambiental, o empreendedor deverá consultar o ICMBIO (Instituto
Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) para saber se na localidade em que se pretende implantar
determinada obra está declarada como Unidade de Conservação, ou a FUNAI para saber se há alguma área
declarada como Terra Indígena. Também deverá consultar a Agencia Nacional de Mineração (ANM, antigo DNPM)
para saber se há áreas requeridas para pesquisa ou autorizadas para lavra. Em áreas com riscos de endemias, o
órgão responsável pela saúde deverá ser consultado para saber se será necessário monitorar os potenciais riscos
para saúde da população que o empreendimento poderá trazer. Todos esses possíveis conflitos devem ser
estudados e consultados previamente. Por isso da importância de se conhecer o rito processual.
Diga-se de passagem, que há também casos, por exemplo no IPHAN que o todo processo de autorização
para realização de qualquer atividade, desde o estudo até a execução, é conduzida somente por este órgão. Quer
dizer, é como se fosse um processo de licenciamento dentro do processo de licenciamento ambiental. No caso, o
órgão ambiental licenciador deseja saber: O IPHAN foi consultado e autorizou? Porém somente a consulta não
basta, pois quando o empreendedor consulta o IPHAN, é preciso seguir todo o rito processual daquele órgão.
Mas afinal, quais são as possíveis áreas atingidas e quem são os órgãos intervenientes responsáveis para
prestar informações?
ÓRGÃO
ÁREA
Nome Sigla
Ministério da Saúde (esfera Federal) MS
SAÚDE Secretaria Estadual de Saúde (esfera Estadual) SES
Secretaria Municipal de Saúde (esfera Municipal) SMS
Para resumir, o que você precisa saber para entender sobre o envolvimento de outros órgãos no
processo de Licenciamento Ambiental:
-Órgãos intervenientes são os demais entes federativos interessados que podem manifestar-se ao órgão
responsável pela licença ou autorização, de maneira não vinculante.
-O órgão ambiental competente pode indicar quais anuências de outros órgãos serão necessárias.
Neste capítulo apresentarei as etapas do licenciamento ambiental considerando o que a legislação exige. Em
linhas gerais, o primeiro passo é dado pelo empreendedor que, ao informar que pretende instalar um
empreendimento, solicita as informações gerais do que ele deve levar em consideração para iniciar os estudos
ambientais. Ou seja, na prática, ele solicita o Termo de Referência para elaboração de estudos prévios de impacto
ambiental para o empreendimento “x”.
As normas gerais para qualquer empreendimento perpassa necessariamente pelo primeiro estudo, a
avaliação de impacto ambiental.
Nesta fase realiza-se uma avaliação robusta, abrangente, chamado Estudo Impacto Ambiental (EIA).
A Constituição Federal, em seu artigo 225, §1°, inciso IV, exige, na forma da lei, a elaboração de Estudo
de Impacto Ambiental (EIA) e seu respectivo Relatório (RIMA) para instalação de obra ou atividade potencialmente
causadora de significativa degradação ambiental. Além disso, expressamente determina que a esse estudo se dará
publicidade, que visa justamente a oportunizar que a população participe ativamente das discussões a respeito da
viabilidade ambiental do empreendimento a ser licenciado.
Em seguida o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) final é gerado, protocolado no órgão ambiental e
inicia a análise por parte do órgão ambiental.
Dependendo porte do empreendimento, se faz necessário a realização de pelo menos uma audiência
pública em cada município afetado pelo empreendimento. Na audiência pública toda a sociedade é convidada a
assistir à apresentação do estudo que foi realizado e seus resultados. Neste momento dúvidas são levantadas,
questionamentos são feitos, e eventualmente alguma questão que não foram verificadas, estudadas, avaliadas,
podem surgir e em decorrência disto, o Órgão Ambiental pode solicitar complementações ao empreendedor.
Seguindo o rito processual, o órgão ambiental competente remeterá ao Conselho de Meio Ambiente
(CONSEMA), a consulta à aprovação da Licença Prévia.
O Órgão Ambiental avalia se o empreendimento é passível de ser implantado, considerando toda avaliação
de impacto ambiental decorrente da implantação do empreendimento. Trata-se ainda de uma etapa intencional. É
uma primeira carta branca para dar prosseguimento na definição de, uma vez que o empreendimento será
implantado, como fazer para diminuir ao máximo seus impactos negativos, ou ainda, como potencializar seus
impactos positivos. E no caso de não conseguir impedir a ocorrência de impactos negativos, como fazer para
compensar o que será impactado ou até mesmo perdido.
Sob esse aspecto está um dos grandes conceitos importantes de se ter clareza, principalmente para aqueles
quem atuam na área, é o conceito de mitigação de impacto ambiental e compensação de impacto ambiental.
Mitigação vem de mitigar, diminuir, reduzir. Por exemplo, se uma supressão (corte) da vegetação for
inevitavelmente necessária para implantar um empreendimento, o que pode ser feito para diminuir este impacto?
Uma das medidas mitigadoras é afugentar e/ou resgatar a fauna local. Desta forma, o impacto será reduzido.
Por outro lado, compensação, implica em recompensar, reparar, ressarcir. Utilizando o mesmo exemplo, a
vegetação que teve que ser suprimida só pode ser ressarcida de outra forma, pagando por ações que possam
promover a conservação de outras áreas mais conservadas ou ainda intactas.
O PBA é visto como um documento que norteia todas as ações que deverão ser executadas para mitigar e
compensar os impactos ambientais. Lembrando que quando falamos de impacto ambiental, está intrínseco que se
trata também dos impactos sócio-econômicos.
Uma vez elaborado o PBA e apresentado ao Órgão Ambiental, o mesmo passará pelo crivo do Órgão
Ambiental. A aprovação do PBA é precedida da emissão da Licença de Instalação (LI). Esta licença sim autoriza o
início das obras e de todos os Programas do PBA. A Licença de Instalação é uma autorização, e geralmente é
acompanhada de um Parecer Técnico, que avalia o que o empreendedor propôs e determina, por meio de
condicionantes, as “regras do jogo” da próxima etapa.
Esta é a fase mais complexa do licenciamento ambiental, pois demandará executar tudo que foi previsto e
evidenciar ao órgão licenciador que o empreendimento está apto a entrar em operação. Que todas as medidas
previstas foram atendidas e que os impactos negativos e positivos foram mitigados e/ou compensados.
BORGES & FRANÇA (2015), em artigo sobre a efetividade da compensação ambiental como
condicionante do processo de licenciamento, ressaltam que é importante frisar que o Instituto da
Compensação Ambiental não tem natureza de penalidade. Trata-se de uma recompensa à coletividade pelo
uso do bem comum.
É este raciocínio que é utilizado pelos órgãos ambientais quando se aplica o Artigo 36 da Lei Federal nº
9.985/2000 (Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC), que determina que nos casos de
licenciamento ambiental de empreendimentos de significativo impacto ambiental, o empreendedor é
obrigado a apoiar a implantação e manutenção de Unidades de Conservação do grupo de proteção integral.
Esta é a Licença que todos almejam. Somente com a LO o empreendimento poderá iniciar seu
funcionamento e, na prática, começar a funcionar e auferir lucro com seu investimento.
A LO também vem acompanhada de um Parecer Técnico e que também traz novas condicionantes. Muitas
vezes, determinando que alguns monitoramentos sigam sendo realizados para avaliar se os impactos estão sendo
controlados.
De tempos em tempos, a Licença de Operação deve ser renovada, ou seja, o empreendedor segue juntando
toda documentação que evidencia que o empreendimento está apto a funcionar sem causar mais ou novos
impactos.
Esta é a lógica do processo de licenciamento ambiental. Seguir o rito processual e galgar etapas. Sempre
visando avaliar se os impactos estão sendo mitigados, compensados ou até mesmo anulados.
Para resumir, o que você precisa saber para entender as etapas do Licenciamento Ambiental:
-O processo de licenciamento ambiental deve seguir um rito, ou seja, existe procedimento para cada
etapa do processo;
-Alguns empreendimentos, por apresentarem características de menor impacto, podem ser dispensados
de estudos de avaliação ambiental ou até mesmo necessitarem de processos simplificados de
licenciamento;
Roteiro Documento elaborado pelo Órgão Ambiental. Traz um check list de documentos que devem
Orientativo ser apresentados pelo empreendedor para solicitar licenças, autorizações, etc.
Documento elaborado pelo empreendedor. É o maior e mais complexo estudo onde serão
EIA – Estudo de avaliados todos os possíveis impactos que serão gerados pela implantação do
Impacto empreendimento. É um estudo multi e interdisciplinar. Deve contemplar os possíveis
Ambiental impactos, positivos e negativos, nos meios físico, biótico e sócio-econômico. O EIA já sugere
alguns programas que devem ser executados na fase de instalação.
RIMA –
Relatório de Documento elaborado pelo empreendedor. Trata-se de um resumo do EIA, em linguagem
Impacto acessível para população, evitando termos técnicos.
Ambiental
PBA – Projeto Documento elaborado pelo empreendedor. É elaborado após a emissão da LP. É um
Básico documento que detalha como serão realizados os programas para mitigar ou compensar os
Ambiental impactos previstos no EIA.
Documento emitido pelo Órgão Documento emitido pelo Órgão Documento emitido pelo Órgão
Ambiental. Atesta a viabilidade Ambiental. A LI autoriza o início da Ambiental. A LO autoriza o início da
ambiental e a localização do construção /implantação do operação da atividade ou
empreendimento. empreendimento. empreendimento, após a
É acompanhada de condicionantes Com a emissão da LI, - PBA é verificação do efetivo cumprimento
impostas pelo órgão ambiental que aprovado e todos os programas do que consta das licenças
devem ser cumpridas na próxima propostos devem ser implantados. anteriores, com as medidas de
etapa do licenciamento. A LP não Tem prazo de validade estabelecido controle ambiental e
autoriza o início das obras. Tem pelo cronograma proposto pelo condicionantes determinados para
prazo de validade estabelecido pelo empreendedor e não pode ser a operação.
cronograma proposto pelo superior a 6 anos. Embora seja a ultima licença,
empreendedor e não pode ser também traz condicionantes que
superior a 5 anos. devem ser atendidas, sob risco de
cancelamento da licença. O prazo
de validade da Licença de Operação
(LO) deverá considerar os planos de
controle ambiental e será de, no
mínimo, 4 (quatro) anos e, no
máximo, 10 (dez) anos.
PT - Parecer Técnico Documento elaborado pelo Órgão Ambiental. Pode ser emitido em diversos
RT - Relatório Técnico momentos do processo de licenciamento, como por exemplo: acompanhando uma
licença, após uma vistoria ou após analisar algum relatório do empreendedor.
PCA - Plano de Controle Documento elaborado pelo empreendedor. Embora tenha sido concebida para
Ambiental licenciamento ambiental de extração mineral, o PCA pode ser comparado ao PBA
porém para empreendimentos de pequeno/médio porte.
Para resumir, o que você precisa saber para entender sobre os Principais
Documentos relacionados ao Licenciamento Ambiental:
-Conhecer os principais documentos de um processo de Licenciamento Ambiental é pré-requisito para
todo coordenador de processos de licenciamento ambiental;
-Saber identificar a etapa correta dentro do rito processual e utilizar o documento adequado é de suma
importância;
-Os Órgãos Ambientais, muitas vezes, já dispõe em seus sites na internet, de modelos que podem ser
aproveitados pelos empreendedores.
A princípio são 5 os principais marcos e instrumentos jurídicos que regem os processos de licenciamento
ambiental no Brasil:
1. Lei no 6.938/1981, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente e apresenta normas para a
preservação ambiental;
2. Resolução CONAMA nº 001/1986 - dispõe sobre critérios básicos e diretrizes gerais para a avaliação de
impacto ambiental;
3. Resolução CONAMA nº 237/1997 - dispõe sobre a revisão e complementação
dos procedimentos e critérios utilizados para o licenciamento ambiental.
4. Lei Complementar nº 140/2011 - que estabelece as formas de cooperação entre as três esferas de
governo (federal, estadual e municipal) na proteção do meio ambiente.
5. Portaria Interministerial nº 60/2015 - estabelece procedimentos administrativos que disciplinam a
atuação dos órgãos e entidades da administração pública federal em processos de licenciamento ambiental de
competência do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - Ibama.
Naturalmente que existe muitas outras leis, decretos, portarias, resoluções, conforme demonstra a figura
abaixo, porém para este e-book, trataremos de forma geral estes 5 instrumentos por serem os mais abrangentes e
vigentes.
Decretos
Instruções normativas
do ICMBio
LICENCIAMENTO
AMBIENTAL
Portarias do MMA Instruções normativas
da FUNAI
Esta Lei criou também o SISTEMA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE (SISNAMA) que agrega todos os órgãos e
entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, bem como as fundações
instituídas pelo Poder Público, responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental.
E, sob todos aspectos, o Licenciamento Ambiental é considerado o principal instrumento da PNMA, ou seja,
essa é uma das principais razões do porque acredito na sua importância para o desenvolvimento do país.
É no Artigo 10º que obriga a realização de licenciamento ambiental previamente à “construção, instalação,
ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou
potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental.”
É neste momento que passou a se exigir EIA/RIMA para uma série de atividades listadas na Resolução (ver
itens I ao XVII do Artigo 2º da Resolução). A partir deste instrumento que passou-se a exigir que o EIA deverá
desenvolver um diagnóstico ambiental considerando o meio físico, biótico e sócio-econômico.
Enfim, a resolução tem apenas 4 páginas, porém um peso enorme na história do licenciamento ambiental.
Valeu a pena a leitura para consolidar conceitos e embasamento teórico.
Novas definições são estabelecidas, principalmente as atribuições e escopo de atuação dos Órgãos
Ambientais. Por exemplo, a resolução deixou mais claro qual seria o empreendimento licenciamento pelo IBAMA,
no nível federal, e quais seriam licenciadas pelo Órgão Ambiental Estadual.
Esta resolução que traz a lógica das etapas do licenciamento ambiental, como por exemplo a divisão em 3
licenças (LP, LI e LO) e também orienta como deve ser o rito processual do licenciamento ambiental, como por
exemplo se pode observar no Artigo 10º da referida Resolução.
Outro aspecto importante, encontra-se no Artigo 18º que detalha os prazos de validade de cada licença.
Por exemplo a LP, o prazo de validade não pode ser mais de 5 anos.
Mesmo após a Resolução CONAMA 237/97 ter definido o escopo de atuação dos órgãos ambientais, havia
ainda muita confusão sobre quem de fata deveria licenciar, acompanhar, monitorar, fiscalizar, enfim estar à
frente como responsável pelo processo. Houve casos de um empreendimento ser multado, duas vezes, pelo
mesmo motivo, por órgãos ambientais de diferentes esferas (federal, estadual ou municipal).
A Lei Complementar 140/11 veio para ordenar essa questão e garantir uma pouco mais de segurança
jurídica aos atores envolvidos, tanto órgãos ambientais como empreendedores.
A referida Lei fixa normas, para a cooperação entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
nas ações administrativas decorrentes do exercício da competência comum relativas à diversos assuntos de
proteção do meio ambiente, dentre eles o licenciamento ambiental.
Observem o que diz o Art. 3o da Lei. Que um dos seus objetivos é: “harmonizar as políticas e ações
administrativas para evitar a sobreposição de atuação entre os entes federativos, de forma a evitar conflitos de
atribuições e garantir uma atuação administrativa eficiente; “.
Os Artigos 7 o, 8 o e 9 o detalham as atribuições da União, dos Estados e dos Municípios, respectivamente.
Enfim, caro leitor, julgo muito importante o profissional da área ambiental que atua com licenciamento
ambiental conhecer estes 4 instrumentos jurídicos e revisitá-los, de tempo em tempo, para estar sempre
atualizado.
Em termos práticos, todas as esferas listadas na figura abaixo são instrumentos jurídicos que podem ter
relação com o Licenciamento Ambiental.
Naturalmente que ao licenciar uma atividade, você, profissional, representará uma atividade que uma
determinada empresa pretende licenciar. Representar uma empresa, independente do seu porte, perante o Órgão
Ambiental é acima de tudo uma enorme responsabilidade. Por esta razão a condução de processos de
licenciamento ambiental exige que conheça quais são os formulários, procedimentos padrões, roteiros
orientativos, termos de referência para solicitar as licenças ambientais no tempo correto para cada situação.
A busca por todas informações solicitadas pelos Órgãos Ambientais é facilitada se contar com uma equipe
multidisciplinar, com atuação nos três meios: físico, biótico e sócio-econômico. É de suma importância saber
distribuir as demandas para cada um da sua equipe e acompanhar de perto o desenvolvimento dos trabalhos ao
longo do tempo, principalmente com relação aos prazos.
Ao acompanhar o desenvolvimento dos trabalhos da equipe uma idéia é utilizar pontos de controle, ou
seja, na metade do prazo concedido para executar determinada tarefa, faz-se uma reunião rápida para
atualização e direcionamento do trabalho. Com isso, diminui-se o risco de determinada ação não tenha que ser
totalmente refeita. O ponto de controle é como se fosse uma pequena auditoria interna.
Pois bem, o primeiro passo, é obter o máximo de informações disponíveis no site ou portal na internet do
Órgão Ambiental. Tem muita informação já procedimentada que auxilia o passo-a-passo para dar entrada no
pedido de licenciamento.
Em seguida, é preciso saber qual instância governamental (municipal, estadual ou federal) irá licenciar o
empreendimento? Na maioria dos casos, o Órgão Ambiental Estadual concentra a maior parte dos licenciamentos
ambientais. Portanto essa dúvida pode ser tirada por meio de um oficio/carta formalizando a pergunta ao Órgão
Ambiental estadual. Na mesma carta/oficio já é possível perguntar quais são as orientações deste Órgão para
licenciar a atividade ou empreendimento “x”. Pergunte se há algum Termo de Referência ou Roteiro Orientativo
para auxiliar nesta fase inicial de avaliação de potenciais impactos ambientais.
Importante ressaltar que em alguns casos, a porta principal para entrada de qualquer processo ou
solicitação relacionados a licenciamento é um Portal do Licenciamento disponível no site do órgão. Por isso da
importância de primeiro pesquisar na internet, no site do órgão primeiramente, para saber como aquele órgão
trabalha.
Lembrando que os estudos prévios de avaliação de impacto ambiental serão mais robustos ou mais
simplificados dependendo do potencial de impacto ambiental.
E se o Órgão Ambiental não dispor de um Termo de Referência para a atividade que quero licenciar? Neste
caso, a boa prática sugere, que você busque se há disponível, seja na internet, ou até mesmo em outro órgão
ambiental, algum modelo utilizado em outro órgão ambiental e apresente como proposta. De certa forma você
irá cobrir uma lacuna importante para outros empreendimentos que virão.
Uma vez que você tem o processo criado, administrativamente dentro do Órgão Ambiental, fazer
licenciamento ambiental nada mais é que instruir o processo. Significa que o empreendedor terá que alimentar o
processo com informações. E, o Órgão Ambiental, por sua vez, irá analisar e se posicionar, positivamente ou
negativamente. Quanto mais informações relevante o processo tiver, mais instruído ele estará, maior será a
segurança técnica para o analista do órgão autorizar e maior será a segurança jurídica para ambos, empreendedor
e órgão ambiental.
Com relação à prática de instruir o processo, uma dica importante é utilizar sempre uma carta/ofício
padrão para se apresentar, dizer que o presente protocolo refere-se à uma juntada ao nº do processo tal,
descrever de forma clara o que está se solicitando e citar os nomes dos documentos que seguem em anexos.
Vale lembrar que os técnicos do Órgão Ambiental não licenciam somente o seu empreendimento, pelo contrário,
geralmente são vários empreendimentos simultaneamente, ou seja, facilite ao máximo o entendimento do que se
está protocolando, juntando ao processo.
Outra dica importante: Faça uma boa gestão documental de tudo que se está protocolando no Órgão
licenciador afinal, não é incomum que documentos se percam, extraviem e parte do serviço possa ser perdido.
Em seguida inicia um período de análise por parte do órgão ambiental e novas solicitações ou
complementações podem ser exigidas. Nesta fase é importante se apresentar, seja pessoalmente, seja por
telefone, depende como cada órgão ambiental trata a questão, enfim, se apresentar à equipe técnica analista do
órgão ambiental. Dependendo da complexidade do assunto, podem ser necessárias apresentações, reuniões
técnicas ou até mesmo workshop para discutir e dirimir dúvidas.
O mais importante é mostrar aos analistas do órgão ambiental que você, como responsável técnico,
pretende encontrar, juntamente com os técnicos analistas ambientais do órgão, a melhor alternativa para se
mitigar e compensar o impacto. A veia de gestor e técnico deve estar acionada, pois será necessário conciliar a
defesa técnica e a viabilidade econômica dentro do projeto em licenciamento. Eventualmente você não saberá
qual é a melhor alternativa, e é importante assumir que não temos resposta para todas as perguntas. O
licenciamento ambiental é um processo de aprendizagem para ambas as partes, seja empreendedor/responsável
técnico ou órgão ambiental.
“ ”
Faça uma boa gestão documental de tudo que se está protocolando no Órgão licenciador
. Seguramente vai lhe auxiliar no futuro... Ou de quem estiver à frente do processo.
É preciso entender que nem o órgão ambiental e tampouco o empreendedor ou profissional da área
ambiental detém todas as respostas para os questionamentos que o licenciamento ambiental busca responder.
Por isso, o licenciamento ambiental deve ser executado por profissionais que busquem a melhoria contínua do
processo.
Periodicamente o Órgão Ambiental irá fazer vistorias técnicas ao empreendimento, com objetivo de
acompanhar e averiguar se o que está proposto nos programas do projeto básico ambiental. Podem ocorrer
vistorias com equipe multidisciplinar para fazer um check list geral do empreendimento, ou com equipe especifica
para acompanhar, verificar, autorizar determinada atividade que necessita de algum alinhamento, definição. A
vistoria técnica resultará num Relatório ou Parecer Técnico e algumas solicitações especificas podem surgir neste
momento.
Para resumir, o que você precisa saber para entender como funciona o Licenciamento
Ambiental:
-Licenciar um empreendimento ou atividade requer que o profissional responsável pela atividade, pela
solicitação e condução do processo, assuma papel de coordenador perante diversos atores envolvidos;
-Necessariamente você irá trabalhar com pessoas, e fazer licenciamento ambiental requer que você
conduza, coordene diversos processos em paralelo para alcançar um objetivo final que é colocar o
empreendimento ou atividade em operação, em funcionamento;
-Uma vez que você tem o processo criado, administrativamente dentro do Órgão Ambiental, fazer
licenciamento ambiental nada mais é que instruir o processo. Significa que o empreendedor terá que
alimentar o processo com informações.
Foto: Joachim Graf Neto. Pequeno reservatório - MT Foto: Soraia Giordani. Rio Teles Pires - MT
Caro leitor, profissional que atua ou pretende atuar na área de licenciamento ambiental, este material foi
produzido para provocar um sentimento de que é possível atuar e melhorar o sistema de licenciamento
ambiental no Brasil.
Espero ter contribuído com o seu interesse neste assunto, que esta leitura tenha lhe trazido valor, enfim, que
este seja apenas o começo de uma grande jornada.
A nossa atuação, em processos de licenciamento, reduzindo impacto ambiental, protegendo o patrimônio
natural, o bem comum, os recursos naturais é digna de respeito e de grande valor para a sociedade.
Como disse em minha carta de apresentação, pretendo difundir todo conhecimento adquirido com anos
trabalhando com processos de licenciamentos ambientais.
✓ (41) 99146-1874
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