100 Anos em Memórias - Adventistas Do Sétimo Dia em Matogrosso Do Sul - 1915 - 2015
100 Anos em Memórias - Adventistas Do Sétimo Dia em Matogrosso Do Sul - 1915 - 2015
100 Anos em Memórias - Adventistas Do Sétimo Dia em Matogrosso Do Sul - 1915 - 2015
1ª edição
6 mil exemplares
Editoração
Américo de Brito | A7
Revisão
Soraya Vidal
Projeto Gráfico
Américo de Brito | A7
Capa
Américo de Brito | A7
ISBN: 978-85-8176-234-0
1. História - Adventistas do Sétimo Dia 2. Igreja Adventista do Sétimo Dia 3. Mato Grosso do Sul
CDD - 234.25
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[2015]
Todos os direitos desta edição reservadas à
Gráfica e Editora Alvorada LTDA.
Rua Antônio Maria Coelho, 623
Campo Grande-MS 79008-450
(+55 67) 3316-5500
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Neste relato, pelo limite das páginas e da pesquisa, mais protagonistas ficaram
de fora do que aqueles citados. Peço perdão a eles por essas limitações. Mas no Céu
ninguém fica no anonimato. Este livro é uma sequência às pesquisas iniciadas pelos
pastores Nelson Barbosa e Ênio Santos. A complementação dessa história está em
aberto para ser registrada. Que a leitura das próximas páginas reforce em cada leitor o
senso de pertencimento, identidade e missão.
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CENÁRIO DO COMEÇO
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adventismo.
início do adventismo em nosso estado não é muito fácil de ser definido, pois
depende de como se compreende o que se pode considerar como sendo o
A instituição da sede administrativa foi precedida pela primeira igreja que, por
sua vez, foi precedida pelos primeiros batismos e estes se realizaram com a chegada do
primeiro pastor, um pastor aposentado, que foi precedido por colportores. E os col-
s portores, quando aqui chegaram, encontraram famílias guardando o sábado há alguns
m anos.
Se considerarmos o início do adventismo a partir da observância dos princípios
adventistas, incluindo a guarda do sábado, os relatos dessa pesquisa apontam para
1915, ano em que Gabriela Nunes dos Santos já estava guardando o sábado em uma
fazenda na região de Rio Brilhante. No mesmo ano ocorreu o primeiro batismo em
Ponta Porã. Mas não se tem registros maiores sobre quando ocorreram as conversões
que antecederam ao primeiro batismo nessa localidade. Possivelmente, a vinda dos
primeiros conversos de Ponta Porã ocorreu em período próximo à vinda da família de
Gabriela do Rio Grande do Sul, no final do século XIX e início do século XX, quando
as terras devolutas passaram para o domínio dos estados, favorecendo a apropriação
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A Bíblia Proibida
Ao saírem de São Borja, logo atravessaram o Rio Uruguai e a fronteira, entrando
em solo argentino, indo até Posadas e de lá seguindo para Corrientes.
Ali ficaram algum tempo, não se sabe quanto. Mas, o suficiente para que a men-
sagem adventista chegasse ao coração de Gabriela. Corrientes era a cidade natal de
Gabriela e lá, provavelmente, moravam familiares e parentes. Aquelas terras argenti-
nas, como foi dito antes, foram os lugares onde aportaram os primeiros missionários
adventistas vindos dos Estados Unidos, alguns anos antes. É possível que ela estivesse
se sentindo em casa, e em um clima hospitaleiro recebeu o convite para assistir as
conferências públicas de um pastor adventista, cujos relatos informam ser Kalbermater
seu sobrenome. As conferências eram ao ar livre e Gabriela aceitou o convite e assistiu
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Carretas de bois ao tempo da migração de Gabriela para Mato Grosso
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Livramento da guerra
s Enoch Fernandes, filho de Arthur Fernandes, seguiu as pegadas do pai, atuando
a como ancião na Igreja Adventista do Lambari. Na década de 60, ele e sua família de-
cidiram morar junto com seu pai, que já estava em avançada velhice. Apesar da idade,
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Na viagem para Campo Grande, Alfredo foi junto, de carona. O Pr. Ruf falou
com Alfredo sobre o Colégio Adventista Brasileiro e como lá ele poderia trabalhar na
agricultura, ou com o gado, e nas férias teria a possibilidade de colportar para se man-
ter. Estudar era tudo que Alfredo queria. Mas Ernesto Matias arrazoou que talvez ele
devesse se preparar um pouco mais para depois ir ao Colégio Adventista.
Vivendo naqueles rincões e praticamente sem oportunidade de estudos, tímido
como era, talvez não estivesse ainda preparado para ir. Ademais, ainda não possuía
documentos pessoais. Seu primeiro documento foi a certidão de reservista. O tempo e
a convivência no quartel talvez tenham contribuído para sua melhor adaptação futura
no Colégio, além do que, ao ir para o exército pôde conseguir seus documentos de
identificação. E assim foi. Serviu o exército, mas antes sua vida teve sua guinada de
180 graus.
No curto tempo entre o batismo da irmã, cunhada e tios e o tempo de apresentar-
se ao exército, Alfredo participou de um pôr do sol com a família, em uma sexta-feira.
O grupo de adventistas começou a cantar o hino “A Última Hora”. Ao cantarem o
coro: “Meu amigo, hoje tu tens a escolha, vida ou morte, qual vais aceitar? Amanhã
pode ser muito tarde, hoje Cristo lhe quer libertar”, Alfredo foi tocado pelo Espírito
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Áurea e Alfredo com o bebê Nelson e o sobrinho Saul
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Alfredo Barbosa e companheiro
com livros para entrega – 1936
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Colportor Clementino Albuquerque - 1951
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EDUCANDO PARA
A ETERNIDADE
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CRONOLOGIA
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Pessoas identificadas na foto: 1. Pastor Elmer H. Wilcox - Presidente da União Sul Brasileira, de origem
americana - Convidado para a Inauguração da Igreja, Escola e Missão Mato Grosso. 2. Pastor Alfredo
Meier - primeiro Presidente da Missão Mato Grosso. 3. Evangelina Paulo, esposa do pastor Alfredo Meier.
4. Professor Renato Bivar, da Escola Adventista de Campo Grande, anos depois foi secretário da Missão.
5. Sérgio Cavaliere - Comerciante e colportor. 6. Bráulio Assunção. 7. Zacarias Fernandes. 8. Celso As-
sunção. 9. Odete Assunção - esposa de Celso. 10. Ernesto Matias - primeiro adventista de Campo Grande.
11. Amanda Matias - “Amandita”. 12. Artur Fernandes. 13. Jovina Assunção - filha de Gabriela Nunes
dos Santos - a primeira adventista do estado. 14. Esposa de Sérgio Cavaliere. 15. Pastor Alfredo Barbosa -
primeiro pastor brasileiro e natural do estado. 16. Áurea Assunção - depois esposa de Alfredo Barbosa. 17.
Pastor aposentado, Max Rhode. 18. Belmira Fernandes - esposa de Artur Fernandes. 19. Antônio de Souza.
Ao lado da igreja, ao fundo do terreno, foi construída uma sala de aula para abri-
gar a Escola Paroquial Adventista e nos pequenos espaços na parte posterior da igreja
funcionava o escritório da Missão. Como os recursos eram escassos, Emílio Kepkke
morou nesse pequeno escritório por alguns anos.
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Primeiro Coro Adventista do Estado - Igreja Central de Campo Grande (1955).
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A partir da esquerda, na última fila, Hiroíto Araújo, Bernardo Barbosa, Oscar dos Reis, Paulo Rockel, Paulo
Araújo. Fila do meio: Olga Jardim, Nilza Patrício, Maria Filiú, (...), Maria Dantas, Maria da Glória Otoni,
Maria Rodrigues, Rute Filiú. Sentados: Luci Araújo, Olival da Costa, Ilde Reis.
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Em 1955 são construídas salas para o funcionamento do escritório e então equi-
padas com ventiladores, com seu primeiro telefone e a construção de um “telheiro”
para abrigar o carro da Missão. Mas as ligações telefônicas não eram diretas. Pedia-se
e auxílio à telefonista, dando-lhe o número desejado. Quando o tronco estivesse des-
u congestionado, ela retornava a ligação. A espera era de horas ou, às vezes, de dias.
m Entre o escritório, com frente para a Rua Rui Barbosa, e a sala de aula, aos fundos,
existia uma sala de madeira onde era feito o atendimento da clínica e, posteriormente,
ali foi sala de Dorcas. No mesmo ano foi construída a igreja de Dourados e os terrenos
para a igreja de Ponta Porã e para a igreja do Bairro Amambaí foram comprados. Na
igreja de Campo Grande foi organizado o primeiro coro evangélico.
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A CONTINUAÇÃO
DESTA HISTÓRIA?
Após retomarmos a história de pioneirismo que marcou nossa trajetória, nos de-
paramos com a pergunta: Como serão os próximos capítulos desta história? Não pode-
mos estacionar aqui, pois ainda não chegamos ao nosso repouso. Nosso lar não é aqui!
Não esquecer nossa história, desde sua origem no mundo, deve assegurar sempre
que não somos uma denominação a mais, mas um movimento profético, caracterizado
por sua origem profética, predita em Apocalipse 10 como referência ao livro de Daniel;
por sua identidade profética, descrita em Apocalipse 12, qual seja, guardar os manda-
mentos, todos, inclusive o quarto, e possuir a manifestação do Espírito de Profecia; e
sua missão profética apontada em Apocalipse 14, indicada na Tríplice Mensagem An-
gélica. Não perder o senso de nossa identidade histórica e profética, intrinsecamente
associada à nossa missão, é fundamental para impulsionar nosso crescimento como
igreja.
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“De certo modo muito especial, os adventistas do sétimo dia foram postos no
mundo como vigilantes e portadores de luz. [...] Foi-lhes dada uma obra da mais solene
importância: a proclamação da primeira, segunda e terceira mensagens angélicas. [...]
Não devem permitir que nada mais lhes absorva a atenção” (White, p.19, 2000).
Nos últimos anos, a Rádio e a TV Novo Tempo tiveram em nosso estado um al-
cance incomensurável. Uma igreja invisível cresce exponencialmente, amadurecendo
milhares para o Alto Clamor, quando o Espírito Santo irá chamá-los para congregá-los
em um só redil. Enquanto isso, precisamos crescer em amor e relacionamento, deslo-
cando nosso foco das tarefas para focar nas pessoas, amando-as incondicionalmente.
Esta é a legítima motivação para cumprir a missão.
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CAMPESTRINI, Hildebrando. História de Mato Grosso do Sul. 7 ed. Campo Grande, MS: Instituto Histó-
rico e Geográfico de Mato Grosso do Sul, 2001.
CHRISTMAN, Don R. O tempo não apagou. Trad. Erich Stute Filho e Ivacy F. Oliveira. Tatuí, SP: Casa
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COLLINS, Norma J. Retrato dos pioneiros: Detalhes inspiradores da vida dos primeiros adventistas. Trad.
Eunice Scheffel do Prado. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2007.
GREENLEAF, Floyd. Terra de Esperança: O crescimento da Igreja Adventista na América do Sul. Trad.
Cecília Eller Nascimento. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2011.
HANS, Lígia. Günter Hans. Um verdadeiro médico missionário. São Paulo: Editora Novo Dia, 2014.
RAYMUNDO, Benito. Ele tinha planos para mim. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2002.
SANTOS, Ênio. Origens do adventismo no Brasil e no Mato Grosso do Sul. Campo Grande, MS: Associa-
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TRAPP, Osmar, compilador. Evangélicos em Campo Grande: Origens e desenvolvimento. Campo Grande,
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_____________. Testemunhos para a Igreja. v. 9. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2000.
WEBSITES CONSULTADOS
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