Causas de Desistencia Da Rapariga Na Escola
Causas de Desistencia Da Rapariga Na Escola
Causas de Desistencia Da Rapariga Na Escola
1. Introdução............................................................................................................................ 4
2. Objectivos............................................................................................................................ 5
2.1. Objectivo Geral................................................................................................................ 5
2.2. Objectivos Específicos .................................................................................................... 5
3. Metodologia de estudo ........................................................................................................ 5
4. Causas da desistência escolar da Rapariga .......................................................................... 6
4.1. Educação .......................................................................................................................... 6
4.2. Desistência escolar .......................................................................................................... 6
4.3. Causas de natureza socioculturais ....................................................................................... 7
4.3.1. Conflito entre dois agentes de socialização (familiar/escolar) ......................................... 7
4.3.2. Casamento ........................................................................................................................ 8
4.3.3. A Maneira como a sociedade olha para o género (mulheres)........................................... 8
4.4. Causas sócio-economias. ............................................................................................... 10
4.4.1. Insucesso escolar (repetência) ................................................................................... 10
4.4.2. O factor professor ...................................................................................................... 10
4.4.3. Pobreza....................................................................................................................... 10
5. Conclusão .......................................................................................................................... 12
6. Bibliografia........................................................................................................................ 13
1. Introdução
África é um continente com níveis de escolaridade ainda baixos, com aproximadamente um
terço da população sem acesso a educação de entre esse número a maior parte incide no sexo
feminino devido a diversos factores tais como: culturais, sociais, económicos, e religiosos.
(Collieri, 2000)
A exclusão da rapariga na educação é um fenómeno com maior concentração nas zonas rurais.
Os níveis de desistência da rapariga na educação especialmente as raparigas das zonas rurais
agravam - se ainda mais pelos obstáculos sócio - culturais que a rapariga encontra durante o
processo de crescimento e que não só contribuem para o seu baixo rendimento escolar, como
lutam contra a progresso das mesmas e desencorajam às, em geral a sua educação. Entre as
barreiras culturais figura a baixa valorização dada a educação da rapariga e, que desencorajam
o investimento das famílias nelas. (Collieri, 2000)
As famílias preferem investir na educação dos rapazes na racional que os rapazes garantem a
continuação da linhagem, enquanto uma vez casadas saem dela. As famílias esquecem se dos
benefícios sociais da educação da rapariga (por exemplo: No seio de uma população feminina
educada reduzem drasticamente os índices de mortalidade infantil e mortalidade materna; A
educação da mulher contribui em grande escala para o aumento da renda familiar) e das
implicações negativas da falta de alfabetização da rapariga.
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2. Objectivos
2.1.Objectivo Geral
Estudar os factores que contribuem para a desistência da rapariga a educação em
Moçambique
2.2.Objectivos Específicos
Levantar informações sobre as causas que contribua para a desistência da Mulher na
escola;
Identificar os factores que contribuem para a desistência da mulher á educação;
Descrever os factores que contribuem para a desistência da mulher à educação.
3. Metodologia de estudo
Para a elaboração deste trabalho foi feito uma revisão bibliográfica. Onde foi usado o método
indutivo, que é um método responsável pela generalização, isto é, partimos de algo particular
para uma questão mais ampla, mais geral.
Para Lakatos e Marconi (2007:86), indução é um processo mental por intermédio do qual,
partindo de dados particulares, suficientemente constatados, infere-se uma verdade geral ou
universal, não contida nas partes examinadas. Portanto, o objectivo dos argumentos indutivos
é levar a conclusões cujo conteúdo é muito mais amplo do que o das premissas nas quais nos
baseia-mos.
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4. Causas da desistência escolar da Rapariga
4.1.Educação
Cotrim e Parisi (1985), consideram educação como um processo de adquirir experiências que
actuam sobre a mente e o seu físico. Essas experiências influenciam o comportamento em
termos de ideias ou acções, enquanto outros poderão ser rejeitados e não assimilados.
Nérci (1989), considera a educação como um processo de capacitação do indivíduo no sentido
de, orientá-lo a agir conscientemente mediante as diversas situações do quotidiano,
correlacionando aprendizagens anteriores com o intuito de garantir a fácil integração de cada
indivíduo, com isso não excluindo as necessidades indivíduas nem colectivas.
Para Durkheim (2001), a educação é uma interacção entre gerações novas e adultas. Sendo as
adultas as que orientam as novas no sentido de prepará-los para a vida social, com intuito de
lhe fornecer certos estados físicos, intelectuais e morais.
E desta forma, o papel da educação consiste em integrar a pessoa no meio social onde ela
vive, convive, trabalha e se diverte, por meio da educação a pessoa socializa-se, adquire
conhecimentos que poderão ser úteis no presente e no futuro.
4.2.Desistência escolar
Etimologicamente, a palavra desistência vem do latim, o que significa “malogro, mau êxito,
falta de sucesso que se desejava” ou ainda desastre fracasso. O termo desistência ou fracasso é
habitualmente referenciado por analogia ao termo abandono que advêm do latim, o qual
assume, entre outros, os seguintes significados “ o mau êxito, perda, malogro”. Portanto, no
decorrer do trabalho termos como desistência, abandono ou fracassos são considerados
similares.
Benavente (1976), a partir de diversos estudos, reuniu para esta designação vários termos
nomeadamente, abandono, desperdício, desadaptação, desinteresse, desmotivação fracasso.
Face a esta terminologia pode-se afirmar que o termo desistência escolar refere-se ao
abandono da escola pelos alunos sem atingirem a meta desejada, pois a desistência leva as
reprovações, repetências e mau rendimento escolar, originando o insucesso escolar.
O mesmo autor refere que a questão de desistência escolar pressupõe a coexistência de
inúmeros factores que incluem as políticas educativas, as questões de aprendizagem, aos
conteúdos e mesmo a relação pedagógica que se estabelece. Contudo da ênfase aos problemas
que os alunos não conseguem resolver nomeadamente:
Entre a escola e a realidade em que vivem;
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Entre as aprendizagens exigidas pela escola e as da família e do meio social;
A criança, ao crescer numa sociedade, nota pela sua experiência que a posição social esta
relaciona com o poder; as pessoas vão subindo de estatuto com idade; os mais jovens pedem
sempre conselho aos mais velhos, porque se supõe que eles saibam mais. A educação escolar
faz com que alguns com estatuto atribuído mais baixo adquirem mais conhecimentos que os
familiares mais velhos. Segundo EDSMOSE, citado por VANDELBO (1999), o estudo feito
na zona rural do Quénia, encontrou-se que há valores contraditórios no processo de
socialização na esfera doméstica e na esfera escolar. Os jovens começam a desrespeitar quer
os valores culturais e até mesmo familiares constituindo assim uma ameaça às relações do
poder social estabelecido. Na realidade, nas sociedades rurais, as crianças não só podem
sobreviver sem a competência escolar (por ser a agricultura uma base fundamental de
sobrevivência) mas também, pouco ou nenhum uso faz dela já que pouco há para se ler e para
se escrever. Segundo BOURDEAU citado por pinto (1995), a escola transmite cultura das
classes dominantes (…) a escola ao mistificar a imposição que faz da cultura dominante como
sendo cultura universal, está a exercer a violência simbólica. Como assim? Duma maneira
geral, todas as pessoas que aparecem nos livros estão bem vestidas, usam sapatos, vivem em
casas de cimento, tem carros e assim por diante, e se mostra a vida no campo, encontra-se as
machambas bem tratadas, trabalham a terra com ajuda de animais de tracção e tractores. Será
que é esta a vida de campo? Não! Então, perante esta realidade, qual será a reacção dos pais?
Para nos mostrar a reacção dos pais perante esta situação, a obra, “eu mulher em
Moçambique” reza: “devido a falta de confiança na qualidade de ensino, os pais sustentam
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que as raparigas estão a perder tempo na escola, tempo este que é preciso, pois pode ser
dedicado a actividades agrícolas e domésticas para a preparação de casamento (situação do
meio rural). (…) as raparigas que vão a escola pensam em satisfazer as novas necessidades
tais como cinema, discotecas e outras diversões. Alguns pais fazem associações do tipo escola
– discoteca – prostituição (situação do meio urbano) ”. (op. Cit. P. 189).
4.3.2. Casamento
Aqui falaremos do casamento prematuro porque este é o factor mais preocupante. Muitas
raparigas casam antes de concluir o nível primário. Porquê? Segundo explica Vendelbo
(1999), muitos alunos começaram a estudar ou mais jovens ou demasiado velhos (a maior
parte) porque a família não toma em conta a idade cronológica (que raras vezes sabem) mas
uma avaliação de maturidade social. Não é de admirar que as crianças entrem na escola com
oito a doze anos na primeira classe. Se este for o caso das raparigas, devido as tradições, os
pais fazem tudo o que lhes é possível para casar as suas filhas logo após a primeira
menstruação mesmo se isto se realize com apenas 11 ou 12 anos. Para obter dinheiro ou bens
através dela, os pais precisam de casar as suas filhas ainda virgens. No que tange ao rito de
iniciação, o ritual feminino enaltece o início da vida sexual e, desta maneira, os rituais podem
levar as meninas a experimentar o sexo. Se porventura o praticarem e se engravidarem, na
escola são interditas de frequentar o curso diurno podendo estudar somente no curso nocturno.
Se o lugar onde ela mora é distante da escola ou mesmo, não existe o curso nocturno, a
solução é de abandonar a escola.
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fiz referência no princípio de trabalho, as pessoas tem um conceito negativo do género
feminino desde muito tempo. As mulheres foram inculcadas por este pensamento.
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4.4. Causas Sócio-Economias
4.4.1. Insucesso escolar (repetência)
Um aluno pode abandonar a escola com reprovações repetidas, isto mostra que, segundo os
pais, ele não tinha capacidade para a escola. Reprovações sucessivas significam também que a
criança vai crescendo e talvez chegue na fase à idade adulta já na 3ª classe. Segundo Palme
(1992), manter as crianças na escola apesar de repetidas repetências também significa um
custo considerável para a família. E, normalmente, são as raparigas que têm que têm alto
número de repetências. Porque as raparigas têm altas taxas de reprovação? Nas cidades, com
o avanço das tecnologias modernas, há aqueles que crêem que o fraco aproveitamento
pedagógico, as vezes é associada a diversões. Nas zonas rurais, o ambiente é outro. A rapariga
deve ajudar a mãe nos trabalhos domésticos, ajudar a família no trabalho agrícola, que por
vezes tem pouco tempo para estudar as lições. Como espelho disso, há muitas repetências e
consequentemente, abandono escolar em escala maior para as raparigas do que os rapazes.
4.4.3. Pobreza
As famílias moçambicanas maioritariamente pobres e, em especial as camponesas não
possuem dinheiro, vivendo da agricultura de subsistência o que deixa com poucas ou
nenhumas alternativas de mandar ou manter as suas filhas na escola, pois, se a família
consegue dinheiro, a prioridade é de mandar a escola o rapaz. Existe raparigas que para se
sustentar e sustentar os seus estudos praticam a prostituição o que pode acabar em gravidez. A
família põe a agricultura em primeiro plano porque sabe-se que é através dela em que pode-se
prover alimento para a sobrevivência da família. A questão da pobreza afecta “em particular
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as raparigas, já que as famílias camponesas iriam optar por enviar, em primeiro lugar, os seus
filhos a escolas.” (Palme 1992:42)
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5. Conclusão
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6. Bibliografia
COTRIM, G. & PARISI, M. Fundamentos da educação. 10ª edição. Saraiva editora; São
Paulo; 1985
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