Esmalte

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UNIVERSIDADE DO PORTO

FACULDADE DE MEDICINA DENTÁRIA

Disciplina de Anatomia Dentária

Ano Lectivo 2006/2007

A Afonso 2006/2007
Tecidos dentários

A. Afonso
2006/2007
HISTOLOGIA ORAL

Esmalte

A Afonso 2006/2007
Esmalte

A Afonso 2006/2007
Esmalte

A Afonso 2006/2007
SUMÁRIO
1. Introdução
2. Propriedades Físicas
3. Composição Química
4. Estrutura Histológica
1. Unidade estrutural básica
2. Unidades estruturais secundárias
5. Revestimentos Superficiais
6. Histofisiologia
7. Biopatologia
A. Afonso
2006/2007
Introdução
† Tecido ou substância
adamantina são sinónimos de
esmalte
† Recobre a dentina na parte
coronária
† Eficaz na protecção do dente
† Tecido orgânico mais duro e
mais mineralizado
† Percentagem elevada de
matriz inorgânica

A. Afonso
2006/2007
Introdução
† Derivado embriológico da
ectoderme
† Matriz orgânica constituída por
proteinas e agregados
polissacarídeos (sem
colagénio)
† Cristais de hidroxiapatite são
maiores
† Células secretoras
desaparecem

A. Afonso
2006/2007
Introdução
– Não existe crescimento nem reparação do
esmalte após a erupção
– Tecido acelular, avascular e sem inervação
– Pode sofrer remineralização
– Contacto externo com o meio oral
– Nos dentes erupcionados está revestido por
uma película primária (produzida pelos
ameloblastos) que serve de protecção

A. Afonso
2006/2007
Introdução
– No colo dentário o esmalte relaciona-se com
a gengiva através da união dentogengival
– A espessura do esmalte varia entre os vários
dentes e no mesmo dente
– Diferenças entre os dentes permanentes e
decíduos
– A sua espessura máxima observa-se nas
cúspides dos M, PM e C superiores
– Maior espessura = maior força mastigatória
A. Afonso
2006/2007
Propriedades Físicas
† Dureza
„ Resistência superficial à deformação
„ Corresponde a 5 na escala de Mohs [1-10]

„ Nos dentes permanentes pode estar


entre 3,1 e 4,7 GPa
„ Tem relação directa com a mineralização
„ Depende da orientação dos prismas e da
quantidade e cristais do prisma
A. Afonso
2006/2007
Introdução
– Tipos de relação com o cemento:
A) Cemento recobre o esmalte (60%)
B) Esmalte recobre o cemento (+ raro)
C) Esmalte e o cemento contactam-se directamente sem exposição
da dentina (30%)
D) Esmalte e o cemento não se contactam com exposição da
dentina (<10%)

A. Afonso
2006/2007
Relação Esmalte / Cemento

A. Afonso
2006/2007
Propriedades Físicas
† Elasticidade
„ É muito reduzida tornando frágil o tecido
„ Depende da quantidade de água e matéria
orgânica
„ O esmalte isolado facilmente apresenta macro
e microfracturas
„ Módulo elástico de Young
† 87,5±2,2 GPa – medição paralela aos prismas

† 72,7±4,5 GPa – medição perpendicular aos prismas

„ É maior na zona cervical


A. Afonso
2006/2007
Propriedades Físicas
† Cor e transparência
„ É translúcido por isso depende da dentina
„ Cor variável entre o branco-amarelado e o
branco-acinzentado
„ A espessura também influencia a cor
„ Maior mineralização => maior translucidez
„ Depende do grau de calcificação e da
homogeneidade do tecido

A. Afonso
2006/2007
Propriedades Físicas
† Permeabilidade
„ Muito reduzida
„ O esmalte funciona como membrana
semi-permeável
„ Possui poros submicroscópicos?
„ Trocas iónicas entre meio envolvente e
camada superficial do esmalte
„ Vai-se reduzindo com a idade
A. Afonso
2006/2007
Propriedades Físicas
† Radiopacidade
„ Obstrução à
passagem dos Raios X
„ Muito alta neste tecido
„ É mesmo a estrutura
orgânica mais
radiopaca
„ Característica
importante nos Raios
X clínicos
„ Diagnóstico de lesões
de cáries

A. Afonso
2006/2007
Composição Química

5% 2%

Matriz Orgânica
Matriz Inorgânica
Água

93%

A. Afonso
2006/2007
Composição Química
† Matriz Orgânica:
„ O maior componente é de tipo proteico
„ Sistema complexo de multiagregados
polipeptídicos
„ Dificuldade de determinar a composição
exacta da matriz orgânica
„ Contaminações durante o processamento

A. Afonso
2006/2007
Composição Química
Matriz Orgânica – Proteínas
„ Amelogeninas
† moléculas hidrofóbicas, fosforiladas e
glicosiladas de 25 kDa
† ricas em prolina, ác. glutámico, histidina e
leucina
† diminuem com a maturação do esmalte
† Denominadas proteinas do esmalte imaturo
† localização entre os cristais sem ligação a eles

A. Afonso
2006/2007
Composição Química
Matriz Orgânica - Proteínas
† Enamelinas
„ moléculas hidrofílicas, glicosiladas de 70
kDa
„ ricas em serina, ác. Aspártico e glicina
„ localizam-se na periferia dos cristais
formando a camada de revestimento
(polémica)
„ Representam 2 a 3% da matriz
A. Afonso
2006/2007
Composição Química
Matriz Orgânica - Proteínas

† Ameloblastinas ou amelinas
„ localizam-se na camada mais
superficial do esmalte e na periferia
dos cristais
„ constituem 5% da matriz

A. Afonso
2006/2007
Composição Química
Matriz Orgânica - Proteínas

† Tuftelina
„ 50 a 70 kDa
„ localiza-se na linha de união amelo-
dentinária durante o início da
formação do esmalte
„ constitui 1 a 2% da matriz

A. Afonso
2006/2007
Composição Química
Matriz Orgânica - Proteínas

† Parvalbumina
„ identificada no polo distal do
processo de Tomes do ameloblasto
secretor
„ função associada ao transporte de
Ca+ do meio intra para o extracelular

A. Afonso
2006/2007
Composição Química
Matriz Orgânica - Proteínas

† Proteínas inespecíficas
„ Proteínas séricas;
„ Enzimas
„ Pequena percentagem de:
† condroitina - 4 – sulfato
† condroitina - 6 – sulfato
† lípidos

A. Afonso
2006/2007
Composição Química
† Matriz inorgânica:
„ Constituída por hidroxiapatite
„ Ca10 (PO4)6 (OH)2
F-
Hidroxiapatite Fluorapatite

OH-

A. Afonso
2006/2007
Composição Química
† Matriz inorgânica:
„ Concentração máxima de flúor na
camada mais superficial (máximo de 50µm)
„ Concentração flúor depende de:
† Concentração flúor do meio envolvente
† Aplicações tópicas

A. Afonso
2006/2007
Composição Química
† Matriz inorgânica:
„ Os cristais do esmalte
são mais volumosos do
que dos outros tecidos
duros
„ Dimensões:
† Altura – 10-40 nm
† Comprimento – 100 a
1.000 nm
† Largura – 30-70 nm

A. Afonso
2006/2007
Composição Química
† Água:
„ Localiza-se na periferia
„ Camada de hidratação ou da água
absorvida
„ Diminui com a idade
„ Importância na elasticidade

A. Afonso
2006/2007
Estrutura Histológica
† Unidade estrutural básica
„ Prismas de Esmalte
† Unidades estruturais secundárias
„ Estrias de Retzius
„ Tufos Adamantinos ou de Linderer
„ Bandas de Hunter-Schreger
„ Esmalte nodoso
„ Junção amelodentinária
„ Fusos Adamantinos
„ Periquimácias
„ Fissuras ou sulcos
„ Lamelas ou microfissuras
A. Afonso
2006/2007
Estrutura Histológica
† Unidade estrutural básica

„ Prismas
de
esmalte

A. Afonso
2006/2007
Estrutura Histológica
† Prismas de Esmalte
„ Estruturas longitudinais (4µm espessura)
„ Desde superfície até dentina
„ Trajecto sinuoso
„ Diâmetro (4 a 10µm)
† Menor no ponto de origem
† Maior próximo da superfície
„ Numero variável de prismas
† 5 a 12 milhões

A. Afonso
2006/2007
Estrutura Histológica
† Unidade estrutural básica
„ Prismas de Esmalte
„ Compostos por cristais de hidroxiapatite

A. Afonso
2006/2007
Estrutura Histológica
† Unidade estrutural básica
„ Cristais de hidroxiapatite

A. Afonso
2006/2007
Estrutura Histológica
† Unidade estrutural básica
„ Cristais de hidroxiapatite

A. Afonso
2006/2007
Estrutura Histológica
† Prismas de Esmalte

A. Afonso
2006/2007
Estrutura Histológica
† Prismas de Esmalte

A. Afonso
2006/2007
Estrutura Histológica
† Prismas de Esmalte

A. Afonso
2006/2007
Estrutura Histológica
† Prismas de Esmalte

A. Afonso
2006/2007
Estrutura Histológica
† Prismas de Esmalte

A. Afonso
2006/2007
Estrutura Histológica
† Prismas de Esmalte – Ataque ácido

A. Afonso
2006/2007
Estrutura Histológica
† Prismas de Esmalte - Orientação

A. Afonso
2006/2007
Estrutura Histológica
† Prismas de Esmalte – Ataque ácido

A. Afonso
2006/2007
Estrutura Histológica
† Unidades estruturais secundárias

A. Afonso
2006/2007
Estrutura Histológica
† Estrias de Retzius
„ Visíveis nas preparações por desgaste
„ Bandas de cor:
† Acastanhada – luz transmitida
† Claras – luz reflectida
„ Mais numerosas na zona cervical
„ Intervaladas de 20 80 µm
„ Linha neonatal ou de Rushton-Orban
† Estria mais nítida e marcada

A. Afonso
2006/2007
Estrutura Histológica
† Estrias de Retzius

A. Afonso
2006/2007
Estrutura Histológica
† Estrias de Retzius
„ Orientação distinta das estrias
† Cúspides – curvas acentuadas
† Faces laterais – percurso obliquo
„ Forma de capuz na coroa
„ Distribuição concêntrica em cortes
transversais
„ São sempre observadas,
independentemente do tipo de corte
„ Linhas incrementais

A. Afonso
2006/2007
Estrutura Histológica
† Estrias de Retzius

A. Afonso
2006/2007
Estrutura Histológica
† Estrias de Retzius
„ Origem na deposição sucessiva de
camadas tecidulares, durante a formação
da coroa
„ Alternância entre períodos de síntese e
de repouso
„ Alterações metabólicas afectam as
estrias de Retzius
„ Os prismas sofrem variações de tamanho
e forma nas estrias
A. Afonso
2006/2007
Estrutura Histológica
† Estrias de Retzius

A. Afonso
2006/2007
Estrutura Histológica
† Estrias de Retzius

A. Afonso
2006/2007
Estrutura Histológica
† Estrias de Retzius – Linha neonatal

A. Afonso
2006/2007
Estrutura Histológica
† Tufos Adamantinos ou de Linderer
„ Semelhantes às microfissuras do esmalte,
comparadas a falhas geológicas
„ Prolongam-se desde a parte interna até ao limite
amelodentinário
„ Tem forma de arbusto
„ Mais fáceis de observar em cortes transversais por
desgaste
„ Preenchidos por matéria orgânica
† Tufelina (proteina esmalte)
„ Origem discutível e polémica
† Artefactos ? Defeito de formação?
A. Afonso
2006/2007
Estrutura Histológica
† Tufos Adamantinos ou de Linderer

A. Afonso
2006/2007
Estrutura Histológica
† Bandas de Hunter-Schreger
„ Bandas claras – parazonas
„ Bandas escuras – diazonas
„ Tamanho variável e limites indefinidos
„ Localizam-se na parte mais interna do
esmalte (ocupam 80%)
„ Observam-se em cortes longitudinais e
com incidência de luz polarizada
„ Presentes em todos os dentes permanentes
A. Afonso
2006/2007
Estrutura Histológica
† Bandas de Hunter-Schreger

A. Afonso
2006/2007
Estrutura Histológica
† Bandas de Hunter-Schreger
„ Origem discutível e polémica
„ Poderão resultar de fenómeno óptico
„ Cortes dos prismas em diferentes planos
† Cortes transversais – bandas claras
† Cortes longitudinais – bandas escuras
„ Comprovação em observações através do
MEV
† Orientação diferente dos prismas nas
parazonas e nas diazonas
A. Afonso
2006/2007
Estrutura Histológica
† Bandas de Hunter-Schreger

A. Afonso
2006/2007
Estrutura Histológica
† Bandas de Hunter-Schreger

A. Afonso
2006/2007
Estrutura Histológica
† Esmalte nodoso
„ Zona particular do esmalte prismático
„ Localiza-se nas cúspides
„ Formado devido à interrelação complexa
dos prismas ou bastões
„ Origem na orientação em planos
ondulantes e circunferenciais dos
prismas
„ O entrecruzamento dos prismas aumenta
a resistência do esmalte
A. Afonso
2006/2007
Estrutura Histológica
† Esmalte nodoso

A. Afonso
2006/2007
Estrutura Histológica
† Junção amelodentinária
„ Zona de relação directa entre o esmalte
e a dentina
„ Fundamental para retenção do esmalte
„ Estrutura irregular e constituída por
reentrâncias
„ Linha escura em pequena ampliação e
ML
„ Imagem em forma de cratera em MEV
„ Espessura de ±11,8 µm
A. Afonso
2006/2007
Estrutura Histológica
† Junção amelodentinária

A. Afonso
2006/2007
Estrutura Histológica
† Fusos Admantinos
„ Falhas irregulares junto da junção AD
„ Formações tubulares em fundo cego
„ Alojam prolongamentos dos odontoblastos
† Habitualmente preenchidos por fluído dentinário
† Cristais em forma de agulhas de material amorfo
„ Não possuem relação com prismas esmalte
„ Permitem transmissão de estímulos

A. Afonso
2006/2007
Estrutura Histológica
† Fusos Adamantinos

A. Afonso
2006/2007
Estrutura Histológica
† Fusos Adamantinos

A. Afonso
2006/2007
Estrutura Histológica
† Periquimácias
„ Intimamente relacionadas com as estrias
de Retzius
„ Sulcos superficiais pouco profundos
„ Mais marcadas nos dentes permanentes
e recém erupcionados
„ Desaparecem com a idade

A. Afonso
2006/2007
Estrutura Histológica
† Periquimácias

A. Afonso
2006/2007
Estrutura Histológica
† Fissuras ou sulcos do esmalte
„ Invaginações de morfologia variável
„ Mais frequentes nos dentes posteriores
„ Origem na coalescência incompleta dos
lóbulos do esmalte
„ A profundidade depende do estadio de
desenvolvimento
„ Importância clínica

A. Afonso
2006/2007
Estrutura Histológica
† Fissuras ou sulcos

A. Afonso
2006/2007
Estrutura Histológica
† Lamelas ou microfissuras
„ Semelhantes a falhas geológicas
„ Dividem-se em:
† Microfissuras primárias
„ Formação antes da erupção dentária
„ Constituídas por matriz do esmalte não mineralizada
ou restos celulares
† Microfissuras secundárias
„ Formação após a erupção dentária
„ Origem traumática ou mudanças bruscas de
temperatura
„ Matéria orgânica de preenchimento com origem na
saliva
A. Afonso
2006/2007
Estrutura Histológica
† Lamelas ou microfissuras

A. Afonso
2006/2007
Estrutura Histológica
† Esmalte aprismático

A. Afonso
2006/2007
Revestimentos Superficiais
† Cutícula do esmalte
„ Também denominada de membrana de
Nasmyth, cutícula primária ou primitiva
„ Membrana formada pela última secreção
dos ameloblastos
„ Adesão forte à superfície
„ Desaparece pela acção mastigatória
„ Estrutura homogénea

A. Afonso
2006/2007
Revestimentos Superficiais
† Película secundária
„ Exógena ou adquirida
„ Forma-se pela precipitação de elementos
da saliva
„ Película clara, acelular e isenta de
bactérias
„ Formação rápida após remoção
Película secundária
BACTÉRIAS

Placa bacteriana
A. Afonso
2006/2007
Revestimentos Superficiais
† Placa bacteriana

A. Afonso
2006/2007
Histofisiologia
† Esmalte tecido altamente diferenciado
† Resposta a forças mastigatórias que
podem atingir os 50 Kgs
† Estrutura e propriedades físicas
adaptadas à função
† Altamente sensível à
desmineralização
† Processo de envelhecimento
„ Alterações químicas
„ Alterações estruturais
A. Afonso
2006/2007
Biopatologia
† Defeitos da amelogénese
„ Origem genética
„ Origem ambiental
† Patologia neoplásica
„ Ameloblastoma
† Cárie dentária
„ Cárie fissuras e sulcos
„ Cárie superfícies lisas
† Cicatrização do esmalte
A. Afonso
2006/2007
Biopatologia
† Origem Ambiental: Tetraciclinas

A. Afonso
2006/2007
Biopatologia
† Origem Ambiental: Hipoplasias

A. Afonso
2006/2007
Biopatologia
† Origem Ambiental: Fluorose

A. Afonso
2006/2007
Biopatologia
† Origem Genética: Amelogénese Imperfeita

A. Afonso
2006/2007
Biopatologia
† Origem Genética: Amelogénese Imperfeita

A. Afonso
2006/2007
Biopatologia
† Origem Genética: Displasia Ectodérmica

A. Afonso
2006/2007
Biopatologia
† Patologia Neoplásica: Ameloblastoma

A. Afonso
2006/2007
Biopatologia
† Patologia Neoplásica: Ameloblastoma

A. Afonso
2006/2007
Biopatologia
† Cárie Dentária

A. Afonso
2006/2007
Biopatologia
† Pérolas Esmalte

A. Afonso
2006/2007
Biopatologia
† Cárie Dentária

A. Afonso
2006/2007

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