BELTRÃO. Emprego Da Técnica RSSI para Estimar A Localização de Emissores Aéreos em Arena BVR. SPECTRUM, Vol. 14. Brasília, 2014

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EMPREGO DA TÉCNICA RSSI PARA ESTIMAR A

LOCALIZAÇÃO DE EMISSORES AÉREOS EM ARENA BVR


Eduardo de Melo Beltrão – Cap Esp Fot
Primeiro Esquadrão do Sexto Grupo de Aviação (1º/6º GAV)

Resumo: O texto apresenta uma técnica baseada do COMAO (Combined Air Operation), declaradas
na análise do nível de potência do sinal recebido inimigas. Tal tarefa, executada mediante proteção
para estimar a distância de ameaças aéreas em de meios aéreos amigos, atribuiria ao R-35AM a
missões de combate BVR para proteção de função de elo na manutenção da superioridade
HVAA. Essa predição, adicionada ao ângulo de aérea, detectando ameaças que realizassem
chegada da emissão e à identificação do inimigo, incursão na área protegida [1]. A figura 1 mostra
ambos levantados pelo DR-3000, constitui o um exemplo de arena de combate BVR em
conhecimento básico para que a tripulação do R- missões DCA para proteção de HVAA.
35AM, em complemento à informação repassada
pelo COAM, possa tomar decisões a respeito da
adoção de táticas evasivas, o que faz aumentar
sua consciência situacional no cenário.

Palavras chaves: BVR. HVAA. Nível de potência


do sinal recebido. Distância. Guerra eletrônica.

EMPLOYMENT TECHNICAL RSSI TO


ESTIMATE THE LOCATION OF THE
ISSUER IN AIR ARENA BVR

Abstract: The text presents a technique based on


the analysis of the received signal's power level to
estimate the distance of air threats in BVR combat
missions for HVAA protection. This prediction, FIGURA 1: Arena de combate BVR em missão DCA para
added to the angle of arrival of the emission and proteção de HVAA. O combate é iniciado quando o COMAO
the identification of the enemy, both issued by the invade a arena, ultrapassando a LC (Linha de Contato).
DR-3000, constitutes the basic knowledge so that
the crew of the R-35AM, in addition to information Para cumprir essa missão, o R-35AM realiza
passed on by COAM, can make decisions about órbitas na área Watch e, havendo aproximação
adopting evasive tactics, which increases their de alguma aeronave inimiga, realiza a evasiva do
situational awareness in the scenario. local (Threat Reaction), dirige-se à área Escape e
aguarda o apoio dos meios aéreos amigos. Se
Keywords: BVR. HVAA. Received signal's power durante a perseguição a aeronave adentrar à
level. Distance. Electronic warfare. MEZ (Missile Engagement Zone) entende-se que
o inimigo conseguiu abatê-la [1].
I – UMA INTRODUÇÃO A aproximação das aeronaves inimigas é
mensurada e informada pelo COAM (Controlador
Com o propósito de promover a integração de de Operações Aéreas Militares), responsável por
seus componentes aéreos, a III FAE resolveu manter a consciência situacional da tripulação.
experimentar, em 2014, o emprego da aeronave Informações acerca da radial e distância, bem
Learjet em exercícios de combate aéreo do tipo como do ângulo de aspecto das aeronaves
BVR (Beyond Visual Range). Além do aspecto inimigas, são essenciais para qualquer aeronave
agregador, havia também o vislumbre por novas da DCA, principalmente para o R-35AM, por não
aplicações para essa aeronave, tendo em vista o possuir sistemas de alerta, como o RWR (Radar
recente ganho operacional trazido com a Warning Receiver), nem autodefesas.
aquisição dos sensores ADS-80 e DR-3000. Assim, considera-se o COAM como sendo a
Participando de briefings e realizando voos de “visão monocular” do R-35AM na arena, uma
ensaio em algumas missões dessa natureza, espécie de “ciclope”, por ser o único canal que
observou-se que o Learjet de reconhecimento permite “ver” a posição do inimigo e “antever”,
eletrônico, R-35AM, poderia cumprir a função de quando for o caso, a melhor tática para evasão.
HVAA (High Value Air Assets) e ser alocado em Porém, como se sabe, todo sistema do qual o
duas possíveis modalidades de emprego. fator humano faz parte do processo é passivo de
Fazendo parte da DCA (Defensive Counter erros. Mesmo sendo o canal mais confiável em
Air), uma dessas modalidades, o principal objetivo adquirir consciência situacional, a dependência
do R-35AM seria realizar a coleta dos sinais única e exclusiva do COAM num cenário BVR
eletrônicos emitidos pelos radares das aeronaves traz alguns riscos, muitos deles fatais. Falha na
comunicação, esquecimento ou procrastinação no a distância que se encontra de fontes emissoras.
repasse da informação são exemplos que podem Como no R-35AM esse sistema está interligado
levar o R-35AM a ser abatido. ao SPA-GE (Sistema de Programação e Análise
Admitindo esse flanco vulnerável a que o R- de Guerra Eletrônica), é possível levantar essa
35AM pode ser conduzido, existiria alguma forma distância empregando a técnica conhecida por
de complementar o trabalho do COAM para que a triangulação. Esta utiliza linhas de marcação em
consequência dos erros citados fosse atenuada? pontos geográficos distintos para fornecer uma
Seria possível prover informações de localização área que possivelmente contenha a localização
da ameaça empregando recursos dos próprios do emissor [2].
sensores da aeronave?
Como descrito em [1], até que se disponha de
um RWR moderno, capaz de mensurar radial e
distância de uma fonte emissora com precisão,
qualquer modelo, em bom funcionamento, será
de grande auxílio numa reação defensiva.
Sendo assim, este artigo visa responder aos
quesitos supra, apresentando um método que
utiliza os dados fornecidos pelo sistema MAGE
DR-3000 do R-35AM para estimar, ainda que de
forma não tão precisa, a posição de aeronaves
hostis na arena BVR.
Este método não substitui a função do COAM,
mas complementa a informação de localização
repassada por ele, ampliando a capacidade da
tripulação conhecer melhor o ambiente e servindo
de auxílio para uma decisão mais assertiva.
FIGURA 2: Display do DR-3000, com destaque para a Janela
II – O SENSOR MAGE DR-3000 de Análise (parte superior) e Janela de Identificação (parte
inferior). Dentre os parâmetros apresentados na Janela de
Análise destacam-se a DOA (campo True) e o nível de
Como se percebe, a localização da ameaça é potência do sinal recebido (campo LVL).
uma informação fundamental para que se possa
estimar o momento ideal de realizar uma tática Largamente utilizada para o levantamento da
evasiva. Sistemas de guerra eletrônica atuais já posição de emissores fixos, é de se questionar a
possuem a capacidade de levantar, com precisão, eficiência da triangulação em estimar a distância
esse tipo de informação, a qual é composta pela de emissores aéreos, principalmente os de alta
identificação do inimigo, pelo azimute de chegada performance, como aeronaves de caça, ameaças
do sinal emitido por ele, também conhecido por de aéreas de um combate BVR. A necessidade
DOA (Direction of Arrival), e pela distância que em percorrer uma trajetória para obter um número
este se encontra do referido sistema. suficiente de marcações do emissor permite que,
No DR-3000 a identificação da ameaça pode durante este percurso, a ameaça realize um
ser visualizada na Janela de Identificação (figura grande deslocamento, o que certamente atribui
2). É feita por comparação com a BIM (Biblioteca erros associados à informação de localização. A
de Missão), banco de dados com os parâmetros esse fato também pode ser somado o tempo de
eletrônicos dos sinais de interesse, tais como exportação dos dados para o SPA-GE e, além
faixa de frequência, largura de pulso, frequência dele, o tempo de processamento da triangulação,
de repetição de pulsos, varredura, etc. Quanto o que vem a degradar ainda mais essa medida.
mais detalhada for uma BIM, mais precisa será a Diante da latente inviabilidade da triangulação
identificação, diminuindo os falsos alarmes. para este fim, seria plausível buscar outra forma
Já a DOA é visualizada pela Janela de Análise de estimar a distância de fontes emissoras aéreas
do DR-3000, conforme visto na figura 2. Nesse em tempo hábil. Existiria outra técnica capaz
sistema, ela é calculada com base no horizonte disso? Se sim, qual o grau de confiabilidade?
verdadeiro, motivo este que lhe permite receber a A técnica proposta neste artigo é baseada na
designação de azimute. É importante saber que a análise do nível de potência do sinal recebido,
medição da DOA também está sujeita a erros, também conhecida por RSSI (Received Signal
principalmente os decorrentes do posicionamento Strength Indication) [3].
geográfico da estação receptora, dado pelo GPS
(Global Position System), e dos fenômenos de III – O MODELO MATEMÁTICO
interferência e espalhamento, os quais provocam
distorções nas frentes de onda enquanto o sinal Em ambientes abertos, sem obstáculos entre
se propaga no ambiente [2]. as fontes transmissora e receptora, é possível
Equipamentos como o DR-3000, que emprega utilizar o modelo do espaço livre para predizer o
a técnica de DF (Direction Finding) para prover a nível de potência do sinal recebido como função
localização, não é capaz, por si só, de determinar da distância de separação entre tais fontes.
Segundo a fórmula de Friis, a potência do sinal onde PR e PT são dados em dBW, GR e GT em
recebido PR é dada por dB, F em MHz e d em NM. De (2) é possível
escrever d em função de PR por meio da equação
, (1)

. (3)
onde PT é a potência do sinal transmitido, GT o
ganho da antena de transmissão, GR o ganho da Logo, verifica-se que as variáveis de distância
antena receptora, c a velocidade da luz, F a e intensidade do sinal estão relacionadas por
frequência do sinal transmitido e d a distância do meio de uma função exponencial. Com isso seria
transmissor ao receptor [2]. possível submeter os dados a um modelo de
Note que PR e d são grandezas inversamente regressão, gerar uma curva de calibração e, pelo
proporcionais, isto é, quando o primeiro cresce o método dos mínimos quadrados, adequar as
segundo decresce, e vice-versa. Logo, a distância perdas aos dados estimados.
de uma fonte emissora poderia ser estimada pela Em posse dessa curva, estipular-se-ia uma
técnica RSSI, ou seja, pela intensidade do sinal faixa de tolerância para que outros possíveis
que chega ao receptor. erros de recepção fossem abarcados, tais como
Para validar o emprego da técnica, foi adotada os decorrentes do não direcionamento do emissor
uma metodologia que se baseia no tratamento de ao receptor, do movimento das plataformas, o
dados e no modelo matemático descrito, a fim de que pode fazer com que haja oscilação de
se fazer predições para as variáveis PR e d, como frequência no receptor [3], etc. Representada por
visto na seção seguinte. translações verticais da curva de calibração, a
faixa serviria para avaliar a adaptabilidade ao
IV – A METODOLOGIA modelo de dados oriundos de novas coletas.
A quantidade de pontos contidos nessa região
Inicialmente foram idealizados voos dedicados seria um indício da viabilidade da técnica RSSI
entre o R-35AM e o F-5EM, aeronaves receptora em estimar a distância de emissores aéreos.
e emissora, respectivamente, ambas controladas Havendo divergência do resultado observado face
por um COAM. Enquanto o R-35AM realizasse a ao esperado, ou seja, uma grande quantidade de
coleta dos dados a partir de uma rota orbital, o F- pontos na parte externa da faixa de tolerância,
5EM simularia incursões em níveis defasados de uma nova filtragem deveria ser realizada para que
altura, buscando manter seu radar direcionado ao o modelo novamente fosse aplicado.
alvo, da aquisição até a perda do plote radar. As etapas que compõem a metodologia estão
Os dados de distância (informados pelo COAM descritas no fluxograma ilustrado na figura 3.
e pelo piloto de caça) e de intensidade do sinal
recebido (transcrito da Janela de Análise do DR-
3000) passariam a ser registrados assim que as
aeronaves estivessem niveladas e configuradas.
A partir do início, para fins de controle, a distância
deveria ser informada a cada múltiplo de 5 NM,
até que o F-5EM perdesse o contato radar.
Numa segunda etapa, os dados transcritos
seriam submetidos a uma espécie de filtragem,
com o objetivo de identificar e desconsiderar, do
montante inicial, aqueles que apresentassem
algum tipo de comportamento anormal. A partir de
então o modelo descrito por (1) seria aplicado,
embora não diretamente, pois ela traduz uma FIGURA 3: Etapas da metodologia empregada para estimar a
situação ideal de recepção do sinal. Sabe-se que intensidade de potência recebida em relação à distância.
durante o trajeto, além da atenuação dada pela
distância, o sinal passa por diferentes fenômenos V – O EXPERIMENTO
de propagação, os quais contribuem com seu
desvanecimento. Isso acarreta perda de potência As informações apresentadas a seguir foram
do sinal no percurso, de natureza aleatória. tratadas com o auxílio de ferramentas estatísticas
Portanto, haveria a necessidade de adaptar o do Microsoft Excel®. Além disso, os dados que
modelo matemático, com o propósito de encontrar serviram de base para o estudo foram coletados
o melhor ajuste para os dados, na tentativa de em dois voos, cada um dos quais realizados num
minimizar a diferença entre os valores estimados dos seguintes Exercícios: SABRE 2014 e BVR-1
e os dados observados. Observe que é possível 2015. Os dados oriundos do primeiro foram
reescrever (1) na forma utilizados na criação da faixa de tolerância,
enquanto os provenientes do segundo, para a
, (2) avaliação experimental do modelo.
Como se observa em (3), a distância também Apesar da forma empírica com que foi escolhida,
depende da frequência do sinal transmitido. Para essa é a distância percorrida por uma aeronave
fins de aplicação, foi considerada apenas a faixa F-5EM em aproximadamente 30 segundos, tempo
de frequência usada pelo emissor durante a fase médio gasto para se interpretar os dados do DR-
de busca, tendo em vista ser esta a que permite o 3000 e repassá-los, juntamente com a informação
R-35AM tomar algum tipo de reação evasiva. de distância, aos pilotos do R-35AM.
No voo referente ao Exercício SABRE 2014
foram realizadas quatro incursões pelo emissor, o
que possibilitou a transcrição de 50 registros de
nível do sinal recebido (LVL). De modo a evitar os
possíveis erros de leitura no receptor, para cada
registro foi considerado o valor modal de LVL dos
quatro dados circunvizinhos. Em seguida, os LVL
observados em distâncias iguais foram reduzidos
à média, restando, então, 17 dados (tabela 1).

TABELA 1: Dados de RSSI do Exercício SABRE 2014 após


filtragem, com distância (DIST) dada em NM e LVL em dBW.

DIST LVL DIST LVL DIST LVL FIGURA 5: Curva de calibração utilizada para a criação da
1,7 36,5 3,8 34,5 23,0 11,5 faixa de tolerância para avaliar dados RSSI.
2,2 36,0 5,0 26,9 24,0 12,0
2,7 37,0 10,0 21,3 25,0 14,0 Adicionando e subtraindo cinco unidades na
2,9 31,5 15,0 16,3 27,0 9,8 equação da curva de calibração, construiu-se a
3,0 27,5 20,0 12,8 30,0 9,0 faixa de tolerância ilustrada na figura 6.
3,7 24,0 21,0 17,0

Esses dados serviram de base para o traçado


do gráfico boxplot, o qual mostrou que todos os
pontos pertenciam ao intervalo de confiança, sem
a presença de outliers.
Em seguida procedeu-se ao traçado do gráfico
de dispersão, na intenção de destacar pontos que
divergissem da tendência exponencial esperada.
Três dos pontos acima foram assim elencados,
por terem apresentado valor de LVL destoante
daqueles tomados a uma distância equivalente,
conforme visto na figura 4.
FIGURA 6: Faixa de tolerância para avaliação de dados RSSI.

É importante frisar que a curva de calibração,


e consequentemente a faixa de tolerância, é
válida apenas para dados em que o valor de LVL
varie no intervalo de 9,0 e 36,5 dBW. Fora deste,
os dados podem apresentar um comportamento
diferente do observado, fazendo-se necessária a
construção de uma nova faixa de tolerância, de
modo a considerar o novo intervalo de LVL [5].
A partir de então foram tomados os dados
provenientes do Exercício BVR-1 2015, com o
objetivo de avaliar o modelo da faixa de tolerância
FIGURA 4: Gráfico boxplot e de dispersão, este último construída, validando a técnica RSSI em estimar
mostrando três pontos julgados destoantes dos demais. distância de emissores aéreos.
No referido Exercício foram realizadas vinte
Eliminando estes pontos do conjunto reduzido incursões pelo F-5EM, sendo possível transcrever
e aplicando uma regressão do tipo exponencial mais de mil registros de LVL/distância do emissor.
aos dados sobressalentes obtêm-se a curva de Desse total, apenas 105 foram tomados para a
calibração ilustrada na figura 5. referida avaliação, por terem sido registrados
De acordo com o coeficiente de determinação enquanto o radar estava no modo de busca,
2
dessa curva (R ), cerca de 96% das variações de requisito adotado na seleção dos dados coletados
distância são explicadas pela curva de calibração do Exercício SABRE 2014.
proposta, o que mostra a forte correlação que Após filtragem dos dados, essa quantidade foi
existe entre os dados e o modelo de regressão. reduzida para 36, após terem sido tomadas as
Devido à aleatoriedade das perdas, definiu-se médias de LVL para distâncias iguais. Os dados
uma tolerância de 5 NM para o erro de distância. filtrados podem ser vistos na tabela 2.
TABELA 2: Dados de RSSI do Exercício BVR-1 2015 após ao R-35AM. Para prever a distância em relação a
filtragem, com distância (DIST) dada em NM e LVL em dBW.
outros emissores aéreos faz-se necessário aplicar
DIST LVL DIST LVL DIST LVL a referida metodologia tomando-se como base os
1,0 36,000 12,0 17,000 26,0 10,500 sinais emitidos pelos radares dessas plataformas,
1,5 38,000 14,0 19,500 27,0 9,000 os quais se distinguem pela potência, frequência
2,0 34,000 15,0 17,470 28,0 9,000 e ganho de transmissão, fatores constituintes do
2,5 34,125 16,0 19,000 29,0 8,000 nível de potência recebido, como descrito por (1).
3,0 32,250 17,0 14,500 30,0 6,727 Em posse de tais dados, construir-se-iam faixas
4,0 26,600 18,0 15,000 31,0 5,750 de tolerância específicas para cada um desses
5,0 28,094 19,0 16,000 32,0 7,167
meios aéreos.
6,0 25,250 20,0 14,091 33,0 4,500
7,0 23,500 21,0 15,500 34,0 6,000
Além desse fato, a estimada da localização do
8,0 23,500 23,0 13,500 35,0 7,000 F-5EM se deu numa distância máxima de 30 NM.
10,0 22,000 24,0 9,000 36,0 5,250 Para uma maior efetividade de emprego da
11,0 21,500 25,0 8,458 38,0 6,000 técnica RSSI seria necessário registrar dados de
incursões iniciadas a 50 NM de distância, o que
Inserindo na faixa de tolerância da figura 6 permitiria a análise de dados correspondentes à
apenas os pontos que atendem ao intervalo de região de afastamento seguro do R-35AM.
LVL utilizado no modelo, obtêm-se o resultado Também seria interessante realizar mais voos
ilustrado na figura 7. dessa natureza, para que fosse possível refinar a
curva de calibração e, consequentemente, a faixa
de tolerância utilizada como padrão de medição,
validando-a em voos quando o R-35AM estivesse
configurado como HVAA em missões DCA.

REFERÊNCIAS

[1] BRASIL. Ministério da Defesa. Comando da Aeronáutica.


Comando-Geral de Operações Aéreas. MCA 55-52:
Manual de Combate Aéreo com Apoio de OCOAM (BVR).
Brasília: COMGAR, 2014.
[2] BRASIL. Ministério da Defesa. Comando da Aeronáutica.
Comando-Geral de Operações Aéreas. Curso Doutrinário
de Guerra Eletrônica. Brasília: COMGAR, 2012.
FIGURA 7: Avaliação da metodologia proposta com dados de [3] TREVISAN, L. M. Um algoritmo de localização de nós em
RSSI coletados no Exercício BVR-1 2015. redes sem fio usando nível de potência do sinal.
Dissertação de Mestrado. Curitiba, PUC-PR, 2008. 76p.
[4] SILVA, L. R. B. Método para aferição de distância entre
VI – O RESULTADO nós sensores baseado em RSSI. Dissertação de
Mestrado. Campinas, SP: PUC-Campinas, 2014. 121p.
Como se percebe, os dados da BVR-1 2015 [5] FILHO, D. F., et al. O que fazer e o que não fazer com a
enquadraram-se à faixa de tolerância construída regressão: pressupostos e aplicações do modelo linear de
mínimos quadrados ordinários (MQO). Revista Política
com os dados da SABRE 2014, ambos filtrados Hoje, vol. 20, n. 1, 2011.
sob as mesmas condições. Uma pequena parte
daqueles dados ficou na região compreendida Sobre o autor:
entre a curva de calibração e o limite inferior da
faixa de tolerância. Isso mostra que a informação
de distância, quando tomada com base nesse
limite inferior, pode atribuir, além de cautela,
maior confiabilidade à estimada de localização.
Portanto, é possível concluir que a aplicação
da metodologia é algo factível. Como discorrido,
no DR-3000 tomar-se-ia o azimute de chegada do
sinal e a identificação de sua condição hostil. A
distância seria estimada com base no limite
inferior da faixa de tolerância e no nível do sinal
recebido, também extraído daquele sensor. A
informação não seria tão precisa quanto a que o
COAM pode fornecer, mas daria a oportunidade
da tripulação do R-35AM observar aproximações
de ameaça ou, num eventual erro por parte do O Cap Esp Fot Eduardo de Melo Beltrão concluiu o CFOE-
FOT em 2006. Possui Licenciatura em Matemática, pela
controlador, adotar medidas que ampliassem sua UFRPE (2005); Especialização em Gestão de Pessoas e
capacidade de reagir à investida do inimigo, Processos, pela PUC-MG (2006); Especialização em Análise
contribuindo com a consciência situacional a de Ambiente Eletromagnético, pelo ITA-SP (2010) e Mestrado
respeito do cenário beligerante. Profissional em Matemática, pela UFRPE (2016). Atualmente
é chefe da Seção de Guerra Eletrônica do 1º/6º GAV.
A faixa de tolerância utilizada nesse estudo foi E-mail: [email protected]
específica para se estimar a distância do F-5EM Telefone: (81) 3461-7471

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