BELTRÃO. Emprego Da Técnica RSSI para Estimar A Localização de Emissores Aéreos em Arena BVR. SPECTRUM, Vol. 14. Brasília, 2014
BELTRÃO. Emprego Da Técnica RSSI para Estimar A Localização de Emissores Aéreos em Arena BVR. SPECTRUM, Vol. 14. Brasília, 2014
BELTRÃO. Emprego Da Técnica RSSI para Estimar A Localização de Emissores Aéreos em Arena BVR. SPECTRUM, Vol. 14. Brasília, 2014
Resumo: O texto apresenta uma técnica baseada do COMAO (Combined Air Operation), declaradas
na análise do nível de potência do sinal recebido inimigas. Tal tarefa, executada mediante proteção
para estimar a distância de ameaças aéreas em de meios aéreos amigos, atribuiria ao R-35AM a
missões de combate BVR para proteção de função de elo na manutenção da superioridade
HVAA. Essa predição, adicionada ao ângulo de aérea, detectando ameaças que realizassem
chegada da emissão e à identificação do inimigo, incursão na área protegida [1]. A figura 1 mostra
ambos levantados pelo DR-3000, constitui o um exemplo de arena de combate BVR em
conhecimento básico para que a tripulação do R- missões DCA para proteção de HVAA.
35AM, em complemento à informação repassada
pelo COAM, possa tomar decisões a respeito da
adoção de táticas evasivas, o que faz aumentar
sua consciência situacional no cenário.
. (3)
onde PT é a potência do sinal transmitido, GT o
ganho da antena de transmissão, GR o ganho da Logo, verifica-se que as variáveis de distância
antena receptora, c a velocidade da luz, F a e intensidade do sinal estão relacionadas por
frequência do sinal transmitido e d a distância do meio de uma função exponencial. Com isso seria
transmissor ao receptor [2]. possível submeter os dados a um modelo de
Note que PR e d são grandezas inversamente regressão, gerar uma curva de calibração e, pelo
proporcionais, isto é, quando o primeiro cresce o método dos mínimos quadrados, adequar as
segundo decresce, e vice-versa. Logo, a distância perdas aos dados estimados.
de uma fonte emissora poderia ser estimada pela Em posse dessa curva, estipular-se-ia uma
técnica RSSI, ou seja, pela intensidade do sinal faixa de tolerância para que outros possíveis
que chega ao receptor. erros de recepção fossem abarcados, tais como
Para validar o emprego da técnica, foi adotada os decorrentes do não direcionamento do emissor
uma metodologia que se baseia no tratamento de ao receptor, do movimento das plataformas, o
dados e no modelo matemático descrito, a fim de que pode fazer com que haja oscilação de
se fazer predições para as variáveis PR e d, como frequência no receptor [3], etc. Representada por
visto na seção seguinte. translações verticais da curva de calibração, a
faixa serviria para avaliar a adaptabilidade ao
IV – A METODOLOGIA modelo de dados oriundos de novas coletas.
A quantidade de pontos contidos nessa região
Inicialmente foram idealizados voos dedicados seria um indício da viabilidade da técnica RSSI
entre o R-35AM e o F-5EM, aeronaves receptora em estimar a distância de emissores aéreos.
e emissora, respectivamente, ambas controladas Havendo divergência do resultado observado face
por um COAM. Enquanto o R-35AM realizasse a ao esperado, ou seja, uma grande quantidade de
coleta dos dados a partir de uma rota orbital, o F- pontos na parte externa da faixa de tolerância,
5EM simularia incursões em níveis defasados de uma nova filtragem deveria ser realizada para que
altura, buscando manter seu radar direcionado ao o modelo novamente fosse aplicado.
alvo, da aquisição até a perda do plote radar. As etapas que compõem a metodologia estão
Os dados de distância (informados pelo COAM descritas no fluxograma ilustrado na figura 3.
e pelo piloto de caça) e de intensidade do sinal
recebido (transcrito da Janela de Análise do DR-
3000) passariam a ser registrados assim que as
aeronaves estivessem niveladas e configuradas.
A partir do início, para fins de controle, a distância
deveria ser informada a cada múltiplo de 5 NM,
até que o F-5EM perdesse o contato radar.
Numa segunda etapa, os dados transcritos
seriam submetidos a uma espécie de filtragem,
com o objetivo de identificar e desconsiderar, do
montante inicial, aqueles que apresentassem
algum tipo de comportamento anormal. A partir de
então o modelo descrito por (1) seria aplicado,
embora não diretamente, pois ela traduz uma FIGURA 3: Etapas da metodologia empregada para estimar a
situação ideal de recepção do sinal. Sabe-se que intensidade de potência recebida em relação à distância.
durante o trajeto, além da atenuação dada pela
distância, o sinal passa por diferentes fenômenos V – O EXPERIMENTO
de propagação, os quais contribuem com seu
desvanecimento. Isso acarreta perda de potência As informações apresentadas a seguir foram
do sinal no percurso, de natureza aleatória. tratadas com o auxílio de ferramentas estatísticas
Portanto, haveria a necessidade de adaptar o do Microsoft Excel®. Além disso, os dados que
modelo matemático, com o propósito de encontrar serviram de base para o estudo foram coletados
o melhor ajuste para os dados, na tentativa de em dois voos, cada um dos quais realizados num
minimizar a diferença entre os valores estimados dos seguintes Exercícios: SABRE 2014 e BVR-1
e os dados observados. Observe que é possível 2015. Os dados oriundos do primeiro foram
reescrever (1) na forma utilizados na criação da faixa de tolerância,
enquanto os provenientes do segundo, para a
, (2) avaliação experimental do modelo.
Como se observa em (3), a distância também Apesar da forma empírica com que foi escolhida,
depende da frequência do sinal transmitido. Para essa é a distância percorrida por uma aeronave
fins de aplicação, foi considerada apenas a faixa F-5EM em aproximadamente 30 segundos, tempo
de frequência usada pelo emissor durante a fase médio gasto para se interpretar os dados do DR-
de busca, tendo em vista ser esta a que permite o 3000 e repassá-los, juntamente com a informação
R-35AM tomar algum tipo de reação evasiva. de distância, aos pilotos do R-35AM.
No voo referente ao Exercício SABRE 2014
foram realizadas quatro incursões pelo emissor, o
que possibilitou a transcrição de 50 registros de
nível do sinal recebido (LVL). De modo a evitar os
possíveis erros de leitura no receptor, para cada
registro foi considerado o valor modal de LVL dos
quatro dados circunvizinhos. Em seguida, os LVL
observados em distâncias iguais foram reduzidos
à média, restando, então, 17 dados (tabela 1).
DIST LVL DIST LVL DIST LVL FIGURA 5: Curva de calibração utilizada para a criação da
1,7 36,5 3,8 34,5 23,0 11,5 faixa de tolerância para avaliar dados RSSI.
2,2 36,0 5,0 26,9 24,0 12,0
2,7 37,0 10,0 21,3 25,0 14,0 Adicionando e subtraindo cinco unidades na
2,9 31,5 15,0 16,3 27,0 9,8 equação da curva de calibração, construiu-se a
3,0 27,5 20,0 12,8 30,0 9,0 faixa de tolerância ilustrada na figura 6.
3,7 24,0 21,0 17,0
REFERÊNCIAS