Urgências Urológicas Não Traumáticas

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Urgências Urológicas Não Traumáticas

Luís – 15/05/17

Urgências Não Traumáticas


 Cólica Renal (é a mais comum)
 Retenção Urinária Aguda
 Parafimose
 Hematúria Macroscópica
 Escroto Agudo
 Priapismo

Cólica Renal
 Obstrução do Trato Urinário Alto (litíase urinária)
 Dor: Distensão da pelve e da cápsula renal promovem a dor renal (giordano positivo)
 Grande maioria das cólicas renais são cálculos ureterais
 Dor lombar de forte intensidade (unilateral) e irradiada para o flanco e região inguinal e testículo (homens),
vulva e região medial da coxa (mulheres), náuseas e vômitos (quadro clássico)
 Hematúria. Agitação. Palidez
 STUI irritativos (polaciúria, urgência urinária, entre outros)
 Dor mais intensa que o parto vaginal

Diagnóstico
Clínico – anamnese e exame físico.
Urina I: Leucocitúria, hematúria, cristalúria
Urocultura
Hemograma
Função Renal: Uréia, creatinina
Exames de Imagem: RX de abdome, USG de rins e vias urinárias
TC de abdome e pelve sem contraste

Tratamento
 Na abordagem é importante, primariamente, tratar a dor (analgesia EV) e reconhecer possíveis infecções
 Hiper-hidratação – Controverso: Distende ainda mais a cápsula renal no quadro agudo, pois aumenta a taxa de
filtração glomerular. Apenas nos casos de desidratação, porém mesmo assim devemos ter cuidado, nunca
hiperhidratar o doente para não piorar o quadro da cólica renal.
 Analgesia EV: Antiespasmódicos, AINH e opióides por via parenteral (vômitos)
 Tansulosina (utilizada quando existem cálculos próximos a junção ureterovesical: Eliminação dos cálculos: alfa
bloqueador promovendo o relaxamento/ dilatação do ureter distal)
 A cirurgia de drenagem da via excretora está indicada na vigência de complicações:
 Infecção (cálculos obstrutivos associados a infecção, estase urinária)
 Anúria ou piora progressiva da função renal (IR)
 Dor intratável (já fez tudo pelo doente e ele ainda tem dor)
Drenagem da Via Urinária
 Catéter Duplo “J”: Mantém a perviedade da via urinária excretora, fica entre o rim e a bexiga. Sem resolução do
cálculo (por via endoscópica).
 Nefrostomia: Punção direta do rim guiada por USG quando o duplo “J” não passa.

Retenção Urinária Aguda (RUA)


 Quadro Dramático: Distensão vesical progressiva e dor hipogástrica intensa
 Diagnóstico Clínico: Parada da diurese dor e globo vesical palpável (“Bexigoma”)
 Homens > 50 anos: A causa mais frequente é a descompensação da HPB
 Homens Jovens: Estenose de uretra, prostatite
 Crianças: Malformações e parafimose

Tratamento
 Aliviar sintomas de imediato (esvaziar a bexiga)
 Investigação posterior das causas: HPB, prostatite, medicações, álcool (aumento de volume urinário em ∆ com
HPB)
 Sondagem uretral (sondagem vesical de demora)
 Cistostomia se necessário (quando contra indicada a sonda)
 Realizada na impossibilidade de Sondagem Uretral: por punção ou cirúrgica
 Prostatite Aguda Intensa
 Estenose uretral
 Lesão uretral no Trauma (UCRM)
 Câncer de Próstata localmente avançado

Cistostomia – Técnica por Punção


 Assepsia, Antissepsia e Campos estéreis
 Anestesia EV e botão anestésico local suprapúbico
 Puncionar 4 a 5 cm acima da sínfise púbica
 USG da bexiga recomendado, principalmente em obesos
 Aspirar a seringa até refluir urina e incisão na pele
 Punção: Introdução de trocater até a bexiga
 Retirada do obturador e introdução da sonda Foley
 Aspirar a seringa até refluir urina (anestesia de todo trajeto da punção) e incisão na pele
 Punção: Introdução de trocater até a bexiga
 Retirada do obturador e introdução da sonda Foley
 Insuflar balão e fixar sonda

Complicações Cistostomia
 Hematúria, obstrução
 Infecção local
 Falso trajeto
 Perfuração de vísceras ou outros órgãos intra-abdominais

Hematúria Macroscópica
Causas
 ITU e Litíase urinária (causas mais comuns –  Coagulopatias
hematuria menos abundante)  Cistite actínica
 Neoplasia de bexiga (manifestação principal –  Trauma ou esforço físico
sangramentos importantes)  Glomerulopatias
 HPB
Classificação
 Inicial (no início da micção): uretra distal
 Total: Sangramento de origem da bexiga ou trato superior (ao longo de toda a micção)
 Terminal: Sugere sangramento de colo vesical, próstata
 Hematúria com Coágulos: Indica sangramento mais intenso, com coágulos, e pode provocar RUA (pensar em
doença mais séria: O coágulo pode obstruir o colo vesical)
 Coágulos Vermiformes: Sugerem origem ureteral

Diagnóstico
 Clínico e laboratorial: Hemograma (hematúrias maciças podem necessitar até mesmo de transfusão), Urina I, UC
 Exames de imagem: USG de vias urinárias, TC

Tratamento
 Depende do estado geral e da intensidade do sangramento (pequeno? Trata a causa. Se for uma hematúria
persistente passamos uma sonda vesical de 3 vias).
 Sondagem vesical e irrigação com solução salina (SF)
 Cistoscopia diagnóstica/terapêutica e para evacuação de coágulos (para quadros de hematúria importante >
chamar o urologista)

Parafimose
 Complicação da fimose (incapacidade da exteriorização da glande através do prepúcio)
 Edema progressivo e dor resultante de retração do prepúcio com anel estenótico (fimose)
 Diagnóstico: Exame físico
 Início do Quadro: Tentar redução manual com manobras e xilocaína geléia para tirar o doente da urgência
 Complicações como necrose do prepúcio e infecção.
 Edema importante sem sucesso na redução manual: postostomia sob anestesia local (feita pelo urologista)
 Tratamento definitivo da fimose: Postectomia (em outro dia)

Escroto Agudo
 Dor escrotal aguda de início recente, em geral com edema e rubor local Questão: o testículo está em risco?
 Caracterizar a dor e tempo de início
 Torção de cordão espermático X Orquiepididimite
 Na impossibilidade de excluir torção testicular: exploração cirúrgica está indicada

Torção de Cordão Espermático


 Crianças e adolescentes
 Anomalia Congênita: Ausência do ligamento testicular (Gubernáculo testis – ausência da fixação do testículo no
escroto). Deformidade em badalo de sino susceptível à rotação (o testículo fica solto na bolsa sujeito a torção)
 A rotação testicular/ torção de cordão pode iniciar um quadro de isquemia
 Dor intensa, abrupta, náuseas e sem febre
 Pode despertar paciente
 Exame Físico: Sinal de Angel (testículo horizontalizado e testículo alto)
 Emergência Cirúrgica (tempo é vital para salvar o testículo)

Orquiepididimite
 Adultos (DST causas de uretrite: Neisseria, Clamydia)
 Idosos (E. coli) refluxo vesico deferencial (urina infectada reflui pelo ducto deferente)
 Crianças: Pós parotidite (orquiepididimite viral)
 Início mais insidioso da dor (não tão agudo quando comparado à torção)
 Sinais flogísticos, febre, sintomas urinários, disúria ou secreção uretral (grande aspecto inflamatório)
 Exame Físico: Sinal de Prehn (elevação testicular promove alívio da dor – suspensório escrotal – suspeita de
quadro inflamatório)
 Tratamento: AINH, antibioticoterapia (quinolonas 21d)

Escroto Agudo
Diagnóstico
 História e exame físico.
 USG Doppler de escroto: Dados que auxiliam muito no DD (na torção: ausência de fluxo enquanto na orquite o
fluxo vai estar normal ou até mesmo aumentado pelo quadro inflamatório). Auxilia muito no diagnóstico.
 Cintilografia (ótimo para diferenciar: Se tiver captação do radiofármaco significa que não está isquêmico).
 Na dúvida diagnóstica: Cirurgia exploradora. Preferível cirurgia desnecessária do que castração por negligência.

Tratamento
 Torção: Exploração cirúrgica e avaliar viabilidade do testículo
 Orquidopexia bilateral (80% < 6 horas) após distorção
 Orquiectomia no testículo inviável (> 12 horas)
 O tempo é extremamente importante!!!

Priapismo
 Ereção prolongada e dolorosa com ou sem estímulo sexual (relacionada aos corpos cavernosos)

Priapismo de Alto Fluxo


 Menos frequente
 Fístula arteriovenosa
 Indolor, associado ao trauma pênis/períneo

Diagnóstico
 Não é urgência, pode resolver espontaneamente (tratamento hemodinâmico)
 USG ou arteriografia seletiva

Priapismo de Baixo Fluxo


 Mais frequente
 Diminuição do retorno venoso, hipóxia tecidual e acidose local
 Dor importante
 Provocado geralmente por fenômenos veno oclusivo
 Medicações para Disfunção Erétil (principal causa atualmente)
 Anemia falciforme (crianças): Fenômeno veno oclusivo. Leucemias.
 Uso de psicofármacos
 Drogas ilícitas
 No priapismo a ereção se localiza mais no corpo cavernoso

Tratamento
 É uma emergência urológica, deve ser resolvida imediatamente, esvaziar o pênis é fundamental.
 Colher gasometria do pênis > dos corpos cavernosos:
 Baixo Fluxo (pO2<40 mm de Hg):
 Hidratação, oxigenioterapia (anemia falciforme)
 Irrigação com agonistas adrenérgicos (punção lateral com SF e adrenalina)
 Shunts cavernoso-esponjoso (cirurgia em casos que a punção e irrigação não resolvem)
 Prótese peniana: casos extremos (fibrose do tecido cavernoso com impotência definitiva)
 Alto Fluxo (pO2>80 mm de Hg):
 Embolização seletiva

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