Limbo Jurídico-Previdenciário Trabalhista - Jus Navigandi - O Site Com Tudo de Direito

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21/8/2014 Limbo jurídico-previdenciário trabalhista - Jus Navigandi - O site com tudo de Direito

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Limbo jurídico-previdenciário trabalhista


Luara Zanfolin Frasson de Rezende

Publicado em 07/2014. Elaborado em 06/2014.

Sugestões de como proceder nos casos em que o funcionário é


liberado pelo INSS, mas considerado inapto pelo médico do
trabalho.

O limbo jurídico-previdenciário ocorre quando o trabalhador que, afastado pelo


INSS passa a receber auxílio-doença e, após vencido o prazo para percepção de
tal benefício, constata o empregador por via médica comum, que o empregado
ainda não apresenta condições de trabalho e que a alta concedida pelo INSS
contrasta com a sua condição de enfermo.

Casos como este são cada vez mais comuns, causando uma grande questão nas
áreas trabalhistas e previdenciárias, na medida em que não existe legislação
específica sobre o tema, a fim de definir as responsabilidades da empresa sobre
este trabalhador.

Paira no ar a dúvida das empresas se devem ou não receber um funcionário que


não foi considerado totalmente apto para laborar e que não conseguiu nova
prorrogação do benefício por entender a autarquia previdenciária que o mesmo
está em perfeitas condições de labor.

Assim, qual seria a responsabilidade do empregador nesta questão? Deve ele


determinar o imediato retorno do funcionário? Precisa garantir o salário durante
o período de discussão? Tem que ajuizar ação contra o INSS a fim de buscar uma
revisão na decisão?

As Cortes trabalhistas tem apresentado entendimento no sentido de que o


empregador é responsável pelo funcionário quando a autarquia previdenciária o
considera apto ao retorno de suas atividades, sendo dele o ônus de pagar-lhe os
salários ainda que não retorne efetivamente às atividades antes desempenhadas.

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Isso porque, com a alta médica ocorre a cessação da suspensão contratual, ou seja,
o contrato volta a surtir efeitos, sendo que o empregado, por ocasião do retorno,
tem direito de exercer a mesma função ou ser readaptado:

LIMBO JURÍDICO PREVIDENCIÁRIO TRABALHISTA.


RESPONSABILIDADE DO EMPREGADOR PELOS
SALÁRIOS E DEMAIS VANTAGENS DECORRENTES DO
VINCULO DE EMPREGO. Após a alta médica do INSS, a
suspensão do pacto laboral deixa de existir, voltando o
contrato em tela a produzir todos os seus efeitos. Se o
empregador impede o retorno ao labor, deve tal situação ser
vista como se o empregado estivesse à disposição da empresa
esperando ordens, onde o tempo de trabalho deve ser
contado e os salários e demais vantagens decorrentes o
vinculo de emprego quitados pelo empregador, nos termos do
art. 4º da CLT, salvo se constatada recusa deliberada e
injustificada pelo empregado em assumir os serviços. (TRT-2
- RO: 7152120125020 SP 00007152120125020461 A28,
Relator: MAURILIO DE PAIVA DIAS, Data de Julgamento:
17/09/2013, 5ª TURMA, Data de Publicação: 24/09/2013)

RECURSO ORDINÁRIO. AUXÍLIO DOENÇA. SUSPENSÃO


DO CONTRATO DE TRABALHO. ALTA DO ÓRGÃO
PREVIDENCIÁRIO. NOVO AFASTAMENTO MÉDICO
DETERMINADO PELA EMPRESA. -LIMBO- JURÍDICO
LABORAL PREVIDENCIÁRIO. PAGAMENTO DE
SALÁRIOS DEVIDO. 1) A responsabilidade pelo pagamento
dos salários, de período em que o empregado não goza auxílio
previdenciário e é afastado do trabalho, por recomendação de
médica da própria empresa, é do empregador, devendo ele
recorrer da decisão do INSS que concede alta médica, para
efeito de ressarcimento, ao invés de deixar o laborista sem
quaisquer meios de subsistência, diante de quadro indefinido
em relação a seu contrato de trabalho. 2) Recurso ordinário
da ré ao qual se nega provimento. (TRT-1 - RO:
4033720125010020 RJ , Relator: Jose da Fonseca Martins
Junior, Data de Julgamento: 21/05/2013, Nona Turma, Data
de Publicação: 03-06-2013)

INCAPACIDADE LABORATIVA. LER/DORT. EMPREGADA


CONSIDERADA APTA PELO INSS E INAPTA PELO
MÉDICO DA EMPRESA. NAO-RECEBIMENTO DE
SALÁRIO OU DO BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO.

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DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA. ART. 1º, III E IV C/C


ART. 170 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. DANO MORAL E
MATERIAL. RESPONSABILIDADE SUBJETIVA DO
EMPREGADOR. OMISSAO VOLUNTÁRIA.
COMPROVAÇAO. DEFERIMENTO. Não se pode olvidar que
é fundamento basilar da República Federativa do Brasil a
dignidade da pessoa humana e os valores sociais do trabalho
(art. 1º, incisos III e IV da CF). Ademais, a valorização do
trabalho humano, sobre que é fundada a ordem econômica,
tem o fim de assegurar a todos existência digna, conforme os
ditames da justiça social (art. 170 da CF). Neste caso, o ato
ilícito e a culpa do reclamado pelo dano moral e material
decorrem da omissão voluntária em não conduzir a
reclamante à função compatível com sua capacidade
laborativa, custeando seus salários enquanto negado o
benefício previdenciário e, ainda, em não emitir nova CAT,
buscando no Órgão competente o restabelecimento do
auxílio- doença acidentário. Assim, o nexo de causalidade
entre a omissão ilícita da empresa reclamada e a lesão
imaterial e material suportada pela reclamante é evidente,
pois não há dúvida de que - tomando-se em consideração a
percepção do homem médio - na situação de total desamparo
vivenciada pela autora, permanecendo dez meses sem
receber o auxílio previdenciário, porque considerada apta ao
trabalho pelo INSS, e sem perceber seus vencimentos,
porque não aceito o retorno ao trabalho pela empresa, sem
ter como prover a si e à sua família e diante da indefinição do
quadro narrado; a dor pessoal, o sofrimento íntimo, o abalo
psíquico e o constrangimento tornam-se patentes. (TRT-14 -
RO: 68220084011400 RO 00682.2008.401.14.00, Relator:
JUIZ FEDERAL DO TRABALHO CONVOCADO SHIKOU
SADAHIRO, Data de Julgamento: 26/08/2009, PRIMEIRA
TURMA, Data de Publicação: DETRT14 n.0160, de
28/08/2009)

Importante mencionar que a alta médica é ato administrativo com presunção de


legitimidade e veracidade, sendo ônus do empregador desconstituir tais
características em sede administrativa ou em ação própria contra a autarquia
previdenciária.

Assim, tem-se que, caso seja constatado pelo médico do trabalho a cargo do
empregador que o funcionário não encontra condições de retorno ao trabalho,
deverá informar à empresa a sua conclusão e esta, por sua vez, deverá apresentar

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recurso ou acão acidentária contra o INSS. Além disso, em caso de impossibilidade


de readaptação do funcionário, após o seu retorno, o mesmo deverá receber
licença remunerada até que a questão seja solucionada, sendo portanto, sempre
prestigiado o lado hipossuficiente da relação contratual, qual seja, o do
empregado.

Estes procedimentos, são fundamentais para evitar eventual agravamento na


saúde do funcionário, bem como maiores problemas à empresa, na medida em
que determinar que o trabalhador desempenhe suas atividades habituais sem que
esteja apto poderia gerar o dever do empregador indenizá-lo, uma vez que a
empresa estaria contribuindo para o agravamento da doença (modalidade
concausa).

Autor

Luara Zanfolin Frasson de Rezende

Formada em Direito pela FMU.

Advogado Pleno - Marcos Martins Advogados Associados


agosto de 2013 – até o momento (1 ano)

Advogada - Trabalhista - J. Bueno e Mandaliti Advogados


junho de 2011 – agosto de 2013 (2 anos 3 meses)
Prestação de serviços para a empresa UNILEVER:
- Acompanhamento e elaboração de prazos administrativos:
Autos de Infração, Procedimentos Preparatórios, Inquéritos
Civis;
- Respostas à Ofícios de diversos Órgãos: INSS, JF, JT, RF,
CREA, CRQ, CRA;
- Consultoria interna;
- Elaboração de pareceres;
- Elaboração de adendos contratuais, declarações de diversos
tipos;
- Análise de processos contenciosos importantes para a Cia;

Advogada - Contencioso Trabalhista - J. Bueno e Mandaliti


Advogados - junho de 2011 – outubro de 2012 (1 ano 5 meses)
? Migração da carteira de processos;

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? Captura de publicações, distribuição e elaboração de prazos;


? Acompanhamento de processos;
? Realização de audiência;
? Elaboração de auditorias;
? Definição de estratégias com o cliente;

www.marcosmartins.adv.br/
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Informações sobre o texto

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