Memes Na Matemática

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 10

Educação Matemática na Contemporaneidade: desafios e possibilidades

Sociedade São Paulo – SP, 13 a 16 de julho de 2016


Brasileira de
Educação
Matemática COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA

MEMES E EDUCAÇÃO MATEMÁTICA: UM OLHAR PARA AS REDES SOCIAIS


DIGITAIS

Paulo Gonçalo Farias Gonçalves


Universidade Federal do Cariri
[email protected]

Resumo:
O desenvolvimento das tecnologias tem alterado os modos de comunicação entre as pessoas.
Dentre os recursos emergentes, os memes apresentam possibilidades promissoras para a
Educação Matemática. Diante disso, analisamos as características de memes que tomam a
Matemática como tema central e suas potencialidades para a Educação Matemática.
Delimitando a pesquisa ao Facebook, coletamos 30 memes em 10 páginas. Para a análise dos
dados, utilizamos um método de análise de imagens. Em relação às finalidades, os memes
analisados apresentavam-se com intuito de desafiar, informar ou entreter. No que se refere às
potencialidades, os memes podem se constituir como enunciados de questões, elementos para
discussões na formação pedagógica, histórica e filosófica relacionada a Matemática e ainda
para memorização de conceitos. Torna-se necessário ampliar as discussões sobre o tema no
intuito de desmistificar alguns estereótipos associados a Matemática que são disseminados na
internet e auxiliar na divulgação da atividade inerente a essa disciplina.
Palavras-chave: Tecnologias Digitais; Memes; Matemática; Educação Matemática.

1. Introdução

O rápido desenvolvimento da tecnologia digital das últimas décadas tem alterado


significativamente, em particular, os modos de comunicação entre as pessoas.
Dentre os recursos tecnológicos desenvolvidos, as redes sociais digitais tem se
constituído como um dos principais espaços interativos da atualidade. Conforme Recuero
(2009, p.16), o surgimento da comunicação mediada pelo computador tem ocasionado
modificações no modo de organização e mobilização social. Para a autora, esse tipo de
comunicação “[...] mais do que permitir aos indivíduos comunicar-se, amplificou a
capacidade de conexão, permitindo que redes fossem criadas e expressas nesses espaços: as
redes sociais mediadas pelo computador”.
A disponibilidade de um enorme volume de informações em um espaço cada vez
menor de tempo tem feito com que os indivíduos busquem alternativas para tornar as
informações que pretendem veicular mais curtas e atrativas, visando difundi-las para um
número máximo de pessoas. É nesse cenário que surgem os memes como recursos
comunicativos.

XII Encontro Nacional de Educação Matemática


ISSN 2178-034X
1
Educação Matemática na Contemporaneidade: desafios e possibilidades
São Paulo – SP, 13 a 16 de julho de 2016
Sociedade
Brasileira de
COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA Educação
Matemática

Em virtude de sua rápida propagação, conteúdo sintético e associado (algumas vezes)


ao viés humorístico, os memes apresentam-se como um recurso em potencial para a Educação
e, em particular, para o ensino e aprendizagem em Matemática. Contudo, esse potencial
educativo, ainda tem sido pouco explorado dentre as pesquisas em Educação Matemática.
Diante desse cenário, este artigo tem o intuito de analisar as características de memes
que tomam a Matemática como tema central e suas potencialidades para a Educação
Matemática.

2. Fundamentação Teórica

Na sociedade contemporânea, intrinsecamente dominada pela tecnologia, a


alfabetização e a contagem, apesar de necessárias, não são suficientes para uma formação
voltada para o exercício da cidadania.
A fim de atender as atuais demandas sociais, D’Ambrosio (2005a) propõe a
organização dos conhecimentos curriculares em função dos conceitos de literacia, materacia
e tecnocacia. Conceituando cada um dos termos, o autor define:

LITERACIA: a capacidade de processar informações escrita e falada, o que inclui


leitura, escritura, cálculo, diálogo, ecálogo, mídia, internet na vida quotidiana
[Instrumentos Comunicativos].

MATERACIA: a capacidade de interpretar e analisar sinais e códigos, de propor e


utilizar modelos e simulações na vida cotidiana, de elaborar abstrações sobre
representações do real [Instrumentos Analíticos].

TECNORACIA: a capacidade de usar e combinar instrumentos, simples ou


complexos, inclusive o próprio corpo, avaliando suas possibilidades e suas
limitações e a sua adequação a necessidades e situações diversas [Instrumentos
Materiais].

Conforme o autor, a proposta não tem o intuito de criar novas disciplinas ou


nomenclaturas, mas sim organizar todas as estratégias de ensino em função dos conceitos
supracitados. A seguir discutiremos alguns referenciais teóricos preliminares a partir do
trivium proposto por D’Ambrosio (2005a).

O conceito de materacia está diretamente relacionado ao processo de manipulação,


compreensão e organização da linguagem matemática na elaboração e aplicação de modelos
em situações do cotidiano. Um trabalho voltado para formação dessa competência visa

2 XII Encontro Nacional de Educação Matemática


ISSN 2178-034X
Educação Matemática na Contemporaneidade: desafios e possibilidades
Sociedade São Paulo – SP, 13 a 16 de julho de 2016
Brasileira de
Educação
Matemática COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA

desenvolver a criatividade e potencializar a capacidade dos estudantes frente a resolução de


situações novas (D’AMBROSIO, 2005b).
A competência materacia adequa-se perfeitamente aos caminhos indissociáveis que o
ensino de matemática na educação básica devem seguir, que são: a utilização da matemática
como um modelo de explicação da realidade, isto é, como uma ferramenta para resolução de
problemas nas diversas atividades do cotidiano, bem como nas outras áreas do conhecimento;
e ainda como uma ciência de características e métodos próprios, que desempenha atualmente
um papel fundamental no desenvolvimento da Ciência e da Tecnologia (BRASIL, 2006).
A literacia oferece aos indivíduos os instrumentos comunicativos necessários para
lidarem com situações inerentes a sociedade atual. Esse conceito está diretamente relacionado
às diversas formas e estratégias de linguagem e comunicação dos seres humanos.
Segundo o Dicionário Houaiss, o termo linguagem consiste “[...] qualquer meio
sistemático de comunicar ideias ou sentimentos através de signos convencionais, sonoros,
gráficos, gestuais etc. [...]” (HOUAISS, 2008, p.1050).
Discutindo o processo de realização da linguagem, Sousa, Medeiros e Noronha (2014,
p. 6-7), baseadas em Bakhtin (1997), afirmam que “[...] a linguagem se realiza no diálogo, (...)
diálogo entre o eu e o outro, lembrando que podem ser muitos eus e muitos outros (identidade
e alteridade)”.
A partir dessa necessidade de diálogo, de comunicar-se através da linguagem, o ser
humano desenvolve e se utiliza diversos gêneros discursivos. Segundo Bakhtin (1997), ao se
adaptar as necessidades dos indivíduos de comunicação com seus pares, os gêneros
discursivos estão em constante adaptação e desenvolvimento.
Dentre os recursos de comunicação existentes, nosso enfoque de discussão serão os
memes. Além de recurso comunicativo, os memes, “[...] são gêneros textuais multimodais que
se estabeleceram nas redes sociais para divulgar questões situadas histórica e socialmente e
que sua circulação depende, muitas vezes, do assunto que causa mais euforia dentro da
sociedade [...]” (GONÇALVES, LIMA, LIMA, 2015, p.7).
Surgindo como aperfeiçoamento dos emoticons, os memes nascem com a finalidade
inicial de “[...] expressar as emoções nas situações em que faltam os meios não verbais,
expressar a sua atitude perante os assuntos tratados na conversa virtual” (JABLONKA, 2012,
p.112).

XII Encontro Nacional de Educação Matemática


ISSN 2178-034X
3
Educação Matemática na Contemporaneidade: desafios e possibilidades
São Paulo – SP, 13 a 16 de julho de 2016
Sociedade
Brasileira de
COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA Educação
Matemática

Dentre suas características principais, Recuero (2009) à luz de Dawkins (1979) e


Blackmore (1999), apresenta três aspectos essenciais, são eles: o da longevidade, que
corresponde a capacidade de permanecer em evidência por um período (relativamente curto)
de tempo; o da fecundidade, relativo a capacidade de gerar cópias; e o da fidelidade, que
consiste na capacidade de gerar cópias com mensagens adaptadas, mas que preservam
semelhanças ao meme original.
As novas formas de interação a partir de ambientes virtuais, em particular,
ocasionaram diversas mudanças nas relações sociais, bem como nas possibilidades de
combinação de instrumentos para a aprendizagem, isto é, no desenvolvimento da tecnocacia.
No que se refere ao ensino de Matemática, Brasil (2006) recomenda uma via de mão
dupla entre a Matemática e as tecnologias, a saber: a Matemática como ferramenta de
compreensão da tecnologia, que se refere ao no estudo de algoritmos matemáticos de forma
contextualizada, enfocando sua importância para o desenvolvimento de novas tecnologias; e a
tecnologia como ferramenta para compreensão da Matemática, que consiste na utilização das
tecnologias para o ensino-aprendizagem, avaliação e interação.
Tomando como enfoque o uso dos recursos tecnológicos digitais como ferramenta para
compreensão da Matemática que nos propomos a discutir as características e as
potencialidades dos memes relacionadas a Educação Matemática.
Na seção a seguir, explanaremos os aspectos metodológicos ligados a presente pesquisa.

3. Percurso metodológico

Para fins de coleta de dados, delimitamos a pesquisa pelos memes a rede social digital
Facebook. Empregando o mecanismo de busca da própria rede social, adotamos como
critérios: Uso da palavra-chave “Matemática” e a busca restrita a fanpages.
Tomando como critério para escolha das páginas aquelas com maior número de
seguidores no momento da pesquisa1, restringimos a busca a dez páginas, com resultados
descritos no Quadro 1 a seguir:

1
A busca foi realizada no dia 07/03/2016, entre 21h42min e 22h48min.

4 XII Encontro Nacional de Educação Matemática


ISSN 2178-034X
Educação Matemática na Contemporaneidade: desafios e possibilidades
Sociedade São Paulo – SP, 13 a 16 de julho de 2016
Brasileira de
Educação
Matemática COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA

Quadro 1: Fanpages ordenadas em função do número de seguidores

NOME DA PÁGINA SEGUIDORES

Toda a Matemática 190.499

Matemática Fácil 188.147

Matemática Rio com Prof. Rafael Procopio 140.988

Matemática para criança 102.214

DESAFIOS - Problemas e histórias da Matemática 84.101

Só Matemática 61.339

Matemática Depressão 59.436

Matemática da Depressão 52.776

Calcule Mais: Vídeo aulas de Matemática... 50.880

Matemática? Absolutamente 46.207

Após definição das fanpages, foram coletados três memes publicados mais
recentemente em cada uma das páginas, reunimos um conjunto de 30 memes.
No que se refere ao processo de análise dos memes selecionados, utilizamos como
suporte uma adaptação do método de análise de imagens desenvolvido por Panofsky (1986).
Tendo como enfoque a análise de pinturas, Panofsky (1986) sugere que as imagens
sejam analisadas em três níveis de profundidade, a saber: descrição pré-iconográfica, que
consiste numa descrição primária para identificação de aspectos ligados a imagem; descrição
iconográfica, que tem como enfoque identificar o tema e estudar o significado da imagem; e a
interpretação iconológica, que exige uma interpretação e síntese da imagem a partir do
contexto em que foi criada.
Concluídas as análises dos dados, os memes foram classificados segundo as seguintes
categorias: finalidades em relação a Matemática e potencialidades para a Educação
Matemática.
Reservaremos a seção seguinte para discussão e análise dos memes segundo os
pressupostos teóricos e metodológicos descritos até aqui.

XII Encontro Nacional de Educação Matemática


ISSN 2178-034X
5
Educação Matemática na Contemporaneidade: desafios e possibilidades
São Paulo – SP, 13 a 16 de julho de 2016
Sociedade
Brasileira de
COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA Educação
Matemática

4. Resultados e discussões

Discutindo primeiramente a finalidade dos memes selecionados, percebemos


basicamente três enfoques entre os que compunham o rol de análise, a saber:

• Desafiar: Reuniu memes que apresentavam problemas matemáticos no formato de questões


ou de situações contextualizadas;
• Informar: Memes que visavam apresentar informações históricas ou fórmulas matemáticas
ou curiosidades matemáticas;
• Entreter: Formado por memes que tinham como enfoque o humor, empregando trocadilhos
e situações cômicas ligadas a Matemática.

Os resultados quantitativos para cada uma das categorias foram: desafiar (43,3%),
informar (30%) e entreter (27,7%). A título de ilustração, apresentaremos a seguir um dos
memes pertencente a subcategoria de maior recorrência:

Figura 1: Meme com finalidade de desafiar

Com a popularização dos smartphones, a disponibilização de internet via wi-fi tem


sido cada vez mais comum em espaços públicos e privados. Por conta disso, surgem no
âmbito desses locais avisos sinalizando a existência de internet e sua respectiva senha de
acesso.

6 XII Encontro Nacional de Educação Matemática


ISSN 2178-034X
Educação Matemática na Contemporaneidade: desafios e possibilidades
Sociedade São Paulo – SP, 13 a 16 de julho de 2016
Brasileira de
Educação
Matemática COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA

É nesse
contexto que o meme acima descrito se insere. Nota-se que o meme apresenta a senha como a
resposta a uma “equação”, que exige o conhecimento de vários símbolos e conceitos
matemáticos. Assim, o viés humorístico surge justamente no desafio para obtenção da senha,
em virtude da complexidade para solução da “equação”. Uma evidencia que mostra que o
criador do meme teve o enfoque apenas de tornar a possibilidade de obtenção da senha
complexa foi a pouca preocupação de tornar a “equação” coerente e resolvível.
No que se refere as potencialidades dos memes enquanto recursos didáticos para a
Educação Matemática, 26 (vinte e seis) deles foram organizados em função das seguintes
subcategorias: Enunciados de problemas (69,2 %), História e Filosofia da Matemática (15,4
%), Formação pedagógica de professores (7,7 %), Memorização de fórmulas ou conceitos
(7,7 %).
A figura 2 a seguir apresenta um dos meme que tinha tem como potencialidade compor
o enunciado de um problema matemático:

Figura 2: Meme da subcategoria enunciados de problemas

As velas (no formato de números que correspondem a idade) e o bolo caracterizam a


comemoração de um aniversário. Colocando-se de forma improvisada2, seja para tornar a
imagem engraçada ou por não dispor dos algarismos para representar a idade do indivíduo
aniversariante, o meme possui ainda um questionamento em sua parte superior, que instiga o
leitor a solucionar o problema matemático. A adaptação do meme enquanto enunciado de um
problema matemática se coloca

2
Duas pequenas velas no formato de um “x” representando o símbolo de multiplicação e o algarismo 1 colocado
na horizontal, simbolizando o sinal de subtração.

XII Encontro Nacional de Educação Matemática


ISSN 2178-034X
7
Educação Matemática na Contemporaneidade: desafios e possibilidades
São Paulo – SP, 13 a 16 de julho de 2016
Sociedade
Brasileira de
COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA Educação
Matemática

como uma
forma de diversificar os formatos das questões, além de agregar o humor e um recurso
comunicativo contemporâneo ao processo de aprendizagem de Matemática.
Representando a subcategoria História e Filosofia da Matemática, apresentamos na
figura 33 outro exemplo de meme:

Figura 3: Meme da subcategoria História e Filosofia da Matemática

Como se pode notar, o meme apresenta uma pergunta que exige conhecimentos
básicos de matemática (tanto é que foi respondida corretamente por uma criança de 6 anos!),
contudo é respondida de diferentes formas pelos personagens, que representam estereótipos
de diversos grupos.
Uma das potencialidades do meme para discussão, sobretudo no âmbito da Filosofia da
Matemática, consiste em apresentar diversas falas estereotipadas de profissionais que utilizam

3
Uma tradução do meme seria:
6 anos de idade: 2!
Filósofo: Indução é impossível.
Cientista Computador: Ei, Ei... Adição é trabalho de máquina.
Matemático: Defina “1”.
Físico: Aproximadamente... Cerca de mil.

8 XII Encontro Nacional de Educação Matemática


ISSN 2178-034X
Educação Matemática na Contemporaneidade: desafios e possibilidades
Sociedade São Paulo – SP, 13 a 16 de julho de 2016
Brasileira de
Educação
Matemática COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA

a Matemática como
objeto, direto ou indireto, de estudo. Quando o filósofo afirma, por exemplo, que indução é
impossível. O personagem não representa o pensamento de todas as correntes filosóficas.
Nesse sentido, a fala poderia ser um elemento deflagrador de uma reflexão e investigação das
principais escolas de pensamento matemático.
Outro aspecto relevante consiste na utilidade da Matemática para outras áreas do
conhecimento. Uma discussão sobre esse tema pode, por exemplo, refletir sobre os motivos
que levaram o físico a tomar uma aproximação tão grande (sem desconsiderar que o exagero
foi usado para tornar a fala engraçada). Ou ainda a compreender o porquê que o matemático
pediu que número “1” fosse definido.
Finalizadas as discussões sobre os memes que representaram as categorias mais
recorrentes, a seção a seguir fará algumas conclusões finais sobre o tema.

5. Considerações Finais

A emergência das redes sociais digitais ampliaram ainda mais a gama de recursos
comunicativos disponíveis na atualidade. É nesse contexto que os memes surgiram como
gêneros textuais promissores em virtude de seu forte apelo visual, por apresentar mensagens
sintetizadas e quase sempre associadas ao humor.
O presente trabalho procurou discutir os modos como os memes vêm retratando a
Matemática e algumas potencialidades desses recursos para a Educação Matemática, a partir
da coleta e análise de memes em páginas da rede social Facebook relacionadas a Matemática.
Ao analisar os memes que tinham como tema principal a Matemática, percebemos
finalidades diversas, ligadas: a apresentação de desafios matemáticos, informações históricas,
de fórmulas, de curiosidades e para o entretenimento. Esse fato evidencia que os memes se
constituem não apenas para fins humorísticos, mais ainda para mostrar informações
importantes ligadas a Matemática e estimular o leitor a resolver problemas.
No que se refere as suas potencialidades para a Educação Matemática, verificamos que
os memes podem se constituir como enunciados de questões, elementos para instigar
discussões na formação pedagógica, histórica e filosófica relacionada a Matemática e ainda
para memorização de conceitos. Essas possibilidades já identificadas são apenas um recorte
das diversas aplicações que os memes podem ter para as investigações e a prática em sala de
aula.

XII Encontro Nacional de Educação Matemática


ISSN 2178-034X
9
Educação Matemática na Contemporaneidade: desafios e possibilidades
São Paulo – SP, 13 a 16 de julho de 2016
Sociedade
Brasileira de
COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA Educação
Matemática

A necessidade de formação de competências ligadas a matemática (materacia), a


leitura e a escrita (literacia) e as tecnologias (tecnocacia) coloca os memes como uma
possibilidade promissora para o ensino e aprendizagem de Matemática. Considerando a
incipiência de pesquisas em Educação Matemática que tomam esse tema como objetivo de
estudo, torna-se necessário ampliar as discussões sobre o tema no intuito de desmistificar
alguns estereótipos negativos associados a Matemática que são disseminados na internet e
auxiliar na divulgação da atividade inerente a essa disciplina.

6. Referências

BAKHTIN, M. M. Estética da criação verbal. Livraria Martins Fontes, 1997.

BRASIL. Ministério da Educação. Orientações Curriculares para o Ensino Médio:


Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias. Brasília: MEC/SEB, 2006.

D’AMBROSIO, U. Etnomatemática: Elo entre as tradições e a modernidade. Belo


Horizonte: Autêntica, 2ª ed., 2005a.

______. Educação numa era de transição. Revista Matemática & Ciência, a. 1, n.1, abr.,
2005b, p.8-18.

GONÇALVES, C. J. S. L; LIMA, A. M. P.; LIMA, E. N. P. Os memes e a mediação no


ensino de leitura, In: COLÓQUIO NACIONAL DE HIPERTEXTO, 2015, Fortaleza.
Anais… Fortaleza, 2015, Colóquio Nacional de Hipertexto, IV, 2015, p.1-8.

HOUAISS, A. et al. Grande dicionário da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetivo,


2008.

JABLONKA, E. Do emoticon ao meme: evolução dos símbolos na comunicação virtual. Acta


Semiótica et Lingvistica, v. 17, n. 1, 2012.

PANOFSKY, E. Iconografia e Iconologia: Uma introdução ao estudo da arte da Renascença.


In: PANOFSKY, E. Significado das artes visuais. Tradução: Maria Clara F. Kneese e J.
Guinsburg. São Paulo: Perspectiva, 2 ed., 1986, p. 47-65.

RECUERO, R. Redes sociais na internet. Porto Alegre: Sulina, 2009.

SOUSA, A. C. G.; MEDEIROS, J. E. de.; NORONHA, C. A. Mikhail Bakhtin e o ensino de


matemática: construções teórico-metodológicas em um grupo de estudos. In: III
SEMINÁRIO DE ESCRITAS E LEITURAS EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA, 2014,
Lavras. Anais... Lavras, 2014, p.1-16.

10 XII Encontro Nacional de Educação Matemática


ISSN 2178-034X

Você também pode gostar