O Desafio Do Conhecimento Pesquisa Qualitativa em Saude Minayo

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 282

Saúde em Debate 46

direção de
Gastão Wagner de Sousa Campos
Maria Cecília de Souza Minayo
Marco Akerman
Marcos Drumond Júnior
ara Maria de Car!al"o
SA#D$ $M D$%A&$
&'&()*S $M CA&+)*G*
Epidemiologia da Desigualdade, C,sar G- .ictora/ 0ernando C- %arros 1 J- 2atrick .aug"an
Educação Médica e Capitalismo, )ilia %lima Sc"rai3er
Epidemiologia da Saúde Infantil (um Manual paa Diagn!sticos Comunit"ios#, 0- C- %arros 1 C- G- .ictora
Mul$ees% &Sanitaistas de 'és Descalços&, 4elsinaMelo de *li!eira Dias
* Desafio do Con$ecimento% 'esuisa )ualitati*a em Saúde, Maria Cecília de Souza Minayo
+efoma da +efoma% +epensando a Saúde, Gastão Wagner de Sousa Campos
Epidemiologia paa Municpios, -. 2- .aug"an 1 5- 6- Morro7
Distito Sanit"io% / 'ocesso Social de Mudança das '"ticas Sanit"ias do S0S, $ug8nio .ilaça Mendes 9org-:
)uest1es de 2ida% 3tica, Cincia e Saúde, Gio!anni %erlinguer
/ Médico e Seu 5abal$o% imites da ibedade, )ilia %- Sc"rai3er
+udo% +iscos e'e*enção, (3iratan 2aula Santos ei ai- ; ; < - = >->?->
Infomaç1es em Saúde% Da '"tica 7agmentada ao E8eccio da Cidadania, liara 6- S- de Moraes ->@ ? ; < - ;@ B);
Sabe 'epaa uma 'esuisa, A-<2- Contandriopoulos et ai- ><> <??- E !<
/s Estados 9asileios e o Dieito : Saúde, Sueli G- Dallari ; < =;% -F;
>ma ?ist!ia da Saúde 'ública, George 5osen
5ecnologia e /gani@ação Social das '"ticas de Saúde, 5icardo %runo Mendes<Gonçal!es
/s Muitos 9asis% Saúde e 'opulação na Década de AB, Maria Cecília de Souza Minayo 9org-:
Da Saúde e das Cidades, Da!id Capistrano 0il"o
ids% 'esuisa
ids% 3tica, Medicina
Social ee Educação,
5ecnologia,Dina
DinaCzeresnia
Czeresniaetetai-
ai-9orgs-:
9orgs-:
Matenidade% Dilema ente ascimento e Mote, Ana Cristina d>Andretta &anaka
Mem!ia da Saúde 'ública.  7otogafia como 5estemun$a, Maria da 2en"a C- .asconcelios 9coord-:
2el$os e o*os Males da Saúde no 9asil%  E*olução do 'as e de Suas Doenças, C- A- Monteiro 9org-:
Dilemas e Desafios das Cincias Sociais na Saúde Coleti*a, Ana Maria Canesui 9org-:
* &Mito& da ti*idade 5sica e Saúde, ara Maria de Car!al"o
Saúde  Comunicação% 2isbilidades e Silncios, +urea M- da 5oc"a 2itta
utição, 5abal$o e Sociedade, Solange .eloso .iana
>ma genda paa a Saúde, $ug8nio .ilaça Mendes
3tica da Saúde, Gio!anni %erlinguer
Sobe o +isco. 'aa Compeende e Epidemiologia, Jos, 5icardo de C- Mesuita Ayres
Cincias Sociais e Saúde, Ana Maria Canesui 9org-:
Conta a Maé : 9eia;Ma%  E8peincia do S>S em Santos, $ C- %- C ampos 1 C- M- 2- 6enriues 9orgs-:
 Ea do Saneamento. s 9ases da 'oltica de Saúde 'ública no 9asil, Gil3erto 6oc"man
* dulto 9asileio e as Doenças da Modenidade% Epidemiologia das Doenças CFnicas ão;5ansmiss*eis, Hnes )essa 9org-:
 /gani@ação da Saúde no *el ocal, $ug8nio .ilaça Mendes 9org-:
Mudanças na Educação Médica e +esidncia Médica no 9asil )aura 0euer7erker
 Mul$e, a Se8ualidade e o 5abal$o, $leonora Menicucci de *li!eira
 Educação dos 'ofissionais de Saúde da méica atina. 5eoia e '"tica de um Mo*imento de Mudança. G H >m /l$a
naltico, GG H s 2o@es dos 'otagonistas, MIrcio Almeida et ai 9orgs-: Sobe a Sociologia da Saúde, $!erardo Duarte 4unes
Educação 'opula e a tenção : Saúde da 7amlia, $ymard Mourão .asconcelos>m Método 'aa n"lise e Co;estão de Coleti*os, Gastão Wagner de Sousa Campos 
Cincia da Saúde, 4aomar de Almeida 0il"o
 2o@ do Dono e o Dono da 2o@% Saúde e Cidadania no Cotidiano 7abil, Jos, Carlos Cacau )opes Da te Dent"ia, Carlos %otazzo
Saúde e ?umani@ação% a E8peincia de C$apec!, Aparecida )in"ares 2imenta 9org-:  Saúde nas 'ala*as e nos estos% +efle81es da +ede de Educação 'opula e Saúde,
$ymard .asconcelos Municipali@ação da Saúde e 'ode ocal% SuJeitos, toes e 'olticas, Sil!io 0ernandes da Sil!a  Co;gem do 'S7,Maria 0Itima de Souza
gentes Comunit"ios de Saúde% C$oue de 'o*o, Maria 0Itima de Souza Saúde% Catogafia do 5abal$o 2i*o,$merson $lias Mer"y
lém do Discuso de Mudança na Educação Médica% 'ocessos e +esultados, )aura 0euer7erker 5endncias de Mudanças na 7omação Médica no 9asil% 5ipologia das
Escolas, Jadete %ar3osa )ampert * 'laneJamento no abiinto% >ma 2iagem ?emenutKa,+osana *nockoCamposSaúde 'aidéia, Gastão Wagner de Sousa Campos
9iomedicina, Sabe  Cincia% >ma bodagem Ctica, ennet" 5oc"eí de Camargo Jr- Epidemiologia nos Municpios% Muito lém das omas, Marcos Drumond Júnior 
'sicateapia Institucional e o Clube dos Sabees, Art"ur 6yppKiito de Moura Epidemiologia Social% Compeensão e Ctica, DEalma Agripino de Melo 0il"o * 5abal$o em
Saúde%
A /l$ando
5$)AL* e E8peienciando
D*S D$MAHS )H.5*S DAo C*)$L*
S>S no Cotidiano,
S AND$ $M $merson
D$%A&$$lias Mer"y4*
AC6A<S$ et 0HM
ai D* )H.5*-
-J
O
h-1
O
£ >
I—'. ■ ■

£L O
5-' n
pr. O
wn
HO
'/, >
aG
>a
O m X
CL
(
TO C
» H o
5, r,
a•
—' n H N
ac i
n
a tu
>
a
s
n £
a » !,
TO

a" #a >
oo $ p
C% a
#

& o

%
to
a (
Vi
)
H-" *J '

O +-
MA5HA C$C')HA D$ S*(OA MH4A*
* D$SA0H* D* C*46$CHM$4&* 2esuisa
Pualitati!a em Saúde
*H&A.A $DHL*
Sociedade Unificada Paulista de Ensino Renovado Objetivo - SUPERO
Oaía
\&\S!\O" a," 6% +o, JT'
#$-S%\S
&. 0 Chama0a
r2$tra0o par

,£3>-
c
<;.
()&-íí*-" +t
4 f.
\
+ 
//
\, uN\?.y
$DH&*5A 6(CH&$C São 2aulo/ QRR
T Direitos autorais/ QRR/ de Maria Cecília de Souza Minayo-
T Direitos de pu3licação reser!ados por
Aderaldo 1 5ot"sc"ild $ditores )tda-/
5ua João Moura/ UU < RVQ<RR São 2aulo/ %rasil-
&el-F0aX? 9VV :URYU<Z[-
9VV :UR\R<[QZU 9atendimento ao consumidor:
$<mail? lerereler]"ucitec-com-3r 6ome<page? 777-"ucitec-com-3r
DepKsitos )egais e^etuados-
Dados internacionais de Catalogação na 2u3licação 9CH2: 9Sandra 5egina .itzel Domingues:
M \V Minayo/ Maria Cecília de Souza
* desa^io do con"ecimento? pesuisa ualitati!a em saúde- F Maria Cecília de Souza Minayo- _ Y- ed- _ São 2aulo? 6ucitec/ QRR-

Q\[ p- Q cm- _ 9Saúde em De3ate \: %i3liogra^ia? p- QVV -< HS%4 YV<QZ<RY<V <; <<
- 2esuisas Sociais _ Metodologia Q- Saúde 2ú3lica _ 2esuisa H- &ítulo 6- S,rie
CDD < \-RZQ
índice para catIlogo sistemItico?
-
Q- 2esuisas
2esuisas?Sociais? Metodologia
Saúde 2ú3lica \-RZQ
\-RZQ
S(M+5H*
Intodução * D$SA0H* D* C*46$CHM$4&* [ Captulo G
H4&5*D(L* ` M$&*D*)*GHA D$ =
2$SP(HSA S*CHA) [
Captulo L 0AS$ $2)*5A&b5HA DA 2$SP(HSA Y[
Captulo  0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* RV Captulo 4 0AS$ D$
A4+)HS$ *( &5A&AM$4&* D*
MA&$5HA) [Z
Conclusão Q[
9ibliogafia QVV

<  & H4&5*D(L*
* D$SA0H* D* C*46$CHM$4&*
-><</<> ;A última coisa ue se encontra ao ^azer uma o3ra , o ue se de!e colocar em primeiro lugar; 92ascal/ 'ensée, ^rase n-; [:
pois ;sendo então todas as coisas causadas e causadoras/ aEudadas e aEudantes/ mediata e imediatamente/ e todas se relacionando por
um !ínculo natural e insensí!el ue liga as mais a^astadas e mais di^erentes/ creio ser tão impossí!el con"ecer as partes sem
con"ecer o todo como con"ecer o <? todo/ sem con"ecer particularmente as partes; 92ascal/ 'en;;--?? ;NOPN; sée, ^rase n-
ZU:-
.-..-•.. - ->',:. ■:- . ■ '::■^'"■'•«ífjísi
IQi D$4&5* da dial,tica tão 3em eXpressa por 2ascal e citada em epígra^e ue se introduz o presente
tra3al"o/ uma proposta teKrico<metodolKgica para a3ordagem ualitati!a das relaçfes sociais ue
in^ormam o campo da Saúde- $m3ora pouco a pouco a pro3lemItica !I se desdo3rando/ este estudo se
organiza dentro de alguns pontos ^undamentais ue perpassam o conEunto das uestfes tratadas/ uais
seEam/ a natureza do social as relaçfes entre indi!íduo e sociedade entre ação/ estrutura e signi^icados
entre suEeito e o3Eeto entre ^ato e !alor entre realidade e ideologia e a possi3ilidade do con"ecimento/
!isto so3 o prisma de algumas correntes sociolKgicas- 2or constituir um tra3al"o de metodologia/ , so3
esse ngulo ue a pro3lemItica citada toma corpo e se eXplicita nos di^erentes ní!eis de a3ordagem da
realidade/ atingindo a discussão dos m,todos e t,cnicas de pesuisa- A partir desse ponto de !ista tenta<se
introduzir alguns eiXos de re^leXão/ eXplicitando o camin"o seguido pelo presente estudo- &oda a
pro3lemItica aui a3ordada tem como espaço pri!ilegiado de interrogação a prItica de pesuisa/ ue se
3usca
9
R * D$SA0H* D* C*46$CHM$4&*
re^erenciar como a ati!idade ^undamental na produção do con"ecimento-
4a !erdade este estudo se constitui numa pro3lematização de conceitos usualmente empregados para a
construção do con"ecimento e numa teorização so3re a prItica de pesuisa/ entendendo<se ue nem a
teoria e nem a prItica são isentas de interesse/ de preconceito e de incursfes su3Eeti!as- Con^orme ad!erte
%ourdieu/ &R9 teoria da prItica ue aparece como condição de uma ci8ncia rigorosa das prIticas/ não ,
menos teKrica; 9[ZQ/VZ: o pri!il,gio presente em toda ati!idade teKrica supfe um corte epistemolKgico
e um corte social e am3os go!ernam sutilmente essa realidade 9[ZQ/ VY:/ portanto/ ualuer
in!estigador de!e colocar em uestão os pressupostos inerentes a sua ualidade de o3ser!ador eXterno
ue tende a importar para o o3Eeto os princípios de sua relação com a realidade/ incluindo<se aí suas
rele!ncias 9[ZQ/ \R:- Dentro desse espírito/ tenta<se tra3al"ar o conceito de Metodologia/ ^ugindo/ de
um lado/ dauelas a3ordagens apenas teKricas ue não c"egam a en^rentar a prItica de pesuisa de outro/
dauelas concepçfes
dominada ue considerameoindependente
e aplicada indistintamente la3or da in!estigação como uma
dos pressupostos tecnologia
teKricos ue aneutra/ isenta/ a ser
sustentam-
* o3Eeto principal de discussão são as Metodologias de 'esuisa )ualitati*a entendidas como auelas
capazes de incorporar a uestão do SHG4H0HCAD* e da H4&$4CH*4A)HDAD$ como inerentes aos atos, :s
elaç1es, e hs estutuas sociais, sendo essas últimas tomadas tanto no seu ad!ento uanto na sua
trans^ormação/ como construçfes "umanas signi^icati!as-
A introdução dessa de^inição insere conse8ncias teKricas e prIticas na a3ordagem do social- A primeira
delas , uma interrogação so3re a possi3ilidade de se considerar cientí^ico ou não um tra3al"o de
in!estigação/ ue ao le!ar em conta os ní!eis mais pro^undos das relaçfes sociais/ não pode
operacionalizI<los em números e !ariI!eis/ crit,rios usualmente aceitos para emitir Euízo de !erdade no
campo intelectual- *ra/ essa uestão remete hs prKprias entran"as do positi!ismo sociolKgico ue apenas
recon"ece como ci8ncia a ati!idade ;o3Eeti!a;/ capaz de traçar as leis ue regem os ^enjmenos/
menosprezando os aspectos c"amados ;su3Eeti!os;/ impossí!eis de serem
* D$SA0H* D* C*46$CHM$4&* 
sintetizados em dados estatísticos- 4o entanto/ o prKprio positi!ismo tenta tra3al"ar a ;ualidade do
social; seEa 3uscando su3stanti!I<lo em !ariI!eis/ seEa/ atra!,s do estrutural<^uncionalismo/ ^ocalizando
os produtos da interação social como componentes ^uncionais da realidade/ e tratandoos como entidades
passí!eis de estudo/ independentemente de sua constituição pelos indi!íduos-
$m oposição ao 2ositi!ismo/ a pergunta so3re o ualitati!o , respondida de ^orma di^erente pela
Sociologia Compreensi!a/ ue/ como o prKprio nome indica/ coloca como tare^a das Ci8ncias Sociais a
compreensão da realidade "umana !i!ida socialmente e totalmente di!ersa do mundo das ci8ncias
naturais- $m suas di^erentes mani^estaçfes como a 0enomenologia/ a $tnometodologia/ o Hnteraciona<
lismo Sim3Klico/ o SHG4H0HCAD* , o conceito central para a anIlise sociolKgica- 4uma oposição ^rontal ao
positi!ismo/ a sociologia compreensi!a propfe a su3Eeti!idade como ^undante do sentido e de^ende<a
como constituti!a do social e inerente ao entendimento o3Eeti!o- $ssa corrente não se preocupa de
uanti^icar/
ati!idade mas decriadora/
"umana lograr eXplicar
a^eti!a os meandrosue
e racional/ daspode
relaçfes sociais consideradas
ser apreendida atra!,s do ess8ncia
cotidiano/e da
resultado da e
!i!8ncia/
da eXplicação do senso comum- *s pro3lemas da corrente compreensi!ista se encontram na atomização
da realidade na anIlise dos grupos sociais como uma totalidade nela mesma/ e na aus8ncia uase total de
discussfes re^erentes a pro3lemas estruturais- Sua concentração nos signi^icados , a3soluta/ le!ando<as a
menosprezar a 3ase material do uni!erso sim3Klico-
0azendo uma síntese so3re a uestão ualitati!a/ superior ao positi!ismo a hs a3ordagens
compreensi!istas/ a dial,tica marXista a3arca não somente o sistema de relaçfes ue constrKi o modo de
con"ecimento eXterior ao suEeito/ mas tam3,m as representaçfes sociais ue constituem a !i!8ncia das
relaçfes o3Eeti!as pelos atores sociais/ ue l"e atri3uem signi^icados- 0rente h pro3lemItica da uantidade
e da ualidade a dial,tica assume ue a ualidade dos ^atos e das relaçfes sociais são suas propriedades
inerentes/ e ue uantidade e ualidade são inseparI!eis e interdependentes/ ense<Eando<se assim a
dissolução das dicotomias uantitati!oF ualitati!o/ macroFmicro/ interioridade e eXterioridade com ue se
de3atem as
Q * D$SA0H* D* C*46$CHM$4&*
di!ersas correntes sociolKgicas- Com relação aos signi^icados/ a anIlise dial,tica os considera como parte
integrante da totalidade ue de!e ser estudada tanto ao ní!el das representaçfes sociais como das
determinaçfes essenciais- So3 esse en^oue/ não se compreende a ação "umana independente do
signi^icado ue l"e , atri3uído pelo autor/ mas tam3,m não se identi^ica essa ação com a interpretação
ue o ator social l"e atri3ui- 2ortanto/ em relação ã a3ordagem ualitati!a/ o m,todo dial,tico/ como diz
Sartre/ ;recusa<se a reduzir- $le ultrapassa conser!ando; 9[ZY/ ZZ:- Demonstra sua superioridade
precisamente pela capacidade de incorporar as ;!erdades parciais; das outras correntes/ criticando e
negando suas limitaçfes- 2erce3e a relação inseparI!el entre mundo natural e social entre pensamento e
3ase material entre o3Eeto e suas uestfes entre a ação do "omem como suEeito "istKrico e as
determinaçfes ue a condicionam- *s princípios de especificidade $ist!ica e de totalidade l"e con^erem
potencialidade/ para/ do ponto de !ista metodolKgico/ apreender e analisar os acontecimentos/ as relaçfes
e cada momento
difeenciação l"ecomo etapatra3al"ar
permitem de um processo/
o carItercomo parte de um de
de antagonismo/ todo- *s crit,rios
con^lito de comple8idade
e de cola3oração entre ose de
grupos sociais/ e no interior de cada um deles/ e pensar suas relaçfes como múltiplas em seus prKprios
ngulos/ intercondicionadas em seu mo!imento e desen!ol!imento interior e interagindo com outros
^enjmenos ou grupos de ^enjmenos-
A a3ordagem dial,tica por,m estI pouco desen!ol!ida/ particularmente no ue concerne ao ponto de
partida das representaçfes sociais- Hsso le!a a ue os estudos su3stanti!os realizados a partir dessa
perspecti!a seEam um desa^io ue en^renta o pesuisador/ pois eXige dele uma superação dos
instrumentos de pesuisa usualmente empregados pelas correntes compreensi!istas ou ^uncionalistas/ e a
inclusão dos SHG4H0HCAD*S na totalidade "istKrico<estrutural-
A discussão crítica do conceito de ;Metodologias Pualitati!as; nos induz a pensI<las não como uma
alternati!a ideolKgica hs a3ordagens uantitati!as/ mas a apro^undar o carIter do social e as di^iculdades
de construção do con"ecimento ue o apreendem de ^orma parcial e inaca3ada- As di^erentes teorias ue
a3rangem 9cada uma delas: aspectos particulares e relegam outros/ nos re!elam o
* D$SA0H* D* C*46$CHM$4&* U
ine!itI!el im3ricamento entre con"ecimento e interesse/ entre condiçfes "istKricas e a!anço das ci8ncias/
entre identidade do pesuisador e seu o3Eeto/ e a necessidade indiscutí!el da crítica interna e eXterna na
o3Eeti!ação do sa3er- * prKprio termo ;Metodologias Pualitati!as; consagra uma imprecisão/ uma
di^iculdade "istKrica das teorias de se posicionar ^rente h especi^icidade do social- $le supfe uma
a^irmação da ualidade contra a uantidade/ re^letindo uma luta teKrica entre o positi!ismo e as correntes
compreensi!istas em relação h apreensão dos signi^icados- Se entendermos a interdepend8ncia e a
insepara3ilidade entre os aspectos uanti^icI!eis e a !i!8ncia signi^icati!a da realidade o3Eeti!a no
cotidiano/ !eremos a re^erida denominação como redundante e mesmo parcial- A noção de Metodologia
de 2esuisa Social _ não ^ossem as conotaçfes "istoricamente mediadas do primeiro termo _ seria
su^iciente para uali^icar o campo de a3ordagem das relaçfes sociais/ a3rangente de seus aspectos
estruturais e da !isão ue os atores sociais proEetam dessas relaçfes-
&razendo o de3ate
semel"antes do ;ualitati!o;
hs do m3ito maior daspara o campo
Ci8ncias da Saúde/
Sociais- Hsso sepresencia<se o eclodir
de!e ao ^ato/ de uestfes
em primeiro lugar/ de ue a
saúde não institui nem uma disciplina nem um campo separado das outras instncias da realidade social-
2or isso/ tanto no ue concerne h pro3lemItica teKrica uanto h metodolKgica ela estI su3metida hs
mesmas !icissitudes/ a!anços/ recuos/ interrogaçfes e perspecti!as da totalidade sociolKgica da ual ^az
parte 9Apezec"ea? [YV/ \<ZQ:- A sua especi^icidade , dada pelas in^leXfes sKcio<econjmicas/
políticas e ideolKgicas relacionadas ao sa3er teKrico e prItico so3re saúde e doença/ so3re a
institucionalização/ a organização/ administração e a!aliação dos ser!iços e a clientela dos sistemas de
Saúde- Dentro<desse carIter peculiar estI sua a3rang8ncia multidisciplinar e estrat,gica- Hsto ,/ o
recon"ecimento de ue o campo da Saúde se re^ere a uma realidade compleXa ue demanda
con"ecimentos distintos integrados e ue coloca de ^orma imediata o pro3lema da inter!enção- 4este
sentido/ ele reuer como essencial uma a3ordagem dial,tica ue compreende para trans^ormar e cuEa
teoria/ desa^iada pela prItica/ a repense permanentemente-
* recon"ecimento da especi^icidade do setor saúde não retira/
 * D$SA0H* D* C*46$CHM$4&*
por,m/ sua cumplicidade com a pro3lemItica social mais ampla/ seEa no campo da realidade empírica
9pois a uestão da saúde en!ol!e o conEunto das relaçfes sociais !i!enciadas nas Ireas da produção e das
condiçfes de produção:/ seEa no m3ito conceituai/ onde o especí^ico estI atra!essado por distintas
posiçfes ^ace hs possi3ilidades de organização da !ida social- &eoricamente isso signi^ica di^iculdades de
aproXimação do o3Eeto/ de !encer dicotomias analíticas/ de se mo!er no terreno da totalidade das
dimensfes ue o ^enjmeno saúdeFdoença re!ela e oculta- Creio ue a cristalização dessas limitaçfes estI
na prKpria conceituação de termos como ;Saúde 2ú3lica; ou ;Saúde Coleti!a;- * primeiro/ consagra uma
dimensão reducio<nista de direção e de inter!enção do $stado numa Irea social mais ampla e compleXa
do ue a de^inida pelas prIticas sanitIrias o^iciais- * segundo termo , tam3,m am3íguo e inespecí^ico-
Donnangelo 9[YU/[<Q: e Mer"y 9[YV/ Q: detectam a imprecisão do adEeti!o ;coleti!o; para
conceituar o campo da saúde/ por causa da ampla conotação ue comporta e pela relação de eXterioridade
ue esta3elece
$ssa ^rente
am3igidade ao o3Eeto-
se torna muito presente em &eiXeira 9[YV/ YZ<R[: uando a autora considera ;Saúde
Coleti!a; como um conceito operacional prKprio do campo de aplicação das Ci8ncias Sociais h Saúde
para analisar os ;corpos sociais; 9classes/ grupos e relaçfes: em suas relaçfes "istKrico<estruturais- Sem
entrar no m,rito do redu<cionismo ue aí se processa em relação h a3rang8ncia do social e em relação h
delimitação do espaço da saúdeFdoença no ;corpo;/ ainda ue ;corpo social;/ tenta<se realizar/ neste
estudo/ uma ampliação do conceito sociolKgico de saúde ue a3ranEa a totalidade das relaçfes ue cont8m
e se eXpressam no cultural/ lem3rando com %oltanski ue?
;*s determinismos sociais não in^ormam Eamais o corpo de maneira imediata/ atra!,s de uma ação ue se
eXerceria diretamente so3re a ordem 3iolKgica sem a mediação do cultural ue os retraduz e os trans^orma
em regras/ em o3rigaçfes/ em proi3içfes/ em repulsas ou deseEos/ em gostos e a!ersfes; 9[Z[/[:-
* D$SA0H* D* C*46$CHM$4&* V
&al como , pensado neste tra3al"o/ o conceito sociolKgico de Saúde ret,m ao mesmo tempo suas
dimensfes estruturais e políticas e cont,m os aspectos "istKrico<culturais de sua realização- Como
ualuer tema a3rangente do cultural/ a saúde sK pode ser entendida dentro de uma sociologia de classe-
2or,m dentro de uma sociologia de classe ue? (a# possua instrumentos para perce3er o carIter de
a3rang8ncia das !isfes dominantes 9pois as classes se encontram entre si/ no seio de uma sociedade em
relação e com pro3lemas de aculturação recíproca: (b# perce3a tam3,m a especi^icidade dos sistemas
culturais e de su3culturas dominadas em suas relaçfes contraditKrias com a dominação (c# de^ina a
srcem e a "istoricidade das classes na estrutura do modo de produção (d# conce3a sua realização tanto
nos espaços ^ormais da economia e da política como nas matrizes essenciais da cultura como a ^amília/ a
!izin"ança/ os grupos etIrios/ os grupos de lazer etc/ considerando como espaços inclusi!os de con^litos/
contradiçfes/ su3ordinação e resist8ncia tanto as unidades de tra3al"o como o 3airro/ o sindicato como a
casa/ a consci8ncia
conceito como o seXo/
de Saúde demarca<se umaespaçamento
política comoradical?
a religião- Hntroduzindo
ela amplia a cultura
e cont,m na de^inição
as articulaçfes do
da realidade
social- 2ensada assim/ cultura não , um lugar su3Eeti!o/ ela a3range uma o3Eeti!idade com a espessura
ue tem a !ida/ por onde passa o econjmico/ o político/ o religioso/ o sim3Klico e o imaginIrio- $la , o
locus onde se articulam os con^litos e as concessfes/ as tradiçfes e as mudanças e onde tudo gan"a
sentido/ ou sentidos/ uma !ez ue nunca "I apenas um signi^icado-
A saúde enuanto uestão "umana e eXistencial , uma pro3lemItica compartil"ada indistintamente por
todos os segmentos sociais- 2or,m as condiçfes de !ida e de tra3al"o uali^icam de ^orma di^erenciada a
maneira pela ual as classes e seus segmentos pensam/ sentem e agem a respeito dela- Hsso implica ue/
para todos os grupos/ ainda ue de ^orma especí^ica e peculiar/ a saúde e a doença en!ol!em uma
compleXa interação entre os aspectos ^ísicos/ psicolKgicos/ sociais e am3ientais da condição "umana e de
atri3uição de signi^icados- 2ois saúde e doença eXprimem agora e sempre uma relação ue perpassa o
corpo indi!idual e social/ con^rontando com as tur3ul8ncias do ser "umano enuanto ser total- Saúde e
doença são ^enjmenos
1
\ * D$SA0H* D* C*46$CHM$4&*
clínicos e sociolKgicos !i!idos culturalmente/ porue as ^ormas como a sociedade os eXperimenta/
cristalizam e sim3olizam as maneiras pelas uais ela en^renta seu medo da morte e eXorciza seus
^antasmas- 4este serttido saúdeFdoença importam tanto por seus e^eitos no corpo como pelas suas
repercussfes no imaginIrio? am3os são reais em suas conse8ncias- 2ortanto/ incluindo os dados
operaciona<lizI!eis e Eunto com o con"ecimento t,cnico/ ualuer ação de tratamento/ de pre!enção ou
de planeEamento de!eria estar atenta aos !alores/ atitudes e crenças dos grupos a uem a ação se dirige- 
preciso entender ue/ ao ampliar suas 3ases conceituais/ as ci8ncias sociais da saúde não se tornam menos
;cientí^icas;/ pelo contrIrio/ elas se aproXimam com maior luminosidade dos contornos reais dos
^enjmenos ue a3arcam-
De ualuer ^orma/ a a3ordagem social da saúde/ do ponto de !ista cultural e ualitati!o/ não constitui
uma ideologia e não institui uma posição uní!oca- 6istoricamente ela , perpassada tam3,m pelo de3ate
teKrico das ci8ncias sociais como EI se repetiu- * estrutural<^uncionalismo tem marcado a lin"a de
con"ecimento dos grupos ,tnicos e sociais a partir da antropologia/ so3retudo !inculado h ;medicina
tropical; e como su3sídio hs ;ci8ncias da conduta; 94unes? [YV/U<UU $strella? [YV/\<\[ Agudelo?
[YV/QRU<QUU:- Seu arrai<gamento no campo da saúde/ e!idencia/ entre outros pro3lemas/ o ^ato de ue as
prKprias 3ases do ^uncionalismo se espel"am no modelo 3iolKgico como metI^ora da sociedade-
2rocessa<se aí um e^eito circular em ue a 3iologia o^erece seu re^erencial h sociologia ue por sua !ez
l"e proporciona su3sídios h compreensão dos aspectos culturais da saúdeFdoença-  di^ícil a tra!essia do
espel"o > PP.;NP
Das a3ordagens ualitati!as/ a ^enomenologia , a ue tem tido maior rele!ncia na Irea da saúde- As
anIlises ^undamentadas em seus pressupostos t8m des!endado as concepçfes de saúdeFdoença como
culturalmente especí^icas/ a ar3itrariedade do $stado na imposição de padrfes culturais/ a relati!idade da
!erdade da medicina/ o carIter reprodutor das instituiçfes m,dicas/ a dominação da ,tica m,dica/
ad!ogando uma no!a ^iloso^ia da medicina- 2roposiçfes da política de atenção primIria/ de autocuidado/
re!alorização da medicina tradicional/ de participação comunitIria/ e de certos grupos de
"

t
* D$SA0H* D* C*46$CHM$4&* Z
in!estigaçãoFação e de pesuisa participante con!ergem in^lu8ncias ^enomenolKgicas 94unes? [YV/U<
Z Garcia? [YU/[<U:-
As aproXimaçfes dial,ticas ue partem do ponto de !ista dos suEeitos sociais so3re o processo
saúdeFdoença e a3rangem as relaçfes ue perpassam sua política e institucionalização/ são muito poucas-
&rata<se "oEe de uma eXig8ncia criati!a ue complemente ou ultrapasse as anIlises macroeconjmicas e
"istKrico<estruturais do setor-
  dentro desse es^orço de ampliar o de3ate teKricoFmetodolKgico no campo da saúde/ so3 o en^oue
dial,tico/ ue coloco este tra3al"o- $m nen"um momento ele se pretende aca3ado ou magistral- AlmeEa
apenas ser uma centel"a a mais no camin"o de 3uscas de in!estigação e de integração/ num setor tão
compleXo e essencialmente multidisciplinar-
* presente estudo desdo3ra<se num conEunto de uatro capítulos/ onde/ a3ordando uestfes
metodolKgicas especí^icas/ tenta<se re^letir so3re o carIter aproXimati!o das Ci8ncias Sociais/ a lKgica
interna peculiar da 2esuisa Social e mormente das a3ordagens ualitati!as/ e os aspectos mediadores da
tecnologia em relação hs teorias e hs prIticas- Considera<se o Ciclo da 'esuisa como um processo de
tra3al"o ue dialeticamente termina num produto pro!isKrio e recomeça nas interrogaçfes lançadas pela
anIlise ^inal- As pIginas seguintes são a eXplicitação desse es^orço atra!,s da re^leXão e da crítica de
conceitos/ e da proposta de um camin"o de pensamento- 4o primeiro capítulo são apresentados
pressupostos e especi^i<cidades prKprias ao campo metodolKgico/ ou seEa/ os conceitos de Metodologia/
de 2esuisa Social/ de 2esuisa $strat,gica/ de Pualitati!o e de Puantitati!o- $m seguida "I um resumo
dos traços gerais das principais lin"as de pensamento sociolKgico e suas implicaçfes no campo da saúde-
&rata<se de um temIrio introdutKrio ao tra3al"o de in!estigação-
4o segundo capítulo processa<se uma re^leXão so3re a 7ase E8ploat!ia da 'esuisa cuEa importncia
^undamental , eXorcizar o empirismo das a3ordagens sociais- $stão aí discutidos os conceitos 3Isicos de
um marcoateKrico/
empírica/ a pro3lemItica
amostragem de de^inição
na in!estigação do o3Eeto/
ualitati!a a construção
e a aproXimação dodos instrumentos de a3ordagem
campo-
Y * D$SA0H* D* C*46$CHM$4&* H
$m seguida/ no terceiro capítulo/ a3orda<se o momento do 5abcaTU de Campo, ou seEa/ a t,cnica e a
pro3lematização dos conceitos ^l^ *3ser!ação 2articipante/ de $ntre!ista/ de 5epresentação Social e ^e
5epresentação Social de Saúde e Doença-
2or ^im/ no uarto capítulo estão eXpostas as modalidades mai^ ^reentes de 5atamento do Mateial
)ualitati*o, isto ,/ os conceitos de AnIlise de Conteúdo/ de AnIlise do Discurso e de AnIlise 6ermen8u<
tico<Dial,tica- &ermina<se com uma proposta prItica de anIlise 3uscando<se sintetizar e ultrapassar as
modalidades usuais de a3ordagem-
* Ciclo completo proEeta a in!estigação como um processo com etapas e ati!idades especí^icas em cada
^ase/ ue podem ser delimitadas em cronograma e ao mesmo tempo como um mo!imento permanente de
integração das partes no todo e de sucessi!o recomeçar- $le !eicula a id,ia de um tra3al"o ue tem
dinmica prKpria em 3usca da o3Eeti!ação do con"ecimento/ mas tam3,m , uma 3usca inaca3ada ue se
reinicia
da cada !ez
construção ue apresenta um produto ;pro!isKrio;/ integrando a "istoricidade do processo social e
teKrica-
$sse senso de relati!idade e de utopia , o ue une este tra3al"o a todos os es^orços daueles ue 3uscam
uma ;ci8ncia mais cientí^ica; no campo da saúde? a partil"a da id,ia de ue o con"ecimento , um
processo in^inito e não "I condição de ^ec"I<lo numa ^ase ^inal/ assim como não se pode pre!er o ^inal do
processo "istKrico em3ora o proEetemos como politicamente democrItico e socialmente igualitIrio para
ser ecologicamente saudI!el-
CA2H&()* 
H4&5*D(L* ` M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA)
PRIMEIRA PARTE
C*4C$H&*S %+SHC*S
)S&$ capítulo tem um o3Eeti!o introdutKrio- .isa a conceituar alguns termos ue constituem o o3Eeti!o a
ser perseguido durante todo o tra3al"o- 2retende tam3,m pro3lematizar a a3ordagem da pesuisa social-
Di!ide<se em duas partes ue se complementam e ue serão tratadas progressi!amente no decorrer deste
estudo-
4a primeira etapa tratamos da especi^icidade da metodologia das ci8ncias sociais/ de^inimos@o conceito
deErnetodologia/ de pesuisa e tam3,m introduzimos a pol8mica ue se instaura no meio cientí^ico entre o
m,todo uantitati!o e o m,todo ualitati!o-
* es^orço inicial de conceituação/ dentro da dinmica ue esta3elecemos durante todo o processo de
estudo/ , ao mesmo tempo uma pro3lematização ue re^lete as !Irias correntes de pensamento no interior
das ci8ncias sociais- 5e^ere<se hs múltiplas possi3ilidades de a3ordagem metodolKgica e seus
pressupostos- As correntes de pensamento t8m sua "istKria/ !eiculam uma !isão de mundo e t8m a !er
com a rea"ddesocial compleXa ondeioram geradas e ue elas tentam eXpressar-
4o campo da saúde/ considerada esta como um ^enjmeno social de alta signi^icação/ o positi!ismo/ a
^enomenologia e a dial,tica marXista são as principais tend8ncias de interpretação-íilas representam não
apenas di^erentes possi3ilidades de anIlise/ mas uma luta
19
QR M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA)
ideolKgica ue/ por sua !ez/ tem a !er com a luta política mais ampla na sociedade-
A $S2$CH0HCHDAD$ DA M$&*D*)*GHA DA 2$SP(HSA S*CHA)
l$ntrar no campo da Metodologia da 2esuisa Social , penetrar num mundo pol8mico onde "I uestfes
não resol!idas e onde o de3ate tem sido perene e não conclusi!oJ
* primeiro tema mais pro3lemItico , o da di^erença ou não entre os m,todos especí^icos das ci8ncias
sociais e das ci8ncias ^ísico<naturais e 3iolKgicas- &emos ue começar en^rentando a uestão/ ainda ue
não ten"amos respostas de^initi!as? $ o ^azemos salientando alguns pontos ue distinguem as Ci8ncias
Sociais e as tornam especí^icas/ EI assinalados por Demo 9[Y:-
* primeiro deles , o ^ato inconteste de ue o o3Eeto das Ci8ncias Sociais , $ist!ico. Signi^ica ue as
sociedades "umanas eXistem num determinado espaço/ num determinado tempo/ ue os grupos sociais
ue as constituem são mutI!eis e ue tudo/ instituiçfes/ leis/ !isfes de muridf são pro!isKrios/
passageiros/
Como estão emdoconstante
conse8ncia primeirodinamismo e potencialmente
princípio/ podemos dizer uetudo estIo3Eeto
nosso para de
serestudo
trans^ormado-
possui NTnsncia
$ist!ica. Goldmann 9[YR/ Z<R: nos introduz ao conceito de conscincia poss*el e de conscincia
eal, conceitos ue podem nos aEudar a entender a especi^icidade das ci8ncias sociais- De acordo com o
desen!ol!imento das ^orças produti!as/ E?om a organização particular da sociedade e de sua dinmica
interna/ desen!Kl!em<se !isfes de mundo determinadas ue nem os grupos sociais e nem os ^ilKso^os e
pensadores conseguem superar- Alguns grupos sociais e alguns pensadores logram sair do ní!el de ;senso
comum; dado pela ideologia dominante/ mas/ mesmo assim/ seu con"ecimento , relati!o e nunca
ultrapassa os limites das relaçfes sociais de produção concretas ue eXistem na sua sociedade- *
pensamento e a consci8ncia são ^ruto da necessidade/ eles não são um ato ou entidade/ são um processo
ue tem como 3ase o prKprio processo "istKricoE
Desta ^orma as ci8ncias sociais/ enuanto consci8ncia possí!el/ estão su3metidas hs grandes uestfes de
nossa ,poca e t8m seus
M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA) Q
limites dados pela realidade do desen!ol!imento social- 2ortanto/ tanto os indi!íduos como os grupos e
tam3,m os pesuisadores são dialeticamente autores e ^rutos de seu tempo "istKrico-
(ma terceira característica das Ci8ncias Sociais , a identidade ente o suJeito e o obJeto da in!estigação-
$las in!estigam seres "umanos ue/ em3ora seEamEnuito@di^erentes por razfes culturais/ de classe/ de
^aiXa etIria oupor ualuer outro moti!o/ t8m um su3strato comum ueEaaJoE&iarn solidariainente
im3ricados e comprometidos/
*utro aspecto distinti!o das Ci8ncias Sociais , o ^ato de ue ela , intnseca e e8tinsecammte
ideol!gica. 4ingu,m "oEe ousaria negar a e!id8nciaEie ueEoda ci8ncia , comprometida- $la !eicula
interesses e !isfes de mundo "istoricamente construídas e se su3mete e resiste aosEimitesEdadps pelos
esuemas de dominação !igentes- Mas as ci8ncias ^ísicas e 3iolKgicas participam de ^orma di^erente do
comprometimento social/ pois eXiste um distanciamento de natureza entre o ^ísico e o 3iolKgico em
relação
entre a seu o3Eeto/eem3ora
o pesuisador as desco3ertas
a natureza? da c"amada
;o real , a realidade ue;no!a ^ísica; re!elem
ele con"ece;- o im3ricamento
4a in!estigação social/relacionai
por,m/
essa relação , muito mais crucial- A !isão de mundo do pesuisador e dos atores sociais estão implicadas
em todo o processo de con"ecimento/ desde a concepção do o3Eeto at, o resultado do tra3al"o-  uma
condição da pesuisa/ ue uma !ez con"ecida e assumida pode ter como ^ruto a tentati!a de o3Eeti!ação
do con"ecimento- Hsto ,/ usando<se todo o instrumental teKrico e metodolKgico ue aEuda uma
aproXimação mais ca3al da realidade/ mant,m<se a crítica não sK so3re as condiçfes de compreensão do
o3Eeto como do prKprio pesuisador- Con^orme nos ad!erte ),!y Strauss? ;4uma ci8ncia onde o
o3ser!ador , da mesma natureza ue o o3Eeto/ o o3ser!ador ,/ ele mesmo/ uma parte de sua o3ser!ação;
9[ZV/ QV:-
2or ^im/ e isso tem uma pro^unda importncia para este tra3al"o/ o o3Eeto das Ci8ncias Sociais ,
essencialmente ualitati*o. Arealidada social/ ue sK se apreende porEprXHmãção,&corr^frme )8nin
9[VV/ QV:/ mais rica do ue ualuer teoria/ ualuer pensamento ue possamos ter so3re ela- 2ois o
pensamento tende a di!idir/ a separar/ a ^azer distinção so3re momentos e o3Eetos ue se nos apresentam-
Se ^alamos ie Saúde ou Doença essas categorias trazem uma carga
QQ M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA)
"istKricacultural/ política e ideolKgica ue não podser contida apenas numa ^Krmula num,rici^ou num
dado estatística- Gur!itc" 9[VV:/ nos diz ue a realidade tem camadas e a grande tare^a do pesuisador ,
de apreender al,m do !isí!el/ do ;mor^olKgico/ e do ecolKgico; _ ue podem ser entendidos
uantitati!amente _ os outros ní!eis ue interagem e tornam o social tão compleXo- 4este sentido/ ,
uestionI!el porue redundante a denominação ;2esuisa ualitati!a; usada neste tra3al"o-  uma
terminologia imprKpria ue sK tem sentido por oposição a ;2esuisa uantitati!a;- A rigor ualuer
in!estigação social de!eria contemplar uma característica 3Isica de seu o3Eeto? o aspecto ualitati!o- Hsso
implica considerar suEeito de estudo? gente, em deteminada condição social, pertencente- deteminado
gupo social ou classe com suas cenças, *aloes e significados. Hmplica tam3,m considerar ue o o3Eeto
das ci8ncias sociais , compleXo/ contraditKrio/ inaca3ado/ e em permanente trans^ormação-
* C*4C$H&* D$ M$&*D*)*GHA
A compreensão
conceito da especi^icidade do m,todo das ci8ncias sociais nos conduz h pergunta especí^ica so3re o
de Metodologia.
$ntendemos por metodologia o camin"o e o instrumental prKprios de a3ordagem da realidade- 4este
sentido/ a metodologia ocupa lugar central no interior das teorias sociais/ pois ela ^az parte intrínseca da
!isão social de mundo !eiculada na teoria- $m ^ace da dial,tica/ por eXemplo/ o m,todo , o prKprio
processo de desen!ol!imento das coisas- )8nin nos ensina ue o m,todo não , a ^orma eXterior/ , a
prKpria alma do conteúdo porue ele ^az a relação entre o pensamento e a eXist8ncia e !ice<!ersa
9[VV/Y:-
6I autores por,m ue consideram a metodologia como tendo um papel seçundIriodeEdi8ncias-
AErazãadeser dessa atitude , p ^atoEie ueEicompreendam como um conEunto de t,cnicas a serem usadas
parase@a3ordaro social
Da ^orma como a tratamos neste tra3al"o/ a metodologia inclui as concepçfes teKricas de a3ordagem/ o
conEunto de t,cnicas ue possi3ilitam aEipreensã da realidade e tam3,m o potencial criati!o Uo
!
pesuisador-
$nuanto a3rang8ncia de concepçfes teKricas de a3ordagem/ a
M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA) QU


ci8ncia e a metodologia camin"am Euntas/ intrinca!elmente engaEadas- 2or sua !ez/ o conEunto de t,cnicas
constitui um instrumental secundIrio em relação h teoria/ mas importante enuanto cuidado metKdico de
tra3al"o- $las encamin"am para a prItica as uestfes ^ormuladas a3stratamente- Seu endeusamento e rei^
icação conduzem ao empirismo tão ^reente ainda nas ci8ncias sociais- Mas o contrIrio/ isto ,/ a
eXcessi!a teorização e a pouca disposição de instrumentos para a3ordar a realidade/ pro!enientes de uma
perspecti!a pouco "eurística/ conduzem a di!agaçfes a3stratas ou pouco precisas em relação ao o3Eeto de
estudo-
Se a teoria/ se as t,cnicas são indispensI!eis para a in!estigação social/ a capacidade criadora e a
eXperi8ncia do pesuisador Eogam tam3,m um papel importante- $las podem relati!izar o instrumental
t,cnico e superI<lo pela arte- $sta ualidade pessoal do tra3al"o cientí^ico/ !erdadeiro artesanato
intelectual ue traz a marca do autor/ nen"uma t,cnica ou teoria pode realmente suprir-  em parte o ue
Wrig"t Mills denomina ;Hmaginação SociolKgica; e consiste na capacidade pessoal do pesuisador de
^azer/ das preocupaçfes sociais/ uestfes pú3licas e indagaçfes perscrutadoras da realidade- $ em parte ,
a capacidade de perce3er atra!,s das uestfes especí^icas le!antadas/ as correlaçfes multilaterais e
sempre mutI!eis ue cercam a realidade o3Eeti!a/ dentro dos limites da ;consci8ncia possí!el;- &rata<se
de um im3ricamento entre a "a3ilidade do produtor/ sua eXperi8ncia e seu rigor cientí^ico-
* C*4C$H&* D$ 2$SP(HSA S*CHA)
$ntendemos por 'esuisa a ati!idade 3Isica das Ci8ncias na sua indagação e desco3erta da realidade- 
uma atitude e uma prItica teKrica de constante 3usca ue de^ine um processo intrinsecamente inaca3ado e
permanente-  uma ati!idade de aproXimação sucessi!a da realidade ue nunca se esgota/ ^azendo uma
com3inação particular entre teoria e dados-
* termo 'esuVsa<SJ#WVMVtem uma carga "istKrica e/ assim como as@ teorias sociais/ re^lete posiçfes
^rente h ;reã&íc&ãd,/ momentos do desen!ol!imento e da dinmica social/ preocupaçfes e interesses de
classes e de grupos determinados- $nuanto prItica intelectual re
Q M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA)
F ^lete tam3,m di^icul6ades e pro3lemas prKprios das Ci8ncias Soei ) a sua relati!a Eu!entude para
delimitar m,todos e leis especí^iç
Do ponto de !ista antropolKgico/pode<se dizer ue sempre eXis) a preocupação do ;"orrio sapiens; com o
con"ecimento da realidad As tri3os primiti!as/ atra!,s dos mitos/ EI tenta!am eXplicar ^enjmenos ue
cercam a !ida  a morte/ o lugar dos indi!íduos na organização social com seus mecanismos de poder/
controle/ con!i!8ncia e reprodução do conEunto da eXist8ncia social- Dentro das dimensfes de espaço e
tempo/ a religião tem sido um dos rele!antes ^enjmenos de eXplicaçfes hs indagaçfes dos seres "umanos
so3re os signi^icados da eXist8ncia indi!idual e grupai- 6oEe/ as perguntas "umanas 3uscam soluçfes
ainda concomitantemente nos mitos modernos/ nas mais di^erentes ^ormas religiosas/ em sistemas
^ilosK^icos e particularmente nas Ct8naas-JAs Cincias nas sociedades industrializadas constituem os
esuemas&JeeXplicaçfes dominantes considerados mais plausí!eis e intelectualmente aceitos- 
4ão nos ca3e
constitui aui uma
uma ^orma discussão dessa
de a3ordagem prioridade/
dominante/ nem mas apenas
por isso ad!ertir
se torna para o ^ato
eXclusi!a de ue/ se*s
e conclusi!a- a ci8ncia
pro3lemas dos seres "umanos e da organização social atuais trazem uestfes ^rente hs uais a ci8ncia
continua sem respostas e sem ^ormulaçfes/
!Do ponto de !ista "istKrico/ no ue aui nos concerne peculiarmente/ a Leslsa Social !em carregada
de 8n^ases e interesses mais amplosEdcrue seu campo especí^ico- Alguns autores como Sc"rader nos
ad!ertem ue essa ati!idade intelectual no mundo moderno tenX- srcem nos@grupos contestadores das
desigualdades da sociedade qindustrial- Muitos pesuisadores renomados como )azars^eld/ Ja"o<da e
Gunnar Myrdal iniciaram suas carreiras de in!estigadores na 3usca de solução para os pro3lemas sociais
causados pela Segunda Guerra Mundial 9Sc"rader? [ZY/YY:- 4os $stados (nidos/ Sc"rader comenta
ue a pesuisa social nasceu na ;ello7 2ress/ isto ,/ em Eornais de crítica social-
Sa3emos/ ao contrIrio/ ue na Hnglaterra/ os antropKlogos a!ançaram muito na compreensão de
sociedades primiti!as ^inanciados por interesses colonialistas- 2or,m/ as in!estigaçfes antropolKgicas
le!antaram uestfes ue contraria!am os interesses da metrKpole e
M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA) QV
dos ^inanciadores como o relati!ismo cultural/ o pensamento lKgico dos primiti!os e a auto<su^ici8ncia de
sua organização social-
A conclusão inicial , de ue a pesuisa enuanto ati!idade intelectual so^re as limitaçfes e contradiçfes
mais amplas do campo cientí^ico/ dos interesses especí^icos da sociedade e das ;uestfes consagradas; de
cada ,poca "istKrica-
A partir da Segunda Grande Guerra/ com a ampliação do poder dos $stados so3 o signo da
industrialização/ o a!anço da pesuisa social tem crescido Eunto com o interesse para se entender/
organizar/ regular e controlar a população- 2articularmente isso se re^lete em campos como a economia/ a
demogra^ia e a sociologia-
6oEe o termo 'esuisa em 'olticas Sociais, a começar pela Hnglaterra e pelos $stados (nidos/ passou a
signi^icar um campo de interesse cientí^ico ue tem implicaçfes imediatas do ponto de !ista de
dominação e controle
industrializados comodo nos$stado- A proli^eração
su3desen!ol!idos temdea !er
centros
comdeo interesse
pesuisasdo
sociais
podertanto nos de
pú3lico países
con"ecer/
regular e controlar a sociedade ci!il-  K3!io/ trata<se de um interesse contraditKrio e con^liti!o ^rente ao
ual a sociedade ci!il/ enuanto aparato de construção de consenso social/ ^az as suas mediaçfes e
tam3,m eXpressa sua autoria e resist8ncia-
Do ponto de !ista teKrico e ^ormal eXiste uma classi^icação tradicional ue di!ide a 2esuisa em ;pura; e
;aplicada;- * metodKlogo e pesuisador %ulmer 9[ZY/Y<UV: re^uta essa denominação- Comenta ue
;pura ou 3Isica; e ;aplicada; re^erem<se a uma di!isão ^alsa na medida em ue pesuisas teKricas podem
ter importantes conse8ncias prIticas e pesuisas aplicadas certamente t8m implicaçfes e contri3uiçfes
teKricas- $ssa dicotomia se 3aseia no modelo de tecnologia em ue o cliente ue paga eXplicita o ue
uer- í&al eXig8ncia se torna inadeuada hs ci8ncias sociais ue não es^ao em posição de/ mecnica e
simplistamente/ responder aos deseEos dos clientes-
%ulmer propfe uma classi^icação alternati!a de 2esuisa Social/ su3stituindo a di!isão tradicional- As
cinco modalidades/ re^eridas a3aiXo/ constituem/ segundo o autor/ ;tipos; dentro de um continu;um, sem
eXclusão dos di^erentes termos- Como o ;tipo ideal; em We3er/ elas seriam uma construção teKrica para
compreensão do
Q\ M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA)
campo de anIlise/ sem pretenderem reproduzir a realidade ou tornI<la estanue? 9: 'esuisa b"sica%
preocupa<se com o a!anço do con"ecimento atra!,s da construção de teorias/ o teste das mesmas/ ou para
satis^ação da curiosidade cientí^ica- $la não tem uma ^inalidade prItica/ em3ora as desco3ertas da
pesuisa 3Isica possam in^luenciar e su3sidiar tanto políticas pú3licas/ decisfes dos "omens de negKcio e
o a!anço do mo!imento social 9Q: 'esuisa estatégica% 3aseia<se nas teorias das ci8ncias sociais/ mas
orienta<se para pro3lemas ue surgem na sociedade/ ainda ue não pre!eEa soluçfes prIticas para esses
pro3lemas- $la tem a ^inalidade de lançar luz so3re determinados aspectos da realidade- Seus
instrumentos são os da pesuisa 3Isica tanto em termos teKricos como metodolKgicos/ mas sua ^inalidade
, a ação- $ssa modalidade seria a mais apropriada para o con"ecimento e a!aliação de 2olíticas/ e
segundo nosso ponto de !ista/ particularmente adeuado para as in!estigaçfes so3re Saúde 9U: 'esuisa
oientada paa um poblema especfico% , em geral auela realizada dentro das instituiçfes
go!ernamentais
pro3lemas ou para
prIticos elas- *s resultados
e operacionais da in!estigação
9: 'esuisa;ção% são pre!istos
consiste para aEudarpai
numa in!estigação a lidar com
passu ao
desen!ol!imento de programas go!ernamentais para medir o seu impacto $sse conceito de %ulmer di^ere
do conceito de pesuisa<ação apresentado por &"iollent 9[Y\:- 2ara esse autor?
;A pesuisa<ação , um tipo de in!estigação social com 3ase empírica ue , conce3ida e realizada em
estreita associação com uma ação ou com a resolução de um pro3lema coleti!o no ual os pesuisadores
e os participantes representati!os da situação ou do pro3lema estão en!ol!idos de modo cooperati!o ou
participati!o;-
A di^erença 3Isica de conceituação reside no ^ato ue/ no primeiro caso/ a in!estigação acompan"a a ação
dos programas/ mas , eXterna a elas- 4o segundo/ o en!ol!imento do pesuisador na ação , parte
integrante da pesuisa 9V: 'esuisa de Inteligncia% são os grandes le!antamentos de dados
demogrI^icos/ econjmicos/ estatísticos/ realizados por especialistas ou por instituiçfes/ a ^im de aEudar a
M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA) QZ
^ormulação de políticas- 4o nosso caso/ os Censos e as 2esuisas do H%G$ seriam eXemplos clIssicos de
pesuisas de intelig8ncia- De> alguma ^orma simpli^icada/ as 2esuisas de *pinião 2ú3lica preenc"eriam
tam3,m essa ^unção sociolKgica 9%ulmer? [ZY/ Y<[:-
%ulmer comenta/ re^erindo<se ao campo das Hn!estigaçfes $strat,gicas/ ue a ;2esuisa %Isica; tem tido/
como sua marca permanente/ uma ^orte orientação unidisciplinar/ di^icultando sua rele!ncia possí!el
para as políticas pú3licas- 4a ponta oposta/ os estudos interdisciplinares t8m desapontado muito pela sua
pouca consist8ncia teKrico<metodolKgica- Segundo ele/ os ;sur!eys; se tornaram o reino do senso comum-
Hsto ,/ ^reentemente estão orientados? (a# pelo ;empirismo; e pelo ;positi!ismo; onde se parte do
princípio de ue os ^atos ^alam por si mesmos e ue nada eXiste al,m dos dados (b# pelos interesses
políticos dos cientistas eFou políticos ue encomendam seu tra3al"o- * pressuposto desses estudos , de
ue os go!ernantes e políticos precisam con$ece os fatos para poderem optar- 4este sentido/ !olta<se ao
;empirismo;/ minimizam<se
t,cnico<su3alterno os in^ormaçfes-
pro!edor de pro3lemas teKricos/ diminui<se
A interpretação o papel
passa a serdoconduzida
pesuisador
porue se torna
outros e comum
!i,s
político dado ^ora do m3ito das ci8ncias sociais-
2ara ^inalizar/ podemos dizer ue a 2esuisa Social não pode ser de^inida de ^orma estItica ou estanue-
$la sK pode ser conceituada "istoricamente e entendendo<se todas as contradiçfes e con^litos ue
permeiam seu camin"o- Al,m disso/ ela , mais a3rangente do ue o m3ito especí^ico de uma disciplina-
2ois a realidade se apresenta como uma totalidade ue en!ol!e as mais di^erentes Ireas de con"ecimento
e tam3,m ultrapassa os limites da ci8ncia-
$ assim/ a pesuisa e os pesuisadores !i!em so3 o signo das conting8ncias "istKricas de sua ati!idade-
De um lado estão as di^iculdades de ^inanciamento ue cerceiam ou restringem as possi3ilidades tanto da
in!estigação como do encamin"amento de conclusfes- Do outro/ "I as grandes uestfes ,ticas e
cientí^icas do pesuisador so3re a realidade e so3re o produto artesanal ue realiza? como !ai ser
empregado e interpretado
 na corda 3am3a tanto da aus8ncia de consenso so3re o conceito ue tra3al"amos e sua cienti^icidade/
uanto dos o3Eeti!os sociais de
QY M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA)
nossa produção/ ue podemos re^letir so3re 2esuisa e so3re Metodologia de 2esuisa Social como o
^aremos neste tra3al"o-
P(A4&H&A&H.* 2E+S>S P(A)H&A&H.*/ S(%J$&H.* 2E+S>S *%J$&H.*
0reentemente/ de acordo com nosso ponto de !ista/ a discussão relati!a aos m,todos uantitati!os e
ualitati!os na a3ordagem do social tem se desen!ol!ido de ^orma inadeuada- A dicotomia ue se
esta3elece na prItica/ de um lado/ deiXa h margem rele!ncias e dados ue não podem ser contidos em
numeres/ e de outro lado/ hs !ezes contempla apenas os signi^icados su3Eeti!os/ omitindo a realidade
estruturada-
Di!ersas !ezes !oltaremos a esse tema no presente tra3al"o/ repetindo autores ue tra3al"am
eXausti!amente com a uestão- Gur!itc"/ por eXemplo/ denomina a região mais !isí!el dos ^enjmenos
sociais de ;mor^olKgica/ ecolKgica/ Irea concreta; 9[VV/Rss:- $ comenta ue esse ní!el admite uma
eXpressão
atenção adeuada
para o ^ato deatra!,s
ue/ ade euaçfes/
partir m,dias/
daí torna<se grI^icos
di^ícil e estatísticas/
tra3al"ar * mesmo
com números/ umaautor/ por,m/
!ez ue c"ama
camin"amos
para o uni!erso de signi^icaçfes/ moti!os/ aspiraçfes/ atitudes/ crença e !alores- $sse conEunto de dados
considerados ;ualitati!os; necessita de um re^erencial de coleta e de interpretação de outra natureza- 4o
entanto/ o prKprio Gur!itc" nos ad!erte ue essas camadas são interdependentes/ interagem e não podem
ser pensadas de ^orma dicotjmica-
Ao se desen!ol!er uma proposta de in!estigação ou at, mesmo no desenrolar das etapas de uma pesuisa/
!amos recon"ecendo a con!eni8ncia e a utilidade dos m,todos disponí!eis/ ^ace ao tipo de in^ormaçfes
necessIrias para se cumprirem os o3Eeti!os do tra3al"o- Certamente/ ualuer pesuisa social ue
pretenda um apro^undamento maior da realidade não pode ^icar restrita ao re^erencial apenas uantitati!o-
Segundo 2arga 4ina/ coordenador do último $4D$0 9$studo 4acional de Despesas 0amiliares _[Z:/
, plenamente recon"ecido em sociologia ue a operacionalização das !ariI!eis sociais/ para construção
de indicadores ue permitam a anIlise uantitati!a/ tem le!ado at, 3ons cientistas sociais a ela3orarem
so3re algo muito ^rI<
M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA) Q[
gil/ ao ;medirem; !ariI!eis cuEa operacionalização em indicadores num,ricos estI al,m das
possi3ilidades das ci8ncias sociais 9[YU/\U:-
$ste autor/ enuanto parte da presid8ncia do H%G$ e responsI!el pelo Departamento de Hndicadores
Sociais/ propjs a constituição de um grupo de estudo ;ualitati!o; ue tentasse apro^undar aspectos da
realidade 3rasileira ue os indicadores num,ricos apontassem como cruciais- Seu argumento , de ue a
aglomeração dos dados apenas oculta e ^alseia a eXist8ncia de ^enjmenos de eXtrema rele!ncia para a
compreensão da situação do país- $m conse8ncia/ isso tem in^lu8ncia nas proposiçfes de políticas
sociais-
4os comentIrios so3re o tra3al"o/ 2arga 4ina recon"ece ue pesuisas ualitati!as podem ser de
ualidade muito superior hs ue ^azem anIlises uantitati!as e c"ama atenção para o ^ato de ue não
eXiste um continuum entre ualitati!o<uantitati!o em ue a superioridade estaria no segundo termo- Cita
Cicourel/
;$stes de uem retira
comentIrios 9^eitosargumentos para eseu
por 0orgensen tra3al"oindicam
Coom3s: no $4D$0?
o pro3lema do sociKlogo?
9: se seus conceitos teKricos não são su^icientemente precisos para orientI<lo uanto hs ^ormas de
sistemas de mensuração ue são adeuadas h mensuração de seus dados/ então "I grande possi3ilidade de
ue !en"a a iludir a si prKprio/ impondo m,todos ue ^orçam a introdução/ na sua teoria e nos seus dados/
de relaçfes incongruentes e interpretaçfes ^alsas e 9Q: os prKprios instrumentos de mensuração
disponí!eis são inapropriados/ pela natureza de sua construção/ e le!am assim/ h mensuração por >^iat> e
não h mensuração literal; 92arga 4ina/ [Z\/ parte H/ VR/ apud Cicourel? [\[/U:-

Ao mesmo tempo em ue ocorria o le!antamento de dados so3re condiçfes de !ida de VQ-RRR pessoas 9[Z: o coordenador do
$4D$0 promo!eu uma esp,cie de estudo ;ualitati!o; recol"endo impressfes dos pesuisadores de campo so3re a realidade
encontrada- $sse conEunto de in^ormaçfes estI compilado em uatro !olumes/ dois pu3licados em [Z\ e dois outros em [ZY
denominados Estudo das Infomaç1es não;estutuadas do EDE7 c sua integação com os dados uantificados. Segundo opinião
de !Irios estudiosos da realidade do país/ a pesuisa não<estruturada transmite impressfes tão ^ortes ue constituem um acer!o
altamente signi^icati!o Eunto com os dados uantitati!os-
UR M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA)
A grande uestão em relação h uanti^icação na anIlise sociolKgica , a sua possi3ilidade de esgotar o
^enjmeno social- Corre<se o risco de ue um estudo de alto ga3arito do ponto de !ista matemItico ou
estatístico/ em ue toda a atenção se concentre na manipulaçãr so^isticada dos instrumentos de anIlise _
portanto/ competente do ponto de !ista estatístico _ despreze aspectos essenciais da realidade- $ assim
muitas !ezes teremos uma ;resposta eXata; para ;perguntas erradas ou imprecisas;-
$ssa discussão do ;uantitati!o; *esus ;ualitati!o; tem sua srcem nas di^erentes ^ormas de perce3er a
realidade social- 6ug"es nos a!isa ue a principal in^lu8ncia do positi!ismo nas ci8ncias sociais ^oi a
utilização dos termos de tipo matemItico para a compreensão da realidade e a linguagem de !ariI!eis
para especi^icar atri3utos e ualidades do o3Eeto de in!estigação 9[YU:- *s ^undamentos da pesuisa
uantitati!a nas ci8ncias sociais são os prKprios princípios positi!istas clIssicos segundo os uais? 9a: o
mundo social opera de acordo com leis causais 93: o alicerce da ci8ncia , a o3ser!ação sensorial 9c: a
realidadepor
!alores consiste em estruturas
outro- $stas e instituiçfes
duas ordens identi^icI!eis
são correlacionadas paraenuanto
^ornecerdados 3rutos pore um
generalizaçfes lado/ crenças
regularidades 9d:e
o ue , real são os dados 3rutos considerados dados o3Eeti!os !alores e crenças são realidades su3Eeti!as
ue sK podem ser compreendidas atra!,s dos dados 3rutos 96ug"es? [YU/ Q<\U:-
A uestão do uantitati!o traz a re3oue o tema da o3Eeti!idade- Hsto ,/ os dados relati!os h realidade
social seriam o3Eeti!os se produzidos por instrumentos padronizados/ !isando a eliminar ^ontes de
propensfes de todos os tipos e a apresentar umI linguagem o3ser!acional neutra- A linguagem das
!ariI!eis ^orneceria a possi3ilidade de eXpressar generalizaçfes com precisão e o3Eeti!idade-
A restrição ue os contestadores do uantitati!ismo sociolKgico l"e colocam não estI relacionada com a
t,cnica- Hsto ,/ não estI em Eogo a des!alorização da anIlise multi!ariada/ a anIlise conteXtual ou de
correlaçfes- São poderosos e recon"ecidos instrumentos/ supondo<se a necessidade de dados aglomerados
ou indicadores so3re coleti!idades- A crítica estI no ^ato de se restringir a realidade social ao ue pode ser
o3ser!ado e<uanti^icado apenas- Adorno c"ega a
M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA) U
dizer ue o m,todo positi!ista empírico ameaça ^etic"izar seus assuntos e tornar<se a si mesmo um
^etic"e/ na medida em ue reduz a o3Eeti!idade ao m,todo e não atinge o conteúdo 9Adorno? [Z[/ Q<
QV:-
$ssas críticas !istas a partir de !Irios autores e teorias podem se resumir assim? (a# As a3ordagens
uantitati!as sacri^icam os signi^icados no altar do rigor matemItio 96arrison? [Z/ R<Q Dilt"ey?
[V\ We3er? [[ Sc"utz? [\U:- (b# $Xiste uma crença ing8nua de ue as distorçfes podem ser
e!itadas pela codi^icação 6arrison comenta ue a pre^er8ncia do sociKlogo pelo uestionIrio re^lete seu
desprezo pela !ida do "omem comum e a crítica aos elementos su3Eeti!os da o3ser!ação indica a
ina3ilidade de considerar seu tra3al"o o3Eeti!amente 96arrison? [Z:- (c# ` e!id8ncia de ue os m,todos
uantitati!os simpli^icam a !ida social limitando<a aos ^enjmenos ue podem ser enumerados 92ark 1
%urgess? [Q/ .<.HH:-(d# $ ao ^ato de ue uando ^azem in^er8ncias para al,m dos dados/ os sociKlogos
tra3al"am
porue elesapriorística
pertencemehpreconceituosamente/
mesma sociedade uetomando como ^amiliar
estão estudando os ^enjmenos
96arrison? ue [\U:-
[Z Sc"utz? acontecem/
(ma das ^ormas de realização do positi!ismo/ o ^uncionalismo na antropologia de certa ^orma ultrapassa
os limites da teoria geradora- Dentro de uma lKgica prKpria/ Malino7ski ad!erte<nos em toda a sua o3ra
para a necessidade de compreender? (a# tudo o ue pode ser documentado estatisticamente ;mediante
e!id8ncia concreta;/ isto ,/ o ;arca3ouço da sociedade; (b# mas complementado pela ;maneira como
determinado costume , o3ser!ado/ o comportamento dos nati!os/ as regras eXatamente ^ormuladas pelo
etnKgra^o/ ou as prKprias eXceçfes ue/ uase sempre/ ocorrem nos ^enjmenos sociolKgicos; ;o corpo e
o sangue da !ida real ue compfem o esueleto das construçfes a3stratas; ;os imponderI!eis da !ida
real; (c# o ponto de !ista/ as opinifes e as eXpressfes dos nati!os/ isto ,/ as maneiras típicas do pensar e
sentir ue correspondem hs instituiçfes e h cultura de uma comunidade 9[ZV/ V<\R:- Contudo são ainda
as regularidades/ as leis gerais em seu ^uncionamento e em sua estrutura/ isto ,/ a sociedade enuanto
precedendo aos indi!íduos ue o ^uncionalismo procura/ mesmo uando atinge a su3Eeti!idade-
UQ M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA)
* positi!ismo sociolKgico clIssico 9Durk"eim? [ZY: atri3ui h imaturidade das ci8ncias sociais o ^ato de
ela não ser capaz de pre!er e de determinar a ação "umana- As outras teorias ue incorporam no seu
m3ito a intersu3Eeti!idade/ a^irmam ue a !ida "umana , essencialmente di^erente e ue essa di^erença
^undamental em relação hs ci8ncias ^ísicas e 3iolKgicas reuer um tratamento teKrico di!erso-
2odemos dizer ue "oEe/ ao mesmo tempo em ue acontece in^ormatização de todos os setores da
organização social/ eXiste uma re!alorização do ualitati!o nas ci8ncias sociais/ 6I um mo!imento em
torno dauele aspecto para o ual Granger c"ama atenção? ;o !i!ido;/ isto ,/ ;a eXperi8ncia ue , captada
não como predicado de um o3Eeto/ mas como ^luXo de cuEa ess8ncia temos consci8ncia em ^orma de
relem3ranças? atitudes/ moti!açfes/ !alores e signi^icados su3Eeti!os; 9Granger? [\Z/RZ:-
&rata<se não sK de uma re!alorização teKrica/ mas da prKpria antropologia enuanto uestão social- Sc"a^^
nos ad!erte ue se trata de um ;sinal dos tempos;?
;* domínio
pergunta da pro3lemItica
so3re antropolKgica
a eXist8ncia "umana/ na ^iloso^ia
numa ,poca em uemoderna
a mesmaresulta da necessidade
eXist8ncia de uma
estI ameaçada e osresposta
sistemash
de !alores ^iXados por tradição estão a3alados; 9Sc"a^^? [\Z/R:-
4o mesmo sentido/ em seu li!ro / 'oblema do ?omem, %u3er distingue ,pocas de ascensão  ueda do
pensamento antropolKgico/ con^orme o sentimento de solidão do ser "umano- * autor ressalta ue essa
uestão sK alcança maturidade em nossa ,poca/ por dois moti!os- * primeiro , a degeneração de ^ormas
tradicionais da con!i!8ncia "umana com a ^amília/ a comunidade rural/ a !ida ur3ana- * segundo/ , o
prKprio sentimento de perda de domínio/ pelo "omem/ do mundo por ele criado?
;* "omem deiXa<se ultrapassar por suas prKprias o3ras; 9---: ;* "omem se encontra então diante de um
^ato terrí!el? criou demjnios e não sa3e dominI<los;- 9---: ;Pual era/ no caso/ o sentido do
M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA) UU
poder trans^ormado em impot8ncia * pro3lema se reduziu h pergunta so3re a natureza do "omem/ ue
gan"ou um no!o signi^icado/ so3retudo prItico; 9[\Q/[<\U:-
6oEe/ a uestão do "omem enuanto ator social gan"a corpo e ^az emergirem/ com toda a sua ^orça/ as
ci8ncias sociais ue se preocupam com os significados. &rata<se de uma 8n^ase prKpria de nosso tempo
em ue se ^orti^ica a introspecção do "omem/ a o3ser!ação de si mesmo e se ressaltam uestfes antes
passadas desperce3idas- Hsso não nos le!a a menosprezar o m,todo uantitati!o/ mas a colocI<lo como
um dos elementos da compreensão no todo- Conduz<nos tam3,m a en^atizar as correntes de pensamemto
ue assumem como a ess8ncia da sociedade o ^ato do "omem ser o ator de sua prKpria eXist8ncia- $ssa
atoia e autoia em condiç1es dadas , o material 3Isico com o ual tra3al"amos na pesuisa social/ e ue
pode ser traduzida em números/ grI^icos e esuemas/ mas não se limita e não se resume aí-
Mann"eim/ considerado o ^undador da sociologia do con"ecimento/ opfe<se ao positi!ismo ue tenta
tornar
tão mensurI!eis
carregados e dis<cerní!eis
de !alores ue sK umsem am3igidade
participante todos ossocial
do sistema ^atos estudado
sociais- Comenta ue "I certos C"ama
pode compreend8<lo- termos
atenção para a participação do sociKlogo como o3ser!ador da realidade ue pesuisa e diz<nos ue isso
pode signi^icar o sacri^ício do ue hs !ezes se considera como necessIria ;neutralidade e o3Eeti!idade
cientí^ica;- Mas/ acrescenta ue o intento de o3ter o3Eeti!idade/ neste sentido/ , um positi!o o3stIculo aos
con"ecimentos sociolKgicos?
;estI claro ue uma situação "umana sK , caracteriza!el uando se tomam em consideração as
concepçfes ue os participantes t8m dela/ a maneira como eXperimentam suas tensfes nesta situação e
como reagem a essas tensfes assim conce3idas; 9[\Y/ ZR:-
Completa a^irmando ue?
;2ara se tra3al"ar com ci8ncias sociais , necessIrio participar do processo social- Mas essa participação
no inconsciente coleti!o
U M$&*D*HJ*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA)
não signi^ica/ de modo algum/ ue se ^alsi^iuem os ^atos ou ue eles seEam !istos
incorretamente- 2elo contrIrio/ a participação no conteXto !i!o da !ida social , uma
pressuposição da compreensão da natureza interna de seu conteúdo- / despe@o pelos elementos
ualitati*os e a completa estição da *ontade não constitui obJeti*idade e sim negação da ualidade
essencial do obJeto& 9gri^o nosso: 9[\Y/ZU:-
As pala!ras de Mann"eim eXpressam o pensamento de !Irias correntes teKricas das ci8ncias
sociais/ mas ao mesmo tempo uma luta no campo intelectual em relação ao positi!ismo clIssico
ou ao psicologismo- * ^uncionalismo destaca a importncia do sentido social da conduta
"umana/ em oposição hs atri3uiçfes indi!iduais dos moti!os das condutas- Hsto ,/ su3stitui as
eXplicaçfes su3Eeti!istas das condutas pelos determinantes dos sistemas sociais e 3usca o
sentido de^inidor
carIter da inter<relação
da açãoentre as,ati!idades-
social A sociologia
o seu sentido- ;4a açãocompreensi!a de We3er
estI contida toda nos "umana/
a conduta diz ue o
na medida em ue o ator l"e atri3ui um sentido su3Eeti!o; 9[\[/R:- A ^enomeno<logia/
de^ende a id,ia de ue as realidades sociais são construídas nos signi^icados e atra!,s deles/ e sK
podem ser identi^icadas na medida em ue se mergul"a na linguagem signi^icati!a da interação
social- A linguagem/ as prIticas e as coisas são inseparI!eis na a3ordagem ^enomenolKgica- $la
en^atiza os signi^icados gerados na interação social- 4o seu uadro de re^er8ncia/ o mundo se
apresenta ao indi!íduo na ^orma de um sistema o3Eeti!ado de designaçfes compartil"adas de
^ormas eXpressi!as- * marXismo interpreta a realidade como uma totalidade onde tanto os
^atores !isí!eis como as representaçfes sociais integram e con^iguram um modo de !ida
condicionado pelo modo de produção especí^ico- 4essa a3ordagem su3lin"a<se a 3ase material
como determinante da produção da consci8ncia/ mas assume<se a importncia das
representaçfes sociais como condicionantes tanto na reprodução da consci8ncia como na
construção da realidade mais ampla-
Ao in!,s de recon"ecer na su3Eeti!idade a impossi3ilidade de construção cientí^ica/ essas
a3ordagens acima re^eridas 9cada uma com sua peculiaridade: consideram<na como parte
integrante da singularidade do ^enjmeno social- 4a medida em ue acreditam
M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA) UV
ue a realidade !ai mais al,m dos ^enjmenos perce3idos pelos nossos sentidos/ tra3al"am com dados
ualitati!os ue trazem para o interior da anIlise/ o su3Eeti!o e o o3Eeti!o/ os atores sociais e o prKprio
sistema de !alores do cientista/ os ^atos e seus signi^icados/ a ordem e os con^litos- $!identemente/ cada
teoria tem seu modo prKprio de lidar com os dados de acordo com a !isão de mundo ue as sustenta-
A uestão da o3Eeti!idade , então colocada em outro ní!el- Dada a especi^icidade das ci8ncias sociais/ a
o3Eeti!idade não , realizI!el- Mas , possí!el a o3Eeti!ação ue inclui o rigor no uso de instrumental
teKrico e t,cnico adeuado/ num processo interminI!el e necessIrio de atingir a realidade- * ue se pode
ter dos ^enjmenos sociais/ , menos um retrato e mais uma pintura con^orme a imagem usada por Demo
9[YV/ZU:- Hsto ,/ seria impossí!el se descre!er com tal ^idedig<nidade a realidade ue ela se tornasse
transparente- (m retrato ^iXa a imagem e o momento/ mas não , dinmico-
A metI^ora da pintura nos inspira a id,ia de uma proEeção em ue a realidade , captada com cores e
matizes particulares/
artística- 4ingu,m dizonde
ue os
umao3Eetos e as
pintura , opessoas
retrato são reinterpretados
da realidade-  umaedentre
criadosmuitas
num processo
possí!eisdeimagens
produção
onde o autor introduz m,todos e t,cnicas/ mas onde predomina sua !isão so3re o real e so3re o impacto
ue l"e causa- 4essa o3ra entra tanto o ue , !isí!el como as emoçfes e tudo se une para proEetar a !isão
da realidade-
Certamente "I di^erenças em relação h o3ra de arte e a ci8ncia social- A ci8ncia tem cnones mais rígidos
e seus limites são tam3,m maiores em relação h percepção do real- Mas não se pode descon"ecer ue
ualuer produção cientí^ica na Irea das ci8ncias sociais , uma criação e carrega a marca de seu autor-
2ortanto/ a o3Eeti!ação/ isto ,/ o processo de construção ue recon"ece a compleXidade do o3Eeto das
ci8ncias sociais/ seus parmetros e sua especi^icidade , o crit,rio interno mais importante de
cienti^icidade-  preciso aceitar ue o suEeito das ci8ncias sociais não , neutro ou então se elimina o
suEeito no processo de con"ecimento- Da mesma ^orma/ o ;o3Eeto; dentro dessas ci8ncias , tam3,m
suEeito e interage permanentemente com o in!estigador-
A ;o3Eeti!ação; nos le!a a repudiar o discurso ing8nuo ou malicio<
U\ M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA)
so da neutralidade/ mas nos diz ue , necessIrio 3uscar ^ormas de reduzir a incursão eXcessi!a dos Euízos
de !alor na pesuisa- *s m,todos e t,cnicas de preparação do o3Eeto de estudo/ de coleta e tratamento dos
dados aEudam o pesuisador/ de um lado a ter uma !isão crítica de seu tra3al"o e/ de outro/ de agir com
instrumentos ue l"e indicam ela3oraçfes mais o3Eeti!adas- Con^orme ad!erte Demo/ no la3or de
in!estigação/ a prItica não su3stitui a teoria e !ice<!ersa 9[YV/ ZV:-
Muitas são tam3,m as críticas ue podem ser ^eitas h a3ordagem ualitati!a- .8m dos mais di^erentes
pontos e atacando ^lancos !ariados- As mais ^reentes seriam? a# o empirismo de ue são acometidos
muitos pesuisadores ue passam a considerar ci8ncia a prKpria descrição dos ^atos ue l"es são
^ornecidos pelos atores sociais- Dele estão im3uídos aueles ue consideram a !ersão das pessoas so3re
os ^atos como a prKpria !erdade- JI Durk"eim c"ama!a atenção para es te pro3lema 9[ZY/QZss: b# a
8n^ase na descrição dos ^enjmenos em detrimento da anIlise dos ^atos c# o en!ol!imento do pesuisador
com ;estados
com seus !alores/ emoçfes e !isão de mundo na anIlise da realidade d# a di^iculdade em si de tra3al"ar
mentais;-
As críticas em relação h a3ordagem ualitati!a na !erdade são constataçfes das ^al"as e das di^iculdades
na construção do con"ecimento- Mas as ;ci8ncias sociais não podem deiXar de estar permanentemente
engaEadas num discurso com seu prKprio o3Eeto de estudo? um discurso/ no ual tanto o in!estigador
uanto o assunto compartil"am dos mesmos recursos; 9Giddens? [ZY/ QU:-
Cremos ue a pol8mica uantitati!o *esus ualitati!o/ o3Eeti!o *esus su3Eeti!o não pode ser assumida
simplistamente como uma opção pessoal do cientista ao a3ordar a realidade- A uestão/ a nosso !er/
aponta para o pro3lema ^undamental ue , o prKprio carIter especí^ico do o3Eeto de con"ecimento? o ser
"umano e a sociedade- $sse o3Eeto ue , suEeito se recusa peremptoriamente a se re!elar apenas nos
números ou a se igualar com sua prKpria apar8ncia- Desta ^orma coloca ao estudioso o dilema de
contentar<se com a pro3le<matização do produto "umano o3Eeti!ado ou de ir em 3usca/ tam3,m/ dos
signi^icados da ação "umana ue constrKi a "istKria-  um desafio na 3usca de camin"os-
M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA) UZ
S$G(4DA 2A5&$
)H46AS D$ 2$4SAM$4&*
.<  ;$n!ol!er uma teoria com o manto da !erdade , atri3uir<
l"e uma característica não realizI!el "istoricamente- 4ada mais preEudicial ao processo cientí^ico ue o apego a enunciados e!identes/ não discutí!eis-
Somente na teoria se pode dizer ue a ci8ncia , a interpretação !erdadeira da realidade/ porue na prItica/ toda interpretação realiza apenas uma !ersão
"istoricamente possí!el; 9Demo? [Y/ QV:-
Antes de nos introduzirmos no campo especí^ico da Metodologia da 2esuisa social/ !amos ^azer algumas
consideraçfes preliminares ue Eulgamos ^undamentais para a prItica de in!estigação-
A primeira delas , de ue nen"uma pesuisa , neutra seEa ela ualitati!a ou uantitati!a- 2elo contrIrio/
ualuer estudo da realidade/ por mais o3Eeti!o ue possa parecer/ por mais ;ing8nuo; ou ;simples; nas
pretensfes/ tem a norteI<lo um arca3ouço teKrico ue in^orma a escol"a do o3Eeto/ todos os passos e
resultados teKricos e prIticos-
$m conse8ncia/ podemos classi^icar as ela3oraçfes so3re o social/ grosso modo/ dentro de alguma
corrente de pensamento ^ilosK^ica ou sociolKgica/ mesmo ue essa ^iliação/ para seus autores/ seEa algo
inconsciente-
2or outro lado/ podemos dizer ue nen"uma das lin"as de pensamento so3re o social tem o monopKlio de
compreensão total e completa so3re a realidade- A ela nos acedemos sempre por aproXimação e usando
uma ^rase de )8nin/ citada por )ukIcs/ a^irmamos ue ;a marc"a do real , ^iloso^icamente mais
!erdadeira e mais pro^unda do ue nossos pensamentos mais pro^undos; 9[\Z/ QUV:-
&endo em !ista ue nosso campo especí^ico , o das Ci8ncias Sociais em Saúde/ desen!ol!eremos
algumas id,ias dominantes nessa Irea/ ue !Irios autores identi^icam com o positi!ismo sociolKgico/ a
^enomenologia sociolKgica e com o materialismo "istKrico- &omamos como re^erenciais as anIlises so3re
o tema/ realizadas por $!erardo 4unes 9[YU:/ [YV: Juan C,sar Garcia 9[YU: e Donnangelo 9[YU:-
$m Cincias Sociais e Saúde na méica atina, 4unes toma \\U re^er8ncias de produção teKrica na
Irea entre os anos de [VR a [Z[/ classi^ica o material e o analisa dentro de um marco re^erencial
UY M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA)
"istKrico<estrutural/ em termos de? (a# Medicina &radicional (b# Ser!iços de Saúde (c# 2rocesso
SaúdeFDoença (d# 0ormação de 5ecursos 6umanos-
4o estudo do material re^erido/ 4unes apro^unda !Irias uestfes ue não constituem o3Eeto de nossa
preocupação neste tra3al"o/ mas en^atiza tam3,m um en^oue ue nos toca particularmente? as correntes
de pensamento da produção intelectual do período recortado/ articulando<se com as preocupaçfes mais
amplas da sociedade nos !Irios momentos "istKricos e com a 3ase material de sua emerg8ncia-
Sem uerer marcar etapas estanues/ 4unes mostra ue na d,cada de VR as pesuisas esti!eram marcadas
pelas teorias ^unciona<listas e culturais/ ser!indo h implementação de desen!ol!imento e organização de
comunidade-
4as d,cadas de \R e ZR/ as a3ordagens ^enomenolKgicas estarão e^eti!amente presentes no campo do
pensamento so3re saúde- $las uestionarão a onipot8ncia e onipresença do $stado so3re os indi!íduos e
so3re os grupos
dominantes de re^er8ncia
atra!,s do sistemaimediata
de saúde-dos indi!íduos
 uma reaçãoede
a ar3itrariedade impositi!a
negati!idade dos daspositi!istas
princípios classes e
^uncionalistas/ em ^a!or de uma a^irmação dos direitos indi!iduais/ do princípio da autonomia das
pessoas e grupos mediadores ^rente ao $stado e hs grandes instituiçfes m,dicas-  uma re^leXão so3re os
signi^icados su3Eeti!os e uma condenação teKrica do anonimato/ das leis gerais e das in!arincias prKprias
do positi!ismo sociolKgico-
Segundo 4unes/ a partir dos anos ZR/ "I um grande incremento da produção intelectual na Irea da saúde/
dentro do en^oue marXista- C"ama atenção para o ^ato de ela ter no seu 3oEo uma crítica "istKrico<
estrutural da ^ragilidade e ^ragmentação das anIlises e propostas prIticas da ^enomenologia e positi!ismo-
$ssas tr8s correntes de pensamento continuam presentes/ atuantes e em luta entre si/ nas anIlises
re^erentes h relação SaúdeF Sociedade- 0azem parte da prKpria luta ideolKgica da sociedade atual/ onde as
!isfes sociais de mundo estão comprometidas com posturas concretas na prItica teKrica e política-
Garcia 9[YU: nos ad!erte ue nen"uma delas/ "oEe/ desconliece a !inculação da medicina com a estrutura
social- A uestão 3Isica de cada uma reside no como se dI essa !inculação e em ue grau de
M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA) U[
autonomia ou depend8ncia situa o ^enjmeno saúde<doença enuanto mani^estação 3iolKgico<social- *
de3ate interno das di^erenteo correntes sociolKgicas re^lete a di^iculdade do pensamento de apreender o
o3Eeto em toda a sua compleXidade e articulaçfes-
4este tra3al"o tentaremos re^letir os dilemas/ as contradiçfes e as perspecti!as dessas lin"as de
pensamento/ enuanto possi3ilidades de construção teKrica do con"ecimento sociolKgico no campo da
saúde e sua articulação com as 3ases sociais em ue são engendradas-
* 2*SH&H.HSM* S*CH*)bGHC*
* positi!ismo constitui a corrente ^ilosK^ica ue ainda atualmente mant,m o domínio intelectual no seio
das Ci8ncias Sociais e tam3,m na relação entre Ci8ncias Sociais/ Medicina e Saúde- As teses 3Isicas do
positi!ismo podem ser assim resumidas? 9: A realidade se constitui essencialmente nauilo ue nossos
sentidos podem perce3er 9Q: As Ci8ncias Sociais e as Ci8ncias 4aturais compartil"am de um mesmo
^undamento
distinção lKgico e metodolKgico/
^undamental elas se
entre ^ato e !alor? distinguem
a ci8ncia apenas
se ocupa do no
fatoo3Eeto
e de!ede3uscar
estudose9U: $Xiste
li!rar uma
do *alo.
 "ipKtese central do positi!ismo sociolKgico , de ue a sociedade "umana , regulada por leis naturais
ue atingem o ^uncionamento da !ida social/ econjmica/ política e cultural de seus mem3ros- 2ortanto/ as
ci8ncias sociais/ para analisar determinado grupo ou comunidade/ t8m ue desco3rir as leis in!ariI!eis e
independentes de seu ^uncionamento-
Daí decorre ue os m,todos e t,cnicas para se con"ecer uma sociedade ou determinado segmento dela são
da mesma natureza ue os empregados nas ci8ncias naturais- $ ainda mais/ da mesma ^orma ue as
ci8ncias naturais propugnam um con"ecimento o3Eeti!o/ neutro/ li!re de Euízo de !alor/ de implicaçfes
político<sociais 9o ue se pode colocar tam3,m em uestão no de3ate a3erto a respeito dessas ci8ncias:
tam3,m as ci8ncias sociais de!em 3uscar/ para sua cienti^icidade/ este ;con"ecimento o3Eeti!o;- 4outras
pala!ras/ o cientista social de!e se comportar ^rente a seu o3Eeti!o de estudo _
R M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA)
a sociedade/ ualuer segmento ou setor dela _ li!re de Euízo de !alor/ tentando neutralizar/ para
conseguir o3Eeti!idade/ na sua prKpria !isão de mundo-
4a prItica/ a postura positi!ista ad!oga uma ci8ncia social des!inculada da posição de classe/ dos !alores
morais e das posiçfes políticas dos cientistas/ e acredita nisso- Denomina ;pr,<Euízos;/ ;pr,<conceitos;/
;pr,<noçfes; ao conEunto de !alores e opçfes políti<co<ideolKgicas do pesuisador/ limites a serem
transpostos para ue ele ^aça ci8ncia 9Durk"eim? [ZY/ \:-
)o7y nos aponta alguns dados "istKricos esclarecedores so3re o positi!ismo 9[Y\/ UU<VR:- Diz<nos ue a
ci8ncia positi!a tem suas raízes na ^iloso^ia das luzes no s,culo .HHH-
2ara )o7y o pai do positi!ismo , Condorcet/ um enciclopedista 9)o7y? [Y\/ UU<VR:- Condorcet
^ormulou de ^orma clara e precisa a id,ia de ue a ci8ncia da sociedade de!eria ser uma MatemItica
Social/ ^ormulada como estudo num,rico e rigoroso dentro das teorias pro3a3ilísticas- Considera!a ue/
da mesma
assim ^orma
de!eria ue nascom
acontecer ci8ncias ^ísicas sociais
as ci8ncias e matemIticas/ os interesses
9Condorcet/ in Mora? e[Y/
as paiXfes não
VYR/ - a pertur3a!am/
ed-:-
* autor atri3uía as di^iculdades no progresso do con"ecimento da realidade social/ ao ^ato de ue o social
era/ no seu tempo/ o3Eeto de interesses religiosos e políticos- Daí ue a meta das ci8ncias sociais seria
conseguir uma ela3oração ;li!re de preconceitos;-
Ainda ue possa parecer estran"o/ comenta )o7y/ o pensamento de Condorcet/ para sua ,poca/ era crítico
e/ at, certo ponto/ re!olucionIrio- Dirigia<se contra as classes poderosas dominantes da ,poca? a HgreEa/ o
poder ^eudal e o $stado oligIruico/ ue se atri3uíam o controle de todo o con"ecimento cientí^ico-
Condorcet indica!a a necessidade de romper com esse monopKlio do sa3er/ li!rando as ci8ncias da
sociedade/ dos interesses e paiXfes das classes ^eudais/ das doutrinas teolKgicas/ dos argumentos de
autoridade da HgreEa e de todos os ;dogmas ^ossilizados;-
)o7y inclui entre os discípulos de Condorcet e de^ensor de suas id,ias/ o socialista utKpico Saint<Simon
9)o7y? [Y\/ VR<\R:- $ste autor c"ama!a a ci8ncia da sociedade de ;^isiologia social;- Considera!a ue
"I dois tipos de ,poca "istKrica? as ,pocas críticas/ necessI<
M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA) 
rias para eliminar as ^ossilizaçfes sociais/ e as ,pocas orgnicas ue são momentos "istKricos de
esta3ilidade e de ^uncionamento normal- $m seu tempo/ segundo ele/ "a!ia algumas classes parasitas do
organismo social 9o clero e a aristocracia: ue de!iam dar lugar a uma no!a ^orma de organização para
ue o corpo social ^uncionasse regularmente- Saint<Simon tin"a um proEeto da no!a sociedade/ 3aseado
não na igualdade/ mas numa pirmide de classes ue ele!aria a capacidade produti!a dos "omens ao grau
mIXimo de desen!ol!imento- Segundo ele/ a moral e as id,ias t8m ue ser distintas para as distintas
classes ^undamentais/ a ^im de ue a sociedade seEa li!re e dedicada h produção- A igreEa de!eria ser
su3stituída pela ^I3rica 9Saint Simon/ in Mora? [Y/ Q[Vs-:-
Da mesma ^orma ue a ;matemItica social; de Condorcet/ a ;^isiologia social; de Saint<Simon trazia no
seu interior uma crítica ao sistema social de seu tempo/ hs classes dominantes e apela!a para mudanças
condizentes com a no!a sociedade industrial ue se instala!a-
)o7y comenta
crítica ue*oautor
do mundo- positi!ismo/ at, outKpico
usa o tempo início do
nos,culo
mesmo'/ aparece
sentido como
de arl uma !isãoemsocial<utKpica<
Mann"eim Ideologia e
>topia 9[\Y/U<U:- Mann"eim distingue os conceitos de ideologia e utopia- A primeira seria
constituída por concepçfes/ id,ias/ representaçfes e teorias ue se orientam para a esta3ilização/
legitimação e reprodução da ordem !igente- Hdeologias seriam o conEunto das doutrinas e teorias de
carIter conser!ador/ isto ,/ ser!em para a manutenção do sistema social de ^orma geral- 2elo contrIrio/ as
>topias seriam as representaçfes/ id,ias e teorias ue t8m em !ista uma realidade ainda ineXistente-
&razem no seu 3oEo uma dimensão crítica/ de negação/ ruptura e possi3ilidade de superação do status
uo. $ neste sentido ue podemos ^alar dos elementos ;utKpicos; no positi!ismo de Condorcet e Saint<
Simon-
* mesmo não se poderia dizer das teorias de Augusto Comte/ em3ora este autor se considerasse "erdeiro
dos dois primeiros- 2ara Comte o pensamento teria ue ser totalmente positi!o- Hsto ,/ eliminado todo o
conteúdo crítico de sua anIlise/ os cientistas desco3ririam as leis da sociologia- $ como conse8ncia/ a
partir de seu m,todo positi!o/ o cientista de!eria se consagrar teKrica e pratica<
Q M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA)
mente h de^esa da ordem social- * positi!ismo em Comte e seus sucessores tem uma conotação política
conser!adora/ contrIria ao ue consideram ;negati!ismo; perigoso das doutrinas críticas/ destruti!as/
su3!ersi!as e re!olucionIrias da 5e!olução 0rancesa e do Socialismo 9Comte? [ZY/<V Durk"eim?
[ZY/UQ<\:-
Comte ^ormulou uma teoria social/ a ue/ num primeiro momento/ denominou 0ísica Social- A^irma ele?
;A 0ísica Social , uma ci8ncia ue tem por o3Eeti!o o estudo dos ^enjmenos sociais/ considerados no
mesmo espírito ue os ^enjmenos astronjmicos/ ^ísicos/ uímicos e ^isiolKgicos; 9[ZY/ U:-
$Xplica ue/ da mesma ^orma ue eXiste na natureza/ "I uma ordem interna ue rege a sociedade/ ue
encamin"a para a "armonia/ o desen!ol!imento e a prosperidade- Ao cientista social ca3eria desco3rir
essa ordem e eXplicitI<la aos leitores para ue/ a partir de sua compreensão/ a esta3ilidade social ^osse
mantida-
Comte considera
riuezas/ importante
concentração ueeconjmico
de poder os sociKlogos eXpliuem
e seu lugar na aos proletIrios
sociedade- $ssesa lei ue regeseriam
elementos a distri3uição de
resultantes
da prKpria natureza da organização social/ ue tem suas leis in!ariantes- Segundo ele/ graças ao
positi!ismo/ os tra3al"adores recon"eceriam as !antagens da su3missão e de sua ;irresponsa3ilidade; no
go!erno da sociedade- Desta ^orma/ o positi!ismo como ;ci8ncia li!re de Euízo de !alor e neutra;
contraditoriamente se proporia a não amaldiçoar os ^atos políticos mas aceitI<los e legitimI<los 9Comte?
[ZY/ YQ<YZ:- .eEamos as prKprias pala!ras do autor?
;* positi!ismo tende poderosamente/ pela sua prKpria natureza/ a consolidar a ordem pú3lica/ pelo
desen!ol!imento de uma sI3ia resignação- 2orue não pode eXistir uma !erdadeira resignação/ isto ,/
uma disposição permanente a suportar com constncia e sem nen"uma esperança de mudança/ os males
ine!itI!eis ue regem todos os ^enjmenos naturais/ senão atra!,s do pro^undo sentimento dessas leis
ine!itI!eis- A ^iloso^ia positi!a ue cria essa
M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA) U
disposição se aplica a todos os campos/ inclusi!e aos males políticos; 9[ZY/ZR:-
Assim/ segundo Comte/ os distinti!os do espírito positi!ista seriam o senso de realidade/ a utilidade/ a
certeza/ a aptidão orgnica e o 3om senso prItico 9[ZY/ \Qs:- 4ão se pode admirar/ a partir das id,ias
re^eridas/ ue o positi!ismo com3inasse e ^undamentasse todo o conser!adorismo político e legitimador
de situaçfes !igentes- .ale lem3rar ue o lema de nossa 3andeira nacional repu3licana/ o ;*rdem e
2rogresso; tem no papa do positi!ismo sua inspiração/ e em sua ^iloso^ia social/ a 5epú3lica tem a 3ase
de concepção da prItica política-
4o campo da sociologia propriamente dita/ ^oi $mile Durk"eim uem primeiro ^undamentou as
possi3ilidades teKrico<metodolKgi<cas do positi!ismo para compreensão da sociedade- 5econ"ecendo<se
como discípulo de Comte/ Durk"eim se aplicou a pensar a especi^icidade do o3Eeto da sociologia/
relacionI<la com as outras ci8ncias e lançar os ^undamentos de um m,todo para pesuisa social- 2ara ele/
o escopo da sociologia
;pr,<Euízos; , estudar
e as ;pr,<noçfes; ^atos ue o3edeçam
pro!enientes a leis
da ideologia in!ariI!eis/
e da de ^orma
!isão de mundo do o3Eeti!a
sociKlogoe neutra-
t8m ue*s
ser
com3atidos e eliminados do tra3al"o atra!,s de regras do m,todo cientí^ico? ;a sociologia não , nem
indi!idualista e nem socialista;/ dizia ele 9[ZY/ QZ:-
2ortanto/ se um cientista social tem suas pre^er8ncias políticas/ se simpatiza com os operIrios ou com os
patrfes/ se , li3eral ou se , socialista/ tem por o3rigação/ como cientista/ calar as paiXfes e sK nesse
sil8ncio iniciar seu estudo o3Eeti!o e neutro 9[ZY/\R:-
Durk"eim insiste/ com todo rigor/ ue a sociedade , um ^enjmeno moral/ na medida em ue os modos
coleti!os de pensar/ perce3er/ sentir e agir incluem elementos de coerção e o3rigação/ constituindo assim
uma consci8ncia coleti!a ue se eXpressa na religião/ na di!isão do tra3al"o e nas instituiçfes-
Sua preocupação ^oi/ considerada a sociedade como ; coisa;/ criar um m,todo ue pudesse descre!er os
^atos sociais/ classi^icI<los com precisão e de ^orma independente das id,ias do cientista so3re a realidade
social-
 M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA)
Daí ue/ para ele/ a tare^a do cientista ,? (a# descre!er as carac rísticas dos ^atos sociais (b# demonstrar
como eles !8m a eXistir (c# relacionI<los entre si (d# encontrar sua organicidade (c# tentar separar as
;representaçfes; dos ^atos dadas pelas id,ias ue ^azemos deles/ da ;coisa<real; 9[ZY/ ZR<\R:-
Durk"eim distingue as categorias do ;senso comum; como sendo os conceitos usados pelos mem3ros da
sociedade para eXplicar e descre!er o mundo em ue !i!em e os ;conceitos cientí^icos; ue descre!em/
classi^icam/ eXplicam/ organizam e correlacionam os ;^atos sociais; de ^orma ;o3Eeti!a;- Hnsiste ue as
causas dos ^atos sociais de!em ser 3uscados em outros ^atos sociais e não na teologia ou nos indi!íduos
9[ZY/ ZU<\:-
(ma das principais in^lu8ncias do positi!ismo nas ci8ncias sociais ^oi marcada pelo lugar de destaue
concedido h pesuisa empírica na produção do con"ecimento- Metodologicamente isso signi^icou
desco3rir as características de regularidades e in!arincias dos ^atos sociais e descre!8<las- $ por ;^ato
social;/
uma Durk"eim
coação entende
eXterior; ;toda
ou ainda ;omaneira de ^azer/
ue , geral ^iXada ou
no conEunto não/ suscetí!el
de uma de eXercer
dada sociedade tendo/so3re o indi!íduo
ao mesmo
tempo/ uma eXist8ncia prKpria/ independente das mani^estaçfes indi!iduais; 9[ZY/ [Qs:- 2ara desco3rir
as regularidades/ Durk"eim e os positi!istas em geral in!ocam a imagem do organismo "umano/
en^atizando os termos ;estrutura; e ;^unção;/ ;mor^ologia; e ;^isiologia; ue di^erenciam maneiras de
^azer e de ser cristalizadas/ onde apenas a di^erença de grau distingue essa ordem de ^atos o3ser!I!eis
interligados 9[ZY/ [R<[U:-
* positi!ismo sociolKgico domina ainda "oEe as Ci8ncias Sociais- 2or,m , al!o de muitas críticas- *
primeiro pro3lema ue surge a partir da concepção positi!ista , a constatação de ue os seres "umanos
não são simples ^orma/ taman"o e mo!imentos? possuem uma !ida interior ue escapa h o3ser!ação
primIria- Daí a di^iculdade na prItica de pesuisa da ;neutralidade; e da ;o3Eeti!idade;- Seria necessIrio
descon"ecer/ ignorar/ considerar irrele!antes os estados mentais tanto do o3ser!ador como dos atores
sociais- A resposta de Durk"eim , de ue esses ^enjmenos poderiam ser
M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA) V
o3ser!ados atra!,s de mani^estaçfes comportamentais eXteriores/ como índices dos primeiros-
A "istKria do positi!ismo tem re!elado ue a concepção ue se Eulga independente dos Euízos de !alor se
encamin"ou na prItica para a utilização dos termos de tipo matemItico e um deles , a linguagem das
!ariI!eis- A conse8ncia imediata ^oi o desen!ol!imento eXtremamente rIpido de m,todos de pesuisa
de 3ase estatística/ tais como amostragem/ escala/ m,todos de anIlise de dados 9como a regressão/ a
correlação e t,cnicas multi!ariadas:-
Desen!ol!eu<se uma tend8ncia a usar instrumentos de anIlise como se eles ^alassem por si mesmos/ na
ilusão de ue nada "I al,m deles/ segundo os ensinamentos de Durk"eim no 2re^Icio h primeira edição
das +egas do Método Sociol!gico%
;4ão podemos cair na tentação de ultrapassar os ^atos/ uer para eXplicI<los/ uer para eXplicar o seu
curso- 9---: Se eles são inteiramente inteligí!eis/ então 3astam tanto h ci8ncia/ porue/ neste caso/ não "I
moti!o para
razfes; procurar
9[ZY/ Z:- ^ora deles prKprios a sua razão de ser e h prItica/ porue o seu !alor útil , uma das
Desta ^orma os dados são considerados o3Eeti!os se são produzidos por instrumentos padronizados/
!isando a eliminar ^ontes de propensão de todos os tipos e apresentar uma linguagem o3ser!acio<nal
neutra- A linguagem das !ariaçfes representaria a possi3ilidade de eXpressar generalizaçfes com
o3Eeti!idade e precisão-
As uestfes a serem le!antadas ultrapassam os limites do de3ate so3re t,cnicas de pesuisa- Certamente a
anIlise multi!ariada/ a anIlise conteXtual/ a correlação são instrumentos poderosos para a compreensão de
dados aglomerados/ supondo<se a realidade de grandes coleti!idades- São importantes para a construção
de indicadores/ para as c"amadas ;pesuisas de intelig8ncia; como os censos e outras modalidades de
construçfes uantitati!as- * pro3lema , o da autorização/ em primeiro lugar e em termos uase a3solutos/
desta ^orma de interpretação do social/ em ue a realidade se restringiria ao o3ser!I!el e ao uanti^icI!el-
\ M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA)
/ 7uncionalismo
(ma das !ariantes do positi!ismo sociolKgico , o 0(4CH*4A)HSM*/ cuEos representantes são/ na
antropologia inglesa/ Malino7ski e 5adcli^^e<%ro7n e/ na sociologia americana/ Merton e 2arsons- C sr<
tamente ue o positi!ismo não se constitui simplesmente como uma ci8ncia normati!a com um conEunto
de regras uni^ormes- Cada autor tem peculiaridades em sua ^orma teKrica de concepção e anIlise da
realidade- Mas "I um su3strato 3Isico/ uma postura ^rente ao o3Eeto de estudo ue pode nos le!ar a
colocar lado a lado Merton/ 2arsons/ 5adcli^^e<%ro7n e Malino7ski- * ^uncionalismo tem sido a corrente
de pensamento 9dentro do positi!ismo: mais eXpressa na Irea de saúde- *s ^uncionalistas se di^erenciam
de Comte e Durk"eim na medida em ue negam as leis gerais ue regem o ^uncionamento da sociedade
como um todo- &am3,m não reduzem a ci8ncia do social h descrição de acontecimentos ou ^atos
o3ser!I!eis- Desen!ol!em um tipo de teoria especialmente aplicI!el h compreensão da estrutura social e
Q
da di!ersidade
totalidades uecultural ue pode
se constituem comoser organismos
resumida nos princípios
!i!os- ue se seguem?
São compostas (a# As sociedades
por elementos são inter<
ue interagem/
relacionam<se e são interdependentes- São sistemas onde cada parte se integra no todo como su3sistema/
produzindo euilí3rio/ esta3ilidade/ e sendo passí!el de aEustes e reaEustes/ (b# 2or isso mesmo cada
sociedade tem seus mecanismos de controle para regular as in^lu8ncias e!entuais de elementos eXternos
ou internos ue ameacem seu euilí3rio- ;Des!ios; e ;dis^unçfes; ^azem parte da concepção do sistema
ue atra!,s dos mecanismos prKprios de controle tendem a ser a3sor!idos/ produzindo a integração- $sta
, a tend8ncia !i!a do sistema/ (c# A integração se consegue pelo consenso atra!,s de crenças/ !alores e
normas compartil"ados socialmente pelos su3sistemas ue interagem constantemente e se re^orçam
mutuamente/ (d# A conceituação de progresso/ de desen!ol!imento
Q
2ara mel"or compreensão do 0uncionalismo recomendamos a leitura de? Malino7ski/ (ma 5eoiaCientficada Cultua,5J/
Oa"ar$d- [ZV *s gonautas do 'acfico, 5J/ $d- A3ril/ [ZY 5adcli^^e<%ro7n/ Estutua e 7unção na Sociedade 'imiti*a, 5J/
.ozes/ [ZU 5o3ert Merton/Sociologia% 5eoia e estutuaXS-C- $d- Mestre Jou/ [ZR &alccott 2arsons/ 5Yie SKciaF System/
Glencoe/ Hllinois/ &/e 0ree 2ress/ [V-
\ M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA) H
/ 7un:onalismo T
(ma das !ariantes do positi!ismo sociolKgico , o 0(4CH*4A)HSM*/ cuEos representantes são/ na
antropologia inglesa/ Malino7ski e 5adcli^^e<%ro7n e/ na sociologia americana/ Merton e 2arsons- C er<
tamente ue o positi!ismo não se constitui simplesmente como uma ci8ncia normati!a com um conEunto
de regras uni^ormes- Cada autor tem peculiaridades em sua ^orma teKrica de concepção e anIlise da
realidade- Mas "I um su3strato 3Isico/ uma postura ^rente ao o3Eeto de estudo ue pode nos le!ar a
colocar lado a lado Merton/ 2arsons/ 5adcli^^e<%ro7n e Malino7ski- * ^uncionalismo tem sido a corrente
de pensamento 9dentro do positi!ismo: mais eXpressa na Irea de saúde- *s ^uncionalistas se di^erenciam
de Comte e Durk"eim na medida em ue negam as leis gerais ue regem o ^uncionamento da sociedade
como um todo- &am3,m não reduzem a ci8ncia do social h descrição de acontecimentos ou ^atos
o3ser!I!eis- Desen!ol!em um tipo de teoria especialmente aplicI!el h compreensão da estrutura social e
Q
da di!ersidade
totalidades uecultural ue pode
se constituem comoser organismos
resumida nos princípios
!i!os- ue se seguem?
São compostas (a# As sociedades
por elementos são inter<
ue interagem/
relacionam<se e são interdependentes- São sistemas onde cada parte se integra no todo como su3sistema/
produzindo euilí3rio/ esta3ilidade/ e sendo passí!el de aEustes e reaEustes/ (b# 2or isso mesmo cada
sociedade tem seus mecanismos de controle para regular as in^lu8ncias e!entuais de elementos eXternos
ou internos ue ameacem seu euilí3rio- ;Des!ios; e ;dis^unçfes; ^azem parte da concepção do sistema
ue atra!,s dos mecanismos prKprios de controle tendem a ser a3sor!idos/ produzindo a integração- $sta
, a tend8ncia !i!a do sistema/ (c# A integração se consegue pelo consenso atra!,s de crenças/ !alores e
normas compartil"ados socialmente pelos su3sistemas ue interagem constantemente e se re^orçam
mutuamente/ (d# A conceituação de progresso/ de desen!ol!imento
Q
2ara mel"or compreensão do 0uncionalismo recomendamos a leitura de? Malino7ski/ >ma 5eoia Cientfica da Cultua,5J/
Oa"ar$d- [ZV *s gonautas do 'acfico, 5J/ $d- A3ril/ [ZY 5adcli^^e<%ro7n/ Estutua e 7unção na Sociedade 'imiti*a, 5J/
.ozes/ [ZU 5o3ert Merton/Sociologia% 5eoia e estutuaXS-C- $d- Mestre Jou/ [ZR &alccott 2arsons/ 5lie Social SZstem,
Glencoe/ Hllinois/ &-/e 0ree 2ress/ [V-
M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA) Z
e de mudanças , adaptati!a- * sistema social tem em si a tend8ncia h conser!ação e h reprodução/ por
isso as ino!açfes/ in!ençfes e tensfes se direcionam para a re!italização do sistema e são a3sor!idas no
seu interior- Como num organismo !i!o cuEa estrutura permanece e se re!igora no mo!imento ^uncional/
as mudanças sociais não atingem as estruturas/ não são re!olucionIrias- 2assam<se ao ní!el da
superestrutura ue tem a ^unção de adaptação e de manutenção do ;status uo; 96ug"es? [YU/ Q<\U
&imas"e^^? [\V/ QYZ<Q[Y:- <<
*s conceitos centrais do ^uncionalismo 9sistema/ su3sistema/ estrutura/ ^unção/ adaptação/ integração/
des!io/ consenso etc-: são coerentes com o positi!ismo sociolKgico/ para uem as leis ue regem os
^enjmenos sociais são intemporais/ in!ariI!eis e tendentes h esta3ilidade e h coesão- A implicação
metodolKgica de am3os 9positi!ismo sociolKgico e o ^uncionalismo como uma de suas !ariantes: , de ue
as totalidades ^uncionais/ ainda ue a in!estigação não seEa de orientação empiricista/ seEam repetidas
dentro de condiçfes
condiçfes glo3ais daempíricas
eXist8nciadesocial
produção dos ^enjmenos-
de ualuer Sua empresa principal
grupo/ desce*endo;as , reproduzir as
em sua compleXidade/
di!ersidade e mo!imento integrati!o/ de tal ^orma ue possam ser comparadas-
Dentre os ^uncionalistas/ 2arsons tem para nKs uma rele!ncia ^undamental porue este cientista
americano aplica a teoria ^uncio<nalista h eXplicação da medicina e das relaçfes m,dicoFpaciente em seu
país- $m sua o3ra 5$e Social SZstem 9[V:/ o tema central , o ^uncionamento das estruturas das
instituiçfes/ consideradas/ estas/ como o nKdulo da Sociologia- As instituiçfes constituem/ para ele/ o
mecanismo integrati!o ^undamental dos sistemas sociais/ de^inidos ora como uma pluralidade de agentes
indi!iduais interagindo/ ora como uma rede de relaçfes entre agentes-
4esta o3ra o conceito de saúde=doença eXplicitado pelo autor , coerente com sua !isão ^uncionalista?
; um estado de pertur3ação no ^uncionamento normal do indi!íduo "umano total/ compreendendo<se o
estado do organismo como o sistema 3iolKgico e o estado de seus aEustamentos pessoal e social; 9[V/
Y:-
Y M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA)
(ma anIlise lingística destacaria/ na de^inição/ o Eargão ^unciona<lista? estado/ ^uncionamento/ normal/
organismo/ sistema/ aEustamento- 4o conceito/ o 3iolKgico se !incula ao social atra!,s da noção de
euilí3rio ou deseuilí3rio indi!idual ^rente hs pressfes sociais- A doença ,/ para 2arsons/ ;uma conduta
des!iada; e o doente , um personagem social ue se recon"ece na ^orma como a sociedade
institucionaliza o des!io e assim o assimila e o integra-
Daí ue os pap,is e ^unçfes de m,dico e paciente são complemen<tares- A prItica m,dica , um
mecanismo do sistema social para reconduzir o doente h normalidade/ mas ue tam3,m recon"ece seu
des!io e o institucionaliza- $la tem por ^inalidade o controle dos des!ios indi!iduais- Juan C,sar Garcia/
em seu estudo so3re as correntes de pensamento na medicina/ ^az uma crítica contundente ao
^uncionalismo de 2arsons uando analisa o sistema m,dico- Ao de^inir a prItica da medicina/ diz ele/ pela
^inalidade de curar e pre!enir as doenças/ 2arsons se limita a descre!er como ela ^unciona e aparece em
^orma de ^enjmeno
concepção de doençao3ser!I!el/
h noção dedescon"ecendo as condiçfes
;des!io; colocando<a de sua
no m3ito produção
eXclusi!o doepaciente
reprodução-
e do 5eduz
m,dico-a
$n^atiza seus respecti!os pap,is como atores sociais no conEunto da sociedade considerada "armjnica e
euili3rada- Como conclusão/ coloca na maior ou menor susceti3ilidade indi!idual hs tensfes sociais/ a
responsa3ilidade da doença- Descon"ece os con^litos eXistentes na sociedade/ os interesses ue perpassam
a medicina como uma produção social e as determinaçfes sociais da saúdeFdoença 9Garcia? [YU/R<
RY:-
Concluímos dizendo ue o positi!ismo e sua ^orma particular denominada ^uncionalismo sociolKgico t8m
sido as correntes de pensamento com maior in^lu8ncia e !igor na produção intelectual re^erente h uestão
das Ci8ncias Sociais e a Saúde- &al ^ato não nos pode estran"ar/ na medida em ue são estas teorias ue
mel"or se prestam para conser!ar e Eusti^icar a prItica m,dica "egemjnica e os en^oues prIticos no
tratamento dos doentes e das doenças- A re^er8ncia mais atual ue possuímos para esta constatação , a
anIlise intensa e minuciosa realizada por $!erardo 4unes 9[YV:/ onde a autor tece inúmeras
consideraçfes e constata os camin"os seguidos pela produção intelectual em Cincias Sociais e Saúde na
méica ati;
M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA) [
na. $m3ora pretenda eXaminar apenas esse lado do continente/ $!erardo e os autores da coletnea ^azem
re^er8ncias permanentes aos estudos realizados em todo o mundo ocidental/ tra3al"ando com uma
a3ordagem "istKrico<estrurural 9[YV/ Q[<YU YZ<\:-
4unes coloca o positi!ismo como a corrente de pensamento dominante nos anos VR e nas anIlises da
saúde particularmente atra!,s das correntes ^uncionalistas e culturalistas- Mas "oEe elas ainda continuam
!i!as e presentes tanto na produção cientí^ica como na prItica- 2odem ser identi^icadas por alguns
sintomas ue indicamos a seguir/ a partir da leitura de !Irios autores da coletnea Cincias Sociais e
Saúde na meica atina 9[YU:? (a# 2ouca !alorização conceituai do processo saúdeFdoença e seus
determinantes (b# $n^oue pragmItico e ^uncionalista da medicina como se ela ^osse uma ci8ncia
uni!ersal/ atemporal e isenta de !alores (c# .alorização das ci8ncias sociais como acessKrio ou
complemento na prItica e na teoria m,dicas/ considerando<as como ci8ncias normati!as e com ^inalida<<
de adaptati!a
como e ^uncional
o3Eeti!idade (d# 4a
e con^usão do epidemiologia/
^enjmeno com !alorização eXcessi!a da concreçao estatística tomada
a prKpria realidade-
4a prItica m,dica e suas relaçfes com a sociedade o positi!ismo se mani^esta? 9: 4a concepção da
saúdeFdoença como ^enjmeno apenas 3iolKgico indi!idual em ue o social entra/ compreendido como
modo de !ida e apenas como !ariI!el/ ou , descon"ecido e omitido 9Q: 4a !alorização eXcessi!a da
tecnologia e da capacidade a3soluta da medicina de erradicar as doenças 9U: 4a dominação corporati!a
dos m,dicos em relação aos outros campos do con"ecimento/ adotando<os de ^orma pragmItica 9a
sociologia e a antropologia consideradas importantes apenas para ^azer uestionIrios/ produzir in^ormes
culturais/ ensinar alguns conceitos 3Isicos: no tratamento su3alterno dado aos outros pro^issionais da
Irea 9en^ermeiros/ assistentes sociais/ nutricionistas/ atendentes etc---: em relação ao senso comum da
população/ numa tentati!a nunca totalmente !itoriosa/ de desuali^icI<lo e a3sor!8<lo-
VR M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA)
A S*CH*)*GHA C*M25$$4SH.A
(ma segunda !isão do mundo ue tem tido pro^unda in^lu8ncia na construção do con"ecimento da
realidade/ inclusi!e na interpretação das relaçfes entre medicina e sociedade/ , a c"amada Sociologia
Compeensi*a. $la pri!ilegia a compreensão e a inteligi3ilidade como propriedades especí^icas dos
^enjmenos sociais/ mostrando ue o SHG4H0HCAD* e a H4&$4CH*4A)HDAD$ os separam dos ^enjmenos
naturais-
4a Intodução :s Cincias do Espito, Dilt"ey polemiza com o positi!ismo/ a^irmando ue os ^atos
"umanos não são suscetí!eis de uanti^icação e de o3Eeti!ação porue cada um deles tem sentido prKprio
e identidade peculiar/ eXigindo uma compreensão especí^ica e concreta- Daí/ deduz ele/ são ^alsas as
teorias sociolKgicas e a ^iloso^ia da "istKria ue !8em na descrição do singular uma simples mat,ria<prima
para posteriores a3straçfes? ;não "I última pala!ra da "istKria ue conten"a o !erdadeiro sentido;
9Dilt"ey?
4a [V\/^oi
Sociologia QV:-
MaX We3er uem esta3eleceu as 3ases teKrico<metodolKgicas da Ci8ncia
Compreensi!a- Contra os princípios do positi!ismo/ ele diz ue?
;A sociologia eXige um ponto de !ista especí^ico EI ue os ^atos de ue se ocupa implicam um g8nero de
causação descon"ecido das ci8ncias da natureza; 9[\/ UU:-
Sua de^inição de Sociologia passou a ser um marco para essa corrente/ dentro das Ci8ncias Sociais?
; uma ci8ncia ue se preocupa com a compreensão interpretati!a da ação social/ para c"egar h
eXplicação causai de seu curso e de seus e^eitos- $m >ação> estI incluído todo o comportamento "umano
uando e at, onde a ação indi!idual l"e atri3ui um signi^icado su3Eeti!o- A >ação> neste sentido pode ser
tanto a3erta uanto su3Eeti!a- 9---: A >ação> , social uando/ em !irtude do signi^icado su3Eeti!o atri3uído a
ela pelos indi!íduos/ le!a em conta o comportamento dos outros e , orientada por ele na sua realização;
9We3er/ [\/ UU:-
M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA) V
We3er retoma aui o tema central das Ci8ncias Sociais/ isto ,/ a relação entre indi!íduo e sociedade/
a^irmando ue os sociKlogos necessariamente t8m ue tratar dos signi^icados su3Eeti!os do ato social/
We3er não ^az psicologia/ ele uer dizer ue a sociedade , ^ruto de uma inter<relação de atores sociais/
onde as açfes de uns são reciprocamente orientadas em direção hs açfes dos outros-
Segundo We3er/ a sociologia reuer uma a3ordagem di^erente das ci8ncias da natureza/ e isso se
consegue atra!,s de? (a# pesuisa empírica a ^im de ^ornecer dados ue d8em conta das ^ormulaçfes
teKricas? (b# tais dados deri!am de algum modo da !ida dos atores sociais (c# os atores sociais dão
signi^icados a seus am3ientes sociais de ^orma eXtremamente !ariada (d# eles podem descre!er/ eXplicar
e Eusti^icar suas açfes ue são sempre moti!adas por causas tradicionais/ sentimentos/ a^eti!os ou são
racionais-
A sociologia compreensi!a/ em We3er/ nos diz ue as realidades sociais são construídas nos signi^icados
e atra!,s deles
linguagem/ e sK podem
as prIticas/ ser identi^icadas
as coisas na linguagem
e os acontecimentos signi^icati!a da interação social- 2or isso/ a
são inseparI!eis-
We3er propfe/ para conseguir compreender a realidade social/ dois princípios metodolKgicos? (a# a
neutralidade de !alor e (b# a construção do tipo<ideal-
2artindo do princípio de ue a "istKria "umana se constitui de ;constelaçfes singulares;/ do ;caso
concreto;/ o autor propfe a teoria dos tipos<ideais como instrumento racional e teKrico de aproXimação da
realidade- *s ;tipos<ideais; não eXistem empiricamente/ são arti^ícios criados pelo cientista para ordenar
os ^enjmenos/ para indicar suas articulaçfes e seu sentido- Sintetizam e e!idenciam os traços típicos/
srcinais de determinado ^enjmeno tornando<o inteligí!el- We3er constrKi !Irios tipos<ideais sendo os
mais con"ecidos/ a 3tica 'otestante e o Espito do Capitalismo, a 9uocacia e as 7omas de
Dominação 9[Z/ V<Z[:- Sua intenção ao propor esse instrumento metodolKgico de compreensão da
realidade , tornar as Ci8ncias Sociais rigorosas e ^idedignas/ mas de uma perspecti!a di^erente da
a3ordagem positi!ista- $le prKprio comenta?
;4ão eXiste uma anIlise da cultura a3solutamente o3Eeti!a dos
VQ M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA)
^enjmenos sociais/ independente dos pontos de !ista especiais e parciais/ segundo os uais/ de ^orma
eXplícita ou tItica/ consciente ou su3consciente/ aueles são selecionados e organizados para propKsitos
eXpositi!os- &odo con"ecimento da realidade cultural/ como pode ser !isto/ , sempre con"ecimento a
partir de pontos de !ista especí^icos; 9We3er? [V[/ ZQ:-
4a sua luta teKrica contra o positi!ismo/ We3er recon"ece ue os !alores t8m um papel destacado na
seleção do o3Eeto de in!estigação/ na escol"a da pro3lemItica e nas uestfes ue o pesuisador se coloca-
2or,m/ atra!,s da sua tentati!a de ;o3Eeti!idade; ue se concretiza na construção dos tipos<ideais e na
crença de isenção de !alores durante o processo de pesuisa/ We3er reencontra<se com Durk"eim- Cai nas
mal"as do idealismo ue pre!8 a !eri^icação e a !alidade a partir dos m,todos e t,cnicas e os cr8 isentos
de inger8ncia dos !alores tanto "istKricos/ pro!enientes de seu processo de produção/ uanto pessoais/
re^erentes h ideologia do in!estigador-
We3errelação
Com , considerado
ao campoumualitati!o/
clIssico daem
sociologia e sua in^lu8ncia
duas correntes se estende
de pensamento por !Irias
encontramos a3ordagens
o peso da sua teKricas-
contri3uição/ em3ora cada uma delas conser!e seu esuema conceituai peculiar? a fenomenologia
sociol!gica e a etnometodologia. * recon"ecimento da presença de We3er nessas a3ordagens não ,
eXplícita/ mas ao analisI<las perce3emos a presença ^undamental do conceito central 7e3eriano? o
SHG4H0HCAD* da ação social- 5elati!amente ao campo da saúde/ o peso de in^lu8ncia maior estI na
^enomenologia-  por isso ue ^alaremos dela com prioridade e apenas sintetizaremos os princípios da
etnometodologia-  d/
$tnometodologia compreende o conEunto de re^leXfes ue se a3rigam so3 seu prKprio nome/ al,m do
internacionalismo sim3Klico/ da "istKria de !ida e da "istKria oral- Seu 3erço ^oi a (ni!ersidade de
C"icago e seu principal aruiteto 5o3ert 2ark/ ue nas d,cadas de QR e UR preconiza!a a eXperi8ncia
direta com os atores sociais para a compreensão de sua realidade- Ao mesmo tempo da!a um lugar de
destaue hs 6istKrias de .ida como um material de eXcel8ncia para a sociologia 9[Q:- As id,ias de 2ark
^oram teoricamente desen!ol!idas por 6arold Gar^inkel na d,cada de UR/ ue esta3eleceu o uadro

M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA) VU


conceituai e as 3ases metodolKgicas da etnometodologia/ cuEos princípios resumimos a seguir 9Gar^inkel?
[\Z:-
Gar^inkel de^ende sua teoria como uma ^orma de compreender a prItica artesanal da !ida cotidiana/
interpretada EI/ numa primeira instncia/ pelos atores sociais- Segundo ele/ as características do mundo
social são inseparI!eis dos processos interpretati!os pelos uais o mundo , constituído/ realizado e
eXplicado- A sociedade , entendida como uma constituição de estruturas com regras e con"ecimentos
compartil"ados e tIcitos ue tornam a interação social possí!el e aceita- 2ortanto/ ^az parte da
constituição do mundo/ a ^orma pela ual os "omens c"egam a um sentido da realidade o3Eeti!a? o senso
comum- $ EI ue o ser "umano tem como característica ^undamental a re^leXi3ilidade so3re seus atos/ o
papel dos etnometodKlogos ,/ ao estudar ã cotidianidade/ desco3rir os modelos de racionalidade
su3Eacentes h ação dos indi!íduos e dos grupos 92ayme et alli/ [Y/RY<UY Smart/ [ZY/[<:-
6arrison 1 Madge são dois representantes da etnometodologia na Hnglaterra- Desde [UZ eles t8m
tentado aplicar os procedimentos dessa a3ordagem para compreender o dia<a<dia do "omem comum na
sociedade compleXa- Suas id,ias/ desen!ol!idas na teoria da ;*3ser!ação de Massa; cont8m críticas e
propostas- 6arrison uestiona o ^ato de ue as grandes leis so3re o comportamento "umano ten"am sido
produzidas sem o3ser!ação do ue acontece na realidade e de ue ;as a3ordagens uantitati!as sacri^icam
o SHG4H0HCAD* no altar do rigor matemItico; 96arrison? [Q/R<Q:- 2or isso/ atra!,s da organização de
o3ser!adores !oluntIrios/ passou a colecionar atitudes/ pala!ras e reaçfes dos ingleses no seu dia<a<dia/
!isando a compreender o comum/ o mIgico/ os "I3itos/ os rituais e ta3us de uma cultura pretensamente
con"ecida- 6arrison pu3licou !Irios li!ros antes e depois da Segunda Guerra Mundial- Desmascarou

a!Irios
marcamitos docontri3uição
de sua período de guerra e colocou
tanto para h luz as
o cinema/ a cultura popular
artes/ como parainglesa so3 !Irios
as t,cnicas aspectos/
de pesuisa de deiXando
mercado e
de opinião pú3lica- Seu arui!o classi^ica títulos como Arte/ Assuntos 0inanceiros/ Anti<Semitismo/
Son"os/ Comportamento SeXual- Apesar de seu espírito ino!ador/ 6arrison , criticado dentro e ^ora do
m3ito cientí^ico pela sua ^alta de rigor metodolKgico-
V M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA)
As o3ser!açfes eXternas so3re o tra3al"o de 6arrison de certa ^orma re^letem um uestionamento interno
da sociologia em relação h etnometodologia/ pro!eniente tanto dos positi!istas como dos marXistas? (a#
crítica h consideração de ue os signi^icados su3Eeti!os criam a realidade do mundo (b# crítica h redução
da estrutura social a procedimentos interpretati!os (c# crítica ao descon"ecimento dos ^atores ue
determinam ou condicionam a !isão das pessoas so3re sua situação social (d# crítica h separação entre
pensamento e ação 9Smart? [ZY/UUs:-
* Hnteracionismo Sim3Klico/ enuanto teoria e m,todo/ pode ser compreendido como uma !ertente da
etnometodologia- Sua srcem/ tam3,m da d,cada de QR/ reúne estudos importantes como os de &"omas
9[QZ: 6er3ert Mead 9[\: e Cooley 9[QQ:- 6er3ert %lumer , uem/ em [UZ/ atri3uiu h sua
a3ordagem teKrico<metodolKgica o termo ;interacionismo sim3Klico;- Diz %lumer em sua o3ra?
;4Ks podemos e eu penso ue posso/ ol"ar a !ida "umana/ acima de tudo como um !asto processo de
interpretação/ noe ual
acontecimentos o po!o/
situaçfes ueindi!idual e coleti!amente
encontram--- guia adesignado
4en"um esuema si mesmo para
para analisar
de^inir o3Eeti!os/
a !ida dos grupos
"umanos em seus caracteres gerais se adeua a esse processo de interpretação; 9[V\/ \Y\:-
A concepção interacionista das relaçfes sociais se ^undamenta no princípio de ue o comportamento
"umano , autodirigido e o3ser!I!el em dois sentidos? o sim3Klico e o interacional- Hsso permite a
ualuer ser "umano planeEar e dirigir suas açfes em relação aos outros e con^erir signi^icado aos o3Eetos
ue utiliza para realizar seus planos- Al,m disso/ a concepção interacionista conce3e a !ida social como
um consenso esta3elecido na inter<relação/ por isso/ o sentido atri3uído hs açfes , manipulado/ rede^inido
e modi^icado atra!,s de um processo interpretati!o consensual ao grupo- Do ponto de !ista metodolKgico/
os princípios interacionistas en^atizam ue sím3olos e interação de!em ser os principais elementos a se
apreender na in!estigação- $m segundo lugar/ partindo<se da id,ia de ue sím3olos/ signi^icados e
de^iniçfes são ^orEados pelos atores sociais/ ,
M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA) VV
necessIrio apreender a natureza re^leXi!a dos suEeitos pesuisados- Hsto ,/ o in!estigador de!e tentar ^ugir
da ^alIcia do o3Eeti!ismo/ su3stituindo sua prKpria perspecti!a pela dos grupos ue ele estI estudando
92ayne? [Y/\ 6aguette? [YZ/Us Denzin/ [ZU/V<[:-
*s mo!imentos etnometodolKgicos decaíram nos $stados (nidos/ e na Hnglaterra sua in^lu8ncia ^oi
peuena- 2or,m/ a partir da d,cada de VR/ a tradição etnometodolKgica tem sido retomada com !igor-
4ingu,m pode negar "oEe a in^lu8ncia dos tra3al"os de Go^^man para a sociologia- Hnclusi!e na Irea de
saúde/ a anIlise das ;instituiçfes totais; te!e e tem impacto- * renascer de estudos sociolKgicos de
peuenos grupos dentro de a3ordagens etno<metodolKgicas !em ocupando o espaço deiXado pelo
descr,dito do positi!ismo e pelo escasso desen!ol!imento "eurístico das correntes marXistas/ mais
preocupadas com a3ordagens ^ilosK^icas ou macros<sociais-
Assim como a $tnometodologia/ a 0enomenologia , considerada/ dentro das Ci8ncias Sociais/ a
Sociologia
^iloso^ia deda 2ida Cotidiana.
6usserl $m3ora
ue ela 3usca na suae ^undamentação
seu nome ela3oração se perce3am as in^lu8ncias
metodolKgica- 7e3erianas
* argumento , na , o
de 6usserl
mesmo de Dilt"ey e de We3er/ isto ,/ os atos sociais en!ol!em uma propriedade ue não estI presente nos
outros setores do uni!erso a3arcados pelas ci8ncias naturais? o SHG4H0HCAD* 96usserl? [YR/<Y:-
4as Ci8ncias Sociais/ Sc"utz , o representante mais signi^icati!o do pensamento ^enomenolKgico- $le
consegue dar consist8ncia sociolKgica aos princípios ^ilosK^icos de 6usserl e ^azer deles !o apenas uma
atitude/ mas teoria e m,todo na a3ordagem da ealidade social/ inspirando<se e ao mesmo tempo
distinguindo<sede WctaX- A ^enomenologia sociolKgica apresenta? (a# uma crítica adi#ai ao o3Eeti!ismo
da ci8ncia/ na medida em ue propfe a s$%je&iidade como ^undante do sentido (b# uma demonstração
da su3Eeti!idade como sendo constituti!a do ser social e inerente ao m3ito da autocom<preensão
o3Eeti!a (c# a proposta da descrição ^enomenolKgica como tare^a principal da sociologia-
Sc"utz traz para o campo de preocupaçfes da ^enomenologia social o mundo da *ida cotidiana onde o
"omem se situa com suas angústias e preocupaçfes em intersu3Eeti!ídade com seus seme<
V\ M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA)
l"antes 9compan"eiros/ predecessores/ sucessores e contemporneos:- * espaço<tempo pri!ilegiado nessa
teoria , a !ida presente e a relação ^ace a ^ace-
Do ponto de !ista do con"ecimento/ Sc"utz o di!ide em tr8s categorias? (a# a do !i!ido e eXperimentado
no cotidiano (b# o da epistemologia ue in!estiga esse mundo !i!ido (c# o do m,todo sociolKgico para
in!estigação-
4o primeiro ní!el/ o mundo social apresenta<se aos indi!íduos na ^orma de um sistema o3Eeti!ado de
designaçfes compartil"adas e de ^ormas eXpressi!as-  o mundo da cotidianidade/ tal como ,
eXperimentado pelo "omem em ;atitude natural; e aceito como tal- Dentro da ;atitude natural; o "omem
não uestiona a estrutura signi^icati!a do mundo/ mas age e !i!e nela-
* mundoXotidiano se apresenta atra!,s de tipi^icaçfes construídas pelos prKprios atores sociais/ de
acordo com suas rele!ncias- $ssas tipi^icaçfes incluem o uni!ersal e o estI!el/ o especí^ico e o mutI!el-
Aui se o3ser!a
construção umacriada
analítica das di^erenças de Sc"utz
pelo cientista/ em relação
para Sc"utz a We3er-
o ator $nuanto
social/ não apenaspara este/ o tipo<ideal
o cientista/ tipi^ica o , uma
mundo para compreend8<lo e comunicar<se com seus semel"antes-
Sc"utz a^irma ue o o3Eeto das ci8ncias sociais uando , estudado EI se encontra de certa ^orma
estruturado e interpretado/ pois a realidade social EI possui sentido para os "omens ue !i!em nela- Desta
^orma/ diz ele/; os o3Eetos das ci8ncias sociais são construtos em segunda pot8ncia; 9[\Q?URR<U:-
2ortanto/ o ponto de partida para a ^enomenologia sociolKgica são os ;construtos de primeira ordem;
usados pelos mem3ros de uma sociedade isto ,/ o senso comum/ ainda ue ele conten"a id,ias !agas/
im3uídas de emoção/ ^ragmentadas e am3íguas- Sc"utz não uestiona se o con"ecimento do senso
comum , superior ou in^erior h construção cientí^ica- Segundo ele/ o propKsito do cientista social ,
re!elar os signi^icados su3Eeti!os implícitos ue penetram no uni!erso dos atores sociais- * cientista
social cria um sa3er di^erente a partir do con"ecimento de ;primeira ordem;/ atra!,s da ela3oração de
modelos do ator social/ de ;tipos ideais; para eXplicitar os signi^icados da realidade social e para
descre!er os procedimentos dos signi^icados- $sses modelos corts<
M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA) VZ
truídos pelo cientista a partir do mundo da !ida cotidiana se distinguem do senso comum/ segundo
Sc"utz? (a# pela consist8ncia lKgica/ isto ,/ pela possi3ilidade de descre!er o !i!ido/ 3uscando traz8<lo
para a ordem das signi^icaçfes (b# pela possi3ilidade de interpretação (c# e pela sua adeuação h
realidade-
* modelo cientí^ico para compreensão do mundo social/ Sc"utz o descre!e a partir dos seguintes
princípios? (a# a intersu3Eeti!idade? estamos sempre em relação uns com os outros (b# a compreensão?
para atingir o mundo do !i!ido/ a ci8ncia tem ue apreender as coisas sociais como signi^icati!as (c# a
racionalidade e a internaciona<lidade? o mundo social , constituído sempre por açfes e interaçfes ue
o3edecem a usos/ costumes e regras ou ue con"ecem meios/ ^ins e resultados-
2ara a compreensão empírica da realidade/ Sc"utz ela3ora alguns conceitos ue nos remetem ao ato
social- * primeiro deles , o de situação% signi^ica o lugar ue algu,m ocupa na sociedade/ o papel ue
desempen"a
situado e suas posiçfes
3iogra^icamente ,tico<religiosas/
no mundo intelectuais
d@ !ida so3re o ual e enopolíticas
ual de!eSc"utz diz ue o e8Zci[n"m
agir- Distingue "omem estI
bioftifi@i. de con$ecimento. $sse último consiste na sedimentação das eXpeiir<cias e situaçfes
!i!enciadas- * estoue de con$eãmaiSa"oT9\ soam. ^unciona como um marco de re^er8ncia/ atra!,s
dopr^n^espae^cX mundo e pauta sua ação- Sc"utz usa tam3,m os i estutua de ele*]ncias re^erindo<se h
importnciaiEnea conteXtos possuem para o suEeito/ o ue se i com sua 3agagem de con"ecimento e cornai
$sses conceitos desen!ol!idos na sorininy ii i_-m H'6H)H i pa Sc"utz t8m eXtrema importncia na
3aseca%pí%ad3t sesacsa OJes passam do conteXto indi!idual para oi i_i liiiiii ymu; ecomunitIrio
atra!,s do ue o autor considera ma=ma^UU_ de perspecti!a/ de comunicação/ de comunidade de
a^aEetãns e de interpretação inter<su3Eeti!a- 5ece3emos/ segundo o aata/ a maior parte de nossos
con"ecimentos atra!,s de nossos paas/ pro^essores e predecessores- 5ece3emos uma !isão de mando/
maneiras de classi^icar e tipi^icar ue criam o nosso uni!erao/ e um con"ecimento ue !ai do ;^amiliar;
ao ;anjnimo; e nos coloca a partir da situação ;^ace a ^ace;/ isto é, no ní!el da !ida prItica/ em relação
com o mundo 9[\?\<VR:-
M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA) VZ
truídos pelo cientista a partir do mundo da !ida cotidiana se distinguem do senso comum/ segundo
Sc"utz? (a# pela consist8ncia lKgica/ isto ,/ pela possi3ilidade de descre!er o !i!ido/ 3uscando traz8<io
para a ordem das signi^icaçfes (b# pela possi3ilidade de interpretação (c# e pela sua adeuação h
realidade-
* modelo cientí^ico para compreensão do mundo social/ Sc"utz o descre!e a partir dos seguintes
princípios? (a# a intersu3Eeti!idade? estamos sempre em relação uns com os outros (b# a compreensão?
para atingir o mundo do !i!ido/ a ci8ncia tem ue apreender as coisas sociais como signi^icati!as (c# a
racionalidade e a internaciona<lidade? o mundo social , constituído sempre por açfes e interaçfes ue
o3edecem a usos/ costumes e regras ou ue con"ecem meios/ ^ins e resultados-
2ara a compreensão empírica da realidade/ Sc"utz ela3ora alguns conceitos ue nos remetem ao ato
social- * primeiro deles , o de situação% signi^ica o lugar ue algu,m ocupa na sociedade/ o papel ue
desempen"a e suas
3iogra^ícamente no posiçfes
mundo da,tico<religiosas/
!ida so3re o ualintelectuais
e no ualede!e
políticas- Sc"utz dize8peincia
agir- Distingue ue o "omem estI situado
biog"fica de
con$ecimento. $sse último consiste na sedimentação das eXperi8ncias e situaçfes !i!enciadas- * estoue
de con$ecimento do ator social ^unciona como um marco de re^er8ncia/ atra!,s do ual interpreta o
mundo e pauta sua ação/ Sc"utz usa tam3,m os termos ele*]ncia e estutua de ele*]ncias re^erindo<se
h importncia ue os o3Eetos e os conteXtos possuem para o suEeito/ o ue se relaciona/ por sua !ez/ com
sua 3agagem de con"ecimento e com a situação 3iogrI^ica-
$sses conceitos desen!ol!idos na sociologia ^enomenolKgica por Sc"utz t8m eXtrema importncia na 3ase
empírica da pesuisa- $les passam do conteXto indi!idual para o conteXto grupai e comunitIrio atra!,s do
ue o autor considera ecipocidade de perspecti!a/ de comunicação/ de comunidade de o3Eeti!os e de
interpretação inter<su3Eeti!a- 5ece3emos/ segundo o autor/ a maior parte de nossos con"ecimentos atra!,s
de nossos pais/ pro^essores e predecessores- 5ece3emos uma !isão de mundo/ maneiras de classi^icar e
tipi^icar ue criam o nosso uni!erso/ e um con"ecimento ue !ai do ;^amiliar; ao ;anjnimo; e nos coloca
a partir da situação ;^ace a ^ace;/ isto ,/ no ní!el da !ida prItica/ em relação com o mundo 9[\?\<
VR:-
VY M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA)
2ara Sc"utz a intesubJeti*idade , a categoria central na anIlise ^eno<menolKgica porue ela , um dado
^undamental da eXist8ncia "umana no mundo- $le a resume nos seguintes termos?
;Aui onde estou _ lI onde meu semel"ante estI? Eamais podemos estar no mesmo lugar/ estar na mesma
posição/ estar os dois aui ou lI; 9[\?Z:-
$ssa intesubJeti*idade , !i!ida em situação d ;^amiliaridade; so3re a ^orma do n!s e permite a captação
do outro como único em sua indi!idualidade- *u em situação de anonimato ue a^asta a unicidade e
indi!idualidade do outro e produz as situaçfes de generalização- * grau mIXimo de anonimato , a
consideração do outro como númeo ou função 9[\?R<VR:-
Como se pode concluir/ na ^enomenologia "I um curioso descon"ecimento dos ^enjmenos estruturais e
uma aus8ncia de discussão so3re as uestfes do poder/ da dominação/ da ^orça/ da estrati^ica<ção social-
Sua a3ordagem atomiza a realidade como se cada ^ato ou grupo constituísse um mundo social
independente-
2ara os ^enomenKlogos/ são os peuenos grupos como a ^amília/ as entidades religiosas/ as associaçfes
!oluntIrias/ os responsI!eis pela identidade dos indi!íduos/ pela sua esta3ilidade e por seu sistema de
signi^icados/ na medida em ue os integram uma !isão de mundo compartil"ada-
Contrapfe<se ao positi!ismo nos mais di^erentes aspectos? (a# h am3ição dessa teoria de construir
eXplicaçfes totalizantes e in!ariI!eis como nas ci8ncias naturais/ a ^enomenologia a^irma ue a !ida
"umana , essencialmente di^erente e sK pode ser compreendida atra!,s do mergul"o na linguagem
signi^icati!a da interação social (b# h separação entre ^atos sociais e !alores no positi!ismo/ a
^enomenologia diz ue a linguagem/ prIticas/ coisas e acontecimentos são inseparI!eis- $ a linguagem ,
essencial para ue a realidade seEa do Eeito ue ,/ isto ,/ a realidade , a prKpria !ida cotidiana nos
indi!íduos onde eles se comunicam/ concordam/ discordam/ Eusti^icam<se/ negam ou criam (c# h
pretensão de construir con"ecimentos o3Eeti!os e neutros/ a ^enomenologia diz ue sK "I con"ecimento
su3Eeti!o/ pois , o "omem ue imprime leis ao real/ e o ato de con"ecimento reúne
M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA) V[
o o3ser!ador e o o3ser!ado/ am3os possuidores de signi^icados atri3uídos pelo prKprio "omem (d# h
coerção da sociedade so3re o indi!íduo/ a ^enomenologia proclama a li3erdade do ator social ue atra!,s
de sua "istKria 3iogrI^ica e em inter<relação com seus semel"antes/ cria signi^icados e constrKi sua
realidade (e# desta ^orma a ^enomenologia proclama e a3solutiza o componente ,tico na relação da
ci8ncia com a sociedade- Diz ue o con"ecimento de!e estar sempre su3metido a eXig8ncias morais/ pois
ele , uma ^orma dentre as possí!eis de con^irmação da realidade- $ ao contrIrio do positi!ismo ue
con^ere primazia ao reinado da ci8ncia/ a ^enomenologia ad!oga sua su3missão aos princípios da ,tica e
da moral de determinada sociedade- U
$m seu teXto? As Coentes de 'ensamento no Campo da Saúde 9[YU? [Z<U:/ Juan C,sar Garcia nos
^ala so3re a ^orma especí^ica do desen!ol!imento da ^enomenologia nas anIlises sociolKgicas e no de3ate
político so3re as relaçfes da Medicina com a Sociedade- 4a d,cada de \R e com maior ^orça nos anos ZR
a ^enomenologia
esuemas Eunto com
de dominação ueoacompan"aram
marXismo propuseram
o enormeuma crítica radical
crescimento das relaçfes
das ^orças de produção
produti!as ocorridoenos
dos
países capitalistas a partir da Segunda Guerra Mundial- A onda desen!ol!i<mentista cuEos rumos do
progresso não signi^icaram a socialização do 3em<estar a constatação do apro^undamento das
desigualdades entre ricos e po3res/ entre países centrais e países peri^,ricos o caos ecolKgico e social dos
grandes centros ur3anos/ a corrida armamen<tista/ tudo isso ^ez crescer um mo!imento oposicionista na
sociedade ci!il e um uestionamento pro^undo da ci8ncia como !erdade incontestI!el- A concepção
positi!ista da ci8ncia uni!ersal/ atemporal e isenta de !alores conduzindo os rumos da "umanidade/ "a
Irea da saúde ^oi sendo pro3lematizada por um de3ate teKrico e ideolKgico ue engaEou uestfes tanto de
cienti^ icidade dos postulados !igentes como da ,tica de in!estigação cientí^ica-
Juan C,sar Garcia comenta ue no início a ^enomenologia e o
U
Al,m de Sc"utz , importante citar como nomes rele!antes da Sociologia 0enome<nolKgica/ 2eter %erger e )uckmann/ A
Constução Social da +ealidade, 5J/ .ozes/ [ZU/ Cicourcl/ A-Met$od and Measuement SociologZ, 4- ork/ &"e 0ree 2ress/ [\[-
\R M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA)
marXismo esti!eram Euntos numa crítica radical- 2or,m/ a partir da metade da d,cada de ZR/ pouco a
pouco ^oi se delineando uma di^erença tam3,m no campo teKrico/ ideolKgico e de propostas relati!as aos
rumos da mudança/ entre as duas correntes- $le diz ue a ;^enomenologia; passou de radical a reacionIria
9[YU?Q:- 2or,m recon"ece sua contri3uição-
A contestação intelectual da ^enomenologia ao positi!ismo desen!ol!eu<se em !Irios aspectos como
crítica contundente h instituição m,dica/ h prItica m,dica/ h ,tica m,dica/ ao sistema pú3lico de saúde e h
concepção 3iom,dica de saúdeFdoença- (ma crítica destruidora so3re o carIter reprodutor e coerciti!o da
instituição m,dica/ so3re os e^eitos negati!os da medicalização ^oi realizada por H!an Hllic" em A
E8popiação da Saúde 9[ZV:- * seu ;parti pris; contra o carIter dominador e totalizante da instituição
m,dica c"egou a um ní!el uase ^K3ico- Mas se o eXagero deiXa "oEe desacreditada cienti^icamente sua
o3ra/ assim mesmo ela aponta uma s,rie de elementos ue outros intelectuais tentam demonstrar- Sua tese
, de ue a h"ipertro^ia
o3stIculo realizaçãodas grandes
de seus instituiçfes
prKprios !oltadas
o3Eeti!os- paradoa ;crescimento
$le ^ala assist8ncia social tornou<se
mKr3ido o maior ue
da medicina;
conduz? (a# h ine^icIcia glo3al do sistema (b# h perda da capacidade da população de se adaptar ao meio
social/ de aceitar a dor e o so^rimento/ por causa da medicalização da !ida (c# ao mito de a medicina
aca3ar com a dor/ o so^rimento e a doença/ mito ue compromete a capacidade cultural dos "omens de
lidar com a !ida e a morte-
* li!ro de Hllic" se insere num de3ate ^undamental da sociologia e ue , assumido tanto pela
^enomenologia/ como pelo marXismo-  a relação do indi!íduo com a sociedade e suas possi3ilidades
^rente aos esuemas coerciti!os- $sse de3ate c"ega a algumas a^irmaçfes ue EI se constituem em
aXiomas/ atra!,s de !Irios estudos- 2rimeiro ue a atenção m,dica não tem signi^icado necessariamente a
mel"oria de ualidade de saúde da população 9Mceo7n/ [Y:- Segundo/ ue o carIter dominador da
medicina tem induzido a prItica m,dica a ampliar cada !ez mais seu controle so3re o corpo/ os e!entos da
!ida "umana/ os ciclos 3iolKgicos e a !ida social 9%oltanski/ [Z[:- $ por ^im/ ue o pro^issionalismo
m,dico tem redundado principalmente na de^esa de pri!il,gios corporati!os e ser!ido mais para atender a
M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA) \
interesses econjmicos do ue para responder hs necessidades de sa(de da população 9%oltanski/ [Z[
Arouca/ [ZV )oyola/ [Y:-
A esses uestionamentos Eulgados ^undamentais/ Euntaram<se outros so3re a ,tica m,dica e so3re uma
concepção social mais a3rangente de saúdeFdoença- São pontos particularmente de^endidos por
^enomenKlogos para uem as relaçfes morais e culturais desempen"am papel ^undamental-
Junto com a crítica da descaracterização cultural/ por parte da instituição m,dica/ dos ^enjmenos da !ida
e da morte e da medica<lização da !ida/ os ^enomenKlogos propfem a necessidade de desen!ol!er uma
^iloso^ia da medicina ue le!a em conta os pro3lemas ,ticos dos eXperimentos e ser!iços re^erente h !ida
"umana e ue se resta3eleça na concepção de saúdeFdoença 9para ^ins m,dicos: a rele!ncia
antropolKgica entre religião e medicina 92elegrino? [Z\:-
Garcia comenta ue a partir de [\Y a literatura e congressos so3re ,tica m,dica cresceram
aceleradamente/
direitos in^luenciando
dos usuIrios do sistemamo!imentos
de saúde e dedarepúdio
sociedade
ao ci!il no sentido
domínio de criar
controlador do uma
sa3erconsci8ncia
e do ^azer dos
m,dicos- A partir dos anos ZR/ no mundo inteiro ^oram criadas comissfes de ,tica/ ^undamentais no
recon"ecimento de ue as pessoas t8m o direito de ser in^ormadas e participar do processo de re^leXão
so3re o ue acontece nos la3oratKrios/ nos "ospitais e nas clínicas-
*s ^enomenKlogos consideram ue a cura se 3aseia em !alores/ sím3olos e sistemas de signi^icados
compartil"ados nos seus grupos de re^er8ncia- São esses grupos ue protegem os indi!íduos contra as
grandes estruturas impessoais e anjnimas onde/ comenta Sc"utz/ eles se tornam um número- Ad!ogam
portanto uma re^orma do sistema de saúde ue le!e em conta os !alores culturais dos grupos/ seus
mediadores 9os peuenos grupos: e seus ecossistemas 9Manning e 0I3rega? [ZU Douglas? [Z:-
A partir das mesmas id,ias !ai se desen!ol!endo tam3,m uma lin"a "olística na concepção da
saúdeFdoença ue se uni^ica nos seguintes pontos? (a# a saúde tem ue ser pensada como um 3em<estar
integral? ^ísico/ mental/ social e espiritual (b# os indi!íduos de!em assumir sua responsa3ilidade
inalienI!el ^rente hs uestfes de sua saúde (c# as prIticas da medicina "olística de!em aEudar as pessoas
\Q M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA)
a desen!ol!er atitudes/ disposiçfes/ "I3itos e prItica ue promo!am seu 3em<estar integral (d# o sistema
de saúde de!e ser reorientado para tratar das causas am3ientais/ comportamentais e sociais ue pro!ocam
a doença (e# as pessoas de!em se !oltar para a "armonia com a natureza/ utilizar prIticas e meios
naturais de tratamento 9Garcia? [YU/QY<UR:-
*s resultados prIticos das concepçfes ^enomenolKgicas so3re o setor Saúde t8m sido? (a# um
uestionamento so3re o papel do $stado e das grandes instituiçfes m,dicas (b# incremento dos peuenos
grupos pri!ados e !oluntIrios re^erentes h uestão da saúde (c# recon"ecimento de modalidades
alternati!as de eXpressão e de tratamento de saúde (d# aparecimento de no!as ^ormas institucionalizadas
de saúde pú3lica com3inadas com associaçfes !oluntIrias atenção primIria autocuidado uso da
medicina tradicional participação comunitIria educação e saúde !inculadas h pesuisa<ação-
A crítica h a3ordagem ^enomenolKgica no campo da saúde !eio particularmente dos marXistas/
compan"eiros
a3riram depara
o ^lanco camin"ada dos primeirose momentos-
uma reacomodação Segundo eles/
posterior assimilação e usoaspelo
propostas
$stadodos ^enomenKlo<gos
capitalista/ das
alternati!as em uestão- Assim/ em lugar de radicalizarem mudanças/ tornaram<se conser!adores-
Com relação ao arca3ouço teKrico/ a principal crítica marXista , de ue a estrutura social , captada de
^orma unilateral pela ^enome<nologia- Ao en^atizar a autonomia dos indi!íduos/ dos peuenos grupos/ dos
sistemas de crença e !alores/ os ^enomenKlogos descon"ecem as 3ases sociais dos !alores e crenças e o
carIter de totalidade/ "istoricamente construído/ das relaçfes de dominação econjmico<política e tam3,m
ideolKgica do sistema capitalista-
Com relação h uestão ,tica/ a ^enomenologia assume como a3soluto o componente ,tico da relação
ci8ncia<moral- * marXismo a^irma ue a ,tica e a ci8ncia são duas ^ormas de consci8ncia em relação
dial,tica com as condiçfes materiais de sua produção- Desta ^orma su3mete h crítica tanto uma como
outra-
Juan C,sar Garcia c"ama a tenção para o ^ato de ue as proposiçfes ^enomenolKgicas t8m sido
tomadasnos países capitalistas tanto centrais como peri^,ricos para uma reorganização do sistema de
saúde 9e de outros setores sociais:?
M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA) \U
;4o terreno da prItica m,dica;/ diz ele/ ;surgem programas alternati!os de autocuidado de
saúde/ atenção primIria por pessoal não pro^issional/ re!italização da medicina tradicional/ etc-
A maioria destas eXperi8ncias e os princípios so3re os uais se sustentam ^oram apropriados
pelo $stado na maioria dos países da Am,rica )atina na d,cada de ZR/ ao mesmo tempo em ue
se reduziam/ de ^orma relati!a/ os orçamentos estatais para a Irea social; 9[YU/Q:-
Garcia argumenta ue isso acontece pai passu com a crise ^iscal do $stado e com a crise
econjmica capitalista/ cuEa resposta hs crescentes necessidades da população , a adoção de
alternati!as 3aratas ue oneram mais uma !ez os usuIrios das políticas sociais?
; uma tentati!a de con!erter o consumidor da assist8ncia m,dica em pro!edor desta/ atra!,s
do auto<cuidado e da sua participação nas estruturas intermediIrias-; Conclui Garcia? ;*
desen!ol!imento
como determinadoeconjmico social , entendido
pelo in!estimento _ dentro
pri!ado gerador deste corpo
de riueza e pelateKrico
aEuda reacionIrio
!oluntIria/ _
contri3uinte do 3em<estar social; 9Garcia? [YU/UR:-
Concluindo/ cremos ue os uestionamentos da teoria ^enome<nolKgica no campo da saúde t8m
sido ^undamentais e podem ser recuperados dialeticamente na medida em ue se articulem suas
anIlises hs 3ases sociais de produção dos sistemas econjmicos/ políticos e ideolKgicos- 2or,m
sua !isão unilateral ue a3solutíza os !alores>e crenças dos grupos e a autonomia do indi!íduo
so3re a sociedade aca3a por gerar o ue nega desde o início? a assimilação interessada do
$stado de suas propostas ,ticas e morais-
Al,m disso/ essa corrente de pensamento enuanto campo de in^lu8ncia ideolKgico<política
pode ter importncia trans^ormadora se esti!er articulada com categorias mais gerais ue
re^litam mudanças no mundo material/ isto ,/ com as trans^ormaçfes econjmicas ue
acontecem no sistema capitalista atual- As a3ordagens alternati!as na Irea da Saúde/ propiciadas
pela ^enomenologia/ são "oEe de
\ M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA)
tal importncia/ ue se tornou impossí!el descon"ec8<las enuanto ^enjmenos de uestionamento dos
paradigmas dominantes- Seu eclodir não se dI em !ão/ ^az parte de um mo!imento geral teKrico e prItico
de 3usca de saídas para a crise em ue se mergul"ou o mundo pragmItico-  cedo ainda para a!aliar a
contri3uição positi!a ou negati!a dos resultados da ^enomenologia na Saúde- $la deiXou de ser apenas
lin"a de pensamento? trans^ormou<se em mo!imentos sociais ; alternati!os; ue estão aí/ eXistem e se
multiplicam- Mostram acima de tudo ue nen"uma corrente de pensamento eXiste e se desen!ol!e
independente das uestfes prIticas ue l"e coloca a realidade social-
* MA5HSM*
A o3ra de MarX , coerente com o princípio 3Isico de sua metodologia de in!estigação cientí^ica? tem a
marca da totalidade- 2or isso mesmo/ uma das pol8micas so3re a contri3uição de seu tra3al"o para as
Ci8ncias Sociais se de!e ao ^ato da di^iculdade de catalogI<la como 0iloso^ia/ 6istKria/ $conomia/
Sociologia
$sse carIteroudeAntropologia-
a3rang8ncia/ ue tenta/ a partir de uma perspecti!a "istKrica/ cercar o o3Eeto de
con"ecimento atra!,s da compreensão de todas as suas mediaçfes e correlaçfes/ constitui a riueza/ a
no!idade e a propriedade da dial,tica marXista para eXplicação do social- Goldmann 9[YR: atri3ui esse
carIter cienti^icamente totalizante da o3ra de MarX hs grandes uestfes ue ele se coloca no plano teKrico
e de como as !incula h utilidade e hs necessidades "umanas-
Constitui uma tare^a gigantesca e pro^unda a aproXimação do pensamento de MarX e dos marXistas ue
tentaram re^letir so3re o "omem e a sociedade- Como nosso escopo especí^ico neste tra3al"o se re^ere h
compreensão das correntes de pensamento e metodologias ue t8m in^luído nas anIlises e nas prIticas do
setor Saúde/ , por esse !eio ue analisaremos o marXismo- Daremos 8n^ase h sua a3ordagem/ ue ,
dial,tica/ das relaçfes entre o indi!íduo e a sociedade/ entre as id,ias e a 3ase material/ entre a realidade e
a sua compreensão pela ci8ncia/ e hs correntes ue en^atizam o suEeito "istKrico e a luta de classes-
Dentro da perspecti!a marXista como sociologia do con"ecimen<
M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA) \V
to/ os princípios ^undamentais ue eXplicam o processo de desen!ol!imento social/ podem ser resumidos
nos termos? mateialismo $ist!ico e mateialismo dialético.
$nuanto o materialismo "istKrico representa o camin"o teKrico ue aponta a dinmica do real na
sociedade/ a dial,tica re^ere<se ao m,todo de a3ordagem deste real- $s^orça<se para entender o processo
"istKrico em seu dinamismo/ pro!isoriedade e trans^ormação- %usca apreender a prItica social empírica
dos indi!íduos em sociedade 9nos grupos e classes sociais:/ e realizar a crítica das ideologias/ isto ,/ do
im3ricamento do suEeito e do o3Eeto/ am3os "istKricos e comprometidos com os interesses e as lutas
sociais de seu tempo- Como se pode perce3er/ esses dois princípios estão pro^undamente !inculados/
nauele sentido EI ad!ertido 9e citado anteriormente: por )8nin? ;* m,todo , a prKpria alma do
conteúdo;-
)o7y pre^ere usar indistintamente os termos? dial,tica marXista/ materialismo dial,tico/ materialismo
"istKrico
9[Y\/ e ^iloso^ia
QV:- ComentadaueprIXis
Eulga9este último/ umalimitar
empo3recedor denominação gramsciana:
a de^inição paraaos
do marXismo se re^erir ao marXismo
dois conceitos ue
colocamos no início- &odos os termos citados/ diz ele ;apontam para elementos do m,todo marXista;- Sua
o3ser!ação particular , a de preser!armos o ue "I de essencial no pensamento marXista/ o seu carIter
"istKrico? ;o "is<toricísmo , o centro/ o elemento motor/ a dimensão dial,tica e re!olucionIria do m,todo;
9[Y\/ Q\:-
Com relação h dimensão mateialista, )o7y 9[Y\:/ Goldmann 9[YR:/ %ottomore e 5u3el 9[\:/ Adam
Sc"a^^ 9[\Z: insistem em mostrar ue ela não constitui/ em si/ a maior no!idade do marXismo- * prKprio
MarX/ tomando a "istKria como centro/ tem um diIlogo com os ue ele denomina ;materialistas
!ulgares;/ os contrapfe aos ;ideKlogos alemães;/ e critica a am3os?
;2ara os materialistas !ulgares a produção real da !ida aparece como não<"istKrica/ ao passo ue o
"istKrico , mostrado h !ida comum supraterrestre; 9[ZU/ QZ:-
$ completa re^erindo<se aos idealistas?
\\ tyC&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA)
;A ^iloso^ia "egeliana da "istKria , a última conse8ncia/ le!ada h sua eXpressão mais pura/ de toda
"istoriogra^ia alemã ue pretende !er não os interesses reais nem seuer políticos/ mas os pensamentos
puros ue ine!ita!elmente aparecem--- como uma s,rie de pensamentos ue de!oram uns aos outros at,
serem engolidos pela ;autoconsci8ncia; 9[Y/ V:-
(m eXame do pre^Icio Contibuição : Ctica da Economia 'oltica 9[ZU: nos mostra ue a eXpressão
;material; em MarX , usada simplesmente para designar as condiçfes primIrias da !ida "umana- Suas
eXpressfes? ;!ida material;/ ;condiçfes materiais de eXist8ncia;/ ;^orças materiais de produção;/
;trans^ormação das condiçfes materiais de produção; estão relacionadas com uma "istoriogra^ia- .isam a
promo!er uma interpretação cientí^ica das trans^ormaçfes sociais ue 3aiXam do c,u para a terra/ isto ,/
das id,ias como ^onte/ para o "omem<natureza<sociedade como geradores- 4este sentido sua
"istoriogra^ia , uma ;sociologia "istKrica;/ con^orme a eXpressão de Goldmann 9[YR:- 
%ottomore
;A e 5u3el
8n^ase ue comentam
ele da!a so3re
h estrutura a especi^icidade
econjmica do ;mate<rialismo;
na sociedade em MarX?
não era no!idade- Sua contri3uição pessoal
nessa es^era ^oi o conteXto dentro do ual discutiu a estrutura econjmica? o conteXto do desen!ol!imento
"istKrico do tra3al"o "umano como relação primIria entre "omem<natureza e entre os "omens e seus
semel"antes- * tra3al"o de MarX con^orme ele mesmo disse/ antes de tudo era uma no!a "istoriogra^ia/ e
seu interesse dominante era a trans^ormação "istKrica; 9[\/ U:-
São dois os conceitos ^undamentais ue resumem o materialismo dial,tico/ conceitos ue carregam um
alto grau de totalidade? Modo de 'odução e 7omação Social.
* )ossa efle*!o a+$i ass$ida so%e o a*iso se #olo#a $a osi!o #í&i#a ao a*iso al&/$sseíao +$e e0a a
/is&ia e+$a&o #os&$!o /$aa si0ifi#a&ia e o s$jei&o so#ial a !o se #oo "efei&o il$sio de es&$&$as
ideol0i#as".
M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA) \Z
0iora!ante resume assim o conceito de Modo de 'odução% (a# uma estrutura glo3al ^ormada por
estruturas regionais 9ou instncias:/ ou seEa/ uma estrutura econjmica/ uma estrutura Eurídico<política
uma estrutura ideolKgica/ (b# uma estrutura glo3al na ual eXiste sempre uma estrutura regional ue
domina as demais- $sta dominncia de ualuer uma das instncias se dI "istoricamente (c# uma
estrutura glo3al na ual , sempre o ní!el econjmico ue determina as outras instncias 9[ZY/ UUss:-
Modo de 'odução, na !erdade/ , um conceito a3strato ^ormal ue não eXiste na realidade/ mas pretende
ser um modelo teKrico de aproXimação da realidade- A ele MarX associa o de 7omação Social ue se
re^ere hs dimensfes dinmicas das relaçfes sociais concretas numa sociedade dada-
A 7omação Social se constitui numa unidade compleXa de articulação das !Irias instncias da
organização social ue pode conter !Irios modos de produção/ entre os uais um , dominante e determina
os outros 90iora!ante? [ZY/ U:- 2ode ser entendida como a realidade ue se ^orma processualmente na
"istKria/
de seEa ela mais
uma ^ormação ouinclui
social menostanto
organizada ou institucionalizada/
as mudanças e tansfomaç1esmacro
comoouasmicrossociolKgi<ca-
perman8ncias e suas*^ormas
estudo
estruturais-  dentro do conceito a3rangente de 7omação Social ue podemos analisar/ numa
determinada sociedade/ o desen!ol!imento das ^orças produti!as e as relaçfes sociais de produção as
classes sociais 3Isicas e a luta de classes a di!isão do tra3al"o as ^ormas de produção/ circulação e
consumo de 3ens a população as migraçfes o $stado o desen!ol!imento da Sociedade Ci!il as
relaçfes nacionais e internacionais de com,rcio/ de produção e de dominação as ^ormas de consci8ncia
real e possí!el dos di^erentes grupos sociais e por ^im o ;modo de !ida;/ conceito ue em MarX estI
!inculado a ;modo de produção;-
Como o o3Eeti!o principal do tra3al"o estI re^erido hs uestfes metodolKgicas/ daremos 8n^ase h
compreensão da dial,tica/ !ista so3 o prisma de alguns autores marXistas ue pri!ilegiam uma no!a
"istoriogra^ia e recon"ecem a autoria do suEeito social-
A "ipKtese ^undamental desse conEunto de autores marXistas , de ue nada eXiste eterno/ ^iXo e a3soluto-
2ortanto não "I nem id,ias/
\Y M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA)
nem instituiçfes e nem categorias estIticas- &oda !ida "umana í social e estI suEeita a mudança/ a
trans^ormação/ , perecí!el e por issc toda construção social , "istKrica-
Di^erentemente dos positi!istas ue 3usca!am as leis in!ariI!eis da estrutura social para conser!I<la/ a
lKgica dial,tica introduz ru compreensão da realidade o princípio do con^lito e da contradiçã? como algo
permanente e ue eXplica a trans^ormação-
4ada se constrKi ^ora da "istKria- $la não , uma unidade !azia c/ estItica da realidade mas uma totalidade
dinmica de relaçfes u<eXplicam e são eXplicadas pelo modo de produção concreto- Hsto ,/ c ^enjmenos
econjmicos e sociais são produtos da ação e da interaçãc da produção e da reprodução da sociedade pelos
indi!íduos-
2or isso Goldmann/ retomando o pensamento de MarX/ coloca er p, de igualdade e de reciprocidade a
"istKria e a sociologia- ;&oe ^ato social , im ^ato "istKrico; diz ele 9[Y[? Z:- Aconsel"a/ corr-? norma
metodolKgica
uma para
ci8ncia doí as Ci8ncias
^atos "istKricosSociais/
ue nãoa3andonar toda auma
pode ser senão sociologia e >oda
sociologia a "istKria
"istKrica a3strata
ou uma para alcançar
"i^tKria
sociolKgica- * interesse central de tal ci8ncia , o ^ato de ue os seres "umanos não são apenas obJeto de
in!estigação/ mas pessoas com as uais agimos em comum? são suJeitos em relação- Diz Goldmann?
;A de^ormação cientí^ica não começa uando se tenta aplicar ao estudo das comunidades/ m,todos das
ci8ncias ^ísico<uímicas/ mas se encontra no ^ato de se considerar essa comunidade como o3Eeto de
estudo; 9[YR/ QQ:-
2ara Goldmann/ a !ida social constitui o único !alor comum ue reúne os "omens de todos os tempos e
de todos os lugares- Hnsiste em di^erenciar a no!a "istoriogra^ia ou sociologia marXista ue tem como
o3Eeto/ tanto em< relação ao passado como ao presente? (a# a compreensão das atitudes ^undamentais dos
indi!íduos e dos grupos em ^ace dos !alores/ da comunidade e do uni!erso (b# a compreensão das
trans^ormaçfes do suEeito da ação no relacionamento dial,tico _ Fmundo e da sociedade "umana/
^azendo a síntese entre o ^%%%tio e o presente (c# como conse8ncia/ a compreensão das
M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA) \[
açfes "umanas de todos os tipos e de todos os lugares ue ti!eram impacto na eXist8ncia e na estrutura de
determinado grupo "umano/ e mais glo3almente/ na sociedade "umana presente e ^utura 9[YR? QR<QU:-
Goldmann englo3a na sua de^inição de o3Eeto/ a "istKria e os ^enjmenos/ a ní!el coleti!o ou indi!idual-
(ltrapassa e ^az a síntese entre a "istoriogra^ia tradicional ue dI 8n^ase h ação dos go!ernantes/ líderes/ e
auela ue le!a em conta as determinaçfes do modo de produção e o papel da coleti!idade/ do po!o/
uase sempre deiXado de lado na !isão positi!ista 9[YR/ Q:-
4a perspecti!a da dial,tica marXista/ tudo o ue ultrapassa o indi!íduo para atingir a !ida social constitui
acontecimento "istKrico- )o7y comenta ue MarX considera!a a "istKria do mundo tam3,m do ponto de
!ista daueles ue a ^azem sem ter a possi3ilidade de pre!er as c"ances de seu sucesso 9[YV/ ZR:-
;* ue 3aseamos na compreensão das ^ormas "istoricamente di^erentes de !i!er em comum;/ diz
Goldmann/ ;, a >signi^icação "umana>/ impossí!el de ser compreendida ^ora da estrutura social; 9[YR/
Q:- 2orue na
necessidade Ktica
e da açãoda"umana
dial,tica/
noameio
consci8ncia
sensí!el/senaconce3e/ desde
natureza/ a srcem/aos
em relação como um"omens/
outros produto dentro
social da
de
determinadas condiçfes de produção-
Goldmann recon"ece e recupera dialeticamente o m,rito da ^e<nomenologia ue nos lem3ra a
importncia/ para as Ci8ncias Sociais/ dos signi^icados dados pelos atores sociais a seus atos e aos
acontecimentos ue consideram rele!antes/ isto ,/ hs moti!açfes/ aos o3Eeti!os perseguidos e aos ^ins
!i!idos em comunidade-
Mas/ a seguir/ Goldmann distingue o marXismo da ^enomenolo<gia/ criticando a sua postura apenas
descriti!a e compreensi!a dos ^enjmenos/ atitude contrIria h dial,tica- 2ara ele/ as Ci8ncias Sociais t8m
ue a3ranger? (a# a compreensão da consci8ncia dos agentes sociais (b# tam3,m os ^atores sociais
ine!itI!eis/ seEam uais ^orem as intençfes dos atores sociais e as signi^icaçfes ue eles l"es atri3uam-
4outras pala!ras/ a anIlise sKcio<"istKrica de!e dar conta da coer8ncia e da ^orça criadora dos indi!íduos
e da relação entre as consci8ncias indi!iduais e a realidade o3Eeti!a-
A segunda tese ^undamental da dial,tica marXista , o carIter to<
ZR M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA)
tal da eXist8ncia "umana e da ligação indissolú!el entre "istKria dos ^atos econjmicos e sociais e a
"istKria das id,ias- A partir dessa perspecti!a o conceito de totalidade , utilizado tam3,m como um
instrumento interpretati!o pelo ual se !isa a compreender/ não a identidade ou o padrão de in!arincia
9como no ^uncionalismo: da realidade social/ mas as di^erenças na unidade/ tais como são engendradas
numa realidade determinada- 2ortanto/ no processo de pesuisa/ 3usca reter a eXplicação do particular no
geral e !ice<!ersa- JoEa c"ama nossa atenção/ repetindo )8nin/ ue o particular não eXiste senão na
medida em ue se !incula ao geral e o geral sK eXiste no particular e atra!,s dele- 2ortanto o princípio
metodolKgico da totalidade nos le!a a?
;Apreender os ^enjmenos em sua auto<relação e "etero<relação/ em suas relaçfes com a multiplicidade de
seus prKprios ngulos e de seus aspectos intercondicionados/ em seu mo!imento e desen!ol!imento/ em
sua multiplicidade e condicionamento recíproco com outros ^enjmenos ou grupos de ^enjmenos; 9JoEa?
[\/signi^ica
Hsso VV:- metodicamente?
_ compreender as di^erenças numa unidade ou totalidade parcial
_ 3uscar a compreensão das coneXfes orgnicas/ isto ,/ do modo de relacionamento entre as !Irias
instncias da realidade e o processo de constituição da totalidade parcial
_ entender/ na totalidade parcial em anIlise/ as determinaçfes essenciais e as condiçfes e e^eitos de sua
mani^estação-
A perspecti!a totalizadora , "eurística porue re^lete relaçfes reais/ isto ,? (a# ao mesmo tempo ue !8 a
realidade o3Eeti!a como um todo coerente (b# compreende e analisa as partes do todo foado
correlaçfes concretas de conEuntos e unidades sempre determinadas- $la a^irma os princípios da
comple8idade e da difeenciação.
* prKprio MarX nos a!isa?
&3 preciso ue/ em cada caso particular/ a o3ser!ação empírica coloue necessariamente/ em rele!o _
empiricamente e sem
M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA) Z
ualuer especulação ou misti^icação _ a coneXão entre estrutura social/ política e produção; 9[Y/ UV:-
2or outro lado a !isão de totalidade nos mostra ue não "I pontos de partida a3solutamente de^initi!os-
Goldmann/ citando 2ascal/ ;a última coisa ue se encontra ao ^azer uma o3ra , a compreensão do ue se
de!e colocar em primeiro lugar; nos diz ue/ ;nunca se pode c"egar a uma totalidade ue não seEa ela
mesma elemento ou parte; 9[\Z/:-
Sua posição se de!e h prKpria característica dinmica do m,todo dial,tico cuEa ^undamentação , o
pensamento !i!o e o carIter inaca3ado tanto da "istKria como da ci8ncia em constante de!ir- Hsso ^az ue
o con"ecimento da realidade/ ;seEa uma perp,tua oscilação entre o todo e as partes ue de!em se
esclarecer mutuamente; 9[\Z/ :-
 no interior da concepção de totalidade dinmica e !i!a ue se coloca o princípio de união dos contrIrios
ue contrapfe a dial,tica a ualuer sistema maniueísta ou positi!ista- 2ara se re^erir ao mo!imento
interno da
;Sendo realidade
então todas asso3 o ponto
coisas de !ista
causadas a ue nos re^erimos/
e causadoras/ aEudadas Goldmann
e aEudantes/recorre mais
mediata uma !ez a 2ascal?
e imediatamente/ e
todas se relacionando por um !ínculo natural e sensí!el ue liga as mais a^astadas e as di^erentes/ creio
ser tão impossí!el con"ecer as partes sem con"ecer o todo/ como con"ecer o todo sem con"ecer as partes;
9[\Z/: 92ascal/ 'ensée, ^rase ZU:-
*ra/ o princípio de união dos contrIrios a3range as totalidades parciais e as totalidades ^undamentais- Hsso
signi^ica perce3er ue eXiste uma relação dial,tica?
(a# ente os fenFmenos e sua essncia, ente as leis e o fenFmeno. )ukIcs nos diz ue?
;$m relação ao mundo das leis/ o mundo dos ^enjmenos representa o todo/ a totalidade/ porue cont,m a
lei e al,m disso/ a rKpria ^orma ue se mo!e; 9[\Z/ QUQ:-
ZQ M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA)
$ osik ad!erte<nos ue a realidade , a unidade do ^enjmeno e da ess8ncia?
;* ^enjmeno indica a ess8ncia e a esconde e sem a compreensão do ^enjmeno em suas mani^estaçfes/ a
ess8ncia seria inatingí!el; 9[\[/Q:-
(b# ente o singula e o uni*esal, ente o paticula e o geal% )8nin nos lem3ra ue ;o particular e o
singular não eXistem a não ser por sua participação no uni!ersal 9[VV/ QV:- Mas tam3,m ue o geral e
uni!ersal sK se realizam nas totalidades parciais o concreto aparece como um ponto de c"egada e como
ponto de partida/ não "I mediação sem imediato-  nas determinaçfes particulares ue o m,todo !ai
3uscar o neXo eXplicati!o das totalidades concretas- * real como imediato por sua !ez/ reaparece
mediatizado/ pela teoria/ na totalidade ue o circunscre!e-
(c# ente a imaginação e a a@ão. As concepçfes teKricas da dial,tica marXista so3re o suEeito do
con"ecimento empen"am<se no com3ate tanto contra as tend8ncias ue eXageram a supremacia da razão/
como contra
o^erece o irracionalismo
uma imagem moderno-
mais grosseira ue)8nin
o real/comenta
tanto noue/ aodo
plano re^letir a realidade/
pensamento comoo do
con"ecimento
sentimento- Mas
recupera o papel da imaginação no pensamento cientí^ico/ ;seria ridículo negar o papel da imaginação
mesmo na ci8ncia mais rigorosa; 9[VV/ QY:
(d# ente a base mateial e a conscincia. Hsto ,/ eXiste uma correlação entre o modo de produção/ as
estruturas de classe e as maneiras de pensar- Mas a depend8ncia do mo!imento da consci8ncia social em
relação hs modi^icaçfes na 3ase econjmico<social não , unilateral? as modi^icaçfes na 3ase não
signi^icam mudanças mecnicas e imediatas na superestrutura e "I uma in^lu8ncia mútua e entre as
instncias- Do ponto de !ista da pesuisa/ esse mo!imento dial,tico entre id,ias e ^atos sKcio<econjmicos
traz algumas conse8ncias para as uais Goldmann nos ad!erte- Segundo ele/ 3asta estudar seriamente a
realidade "umana para sempre encontrar o pensamento/ caso se ten"a partido de seu aspecto material e os
^atos sociais econjmicos/ #aso se &e/a começado da "istKria das id,ias?
M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA) ZU
;2ara o pensador dial,tico/ as doutrinas ^azem parte integrante do ^ato social estudado e não podem ser
separadas a não ser por uma a3stração pro!isKria? seu estudo , indispensI!el para a anIlise do pro3lema-
Damesma ^orma a compreensão da realidade social e "istKrica constitui um dos elementos mais
importantes uando se !isa a compreender a !ida espiritual de uma ,poca; 9[YR/ V:-
(e# ente teoia e p"tica% eXiste uma integração entre esses dois termos- 4o marXismo a categoria 3Isica
de anIlise da sociedade , o modo de produção "istoricamente determinado- A categoria mediadora das
relaçfes sociais , o tabal$o, a ati!idade prItica- * tra3al"o constitui um aspecto particular da ordem
cultural mas tem !alor de determinação dessa ordem? , atra!,s do tra3al"o ue o reino da cultura se
so3repfe ao reino da natureza 9MarX? [Y/V:- 2or isso a teoria marXista , a teoria da ação "umana ue
ao mesmo tempo ^az "istKria e , determinada por ela? 3usca as trans^ormaçfes do suEeito da ação/ isto ,/
as trans^ormaçfes da sociedade "umana- Do ponto de !ista do processo de con"ecimento/ a ati!idade
"umana
;* , seu crit,rio
con"ecimento ue decisi!o- Con^ormedede^ine
estI em condiçfes )ukIcs?
apreender diale<ticamente as astúcias da e!olução sK , !Ilido
e e^icaz uando suas auisiçfes ^orem eXpedientes para a ação prItica cuEas eXperi8ncias !irão/ por sua
!ez/ enriuecer o con"ecimento e l"e ^ornecer uma ^orça sempre no!a; 9[\Z/ QUZ:-
 na prIXis/ na perspecti!a dial,tica/ ue se dI a emancipação su3Eeti!a e o3Eeti!a do "omem e a
destruição da opressão enuanto estrutura e trans^ormação da consci8ncia- 4outras pala!ras/ a
trans^ormação de nossas id,ias so3re a realidade e a trans^ormção da realidade camin"am Euntas-
(f# ente o obJeti*o e o subJeti*o. A a3ordagem dial,tica considera parte da mesma totalidade o o3Eeto e o
su3Eeto- )ukIcs critica a ^ enomenologia ue coloca o su3Eeti!o uase como a3soluto- Comenta ue ela
miti^ica o mundo das sensaçfes como se ele ^osse o3Eeti!o e pudesse proclamar a eXist8ncia independente
da consci8ncia- Critica
; Wr&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA)
o m,todo ^enomenolKgico ue pretende partir dos dados imediatos da eXperi8ncia !i!ida sem analisar sua
estrura e condiçfes (G`6, \Z<ZR:- Goldmann ^az as mesmas restriçfes e acrescenta?
;* con"ecimento em sociologia/ se encontra no duplo plano do suEeito ue con"ece e do o3Eeto estudado
pois at, os comportamentos eXteriores são comportamentos de seres conscientes ue Eulgam e escol"em/
com maior ou menor li3erdade/ sua maneira de agir; 9[YR/ [Y:-
Mas tanto )ukIcs como Goldmann não compartil"am com o raciona<lismo h moda do s,culo .HHH e
H 9e de sempre: para uem a razão , a única instncia de con"ecimento adeuado- Sensação/
sentimentos/ eXperi8ncia !i!ida/ id,ia/ imaginação eram considerados elementos destinados a pap,is
su3ordinados senão enganadores na "ieraruia do material da ci8ncia social- As concepçfes teKricas
desses autores 9)ukIcs? [\Z/QV e Goldmann? [YR/Y: empen"am<se em com3ater tanto os eXageros
da supremacia da razão como dos su3Eeti!ismos/ assumindo a relati!idade dos ^atores o3Eeti!o e
su3Eeti!o/de
processo material e espiritual
con"ecimento e sua
e não unidade
apenas dial,tica-entre
da oposição &rata<se da relati!idade
su3Eeti!o e o3Eeti!o-intrínseca
&em a !eracom
todoaoprKpria
capacidade "umana de apreensão da realidade/ con^orme sugere )8nin?
;* ue di^iculta sempre , o pensamento porue ele separa e mant,m em distinção os momentos de um
o3Eeto ligados na realidade; 9[VV/ QV:-
)ukIcs nos ad!erte ue nossos con"ecimentos são apenas aproXimaçfes da plenitude da realidade e por
isso mesmo são sempre relati!os- 4a medida/ por,m/ em ue representam a aproXimação e^eti!a da
realidade o3Eeti!a ue eXiste independentemente de nossa consci8ncia/ são sempre a3solutos 9[\Z/ QUU:?
;* carIter ao mesmo tempo a3soluto e relati!o da consci8ncia ^orma unidade indi!isí!el- 9---: 4a medida
em ue as ci8ncias sociais escamoteiam a dial,tica do sentido a3soluto e relati!o do
M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA) ZV
con"ecimento/ amputando<o de aproXimação/ suprime<se a margem de li3erdade ^ilosK^ica da ati!idade
social; 9[\Z/ QUV:-
(g# ente indução e dedução% JoEa c"ama nossa atenção para o ^ato de ue na lKgica dial,tica indução<
dedução são o3rigatoriamente com<plementares e "armjnicas- 4ão podemos con"ecer uma coisa a não
ser decompondo<a/ para a seguir recompj<la/ reconstruí<la e reagrupar suas partes- AnIlise e síntese são
inseparI!eis/ mas para sintetizar com 8Xito , preciso analisar- 2ortanto sempre ue a indução parte do
essencial ela se con^unde com a dedução/ pois a anIlise deduti!a elimina as circunstncias e apresenta o
^enjmeno em sua simplicidade e essencialidade conceituai 9JoEa? [\/\\:-
4a !erdade/ JoEa a^irma a impropriedade dos termos induti*o, deduti*o, uando se tenta dar conta da
lKgica dial,tica?
;4a ordem do con"ecimento;/ diz ele/ ;aprendemos o essencial por meio do geral por ser este mais

/acessí!el e maneEI!el-
$ngels tam3,m Masaoo a3surdo
se re^ere geral sK ue
se realiza
, oporno particular;-
indução contra dedução como se indução não ^osse
raciocínio e/ portanto/ igualmente dedução?
;Hndução e dedução !ão necessariamente a par como síntese e anIlise- $m lugar de se destacar uma delas
como principal , preciso sa3er utilizI<las onde cou3erem e isso sK serI possí!el uando se ten"a em !ista
ue elas !ão a par e se completam reciprocamente; 9[VQ/ QUR:-
Como o3ser!ação ^inal so3re o princípio da totalidade na lKgica dial,tica/ permitimo<nos reproduzir
algumas o3ser!açfes de Sartre/ em )uestion de Mét$ode, pela sua plasticidade em descre!er o ue "I de
essencial nesse mo!imento?
;* marXismo a3orda o processo "istKrico com esuemas uni<!ersalizantes e totalizadores- 9---: Mas em
nen"um caso/ nos tra3al"os de MarX/ esta perspecti!a pretende impedir ou tornar inútil
Z\ M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA)
a apreciação do processo como totalidade singular? ele tenta mostrar os ^atos no pormenor e no conEunto-
Se ele su3ordina os ^atos anedKticos h totalidade/ , atra!,s daueles ue pretende desco3rir esta- 9---:
Assim o marXismo !i!o , "eurístico? com relação h pesuisa concreta/ seus princípios e seu sa3er anterior
aparecem como reguladores; 9[YR/ QZ:- < <
As o3ser!açfes de Sartre t8m uma conotação "istKrica e uma ad!ert8ncia teKrica implícita contra os ue
tentam ^azer do marXismo uma doutrina ou um pensamento especulati!o em relação h realidade- $sse
a^astamento do empírico tem constituído prItica acad8mica de muitos ue se dizem marXistas- A crítica
daí decorrente/ tanto de dentro do prKprio marXismo como a partir de outras correntes de pensamento/ , a
da perda do mo!imento dial,tico da prItica cientí^ica- Muitos marXistas/ na sua ati!idade intelectual/
trans^ormaram o processo de con"ecimento em mera procura de ^atos e situaçfes empíricas capazes de
pro!ar as !erdades contidas nos esuemas a3stratos de determinaçfes gerais/ diz<nos &"iollent 9[YQ/
Q[:- 2ortanto/
acontecer ainda
, uma ue ue
prItica ten"amos mostrado
não depende as características
apenas 3Isicas
de con"ecimento da metodologia
t,cnico/ mas de umadial,tica/ o seu
postura intelectual
e de uma !isão social da realidade-
Puando/ do ponto de !ista marXista/ a3ordamos a uestão da saúdeFdoença assim como a medicina e as
instituiçfes m,dicas/ esses ^enjmenos são colocados em relação com a totalidade social e com cada uma
de suas instncias dentro da especi^icidade "istKrica de sua mani^estação- Saúde=Doença passam a ser
tratadas não como categorias a<"istKricas mas como um processo ^undamentado na 3ase material de sua
produção e com as características 3iolKgicas e culturais com ue se mani^estam- São !istas como
mani^estação tanto nos indi!íduos como no coleti!o/ ;de ^ormas particulares de articulação dos processos
3iolKgicos e sociais no processo de reprodução- Assim/ o indi!idual/ da mesma ^orma ue o coleti!o/ são
^enjmenos 3iolKgicos socialmente determinados; 9Castellanos? [YV/ R:-
4o entanto/ como na anIlise de ualuer outro setor/ os estudos marXistas relati!os h saúde e hs
instituiçfes m,dicas não t8m unanimidade na a3ordagem- Garcia os di!ide entre os ue en^atizam o
M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA)
desen!ol!imento das ^orças produti!as e os ue acentuam a dinmica "istKrica das relaçfes de produção
9[YU/RZ:-
4o primeiro caso/ Garcia cita os estudos de Stern/ Sigerist e Milton &"erry 9[YU/U:- $sses autores/
ainda ue pioneiros na leitura da saúde so3 o en^oue marXista nos $stados (nidos/ não conseguem
romper as 3arreiras do positi!ismo- .eiculam uma !isão desen!ol!i<mentista da tecnologia prKpria da
medicina o^icial e uma crença na possi3ilidade de domínio/ pelos cientistas do setor/ das doenças e da
morte- A ^al"a particular de suas anIlises reside na !isão idealista e tecnolKgica da medicina- Ao mesmo
tempo t8m di^iculdade de perce3er as relaçfes de desigualdades sociais/ de supereXploração/ da
depredação da ^orça de tra3al"o e da pouca e^icIcia dos atos m,dicos em relação hs condiçfes gerais da
produção capitalista-
Suas o3ras !eiculam tam3,m uma legitimação a3soluta da medicina em relação hs alternati!as mIgico<
religiosas
!isão e tradicionais
3astante da população- Desta
economicista<tecnocrItica ue^orma os tra3al"os/
os aproXimam particularmente
do positi!ismo e das de Stern/dominantes
crenças re^letem uma
do
papel da medicina em relação h construção do processo social 9Garcia? [YU/:-
Dentre os autores ue acentuam as relaçfes de produção como o elemento dinmico e essencial da
realidade social em relação ao tema da saúde/ Garcia destaca 2olack 9[YU/\: na 0rança com sua o3ra
 Medicina do Capital. $ste li!ro ressalta o ^ato de/ no capitalismo/ a uestão da saúdeFdoença das
di^erentes classes sociais estar marcada pela lKgica do lucro/ da produção e reprodução do sistema- Seu
marco de anIlise segue de certa ^orma as ;teorias reproduti!istas; ue descon"ecem as lutas de classes
como centro da dinmica social e portanto não encontram saída para os esuemas de dominação- Seu
tra3al"o re^lete o ar de contestação da intelectualidade ^rancesa do mo!imento de maio de [\Y- $m3ora
ataue o economicismo/ cai nas tramas do estruturalismo- Minimiza ou omite as contradiçfes ue
permitem h classe tra3al"adora encontrar respostas "istKricas e ser protagonista/ mesmo dentro de sua
situação dominada-
4a Am,rica )atina/ )aurell 9[YU?UU<V[: mostra ue a a3ordagem marXista nasce Eunto com um
mo!imento muito mais amplo da sociedade/ a partir da d,cada de \R- &rata<se de uma contestação ao
sentido de progresso ue a industrialização dependente acarretou
ZY M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA)
nos países peri^,ricos- A modernização capitalista se traduziu na internacionalização acelerada do capital/
industrialização e ur3anização tam3,m aceleradas/ ^ortes migraçfes do campo para as cidades e uma
desigualdade a3issal entre os mais ricos e os mais po3res dos países em uestão-
Sem negar o papel/ o a!anço e as contri3uiçfes da medicina/ iniciou<se um mo!imento intelectual no
interior do setor saúde para 3uscar eXplicaçfes mais totais/ mais "istKricas e mais adeuadas para a
situação de mor3imortalidade das populaçfes dos países latino<americanos- 4esse es^orço/ não se pode
separar o la3or teKrico e a luta política ue se desen!ol!eram pai passu, tanto no setor saúde como no
mo!imento social/ para uma no!a leitura e uma no!a postura dos pro^issionais t,cnicos e intelectuais da
Irea-
4unes 9[YV: se re^ere ao ^ato de ue , a partir da d,cada de ZR ue cresce na Am,rica )atina a
recorr8ncia ao materialismo "istKrico e dial,tico para eXplicar o ^enjmeno da saúdeFdoença- *s estudos
partem
da da premissa
saúdeFdoença e osdetipos
ue de
a posição de classe
patologias eXplicaem
dominantes mel"or ue ualuer
determinada ^ato 3iolKgico a distri3uição
sociedade-
$ssas anIlises realizam uma crítica radical aos euí!ocos positi!istas e desen!ol!imentistas/ mostrando?
(a# ue o a!anço cientí^ico e tecnolKgico da medicina não tem correspondido h mel"oria de saúde das
sociedades em seu conEunto (b# ue a distri3uição dos ser!iços estI em razão in!ersa das necessidades da
grande maioria da população dos países latino<americanos (c# neste ponto a crítica atinge tam3,m os
^enomenKlogos? ue a prItica e o sa3er m,dicos ^azem parte da dinmica das ^ormaçfes sKcio<
econjmicas e , no interior delas/ ue podem ser eXplicados como ^enjmenos "istKricos especí^icos/ mas
correlacionados com o processo social glo3al- *s estudos so3 o en^oue do materialismo "istKrico
a3rangem as uestfes de saúde e sociedade/ políticas pú3licas/ planeEamento e administração/ concepçfes
de saúdeFdoença/ anIlises institucionais/ saúde e processo de tra3al"o e uestfes metodolKgicas- Dentre
os autores citamos alguns ue são re^er8ncias o3rigatKrias uando se toca na uestão? Arouca 9[ZV:
Donnangelo 9[Z\: 2ossas 9[Y: &am3ellini 9[ZV: )aurell 9[ZY [YU [Y\ [YZ: %reil" e Granda
9[Y\:
M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA) Z[
Garcia 9[Y [YU: Cordeiro 9[YR: *li!eira e &eiXeira 9[YV: 4unes 9[Z\ [YU [YV: Mendes
Gonçal!es 9[Z[:-
4unes 9[YV: assinala ue , tam3,m na d,cada de ZR ue o campo de re^leXão so3re a saúde se a3re para
as ci8ncias políticas em particular/ mas tam3,m para outras Ireas de ci8ncias sociais como educação/
nutrição/ ser!iço social/ Eunto com a sociologia e a antropologia _ desta !ez com outras preocupaçfes
ue a !isão positi!ista não a3rangia- Hsso se de!e a !Irios ^atores? (a# a deterioração das condiçfes de !ida
de contingentes imensos da população aglomerados nas cidades/ passou a le!antar uestfes e a eXigir
respostas mais amplas ue a de^inição apenas 3iolKgica da doença !o consegue eXpressar (b# uma
crescente consci8ncia social de ue a l$&a ela saúde ^az parte da construção da cidadania (c# e a certeza/
&a%2 por parte dos go!ernos instituídos/ de ue a saúde , um &ea de grande interesse político-
4o %rasil e na Am,rica )atina o o3Eeto tradicional denominado Saúde 'ública passa a merecer
tratamento/proposta
pre!enção denominação e conotação
pelo $stado/ para oue o traz do
coleti*o, ueinespecí^ico ;pú3lico;
sugere direitos/ re^erente
situação h política
"istKrica/ de
comprometimento
de condiçfes de !ida social e uma crítica ao indi!íduo como responsI!el único por sua saúdeF doença- A
no!a disciplina e campo de inter!enção Saúde Coleti*a incorpora de^initi!amente as Ci8ncias Sociais no
estudo dos ^enjmenos saúdeF doença-
&eiXeira especi^ica o ue ela considera ;mudança ualitati!a; do en^oue proposto na medida em ue
trans^ere a 8n^ase dos copos biol!gicos para os copos sociais% grupos/ classes e relaçfes sociais
re^eridos ao processo saúdeFdoença?
;A possi3ilidade de constituição de um corpo especí^ico de con"ecimento denominado SA#D$ C*.$&H.A
encontra<se dado precisamente pela adoção do m,todo "istKrico<estrutural; 9[YV/[R:-
Cordeiro eXpressa assim a no!a !isão ue en^atiza o social/ o coleti!o e o carIter "istKrico ue marca os
modos de adoecer e morrer?
YR M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA)
;A doença em sua eXpressão normati!a da !ida/ como ^enjmeno indi!idual e em sua eXpressão coleti!a/
epidemiolKgica/ onde aduire signi^icado no conEunto das representaçfes sociais e nas rei!indicaçfes
políticas/ estI estruturada em uma totalidade social- Como ^orma adaptati!a da !ida/ resultante das
relaçfes dos grupos sociais entre si e com a natureza/ mediadas pelo processo de tra3al"o e doença tem
uma "istoricidade das relaçfes sociais _ econjmicas/ políticas e ideolKgicas _ ue se realizam nas
sociedades concretas; 9[YV/ [:-
2elo ^ato de a Irea da Saúde ser um campo ue necessariamente Eunta a teoria e a prItica de ^orma
imediata/ a posição marXista em relação hs outras correntes de pensamento 9positi!ismo e ^enomeno<
logia: toma o carIter de uma luta ideolKgica e política ue repercute nos mo!imentos sociais e tem a
in^lu8ncia deles em relação hs uestfes consagradas e emergentes-
So3 o ponto de !ista teKrico e metodolKgico a Saúde Coleti*a como o3Eeto de estudo estI em construção-
)aurell
tema com9[YU: re^ere<se
a imagem h di^iculdade
da ;caiXa do pensamento
preta;- Hsso de a3ranger
indica ao mesmo tempoeaapreender as relaçfes
necessidade e correlaçfes
de in!estimento do
tanto da
delimitação dos marcos conceituais como nos re^erenciais de a3ordagem-
Como o3Eeto de inter!enção/ o tema Saúde Coleti*a ^az parte de um mo!imento mais amplo ue inclui
no!a de^inição conceituai de Saúde=Doença e de Estado mpliado, correspondendo a 3usca de mudanças
ualitati!as para o continente/ incluindo conuistas sociais pro^undas para a maioria da população- 0az
parte tam3,m de um processo de re!isão e a!aliação de um sistema de saúde totalmente de^asado do
diagnKstico das necessidades e aspiraçfes da população-
Como preocupação metodolKgica/ o su3sistema ue maior 8n^ase e cuidados tem merecido dentro da
a3ordagem "istKrico<estrutural , a Saúde do 5abal$ado.Seu eiXo 3Isico , o 'ocesso de 5abal$o !isto
a partir das unidades de produção/ so3 o ponto de !ista "istKrico e como determinante para o desgaste e o
uadro de mor3idade dos tra3al"adores-
* último teXto de )aurell/ 'aa ei estúdio de Ia salud en su elaci!n
M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA) Y
con ei poceso de poducci!n 9[YZ: , um dentre uma s,rie de estudos onde a autora tenta a!ançar/ do
ponto de !ista especí^ico do processo de tra3al"o como ^onte de doença e de desgaste/ para a construção
de um instrumento de a3ordagem ue le!e em conta a especi^icidade "istKrica/ indicadores ue
correlacionam !ariI!eis do processo produti!o e as eXperi8ncias/ percepçfes e opinifes dos prKprios
tra3al"adores 9[YZ?<U:-
As contri3uiçfes das Ci8ncias Sociais para a construção do con"ecimento da Irea da Saúde dentro do
re^erencial "istKrico<estrutural/ por,m/ en^rentam alguns pro3lemas- As uestfes atinentes ao tema/ do
ponto de !ista do sa3er ou da prItica/ compartil"am do de3ate maior so3re a natureza das relaçfes entre
suEeito/ estrutura e sociedade "umana- A lin"a considerada por &eiXeira como o ;prKprio m,todo da saúde
coleti!a; 9[YV/ YZ: conce3e a trans^ormação como resultante das contradiçfes entre ^orças produti!as e
relaçfes de produção- Seu teKrico de maior renome/ Alt"usser/ resume assim a !isão so3re o suEeito e a
estrutura?
;A estrutura das relaçfes de produção determina os lugaes e as funç1es ue são assumidas pelos agentes
de produção ue não são mais do ue ocupantes destas funç1es. *s !erdadeiros >suEeitos> não são seus
ocupantes e ^uncionIrios 9---: contra todas as e!id8ncias do >dado> da antropologia ing8nua/ não são os
>indi!íduos concretos>/ os >"omens reais> mas a de^inição e a distri3uição destes lugares e destas ^unçfes-
*s !erdadeiros >suEeitos> são pois estes definidoes e estes distibuidoes% as relaçfes de produção;
9Alt"usser? [\\/VZ: 9gri^o do autor:-
A eleição das ;relaçfes t,cnicas; como suEeito traz em conse8ncia uma !isão por !ezes mecanicista e
^etic"izada da realidade contra a ual MarX nos pre!ine no seu teXto ;* 0etic"ismo da Mercadoria;
9MarX? / Capital, )i!ro H/ [Z/ Z[<YU:/ mostrando ue mesmo as relaçfes t,cnicas e econjmicas são
relaçfes sociais- $m Alt"usser o suEeito sK , considerado como ;e^eito ilusKrio das estruturas ideolKgicas;
9Anderson? [Y/ :-
4a Irea da Saúde os resultados das anIlises "istKrico<estruturais se ^azem sentir na escol"a das temIticas
macrossociais e nas prIticas
YQ M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA)
ue pri!ilegiam mudanças ao ní!el dos arca3ouços políticos da dominação e da organização e
administração do setor- São pouco presentes os estudos ue/ a partir dos suEeitos sociais e de suas
representaçfes/ a!aliam e uestionam o sistema/ os ser!iços e as prIticas-
A introdução mais recente do re^erencial gramsciano no con"ecimento do setor tem ^eito e!oluir uma
lin"a de pensamento ue com3ina mel"or a anIlise das estruturas com o dinamismo prKprio das relaçfes
e representaçfes sociais- * conceito de $egemonia permite analisar as relaçfes entre as classes tam3,m
^ora do terreno da produção econjmica e tra3al"ar com os aspectos da direção cultural e política- Al,m
disso/ o uadro teKrico de Gramsci re!aloriza o campo ideolKgico não apenas como ^orma de dominação/
mas tam3,m de con"ecimento/ identi^icando o dinamismo/ a concreção e a "istoricidade das !isfes
di^erenciadas de mundo 9Gramsci? [Y:-
4a mesma lin"a de a3ertura do leue conceituai para o dinamismo da ação dos suEeitos na trans^ormação
das estruturas 9Anderson?
Aruimedes; "I outros autores cuEa marXista
[Y/QU: a3ordagemna teKrica
Irea dapermite camin"ar emas
saúde/ superando<se 3usca do ;ponto
dicotomias de as
entre
estruturas o3Eeti!as e as relaçfes su3Eeti!as-
A construção de re^erencial , o desa^io da no!a etapa de con"ecimento- * m3ito da totalidade tanto
conceituai como de aproXimação empírica de!eria a3ranger? (a# as condiçfes de produção das unidades
produti!as/ priorizando<se o processo de tra3al"o 9)aurell? [YU [Y\ [YZ: (b# as condiçfes gerais de
produção 9MarX? * Capital, )i!ro /-a seção/ [Z/ Q<VY )oEkine? [Y/R<U: (c# o papel central
da ação "umana na ^ormação das classes e no ad!ento e superação das estruturas 9&"ompson? [ZY
Anderson/ 2-? [Y/YR<QR: (d# a cultura como lugar de eXpressão das de^iniçfes tanto das relaçfes
essenciais como das especi^icidades dos grupos/ classes e segmentos 9.erret? [ZQ Gramsci? [Y
Goldmann? [YR:-
4o ue concerne a esse uadro de totalidade , necessIrio rede^inir os conceitos considerados c"a!es para
o con"ecimento da saúde? (a# * pocesso de tabal$o como locus pri!ilegiado das relaçfes de produção e
reprodução dessas relaçfes e !isto como matriz de ^ormação sKcio<econjmica/ política e ideolKgica e
portanto de luta de
M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA) YU
classe/ de dominação e de resist8ncia- $ssa de^inição eXtrapola auela ue dI 8n^ase apenas aos aspectos
t,cnicos e econjmicos/ e a3range a totalidade das relaçfes antagjnicas entre capital e tra3al"o no interior
do processo produti!o/ (b# As condiç1es geais de podução na relação imediata entre o processo de
produção e a estrutura social e política onde se dI a organização do espaço/ a distri3uição da riueza/ dos
euipamentos de !ida ur3ana e social/ isto ,/ as condiçfes de !ida e a inter!enção do $stado 9MarX? [Z/
Q<VY )oEkine [Y/QR<QQ:-
)oEkine nos ad!erte para o risco ue , di!idir/ como se ^ossem dois mundos di^erentes/ o da produção e o
do consumo- Hnsiste em mostrar a necessidade de unir os dois termos e recuperar/ para a anIlise/ o papel
da política estatal na regulação dos ^enjmenos sociais- * estudo das determinaçfes de!e contemplar o
!ínculo entre a política estatal e a socialização contraditKria das ^orças produti!as e das relaçfes de
produção-
5e^erindo<se
produti!as se ao ;ur3ano; com
relacionam )oEkine comenta
o espaço uere^eridas
dessas as ^ormasunidades/
de organização do espaço
e são/ antes ^oranada/
de mais das ^ormas
unidades
de
di!isão social e territorial do tra3al"o?
;Considerar a ur3anização como domínio do consumo/ do não<tra3al"o/ opor reprodução da ^orça de
tra3al"o a tra3al"o !i!o/ , retomar um dos temas da ideologia 3urguesa segundo a ual sK , ati!idade
produti!a a ati!idade de produção de mais<!alia; 9)oEkine? [Y/QQ:-
4outras pala!ras/ a aglomeração da população/ as di^erenciaçfes dos 3airros/ a localização dos meios de
consumo coleti!o 9euipamentos de saúde/ educação/ transporte/ cultura/ lazer etc-: não t8m leis
di^erentes dauelas ue regem a acumulação de capital- A es^era de produção/ consumo e troca estão em
permanente interação e são todos espaços "istKricos de in!estigação-
Como conse8ncia/ a con^iguração "istKrica do espaço 9ur3ano ou rural: ue congrega a produção e as
condiçfes gerais de produção , um locus demonstrati!o e e^eti!o das lutas de classe- 4ele se cristalizam
as contradiçfes entre as eXig8ncias do tra3al"o !i!o e as
Y M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA)
restriçfes a esse desen!ol!imento/ ue a lKgica da acumulação impfe-
2or sua !ez/ o $stado tem ue ser incorporado nas anIlises/ como um instrumento ue re^lete as
contradiçfes e as prKprias lutas de classes geradas pela segregação social- * $stado , uma ^orma
ampliada de socialização das condiçfes gerais de produção- 5ealiza? (a# a regulação social ue atenua os
e^eitos das desigualdades/ da eXclusão e da mutilação capitalista em relação hs classes tra3al"adoras (b# a
seleção/ a dissociação e a segregação dos recursos pú3licos destinados aos meios de consumo coleti!o
9euipamentos e ser!iços de saúde/ educação/ transporte/ saneamento/ lazer etc-: para a reprodução da
^orça de tra3al"o/ (c# / papel cental da luta de classes na tansfomação e no e*ento de no*as
estutuas% ue signi^ica a consideração da ação "umana e o papel do suEeito "istKrico no processo de
mudanças- A ação tem o carIter não sK de trans^ormar a natureza ao criar a possi3ilidade de eXist8ncia
mas tam3,m sustem e reproduz o suEeito e modi^ica a realidade das suas relaçfes sociais? Z
;4ão sK as
mudam/ condiçfes
pois trazem ho3Eeti!as
luz no!asseualidades
modi^icamuenoneles
ato daeXistiam/
reprodução 9---: mas tam3,m
en!ol!em<se os reprodutores
com a produção/
trans^ormam<se/ desen!ol!em no!os poderes e id,ias/ no!os modos de intercm3io/ n3!as necessidades e
no!as linguagens; 9MarX? [ZU9a:/ [:-
A signi^icação da ação do suEeito "istKrico em MarX não ignora o ^ato de ue os "omens não são Ir3itros
totalmente li!res de seus atos- 2elo contrIrio/ a leitura de seu pensamento deiXa claro ue o produto da
ati!idade pr,!ia 9os conteXtos sociais mesmo de !alores/ crenças e atitudes: representa limitaçfes so3re o
leue de opçfes do presente- 4o entanto/ em3ora a realidade seEa determinada em termos de seus
condicionantes anteriores/ a ação presente não sK não , determinada pela realidade como , capaz de
deiXar nela a sua marca trans^ormadora- As consideraçfes anteriores se conEugam com? (d#  impot]ncia
da cultua como mediadoa ente a obJeti*idade das elaç1es dadas e o suJeito $ist!ico tansfomado.
Certamente o conceito de cultura sK pode ser entendido dentro de uma sociologia das classes ue seEa
su^iciente<
M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA) YV
mente a3rangente para perce3er? (a# o carIter de amplitude das !isfes dominantes e ao mesmo tempo a
recíproca aculturação ue se processa inter e intraclasses/ entre e intragrupos/ segmentos e categorias no
ue se concerne aos ^enjmenos sociais/ incluindo<se a saúde e a doença (b# a luta de classes como sendo
de^inida e eXplicitada nas estruturas e mecanismos econjmico<políticos ^ormais/ mas realizada tam3,m
nas matrizes essenciais de con^ormação do modo de !ida/ como a ^amília/ a !izin"ança/ os espaços de
lazer etc- 2ois a cultura enuanto produtora de categorias de pensar/ sentir/ agir e eXpressar de
determinado grupo/ classe ou segmento/ articula as concessfes/ os con^litos/ a su3ordinação e as
resist8ncias e l"es o^erece sentido- $la , um espaço de eXpressão da su3Eeti!idade/ mas , um lugar
o3Eeti!o com a eXpessura do cotidiano por onde passam e gan"am cor os processos políticos e
econjmicos/ os sistemas sim3Klicos e o imaginIrio social- $m relação h saúde/ a cultura/ !ista a partir dos
suEeitos indi!iduais ou coleti!os/ eXpressa a totalidade ^undamental do ser "umano ue se resume no
perene
;A conú3io
!isão entre corpo
da totalidade parte edomente/ mat,ria
indi*duo eale paticula,
espírito/ e porue
ue MarX tão 3em desco3re
a coleti*idade contana seguinte
cuJa citação?
sepaação de
si, eage o indi*duo, , a !erdadeira coleti!idade do "omem/ o se $umano& 9[ZQ/ ZV:-
2or,m/ a posição di^erenciada das classes/ categorias eFou segmentos sociais l"es con^ere uma ^orma
peculiar de perce3er/ de reagir e de lutar ^rente aos ^enjmenos ue dizem respeito a sua !ida e a sua
morte- 4esse particular ualuer anIlise de!e en^atizar as di^erenciaçfes e a compleXidade das relaçfes
entre e intraclasses/ e as di^erenças e contradiçfes entre suas prIticas e concepçfes 9.erret? [ZQ/ V<Q
Gramsci? [Y/ VY:-
* uadro teKrico de aproXimação da totalidade dos processos de saúdeFdoença/ na a3ordagem marXista
;ualitati!a; parte das representaçfes sociais em relação dial,tica com 3ase material ue as in^orma- $sse
ponto de apoio em direção h compreensão das estruturas se ^undamenta na importncia do pensamento
para a ação e no carIter contraditKrio/ dinmico e potencialmente trans^ormador do campo ideolKgico
9&"ompson? [ZY Gramsci? [Y .erret? [ZQ:-
Y\ M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA)
4esse ponto a re^leXão se dirige para a !ertente da tradição marXista ue atra!,s de )ukIcs/ de Gramsci/
de Sartre e de &"ompson 9para mencionar apenas alguns grandes nomes: encamin"am as uestfes da
consci8ncia de classes e do suEeito "istKrico/ numa perspecti!a teKrico<prItica- &al lin"a se opfe ao
estruturalismo de Alt"usser ue corta o nK da relação entre suEeito e estrutura-
C*4C)(S$S
Puando tomamos di^erentes correntes de pensamento para a3ordar/ a partir delas/ uestfes
metodolKgicas/ assumimos a postura segundo a ual a ci8ncia em geral não eXiste- 6I prIticas cientí^icas
di^erenciadas/ desigualmente desen!ol!idas e ue t8m como su3stratos ;!isfes sociais de mundo;
teoricamente di!ersas-
&entamos nos aproXimar/ no teXto/ dos tr8s principais marcos re^erenciais ue dentro das Ci8ncias Sociais
t8m in^luenciado com maior !igor as produçfes teKricas e a prItica no campo da saúde- Seria reiterado
dizermonolíticas
nem ue a ^ormaeesuemItica
nem ^ec"adas-como a3ordamos
Como as desse
o o3Eeti!o !Iriastra3al"o
possi3ilidades de apreender
, a uestão a realidade
metodolKgica não são
!isamos
apenas a introduzir a pro3lemItica das correntes de pensamento/ para/ ao mesmo tempo sugerir as
di^iculdades/ a compleXidade/ e a especi^icidade do la3or do cientista social no campo da pesuisa- Hsto ,/
não "I normas mIgicas institucional e uni!ocamente consagradas para a apreensão do real-
Gostaríamos de ressaltar mais uma !ez ue damos 8n^ase/ como opção de a3ordagem/ h metodologia
dial,tica- $ssa opção não , apenas uma postura ideolKgica- Demo a coloca como a metodologia especí^ica
das ci8ncias sociais porue , mais ^ecunda para analisar os ^enjmenos "istKricos- Sua opinião se 3aseia
na o3ser!ação da realidade social e na adeuação a ela da !isão dial,tica ue pri!ilegia? (a# a contradição
e o con^lito predominando so3re a "armonia e o consenso (b# o ^enjmeno da transição/ da mudança/ do
!ir<a<ser so3re a esta3ilidade (c# o mo!imento "istKrico (d# a totalidade e a unidade dos contrIrios
9[YV? Y\<RR:-
Goldmann ^ala com radicalidade?
M$&*D*)*GHA D$ 2$SP(HSA S*CHA) YZ
;2erguntar se as P8ncias Sociais de!em ser dial,ticas ou não/ , simplesmente perguntar se elas de!em
compreender ou de^ormar a realidade; 9[YR/ ZR:-
Cardoso/ em / Método Dialético na n"lise Sociol!gica 9[ZU: recupera a contri3uição do
^uncionalismo e do estruturalismo para a compreensão das totalidades sociais/ mas mostra ue apenas o
m,todo dial,tico consegue apreender? (a# o real ^enom8nico numa s,rie de mediaçfes pelas uais as
determinaçfes imediatas e simples alcançam inteligi3ilidade ao se cincunscre!erem em constelaçfes
glo3ais (b# as representaçfes da realidade dos atores sociais e as coneXfes especí^icas 9não mecnicas e
irre!ersí!eis: ue a realidade empírica mant,m com os ^atores e e^eitos essenciais ue determinam a
dinmica e o sentido do processo social (c# a trans^ormação da natureza e da sociedade e/ ao mesmo
tempo/ as regularidades estruturais e os ^enjmenos ue se repetem/ como produto o3Eeti!ado da ati!idade
social processo ue estI em permanente criação pela ação "umana 9[ZU?<QQ:-
Cardoso ad!erte ue
^enomenolKgicas etc/seso3
pode/ metodologicamente/
a condição de su3met8<lasrecorrer a eXplicaçfes
hs representaçfes estruturais/ ue
^undamentais ^uncionais/
o m,todo
dial,tico supfe da realidade 9[ZU/Q:- A uestão 3Isica , de ue essas outras correntes de pensamento
tendem a eliminar as tensfes dial,ticas/ pois não ^azem um uestionamento do sentido das açfes e das
trans^ormaçfes de sentido-
4este tra3al"o/ em3ora eXplicitando uma opção de m,todo/ tentamos a3ordar e !alorizar as di^erentes
contri3uiçfes de estudiosos/ uando/ do nosso ponto de !ista/ signi^icam uestionamentos ou re^leXfes
so3re os pro3lemas ^undamentais da metodologia da pesuisa- Durk"eim/ We3er/ Sc"utz/ Cicourel/
Gur!itc"/ para mencionar apenas alguns clIssicos da sociologia/ Eamais poderiam ser omitidos- A 8n^ase
dada aos autores ue se posicionam pela lKgica dial,tica se de!e ao ^ato de a considerarmos como a ue
mel"or responde hs necessidades metodolKgicas da pesuisa social/ ue !inculam a teoria h prItica/
mormente no campo da saúde/ onde a realidade apela de ^orma tão eXistencial e imediata?
,ífcíí-*
CA2'&()* Q
0AS$ $2)*5A&b5HA DA 2$SP(HSA
A3 A4E E*loa&ia da Pes+$isa 2 &ao io&a&e +$e ela em si pode ser considerada uma
2esuisa $XploratKria- Compreende a etapa de escol"a do tKpico de in!estigação/ de delimitação do
pro3lema/ de de^inição do o3Eeto e dos o3Eeti!os/ de construção do marco teKrico conceituai/ dos
instrumentos de coleta de dados e da eXploração do campo-
A partir da perspecti!a dial,tica ue deseEamos seguir/ gostaríamos de apresentar as 3alizas dentro das
uais/ a nosso !er/ se processa o con"ecimento- A primeira delas , seu carIter aproXimado- Hsto ,/ o
con"ecimento , uma construção ue se ^az a partir de outros con"ecimentos so3re os uais se eXercita a
apreensão/ a crítica e a dú!ida-  um processo de tentati!as ue )imoeiro Cardoso esclarece muito 3em/

usando
;* a imagem se
con"ecimento do ^az
^eiXe de luz?de muitas tentati!as e da incid8ncia de muitos ^eiXes de luz/
a custo/
multiplicando os pontos de !ista di^erentes- A incid8ncia de um único ^eiXe de luz não , su^iciente para
iluminar um o3Eeto- * resultado dessa eXperi8ncia sK pode ser incompleto e imper^eito/ dependendo da
perspecti!a em ue a luz , irradiada e da sua intensidade- A incid8ncia a partir de outros pontos de !ista e
de outras intensidades luminosas !ai dando ^ormas mais de^inidas ao o3Eeto/ !ai construindo um o3Eeto
ue l"e , prKprio- A utilização de outras ^ontes luminosas poderI ^ormar um o3Eeto inteiramente di!erso/
ou indicar dimensão inteiramente no!as ao o3Eeto; 9)imoeiro Cardoso? [ZY/ QZs:-
59
[R 0AS$ $2)*5A&b5HA DA 2$SP(HSA
$sse carIter aproXimado do sa3er intelectual , rele!ante em toda a teoria marXista e )8nin comenta ue/
ao re^letir a realidade/ o con"ecimento o^erece sempre uma imagem mais grosseira ue o real/ tanto no
plano do pensamento como dos sentimentos 9[VV/QY:-
* segundo ponto diz respeito ao carIter de inacessi3ilidade do o3Eeto- A inatingi3ilidade do obJeto se
eXplica pelo ^ato de ue as id,ias ue ^azemos so3re os ^atos são sempre mais imprecisas/ mais parciais/
mais imper^eitas ue ele- 2ortanto/ o processo de pesuisa consiste na de^inição e rede^inição do o3Eeto-
De um lado/ porue seu con"ecimento , ^ruto de um eXercício de cooperação onde tra3al"amos so3re as
desco3ertas uns dos outros depois/ porue cada teoria ^ormula o o3Eeto segundo seus pressupostos- 4este
sentido/ como a^irma )imoeiro Cardoso/ ele , sempre uma ;representação; ^eita so3 determinado ponto
de !ista/ tentando/ a seu modo/ reproduzir o real 9[ZY/UR:-
* terceiro ponto se re^ere h !inculação entre pensamento e ação- *u seEa/ nada pode ser intelectualmente
um pro3lema/
escol"a de um se nãonão
tema ti!eremerge
sido/ em primeira instncia/
espontaneamente/ um pro3lema
da mesma da !ida
^orma ue prItica- Hsto não
o con"ecimento uer,dizer ue a
espontneo- Surge de interesses e circunstncias socialmente condicionadas/ ^rutos de determinada
inserção no real/ nele encontrando suas razfes e seus o3Eeti!os- $sse , um ponto de !ista ue reúne tanto
o racionalismo a3erto de %ac"elard 9[\Y: como a dial,tica marXista 9)ukIcs? [Z 6a3ermas?
[YR/[YY: e o perspecti!ismo de Mann"eim 9[Z:-
* uarto ponto en^atiza o carIter srcinariamente interessado do con"ecimento ao mesmo tempo ue sua
relati!a autonomia- * ol"ar so3re o *3Eeto estI condicionado "istoricamente pela posição social do
cientista e pelas correntes de pensamento em con^lito na sociedade 9)o7y? [YV/V:- 2or,m eXiste uma
;autonomia relati!a; das ci8ncias sociais/ uma certa continuidade no interior dessa ci8ncia 9MarX
continua/ critica e ultrapassa 5icardo na &eoria do .alor:/ uma l!gica intena da pesuisa cientfica, uma
especialidade da ci8ncia enuanto prItica/ !isando a desco3erta da !erdade 9)o7y? [YV/ [<\:-
Mann"eim ^ala da uestão rea^irmando a estreita relação entre interesses especí^icos de classe e teorias/
m,todos e preocupaçfes sociolKgicas-
0AS$ $2)*5A&b5HADA 2$SP(HSA [
4o entanto/ diz ele/ , necessIrio admitir ue apKs uma classe ter desco3erto algum ^ato "istKrico ou
sociolKgico/ todos os grupos/ uaisuer seEam seus interesses/ não sK podem le!ar em consideração as
desco3ertas como as incorporam ao seu sistema de interpretação do mundo- As correntes intelectuais
di!ersas não se desen!ol!em isoladamente mas se a^etam e se enriuecem mutuamente- $m3ora não se
^undam num sistema comum/ consideram a totalidade dos ^atos desco3ertos/ partindo de di^erentes
aXiomas gerais 9Mann"eim? [Z/ QY<UR:-
 dentro da perspecti!a assinalada ue passamos a discutir elementos ue compfem a ^ase eXploratKria de
uma in!estigação e todas as etapas su3seentes-
&omamos em primeiro lugar o cuidado de de^inir alguns conceitos ^undamentais usados na prItica das
Ci8ncias Sociais para construir o uadro teKrico da pesuisa- $m seguida discutimos a construção do
o3Eeto como um la3or teKrico e como es^orço prItico de in^ormação/ crítica e eXperi8ncia- $ propomos
depois e ^inalmente
eXploratKria uma
no campo dadiscussão so3reC"amamos
in!estigação- o instrumento de apreensão
atenção dosdadados
para o tema empíricos)ualitati*a
mostagem e de entrada
ue
costuma ser um dos pontos de maior impasse para o in!estigador-
4esse mo!imento aparentemente linear de desen"o das etapas da pesuisa ueremos en^atizar/ de um
lado a necessidade/ para ^ins de anIlise/ de dar atenção a cada procedimento e de outro/ para a li3erdade
de recon"ecer as di^erentes t,cnicas e m,todos como guias e prescindir deles uando se tornam
o3stIculos- $ nessa interação ue se torna possí!el realizar um tra3al"o cientí^ico criador-
C*4C$H&*S 0(4DAM$4&AHS 4A *2$5ACH*4A)HOAL* DA 2$SP(HSA
Antes de partirmos para a re^leXão so3re o mo!imento ue preside o processo de de^inição do o3Eeto/
pretendemos de^inir alguns termos usados na ati!idade de pesuisa/ presentes em todo o desen!ol!imento
do tra3al"o e cruciais na primeira etapa- São eles? teoria/ conceito/ noção/ categoria/ "ipKtese e
pressupostos?
(a# C"amamos &$*5HA a um conEunto inter<relacionado de princípios e de^iniçfes ue ser!em para dar
organização lKgica a aspectos
[Q 0AS$ $2)*5A&b5HADA 2$SP(HSA
selecionados da realidade empírica- (ma teoria reúne um conEunto de pressupostos e aXiomas 9uma
a^irmação cuEa !erdade , e!idente e uni!ersalmente aceita em determinada disciplina:/ proposiçfes
logicamente inter<relacionadas e empiricamente !eri^icI!eis- As proposiçfes de uma teoria são
consideradas leis se EI ^oram su^icientemente compro!adas/ e $ip!teses, se constituem ainda pro3lema de
in!estigação- 4a realidade/ tanto leis como "ipKteses estão sempre suEeitas h pro3lematização e h
re^ormulação- A ess8ncia de uma teoria consiste na sua potencialidade de eXplicar uma gama ampla de
^enjmenos atra!,s de um esuema conceituai ao mesmo tempo a3rangente e sint,tico-
* marXismo 9uma teoria/ ele mesmo: insiste no ^ato de ue todas as teorias são "istoricamente
construídas/ eXpressam interesses de classe porue são ;representação do real; a partir de determinadas
escol"as articuladas com a prItica social- $las são portanto ^ormas de con"ecimento e de
descon"ecimento/ na medida em ue proEetam luz so3re determinados aspectos da realidade e ocultam
outros/
A num
relação e!idenciamento
dial,tica deelimitaçfes
entre teoria lKgicas e se
realidade empírica sociolKgicas
eXpressa no9)ukIcs? [\Z/
tato he ue QUU )o7y?
a leaMahe [YV/V<UV:-
iníoima a teorI
ue po& sua !ez a antecede/ permite perce38<la/ ^ormulI<la/ dar conta dela/ ^azendo<a distinta/ num
processo sem ^im de distanciamento e aproXimação- A teoria domina a construção do con"ecimento
atra!,s de conceitos gerais pro!enientes do momento anterior- Seu apro^undamento/ de ^orma crítica/
permite des!endar dimensfes não pensadas a respeito da realidade ue não , e!idente e ue não se dI? ela
se re!ela a partir de interrogaçfes ela3oradas no processo de construção teKrica
(b# &oda construção teKrica , um sistema cuEas !igas mestras estão representadas pelos C *4C$H&*S- *S
conceitos são as unidades de signi^icação ue de^inem a ^orma e o conteúdo de uma teoria- 2odemos
considerI<los como operaçfes mentais ue re^letem certo ponto de !ista a respeito da realidade/ pois
^ocalizam determinados aspectos dos ^enjmenos/ "ieraruizando<os- Desta ^orma eles se tornam um
camin"o de ordenação da realidade/ de ol"ar os ^atos e as relaçfes/ e ao mesmo tempo um camin"o de
criação- A teoria marXista torna e!idente os aspectos "istKricos e compro<
[Q 0AS$ $2)*5A&b5HADA 2$SP(HSA
selecionados da realidade empírica- (ma teoria reúne um conEunto de pressupostos e aXiomas 9uma
a^irmação cuEa !erdade , e!idente e uni!ersalmente aceita em determinada disciplina:/ proposiçfes
logicamente inter<relacionadas e empiricamente !eri^icI!eis- As proposiçfes de uma teoria são
consideradas leis se EI ^oram su^icientemente compro!adas/ e $ip!teses, se constituem ainda pro3lema de
in!estigação- 4a realidade/ tanto leis como "ipKteses estão sempre suEeitas h pro3lematização e h
re^ormulação- A ess8ncia de uma teoria consiste na sua potencialidade de eXplicar uma gama ampla de
^enjmenos atra!,s de um esuema conceituai ao mesmo tempo a3rangente e sint,tico-
* marXismo 9uma teoria/ ele mesmo: insiste no ^ato de ue todas as teorias são "istoricamente
construídas/ eXpressam interesses de classe porue são ;representação do real; a partir de determinadas
escol"as articuladas com a prItica social- $las são portanto ^ormas de con"ecimento e de
descon"ecimento/ na medida em ue proEetam luz so3re determinados aspectos da realidade e ocultam
outros/
A num
relação e!idenciamento
dial,tica deelimitaçfes
entre teoria lKgicas e se
realidade empírica sociolKgicas
eXpressa no9)ukIcs? [\Z/
^ato de ue QUU )o7y?
a realidade [YV/V<UV:-
in^orma a
teoria ue por sua !ez a antecede/ permite perce38<la/ ^ormulI<la/ dar conta dela/ ^azendo<a distinta/ num
processo sem ^im de distanciamento e aproXimação- A teoria domina a construção do con"ecimento
atra!,s de conceitos gerais pro!enientes do momento anterior- Seu apro^undamento/ de ^orma crítica/
permite des!endar dimensfes não pensadas a respeito da realidade ue não , e!idente e ue não se dI ela
se re!ela a partir de interrogaçfes ela3oradas no processo de construção teKrica
($# &oda construção teKrica , um sistema cuEas !igas mestras estão representadas pelos C *4C$H&*S- *s
conceitos são as unidades de signi^icação ue de^inem a ^orma e o conteúdo de uma teoria- 2odemos
considerI<los como operaçfes mentais ue re^letem certo ponto de !ista a respeito da realidade/ pois
^ocalizam determinados aspectos dos ^enjmenos/ "ieraruizando<os- Desta ^orma eles se tornam um
camin"o de ordenação da realidade/ de ol"ar os ^atos e as relaçfes/ e ao mesmo tempo um camin"o de
criação-
A teoria marXista torna e!idente os aspectos "istKricos e compro<
0AS$ $2)*5A&b5HADA 2$SP(HSA [U
metidos da construção dos conceitos/ c"amando atenção para a necessidade de apreend8<los/ analisI<los e
de^ini<los como "istoricamente especí^icos e socialmente condicionados- A prKpria "ieraruização dos
conceitos/ numa determinada teoria/ re!ela a ue aspectos da realidade se dI maior atenção- 4ão se trata
apenas de compreender alguns como sendo logicamente mais ela3orados 9e o são:/ mas tam3,m de
entender as determinaçfes sociolKgicas presentes na sua construção-
Daí ser importante introduzir o termo 4oço- $timologicamente a pala!ra C *4C$H&* !em de concepção,
isto ,/ estI !inculada h su3Eeti!idade/ ele , conce3ido- 2or noção entendemos aueles elementos de uma
teoria ue ainda não apresentam clareza su^iciente e são usados como ;imagens; na eXplicação do real-
$les eXpressam tam3,m o camin"o do pensamento- *u seEa/ eXpressam a relação intrínseca entre a
eXperi8ncia e a construção do con"ecimento- 4ingu,m coloca uma pergunta se nada sa3e da resposta/
pois então não "a!eria o ue perguntar- &odo sa3er estI 3aseado em pr,<con"ecimento/ todo ^ato e todo
dadonão
;Se EI são interpretaçfes/
uisermos são maneiras
ue as categorias de construirmos
analíticas e depermaneçam
ue adotamos selecionarmos a rele!ncia
estran"as da realidade?
ao o3Eeto;/ diz
Demo/ ;de!emos aceitar a eXist8ncia de noçfes pr,!ias; 9Demo? [Y/Y:-
(c# Aos conceitos mais importantes dentro de uma teoria denominamos CA&$G*5HAS- * termo ;categoria;
possui uma conotação classi^icatKria- &"eodorson 1 &"eodorson/ por eXemplo/ de^inem as categorias
como conceitos usados com ^inalidade de classi^icação 9[ZR/ U[:- Dentro de um !isão positi!ista?
;As categorias são ru3ricas ou classes as uais reúnem um grupo de elementos so3 um título gen,rico/
agrupamento esse e^etuado em razão dos caracteres comuns desses elementos; 9%ar<din? [Z[/Z:-
o conceito , usado por %ardin de ^orma instrumental dentro da t,cnica de anIlise de conteúdo-
[ 0AS$ $2)*5A&b5HADA 2$SP(HSA
4a ;Hntrodução; h Ctica da Economia 'oltica 9[ZU/ Q<Q:/ MarX ^az uso por di!ersas !ezes do
termo ;categoria; para indicar conceitos relati!os h realidade "istoricamente rele!antes/ eXpressando os
aspectos ^undamentais dentro de sua a3ordagem/ das relaçfes dos "omens entre si e com a natureza- 2ara
o marXismo as categorias não são entidades/ são construídas atra!,s do desen!ol!imento do
con"ecimento e da prItica social- &ra3al"o/ Classe Social/ 0amília/ Consci8ncia de Classe/ por eXemplo/
são categorias ue eXpressam a unidade das relaçfes entre o "istKrico e o lKgico-
2ara a ^inalidade deste tra3al"o/ distinguimos entre Categoias nalticas e Categoias Empicas. As
primeiras são auelas ue ret8m "istoricamente as relaçfes sociais ^undamentais e podem ser
consideradas 3alizas para o con"ecimento do o3Eeto nos seus aspectos gerais- $las mesmas comportam
!Irios graus de a3stração/ generalização e de aproXimação- As segundas são auelas construídas com
^inalidade operacional/ !isando ao tra3al"o de campo 9a ^ase empírica: ou a partir do tra3al"o de campo-
$las t8m aempírica-
realidade propriedade
2or de conseguir
eXemplo/ apreenderSocial
Conscincia as determinaçfes e asdeespeci^icidades
e Conscincia ue se eXpressam
Classe, +epesentação Social, sena
situam como categorias de anIlise/ num ní!el ele!ado de a3stração- Concepção Social de Saúde Doença ,
um conceito operacionalizI!el a partir das categorias analíticas citadas acima- 2or outro lado/ se surge
atra!,s do tra3al"o de campo uma eXpressão como ;Doença de Deus; em oposição a ;Doença dos
6omens;/ a compreensão dessas duas categorias empíricas a partir do ponto de !ista dos atores sociais/
possi3ilita des!endar relaçfes especí^icas do grupo em uestão- Hsto ,/ permite re!elar condiçfes
empíricas misti^icadas/ concepçfes peculiares do o3Eeto e relaçfes dinmicas desse segmento no ue diz
respeito h sociedade eh natureza- $ssa categoia empica, construída a partir dos elementos dados pelo
grupo social/ tem todas as condiçfes de ser colocada no uadro mais amplo de compreensão teKrica da
realidade/ e de/ ao mesmo tempo/ eXpressI<la em sua especi^icidade- 2ermite a!ançar o con"ecimento a
partir da categoria analítica ;representaçfes sociais; operacionalizada numa categoria empírica/ por sua
!ez aduirindo possi3ilidade analítica
0AS$ $2)*5A&b5HADA 2$SP(HSA [V
(d# De^inimos 6H2b&$S$S como a^irmaçfes pro!isKrias a respeito de determinado ^enjmeno em estudo-
São a^irmaçfes para serem testadas empiricamente e depois con^irmadas ou reEeitadas- (ma "ipKtese
cientí^ica deri!a de um sistema teKrico e dos resultados de estudos anteriores e portanto ^azem parte ou
são deduzidas das teorias/ mas tam3,m podem surgir da o3ser!ação e da eXperi8ncia nesse Eogo sempre
impreciso e inaca3ado ue relaciona teoria e prItica-
Goode 1 6att propfem algumas condiçfes para a ^ormulação de "ipKteses em ci8ncias sociais ue
resumimos a seguir? (a# ue seEam conceitualmente claras/ parcimoniosas e com poder eXplicati!o/
c"egando a de^inir sua operacionalidade (b# ue ten"am re^er8ncias empíricas/ isto ,/ ue esteEam
relacionadas com os ^enjmenos concretos ue se pretende estudar (c# ue seEam relacionadas com as
t,cnicas disponí!eis/ isto ,/ possi3ilitem a apreensão empírica dos aspectos ue se uer in!estigar 9Goode
1 6att? [\[/ R<Z:-
Da mesma
parte ^ormadeue
do uadro os termos pro3lematizados
preocupaçfes teKrico<prIticas anteriormente/
do in!estigador/ase?ip!teses t8m sua "istKria/
das preocupaçfes dominantes^azem
numa
,poca- *u seEa/ perguntamo<nos por aspectos da realidade ue a ci8ncia _ "istoricamente condicionada
_ se interessa-
* prKprio termo ;"ipKtese; possui uma conotação positi!ista ue cr8 na possi3ilidade do con"ecimento
o3Eeti!o da realidade e nas pro!as estatístico<matemIticas como compro!adoras da o3Eeti!idade- 6oEe
tanto o marXismo como a ^enomenologia/ em3ora incorporem o conceito de ;"ipKtese;/ o reinterpretam e
o pro3lematizam- 4a a3ordagem ualitati!a/ as "ipKteses perdem a sua dinmica ^ormal compro3atKria
para ser!ir de camin"o e de 3aliza no con^ronto com a realidade empírica- Costuma<se at, a usar o termo
25$SS(2*S&*S para ^alar de alguns parmetros 3Isicos ue permitem encamin"ar a in!estigação empírica
ualitati!a/ su3stituindo<se assim o termo ?ip!tese com conotaçfes muito ^ormais da a3ordagem
uantitati!a-
Com relação a essa temItica se esta3elece uma pol8mica "istKrica ue a nosso !er constrKi uma ^alsa
dicotomia entre dados uantitati!os e dados ualitati!os- A tend8ncia , de se atri3uir a pec"a de
imprecisão aos últimos/ no sentido ue não permitem testes ;precisos; como a ;a3ordagem cientí^ica;
eXige- Daí ue/ uando surge a
[\ 0AS$ $2)*5A&b5HADA 2$SP(HSA
uestão da !eri^icação/ muitos analistas se !oltam para os dados uanti^icI!eis-
 necessIrio ultrapassar esse !i,s positi!ista das ci8ncias sociais e uando ^or possí!el uanti^icar/
uanti^iuemos/ mas não colouemos aí a cienti^icidade do tra3al"o- *s dados ;ualitati!os; são
importantes na construção do con"ecimento e/ tam3,m eles/ podem permitir o início de uma teoria ou a
sua re^ormulação/ re^ocalizar ou clari^icar a3ordagens EI consolidadas/ sem ue seEa necessIria a
compro!ação ^ormal uantitati!a- * princípio geral , de ue todos os dados de!em ser articulados com a
teoria- A o3ser!ação cientí^ica/ seEa a partir de "ipKteses 3em delineadas/ seEa com pressupostos mais
gerais/ , sempre pol8mica/ con^irma ou in^irma teses anteriores-
A natureza mais a3erta e interati!a de um tra3al"o ualitati!o ue en!ol!e o3ser!ação participante/
permite ue o in!estigador com3ine o a^azer de con^irmar ou in^ irmar "ipKteses com as !antagens de
uma a3ordagem não<estruturada- Colocando interrogaçfes ue !ão sendo discutidas durante o processo de
tra3al"o de campo/
empiricamente ela elimina
e re^ormula uestfes
"ipKteses irrele!antes/
iniciais dI 8n^ase a determinados aspectos ue surgem
e pro!isKrias-
$ssas o3ser!açfes ue t8m como 8n^ase a uestão das "ipKteses na a3ordagem ualitati!a ^azem<nos
!oltar para um clIssico da antropologia ^uncionalista/ Malino7ski/ mas ue nesse particular pratica!a um
raciocínio dial,tico- De acordo com sua orientação/ o in!estigador tem ue se esmerar na constituição/
ampliação e articulação de seu uadro teKrico-  esse re^erencial uel"e permite esta3elecer perguntas
^undamentais para compreensão da realidade emp>nca- 2or,m/ de!e conser!ar uma a3ertura e
^leXi3ilidade capazes de/ apesar da teoria/ desco3rir as particularidades da realidade empírica
9Malino7ski? [YR/Z<Q:- Certamente essas o3ser!açfes o locam o tra3al"o cientí^ico 3em acima de
uma postura t,cnica de compro!ação ou in^irmação de "ipKteses-
A D$0H4HL* D* *%J$&*
Geralmente uando nos propomos a iniciar uma ati!idade de pesuisa/ nKs a situamos dentro de um
uadro de preocupaçfes teKrico<prIticas- *u seEaF temos uma ea de Inteesse ue , um cam<
0AS$ $2)*5A&b5HADA 2$SP(HSA [Z
po de prIticas/ onde as uestfes ue incitam nossa curiosidade teKrica se concentram/ como por eXemplo/
Saúde do &ra3al"ador/ 2olíticas 2ú3licas/ Saúde e Cultura/ $ducação e Saúde etc- 4o interior dessa ea
de Inteesse ue antecede e ultrapassa um proEeto especí^ico/ se situa a uestão da de^inição do /bJeto ou
a de^inição do 'oblema. &rata<se de um recorte capaz de conter relaçfes essenciais e eXpressar
especi^icidade-
Do ponto de !ista prItico o /bJeto , geralmente colocado em ^orma de pergunta _ , uma uestão _ e se
!incula a desco3ertas anteriores e a indagaçfes pro!enientes de múltiplos interesses 9de ordem lKgica e
sociolKgica:- A clareza e a precisão nesse primeiro instante decorre de uma relação dial,tica entre o
es^orço de esta3elecer marcos conceituais o mais possí!el amplos e a3rangentes e de os articular h prItica-
*u seEa/ de os !incular aos interesses e pro3lemas ue estão mo3ilizando a escol"a do tema- * real estI
sempre colocado como premissa/ em3ora operacionalmente partamos da ela3oração do a3strato para o
concreto-
2ara o delineamento do o3Eeto/ a primeira tare^a a ue nos propomos , um tra3al"o de pesuisa
3i3liogrI^ica/ capaz de proEetar luz e permitir uma ordenação ainda imprecisa da realidade empírica- $sse
la3or inicial tem algumas condiçfes necessIrias?
A primeira , de ue a 3i3liogra^ia seEa su^icientemente ampla para traçar a moldura dentro da ual o
o3Eeto se situa? a 3usca de !Irios pontos de !ista/ dos di^erentes ngulos do pro3lema ue permitam
esta3elecer de^iniçfes/ coneXfes e mediaçfes/ e demonstrar o ;estado da arte;- .eEamos um eXemplo-
Supon"amos as Concepçfes de Saúde<Doença de determinado segmento social como o3Eeto de
in!estigação- A sua compreensão implica uma pesuisa 3i3liogrI^ica ue inclua? (a# "istoricamente o
per^il do determinado segmento? sua inserção nas relaçfes sociais de produção/ suas condiçfes de !ida e
de tra3al"o/ consumo/ acesso a 3ens e ser!iços e em especial hueles ue se re^erem ao conceito de Saúde
!igente (b# o conceito "istoricamente construído de Saúde ue !amos adotar/ incluindo aí as políticas do
setor ue o situam do ponto de !ista dominante (c# o conceito de representação social ue torna
operacional a in!estigação e a anIlise-
*ra/ o desen"o desse uadro inicial eXige o domínio anterior de
[Y 0AS$ $2)*5A&b5HADA 2$SP(HSA
algumas categorias analíticas ^undamentais ue constituem pontos de re^er8ncia gerais numa anIlise
dial,tica/ como Modo de 2rodução/ 0ormação Social/ Classes/ Consci8ncia Social 9de Classe e SanitIria:-
2or,m/ essas categorias não necessitam estar presentes no discurso teKrico ue organiza o proEeto de
pesuisa- Dele de!em constar as de^iniçfes ue se ^azem necessIrias para ^azer surgir do ;caos inicial; o
o3Eeto especí^ico com seus contornos gerais-
* segundo aspecto a ser o3ser!ado em relação h 3i3liogra^ia diz respeito h sua leitura-  necessIrio
a3ordI<la como um eXercício de crítica teKrica e prItica- *u seEa/ na pesuisa 3i3liogrI^ica de!emos
destacar as categorias centrais/ os conceitos e as noçfes usadas pelos di^erentes autores- Al,m disso/
por,m/ ^az<se mister destacar os pressupostos teKricos e as razfes prIticas ue su3Eazem aos tra3al"os ue
consultamos- $sse eXercício "ermen8utico , ^undamental para o esclarecimento da posição ue !amos
adotar-
* terceiro ponto
necessIrio relati!odeaoo3Eeti<!ação-
no processo material de consulta temtare^a
&rata<se da um carIter disciplinar
de ^ic"amento e operacional/
onde tam3,m
todo o estudo !ai sendo
cuidadosamente classi^icado e ordenado? (a# 0ic"amento 3i3liogrI^ico? cada li!ro/ artigo/ capítulo de
li!ro/ documento/ recorte de Eornal/ todo o material tra3al"ado !ai rece3endo uma ^ic"a prKpria 9dentro
das regras de ^ic"amento 3i3liogrI^ico o^iciais:/ em ordem al^a3,tica por autor ou por assunto/ con^orme
a opção do in!estigador (b# 0ic"amento por assunto? onde as mat,rias lidas são resumidas e criticadas e
com anotaçfes do leitor-  importante nesse tipo de ^ic"amento ue o in!estigador destaue os principais
conceitos usados pelo autor no seu tra3al"o (c# 0ic"amento por temas/ ue reúne anotaçfes e resumos a
respeito de uestfes especi^icamente pertinentes ao contorno do o3Eeto de estudo (d# 0ic"amento de
citaçfes/ com o de!ido cuidado de indicar pIginas/ data de pu3licação e conteXto da citação- $ssa
modalidade de ^ic"amento pode ser incluída na classi^icação por temas ou por assuntos-
4o camin"o entre as id,ias iniciais ue induziram h escol"a 3i3liogrI^ica/ a leitura dos teXtos e as
indagaçfes re^erentes h realidade empírica 9ue aparece sempre como premissa:/ o in!estigador organiza
o discurso teKrico da pesuisa ue pode se apresentar da seguinte ^orma? (a# De^inição do *3Eeto
9de^inição como recorte em
0AS$ $2)*5A&b5HADA 2$SP(HSA [[
todos os seus aspectos e sempre pro!isKria dentro da a3ordagem dial,tica ue adotamos: (b#
Justi^icati!a? ue descre!e os moti!os !i!enciais e teKricos ue impulsionaram a escol"a do o3Eeto-
Colocando<se aí as principais indagaçfes do pesuisador (c# Marco conceituai teKrico<metodolKgico
onde se esta3elecem os principais conceitos/ categorias e noçfes com as uais se !ai tra3al"ar/ de^inem<se
as "ipKteses ou pressupostos da in!estigação e o ;camin"o do pensamento; ue orientarI o tra3al"o-
Seria K3!io dizer ue todos os cuidados aui apresentados ^azem parte do es^orço metKdico de
o3Eeti!ação/ isto ,/ da "onestidade teKrica do pesuisador ^rente a seu o3Eeti!o e h comunidade cientí^ica-
C*4S&5(L* D*S H4S&5(M$4&*S D$ 2$SP(HSA
Ao ní!el da pesuisa ualitati!a os instrumentos de tra3al"o de campo são? o roteiro de entre!ista/ os
crit,rios para o3ser!ação participante e os itens para discussão de grupos ^ocais-
4esta altura do tra3al"o ^alamos EI eXplicitamente da pesuisa ualitati!a porue estamos num espaço

Hmuito
_ *prKXimo
5*&$H5*hD$realidade empírica
$4&5$.HS&A e totalmente
di^ere do sentidoligada aos marcos
tradicional conceituais$nuanto
do uestionIrio- do m,todo-
este último
pressupfe "ipKteses e uestfes 3astante ^ec"adas/ cuEo ponto de partid a são as re^er8ncias do
pesuisador/ o roteiro tem outras características- .isando a apreender o ponto de !ista dos atores sociais
pre!istos nos o3Eeti!os da pesuisa/ o roteiro cont,m poucas uestfes- Hnstrumento para orientar uma
;con!ersa com ^inalidade; ue , a entre!ista/ ele de!e ser o ^acilitador de a3ertura/ de ampliação e de
apro^undamento da comunicação- Dele constam apenas alguns itens ue se tornam indispensI!eis para o
delineamento do o3Eeto/ em relação h realidade empírica e de!em responder hs seguintes condiçfes? (a#
cada uestão ue se le!anta/ ^aça parte do delineamento do o3Eeto e ue todas se encamin"em para l"e dar
^orma e conteúdo (b# permita ampliar e apro^undar a comunicação e não cerceI<la (c# contri3ua para
emergir a !isão/ os Euízos e as rele!ncias a respeito dos ^atos e das relaçfes ue compfem o o3Eeto/ do
ponto de !ista dos interlocutores-
RR 0AS$ $2)*5A&b5HA DA 2$SP(HSA
5oteiro , sempre um guia/ nunca um o3stIculo/ portanto não pode pre!er todas as situaçfes e condiçfes
de tra3al"o de campo-  dentro dessa !isão ue de!e ser ela3orado e usado- 4o processo de pesuisa
pode surgir a necessidade da ela3oração de um uestionIrio ^ec"ado para captar aspectos considerados
rele!antes para iluminar a compreensão do o3Eeto/ esta3elecer relaçfes e generalizaçfes-  importante o
uso de !Irias t,cnicas e não "I oposição entre elas- * princípio 3Isico para ela3oração do uestionIrio , o
mesmo ue adotamos em relação ao roteiro? cada uestão ten"a como pressuposto o marco teKrico
desen"ado para a construção do o3Eeto-
HH _ Com relação aos instrumentos para a *%S$5.AL* 2A5&HCH2A4&$/ , importante ue o in!estigador
tome algumas decisfes nesse momento preparatKrio- *u seEa/ serI uma o3ser!ação li!re ou realizada
atra!,s de roteiro especí^ico A3rangerI o conEunto do espaço e do tempo pre!isto para o tra3al"o de
campo ou se limitarI a instantes eF ou a aspectos da realidade/ dando 8n^ase a determinados elementos na
interação
De acordo com os o3Eeti!os da pesuisa/ de!e<se esta3elecer a ^orma e o conteúdo dessa ati!idade
^undamental na a3ordagem ualitati!a/ ainda ue no processo da in!estigação se perce3a a necessidade de
realizar mudanças- )em3ramos ue toda a o3ser!ação de!e ser registrada num instrumento ue
con!encionamos c"amar DH+5H* D$ CAM2*- Desse caderno constam todas as in^ormaçfes ue não seEam
o registro das entre!istas ^ormais- *u seEa/ o3ser!açfes so3re con!ersas in^ormais/ comportamentos/
cerimoniais/ ^estas/ instituiçfes/ gestos/ eXpressfes ue digam respeito ao tema da pesuisa- 0ala/
comportamentos/ "I3itos/ usos/ costumes/ cele3raçfes e instituiçfes compfem o uadro das
5$25$S$4&AL$S S*CHAHS-V
HHH _ Da mesma ^orma ue os anteriores/ os instrumentos para de3ate dos G5(2*S 0*CAHS 9caso a
organização do tra3al"o os pre!eEa: necessitam ser aui delineados- 2ode<se/ por eXemplo/ decidir ue os
temas de discussão e a dinmica adeuada serão escol"idos depois
V
&ermos empregados aui genericamente como entre!ista/ o3ser!ação participante/ representaçfes sociais/ tra3al"o de campo/ estão
conceituados e pro3lematizados no terceiro capítulo deste estudo-
0AS$ $2)*5A&b5HA DA 2$SP(HSA R
da realização das entre!istas- *u pelo contrIrio/ o in!estigador decide esta3elecer de antemão o conteúdo
e a ^orma de de3ate para ue os grupos ^ocais se processem pai passu com as outras t,cnicas de
a3ordagem-  possí!el tam3,m ue se tomem as discussfes em grupo como o instrumento principal de
a3ordagem da pesuisa- Daí ue o conteúdo dos grupos de estudo !ai di!ersi^icar? (a# pode ter um papel
complementar/ dando 8n^ase a alguns aspectos considerados rele!antes (b# pode repetir as uestfes do
roteiro para se perce3er a realização da interação indi!idual e grupai (c# pode merecer um
apro^undamento sucessi!o/ em !Irias sessfes/ tomando um carIter su3stanti!o na pesuisa-
A in!estigação ualitati!a reuer como atitudes ^undamentais a a3ertura/ a ^leXi3ilidade/ a capacidade de
o3ser!ação e de interação com o grupo de in!estigadores e com os atores sociais en!ol!idos- Seus
instrumentos costumam ser ^acilmente corrigidos e readaptados durante o processo de tra3al"o de campo/
!isando hs ^inalidades da in!estigação- Mas não se pode ir para a ati!idade de campo sem se pre!er as
^ormas
de de realizI<lo-necessIrio
^undamentação/ Hmpro!isI<lo signi^icaria
e presente correr
em cada o risco
etapa de romper
do processo de os !ínculos com o es^orço teKrico
con"ecimento-
$2)*5AL* D* CAM2*
A $2)*5AL* D* CAM2* contempla as seguintes ati!idades? (a# escol"a do espaço da pesuisa (b#
escol"a do grupo de pesuisa (c# esta3elecimento dos crit,rios de amostragem (d# esta3elecimento de
estrat,gia de entrada em campo-
2ouco temos a dizer so3re os dois primeiros itens/ a não ser lem3rar a sua adeuação prItica ao
delineamento do o3Eeto teKrico- Sa3emos ue esse momento en!ol!e interação/ con"ecimento e contatos
anteriores/ eXperi8ncias e lastros de tra3al"o e de en!ol!imento ue ultrapassam as preocupaçfes lKgicas
do in!estigador-
A uestão da amostagem em pesuisa ualitati!a merece comentIrios especiais de esclarecimento- $la
en!ol!e pro3lemas de escol"a do grupo para o3ser!ação e para comunicação direta- A uem entre!istar/ a
uem o3ser!ar e o ue o3ser!ar/ o ue discutir e com uem discutir
RQ 0AS$ $2)*5A&b5HA DA 2$SP(HSA
4uma a3ordagem uantitati!a/ de^inida a população/ 3usca<se um crit,rio de representati!idade num,rica
ue possi3ilite a generalização dos conceitos teKricos ue se uer testar- 4uma 3usca ualitati!a/
preocupamo<nos menos com a generalização e mais com o apro^undamento e a3rang8ncia da
compreensão seEa de um grupo social/ de uma organização/ de uma instituição/ de uma política ou de uma
representação-
Seu crit,rio portanto não , num,rico- 2odemos considerar ue uma amostra ideal , auela capaz de
re^letir a totalidade nas suas múltiplas dimensfes- 2ortanto propomos alguns crit,rios 3Isicos para a
amostragem? (a# de^inir claramente o grupo social mais rele!ante para as entre!istas e para a o3ser!ação
(b# não se esgotar enuanto não delinear o uadro empírico da pesuisa (c# em3ora desen"ada
inicialmente como possi3ilidade/ pre!er um processo de inclusão progressi!a encamin"ada pelas
desco3ertas do campo e seu con^ronto com a teoria (d# pre!er uma triangulação-\ Hsto ,/ em lugar de se
restringir
Como a apenas uma
conse8ncia/ ^onte da dados/
a amostragem multiplicar
ualitati!a? (a# as tentati!as
pri!ilegia os de a3ordagem-
suEeitos sociais ue det8m os atri3utos
ue o in!estigador pretende con"ecer (b# considera<os em número su^iciente para permitir uma certa
reincid8ncia das in^ormaçfes/ por,m não despreza in^ormaçfes ímpares cuEo potencial eXplicati!o tem
ue ser le!ado em conta (c# entende ue na sua "omogeneidade ^undamental relati!a aos atri3utos/ o
conEunto de in^ormantes possa ser di!ersi^icado para possi3ilitar a apreensão de semel"anças e di^erenças
(d# es^orça<se para ue a escol"a do locus e do grupo de o3ser!ação e in^ormação conten"am o conEunto
das eXperi8ncias e eXpressfes ue se pretende o3Eeti!ar com a pesuisa-
&omemos como eXemplo uma pesuisa da A!aliação Pualitati!a da Atenção 2rimIria h Saúde numa
^a!ela- A amostragem tem ue
\
&riangulação , um termo usado nas a3ordagens ualitati!as para indicar o uso concomitante de !Irias t,cnicas de a3ordagens e de
!Irias modalidades de anIlise/ de !Irios in^ormantes e pontos de !ista de o3ser!ação/!isando h !eri^icação e !alidação da pesuisa-
0alamos mais eXtensi!amente so3re o tema na parte de .alidação e .eri^icação-
0AS$ $2)*5A&b5HADA 2$SP(HSA RU
a3ranger todos os atores ue compfem o programa/ com 8n^ase no grupo social mais rele!ante para a
in!estigação/ isto ,/ ^amílias com crianças cuEa ^aiXa etIria se inclui nessa política de saúde- Mas dentro
desse grupo seria interessante reco3rir mães ue rece3em os 3ene^ícios do programa e outras ue não
rece3em/ permitindo contrastes e comparaçfes-  necessIrio/ por outro lado/ incluir a instituição pú3lica/
os pro^issionais e agentes de saúde responsI!eis pela aplicação da política- $ por ^im a3ordar outros
suEeitos sociais relacionados com a uestão como ^armac8uticos/ curandeiros/ reza<deiras etc- Muitos
atores sociais serão desco3ertos no decorrer da pesuisa/ no e^eito de inclusão progressi!a na
amostragem- Certamente o número de pessoas , menos importante do ue a teimosia de enXergar a
uestão so3 !Irias perspecti!as/ pontos de !ista e de o3ser!ação-
A uestão da !alidade dessa amostragem estI na sua capacidade de obJeti*a o obJeto empiricamente/ em
todas as suas dimensfes-
A $S&5A&GHA
seEa/
D$ $4&5ADA em campo tem ue pre!er os detal"es do primeiro impacto da pesuisa/ ou
como apresentI<la/ como apresentar<se/ a uem se apresentar/ atra!,s de uem/ com uem
esta3elecer os primeiros contatos- * processo de in!estigação pre!8 idas ao campo antes do tra3al"o mais
intensi!o/ o ue permite o ^luir da rede de relaçfes e possí!eis correçfes EI iniciais dos instrumentos de
coleta de dados- 2or ^im/ terminada essa ^ase 3astante prItica mas crucial para o desen!ol!imento da
in!estigação/ serão esta3elecidos os primeiros contatos e o calendIrio de !ia3ilidade e realização da etapa
empírica-
A 0ase $XploratKria termina ^ormalmente com a entrada em campo- 4a realidade/ como temos repetido
por di!ersas !ezes/ as etapas se interpenetram e o es^orço de delinear esse começo de camin"o tem sua
raiz na teoria e na prItica-
&al!ez a insist8ncia na disciplina e m,todo de construção teKrica e instrumental possa parecer 8n^ase
demasiada na tecnologia- 2or,m/ da nossa parte/ esse a!iso de cuidados !em da eXperi8ncia da Irea- São
muitos os estudos ue encontramos ue desden"am ora as re^er8ncias teKricas como se o real ^osse
e!idente/ ora o tra3al"o de campo como se a teoria ^osse ^ruto de especulação e o ue pensamos re^letisse
a imagem do pensado-
J,^0^^0^ -■".■""/"0-".ifa1/1+t/""
CA2H&()* U
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
ili 4&$4D$M*S por Campo/ na pesuisa ualitati!a/ o recorte espacial ue corresponde h a3rang8ncia/ em
termos empíricos/ do recorte teKrico correspondente ao o3Eeto da in!estigação- 2or eXemplo/ se se trata de
entender as concepçfes de saúdeFdoença de determinado grupo social se se trata de entender a relação
pedagKgica entre m,dicoFpaciente se se 3usca compreender o impacto de determinada política pú3lica
para a população/ cada um desses temas corresponde a um campo empírico determinado- A pesuisa
social tra3al"a com gente, com atores sociais em relação/ com grupos especí^icos- $sses suEeitos de
in!estigação/ primeiramente/ são construídos teoricamente enuanto componentes do obJeto de estudo.
4o campo/ ^azem parte de uma relação de intersu3Eeti!idade/ de interação social com o pesuisador/ daí
resultando um produto no!o e con^rontante tanto com a realidade concreta como com as "ipKteses e
pressupostos teKricos/ num processo mais amplo de construção de con"ecimentos-
* tra3al"o de campo constitui<se numa etapa essencial da pesuisa ualitati!a/ ue a rigor não poderia ser
pensada sem ele- *pfe<se aos ;sur!eys; ue trazem os suEeitos para o la3oratKrio do pesuisador/ mant,m
com eles uma relação estruturada/ segundo Mali<no7ski/ ;um eXcelente esueleto ao ual ^altam carne e
sangue;- 4a pesuisa ualitati!a a interação entre o pesuisador e os suEeitos pesuisados , essencial- Sua
preocupação , de ue ;todo o corpo e sangue da !ida real compon"am o esueleto das construçfes
a3stratas;-
RV
CA2H&()* U
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
)J4&$4D$M*S por Campo, na pesuisa ualitati!a/ o recorte espacial ue corresponde h a3rang8ncia/
em termos empíricos/ do recorte teKrico correspondente ao o3Eeto da in!estigação- 2or eXemplo/ se se
trata de entender as concepçfes de saúdeFdoença de determinado grupo social se se trata de entender a
relação pedagKgica entre m,dicoFpaciente se se 3usca compreender o impacto de determinada política
pú3lica para a população/ cada um desses temas corresponde a um campo empírico determinado- A
pesuisa social tra3al"a com gente, com atores sociais em relação/ com grupos especí^icos- $sses suEeitos
de in!estigação/ primeiramente/ são construídos teoricamente enuanto componentes do obJeto de estudo.
4o campo/ ^azem parte de uma relação de intersu3Eeti!idade/ de interação social com o pesuisador/ daí
resultando um produto no!o e con^rontante tanto com a realidade concreta como com as "ipKteses e
pressupostos teKricos/ num processo mais amplo de construção de con"ecimentos-
* tra3al"o de campo constitui<se numa etapa essencial da pesuisa ualitati!a/ ue a rigor não poderia ser
pensada sem ele- *pfe<se aos ;sur!eys; ue trazem os suEeitos para o la3oratKrio do pesuisador/ mant,m
com eles uma relação estruturada/ segundo Mali<no7ski/ ;um eXcelente esueleto ao ual ^altam carne e
sangue;- 4a pesuisa ualitati!a a interação entre o pesuisador e os suEeitos pesuisados , essencial- Sua
preocupação , de ue ;todo o corpo e sangue da !ida real compon"am o esueleto das construçfes
a3stratas;-
RV
R\ 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
* tra3al"o de campo , de tal ^orma !alorizado na pesuisa social ualitati!a ue ),!i<Strauss
c"ega a a^irmar a seu respeito?
;A pesuisa de campo/ por onde começa toda carreira etnolKgica/ , mãe e ama<de<leite da
dú!ida/ atitude ^ilosK^ica por eXcel8ncia- $ssa ;dú!ida antropolKgica; não consiste apenas em
sa3er ue não se sa3e nada/ mas em eXpor resolutamente o ue se acredita!a sa3er e a prKpria
ignorncia/ aos insultos e aos desmentidos ue in^ligem a id,ias e "I3itos muito caros/ hueles
ue podem contradiz8<los no mais alto grau- Ao contrIrio do ue a apar8ncia sugere/ , por seu
m,todo mais estritamente ^ilosK^ico ue a etnologia se distingue da sociologia; 9[ZV/ QQR:-
),!i<Strauss ^az a a^irmação a partir de uma consideração de Merleau<2onty segundo a ual?
;Cada !ez ue o cientista social retorna hs ^ontes !i!as de seu sa3er/ huilo ue nele opera como
meio de compreender
espontaneamente; as ^ormaçfes
9[ZV/ QQQ:- culturais mais a^astadas de si/ ^az ^iloso^ia
As operaçfes mentais decorrentes das atitudes e prIticas de integração no campo da pesuisa/
segundo ),!i<Strauss/ aEudam o in!estigador a con^rontar<se com seu o3Eeto diretamente/ pois
^az assim uma?
;Sociologia de carne e osso ue mostra os "omens engaEados no seu prKprio de!ir "istKrico e
instalados em seu espaço geogrI^ico concreto; 9ZV/ QQ:-
$ acrescenta de ^orma radical a a^irmação de Mauss so3re seu o3Eeto de estudo?
;4ão , a prece ou o dom ue importa entender/ o ue conta , o melan,sio de tal ou tal il"a-
Contra o teKrico/ o o3ser!ador de!e ter sempre a última pala!ra e contra o o3ser!ador/ o
indígena; 9[ZV/ Q:-
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* RZ
São componentes do tra3al"o de campo duas categorias ^undamentais ue tentaremos a3ordar mais
eXausti!amente? (a#  Ente*ista,nome gen,rico no ual incluiremos di^erentes a3ordagens ue podem
ser decompostas em? entre!ista a3erta/ entre!ista estruturada/ entre!ista semi<estruturada/ entre!istas
atra!,s de grupos ^ocais e "istKrias de !ida- 0azem parte da relação mais ^ormal do tra3al"o de campo em
ue intencionalmente o pesuisador recol"e in^ormaçfes atra!,s da 0A)A dos atores sociais- Dada a
importncia desse momento da pesuisa a3ordaremos as di!ersas ^ormas de entre!istas e daremos 8n^ase
ao re^erencial teKrico so3re a 0A)A e seu conteXto atra!,s da categoria +epesentaç1es Sociais e/ em
particular/ +epesentaç1es Sociais de Saúde=Doença, (b#  /bse*ação 'aticipante como o momento
ue en^atiza as relaçfes in^ormais do pesuisador no campo- $ssa ;in^ormalidade aparente; re!este<se
por,m de uma s,rie de pressupostos/ de cuidados teKricos e prIticos ue podem ^azer a!ançar ou tam3,m
preEudicar o con"ecimento da realidade proposta-
2elaaspectos
de sua importncia/ o tra3al"o
operacionais de campo
ue en!ol!em tem ue
uestfes ser pensado
conceituais- a partir
Hsto ,/ nãodesere^erenciais
pode pensarteKricos e tam3,m
um tra3al"o de
campo neutro- A ^orma de realizI<lo re!ela as preocupaçfes cientí^icas dos pesuisadores ue selecionam
tanto os ^atos a serem coletados como o modo de recol"8<los- $sse cuidado ^az<nos lem3rar mais uma !ez
ue o campo social não , transparente e tanto o pesuisador como os atores/ suEeitos<o3Eeto da pesuisa
inter^erem dinamicamente no con"ecimento da realidade-
A $4&5$.HS&A
Ao lado da o3ser!ação participante/ a ente*ista _ tomada no sentido amplo de comunicação !er3al/ e no
sentido restrito de col"eita de in^ormaçfes so3re determinado tema cientí^ico _ , a t,cnica mais usada no
processo de tra3al"o de campo-
a"n 1 Cannell o^erecem<nos a seguinte de^inição para o ue denominam ;entre!ista de pesuisa;?
RY 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
;Con!ersa a dois/ ^eita por iniciati!a do entre!istador/ destinada a ^ornecer in^ormaçfes pertinentes para
um o3Eeto de pesuisa/ e entrada 9pelo entre!istador: em temas igualmente pertinentes com !istas a este
o3Eeti!o; 9[\Q/ VQ:-
A re^erida conceituação poderia ser replicada com peuenas di^erenças/ pelos di^erentes autores ue
tratam do tema 9&"iollent? [ZY Sc"rader? [\Y Mic"elat? [ZV andel? [ZQ Goode 1 6att? [VQ
6yman? [V:-
Mediante a entre!ista podem ser o3tidos dados de duas naturezas? (a# os ue se re^erem a ^atos ue o
pesuisador poderia conseguir atra!,s de outras ^ontes como censos/ estatísticas/ registros ci!is/ atestados
de K3itos etc- São dados a ue )und3erg c"ama ;o3Eeti!os; 9[\: 2arga 4ina denomina ;concretos;
9[YU: e Gur!itc" 9[VV: os uali^ica como pertencentes ao ní!el ;ecolKgico ou mor<^ olKgico; da
realidade/ (b# os ue se re^erem diretamente ao indi!í d uo entre!istado/ isto ,/ suas atitudes/ !alores e
opinifes- São
denominar in^ormaçfes
;su3Eeti!os;- SKao ní!el ser
podem mais pro^undo dacom
conseguidos realidade ue os cientistas
a contri3uição dos atoressociais
sociaiscostumam
en!ol!idos-
Desta ^orma a entre!ista como ^onte de in^ormação ^ornece dados secundIrios e primIrios/ re^erentes/
segundo Ja"oda/ a ;^atos id,ias/ crenças/ maneira de pensar opinifes/ sentimentos/ maneiras de sentir
maneiras de atuar conduta ou comportamento presente ou ^uturo razfes conscientes ou inconscientes de
determinadas crenças/ sentimentos/ maneiras de atuar ou comportamentos; 9[V/VQ:-
Segundo a ^orma em ue se estrutura a entre!ista/ ela pode ser de !Irios tipos- 6onningmann o^erece a
seguinte classi^icação? (a# sondagem de opinião/ ela3orada mediante uestionIrio totalmente estruturado/
onde a escol"a do in^ormante estI condicionada pela multiplicidade de respostas apresentadas pelo
entre!istador (b# entre!ista semi<estruturada ue com3ina perguntas ^ec"adas 9ou estruturadas: e a3ertas/
onde o entre!istado tem a possi3ilidade de discorrer o tema proposto/ sem respostas ou condiçfes
pre^iXadas pelo pesuisador (c# entre!ista a3erta/ uando o in^ormante discorre li!remente so3re o tema
ue l"e , proposto (d# entre!ista não<direti!a ;centrada; ou ;entre!ista ^ocalizada; onde se apro^unda a
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* R[
con!ersa so3re determinado tema sem pr,!io roteiro (e# entre!ista proEeti!a/ isto ,/ centrada em t,cnicas
!isuais 9uadros/ pinturas/ ^otos: usada uase sempre para apro^undar in^ormaçfes so3re determinado
grupo 96onnigmann? [V:-
2odemos dizer ue as di^erentes ^ormas de entre!istas se resumem em ;estruturada; e ;não<estruturada;
entre as uais "I !Irias modalidades ue se di^erenciam em maior ou menor grau pelo ^ato de serem mais
ou menos dirigidas- A entre!ista ^ocalizada ue pode ser ^eita tanto com um par de interlocutores/ como
em grupo/ tem suas raízes no não<direti!ismo de Carl 5ogers e ^oi introduzida nas ci8ncias sociais/ de
^orma mais ela3orada/ por Merton 9[V\? Vs:- $la pertence h categoria mais geral de pesuisa a3erta ou
não<estruturada e !isa a colocar as respostas do suEeito no seu prKprio conteXto/ e!itando<se a pre!al8ncia
comum nos uestionIrios estruturados/ do uadro conceituai preesta3elecido do pesuisador-
A discussão do campo conceituai da ente*ista como t,cnica de coleta de in^ormaçfes , amplo e
contempla uma
pesuisador- s,rie
2ara ^insdedeuestfes ue !ãocentraremos
nosso tra3al"o desde a ^idedignidade
o tema em do
doisin^ormante ao lugar
aspectos ue social
retiram do
a entre!ista do
campo supostamente neutro da ;coleta de dados;/ para a arena dos con^litos e contradiçfes? (a# $m
primeiro lugar/ trataremos de status dapala*a, dafala indi*idual como re!eladora dos cKdigos de
sistemas e !alores contraditKrios- * assunto nos remete h discussão dos crit,rios de representati!idade da
^ala/ particularmente da representati!idade ualitati!a na pesuisa social (b# $m segundo lugar/
a3ordaremos a discussão do carIter da interação social ue estI em Eogo na relação
pesuisadorFpesuisado- $ste ponto traz luz so3re as implicaçfes sKcio<políticas/ culturais e ideolKgicas
de uma prItica social ue pretende ter crit,rios de o3Eeti!idade-
a#  pala!ra como sím3olo de comunicação por eXcel8ncia
* ue torna a entre!ista instrumento pri!ilegiado de coleta de in^ormaçfes para as ci8ncias sociais , a
possi3ilidade de a ^ala ser re!eladora de condiçfes estruturais/ de sistemas de !a^ores/ normas e sím3olos
9sendo ela mesma um deles: e ao mesmo tempo ter a ma<
R 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
gia de transmitir/ atra!,s de um porta<!oz/ as representaçfes de grupos determinados/ em condiçfes
"istKricas/ sKcio<econjmicas e culturais especí^icas-
.Irios estudiosos apontam essa particularidade de a comunicação !er3al ser uma ^orma pri!ilegiada de
interação e para a sua densidade enuanto ^ato social-
%ak"tin considera a pala!ra como o ^enjmeno ideolKgico por eXcel8ncia? ;a pala!ra , o modo mais puro
e sensí!el de relação social;- $ continua?
;$Xiste uma parte muito importante da comunicação ideolKgica ue não pode ser !inculada a uma es^era
ideolKgica particular? trata<se da comunicação da !ida cotidiana- * material pri!ilegiado de comunicação
na !ida cotidiana , a pala!ra; 9[Y\? U\s:-
$sse mesmo autor de^ine o carIter "istKrico e social da ^ala como um campo de eXpressão das relaçfes e
das lutas sociais ue ao mesmo tempo so^re os e^eitos da luta e ser!e de instrumento e de material para a
sua comunicação-
comunicação ue ,Cada ,poca e cada
inteiramente grupo social
determinada pelast8m seu repertKrio
relaçfes de ^ormas
de produção de discurso
e pela estrutura na
sKcio<política
9[Y\/\:- ;A pala!ra , a arena;/ diz ele/ ;onde se con^rontam os !alores sociais contraditKrios;
9[Y\/:- Atra!,s da comunicação !er3al _ ue , inseparI!el de outras ^ormas de comunicação _ as
pessoas ;re^letem e re^ratam; con^litos e contradiçfes prKprios do sistema de dominação/ onde a
resist8ncia estI dialeticamente relacionada com a su3missão-
2reocupado com a teoria da prItica da pesuisa/ %ourdieu contri3ui com algumas pistas/ em resposta a
uma indagação ^reente na pesuisa social/ particularmente nas entre!istas não<estruturadas? $m ue
sentido a ^ala de um , representati!a da ^ala de muitos Suas re^leXfes se re^erem h interação in^ormal na
situação de o3ser!ação e h relação ^ormal ue se dI na entre!ista- Segundo a autor/ a identidade de
condiçfes de eXist8ncia/ tende a reproduzir sistemas de disposiçfes semel"antes/ atra!,s de uma
"armonização o3Eeti!a de prIticas e o3ras?
TMÊ E64E78 TRAA;< D$ CAM2*
gn de transmitir/ atra!,s de um porta<!oz/ as representaçfes de grupos determinados/ em condiçfes
"istKricas/ sKcio<econjmicas e culturais especí^icas-
.Irios estudiosos apontam essa particularidade de a comunicação !er3al ser uma ^orma pri!ilegiada de
interação e para a sua densidade enuanto ^ato social-
%ak"tin considera a pala!ra como o ^enjmeno ideolKgico por eXcel8ncia? ;a pala!ra , o modo mais puro
e sensí!el de relação social;- $ continua?
;$Xiste uma parte muito importante da comunicação ideolKgica ue não pode ser !inculada a uma es^era
ideolKgica particular? trata<se da comunicação da !ida cotidiana- * material pri!ilegiado de comunicação
na !ida cotidiana , a pala!ra; 9[Y\? U\s:-
$sse mesmo autor de^ine o carIter "istKrico e social da ^ala como um campo de eXpressão das relaçfes e
das lutas sociais ue ao mesmo tempo so^re os e^eitos da luta e ser!e de instrumento e de material para a
sua comunicação-
comunicação ue ,Cada ,poca e cada
inteiramente grupo social
determinada pelast8m seu repertKrio
relaçfes de ^ormas
de produção de discurso
e pela estrutura na
sKcio<política
9[Y\/\:- ;A pala!ra , a arena;/ diz ele/ ;onde se con^rontam os !alores sociais contraditKrios;
9[Y\/:- Atra!,s da comunicação !er3al _ ue , inseparI!el de outras ^ormas de comunicação _ as
pessoas ;re^letem e re^ratam; con^litos e contradiçfes prKprios do sistema de dominação/ onde a
resist8ncia estI dialeticamente relacionada com a su3missão-
2reocupado com a teoria da prItica da pesuisa/ %ourdieu contri3ui com algumas pistas/ em resposta a
uma indagação ^reente na pesuisa social/ particularmente nas entre!istas não<estruturadas? $m ue
sentido a ^ala de um , representati!a da ^ala de muitos Suas re^leXfes se re^erem h interação in^ormal na
situação de o3ser!ação e h relação ^ormal ue se dI na entre!ista- Segundo a autor/ a identidade de
condiçfes de eXist8ncia/ tende a reproduzir sistemas de disposiçfes semel"antes/ atra!,s de uma
"armonização o3Eeti!a de prIticas e o3ras?
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* 
;&odos os mem3ros do mesmo grupo ou da mesma classe são produtos de condiçfes o3Eeti!as id8nticas-
Daí a possi3ilidade de se eXercer na anIlise da prItica social/ o e^eito de uni*esali@ação e de
paticulai@ação, na medida em ue eles se "omogeneizam/ distinguindo<se dos outros; 9[ZU/ YR:-
&eorizando so3ra a prItica da pesuisa de campo/ a^irma ue as condutas ordinIrias da !ida se prestam a
uma deci^ração ainda ue pareçam automIticas e impessoais- $las são signi^icantes/ mesmo sem intenção
de signi^icar e eXprimem uma realidade o3Eeti!a ue ;eXige apenas a reati!ação da intenção !i!ida
daueles ue as cumprem; 9[ZU/Y:- Hnsiste %ourdieu?
;Cada agente/ ainda ue não sai3a ou ue não ueira/ , produtor e reprodutor do sentido o3Eeti!o/ porue
suas açfes são o produto de um modo de agir do ual ele não , o produtor imediato/ nem tem o domínio
completo; 9[ZU/YQ:-
As id,ias de %ourdieu ^azem parte do de3ate so3re a uestão da representatí!idade na pesuisa
ualitati!a-
;(m sistema%aseiam<se no esuema
de disposiçfes durI!eisteKrico do ue denomina
e trans^erí!eis ;"a3itus;/
ue integram istoeXperi8ncias
todas as ,? passadas e
^unciona a todo momento como matriz de preocupaçfes/ apreciaçfes e açfes- * >"a3itus> torna possí!el o
cumprimento de tare^as in^initamente di^erenciais/ graças hs trans^er8ncias analKgicas de esuemas ue
permitem resol!er os pro3lemas/ da mesma ^orma/ graças hs correçfes incessantes dos resultados o3tidos
e dialeticamente produzidos por estes resultados; 9%ourdieu? [ZU/ZY s:-
* autor compara o ;"a3itus; com o inconsciente?
;* inconsciente da "istKria ue a "istKria produz/ incorporando as estruturas o3Eeti!as ue ele produz
nesta uase natureza ue , o >"a3itus>; 9[Z/Z[:-
Q 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
Dir<se<ia ue ele , como uma lei ;imanente; depositada em cada ator social desde a primeira in^ncia/ a
partir de seu lugar na estrutura social- São marcas das posiçfes e situaçfes de classe-
Segundo %ourdieu/ o ;"a3itus; , a mediação uni!ersalizante ue proporciona hs prIticas sem razfes
eXplícitas e sem intenção signi<^icante/ de um agente singula,seu sentido/ sua razão e sua organi<cidade-
2ortanto?
;As relaçfes interpessoais numa pesuisa/ nunca são apenas elaç1es de indi*duos e a !erdade da
interação não reside inteiramente na interação; 9---: ;, a posição presente e passada na estrutura social ue
os indi!íduos trazem consigo em ^orma de >"a3itus> em todo o tempo e lugar/ ue marca a relação;
9[ZU/Y:-
Sapir concorda com %ourdieu uando a^irma ue ;o indi!íduo , um portador passi!o de tradiçfes;- $ ele
mesmo se corrige ao de^inir em termos mais dinmicos ue
;* indi!íduo
inerentes concretizaouso3
hs estruturas mil ^ormas
hs tradiçfes depossí!eis id,ias edada;
uma sociedade modos de comportamento
9[\Z/ Y[:- implicitamente
Acrescenta/ re^erindo<se h entre!ista?
;Se um testemun"o indi!idual , gra!ado ou comunicado/ isto não uer dizer ue se considera tal
indi!íduo precioso em si mesmo- $ssa entidade adulta e singular , tomada como amostra da
continuidade; 9[\Z/ [R:-
$ssa possi3ilidade eXiste/ na medida em ue o comportamento social e o indi!idual o3edece a modelos
culturais interiorizados/ ainda ue de ^orma con^litante- Goldmann nos lem3ra ue a consci8ncia coleti!a
9de classe: sK eXiste nas consci8ncias indi!iduais/ em3ora não seEa a soma delas 9[\Z/Y: e )ukIcs
concorda ue nas consci8ncias indi!iduais se eXpressa a consci8ncia coleti!a/ pois o pensamento
indi!idual se integra no conEunto da !ida social pela anIlise da ^unção "istKrica das classes sociais 9[Z/
\\:-
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* U
As citadas re^leXfes ue respondem h uestão da representati<!idade ualitati!a do indi!íduo em relação
h sociedade conduzem a outras perguntas? em ue condiçfes esses indi!íduos representam e em ue
medida o indi!íduo ^ala por si mesmo 4outras pala!ras/ os indi!íduos são aleatoriamente
intercam3iI!eis
Sim e não/ seria a resposta- 2orue ao mesmo tempo em ue os modelos culturais interiorizados são
re!elados numa entre!ista/ eles re^letem o carIter "istKrico e especí^ico das relaçfes sociais- Desta ^orma
os depoimentos t8m ue ser colocados num conteXto de classe/ mas tam3,m de pertin8ncia a uma
geração/ a um seXo/ a ^iliaçfes di^erenciadas etc- $ porue cada ator social se caracteriza por sua
participação/ no seu tempo "istKrico/ num certo número de grupos sociais/ in^orma so3re uma
;su3cultura; ue l"e , especí^ica e tem relaçfes di^erenciadas com a cultura dominante-
Al,m disso/ como a^irma Sc"utz/ cada ator social e8peimenta e con$ece o ^ato social de ^orma peculiar-
 a constelação
compor o uadrodas di^erentes
glo3al in^ormaçfes
das estruturas e dasindi!iduais !i!enciadas
relaçfes/ onde em comumnão
o mais importante por, um grupo/
a soma dosue permite
elementos/ mas a compreensão dos modelos culturais e da particularidade das determinaçfes 9[V/ Q\\:-
$ssa compreensão do indi!íduo como representati!o tem portanto ue ser completada com as !ariI!eis
prKprias tanto da especi^icidade "istKrica como dos determinantes das relaçfes sociais- $/ tam3,m/ dentro
do prKprio grupo ou comunidade al!o da pesuisa/ com uma di!ersi^icação ue contemple as "ipKteses/
pressupostos e !ariI!eis estrat,gicas pre!istas para a compreensão do o3Eeto de estudo- -< H'
b#  interação entre o pesuisador e os atores sociais no campo
Com relação aos aspectos do intercm3io pesuisadorFpesuisado/ as o3ser!açfes em de3ate nas Ci8ncias
Sociais são de dois ní!eis/ <am3as dando rele!ncia ao carIter pro3lemItico da interação- De um lado
estão as teorias ue en^atizam a situação de desigualdade em ue a entre!ista se processa- Suas
conclusfes tendem a se ^iXar em posiçfes ;reprodutí!istas;- De outro lado estão os ue ressaltam/ do
 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
ponto de !ista cultural/ a interação como algo intrinsecamente con^li<ti!o- 2or,m/ con^ere autoria do
produto ao pesuisador e aos pesuisados/ recon"ecendo a possi3ilidade de uns e outros marcarem a
ualidade do des!endamento do social-
A premissa 3Isica/ em am3os os casos/ , de ue ente*ista não , simplesmente um tra3al"o de coleta de
dados/ mas sempre uma situação de inteação na ual as in^ormaçfes dadas pelos suEeitos podem ser
pro^undamente a^etadas pela natureza de suas relaçfes com o entre!istador-
Dentro da primeira concepção apontada acima/ entendemos a situação de ente*ista% (a# Como uma troca
desigual entre os atores da relação- Hsso acontece so3 !Irios ngulos? não , o entre!istado ue toma
iniciati!a os o3Eeti!os reais da pesuisa geralmente l"e são estran"os sua c"ance de tomar iniciati!a em
relação ao tema , pouca? , o pesuisador ue dirige/ controla e orienta as digressfes e concede a pala!ra/
mesmo uando tenta deiXI<lo h !ontade- A atitude simpItica e 3en,!ola do estudioso minimiza o impacto/
mas nãonas
Mesmo anula a relação;pesuisa
c"amadas institucional entre os atores
participante; da interaçãoessas
e ;pesuisa<ação; colocados em se
uestfes posição de desigualdade-
colocam/ em3ora de
^orma di^erente (b# A pesuisa ^ica prisioneira da di!isão social do tra3al"o tradicional na sociedade
capitalista onde o pesuisador/ em posição institucional de poder/ se atri3ui o la3or do uestionamento
dos outros/ da sociedade e de si mesmo o suEeito 9o entre!istado: ;produz; material ue serI
ulteriormente ;eXplorado;/ con^orme sugere )illiane andel?
;Com uadros de re^er8ncias e o3Eeti!os ue na maioria das !ezes são estran"os- A reciprocidade uando
eXiste 9direito de interrogar o interrogador: , outorgada; 9[ZQ/ QV<\:-
Certamente o recon"ecimento dos dois condicionantes da situação de pesuisa des!enda os aspectos da
dominação implícitos na prItica da in!estigação social/ tal como , le!ada nos centros acad8micos- $ssa
re!elação/ ue tem por !ezes resultado em atitudes de imo3ilismo em relação h prItica da pesuisa/ para
ser coerente/ necessita se colocar ao ní!el da totalidade das relaçfes no sistema capitalista-
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* V
4ão , apenas a situação de pesuisa ue realiza de ^orma especí^ica uma ^orma de dominação/ mas ela
em si ^az parte do conEunto de reprodução das desigualdades ue permeiam a di!isão social do tra3al"o
no sistema do ual ^azemos parte- 5econ"ecer isso não isenta as implicaçfes de ordem sKcio<política e
ideolKgica da relação de entre!ista/ mas signi^ica colocI<la e interpretI<la con"ecendo as suas condiçfes-
2or outro lado/ a compreensão das teias da dominação ue se emaran"am nas relaçfes sociais nos
conduzem a perguntar pelas 3rec"as e pelo poder dos dominados na interação- Hsto ,/ em ue medida as
in^ormaçfes dadas/ as situaçfes criadas/ os lastros de aliança não re^letem tam3,m a eXpressão de seus
interesses-
A posição radical da sociologia ue !8 na pesuisa apenas mani^estação e reprodução do poder ,
paralisante e cria a imagem do 3eco sem saída para as relaçfes de classes- $la , tão mecnica e tão pouco
dial,tica como o empirismo positi!ista ue descon"ece as condiçfes reais de produção do con"ecimento-
2ortanto/ a dissimetria nas posiçfes do entre!istadorFentre!istado tem ue ser compreendida e assumida
criticamente em todo o processo de construção do sa3er- * impacto resultante do pertenci<mento a outra
classe/ ue se concretiza em eXperi8ncias socioculturais e at, con^litantes/ , um dado condicionante da
pesuisa/ Eunto com todos os outros ^atores ue acompan"am ualuer uma de suas ^ases-
6I outros autores ue/ em lugar de analisar a interação pesuisadorFpesuisado a partir dos
condicionantes dados pelas relaçfes sociais mais amplas/ de3ruçam<se so3re os elementos interiores da
interação- São/ em geral/ antropKlogos/ ue a partir de sua eXperi8ncia de campo/ das di^iculdades
encontradas tanto na o3ser!ação como nas entre!istas/ pfem em e!id8ncia a precariedade do conceito
^ilosK^ico de ;!erdade; no la3or da in!estigação- Mostram as di^iculdades de penetração no mundo dos
outros e colocam em discussão a pretensa o3Eeti!idade na situação de pesuisa- A realidade social , um
lusco<^usco/ mundo de som3ras e luzes em ue os atores re!elam e escondem seus segredos grupais- $m
lugar do carIter de ;passi!idade; ue as teorias reproduti!istas e positi!istas/ so3 pontos de !ista
di^erentes/ con^erem aos entre!istados/ esses autores 9intera<
\ 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
cionistas sim3Klicos e ^enomenologistas: os proEetam agindo e reagindo durante todo o processo de
contato com o pesuisador-
$Xemplos desses estudiosos/ Go^^man e %erreman ela3oraram de ^orma plIstica e carregada de detal"es
sua re^leXão so3re o intercm3io pesuisadorFpesuisado- (sam a imagem do teatro/ para mostrar ue
am3os são simultaneamente atores e pú3lico na montagem de um espetIculo singular? sua inter<relação
mediada por cKdigos culturais especí^icos e de interesses di^erenciados ue am3os tentam preser!ar e
proEetar-
4a relação do entre!istador com seus in^ormantes/ diz Go^^man?
;0reentemente desco3rimos uma di!isão entre a egião inteio, onde a representação de uma rotina ,
preparada e egião e8teio, onde a representação , apresentada- * acesso a essas regifes , controlado/ a
^im de impedir ue a plat,ia !eEa os 3astidores e ue estran"os ten"am acesso a uma representação ue
não sere^leXão
$ssa dirige aser!e
eles;de
9[V/
3ase QUY:-
para a anIlise de %erreman so3re as suas di^iculdades de acesso a
in^ormaçfes numa comunidade "ima<laia- * título do estudo de %erreman , muito sugesti!o? 'o det"s
de muitas m"scaas 9[ZV/ QU<ZZ:- Constata ue sua eXperi8ncia de tentar entender uma comunidade
muito ^ec"ada segmentada em castas/ com cKdigos culturais rígidos e totalmente estran"os para ele/
guardadas as peculiaridades/ tem condiçfes de ser uni!ersalizada e compartil"ada com outros
pesuisadores-
A ;região interior; pode ser maior ou menor/ mas ualuer grupo guarda seus segredos/ seu lado o^icial e
tem sua estrat,gia comportamental do dia<a<dia- Ainda ue internamente esses grupos manten"am
di^erenças e con^litos/ sua eXist8ncia depende de um certo grau de ^amiliaridade e solidariedade ue
implica partil"a de signi^icados/ de segredos/ de zonas e temas proi3idos/ do ue pode ou não ser dito-
Go^^man a^irma ue "I muito poucas ati!idades ou relaçfes cotidianas cuEos atores não se en!ol!am em
prIticas ocultas/ ue são incompatí!eis com as impressfes promo!idas 9[V[/\:-
A essa tentati!a de Eogo de cena entre pesuisador e in^ormantes para manter em sigilo sua ;região
interior;/ Go^^man denomina
=
oo

1

> í l ■■■■
-<>
?
"1 ■?> "
$^^ V
o@
s
T
B  -< C

Dof
D1

li
D.5 
f\ n 1
PF-
Y 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
propícios h captação de ní!eis mais pro^undos da realidade/ "I/ ao ní!el dos indi!íduos/ in^ormantes
particularmente ;estrat,gicos; para re!elar os segredos do grupo-
Go^^man/ continuando com sua imagem do teatro/ comenta ue?
;(m compan"eiro destituído , sempre passí!el de tornar<se um renegado e !ender h plat,ia os segredos
da peça ue seus irmãos de ontem ainda representam- Cada papel tem seus sacerdotes destituídos de suas
!estes para nos contarem o ue acontece no mosteiro; 9[V[/\:-
2or isso , ue geralmente ualuer grupo cuida de eXercer uma certa !igilncia so3re os indi!íduos e suas
in^ormaçfes/ particularmente so3re os suspeitos de ^alarem demasiado- Puando o tema , proi3ido/ "I
sempre alguma comunicação conspiratKria/ cuidadosamente ^eita de ^orma a não le!antar suspeitas so3re
os in^ratores- *u então/ as re!elaçfes de 3astidores são dadas por pessoas/ não<mem3ros do grupo em
uestão- 6I situaçfes em ue o pesuisador , escol"ido/ ele prKprio/ como con^idente e/ desta ^orma/
passa a compor
considerado um adoregião
grupo-interior tam3,m/ mas so3 condição de não a re!elar- Hsto ,/ passa a ser
%erreman constatou/ a partir de sua eXperi8ncia/ ue dentro de uma coleti!idade "I alguns segmentos ue
correm ;o risco do desempen"o;? são crianças/ os 383ados/ as mul"eres e os !el"os- São pessoas tratadas
como não<pessoas ou como não inteiramente "umanas- 6I sempre o perigo de ue esses atores re!elem
os 3astidores e seEam le!ados a s,rio pela ;plat,ia;- %arnett ressalta ue os mem3ros deslocados ou
insatis^eitos de uma sociedade são in^ormantes mais a3ertos uanto hs ;regifes interiores; 9[VU/ UZY:-
2elo contrIrio/ os in^ormantes mais relutantes em a3rir a cortina dos dados são adultos comprometidos
com o desempen"o do grupo-
4a eXperi8ncia de %erreman 9[ZV/Z: ^oram consistentemente $omens de UV a VV anos de idade os
in^ormantes mais di^íceis- 4a sociedade pesuisada por ele/ esses atores sociais não sK tenta!am ^icar ao
ní!el da imagem o^icial/ mas eXerciam uma censura so3re a ^ala de suas esposas/ ^il"os mais Eo!ens e
so3re os mais idosos-
&al!ez em conteXtos di^erentes/ a categoria mais resistente ao
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* [
ass,dio do pesuisador a seu mundo particular/ seria outra e não os "omens de UV a VV anos- Mas o
princípio de preser!ação do ;risco do desempen"o; seria o mesmo?
;$u sugeriria ser geralmente !erdadeiro;/ diz %erreman/ ;ue os in^ormantes mais relutantes acerca dos
assuntos ue não seEam da lin"a o^icial/ ou do desempen"o da região eXterior/ são aueles ue t8m a
maior responsa3ilidade pela produção do desempen"o/ portanto/ o maior compromisso com seu sucesso;
9[ZV/ZQ:-
Jo"n Dean c"egou a ^azer uma caracterização ;estereotipada; de alguns atores sociais por ele
considerados pri!ilegiados para re!elar os 3astidores da realidade?
_ o ;intruso;/ algu,m de ^ora ou de outra classe ue perce3e o grupo social em uestão a partir de outro
re^erencial
_ o ;recruta; ou no!ato/ ue se surpreende com detal"es/ estran"ando coisas ue para outros seriam
consideradas
_ 3anaisue por estar numa etapa de transição de pap,is/ encontra<se marcado por tensfes e
o ;status no!o;/
receios da no!a eXperi8ncia
_ o ;natural;/ ue possui uma re^leXão 3astante ela3orada da realidade e consegue eXpressI<la com
!i!acidade- 9.ale aui auela distinção de Sc"utz entre uem !i!8ncia e uem con"ece-: * con"ecedor
seria um ;sI3io; em relação ao seu conteXto
_ o ; ing8nuo;/ ue não se policia nem em relação ao ue diz so3re sua coleti!idade e nem em relação
ao pesuisador- A3re as cortinas do 3astidor com mais ^acilidade porue não perce3e as implicaçfes de
seus atos
_ o ;^rustrado; ou ;re!oltado;/ ue se sente 3loueado em seus impulsos e deseEos pela sociedade de ue
, parte
_ os ;de ^ora; ou ;marginais;/ ue estão ausentes do Eogo e dos interesses do esuema o^icial mas ue
;sa3em das coisas;- 2or estarem aliEados do desempen"o/ sentem<se li!res para criticI<los
_ os ;"a3itues;/ isto ,/ os ue EI não t8m mais nada a perder uando re!elam os ;segredos; do poder ou
do grupo
_ o ;carente;/ ue sente necessidade de se colar ao entre!istador e se sente importante por auXiliI<lo
QR 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
_ o ;su3ordinado;/ ue por se adaptar sempre aos superiores/ con"ece os segredos e as transgressfes
9Dean? [V/ QQQ<QV\:-
A ^orma estereotipada de classi^icação/ naturalmente/ tem suas ^al"as intrínsecas- $la , o prKprio
construto do senso comum do pesuisador a partir de sua eXperi8ncia/ ue não esgota todas as
possi3ilidades de in^ormantes pri!ilegiados- De ualuer ^orma a re^leXão de Dean aEuda a pesar ainda
mais as di^iculdades de con"ecimento da realidade social- So3re a compleXidade do tema !ale a pena
repetir para sintetizar as o3ser!açfes de %erreman? (a# primeiro/ ue o controle das impressfes constitui
um aspecto inerente a ualuer interação social (b# ualuer pesuisa social empírica competente de!e
le!ar em conta o desempen"o montado para o pesuisador 9união da o3ser!ação com entre!ista ^ormal: e
o ue resulta daí/ isto ,/ os es^orços empregados na sua produção e as situaçfes de 3astidores ue oculta
(c# tanto a !isão o^icial transmitida 9a região eXterior: como segredos de 3astidores 9região interior: são
componentes
material essenciais da
imprescindí!el da pesuisa
realidade-9[ZV/QU<Z:-
A relação desses dois mundos/ e sua produção de signi^icados são
A conclusão inicial , de ue toda entre!ista/ como interação social/ estI suEeita h mesma dinmica das
relaçfes eXistentes na nossa sociedade- Puando se trata de uma sociedade con^liti!a como a nossa/ cada
entre!ista eXpressa de ^orma di^erenciada essa luz e som3ra da realidade/ tanto no ato de realizI<la como
nas in^ormaçfes ue aí são produzidas- Al,m disso/ pelo ^ato de captar ^ormalmente in^ormaçfes so3re
determinado tema/ a entre!ista tem ue ser incorporada a seu conteXto e !ir acompan"ada/
complementada ou como parte da o3ser!ação participante- Desta ^orma/ al,m da ^ala mais ou menos
dirigida/ captam<se as relaçfes/ as prIticas/ os gestos e cumplicidades e a ^ala in^ormal so3re o cotidiano-
c#  $ntre!ista 4ão<$struturada O%,TKiN%s;
A entre!ista na pesuisa social/ como EI !imos na introdução/ reco3re uma s,rie de modalidades t,cnicas
de comunicação !er3al ue podem se reunir em? (a# entre!ista estruturada atra!,s de uestionIrios
aplicados diretamente pelo pesuisador ou indiretamente
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* Q
atra!,s de roteiros ^ec"ados escritos (b# as entre!istas semi<estrutu<radas ou não<estruturadas entre as
uais incluímos a "istKria de !ida e as discussfes de grupo- Am3as podem ser ^eitas !er3almente ou por
escrito/ mas tradicionalmente incluem a presença ou interação direta entre o pesuisador e os atores
sociais e são complementadas por uma prItica de o3ser!ação participante-
4ão ca3eria neste tra3al"o/ ue se limita h pesuisa ualitati!a/ ^alar so3re todas as !irtudes da entre!ista
^ec"ada- 6I li!ros especí^icos ue não sK ensinam a ela3orar uestionIrios como todos os cuidados e
rigor cientí^ico eXigidos para a sua !alidade como instrumento de captação de dados- Mas trata<se de
con^erir<l"e um lugar de complementaridade com as t,cnicas de apro^undamento ualitati!o-
Compreendemos sua adeuação para determinados ^ins/ tal , o caso das ;2esuisas de Hntelig8ncia; ou
;Construção de Hndicadores; como EI ^oi eXplorado no primeiro capítulo- A 2esuisa $pidemiolKgi<ca
tradicionalmente se ^az atra!,s de m,todos e t,cnicas uantitati!as- Apenas atualmente os
epidemiologistas
Puando se trata decomeçam
apreendera se uestionar
sistemas so3re ade
de !alores/ necessidade
normas/ dederepresentaçfes
incorporação de
da determinado
a3ordagem ualitati!a-
grupo
social/ ou uando se trata de compreender relaçfes/ o uestionIrio se re!ela insu^iciente-
Mic"elat resume/ em seu estudo/ as críticas mais comuns ao roteiro ^ec"ado/ para as Ci8ncias Sociais? (a#
primeiramente a entre!ista por uestionIrio estrutura completamente o campo de in!estigação a partir do
pesuisador , ele uem ^ormula as uestfes/ ue det,m o monopKlio da inuirição e da rele!ncia dos
dados (b# desta ^orma eXiste um a^astamento entre a signi^icação do pesuisador/ as respostas ue propfe
aos entre!istados e as signi^icaçfes ue as uestfes t8m para os in^ormantes 9Mic"elat? [ZV/ QQ[<QZ:-
A entre!ista semi<estrururada e não<estruturada di^ere apenas em grau/ porue na !erdade nen"uma
interação/ para ^inalidade de pesuisa/ se coloca de ^orma totalmente a3erta- $la parte da ela3oração de
um roteiro/ so3re o ual EI ^alamos mais intensamente no Capítulo Q- Suas ualidades consistem em
enumerar de ^orma mais a3rangente possí!el as uestfes ue o pesuisador uer a3ordar no campo/ a
partir de suas "ipKteses ou pressupostos/ ad!indos/ o3!iamente/ da de^inição do o3Eeto de in!estigação-
2arga 4ina 9[YU:
QQ 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
costuma de^inir a entre!ista não<estruturada ou tam3,m c"amada ;a3erta; como ;con!ersa com
^inalidade; onde o roteiro ser!e de orientação/ de 3aliza para o pesuisador e não de cerceamento da ^ala
dos entre!istados-
4ão se pode descon"ecer/ em nen"uma circunstncia/ con^litos e di^iculdades decorrentes da situação ou
condição de entre!ista EI citados- A entre!ista a3erta não cura as di^erenças e nem diminui as distncias
estruturais- Suas ualidades para estudo da realidade social se colocam dentro das relaçfes sociais
contraditKrias e su3missas aos mesmos uestionamentos a respeito da di!isão social do tra3al"o e das
dissimetrias socioculturais- Dentro da perspecti!a e limitaçfes citadas recon"ecemos a sua importncia
para a construção do con"ecimento so3re o social/ incluindo<se aui a uestão da saúde-
A in^ormação não<estruturada persegue !Irios o3Eeti!os? (a# a descrição do caso indi!idual (b# a
compreensão das especi^icidades culturais mais pro^undas dos grupos (c# a compara3ilidade de di!ersos
casos-
2rocura atingir essas metas/ tentando manter a margem de mo!imentação dos in^ormantes tão amplas
uanto possí!el/ e o tipo de relacionamento li!re de amarras/ in^ormal e a3erto dentro das limitaçfes EI
con"ecidas- * entre!istador se li3era de ^ormulaçfes pre^iXadas/ para introduzir perguntas ou ^azer
inter!ençfes ue !isam a a3rir o campo de eXplanação do entre!istado ou a apro^undar o ní!el de
in^ormaçfes ou opinifes-
A ordem dos assuntos a3ordados não o3edece a uma se8ncia rígida e/ sim/ , determinada
^reentemente pelas prKprias preocupaçfes e 8n^ases ue os entre!istados dão aos assuntos em pauta- A
uantidade de material produzida tende a ser maior e com um grau de pro^undidade incomparI!el em
relação ao uestionIrio/ porue a aproXimação ualitati!a permite atingir regifes inacessí!eis h simples
pergunta e resposta- A a3ordagem desses di^erentes ní!eis tem sido uma uestão ^undamental das
Ci8ncias Sociais/ apro^undada o alguns autores-
4o estudo da realidade social Gur!itc" entende ue "I !Irios iaos ue se superpfem? a primeira
camada/ segundo ele/ seria?
> A s$efí#ie ecolKgica e rrior^olKgica no sentido lato do termo/ os
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* QU
am3ientes tanto naturais como t,cnicos/ os o3Eeti!os/ os corpos e os comportamentos ue participam da
!ida social e captI!eis pela percepção eXterior; 9---: em seguida/;as condutas preesta3elecidas ue são
conduzidas/ "ieraruizadas/ centralizadas/ segundo certos modelos re^letidos e ^iXados pre!iamente em
esuemas mais ou menos rígidos;- 9---: e por ^im ;pap,is sociais assumidos por indi!íduos e por grupos/
as atitudes coleti!as/ os sím3olos sociais; 9[VV/R<U:-
Gur!itc" termina assim suas o3ser!açfes/ altamente pertinentes ao pesuisador de campo?
;2arece impossí!el compreender a realidade social total/ se não se admite ue esta superposição de planos
su3metidos a um determinante mais ou menos ^leXí!el/ repousa so3re um solo !ulcnico/ onde se agita o
ue "I de mais espontneo e inesperado na !ida coleti!a? as condutas criadoras/ as id,ias e !alores
coleti!os/ os estados mentais e os atos psíuicos coleti!os; 9[V/U:-
4outras pala!ras/ Gur!itc" c"ama atenção para o ^ato de ue essas ;camadas; da realidade não são
estanues-Mic"elat/
Segundo $las interagem e reagem dinamicamente
se consideramos e , nesse mo!imento
9como EI ^icou eXplanado na primeiraue podem
parte: ue ser
cadaapreendidas-
indi!íduo/
apreendido atra!,s das in^ormaçfes sintomIticas ^ornecidas pela entre!ista/ , uma aplicação restrita e
peculiar de sua cultura e de sua su3cultura/ podemos dizer em conse8ncia? (a# uanto mais importante ,
o material produzido na entre!ista/ mais ele se enriuece ao atingir ní!eis mais pro^undos (b# a ordem
a^eti!a e da eXperi8ncia , mais determinante dos comportamentos do ue o lado racional
;intelectualizado; (c# a entre!ista o menos estruturada possí!el permite surgir e comunicar esse ní!el
sKcio<a^eti!o<eXistencial 9[ZV/ QUR:-
A re^leXão de Mic"elat !ai contra a ;o3Eeti!idade; !ista so3 o ngulo positi!ista ue se traduz no não<
en!ol!imento/ no uso cuidadoso da linguagem precisa/ no controle rígido de atitudes corporais/
^isionjmicas/ de gestos/ ^rases e pala!ras/ a preteXto de ;neutralidade; condizente com o ;processo
cientí^ico de con"ecimento;-
Q 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
4o caso da pesuisa ualitati!a/ ao contrIrio/ o en!ol!imento do entre!istado com o entre!istador/ em
lugar de ser tomado como uma ^al"a ou um risco comprometedor da o3Eeti!idade/ , pensado como
condição de apro^undamento de uma relação íntersu3Eeti!a- Assume<se ue a inter<relação no ato da
entre!ista contempla o a^eti!o/ o eXistencial/ o conteXto do dia<a<dia/ as eXperi8ncias/ e a linguagem do
senso comum/ e , condição ;sine ua non; do 8Xito da pesuisa ualitati!a-
;Sem intropatia , di^ícil se compreender os aspectos su3Eeti!os da de^inição da situação do entre!istado;/
diz 2arga 4ina 9[YU/ !ol- / QY:- A uem pensa no perigo de o entre!istador se perder nessa imersão da
realidade/ ),!i<Strauss a!isa?
;$ 3em um ^ato o3Eeti!o ue/ o mesmo espírito ue se entregou h eXperi8ncia e se deiXou modelar por
ela/ se torne o teatro das operaçfes mentais ue não anulam as in^ormaçfes da eXperi8ncia/ mas
trans^ormam a eXperi8ncia em modelo/ tornando possí!eis outras operaçfes mentais; 9[ZV/ QZ:-
$m 3ssaimais
!erdade le Don Mareei
su aproXimada Mauss
h ual nos conduz
as ci8ncias a !er/ napodem
do "omem interseção de duas
pretender/ su3Eeti!idades/
uando en^rentamaaordem de
totalidade
de seu o3Eeto 9[ZV/ QQ:-
As consideraçfes/ do ue eu c"amaria ualidades da entre!ista não<estruturada/ nos introduzem agora em
uestfes especí^icas ue necessitam ser apro^undadas e remetem h prItica concreta-
c-l < A primeira delas , a prKpria intodução do ente*istado no campo ue pode ser assim desdo3rada?
(a# pesentação% oprincípio 3Isico em relação a isso , ue uma pessoa de con^iança do entre!istado
9líder da coleti!idade/ pessoa con"ecida e3em aceita: ^aça a mediação entre ele e o pesuisador- Seria
muito ais#ado entrar sem re^er8ncia de lealdade/ em ualuer grupo ou
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* QV
comunidade/ seEa de ue grupo ou classe ^or (b# Menção do inteesse da pesuisa discorrendo so3re o
ue pode direta ou indiretamente contri3uir com as preocupaçfes dK entre!istado menção da instituição h
ual estI !inculada- 2re!8<se a con!eni8ncia de apresentação de uma credencial institucional do
pesuisador 9em geral/ uando se trata de uma pesuisa com segmentos das classes tra3al"adoras/ onde
os laços de lealdade e solidariedade culturalmente são muito ^ortes/ a mel"or credencial , a apresentação
de algu,m de con^iança do in^ormante:/ (c# E8plicação dos moti*os da pesuisa em linguagem de senso
comum/ em respeito aos ue não necessariamente dominam os cKdigos das ci8ncias sociais (d#
Justi^icati!a da escol"a do entre!istado (e# Garantia de anomicidade da entre!ista e a garantia de sigilo
so3re a autoria das respostas ue aparecem no conEunto do tra3al"o- (f# Con*esa Inicial a ue alguns
pesuisadores denominam ;auecimento;- &rata<se de ue3rar o gelo de ter a resposta do agente social
so3re a sua disponi3ilidade de dar in^ormaçfes de criar um clima o mais possí!el descontraído e de
con!ersa- 4opelo
pesuisador casogrupo
de estar
!aicom3inada
se ^orEandocom a o3ser!ação
nas !Irias participante/
instncias a construção da identidade do
de con!i!8ncia-
*3!iamente/ os procedimentos enumerados anteriormente não são nem normas rígidas/ nem um
preceituIrio a ser cumprido ininterruptamente pelo pesuisador- São açfes ue se cumprem no processo
de interação e em possí!el diIlogo com o interlocutor- Sua introdução no tra3al"o de!e<se antes a uma
tentati!a de comunicação de eXperi8ncia/ do ue de instituição de regras e normas/ a serem seguidas-
$m adendo hs uestfes gerais le!antadas so3re a entre!ista não<estruturada/ ^azemos menção h ?ist!ia
de 2ida e h Discussão em upo como estrat,gias importantes em si mesmas de captação de in^ormaçfes
ualitati!as- Mas c"amamos atenção para o seu carIter complementar no conEunto de uma ;3ateria; de
instrumentos ue podem e de!em ser empregados para a compreensão da realidade social-
Q\ 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
?ist!ia de 2ida
Segundo Denzin?
;A 6istKria de .ida apresenta as eXperi8ncias e as de^iniçfes !i!idas por uma pessoa/ um grupo/ uma
organização/ como esta pessoa/ esta organização ou este grupo interpretam sua eXperi8ncia; 9[ZU/ QQR:-
Denzin , um entusiasta da $ist!ia de *ida como estrat,gia de compreensão da realidade- Seu teXto so3re
o tema em &"e +eseac$ ct trata da de^inição e dos pressupostos do m,todo/ das !Irias modalidades da
"istKria de !ida/ da sua relação com a "istoriogra^ia clIssica/ das estrat,gias analíticas e da rele!ncia
dessa t,cnica para as Ci8ncias Sociais 9[ZU/ Q[<QV[:-
2ara as ^inalidades a ue se propfe nosso tra3al"o/ limitaremos o campo de re^leXão so3re os
pressupostos da t,cnica de coleta de dados e de interação/ as suas principais modalidades/ os detal"es da
etapa de tra3al"o de campo e as !antagens especí^icas da "istKria de !ida para as Ci8ncias Sociais-
Denzin menciona
conEunto !Irios !i!ida
da eXperi8ncia tipos de
por"istKria de !ida?um(a#grupo
uma pessoa/ a "istKria
ou umade instituição
!ida completa(b#ue reco3redetodo
a "istKria !idaotKpica
ue dI 8n^ase a determinada etapa ou setor da !ida pessoal ou de uma organização- Acrescentamos a
"istKria oral ue geralmente ^ocaliza acontecimentos especí^icos tal como ^oram !i!enciados por uma
pessoa ou grupo social-
A "istKria de !ida pode ser escrita ou !er3alizada- 2ara as ^inalidades de nosso tra3al"o damos 8n^ase
huela ue , realizada como uma ente*ista polongada, na ual o pesuisador constantemente interage
com o in^ormante- Auela ue com3ina o3ser!ação/ relatos introspecti!os de lem3ranças e rele!ncias e
roteiros mais ou menos centrados em algum tema-
Como podemos perce3er/ os pressupostos teKricos ue !alidam a "istKria de !ida são da mesma natureza
dos ue ^undamentam a entre!ista e a o3ser!ação participante- $la , instrumento pri!ilegiado para se
interpretar o processo social a partir das pessoas en!ol!idas/
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* QZ
na medida em ue se consideram as eXperi8ncias su3Eeti!as como dados importantes ue ^alam
al,m e atra!,s delas-
%ourdieu apresenta a "istKria do indi!íduo como sendo sempre uma certa especi^icação da
"istKria coleti!a de seu grupo e sua classe?
;2odemos !er;/ diz ele/ ;nos sistemas de disposiçfes indi!iduais/ *aiantes estutuais de
$abitus de grupo e de classe/ sistematicamente organizados nas di^erenças ue os separam? o
estilo pessoal/ isto ,/ esta marca particular ue trazem todos os produtos de um mesmo $abitus,
, uma !ariação em relação ao estilo de uma ,poca ou de uma classe; 9[ZU/Y[:-
.Irios cientistas sociais ue usam a t,cnica da "istKria de !ida a colocam num papel
complementar ao das entre!istas/ dos uestionIrios e da o3ser!ação participante- %ecker amplia
o"ipKteses
m3ito de sua importncia-
e pressuposiçfes Sugereserue
possam ela sir!a4a
a!aliadas- como pedraem
medida deue
toue/ atra!,s dados
acrescenta da ualpessoais
teorias/e
!isfes su3Eeti!as a partir de determinado lugar social/ permite a3rir camin"os de in!estigação
em Ireas ue pareciam resol!idas/ tanto no campo das rotinas institucionais como dos processos
e relaçfes sociais- Al,m disso/ tem o potencial de conseguir dados di^íceis e uase inacessí!eis
atra!,s da eXperimentação ou ;sur!eys; retrospecti!os 9%ecker? [\\/ <.HHH:-
Denzin a^irma ue a "istKria de !ida pode ser o mel"or m,todo para se estudar processos de
socialização/ emerg8ncia de um grupo/ estrutura organizacional/ nascimento e declínio de uma
relação social e respostas situacionais a conting8ncias cotidianas 9Denzin? [ZU/ QVZ:-
0raser/ na introdução ao 3elíssimo tra3al"o de "istKria oral so3re a Guerra $span"ola dI<nos
elementos ue se Euntam e acrescentam as perspecti!as de %ecker e Denzin-
Comenta ue a "istKria de !ida 9tKpica ou mais completa: !er3alizada pelos participantes
constitui uma tentati!a de re!elar o am3iente intangí!el dos acontecimentos ue ^azem parte da
eXperi8ncia de determinado grupo social- .isa a desco3rir o ponto de !ista e as moti!açfes dos
participantes !oluntIrios ou in!oluntIrios na 6is<
QY 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
tKria/ portanto protagonistas dos ^atos sociais/ mas geralmente descartados na !isão o^icial dos setores
dominantes- ; Diz0raser?
; a "istKria !ista pela política interna das classes;-
$ acrescenta?
;2or mais intangí!el ue pareça/ o am3iente , a3strato ou distante? , o ue a gente sente- $ o sentir
constitui a 3ase de seus atos; 9[Z[/ Q\:-
$la não su3stitui a "istoriogra^ia clIssica- Complementa<a- 4ão se trata tam3,m de perguntar se essa
"istKria , mais !erdadeira ue outra? trata<se de um tipo de !erdade/ da !erdade da ;gente comum; como
ela deseEa proEetI<la?
;* ue as pessoas pensam/ e o ue elas pensam ue pensam tam3,m constituem um ^ato "istKrico;
90raser? [Z[/ Q[:-
* material daescritos/
documentos "istKriaincluindo<se
de !ida/ segundo %ecker
a "istKria das9[\\:/ sãosociais
ag8ncias os dados não<con!encionais?
e instituiçfes gra!açfes/
ue lançam luz so3re o
comportamento dos grupos e indi!íduos-
Metodologicamente/ as de^iniçfes de situaçfes recol"idas atra!,s da "istKria de !ida de!em ser
complementadas pela perspecti!a de outros atores sociais ue se relacionam com os ^atos ^ocalizados-
2ortanto , importante se Euntar outras "istKrias de !ida contemporneas com os temas em uestão para
^ins de consist8ncia dos dados-
Da mesma ^orma/ , de ^undamental interesse para compreensão da realidade/ a com3inação da ;6istKria
de .ida; com outros m,todos de a3ordagem/ para re^orço mútuo-
Allport a^irma? 
-" i' 'iS, '-"
;A consist8ncia interna ou con^rontação interna conseguida atra!,s de múltiplas a3ordagens/ , uase o
único teste ue temos
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* Q[
para a !alidade das pesuisas- 2ortanto/ em todos os sentidos/ os documentos pessoais entram no interior
de um conEunto a3rangente de estrat,gias de compreensão da realidade; 9[Q/Q:-
Discussão de upo  ^ <
Da mesma ^orma ue a 6istKria de .ida/ a discussão de grupo de!e ser !alorizada como a3ordagem
ualitati!a/ seEa em si mesma seEa como t,cnica complementar-
Sc"rader comenta ue no m3ito de determinados grupos sociais atingidos coleti!amente por ^atos ou
situaçfes especí^icas/ desen!ol!em<se opinifes in^ormais a3rangentes/ de modo ue/ sempre ue entre
mem3ros de tais grupos "aEa intercomunicação so3re tais ^atos/ estes se impfem/ in^luindo
normati!amente na consci8ncia e no comportamento dos indi!íduos 9[ZY/ [Y:-
* especí^ico do grupo de discussão são as opinifes/ rele!ncias e !alores dos entre!istados- Di^ere por
isso da o3ser!ação ue ^ocaliza mais o comportamento e as relaçfes- &em uma ^unção complementar h
o3ser!ação
Do ponto departicipante e hs entre!istas
!ista operacional/ indi!iduais-
a discussão de grupo 9;grupos ^ocais;: se ^az em reunifes com um
peueno número de in^ormantes 9seis a doze:- Geralmente tem a presença de um animador ue inter!,m/
tentando ^ocalizar e apro^undar a discussão-
*s participantes são escol"idos a partir de um determinado grupo/ cuEas id,ias e opinifes são do interesse
da pesuisa- A a3rang8ncia do tema pode eXigir uma ou !Irias sessfes de discussão-
$ssa estrat,gia de coleta de dados , geralmente usada para? (a# ^ocalizar a pesuisa e ^ormular uestfes
mais precisas (b# complementar in^ormaçfes so3re con"ecimentos peculiares a um grupo em relação a
crenças/ atitudes e percepçfes (c# desen!ol!er "ipKteses de pesuisa para estudos complementares-
* grupo ^ocai consiste numa t,cnica de inegI!el importncia para se tratar das uestfes da saúde so3 o
ngulo do social/ porue se presta ao estudo de representaçfes e relaçfes dos di^erenciados grupos de
pro^issionais da Irea/ dos !Irios processos de tra3al"o e tam3,m da população-
A ger8ncia dos grupos de discussão por empregar !Irias pessoas
UR 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
, uma uestão não apenas t,cnica- Hmplica a capacidade do animador de não induzir consciente ou
inconscientemente o grupo atra!,s de suas prKprias rele!ncias- Mas implica tam3,m t,cnicas ue assim
Sc"rims"a7 resume? o animador _ (a# introduz a discussão e a mant,m acesa (b# en^atiza para o grupo
ue não "I respostas certas ou erradas (c# o3ser!a os participantes/ encoraEando a pala!ra de cada um
(d# 3usca as ;deiXas; de continuidade da prKpria discussão e ^ala dos participantes (e# constrKi relaçfes
com os in^ormantes para apro^undar/ indi!idualmente/ respostas e comentIrios considerados rele!antes
pelo grupo ou pelo pesuisador (f# o3ser!a as comunicaçfes não<!er3ais e o ritmo prKprio dos
participantes/ dentro do tempo pre!isto para o de3ate- Geralmente o tempo de duração de uma reunião
não de!e ultrapassar de ?RR a ?UR "oras 9Sc"rims"a7? [Y\/Q:-
Al,m da sua importncia pelo apro^undamento ualitati!o de uestfes socializI!eis e pela possi3ilidade
de comparação com grupos semel"antes e distintos/ re^orçamos o papel complementar da discussão de
grupo- Junto com
participante/ o uso das constrKi
o pesuisador "istKriasuma
de !ida/
s,riedas entre!istas a3ertas
de possi3ilidades ou semi<estruturadas
de in^ormaçfes e da o3ser!ação
ue l"e indicam se seu
camin"o estI correto-  a triangulação na coleta de dados-
.ale ressaltar mais uma !ez ue/ como todas as outras ^ormas de a3ordagem/ tam3,m esta estI suEeita aos
condicionantes da interação social e de!e ser usada a partir da consci8ncia de suas !antagens e seus
limites-
c-Q < * conteúdo e a situação de entre!ista
A centralidade da entre!ista em suas amplas modalidades , dada pelo o3Eeto de pesuisa com o foco ue
l"e proporcione o cientista social-
A o3ser!ação mais importante relacionada ao conteúdo diz respeito hs perguntas ou itens do roteiro- Cada
sugestão de tema ue se introduz na entre!ista/ ou cada uestão ue se le!anta/ ^az parte de uma interação
di^erenciada com o entre!istado na medida em ue esses itens são uma teoria em ato e trazem implícitos
uma "ipKtese/
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* U
um pressuposto ou um conceito teKrico- 2ortanto/ o impacto resultante da a3ordagem de determinado
assunto no interior da entre!ista/ de!e ser !isto como di!erso do e^eito da entre!ista como um todo-
Da mesma ^orma/ cada situação de entre!ista tem o seu impacto social prKprio- 4ão "I duas situaçfes
iguais e nem seuer semel"antes serão sempre di^erentes/ ainda ue se trate/ em ocasifes distintas/ dos
mesmos atores e do mesmo tema/ por causa tanto de disposição dos interlocutores/ como pelo conteXto da
pesuisa/ isto ,/ por ^atores eXternos ou internos ue condicionam a situação-
A interação dos dois parceiros/ al,m do mais/ tem um signi^icado su3Eeti!o prKprio para cada um
distintamente e am3os le!am em conta/ ao agir/ as respostas ou reaçfes do interlocutor- Como EI !imos
eXausti!amente no início desse tema/ para %erreman trata<se de uma cena entre dois atores para 2arga
4ina são ;duas de^iniçfes de situação ue se con^rontam; 9[YU/ !- HH/ VZ:- 2oderíamos dizer com esses
autores ue/ tanto o pesuisador uanto o entre!istado inter^erem dinamicamente no con"ecimento da
realidade/ e esse
di^erenciados encontro
,/ ao mesmodetempo/
duas su3Eeti!idades representantes
rico/ pro3lemItico de cKdigos socioculturais uase sempre
e con^liti!o-
* ^ato de ue nen"uma situação de entre!ista se repita nem com a mesma pessoa/ nem com a eXploração
do mesmo tema/ coloca de ^orma di^erente a uestão da pro!a de ^idedignidade para a pesuisa
ualitati!a em relação h coleta de dados uantitati!os e ^atos uan<ti^icI!eis- ;Cada caso , um e!ento
único;/ comenta Cicourel 9[\/ YR:-
A uestão do teste de "ipKteses e de pro!as corretas serI tratada em detal"es na uarta parte deste
tra3al"o/ so3re anIlise dos dados- 5esumimos apenas as id,ias 3Isicas so3re o tema/ a partir da
a3ordagem de Cicourel? (a# a credi3ilidade do in^ormante/ isto ,/ suas razfes para ocultar ou deturpar
in^ormaçfes a espontaneidade das respostas e o e^eito da presença do o3ser!ador na sua o3tenção a
euação grupo<o3ser!ador 9o3ser!ação participante: _ in^ormante 9entre!ista: (b# a redação da ;"istKria
natural da pesuisa;/ ou diIrio de campo ue inclui o processo progressi!o de conceituação do o3Eeto
pelo pesuisador (c# o esta3elecimento da ; teoria do ator; por parte
UQ 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
do cientista ao desco3rir suas regras de e!id8ncia/ seus constructos/ seus signi^icados-
2or ^im e para os ^ins em uestão !ale ressaltar duas o3ser!açfes- 2rimeiro/ permanece o princípio geral
ue recon"ece a importncia indiscutí!el de cada entre!ista 9pela ualidade do ator e pelos dados
especí^icos ue dele emergem:/ mas nos diz ue , do conJunto delas e a partir do caleidoscKpio das
in^ormaçfes ue o pesuisador compfe seu uadro- $m segundo lugar/ a eXperi8ncia nos mostra ue/
como o pesuisador tra3al"a com !i!8ncias e com as representaçfes correlatas/ por mais ue estimule a
eXplicitação de determinados temas/ se eles não constituem rele!ncias para os in^ormantes/ di^icilmente
emergirão-
c-U < So3re o uso das entre!istas não<estruturadas
Muitos sociKlogos consideram importantes os estudos ualitati!os apenas para ^ins eXploratKrios/
recomendando sempre uestionIrios estruturados para o ue de^inem como ;pesuisa cientí^ica;/ onde "I
possi3ilidade
de de testes cete@a
!alidade e potanto de "ipKteses/ possi3ilidade de repetição pela estandardização das perguntas/ testes
de fidedignidade.
$ssa , uma !isão positi!ista ue coloca como uestão t,cnica/ a resolução de pro3lemas epistemolKgicos
pro^undos/ tais como a ualidade das in^ormaçfes recol"idas-  como se o re^inamento de um
instrumento para anIlise de !ariI!eis solucionasse a uestão ^undamental do con"ecimento da realidade-
A essa argumentação/ autores como Cicourel e %ourdieu contestam/ mostrando as !antagens da
a3ordagem ualitati!a/ ^eita so3 determinadas condiçfes e cuidados teKricos- $ 2arga 4ina desen!ol!e
algumas o3ser!açfes ue merecem respeito/ dada a sua longa !ida dedicada h pesuisa social- Z
> $sta digressão , importante para conteXtualizar suas ponderaçfes? o autor ^oi o coordenador nacional do $4D$0 9$studo 4acional
de Despesas 0amiliares:/ realizado em [Z/ ue o3te!e in^ormaçfes so3re VU-RRR ^amílias em todo o %rasil a respeito do
orçamento ^amiliar e/ em detal"e/ so3re consumo alimentar- 0oi o estudo de in^ormaçfes estruturadas mais importante do país/ ue
conseguiu dar in^ormaçfes so3re condiçfes
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* UU
.eEamos seu depoimento- 2rimeiramente o autor cita Gran<ger ue comenta os riscos de ;uma redução
simplista do ualitati!o;- 6I uma dualidade no ualitati!o ue , ^undamental recon"ecer?
;* o3ser!ador pode ter uma percepção da coisa ue , um predicado contingente e relati!o do o3Eeto? a
ess8ncia da coisa captada , compreendida atra!,s das apar8ncias/ numa percepção de modo incompleto/
es3oçada; 9Granger? [\Z/RZ:
2or outro lado/ "I outro tipo de percepção ualitati!a/ ue , uma percepção imediata do !i!ido/ de uma
eXperi8ncia captada como um ^luXo de cuEa ess8ncia temos consci8ncia em ^orma de ;retenção; em nossa
mente/ atra!,s de relem3ranças-
Granger distingue assim ;ualidade o3Eeti!a; e ;ualidade do o3Eeto psíuico; e considera como es^orço
necessIrio da epistemolo<gia das ci8ncias "umanas atuais/ esta3elecer um relacionamento entre
;ualidade do o3Eeto psíuico; e uma estruturação cientí^ica 9[\Z/ [Z:- $m outras pala!ras/ trata<se de
tra3al"ar
2arga com
4ina/ a percepção
a partir do !i!ido/ com
das contri3uiçfes os signi^icados
de Granger/ a^irma? das moti!açfes/ atitudes e !alores-
; assim meridianamente claro ue a utilização de m,todos e t,cnicas não<uantitati!as em uma pesuisa
não , uestão de escol"a de alternati!a ou de pre^er8ncia pessoal? são procedimentos simplesmente
necessIrios;- 9---: ;a necessidade de usar m,todos e t,cnicas não<uantitati!as , conse8ncia da
necessidade de l captar algo dos aspectos su3Eeti!os da realidade social/ e de
recon"ecer a ;dualidade do ualitati!o; ^undamental para Granger; 9[YU/ YQ<YU:-
de !ida da população 9H%G$/ [Z:- Ao mesmo tempo ue dirigia o tra3al"o uantitati!o em ní!el nacional/ este cientista liderou
um estudo de in^ormaçfes não<estruturadas e posteriormente !Irias pesuisas ualitati!as 9de [ZV a [YV: so3re situaçfes de
po3reza em !Irios pontos do país 9H%G$/ [ZV<[YU 2(C<5io/ [YU<[YV:-
U 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
$moutrosmomentos2arga4inacriticaoadEeti!o ;ualitati!o; ao tipo de pesuisa social tal como propomos
aui/ dizendo ue ela , simplesmente pesuisa social?
;A oposição ualitati!oFuantitati!o apro^unda um pro3lema não totalmente resol!ido nas ci8ncias sociais
de uerer imitar os modelos uanti^icI!eis das outras ci8ncias ^ísicas e naturais; 9[YU/ YU:-
Sua proposta de realizar o tra3al"o de campo atra!,s de entre!ista a3erta tem dois !ieses? o primeiro , de
complementar atra!,s de estudos de caso ue se deten"am numa realidade mais ou menos "omeg8nea/ as
in^ormaçfes muito agregadas ue o H%G$ ^ornece atra!,s de grandes proEeçfes estatísticas o segundo , a
certeza de ue/ atra!,s de entre!istas com in^ormaçfes c"amadas ;concretas; Eunto com auelas
pro!enientes da eXperi8ncia e da opinião das in^ormantes so3re suas !i!8ncias/ podemos perce3er mel"or
as compleXidades da realidade- A con!icção de 2arga 4ina , ^ruto de longa eXperi8ncia com indicadores
uantitati!os e os limites de suas possi3ilidades-
2ara ele/ paraasCicourel/
a3ordagem/ paranão<uanti^icI!eis
in^ormaçfes )azars^eld e outrosal,m
autores com
de sua amplaimportncia/
grande eXperi8ncia ^azem
de am3as/
parteasda^ormas
prKpriade
natureza das ci8ncias sociais/ ue se deti!erem nas 3ordas !isí!eis da realidade/ perdem a sua dinmica-
Assim a pesuisa ualitati!a torna<se importante para? (a# compreender os !alores culturais e as
representaçfes de determinado grupo so3re temas especí^icos (b# para compreender as relaçfes ue se
dão entre atores sociais tanto no m3ito das instituiçfes como dos mo!imentos sociais (c# para a!aliação
das políticas pú3licas e sociais tanto do ponto de !ista de sua ^ormulação/ aplicação t,cnica/ como dos
usuIrios a uem se destina-
A *%S$5.AL* 2A5&HCH2A4&$
A /bse*ação 'aticipante pode ser considerada parte essencial do tra3al"o de campo na pesuisa
ualitati!a- Sua importncia , de tal
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* UV
ordem ue alguns estudiosos a tomam não apenas como uma estrat,gia no conEunto da in!estigação/ mas
como um m,todo em si mesmo/ para compreensão da realidade- Sc"7artz 1 Sc"7artz propfem<nos a
seguinte ^ormulação?
;De^inimos o3ser!ação participante como um processo pelo ual mant,m<se a presença do o3ser!ador
numa situação social/ com a ^inalidade de realizar uma in!estigação cientí^ica- * o3ser!ador estI em
relação ^ace a ^ace com os o3ser!ados e/ ao participar da !ida deles/ no seu cenIrio cultural/ col"e dados-
Assim o o3ser!ador , parte do conteXto so3 o3ser!ação/ ao mesmo tempo modi^icando e sendo
modi^icado por este conteXto; 9[VV/ UVV:-
$ssa conceituação aparentemente completa dos re^eridos autores e ue tomamos como ponto de
partidanão se pode considerar pací^ica no de3ate das ci8ncias sociais- As contro!,rsias eXistem com
relação h prKpria prItica de o3ser!ação/ ao ;o ue; e ao ;como; o3ser!ar-
$m primeirocomo
/bse*ação lugar ^orma
!ale dizer ue , no seio
complementar de da antropologia
captação ue seempírica-
da realidade inicia a re^leXão so3re de
A sociologia a estrat,gia
tradição de
uantitati!a , ue/ em princípio/ le!anta as primeiras críticas ao ue denomina ;empirismo; ou
;impressionismo; da prItica antropolKgica- A etnometodologia e a ^enomenologia/ correntes ue
pri!ilegiam estudos empíricos/ retomam para a sociologia o de3ate so3re a o3ser!ação- Hn^luenciados pela
antropologia/ os etnometodK<logos e os ^enomenologistas instauraram no interior da sociologia a
pol8mica so3re seus m,todos/ t,cnicas e crit,rios de !alidação do con"ecimento-
* marXismo tem desen!ol!ido muito pouco sua re^leXão so3re o tema- $Xiste uma pol8mica entre as
!Irias correntes marXistas/ ue tende a paralisar a re^leXão metodolKgica so3re a o3ser!ação como um
momento de apreensão do ^enjmeno- 4o entanto/ "I algumas ela3oraçfes ^ilosK^icas so3re a lKgica
dial,tica/ de grande importncia/ ue lançam luz so3re a prItica do tra3al"o de campo-
4este teXto/ tentaremos entrar no m,rito da uestão /bseação 'atipante, a3ordando as !Irias lin"as
con^rontantes de pensamento e sua contri3uição especí^ica para a construção de con"ecimentos-
U\ 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
a# / Debate 5e!ico em tono da /bse*ação 'aticipante
* teXto considerado clIssico so3re o 5abal$o de Campo dentro da antropologia ^oi escrito em [QQ por
%- Malino7ski/ a propKsito de sua inserção entre os nati!os das Hl"as &rom3iand no 2ací^ico 9[ZY:-
$m3ora le!ando<se em conta ue o estudo re^lete as concepçfes ^uncionalistas de seu autor/ a rica
eXperi8ncia transmitida e as 3ases metodolKgicas por ele lançadas continuam atuais- Sua legitimidade
permanece intocI!el at, "oEe- 0undamenta<se na necessidade? (a# de 3agagem cientí^ica do estudioso (b#
dos !alores da o3ser!ação participante (c# das t,cnicas de coleta/ ordenação e apresentação do ue
denomina ;e!id8ncias;- C"ama atenção para a importncia do pesuisador distinguir os resultados da
o3ser!ação direta em relação aos depoimentos dos nati!os e suas interpretaçfes dos ^atos/ e as
interpretaçfes e in^er8ncias do pesuisador-
Seu tra3al"o ainda ue criticado do ponto de !ista do seu destino como ser!ilismo ao colonizador
3ritnico/
tema ao mesmo tempo
da relati!ização criouda
da cultura/ grandes pol8micas
organização na classe
compleXa dominante
da !ida inglesa/ eporue
dos primiti!os de sualançou h luz o
importncia
social- Malino7ski Eunto com 5adcli^íe<%ro7n/ outro antropKlogo ingl8s/ re!olucionaram a antropologia
nas tr8s primeiras d,cadas do s,culo / so3retudo pelas propostas re^erentes aos m,todos de tra3al"o de
campo-Y
;&oda a estrutura de uma sociedade encontra<se incorporada no mais e!asi!o de todos os materiais? o ser
"umano;/
diz Malino7ski 9[ZV/R:- Complementa posteriormente seu pensamento a respeito da tare^a do
etnKgra^o?
;$sse material e!asi!o não tem uma !isão integrada resultante do todo/ e ca3e ao pesuisador organizI<la
a partir de tr8s pontos de
Y
2ara re^er8ncia/ !er Malino7ski/ %- gonautas do 'acfico e outros teXtos na coleção 2ensadores- São 2aulo/ $ditora A3ril/ [ZY-
5adclií^e<%ro7n- Mct$od in Social nt$opoiogZ. C"icago- &"e (ni!- o^ C"icago 2ress/ [VY-
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* UZ
!ista? (a# o arca3ouço da constituição (b# os imponderI!eis da !ida real ou do comportamento típico (c#
o espírito nati!o;-
Malino7ski tem uma crítica ^undamental a um tipo de pesuisa social ue apreende apenas um ní!el da
realidade atra!,s dos ; sur!eys;? uma ci8ncia ue perce3e o esueleto mas não compreende a !ida porue
ela se ^az longe do lugar onde a !ida acontece?
;6I uma s,rie de ^enjmenos de grande importncia ue não podem ser registrados atra!,s de perguntas/
ou em documentos uantitati!os/ mas de!em ser o3ser!ados em sua realidade- Denominemo<los os
;imponderI!eis da !ida real;- $ntre eles se incluem coisas como a rotina de um dia de tra3al"o/ os
detal"es do cuidado com o corpo/ da maneira de comer e preparar as re^eiçfes o tom das con!ersas e da
!ida social ao redor das casas da aldeia/ a eXist8ncia de grandes amizades e "ostilidades e de simpatias e
antipatias passageiras entre pessoas a maneira sutil mas inuestionI!el em ue as !aidades e am3içfes
pessoaisVV:-
9[ZV/ se re^letem no comportamento dos indi!íduos e nas reaçfes emocionais dos ue o rodeiam;
4esse teXto/ Malino7ski descre!e a atitude do pesuisador de campo/ atitude atra!,s da ual %o"arinan
de^ine a antropologia?
;$la , como a "istKria ou a ci8ncia/ uma atitude ue consiste em desen!ol!er uma !isão estereoscKpica
das ati!idades e id,ias "umanas atra!,s de conceitos inteligí!eis a todos; 9[ZV/ QV\:-
A partir dessa re^leXão estI dado/ para Malino7ski/ o material da o3ser!ação participante- 2rimeiro/ o
conEunto de regras ^ormuladas ou implícitas nas ati!idades dos componentes de um grupo social depois a
^orma como essas regras são o3edecidas ou transgredidas- $m terceiro lugar/ os sentimentos de amizade/
de antipatia ou simpatia ue permeiam os mem3ros do grupo- $m outras pala!ras/ , preciso o3ser!ar o
aspecto legal e o aspecto íntimo das relaçfes sociais ao lado das tradiçfes e costumes/ o tom e a
importncia ue l"e são atri3uídos as id,ias/ os moti!os e os sentimentos do grupo na
UY 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
compreensão da totalidade de sua !ida/ !er3alizados por eles prKprios/ atra!,s de suas categorias de
pensamento-
$m3ora Malino7ski separe/ para e^eitos de estudo/ a realidade social 9!er3alizaçfes/ comportamentos/
estruturas: em tr8s ní!eis/ sua intenção , a reconstrução teKrica da totalidade funcional, o ;arca3ouço da
constituição; da sociedade analisada/ atra!,s das regu<laridades e do ue , típico/ de um grupo social-
2ara conseguir apreender a ;totalidade ^uncional; Malino7ski apresenta seu m,todo/ ue nos princípios
gerais podemos resumir?
;9a: &er o3Eeti!os realmente cientí^icos e con"ecer os !alores e crit,rios da etnogra^ ia moderna-;
Hsso signi^ica imergir na realidade mas ao mesmo tempo dominar o instrumental teKrico- (ma atitude de
o3ser!ador cientí^ico consiste em colocar<se so3 o ponto de !ista do grupo pesuisado/ com respeito/
empatia e inserção o mais íntimo possí!el- Signi^ica a3ertura para o grupo/ sensi3ilidade para sua lKgica e
sua cultura/
;Mas;/ lem3rando<seodeetnogra^
diz Malino7ski/; ue a interação
o não temsocial
sK ue^azestender
parte dasuas
condição
redes enodalugar
situação de pesuisa?
correto e esperar pelo
ue nela cairI- De!e ser um caçador ati!o e dirigir para elas a sua presa e segui<las at, as suas tocas mais
inacessí!eis; 9[ZV/V:-
2ortanto tem ue ser um perscrutador insistente/ ue estI sempre entre as 3alizas dos con"ecimentos
teKricos e das in^ormaçfes de campo?
;* 3om treinamento teKrico e a ^ amiliaridade com os mais recentes resultados cientí^icos não são
eui!alentes a estar carregado de >id,ias preconce3idas>- Se um indi!íduo inicia uma pesuisa com a
determinação de pro!ar certas "ipKteses/ se não , capaz de mudar constantemente seus pontos de !ista e
de reEeitI<los sem relutncia/ so3 a pressão da e!id8ncia/ , desnecessIrio dizer ue seu tra3al"o serI
inútil; 9[ZV/V:-
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* U[
4o entanto a preparação teKrica para a ida a campo , tam3,m su3limada por Malino7ski?
;Mas/ uanto mais pro3lemas trouXer para o campo/ uanto mais esti!er "a3ituado a con^ormar suas
teorias aos ^atos e a considerar os ^atos na sua importncia para a teoria tanto mel"or capacitado estarI
para o tra3al"o- As id,ias preconce3idas são perniciosas em ualuer tare^a cientí^ica/ mas os pro3lemas
ante!istos constituem a principal ualidade de um pensador cientí^ico/ e esses pro3lemas são re!elados/
pela primeira !ez ao o3ser!ador/ por seus estudos teKricos; 9[ZV/ V:-
;93: * segundo ponto do m,todo , colocar<se em 3oas condiçfes de tra3al"o e dispor<se a !i!er no
conteXto/ a3erto h realidade do grupo pesuisado;-
Certamente Malino7ski esta!a se re^erindo h sua eXperi8ncia concreta entre os indígenas/ onda a língua/
os costumes e a organização social o apela!am de um lado a ;imergir; para entender- De outro lado/ a
comunidade dos ;3rancos; presentes na localidade era uma tentação permanente de e!asão/ de 3usca do
"a3itual e acon"ecido-
di^erente/ disposiçãoSedesu3stanti!amente a situação
integrar<se no conteXto de um pesuisador
de pesuisa permanece de comunidades
como primiti!as de
condição preliminar ,
uma 3oa in!estigação empírica- $ neste ponto in!ocamos a contri3uição da ^enome<nologia/ representada
por Sc"utz nas ci8ncias sociais/ para apro^undar o tema da relação pesuisador<pesuisado considerado
por ele como um encontro de ;intersu3Eeti!idades;-
2rimeiramente Sc"utz coloca em destaue a especi^icidade do ;campo de ação; do cientista social?
;6I uma di^erença essencial na estrutura dos o3Eetos/ dos pensamentos ou constructos mentais ^ormados
pelas ci8ncias sociais e pelas ci8ncias naturais- 9---: * mundo da natureza tal como , eXplorado pelo
cientista natural/ não >signi^ica> nada para as mol,culas/ Itomos e el,trons ue nele eXistem- * campo de
o3ser!ação do cientista social/ entretanto/ uer dizer/ a realidade
R 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
social/ tem um significado especfico e uma estutua de ele*]ncia para os seres "umanos ue !i!em/
agem e pensam dentro dessa realidade; 9[V/ Q\\<Q\Z:-
2ara Sc"utz/ preocupado com a cotidianidade do ;"omem comum; do ;"omem da rua; os o3Eetos de
pensamento/ construídos pelo cientista social/ t8m ue estar 3aseados nos o3Eetos de pensamento
construídos pelo senso comum dos "omens ue !i!em cotidiana<mente dentro dessa realidade-
A ^enomenologia pensa a relação pesuisadorFpesuisado como uma interação onde as estruturas de
signi^icados de am3os são o3ser!adas e traduzidas para os constructos consistentes de um uadro
re^erencial teKrico- 2ara isso/ Sc"utz propfe algumas atitudes no tra3al"o de campo? (a# * o3ser!ador
de!e colocar<se no mundo de seus entre!istados/ 3uscando entender os princípios gerais ue os "omens
seguemna sua !ida cotidiana para organizar sua eXperi8ncia/ particularmente as de seu mundo social-
Des!endar essa lKgica , condição preliminar da pesuisa (b# Manter uma perspecti!a dinmica ue ao
mesmo
de tempo le!eteKrica/
sua a3ordagem em conta as rele!ncias
o ue l"e permitedos atoresati!amente
interagir sociais/ e ten"a
com em mente (c#
o campo o conEunto de rele!ncias
A3andonar/ na
con!i!8ncia/ uma postura eXterna ;de cientista;/ entrando na cena social dos entre!istados como uma
pessoa comum ue partil"a do cotidiano- Hsto ,/ sua estrutura de rele!ncias teKricas ^ica implícita- Sua
linguagem no campo , a mesma do senso comum dos atores sociais 9[VU/<UY:-
A a3ordagem de Sc"utz , tam3,m em larga escala apro!ada e seguida por Cicourel nas suas anIlises
so3re o o3ser!ador participante- $sse autor insiste particularmente na construção do ;modelo do ator;
pelo pesuisador?
;* o3ser!ador cientí^ico necessita de uma teoria ue ^orneça um modelo do ator/ o ual estI orientado
para agir num meio de o3Eetos com características atri3uídas ao senso comum- * o3ser!ador precisa
distinguir as racionalidades cientí^icas ue usa para ordenar sua teoria e seus resultados/ das
racionalidades do senso comum ue atri3ui aos atores estudados; 9[ZV/R:-
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* 
0risa Cicourel?
;*s dois conEuntos de conteXtos _ o cientí^ico e do senso comum _ são constuç1es feitas pelo
dentista& (G`,R:-
* mesmo item do m,todo so3re a inserção do pesuisador no campo , tam3,m apro^undado por
5aymond Gold atra!,s da pro</ posta de uatro situaçfes teoricamente possí!eis/ ue !ão do eXtremo
;participante total; a outro eXtremo ;o3ser!ador totai;- $ssa classi^icação/ ainda ue esuemItica tem o
m,rito de incluir posturas intermediIrias ue contemplam a o3ser!ação participante em di^erentes
realidades- Certamente as noçfes de ;^amiliar; e ;estrangeiro; ^icam então relati!izadas e podem se
aplicar tanto ao contato com os po!os primiti!os ou grupos de nossa prKpria sociedade ue nos são
tam3,m descon"ecidos/ sociologicamente ^alando-
2or 'aticipante;5otal entendemos o Status do pesuisador ue se propfe a participar inteiramente/
[
;como nati!o;
;representar comemsucesso
todas as IreaseXigidos
pap,is da !ida do
no grupo ue pretende
cotidiano; ou ainda/con"ecer- Hsto signi^ica
segundo Cicourel/ na prItica
;^ingir pap,is;?
;Puero sugerir com isso ue o !alor crucial/ no ue diz respeito aos resultados da pesuisa/ reside mais na
auto<orientação do participante total do ue no seu papel super^icial uando inicia o estudo; 9Cicourel
[ZV/ [<[Q:-
$sse tipo de participação corresponde mais aos pesuisadores ue se en!ol!em no estudo de sociedades
primiti!as como o mostra ),!i<Strauss?
;Puando assume/ sem restrição mental e sem segundas intençfes/ as ^ormas de !ida de uma sociedade
estrangeira/ o antropKlogo pratica a o3ser!ação integral/ auela al,m da ual não "I mais
[
;Como nati!o;/ ;tornar<se nati!o;/ eXpressfes ue signi^icam identi^icação maior possí!el com o grupo pesuisado-
Q 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
nada/ a não ser a a3sorção de^initi!a _ e , um risco _ do o3ser!ador pelo o3Eeto de sua o3ser!ação;
9[ZV/ Q\:-
$sse risco de imersão total tem sido assumido por muitos pesuisadores ue praticam a 2esuisa
2articipante ou 2esuisa<Ação como o3ser!am certos estudiosos 9Dur"am? [Y\/ Z<UY Oaluar? [Y\/
RZ<Q\:-
* 'aticipante;como;/bse*ado , signi^icati!amente di^erente do status anterior porue o pesuisador
deiXa claro para si e para o grupo sua relação como meramente de campo- A participação/ no entanto/
tende a ser a mais pro^unda possí!el atra!,s da o3ser!ação in^ormal/ da !i!8ncia Euntos de
acontecimentos Eulgados importantes pelos entre!istados e no acompan"amento das rotinas cotidianas- A
consci8ncia/ dos dois lados/ de uma relação temporIria 9enuanto dura o tra3al"o de campo: aEuda a
minimizar os pro3lemas de en!ol!imento ue ine!ita!elmente acontecem/ colocando sempre em uestão
a suposta
* ;o3Eeti!idade; nas relaçfes-
/bse*ado;como;'aticipan te , uma terceira modalidade de o3ser!ação participante-  empregada
^reentemente como estrat,gia complementar ao uso das entre!istas/ nas relaçfes com os ;atores;- &rata<
se de uma o3ser!ação uase ^ormal/ em curto espaço de tempo e suas limitaçfes ad!8m desse contato
3astante super^icial-
Como /bse*ado;5otal o pesuisador omite a interação direta com os in^ormantes/ mas não sai da cena
do tra3al"o de campo- *s suEeitos da in!estigação "ão sa3em ue estão sendo o3ser!ados e pesuisados-
Como t,cnica de estudo/ a ;o3ser!ação total; , raramente usada de ^orma pura e/ sim/ tem umpapel
complementar em relação a outras estrat,gias de apreensão da realidade 9Gold? [VY/ QZ<QQU:-
$sses uatro tipos de pap,is estereotipados por Gold/ sK podem ser assim entendidos para ^ins analíticos-
4a !erdade nen"um deles se realiza puramente a não ser em condiçfes especiais- $m di^erentes ^ases do
tra3al"o de campo/ um procedimento pode ser pri!ilegiado em relação aos outros/ dadas hs condiçfes de
pesuisa/ aos acontecimentos considerados mais ou menos importantes e h prKpria ^inalidade da
in!estigação/ o parmetro mais o3Eeti!o das di^erentes estrat,gias-
Mais do ue a de^inição a pioi do tipo de pesuisador ue se
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* U
deseEa ser no campo/ , preciso considerar a o3ser!ação participante como um processo ue , construído
duplamente pelo pesuisador e pelos atores sociais en!ol!idos- $sse processo possui momentos cruciais
ue de!em ser encarados/ tanto operacional uanto teoricamente- * primeiro deles , a entrada em campo-
2aul %enEamin/ numa re^leXão so3re a entrada em campo nos diz ue?
; oportuno e hs !ezes mesmo essencial ^azer os contatos com as pessoas ue controlam a comunidade-
$ssas pessoas podem ter status na "ieraruia de poder ou posiçfes in^ormais ue impfem respeito- *
apoio delas ao proEeto pode ser crucial e elas podem ser úteis para se ^azer outros contatos; 9[VU/UR:-
A eXperi8ncia con^irma e relati!iza essas o3ser!açfes do antropKlogo americano- Certamente as pessoas
ue introduzem o pesuisador no campo são com ele responsI!eis tanto pela sua primeira imagem/ como
por portas ue se a3rirão ou se ^ec"arão- * relato de %erreman so3re sua eXperi8ncia numa comunidade
"imalaia , 3astante eloente so3re isto 9[ZV/QU<ZZ:- * per^il dos in^ormantes/ a ualidade dos dados
recol"idos t8m aao!er
;sensi3ilidade; com opode
campo impacto da entrada
minimizar e da apresentação
os aspectos do pesuisador-
ue di^icultariam a coleta de4o entanto/
dados/ sua por si
3uscando
prKprio outros in^ormantes do ue os ;o^icialmente; apresentados e criando em torno de sua pessoa e de
seu tra3al"o um lastro de con^ia3ilidade- 0rente h situação particular da pesuisa/ estI em Eogo a
capacidade de empatia/ de o3ser!ação e de aceitação do pesuisador ue não pode ser trans^ormada em
re<ceituIrio prItico-
(m segundo momento da inserção 9segundo momento aui entendido apenas para ^ins de anIlise: , a
de^inição do papel do pesuisador no interior do grupo onde estI se integrando- 2aul %enEamin a^irma
ue?
;$m parte o pesuisador de campo de^ine seu prKprio papel/ em parte seu papel , de^inido pela situação e
pela perspecti!a dos nati!os 9ou grupos:- Sua estrat,gia , a de uem participa de um
 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
Eogo- Ela não pode predizer as Eogadas precisas ue o outro lado !ai faGe, mas pode antecipI<las da
mel"or maneira possí!el e ^azer s$as Eogadas de acordo; 9[V/ U:-
*s pap,is su3stanti!os reais ue o pesuisador desempen"arI/ !ão aia de acordo com a situação de
pesuisa- 4a !erdade/ em relação aos grupos ue elege/ o pesuisador , menos ol"ado pela 3ase lKgica
dos seus estudos/ e mais pela sua personalidade e comportamento- Seus contatos no campo uerem sa3er
se ele , ;uma 3oa pessoa; e ue não !ai ;^azer mal ao grupo;/ não !ai trair ;seus segredos; e suas
estrat,gias de !i!er a realidade concreta-
6I situaçfes e situaçfes de pesuisa/ mas como norma geral/ a ^igura do pesuisador , construída num
processo ue ele pode controlar apenas parcialmente/ pois , marcado pelas prKprias re^er8ncias do grupo
e interpretado dentro dos padrfes culturais especí^icos- Da mesma ^orma/ a !isão so3re o grupo ,
construída processualmente pelo pesuisador na interação com os atores sociais ue o compfem e as
relaçfesue
teKrico uein^orma
consegue captar-  uma !isão entre muitas possí!eis/ e tam3,m depende do arca3ouço
o o3ser!ador-
$ssa construção mútua do pesuisador e dos pesuisados atra!,s de sua interação , particularmente
pensada por %erreman atra!,s da imagem do teatro- %erreman a^irma/ a partir de sua eXperi8ncia e
usando re^leXfes de Go^^man so3re a ;A Construção do $u na .ida Cotidiana;/ ue pesuisador e
pesuisado são am3os atores representando pap,is/ um ^rente ao outro- Assim como no teatro "I os
3astidores/ ;região interior;/ e o palco/ ;região eXterior;/ assim as pessoas tendem a se comunicar/ na
interação/ apenas atra!,s do palco/ isto ,/ das regras o^iciais e legitimadas- A relação entre
pesuisadorFpesuisado se dI num Eogo de cenas/ onde am3os tendem a preser!ar a ;região interior; de
sua identidade como pessoa e grupo- 4o entanto/ com relação h compreensão da realidade/ %erreman
en^atiza ue tanto o con"ecimento das regifes interiores 9os segredos de 3astidores: da !ida de um grupo/
como o da encenação eXterior/ isto ,/ da !isão o^icial/ são componentes essenciais 9[ZV/ QU<Z:- 4este
ponto %erreman se encontra com Malino7ski uando este estipula a necessidade de se in!estigar tanto o
arca3ouço estrutural como os ;imponderI!eis da !ida real; e os ;aspectos íntimos das
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* V
relaçfes sociais;- 4en"uma das !ersfes , mais !erdadeira ou mais ^alsa/ am3as são material de tra3al"o
para o pesuisador/ eXpressfes de relaçfes ue ele tenta compreender-
Se a entrada em campo tem a !er com os pro3lemas de identi^icação/ o3tenção e sustentação de contatos/
a saída , tam3,m um momento crucial- As relaçfes interpessoais ue se desen!ol!em durante a pesuisa
de campo não se des^azem automaticamente com a conclusão das ati!idades pre!istas- 6I um ;contato;
in^orma de ^a!ores e de lealdade ue não dI para ser rompido 3ruscamente so3 pena de decepção?
tra3al"amos com pessoas- 4ão "I receitas para esse momento mas algumas uestfes ue podem ser
di^erentemente ^ormuladas ou respondidas pelo pesuisador- São uestfes so3re as uais as ci8ncias
sociais se t8m de3ruçado pouco? em ue p, ^icam as relaçfes posteriores ao tra3al"o de campo Pual o
compromisso do pesuisador em relação aos dados recol"idos/ seu uso cientí^ico e as ^ormas de retorno
aos atores pesuisados A saída do campo portanto en!ol!e pro3lemas ,ticos e de prItica teKrica- A
relação intersu3<Eeti!a
continuidade uedeseEada-
possí!el ou se criou/ pode ela mesma contri3uir para de^inir o corte necessIrio ou a
Concluímos a re^leXão so3re o segundo item do m,todo proposto por Malino7ski/ ue os autores citados
acima tentam compleXi^icar- As di^iculdades de inserção do pesuisador não podem ser pensadas apenas/
como uestão de tempo/ em ue a longa perman8ncia do etnKgra^o num grupo traria/ como conse8ncia/
a sua aceitação- 6I as di^iculdades prKprias ao período de entrada em campo/ mas outras "I/ decorrentes
das características do grupo a ser pesuisado ou de sua situação !i!ida no momento de pesuisa- $ssas
di^iculdades/ ^ica claro/ ^azem parte da realidade ue se pretende con"ecer/ e da construção desse
con"ecimento enuanto contri3uição teKrica-
;9c: * último item do m,todo de o3ser!ação participante preconizado por Malino7ski consiste na
aplicação de um certo número de m,todos particulares para selecionar/ coletar/ manipular e esta3elecer os
dados;-
* autor re^ere<se ao registro da ;organização social e da anatomia da cultura; atra!,s do ue denomina ;o
m,todo de documentação
\ 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
estatística concreta;/ o registro dos ;imponderI!eis da !ida reai; atra!,s de uma o3ser!ação minuciosa
detal"ada no diIrio de campo uma lista de declaraçfes etnogrI^icas/ narrati!as ^eitas pelos nati!os/
eXpressfes típicas/ ^Krmulas mIgicas/ lendas e peças de ^olclore ue dariam conta da ;mentalidade; do
grupo- Malino7ski comenta ue o o3Eeti!o da o3ser!ação e do registro , apreender o ponto de !ista do
nati!o/ sua relação com a !ida e sua !isão de mundo 9[ZV/ \R<\: e assim apreender o sistema total-
*utros pesuisadores depois de Malino7ski t8m se preocupado em pensar procedimentos teoricamente;
^ecundos na o3ser!ação participante- Alguns deles como Cicourel e Denzin entram em discussão com os
apologistas dos m,todos uantitati!os/ para uem a o3ser!ação participante , sinjnimo de
;impressionismo;-
Denzin insiste ue em comparação com os cientistas ue tra3al"am com ;sur!eys; o pesuisador/ no
tra3al"o de campo ue inclui o3ser!ação participante/ estI mais li!re de preEuízos uma !ez ue não ,/
necessariamente/
não prisioneiro
durante o processo de um instrumento
de pesuisa- A ^luidez darígido denatureza
prKpria coleta dedadados ou de "ipKteses
o3ser!ação testadas
participante antes/
concede ao e
pesuisador a possi3ilidade de usu^ruir ao mesmo tempo de dados ue os ;sur!eys; proporcionam e de
uma outra a3ordagem não<estruturada- 4a medida em ue con!i!e com o grupo/ o o3ser!ador pode retirar
de seu roteiro uestfes ue perce3e como irrele!antes consegue tam3,m compreender aspectos ue se
eXplicitam aos poucos/ e ue o pesuisador ue tra3al"a apenas com uestionIrios certamente
descon"eceria- A o3ser!ação participante aEuda/ portanto/ a !incular os ^atos a suas representaçfes e as
contradiçfes entre as leis e sua prItica/ atra!,s das prKprias contradiçfes !i!enciadas no cotidiano do
grupo 9Denzin? [ZU/ Q\:-
Cicourel concorda com Denzin so3re as !irtudes da o3ser!ação participante/ mas coloca<se de ^orma mais
eXigente em relação h !alidade dessa estrat,gia- Sua preocupação estI !oltada para as condiçfes ue
possi3ilitam o teste de "ipKteses e resol!am os pro3lemas de in^er8ncía e de pro!as corretas-
Com relação a ;o3Eeti!idade; Cicourel comenta ue uanto maior , a participação do o3ser!ador/ maior o
risco de seu en!ol!imento/ mas tam3,m maior a possi3ilidade de penetrar na c"amada ;região
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* Z
interior; do grupo- Se a participação mais pro^unda di^iculta o teste de "ipKteses/ em contraposição ela
pode des!endar os cKdigos do grupo e seus signi^icados mais íntimos- $le postula o controle da
o3Eeti!idade dos dados o3tidos atra!,s da o3ser!ação participante/ mediante re!isfes críticas do tra3al"o
de campo/ eXplicitação dos procedimentos adotados e dos di^erentes pap,is representados pelos suEeitos
da pesuisa e pelo prKprio pesuisador-
Cicourel critica a !isão apenas su3stanti!a dos dados conseguidos/ !isão ue descon"ece a situação e as
condiçfes do tra3al"o de campo- Atra!,s de uma pretensa ;o3Eeti!idade; dos dados/ estes relatos ;pKs<
^acto;/ diz ele/ ;simplesmente acrescentam o3ser!açfes descriti!as de !alidade du!idosa para o conEunto
da ci8ncia social; 9[ZV/ [Y:-
2ara conseguir a!ançar o con"ecimento/ atra!,s da o3ser!ação participante/ recomenda ao pesuisador
ue ^ormule o mais claramente possí!el o ue 3usca con"ecer/ ou seEa/ se uer eXplorar alguma
proposição teKrica/
determinado se uer
tema ainda testar "ipKteses especí^icas ou ^azer uma in!estigação eXploratKria so3re
ne3uloso-
C"ama atenção tam3,m para a necessidade/ seEa ual ^or o resultado da pesuisa/ de tornar eXplícitas as
^ontes de in^ormaçfes so3re o pro3lema a ser pesuisado/ o ;campo; no ual a pesuisa se deu e a
situação na ual a pesuisa ^oi desen!ol!ida tanto do ponto de !ista institucional/ de relação entre os
pesuisadores/ da especi^icidade dos in^ormantes/ e tudo isso considerado como dados da prKpria
pesuisa- São in^ormaçfes so3re o processo de tra3al"o/ necessIrias para a sua compreensão como um
todo-
Cicourel usa um termo de %ecker/ ;"istKria natural da pesuisa; 9[VY/ \VQ:/ para ^alar da importncia do
registro no tra3al"o de campo/ de ^orma processual? 9: das intençfes implícitas ou eXplícitas 9Q: da
teoria e metodologia 9U: das mudanças de posição no decorrer do tra3al"o/ uando as "ipKteses ou
pressupostos são continuamente testados/ re^ormulados e no!amente testados?
;Cada passo produz dados ue podem ser relacionados com os dados a serem o3tidos posteriormente/ a
^im de mel"orar a teoria/ a metodologia e clari^icar o pro3lema central; 9Cicourel? [ZV/ Ys:-
Y 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
0inalmente/ conclui ue/ ainda uando o pesuisador começa seu tra3al"o com !agas noçfes a respeito
do tema a ser estudado/ ainda assim ele pode c"egar a testar algumas "ipKteses especí^icas/ atra!,s do
detal"amento minucioso de seus procedimentos metodolKgicos/ e de suas pressuposiçfes teKricas so3re a
natureza dos grupos e da ordem social-
$m resumo/ aui Cicourel concorda com o pensamento de 2opper segundo o ual ;a o3Eeti!idade dos
enunciados cientí^icos reside no ^ato de ue eles possam ser intersu3Eeti!amente su3metidos a teste;
9[ZU/ :/ ou seEa/ possam ser Eulgados pela comunidade cientí^ica- $sta seria a pro!a de o3Eeti!ação
mais correta-
$ ainda dentro do mesmo uadro de preocupaçfes/ , importante o comentIrio de %ourdieu/ segundo o
ual não "I !irtudes mIgicas na obse*ação paticipante, enaltecida por muitos ue Eulgam eui!o<
cadamente ue o con"ecimento !em a partir da prItica- 2ara %ourdieu/ ;a prItica ue aparece como
condição
; precisodelem3rar
uma ci8ncia
ue o rigorosa
pri!il,gionão , menos
presente emteKrica; 9[ZQ/VZ:/
toda ati!idade e acrescenta?
teKrica/ ! supfe um
na medida em ue ela
corte epistemol!gico, mas tam3,m social, go!erna sutilmente esta ati!idade- Hsso conduz a uma teoria da
prItica ue , correlati!a ao ^ato de se omitir as condiçfes sociais na produção da teoria; 9[ZQ/VY:-
Desta ^orma insiste ue/ na produção de ualuer teoria/ o pesuisador tem ue romper com o senso
comum do grupo pesuisado- $/ numa segunda ruptura/ colocar sempre em uestão os pressupostos
inerentes h sua ualidade de o3ser!ador/ isto ,/ a
;De estrangeiro ue/ preocupado em interpretar as prIticas de outro grupo/ tende a importar para o o3Eeto
os princípios de suas relaçfes com esse o3Eeto/ incluindo<se aui suas rele!ncias; 9[ZQ/\R:-
Ao terminar essas re^leXfes/ retomamos as colocaçfes iniciais- Como ualuer ^ase de tra3al"o de
pesuisa/ tam3,m a o3ser!ação não , neutra- * ue o3ser!ar Como o3ser!ar São uestfes in^luen<
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* [
ciI!eis pelos esuemas teKricos/ preconceitos e pressupostos do in!estigador-
Como !imos/ a posição ^uncional positi!ista tenta perce3er a estrutura social e a totalidade ^uncional a
partir do ;caleidoscKpio; ue , a realidade- A ela3oração dos conceitos de ;sistema social; e ;^unção; tal
como de^inidos por Malino7ski e por outros ^unciona<listas como 5adcli^^e<%ro7n constituíram uma
aEuda importante na determinação dos pro3lemas do tra3al"o de campo- $sses pesuisadores ^izeram não
sK a antropologia social emergir como uma disciplina distinta mas tam3,m ela3oraram uma teoria de
o3ser!ação dos ^atos/ coerente com seus pressupostos teKricos-
4o entanto/ as críticas aos autores citados !8m dos seus prKprios pressupostos teKricos ue consideram os
sistemas sociais como sistemas naturais ue podem ser reduzidos a leis sociolKgicas/ aliados h a^irmação
de ue sua "istKria não tem rele!ncia cientí^ica- $!ans<2ritc"ard se insurge contra os re^eridos
postulados do ^uncionalismo com uma ^rase contundente? ;De!o con^essar ue isso me parece
positi!ismo
A doutrinIrio em
teoria ^enomenolKgica dIsua piorheXpressão;
8n^ase 9[ZV/
construção do QUV:-de ator; ^ormulada a partir da compreensão
;modelo
de suas estruturas de rele!ncia e da cotidianidade compartil"ada com seus consociados/ onde se ^orEa sua
3iogra^ia e se de^ine sua situação- Ao lado disso coloca a importncia de delimitação do ;campo de ação;
do cientista social como sendo intrinsecamente di^erente ao do cientista ^ísico ou ;natural;- Do ponto de
!ista da sua produção/ Sc"utz de^ine o la3or do pesuisador como uma capacidade de reconstruir/ a partir
do senso comum dos atores sociais/ uma tipi^icação da sua realidade capaz de ser compreendida/
interpretada e comparada?
;4a realidade a pergunta mais s,ria a ue a metodologia das ci8ncias sociais de!e responder ,? como ,
possí!el ^ormar conceitos o3Eeti!os e teorias o3Eeti!amente !eri^icI!eis partindo de estruturas de
signi^icados su3Eeti!os A resposta , dada pela !isão 3Isica de ue os conceitos ^ormados pelos cientistas
sociais são >construtos> dos >construtos> cientí^icos ^ormados no segundo ní!el/ de acordo com as regras de
procedimento !Ilidas para todas as ci8ncias empíricas- São construtos de tipo<ideal o3Eeti!o/ e como
VR 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
tais/ di^erentes daueles desen!ol!idos no primeiro ní!el de pensamento do senso<comum/ aos uais eles
de!em superar- São sistemas teKricos incorporando "ipKteses testI!eis; 9[Z/ [Y:-
* teXto de Sc"utz re!ela a preocupação com os dois tipos de construtos 9o do cientista e o do senso
comum: e propfe como ^orma de sua organização o ;tipo<ideal;/ como algo ue/ sem repetir MaX We3er/
tem seus pontos de encontro na teoria compreensi!a- A grande crítica h ^enomenologia ue Sc"utz
representa nas Ci8ncias Sociais , de ue ela tem como ponto de partida a3soluto os dados imediatos da
eXperi8ncia !i!ida/ sem analisar suas estruturas e suas condiçfes-
;$la constrKi o mito de um mundo ue se perce3e o3Eeti!o/ no ual o pensador proclama a eXist8ncia/
independente da consci8ncia; 9[\Z/ ZR:/ diz )ukIcs-
A etnometodologia/ ue no interior da sociologia mais tradicional ad!oga procedimentos de tra3al"o de
campo/ tampouco desen!ol!e uma metodologia particular de o3ser!ação- 5ecol"endo as in^lu8ncias da
sKcio<lingística/
como importante adao3ser!ação
antropologia e da ^enomenologia/
conteXtualizada ela procede perscrutar
para o pesuisador a partir-dessas tradiçfes- 5econ"ece
os ^enjmenos/ descre!8<los
e interpretI<los-  uma a3ordagem eXtremamente crítica h o3ser!ação positi!ista ue !8 o ato em si
mesmo sem considerar as pressfes sociais ue Eulgam a ação do senso comum sem racionalidade 92ark
and %urgens? [Q/ .<.H 2ayne et alii? [Y/ YZ<V:-
A posição da etnometodologia/ particularmente da etnometodologia etnogrI^ica/ coincide com a
a3ordagem tradicional da antropologia/ com matizes teKricos da ^enomenologia/ representada por Sc"utz-
*s seus adeptos no entanto tentam derenciI<la/ criticando a antropologia de ser eminentemente
descriti!a- Goudenoug" insiste ue não se pode eXplicar uma cultura descre!endo seus comportamentos
sociais/ econjmicos ou e!entos cerimoniais e a ^orma como determinado ^enjmeno se apresenta- *
desa^io/ segundo ele/ , construir uma teoria dos modelos conceituais os uais eles represen<
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* V
tam e dos uais eles são produtos- 2ortanto teoria e o3ser!ação de!em !ir Euntos para essa ^orma de
compreensão 9Goudenoug"? [\/ YV<[Z:-
As críticas relati!as h etnometodologia se concentram eXatamente na sua preocupação eXcessi!a com o
m,todo e com a interpretação- 4ela se processa uma redução do con"ecimento aos signi^icados su3Eeti!os
ue os suEeitos criam de seu mundo/ e da estrutura social aos procedimentos interpretati!os-
A teoria marXista tem desen!ol!ido pouco sua re^leXão so3re o tra3al"o de campo- 4a !erdade/ na
;$nuete *perIria;/ MarX propfe ue os prKprios operIrios apliuem os uestionIrios- Desta ^orma a
^igura do pesuisador eXterno ao campo não eXiste- A partir dele/ as posiçfes múltiplas do marXismo t8m
!ariado/ em relação ao tra3al"o de campo/ entre a omissão/ a negação como algo 3urgu8s/ a assunção
simplesmente de esuemas da sociologia americana para interpretação da realidade/ ou a tentati!a de
realizar uma sociologia crítica 9&"iollent? [ZY/ QR:- $ntre um eXtremo e outro/ "I o recon"ecimento de
ue a sociologia
Comentando marXista
so3re o tema/tem contri3uído
&"iollent pouco
diz ue para
não se a de^inição
pode dizer uedenoprocedimentos na pesuisa social-
marXismo contemporneo "aEa uma
posição única a respeito da in!estigação em geral e da sociolKgica em particular- 4a apresentação do li!ro
E8istencia;lismo e Ma8ismo, de )ukIcs/ o tradutor comenta a pol8mica dos anos \R/ na 0rança/ em ue
Sartre acusa os marXistas de esclerose/ de incapacidade de apreender o particular/ de perce3er as
representaçfes como síntese de todas as mediaçfes do "omem na sua !ida concreta- $m troca )ukIcs
acusa o eXistencialismo como sendo comprometido com uma camada social- Am3os ^ala!am em nome de
MarX 9[\Z:- $ssa mesma crítica/ continuam a ^azer os etnometodK<logos a respeito da incapacidade do
marXismo de apreender a realidade cotidiana- 4a medida em ue se contenta com as macroanI<lises/
paralisa<se o progresso da re^leXão cientí^ica 96erzlic"/ anotaçfes [Y\:- 4as uni!ersidades "I o
pri!ilegiamento das a3ordagens "istKricas/ econjmicas e ^ilosK^icas e mesmo aí o ue se costuma
considerar como ;anIlise marXista; consiste numa discussão uase eXeg,tica de teXtos clIssicos de MarX/
sem a de!ida pro3lematização do le!antamento e da incorporação dos no!os dados re^erentes a
VQ 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
situaçfes concretas- $sse ^ato/ diz &"iollent/ pode ser apontado como srcem do ;teoricismo ^ormalista;
ue consiste em pri!ilegiar a compreensão da estrutura das o3ras clIssicas 9&"iollent? [ZY/ Q:- &a
prItica de con"ecimento/ a lKgica da in!estigação ^oi separada da lKgica de apresentação/ perdendo<se
dentro de !Irias correntes marXistas o sentido do ue "I de ^undamental nas ci8ncias sociais? a pesuisa-
Comenta &"iollent?
;Sem in!estigaçfes no!as e sem preocupação de ela3orar no!os modos de in!estigação sK se pode
discutir a ^orma de apresentação de con"ecimentos antigos/ cuEa capacidade de dar conta da realidade
atual , pro3lemItica; 9[ZY/ QZ:-
5aniero 2anzieri em ;A Concepção Socialista da $nuete *perIria; ^az a mesma crítica ue &"iollent/ e
a^irma ue a posição dogmItica de considerar a sociologia como uma ci8ncia 3urguesa ^ez ue o
marXismo como sociologia/ regredisse- $ acrescenta?
;2arece<me
cientí^ica ueue a sociologia
ultrapassa 3urguesa 9[ZY/
o marXismo; desen!ol!eu<se
QQZ:- a ponto de apresentar características de uma anIlise
Ao mesmo tempo o autor ^az reparos a determinado tipo de sociologia e de antropologia ue recorta a
realidade e sK a ol"a de ^orma parcial e ^ragmentada- $ so3re a *3ser!ação/ comenta?
;* momento de obse*ação sociol!gica, conduzida segundo crit,rios s,rios e rigorosos vmas não
menciona ue crit,rios seriam essesw estI então ligada por uma continuidade muito precisa h ação política
a pesuisa sociolKgica , uma esp,cie de mediação sem a ual nos arriscamos a ^azer uma id,ia otimista
ou pessimista/ de ualuer modo a3solutamente gratuita/ do grau de consci8ncia da classe e da ^orça de
oposição atingida por ele- *ra/ , claro ue essa consideração in^luencia os o3Eeti!os políticos da
in!estigação e representa mesmo seu principal o3Eeti!o; 9[ZY/ QQY:-
2anzieri considera a pesuisa como um instrumento de con"eci<
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* VU
mento da realidade operIria e como contri3uição para ele!ação da consci8ncia de classe- &"iollent/
criticando a atitude ue considera ;passi!a; ou ;positi!ista; da o3ser!ação sociolKgica propfe como
alternati!a o ue c"ama ;uestionamento; dentro da ;pesuisa<ação;- Seria o prKprio en!ol!imento do
pesuisador na realidade e com os atores sociais ue 3usca con"ecer- $ssa uestão merece um estudo
particular/ pois o en!ol!imento do pesuisador não eXime de ;miopia; em relação h realidade e nem
resol!e os dilemas do con"ecimento- 6I EI !Irios estudos metodolKgicos ue/ sem menosprezar/
empreendem uma crítica s,ria aos tra3al"os de 2esuisa<Ação e 2esuisa 2articipante tais como estão
sendo realizadas no %rasil- * ponto de indagação maior diz despeito ao empinsmo ue tem dominado os
tra3al"os e ao seu carIter mais militante ue cientí^ico 9Dur"am? [Y\/Z<UY Cardoso? [Y\/ [V<R\
Oaluar? [Y\/RZ<Q\:- Alguns ^ilKso^os marXistas dão algumas pistas coincidentes com a prIXis da
o3ser!ação participante/ mas sem/ em nen"um momento/ le!antar comentIrios so3re ela- JoEa/ na !gica
Dialética
;* a^irma?
singular e o particular mani^estam a essncia, o geal numa eXu3erncia de atri3utos em ue , di^ícil
distinguir o essencial dauilo ue não o ,/ tanto ue auilo ue não , essencial , mais !isí!el e pode/ por
!ezes/ desempen"ar o papel de essencial;- 9---: ;4o singular perce3emos o geral ue aí estI incluso e
realizado? segundo a eXpressão plIstica de 0ilipon/ o uni!ersal , a comunidade pela ual todos os
particulares se comunicam; 9[\V/ #.
osic/ preocupado com as mani^estaçfes ^enomnicas da realidade/ numa primeira a3ordagem poderia
ser con^undido com um ^enomenKlogo?
;4o trato utilitIrio/ prItico com as coisas/ em ue a realidade se re!ela como mundo dos meios/ ^ins/
instrumentos/ eXig8ncias e es^orços para satis^azer a estas _ o indi!íduo >em situação> cria suas prKprias
representaçfes das coisas e ela3ora todo um sistema correlati!o de noçfes ue capta e ^iXa o aspecto
^enom8nico da realidade- $ssas representaçfes se reproduzem imediatamente na
V 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
mente daueles ue realizam uma determinada prIXis "istKrica/ como categorias de pensamento comuna;
9[\[/R:-
Mas osic se separa de Sc"utz/ ao indicar as determinaçfes?
;&rata<se de uma prIXis ^ragmentIria/ 3aseada na di!isão de tra3al"o/ na di!isão da sociedade em classe e
na "ieraruia de posiçfes sociais decorrentes da di!isão em classe;- 9---: ;* ^enjmeno indica a !erdade e
a esconde;- 9---: ;Captar o ^enjmeno seria indagar e descre!er como a coisa se mani^esta nauele
^enjmeno e tam3,m se esconde;- 9---: ;A realidade , a unidade do ^enjmeno e da ess8ncia; 9[\[/Q:-
JoEa comenta os des!ios das ^iloso^ias do s,culo .HHH e H ue considera!am as sensaçfes/ os
sentimentos/ a eXperi8ncia !i!ida/ id,ias e a imaginação como elementos su3ordinados h única ;instncia
de con"ecimento adeuado/ a razão;- *pfe a isso a re^leXão de )8nin segundo a ual?
;Seria ridículo negar o papel da imaginação mesmo na ci8ncia mais rigorosa;
e c"ama
Diz atenção contra as tend8ncias ue eXageram tanto a supremacia da razão como os su3Eeti!ismos-
)8nin?
;De!emos apreender a eXplorar todos os seus aspectos/ todas as suas correlaçfes e suas mediaçfes para
c"egar h realidade o3Eeti!a/ nos limites de nossas possi3ilidades "istKricas; 9[\V/ QV:-
JoEa completa seu raciocínio ao acrescentar?
;* pensamento concreto consiste em considerar e apreender os ^enjmenos em sua auto<relação e "etero<
relação/ em suas relaçfes com a multiplicidade de seus prKprios ngulos e de seus aspectos
intercondicionados/ em seu mo!imento e desen!ol!imento/ em sua multiplicidade e condicionamento
recíproco com outros ^enjmenos ou grupos de ^enjmenos; 9JoEa? [\V/ VU:-
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* VV
A id,ia de ue o particular não eXiste senão na medida em ue se liga ao geral e o geral senão no
particular e atra!,s dele a id,ia de ue a di^iculdade de apreensão estI no pensamento e não na realidade/
pois , o pensamento ue separa e mant,m a distinção de momentos de um o3Eeto a id,ia de ue a marc"a
do real , sempre mais !erdadeira e pro^unda do ue nossa capacidade de apreend8<lo a id,ia de ue "I
uma relati!idade entre os ^atores o3Eeti!os e su3Eeti!os/ material e espiritual são alguns dos princípios
3Isicos da lKgica dial,tica ue podem orientar um tra3al"o de campo com perspecti!as marXistas- $sses
princípios t8m sua culminncia na re^leXão de MarX em  Ideologia lemã% ;A consci8ncia não pode
nunca ser outra coisa senão o ser consciente/ o ser dos "omens em seu processo de !ida real; 9[Y/Z:-
* teXto ue tal!ez traga elementos mais prKXimos de compreensão da o3ser!ação , o Método Dialético
na n"lise Sociol!gica de 0ernando 6enriue Cardoso 9[ZU/ <QU:- A partir do estudo do conceito de
totalidade/ o autor insiste ue a interpretação dial,tica/ para ter ^oros de instrumento cientí^ico de anIlise/
precisasKlida
;Sem ser utilizado sem retirar
3ase empírica/ dos dados
a anIlise o !alor
dial,tica corre"eurístico
o risco deue possuem-
perder<se em consideraçfes a3stratas
destituídas de !alor eXplicati!o real; 9[ZU/ Q:-
&rata<se/ segundo o autor/ de eXplicar os processos/ as situaçfes e os sistemas/ não do ponto de !ista da
"istKria EI decorrida/ uando tudo parece ter camin"ado na direção de ^inalidades engendradas por
condiçfes dadas/ mas do ponto de !ista da "istKria como realizadora da ati!idade "umana coleti!a-
5esume Cardoso? ;* marXismo !i!o , "eurístico;- Jamais em MarX encontram<se entidades- 2or eXemplo
;apeuena 3urguesia; no Dezoito %rumIrio ;^ez parte de uma totalidade !i!a/ nos uadros da pesuisa e
não de uma dedução do real a partir de totalidades a3stratas de^inidas a priori; 9Cardoso/ [ZU/Z e QU:-
As consideraçfes de Cardoso e outras no mesmo sentido ^eitas por Miriam )imoeiro em ;)a
ConstrucciKn de Conocimientos; 9[ZZ/<UV: rea^irmam de um lado ue a !isão dial,tica da realidade
V\ 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* x
pressupfe a in!estigação empírica de outro ue os instrumentos mais concretos de apreensão das
;totalidades !i!as; não estão su^icientemente pensados nem na teoria e nem na prItica e sim ao ní!el
epistemolKgico-
b# Saúde=Doença como 5ema de /bse*ação
Se tomarmos como o3Eeto de estudo e o3ser!ação o tema SaúdeF Doença/ seEa tanto em relação hs
concepçfes ue delas ^az a população/ seEa em relação hs políticas do setor/ a!aliação de co3ertura ou as
rei!indicaçfes do mo!imento social/ as posturas ^uncionalista/ ^enomenolKgica ou marXista seriam
totalmente di^erentes-
4o primeiro caso as o3ser!açfes e entre!istas pri!ilegiariam a compreensão do sistema/ sua organização/
seu ^uncionamento/ as id,ias ue as pessoas t8m a seu respeito/ incluindo<se a 3usca de entendimento e
eXplicaçfes para os ;des!ios; ^uncionais- A população seria o3ser!ada e inuirida so3re sua aceitaçãoF
integração ao
conclusfes sistema e ao
estrat,gicas de esuema m,dico-
tal pesuisa * ;normal;
apontariam e o adeuação
a mel"or ;típico; seriam o con"ecimento
do sistema o^icial-e aos
a seus clientes/ As
usuIrios seriam reser!ados programas de ;educação e saúde; 3us<cando<se corrigir os comportamentos e
prIticas des!iantes- Assim a ^Krmula positi!ista de perce3er o ;normal; , dada pela ideologia dominante e
sua proposta concreta , de ^eordenação do sistema e correção de seus estrangulamentos EI ue os
pressupostos de sua organização não se colocam em uestionamento-
* uadro re^erencial ^enomenolKgico/ !oltado para compreender as estruturas de rele!ncia dos grupos
o3ser!ados 9grupos em ualuer ní!el:/ respeitaria a li3erdade do grupo e de seus componentes como
atores sociais e suas ^ormas alternati!as de interpretação do corpo/ da saúdeF doença/ das políticas e dos
programas- Sua 8n^ase nos indi!íduos enuanto agentes sociais torna<a uma teoria ue se insurge contra o
;o^icial;/ o ;dominante;/ o ;$stado;/ a ;sociedade; e a anomicidade- As propostas daí decorrentes seriam
de respeitar hs di^erentes alternati!as/ uma !ez ue ^oram construídas pela eXperi8ncia dos grupos-  uma
postura teKrica antagjnica ao psiti!is<ac ^undonalista ue proclama as propostas dominantes como
sendo
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* VZ
as ;normais;- Sua ^raueza estI em erigir o ;senso comum; como norma de ação/ descon"ecendo as
implicaçfes estruturais ue ^undamentam as eXperi8ncias de !ida dos grupos sociais-
A teoria marXista parte tam3,m da o3ser!ação e do respeito ao senso comum/ mas não o erige como
;norma; e nem o considera um des!io- 4a sua perspecti!a/ as prIticas e programas de saúde eXpressam os
con^litos e di^erenças ue eXistem no setor e as condiçfes de classe da população- &oda a !isão de saúde
da população tem a !er com a situação em ue !i!e e com as contradiçfes mais gerais da sociedade ue
tam3,m se eXpressam no setor saúde- Sua perspecti!a não , de conser!ação nem de reordenação/ nem de
oposição do indi!íduoF sociedade- Sua perspecti!a , sempre a possi3ilidade de trans^ormação 9pelas
contradiçfes: das condiçfes ue geram e reproduzem as situaçfes de doença da população e os sistemas
coníli<ti!os e inadeuados de atender h saúde da população- A o3ser!ação neste caso , o3ser!ação das
condiçfes de !ida/ das prIticas de classe e das ^ormas de organização ue engendram as situaçfes de
saúdeF doença/ numa 3usca de aproXimação cada !ez maior da totalidade/ como tão 3em insiste
Goldmann?
;4unca se pode c"egar a uma totalidade ue não seEa/ ela mesma/ elemento ou parte; 9[\Z/:-
$ssas !isfes teKricas di^erenciadas dos o3ser!adores participantes certamente serão responsI!eis por
respostas hs uestfes? o ue o3ser!ar como o3ser!ar
4o entanto todas elas se reúnem ^rente a algumas premissas metodolKgicas de o3ser!ação do ^enjmeno
9seEa ele ual ^or: social?
_ a necessidade de preparação teKrica
_ a relati!ização das "ipKteses ^rente hs e!id8ncias do campo
_ a necessidade de integração do pesuisador no campo para a apreensão ualitati!a da realidade
_ o uso de instrumentos adeuados para a seleção e a apreensão dos dados-
A tentati!a de cercar o o3Eeto de todos os ngulos possí!eis/ são algumas pistas para o tra3al"o de campo
ue nen"uma teoria pode uestionar- Desta ^orma/ a noção de o3ser!ação não pode ser simples<
VY 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
mente con^undida com ;empirismo;- $ste , apenas uma ideologia particular de o3ser!ação- Criticar as
ideologias de o3ser!ação em<piristas/ positi!istas ou psicologistas não consiste em reEeitar todos os tipos
de inserção- Ao empirismo não podemos opor o teoricismo- Sem in!estigação da realidade concreta/ as
ci8ncias sociais seriam apenas um discurso ^ilosK^ico ou político- Sem pro3lemItica teKrica/ a sociologia
degeneraria em pesuisa de opinião e entronização do senso comum-
 3om lem3rar mais uma !ez ue no campo assim como durante todas as etapas da pesuisa tudo merece
ser teorizado como ^enjmeno social e "istoricamente condicionado? o o3Eeto in!estigado/ as pessoas
concretas implicadas/ o pesuisador e seu sistema de representaçfes teKrico<ideolKgicas/ as t,cnicas de
pesuisa/ e todo o conEunto de relaçfes interpessoais e de comunicação sim3Klica-
As relaçfes entre a eXperi8ncia de o3ser!ação e a consci8ncia não são de ordem acumulati!a e a
su3Eeti!idade não des!enda a ess8ncia sem a teoria/ entendida como instrumento para encontrar o geral no
particular-
2ela importncia ue a pesuisa ualitati!a tem para a Irea da saúde/ os temas ue se seguem/ destinam<
se a apro^undar a categoria 3Isica dentro das ci8ncias sociais ue ^undamenta o tra3al"o de campo?
+epesentaç1es Sociais e +epesentaç1es Sociais de Saúde=Doença.
*s dois temas complementares/ sendo o segundo especí^ico a nossas preocupaçfes neste tra3al"o como
um todo/ serão a3ordados dentro das !Irias correntes de pensamento ue perpassam as relaçfes
contraditKrias entre nossa sociedade e nosso tempo-
C*4C$H&* D$ 5$25$S$4&AL$S S*CHAHS
+epesentaç1es Sociais , um termo ^ilosK^ico ue signi^ica a reprodução de uma percepção anterior ou do
conteúdo do pensamento- 4as C8ncias Sociais são de^inidas como categorias de pensamento/ de ação e de
sentimento ue eXpressam a realidade/ eXplicam<na/ pstJ,scando<a ou uestionando<a- $nuanto material
de estudo/ essas pM$epçfes são consideradas consensualmente importantes/ atra!essando a- tostaria e as
mais di^erentes correntes de pensamento so3re
Uda) 4^este teXto/ a3ordamos o !i,s atra!,s do ual os autores
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* V[
como Durk"eim e seus seguidores/ We3er e a escola ^ enomenolKgica representada por Sc"utz/ MarX e os
marXistas tra3al"am o mundo das id,ias e seu signi^icado no conEunto das relaçfes sociais-
Do ponto de !ista sociolKgico/ Durk"eim , o autor ue primeiro tra3al"a eXplicitamente o conceito de
+epesentaç1es Sociais. (sado no mesmo sentido ue +epesentaç1es Coleti*as, o termo se re^ere a
categorias de pensamento atra!,s das uais determinada sociedade ela3ora e eXpressa sua realidade-
Durk"eim a^irma ue essas categorias não são dadas a pioi e não são uni!ersais na consci8ncia/ mas
surgem ligadas aos ^atos sociais/ trans^ormando<se/ elas prKprias/ em fatos sociais passí!eis de
o3ser!ação e de interpretação- Hsto ,/ a o3ser!ação re!ela/ segundo ele/ ue as representaçfes sociais são
um grupo de ^enjmenos reais/ dotados de propriedades especí^icas e ue se comportam tam3,m de ^orma
especí^ica- 4a concepção de Durk"eim , a sociedade ue pensa/ portanto as representaçfes não são
necessariamente conscientes do ponto de !ista indi!idual- Assim/ de una lado/ elas conser!am sempre a
marcacausas
como da realidade
outrassocial onde nascem/
representaçfes e nãomas/ tam3,m/
apenas possuem
a estrutura !ida independente e reproduzem<se tendo
social-
$m3ora recon"eça como 3ase das representaçfes ;o su3strato social;/ Durk"eim ad!oga sua autonomia
relati!a- Segundo ele/ algumas/ mais ue outras/ eXercem so3re nKs uma esp,cie de coerção para atuar em
determinado sentido- Dentre estas se destacam a religião e a moral/ assim como as categorias de espaço/
tempo e de personalidade/ consideradas por ele como representaçfes sociais "istKricas-
$scre!e o prKprio autor?
;As +epesentaç1es Coleti*as traduzem a maneira como o grupo se pensa nas suas relaçfes com os
o3Eetos ue o a^etam- 2ara compreender como a sociedade se representa a si prKpria e ao mundo ue a
rodeia/ precisamos considerar a natureza da sociedade e não a dos indi!íduos- *s sím3olos com ue ela se
pensa mudam de acordo com a sua natureza 9---: Se ela aceita ou condena certos modos de conduta/ ,
porue entram em c"oue ou não
\R 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
com alguns dos seus sentimentos ^undamentais/ sentimentos estes ue pertencem h sua constituição;
9[ZY/ Z[:-
2ortanto/ para Durk"eim não eXistem ;representaçfes ^alsas;/ todas respondem de di^erentes ^ormas a
condiçfes dadas a eXist8ncia "umana- São sím3olos atra!,s dos uais?
; preciso sa3er atingir a realidade ue ele ^igura e ue l"e dI sua !erdadeira signi^icação- Constituem
o3Eeto de estudo tanto uanto as estruturas e as instituiçfes? são todas elas maneiras de agir/ pensar e
sentir/ eXteriores ao indi!íduo e dotadas de um poder coerciti!o em !irtude do ual se l"es impfe; 9[ZY/
YY:-
Cont8m/ como as instituiçfes e estruturas as duas características do ^ato social? (a# eXterioridade em
relação hs consci8ncias indi!iduais (b# eXercem ação coerciti!a so3re as consci8ncias indi!iduais/ ou são
suscetí!eis de eXercer essa coerção-
4o seue/a^ã
social de a^irmar
portanto/ a o3Eeti!idade da
das representaçfes sociologia/
sociais/ Durk"eim tenta
do en!ol!imento eXimir a anIlise
do pesuisador de ualuer
e dissecar ^atode
esse ;^ato;
ualuer comprometimento ideolKgico- Diz ue o m,todo sociolKgico? (a# de!e ser isento de ualuer
^iloso^ia (b# de!e ser o3Eeti!o/ isto ,/ os ^atos são coisas e como tal de!em ser tratados (c# os ^atos
sociais são eXclusi!amente sociolKgicos? a noção de especi^icidade da realidade social , de tal modo
necessIria ao sociKlogo ue sK uma cultura especi^icamente sociolKgica pode compreender os ^atos
sociais 9[ZU/V[<\:-
As id,ias de Durk"eim so3re +Tesentaç1es Sociais são compartil"adas por uma s,rie de estudiosos-
%o"annan/ em 3re!e ensaio so3re a consci8ncia coleti!a e a cultura/ nota ue os termos ;consci8ncia; e
;representaçfes coleti!as; usados por Durk"eim reco3rem o mesmo campo ue a noção de cultura para
os antropKlogos culturais tais como Sapir/ Malino7ski e roe3er- 2ara %o"annan?
;A consci8ncia coleti!a , o idioma cultural da ação social;- 9---: &é a totalidade das representaçfes
coleti!as de acordo com suas mani^estaçfes nas relaçfes sociais; 9[\/ ZZ<[\:-
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* \
&am3,m Mareei Mauss/ a3ordando o mesmo tema mostra ue a sociedade se eXprime sim3olicamente em
seus costumes e instituiçfes atra!,s da linguagem/ da arte/ da ci8ncia/ da religião/ assim como atra!,s das
regras ^amiliares/ das relaçfes econjmicas e políticas- 2ortanto/ para ele/ , o3Eeto das ci8ncias sociais
tanto a coisa, o fato, como a sua epesentação. * autor/ no entanto/ c"ama atenção para a di^erenciação
entre esses dois ní!eis/ considerando o risco de se reduzir a realidade h concepção ue os "omens ^azem
dela 9[Z[/Y<VU:-
A !isão de o3Eeti!idade positi!ista das representaçfes sociais tem sido duramente criticada por !Irias
correntes no interior das ci8ncias sociais- 2ara os adeptos da Sociologia Compreensi!a e da a3ordagem
0enomenolKgica/ o aspecto mais pro3lemItico da teoria se re^ere ao poder de coerção atri3uído h
sociedade so3re os indi!íduos/ de maneira uase a3soluta- 2ara os marXistas/ a !isão durk"eimiana
elimina o pluralismo ^undamental da realidade social/ em particular as lutas e antagonismos de classe-
.eEamospara
Sc"utz como a Sociologia
o campo Compreensi!a
das Ci8ncias representada
Sociais a3ordam pordas
o tema MaX We3er e a 0enomenologia traduzida por
+epesentaç1es.
MaX We3er ela3ora suas concepçfes do campo das +epesentaç1es Sociais atra!,s de termos como
;id,ias;/ ;espírito;/ ;concepçfes;/ ;mentalidade;/ usados muitas !ezes como sinjnimos e tra3al"a de
^orma particular a noção de ;!isão de mundo;- 2ara ele/ a !ida social _ ue consiste na conduta
cotidiana dos indi!íduos _ , carregada de signi^icação cultural- $ssa signi^icação , dada tanto pela base
mateial como pelar/ idéias, dentro de uma adeuação/ em ue am3as se condicionam mutuamente-
Segundo We3er/ as id,ias 9ou representaçfes sociais: são Euízos de !alor ue os indi!íduos dotados de
!ontade possuem- 2ortanto/ as concepçfes so3re o real t8m uma dinmica prKpria e podem apresentar
tanta importncia uanto a 3ase material-  com estes dois termos/ base mateial e efic"cia das idéias em
relação de afinidade eleti*a 9We3er/ [Z/Y: ue ele analisa a "istKria do a!anço do capitalismo no
mundo ocidental- De um lado/ a^irma ue o capitalismo ;educa; e ;cria; seus suEeitos pela seleção
econjmica- De outro/ demonstra como as id,ias de tra3al"o como !irtude mIXima e !ocação do "omem/
prosperidade como 38nção di!ina/ lucro como ^ator legítimo das relaçfes
\Q 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
econjmicas/ contri3uíram para ^azer a!ançar o capitalismo/ tanto uanto ou mais do ue a ;acumulação
primiti!a;?
;Com re^er8ncia h doutrina do mais ing8nuo materialismo "istKrico/ de ue as id,ias se srcinam como
>um re^leXo> ou como >superestruturas> de situaçfes econjmicas/ somente podemos opinar mais
detal"adamente/ neste caso vda ,tica protestante em relação ao a!anço do capitalismow/ ue a relação
casual , a in!ersa da sugerida pelo ponto de !ista materialista; 9We3er? [YV/ UV:-
A partir da tese da recíproca in^lu8ncia entre os ^undamentos materiais/ as ^ormas de organização político<
social e o conteúdo das id,ias/ We3er teoriza so3re certa autonomia do mundo das representaçfes e a
possi3ilidade concreta de se estudar a e^icIcia "istKrica das id,ias- 4o entanto/ ao a^irmar essa ;certa
autonomia;/ ele não descarta a possi3ilidade empírica de ue/ em determinados momentos/ o econjmico
seEa o ^ator dominante e ue/ em outros/ são ^atores di^erentes os ue mais in^luem na ^ormação social-
Assim/são
;4ão durante a 2rimeira
as id,ias/ mas os Grande Guerra/
interesses We3er
materiais ^ez a seguinte
e ideais declaração?
ue go!ernam diretamente a conduta do "omem-
Muito ^reentemente/ por,m/ as >imagens mundiais> ue ^oram criadas pelas >id,ias> determinaram como
mano3reiros/ as lin"as ao longo das uais a ação ^oi impulsionada pela dinmica dos interesses; 9[Z/
YU:-
Seu pensamento/ na !erdade/ tenta compleXi^icar a teoria _ ue ele considera ;mecnica; _ da
determinação da 3ase material so3re as representaçfes sociais- Alerta para a necessidade de se con"ecer
em cada caso/ uais os ^atores ue contri3uem para con^igurar determinado ^ato ou ação social/ como
!em resumido na conclusão de  3tica 'otestante e o Espito do Capitalismo%
;Aui se tratou do ^ato e da direção em apenas um/ se 3em ue importante ponto de seus moti!os- Seria
importante in!estigar mais adiante/ a maneira pela ual a ascese protestante ^oi por sua
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* \U
!ez in^luenciada em seu desen!ol!imento e carIter pela totalidade das condiçfes sociais/ especialmente
pelas econjmicas- Hsto porue/ se 3em ue o "omem moderno seEa incapaz de a!aliar o signi^icado de
uanto as id,ias religiosas in^luenciaram a cultura e os caracteres nacionais/ não se pode pensar em
su3stituir uma interpretação materialística unilateral por uma igualmente 3ito<lada interpretação causai da
cultura e da "istKria; 9We3er? [YV/ UQ:-
Assim We3er c"ama atenção de um lado para a importncia de se pesuisar as id,ias como parte da
realidade social/ e de outro/ para a necessidade de se compreender a ue instncias do social determinado
^ato de!e sua maior depend8ncia- 2or,m a 3ase de seu raciocínio , de ue/ em ualuer caso/ a ação
"umana , signi^icati!a/ e assim de!e ser in!estigada-
(sando o conceito de ;.isão de Mundo; o autor desen!ol!e o raciocínio de ue/ cada sociedade para se
manter necessita ter ;concepçfes de mundo; a3rangentes e unitIrias e ue em geral são ela3oradas pelos
grupos
;* dominantes-como
enriuecimento 2or eXemplo/ cita ele do
^im o3rigatKrio ue?
"omem para a glKria de Deus contradiz ao sentido ,tico de
,pocas "istKricas inteiras e anteriores h atual; 9[YV? ZQ:-
$ssas concepçfes a3rangentes 9o modo de encarar o tempo/ o espaço/ o tra3al"o/ a di!isão do tra3al"o/ a
riueza/ o seXo/ os pap,is sociais etc-: perpassam todos os grupos de determinada sociedade-
$m síntese/ We3er/ Eunto com Durk"eim/ nos remete h importncia de compreensão das id,ias e de sua
e^icIcia na con^iguração da sociedade apelando ao estudo empírico do desen!ol!imento "istKrico- 2or
outro lado não contradiz h possi3ilidade tam3,m "istKrica de conEunturas sKcio<econjmicas pro!ocarem
concepçfes e atitudes especí^icas- 2or isso a ^orma com a ual pensa as id,ias , de relação de adeuação
com a estrutura sKcio<econjmica e política-
Sem uerer reduzir a sociologia compreensi!a h ^ enomenolKgica e !ice<!ersa/ podemos considerar ue
essas duas correntes t8m muita semel"ança uando tra3al"am a uestão das +epesentaç1es Sociais.
\ 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
$nuanto da primeira/ o autor clIssico seria MaX We3er/ as id,ias da ^enomenologia aplicadas hs Ci8ncias
Sociais são ela3oradas teoricamente/ em particular/ por Al^red Sc"utz- Sua contri3uição , 3astante
signi^icati!a/ especialmente para a operacionalização da pesuisa social ualitati!a e , deste ponto de
!ista ue o a3ordamos 9Sc"utz? [ZR/[Z/[YQ:-
Sc"utz usa o termo ;senso comum; para ^alar das representaçfes sociais- 2ara este autor/ tanto o
con"ecimento cientí^ico como o senso comum en!ol!em conEuntos de a3straçfes/ ^ormalizaçfes e
generalizaçfes- $sses conEuntos são construídos/ são ^atos interpretados/ a partir do mundo do dia<a<dia-
2ortanto/ a eXist8ncia cotidiana/ segundo Sc"utz/ , dotada de signi^icados e portadora de estruturas de
rele!ncia para os grupos sociais ue !i!em/ pensam e agem em determinado conteXto social- $sses
signi^icados ue podem ser o3Eeto de estudo dos cientistas sociais são selecionados atra!,s de construçfes
mentais/ de ;representaçfes; do ;senso comum; 9Sc"utz/ [ZU:-
Sc"utz tem como
pressupostos preocupação
das estruturas teKrica o mundo
signi^icati!as do dia<a<dia-
da cotidianidade- istoele/
2ara ,/ ele 3usca compreender
a compreensão os se dI a
do mundo
partir de um estoue de eXperi8ncias pessoais e de outros/ isto ,/ de compan"eiros/ predecessores/
contemporneos/ consociados e sucessores- * autor separa os termos e8peincia e con$ecimento. 
primeira pode ser comum a um grande número de pessoas ao mesmo tempo- * segundo , indi!idual?
consiste na ela3oração interior/ su3Eeti!a e intersu3Eeti!a/ atra!,s do senso comum/ da eXperi8ncia !i!ida
e ue ^unciona como esuema de re^er8ncia para o suEeito- Assim o mundo do dia<a<dia , entendido como
um tecido de signi^icados/ instituído pelas açfes "umanas e passí!el de ser captado e interpretado- *
teorema clIssico de W- J- &"omas/ segundo o ual ;se os "omens de^inem situaçfes como reais/ elas são
reais em suas conse8ncias; 9[\U/ [\:/ resume o pensamento ^enomenolKgico/ eXplicado pelo prKprio
autor?
;*s "omens respondem não apenas aos aspectos ^ísicos de uma situação/ mas tam3,m e por !ezes/
primariamente ao sentido ue esta situação tem para eles- (ma !ez ue eles atri3uem algum
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* \V
sentido h situação/ o seu comportamento su3seente e algumas das conse8ncias deste comportamento
são determinadas por este sentido anteriormente atri3uído; 9&"omas? [\U/[Z:-
4a !erdade/ &"omas con^ere ao sentido atri3uído h ação pelo suEeito/ o mesmo ní!el de coerção ue
Durk"eim con^ere hs representaçfes sociais ue emanam do coleti!o-
* número e a natureza das eXperi8ncias de ualuer ator social/ para Sc"utz/ dependem de sua "istKria de
!ida/ ou mel"or/ de sua ;situação 3iogrI^ica;- 2ortanto/ cada ator social tem um con"ecimento de sua
eXperi8ncia e atri3ui rele!ncia a determinados temas/ aspectos ou situaçfes/ de acordo com sua prKpria
"istKria anterior- Daí ue/ para Sc"utz/ o senso comum , de ^undamental importncia/ porue/ atra!,s
dele o ator social ^az sua prKpria de^inição de situação- Hsto ,/ não sK age como atri3ui signi^icados
portadores de rele!ncias h sua ação/ de acordo com sua "istKria de !ida/ seu estoue de con"ecimentos
dado pela eXperi8ncia de interação com os ue o cercam- * estoue de con"ecimentos se ^orma atra!,s de
tipi^icaçfes edopossi3ilidade
rele!ncias mundo do senso comum- Hssodepermite
de compreensão um modoa identi^icação de grupos/
de !ida especí^ico a estruturação
de determinado comum de
grupo-
(ma terceira corrente na interpretação do papel das representaçfes sociais surge da dial,tica marXista- Se
na totalidade de seus escritos MarX ^ala da relação entre as id,ias e a 3ase material/ podemos dizer ue A
Ideologia lemã , uma eXplanação clIssica so3re o tema das 5$25$S$4&AL$S S*CHAHS- 4este teXto o
autor discute/ de acordo com seu ponto de !ista/ o ue c"ama a ;ideologia alemã;- Mostra ue os
^ilKso^os de seu tempo considera!am as ;uimeras/ as id,ias/ os dogmas/ as ilusfes; como produzidos e
reproduzidos pela prKpria ca3eça/ isto ,/ pela consci8ncia- 2ara esses ^ilKso^os/ as mudanças da sociedade
ad!iriam da su3stituição das ;^alsas representaçfes; por pensamentos correspondentes h ess8ncia do
"omem-
Hnsurge<se contra o ue ele denomina ;^antasias inocentes e pueris da ^iloso^ia alemã neo<"egeliana; e/ a
partir da crítica/ ela3ora e discute sua teoria so3re as +epesentaç1es Sociais. Coloca como prin<
\\ 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
cípio 3Isico do ;pensamento; e da ;consci8ncia;/ deteminado modo de *ida dos indi!íduos/
condicionado pelo modo de podução de sua !ida material?
;Hndi!íduos determinados/ ue/ como produtores atuam tam3,m de ^orma determinada/ esta3elecem entre
si relaçfes sociais e políticas determinadas;- 9---: 2ortanto/ ;a produção das id,ias/ das representaçfes/ da
consci8ncia estI/ de início/ diretamente entrelaçada com a ati!idade material e com o intercm3io
material entre os "omens/ como a linguagem da !ida real- * representar/ o pensar/ o intercm3io espiritual
dos "omens aparece aui como a emanação direta de seu comportamento material;-9---: ;*s "omens são
produtores de suas representaçfes/ de suas id,ias etc/ mas os "omens reais/ ati!os/ tal como se ac"am
condicionados por um determinado desen!ol!imento de suas ^orças produti!as e pelo intercm3io ue a
ele corresponde; 9[Y/ UV<:-
A categoria<c"a!e/ em MarX/ para tratar do campo das id,ias , a C*4SCH4CHA- 2ara ele/ as
representaçfes/
pela as id,ias e os pensamentos são o conteúdo da consci8ncia ue por sua !ez , determinada
3ase material?
;4ão , a consci8ncia ue determina a !ida/ , a !ida ue determina a consci8ncia;- 9---: ;A consci8ncia ,
desde o início um produto social? ela , mera consci8ncia do meio sensí!el mais prKXimo/ , a coneXão
limitada com outras pessoas e coisas ^ora do indi!íduo;- 9---: ;A consci8ncia Eamais pode ser outra coisa
ue o "omem consciente e o ser dos "omens , o seu processo de !ida real; 9[Y/ U<V:-
4o entanto/ apesar de de^ender durante todo o tempo a anterio<ridade da !ida material so3re as id,ias/ ele
!8 esses dois elementos numa relação dial,tica? ;as circunstncias ^azem os "omens/ mas os "omens
^azem as circunstncias; 9[Y/ V:- 4este sentido/ MarX relati!iza o determinismo mecnico da 3ase
material so3re a consci8ncia e c"ama atenção para as contradiçfes eXistentes entre as ^orças de produção/
o estado social e as id,ias 9[Y/ ZU:-
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* \Z
2ara MarX/ a mani^estação da consci8ncia se ^az atra!,s da linguagem?
<
;$la nasce da car8ncia/ da necessidade de intercm3io com os outros "omens? a linguagem , a
conscincia eal, prItica/ ue eXiste para os outros "omens e eXiste tam3,m para mim mesmo; 9[Y/U:-
0az ele um paralelo entre consci8ncia e linguagem/ entre as representaçfes e o real in!ertido/ e mostra
como as id,ias estão comprometidas com as condiçfes de classe?
;As id,ias de classe dominante são/ em cada ,poca/ as id,ias dominantes isto ,/ a ciasse ue , a ^orça
material dominante da nossa sociedade/ , ao mesmo tempo sua ^orça espiritual dominante- Daí ue/ as
id,ias daueles aos uais ^altam os meios de produção material estão su3Eeti!adas hs classes dominantes-
As id,ias dominantes nada mais são do ue a eXpressão ideal das relaçfes materiais dominantes/
colocadas como id,ias gerais/ comuns e uni!ersais de todos os mem3ros da sociedade; 9[Y/Z:-
A partirdo
sociais deponto
MarX/dedois outros
!ista autores
marXista _ t8m tra3al"ado
Gramsci maisGramsci
e )ukIcs- detidamente o campo
a3orda o tema/das representaçfes
de ^orma muito
especí^ica/ uando trata do S$4S* C*M(M e do %*M S$4S*- $m seus escritos o autor estI mais
preocupado com a uestão pedagKgica da construção da "egemonia do ue com a pesuisa social- Mas
assim mesmo sua ^ormulação , esclarecedora no campo ue nos concerne/ porue a!ança a teoria
marXista so3re o mundo das id,ias-
* autor comenta ue nos seus ;$scritos; MarX se preocupou com o senso comum e com a solidez das
crenças das massas/ mas não para se re^erir ao seu !alor potencial de mudança- 2elo contrIrio/ ueria
c"amar atenção para a solidez dessas crenças/ particularmente da religião/ enuanto produtoras de normas
de conduta e de con^ormismo 9[Y? \U e Y:- A partir dos ;$scritos; de MarX so3re as crenças das
massas/ Gramsci de^ende<o de a^irmar o ;determinismo econjmico da 3ase material so3re as id,ias; e
desen!ol!e o conceito
\Y 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
de bloco $ist!ico no ual emite sua prKpria teoria so3re as relaçfes entre a 3ase material e as id,ias?
;As ^orças materiais são o conteúdo e as ideologias são a ^orma sendo ue esta distinção entre o conteúdo
e ^orma , puramente didItica/ EI ue as ^orças materiais não seriam "istoricamente conce3í!eis sem ^orma
e as ideologias seriam ^antasias indi!iduais sem as ^orças materiais; 9[Y/ \U:-
2ara o autor/ o senso comum enuanto mat,ria<prima ou como ;representação social; tem um potencial
trans^ormador- Mesmo como pensamento ^ragmentIrio e contraditKrio/ o senso comum de!e ser
recuperado criticamente/ uma !ez ue ele corresponde espontaneamente hs condiçfes reais de !ida da
população- 2or isso com3ate o preconceito racionalista contra o senso comum em !Irias partes de sua
o3ra- 2rimeiramente a^irma ue todos nKs somos presa de algum?
<
;2ela prKpria concepção de mundo pertencemos sempre a um determinado grupo/ precisamente ao de
todos os
algum elementos sociais
con^ormismo/ somosue partil"am
sempre de um mesmo
"omens<massa modo de pensar e 9[Y/Q:-
ou "omens<coleti!os; agir- Somos con^ormistas de
Dentro de uma preocupação mais !oltada para o campo político/ a descrição ue Gramsci ^az da
consci8ncia desse ;"omem<massa; ue todos somos de algum modo/ pfe a nu/ de um lado/ os elementos
de incoer8ncia e conser!adorismo ue a po!oam/ mas de outro lado/ as possi3ilidades e sinais de
mudanças?
;4ossa prKpria personalidade , composta de uma maneira 3izarra? nela se encontram elementos dos
"omens da ca!erna e princípios da ci8ncia mais moderna e progressista preconceitos de todas as ^ases
"istKricas passadas/ grosseiramente localistas e instituiçfes de uma ^utura ^iloso^ia ue serI prKpria do
g8nero "umano mundialmente uni^icado; 9[Y/Q:-
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* \[
2ortanto/ ao mesmo tempo em ue o autor aponta os elementos ilusKrios/ !aloriza e 3usca compreender
ual a importncia do senso comum no tra3al"o pedagKgico de construção da contra<"egemonia?
;* su3alterno , apenas simples ;paciente;/ simples coisa/ simples irresponsa3ilidade 4ão/ por certo- $m
ue reside eXatamente o !alor do ue se costuma c"amar senso comum ou bom senso 4ão apenas no ^ato
de ue/ ainda ue/ implicitamente o senso comum empregue o princípio da causalidade/ mas no ^ato
muito mais limitado de ue/ em uma s,rie de Euízos/ o senso comum identi^iue a causa eXata/ simples/
imediata/ não se deiXando des!iar por ^antasmagorias e o3scuridades meta^ísicas/ pseudometa^ísi<cas e
pseudopro^undas; 9[Y/ UV:-
$m resumo/ podemos apresentar a contri3uição de Gramsci so3re as +epesentaç1es Sociais em tr8s
aspectos importantes? (a# primeiramente/ c"ama atenção para o carIter de con^ormismo de ue elas são
re!eladoras e para o carIter de a3rang8ncia desse con^ormismo de acordo com os di^erentes grupos
sociais-cada
como Hstogrupo
,/ retira a id,ia
social temde
seuue o ;senso
prKprio comum; seEa
con^ormismo inerente
e ilusão (b#hem
ignorncia
segundo das massas/
lugar/ alerta mostrando
para os
aspectos dinmicos geradores de mudanças ue coeXistem com o conser!adorismo no senso comum (c#
em terceiro lugar/ analisa a composição mais a3rangente das di^erentes concepçfes de mundo _ das
representaçfes sociais _ de ualuer grupo social e de determinada ,poca "istKrica?
& concepção de mundo de uma ,poca não , a ^iloso^ia deste ou dauele ^ilKso^o/ deste ou dauele grupo
de intelectuais/ desta ou dauela grande parcela das massas populares? , uma com3inação de todos estes
elementos/ culminando em uma determinada direção/ na ual sua culminação torna<se norma de ação
coleti!a/ isto ,/ torna<se "istKria completa e concreta; 9[Y/ UQ:-
$ssa última a^irmação de Gramsci nos remete h compreensão das +epesentaç1es Sociais, para e^eito de
anIlise/ como uma com3inação especí^ica das id,ias das classes dominantes e das concepçfes dos
ZR 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
grupos su3alternos/ numa relação de dominação/ su3ordinação e resist8ncia entre os dois pKlos-
)ukIcs apro^unda o tema das +epesentaç1es em MarX/ atra!,s da noção de ;!isão de mundo;- Segundo
ele/ a !isão de mundo não , um dado empírico imediato/ mas um instrumento conceituai de tra3al"o/
indispensI!el para se compreender as eXpressfes imediatas do pensamento dos indi!íduos- Sua
importncia e realidade tam3,m se mani^estam no plano empírico- $la , o principal aspecto concreto do
^enjmeno da ;consci8ncia coleti!a;- Segundo )ukIcs a ;!isão de mundo; , precisamente esse conEunto
de aspiraçfes/ de sentimentos e de id,ias ue reúne os mem3ros de um grupo 9mais ^reentemente/ de
uma classe social: e as opfem aos outros grupos 9[Z/ \Rss:-
5e^erendando o princípio da determinação da 3ase material so3re as id,ias/ )ukIcs nos diz ue as classes
sociais são ligadas por um ^undamento econjmico ue tem importncia primordial para a !ida ideolKgica
dos "omens/ simplesmente porue os "omens são o3rigados a dedicar a maior parte de suas preocupaçfes
e de suas ati!idades
pri!il,gios a garantir
e h ger8ncia a eXist8ncia/
e aumento e uando se trata das classes dominantes/ h conser!ação de
de sua ^ortuna-
Como os di^erentes autores citados/ )ukIcs concorda ue nas consci8ncias indi!iduais se eXpressa a
consci8ncia coleti!a 9de classe: e c"ama atenção para o ^ato de ue o ^undamento cientí^ico do conceito
de ;!isão de mundo; apreendido atra!,s do indi!íduo/ , a integração desse pensamento indi!idual no
conEunto da !ida social/ notadamente pela anIlise da ^unção "istKrica das classes sociais 9[Z/ \\<YV:-
$m resumo/ a $scola MarXista coloca como denominador comum da ideologia/ das id,ias/ dos
pensamentos/ da consci8ncia/ portanto das epesentaç1es sociais,a 3ase material- Mas introduz na sua
anIlise outro elemento importante ue , a condição da classe? enuanto a classe dominante tem suas
id,ias ela3oradas em sistemas _ ideologia/ moral/ ^iloso^ia/ meta^ísica e religião _ as classes dominadas
tam3,m possuem id,ias e representaçfes ue re^letem seus interesses/ mas numa condição de
su3ordinação- São id,ias marcadas pelas contradiçfes entre seu lugar na produção e sua condição social-
Hsto ,/ enuanto l"e ca3e o tra3al"o/ não l"e so3ra muito a ^ruição dele
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* Z
enuanto l"e , atri3uída a tare^a da produção/ l"e , proporcionado um consumo escasso e precIrio-
2ara MarX as representaçfes estão !inculadas h prItica social- Junto com Durk"eim/ ele mostra a
anterioridade da !ida social em relação hs representaçfes- Mas enuanto para Durk"eim a sociedade , a
;síntese das consci8ncias;/ para MarX/ a consci8ncia emana das relaçfes sociais contraditKrias entre as
classes e pode ser captada empiricamente como produto da 3ase material/ nos ;indi!íduos determinados/
so3 condiçfes determinadas;- * prKprio Durk"eim ^az uestão de marcar essa di^erença uando diz a
respeito da religião?
; preciso guardar<se de !er na teoia das +epesentaç1es um simples reEu!enescimento do materialismo
"istKrico- 4ão pretendemos dizer/ mostrando na religião uma coisa essencialmente social/ ue ela se
limita a traduzir/ em uma outra linguagem/ as ^ormas materiais da sociedade e suas necessidades
imediatas e !itais- A consci8ncia coleti!a , outra coisa ue um simples epi^enj<meno da sua 3ase
mor^olKgica-
produzir todo$la
um,mundo
uma síntese sui geneisdedas
de sentimentos/ consci8ncias
id,ias/ particulares-
de imagens/ ue uma $sta síntese tem
!ez nascidos por e^eito
o3edecem hs leis
ue l"es são prKprias- Atraem<se e se repelem/ segmentam<se sem ue todas estas com3inaçfes seEam
diretamente comandadas pelo estado da realidade su3Eacente; 9[YU/QQZ:-
$m relação a We3er/ MarX se aproXima uando diz ue?
;A no!a classe dominante , o3rigada para alcançar os ^ins a ue se propfe/ a apresentar seus interesses
como sendo interesses comuns de todos os mem3ros da sociedade-  o3rigada a emprestar hs suas id,ias a
^orma de uni!ersalidade e apresentI<las como sendo as únicas racionais/ as únicas uni!ersalmente
!Ilidas; 9[Y/ Z:-
We3er/ como EI se !iu/ ^ala da necessidade de concepçfes de mundo a3rangentes para ue determinada
sociedade se manten"a-
ZQ 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
$m3ora seus pensamentos coincidam em termos gerais/ eles se separam pelo recorte de classe proposto
por MarX na anIlise do social/ em contraposição ao termo inespecí^ico de ;sociedade; usado por We3er-
Com relação ao status das +epesentaç1es Sociais no conEunto das relaçfes/ Durk"eim esta3elece ue a
!ida social causa as id,ias para We3er eXiste uma relação de adeuação entre id,ias e 3ase material e
MarX coloca a 3ase material em relação de determinação-
2ensando em termos de construção do con"ecimento/ todos os tr8s clIssicos concordam com a
importncia de se compreender as representaçfes sociais-
2ara MarX/ se estas representaçfes estão coladas ao real/ o estudo e a anIlise das representaçfes são um
dado so3re o real/ isto ,/ tam3,m in^ormam so3re a 3ase material na ual se mo!e determinado grupo
social- Durk"eim/ rea^irmando a importncia das representaçfes/ diz ue o pensamento coleti!o de!e ser
estudado tanto na sua ^orma como no seu conteúdo/ por si e em si mesmo/ na sua especi^icidade/ pois
uma representação
estran"as ue possamsocial/ por ser
parecer/ elascoleti!a/
cont8m EI apresenta
!erdades uegarantias
, precisodedesco3rir-
o3Eeti!idade-
2ara 2ortanto/
We3er as por mais
representaçfes e id,ias t8m uma dinmica prKpria e podem ter tanta importncia uanto a 3ase material-
2ara o conEunto dos autores , no plano indi!idual ue as representaçfes sociais se eXpressam- MarX ^ala
na Ideologia lemã de suEeitos "istKricos ou de ;indi!íduos determinados; como portadores de uma
^orma determinada de relaçfes sociais/ políticas e econjmicas- Durk"eim c"ama atenção para o ^ato de
ue as id,ias coleti!as tendem a se indi!idualizar nos suEeitos/ tornando<se para eles uma ^onte autjnoma
de ação- $ We3er nos diz ue o indi!íduo/ enuanto portador de cultura e de !alores socialmente dados/ ,
a ;constelação singular; ue in^orma so3re a ação social de seu grupo/ tendo<se em conta ue o limite de
suas in^ormaçfes , seu prKprio !alor-
Ao terminar essa re^leXão , preciso notar ue em muitos pontos esses autores coincidem/ mas as suas
di!erg8ncias são ^undamentais/ uanto hs suas ;!isão de mundo;- $nuanto para Durk"eim as
representaçfes sociais eXercem coerção so3re os indi!íduos e a sociedade/ para We3er os indi!íduos , ue
são portadores de !alores
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* ZU
e de cultura ue in^ormam a ação social dos grupos- MarX admite com Durk"eim ue os !alores e crenças
eXerçam um papel coerciti!o so3re ;as massas;/ mas insiste no carIter de classe das representaçfes e no
papel da luta de classe ue se dI no modo de produção e determina o campo ideolKgico- Se para
Durk"eim a coerção das representaçfes , de tal monta ue a sociedade , a ;síntese das consci8ncias;/
MarX admite o papel li3erador da consci8ncia de classe/ como motor da mudança no interior das
contradiçfes ue atra!essam a sociedade capitalista-
Conclus1es
A partir dos !Irios autores colocados acima/ podemos dizer ue as +epesentaç1es Sociais enuanto
senso comum/ id,ias/ imagens/ concepçfes e !isão de mundo ue os atores sociais possuem so3re a
realidade/ são um material importante para a pesuisa no interior das Ci8ncias Sociais-
As +epesentaç1es Sociais se mani^estam em condutas e c"egam a ser institucionalizadas/ portanto/
podem e pri!ilegiada
medição de!em ser analisadas
por,m , aa linguagem
partir da compreensão das estruturas
do senso comum, e dos ^orma
tomada como comportamentos sociais-e Sua
de con"ecimento de
interação social- Mesmo sa3endo ue ela traduz um pensamento ^ragmentIrio e se limita a certos aspectos
da eXperi8ncia eXistencial ^reentemente contraditKria/ possui graus di!ersos de claridade e de nitidez
em relação h realidade-  ^ruto da !i!8ncia das contradiçfes ue permeiam o dia<a<dia das classes sociais
e sua eXpressão marca o entendimento delas com seus pares/ seus contrIrios e com as instituiçfes- Com o
senso comum os atores sociais se mo!em/ constrKem sua !ida e eXplicam<na mediante seu estoue de
con"ecimentos- Mas/ al,m disso/ as +epesentaç1es Sociais possuem núcleos positi!os de trans^ormação
e de resist8ncia na ^orma de conce3er a realidade- 2ortanto/ de!em ser analisadas criticamente/ uma !ez
ue correspondem hs situaçfes reais de !ida- 4este sentido/ a !isão de mundo dos di^erentes grupos
eXpressa as contradiçfes e con^litos presentes nas condiçfes em ue ^oram engendradas- Assim/ tanto o
;senso comum; como o ;3om senso;/ para usar as eXpressfes gramscianas/ são sistemas de repre<
Z 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* xx
sentaçfes sociais empíricos e o3ser!I!eis/ capazes de re!elar a natureza contraditKria da organização em
ue os atores sociais estão inseridos-
Algumas +epesentaç1es Sociais são mais a3rangentes em termos da sociedade como um todo e re!elam
a !isão de mundo de determinada ,poca/ são as concepçfes das classes dominantes dentro da "istKria de
uma sociedade- Mas essas mesmas id,ias a3rangentes possuem elementos de passado na sua con^ormação
e proEetam o ^uturo em termos de reprodução da dominação- S{
As +epesentaç1es Sociais não são necessariamente conscientes- 2erpassam o conEunto da sociedade ou
de determinado grupo social/ como algo anterior e "a3itual/ ue se reproduz e se modi^ica a partir das
estruturas e das relaçfes coleti!as e dos grupos- 2or isso/ em3ora essas categorias apareçam ela3oradas
teoricamente por algum ^ilKso^o/ elas são uma mistura das id,ias das elites/ das grandes massas e tam3,m
das ^iloso^ias correntes/ e eXpressão das contradiçfes !i!idas no plano das relaçfes sociais de produção-
2or isso mesmo/
contradiçfes nelas estão
e con^litos comopresentes elementos tanto da dominação como da resist8ncia/ tanto das
do con^ormismo-
Ainda ue algumas ^ormas de pensar a sociedade seEam a3rangentes como um cimento ue mant,m as
suas estruturas de dominação/ cada grupo social ^az da !isão a3rangente uma representação particular/ de
acordo com a sua posição no conEunto da sociedade- $ssa representação , portadora tam3,m dos
interesses especí^icos desses grupos ou classes sociais e de seu prKprio dinamismo-
2or serem ao mesmo tempo ilusKrias/ contraditKrias e ;!erdadeiras;/ as representaçfes podem ser
consideradas mat,ria<prima para a anIlise do sKcia e tam3,m para a ação pedagKgico<política de
trans^ormação/ pois retratam a realidade- 2or,m/ , importante o3ser!ar ue as +epesentaç1es Sociais não
con^ormam a realidade e seria outra ilusão tomI<las como !erdades cientí^icas/ reduzindo a realidade h
concepção ue os atores sociais ^azem dela-
2ara terminar/ !ale re^orçar ue a mediação pri!ilegiada para a compreensão das representaçfes sociais ,
a linguagem- Segundo %ak"tin/ ;a pala!ra , o ^enjmeno ideolKgico por eXcel8ncia- A pala!ra , o modo
mais puro e sensí!el de relação social; 9[Y\/ U\:- 2articularmente uando se trata da comunicação da
!ida cotidiana a
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* ZV
pala!ra , ^undamental- $las 9as pala!ras: são tecidas a partir de uma multidão de ^ios ideolKgicos e
ser!em de trama para as relaçfes sociais em todos os domínios- %ak"tin c"ama a nossa atenção para o
^ato de ue cada ,poca e cada grupo social t8m seu repertKrio de ^ormas de discurso/ determinadas pelas
relaçfes de produção e pela estrutura sKcio<política- 2ortanto a pala!ra , a arena onde se con^rontam
interesses contraditKrios/ !eiculando e so^rendo os e^eitos das lutas das classes/ ser!indo ao mesmo tempo
como instrumento e como material 9%ak"tin/ [Y\/ UZ:- 2ela sua !inculação dial,tica com a realidade/ a
compreensão da ^ala eXige ao mesmo tempo a compreensão das relaçfes sociais ue ela eXpressa-
5$25$S$4&AL$S S*CHAHS D$ SA#D$FD*$4LA
a# Saúde=Doença como E8pessão Social e Indi*idual
 indiscutí!el a eXist8ncia da Medicina Social como um tema tão antigo uanto a re^leXão so3re o "omem
e a sociedade 95osen/ [YU:- Desde o início deste s,culo/ por,m/ sociKlogos e antropKlogos aportaram
uma contri3uição
saúde muito
e a morte não importante
se reduziam ao demonstrar/
a uma atra!,s de ;natural;/
e!id8ncia ;orgnica;/ estudos empíricos/ o ^ato
;o3Eeti!a;/ mas de ue a doença/ a
esta!am
intimamente relacionadas com as características de cada sociedade- Hsto ,/ re!elaram ue a doença , uma
realidade construída e ue o doente , um personagem social-
Ao introduzir a o3ra de Mareei Mauss/ por eXemplo/ ),!i<Strauss ^ez algumas consideraçfes ue se
tornaram clIssicas?
;* es^orço irrealizI!el/ a dor intolerI!el/ o prazer ou o a3orrecimento são menos ^unção das
particularidades indi!iduais ue de crit,rios sancionados pela apro!ação ou desapro!ação coleti!as;
9[VR/ HHH:-
$ acrescentou?
;$m ^ace das concepçfes racistas ue uerem !er no "omem o produto de seu corpo/ mostra<se/ ao
contrIrio/ ue , o "omem/
Z\ 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
sempre e em toda parte ue ^az de seu corpo/ um produto de suas t,cnicas e de suas representaçfes;
9[VR/ H.:- i
A partir da re^leXão so3re o tra3al"o de Mauss/ ),!i<Strauss mostra ue uma representação tal como a de
saúdeF doença/ mani^esta de ^orma especí^ica as concepçfes de uma sociedade como um todo- Cada
sociedade tem um discurso so3re saúdeF doença e so3re o corpo/ ue corresponde h coer8ncia ou hs
contradiçfes de sua !isão de mundo e de sua organização social- Assim ue/ o tema re^erido/ al,m de ter
seu prKprio esuema de eXplicação interno e particular/ , como uma Eanela a3erta para a compreensão das
relaçfes entre indi!íduosF sociedade e !ice<!ersa/ das instituiçfes e de seus mecanismos de direção e
controle?
;$m todas as condutas em apar8ncia a3errantes/ os doentes não ^azem senão transcre!er um estado do
grupo e tornar mani^estas tais circunstncias- Sua posição peri^,rica em relação a um sistema local não
impede ue
condutas eles seEam
normais parte integrante
e condutas de um
especiais são sistema total- 2ode<se
complementares; dizer ue/ para cada sociedade/
9[VR/ HH:-
Mareei Mauss/ num 3elo teXto intitulado ;)>Hd,e de Mort; analisa a maneira como po!os no!a<zelandeses
e australianos encaram as doenças e a morte- A id,ia de morte/ demonstra Mauss a partir de !Irios
tra3al"os de campo/ , construída e cria uma ligação direta entre o ^ísico/ o psicolKgico e o moral/ isto ,/
diz ele/ ;o social;- 4um grande número de sociedades/ o medo da morte/ de srcem puramente social/
sem nen"uma mistura de ^atores indi!iduais/ , capaz de criar tais mani^estaçfes mentais e ^ísicas na
consci8ncia e nos corpos dos indi!íduos/ de tal ^orma ue eles se relacionam com sua morte/ com
detal"es/ sem lesfes aparentes ou con"ecidas?
;São casos acontecidos de mortes causadas 3rutalmente/ em numerosos indi!íduos/ mas simplesmente
pelo ^ato de ue eles soubeam ou aceditaam ue iam morrer; 9[VR/ UU:-
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* ZZ
Comenta o autor/ a partir dos ^atos o3ser!ados nesses po!os/ ue os indi!íduos eram possuídos
repentinamente por doenças causadas |segundo eles: por ^eitiço/ encantamento ou por pecado de
comissão ou omissão- A id,ia da doença para esses grupos seria a causa mediadora do raciocínio
consciente ou inconsciente de in^ração a alguma norma ou a algum ta3u- São situaçfes em ue o suEeito
ue adoece ou morre não se c ou não se sabe doente a não ser por causas coleti!as ue em geral se
representam pela ruptura com as coisas sagradas ue o sustentam-
A seguinte a^irmação de Mary Douglas apenas con^irma a posição de ),!i<Strauss e Mareei Mauss?
;* corpo social limita a ^orma pela ual o corpo ^ísico , perce3ido- A eXperi8ncia ^ísica do corpo/ sempre
modi^icada pelas categorias sociais atra!,s das uais , con"ecida/ sustenta uma !isão particular da
sociedade; 9[Z/ YU:-
2ortanto/ a partir das ci8ncias sociais podemos dizer ue "I uma ordem de signi^icaçfes culturais mais
a3rangentes
não ue in^orma
,/ em primeiro lugar/olinguagem
ol"ar lançado so3re oao
em relação corpo uemas
corpo/ adoece e ue morre-
h sociedade A linguagem
e hs relaçfes da SeEa
sociais- doença
ual
^or a dinmica e^eti!a do ;^icar doente;/ no plano das representaçfes/ o indi!íduo Eulga seu estado/ não
apenas por mani^estaçfes intrínsecas/ mas a partir de seus e^eitos? ele 3usca no m,dico 9ou no
correspondente a ele em cada sociedade: a legitimidade da de^inição de sua situação- Disso retira atitudes
e comportamentos em relação a seu estado e assim se torna doente paa o outo% para a sociedade-
Do ponto de !ista causai/ a ordem de signi^icaçfes culturais in^orma e se re^ere? (a# h !isão do mundo
(b# a atitudes coleti!as ^ace h in^elicidade dominadora (c# ao ;pecado; ue se personaliza na doença/ isto
,/ ao rompimento do "omem com limites dados pelas regras e normas da sociedade/ ^reentemente
traduzidas em cKdigos morais ou religiosos (d# ao corpo doente como espaço do ;"orrí!el; ue se
mostra/ sim3olizando o ;in^eliz; e ;alienante; nauela sociedade/ auilo ue para ela não estI resol!ido/
não , compreensí!el e re!ela sua precariedade-
ZY 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
$sse neXo causai de srcem pode ser resumido em ^atores endKge<nos e eXKgenos presentes tanto nas
concepçfes dos po!os primiti!os como nas dos mais modernos- Do ponto de !ista m,dico<clínico/ os
^atores endKgenos são pensados atra!,s dos processos 3iolKgicos- Do ponto de !ista do senso comum/ o
indi!íduo , causador de doença atra!,s de uestfes "ereditIrias/ castigo di!ino ou pecado indi!idual- As
causas eXKgenas são pensadas so3retudo a partir da sociedade/ isto ,/ do deseuilí3rio entre as relaçfes
sociais de determinado grupo e dele com o seu meio/ como 3em eXpressam 2eter Manning e 6orIcio
0I3rega Jr-?
;$studos ue compro!am os signi^icados 3Isicos acerca do corpo podem esclarecer não somente o ue ,
uni!ersal e o ue , culturalmente !ariI!el so3re a doença/ mas tam3,m o papel central ue essas noçfes
interrelacionadas eXercem na percepção do "omem na sua relação com o ecossistema; 9[ZU/ ZQ:-
A doença como pro!eniente do indi!íduo/ primeiramente , conce3ida como um processo ue/ de
imediato/eXplicação
ualuer não re!ela ue
seu !ínculo
possa sercom o social-
dada/ Hsto ,/ em
, o indi!íduo ueprimeira
adoece einstncia/
en^renta independentemente
a morte- 4o entanto/dea
atri3uição de sentidos das causas endKgenas , tam3,m socialmente construída- Puase sempre são
interpretaçfes ue re!elam desígnio di!ino/ ^atalidade ou desordem ue remetem h deso3edi8ncia ou h
ue3ra de normas e ta3us coleti!os/ ultrapassando assim as razfes do corpo indi!idual e do estado
orgnico-
As concepçfes da srcem da doença por causas eXKgenas estão ligadas h sociedade/ compreendida como
agressi!a/ opressi!a e ao modo de !i!er pouco saudI!el- 4as tri3os primiti!as doenças/ como distúr3ios
mentais/ são por !ezes atri3uídas a 38nçãos/ presença ou castigo da di!indade/ h o3ra de ^eiticeiros e
mIgicos ou demjnios- 4o mundo moderno as causas são atri3uídas particularmente ao modo de *ida,
de^inido por Claudine 6erzlic" 9[Y: como sendo o uadro espacial e temporal no ual o indi!íduo !i!e/
e suas características 9densidade de população/ atmos^era:/ o ritmo de !ida 9"orIrios e estímulos:/ assim
como seus re^leXos em certos comportamentos
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* Z[
cotidianos? alimentação/ ati!idades/ descanso/ sono- &rata<se de uma representação ue re!ela a relação
de eXterioridade na ^orma como o indi!íduo se pensa em relação h sociedade/ mas ue tem/ ao mesmo
tempo/ signi^icação comum ao grupo- * meio am3iente e a prKpria organização social são representados
como "ostis/ e portadores de doenças e deseuilí3rio- $m tais circunstncias/ a saúde é *ista como um
atibuto do indi*duo ue a^ronta o mundo malsão e passa a ser !ítima dele-
b# Saúde=Doença como e8pessão de contadiç1es sociais
Se SaúdeFDoença , uma noção ue re!ela a realidade social na ual , construída/ para compreendermos
essa representação dentro de nosso conteXto/ , preciso eXaminI<la a partir dos su3stratos econjmico/
político e cultural no ual !i!emos-
4uma sociedade capitalista onde as relaçfes sociais se ^azem a partir de di^erenciação de classes/ da
desigualdade na distri3uição e atri3uição de riuezas/ a concepção de saúdeFdoença estI marcada por
essas contradiçfes-
concepçfes Contradiçfes
mais a3rangentes marcam ascomo
da sociedade representaçfes
um todo e da
sãoclasse dominante
!eiculadas ue especializada
de ^orma in^ormam as atra!,s
da corporação m,dica- 5e^letem<se tam3,m nas representaçfes das classes tra3al"adoras ue se
su3ordinam h !isão dominante/ e a reinterpretam de ^orma peculiar/ de acordo com suas condiçfes de
eXist8ncia e seus interesses especí^icos- São essas eXpressfes de dominação/ de resist8ncia e su3ordinação
ue procuramos entender aui-
$m a Médecine du Capital 2ollack a^irma?
;2ode<se dizer/ sem paradoXo/ ue o capital ^iXa pre!iamente a duração m,dia da eXist8ncia/ para os
di^erentes estratos sociais e distri3ui taticamente sua sentença de morte; 92ollack? [ZQ:-
As representaçfes mais gerais de SA#D$FD*$4LA em nossa sociedade/ no entanto/ não são eXpressfes de
um des!endamento claro das desigualdades e nem eXplicitam os e^eitos do modo de produção so3re a
!ida e a morte dos indi!íduos- 2elo contrIrio/ as
YR 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
^ormulaçfes ideolKgicas em3utidas nas representaçfes tentam escamotear as contradiçfes da !ida real/
em3ora não consigam apresentar uma imagem totalmente coerente da realidade-
Conti/ no seu teXto ;$strutura Social y Medicina; comenta ue?
;A anIlise "istKrica nos mostra como as necessidades das classes dominantes ue se eXpressam como se
^ossem as necessidades da sociedade em seu conEunto/ condicionam o conceito de saúdeF doença- 4a
sociedade capitalista/ o conceito de doença estI centrado na 3iologia indi!idual/ ^ato ue tenta escamotear
o carIter social do ^enjmeno; 9[ZQ/ QYY:-
As representaçfes dominantes em toda a sociedade são mediadas de ^orma muito peculiar pela
corporação m,dica- Hntelectual orgnico da classe dominante na construção da "egemonia ue se eXpressa
em torno do setor saúde/ o m,dico , ao mesmo tempo o principal agente da prItica e agente do
&
con"ecimento-
Atra!,s de relaçfes
corporati!o/ e de instituiçfes
o pro^issional legitimadoras
m,dico reproduz de contraditKria
de ^orma seus atos e discursos/ dentro so3re
as concepçfes de umoesuema
corpo/ so3re
saúdeFdoença/ so3re a !ida e a morte-
A pro^issão/ con^orme %oltanski/ situa o m,dico na con^lu8ncia de tr8s lKgicas a3solutamente
contraditKrias? (a# lKgica do "umanitaris<mo/ ue se traduz na ideologia de ^azer tudo pelo doente/ na
medida em ue se Eulga o depositIrio da !ida e da morte (b# lKgica da racionalidade e do interesse
cientí^ico/ o ue torna cada cliente ;um caso; ou possí!el la3oratKrio de progressão da ci8ncia (c# lKgica
da renta3ilidade econjmica/ ;do gan"ar din"eiro; ue , o grande estímulo de seu status pro^issional na
sociedade capitalista- * conEunto de con^litos gerados por essas lKgicas distintas le!a a ue os m,dicos
não possam/ como os outros comerciantes de 3ens e ser!iços/ eXplicitar como ^im único de seu
empreendimento/ a maXimização de lucros- Mas , essa lKgica ue predomina no setor considerado como
um todo e ue/ na !erdade/ in^orma a sua relação com o $stado e a população 9[Z[/ :-
<  -
5e^erindo<se h "istKria da medicina moderna/ %oltanski escre!e ue , ela a?
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* Y
;6istKria de uma luta contra os preconceitos m,dicos do pú3lico e mais especialmente/ das >classes
3aiXas>/ contra as prIticas m,dicas populares/ com o ^im de re^orçar a autoridade do m,dico/ de l"e
con^erir o monopKlio dos atos m,dicos e colocar so3 sua Eurisdição no!os campos a3andonados at, então
ao ar3ítrio indi!idual/ tais como a criação dos r,cem<nascidos ou a alimentação; 9[Z[/:-
$sta "istKria de luta , uma "istKria de dominação perenemente contestada na precariedade no cotidiano-
A 3arreira mais !isí!el entre o m,dico e a população/ no eXercício de sua pro^issão/ se dI atra!,s de um
cKdigo de linguagem ^ec"ado e especí^ico- $sse cKdigo/ como a^irma %ak"tin ;retrata e re^rata a
realidade;- 2rimeiramente ele se atem ao contorno 3iolKgico e indi!idual do doente- Desta ^orma/ eXplica
o ^enjmeno saúdeFdoença como o 3om ^uncionamento dos Krgãos e como responsa3ilidade indi!idual-
Separa o suEeito de seu meio/ de sua eXperi8ncia eXistencial/ de sua classe e dos condicionamentos de sua
situação- $m segundo lugar/ trans^orma o conceito de doença numa especialidade a respeito de
determinado
doença- Krgão/ considerado
$m terceiro o corpo
plano/ a prIXis do c"ega
m,dica doenteaprincipalmente como o3Eeto
prescindir da realidade maisde sa3er eeespaço
imediata daue ,
sensí!el
o corpo e seus sintomas/ !oltando<se para as mensagens in^racorporais ^ornecidas pelos euipamentos
la3oratoriais-
$ssa ^orma de dominação centrada so3re a concepção m,dica da saúdeFdoença corresponde h lKgica mais
glo3al do sistema- Con^orme analisa Arouca?
;4a medida em ue se ^iXa na e^ici8ncia do corpo/ a medicina moderna/ contri3uindo para a
produti!idade/ torna o cuidado m,dico indiretamente produti!o/ mas de ^orma desigualmente distri3uído?
ele possui signi^icados di^erentes diante das di^erentes classes sociais; 9Arouca? [ZV/ QU:-
2ara as classes dominantes/ cuEa leitura so3re o corpo passa pelas eXpressfes de saúde/ !igor/ 3eleza/
"armonia e prazer/ o conceito
YQ 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
restrito ao 3iom,dico complementa<se atra!,s de outros cuidados ue se ampliam no lazer/ na est,tica e
termina no di!a psicanalista- Sua di^iculdade em relação aos cKdigos da medicina se eXpressa na
dissimetria da linguagem de compet8ncia t,cnica/ e se anula em termos de distncia social?
;Dos doentes supostamente pertencentes h mesma classe social/ ou pelo menos/ ao mesmo uni!erso
cultural do m,dico/ este espera uma cooperação para c"egar ao diagnKstico/ atra!,s dos sinais e dos
sintomas ue perce3em; 9)oyola? [Y/ QU:-
A !isão mais ampliada de saúde dos grupos dominantes , mediada pela noção de ;modo de !ida
moderno; ue por sua !ez ^etic"iza e coisi^ica a opressão da sociedade so3re os indi!íduos/ como se não
^ossem eles/ atra!,s das ^ormas de organização social e das instituiçfes/ atores e autores/ desse ;modo de
!ida;- $ssa noção construída a partir do senso comum costuma ser resumida em? am3iente poluído/ !ida
agitada/ mis,ria/ !iol8ncia/ marginalidade/ ritmo de !ida cansati!o e !ida social con^liti!a- $ uma
representação
capitalista/ ueue escamoteia
se traduzem emo o3Eeti!ação
conceito de da
relaçfes sociais
!ida no lucro/características do modo
contradição entre os uedeproduzem
produçãoas
riuezas e os ue delas se apropriam/ entre a "armonia como a natureza e seu uso predatKrio com
^inalidade econjmica imediatista- * prKprio 3em<estar redunda e^eti!amente na noção de 3em<estar
relati!o e con^liti!o porue se c"oca com as conse8ncias de uma lKgica ue não se centra nem na
"armonia e nem no euilí3rio da sociedade/ mas nas suas contradiçfes permanentes-
* sistema m,dico o^icial/ uando ^ocaliza seu uadro de re^er8ncia no 3iolKgico indi!idual ou nos
constrangimentos do modo de !ida/ re^orça a representação do ^enjmeno saúdeFdoença de ^orma
positi!ista- 4a !erdade a !isão do social uando se incorpora ao conceito dominante , tratada como um
elemento a mais para o diagnKstico/ numa relação linear e ilustrati!a- A realidade concreta continua
o3scurecida pelas id,ias de ;progresso;/ de ;a!anço;/ de ;domínio so3re a !ida e a morte; de ^orma
e!olucionlsta e desen!ol!imentista/ ue !8 a "istKria da doença como proEeção do grau de domínio do
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* YU
"omem so3re a natureza- $ssa representação prKpria do esuema dominante ue Eusti^ica os
in!estimentos no in!estimento t,cnico/ , importante/ mas parcial- $la desconsidera os condicionantes
"istKri<co<sociais ue marcam de^initi!amente os modos especí^icos de adoecer e morrer numa sociedade
de classe/ e descon"ece todos os aspectos sociais en!oltos tanto na de^inição como na prItica relati!a aos
cuidados com a saúde-
4ada tão poderoso como as ;doenças<metI^oras; para marcar a concepção dominante da sociedade na sua
^orma ;o^icial; de encarar o ^enjmeno da saúdeF doença- 2or ; doenças<metI^oras; entendemos aui/
repetindo a eXpressão de Susan Sontag 9[Y:/ en^ermidades ue enseEam catIstro^es e tomam um carIter
"istKrico/ dentro de determinadas ,pocas/ por mo3ilizarem o conEunto da sociedade- Sontag cita a peste
nos s,culos .H e .HH/ a tu3erculose e a sí^ilis no s,culo H/ o cncer no s,culo  e a aids
atualmente-
Do ponto dea ideologia
rea^irmam !ista da tecnologia m,dica/ essas
desen<!ol!imentista doenças
segundo ^uncionam
a ual o podercomo desa^ioin!este
da medicina h ci8ncia/
paraao!encer-
progresso
A e
partir dos interesses corporati!os/ elas são o espaço pri!ilegiado de acirramento na guerra competiti!a dos
grupos pro^issionais/ la3oratKrios/ indústrias de euipamentos- $las medeiam a luta entre sa3er e poder
econjmico organicamente relacionados com o sistema como um todo- Do ponto de !ista ideolKgico/ o
sentido da corporação m,dica e sua imagem sal!adora e ^ilantrKpica estão sempre em Eogo/ numa relação
contraditKria entre os a!anços conseguidos e o ue consideram ^racasso/ isto ,/ a impot8ncia ^rente h
morte-
Do ponto de !ista sociolKgico poderiam ser consideradas 9a despeito da especi^icidade dos mitos/ dos
sintomas e de cada uma: doenças<sínteses porue criam o consenso do mal pro!eniente das ;anomalias
sociais;/ reúnem em si as eXplicaçfes dos deseuilí3rios indi!iduais 9autoEulgamento e autopunição: e
sociais 9modo de !ida opressi!o e repressi!o: apelam para o transcendente/ ligando o material e o
espiritual-
$ssas doenças desa^iam o carIter de classe do modo especí^ico de adoecer e morrer- São interpretadas
como capazes de atingir a todos os grupos sociais indiscriminadamente e/ portanto/ ^azem parte de
Y 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
um imaginIrio social mais amplo ue eXplica a desordem/ os des!ios morais e at, a pretensa ;de!assidão;
do ser "umano- São ^enjmenos pri!ilegiados de uestionamento da precariedade da organização social-
5eúnem a ameaça de morte da "umanidade/ anunciam sua decad8ncia/ perpetuam a perman8ncia
sim3Klica ou real da in^elicidade e c"amam atenção para os ;comportamentos recriminI!eis;/ !etores do
mal de "oEe e sempre- $m algumas delas/ a síndrome de medo da doença re^orça as crenças conser!adoras
da sociedade/ como , o caso da sí^ilis e da aids- "p~in-
Claudine 6erzlic"/ retomando a eXpressão de Susan Sontag/ ^ala a respeito das re^eridas doenças como
metI^oras ue nos ^azem reencontrar a !isão arcaica e moderna do mal/ ue nos re!elam nossa relação
com o mundo de "oEe e ao mesmo tempo e!idenciam nossa ^ragilidade permanente de indi!íduos 9[Y?
ZZ<[Q:? /
;Somos sempre dominados e mudos ^rente aos cataclismos de nosso corpo; 9[Y/R:-
;Mas;/
!olta acrescenta
dela 6erzlic"/nossas
estão articuladas ;a medicina tam3,m/mais
interrogaçfes e não apenas aconcernentes
essenciais saúde<doença/ao,^uturo
"oEe uma metI^ora? em
da "umanidade;
9[Y/RV:-
$ssa última a^irmação da autora re^orça a !isão dominadora da edi#ia como resposta a interrogaçfes
essenciais- )egitimadora do ode de $ grupo dominante/ atri3ui<l"e !ocação sal!adora- $ssa
concepção tem raízes nas teorias desen!ol!imentistas- $la contrasta com a !isão da medicina ;popular;
9atra!,s da ual se eXpressa 3oa parte dos segmentos da classe tra3al"adora nos comportamentos a
esei&o das doenças: ue passa por articulaçfes di^erentes/ ue atri3uem a razão e o ^uturo da
"umanidade/ em última instncia/ h sua reconciliação com Deus- Am3as as concepçfes podem ser
uestionadas na sua atri3uição de causas e em seus e^eitos morais? de um lado se rea^irma o poder de um
grupo so3re o mal de outro/ trans^ere<se para o transcendente a causa e o cuidado da in^elicidade- As
doenças metI^oras/ nos seus mist,rios indicam camin"o de !olta ou de trans^ormação- $m suas
eXpressfes religiosa ou pro^ana/ Sontag as considera com poder conser!ador?
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* YV
;As modernas metI^oras da doença especi^icam um 3em<estar da sociedade assemel"ado h saúde ^ísica
ue , tão ^reentemente apolítico uanto o , um apelo h no!a ordem política; 9Sontag? [Y/ [\:-
2ela sua capacidade desencadeadora de tecnologias/ de con^litos de poder e sa3er e ao mesmo tempo
mo3ilizadora de sentimentos/ emoçfes e medos/ elas se so3repfem/ no imaginIrio social/ ao uadro
social mais amplo de mor3imortalidade de determinada sociedade e ,poca- $sse uadro/ marcado como
um ^enjmeno coleti!o/ pelos impactos dos processos de tra3al"o especí^icos do modo de produção e de
!ida/ re^letem a di!isão de classe peculiar/ no interior da ^ormação social-
Da mesma ^orma ue em relação h construção social das c"amadas ;doenças metI^oras; a realidade
costuma ser misti^içada/ a compreensão crítica do processo saúdeF doença não , ^Icil para as classes
tra3al"adoras- $las prKprias estão im3uídas de concepçfes dominantes/ em3ora criando cKdigos prKprios
de reinterpretação ue compfem seu esuema de resist8ncia cultural- $sse Eogo de su3ordinação e
a^irmação permanentes e ue dão coer8ncia h !isão de saúdeFdoença dos dominados , o ue !eremos a
seguir-
$m relação h ciasse tra3al"adora/ o conceito ue estI su3Eacente na de^inição social de saúdeF doença/
!eiculado pela !isão de mundo dominante , a incapacidade paa tabal$a. $ssa noção tem estreita
relação com a economia e e!entualmente com a criação de mais<!alia e possi3ilidade de acumulação
capitalista- 2ara a classe tra3al"adora/ a representação de ;estar doente; como sinjnimo de inati!idade
tem a marca da eXperi8ncia eXistencial- &rata<se de uma eui!al8ncia ;social; e não ;natural;- As
eXpressfes correntes ;a saúde , tudo/ , a maior riueza;/ ;saúde , igual h ^ortuna/ , o maior tesouro; em
oposição a ;doença como castigo/ in^elicidade/ mis,ria; etc- são representaçfes eloentes de uma
realidade onde o corpo se tornou/ para a maioria/ o único gerador de 3ens- A mis,ria/ a ^ome e o
desespero ue ad!8m do ^ato de estar doente/ l"es dizem/ na prItica/ ue seu corpo , sua ^onte de
su3sist8ncia e sua única ^onte de reprodução- * assalariamento enuanto cerne do modo de produção
capitalista ^az do corpo ;^orça de tra3al"o;/ criador de eXcedentes
Y\ 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
para as classes ue det8m os meios de produção e única condição para a !ida dos tra3al"adores e suas
^amílias- ;SaúdeFriueza;/ ;corpoFinstrumento de tra3al"o; representam uma realidade !i!ida/ ^ruto das
contradiçfes ue estão na 3ase material da sociedade-
&am3,m a medicina/ como mediadora ue indi!idualiza o mal e a cura/ estI presente nas representaçfes
dos tra3al"adores- 2ara eles/ a doença como responsa3ilidade pessoal e portanto como custo ^inanceiro/ e
a medicalização de um conEunto de atos de sua !ida/ são ^ato real e imposto pelas relaçfes de produção- *
;estar doente; al,m de signi^icar a espoliação de sua única ^onte de su3sist8ncia/ o corpo/ indica tam3,m
um ;status; ^undado em categorias anatjmico<^i<siolKgicas/ estruturadas e legitimadas socialmente
atra!,s do ol"ar e do !eredito m,dico- ;$star doente; corresponde então a su3meter<se a regras/ o3edecer
a prescriçfes e a respeitar consignas- Desta ^orma/ a apreensão essencial do corpo doente/ tendo em !ista
a eXpectati!a ue dele se ^az como ;motor; e ;^uncional; _ numa sociedade onde nos de^inimos e somos
!alorizados
tornem como produtores
os tra3al"adores _ le!a a*ue/
apreensi!os- a incapacidade
sentimento de fa@e,mais
de desintegração socialdoe de
uesu3ordinação
alteaç1es noh medicina
paece,
marcam o corpo do doente da classe tra3al"adora-
Seria/ no entanto incorreto descon"ecer o espaço ue constitui o ^enjmeno saúdeFdoença/ para eXpressar/
nas representaçfes das classes tra3al"adoras/ sua !isão particular/ sua resist8ncia h dominação e seu
proEeto de mudança ue se ^orEa/ de ^orma contraditKria/ ao conEunto das id,ias dominantes-
A particularidade cultural pode ser o3ser!ada a partir da linguagem, mediadora por eXcel8ncia das
concepçfes de mundo- São os m,dicos/ como EI dissemos/ ue det8m a linguagem do corpo coordenado-
2ara as classes tra3al"adoras/ os sintomas são colocados no corpo de ^orma localizada/ nalgum Krgão e
eXpressos atra!,s de eXplicaçfes ue os analisam/ geralmente ligados a ^atos eXistenciais/ inter!ençfes
so3renaturais eFou situaçfes !i!idas no dia<a<dia- $ssa ^orma de atri3uição de causas atra!,s de uma
concepção ao mesmo tempo localizada e analítica/ ue contempla o conEunto das situaçfes in^elizes da
!ida cotidiana/ , tal!ez o primeiro ponto de ruptura com
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* YZ
a linguagem m,dica ue ,/ ao contrIrio/ coordenadora/ sint,tica e especí^ica-
Claudine 6erzlic" comenta ue?
;$ssa concepção localizadora ue tenta ^azer corresponder a cada sinal isolado um Krgão/ nos aparece
como a po3ieza de linguagem so3re o corpo? linguagem ue ignora a ^rase e a sintaXe e ue se reduz ao
nome- Da mesma ^orma ue a pala!ra<^rase representa o primeiro estIgio da linguagem "umana/ para o
doente essa denominação elementar , a única de ue dispfe; 9[Y/ZV:-
A re^erida interpretação da autora/ a nosso !er/ re^lete uma !isão preconceiruosa da classe tra3al"adora
tomada como ignorante e em estIgio in^antil- .isão ue/ por ignorar as condiçfes de produção da
linguagem/ aca3a sendo etnoc8ntrica- Ao caracterizar os doentes das classes tra3al"adoras por sua
ignorncia uanto ao corpo e h mel"or ^orma de cuidI<lo/ desuali^icam<se suas representaçfes de saúdeF
doença e dos seus princípios de "igiene- Ao mesmo tempo o cKdigo da medicina cientí^ica sai por ela
legitimado
dos como
sintomas/ o únicoacapaz
e portanto únicade deci^rar a ^ala
!erdadeira- desarticulada
importante e con^usa
perce3er ue/ aodos doentes/das
contrIrio numa linguagem
concepçfes da
classe dominante ue mant8m com a medicina o^icial uma relação apenas dissim,trica em relação ao
senso comum e ao sa3er t,cnico/ nas classes tra3al"adoras/ as representaçfes re!elam !alores/ atitudes e
interesses em oposição contraditKria- $ssa oposição certamente não se assemel"a a um corte estItico-
Am3as as !isfes se in^luenciam mutuamente em relação de su3missão e resist8ncia- 4a !erdade/ !Irios
estudiosos t8m demonstrado ue tanto o esuema dominante , incorporado/ como os m,dicos a3sor!em o
senso comum e agem atra!,s dele 9%oltanski/ [Z[ )oyola/ [Y Montero/ [YV 6erzlic"/ [Y/[Y
Q; ed/ 0ried<son/ [\:- Mas/ em am3as as partes eXiste uma reinterpretação ;interessada; diríamos/ ue
re^lete as posiçfes di^erenciadas dos atores sociais-
2ara as classes tra3al"adoras?
;A doença 9ou saúde: , considerada no uadro glo3al dos pro<
YY 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
3lemas da !ida e da morte/ como um ^enjmeno ue escapa/ em última instncia/ ao controle do "omem/
como algo ue/ no limite/ , produto de ^orças so3renaturais ou/ mais comumente/ de Deus; 9)oyola?
[Y/\Q:-
2ara esses grupos/ a doença se re^ere internamente a deseuilí3rios ue a^etam de uma sK !ez
espíritoFalma e corpoFmat,ria- As doenças espirituais causadas por ;mau<ol"ado;/ ;tra3al"o ^eito;/
;espírito encostado;/ ;castigo di!ino; _ segundo as crenças dos atores sociais _ integram<se no
indi!íduo/ hs doenças da mat,ria causadas pelo meio am3iente/ o tra3al"o/ as condiçfes de !ida- De
acordo com as circunstncias/ ora o espírito ora a mat,ria são mais !alorizados nas eXplicaçfes- 4o
entanto/ em momento algum/ esses mesmos ^enjmenos são apresentados apenas do ponto de !ista
3iolKgico ou espiritual? en!ol!em a !isão integrada de "omem 9corpo e alma: e sua relação com as
condiçfes de !ida tomadas no sentido mais amplo- As oposiçfes ;corpoFalma;/ ;indi!íduoFsociedade; ue
são complementares
ue as di^iculdades dee linguagem/
mesmo inclusi!as nas representaçfes
seu comportamento da classe
em relação tra3al"adora/
h medicina o^icial-Eusti^icam/ mais do
2ara desespero dos
pro^issionais 9ue eXplicam o ^ato pela ignorncia/ rea^irmando assim seu campo de compet8ncias:/ os
indi!íduos recorrem a eles mas não cr8em estritamente em suas prescriçfes- 5elati<!izam<nas/ seEa em
relação ao uso dos medicamentos/ seEa na consideração de suas pala!ras- $sses grupos t8m uma li3erdade
_ li3erdade de dominados não comprometidos com a perenidade do sistema _ de reinterpretar os
preceitos m,dicos/ de integrI<los dentro de suas condiçfes eXistenciais e ao mesmo tempo prescindir
deles ou su3estimI<los- Assim/ pelo uso/ de acordo com seus interesses imediatos/ do esuema
dominante/ e pela posse estrat,gica de um instrumental de eXplicaçfes e aplicaçfes prKprios/ constrKi<se
uma maneira especial de as classes tra3al"adoras lidarem com os ser!iços e assist8ncia m,dica- $ssa
^orma particular desconcerta e uestiona as tentati!as de racionalizar a partir da lKgica do sistema-
* modo prKprio de se relacionar com a medicina o^icial/ particularmente atra!,s da medicina religiosa e
tradicional/ , um esuema atra!,s do ual a classe tra3al"adora resiste h despossessão do
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* Y[
sentido de sua !ida e de sua morte- $nuanto procura e rei!indica um tratamento adeuado e ; digno; no
sistema o^icial/ mas ao mesmo tempo/ atra!,s de outros sistemas/ encontram uma alternati!a para a sua
representação de corpo e sua relação com o mundo/ os tra3al"adores rea^irmam sua identidade e um sa3er
especí^ico ue se contrapfem e uestionam as interpretaçfes dominantes e legitimadas-
Concluímos ue a ^orma como as classes tra3al"adoras representam o corpo não pode ser taXada de
ignorante/ mas como um sabe especfico ue tem efic"cia eal e consencia conceta sobe a *ida e a
mote de seus membos. Constitui uma estrat,gia de resist8ncia h Ktica dominante ue tenta passar a
imagem do corpo apenas como instrumento de tra3al"o e para isso o disciplina- * em3rutecimento
resultante do ;"omem<^orça de tra3al"o;/ ;"omem<complemento da mIuina;/ ;"omem<mIuina;
es3arra tanto nas concepçfes como na eXperi8ncia eXistente de uma classe ue tanto nas unidades de
tra3al"o como nos seus locais de moradia gritam sim3olicamente pela sua unidadeF glo3alidade perdida-
* eXemplo
pelo H%G$ emmel"or ue hcon^irma
relação situação esse ;gritodaparado
de saúde no ar;po3re
população são as
noestatísticas de sintomas
$studo 4acional classi^icados
de Despesas
0amiliares 9$4D$0: de [Z- &anto as ^ormulaçfes aí contidas como outras ue surgem nas di^erentes
con^iguraçfes de po3reza do país o^erecem um uadro de doenças c"amadas pelos entre!istados como
;ner!osas; so3 o termo ;ner!oso; ou ;doenças dos ner!os; e outras pala!ras temIticas ue eXpressam a
mesma categoria- (sando seu prKprio cKdigo para interpretI<las/ seriam ;doenças do espírito; ue se
re^erem ao conEunto das ansiedades e insatis^açfes pelas ;di^iculdades da !ida;- * cansaço permanente do
so3retra3al"o/ a alimentação insu^iciente/ as restriçfes compulsKrias pro!ocadas pelos 3aiXos salIrios/ o
desemprego/ a incapacidade de lidar com os esuemas 3urocrIticos e impessoalizados compfem o campo
das ;doenças sentidas; so3 a denominação de ;ner!oso;- $las são tal!ez o uestionamento mais louaz e
o desa^io maior ao modelo 3iom,dico- $le pode propor a cura de uma en^ermidade localizada/ mas não
possui um uadro de re^er8ncia para lidar com as sensaçfes eXperimentadas no corpo marcado pela
eXclusão dos 3ens necessIrios h manutenção da !ida indi!idual e social-
[R 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
A título de eXemplo/ podemos perce3er ue a cur!a de mortalidade adulta no %rasil estI marcada
prioritariamente por causas agressi!as 9acidentes de tra3al"o/ acidentes de trnsito/ "omicídios:- *s
indicadores de mortalidade in^antil denotam causas pro!enientes da mis,ria/ da ^ome e da ^alta de
saneamento 3Isico/ itens particularmente importantes para atri3uição do padrão de saúde coleti!a- A
distri3uição das doenças e da morte/ segundo a epidemio<logia social re!ela sua determinação social
9&am3ellini/ [ZV )aurell/ [Y %reil"/ [Y\ 5osIrio Costa/ [Y\:- Cristina 2ossas/ ao terminar seu
li!ro so3re Saúde e 5abal$o conclui ue?
;4ão eXiste nen"uma alternati!a de solução dos pro3lemas de saúde da população 3rasileira ue possa ser
3uscada apenas no interior do prKprio setor SA#D$;-
$ssa re^leXão/ no entanto/ não passa pelo cri!o da medicina o^icia porue aceitI<la signi^icaria colocar
em e!id8ncia o carIter predatKrio e destruidor do sistema dominante- De^inir categorias e programas
centrados
de na segurança
produção/ do!ista
do ponto de tra3al"o e no com3ate
dos interesses a doenças
das classes pro^issionais/
tra3al"adoras/ uestionar
eXige a^rontaras^orças
condiçfes gerais
econjmicas
e políticas dominantes- Desta ^orma as doenças pro!ocadas pelas condiçfes de !ida e de tra3al"o são
tratadas como uestão indi!idual ou inespeci^icamente como ;males da !ida moderna;-
Assim/ as c"amadas ;doenças<metI^oras;/ por atingirem a todos os grupos sociais e serem ameaças
permanentes para os setores dominantes do sistema/ canalizam recursos/ pesuisas e no!as tecnologias
ue certamente 3ene^iciam o conEunto da população- 2or,m/ as doenças relacionadas hs precIrias
condiçfes de eXist8ncia apenas de longe são tocadas como tal- São socialmente ;desconstruídas;/
despidas de seu carIter social e trans^ormadas em ;culpa;/ ;descuido;/ ;ignorncia popular;- A
compreensão de seu carIter apela para mudanças sociais a3rangentes u, se re^erem ao conEunto das
relaçfes de produção e de reprodução-
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* [
c# s +epesentaç1es daS0DE como campo de luta poltica
Do ponto de !ista das representaçfes dominantes/ a SA#D$ , o campo de ação do indi!íduo- JI Descartes
dizia ue nada eXiste ue o indi!íduo não possa ^azer por si mesmo/ mel"or ue o mel"or dos m,dicos/ se
ele uiser ter o 3om senso de prolongar sua saúde- $ssa a^irmação re!ela uma !isão "ipocrItica/ segundo
a ual a doença pode ensinar o "omem e a se comportar ou!indo a natureza e perce3endo o ue , mel"or
para ele- $m nossa sociedade atual/ a SA#D$ como !irtude indi!idual se eXpressa de !Irias ^ormas- A mais
simples e generalizada pela !isão m,dicoF 3iolKgica , a aus8ncia de doença ue se mani^esta pelo
;sil8ncio do corpo; ou pela sensação de 3em<estar- $ pensada tam3,m como um capital de reser!a/ isto ,/
como uma esp,cie de resist8ncia ou ro3ustez ue tem sua srcem nos cuidados da primeira in^ncia-
5e^ere<se/ particularmente na !ida adulta/ h id,ia de euilí3rio/ de so3riedade ue permite ;deseuilí3rios
positi!os; graças huele ;capital inicial; conser!ado cuidadosamente- $ssas representaçfes da saúde
como
de algo
!ista essencialmente
dominante- Supfem endKgenoe de atri3uição
uma sociedade indi!idual
e+$ili%ada são particularmente
e passí!el eeHadaas
de ser controlada do ponto
pela !ontade
pessoal-
$m oposição hs concepçfes mencionadas/ a organização ofi%#a em torno dos interesses da classe
tra3al"adora propfe $a lesesea-tação da Saúde como uma uestão !ital de atri3uição didaai e
coleti!a e ue ultrapassa os aspectos 3io^isiolKgicos- e0aeJ19K: [<Q\: considera o tema so3 a
denominação de "8osLoa SanitIria; pensada como um elemento da ;Consf8noa Social;/ essa sim/
contendo a compreensão da relação social em termos mais amplos e glo3ais- &rata<se de uma
representação ue atinge um ní!el de a3rang8ncia e de "istoricidade na sua eXpressão- %erlinguer a de^ine
da seguinte ^orma?
;2or consci8ncia sanitIria entendo a tomada de consci8ncia de ue a saúde , um direito da pessoa e um
interesse da comunidade- Mas como esse direito , su^ocado e este interesse descuidado/ consci8ncia
sanitIria , a ação indi!idual e coleti!a para alingir este o3Eeti!o; 9[ZY/[:-
[Q 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
A uestão da saúde/ no interior da luta das Classes &ra3al"adoras/ sai do campo estritamente m,dico e !ai
para a arena do conEunto das rei!indicaçfes por direitos sociais/ entre os uais se coloca o direito ao
ser!iço e h assist8ncia m,dica-
A representação da saúde como direito coleti!o , uma 3andeira d trans^ormação das condiçfes de !ida e
de tra3al"o e ue em última instncia aponta para trans^ormaçfes do modo de produção e das relaçfes
sociais de produção? mel"ores salIrios/ acesso h terra/ a empregos/ a saneamento 3Isico/ a transporte/ a
moradia/ a educação/ a lazer e a condiçfes de tra3al"o seguras- Mas , tam3,m uma 3andeira de
rede^inição das prioridades do $stado- Des!enda o carIter de classe dos in!estimentos pú3licos/
c"amando atenção para a ^orma dominada e marginal com ue se de^inem as políticas sociais- 2ortanto o
apelo h trans^ormação das condiçfes de !ida e de tra3al"o como condiçfes de Saúde Coleti*a , ao mesmo
tempo apelo h luta/ no interior do aparel"o do $stado/ pelas prioridades sociais ue se colocam sempre em
relação de
política da negati!idade com os interesses econjmicos- 2ortanto/ Saúde Coleti*a , um tema da prItica
classe tra3al"adora-
$ssa representação da Saúde como 9em Coleti*o coincide com o ponto de !ista da $pidemiologia Social
9%reil" e Granda/ [Y\ )aurell/ [YU &am3ellini/ [ZV: ue/ atra!,s de uma posição crítica do
positi!ismo na medicina/ re^orça as propostas de luta da classe tra3al"adora- Sendo ela prKpria um
mo!imento social no interior das concepçfes conser!adoras de saúdeF doença/ a $pidemiologia Social
constitui uma ue3ra nas representaçfes o^iciais-  uma !isão por dentro do setor ue/ ao a3rir a
discussão da signi^icncia social da SA#D$ comete tam3,m uma ^enda no sistema e politiza seu o3Eeto-
Sua de^asagem em relação h concepção das classes tra3al"adoras estI no ^ato de ue seu paradigma
cont,m ainda uma redução da saúde e da doença ao contorno do corpo/ ainda ue seEa C*52* S*CHA)/
como a^irma &eiXeira 9[YV/ YY:-
$sse limite ue a estrutura impfe/ rea^irma e reproduz !ai pouco a pouco tam3,m sendo colocado em
uestão- 4ão dI "oEe para reduzir o sentido trans^ormador do conceito de saúde a sua simples ampliação
ao ;coleti!o; enuanto grupo ou classe social/ pensada como núcleo econjmicoFpolítico de ação social- A
c"amada h mu<
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* [U
dança de paradigma inclui uma rede^inição mais totalizante do processo ue le!e em conta todos os
aspectos ue concernem ao corpo/ h mente e ao meio am3iente-
A !isão social de saúde tam3,m !ai ao encontro das concepçfes de resist8ncia das classes tra3al"adoras
ao ní!el do senso comum- 2or,m ela inclui a imagem mais totalizante do "omem<corpoFalma/ mat,ria e
espírito/ assim como as condiçfes de !ida e tra3al"o- Sua de^inição de saúdeFdoença gan"a eXpressão de
resist8ncia cultural de classe- Se na cotidianidade/ sua representação a3rangente da saúde ^ica anu!iada
pela ideologia dominante ue as considera ;responsI!eis por seus males;/ ;incultas;/ ;atrasadas;/
;ignorantes; e ;mal<educadas;/ na luta organizada/ parece<l"es claro ue SA#D$ , uma conuista "istKrica
e ue sua participação , determinante e decisi!a-
C*4C)(S$S
* estudo das representaçfes sociais de SA#D$F D*$4LA a3range aspectos uni!ersalmente o3ser!I!eis e
outros ue
relação são peculiares a cada
indi!íduoFsociedade e seusociedade- $sses aspectos/ tratados no presente tra3al"o dizem respeito h
ecossistema-
SaúdeFDoença constituem metI^oras pri!ilegiadas para eXplicação da sociedade? engendram atitudes/
comportamentos e re!elam concepção de mundo- Atra!,s da eXperi8ncia desse ^enjmeno/ as pessoas
^alam de si/ do ue as rodeia/ de suas condiçfes de !ida/ do ue as oprime/ ameaça e amedronta-
$Xpressam tam3,m suas opinifes so3re as instituiçfes e so3re a organização social em seus su3stratos
econjmico<político e cultural- SaúdeF Doença são tam3,m metI^oras de eXplicação da sociedade so3re ela
mesma? de suas ;anomias;/ deseuilí3rios e preconceitos/ ser!indo como instrumento coerciti!o ou
li3erador para o poder político se legitimar ou ser eXecrado- * status de epesentação significante
pi*ilegiada se de!e ao ^ato de ue a noção SA#D$F D*$4LA estI intimamente !inculada ao tema
eXistencial e inuestiona!elmente signi^icati!o da .HDA e da
M*5&$-
SA#D$F D*$4LA enuanto ^enjmeno social tem seu esuema interno de eXplicaçfes ue parte de um
marco re^erencial de especialis<
[ 0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2*
tas 9doutores/ curandeiros/ rezadores/ mIgicos:/ mas tam3,m compfe o uadro da eXperi8ncia do dia<a<
dia ue se eXpressa atra!,s do senso<comum- Am3as as modalidades de representação do ^enjmeno se
in^luenciam mutuamente/ de ^orma dinmica/ em3ora o sa3er do especialista seEa dominante- 2ortanto/ na
construção "istKrica da saúde e da doença tanto são atores e autores/ os intelectuais e t,cnicos do setor
como a população-
A atri3uição de causas endKgenas e eXKgenas ao ^enjmeno da SA#D$FD*$4LA constitui uma atitude
uni!ersalmente compro!ada-  no indi!íduo ue essas concepçfes se uni^icam? , ele ue so^re os males
ou det,m a saúde- As causas de srcem/ no entanto/ se eXpressam/ no plano sim3Klico/ com re^er8ncia ao
social/ D*$4LA , sinjnimo de in^elicidade indi!idual e coleti!a? representa o rompimento do "omem com
seus limites esta3elecidos pelas normas e regras da sociedade- SA#D$ signi^ica 3em<estar e ^elicidade? ela
prKpria/ eXplicitamente ou no ;sil8ncio do corpo;/ , a linguagem pre^erida da "armonia e do euilí3rio
entre osociedade
Cada indi!íduo/
tema sociedade e seu
suas doenças ecossistema-
ue consideramos aui ;metI^oras;- São en^ermidades ue/ a partir do
imaginIrio social/ perpetuam na coleti!idade a id,ia de perenidade do mal e de limites do ser "umano
^rente h ameaça da morte- São doenças ue/ por criarem um clima de medo/ de catIstro^e e de desordem/
tendem a ser usadas ideolKgica e politicamente como meios de recompor a "armonia social- $ssas
doenças _ al,m do seu carIter de so^rimento e in^elicidade _ são construídas socialmente como mitos
atra!,s dos uais os mem3ros dos grupos eXpressam sua coerção e coesão em torno da organização
social-
4a sociedade capitalista/ a representação de SA#D$F D*$4LA passa pelas contradiçfes sociais ue
caracterizam o sistema- Do ponto de !ista das classes dominantes/ a saúde , de atri3uição indi!idual
como um capital de reser!a de propriedade pri!ada ue se mant,m pelo euilí3rio e pela "armonia- A
concepção de doença , tam3,m marcada pela responsa3ilidade do indi!íduo em luta contra o mundo
opressi!o- %aseia<se na representação anatjmico<^isiolKgica da pessoa do doente/ na concepção do corpo
como produtor e instrumento de tra3al"o e na id,ia desen!ol!imentista do poder da tecnologia
0AS$ D$ &5A%A)6* D$ CAM2* [V
contra as en^ermidades- As representaçfes dominantes são particularmente ela3oradas pelos pro^issionais
m,dicos/ categoria "egemjnica/ intelectuais orgnicos na ela3oração tanto do con"ecimento como na
imposição de normas e atitudes a respeito do corpo e da de^inição social do doente e da doença- 4o
entanto suas id,ias são perpassadas dinmica e perenemente pelo senso comum ue ;contamina; o
c"amado ;sa3er cientí^ico;/ com suas prKprias categorias de interpretação/ esse mundo de signi^icados
so3re a !ida e a morte-
$m contraposição/ apesar de assimilarem as concepçfes dominantes e agirem tam3,m a partir das regras
esta3elecidas pelos especialistas do sistema/ as classes tra3al"adoras possuem um cKdigo de resist8ncia
ue as caracteriza- Seu esuema estI centrado numa !isão mais totalizante do ^enjmeno/ ue a3range a
concepção do "omem como corpoFalma/ mat,riaFespírito e inclui relaçfes a^eti!as e condiçfes de !ida e
de tra3al"o 9sua situação de classes em si: na de^inição de sua situação de SA#D$F D*$4LA- Apesar de
recon"ecer otanto
eXperi8ncia/ poderdos
m,dico e su3ordinar<se
pro^issionais h medicalização/
e sua t,cnica elas possuem
como do sistema uma !isão
de assist8ncia crítica/
e ser!iço de aue
partir da
^azem
uso- 2or isso reinterpretam o esuema racionalizado/ usam<no de acordo com seus interesses imediatos e
concepçfes particulares e não legitimam totalmente o sa3er m,dico- Sua relação com a medicina o^icial ,
sempre precIria/ pro!isKria e con^liti!a- Sua interpretação da !ida e da morte estI ine!ita!elmente
perpassada/ Eunto com a crítica ao sistema dominante/ pelas crenças e tradiçfes/ pela prItica da medicina
caseira eF ou religiosa ue ^azem parte de seu imaginIrio social !inculado h eXperi8ncia cotidiana- Desta
^orma/ a partir do senso comum elas resistem não apenas h linguagem erudita? contradito<riamente
aceitam e recusam o lugar ;material; ue os donos dos meios de produção atri3uem a sua !ida/ isto ,/ o
de ^orça ou instrumento de tra3al"o- 4o seu con"ecimento e nas suas prIticas esses agentes sociais se
recompfem como mat,riaFespírito transcendente/ ator e autor social particularmente marcados pelas
relaçfes a^eti!as e de lealdade/ de seu meio-
A epidemiologia social , o espaço no interior do setor dominante ue recompfe 9de ^orma dominada:
uma representação a3rangente de saúde/ ao englo3ar o social como determinante e os indi!íduos
C( C)
 o
 #
o &$
D ^
U; o
o c
t giro
D "
F
N
1
4I O>

. 

I' Q
s. o
e$ '7
5 :
 cn
o? #S>
ao
cn
<
V& C)-
Dd
o" o
'
o U
^u
i<r
&$
o Ue
D V
< o
o U
6> 8e
ro í
8 
C <
U
sr
$& S-
a S<
o Q
6. e$
#
cn
o
8
ai o
8 -í
?TD D-
Jn t»
< $,
8 FW
U" 4&
?D
o< 
o o
<. o
U ^(
o
X
o

C4' Us?
C) C)
< N
8 •Y
 fí
E. 
< *
U ro;
Q #.
D- U
4 Z
o D
o D
Dd
4Sl
o
tu
8 a
c
on*U
.<. n a ro
Q- &
Z Pi
VQ *
[  o D
tu
$u
-n a.
%
4 tu
@-
D <
C)
W #
<. \-
< 4"
o D
# 
o "
o 4
&> 8
U 
X' íT
1 C)
C) *

Z DZ t
< /
C n>
ro s
? D
q&U U
qn 
o o
7
@
o o
U  S< R}V
$( %
D .
vu p
tu íu
e& <
o #«
C ;
o ei
 #
U ro m P ro cn u: o
& # # &$

1 Z n U
Q 4 .
C s
 a.
tu St
# #.
S( 4
tu
ro
#
o o
S&
# # o #
ro
D
o
#  o
U <U o
{qq
o ]
o #
'(H *
U tu
cn
s.
o
8 F1 8
o

- Q C)&U
U
.
&$ <
o o
D
tu *
K
F1
}
o>
#  . # #
a  Er
tu * 2

I
7
;
r/
*m
n
D
««^
CA2H&()* 
0AS$ D$ A4+)HS$ *( &5A&AM$4&* D* MA&$5HA)
<? )!s 2$SP(HSAD*5$S costumam encontrar tr8s grandes o3tI<
culos uando partem para a anIlise dos dados recol"idos no campo 9documentos/ entre!istas/ 3iogra^ias/
resultados de discussão em grupos ^ocais e resultados de o3ser!ação:-
* primeiro deles , o ue %ourdieu denomina ;ilusão da transpar8ncia; isto ,/ o perigo da compreensão
espontnea como se o real se mostrasse nitidamente ao o3ser!ador- $ssa ;ilusão; , tanto mais perigosa/
uanto mais o pesuisador ten"a a impressão de ^amilia<ridade com o o3Eeto- &rata<se de uma luta contra
a sociologia ing8nua e o empirismo/ ue acreditam poder apreender as signi^icaçfes dos atores sociais
mas apenas conseguem a proEeção de sua prKpria su3Eeti!idade-  <
* segundo escol"o , o ue le!a o pesuisador a sucum3ir h magia dos m,todos e das t,cnicas/
esuecendo<se do essencial/ isto ,/ a ^idedignidade hs signi^icaçfes presentes no material e re^eridas a
relaçfes sociais dinmicas-
* terceiro o3stIculo/ muito comum na interpretação dos tra3al"os empíricos/ , a di^iculdade de se
Euntarem teorias e conceitos muito a3stratos com os dados recol"idos no campo- Hsso se re^ere a tra3al"os
cuEa ela3oração teKrica ^ica distanciada das descriçfes/ geralmente marcadas pela ;ilusão da
transpar8ncia;-
(ma anIlise do material recol"ido 3usca atingir a tr8s o3Eeti!os?
_ ultapassagem da incete@a% o ue eu perce3o na mensagem/ estarI lI realmente contido Min"a
leitura serI !Ilida e generalizI!el
_ eniuecimento da leitua% como ultrapassar o ol"ar imediato e
[Z
[Y 0AS$ D$ A4+)HS$
espontneo e EI ^ecundo em si/ para atingir a compreensão de signi^icaçfes/ a desco3erta de conteúdos e
estruturas latentes
_ integação das descobetas ue !ão al,m da apar8ncia/ num uadro de re^er8ncia da totalidade social
no ual as mensagens se inserem 9%ardin? [Z[/ Q[:-
4outras pala!ras/ a anIlise do material possui tr8s ^inalidades complementares dentro da proposta de
in!estigação social? (a# a primeira , "eurística- Hsto ,/ insere<se no conteXto de desco3erta das pesuisas-
2ropofe<se a uma atitude de 3usca a partir do prKprio material coletado (b# a segunda , de
;administração de pro!as;- 2arte de "ipKteses pro!isKrias/ in^orma<as ou as con^irma e le!anta outras (c#
a terceira , a de ampliar a compreensão de conteXtos culturais com signi^icaçfes ue ultrapassam o ní!el
espontneo das mensagens-
*s pontos le!antados acima são 3astante comentados por %ardin 9[Z[? QZ<UR:- 2oderíamos dizer ue/
com eXpressfes mais ou menos semel"antes/ correspondem a um m3ito de consenso entre
in!estigadores-
As di!erg8ncias e di^iculdades começam uando se parte para a tare^a concreta de anIlise do material
coletado- Aí não eXiste concordncia nem uanto a pressupostos teKricos e nem uanto a m,todos e
t,cnicas a serem empregados- Al,m disso/ nota<se certa repugnncia dos pesuisadores em tornar
e!idente a sua ;"esitante aluimia; para trans^ormar dados 3rutos em desco3ertas ^inais- &al ^ato não , de
se desprezar porue ^reentemente oculta auele estado ne3uloso/ lím3ico/ no tra3al"o de pesuisa
social/ ue pode ao mesmo tempo esconder alta criati!idade e procedimentos analíticos pouco con^iI!eis
t,cnica e cienti^icamente-
4ossa intenção , discutir essa ^ase da pesuisa/ trazendo h luz os a!anços/ os recuos e os de3ates
re^erentes h anIlise do material ualitati!o-
Aui se instaura uma pol8mica ue tem a !er com os prKprios limites do con"ecimento e com a luta
intelectual para ultrapassI<los- ;AnIlise de Conteúdo; poderia ser um termo gen,rico a ser usado para
designar o tratamento dos dados- Como !amos ter oportunidade de re^letir/ no entanto/ trata<se de um
conceito "istoricamente construído/ com implicaçfes teKrico<metodolKgicas e em oposição a
0AS$ D$ A4+)HS$ [[
outros conceitos- * termo ;AnIlise do Discurso; por eXemplo/ tomado por %ardin 9[Z[? Q<QQR: como
uma t,cnica de AnIlise de Conteúdo/ , conce3ido por seus criadores como prKprio para designar um
campo de con"ecimento com teoria e m,todo/ capaz de destruir e su3stituir a anIlise de conteúdo
tradicional-
2or outro lado/ passou a ser importante trazer para o m3ito desse de3ate a recente re^leXão so3re a
anIlise "ermen8utico<dial,tica- 2roposta por 6a3ermas no seu diIlogo com Gadamer 9[YZ: como uma
metodologia de a3ordagem da comunicação/ a "ermen8utica<dial,tica supera o ^ormalismo das anIlises
de conteúdo e do discurso/ indicando ;um camin"o do pensamento;- 4o entanto/ os recursos t,cnicos
para sua operacionalização não ^azem parte das preocupaçfes de seu autor-
4este estudo/ tentamos discutir as tr8s possi3ilidades mencionadas/ encamin"ando nossa pre^er8ncia pelas
!ias apontadas pela "ermen8utica<dial,tica- $ssa escol"a se ^undamenta na 3usca de um instrumental ue
corresponda
o3Eeto hs dimensfes
a SA#D$ em suas maise h di!ersas
dinmica^acetas?
das relaçfes ue apreendemos
concepçfes/ numa pesuisa
política/ administração/ ue toma como
con^iguração
institucional entre outras/ enuanto representaçfes sociais e anIlise de relaçfes-
A4+)HS$ D$ C*4&$#D*
A eXpressão mais comumente usada para representar o tratamento dos dados de uma pesuisa ualitati!a
, n"lise de Conteúdo. 4o entanto/ o termo signi^ica mais do ue um procedimento t,cnico- 0az parte de
uma "istKrica 3usca teKrica e prItica no campo das in!estigaçfes sociais-
Segundo %ardin/ a n"lise de Conteúdo pode ser de^inida como?
;(m conEunto de t,cnicas de anIlise de comunicação !isando o3ter/ por procedimentos sistemIticos e
o3Eeti!os de descrição do conteúdo das mensagens/ indicadores 9uantitati!os ou não: ue permitam a
in^er8ncia de con"ecimentos relati!os hs condiçfes de produçãoFrecepção destas mensagens; 9%ardin?
[Z[/ Q:-
QRR 0AS$D$A4+(S$
* ^ator comum dessas múltiplas t,cnicas/ desde o cIlculo de ^re8ncias ue ^ornece dados ci^rados/ at, h
eXtração de estruturas traduzí!eis em modelos/ , uma "ermen8utica 3aseada na dedução/ a
H40$54CHA-
A n"lise de Conteúdo na sua "istKria mais recente/ isto ,/ enuanto t,cnica de tratamento de dados
considerada cienti^icamente/ , cau<datIria das metodologias uantitati!as/ 3uscando sua lKgica na
interpretação ci^rada do material de carIter ualitati!o- %erelson/ um dos pais teKricos da anIlise de
conteúdo nos $stados (nidos/ assim a de^ine?
; uma t,cnica de pesuisa para descição obJeti*a, sistem"tica e uantitati*a do conteúdo manifesto das
comunicaç1es e tendo por ^im interpretI<los; 9%erelson? [VQ/Y:-
*s gri^os anteriores colocados por nKs/ t8m a intenção de en^atizar os adEeti!os usados por %erelson/
lem3rando ue eles ^azem parte do !oca3ulIrio da sociologia positi!ista/ como EI temos repetido !Irias
!ezes e emdas
mani^esto di!ersos momentosuando
comunicaçfes/ do tra3al"o-
se trataAde
rele!ncia concedida
uma anIlise ao uantitati!o
de material ualitati!o/e remete<nos
ao conteúdoã
tradicional discussão so3re a especi^icidade do material prKprio hs ci8ncias sociais/ particularmente so3re
a uestão da SHG4H0HCAL*-
6istoricamente a AnIlise de Conteúdo ClIssica tem oscilado entre o rigor da suposta o3Eeti!idade dos
números e a ^ecundidade da su3Eeti!idade- A grande importncia dessa t,cnica de ^unção "eurística &e
sido a de impor um corte entre as intuiçfes e as "ipKteses ue encamin"am para interpretaçfes mais
de^initi!as- $ssa tentati!a ^az parte de um es^orço teKrico secular-
A arte de interpretar os teXtos sagrados/ a eXegese religiosa/ coloca a "ermen8utica/ por eXemplo/ como
uma t,cnica muito antiga- A ati!idade de des!endamento de mensagens o3scuras/ do duplo sentido de um
discurso geralmente sim3Klico e poliss8mico/ remonta h Antigidade- %ardin situa a +et!ica e a !gica
tam3,m como prIticas milenares de tratamento de discurso/ anteriores h atual t,cnica de AnIlise de
Conteúdo- A 5etKrica estuda as modalidades de eXpressão prKprias de uma ^ala persuasi!a- A lKgica
analisa os
0AS$ D$ A4+)HS$ QR
enunciados de um teXto/ seu encadeamento/ e as regras ^ormais ue !alidam o raciocínio-
* termo ;AnIlise de Conteúdo; , uma eXpressão atual- Surge nos $stados (nidos na ,poca da 2rimeira
Guerra Mundial- * campo mais propício para o seu desen!ol!imento ^oi o Eornalismo da (ni!ersidade de
Colúm3ia- Dentre os nomes ue ilustram a "istKria dessas t,cnicas destaca<se )ass7ell ue ^azia anIlise
de material de imprensa e de propaganda desde [V- Sua o3ra principal 'opaganda 5ecniue in t$e
hold ha^oi pu3licada em [QZ-
4essa ,poca/ em todos os ramos das ci8ncias crescia o ^ascínio pela contagem e pelo rigor matemItico-
Assim/ tam3,m na AnIlise de Conteúdo o rigor cientí^ico in!ocado , a pretensa o3Eeti!idade dos números
e das medidas-
A partir da d,cada de R/ os Departamentos de Ci8ncias 2olíticas das uni!ersidades americanas tornaram<
se o locus de desen!ol!imento da AnIlise de Conteúdo/ tendo como material pri!ilegiado as
comunicaçfes
de propaganda da Segunda Guerra
considerada Mundial-
su3!ersi!a/ &rata!a<se
de carIter de )ass7ell
nazista- desmascarar os Eornais
continua!a e periKdicos
seus suspeitos
tra3al"os so3re
anIlise de sím3olos- A ele Euntaram<se estudiosos das mais di^erentes Ireas? sociKlogos/ psicKlogos/
cientistas políticos- * marco distinti!o dessa ,poca são as anIlises estatísticas de !alores/ ^ins/ normas/
o3Eeti!os e sím3olos- A preocupação da o3Eeti!idade e da sistematicidade solidi^icou<se no rigor
uantitati!o para se contrapor ao ue os cientistas denomina!am ;apreensão impressionista;-
Do ponto de !ista metodolKgico/ %erelson e )azars^eld se proEetaram nas (ni!ersidades de Colúm3ia
94: e de C"icago/ sistematizando as preocupaçfes epistemolKgicas da ,poca- $m 5$e nalZsis of
Communications Content 9[Y: os crit,rios ^undamentais então eXigidos para testi^icar o rigor cientí^ico
estão assim resumidos? (a# tra3al"ar com amostras reunidas de maneira sistemItica (b# interrogar<se
so3re a !alidade dos procedimentos de coleta e dos resultados (c# tra3al"ar com codi^icadores ue
permitam !eri^icação de ^idelidade (d# en^atizar a anIlise de ^re8ncia como crit,rio de o3Eeti!idade e
cienti^icidade (e# ter possi3ilidade de medir a produti!idade da anIlise-
%erelson/ )azars^eld e )ass7ell são !erdadeiros marcos criadores
QRQ 0AS$ D$ A4+)HS$
de um instrumental de anIlise- 4eles/ a o3sessão pela o3Eeti!idade e o rigor se con^undem com os
pressupostos do positi!ismo/ eXcluindo<se outras possi3ilidades de eXploração de material ualitati!o-
Seus nomes/ seus tra3al"os e in^lu8ncia continuam marcantes e ainda atuais em relação h pro3lemItica do
tratamento dos dados-
4o período posterior h Segunda Guerra a anIlise de conteúdo so^reu seus anos de depressão- *s prKprios
criadores da t,cnica parecem re^luir seus nimos e se desencantaram das repercussfes de seus tra3al"os
para o a!anço do con"ecimento-  de %erelson a seguinte ^rase citada por %ardin?
;A AnIlise de Conteúdo como m,todo não possui ualidades mIgicas e raramente se retira mais do ue
nela se in!este e algumas !ezes menos 9---: no ^inal das contas nada "I ue su3stitua as id,ias 3ril"antes;
9%ardin? [Z[/ QR:-
A constatação do citado autor demonstra um 3aiXar de armas- 2or outro lado/ se a su3metermos h anIlise
de seu prKprio
matemItico conteúdo
pode ser umaperce3eremos uecom
meta e !ir Eunto ela cont,m uma ;3ril"ante
outras ^ormas id,ia;-
de !alidação/ masMostra
nuncaue o rigor a
su3stituir
percepção de conteúdos latentes e intuiçfes não passí!eis de uanti^icação-
A partir dos anos VR e so3retudo na d,cada de \R a uestão da AnIlise de Conteúdo ressurge/ desta !ez
dentro de um de3ate mais a3erto e di!ersi^icado- A Antropologia/ a Sociologia/ a 2sicologia Euntam<se h
2sicanIlise/ ao Jornalismo/ e "I uma retomada de pro3lemIticas anteriormente uase intocI!eis- 4o plano
epistemolKgi<co con^rontam<se duas concepçfes de comunicação? (a# o modelo ;instrumental; ue
de^ende o seguinte ponto de !ista? numa comunicação o mais importante não , o conteúdo mani^esto da
mensagem 9como de^endia %erelson: mas o ue ela eXpressa graças ao conteXto e hs circunstncias em
ue se dI (b# o modelo ;representa<cional; ue dI ^undamental importncia ao conteúdo leXical do
discurso- Hsto ,/ de^ende a id,ia de ue atra!,s das pala!ras da mensagem podemos ^azer uma 3oa anIlise
de conteúdo/ sem nos atermos ao conteXto e ao processo "istKrico-
Do ponto de !ista metodolKgico apro^unda<se a pol8mica entre a
0AS$ D$ A4+)HS$ QRU
a3ordagem uantitati!a e a ualitati!a na anIlise do material de comunicação- $m relação ao primeiro
ponto de !ista predominam as id,ias de %erelson/ )azars^eld e )ass7ell acrescidas de no!as ^ormas de
procedimento/ todas elas 3uscando ;medidas; para as signi^icaçfes/ como crit,rio de cienti^icidade
9*sgood et alii? [VZ:-
*s adeptos das t,cnicas ualitati!as apro^undam sua argumentação dentro da seguinte lin"a? (a# colocam
em c"eue a minúcia da anIlise de ^re8ncia como crit,rio de o3Eeti!idade e cienti^icidade (b# tentam
ultrapassar o alcance meramente descriti!o do conteúdo mani^esto da mensagem/ para atingir/ mediante a
in^er8ncia/ uma interpretação mais pro^unda-
Atualmente as discussfes acima colocadas continuam presentes e !Irios ^atores tendem a alimentar o
de3ate teKrico e t,cnico- A in^ormItica e a semiKtica são duas Ireas ue "oEe in^luenciam de^initi!amente/
em3ora de ^orma di^erente/ as modalidades de tratamento dos dados de comunicação- *s ;c,re3ros
eletrjnicos;
outro lado/ osatualizam com maiorh rigor
estudos re^erentes t,cnico asnão<!er3al
comunicação tend8ncias!8m
uantitati!istas
compleXizar na anIlisededotra3al"o
o campo conteúdo- De
re!elando no!o dinamismo na compreensão das SHG4H0HCAL$S-
* resumo das tend8ncias "istKricas da AnIlise de Conteúdo conduz<nos a uma certeza- &odo o es^orço
teKrico para desen!ol!imento de t,cnicas/ !isa _ ainda ue de ^ormas di!ersas e at, contraditKrias _ a
ultrapassar o ní!el do senso comum e do su3Eeti<!ismo na interpretação e alcançar uma !igilncia crítica
^rente h comunicação de documentos/ teXtos literIrios/ 3iogra^ias/ entre!istas ou o3ser!ação-
Do ponto de !ista operacional/ a anIlise de conteúdo parte de uma literatura de primeiro plano para
atingir um ní!el mais apro^undado? auele ue ultrapassa os signi^icados mani^estos- 2ara isso a anIlise
de conteúdo em termos gerais relaciona estruturas semnticas 9signi<^icantes: com estruturas sociolKgicas
9signi^icados: dos enunciados- Articula a super^ície dos teXtos descrita e analisada com os ^atores ue
determinam suas características? !ariI!eis psicossociais/ conteXto cultural/ conteXto e processo de
produção da mensagem-
QR 0AS$ D$ A4+)HS$
5écnicas de n"lise de Conteúdo
4a 3usca de atingir os Signi^icados mani^estos e latentes no material ualitati!o t8m sido desen!ol!idas
!Irias t,cnicas como AnIlise de $Xpressão/ AnIlise de 5elaçfes/ AnIlise &emItica e AnIlise da
$nunciação- $studando as propostas de cada uma dessas modalidades perce3eremos ue cada uma
en^atiza aspectos a serem o3ser!ados nos teXtos dentro de pressupostos especí^icos- 2assamos a enumerI<
las dando atenção maior ã n"lise da Enunciação e h n"lise 5em"tica por serem as ^ormas ue mel"or
se adeuam h in!estigação ualitati!a do material so3re Saúde-
H _ AnIlise da $Xpressão < qq
Designa um conEunto de t,cnicas ue tra3al"am indicadores para atingir a in^er8ncia ^ormal- A "ipKtese
aui implícita , a de ue eXiste uma correspond8ncia entre o tipo de discurso e as características do
locutor e de seu meio- $n^atiza a necessidade de con"ecer os traços pessoais do autor da ^ala/ sua situação
socialtipo
$sse e osdedados culturais
anIlise ue
tra3al"a o moldam-
com indicadores leXicais/ com o estilo/ o encadeamento lKgico/ com o
arranEo das se8ncias/ com a estrutura da narrati!a- Sua aplicação mais comum tem sido na in!estigação
da autenticidade de documentos/ para a psicologia clínica/ para a anIlise de discursos políticos eFou
persuasi!os 9%ardin? [Z[ (nrug? [Z:-
HH _ AnIlise das 5elaçfes
Designa t,cnicas ue/ ao in!,s de analisar a simples ^re8ncia de aparição de elementos no teXto/
preocupam<se com as relaçfes ue os !Irios elementos mant8m entre si/ dentro de um teXto-
São duas as principais modalidades de anIlise das relaçfes? (a# a de co<ocorr8ncias e a (b# estrutural-
A anIlise de co<ocorr8ncias procura eXtrair de um teXto as relaçfes entre as partes de uma mensagem e
assinala a presença simultnea 9co<ocorr8ncia: de dois ou mais elementos na mesma unidade de conteXto-
2or eXemplo/ no estudo do discurso de uma doente mental
0AS$ D$ A4+)HS$ QRV
o analista o3ser!a ue cada !ez ue ela de^ine sua situação/ a doença aparece !inculada h situação
^inanceira- 4o caso eXiste correlação entre esses elementos-
*sgood 9[V[/[Z: propfe a seguinte se8ncia de procedimentos para a anIlise de co<ocorr8ncias? (a#
escol"a da unidade de registro 9essa pode ser uma pala!ra<c"a!e/ p- eXemplo: e a categorização por
temas (b# escol"a das unidades de conteXto e o recorte de teXto em ^ragmentos 9pode ser/ por eXemplo/
parIgra^os: (c# presença ou aus8ncia da cada unidade de registro em cada unidade de conteXto (d#
cIlculo de co<ocorr8ncias (e# representação e interpretação de resultados-
A utilidade maior da anIlise de co<ocorr8ncia tem sido no esclarecimento das estruturas da personalidade/
na anIlise das preocupaçfes latentes tanto indi!iduais como coleti!as/ para anIlise de estereKtipos e de
representaçfes sociais 9%ardin? [Z[ *sgood? [V[ (nrug? [Z:-
A AnIlise $strutural passa a ser 3astante eXercitada a partir da d,cada de \R e tem como pressuposto
^undamental*s
^enjmenos- a crença na eXist8ncia
estruturalistas de oestruturas
3uscam imutI!eluni!ersais ocultas
e permanente so3 so3 a aparente di!ersidade
a "eterogeneidade aparente-dos
2or trIs
dessa 3usca estI a noção de sistema- Analisar signi^icarI/ pois/ reencontrar as mesmas engrenagens/
uaisuer seEam as ^ormas do mecanismo- A signi^icação/ no caso/ ^ica su3ordinada h estruturação-
A anIlise não se aplica ao !oca3ulIrio/ h semntica ou ao temIrio da mensagem em si- $la se dirige h
organização su3Eacente/ ao sistema de relaçfes/ hs regras de encadeamento/ de associação/ de eXclusão e
de eui!al8ncia- Hsto ,/ ela tra3al"a com todas as relaçfes ue estruturam os elementos 9signos e
signi^icaçfes: mas de maneira in!ariante e independente dos elementos 9%ardin? [Z[ ),!i<Strauss?
[\ %art"es? [\Z:-
HHH _ AnIlise de A!aliação ou 5epresentacional
$la3orada por *sgood 9[V[: tem por ^inalidade medir as atitudes do locutor uanto aos o3Eetos de ue
^ala 9pessoas/ coisas/ acontecimentos:- Seu pressuposto , de ue a linguagem representa e re^lete
QR\ 0AS$ D$ A4+)HS$
uem a utiliza- 2ortanto podemos nos contentar com os indicadores eXplícitos na comunicação para ^azer
in^er8ncias a respeito do emissor-
* conceito 3Isico da AnIlise A!aliati!a , atitude- (ma atitude seria a predisposição relati!amente estI!el
e organizada para reagir so3 a ^orma de opinifes ou de atos em presença de o3Eetos 9pessoas/ id,ias/
coisas/ acontecimentos: de maneira determinada-
(ma atitude seria o núcleo ou matriz ue produz e traduz um conEunto de Euízos de !alor- A anIlise
a!aliati!a consistiria em encontrar as 3ases destas atitudes por trIs da dispersão das mani^estaçfes
!er3ais-  semel"ante h anIlise temItica enuanto separa o teXto em unidades de significação. Seu
o3Eeti!o por,m , especí^ico? at,m<se somente h carga a!aliati!a das unidades de signi^icação tomadas em
conta/ em termos de dieção e de intensidade dos Euízos selecionados 9%ardi"? [Z[ *sgood? [V[:-
H. _ AnIlise da $nuncíação
ApKia<se
como numaem
pala!ra concepção de comunicação
ato- A anIlise como
da enunciação processo
considera uee na
nãoprodução
como umdadado estItico/
pala!ra e do discurso
ela3ora<se ao mesmo
tempo um sentido e operam<se trans^ormaçfes- 2or isso o discurso não , um produto aca3ado/ mas um
momento de criação de signi^icados com tudo o ue isso comporta de contradiçfes/ incoer8ncias e
imper^eiçfes- )e!a em conta ue/ nas entre!istas/ a produção , ao mesmo tempo espontnea e
constrangida pela situação- 2ortanto a anIlise da enunciação tra3al"a com? (a# as condiçfes de produção
da pala!ra- 2arte do princípio ue a estrutura de ualuer comunicação se dI numa triangulação entre o
locutor/ seu o3Eeto de discurso e o interlocutor- Ao se eXpressar/ o locutor proEeta seus con^litos 3Isicos
atra!,s de pala!ras/ sil8ncios/ lacunas/ dentro de processos/ na sua maioria/ inconscientes (b# o
continente do discurso e suas modalidades- $ssa aproXimação se dI atra!,s de? 9: anIlise sintItica e
paralingística? estudo das estruturas gramaticais 9Q: anIlise lKgica? estudo do arranEo do discurso 9U:
anIlise dos elementos ^ormais atípicos? sil8ncios/ omissfes/ ilogismos 9: realce das ^iguras de retKrica-
0AS$ D$ A4+)HS$ QRZ
A entre!ista a3erta , o material pri!ilegiado da anIlise da enun<ciação/ no sentido de ue se trata de um
discurso dinmico onde espontaneidade e constrangimento são simultneos/ onde o tra3al"o de
ela3oração se con^igura ao mesmo tempo como emerg8ncia do inconsciente e construção do discurso-
$m termos operacionais a anIlise da enunciação segue o seguinte roteiro? (a# $sta3elecimento do
Copus% delimitação do número de entre!istas a serem tra3al"adas- A ualidade da anIlise su3stitui a
uantidade do material- )e!a<se em conta a uestão central e o3Eeti!a da pesuisa para delinear as
dimensfes do CopusX (b# 2reparação do Material? cada teXto 9entre!ista: , uma unidade 3Isica- Começa<
se pela transcrição eXausti!a de cada peça/ deiXando<se uma margem 9h direita ou h esuerda: para
anotaçfes- A transcrição conser!a tanto o registro da pala!ra 9signi^icantes: como dos sil8ncios/ risos/
repetiçfes/ lapsos/ sons etc: (c# As $tapas da AnIlise? na anIlise de enunciação cada entre!ista ,
su3metida a tratamento como uma totalidade organizada e singular- São o3ser!ados em cada uma os
seguintes
cada peçaaspectos? 9: 9U:
9Q: o estilo o alin"amento e aatípicos
os elementos dinmicae asdo^iguras
discurso
de para se encontrar a lKgica ue estrutura
retKrica-
- 2rimeiramente/ a partir da o3ser!ação do encadeamento das proposiçfes R ^az<se uma anIlise lKgica-
Separam<se por 3arra ou recopiam<se todas as oraçfes o3ser!ando<se as relaçfes ue ressaltam a ^orma
de raciocínio-
$m segundo lugar se realiza a anIlise seencial/ ue se preocupa com a maneira de construção do teXto/
pondo em e!id8ncia o ritmo/ a progressão e a ruptura do discurso
Q-R $stilo? dentro da anIlise de enunciação o estilo , um re!elador do locutor/ de seu conteXto e de seus
interlocutores/ no sentido de ue a eXpressão e o pensamento camin"am lado a lado-  importante t8<lo
em conta
U- *s $lementos Atípicos e as 0iguras de 5etKrica? na anIlise da enunciação torna<se ^undamental
o3ser!ar? (a# as epetiç1es de um mesmo tema ou de uma mesma pala!ra dentro de um teXto- $ssa
R
2or proposição entende<se uma a^irmação/ declaração/ Euízo-  uma unidade ue 3asta a si mesma/ ue pronunciada sozin"a tem
sentido-
QRY 0AS$ D$ A4+)HS$
repetição pode ser indicador da importncia do termo/ da sua am3i!al8ncia/ da denegação enuanto
tentati!a de con!encimento de uma id,ia/ da presença de uma id,ia recusada (b# os lapsos podem
signi^icar a insist8ncia não<dominI!el de uma id,ia recusada- Segundo a psicanIlise/ a erupção irracional
num conteXto da racionalidade signi^ica uma ue3ra de de^esa do locutor (c# os ilogismos, isto é, os
emperramentos nos raciocínios demonstrati!os- Costumam ser indicati!os de uma necessidade de
Eusti^icação/ ou de um Euízo em contradição com a situação real (d# os &lugaes comuns&. &8m um papel
Eusti^icador- 2odem apelar para a cumplicidade do interlocutor 9^rases ^eitas/ pro!,r3ios culturalmente
partil"ados:- &am3,m/ por !ezes/ t8m a ^unção de des!iar a atenção do entre!istador e indicar a recusa de
apro^undar determinados assuntos (e# os Jogos de pala@Oas% os c"istes podem indicar descontração mas
tam3,m a tentati!a de distanciamento de uma uestão (f# as figuas de et!ica. $las Eogam com o
sentido das pala!ras- As mais comuns são? o paradoXo 9reunião de duas id,ias aparentemente
irreconciliI!eis:
parte pelo todo/ doa "ip,r3ole 9o aumento
a3strato pelo concretoou a diminuiçãoa eXcessi!a
e !ice<!ersa: das coisas:
metI^ora 9designa umaa coisa
metonímia 9uso da
por outra:-
$m suma/ a proposta da AnIlise de $nunciação , conseguir/ atra!,s do con^ronto entre a anIlise lKgica/ a
anIlise seencial e a anIlise do estilo e dos elementos atípicos de um teXto/ a compreensão do
signi^icado- A coneXão entre os temas a3ordados e seu processo de produção e!idenciariam os con^litos e
contradiçfes ue permeiam e estruturam o discurso-
. _ AnIlise &emItica
A noção de &$MA estI ligada a uma a^irmação a respeito de determinado assunto- $la comporta um ^eiXe
de relaçfes e pode ser gra^icamente apresentada atra!,s de uma pala!ra/ uma ^rase/ um resumo- Segundo
%ardin?
;* tema , a unidade de signi^icação ue se li3erta naturalmente de um teXto analisado segundo crit,rios
relati!os h teoria ue ser!e de guia h leitura; 9%ardin? [Z[?RV:-
0AS$ D$ A4+)HS$ QR[
2ara (nrug o tema ,? u " s
;uma unidade de signi^icação compleXa de comprimento !ariI!el/ a sua !alidade não , de ordem
lingística/ mas antes de ordem psicolKgica- 2ode constituir um tema tanto uma a^irmação como uma
alusão; 9(nrug? [Z/[:-
0azer uma anIlise temItica consiste em desco3rir os núcleos de sentido ue compfem uma comunicação
cuEa pesença ou fencia signi^iuem alguma coisa para o o3Eeti!o analítico !isado- *u seEa/
tradicionalmente/ a anIlise temItica se encamin"a para a contagem de ^re8ncia das unidades de
signi^icação como de^initKrias do carIter do discurso- *u/ ao contrIrio/ ualitati!amente a presença de
determinados temas denota os !alores de re^er8ncia e os modelos de comportamento presentes no
discurso-
*peracionalmente a anIlise temItica desdo3ra<se em tr8s etapas?
a
H :  'é;n"lise
Consiste na escol"a dos documentos a serem analisados na retomada das "ipKteses e dos o3Eeti!os
iniciais da pesuisa/ re^ormulan<do<as ^rente ao material coletado e na ela3oração de indicadores ue
orientem a interpretação ^inal-
2ode ser decomposta nas seguintes tare^as?
eitua 7lutuante% do conEunto das comunicaçfes- Consiste em tomar contato eXausti!o com o material
deiXando<se impregnar pelo seu conteúdo- A dinmica entre as "ipKteses iniciais/ as "ipKteses emergentes/
as teorias relacionadas ao tema tornarão a leitura progressi!amente mais sugesti!a e capaz de ultrapassar
h sensação de caos inicial-
Constituição do Copus% *rganização do material de tal ^orma ue possa responder a algumas normas de
!alidade? e8austi*idade 9ue contempla todos os aspectos le!antados no roteiro: epesentati*ida;de 9ue
conten"a a representação do uni!erso pretendido: $omogeneidade 9ue o3edeça a crit,rios precisos de
escol"a em termos de temas/ t,cnicas e interlocutores: petinncia 9os documentos analisados de!em ser
adeuados ao o3Eeti!o do tra3al"o:-
7omulação de ?ip!teses e /bJeti*os. $m relação ao material ualita<
QR 0AS$ D$ A4+)HS$
ti!o/ a proposta do primado do uadro de anIlise so3re as t,cnicas , contro!ersa- 6I autores como 2-
6enry e S- Mosco!ici 9[\Y: e 2arga 4ina 9[YU: ue pri!ilegiam os procedimentos eXploratKrios em
lugar de procedimentos ^ec"ados preesta3elecidos- $ntendemos ue "I necessidade de se esta3elecer
"ipKteses iniciais pois a realidade não , e!idente? responde a uestfes ue teoricamente l"e são
colocadas- 2or,m esses pressupostos iniciais t8m ue ser de tal ^orma ^leXí!eis ue permitam "ipKteses
emergentes a partir de procedimentos eXploratKrios-
4essa ^ase pr,<analítica determinam<se a unidade de registro 9pala!ra<c"a!e ou ^rase:/ a unidade de
conteXto 9a delimitação do conteXto de compreensão da unidade de registro:/ os recortes/ a ^orma de
categorização/ a modalidade de codi^icação e os conceitos teKricos mais -gerais ue orientarão a anIlise-
Qa: E8ploação do Mateial
 eXploração do material consiste essencialmente na operação de codi^icação- Segundo %ardin/ realiza<se
naanIlise
A trans^ormação
temIticados dados 3rutos
tradicional !isando
tra3al"a a alcançar
essa ^ase o núcleo
primeiro com ode compreensão
recorte do teXto do
emteXto-
unidades de registro
ue podem ser uma pala!ra/ uma ^rase/ um tema/ um personagem/ um acontecimento tal como ^oi
esta3elecido na pr,<anIlise-
$m segundo lugar/ escol"e as regras de contagem/ uma !ez ue tradicionalmente ela constrKi índices ue
permitem alguma ^orma de uanti^icação-
$m terceiro lugar/ ela realiza a classi^icação e a agregação dos dados/ escol"endo as categorias teKricas ou
empíricas ue comandarão a especi^icação dos temas-
Ua: 5atamento dos +esultados /btidos e Intepetação
*s resultados 3rutos são su3metidos 9tradicionalmente: a operaçfes estatísticas simples 9percentagens: ou
compleXas 9anIlise ^atorial: ue permitem colocar em rele!o as in^ormaçfes o3tidas- A partir daí o
analista propfe in^er8ncias e realiza interpretaçfes pre!istas no seu uadro teKrico ou a3re outras pistas
em torno de dimensfes teKricas sugeridas pela leitura do material-
0AS$ D$ A4+)HS$ Q
Como se pode perce3er/ a anIlise temItica , 3astante ^ormal e mant,m sua crença na signi^icação da
regularidade- Como t,cnica ela transpira as raízes positi!istas da anIlise de conteúdo tradicional- 2or,m
"I !ariantes na a3ordagem ue no tratamento dos resultados tra3al"a com signi^icados em lugar de
in^er8ncias estatísticas- $ssas !ariantes/ de certa ^orma/ reúnem/ numa mesma tare^a interpretati!a/ os
temas como unidades de ^ala/ propostos/ como ^oi eXposto anteriormente/ pela anIlise da enunciação-
A4+)HS$ D* DHSC(5S*
n"lise do Discuso , um conceito relati!amente Eo!em no campo de interseção entre as Ci8ncias Sociais
e a )ingística- Seu criador , o ^ilKso^o ^ranc8s Mic"el 28c"euX ue ^undou/ na d,cada de \R/ a ;$scola
0rancesa de AnIlise do Discurso; com a proposta de su3stituir a n"lise de Conteúdo tradicional-
* uadro epistemolKgico dessa proposta alternati!a de tra3al"ar a )inguagem/ de acordo com seu
principal pensador/ articula tr8s regifes do con"ecimento? (a# * Mateialismo ?ist!ico como teoria das
^ormaçfes
dos sociaissintIticos
mecanismos e suas trans^ormaçfes estando
e dos processos incluída aí(c#
de enunciação a ideologia a ingstica
a 5eoia do(b#Discuso como enuanto
teoria da teoria
determinação "istKrica dos processos semnticos-
28c"euX ad!erte para o ^ato de ue essas tr8s regifes estão perpassadas ainda por uma 5eoia da
SubJeti*idade de natureza psicanalista para eXplicar o carIter recalcado na ^ormação do signi^icado-
* o3Eeti!o 3Isico da n"lise do Discuso , realizar uma re^leXão geral so3re as condiçfes de produção e
apreensão da signi^icação de teXtos produzidos nos mais di^erentes campos? religioso/ ^ilosK^ico/ Eurídico
e sKcio<político- $la !isa a compreender o modo de ^uncionamento/ os princípios de organização e as
^ormas de produção social do sentido-
Seus pressupostos 3Isicos podem se resumir em dois princípios/ segundo 28c"euX? 9: * sentido de uma
pala!ra/ de uma eXpressão ou de uma proposição não eXiste em si mesmo/ mas eXpressa posiçfes
ideolKgicas em Eogo no processo sKcio<"istKrico no ual as pala!ras/
QQ 0AS$ D$ A4+)HS$
as eXpressfes e proposiçfes são produzidas 9Q: &oda ^ormação discursi!a dissimula 9pela transpar8ncia
do sentido ue nela se constitui: sua depend8ncia das ^ormaçfes ideolKgicas 928c"euX? [YY/\R<\Q:-
$nuanto procedimento/ ela pretende in^erir/ a partir dos e^eitos de super^ície 9a linguagem e sua
organização:/ uma estrutura pro^unda? os 25*C$SS*S D$ 25*D(L*- Hnscre!e<se numa sociologia do
discurso/ tendo como "ipKtese 3Isica o ^ato de ue o discurso , determinado por condiçfes de produção e
por um sistema lingístico-
*rlandi de^ine a n"lise do Discuso como uma proposta crítica ue 3usca pro3lematizar as ^ormas de
re^leXão esta3elecidas- $la a distingue e a situa enuanto o3Eeto teKrico? (a# pressupfe a lingística mas se
destaca dela? não , nem uma teoria descriti!a/ nem uma teoria eXplicati!a- 2retende ser uma teoria crítica
ue trata da determinação "istKrica dos processos de signi^icação (b# considera como ^ato ^undamental a
relação necessIria entre a linguagem e o conteXto de sua produção/ Euntando para a compreensão do teXto
as teorias das
cisionista ^ormaçfes
em dois sociais
sentidos? e as teorias
9: procura da sintaXe as
pro3lematizar e da enunciaçao
e!id8ncias (c# pela seu
e eXplicitar sua carIter
especi^icidade/ ela ,
ideolKgico/
re!ela ue não "I discurso sem suEeito e nem suEeito sem ideologia? 9Q: denuncia o enco3rimento das
^ormas de dominação política ue se mani^estam numa razão disciplinar e instrumental 9[YZ? <U:-
A AnIlise do Discurso se situa/ por eXclusão e na 3usca de especi^icidade/ em relação h lingística
tradicional e h anIlise de conteúdo/ enuanto prItica<teKrica "istoricamente de^inida- *rlandi a eXplica
como um 2*4&* D$ .HS&A prKprio de ol"ar a linguagem enuanto lugar do de3ate e do con^lito- 4ela o
&$&* , tomado enuanto unidade signi^icati!a e pragmItica/ ou seEa/ o &$&* , portador do conteXto
situacional eXpresso pelo sentido- 4o entanto/ comenta *rlandi/ isso não signi^ica ue pala!ras/ sentenças
e períodos deiXem de ter um ní!el leXical/ mor^olKgico/ sintItico e semntico- * ue cria a AnIlise do
Discurso/ por,m/ , o 2*4&* D$ .HS&A das C*4DHL$S de 25*D(L* do teXto 9*rlandi? [YZ/UR<V:-
$m relação h AnIlise de Conteúdo/ tanto *rlandi como 28c"euX insistem em marcar uma lin"a di!isKria-
Sua crítica , de ue a AnIlise de Conteúdo toma o te8to como pete8to e o atra!essa sK para
0AS$D$A4+(S$ QU
demonstrar o ue EI ^oi de^inido o pioi pela situação- *u seEa/ o teXto , tomado como documento a ser
compreendido e como ilustração de uma situação- $nuanto isso/ a AnIlise do Discurso/ segundo seus
teKricos/ pretende ^azer o mo!imento contrIrio- Considera o te8to como um monumento e sua
eXterioridade como parte constituti!a da "istoricidade inscrita nele- Considera ue a situação estI atestada
no teXto- Desta ^orma/ !isa menos a intepetação do discurso do ue a compeensão do seu pocesso
poduti*o.
Cremos ue a contri3uição mais atual da teoria da AnIlise do Discurso , a sua insist8ncia de incorporar/
na compreensão de um teXto/ suas condiçfes de produção- 4esse sentido , importante apreender alguns
conceitos desen!ol!idos pelos seus teKricos em ^unção de uma !isão crítica no trato do material- A
de^inição de 5e8to, a re^leXão so3re as possi3ilidades da eitua, os &ipos do Discuso, o sentido do
Silncio, o carIter recalcado da matriz do Sen tido são alguns temas ue os pensadores da AnIlise do
Discurso
5e8to% 4atrazem
AnIlisecomo enriuecimento
do Discurso o 5e8to ,aotomado
de3atecomo
so3re unidade
o tratamento do material
de AnIlise? ualitati!o-
unidade compleXa de
signi^icaçfes- (m teXto pode ser uma simples pala!ra/ um conEunto de ^rases ou um documento maior
-&eXto distingue<se de Discuso. $nuanto este último , um conceito teKrico<metodolKgico/ o primeiro ,
um conceito analítico- * Discuso , a linguagem em interação/ ou seEa/ , o e^eito de super^ície de
relaçfes esta3elecidas e do conteXto da linguagem- * 5e8to , o discurso aca3ado para ^ins de anIlise-
&odo teXto/ enuanto C*52(S , um o3Eeto completo-  dele ue partem possí!eis recortes- $nuanto
o3Eeto teKrico/ por,m/ o teXto , in^initamente inaca3ado? a anIlise l"e de!ol!e sua incompletude/
acenando para um Eogo de múltiplas possi3ilidades interpretati!as-
Do ponto de !ista analítico o teXto , o espaço mais adeuado para se o3ser!ar o ^enjmeno da linguagem?
ele cont,m a totalidade- $ssa totalidade se re!ela em tr8s dimensfes de argumentação? (a# 5elaçfes de
0orça? lugares sociais e posição relati!a do locutor e do interlocutor (b# 5elação de Sentido? a
interligação eXistente entre este e !Irios discursos/ o ;coro de !ozes; ue se esconde em seu interior
Q 0AS$ D$ A4+)HS$
(c# 5elação de Antecipação? a eXperi8ncia anteproEetada do locutor em relação ao lugar e h reação de seu
ou!inte-
Segundo *rlandi/ esse mo!imento ue acontece no interior do discurso , ao mesmo tempo o processo/ o
produto e o centro ne!rIlgico da signi^icação a ser recuperado na anIlise do teXto- $m suma/ todo teXto
tem sua ideologia e podemos determinar a relação entre os dois termos pela caracterização de ^ormação
discursi!a da ual ele ^az parte- Pualuer discurso , re^eridor? dialoga com outros discursos , tam3,m
re^erido? produz<se sempre no interior de instituiçfes e grupos ue determinam uem ^ala/ o ue e como
^ala e em ue momento 9*rlandi? [YZ/V<QU[:-
_ eitua e Silncio% Pualuer teXto admite múltiplas possi3ilidades de leitura- * Eogo de relaçfes e de
interaçfes sociais permite tanto o ní!el de leituras para^rIsticas 9recon"ecimento do sentido dado pelos
autores: como o ní!el poliss8mico 9atri3uição de múltiplos sentidos:- &anto a leitura como a signi^icação
são produzidas
^ato pelos interlocutores
de ue o processo discursi!o nãoe leitores-
tem um $ssa
iníciopossi3ilidade deapoia
preciso? ele se múltiplas interpretaçfes
em discursos se ue/
pr,!ios apoiapor
no
sua !ez/ estão 3aseados na eXperi8ncia concreta do leitor/ do interlocutor ou do analista-
Acompan"ando a re^leXão so3re a leitura do teXto/ , importante assinalar as ad!ert8ncias de *rlandi a
propKsito do Silncio. &anto uanto a pala!ra/ o sil8ncio possui suas condiçfes de produção ele ,
am3íguo e eloente- * sil8ncio conseguido pelo opressor , uma ^orma de eXclusão o sil8ncio imposto
pelo oprimido pode eXpressar ^ormas de resist8ncia- *u seEa/ o sil8ncio não , transparente e necessi ta ser
compreendido atra!,s do dito e do não<dito- 2ois assim como "I sil8ncios ue dizem/ "I tam3,m ^alas
silenciadoras- A ^ala autoritIria !isa a impedir ue as pessoas se re!elem/ mas tam3,m uer coagi<las a
dizer o ue não pretendem- 2ortanto/ nem a ^ala nem o sil8ncio

$ntende<se em 28c"euX por 7omação Discusi*a as marcas de estilo ue se produzem na relação da linguagem com suas
condiçfes de produção- A ^ormação discursi!a , de^inida na sua relação com a ^ormação ideolKgica? o ue pode e de!e ser dito-
&oda ^ormação discursi!a dissimula/ pela transpar8ncia do sentido ue nela se constitui/ sua depend8ncia das ^ormaçfes ideolKgicas-
928c"euX? [YY/\R<\Q:-
0AS$ D$ A4+)HS$ QV
dizem por si- Am3os estão eXpressando relaçfes? re!elam as pessoas ue os empregam 9*rlandi? [YZ/
Q\U<UZ\:-
_ 5ipos de Discuso%Segundo *rlandi um tipo de discurso resulta de determinado ^uncionamento
discursi!o- *u seEa/ a ati!idade de dizer , tipi^icante? todo locutor/ uando ^ala/ esta3elece uma
con^iguração ue tem em3utido em si um estilo e se realiza na interação- 2or,m/ se o discurso
determinado sK pode ser compreendido enuanto processo/ seu resultado pode ser classi^icado dentro de
^ormas ou tipos discursi!os distintos- A autora propfe 9creio eu/ na lin"a do tipo<ideal de MaX We3er/ isto
,/ enuanto instrumento de anIlise: a seguinte su3di!isão? o discurso lúdico/ o discurso pol8mico e o
discurso autoritIrio- 4o primeiro a simetria e a re!ersi3ilidade entre os interlocutores , total e a
polissemia , mIXima- 4o pol8mico/ a re!ersi3ilidade , menor e sK se dI so3 certas condiçfes/
comportando certo grau de polissemia- * discurso autoritIrio , totalmente assim,trico e cont,m poucas
possi3ilidades
matrizes de interpretação
de interpretação dentropolis<s8mica-
da lin"a ue *s ;tipos;
inspira se su3di!idem
o modelo teKrico/ oe modelo
permitem a construção
estrutural de
9*rlandi?
[YZ/VR<\R:-
_ Ca"te ecalcado da mati@ do Sentido% 28c"euX c"ama atenção para o ^ato de ue os processos
discursi!os realizam<se no suEeito mas o transcendem/ ainda uando este tem a ilusão de estar na srcem
do sentido- 4a lin"a da psicanIlise lacaniana/ ad!erte o autor para o ^ato de ue al^aia , marcada por dois
ní!eis de recalcamento? ;o esuecido número um; e o ;esuecido número dois;-
* primeiro ;designa o ue nunca ^oi sa3ido e ue portanto toca mais de perto o suEeito ue ^ala/ na
estran"a ^amiliaridade ue ele mant,m com as causas ue o determinam;- &rata<se de uma zona
inconsciente/ no sentido em ue a ideologia ,/ por sua constituição/ inconsciente- 4o entanto ela
determina uma ^orma de estrutura discursi!a-
* ;esuecido número dois; , de !elamento parcial- $le pode ser compreendido/ recuperado e
re^ormulado pelo suEeito da enuncia<ção- Puando tenta apro^undar ou colocar de ^orma mais adeuada
seu pensamento em linguagem/ o ator social situa<se numa zona pr,<
3A4E 7E A)AI4E
QV
dizem por si- Am3os estão eXpressando relaçfes? re!elam as pessoas ue os empregam 9*rlandi? [YZ/
Q\U<UZ\:-
_ 5ipos de Discuso%Segundo *rlandi um tipo de discurso resulta de determinado ^uncionamento
discursi!o- *u seEa/ a ati!idade de dizer , tipi^icante? todo locutor/ uando ^ala/ esta3elece uma
con^iguração ue tem em3utido em si um estilo e se realiza na interação- 2or,m/ se o discurso
determinado sK pode ser compreendido enuanto processo/ seu resultado pode ser classi^icado dentro de
^ormas ou tipos discursi!os distintos- A autora propfe 9creio eu/ na lin"a do tipo<ideal de MaX We3er/ isto
,/ enuanto instrumento de anIlise: a seguinte su3di!isão? o discurso lúdico/ o discurso pol8mico e o
discurso autoritIrio- 4o primeiro a simetria e a re!ersi3ilidade entre os interlocutores , total e a
polissemia , mIXima- 4o pol8mico/ a re!ersi3ilidade , menor e sK se dI so3 certas condiçfes/
comportando certo
possi3ilidades grau de polissemia-
de interpretação * discurso
polis<s8mica- autoritIrio
*s ;tipos; , totalmente
se su3di!idem assim,trico
e permitem e cont,m poucas
a construção de
matrizes de interpretação dentro da lin"a ue inspira o modelo teKrico/ o modelo estrutural 9*rlandi?
[YZ/VR<\R:-
_ Ca"te ecalcado da mati@ do Sentido% 28c"euX c"ama atenção para o ^ato de ue os processos
discursi!os realizam<se no suEeito mas o transcendem/ ainda uando este tem a ilusão de estar na srcem
do sentido- 4a lin"a da psicanIlise lacaniana/ ad!erte o autor para o ^ato de ue aala , marcada por dois
ní!eis de recalcamento? ;o esuecido número um; e o ;esuecido número dois;-
* primeiro ;designa o ue nunca ^oi sa3ido e ue portanto toca mais de perto o suEeito ue ^ala/ na
estran"a ^amiliaridade ue ele mant,m com as causas ue o determinam;- &rata<se de uma zona
inconsciente/ no sentido em ue a ideologia ,/ por sua constituição/ inconsciente- 4o entanto ela
determina uma ^orma de estrutura discursi!a-
* ;esuecido número dois; , de !elamento parcial- $le pode ser compreendido/ recuperado e
re^ormulado pelo suEeito da enuncia<ção- Puando tenta apro^undar ou colocar de ^orma mais adeuada
seu pensamento em linguagem/ o ator social situa<se numa zona pr,<
Q\ 0AS$ D$ A4+)HS$
conscienteFconsciente do sentido de sua ^ala 928c"euX? [YY/ ZV<YR:-
Como se pode o3ser!ar/ a contri3uição dos autores da teoria da AnIlise do Discurso encamin"a<se
^undamentalmente para a crítica da linguagem- $ssa !isão/ a partir do ponto de !ista do processo de
produção/ alerta para o ^ato de ue o emissor e o receptor do discurso correspondem a lugares
determinados na estrutura social 9patrãoF operIrios padreF^i,is paiF^il"os etc:- A situação dada do locutor
assim como a do destinatIrio a^etam o discurso emitido/ pois o suEeito produz e transmite o discurso num
espaço social? o locutor antecipa/ no processo discursi!o/ as representaçfes do sentido de seu interlocutor/
ainda uando esse último seEa con^igurado apenas "ipoteticamente na ^ala sempre re^erida do autor-
$nuanto possi3ilidade t,cnica a anIlise do discurso consuma o seguinte o3Eeti!o? sendo dados condiçfes
de produção determinadas de um discurso em monKlogo e um conEunto aca3ado de realizaçfes
discursi!as (copus, amostra:/ esta3elece a estrutura do processo de produção ue corresponde a essas
condiçfesdededepend8ncia
relaçfes produção- Hsto ,/ os
entre o conEunto
domíniosde928c"euX?
domínios[\[:-
semnticos postos em Eogo neste discurso e as
2ara conseguir as ^inalidades/ o teXto de!e ser su3metido a !Irias operaçfes classi^icatKrias/
simultaneamente semnticas/ sintIticas e lKgicas- De acordo com 28c"euX/ cada ^rase , decomposta em
proposiçfes/ o ue implica em !Irias operaçfes lingísticas? su3stituição das anI^oras pelos termos ue
elas representam o resta3elecimento da ordem corrente na ^rase reagrupamento dos termos de ligação e
?
eXplicitação de proposiçfes latentes- > ><<<<><- 
%uscam<se as depend8ncias ^uncionais nas ^rases e entre as proposiçfes e reduzem<se as proposiçfes a
unidades mínimas- 5epresentam<se as proposiçfes em grI^icos e daí c"ega<se h classi^icação das relaçfes
3inIrias o3tidas-
2or ^im/ procede<se h anIlise automItica do material- Hsto ,/ codi^icados os enunciados elementares e as
relaçfes 3inIrias/ os dados são colocados em cartfes per^urados para se proceder h anIlise automItica
928c"euX? [\[:-
2ara 28c"euX a possi3ilidade da anIlise automItica !em do ^ato de ue os mecanismos de produção do
discurso são caracterizados pela
0AS$ D$ A4+)HS$ QZ
repetição do id8ntico/ atra!,s de ^ormas di^erenciadas- &al concepção se apoia na anIlise estrutural dos
mitos de ),!i<Strauss e na prKpria leitura ue ^az da concepção estruturalista do materialismo "istKrico
em Alt"usser? ;3usca<se/ por trIs das !ariaçfes de super^ície/ o princípio gerador ue organiza o
conEunto;-
A proposta operacional de *rlandi parece<nos mais ^leXí!el- $la tra3al"a 9sem eXplicitar se ^az ;anIlise
automatizada;: na seguinte ordem? 9: AnIlise das pala!ras do teXto 9separação dos termos constituintes/
anIlise dos adEeti!os/ dos su3stanti!os/ dos !er3os/ dos ad!,r3ios: 9Q: AnIlise das construçfes de ^rases
9U: Construção de uma rede semntica/ intermediIria entre o social e a gramItica 9: Consideração da
produção social do teXto como constituti!o de seu sentido 9*rlandi? [YZ/VZ:-
Ao terminar essa re^leXão so3re a AnIlise do Discurso enuanto uma prItica<teKrica "istoricamente
construída/ algumas o3ser!açfes se impfem- A contri3uição re^leXi!a e t,cnica EI ^oi anotada- Do ponto
de !istapara
prItica crítico , necessIrio
permitir dizer ue
dimensionar "I relati!amente
o lugar da AnIlise dopouco acúmulo
Discurso de do
no trato produção
materialtanto teKrica como
de ci8ncias sociais-
Sua pretensão de su3stituir a AnIlise de Conteúdo , radicalmente uestionada por %ardinQ?
;2or de3aiXo de uma linguagem a3scjndita ue por !ezes mascara 3analidades/ so3 um ^ormalismo ue
por !ezes escapa ao leitor/ para al,m das construçfes teKricas/ ue ao ní!el da prItica da anIlise são
improduti!as a curto prazo/ eXiste uma tentati!a totalitIria 9no sentido em ue se procura integrar/ no
mesmo procedimento/ con"ecimentos aduiridos ou a!anços at, aí dispersos ou de natureza disciplinar
estran"a? teoria e prItica lingística/ teoria do discurso como enunciação/ teoria da ideologia e
automatização dos procedimentos: cuEa am3ição , sedutora/ mas em ue as realizaçfes são anedKticas- *
ue , deplorI!el; 9%ardin? [Z[/ QQR<QQQ:-
Q
%ardin , um estudioso da AnIlise de Conteúdo e o3!iamente sua discussão com 28c"euX estI in^luenciada por uma !isão da
AnIlise do Discurso ue pretende destruir sua pretensa concorrente-
QY 0AS$ D$ A4+)HS$
*rlandi/ no entanto/ a!ança nas propostas concretas de ação? suas ^ormulaçfes são menos estruturadas e
^ec"adas ue as de 28c"euX- As re^leXfes da autora so3re o discurso pedagKgico/ o discurso político/ o
discurso religioso/ o discurso escolar da "istKria ampliam o campo da a3ordagem crítica e des!endam os
mecanismos de dominação ue se escondem so3 a linguagem 9*rlandi? [YZ/V<QU[:-
A AnIlise do Discurso/ pela sua !ida ainda curta/ não consegue precisar ca3almente seu o3Eeto nem em
termos teKricos nem do ponto de !ista t,cnico- CaudatIria de !Irias uestfes do con"ecimento/ ela
di^icilmente se o3Eeti!a enuanto proposta autjnoma- Seu carIter ;amarrado; ao estruturalismo l"e
su3trai muito da ^leXi3ilidade necessIria para realizar o ue ela prKpria pretende dar conta do S$4&HD*- A
redução a relaçfes 3inIrias paia conseguir a anIlise automatizada/ a nosso !er/ di^icilmente x tmmtm Y a
apreensão das relaçfes dial,ticas constituti!as da
As ad!ert8ncias teKricas da L$S D$ 25*D(L* da linguagem/ ue pode estar presente assim/ por,m/ a
anIlise oposição compl teXto tanto enuanto dinmica e
social-
Discurso so3re as C*4DH<o lado ^orte da teoria de conteúdo- Mesmo ao pensar a relação de FeXterioridade
inclui o monumento numa relação
so3re a 6ermen8utica<Dial,tica
so3re o tratamento dos dados da
AnIlise de Conteúdo; e da ; AnIlise
como uma tecnologia de interpretação
~^^ls<D^al,tíca se apresenta como um ;camin"o
de encontro entre as ci8ncias sociais
 desen!ol!endo na ^iloso^ia um de3ate
ue passou a 3ene^iciar as discussfes
Sociais na medida em ue esses autores
77gnir o3Eeti!idade e de a3ordar a prIXis-
e ao con^ronto entre Gadamer e 6a3ermas
0AS$ D$ A4+)HS$ Q[
so3re a "ermen8utica e a dial,tica/ Stein comenta ue a ^iloso^ia não pode ^urtar<se de esta3elecer uma
comunicação direta com as ci8ncias sociais ue constituem o prKprio c"ão da ^iloso^ia "ermen8utica?
;sem o diIlogo e a ocupação direta com as ci8ncias "umanas/ a ^iloso^ia torna<se !azia; 9Stein?
[YZ/U:-
Diríamos ue o in!erso urge se não uisermos ue a uestão do m,todo nas ci8ncias sociais se trans^orme
em mera consideração de procedimentos/ como c"ama atenção Adorno a respeito da sociologia empírica
americana?
;A in!estigação social empírica toma eui!ocadamente o epi^enj<meno/ o ue o mundo ^ez de nKs como
a realidade mesma- Seu m,todo ameaça tanto ^etic"izar seus assuntos/ uanto a degenerar<se em ^etic"e/
isto ,/ a colocar as uestfes do m,todo acima das uestfes de conteúdo; 9[Z[/ Q[:-
&ra3al"ar com a "ermen8utica e a dial,tica/ diria Stein?
;Constitui<se
prKprios num es^orço
procedimentos de proteger
cientí^icos nãoaapenas
contra ameaçao da
o3Eeto das ci8ncias
sel!agem sociais/
atomização dosmas de sal!aguardar
processos os
tecnocrIticos
do con"ecimento; 9[YZ/Q[:-
Hsso não signi^ica ue a "ermen8utica e a dial,tica de!am ser ;encurtadas; atra!,s de sua redução a
simples teoria de tratamento de dados- Mas/ pela sua capacidade de realizar uma re^leXão ^undamental
ue ao mesmo tempo não se separa da prIXis/ podemos dizer ue o casamento dessas duas a3ordagens
de!e preceder e iluminar ualuer tra3al"o cientí^ico de compreensão da comunicação-
6a3ermas ad!erte<nos ue a "ermen8utica<dial,tica não determina t,cnicas de tratamento de dados e sim
a sua autocompreensão 9[YR/ URZ:- $ nesse espírito ue a tomamos aui/ isto ,/ como ;camin"o do
pensamento;-
* ue , 6ermen8utica
Segundo o dicionIrio de 0iloso^ia organizado por 0erra ter Mora 9[Y/[U<[[: a 6ermen8utica
consiste na e8plicação e intepetação de um pensamento- $ssa interpretação pode ser? (a# literal ou de
QQR 0AS$ D$ A4+)HS$
a!eriguação do sentido das eXpressfes usadas por meio de uma anIlise lingística (b# ou temItica/ na
ual importa/ mais ue a eXpressão !er3al/ a compreensão sim3Klica de uma realidade a ser penetrada-
&radicionalmente a 6ermen8utica estI re^erida h eXegese das Sagradas $scrituras e de!e seu
desen!ol!imento ao a!anço "istKrico da gramItica/ da retKrica "umanística e dos estudos 3í3licos-
* conceito de 6ermen8utica ue usamos neste estudo , ela3orado por Gadamer 9[YZ: e clari^icado no
seu de3ate acad8mico com 6a3ermas/ em di^erentes tra3al"os ue t8m contri3uído para o a!anço do
encontro entre ^iloso^ia e ci8ncias sociais/ entre a teoria e a prItica trans^ormadora-
2ara Gadamer/ a "ermen8utica , a 3usca de compreensão de sentido ue se dI na comunicação entre os
seres "umanos? ;ser ue pode ser compreendido , linguagem;- 2ortanto a linguagem constitui o núcleo
central da comunicação? a linguagem ordinIria do "omem comum no seu dia<a<dia- Seus pressupostos são
ue o "omem como ser "istKrico , ^inito e se complementa na comunicação- Mas a compreensão dessa
comunicação
os , tam3,m
"orizontes da ^inita? eocupa
comunicação um ponto nonunca
da compreensão/ tempoescapamos
e no espaço-
da $"istKria/
ainda uando podemos
^azemos ampliar
parte dela e
so^remos os preconceitos de nosso tempo-
Segundo Gadamer/ em princípio/ os meios de uma linguagem natural são su^icientes para esclarecer o
sentido de uaisuer conteXtos sim3Klicos por mais estran"os e inacessí!eis ue possam se apresentar h
primeira !ista? podemos traduzir de ualuer língua para outra/ podemos compreender a cultura de outras
,pocas e de ualuer tempo- 4o entanto/ o conteXto sempre passí!el de compreensão , ao mesmo tempo
uestionI!el e potencialmente incompreensí!el- A eXperi8ncia "ermen8utica 3alança entre o ^amiliar e o
estran"o/ entre a intersu3Eeti!idade do acordo ilimitado e o rompimento da possi3ilidade de compreensão-
Hsso !ale tanto para o estudo de interaçfes de comunidades e grupos socioculturalmente "eterog8neos em
termos de ,pocas/ culturas/ classes/ como para as relaçfes no interior de conEuntos "omog8neos-
(m segundo ponto realçado por Gadamer , a uestão do pre<
0AS$ D$ A4+)HS$ QQ
concerto- * ^ato de pertencermos a determinado grupo social/ a determinado tempo "istKrico/ de
possuirmos determinada ^ormação/ ^az ue a compreensão "ermen8utica seEa ine!ita!elmente
condicionada pelo conteXto do analista- 2or isso/ para Gadamer/ a "ermen8utica tem ue se relacionar
com a retKrica e com a prIXis- A arte da compreensão !incula<se com a arte do con!encimento 9retKrica:
naueles casos em ue a comunicação , trazida para o terreno das decisfes em uestfes prIticas- Desta
^orma/ a "ermen8utica e a retKrica se unem não apenas como camin"o de compreensão da mensagem mas
para entender a orientação e a modi^icação da ação- DI<se aí o cruzamento entre linguagem e prIXis pois
am3as se interpretam mutuamente-
Gadamer critica o Hluminismo ue pretende a isenção da razão "umana/ , cego para os preconceitos/
colocando<se ^ora da "istKria- 2ara ele/ a autoridade e a tradição são os lugares prKprios para se entender a
comunicação do outro-
Como a ^enomenologia/
cotidianas a "ermen8utica
da !ida e promo!e traz para
o esclarecimento o primeiro
so3re plano/pro^undas
as estruturas no tratamento
dessedos dados/
mundo doas condiçfes
dia<a<dia- A
pesuisa "ermen8utica tam3,m analisa os dados da realidade tendo como ponto de partida a manutenção
e a eXtensão da intersu3Eeti!idade de uma intenção possí!el como núcleo orientador da ação- A
compreensão do sentido orienta<se por um consenso possí!el entre o suEeito agente e auele ue 3usca
compreender- 2or paradoXal ue pareça/ no entanto/ eXplica Gadamer/ a compreensão sK se opera por
estran"amento- Apenas o ^racasso na tentati!a de entender a transpar8ncia do ue , dito pode le!ar
algu,m a penetrar na opinião do outro/ na 3usca de sua racionalidade e !erdade/ dentro de um sistema de
intersu3Eeti!idade- Assim a re^leXão "ermen8utica produz identidade da oposição/ 3uscando a unidade
perdida- $la se introduz no tempo presente/ na cultura de um grupo determinado para 3uscar o sentido ue
!em do passado ou de uma !isão de mundo prKpria/ en!ol!endo num único mo!imento o ser ue
compreende e auilo ue , compreendido-
4o de3ate com Gadamer/ 6a3ermas reconstitui os pressupostos metodolKgicos da 6ermen8utica para as
ci8ncias sociais e nKs os retomamos aui como 3alizas no trato do material comunicati!o? (a#
QQQ 0AS$ D$ A4+)HS$
* pesuisador tem ue aclarar para si mesmo o conteXto de seus entre!istados ou dos documentos a
serem analisados- Hsso , importante porue o discurso eXpressa um sa3er compartil"ado com outros/ do
ponto de !ista moral/ cultural e cogniti!o/ (b# * estudioso do teXto 9o termo te8to aui , considerado no
sentido amplo? relato/ entre!ista/ "istKria de !ida/ 3iogra^ia etc-: de!e supor a respeito de todos os
documentos/ por mais o3scuros ue possam parecer h primeira !ista/ um teor de racionalidade e de
responsa3ilidade ue não l"e permita du!idar- * int,rprete toma a s,rio/ como suEeito responsI!el o ator
social ue estI diante dele- (c# * pesuisador sK pode compreender o conteúdo signi^icati!o de um teXto
uando estI em condiçfes de tornar presentes as razfes ue o autor teria para ela3orI<lo- (d# 2or outro
lado/ ao mesmo tempo em ue o analista 3usca entender o teXto/ tem ue EulgI<lo e tomar posição em
relação a ele- Hsto ,/ ualuer int,rprete de!e assumir determinadas uestfes ue o teXto l"e apresenta
como pro3lemas não resol!idos- $ compenetrar<se do ^ato de ue no la3or da interpretação não eXiste
última pala!ra/
poderia (e# &oda
compartil"ar da interpretação 3em<sucedida
eXplicação ela3orada , acompan"ada
se pudesse pela eXpectati!a
penetrar tam3,m no mundo dedo ue o autor
pesuisador-
&anto o suEeito ue comunica como auele ue o interpreta são marcados pela "istKria/ pelo seu tempo/
pelo seu grupo- 2ortanto o teXto re^lete essa relação de ^orma srcinal 96a3ermas? [YZ/ Y\<[Z:- A partir
dos mencionados pressupostos resumimos o camin"o da tare^a interpretati!a? (a# Di^erenciar a
compreensão do conteXto da comunicação/ da compreensão do conteXto do prKprio pesuisador (b# 2ara
isso/ eXplorar e deduzir as de^iniçfes de situação ue o teXto transmitido permite/ a partir do mundo da
!ida do autor e de seu grupo social- $sse mundo da cotidianídade , o "orizonte/ o parmetro do processo
de entendimento do teXto com o ual seus contemporneos e interlocutores concordam ou discordam
so3re algo/ num único *@undo obJeti*o, num mundo social comum, num mundo de intesubJeti;;;idadesX
(c# * pesuisador ao analisar pode pressupor ue compartil"a com o autor suas re^er8ncias ^ormais h !ida
social- A partir da- %$s#a entender porue o suEeito da ^ala acredita em determinada situação social/
!aloriza determinadas normas e atri3ui determinadas açfes ou responsa3ilidades a certos atores sociais-
$m resumo/
0AS$ D$ A4+)HS$ QQU
3usca entender porue o autor do teXto o apresenta dessa ^orma e não de outra-
Somente na medida em ue desco3re as razfes ue ^azem aparecer tal como ,/ um depoimento de
determinado locutor/ o analista pode apreender o ue o suEeito uis dizer/ isto ,/ a signi^icação da ^ala?
;Compreender uma mani^estação sim3Klica signi^ica sa3er so3 ue condiçfes sua pretensão de !alidade
poderia ser aceita; 96a3ermas? [YZ/ [:- --<--<-
(ma pretensão de !alidade cont,m a a^irmação de ue algo , digno de ser recon"ecido-
&entando resumir/ podemos a^irmar ue a "ermen8utica 3usca a compreensão do teXto nele mesmo
;entender<se na coisa;- $la se distingue do sa3er t,cnico ue uer ^azer da compreensão um conEunto de
regras disciplinadoras do discurso- Distingue<se tam3,m da lingística/ cuEo principal o3Eeto , a
reconstrução do sistema a3strato de regras de uma linguagem natural- Com relação h linguagem/ a
"ermen8utica toma como seu campo as eXperi8ncias ^undamentais de ;um ^alante comunicati!amente
competente;-
A "ermen8utica distingue<se/ na sua proposta/ da ^enomenologia social e da etnometodologia- $m am3as/
segundo 6a3ermas 9[YZ/ QU: a linguagem , tomada como suEeito da ^orma de !ida e da tradição/
prendendo<se h pressuposição idealista de ue a consci8ncia lingisticamente articulada determina o ser
material da prIXis !ital- 2elo contrIrio/ a "ermen8utica se apoia na re^leXão "istKrica ue conce3e o
int,rprete e seu o3Eeto como momentos do mesmo conteXto- $sse conteXto o3Eeti!o se apresenta como
tadição, entendida aui como uma linguagem transmitida na ual !i!emos-
* eXercício de compreensão proposto pela "ermen8utica repudia o o3Eeti!ismo ue esta3elece uma
coneXão ing8nua entre os enunciados teKricos e os dados ^aruais/ cuEo paradigma , o mundo natural- Mas
opfe<se tam3,m ao idealismo ^ilosK^ico ou teolKgico ue coloca a !erdade nalgum lugar ^ora da prIXis-
Pual , a concepção dial,tica presente na discussão de 6a3ermas no seu de3ate com Gadamer $
importante distingui<la e ^azer so3re ela uma leitura ;"ermen8utica;/ no sentido de ue o conceito de
QQ 0AS$ D$ A4+)HS$
Dial,tica , "istoricamente construído/ tomando di!ersas conotaçfes tal como , usado dentro de di^erentes
marcos teKricos e desen!ol!ido por autores di^erentes- *s elementos ressaltados por 6a3ermas são os
seguintes?
(a#  razão "umana pode mais do ue simplesmente compreender a realidade/ na medida em ue as
condiçfes de racionalidade são tam3,m produto da ação "umana o3Eeti!ada- 2or isso/ para 6a3ermas/ a
razão "umana possui uma ^orça transcendental ue se eXerce na crítica e consegue ultrapassar os pr,<
conceitos- A mesma razão ue compreende/ esclarece e reúne/ tam3,m contesta e dissocia 96a3ermas?
[YZ/ QR<QV:-
(b# A estrutura do ;signi^icado; presente na linguagem , apenas um ^ator na totalidade do mundo real/
ue para 6a3ermas se compfe de tra3al"o/ poder e linguagem- 2ortanto/ a tradição cultural ue se
eXpressa na linguagem estI marcada pelo carIter ideolKgico das relaçfes de tra3al"o e de poder?
;)inguagem
!iol8ncia tam3,m ,4a
organizada- meio de dominação
medida em ue as elegitimaçfes
de poder social- $la ser!e h legitimação
não mani^estam a relação dedas relaçfescuEa
!iol8ncia/ de
institucionalização possi3ilitam/ e na medida em ue isso apenas se eXprime nas legitimaçfes/ a
linguagem tam3,m , ideolKgica- A eXperi8ncia "ermen8utica ue topa com tal depend8ncia do conteXto
sim3Klico com re^er8ncia hs relaçfes ^Iticas/ passa a ser crítica da ideologia; 96a3ermas? [YZ/ Q:-
6a3ermas critica a pretensão idealista da sociologia compreensi!a/ da etnometodologia/ da
^enomenologia e da prKpria "ermen8utica ue/ nas suas anIlises/ ignoram a totalidade da !ida social em
todos os seus momentos- $las se mo!em no espaço da comunicação ordinIria como se ela ^osse uní!oca e
totalizante- * argumento de 6a3ermas se eXpressa na luminosa ^rase de Al3retc" Wemer?
;A ilustração sa3ia o ue a "ermen8utica esuece? ue o >diIlogo> ue/ segundo Gadarner/ nKs somos-/
tam3,m , um conteXto de !iol8ncia e nisto não "I diIlogo 9---: A pretensão de uni!ersalidade do ponto de
partida sK pode ser sustentada uando se parte do ^ a to
0AS$ D$ A4+)HS$ QQV
de ue o conteXto da tradição/ enuanto o lugar possí!el da !erdade e acordo ^Itico/ , tam3,m/ ao mesmo
tempo/ o lugar da in!erdade ^Itica e da !iol8ncia constante; 96a3ermas? [YZ/QZ:-
6a3ermas coloca como ^undamento da comunicação as relaçfes sociais "istoricamente dinmicas/
antagjnicas e contraditKrias entre classes/ grupos e culturas- Desta ^orma ^ica e!idente ue a linguagem
enuanto possi3ilitadora de comunicação traduz tam3,m a di^iculdade de comunicação- Seus signi^
icantes aparentemente iguais carregam conotaçfes e signi^icados eXpressi!os da prKpria realidade
con^liti!a 9[YZ/Q\<\[:- 4uma sociedade marcada por relaçfes sociais de produção pro^undamente
desiguais/ a comunicação estI sistematicamente pertur3ada- A linguagem , um índice de alienação ue
eXpressa a dominação dos "omens so3re seus semel"antes-
(c# (m tra3al"o crítico 3usca um m,todo no ual a interpretação seEa trans^ormação e !ice<!ersa/ e ue
a^irme a im3ricação entre m,todo e coisa- Hsso implica a recusa da totalidade meta^ísica e a a^irmação da
id,ia da totalidade
concepção ue seteKrico<prItica
de totalidade ^az no processo
elae se
ue , operadaperenemente
recompfe tam3,m no no
la3or teKrico-
tra3al"o deComo se trata
re^leXão de uma
e permanece
como "orizonte regulador das uestfes da prItica- Hsso implica no recon"ecimento/ por "onestidade
cientí^ica/ de um engaEamento em todo tra3al"o de compreensão 96a3ermas? [YZ/ Y\<[V:-
(d# 5essalta o condicionamento "istKrico do pensamento/ da re^leXão e os determinismos materiais da
ideologia- Daí ue/ ao mesmo tempo/ 6a3ermas apresente o carIter de uni!ersalidade da #í&i#a tanto
para a 3ase material como para a superestrutura ideolKgica da realidade- Mas esse recon"ecimento das
condiçfes /is&i#as do pensamento su3mete o prKprio discurso crítico a seus de&e!isa$s "istKrico<
sociais? ••///
; (ma trans^ormação dosmodosde produção acarreta uma reestruturação da imagem lingística do
mundo- 9---: 4ão "I dú!ida de ue re!oluçfes nas condiçfes de reprodução da !ida material são/ por sua
!ez/ mediadas lingisticamente? mas uma no!a prIXis não
0AS$ D$ A4+)HS$ QQV
de ue o conteXto da tradição/ enuanto o lugar possí!el da !erdade e acordo ^Itico/ , tam3,m/ ao mesmo
tempo/ o lugar da in!erdade ^Itica e da !iol8ncia constante; 96a3ermas? [YZ/QZ:-
>< <  i^
6a3ermas coloca como ^undamento da comunicação as relaçfes sociais "istoricamente dinmicas/
antagjnicas e contraditKrias entre classes/ grupos e culturas- Desta ^orma ^ica e!idente ue a linguagem
enuanto possi3ilitadora de comunicação traduz tam3,m a di^iculdade de comunicação- Seus
signi^icantes aparentemente iguais carregam conotaçfes e signi^icados eXpressi!os da prKpria realidade
con^liti!a 9[YZ/Q\<\[:- 4uma sociedade marcada por relaçfes sociais de produção pro^undamente
desiguais/ a comunicação estI sistematicamente pertur3ada- A linguagem , um índice de alienação ue
eXpressa a dominação dos "omens so3re seus semel"antes-
(c# (m tra3al"o crítico 3usca um m,todo no ual a interpretação seEa trans^ormação e !ice<!ersa/ e ue
a^irme a im3ricação entre m,todo e coisa- Hsso implica a recusa da totalidade meta^ísica e a a^irmação da
id,ia da totalidade ue se ^az no processo e ue , operada tam3,m no la3or teKrico- Como se trata de uma
concepção de totalidade teKrico<prItica ela se recompfe perenemente no tra3al"o de re^leXão e permanece
como "orizonte regulador das uestfes da prItica- Hsso implica no recon"ecimento/ por "onestidade
cientí^ica/ de um engaEamento em todo tra3al"o de compreensão 96a3ermas? [YZ/ Y\<[V:-
(d# 5essalta o condicionamento "istKrico do pensamento/ da re^leXão e os determinismos materiais da
ideologia- Daí ue/ ao mesmo tempo/ 6a3ermas apresente o carIter de uni!ersalidade da crítica tanto para
a 3ase material como para a superestrutura ideolKgica da realidade- Mas esse recon"ecimento das
condiçfes "istKricas do pensamento su3mete o prKprio discurso crítico a seus determinismos "istKrico<
sociais?
;(ma trans^ormação dos modos de produção acarreta uma reestruturação da imagem lingística do
mundo- 9---: 4ão "I dú!ida de ue re!oluçfes nas condiçfes de reprodução da !ida material são/ por sua
!ez/ mediadas lingisticamente? mas uma no!a prIXis não
QQ\ 0AS$ D$ A4+)HS$
, posta em ação apenas por uma no!a interpretação/ e sim antigos modelos de interpretação !8m a ser
tam3,m/ >de 3aiXo para cima> atingidos por uma no!a prIXis e re!olucionados; 9[Z[/ QQ:-
A crítica da comunicação/ para eles/ de!e se ^azer em dois ní!eis? 9: de um lado/ em relação h
intranspar8ncia dos dados 9Q: de outro/ das prKprias categorias usadas para anIlise/ no sentido de ue não
eXiste nen"uma re^er8ncia ^ora da "istKria 96a3ermas? [YZ/ Y\<[V:-
ApKs a caracterização das duas posiçfes metodolKgicas , importante perce3er seus pontos de encontro e
de contraste/ uma !ez ue se recon"eça a importncia da "ermen8utica<dial,tica/ na re^leXão teKrica do
con"ecimento?
; claro ue tanto a dial,tica como a "ermen8utica não perce3eram de maneira eXplícita o paradigma ue
elas inauguraram;/ de^ende Stein- ;Mas seu modo de proceder como m,todo/ dI<l"es indiscuti!elmente
uma autoridade epist8mica capaz de dar conta de seus pressupostos e produzir ní!eis de racionalidade
cuEa legitimação
6a3ermas !ai<se
recon"ece repondo atra!,s
a possi3ilidade do progresso
de um do tra3al"o
encontro ^ecundo entreteKrico; 9Stein? [YZ/R[:-
a 6ermen8utica e a Dial,tica/ em
primeiro lugar no seu ponto de partida? o 6*M$M- $m am3as/ o o3Eeto de anIlise , a prIXis social e o
sentido ue 3uscam , a a^irmação ,tico<política do pensamento-
5econ"ece tam3,m a importncia da re^leXão "ermen8utica e do !alor da tradição mas su3mete<os h
crítica-
;A re^leXão , condenada a c"egar depois do ^ato/ mas ao ol"ar para trIs desen!ol!e uma ^orça
reconstruti!a- 4Ks sK podemos nos !oltar para as normas interiorizadas depois de termos aprendido
primeiro cegamente a segui<las so3 um poder ue se impjs de ^ora- A medida por,m ue a re^leXão
recorda auele camin"o da autoridade no ual as gramIticas dos Eogos de linguagem ^oram eXercitadas
dogmaticamente como regras de concepção do mundo e do agir/ pode ser tirada da autoridade auilo ue
nela era pura
0AS$ D$ A4+)HS$ QQZ
dominação/ e ser dissol!ido na coerção sem !iol8ncia da intelecção <? e da decisão racional; 96a3ermas?
[YZ/Y:-
* autor/ ao mostrar a contri3uição e os limites da "ermen8utica/ c"ega a uma proposta de
complementaridade com a dial,tica/ complementaridade possí!el a partir da prKpria realidade-
$nuanto a "ermen8utica penetra/ no seu tempo e atra!,s da compreensão procura atingir o sentido do
teXto/ a critica dial,tica se dirige contra seu tempo- $la en^atiza a di^erença/ o contraste/ o dissenso e a
ruptura de sentido- A "ermen8utica destaca a mediação/ o acordo e a unidade de sentido-
Assim a "ermen8utica e a dial,tica apresentam<se como momentos necessIrios na produção da
racionalidade- * m,todo dial,tico opera tendo como pressuposto o m,todo "ermen8utico/ em3ora essas
duas concepçfes ten"am sido desen!ol!idas atra!,s de mo!imentos ^ilosK^icos di^erentes- Stein tenta
recuperar a complementaridade dessas a3ordagens mostrando ue? (a# Am3as trazem em seu núcleo a
id,ia ^ecunda
tra3al"o das condiçfes
do pensamento (b# "istKricas de ualuer
Am3as partem mani^estação
do pressuposto de uesim3Klica/ da linguagem/
não "I o3ser!ador e de ualuer
imparcial nem "I
ponto de !ista ^ora do "omem e ^ora da "istKria (c# Am3as ultrapassam a simples tare^a de serem
^erramentas do pensamento- São modos pelos uais o pensamento produz racionalidade/ contra<pondo<se
aos m,todos das ci8ncias positi!istas ue se colocam como eXteriores e isentos do tra3al"o da razão (d#
2or isso/ am3as uestionam o tecnicismo presente nos m,todos das ci8ncias sociais/ para desco3rir o
^undo ^ilosK^ico ue as di!ersas t,cnicas metodolKgicas tendem a negar- Destroem/ dessa ^orma/ a auto<
su^ici8ncia o3Eeti!ista das ci8ncias com 3ase no positi!ismo/ (e# Am3as estão re^eridas h prIXis e
mostram/ no campo das Ci8ncias Sociais/ ue seu domínio o3Eeti!o estI preestruturado pela tradição e
pelos percalços da "istKria 9[YZ/R:-
A união da "ermen8utica com a dial,tica le!a a ue o int,rprete 3usue entender o te8to, a fala, o
depoimento como resultado de um processo social 9tra3al"o e dominação: e processo de con"ecimento
9eXpresso em linguagem: am3os ^rutos de múltiplas determinaçfes mas com signi^icado especí^ico- $sse
te8to , a representação social de
QQY 0AS$ D$ A4+)HS$
uma realidade ue se mostra e se esconde na comunicação/ onde o autor e o int,rprete são parte de um
mesmo conteXto ,tico<político e onde o acordo su3siste ao mesmo tempo ue as tensfes e pertur3açfes
sociais-
C*4C)(S$S? (MA 25*2*S&A D$ H4&$525$&AL*
;4ossos con"ecimentos são apenas aproXimação da plenitude da realidade/ e por isso mesmo são sempre relati!os na medida/
entretanto/ em ue representam a aproXimação e^eti!a da realidade o3Eeti!a/ ue eXiste independentemente de nossa consci8ncia/
são sempre a3solutos- * carIter ao mesmo tempo a3soluto e relati!o da consci8ncia ^orma uma unidade dial,tica indi!isí!el;
9)ukIcs? [\Z/ QUU:-
Ao pensamento de )ukIcs so3re o con"ecimento aproXimado/ em epígra^e/ podemos acrescentar a
re^leXão de %ac"elard de ue?
;* ato de con"ecer/ no seu primeiro impulso , uma desco3erta plena de incerteza e de dú!ida- Sua raiz ,
o Eulgamento descon^iado/ seu sucesso/ um acesso !eri^icado; 9[\[/ QV:-
* ue
de as pIginas anteriores
con"ecimento nos mostram/
não "I consenso e não "Iconcordando com os6I
ponto de c"egada- pensadores
o limite decitados/ , de ue no de
nossa capacidade processo
o3Eeti!ação e a certeza de ue a ci8ncia se ^az numa relação dinmica entre razão e eXperi8ncia e não
admite a redução de um termo a outro- Se isso , !erdade para a totalidade do la3or de in!estigação
cientí^ica/ aplica<se de ^orma muito especí^ica h etapa de tratamento dos dados empíricos-
2oirier comenta ue num curso ministrado na 0rança por )azars<^eld 9um dos renomados pesuisadores
sociais de nosso s,culo: so3re t,cnicas de anIlise de conteúdo aplicadas a "istKrias de !ida/ um dos
alunos l"e perguntou so3re a condução de certos pro3lemas prIticos- Sorrindo/ o mestre l"e respondeu?
;A gente diz e escre!e muitas coisas/ mas na !erdade a gente ^az como pode; 92oirier et alii? [YZ/ ZQ:-
0AS$ D$ A4+)HS$ QQ[
A inter!enção de )azars^eld , altamente signi^icati!a e "onesta/ Desmisti^ica a ;caiXa preta; dos
procedimentos usados por cientistas sociais ue certamente teriam muito a narrar so3re os camin"os e
descamin"os atra!,s dos uais conseguem os ;ass,pticos; resultados de suas pesuisas- 2or outro lado/ a
^ala de )azars^eld re!ela não apenas o lado das di^iculdades reais/ das ^rauezas e das ^al"as de um
pesuisador/ mas insinua o ^ato de ue/ o ue escre!emos ou ^alamos so3re o tra3al"o de in!estigação/
geralmente , uma ;lKgica reconstruída; ue se distancia da ;lKgica em uso; no decorrer do tra3al"o- MarX
^ala do mesmo tema na ;Hntrodução; h Contibuição : Ctica da Economia 'oltica distinguindo o
m,todo de in!estigação/ do m,todo de eXposição 9[ZU/ QR:-
As o3ser!açfes acima não nos eXimem/ por,m/ de um es^orço de re^leXão cuEo desa^io seria unir h crítica
teKrica uma proposta prItica de anIlise do material ualitati!o- $sse desa^io tem ue partir de uma re!isão
das alternati!as at, aui apresentadas e de uma opção ue ao mesmo tempo se torne !iI!el teKrica e
praticamente-
ao mesmo tempo $stamos alerta
da pouca para o 9Andr,?
re^leXão ^ato de ue a pol8mica
[YU/ \U:/ mas eXistente
tam3,m dasnessa Irea de con"ecimento
di^iculdades concretas de, sinal
ultrapassar o ní!el dos dados aparentes e alcançar a compreensão mais pro^unda dos signi^icados-
A crítica 3Isica a respeito da AnIlise de Conteúdo tradicional 9nas suas mais di^erentes modalidades: , a
sua ^raca capacidade eXplicati!a- Sua 8n^ase uase a3soluta na ^ala como material de anIlise/ trans^orma a
uestão da desco3erta e da !alidade/ na "a3ilidade de manipulação de instrumentos t,cnicos/ h moda
positi!ista e cau<datIria das a3ordagens uantitati!as- * material etnogrI^ico , arranEado como um
;Corpus;/ isto ,/ como um conEunto sistematizado e ^iXo/ pri!ilegiando<se tudo o ue pode se constituir
em sistema de signos a serem deci^rados- Desta ^orma/ não entram em pauta o processo de tomada de
decisfes no campo e nem o conteXto da ação analisada- As entre!istas 9ou comunicaçfes em geral:
costumam ser !istas em 3loco/ perdem sua autoria e o Eogo dos ;signi^icantes em cadeia; passa a ser o
^oco da compreensão-
Da mesma ^orma/ a AnIlise do Discurso ue tenta ultrapassar a AnIlise de Conteúdo tradicional/ como o
prKprio nome indica/ tam3,m coloca sua tjnica na ^ala- Su3stituindo o crit,rio estatístico<
QUR 0AS$ D$ A4+)HS$
uantitati!o para a!aliar o rigor da a3ordagem/ pretende compreender as regras prKprias do processo
discursi!o e atingir as estruturas pro^undas na raiz da comunicação- 4o entanto/ o rigor ^ormal de ue se
re!este costuma sacri^icar a riueza dos detal"es e a multidimensionalidade da pesuisa empírica _
características ue constituem a aura e o m,rito da a3ordagem antropolKgica-
*s re^inamentos t,cnicos tanto da anIlise de conteúdo como da anIlise do discurso se apoiam na crença
de ue a ;!erdade; dos signi^icados se situa nos meandros pro^undos da signi^icação dos teXtos- *ra/ a
a3solutização dessa crença deiXa em segundo plano os aspectos eXtradiscursi!os ue constituem o espaço
sKcio<político<econjmico e cultural onde o discurso circula-
A a3ordagem antropolKgica/ a partir dos clIssicos tra3al"os de Malino7ski/ EI "I muito ultrapassou os
limites da 8n^ase na anIlise do conteúdo eXplícito da mensagem- Seu m,todo , coteEar a ^ala com a
o3ser!ação das condutas e dos costumes e com a anIlise das instituiçfes re^erentes ao tema em estudo-
C"ecar interpreta
anIlise o ue , dito com o ueou, o^eito/
o conteúdo com dentro
discurso o ue ,de
cele3rado e estI
um uadro cristalizado-onde
de re^er8ncias Desta ^orma/
a ação uma 3oa
e ação
o3Eeti!ada nas instituiçfes permite ultrapassar a mensagem mani^esta e atingir os signi^icados latentes-
$ssa proposta/ no entanto/ pertence ao clIssico uadro do ^uncionalismo de onde partiu toda a a3ordagem
antropolKgica- $ "oEe o dilema dos ue tra3al"am com anIlises ualitati!as , de superar os esuemas
interpretati!os ^ormais (: Ia %erelson: ou o ^uncionalismo 9h Ia Malino7ski: em 3usca de uma teoria
dial,tica capaz de conter os conteúdos intrinsecamente con^liti!os e antagjnicos de nossa realidade
social- A a3ordagem ue mais se coaduna h interpretação consistente dos dados , a marXista/ na medida
em ue ela se propfe a captar o mo!imento/ as contradiçfes e os condicionamentos "istKricos- *
empreendimento/ por,m/ não , ^Icil como nos ad!ertem Dur"am 9[Y\/ UU:/ Cardoso 9[Y\/Y\s:/ Oaluar
9[Y\/V:/ Magnani 9[Y\/QY:- $sses autores/ a partir de di^erentes temas/ mostram ue as tentati!as de
interpretação ualitati!a marXista t8m descam3ado ora para uma imprecisa categorização/ por
di^iculdades de transposição de conceitos usados em anIlises macrossociais para reali<
0AS$ D$ A4+)HS$ QU
dades microssociais/ ora para uma a3ordagem mais política ue de cun"o cientí^ico/ carente de re^leXão
so3re os pro3lemas episte<molKgicos en!ol!idos-
Apesar das constataçfes ^eitas e a partir das di^iculdades apresentadas na prItica teKrica , o m,todo
"ermen8utico<dial,tico ue apresentamos aui como o mais capaz de dar conta de uma interpretação
aproXimada da realidade- $le coloca a ^ala em seu conteXto para entend8<la a partir do seu interior e no
campo da especi^icidade "istKrica e totalizante em ue , produzida- (saremos portanto a re^leXão do
;camin"o do pensamento; apresentada por 6a3ermas/ mas 3uscaremos apresentI<la tam3,m como uma
possi3ilidade de realização t,cnica em relação hs comunicaçfes re^erentes h Irea de saúde- Su3lin"amos a
necessidade de unir na anIlise todo o material escrito/ como as o3ser!açfes/ o conteXto estruturado e todo
o sentido ;e!asi!o;/ ;dinmico;/ ;compleXo; das relaçfes sociais-
2artindo para o ní!el do concreto/ tomemos como eXemplo um material recol"ido so3re Concepção de
Saúde<Doença de um determinado segmento social- A interpretação tem dois ní!eis ue necessitamos
a3ordar-
* primeiro , o campo das determinaçfes ^undamentais ue EI de!e estar esta3elecido na ^ase eXploratKria
da in!estigação- &rata<se do conteXto sKcio<"istKrico desse grupo social e ue constitui o marco teKrico<
^undamental para a anIlise- $sse momento pode ser pensado esuematicamente como a compreensão? (a#
da ConEuntura sKcio<econjmica e política na ual se insere o grupo e sua participação enuanto ator
social (b# da "istKria do grupo e sua inserção na produção 9enuanto classe e segmento de classe: e suas
condiçfes de reprodução 9salIrio/ moradia/ acesso a 3ens e ser!iços e distri3uição geogrI^ica: (c# da
política de saúde em geral e em particular no ue concerne ao grupo e da categoria SaúdeFDoença
enuanto categoria "istoricamente construída e !i!enciada atra!,s do sistema de saúde (d# das
instituiçfes de saúde hs uais tem acesso o grupo em uestão-
$le tem ue estar presente durante todo o processo de pesuisa e tam3,m no momento interpretati!o-
Arouca nos lem3ra esse uadro de relaçfes essenciais?
QUQ 0AS$ D$ A4+)HS$
;$m um dado momento "istKrico/ em uma ^ormação social dada/ a situação sanitIria representa a
dinmica do ^enjmeno saúdeF doença nas populaçfes/ determinada por um conEunto de relaçfes/ com
outros setores sociais 9econjmicos/ políticos/ ideolKgicos: cuEas necessidades são en^rentadas por um
campo agregado de instituiçfes ue t8m disponí!el um certo sa3er e uma certa tecnologia; 9Arouca?
[YY/:-
* autor se re^ere h situação e hs condiçfes de saúde/ mas suas pala!ras poderiam se adaptar em relação hs
representaçfes sociais de saúdeFdoença-
$sse primeiro ní!el , o plano da totalidade enuanto realidade o3Eeti!a ue signi^ica/ segundo )ukIcs?
;(m todo coerente em ue cada elemento estI/ de uma maneira ou de outra/ em relação com cada
elemento e de outro/ ue essas relaçfes ^ormam na prKpria realidade o3Eeti!a/ correlaçfes concretas/
conEuntos/ unidades ligadas entre si de maneiras complemen<tares di!ersas/ mas sempre determinadas;
9)ukIcs?
4o [\Z/concreto
momento QR:- de interpretação dos dados/ o sentido da totalidade se re^ere tanto ao ní!el das
determinaçfes como ao do recurso interpretati!o pelo ual se 3usca desco3rir as coneXfes ue a
eXperi8ncia empírica mant,m com o plano das relaçfes essenciais- 4em sempre esse momento pode ser
captado apenas atra!,s das representaçfes sociais- A operação intelectual pela ual o3temos a totalidade
concreta implica ue o mo!imento da razão e o mo!imento da eXperi8ncia seEam perce3idos atra!,s de
relaçfes recíprocas e dialeticamente integradas-
Do ponto de !ista "istKrico/ a postura interpreta ti !a dial,tica recon"ece os ^enjmenos sociais sempre
como resultados e e^eitos da ati!idade criadora tanto imediata uanto institucionalizada- 2ortanto/ toma
como centro da anIlise a prItica social/ a ação "umana e a considera como resultado de condiçfes
anteriores/ eXteriores mas tam3,m como prIXis- Hsto ,/ o ato "umano ue atra!essa o meio social conser!a
as determinaçfes/ mas trans^orma o mundo so3re as condiçfes dadas- &/ "omem ^az a "istKria? ele se
o3Eeti!a nela e nela se aliena; 9Sartre? [ZY/ VR:- - a captação desse mo!imento contra<
0AS$ D$ A4A)HS$ QUU
ditKrio/ dinmico/ inaca3ado e em permanente proEeção/ a segunda condição do m,todo dial,tico em seu
uadro de determinaçfes- &omando o caso de concepçfes de SaúdeFDoença temos ue entend8<las como
^rutos e mani^estaçfes de condicionamentos sKcio<"istKricos ue se !inculam a acesso a ser!iços/
tradiçfes culturais/ concepçfes dominantes !eiculadas e a inter<relação de tudo isso- SaúdeF Doença são
um ^enjmeno social não apenas porue elas eXpressam certo ní!el de !ida ou porue correspondem a
certas pro^issfes e prIticas- Mas tam3,m porue elas são mani^estaçfes da !ida material/ das car8ncias/
dos limites sociais e do imaginIrio coleti!o-
A interpretação dial,tica nos ^az !er ue as Concepçfes de SaúdeFDoença de determinado segmento são/
pois/ resultado de condiçfes anteriores e eXteriores ao grupo/ mas ao mesmo tempo especí^icas- $las são
^ruto de condiçfes dadas mas são tam3,m produto de sua ação trans^ormadora so3re o meio social-
* segundo momento interpretati!o , na !erdade o ponto de partida e o ponto de c"egada de ualuer
in!estigação? , o encontro
SaúdeFDoença- com os ^atos
preciso encontrar empíricos/
nesses no caso/ com
;^atos anedKticos; um conEunto
a totalidade de Concepçfes
e/ a pati de
deles, desco3ri<la-
Hsto ,/ esses teXtos t8m uma signi^icação particular e um papel re!elador do todo-
 necessIrio/ pois/ tomar como material concreto as representaçfes sociais de SaúdeF Doença/ tais como
são mani^estadas pelos atores sociais/ empiricamente- Hsso implica considerar na anIlise interna/ como
parte das representaçfes? (a# as comunicaçfes indi!iduais 9entre!istas/ "istKrias de !ida/ resultados de
discussfes de grupo etc: (b# o3ser!açfes de condutas e costumes relati!os ao comportamento so3re
SaúdeFDoença (c# anIlise das instituiçfes re^eridas ao tema como Centro de Saúde o^icial/ entidades ai
terna ti!as de tratamento citadas (d# o3ser!ação de cerimjnias e ritos atinentes ao assunto-
A interpretação eXige ela3oração de Categoias nalticas capazes de des!endar as relaçfes essenciais/
mas tam3,m de Categoias Empicas e /peacionais capazes de captar as contradiçfes do ní!el
empírico em uestão- A partir dos dados col"idos e acumulados o in!estigador se !olta para os
^undamentos da teoria para uma re^leXão so3re os conceitos iniciais/ para colocação em dú!ida das
D_ 3A4E 7E A)`I4E
id,ias e!identes- Assim ele constrKi uma no!a aproXimação do o3Eeto? o pensamento antigo ue , negado
mas não eXcluído/ encontra outros limites e se ilumina na ela3oração presente- * no!o cont,m o antigo
incluindo<o numa no!a perspecti!a-
Como operacionalizar esse segundo momento ue na !erdade constitui o desa^io da anIlise  o instante
"ermen8utico/ em ue pro!isoriamente e apenas para ^ins analíticos se toma o material de representação
social como um conEunto separado/ a ser tecnicamente tra3al"ado-
Aui pode se apro!eitar todo o progresso t,cnico seEa de determinada ^orma de anIlise de conteúdo ou da
anIlise do discurso/ com a condição de se su3meter essas t,cnicas a uma superação dial,tica/ isto ,/ ao
conEunto das relaçfes en!ol!idas-
* material escrito necessita ser cuidadosamente analisado? ^rases/ pala!ras/ adEeti!os/ concatenação de
id,ias/ sentido geral do teXto- %ak"tin nos lem3ra algumas regras metodolKgicas ^undamentais? 9: não
separar a ideologia
comunicação da realidade
9entendendo<se uematerial
o signodo
^azsigno
parte 9Q: nãosistema
de um dissociar
deocomunicação
signo das ^ormas
socialconcretas de 9U:
organizado:
não dissociar a comunicação e suas ^ormas de sua 3ase material 9in^ra<estrutura:-
5ealizando<se no processo de relação social/ todo signo ideolKgico/ portanto tam3,m o signo lingístico/
!8<se marcado pelo "orizonte social de uma ,poca e de um grupo social determinado- $m3ora as classes
sociais di^erentes sir!am<se de uma sK e mesma língua/ a pala!ra tam3,m se torna a arena onde se
desen!ol!e a luta de classe- A anIlise dos signos 9su3stanti!os/ !er3os/ adEeti!os etc-: seEa no seu sentido
de tema ou ^orma de!e ser orientada pela certeza das contradiçfes ue aí se ocultam 9%ak"tin? [Y\/ <
Z:-
*peracionalmente propomos alguns passos?
-: *rdenação dos dados? ue englo3a tanto as entre!istas como o conEunto do material de o3ser!ação e
dos documentos populares e institucionais/ re^erentes ao tema Concepçfes SaúdeFDoença-; $ssa
1D
)!o e&aos a+$i os de&al/es efee&es  <dea!o de Dados- Hndicamos #oo %i%lio0afia #olee&a o &a%al/o
de Poiie e& alii/ es +écits de 2ie. 2aris/ 2(0-195K.
0AS$ D$ A4+)HS$ QUV
etapa inclui? (a# transcrição de ^itas<cassetes (b# releitura do material (c# organização dos relatos em
determinada ordem/ o ue EI supfe um início de classi^icação (d# organização dos dados de o3ser!ação
-tam3,m em determinada ordem/ de acordo com a proposta analítica- $ssa ^ase dI ao in!estigador um
mapa "orizontal de suas desco3ertas no campo-
Q-: Classi^icação dos dados? EI dissemos/ não , o campo ue traz o dado/ na medida em ue o dado não ,
;dado;/ , ;construído;-  ^ruto de uma relação entre as uestfes teoricamente ela3oradas e dirigidas ao
campo e num processo inconcluso de perguntas suscitadas pelo uadro empírico hs re^er8ncias teKricas do
in!estigador-
Do ponto de !ista dial,tico a classi^icação , um processo ue/ tendo presente o em3asamento teKrico dos
pressupostos e "ipKteses do pesuisador/ , ^eito a partir do material recol"ido-
* momento classi^icatKrio compfe<se/ segundo nossa proposta/ nas seguintes etapas?
(a# )eituradenominado
eXercício/ eXausti!a e por
repetida dos
alguns teXtos/como
autores prolongando uma relação
;leitura ^lutuante; interrogati!a
permite com
apreender as eles- $sse de
estruturas
rele!ncia dos atores sociais/ as id,ias centrais ue tentam transmitir e os momentos<c"a!es de sua
eXist8ncia so3re o tema em ^oco 9no caso concepçfes de SaúdeFDoença:- $ssa ati!idade aEuda o
pesuisador a/ processualmente/ esta3elecer as categorias empíricas/ con^rontando<as com as categorias
analíticas teoricamente esta3elecidas como 3alizas da in!estigação/ 3uscando as relaçfes dial,ticas entre
am3as-
&rata<se aui de lograr um !erdadeiro con"ecimento compreensi!o ue encontra os atores no seu mundo
social/ seguindo ao mesmo tempo duas prIXis- &omando<se como eXemplo a concepção de SaúdeFDoençh/
, necessIrio entender a eXpressão desse tema tam3,m no comportamento do segmento social-
(b# Constituição de um ;Corpus; ou de !Irios ;Corpus; de comunicaçfes se o conEunto das in^ormaçfes
não , "omog8neo- 2or eXemplo? entre!istas so3re SaúdeFDoença com os populares/ adultos entre!istas
com curandeiros entre!istas com m,dicos do Centro de Saúde entre!istas com Agentes de Saúde- Cada
um desses grupos
QU\ 0AS$ D$ A4+)HS$
^ornece in^ormaçfes e representaçfes especí^icas/ constituindo conEuntos di^erenciados-
4esse momento ^azemos uma ;leitura trans!ersal; de cada corpo- 5ecorta<se cada entre!ista ou
documento em termos de ;unidade de registro; a serem re^erenciadas por t!picos de in^ormação ou por
temas. *s crit,rios de classi^icação em primeira instncia podem ser tanto !ariI!eis empíricas como
!ariI!eis teKricas EI construídas pelo pesuisador- Geralmente a interação de am3os os crit,rios permite
ao analista o apro^undamento do conteúdo das mensagens-
$m geral a primeira classi^icação/ ainda grosseira/ , ela3orada como em ga!etas/ onde cada assunto/
tKpico ou tema , cuidadosamente separado e guardado-
$m seguida/ ^az<se o enXugamento da classi^icação por temas mais rele!antes ue podem surgir tanto
para compro!ação de "ipKteses como material eXploratKrio de campo- 2or eXemplo/ pode ser eXpressi!o
ue numa classi^icação de concepçfes de saúdeFdoença o ;modo de !ida; surEa como uma categoria
empírica rele!ante-
;ner!oso; Pue
surEa como a eXpressão
uma eXplicação;doença de Deus;
reincidente seEa umde
da condição termo
!ida-a Assim
merecer
poranIlise
diante-minuciosa- Pue o
2ode<se dizer ue num processo de apro^undamento da anIlise/ a rele!ncia de algum tema/ uma !ez
determinado 9a partir da ela3oração teKrica e da e!id8ncia dos dados:/ permite re^azer e re^inar o
mo!imento classi^icatKrio- As múltiplas ga!etas serão reagrupadas em torno de categorias centrais/
concatenando<se numa lKgica uni^icadora-
U-: AnIlise 0inal? As duas etapas anteriores _ ainda ue o marco teKrico esteEa presente o tempo todo _
^azem uma in^leXão so3re o material empírico/ ue , como dissemos/ o ponto de partida e o ponto de
c"egada da interpretação- $sse mo!imento incessante ue se ele!a do empírico para o teKrico e !ice<
!ersa/ ue dança entre o concreto e o a3strato/ entre o particular e o geral , o !erdadeiro mo!imento
dial,tico !isando ao concreto pensado- Supondo ue seEam as Concepçfes de SaúdeFDoença de
determinado segmento ue nos importa interpretar temos ue partir do caos aparente das in^ormaçfes
recol"idas no campo e ^azer delas ao mesmo tempo uma re!elação da sua especi^icidade de concepção e
de participação nas concepçfes
0AS$ D$ A4+)HS$ QUZ
dominantes/ e mais ue isso/ de eXpressão da !isão social de mundo do segmento em relação h sociedade
dominante-
$ssa compreensão especí^ica de!e nos in^ormar ue a ^ala e o comportamento dos suEeitos relati!as h
SaúdeFDoença trazem consigo uma signi^icação pro^unda ue a ,poca "istKrica e sua pertin8ncia a uma
classe l"es empresta- 2orue cada ser "umano/ indi!idualmente/ em grupo ou so3 a eXpressão "istKrica de
classe , um ser signi^icante- 4unca se pode compreender sua pala!ra ou seu gesto sem superar o presente
ou sem proEetI<lo para o ^uturo- As signi^icaçfes ue desco3rimos !8m do ser "umano e de seu proEeto e
se inscre!em por toda parte/ na ordem das coisas e nas relaçfes mediadas pelas estruturas enuanto ação
"umana o3Eeti!ada 9Sartre? [ZY/ Z[:-
* produto ^inal e sempre pro!isKrio/ resultado de todas as etapas de pesuisa/ , o concreto pensado do
ual nos ^ala MarX- Mas a sua compreensão Eamais , contemplati!a- $la inclui num mesmo proEeto o
o3Eeto/
al,m deosuperar
suEeito adodicotomia
con"ecimento e as prKprias
o3Eeti!idade *esusinterrogaçfes
su3Eeti!idade/em mo!imento *esus
eXterioridade totalizador- A interpretação/
interioridade/ anIlise
e síntese/ re!elarI ue o produto da pesuisa , um momento da prIXis do pesuisador- Sua o3ra des!enda
os segredos de seus prKprios condicionamentos-
Desta ^orma a totalização ^inal ue consiste no encontro da especi^icidade do o3Eeto pela pro!a do !i!ido
com as relaçfes essenciais/ não , uma ati!idade nem ^Icil e nem eXterna ao in!estigador- $le se inclui
nela enuanto marcado pelo momento "istKrico/ pelo desen!ol!imento cientí^ico 9tam3,m "istKrico:/ por
sua pertin8ncia 9"istKrica: a uma classe social e pela capacidade de o3Eeti!ação- Assim concluímos ue a
in!estigação social enuanto processo de produção e produto , ao mesmo tempo uma o3Eeti!ação da
realidade e uma o3Eeti!ação do in!estigador ue se torna tam3,m produto de sua prKpria produção-
Como o3ser!ação ^inal/ importa relem3rar o apelo imediato e indiscutí!el do o3Eeto ;Saúde; h unidade
indissolú!el entre teoria e prItica? enuanto condução do processo de con"ecimento e enuanto
necessidade de trans^ormação- 2ortanto propomos ue a anIlise ^inal de ualuer in!estigação no setor se
diriEa para uma !inculação
0AS$ D$ A4+)HS$ QUZ
dominantes/ e mais ue isso/ de eXpressão da !isão social de mundo do segmento em relação h sociedade
dominante-
$ssa compreensão especí^ica de!e nos in^ormar ue a ^ala e o comportamento dos suEeitos relati!as h
SaúdeFDoença trazem consigo uma signi^icação pro^unda ue a ,poca "istKrica e sua pertin8ncia a uma
classe l"es empresta- 2orue cada ser "umano/ indi!idualmente/ em grupo ou so3 a eXpressão "istKrica de
classe , um ser signi^icante- 4unca se pode compreender sua pala!ra ou seu gesto sem superar o presente
ou sem proEetI<lo para o ^uturo- As signi^icaçfes ue desco3rimos !8m do ser "umano e de seu proEeto e
se inscre!em por toda parte/ na ordem das coisas e nas relaçfes mediadas pelas estruturas enuanto ação
"umana o3Eeti!ada 9Sartre? [ZY/ Z[:-
* produto ^inal e sempre pro!isKrio/ resultado de todas as etapas de pesuisa/ , o concreto pensado do
ual nos ^ala MarX- Mas a sua compreensão Eamais , contemplati!a- $la incluí num mesmo proEeto o
o3Eeto/
al,m deosuperar
suEeito adodicotomia
con"ecimento e as prKprias
o3Eeti!idade *esusinterrogaçfes
su3Eeti!idade/em mo!imento *esus
eXterioridade totalizador- A interpretação/
in^erioridade/ anIlise
e síntese/ re!elarI ue o produto da pesuisa , um momento da prIXis do pesuisador- Sua o3ra des!enda
os segredos de seus prKprios condicionamentos-
Desta ^orma a totalização ^inal ue consiste no encontro da especi^icidade do o3Eeto pela pro!a do !i!ido
com as relaçfes essenciais/ não , uma ati!idade nem ^Icil e nem eXterna ao in!estigador- $le se inclui
nela enuanto marcado pelo momento "istKrico/ pelo desen!ol!imento cientí^ico 9tam3,m "istKrico:/ por
sua pertin8ncia 9"istKrica: a uma classe social e pela capacidade de o3Eeti!ação- Assim concluímos ue a
in!estigação social enuanto processo de produção e produto , ao mesmo tempo uma o3Eeti!ação da
realidade e uma o3Eeti!ação do in!estigador ue se torna tam3,m produto de sua prKpria produção-
Como o3ser!ação ^inal/ importa relem3rar o apelo imediato e indiscutí!el do o3Eeto ;Saúde; h unidade
indissolú!el entre teoria e prItica? enuanto condução do processo de con"ecimento e enuanto
necessidade de trans^ormação- 2ortanto propomos ue a anIlise ^inal de ualuer in!estigação no setor se
diriEa para uma !inculação
QUY 0AS$ D$ A4+)HS$
estrat,gica com a realidade- 4este sentido/ sugerimos ue/ dentro da id,ia de pesuzsa estrat,gica
en^atizada por %ulmer para a Irea de
2*ltop#3l'CaS9[Z1/n<:/Seceguehconclusãodotra3al"oCom pistas e indicaçfes ue possam ser!ir de
^undamento para propostas de planeEamento e a!aliação de programas/ &e!isão de conceitos/
trans^ormação de relaçfes/ mudanças institucionais/ dentre outras possi3ilidades-
Certamente não se eXcluem as contri3uiçfes de pesuisas 3Isicas ue/ realizadas dentro de uma !isão a
mais longo pa@o, ^undamentem tra3al"os teKricos/ prIticos e estrat,gicos- Sua importncia , de
transcendental recon"ecimento em ualuer campo e tam3,m para a pro3lemItica de saúde-
A)G(MAS/ *%S$5.AL$S S*%5$ A P($S&* DA .A)HDAD$ $ DA .$5H0HCAL*
A pro3lemItica da .A)HDAD$ e da .$5H0HCAL* nas Ci8ncias Sociais ^oi colocada/ em primeiro lugar/
pelo positi!ismo sociolKgico/ mas representa uma discussão implícita em todas as correntes teKricas so3re

aa realidade
cienti^icidade da produção
estudada intelectual-
e o produto A crítica,interna
da in!estigação constitui
a ;utopia; a alma da
de ualuer ci8ncia
marco e a coincid8ncia
teKrico entre
consistente- At,
ue ponto as concepçfes de saúdeFdoença de determinado grupo social coincidem com as relaçfes ue
apreendemos em nossa pesuisa Como podemos garantir a deseEada coincid8ncia entre o pensamento
so3re a realidade e a prKpria realidade &ais perguntas são ine!itI!eis e ^undamentais dentro do campo
cientí^ico/ em3ora se aceite ue a produção intelectual , sempre um ponto de !ista a respeito do o3Eeto-
*s crit,rios de coer8ncia/ consist8ncia/ srcinalidade e o3Eeti!ação resumem/ segundo Demo/ o marco da
crítica interna da in!estigação cientí^ica 9[Y/\:- $sses crit,rios sugerem antes de tudo um de3ate entre
as !Irias correntes sociolKgicas ue não , simples e não estI encerrado- 2or coencia se entende a
propriedade de um discurso logicamente construído/ tanto no sentido teKrico uanto no desdo3ramento de
todas as etapas de in!estigação- &rata<se de um crit,rio ^ormal ue de certa maneira impede a pesuisa de
se tornar uma ati!idade especulati!a ou empirista- Consistncia , a prKpria uali<
QUY 0AS$ D$ A4+)HS$
estrat,gica com a realidade- 4este sentido/ sugerimos ue/ dentro da id,ia de pesuisa estrat,gica
en^atizada por %ulmer para a Irea de políticas pú3licas 9[ZY/<Q:/ se c"egue h conclusão do tra3al"o
com pistas e indicaçfes ue possam ser!ir de ^undamento para propostas de planeEamento e a!aliação de
programas/ re!isão de conceitos/ trans^ormação de relaçfes/ mudanças institucionais/ dentre outras
possi3ilidades-
Certamente não se eXcluem as contri3uiçfes de pesuisas 3Isicas ue/ realizadas dentro de uma !isão a
mais longo prazo/ ^undamentem tra3al"os teKricos/ prIticos e estrat,gicos- Sua importncia , de
transcendental recon"ecimento em ualuer campo e tam3,m para a pro3lemItica de saúde-
A)G(MAS/ *%S$5.AL$S S*%5$ A P($S&* DA .A)HDAD$ $ DA .$5H0HCAL*
A pro3lemItica da .A)HDAD$ e da .$5H0HCAL* nas Ci8ncias Sociais ^oi colocada/ em primeiro lugar/
pelo positi!ismo sociolKgico/ mas representa uma discussão implícita em todas as correntes teKricas so3re

aa realidade
cienti^icidade da produção
estudada intelectual-
e o produto A crítica,interna
da in!estigação constitui
a ;utopia; a alma da
de ualuer ci8ncia
marco e a coincid8ncia
teKrico entre
consistente- At,
ue ponto as concepçfes de saúdeFdoença de determinado grupo social coincidem com as relaçfes ue
apreendemos em nossa pesuisa Como podemos garantir a deseEada coincid8ncia entre o pensamento
so3re a realidade e a prKpria realidade &ais perguntas são ine!itI!eis e ^undamentais dentro do campo
cientí^ico/ em3ora se aceite ue a produção intelectual , sempre um ponto de !ista a respeito do o3Eeto-
*s crit,rios de coer8ncia/ consist8ncia/ srcinalidade e o3Eeti!ação resumem/ segundo Demo/ o marco da
crítica interna da in!estigação cientí^ica 9[Y/\:- $sses crit,rios sugerem antes de tudo um de3ate entre
as !Irias correntes sociolKgicas ue não , simples e não estI encerrado- 2or coencia se entende a
propriedade de um discurso logicamente construído/ tanto no sentido teKrico uanto no desdo3ramento de
todas as etapas de in!estigação- &rata<se de um crit,rio ^ormal ue de certa maneira impede a pesuisa de
se tornar uma ati!idade especulati!a ou empirista- Consistncia , a prKpria uali<
0AS$ D$ A4+)HS$ QU[
dade argumentati!a do discurso ue l"e permite aduirir um lugar no conEunto da produção cientí^ica- *
carIter de oiginalidade de uma in!estigação se mede pela sua real contri3uição ao a!anço do
con"ecimento/ atra!,s da pesuisa e da desco3erta- 2or obJeti*ação se compreende a capacidade de
empregar uma a3ordagem teKrico<metodolKgica e uma tecnologia adeuadas h aproXimação mais ca3al
da realidade- *3Eeti!ação de^ine o prKprio mo!imento in!estigati!o ue/ em3ora não consiga reproduzir a
realidade/ estI sempre em 3usca de uma maior aproXimação- $la signi^ica de um lado/ o recon"ecimento
de ue a id,ia de ;o3Eeti!idade; e ;!eri^icação; , construída e dirigida- Como mostra )imoeiro Cardoso
9[ZY/ UV: o prKprio campo em ue essas id,ias surgem , tam3,m o terreno de uestionamento dauilo
ue se !eri^ica- De outro lado/ o princípio de obJeti*ação sugere tam3,m a crença na necessidade
permanente de um diIlogo crítico entre o in!estigador e seu o3Eeto/ sa3endo ue am3os compartil"am a
mesma condição "istKrica e os mesmos recursos teKricos-
* positi!ismo
no m,todo e nasclIssico responde
t,cnicas h uestão
de ;captação; da da !alidadeComo
realidade- e da !eri^icação com a eXig8ncia
o termo ;captação; sugere/ odepressuposto
rigor colocada
3Isico dessa corrente , de ue o o3Eeto se impfe ao suEeito ue de!e procurar a mel"or ^orma de retratI<
lo- A !eri^icação se realiza atra!,s da o3ser!ação empírica/ ue se puder ser repetida e compro!ada por
!Irias !ezes/ independentemente do suEeito/ serI recon"ecida como ;o3Eeti!a;- A necessidade da
o3ser!ação controlada permitiu ao positi!ismo desen!ol!er inúmeras t,cnicas de coleta de dados e
instrumentais de interpretação 9como controle/ codi^icação/ amostragem representati!a/ uestionIrio/
processamento de dados/ anIlise de conteúdo/ at, a realização de 3ancos de dados:-
Atualmente/ por,m/ o a!anço do de3ate so3re os crit,rios de cienti^icidade tem a3alado a segurança dos
instrumentos positi!istas- 2opper _ recon"ecido como um neopositi!ista _ coloca em uestão os
crit,rios tradicionais de !alidade do con"ecimento/ na medida em ue/ do seu ponto de !ista/ nen"uma
"ipKtese , !eri^icI!el/ pois a acumulação de casos a^irmati!os não pode sustentar uma generalização
teKrica- 2ara esse autor/ a comparação lKgica entre
QR 0AS$ D$ A4+)HS$
as conclusfes/ a comparação entre !Irias a3ordagens teKricas e/ ^inalmente/ o teste atra!,s da aplicação
empírica das conclusfes são os procedimentos mais importantes para se pro!ar a !alidade de uma
in!estigação 9[ZU?U<:- 2opper su3stitui o crit,rio de ;!eri^icação; por ;^alsi^ica3ílidade;- $sse
princípio se institui como conse8ncia do seu pressuposto 3Isico de ue não se pode ^azer uma
generalização a partir da acumulação de casos concretos/ mas apenas um caso negati!o concreto atesta
ue a teoria , ^alsa/ e assim impulsiona o con"ecimento- A ;o3Eeti!idade; não se coloca como uestão
para 2opper/ assim como não eXiste para ele uma teoria ou uma desco3erta e!identes- Pualuer certeza
cientí^ica , sempre pro!isKria at, ue seEa su3metida ao crit,rio de ^alsi^ica3ílidade- 2ortanto/ ele erige
como procedimento ^undamental de Eulgamento cientí^ico a crítica intersu3Eeti!a?
;Direi ue a o3Eeti!idade dos enunciados cientí^icos reside no ^ato de ue eles possam ser
intersu3Eeti!amente su3metidos a testes; 9[ZU/ :-
Dentro do racionalismo
positi!ismo de %ac"elard/
são su3!ertidos tam3,m
para se colocar em os
seucrit,rios
lugar a de !alidade
;tese e de !eri^icação
do primado prKprios
do erro;- 2ara do
esse autor
admitir o erro , a prKpria condição de cienti^icidade de uma teoria/ pois caso contrIrio ela seria um
conEunto de dogmas- A reno!ação cientí^ica se processa pela certeza da incerteza dauilo ue a^irma/ da
sua colocação em c"eue/ atra!,s de uma crítica interna irrestrita- %ac"elard argumenta ue os maiores
o3stIculos epistemolKgicos são as !erdades recon"ecidas como tal/ e propfe o Eulgamento intersu3Eeti!o
das desco3ertas?
;A !erdade sK gan"a seu pleno sentido ao ^im de uma pol8mica- 4ão poderia "a!er assim !erdade
primeira- 4ão "I senão erros primeiros; 9Canguil"em/ comentando %ac"elard? [ZQ/ VR:-
$sse crit,rio intersu3Eeti!o da crítica , tam3,m assumido por autores marXistas como Goldmann ue
insiste no ;tra3al"o cientí^ico como um ^enjmeno social ue supfe a cooperação de numerosos
0AS$ D$ A4+)HS$ Q
es^orços indi!iduais; 9[\Z/ QU:- A di^erença entre os marXistas/ 2opper e %ac"elard , ue/ para os
últimos/ a crítica , o crit,rio central do m,todo/ enuanto para os primeiros/ a crítica , a alma tam3,m da
teoria-
A su3missão do produto do con"ecimento h inter^ace das discussfes não signi^ica ue a !erdade seEa o
resultado dos pontos de !ista dos !Irios estudiosos- Hndica/ entretanto/ ue a pluralidade de perspecti!as
permite lançar di^erentes ^ocos de luz dos descon"ecimentos a respeito do o3Eeto em uestão- 
necessIrio tam3,m esclarecer/ como o ^az Demo/ ue aceitar o ;primado do erro; dentro da a3ordagem de
%ac"elard/ não signi^ica a permissi!idade da de^ormação lKgico<^ormal do tra3al"o cientí^ico- 6I o ue
ele denomina ;erros e!itI!eis; metodologicamente ^alando/ como as tentati!as de camu^lar incursfes
ideolKgicas/ argumentos truncados/ in^ormaçfes incorretas/ colocaçfes apressadas 9Demo? [Y/ [:- *
erro ;ine!itI!el; do ual %ac"elard ^az o elogio como motor do con"ecimento/ , o contrIrio da certeza
ing8nua e estI
aproXimado docolocado como condição do processo e da postura cientí^ica ue recon"ece o carIter
con"ecimento-
Dentro das a3ordagens compreensi!istas a uestão da !eri^icação e da ^idedignidade tam3,m , !ista de
^orma di^erente do positi!ismo clIssico- 2artindo do princípio de ue o ato de compreender estI ligado ao
uni!erso eXistencial "umano/ essas correntes de pensamento não admitem ue seEam ^iXadas leis
uni!ocamente para se produzir generalização e !erdade- A maneira de a3rir o con"ecimento para o
uni!erso/ , permitir nele a entrada de outras interpretaçfes- 2or a3ranger eXatamente o mundo da cultura/
, nele ue se pode o3ser!ar/ como diz Stein/ ;un! esp,cie de des!io da uni!ocidade e da transpar8ncia do
discur- ; 9Stein? [YY/Y:- 2ortanto/ , atra!,s da compaação ue se torna mais uni!ersal o sa3er so3re
determinado grupo cultural/ considerada como um recurso ^undamental para se garantir maior
uni!ersalidade ao con"ecimento- Do ponto de !ista t,cnico/ os autores ue tra3al"am a metodologia
ualitati!a propfem a !igilncia interna atra!,s da tiangulação 9Denzin? [ZU/ Q\R<Q[Z: como pro!a
e^iciente de !alidação- A ;triangulação; consiste na com3inação e cruzamento de múltiplos pontos de
!istas atra!,s do tra3al"o conEunto de !Irios pesuisadores/ de múltiplos in^ormantes
QQ 0AS$ D$ A4+)HS$
e múltiplas t,cnicas de coleta de dados- A triangulação de certa ^orma consagra tanto a crítica
intersu3Eeti!a como a comparação/ em3ora os analistas dessa corrente esteEam mais preocupados em
mostrI<la como ati!idade interna ue acompan"a todo o processo in!estiga<ti!o-
Dentro da perspecti!a marXista a uestão da !alidade do con"ecimento , tratada como um pro3lema da
prItica?
;A resolução da antítese teKrica sK , possí!el de uma ^orma prItica/ em !irtude da energia prItica do
"omem- Sua resolução não ,/ portanto/ apenas um pro3lema de compreensão/ mas um pro3lema real da
!ida ue a ^iloso^ia não poderia resol!er/ precisamente porue considera tal pro3lema simplesmente
teKrico; 9MarX? [ZU/<U:-
4as 5eses sobe 7euebac$MarX ^iXa as 3ases da prItica como crit,rio de !erdade- 4a tese n. G, critica
os idealistas ue tomam a realidade como o3Eeto de contemplação e não como ati!idade "umana/
construção "istKrica/
determinados prIXis-pertencem
pensamentos 4a tese n.&ouL,não
indica tam3,mo3Eeti!a-
h realidade a prIticaAcomo
tese crit,rio
n.&  , apara se !eri^icar
clIssica se
a^irmação
so3re o carIter compleXo e interati!o da educação?
;A doutrina da trans^ormação das circunstncias e da educação/ esuece ue as circunstncias t8m de ser
trans^ormadas pelos "omens/ e ue o prKprio educador tem ue ser educado; 9MarX? [Y/<:-
Assim nas ;eses sobe 7euebac$ a prItica aparece como ^undamento do con"ecimento na tese n- /
como crit,rio de !erdade na teat n-Q e como ^inalidade do con"ecimento da tese n-U e n- - *u seEa/ na
tese n  MarX coloca a prItica como condição do con"ecimento ao mostrar ue a possi3ilidade de
con"ecer estI ligada h ati!idade "umana criadora/ de modo su3Eeti!o por um lado/ e por outro/ ao negar o
processo de con"ecimento como mera proEeção da consci8ncia?
0AS$ D$ A4+)HS$ QU
;Con"ecer , con"ecer o3Eetos ue se integram na relação entre o "omem e o mundo/ ou entre o "omem e
a natureza/ relação ue se esta3elece graças h ati!idade prItica do "omem; 9.Izuez? [\Y/ VU:-
2ortanto/ dentro da id,ia eXpressa na tese n- / a prItica , o ^undamento e o limite do con"ecimento e do
;o3Eeto "umanizado; 9porue mediado pelo "omem: ue como produto da ação , o3Eeto de
con"ecimento-
` tese n- Q propfe a prItica como crit,rio de !erdade do con"ecimento- &rata<se de uma tese 3astante
pol8mica porue ela não inclui diretamente a eXplicação do ue MarX considera ;prItica;- Autores como
.Izuez interpretam o pensamento da tese n- Q/ dizendo ue ;, na ação prItica so3re as coisas ue
demonstramos se nossas conclusfes teKricas a respeito delas são !erdadeiras;- 2or,m/ o autor ad!erte ue
, preciso e!itar interpretar essa relação entre !erdade e prItica num sentido pragmItico como se a !erdade
ou a ^alsidade ^ossem determinadas pelo 8Xito ou pelo ^racasso- A concepção da prItica como crit,rio de
!erdade se positi!ista
concepção opfe h concepção
ue !8 naidealista
prIticadedeue a teoria
^orma trariaoem
imediata si mesma
crit,rio o crit,rio
de !erdade da !erdade/
da teoria como h
9.Izuez?
[\Y/VZ:-
4a tese n- U e na tese n- / em ue rec"aça o papel apenas contemplati!o da teoria/ MarX c"ama
atenção para o dinamismo do con"ecimento ue sK tem sentido como possi3ilidade de trans^ormação da
realidade/ portanto nem somente teoria/ nem somente prItica/ mas união indissolú!el para a ^ecundidade
de am3as-
A uestão do conceito de ;prItica; em MarX , contro!ertida e/ portanto/ torna<se 3astante con^usa a
interpretação desse crit,rio para a crítica interna do con"ecimento- )8nin/ sem discutir o signi^icado do
termo/ a^irma ue ;o ponto de !ista da prIXis de!e ser o primeiro/ o 3Isico do con"ecimento;/ por,m/
acrescenta? -
;* crit,rio da prIXis não pode nunca/ na !erdade/ pro!ar ou re^utar totalmente uma representação "umana
ualuer- $sse crit,rio , 3astante impreciso para não permitir ue os con"ecimen<
Q 0AS$ D$ A4+)HS$
tos do "omem se con!ertam em algo a3soluto; 9citado em %otto<more et alii? [YY/ Q[:-
%ottomore comenta ue o termo ;praXis; em MarX/ ora parece se re^erir h ess8ncia li!re e criadora da
ati!idade "umana e outras !ezes se restringir ao campo político/ econjmico e ,tico/ e por !ezes sugerir
ue a prKpria teoria de!e ser !ista como uma das ^ormas da prIXis 9%ottomore et alii? [YY/Q[Q<Q[\:-
Alt"usser emprega o termo ;prItica teKrica; para ^alar da ;prItica especí^ica ue eXerce so3re um o3Eeto
prKprio e le!a a um produto prKprio? o con"ecimento;- Apresenta a ati!idade intelectual como?
;2rocesso de trans^ormação de uma mat,ria<prima dada num dado produto/ trans^ormação ue se le!a a
ca3o atra!,s de de< terminado tra3al"o "umano/ usando meios de produção determinados; 9[\\? \Z<
ZV:-
2ara Alt"usser/ as ci8ncias?
;4ão & e#essidade de !eri^icação por prIticas eXteriores para de#laa 'edadeios' ou seEa/

Qjfafad# de se$soscon"ecimentos;
con$ecimentos, con"ecimentos +$e
9[\\/ od$Ge" 9---: ;elas mesmas con^erem o crit,rio da
dasZV:-
ObG+$eG acredita/ di^erentemente de Alt"usser/ ue o termo "b&i#a" em MarX não pode ser
generalizado e nem usado 9no seu se&ido trans^ormador: para se re^erir h ;prItica teKrica; porue ela
!o odifi#a realmente o mundo- * conceito se re^ere h ;trans^ormação o3Eeti!a e real; do "omem e da
natureza 9.Izuez? [\Y/ QRQ<QR:- 2or,m .Izuez de^ende ue uma teoria sK pode estar mediando a
trans^ormação e encontrar seu crit,rio de !erdade na prItica/ se permanecer eXatamente como teoria/
possuindo um conteúdo cuEa riueza de consist8ncia possa iluminar a prItica/ compreendida a relação
indissolú!el entre am3as 9[\Y/ QRZ:-
$m  Dialética do Conceto, osic ta3al"a o conceito de 25+HS dentro de uma concepção totalmente
di^erente dos autores marXistas citados- 2ara ele ;a prIXis , a es^era do ser "umano/ ela , a prKpria
0AS$ D$ A4+)HS$ QV
criação "umana como realidade o3Eeti!a; 9[\[/ QR:- 2ortanto a ;prItica; não pode ser pensada apenas
como uma ati!idade eXterna do "omem/ como parecem ^az8<k: os autores citados- $le a distingue do
conceito de tra3al"o/ porue/ comenta/ ela compreende al,m do momento la3orati!o/ o momento
eXistencial?
;$la se mani^esta tanto na ati!idade o3Eeti!a do "omem ue trans^orma a natureza e marca com o sentido
"umano os materiais naturais/ como na ^ormação da su3Eeti!idade "umana/ na ual os momentos
eXistenciais como a angústia/ a nIusea/ o medo/ a alegria/ o riso/ a esperança não se apresentam como
eXperi8ncia passi!a/ mas como parte da luta pelo recon"ecimento/ isto ,/ do processo de realização da
li3erdade "umana; 9osic? [\[/ QR:-
* centro da re^leXão de osic/ portanto/ em relação h uestão do con"ecimento , o ser $umano enuanto
ciado% ;o "omem sK con"ece a realidade na medida em ue ele cria;- Mas esse processo de criação e de
con"ecimento
um ele o conce3e
todo indi!isí!el comoe de
de entidades algo interior/ atra!,s
signi^icados 9[\[?daQQ<Q:-
apropriação prItico<espiritual do mundo como
* con"ecimento/ para osic/ representa uma das ^ormas de apropriação do mundo/ ue cont,m os dois
modos "umanos de apropriação/ o sentido su3Eeti!o e o conceito o3Eeti!o?
;* processo de captação e o desco3rimento do sentido da coisa , ao mesmo tempo ciação, no "omem/
do correspondente sentido da coisa- $sses mesmos sentidos/ por meio dos uais o "omem desco3re a
realidade e o sentido dela/ são um produto "istKrico<social; 9osic? [\[/ QU:-
* ponto central da uestão da ;prIXis; como crit,rio de !erdade/ dentro do pensamento de osic/ estaria
na capacidade de o con"ecimento de a3ranger o desen!ol!imento e a eXplicitação dos ^enjmenos
culturais como ati!idade prItica o3Eeti!a do ser "umano "istKrico- A coer8ncia e a crítica interna do
tra3al"o cientí^ico , colocada por ele como um processo indi!isí!el dentro da construção do
con"ecimento/ cuEos momentos são? (a# a destruição da pseudoconcretici<
Q\ 0AS$ D$ A4+)HS$
dade/ isto ,/ da ^etic"ista e aparente o3Eeti!idade do ^enjmeno/ e o con"ecimento de sua aut8ntica
o3Eeti!idade (b# compreensão do carIter "istKrico do ^enjmeno ue mani^esta a dial,tica entre o
indi!idual e o social (c# o des!endamento do conteúdo o3Eeti!o e do signi^icado do ^enjmeno/ de sua
^unção o3Eeti!a e do lugar "istKrico na totalidade social 9osic? [\[/ VQ:-
osic conclui sua crítica h !alidade do produto do con"ecimento dizendo ue seria uma ;mI totalidade;
auela ue entendesse a realidade social apenas so3 a ^orma de o3Eetos/ resultados e ^atos EI dados e não
su3Eeti!amente como prIXis "umana o3Eeti!ada 9[\[/ VQ:- 2ortanto/ para ele/ a pro3lemItica da prItica
não , eXplicI!el pela sua oposição h teoria ou h contemplação- Mas/ compreendida dentro da realidade
"umano<social/ ela se opfe h id,ia de se dado ou seEa/ compreendido como o3Eeto eXternamente
!eri^icI!el ou contempla !el- A teoria da ;prIXis; , uma crítica ao idealismo imo3ilista/ ao positi!ismo
pragmItico e ao estruturalismo ue reduz o suEeito a resultante dos mecanismos incontrolI!eis do modo
de produção-
As re^leXfes so3re o processo de !alidação do con"ecimento nos mostram o campo a3erto de de3ate não
sK da produção empírica/ como da prKpria concepção da realidade a ser estudada e do suEeito ue
con"ece? não dI para separar os elementos indi!izí!eis dessa construção ; prItico<espiritual;-
Dentro da perspecti!a dial,tica da !alidade da pesuisa/ a prItica não pode ser pensada apenas como
ati!idade eXterna de trans^ormação/ mas , importante incluí<la como compromisso social/ e en^atizar a
dimensão interior/ ontolKgica do ser "umano enuanto criador/ e da realidade sKcio<"istKrica como
construção "umana o3Eeti!ada- $m relação ao sa3er/ , necessIrio a3ranger teoria e prItica enuanto
unidades complementares/ prItica teKrica enuanto aproXimação da realidade/ e teoria capaz de incluir e
compreender a trans^ormação social? crit,rios ao mesmo tempo internos e eXternos ue pro!am a lKgica e
a sociolKgica do con"ecimento-
* aporte marXista no campo da ;!eri^icação; do con"ecimento não pode consistir num menosprezo aos
instrumentais das outras a%oda0es, na 3usca de o3Eeti!ação-  por,m a sua superação dial2&i#a a
medida em ue coloca no interior da de^inição da prKpria ealidade social/ a condição sine ua non de
seu con"ecimento e de sua
\
f8 JTI
U"•■ ET

1
m
i
< C ci
o- TH
> a. eC
X ' Z
a- «>> ffi .
. N■ o Z
SSV
c. o
 o
U 1 <U %<
?=I
TD D . ; o
^ o s- o.  a
si44
-f&  5 4 0>
<  "> D" 7. U 
5<\' ^ HD
D
7l ^
<  T
fí W
l2gp-U
o ^ &o o
< )
> <
D 0- D C 
D  D -
o    o
\ X X. ? -
4" D. - ) ai a
i P. ?• M 7
< < < ElW < C>
C*4C)(S*
G 5*C(56 apresentar neste tra3al"o uma contri3uição teKri<co<instrumental/ trazendo para o campo da
metodologia a preocupação com os ;camin"os de pensamento; na construção do sa3er cientí^ico e ao
mesmo tempo c"egar h prItica de pesuisa no campo da Saúde- &entei retirar o carIter apenas t,cnico
usualmente apresentado da metodologia/ mas tam3,m demonstrar ue todo ;t,cnico; tem como
pressuposto uma teoria e ue toda teoria e toda t,cnica estão !inculadas a pressupostos de uma !isão
social de mundo ue as ^undamenta- Hsso não , di^erente na Irea da in!estigação em saúde porue ela
compartil"a os mesmos pro3lemas teKrico<metodolKgicos ue a3sor!em a atenção dos Cientistas Sociais
"oEe- 2or isso/ 3usuei mostrar ue/ do ponto de !ista do con"ecimento/ saúde , um o3Eeto tão inatingí!el
uanto ualuer o3Eeto social ue dele temos um con"ecimento aproXimado pro!eniente de esuemas
teKricos ue por seu carIter peculiar proEetam luz so3re determinados aspectos e descon"ecem outros ue
tam3,m a razão ue o con"ece e não apenas a realidade social o3Eeto do con"ecimento , dinamicamente
"istKrica e ue a ci8ncia da saúde não , ;um sistema contido e detido numa ordenação intemporal de
princípios esta3elecidos e esta3ilizados; 9Melo e Souza? [YZ/ VQ: ue não-eXiste nen"uma e!id8ncia nos
^enjmenos sociais do campo da saúde? nada , dado/ tudo , construído/ inconcluso e superI!el ue a
realidade aí encontrada como todo o social , in^initamente mais rica/ mais dinmica/ mais compleXa do
+$e ualuer discurso cientí^ico so3re ela e ue a ci8ncia ue a a3orda não a captura/ ela apenas indica a
direção e a organização
Q[
QVR C*4C)(S*
intelectual segundo a ual se pode ter maior certeza da aproXimação do real-
&entei re!elar tam3,m o carIter comprometido entre o suEeito e o o3Eeto da in!estigação/ nos mais
di^erentes aspectos/ relação ue se torna particularmente e!idente no caso da saúde onde as uestfes
tratadas a^etam de ^orma tão essencial a todos nKs- * recon"ecimento da construção do o3Eeto como
tare^a "umana/ "istKrica/ solidIria/ compleXa/ aproXimati!a/ descontínua e inaca3ada tam3,m diz respeito
h construção do suEeito- * pesuisador das uestfes da saúde não estI ^ora da realidade ue in!estiga- *
real ue ele con"ece , auele ue ele realiza/ e sua o3Eeti!idade , uma construção ue se dialetiza no
processo de o3Eeti!ação e su3Eeti!ação- 4ão somente o o3Eeto , por ele construído/ mas ele prKprio se
constrKi no la3or da pesuisa- 6I uma polaridade complementar entre o cientista e o seu o3Eeto/ de tal
^orma ue suas ^ormulaçfes o3Eeti!as correspondem a seu processo e ^ormulação su3Eeti!os- Daí ue
;toda constatação por mais rigorosa ue seEa se passa no interior de sua consci8ncia e se encontra/ por
isso/ sendoAsumuestfes
[ZQ/Y:- ^ato su3Eeti!o ligado a um
do in!estigador processo
^azem de euilí3rio
a mediação entre o orientado para
o3Eeto e ele um ^im;
prKprio/ de 9Goldmann?
tal ^orma ue o
con"ecimento ue persegue , ao mesmo tempo reti^icação de seu sa3er e de si mesmo , o
recon"ecimento de seus limites e o mo3ilizador para ultrapassI<los- ;A tomada de consci8ncia ue passa
do !i!ido ao pensado não termina o con"ecimento/ ela ^az parte dele pois o esta3elecimento dos
conceitos não anula a dimensão e a incursão do imaginIrio; 9Canguil"em? [ZQ/VV:- Hsso le!a a concluir
ue ualuer discurso teKrico não , a re!elação total da realidade/ , a realização de um real possí!el ao
suEeito/ so3 condiçfes "istKrico<sociais dadas? o o3Eeto construído anuncia e denuncia o suEeito ue o
constrKi? ela , a eXteriorização de sua interioridade/ do seu tempo/ do seu meio/ de suas uestfes/ de sua
inserção de classe-
* recon"ecimento da polaridade complementar entre suEeito e o3Eeto/ me le!ou tam3,m a demonstrar a
necessidade do es^orço de o3Eeti!ação/ ou seEa/ a 3usca de minimizar as incursfes do su3Eeti!is<mo e do
espontaneísmo pelo compromisso interno de discussão teKrico<metodolKgica e pelo compromisso social
de su3meter a a3ordagem aos crit,rios da prItica- A compreensão teKrica das compleXas
C*4C)(S* QV
relaçfes e correlaçfes ue con^iguram a Saúde como o3Eeto cientí^ico eXige a ela3oração de um conEunto
de conceitos/ de m,todos e de t,cnicas adeuados a ultrapassar o empirismo/ a ;ilusão da transpar8ncia;/
as percepçfes/ as intuiçfes e os preconceitos- *s crit,rios de !alidade interna do con"ecimento ue
passam pelos camin"os do de3ate teKrico e t,cnico/ por,m/ de!em permanentemente ser permeados pelas
uestfes ue a prItica social no campo da Saúde suscita- A relação dial,tica entre o es^orço lKgico e os
compromissos sociais desde a de^inição do pro3lema de pesuisa at, o produto pro!isKrio gerado no
processo do con"ecimento e sua adeuação hs prIticas de Saúde , o parmetro principal da o3Eeti!ação-
2or,m/ em nen"um momento a o3Eeti!idade eXclui o suEeito e sua "istoricidade/ sua ^ormação/ seus
interesses e suas uestfes- Hncluí<lo como condição do con"ecimento ^az parte da !isão mais totalizante
do processo cientí^ico-
Dentro do uadro geral das a3ordagens em Ci8ncias Sociais pri!ilegiei neste tra3al"o as c"amadas
;Metodologiasso3re
con"ecimento Pualitati!as; principalmente
Saúde/ seEa pela importncia
enuanto concepção/ ue possuem
seEa enuanto na prIticas
políticas/ construção do eFou
social
institucional- Como em ualuer processo social/ o o3Eeto ;Saúde; o^erece um ní!el possí!el de ser
uanti^icado mas o ultrapassa uando se trata de compreender dimensfes pro^undas e signi^icati!as ue
não conseguem ser aprisionadas em !ariI!eis- 4a discussão so3re o ;ualitati!o; tentei des^azer a
^reente dicotomia entre macroFmicro^enjmenos/ entre representação e 3ase material/ entre imaginação
e razão/ e no caso especí^ico da saúde/ entre o corpo e a mente- %usuei demonstrar ue seEam eles macro
ou micro/ re^iram<se ao indi!íduo ou a um grupo social/ os ^enjmenos re^erentes h Saúde são compleXos
e o recon"ecimento da sua compleXidade dinmica , reuisito indispensI!el para pensI<los
cienti^icamente? não eXiste nen"uma simplicidade nos micro^enjmenos/ o ^ato aparentemente mais
simples , um compleXo de relaçfes- Pualuer ser "umano/ ualuer grupo ou classe social , uma
multiplicidade de relaçfes e de relaçfes entre relaçfes-
Com re^er8ncia h representação social dos indi!íduos e grupos ela QstI a3ordada como parte da realidade-
4o sentido ue?
QVQ C*4C)(S*
;Pualuer situação "umana sK , caracterizI!el uando se tomam em consideração as concepçfes ue os
participantes t8m dela/ a maneira como a eXperimentam/ suas tensfes e como reagem a essas tensfes
assim conce3idas;- 9---: ;* desprezo pelos elementos ualitati!os e a completa restrição da !ontade não
constitui o3Eeti!idade e sim negação da ualidade essencial do o3Eeto; 9Man"eim? [\Y/ ZR/ ZU:-
A representação social dos indi!íduos e grupos/ por,m/ estI pensada em relação hs 3ases materiais ue a
engendram? de um lado temos ue o "omem , o produto de seu produto? as estruturas da sociedade criam
seu ponto de partida de outro/ temos ue esse "omem constrKi a "istKria dentro das condiçfes rece3idas
ultrapas<sando<as/ e inscre!e sua signi^icação por toda parte/ em todo o tempo e na ordem das coisas- A
compreensão ualitati!a/ tal como a propon"o/ , um mo!imento totalizador ue reúne a condição
srcinal/ o mo!imento signi^icati!o do presente e a intencionalidade em direção do proEeto ^uturo- $la
3usca/ para^raseando Sartre/ ;a unidade pluridimensional do ato em sua ligação com cada um e com
todos; 9Sartre?
material [ZY/\:/
mais e!asi!o ue ,a signi^icação
o pensamentopro^unda
"umano-ue cada ,pocacom
&ra3al"ando empresta h pala!ra/
o material ao gesto
sim3Klico e ao
ue eXterioriza
o ponto de !ista dos atores sociais _ especi^icamente no ue se re^ere aos sistemas de saúde _ tentei
mostrar ue/ seEa a partir dos indi!íduos/ dos grupos/ ou das classes/ a totalidade ^undamental se eXpressa
no perene conú3io entre mente e corpo/ mat,ria e espírito ue na aparente simplicidade de uma
mani^estação so3re saúde/ os suEeitos indi!iduais proEetam sua !isão da sociedade e da natureza/ a
"istoricidade das relaçfes e condiçfes de produção inscritas no seu corpo/ seu espaço "odolKgico/ sua
temporalidade social/ seus in^initos culturais/ seus ^etic"es/ seus ^antasmas e seus anseios de
transcend8ncia- 2ortanto a pesuisa ualitati!a proposta aui recon"ece o suEeito como autor/ so3
condiçfes dadas/ capaz de ;retratar e e&a&a" a realidade- 4ão apenas como um suEeito suEeitado/
esa0ado e reprodutor das estruturas e relaçfes ue o produzem e nas +$ais ele od$G.
Te&ei os&a ue as ;Metodologias de 2esuisa Pualitati!a; não
C*4C)(S* QVU
constituem em si ideologia ou uma crrente de pensamento- 2elo contrIrio/ descre!o<as como
componentes das principais lin"as teKricas das Ci8ncias Sociais e/ em cada uma delas/ su3metidas a uma
organização e a pressupostos peculiares- Do ponto de !ista da a3ordagem empírica recon"ece<se ue o
^uncionalismo e a ^enome<nologia desen!ol!eram e re^inaram mais seu instrumental- Apesar disso/
propon"o a a3ordagem dial,tica como sendo auela capaz de reter ao mesmo tempo o !alor "eurístico
dos dados e conectI<los com as relaçfes essenciais ue não são necessariamente apreendidas atra!,s das
representaçfes sociais- Puando se trata dos ^atos re^erentes h saúde/ essa ^orma de a3ordagem a3range a
"istoricidade dos ^enjmenos 9concepçfes/ relaçfes sociais e institucionais/ políticas etc:/ sua localização
no modo de produção/-ue , a totalidade maior/ incorpora a cultura como sendo cultura de classe e as
representaçfes sociais como eXpressfes do lugar e das condiçfes sociais de !ida e de tra3al"o dos suEeitos
em uestão- Desta ^orma/ a metodologia dial,tica compreende o carIter contraditKrio/ con^liti!o e
totalizante de ualuer
complementar relação
entre a razão e asocial- Do ponto
eXperi8ncia/ entredeas!ista do con"ecimento
categorias analíticas eela
as a3range a polaridade
categorias empíricas/ entre
o mundo natural e o mundo social/ entre o pensamento e a eXist8ncia/ entre a multiplicidade e a unidade/
entre a eXterioridade e a in^erioridade/ entre a anIlise e a síntese-
4o ue tange ao instrumental prItico para o tra3al"o empírico/ mostro ue a a3ordagem dial,tica não o
tem ela3orado- $la de!e/ então/ apropriar<se da eXperi8ncia ^uncionalista e ^enomenolKgica e/ ao
incorporI<la/ ultrapassar<l"es as premissas e pressupostos- Sua superioridade se mostra tam3,m pela
capacidade de a3ranger as !erdades parciais das outras correntes e superI<las- 2or,m/ a construção do
con"ecimento a partir desse re^erencial 9em todos os aspectos/ e de ^orma particular no tra3al"o com
representaçfes sociais: , uma tare^a pouco desen!ol!ida e pouco eXercitada/ , desa^io ao pesuisador da
Irea de Saúde-
2or ^im/ ^aço ainda uma o3ser!ação a respeito dos limites deste tra3al"o- 2ropus<me a desen!ol!er uma
re^leXão teKrico<metodolK<gica/ !isando uma das possi3ilidades de a3ordagem da realidade? as
metodologias ualitati!as- A recuperação conteXtualizada desse re<
QV C*4C)(S*
^erencial parte do pressuposto/ ^undamentado na prItica teKrica/ de ue se trata de uma contri3uição
atualmente importante na Irea de Saúde- 6I em todo o mundo ocidental um renascer de preocupaçfes
antropolKgicas ^rente aos grandes interrogantes ue a sociedade moderna coloca a seus mem3ros- 6I em
todas as Ireas das Ci8ncias Sociais _ incluída a Administração 2ú3lica _ uma tomada de consci8ncia da
importncia de compreender a compleXidade das relaçfes sociais ue criam/ alimentam/ reproduzem e
trans^ormam as estruturas/ a partir do ponto de !ista dos atores sociais en!ol!idos nessas relaçfes- Hsso ,
uma tare^a de a3ordagem ualitati!a- * estudo ue pro!isoriamente termino/ por,m/ não se pretende
eXausti!o? , antes um começo de con!ersa- Constitui<se em re^leXfes 3Isicas para estimular outras
re^leXfes- Cada item aui desen!ol!ido , para ser retomado/ testado e apro^undado? ;a !erdade sK gan"a
sentido ao ^im de uma pol8mica- Assim não poderia "a!er !erdade primeira- SK "I erros primeiros- A
e!id8ncia primeira nunca , uma !erdade ^undamental; 9Canguil"em/ comentando o ;primado do erro; em
%ac"elard?
nesse [ZQ/
terreno ue VR:-
não 4essa 3uscae nem
tem donos sem<^im/ nesse
limites/ processo inaca3ado/
o SHG4H0HCAD* c"eio de contradição
e a H4&$4CH*4A(DAD$ são osemesmos
solidIrio/
da
primeira h última lin"a?
* D$SA0H* D* C*46$CHM$4&*
%H%)H*G5A0HA
AD*54*/ &- W- 1 6*56$HM$5/ M-Sociol!gica. Madrid- $d- &aurus- [Z[-
AG(D$)*/ S- 0- ;As Doenças &ropicais? da anIlise de >^atores> h anIlise de >processos>;- s Cincias em
Saúde na méica atina. *2AS- [YV 9Q[U<UR\:-
A))2*5&/ G- W- 5$e use ofpesonal documents in 'sZc$ological eseac$. 4e7 ork- Social Sciences
5esearc" Council- [Q-
A)M$HDA 0H)6*/ 4- Epidemiologia sem úmeos. 5io de Janeiro- $d- Campus- [YY-
A)&6(SS$5/ )- 'ou Ma8. 2aris- d- Maspero- [\V-
<<<<<<<<- n"lise Ctica da 5eoia Ma8ista. 5J- Oa"ar $d- [\Z-
A4D$5S*4/ 2- Su le Ma8isme /ccidental. 2aris- Maspero- [ZZ-
<<<<<_-  Cise da Cise do Ma8ismo. São 2aulo- $d- %rasiliense- [YZ 9U-a ed-:-
A4D5/ M- $- D- A- ;* uso da &,cnica de AnIlise Documental na 2esuisa e na A!aliação
$ducacional;- 5ecnologia Educacional.5io de Janeiro/ ano H 9\:? maio e Eun"o/ [YQ 9R<\:-
<<<<<<<<<- ;&eXto/ ConteXto e Signi^icados? algumas uestfes na anIlise de
dados ualitati!os;- Cadenos de 'esuisa. São 2aulo 9V:? maio de [YU 9\\<Z:-
A2$O$C6$A/ 6- J- ;2ro3lemas MetodolKgicos da 2esuisa na Ci8ncia da Saúde;- As Cincias Sociais
em Saúde na méica atina. *2AS- [YV 9\<Z:-
A5*(CA/ A- S- da S- * Dilema 'e*enti*ista% Contri3uição para a compreensão e crítica da Medicina
2re!enti!a- Campinas- (4HCAM2- [ZV 9&ese de Doutoramento:/ 9mimeo:/
QVV
QV\ %H%)H*G5A0HA
<<<<<<<<<- ;A 5e^orma SanitIria %rasileira;- 5ena,  9no!- [YY:-
%AC6$)A5D/ G- / o*o Espito Cientfico. 5J- $d- &empo %rasileiro- [\Y-
<<<<<<<<- ssaí su Ia Connaissance ppoc$ée. 2aris/ J- .rin- [\[ 9U-ed-:-
<<<<<<<<- afomaci!n dei Espita Cientfico. %uenos Aires- Siglo H- [ZQ-
<<<<<<<<- ;A 0iloso^ia do 4ão;- 9ac$elad. Coleção 2ensadores- São 2aulo- $d-
A3ril- [ZY-
%A6&H4/ M- Ma8ismo e 7ilosofia da inguagem. São 2aulo- 6ucitec- [Y\-
%A5DH4/ )- n"lise de Conteúdo. )is3oa- $diçfes ZR-[Z[-
%A54$&&/ 6- G- Inno*ation, t$e 9asis ofSo"al C$ange. 4- ork- McGra7<6ill- [VU-
%A5&6$S/ 5- ;A Ati!idade $struturalista;- / Método Estutunlista. 5J- Oa"ar $d- [\Z-
%$C$5/ 6- S- ;2ro3lems o^ in^erence and proo^ in 2articipant *3ser!a<tion;/ meican Sociological
+e*ic, QU 9dez-
%$4JAMH4/ [VY: pIg- \VQ<\VU-
2- ;Hnter!ie7ing tec"niues and ^ield relati>Ens"ips;- nl$o;pologZ 5odaZ. C"icago-
(ni!ersity o^ C"icago 2ress- 9[VU:
%$5$)S*4/ %- Content nalZsis in Communication +eseac$. 4- ork- (ni!ersity 2ress- [Z-
%$5G$5/ 2- 1 )(CMA44- Constução Social da +ealidade. 5J- Ed. .ozes- [ZU-
%$5)H4G($5/ G- 'siuiatia e 'ode. %elo 6orizonte- Hnterli!ros $d- [Z\-
<<<<<<<<- Medicina e 'oltica. 6ucitec- São 2aulo- [ZY-
<<<<<<<<- A Saúde nas 7"bicas. São 2aulo- C$%$S<6(CH&$C<*%*5- <[YU-
<<<<<<<<-  Doença. S2- 6ucitecFC$%$S- [YY-
%$55$M A4/ G- ;2or detrIs de muitas mIscaras;- Des*endando M"scaas Sociais. 5io de Janeiro- $d-
)i!raria 0rancisco Al!es- [ZV 9QU<ZZ:-
U)A)*C/ G- Intodução : 'esuisa Social. 5J- Oa"ar $d- [Z\-
U)(M$5/ 6- SZmbolic Inteactionism. 4-- 2rentice 6a(- [\[-
%*6A44A4/ 2- J- ;Conscience Collecti!e et Culture; in EssaZs in Soci!togZ Xti 'fulosop$Z. . -
6arper and 5o7- [\ 9ZZ<[\:-
<<<<<<<<;*2rogresso da Antropologia;- Desiíenr^aiidoM^lsc^lr^lsSoc7is- 5io de
aaearo- $d- )i!raria 0rancisco Al!es- [ZV 9QV<QV[:-
%H%)H*G5A0HA QVZ
%*)&A4SH/ )- As Classes So"ais c o Copo. 5J- Graal $d- [Z[-
%*&&*M*5$/ &- %- 1 5(%$)/ M-Sociologia e7ilosofia Social de \al Ma8. 5io de Janeiro- Oa"ar $d- [\-
%*&&*M*5$/ &- %- et alii-Di"on"io do 'ensamento Ma8ista. 5io de Janeiro- Oa"ar $d- [YY-
%*(5DH$(/ 2- 3suisse dNune 5$éoe de Ia 'atiue. 2aris- )i3rairie Droz- [ZQ-
<<<<<<<<- ;Condiçfes de Classe e 2osição de Classe;- Economia das 5ocas
Simb!licas. $d- 2erspecti!a- São 2aulo- [Z-
<<<<<<<<- Sociologia. São 2aulo- $d- +tica- [YU-
%*(5DH$(/ 2- et alii-eMétiede Sociologue. )i!re H- 2aris- Mouton d- [\Y-
%5A4D*/ C- 5- 'esuisa 'aticipante. São 2aulo- $d- %rasiliense- [Y 9> ed-:-
<<<<<<<<<- +epensando a 'esuisa 'aticipante. São 2aulo- $d- %rasiliense- [YV-
%5$H)6/ J- 1 G5A4DA/ $- Saúde na Sociedade. São 2aulo- Hnstituto de SaúdeFA%5ASC*- [Y\-
%5*W4/ 5- Estutua e 7unção na Sociedade 'imiti*a. 5J- $d- .ozes- [ZU-
%(%$5/
%()M$5/ le Social
M-M- 'obl[me de GN?omme.
'olicZ 2aris- Au3ier- [\Q-
+eseac$. &"eMacmillan 2ress )td- )ondres- [ZY-
CAMA5G*/ A- A- et alii- ;As 6istKrias de .ida na Am,rica )atina;- 9I9. 5io de Janeiro- [YU-
CA4$.HCCH/ M- Dialética do Indi*duo. S- 2aulo- %rasiliense- [Y-
CA4G(H)6$M/ G- ;So3re uma $pistemologia Concorda tIria;- Epistemolo;gia. 5empo 9asileio. [ZQ- n QY 9Z<
V\:-
CA2A)%*/ C- Metodologia das Cincias Sociais. 5J- Antares- [Z[-
CA5D*S*/ 0- 6- * Método Dialético na n"lise Sociol!gica. 5io de Janeiro- H%5AD$S- [ZU 9mimeo:
CA5D*S*/ 5- 9org-:  *entua ntopol!gica. 5io de Janeiro- $d- 2az e &erra- [Y\-
<<<<<<<_- ;A!enturas de AntropKlogos em Campo ou como escapar das
armadil"as do m,todo;-  *entua ntopol!gica. 5io de Janeiro- $d- 2az e &erra- [Y\ 9[V<R\:-
QVY %H%)H*G5A0HA
CA5&W5HG6&/ D- 2- ;Analysis o^ Pualitatí!e Material;-+csac$ Met$ods in t$e 9e$a*ioal Sciences.
$d- 0estinger )-/ and atz/ D- 6olt/ 5ine"art and Winston- 4-- (SA- [\\-
CAS&$))A4*S/ 2- )- ;As Ci8ncias Sociais em Saúde na .enezuela;- AsCincias Sociais em Saúde na
méica atina. *2AS- [YV 9UZ<V\:/
CAS&$))S/ M- et alii- ;$pistemologia e Ci8ncias Sodais;- 2orto/ 2ortugal- $d- 5,s/ )tda- sFd-
C6A('/ M- Confomismo e +esistncia. S2- %rasiliense- [YZ-
C6H*OOA/ )- 'o ue doecemos A "istKria ue se oculta no corpo- São 2aulo- $d- 2apirus- [YZ-
CHC*(5$)/ A- Met$od and Measuement in SociologZ. 4e7 ork- &"e 0ree 2ress- [\[ 9- ed-:-
<<<<<<<- ;&"eory and Met"od in 0ield 5esearc";- Met$od and Measuement in
SociologZ. 4- ork- &"e 0ree 2ress- [\[- \a- ed- 9U[<ZQ:-
C*M&$/ A- ;Discurso so3re o $spírito 2ositi!o;- 'ensadoes. São 2aulo- $d- A3ril 9<V:-
<<<<<<<<-;Discurso
São 2reliminar
2aulo- $d- A3ril so3re o ConEunto do 2ositi!ismo;- 'ensadoes.
9[V<RU:-
_<<<<<- ;Catecismo 2ositi!ista;- 'ensadoes. São 2aulo- $d- A3ril 9QQ<URV:-
C*4&H/ A- ;$strutura Social y Medicina; in Medicina Z Sociedad. %arcelona- $d- 0ontanela- [ZQ 9QYZ<
UR:-
C**)$/ C- 6- ;&"e 5oots o^ Social no7ledge;- meican Rounal of SociologZ, UQ Ruly: 9V[<Z[:-
C*5D$H5*/ 6- A- As Empesas Médicas. 5J- Graal $d- [Y-
C*S&A/ 4- do 5- utas >banas e Contole Social. 5J- $d- .ozesFA%5ASC*- [YV-
DA5&HG($S/ A- * ue é 7enomenologia. 5io de Janeiro- )- $ldorado- [ZU-
D$A4/ J- 2- ;2articipant o3ser!ation and inter!ie7ing;- Intoduction to social eseac$. 2ennsyl!ania-
&"e Stackpole Co- [V-
D$J*(5S/ C"ristop"e- A oucua do 5abal$o% $studo de 2sicopatologia do &ra3al"o- São 2aulo- $d-
*3or,- [YZ-
D$M*/ 2- Metodologia Cientfica em Cincias Sociais. São 2aulo- $d- Atlas- [Y 9U a- ed-:-
<<<<<<<<- Intodução : Metodologia da Cincia. São 2aulo- $d- Atlas- [YV-
%H%)H*G5A0HA QV[
D$4OH4/ 4- - 5$e +eseac$ ct. C"icago- Aldine 2u3lis"ing Co- [ZR-
DH)&6$/ W-Intoducci!n a Ias Cincias dei Espitu. Madrid- $d- 5e!ista de *ccidente- [V\-
D*44A4G$)*/ M- C-Medicina e 'oltica. São 2aulo- 2ioneira- [ZV-
<<<<<<<<<-; A 2esuisa na +rea de Saúde Coleti!a no %rasil _ A d,cada de ZR;-
Ensino de Saúde 'ública, Medicina 'e*enti*a e Social no 9asil. A%5ASC*- 5io de Janeiro- Q- a3ril- [YU 9[<UV:-
7<))A)E<, M. 8.1 2$5$H5A/ )- Saúde e Sociedade. São 2aulo- Duas 8idades. 19K.
D*(G)AS/ M- atual SZmbols. 4e7 ork- 2ant"eon %ooks- [Z-
D(56AM/ $- ;A 2esuisa AntropolKgica com 2opulaçfes (r3anas;-  *entua ntopol!gica. 5io de Janeiro- $d-
2az e &erra- [Y\ 9Z<UY:-
D(56$HM/ $- ;Da Di!isão do &ra3al"o Social;- 'ensadoes. São 2aulo- $d- A3ril- [ZY 9<ZR:-
<<<<<<<<<- ;As 5egras do M,todo SociolKgico;- 'ensadoes. São 2aulo- $d- A3ril-
[ZY 9Z<V\:
<<<<<<<<<- ;*
;AsSuicídio;- 'ensadoes.deSão
0ormas $lementares 2aulo-
.ida $d- A3ril-
5eligiosa;- [ZY 9\\<QRQ:-
'ensadoes. São 2aulo-
$d- A3ril- [ZY 9QRU<QV:-
$4G$)S/ 0r- a Dialectiue de Ia atue. 2aris- d- Sociales- [VQ-
$S&5$))A/ $d- ;As Contri3uiçfes da Antropologia h 2esuisa em Saúde;- As Cincias Sociais em Saúde na
méica atina. *2AS- [YV 9V[<Z:-
$.A4S<25H&C6A5D/ $- $- ;Antropologia Social;- Des*endando M"scaas Sociais. $d- )i!raria 0rancisco Al!es-
[ZV 9QQU<QV:-
0$S&H4G$5/ )- 1 A&O/ D-+eseac$ Met$ods in t$e 9e$a*ioal Sciences. 4e7 ork- 6olt/ 5ine"art and Winston-
[\\-
0$&SC6$5/ H- ;%ernstein e o Desa^io h *rtodoXia;- ?ist!ia do Ma8ismo. 5io de Janeiro- $d- 2az e &erra- [YV-
0H*5A.A4&$/ $- et alii- ;Modo de 2rodução/ 0ormação Social e 2rocesso de &ra3al"o;- Conceito de Modo de
'odução. 5io de Janeiro- $d- 2az e &erra- [ZY 9U<\:-
05AS$5/ 5- +ecuédalo tú Z ecuédalo a otos. 6istoria *ral de Ha Guerra Ci!il $spa^íola/ H e HH- %arcelona- $d-
Crítica- [Z[-
Q\R %H%)H*G5A0HA
05$HDS*4/ $- 'ofession of medicine% a studZ ofsociologZ ofapplied Knolcdge. 4- ork/ Dodd/ 4ead and Co-
[Z-
GAJA5D*/ M- 'esuisa 'aticipante na méica atina. São 2aulo- $d- %ra<siliense- [Y\-
GA5CHA/ J- - ;Medicina e Sociedade? As correntes de pensamento no campo da saúu ;- Medicina Social% aspectos
"istKricos e teKricos- *rg- 0!trardo Duarte 4unes- Glo3al $d- [YU-
GA50H4$/ 6- Judies in Et$nomet$odologZ. 4- ork- 2rentice<6a- [\Z-
G$$5O/ C- ;0rom t"e nati!e>s point o^ !ie7? on t"e nature o^ t"e ant"ropo<logical understanding;- Meaning in
nt$opologZ. Al3uuerue- (ni!- o^ 4e7 M,Xico- [\Y-
<<<<<<<<<-  Intepetação das Cultuas. 5io de Janeiro- Oa"ar $d- [Z[-
GHDD$4S/ A- o*as +egas do Método Sociol!gico. 5io de Janeiro- Oa"ar $d- [ZY
G)(CMF 4- M- 9org-: Closed SZstems and /pen Minds% t"e limits o^ nai!ety in social ant"ropology- )ondres-
*li!er 1 %oyd- [\-
G*00MA4/ $- 5fie
<<<<<<<<<- sZlums. pesentation
$ssays ofselfin
on t"e Social c*cZdaZ
Situation onlife. 4e72atients
Mental ork- Dou3leday
and Co- [V[-
*t"er Hnmates- &"e Anc"or %ooks $d- 4- ork- [\-
<<<<<<<<<- Stategic Inteaction% A 0ascinating Study o^ t"e $spionage Games 2eople 2lay- 4e7 ork- %allantine
%ooks- [ZV-
<<<<<<<<<- Estigma. 5io de Janeiro- Oa"ar $d- [ZV-
G*)D/ 5- ;5oles in Sociological ^ield o3ser!ations;- Social 7oces, U\ 9março [VY:? QZ<QQU-
G*)DMA44/ )- Dialética da Cultua. 5io de Janeiro- $d- 2az e &erra- [\Z-
<<<<<<<<<-  Ciação Cultual na Sociedade Modena. )is3oa- $d- 2resença- [ZQ-
<<<<<<<<- Cincias ?umanas e 7ilosofia. São 2aulo- DH0$)- [YR 9Y a- ed-:-
G*4LA).$S/ 5- %- M-Medicina e ?ist!ia% 5aízes sociais do tra3al"o m,dico- &ese de Mestrado- S2- (S2- [Z[
9mimeo:
G**D$4*(G6/ W- 6- ;Cultural Ant"ropology and )inguistics;- anguage in Cultuc and SocietZ. 4e7 ork-
6arper 1 5o7- [\-
G**D$/ W- 1 6A&&/ 2-Métodos em 'esuisa Social. São 2aulo- Comp- $d- 4acional- [Z[ 9Za- ed-:-
%H%)H*G5A0HA Q\
G5AMSCH/ A- Concepção Dialélicada?ist!ia. $d- Ci!ilização %rasileira- [Y 9 a ed:-
<<<<<<<<- Maauia*el, a 'oltica e o Estado Modeno. 5io de Janeiro- $d- Ci!ilização %rasileira- [\Y-
_<_- *s Intelectuais e a /gani@ação da Cultua. 5io de Janeiro- $d- Ci!ilização %rasileira- [YR-
G5A4G$5/ G- 'enséc 7omalle et Sciences de >?omme. 2aris- Au3ier Mon<taigne- [\Z 9RZ<U:-
G5$HMAS/ A-J- Semi!tica e Cincias Sociais. São 2aulo- $d- CultriX- [Y-
G5$HMAS/ A- J- 1 )A4D*WSH/ $- n"lise do Discuso em Cincias Sociais. São 2aulo- Glo3al $d-
[Y-
G(5.H&C6/ G- Déteminismes Sociau8 et ibete ?umaine. 2aris- 2resses (ni!ersitaires de 0rance-
6A%$5MAS/ J- ;Con"ecimento e Hnteresse;- 'ensadoes. São 2aulo- $d- A3ril- [YR 9UR<UQ:-
<<<<<<<<- Dialética e ?emenutica. 2orto Alegre- $d- )-2-M- [YZ-
<<<<<<<<- Con$ecimento e Inteesse. 5io de Janeiro- $d- Guana3ara- [YZ-
6AG($&&$/ &-&-M-
6A55HSS*4/ 5$e0-7utue
Metodologias )ualitati*as
ofSociologZ. .ol- Q/ nl-5io
na Sociologia.
2ilot 2apers- de Janeiro-
)ondon- [Z-$d- .ozes- [YY-
6$45/ 2- 1 M*SC*.HCH/ S- ;2ro3lmes de )>Analyse de Contenu;angages. Setem3ro- [\Y/ HH-
6$5O)HC6/ C- SantéetMaladie. 2aris- )a 6aye- Mouton/ [YU 9Q a- ed-:-
<<<<<<<<- es Mots et les Mau8. MarXille- Coop,rati!e d>dition de Ha .ie
Mutualiste- 4o!- [YV 9:-
6$5O)HC6/ C- 1 JA4H4$/ 2-Malades dN?ic, Malades dNuJoudN$ui. 2aris- 2ayot- [YV-
6*GGA5&/ 5- >tili@aç1es da Cultua. $d- 2resença- )is3oa- [ZU 9H e HH !:-
6*)S&H/ *- 5- ContentnalZsisfo l$e Social Sciences and ?umanitics. Massa<c"usetts- Addison
Weslley- [\[-
6*4HGMA44/ J- J- Cultue and 'esonalitZ.4e7 ork- 6arper- [V-
6(G6$S/ J-  7ilosofia da 'esuisa Social, 5io de Janeiro/ Oa"ar $d- [YU-
Q\Q %H%)H*G5A0HA
6(SS$5)/ $- Elementos de uma Elucidação 7enomenol!gica do Con$ecimento. São 2aulo- $d- A3ril- Col-
2ensadores- [YR-
6MA4/ 6- ;&"e General 2ro3lemoí Puestionaire Design;- 'ublic /pinion and 'opaganda. 4e7 ork- Daniel
atz et alii- ed- [V 9\\V<\Z:-
<<<<<<<<<- Inte*icing in Social +eseac$. C"icago (ni!ersity C"icago 2ress-
[V-
H-%-G-$- $studo 4acional de Despesas 0amiliares 9$4D$0:- H%G$- 5io de Janeiro- [Z-
H))HC6/ H!an-  E8popiação da Saúde. 48mesis da Medicina- 5io de Janeiro- $d- 4o!a 0ronteira- [ZV-
JA6*DA/ M- et alii- +eseac$ Met$ods in Social +elation. 4e7 ork- Dryden 2ress- [V-
J*JA/ A-  !gica Dialética. São 2aulo- $d- 0ulgor- [\V-
A64/ 5- )- 1 CA44$))/ C- 0-5$e DZnamics of Inte*icing% &"eory/ &ec"niue and Cases- 4- ork- Jo"n Wiley-
[\Q-
A4D$)/
Epistémologie)- ;5e^leXfes so3re
Sociologiue, o uso
nU/ da entre!ista/ especialmente a no<direti!a/ e so3re as pesuisas de opinião;-
[ZQ/QV<\-
A(0MA4/ 0- Metodologia das Cincias Sociais. 5io de Janeiro- )i!raria 0rancisco Al!es- [ZZ-
*SHC/ - Dialética do Conceto. 5io de Janeiro- 2az e &erra- [\[-
)A))A4D$/ A-2ocabulaie 5ecniuc et Citiue de Ia '$ilosop$ie. 2aris- 2resses (ni!ersitaires de 0rance- [V\-
)A4G4$SS/ )- ?ist!ia de 2ida tia Cincia ntopol!gica. São 2aulo- $2(- [ZU-
)ASSW$))/ 6- 5$e Compaati*e StudZ ofSZmbols. Stan^ord (ni!- 2ress- [VQ-
)A(5$))/ A- C- Saúde e &ra3al"o? os en^oues teKricos- s Cincias Sociais em Saúde na méica latina. *2AS-
[YV 9QVV<QZ\:-
<<<<<<<<<- ;2roceso de &ra3aEo y Salud enSicartsa;- M,Xico- (4AM- 9set- [Y\:
9mimeo:-
<<<<<<<<<- ;2ara ei $stúdio de Ha Salud en su 5elaciKn con ei 2roceso de
2roducciKn;- M,Xico- (4AM 9a3ril [YZ: 9mimeo:-
<<<<<<<<- A Saúde<Doença como 2rocesso Social- Medicina e Sociedade. São
2aulo- $d- Glo3al 9U<VY:-
%H%)H*G5A0HA Q\U
)AOA5S0$)D/ 2- )ualitati*e nalZsis. %oston- A(yn and %acon- [ZQ-
)AOA5S0$)D/ 2- 1 % A5&*4/ A- 6- ;Pualitati!e measurement in t"e social sciences? classi^ication/
typologies and índices- 5$e 'olicZ Sciences. )erner/ D- and )ass7ell/ 6- D- 9ed-:- Stan^ord- Stan^ord
(ni!ersity 2ress- [V 9V<[Q:-
)$4H4/ W- Ca$ies '$osop$iues. 2aris- d- Sociales- [\V-
)$2A5G4$(5/ 6- / Doente,  Doença e a Mote. Campinas- $d- 2apirus- [YZ-
).H<S&5A(SS/ C- Stuctual nt$opologZ.4- ork- %asic %ooks- [\U-
<<<<<<<<- e Cu et le Cuit. 2aris- 2lon- [\-
<<<<<_- ntopologia Estutual. 5io de Eaneiro- $d- &empo %rasileiro- [\Z-
HH!-
<<<<<<<<- ;Aula Hnaugural;- Des*endendo M"scaas Sociais. $d- 0rancisco Al!es/
5io de Janeiro/
)HM*$H5* [ZV 9Q<Q:-
CA5D*S*/ M- a Constucci!n de Conocimientos. M,Xico- $di<ciones $5A- [ZZ-
<<<<<<<<- Ideologia de Desen*ol*imento. 9asil% R\;R). 5io de Janeiro- $d- 2az e
&erra- [ZY 9Qa- ed-:-
)*JJ4$/ J- * Estado Capitalista e a )uestão >bana. 4o!as Direçfes- 5io de Janeiro- $d- Martins
0ontes- [Y-
)*W/ M- Método Dialético e 5eoia 'oltica. 5io de Janeiro- $d- 2az e &erra- [YV 9U;- ed-:-
<<<<<<<- Cincias Sociais c Ideologias. São 2aulo- $d- Cortez [Y\ 9Q a- ed-:-
<<<<<<<<- As A!enturas de arl MarX contra o %arão de Mnc"ausen- São
2aulo- $d- %usca da .ida- [[R 9a ed:-
)**)A/ M- A- Médicos e Cuandeios. São 2aulo- DH0$)- [Y-
)ND$/ M- 1 A4D5/ 4- $- D- 'esuisa em Educação% bodagens )ualitati*as. São 2aulo- $d-
2edagKgica e (ni!ersitIria- [Y\-
)(+CS/ G- E8istcncialismo ou Ma8ismoj São 2aulo- $d- Senzala- [\Z-
<<<<<<<<- ?ist!ia c Conscincia de Classe. 2orto- 2u3licaçfes $scorpião- [Z-
)(4D%$5G/ G- A- ;Case Work and t"e Statistical Met"od;- Social 7oces V- 4- ork- [Q\ 9\R<\U:-
<<<<<<<<- Social +eseac$. 4e7 ork- )ongmans Green- [\-
Q\ %H%)H*G5A0HA
<<<<<<<<- ;Puantitati!e Met"ods in Sociology;- Social 7oces U[- 4e7 ork
[V\ 9[<Q:-
MA)H4*WSH/ %- >ma 5eoia Cientfica da Cultua. São 2aulo- Oa"ar $d [ZV-
<<<<<<<<- ;*3Eeto/ M,todo e Alcance desta 2esuisa;- Des*endando M"scaas
Sociais. 5io de Janeiro- $d- )i!raria 0rancisco Al!es- [ZV/ U[<\U-
MA)H4*WSH/ %- *s gcmautas do 'acfico. São 2aulo- $d- A3ril- Coleção os 2ensadores- [Y-
MA446$HM/ - Ideologia e >topia. 5io de Janeiro- Oa"ar $d- [\Y-
<<<<<_- ;* 2ro3lema de uma Sociologia do Con"ecimento;- Sociologia
do Con$ecimento. 5io de Janeiro- Oa"ar $d- [Z 9U<YR:-
<<<<<<<<- Sociologia da Cultua. São 2aulo- $d- 2erspecti!a- [Z-
MA44H4G/ 2- - 1 0+%5$GA Jr- J- ;&"e $Xperience o^ Sel^ and %ody;- '$enomenolkgical SociologZ. 4e7 ork-
Jo"n Wiley 1 Sons $d- [ZU-
MA5&H4S/ J- et alii- 5emas
MA5/ - Contibuição 7undamentais
paa a Citica dade 7enomenologia.
Economia 'oltica. São 2aulo-
)is3oa- $d- Moraes- [Y-
$ditorial
$stampa- [ZU 9Qa- ed-:-
<<<<<<<<- * Capital. )i!ro H/ capítulo .H in,dito- São 2aulo- Ci8ncias 6umanas- [ZY-
MA5/ - 1 $4G$)S/ 0- ;Critiue o^ 6egel>s 2"ilosop"y o^ 5ig"t;- Ma8;Engels% %asic Writings on 2olitics and
2"ilosop"y- 4- ork- Dou3leday Anc"or *riginal/ [V[-
<<<<<<<<- ;$conomic and 2"ilosop"ic Manuscripts o^ Y;- 5$e Ma8;Engels
+eade. 4- ork- W-W- 4orton and Company- [ZQ 9VQ<R:-
<<<<<<<<- Ideologia lemã. São 2aulo- $d- 6ucitec- [Y-
MA(SS/ M- Sociologie et nt$opologie. 2aris- 2resses (ni!ersitaires de 0rance- [VR-
<<<<<<<<- Sociologia e ntopologia. São 2aulo- $2(F$D(S2- [Z- He HH !ol-
<<<<<<<<- ntopologia. São 2aulo- $d- +tica- [Z[-
MC$*W4/ &- y )W$/ C- 5-Intoducci!n a Ia Medicina Social. M,Xico Si<glo H- [Y 9Qa- ed-:-
M$AD/ G- 6- Mind, Self and SocietZ. C"icago- (ni!ersity o^ C"icago 2ress-
%H%)H*G5A0HA Q\V
M$AD/ M- ;More Compre"ensi!e 0ield Met"ods;- meican n t$opologist. .ol- UV 9JanuaryFMarc": [UU-
Selected 2apers $d- 4e7 ork-
M$)* $ S*(OA/ 5-; $pistemologia e 6ermen8utica em %ac"elard;- +e*is ta 5empo 9asileio, [R? 9Z<[: Eul- set-
[YZ-
M$56/ $-/ Capitalismo e a Saúde 'ública. São 2aulo- $d- 2apirus/ [YV-
M$5&*4/ 5- -Sociologia% 5eoia e Estutua. São 2aulo- $d- Mestre Jou- [ZR-
<<<<<<<<<- >;&"e 0ocused inter!ie7;- meican Rounal o=SociologZ. May [V\-
.ol- )H/ n \ 9V<Q:-
MHC6$)A&/ G- ;Puelue Contri3uitions h Ha M,t"odologie de l>$ntretien 4on<Directi^ d>$nu8te;/ 2aris- +é*ue
7ançaise de Sociologie, .H/ [ZV/QQ[<QZ-
MH))S/ W- ;Conse8ncias MetodolKgicas da Sociologia do Con"ecimento;- Sociologia do Con$ecimento. 5io de
Janeiro- Oa"ar $d- [Z-
<<<<<<<<<-
M*4&$H5*/  Imaginação Sociol!gica.
2- Da Doença: 5io de
Desodem. A Janeiro-
Magia naOa"ar $d- [ZQ-
(m3anda- 5io de Janeiro- $d- Graal- [YV-
M*5A/ J- 0- Diccionaio de 7ilosofia. .ol- H e H.- Madrid- $d- Alianza 9VYRs: e 9Q[Vs:-
M5DA)/ G-/bJecti*itZ in Social +eseac$. 2ennsyl!ania- 2ant"eon %ooks- [\[-
4$)S*4/ J- %- ?uman Medicine. Minneapolis- Args3urg 2u3lis"ing 6ouse- [ZU-
4(4$S/ $- D- 9org-: Medicina Social% spectos ?ist!icos e 5e!icos. São 2aulo- Glo3al $d- [YU-
<<<<<<<<<- ;&end8ncias e 2erspecti!as da 2esuisa em Ci8ncias Sociais em
Saúde na Am,rica )atina? uma !isão geral; in? s Cincias Sociais em Saúde na méica atina. *2AS- [YV-
<<<<<_- As Cincias Sociais em Saúde na méica atina. *2AS- [YV-
*)$S$4/ .- )- 1 W6H&&AC$5/ $- W- ;5ole making in 2articipant *3ser!ation 2rocesses in t"e 5esearc"<Actor
5elations"ip;- ?uman /gani;@ation Q\?[\Z 9QZU<QY:-
*)H.$H5A/ J- 1 &$H$H5A/ S- M- 0-(Im#'e*dncia Social. 5io de Janeiro- $d- .ozesFA%5ASC*- [YV-
Q\\ %H%)H*G5A0HA
*5)A4DH/ $- 2-  inguagem e seu 7uncionamento. As ^ormas do discurso- Campinas- $d- 2ontes-
[YZ-
*5&HO/ 5-  Conscincia 7agmentada. 5J- 2az e &erra- [YR-
*SG**D/ C- $- ;&"e 5epresentational Model and 5ele!ant 5esearc" Met"od;- 5ends in Content
nalZsis. (r3ana- (ni!ersity o^ Hllinois 2ress- [V[-
2A4OH$5H/ 5- )a conception socialiste de >$nu8te *u!rire;/ utes de Classes en Italie e Capitalisme
dNuJoudN?ui. 2aris- 0rançois Maspero- [\Y 9R[<\:-
2A5GA 4H4A/ )- et alii-Configuação de Situaç1es de 'obe@a. 5io de Janeiro- $d- 2(CF5H*- [YU<
[YV-/ HH/ HHH/ H. !ol-
2A5/ 5- 1 %(5G$SS/ $-Intoduction to t$e Science of SociologZ. C"icago- (ni!ersity o^ C"icago
2ress- [Q-
2A5S*4S/
2A4$/ G- &-
et 5$e Social SZstem.
alii-SociologZ Glencoe-
and Social Hllinois-)ondon-
+eseac$. &"e 0ree5outledge
2ress- [V-
and - 2aul- [Y-
2C6$(/ M- nalZse utomatiue du Discous. 2aris- Dunod- [\[-
<<<<<<<- Sem]ntica c Discuso. Campinas- $d- (nicamp- [YY-
2$))$G5H4*/ $- ;2"ilosop"y o^ Medicine;- 5$e Rounal of Medicine end '$ilosop$Z. .ol- H/ n /
março de [Z\-
2$5$H5A/ J- C- ;Medicina/ Saúde e Sociedade; in Estudos de Saúde Coleti*a. A%5ASC*/ 9:
2$CF$4S2- [Y\-
2*H5H$5/ J- et alii- )es 5,cits de 2ie% 5$éoie et patiue.2aris- 2resses (ni!ersitaires de 0rance- [YV-
2*))AC/ 4- a Médecinc du Capital. 2aris- Maspero- [ZQ-
2*22$5/ - )a ogiue de Ia Décou*ete Scientifiue. 2aris- $d- 2ayot- [ZU-
2*SSAS/ C- Saúde e 5abal$o% a Crise da 2re!id8ncia Social- 5io de Janeiro- $d- Graal- [YU-
5H)$/ M- Sociological +eseac$%  Case ppoac$. 4e7 ork- 6arcourt/ %race 1 World- [\U-
SA2H5/ $- nt$opologK. 2aris- d- Minuit- [\Z/ &omo H-
SA5&5$/ J- 2- ;Puestão de M,todo;-Sate. Coleção 2ensadores- São 2aulo- $d- A3ril- [ZY-
%H%)H*G5A0HA Q\Z
SC6A00/ A-/ Ma8ismo e o Indi*duo. 5io de Janeiro- $d- Ci!ilização %rasileira- [\Z-
SC6A00/ A- et alii-Ideologia e Classes Sociais. São 2aulo- $d- Documentos- [\Y-
SC65AD$5/ A- Intodução : 'esuisa So"al Empica. 2orto Alegre- $d- Glo3o- [YZ-
SC6(&O/ A-; $uality and t"e social Meaning Structure;- Collectcd 'apes II. 6ague- Martinus 4iE"o^^- [\-
<<<<<<<<<- ;Concept and &"eory 0ormation in t"e Social Sciences;- Socioiogical
'especti*es. MiddlesseX- 2enguin %ooks- [Z 9[Rss:-
<<<<<<<<<- 7enomenologia e +elaç1es Sociais. 5io de Janeiro- Oa"ar $d- [Z[-
<<<<<<<<<- Collected 'apes I. ;Commonsense and Scienti^ic Hnterpretations o^
6umam Action;- 6ague- Martinus 4iE"o^^- Q a- ed- [YQ-
SC6(&O/ A- 1 )(CMA44- ;&"e Strati^ications o^ t"e )i^e<World;- 5$e Stuctues ofife;hold. $!anston-
4ort"<Western (ni!- 2ress- [ZU-
SC6WA5&O/ M- 1 SC6WA5&O/ C- G- ;2ro3lems in 2articipant *3ser!a<tion;- meican Rounal ofSociologZ \R
Panuary:?
SC5HMS6AW/ UU<UVU-[VV-
S- nt$opological ppoac$es fo 'ogamme impo*ement. )os Angeles- (ni!ersity o^ Cali^Krnia-
[YZ-
S$)&HO/ J- et alii- Métodos de 'esuisa na +elaç1es Sociais. São 2aulo- $2(- [YR 9Ra- ed-:-
SMA5&/ %- Sociologia, 7enomenologia e n"lise Ma8ista. 5io de Janeiro- Oa"ar $d- [ZY-
S*4&AG/ S-  Doença como Met"foa. 5io de Janeiro- Graal $d- [Y-
S&$H4/ $- ;Dial,tica e 6ermen8utica? uma contro!,rsia so3re M,todo em 0iloso^ia;- Dialética e ?emenutica.
5GS- )2M- [YZ-
<<<<<<<<<- +acionalidade e E8istncia. 5GS- )2M- [YY-
&AM%$))H4H/ A- M-Contibuição : n"lise Epidemiol!gica dos cidentes de 5]nsito. Campinas- &ese de
doutoramento- (4HCAM2- [Z\ 9mimeo:-
&$H$H5A/ S- M- 0- ;As Ci8ncias Sociais em Saúde no %rasil;- As Cincias Sociais em Saúde na méica atina.
*2AS- [YV 9YZ<R:-
&6$*D*5S*4/ G- 1 &6$*D*5S*4/ A-Modem DictionaZ ofSociologZ% &"e Concepts o^ Sociology and 5elated
Disciplines- 4e7 ork- &"omas - Cro7ell Co- [\[-
Q\Y %H%)H*G5A0HA
&6H*))$4&/ M- Ctica Metodol!gica, In*estigação Social e Enuete /pe"ia. São 2aulo/ $d- 2olis-
[YQ 9Ua- ed-:/
<<<<<<<<- Metodologia da 'esuisa;ção. São 2aulo- $d- Cortez- [YZ 9Q a- ed-:-
&6*MAS/ W- H- ;&"e De^inition o^ t"e Situation; in Social 5$eoZ. 4e7 ork- Mcmillan Company-
[ZR- Ua- ed-
&6*MAS/ W- 1 O4A4H$CH/ 0- ;&"e 2olis" 2easant in $urope and America;- Sociological +eseac$.
4e7 ork- 6arcourt/ %race and World Hnc- [\U 9[\<Q:-
&6*M2S*4/ 2- 5$e 2oice oft$e 'ast%*ral 6istory- )ondon- *X^ord (ni!- 2ress- [ZY-
&5H2*DH/ &- et alii- n"lise da 'esuisa Social. 5io de Janeiro- )- 0rancisco Al!es $d- [Y- Q a- ed-
&5H.H4*S/ A- 4- S- Intodução : 'esuisa Social em Cincias Sociais. São 2aulo- $d- Atlas- [YY-
(45(G/ M- C- nalZse de Contenu et cte de 'aole. 2aris- Delarges- $d- (ni!ersitaires- [Z-
.+OP($O/
.$)6*/ A- et
*- G- S- alii
7ilosofia
9org-: da 5ioClasses
'a8is.de
Estutua de Janeiro- $d- 2az e &erra-
e Estatificaçao [\Y-
Social. 5io de Janeiro- Oa"ar $d- [Z
9Va- ed-:-
.$55$&/ M- Su Ia Cultue /u*i[e.)a 2ens,e/ 2aris- n \U Euin [ZQ-
WA/ 5- 6- ;&7el!e ears )ater? an analysis o^ ^ield eXperience; in ?uman /gani@ation +eseac$.
6ome7ood- Dorsey 2ress- [\R 9\\<ZY:-
W$%$5/ MaX- 5$e Met$odologZ of t$e Social Sciences. 4e7 ork- Glencoe- $d- $d7ard S"ills- [[-
<<<<<<<<- %nsic Concepts in So"ologZ bZ Ma8 hebe.4e7 ork- &"e Citadel
2ress- [\- ; <ç
<<<<<<<<- $ssais su Ia 5$éoie de Ia Science. 2aris- )- 2lon- [\V-
<<<<<<<<- 5$e 5$eoZ of Social and Economic /gani@ation. 4e7 ork- 0ree 2ress
2aper3ack- [\\ 9Ua- ed-:-
<<<<<<<<- a 3tica 'otestante Z ei Espitu dei Capitalismo. $d- 2enínsula-
%arcelona- [\[-
<<<<_-  /bJeti*idade do con$ecimento nas Cincias e na 'oltica Social. )is3oa- $d- )is3oa )tda- [Z-
a.
n

o

n
^ ET.
Q0
Uo

íf
#
FD

5
>
J<
<s ^
ttil
s

I
il^
4X' D

íií
tiN
íf;i
^lílll
í^lll
11
q s  s> s< 5?

ílll
rs0 $
m

lll
t
b

í
a
t
e
o
*
a
ç

S>ga as<S<l
So%
i $ {?SU-
m l
p ia
o ?
M(
>
t t< n

!t
S

IP ill
<
x<6
Br mero
C it as
* n U C)W
a
la

q>- li

D >F
X•=-X il
S^g<5<
s<p<Q<
<r< o o
B«
íí
s
<&< ;;;
ís t ui
V& 7 7

{Y< i=
^rES 
0W o R:

Y- 
gU- X
-  o
Hmpressão e Aca3amento?
GrI^ica e $ditora Alaúde Htda-
5- Santo Hrineu/ ZR < S2 < 0one? 9: VVZV<UZY

Você também pode gostar