Informatica e Matematica
Informatica e Matematica
Informatica e Matematica
SOBRAL – CE
2011
Página 0
Oficina de elaboração de itens de matemática para avaliações externas Wendel Melo Andrade
SUMÁRIO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Página 1
Oficina de elaboração de itens de matemática para avaliações externas Wendel Melo Andrade
A avaliação educacional é um sistema de informações que tem como objetivos fornecer diagnóstico e
subsídios para a implementação ou manutenção de políticas educacionais. Ela deve ser concebida também para
prover um contínuo monitoramento do sistema educacional com vistas a detectar os efeitos positivos ou
negativos de políticas adotadas.
Um sistema de avaliação deve obter e organizar informações periódicas e comparáveis sobre os
diferentes aspectos do sistema educacional.
Em 1990, foi implantado no Brasil o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB),
Atualmente o SAEB é coordenado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais - INEP e se
constitui numa grande ferramenta com finalidade de avaliar a qualidade do ensino e da aprendizagem nas 4° e
8° séries do EF e na 3° série do EM, nas disciplinas básicas de Português e Matemática.
O Governo do Estado do Ceará, em 1992 o criou o Sistema de Avaliação da Educação Básica do Ceará
(SPAECE) com a finalidade de analisar os fatores que se associam a esse desempenho para a melhoria da
aprendizagem dos alunos nas disciplinas de português e matemática.
Além do estado do Ceará, diversos outros estados e municípios adotaram políticas semelhantes para
obtenção de dados estatísticos sobre o rendimento escolar.
Atualmente, tais sistemas avaliativos são considerados indispensáveis, quando se trata de
desenvolvimento de políticas públicas de melhoria da educação, uma vez que eles apontam de forma objetiva a
atual realidade do universo escolar.
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais “Anísio Teixeira” (Inep) é uma autarquia federal
vinculada ao Ministério da Educação (MEC), cuja missão é promover estudos, pesquisas e avaliações sobre o
Sistema Educacional Brasileiro com o objetivo de subsidiar a formulação e implementação de políticas públicas
para a área educacional a partir de parâmetros de qualidade e eqüidade, bem como produzir informações claras
e confiáveis aos gestores, pesquisadores, educadores e público em geral. Para gerar seus dados e estudos
educacionais, o Inep realiza levantamentos estatísticos e avaliativos em algumas etapas da educação básica,
assim como na modalidade de educação de jovens e adultos. Como parte integrante da estrutura organizacional
do Inep, a Diretoria de Avaliação da Educação Básica (Daeb) tem sob sua responsabilidade, além do Saeb e da
Prova Brasil, as seguintes avaliações:
Avaliar é refletir sobre uma determinada realidade, visto que os dados e informações gerados pela
avaliação possibilitam um julgamento que conduz a uma tomada de decisão.
No âmbito da escola, ocorrem dois processos de avaliação muito importantes, os quais se complementam:
a avaliação interna, realizada pelo professor, voltada para o desenvolvimento dos processos de ensino e
aprendizagem e a avaliação externa, que avalia o desempenho de um conjunto de alunos agrupados por escola
ou por sistemas.
Em sala de aula, a fim de avaliar o processo de aprendizagem de seus alunos, tomados individualmente,
os professores podem e devem utilizar diversos instrumentos como, por exemplo, trabalhos em grupo ou
individuais, testes ou provas, com questões de múltipla escolha ou questões abertas, dramatizações,
observação, relatórios. Esses instrumentos apresentam características diferentes, mas tem em comum o fato de
que, por meio deles, é possível avaliar a particularidade sobre o progresso de cada aluno e, ao final do ano,
atribuir-lhes uma nota que varia de 0 a 100 pontos.
Página 2
Oficina de elaboração de itens de matemática para avaliações externas Wendel Melo Andrade
As avaliações em larga escala, de natureza externa, utilizam, mais freqüentemente, testes compostos por
itens de múltipla escolha por meio dos quais apenas uma habilidade é avaliada. Esse tipo de avaliação
apresenta três objetivos básicos: (a) a definição de subsídios para a formulação de políticas educacionais; (b) o
acompanhamento ao longo do tempo da qualidade da educação; e (c) a produção de informações capazes de
desenvolver relações significativas entre as unidades escolares e órgãos centrais ou distritais de secretarias,
bem como iniciativas dentro das escolas.
No âmbito escolar, a avaliação externa fornece informações para que gestores da escola e professores
possam realizar um diagnóstico nas áreas em que atuam e planejar ações educativas mais eficientes
No âmbito da gestão do sistema, a partir dos resultados, governantes e gestores passam a ter dados que
os orientarão tanto no redirecionamento de trajetórias e quanto no planejamento de ações mais específicas.
Na avaliação em larga escala, apesar de os resultados poderem ser dados individualmente, turma, seu
foco é todo o sistema educacional avaliado: a turma, a escola, a regional, o estado.
Devemos acrescentar, ainda, que os programas de avaliação em larga escala produzem dois indicadores
importantes: (a) a média; e (b) o percentual de alunos em cada nível da escala de proficiência. A média é uma
maneira de sintetizar o resultado da escola, do Município, da regional e do Estado. Já o percentual de alunos nos
níveis de proficiência fornece informações a respeito das habilidades já consolidadas pelo conjunto de alunos da
rede avaliada.
As Matrizes de Referência para cada uma das séries e disciplinas avaliadas pelo SISTEMA NACIONAL
DA AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA (SAEB) funcionam como ponto de partida e chegada de muitas das
ações que integram o processo avaliativo. Num primeiro momento, estabelece o quê e como avaliar, orientando
a construção dos instrumentos de forma adequada aos objetivos propostos. Em momento posterior, permite a
interpretação dos resultados alcançados pelos alunos.
As Matrizes de Referência são constituídas por um conjunto de descritores de desempenho do aluno
por série/disciplina, que consiste na associação entre os conteúdos, competências e habilidades, selecionados e
ordenados hierarquicamente mediante relevância curricular.
Cada descritor relaciona uma operação mental a um determinado conteúdo do currículo, procurando
verificar o nível de cognitivo alcançado pelo aluno, nas áreas do conhecimento avaliadas. Sendo assim, as
Matrizes de Referência cumprem a função de descrever o objeto da avaliação através dos descritores que
traduzem o conteúdo a ser avaliado em cada disciplina, face às expectativas quanto às competências e
habilidades adquiridas pelos alunos em determinado período de sua escolaridade.
Ressalta-se que as Matrizes de Referência não contemplam todo o currículo. Essas compõem
algumas competências e habilidades selecionadas, possíveis de serem avaliadas em função das limitações dos
modelos e metodologias utilizados na avaliação. Portanto, não podem ser adotados como currículo, ou mesmo
substituí-lo, considerando que esse apresenta maior amplitude.
4.1 COMPETÊNCIAS
Para a elaboração dos itens do Saeb e da Prova Brasil, buscou-se uma associação entre os conteúdos da
aprendizagem e as competências utilizadas no processo de construção do conhecimento.
No documento “Saeb 2001: Novas Perspectivas” (2002), define competência, na perspectiva de
Perrenoud, como sendo a “capacidade de agir eficazmente em um determinado tipo de situação, apoiando-se
em conhecimentos, mas sem se limitar a eles”.
Para enfrentar uma situação, geralmente, colocam-se em ação vários recursos cognitivos. Para
Perrenoud, “quase toda ação mobiliza alguns conhecimentos, algumas vezes elementares e esparsos, outras
vezes complexos e organizados em rede”.
Assim, as competências cognitivas podem ser entendidas como as diferentes modalidades estruturais da
inteligência que compreendem determinadas operações que o sujeito utiliza para estabelecer relações com e
entre os objetos físicos, conceitos, situações, fenômenos e pessoas.
4.2 HABILIDADES
Página 3
Oficina de elaboração de itens de matemática para avaliações externas Wendel Melo Andrade
Cada matriz de referência apresenta tópicos ou temas com descritores que indicam as habilidades de
Língua Portuguesa e Matemática a serem avaliadas.
O descritor é uma associação entre conteúdos curriculares e operações mentais desenvolvidas pelo aluno,
que traduzem certas competências e habilidades. Os descritores:
Indicam habilidades gerais que se esperam dos alunos;
Constituem a referência para seleção dos itens que devem compor uma prova de avaliação.
As matrizes de matemática estão estruturadas por anos e séries avaliadas. Para cada um deles são
definidos os descritores que indicam uma determinada habilidade que deve ter sido desenvolvida nessa fase de
ensino. Esses descritores são agrupados por temas que relacionam um conjunto de objetivos educacionais.
Página 4
Oficina de elaboração de itens de matemática para avaliações externas Wendel Melo Andrade
Página 5
Oficina de elaboração de itens de matemática para avaliações externas Wendel Melo Andrade
Página 6
Oficina de elaboração de itens de matemática para avaliações externas Wendel Melo Andrade
6 ELABORAÇÃO DE ITENS
Algumas características importantes devem compor o perfil do elaborador de bons itens. Entre as
principais, podemos citar:
1. O elaborador deve ter domínio da área de conhecimento a ser avaliada. Isso significa que ele precisa
entender o conteúdo escolar como um meio para se desenvolverem habilidades e competências. Trata-
se de explorar o conteúdo nas suas dimensões “conceitual, factual, procedimental e atitudinal”, de modo
a levar o aluno a mobilizar seus recursos cognitivos.
3. O elaborador deve ter o domínio da linguagem verbal utilizada pelos alunos para quem o teste será
construído. Ele deve, além de conhecer o significado das palavras e usá-las, ser habilidoso no seu
emprego, de modo a fazer com que elas expressem o desejado da maneira mais simples possível.
4. O elaborador deve ter a habilidade de utilizar as técnicas de escrever itens. Para isso, é preciso que
esteja familiarizado com os diversos tipos de teste e com suas possibilidades e limitações. Além disso,
deve conhecer as características gerais de bons itens e precisa estar consciente dos erros comumente
cometidos.
Página 7
Oficina de elaboração de itens de matemática para avaliações externas Wendel Melo Andrade
A excelência na elaboração de itens, contudo, demanda mais do que isso. É preciso imaginação e
criatividade na invenção de situações que exijam o conhecimento e as habilidades desejadas. Demanda,
principalmente, habilidade e julgamento que só vêm com experiência.
6.2.1 O enunciado:
É estímulo para que o aluno mobilize recursos cognitivos a fim de solucionar o problema apresentado com
base nos dados do suporte e responder ao que é solicitado pelo comando da resposta. O estímulo pode conter
um texto, imagem, figura ou outros recursos que recebem o nome de suporte, ou pode apenas apresentar uma
situação-problema, um questionamento ou questão contextualizada. O importante é que o enunciado, com ou
sem suporte, apresente todos os dados e informações necessários à resolução do item.
Nos testes de proficiência em Matemática, alguns itens não apresentam suporte, enquanto nos de Língua
Portuguesa a presença do suporte é obrigatória. Nesse item, o enunciado é a situação descrita inicialmente,
contextualizando o problema. O suporte é representado pela planta do quarto.
O comando para resposta pode ser dado sob a forma de complementação ou de interrogação. Ele deve
ser preciso e estar nitidamente atrelado à habilidade que se pretende avaliar, explicitando com clareza a tarefa a
ser realizada. Observe que, nesse exemplo, o comando está sob forma de interrogação e solicita que o aluno
identifique o móvel mais distante da janela.
6.2.2 As alternativas
As alternativas de resposta: na 4ª série/5ºano e na 8ª série/9º ano do EF, são apresentadas numa lista de
quatro opções, mas apenas uma é a correta, o gabarito As demais alternativas são denominadas distratores e
devem ser plausíveis, referindo-se a raciocínios possíveis. No exemplo, você pode verificar se os distratores são
plausíveis analisando sua compatibilidade em relação ao comando e concluindo se são possibilidadeslógicas de
resposta.
Página 8
Oficina de elaboração de itens de matemática para avaliações externas Wendel Melo Andrade
O primeiro passo no processo de construção dos itens de avaliação em larga escala é a escolha de um
dos descritores da Matriz de Referência. Reafirmamos, aqui, a importância de o elaborador dispor de um
conhecimento seguro acerca da habilidade que o descritor indica. Além disso, ele deve ser capaz de, a partir de
sua experiência e do conhecimento que possui com relação ao desenvolvimento cognitivo dos alunos que se
encontram na etapa de escolarização avaliada, reconhecer o nível de dificuldade desejado na construção do
item.
A. - A escolha do suporte:
A inclusão de um suporte nos itens de Matemática facilita a sua contextualização. É importante ter o
cuidado de utilizar apenas fontes primárias, como jornais, revistas, panfletos, etc. Devem ser evitados suportes
retirados de livros didáticos, bem como os que fazem propaganda de algum produto ou marca. Considera-se
como suporte tudo aquilo que inspira a criatividade na elaboração de um item. Por exemplo, listas de compras,
calendários, boletins, quadros, tabelas, gráficos, placas de sinalização, rótulos de embalagens, bulas de
remédio, mapas, maquetes, incluindo também os matériais concretos estruturados como material dourado,
ábaco, material cuisenaire.
O comando para a resposta também é parte do enunciado e deve ser claro e objetivo, indicando de
maneira precisa a tarefa a ser realizada, afastando qualquer fator complicador para a compreensão do item pelo
aluno. Deve contemplar um único descritor da Matriz de Referência. O comando pode ser interrogativo ou
apresentar uma frase incompleta.
Página 9
Oficina de elaboração de itens de matemática para avaliações externas Wendel Melo Andrade
O enunciado deve conter todas as informações necessárias para que o aluno resolva o item. É
importante evitar que o aluno erre o item porque não compreendeu o que lhe estava sendo perguntado
(comando para resposta). Certifique-se de que o comando está efetivamente de acordo com o descritor.
Os itens devem ser elaborados numa linguagem apropriada aos alunos do período de escolarização
avaliado.
Os itens devem ser elaborados com pontuação correta. Se a instrução for uma frase incompleta, as
alternativas devem começar com letras minúsculas e terminar com ponto apropriado para a frase. Caso
o enunciado seja uma pergunta, as alternativas devem começar com letras maiúsculas.
A diversificação das fontes abre novas possibilidades de tratar o conteúdo. Vale lembrar a importância
de considerar fontes relacionadas ao cotidiano dos alunos.
Os itens devem ser revisados por seus autores em momentos diferentes, até sua remessa à
coordenação do programa. Esse procedimento contribuirá para melhorar a qualidade do item.
Apresentaremos, a seguir, um roteiro para elaborar itens de boa qualidade pedagógica e técnica.
ITENS
ENUNCIADOS
Página 10
Oficina de elaboração de itens de matemática para avaliações externas Wendel Melo Andrade
SUPORTES
Devem apresentar bibliografia completa os textos base, gráficos, figuras, ilustrações e tabelas.
É vedada a utilização de textos base, gráficos, figuras, ilustrações e tabelas, que não estejam
relacionados com o item.
Devem apresentar imagens de gráficos, figuras e tabelas nítidas e bem posicionadas.
ALTERNATIVAS
GABARITOS
Página 11
Oficina de elaboração de itens de matemática para avaliações externas Wendel Melo Andrade
ATIVIDADE 1
A seguir, apresentaremos itens que devem ser analisados. Para isso, leve em consideração as questões
dadas, dentre outras.
ITEM 01
3. A articulação entre o comando para resposta e as alternativas de resposta propostas no item está adequada?
5. O que você pode fazer para melhorar a qualidade desse item? Faça uma nova redação para esse item.
Página 12
Oficina de elaboração de itens de matemática para avaliações externas Wendel Melo Andrade
ITEM 02
3. A articulação entre o comando para resposta e as alternativas de resposta propostas no item está adequada?
5. O que você pode fazer para melhorar a qualidade desse item? Faça uma nova redação para esse item.
ATIVIDADE 2
Propomos, agora, que você faça o seu primeiro exercício de elaboração de itens.
1º Primeiramente escolha um descritor qualquer da matriz de referência e elabore um item para este descritor.
2º Agora retire de revistas ou jornais algum suporte e em seguida encontre na matriz de referência um
descritor para que seja elaborado um item com este suporte.
Página 13
Oficina de elaboração de itens de matemática para avaliações externas Wendel Melo Andrade
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Ministério da Educação. PDE : Plano de Desenvolvimento da Educação : Prova Brasil : ensino
fundamental : matrizes de referência, tópicos e descritores. Brasília: MEC, SEB, Inep, 2008.
CAED/UFJF – Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora.
Guia de elaboração de itens de matemática. Juiz de Fora, 2008
INEP – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira - Guia para a elaboração de
itens de matemática. Brasília. 2004
MEC – Ministério da Educação. Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica – SAEB. Disponível em :
< http://www.inep.gov.br/saeb >. Acesso em 19 mai. 2007.
Nilma Santos Fontanive & Ruben Klein. Avaliação em Larga Escala: uma Proposta Inovadora. Disponível em
: < http://www.est.ufmg.br/proav/avalesc.html >. Acesso em 19 mai. 2007.
SEDUC – Secretaria de Educação Básica. Elaboração de itens para o SPAECE. 1. Ed. Ceará: Centro de
documentação e informações educacionais – CDIE/SEDUC, 2006.
SEDUC – Secretaria de Educação Básica. Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica (SPAECE).
Disponível em : < http://www.seduc.ce.gov.br/spaece.asp >. Acesso em 19 mai. 2007.
Página 14