Livro Diretrizes Urologia PDF
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1a edição
São Paulo
2014
Editores
Aguinaldo Cesar Nardi
Archimedes Nardozza Jr.
Carlos Eduardo Corradi Fonseca
Francisco Flávio Horta Bretas
José Carlos Cezar I. Truzzi
Wanderley Marques Bernardo
Vários autores.
Outros editores:
Archimedes Nardozza Jr., Carlos Eduardo Corradi
Fonseca, Francisco Flávio Horta Bretas, José Carlos Cezar
I. Truzzi, Wanderley Marques Bernardo.
Bibliografia.
ISBN 978-85-89727-03-7
Vice-Presidente Vice-Presidente
Eugenio Augusto Costa de Souza Valter Müller
Secretário-Geral Secretário-Geral
Pedro Luiz Macedo Cortado Luis Augusto Seabra Rios
1° Secretário 1° Secretário
Henrique da Costa Rodrigues Giovani Thomaz Pioner
2° Secretário 2° Secretário
Antonio de Moraes Jr. Luiz Sérgio Santos
3° Secretário 3° Secretário
Márcio Josbete Prado José de Ribamar Rodrigues Calixto
1° Tesoureiro 1° Tesoureiro
Samuel Dekermacher Laurinei Muniz da Cunha
2° Tesoureiro 2° Tesoureiro
Sebastião José Westphal Marcos Adriano Gomes de Oliveira
3º Tesoureiro 3º Tesoureiro
João Batista Gadelha de Cerqueira Roberto Gonçalves de Lucena
Alberto Rosenblat
Doutor em Medicina pela FMUSP.
Daniel Hampl
Staff de Urologia do Hospital Municipal Souza Aguiar, no Rio de Janeiro. Pós-graduado
em Uro-oncologia no Hospital de Câncer Mário Kroëff, no Rio de Janeiro.
Ernesto Reggio
Doutor em Urologia pela Faculdade de Medicina da USP. Médico da Uroclínica de
Joinville. Responsável pelo setor de Endourologia da SBU em 2012 / 2013.
Fábio Lorenzetti
Mestre e Doutor em Urologia pela Unifesp.
Fábio Vicentini
Assistente do Grupo de Endourologia do HC-FMUSP. Chefe do Setor de Endourologia
do Hospital Brigadeiro.
Fernando Meyer
Mestre e Doutor em Cirurgia pela UFPR. Professor Titular de Urologia na PUCPR.
Chefe do Departamento de Transplantes da SBU em 2012 / 2013.
Hamilto A. Yamamoto
Professor Doutor em Urologia.
Homero Guidi
Titular da Sociedade Brasileira de Urologia. Residência e Pós-graduação em
Cirurgia/Urologia na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Urologista
Consultante da Clínica Ginecológica do Hospital das Clínicas da Universidade de
São Paulo. Membro do Departamento de Doenças Sexualmente Transmissíveis
da Sociedade Brasileira de Urologia gestão em 2012 / 2013.
Juan Renteria
Professor Adjunto da FM/UFRJ. Serviço de Urologia HUCFF e do HFI.
Leandro Koifman
Chefe do Serviço de Urologia do Hospital Souza Aguiar. Chefe da Clínica Urológica
Serviço Urologia Oncológica do Hospital Mario Kroëff. Coordenador da Pós-Graduação
de Urologia Oncológica do Instituto de Pós-graduação Médica Carlos Chagas.
Lísias N. Castilho
Professor Livre-docente da FMUSP.
Márcio de Carvalho
Assistente Estrangeiro da Clínica Urológica do Hospital Cochin de Paris –
França. Mestre em Urologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).
Presidente da Sociedade Brasileira de Urologia - Seccional Paraná - 2014 / 2015.
Miriam Dambros
Livre docente em Urologia. Docente do núcleo estruturante da Faculdade de
Medicina São Leopoldo Mandic.
Paulo R. Kawano
Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP. Professor Assistente Doutor e Chefe
do Departamento de Urologia. Coordenador da Residência Médica em Urologia.
Fellowship em Endourologia e Laparoscopia pela Endourological Society.
Renato Fraietta
Formado pela Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de
São Paulo (UNIFESP). Integrante do grupo do Setor de Reprodução
Humana e Banco de Sêmen.
Ricardo de Almeida
Membro Titular da Sociedade Brasileira de Urologia (TiSBU). Preceptor da
Residência Médica de Urologia do Hospital Municipal Souza Aguiar. Pós-graduado
em Uro-oncologia pelo Instituto Carlos Chagas e Hospital Mario Kroëff.
Ricardo Simões
Mestrado em Medicina (Obstetrícia e Ginecologia) pela Universidade de São Paulo).
Médico Assistente de Ginecologia no Hospital Universitário da USP (HU-USP).
Membro do Grupo Técnico de Diretrizes da AMB.
Sergio Ximenes
Chefe do Setor de Cirurgia Uretral da Escola Paulista de Medicina.
Walter Cabral
Membro titular da Sociedade Brasileira de Urologia. Staff no serviço de
residência médica Instituto Mario Penna. Staff no serviço de residência
médica HCUFMG.
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OBJETIVO
INTRODUÇÃO
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PROVAS LABORATORIAIS
EXAMES DE IMAGEM
Ultrassonografia
Presença de hidronefrose grau IV (pela Sociedade de Urologia Fetal)4(D).
Dilatação pielocalicial ou redução da espessura do parênquima renal progressi-
vas nos exames que se realizam a cada quatro ou seis meses, para acompanha-
mento do caso, dependendo da sua importância clínica1,3(B).
Exames radioisotópicos
Para a realização destes exames, dispõe-se do MAG-3 (99mTc – mercapto-
acetil triglicina), que pode ser indicado a partir de quatro a seis semanas de
vida, para avaliar tanto a função renal como o padrão da drenagem urinária.
O DTPA (99mTc – dietileno-triamino-pentoacético), que avalia a dinâmica da
via excretora, mas que é dependente da maturação da função renal, promove
exames com maior confiabilidade a partir do terceiro mês de vida5(B), e o DMSA
(99mTc – ácido dimercapto-succínico), também dependente da maturação da
função renal, que avalia, por sua vez, a função tubular renal.
Os exames para avaliar a dinâmica da via excretora, quando demonstrarem um
padrão obstrutivo bem evidente, com retenção progressiva do radiofármaco, contribuem
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Exames radiológicos
A urografia excretora e a pielografia ascendente, na maioria das vezes desnecessárias
para o diagnóstico do grau da obstrução, têm indicação restrita para poucos casos em
que seja preciso esclarecer dúvidas sobre a anatomia das vias excretoras1,3(B).
A tomografia computadorizada oferece dados diagnósticos para as grandes
deformidades da via excretora e renais. A mesma importância tem a ressonância
magnética, que, apesar da vantagem de não requerer irradiação, é dependente de
anestesia para crianças menores1,3(B).
Recomendação
Para o diagnóstico de uma obstrução de JUP com indicação de cirurgia, na maioria
das vezes, há a necessidade de uma associação de manifestações clínicas (dor,
hematúria, litíase e infecções) com dados de exames de imagem (ultrassonografia e
cintilografia). Em crianças pequenas a evolução da obstrução da JUP geralmente é
silenciosa e não apresenta sintomas. Por isso, o seguimento com exames de imagem
é de suma importância.
As incisões podem ser por via lombar posterior ou em flanco. A via lombar
posterior é esteticamente melhor, menos dolorosa e facilitadora nos casos de
correções simultâneas de estenoses bilaterais. São pouco convenientes para
casos de pelves renais anteriorizadas, implantações altas do ureter, fusões renais,
rins ectópicos e reoperações.
As incisões nos flancos são realizadas acompanhando caudalmente as
extremidades da 11ª ou da 12ª costela. Podem ser pouco extensas (em crianças 4 a 5
cm). Dão acesso ao espaço retroperitoneal com excelente exposição da via excretora.
Por incisões de Pfannenstiel, e outras incisões abdominais para rins de posição
pélvica ou ectópicos que exigem muitas vezes abordagem por via transperitoneal.
Técnicas empregadas
A pieloplastia a Anderson-Hynes (1949), ou pieloplastia desmembrada, é a
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Cirurgia laparoscópica
A cirurgia laparoscópica tem a via transperitoneal como a mais comum, muito
embora a via retroperitoneal seja uma opção11(A). Na dependência da experiência
do cirurgião podem-se utilizar todos os tipos de técnica de correção da JUP, como
na cirurgia aberta. Ganha importância nas crianças maiores, quando se contrapõe
de maneira vantajosa às incisões mais amplas das cirurgias abertas12,13(B).
Recomendação
As pieloplastias realizadas por via aberta ou laparoscópica possibilitam alternativas técni-
cas de correção da obstrução de JUP mais eficientes e adequadas a cada tipo de variação
anatômica, com índices de sucesso em torno de 95%.
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Recomendação
A drenagem do espaço perirrenal deve ser sempre realizada, enquanto a da via excretora
fica a critério de decisão no intraoperatório.
Recomendação
Os tratamentos endourológicos, de eficácia porcentualmente menor, têm sua melhor indicação
para casos de recidiva da obstrução, quando se procura evitar uma nova cirurgia aberta.
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OBJETIVO
INTRODUÇÃO
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Detrusor
Esfíneter Uretral
Esfíneter Uretral
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Recomendação
A avaliação inicial de paciente com bexiga neurogênica deve incluir história clínica deta-
lhada, exame físico minucioso e exames complementares incluindo análise bioquímica
da urina e urocultura.
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Recomendação
O exame ultrassonográfico deve ser solicitado na avaliação inicial da criança com bexiga
neurogênica, para análise de medida do córtex renal, presença de dilatação da pelve re-
nal e do ureter, espessura da parede vesical, medida do volume vesical e resíduo vesical
pós-miccional, se possível.
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Recomendação
A avaliação urodinâmica é essencial em toda criança que se apresente com lesão neu-
rogênica. Nesse estudo é importante a verificação das pressões de enchimento, esvazia-
mento e avaliação da complacência vesical, sendo possível determinar e classificar o tipo
de disfunção miccional e identificar fatores de risco, como a dissinergia vesicoesfincteriana.
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Recomendação
O tratamento da bexiga neurogênica com agentes anticolinérgicos associado ou não ao
cateterismo intermitente limpo perfaz a pedra angular da abordagem conservadora. São
contraindicados nos casos de glaucoma de ângulo fechado não operado. A oxibutinina e
a propiverina são os medicamentos mais estudados na população pediátrica.
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Recomendações
O tratamento com BTX de pacientes com hiperatividade detrusora neurogênica rela-
ciona-se à melhora em parâmetros urodinâmicos (aumento na capacidade cistométrica
máxima e diminuição na pressão detrusora), ocasionando ganho significativo de capa-
cidade e complacência vesicais, diminuindo por conseguinte os episódios de inconti-
nência urinária. Dados a longo prazo a respeito de eficácia e segurança do uso da BTX
em crianças ainda são limitados.
A BTX deve ser evitada em pacientes com doenças neuromusculares como miastenia
gravis e em uso de aminoglicosídeos, que podem potencializar a fraqueza neuromuscular.
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OBJETIVO
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Recomendação
Intervenções comportamentais podem ser facilmente incorporadas no cotidiano de pa-
cientes que possuem capacidade cognitiva e funcional preservadas. Embora os sintomas
relacionados à bexiga hiperativa e incontinência urinária de esforço possam ser tratados
com sucesso utilizando abordagens não farmacológicas, elas requerem considerável
motivação por parte do paciente, sendo as taxas de abandono do tratamento elevadas.
Recomendação
Evidências correlacionando modificação no estilo de vida, por meio da orientação para a
dieta e ingesta hídrica, e melhora nos sintomas de bexiga hiperativa ainda são escassas. Ta-
bagismo (passado e presente), excesso de peso, e consumo de alimentos contendo cafeína
têm sido citados como fatores de risco para sintomas relativos à bexiga hiperativa, podendo
ser recomendadas a perda de peso e redução na ingestão de cafeína nesses pacientes.
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REEDUCAÇÃO VESICAL
Recomendação
A reeducação vesical é uma alternativa de tratamento para as mulheres portadoras de bexi-
ga hiperativa, não acarretando efeitos colaterais. Embora haja a necessidade da realização
de mais ensaios clínicos controlados, a associação entre reeducação vesical e melhora nos
sintomas relacionados à bexiga hiperativa merece atenção.
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Recomendação
A realização de exercícios da musculatura pélvica pode promover melhora nos sintomas
relacionados à bexiga hiperativa, podendo ser recomendada como tratamento conservador
de primeira linha nesses pacientes. O uso concomitante do biofeedback não demonstrou
melhora nos resultados em detrimento dos pacientes submetidos apenas a cinesioterapia.
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Recomendação
A estimulação elétrica periférica do nervo tibial pode ser considerada uma alternativa no
tratamento da bexiga hiperativa, entretanto mais estudos controlados são necessários, o que
não impede seu uso na prática diária.
Recomendação
A estimulação elétrica perineal pode ser utilizada em pacientes com bexiga hiperativa.
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OBJETIVO
Descrever as principais recomendações no tratamento farmacológico da
bexiga hiperativa.
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É amina terciária de ação mista, habitualmente utilizada por via oral, que
associa efeito antiespasmódico, antimuscarínico e ação anestésica local sobre a
musculatura lisa, sendo atualmente o medicamento mais utilizado9(A). Tem como
efeito principal, entretanto não específico, a inibição dos receptores M1 e M3. Foi
o primeiro anticolinérgico utilizado no tratamento da bexiga hiperativa, com taxas
de sucesso que variam de 61 a 86%, sendo sua eficácia limitada pelos efeitos
colaterais10-12(D). Encontra-se disponível sob formulação de liberação imediata,
primeiro agente dessa classe a ser utilizado no tratamento da SBH ou de liberação
lenta. Outras possibilidades de administração, objetivando minimizar os efeitos
colaterais, mas sem comercialização nacional, incluem a forma transdérmica e
gel de uso tópico. Dessa maneira eliminam-se as flutuações séricas da droga
responsáveis pelo surgimento da maioria dos efeitos colaterais.
TARTARATO DE TOLTERODINE
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SUCCINATO DE SOLIFENACINA
CLORETO DE TROSPIUM
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Recomendações
A principal modalidade terapêutica da síndrome da bexiga hiperativa é o tratamento
clínico farmacológico, sendo atualmente os agentes anticolinérgicos os medicamentos
mais utilizados no manejo dessa afecção9(A). O uso dessas substâncias encontra-se
associado a efeitos colaterais, que podem levar ao abandono do tratamento em grande
parte dos casos. A oxibutinina juntamente com o tolterodine são considerados fárma-
cos de primeira escolha no tratamento da bexiga hiperativa.
A oxibutinina e o tolterodine são contraindicados em indivíduos portadores de glaucoma de
ângulo fechado e devem ser usados com cuidado nos casos de obstrução infravesical pela
possibilidade de precipitarem retenção urinária.
Recomendação
A imipramina é o antidepressivo tricíclico mais utilizado no tratamento da síndrome da
bexiga hiperativa, apesar da carência de ensaios clínicos randomizados. Não deve ser
prescrita a pacientes com distúrbios psiquiátricos do tipo mania e àqueles que estiverem
fazendo uso de inibidores da MAO. Sua aplicação clínica pode ser limitada em pacientes
com risco aumentado de arritmias cardíacas (prolongamento do intervalo QT)46,47(C)48(D).
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Recomendação
Apesar de estudos demonstrando melhora dos sintomas, a utilização de antagonistas al-
fa-adrenérgicos no tratamento da bexiga hiperativa ainda não é indicada rotineiramente.
Recomendação
O fármaco agonista dos receptores beta-3 adrenérgicos apresenta efeito de melhora dos
sintomas relacionados à bexiga hiperativa.
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Dr. José Carlos Cezar I. Truzzi presta consultoria para Allergan Produtos Farmacêuticos.
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OBJETIVO
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Recomendações
Dos dois tipos da toxina disponíveis para uso clínico, a BTX-A é a mais estudada,
mostrando-se segura e eficaz no tratamento da bexiga hiperativa de pacientes não
respondedores ou intolerantes a terapia comportamental e/ou farmacológica com an-
timuscarínicos. A dose de BTX-A deve ser estabelecida de forma que potencialize os
benefícios sem aumentar os riscos.
As contraindicações ao uso da toxina botulínica incluem pacientes que estejam utilizando
aminoglicosídeos, portadores de neuropatia motora periférica (esclerose lateral amiotró-
fica) e doenças neuromusculares como a miastenia gravis, síndrome de Lambert-Eaton.
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Recomendação
A neuromodulação sacral em pacientes portadores de bexiga hiperativa
refratária ao tratamento conservador e/ou farmacológico tem sido utilizada com
sucesso, sendo demonstrados alívio nos sintomas e melhora na qualidade de vida.
Fatores preditores que indiquem quais pacientes responderão ao tratamento são
desconhecidos. Não deve ser entendida como solução para todos os pacientes
com disfunções miccionais relacionadas à bexiga hiperativa, sendo necessária
cuidadosa seleção dos pacientes candidatos a essa terapia.
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Recomendação
A utilização da capsaicina intravesical mostrou, em séries de casos, efeito
benéfico no tratamento da bexiga hiperativa, sendo demonstrados redução da
frequência miccional, episódios de incontinência urinária e contração do detrusor.
Entretanto, em virtude dos efeitos colaterais como dor e irritação vesical, na
atualidade não apresenta aplicação clínica.
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Dr. José Carlos Cezar I. Truzzi presta consultoria para Allergan Produtos Farmacêuticos.
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INTRODUÇÃO
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Recomendações
O cateterismo urinário é procedimento amplamente empregado, que beneficia o paciente
em várias situações clínicas, apesar das complicações inerentes à sua utilização.
O cateterismo intermitente é o método de escolha para promover o esvaziamento vesical
assistido em pacientes com disfunção do trato urinário inferior de origem neurológica ou
idiopática, apresentando como principal complicação a infecção do trato urinário.
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Recomendação
Em virtude da baixa qualidade dos estudos recuperados relacionando técnicas de cate-
terização vesical intermitente e risco de infecção urinária ou bacteriúria, não é possível
afirmar acerca da superioridade de uma técnica sobre a outra (estéril versus não estéril).
Em razão da complexidade e dos custos relacionados à técnica estéril, ela costuma ser
preconizada em ambiente hospitalar. O cateterismo vesical intermitente não estéril, com
cateter de uso único, é a técnica mais comumente empregada.
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Recomendação
Estudos randomizados e controlados demonstram resultados favoráveis dos cateteres
hidrofílicos na prevenção de infecções sintomáticas do trato urinário inferior e na preven-
ção da hematúria. Estudos de custo-efetividade ainda são necessários.
68 Diretrizes Urologia
Recomendação
O sucesso da técnica inclui motivação, treinamento e habilidade psicomotora. O atendi-
mento por equipe multidisciplinar é recomendado com o objetivo de verificar a correção da
técnica e de educar os familiares ou cuidadores sobre a importância de evitar contamina-
ção externa. Folhetos informativos impressos e vídeos educativos podem auxiliar a ade-
quada compreensão da técnica. Nos casos de déficit motor que inviabilize o autocateteris-
mo, um familiar ou cuidador poderá se responsabilizar pela realização do procedimento.
Recomendações
Durante os primeiros anos do cateterismo intermitente, consultas periódicas ajudarão a
garantir um programa estável e que funcione bem para o paciente. Orientações educa-
cionais sobre condução do cateterismo devem ser revistas nos pacientes com disfunção
de origem neurológica ou idiopática do trato urinário inferior sob programa de cateteris-
mo vesical intermitente que apresentem episódios de ITU. Pacientes com disfunção neu-
rogênica do trato urinário inferior necessitam de avaliações periódicas em longo prazo.
Não há indicação de solicitar periodicamente exame de urocultura em pacientes que
realizam cateterismo vesical intermitente.
Episódios de bacteriúria assintomática não devem ser tratados, exceto nos casos em que
o paciente venha a ser submetido a alguma manipulação cirúrgica ou endoscópica. Uso
profilático rotineiro de antimicrobianos não está justificado.
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INTRODUÇÃO
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MÉTODOS
RESULTADOS
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O maior estudo randomizado com portadores de HDN avaliou 416 pacientes (416)
resistentes ao tratamento de primeira linha: uso de anticolinérgicos orais associado
a tratamento não farmacológico. Tem avaliação metodológica adequada, JADAD
511(A). Avaliou população de risco, sendo pouco mais de 1/3 portadores de lesão
medular e quase 2/3 portadores de esclerose múltipla, todos com incontinência
urinária (até 14 episódios por semana). A aplicação de Toxina Botulínica tipo
A – OnabotulinumtoxinA nas doses de 200 U e 300 U intradetrusor, poupando
o trígono, foi dirigida por cistoscopia e comparada com placebo11(A). Na sexta
semana o uso de toxina botulínica 300 U reduziu os episódios de incontinência
urinária em 77,1%, de 14 para três (3,2) episódios/semana, e ao utilizar a dose
de 200 U houve redução de 79,3%, passando para três (2,9) episódios/semana.
Diante da ausência de diferenças clínicas relevantes entre as doses, sugere-se
utilizar a menor. A melhora da incontinência urinária promoveu ganho na qualidade
de vida. Novas aplicações de toxina botulínica foram necessárias somente a partir
da 36ª semana11(A).
Um estudo com 275 portadores de HDN resistentes ao tratamento de primeira
linha avaliou população de risco, 1/2 portadores de lesão medular e 1/2 portadores
de esclerose múltipla, todos com incontinência urinária (média de 33,5 episódios
por semana). Avaliação metodológica com JADAD 5, porém os benefícios foram
analisados por protocolo, por causa de perdas maiores de 20%. Seguem abaixo
os benefícios por intenção de tratamento3(A).
Na sexta semana o uso de toxina botulínica tipo A – OnabotulinumtoxinA 300
U reduziu os episódios de incontinência urinária em 80,7%, passando de 31,2
episódios/semana para seis episódios/semana, e ao utilizar a dose de 200 U a
redução foi de 78,4%, passando de 32,5 episódios/semana para sete episódios/
semana. Diante da ausência de diferenças clínicas relevantes entre as doses,
sugere-se utilizar a menor dose. A melhora da incontinência urinária foi confirmada
com melhoras urodinâmicas. Em 39,6% dos pacientes tratados com 300 U de
toxina houve retomada da continência urinária total na avaliação de seis semanas
(36 de 91 estudados). O mesmo se deu em 38% dos pacientes tratados com 200
U de Toxina Botulínica tipo A – OnabotulinumtoxinA (35 de 92). O uso de 300
U de Toxina Botulínica tipo A – OnabotulinumtoxinA reduziu significativamente a
incontinência urinária em 33,3%, beneficiando um em cada três pacientes tratados
(RRA=33,3 com IC 95% 21,9-44,7 e NNT=3 com IC 95% 2-5). O uso de 200
U e Toxina Botulínica tipo A – OnabotulinumtoxinA reduziu significativamente a
incontinência urinária em 30,4%, beneficiando um em cada três pacientes tratados
(RRA=30,4 com IC 95% 19,1-41,7 e NNT=3 com IC 95% 2-5)3(A).
O benefício conseguido melhora a qualidade de vida dos pacientes, tanto com
lesão medular3(A)18(B) quanto com esclerose múltipla19(B). A duração média do
benefício é de 42 semanas para ambas as doses3(A).
A aplicação de Toxina Botulínica tipo A – OnabotulinumtoxinA (300 U)
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EFEITOS ADVERSOS
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TÉCNICAS
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Dr. José Carlos Cezar I. Truzzi presta consultoria para Allergan Produtos Farmacêuticos.
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OBJETIVO
INTRODUÇÃO
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84 Diretrizes Urologia
Recomendação
O exame físico tem importância no manejo da incontinência urinária, porém, não deve
ser utilizado como único método diagnóstico.
Diretrizes Urologia 85
Recomendação
O estudo urodinâmico determina mudança no diagnóstico clínico, entretanto, com pouca
frequência contribui para mudança no plano terapêutico proposto inicialmente.
Recomendação
O teste do absorvente é método simples e útil em estimar a gravidade da incontinência
urinária, podendo ser utilizado na monitorização dos efeitos terapêuticos e documentação
da perda de urina quando esta não é verificada na clínica ou na avaliação urodinâmica.
Apesar dos elevados valores de sensibilidade encontrados, em virtude da falta de padroni-
zação, mais estudos que apresentem os dados de forma adequada são necessários.
86 Diretrizes Urologia
Recomendação
O Q-tip test sozinho não se sustenta como teste diagnóstico. Quando apresenta resultado
positivo, o diagnóstico de incontinência urinária de esforço genuína é possível, embora
não absoluta. Teste negativo não afasta o diagnóstico de incontinência urinária de esforço.
Diretrizes Urologia 87
Recomendação
O diagnóstico da incontinência urinária de esforço não pode ser realizado com segu-
rança a partir da história clínica (mesmo que sugestiva) nem afastado mesmo quando
da presença de diário miccional normal.
88 Diretrizes Urologia
Diretrizes Urologia 89
Dr. José Carlos Cezar I. Truzzi é coordenador de Urologia do Fleury Medicina e Saúde.
90 Diretrizes Urologia
OBJETIVO
Diretrizes Urologia 91
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DIÁRIO MICCIONAL
TREINAMENTO VESICAL
Diretrizes Urologia 93
OBSTIPAÇÃO INTESTINAL
Recomendação
O tratamento comportamental é método seguro e reversível, não necessitando de
equipamentos especiais, entretanto exigindo participação ativa do paciente. Indivíduos
motivados, na sua grande maioria, demonstram algum grau de melhora na queixa de
incontinência urinária após introdução de programa comportamental, mas há muita
variabilidade no resultado e pouco se sabe sobre as características dos pacientes que
melhor respondem à terapia comportamental25,26(B). Isso torna a TC razoável como
primeira linha de abordagem no tratamento da incontinência urinária e outros sintomas
do trato urinário inferior em mulheres.
94 Diretrizes Urologia
Recomendação
O treinamento para fortalecimento da musculatura do assoalho pélvico por meio dos
exercícios perineais tem apresentado resultados expressivos na melhora dos mecanismos
de continência. Mulheres portadoras de incontinência urinária de esforço quando
adequadamente selecionadas, quanto ao grau e à gravidade das perdas urinárias, e tratadas
com exercícios perineais apresentam maiores taxas de melhora e cura dos sintomas38(A).
Diretrizes Urologia 95
Recomendação
A adição do biofeedback ao treinamento da musculatura do assoalho pélvico realizado
com exercícios perineais não influencia de forma significativa as taxas de cura e de
melhora da incontinência urinária de esforço3(A).
96 Diretrizes Urologia
Recomendação
Apesar de os estudos aplicarem as intervenções em pequenos grupos de mulheres,
prejudicando o poder de generalização dos resultados, os efeitos encontrados nos grupos
de intervenção que utilizaram os exercícios para o treinamento da musculatura do assoalho
pélvico sugerem que essa modalidade de tratamento apresenta melhores resultados em
relação às pacientes submetidas à eletroestimulação endovaginal em monoterapia.
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98 Diretrizes Urologia
Diretrizes Urologia 99
Recomendação
Slings podem ser utilizados em qualquer tipo de incontinência urinária de esforço.
Recomendação
A colpofixação retropúbica apresenta eficácia semelhante à do sling sintético para a cor-
reção da incontinência urinária de esforço no período avaliado de seis meses a dois
anos6,7(A). A colpofixação retropúbica pode ser recomendada quando a paciente tem que
realizar outro procedimento abdominal concomitante. Na ausência dessa necessidade, a
cirurgia de sling sintético deve ser a primeira opção oferecida à paciente. Na ausência de
sling sintético, a indicação ficará a critério de médico e paciente.
Recomendação
Nas mulheres portadoras de incontinência urinária de esforço, associada ao defeito
intrínseco da uretra, o tratamento por meio da abordagem retropúbica apresenta
uma redução na recorrência de incontinência urinária, à avaliação urodinâmica,
comparando-se à abordagem transobturatória, no período analisado de seis me-
ses14(A). Quando não se leva em consideração o defeito intrínseco da uretra asso-
ciado à incontinência urinária, a abordagem transobturatória não se mostra inferior
à retropúbica para o tratamento da incontinência urinária de esforço pelo período
avaliado de 12 meses11(A)12(B). A abordagem transobturatória apresenta menor ris-
co de perfuração vesical 11,14(A).
À luz dos dados atuais, as duas técnicas podem ser indicadas de acordo com a preferên-
cia e experiência do cirurgião; todavia as pacientes devem ser avisadas das potenciais
diferenças na evolução de cada uma.
Recomendação
As abordagens transobturatórias inside-out e outside-in apresentam-se como procedi-
mentos cirúrgicos minimamente invasivos, acompanhados de pequenas complicações e
similarmente eficazes para o tratamento da incontinência urinária de esforço no período
avaliado de 12 meses15(B)16(A). Entretanto, a abordagem inside-out apresenta-se mais
dolorosa nas primeiras seis horas após a cirurgia16(A).
Qualquer uma das duas técnicas pode ser utilizada, devendo-se levar em consideração
a experiência do cirurgião com o material utilizado.
Recomendação
Os Slings sintéticos devem ser oferecidos como primeira opção de tratamento cirúrgico da
incontinência urinária de esforço, reservando-se a colpossuspensão laparoscópica para
os casos em que exista a necessidade de realização de outra laparoscopia concomitante.
As pacientes, contudo, devem ser avisadas de que os resultados parecem ser inferiores.
Recomendação
A colpossuspensão laparoscópica pode ser utilizada no tratamento cirúrgico da inconti-
nência urinária de esforço em casos nos quais a paciente será submetida concomitante-
mente a outro procedimento por laparoscopia.
Recomendação
O sling de aponeurose do músculo reto abdominal apresenta-se tão eficaz quanto o sling
sintético para a correção da incontinência urinária de esforço no período avaliado de seis
meses20(A).
Recomendação
A utilização do colágeno injetável apresenta resultados inferiores quando
comparado à correção cirúrgica no tratamento da incontinência urinária de
esforço 24(B). Entretanto, tal abordagem terapêutica, associada a baixa morbidade
e menor tempo de recuperação, deve ter resultados redefinidos para outras
populações, tais como idosas portadoras de comorbidades que contraindicariam
o procedimento cirúrgico.
Recomendação
O tipo de anestesia empregada para a correção cirúrgica por sling sintético da incontinên-
cia urinária de esforço não determina diferença significativa sobre os índices de falha ou
hipercorreção cirúrgica. Todavia, a definição da anestesia deverá ser feita por cirurgião e
anestesista em conjunto, de acordo com as condições clínicas da paciente.
Recomendação
Comparando-se as duas abordagens retropúbicas para implantação de sling sintéticos,
observa-se que ambos os procedimentos são igualmente eficazes para o tratamento da
incontinência urinária de esforço, levando-se em consideração o período pós-operatório
e de 12 meses após correção cirúrgica27,28(A). Entretanto, a escolha do tipo de sling sin-
tético retropúbico deverá ser tomada pelo cirurgião, de acordo com a sua experiência e
treinamento, sempre levando em consideração a opinião da paciente.
OBJETIVO
Recomendação
A uroanálise não é necessária para o diagnóstico de infecção urinária não complicada
em mulheres com sintomas de disúria, polaciúria e ausência de corrimento vaginal.
Exame negativo não exclui a probabilidade de ITU (resultado falso-negativo para bacte-
riúria, mesmo na presença de infecção ativa), que deve ser investigada por meio de cul-
tura de urina em casos de ITU complicada. Da mesma forma, resultados falso-positivos
podem ocorrer, como nos casos de contaminação da coleta.
Recomendação
Em mulheres sem fatores de risco para ITU complicada nem queixas vaginais e com
sintomas de disúria e polaciúria, existe elevada probabilidade de cistite, não havendo
necessidade da solicitação de exames subsidiários para instituição do tratamento.
Recomendação
Não há necessidade de realizar cultura de urina após o tratamento com resolução dos
sintomas em mulheres saudáveis.
Recomendação
O diagnóstico de infecção do trato urinário permanece predominantemente clínico. O
papel principal desempenhado pelos exames de imagem é promover a investigação de
pacientes com manifestações recorrentes e não usuais.
OBJETIVO
INTRODUÇÃO
Recomendações
Antes de qualquer regime profilático ser iniciado, a erradicação de episódio de infecção
do trato urinário deve ser assegurada por meio de cultura de urina negativa.
A implementação de esquema profilático contínuo para o tratamento de episódios recor-
rentes de infecção urinária durante período de seis a 12 meses encontra-se relacionada
a redução na taxa de ITU, embora haja frequente recorrência após sua suspensão. A
profilaxia pós-coito é tão eficaz quanto o uso contínuo de antimicrobianos na redução da
infecção urinária quando os episódios da infecção estão relacionados com a atividade
sexual, podendo ter a vantagem do emprego em doses menores. Contudo, esse método
é menos vantajoso quando as relações sexuais são realizadas com frequência diária ou,
mesmo, quando o coito é realizado com maior frequência.
A decisão sobre o tipo de profilaxia a ser utilizada (contínua ou pós-coito) depende da
frequência e característica das recorrências bem como da vontade do paciente de se
comprometer com um regime específico. A escolha dos antimicrobianos deve ser ba-
seada na história de alergia a medicamentos do paciente e na identificação e teste de
suscetibilidade do organismo (antibiograma).
Recomendação
Não há evidências suficientes para recomendar o emprego rotineiro de produtos à base
de cranberry.
Recomendação
A utilização de estrogênio tópico encontra-se associada à diminuição na taxa de colo-
nização vaginal pelas enterobactérias. A administração tópica de estrogênio previne a
recorrência de infecção do trato urinário em mulheres na menopausa. O uso de estrogê-
nios por via oral não reduz a frequência de ITUr.
Recomendação
O conhecimento insuficiente da ação dos probióticos na infecção urinária impede sua
recomendação para a terapia e profilaxia dessa afecção.
Recomendações
As evidências sugerem que a imunoterapia oral é estratégia promissora na profilaxia de
infecções do trato urinário. Estudos são necessários a fim de aprimorar o conhecimento a
respeito dos mecanismos celulares e inflamatórios desencadeados no organismo humano,
o que permitirá a otimização das estratégias de imunização contra as infecções urinárias.
Na ITU recorrente em mulheres jovens e na pós-menopausa a imunoterapia oral mos-
trou-se efetiva na redução dos episódios de ITU, respaldando a utilização dessa alterna-
tiva terapêutica.
INTRODUÇÃO1(A)
Recomendação
É recomendável fazer um diagnóstico de hipogonadismo masculino tardio somente em
homens com alguns dos principais sintomas e sinais envolvidos: diminuição da libido,
disfunção erétil, depressão, diminuição do tecido muscular, aumento do tecido adiposo
total e redistribuição de gordura, diminuição da densidade mineral óssea, diminuição do
volume testicular.
Recomendação
É recomendável fazer diagnóstico de hipogonadismo masculino tardio somente em ho-
mens com sinais e sintomas de hipogonadismo e nível sérico matinal de testostero-
na abaixo dos valores mínimos de referência de jovens adultos. Os três questionários,
ADAM, AMS e Escala de Smith, podem ser usados como instrumentos de triagem de
HMT (hipogonadismo masculino tardio).
Recomendação
Na análise das respostas ao questionário ADAM, os casos clinicamente suspeitos de
HMT são aqueles nos quais os sintomas de disfunção sexual estão presentes.
Recomendação
O questionário de Smith é considerado um questionário de avaliação de risco para o HMT.
Recomendação
É recomendável que a escala AMS e o questionário ADAM sejam usados como ins-
trumentos de triagem, e o diagnóstico do HMT deve depender também de critérios
funcionais e bioquímicos.
Recomendação
A testosterona livre, fração da testosterona que é biodisponível, é um marcador mais
exato do hipogonadismo. Como as dosagens de testosterona livre são dependentes
da dosagem exata da testosterona total, o resultado da dosagem da testosterona total
tem implicações na determinação da testosterona livre.
Recomendação
O diagnóstico do HMT é baseado em aspectos clínicos do hipogonadismo e demons-
tração de nível sérico matinal de testosterona total e livre abaixo do valor mínimo de
referência de jovens adultos saudáveis. Não se estabeleceu ainda a definição labo-
ratorial de HMT.
Recomendação
A dosagem de testosterona salivar é um substituto confiável para a dosagem da
testosterona livre. Não pode ser recomendada para uso generalizado, até o presente
momento, porque a metodologia não foi padronizada e os intervalos para homens
adultos não são disponíveis na maioria dos laboratórios de referência.
Recomendação
Recomendam-se os seguintes procedimentos: avaliação lipídica, dosagem basal de
PSA, dosagem basal de hematócrito, descartar história de apneia de sono.
Recomendação
As consultas deverão ser realizadas a cada três ou seis meses após o início do tratamen-
to e depois anualmente para avaliar se os sintomas responderam ao tratamento ou se o
paciente teve algum efeito adverso.
Recomendação
Atualmente níveis médios ou baixos de jovens adultos saudáveis parecem apropriados
como alvo terapêutico.
Recomendação
Manter o nível de hematócrito em até 54%.
Recomendação
Não se recomenda a monitorização da função hepática de pacientes em TRT com qual-
quer outra forma farmacêutica, diferente das preparações orais 17α-alquiladas.
Recomendação
O paciente após o início da TRA deve ser monitorizado para doença prostática, com
toque retal e dosagem de PSA no terceiro, sexto e 12º mês de tratamento e depois
anualmente, se não houver anormalidades. Deve ser submetido a avaliação prostática
quando: PSA maior que 4 ng/mlou 3 ng/ml nos pacientes de alto risco, aumento de PSA
maior que 1,4ng/ml em qualquer intervalo de 12 meses durante o tratamento, velocida-
de de aumento do PSA maior que 0,4ng/ml/ano, usando como referência os valores de
PSA após seis meses de administração de testosterona, detecção de uma anormalidade
prostática ao toque retal.
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INTRODUÇÃO
Recomendação
A terapia de reposição com testosterona está indicada para melhorar a libido e função
sexual apenas nos pacientes com níveis baixos de testosterona. Recomenda-se o uso de
testosterona para melhorar libido e função sexual nos pacientes com DAEM.
Recomendação
A reposição com testosterona melhora o humor e a qualidade de vida de homens com
DAEM. No entanto, não há evidências do efeito direto da testosterona sobre estes,
bem como sobre a função cognitiva. Recomenda-se fortemente a não utilização de
testosterona para melhorar especificamente o humor, a qualidade de vida ou as funções
cognitivas de homens com DAEM.
Recomendação
Os efeitos, bem como os benefícios, da reposição com testosterona sobre o metabolismo
de carboidratos e lipídeos ainda é controverso. Recomenda-se a reposição com testoste-
rona em homens com DAEM e síndrome metabólica como tratamento coadjuvante para
melhorar o perfil metabólico desses pacientes.
Recomendação
A manutenção da testosterona em níveis fisiológicos eleva os níveis de PSA, porém não
eleva a incidência de Ca de próstata. Homens tratados com sucesso para câncer de
próstata e diagnosticados com hipogonadismo são candidatos a TRT após um prudente
intervalo de observação e se não houver evidência clínica ou laboratorial de recidiva da
doença. Os riscos e benefícios da TRT devem ser claramente entendidos pelo paciente,
e o acompanhamento do tratamento deve ser particularmente cuidadoso. Os dados de
segurança nessa situação clínica são ainda limitados. Recomenda-se a manutenção
de níveis séricos fisiológicos de testosterona e o monitoramento do PSA em todos os
pacientes em reposição com testosterona.
Recomendação
Não há evidências de que a TRT, por si só, aumenta o risco cardiovascular. Recomenda-
se a manutenção dos níveis séricos de testosterona dentro da normalidade para que os
fatores de risco cardiovascular como a policitemia e a resistência à insulina sejam mini-
mizados, reduzindo assim o risco cardiovascular global.
Recomendação
O aparecimento de policitemia está diretamente relacionado a níveis suprafisiológicos de
testosterona sérica. Recomendam-se a monitorização de hemoglobina e hematócrito em
todos os pacientes em TRT e a manutenção dos níveis séricos de testosterona dentro da
normalidade para minimizar o risco de policitemia.
Recomendação
Os efeitos colaterais da TRT como piora ou aparecimento de apneia do sono, ginecomastia,
infertilidade, retenção hídrica e alterações cutâneas estão diretamente relacionados com
níveis suprafisiológicos de testosterona sérica. Recomenda-se fortemente a manutenção
de níveis séricos de testosterona dentro da média da normalidade para minimizar a
ocorrência desses efeitos colaterais.
Recomendação
Há fortes indícios de que a reposição com testosterona melhora os parâmetros da
síndrome metabólica, especialmente se os níveis séricos forem mantidos dentro da
normalidade. Recomenda-se a manutenção da testosterona sérica nos níveis médios da
normalidade para auxiliar no tratamento da síndrome metabólica.
Recomendação
O undecanoato de testosterona oral não apresenta hepatotoxicidade. No entanto, tem
se mostrado ineficaz na manutenção de níveis séricos adequados de testosterona,
além de apresentar absorção variável entre os indivíduos. Recomenda-se fortemente a
não utilização das formulações orais de testosterona, bem como de outros andrógenos
como alternativa de TRT.
Recomendação
Há fortes evidências de que a via transdérmica de reposição com testosterona (adesivos,
géis ou solução) é segura e eficaz, além de ser a mais fisiológica. Os adesivos, por
sua vez, são capazes de mimetizar o ritmo circadiano de secreção de testosterona. No
entanto, essas formas farmacêuticas não estão disponíveis em nosso meio. Recomenda-
se a utilização da via transdérmica de TRT por ser a forma mais fisiológica.
Recomendação
Os estudos com bom nível de evidência utilizando gel de testosterona não comercial
ainda são escassos. Não se recomenda a utilização do gel de testosterona manipulado
que não tenha eficácia e segurança comprovadas.
Recomendação
Os estudos com bom nível de evidência com essa modalidade de TRT ainda são escas-
sos e essa forma farmacêutica não está disponível em nosso meio. Recomenda-se a
não utilização de implantes subcutâneos de testosterona até que um número maior de
estudos comprove sua segurança e eficácia, já que a taxa de extrusão parece ser alta.
Recomendação
As formas injetáveis de curta duração, apesar de não serem as mais fisiológicas, têm se
mostrado seguras e eficazes ao longo do tempo, porém com a desvantagem da aplicação
quinzenal. O UTD proporciona níveis fisiológicos de testosterona, e sua farmacocinética per-
mite aplicações trimestrais, porém com a desvantagem do custo elevado. Entre as formas
injetáveis disponíveis recomenda-se a utilização do UTD para a manutenção de níveis fisio-
lógicos de testosterona, que minimiza os efeitos colaterais com menor número de injeções.
Recomendação
A análise comparativa entre as principais modalidades de TRA demonstrou que todas
elas são seguras e eficazes, porém as formas transdérmicas e o UTD são mais fisiológi-
cos. Recomenda-se, sempre que possível, o uso de UTD ou os géis de testosterona para
TRA em pacientes hipogonádicos.
Recomendação
O principal papel da testosterona de ação prolongada é a manutenção de níveis fisiológi-
cos de testosterona sérica com um menor número de aplicações e, consequentemente,
menor taxa de efeitos colaterais.
Recomendação
As diferenças de absorção entre as diversas formas farmacêuticas dependem da apre-
sentação, dose e farmacocinética. Os níveis de testosterona obtidos pelas formas inje-
táveis de curta duração e pelas formas orais são mais instáveis e menos fisiológicos.
Por outro lado, os níveis obtidos pela forma injetável de longa duração e pelas formas
transdérmicas são estáveis e fisiológicos. A única forma farmacêutica que mimetiza o
ritmo circadiano é o adesivo escrotal. Recomenda-se a utilização preferencial da forma
injetável de longa duração ou as formas transdérmicas para TRT.
Recomendação
Existem poucos estudos com altos níveis de evidência em relação às contraindicações
da reposição com testosterona. Recomenda-se fracamente a não utilização de testoste-
rona em pacientes com Ca de próstata ou de mama, com PSA > 4 ng/ml ou 3 ng/ml nos
pacientes de alto risco ou com nódulo palpável de próstata, com hematócrito maior que
50% ou nos pacientes portadores de ICC grau II ou IV.
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54. Amano T, Imao T, Takemae K, Iwamoto T, Yamakawa K, Baba K, et al. Profile of serum tes-
tosterone levels after application of testosterone ointment (glowmin) and its clinical efficacy in
late-onset hypogonadism patients. J Sex Med. 2008;5(7):1727-36.
55. Kühnert B, Byrne M, Simoni M, Köpcke W, Gerss J, Lemmnitz G, et al. Testosterone substitu-
tion with a new transdermal, hydroalcoholic gel applied to scrotal or non-scrotal skin: a multi-
centre trial. Eur J Endocrinol. 2005;153(2):317-26.
56. Hohl A, Marques MO, Coral MH, Walz R. Evaluation of late-onset hypogonadism (andropause)
treatment using three different formulations of injectable testosterone. Arq Bras Endocrinol
Metabol. 2009;53(8):989-95.
58. Zitzmann M, Nieschlag E. Androgen receptor gene CAG repeat length and body mass index
modulate the safety of long-term intramuscular testosterone undecanoate therapy in hypogo-
nadal men. J Clin Endocrinol Metab. 2007;92(10):3844-53.
59. Haider A, Gooren LJ, Padungtod P, Saad F. A safety study of administration of paren-
teral testosterone undecanoate to elderly men over minimally 24 months. Andrologia.
2010;42(6):349-55.
60. Yassin AA, Saad F. Plasma levels of dihydrotestosterone remain in the normal range in men treated with
long-acting parenteral testosterone undecanoate. Andrologia. 2007;39(5):181-4.
61. Morgentaler A, Dobs AS, Kaufman JM, Miner MM, Shabsigh R, Swerdloff RS, et al. Long
acting testosterone undecanoate therapy in men with hypogonadism: results of a pharmacoki-
netic clinical study. J Urol. 2008;180(6):2307-13.
62. Scott JD, Wolfe PR, Anderson P, Cohan GR, Scarsella A. Prospective study of topical testos-
terone gel (AndroGel) versus intramuscular testosterone in testosterone-deficient HIV-infected
men. HIV Clin Trials 2007;8(6):412-20.
63. Birzniece V, Meinhardt UJ, Handelsman DJ, Ho KK. Testosterone stimulates extra-hepatic but
not hepatic fat oxidation (Fox): comparison of oral and transdermal testosterone administration
in hypopituitary men. Clin Endocrinol (Oxf). 2009;71(5):715-21.
64. Wang C, Harnett M, Dobs AS, Swerdloff RS. Pharmacokinetics and safety of long-acting tes-
tosterone undecanoate injections in hypogonadal men: an 84-week phase III clinical trial. J
Androl. 2010;31(5):457-65.
65. Agledahl I, Brodin E, Svartberg J, Hansen JB. Impact of long-term testosterone treatment on
plasma levels of free TFPI and TF-induced thrombin generation ex vivo in elderly men with low
testosterone levels. Thromb Haemost 2009;102(5):945-50.
OBJETIVO
INTRODUÇÃO
Recomendação
A prevalência de DP em adultos brasileiros acima de 40 anos é de 0,9%, com risco
aumentado para pacientes acima de 60 anos e na presença de diabetes melli-
tus11(B). A estimativa de prevalência ainda é menor em adolescentes e adultos
jovens menores de 40 anos4,17(B). Já a prevalência de DP na população portadora
de diabetes mellitus é de 10,7%12(B).
Recomendação
Há influência de fatores genéticos no aparecimento da DP18(B), mas a completa etiopa-
togenia da doença ainda é desconhecida.
Recomendação
A DP é uma doença de apresentação clínica e ultrassonográfica bastante
heterogênea20(B). Há necessidade de informações complementares através de
métodos de imagem21-23(B). Essas informações complementares confirmam a
suspeita clínica, definem a associação ou não de disfunção erétil nos portadores de
DP e auxiliam na decisão cirúrgica27(C).
Recomendação
A presença da comorbidade diabetes mellitus aumenta o risco de DP11,12(B), que evolui
mais frequentemente para fase crônica e com curvatura peniana mais grave12(B).
Também é comum a associação de DP com disfunção erétil12,29,33(B).
Recomendação
Uma curvatura peniana acima de 60° leva a incapacidade de relação sexual por
dificuldade de penetração, dor intensa na parceira e estresse emocional para o
casal35(A).
Recomendação
A dor peniana, comum na fase aguda da DP, é grave, limitante e de difícil tratamento. O
melhor tratamento para a dor é feito com verapamil intralesional (NNT=12)60(B), poden-
do também ser realizadas injeções subcutâneas não intralesionais de anti-inflamatórios
hormonais52(B). O melhor tratamento para a curvatura peniana é feito com a associação
de verapamil intralesional com vitamina E e colchicina via oral (NNT=4)60(B). O trata-
mento para curvatura peniana feito com associação de vitamina E e colchicina beneficia
somente pacientes sem disfunção erétil e DP leve (curvatura < 30º)49-51(B), e pacientes
não fumantes51(B).
OBJETIVO
INTRODUÇÃO
Recomendações
A vasoepididimostomia é indicada quando houver obstrução epididimária.
O intervalo entre a vasectomia e a reversão, a técnica microcirúrgica, a experiência do cirur-
gião e as características do fluido seminal influenciam o sucesso do procedimento.
A idade da parceira não representa um fator limitante isolado, mesmo quando a mulher
se encontra acima de 35 anos7(C).
Recomendações
As taxas de sucesso em recuperação de espermatozoides e gestação são semelhantes
entre as técnicas realizadas no epidídimo (PESA e MESA).
As técnicas que utilizam os testículos (TESA/TESE) devem ser indicadas quando as
realizadas no epidídimo não recuperam espermatozoides ou na ausência de epidídimo.
OBJETIVO
INTRODUÇÃO
Recomendação
A probabilidade de gravidez com IIU é virtualmente nula quando a proporção de esper-
matozoides com dano da cromatina é elevada.
Recomendação
A FIV clássica pode ser indicada para pacientes com alterações seminais leves e moderadas.
Recomendação
Após a extração de espermatozoides, a ICSI é utilizada em lugar da FIV clássica, pois
com a ICSI as taxas de fertilização são superiores.
OBJETIVO
INTRODUÇÃO
Recomendação
Tanto a LECO como a URSL e a NLPC são opções de tratamento da litíase em rim único.
Rim único é fator de risco para hemorragia quando o procedimento é a NLPC.
Recomendação
Alterações metabólicas devem ser investigadas em pacientes com rim em ferradura.
Para cálculos menores do que 2 cm, em cálices superiores e médios, a LECO e a URSF
são opções de tratamento. A NLPC deve ser reservada para cálculos maiores que 2 cm
ou após falha da LECO.
Recomendação
Em pacientes com estenose da JUP, a pielolitotomia com pieloplastia desmembrada por
via laparoscópica é opção de tratamento.
Recomendação
Na gestação, o US é o exame de escolha; quando inconclusivo, é aceitável, na forte sus-
peita de cálculo ureteral, realizar uma tomografia de baixa dose, com baixo risco para o
feto. A ureterolitotripsia transureteroscópica é o procedimento definitivo de escolha.
Recomendação
A NLPC pode ser realizada de modo seguro em pacientes obesos, porém com um tempo
cirúrgico maior, taxa de pacientes livres de cálculo menor e maior taxa de retratamento.
Recomendação
Cálculos menores que 4 mm assintomáticos podem ser observados com acompanha-
mento. A LECO é possível para cálculos menores que 15 mm. Cálculos maiores que 15
mm podem ser tratados por NLPC ou ureteroscopia flexível com bons resultados.
Recomendação
Para cálculos vesicais menores que 4 cm, a LECO pode ser utilizada. A NLPC é um
procedimento eficaz, porém com maior risco de complicações que a LECO. A taxa de
sucesso da LECO quando comparada com a da NLPC é menor.
OBJETIVO
INTRODUÇÃO
Recomendações
A uretrografia retrógrada deve ser utilizada para confirmar uma suspeita clínica de lesão
uretral em pacientes com traumatismo perineal contuso, na presença de uretrorragia e/
ou retenção urinária.
A abordagem inicial de lesões parciais ou completas com cistostomia e posterior recons-
trução uretral, quando necessário, é segura e reduz o risco de complicações.
A realização do realinhamento primário, no tratamento do trauma uretral bulbar, está
associada a uma maior possibilidade de estenose e aumenta a dificuldade técnica da
reconstrução tardia.
Recomendações
A uretrotomia interna não é uma alternativa eficaz para o tratamento de estenose trau-
mática da uretra bulbar.
A opção mais frequentemente utilizada para o tratamento das estenoses traumáticas
curtas de uretra bulbar é a uretroplastia anastomótica. Não há definição precisa sobre os
limites da aplicação dessa técnica.
Nos casos em que não possa ser aplicado o uso de uma uretroplastia anastomótica, a
uretroplastia com substituição tecidual, utilizando-se um enxerto, será a opção. O posi-
cionamento do enxerto não é um fator determinante do sucesso.
A uretrostomia perineal é uma opção quando as demais técnicas não foram eficazes
para o tratamento ou tiveram recorrência.
Recomendações
Na ausência de sinais clínicos de lesão uretral e de lesões radiológicas suspeitas, um
cateterismo uretral pode ser feito em paciente com fratura pélvica, caso contrário a ure-
trografia retrógrada deve sempre ser realizada.
Em função da alta taxa de morbidade, a sutura primária aberta não é recomendada.
O realinhamento precoce sobre um cateter por abordagem endourológica deve ser consi-
derado em pacientes estáveis e com instrumentos e equipamentos adequados disponíveis.
O realinhamento pode ser obtido por simples cateterismo retrógrado cuidadoso ou por
uma variedade de procedimentos endourológicos.
Se o realinhamento for exitoso, o cateter deve ser mantido durante três a seis semanas.
A utilização de uma cistostomia apenas com reconstrução tardia é um tratamento ade-
quado e seguro que sempre deve ser considerado.
Recomendações
A reconstrução tardia dos traumas de uretra posterior deve ser realizada em um período
mínimo de três meses após o trauma.
A avaliação por imagem pode ser por uma uretrografia retrógrada e miccional e/ou RM.
O acesso perineal é a via preferencial para abordagem tardia das lesões de uretra posterior.
O acesso transpúbico deve ser reservado para casos de maior complexidade.
Recomendações
A uretrografia retrógrada deve sempre ser indicada na suspeita de lesão uretral associa-
da em pacientes com traumatismo de genitália externa, mesmo existindo indicação de
exploração cirúrgica.
As lesões de uretra anterior por trauma penetrante devem ser manejadas com reparo
primário, sempre que possível.
As lesões de uretra posterior por trauma penetrante podem ser inicialmente manejadas
com derivação urinária e posterior reconstrução uretral.
OBJETIVO
INTRODUÇÃO
ASPECTOS TÉCNICOS
Preparo pré-operatório
A preparação do paciente para o procedimento cirúrgico é de fundamental
Técnica operatória
A técnica da adrenalectomia laparoscópica já foi amplamente descrita5,6.
Resumidamente, os principais pontos da técnica são relacionados a seguir.
Posicionamento do paciente
• Procedimento transperitoneal:
• Decúbito lateral de 45 graus para o oposto ao da glândula a ser operada, membro
superior ipsilateral elevado preso ao arco da mesa e o contralateral ao longo do
corpo. A equipe cirúrgica se posiciona de frente para o abdome do paciente.
• Procedimento retroperitoneal:
• Decúbito lateral total. Equipe cirúrgica posicionada de frente para a região
dorsal do paciente.
• Coxins devem ser colocados para proteger as superfícies de atrito, e o
paciente deve ser posicionado na mesa com fitas adesivas.
Transperitoneal
A crista ilíaca, o rebordo costal e a cicatriz umbilical são usados como pontos
de referência para a introdução dos trocartes.
Retroperitoneal
A crista ilíaca, a 12.ª costela e a musculatura paravertebral são usadas como
pontos de referência. Os trocartes podem ser introduzidos por visão direta ou
guiados pelo dedo indicador, uma vez criado o espaço operatório.
Incisão de aproximadamente 2 cm abaixo e imediatamente anterior à 12.ª costela
(triângulo lombar inferior de Petit), seguida de perfuração da fáscia lombodorsal,
introdução do dedo indicador na região retroperitoneal para criação do espaço
por meio de digitodissecção. Nessa etapa, devem ser reconhecidos digitalmente o
músculo psoas e o polo inferior do rim. O uso do balão de Gaur é opcional.
Insuflação
Da fase inicial do procedimento, até a finalização da introdução dos trocartes,
a pressão intracavitária pode ser mantida entre 15 e 18 mmHg. Após a completa
obtenção do acesso, a pressão pode ser reduzida para 12 mmHg.
Transperitoneal
Liberação medial do cólon – exposição da fáscia renal anterior e grandes vasos.
Nos procedimentos do lado direito geralmente o cólon não precisa ser mobilizado.
Já no lado esquerdo, uma ampla mobilização do cólon desde o ângulo esplênico
até o sigmoide é sempre necessária. Para a mobilização medial do baço e da
cauda do pâncreas, nem sempre indicada, é necessário incisar o peritônio parietal
cranialmente à goteira parietocólica esquerda até o diafragma. Essa mobilização
extensa permite que a força da gravidade desloque o cólon esquerdo e a cauda do
pâncreas medialmente.
Dissecção da face medial da glândula – no lado direito, a dissecção deve ser
feita junto à veia cava inferior, por meio da incisão da reflexão peritoneal na borda
direita da veia. Procede-se então à dissecção da veia adrenal direita, tributária da
veia cava inferior, que é seccionada entre clipes metálicos ou de polímero. Essa
dissecção medial inicial favorece a identificação da veia adrenal e sua junção com
Retroperitoneal
Após a dissecção medial e ligadura da veia adrenal, a fáscia renal é incisada
e a glândula é separada da superfície de contato com o polo superior do rim.
Finalmente, as bordas superior e lateral são separadas das estruturas adjacentes
por meio de dissecção delicada, cauterização e secção de pequenos vasos
arteriais, venosos e linfáticos.
Retirada do espécime
Feita com auxílio de saco extrator. A peça é removida inteira, não devendo ser
morcelada.
Adrenalectomia parcial
A adrenalectomia parcial obedece aos seguintes passos técnicos, além dos já
descritos:
• dissecção da glândula, preferencialmente sem a ligadura da veia adrenal;
• secção da região comprometida, com margem de segurança, por meio de
grampeador linear vascular de 35 mm, incisão com bisturi ultrassônico ou
com clipes de polímero;
• revisão da hemostasia na parte cruenta da glândula.
OBJETIVO
MATERIAL E MÉTODO
DÚVIDA CLÍNICA
COCHRANE
TRABALHOS RECUPERADOS
Segundo o idioma
• Só foram incluídos trabalhos disponíveis nas línguas portuguesa, inglesa
ou espanhola.
Segundo a publicação
• Somente os trabalhos cujos textos completos estavam disponíveis foram
considerados para avaliação crítica.
RESULTADOS
Questão clínica
Qual a melhor opção de acesso laparoscópico para procedimentos cirúrgicos da glân-
dula adrenal?
• Uso de analgésicos
Não houve diferença (p = 0,25)
• Tempo de internação
Não houve diferença (p = 0,56)
• Tempo de convalescença
O acesso retroperitoneal reduziu o tempo de convalescença (p = 0,02)
• Uso de analgésicos
Não houve diferença (p > 0,05)
• Tempo de internação
Não houve diferença (p > 0,05)
• Tempo de convalescença
Não houve diferença entre as vias quando o procedimento foi unilateral (p
= 0,84) ou bilateral (p = 0,79).
Questão clínica
A via videolaparoscópica é uma alternativa segura à via aberta no tratamento do feocro-
mocitoma na forma esporádica da doença (não familial)?
EVIDÊNCIAS SELECIONADAS
1. Tiberio GA, Baiocchi GL, Arru L, Agabiti Rosei C, De Ponti S, Matheis A, Rizzoni D, Giulini
SM. Prospective randomized comparison of laparoscopic versus open adrenalectomy for
sporadic pheochromocytoma. Surg Endosc. 2008;22(6):1435-9. Epub 2008 Apr 9.12(B)
• Tempo de hospitalização
Reduziu o tempo de hospitalização (p < 0,050)
Questão clínica
Existe indicação para adrenalectomia parcial laparoscópica retroperitoneal em pacientes
com adenoma secretor de aldosterona unilateral (Síndrome de Conn)?
EVIDÊNCIAS SELECIONADAS
1. Fu B, Zhang X, Wang GX, Lang B, Ma X, Li HZ, Wang BJ, Shi TP, Ai X, Zhou HX, Zheng
T. Long-term results of a prospective, randomized trial comparing retroperitoneoscopic
partial versus total adrenalectomy for aldosterone producing adenoma. J Urol.
2011;185(5):1578-82.13(B)
EVIDÊNCIAS SELECIONADAS
1. Toniato A, Merante-Boschin I, Opocher G, Pelizzo MR, Schiavi F, Ballotta E. Surgical
versus conservative management for subclinical Cushing syndrome in adrenal
incidentalomas: a prospective randomized study. Ann Surg. 2009;249(3):388-91.14(B)
• Hiperlipidemia
Melhora a hiperlipidemia (NNT = 3; Poder = 43%)
• Obesidade
Melhora da obesidade (NNT = 2; Poder = 52%)
• Osteoporose
Não houve melhora na redução da massa óssea (NNT = NS)
EVIDÊNCIAS SELECIONADAS
1. Morino M, Benincà G, Giraudo G, Del Genio GM, Rebecchi F, Garrone C. Robot-
assisted vs laparoscopic adrenalectomy: a prospective randomized controlled trial. Surg
Endosc. 2004;18(12):1742-6 26.15(B)
Pacientes adultos portadores de lesão adrenal menor que 10 cm, unilateral, sem
suspeita clínica e morfológica de malignidade e com indicação cirúrgica.
• Tempo de hospitalização
Não houve diferença no tempo de hospitalização (p > 0,05)
• Complicação intraoperatória
Não houve diferença no número de pacientes com complicação
intraoperatória (NNT = NS)
Questão clínica
O acesso laparoscópico apresenta eficácia oncológica?
Até este momento não existe nenhum Ensaio Clínico Controlado Randomizado
(ECR) para orientar ou apoiar o uso da ressecção laparoscópica no carcinoma
adrenocortical ou feocromocitoma maligno.
Os carcinomas adrenais são tumores raros, com incidência de 1-2 casos novos
por milhão de pessoas ao ano, representando 0,05% a 0,2% das neoplasias
malignas. A maior parte dos tumores adrenais é esporádica. Todavia, algumas
síndromes genéticas aumentam o risco de tumorigênese adrenal.
O tratamento do carcinoma adrenal inclui ressecção do tumor primário,
ressecção das metástases e quimioterapia sistêmica. Na presença de doença
disseminada, a resposta a qualquer forma de tratamento é muito ruim.
EVIDÊNCIAS SELECIONADAS
1. Miller BS, Ammori JB, Gauger PG, Broome JT, Hammer GD, Doherty GM. Laparoscopic
resection is inappropriate in patients with known or suspected adrenocortical carcinoma.
World J Surg. 2010;34(6):1380-5.18(C)
• Margens comprometidas
Ocorreu significativamente menos comprometimento de margem em
pacientes submetidos à cirurgia aberta (p = 0,01)
• Recidiva local
Não houve diferença no número de paciente com recidiva local (p = 0,23)
EVIDÊNCIAS SELECIONADAS
2. Porpiglia F, Fiori C, Daffara F, Zaggia B, Bollito E, Volante M, Berruti A,Terzolo
M. Retrospective evaluation of the outcome of open versus laparoscopic
adrenalectomy for stage I and II adrenocortical cancer. Eur Urol. 2010;57(5):873-
8. Epub 2010 Jan 26. 19(B)
• Sobrevida global
Não houve diferença na sobrevida global (p = 0,3)
• Carcinomatose peritoneal
Não houve diferença (p > 0,05)
DISCUSSÃO
OBJETIVO
INTRODUÇÃO
A nefrectomia do doador vivo pode ser feita por via aberta convencional, mini-
incisão, laparoscópica (transperitoneal ou retroperitoneal) pura ou assistida com a
mão, auxiliada por robótica, com portal único (LESS) ou por orifícios naturais (NOTES).
Independentemente da técnica de nefrectomia empregada, a escolha do rim
para ser doado deve obedecer a critérios anatômicos, mas sempre observando
que o melhor rim permaneça com o doador. Em igualdade de condições, deve-se
dar preferência à retirada do rim esquerdo.
Recomendação
A nefrectomia por mini-incisão para o doador vivo é uma alternativa aceitável à lombotomia
convencional, porém, mostra menos benefício quando comparada com a laparoscópica.
Recomendação
A nefrectomia laparoscópica para o doador vivo é um procedimento seguro e com uma
morbimortalidade associada mínima.
Recomendação
As evidências suportam a nefrectomia laparoscópica independentemente do lado
(direito ou esquerdo) e em doador com artérias múltiplas. Quanto à nefrectomia
laparoscópica em doador obeso (IMC ≥ 35 kg/m2), deve ser feita uma avaliação
cuidadosa dos riscos e a sua utilização não deve ser generalizada.
Recomendação
Até o presente momento a nefrectomia laparoscópica robô-assistida, em doador renal
vivo, não é superior à nefrectomia aberta ou à laparoscópica pura.
Recomendação
Qualquer vantagem da nefrectomia laparoscópica com portal único sobre a nefrectomia
laparoscópica convencional é incerta.
INTRODUÇÃO
ASPECTOS TÉCNICOS
OBJETIVO
MATERIAL E MÉTODO
A obtenção da evidência a ser utilizada para sustentar o uso da cirurgia por via
videolaparoscópica seguiu os passos de: elaboração da questão clínica, estruturação
da pergunta, busca da evidência, avaliação crítica e seleção da evidência.
DÚVIDA CLÍNICA
PERGUNTA ESTRUTURADA
PubMed-MEDLINE
• (Diagnosis/Broad[filter]) AND ((((Kidney) OR Kidney Diseases) AND Biopsy
AND Laparoscopy AND (Humans[Mesh]))) – 334 trabalhos
EMBASE
Biblioteca Cochrane
• kidney AND biopsy – 810 trabalhos
SciELO
• (kidney OR renal) AND biopsy – 236 trabalhos
TRABALHOS RECUPERADOS
• Intervenção
Biópsia reanal laparoscópica (transperitoneal ou retroperitoneal)
• Comparação
Acesso aberto
• Outcome (Desfecho)
Complicações; tecido suficiente para diagnóstico histológico, tempo de
cirurgia, tempo de internação
Segundo o idioma
• Só foram incluídos trabalhos disponíveis nas línguas portuguesa, inglesa
ou espanhola.
Segundo a publicação
• Somente os trabalhos cujos textos completos estavam disponíveis foram
considerados para avaliação crítica.
RESULTADOS
Questão clínica 1
A via videolaparoscópica é uma alternativa segura e eficaz à via aberta para a biópsia
renal?
Evidência selecionada
Tipo de publicação Total Incluídos Excluídos Motivo da exclusão
Vários procedimentos
laparoscópicos, mas ape-
nas um caso de biópsia.
Série de Casos 13 10 321,23,26
Estudo em duplicata.
Compara duas técnicas
por retroperitoneoscopia.
EVIDÊNCIAS SELECIONADAS
Bastos Netto JM, Portela WS, Choi M, Filho MF, de Toledo AC, Figueiredo AA.
Laparoscopic-percutaneous kidney biopsy in children--a new approach. J Pediatr Surg
2009;44:2058-9.13(C)
Anas CM, Hattori R, Morita Y, Matsukawa Y, Komatsu T, Yoshino Y, Maruyama S, Yuzawa
Y, Matsuo S, Gotoh M. Efficiency of laparoscopic-assisted renal biopsy. Clin Nephrol.
2008;70(3):203-9.18(C)
Gupta M, Haluck RS, Yang HC, Holman MJ, Ahsan N. Laparoscopic-assisted renal biopsy:
an alternative to open approach. Am J KidneyDis. 2000;36(3):636-9.24(C)
• Tempo de cirurgia
Variou de 3513(C) a 8318(C) minutos
• Tempo de internação
Foi de 1,3 dia em média
EVIDÊNCIAS SELECIONADAS
Repetto L, Oderda M, Soria F, Pisano F, Besso L, Pasquale G, Tizzani A, Gontero P.
Retroperitoneal laparoscopic kidney biopsy: technical tips for a minimally invasive
approach. J Endourol. 2011;25(10):1639-42.17(C)
Jesus CM, Yamamoto H, Kawano PR, Otsuka R, Fugita OE. Retroperitoneoscopic renal
biopsy in children. Int Braz J Urol. 2007;33(4):536-41; discussion 541-3.19(C)
Luque Mialdea R, Martín-Crespo Izquierdo R, Díaz L, Fernández A, Morales D, Cebrían
J. [Renal biopsy through a retroperitoneoscopic approach: our experience in 53 pediatric
patients]. Arch Esp Urol. 2006;59(8):799-803.20(C)
Shetye KR, Kavoussi LR, Ramakumar S, Fugita OE, Jarrett TW. Laparoscopic renal
biopsy: a 9-year experience. BJU Int. 2003;91(9):817-20.22(C)
Caione P, Micali S, Rinaldi S, Capozza N, Lais A, Matarazzo E, Maturo G, Micali F.
Retroperitoneal laparoscopy for renal biopsy in children. J Urol. 2000;164(3 Pt 2):1080-2;
discussion 1083.25(C)
Gimenez LF, Micali S, Chen RN, Moore RG, Kavoussi LR, Scheel PJ Jr. Laparoscopic
renal biopsy. Kidney Int. 1998;54(2):525-9.6(C)
Gaur DD, Agarwal DK, Khochikar MV, Purohit KC. Laparoscopic renal biopsy via
retroperitoneal approach. J Urol. 1994;151(4):925-6.27(C)
Os sete estudos avaliados somam 232 pacientes (> 2 anos), com indicação de
biópsia por via aberta em decorrência de: distúrbios na coagulação, hipertensão
arterial não controlada, uso de anticoagulantes, variações anatômicas, aneurisma
da artéria renal, obesidade mórbida, cistos múltiplos bilaterais, rim único, falha
da biópsia percutânea.
• Taxa de sucesso
O espécime renal da biópsia foi adequado ao diagnóstico histopatológico
em uma taxa que variou de 96%22 a 100%.
• Complicações
As taxas gerais de complicações variaram de 3%20 a 17,6%19, sendo o
sangramento o mais frequente.
• Conversão
As taxas de conversão variaram entre 0% e 5% (sangramento, visualização
difícil do rim)19,20,22(C)
• Tempo de cirurgia
Variou de 3527(C) a 12322(C) minutos
• Tempo de internação
Variou de 1,225(C) a 219,22(C) dias
DISCUSSÃO
Em situações complexas que requeiram a realização de uma biópsia renal
quando a via aberta seria indicada, a via laparoscópica oferece um apropriado
risco-benefício. Mediante essa técnica, o acesso direto ao órgão permite a escolha
direta da área de tecido que deve ser submetida à biópsia, observando possível
lesão de qualquer estrutura durante o procedimento e assegurando a hemostasia.
Na falta de Ensaios Clínicos Randomizados e Estudos de Coorte foram incluídas
apenas Séries de Casos.
Por ausência de evidência consistente disponível, não há como estimar
benefício da cirurgia (biópsia renal) por via laparoscópica quando comparada com
o acesso aberto, ou ao compararmos a via transperitoneal com a retroperitoneal,
ao avaliarmos desfechos como morbidade.
INTRODUÇÃO
MECANISMO DE AÇÃO
a) Crioablação
A CA é baseada na destruição e morte celular através da manutenção de
temperatura constante de aproximadamente -40o C. Mecanismos envolvidos na
b) Radiofrequência
Nesta modalidade o calor é gerado pela fricção de moléculas de água reagindo à
radiofrequência, o que ocasiona destruição do tecido tumoral. A morte celular resultante
ocorre a partir de cinco minutos de exposição a temperaturas acima de 50o C. Entretanto,
temperaturas acima de 105o C são maléficas ao processo devido à excessiva vaporização
e a alterações teciduais que dificultam a condução. Portanto, temperaturas entre 50o C e
100o C devem ser mantidas constantes na área a ser tratada8(C).
TÉCNICA OPERATÓRIA
a) Crioablação
A crioablação pode ser realizada através de cirurgia aberta, laparoscopia
ou por via percutânea10-12(C). Devido às vantagens oferecidas pelas técnicas
minimamente invasivas em relação à morbidade, dor, estética e recuperação
precoce, a via aberta raramente é utilizada atualmente. A maioria dos centros
realiza a crioablação de massas renais por acesso laparoscópico, guiada por meio
de ultrassonografia. A localização do tumor determina a escolha da via de acesso:
tumores posteriores e laterais são abordados por acesso retroperitonial, enquanto
nas massas anteriores o acesso transperitonial é o preferido.
A crioablação por via percutânea pode ser realizada em lesões posteriores
menores que 3 cm. Apresenta a vantagem de poupar o paciente de um procedimento
cirúrgico aberto ou laparoscópico. Tomografia computadorizada (TC) é utilizada
para a localização do tumor, o que proporciona maior segurança na confirmação
do posicionamento correto dos probes.
Independentemente da via de acesso, probes são inseridos na lesão renal
guiados por métodos de imagem, gerando uma esfera de gelo que deve se estender
cerca de 0,5 a 1,0 cm das margens da lesão. De acordo com o tamanho da lesão,
mais de um probe pode ser inserido. Usualmente dois ciclos de congelamento/
descongelamento são utilizados13-14(C).
b) Radiofrequência
Semelhante à crioablação, a RF pode ser realizada por via laparoscópica ou
OBJETIVO
MATERIAL E MÉTODO
DÚVIDA CLÍNICA
PERGUNTA ESTRUTURADA
PubMed-MEDLINE
• Kidney Neoplasms OR Carcinoma, Renal Cell) AND (Catheter Ablation OR
Cryosurgery) AND (Humans[Mesh])
EMBASE
Biblioteca Cochrane
• (cryotherapy OR cryoablation) AND radiofrequency
SciELO
• cryoablation AND radiofrequency
TRABALHOS RECUPERADOS
BASE DE INFORMAÇÃO NÚMERO DE TRABALHOS
Primária
PubMed-MEDLINE 882
EMBASE 333
SciELO 5
Secundária
Biblioteca Cochrane 17
Tabela 1 – Número de trabalhos recuperados com as estratégias de busca
utilizadas para cada base de informação científica
• Intervenção
Ablação térmica (AT)
AT laparoscópica
AT percutânea
• Comparação
Nefrectomia parcial
• Outcome (Desfecho)
Desfechos clínicos
Foram incluídos estudos que apresentam apenas um tipo de abordagem
cirúrgica para a intervenção e controle, respondendo a cada questão clínica.
• Segundo o idioma
Só foram incluídos trabalhos disponíveis nas línguas portuguesa, inglesa
ou espanhola.
• Segundo a publicação
Somente os trabalhos cujos textos completos estavam disponíveis foram
considerados para avaliação crítica.
RESULTADOS
Questão clínica
Qual a eficácia e segurança da crioablação laparoscópica comparada com a nefrectomia
parcial robótica?
EVIDÊNCIAS SELECIONADAS
Guillotreau J, Haber GP, Autorino R, Miocinovic R, Hillyer S, Hernandez A,
Laydner H, Yakoubi R, Isac W, Long JA, Stein RJ, Kaouk JH. Robotic partial
nephrectomy versus laparoscopic cryoablation for the small renal mass. Eur Urol.
2012;61(5):899-904.19(B)
• Tempo de internação
Diminui o tempo de internação (p < 0,0001)
• Morbidade
Reduz a morbidade em 8% (NNT = 12)
• Função renal
Não houve diferença na função renal avaliada pela taxa de filtração
glomerular, até seis meses (p > 0,05)
• Metástase
Aumenta o risco de metástase a distância em 5,3%, até cinco meses (NNH = 19)
Questão clínica
Qual a eficácia e segurança da crioablação laparoscópica comparada com a nefrectomia
parcial laparoscópica?
Evidência selecionada
Tipo de publicação Total Incluídos Excluídos Motivo de exclusão
Coorte Histórico 4 4
EVIDÊNCIAS SELECIONADAS
Haramis G, Graversen JA, Mues AC, Korets R, Rosales JC, Okhunov Z, Badani KK, Gup-
ta M, Landman J. Retrospective comparison of laparoscopic partial nephrectomy versus
laparoscopic renal cryoablation for small (<3.5 cm) cortical renal masses. J Laparoen-
dosc Adv Surg Tech A. 2012; 22(2):152-7.20(B)
Haber GP, Lee MC, Crouzet S, Kamoi K, Gill IS. Tumour in solitary kidney: laparoscopic
partial nephrectomy vs laparoscopic cryoablation. BJU Int. 2012;109(1):118-24.21(B)
O'Malley RL, Berger AD, Kanofsky JA, Phillips CK, Stifelman M, Taneja SS. A
matched-cohort comparison of laparoscopic cryoablation and laparoscopic partial
nephrectomy for treating renal masses. BJU Int. 2007;99(2):395-8.22(B)
Hruby G, Reisiger K, Venkatesh R, Yan Y, Landman J. Comparison of
laparoscopic partial nephrectomy and laparoscopic cryoablation for renal hilar
tumors. Urology. 2006;67(1):50-4.23(B)
• Complicações intraoperatórias
Não houve diferença20-21(B) (NNT = NS)
• Função renal
Preserva mais a função renal, reduzindo menos a taxa de filtração
glomerular, até três meses21(B) (p = 0,02)
• Metástase
Não há diferença no risco de metástase, até cinco anos (NNH = NS)21(B)
Questão clínica
Existe diferença em relação aos parâmetros perioperatórios e à eficácia oncoló-
gica comparando a crioablação laparoscópica (transperitoneal ou retroperitoneal)
de massa renal pequena (< 3 cm em média), neoplásica ou não, com a nefrecto-
mia parcial aberta?
EVIDÊNCIAS SELECIONADAS
Klatte T, Grubmüller B, Waldert M, Weibl P, Remzi M. Laparoscopic cryoablation
versus partial nephrectomy for the treatment of small renal masses: systematic
review and cumulative analysis of observational studies. Eur Urol. 2011;60(3):435-43. 24(B)
Klatte T, Mauermann J, Heinz-Peer G, Waldert M, Weibl P, Klingler HC, Remzi M.
Perioperative, oncologic, and functional outcomes of laparoscopic renal
cryoablation and open partial nephrectomy: a matched pair analysis. J Endourol.
2011;25(6):991-7.25(B)
• Função renal
Não há diferença na função renal avaliada pela taxa de filtração glomerular
em três meses25(B) (p = 0,60)
A crioablação comparada com a nefrectomia parcial aberta, de massa renal pequena (<
3 cm), neoplásica (T1aN0M0) ou não, diminui complicações maiores perioperatórias (2A),
mas aumenta a recidiva neoplásica em 11% (NNH = 9) até três anos. (2C)
Evidência selecionada
Tipo de publicação Total Incluídos Excluídos Motivo de exclusão
Estudo Coorte
1 1 0
Histórico
EVIDÊNCIA SELECIONADA
Sung HH, Park BK, Kim CK, Choi HY, Lee HM. Comparison of percutaneous
radiofrequency ablation and open partial nephrectomy for the treatment of size-
and location-matched renal masses. Int J Hyperthermia. 2012;28(3):227-34.27(B)
Em pacientes adultos com massa renal < 2,5 cm, em média, e estádio T1aN0M0
quando neoplásica a ablação por radiofrequência percutânea [ARF] versus nefrec-
tomia parcial aberta [NPA]:
Em pacientes com carcinoma de células renais (T1aN0M0; < 2,5 cm em média), a ablação
percutânea por radiofrequência, comparada com a nefrectomia parcial aberta, preserva
mais a função renal, e não existe diferença na sobrevida livre de recidiva até três anos. (2C)
Questão clínica
Qual a eficácia e segurança da ablação por radiofrequência via laparoscópica de massa
renal (< 3 cm em média) quando comparada com a nefrectomia parcial laparoscópica?
EVIDÊNCIA SELECIONADA
Bird VG, Carey RI, Ayyathurai R, Bird VY. Management of renal masses with
laparoscopic-guided radiofrequency ablation versus laparoscopic partial
nephrectomy. J Endourol. 2009;23(1):81-8.28(B)
• Perda de sangue
Diminui o sangramento (p < 0,05)
Evidência selecionada
Tipo de publicação Total Incluídos Excluídos Motivo de exclusão
Meta-análise 1 1 0
EVIDÊNCIA SELECIONADA
Kunkle DA, Uzzo RG. Cryoablation or radiofrequency ablation of the small renal mass: a
meta-analysis. Cancer. 2008 Nov 15;113(10):2671-80.29(B)
RESULTADOS:
• Metástase
Não houve diferença no risco de metástase (NNT = NS), até 19 meses.
A crioablação comparada com a ARF reduz o risco de recidiva local em 7,7% (NNT = 13);
reduz a necessidade de retratamento em 7,2% (NNT = 14); e não há diferença entre os
procedimentos em relação ao risco de metástase, até 19 meses. (2A)
DISCUSSÃO
17. Wells GA, Shea B, O’Connell D, Peterson J, Welch V, Losos M, Tugwell P. The Newcas-
tle-Ottawa Scale (NOS) for assessing the quality of nonrandomised studies in meta-analy-
ses. Ottawa, CA: The Ottawa Hospital Research Institute; 2013. Disponível em: http://www.
ohri.ca/programs/clinical_epidemiology/oxford.asp
19. Guillotreau J, Haber GP, Autorino R, Miocinovic R, Hillyer S, Hernandez A, et al. Robotic
partial nephrectomy versus laparoscopic cryoablation for the small renal mass. Eur Urol.
2012; 61(5):899-904.
20. Haramis G, Graversen JA, Mues AC, Korets R, Rosales JC, Okhunov Z, et al. Retrospective
comparison of laparoscopic partial nephrectomy versus laparoscopic renal cryoablation for
small (<3.5 cm) cortical renal masses. J Laparoendosc Adv Surg Tech A. 2012; 22(2):152-7.
21. Haber GP, Lee MC, Crouzet S, Kamoi K, Gill IS. Tumour in solitary kidney: laparoscopic
partial nephrectomy vs laparoscopic cryoablation. BJU Int. 2012; 109(1):118-24.
22. O’Malley RL, Berger AD, Kanofsky JA, Phillips CK, Stifelman M, Taneja SS. A matched-co-
hort comparison of laparoscopic cryoablation and laparoscopic partial nephrectomy for
treating renal masses. BJU Int. 2007; 99(2):395-8.
25. Klatte T, Mauermann J, Heinz-Peer G, Waldert M, Weibl P, Klingler HC, Remzi M. Periop-
erative, oncologic, and functional outcomes of laparoscopic renal cryoablation and open
partial nephrectomy: a matched pair analysis. J Endourol. 2011; 25(6):991-7.
26. Martin RC 2nd, Brennan MF, Jaques DP. Quality of complication reporting in the surgical
literature. Ann Surg. 2002; 235(6):803-13.
27. Sung HH, Park BK, Kim CK, Choi HY, Lee HM. Comparison of percutaneous radiofrequen-
cy ablation and open partial nephrectomy for the treatment of size-and location-matched
renal masses. Int J Hyperthermia. 2012;28(3):227-34.
28. Bird VG, Carey RI, Ayyathurai R, Bird VY. Management of renal masses with laparoscop-
ic-guided radiofrequency ablation versus laparoscopic partial nephrectomy. J Endourol.
2009; 23(1):81-8.
29. Kunkle DA, Uzzo RG. Cryoablation or radiofrequency ablation of the small renal mass: a
meta-analysis. Cancer. 2008; 113(10):2671-80.
INTRODUÇÃO
ASPECTOS TÉCNICOS
Técnica cirúrgica
O paciente é posicionado em litotomia com braços ao longo do corpo e
leve declive.
O cirurgião deve se posicionar do lado esquerdo do paciente juntamente com
o primeiro auxiliar, e o primeiro auxiliar se posiciona do lado direito do paciente.
O primeiro trocarte de 10 mm é introduzido 2 cm acima da cicatriz umbilical
onde realizado o pneumoperitôneo e introduzida a ótica. Demais trocateres são
introduzidos em forma de V invertido.
Dissecção dos ureteres do cruzamento das artérias ilíacas comuns bilateralmente
e secção dos mesmos na junção vesicoureteral preservando a gordura periureteral.
Incisão do peritônio do espaço retovesical. Dissecção, ligadura e secção dos
vasos deferentes, dissecção das vesículas seminais.
Incisão da lamina posterior da fáscia de Denonvillieres e ligadura dos pedículos
laterais e posteriores da bexiga.
Dissecção do úraco e face anterior da bexiga. Incisão da fáscia endopévica
bilateralmente, ligadura e secção do complexo da veia dorsal e da uretra.
A linfadenectomia pélvica é realizada após a retirada da peça cirúrgica.
OBJETIVO
MATERIAL E MÉTODO
A obtenção da evidência a ser utilizada para sustentar o uso da cirurgia por via
videolaparoscópica seguiu os passos de: elaboração da questão clínica, estruturação
da pergunta, busca da evidência, avaliação crítica e seleção da evidência.
DÚVIDA CLÍNICA
PubMed-MEDLINE
• (Urinary Bladder Neoplasms OR Cancer) AND Cystectomy* AND
(Laparoscopy* OR Surgical Procedures, Minimally Invasive OR Robotics*
OR robotic-assisted OR Open Surgery OR open cystectomy)
EMBASE
• bladder neoplasms'/exp OR 'bladder neoplasms' AND ('cystectomy'/exp
OR cystectomy) AND ('laparoscopy'/exp OR laparoscopy OR 'robotics'/exp
OR 'robotics')
Biblioteca Cochrane
• 'bladder neoplasms AND cystectomy
SciELO
• cystectomy
TRABALHOS RECUPERADOS
• Intervenção
Cistectomia radical com linfadenectomia e derivação urinária (intra ou
extracorpórea) videolaparoscópica
• Comparação
Acesso aberto
Laparoscópica robô-assistida
• Outcome (Desfecho)
Desfechos clínicos
Segundo o idioma
• Só foram incluídos trabalhos disponíveis nas línguas portuguesa, inglesa
ou espanhola.
Segundo a publicação
• Somente os trabalhos cujos textos completos estavam disponíveis foram
considerados para avaliação crítica.
RESULTADOS
Evidência selecionada
Tipo de publicação Total Incluídos Excluídos Motivo de exclusão
Estudo Coorte 8 5 38,9,10 Coorte histórico
Selecionado
Revisão 1 0 111
série de casos
EVIDÊNCIAS SELECIONADAS
Moudouni S, Lakmich A, Kabbour J, Daham Z, Sarf I. Laparoscopic versus open radical
cystectomy: Prospective nonrandomized comparison of morbidity and pathlogical
measures of early oncological efficacy. Urology 2011 78:3 suppl. 1 (S21).12(B)
Wang SZ, Chen Y, Lin HY, Chen LW. Comparison of surgical stress response to
laparoscopic and open radical cystectomy. World J Urol. 2010;28(4):451-5.13(B)
Guillotreau J, Gamé X, Mouzin M, Doumerc N, Mallet R, Sallusto F, Malavaud B,
Rischmann P. Radical cystectomy for bladder cancer: morbidity of laparoscopic versus
open surgery. J Urol. 2009;181(2):554-9; discussion 559.14(B)
Hemal AK, Kolla SB. Comparison of laparoscopic and open radical
cystoprostatectomy for localized bladder cancer with 3-year oncological followup: a single
surgeon experience. J Urol. 2007;178(6):2340-3.15(B)
Porpiglia F, Renard J, Billia M, Scoffone C, Cracco C, Terrone C, Scarpa RM.
Open versus laparoscopy-assisted radical cystectomy: results of a prospective
study. J Endourol. 2007;21(3):325-9.16(B)
• Tempo de internação
Diminui o tempo de internação (p < 0,05)
• Íleo adinâmico
Diminui o tempo de íleo adinâmico
Questão clínica
A via laparoscópica robô-assistida é uma alternativa segura e eficaz à via aberta para o
tratamento do carcinoma vesical com cistectomia radical e linfadenectomia?
EVIDÊNCIAS SELECIONADAS
Parekh DJ, Messer J, Fitzgerald J, Ercole B, Svatek R. Perioperative outcomes and
oncologic efficacy from a pilot prospective randomized clinical trial of open versus robotic
assisted radical cystectomy. J. Urol. 2013,189(2):474-479.21(B)
Udell I., Kurpad R., Smith A.B., Woods M.E., Wallen E, Nielsen M, Pruthi RS. Prospective
randomized controlled trial of robotic versus open radical cystectomy for bladder cancer:
Median 3-year follow-up results. Jam Cool Surg. 2012; 215(3 suppl. 1):S147-8.22(B)
Nix J, Smith A, Kurpad R, Nielsen ME, Wallen EM, Pruthi RS. Prospective randomized
controlled trial of robotic versus open radical cystectomy for bladder cancer: perioperative
and pathologic results. Eur Urol. 2010;57(2):196-201.23(B)
• Uso de analgésicos
Diminui o uso de analgésicos após a alta hospitalar (p > 0,05)
• Tempo de internação
Não houve diferença (p > 0,05)
• Íleo adinâmico
Diminui a duração do íleo adinâmico (p=0,05)
• Sobrevida global
Não reduz o risco de morte por qualquer causa até 36 meses (NNT = NS)
Questão clínica
Existe diferença em relação aos parâmetros perioperatórios e eficácia oncológica na
comparação da via laparoscópica robô-assistida com a laparoscópica no tratamento do
carcinoma vesical com cistectomia radical e linfadenectomia?
EVIDÊNCIAS SELECIONADAS
Khan MS, Challacombe B, Elhage O, Rimington P, Coker B, Murphy D, Grieve
A, Dasgupta P. A dual-centre, cohort comparison of open, laparoscopic and robotic-assisted
radical cystectomy. Int J Clin Pract. 2012;66(7):656-62.24(B)
Abraham JB, Young JL, Box GN, Lee HJ, Deane LA, Ornstein DK. Comparative analysis
of laparoscopic and robot-assisted radical cystectomy with ileal conduit urinary diversion.
J Endourol. 2007; 21(12):1473-80. 25(B)
• Perda de sangue
Um estudo mostra redução (p = 0.0009)27 e o outro não mostra diferença
(p = 0,69)24(B)
• Transfusão
Reduz o risco de transfusão em 21% (NNT = 5)
• Tempo de internação
Um estudo mostra redução (p = 0,001)25(B) e o outro não mostra diferença
(p = 0,35)25(B)
• Sobrevida global
Não houve diferença no risco de morte por qualquer causa até três anos
(NNT = NS)
Questão clínica
Na via de acesso laparoscópica, qual o melhor método para derivação urinária: intra ou
extracorpórea?
Na cirurgia robô-assistida, qual o melhor método para a derivação urinária: intra ou ex-
tracorpórea?
EVIDÊNCIA SELECIONADA
Haber GP, Campbell SC, Colombo JR Jr, Fergany AF, Aron M, Kaouk J, Gill IS. Perioperative
outcomes with laparoscopic radical cystectomy: "pure laparoscopic" and "open-assisted
laparoscopic" approaches. Urology. 2007;70(5):910-5.26(B)
• Tempo de cirurgia
Aumenta o tempo cirúrgico (p < 0,0001)
• Perda de sangue (ml) e taxas de transfusão
Aumentam a perda de sangue (p = 0,002) e as taxas de transfusão (p = 0,01)
• Íleo adinâmico
Aumenta a duração do íleo adinâmico ( p=0,05)
• Complicações
Aumenta a taxa de complicações menores
EVIDÊNCIA SELECIONADA
Poulakis V., Moros V., Kostakos E., Haramis G., Pisiotis N., Wiklund P. Intracorporeal robotic
(ICRN) versus extracorporeal open neobladder (ECON) formation after robotic-assisted
radical cystectomy (RARC): preliminary report of a prospective randomized trial Euro Urol.
Suppl. 2011 10:2 (273).28(B)
• Tempo de cirurgia
Aumenta o tempo cirúrgico (p < 0,01)
• Complicação
Não há diferença no número de complicações (Clavien IIIb ou maior) (p > 0,05)
DISCUSSÃO
2. Parra RO, Andrus CH, Jones JP, Boullier JA. Laparoscopic cystectomy: initial report on a new treat-
ment for the retained bladder. J Urol. 1992;148(4):1140-4.
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Scale (NOS) for assessing the quality of nonrandomised studies in meta-analyses. Ottawa: Ottawa
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Prospective nonrandomized comparison of mobidity and pathological measures of early oncologi-
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23. Nix J, Smith A, Kurpad R, Nielsen ME, Wallen EM, Pruthi RS. Prospective randomized controlled
trial of robotic versus open radical cystectomy for bladder cancer: perioperative and pathologic re-
sults. Eur Urol. 2010;57(2):196-201.
24. Khan MS, Challacombe B, Elhage O, Rimington P, Coker B, Murphy D, et al. A dual-centre, co-
hort comparison of open, laparoscopic and robotic-assisted radical cystectomy. Int J Clin Pract.
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aroscopic and robot-assisted radical cystectomy with ileal conduit urinary diversion. J Endourol.
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26. Haber GP, Campbell SC, Colombo JR Jr, Fergany AF, Aron M, Kaouk J, et al. Perioperative out-
comes with laparoscopic radical cystectomy: “pure laparoscopic” and “open-assisted laparoscopic”
approaches. Urology. 2007;70(5):910-5.
27. Poulakis V, Moros V, Kostakos E, Haramis G, Pisiotis N, Wiklund P. Intracorporeal robotic (ICRN)
versus extracorporeal open neobladder (ECON) formation after robotic-assisted radical cystectomy
(RARC): Preliminary report of a prospective randomized trial. Eur Urol Suppl. 2011; 10(2):273.
OBJETIVO
INTRODUÇÃO
Recomendação
Não existe técnica-padrão. Cirurgias com potencial de comprometimento funcional não são
recomendadas. As técnicas cirúrgicas para alongamento peniano têm resultados contro-
versos, estando restritas a casos selecionados após avaliação psicológica. A proposta de
aumento peniano como um procedimento cosmético do pênis normal ainda é considerada
uma técnica investigacional, reservada a pacientes selecionados, e que somente poderá
ser realizada em centros médicos credenciados, de acordo com as normas de pesquisa
envolvendo seres humanos, estabelecidas pela Resolução 196/96 do Conselho Nacional
de Saúde e pela Resolução 1478/97 do Conselho Federal de Medicina.
Recomendação
A ausência de literatura não permite recomendação.
Recomendação
Não há dados de literatura suficientes para uma avaliação de resultados e de complica-
ções no longo prazo. A injeção de ácido hialurônico é o único procedimento estudado
para bioplastia de glande, com resultados transitórios.
Recomendação
Cirurgias com potencial de comprometimento funcional não devem ser indicadas. Não
há dados de literatura suficientes para avaliação de resultados e de complicações de
longo prazo.
Recomendação
Não há dados de literatura suficientes para avaliação de resultados e de complicações
de longo prazo.
RECOMENDAÇÃO GERAL
São necessários estudos de melhor qualidade metodológica para indicação de procedi-
mentos de estética genital.
Alberto Rosenblat
Homero Guidi
Letícia Medeiros
Sylvio Quadros Mercês Júnior
Wanderley Marques Bernardo
OBJETIVO
INTRODUÇÃO
DIAGNÓSTICO
Quais são os possíveis métodos utilizados no diagnóstico de verrugas genitais, condilo-
ma acuminado e papilomavírus humano?
Estratégia de busca:
(hpv OR condylomataacuminata OR human papillomavirus OR papillomavirus infections)
AND diagnosis/narrow
Filtros: published in the last 5 years; male
1ª seleção: 65
Principais fatores de exclusão: estudos não epidemiológicos, estudos não relaciona-
dos ao P.I.C.O., força da evidência fraca (Oxford e GRADE), artigos em outras línguas
que não português, inglês ou espanhol.
2ª seleção: 6
Peniscopia
Inspeção peniana magnificada após aplicação de solução de ácido acético
a 5%. É um método associado à alta incidência de resultados falso-positivos,
principalmente na vigência de processos inflamatórios (contraindicação formal do
exame) e falso-negativos2(D). É considerado um bom teste para a detecção de
lesões tipo condiloma plano, relacionadas com HPV, auxiliando na localização de
locais passíveis de biópsia3(D).
Citopatologia diagnóstica
Recomendado para avaliação de parceiros sexuais de mulheres com NIC de
alto grau (antigo NIC3)4(C).
Biologia molecular
Atualmente não há recomendações consistentes para a realização de testes de
biologia molecular em homens. Entretanto, a infecção por HPV em ambos os sexos
somente pode ser confirmada através da demonstração do DNA do vírus nos
espécimes estudados5(B). Desse modo, os testes de biologia molecular podem
ser recomendados nas seguintes circunstâncias:
1. Parceira sexual com recidiva de infecção por HPV e/ou lesões intraepiteliais
anogenitais de alto grau;
2. Suspeita clínica de lesões subclínicas recidivantes (i.e., balanopostites de
repetição com tratamento adequado e após exclusão de patógenos usuais);
3. Suspeita de lesões pré-malignas do pênis (NIP).
Recomendação
O diagnóstico de HPV é essencialmente clínico. Para lesões subclínicas, pode-se fazer
uso de peniscopia e/ou citopatologia e/ou histopatologia (biópsia) e/ou biologia molecular.
TRATAMENTO
Estratégia de busca:
(hpv OR condylomata acuminata OR human papillomavirus OR papillomavirus infec-
tions) AND therapy/narrow
Filtros: published in the last 5 years; male
1ª seleção: 92
Principais fatores de exclusão: estudos não epidemiológicos, estudos não relaciona-
dos ao P.I.C.O., força da evidência fraca (Oxford e GRADE), artigos em outras línguas
que não português, inglês ou espanhol.
2ª seleção: 23
A – Drogas antimetabólicas
• Podofilina a 10-25% em solução alcoólica ou em tintura de Benjoim8(A)9(D):
Taxa de eliminação – 42-50%
Recorrência – 46-60%
Não recomendável principalmente se parceira grávida. Mas nos demais
pacientes seu uso deve ser substituído pela Podofilotoxina.
• 5-fluorouracil (5-FU)13,14(D):
Taxa de eliminação – 10-50%
Recorrência – 50%
Útil nas lesões uretrais.
• Interferon8(A)14(D)15(C):
Taxa de eliminação – 17-67%
Recorrência – 9-69%
Elevada taxa de efeitos colaterais e custo elevado.
C – Métodos citodestrutivos
• Eletrocauterização (com ou sem excisão cirúrgica de lesões maiores e/ou
pediculadas)8,17(A)18(D):
Taxa de eliminação – 61- 94%
Recorrência – 26-40%
Boa relação custo-benefício e resultado imediato.
• Crioterapia18,19(D):
Taxa de eliminação – 79-88%
Recorrência – 25-39%
Lesões prepuciais tratadas com o método podem apresentar fibrose ou
queloide e discromia.
Circuncisão e HPV
Embora a circuncisão não seja um tratamento específico para as lesões HPV-
induzidas, há fortes evidências de que exista uma associação inversa bastante
robusta entre a prevalência do HPV e a circuncisão. Em uma meta-análise de
Recomendações
O objetivo do tratamento é a remoção das lesões visíveis, o que reduz a persistência e a
infectividade do DNA-HPV nos tecidos. Não há um tratamento mais adequado. A circun-
cisão é valiosa para redução do espectro de todas as DSTs.
Estratégia de busca:
(hpv OR condylomataacuminata OR human papillomavirus OR papillomavirus infections
AND vaccine
Filtros: published in the last 5 years; male
1ª seleção: 771
Principais fatores de exclusão: estudos não epidemiológicos, estudos não relaciona-
dos ao P.I.C.O., força da evidência fraca (Oxford e GRADE), artigos em outras línguas
que não português, inglês ou espanhol.
2ª seleção: 12
Recomendações
1. A vacina quadrivalente contra o HPV deve ser utilizada em todos os meninos e ho-
mens entre os 9 e 26 anos, conforme preconizado pela Agência Nacional de Vigilância
Sanitária.
2. Não há necessidade de realizar exame prévio para detecção do HPV antes da vacina-
ção nos homens que eventualmente já iniciaram a sua vida sexual.
OBJETIVO
Estratégia de busca:
lower urinary tract symptoms OR benign prostatic hyperplasia OR BPH OR prostatic ad-
enoma OR benign prostatic hypertrophy AND diagnosis/narrow
1ª seleção: 1072
Principais fatores de exclusão: estudos não relacionados ao P.I.C.O., artigos em ou-
tras línguas que não português, inglês ou espanhol.
2ª seleção: 6
Os sintomas do trato urinário inferior (STUI) constituem uma síndrome clínica que
pode ser causada por várias condições, e a Hiperplasia Prostática Benigna (HPB) é a
mais frequente dessas causas. A avaliação inicial de um indivíduo com STUI e provável
etiologia por HPB, sem doença neurológica concomitante, consiste de: história clínica,
questionário de sintomas I-PSS, exame físico incluindo toque retal, exame de urina,
dosagem de creatinina plasmática e dosagem do antígeno prostático específico (PSA).
História clínica: devem-se abordar a condição global da saúde, a duração e
natureza dos STUI, antecedentes de cirurgias, doenças neurológicas e metabólicas
Exames opcionais
Diário miccional: o formulário com informações do horário, número de
micções e volume de cada micção pode ser útil, em especial para indivíduos com
Recomendações
1. A avaliação inicial de um indivíduo com STUI e provável etiologia por HPB consiste de:
história clínica, questionário IPSS, exame físico incluindo toque retal, exame de urina,
dosagem de creatinina plasmática, PSA e ultrassom do trato urinário inferior e próstata
via abdominal.
2. Constituem avaliações opcionais a ser recomendadas em casos selecionados: ultras-
som de trato urinário superior, estudo urodinâmico, volume residual, uretrocistografia e
uretrocistoscopia.
3. O ultrassom transretal não substitui o toque retal.
OBJETIVO
INTRODUÇÃO
OBJETIVO
Estratégia de busca
(lower urinary tract symptoms OR benign prostatic hyperplasia OR benign prostatic hy-
pertrophy) AND (transurethral microwave thermotherapy OR transurethral needle abla-
tion OR prostatic stent OR ethanol chemoablation OR embolization therapeutic OR bot-
ulinum toxin) AND random*
1ª seleção: 667
Principais fatores de exclusão: estudos não epidemiológicos, estudos não relaciona-
dos ao P.I.C.O., força da evidência fraca (Oxford e GRADE), artigos em outras línguas
que não português, inglês ou espanhol.
2ª seleção: 14
Recomendações
1. Termoterapia transuretral por micro-ondas (TUMT) e ablação prostática através de
agulha transuretral (TUNA™) podem ser alternativas para pacientes idosos e/ou com
comorbidades que desejam adiar ou evitar RTUP.
2. Stents são alternativa ao cateterismo vesical de demora em homens sem condições
clínicas para o procedimento cirúrgico.
OBJETIVO
Estratégia de busca
(lower urinary tract symptoms OR benign prostatic hyperplasia OR benign prostatic
hypertrophy) AND (transurethral surgery OR transurethral resection OR TURP OR pros-
tatectomy OR transurethral holmium laser enucleation OR HoLEP OR transurethral hol-
mium laser resection OR HoLRP OR laser vaporization OR laparoscopic retropubic )
AND random*
1ª seleção: 942
Principais fatores de exclusão: estudos não epidemiológicos, estudos não relaciona-
dos ao P.I.C.O., força da evidência fraca (Oxford e GRADE), artigos em outras línguas
que não português, inglês ou espanhol.
2ª seleção: 18
Recomendações
1. A RTUP monopolar é o procedimento cirúrgico padrão para próstatas entre 30 e
80 g e STUI moderados a intensos devido à HPB e STUI refratário ao tratamento medi-
camentoso.
2. A ITUP é alternativa à RTUP e pode ser recomendada para próstatas menores que 30 g.
3. A prostatectomia aberta é a primeira opção de tratamento cirúrgico em homens com
próstatas maiores que 80 g, STUI moderado a intenso devido à HPB e refratário ao tra-
tamento medicamentoso.
4. A vaporização fotosseletiva da próstata com laser é alternativa menos invasiva à RTUP
para homens com STUI moderado a intenso devido à HPB, em próstatas pouco aumen-
tadas.
5. A HoLEP é alternativa menos invasiva que a cirurgia aberta para homens com sinto-
mas do trato urinário inferior moderado a intenso devido à HPB e próstatas grandes.
6. A prostatectomia simples laparoscópica ou robótica pode ser realizada como alternati-
va à cirurgia aberta para próstatas grandes, porém não há dados publicados suficientes
para basear uma recomendação de tratamento.
OBJETIVO
Estratégia de busca
(prostate OR prostatic neoplasm) AND ((biopsy/methods*) OR (biopsy/complications*))
= 803
Principais fatores de exclusão: estudos não epidemiológicos, estudos não relaciona-
dos ao P.I.C.O., força da evidência fraca (Oxford e GRADE), artigos em outras línguas
que não português, inglês ou espanhol.
2ª seleção: 13
• TARDIAS
Febre: 2,9%;
Hematospermia: 9,8%;
Disúria persistente: 7,2%;
Infecção: 2,5%;
Recomendações
Indicações de biópsia:
• Toque retal prostático alterado;
• PSA > 10 ng/mL;
• PSA entre 4 e 10 ng/mL, considerar a relação entre PSA livre e total: indicada se < 10%;
• PSA entre 2,5 e 4 ng/mL em pacientes jovens ou pertencentes a grupos de risco: con-
siderar velocidade do PSA.
Técnica:
• Profilaxia antibacteriana;
• Punções dirigidas pela ultrassonografia (acima de dez fragmentos envolvendo as faces
laterolaterais).
Indicações de rebiópsia:
• Alteração no toque retal;
• Aumento/persistência dos níveis elevados de PSA;
INTRODUÇÃO
Recomendação
É indispensável realização de toque retal para aumento de possibilidade diagnóstica.
Diante de alterações detectadas ao toque há concordância diagnóstica após prostatecto-
mia em 50% dos casos; até 1/5 dos pacientes terá somente alteração ao toque retal e 1/3
deles terá câncer apesar de valores de PSA dentro da normalidade para a idade. Ainda
é necessário reforço de recomendação dessa ferramenta diagnóstica, uma vez que tem
a melhor razão de verossimilhança positiva entre os métodos diagnósticos (RV+ = 5,36)
e baixa adesão na prática clínica (22%).
Recomendação
Não há indicação de utilizar o valor do antígeno prostático específico isoladamente para
diagnóstico e seguimento do paciente com suspeita clínica de câncer de próstata. Apre-
senta RV+ de 1,06 se PSA ≥ 2,5 ng/dl ou RV+ de 1,31 se PSA ≥ 4,0 ng/dl. Há benefício
na associação do antígeno prostático específico e com o toque retal, pois juntos há até
80% de diagnóstico confirmado por anatomopatológico após a realização de prostatecto-
mia radical. Os valores de referência do PSA necessitam ser ajustados pela idade (todos)
e pela raça (negros e amarelos).
RELAÇÃO PSA LIVRE PELO PSA TOTAL (%PSALT): relação que deve ser
utilizada quando PSA encontra-se entre 4 e 10 ng/dl; sendo controverso o uso quando o
valor de PSA total for menor que 431,32(B). Há relação indireta da relação do %PSALT e
volume prostático e tumoral. Essa relação também está inversamente relacionada com
o Gleason. Independentemente do volume prostático, a relação %PSALT reflete o risco
de CaP. Se a relação for < 10%, há aumento de risco de CaP com probabilidade de 56%;
Recomendação
A utilização de biomarcador urinário parece ser promissora, mas até o momento não
modificou a acurária diagnóstica do CaP, apresentando RV+ entre 2,28 e 2,33. É usado
para determinação da necessidade de rebiópsia em homens com suspeita de CaP e
biópsias iniciais negativas.
Recomendação
A ultrassonografia transretal é utilizada para orientar o local da biópsia e acompanha o
aumento do volume prostático, que é fator preditivo de detecção precoce de CaP. A res-
sonância magnética permite o estadiamento do tumor e seguimento de portadores de
CaP de baixo risco encaminhados para vigilância ativa. A ultrassonografia suprapúbica
não fornece informações para diagnóstico de CaP. O tratamento não deve ser baseado
exclusivamente nos resultados diagnósticos da ultrassonografia transretal e/ou resso-
nância magnética, pois todos os exames isoladamente apresentam capacidade diagnós-
tica pequena, sendo importante a associação dos métodos diagnósticos.
Recomendação
A certeza diagnóstica de CaP ocorre somente após a realização da biópsia por agulha.
A primeira biópsia é indicada diante do toque retal (TR) alterado, independentemente do
valor encontrado na dosagem do antígeno prostático específico (PSA), e detecta doença
entre 22% e 42% dos pacientes; já a segunda biópsia mantém a possibilidade diagnós-
tica entre 27% e 41% dos pacientes. A biópsia também pode ser realizada em pacientes
com PSA > 10 ng/dl na ausência de suspeita de prostatite aguda. Quando os níveis de
PSA se encontram entre 2,5 e 4 ng/ml, a biópsia deve ser considerada em pacientes
jovens ou pertencentes a grupos de risco, sendo também considerada a velocidade do
PSA. Naqueles com PSA entre 4 e 10 ng/ml deve-se considerar a relação entre PSA livre
e total: indicada se < 10%.Os homens com duas biópsias anteriores negativas para CaP
permanecem com baixa probabilidade de desenvolver doença clinicamente significativa,
apesar do aumento de tumores identificados em biópsias de saturação, cuja evolução
clínica geralmente não é relevante.
Recomendação
A biópsia prostática avalia oito a 12 fragmentos e a rebiópsia de saturação pelo menos
20 fragmentos, sendo ambas utilizadas no diagnóstico de CaP. A primeira apresenta
RV+ de 1,06 se PSA ≥ 2,5 ng/dl e RV+ de 1,31 se PSA ≥ 4,0 ng/dl, enquanto a rebiópsia
de saturação apresenta RV+ entre 1,24 e 1,26, independentemente do valor de PCA3.
A rebiópsia de saturação está indicada para homens com suspeita clínica de CaP por
alteração do toque retal ou persistência de níveis elevados de PSA e que apresentam
biópsias iniciais negativas ou diante de diagnóstico anatomopatológico inicial de tumores
menos agressivos.
Recomendação
Como qualquer procedimento invasivo, a biópsia prostática necessita de cuidados para
evitar efeitos adversos e/ou suas complicações.
Recomendação
Antes de iniciar o tratamento, é necessário definir o estadiamento da doença por meio
da classificação TNM.
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3) Prostatectomia radical
Para os pacientes com indicação de prostatectomia radical, a abordagem retropúbica
aberta é recomendada. No entanto, existe uma utilização crescente da cirurgia robó-
tica e de técnicas minimamente invasivas para a doença T3. A prostatectomia retro-
púbica aberta tem a vantagem tátil para definição da extensão de ressecção. Embora
exista conceito de risco aumentado de ressecção incompleta (margens positivas), mi-
crometástases ocultas (linfonodais ou a distância) e morbidade, a prostatectomia ra-
dical promove controle oncológico em mais da metade dos casos, e sobrevida câncer
específica, em 15 anos, ao redor de 80%4,5(C). É bastante frequente a necessidade
de tratamento multimodal para os pacientes T3, sendo que a grande maioria dos pa-
cientes necessita de radioterapia e/ou hormonioterapia adjuvante ou de resgate em
algum momento do seguimento 4,5(C). Isso contamina a avaliação dos resultados da
prostatectomia isolada, mas não exclui sua eficácia. Em estudo realizado na Mayo Clinic,
com mediana de seguimento de dez anos, em torno de 78% realizaram tratamento
adjuvante, a sobrevida livre de doença foi de 85%, 73% e 67%, e a sobrevida câncer
específica foi de 95%, 90% e 79%, em cinco, dez e 15 anos respectivamente4(C). As
complicações e morbidade da cirurgia foram semelhantes entre os pacientes com
cT2 e cT3. Porém, existe para tal relato que experiência cirúrgica pode ser necessária
nesses casos para diminuir a morbidade e manter os resultados funcionais seme-
lhantes aos da cirurgia realizada para doença localizada4,5(C). Os pacientes com pou-
cos linfonodos positivos ou mesmo com invasão microscópica têm menor progressão
da doença10,11(B,C). Estudos recentes mostraram uma melhora da sobrevida câncer
específica e sobrevida global em favor de PTR realizada em casos com linfonodos
positivos. Esses resultados sugerem que a PTR pode ter benefício nos casos de doen-
ça linfonodal mínima semelhante àqueles com linfonodos negativos12-15(C,B,B,C). Os
resultados desses estudos suportam o papel da PTR como um componente de estra-
tégias multimodais em tumores localmente avançados com doença linfonodal mínima.
4) Linfadenectomia
Linfonodos positivos podem ser esperados em torno de 25% a 30% na
linfadenectomia pélvica da PTR. O tumor localmente avançado geralmente requer
linfadenectomia estendida4,5(C). A linfadenectomia estendida deve conter em média 20
linfonodos para ser representativa16(C). Essa dissecção, além de ser padrão ouro para
estadiamento, pode ser curativa ou benéfica naquele grupo de pacientes com limitada
doença metastática lifonodal12-15(C,B,B,C). Um estudo mostrou diminuição do risco de
morte por câncer de próstata em pacientes que realizaram linfadenectomia17(C).
8) Radioterapia em 3D
Novas técnicas estão disponíveis para melhorar a eficácia através do aumento
da dose, usando-se imagem para realizar correções posicionais em tempo real,
poupando tecidos adjacentes. São elas a 3D conformacional e o uso da intensidade
modulada26(C).
10) Braquiterapia
Série contemporânea de braquiterapia em altas doses mostrou toxicidade
aceitável e promissores índice de controle de doença em curto prazo, porém ainda
necessita seguimento maior a longo prazo. A associação de braquiterapia com
RDT externa consegue aumentar a dose de radiação que alcança a próstata, e
pode ser usada em doença localmente avançada29(C).
11) Quimioterapia
É possível que outras formas de terapia sistêmica, incluindo quimioterapia,
tornem-se futuros componentes importantes do tratamento multimodal, ou seja,
em associação a RDT, PTR ou BA.
Recomendações
1. O tratamento deve ser individualizado e a recomendação inclui, na maioria das vezes,
a multimodalidade terapêutica.
2. Prostatectomia radical como monoterapia inicial deve ser considerada em casos sele-
cionados. A adjuvância com radioterapia é recomendável nos casos com margens signi-
ficantemente comprometidas, infiltração de vesículas seminais, histologia desfavorável e/
ou PSA elevado no pós-operatório.
3. Radioterapia de salvamento pode ser recomendada nos pacientes tratados com pros-
tatectomia radical que apresentaram no seguimento elevação sérica do PSA e/ou sinais
clínicos de progressão local da doença. O momento ideal do procedimento deverá ser
antes que os níveis do PSA atinjam 0,5 ng/mL (B).
4. A adjuvância com supressão androgênica e indicada em pacientes com infiltração
linfonodal.
5. A radioterapia externa com doses escalonadas maior que 74 Gy constitui alternativa a
prostatectomia radical, principalmente em pacientes com condições clínicas insatisfató-
rias e/ou expectativa de vida curta, ou que não aceitem tratamento cirúrgico. A combina-
ção com terapia hormonal por período prolongado (dois a três anos) oferece benefícios
quanto ao controle da doença, porém sem apresentar aumento significativo de sobrevida
câncer específica.
6. O tratamento hormonal como monoterapia é reservado a pacientes com expectativa
de vida muito curta, sem indicação de tratamentos curativos e sintomáticos.
7. Conduta expectante é reservada a pacientes assintomáticos, tumores bem ou mode-
radamente diferenciados, curta expectativa de vida e não candidatos a tratamento local.
8. O seguimento dos pacientes deverá ser periódico e em curto prazo.
9. A participação do paciente/familiares na decisão terapêutica e mandatória.
Dietilestilbenol (DES)
Estrógeno sintético, utilizado desde a década de 40, com propriedade de
supressão androgênica. Seu uso em pacientes com doença castração-resistente
não foi bem estudado e não há dados randomizados que justifiquem seu emprego.
Apesar de alguns pacientes responderem ao tratamento, sua indicação é limitada
pelos índices de toxicidade significativos como retenção líquida, ginecomastia e
eventos tromboembolicos4,5(D).
Abiraterona
A abiraterona (AA) é um inibidor da síntese de androgênios exercendo sua
ação pela inibição do citocromo P450 17 (17a-hydroxylase-17,20-lyase)6(B). Es-
tudos pré-clínicos baseados na evidência de que tumores avançados continuam
dependentes de androgênios oriundos da adrenal ou da síntese intratumoral con-
firmaram a atividade dessa medicação em tumores “castração-resistentes” com
respostas entre 40% e 60%6(B). Em estudo de fase III (n = 1.196 pacientes), após
falha da quimioterapia (COUAA-301), a abiraterona (1.000 mg/dia) associada a
prednisona (10 mg) foi comparada a placebo com prednisona. O desfecho primário
de ganho de sobrevida foi alcançado com redução do risco de morte de 35% (HR
= 0,65; P < 0,0001) e ganho absoluto de quatro meses na sobrevida. Outros end-
-points secundários, incluindo tempo de progressão, redução dos níveis séricos do
PSA e dor, também foram alcançados. Os efeitos colaterais em geral foram leves,
sendo retenção hídrica, a elevação de enzimas hepáticas e a hipocalemia os mais
comuns8(A).
Estudo (n = 1088) em pacientes com doença em progressão e sem quimioterapia
prévia (COU-AA-302) apresentou resultados após seguimento mediano de 22 meses,
com ganho significativo de sobrevida livre de progressão radiográfica (16,5 meses
vs. 6,3 meses com prednisona; p < 0,001). Quanto à sobrevida global, os resultados
mostraram também uma tendência de aumento no grupo tratado pela AA (p = 0,001).
Outras observações importantes foram menor necessidade de opioides para controle
da dor, menor velocidade de progressão do PSA e retardo no início de protocolos de
quimioterapia9(A). Devido aos resultados desse estudo, a abiraterona foi aprovada pe-
las entidades reguladoras brasileiras para o tratamento do CPRC em pacientes ainda
não submetidos à quimioterapia. Esse é o primeiro estudo randomizado demonstran-
do que bloqueio hormonal androgênico mais eficaz antes da quimioterapia pode levar
a ganho de sobrevida em pacientes que progridem após castração.
Novas medicações promissoras estão em desenvolvimento para o tratamento nes-
sa fase da doença, como a enzalutamida (ENZ), um potente inibidor do AR, cuja
ação impede o deslocamento nuclear e, consequentemente, a transcrição do AR.
Estudos iniciais de fase I/II demonstraram atividade em cerca de 56% de 140
pacientes após quimioterapia10(B). Esses resultados levaram a um estudo rando-
mizado de fase III após quimioterapia comparando a medicação com placebo (n
= 800), com sobrevida mediana de 18,4 meses no braço da enzalutanida vs. 13,6
Cabazitaxel
É um taxano semissintético desenvolvido para superar a resistência ao docetaxel
em pacientes com CPRC. A justificativa para sua utilização baseia-se em estudo
randomizado com 755 pacientes que comparou cabazitaxel, 25 mg/m2 EV, a cada três
Radioterapia
A radioterapia tem indicações no câncer metastático da próstata buscando
paliação sintomática, prevenção de eventos ósseos; e técnicas recentes mostraram,
ainda, potencial de aumentar a sobrevida global. Pode ter indicação externa,
principalmente em metástases isoladas sintomáticas, em áreas de suporte de
peso (coluna, fêmur, tíbia) ou, também, em casos de compressão medular pelo
tumor. Sua atuação focal protege a medula dos efeitos da irradiação.
Os radioisótopos têm atuação significativa no controle da dor óssea difusa, embora de
curta duração. Os mais empregados na prática clínica são o samario153 e o estroncio89.
Recentemente, foram introduzidos e aprovados pelo FDA os radioisótopos com emissão
de partículas alfa (radio223 - alpharadin), que se mostraram mais efetivos, com menos
efeitos tóxicos medulares e, inclusive, demonstraram, pela primeira vez, ganho de
sobrevida global (14 vs. 11,2 meses; p = 0.01) pós-quimioterapia com docetaxel19(A).
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Estratégia de busca
(prostate cancer OR prostatic cancer OR prostate neoplasm OR prostatic neoplasm)
AND metastatic AND random*= 1.538
Principais motivos de exclusão: estudos não epidemiológicos, estudos não relaciona-
dos ao P.I.C.O., força da evidência fraca (Oxford e GRADE), artigos em outras línguas
que não português, inglês ou espanhol.
Seleção final: 14
ABLAÇÃO ANDROGÊNICA
CASTRAÇÃO CIRÚRGICA OU MEDICAMENTOSA
AGONISTAS LHRH
ANTIANDROGÊNIOS ESTEROIDAIS
Competem apenas com a ação periférica da testosterona sem interferir no seu nível
sérico. Bicalutamida, nilutamida e flutamida são os antiandrogênios mais empregados
e têm resultados menos expressivos que o tratamento convencional1(B)2,3(D). Há
três estudos prospectivos randomizados comparando bicalutamida 150 mg com
castração em câncer de próstata localmente avançado e metastático. Vantagem
na sobrevida foi observada nos pacientes com doença metastática submetidos à
castração. Tyrrell et al. relataram o efeito de doses mais elevadas de bicalutamida
(300, 450 e 600 mg) em relação à tolerância, farmacocinética e eficácia clínica em
pacientes M0 e M1. Embora a sobrevida tenha sido comparável com a de homens
que recebem castração, esses dados necessitam de confirmação em estudos bem
desenhados e com maiores casuísticas1(B)2,3(D). A indicação desses fármacos
como monoterapia é limitada a situações especiais, notadamente quando níveis
de normalidade androgênica são indispensáveis como a osteoporose severa ou o
desejo dos pacientes de manter atividade sexual satisfatória.
Recomendações
1. No câncer metastático da próstata o tratamento hormonal com deprivação androgênica
constitui a terapêutica de primeira linha.
2. A castração cirúrgica, o emprego de agonistas ou antagonistas do LHRH têm eficácia
equivalente e a escolha deve ser individualizada.
3. O início da terapêutica deve ser imediato ao diagnóstico, levando-se em consideração
a disponibilidade dos medicamentos, custos e condições clínicas do paciente.
4. Bloqueio androgênico máximo inicial (BAM) com adição de antiandrogênios não este-
roides é recomendável em casos selecionados. Tem recomendação, ainda, em situações
de falha da monoterapia.
5. Monoterapia com antiandrogênios não esteroides constitui alternativa à castração em
casos individualizados (osteoporose severa, manutenção da função sexual).
6. O bloqueio androgênico intermitente é uma alternativa válida em situações de respos-
ta clínica e laboratorial rápida e significativa do tratamento hormonal.
7. O seguimento (clínico e laboratorial) dos pacientes objetivando o controle evolutivo e
eventual troca terapêutica é mandatório. A periodicidade e os exames complementares a
ser realizados devem ser individualizados.
8. A participação do doente e/ou familiares na decisão do tratamento é mandatória.
9. O emprego de medicamentos recentemente aprovados e que têm como base a ação
terapêutica hormonal, como exemplo a abiraterona e a enzalutamida, ainda não é reco-
mendável como terapia de primeira linha, sendo reservado para situações de tumores
resistentes à castração.
OBJETIVO
INTRODUÇÃO
A neoplasia de pênis é uma doença rara, sendo mais frequente nos países em
desenvolvimento. Representa 0,4% dos tumores malignos dos homens nos EUA
e 2,1% no Brasil, sendo mais prevalente nas regiões Norte e Nordeste1(D). O
carcinoma epidermoide representa aproximadamente 95% das neoplasias do pênis;
as restantes decorrem de metástases originadas em tumores de outros órgãos, os
sarcomas e, muito raramente, melanomas. A ocorrência do carcinoma epidermoide
está ligada à presença de fimose, higiene inadequada e infecções virais2,3(D).
Classificação de Jackson
I - tumor limitado à glande e/ou prepúcio
II - tumor invadindo os corpos cavernosos
III - tumor com metástases para linfonodos inguinais
IV - tumor invadindo estruturas adjacentes ou com linfonodos inoperáveis, ou metástases
a distância
Tratamento cirúrgico
Embora a amputação parcial com margem de segurança de 2 cm seja tradicional-
mente utilizada, Argrawal et al., após estudar os limites cirúrgicos em 64 pacientes,
recomendam margens negativas de 1 cm para tumores graus I e II e de 1,5 cm para
tumores grau III. Quando possível, devemos utilizar a biópsia de congelação para
detecção de margens cirúrgicas livres de doença16(C). Pacientes com carcinoma ver-
rucoso (Ta), carcinoma in situ (Tis) ou tumor epidermoide invasivo T1 no prepúcio po-
dem ser submetidos à excisão da lesão ou à postectomia. Quando o tumor é estádio
T1 na glande ou T2 de localização favorável, o paciente é submetido à amputação
parcial do pênis. Tumores T3 requerem amputação parcial ou total e tumores T4,
amputação total com ressecção de todas as estruturas envolvidas. A amputação
total, quando necessária, evita a permanência de cotos com riscos de recidiva e
sem função sexual adequada, sendo sempre realizada avaliação histológica das
margens cirúrgicas e uretrostomia perineal16(C). Técnicas cirúrgicas conservadoras
em pacientes altamente selecionados podem apresentar resultados semelhantes
aos da cirurgia convencional em séries isoladas17(C). A cirurgia micrográfica Mohs,
embora preserve tecido peniano, apresenta índices de recorrência local entre 20%
e 30%18(D). A criocirurgia é outro tratamento ablativo que também pode ser utilizado
em casos com pequenas lesões, principalmente o carcinoma verrucoso19(C). Cirur-
gias complexas, como desarticulações ou hemipelvectomias, devem ser avaliadas
muito cuidadosamente, com a seleção criteriosa dos pacientes7(D).
Radioterapia
Os tratamentos radioterápicos abrangem várias modalidades como radioterapia
externa, intersticial e radiação por emissão de elétrons. O sucesso desse método
nas lesões primárias é difícil de ser avaliado, pois são utilizados diferentes esquemas
terapêuticos que variam do tipo de radiação ao tempo de exposição. Pelo menos 16%
das lesões assim tratadas persistirão ou apresentarão recorrência20(B). Os melhores
resultados são obtidos em pacientes portadores de lesões superficiais. É pouco
eficaz no carcinoma epidermoide invasivo, pois a dosagem de radiação necessária
para surtir algum efeito é alta, o que provoca complicações como fístulas,
Laser
Tem sua aplicação no tratamento das lesões benignas, pré-malignas e
malignas nos estádios Tis, Ta, T1 e, eventualmente, T2. Apresenta vantagens,
pois promove a destruição da lesão com preservação da função e da anatomia.
Não deve ser utilizado em lesões grandes. Diferentes tipos de laser poderão ser
empregados, cada um com características inerentes ao material usado para a
emissão da radiação: laser de CO2: promove vaporização tecidual com liberação
de calor, não podendo ser utilizado em meio líquido; Nd:YAG laser: pode ser
utilizado em meio subaquático; laser de argônio: apresenta absorção máxima
em tecidos pigmentados com melanina e hemoglobina, podendo ser utilizado
em meio líquido. O risco de recidiva local está relacionado com a categoria do
T, com 10% de recorrências locais em tumores no estádio T1 e 32% em doença
mais avançada21(C). A combinação dos lasers de CO2 e Yag para tratamento da
lesão primária do câncer de pênis apresenta taxa de recorrência de 19%22(C). Em
conclusão, o tratamento com laser para as lesões primárias do pênis deve ser
criterioso, pois só serão beneficiados pacientes com tumores no estádio inicial7(D).
Doença metastática a distância: pacientes em estádio TNM (14) T0-4 N0-3 M1.
Doença locorregional avançada: pacientes com estádio T4 N0-3 M0 ou T0-4
N3 M0.
Recomendações
1. O tratamento mais indicado para a lesão primária do carcinoma epidermoide é a am-
putação parcial ou total.
2. Em casos selecionados (Tis, Ta, T1G1 no prepúcio), a lesão primária pode ser tratada
por métodos mais conservadores.
3. Linfadenectomia inguinal bilateral está indicada nos casos de linfonodos palpáveis,
clinicamente suspeitos.
4. Nos pacientes com linfonodos impalpáveis, a linfadenectomia inguinal bilateral está in-
dicada nos casos de alto risco de comprometimento linfonodal (T1G2, T1G3, T2, T3, T4).
5. Pacientes com carcinoma verrucoso (Ta) não necessitam de linfadenectomia.
6. Existe indicação de radioterapia nas regiões inguinais com finalidade paliativa em
casos de tumores inoperáveis.
7. Quimioterapia pode ser utilizada na doença metastática ou locorregional avançada,
associada ou não ao tratamento cirúrgico para pacientes selecionados.
8. Em casos de neoplasia incurável, a associação de modalidades terapêuticas pode ser
indicada com finalidade paliativa ou higiênica.
OBJETIVO
Estratégia de busca
(Neoplasms, Penis OR Penis Neoplasms OR Neoplasm, Penis OR Penis Neoplasm OR Neo-
plasms, Penile OR Neoplasm, Penile OR Penile Neoplasm OR Cancer of Penis OR Penis
Cancers OR Cancer of the Penis OR Penis Cancer OR Cancer, Penis OR Cancers, Penis OR
Penile Cancer OR Cancer, Penile OR Cancers, Penile OR Penile Cancers) AND prognosis*
1ª seleção: 560
Principais fatores de exclusão: estudos não relacionados ao PICO, artigos em outras
línguas que não português, inglês ou espanhol.
2ª seleção: 18
1. Condições clínicas
O estado geral do paciente e comorbidades influenciam na indicação terapêutica,
resposta imunológica e, portanto, na evolução clínica. Pacientes em mau estado
geral têm pouca tolerância a tratamentos invasivos e a quimioterapia sistêmica5(C).
2. Estadiamento
O comprometimento dos linfonodos regionais constitui o fator independente
mais importante no prognóstico desses tumores, o que define a importância
da sua avaliação criteriosa4(C). Pacientes com moléstia metastática a distância
têm mau prognóstico e, raramente, sobrevida > 1 ano. A maioria dos pacientes
tem, inicialmente, doença restrita ao pênis (70%-80%), linfonodos inguinais
infiltrados em 20% e menos de 5% têm doença sistêmica e metástases a
distância. Se tratados precocemente, os pacientes com doença localizada têm
bom prognóstico3(C). Um estudo envolvendo 13 pacientes com metástases
linfonodais ilíacas, reconhecidamente fator de mau prognóstico, submetidos a
linfadenectomias, verificou melhor evolução naqueles que apresentavam apenas
um linfonodo comprometido5(C). Esse fato demonstra que o número de linfonodos
comprometidos interfere na evolução da doença.
Verrucoso: cerca de 20% a 30% dos tumores de pênis são exofíticos com
crescimento lento, com três padrões histológicos: verrucoso propriamente dito,
papilar e condilomatoso. Apresentam baixo índice de metástases;
Multicêntrico: definido como duas ou mais lesões separadas por tecido benigno.
São tumores raros, sendo mais comuns no prepúcio, e podem estar associados a líquen
3. Biomarcadores
A proteína p53 é fator importante no prognóstico dos pacientes com carcinoma
epidermoide de pênis, pois, quanto maior o número de núcleos corados para a proteína
(p53+), maior a ocorrência de óbito11(C). O estudo da associação do carcinoma
epidermoide de pênis com infecção viral é importante para a determinação da
prevalência dessa combinação (vírus e tumor) e da possível influência desse genoma
viral na apresentação clínica e características anatomopatológicas dessas neoplasias.
Esses tumores podem ter apresentação mais anaplásica quando associados à infecção
viral, como demonstrado por alguns autores, que encontraram maior prevalência de
tumores indiferenciados nos casos positivos para o HPV1612(D). Esses dados são
conflitantes: o estudo de 29 pacientes com carcinoma epidermoide de pênis invasivo
encontrou positividade para a presença do HPV em 31%, não sendo observada
diferença estatisticamente significante quanto à graduação histológica ou à presença
de metástases13(D). Os diversos tipos patológicos de carcinoma epidermoide de pênis
apresentam diferenças na prevalência de HPV. Assim, em displasias de alto grau,
ocorrem em até 90% e em 42% do carcinoma epidermoide de pênis (maioria tipos
basaloide ou condilomatoso)14,15(C). Os carcinomas condilomatosos apresentaram
HPV em 45,5% dos casos, contra 26,7% nos pacientes com carcinoma epidermoide
de pênis clássico10(C). Por outro lado, os tumores sarcomatosos de pênis não mostram
associação com o HPV16(C). Gil et al. observaram que a presença do HPV16 nos
tumores influenciou negativamente o prognóstico, pois, de nove pacientes positivos
para o tipo 16, cinco morreram devido ao tumor, em seguimento médio de 31,6 meses,
o que corresponde a 41,67% do total de óbitos, valores esses com significância
estatística17(C). Lopes et al. estudaram 82 pacientes submetidos a penectomia e
linfadenectomia inguinal bilateral, considerando os seguintes fatores prognósticos:
positividade para a proteína p53, presença do HPV, espessura do tumor, graduação
histológica e embolização linfática. Concluíram que a presença de embolização linfática
ou venosa, a positividade e o grau de reatividade para a proteína p53 constituíram
fatores independentes para a presença de linfonodos metastáticos. Positividade para
o HPV e p53 se relacionou a pior prognóstico18(C).
Recomendações
Constituem fatores prognósticos relacionados ao carcinoma epidermoide de pênis: está-
dio, tipo histológico, graduação histológica, nível de invasão do tumor primário, emboliza-
ção vascular e linfática, espessura do tumor primário, expressão do p53.
Para seguimento:
Δt 2 anos 2-5 anos > 5 anos
Propedêutica 4/4 meses 6/6 meses anual
Radiografia de tórax + semestral + anual + anual
US/TC abdome + pelve* anual anual + anual
Cintilografia óssea se dores ósseas se dores ósseas se dores ósseas
Exame físico + + +
hematológico
*Se disponível ou US suspeita.