Livro-Texto - Unidade IV Contabilidade
Livro-Texto - Unidade IV Contabilidade
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Unidade IV
7 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Blatt (2001) afirma que as demonstrações financeiras comunicam fatos importantes sobre as entidades,
especialmente sobre as empresas. Usuários dessas informações baseiam‑se nesses fatos para tomar
importantes decisões que afetam o bem‑estar da empresa e a saúde geral da economia. Por esse motivo,
é essencial que as demonstrações financeiras sejam tanto confiáveis quanto úteis na tomada de decisão.
O estado de fluxo constante da contabilidade faz com que esta seja frequentemente chamada de
arte, porque nunca está completamente definida. Portanto, esse estado de mudança é necessário, pois:
• as necessidades dos usuários de demonstrações financeiras não são estáticas, mas dinâmicas;
• as pressões dos corpos regulamentadores alteram as apresentações contábeis;
• as necessidades internas de gerenciamento são mutáveis.
Blatt (2001, p.XVIII) destaca as finalidades das informações financeiras, como se pode ver a seguir.
7.1.1 Finalidades
• Controle: informar a média e a alta administração, na medida do possível, de que a empresa está
agindo de acordo com as políticas e planos traçados.
• Planejamento: a contabilidade é o grande instrumento que auxilia a administração a tomar decisões.
Permite também que o processo decisório decorrente das informações contábeis não se restrinja
apenas aos limites da empresa, aos administradores e gerentes, mas também a outros segmentos.
7.1.2 Usuários
Santos (2005, p.16) coloca que, por uma questão prática e levando‑se em consideração os objetivos da
contabilidade e as informações por ela produzidas, verifica‑se que os usuários da contabilidade podem ser:
b) externos.
88
CONTABILIDADE
Usuários internos
Como usuários internos das informações produzidas pela contabilidade, para fins de administração
da empresa de modo geral, temos: a) o titular da firma individual (“empresário”) e os sócios ou acionistas
da sociedade; b) os diretores, os gerentes e os administradores de todos os níveis (inclusive os auditores
internos).
Os principais usuários externos das informações produzidas pela contabilidade são: a) bancos; b)
fornecedores; c) governo (ou, mais especificamente, a fiscalização); d) auditores externos; e) investidores
do mercado de capital (no caso de sociedades anônimas de capital aberto).
A interpretação dos itens contidos nas demonstrações financeiras faz com que essas
demonstrações, por meio de suas análises, deixem de ser uma reunião de dados, passando a ter
valor como informação.
Historicamente, a análise das demonstrações financeiras surgiu com o objetivo de conceder crédito,
porém, atualmente, ela é realizada para as mais diferentes finalidades, como vimos anteriormente, e
esta dependerá do objetivo de quem analisa.
Santos (2005, p.129) afirma que o balanço patrimonial e a DRE têm um padrão rígido de apresentação,
imposto pela Lei 6.404/76, que deve ser seguido por todas as empresas.
É inegável que esse padrão facilita o trabalho do analista, pois evita que ele tenha de reordenar contas
para fins de análise. Entretanto, também é verdade que algumas contas ou grupos de contas, sobretudo
do balanço patrimonial, na forma como estão dispostas, apresentam‑se de maneira inadequada para
fins de análise. Não se trata de uma crítica à Lei 6.404/76, mas, sim, de uma constatação.
Para facilitar a análise das demonstrações financeiras, devemos proceder a alguns ajustes.
Na DRE pode‑se iniciar a demonstração do resultado do exercício pelas vendas líquidas, ou, como
alguns autores preferem, pelas vendas brutas.
Iudícibus (2010, p. 26) comenta que relatório contábil é a exposição resumida e ordenada dos
principais fatos registrados pela contabilidade, em determinado período. Entre os relatórios contábeis,
os mais importantes são as demonstrações financeiras (terminologia utilizada pela Lei das S.A.), ou
demonstrações contábeis (terminologia preferida dos contadores).
Ainda de acordo com Iudícibus (idem), a Lei das Sociedades por Ações estabelece que, ao fim de cada
exercício social (12 meses), a diretoria fará elaborar, com base na escrituração contábil, as demonstrações
financeiras (ou demonstrações contábeis) relacionadas a seguir:
• balanço patrimonial;
• DRE;
Saiba mais
Com relação ao balanço patrimonial e à DRE da empresa Comercial Lambda S/A, observa‑se que os
cálculos serão feitos considerando duas casas decimais, desprezando os demais sem arredondamento.
90
CONTABILIDADE
A adoção desse critério acarretará, na maioria das vezes, pequenas diferenças, principalmente nas
totalizações, o que é perfeitamente aceitável.
Observação
De acordo com Matarazzo (2003, p.243), a análise vertical baseia‑se em valores percentuais
das demonstrações financeiras. Para isso, calcula‑se o percentual de cada conta em relação a um
valor‑base.
Na análise vertical do balanço, calcula‑se o percentual de cada conta em relação ao total do ativo
ou do passivo.
Ao compararmos essa relação percentual da nossa empresa com a de seus concorrentes, poderemos
saber, por exemplo, se novos investimentos em estoques serão maiores que os de nossos concorrentes,
se nossas aplicações no imobilizado estão acompanhando a necessidade de manutenção ou expansão
da empresa.
7.4.1.1 Cálculos
Para obtenção dos valores da análise vertical do balanço patrimonial, procederemos a uma regra de
três simples, em que se considera o total do demonstrativo (ativo ou passivo) igual a 100, sendo o valor
do item multiplicado pela base 100 e dividido pelo total, indicando, assim, a participação relativa da
parte (conta ou grupo de contas) em relação ao todo (total do ativo ou do passivo).
Observamos que não iremos demonstrar todos os cálculos, eles são bastante simples, principalmente
com a utilização de uma planilha eletrônica, onde basta dividir cada item do balanço patrimonial pelo
total do ativo ou passivo. Assim, teremos:
Essa sistemática de cálculo deve ser repetida para todas as contas e grupos de contas do passivo e
do patrimônio líquido, para que possamos completar todo o quadro da análise vertical.
Apresenta‑se a seguir a análise vertical do balanço patrimonial da empresa Comercial Lambda S/A
– em milhares de reais.
Quadro 20
92
CONTABILIDADE
Quadro 21
Observando o quadro completo com referência à análise vertical, podemos concluir que a empresa
Comercial Lambda S/A está investindo nos dois exercícios, X8 e X9, em proporções maiores no ativo
não circulante do que no ativo circulante, com destaque em ambos os exercícios sociais para o ativo
imobilizado, o que demonstra uma preferência em aplicação em itens que venham contribuir para a
manutenção ou expansão das atividades operacionais da empresa.
Quanto ao ativo circulante, existe nos dois exercícios sociais praticamente um equilíbrio de
aplicação nos itens que formam este grupo.
Na análise vertical da DRE, calcula‑se a percentagem do total das vendas (brutas ou líquidas) em
relação ao que foi aplicado em cada item.
Ao compararmos essa relação percentual da nossa empresa com a de seus concorrentes, podemos
saber, por exemplo, se nosso custo é mais elevado do que o de nossos concorrentes, para então projetar
uma melhor política em relação a eles; se nossos percentuais de despesas com vendas, despesas
administrativas, lucros estão aumentando ou diminuindo em relação a nós mesmos e em relação aos
nossos concorrentes.
7.4.2.1 Cálculos
Para obtenção dos valores da análise vertical da DRE, procederemos a uma regra de três simples,
em que se considera o total da receita (bruta ou líquida) igual a 100, sendo o valor do item (conta)
multiplicado pela base 100 e dividido pelo total da receita (bruta ou líquida), indicando, assim, a
93
Unidade IV
participação relativa de cada item que integra a demonstração do resultado do exercício em relação ao
total das receitas.
Essa sistemática de cálculo deve ser repetida para todas as contas da DRE, para que possamos
completar todo o quadro da análise vertical.
Apresenta‑se a seguir a análise vertical da DRE da Empresa Comercial Lambda S/A – em milhões de
reais.
Quadro 22
94
CONTABILIDADE
Observando o quadro completo com referência à análise vertical, podemos destacar que, na empresa
Comercial Lambda S/A, o lucro líquido nos exercícios de X8 e X9 correspondem a 7,59 e 11,85% da receita
bruta, logo, 92,5% e 88,15% foram, respectivamente nestes mesmos exercícios sociais, consumidos por
custos e despesas.
O lucro bruto corresponde, nos exercícios de X8 e X9, respectivamente, a 26,66% e 28,88%, mostrando
uma elevação. Quanto às despesas operacionais, todas apresentam redução de X8 para X9 em relação à
receita bruta.
Lembrete
7.4.3.1 Cálculos
Para obtenção dos valores da análise horizontal do balanço patrimonial, procederemos a uma regra
de três simples, em que se considera o ano de X8 como data‑base, igualando‑se a 100, sendo o valor do
item (conta ou grupo de contas) multiplicado pela base 100 e dividido pelo valor do mesmo item em X9.
O resultado obtido inclui o percentual da base; assim sendo, para encontrarmos a variação, devemos
diminuir a base 100 do resultado obtido.
Observamos que não iremos demonstrar todos os cálculos, pois eles são bastante simples,
principalmente com a utilização de uma planilha eletrônica.
Disponibilidades X9 = 1.200 – 100... x = (1.400 x 100) ÷ 1.200 = 116,66 → Δ = (116,66 – 100) = 16,66%
1.400 – x
Clientes X9 = 1.300 – 100... x = (1.800 x 100) ÷ 1.300 = 138,46 → Δ = (138,46 – 100) = 38,46%
1.800 – x
Estoques X9 = 1.500 – 100... x = (1.600 x 100) ÷ 1.500 = 106,66 → Δ = (106,66 – 100) = 6,66%
1.600 – x
Total circulante X9 = 4.000 – 100... x = (4.800 x 100) ÷ 4.000 = 120,0 → Δ = 120,0 – 100) = 20%
4.800 – x
95
Unidade IV
Total realizável LP X9 = 860 – 100... x = (720 x 100) ÷ 860 = 83,72 → Δ = (83,72 – 100) = (16,28)
720 – x
Essa sistemática de cálculo deve ser repetida para todas as contas e grupos de contas do passivo e
do patrimônio líquido, para que possam completar todo o quadro da análise horizontal.
Quadro 23
Quadro 24
96
CONTABILIDADE
No grupo do ativo, o grupo que teve maior crescimento foi o do ativo imobilizado, que apresentou,
de X8 para X9, um crescimento de 34,37%, sendo que o grupo que apresentou o maior decréscimo ou
redução foi o do investimento (19,44%).
No grupo do passivo, o passivo não circulante foi o que apresentou o maior crescimento, com
42,10%, e o de maior decréscimo ou redução foi o patrimônio líquido.
A análise horizontal da DRE possui, tal qual a análise horizontal no balanço patrimonial, uma
sistemática bem simples, consistindo em fixar um período contábil em 100% e dividir os itens da DRE
dos demais períodos por esse período‑base.
Assim sendo, a análise horizontal da DRE requer que se tenham, no mínimo, demonstrativos contábeis
referentes a dois períodos.
7.4.4.1 Cálculos
Para obtenção dos valores da análise horizontal da DRE, procederemos a uma regra de três simples,
em que se considera o ano de X8 como data‑base, igualando‑se a 100, sendo o valor do item (conta)
multiplicado pela base 100 e dividido pelo valor do mesmo item (conta) em X9.
O resultado obtido inclui o percentual da base; assim sendo, para encontrarmos a variação, devemos
diminuir a base 100 do resultado obtido.
Observamos que não iremos demonstrar todos os cálculos, pois eles são bastante simples,
principalmente com a utilização de uma planilha eletrônica.
Receita bruta X9 = 12.000 – 100... x = (13.500 x 100) ÷ 12.000 = 112,5 → Δ = (112,5 – 100) = 12,5%
13.500 – x
Imposto sobre venda X9 = (1.500) – 100... x = ((1.220) x 100) ÷ (1.500) = 81,33 → Δ = (81,33 – 100) = 18,67%
(1.220) – x
Receita líquida X9 = 10.400 – 100... x = (12.200 x 100) ÷ 10.400 = 117,3 → Δ (117,3 – 100) = 17,3%
12.200 – x
Essa sistemática de cálculo deve ser repetida para todas as contas da demonstração do resultado do
exercício, para que possamos completar todo o quadro da análise horizontal.
97
Unidade IV
Apresenta‑se a seguir a análise horizontal da DRE da empresa Comercial Lambda S/A – em milhões
de reais.
Quadro 25
A receita líquida apresentou um crescimento, de X8 para X9, de 17,30%, percentual este que
quase foi acompanhado pelo CMV, que apresentou um crescimento de 15,27%. O lucro bruto
apresentou um crescimento, no período, de 21,87%, e o resultado operacional e o resultado do
exercício apresentaram, respectivamente, um crescimento de 70,83% e 77,77% de X8 para X9, o
que é bastante expressivo. A causa desse resultado, certamente, é a queda de todas as despesas
operacionais.
Saiba mais
De acordo com Santos (2005), a análise das demonstrações contábeis por meio de índices ou, como
alguns autores denominam, “quocientes” procura estabelecer uma relação, por meio da divisão, entre
os diversos grupos de contas ou contas que compõem o balanço patrimonial e a DRE, de forma a
possibilitar a medida da situação econômica e financeira da empresa.
98
CONTABILIDADE
Após a obtenção do índice, para afirmar que ele é ruim, regular ou bom, é necessário
proceder:
• índices de liquidez;
• índices de atividades;
• índices de rentabilidade.
Passaremos a demonstrar os índices compostos dos quatro grupos, observando que utilizaremos em
todos os exemplos a empresa comercial Lambda S/A.
Lembrete
Este grupo de índices procura, em linhas gerais, relacionar a posição de capital próprio quanto ao
capital de terceiros.
De acordo com Silva (2008, p. 269), o índice de participação de capitais de terceiros indica o percentual
de capital de terceiros em relação ao patrimônio líquido, retratando a dependência da empresa quanto
aos recursos externos (capital de terceiros).
99
Unidade IV
Exemplo:
Para cada real de dívidas com terceiros em X8, existe $ 1,00 de capital próprio, e, em X9, para
cada $ 1,38 de dívidas com terceiros, existe $ 1,00 de capital próprio, o que indica piora na situação
financeira da empresa.
De acordo com Silva (2008, p. 272), esse índice indica o quanto da dívida total da empresa deverá ser
pago a curto prazo, isto é, as obrigações a curto prazo comparadas com as obrigações totais.
Exemplo:
Para cada $ 100,00 de dívidas totais com terceiros, a empresa possui $ 62,00 e $ 60,00, respectivamente,
em X8 e X9, de recursos de curto prazo e $ 38,00 e $ 40,00, respectivamente, em X8 e X9, de recursos
de longo prazo.
Segundo Silva (2008, p. 266), o índice de imobilização do patrimônio líquido indica quanto do
patrimônio líquido da empresa está aplicado no ativo permanente.
Exemplo:
100
CONTABILIDADE
Esses índices mostram que, em X8, a empresa investiu, no ativo permanente, importância equivalente
a 102,80% do patrimônio líquido; em X9, esse percentual subiu para 126,12%.
Ainda de acordo com Santos (2005, p.181), esse índice revela o grau de imobilização dos capitais de
longo prazo (inclusive PL). Por meio dele, é possível identificar o percentual de recursos próprios e de
terceiros, de longo prazo, que está financiando o ativo permanente.
Fórmula: (investimentos + imobilizado + intangível ÷ (patrimônio líquido + passivo não circulante) x 100
Exemplo:
Esses índices mostram que a empresa destinou ao ativo permanente, respectivamente, em X8 e X9,
74,49% e 81,31% dos recursos não correntes.
Esse índice indica a dependência financeira da empresa em relação ao capital de terceiros (Santos, 2005, p. 183).
Exemplo:
Esses índices mostram que, em X8, a dependência de capital externo (terceiros) da empresa era de
50%; em X9, esse percentual subiu para 58,12%.
Exemplo:
Esses índices mostram que, em X8, a independência financeira corresponde a 50%; em X9, esse
percentual desceu para 41,88%.
De acordo com Silva (2008, p. 283), os índices de liquidez visam fornecer um indicador da
capacidade da empresa de pagar suas dívidas, a partir da comparação entre os direitos realizáveis e
as exigibilidades.
Encontraremos em Silva (idem) que o índice de liquidez geral indica quanto a empresa possui em
dinheiro, bens e direitos realizáveis a curto e longo prazos, para fazer face as suas dívidas totais.
Fórmula: (ativo circulante + ativo realizável a longo prazo) ÷ (passivo circulante + passivo não
circulante)
Exemplo:
Para cada $ 1,00 de obrigações para com terceiros, a empresa comercial Lambda S/A possui, para os
anos de X8 e X9, respectivamente, $ 0,97 e $ 0,81 de bens e direitos para cobri‑los.
Silva (2008, p. 286) afirma que o índice de liquidez corrente indica quanto a empresa possui em
dinheiro mais bens e direitos realizáveis no curto prazo, comparado com suas dívidas a serem pagas no
mesmo período.
102
CONTABILIDADE
Exemplo:
Para cada $ 1,00 de dívidas de curto prazo, a empresa comercial Lambda S/A possui, para os anos de
X8 e X9, respectivamente, $ 1,29 e $ 1,17 de bens e direitos, também de curto prazo.
Esse índice diferencia‑se do quociente de liquidez corrente por excluir, do ativo circulante, os valores
referentes aos estoques (SANTOS, 2005, p.180).
Exemplo:
Os quocientes obtidos indicam que, se não forem realizados os estoques, a Lambda S/A terá $ 0,80 e
0,78 de bens e direitos a curto prazo, para fazer frente a cada $ 1,00 de obrigações, também a curto prazo.
O índice de liquidez imediata mede o volume de valores disponíveis (caixas, bancos, aplicações de curto
prazo) mantido pela empresa para atender as suas exigibilidades mais imediatas (SANTOS, 2005, p.180).
Exemplo:
Esse grupo de índices procura, em linhas gerais, demonstrar a velocidade, em número de vezes, de
renovação do item patrimonial.
A conjugação dos três índices de prazos médios leva à análise dos ciclos
operacional e de caixa, elementos fundamentais para a determinação
de estratégias empresariais, tanto comerciais quanto financeiras,
geralmente vitais para a determinação do fracasso ou sucesso de uma
empresa.
Matarazzo (2003, p. 312) define ainda que o volume de investimentos em duplicatas a receber é
determinado pelo prazo médio de recebimento de vendas.
Observamos que, neste e em qualquer índice em que a fórmula trabalha com valores médios, não
poderemos calcular o índice ou quociente do primeiro ano, pois não temos o valor do ano anterior.
O quociente obtido indica que a Lambda S/A levou, em média, 45 dias para receber suas vendas a
prazo no ano de X9.
O prazo médio de renovação dos estoques indica quantos dias, em média, os produtos ficam
armazenados na empresa antes de serem vendidos (SILVA, 2008, p. 349).
Exemplo:
O quociente obtido indica que a Lambda S/A levou, em média, 67 dias para renovar seus estoques
de mercadorias no ano de X9.
O prazo médio de pagamento das compras indica quantos dias, em média, a empresa demora para
pagar seus fornecedores (SILVA, 2008, p.361).
Exemplo:
CMV = EI + C – EF
C = 8.400
105
Unidade IV
O quociente obtido indica que a Lambda S/A paga suas compras a prazo 94 dias após a realização delas.
Segundo Gitman (1997, p. 669), Ciclo Operacional (CO) indica o período de tempo que vai do ponto
em que a empresa adquire matérias‑primas até o ponto em que recebe o dinheiro pela venda do produto
acabado resultante.
Exemplo:
Também de acordo com Gitman (idem), Ciclo Financeiro (CF) exprime o período de tempo em que
os recursos da empresa se encontram comprometidos entre o pagamento dos insumos e o recebimento
pela venda do produto acabado resultante.
Fórmula: CF = CO – PMPC
Exemplo:
Conclui‑se que a Lambda S/A levou 112 dias entre a compra e o recebimento da venda da mercadoria, e
o período de tempo em que os recursos da empresa encontraram‑se comprometidos entre o pagamento
da mercadoria e o recebimento pela venda de seus produtos foi de 18 dias.
Este grupo de índices procura, em linhas gerais, indicar a margem de lucro (rentabilidade), de retorno
do capital investido e a velocidade das operações realizadas.
106
CONTABILIDADE
O giro do ativo é um dos principais indicadores da atividade da empresa. Estabelece relação entre as
vendas do período e os investimentos totais efetuados na empresa, que estão representados pelo ativo
total médio (SILVA, 2008, p. 235).
Exemplo:
Esse índice indica que a Lambda S/A girou 1,12 vez no ano de X9 seus ativos médios em relação às
suas vendas.
O índice de retorno sobre as vendas compara o lucro líquido em relação às vendas líquidas do período,
fornecendo o percentual de lucro que a empresa está obtendo em relação ao seu faturamento (SILVA, 2008, p. 237).
Exemplo:
Os índices obtidos indicam o quanto “sobrou” da receita gerada pela Lambda S/A nos anos de X8 e
X9, após a dedução dos custos e despesas incorridos.
Temos então que, para cada real vendido em X8 e X9, respectivamente, há $ 0,08 e $ 0,13 convertidos
em lucro para a empresa.
107
Unidade IV
Este índice mostra quanto a empresa obteve de lucro líquido em relação ao ativo (MATARAZZO,
2003, p. 179).
Exemplo:
Este quociente indica que a Lambda S/A, no ano de X9, ao confrontar o lucro líquido com o ativo
médio, obteve um percentual de 14,74% do lucro gerado, em relação à movimentação dos recursos
materiais e financeiros aplicados nos seus ativos.
Este índice consiste em expressar os resultados globais auferidos pela gerência na gestão de recursos
próprios e de terceiros, em benefício dos acionistas (IUDÍCIBUS, 2010).
Exemplo:
Este quociente indica que a Lambda S.A., gerou, para seus acionistas, um rendimento de 32,32%
de lucro no ano de X9. Esta taxa pode ser comparada, por exemplo, com as taxas de juros pagas pelo
mercado financeiro em aplicações de renda fixa no mesmo período.
Observação
As análises vertical e horizontal são técnicas que facilitam a compreensão da situação da empresa
e de suas variações.
A analise por índices é efetuada com base na divisão de um grupo de contas especifico (ou conta)
por outro do balanço patrimonial ou da demonstração de resultados. O quociente/índice que resulta
dessa divisão é utilizado como um indicador da tendência da situação econômica ou financeira da
empresa.
Resumo
Exercícios
Questão 1. Uma técnica bastante conhecida na análise de balanços é a análise horizontal das
demonstrações financeiras, seguida da análise vertical. Produzindo índices e transformando valores
das demonstrações financeiras em números relativos ou percentuais, são consideradas excelentes
instrumentos de avaliação da saúde financeira de empresas. Aponte a alternativa que não atenda à
finalidade da análise horizontal e nem da análise vertical.
D) Estabelecer indicadores das participações dos grupos de contas no total da demonstração financeira.
109
Unidade IV
Resolução do exercício
A) Alternativa correta.
B) Alternativa incorreta.
C) Alternativa correta
D) Alternativa correta
Justificativa: trata‑se da finalidade da análise vertical, que é dar uma ideia da representatividade de
determinado item perante o total.
E) Alternativa correta.
Justificativa: esta é a análise horizontal, que compara valores ou índices de dois ou mais anos.
110
CONTABILIDADE
Cia. Inter
Balanço patrimonial – exercício findo em 31/12/X2 – Em R
Ativo X1 X2 Passivo X1 X2
Circulante Circulante
Disponível 6.850 7.000 Fornecedores 4.780 10.290
Clientes 4.800 3.710 Dividendos a pagar 1.300 520
Estoques 7.460 5.800 IR/CSSL a pagar 430 510
Total do circulante 19.110 16.510 Total do circulante 6.510 11.320
Cia. Inter
Demonstração do resultado do exercício de X2 – Em R$
I. No ano X2, o ativo circulante, em relação ao ativo total, é proporcionalmente maior do que no ano
X1. Tal conclusão é permitida a partir de uma análise horizontal.
II. A liquidez corrente do ano X2 é maior do que a liquidez corrente de X1, sendo possível observar
que o ativo circulante em X2 é maior do que o passivo circulante do mesmo período.
111
Unidade IV
III. No ano X2, o percentual de lucro sobre o faturamento foi superior ao percentual de lucros gerados
aos acionistas.
A) I e II.
B) II e III.
C) III.
D) I.
E) II.
112
CONTABILIDADE
FIGURAS E ILUSTRAÇÕES
Figura 1 – IUDÍCIBUS, S. Análise de Balanços. São Paulo: Atlas, 2010; pp. 146‑150.
Figura 2 – IUDÍCIBUS, S. Análise de Balanços. São Paulo: Atlas, 2010; pp. 146‑150.
Figura 3 – IUDÍCIBUS, S. Análise de Balanços. São Paulo: Atlas, 2010; pp. 146‑150.
Figura 4 – IUDÍCIBUS, S. Análise de Balanços. São Paulo: Atlas, 2010; pp. 146‑150.
Figura 5 – IUDÍCIBUS, S. Análise de Balanços. São Paulo: Atlas, 2010; pp. 146‑150.
Figura 6 – IUDÍCIBUS, S. Análise de Balanços. São Paulo: Atlas, 2010; pp. 146‑150.
Figura 7 – IUDÍCIBUS, S. Análise de Balanços. São Paulo: Atlas, 2010; pp. 146‑150.
Figura 8 – IUDÍCIBUS, S. Análise de Balanços. São Paulo: Atlas, 2010; pp. 146‑150.
REFERÊNCIAS
Textuais
BRAGA, H. R.; ALMEIDA, M. C. Mudanças contábeis na lei societária. São Paulo: Atlas, 2008.
BRASIL. Lei 6.404. Dispõe sobre as Sociedades por Ações. Diário Oficial da União, Brasília,
15 dez. 1976. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404compilada.htm.
Acesso em: 2 jul. 2012.
CFC. Resolução 1055/05. Cria o Comitê de Pronunciamentos Contábeis – (Cpc) e dá outras providências.
Diário Oficial da União, Brasília, 7 out. 2005.
IUDÍCIBUS, S.; MARTINS, E.; GELBCKE, E. R. Manual de contabilidade das sociedades por ações. São
Paulo: Atlas, 2007.
SANTOS, C.; BARROS, S. F. Curso estrutura e análise de balanço. São Paulo: IOB‑Thomson, 2005.
SANTOS, J. L.; GOMES, J. M. M.; FERNANDES, L. A.; SCHMIDT, P. Manual de práticas contábeis: aspectos
societários e tributários. São Paulo: Atlas, 2007.
WERNKE, R. Gestão financeira: ênfase em aplicações e casos nacionais. Rio de Janeiro: Saraiva: 2008.
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120
Informações:
www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000