Resumo Métodos Empiricos
Resumo Métodos Empiricos
Resumo Métodos Empiricos
Métodos
Empíricos
Trabalho
realizado
no
âmbito
da
disciplina
História
e
Semiótica
da
Comunicação.
Viseu,
dezembro
2014
Diferença
entre
teoria
estruturalista
e
suas
aplicações
e
métodos
empíricos
A
grande
diferença
entre
estruturalistas
e
métodos
empíricos,
é
que
os
primeiros
não
acreditam
que
se
possa
estudar
o
objeto
em
si.
Por
outro
lado,
os
estudiosos
dos
métodos
empíricos
acreditam
que
é
possível
estudar
a
realidade
através
de
metodologias
científicas,
ou
seja,
estudam
a
realidade
como
ele
é.
No
entanto,
ambos
completam-‐se.
Métodos
empíricos
A
semiótica
interessa-‐se
pela
relação
existente
entre
sistema
semiótico,
cultura
e
realidade.
Os
métodos
empíricos
surgem
devido
à
necessidade
da
existência
de
uma
prova
concreta
das
teorias
semióticas.
Empirismo
Para
John
Locke,
um
dos
mais
importantes
filósofos
do
empirismo,
(considerado
o
“pai”
do
empirismo
filosófico)
a
busca
do
conhecimento
deveria
ocorrer
através
de
experiências
e
não
por
deduções
ou
especulações.
Desta
forma,
as
experiências
científicas
devem
ser
baseadas
na
observação
do
mundo.
O
empirismo
filosófico
descarta
também
as
explicações
baseadas
na
fé
(Jorge
Filho, 2011).
O
empirismo
resulta
da
necessidade
de
reunir
e
categorizar
os
factos
e
dados
objetivamente
sobre
o
mundo.
De
modo
a
formar
hipóteses
para
assim
conseguir
explicar
os
fenómenos.
Com
isto,
origina
métodos
experimentais
para
testar,
provar
ou
mesmo
refutar
os
dados
e
as
hipóteses.
Este
processo
pretende
reduzir
a
parcialidade,
ou
elemento
humano.
O
empirismo
diferencia-‐se
de
semiótica
porque
o
primeiro
é
dedutivo
em
vez
de
indutivo,
e
pressupõe
uma
realidade
universal,
objetiva
e
possível
de
ser
estudada.
Defende
ainda
que
o
ser
humano
dispõe
de
vários
métodos
que
possibilitam
o
estudo,
objetivo
de
realidade,
de
modo
a
poder
provar
ou
refutar
(não
comprovar)
a
hipótese
(Fiske J. , 2005, p. 182).
Análise
do
conteúdo
Este
método
pretende
que
se
produza
uma
explicação
objetiva,
mensurável
e
verificável
conteúdo
de
uma
mensagem.
De
acordo
com
o
autor
John
Fiske,
este
processo
funciona
melhor
a
grande
escala:
quanto
mais
tiver
que
analisar,
mais
exata
é
(2005, p. 182).
Um
sistema
de
comunicação
devem
ser
de
fácil
identificação
e
existir
em
frequência
suficiente
para
assim
serem
analisadas
pela
estatística.
Segundo
esta
perspetiva,
o
mesmo
autor,
Fiske,
apresenta
vários
exemplos
de
outros
autores,
dos
quais
se
destacam:
Paisley,
Dominick
&
Rauch,
Gerbner
&
Gross,
Glasgow
Media
Group
e
Charles
Barr.
Paisley,
contou
a
quantidade
de
vezes
que
Kennedy
e
Nixon
usaram
as
palavras
“tratado”,
“ataque”
e
“guerra”
nos
seus
quatro
debates
televisivos
na
campanha
eleitoral
de
1960.
A
análise
de
conteúdo
não
deve
ser
seletiva,
deve
abranger
toda
a
mensagem
ou
sistema
de
mensagens
ou
representar
uma
amostra
corretamente
constituída.
Adota
uma
objetividade
científica
(Fiske J. ,
2005, p. 183).
Dominick
&
Rauch,
basearam-‐se
em
anúncios
publicitários,
para
estudar
os
locais
onde
as
mulheres
eram
apresentadas,
maioritariamente
surgiam
em
casa
e
em
menor
número
no
exterior (Fiske J. , 2005, p. 184).
Gerbner
&
Gross,
verificaram
que
em
dramas
televisivos
as
mulheres
apresentavam
uma
maior
quantidade
de
temas
relacionadas
com
questões
familiares,
românticas
e
sexuais
quando
comparadas
com
os
homens (Fiske J. ,
2005, p. 184).
Glasgow
Media
Groupe,
analisaram
a
cobertura
das
notícias
industrias
feitas
pela
televisão,
e
descobriram
que
certas
greves
eram
sobrevalorizadas
pelos
media
face
às
greves
do
sector
da
construção
civil.
Com
isto,
a
análise
de
conteúdo
não
revelava
o
porquê
das
notícias
se
transmitirem
de
tal
forma,
constatando
uma
distorção
por
parte
dos
media (Fiske J. , 2005, p. 187).
Charles
Barr,
comparou
o
estilo
de
filmagem
alemã
com
o
britânico,
na
transmissão
de
um
jogo
de
futebol.
Registou
a
frequência
com
que
eram
focados
grandes
planos.
Concluindo,
que
os
britânicos
davam
mais
importância
ao
grande
plano
quando
a
bola
estava
em
jogo,
enquanto
os
alemães
o
faziam
quando
a
bola
estava
fora
de
jogo (Fiske J. , 2005, p. 188).
Diferencial
Semântico
Segundo
Fiske,
o
leitor
é
constituído
pela
sua
experiência
sociocultural,
uma
vez
que
a
significação
tem
origem
a
partir
da
interação
dinâmica
entre
o
leitor
e
a
mensagem.
Para
isto,
é
necessário
estudar
o
leitor
recorrendo,
por
exemplo,
ao
diferencial
semântico (Fiske J. , 2005, p. 193).
De
acordo
com
John
Fiske,
Charles
Osgood
pressupõe
que
os
sentimentos,
as
atitudes
e
as
emoções
resultam
da
experiência
sociocultural
do
indivíduo.
Este
método
permite
assim
estudar
os
sentimentos,
as
atitudes
e
as
emoções
face
a
certos
conceitos.
Osgood
tenta
então
medir
o
que
Barthes
afirma
como
“conotação”.
Este
método
envolve
três
fases:
primeiro,
identificar
os
valores
que
irão
ser
investigados
e
a
sua
expressão
como
conceitos
binariamente
opostos,
numa
escala
de
cinco
ou
sete
pontos.
Na
segunda
fase,
pede-‐se
a
um
público
selecionado
que
registem
as
suas
reações
em
cada
uma
das
escalas.
E
por
último
avaliam-‐se
os
resultados.
Relativamente
a
este
método
John
Fiske
enumera
vários
exemplos,
referindo
Baggaley
&
Duck
e
Gerbner.
Baggaley
e
Duck,
decidiram
analisar
se
existia
ou
não
diferença
de
significado
entre
um
apresentador
de
televisão
a
falar
de
frente
para
a
câmara
e
num
perfil
de
três
quartos.
O
que
mudava
nas
gravações
que
eles
fizeram
era
o
ângulo
da
câmara.
A
conclusão
tirada
foi
que
o
apresentador
de
três
quartos
era
considerado
mais
sincero,
mais
direto
e
experiente,
com
melhores
valores
conotados.
No
entanto,
na
vida
real,
considera-‐se
alguém
sincero
e
objetivo
quando
este
olha
de
frente
para
o
outro.
Eles
verificaram
então
que
existe
uma
diferença
entre
os
códigos
da
televisão
e
os
códigos
da
vida
real.
Em
suma,
neste
exemplo
pode-‐se
concluir
que
esta
diferença
produziu
diferentes
códigos
de
conotação
e
que
estes
derivam
do
significante
(Fiske J. , 2005, p. 196).
Gerbner
analisou
a
forma
como
o
público
via
as
personalidades
dos
vilões,
dos
heróis
e
das
vítimas.
As
pessoas
atribuíram
aos
heróis
as
características
de
serem
mais
atraentes
e
mais
eficazes.
A
ineficácia
é
vista
como
um
desvio
numa
sociedade
competitiva
e
por
isso
associa-‐se
aos
vilões.
Gerbner
usou
dados
obtidos
na
análise
de
conteúdo
e
no
estudo
do
público
para
formar
uma
teoria
sobre
o
relacionamento
do
sistema
dos
mass
media
com
a
cultura.
Concluiu
então,
que
os
media
“cultivam”
atitudes
e
valores
numa
cultura,
estes
não
os
criam,
simplesmente
alimentam,
propagam
e
mantêm
de
forma
a
que
exista
um
consenso
entre
os
vários
membros
(Fiske J. , 2005, p.
199).
Etnografia
das
audiências
Os
métodos
empíricos
veem
a
comunicação
como
uma
espécie
de
mensagem,
em
que
o
conteúdo
da
mesma
é
retratado
como
um
dado
factual,
isto
é,
não
contêm
teorias
acerca
da
significação.
Consequentemente,
não
apresenta
nenhum
processo
de
descodificação
ao
leitura
em
conta.
A
semiótica
e
o
estruturalismo
têm
como
preocupação
o
modo
como
a
comunicação
gera
significação.
Investiga
assim,
as
ligações
existentes
entre
a
estrutura
da
mensagem
e
a
estrutura
da
sociedade
onde
circula
a
mensagem.
Na
prática,
as
ligações
entre
texto
e
a
sociedade,
só
podem
ser
realizadas
através
do
destinatário/leitor,
isto
é,
sem
leitor
não
existe
ligação
entre
o
texto
e
a
sociedade.
Por
isto,
a
semiótica
e
o
estruturalismo
iniciaram
estudos
etnográficos
de
forma
a
investigar
o
processo
de
significação,
e
para
testar
as
leituras
dos
textos
semióticos,
de
modo
a
compará-‐las
com
leituras
efetivamente
realizadas
pelo
leitor,
a
investigação
iria
denominar-‐se
de
etnografias
das
audiências.
As
conclusões
retiradas
sugerem
que
a
semiótica
desvaloriza
a
capacidade
do
leitor
de
interpretar
o
texto
ligando
à
sua
realidade
social.
Em
alguns
casos,
a
maneira
como
os
textos
são
utilizados
socialmente
não
permitem
uma
análise
textual
e
de
modo
idêntico,
em
alguns
casos,
a
análise
textual
não
possibilita
uma
significação,
uma
vez
que
está
implícito
o
contexto
social
do
leitor.
Neste
sentido,
Fiske
apresenta
o
exemplo
de
Hodge
&
Tripp.
Segundo
Hodge
&
Tripp,
apresentam
o
exemplo
sobre
a
interpretação
que
os
alunos
de
uma
escola
australiana
fizeram
em
relação
à
novela
Prisoner.
Observamos
que
neste
caso
as
significações
foram
criadas
à
medida
que
o
texto
era
lido
pelos
alunos
(Fiske J. , 2005, p. 212).
A
etnografia
permite
explicar
a
relação
que
as
leituras
produzem,
isto
é,
estuda
os
leitores
de
forma
a
compreender
as
suas
ideias,
crenças,
contexto,
entre
outros,
para
assim
entenderem
a
sua
interpretação
do
texto.
O
trabalho
etnográfico
no
geral,
tem
vantagens
mas
também
contém
alguns
fatores
negativos.
As
suas
vantagens
são
traduzidas
no
facto
de
considerar
a
comunicação
como
um
ato
textual
e
social,
para
que
isto
aconteça
é
necessário
observar
as
pessoas
como
sendo
processo
de
comunicação,
o
que
implica
fazê-‐las
falar
sobre
o
seu
papel
neste
ato.
Por
outro
lado,
podemos
indicar
dois
tipos
de
problemas
que
aqui
surgem,
o
papel
do
investigador
e
o
efeito
que
a
participação
do
investigador
terá
no
resultado.
Bibliografia
Fiske,
J.
(2005).
Introdução
ao
Estudo
da
Comunicação.
Porto:
Asa.
Jorge
Filho,
E.
J.
(2011).
sua
pesquisa.
(Loyola,
Ed.)
Obtido
em
1
de
dezembro
de
2014,
de
http://www.suapesquisa.com/biografias/john_locke.htm