Cide - Boletim Econet
Cide - Boletim Econet
Cide - Boletim Econet
Matéria elaborada conforme a legislação vigente à época de sua publicação, sujeita a mudanças em decorrência das
alterações legais.
TRIBUTOS FEDERAIS
ROTEIRO
1. INTRODUÇÃO
2. CONCEITO
2.1. Royalties
2.2. Assistência técnica, científica ou administrativa
3. FATO GERADOR
4. CONTRIBUINTES
5. BASE DE CÁLCULO
6. ALÍQUOTA
7. ISENÇÃO
8. EXEMPLO DE CÁLCULO
9. CÓDIGO DE RECOLHIMENTO E VENCIMENTO
10. CRÉDITO
11. SOLUÇÃO DE CONSULTA /DIVERGÊNCIA / ATO INTERPRETATIVO
12. CONTABILIZAÇÃO
1. INTRODUÇÃO
A Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico (CIDE), comumente chamada de Cide-Remessas ou Cide-Royalties, foi
instituída pela Lei n° 10.168/2000 e regulamentada pelo Decreto n° 4.195/2002.
A instituição desta contribuição tem como objetivo de financiar o Programa de Estímulo à Interação Universidade-Empresa para
Apoio à Inovação. O referido programa tem como meta principal estimular o desenvolvimento tecnológico brasileiro, mediante
programas de pesquisa científica e tecnológica cooperativa entre universidades, centros de pesquisa e o setor produtivo.
2. CONCEITO
Para aplicação do recolhimento do Cide-Remessas será necessário a intepretação do que se refere “royalties” e “assistência
técnica, científica ou administrativa”, desta forma segue abaixo tais definições:
2.1. Royalties
Serão classificados como royalties os rendimentos de qualquer espécie decorrentes do uso, fruição, exploração de direitos, tais
como (Lei n° 4.506/64, artigo 22):
d) exploração de direitos autorais, salvo quando percebidos pelo autor ou criador do bem ou obra.
1 of 5 17/10/2019 17:06
Boletim-IR http://www.econeteditora.com.br/boletim_imposto_renda/ir-17/18_trib_f...
Compreende assistência técnica a assessoria permanente prestada pela cedente de processo ou fórmula secreta à concessionária,
mediante técnicos, desenhos, estudos, instruções enviadas ao País e outros serviços semelhantes, os quais possibilitem a efetiva
utilização do processo ou fórmula cedido (Instrução Normativa RFB n° 1.455/2014, artigo 17, inciso II, alínea b).
Essas assistências não representam direito de propriedade e, por isso mesmo, não são exclusivos.
O detentor do know-how ou da tecnologia coloca seus conhecimentos à disposição de outrem mediante pagamento de uma
remuneração periódica, normalmente determinada como porcentagem do preço de venda dos bens produzidos com a utilização dos
conhecimentos transmitidos, de forma similar à da remuneração a título de royalties.
Os serviços técnicos, são considerados aqueles que dependam de conhecimentos técnicos especializados ou que envolvam
assistência administrativa ou prestação de consultoria, realizado por profissionais independentes ou com vínculo empregatício ou,
ainda, decorrente de estruturas automatizadas com claro conteúdo tecnológico (Instrução Normativa RFB n° 1.455/2014, artigo 17,
inciso II, alínea a).
3. FATO GERADOR
A Cide-Remessas tem como fato gerador o pagamento, o crédito, a entrega, o emprego ou a remessa de valores a residentes ou
domiciliados no exterior, a título de remuneração por (Lei n° 10.168/2000, artigo 2°, § 3°):
b) contratos que impliquem transferência de tecnologia, firmados com residentes ou domiciliados no exterior;
c) contratos que tenham por objeto serviços técnicos e de assistência administrativa e semelhantes a serem prestados por
residentes ou domiciliados no exterior; e
4. CONTRIBUINTES
É o sujeito passivo/contribuinte da Cide-Remessas a pessoa jurídica detentora de licença de uso ou adquirente de conhecimentos
tecnológicos, bem como aquela signatária de contratos que impliquem transferência de tecnologia, firmados com residentes ou
domiciliados no exterior.
Desde 01.01.2002, a contribuição passou a ser devida também pelas pessoas jurídicas signatárias de contratos que tenham por
objeto serviços técnicos e de assistência administrativa e semelhantes prestados por residentes ou domiciliados no exterior, bem
assim pelas pessoas jurídicas que pagam, creditam, entregam, empregam ou remetem royalties, a qualquer título, a beneficiários
residentes ou domiciliados no exterior (Lei n° 10.168/2000, artigo 2°, § 2°).
b) a pessoa jurídica signatária de contratos que impliquem transferência de tecnologia, firmados com residentes ou domiciliados no
exterior;
c) a pessoa jurídica signatária de contratos que tenham por objeto serviços técnicos e de assistência administrativa e semelhantes
a serem prestados por residentes ou domiciliados no exterior; e
d) as pessoas jurídicas que pagarem, creditarem, entregarem, empregarem ou remeterem royalties, a qualquer título, a
beneficiários residentes ou domiciliados no exterior
e) na integralização de capital social subscrito em empresa domiciliada no País, por parte de acionista estrangeiro, com a utilização
de valor correspondente a contrato de know how, até então titularizado pelo não-residente.
2 of 5 17/10/2019 17:06
Boletim-IR http://www.econeteditora.com.br/boletim_imposto_renda/ir-17/18_trib_f...
Na integralização de capital social subscrito em empresa domiciliada no País, por parte de acionista estrangeiro, com a
utilização de valor correspondente a contrato de know how, até então titularizado pelo não-residente, incide CIDE-royalties.
O fato gerador da CIDE-royalties ocorre no momento da integralização de capital social mediante a cessão de um direito
que consiste em aquisição de conhecimentos tecnológicos, incidindo a alíquota de 10% (dez por cento).
DISPOSITIVOS LEGAIS: Lei n° 10.168, de 29 de dezembro de 2000, art. 2°, § 3°, Ato Declaratório Interpretativo - ADI -
RFB n° 7, de 23 de agosto de 2016 e Solução de Divergência Cosit, n° 6, de 20 de agosto de 2015.
5. BASE DE CÁLCULO
A Cide-Remessas incide sobre os valores pagos, creditados, entregues, empregados ou remetidos, a cada mês, a residentes ou
domiciliados no exterior, a título de royalties ou remuneração, previstos nos respectivos contratos, que tenham por objeto (Lei n°
10.168/2000, artigo 2°, § 3°):
a) fornecimento de tecnologia;
6. ALÍQUOTA
7. ISENÇÃO
A Cide-Remessas não incidirá sobre a remuneração pela licença de uso ou de direitos de comercialização ou distribuição de
programa de computador, salvo quando envolverem a transferência da correspondente tecnologia (Lei n° 10.168/2000, artigo 2°, §
1°-A).
Essa isenção também foi demonstrada através da Solução de Consulta pela Receita Federal:
8. EXEMPLO DE CÁLCULO
O código de recolhimento será sob o DARF 8741, cujo o pagamento deverá ser efetuado até o último dia útil da quinzena
subsequente ao mês de ocorrência do fato gerador (Lei n° 10.168/2000, artigo 2°, § 5°).
10. CRÉDITO
Até 31.12.2013 foi concedido o crédito incidente sobre a Cide-Remessas, aplicável às importâncias pagas, creditadas, entregues,
3 of 5 17/10/2019 17:06
Boletim-IR http://www.econeteditora.com.br/boletim_imposto_renda/ir-17/18_trib_f...
empregadas ou remetidas para o exterior a título de royalties na exploração de patentes e de uso de marcas, (Medida Provisória n°
2.159-70/2001, artigo 4°), observando-se que esse crédito era:
a) determinado com base na contribuição devida, incidente sobre pagamentos, créditos, entregas, emprego ou remessa ao exterior
a título de royalties na exploração de patentes e de uso de marcas, mediante utilização dos seguintes percentuais:
b) o crédito deveria ser utilizado, exclusivamente, para fins de dedução da Cide incidente em operações posteriores, relativas a
royalties referentes a contratos de exploração de patentes e de uso de marcas.
Devido a Medida Provisória n° 2.159-70/2001 trazer orientações de crédito somente até o ano de 2013, a partir de 01.01.2014 não
há possibilidade de desconto de crédito.
12. CONTABILIZAÇÃO
A contabilização deverá ser efetuada de acordo com as particularidades de cada operação, desta forma sugere-se a seguinte
contabilização:
4 of 5 17/10/2019 17:06
Boletim-IR http://www.econeteditora.com.br/boletim_imposto_renda/ir-17/18_trib_f...
5 of 5 17/10/2019 17:06