Metodologia Científica Und 2
Metodologia Científica Und 2
Metodologia Científica Und 2
INICIAR
Introdução
A famosa frase de que para a ciência não existe milagre decorre da ideia de que, no meio científico, tudo precisa ser comprovado. Além
disso, essa prova é obtida e apresentada por meio da aplicação do método científico. Tanto o trabalho acadêmico como uma pesquisa
científica, por exemplo, possuem etapas que possibilitam a compreensão do que se pretende com o trabalho, retratando a linguagem
característica da ciência, a descrição do método, entre outros aspectos que fazem parte dessa construção.
Assim, desde a introdução até as considerações finais ou conclusões, o trabalho acadêmico possui forma e linguagem próprias. A forma é
definida pelas instituições educacionais e as organizações de normas técnicas, enquanto que a linguagem é característica, levemente
formal, enfaticamente técnica e deixou de ser rebuscada faz um bom tempo. Aliás, a linguagem rebuscada aplicada ao discurso
acadêmico e a escrita científica foram as grandes responsáveis pelo distanciamento do conhecimento produzido nas universidades da
sociedade em geral, que não compreendia tamanha complexidade na forma de se expressar. Felizmente, esse é um aspecto que faz parte
do passado.
A verdade é que, por meio da pesquisa quantitativa, que não é mais, nem menos complexa do que a qualitativa; a pesquisa científica se
realiza em atenção às normas técnicas e procedimentos definidos e validados pela comunidade científica. No entanto, quais são as
limitações de ambas? Quais são as vantagens e desvantagens?
Neste capítulo, você vai perceber a importância de se respeitar as etapas de um projeto de pesquisa e da linguagem acadêmica, assim
como irá entender alguns aspectos relativos à introdução, justificativa, pesquisa qualitativa e quantitativa, entre outros elementos que
fazem parte do trabalho acadêmico. Ademais, veremos com maiores detalhes que, na construção do trabalho acadêmico, a leitura ou a
agregação do conhecimento não ocorre de forma aleatória, mas, sim, focada e objetiva, com um propósito.
Vamos em frente!
2.1 Etapas da pesquisa científica
O mundo acadêmico não é nada simples, uma vez que é regido por regras, normas e códigos que o caracterizam em um ambiente
intensivo de conhecimentos, contribuindo continuamente para o desenvolvimento da sociedade.
Muitos são os estudantes que ingressam nas universidades portadores de boas ideias, entretanto, esse é um quesito que não determina
muitas coisas. Isso significa que, mesmo após o ingresso, seja para um curso de graduação ou qualquer um dos níveis de pós-graduação,
especialização, mestrado ou doutorado, há a necessidade de dedicação, disciplina e esforço para compreender e articular os diversos
temas envolvidos.
A falta desse preparo leva esses estudantes à desistência, justamente por não saberem encontrar o ponto de conexão entre suas ideias, a
realidade social e o método e o discurso acadêmicos. Nesse sentido, é preciso ter uma teia de conexões, necessária para o
desenvolvimento do trabalho acadêmico.
Figura 1 - As teias do conhecimento são tecidas em rede, colaborando com a construção dos conhecimentos científico e acadêmico.
Fonte: Michael D Brown, Shutterstock, 2018.
Essas conexões são efetivadas por pessoas, na figura dos estudantes, dos orientadores, dos colegas de classe, dos professores, entre
outros atores que fazem parte do mundo acadêmico e que, por meio de atividades de compartilhamento, pesquisa e experimentos,
contribuem para o desenvolvimento da ciência. Além disso, elas são fundamentadas em métodos, posto que, na pesquisa, o método é
peça central e obrigatória.
A etapa em que se faz uma ampla e suficientemente profunda apresentação dos assuntos requer sensibilidade para selecionar os
materiais que realmente são interessantes, contribuam para o trabalho e, ao mesmo tempo, tenham relevância científica. Por isso,
apesar de interessantes, alguns trabalhos possuem dados mais antigos, os quais deixam de ter valor para a contextualização, ainda que
os métodos científicos comumente não limitem os seus usos.
Nesse contexto, Castro (2011, p. 80) afirma que
Alguns eventos são triviais, tanto no presente quanto no passado. O transcurso do tempo nos permite mais perspectiva e objetividade ao mesmo tempo
que aumenta e imprecisão e a deficiência de informações [...] de fato, números, nomes e datas, só adquirem importância, no presente ou no passado, na
medida em que se encaixam numa estrutura lógica, coerente e teoricamente fértil. O levantamento de dados de hoje ou de ontem, é apenas o princípio.
Por isso, ao escrever a introdução do trabalho, o estudante deve se preocupar com a consistência e com a capacidade de articulação e
relacionamento entre os dados, fortalecendo os argumentos. A introdução deve ser elaborada gradativamente, à medida do avanço do
estudo e da pesquisa. Assim, o texto deve ser revisado e, ao final de todo o trabalho, a introdução recebe uma leitura crítica em que os
ajustes e as adequações serão procedidas. Afinal, como bem afirma Castro (2011, p. 06), “[...] a introdução, por boas razões, pode ser
escrita por último”.
Dessa forma, a introdução de um trabalho acadêmico inicia o processo de convergência argumentativa como foco no tema, no problema
e nos objetivos definidos para a pesquisa. Além disso, elementos subsequentes dependem da sua qualidade.
Ainda de acordo com Castro (2011), a introdução possui um caráter didático na forma como deve orientar a leitura do trabalho
apresentado ao esclarecer as pretensões do autor e ao situar o “estado da arte” sobre o tema em estudo. Ou seja, é preciso deixar claro o
que foi encontrado, as lacunas e as ideias convergentes e divergentes apontadas durante a revisão de literatura. Ela deve, também,
indicar os pontos de contribuição apresentados ao debate no trabalho realizado.
Sob o ponto de vista metodológico, a introdução de um trabalho acadêmico deve responder algumas perguntas, como: o que sabemos
sobre o assunto? Que autores consultados trabalharam com ideias semelhantes e que conhecimentos produziram? Quem já publicou
sobre o assunto? Qual é a dúvida relacionada ao tema? Quais foram as observações que despertaram a curiosidade para aquele
determinado problema? Para que serve o que se vai estudar? Qual pergunta a pesquisa irá responder? Qual é a necessidade da pesquisa?
Dessa forma, com tantas perguntas a serem respondidas, o pesquisador deve tomar alguns cuidados para evitar equívocos comumente
cometidos, especialmente pelos menos experientes. Alguns desses erros durante a elaboração de uma introdução de trabalhos
acadêmicos são:
não usar referencial bibliográfico na introdução;
fragmentar a introdução por frases e parágrafos;
usar a introdução como resumo;
usar a introdução como referencial teórico;
ser extensa e cansativa;
ter objetividade excessiva;
ter ausência de foco.
Além das perguntas a serem respondidas e dos cuidados que devem ser tomados na elaboração da introdução, o texto introdutório
oferece uma dimensão mais clara sobre as conexões existentes entre as ideias apresentadas pelo autor e o mundo acadêmico.
VOCÊ SABIA?
Robert Merton, sociólogo americano, dedicou-se ao estudo da sociologia da ciência. Ele examinou uma amostra de alguns ganhadores do Prêmio
Nobel, descobrindo que a maioria tinha como professores ou líderes de equipes de pesquisas outros ganhadores do mesmo prêmio. Esses
pesquisadores, inclusive, não tinham QI mais alto do que os demais. Por fim, descobriu que as diferenças eram os ensinamentos do líder, o que os
oferecia sensibilidade para identificarem problemas de pesquisa realmente interessantes e promissores.
Não há dúvidas de que a ideia original para uma pesquisa tem como pano de fundo uma justificativa, e não uma justificativa qualquer,
Não há dúvidas de que a ideia original para uma pesquisa tem como pano de fundo uma justificativa, e não uma justificativa qualquer,
que deve ser minimamente aceita; mas uma justificativa de caráter, muitas vezes, pessoal, que se revela viável à investigação científica.
Conforme alertam Lakatos e Marconi (2017), quando se trata da elaboração da justificativa, o pesquisador deve acrescentar ao domínio
do conhecimento científico do assunto criatividade e capacidade de persuasão. Assim, a justificativa faz parte do trabalho acadêmico,
por isso se diz que ele não é formulado sem pé nem cabeça, sendo justificado, objetivado e sistematizado, tomando feições científicas.
É na justificativa que o pesquisador apresenta as razões da escolha pelo tema, apontando sua importância teórica e prática. Portanto,
mesmo podendo ser pessoal, a justificativa precisa convergir com os interesses da ciência, fugindo dos “achismos”. Além disso, a
justificativa não deve apresentar citações de outros autores, pois não se trata de argumentação do referencial teórico, mas, sim, de
evidenciar a relevância teórica do tema pesquisado.
Assim, na justificativa de todo trabalho o autor deve procurar responder perguntas, como: o tema é relevante? Por quê? Quais são os
pontos positivos que você percebe na abordagem proposta? Que vantagens e benefícios você pressupõe que a pesquisa irá
proporcionar? A pesquisa permitirá a descoberta de soluções para casos gerais e/ou particulares?
A figura a seguir mostra o que uma justificativa deve enfatizar.
Dessa forma, podemos perceber que esses aspectos não estão presentes no trabalho acadêmico aleatoriamente, mas que fazem parte do
trabalho como um corpo geral, porque é a partir desse delineamento que se cria possibilidades de escolhas entre as várias abordagens
metodológicas. Passemos, então, a discutir os procedimentos necessários para a construção referencial.
comunidade de prática, uma comunidade acadêmica ou uma comunidade científica. Contudo, como alerta Magalhães (2005, p. 211), em
sua análise sobre a verdade científica, “[...] a noção de paradigma é real e até se assemelha ao dogma, quando se torna um obstáculo ao
desenvolvimento do conhecimento”.
VOCÊ O CONHECE?
Thomas Samuel Kunh (1922-1996) foi um físico americano, nascido em Cambridge, nos Estados Unidos. Ele se dedicou ao estudo da história da ciência, sendo autor do
livro “A estrutura das revoluções científicas”, publicado em 1962. Na obra, o autor analisa as contribuições para a ciência promovida desde Galileu, Lavoisier, Darwin e
Einstein.
Einstein.
Dessa forma, no momento de construir o referencial teórico, todo pesquisador deve reconhecer os limites ou até onde outros autores
foram ou escreveram sobre os assuntos abordados na pesquisa. Castro (2011, p. 78) argumenta que é preciso conhecer o “[...] legado de
conhecimento” deixado pelos demais, a fim de analisar, sintetizar e trabalhar a partir do que de fato existe e do que foi escrito sobre os
assuntos pesquisados.
Seguindo a perspectiva conceitual, Minayo (2001, p.17) entende a pesquisa como um processo em que o pesquisador possui “[...] uma
atitude e uma prática teórica de constante busca que define um processo intrinsecamente inacabado e permanente”, realizando
atividades de aproximação com a realidade. A partir do momento em que o pesquisador tem claro o que é uma pesquisa e sabe
diferenciar a pesquisa bibliográfica da revisão de literatura, seu trabalho começa a receber contribuições de outros autores, ampliando
sua visão de mundo e tornando o raciocínio igualmente amplificado. O contrário disso pode conduzi-lo ao erro, ampliando seu espectro
de pesquisa, tornando-se generalista e se prendendo a conceitos.
Por outro lado, ao compreender com clareza os aspectos supracitados e manter o foco do escopo da pesquisa, o pesquisador tende a
desenvolver um trabalho cujos resultados têm consistência e relevância teórico-prática. Lima e Mioto (2007) consideram que a pesquisa
bibliográfica é muito utilizada em trabalhos de caráter exploratório e descritivo, mas sua eficácia tem relação com a adequada descrição
dos procedimentos metodológicos, uma vez que parte da pesquisa é desenvolvida sob os olhos dos outros, ou seja, dos argumentos de
autores consultados na pesquisa bibliográfica.
Nessa direção, Lima e Mioto (2007, p. 40) ainda afirmam que a pesquisa bibliográfica é aplicada nos “[...] casos em que o objeto de estudo
proposto é pouco estudado, tornando difícil a formulação de hipóteses precisas e operacionais. A sua indicação para esses estudos
relaciona-se ao fato de a aproximação com o objeto ser dada a partir de fontes bibliográfica”. Assim, na pesquisa bibliográfica, a coleta de
dados tem início após a sistematização de critérios usados para facilitar e tornar objetiva a pesquisa. Comumente, os critérios definidos
para a coleta de dados na pesquisa bibliográfica têm o propósito de direcionar a coleta de dados para próximo do objetivo da pesquisa,
passando o autor de um critério inicial a outro.
A figura a seguir ilustra os critérios que definem a coleta de dados na pesquisa bibliográfica.
Os critérios de definição para a coleta de dados possuem relação direta com o universo da pesquisa. Lima e Mioto (2007) assim os
apresentam:
Parâmetros temáticos: são as obras relacionadas ao objeto de estudo, organizadas de acordo com os assuntos que lhe são
correlatos;
Parâmetros linguísticos: são as obras nos idiomas selecionadas, nos diferentes idiomas, como francês, inglês e espanhol;
Principais fontes: são livros, teses, artigos e documentos que se pretende consultar e selecionar para a pesquisa, de acordo com
os assuntos abordados;
Parâmetros cronológicos: consistem na linha do tempo definida para a pesquisa, ou seja, até três anos, cinco anos, 10 anos.
Quanto mais amplo esse fluxo temporal, mais trabalho gerará para o pesquisador.
Definidos os critérios para a coleta de dados, tem-se a aplicação de uma técnica na pesquisa bibliográfica: a leitura. São cinco os tipos de
leituras comumente aplicados, o que inclui a leitura de reconhecimento do material bibliográfico, a leitura exploratória, a leitura seletiva,
a leitura reflexiva ou crítica e a leitura interpretativa. O quadro a seguir detalha o significado de cada uma delas.
Outra certeza presente na pesquisa bibliográfica consiste no significativo acervo para ser lido pelo pesquisador, que usará fontes como
trabalhos acadêmicos, teses, dissertações, monografias, artigos, revistas especializadas, documentos institucionais, filmes,
documentários em áudio, entre outros. Isso porque o embasamento teórico é uma etapa da pesquisa científica que costuma apresentar
progresso lento e oferece certo nível de esgotamento ao pesquisador. No entanto, para esse tipo de atividade não é recomendável a
terceirização, ou seja, aquela velha frase de “se quiser o trabalho bem feito, faça você mesmo” se aplica perfeitamente.
Uma dica interessante para que o pesquisador consiga se organizar minimamente é, ao selecionar uma obra relevante para o trabalho,
fazer uma identificação com dados completos, como título da obra, autor, página e, se for o caso, até mesmo o parágrafo em que
encontrou os argumentos interessantes. Afinal, saber as contribuições que cada obra pode oferecer ao trabalho acadêmico é
fundamental, pois gera segurança para o pesquisador, permite que ele faça novas correlações, possibilita descobrir novos assuntos de
pesquisa e facilita o caminhar nesse nem sempre reto e plano trajeto que é a pesquisa. Por fim, ter sempre em mente o desenho
metodológico é absolutamente necessário.
De posse das contribuições localizadas por meio de uma criteriosa pesquisa bibliográfica, o pesquisador terá condições de definir os
conceitos científicos de seu trabalho, bem como demarcar variáveis empíricas e selecionar indicadores pertinentes.
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Quadro 1 - Tipos de leituras aplicadas na pesquisa bibliográfica e seus significados práticos na metodologia científica.
Fonte: Adaptado de LIMA e MIOTO, 2007, p. 41.
Figura 5 - A dedicação do pesquisador durante a pesquisa bibliográfica se expressa na forma de leitura exploratória, seletiva, analítica e interpretativa do material.
Fonte: Ljupco Smokovski, Shutterstock, 2018.
2.3 Conceitos
O pesquisador é um importante ator no processo de pesquisa, contudo, a objetividade deve ser perseguida no desenvolvimento. Isso é
importante para que a análise e as avaliações sejam imparciais, posto que a parcialidade é um crime capital para qualquer pesquisa,
tornando-a sem efeito e desacreditada.
Um dos aspectos mais magníficos da pesquisa tem por fundamento a ideia de que, mesmo não conhecendo plenamente o objeto de
pesquisa, o pesquisador consegue aplicar métodos científicos, ajustando a pesquisa às novas descobertas. O emprego de conceitos
científicos em ciências tem como objetivo significar propriedades, características das coisas, dos fatos ou dos fenômenos que deseja
representar. A ciência utiliza as definições “[...] para traduzir os conceitos e construtor do nível teórico e abstrato para o empírico e
observacional [...] e assim, [...] designar as manifestações empíricas dos fenômenos (manifestações observáveis)” (KOCHE, 2016, p. 116).
As definições denominadas nominais utilizam termos empíricos já estabelecidos em expressão ao conceito científico. Koche (2016, p.
117) ilustra a questão com o exemplo do termo “nível socioeconômico”, observável mediante os “[...] indicadores: salário, tipo de
habitação, qualidade e quantidade de bens imóveis e móveis e outros. Os indicadores servem para selecionar aspectos que
proporcionem a aferição empírica da variável”. A mensuração de variável do tipo “estrutura organizacional” requer o estabelecimento de
suas dimensões, como caracterização da estrutura organizacional e perfil da equipe. Além disso, para cada uma dessas dimensões a
designação de um ou mais indicadores, como modalidade de vínculo para perfil da equipe e documentos base para a caracterização da
estrutura organizacional.
Muitos fenômenos naturais são relativamente fáceis de explicar, mas os fenômenos ou eventos sociais geralmente são complexos, de
difícil explicação. Nesse contexto, Castro (2011, p. 93) nos ensina que, nas ciências sociais, as variáveis que se quer explicar são
influenciadas por outras variáveis, as quais precisam ser tratadas estatisticamente para serem compreendidas, por isso, considera que
“[...] a investigação em ciências sociais raramente é óbvia, simples ou sumária”.
A seguir, vamos analisar um caso prático para entender melhor sobre isso.
CASO
Na pesquisa que abrange a área das ciências sociais, o pesquisador pode cair em ciladas difíceis de serem contornadas.
Um jovem pesquisador escolheu como tema de sua pesquisa a educação profissional no Brasil. Como recorte temporal, estabeleceu a
promulgação da LDB 9394/96, bem como seus objetivos geral e específicos e a problemática. Assim, para fazer a pesquisa bibliográfica, não
encontrou dificuldades, contando com um acervo de autores consagrados e pesquisadores interessados na área. Entretanto, encontrou
diversos obstáculos para estabelecer os conceitos científicos para a fundamentação teórica diante dos variados caminhos possíveis. Com isso,
também encontrou entraves e não chegou a seleção dos indicadores.
Diante da situação, concluiu pela necessidade de revisão do tema, de forma a atuar sobre um universo de pesquisa mais delimitado sobre o
qual pudesse levar a bom termo sua tarefa de pesquisador.
Isso significa que, em uma pesquisa social, o evento ou fenômeno não tem apenas uma causa determinística, mas, sim, um contexto de
variáveis que se somam, influenciando umas às outras. Assim, o estabelecimento do número de indicadores é tarefa exigente e delicada
a qual o pesquisador deverá dedicar certa dose de experiência, criatividade e sutileza.
Figura 6 - Classificação de pesquisa quanto à natureza, à abordagem, aos objetivos e as técnicas e procedimentos empregados.
Fonte: Adaptado de GIL, 2011.
Segundo Koche (2016, p. 122), “[...] o planejamento de uma pesquisa depende tanto do problema a ser investigado, da sua natureza e
nível de conhecimento do investigador. Isso significa que pode haver um número sem fim de tipos de pesquisa”. Naturalmente, as
possibilidades de tipos de pesquisa e suas combinações concorrem para que exista uma gama de tipos de pesquisa, de forma a atender
aos mais diversos problemas de investigação. O autor ainda distingue três tipos de pesquisa: a bibliográfica, a experimental e a
descritiva.
Considerando a natureza da pesquisa, seus tipos podem ser classificados em pesquisa básica ou pura e pesquisa aplicada. A pesquisa
básica, também denominada pesquisa pura, tem por característica a criação de conhecimento científico de interesse universal, sem
efeito prático direto. A pesquisa aplicada, por sua vez, tem por característica realizar a investigação situada em um ambiente específico
para solucionar um problema de interesse local, particular, em uma determinada realidade especial.
Quanto a classificação do tipo de pesquisa científica do ponto de vista dos objetivos, Gil (2011, p. 27) distingue três níveis: “[...] estudos
exploratórios, estudos descritivos e estudos que verificam hipótese causais”, nomeadas explicativas.
Os estudos exploratórios são adequados em pesquisas de temáticas genéricas, pouco conhecidas, concorrendo com dificuldade na
operacionalização dos procedimentos de verificação. A pesquisa do tipo exploratória serve, principalmente, para esclarecer conceitos e
ideias, acumular conhecimento sobre o tema, favorecendo estudos posteriores com melhor delimitação do campo e procedimentos mais
sistematizados. A operacionalização da pesquisa exploratória “[...] não requer a elaboração de hipóteses a serem testadas no trabalho,
restringindo-se a definir objetivos e buscar mais informações sobre determinado assunto de estudo” (CERVO; BERVIAN; SILVA, 2007, p.
62).
Do ponto de vista do objetivo, a pesquisa do tipo descritiva visa a “[...] descrição das características de determinada população ou
fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis” (GIL, 2011, p. 28). Destacam-se os estudos de abordagem a grupos
populacionais em pesquisas de gênero, etnia, faixa etária, escolaridade, nível de aprendizagem, distribuição de renda, pesquisa de
opinião, de satisfação e marketing. Entre os instrumentos para a coleta de dados, a pesquisa descritiva faz uso de técnicas padronizadas,
como questionários e observação sistemática.
VOCÊ QUER LER?
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) disponibiliza em seu site pesquisas com dados e indicadores sociais e econômicos nas áreas de trabalho e renda,
população indígena, censo demográfico e outros de interesse da comunidade acadêmica e científica. Vale a pena acessar e entender melhor quanto a esses tipos de
pesquisas: <https://ww2.ibge.gov.br/home/estatistica/pesquisas/sintese.php (https://ww2.ibge.gov.br/home/estatistica/pesquisas/sintese.php)>.
Os estudos de ponto de vista explicativo “[...] têm como preocupação central identificar os fatores que determinam ou que contribuem
para a ocorrência dos fenômenos” (GIL, 2011, p. 28). Nesse tipo de pesquisa, os procedimentos preferenciais são a pesquisa
experimental, em que são selecionadas as variáveis intervenientes, define-se formas de controle e de observação dos efeitos produzidos
sobre o objeto; e a pesquisa ex-post-facto, em que o experimento se realiza após a ocorrência do fenômeno. Assim, o pesquisador realiza
inferências sobre as relações entre as variáveis observadas.
Do ponto de vista dos procedimentos e técnicas, a distinção das pesquisas são marcadas pela origem das fontes dos dados coletados. Em
um primeiro grupo temos as pesquisas que se utilizam das chamadas fontes de papel, características das pesquisas do tipo bibliográfica
e documental. No segundo grupo, temos as pesquisas experimental, de ação, levantamento de campo, estudo de caso e participante, em
que as fontes de dados são fornecidas por pessoas.
Na pesquisa bibliográfica e na documental, os dados são coletados mediante consulta de documentos, chamadas fontes de papel¸
escritas ou não. A pesquisa bibliográfica é fundamental para o trabalho científico em suas diferentes formas de apresentação e natureza.
Na pesquisa documental, as fontes são os documentos de primeira mão, ou seja, todo material que ainda não recebeu nenhuma forma
de tratamento de análise científica, como matéria jornalística, cartas, contratos, fotografias, folder e catálogos; além dos documentos de
segunda mão, que já foram analisados de alguma forma, como relatórios de projetos, atas, projetos de programas oficiais e outros.
Lakatos e Marconi (2017, p. 174) classificam em três variáveis as fontes na pesquisa documental, sendo elas: fontes escritas ou não,
fontes primárias ou secundárias e fontes contemporâneas.
Do ponto de vista dos procedimentos, a pesquisa do tipo experimental em ciências físicas e naturais “[...] não se verificam grandes
limitações quanto à possibilidade de experimentação. Quando, porém, se trata de experimentar com objetos sociais, ou seja, com
pessoas, as limitações tornam-se evidentes” (GIL, 2011, p. 52). Uma ideia equivocada é a de que a pesquisa experimental é restrita a
ambiente de laboratório, mas isso, no entanto, não é verdadeiro, pois uma pesquisa pode ser experimental, fazer uso de procedimentos
apropriados, de aparelhos e instrumentos, bem como se realizar no contexto de campo. O que ocorre, de fato, é que “[...] no contexto de
laboratório, realizam-se mais pesquisas de natureza experimental” (CERVO; BERVIAN; SILVA, 2007, p. 63).
VOCÊ O CONHECE?
Stephen Hawking é um astrofísico britânico, aclamado por sua contribuição à ciência moderna com a nova teoria do espaço/tempo e da radiação dos buracos negros,
conhecida como Big Bang. O astrofísico buscava uma compreensão completa do universo, sendo que sua intensa atividade científica contribuiu na divulgação científica
sobre complexas teorias cosmológicas, mediante a publicação de livros em linguagem acessível para todos, incluindo crianças.
Além disso, a pesquisa do tipo levantamento de campo, também denominada survey, caracteriza-se por uma abordagem quantitativa
com o objetivo de descrever características, ações e opiniões de determinado grupo de pessoas, em geral uma população-alvo definida
por meio de técnicas de amostragem. As pesquisas de levantamento de campo também são empregadas em grande escala, como no
caso de pesquisas censitárias. Isso porque elas requerem uma grande estrutura material e mobilização de pessoas, além de grande
quantidade de recursos financeiros para sua execução. Dessa forma, são basicamente realizadas por grandes institutos de pesquisas,
empresas e órgãos do governo.
Gil (2011, p. 55) reconhece a popularidade dos levantamentos por amostragem entre os pesquisadores sociais e alerta os cuidados
necessários na aplicação dos levantamentos, pois, “[...] como todos os outros, apresenta vantagens e limitações”. Ainda com base no
autor, uma visão geral das vantagens e limitações observadas na aplicação da pesquisa de levantamento é apresentada no quadro a
seguir.
Ao considerar as vantagens e limitações da pesquisa do tipo levantamento de campo, o pesquisador poderá avaliar o contexto de
execução do trabalho e decidir sobre a melhor opção. Portanto, é importante conhecer as diferentes possibilidades e características de
cada uma das modalidades, bem como o tipo de abordagem de pesquisa.
Mas e quando o estudo visa investigar algo singular e específico, qual é o tipo de pesquisa mais indicado?
Quadro 2 - Uma visão comparativa das vantagens e limitações de pesquisa do tipo levantamento de campo.
Fonte: Adaptado de GIL, 2011.
Em casos particulares, recomenda-se o uso do estudo de caso. Do ponto de vista dos procedimentos, o estudo de caso pode investigar
um objeto — como o caso particular de uma gestora escolar da rede pública de ensino — ou alguns objetos complexos — como o das
classes de alternância ou o ensino de língua indígena. Assim, nessa abordagem, o interesse “[...] incide naquilo que ele tem de único, de
particular, mesmo que posteriormente venham a ficar evidentes certas semelhanças com outros casos e situações” (LUDKE; ANDRÉ,
2013, p. 17).
A complexidade do estudo de caso está no contexto que circunscreve o objeto investigado, quer seja o estudo de um caso particular ou o
estudo de um caso que envolva maior quantidade de elementos, como o estudo de caso do ensino de determinada língua indígena em
território nativo. Com isso, podemos entender que a complexidade do estudo de caso de abordagem qualitativa é intensificada na
medida do aprofundamento do tema.
Do ponto de vista dos objetivos, a pesquisa do tipo estudo de caso pode ser exploratória, descritiva ou explicativa. Críticas apresentadas
ao estudo de caso dizem respeito a falta de rigor na definição dos procedimentos metodológicos, dificuldade de generalização e o longo
tempo dedicado ao estudo. Em respeito a esses pontos críticos, Gil (2011, p. 58) observa “[...] a experiência acumulada nas últimas
décadas mostra que é possível a realização de estudos de caso em períodos curtos e com resultados possíveis de confirmação por outros
décadas mostra que é possível a realização de estudos de caso em períodos curtos e com resultados possíveis de confirmação por outros
estudos”.
Temos, ainda, por outro lado, a pesquisa-ação e a pesquisa participante, que se realizam mediante interação entre pesquisadores e
participantes do contexto investigado. Uma distinção significativa entre pesquisa-ação e a pesquisa participante é fornecida por
Thiollent (2005, p. 07), em que “[...] a pesquisa-ação, além da participação, supõe uma forma de ação planejada de caráter social,
educacional, técnico ou outro, que nem sempre se encontra em propostas de pesquisa participante”.
A pesquisa-ação busca nortear a resolução do problema ou dos objetivos de transformação social, sendo adequadas ao trabalho com
grupos, comunidades e instituições, preferencialmente na abordagem de aspectos sociopolíticos. Para Thiollent (2005, p. 15), “[...] uma
pesquisa pode ser qualificada de pesquisa-ação quando houver realmente uma ação por parte das pessoas ou grupos implicados no
problema sob observação”. Assim, nesse tipo de pesquisa, o pesquisador e os membros do grupo possuem um papel ativo no
planejamento da pesquisa, no acompanhamento e na avaliação das ações e nos resultados encontrados em função do problema
investigado.
Quanto à forma de abordagem do problema, a pesquisa pode ser do tipo quantitativo ou qualitativo. A pesquisa de abordagem
quantitativa objetiva quantificar informações, opiniões e ideias, mas, para tanto, faz uso de instrumental técnico e processos estatísticos
para classificação e análise dos resultados. A pesquisa do tipo qualitativa, por sua vez, objetiva a interpretação dos fenômenos,
mediante perspectiva relacional entre a realidade e o sujeito. Vamos entender melhor sobre esses dois tipos na sequência.
A pesquisa qualitativa é complexa, pois o cientista, ao se embrenhar pelos fenômenos sociais, em plena sociedade, deve ter consciência
de que, por mais bem estruturado o projeto de pesquisa e qualificado o método, há sempre variáveis incontroláveis. Günther (2006, p.
206), nesse sentido, afirma que, “[...] ao considerar como objeto de estudo do cientista social a variabilidade do comportamento e dos
estados subjetivos, pensamentos, sentimentos, atitudes” presentes na sociedade, tendem a motivar ajustes no planejamento da
pesquisa, se não em outros elementos do projeto.
Sob o ponto de vista da pesquisa empírica, Günther (2006, p. 206), menciona haver três aproximações para compreender os
comportamentos e estados subjetivos presentes na sociedade:
observar o comportamento que ocorre naturalmente no âmbito real;
criar situações artificiais e observar o comportamento diante das tarefas definidas para essas situações;
perguntar às pessoas sobre o seu comportamento, o que fazem e fizeram; e sobre os seus estados subjetivos, como o
pensamento.
As três aproximações para que os cientistas sociais compreendam a realidade são, na realidade, abordagens metodológicas empíricas,
conforme apresentado na figura a seguir.
A pesquisa qualitativa possui uma vantagem importante: a qualidade da coleta de dados e sua utilização. Isso porque os dados são
coletados diretamente do objeto de estudos, na realidade desse objeto.
Nesse contexto, Chizzotti (2006, p. 79) menciona que
A abordagem qualitativa parte do fundamento de que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, uma interdependência viva entre sujeito e
o objeto, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito. O conhecimento não se reduz a um rol de dados isolados,
conectados por uma teoria explicativa; o sujeito-observador é parte integrante do processo de conhecimento e interpreta os fenômenos, atribuindo-lhes
significado. O objeto não é um dado inerte e neutro; está possuído de significados e relações que sujeitos concretos criam em suas ações.
significado. O objeto não é um dado inerte e neutro; está possuído de significados e relações que sujeitos concretos criam em suas ações.
Sobre a pesquisa qualitativa, Lakatos e Marconi (2009) consideram que ela se preocupa em analisar e interpretar aspectos mais
profundos, descrevendo a complexidade do comportamento humano, fornecendo análise mais detalhada sobre os hábitos, as atitudes,
as tendências, além de outros aspectos que envolvem os atores investigados.
Assim, toda pesquisa tem um pouco de qualitativa e um pouco de quantitativa, mas aqui estamos tratando delas em separado, pois é
fundamental compreender que são distintas e que, em ambas, os procedimentos e os instrumentos metodológicos possuem variedade.
Flick (2009) aborda a relação entre os dois tipos de pesquisas considerando que elas podem oferecer um quadro mais geral da questão
em estudo. Quando aprofundamos nossos conhecimentos sobre a metodologia científica, descobrimos que muitos autores
parametrizam a pesquisa qualitativa em relação a quantitativa, e vice-versa, em tentativas sucessivas não de conceituá-las, mas, sim, de
apontar diferenças de toda ordem.
Günther (2006), então, considera que, para organizar as diferenças e similaridades entre a pesquisa qualitativa e a pesquisa quantitativa,
consideramos:
características da pesquisa qualitativa;
postura do pesquisador;
estratégias de coleta de dados;
estudo de caso;
papel do sujeito;
aplicabilidade e uso dos resultados da pesquisa.
Dessa forma, a pesquisa qualitativa, por ter a subjetividade como uma das suas características mais marcantes, facilita a adaptação da
aplicação de instrumentos metodológicos, possibilitando ao pesquisador avançar muito mais do que na pesquisa quantitativa, sobre
diversos aspectos da realidade. Assim, infere sobre variáveis observáveis que não fazem parte do escopo da pesquisa.
Sendo assim, com base nesses conhecimentos, você possui elementos para decidir entre os procedimentos de pesquisa mais adequados
ao seu projeto.
Síntese
Você concluiu os estudos sobre os aspectos metodológicos na elaboração do trabalho acadêmico/científico. Com essa discussão,
esperamos que você se sinta competente para compreender as etapas da pesquisa científica, entender a relevância do referencial
teórico, identificar conceitos e diferenciar procedimentos e técnicas de pesquisa quanto aos tipos de objetivos, natureza e
procedimentos adotados.
Neste capítulo, você teve a oportunidade de:
perceber as etapas de uma pesquisa científica;
constatar que a elaboração de todo trabalho acadêmico/científico tem como base o respeito aos aspectos metodológicos;
distinguir as etapas de introdução e justificativa da pesquisa;
mapear as características dos procedimentos e técnicas de pesquisa;
refletir acerca da elaboração do referencial teórico de sustentação da pesquisa;
conhecer as estratégias de construção dos conceitos científicos.
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